a sé apostólica a sé apostólica de antioquia de antioquia de antioquia

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A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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ÍNDICE
Introdução........................................................................................................................................3
1. O Estabelecimento da Sé Apostólica de Antioquia.....................................................................4
2. A língua Siríaca: idioma histórico de Antioquia..........................................................................5
3. Concílios Apostólicos em Jerusalém...........................................................................................6
4. O chefe dos Apóstolos São Pedro................................................................................................7
5. Concílio Ecumênico de Nicéia (325)...........................................................................................9
6. Fronteiras da Diocese de Antioquia e suas Propriedades............................................................9
7. Primeiros Pregadores da Diocese de Antioquia.........................................................................11
8. A Igreja na Índia........................................................................................................................12
9. A Introdução do Cristianismo para a Mesopotâmia e o Reino do “Rei Abgar V de Edessa, o
preto” e o pregador Adai................................................................................................................12
10. Santo Inácio Nurono (o Iluminador)........................................................................................14
11. A Comunidade Siríaca de Edessa na Índia..............................................................................15
12. O Catolicato do Oriente...........................................................................................................15
13. Locais de Residência da Sé de Antioquia................................................................................17
14. A maior parte dos Patriarcas Famosos de Antioquia...............................................................18
15. Embaixadores para a Índia da Sé de Antioquia.......................................................................19
16. Antioquia..................................................................................................................................20
17. O Credo dos Bispos: Shalmouth..............................................................................................21
Notas de Rodapé............................................................................................................................21
Fotos diversas.................................................................................................................................23
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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INTRODUÇÃO
ANTIOQUIA
Antioquia é a mãe das igrejas, a beleza dos mosteiros, a capital da fé e o orgulho do Pai;
É o ninho do conhecimento e refúgio dos mestres de causas nobres da propagação da fé.
Desde que veio à existência e foi fundada por Antíoco Epiphanos e renovada pelo rei
Seleuco e decorada com um estilo distintivo, Antioquia tornou-se alvo de muitos; nas
civilizações do Oriente e do Ocidente se encontraram. Muitos reis e governadores correram para
acrescentar beleza à sua beleza, honra a sua honra e para chamar as nações para visitá-la e viver
nela. Aqui estão os exércitos reunindo nela, seu povo multiplicando sua glória para sempre
crescente em gloriosos edifícios, templos, monumentos e construções inigualáveis.
Quando o Cristianismo surgiu com a sua pureza e nobreza, Antioquia aceitou sua fé
celestial e seus cidadãos abriram seus corações para aceitarem o Cristianismo e elevá-lo acima de
tudo. Tornou-se o seu modelo aspirado, o ponto focal de sua confissão, o berço de sua fé onde os
raios brilhantes da humanidade podem ser oferecidos e serem o caminho para a vida de todas as
nações.
Depois vieram as perseguições por parte dos Judeus e pagãos aos que lutaram pela fé em
Jesus Cristo, como Estevão chefe dos diáconos, que é o primeiro a dar a si mesmo sobre o altar
celeste da fé. Após a perseguição, os fiéis deixaram Jerusalém e se dirigiram a Antioquia para
propagarem o Evangelho e chamarem as nações para a salvação em Cristo. Eles pregavam a fé
apostólica, dada na Bíblia Sagrada e na Tradição Ortodoxa "a sua voz ressoa por toda a terra, as
suas palavras, até aos confins do mundo" (Salmo 19, 4). Aqui é Pedro Chefe dos Apóstolos,
Paulo tomou a sua missão e espalhou os seus raios em Antioquia. Assim, Antioquia tornou-se o
berço do Cristianismo depois de Jerusalém, para que aceitassem o Cristianismo, no momento de
seu nascimento.
Em Antioquia, os Apóstolos, os pregadores, os discípulos foram abençoados pela
primeira vez com o bom nome dos Cristãos: "Em Antioquia, os discípulos foram chamados de
cristãos pela primeira vez". Como resultado, cresceu mais para se tornar a mãe e receptora da fé
ortodoxa dos verdadeiros crentes.
Assim, a sua glória é grande, a sua importância é grande, sua existência é gloriosa, seus
ensinamentos são simples e sua classificação não é da terra, mas do céu. É o suficiente para
aqueles que têm orgulho de pertencerem a Antioquia para considerarem a herança e o legado de
suas doutrinas em todos os lugares.
Todas as pessoas amantes sírias estão orgulhosas de Antioquia e confessarem-lhe como
sua pátria, refúgio forte, glória fértil por causa do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e à Santa
Igreja.
† Teófilo George Saliba
Arcebispo de Monte Líbano e Tripoli
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A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
1. O Estabelecimento da Sé Apostólica de Antioquia:
Após o martírio de São Estevão, chefe dos sete diáconos e protomártir, a quem os judeus
mataram, houve uma perseguição geral dos cristãos, enquanto o cristianismo ainda estava em
seus primórdios. Os apóstolos espalham-se temendo a perseguição dos judeus por um lado e os
pagãos, por outro lado. Eles foram para Antioquia, onde São Pedro pregou seguido por Barnabé
e Saulo (que mais tarde foi chamado de São Paulo Apóstolo). Eles levaram o evangelho da
salvação aos judeus e outras pessoas, especialmente os não circuncidados (nações pagãs), e
proclamaram a palavra. Por causa da discursão entre os apóstolos sobre a circuncisão, criou-se
dificuldades na redenção de todos os que buscam a salvação.
“Em Antioquia, os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados cristãos”
(Atos 11, 26); este foi o início da evangelização da nação e seu chamado para a salvação.
Saulo de Tarso, que mais tarde foi chamado de São Paulo Apóstolo dos Gentios, em
seguida, se juntou a São Pedro e os dois apóstolos São Pedro e São Paulo começaram a sua
missão. De acordo com a decisão do Concílio de Jerusalém em 51 dC, São Pedro foi designado
para servir os circuncidados e São Paulo foi designado a servir as nações pagãs. Lá, a missão
cristã se espalhou para todos os habitantes e moradores de Antioquia, onde os dois apóstolos
partilharam o Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo a todos os moradores, cada um chamando
aqueles que eles conheceram a seguir a nova fé, a fé cristã sincera administrada uma vez ao
santos. As sementes cresceram e na época da colheita começaram a receber a salvação de Jesus
que diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (João
11, 25).
Pedro e Paulo bateram em todas as portas em busca de todas as classes: ricos e pobres,
instruídos e simples, poderosos e fracos. A colheita se multiplicou e os celeiros espirituais foram
preenchidos com aqueles que acreditavam em Cristo e receberam como Deus e Salvador, como
um redentor para todas as pessoas.
Durante estes dias, Antioquia foi dividida em duas nações e dois povos: os sírios, os
naturais do país, e os gregos, que eram a classe dominante e os que ocupavam cargos públicos. A
evangelização conheceu assim, duas pessoas que receberam a Palavra com amor e fé. Isso afetou
Antioquia e seus arredores onde a confiança, a esperança e o amor cresceram e adornaram os
fiéis que receberam a salvação. A língua Siríaca foi muitas vezes o idioma comum dessas
pessoas, especialmente as pessoas de Antioquia que eram Sírio-Arameus. Eles eram
originalmente titulares da cultura de seus pais e antepassados em Antioquia, que era a capital da
antiga Síria e sua base. O nome "Sírio" era identificado com "Cristão" como um seguidor de
Jesus Cristo, por causa desses convertidos ao Cristianismo, com fé e amor.
Por isso, a Liturgia de Antioquia foi chamada de "Liturgia Siríaca"; com isso, os
ensinamentos sagrados foram espalhados e escritos, bem como as orações e as liturgias. Foi
considerada a primeira dessas liturgias após a Liturgia de São Tiago, irmão do Senhor em
Jerusalém.
Este idioma litúrgico não foi exclusivo apenas para Antioquia; ela se moveu e se
espalhou para todo o Cristianismo. Nós vemos a Liturgia de São Tiago, irmão do Senhor e da
Liturgia de Antioquia sendo usadas na língua Siríaca. Siríaco tornou-se sinônimo da palavra
"Cristão".
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De Antioquia, após a fundação da Sé Apostólica por São Pedro chefe dos apóstolos, São
Pedro e São Paulo foram para Roma. O fruto da chegada deles a Roma para anunciarem o
evangelho foi a fundação da Sé de Roma por São Paulo, Apóstolo dos Gentios, porque Roma era
sua jurisdição e dentro das fronteiras de sua missão. Então evangelizar o povo de Roma e
apresentá-los à fé em Cristo. Ele confirmou o Evangelho de Cristo e Sua mensagem em Roma e
todo o Ocidente. São Pedro e São Paulo tornaram-se mártires em Roma durante a primeira
perseguição levantada pelo Imperador Nero, o tirano em 67 AD.
2. A língua Siríaca: idioma histórico de Antioquia:
A história registra que o idioma de Antioquia era Siríaco-Aramaico, a língua antiga da
Síria. A partir dela, veio a "Síria", porque seu povo falava a língua Siríaca. Ela chegou a ser
conhecida e ainda é assim. Tornou-se um marco na história desta cidade eterna após o Aramaico
deixar de ser seu nome. Eles foram chamados a “Igreja dos Arameus” ou a “Terra de Aram”.
Havia alguma ambigüidade na palavra "Arameus", especialmente na língua Siríaca: quando
escrevemos sobre Aramaico e os Arameus em Siríaco, dizemos:
ou o povo Arameu; a língua Aramaica é encontrada com a palavra o que
significa pagão. Para que não se sinta uma raiz pagã dessa palavra, os antepassados concordaram
em substituir Siríaco para o Aramaico, pois significa o povo Siríaco e da Igreja Siríaca, que é
igualmente equiparada com o Cristianismo. Assim, a palavra "Siríaco", uma afiliada a esta nação
por raça e fé, ou seja, Cristão. Siríaco tornou-se o denominador comum da Igreja Siríaca, e esta
nação e este povo afastando quaisquer formas de confusão sobre a identidade de Antioquia e de
seus seguidores.
Desde então, a igreja é nomeada como a Igreja Apostólica de Antioquia ou da Santa Sé
Apostólica de Antioquia. Este nome foi considerado pelos antepassados como o nome oficial que
distingue os fiéis destas outras igrejas. A Sé Apostólica de Antioquia é o nome Universal para os
fiéis desta igreja, juntamente com outras igrejas nascidas depois e conhecidas como Antioquina
Siríaca. Elas são:
a) Igreja Ortodoxa Siríaca de Antioquia, que recebeu este título pela primeira vez.
b) Igreja Siríaca Assíria.
c) Igreja Caldéia Nestoriana.
d) Igreja Ortodoxa Siríaca Grega.
e) Igreja Siríaca Maronita.
f) Igreja Siríaca Greco-Melquita.
g) Igreja Siríaca Católica.
