Abril

Transcrição

Abril
Ano XV Nº 144
ABRIL 2007
R$ 2,00
www.uruatapera.com
5 mil quelônios devolvidos ao rio
MINERAÇÃO RIO DO NORTE/DIVULGAÇÃO
Projeto Pé de Pincha mostra que educação ambiental contagia comunidades do interior. Regional-5
Aprendendo a amar a natureza: criança participa da soltura de quelônios no lago Piraroacá, na comunidade Desengano, município de Terra Santa
INCLUSÃO
Escola abre
espaço para
os especiais
A meta é atender 90 crianças de
Terra Santa, além da alfabetização
de jovens e adultos - EJA.
Variedades - 8
EDUCAÇÃO
Professores
ganham um
salário maior
Crianças especiais ganham espaço na escola nova, com o que se promove a inclusão social
MINERAÇÃO RIO DO NORTE/DIVULGAÇÃO
Em Oriximiná, a educação se
reflete nos vencimentos dos professores, os maiores do Pará.
Serviço - 2
ALTERNATIVA
Tecnologia
gera renda
na floresta
Atualidades - 7
TRADIÇÃO
Laboratório
é referência
regional
Ritual se
mantém há
séculos
Agentes de saúde fazem visitas
diárias e entregam hipoclorito à
população oriximinaense.
A Encomendação de Almas é
costume protuguês celebrado há
200 anos na região.
Cidades- 3
Política - 4
Combate
à Evasão
Serviço -2
Comunitários transportam mudas e conciliam as espécies florestais
MEIO AMBIENTE
CURUÁ
Mutirão limpa o
igarapé do Melgaço
Guerreiro quer
viabilizar ponte
A Prefeitura realiza há 2 anos educação
ambiental junto às comunidades.
Superposição da BR-163 com a PA-254 pode
ajudar no asfaltamento e construção da ponte entre Óbidos e Alenquer. Regional - 5
Cidades - 3
Muito lixo retirado das águas
SAÚDE
ESCOLAS
A proposta é reproduzir na área
plantada a dinâmica de crescimento das espécies nativas.
Encomendadores de Almas em ação
SERVIÇO
2 ABRIL - 2007
Professores de Oriximiná ganham
os melhores salários do Pará
“Investir na educação
é a melhor forma de promover o desenvolvimento
do município. Hoje os professores de Oriximiná têm
o melhor salário do Estado,
aliado a cursos de formação
para a garantia da qualidade
de ensino. Isso se evidencia
com nossos alunos sendo
destaque nacionalmente”
afirma o prefeito Argemiro Diniz, que acaba de
realizar mais um curso
de Formação Continuada.
Promovido pela Secretaria
Municipal de Educação, o
curso, direcionado a professores da zona urbana,
serviu para avaliar o processo ensino-aprendizagem em
Oriximiná e traçar o planejamento educacional a ser
executado em 2007, além
de oferecer subsídios para
a formação dos professores
e contribuir para melhorar
a qualidade de ensino no
município. Subdividido
em dois níveis, o curso
foi ministrado na Escola
Lameira Bitencourtt para
professores de 1ª a 4ª série,
e na Escola Santa Maria
Goretti para os professores
de 5ª a 8ª série.
De acordo com informações da Secretária de
Educação, Iza Fernandes,
a Prefeitura de Oriximiná
investe hoje em Educação
38% do Produto Interno
Argemiro: educação é a mais importante política pública
Bruto do município. “Esse
investimento coloca Oriximiná com o status de uma
das melhores merendas
escolares do Brasil, além
de oferecer aos seus professores o melhor salário
do Pará. Os estudantes também se destacam obtendo
boas médias no Enem e nas
Olimpíadas de Matemática,
Astronomia e Astronáutica, entre outros”, festeja a
educadora.
Pescadores voltam à ativa mas ainda há restrições
Com a liberação da pesca de dez espécies de peixes
nos rios e lagos do Oeste paraense, a pesca artesanal recomeçou. As espécies liberadas
são acari, tambaqui, curimatá,
jatuarana, pirapitinga, pacu,
fura-calça, aracu, branquinha
e mapará.
12 tipos de peixes ain-
da continuam com a pesca
proibida, como, por exemplo,
acari e o tambaqui. Pela instrução normativa nº. 43/2005,
a proibição da pesca, comer-
cialização e transporte desses
peixes que estavam em seu
período de reprodução iniciou desde 15 de novembro
do ano passado. Pirarucu só
poderá ser pescado a partir de
1º de junho.
Já é intenso o movimento dos pescadores se
preparando para a pesca, de-
pois de 4 meses de proibição.
A expectativa geral é de que
este ano a safra e a venda de
pescados será melhor que a
do ano passado.
Estudantes fazem caminhada em defesa das águas
Para chamar a atenção
da sociedade para a poluição
dos rios e igarapés da região,
a direção da Escola de Ensino Fundamental Professor
Assunção realizou caminhada, na manhã do último dia
24. Às 7 horas estudantes e
professores saíram de frente
da escola e percorreram as
ruas do centro da cidade. Ao
chegar à rua 24 de Dezembro,
alunos ergueram faixas e cartazes apelando às pessoas para
que não poluam mais o rio
Trombetas, fonte de vida da
população oriximinaense.
Para Edvaldo de Souza,
chefe do Ibama na região, a
atitude da direção da escola é
elogiável, porque num momento em que a sociedade
mundial está preocupada com
o efeito estufa, aquecimento
global, é preciso que, de todas as formas, a população
seja alertada para o quanto
isso tudo pode comprometer
a existência do homem na
Terra. “A Amazônia está sen-
do destruída sem pudor pelo
homem, que joga lixo no rio,
portanto o que está acontecendo hoje aqui é louvável,
haja vista que tudo que é feito
em defesa do meio ambiente
deve ser aceito”, disse.
O chefe do Ibama informou que foi criada a UNIDA- União Integrada em
Defesa Ambiental, que busca
envolver principalmente as
autoridades de Oriximiná,
para que tomem consciência
de sua importância e respon-
sabilidade em relação à proteção do meio ambiente.
Para a diretora da Escola
Professor Assunção, Heldra
Carvalho, o objetivo é mobilizar a sociedade e chamar
a atenção de todos na preservação das águas. “O nosso
rio Trombetas está sendo
degradado a cada dia pela a
insensatez dos homens. Toda
a história de nossa cidade é vivida através do rio Trombetas,
que precisa urgentemente ser
tratado, antes que desapare-
ça”, alertou a educadora.
Segundo Heldra, apesar
de haver pessoas que lutam
para a preservação de nossas
águas, ainda é necessário se
fazer o trabalho de conscientização. “É dever de todos lutar
em prol desse objetivo. Se nós
não cuidarmos da água, isso
tudo pode acabar, inclusive
nossas vidas”, advertiu.
Heldra aproveitou a
oportunidade para esclarecer
que a caminhada é apenas uma
parte do ‘Projeto de Bem Com
a Água’, que acontece na escola
no decorrer do ano. Nesse
projeto, há alunos que são
monitores e que orientam seus
colegas a não desperdiçar água
do bebedouro e não jogar lixo
fora dos lixeiros, por exemplo.
Há atividades específicas para
a questão ambiental, que serão
implementadas ao longo de
2007. Participaram da caminhada o Corpo de Bombeiros, o Grupo AIGA -Alunos
do Iracema Givone em Ação,
Ibama e imprensa.
Prefeitura combate à evasão escolar no ensino infantil
As turmas de educação
infantil este ano aumentaram
o número de alunos de modo
surpreendente em Oriximiná. Há 14 unidades de atendimento no município. Com
as novas regras do setor, não
existem mais creches ou casulos, todas são denominadas
escolas de educação infantil.
Das 7 escolas municipais, 6 são conveniadas com
APMIO – Associação de
Proteção à Maternidade e
Infância de Oriximiná, to-
talizando o atendimento de
2.272 crianças matriculadas.
Animado com os avanços, o
diretor de educação infantil
no município, Adélcio Corrêa
Júnior, prevê o que a demanda
aumente ainda mais, à medida
em que as famílias estão mais
conscientes de seu dever e da
importância da inserção de
suas crianças na escola.
Mas a Secretaria Municipal de Educação está preocupada com o índice considerado altíssimo de evasão
escolar na educação infantil.
No ano passado, a evasão foi
na ordem de 20%, e a esperança é de que fique entre 10
a 8 % em 2007. “É um enorme desafio, mas nós estamos
nos esforçando muito”, diz
Adélcio.
Para mudar essa realidade, a Prefeitura investe na
qualificação profissional e
em projetos específicos para
combater a evasão escolar na
educação infantil. “Fazemos
diagnósticos para saber quais
são as crianças e o porquê do
seu afastamento da escola.
Imediatamente os próprios
professores que atuam nessas
escolas em que há faltas injustificadas e evasão fazem visitas
às famílias. É nesse momento
os professores incentivam
para que as crianças retornem
às salas de aulas, e os pais têm
atendido”, afirma Adélcio.
O corpo docente da
educação infantil municipal é
composto por 154 professores.
90% deles têm o ensino médio
completo em nível de magistério. Cada escola tem uma
coordenação em permanente
contato com a diretoria, que
define a programação letiva,
os cursos de educação continuada para os professores e o
acompanhamento administrativo e técnico-pedagógico de
todas as escolas. Os técnicos
visitam cada estabelecimento
de ensino.
