rego, josé pereira - Dicionário Historico

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rego, josé pereira - Dicionário Historico
REGO, JOSÉ PEREIRA
Outros nomes e/ou títulos: Lavradio, Barão do
DADOS PESSOAIS
José Pereira Rego nasceu em 24 de agosto de 1816 na cidade do Rio de Janeiro. Era filho do
capitão Manoel José Pereira Rego e de Anna Fausta de Almeida Rego, e irmão do doutor Joaquim
Marcos de Almeida Rego. Casou -se em 18 de agosto de 1844 com Maria Rosa Pinheiro Ferreira,
filha de Luiz Carlos Domingos Ferreira e Maria Rosa de Lima Pinheiro. Teve três filhos, entre eles o
médico José Pereira Rego Filho (1845-1929), que igualmente destacou-se no campo da saúde
pública no país.
Recebeu o título de Barão do Lavradio em 23 de setembro de 1874, e o mesmo título, mas elevado
à honra de grandeza pela princesa Isabel, em 19 de setembro de 1877. Em 25 de novembro de
1870 recebeu, do Rei de Portugal, o título de Comendador da Real Ordem Militar Portuguesa da
Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi agraciado, também, com os títulos de
Comendador da Ordem da Rosa, da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (1874), e da Ordem de
Francisco José da Áustria.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1892.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
José Pereira Rego ingressou em 1833, juntamente com seu irmão Joaquim Marcos de Almeida
Rego, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde doutorou-se em medicina em 20 de
dezembro de 1838. Foram seus contemporâneos nesta faculdade Ignácio Álvares da Silva,
Custódio Luiz de Miranda, Agostinho José Ferreira Bretas, Domingos Marinho de Azevedo
Americano, João José Pimentel, Maximiano Antonio de Lemos, José Policarpo Araújo e Oliveira,
João Eleutério Garcez e Gralha, Francisco de Souza Brandão, e Martinho Alvares da Silva
Campos.
Doutorou-se com a tese intitulada “Dissertação sobre os phenomenos obtidos pelos diversos
methodos de exploração do coração, e applicação dos mesmos phenomenos ao diagnostico
d´algumas affecções do mesmo orgão, mais frequentes”. Joaquim dos Remedios Monteiro,
diplomado em 1851 na mesma instituição, comentou sobre a tese defendida por José Pereira Rego
e seu irmão:
“Os assuntos sobre que dissertaram os dois irmãos eram então, como ainda hoje, de
maior importância, sobretudo se considerarmos que estes modos de exploração estavam,
pode-se dizer, na infância em 1838, eram pouco conhecidos, pouco empregados no Brasil,
tanto mais que os livros de Laënnec, da edição de 1834, e a outra em 1837, e o de
Leopoldo Auenbrugger [Joseph Leopold von Auenbrugger] eram raros e pouco
manuseados pelos médicos desse tempo. (....). Tive ocasião de perguntar ao Barão do
Lavradio a razão de escreverem, ele e seu irmão, as suas teses de modo tal, que havia
entre elas correlação, e uma era o complemento da outra. Respondeu-me que projetavam
publicar em comum um livro de auscultação e percussão, de que as dissertações ou teses
eram o escorso”. (Apud RIBEIRO, 1992, p.58-59)
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Em 1855 foi nomeado lente substituto da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas recusou o
cargo.
Dois anos após seu doutoramento, em 1840, ingressou na Academia Imperial de Medicina, onde
foi membro titular, eleito em 12 de março e empossado em 26 março de 1840, com a apresentação
da memória “Dysenteria aguda”, presidente por duas ocasiões (1855-1857 e 1864-1883), e
aclamado presidente perpétuo em 09 de outubro de 1883. Foi nesta instituição patrono da cadeira
nº 7. Em sua memória apresentada à Academia descreveu a natureza e o tratamento da disenteria
aguda, considerando-a como uma inflamação dos intestinos, principalmente do intestino grosso,
para a qual o tratamento melhor indicado seria o antiflogístico, e resumiu “até a data em que foi
escrita, todo o conhecimento sobre as disenterias agudas” (RIBEIRO, 1992, p.66). Com relação à
terapêutica fundamentava-se nas idéias do médico François-Joseph-Victor Broussais (1772 -1838),
o qual segundo sua visão teria realizado uma verdadeira revolução nas ciências por ter proposto o
melhor sistema estabelecido em medicina até aquela data.
