1 1. INTRODUÇÃO Para uma boa qualidade textual, faz

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1 1. INTRODUÇÃO Para uma boa qualidade textual, faz
1. INTRODUÇÃO
Para uma boa qualidade textual, faz-se necessário conhecer as regras prescritas pela
Gramática Normativa. É o conhecimento sobre tais regras que garante a perfeita
comunicação.
2. CONCORDÂNCIA
1) Concordância Nominal
REGRA GERAL: O Pronome adjetivo, o Adjetivo, o Numeral e o Artigo (PANA) concordam
com o substantivo a que se referem em gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural).
→ Os advérbios são invariáveis.
A saber:
PRONOME ADJETIVO=> refere-se sempre a um SUBSTANTIVO (esse, este, aquele, meu,
teu, seu, etc.).
Esse aluno é inteligente.
Meu caderno está emprestado.
O seu nome é Carlos.
ADJETIVO=> caracteriza o SUBSTANTIVO.
A noite está linda.
O aluno é inteligente.
Você parece feliz.
NUMERAL=> indica quantidade e ordem dos seres (um, dois, primeiro, segundo, dobro,
quádruplo, um terço, meio, etc.).
Dois amigos me visitaram.
Um quarto da população brasileira não trabalha.
ARTIGO=> determina ou indetermina o SUBSTANTIVO (o, os, a, as, um, uns, uma, umas).
Encontrei o professor.
Encontrei uns professores.
ADVÉRBIO=> a função dessa classe gramatical é modificar o VERBO, o ADVÉRBIO e o
ADJETIVO.
Estava muito feliz.
Chegou tarde.
Dormiu muito cedo.
1
Resumindo:
Se houver:
MENOS,
ALERTA.
É BOM,
É NECESSÁRIO,
É PROIBIDO.
SÓ,
ANEXO*,
PRÓPRIO,
MESMO**,
INCLUSO,
OBRIGADO.
BASTANTE,
MUITO, MEIO.
PRONOMES DE
TRATAMENTO
PRONOME ADJETIVO,
ADJETIVO, NUMERAL E
ARTIGO (PANA)
Referem-se a: SUBSTANTIVOS
ADVÉRBIOS
Referem-se a:
VERBOS, ADVÉRBIOS e
ADJETIVOS
Regra:
Advérbios,
portanto
invariáveis
Exemplo:
Houve menos candidatas neste concurso.
Os homens estavam alerta.
Vitamina é bom.
Essa vitamina é boa.
Água é necessário.
A água é necessária.
É proibido entrada.
É proibida a entrada.
Invariável se não
há determinantes;
variável, se há.
Variável se
adjetivo; invariável
quando advérbio.
Variável se
adjetivo; invariável
se advérbio.
Com as formas de
tratamento, faz-se,
geralmente, a
concordância com
o sexo das
pessoas a que se
referem. Nada
impede que a
concordância seja
feita com o
pronome, o qual é
feminino.
Estou me sentindo só.
Estamos sós.
Seguem anexas as notas.
Os documentos estão anexos.
Ela mesma (própria) entregou o documento.
Elas mesmas (próprias) resolveram o problema.
Os documentos seguem inclusos.
A fotografia segue inclusa.
Ela disse obrigada.
O garoto disse obrigado.
As secretárias disseram obrigadas.
Eles estão bastante (muito) alegres.
Há bastantes (muitos) carros aqui.
Já é meio-dia e meia (hora). (metade)
Ela está meio chateada. (um pouco)
Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir
ao III Seminário do IDEAL.
Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das
conclusões do III Seminário do IDEAL.
*A expressão “em anexo” é, porém, invariável (advérbio); a expressão “a sós” também.
Ex.:
Os documentos seguem em anexo.
As guias estão em anexo.
2
Quero ficar a sós.
Queremos ficar a sós.
** A palavra “mesmo” não varia quando está no sentido de “realmente, de fato”, pois é advérbio.
Ex.:
Eles vieram mesmo!
2) Concordância Verbal
REGRA GERAL: Os verbos concordam com o sujeito a que se referem em NÚMERO e PESSOA.
Concordância do verbo com o sujeito simples
Regra
Exemplo
1. Quando o sujeito for um substantivo O pessoal chegou.
coletivo, o verbo fica no singular.
O casal veio. Chegaram* atrasados.
2. Se o sujeito coletivo estiver (*correto: chegou)
especificado por meio do adjunto,
admitem-se as duas formas.
O grupo de estudantes protestavam/protestava).
