caca-real-a-raposa-3

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Caça á raposa em Portugal
Caça real à raposa:
A caça real á raposa em Portugal é praticada exclusivamente pela Equipagem de Santo Huberto, a equipagem de Santo Huberto actual foi fundada em 1950, é um clube com estatutos, sócios efectivos, sócios juniores, sócios clubes e sócios apoiantes (Hunt­Supporters).
Diz ser uma associação com personalidade jurídica e com fins desportivos, o seu objectivo é a pratica de caça á corrição (caça exercida sem arma de fogo, com ou sem pau, mas com auxilio de cães), com cavalo e matilha, principalmente da raposa. Promove também desportos equestres e cinegéticos.
A sua formação iniciou­se com a compra de 30 cães de raça Fox­Hunt em Inglaterra. A E.S.H. está inscrita no Baily's Hunting Directory.
Durante a sua existência de 1950 até1959 este grupo comprou cães por 3 vezes, iniciou a construção dos canis e habitações para o pessoal em terrenos do banco Espírito Santo em Benavente, em 9 desses 10 anos o master da ESH foi também por alguns anos presidente da Sociedade Hípica Portuguesa.
De 1960 até 1997 o Master Barão Frederico de Beck,( há um premio com o seu nome)construiu mais canis, boxes para os cavalos e mais habitações para o pessoal, refrescou várias vezes o sangue da matilha mandando vir mais cães de Inglaterra, e fundou o grupo de caça , a actual Equipagem de Santo Huberto.
Membros de direcção da Equipagem de Santo Huberto é ou foi constituída por:
D.Estevam De Lencastre
­Master e Pield Master
D. Bernardo Vasconcelos e Sousa­ Joint Master
D. Madalena de Abecassis­ Joint Master e Hon. Secret.
D. Gil de Mendia Hon. Tesoureiro
D. Luís
Vaz de Almada
­ Vogal
Dr. Henrique de Abecassis­ Vogal
Arq. Inês Cottinelli­ Vogal
HUNTSMAN­ Paulo Nogueira
KENNEL HUNTSMAN­ José Nogueira
Breve Historia da caça a Raposa em Portugal
A caça real á raposa como se pratica hoje em Portugal, iniciou­se no sec. XVII nas ilhas Britânicas, e espalhou­se pelas suas ex­colónias. Em Portugal iniciou­se supostamente no por volta do ano de 1808, como base de treino ao exército do 1º Duque de Wellington
, mais tarde nos finais do sec. XIX a rainha D. Amélia apadrinhou uma equipagem de caça á raposa, e não só.
Depois em 1950 e por iniciativa do Sr. Rogério da Silveira Macedo e mais um grupo de sócios, sendo eles: Srª Condessa de Barcelona ( Mãe de D. Juan Carlos I de Espanha
) ; o Mar
quês da
Graciosa; Sr. Eng. Fernando Espírito
Santo Moniz Galvão
; Sr. D. Nuno de Mendia; Sr. Dr. Jorge Bastos; Sr. Eng. Francisco Ribeiro Ferreira; Dª Maria da Piedade Abecassis; Sr. Eng. Carlos Carvalho; Sr. Manuel Cruz; Sr. Jorge Graça e Sr. Capitão Simpson.
Defesa usada para a sua pratica:
A caça é uma actividade de tempos imemoriais, enraizada no mundo rural (...) A caça à raposa no modo corrição é uma modalidade vantajosa para todos os intervenientes. Para o homem, primite a seu contacto com a natureza e une­o aos dois animais que sempre lhe estiveram mais próximos o cão e o cavalo. Dá a possibilidade de equitação exterior para os amantes deste desporto, e mesmo para quem não monta, pode observar o trabalho dos cães (...)
Em termos económico­sociais, a caça á raposa contribui para o desenvolvimento rural (...) a necessidade de actividades não agrícolas que gerem riqueza (...) assim a croação e treino de cães e cavalos, são dois exemplos de criação de postos de trabalho ligados á caça de corrição. Os laços entre o mundo rural e o mundo citadino são também assegurados por este método de caça pouco destrutiva e natural (...)
