Construção de um Dispositivo para Prática
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Construção de um Dispositivo para Prática
1º Encontro de Educação, Ciência e Tecnologia do IFRS Câmpus Erechim 29 de outubro a 01 de novembro de 2013 Construção de um dispositivo para prática do ensaio de temperabilidade de aços (Ensaio Jominy) KRASUSKI, Adelar Cássio; BARCELLOS, Vinicius Karlinski de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Erechim. E-mail: [email protected]. [email protected] RESULTADOS INTRODUÇÃO O ensaio Jominy é um teste utilizado para avaliar a temperabilidade de um aço, isto é, a capacidade de formação da microestrutura martensita e aumento da dureza. O Ensaio Jominy foi padronizado pela Sociedade Americana de Testes e Materiais em 1942, sob a norma ASTM A 255-07. O teste consiste no aquecimento e resfriamento com água a extremidade de uma barra cilíndrica de uma polegada de diâmetro por quatro polegadas de comprimento, para medir a resposta da barra ao endurecimento, em função da distância a partir da extremidade resfriada. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi a pesquisa e construção de um aparato Jominy. A construção do aparato Jominy permitiu um avanço na interpretação e compreensão dos fenômenos que ocorrem no material durante a transformação de fases, possibilitou também avaliar a temperabilidade de aços com diferentes composições químicas. Correlação das taxas de resfriamento com a microestrutura resultante e valores de dureza em função da posição. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada foi a realização de uma pesquisa sobre ensaio Jominy, posteriormente a construção do aparato, o desenho ilustrativo esta representado na figura 1, e a realização de ensaios de temperabilidade em duas amostras de aço com composições químicas diferentes, uma amostra de aço SAE 1045 e outra amostra de aço SAE 4140. A figura 2 mostra os corpos de prova que foram submetidos a uma temperatura de austenitização de 900°C, permanecendo nessa temperatura por uma hora para que todo o corpo de prova fosse austenitizado. Em seguida, conforme a figura 3, no aparato Jominy, eles foram resfriados bruscamente com água para propiciar a formação da estrutura martensítica. Com a utilização de termopares dispostos em diferentes partes do corpo de prova, conforme demostrados na figura 4, foi possível a obtenção da temperatura durante os processos de aquecimento e resfriamento. Figura 6. Gráfico de dureza dos aços SAE 1045 e SAE 4140. Após a realização do ensaio Jominy foram feitas as medições de dureza no durometro Rockwell C. A figura 6 mostra o gráfico com os valores de dureza obtidas nos corpos de prova do aço SAE 1045 e SAE 4140. Como pode se observar, após o tratamento térmico, o aço SAE 1045, que possui médio teor de carbono e baixo teor de elementos de liga, obteve valores de dureza menores do que do aço SAE 4140 que obteve uma maior dureza ao longo de toda a sua extensão. Isto ocorre porque o aço Sae 4140, possui médio teor de carbono e maior teor de elementos de liga, e consequentemente possui maior temperabilidade. Foi realizada a analise metalográfica nos corpos de prova. Com isso pode ser observado que no aço SAE 4140, há uma maior formação de martensita, e em maior profundidade, sendo que à uma distancia de 13 mm de profundidade ainda pode ser observada a formação de martensita, como esta ilustrado na figura 7. Já o aço 1045, como ilustra a figura 8, a formação de martensita é menor, e mais superficial, sendo que à uma distancia de 8 mm de profundidade já não pode mais ser observada a formação de martensita, diminuindo a dureza conforme vai aumentando a distancia da face temperada. Figura 7. Microestrutura do aço 4140 em diferentes partes do corpo de prova. Figura 8. Microestrutura do aço 1045 em diferentes partes do corpo de prova. CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 1. Desenho ilustrativo do aparato jominy construído neste projeto. Figura 4. Corpos de prova instrumentados com termopares. REALIZAÇÃO: Figura 2. Corpos de prova sendo austenitizados no forno. Figura 5. Sistema de aquisição de dados dos termopares. Figura 3. Corpo de prova sendo resfriado no aparato Jominy. Os valores de temperatura dos corpos de prova foram obtidos através do sistema de aquisição de dados da figura 5. Com esses valores foi possível realizar correlações de taxas de resfriamento, valores de dureza e as microestruturas resultantes em diferentes posições dos corpos de prova. A medição da dureza foi realizada na escala Rockwell C, feitas a partir de uma pista usinada na lateral da amostra, sendo as medidas realizadas em um intervalo de 1/16 polegadas. A amostra do aço SAE 4140 que possui maior teor de elementos de liga, obteve uma maior formação de martensita, consequentemente uma maior dureza, inclusive na parte em que não houve formação de martensita. Já a amostra de aço SAE 1045 que possui menor teor de elementos de liga obteve uma menor formação de martensita, e também uma menor dureza. A construção do aparato jominy é uma ferramenta muito importante para o estudo das transformações de fases que ocorrem nos aços depois de passarem por tratamentos térmicos. Isto possibilita uma melhor compreensão do comportamento térmico dos aços, a influência dos elementos de liga e das taxas de resfriamento para fazer a escolha do aço que tem as melhores características para as aplicações desejadas. REFERÊNCIAS ASTM A 255 – 07. Standard Test Methods for Determining Hardenability of Steel ASTM, PA, United States, 2007. CALLISTER JR, William D. Ciencia e engenharia de materiais uma introdução. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. SILVA, André Luiz V. da Costa E; MEI, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais. 3. Ed revista. São Paulo: Blucher, 2011. Agradecimento: Ao IFRS-Câmpus Erechim pelo apoio financeiro e incentivo a pesquisa através de bolsa de Iniciação Científica na modalidade BICTES. APOIO: