sumário - Mendel Vilas
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sumário - Mendel Vilas
COLÉGIO VILAS ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV SUMÁRIO HIDROGRAFIA................................................................ 2 HIDROGRAFIA BRASILEIRA .............................................. 6 OCEANOGRAFIA............................................................21 1 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS HIDROGRAFIA Foto: Yomar Seixas A água é um elemento essencial para a vida humana. Ocupa cerca de 71% dos 510 milhões de km² da área total da superfície do planeta, sendo representada, sobretudo, pelos oceanos e mares, mas também, pela água dos rios, lagos e geleiras. Dentre os diversos benefícios que a água proporciona para nós podemos citar: regulação térmica; agricultura (através da irrigação); produção de energia (hidrelétricas); meio de transporte (tanto nos continentes, pelos rios e lagos, como nos mares e oceanos); abastecimento humano; suprimento de alimentos (pesca) e outros. A parte da geografia que estuda as águas é a Hidrografia. Essas águas podem ser correntes, paradas, oceânicas e subterrâneas e o conjunto de todas das águas presentes no planeta constitui a hidrosfera. Fonte: National Geographic, Ser. 2002. Encarte A saúde do planeta. 2 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS ÁGUAS CONTINENTAIS As águas continentais são de grande importância para a vida humana. Diferente das águas oceânicas, que não podem ser consumidas diretamente, as águas continentais são, na sua maioria, potáveis (quando ainda não sofreram ação deteriorante). As águas doces representam aproximadamente 2,5% das águas que recobrem a Terra, dos quais 2% estão retidos em calotas polares. Em vista da pequena quantidade de água potável disponível para o consumo direto, devemos entender para preservar esse precioso recurso. A água apresenta uma constante mobilidade (Ciclo das águas). Através do processo de evaporação, a água passa para a atmosfera, onde se condensa (nuvens) e, posteriormente, precipita-se (chuvas). Ao cair no solo, a água pode encontrar vários caminhos: evaporação (retornando à atmosfera); infiltração (transformando-se em lençóis de água subterrânea), escoamento (dando origem às águas correntes), ou pode permanecer parada, dando origem a lagos e lagoas. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Os lençóis subterrâneos se formam a partir da infiltração da água da superfície (chuva, rio, lago, etc.) em terrenos permeáveis (porosos) que podem ser de dois tipos: Freáticos ou superficiais — quando estão a pequena profundidade. São instáveis porque estão sujeitos à evaporação capilar (através dos poros do terreno). São utilizados para obtenção de água através de poços. Profundos ou estáveis — encontram-se a grandes profundidades e por isso não estão sujeitos à evaporação capilar. Devido ao princípio do grau geotérmico, segundo o qual a temperatura aumenta à medida que a água vai se aprofundando na crosta http://www.sacrahome.com.br/centerpocos/aguas-subterraneas terrestre, os lençóis muito profundos podem dar origem às fontes de água termal. Caso a rocha onde o lençol esteja instalado seja solúvel em água podem ser originadas as cavernas. Podem, também, dar origem às nascentes ou “olhos d’água”, na hipótese de afloramento do lençol. Até mesmo nos desertos, podemos encontrar águas subterrâneas. E o que são os Oásis do Saara, senão o afloramento de um lençol de água subterrânea? ÁGUAS CORRENTES http://www.walldesk.com.br/papel-de-parede/ wallpapers-desertos-17.asp?f=13558 Denominamos água corrente a toda água que se desloca sobre os continentes. O principal representante dessa categoria de águas são os rios, mas não são os únicos. Temos a enxurrada que é a descida da água da chuva pelas encostas. As enxurradas são responsáveis por grandes erosões nas encostas das montanhas, podendo formar valas e voçorocas (valas profundas que se formam por erosão pluvial, geralmente em áreas desmatadas pelo homem). Quando duas ou mais enxurradas se encontram forma-se a Torrente. Uma torrente pode ainda vir a receber outros mananciais e se transformar em um córrego, regato, ribeirão, riacho, entre outros. 3 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS ÁGUAS FLUVIAIS Os Rios Fonte: NAGLE, Garret e SPENCER, Kris. Advanced geography. Oxford University Press, 1997. p. 22. Os rios são correntes de água doce que se deslocam das áreas mais elevadas para as mais baixas, dentro de um determinado caminho. Direta ou indiretamente, a grande maioria dos rios deságuam no mar e quando isso acontece dizemos que o rio é de drenagem exorreica. Quando o rio deságua no continente diz-se que ele possui drenagem endorreica. A área drenada por um rio e seus afluentes é denominada de bacia hidrográfica. Esta se caracteriza pela presença de vales (forma de relevo esculpida pela ação dos rios) localizados entre divisores de água (linhas separadoras das águas das chuvas). O caminho que o rio percorre é chamado de curso e quando está próximo a nascente dizemos que é o alto curso ou curso superior (nível altimétrico mais elevado); se for próximo da foz do rio chama-se baixo curso ou curso inferior; e entre o curso superior e o curso inferior encontramos o médio curso. Os rios afluentes são os que abastecem (deságuam) num rio maior chamado de rio principal. Elementos de um Rio Nascente ou cabeceira — local onde o rio nasce (possuindo a maior cota altimétrica em relação as outras partes do rio). Leito — canal por onde o rio corre. Margens — partes laterais de um rio pode ser, naturalmente, direita ou esquerda. Montante — parte do rio que se encontra em direção à nascente, a partir de determinado ponto de referência. Jusante — parte do rio que se encontra em direção à foz, a partir de determinado ponto de referência. Talvegue — parte mais profunda do leito de um rio. Meandros — são as sinuosidades percorridas pelos rios em áreas de terreno com baixa declividade. Foz — local onde o rio deságua. A Foz de um rio pode acontecer, basicamente, em três formas: Delta — Quando o rio é rico em sedimentos (forma, normalmente, ilhas); os deltas, geralmente, dificultam a navegação na sua foz, por causa da grande quantidade de deposição sedimentar. Exemplos de Foz em Delta são a foz do rio Nilo, do rio Níger, do rio Ganges, do rio Mississipi e do rio Parnaíba (esse último localizado no nordeste brasileiro). Estuário — Quando o rio possui fraco poder erosivo e é pobre em sedimentos; neste caso, deságua em um único canal, facilitando a navegação e a formação de zonas portuárias. Geralmente, são atingidos por correntes marinhas e de marés as quais impedem a acumulação de detritos. 4 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS EXEMPLOS: o rio Jaguaribe (no Brasil), o rio Tejo (Portugal) e o rio São Lorenso (Canadá) Foz em estuário do Rio São Francisco, na divisa entre Alagoas e Sergipe. A grande maioria dos rios brasileiros possui esse tipo de foz, ou seja, deságuam livremente no mar. Fonte: Aureliano Müller/Folha Imagem Fonte: Ronado Kotscho/kino.com.br Mista — Caracterizado pela ocorrência dos dois tipos de foz anteriores associados, como é exemplo o rio Amazonas (Brasil). A foz em delta ocorre quando o rio encontra obstáculos (bancos de areia e ilhas) formados por seus próprios sendimentos e outros trazidos pelo mar. Na foto de 2004, vista panorâmica do Rio Parnaíba, cuja foz é em delta, no norte do Piauí. Regime Fluvial O regime fluvial corresponde às variações periódicas verificadas no nível de um rio e, consequentemente, na sua Vazão ou Descarga ou Débito fluvial (que é a quantidade de água que passa por um determinado trecho do rio, em um segundo com os dados apresentados sob forma de m 3). O regime de um rio pode ser: Pluvial: quando a fonte de água dos rios são as chuvas, ou seja, as cheias ou vazantes são dependentes da queda de chuvas. A maior parte dos rios brasileiros possui este regime, como os rios São Francisco e Paraguaçu. Térmico ou nival ou glaciário: quando as oscilações na vazão do rio estão relacionadas ao derretimento de geleiras. Muito frequente nas regiões de alta latitude ou em regiões montanhosas. Os rios Reno (Europa), Mackenzie Canadá) são exemplos de rios com regime nival. Complexo ou misto: quando o ciclo de cheias ou vazantes são determinadas tanto pelas chuvas como ao derretimento de geleiras. No Brasil, o rio Amazonas tem o seu ciclo de cheias relacionado ao derretimento de neve dos Andes e as chuvas. Os rios, ainda, podem ser classificados de acordo com o seu regime e vazão podendo ser perenes ou intermitentes. Os rios perenes são rios constantes, que durante todo o ano apresentam água no seu leito, nunca secam. Quando a diferença do nível do rio entre a cheia e vazante é pequena, dizemos que o rio é perene regular. Já quando acontece o inverso, temos um rio perene irregular. Os rios são classificados como temporários ou intermitentes quando secam num determinado período do ano, tendo assim sua vazão igual a zero. São rios comuns em zonas áridas e semiáridas do planeta. No Brasil, ocorrem no sertão nordestino. 5 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS HIDROGRAFIA BRASILEIRA http://ong-anga.blogspot.com.br/2010/09/plano-nacional-de-recursos-hidricos.html O Brasil possui uma rede fluvial das mais ricas e extensas do mundo. Isso se deve a sua vastidão territorial, as características do relevo e a predominância de clima úmido. Rico em rios, tanto na quantidade como na extensão e no volume de água, o Brasil possui a mais extensa bacia fluvial do mundo (a Amazônica) e o mais caudaloso rio (o Amazonas). São diversos os usos dos rios brasileiros: abastecimento de água, irrigação, pesca e implantação de usinas hidrelétricas. Ainda é pequeno o uso dos rios brasileiros como meio de transporte, mas pode-se notar um crescimento dessa atividade. A bacia Amazônica possui destaque nesse quesito, já que a população vive numa região com escassas estradas e o transporte que resta é o fluvial. Também, é notada a utilização desse meio de transporte na bacia do Paraguai e do Paraná, todos ocorrendo de forma precária. Um dos fatores que contribui para essa situação é que as principais bacias navegáveis (Amazonas e Paraguai) estão distantes e isoladas dos grandes centros econômicos do país, não havendo, portanto, interesse de desenvolvimento desse meio de transporte. O oposto é verificado na Europa e na Rússia, onde o transporte fluvial é intensamente utilizado. Os rios de planalto do Brasil apresentam grande potencial hidrelétrico. Esse potencial é bastante explorado no Centro-Sul e nos rios Tocantins e São Francisco, enquanto que no resto do país esse potencial, ainda, é pouco explorado. Mesmo assim 85% da energia elétrica produzida na nação provêm da utilização desse potencial, que tem apenas 20% do seu potencial explorado. As principais características da hidrografia brasileira podem ser resumidas em: Predomínio de rios planálticos — como a maior parte do relevo do Brasil é planáltica, predominam os rios de planalto, encachoeirados e de grande potencial para produção de energia através de hidrelétricas. As duas grandes bacias planálticas são a do Paraná e a do São Francisco, destacando-se as seguintes hidrelétricas: Urubupungá (rio Paraná); Iguaçu (rio Iguaçu), Cachoeira Dourada (rio Paranaíba); Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (rio São Francisco), etc. Embora predominem os rios de planalto, não podemos esquecer que o Brasil possui também grandes bacias de planícies, como a Amazônica e a Paraguaia. Predomínio do regime pluvial — os rios brasileiros alimentam-se com água proveniente das chuvas, com os rios possuindo cheias no verão e estiagem no inverno, já que a maior parte do país possui clima tropical. O rio Uruguai (na primavera) e os rios nordestinos Piranhas (RN), Jaguaribe (CE), Paraíba (PB) e Capiberibe (PE), cujas cheias ocorrem no outono-inverno. A exceção a regra é o rio Amazonas, cujo regime é complexo. Predomínio de rios perenes e drenagem exorreica — A grande maioria dos rios brasileiros é do tipo perene, com exceção dos rios encontrados no Sertão nordestino semiárido, onde existem diversos rios temporários ou intermitentes. Quanto a drenagem, só temos a do tipo exorreica, em que os rios têm como destino final o mar. Predomínio de foz do tipo estuário — A grande maioria dos rios brasileiros desemboca através de um único canal; esse tipo de foz é chamado estuário. Escassez de formação de lacustre — não existem lagos tectônicos no Brasil, apenas lagos de várzea temporários e lagos costeiros, como a lagoa dos patos, RS. 6 COLÉGIO VILAS ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV Os principais divisores de águas são: a Cordilheira dos Andes; o planalto das Guianas, que dá origem aos rios de margem esquerda do Amazonas, e, finalmente, o planalto Brasileiro, de onde se originam as mais importantes bacias brasileiras: Amazônica, Platina, Sanfranciscana e do Tocantins-Araguaia. Fonte: Para Entender a Terra. Os vales fluviais e as bacias de drenagem são separados pelos divisores de águas, que podem ser cristas, terras altas com relevo suave ou cadeias de montanhas. RIOS BRASILEIROS http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bacias-hidrograficas/imagens/bacia-hidrografia-4.jpg 7 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS Fonte: www.educacional.com.br/pesquisa/respostapalavra.asp O Brasil possui quatro grandes bacias hidrográficas; a Amazônica, a do São Francisco, a do Tocantins e Araguaia e a Platina. Ainda em território nacional podemos encontrar bacias secundárias, sendo a do Nordeste, a do Leste, a do Norte e a do Sul-Sudeste. Vejamos a seguir mais detalhes sobre cada uma dessas bacias. 8 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A Bacia Amazônica ocupa uma vasta área de 6,4 milhões de km 2, sendo, por isso, a maior bacia hidrográfica do mundo. Essa bacia está distribuída por oito países sul-americanos: Brasil, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, além de abranger a Guiana Francesa (departamento de ultramar da França). No Brasil, encontramos 3,9 milhões de km² dessa floresta (60%) situados no território brasileiro e o restante (2,5 milhões) distribuído por mais sete países. O principal rio dessa bacia, o Amazonas, é o maior do mundo em volume d’água e em extensão. Os seus 7.100 km desbancaram outros gigantes como o Nilo (África) com 6.670 km e o rio Mississípi (EUA) com 6.800 quilômetros. A nascente do rio Amazonas encontra-se nos Andes, em território Peruano e recebe diversos nomes até ser chamado de Amazonas, a partir de Manaus. A maior parte dos afluentes do Amazonas nasce no Planalto das Guianas (Hemisfério Norte) e no Planalto Brasileiro (Hemisfério Sul) o que garante um nível de água constantemente elevado, já que as chuvas no Sul ocorrem de novembro a março e no Norte ocorrem de abril a julho. O rio Amazonas, ainda, recebe águas do degelo dos Andes. A planície da bacia Amazônia possui cerca de 20 mil quilômetros de percurso navegável em território brasileiro, assumindo importante papel como via de circulação. A bacia, também, possui o maior potencial hidroelétrico dentre as bacias brasileiras, concentrado nos afluentes do Rio Amazonas, os quais percorrem longos trechos em áreas de relevo planáltico. Rios Negro e Solimões formando o Amazonas http://pratoslimpos.org.br/wp-content/uploads/2010/07/encontro_das_aguas.jpg 9 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS AQUÍFERO ALTER DO CHÃO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA É A MAIOR RESERVA DE ÁGUA POTÁVEL DO PLANETA TERRA G1, abril 2010 O maior reservatório subterrâneo de água potável do planeta está no Brasil, e fica debaixo dos estados do Amazonas, Pará e Amapá. Geólogos brasileiros do Pará e do Ceará estimam que o volume de água do aquífero Alter do Chão, localizado sob a maior bacia hidrográfica do mundo — bacia do Amazonas/Solimões — seja de 86 mil km³ de água, bem superior à capacidade do aquífero Guarani — 45 mil km³ de água — que se espalha pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O aquífero amazônico já era de conhecimento dos cientistas, mas somente em abril de 2010, foi confirmada a sua grande capacidade. Depois das geleiras, um quinto da água doce do planeta Terra encontra-se na Amazônia onde somente rios e lagos são visíveis a olho nu. Debaixo do terreno arenoso da Amazônia — que serve de filtro para a água da chuva chegar limpinha ao gigantesco lago subterrâneo — está o maior reservatório de água potável do planeta, o aquífero Alter do Chão. Não existe outro lugar no mundo com tamanha fartura d’água, concluíram os geólogos. Antes dessa descoberta o maior aquífero do mundo era o aquífero Guarani, que fica debaixo de um terreno rochoso espalhado entre o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Geólogos, cientistas e pesquisadores buscam apoio da ANA — Agência Nacional de Águas e do Banco Mundial para concluir os estudos da maior reserva estratégica de água do mundo — num planeta ameaçado pelo aquecimento — localizada em solo brasileiro, e que pode ainda ser superior aos 86 mil km³ de água, divulgado. A avaliação do potencial da vazão do aquífero Alter do Chão é necessária para concluir a real capacidade da reserva subterrânea de água potável e qual a melhor forma de explorá-la sem comprometer o meio ambiente. Os pesquisadores ainda destacam que a qualidade da água do aquífero Alter do Chão é superior a do aquífero Guarani por haver menos poluição na região Norte do que na região Sul e Sudeste do Brasil, que sofre contaminação de metais pesados, flúor e inseticidas usados na agricultura. A atual capacidade do aquífero Alter do Chão já é suficiente para abastecer toda a população do mundo por até 400 anos, afirmou o geólogo Milton Mata da UFPA — Universidade Federal do Pará, em entrevista para o Jornal Hoje. Fonte: G1 (Daniela Assayag de Manaus e Glauco Araújo de SP) e Jornal Hoje. Imagens: Google, G1. 10 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A Bacia do Tocantins-Araguaia com cerca de 3 mil quilômetros de trechos navegáveis e com 813.674 km 2 de área, a bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a maior totalmente brasileira. Os principais rios dessa bacia são o Tocantins e seu principal afluente é o Araguaia, que nascem no Planalto Central e se deslocam para o Norte. É nesse afluente que se encontra a ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. No rio Tocantins, foi instalada a usina hidrelétrica de Tucuruí, que é considerada a maior hidrelétrica totalmente brasileira e uma das maiores do mundo. 