OS Cães
O elemento essencial da caça a corrição é o cão (...) Os Hounds, raça utilizada nesta modalidade são cães de trabalho, não é fácil torná­los animais de companhia, sendo certo que os tornaria infelizes. Sem este tipo de caça, cerca de 20 mil destes cães não teriam qualquer utilidade, correndo­se o risco de com o tempo a raça desaparecer.
Os cães são sujeitos a treinos diários intensivos destinados as seu adestramento (obediência absoluta ao comando) e preparação física, que inclui um percurso de 12 quilómetros dia
OS Cavalos
O cavalo não depende da caça para preservar a espécie, mas não há duvida de que esta actividade contribui muito para o fomento da sua produção e para o apuramento da raça.
AS Raposa
(…) A caça à raposa é vantajosa para o próprio animal caçado. A questão não é se as raposas, predadoras, devem ou não ser controladas, já que é ponto assente que ninguém propõe fazer delas uma espécie protegida. Assim o importante é como esse controlo deve ser feito. Por um lado é certo que os animais devem ser protegidos contra crueldades injustificadas, por outro lado, deixar que esse argumento atente contra a sua própria natureza e contra as leis da biologia e a ecologia, é no mínimo absurdo (...) Não pode haver melhor garantia selectiva das espécies caçadas do que um animal livre, num território livre, caçado por cães.
Raposa e agricultura:
45% a 70% da dieta das raposas selvagens são coelhos, o que é benéfico para os agricultores, pois os estragos feitos por uma infestação de coelhos na agricultura , pode ser economicamente substancial juntamente com vários tipos de ratos, muito mais que qualquer raposa pode dar por atacar gado, uma raposa come cerca de 500 gramas de carne por dia, ora um cordeiro dava­lhe para vários dias, enquanto isso os coelhos procriavam­se e criavam danos nas colheitas, e os ratos nos cereais armazenados, onde há poucas raposas há muitos coelhos.
Raposa e a floresta:
Pequenos roedores podem causar danos em floresta nova, esses roedores são comidos pela raposa, o que ajuda a proteger plantações recentes de mato, a raposa, juntamente com doninhas e gatos­
bravos, consumem 80% dos pequenos roedores numa área. Onde as plantações são novas, os coelhos e pequenos roedores são abundantes, se houver raposas o seu impacto é insignificante.
Raposa e cordeiros:
Há vários estudos sobre o impacto da raposa na criação de cordeiros, alguns desses estudos são retirados da própria percepção dos criadores, e também nos custos de controlo de raposas VS perdas dos cordeiros.
Baseado num questionário que envolveu 763 criadores de gado ovino na Inglaterra, a conclusão foi que a raposa era um problema minoritário na grande parte das quintas. Numa média de 50% desses criadores não apresentaram perdas de cordeiros pela raposa. No entanto as perdas variavam de quinta para quinta, com maiores perdas em criações maiores ou em quintas de locais com maior densidade de raposas. Num estudo em duas quintas mostrou que a perda de cordeiro devido á raposa era de 6%.E que os cordeiros eram mortos em idade muito jovem, num período entre o nascimento e as 6 semanas.
Factores ligados á morte de cordeiros :
Grande parte da mortalidade é devido ao mau acompanhamento e não à raposa.
Estudos em 108 quintas estes foram os factores mais ligados á mortalidade em cordeiros:
Grande densidade de população
Más condições das mães para criar
Substituição de ovelhas regularmente
Deste estudo concluísse que para reduzir a mortalidade, os criadores devem antes melhorar as condições para a criação, mantendo um nível de higiene alto na altura do nascimento, acompanhar de perto o desenvolvimento da criação, conclusão ser um verdadeiro pastor.
Raposas e aves de mesa:
A raposa pode ter um impacto nas galinhas de ovo ou de para comer “ biológicas”, que tenham tempo de soltura. Mas isso só acontece se os cuidados ou os gastos com a vedação forem mínimos. Num estudo em mais de 120 quintas, a mortalidade de aves por raposa foi menos de 2%. Mais uma vez as perdas de aves derivam mais de outros factos do que ataque de raposa.
