LEITURA E PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA LEGIÃO DE MARIA: a
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LEITURA E PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA LEGIÃO DE MARIA: a
LEITURA E PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA LEGIÃO DE MARIA: a leitura como instrumento de inserção ou exclusão para os legionários nos Praesidia. GT6 – Educação, Gênero e Diversidade. Ranúsia Pereira Silva1 Albilene Lins Santos2 Joniely Cheyenne Moura Cruz3 RESUMO Este artigo objetiva desenvolver um estudo exploratório, acerca da importância da leitura para um grupo de mulheres dentro das reuniões ordinárias e demais atividades pastorais desenvolvidas pela Legião de Maria, num Praesidia localizado em Aracaju – SE. A Legião de Maria é um movimento católico que vem sendo difundido no mundo desde 1921. Este movimento procura desenvolver práticas sociais de leitura diferenciadas dentro dos espaços reservados para as reuniões, através da leitura do Manual e da Bíblia, tendo como protagonistas mulheres de uma comunidade local, voltadas para um interesse prioritário e comum, no entanto, o nível de escolaridade da grande maioria dificulta uma participação mais ativa nas atividades presentes nas reuniões. Referendam teoricamente este trabalho autores como SPOSITO (1988),PINTO(1992) e SOARES( 2001 ). PALAVRAS CHAVE: Mulheres, Leitura, Analfabetismo e Legião de Maria. ABSTRACT This article aims to develop an exploratory study about the importance of reading to a group of women within the regular meetings and other pastoral activities developed by the Legion of Mary, a praesidia located in Aracaju-SE. The Legion of Mary is a Catholic movement that has been spread throughout the world since 1921. Divided by Praesidias, which are groups of legionaries, this movement seeks to develop social practices of reading within the spaces reserved for meetings, setting up of different ways, by reading the Bible and Manual, with women as protagonists of a community location, facing a common interest, where most of them ranging from mostly illiterate, literate, educated in high school and in some cases graded level. As the authors emphasize theoretical advocating the context of literacy, literacy and social movements as SPOSITO (1988), PINTO (1992) and SOARES (2001) KEYWORDS: Women, Reading, Literacy and Legion of Mary. 1 Especialista em Didática do Ensino Superior pela Faculdade X, licenciada em Letras Vernácula pela UFS, Membro do Grupo de Pesquisa EDUCON/UFS,membro do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Gestão Socioeducacionais e Formação de Professores(GPGFOP/UNIT/CNPq) e Bolsista do Projeto TRANSEJA(OBSED/CAPES/UNIT). E-mail: [email protected] 2 Licenciada em Matemática pela Universidade Federal de Sergipe. Professora da Rede Estadual. Bolsista-Programa Observatório da Educação – TRANSEJA. Pesquisadora - GPGFOP/UNIT/CNPq; e-mail: [email protected] 3 Mestranda pela Universidade Lusófona, Licenciada em Pedagogia pela UNIT, especialista em Consultoria Educacional pela UNIT e em Gestão Educacional pela Faculdade Pio Décimo, professora de Educação Básica, Bolsista do Projeto TRANSEJA(OBSED/CAPES/UNIT). E-mail: [email protected] CONSIDERAÇÕES INICIAIS Os diferentes espaços onde se dá a alfabetização são inicialmente responsáveis pela não exclusão dos indivíduos, no entanto nem sempre acontece a tão sonhada inclusão devido as formas de atividades vividas em sala de aula. Muitas vezes o espaço de inclusão dá-se fora da sala de aula e por caminhos onde o ato de ler e de ouvir são necessários para suscitar diferentes formas de aprendizagem individual e coletiva. A sociedade “letrada” e grafocêntrica cobra dos indivíduos a sua inserção. Não ser punido com a exclusão social e fazer parte desta exigência e não valorizar as culturas que permeiam o mundo, aquelas associadas à oralidade. À escrita é dado um valor de destaque, onde ela se sobressai sobre todas as demais. São vários os discursos da mídia onde se destaca a importância para a diminuição do analfabetismo, problema que ainda vem a ser no séc. XXI um dos grandes atrasos para nosso país. Este trabalho em favor da diminuição dos índices de analfabetos deverá está presente seja nas práticas escolares, nas reuniões das associações de moradores, nas palestras do posto médico e nas reuniões