Museu - Ilam

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Museu - Ilam
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dezembro 2002
boletim rede n6
Boletim trimestral da Rede Portuguesa de Museus
> O IPM em 2003 – alguns
objectivos
[ editorial ]
A publicação do sexto
número do Boletim RPM coincide, no final
O IPM em 2003 –
alguns objectivos
> Visita de missão ao Serviço
do ano de 2002, com um momento espe-
de Museus da Catalunha
cialmente marcado pela conjuntura de crise
A entrada em funções de uma nova Direcção no IPM constitui
financeira que o País atravessa e a que os
momento oportuno para afirmar algumas das prioridades de
museus não estão imunes. Responsáveis
actuação para o próximo ano.
pela permanência e pela salvaguarda de
Há que referir desde logo a preparação da proposta de diploma de
bens e de patrimónios e inscritos num
enquadramento dos museus portugueses, correntemente designada
tempo longo em que se cruzam recorren-
por “Lei-quadro dos museus”, cuja conclusão, na sua componente
temente os momentos problemáticos, os
técnica, se prevê para o primeiro trimestre de 2003.
museus contêm fragilidades estruturais que
Trata-se de um documento que, a exemplo de legislação semelhante
não deixam de ser paradoxais face às suas
existente em diversos países europeus, dará forma de articulado legal
missões, afinal tão essenciais à sociedade.
aos conceitos de museu e colecção visitável, e estabelecerá um con-
Ajudar a combater algumas das debilida-
junto de obrigações e compromissos comuns aos museus e às tute-
des axiais dos museus portugueses tem
las, – obrigações que percorrem uma diversidade de funções que vão
sido um dos lemas de actuação da RPM,
da investigação à conservação, do inventário à exposição – e com-
linha de acção que agora reencontra
promissos que respeitam às questões de pessoal, de instalações e
justificações e alentos renovados para
de recursos orçamentais.
> PAQM – Projectos apoiados
em 2002
> Participação em Encontros
> “Casa do Infante – Pólo do
Museu da Cidade do Porto”,
por Henrique Coutinho Gouveia
> “Marketing de museus: será
que afinal é só o termo que
incomoda?”, por Maria Vlachou
> Notícias Museus RPM
> Ano Europeu dos Deficientes
> Boletim da Comissão
Nacional Portuguesa do ICOM
> Encontro Anual do Comité
das Casas Históricas do ICOM
prosseguir.
A diversidade e o alargamento de matérias que constituem o plano editorial deste
> Inquérito sobre Bens
Culturais Furtados de Colecções
Boletim são o sinal da actividade da
Públicas Portuguesas 1980-2000
Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de
> Workshop Nacional PULMAN
Museus, num ano marcado pela continuidade do Plano de Actividades delineado
> Dissertações
> Encontros
no início da sua vigência e assente nos
eixos da Informação, da Formação e da
(cont. na página 2)
(cont. na página 2)
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(continuação da página anterior)
O apoio aos museus que não são tutelados pelo IPM,
Qualificação. Se o final do primeiro semestre foi mar-
tendo em vista a sua requalificação e modernização
cado pelas novas adesões à RPM, que presentemente
é, neste contexto, uma das prioridades desta Direcção.
perfaz noventa e sete museus, a última etapa do ano é
Desta prioridade decorre uma natural disponibilidade
assinalada pela atribuição de apoios financeiros aos
para a cooperação com as entidades que têm inter-
museus da RPM ao abrigo do Programa de Apoio à
venção nas diversas áreas da museologia – sejam tutela
Qualificação de Museus. A par dos dois artigos agora
de museus, como as autarquias, a Igreja e outras enti-
publicados, um sobre a programação do Museu da Cidade
dades privadas ou públicas; sejam entidades dedica-
do Porto, de Henrique Coutinho Gouveia e outro sobre
das à investigação e à formação, como as Univer-
Marketing e Museus, de Maria Vlachou, as actividades
sidades; sejam associações profissionais.
dos museus da RPM constituem matéria central deste
A prioridade antes enunciada não significa, no entanto,
Boletim, sendo de saudar a extensa recepção de
qualquer menor atenção aos museus tutelados pelo IPM.
notícias, incluindo pela primeira vez de museus das
Pretendemos neste âmbito atingir durante os próxi-
Regiões Autónomas.
mos anos dois objectivos da anterior Direcção, que
A finalizar, não podemos deixar de assinalar aqui a
por razões conjunturais não foi possível concretizar.
homenagem à Doutora Raquel Henriques da Silva que
O primeiro é a revisão dos quadros de pessoal.
cessou recentemente a comissão de serviço sob a direc-
Os actuais quadros de pessoal dos museus do IPM
ção da qual foi criada no IPM esta Estrutura de Projecto
datam dos anos oitenta e mostram-se totalmente desa-
e a quem se deve a ousadia de ter lançado o projecto
daptados da realidade actual. O próprio diploma de
da Rede Portuguesa de Museus, o qual se prepara agora
revisão das carreiras de museologia impõe um prazo
para uma nova etapa de consolidação com a nova
para a aprovação dos novos quadros, cujas propos-
direcção do Instituto.
tas foram já debatidas com os respectivos directores.
Trata-se de uma tarefa urgente, à qual dedicaremos
Clara Camacho
Coordenadora da EPRPM
a maior atenção, pois a sua não resolução coloca
dificuldades intransponíveis na gestão de recursos
humanos dos museus.
(continuação da página anterior)
O IPM em 2003 – alguns objectivos
Com o cumprimento do segundo objectivo procurar-
O diploma irá também estabelecer os requisitos para
se-á assegurar uma maior autonomia administrativa
a credenciação de museus, cujo cumprimento (pelo
e orçamental dos museus dependentes do IPM, dele-
museu e pela tutela) será obrigatório para garantir a
gando maiores competências e responsabilidades aos
adesão à RPM, e definir os modelos organizativos des-
seus Directores.
concentrados
com
Aproveitaremos a necessidade de rever o diploma
eficácia a plenitude das funções que se deseja a RPM
orgânico do IPM, na sequência da regulamentação
continue a cumprir – quer no que respeita aos apoios
da Lei do Património e do enquadramento a definir
técnicos e financeiros, quer no que respeita à articu-
para a RPM, para assegurar que esse objectivo comece
lação entre museus e ao estabelecimento de parcerias.
a ser cumprido.
Consequentemente asseguraremos, também no pró-
O ano de 2003 constituirá um grande desafio para o
ximo ano, a transição do actual modelo organizativo
IPM e para os seus museus, mas previsivelmente tam-
da Rede Portuguesa de Museus (actualmente uma
bém para muitos museus de variadas tutelas.
Estrutura de Projecto com um prazo de existência pré-
As dotações orçamentais previstas para o próximo ano
-definido) para um outro tipo de enquadramento
determinam a definição de novas prioridades, devendo
orgânico que assegure à RPM uma plena capacidade
o nosso esforço ser orientado para actividades de
de afirmação e uma efectiva possibilidade de cresci-
menor investimento financeiro e menor visibilidade, mas
mento sem rupturas ou descontinuidades.
não de menor importância, com utilização plena das
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que
permitirão
assegurar
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competências técnicas residentes nos museus.
timentos que nessa matéria se possam vir a fazer.
Será oportuno, nomeadamente, aprofundar a investi-
Cabe-nos a todos assegurar que 2003, sendo um ano
gação sobre as colecções, designadamente por forma
singularmente difícil, seja um ano de intenso traba-
a possibilitar publicações actualizadas sobre as
lho de estruturação interna, de procura de soluções
mesmas, concretizar a digitalização de inventários, defi-
imaginativas em relação à estruturação de parcerias,
nir planos de conservação preventiva das colecções, rea-
de captação de apoios e de obtenção de receitas, um
lizar acções de formação internas dirigidas aos diversos
ano de conjugação de esforços e de vontades na
perfis de pessoal – acções reconhecidamente necessá-
procura de boas soluções, para que se continue a
rias mas sempre adiadas – e preparar com tempo as
afirmar a imagem positiva que os museus no seu
actividades para os anos de 2004 e seguintes, incluindo
conjunto têm vindo a construir junto do público.
exposições que surjam da colaboração de mais de um
Manuel Bairrão Oleiro
museu e que sejam desde o início concebidas como
Director do Instituto Português de Museus
itinerantes, permitindo tirar o melhor partido dos inves-
Nova Direcção do IPM
No dia 22 de Novembro, pelas 12h, decorreu no
do Instituto Português de Museus e da Dr.ª Isabel
Museu Nacional de Arte Antiga a cerimónia de tomada
Cordeiro como Subdirectora do mesmo Instituto. ❚
de posse do Dr. Manuel Bairrão Oleiro como Director
Notícias RPM
Visita de missão ao Serviço de
Museus da Catalunha
Com o apoio do Programa de Intercâmbio Cultural
Museus; o sistema de acreditação e os conceitos de
Luso-Espanhol, nos dias 16, 17 e 18 de Outubro foi
museu e de colecção aberta ao público; os objecti-
efectuada uma visita de missão ao Serviço de Museus
vos, as metodologias, os resultados, o controlo per-
da Catalunha pela Coordenadora e pela Coordenadora-
manente e os instrumentos técnicos utilizados no
-Adjunta da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de
âmbito do Sistema de Registo; o Serviço de Apoio a
Museus. O objectivo fundamental desta visita foi o
Museus; o papel dos Museus Nacionais no contexto
conhecimento directo do funcionamento do Sistema
dos museus da Generalitat e dos demais na região e,
de Museus da Catalunha, e em particular da meto-
ainda, os apoios técnicos e financeiros concedidos aos
dologia de acreditação de museus, num momento
museus.
em que se procede à reflexão sobre o desenvolvi-
A Catalunha possui cerca de 300 unidades «auto-
mento futuro da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa
-denominadas museus», entre as quais 103 estão
de Museus, bem como à preparação da Lei-Quadro
inscritas no Registo. A categoria de «colecção aberta
dos Museus portugueses.
ao público» é atribuída a unidades que não são acre-
A visita de missão incluiu reuniões com o Serviço de
ditadas, as quais, embora não recebam apoios da
Museus da Catalunha, nas quais foram esclarecidos
Generalitat, são alvo de divulgação nos guias oficiais
diversos aspectos referentes à legislação em vigor e à
de difusão dos museus acreditados.
sua aplicação, nomeadamente a estrutura orgânica
Na província de Girona tiveram lugar diversas reu-
da Direcção do Património Cultural e da Junta de
niões e visitas pelo facto de aí se situar o único Serviço
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de Apoio a Museus que existe em funcionamento,
a documentação e o armazenamento, em reserva
bem como uma das sedes, ou núcleos, do Museu de
própria, dos materiais arqueológicos da província de
Arqueologia da Catalunha. O referido Serviço de Apoio
Girona. Actualmente discute-se a continuidade de
a Museus efectua empréstimos aos museus (equipa-
implantação territorial destes Serviços, previstos para
mento museográfico e de conservação preventiva),
cada província, ou a sua fusão com as redes temáti-
armazena temporariamente em reserva peças de
cas que estão em constituição, baseadas nos museus
grande dimensão pertencentes aos museus e efectua
nacionais: arqueologia, arte, ciência e técnica. ❚
Reunião de trabalho promovida
pela CCR Centro
No passado dia 23 de Outubro teve lugar no Auditório
dos municípios de Belmonte, de Almeida, de Vila Nova
do Paço da Cultura da Guarda a segunda reunião de
de Foz Côa, de Seia, da Covilhã, de Freixo de Numão,
trabalho promovida pela Comissão de Coordenação
de Pinhel, de Gouveia, de Aguiar da Beira, de Trancoso,
da Região Centro em colaboração com o Instituto
entre outros, sendo que se registou também a parti-
Português de Museus/ Estrutura de Projecto Rede
cipação de directores de museus integrados na RPM.