Raposa e leitões:
Morrem mais leitões por falta de manejo do que por qualquer outra causa. Há estudos que indicam que só 54% de criadores dizem ter perdido pelo menos um leitão para a raposa, mas a proporção de leitões nascidos e mortos por raposa é de 0.3%. Em alguns locais a morte de leitões pela raposa pode ter sido cometida por cães.
Nos locais onde á ataques de raposa, cerca eléctrica é uma solução, mas não é economicamente sustentável manter uma cerca eléctrica, por causa da raposa.
. Http: //www.thefoxwebsite.org/agriculture/agripoultry.html
Marquês da Graciosa; Sr. Eng. Fehttp://www.thefoxwebsite.org/agriculture/agripoultry.htmlrDehttp://www.thefoxwebsite.org
/agriculture/agripoultry.htmlcreto­Lei nº 202/2004 de 18­08­2004
Leis de caça à raposa
CAPÍTULO VI ­ Exercício da caça
SECÇÃO VI ­ Condicionamentos venatórios
­­­­­­­­­­
Artigo 94.º ­ Caça à raposa e ao saca­rabo
1 ­ A caça à raposa e ao saca­rabo pode ser exercida de salto, à espera e de batida, podendo ainda a raposa ser caçada a corricão e, em terrenos ordenados, no decurso de montarias. 2 ­ É permitida a utilização de chamariz na caça à raposa. 3 ­ A caça à raposa e ao saca­rabo pode ser permitida nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, sem prejuízo do disposto no n.º 5. 4 ­ É permitido o uso de bala na caça à raposa e ao saca­rabo durante as montarias e batidas de caça maior realizadas em terreno ordenado. 5 ­ Em terrenos cinegéticos não ordenados:∙
a) A caça de salto só pode ser permitida nos meses de Outubro a Dezembro, inclusive
b) A caça de batida e a corricão só pode ser permitida nos meses de Janeiro e Fevereiro e apenas nos locais e nas condições estabelecidos em edital da DGRF.
Início de Vigência: 23­08­2004.
Estudos da raposa
http://www.santohuberto.com/sh_conteudo.asp?id=160
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Foi nesta página que encontrei o único estudo sobre a raposa em Portugal, que começou nesta época de caça (2009/2010), já que depende da informação transmitida por caçadores, O estudo é conduzido por Alexandre Valente (220402755) e Diana Carneiro (220402767) do departamento de zoologia e antropologia da faculdade de ciência da universidade do porto ([email protected])
A estudos que defendem que as raposas devem ser caçadas e mortas numa media de 70% por ano, sendo considerada uma espécie invasiva. A raposa durante séculos foi associada a coisas más, imagens diabólicas, hoje a raposa aparece regularmente em filmes e histórias de criança.
A população de raposas foi aumentada na Inglaterra devido Hugo Maxel e o seu desenvolvimento da caça moderna. Depois de 1800, havia uma grande procura de caça á raposa, então criou­se um importante comércio de importação de raposas para venda no Leadenhall Market em Londres. No meio dessas importações até vinham pequenos lobos, começou a venda de caça de montaria, em pacote a quem pudesse pagar. Para preservar o número de raposas, os caçadores pagavam aos agricultores as perdas causadas pela raposa e pagavam também aos “gamekeppers” por manterem a criação de raposas nas suas terras, o que levou ao aumento significante da população da raposa, argumento que os caçadores usavam como sendo salvadores da raposa evitando a sua extinção aos mãos do agricultor, hoje dizem o contrário temos de as matar para salvar o agricultor.
A mortalidade da raposa selvagem varia de 50% a 70% por ano. A 50% por ano, só um terço delas vive para o segundo ano, 12 % atingem os 3 anos, 6% os 4 anos, e muito poucas vivem mais de 6 anos, algumas podem atingir 10, mas passam muitas dificuldades. Não caça em matilha, a raposa move­se e caça sozinha, as presas no verão podem seguir a mãe, mas ficam á espera da presa, que aprendem a ver, não a participar.
20% das crias morrem nas primeiras 4 semanas de vida, podendo algumas sobreviventes serem depois mortas na disputa pelo domínio.