dos movimentos católicos, leigos ou de diferentes denominações religiosas existentes em nosso país. A partir daí, será apresentada uma breve exposição a respeito não só da importância do ler, ouvir e debater nas reuniões realizadas pela legião de Maria, como também os entraves ocorridos para a socialização da comunicação, uma vez que grande parte das “legionárias” são semialfabetizadas e o movimento mantem uma estrutura onde 80% das suas atividades dependem da escrita e da leitura, não sendo possível muitas vezes levar adiante as atividades onde são necessárias pessoas mais que alfabetizadas pelo grau de exigência observado em suas normas. De acordo com Signorini (1995), a relação entre o nível de instrução e as condições socioeconômicas tem sido muitas vezes demonstrada. Hoje ainda é comum encontrar em plena zona urbana, dotada de classes independentes e programas destinados para a alfabetização de adultos, pessoas analfabetas. Este problema deixou de ser apenas focado no campo, nas periferias, ele se estende e só um fato o diferencia, ou seja, as classes sociais e as profissões ou ocupações temporárias dos indivíduos. HISTÓRICO DA LEGIÃO DE MARIA A Legião de Maria é um movimento da Igreja Católica constituída de leigos e leigas que tem como vocação a Missão Evangelizadora no Mundo. Nasceu em Dublin, em 07/09/1921, véspera da Natividade de Nossa Senhora e por iniciativa de Frank Duff, que reunindo umas quinze pessoas procuravam uma forma de apostolado. O primeiro ato coletivo destes legionários foi ajoelharem em volta de um pequeno altar, onde sobre uma toalha branca, havia uma imagem de N. Senhora Medianeira de Todas as Graças, ladeada de dois vasos de flores e duas velas. Como de costume, os participantes invocaram o Espírito Santo, rezaram o terço e pediram orientação sobre o trabalho a realizar. Este altar foi preparado pela jovem Alice Keogh e o primeiro trabalho legionário foi uma visita a um hospital. O nome Legião de Maria, surgiu quando Frank Duff estava no seu escritório e parou em frente de um grande quadro de Nossa Senhora que ornava uma das paredes surgindo espontaneamente as palavras Legião de Maria. De início, o nome não foi acatado por todos os participantes da primeira reunião, mas incapazes de encontrar um título mais adequado, vieram a aceitar. A Legião de Maria é um movimento formado por grupos de pessoas, devotas a Nossa Senhora, que trabalham nas diversas pastorais com uma espiritualidade própria. e que se reúnem semanalmente para rezarem e programarem atividades para a semana. Ela está à disposição da Autoridade Eclesiástica para toda atividade de apostolado leigo. Executam um trabalho apostólico e definido pelo presidente do Praesidium e prestam contas em cada reunião. Praesidium é o nome dado a cada grupo formado por no mínimo 04 (quatro) membros que passam desenvolver suas atividades como oficiais. São atividades da Legião as visitas aos doentes, aos idosos, a hospitais, às cadeias, às famílias, etc. Trabalham também na catequese e eventualmente na liturgia. O trabalho é feito através de reuniões semanais, leituras do Manual Legionário, leitura da Bíblia, realização de um trabalho substancial semanal sempre em dupla, como manda o evangelho e o compromisso fiel de manter o segredo inviolável de tudo que se passar dentro das reuniões, durante os trabalhos e visitas realizadas para pessoas que não façam parte do Praesidum. A pontualidade e a assiduidade as atividades previstas são pontos de honra na vida legionária e no fortalecimento dos Praesidias. Como oração diária o legionário em cada praesidum recita a Catena Legionis, reza o terço e se cumprimentam ao se encontrarem com a saudação “SALVE MARIA!”