Portuguesa de Museus para esclarecimento de
Foram apresentados alguns projectos museológicos
questões referentes à criação e à remodelação de
em curso na região, bem como referida a actuação
unidades museológicas.
do Museu da Guarda no acompanhamento e no apoio
Para além da Coordenadora da Rede Portuguesa de
técnico prestado a muitos destes museus.
Museus, estiveram presentes a Directora do Museu
Por parte da RPM foram esclarecidos alguns aspectos
da Guarda, o Gestor do Eixo II da CCR Centro e o
da sua actividade, designadamente referentes aos eixos
Coordenador da Acção de Base Territorial da Serra da
de actuação desta Estrutura de Projecto, aos quesitos
Estrela. Dos autarcas e técnicos de Câmaras Municipais
para a Adesão à Rede Portuguesa de Museus, bem
dos territórios correspondentes às Acções de Base
como os aspectos centrais a ter em conta em pro-
Territorial da Serra da Estrela e do Côa convidados
jectos de museus, como a existência de programa
para participar nesta reunião, verificou-se um con-
museológico, a investigação e a constituição das
junto muito significativo de presenças, designada-
equipas, os problemas de conservação e as condições
mente Presidentes de Câmara, Vereadores e técnicos
de sustentabilidade. ❚
PA Q M – P r o g r a m a d e A p o i o à
Qualificação de Museus
Projectos apoiados em 2002
No dia 19 de Novembro de 2002, decorreu no Museu
dirigentes e técnicos dos museus abrangidos por estes
Nacional de Arte Antiga, a cerimónia de assinatura
apoios.
dos acordos de colaboração que formalizaram a atri-
Na sua globalidade, foram remetidos à RPM oitenta
buição de apoios financeiros em 2002 no âmbito do
e um projectos por parte de trinta e três museus de
Programa de Apoio à Qualificação de Museus, os quais
diferentes tutelas não dependentes da Administração
foram celebrados entre a Estrutura de Projecto Rede
Central, nomeadamente vinte e três tutelados por
Portuguesa de Museus e os responsáveis pelas diver-
Câmaras Municipais, um por uma Junta de Freguesia,
sas tutelas dos museus contemplados. Neste acto
um por uma Empresa Municipal, dois por Empresas
estiveram presentes o Ministro da Cultura, o Director
Públicas, quatro por Associações, um por um Instituto
do Instituto Português de Museus e os responsáveis,
Católico e um por uma Misericórdia.
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Tal como em 2001, os Programas de Apoio à
cos da actividade museológica.
Investigação e ao Estudo das Colecções (P2.) e de
Avaliada a elegibilidade das candidaturas, foram atri-
Apoio à Conservação Preventiva (P3.) foram os mais
buídos apoios financeiros aos trinta e três museus no
concorridos, o que mais uma vez evidencia as neces-
valor global de 603.865,63 Euros. Os valores globais
sidades dos museus em domínios fundamentais e bási-
atribuídos em cada Programa são os seguintes:
N.º de Projectos Aprovados
Total €
7
53.285,98
9%
27
163.771,33
27%
3.1 equipamento
14
67.786,51
11%
3.2 equipamento para reservas
12
144.186,02
24%
1
10.100,00
2%
11
102.197,55
17%
9
62.538,24
10%
81
603.865,63
100%
Programas
1. programação museológica
2. investigação e estudo das colecções
%
3. conservação preventiva
3.3 serviços especializados
4. acções de comunicação
4.1 acolhimento e comunicação
4.2 projectos educativos
Total
No Programa de Apoio à Programação Museológica (P1.) foram apoiados os seguintes projectos apresentados por museus
integrados na RPM:
Ecomuseu Municipal do Seixal: execução do levantamento arquitectónico e do estado de conservação dos edifícios das
Caldeiras Babcock, das Caldeiras de Cozer e da Oficina de Rebaixar da Mundet, destinado à elaboração do programa
preliminar de musealização da Fábrica da Mundet (Núcleo do Ecomuseu do Seixal);
Museu Escolar de Marrazes: reprogramação museológica do Museu, no seguimento do trabalho de investigação iniciado
no ano de 2001;
Museu Municipal de Santarém: reprogramação do Núcleo de Exposições Temporárias de Arte e Arqueologia Medieval;
Museu Municipal de Tavira: estudo para a definição do programa museológico do núcleo-sede do Museu a inaugurar no Palácio
da Galeria com a exposição “Espirito e Poder. A cidade nos tempos da modernidade” e publicação respectivo do catálogo;
No âmbito deste Programa, foram concedidos ainda apoios a projectos apresentados por museus em fase de instalação e
que se encontram em processo de Adesão à RPM:
Museu Pio XII: no âmbito da programação do Museu, estudo na área da História da Igreja e investigação sobre as colecções de escultura sacra e de arqueologia lapidar medieval;
Museu do Traje de Viana do Castelo: edição de brochura relativa ao Programa do Museu.
Respeitantes ao Programa de Apoio à Investigação e ao Estudo das Colecções (P2.) foram contemplados os seguintes projectos de museus integrados na RPM:
Casa-Museu Teixeira Lopes: publicação dos “Prefácios e Conferências de Diogo de Macedo”, do “Levantamento Exaustivo
de Toda a Obra de António Teixeira Lopes” e do estudo “Teixeira Lopes e a Música do seu Tempo”;
Ecomuseu Municipal do Seixal: estudo de materiais arqueológicos exumados na Ermida de Nossa Senhora da Conceição
destinados a incorporar o acervo do Ecomuseu e a elaboração do respectivo relatório;
Museu Escolar de Marrazes: estudo e investigação das colecções do Museu;
Museu da Casa Grande de Freixo de Numão: estudo, classificação, desenho e fotografia da colecção de arqueologia do
Museu, com vista à futura publicação de um catálogo;
Museu Municipal de Coruche: projecto de estudo e inventário do património etnográfico do concelho, intitulado “O Museu
vai ao Sótão”, e publicação do catálogo da exposição permanente do Museu, “O Homem e o Trabalho – A Magia da Mão”;
Museu Municipal de Moura: estudo e investigação das colecções de arqueologia e armaria do Museu;
Museu Municipal de Tavira: estudo e investigação da colecção de numismática do Museu e posterior publicação do
respectivo catálogo;
Museu de Olaria: estudo e investigação sobre o Centro Oleiro de Barcelos e sobre a colecção de Louças de Barcelos,
concepção dos conteúdos, produção e edição do catálogo desta colecção;
Museu de São Roque: estudo da colecção Rodrigues Alves recentemente doada ao Museu.
No âmbito deste Programa, foram concedidos ainda apoios a projectos apresentados por museus em fase de instalação e
que se encontram em processo de Adesão à RPM:
Museu Convento dos Lóios: estudo da Colecção de Arqueologia do Museu;
Museu dos Coutos de Alcobaça: estudo e investigação das colecções «no-sítio»;
Museu da Indústria da Chapelaria: recolha e registo de informação relacionada com o estudo e a divulgação das
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colecções do Museu e concepção de um protótipo de sistema de documentação e de gestão de colecções museológicas
industriais com interligação à gestão do Arquivo e Centro de Documentação do Museu;
Museu de História e Etnologia da Terra da Maia: publicação da Colecção Etnográfica Moreira de Figueiredo, do estudo
“Sistemas de Atrelagem dos Bois – os Jugos da Maia e os Junqueiros”, do estudo “Património da Água – História do Regadio
Tradicional na Maia”, do estudo “Tecnologia Tradicional – O Linho da Maia” e ainda o estudo e posterior publicação sobre
a História Militar da Maia no Século XIX;
Museu da Imagem em Movimento: estudo da colecção de vidros de Lanterna Mágica do Museu e publicação do estudo
“Dos Fantásmas ao Fantástico”;
Museu Pio XII: estudo/inventário das colecções do Museu;
Museu do Traje de Viana do Castelo: edição de brochura sobre as colecções do Museu.
No Programa de Apoio à Conservação Preventiva (P3.), foram apoiados os seguintes projectos apresentados por museus
integrados na RPM:
Casa-Museu Teixeira Lopes: aquisição de equipamento de controlo das condições de conservação preventiva do Museu e
aquisição de mobiliário apropriado para as reservas;
Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique: aquisição de equipamento de controlo dos níveis de humidade relativa
e temperatura; aquisição de mobiliário adequado para reservas e estudo da conservação da colecção de cartazes do Museu;
Museu Escolar de Marrazes: aquisição de mobiliário apropriado para reservas;
Museu do Carro Eléctrico do Porto: aquisição de equipamento de conservação preventiva e aquisição de mobiliário apropriado para reservas;
Museu da Casa Grande de Freixo de Numão: aquisição de mobiliário apropriado para as reservas;
Museu Municipal de Alcochete: aquisição de equipamento de controlo das condições de conservação preventiva do Museu
e qualificação do sistema de segurança do Núcleo de Arte Sacra;
Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso: aquisição de mobiliário e equipamento de conservação preventiva para as
reservas do Museu;
Museu Municipal Dr. António Gabriel Ferreira Lourenço: aquisição de equipamento de conservação preventiva e de segurança e aquisição de equipamento para o adequado acondicionamento das colecções de traje e de fotografia em reserva;
Museu Municipal de Coruche: aquisição de equipamento de controlo das condições de conservação preventiva;
Museu Municipal Leonel Trindade: aquisição de equipamento de controlo e monitorização das condições de conservação
preventiva e aquisição de mobiliário e equipamento para reservas;
Museu Municipal de Santarém: aquisição de equipamento e mobiliário apropriado para as reservas;
Museu Municipal de Santiago do Cacém: aquisição de mobiliário apropriado para reservas;
Museu Municipal de Viana do Castelo: aquisição de mobiliário apropriado para reservas;
Museu do Papel Terras de Santa Maria: aquisição de equipamento de conservação preventiva destinado ao acondicionamento da colecção de marcas de água e de documentação e aquisição de equipamento de segurança a instalar no Museu;
Museu da Pólvora Negra: aquisição de desumidificadores e aquisição de equipamento de iluminação adequado à conservação preventiva das colecções em exposição;
Museu de São Roque: aquisição de equipamento apropriado para o acondicionamento da colecção Rodrigues Alves;
Museu de Setúbal – Convento de Jesus: aquisição de equipamento destinado à conservação preventiva das colecções do Museu.