As raposas têm vários predadores naturais, texugos, lobos e águias­reais estão acima delas na cadeia alimentar em Portugal, mas devido ao reduzido numero desses predadores, o impacto é nulo.
http://www.thefoxwebsite.org/index.html
Quando vai haver, talvez quando a raposa estiver quase extinta, que se tenha de passar dias para ver uma, ou virtualmente extinta como o lince ibérico ou o lobo que só é visto por quem os acompanha, estuda ou protege. Ou vamos deixar que façam o mesmo que ao javali, e veados mantidos e criados só porque dá divertimento, uma alternativa económica e mantém a camaradagem? Ou vamos depois cria­las e cruzadas como se faz aos veados para caça com a desculpa que, se não estavam extintos.
As razões para a caça á raposa são as mesmas que foram usadas para caçar inúmeros animais, atacam os animais domésticos, criam prejuízo, são selvagens e transmitem doenças.
Dizem ser preciso controla­las para manter o equilíbrio natural dos habitats, normalmente quem diz isso tem hectares de terrenos semeados, baterias de criação de gado, casa construída em terreno virgem, se querem ajudar o ambiente ecologicamente, abandonem a agricultura massificada, deixem a criação de gado intensiva, ajudem a acabar coma poluição.
Querem coboiada, camaradagem, joguem as cartas, a malha, ajudem o vizinho, fazer acções sociais reais, levem as escolas a passear no campo, tirem os velhotes do lar, falem com a vossa mulher os vossos filhos, vão visitar sítios, vão chatear os políticos, mas não cacem por desporto.
Assim já foram tigres, macacos, vários felinos, hoje gasta­se balúrdios de dinheiro e de espírito para os manter vivos, e para muitos já não esperança.
Até quando é que as associações de protecção animais, activistas dos direitos dos animais vão ser considerados os maus e perigosos, quando se vai obrigar os governos a olhar aos interesses de grande parte dos cidadãos.
Não é porque há zoos, parques ecológicos, zonas protegidas, ministérios do ambiente, etc... que as coisas vão melhorar, quem ia gostar que os seus netos só conhecessem animais selvagens fechados, ou controlados, baleias em slides, raposas em portas chaves, coelhos embalados, vacas e porcos nas embalagens de publicidade, ovos carimbados e bonitos, macacos florescentes, com orelhas humanas, ratos geneticamente criados.
A caça desportiva foi o primeiro grande passo para o especismo, quem aceita caça desportiva, não se preocupa com extinção de animais no mundo selvagem, desde que haja criação para caça, o que alias já é um negócio turístico, que rapidamente vai ultrapassar o das peles, que por si é terceiro maior negocio atrás das armas e das drogas, legais e ilegais.
Dizem que a caça esta profundamente enraizada na cultura dos povos, que se caça desde sempre, para começar a caça desportiva começou a uns séculos atrás, antes caçava­se por necessidade, 95% da caça come­se mas não se caça por fome, a caça foi transformada num desporto de fidalgos, para como ainda hoje mostrarem os seus cavalos e sua perícia de tiro, bla bla, durante muitos séculos, a caça grossa era interdita ao povo (ver Robin Hodd) , sendo considerado um acto de rebeldia e traição se cometido. Hoje esta quase no mesmo caminho, muitos caçadores (felizmente) devido a carga económica desistem, mas (infelizmente) por ouro lado os restantes são pessoas com posses que pagam bem, e gastam melhor no negócio da caça, dedicam­se á caça grossa, ajudam a pagar terrenos, cercas, propriedades, cavalos, jipes, locais de criação, de observação, isto para animais de alimento.
Desportos de sangue são defendidos violentamente, a violência usada para caçar, matar, estripar, perseguir, é usada contra qualquer pessoa que se oponha, temos o caso das touradas, e da caça á raposa nos EU e na Inglaterra, países que são os maiores divulgadores e defensores da caça, os mesmos que caçaram sem escrúpulos em África e na Ásia, tigres, búfalos, lobos, elefantes, panteras, gorilas, jaguares, cobras, macacos e pessoas. Hoje a caça sangrenta é mantida maioritariamente nesses países e suas ex colónias, juntamente com França, Alemanha, Portugal e Países com monarquia.
A LUTA É LONGA MAS O PASSO TEM DE SER DADO.

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