A educação infantil
também atua com bons resultados no interior do mu-
nicípio, onde há em torno de
40 classes infantis, nas escolas
pólos e diversas localidades,
sem contar as escolas multisseriadas, onde a demanda de
crianças de 5 e 6 anos é muito
grande. A meta é de atender
este ano 3.100 crianças, nas
zonas rural e urbana. O Programa Bolsa Família, que
exige que a criança estude,
ajuda. Em contrapartida, um
dos fatores prejudiciais é a
mudança de bairros ou do
município.
Intensificadas ações de prevenção ao câncer
A V Semana de Combate ao Câncer foi trabalhada
de modo a esclarecer a população de Oriximiná quanto
aos cuidados para evitar a doença. A secretária de saúde,
Wagna Lúcia, desenvolveu
atividades nas unidades de
saúde referentes à prevenção do câncer. Segundo a
enfermeira Regina Selma
Guerreiro, é de responsabi-
Diretora-Editora responsável
Franssinete Florenzano
Colaborador especial
Emanuel Nassar
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Rua Gaspar Viana, 778
Tel. 0xx91.32300777
lidade dos enfermeiros a coordenação dessas unidades,
juntamente com os agentes
de saúde. Durante toda a
semana houve programação alusiva. A Secretaria de
Saúde também aumentou a
coleta de preventivos, destaca
Regina Selma.
A enfermeira ressalta
que essas atividades já são
rotineiras nas unidades de
saúde de Oriximiná e que a
secretaria está apenas intensificando, durante a campanha
educativa.
Lembrando que o câncer é a segunda maior causa
de morte no Estado, no
Brasil e no mundo, Regina
Selma explica que o exame
preventivo é indolor, rápido
e não deixa nenhum tipo
de trauma, possibilitando a
oportunidade de descobrir
a doença antes que ela se
instale.
A secretaria tem à disposição da população três
ginecologistas e também os
clínicos que atendem essas
pessoas com os resultados
obtidos nos exames. Todos
os resultados alterados são
analisados pelos médicos; em
seguida, são encaminhados à
secretaria para exames especializados como colposcopia,
biópsia e outros que estão
disponíveis para garantir o
tratamento.
Regina Selma Guerreiro, depois de trabalhar já
algum tempo no Posto de
Saúde Dr. Lauro, assumiu
recentemente a Diretoria
da Atenção Básica, que está
voltada para reorganizar as
ações Básicas de saúde do
município. A meta é melhorar serviços e ampliar o
acesso da população, para
que a secretaria de Saúde
preste realmente serviços de
melhor qualidade. Seu raio
de ação inclui as demandas nos postos de saúde, os
programas de PACS e PSF,
vigilância e saúde e vigilância
sanitária.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS
TELEFONES ÚTEIS
Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319
Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224
Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681
Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072
Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371
Hospital Municipal – (93) 3544 1370
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Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169
Av. Independência, 1857
Oriximiná-PA. CEP 68270-000
Tel/Fax. 0xx91.32221440
CNPJ 23.060.825/0001-05
Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587
Fórum – (93) 3544 1299
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119
Polícia Civil – (93) 3544 1219
Defensoria Pública – (93) 3544 4000
CIDADES
ABRIL - 2007 Mutirão para limpar o informes
Igarapé do Melgaço P
Cerca de setenta sacos
de lixo foram retirados do
leito do igarapé do Melgaço
por servidores da Prefeitura
Municipal de Oriximiná,
auxiliados pelos moradores
dos bairros Nossa Senhora
Perpétuo Socorro e Cidade
Nova, que não mediram esforços para realizar o trabalho.
O mutirão foi coordenado
pela Secretaria de Turismo e
Meio Ambiente.
Há dois anos a Prefeitura trabalha mutirões com
as comunidades, para ensinar
a importância da limpeza pública e suas conseqüências ambientais e na saúde pública. O
primeiro bairro que recebeu
esse tipo de trabalho foi o São
José Operário. “Hoje estamos
realizando esse trabalho em
parceria com as escolas de
ensino fundamental para que
se tenham os dois paralelos
em ação”, explica o prefeito
Argemiro Diniz.
Nos próximos meses
serão realizadas oficinas e as
escolas receberão material didático, inclusive uma cartilha
intitulada ‘Lixo: este problema
tem solução’, produzida pela
Prefeitura.
Sobre a despoluição no
Igarapé do Melgaço, a secretária Fátima Guerreiro Prestes
disse que os moradores que
residem próximo ao local é
que solicitaram a operação.
“Fizemos uma ação em parceria com a comunidade,
a Prefeitura cedeu todo o
material e conseguimos com
a iniciativa privada o suporte
necessário para que obtivéssemos êxito nessa empreitada
difícil”, destacou.
Outro fator positivo, segundo a secretária, foi o interesse da população para que a
ação de sucesso como a que foi
feita acontecesse na cabeceira
do Melgaço que, devido ao
avanço urbano, estava sendo
destruído. “Esperamos que,
depois desse trabalho, os moradores de Oriximiná tenham
mais responsabilidade com o
lixo, é importante que se saiba
que lixo tem solução”.
A técnico-pedagoga Benedita Lobato esclareceu que
a ação foi de muita responsabilidade, principalmente da
população que esteve presente, e que essa contribuição da
população tende a aumentar.
Para Benedita, existe uma
grande perspectiva em relação a esse projeto. “Para que
houvesse esse mutirão foram
realizados vários encontros
com moradores que residem
próximos da área afetada,
quando esclarecemos que o
Igarapé do Melgaço está sendo poluído constantemente
por moradores dos próprios
bairros”, alertou.
Waldirene Almeida,
também técnico-pedagoga,
enfatizou que espera depois
desse mutirão que os próprios
moradores tomem atitudes e
não fiquem esperando ações
da Prefeitura. “Estamos conscientizando as pessoas para
que se reeduquem e preservem o meio em que vivemos”,
declarou.
Universidade Fluminense quer
ampliar atuação em Oriximiná
Há oito anos com campus avançado no município, a
Universidade Federal Fluminense pretende ampliar suas
ações em Oriximiná, atuando
em várias áreas, em convênio
com a Prefeitura.
O reitor da UFF, Roberto Sales, diz que vai procurar a
governadora Ana Júlia e pedir
ajuda para manter e ampliar
as atividades da Universidade
em Oriximiná. “Eu assegurei
ao prefeito Argemiro Diniz
que nosso interesse é técnico,
queremos ajudar a população
de Oriximiná”, enfatiza.
Roberto Sales planeja,
para maio, a chegada ao município de várias equipes da
UFF, integradas por médicos
residenciais, enfermagem e
técnicos de meio ambiente
e também em saneamento
básico. E conta com o apoio
da Prefeitura.
A UFF é uma das cinco
maiores universidades do
País. Roberto Salles também
conversou com o prefeito Ar-
gemiro Diniz sobre a importância estratégica do crédito
de carbono - retirada do gás
carbônico na atmosfera, em
troca de recursos financeiros
em Euros. Ele informou que
o grupo que a UFF dispõe de
profissionais na área ambiental
pode ajudar a desenvolver esse
projeto.
A idéia é discutir sobre o
lixo, os resíduos da Mineração
Rio do Norte, quanto tempo
a empresa vai ficar e os planos
da mineradora para depois que
a lavra de bauxita acabar. “O
município tem que planejar
o que vai fazer depois que
esse minério acabar, alguém
precisa pensar nisso”, disse o
reitor, completando que “é
aí que nós entramos, a Universidade é que tem gabarito
pra isso”. A própria UFF vai
bancar o salário dos estagiários
que a universidade enviará a
Oriximiná, são bolsistas e não
trarão ônus à Prefeitura, a não
ser que façam plantão médico
no hospital do município.
Coleta seletiva de lixo envolve escolas
A Prefeitura Municipal
de Oriximiná, através da Secretaria de Meio Ambiente e
Turismo, desenvolve o Projeto Coleta Seletiva do Lixo,
uma iniciativa ambiciosa que
trabalha todas as facetas do
lixo, envolvendo educação,
saúde e preservação ambiental. Durante o processo de
tratamento, é feita a separação
dos resíduos sólidos pela população. O material reciclável
(papéis, vidros, plásticos,
metais e outros) é recuperado
e o restante do lixo orgânico
vai para a usina de compostagem, onde é transformado
em adubo.
Segundo o prefeito
Argemiro Diniz, o projeto
prevê em sua primeira fase
a capacitação dos moradores
dos bairros, e se efetiva nas
14 Escolas de Ensino Fundamental da cidade, assim
como em quatro grandes
comunidades pólos da zona
rural: comunidade do Lago
do Salgado, comunidade do
Curupira, comunidade do
Rapa-Pau e comunidade do
Ajarazal e suas respectivas
escolas. Para isso, a Prefeitura
conta com o apoio dos servidores da Secretaria de Meio
Ambiente e Turismo, uma
equipe técnica e de professoras pedagogas, remanejadas
da Secretaria Municipal de
Educação.
Para a Secretária Fátima Guerreiro Prestes, é um
megaprojeto de alto custo e
representa um desafio para
a administração municipal
e para a própria população,
que tem a oportunidade de
trabalhar uma nova idéia. “É
um investimento do prefeito
Argemiro Diniz no Meio
Ambiente e na qualidade de
vida. Com o devido trabalho
também da reciclagem, não
cabe, portanto, uma avaliação baseada unicamente
na equação financeira dos
gastos da Prefeitura com o
lixo, que despreze futuros
ganhos ambientais, sociais,
econômicos e políticos”,
realça Fátima, enfatizando
que a intenção não é gerar
recursos, mas reduzir o
volume do lixo. “Sua principal vantagem é estimular a
consciência ambiental, que
promove ainda o surgimento da educação da população
em relação à manutenção da
limpeza dos espaços públicos da cidade e do interior”,
comemora.