A maioria das pessoas reclamam/reclama da vida.
3. Quando o sujeito é um nome próprio
que só se utiliza no plural, se não vier
precedido pelo artigo, o verbo ficará no
singular.
4. Quando o sujeito for um pronome de
tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa.
5. Quando o sujeito contiver uma
expressão que denota quantidade
aproximada (cerca de, perto de, mais de,
menos de), o verbo concorda com o
numeral.
Minas Gerais produz leite.
As Minas Gerais produzem leite.
Estados Unidos é potência mundial.
Os Estados Unidos são potência mundial.
Vossa Senhoria está melhor agora?
Você quer água?
Cerca de dez mil pessoas assistiram aos fogos.
Mais de uma pessoa fez os exercícios.
Concordância do verbo com o sujeito composto
Regra
Exemplo
1. Se o sujeito estiver anteposto ao O fazendeiro e o delegado compareceram à
verbo, este fica no plural.
reunião.
2. Se o sujeito estiver posposto ao verbo,
este pode concordar com o núcleo mais
próximo ou com todos.
Compareceu/compareceram à reunião o fazendeiro
e o delegado.
3. Se o sujeito for constituído por Eu, tu e ele (=nós) precisamos ganhar algum
pessoas gramaticais diferentes, o verbo dinheiro.
fica no plural. A pessoa de número
gramatical menor prevalece sobre as Tu e ele (=vós ou vocês) sois (ou são) amigos?
demais.
4. Se os elementos do sujeito estiverem
unidos por ou, o verbo pode ficar no
singular ou plural, dependendo do valor João ou Pedro dirigirá agora.
semântico da conjunção:
Cinema ou teatro agradam-me.
exclusão: singular
adição: plural (tanto um como o outro)
3
Concordância do verbo SER
Regra
Exemplo
1. Quando o predicativo ou o sujeito for Os livros são a minha paixão.
nome de coisa e um estiver no singular e
outro no plural, o verbo fica, de A minha paixão são esses discos antigos.
preferência, no plural.
Também se pode fazer a concordância A vida é esperanças.
com o termo que se quer enfatizar.
2. Na indicação de hora e distância, o É uma hora.
verbo concorda com o predicativo. Nesse São três horas.
caso ele é impessoal.
Daqui até a feira, é 1 km.
Daqui até lá, são 10 km.
3. Na indicação de dia do mês, o verbo É (dia) doze de junho.
admite duas construções.
São doze (dias) de junho.
Casos Especiais
Regra
Exemplo
1. Verbos transitivos diretos (VTD),
quando apassivados pelo pronome se,
Vendem-se casas a prazo.
concordam com o sujeito.
Aluga-se cadeira.
Alugam-se cadeiras.
2. Os verbos de ligação, intransitivos e
transitivos
indiretos
seguidos
da
partícula se (índice de indeterminação
do sujeito) ficam na 3ª p. do singular,
porque seu sujeito é indeterminado.
3. Os verbos impessoais (exceto ser)
ficam na 3ª p. do singular:
Precisa-se de funcionários.
Já houve duas discussões sérias entre nós.
-Haver (no sentido de existir/ter ou
tempo decorrido)
-Fazer (no sentido de tempo decorrido
ou clima)
-Ir [para] (no sentido de tempo)
Há trinta pessoas aqui.
-Verbos que exprimem fenômeno da
natureza como: chover, anoitecer,
amanhecer, ventar, nevar, etc.
Vai para quinze anos que me formei.
Obs.: Os verbos que designam
fenômeno
da
natureza,
quando
estiverem
no
sentido
metafórico,
concordaram com seu sujeito.
Choveram flores no meu jardim.
Faz vinte anos que não o vejo.
No sertão, faz invernos quentes.
Ventou ontem.
Os meus sonhos amanheceram.
3. REGÊNCIA
Há verbos que admitem mais de uma regência. Geralmente, a diversidade de
regência corresponde a uma diversidade de significados do verbo.
Quadro de verbos cuja regência suscita dúvidas:
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-Sorver, respirar
Aqui aspiro um ar puro.
Aspirar
-Pretender, desejar
Aspiro a uma vida longa.
-Ver, observar
Assistimos ao jogo ontem.
-Pertencer, caber
É um direito que assiste a todos.
Assistir
-Ajudar, auxiliar
Os médicos assistiram aquela criança.
Chegar e Ir
Esquecer
e Lembrar
-Morar, residir
Ele assiste em Cabo Frio.
-Exigem a preposição a quando indicam lugar
Cheguei a casa.
Fui ao parque.