Entre os projectos dos museus integrados na RPM abrangidos pelo Programa de Apoio a Acções de Comunicação (P.4)
evidenciam-se:
Casa-Museu Abel Salazar: desenvolvimento de actividades educativas do Museu, designadamente ateliers pedagógicos;
Casa-Museu Teixeira Lopes: criação de website do Museu, elaboração de CD-Rom e de website educativos intitulados “Uma
Viagem pela Escultura”;
Ecomuseu Municipal do Seixal: construção e disponibilização do website do Ecomuseu do Seixal;
Museu da Água: edição de brochura bilingue sobre o historial do Museu;
Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique: produção de materiais pedagógicos (dois puzzles de grandes dimensões) destinados ao desenvolvimento das actividades dos serviços educativos;
Museu do Carro Eléctrico do Porto: implementação de um novo plano de comunicação do Museu, e nova página web;
dois projectos educativos que visam estabelecer uma melhor integração de públicos imigrantes eslavos e deficientes visuais
no Museu e recolha de “histórias de vida” junto da comunidade envolvente;
Museu Municipal de Coruche: produção de maleta pedagógica, de dossier pedagógico e de CD-Rom interactivo incluindo
uma visita virtual à exposição permanente do Museu;
Museu Municipal de Portimão: aquisição de meios audiovisuais e produção de uma maleta pedagógica sobre a Pré-História
em Portimão;
Museu Municipal de Santarém: promoção de estratégias de comunicação relacionadas com a exposição “De Scallabis a
Santarém” e execução do catálogo da exposição “Santarém e o Magreb – Encontro Secular”;
Museu Municipal de Viana do Castelo: implementação de nova sinalética no Museu; reedição do livro «A Louça de Viana»
e aquisição de materiais lúdico-pedagógicos;
Museu do Papel Terras de Santa Maria: produção de materiais de comunicação e de divulgação e aquisição de equipamento de som e imagem adequado ao desenvolvimento das actividades educativas do Museu;
Museu da Pedra de Cantanhede: edição de dois desdobráveis com informação sobre o Museu;
Museu de São Roque: elaboração de catálogo e plano de sinalética de uma exposição temporária sobre o Movimento
Modernista Português, tendo como base a referida colecção;
Museu dos Transportes e Comunicações: projecto de remodelação do serviço de acolhimento e comunicação com o
público, que inclui a produção de edições de divulgação do Museu.
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Participação em Encontros
Encontro da Associação de Professores de História
e local e de instituições privadas e debater propostas
No dia 16 de Setembro, a EPRPM participou num
concretas de colaboração entre as várias instituições,
Encontro organizado pela Associação de Professores
visando modelos de formação e de profissionalização
de História (APH), em colaboração com o Museu das
mais adequados à realidade museológica portuguesa.
Comunicações, mediante a apresentação da comuni-
Neste Colóquio foram ainda atribuídos os Prémios
cação intitulada “A diversidade dos museus portu-
APOM 2002: O Museu de Lanifícios foi reconhecido
gueses e a sua contribuição para a formação de com-
como Melhor Museu Português, a exposição de Arte
petências”. As outras temáticas abordadas neste
Sacra Entre o Céu e a Terra da Diocese de Beja como
Encontro foram as seguintes: “Coordenadas de uma
Melhor Exposição e o Museu Municipal de Loures
parceria Escola/Museu na didáctica da História”, por
como Melhor Serviço de Extensão Cultural. Foram duas
Tereza Campos e Helena Veríssimo, e “O papel
as edições que receberam o prémio Melhor Catálogo,
educativo do museu: novos desafios, novas relações
designadamente Alfredo Keil, catálogo da exposição
de competências”, por Susana Gomes da Silva.
que teve lugar na Galeria do Rei D. Luís (IPPAR), e
História da Cultura Judaica, catálogo da exposição
realizada pelo Museu da Guarda. A APOM atribuiu
Workshop Como criar uma Rede de Museus Vencedores
também duas menções honrosas: na categoria de
do Prémio do Conselho da Europa
Melhor Museu, ao Museu da Pedra de Cantanhede
No dia 20 de Setembro, a EPRPM participou no
e, na categoria de Melhor Trabalho sobre Museologia,
Workshop Como criar uma Rede de Museus Vencedores
à
do Prémio do Conselho da Europa organizado pelo
Contemporânea, de Helena Silva Barranha.
dissertação
Museus
de
Arte
Moderna
e
Museu da Água no âmbito das comemorações do
25º Aniversário do Prémio do Museu do Conselho da
Europa, prémio que em 1990 distinguiu aquele museu.
Seminário Com os Homens do Aço – história, memórias e património
A EPRPM participou na abertura do Seminário Com
Colóquio APOM 2002
os Homens do Aço – história, memórias e património,
Entre os dias 10 e 12 de Outubro, a Associação
organizado pelo Ecomuseu Municipal do Seixal nos
Portuguesa de Museologia organizou em Évora o
dias 25 e 26 de Outubro.
Colóquio APOM 2002, dedicado ao tema Ensino,
Formação e Profissionalização em Museologia. Este
Encontro contou a participação do IPM e das uni-
2º Encontro Nacional de Museus com Colecções
versidades portuguesas com cursos de pós-gradua-
de Arqueologia
ção em Museologia (Faculdade de Belas Artes da
Nos dias 21, 22 e 23 de Novembro teve lugar o
Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais
2º Encontro Nacional de Museus com Colecções de
e Humanas da Universidade Nova de Lisboa,
Arqueologia, organizado pela Secção de Museologia
Universidade dos Açores, Universidade de Évora,
do Departamento de Ciências e Técnicas do Património
Universidade de Coimbra, Universidade Lusófona,
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com
Universidade Lusíada e Universidade do Porto), bem
a colaboração do Museu Nacional de Arqueologia, do
como da Associação Nacional de Municípios
Museu Regional D. Diogo de Sousa e da Sociedade
Portugueses e da Associação Portuguesa de Empresas
Martins Sarmento. As intervenções apresentadas inci-
com Museus. O Colóquio permitiu analisar as carrei-
diram sobre os seguintes tópicos: Enquadramento ins-
ras profissionais em museus da administração central
titucional, orgânico e funcional; Organização, funcioRede Portuguesa de Museus | 7
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namento e renovação; Formação, investigação e
museus devem cumprir para assegurar a sua quali-
divulgação; e Integração das tecnologias da informa-
dade, evidenciando algumas práticas dos museus com
ção. No âmbito do primeiro tópico, a EPRPM
colecções de arqueologia que actualmente integram
evidenciou parâmetros de sustentabilidade que os
a RPM.
Festa dos Museus – Jornadas Autarquias e Museus
Por iniciativa da Associação Nacional de Municípios
Portugueses, teve lugar nos dias 28, 29, 30 de
Novembro e 1 de Dezembro no Fórum da Maia a
primeira edição da Festa dos Museus, evento que
conjugou uma exposição de apresentação dos Museus
Municipais inscritos, com as «Jornadas Autarquias e
Museus» e ainda a realização de actividades paralelas com públicos escolares. O Instituto Português de
Museus/Rede Portuguesa de Museus, enquanto instituição convidada, esteve presente nesta importante
iniciativa, tanto participando nos painéis das
referidas Jornadas, como na exposição, mediante a
apresentação dos seus serviços.
Encontro Ver, Rever, Museus Educação
No dia 5 de Dezembro, o Museu Nacional de Arte Antiga organizou o Encontro Ver, Rever, Museus Educação,
em homenagem a Madalena Cabral, figura tutelar do respectivo Serviço de Educação, o qual fará 50 anos
de actividade em 2003. Este Encontro proporcionou a oportunidade de confronto e de partilha de experiências levadas a cabo em museus de diferentes dependências administrativas. A EPRPM associou-se a esta
iniciativa sublinhando a importância do Serviço de Educação deste Museu que serviu de inspiração e de
modelo ao desenvolvimento de acções educativas em muitos museus do País.
“Julgamos, no entanto, que a raiz fundamental do Serviço de Educação se mantém fiel a um princípio-base: o museu é um lugar de estar com os objectos, de apreender o seu conteúdo e relacionamento,
de os re-utilizar dentro de um processo criativo que desejamos ver alargado.
Ao Serviço de Educação está entregue o cuidado particular do acolhimento dos públicos com as suas curiosidades e as suas dúvidas, a discussão ou proposta de intervenção adequadas aos interesses dos grupos,
o estímulo à capacidade de observação e percepção do visitante.
Não lhe cabe fundamentalmente a erudição e a sua forma de comunicar estará, por norma, nos antípodas da “lição”. Compete-lhe, isso sim, ser um elemento vivo de relacionamento, um despoletador de contactos individuais entre o visitante e o objecto.”
Madalena Cabral
8 | Boletim Trimestral
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Artigo
* O texto agora publicado constitui
uma adaptação da comunicação
Casa do Infante – Pólo do Museu
da Cidade do Porto*
apresentada pelo Autor no
Seminário Internacional Euromint:
Henrique Coutinho Gouveia**
Medieval and Early Modern
European Mint Itinerary, Kutna Hora
Uma concepção multipolar de museu
vida da cidade e cujo critério de instalação procu-
(23-28 Outubro 2001).
Na óptica que irá orientar este comentário ao tema
rava contemplar, mediante reconversão apropriada,
a abordar evidenciam-se duas questões principais,
a salvaguarda de testemunhos de acentuado inte-
sendo a primeira a da programação do Museu da
resse em termos da orientação programática esta-
Cidade do Porto como estrutura polarizada e da
belecida.
inserção nesse projecto da Casa do Infante e a
O desdobramento do Museu inicialmente proposto
segunda a da reconversão museológica de monu-
compreendia quatro extensões, sendo a primeira
mentos e sítios. Esta última situação dará lugar a
de índole rural, a implantar na freguesia de Aldoar,
uma síntese comparativa envolvendo realizações
num complexo evocativo das vivências agrícolas
análogas e a uma perspectivação histórica do tema.
vizinhas da área urbana, com a qual se viriam a
Sucede que a concepção de museu de cidade, dada
manter formas de relacionamento cujos contornos
a conhecer através do programa preliminar apre-
importava documentar e interpretar.
sentado em 1993, veio introduzir no panorama
Um segundo pólo seria consagrado à burguesia por-
português da especialidade elementos de inovação
tuense, sublinhando a sua posição como classe
apreciáveis que importa sublinhar, malgrado a escas-
dominante a partir dos séculos XVIII e XIX. Situar-
síssima presença entre nós de estabelecimentos desse
-se-ia na zona de Entre-Quintas, integrando aí o
tipo .
actual Museu Romântico e a Casa Tait, apresen-
De facto, na fundamentação da proposta apresen-
tando ainda como elemento adicional a Casa-Museu
tada quando da sua criação procurava-se concreti-
Guerra Junqueiro.
zar um propósito de projecção do museu no espaço
Intimamente ligado a este segundo pólo constituir-
urbano, desdobrando-se por conseguinte a sua
se-ia igualmente uma componente documentando
presença nesse contexto em função de um leque
o Porto Comercial, instalada na zona da beira-rio.
temático de vectores e de testemunhos selecciona-
Acrescia ainda uma parte industrial dando a conhe-
dos para presidir ao desenvolvimento da iniciativa.
cer “a transformação das formas de produção arte-
Pretendia-se desse modo vir a promover uma apro-
sanal e manufactureira em produção industrial” a
ximação à realidade citadina mais enriquecedora
que se assistiu na cidade a partir da segunda metade
quer para o novo organismo quer para a sua área
do período oitocentista. Compreenderia assim os
de intervenção. A orientação anunciada marcava
processos de concentração do capital e do trabalho
assim uma diferença relativamente ao critério de
e o surgimento das unidades fabris2.
organização do Museu da Cidade já existente na
Parece oportuno referir aqui que as concepções
capital, centralizado num único local de instalação.
museológicas polarizadas surgiriam no país na tran-
Estava-se assim perante uma componente central
sição para os anos oitenta do século agora findo,
à qual seria atribuído um papel fulcral tanto em
tendo sido consideradas como um modelo de par-
termos documentais e interpretativos como no
ticular interesse relativamente aos chamados museus
plano da sectorização funcional. Em articulação
de região. A este respeito importará precisar que a
com esta componente nuclear, avançava-se com a
proposta com carácter pioneiro apresentada para o
constituição de um conjunto coerente de pólos cen-
Museu da Nazaré, no termo da década de setenta,
trando-se em temas considerados particularmente
incidiria sobretudo em espaço urbano, o que per-
significativos como elemento de caracterização da
mite aproximá-la do projecto portuense.