A primeira etapa do projeto começou com a capacitação das lideranças das associações de bairros, que adquirem
as primeiras informações,
conhecimentos e habilidades
sobre o tratamento do lixo,
com o objetivo de atuar posteriormente como agentes
ambientais nos bairros.
O projeto é uma iniciativa da Prefeitura Municipal
como estratégia para o desenvolvimento da educação
ambiental, conta com a participação da coletividade e tem
apoio especial da Mineração
Rio do Norte, da Sectam e do
Ibama de Porto Trombetas.
Laboratório de hipoclorito é referência regional
Cem agentes de saúde
visitam diariamente as residências, nas áreas urbana e
rural de Oriximiná, e fazem
a distribuição de hipoclorito
à população. A substância é
produzida pelo Laboratório
de Controle de Qualidade de
Água, fundado em maio de
2003, no âmbito da Secretaria
de Saúde. O município é um
dos poucos que cumpre o
Programa Pactuado Integrado
– Epidemiologia e Controle
de Doenças no Estado do
Pará.
O preço do hipoclorito
custa em torno de um real e
cinqüenta, enquanto que o
produzido no laboratório de
Oriximiná sai por menos de
um centavo o frasco com 50
ml. A embalagem é reciclada
pelo laboratório, dentro de
rigoroso padrão de quali-
dade, exigido pelo prefeito
Argemiro Diniz. Ele destaca a
importância da devolução dos
frascos para o reaproveitamento: “Os cidadãos se beneficiam
duplamente - o hipoclorito é
manipulado constantemente
pelo laboratório e a poluição
do meio ambiente é controlada”, justifica.
A reciclagem dos frascos é de qualidade e Stela
destaca o apoio que recebe
do Prefeito, que sempre preza
a qualidade do material. As
equipes de profissionais de
saúde monitoram e cadastram
os sistemas de abastecimento
da Cosanpa, o micro-sistema
implantado pela prefeitura na
zona rural, além do sistema de
abastecimento alternativo na
zona rural. Também fazem
coleta e análise de pontos
extras, além das coletas so-
licitadas pelos diversos órgãos, como Ibama. Já foram
realizadas pelo laboratório,
inclusive, análises de água
nos municípios de Óbidos,
Santarém e Juruti.
Em Oriximiná, a equipe
controla as águas de entrada, chamadas de água bruta,
que chegam até a estação
da Cosanpa, e são tratadas,
para o consumo pela população. “Seguimos o padrão da
Portaria 518, que nos dá os
parâmetros mínimos da água
com qualidade”, salienta a
coordenadora.
Sobre a necessidade do
hipoclorito manipulado no
próprio laboratório, a diretora
esclarece que “na realidade
a água que chega até às residências deveria estar tratada,
haja vista que temos a água de
micro-sistema, a água de po-
ços artesianos, etc, então para
o tratamento dela é necessária
a inserção de hipoclorito a
2,5%”, enfatiza, revelando
que, além da manipulação, o
laboratório também envaza,
rotula e entrega o hipoclorito
à população, dentro das boas
práticas de manipulação. O
equipamento foi cedido pela
Funasa.
A diretora faz um apelo
para que as pessoas que utilizam o hipoclorito devolvam
os frascos, que são comprados pela Prefeitura, através
da Secretaria de Saúde. Stela
enfatiza que tratar água é um
trabalho demorado, porém se
não tratá-la as conseqüências
são maiores e mais caras do
que um frasco de hipoclorito.
“Vale ressaltar que a prevenção
ainda é muito mais cômoda do
que remediar”, finaliza.
residida por Júnior Ferrari e integrada
por Alexandre Von, Carlos Martins, Antônio Rocha e Junior Hage, a Comissão
de Representação de Deputados para análise sobre
o terminal graneleiro da Cargill foi a Santarém
conversar com representantes da Cargill, Ministério
Público Federal, Justiça Federal, Prefeitura, Câmara
Municipal, sindicatos de trabalhadores e produtores
rurais e Ibama. Em todos os órgãos visitados foram
protocolados ofícios solicitando posicionamento sobre
o assunto. Nesta semana, em Belém, a Comissão
reúne com representante da Companhia Docas do
Pará e analisa as respostas obtidas. O clima é favorável à elaboração da EIA-Rima e normalização do
funcionamento do terminal.
Garcinha Chupa-Osso
Este ano os obidenses que residem em Belém vão
apresentar o cordão folclórico A Garcinha. A idéia é
divulgar e mobilizar a colônia chupa-osso para um
encontro cultural no mês de junho. Coordenando o cordão, Eduardo Dias, Ary Ferreira e Eládio
Canto, que já têm o local de ensaio, na casa do
José Raimundo Canto. Contatos: indiocurumu@
hotmail.com .
Peixe apreendido
Cerca de 30 toneladas de peixe foram apreendidas
no oeste do Pará. Seis embarcações pescavam irregularmente no Lago Grande de Curuai, que fica
no braço direto do rio Amazonas, entre Santarém,
Óbidos e Juruti.
Inscrições abertas
O 7º Festival da Canção será realizado nos dias 09
e 10 de agosto de 2007. As 12 músicas finalistas
serão incluídas no DVD e no CD gravados ao vivo
durante o festival. A premiação inclui ainda troféus e dinheiro para os 3 primeiros colocados e na
categoria Aclamação Popular, além de troféus para
as categorias Melhor Letra, Melhor Intérprete e
Melhor Arranjo. Inscrições, pessoalmente ou pelos
Correios, até 31 de maio de 2007. O endereço: rua
Rio Tapajós, s/nº – Porto Trombetas – Oriximiná
– PA - CEP 68275-000 - Fone: (93) 3549-7598 e
3549-7767 – Fax: (93) 3549-1494. Regulamento
completo no site www.festivaisdobrasil.com.br/
fecan.trombetas .
Chance profissional
O Programa Jovem Aprendiz, parceria da MRN e
SENAI, atende 41 alunos matriculados para o período de 2007/2008, nos cursos de Mecânica Geral,
Mecânica de Automóveis e Marcenaria/ Carpintaria. Os estudantes com melhor desempenho serão
selecionados para estagiar na Mineração Rio do
Norte, em Porto Trombetas. Todos os participantes
do Programa receberão bolsa conforme legislação,
além de participarem do Plano de Assistência
Médica da MRN. Os selecionados contarão também com passagem de ida e volta para Santarém,
alojamento, lavanderia e alimentação durante o
tempo de duração do estágio. Wilson Florenzano
Calderaro, diretor do Centro de Formação Profissional do SENAI de Santarém, destaca que o curso
é uma oportunidade para os jovens. Dá o primeiro
empurrão para iniciar uma carreira.
Fora da aula
A Escola Raimundo de Sousa Coelho, em Juruti,
está com 800 alunos e tem só 4 salas de aula. Para
atender a demanda, funciona em quatro turnos
- matutino, intermediário, vespertino e noturno. Este ano quase 400 novos alunos, de fora do
município, efetuaram matrícula na rede pública.
Todos filhos de trabalhadores da Alcoa. Na escola
Zelinda Guimarães, para amenizar o problema
foram improvisadas salas de aula no refeitório e
até no barracão. A maior demanda é do projeto
de Educação de Jovens e Adultos (EJA), pessoas
que pararam de estudar e agora querem concluir
o ensino médio.
Inclusão digital
Uma parceria de R$ 15 milhões entre a Eletronorte
e Governo do Estado vai permitir o acesso on-line
em alta velocidade a municípios do interior paraense. Na primeira fase, a empresa compartilhará
sua capacidade de transmissão de dados e, num
segundo momento, o governo estadual ampliará
a capacidade de transmissão ao longo do tronco
principal de propriedade da Eletronorte, com a
aquisição de equipamentos para acesso à rede. O
governo negocia a ligação de antenas nas escolas
e o lançamento de sinais de rádio para iniciar o
processo de inclusão digital. Serão instalados telecentros, infocentros, cyber cafés comunitários, TVs
e rádios comunitárias sobre a estrutura da rede da
Eletronorte. A meta é de que em quatro anos todos
os 143 municípios paraenses estejam integrados.
3
POLÍTICA
4 ABRIL - 2007
Argemiro incentiva Escola de Música
Mais de duzentos alunos, divididos em sete turmas, estão matriculados para
estudar música em Oriximiná. A Escola de Música
integra as ações do Plano
Plurianual da Secretaria de
Cultura, Desporto e Lazer,
que está sendo implantado
pelo prefeito Argemiro Diniz.
Seis dos alunos são bolsistas,
o que reflete os avanços, já
que no ano passado apenas
um aluno era atendido com
bolsa de estudos.
As aulas são ministradas
de segunda a sexta, nos turnos matutino e vespertino.
Os monitores e os bolsistas
são todos componentes da
Banda de Música da Casa da
Cultura, que é integrada por
vinte e três membros.
A secretária de Cultura,
Desportos e Lazer, Hilda
Viana, conta que as turmas
são dividas em Básico I, Básico II, Avançado e Avançado
II, e que uma das maiores
preocupações da secretaria é
diminuir o grande número de
desistência que vinha acontecendo nos últimos anos.
“Este ano eu vou acompanhar
de perto o desempenho na
escola, para que não haja
displicência dos professores
e principalmente dos alunos”,
diz Hilda Viana.