11 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A Bacia do São Francisco desfruta de ótima localização geográfica, pois situada no planalto Atlântico, o seu principal rio, o São Francisco, que corre no sentido geral Sul-Norte, liga entre si duas regiões de mais antigo povoamento do país, o Nordeste e o Sudeste, sendo denominado, por isso, de rio da integração ou rio da unidade nacional. Essa bacia possui uma área de 631.133 km 2 é, sem dúvida, uma das mais importantes do país. O rio São Francisco nasce no estado de Minas Gerais na Serra da Canastra, atravessa o sertão nordestino (podendo ser utilizado para projetos de irrigação, criando possibilidades melhores para a região) e desemboca no oceano Atlântico, ente os estados de Alagoas e Sergipe. Por ser um rio de planalto e encachoeirado, o São Francisco, possui grande potencial e grande produção de hidroelétricas, que abastece tanto a região Sudeste (usina de Três Marias, em Minas Gerais) como o Nordeste, com as usinas de Sobradinho e Paulo Afonso, na Bahia, pertencentes à CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco). Mesmo sendo um rio de planalto e encachoeirado, o São Francisco apresenta longo trecho navegável, cerca de 2.000 km, entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Entre outros problemas o rio São Francisco sofre com o assoreamento das suas margens, resultante do desmatamento das matas ciliares que deixam as margens dos rios sujeitas à erosão aumentando a carga de sedimentos dos mesmos. Para visualizar o mapa em alta definição acesse: http://archive.iwlearn.net/www.ana.gov.br/www.ana.gov.br/gefsf/Arquivos/NovosLim2003.jpg http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/full-1-4ba0187d5a.jpg 12 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Impactos ambientais: o caso da transposição do Rio São Francisco aliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental tornou-se uma necessidade. As iniciativas legais para a proteção do ambiente no Brasil são antigas. Desde a década de 1980, a legislação brasileira exige, para o licenciamento e a realização de empreendimentos que modificam o meio ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) — feito por especialistas, que buscam avaliar os impactos da intervenção humana no meio ambiente — e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima). O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) define o que seja impacto ambiental e estabelece critérios e responsabilidades na sua avaliação: "[...] considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais." TITARELLI, Augusto H. V. In: Orientação, n. 8, 1990. p. 99. Um exemplo de aplicação do EIA e do Rima é o projeto de transposição do Rio São Francisco, ou seja, de construção de canais para levar a água desse rio aos principais vales do interior do Nordeste. Prevê-se a construção de 600 quilômetros de canais pelos quais as águas serão captadas e levadas para oito açudes que devem abastecer os rios intermitentes nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Será necessário, também, o bombeamento das águas, elevando-as em até 300 metros, de onde passarão a correr por força da gravidade. Os impactos devem ser vistos junto com benefícios que o projeto pode trazer: por um lado, a obra beneficiará milhões de pessoas com aumento da oferta de água, redução do êxodo rural causado pela seca e geração de empregos e rendas; por outro, reduzirá a capacidade hidroelétrica em aproximadamente 2% e provocará desmatamento para a execução das obras e perda de áreas com vegetação nativa. http://www.1gec.eb.mil.br/sfo_noticia.htm 13 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS BACIA PLATINA Esta é a segunda maior bacia do planeta e ocupa cerca de 15,5% do território brasileiro. Formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que possuem nascente no Brasil e deságuam no estuário do Prata (oceano Atlântico). A Bacia do Paraná: localiza-se na principal região geoeconômica do Brasil, o Centro-Sul, apresenta a maior produção hidrelétrica do país e possui vantagens de navegabilidade. Esses pontos dão lugar de destaque a essa bacia. A Hidrovia Tietê — Paraná, implantada na Bacia do Paraná e viabilizada com a construção das eclusas (“elevador” de águas com finalidade promover a subida e descida de embarcações no leito do rio) de Três Irmãos e de Jupiá, integra cinco estados brasileiros (PR, SP, MG, GO e MS) e aproxima o Brasil de seus parceiros do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). São 2.400 quilômetros de percurso navegável. http://www.riosvivos.org.br/Canal/Infraestrutura+Bacia+do+Prata/528 http://mundogeograficord.blogspot.com.br/2007/09/bacia-do-paran.html 14 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS HIDROVIA TIETÊ — PARANÁ Fonte: Folha de S. Paulo, 16 mar. 1994. p. 1-13. Fonte: Maurili Clareto/AE O Aquífero Guarani "[...] ocorre nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, atingindo também os países Argentina, Paraguai e Uruguai. É, portanto, um sistema transnacional. A área total de ocorrência chega a 1.400.000 km2, dos quais cerca de 1 milhão está em território brasileiro. Sua dimensão norte – sul no Brasil chega a 2 mil quilômetros. [...] Esse aquífero é responsável por cerca de 80% do total da água acumulada na Bacia sedimentar do Paraná. Calcula-se que constitua a maior reserva de água doce do mundo. [...] Estudos têm revelado que as águas do Aquífero Guarani ainda estão livres de contaminação. Contudo, considerando que a área de recarga coincide com importantes áreas agrícolas brasileiras, onde se tem usado intensamente herbicidas, é de se esperar que sejam necessárias medidas urgentes de controle, monitoramento e redução da carga de agrotóxicos, sob pena de se vir a ter sérios problemas de poluição." ZIMBRES, Eurico. O Aquífero Guarani. Disponível em: http://www.meioambiente.pro.br http://www.geomundo.com.br/meio-ambiente-40117.htm 15 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A Bacia do Paraguai: possui área de 345.000 km2 e é caracteristicamente de planície, destaca-se pelo aproveitamento de seus rios para a navegação. O Rio Paraguai, antes de se juntar ao Rio Paraná, formando o Rio da Prata, banha o Paraguai e a Argentina. Sendo um rio de navegação internacional, é parte integrante da Bacia Platina, formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. O rio Paraguai, com suas cheias e vazantes, é um dos fatores que possibilita a existência do Complexo do Pantanal. http://geoconceicao.blogspot.com.br/2010/09/pantanal.html A Bacia do Uruguai: apresenta aproveitamento hidrelétrico pouco expressivo, explorando apenas 1,6% do seu potencial hidrelétrico que é de 17,1 milhões de kW. O Rio Uruguai nasce no Brasil e, após 1.400 quilômetros de percurso, deságua no Estuário do Prata. Seu curso superior é planáltico, encachoeirado e dotado de expressivo potencial hidroelétrico. Já os cursos médio e inferior, por serem de planície, oferecem boas condições para a navegação. http://www2.transportes.gov.br/bit/04-hidro/3-rios-terminais/rios/00-Figuras/I-uruguai.htm 16 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS BACIAS SECUNDÁRIAS As bacias secundárias são formadas por bacias menores sem ligações entre si. São elas: Bacia do Norte ou do Amapá — o Oiapoque e o Araguari são os dois únicos pequenos rios que constituem essa bacia. Bacia do Nordeste — os rios desta bacia, na sua maioria, são temporários ou intermitentes, o que dificulta o seu aproveitamento nos diversos aspectos: geração de energia, projetos de irrigação e navegação. A principal exceção é o rio Parnaíba, que separa o Piauí do Maranhão, que é perene e utilizado para projetos de irrigação, possuindo uma hidrelétrica (Boa Esperança). Como rios de destaque dessa bacia podemos citar: o Parnaíba (PI), Jaguaribe (CE), Capibaribe (PE) e Potenji (RN). http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com.br/2012/02/piaui-lidera-articulacao-para-criacao.html Bacia do Leste — formada por rios que se deslocam do planalto Atlântico em direção ao oceano. Na Bahia, com exceção dos afluentes do São Francisco, todos os rios fazem parte da Bacia secundária do Leste. Os principais rios dessa bacia secundária são: Pardo, Jequitinhonha, e Micuri, em Minas Gerais e na Bahia; Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro; Vaza-Barris, na Bahia e Sergipe; e Itapicuru, de Contas e Paraguaçu na Bahia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bacia_leste.jpg 17 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS http://geografiatrabalhos2.blogspot.com.br/ Bacia do Sul-Sudeste: também é constituída por rios que se deslocam de planaltos e serras em direção ao mar. Os principais exemplos são os rios Ribeira e Jacui, em São Paulo; Itajaí, em Santa Catarina; Jacui e Camuacã, no Rio Grande do Sul. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS OCEÂNICAS E FLUVIAIS As águas superficiais e subterrâneas, em especial as que se encontram nas proximidades de regiões industrializadas, estão seriamente poluídas. Centenas de rios e lagos dessas áreas não possuem mais nenhum tipo de vida. Grande parte dos oceanos e mares, principalmente nas regiões costeiras, onde se concentra a maior parte da fauna marinha, encontra-se muito poluída. Os oceanos, até bem pouco tempo considerados gigantescas reservas de alimento, transformaram-se em verdadeiros depósitos de lixo da humanidade. A consciência ecológica sobre a importância da manutenção dos ambientes livres de resíduos e de lixo é uma meta a ser alcançada pela humanidade. Os agentes poluidores são inúmeros, podendo ir desde o mercúrio empregado nos garimpos e os agrotóxicos agrícolas, passando pelos esgotos residenciais e industriais, até os materiais sintéticos não biodegradáveis (plásticos etc.) e o óleo despejado pelos petroleiros. Além de deixar a água imprópria à vida e contribuir para a escassez e a falta de água potável, o esgoto e o lixo lançados ao mar provocam o fenômeno da maré vermelha, isto é, a proliferação de algas e microrganismos que se alimentam desse lixo e impedem a passagem dos raios solares, ameaçando as espécies aquáticas. Os rios poluídos com agrotóxicos (pesticidas, inseticidas etc.) e com esgotos, além de provocar doenças e mortes no interior dos continentes, levam esse material para os oceanos, depositando-o nas regiões litorâneas, onde muitas vezes vai somar-se ao óleo derramado pelos navios. Aí está a receita para a contaminação, o envenenamento e morte de peixes, mariscos, aves e de pessoas que deles se alimentam. 18 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS PRINCIPAIS RIOS E BACIAS FLUVIAIS DO MUNDO AMÉRICA DO NORTE Mississípi — Missouri — é a maior bacia da América do Norte, ocupa a porção central dos EUA e é a principal área agrícola do país. São Lourenço — situa-se na divisa entre o Canadá e os EUA ligando os Grandes Lagos ao Atlântico, sendo um rio intensamente navegável. http://www.brasilescola.com/geografia/america-norte.htm EUROPA Volga — é o rio mais extenso do velho continente, situado totalmente na ex-URSS é de planície e navegável. Danúbio — o segundo maior rio europeu, banha terras de oito países e passa por três capitais: Viena, Budapeste e Belgrado. Reno — o mais navegado rio da Europa. Vai dos Alpes suíços ao mar do Norte na Holanda. http://www.acervosaopaulo.com/historiador/geo/geo9.html 19 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS ÁSIA Obi, Lenissei e Lena — situado na porção Oriental da ex-URSS (Sibéria) e possuem grande aproveitamento hidrelétrico. Yangtze Kiang (Azul), Huan-go-ho (Amarelo) e Sikiang (Pérolas) — Rios chineses que banham, respectivamente, o Norte, o Centro e o Sul do país. O maior desses rios é o Yangtze Kiang (Azul). Mecong — nasce no Tibete e banha a região da Indochina (Laos, Birmânia, Tailândia e Vietnã). Ganges, Brahmaputra e Indo — banham a região da península indiana. O Ganges é o rio sagrado da Índia. Jordão, Tigre e Eufrades — principais rios do Oriente Médio. O Jordão deságua no Mar Morto e os outros, no Golfo Pérsico. ÁFRICA Nilo — o mais extenso rio da África. Vai do lago Victória ao Mediterrâneo, atravessando o Saara. Congo (Zaire) — na África Central (equatorial). Possui grande volume de água. Níger — o terceiro maior da África. Banha a África Ocidental. http://conexaogeografia.hdfree.com.br/hidrosferal.htm 20 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS OCEANOGRAFIA Foto: Yomar Seixas NOÇÕES DE OCEANOGRAFIA Dos 71% da superfície da Terra recobertos por água 97,5% são águas marinhas e oceânicas, sendo, po rtanto águas salgadas. Esses oceanos ocupam 4/5 da superfície do hemisfério sul e 3/5 da superfície de hemisfério norte. A oceanografia se propõe a estudar as águas oceânicas nos seus mais diversos aspectos como as propr iedades físicas e químicas das águas, as formas, os movimentos, o relevo submarino, a vida entre outros. OCEANOS Todas as águas oceânicas encontram-se interligadas, em constante fluxo de energia, formando um único oceano universal. No entanto, para efeitos didáticos e por convenções históricas dizemos que existem três oceanos: Atlântico, Pacífico e Índico. O Oceano Atlântico: com seus 82 milhões de km² é o segundo maior oceano do planeta. Possui um papel fundamental por ser um importante meio de ligação entre áreas do globo que mantêm entre si o maior intercâmbio cultural e comercial do planeta, os Estados Unidos e países da Europa Ocidental e, por isso, possui os maiores portos do mundo. Com seu formato em “S” o Atlântico possui uma grande cordilheira submarina, formada por ação vulcânica, chamada de Dorsal Meso Oceânica, que possui alguns cumes que se elevam sobre o nível do mar, originando ilhas como os Açores, Tristão da Cunha e outras. Sua maior profundidade é a Fossa de Milwaukee com 9.460 m. O Oceano Pacífico: ocupa uma área de 165 milhões de Km², área essa superior ao total das terras emersas do globo, tornando esse oceano o maior do planeta. Banha toda a costa ocidental do continente americano e é o oceano que apresenta as maiores profundidades. Entre suas fossas, duas são as maiores do mundo: Mindanau (11.030 m) e Marianas (10.990 m). Está localizado num “ciclo de fogo” e por isso apresenta forte atividade vulcânica e tectônica. É caracterizado também por apresentar uma grande quantidade de ilhas e arquipélagos, dentre os quais destacam-se a Polinésia, a Micronésia e a Melanésia. 21 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Fonte: cafetorah.com (adaptado) O Oceano Índico: é o menor dos oceanos, possuindo uma área de aproximadamente 73 milhões de km². Banha a costa oriental da África e o Sul da Ásia. A maior parte deste oceano está na porção sul do globo e por isso é o mais tropical dos oceanos apresentando as mais altas médias térmicas e por consequência as maiores taxas de salinidade. O Índico banha quase que exclusivamente países subdesenvolvidos, mas ganhou destaque internacional por possuir o vértice da rota mundial do petróleo, o golfo Pérsico. A sua maior profundidade está na Fossa de Java, com 7.450 m. MAR É uma porção do oceano contígua ao continente ou ainda encontrada no interior dos mesmos, com específicas características físico-químicas, sofrendo influências das áreas vizinhas. Os mares são divididos em três tipos, de acordo com a ligação que possuem com os oceanos ou com outros mares: a) Aberto ou costeiro: são os mares que possuem extensas ligações com o oceano e, assim, possuem grande influência oceânica. Como exemplo desses mares podemos citar: o mar do Brasil, do Norte, das Caraíbas ou Antilhas, da Arábia, Golfo de Bengala, Golfo do México, entre outros. Os mares de golfo também são abertos, já que as influências e o contato com o oceano são grandes. Mar do Norte Fonte: http://www.upload.wikimedia.org b) Interior, continental ou mediterrâneo: são mares que apresentam pequenas e estreitas comunicações (chamadas de estreitos ou canais) com o oceano ou com outros mares. Esses mares apresentam uma influência continental maior que a oceânica. Entre esses mares podemos citar: o Mediterrâneo, Vermelho, Báltico, Negro, Golfo Pérsico, entre outros. Fonte: http://www.guiageo-europa.com 22 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS c) Fechados ou isolados: esses mares não apresentam ligação alguma com outros mares e oceanos, são verdadeiros lagos. Só são chamados mares porque suas águas são salgadas e a influência continental é muito forte. Exemplos desse tipo de mar são o mar Cáspio, Morto e Aral. Fonte: http://www.sobibliaimagens.files.wordpress.com MORFOLOGIA LITORÂNEA Golfo: é uma grande reentrância da costa, onde o mar penetra no continente, caracterizando-se por possuir um formato de grande concavidade. Ainda, assim, a ligação dos mares de golfo com o oceano é muito grande. EXEMPLO: o Golfo de Bengala e o Golfo do México. Imagem de satélite mostrando a entrada de um furação no Golfo do México. fonte: tecnocientista.info Baía: possui características similares a um golfo, porém em tamanho diminuto, assim poderíamos dizer que se trata de um pequeno golfo. A Baía de Todos os Santos, a maior baía do Brasil, é um ótimo exemplo. Enseada: é uma reentrância da costa muito aberta em direção ao mar, ou seja, uma pequena baía. Laguna: é uma depressão situada na borda litorânea preenchida com água salgada. Península: faixa de terra ligada ao continente cercada de água por os outros todos os lados. Como exemplo temos a península onde está a cidade de Salvador e a península Ibérica, onde estão situados Portugal e Espanha. Baía de Todos os Santos — Bahia, Brasil Fonte: brasil-turismo.com 23 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Recifes de arenito — formações resultantes da consolidação de antigas praias por cimentação dos grãos de quartzo. Ocorrem, geralmente, próximo à costa. Recifes de coral ou coralígenos — formações litorâneas resultantes da acumulação de corais. Esses animais, os corais, crescem em águas quentes, rasas e límpidas e por isso aparecem somente na faixa intertropical do planeta. CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS OCEÂNICAS Salinidade é a quantidade de sais existentes nas águas oceânicas. A média da salinidade global dos oceanos é de 35%, ou seja, em cada 1000 g de água do mar, existem 35 g de sais minerais. Dentre os sais existentes nas águas http://www.revistapescanordeste.com.br/?p=382 oceânicas destaca-se o NaC (cloreto de sódio) também conhecido como sal de cozinha, correspondendo a uma proporção de 70% dos sais ali presentes. Diversos fatores promovem a variação da salinidade, entre eles: a) Evaporação: relaciona-se diretamente com a temperatura e a ação dos ventos. Quanto mais intensa for a evaporação, maior será a taxa de salinidade. b) Precipitação: quanto menor, maior será a tendência à salinidade elevada. c) Presença de rios: quanto maior for o seu número e a sua vazão menor será a taxa de salinidade desse mar. d) Presença de geleiras: o degelo das geleiras continentais e oceânicas contribui para a redução da salinidade. A densidade das águas dos oceanos é maior que a dos rios, isto em consequência da concentração de sais minerais. A salinidade, a profundidade e a temperatura são fatores que fazem variar a densidade do mar. A temperatura da água varia com a latitude e a profundidade. Obviamente, as áreas próximas ao Equador (as baixas latitudes) são as mais quentes, e aquelas nas proximidades dos polos (as altas latitudes) são mais frias. Quanto à profundidade, a variação é inversa: as áreas localizadas próximas à superfície recebem maior taxa de insolação e apresentam temperaturas mais elevadas que outras situadas a maior profundidade e menos expostas à radiação solar. Além desses fatores os deslocamentos de correntes marinhas interferem na temperatura, já que correntes quentes aquecem as águas por onde passam e as correntes frias exercem influência contrária. MOVIMENTO DOS MARES E OCEANOS Ondas ou Vagas: são movimentos ondulatórios verificados na superfície do mar e provocados, sobretudo, pela ação dos ventos. O atrito do vento sobre a superfície da água provoca ondulações que variam de proporção, de acordo com a intensidade do vento. Em situações de ventos fracos ou de calmaria, as ondas produzidas são fracas e se movimentam lentamente recebendo o nome de marulhos. Quando os ventos são fortes são geradas ondas maiores e mais fortes chamadas de vagalhões ou vagas forçadas. Os Tsunamis (ou “raiz de maré”) são ondas violentas, provocadas por terremotos no fundo do mar. Os elementos de uma onda são: Crista — parte superior de uma onda; Cavado ou vale — parte mais baixa de uma onda; Altura — distância vertical entre a crista e o cavado; Comprimento — distância horizontal entre duas cristas consecutivas. Fonte: MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio. Geografia Geral do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2007. 