Em 1844 foi o primeiro cirurgião a indicar os efeitos terapêuticos da ergotina e centeio espigado
nas hemorragias uterinas puerperais.
José Pereira Rego teve expressiva atuação no campo da saúde pública. Integrou a Comissão
Central de Saúde Pública, nomeada pelo Ministro do Império José da Costa Carvalho (Marquês de
Monte Alegre), em 1850, para planejar as medidas sanitárias contra a epidemia de febre amarela
que avançava sobre a cidade, juntamente com outros membros da Academia Imperial de Medicina,
como Cândido Borges Monteiro, Manoel de Valladão Pimentel, José Maria de Noronha Feital,
Antônio Felix Martins, Roberto Jorge Haddock Lobo, José Bento da Rosa, José Francisco Xavier
Sigaud, Luiz Vicente De Simoni , e Joaquim José da Silva (da Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro). Após a primeira reunião da Comissão, realizada em 13 de fevereiro daquele ano,
elaborou o panfleto intitulado “Conselhos às Famílias sobre o comportamento que devem observar
durante a epidemia”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial, que o enviou para publicação
nos principais jornais da cidade.
Na Junta de Higiene Pública, órgão superior encarregado da administração das questões de saúde
do Império e criado pela lei nº 598 de 14 de setembro de 1850, José Pereira Rego foi membro,
presidente interino (23 de maio de 1863), e posteriormente seu presidente efetivo pelo decreto de 8
de junho de 1864, em função do falec imento do então presidente Francisco de Paula Cândido a 5
de abril do mesmo ano. Na qualidade de membro da Junta Central de Higiene Pública, assim
denominada a partir de 1851, atuou no atendimento às inúmeras vítimas da primeira explosão da
cólera -morbo, que ocorrera na cidade do Rio de Janeiro em 1855. Por ocasião da segunda
explosão desta enfermidade, em 1867, José Pereira Rego, então presidente daquela instituição,
relatou detalhadamente a incidência e a difusão daquela enfermidade, em o “Relatório do
presidente da Junta Central de Higiene Pública, Dr. José Pereira Rego” (Rio de Janeiro, 1868), e
na “Memória historica das epidemias de febre amarella e cholera-morbus que tem reinado no
Brazil” (Rio de Janeiro, 1873).
As condições sanitárias da cidade, es pecialmente os esgotos, mereceram comentários e críticas
de José Pereira Rego:
“Em conclusão direi: que as nossas valas de esgotos nunca ou quase nunca eram limpas;
que constituíram o receptáculo de todas as imundícias das localidades por onde
circulavam, e tornavam-se focos perenes de infecção miasmática mais ou menos profunda,
contribuindo poderosamente para a insalubridade desta capital. (......). Quem viu esses
batalhões de carregadores, atravessando a passo acelerado por certas ruas, como as da
Guarda Velha, Ajuda, Ouvidor, Rosário, e outras, compostos, em sua maior parte de
escravos, ou pretos libertos já velhos, estropiados e bêbados, que encontravam nesse
trabalho um meio mais lucrativo do que outros, (......).” (Apud RIBEIRO, 1992, p.147 -148)
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Em relação ao plano da rede de esgotos da Companhia City Improvements, empresa que havia
sido contratada pelo Governo Imperial desde 1857, José Pereira Rego reconheceu alguns de seus
méritos, mas apontou também suas deficiências, as quais foram detalhadas no “Relatório da
commissão nomeada pela imperial academia de medicina para analysar o relatorio apresentado ao
governo imperial pelo sr. Engenheiro fiscal junto à companhia City Improvements acerca do estado
dos esgotos e sua influencia sobre a saude publica desta côrte, em resposta a outro que sobre o
mesmo assumpto enviou a academia ao governo imperial”, apresentado em 28 de julho de 1873.