-Quando não pronominal, não pede preposição
Esqueci o carro na rua.
Lembrei o dia do seu aniversário.
-Quando pronominal, exige a preposição de.
Esqueci-me de lavar a roupa.
Lembrei-me do dia do seu aniversário.
-Acarretar
Descuidos sempre implicam acidentes.
Implicar
-Chatear
Júlia implicou com Ana.
-Avisar, notificar, comunicar
Informei os alunos.
Informar
Obedecer e
Desobedecer
Pagar
e
Perdoar
Avisei o fato a uma autoridade.
Informou sua resolução aos colegas.
-Exigem a preposição a
Obedeça a Deus.
A criança desobedeceu aos seus pais.
-Quando o complemento é coisa
Paguei o livro sem reclamar.
Os credores não perdoaram a dívida.
-Quando o complemento é pessoa
Perdoamos ao colega que nos ofendeu.
Pagamos a conta a um desconhecido.
-Escolher entre duas ou várias coisas
Prefiro queijo a presunto.
Preferir
-Dar primazia
Prefiro viver aqui.
-Desejar
Quero ficar mais um pouco.
Querer
-Estimar, querer bem
Quero a meus amigos.
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Simpatizar
e Antipatizar
-Exige a preposição com; não são pronominais
Simpatizo com você.
Antipatizo com fulano, sicrano e beltrano.
-Mirar, pôr visto
O atirador visou o alvo.
O gerente visou o cheque.
Visar
4.
-No sentido de pretender, pede preposição a
PR
Viso a uma velhice tranquila.
ON
OMES DE TRATAMENTO
•
•
Utilize VOSSA EXCELÊNCIA (V. Ex.ª) para:
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Chefe do Estado Maior das Forças Armadas
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República
Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República
Consultor Geral da República
Chefe do Serviço Nacional de Informações
Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas dos Estados
Governadores de Estado e Vice-Governadores
Prefeitos Municipais
Secretários de Estado
Senadores
Deputados
Juízes do Trabalho, Juízes de Direito e Juízes Eleitorais
Procurador Geral da República
Embaixadores e Cônsules
Generais e Marechais
Altas autoridades
o
VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exm.º Sr.) e Meritíssimo (M.) para
juízes
Utilize VOSSA SENHORIA (V.Sª) para:
o
o
o
o
•
Utilize VOSSA EMINÊNCIA (V.Em.ª) para:
o
o
•
Funcionários graduados
Organizações comerciais e industriais
Particulares em geral
VOCATIVO: Ilustríssimo Senhor (Ilmº Sr.)
Cardeais
VOCATIVO: Eminentíssimo Senhor (Emmº.Sr.)
Utilize VOSSA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA (V.Exª.Revmª) para:
o
o
Arcebispos e Bispos
VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exmº.Sr.)
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•
Utilize VOSSA SANTIDADE (V.S.) para:
o
o
•
Utilize REVERENDO (Revdº.) para:
o
o
o
o
•
Reitores de Universidades
VOCATIVO: Magnífico Reitor
Utilize VOSSA MAJESTADE (V.M.) para:
o
o
o
•
Sacerdotes
Clérigos
Religiosos
VOCATIVO: Reverendo
Utilize VOSSA MAGNIFICÊNCIA para:
o
o
•
Papa
VOCATIVO: Santíssimo Padre ou Beatíssimo Padre
Imperadores
Reis
Rainhas
Utilize VOSSA ALTEZA (V.A.) para:
o
Príncipes e Princesas
Atenção: Existem duas possibilidades de tratamento a autoridades:
•
•
VOSSA - quando nos dirigimos à Autoridade, como na frase “Vossa Excelência
viajará amanhã?”
SUA - quando nos referimos à Autoridade, como na frase “Sua Santidade avisa que
concederá audiências.”
5. ACENTUAÇÃO
• TIPOS DE ACENTOS E SINAIS GRÁFICOS
a) ( ´ ) acento agudo: indica a tonicidade das vogais de timbre aberto.
Cajá, café, saída, repórter, saúde
b) ( ^ ) acento circunflexo: indica a tonicidade das vogais a, e e o de timbre fechado.
Lâmpada, você, capô
c) ( ` ) acento grave: indica a fusão da preposição a com o artigo a, as e com os
pronomes demonstrativos a, as, aquele e suas flexões.
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Ele foi a a praia. = Ele foi à praia.
d) ( ~ ) til: indica nasalização e é usado sobre a e o.