. Cada praesidium estão ligados entre si por um Conselho maior, chamado Cúria, responsável por orientar os grupos e recebe o relatório de suas atividades. Estes Conselhos, por sua vez estão ligados a um outro maior, geralmente em nível estadual ou nacional (Comitium ou Senatus) que por sua vez está ligado ao Conselho superior na Irlanda onde a Legião de Maria nasceu. Atualmente o Sistema Legionário está espalhado e funciona ativamente por todo mundo. No Brasil O objetivo principal é a santificação dos seus membros e de todas as pessoas que tiverem contato, já o objetivo específico é a expansão para recrutamento de novos membros, tanto ativos como auxiliares, feito através da entrega de convites pessoalmente nas missas e nas visitas domiciliares batendo de porta em porta, ruas, vilas, apartamentos colocação de cartaz convite na paróquia e realização de missa específica para recrutamento. Após o convite, é dado um prazo de 03(três) meses para que o convidado sinta-se motivado a continuar e ingressar como membro ativo. Para ingressar nas fileiras da Legião faz-se necessário cumprir algumas exigências como ser batizado na igreja católica, cumprir com os sacramentos da igreja, confissão, comunhão, ser casado na igreja católica ou se separados ou divorciados não conviverem em segunda união. Há restrições ditadas pela igreja católica, para o ingresso de pessoas que não se assemelhem ao perfil designado, todavia não constam no Manual Legionário, escrito por seu fundador, Frank Duff, tais exigências. A Legião de Maria também procura divulgar artigos cristãos para leitura, além de disponibilizar matérias específicas no site da nossa Paróquia e / ou por meio da sua biblioteca ambulante existente em alguns Praesidium. Sendo um dos poucos movimentos que possuem um Manual a ser seguido em todas as reuniões, observa-se que ela está organizada assemelhando – se a um exército, nos moldes da antiga Roma, adotando-se a terminologia, as expressões latinas, muitas vezes causam estranheza ao ler, ao pronunciar de um público simples, não acostumado a uma linguagem tão rebuscada. Apesar da formação imitar o exército romano, as tropas, armas, as munições legionárias optam pelas orações e se orgulham por ser um “ Exército em ordem de batalha” a serviço de Deus e da Virgem Maria em busca da fé, auxiliando católicos e não católicos a praticar a sua fé e alcançar a glória de Deus. LEGIÃO DE MARIA NO BRASIL E EM SERGIPE No Brasil, o irmão João Creff, foi o grande responsável pela fundação, desmembramento e formação de Cúria. Foi através de uma solicitação enviada a Dublin por seu intermédio, que chegou ao Brasil a irmã Joaquinna Lucas (Filipina). Enviada a vários países da América, a irmã recebeu em 1954 o irmão Alfonso Lambe em 1954, ensinando-lhe o espanhol. Contando com a ajuda de legionários brasileiros foram fundados vários praesidia: N. Sra. de Fátima, Rainha do Mundo, N. Sra. do Desterro, N. Sra. das Graças. Neste mesmo ano, fundou as duas primeiras Curiae: Immaculata (Copacabana), hoje no Leme e Assumpta (Saúde e toda a zona norte) Implantada em 1950, a Legião de Maria no Brasil teve a cidade do Rio de Janeiro, quando como sua sede. Fundada oficialmente em 24 de outubro de 1951, provisoriamente um praesidium, "Refugium Peccatorum", com 10 legionários. A primeira reunião aconteceu em 07 de julho de 1951 de forma clandestina, uma vez que , o Cardeal do Rio, Dom Jaime de Barros Câmara , não aprovou a instalação da Legião. Várias foram as tentativas para que ele viesse aceitar . Foram grandes os embates para que apenas funcionasse no Santuário de Fátima sem a permissão para desmembramento de novos praesidia. Somente em 1953, foram autorizados os desmembramento para 05 novos praesidia: Regina Angelorum, da Salete; Causa Nostra Laetitiae, de Santa Terezinha (Túnel Novo); Mater Admirabilis, da Santíssima Trindade; e ainda dois, um juvenil e outro adulto para cegos, no Instituto Benjamim Constant. Atualmente a legião está atuando em todo Brasil. Em Sergipe, a Legião teve início em lulho de 1959, através das irmãs Yolanda Vieira Ribeiro - Rio de Janeiro e Julina Almeida – Salvador. Recebidas por Frei Jerônimo as legionárias relataram sua intenção a Dom José Vicente Távora em fundar a Legião de Maria , que abriu as portas da Diocese para a Legião de Maria. A Paróquia de São Pio Décimo, no bairro 18 do Forte, foi a primeira a ser visitada. Lá foram fundados dois praesidia, um somente de homens – Rainha do Sacratíssimo Rosário e outro apenas de mulheres – Rainha da Paz.Também foram implantados Praesidia nas paróquias São José , Catedral e Nossa Senhora de Lourdes. O Presidium Rainha dos Apóstolos, filiado a paróquia Nossa Senhora de Lourdes é o único que permanece desde a sua fundação até hoje. Em 02 de setembro de 1959 foi fundada a Cúria Divina Pastora. Com o crescente trabalho da Legião no Estado em 21 de abril de 1975 foi fundada pelas irmãs Antonieta Rios de Azevedo e Maria Amália – Salvador, a Cúria Mãe da Divina Graça, sua primeira