** Doutor em Antropologia/
Museologia
1
V. VIANA, Teresa Pereira e
VASCONCELOS, Maria João, Museu
da Cidade do Porto, Vols. I, II e III,
1
Câmara Municipal do Porto, Maio
de 1993.
2
V. VIANA e VASCONCELOS, 1993,
p. 40.
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A concepção de museu de cidade avançada para o
papel de relevo na transformação da vida da cidade,
caso em estudo acompanharia assim a onda de inte-
proporcionando a eclosão do que poderá designar-
resse gerada no país pelo modelo multipolar apli-
-se como um caso de urbanismo institucional.
cado a museus que se pretendiam constituir como
instituições documentando um território, tanto
Um problema do domínio da teoria museológica
numa perspectiva contemporânea como diacrónica.
Anunciada como segundo tópico deste comentá-
A organização inicialmente aceite para o Museu da
rio, a reconversão museológica de monumentos e
Cidade do Porto seria posteriormente objecto de
sítios insere-se num processo oitocentista de diver-
reformulações sensíveis, tendo sido avançado o pro-
sificação dos acervos dos museus, podendo ser apon-
pósito de se vir a alterar a proposta definida para
tadas como referências culminantes dois tipos de
a unidade central, que passaria a ficar instalada
realizações que foram a criação de museus ao ar
num edifício a construir de raiz, inserido num
livre e, sobretudo, de parques nacionais, historic
projecto de remodelação urbana com acentuado
houses ou ainda do que se poderá designar por
protagonismo.
battlefield site museums. Pela mesma época perfilar-
A constituição da componente polarizada seria igual-
-se-ia ainda uma outra situação susceptível de moti-
mente revista, tendo sido no seio desse processo
var reflexões idênticas, dada a posição adoptada
de reapreciação que a Casa do Infante passaria a
relativamente a estações arqueológicas considera-
fazer parte do projecto. Uma tal decisão funda-
das anteriormente como abastecedoras das colec-
mentar-se-ia na importância que o sítio reveste para
ções dos museus, posição que passaria a ser subs-
o aprofundamento da história da Cidade e nos resul-
tituída pela da valorização in loco dos bens
tados obtidos em trabalhos de escavação conduzi-
patrimoniais em causa. A mudança de critério ope-
dos no âmbito da intervenção arqueológica que
rada então no caso das ruínas romanas de Pompeia
acompanharia o projecto de reorganização do
afigura-se como exemplificativa dessa mudança de
Arquivo Municipal, que havia sido aí instalado.
orientação e das consequências daí advenientes.
Importa sublinhar que, com esta alteração, se vie-
Como primeiro tópico a ter em conta será de refe-
ram a ampliar de forma muito sensível as balizas
rir que a abrangência progressiva dos testemunhos
cronológicas do projecto adoptado inicialmente, visto
integrados no acervo deste tipo de estabelecimen-
que os testemunhos que integram o sítio objecto de
tos se repercute naturalmente nos espaços de ins-
intervenção permitem fazer recuar o programa inter-
talação correspondentes. Daí resultaria como carac-
pretativo até à época da presença romana na actual
terística mais saliente a da sua conversão em locais
área urbana. Será contudo de fazer notar também
abertos, acompanhando um processo de transfe-
que o facto de a reconversão museológica se ter vindo
rência para o exterior claramente patente no caso
inserir no programa de reinstalação do Arquivo,
dos museus ao ar livre, que começariam a surgir
então já em curso, condicionou fortemente a defi-
no fim do século XIX na Europa do norte. A exis-
nição dos espaços que lhe viriam a ser afectados.
tência anterior de ménageries e de jardins botâni-
A construção do edifício medieval que se encontra
cos perfila-se claramente como um antecedente
na origem do actual complexo começaria por
desta transformação.
traduzir uma afirmação de acentuada importância
O processo em análise evidenciaria no entanto uma
política, inserindo-se num processo de consolida-
mudança de carácter substancial com a interpene-
ção do poder real que marcou na época a evolução
tração de um espaço de instalação e de um espaço
da urbe portuense.
testemunho, que passaria a ocorrer como referên-
De referir ainda que a implantação da chamada
cia determinante no caso dos três tipos de museus
Casa do Infante e a função de centro de serviços
apontados anteriormente como constituindo um
públicos que iria assumir lhe iriam conferir um
segundo grupo.
10 | Boletim Trimestral
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Com efeito, em todos eles o espaço passaria a desem-
modos de ocupação do sítio.
penhar um duplo papel e a apresentar uma dupla
Acresce ainda a presença de intervenções arquitec-
configuração, dado ter assumido um estatuto de
tónicas profundas a que o conjunto edificado seria
testemunho que tinha de se conjugar com a neces-
sujeito ao longo das últimas décadas, a que se vie-
sidade de dar resposta à presença e circulação de
ram adicionar aquelas que derivam da instalação
público e à instalação das componentes funcionais
conjunta do Arquivo Histórico Municipal, que se
próprias dos museus.
pretendeu que viesse a beneficiar de sensíveis melho-
O processamento de testemunhos dos domínios
ramentos resultantes do projecto em marcha.
paisagístico e ecossistémico, bem como os relati-
De notar todavia que essa segunda presença insti-
vos à história militar, suscita assim questões idên-
tucional vem introduzir também no conjunto
ticas àquelas que patenteia o processamento de tes-
edificado um potencial de informação e de acesso
temunhos arquitectónicos mas também de vivência,
documental cuja articulação com o plano museo-
e daí a necessidade de proceder paralelamente e a
lógico se revelará por certo mutuamente enrique-
título comparativo ao estudo dos diversos tipos de
cedora. E pelo facto de as suas instalações com-
museus mencionados. De atender a que neste âmbito
portarem uma galeria de exposições temporárias,
se situam igualmente todos os organismos congé-
esse organismo poderá ainda apoiar as iniciativas
neres considerados como museus de monumento
que vierem a ser desenvolvidas no domínio do
e museus de sítio, o que permite enquadrar con-
trabalho de museu.
venientemente a componente do Museu portuense
Neste cenário, o recurso às tecnologias multimédia
que tem vindo a ser objecto de reflexão.
patenteou-se sempre como um reforço de acentuado alcance no plano interpretativo, proporcio-
Reconversão
museológica
de
testemunhos
nando elementos de contextualização e de com-
A circunstância de se estar em presença de um pólo
plemento do discurso histórico indispensáveis ao
e não de uma entidade com autonomia institucio-
tratamento da inserção urbanística do monumento.
nal, tal como sucede com o museu, não interfere
Poder-se-á mesmo acrescentar que a presença da
com a natureza das questões que o desenvolvimento
realidade virtual neste projecto viria conferir ao
do projecto comentado coloca no plano interpre-
espaço abordado novas dimensões, ampliando o
tativo, não afectando portanto as apreciações que
interesse que reveste como objecto de reflexão.
se seguem.
As dificuldades inerentes à elaboração de uma pro-
A integração dos testemunhos a processar in loco
posta expositiva contemplando globalmente a diver-
num discurso expositivo coerente perfila-se assim
sidade temática já sublinhada anteriormente con-
como uma primeira dificuldade a solucionar, uma
duziriam a uma formulação compreendendo quatro
vez que a discricionariedade que as soluções céni-
itinerários de visita distintos, muito embora evi-
cas habituais comportam quanto ao arranjo dos
denciando uma forte complementaridade e mesmo
testemunhos que as integram patenteia, em con-
interpenetração.
textos desta natureza, factores condicionantes incon-
Nessa óptica, a prioridade parece competir à
tornáveis. Tais condicionantes repercutem-se depois
proposta que tem como principal elemento de
igualmente na sequência do processo, nomeada-
sustentação uma leitura do edifício centrada nos
mente quanto à instalação do mobiliário e demais
testemunhos de índole arqueológica e arquitectó-
equipamentos que compõem a cenografia.
nica, visto ser aquela que apresenta uma maior
Nesta perspectiva, o caso em estudo apresenta
abrangência.
também dificuldades inerentes aos seus horizontes
A oferta a proporcionar aos visitantes deverá com-
cronológicos muito dilatados e a uma pronunciada
preender ainda três itinerários temáticos tendo como
diversidade temática, consequência dos sucessivos
fios condutores o “Infante e a Alfândega”, a “ocuRede Portuguesa de Museus | 11
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pação romana” e a “Casa da Moeda”. A possibili-
conhecer, posto que apenas parcialmente, o pri-
dade de vir a conferir um acentuado protagonismo
meiro dos temas apontados.
à figura do Infante no contexto do primeiro des-
Está-se assim perante uma realização que reveste
ses circuitos, correspondendo assim ao que se julga
sobretudo um carácter experimental, pretendendo-
constituir uma expectativa de um sector apreciável
se desse modo que venha a possibilitar uma melhor
dos visitantes, irá ser tido em consideração.
avaliação das concepções cénicas avançadas e das
Numa fase preliminar, a abertura ao público incluiu
consequentes reacções por parte de diferentes tipos
apenas a chamada “torre Norte”, em que é dado a
de público.
Dezembro de 2002
Marketing de museus: será que
afinal é só o termo que incomoda?