Face a este relatório, a Academia Imperial de Medicina constituiu uma comissão para apreciá-lo,
composta por seu presidente, José Pereira Rego, e pelos acadêmicos Nicolau Joaquim Moreira e
Luiz Corrêa de Azevedo. A Comissão julgou deficitário o serviço de esgotos da cidade, o qual
comprometia a salubridade pública, e destacou, entre outros aspectos, a insuficiência do
suprimento de água disposto para tal serviço.
Presidiu a comissão, criada pelo Aviso de 23 de junho de 1876, encarregada de estudar os fatores
que tinham contribuído para a persistência e o desenvolvimento da febre amarela, e apontar os
procedimentos necessários para eliminá-los. A comissão, integrada ainda por Antonio Correia de
Souza Costa, João Vicente Torres Homem, Vicente Cândido Figueira de Sabóia, Hilário Soares de
Gouvêa e João Baptista dos Santos, encaminhou ao Governo Imperial dois relatórios propondo a
reorganização dos serviços sanitários terrestre e marítimo, e a adoção de medidas para melhoria
das condições sanitárias da cidade. Em referências às medidas propostas José Pereira Rego
expressou, em 1877, as seguintes considerações:
“Essas medidas, dizia ele, posto que insuficientes para satisfazerem as necessidades de
que se ressente esta Corte, sob o ponto de vista das condições de sua higiene pública e
polícia sanitária, constituem um auxiliar poderoso para melhorar as condições de
salubridade e atenuar as causas que tão profundamente tem abalado a saúde pública
nestes últimos tempos, mormente se os indivíduos encarregados dos serviços atinentes a
esse fim se compenetrarem da importância dos deveres que lhes forem confiados, e não
acreditarem que os empregos não passam de um meio de vida, como é tão comum hoje
supor-se sem atender que a eles são inerentes deveres de que se não pode prescindir sem
quebra de confiança de que se tornam depositários aqueles que os exercem. Mas,
acrescentava o ilustre presidente da Junta, por motivos certamente valiosos que não me é
dado perscrutar, a adoção dessas medidas não tem sido efetuada em totalidade e talvez
ainda o não seja por muito tempo em falta de meios adequados à sua execução, mormente
se a febre amarela conceder-nos um longo período de imunidade de suas manifestações
epidêmicas, como sucede às vezes em todos os países em que costuma reinar”. (Apud
FALCÃO, 1978, p.76)
Em função do disposto no art. 8º do decreto nº 2.052, de 12/12/1857, que dispunha que todo
aquele que fosse presidente da Junta Central de Higiene Pública deveria acumular o posto de
inspetor de saúde do porto do Rio de Janeiro, José Pereira Rego foi nomeado inspetor em 25 de
novembro de 1865, substituindo a Francisco Bonifácio de Abreu (Barão de Vila da Barra). Publicou
diversos trabalhos sobre as condições sanitárias do Rio de Janeiro, entre os quais destacaram-se
“Breve notícia das epidemias que se têm sucedido no Rio de Janeiro de 1836 a 1850”, e o “Estudo
sobre as epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1871 até 1878”, ambos
artigos publicados nos periódicos da Academia Imperial de Medicina.
Em 1873 foi inspetor geral do Instituto Vacínico do Império, e dez anos mais tarde, nos anos
1883 a 1884, diretor interino da seção de serviço sanitário do Hospital Geral da Santa Casa
Misericórdia do Rio de Janeiro, devido à ausência do titular Augusto Ferreira dos Santos, que
encontrava na Europa. Em 1885 passou a integrar a seção de médicos da “sala do banco”
mesmo hospital, cargo que exerceu certamente até 1889.