presidente foi irmã Maria Deuma de Souza Soares. E em 07 de novembro de 1982, foi fundado o Comitium Magnificat, primeiro no Estado, tendo como presidente a irmã Maria Clélia Nunes Mota, Dom Hildebrando Mendes Costa o primeiro Diretor Espiritual. Em novembro de 1996 a Cúria Mãe da Divina Graça foi elevada a Comitium, sendo Nilza Silva Oliveira a presidente. Outros Praesidias foram fundados e permanecem até hoje. A Legião de Maria em Sergipe atualmente possui centenas de praesidia localizados e funcionando em 90 % dos salões paroquiais das igrejas católicas sergipanas, na capital e interior. Em novembro de 1996 a Cúria Mãe da Divina Graça foi elevada a Comitium, sendo Nilza Silva Oliveira a presidente.Em 2007, o Senatus de Salvador que sempre assistiu a Legião de Maria em Sergipe viu a necessidade de fundarem uma Régia em Aracaju. Neste mesmo ano, os Senhores Bispos Dom José Palmeira Lessa, Dom Marco Eugênio e Dom Mário Rino Savieri enviaram carta ao Concilium Legionis solicitando a fundação da Regia de Aracaju. Sendo afirmativa, foi autorizada a elevação de Comitium Mãe da Divina Graça a Regia. A LEITURA COMO INSTRUMENTO DE INSERÇÃO OU EXCLUSÃO PARA OS LEGIONÁRIOS. De acordo com Rosemberg(1994) e Carvalho( 2000) o acolhimento dado à mulher pelo sistema educacional somente foi mais amplo na década de 40. Esta luta por uma conquista histórica vem sendo travada também em nossos dias quando observamos os índices de alfabetização feminina sofrem o impacto da idade, ou seja, as mulheres inscritas nos grupos etários mais idosos apresentam maiores taxas de analfabetismo. Especialmente, na população feminina das camadas mais pobres, com mais de 40 anos, encontraremos os maiores índices de analfabetismo, em comparação com o sexo masculino. A Legião de Maria em Sergipe está representada em sua maioria por mulheres pertencentes aos praesidium espalhados nas várias paróquias. São jovens e adultas que muitas vezes não foram alfabetizadas no tempo previsto, como deveriam ou que saíram da escola para cumprirem seu papel de dona de casa, de trabalhadora, mãe, filhas arrimo de família e outras necessidades. Buscando soluções e procurando se fazer presente nas tomadas de decisões, estas mulheres que não estão na escola ou em outros ambientes de aprendizagem, estão inseridas em movimentos e pastorais da igreja católica movidas pela fé, pelo desejo de participação, pelo gosto de servir ao próximo ou apenas pela necessidade de inclusão num determinado grupo dentro de sua comunidade. Cada vez mais, a busca por uma organização, uma identificação dentro de um determinado grupo social se faz necessário a estas mulheres que correm não só em busca da fé, mas também com o ensejo de conhecem seus direitos e deveres. Dentro da organização dos praesidia há uma hierarquia que vai desde o presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro. Para assumir estes cargos de oficiais é feita uma recomendação à Cúria dos membros que atendem a este perfil para que depois sejam consultados e venham a aceitar. Há uma necessidade que este membro oficial que irá ocupar estes cargos dominem e contextualizem as leituras e demais atividades grafocêntricas ali presentes. Cabe ao presidente dirigir a reunião, distribuir os trabalhos semanais, receber os trabalhos dos membros, aplicar os regulamentos legionários em todos os pormenores, preencher o caderno onde constam as atividades previstas na reunião, zelar pelo ânimo e participação dos membros do praesidium mostrando entusiasmo durante a reunião para que esta não seja realizada de forma mecânica, monótona e sim levar que todos participem e expressem suas opiniões e apresentar na Cúria semestralmente o Relatório das atividades do praesidium. (Manual da Legião de Maria p.209).Para o vice presidente, é dever participar das reuniões da Cúria, auxiliar o presidente observando os pormenores ,dar as boas vindas aos legionários e visitantes que participem da reunião, responsabilizar-se por preencher o caderno de chamada, cuidar para que os legionário faltosos retornem ao praesidium, lembrar ao presidente a visitas aos legionários auxiliares, cuidar da lista dos aniversariantes sejam eles oficiais, ativos ou auxiliares e assumir a presidência na ausência prolongada do titular.