O prefeito Argemiro
Diniz deslanchou o cronograma cultural de 2007 em
Argemiro Diniz e Roberto Souza: prioridade para a educação cidadã dá bons resultados
Oriximiná com a realização
do Orixifolia. A Escola de
Música veio na seqüência.
Depois da Semana Santa
Cultural, com o ritual da
Encomendação de Almas e a
encenação da Paixão de Cristo, virá a Mostra de Teatro e
o Festival da Castanha em junho, enfatiza Antônio Lima,
chefe de Divisão Técnica da
Secretaria.
O prefeito Argemiro
Diniz fez um apelo especial aos pais dos alunos, no
sentido de que colaborem
com a iniciativa da Prefeitura
Municipal, acompanhando e
incentivando seus filhos e não
permitindo que eles desistam
das aulas.
Banda de música municipal traça diretrizes para 2007
A secretária de Cultura,
Desportos e Lazer, Hilda Viana, reuniu os integrantes da
Banda de Música Municipal
de Oriximiná para traçar as
metas para este ano. A idéia
é estreitar os laços de afinidade do grupo e, com isso,
aproximar mais a Banda e
os professores, explica Hilda
Viana.
A Prefeitura está contratando professores de Santarém para ministrar cursos
aos músicos da Banda, sobre
leitura de partitura e a limpeza de instrumentos. “Esses
cursos são muito importan-
tes para os componentes. É
muito importante a reciclagem da Banda”, explica a
secretária.
Sobre os bolsistas, Hilda Viana deixou claro que
só será beneficiado quem
realmente estiver interessado.
Será feita uma avaliação pelas
pessoas que vão ministrar o
curso, dando oportunidade
para o aluno que sobressair,
enfatizou.
Hilda disse que este
ano fiscalizará pessoalmente todas as ações, tanto da
Banda quanto da Escola
de Música e que a meta
é reduzir a evasão. A secretária declarou que os
erros do passado não serão
repetidos, que sua intenção
é proporcionar nova roupagem à Banda de Música,
e que está à disposição de
qualquer aluno ou componente para prestar esclare-
cimentos. “Nós queremos
que vocês sejam grandes
profissionais”, disse Hilda
Viana, destacando, ainda,
o desempenho de Elis, exaluna da Banda que passou
na Universidade Estadual
do Pará e que agora fará
parte da Banda.
4 horas de encenação da Paixão de Cristo em Oriximiná
A Pastoral da Juventude
mobilizou milhares de pessoas para assistir ao espetáculo
‘Paixão, Morte e Ressureição
de Cristo’, encenado pelas
ruas de Oriximiná, por sessenta atores amadores, na
Quinta-feira Santa.
O evento, que faz parte
do calendário cultural anual
do município, contou com a
participação ativa de catorze
grupos de jovens de todos
os bairros de Oriximiná, que
se empenharam durante três
meses em ensaios, para que
tudo saísse perfeito.
O coordenador da Pastoral da Juventude, Alexandre Pantoja, considera que o
resultado é muito gratificante
para todos os envolvidos no
espetáculo. “Representar o
sofrimento que Jesus Cristo
passou representa um alívio
para nós, que levamos uma
mensagem de paz à população.
É muito bom para a cultura do
nosso município e para o grupo como um todo”, enfatiza.
Durante quatro horas,
mais de duas mil pessoas
acompanharam a montagem da peça, percorrendo as
ruas da cidade. A cada passo, a emoção tomava conta
da multidão, que lembrava
o percurso feito por Jesus
Cristo, em Jerusalém, numa
impressionante manifestação
de fé católica.
A encenação começou
ainda na capela de Santa
Luzia, quando Pôncio Pilatos, então governador da
Judéia, representado pelo
ator Silas da Silva, entregou
Jesus aos soldados romanos.
Em seguida, os atores saíram
pelas ruas da cidade, seguidos
pela multidão de populares,
que aumentava em cada rua
percorrida.
A cada estação, o ator
Madson Gomes, que há sete
anos trabalha no espetáculo e
pela primeira vez representou
Jesus, arrebatava a assistência,
com sua forte interpretação,
comovendo principalmente
as pessoas mais idosas.
Após quase quatro horas de caminhada, o espetáculo chegou à Capela de
São Francisco, no conjunto
habitacional Casas Populares.
A cena de crucificação de Jesus Cristo fez com que toda
a assistência fosse tomada de
forte emoção. Muitas pessoas
choravam copiosamente.
O jovem ator Madson Gomes também ficou
muito emocionado, vivendo
com autenticidade o papel
de Jesus Cristo. Ele pregou a
necessidade de buscar a paz e
a verdadeira felicidade através
da fé. Madson aproveitou
para aconselhar os jovens
para que não se envolvam
com drogas, e sugeriu que
façam teatro, que considera,
além de terapia, uma eterna
aprendizagem, e afasta todos
dos vícios.
O grupo Pastoral da
Juventude se apresentou também à noite do dia 06, no
Cliper Santo Antônio.
Lideranças comunitárias reivindicam e são atendidas
Na ausência do prefeito
Argemiro Diniz, que estava
viajando, o vice-prefeito Roberto Souza, que estava em
exercício, recebeu cerca de
oitocentos comunitários para
debater os problemas enfrentados em suas localidades.
Representantes da Pastoral da Terra pediram apoio
logístico da Prefeitura para a
desapropriação de terras improdutivas a serem repassadas
a várias famílias que não têm
onde morar. Outra reivindicação foi de moradores da
invasão do Penta, que pedem
a legalização urgente do terreno, que só assim ganhará
luz elétrica, água encanada,
escolas e um posto de saúde.
O Prefeito interino, acompanhado dos vereadores Toninho Picanço e Neto Andrade,
se prontificou a atender todas
as lideranças que foram até a
prefeitura para negociar.
Venilson Taveira, presidente do Cefetban – Centro de Estudos e Pesquisas
dos Trabalhadores do BaixoAmazonas, que participou da
reunião, disse estar satisfeito e
que todas as decisões tomadas
estavam dentro do esperado.
“Fomos recebidos pelo Dr.
Roberto, as pautas que discutimos foram atendidas e
um dos pontos principais que
discutimos foi a reativação
do Conselho de Desenvolvimento Sustentável, e já ficou
marcada a primeira reunião
para o dia 19 de abril. A
intenção é fazer com o que
conselho possa realmente
funcionar, nossa avaliação é
altamente positiva”, elogiou.
Outra liderança que
participou da mesa de ne-
gociações foi Irmã Fátima,
coordenadora da Pastoral Social. Ela também considerou
as discussões positivas. Foram debatidas as necessidades, tanto pelo lado governo
como do lado de quem fez as
reivindicações. Irmã Fátima
disse que tudo isso faz parte
da democracia.
Prefeitura está asfaltando a estrada estadual
A prefeitura de Oriximiná iniciou o asfaltamento
da PA-439, que vai até o
aeroporto da cidade. As
obras estão sendo realizadas
com recursos próprios do
município. “Com os 4.400
Km de asfalto que nós já
executamos Oriximiná ganha desenvolvimento em
infra-estrutura e os moradores dos ramais no entorno da
rodovia ganham qualidade
de vida, pois terão melho-
res condições de escoar
sua produção”, ressalta o
prefeito Argemiro Diniz,
informando que as obras
estão avançando dentro do
cronograma previsto. Homens e máquinas trabalham
em sintonia para garantir a
conclusão dos serviços dentro do prazo de, no máximo
30 dias, diz o secretário municipal de Infra-Estrutura,
Francisco Florenzano.
O asfaltamento da PA-
Enquanto o dinheiro estadual não vem, Argemiro adianta o serviço
439 é a realização de um
antigo sonho dos oriximinaenses. O Governo do
Estado já havia prometido
mandar recursos para a realização da obra, mas até hoje
não chegou. Para atender a
necessidade da população
que trafega dia e noite nesse perímetro, a Prefeitura
de Oriximiná liberou os
recursos para a conclusão
do trecho.“O asfaltamento
é mais um compromisso
cumprido pela Prefeitura,
que traz o melhoramento
no tráfego na PA-439. É um
sonho que se realiza” festejou Argemiro Diniz.
Os oriximinaenses
também vão receber da
Prefeitura Municipal nos
próximos dias duas importantes obras, a construção
do Terminal Hidroviário e o
asfaltamento da rodovia até
o aeroporto, melhorando em
muito o acesso à cidade.
Ritual da Encomendação de Almas é atração turística
Empenhados em preservar uma tradição tão marcante quanto o Círio fluvial
noturno, os oriximinaenses
mais uma vez celebraram o
ritual da Encomendação de
Almas, durante a Semana
Santa. A população tem consciência do valor histórico e
turístico da manifestação, e
a idéia é reforçar esse evento
no calendário cultural do
município.
Os encomendadores de
almas são homens amortalhados de branco que cantam
tarde da noite, com o acompanhamento de matracas, de
casa em casa, orações aos santos e às almas do purgatório. A
cerimônia de ‘encomendação
das almas’ é um costume de
origem européia medieval
muito comum em diversas
zonas rurais do Brasil no séc.
XIX. As cerimônias se realiza-
Passados de pai para filho, os cânticos e rezas amedrontam
vam nas sextas-feiras durante
a Quaresma ou durante o
mês de novembro, quando
um grupo composto só de
homens cobertos de branco
rezava e cantava pelas ruas de-
sertas depois da meia-noite.
Os rezadores percorrem as ruas da cidade e param
em frente às residências para
orar pelos mortos. Os moradores não abrem as portas
durante a reza, porque senão
“enxergarão as almas dos
mortos, e receiam vê-las”.