Essas igrejas são igrejas Siríacas em sua pertença, cada uma com sua própria doutrina
que adotaram ao longo de gerações, e de acordo com o que elas viveram e ainda o fazem até
hoje. A mãe de todas essas igrejas é a “Igreja Ortodoxa Siríaca de Antioquia”.
Em suas liturgias e orações, essas igrejas usam a Liturgia de São Tiago, irmão do Senhor
e primeiro bispo de Jerusalém. Elas ainda fazem, mas não na língua Siríaca para muitas dessas
igrejas, especialmente as igrejas Gregas em ambos os ramos, Ortodoxa e Católica. Estas duas
igrejas continuaram a usar a língua Siríaca na liturgia e adoração até o final do século XVIII,
além das duas línguas Árabe e Grego.
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3. Concílios Apostólicos em Jerusalém:
O livro dos Atos dos Apóstolos menciona que três concílios apostólicos foram realizados
pelos Apóstolos na Cidade Santa (Jerusalém):
A) O Primeiro Concílio (Atos 1, 12ss): depois da ascensão do Senhor para o céu, os
apóstolos se reuniram para elegerem um novo apóstolo para substituir Judas, o apóstolo traidor
que entregou seu mestre aos judeus para ser crucificado. Seu destino foi a de que ele foi e se
enforcou depois de sua consciência o tê-lo considerado responsável. O objetivo deste concílio foi
eleger um substituto para que o número dos apóstolos continuar-se a ser doze. O Salmista previu
isso dele dizendo: "Que outra pessoa ocupe o lugar dele, e faça o trabalho que ele fazia"
(Salmo 109 (108), 8) para estar com os apóstolos como uma testemunha da ressurreição de
Cristo. Os apóstolos se reuniram junto com cento e vinte pessoas. São Pedro pediu-lhes para
nomear dois candidatos e eles nomearam José também chamado Barsabás e Matias. Estes dois
ficaram com os apóstolos em todos os momentos. Após a oração, eles chamaram a voto de
acordo com a tradição do Antigo Testamento; o sorteio foi de Matias, que se tornou um apóstolo
com os onze, como é mencionado no livro de Atos (1,12-26).
B) O Segundo Concílio (Atos 6, 1ss): ele foi realizado após o segundo ano da ascensão
do Senhor; seu objetivo era elegerem funcionários que ajudassem os apóstolos após a
multiplicação do número dos crentes em Cristo e os discípulos. Eles escolheram sete crentes que
) o que significa “servos”. Eles puseram sobre eles as
eles ordenaram como “diáconos” (
mãos depois de pedirem os discípulos para elegerem homens que eram conhecidos por sua fé,
entusiasmo e talento do Espírito Santo de Jerusalém, a fim de cuidarem dos assuntos das viúvas e
dos necessitados. Isso encantou os corações dos crentes; o seu número e a dos discípulos
aumentada. Muitos judeus juntaram-se ao Cristianismo, os sacerdotes e os fiéis; eles aceitaram a
Cristo e levaram sua mensagem de ensiná-la a todos. Estes diáconos foram: “Estevão que foi
eleito como chefe de sete diáconos pela sua crença profunda, santo entusiasmo e conhecimento
da doutrina, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau de Antioquia” (Atos 6, 5).
Eles diminuíram a tarefa dos apóstolos e a carga da pregação do evangelho da salvação.
C) O Terceiro Concílio (Atos 15, 1ss): ele foi convocado em 51 dC, a pedido de São
Paulo Apóstolo. Ele transportava propostas e relatórios importantes, especialmente no que diz
respeito à questão dos judeus convertidos e pagãos, especialmente em Antioquia.
Era costume que muitos dos convertidos especialmente do Judaísmo estavam chamando
os pagãos que passassem para o Judaísmo em primeiro lugar, e depois converter-se ao
Cristianismo. Eles convidaram-los a circuncidar. No concílio, São João, São Pedro e São Tiago,
o irmão do Senhor e bispo de Jerusalém falaram, juntamente com alguns dos mais velhos que
preferiam a tradição Judaica: eles eram a favor dos pagãos submetidos a circuncisão primeiro a
serem aceitos no Cristianismo. São Pedro Apóstolo opôs dizendo: "Deus não fez distinção entre
as nações gentios e os Judeus como Ele purificou na fé os corações dos gentios também. Que
não se coloque um jugo pesado sobre os discípulos, porque eles foram todos salvos pelo sangue
de nosso Senhor Jesus Cristo". O público também ouviu São Barnabé e São Paulo falando de
todos os sinais e maravilhas que Deus fez no meio deles.
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São Tiago, o irmão do Senhor se juntou a eles e disse: "Que não pesam sobre os gentios
que retornam a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da
prostituição, do que é sufocado e do sangue" (Atos 15).
Os apóstolos também decidiram consagrar Paulo e Barnabé para servirem aos gentios,
enquanto Pedro, Tiago e João serviriam aos circuncidados (Gálatas 2, 7-9).
A igreja progrediu na primeira época em observarem essas decisões com sabedoria para a
conveniência daqueles que são chamados para a salvação de aplicar essas decisões e leis, na
presença dos apóstolos ou por meio de seus discípulos.
4. O Chefe dos Apóstolos São Pedro [1]:
Ele é Simão, filho de Janas, da tribo de Naftali [2]. Ele nasceu em Betsaida da Galiléia, e
cresceu tendo a profissão de seu pai, pescador no mar da Galiléia. Ele falava Siríaco [3]. Talvez
ele ouviu alguma coisa nas escolas dos mestres da lei. Ele viveu em uma pequena cabana na
costa do mar em Betsaida. Após seu casamento, ele vivia em uma casa espaçosa, com a sogra em
Cafarnaum. Diz-se que ele só tinha uma filha. Ele tinha um irmão mais novo chamado André.
Ambos eram discípulos de João Batista, juntamente com os seus companheiros Tiago e João,
filho de Zebedeu. Quando o Senhor Jesus começou a pregar o evangelho: Ele chamou a Ele
Simão através de seu irmão André [4]. Quando ele viu à primeira vista, Ele lhe disse: você vai
Kepha (rocha), apontando para sua natureza e grande obra no
ser chamado campo da igreja no futuro. Simão foi atraído por Cristo a partir daquele momento, mas ele não
foi requisitado para estar com ele o tempo todo como um discípulo. Isso não muda nada na sua
obra aparente; ele voltou a Cafarnaum para continuar a sua carreira. Sua vocação oficial foi na
costa do Mar da Galiléia, perto de Cafarnaum, quando Jesus realizou o milagre da pesca
abundante e convidou-o para ficar com ele como seu discípulo. Ele prometeu que vai fazer dele
um pescador de pessoas. Ele imediatamente deixou tudo e seguiu o Redentor. Depois de algum
tempo, levantou-o entre seus colegas para o posto apostólico e o chamou de Kepha (Pedro).
Desde então, o nome Kepha tornou-se mais popular do que Simão. Muitas vezes ele falou em
nome de seus companheiros. No entanto, ele às vezes era certo e às vezes errado. Quando Jesus
perguntou certa vez a seus discípulos: "E vocês? Quem é que vocês dizem que eu sou?" Kepha
respondeu acreditando em sua divindade com uma fé correta, inspirado pelo Pai Celestial. Ele
deu-lhe a bênção e fez a sua fé o fundamento da sua Igreja [5]. Quando Cristo declarou em outra
ocasião, sua paixão e morte, Kepha, repreendia-o, dizendo: "Que Deus não permita! Isso não
pode acontecer ao senhor de jeito nenhum". Jesus, então, virou-se e disse-lhe: Vai-te, Satanás
(Mateus 16, 13-23ss).
Kepha foi um dos dois discípulos que iam para preparar a Páscoa para Cristo (Lucas 22,
8). Ele foi um dos três que testemunharam o renascimento da filha de Jairo (Lucas 8, 40ss) e a
transfiguração de Cristo (Mateus 17, 1ss) e Sua oração no jardim (Mateus 26, 36ss). Ele foi um
dos quatro que ouviram Sua profecia sobre a destruição de Jerusalém e do Templo (Mateus 24,
1ss). Na Última Ceia, ele estava ansioso para saber quem vai entregar a Cristo. No lava-pés, ele
tentou impedir o Senhor de lavar seus pés (João 13, 1ss). Quando o Senhor disse a Pedro que ele
vai negá-Lo três vezes antes que o galo cante duas vezes: ele respondeu que mesmo que todos
negaram, ele nunca iria negá-Lo, mesmo se ele tivesse que morrer com ele (Mateus 26, 31ss). No
entanto, depois vemos como ele caiu dolorosamente e negou Cristo três vezes [6]. Ele, então, se
arrependeu desse ato tristemente. Na manhã da ressurreição, vemos que Kepha não se
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desesperou embora ele caiu, porque ele e João foram os primeiros a correr para o túmulo, mas
ele passou em primeiro lugar (Lucas 24ss; João 20ss).
Lucas e Paulo nos dizem que Cristo apareceu pela primeira vez a Pedro depois da
ressurreição, mas Ele o chama pelo primeiro nome Simão, não Kepha. Seu título nobre não foi
dado de volta para ele, exceto depois de alguns dias pelo próprio Cristo, quando confessou Cristo
pela segunda vez e abertamente no Mar da Galiléia, mas ele foi o primeiro a chegar até ele. Em
seguida, ele puxou a rede de pesca da costa. Através de três perguntas que Cristo lhe perguntou
em resposta a sua negação três vezes, Pedro deu três respostas cheias de amor e fé: Cristo em
seguida, ele retornou ao seu posto de pastor o seu rebanho.
São Pedro Apóstolo lutou em uma batalha intensa para levar a mensagem sagrada. Podese ler sobre ele e sua vida em detalhes e em profundidade, no livro dos Atos dos Apóstolos e
todos os historiadores que escreveram a história da Igreja.
Antes de sair de Antioquia, Pedro consagrou dois sucessores com a ajuda de São Paulo
) - que morreu como um mártir - para cuidar
Apóstolo: Mor Evodius* ou Aphodios ( ), para o
dos convertidos dentre os judeus, e Mor Inácio** o Iluminador (! " manejo e cuidado dos gentios (pagãos).
Em Antioquia, São Pedro havia deixado como seu sucessor um cristão zeloso chamado
Evodius (essa é apronúncia latinizada da palavra “ávoudo” – originalmente se escreve “áboudo”
que significa: adorador, trabalhador ou escravo, subentendendo-se que é Escravo de Deus. Tal
como no português arcaico, a letra “b” pode se transformar em “v”, por exemplo:
assobio/assovio, isso é muito comum em aramaico, daí áboudo/ávoudo e daí Evodius ou Evódio,
em português).