(Manual da Legião de Maria p.213).Dentro da legião além dos oficiais temos a categoria dos membros ativos, dos auxiliares e auxiliares adjutores. Os ativos frequentam semanalmente as reuniões e participam do trabalho destinado pelo presidente. Os auxiliares são aqueles que fizeram a promessa legionária, e renovam ano a ano por ocasião da “Festa da Ácieis”, mas não tem disponibilidade de frequentar por inúmeros motivos. Participam oferecendo orações do terço e da catena legionis às obras da Legião de Maria pela intercessão do Espírito Santo. Os adjutores rezam as orações da tessera, participam da missa, comungam e rezam o ofício aprovado pela igreja. (Manual da Legião de Maria p.95). A Ácieis é uma solenidade da Legião de Maria destinada à consagração coletiva e individual dos seus membros. É realizada em 25 de março ou em data mais próxima. Ao secretário cabe a tarefa onde mais se faz necessário a presença de pessoas preparadas para ocupar este cargo. Não basta a fé e a disposição para trabalho. A ele cabe além de participar das reuniões da Cúria, redigir as atas do praesidium, cuidando da sua redação para que não seja nem breves nem longas, mas coerentes com o que foi tratado, apresentar em leitura semanal todos os assuntos tratados e os trabalhos realizados por cada dupla legionária, expedi todos os documentos solicitados pela Cúria, zelar pela correspondência do praesiduim, avisos, convites (Manual da Legião de Maria p.215). Complementado o quadro passaremos ao tesoureiro, responsável pelos pagamentos, coletas realizadas nas reuniões que serão encaminhadas à Cúria detalhar a receita recebida, gastos e discriminar gastos efetuados em seu caderno de anotações, e prestar contas de toda documentação referente ao seu cargo. as receitas quando .(Manual da Legião de Maria p.216) Ao inserir - se no movimento, muitos legionários passam a participar com membros oficiais e ativos necessitando atuar dentro de uma hierarquia que exige não apenas o amor, a dedicação, a participação ativa, mas além de tudo uma preparação, conhecimento e desenvolvimento no ato de da leitura e da escrita. Participar do movimento legionário é inserir-se numa organização que se assemelha aos moldes do exército romano, com regras e rotinas a seguir. Mesmo sem ter o “preparo” necessário, ninguém que corresponda ao perfil, já mencionado é “ barrado “ ou impedido de pertencer as fileiras do exército em ordem de batalha, no entanto, mesmo contando com ajuda dos outros membros pertencentes ao praesidia, há uma grande dificuldade em consegui novos membros oficiais a cada três anos de mandato cumprido. Muitas são as vezes em que oficiais de praesidia ficam no cargo por mandatos seguidos pela falta de quem os substituam. A Legião de Maria não é formada por um público essencialmente de adultos, nela há também os praesidia juvenis onde as dificuldades enfrentadas não estão voltadas para a dificuldade em conseguir membros oficiais aptos a ler e desenvolver suas funções. Nos praesidia juvenis ocorrem dificuldade quanto aos dias e horários de realização das reuniões, como também de um espírito mais responsável para o desenvolvimento dos trabalhos semanais. A juventude, ávida por novidades, cheia de fé e participa ativamente dos trabalhos e reuniões. Observamos que mesmo tendo as políticas públicas voltadas para o atendimento às pessoas jovens e adultas priorizando o atendimento às mulheres acima dos 30 anos que na sua maioria representam as legionárias, este resultado ainda precisa melhorar muito, pois não chega a ser o esperado. Nesta faixa de idade, em cumprimento ao princípio constitucional que lhes assegura o direito à educação, membros de ambos os sexos deverão ter acesso á educação e muitos procuram alfabetizarem-se matriculando-se em programas de alfabetização oferecidos pelo governo estadual, no entanto, ao longo do percurso são desestimulados por não conseguirem alcançar seus objetivos, que em muitos dos casos seria a leitura da bíblia, de um simples bilhete, da leitura espiritual , ou da leitura do manual da Legião de Maria e saem sem concluir o curso . Entretanto, nos deparamos com a ausência de uma política nacional articuladora das mais variadas experiências, projetos, iniciativas e ações que tentam, hoje, assumir as demandas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em decorrência desta ausência de ações mais focadas o resultado se traduzindo em ações fragmentadas e