Com as cantigas para as almas
realizam a “recomenda” ou
“encomenda”.
As orações são declama-
das musicalmente em coro,
no cemitério e em frente às
casas com mortos recentes.
A Encomendação é uma antiga devoção quaresmal de
Portugal. “Encomendar”,
“lembrar”, “apregoar” as almas ou “cantar às almas” era
uma tradição religiosa macabra. Altas horas da noite, os
encomendadores, com xales
nas cabeças, cantavam num
tom cavo e lúgubre.
REGIONAL
ABRIL - 2007 5
Guerreiro aponta fonte de recursos
para a ponte sobre o rio Curuá
OZÉAS SANTOS - ALEPA
O deputado Gabriel
Guerreiro, líder do PV na
Assembléia Legislativa, está
empenhado em obter recursos
para a recuperação da rodovia
PA-254 e construção da ponte
sobre o rio Curuá, ligando
Alenquer a Óbidos. A ponte
é uma das principais reivindicações dos municípios da
Calha Norte, e há anos vem
sendo prometida. Guerreiro
despachou com o secretário
executivo de Transportes, Valdir Ganzer, mostrou um mapa
da área, explicou a importância
da obra e apontou caminhos
para a viabilidade do projeto.
Como a PA-254, que
integra os municípios localizados na margem esquerda do
rio Amazonas, se superpõe à
BR-163 (Santarém-Cuiabá),
no trecho que vai do acesso a Alenquer até a estrada
do BEC, entre Oriximiná e
Gabriel Guerreiro mostrou a Ganzer a viabilidade e importância da PA-254 e da ponte do Curuá
Óbidos, Gabriel Guerreiro
sugeriu a Ganzer a solicitação de recursos federais, que
podem ser inclusive do PAC
– Programa de Aceleração do
Desenvolvimento.
O deputado também
convidou Ganzer a percorrer
a região oeste do Pará, a fim
de constatar a necessidade de
atendimento de vários pleitos
na área de transportes como,
por exemplo, a construção de
terminais hidroviários adequados a passageiros e cargas
e a pavimentação das estradas
intermunicipais.
O secretário de Transportes gostou da iniciativa de
Gabriel Guerreiro. “Assim
fica mais fácil trabalhar. O
deputado veio me trazer a
solicitação e já me apontou
o ‘caminho das pedras’ para
conseguir o dinheiro necessário”, elogiou Ganzer.
Gabriel Guerreiro esclareceu que a pavimentação
da PA-254 e a construção
da ponte sobre o rio Curuá
são estratégicas para o desenvolvimento de todos os
municípios da Calha Norte.
“É um sonho e também uma
luta muito grande da nossa
região.
É preciso pensar em
soluções práticas a fim de que
essas obras finalmente sejam
concretizadas e os municípios localizados na margem
esquerda do rio Amazonas
tenham a oportunidade de
cumprir sua vocação. O traçado da Santarém-Cuiabá coincide com o da PA-254 e não
há por que o governo federal
deixar de nos atender. Tenho
confiança de que, juntando
esforços, podemos fazer desse
sonho a realidade”, enfatizou
o parlamentar.
5 mil quelônios devolvidos aos rios em Terra Santa
MINERAÇÃO RIO DO NORTE/DIVULGAÇÃO
Cerca de 5 mil quelônios foram devolvidos aos
rios pelo Projeto Pé-de-Pincha, em cinco comunidades
ribeirinhas - Desengano,
Conceição, Aliança, Tucunaré
e Pintado – do município de
Terra Santa. Os moradores
atuam como voluntários e
crianças de 1ª à 4ª série ganham bolsas de estudos no
valor de R$ 80,00.
“As crianças são filhos
de voluntários que participam
do Projeto e a bolsa é um
incentivo do Projeto Jovem
Cientista, do Fundo de Amparo à Pesquisa do Amazonas”,
explica Paulo César Andrade,
coordenador do projeto e
professor da Faculdade de Ciências Agrárias da UFAM. “As
escolas são grandes parceiras
na preservação das espécies
ameaçadas de extinção”.
O Pé-de-Pincha conta
com o apoio da Mineração
Rio do Norte, do Projeto
Pró -Várzea e das Prefeituras.
Pincha, na região, significa
Estudantes na soltura de quelônios no lago Piraroacá
tampinha de garrafa. A analogia se deve à semelhança
das pegadas deixadas por
estes quelônios na areia com
a marca da tampa das garrafas
de refrigerante. “Ações como
essa demonstram o quanto
os voluntários gostam da sua
terra e estão conscientes de
que o caminho para preservar
o meio-ambiente é o trabalho
em parceria”, afirma José
Haroldo de Paula, assessor
de relações comunitárias da
MRN. Todos os voluntários
recebem treinamento para
fazer o manejo dos ovos e
criar os filhotes de tracajás,
tartarugas, pitiús, peremas
e calalumãs. Os filhotes são
soltos com 3 meses de vida,
quando já estão fortes o suficiente para sobreviverem
sozinhos. Desde a captura
dos ovos até a soltura, o processo leva 6 meses. “No seu
habitat natural, apenas 1%
dos filhotes sobrevive. Com
o projeto, esse número sobe
para 20%,
OPINIÃO
6 ABRIL - 2007
Festa pelos 124 anos de Juruti
O município de Juruti
comemora no dia 9 de abril
124 anos de fundação. Para
marcar o aniversário, uma
extensa programação foi
montada, encerrando com
festa popular no Tribódromo. A origem do município
remonta a uma aldeia dos
“- Eu era aluna do Colégio Santo Antônio, onde
estudei no período de 1942
a 1949/50. Foi nesta época
que ouvi uma interessante
história que vou lhe contar pelo interesse que tem
e porque escreve sobre este
assunto de aparições, visagens
e assombrações.”
Quem assim falava era
a senhora Maria de Nazaré
Boulhosa Nassar, esposa do
amigo jornalista, escritor e
membro da Academia Paraense de Letras, Rafael Costa.
D.Nazaré nasceu em
Belém, mas era filha de fazendeiros no Município de
Cachoeira do Arari, no Marajó, onde sempre passava
as férias. De pais religiosos,
muito católicos, na idade escolar foi estudar no Colégio
Santo Antônio, das Irmãs Dorotéias, Ordem fundada pela
Irmã Paula Francineti, e que
fica localizado na Praça Dom
Macedo Costa, 521, em Belém. Mas deixemos D. Nazaré
contar a história que ouviu na
década de quarenta.
“- Naquele tempo tudo
era muito diferente. Os meios
de transportes do Sul para
o Norte e vice-versa eram
apenas por via marítima ou
aérea. Não havia estradas, nem
se falava em Belém-Brasília.
Aliás, Brasília nem existia.
Então qualquer encomenda
comercial utilizava o frete
marítimo, até porque o frete
aéreo era caríssimo. Era costume as irmãs encomendarem
os tecidos de São Paulo para a
confecção de hábitos das reli-
N
ascida em 1874, minha
avó paterna tinha 25
anos no ano em que o padre
João Braz faleceu. Na realidade, os únicos fatos seguros da
incerta biografia desse sacerdote é que ele foi o primeiro
vigário de Juruti e que faleceu
em 1899. Minha avó sequer
chegou a conhecê-lo pessoalmente, considerando que, na
época, ele já havia sido banido
para sempre da cidade. Ao longo do tempo, muitas histórias
e boatos foram se espalhando
sobre ele pelo Baixo-Amazonas, sendo a mais marcante
e talvez a mais comentada, a
história que minha avó não
cansava de repetir na velhice:
que esse frade foi expulso de
Juruti por seu envolvimento
amoroso com diversas jovens
da paróquia, tendo deixado alguns descendentes por lá. Por
causa das peraltices do cura,
a população teria se rebelado
contra ele e, para o bem da
moral e dos bons costumes,
achou por dever expulsá-lo da
comunidade.
Em seguida, ao que se
conta, cheio de indignação ao
se ver escorraçado impiedosamente por seu rebanho, e num
gesto de extremo desencanto,
ele raspou das sandálias franciscanas qualquer resquício de
solo jurutiense, amaldiçoando
o lugar e seus habitantes por
um período de cem anos.
Histórias reais ou lendas
sobre padres que amaldiçoaram cidades não chegam a ser
tão incomuns na Amazônia.
índios Mundurucus que,
em 1818, ficou sob a direção
de um missionário, com
poderes paroquiais. Com
a construção de uma igreja
pelos índios, foi logo transformada em Freguesia, sob a
proteção de Nossa Senhora
da Saúde. Pela Lei nº 930,
de 15 de julho de 1879, Juruti
passou a ser ponto de escala
da navegação a vapor subvencionada pelo governo. Foi
assim que a então Freguesia
de Juruti ganhou elevação à
categoria de Vila, de acordo
com a Lei nº 1.152, de 9 de
abril de 1883.
Em Juruti, a principal
manifestação religiosa é o
Círio de Nossa Senhora
da Saúde, padroeira da
cidade, realizado no dia
23 de junho com o Círio
Fluvial, que sai do Lago
das Piranhas com destino à
sede do Município. No dia
02 de julho, as festividades
são encerradas com um
leilão de animais.