24 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS As ondas, quando chegam próximo ao litoral, contraem um caráter transladativos, pois parte inferior da onda se choca com o fundo e provoca o desequilíbrio com a parte superior, provocando o deslocamento horizontal de parte da água. Marés: são movimentos verticais e cíclicos que ocorrem nas águas oceânicas e são provocados pela ação conjunta do Sol e da Lua. Por estar mais próxima da Terra, a Lua exerce uma força de atração 2,2 vezes maior que a força exercida pelo Sol. A força de atração gravitacional da Lua sobre a massa oceânica provoca um abaulamento dessa massa, determinando o fenômeno da preamar (maré cheia). A 90º de longitude da preamar, observamos a baixa-mar (maré-vazia). http://www.essaseoutras.com.br/ondas-gigantes-fotos-dasmaiores-ondas-ideais-para-o-surf-confira/ Em um mesmo instante na Terra, temos dois momentos de preamar e dois momentos de baixa-mar, que estão em pontos diametralmente opostos no globo. A preamar que se verifica do lado oposto ao da Lua se deve à força centrífuga da rotação do sistema Terra-Lua. Para fazerem um fluxo ou um refluxo completo as marés levam um pouco mais de seis horas. O tempo completo que as marés levam para fazer o fluxo (encher) e o refluxo (vazar) é de pouco mais de seis horas. Ao chegar na maré alta, após um fluxo, as águas permanecem praticamente paradas (sem movimentação vertical) por cerca de oito minutos. Em seguida, ocorre um refluxo e quando a maré é baixa novamente se verifica um período de oito minutos sem movimentação. Temos dois tipos de marés: a) Alta ou Viva ou de sizígia — quando há uma grande diferença entre a preamar e a baixa-mar (a maré enche muito e vasa muito). Ocorre na Lua Nova e na Lua Cheia, quando as forças de atração do Sol e da Lua estão alinhadas. Fonte: Enciclopédia Visual, Publicada Junto ao Jornal A Tarde. Editora Amereida. p. 174. b) Baixa ou Morta — quando a diferença entre o ponto máximo e o ponto mínimo (preamar e baixa-mar) é pequena. Ocorre nas quadraturas da Lua (Crescente e Minguante), quando as forças de atração gravitacional do Sol e da Lua são subtraídas. 25 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A amplitude das marés é bastante variável e depende de vários fatores, como a forma das bacias oceânicas, a ação dos ventos, a presença de correntes marítimas, etc. As marés são, geralmente, maiores no litoral do que em alto mar. http://www.mundodastribos.com/quais-sao-as-quatro-fases-da-lua-calendario-lunarmovimentos-da-lua-fotos-e-curiosidades.html SAIBA QUAIS SÃO AS FASES DA LUA: Lua Nova — Ocorre quando o Sol aparece do lado oposto e a face iluminada da Lua fica do lado oposto de quem a observa. Ela só pode ser vista durantes os eclipses do Sol, o horário que a Lua Nova nasce é em torno das seis horas da manhã e se põe às seis da tarde mais ou menos. Lua Crescente — Quando a Lua é crescente a vemos somente pela metade, ou seja sua face é limitada. A Lua crescente ocorre por volta do sétimo dia e meio após a aparição da Lua Nova, o horário que a Lua Crescente nasce é aproximadamente ao meio-dia e se põe à meia-noite. Lua Cheia — Essa é conhecida por muitos, quando o Sol ilumina toda a face fica voltada para quem observa na Terra. A Lua Cheia é visível durante toda a noite, o horário que a Lua Cheia nasce é por volta das dezoito horas e se põe às seis da manhã. Lua Minguante — É quando vemos apenas a metade da face iluminada, o horário que a Lua Minguante nasce é à meia-noite e se põe ao meio-dia. c) Correntes marítimas — são verdadeiros rios de água salgada que se deslocam dentro dos oceanos. Essas correntes possuem características próprias como temperatura, salinidade, cor, densidade e vida marinha, possibilitando a sua diferenciação em relação as águas no seu entorno. As correntes marítimas têm temperatura própria (não se misturando com as águas oceânicas vizinhas) podendo assim influenciar em larga escala no clima das áreas que são banhadas pelas mesmas. As correntes podem ser quentes ou frias. As correntes quentes saem da zona tropical em direção às zonas polares, enquanto que as correntes frias se movem em sentido contrário. 26 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS CORRENTES MARÍTIMAS E PRINCIPAIS ÁREAS ÁRIDAS E SEMIÁRIDAS A conjugação de diversos fatores, justificam a formação das correntes marítimas tais como: Fonte: Adap.: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001. p. 98. (Didática 3) A AÇÃO DOS VENTOS Diferença de densidade das águas: provocada pela diferença de temperatura e de salinidade. As correntes tendem a se deslocar das áreas de maior densidade para as áreas de menor densidade. Movimento de rotação da Terra: (interfere principalmente, no sentido de algumas correntes, que se movimentam no sentido antihorário, no Hemisfério Sul, e no sentido horário, no Hemisfério Norte). As correntes marítimas influenciam diretamente nos climas das áreas onde atuam. As correntes quentes tendem a se formar em baixas latitudes, locomovendo-se para áreas de altas latitudes. Essas correntes influenciam no aumento da temperatura do ar atmosférico, na intensificação da evaporação da água do mar e, por consequência, na elevação da umidade do ar nessas áreas, fazendo com que as áreas de influência dessas correntes quentes possuam climas mais úmidos. Já as correntes frias, normalmente, se formam em latitudes polares e deslocam-se em direção ao equador. A sua influência é inversa a influência das correntes quentes, colaborando para a redução da temperatura do ar, da umidade atmosférica e, por isso, torna mais fria e seca as áreas sob sua influência. A maior parte dos desertos da Terra estão sob influência de uma corrente fria. Vale observar ainda que as principais áreas pesqueiras do mundo localizam-se em pontos de encontro entre correntes frias e quentes. Para compensar o movimento das águas superficiais, as águas profundas são transportadas verticalmente para cima — fenômeno conhecido como ressurgência —, trazendo sedimentos ricos em nutrientes. A iluminação solar aumenta a atividade biológica, concentrando plâncton (micro-organismos animais e vegetais) e atraindo grande quantidade de peixes. CORRENTES MARÍTIMAS QUENTES: Corrente do Brasil: contribui como aumento da temperatura e da umidade do ar. Atua no litoral oriental do Brasil. Corrente das Guianas: atua no litoral setentrional brasileiro. Corrente do Golfo, ou Gulf Stream: evita o congelamento do Mar do Norte (Europa) e ameniza o rigor do inverno de grande parte Europa Ocidental. Corrente do Japão ou Kuro-siwo: ameniza o inverno no Japão. CORRENTES MARÍTIMAS FRIAS: Corrente do Peru ou Humboldt: provoca quedas na temperatura do litoral ocidental da América do Sul, fazendo com que o ar se condense sobre o oceano, além de diminuir a evaporação. Esses fatores fazem com que as massas de ar percam umidade no oceano e cheguem secas ao continente, originando o deserto do Atacama (Chile) que é a área mais árida da Terra. Corrente de Benguela: contribui na formação do deserto de Kalahari (África Meridional). Corrente das Canárias: contribui na formação do deserto do Saara. Corrente das Malvinas: contribui na formação do deserto da Patagônia (Argentina) e existem indícios que essa corrente promova redução da temperatura das águas do mar do sul do Brasil. 27 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS RELEVO SUBMARINO Margem continental sul-americana no Oceano Atlântico. Na costa leste da América do Sul as crostas continental e oceânica pertencem à mesma placa tectônica, chamada Sul-americana. Houve tempo no qual se acreditava que o fundo do oceano era mais ou menos “liso”. Porém, estudos batimétricos (de profundidade) comprovaram que no fundo do mar existem montanhas, depressões, etc. Esse relevo submarino é formado, principalmente, por ação de agentes internos, do intemperismo químico e da movimentação das águas oceânicas. As principais formações do relevo submarino são: Plataforma Continental: é a área do fundo do Margem continental sul-americana no Oceano Pacífico. Na costa oeste da mar que vai da superfície terrestre até 200 m de América do Sul, o encontro das crostas oceânica e continental coincide com o encontro das placas Sul-americana e de Nazca. profundidade. A largura da plataforma depende Adap.: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. muito do relevo do continente: se este é plano São Paulo: Edusp, 2001. p. 31. (Didática 3) ou suave, a plataforma tende a ser larga, enquanto que se ele é abrupto, a plataforma é estreita. É sobre a plataforma continental que ocorre a maior parte da vida do oceano. Isso se deve às baixas profundidades, que permitem uma incidência solar na maior parte da coluna de água e uma maior disponibilidade de nutrientes. São essas as áreas usadas para a pesca por concentrarem grandes cardumes. Além disso, as plataformas continentais são áreas favoráveis a prospecção de petróleo e gás natural. Dessa forma, podemos notar que a plataforma continental é a parte do relevo submarino de maior importância para o homem, sob diversos aspectos. Talude continental: é uma espécie de abismo colado à plataforma, e que faz a ligação desta com a zona pelágica. O talude é caracterizado por um forte desnível que vai dos 200 m até 1.000 m de profundidade. É considerado uma continuação da plataforma continental porque apresenta os mesmos tipos de depósitos (originários da Terra). Quando essa parte do relevo submarino está em zonas de encontro de placas tectônicas convergentes, ocorre a formação de fossas submarinas. Região Pelágica ou Nerítica: é a mais extensa região do relevo submarino, correspondendo a crosta oceânica propriamente dita, representa 80% do fundo do mar. Estende-se dos 1.000 aos 5.000 m de profundidade. Possui grandes depósitos argilosos decorrentes da precipitação química e restos de animais e vegetais mortos. Encontramos, na região Nerítica, as ilhas vulcânicas. Região Abissal ou Abismal: corresponde às fossas submarinas, as áreas de maior profundidade oceânica que existem no globo (áreas com mais de 5.000 m de profundidade). Nas fossas de Mindanau, no oceano pacífico que encontramos o ponto mais profundo conhecido do planeta com 11.030 m de profundidade. Lembrar! Isóbatas — linhas que unem pontos de igual profundidade no oceano. Isoalinas — linhas que unem de igual salinidade no oceano. GELOS OCEÂNICOS Em função da salinidade as águas oceânicas são mais e exigem, para se congelar, uma temperatura a partir de 2 ºC abaixo de zero; — temos aí os gelos oceânicos que são blocos bem característicos com forma e tamanho bem definidos. As principais formações são: Icefield’s ou Banquisas: são campos de gelo, decorrentes do congelamento superficial da água do mar, que aparecem nas regiões polares a temperaturas mais frias, geralmente, durante o inverno. Um icefield pode chegar a centenas de quilômetros de extensão. A espessura do campo de gelo varia inversamente com a temperatura, podendo chegar a 40 metros. Impede, geralmente, a navegação. No verão, esses enormes blocos de gelo se fundem a medida que a temperatura se eleva. Esses blocos de gelo partidos (antes da total fusão) recebem o nome de Banquisa. 28 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Iceberg’s: são blocos de uma geleira continental que se partiu e por isso é formado de água doce. É o tipo mais importante de gelo oceânico. Os iceberg’s são trazidos das zonas geladas, onde se formam, para áreas de intenso tráfego marítimo (Atlântico Norte, por exemplo) pelas correntes marítimas frias, transformando-se num sério perigo para a navegação, já que somente 10% de sua massa se encontra emersa. Fonte: http://www.entrenessaonda.files.wordpress.com PROJETO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE Projeto Nacional A usina hidrelétrica de Belo Monte é um projeto do planejamento energético brasileiro, a ser implantada no rio Xingu, no estado do Pará, região Norte do Brasil. Por meio deste empreendimento, o governo acrescentará pouco mais de 11 mil megawatts (MW) de capacidade instalada à matriz energética nacional. Com esses Estudos de Viabilidade das potências, Belo Monte será a segunda maior hidrelétrica de Obras de Engenharia do Brasil, atrás apenas da usina Itaipu binacional, Estudos das Décadas de 80/90 x Estudos Atuais administrada pelo Brasil e o Paraguai, com 14 mil MW de potência. Belo Monte deverá iniciar a geração comercial em janeiro de 2015, com sua motorização total prevista para janeiro de 2019. Desenvolvimento Sustentável O projeto Belo Monte está em consonância com o compromisso nacional de assegurar o uso racional de recursos naturais, a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Além de propiciar uma nova fonte de energia elétrica importante para apoiar o crescimento econômico e demográfico do país, a usina de Belo Monte também, melhorará as condições de vida das comunidades locais locais, além de contribuir para a conservação ambiental na região, por meio de seus programas socioambientais. Energia Limpa A decisão de usar energia hidrelétrica para ampliar a matriz energética nacional foi reforçada pelo compromisso assumido pelo Brasil em 2009, de Brasil, reduzir as emissões de CO2 entre 36,1% e 38,9% até 2020. A hidrelétrica de Belo Monte ajudará a manter a posição atual do Brasil como uma das matrizes energéticas mais limpas de todos os países industrializados, com 46% da energia proveniente de fontes renováveis. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-usina-belo-monte/meio-ambiente-usina-belo-monte.php 29 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS BELO MONTE É ALVO DE CRÍTICAS DE CONSELHO LIGADO AO GOVERNO MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA 19/03/2012 — 21h25 O CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, aprovou nesta segunda-feira parecer sobre recomendações referentes a violência na chamada Terra do Meio, no Pará. As reivindicações sobre Belo Monte serão encaminhadas ao comitê gestor responsável pela construção da hidrelétrica no Rio Xingu. O texto que trata da violência na região aponta a construção da hidrelétrica como um dos principais fatores de violência da área. O governo e a Norte Energia S.A, responsável pela obra e operação, negam irregularidades. O texto, elaborado pela Comissão Especial da Terra do Meio, composta por integrantes do CDDPH, gerou mal-estar no governo porque confirma o teor de denúncias já feitas por ONGs ambientalistas à OEA (Organização dos Estados Americanos). Apontando falta de participação da sociedade civil, problemas de autorregulamentação e pareceres técnicos do Ibama e da Funai ignorados na concessão das licenças ambientais. O Conselho acolheu sete reivindicações dos movimentos sociais e comunidades locais ouvidos pela comissão sobre o processo de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Entre as sugestões do texto estão: a ampliação do debate com as comunidades indígenas da região, e ainda a suspensão da licença de instalação de Belo Monte até que se cumpram todas as condicionantes ambientais e indígenas da licença prévia. Como o relatório não trata apenas de Belo Monte, mas da violência na região, foram aprovadas ainda outras 15 das 16 recomendações lançadas no parecer para enfrentar o problema. Foi rejeitada, no entanto, a ideia de que o CDDPH monitorasse a construção de Belo Monte. PARECER INDICA PROBLEMAS EM CONSTRUÇÃO DA USINA DE BELO MONTE 17/03/2012 — 07h37 DE BRASÍLIA O governo federal deve enfrentar nos próximos dias novo constrangimento em razão da polêmica construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), alvo de críticas de ambientalistas, informa reportagem de Márcio Falcão publicada na edição deste sábado da Folha. Um parecer elaborado pela Comissão da Terra do Meio, ligada à SEDH (Secretaria de Direitos Humanos) da Presidência, reconhece diversas falhas da União na obra, licitada em 2010 e iniciada em meados do ano passado. O texto confirma o teor de denúncias já feitas por ONGs ambientalistas à OEA (Organização dos Estados Americanos). Aponta falta de participação da sociedade civil, problemas de autorregulamentação e pareceres técnicos do Ibama e da Funai ignorados na concessão das licenças ambientais. Com custo de R$ 19 bilhões e previsão de início da geração de energia para 2015, a hidrelétrica é uma das maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). No parecer, a construção de Belo Monte é apontada como um dos principais fatores de violência da região. ESCASSEZ DE ÁGUA PODE GERAR CONFLITOS NO FUTURO, DIZEM ESPECIALISTAS DANIELA FERNANDES DE PARIS PARA A BBC BRASIL 17/03/2012 — 09h30 A escassez de água no futuro poderá aumentar os riscos de conflitos no mundo, afirmam especialistas que participam do Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França. Apesar da quantidade de água disponível ser constante, a demanda crescente em razão do aumento da população e da produção agrícola cria um cenário de incertezas e conflito, segundo os especialistas ouvidos pela BBC Brasil. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) diz que a demanda mundial de água aumentará 55% até 2050. 30 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A previsão é que nesse ano, 2,3 bilhões de pessoas suplementares — mais de 40% da população mundial — não terão acesso à água se medidas não forem tomadas. “O aumento da demanda torna a situação mais complicada. As dificuldades hoje são mais visíveis e há mais conflitos regionais”, afirma Gérard Payen, consultor do secretário-geral da ONU e presidente da Aquafed, federação internacional dos operadores privados de água. Ele diz que os conflitos normalmente ocorrem dentro de um mesmo país, já que a população tem necessidades diferentes em relação à utilização da água (para a agricultura ou o consumo, por exemplo) e isso gera disputas. Problemas também são recorrentes entre países com rios transfronteiriços, que compartilham recursos hídricos, como ocorre entre o Egito e o Sudão ou ainda entre a Turquia e a Síria e o Iraque. BRASIL X BOLÍVIA O Brasil também está em conflito atualmente com a Bolívia em razão do projeto de construção de usinas hidrelétricas no rio Madeira, contestado pelo governo boliviano, que alega impactos ambientais. Tanto no caso de disputas locais, que ocorrem em um mesmo país, ou internacionais, a única forma de solucionar os problemas “é a vontade política”, segundo o consultor da ONU. O presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) Vicente Andreu, que também participa do fórum em Marselha, acredita que hoje existe maior preocupação por parte dos governos em buscar soluções para as disputas. “O problema dos rios transfronteiriços é discutido regularmente nos fóruns internacionais. Aposto na capacidade dos governos de antecipar os potenciais conflitos.” Durante o fórum, que termina neste sábado, o Brasil defendeu uma governança global para a água e a criação de um conselho de desenvolvimento sustentável onde a água seria um dos temas tratados de maneira específica. “A água está sempre vinculada a algum outro setor, como meteorologia, agricultura ou energia. Achamos que ela tem de ter uma casa própria para discutir suas questões”, diz Andreu. DIREITO UNIVERSAL Na declaração ministerial realizada no fórum em Marselha, aprovada por unanimidade, os ministros e chefes de delegações de 130 países se comprometeram a acelerar a aplicação do direito universal à água potável e ao saneamento básico, reconhecido pela ONU em 2010. No fórum internacional da água realizado na Turquia em 2009, esse direito universal ainda era contestado por alguns países. Os números divulgados por ocasião do fórum mundial em Marselha são alarmantes. Segundo estudos de diferentes organizações, 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e 2,5 bilhões não têm saneamento básico. Houve, no entanto alguns progressos: o objetivo de que 88% da população mundial tenha acesso à água potável em 2015, segundo a chamada meta do milênio, já foi alcançado e mesmo superado em 2010, atingindo 89% dos habitantes do planeta. Mas Gérard Payen alerta que o avanço nos números globais ocultam uma situação ainda preocupante. “Entre 3 bilhões e 4 bilhões de pessoas não têm acesso à água de maneira perene e elas utilizam todos os dias uma água de qualidade duvidosa. É mais da metade da população mundial”, afirma. Ele diz que pelo menos 1 bilhão de pessoas que têm acesso à água encanada só dispõem do serviço algumas horas por dia e que a água não é potável devido ao mau estado das redes de distribuição. Segundo Payen, 11% da população mundial ainda compartilha água com animais em leitos de rios. De acordo com a OMS, sete pessoas morrem por minuto no mundo por ingerir água insalubre e mais de 1 bilhão de pessoas ainda defecam ao ar livre. 31 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS “O ATLAS DA ÁGUA” MAPEIA RECURSO MAIS PRECIOSO DO PLANETA da Folha Online 18/02/2008 — 10h26 Reprodução Mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. Até o final do século, 3,2 bilhões sofrerão com escassez. No mundo todo, estima-se que 1,7 milhão de mortes anuais sejam causadas pelas águas poluídas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). E a poluição tende a crescer. O quadro de urgência torna imprescindível que se comece a pensar em soluções para garantir às próximas gerações o acesso a este recurso. Para tanto, a Publifolha lança no Brasil o livro “O Atlas da Água”, de Robin Clark em parceria com a pesquisadora Jannet King, que trabalhou durante muitos anos em edição e pesquisa de atlas ambientais, políticos e históricos. Com informações de 168 países e 33 mapas com a distribuição dos recursos hídricos no mundo, o livro aborda temas como escassez de água, energia, exploração de águas subterrâneas, secas e inundações, conflitos comerciais, contaminação e doenças, saneamento básico, desperdício, entre outros. "Atlas da Água", de Robin Clark, faz levantamento dos recursos hídricos Além dos mapas com a distribuição das águas em todo o mundo e páginas com mapas exclusivos sobre o panorama brasileiro, a obra mostra tabelas que detalham usos e abusos, necessidades e recursos, com dados de inúmeros países. Robin Clarke escreveu diversos livros sobre o ambiente, entre os quais destacam-se “Water: The International Crisis” e “The Science of War and Peace”. Como editor, assinou os títulos “Global Environment Outlook 2000” e “Global Environment Outlook 2002”. “O Atlas da Água” Autor: Robin Clarke e Jannet King Editora: Publifolha Páginas: 128 Quanto: R$ 39,90 Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha ENTENDA OS PROBLEMAS QUE AFETAM O AMBIENTE E VEJA COMO GARANTIR O FUTURO DO PLANETA da Folha Online 01/02/2008 — 11h54 Divulgação Entender os efeitos do aquecimento global, as consequências do mau uso da água e as mudanças climáticas que afetam o planeta é o primeiro passo para tentar garantir um futuro seguro para o planeta. O livro “1001 Maneiras de Salvar o Planeta”, de Joanna Yarrow, apresenta ideias práticas para garantir um futuro melhor. Algumas são simples e implicam em meras modificações nos hábitos pessoais, que, repetidos diariamente, têm um impacto muito grande ao longo do tempo. O preço do livro é de R$ 32,00. Livro traz 1001 ideias práticas para salvar o planeta e garantir um futuro melhor 32 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Textos NOSSO BEM MAIS PRECIOSO ISTO É Tecnologia & Meio ambiente No Edição: 2106 — 19 Mar — 21h — Atualizado em 22 Mar 2010 — 11h37min Para não chegarmos à metade deste século com 5,5 bilhões de pessoas sedentas, precisamos combater o desperdício, desenvolver novas tecnologias e mudar a maneira como lidamos com a água André Julião, Edson Franco e Hélio Gomes A menos que chova, o próximo Dia Mundial da Água, celebrado todos os anos em 22 de março, será uma segunda-feira na qual pouca gente se dará conta do quanto a vida depende desse líquido que cai do céu, brota do chão e congela nos polos. Somos 6,8 bilhões de pessoas sobre a face da Terra, e a maioria de nós consumirá e desperdiçará centenas de litros do líquido nessa data, enquanto um bilhão sofrerá o flagelo da sede. O segundo grupo, com certeza, tem um lembrete diário da importância da celebração do dia 22. Num futuro não muito distante, o número de pessoas que não esquecerão o significado desse dia vai se multiplicar como nunca antes na história. Estamos em uma verdadeira armadilha ambiental: em questão de décadas, as reservas de água potável de continentes como a África e a Ásia não serão mais suficientes para suprir a demanda de uma população que cresce em ritmo acelerado. De acordo com especialistas da ONU e de órgãos independentes, se a curva de crescimento da população mundial se mantiver, vamos chegar à marca de 15 bilhões de humanos já na metade deste século. CELEBRAÇÃO Espanhóis se refrescam na festa de San Fermin, em Pamplona E o total de sedentos baterá na casa dos 5,5 bilhões. Para evitar essa situação e fazer uma espécie de reforma aquária global, é preciso combater hábitos incorporados aos confortos da vida moderna, principalmente nos países desenvolvidos. Um exemplo vem do Instituto de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos. Segundo cálculos da instituição, são necessários 380 litros diários de água para manter um único americano vivo, feliz e hidratado. A estimativa leva em conta todas as formas de consumo, do volume gasto em um banho ao empregado na criação do gado transformado no hambúrguer da hora do almoço. Enquanto no Hemisfério Norte a escassez pode ser diminuída com mudanças de hábito, do lado de cá do Equador, além de medidas parecidas, é preciso combater problemas típicos do mundo em desenvolvimento. “Hoje, cerca de 40% do total mandado para a rede de distribuição do Brasil é perdido, seja por vazamentos, seja por roubos”, diz o engenheiro químico Marcelo Morgado, assessor de meio ambiente da Sabesp, a companhia estatal de abastecimento do Estado de São Paulo. “Em alguns Estados, o desperdício pode chegar a 70%, pois muitos são deficientes na medição”, completa. Essa perda não tem reposição. 33 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS “A ÁGUA É UM BEM PÚBLICO QUE NÃO PODE SER PRIVATIZADO EM NOSSO PAÍS” Samuel Barreto, biólogo do WWF-Brasil Diferentemente de plantas e animais, a água não pode ser cultivada, criada ou multiplicada. Temos hoje a mesma quantidade do líquido que havia no tempo em que os dinossauros eram os senhores do planeta. Um meteoro conseguiu acabar com esses répteis gigantescos, mas não foi suficiente para pôr fim à vida por aqui. Isso porque não extinguiu a água e seu talento para deixar a vida boiar sobre si. “Todas as reações químicas que ocorrem em qualquer organismo vivo estão associadas a ela”, afirma a bióloga Lucile Floeter Winter, professora do Instituto de Biociências da USP. Chamado há séculos de “solvente universal”, o líquido inodoro, incolor e sem sabor forma quase 100% de alguns organismos e compõe até 78% do corpo humano. “O DNA só existe por causa da água. Toda a evolução da vida obedeceu à química imposta por ela”, explica Lucile. Essa é a razão pela qual as notícias de que algum telescópio ou observatório encontrou rastros de água em um planeta distante são tão comemoradas pelos cientistas. Só assim, com o líquido por perto, a vida como a conhecemos pode surgir. Quer seja ela visível apenas por microscópio, quer seja de tamanho considerável e capaz de se comunicar como nós. Não é uma busca fácil. É preciso encontrar planetas tão afortunados quanto a Terra. Estamos localizados no centro da chamada “faixa habitável” do conjunto de objetos que orbitam nossa estrela. Mais precisamente, no ponto exato em que a energia emitida pelo Sol pôde se espalhar de forma harmoniosa e esquentar a sopa primordial de elementos químicos na qual a vida surgiu. Uma oscilação de 5% na órbita faria da Terra um deserto como Marte ou um inferno de dióxido de carbono como Vênus. Por instinto, necessidade ou raciocínio, todo ser vivo sabe como é bom ter água por perto. Os primeiros bandos de Homo sapiens, por exemplo, ergueram suas tribos à beira de mananciais. Cerca de seis milênios antes de Cristo — quando a civilização surgiu na Mesopotâmia —, os rios Tigre e Eufrates serviram de berço para a primeira sociedade da história. O Egito dos faraós só pôde ser erguido graças à abundância que jorrava do Nilo. Na medida em que a civilização foi evoluindo, cada vez mais os pensadores desenvolveram teorias sobre a importância fundamental do líquido. O filósofo grego Empédocles qualificou a água como um dos quatro elementos básicos da natureza — ao lado de terra, fogo e ar — e fonte de toda forma de vida. No mundo oriental, a filosofia chinesa tradicional e os taoístas também qualificaram a substância como uma das forças primordiais de todo o Universo. O caráter simbólico da água não inspirou apenas os estudiosos orientais ou da Grécia Antiga. “Ela é fundamental no batismo da Igreja Católica, nem que seja apenas uma gota. Não basta dizer ‘eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’”, afirma Fernando Altemeyer, professor de ciências da religião da PUC-SP. Segundo ele, o ritual realizado na pia batismal representa um sacramento básico. “É como se a pessoa estivesse saindo de um novo útero. DIVERSÃO 34 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Garotos albaneses brincam em cascata Nascemos pela água e nela nos limpamos, tirando a sujeira das gerações passadas e nos redimindo do pecado original”, diz o teólogo. Além do cristianismo, religiões seculares como o hinduísmo, o islamismo, o judaísmo e o xintoísmo usam a substância em seus ritos. Além de questões antropológicas, filosóficas e religiosas, a água vem ocupando a agenda de cientistas e políticos de todo o mundo. Enquanto os primeiros usam a tecnologia para criar formas de preservar a substância (leia o texto “Problema solúvel” a seguir), os segundos criam novas leis para proteger reservas e distribuir o líquido de forma mais igualitária. O governo da província australiana de Victoria, por exemplo, já determinou regras rigorosas para o uso consciente da água. Entre elas estão a limitação da utilização de sistemas de irrigação automáticos, a proibição do emprego de mangueiras na limpeza de pisos pavimentados e o controle da construção de novas piscinas por meio de autorizações específicas. Nada pode ser mais precioso do que isso. Em vez de discussões sobre o que fazer com a riqueza proveniente do petróleo da camada do pré-sal, uma preocupação mais pertinente é saber como manter campos irrigados, animais saudáveis e humanos hidratados pelas próximas décadas. ABUNDÂNCIA Um americano consome 380 litros de água por dia Hoje, no Brasil, 70% do abastecimento é direcionado para a atividade agrícola, 20% é consumido pela indústria e 10% vai para as residências. Em um cenário no qual a água se converte em uma das principais commodities do mercado mundial, mais uma vez os nossos recursos naturais colocam o Brasil em vantagem, desde que tenhamos a sabedoria de protegê-los. Um passo já foi dado: “O País tem um importante arcabouço jurídico criado com a Lei Nacional das Águas, de 1997”, diz o biólogo Samuel Barreto, da ONG WWF-Brasil. Entre outros pontos, a legislação deixa claro que a substância é um bem público que não pode ser privatizado. Está chegando o dia em que os líderes mundiais se darão conta de que o líquido mais precioso do nosso planeta é transparente. ESCASSEZ Indiano enfrenta a aridez de Hyderabad em leito seco de rio. LIÇÃO DE CASA Saiba como novas tecnologias e produtos já disponíveis podem ajudar na preservação da água do planeta dentro do próprio lar 35 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS André Julião e Edson Franco Com tanta informação a respeito da escassez de água no mundo, é difícil não temer pelo próprio futuro. Medidas para mudar esse quadro, porém, estão ao alcance de qualquer um. Segundo o Instituto Akatu, que atua pelo consumo consciente, se cinco mil famílias evitarem que uma torneira fique pingando, a quantidade economi-zada em um ano é suficiente para abastecer por um dia inteiro toda a cidade de São Luís, capital do Maranhão. Mas é possível ir além. Cada vez mais tecnologias para economizar o líquido são criadas e aperfeiçoadas. Uma das mais acessíveis no Brasil é o aproveitamento da água da chuva. Com o sistema, toda precipitação que cai no telhado de casas e edifícios vai para um reservatório. Depois de passar por um filtro que separa a sujeira, ela pode ser usada para LAVAGEM INTELIGENTE regar plantas, lavar roupa e dar descargas. Segundo os fabricantes, o O sistema utiliza apenas 200 ml de água para investimento inicial salgado (R$ 2,5 mil em média) pode ser recupe- lavar um carro rado em até três anos graças à economia na conta. Como é preciso dividir o sistema de encanamento da casa em dois — já que a água da chuva não pode ser usada no banho, por exemplo —, a instalação é recomendada ainda na construção do imóvel. Outra alternativa para economizar o recurso natural disponível no Brasil é a lavagem ecológica de carros, feita com produtos químicos biodegradáveis. Enquanto num lava-rápido convencional usam-se de 75 litros a 250 litros para cada veículo, com a tecnologia o volume cai para 200 ml. Graças a uma mistura que inclui silicone e cera, a sujeira é encapsulada — de forma que não arranhe a pintura — e adere ao pano usado para aplicar o produto. A desvantagem é o custo, cerca de R$ 25, mais alto do que o cobrado nas lavagens comuns. Chuveiros, lava-louças e torneiras inteligentes são outros exemplos de avanços que pintam um quadro mais otimista para o futuro. “Não existe consumo que não gere impacto. O que temos de fazer é minimizar os efeitos negativos e maximizar os positivos”, diz Ricardo Oliani, coordenador de mobilização comunitária do Instituto Akatu. A mudança começa com cada um. PROBLEMA SOLÚVEL Cientistas buscam soluções em grande escala para tentar saciar a sede de um planeta cada vez mais populoso 36 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS André Julião USINA D’ÁGUA Técnico israelense acompanha processo de dessalinização A busca por soluções capazes de reverter o quadro de escassez mundial de água é um dos desafios mais importantes da ciência atualmente. Mas é preciso lembrar que estamos diante do capítulo mais recente da antiga relação entre os cérebros mais brilhantes da humanidade e o mais precioso recurso natural do planeta. Mais de 71% da superfície terrestre é coberta pelo líquido, mas 97,5% desse total corresponde a água salgada. Dos 2,5% restantes, cerca de dois terços estão congelados, no