Mor Aphodios se tornou um mártir em 68 A.D.; Ele é o segundo patriarca de Antioquia.
Santo Inácio, o Iluminador, também se tornou um mártir depois de se tornar o único patriarca
para os convertidos de judeus e gentios em 107 dC durante a terceira perseguição levantada pelo
Imperador Trajano ou Trajianus. Em Antioquia, as marcas da igreja foram realizadas em
primeiro lugar: Una, Santa, Católica e Apostólica.
Os Padres da Igreja também acrescentaram a estas quatro marcas uma quinta: Igreja
Perseguida.
[*] Apóstolo Evodius (Evódia) dos Setenta. Grego antigo: Aphodios “Εύδιον” (Ευωδιά).
O Santo Apóstolo Evodius dos Setenta foi, após o santo apóstolo Pedro, o primeiro bispo de
Antioquia da Síria. Seu sucessor, o Hieromártir Inácio portador de Deus, discípulo do Apóstolo
João, o Teólogo, menciona-lo em sua Carta aos Antioquinos: "Lembre-se de seu pai abençoado
Evodus, que fez o seu primeiro pastor pelos Apóstolos".
Santo Evodius atuou como bispo por 27 anos e morreu como um mártir sob o imperador
Nero (54-68). Santo Evodus escreveu várias composições. Em uma delas, ele escreve que a
Santíssima Virgem Maria deu à luz o Salvador do mundo, com a idade de quinze anos.
Outros escritos do santo não sobreviveram. Um livro intitulado “A Estrela” é
mencionado pelo historiador da igreja do século XIV Nicéforo Calisto. Santo Evodus recebeu a
coroa do martírio, no ano 66.
[**] Inácio foi bispo de Antioquia da Síria entre 68 e 100 ou 107, discípulo do apóstolo
João, também conheceu São Paulo e foi sucessor de São Pedro na igreja em Antioquia fundada
pelo próprio apóstolo. Segundo Eusébio de Cesaréia, Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia da
Síria e segundo Orígenes teria sido o segundo bispo da cidade. Santo Inácio foi detido pelas
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autoridades e transportado para Roma, onde foi condenado à morte no Coliseu, e foi martirizado
por leões. Em inglês: Ignatius of Antioch = Inácio de Antioquia. No grego antigo: Ἰγνάτιος
Ἀντιοχείας, Ignátios Antiokheías; AD c. 35 ou 50 – 98 para 117), também conhecido como
Ignatius Theophorus (Ιγνάτιος ὁ Θεοφόρος, Ignátios ho Theophóros, lit. "the God-bearing" =
“Portador de Deus” ou “Revestido de Deus” - “$% & ' ()&”).
5. Concílio Ecumênico de Nicéia (325):
Temos notado que o Cristianismo teve cinco Sés Apostólicas adotada durante os sínodos
locais, regionais e ecumênicos.
São estas, observem:
1) A Sé Apostólica de Jerusalém, que foi fundada por São Tiago, irmão do Senhor em
Jerusalém.
2) A Sé de Antioquia, que foi fundada por São Pedro Apóstolo, em Antioquia, capital da
antiga Síria em 34 AD.
3) A Sé de Roma, capital do Império Romano do Ocidente, entre os anos 65 e 67, em que
os dois apóstolos São Pedro e São Paulo foram e pregaram e eles foram martirizados lá em 67
AD. Os historiadores atribuem a fundação da Sé de Roma para São Paulo.
4) A Sé de Alexandria, que foi fundada por São Marcos, o discípulo de São Pedro, em 64
AD.
5) A Sé de Constantinopla (Istambul) que foi fundada por Santo André e São
Bartolomeu, de acordo com a opinião de alguns historiadores.
No Concílio de Nicéia (325) e de Constantinopla (381), algumas das decisões e leis
emitidas por todas as Sés são sobre as fronteiras e autoridades das Sés Apostólicas. A Sé de
Roma Ocidental, foi classificada como a primeira entre as iguais, pois Roma é a capital do
Império Romano para que seu bispo deva ser privilegiado, tendo em conta a importância da sua
representação. A Sé de Constantinopla vem logo após a Sé de Roma, devido à importância
política desta capital que os historiadores chamam de “Segunda Roma” ou “Nova Roma”. A Sé
de Alexandria vem em terceiro e inclui a África. A Sé de Antioquia vem em quarto lugar, porque
é a segunda capital espiritual após a Sé de Jerusalém. As autoridades da Sé de Antioquia
incluiram a Síria e a Mesopotâmia, e todo o Oriente, até a Índia e além. A Sé de Jerusalém foi
considerada como uma quinta Sé honorária desde todas as igrejas aceitaram a fé de Jerusalém e
cresceram nela.
6. Fronteiras da Diocese de Antioquia e de suas Propriedades [7]:
A Sé de Antioquia tinha autoridade sobre todo o Oriente Cristão, apesar das diferenças
étnicas [8], como foi o caso com a Sé de Alexandria sobre a África e à Sé de Roma no Ocidente.
Em outras palavras, a Sé de Antioquia presidiu toda a Ásia [9]. Esta foi apoiada pelo Concília de
Nicéia, em 325 em sua sexta alteração e o Concílio de Constantinopla em 381 em sua segunda
alteração [10]. Ao discutirem as fronteiras das quatro Sés (Sedes): Antioquina, Alexandrina,
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Romana e Constantinopolitana, Mor Michael, o Grande diz: "a terceira do mundo, ou seja, a
Europa situada ao norte do Mar Adriático (é uma parte do mar Mediterrâneo, um golfo muito
alongado fechado ao norte. Ele banha o norte e o leste da Itália e o oeste da península
balcânica), foram dedicados a Roma e Constantinopla, enquanto a Sé de Alexandria tinha
autoridade sobre: a terra do Egito, Etiópia e Líbia, ao sul deste mar. Quanto à Ásia, que se
estende desde as fronteiras orientais do mar diretamente para o Extremo Oriente, que é quase
equivalente ao das outras duas seções, foi concedida à Sé de Antioquia [11]".
Em seus melhores momentos, a Sé de Antioquia presidiu doze cadeiras metropolitanas e
cento e trinta e sete cadeiras episcopais [12]. Nos séculos IX e X, a Sé de Antioquia dirigiu vinte
cadeiras metropolitanas e cento e três cadeiras episcopais [13]. Em outras palavras, a sua
autoridade era sobre os bispos da Síria, Fenícia, Arábia, Palestina, Cilícia, Chipre e na
Mesopotâmia chegando à Pérsia e Índia [14]. A Igreja Ortodoxa, mesmo se espalhou da China
para Jerusalém e Chipre durante o reinado dos califas abássidas [15].
Como se afirma na Enciclopédia Britânica: “Antioquia tinha autoridade para além do
Império Romano até Caldéia e Índia. Parece que os missionários de Antioquia pregavam o
Cristianismo na China também [16]”. Mosheim também disse que "o Patriarcado de Antioquia
originalmente incluía todas as dioceses do Oriente, e, assim, se espalharam para as igrejas para
além das fronteiras do Império Romano na Ásia até a Índia [17]".
As propriedades da Diocese de Antioquia são muitas, das quais três são as
mais importantes:
PRIMEIRO – sua precedência: Foi a primeira vez que ouviu o evangelho da salvação, e
adotado porque Cristo e os seus apóstolos e discípulos apareceram nesta vasta diocese.
SEGUNDO - sua linguagem: Siríaco, que era por tantas gerações a linguagem dos
grandes povos que viveram na parte ocidental da Ásia, ou seja, no Iraque, Al-Jazeera, Damasco e
seus arredores. O alfabeto Siríaco tornou-se amplamente utilizado e adotado pela maioria dos
países do Oriente. Os Judeus na Palestina falavam originalmente Siríaco, que foi modificado
depois de ser misturado com os egípcios e os cananeus. No entanto, eles recuperaram após o
retorno do cativeiro na Babilônia, durante o reinado de Nabucodonosor, e misturando com os
Babilônios. Esta foi a língua nos dias de Cristo. Tornou-se abençoada com o nascimento do
Salvador, sua educação, milagres, ensinamentos, pregações e fundador dos mistérios da
Encarnação e da Redenção. De fato, o Senhor Jesus Cristo e as gerações Apostólicos até o quinto
século antes de Cristo tiveram sua língua nacional Siríaca. Os lábios santos de Nosso Senhor
santificou e honrou esta linguagem junto com Sua Mãe Santíssima e os Santos Apóstolos. A
Igreja Cristã celebra a Eucaristia pela primeira vez usando esta linguagem. Eles usaram também
durante os debates no Concílio Apostólico em Jerusalém em 51 dC, que era a base de todos os
Concílios e seus mais honrados. Siríaco é também a língua da revelação de alguns dos livros da
Bíblia que foram inspirados por Deus. O anúncio foi escutado pela primeira vez na Judéia e na
Síria e nos países vizinhos. Verdadeiramente, em seguida, a Diocese de Antioquia pode ser
chamado de Igreja Siríaca. Todo mundo que conhece a história sabe que os países que rodeiam a
Sé de Antioquia do Golfo Pérsico às margens do Mar Mediterrâneo todos eles são Sírios com
uma minoria de outras etnias, como a comunidade Grega de Antioquia e em algumas cidades
Sírias. Apesar de tudo isto, a Igreja de Antioquia usou a Liturgia de São Tiago, irmão do Senhor,
que ela colocou em siríaco.
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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TERCEIRO – as Sés Centrais: O Centro da diocese foi Antioquia. A Sé de Antioquia
foi fundada por São Pedro, chefe dos apóstolos, que se tornou também o primeiro patriarca como
indicado acima. Depois dele, muitos santos patriarcas e santos sucederam-lhe no trono de
Antioquia; que fascinou a humanidade com seus feitos gloriosos e ciência rica. Assim, a
hierarquia continua até alcançar o atual Patriarca Sua Santidade Mor Ignatius Aphrem II, o 123˚
Patriarca entre os patriarcas legítimos de Antioquia.
Portanto, a Igreja Siríaca de Antioquia ocupa o primeiro lugar entre as outras igrejas
Cristãs.
7. Primeiros pregadores da Diocese de Antioquia [18].
Os primeiros pregadores desta vasta paróquia são os apóstolos Pedro, Tiago, filho de
Zebedeu, João, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, Judas,
Matias, Paulo, Tiago, o irmão do Senhor, e os pregadores Barnabé, Addai, seu aluno Agai,
Ananias, Milia, Kepha, Zaqueu o cobrador de impostos, Jessé, o irmão do Senhor, José de
Arimatéia, e os diáconos Estevão, Filipe e Timom.