Maria Vlachou *
* Responsável de Relações
Públicas do Pavilhão do
Sempre que dou uma palestra sobre o marketing
publicações utilizam uma linguagem entendida
de museus, começo por perguntar à audiência
apenas pelos especialistas e educados? Quando está
“o que é marketing”. Entre as respostas dadas, pre-
fechado nos fins-de-semana ou nos feriados? Quando
valece normalmente o “vender”, mas também o
ignora as necessidades especiais de alguns dos seus
“convencer”, assim como o “enganar”. O marketing
visitantes? Quando abre a porta e espera que o visi-
continua a estar fortemente associado ao mundo
tante entre, mas nunca dá o primeiro passo para ir
comercial, ou seja à venda de um produto, ao esforço
ao encontro desse visitante? Quando não divulga
de convencer o cliente que esse produto lhe é indis-
a sua oferta? Para o que serve, afinal, um museu se
pensável ou melhor do que o da concorrência.
não é utilizado e se não procura ampliar e diversi-
“Vender”, “convencer”, “enganar”: o que é que
ficar os seus públicos?
tudo isso tem a ver com a missão e os objectivos
Os museus têm obviamente uma missão, da qual
de um museu? E será que marketing é mesmo isso?
resulta, por um lado, uma obrigação perante as suas
Há profissionais de museus que consideram que só
colecções e, por outro, uma obrigação perante o
por um museu existir, a sociedade tem a ganhar.
público. Um dos seus principais objectivos é a edu-
Há outros que acreditam que a missão está cum-
cação, que foi sempre considerada um objectivo
prida quando os objectos estão bem cuidados e um
“nobre”. Ao contrário, o marketing foi visto desde
pequeno público – pequeno, mas “do melhor” –
o início como um inimigo, como uma opção que
vem visitar e apreciar as suas colecções. Não con-
ia comprometer a imagem do museu como insti-
cordo. Obviamente, um museu não pode atrair toda
tuição com fins não-lucrativos, obrigando-o a bai-
a gente, porque nem toda a gente está interessada.
xar os seus valores e a tornar-se num “negócio”.
Este é um facto, mas não pode servir de desculpa
Pessoalmente, considero que esta situação só pode
para continuar a ignorar a verdade. E a verdade,
ser um mal entendido.
na minha opinião, é que alguns segmentos do
A razão mais óbvia porque os museus começaram
público não visitam os museus, porque os próprios
a recorrer ao marketing foi a falta de verbas. O
museus, aparentemente muito satisfeitos com o seu
dinheiro público nunca chegava para tudo e os
desempenho, excluem-nos a priori. Estará um museu
constantes cortes orçamentais obrigavam-nos, como
a cumprir a sua missão quando as suas tabelas e
é natural, a fazer opções. As colecções eram obvia-
12 | Boletim Trimestral
Conhecimento - Ciência Viva
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mente colocadas em primeiro lugar, deixando para
hoje em dia as pessoas têm mais dinheiro, mas
trás ou limitando significativamente as iniciativas
menos tempo. Todas as atracções que fazem parte
ligadas a outras funções do museu, que tinham
da indústria do lazer procuram convencer o público
mais a ver com a apresentação, interpretação e
para lhes dedicar um pedaço desse tempo livre.
divulgação dos seus bens.
A especialista americana Marilyn Hood estudou os
É aqui, no meu entender, que vamos encontrar uma
factores que determinam as opções de lazer das
das verdadeiras razões pelas quais os museus pro-
pessoas e resumiu-os em seis pontos:
curaram os serviços do marketing: a sua dimensão
• Aprender coisas novas
pública. Os museus estão ao serviço da sociedade.
• Conviver com outras pessoas
A Museums Association na sua última definição do
• Enfrentar desafios novos e excitantes
museu em 1998, colocou o público em primeiro
• Gastar o seu tempo e dinheiro de uma maneira
lugar, afirmando que os museus permitem às pes-
rentável
soas explorar colecções para se inspirarem, apren-
• Descontrair
O texto da definição na sua ínte-
derem e para se divertirem . Ou seja, coleccionam,
• Participar activamente
gra é o seguinte: “Museums enable
preservam e documentam, não pelo objecto em si,
Ou seja, a concorrência para os museus são hoje
mas porque este mesmo objecto, ao ser exposto e
em dia a televisão, os centros comerciais, mas
interpretado, pode servir, de algum modo, os mem-
também o cinema, os restaurantes, os parques de
that collect, safeguard and make
bros da sua comunidade. Tudo o que um museu
diversões, os jardins zoológicos etc. Estou, entre-
accessible artefacts and specimens,
faz é pela sociedade, pelas pessoas. Não apenas pelos
tanto, convencida de que a ida a um museu pode
which they hold in trust for society”.
especialistas ou pelas as elites educadas, mas pelo
proporcionar uma experiência inesquecível e dar
público em geral: por quem não sabe, mas deseja-
respostas a todas as necessidades indicadas por
ria saber; por quem não costuma visitar, mas esta-
Hood. Quando se procura adaptar a oferta às neces-
ria disposto a experimentar; por quem sente muito
sidades, todos têm a ganhar: os visitantes, porque
orgulho só pela própria existência de um museu
investiram tempo e dinheiro numa actividade com-
na sua zona, mas ao mesmo tempo não se sente à
pensadora; o museu, porque conseguiu proporcio-
vontade para lá estar ou considera que não tem a
nar esta actividade, atraindo em muitos casos novos
ver propriamente com ele. Servir também esses
públicos e cumprindo assim uma das suas missões
públicos é uma obrigação dos museus. Mas para
fundamentais. Isto também é marketing.
conseguirem cumprir esta missão, não basta abri-
Espero que, sob esta perspectiva, seja agora mais
rem a porta. É muitas vezes necessário convencer
óbvio que afinal o marketing não é tão alheio ao
o público a entrar. É necessário divulgar, utilizando
mundo dos museus. No início houve muita resis-
os meios certos. É necessário entender qual é o
tência e chegou-se até a falar de “prostituição museo-
público, ou melhor “públicos”, que visitam e que
lógica” ou de “supermercados culturais”. Considero
não visitam, quais as suas necessidades e tentar
ambas as afirmações um exagero. Não vamos negar
adaptar ou melhorar a oferta. É necessário tornar
que as estratégias desenvolvidas têm também como
as colecções, exposições e outros serviços acessí-
finalidade gerar dinheiro. Se o museu conseguir
veis, tanto em termos físicos, como também em
atrair mais pessoas, sim, vai gerar mais dinheiro.
termos económicos e intelectuais. E tudo isto é
Se criar uma série de produtos de merchandising para
marketing.
a sua loja, que os visitantes poderão levar como
Há mais uma razão pela qual os museus se viram
recordação de um dia bem passado, sim, vão gerar
obrigados a recorrer ao marketing. Foi o facto de se
mais dinheiro. Ou seja, haverá um lucro financeiro.
terem apercebido que, juntamente com outras ins-
Será que existe hoje um museu que tenha dinheiro
tituições, fazem parte da indústria de lazer, onde
suficiente para se poder dar ao luxo de não querer
existe cada vez maior concorrência. Verifica-se que
mais? Duvido muito! Deveremos, contudo, esclare-
3
people to explore collections
3
for inspiration, learning and
enjoyment. They are institutions
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Página 14
cer que no contexto das instituições não-lucrativas,
optimista: entende-se cada vez mais que o marke-
a aplicação de estratégias de marketing acaba por
ting está perfeitamente integrado no dia-a-dia
atribuir à palavra “lucro” um duplo significado. Por
dos museus e é absolutamente indispensável no
um lado, significa, como acabámos de ver, gerar
planeamento e no desenvolvimento de muitas das
mais dinheiro; dinheiro esse que não vai acabar no
suas actividades, sobretudo das educativas. Por isso,
bolso do director do museu, mas que será nova-
recentes reestruturações em muitos museus euro-
mente investido nas suas várias actividades, com-
peus introduzem os departamentos de comunica-
plementando as verbas já disponíveis e permitindo
ção, que integram as áreas de educação e de
fazer qualquer coisa mais. Por outro lado, significa
marketing. Se este não é um momento histórico no
cumprir a missão de prestar um serviço à sociedade
processo de introdução do marketing nos museus,
em geral. Através do estudo dos públicos e dos não-
é, sem dúvida, um grande passo em frente.
-públicos pretende-se identificar segmentos com
Durante muito tempo os responsáveis dos museus
características e necessidades comuns, afim de
desenvolveram o seu trabalho concentrando-se no
melhorar o serviço prestado a uns e adaptar a oferta
estudo e na salvaguarda das colecções, virando as
para atrair outros. Ou seja, o marketing assume como
costas ao público. Os tempos mudaram, os hábitos
missão e estabelece como objectivos a própria
também. Entende-se agora que o museu é um dos
missão e os objectivos do museu.
produtos da democratização da sociedade e que é
Hoje em dia, às vezes inconscientemente e outras
necessário abrir canais de comunicação com os seus
vezes conscientemente, mas sem fazer parte de uma
actuais e potenciais utilizadores. Aqui entra o mar-
estratégia concreta, a maioria dos museus adopta
keting. Contudo, esta nova realidade esconde ris-
tácticas de marketing, afim de atingir os objectivos
cos. Os museus, sendo instituições não-lucrativas,
acima mencionados. Não é marketing criar um
têm particularidades que nem sempre são enten-
folheto, melhorar a sinalização interior e exterior,
didas pelos profissionais de marketing vindos do
introduzir descontos? Não é marketing fazer divul-
mundo comercial. Existem limites que, uma vez
gação, alargar o horário de funcionamento, pro-
ultrapassados, podem conduzir a uma certa “sobre-
curar patrocínios, ter uma loja ou um café? Não é
comercialização” que não tem nada a ver com os
marketing criar um logotipo, fazer relações públi-
princípios e com os valores do museu, nem com a
cas? Afinal, será apenas o termo que incomoda?
sua missão. Por isso, a nossa profissão precisa de
Parece-me que o mal entendido é geral e, por isso,
criar os seus próprios especialistas. É fundamental,
instituições lucrativas e não-lucrativas, admitindo
e cada vez mais necessário e relevante, que os
que o termo tem uma conotação negativa junto do
cursos de museologia dêem mais espaço à disci-
público em geral, optam mais pela palavra “comu-
plina de marketing, preparando para o mercado de
nicação”. No caso específico dos museus, dizer
trabalho profissionais sensibilizados. Profissionais
“comunicação” não é apenas uma maneira de dis-
esses que apoiarão o museu na sua missão, sabendo
farçar. A mensagem que vem da Europa é muito
ao mesmo tempo respeitá-la. ❚
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Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
pelos Museus integrados na RPM
Loja de Museus em Lisboa
No dia 11 de Outubro abriu ao público a Loja do
sas, designers e artistas. A sua divulgação pretende
Ministério da Cultura / Loja de Museus no Palácio Foz,
prolongar a memória das visitas aos museus, propor-
situado no centro de Lisboa. Esta loja convida a des-
cionar um novo olhar sobre as suas colecções e cati-
cobrir, conhecer e fruir os produtos das Lojas de
var novos públicos.
Museus do IPM, como publicações, réplicas, desig-
Na nova loja instalada no Palácio Foz encontra-se
nadamente em porcelana, faiança, vidro, cristal, prata,
também um ponto de informação ao público sobre
estanho, e ainda produtos de papelaria que repro-
o Ministério da Cultura, os seus serviços e as suas
duzem ou recriam fragmentos de obras de arte.
actividades, assim como publicações de vários Insti-
aberta de 2ª feira a Sábado entre
Obedecendo a elevados padrões de qualidade, estes
tutos tutelados por aquele Ministério, para consulta
as 10h e as 19h.
produtos resultam de criteriosas parcerias com empre-
e venda. ❚
Horário: A Loja de Museus está
Casa-Museu Abel Salazar –
Actividades do Serviço Educativo
No âmbito das comemorações do Dia Nacional da
homem das ciências, das artes e das letras, figura
Cultura Científica, a Casa-Museu Abel Salazar orga-
ímpar na sociedade portuense da primeira metade do
nizou, no passado dia 24 de Novembro, o Atelier
século XX – e a casa (hoje museu) onde viveu.
Ciência Divertida, cujo público-alvo foram crianças dos
Merecem referência outras iniciativas do serviço edu-
8 aos 12 anos. O objectivo primordial deste evento
cativo da Casa-Museu que estão a ser desenvolvidas
foi despertar crianças e jovens para a Ciência através
durante o mês de Dezembro e que contaram com o
da participação e da observação directa, contribuindo
apoio da Rede Portuguesa de Museus, designada-
para estimular e renovar a educação científica e, para-
mente a Feira do Livro, a Hora do Conto e o atelier
Tel. e Fax: 22 9010827
lelamente, dar a conhecer ao público infantil a grande
A Magia do Natal. ❚
4465-012 São Mamede de Infesta
personalidade que foi Abel Salazar (1889-1946) –
Informações e contactos
Casa-Museu Abel Salazar
Rua Dr. Abel Salazar
Ecomuseu Municipal do Seixal
– Actividades
Exposições e Iniciativas de Serviço Educativo
diversificado de actividades para público escolar, rea-
O Ecomuseu Municipal do Seixal tem patente ao
lizando-se todas as quartas feiras as visitas temáticas
público no Núcleo da Mundet – Edifícios das Caldeiras
O Valor da Cortiça e Somos Homens do Aço e os ate-
Babcock e das Caldeiras de Cozer Cortiça – as seguin-
liers Quatro estações laboratoriais e Jornada fotográfica
tes exposições temporárias:
nas escolas. Para público juvenil e adulto, estão calen-
• Água, Fogo, Ar, Cortiça (até Março de 2003)
darizadas visitas aos sábados, à exposição Com os
• Com os homens do aço – jornada memória no Alto
Homens do Aço, nos dias 12 de Janeiro, 9 de Fevereiro
Forno da Siderurgia Nacional (até Abril de 2003).
e 9 de Março, às 15h.
Divulgação de um vídeo sobre a Siderurgia Nacional:
Entre Janeiro e Junho irá realizar-se a Oficina Produção
Com os homens do aço – história, memória e património
de materiais didácticos no âmbito da educação patri-
O programa de animação destas duas exposições con-
monial no concelho do Seixal, resultante da parceria
templa, a partir de Janeiro de 2003, um conjunto
estabelecida, em 2001, entre o Ecomuseu e os dois
Rede Portuguesa de Museus | 15
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Centros de Formação de Associação de Escolas do
as Iniciativas do Serviço Educativo e as Notícias.
Informações e inscrições
concelho.
A Rede Portuguesa de Museus apoiou este projecto,
Ecomuseu Municipal do Seixal/
Para o público juvenil e adulto, estão ainda agenda-
estruturado pela equipa técnica do Ecomuseu, atra-
das duas visitas à Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços
vés do Programa de Apoio à Qualificação de Museus
para os dias 1 de Fevereiro e 1 de Março, às 15h.
de 2002, mediante Acordo de Colaboração assinado
Tel.: 21 227 62 90
a 19 de Novembro. ❚
Fax: 21 227 63 40
/Serviço Educativo
Praceta Francisco Adolfo Coelho
Torre da Marinha, 2840-490 Seixal
[email protected]
Website www.cm-seixal.pt/ecomuseu
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
O website do Ecomuseu Municipal do Seixal, apresentado ao público no respectivo núcleo museológico
da Mundet em 29 de Setembro passado, disponibiliza ampla informação sobre a programação, o acervo
museológico, as exposições, o funcionamento dos serviços e as actividades do museu. Entre os conteúdos
dinâmicos do website, sublinham-se as Edições on-line,
Museu do Caramulo – Actividades
Serviço de Educação
Museu do Caramulo contadores de histórias, fazer recor-
Informações e contactos
O Museu do Caramulo está ainda mais aberto à comu-
dar e trazer à memória lembranças de antigamente.
Museu do Caramulo – Fundação
Abel de Lacerda
nidade e aos seus visitantes. A recente criação de um
3475-031 Caramulo
serviço de educação a pensar nas crianças, nos ido-
Website renovado
sos e nas famílias resultou da necessidade, cada vez
Na perspectiva de alargar a sua oferta de informação
[email protected]
maior, de criar públicos para a cultura e de transfor-
a diferentes públicos, de disponibilizar mais informa-
www.museu-caramulo.net
mar o Museu do Caramulo num espaço de saber, à
ção sobre as suas colecções e actividades e de refor-
disposição da sua comunidade. Para a concretização
çar a sua visibilidade apostando numa presença mais
deste projecto, o Museu do Caramulo contou com o
forte na Internet, o Museu do Caramulo procedeu à
apoio da Rede Portuguesa de Museus e da Câmara
renovação do seu website, disponível no seguinte
Municipal de Tondela.
endereço: www.museu-caramulo.net. Além da refor-
Especialmente dirigidos às escolas, o Museu do
mulação da estrutura e do design, o website conta
Caramulo desenvolve, às terças e quintas-feiras,
com secções novas, como os serviços de educação,
programas inovadores e divertidos para alunos de
as exposições temporárias, a loja on line e a possibi-
diversas faixas etárias, explorando sempre algumas
lidade de subscrição/consulta da Newsletter do Museu,
das obras em exposição, os quais compreendem
que já conta com a edição de dois números
visitas com animação, com atelier ou com fichas
(Julho/Outubro 2002). ❚
pedagógicas.
Com o objectivo de aproximar diferentes gerações
e de estimular o diálogo, foi desenvolvido um programa específico destinado a famílias e amigos que
visitam o Museu do Caramulo aos fins de semana,
o qual disponibiliza fichas didácticas de exploração
das colecções.
Dirigido sobretudo à terceira idade, o projecto
«O brinquedo da minha vida» pretende trazer até ao
16 | Boletim Trimestral
Tel.: 232 861 270
boletim rede n6
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Museu Carlos Machado – Exposição
Te m p o r á r i a O O c e a n o V i v o
Integrando as Comemorações do Dia Nacional
diversos temas relacionados com o Mar.
do Mar, o Museu Carlos Machado (Ponta Delgada)
A exposição “O Oceano Vivo” é, assim, um pretexto
inaugurou, no passado dia 16 de Novembro, com o
para se levantarem questões e aprender brincando.
Museu Carlos Machado
apoio da Direcção Regional da Ciência e Tecnologia,
É um desafio do Museu Carlos Machado, lançado
Convento de Santo André
uma exposição temporária, didáctica, intitulada
especialmente às escolas, como forma de evocar o
“O Oceano Vivo”, que se dirige principalmente aos
Mar que nos rodeia e que nos define como Ilhas.
primeiros ciclos do ensino básico. Esta exposição,
Até ao dia 16 de Fevereiro do próximo ano, os mais
Fax: 296 629504
privilegiando as actividades com as escolas, pretende
pequenos, com os seus pais ou com os seus professo-
[email protected]
ser um ponto de partida para a abordagem de
res, são convidados a virem ao Museu falar do mar... ❚
Informações e contactos
Rua João Moreira
9500-075 Ponta Delgada
Tel.: 296 283814/296 25532
Museu do Carro Eléctrico – Acolhimento
e Comunicação com Novos Públicos
Procurando promover a comunicação com públicos
desdobrável promocional do Museu em tinta e braille.
habitualmente periféricos relativamente à sua activi-
Um outro conjunto de actividades que o Museu se
dade, o Museu do Carro Eléctrico encontra-se a desen-
encontra a desenvolver direcciona-se para os grupos
volver diversas acções no espaço da sua exposição
de imigrantes do leste da Europa a residir em Portugal.
permanente visando uma melhor articulação com estes
Neste âmbito, o Museu contratou um monitor de ori-
públicos-alvo.
gem ucraniana para assegurar as visitas guiadas pre-
Pensando a comunicação com visitantes deficientes
viamente marcadas. Encontra-se igualmente a pro-
visuais (que não enquadrados em visitas de grupo
duzir um guião de enquadramento da colecção do
previamente marcadas), o circuito expositivo será
Museu e um desdobrável promocional em russo.
adaptado para proporcionar uma visita de acompa-
Do mesmo modo se prevê proporcionar o acompa-
nhamento individual com base num sistema
nhamento em sistema audio para a visita autónoma
de informação audio. Simultaneamente será editado
à exposição permanente. ❚
um guião do Museu em braille, bem como um
Rede Portuguesa de Museus | 17
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Museu da Casa Grande de Freixo de
Numão – Colecções e Actividades
O Museu da Casa Grande, situado na vila de Freixo
aos nossos dias. No que concerne ao núcleo
de Numão, encontra-se instalado num palácio bar-
etnográfico, a colecção exposta distribui-se pelas
roco datável do século XVIII, o qual foi adquirido em
actividades praticadas na região: agricultura, pastorí-
1983, pela Câmara Municipal e doado à Associação
cia, produção do azeite e do vinho.
Cultural Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de
Ligado ao património do concelho de Vila Nova de
Numão, entidade de tutela do museu. Entre a aqui-
Foz Côa, foi criado o circuito arqueológico de Freixo
sição do edifício e a inauguração do Museu da Casa
de Numão, encontrando-se neste momento em fase
Grande a 14 de Julho de 1996, a ACDR, para além
de execução a criação de cinco circuitos, abrangendo
de efectuar escavações arqueológicas, sensibilizou a
a área de onze freguesias do concelho. Sempre que
comunidade para a importância da existência de um
possível são levados a efeito colóquios, conferências
museu no edifício e da cedência de objectos para enri-
e mesas redondas versando sobre o património da
quecer o respectivo acervo.
região.
O Museu da Casa Grande alberga actualmente um
Entre outras actividades, a ACDR desenvolve anual-
acervo arqueológico e etnográfico de interesse
mente jogos tradicionais como a Queima do Entrudo,
relevante para o estudo dos percursos históricos e dos
a Volta das Janeiras e actividades da Quadra do Natal
costumes da região. As exposições de carácter
(quadros vivos, fogueira do Natal) e edita, ainda, com
permanente foram concebidas de acordo com objec-
o objectivo primordial de promoção, divulgação e
tivos pedagógicos, de modo a estabelecer, sempre
sensibilização, um jornal mensal, o Notícias de Freixo
aberto de 3ª feira a Domingo, das 9h
que possível, os conceitos da evolução da Pré-História
de Numão. ❚
às 12h horas e das 14h às 18h.