alto de montanhas ou nos polos. Uma das soluções mais óbvias para a obtenção de água potável, portanto, é a dessalinização, técnica dominada há séculos graças à destilação. Desde os anos 70, países do norte da África e do Oriente Médio, como Israel e Arábia Saudita, investem em tecnologias para realizar o processo. Hoje, a chamada osmose reversa (leia quadro) é a maior aposta. Atualmente, cerca de 300 milhões de pessoas consomem a produção de 14.500 usinas espalhadas por 150 países, inclusive o Brasil. NA FONTE — Crianças indianas usam canudo purificador “Perto de 1,5 mil comunidades do Nordeste, também do interior, sofriam com vermes, diarreia e até pressão alta”, diz Kepler França, pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande (PB). E o que fazer em regiões remotas da África, onde a única água disponível está parada em poças imundas. Uma solução para esses casos é o Life Straw, um canudo desenvolvido na Dinamarca e distribuído em países como Nigéria e Burkina Faso. Segundo seu fabricante, um poderoso filtro instalado em seu interior elimina até 99,9% das bactérias ou vírus. Outra invenção que promete levar qualidade de vida a vilarejos remotos é o purificador de médio porte Slingshot, já equipado com gerador de energia, criado pela empresa americana Deka. No que depender da ciência, haverá uma boa ideia para cada gota d’água desperdiçada. VIDA POR UM FIO D’ÁGUA O volume de líquido disponível para o consumo corresponde a menos de 1% da hidrosfera conheça essa pequena — mas essencial — fonte de água doce do mundo Apesar de a Terra ser chamada de planeta água e os oceanos dominarem a paisagem do globo, a quantidade de H2O disponível para nosso consumo é irrisória: do 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água da hidrosfera, 37 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS apenas cerca de 2,5% é de água doce. Se essa não é uma cifra para comemorar, a garganta começa a secar mesmo quando observamos a distribuição desse pequeno "filete" de água doce: a maior parte, quase 70%, está sob a forma de gelo, ou seja, indisponível, nos polos (veja o quadro abaixo). As principais fontes para matar a sede dos bilhões de seres vivos no mundo são: as águas subterrâneas, captadas por meio da exploração de poços; as águas de superfície, que englobam desde lagos e rios até a umidade do solo; e a água presente na atmosfera. Tudo isso junto, contudo, não atinge 1% do volume da hidrosfera — o resto da água doce, como vimos, está aprisionado nas geleiras. Seja como for, mesmo que o volume relativo seja mínimo, os números absolutos de H2O à nossa disposição, felizmente, ainda são assombrosos. Confira a seguir os reservatórios que guardam todo esse precioso líquido. LAGOS Os lagos, definidos conceitualmente como corpos de água parada, são a maioria da água doce de superfície disponível para consumo. Podem ser formados de várias maneiras: por acúmulo de água da chuva, afloramento de uma nascente ou pela alimentação de rios. Em sua grande maioria de água doce, eventualmente os lagos podem ser salgados, sobretudo, nas regiões de baixa pluviosidade. Também são considerados lagos os mares fechados, sem ligação com o oceano, como o mar Morto, no Oriente Médio (veja mais sobre os mares). Um deles, o mar de Aral, entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, padece de grave crise ambiental, tendo perdido mais de 75% de sua área (veja o quadro abaixo). O DRAMA DO MAR DE ARAL Localizado na fronteira entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, este grande lago salgado — ou o que sobrou dele — é um dos casos mais graves de agressão ambiental no mundo. A partir dos anos 60, sua área foi diminuindo e, no fim do século passado, já havia perdido mais de 75% do volume inicial. Na origem do problema está a política da ex-União Soviética de drenar as águas dos principais rios que deságuam no mar de Aral — o Amu Daria e o Sir Oaria — para a irrigação de extensas áreas agrícolas. Entre outras consequências, o recuo do lago ampliou as áreas desérticas e diminuiu drasticamente a flora e a fauna locais. Especialistas preveem que, se nada for feito, em cerca de dez anos ele pode secar completamente. Fonte: National Geographic GELEIRAS Reservatório de 68,1% da água doce do planeta, as geleiras são enormes massas no decorrer do tempo formadas pelo acúmulo de neve no decorrer de milhares de anos. Existem em áreas planas próximas aos polos ou na forma de imensos rios de gelo que avançam lentamente pelos vales em altas latitudes ou em cordilheiras elevadas. As geleiras se movimentam: descem encostas pela ação da gravidade ou se espalham pelo solo com a força de seu peso. Em seu trajeto, elas desgastam as rochas e, ao chegar a mares e lagos, dão origem a plataformas de gelo. Os icebergs são massas de gelo que se desprendem dessas plataformas e flutuam pelos oceanos — grande perigo para as embarcações, eles podem ficar mais de dez anos viajando pelos mares antes de, finalmente, derreter. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS São o segundo grande depósito de água doce da Terra, com 30,1% do volume total. Ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo e se deslocam pelo efeito da força da gravidade. Originárias do acúmulo de água das chuvas que infiltra pela superfície, têm um importante papel na manutenção da umidade do solo e na alimentação de rios e lagos. 38 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS No território brasileiro, as reservas de águas subterrâneas nos aquíferos são estimadas em 112 mil quilômetros cúbicos. Neles, a água se distribui de maneira irregular e em grandes extensões, o que dificulta a obtenção de dados precisos sobre esses reservatórios subterrâneos. Mesmo assim, considera-se que os principais aquíferos do país são o Guarani; o Serra Grande, o Cabeças e o Poti-Piauí, no subsolo do Piauí e do Maranhão; o São Sebastião, na Bahia; o Açu, no Rio Grande do Norte; o Solimões e o Alter do Chão, na Amazônia; além do Bauru e o da Serra Geral, no Sudeste. RIOS São cursos naturais de água que se deslocam de um ponto mais alto (nascente) até um nível mais baixo (foz ou desembocadura), onde lançam suas águas — ou seja, vão de montante para jusante. A foz pode ser um mar, lago, pântano ou rio. Os rios aumentam progressivamente de volume ao longo de seu percurso, alimentados por novos cursos d’água — outros rios, riachos e nascentes. As chuvas também reforçam o fluxo do rio, pois as águas se infiltram no terreno ou escorrem em filetes até atingir os riachos. A parte absorvida pelo solo penetra até extratos inferiores, formados por rochas impermeáveis, e continua se movimentando subterraneamente conforme a inclinação da camada rochosa, criando os lençóis freáticos. Mais adiante, essa água retorna à superfície em nascentes, que alimentam os cursos d’água. O derretimento da neve acumulada no cume das montanhas é outro fator que participa na formação dos rios; o rio Amazonas, por exemplo, além das águas da chuva, é alimentado pela neve derretida dos picos da cordilheira dos Andes. Os rios podem ser perenes, quando mantêm o curso durante todo o ano, e temporários ou intermitentes, quando desaparecem no período de seca. As bacias hidrográficas são regiões geográficas formadas por diversos rios que deságuam em um curso d’água principal (veja mais sobre as bacias hidrográficas do Brasil). Fonte: Guia do Estudante. Geografia Vestibular, Ed. Abril, 2009, p. 36 e 37. MUNDO COM SEDE Dois terços da população mundial em 2025 não terão acesso à água potável se nada for feito para evitar a escassez A natureza pode ser irônica quando responde às agressões causadas pelo homem. Exemplo disso é a relação da humanidade com a água, o líquido mais abundante da Terra. Tratamos tão mal nosso planeta que acabamos nos colocando numa realidade catastrófica, de dupla face: ao mesmo tempo que corremos o risco de afogar nossas cidades sob a água salgada do mar, padecemos da falta de água doce. De um lado, está o aquecimento global, com o consequente derretimento das geleiras e a elevação do nível dos mares, que ameaça desalojar bilhões de habitantes das zonas litorâneas. De outro, há o esgotamento das reservas de água potável do planeta. Em outras palavras, estamos chegando à mesma situação extrema de um náufrago, que se vê com água por todos os lados, mas sem nenhuma gota para beber. Relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) repetem o diagnóstico cada vez mais alarmante: mais de 1 bilhão de pessoas — o equivalente a 18% da população mundial — não têm acesso a uma quantidade mínima aceitável de água potável, ou seja, água segura para uso humano. Se nada mudar no padrão de consumo, dois terços da população do planeta em 2025 — 5,5 bilhões de pessoas — poderão não ter acesso à água limpa. E, em 2050, apenas um quarto da humanidade vai dispor de água para satisfazer suas necessidades básicas. A escassez de água não ameaça apenas com a sede. Traz a morte na forma de doenças. Segundo a ONU, 1,7 bilhão de pessoas não têm acesso a sistemas de saneamento básico e 2,2 milhões morrem a cada ano em todo o mundo por consumir água contaminada e contrair doenças como diarreia e malária. A água potável é um bem raro por natureza. Quase 97,5% da água que cobre a superfície da Terra é salgada. Dos restantes 2,5% dois terços estão em estado sólido, nas geleiras e calotas polares — de difícil aproveitamento. A maior parte da água em estado líquido encontra-se no subterrâneo. Lagos, rios e lençóis freáticos menos profundos são apenas 0,26% de toda a água potável. É dessa pequena fração que toda a humanidade (e boa parte da flora e fauna) depende para sobreviver. É claro que, a princípio, fontes não deveriam esgotar-se, com o ciclo da água garantindo a permanente renovação do volume de rios, lagos e lençóis freáticos por meio das chuvas, originadas pela evaporação dos mares. A água está em eterna reciclagem, há bilhões de anos. A questão é o descompasso entre o tempo necessário para essa renovação e o ritmo em que exploramos os recursos hídricos. 39 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Desequilíbrio O primeiro problema é o desequilíbrio na distribuição — um desequilíbrio que começa pela geografia física e segue pela economia. Alguns países têm muito mais água do que sua população necessita. É o caso do Canadá, da Islândia e do Brasil. Outros são situados em regiões extremamente secas, como o norte da África, o Oriente Médio e o norte da China. Como resultado dessa má distribuição, um canadense pode gastar até 600 litros de água por dia, enquanto um africano dispõe de menos de 30 litros para beber, cozinhar, fazer a higiene, limpar a casa, irrigar a plantação e sustentar os rebanhos. As populações que habitam as áreas mais áridas da Terra vivem o que se chama “estresse hídrico”, uma reunião de fatores ambientais, como falta de chuvas, e socioeconômicos, como crescimento demográfico alto, que resulta em gente demais para água de menos. A África Subsaariana não é de todo desprovida de recursos hídricos. Essa parte do continente é atravessada por grandes rios e, ainda que algumas áreas sofram períodos de seca, o índice pluviométrico de boa parte é alta. O problema é que os países da região não têm recursos de infraestrutura para aproveitar mais do que 3,8% do total de vazão de seus rios. Resultado: mais de 94% da água potável volta para o mar sem atender às necessidades da população. Por essa razão, 22 desses países estão na lista dos 24 com maior estresse hídrico. São nações de acelerado crescimento demográfico e de poucos recursos para proteger os mananciais e oferecer saneamento básico aos habitantes. Em algumas localidades, um homem é obrigado a sobreviver com 10 litros de água por dia — pouco mais que o volume de água que escorre pelo esgoto a cada vez que um brasileiro usa a descarga. Um dos cenários mais apavorantes de estresse hídrico é o que pode atingir a China, em 20 anos. O país reúne 20% da população mundial, mas detém apenas 7% dos recursos hídricos do planeta. O volume per capita de água ali é de um quarto da média mundial. Metade do total de 660 cidades chinesas já sofre com a escassez e em 100 delas a falta é extrema. No norte árido, a extração de água do subsolo exauriu os lençóis freáticos. No sul, onde os recursos hídricos são mais abundantes, despejos industriais, de fertilizantes e esgoto doméstico já poluíram as águas dos sete maiores rios e contaminaram 25 de seus 27 grandes lagos. De cerca de 1,1 mil mananciais analisados, 25% apresentam água com qualidade abaixo dos padrões mínimos de potabilidade. Segundo o Banco Mundial, se persistir a tendência de crescimento demográfico e industrialização, a China terá em 2030, 30 milhões de habitantes sem água para matar a sede. A escassez de água se deve principalmente ao mau uso que se faz dela. SECA NA ÍNDIA Mulher carrega pote de água no leito ressecado de um lago durante período de seca que, em 2003, resultou na morte de 1.347 pessoas no país asiático. Em diversos pontos do planeta, a pouca água disponível é disputada a bala. O Oriente Médio é pródigo nesse tipo de disputa. Israelenses, palestinos e sírios brigam por ela. Estima-se que no mundo, de cada 100 litros de água utilizados, 60 se percam por causa de maus hábitos ou técnicas ineficientes. Exemplo disso é o desaparecimento do Mar de Aral, o lago salgado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, na Ásia Central. O lago, que era o quarto maior do planeta, possuía área equivalente à dos estados do Rio de Janeiro e Alagoas, juntos, era até a década de 1960 um oásis na região deserta. Até que o governo da então extinta União Soviética resolveu desviar dois rios que desaguavam no lago para irrigar plantações de algodão. Hoje, o Aral já perdeu quase 70% de sua extensão e três quartos do volume de água. O desastre foi completo, com extinção de espécies de peixes e de animais que viviam em suas margens, destruição da floresta que o cercava e supersalinização do solo, tornando-o improdutivo para sempre. Desastre ambiental O triste episódio do Aral — considerado por muitos o maior desastre ecológico de todos os tempos — mostra quanto a agropecuária é responsável pela crise. Ainda que as técnicas de plantio e irrigação tenham melhorado, as plantações consomem, em média, 69% da água do planeta. Para produzir 1 quilo de carne bovina são gastos 15 mil litros de água, e 1 quilo de trigo consome 1,5 mil litros. Além disso, 60% da água usada na irrigação se perde ou porque evapora ou porque volta aos rios e lençóis subterrâneos. O restante é dividido entre a indústria, que consome 21%, com processos que poderiam ser melhorados, e o consumo doméstico, responsável por 10% do total. Medidas simples, como arrumar aquela torneira da pia da cozinha que não para de pingar ou reduzir o tempo de banho, podem resultar em até um terço de economia Nas cidades, uma boa quantidade de água é perdida, ainda, em vazamentos: as estimativas indicam que algo entre 30% e 70% da água que sai de um reservatório não chega a nenhuma torneira, mas escoa por encanamentos mal conservados. Não é à toa que a água é disputada a bala. Há relatos de guerras declaradas em nome da água que datam no Egito Antigo. Segundo a ONU, existem mais de 200 bacias hidrográficas disputadas ou compartilhadas por 145 países. O Oriente Médio é pródigo nessa disputa. Há décadas, israelenses, palestinos, sírios e jordanianos 40 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS brigam por água. O motivo da disputa entre israelenses e palestinos são os lençóis da Cisjordânia. Até 1967, os palestinos tinham acesso a eles livremente. Mas a ocupação israelense acabou com isso. Israel também ocupou as Colinas de Golã, da Síria, onde ficam as nascentes do rio Jordão. Líderes de países da região, como Egito e Jordânia, já disseram que a guerra é aceitável para defender suas fontes de água. Mesmo regiões regadas por rios e lagos já apresentam disputas por água. Em 1991, a Hungria e a Tchecoslováquia submeteram à Corte Internacional de Justiça sua contenda sobre os desvios e a construção de diques no rio Danúbio, e um acordo foi assinado. Assim como esse documento, existem mais de 3,8 mil declarações e convenções unilaterais ou multilaterais sobre o uso da água. Desse total, 286 são tratados e 61 referem-se às bacias ocupadas por mais de um país. É o melhor modo de resolver a questão. Afinal, como a ONU diz, as lutas armadas por água são batalhas em que não há vencedor. Ninguém tem uma solução mágica para a crise da água. Mas os especialistas são unânimes em afirmar que a única saída é aprendermos a gerir os recursos hídricos. Ainda mais se levarmos em conta o crescimento populacional. Do início ao fim do século XX, o consumo de água aumentou seis vezes — duas vezes acima do crescimento da população no mesmo período. E a ampliação da população vai exigir mais água daqui para diante. Estima-se que, para alimentar os 8 bilhões de terráqueos em 2030, a produção de alimentos suba 60% — o que requer um aumento de 14% no consumo de água, comprometendo ainda mais o acesso à água para outras finalidades. O alto índice de urbanização também demandará mais água para as cidades. O aumento da industrialização nos países em desenvolvimento exigirá mais energia, e mais hidrelétricas e barragens serão construídas, alterando o curso de mais rios — o que é um problema não mais só para o homem, mas também para as espécies vegetais e animais. Segundo a organização ambientalista WWF, apenas um terço dos 177 rios com mais de mil quilômetros de extensão flui livremente para o mar. Barragens e represas, associadas à poluição das águas, colocam mais de 3 mil espécies entre as ameaçadas de extinção. Melhorar as condições sanitárias exige investimentos de 11,3 bilhões de dólares por ano. Sem isso, a ONU não acredita que seja possível cumprir os objetivos assumidos por 191 países em 2000, na Declaração das Metas de Desenvolvimento do Milênio: estancar a pobreza, a fome, a mortalidade infantil, as doenças e a degradação ambiental até 2015. ÁFRICA TEM RESERVAS SUBTERRÂNEAS GIGANTES DE ÁGUA, DIZEM CIENTISTAS DA BBC BRASIL 20/04/2012 — 05h37 41 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Cientistas dizem que o continente africano, conhecido pelo clima seco, tem enormes reservas subterrâneas de água. No mais completo mapa já feito da escala e distribuição da água existente embaixo do deserto do Saara e em outras partes da África, os especialistas dizem que esses reservatórios subterrâneos poderiam fornecer