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de
da
se
do
José Pereira Rego exonerou-se dos cargos de presidente da Junta Central de Higiene Pública, de
inspetor geral do Instituto Vacínico e de inspetor de Saúde do Porto, em 19 de fevereiro de 1881, e
foi substituído por João Baptista dos Santos, na presidência da Junta, por Nuno Ferreira de
Andrade, na Inspetoria de Saúde do Porto, e por Peregrino José Leite, no Instituto Vacínico. Os
médicos José Plácido Barbosa da Silva e Cássio Barbosa de Rezende comentaram a atuação e as
dificuldades encontradas por José Pereira Rego frente à gestão da saúde pública:
“Substituto de Paula Cândido, esforçara-se como este para bem servir à causa pública e,
se do esforço e do patriotismo destes médicos notáveis não auferiu a Pátria os benefícios
de que hoje goza, a culpa certamente não lhes cabe. Lutadores de uma época em que a
ciência médica mal saía daquela penumbra em que a envolviam teorias absurdas e
concepções metafísicas, época em que não se conhecia bem a natureza da infecção e
nada se sabia sobre o elemento do contágio; assoberbados por uma infinidade de
questões que não poderiam resolver, porque lhes faltava para isso a base necessária, e
privados, por outro lado, de todos os recursos materiais de que necessitavam para levar
avante muitas das medidas que propuseram ao governo e, que, executadas, teriam
forçosamente melhorado as condições de salubridade do Rio de Janeiro, quase nada
poderiam conseguir.” (Apud CAMPOS, 1968, p.14-15)
Chefiou o consultório infantil da “Sala do Banco” do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro, a convite de José Ildefonso de Souza Ramos (Barão de Três Barras), provedor
da instituição entre 1879-1883. Elaborou um formulário infantil, publicado em duas edições, 1882 e
1890, no qual destacava tudo que era necessário para a prática daquele serviço. Durante sua
atuação neste hospital recolheu material significativo para o estudo da patologia infantil e dos
problemas sociais da criança, subsidiando assim memórias por ele apresentadas na Academia
Imperial de Medicina, como: “Algumas considerações sobre as causas da mortalidade das crianças
no Rio de Janeiro e moléstias mais freqüentes nos seis a sete primeiros anos de vida”, e
“Contribuição ao estudo das moléstias mais freqüentes nas crianças das classes pobres desta
cidade, de alguns fatos clínicos de interesse e de algumas apreciações sobre a preponderância e
robustez das raças” (RIBEIRO, 1992, p.247).
A incidência de moléstias no Rio de Janeiro, especialmente a importância da vacinação, foram
também objeto de suas reflexões, expressas no relatório que elaborou ainda na presidência da
Junta Central de Higiene Pública, em 1866:
“Dos dados estatísticos escrupulosamente colhidos pelo sr. dr. Luiz da Silva Brandão, é
evidente que a varíola representou um papel importante no quadro mortuário do ano de
1865, e mais uma vez ficou patente de quão pouco caso se faz das determinações do
Governo com relação à vacinação no Exército e quanto é conveniente, fazendo sentir ao
povo as vantagens que se tira da vacinação, obrigá-lo por uma legislação municipal,
enérgica e severamente executada, a procurar este preservativo tão simples quanto eficaz
contra um flagelo cruel, (...).” (Apud RIBEIRO, 1992, p.164)
Ainda em relação à questão da vacinação apresentou, em 1875, na Academia Imperial de
Medicina, um anteprojeto intitulado “Bases para confecção de uma lei sobre vacinação e
revacinação obrigatórias”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial.
José Pereira Rego foi médico de diversas casas de saúde particulares na cidade do Rio de
Janeiro: Casa de Saúde Santa Teresa, na Rua Riachuelo nº 98, ao lado de seu filho José Pereira
Rego Filho e de João Vicente Torres Homem; da Casa de Saúde Allo-Homeopática de Nossa
Senhora da Glória, estabelecida na rua Fresca nº 17 (atual rua Clapp); da Casa de Saúde Cata
Preta, Marinho e Werneck, fundada em 1863 na rua Fresca nº 1(atual rua Clapp); Casa de Saúde
Previdência, que funcionava, desde 1861, na rua de Matacavalos nº 80 e 100 (atual rua
Riachuelo) .