Museu Ferreira de Castro – Centenário
do Nascimento de João Pedro de Andrade
O Museu Ferreira de Castro associou-se às comemo-
Leal, (26 de Outubro), o lançamento do livro Raul
rações do centenário do nascimento de João Pedro
Brandão: a obra e o Homem, de João Pedro de Andrade,
de Andrade (1902-1974) mediante a apresentação da
por Vítor Viçoso, e a conferência “Abordagem Biográfica
exposição bibliográfica e documental intitulada João
da Obra”, por Fernando Pinto do Amaral (7 de
Pedro de Andrade e Ferreira de Castro, patente até ao
Dezembro). No dia 29 de Março de 2003, no Museu
final do ano, e ainda com a realização de outras ini-
Ferreira de Castro serão ainda apresentadas as Actas
ciativas, nomeadamente, as conferências “João Pedro
Comemorativas do Centenário de João Pedro de
de Andrade e Ferreira de Castro”, por Ricardo António
Andrade. ❚
Alves, “João Pedro de Andrade, Ensaísta”, por Miguel
Photographia – Museu “Vicentes”
Projecto em Parceria
Em parceria com o Núcleo Estratégico da Sociedade
tem divulgado algumas imagens do seu acervo
de Informação – NESI, e através do site do NESOS
através de uma “Exposição Virtual”. ❚
(www.nesos.net), o Photographia – Museu “Vicentes”
18 | Boletim Trimestral
Horário: Museu da Casa Grande
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M u s e u d e F r a n c i s c o Ta v a r e s P r o e n ç a
Júnior – Projecto A Dois
O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior irá,
ser individual ou em conjunto. A terceira, e última
durante o ano de 2003, disponibilizar alguns dos seus
fase, a exposição, decorrerá no Museu de Francisco
espaços expositivos para a apresentação do projecto
Tavares Proença Júnior onde é apresentada a obra
A Dois.
desenvolvida
A Dois é uma ideia de André Guedes e a apresenta-
Paralelamente será elaborado um programa de visi-
-se como um projecto de encontro-residência-exposi-
tas guiadas, onde haverá espaço para uma conversa
ção, que surgiu da possibilidade de articular um
entre os artistas e o público da exposição. No final
período em residência artística, com a apresentação
do projecto propõe-se um encontro geral com todos
pública no MTPJ do trabalho desenvolvido durante
os intervenientes do projecto e o público para o
aquela. Os artistas convidados foram agrupados em
lançamento de um catálogo que revê o conjunto das
pares conforme a sugestão de afinidades conceptuais
intervenções.
e/ou formais existentes nas suas obras.
Programa de apresentações no Museu de Francisco
Na primeira fase, o encontro, os dois artistas convi-
Tavares Proença Júnior:
dados, conhecendo-se ou não previamente, tomam
• A Dois I
conhecimento, ou aprofundam, - na presença de um
Leonor Antunes & André Guedes
observador (um outro artista) - as respectivas obras.
de 5 de Abril a 4 de Maio
Posteriormente, e numa segunda fase, a residência, os
• A Dois II
intervenientes viverão durante um mês a experiência
Ricardo Jacinto & Carlos Roque
de permanência simultânea no CENTA (Centro de
de 10 de Maio a 8 de Junho
Novas Tendências Artísticas), na Tapada da Tojeira em
• A Dois III
Vila Velha de Ródão, onde haverá lugar, e espaço,
Frederica Bastide Duarte & Susana Mendes Silva
para o desenvolvimento de um trabalho que poderá
de 14 de Junho a 13 de Julho ❚
durante
a
residência
artística.
Museu da Fundação Maria Isabel Guerra
Junqueiro e Luís de Mesquita Carvalho
Actividades
As colecções do Museu da Fundação Maria Isabel
Museum Tekstil de Jacarta, onde foram apresentadas
Guerra Junqueiro e Luís de Mesquita Carvalho têm
Colchas de Urros do Museu.
figurado em exposições realizadas por outras institui-
O Museu participa no projecto Viajar com... os cami-
ções, designadamente: na exposição de Louça da
nhos da Literatura liderado pela Delegação Regional
Fábrica de Massarelos que teve lugar no Museu Nacional
do Norte do Ministério da Cultura, estando disponí-
de Soares dos Reis e no Museu Nacional do Azulejo,
vel para o desenvolvimento de outros projectos em
cujo catálogo faz referência às mesmas; na Jheronimus
parceria.
Bosch Exibition que teve lugar no Museum Boijmans
Entre as actividades educativas do Museu, destaca-se
Informações e contactos
Van Beuningen em Roterdão, organizada no âmbito
a promoção da leitura e da divulgação de Contos de
Fundação Maria Isabel Guerra
da Capital da Cultura 2001, na qual foi apresentada
Guerra Junqueiro para a Infância.
a obra de pintura “Visão de Tondale” de J. Bosch per-
Estagiários e voluntários
tencente ao acervo do Museu; e ainda na exposição
O Museu aceita estagiários com habilitações e perfil
4050-305 Porto
Traditional Arts of Portugal organizada pelo Serviço
adequado ao trabalho museológico e voluntários, de
Tel.: 22 200 11 55
Internacional da Fundação Calouste Gulbenkian no
todas as idades, com interesse manifesto pela Arte. ❚
Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita
Carvalho
Rua de D. Hugo, 15
Rede Portuguesa de Museus | 19
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Museu da Horta – Comemoração do
25º Aniversário e Outras Actividades
Criado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 21
do Museu dialogado com os 36 alunos pre-
de 18 de Julho de 1977, o Museu da Horta, actual-
sentes e respectivas professoras, sobre o
mente constituído por dois núcleos (o citadino e o
que foi a erupção dos Capelinhos e a impor-
museológico dos Capelinhos), comemorou o seu 25º
tância de haver um espaço que “guarde
aniversário no dia 18 de Julho do corrente ano. Para
para a posteridade a memória colectiva”.
o efeito, desenvolveu um programa de actividades
Mhortafotoludoteca.tif Durante o mês de
que incluiu a abertura da exposição de Arte Sacra
Novembro, numa iniciativa conjunta do
“Expressões e objectos cultuais”, composta por ima-
Museu da Horta e da Junta de Freguesia
ginária, pintura, ourivesaria e artefactos religiosos dos
do Capelo, a Ludoteca Itinerante da Casa
séculos XVI a XX. No dia do aniversário do Museu foi
do Povo do Capelo percorreu todas as escolas do
efectuada a emissão de um carimbo e de um sobres-
1º Ciclo do meio rural da Ilha do Faial. Com esta
crito filatélico e ainda o lançamento de uma meda-
iniciativa pretendeu-se: ensinar aos alunos o que é
lha alusivos à efeméride. O programa finalizou a 2 de
um Museu e para que serve; dar a conhecer o papel
Agosto com a celebração de um protocolo de coo-
das Autarquias e dos Museus na divulgação de acções
peração entre a Direcção Regional da Cultura, atra-
de educação patrimonial e museológica; divulgar o
vés do Museu da Horta, e a Associação dos Antigos
próprio Museu; abrir o Museu à realização de activi-
Alunos do Liceu da Horta. O referido programa de
dades conjuntas com outras instituições locais.
actividades só foi possível graças à colaboração da
Associando-se às actividades “Dezembro em Festa”
Câmara Municipal da Horta, das Juntas de Freguesia
da Câmara Municipal da Horta, o Museu da Horta
da Matriz e dos Flamengos, do Clube de Filatelia “O
inaugurou a 3 de Dezembro a exposição “O Mundo
Ilhéu” da Escola Básica 3 e Secundária Dr. Manuel de
de Pedro Nunes e Damião de Góis” produzida pela
Arriaga, do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e
Comissão Nacional para as Comemorações dos
dos funcionários do Museu.
Descobrimentos Portugueses e complementada com
No dia 27 de Setembro, pela passagem do 45º ani-
um conjunto de materiais filatélicos do já mencionado
versário da erupção do vulcão dos Capelinhos, as esco-
Clube de Filatelia “O Ilhéu” e com colecções do Museu.
las do 1º Ciclo da freguesia do Capelo visitaram o
Esta exposição estender-se-á até ao dia 30 de Abril e
núcleo museológico dos Capelinhos, tendo o Director
o seu público-alvo são grupos escolares. ❚
Museu de José Malhoa – Actividades
Biblioteca
Sala 3 / Cabine de projecção patente até ao dia 12 de
O Museu de José Malhoa possui uma biblioteca espe-
Janeiro. Numa abordagem ao relacionamento do espec-
cializada em Arte Contemporânea (Séculos XIX e XX),
tador com as imagens, as fotografias remetem para
incluindo vasta bibliografia acerca de José Malhoa e
o cinema, fixam momentos que geralmente não são
do Naturalismo, aberta ao público de 3ª a 6ª feira das
visíveis, quer seja a passagem de uma realidade con-
10h às 12.30h e das 14h às 17h.
creta para a ficção, o rebatimento das personagens
Exposições temporárias
dos filmes sobre os mecanismos de projecção ou a
No âmbito do projecto Art Attack, o Museu de José
bilheteira assumida como antevisão do écran.
Malhoa apresenta uma nova série de fotografias de
O Museu de José Malhoa possui no seu acervo uma
Daniel Malhão com a exposição intitulada Box Office /
considerável colecção de aguarelas dos séculos XIX e XX,
20 | Boletim Trimestral
Daniel Malhão, Cabine de projecção, 2002
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Serviço Educativo
Para o princípio do ano, estão previstas as seguintes
actividades no âmbito do Serviço Educativo do Museu:
• Até Setembro de 2003: Visitas Temáticas – Ver uma
pintura; Ver uma escultura (destinatários: dos 6 aos
10 anos); O Retrato; A Paisagem (destinatários: dos
10 aos 15 anos); O Naturalismo em Portugal, nos séc.
Raquel Roque Gameiro, Mulheres na Praia, 1926, Aguarela sobre cartão,
23,3 x 34,4 cm
Paulino Montês, Escadinhas das
Cardosas, 1923, Aguarela sobre cartão,
37 x 27 cm
XIX-XX; O Retrato e a Paisagem na pintura naturalista
portuguesa; José Malhoa, pintor naturalista; A Escultura
normalmente não disponível ao público por motivos
em Portugal nos séc. XIX-XX; Os Retratos e os Retratados
de conservação. No intuito de lhe dar visibilidade,
na escultura do Estado Novo (destinatários: a partir dos
foi programada a exposição Aguarelas das Colecções
15 anos)
Informações e contactos
do Museu, que ficará patente ao público de 22 de
• De 11 a 29 de Fevereiro de 2003: Ver com as mãos
Museu de José Malhoa
Março a 4 de Maio de 2003. Esta exposição vem
(destinatários: crianças dos 6 aos 12 anos) – A partir
oferecer a possibilidade de se observar a obra de
de algumas obras da colecção do Museu, os partici-
alguns artistas que privilegiaram esta técnica, usando-a
pantes são confrontados com um jogo onde, através
Fax: 262 843 420
não só como um meio subalterno de registo, mas
do tacto, terão que proceder à identificação de objec-
[email protected]
conferindo-lhe o seu devido estatuto.
tos e texturas, tais como tecidos, areias e papéis. ❚
Parque D. Carlos I
2500-109 Caldas da Rainha
Tel.: 262 831 984
Museu dos Lanifícios
Prémio APOM 2002
A Associação Portuguesa de Museologia (APOM)
Colóquio APOM 2002, no Colégio Luís António Verney,
atribuiu ao Museu de Lanifícios da Universidade da
da Universidade de Évora. Na referida sessão, o
Beira Interior o Prémio APOM 2002, na categoria de
Presidente da APOM acentuou o carácter excepcio-
O Melhor Museu Português, atendendo à programa-
nal, embora regulamentar, da atribuição deste pré-
ção e realização museológicas desenvolvidas pelo
mio uma vez que o Museu de Lanifícios não concor-
Museu de Lanifícios da UBI no triénio 1999 a 2001.
reu à atribuição de qualquer prémio, referindo ainda
A entrega do prémio efectuou-se em 10 de Outubro,
que a proposta de atribuição fora aprovada por una-
em cerimónia pública integrada no Programa do
nimidade. ❚
Museu Municipal de Coruche – Actividades
O Museu Municipal de Coruche tem patente ao público
professores e alunos do básico e do secundário; acções
até Janeiro de 2003 as exposições O Imaginário de
de formação; pequenos cursos e/ou acções de sensi-
Henrique Barroso (miniaturas em cortiça) e Objectiva
bilização direccionados para o público em geral, minis-
Coruche (fotografia).
trados, preferencialmente, pelo artesão residente do
As actividades educativas que o Museu promove regu-
Museu; oficinas de arte e de expressão plástica e work-
larmente são as seguintes: visitas guiadas e ateliers
shops de artes do corpo (mímica, técnica vocal, inicia-
pedagógicos; dossier “Como visitar o Museu”; dos-
ção ao teatro, etc.) destinados a crianças, jovens e
sier pedagógico “A Romanização no Concelho de
adultos; seminários/conferências dirigidas ao público
Coruche” (em cd-rom e em papel) direccionado para
em geral e em particular ao público estudantil
Rede Portuguesa de Museus | 21
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Página 22
(3º ciclo e secundário); e ainda espectáculos culturais
gráfica através do incentivo à doação de objectos; e
diversos.