O Festival das Tribos,
que acontece desde 1986,
é o ponto alto do folclore
e turismo locais. O Tribódromo, palco dessa festa,
tem uma arena de três mil
metros quadrados, com
capacidade para abrigar 7
mil pessoas. É lá que se
apresentam grupos folclóricos, danças e cantos típicos
e, na apoteose, no último
dia, as tribos Mundurukus
e Muirapinimas disputam
o título.
seriam descobertos, a menos
que fossem mostrados, como
de fato ocorreu...! Nós já tínhamos dado por perdidos...
As irmãs estavam incrédulas. Quem poderia ser?
Olharam o diretor sem acreditar muito no que dizia.
O diretor, por sua vez, se
sentia um tanto desconfortável
diante da situação, pois sentia
o olhar de incredulidade das
irmãs. De repente, olhando
as medalhas que as irmãs levavam penduradas no peito,
exclamou:
- Olha aí, foi essa que
veio...!
As
irmãs
se
entreolharam.
Na medalha estava gravada a efígie de Paula Francineti... Então disseram:
- Olhe, meu senhor!
Esta é Paula Francineti, a fundadora de nossa Ordem. Só
que ela não vive mais...
O diretor ficou espantado. Então disse que ela chegou
dizendo que ia mostrar onde
estavam os fardos, foi acompanhando um encarregado e,
após localizá-los, disse:
- O senhor já pode avisar
ao colégio que os fardos foram
encontrados...!
As irmãs Dorotéias ouviram tudo muito emocionadas
e atribuíram a um milagre de
Paula Francineti, que, ouvindo
os pedidos desesperados das
irmãs da Ordem que havia
fundado, foi pessoalmente mostrar onde estavam os
fardos...”
mais idosos e sábios moradores de Juruti, a resposta que
está na ponta da língua é que
esse é o definitivo sinal de que
a maldição dos cem anos acabou, e que, lá da eternidade, o
padre faz florir seu túmulo em
sinal de perdão pela velhacaria
que fizeram com ele e como
benção pelos bons tempos
que estão chegando a reboque
da bauxita.
Mas ainda há dúvidas
e muita controvérsia sobre o
que realmente teria acontecido
há mais de um século e que
culminou com o banimento
do pároco do município. Na
verdade, ouvindo a voz do
povo, a gente fica sabendo que
há outra história(ou será lenda?), muito mais interessante e
pouco divulgada sobre o malfadado acontecimento. Diz
essa outra versão, que o real
motivo da desordem não passou de um belo e tumultuado
caso de amor correspondido.
Jovem, bonito e comprimido
pela fervura dos hormônios,
o padre chega a Juruti e logo
começa a ser assediado pelas
moçoilas do lugar. Resistiu o
quanto pôde, mas um dia foi
vencido pela beleza selvagem
e pelo olhar suplicante da filha
de um poderoso coronel do
cacau, por quem logo se apaixonou perdidamente.
O caso já ia longe quando o pai da moça descobriu a
tórrida paixão, fazendo espalhar o boato maldoso que o
vigário era um devorador de
donzelas e que deveria sair da
paróquia. Rico e influente, o
fazendeiro conseguiu arrebanhar a população e a situação
ficou tão insustentável que a
igreja se viu obrigada a transferir o Padre João Braz para o
vilarejo de Terra Santa
Tempos depois, para
lavar a honra, o fazendeiro
arranjou, a seu gosto, um
pretendente rico com quem
obrigou a filha a se casar. A
notícia do enlace não demorou chegar a Terra Santa
e muito menos ao conhecimento do padre, levando-o
ao desespero e mais tarde
ao suicídio. Outros também
contam uma história de amor,
mas trocam a donzela por
uma senhora casada, o que
teria resultado no assassinato
do sacerdote, pelo marido
traído, na mesma rua que hoje
leva o seu nome.
Bom, junto com duas
fotos do túmulo florido, isso
foi tudo o que eu consegui
apurar sobre o triste destino do
Padre João Braz. Não é muita
coisa, apenas folhas esparsas
de um tesouro perdido da
história de Juruti. Deixo para
o leitor a opção de decidir
entre o personagem do padre
devorador de donzelas - que
dizem ser verídica - e o da
lenda que fala de uma grande
paixão. Da minha parte, eu
prefiro mil vezes ficar com a
lenda. Ainda que trágicas, essas
narrativas envolvendo amores
impossíveis e paixões avassaladoras, são muito mais bonitas
e melhores de sonhar.
WALCYR MONTEIRO
[email protected]
Aparição no cais do porto
giosas e uniformes das alunas,
porque o preço em Belém era
muito caro.
A história foi contada
para mim e minhas colegas
por uma irmã Dorotéia, de
quem não lembro o nome.
Ela disse que, em certa
ocasião, na década de trinta,
a direção do estabelecimento
fez uma encomenda que,
conforme já dito, vinha por
transporte marítimo, e nada
da encomenda ser entregue.
Após muito procurarem, receberam a informação do diretor
do Cais do Porto:
- A encomenda das senhoras foi extraviada!
- Mas, extraviada, como?
São vários fardos de fazenda
e tecidos! Como pode ter se
extraviado um lote de fardos?
- Não sabemos lhe dizer.
Só que já fizemos procuração
por toda parte e nada... Não
conseguimos de forma nenhuma encontrar!
As irmãs ficaram desesperadas. A encomenda não
O caso mais clássico que se
tem notícia aconteceu na
cidade de Maués, terra da
minha outra avó, de onde um
padre também foi expulso no
século XIX, fazendo o mesmo
gesto de raspar o solo das suas
sandálias enquanto rogava sua
célebre praga sobre a cidade,
com palavras que acabaram
entrando para o folclore da
terra do guaraná: “Maués,
mau sois e mau serás”, ele
teria proclamado com a força
inabalável da fé. Mas voltando
ao caso do padre João Braz, o
que mais me soou estranho e
atiçou minha curiosidade, foi
saber que ele estava sepultado
na mesma Juruti de onde havia
saído enxotado pela população
há mais de cem anos. Após
confirmar com um velho
morador a veracidade dessa
informação, aproveitei uma
ida recente àquela cidade para
visitar o túmulo desse controvertido religioso.
O cemitério fica na primeira rua de Juruti, no lado
ocidental de quem chega no
porto, e se debruça, alheio às
enchentes, sobre uma grande ribanceira de terra firme.
Entrei naquele lugar cheio
de silêncio em torno de onze
da manhã e com um calor de
rachar, mas privilegiado pela
bela vista do grande Amazonas
correndo vivo lá embaixo. O
acesso foi fácil porque o gradil
da entrada estava entreaberto e
não havia nenhum vigia, ninguém para indagar o que eu
estava fazendo ali e muito me-
estava no seguro e elas iam
perder dinheiro, que no caso
era muito preciso, pois elas
não tinham de onde tirar para
uma nova encomenda, sem
falar no atraso que acarretaria
começar tudo de novo.
Então começaram a fazer uma novena à Paula Francineti. Todas as noites elas se
reuniam e rezavam, fazendo
o pedido para que os fardos
fossem localizados.
Logo depois, numa certa
manhã, foi feita uma ligação
telefônica para o Colégio de
alguém que se identificou
como um dos diretores do
Cais do Porto, falando que
tinha ido uma irmã lá no armazém, dizendo saber onde os
fardos se encontravam.
Imediatamente um grupo de irmãs se dirigiu para lá,
para saber o que tinha ocorrido. É preciso que se diga que,
naquela época, nenhuma irmã
andava sozinha. Elas sempre
saíam em grupo de três, quatro ou mais, daí estranharem
a informação de que apenas
uma irmã, sozinha, tivesse se
dirigido ao Cais do Porto.
Lá chegando, procuraram o diretor e perguntaram
o que tinha acontecido.
O diretor tranqüilamente respondeu:
- Foi, sim! Veio uma
irmã aqui e foi mostrar os fardos num lugar em que jamais
ADEMAR AYRES DO AMARAL
[email protected]
Cem anos de maldição
nos para me fornecer qualquer
tipo de orientação. A sorte é
que o túmulo do padre João
Braz não é difícil de distinguir,
pois de uns tempos para cá é a
única sepultura daquele campo-santo que vive coberta de
plantas e flores. Ela fica a uns
dez metros à esquerda de uma
grande cruz de madeira que
chamam de cruzeiro, a qual
se acha fincada sobre uma base
circular de cimento, que está
sempre enlameada por restos
de velas derretidas, como um
vestígio dos muitos promesseiros que lá vão cumprir suas
obrigações com as almas.
O cruzeiro está bem no
centro do cemitério e chegase a ele seguindo o único e
acanhado calçamento que vai
do portão de entrada até a base
da cruz. O lugar onde repousa
o padre João Braz é um jazigo
simples, aparentando completo abandono e marcado por
uma única carreira retangular
de tijolos que quase desaparece por baixo da abundante
vegetação. Apenas na cabeceira
ainda permanece de pé a parte
que sobrou de uma decorada
estrutura de ferro, já carcomida pelos anos, onde foi fixada
uma tosca placa de latão pintada de preto, com a seguinte
inscrição em letras brancas:
“eu sou a ressurreição e a vida”
Jo.11.25, 1º Vigário de Juruti,
Pe. João Braz, † 1899.