Pedro pregou em Jerusalém, Judéia, Samaria, Lida, Cesaréa, Beirute, Byblos (um porto
de mar Mediterrâneo antigo, localizado no site da Jebeil moderno, ao norte de Beirute, no
Líbano. Era uma cidade fenícia próspera no segundo milênio antes de Cristo), Tiro, Sidom,
Tripoli (um porto no noroeste do Líbano; população 190.800 (est. 2.009). Foi fundada por volta
de 700 aC, e foi a capital da federação triplo fenícia formado pelas cidades-estados Sidom, Tiro
e Arvad. Hoje é um importante porto e centro comercial) e Antioquia, onde fundou sua Sé
Apostólica. Tiago, filho de Zebedeu, pregou em Jerusalém e Judaísmo. João pregou na Judéia,
Samaria e Antioquia [19]. Bartolomeu levou o evangelho aos países árabes, Iêmen (um país em
parte sudoeste da península Arábica; população 22.858.200 (est 2009.); de capital, Sanaa;
língua oficial o árabe. Nome Oficial República do Iêmen) e Armênia Menor, onde ele foi
crucificado. Mateus pregou na Judéia e Parthea (um antigo reino que ficava ao sudeste do Mar
Cáspio, no atual Irã. De cerca de 250 aC a cerca de 230 ad os partos governaram um império
que se estende desde o rio Eufrates até o Indus); ele morreu em Jabla e foi sepultado em
Antioquia [20]. Tomé pregou na Judéia, Parthea, Madea, Pérsia e Índia onde converteu muitas
outras tribos que ele encontrou em seu caminho [21]. Tiago, filho de Alfeu pregou no sul da
Palestina. Simão o Zelote pregou na Síria, particularmente em Aleppo, Mabbugh, Claudia; ele
construiu uma igreja na cidade de Kors e pregou na Pérsia também. Jude pregou na Síria,
Mesopotâmia e Pérsia; ele foi apedrejado até a morte na ilha de Rodes ou foi crucificado em
Beirute. Matias pregou na Judéia, Samaria e Adom. Além disso, Simão, o Zelote, Tiago, filho de
Alfeu e Judas pregaram em Raqqa e Kerkacin (Bosra) e Serugh [22].
Paulo pregou em Damasco e nos países Árabes, bem como em Antioquia, Fenícia,
Cilícia, na ilha de Chipre, Palestina, Cesaréa, Acre e outros lugares. Tiago, irmão do Senhor,
pregou na Judéia e se tornou o primeiro bispo de Jerusalém. Barnabé acompanhou Paulo em suas
viagens missionárias para Antioquia, Síria, Palestina, a ilha de Chipre e outros. Adai pregou na
cidade de Edessa, capital da Mesopotâmia, e em muitos países da Mesopotâmia, incluindo Amed
(Diyarbarkir), sul Arzoun, o vale do Tigre Oriental, Bazibda e Adiabene (Irbil). Seu discípulo
Agai pregou nos reinos da Kardu, Bazibda e outros. Ananias pregou em Damasco. Milia e Kepha
pregou em Baalbek, Homs, Hama e Rastan [23]. Zaqueu, o publicano pregava em Cesaréia da
Palestina. Jessé, o irmão do Senhor pregou em Deraa. José de Arimatéia pregou na Galiléia, as
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dez cidades (Decápole) e na Jordânia Oriental. O diácono Estevão pregou em Jerusalém e Judéia.
Filipe pregou na Samaria e converteu o ministro eunuco de Qandaqa, Rainha do Iêmen (Atos 8,
26ss); Ele também pregou em Ashdod e Cesaréia, na Palestina. Timom pregou em Aleppo.
Muitos também foram dispersos sobre o martírio de Estevão; então eles dirigiram a
pregação para a Fenícia, Chipre e Antioquia. Os discípulos foram chamados pela primeira vez de
Cristãos em Antioquia. Além disso, os profetas e mestres Simão Níger, Lúcio de Cirene,
Manaien que foi criado com Herodes, o chefe do quarto, que pregavam em Antioquia como já
dissemos anteriormente. Alguns apóstolos também pregaram em Damasco, Sina e Higaz.
8. A Igreja na Índia:
Depois do Concílio Apostólico de Jerusalém, em 51, a missão Cristã foi distribuída aos
apóstolos. Cada apóstolo foi para um local escolhido pela providência divina para irem e
pregarem. Os santos apóstolos haviam concordado com isso; estava Tomé (Thomás) preparado
para ir para a terra distante da Índia para difundir a fé entre os hindus e pagãos que não tinham
ouvido falar do evangelho. Em 52, São Tomé dirigiu para o sul da Índia; este é encontrado na
tradição Malabaran que a igreja aceita e ensina.
Em seu caminho, ele foi pela primeira vez através de Kudenkallur e pregou aos Judeus lá.
Ele continuou a sua pregação por mais de 3 anos. Ele batizou muitas famílias Brahman e
estabeleceu muitas igrejas. Ele também consagrou um bispo chamado "Kepha" e muitos
sacerdotes são registrados como de quatro a quem São Tomé deu a tarefa administrativa lá. Ele
então foi para a costa leste da Índia pregar o Cristianismo. A 18 de dezembro do ano 75 dC o
prenderam e o apunhalaram com uma lança; ele também foi esfolado vivo. Em 21 de dezembro
de 75, ele morreu ao dar a sua alma nas mãos do Pai Celestial e seu mestre Jesus Cristo.
O Senhor o honrou, dando-lhe a graça de aprender muitas línguas da Índia, especialmente
a língua de Milapur-Midras, Tamil após a conversão dos fiéis. Em 3 de julho, 394 os restos
mortais de São Tomé (Thomás) foram transferidos para a cidade de Edessa, que estava em seu
auge. Em seu nome, uma grande igreja foi construída lá. Bar Hebraeus faz alguma menção na
história de sua História Eclesiástica que o cinto da Virgem Maria foi transferida com os restos
quando ele foi transferido da Índia para Edessa [24].
9. A Introdução do Cristianismo para a Mesopotâmia e o Reino do “Rei Abgar V de
) e o pregador Adai ( ) [25]:
Edessa, o Preto” ( ) significa: Cidade Abençoada e é uma das cidades mais antigas do Oriente.
Edessa (+
Foi a capital de um reino sírio na Mesopotâmia superior, governada pela dinastia Abgar de Reis
Siríacos há mais de quatro séculos. Este reino foi fundado em 132 aC pelo rei sírio Aryo “”
(leão) que governou por cinco anos e morreu em 127 aC. Ele foi sucedido por Adbo, filho de
Maz'ur (127-120 aC), e Aphradasht (120-115 aC) e Bukhro I (115-112 aC) e seu filho Bukhro II.
Em 94 aC, o rei Abgar Ma'no governou com ele por quatro meses, em seguida, Abgar Fiqo
(mudo) ou Sumoqo (vermelho) que matou Bukhro II em 69 aC e governou sozinho. Assim,
) que
muitos reis sucederam em seu trono, até 244 dC. Onze deles tinham o nome “Abgar” (,
significa “Pai Agradável”. Os símbolos numismática sobre as moedas do reino fizesse crescente,
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a estrela e o sol. A cruz também foi encontrada nas moedas do rei Abgar Severius que foi
contemporâneo do Imperador Romano Commodos (180-192 dC).
Em 242, o Imperador Romano Gordian tomou sob sua custódia. Em 244, o reino foi
extinto com o reinado de Aphrahat Abgar XI depois de 376 AD. O Siríaco era sua língua oficial
[26].
” (o preto),
Nosso Senhor Jesus Cristo foi contemporâneo do rei Abgar V Ukomo “ que sofria de lepra. Ele escreveu para o Senhor em Siríaco e enviou-lhe uma mensagem com
uma delegação presidida por Ananias [27]. Ele confessou a divindade de sua palavra dizendo: a
notícia de que Nosso Senhor Jesus Cristo fez milagres e curou muitos sem remédios. O Rei
Abgar V tinha chegado e deduziu uma de duas coisas: que Jesus Cristo seja um deus que desceu
do céu ou o filho de Deus. O Rei Abgar V, então, pede a Nosso Senhor para vir a ele e curá-lo de
sua lepra. O Rei Abgar V oferece a Nosso Senhor para viver com ele na pequena e bela cidade
que é grande o suficiente para ambos, já que ele sabia que os Judeus procuravam matá-lo. O
Senhor respondeu-lhe, dando-lhe a bênção para o Rei Abgar V por ter acreditado nEle sem vêLo. Nosso Senhor Jesus Cristo abençoou sua cidade e prometeu enviar um de seus discípulos
(Adai) depois que Ele subisse para seu Pai. Ele vai curá-lo de sua doença e ensiná-lo e aos seus
súditos o caminho da salvação [28].
No cumprimento de sua promessa, Nosso Senhor Jesus Cristo enviou depois de Sua
ascensão ao céu, o apóstolo Santo Adai para Edessa. Por fim, o Rei Abgar V, curado de sua lepra
fez-se discípulo de Santo Adai, juntamente com seus partidários e nobres de seu reino. Santo
Adai batizou e destruiu os templos pagãos. Ele estabeleceu em Edessa uma grande igreja com a
ajuda de Abgar [29], que se tornou o primeiro rei Cristão [30]. O Rei Abgar V era famoso por
sua esmola e procurou difundir o Cristianismo em toda parte. O Siríaco filósofo Bardaisan (154 + 222) disse que Abgar queria arrancar os “maus hábitos” pagãos das pessoas em Edessa,
centenciando-as a morte todos aqueles que continuassem a praticá-la [31].
Adai era o irmão de São Tomé e um dos setenta discípulos [32]. Tomé enviou-o para
Edessa e ele foi considerado seu primeiro bispo [33]. Depois de ensinar seu povo, consagrou seu
discípulo Agai e partiu para outro país na Mesopotâmia, ou seja, Nisibis, Amed, Southern
Arzoun, o vale do leste do Tigre, Bazibda, Adiabene (Irbil), Bagerme, Kashkar, Ahwaz e outros
países vizinhos. Lá, ele espalhou o evangelho da salvação com seu discípulo Agai. Consagrou
Faqitha como bispo de Adiabene e voltou para Edessa, onde morreu e foi sepultado na grande
igreja que ele construiu [34]. Para ele foi encaminhado o livro do "Ensinamentoo de Adai"
( $0
- ./
- ), escrito no início do segundo século, embora muitas adições foram anexados a ele.