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Teve grande participação em sociedades médicas nacionais. Pertenceu, como sócio, aos quadros
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, sendo
em 1869 membro do Conselho Fiscal desta instituição, da Sociedade Auxiliadora da Indústria
Nacional, e foi sócio benemérito e consultor da Sociedade Amante da Instrução, presidindo-a por
seis anos. Foi um dos sócios fundadores do Instituto Homeopático do Brasil, associação criada em
1843.
Em sociedades estrangeiras atuou, como membro correspondente, da Real Academia Médica de
Ciências de Lisboa, da Société Française de Hygiène e da Reale Accademia di Medicina di Torino.
Foi 2º redator (1840-1841) da Revista Médica Fluminense , auxiliar (1841-1842) da Revista Médica
Brasileira, colaborador (1847-1848) e redator (1850-1853) dos Annaes de Medicina Brasiliense,
publicações da Academia Imperial de Medicina.
Em 30 de julho de 1878 apresentou, na sessão magna da Academia Imperial de Medicina, um
discurso sobre o estudo das doenças mentais, ressaltando a importância de se abrir as portas do
Hospício de Pedro II, criado em 1841, aos médicos para o estudo clínico das moléstias mentais,
assim como a necessidade da realização de cursos práticos e de uma cad eira especial para esta
matéria.
Participou do Conselho de Sua Majestade, foi Grande do Império e médico honorário da Imperial
Câmara, tendo sido nomeado para esta em 13 de julho de 1859. Integrou o séquito que
acompanhou a Família Imperial na viagem da cidade de Petrópolis à Juiz de Fora, em junho de
1861, para a inauguração da Estrada União Indústria.
Recusou os convites para presidir as Províncias de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de
Janeiro, mas exerceu cargos de eleição popular, como membro do partido conservador, e vereador
da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1865-1868). Como vereador apresentou em 1866, embora
sem ter obtido êxito, um projeto de postura que proibia a construção de novos cortiços em certas
áreas da cidade. Foi ainda subdelegado de polícia.
Em 1875 foi inaugurado no salão do Instituto Vacínico do Império um busto de mármore em sua
homenagem. Posteriormente este busto foi transferido para sala de espera do Serviço Nacional de
Tuberculose (LACAZ, 1966, p. 2).
Teve uma sessão fú nebre realizada em sua memória em 29 de dezembro de 1892, e seu
necrológio escrito pelo médico Alexandre José Soeiro de Faria Guarany, no ano de 1893, sob o
título de “Discurso Biológico sobre o Barão do Lavradio”.
PRODUÇÃO INTELECTUAL
- “Dissertação sobre os phenomenos obtidos pelos diversos methodos de exploração do coração, e
applicação dos mesmos phenomenos aos diagnosticos d´algumas affecções do mesmo orgão,
mais frequentes”. Tese (Doutoramento) – Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1838. Rio de
Janeiro: Typografia Imparcial de Francisco de Paula Brito, 1838.
- “Esboço histórico das epidemias do Rio de Janeiro de 1830 a 1870”. [s.l.]: [s.n.], [s.d.].
- “Observações, que acompanham a memória sobre a disenteria aguda”. Revista Médica
Fluminense, Rio de Janeiro, 1835 -1841.
- “As molestias tratadas no hospital da Misericordia, serviço do dr. De-Simoni”. Annaes Brazilienses
o
de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 8 , 1839-1840.
- “Considerações sobre alguns objetos relativos à higiene publica”. Revista Médica Fluminense, Rio
de Janeiro, n. 4, v. 6, jul. 1840.
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- “Considerações sobre a utilidade de estabelecer-se a constituição médica do Rio de Janeiro”.
Revista Médica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 5, v. 6, ago. 1840.