Lã, põe, cãibra, órgão, lãnzinha
e) ( ¨ ) trema: era aplicado no u, depois de q ou g, caso fosse pronunciado. Esse sinal era
utilizado para que a combinação das letras não fosse confundida com dígrafo.
Tranqüilo - guitarra
f) ( ’ ) apóstrofo: indica supressão de uma letra (geralmente uma vogal):
pau-d’álho, c’roa
• CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da língua portuguesa que
contêm duas ou mais sílabas são classificados em:
a) Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
avó, urubu, parabéns
b) Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
dócil, suavemente, banana
c) Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
máximo, parábola, íntimo
• ACENTUAM-SE:
a) Monossílabos tônicos terminados em A, E e O seguidos ou não de S.
pá, pé, pó, pés
b) As oxítonas terminadas em A, E, O e EM seguidos ou não de S e ditongos ÉU, Éi e ÓI,
seguidos ou não de S.
a(s):
e(s):
o(s):
em, ens:
éi (s):
éu (s):
ói (s):
sofá, sofás
jacaré, vocês
paletó, avós
ninguém, armazéns
anéis, fiéis, papéis
troféu, céus
herói, constróis
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c) As paroxítonas terminadas em:
fácil
pólen
cadáver
bíceps
tórax
vírus
júri, lápis
iândom, íons
álbum, álbuns
órfã, órfãs, órfão, órfãos
jóquei, túneis
l
n
r
ps
x
us
i, is
om, ons
um, uns
ã(s), ão(s)
ditongo oral (seguido ou não de s)
Psiu, Laila não usa xale rasgado.
Comi atum, maçã, mamão e bombom. => S
d) Todas as proparoxítonas:
trágico, patético, árvore
e) Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "nh".
Exemplos:
sa - í - da
e - go - ís-mo
sa - ú - de
Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
ju - iz
ra - iz
ru - im
ca - ir
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.
Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas
por outras razões. Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".
f) Acento Diferencial
1)Verbos Ter e Vir
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Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir,
etc.). Veja:
Ele tem
Eles têm
Ela vem
Elas vêm
Ele retém
Eles retêm
Ele intervém
Eles intervêm
Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:
ele detém -eles detêm
ele advém -eles advêm.
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos são utilizados para
diferenciar palavras homógrafas (de mesma grafia). Veja:
2) pôde / pode
Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder. Pode é a forma do
presente do indicativo.
O ladrão pôde fugir.
O ladrão pode fugir.
3) pôr / por
Pôr é verbo e por é preposição.
Você deve pôr o livro aqui.
Não vá por aí!
• MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO
a) Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era
Como fica
alcalóide
alcaloide
alcatéia
alcateia
andróide
androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide
asteroide
bóia
bóia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser
acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s).
Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.
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b) Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem
depois de um ditongo decrescente.
Como era
Baiúca
Bocaiúva
cauíla
feiúra
* bocaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
Como fica
baiuca
bocaiuva*
cauila**
feiura
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era
Como fica
abençôo
abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo
enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos
voos
zôo
zoo
d) Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser
pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era
agüentar
argüir
bilíngüe
cinqüenta
delinqüente
Como fica
aguentar
arguir
bilíngue
cinquenta
delinquente
• USO DO HÍFEN COM PREFIXOS
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por
prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos
(aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.).
Casos gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
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anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra. Exemplos:
micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a
outra palavra. Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo
* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram- se essas
letras. Exemplos:
minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta
• CASOS PARTICULARES
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplos:
sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e
vogal. Exemplos:
circum-murado
circum-navegação
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pan-americano
3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h.
Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se
essas letras.
Exemplos:
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
cosseno
6. ORTOGRAFIA
Emprego dos Porquês
POR QUE
A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo
(que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":
Exemplos:
Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
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Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo,
equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).
Exemplos:
Estes são os direitos por que estamos lutando.
O túnel por que passamos existe há muitos anos.
POR QUÊ
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de
interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê,
pois, devido à posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico. Exemplos:
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será deselegante se você perguntar novamente por quê!
PORQUE
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como.
Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa. Exemplos:
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
PORQUÊ
A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e
normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exemplos:
Não consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.
Emprego de algumas palavras que suscitam dúvidas:
mais = é antônimo de menos
más = é sinônimo de ruins
mas = equivalente a porém
há = verbo haver (existir/ter)tempo decorrido (passado /presente)
a = idéia de tempo futuro ou distância.
mau = adjetivo; opõe-se a bom.
mal = pode ser advérbio, conjunção ou substantivo; opõe-se a bem.