Adai foi sucedido por seu discípulo Agai em Edessa, que por sua vez foi sucedido por
Phallut e depois Abshlama, Barseema, Tireedeth, Buzni, Shalula, Abda I, Kurie, Abda II, Izni,
Ushtasp e Aqqi [35]...
) se tornou a mãe das igrejas da Mesopotâmia ( 1 2 $0 ̈ ). Foi a terceira
Edessa (+
Sé Metropolitana anexa à Sé de Antioquia. Nela, o filósofo Sírio Tatianos escreveu seu famoso
Diatessaron, os quatro evangelhos agrupados em 172. A igreja não usou até o século V. Nela, o
sínodo dos bispos da Mesopotâmia se reuniram em 197 para discutirem a Páscoa [36]. Nela e nos
seus arredores foram espalhados nos séculos seguintes muitas igrejas e mosteiros, especialmente
em sua montanha, que foi chamado de "montanha sagrada" pela abundância de montanhas e
locais religiosos em seus picos e laterais [37]. Os historiadores mencionam mais de 300
mosteiros [38] durante o reinado do Rei Teodósio II, onde 90 mil monges viviam [39].
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10. Santo Inácio Nurono (o Iluminador) [40]:
Ele é um dos santos padres apostólicos e o terceiro patriarca de Antioquia. Ele é Sírio e
convertido ao Cristianismo. Ele se tornou o discípulo de São Pedro e depois discípulo de São
João Evangelista [41]. A maioria dos historiadores apoia que São Pedro ordenou-o como bispo
para o cuidado dos Judeus convertidos em Antioquia, bem como a ordenação de São Evodius
(Aphodius) - com a ajuda de São Paulo - para o cuidado dos Gentios [42]. Quando São Pedro foi
martirizado em 67, ele foi sucedido pela primeira vez por Aphodius na Sé de Antioquia, que
posteriormente foi martirizado em 68 por ordem de Nero. E depois foi sucedido por Santo
Inácio, tornando-se o terceiro patriarca de Antioquia. Em seu reinado, os fiéis dentre os Judeus e
Gentios unidos em Antioquia [43]. Parece que a perseguição de Domiciano em 95 levou-o a
suportar muitas tentações somente por amor de Jesus.
Ao mesmo tempo, ele encorajou os fiéis de Antioquia para suportarem isto. Quando se
considera o seu trabalho, verifica-se que a pregação foi crescendo com o seu cuidado nesses
países, especialmente na Síria; muitos creram no Senhor [44]. Inácio foi chamado Iluminador
porque ele viu os anjos louvando ao Senhor em dois grupos e organizou a igreja em
conformidade [45].
Em 105, o Imperador Romano Trianos atacou o reino Parthean. Quando ele passou por
Antioquia, ele aprendeu sobre Santo Inácio e seus grandes esforços para difundir o Cristianismo
e destruir o paganismo. Ele ficou irritado e chamou-o para tentar convencê-lo a voltar ao
paganismo. Quando ele não respondeu, ele ordenou que ele deveria ser preso e jogado às feras
em Roma. O santo estava feliz com essa decisão e ele beijou as cadeias agradecendo a Deus que
o fez digno de se tornar um mártir. Ele se despediu de sua paróquia que ele administrou por mais
de 40 anos. Ele foi durante o verão de 107 acompanhado por soldados severos e do diácono
Agatopos da Síria para Selêucia, onde conheceu um outro diácono chamado Bilon e saiu com ele
para Roma. Ele estava apoiando todos os crentes a quem ele conheceu, incentivando-os a
suportar as dores e sofrimentos por causa de Cristo.
Ele chegou a Izmir em agosto; seu bispo Polycarpus, condiscípulo de São João, o
conheceu lá. Santo Inácio mostrou grande prazer em receber a honra do martírio. Em Izmir, ele
também se reuniu com Honisymos bispo de Éfeso e com quatro sacerdotes: Porhus, Appollos,
Pronto e Crocchus. Os dois bispos da Trellos e Magnasia Polypus e Damas também conheceram
lá [46]. Em 11 de agosto, ele escreveu uma bela carta para Roma pedindo aos crentes em não
interferirem em ficar no caminho de seu martírio, privando-o, assim, de seu desejo [47]. Ele
escreveu: "lembre-se em suas orações da Igreja da Síria, que tem um pastor, em vez de mim, o
Senhor Jesus Cristo" [48]. Quase no início de setembro, ele escreveu para os frequentadores da
igreja de Éfeso, Magnasia e Trellus que buscavam sua bênção. Depois de deixar Izmir e
atingindo Troy, ele escreveu para as igrejas da Filadélfia e Izmir e para São Polycarpus dandolhe o encargo da igreja de Antioquia. Ele pediu-lhe para cuidar bem deles [49]. Quando chegou a
Roma, os fiéis se reuniram em torno dele e tomaram sua bênção. Ele, então, rezou pela igreja.
Quando ele terminou a oração, os soldados o levaram para o anfiteatro, onde havia 87 mil
pessoas que vieram para assistirem a sua morte. Ele foi jogado como uma presa para os leões.
Dois leões saltaram nele e os atacou em 20 de dezembro de 107 [50]. Os fiéis de Antioquia que
estavam com ele, reuniram o que restou de seus ossos e os levaram para Antioquia como um
tesouro precioso. Enterraram-los com muita honra em frente ao portão de Antioquia conhecido
como o portão de Daphne. Durante o reinado de Teodósio II, eles foram transferidos para o
templo dos mártires, que se tornou conhecida como "A Igreja de Santo Inácio" [51].
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Santo Inácio deixou um tesouro precioso para a igreja que são suas sete cartas que ele
usou para encorajar as igrejas a terem fé firme e permanecerem firmes na tradição apostólica,
ficando longe dos hereges. Polycarpus mencionou em sua carta aos Filipenses: "nós escrevemos
para você, a seu pedido, as cartas enviadas por Inácio também, você encontrá-los em anexo e
você pode obter mais benefício dela. Ela contém a fé, a paciência e o que é necessário para ter
temor de nosso Senhor" [52].
11. A Comunidade Siríaca de Edessa na Índia [53]:
Durante a primeira metade do século IV, um nobre Sírio da Mesopotâmia chamado
Thomas ou Thomás (São Tomé, apóstolo) estava fazendo comércio com a Índia. Em 339, ele
),
/
Millapur, Gannum, Bengal e
a Malabar ()
+),
viajou para a costa ocidental da Índia ("
Mangam. Lá, ele conheceu alguns crentes a quem ele reconheceu devido às cruzes que estavam
usando. Ele ficou sabendo que eles estavam em grande necessidade de líderes espirituais e
pastores. Naqueles dias, a diocese da Índia foi assunto do bispo da Pérsia, que foi ocupada na
perseguição de Shabur II. Quando Thomas voltou para a Mesopotâmia, ele disse a alguns bispos
sobre a sua situação. Ele então retornou para a Índia com a comunidade Síria de Edessa e sua
vizinhança. A comunidade foi liderada por um virtuoso bispo de Edessa chamado José (Joseph).
Eram cerca de 400 pessoas, pertencentes a sete tribos. Constituíam 72 famílias, com os
sacerdotes e diáconos. Eles chegaram em Kudankullar para o início de 345, durante o reinado do
Rei "Cheraman Perumal" (341-378), que os acolheu muito. Em fevereiro de 345, deu-lhes 72
privilégios escritos em uma placa de cobre, em nome de Thomas. Esses privilégios elevaram a
posição social dos Cristãos na região. Tornaram-se igual ao mais alto posto de Hindus. O nobre
Thomas recebeu privilégios especiais e muitos escravos e terras na cidade, etc... A minoria Cristã
se sentiu mais segura com a vinda da comunidade de Edessa. Desde aquela época, eles eram
chamados Sírios e sua igreja: Igreja Siríaca. A comunidade teve o cuidado de espalhar o
Cristianismo em Malabar. Eles construíram uma igreja em Kudaskallur, perto do templo dos reis.
Eles ajudaram o rei na guerra que ocorreu entre ele e os reis Indianos. Deu-lhes o título de
"nobres" e suas mulheres se tornaram "nobres". Eles cresceram e se espalharam em todo o
Malabar sem entrar em relações de sangue com os Cristãos Indianos. Em 1910, a diocese Siríaca
da Knanaya foi fundada durante o reinado do Patriarca Abdallah II Sattouf que é feita pelos
descendentes dessas pessoas. Eles levaram a missão de Chist em Jennum, Bengal e outros
lugares. Thomas (São Tomé, apóstolo) morreu em Bengal. Em 394, eles transferiram os restos
mortais do apóstolo São Tomás da Índia para Edessa.
Fócio de Constantinopla menciona que o Imperador Constant enviou uma delegação de
354 presidida por Teófilo da Índia para a terra da Saba, na Etiópia e na Ilha de Ceylan. Ele viu
em Sukatra e a costa da Hindstan alguns Anumites e Ariusites. O povo de Sukatra estavam
mesmo orando em Siríaco. Parece que a referida delegação não chegou à Índia [54].
12. O Catolicato do Oriente:
A Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia foi dividida em dois reinos: o Império Romano do
Ocidente, com capital de Antioquia, capital da Antiga Síria, e o Império Persa no Oriente com as
Cidades, Katsiphon e do Oriente, com a sua base em Athur (3 ) e algumas cidades do Império.
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Devido à dificuldade de comunicação entre os Sírios do Oriente e do Chefe Supremo da
Igreja de Antioquia, no Ocidente, os padres decidiram separar os dois Impérios com uma nova
medida administrativa: o patriarca consagra um chefe local da igreja no Oriente, um Catolicato
que cuide dos Siríacos que há lá e tenha autoridade do Patriarca e o Santo
(maphryono “.”)
Sínodo para administrar os assuntos dos crentes sob a presidência do Patriarca.
Um Catolicato (do inglês: “Catholicate” ou “Catholicossato”) é a área de
responsabilidade (territorial ou não) de um Catholicos, um líder dentro de qualquer uma das
várias igrejas da Cristandade Oriental, especialmente aqueles considerados como Ortodoxia
Oriental. A palavra é derivada do grego Καθολικος, que significa "totalidade".
Enquanto um Catholicos é considerado às vezes correspondem a um bispo nas tradições
católicas e protestantes, uma Catholicate é tipicamente uma divisão corporativa maior e mais
importante do que um bispado, arquidiocese ou sede episcopal. Catholicates muitas vezes têm
tradições culturais distintas estabelecidas ao longo de muitos séculos.