água suficiente para o consumo e agricultura em todo o continente, mas admitem que o processo de extração pode ser complexo. O trabalho, publicado na revista científica "Environmental Research Letters", diz ainda que muitos dos antigos aquíferos africanos foram preenchidos pela última vez 5 mil anos atrás. ESCASSEZ Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas na África não tenham acesso a água potável e a demanda deve aumentar consideravelmente nas próximas décadas, devido ao crescimento populacional e à necessidade de irrigação para plantações. Rios e lagos estão sujeitos a enchentes e secas sazonais, que podem limitar a disponibilidade da água. Atualmente, apenas 5% das terras cultiváveis africanas são irrigadas. BBC Agora, os cientistas da British Geological Survey (BGS) e da University College London (UCL) esperam que o novo mapeamento chame atenção para o potencial dos reservatórios subterrâneos. "As maiores reservas de água subterrâneas ficam no norte da África, em grandes bacias sedimentares, na Líbia, Argélia e Chade", diz Helen Bonsor, da BGS. "A quantidade armazenada nessas bacias é equivalente a 75 metros de água sobre aquela área. É uma quantidade enorme." ESTRATÉGIA Devido a mudanças climáticas que transformaram o Saara em um deserto ao longo dos séculos, muitos dos aquíferos subterrâneos receberam água pela última vez há mais de 5 mil anos. 42 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Os cientistas basearam suas análises em mapas de governos dos países africanos, assim como em 283 estudos de aquíferos. Eles afirmam que muitas das nações que enfrentam escassez de água têm, na verdade, reservas consideráveis embaixo do solo. No entanto, os pesquisadores alertam que a perfuração de poços tubulares profundos pode não ser a melhor maneira de extrair a água, já que poderiam esgotar a fonte rapidamente. "Poços profundos não devem ser perfurados sem que haja um conhecimento detalhado das condições das reservas locais. Poços simples e bombas manuais, desenvolvidos de forma cuidadosa e nos locais certos, têm mais chance de ser bem-sucedidos", disse à BBC Alan McDonald, principal autor do estudo. Helen Bonsor concorda que meios de extração mais lentos podem ser mais eficientes. "Muitos aquíferos de baixo volume estão presentes na África subsaariana. No entanto, nosso trabalho mostra que com exploração e construção cuidadosas, há água subterrânea suficiente na África para fins de consumo e irrigação comunitária", diz ela, acrescentando que as reservas poderiam contrabalançar os problemas causados pela mudança climática. "Mesmo nos menores aquíferos em áreas semiáridas, com baixíssimo índice de chuvas, as reservas subterrâneas ainda durariam algo entre 20 e 70 anos", afirma Bonsor. "Então, nos índices atuais de extração para consumo e irrigação em pequena escala, os reservatórios fornecem e continuarão a fornecer proteção contra as variações do clima." EXERCÍCIOS PROPOSTOS HIDROGRAFIA 01. (UESB 2009) Quanto às águas na superfície terrestre, ou seja, águas continentais, oceanos e mares, pode-se afirmar: 01) As águas subterrâneas ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo, movimentam-se pelo efeito da força da gravidade e representam o segundo grande depósito de água doce da Terra. 02) O mar de Aral, localizado na fronteira do Irã e do Cazaquistão, é o maior lago de água doce da Ásia e serve para a irrigação de extensas áreas agrícolas. 03) Os icebergs são massas de gelo formadas pelo congelamento da água do mar, que, no inverno, flutuam pelos oceanos e, no verão, derretem. 04) O oceano Pacífico tem uma forma triangular, sendo aberto ao norte e fechado ao sul. 05) Os grandes lagos da fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, o Grande lago do Urso, o Grande lago do Escravo, o lago Atabasca e o lago Winnipeg são alimentados pelas águas do rio São Lourenço. 02. (UEFS 2009) Um dos maiores reservatórios de água do mundo já foi visto como um imenso mar de água doce na América do Sul, com capacidade quase inesgotável e potencial para abastecer a população brasileira por cerca de 2500 anos. Agora, novos estudos feitos mostram que pontos de difícil acesso e a existência de água salobra ou quente vêm reduzindo o volume que realmente pode ser usado pelo homem. Além disso, o consumo excessivo em certas regiões já ameaça sua manutenção. O manancial descrito no texto corresponde: a) à Bacia do Prata, cujos rios nascem em território brasileiro e drenam os países platinos. b) à Bacia Amazônica, considerada a maior bacia hidrográfica do mundo, abrangendo áreas de outros seis países sul-americanos. c) ao Aquífero Guarani, que se estende pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e onde a maior parte da água está confinada sob rochas de basalto. d) aos Lençóis Maranhenses, situados numa área de grande pluviosidade e polos industriais que ameaçam contaminar esse reservatório. e) à Bacia do Paraná, essencialmente planáltica, ocupando o primeiro lugar em potencial hidrelétrico no país. Questões 03 e 04 (UNEB) Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas.[...] Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e 43 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS submetido a um regime fluvial cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catastróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela correnteza; nesta remodelação fisiográfica ininterrupta de um território longe ainda do equilíbrio, o homem se amesquinha, se anula. [...] A luta exige esforços quase ilimitados, se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. (PRADO JR., s/d, p. 69). 03. A análise do texto, aliada aos conhecimentos sobre a Amazônia, permite afirmar: 01) As formações vegetais da região são estratificadas, homogêneas e perenes. 02) O rio Amazonas possui drenagem exorreica e regime misto. 03) A fertilidade dos solos é responsável por sua elevada produtividade agrícola. 04) O fenômeno das “terras caídas” ocorre em todos os rios da região, principalmente durante o verão. 05) O baixo potencial hidráulico da Amazônia deve-se ao fato de o relevo constituir a maior planície brasileira. 04. O rio São Francisco pode ser caracterizado como um rio: 01) com enchentes frequentes no inverno. 02) de planalto, em todo o seu curso. 03) intermitente, em alguns trechos. 04) perene, em todo o seu curso. 05) com foz em delta. 05. (UEFS) A destruição das florestas tropicais, em várias partes do mundo, é o preço pago, atualmente, para que algumas atividades econômicas se desenvolvam. O desmatamento, em particular, proporciona várias consequências sobre os ecossistemas, dentre as quais se pode citar: a) o assoreamento dos rios, devido à maior quantidade de material transportado pelas águas correntes. b) o aumento da lixiviação, com a consequente perda de nutrientes minerais e a ampliação da fonte geradora da matéria orgânica. c) a alteração do regime de chuvas locais, devido ao aumento do processo de evapo-transpiração. d) a aceleração da erosão sobre as formas de relevo e a consequente umidificação do clima. e) o aumento do número de espécies vegetal e animal, em função da destruição da biomassa. 06. (UEFS) Com base nos conhecimentos sobre as bacias fluviais brasileiras a sua utilização econômica, é correto afirmar: a) A navegabilidade dos rios da bacia do Paraná é muito intensa, devido às facilidades topográficas. b) O rio Paraná, como os seus afluentes da margem esquerda, desce planaltos, forma inúmeras quedas-d’água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico. c) O potencial hidrelétrico do rio Amazonas está em fase de aproveitamento, face ao grande mercado consumidor local e à facilidade de transportar a energia hidrelétrica. d) A barragem de Sobradinho, no alto São Francisco, interrompeu o transporte fluvial (Pirapora-Juazeiro), por não ser dotada de eclusas. e) Os rios das bacias do Sudeste são todos temporários, ficam parcialmente ou totalmente sem água nos períodos de estiagem, por isso não possuem usinas hidrelétricas. 07. (UEFS) Grandes bacias hidrográficas 44 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS A partir da análise do mapa e dos conhecimentos sobre as bacias hidrográficas do Brasil, pode-se afirmar: a) I corresponde a uma bacia de rios intermitentes, com pouca capacidade hidrelétrica em decorrência do relevo regional. b) II indica uma bacia muito utilizada pela navegação fluvial, formada por rios cujas nascentes estão situadas nos hemisférios Norte e Sul. c) III corresponde à bacia do São Francisco, em relação à qual o governo propõe a transposição de suas águas com a bacia representada por II. d) IV indica a bacia do Nordeste, cujo rio principal é o São Francisco, que liga duas importantes regiões do país. e) I representa a bacia do Paraguai, formada por rios perenes, sendo extremamente utilizada para fins de fornecimento de energia. 08. (UEFS) Na bacia hidrográfica Amazônica, ocorrem dificuldades para a implantação de grandes usinas hidrelétricas, porque ela apresenta: a) condições topográficas com grandes amplitudes altimétricas, exigindo a construção de represas de grande porte, que poderão produzir fortes impactos ambientais. b) relevo formado por extensos planaltos planos e rios de regimes intermitentes, em função do clima da região. c) relevo formado por chapadões e serras, que proporcionam a formação de inúmeras quedas d'água. d) relevo formado por planícies ao longo dos rios, com fraca declividade nos extensos vales. e) relevo de "mares de morro", com fortes ondulações topográficas, exigindo a construção de grandes reservatórios para a região, a fim de garantir o pleno desenvolvimento sustentável. 09. (UCSAL) Sobre o aparecimento do estresse hídrico, são feitas as seguintes afirmações: I. Ocorre em área com elevado crescimento demográfico. II. Tem causas naturais e não pode ser atribuído às ações humanas. III. Pode ser agravado pelo desperdício de água. Está correto somente o que se afirma em: a) I. b) I e II. c) I e III. d) II. e) II e III. 10. (UNIJORGE 2009) A bacia amazônica, com seus 4 milhões de quilômetros quadrados, possui características extraordinárias em termos geográficos. Um hidrólogo diria: “é o maior complexo fluvial do mundo”. Um geólogo, considerando-a, segundo seu próprio ponto de vista, a definiria como: “a maior bacia sedimentar do planeta”. Segundo um biólogo, seria: “o maior ecossistema florestal de toda a biosfera”. (BRANCO, 2002, p. 10). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Amazônia, pode-se afirmar: 01) O rio Amazonas é formado por uma falha geológica encaixada entre a Cordilheira dos Andes, a leste, e dobramentos modernos, na porção setentrional. 02) O solo é constituído por depósitos sedimentares de origem fluvial e não apresenta sedimentos marinhos na sua composição, o que explica a elevada fertilidade das várzeas. 03) A região possui uma estrutura complexa, capaz de se manter viva e ativa em condições ambientais com temperaturas elevadas e elevado índice pluviométrico, mas apresenta um frágil equilíbrio. 04) O sistema hidrográfico é composto, exclusivamente, por rios de planície com grande navegabilidade, baixo potencial de aproveitamento energético, regime nival e drenagem arreica. 05) A introdução de atividades agrárias ameaça o ecossistema Amazônico, e sua preservação depende de sua internacionalização, defendida pelo governo federal, que se apoia no exemplo da Groenlândia, que foi internacionalizada com sucesso. 11. (UFBA 2012 — 2a FASE) O Brasil, por sua grandeza territorial, possui uma diversidade geográfica e climática significativa. A latitude, o relevo, as bacias hidrográficas, as características do solo, entre outros fatores, criam uma série de possibilidades, entre outras coisas, para o planejamento energético da matriz brasileira. 45 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Sendo bem exploradas, essas características singulares podem fazer do Brasil um país independente das energias fósseis a longo prazo. Através do investimento tecnológico e em infraestrutura, é possível utilizarmos fontes renováveis como a biomassa (etanol e biodiesel), eólica, solar e hidrelétrica. [...] Finalmente, a natureza oferece as condições ou cria as dificuldades que, na verdade, podem ser oportunidades para o crescimento e desenvolvimento do país. (WALTZ, 2010, p. 31). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a matriz energética brasileira, uma das mais equilibradas entre as grandes nações, a) justifique a recente expansão hidrelétrica da Região Norte e cite dois exemplos do atual aproveitamento da Bacia Amazônica; b) destaque duas características naturais do Nordeste brasileiro, que podem ser aproveitadas para geração de energia alternativa e limpa; c) indique duas características ambientais da Bacia Hidrográfica do Paraná. 12. (UESC) Os conhecimentos sobre as bacias hidrográficas baianas e as informações do mapa possibilitam concluir: 01) I corresponde à única bacia genuinamente baiana, na qual os rios são de planície, com regime pluvial e drenagem arreica. 02) Em II, localiza-se a bacia do Jequitinhonha, com regime misto, drenagem exorreica e rios de planalto. 03) III representa a bacia do rio de Contas, importante via de comunicação entre o litoral e o sertão, devido ao predomínio dos rios de planalto. 04) Em IV, destaca-se a bacia do Paraguaçu, na qual está localizada a barragem de Pedra do Cavalo. 05) V indica a bacia do rio Real, faz fronteira com Sergipe e Alagoas, é composta por rios perenes com grande profundidade, porque é a única bacia em que não ocorreu o assoreamento dos rios, devido à preservação da mata ciliar. 13. (ENEM 2011) SOBRADINHO O homem chega, já desfaz a natureza Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá pra cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar. SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado) O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma consequência socioespecial dessa construção foi a) a migração forçada da população ribeirinha. b) o rebaixamento do nível do lençol freático local. c) a preservação da maioria histórica da região. d) a ampliação das áreas de clima árido. e) a redução das áreas de agricultura irrigada. 46 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 14. (UEFS 2008) INSTRUÇÃO: Para responder a essa questão, identifique as afirmativas verdadeiras. Em seguida, marque, na Folha de Respostas, a letra correspondente à alternativa correta, considerando o seguinte código: a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e III são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas I, II e IV são verdadeiras. e) Apenas I, III e IV são verdadeiras. A natureza pode ser irônica quando responde às agressões causadas pelo homem. Exemplo disso é a relação da humanidade com a água, o líquido mais abundante da Terra. Tratamos tão mal nosso planeta que acabamos nos colocando numa realidade catastrófica, de dupla face: ao mesmo tempo que corremos o risco de afogar nossas cidades sob a água salgada do mar, padecemos da falta de água doce. De um lado, está o aquecimento global, com o consequente derretimento das geleiras e das elevações do nível dos mares, que ameaça desalojar bilhões de habitantes das zonas litorâneas. De outro, há o esgotamento das reservas de água potável do planeta. Em outras palavras, estamos chegando à mesma situação extrema de um náufrago, que se vê com água para todos os lados, mas sem nenhuma gota para beber. (O MUNDO... 2008, p. 190). Da leitura do texto e dos conhecimentos a respeito dos recursos hídricos e do aquecimento global, pode-se concluir: I. O mar de Aral vem secando, desde que dois dos rios que o abasteciam foram desviados para irrigação. Caso o projeto de transposição do rio São Francisco se viabilize, poderão ocorrer danos irreversíveis para o meio ambiente e para a população ribeirinha. II. As nações mais afetadas pela escassez da água são as de acelerado crescimento demográfico e de poucos recursos para proteger os mananciais e oferecer saneamento básico às suas populações. III. O principal reservatório de água do mundo, o aquífero Guarani, tem sido explorado racionalmente, estando livre da ameaça de desperdício e de contaminação das águas. IV. Os maiores prejudicados com as consequências do aquecimento global deverão ser os países mais pobres e com menor tecnologia e capacidade de adaptação. 15. (ENEM 2010) A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no rio Xingu, no município de Vitória de Xingu, no Pará. A usina será a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do Xingu tomam a paisagem com seus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecharam estradas de uma região que será inundada pelas águas da usina. BACOCCINA, D.; QUEIROZ, G.; BORGES, R. Fim do leilão, começo da confusão. Istoé Dinheiro. Ano 13, no 655, 28 abr. 2010 (adaptado) Os impasses, resistências e desafios associados à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte estão relacionados a) ao potencial hidrelétrico dos rios no norte e nordeste quando comparados às bacias hidrográficas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. b) à necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento no crescimento do país com os esforços para a conservação ambiental. c) à grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e à escassez dos recursos direcionados para o pagamento pela desapropriação das terras. d) ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e à ausência de reconhecimento desse direito por parte das empreiteiras. e) ao aproveitamento da mão de obra especializada disponível na região Norte e o interesse das construtoras na vinda de profissionais do Sudeste do país. 47 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 16. (UEFS 2008) O gráfico apresenta a descarga fluvial de um rio brasileiro. A partir de sua análise, aliada aos conhecimentos sobre hidrografia brasileira, pode-se afirmar que esse rio: a) é perene, o que restringe significativamente a vida das populações da área por onde corre. b) possui regime pluvial tropical, tornando impraticáveis a navegação e o seu aproveitamento para a produção de energia elétrica. c) apresenta foz em delta, por percorrer áreas de relevo elevado e acidentado. d) tem regime intermitente, devido à estiagem, que se verifica durante o inverno. e) possui drenagem exorreica, dificultando a piscicultura e o abastecimento de água. QUESTÕES 17 e 18 (UESB 2008) O rio da integração nacional é também o rio da discórdia, quando o assunto é transposição do rio São Francisco. Numa das margens, o governo afirma que a decisão política que foi tomada é irreversível e que as obras vão prosseguir. Na margem oposta, estão representantes de movimentos da sociedade civil, que cobram alternativas para levar água ao sertão do Nordeste. (RIO SÃO..., 2007, p. 8). 