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ERRADO
estrupo
pobrema/poblema
mortandela
seje; esteje
mendingo
muchar
própio
iorgute
frustado
prostado
sombrancelha
discursão
ERRADO
ureter
cateter
gratuito
rubrica
CERTO
estupro
problema
mortadela
seja; esteja
mendigo
murchar
próprio
iogurte
frustrado
prostrado
sobrancelha
discussão
CERTO
ureter
cateter
gratuito
rubrica
7. PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação têm a função de reproduzir na escrita alguns dos inúmeros
recursos que temos na fala, tais como as pausas e a melodia da frase.
I) Sinais que marcam pausa:
• Vírgula (,)
Marca uma pausa de pequena duração, sem marcar o final do enunciado. É o sinal
que possui a maior variedade de uso e, por isso mesmo, é o que oferece maior
oportunidade de erro. Emprega-se vírgula para:
1. Separar elementos de uma enumeração:
O quarto tinha uma mesa, uma cama, uma cadeira.
O quarto tinha uma mesa, uma cama e uma cadeira.
2. Separar o aposto:
O avô do prefeito, um espanhol chamado Luciano, era um valente líder da classe dos
carroceiros.
3. Separar o vocativo:
Joana, faça os exercícios.
4. Separar o adjunto adverbial antecipado:
Efetivamente, a cidade teve um progresso rápido.
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5. Isolar o nome do lugar nas datas:
Cabo Frio, 21 de setembro de 2012.
6. Indicar a omissão de um termo:
No meio do salão, a mesa de jantar e no palco, a cantora.
• Ponto (.)
O ponto representa uma pausa longa. É utilizado quando queremos marcar o fim de
uma oração declarativa.
Hoje farei todos os exercícios.
• Ponto e vírgula (;)
Marca uma pausa mais longa que a vírgula, porém menor que o ponto. Trata-se, pois,
de uma pausa de duração intermediária.
1. Serve para separar enumerações:
Considerando:
a) A desvalorização da moeda;
b) As altas taxas de juro;
c) O congelamento de salários;
d) O crescente desemprego;
resolvemos revogar as medidas anteriormente editadas.
2. Separar orações que já sejam quebradas por vírgula:
Com razão, aquelas pessoas, muitas vezes, reivindicam seus direitos; porém os
insensíveis burocratas, em tempo algum, deram atenção a elas.
II) Sinais que marcam melodia
• Ponto de Interrogação (?)
Usado sempre que houver uma interrogação direta.
— Você sabe que dia é hoje?
• Ponto de Exclamação (!)
Deve ser usado depois de uma frase para exprimir um alto grau de surpresa,
incredulidade ou outra forte emoção.
— Não posso acreditar!
• Dois Pontos (:)
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Utilizado no meio da frase, serve de relação entre suas duas partes: a primeira é uma
espécie de introdução, que deve ser uma oração completa; a segunda pode ser uma série
de itens, uma citação, uma explicação ou um esclarecimento.
Gosto muito de frutas: pitanga, açaí e goiaba.
Marcos disse: “Tire esse cachorro do meu quintal”.
Uma coisa era certa: ele não tinha paciência.
• Travessão (—)
Usa-se o travessão:
1. Para indicar nos diálogos a mudança de interlocutor.
Júlia perguntou: — Por que não vamos ao cinema?
Cris respondeu: — Porque estou sem dinheiro.
2. Para separar, destacar expressões intercaladas.
Depois do almoço, nós — eu, meu irmão e João — fomos andar pela praia.
• Aspas (“”)
Empregam-se as aspas para:
1. Isolar uma citação textual:
Otto Lara Resende, em artigo na Folha de São Paulo, afirma: “Bandeira foi o mais musical
de nossos poetas.”
2. Isolar palavras ou expressões que sejam estranhas à língua culta, tais como gírias,
expressões populares, palavrões, estrangeirismos, neologismos e arcaísmos.
Era uma pessoa muito “careta”.
Moravam num “flat”.
3. Dar destaque a alguma palavra ou expressão, ou para mostrar que determinada palavra
está sendo utilizada fora do seu sentido original, normalmente em seu sentido irônico.
Você teve uma ideia “brilhante”.
• Reticências (...)
Indicam uma interrupção da sequência lógica da frase, com consequente suspensão
da melodia.
Sabe..., eu estava pensando..., bem...
• Parênteses (())
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São utilizados para separar, num texto, indicações, explicações, ou comentários
acessórios.
Ela era calada (por não ter o que dizer), mas gostava de ruídos. (Clarice Lispector)
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