Dentro da Igreja Apostólica Armênia, por exemplo, há dois Catholicosates:
Catholicossato de Etchmiadzin, Catedral Etchmiadzin na Armênia, e Catholicossato da Grande
Casa de Cilícia em Antelias, Líbano. No século X, quando a Armênia foi devastada por
seljúcidas, a igreja Armênia se refugiou na Cilícia. No século XV, quando a Armênia foi
relativamente pacífica em comparação com Cilícia, um novo Catholicos foi eleito em
Etchmiadzin.
Vale ressaltar que a Igreja Armênia está em plena comunhão com a Igreja Siríaca
Ortodoxa de Antioquia.
Enquanto algumas tradições favorecerem a ortografia da linguagem inglesa
"Catholicate", outros são favoráveis "Catholicossato". Há um grau de inconsistência neste
sentido. Outras grafias, incluindo "Catholicossate", são vistos também.
No século VI, a igreja elegeu um Catholicose para o Oriente: Mor Ahodemeh,
Catholicose do Oriente, que foi morto pelo rei Persa Kesra em 2 de agosto de 575, porque ele
batizou um de seus escravos chamado Georges. A Sé do Catolicato do Oriente permaneceu vago
até que a igreja elegeu Mor Maroutha de Takrit em 628 para se tornar um Catholicose e
do Oriente. Sua residência tornou-se em Takrit no Mosteiro de Mor Matta.
Maphryono “.”
Ele faleceu em 649. O Catolicato continuou desde então até 1860, até que o patriarca Jacob II
eliminou este cargo em uma decisão sinodal. O Catolicato permaneceu como tal até que o
&
patriarca Pedro IV consagrasse um Chefe Universal para a Igreja na Índia e chamou-o ( /
" 2 ) ou Metropolita Catholicos da Índia.
)
Em 1910, o patriarca Mor Inácio Abdallah II criou a Diocese Knanaya na Índia. Em seu
tempo, algumas igrejas separadas da Sé Apostólica de Antioquia e tornaram-se autocéfalas.
Autocephalous (de uma igreja cristã oriental), que nomeia a sua própria cabeça, não estão
sujeitos à autoridade de um patriarca externo ou arcebispo. "Além disso, a tradição ortodoxa,
com as suas igrejas autocéfalas suficientemente completam o acordo na doutrina, apresentando
uma alternativa à autoridade centralizada".
O Catholicate continuou com muitos catholicoi ordenados e consagrados pela Sé
Apostólica de Antioquia. O cisma continuou até 1964, a igreja foi administrada pela Associação
juntamente com os delegados apostólicos: Mor Koorillos Yuyakim, Mor Eustatheos Saliba de
Bcheriyeh, Mor Júlio Elias Qoro que faleceu em 19 fevereiro de 1962, bem como os bispos das
dioceses.
Em 1964, a outra parte voltou para a igreja; o saudoso patriarca Mor Ignatius Jacob III
visitou a Índia acompanhado por Suas Eminências: Mor Eustatheos Kyriakos, Mor Gregorius
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Boulos Behnam, Mor Severius Zakka Iwas e o Delegado Apostólico para a Índia: Rabban Afram
Barsoum (mais tarde arcebispo de Beirute) e o Secretário Patriarcal: Rabban Saliba Shemoun
(mais tarde Mor Gregorius Saliba Shemoun). Lá, o patriarca ordenado o eleito bispo Timotheos
com o nome Mor Baselius Augin I.
Augin para Índia como um maphryono “.”
O reinado de Maphryono Augin não tinha muito tempo, quando a outra parte começou a
criar problemas contra a igreja, procurando separar. Os fiéis crentes resistiram, juntamente com
os bispos e clero. Em 1975, o Santo Sínodo foi convocado em Damasco. O sínodo isolou o
Maphryono Augin, o clero e leigos que elegeram Mor Philoxenus Paulose, Arcebispo de
Kandanat para ser o novo Maphryono com o nome Mor Baselius Paulose II. Ele faleceu em
2001. Em 2002, Sua Santidade o Patriarca Mor Ignatius Zakka I Iwas consagrou Mor Dionísio
com o nome Mor Baselius Thomas I,
Thomas, Arcebispo de Angamali como Maphryono “.”
que tenha muitos anos de vida.
Vale ressaltar que o Catholicose do Oriente detém o nome de Sua Beatitude Mor
tal como, Mor Ignatius para
Baselius; este é o nome especial que distingue o Maphryono “.”,
o Patriarca.
A Igreja na Índia se distingue por seus fiéis, sacerdotes, bispos e muitas instituições. Tem
muitas faculdades e os fiéis são firmes na fé e na tradição dos antepassados.
13. Locais de Residência da Sé de Antioquia:
O chefe dos apóstolos São Pedro estabeleceu sua Sé Apostólica, na cidade de Antioquia,
capital histórica da Síria em 34-37 AD. A Sé permaneceu lá até que São Pedro foi pregar em
nome do Senhor Jesus Cristo como Deus, Salvador e Redentor de todo o mundo.
São Pedro fez dois vigários para a administração da Sé Apostólica, Santo Inácio Nurono
para servir aos gentios e São Aphodius para os judeus convertidos. Em 68, São Aphodius foi
martirizado e Santo Inácio Nurono tornou-se responsável da Sé de Antioquia para ambos os
gentios e judeus convertidos. Todos unidos se tornaram um só em Cristo como São Paulo
descreve-se que nenhum judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem ou mulher,
todos são um em Cristo (Gálatas 3, 28).
Assim, foram confirmados os sinais da igreja: una, católica, santa e apostólica.
A Sé de Antioquia não foi excluída das perseguições; todos os patriarcas de Antioquia
estavam sujeitos ao martírio, morte ou perturbações por parte dos Judeus, pagãos e governantes,
especialmente no Império Romano e Bizantino, de um lado e do Império Persa no outro. A Sé
permaneceu em Antioquia e os patriarcas se sucederam na administração e serviço na Sé
apostólica.
No Concílio de Calcedônia, em 431, a igreja foi dividida em leste (Oriente) e oeste
(Ocidente). A Sé de Antioquia sofreu e ficou à mercê dos imperadores que governaram as terras
então; Se o imperador era a favor do patriarca de Antioquia, as condições seriam favoráveis
como, por exemplo, durante o reinado dos Imperadores Zenon e Anastas em 474-512, quando a
Sé de Antioquia estava florescendo.
Em 512, São Severius foi eleito como o patriarca e entronizado na Sé de Antioquia. Ele
administrou a igreja com uma grande sabedoria e amor. Ele mostrou muita coragem. Quando
Justiniano tornou-se imperador, ele começou a mostrar ódio a Severius porque ele estava com
ciúmes de seu conhecimento, sabedoria e personalidade forte. Ele se opôs a ele e perseguiu a Sé
de Antioquia até 518, quando Justiniano decidiu exílar Severius e demiti-lo do cargo como
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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patriarca de Antioquia. Os fiéis Ortodoxos se recusaram a decisão do Imperador e São Severius
foi para o exílio no Egito, onde foi recebido pela nossa igreja irmã, a Igreja Ortodoxa Cópta. Ela
abriu as suas portas para ele e lhe permitiu administrar a Igreja de Antioquia no Egito.
Vale ressaltar que a Igreja Ortodoxa Cópta está em plena comunhão com a Igreja Siríaca
Ortodoxa de Antioquia.
Pela providência divina, Theodora, filha do sacerdote Sírio Ortodoxo de Mabugh era a
esposa do Imperador Justiniano e ela lutou e pediu ao marido para obter São Severius de volta a
sua Sé (Sede). No entanto, o ódio e as condições do tempo não eram a favor de São Severius. Ele
permaneceu exilado de sua Sé Apostólica.
A história menciona que, após o momento em que São Severius partiu para o Egito,
houve um terremoto em Antioquia que destruiu suas instalações e edifícios. Os historiadores
consideraram como uma vingança para São Severius que foi tratado injustamente por ser exilado
e distanciou sua Sé Apostólica. São Severius faleceu no Egito, em uma cidade chamada Sakha
perto Demiat em 8 de Fevereiro, 538. Os fiéis lamentaram e especialmente a Imperatriz
Theodora, Pérola da Igreja Ortodoxa Síria. Após esta data, os patriarcas legítimos residiam em
mosteiros e várias igrejas da Mesopotâmia e da Síria de acordo com as condições do tempo. A
Providência Divina estavam guiando os fiéis e preservando os pastores para servirem o rebanho
que foi abençoado pelo Senhor, que disse: "Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o pai
tem prazer em dar o Reino a vocês" (Lucas 12, 32). Depois de ter muitas residências para a Sé de
Antioquia, desde o século XI, da Sé de Antioquia estava no Mosteiro de São Barsoum em
Malatya (Turquia), um dos lugares históricos Siríacos. Muitos patriarcas sucederam na Sé de
Antioquia e eles eram famosos por suas virtudes, administração, conhecimento e erudição.
Malatya é ainda considerada um importante sítio histórico para a cultura Siríaca. O grande
patriarca veio desta cidade: Mor Mikhael, o Grande (1166), também conhecido como o pai da
cronografia civil e religiosa, que escreveu a história do mundo desde a criação até 1195. Faleceu
em 1199.
Em 1293, Ibn Waheeb se tornou patriarca e mudou a Sé de Antioquia do mosteiro de São
Barsoum em Malatya para Deir El Zafaram (Mosteiro do Açafão) perto de Mardin - Turquia. A
Sé permaneceu lá por 640 anos, que é o período mais longo da Sé de Antioquia em um só lugar,
1293-1933, quando o patriarca Aphrem I Barsoum mudou-se para Homs, na Síria. Em 1959, o
Patriarca Mor Ignatius Jacob III mudou-se para Damasco - Síria, onde ainda é, porque é a capital
da atual Síria, uma extensão de Antioquia, capital histórica.
14. A maior parte dos Patriarcas Famosos de Antioquia:
Mor Pedro Apóstolo, Mor Ignatius, Mor Babella, Mor Eustatheos de Antioquia, Mor
Meletius, Mor João Crisóstomo (ele nasceu e foi criado em Antioquia, uma vez que a igreja
ainda não estava dividida, ele foi ordenado como patriarca de Constantinopla), Mor Alexandros,
Mor Severius de Antioquia, Mor Atanásio I o Cameler, Mor Georges, Mor Kyriakos, Mor
Dionísio de Talmahr, Mor Micheal, o Grande, Mor Ignatius Bar Wahib com respeito a tradição
de levar o nome de Inácio, bem como no começo do nome próprio, Mor Ignatius Elias III Shaker
(1917-1932), Mor Ignatius Aphrem I Barsoum (1933-1957), Mor Ignatius Jacob III (1957-1980)
e Mor Ignatius Zakka I Iwas (1980-2014).