- “Pericardite crônica, hipertrófica do ventrículo esquerdo com estado cartilaginoso de uma das
válvulas ventrículo-aórticas, pleuriz violento no curso do tratamento de fígado com cirrose do
mesmo órgão, terminada pela morte, observação colhida na clínica do Sr. Dr. Valladão no Hospital
da Misericórdia”. Revista Médica Fluminense, Rio de Janeiro, 1840.
- “Convulsões puerperais resultantes de um parto laborioso, e seguidas de derramamento cerebral,
hemiplegia do lado direito, estado comatoso durante cinco dias, perda da fala por nove dias, delírio
sucedendo à estes fenômenos, diarréia ao depois, ulceração na região sacra, seguida de gangrena
em grande extensão, febres intermitentes quotidianas, erisipela geral dos membros inferiores,
reaparecimento da diarréia, sintomas de colite ligeira, terminando tudo pela cura”. Revista Médica
Fluminense, Rio de Janeiro, n. 5, v. 6, ago. 1840.
o
- “Dysenteria aguda: memoria”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 9 , 18401841.
- “Considerações sobre os usos dos banhos de mar e seu emprego hygienico e therapeutico”.
Revista Médica Brasileira, n. 2, v. 1, jun. 1841.
- “Relatório sobre a memória do sr. dr. José Pedro de Oliveira acerca da angina membranosa”.
Revista Médica Brasileira, n. 12, 1842.
- “Algumas considerações sobre a prostituição”. Revista Médica Brasileira, 1841-1843.
- “Algumas considerações tendentes a mostrar a utilidade do estudo da higiene”. Revista Médica
Brasileira, 1841-1845.
- “Considerações sobre algumas enfermidades de crianças, mais frequentes no Rio de Janeiro”.
o
Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 15 , 1847 -1848.
- “Epidemia de escarlatina A – 1837-1838”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v. 2,
1850.
- “Conselhos às Famílias sobre o comportamento que devem observar durante a epidemia”. [Rio de
Janeiro]: [s.n.], [1850].
- “Algumas reflexões sobre o accrescimo progressivo da mortalidade no Rio de Janeiro”. Annaes
Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1850-1851.
- “Breve notícia das epidemias que se têm sucedido no Rio de Janeiro de 1836 a 18 50”. Annaes
Brazilienses de Medicina, VI, 1850-1851.
- “Historia e descrição da febre amarella epidemica que grassou no Rio de Janeiro em 1850”. Rio
de Janeiro: Typografia da F. de Paula Brito, 1851.
- “Febre amarela no Rio Grande do Norte. Parecer sobre o trabalho do dr. Thomaz Cardoso de
Almeida, 1851-1852”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, [s.d.].
- “Progresso da medicina na Alemanha. Parecer sobre a memória do dr. Roberto Lallemant”.
Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1851-1852.
- “Resposta às observações feitas pelo sr. dr. João José de Carvalho sobre algumas opiniões e
princípios expendidos na historia e descripção da febre amarella epidemica, que grassou em
1850”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1851-1852.
- “Cancro. Parecer sobre a memória do dr. Bezerra de Menezes”. Annaes Brazilienses de
Medicina, Rio de Janeiro, 1857-1858.
- “Febre amarela no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1857 -1858.
- “Nota sobre os effeitos da ergotina e centeio espigado nas hemorrhagias uterinas puerperaes”.
Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 23º, 1857 -1858.
- “Laringoscópio. Parecer sobre a memória do dr. Eduardo de Abreu”. Anais Brasileiros de
Medicina, 1863-1864.
- “Sessão anniversaria da imperial sociedade amante da instrução, em 05 de setembro de 1866”.
Rio de Janeiro: [s.n.], 1866.
- “Relatório do presidente da Junta Central de Higiene Pública, Dr. José Pereira Rego”. Rio de
Janeiro: [s.n.], 1868.
- “Pontos de contato entre a escarlatina e a difteria”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de
Janeiro, tomo 27, 1871 -1872.
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Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)
- “Diagnostico entre os envenenamentos e as molestias naturaes”. Annaes Brazilienses de
o
Medicina, Rio de Janeiro, tomo 23 , 1871-1872.