desarticuladas, que surgem, desenvolvem-se e, muitas vezes, extinguem-se, sem que resultem efetivamente em políticas de EJA. (Soares, 2001:206) PARTICIPAÇÃO : ALFABETIZAR -SE É INÍCIO DO CAMINHO PARA A INSERÇÃO . A Legião de Maria não é formada por um público essencialmente de adultos, nela há também os praesidia juvenis onde as dificuldades enfrentadas não estão voltadas para a dificuldade em conseguir membros oficiais aptos a ler e desenvolver suas funções. Nos praesidia juvenis ocorrem dificuldade quanto aos dias e horários de realização das reuniões, como também de um espírito mais responsável para o desenvolvimento dos trabalhos semanais. A juventude, ávida por novidades, cheia de fé e participa ativamente dos trabalhos e reuniões. Ao inserir - se no movimento, muitos legionários passam a participar com membros oficiais e ativos necessitando atuar dentro de uma hierarquia que exige não apenas o amor, a dedicação, a participação ativa, mas além de tudo uma preparação, conhecimento e desenvolvimento no ato de da leitura e da escrita. Ser participativo e atuante como legionário é inserir-se numa organização assemelhando-se aos moldes do exército romano, com regras e rotinas a seguir. Mesmo sem ter o “preparo” necessário, para a compreensão e leitura, ninguém que não corresponda ao perfil, é “ barrado “ ou impedido de pertencer as fileiras do exército em ordem de batalha, no entanto, mesmo contando com ajuda dos outros membros pertencentes ao praesidia, há uma grande dificuldade em consegui novos membros oficiais a cada três anos de mandato cumprido. Muitas são as vezes em que oficiais de praesidia ficam no cargo por mandatos seguidos pela falta de quem os substituam. Observamos que mesmo tendo as políticas públicas voltadas para o atendimento às pessoas jovens e adultas priorizando o atendimento às mulheres que por inúmeros motivos não tiveram acesso a educação ou optaram por não dar continuidade aos estudos para assumirem seus papéis de mãe, esposas, trabalhadora, arrimo de família e demais tarefas que as impediram de continuar no ambiente de aprendizagem. Esta opção, na maioria das vezes não voluntária, fez com que muitas mulheres acimas dos 15 anos tivesse esta como sua única opção. Segundo dados da UNESCO ( Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1958, considerava como alfabetizado um indivíduo que fosse capaz de ler e escrever um enunciado simples. Já em 1978, a mesma organização passou a adotar o conceito de analfabetismo (falta de instrução, sobretudo da elementar: ler e escrever) e alfabetismo funcional(indivíduo capaz de utilizar a leitura e escrita frente às demandas de seu contexto social e usar essas habilidades para a continuidade de seu aprendizado. Ainda sobre esta afirmação, considera-se alfabetizado funcional, o indivíduo com mais de 15 anos de idade e menos de 4 anos de escolaridade. Assim sendo, Stripling e Eric (1992) afirmam que “[...] ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de hoje”. É necessário ir mais além que decifrar os versículos bíblicos ou fazer uma leitura breve do manual. A leitura deve partir da vontade, de forma espontânea, de forma a ser contextualizada e direcionada, desenvolvendo a habilidade de ler, compreender, interpretar, refletir, traduzir e avaliar informações criticamente colhidas a cada leitura. Para tornar-se um sujeito participativo tais habilidades deverão estar bem presentes a cada exercício de leitura feito nas reuniões e o ato de reunirem-se semanalmente é uma forma de exercitar estas habilidades, aprendendo e discutindo sobre temas oferecidos de forma viva, contextualizada fugindo do modo mecânico e obrigatório de ler para que seja cumprida a pauta das reuniões. Participar inserindo é mais que vencer uma educação fragilizada, sendo urgente a necessidade de tomarmos medidas mais direcionada no tocante a levar programas de alfabetização que atuem dentro de uma sociedade moderna dominada pela tecnologia, que se voltem para o contexto social das classes e de seus diferentes contextos sociais, seus reclames, mostrando como aplicar um aprendizado favorável as necessidades dos indivíduos. Objetivando oferecer programas de alfabetização para adultos, nesta faixa de idade, em cumprimento ao princípio constitucional que lhes assegura o direito à educação, membros de ambos os sexos deverão ter acesso á