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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15. Embaixadores para a Índia da Sé Antioquina [55]:
A Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia se orgulha de seus padres e fiéis que respondem
ao chamado celestial e suportam os sofrimentos e perseguições por causa da difusão do
Evangelho em todo o mundo, repetindo as palavras de São Paulo: "Mas, por causa de Cristo,
todas estas coisas que eu considerava como lucro, agora considero como perda" (Filipenses 3,
7) e "Afinal, o que é a vida? A vida para mim é Cristo, e a morte é lucro" (Filipenses 1, 21). Por
esta razão, eles viajaram por todo o mundo e enfrentaram as injustiças e discriminações de seus
oponentes com paciência, armados com sua esperança e confiança em Deus e em Seu poder de
transformar a escuridão em luzes brilhantes. Os missionários ocidentais portugueses e outros
usados para lançar os delegados de Antioquia no mar. Assim, a Índia foi visitada por centenas de
Padres da Igreja que confirmaram a fé de muitos e defenderam a fé ortodoxa. Coroas de vitória
aguardam muitos deles e alguns até passaram lá... Seus túmulos se tornaram uma fonte de
bênçãos e conforto para os fiéis e crentes. Citamos doravante alguns dos Padres da Igreja
falecidos cujos túmulos se tornaram santuários abençoados:
a) Mor Gregorius Abduljaleel de Mosul, Arcebispo de Jerusalém. Seu túmulo está na
Igreja de São Tomás norte de Perrur. Ele faleceu em 27 de Abril de 1681; os
Malabarans chamá-lo o segundo São Tomás.
b) Mor Baselius Yeldo de Qaraqosh, Catholicose (Maphryono do Oriente “Leste”), na
igreja de São Tomás em Kottamankullam. Ele faleceu em setembro de 1687.
c) Mor Iwannis Hidayatullah de Qaraqosh, discípulo do Catholicose Yeldo, na igreja de
Mullanthuruthy. Ele entrou descanso eterno em 19 de agosto de 1694.
d) Mor Baselius Shukrallah de Aleppo, Catholicose da Índia, na igreja de Kandanad. Ele
faleceu no dia 19 de outubro de 1764.
e) Mor Gregorius Youhanna de Qaraqosh, que acompanhava o Catholicose Shukrallah
durante sua visita à Índia. Ele entrou descanso eterno em 11 julho de 1773, na igreja
de Mullanthuruthy.
f) Mor Iwannis Youhanna, Metropolita de Malabar, que faleceu em 1794, na igreja de
Shennikawar.
g) Mor Koorilos Yuyaqim de Hbab em TurAbdin. Ele faleceu em 1874, na igreja de
Mullanthuruthy. Ele era responsável pela construção de muitas igrejas, mosteiros e
escolas na Índia.
h) Mor Atanásio Shemoun de Esfes em TurAbdin. Ele faleceu em 1881, na igreja de
Kottayam.
i) Mor Eustatheos Saleeba Bcheyri que entrou no descanso eterno em 19 de março de
1930, em Kunnamkullam; ele era chamado o apóstolo dos pagãos.
j) Mor Ignatius Elias III Shaker, patriarca de Antioquia, que entrou no descanso eterno
em 13 de fevereiro de 1932, no Mosteiro da igreja de Santo Inácio (Ignatius) em
Ummalloor. Ele faleceu depois de viajar para lá em uma tentativa de fazer a paz na
igreja lá; o seu desejo não se concretizou por causa de sua morte repentina.
k) Mor Júlio Elias Qoro de Mardin, que faleceu em 19 de fevereiro de 1962, no
Mosteiro da igreja de Santo Inácio, em Ummalloor. Este arcebispo teve uma grande
influência sobre a Igreja Ortodoxa Síria na Índia; atuou lá por 39 anos (19231962)***.
A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA
Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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[***] Sua Eminência Mor Atanásio Aphrem Barsaum escreveu um livro intitulado:
"Embaixadores de nossa Igreja para a Índia". Ele tinha servido como Delegado Patriarcal na
Índia há mais de 3 anos. Quando ele ainda era um monge, ele e o Raban Saliba Shemoun [Mais
tarde Mor Gregorius Saliba Shemoun] participaram da ordenação de Mor Baselius Augeen I
Maphryono em 1964 pelo saudoso Patriarca Mor Inácio Yacoub II).
Patriarcas que Visitaram a Índia.
As longas distâncias que separam a Índia da Sé Apostólica de Antioquia e as estradas
perigosas que os viajantes têm de tomar para chegar lá não se detém no caminho dos patriarcas e
dos bispos de Antioquia. Eles insistiram em visitar o rebanho do Senhor que foi confiado aos
seus cuidados. Portanto, nós lemos sobre muitas visitas apostólicas importantes na história da
igreja empreendidas pelos patriarcas de Antioquia para fortalecer a fé e confirmar os fiéis (Lucas
22, 32; Atos 15, 32). Citamos alguns desses patriarcas:
a) Mor Inácio Pedro IV de Mosul, que visitou a Índia em 1875. Ele ficou lá por algum
tempo e está por trás da divisão administrativa e distribuição da igreja na Índia em
sete dioceses. Ele também colocou muitas regras e leis na igreja. Além disso, ele
consagrou o Santo Crisma lá.
b) Mor Inácio Abdallah II Sattouf de Sadad. Ele visitou a Índia em 1909 e organizou a
administração da igreja. Sua realização está a estabelecer a Diocese do Knanaya em
1910 e da consagração do Santo Crisma.
c) Mor Ignatius Elias III Shaker. Ele visitou a Índia em 1931, onde faleceu em 1932, fez
muitas regras básicas para estabelecer a paz na igreja lá.
d) Mor Inácio Yacoub III. Ele visitou a Índia em 1964 e foi capaz de alcançar a paz lá
temporariamente. Ele ordenou Catholicose Augeen I. A paz não durou por muito
tempo e Augeen morreu em 1975 excomungado.
e) Mor Ignatius Zakka I Iwas. Ele iniciou sua visita apostólica à Índia na terça-feira, 2
de fevereiro à quarta-feira, 24 de março de 1982. Sua Santidade teve muitos feitos
impressionantes durante a sua visita, que são considerados como uma página de ouro
na história da nossa igreja na Índia (A Jóia de Antioquia 1982). Suas muitas visitas à
Índia duraram até que ele faleceu em 2014. Sua Santidade tinha ordenado Aboun Mor
Baselius Thomas I como Catholicose da Índia em 2002, assim como muitos bispos,
corepiscopos (monsenhores), sacerdotes e diáconos.
):
̣ 16. Antioquia (
Uma das antigas cidades do mundo. Foi reconstruída por Seleuces um dos generais de
Alexandre, o Grande. Foi habitada por cerca de 700.000 pessoas. Chamava-se a Capital do
Oriente. São Barnabé, São Paulo e São Pedro chefe dos apóstolos pregaram nela. São Pedro
estabeleceu a primeira Sé lá. Nela, o nome Cristão nasceu (Atos 11, 26). Estava cheia de teatros,
palácios, templos, igrejas e mosteiros. Sua história está cheia de construções, progressos e até
mesmo declínios. Tornou-se uma cidade pequena (em 2014, é uma cidade grande após o
renascimento moderno – Teófilo “Theophilus”).
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Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.
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‫‬
‫‪ ):‬‬
‫̣( ‪17. O Credo dos Bispos: Shalmoutho‬‬
‫‪É o credo ou a confissão de fé que cada bispo eleito lê confessando sua fé e fidelidade à‬‬
‫‪Sé Apostólica de Antioquia. Ele também declara sua submissão à vontade de Deus e reconhece a‬‬
‫‪autoridade do patriarca.‬‬
‫‪Notas de Rodapé:‬‬