A histórica e descuidada
sepultura do Padre João Braz,
no cemitério de Juruti, é um
retrato fiel do total desamparo
e desleixo com a memória da
cidade. Porém, o incrível da
história, o mais inacreditável,
foi constatar que naquele
sítio dos mortos jogados ao
desmazelo, a campa onde
descansa o sacerdote esteja
sempre plena de um verde
exuberante e entremeado por
cachos vermelhos de jasmins
de S. Benedito, sem que ninguém sequer tenha tido algum
interesse ou piedade de lhe
conceder um mísero regador
de água. Muitas pessoas na
cidade andam se perguntando a causa desse mistério e o
porquê do túmulo do padre se
preservar assim tão florido nos
últimos tempos. Para alguns
ATUALIDADES
ABRIL - 2007 7
Frente Pró-Hidrovias começa a agir
Com 37 deputados
membros, de todas as bancadas partidárias, a Frente
Parlamentar Pró-Hidrovias
do Pará foi oficialmente
instalada, tendo como convidado especial o secretário
executivo de Transportes,
Valdir Ganzer. Foi eleito
à unanimidade como presidente o deputado Luis
Cunha, líder do PDT, idealizador da Frente. O vicepresidente é o deputado
Alexandre Von (PSDB) e
relator o deputado Gabriel
Guerreiro, líder do PV.
O secretário Valdir Ganzer, deputado estadual licenciado (PT), aderiu como membro
colaborador e disse que, com a
criação da Frente, o parlamento
paraense ganha nova dimensão. Elogiando a iniciativa de
Luis Cunha, ele revelou que
era um antigo sonho seu promover o debate sobre questões
estratégicas para o Estado na
Assembléia Legislativa.
O deputado Arnaldo
Jordy (PPS) realçou a importância das hidrovias e propôs
que o tema seja abordado
em conjunto com a Comissão de Meio-Ambiente da
Alepa, já que os projetos
hidroviários no Pará estão
todos paralisados em função
de uma guerra jurídica sob
o argumento de impactos
ambientais negativos.
Gabriel Guerreiro lembrou que a utilização dos
rios como meios naturais e
econômicos de transporte
é feita na Europa desde o
século XVII. Em 1648, começaram a ser construídos
os canais de interligação dos
principais rios do continente,
visando o desenvolvimento
da economia e a defesa territorial. A mais importante
ligação foi entre os rios Reno
e Danúbio, promovendo a
interligação leste-oeste até
chegar ao porto de Rotterdã,
um dos maiores do mundo.
Enfatizando que todas as
hidrovias são importantes,
OZÉAS SANTOS - ALEPA
Alexandre Von, Luis Cunha e Gabriel Guerreiro: agenda positiva e relatório para ajudar hidrovias
Guerreiro disse que Europa
e Estados Unidos já têm,
há séculos, consciência da
importância do transporte
aquaviário. Mas, no Pará, a
construção de um canal de
apenas 20 quilômetros no
Marajó foi embargada.
Alexandre Von lembrou
que há mais de dez anos
vem participando da luta em
prol das hidrovias e propôs
a realização de seminários
regionais no oeste, sul, sudeste e nordeste do Pará, e
em especial no arquipélago
marajoara, para esclarecer a
população acerca dos projetos
de hidrovias.
Luis Cunha já definiu
a agenda inicial da Frente,
que inclui visitas de cortesia
à governadora, aos veículos de
comunicação; à Federação das
Indústrias do Estado do Pará
– Fiepa; e ao presidente da
Companhia Docas do Pará,
para convidá-los a integrar
a Frente, na condição de
colaboradores.
Também serão s convidados o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e
Lacustre do Estado do Pará –
Sindarpa, Associação Comercial do Pará – ACP; Federação
Nacional de Empresas de
Navegação Marítima, Fluvial,
Lacustre e de Tráfego Portuário -Fenavega, Prefeituras e
Câmaras Municipais.
A Frente Parlamentar
Pró-Hidrovias do Pará foi
criada para reforçar a luta por
um grande corredor de desenvolvimento interligando
as hidrovias do Marajó, Capim, Tocantins/Araguaia/Rio
das Mortes, Tapajós/Teles
Pires/Juruena e Xingu com
as rodovias e ferrovias, num
sistema multimodal, de modo
a aproveitar todas as suas potencialidades naturais.
Sistemas agro-florestais viram alternativas de renda
Conciliar a cultura de
diferentes espécies vegetais
em um mesmo espaço, dando
ao agricultor a oportunidade
de plantar e colher os resultados ao longo de todo o ano.
Esta é a proposta dos Sistemas
Agro-Florestais, iniciativa realizada através de parceria entre a Mineração Rio do Norte
(MRN), Instituto Nacional
de Pesquisas Amazônicas
(Inpa) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater/ PA).
A proposta é reproduzir, na área plantada, a
dinâmica de crescimento na
floresta. Como explica José
Haroldo de Paula, assessor
de Relações Comunitárias
da MRN, “a implantação
dos Sistemas nas comunidades Saracá e Boa Nova, em
Oriximiná, é parte de acordo
assumido pela MRN com
estas comunidades durante
o processo de licenciamento
das minas de bauxita Almeidas e Aviso, conduzido pelo
Inpa desde o final do ano de
2004.”
A partir deste ano, a
Emater assume a coordenação
Conversa com comunitários para esclarecer o projeto
técnica do projeto. “Juntamos
na mesma área culturas de
ciclo curto, médio e longo,
como acontece na natureza.
Assim, o agricultor terá sempre produtos para consumo
e venda, sem depender do
ciclo de crescimento de uma
única cultura”, explica Aluísio
Ribeiro Santos, agrônomo da
Emater.
Membros das duas comunidades receberam a visita
dos técnicos no barracão da
comunidade Boa Nova. A
visita incluiu palestra sobre
plantio e arranjos, entrega de
cerca de 12.000 mudas de espécies frutíferas, como limão
taiti, mamão, laranja enxertada, abacate, maracujá e pupunha, além de espécies nativas de madeira de lei, como
cedro, pau d’arco e andiroba.
A MRN doou também ma-
teriais e ferramentas. Este
ano o projeto também será
implantado nas comunidades
do Saracá e Lago Sapucuá, em
Oriximiná. Outras atividades
estão previstas, envolvendo
preparação de horta escolar e
palestras sobre saúde e educação ambiental. “Os Sistemas
representam alternativa de
renda. Além de atender as
necessidades da geração atual,
melhorando sua qualidade de
vida, garantem o atendimento
das necessidades futuras”,
diz José Haroldo. O projeto
beneficiará 70 famílias.
VARIEDADES
8 ABRIL - 2007
Escola dá exemplo de inclusão social
Numa homenagem à
professora que foi precursora
no ensino para crianças especiais no município, a Escola
Simone das Neves Pinheiro,
em Terra Santa, é destinada
a alunos de 1ª à 4ª série do
ensino fundamental. Cerca
de 60 alunos com deficiência
física e mental e dificuldade
de aprendizado já estão sendo
atendidos na nova escola, junto aos outros alunos da rede
pública. Totalmente adaptado
às necessidades físicas dos
alunos especiais, o prédio foi
construído com recursos da
MRN e mobiliado com recursos do FIA (Fundo da Infância e Adolescência), através
de doações da BHP Billiton,
acionista da MRN.
A proposta é estender o
atendimento para 90 alunos,
N
o mês passado, recebi um telefonema
do jornalista Edson Salame
propondo-me um desafio
idealizado pelo conterrâneo
José Sales, da Polícia Federal:
a composição do Hino do
Estado do Tapajós. Ponderei
que a idéia de criação do novo
Estado, além de polêmica,
ainda tramita no Congresso
Nacional. Mas, enfim, topei
a parada.
Em menos de uma semana, o hino estava pronto,
com letra e música de minha
autoria. Em contato com o
Odair Corrêa, santareno,
vice-governador do Estado do
Pará, entreguei-lhe a partitura
da composição para canto e
piano. Agora, estou concluindo o arranjo para orquestra.
E brevemente elaborarei o
arranjo para coro a 4 vozes
mistas.
A música do Hino de
Santarém, composta por meu
pai (Wilson Fonseca, Isoca)
em 1941, somente recebeu
letra, de autoria de Paulo
Rodrigues dos Santos, em
1948, quando se comemorava
o primeiro centenário de elevação da “Pérola do Tapajós” à
categoria de cidade. O hino só
foi oficializado em 1971, pela
Lei Municipal nº 245.
Em 1996, Wilson Fonseca compôs a peça “Amazônia” (suíte em 3 movimentos:
samba estilizado, fox-slow e
frevo), que dedicou à Amazônia Jazz Band, a pedido do
Maestro Andi Pereira. Mas a
sua estréia mundial apenas
ocorreu em 27.03.2007, no
Theatro da Paz (Belém), na
abertura da temporada da
A
lô, Franssi, Estava eu em
São Paulo, mais precisamente na Praça da Sé, quando
de mim se aproximou uma
cigana.
Era uma mulher bonita,
de vestes espalhafatosas, pulseiras, colares, anéis. Segurava
um baralho nos dedos de
unhas pintadas com esmalte
extravagante.
Ela veio sorrindo: “Meu
bonito, quer saber a sua sorte,
quer?”
Respondi com outro sorriso, agradeci e fui
andando.
Naquele instante me
lembrei da música do Lindomar Castilho: “vem, ó
cigana bonita... ler o meu
destino”...
A minha memória também me trouxe, naquele momento, uma ciganinha que
chegou a morar na esquina
de casa, em Santarém.
Eram diversas famílias,
que alugaram parte do imóvel
que existia bem no cruza-
A população de Terra Santa prestigiou a inauguração da escola
Kaio Maciel Cavalcanti, de três anos, será beneficiado
além de manter a alfabetização de adultos. Para Júlio
Sanna, diretor-presidente da
MRN, a empresa não pode se
limitar ao que normalmente
se oferece para a comunidade,
ou seja, emprego e impostos.