17. Sobre o rio São Francisco, as suas particularidades e o polêmico projeto de sua transposição, pode-se afirmar: 01) A transposição irá beneficiar a população que vive a meridional do rio. 02) Apesar de ser um dos estados beneficiados, a Bahia faz parte da oposição ao projeto. 03) Os eixos Leste e Norte, os dois grandes canais captadores, situam-se a setentrional do rio. 04) As cheias do rio São Francisco se concentram no inverno, devido à influência da Amazônia. 05) A polêmica em torno da transposição deve-se ao fato de o rio São Francisco ser intermitente em todo o seu curso. 18. O rio São Francisco e o rio Nilo apresentam semelhanças, entre elas, o fato de: 01) serem rios de formação mista, nival e pluvial. 02) nascerem no norte e rumarem para o sul. 03) serem rios de planaltos, desde a nascente até à foz. 04) serem perenes em todo o seu curso, apesar de cruzar diversos ambientes climáticos. 05) possuírem uma foz do tipo endorreica. 48 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 19. (UESC 2008) A análise da charge, aliada aos conhecimentos sobre a água, suas propriedades, sua importância e sua distribuição, permite afirmar: 01) A escassez da água, em decorrência do uso irracional em atividades pastoris, tem provocado conflitos no Oriente Médio e no norte da África pela posse desse recurso natural. 02) A água possui calor específico e, graças a esse princípio, sua temperatura é bastante variável, principalmente na zona intertropical. 03) A água é um recurso renovável e equitativamente distribuído em todo planeta, e sua escassez está associada ao uso predatório dessa riqueza. 04) Todos os planetas do nosso sistema solar possuem água, nos estados gasoso e sólido em abundância, razão pela qual se pode concluir que ela é um recurso renovável. 05) O único planeta do sistema solar que, reconhecidamente, possui água em abundância no estado líquido é a Terra. 20. (UNEB 2008) A construção do chamado complexo hidrelétrico do Madeira, projetado pelo consórcio Furnas / Odebrecht, está orçada em 20 bilhões de reais e pretende gerar 6.450 megawatts, pouco mais da metade da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em operação. As usinas foram planejadas para aproveitar a força das corredeiras naturais de Santo Antônio e Jirau, distantes de Porto Velho a 6 e 150 quilômetros, respectivamente. Uma área de 217 quilômetros quadrados será inundada. (RIOS..., 2007). A partir do texto e dos conhecimentos sobre os recursos hídricos brasileiros, pode-se afirmar: 01) A Bacia Amazônica possui o maior potencial disponível para geração de energia do país. 02) A usina hidrelétrica de Itaipu é fruto de um consórcio entre o Brasil e o Uruguai. 03) A construção da hidrelétrica no rio Madeira faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deverá ser vital para a expansão da produção de energia na Região Norte, que hoje é suprida, apenas, por usinas termoelétricas. 04) O rio Amazonas é o maior rio do mundo e a sua nascente, nos Andes, é tipicamente pluvial. 05) O rio São Francisco, por ser um rio de planície, favorece a exploração do seu potencial hidrelétrico, razão pela qual a maior usina hidrelétrica do país foi construída na sua bacia. 21. (BAHIANA 2009.2) O consumo mundial de água aumentou cerca de seis vezes nas últimas cinco décadas. O Dia Mundial da Água, em 22 de março, encontra o líquido, sinônimo de vida, em uma encruzilhada: a exploração excessiva reduz os estoques disponíveis a olhos vistos, mas o homem ainda reluta em adotar medidas que garantam sua preservação. De todas as moedas, a água é a que mais determinará a paz ou a guerra entre as nações nesse século. A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e, pelo menos, 2 bilhões não conseguem água adequada para beber, lavar-se e comer. Viver com escassez de água é uma condição associada a milhões de mortes ao ano causadas por doença, má nutrição, fome crônica. Ao afastar meninos e meninas da escola, ela impede que as crianças e seus parentes e amigos tenham acesso a informações que lhes darão uma vida melhor. A escassez de água e a pobreza criam uma armadilha da qual é difícil escapar. Cerca de dois terços das pessoas que não dispõem de água para suas necessidades básicas vivem com menos de US$2 por dia. “A variação da disponibilidade de água é forte e negativamente relacionada à renda per capita”, afirma Jeffrey Sachs, autor de Common Wealth: Economics For a Crowded Planet e consultor especial para o secretário-geral da ONU. (ARAIA, 2009, p. 41-49). 49 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Considerando os fatos destacados e os conhecimentos sobre a questão hídrica, é correto afirmar: 01) A superexploração dos recursos hídricos para produzir alimentos básicos é responsável pela alteração do regime e escoamento dos rios e pela escassez desses recursos. 02) A intervenção do homem nos ciclos naturais do planeta só fará desaparecer a água na natureza nas regiões de altas latitudes porque, nessas regiões, a circulação atmosférica sofre intensa atuação da ação antrópica. 03) A proteção dos recursos hídricos só será efetiva quando apenas as águas pluviais forem utilizadas pelo homem. 04) As medidas preventivas dirigidas à proteção da qualidade das águas deverão ser disciplinadoras em relação ao uso do solo, da manutenção da cobertura vegetal, para que da erosão sejam atenuados, evitando, assim, o assoreamento dos cursos d’água e sua contaminação. 05) As mudanças climáticas e a questão da poluição, o desperdício e a escassez de água no planeta Terra estão diretamente relacionadas ao grau de desenvolvimento do país, visto que os fatos apontados ocorrem fundamentalmente nas nações pobres. QUESTÕES 22 E 23 (UNIFACS 2009.2) Rios e lagos não respeitam limites geopolíticos. Em outubro de 2008, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou a localização exata de 273 aquíferos que ficam sob fronteiras internacionais. O levantamento, que levou dez anos para ser concluído, identificou 68 na América, 38 na África, 155 na Europa e 12 na Ásia. [...] Por mais sérias que sejam as crises financeiras, de alimentos ou de energia, nenhuma é tão ameaçadora em relação ao futuro da humanidade quanto a perspectiva de escassez de água. Não dá para incentivar a fabricação de água por meio de pacotes econômicos e com ajustes nas taxas de juros. Tampouco é possível substituir a água por uma substância alternativa, como se faz com o petróleo, que pode ser trocado por outras fontes de energia. Não existe nenhuma “bioágua”. Para o fluxo de uma corrente, os limites de um país são inócuos. Os mananciais não reconhecem fronteiras. A água é um direito humano, e todos devem ter acesso a ela em quantidade e qualidade suficientes para garantir a saúde, o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. Mas, diante da escassez, a água cresce de valor econômico. E a oferta desse recurso natural — renovável, porém não inesgotável — que corre o risco de entrar numa crise profunda, pressionada cada vez mais pelo crescimento demográfico, pelas mudanças climáticas, pela contaminação das fontes e pelo desperdício. (MUITA..., 2009, p. 32). 22. Sobre a questão da água e suas implicações, é correto afirmar: 01) Os aquíferos são depósitos subterrâneos que guardam reservas de água doce, merecendo destaque o aquífero Guarani, que se expande pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 02) O estabelecimento de tratados de uso compartilhado da exploração e do uso da água é a única solução para sua escassez. 03) A escassez hídrica é uma realidade na África devido à explosão demográfica, que contaminou os recursos hídricos do continente. 04) A contaminação dos aquíferos ocorre em todos os continentes devido ao uso de defensivos agrícolas e ao fato de eles serem localizados bem próximos à superfície. 05) As mudanças climáticas ocorridas nas últimas décadas, constituem a principal causa da escassez global dos recursos hídricos, uma vez que a água é homogeneamente distribuída no planeta. 23. A partir da análise do texto e dos conhecimentos das implicações geopolíticas da questão hídrica, ao longo dos tempos, pode-se afirmar: 01) O controle da cheia e da vazante dos rios, realizado pelos africanos escravizados, foi fundamental para o surgimento das civilizações mesopotâmicas, egípcias e da Grécia Antiga. 02) As técnicas de irrigação do solo, desenvolvidas pelos muçulmanos, foram os fatores decisivos para a expansão do império islâmico e para a feudalização dos territórios sob seu domínio. 03) A escassez de água no continente europeu foi responsável pelo processo de expansão marítima e comercial da época mercantilista, que objetivou o escoamento do excedente da população europeia para as novas terras descobertas. 04) Os Estados Unidos e a União Soviética não demonstraram nenhum interesse em estabelecer áreas de influência na África, durante a Guerra Fria, devido à ausência de mananciais de água neste continente. 05) A disputa pelo controle das fontes do rio Jordão. 50 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 24. (UEFS) Considerando-se o mapa e os conhecimentos sobre as bacias fluviais brasileiras e sua utilização econômica, pode-se afirmar: a) A população do Sudeste, predominantemente litorânea e com demandas crescentes de energia, tem seu abastecimento hidrelétrico gerado na própria região. b) O São Francisco é um rio típico de planalto, possui barragens e cachoeiras bem aproveitadas na produção de eletricidade, como as usinas de Paulo Afonso, Sobradinho, Três Marias, Xingó, Itaparica e Moxotó, que são suas principais hidrelétricas. c) O rio Paraná é o limite natural que separa o Estado de Mato Grosso dos Estados de São Paulo e Paraná, sendo, ainda, a fronteira que separa o Brasil do Uruguai. d) O sistema Tocantins-Araguaia, localizado na região Norte, é plenamente navegável durante todo ano, pela ausência de corredeiras e bancos de areia nos seus cursos. e) O rio Amazonas não é totalmente brasileiro, pois nasce na Bolívia, em plena região dos Andes meridionais, tem ampla navegação, destacando-se os portos fluviais de Belém, Manaus e Santarém. 25. (UEFS 2010.2) REGIÃO HIDROGRÁFICA I Amazônica II Tocantins — Araguaia III Paraná IV São Francisco POTENCIAL HIDRELÉTRICO VIAS FLUVIAIS Grande potencial hidrelétrico, ainda disponível em sua maior parte. A usina Tucuruí é a maior em operação. Parte do seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Boa Esperança. Apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico do país, sendo destaques Itaipu e Porto-Primavera. Extensa rede hidroviária. As embarcações são os principais meios de transporte da Amazônia. Destacam-se os rios Madeira, Negro e Amazonas. Bom sistema de canais e eclusas garantem a navegabilidade nos rios Tocantins e Araguaia. Potencial hidrelétrico explorado pelas usinas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso I, II e III, Moxotó, Itaparica e Xingó. PRODUTOS TRANSPORTADOS Madeiras, minérios, extratos de bebidas, extrativos vegetais, do agronegócio e outros. Arroz, feijão, milho, dentre outros. A hidrovia Tietê-Paraná é a mais nova do país, ligando Mato Grosso e São Paulo. Minérios, cimento e trigo aparecem em primeiro plano. Serviu de via histórica de penetração do interior. Hoje poucos investimentos em hidrovias comprometem a navegabilidade, principalmente no trecho Pirapora (MG) e Juazeiro (BA). Cargas diversas, particularmente produtos agrícolas. A análise do quadro sobre as regiões hidrográficas brasileiras permite afirmar que a única alternativa que apresenta as regiões cujas características estão corretamente indicadas é a a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) II e IV. 51 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 26. (UFBA 2007 — 2a FASE) As figuras I e II representam, esquematicamente, a ação das chuvas (erosão pluvial) sobre duas áreas em declive, uma com cobertura florestal e outra sem essa cobertura. Faça uma análise comparativa das duas situações, explicando a ação das águas da chuva em cada uma, e cite duas consequências ambientais da ocorrência verificada em II, sendo uma na área urbana e outra na área rural. 27. (UFBA 2009 — 2a FASE) A bacia hidrográfica considerada, na atualidade, como uma unidade de planejamento, corresponde à área drenada por uma rede hidrográfica organizada, hierarquicamente, em rio principal, afluentes e subafluentes. [...]. Como a grande maioria da rede hidrográfica brasileira é constituída de extensos rios de planalto, o potencial hidrelétrico, apesar da sua importância, não está totalmente aproveitado, bem como não está distribuído de maneira uniforme entre as bacias hidrográficas existentes no país. (ALMEIDA; RIGOLIN, 2004, p. 127-128). A partir das informações do texto e do mapa e com base nos conhecimentos sobre a hidrografia e o relevo do Brasil e seu aproveitamento energético, • • • • indique os tipos de regime dos rios brasileiros; cite a bacia hidrográfica de maior aproveitamento hidrelétrico; explique a razão do grande potencial hidrelétrico da bacia Amazônica; mencione duas consequências ambientais que motivam as discussões sobre a utilização do potencial hidrelétrico dessa bacia. 28. (UFBA) O estudo do regime de um rio ou de uma bacia hidrográfica constitui um elo de um sistema complexo em que a alteração de um dos seus elementos implica a alteração do conjunto. É o ponto de partida para se avaliar a possibilidade ou não de seu aproveitamento quanto à produção de energia elétrica, fornecimento de água para irrigação de terras, abastecimento de água para as cidades, navegação e desenvolvimento da piscicultura. (ADAS; ADAS, 1998, p. 308). Considerando o gráfico e as informações do texto, caracterize os rios Paraná e Paraguai, estabelecendo, respectivamente, suas relações com o relevo e indicando suas possibilidades de aproveitamento econômico. 52 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 29. (UFBA 2008 — 2a FASE) “Oásis verdejantes, lagoas cristalinas, peixes. Os Lençóis Maranhenses têm o tamanho da maior cidade brasileira e as miragens do maior deserto do mundo. A diferença é que, no ‘exótico deserto’ do Brasil, tudo é absolutamente real.” (RIBEIRO, 1998, p. 41). Com base na análise do texto, na observação da figura e nos conhecimentos sobre o Nordeste brasileiro, indique a subregião na qual estão localizados os Lençóis Maranhenses e justifique a formação de praias, dunas e lagoas nesse trecho do litoral oriental dessa sub-região. 30. (UEFS) INSTRUÇÃO: Para responder a essa questão, identifique as afirmativas verdadeiras. Em seguida, marque, na Folha de Respostas, a letra correspondente à alternativa correta, considerando o seguinte código: a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e III são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas I, II e IV são verdadeiras. e) Apenas I, III e IV são verdadeiras. A natureza pode ser irônica quando responde às agressões causadas pelo homem. Exemplo disso é a relação da humanidade com a água, o líquido mais abundante da Terra. Tratamos tão mal nosso planeta que acabamos nos colocando numa realidade catastrófica, de dupla face: ao mesmo tempo que corremos o risco de afogar nossas cidades sob a água salgada do mar, padecemos da falta de água doce. De um lado, está o aquecimento global, com o consequente derretimento das geleiras e das elevações do nível dos mares, que ameaça desalojar bilhões de habitantes das zonas litorâneas. De outro, há o esgotamento das reservas de água potável do planeta. Em outras palavras, estamos chegando à mesma situação extrema de um náufrago, que se vê com água para todos os lados, mas sem nenhuma gota para beber. (O MUNDO... 2008, p. 190). Da leitura do texto e dos conhecimentos a respeito dos recursos hídricos e do aquecimento global, pode-se concluir: I. O mar de Aral vem secando, desde que dois dos rios que o abasteciam foram desviados para irrigação. Caso o projeto de transposição do rio São Francisco se viabilize, poderão ocorrer danos irreversíveis para o meio ambiente e para a população ribeirinha. II. As nações mais afetadas pela escassez da água são as de acelerado crescimento demográfico e de poucos recursos para proteger os mananciais e oferecer saneamento básico às suas populações. III. O principal reservatório de água do mundo, o aquífero Guarani, tem sido explorado racionalmente, estando livre da ameaça de desperdício e de contaminação das águas. IV. Os maiores prejudicados com as consequências do aquecimento global deverão ser os países mais pobres e com menor tecnologia e capacidade de adaptação. 31. (UEFS 2010) Dois terços da população mundial, em 2025, não terão acesso à água potável, se nada for feito para evitar a escassez. (DOIS..., 2008, p. 190). Sobre a questão da água, é correto afirmar: a) A distribuição desigual da água e a sua má qualidade, pela contaminação, são fatores que têm provocado conflitos no continente africano. b) A atual legislação brasileira reconhece os vários usos da água e determina que a prioridade desse uso deverá ser o abastecimento das usinas fornecedoras de energia elétrica. c) A indústria é a atividade que mais consome recursos hídricos no planeta, pois, sozinha, representa cerca de 70% do consumo total de água doce. d) O estresse hídrico resulta da poluição das águas continentais subterrâneas e superficiais, independente de sua desigual distribuição natural. e) O Brasil é o único país do mundo cuja distribuição dos recursos hídricos é equilibrada, porque os rios que cortam o país carregam mais da metade do total de água doce superficial do planeta. 53 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 32. (UESC 2010) A análise do gráfico, aliada aos conhecimentos sobre os oceanos e a atividade humana, permite afirmar: 01) O oceano Índico é o maior dos oceanos e o que mantém o mais alto potencial piscoso do planeta. 02) A fauna marinha é distribuída de forma homogênea nos oceanos, mas a pesca e o consumo de peixes se processam de forma desigual. 03) Os estoques de peixe estão diminuindo rapidamente, devido à poluição na plataforma continental e à pesca artesanal. 