‫]‪[1‬راجع كتاب تاريخ الكنيسة السريانية األنطاكية للمطران مار سويريوس يعقوب توما )البطريرك مار إغناطيوس يعقوب‬
‫الثالث الحقاً( الجزء األوّ ل ‪ 1954‬بيروت ص ‪.54 – 52‬‬
‫]‪ [2‬تفسير ابن صليبي إلنجيل متى ‪ 2:10‬وتاريخ مار ميخائيل الكبير ص ‪.91‬‬
‫]‪ [3‬الظھور اإللھي الوسابيوس القيصري ‪ 6:4‬وقاموس الكتاب المق ّدس باإلنكليزية تأليف وليم سميث طبعة ‪ 4‬ص‪– 714 .‬‬
‫‪.715‬‬
‫]‪ [4‬راجع في تفسير ابن صليبي إلنجيل متى وفي مخز األسرار البن العبري خبر تأدية الدرھمين حيث يقول اإلثنان " ّ‬
‫إن‬
‫ضريبة الدرھمين كانت مفروضة على األبكار ويسوع بكر وبطرس كذلك كان بكراً"‪.‬‬
‫]‪ [5‬نرى في قول المسيح لبطرس بحسب الترجمة اليونانية‪ ،‬لفظتين متشابھتين لكنھما لبستا معنى واحداً وھما "بطرس" و‬
‫"بطرا"‪" .‬بطرس" مذ ّكر يعني حجراً مقطوعا ً من صخرة‪ .‬وأ ّما "بطرا" فمؤنّش تعني صخرة‪ .‬وفي الترجمة السريانية الحرقلية‬
‫وردت لفظتان متميزتان وھما) ‬
‫‪ 3‬‬
‫ ‬
‫( أي "بطرس" و "الصخرة"‪ .‬فيستنتج من قول المسيح‪ :‬على ھذه ال "بطرا" أبني‬
‫بيعتي‪ :‬أنّه لم يؤسّس بيعته على "بطرس"‪ .‬وأ ّما "بطرس" فقد وضع في بناء ھذه البيعة‪ .‬وقصاى القول ّ‬
‫أن البيعة لم تؤسس على‬
‫شخص بطرس الرسول‪ ،‬ولكن بطرس ُوضع مع رفاقه الرسل كحجارة في أساسھا‪ .‬ولذا صرّح يوحنا الرسول ً‬
‫قائال‪" :‬ولسور‬
‫المدينة اثنا عشر أساساّ‪ ،‬فيھا أسماء رسل الحمل اإللھي اإلثني عشر" )رؤ ‪ .(21:14‬وبھذاالمعنى ّ‬
‫فإن كلّ مؤمن ھو بطرس أي‬
‫حجر في بناء بيعة المسيح كما شھد بطرس الرسول نفسه ً‬
‫قائال‪" :‬و كونوا أنتم أيضا ً مبنيين كالحجارة الحيّة بيتا ً روحياً" )‪ 1‬بط‬
‫‪ .(2:5‬إال ّ‬
‫أن حجر الزاوية ھو المسيح كما قال الرسول‪" :‬وقد بنيتم على أساس الرسل واألنبياء وحجر الزاوية ھو المسيح‬
‫يسوع" )أف ‪.(20:2‬‬
‫]‪ّ [6‬‬
‫إن الربّ وعد بطرس بالصالة ألجله بناء على التجربة الخطيرة التي كان موشكا ً أن يذھب ضحيتھا في تلك الليلة‪ ،‬لذلك‬
‫صلّى ألجله لئال "يفنى" إيمانه بالكليّة‪ ،‬وليس لئال "ينقص" كزعم الغربيين‪ .‬فقد خسر اإليمان بجحوده‪ ،‬وھل يجتمع الكفر‬
‫واإليمان على صعيد واحد؟ ]‪ [7‬راجع كتاب تاريخ الكنيسة السريانية األنطاكية للمطران مار سويريوس يعقوب توما‬
‫)البطريرك مار إغناطيوس يعقوب الثالث الحقا ً( الجزء األوّ ل ‪ 1953‬بيروت ص ‪.81 – 78‬‬
‫]‪ [8‬مختصر تواريخ الكنيسة تأليف لومون ص ‪ ،578‬وذخيرة األذھان تأليف القس بطرس نصري الكلداني مج ‪ 1‬ص ‪ 44‬و‬
‫‪ 49‬و ‪ 73‬و ‪.74‬‬
‫]‪ [9‬بطرير كية أنطاكية للد كتور نيل ص ‪.1‬‬
‫]‪ [10‬مجموعة قو انين المجامع لمار يعقوب الرھاوي‪ ،‬وجيزلرمج ‪ 1‬ص ‪.326 – 424‬‬
‫]‪ [11‬تاريخ مار يعقوب الرھاوي‪ ،‬ص ‪.411‬‬
‫]‪ [12‬ثبت الكرسي األنطاكي في أواخر المئة السادسة المنسوب إلى البطريرك الملكي )بتسكين الالم( أنسطاسيوس‪ ،‬والنص‬
‫السرياني االسطرنجيلي الذي وجد في كنيسة باسبرينة بطورعبدين و كتب في أو اسط المئة التاسعة للميالد ونسخته مصونة في‬
‫الخزانة البطرير كية بدمشق‪.‬‬
‫]‪ [13‬تاريخ الكنيسة الشرقية المق ّدسة تأليف نيل مج ‪ 1‬ص ‪.153‬‬
‫]‪ [14‬المباحث الجلية في اليتورجيات الشرقية والغربية للبطريرك أفرام رحماني ص ‪ 28‬والمسيحي في الھند تأليف ‪Hough‬‬
‫مج ‪ 1‬ص ‪.84‬‬
‫]‪ [15‬المسيحية في الھند مج ص ‪.112‬‬
‫]‪ [16‬طبعة ‪ 9‬مج ‪ 11‬ص ‪.154‬‬
‫]‪ [17‬انظر ‪Muldock`s translation of Mosheim`s Institutes of Ecclesiastical History, New York,‬‬
‫‪1852, Vol. 1 pp. 232 – 234.‬‬
‫]‪ [18‬راجع كتاب تاريخ الكنيسة السريانية األنطاكية للمطران مار سويويوس يعقوب توما )البطريرك مار إغناطيوس يعقوب‬
‫الثالث الحقاً( الجزء األوّ ل ‪ 1953‬بيروت ص ‪.83 – 81‬‬
‫‪A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA‬‬
‫‪Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.‬‬
‫‪21‬‬
‫]‪ [19‬ميمر مار يعقوب السروجي في تبشير أنطاكية‪ ،‬انظر أيضا ً شھادة ابن صليبي في تاريخ مار ميخائيل الكبير ص ‪.92‬‬
‫]‪ [20‬ابن صليبي ومار ميخائيل في تاريخه ص ‪.92‬‬
‫]‪ [21‬التاريخ الكنسي البن العبري ‪ 2‬ترجمة مار توما‪.‬‬
‫]‪ [22‬ابن صليبي ومار ميخائيل في تاريخه ص ‪.92‬‬
‫]‪ [23‬ابن صليبي ومار ميخائيل في تاريخه ص ‪.92‬‬
‫]‪ [24‬انظر تاريخ الكنيسة السريانية الھندية للمطران )البطريرك يعقوب الثالث(‪.‬‬
‫]‪ [25‬راجع كتاب تاريخ الكنيسة السريانية األنطاكية للمطران مار سويريوس يعقوب توما )البطريرك مار إغناطيوس يعقوب‬
‫الثاث الحقاً( الجزء األوّ ل ‪ 1953‬بيروت ص ‪.87 – 84‬‬
‫‬
‫]‪ [26‬كتاب المدخل ) ‪ ($4/5‬إلى النحو البن العبري‪.‬‬
‫]‪ [27‬نرجح أن يوحنا اإلنجيلي عنى ھذا الوفد بقوله "قوم من االمم" ارادو ان يروا يسوع )يو‪ (22-12:20‬ذلك ان االقوال التي‬
‫فاه بھا يسوع على اثر ذلك‪ ،‬توافق تماما المعنى الذي ضمنه جوابه ألبجر‪.‬‬
‫]‪ [28‬باختصار عن اوسابيوس ‪.13:1‬‬
‫]‪ [29‬تعليم ادى‪ ،‬وميمر القديس مار يعقوب السروجي في الشھيد الرھاوي الشماس حبيب )‪ ،(+309‬والرھاوي المجھول طبعة‬
‫السيد رحماني ص‪ ،66‬والتاريخ الكنسي البن العبري مج ‪ 2‬ترجمة ادى‪.‬‬
‫]‪ [30‬القديس السروجي مج ‪ 5‬ص ‪.738‬‬
‫]‪ [31‬كتاب شرائع البلدان طبعة نو – باريس ‪ 1899‬ص ‪.28‬‬
‫]‪ [32‬انظر كتاب تاريخ الكنيسة السريانية االنطاكية‪ ،‬ص ‪.66‬‬
‫]‪ [33‬مختصر تاريخ الرھا في المكتبة الشرقية للسمعاني‪ 417-388 :1‬وتاريخ مار ميخائيل الكبير ص ‪.138‬‬
‫]‪ [34‬التاريخ الكنسي البن العبري مج ‪ 2‬ترجمة ادى‪.‬‬
‫]‪ [35‬تاريخ مار ميخائيل الكبير ص ‪.185-183‬‬
‫]‪ [36‬أوسابيوس ‪.23:5‬‬
‫]‪ [37‬راجع عن الكنائس الرھا وأدريتھا بقلم قداسة سيدنا البطريرك أفرام االول في المجلة البطريركية السنة االولى‪ ،‬العدد‬
‫السادس ص ‪.185-178‬‬
‫]‪ [38‬صبح االعشى للقلقشندي مج ‪ 4‬ص ‪.139‬‬
‫]‪ [39‬تاريخ الرھاوي المجھول مج ‪ 1‬ص ‪.182‬‬
‫]‪ [40‬صفحة ‪.105-102‬‬
‫]‪ [41‬اخبار الشھداء والقديسين مج ‪ 3‬ص‪ ،199‬وبطريركية انطاكية ص ‪.12‬‬
‫]‪ [42‬بطريركية انطاكية ص ‪ 12‬والخريدة النفسية ج ‪ 1‬ص ‪.95‬‬
‫]‪ [43‬اوسابيوس ‪.3:36‬‬
‫]‪ [44‬بطريركية انطاكية ص ‪.12‬‬
‫]‪ [45‬تفسير ابن صليبي ألنجيل متى ‪ ،18:2‬والتاريخ الكنسي البن العبري مج ‪ 1‬في ترجمة اغناطيوس‪.‬‬
‫]‪ [46‬لخصنا ھذه الترجمة من تاريخ اوسابيوس ‪ 3:36‬واخبار الشھداء والقديسين مج ‪ 3‬ص ‪ 214-199‬والتاريخ الكنسي البن‬
‫العبري مج ‪ 1‬وبطريركية انطاكية لنيل ص ‪ 21-15‬والخريدة النفسية ج ‪ 1‬ص ‪.105-95‬‬
‫]‪ [47‬اوسابيوس ‪.36:3‬‬
‫]‪ [48‬اخبار الشھداء والقديسين مج ‪ 3‬ص‪.210‬‬
‫]‪ [49‬اوسابيوس ‪.36:3‬‬
‫]‪ [50‬روى بعضھم في ‪ 17‬تشرين الثاني )اخبار الشھداء والقديسين مج ‪ 3‬ص ‪ (213‬وله في كلدنر ابن خيرون ثالثة اعياد في‬
‫‪ 17‬تشرين االول و‪ 16‬تشرين الثاني و‪ 29‬كانون االول وھذا االخير لدفن عظامه‪.‬‬
‫]‪ [51‬المباحث الجلية في الليتورجيات ص‪.27‬‬
‫]‪ [52‬اوسابيوس ‪.36:3‬‬
‫]‪ [53‬راجع كتاب تاريخ الكنيسة السريانية االنطاكية للمطران مار سيوريوس يعقوب توما )البطريرك مار اغناطيوس يعقوب‬
‫الثالث الحقا( الجزء االول ‪ 1953‬بيروت ص ‪.231‬‬
‫]‪ [54‬راجع تاريخ الكنيسة السريانية الھندية للبطريرك يعقوب الثالث ص ‪.38-35‬‬
‫]‪ [55‬راجع كتابنا "جوھرة انطاكية" ‪.1982‬‬
‫]‪ [56‬قيثار القلوب ص ‪ 32-29‬وقد طبعنا ھذا الكتاب في بيروت طبعة ثالثة عام ‪) 2012‬ثاوفيلوس(‪.‬‬
‫‪A SÉ APOSTÓLICA DE ANTIOQUIA‬‬
‫‪Traduzido pelos Monges do Seminário Teológico Santo Afrem o Sírio (Ma’arrat Seydnaya), Damascus/Syria.‬‬
‫‪22‬‬
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Os três Concílios
Apostólicos de Jerusalém
Santo Evódios e Santo
Inácio de Antioquia
A árvore da vida de Nosso
Senhor Jesus Cristo com
seus 12 Apóstolos
Martírio de Santo
Inácio, 3˚ Patriarca de
Antioquia
São Pedro e São Paulo
Apóstolos
As Santas Mártires
Bárbara e Júliana
Martírio de Santo Inácio de
Antioquia, sendo devorado
por dois leões
Santo Evódios, 2˚ Patriarca
de Antioquia
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