“Temos a visão de que nossas
também contribui para a melhoria das condições de vida
da população ao nosso redor”,
comenta Júlio Sanna.
Kaio Maciel Cavalcanti, de três anos, será uma
das crianças beneficiadas. A
partir do próximo ano ele já
ações podem ser ampliadas
para áreas como, saúde, educação, meio ambiente e geração de renda. O importante
é alocarmos os recursos de
forma inteligente para mostrar que somos uma empresa
que, além de gerar empregos,
VICENTE MALHEIROS DA FONSECA
[email protected]
Hino do Estado do Tapajós
AJB, sob regência do Maestro Ricardo Aquino, que
prestou bela homenagem ao
compositor paraense. Foi a
última realização da Associação Amigos do Theatro da
Paz, sob a minha Presidência,
pois tive que renunciar a esse
cargo, em virtude de recente
orientação estabelecida pelo
Conselho Nacional de Justiça, que disciplina as vedações
impostas aos magistrados de
exercerem outras funções.
Permaneço na ATP na condição de simples associado.
Outra música inédita
de Isoca, composta em 1992
– o poema sinfônico “América
500 Anos” – somente teve
a sua primeira audição em
17.11.2006, pela Orquestra
Sinfônica do Theatro da Paz,
sob regência do Maestro
Mateus Araújo, na Casa da
Cultura, em Santarém (PA),
onde foi realizado um concerto inédito da OSTP, com a
apresentação de composições
de três gerações da família
Fonseca, durante a solenidade
mento da Francisco Corrêa
com a rua Floriano Peixoto,
que na época pertencia ao
Seu Vicente, um cearense que
vendia carvão.
Ele vivia de eterno mau
humor e por qualquer deslize
dava surras e mais surras no
Ariel e no João, os filhos.
A vizinhança toda escutava a peia. Era a mochinga cantando no lombo e os
gritos dos pobres moleques,
meus parceiros de papagaio
e peteca.
Mas eu falava na ciganinha bonita.
Até o início da década
de sessenta, faltava muita água
em Santarém.
Em algumas esquinas
do centro da cidade existiam
torneiras públicas onde o
pessoal fazia fila, para encher
a lata vazia de “querosene
Jacaré” e existiam também os
chamados “aguadeiros”, que
carregavam da beira do rio e
vendiam pela cidade.
Pois é. Era na torneira
de lançamento da obra “Meu
Baú Mocorongo” (Wilson
Fonseca).
Do Rio de Janeiro, recebi um precioso presente
da amiga Maria Helena de
Andrade, pianista paraense,
a quem dediquei a minha
“Valsa Santarena nº 45”, que
ela promete estrear, em breve,
em palco paraense. Refiro-me
à revista “Projeto Chico Bororó” (Francisco Mignone)
com o registro de partituras
musicais do festejado compositor paulista – que adotou,
na juventude, aquele heterônimo –, além de um CD gravado pelo Trio D’Ambrosio
(Maria Helena de Andrade,
piano; Aizik Geller, violino; e
Maria Célia Machado, harpa),
resultado dos seminários de
música Pro Arte, patrocinados pela Eletrobrás. São
canções, maxixes, cateretês,
valsas, tangos, fox-trot e onestep, que me fizeram lembrar
da obra musical de meu avô
(José Agostinho da Fonseca) e
de meu pai (Wilson Fonseca),
praticamente contemporâneos de Mignone. Meu avô
nasceu em 1886, mas não
conheceu o mestre paulista.
Eu e meu pai o conhecemos
em Belém, quando Mignone
vinha ao Pará, em companhia
da pianista paraense Maria
Josephina, sua esposa, e ficavam hospedados na casa do
médico Maurício Coelho de
Souza. “Chico Bororó” (revista e CD) é uma realização
magnífica, exemplo extraordinário de valorização da
nossa cultura musical. Nunca
é tarde...
Antes da edição oficial
de parte da obra musical de
meu pai (cujo 1º volume
foi publicado em 1976, com
peças para coral), eu mantive
contato com Francisco Mignone, que esteve em Belém
e ministrou um curso de
harmonia no Conservatório
“Carlos Gomes”, que eu freqüentei, enquanto estudante
universitário, por volta de
1969.
Após examinar algumas
composições de meu pai - que
eu lhe mostrei -, Mignone
afirmou, com convicção: “seu
pai é um grande melodista...”.
E depois de receber os primeiros volumes publicados
da obra musical de Isoca,
Mignone escreveu uma carta
a Wilson Fonseca e declarou
o seguinte: “... cheguei à conclusão que V. S. sabe ‘onde
tem o nariz’ e estudou música de verdade. A tudo isso
agregou boa fantasia inventiva
cheia de gostosos acordes
melódicos e harmônicos”
(cf. manifestação transcrita ao
final do Volume III da Obra
Musical de W.F.).
Eis, então, a letra do
“Hino do Estado do Tapajós”,
ainda inédito:
JOSÉ WILSON MALHEIROS
[email protected]
Zíngara
da esquina de casa que as ciganas se reuniam para aparar
água, para conversar.
E eu ficava olhando,
admirado, aquela gente, digamos assim, diferente. Homens, mulheres, crianças,
que muitas vezes se comunicavam em uma língua que eu
não entendia.
No meio deles a zíngara
adolescente, com sua saia
rodada vermelha, berloques,
batom, turbante ficava me
olhando exatamente como
diz o poeta (“... esse seu olhar,
quando encontra o meu, fala
de umas coisas que eu não
posso explicar...”), sorria e
cantava a bonita música do
Luiz Gonzaga, “Qui nem
Jiló”:
“Saudade assim faz
roer
E amarga que nem jiló
Mas ninguém pode
dizer
Que me viu triste a
chorar
Saudade, o meu remédio é cantar...”
Todo dia lá pelas cinco
da tarde lá estava eu na porta
de casa para ver a ciganinha
cantora.
será matriculado na Escola
e passará a contar com toda
a atenção dos monitores e
professores. “A cada quinze
dias vamos para Santarém
para as sessões de fisioterapia
do Kaio, que têm por objetivo
ajudar no desenvolvimento
de sua coordenação motora.
Acredito que, a partir do momento em que ele começar a
freqüentar as aulas na Escola,
ele terá uma evolução ainda
maior no seu tratamento”,
diz Deusilana Santos Maciel,
mãe de Kaio.
Outra que também
está comemorando é a professora Ozanira Alves dos
Santos. Após trabalhar 13
anos com educação especial
para crianças, ela concluiu recentemente um treinamento
de 120 horas para melhorar
sua qualificação. “O maior
prazer que sinto ao lidar com
as crianças especiais é saber
que podemos mostrar para a
sociedade que eles são capazes de vencer suas barreiras e
nós, de ajudá-los a vencê-las”,
realça.
HINO DO ESTADO DO TAPAJÓS
Letra e Música: Vicente José Malheiros da Fonseca
Belém (PA), 18 de março de 2007
I
Azul é a cor das tuas águas
Tapajós meu lindo rio
E o Xingu, que beleza sem par,
Dois irmãos que me fazem feliz.
Do Amazonas varonil
Ao Trombetas faz vibrar
Nossa luta que busca a vitória
Faz livre teu povo que a história bem diz.
Estribilho
Tapajós – agora sim
És o Estado que sonhei
Na Amazônia colossal
No Brasil que sempre amei.
Nossos rios têm lindas praias
E eu mergulho o coração
Solto forte a minha voz
Pra te exaltar meu Tapajós.
II
Teu hino é mais que poesia
Tantas águas de emoção
A bandeira tremula no céu
Tapajós, eu te quero tão bem.
O Brasil de norte a sul
Reconhece a nossa voz
Conquistada ao longo da história
Tua gente, tua glória, faz coro também.
Estribilho
Tapajós – agora sim
És o Estado que sonhei
Na Amazônia colossal
No Brasil que sempre amei
Nossos rios têm lindas praias
E eu mergulho o coração
Solto forte a minha voz
Pra te exaltar meu Tapajós.
Vicente Malheiros da Fonseca – Magistrado, Professor e
Compositor
Ela cantava sempre a
mesma música, me olhava e
sorria convidativa.
E se eu fugisse com ela?
Ia ser cigano também. Um
cigano apaixonado.
Se uma moça da sociedade santarena chegou a fugir
com um trapezista de circo,
eu também poderia fugir com
uma cigana, ora bolas. Tudo
vale a pena se a alma não é
pequena, diria o Pessoa.
Confesso que aquele
olhar cigano me fazia sonhar.
Nele existiam segredos, céus
e mares navegados pelos ancestrais de sua raça e eu ficava
torcendo para o tempo não
passar, como o Roberto Carlos de “ Amor Perfeito”.
Quando escrevo esta
crônica coloco o CD para
tocar:
“Cigana Nuvem
Zizi Possi
Se eu não te conhecesse
bem
Me entregava assim
Todo, de corpo e alma
pra você
Mas a luz que brilha em
meus olhos
Detém o meu coração
(Não deixe ele se
perder)
As armadilhas que tu
tens
Pra ganhar o jogo
E me tornar cativo seu
Faz a luz que guia os
meus olhos
Deter o meu coração
És cigana nuvem que
passa
Aqui no meu céu
E amanhã, eu sei
Deixa as chuvas caindo
em mim
Soberana estrela que
enfeita
O cetim do céu
Ou me queres rei
Ou me terás
Igualzinho a ti.”
Por onde andará a ciganinha, uma das flores mais bonitas da minha adolescência?
Hoje ela é “qui nem
jiló”...

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