04) O litoral brasileiro, em função de sua extensão e da atuação de correntes marítimas cálidas e frias, apresenta a mais alta piscosidade da América do Sul. 05) A riqueza marinha está sendo ameaçada, em decorrência, principalmente, da ação de navios pesqueiros piratas, das mudanças climáticas e da pesca industrial. EXERCÍCIOS OCEANOGRAFIA 01. (UNIFACS 2009.2) I. Os oceanos são 70% da superfície do planeta. Esse volume representa muito mais que isso. E sempre o vimos como uma vastidão infinita e onipotente. Mas não poderíamos estar mais enganados. Segundo a ONU, os mares estão em ruínas porque pescamos demais, produzimos lixo, gases do efeito estufa e esgotos demais e bagunçamos os ecossistemas. Pior: nem fazemos ideia do que está acontecendo lá embaixo em consequência disso. (CARMELLO, 2008, p. 62). II. O mar virou a grande lixeira do planeta. Para sumir com todo o lixo, só comendo. Imagine um prato de sopa à sua frente, daqueles caldos cheios de pedacinhos de legumes diferentes. Só que para cada pedaço de legume boiando há outros 6 pedaços de plástico. Você seria capaz de comer tudo sem mandar para dentro ao menos uma bolinha de plasticobolha? O albatroz e a tartaruga-marinha, que se alimentam de moluscos, medusas e algas no grande sopão dos oceanos do mundo, não conseguem. Comem os alimentos e engolem junto o lixo sólido que flutua no mar. O mais comum é morrerem de desnutrição, com o estômago que, de tão entulhado, fica incapaz de ingerir ou absorver nutrientes. A cena de uma necropsia no estômago de um albatroz mostrada num vídeo do YouTube é tão contundente que já devia ter virado campanha antissaquinho de supermercado. Com o bisturi, a bióloga cutuca e tira de dentro do bicho duas mãos cheias de lixo: 5 tampinhas de garrafa, 1 caneta, 1 pedaço de tela e até 1 escova de roupa! São os chamados entulhos marinhos, pedaços de lixos sólidos levados pelas correntes desde a Antártida até a Groenlândia e que vitimaram até agora 267 espécies da fauna marinha, segundo 54 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS o Greenpeace. Em todo o mar, 60 a 80% desse lixo é plástico. E essa sopa com 6 nacos de sujeira para cada 1 de legume — quer dizer, de zooplâncton — existe de verdade num canto do planeta. (SOPÃO..., 2008, p. 64). Considerando as informações do texto e os conhecimentos sobre mares e correntes marítimas, identifique as afirmativas verdadeiras. I. Os oceanos atuam como moderadores da temperatura dos continentes e do ar, além de exercerem forte influência sobre o clima da Terra. II. As correntes marítimas são movimentos das águas oceânicas, resultantes da força de atração lunar e da força centrífuga que decorre do movimento orbital da Terra em torno da lua, e são grandes dispersoras de sementes e de poluentes. III. Os oceanos armazenam grande variedade de sais e minerais em solução e seu ecossistema vive em constante ameaça, graças, entre outros fatores, à pesca industrial. IV. As alterações ambientais e o aquecimento global prejudicam os recifes de corais, diminuindo o fenômeno da ressurgência, uma vez que torna difícil para as águas frias se misturarem com as águas superficiais, mais quentes e leves. V. O oceano Atlântico, o maior e o mais profundo dos oceanos, possui forma elíptica e apresenta o maior nível de poluição, devido ao seu grande fluxo de navegação. A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a: 01) I e II 02) II e III 03) IV e V 04) I, III e IV 05) II, III, IV e V 02. (UESC 2007) A análise do mapa e os conhecimentos sobre oceanos, mares e seus movimentos permitem afirmar que: 01) o Oceano Pacífico é o maior e o menos profundo dos oceanos e só banha os países emergentes. 02) as correntes marítimas atuam no sentido horário e anti-horário e influenciam no clima das regiões litorâneas e na navegação. 03) as marés são movimentos das águas oceânicas, cuja origem está relacionada ao movimento de translação da Terra. 04) o Oceano Atlântico é o mais tropical dos oceanos e o que possui maior fluxo comercial. 05) a Corrente do Golfo aquece o litoral da Noruega e é responsável pela baixa piscosidade do país. 03. (UESB) Os oceanos e mares ocupam papel importante no equilíbrio dos subsistemas que compõem a Terra, executam movimentos com características peculiares e absorvem calor da superfície terrestre. Em relação aos oceanos e mares, pode-se afirmar: 01) Possuem correntes marítimas que se movimentam no sentido anti-horário, no Hemisfério Sul, e no sentido horário, no Hemisfério Norte, podem ser frias ou quentes e influenciam o clima de algumas regiões do planeta. 02) Apresentam uma movimentação constante, sendo o movimento horizontal das marés o mais importante. 03) Têm salinidade variável, sendo mais baixa nas regiões tropicais do que nas demais zonas térmicas, devido ao elevado índice pluviométrico. 04) Possuem verdadeiros rios nas suas águas, que são as correntes marítimas, cuja origem está relacionada ao movimento de translação da Terra e ao relevo oceânico. 05) Possuem temperatura uniforme, devido à igual radiação do Sol na superfície das águas oceânicas. 55 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 04. (UESC) A análise do mapa e os conhecimentos sobre oceanos e movimentos permitem afirmar: 01) A origem das correntes marítimas está relacionada com a forma da Terra e com o movimento de translação. 02) O oceano que banha o litoral oriental da América do Sul é o mais extenso, além de ser o que apresenta a mais baixa salinidade. 03) A corrente destacada no mapa é responsável pela grande piscosidade do litoral peruano e pelo surgimento do deserto de Atacama na costa norte do Chile. 04) A área destacada no mapa tem a mais baixa amplitude térmica da América do Sul, o mais baixo índice pluviométrico, e é cortada pela corrente das Guianas. 05) A América do Sul possui o litoral mais recortado do planeta, principalmente na porção oriental, fato que explica a grande quantidade de portos naturais existentes. Fonte: Adaptado de Atlas Geográfico São Paulo, Melhoramentos, 1995. 05. (UEFS) Com base nos conhecimentos sobre a água na superfície terrestre — águas continentais, oceanos e mares —, pode-se afirmar: a) O Oceano Índico, localizado ao sul da Ásia, tendo a África a ocidente e a Austrália a oriente, é um oceano tipicamente tropical, porque se encontra, em sua quase totalidade, na zona intertropical. b) A oceanografia estuda os oceanos, os mares e os lagos, destacando os grandes lagos que separam os Estados Unidos do México. c) A penetração subterrânea das águas ocorre quando os terrenos impermeáveis têm pouco declive, favorecendo a livre circulação das águas. d) O problema brasileiro de falta d'água restringe-se ao semiárido afetado pelas secas, não havendo registro de período seco em outras áreas do Brasil. e) A água doce corresponde apenas a uma pequena parte da massa líquida do planeta e se acha concentrada sobretudo no sul da África. 06. (UEFS 2009) A importância do estudo das correntes marítimas reside no fato de que nelas se encontram os alimentos necessários à vida marinha, como também de sua influência no clima das regiões situadas junto à costa litorânea. Sobre as correntes marítimas, pode-se afirmar: a) A corrente quente de Gulf Stream atua no litoral ocidental e setentrional da Europa, amenizando as amplitudes térmicas da fachada atlântica do continente e provocando altos índices pluviométricos. b) A corrente fria de Falklands, originária das águas frias da Antártida, responde pela existência da área litorânea de, maior aridez do globo, o Deserto de Atacama. c) As principais áreas pesqueiras do mundo localizam-se, exclusivamente, em locais de encontro entre correntes marítima frias. d) O maior deserto do planeta, o Saara, vem se expandindo graças à influência da corrente quente de Benguela. e) A corrente do Golfo do México, originária das áreas mais quentes do Mar das Antilhas, é responsável pela formação dos desertos mexicanos e o da Califórnia, nos Estados Unidos. 56 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS 07. (UESB 2007) Fontes: Manual global de ecologia. São Paulo, Augustus, 1993. p. 78; e Os caminhos da Terra. São Paulo, Azul, ano 4, n. 3, set. 1996. p. 42 e 43. A observação do mapa e os conhecimentos sobre as regiões desérticas e as áreas em risco de desertificação do globo permitem afirmar: 01) As dunas, paisagem dominante do relevo nos desertos quentes, não resultam do trabalho permanente de erosão eólica. 02) Os desertos, de modo geral, apresentam pequena amplitude térmica diária e anual, devido aos baixos índices pluviométricos registrados. 03) Os solos dos desertos, geralmente, são pobres em sais minerais, o que intensifica a desertificação nas áreas circunvizinhas. 04) O Deserto de Gobi é frio, razão pela qual as chuvas são mais duradouras e a vegetação, aciculifoliada. 05) A corrente marítima de Humboldt é um dos fatores responsáveis pela formação do deserto de Atacama. 08. (UEFS 2007) Os conhecimentos sobre águas continentais, oceanos e mares permitem afirmar: a) O mar Morto, situado em uma depressão absoluta e em área desértica, entre Israel e Jordânia, tem evaporação superior ao recebimento de água doce. b) O mar Vermelho, por ser um mar fechado, comunica-se com o Oceano Pacífico através de um estreito, o Estreito de Magalhães. c) O rio Nilo, curso de água intermitente no Deserto de Saara, tem sido motivo de tensões, envolvendo Líbia, Egito e Uganda. d) A importância das correntes marítimas quentes como reguladoras térmicas é uma realidade, todavia a maior importância dessas correntes está relacionada à formação do deserto de Saara, na África. e) Os rios de drenagem endorreica, por desaguarem no oceano, favorecem a formação de ecossistemas marinhos, como manguezais e pântanos. 09. (FBDC) Considere os seguintes textos sobre correntes marítimas. I. A corrente de Benguela explica a formação do deserto de Kalahari (Sudoeste africano). II. A corrente de Humboldt é um dos fatores que contribuem para a presença do deserto do Atacama (Chile). III. A corrente do Golfo (Gulf Stream) ameniza as temperaturas do inverno na Europa Ocidental. 57 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS Sobre os textos, pode-se afirmar que: a) I e II estão corretos, porque as correntes quentes provocam intensa evaporação nas áreas próximas ao litoral, daí surgirem os desertos, mas III é falso. b) I e III estão corretos, porque as correntes quentes que atuam no Oceano Atlântico apresentam grande capacidade de interferência nos climas, mas II é falso. c) I e III são corretos, porque indicam que as condições climáticas litorâneas sofrem a ação das correntes, mas II é falso, pois o Atacama existe em função dos Andes. d) I, II e III estão corretos e destacam as correntes marítimas como fator de interferência sobre os climas das áreas próximas ao litoral. e) III é correto, porque a corrente do Golfo impede a presença de baixas temperaturas no inverno europeu, mas I e II são falsos. 10. (UFBA) Explique as consequências da influência da corrente do Golfo, ou Gulf Stream, na porção noroeste da Europa, e a da corrente de Humboldt, na porção ocidental da América do Sul. 11. (UNICAMP) A figura abaixo representa a distribuição das correntes oceânicas na Terra. Adaptado de Paulo Roberto Moraes. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2003, p. 97. a) Por que existem correntes frias e correntes quentes nos oceanos? b) Explique a associação existente entre as correntes marítimas frias e o aparecimento de desertos em algumas costas continentais, como nos casos dos desertos do Atacama e do Kalahari. c) O fenômeno da ressurgência está associado à existência das correntes marítimas. Explique por que as áreas de ressurgência são as mais piscosas dos oceanos. 58 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS HIDROGRAFIA 01. 01 02. c 03. 02 04. 04 05. a 06. b 07. b 08. d 09. c 10. 03 11. a) • A recente expansão hidrelétrica da Região Norte se deve ao avanço das fronteiras econômicas — sobretudo do agronegócio —ao crescimento da população total e, em particular, da população urbana, além de investimentos públicos e privados. O seu grande potencial hidráulico, o maior do país, no momento, está relacionado não só às suas atividades tradicionais, mas também como força motriz para a solução dos grandes problemas regionais e visando suprir as deficiências energéticas do país, evitando futuros “apagões”. • Como exemplos do aproveitamento da Bacia Amazônica, podem ser citados projetos como Belo Monte, no rio Xingu, no Pará; Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia; Teles Pires e o Complexo do Tapajós, no Pará, além do potencial de outros afluentes do Amazonas. b) Alto índice de insolação anual, sobretudo no Agreste e no Sertão (energia solar); excelente regime de ventos, principalmente no litoral, em particular na faixa setentrional (energia eólica). c) Características ambientais da bacia do Paraná. • Condições topográficas acidentadas. • Rios tipicamente de planalto e caudalosos, apresentando inúmeras cachoeiras e corredeiras. • Domínio dos climas tropical, tropical de altitude e subtropical. • Quatro estações do ano bem definidas em grande extensão. • Solos de extrema fertilidade (solos de terra roxa) utilizados no cultivo do café. • Solos de influência vulcânica (arenito-basáltico). • Formações vegetais dos tipos latifoliada tropical, cerrados e aciculifoliada (araucárias) em grande parte da bacia hidrográfica. • Relevo predominantemente formado por superfícies planálticas, representadas sobretudo pelo planalto meridional com feições de cuestas. • Relevo do tipo trapps (escalonados). • Situa-se sobre terrenos de estrutura sedimentar compondo a bacia geológica do Paraná. • Presença do Aquífero Guarani no subsolo. 12. 04 13. Resposta correta: a Questão de nível fácil. O trecho da música se refere à represa construída no Rio São Francisco para abrigar a Usina Hidrelétrica de Sobradinho. Esse tipo de obra tem como um dos principais impactos socioambientais a relocação, muitas vezes forçada, das populações ribeirinhas que residem nas regiões da obra. 14. d 15. b 16. d 17. 03 18. 04 19. 05 20. 01 21. 04 22. 01 23. 05 24. b 25. c 26. Em I, a velocidade da água é baixa devido aos obstáculos (raízes, troncos, folhas) encontrados à sua frente e, portanto, muita água se infiltra no solo, evitando e/ou reduzindo a erosão superficial causada pelas chuvas. Em II, a velocidade do escoamento superficial é alta e a água transporta muito material em suspensão, arrastando detritos, intensificando a erosão e diminuindo a quantidade de água que se infiltra no solo. Consequências sobre o meio ambiente verificadas na ocorrência II: • Nas áreas urbanas, constituem áreas de risco, uma vez que a ocupação irregular e/ou desordenada das encostas acelera o processo de deslizamento ou escorregamento, causando desmoronamentos e desabamentos de casas, com grandes problemas sociais, como desabrigados, feridos e, não raro, vítimas fatais. • Nas áreas rurais, o desmatamento das encostas causa intensa erosão dos solos, provocando ravinamentos, voçorocas e é, também, responsável pelo assoreamento do leito dos rios, podendo causar enchentes, com grande prejuízo para a atividade agrícola. 27. • Os rios brasileiros têm regime pluvial. Entretanto, aqueles que nascem na Cordilheira dos Andes, pertencentes à Bacia Amazônica, possuem regime complexo ou misto (nival / pluvial). • Bacia do Paraná. • O grande potencial hidrelétrico da Bacia Amazônica está relacionado à grande extensão da bacia e ao grande volume de água dos seus numerosos rios, em decorrência de suas condições de clima predominantemente úmido e superúmido. Além disso, apesar de o Rio Amazonas ser um rio de planície, os seus aflu59 COLÉGIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA Módulo IV VILAS entes tanto da margem esquerda quanto da margem direita são oriundos de áreas planálticas, cujos desníveis altimétricos formam cachoeiras e corredeiras imprescindíveis ao aproveitamento energético. • Inundação de grandes áreas de floresta, provocando a destruição da biodiversidade; remoção de grupos indígenas e sua consequente desestruturação. 28. Em função de sua relação com o relevo, os rios são classificados como de planície (rio Paraguai) e de planalto (rio Paraná). O perfil longitudinal do rio Paraná revela a grande declividade que ele apresenta em território brasileiro (alto e médio curso) e, consequentemente, o seu grande potencial energético, o que justifica a existência de grandes hidrelétricas em sua bacia. Apresenta, entretanto, trechos navegáveis, com destaque para a hidrovia Tietê-Paraná, através de eclusas. O perfi l longitudinal do rio Paraguai evidencia a sua pequena declividade (os desníveis altimétricos são reduzidos) o que o caracteriza como rio de planície. Em consequência, tem grande potencial e importância para a navegação. 29. Os Lençóis Maranhenses situam-se na sub-região nordestina do Meio-Norte, mais precisamente no litoral oriental do Maranhão. As praias que aí se formaram são resultantes dos sucessivos processos de acumulação marinha e as dunas, pela ação dos ventos alísios de nordeste, atuantes na região. É um relevo de natureza dinâmica com intensa mobilidade atual. As lagoas que intercalam as dunas são formadas pelas chuvas e parte da água do mar que inunda o trecho mais próximo do litoral nas marés altas. OCEANOGRAFIA 01. 04 02. 02 03. 01 04. 03 05. a 06. a 07. 05 08. a 09. d 10. Corrente do Golfo ou Gulf Stream: corrente marítima quente que ameniza os rigores climáticos do inverno ao noroeste da Europa, favorecendo as atividades humanas regionais, a exemplo da atividade pesqueira na Noruega. Corrente de Humboldt: corrente marítima fria que percorre o litoral ocidental da América do Sul, tornando o clima seco e propiciando a ocorrência de desertos, a exemplo do deserto de Atacama, no Chile. 11. a) Devido às diferenças térmicas relacionadas às variações latitudinais nas suas “origens”, as correntes frias se originam em áreas de elevada latitude (águas mais frias) e as quentes em áreas de menor latitude (águas mais quentes). b) As correntes marítimas frias intensificam a condensação das massas de ar sobre o oceano, tornando algumas costas continentais mais secas. c) A ressurgência favorece a concentração mais superficial dos nutrientes, culminando na atração de cardumes. REFERÊNCIAS ATUALIDADE E VESTIBULAR. São Paulo. Abril, 2008. Enciclopédia visual. Santiago – Chile: Amereida S.A, 1996. GEOGRAFIA E VESTIBULAR. São Paulo. Abril, 2009. MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio. Geografia Geral do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2007. 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