- “Esboço historico das epidemias que teem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1830 até
1870”. Diário Official do Império do Brazil, Rio de Janeiro, 1872.
- “Memória historica das epidemias de febre amarella e cholera-morbus que tem reinado no Brazil”.
Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1873.
- “Relatório sobre o estado do systema actual de esgostos e o movimento sanitario desta côrte
desde que está elle em execução; apresentado à Academia Imperial de Medicina pelo seu
presidente, etc.”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1873.
- “Relatório da commissão nomeada pela imperial academia de medicina para analysar o relatorio
apresentado ao governo imperial pelo sr. Engenheiro fiscal junto à companhia City Improvements
acerca do estado dos esgotos e sua influencia sobre a saude publica desta côrte, em resposta a
outro que sobre o mesmo assumpto enviou a academia ao governo imperial”. Rio de Janeiro: [s.n.],
1874.
- “Bases para confecção de uma lei sobre vacinação e revacinação obrigatórias”. Rio de Janeiro:
[s.n.], [1875].
- “Fibromioma da cavidade uterina expulso espontaneamente”. Progresso Médico, v. 1, 1876.
- “Exame comparado da meteorologia com o estado pathologico e a mortalidade do Rio de Janeiro,
extrahidos do relatorio das repartições de saude publica”. Progresso Médico, tomo 1º, 1876.
- “Estudo sobre as epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1871 até
1878”. Progresso Medico, tomo 2º e tomo 3º, 1877.
- “Tratamento e prophilaxia de cholera-morbus: relatório da Junta Central de Hygiene”. Rio de
Janeiro: [s.n.], 1878.
- “Plano dos melhoramentos necessarios para preservar a cidade do Rio de Janeiro das epidemias
reinantes”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1878.
- “Apontamentos sobre a mortalidade da cidade do Rio de Janeiro, particularmente das crianças e
sobre o movimento de sua população no primeiro quatriennio depois do recenseamento feito em
1872”. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1878.
- “Relatorios da Junta Geral de Higiene Publica (1865 a 1880)”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1865-1880.
- “Relatórios da Junta Cent ral de Higiene, Instituto Vacínico e Saúde do Porto, apresentando ao
Governo Imperial”. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1866-1880.
- “Estudo das epidemias que tem grassado nesta côrte de 1871 até 1880”. Annaes Brazilienses de
Medicina, Rio de Janeiro, tomo 48º , [s.d.].
- “Estado sanitario da cidade do Rio de Janeiro no decurso do anno de 1880 e no de 1881”.
Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 33º, [s.d.].
- “Discursos proferidos perante a Academia Imperial de Medicina pelo presidente nos annos de
1864 a 1881”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 29º a 31º e 33º a 47º, [s.d.].
- “Exposição do estado sanitario desta côrte no decurso do anno de 1881, lida na sessão da
Imperial Academia de Medicina de 21 de março de 1882, seguida de dous mappas da mortalidade
no anno de 1881”. [s.l.]: [s.n.], [s.d.].
- “Estudo das epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de
Medicina, Rio de Janeiro, tomo XXXIV, 1882.
- “Coleção de formulas para o trat amento das moléstias da infância, organizada para o Hospital da
Santa Casa da Misericórdia pelo Consº Barão do Lavradio”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1882.
- “Moléstias de crianças mais frequentes nas classes pobre no Rio de Janeiro”. Annaes
Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1882-1884.
- “Discurso lido na sessão de 27 de julho do corrente anno (1886)”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1886.
o
- “Exposição do movimento sanitário da cidade do Rio de Janeiro no 1 semestre de 1886”. Annaes
da Academia Imperial de Medicina, Rio de Janeiro, 4ª série, tomo 2º, 1886-1887.
- “Parecer sobre a memória do dr. José Maria Teixeira: Causas da Mortalidade das crianças no Rio
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FICHA TÉCNICA
Pesquisa – Rodrigo Borges Monteiro.
Redação – Rodrigo Borges Monteiro, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão – Francisco José Chagas Madureira
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