educação e muitos procuram alfabetizarem-se matriculando-se em programas de alfabetização oferecidos pelo governo estadual, no entanto, ao longo do percurso são desestimulados por não conseguirem alcançar seus objetivos, que em muitos dos casos seria a leitura da bíblia, de um simples bilhete, da leitura espiritual , ou da leitura do manual da Legião de Maria e saem sem concluir o curso. Entretanto, nos deparamos com a ausência de uma política nacional articuladora das mais variadas experiências, projetos, iniciativas e ações que tentam, hoje, assumir as demandas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com a autora, muitas vezes em decorrência desta ausência de ações mais focadas o resultado é traduzido em ações fragmentadas, desarticuladas que surgem, desenvolvem-se e, muitas vezes, extinguem-se, sem que resultem efetivamente em políticas de EJA. (Soares, 2001:206) CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dessa avaliação inicial, através dos dados coletados nas pesquisas bibliográficas, participação das reuniões, e na leitura minuciosa do manual legionário, no tocante às práticas de leituras desenvolvidas nas reuniões e no grau de responsabilidade que o movimento requer de cada membro oficial, ainda não é possível encaminhar um procedimento mais efetivo que favoreça aos membros acompanhar de forma mais satisfatória as demandas sugeridas pela legião de Maria. Sabemos que este movimento contribui significativamente par o desenvolvimento de competências da oralidade e da escrita de forma dinâmica e diversificada. A cada reunião são lidas leituras seja do manual ou da bíblia e muitas vezes grande parte dos participantes limitam-se a ouvir, a imitir seu comentário quando solicitado, no entanto a competência da leitura não é efetivada por falta dos requisitos básicos. Considerada como meio de inserção na sociedade, as reuniões compartilham um espaço de socialização da fé, das experiências diárias e promove um processo dialógico entre as pessoas, facilitando a comunicação, a inclusão através de outras atividades onde não seja necessário ler ou escrever. Se por um lado os legionários tem que tomar conhecimento dos temas sugeridos pelo manual, lendo, escrevendo e ouvindo sugere-se que os membros sejam incentivados a continuarem nos programas de alfabetização, como forma de garantir o sucesso dos objetivos tão desejados por cada um deles. Que os programas de alfabetização oferecidos priorizem trabalhar não só assuntos pontuais e aligeirados para atenderem as necessidades dos alunos que ali frequentam, mas que se desprendam da pedagogia tradicional de transmissão de conteúdos e promovam a participação ativa dos alunos na construção de conhecimento. Sabemos que a apropriação de saberes não acontecem num determinado período de escolarização, são necessárias investidas e ações contínuas durante o processo de aprendizagem sem esquecer de valorizar os conhecimentos que este aluno já detém, entender quando os novos conhecimentos não são aceitos de imediato pelos alunos e procurar resolver as tensões geradas pelo processo dialético de interação social. O crescimento de adultos que buscam a escola e lá permanecem até a conclusão de seu processo de escolarização tardia deve-se ao fato de muitos educadores estimularem a participação e contextualizar alfabetização. Soares (2005) relata em uma entrevista cedida ao Observatório da Educação que, o formato inicial do Programa Brasil Alfabetizado o aproximou das antigas campanhas de alfabetização, duramente criticadas. Com isso, perdeu- se tempo em redesenhá-lo, para que correspondesse aos avanços obtidos no campo de estudo e atuação. Desta forma, há de destacar-se o debate contemporâneo a respeito da Educação de Jovens e Adultos e a necessidade de uma análise dos problemas de inadequação de propostas curriculares nesta modalidade de ensino. Os conhecimentos necessários para jovens e adultos que buscam uma escolarização tardia devem contemplar a relação com a vida cotidiana como meio para autonomia do sujeito. Portanto, cabe não apenas à escola, mas a igreja, aos movimentos sociais, as diferentes pastorais e Legião de Maria contribuir para que cada vez mais se desenvolvam competências e habilidades para construção e utilização de diferentes estratégias de ensino. 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