A Igreja de São Pedro em Coruche, estudo histórico,
Em curso estão os seguintes projectos de investiga-
arqueológico e antropológico, decorrente das esca-
ção: Carta Arqueológica do Concelho de Coruche;
vações realizadas em Outubro de 2001. É de realçar
O Museu vai ao Sotão, projecto no âmbito da Etnografia
ainda a reedição anotada e comentada do Estudo
que tem como objectivo específico a recolha etno-
Histórico de Coruche, da autoria de Margarida Ribeiro. ❚
Museu Municipal de Etnografia e História
da Póvoa de Varzim – Exposição Temporária
Até ao dia 13 de Abril de 2003, o Museu Municipal
Numa perspectiva de evolução artística e cronológica,
de Etnografia e História da Póvoa de Varzim terá
a exposição procura destacar as devoções e a sua jus-
patente ao público a exposição Opera Fidei. Obras de
tificação na história do país e da região, como a devo-
Fé num Museu de História – Arte Sacra do Arciprestado
ção a S. Tiago, a S. Pedro Gonçalves Telmo, a Nossa
de Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Senhora da Conceição, ao Sagrado Coração de Jesus,
Na sequência da colaboração do Museu Municipal
a Nossa Senhora das graças e Imaculado Coração de
com o Arciprestado de Vila do Conde e Póvoa de
Maria, a Nossa Senhora de Fátima, ao «Estado Novo»,
Varzim em várias iniciativas, designadamente no
entre outras.
Inventário do Património Artístico Religioso (projecto
A exposição patente no Museu terá continuidade numa
iniciado em 1994, incluindo inventariação fotográ-
exposição itinerante, que apresentará os elementos
fica, registo e estudo do mesmo), surgiu a ideia de
do património imóvel através de um levantamento
realizar uma grande exposição de arte sacra, não só
fotográfico e dará a ver diversas peças de arte e alfaias
com as colecções do Museu, mas também com peças
litúrgicas. Este projecto constitui, na verdade, uma
das paróquias do arciprestado, por forma a divulgar
pequena amostragem da primeira fase de elaboração
o património religioso da região e a permitir a sua
do Inventário Geral, para cuja importância se espera
fruição por todos.
sensibilizar a população. ❚
«Web d’art d’or 2002» para o Site do
Museu Nacional de Arqueologia
O F@imp2002 atribuiu ao website do Museu Nacional
entre 25 e 29 de Novembro, é um festival altamente
de Arqueologia (www.mnarqueologia-ipmuseus.pt) o
especializado organizado pelo AVICOM-ICOM, diri-
«Web d’art d’or», conferindo-lhe o estatuto do melhor
gido a instituições museológicas e do património cul-
site do ano, entre 37 concorrentes de instituições
tural, a profissionais do audiovisual e do multimédia,
museológicas e patrimoniais de 16 países. Premiados
tendo como principal objectivo promover a realiza-
na mesma categoria com os «Web d’art» de Prata e
ção e a difusão deste tipo de produtos culturais bem
de Bronze, foram respectivamente o Museu Canadiano
como desenvolver o intercâmbio entre diferentes inter-
das Civilizações do Canadá e o Museu do Hermitage
locutores implicados em políticas ou projectos multi-
da Rússia.
média e audiovisuais. É constituído por conferências,
O F@imp, que este ano decorreu em São Paulo, Brasil,
workshops, mesas-redondas e debates e integra uma
22 | Boletim Trimestral
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Página 23
secção competitiva na qual podem participar institui-
todos eles considerados de elevada qualidade, repre-
ções culturais e empresas de produtos multimédia e
sentam o reconhecimento das linhas de trabalho enun-
audiovisuais.
ciadas para o projecto de criação de websites dos
A atribuição do «Web d’art d’or» ao site do Museu
museus tutelados. Este projecto deverá prosseguir em
Nacional de Arqueologia, a inclusão do site do IPM
moldes sensivelmente idênticos, prevendo-se que no
na selecção oficial do júri e a apreciação global que
biénio 2003-2004 sejam criados os sites dos restan-
foi feita do conjunto dos sites submetidos a concurso,
tes museus tutelados pelo IPM. ❚
Museu Nacional da Imprensa
E x p o s i ç õ e s Te m p o r á r i a s
Até 25 de Janeiro de 2003, está patente ao público, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, a exposição Victor
Hugo na Imprensa Portuguesa. Organizada pelo Museu Nacional da Imprensa para assinalar o bicentenário
do nascimento do autor de “Os Miseráveis”, que ocorreu no dia 26 de Fevereiro, esta exposição foi apresentada no Museu durante os meses de Março e Abril. A exposição apresenta os principais jornais que nos
séculos XIX e XX deram eco da grande projecção que Victor Hugo granjeou em Portugal, tratando-se da
primeira mostra que se faz em Portugal sobre o tema.
Até ao dia 3 de Janeiro, o Museu Nacional da Imprensa tem patente
Informações e contactos
Museu Nacional da Imprensa
ao público, no Centro Cultural de Alfena, a exposição Vasco,
desenhos satíricos: 1955-2000. A mostra reúne cerca de 90 traba-
Estrada Nacional 108, n.º 206
4300-316 Porto
lhos e constitui parte de uma grande exposição que esteve patente
Tel.: 22 530 4966
em 2001 nas instalações do Museu e em Lisboa. Trata-se de uma
Fax: 22 530 1071
selecção de 45 anos de trabalho do decano dos caricaturistas
[email protected]
portugueses, hoje presença dominical no Público. ❚
Museu do Papel Moeda
Exposição em Projecto
A Fundação António Cupertino de Miranda e o Museu
prioritários presentes na concepção da exposição,
do Papel Moeda pretendem implementar um projecto
introduziu-se o recurso a audiovisuais e a software
que passa pela concepção e realização de uma expo-
tecnológico que servirá de ferramenta para a apre-
sição com base numa importante colecção de mode-
sentação do tema.
los e miniaturas, intitulada O Dinheiro e os Transportes.
Uma das valências mais importantes deste projecto é
A exposição apresentará miniaturas de carros, de com-
a realização de um ciclo de itinerâncias para a Região
boios e de barcos relacionando-os com o dinheiro,
Norte do País. Em colaboração com as autarquias e
integrando-os no tempo e no espaço, explorando con-
as escolas, será apresentada, em períodos de tempo
ceitos e revelando afinidades entre o tema do dinheiro
previamente definidos, uma exposição itinerante que
e dos transportes. A exposição será pedagógica, lúdica
levará toda a informação que contém a exposição
e interactiva. Como a inovação foi um dos critérios
permanente que agora se cria. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 23
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Museu da Pólvora Negra – Exposição
Te m p o r á r i a e P r o j e c t o P e g a g ó g i c o
primeira ferramenta pedagógica do Museu, especialmente destinada a público jovem.
O Manual Pedagógico foi concebido, sobretudo, como
um instrumento de trabalho para os docentes do
1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, embora seja uma edição com múltiplas possibilidades de utilização. O referido Manual contém informação sobre o Museu da
Das Imagens à História – A Fábrica da Pólvora de
Pólvora Negra e a Fábrica da Pólvora de Barcarena,
Barcarena 1929/30 é o tema da exposição temporá-
assim como fichas e actividades para serem desen-
ria que o Museu da Pólvora Negra disponibiliza ao
volvidas com os alunos, não só na sala de aula, como
público até ao dia 18 de Maio de 2003 no edifício
no próprio espaço do Museu e da Fábrica. Aliando as
n.º 49 / 1º piso.
componentes cognitiva e afectiva, criaram-se perso-
A exibição de um álbum com 38 fotografias de grande
nagens que combinam, numa lógica fantástica, as
beleza e qualidade, sob o ponto de vista artístico, e
características da pólvora negra e a envolvente actual
esclarecedoras da actividade e evolução desta fábrica,
da fábrica. O seu perfil também permite a explora-
sob o ponto de vista documental, constituem o grande
ção de temas importantes como a solidariedade. Assim,
objectivo desta mostra, que contará, ainda, com a
ao longo de praticamente todo o Manual, este grupo
publicação de um catálogo e de um desdobrável com
de amigos composto pelo Carvão, a Enxofrinha, o
postais de algumas das imagens expostas.
Salitre e, ainda, o João e a Maria, encontra-se a animar as várias actividades propostas.
Projecto À Descoberta da Pólvora
Por sua vez, o Mapa Explosivo convida a percorrer os
O Museu da Pólvora Negra, através do projecto
diversos espaços da antiga Fábrica da Pólvora de
À Descoberta da Pólvora, que contou com o apoio da
Barcarena, que permitem não só ilustrar o processo
Rede Portuguesa de Museus, editou um Manual
de produção da pólvora negra, mas também o pró-
das 11h às 13h e das 14.30h às
Pedagógico e um Mapa Explosivo, que constituem a
prio funcionamento da antiga unidade fabril. ❚
17.30h. Entrada gratuita.
Horário: Museu da Pólvora Negra
aberto de 3.ª a 6.ª feira, das 14h às
17h30m, aos Sábados e Domingos,
Museu de Setúbal/Convento de Jesus
E x p o s i ç õ e s Te m p o r á r i a s
O Museu de Setúbal/Convento de Jesus apresenta ao
residentes em Nova York. Com a predominância do
público as seguintes exposições temporárias:
vídeo no contexto actual, o projecto Dinossauro, cons-
Na Casa de Bocage/Galeria Municipal de Artes Visuais,
tituído por uma série de instalações em filme / celu-
até 11 de Janeiro de 2003, destaca-se a exposição
lóide, levanta a questão do cinema enquanto poten-
Timor Meu Irmão e Amigo, estudos de Luís de Sousa
cial suporte de exploração artística.
Informações e contactos
Coutinho – aguarelas e acrílicos pintados em Timor,
Na Casa do Corpo Santo / Museu do Barroco, até 11
Museu de Setúbal/Convento de
objectos pessoais provenientes desse país. No mesmo
de Janeiro, está patente a exposição Isabel Nunes –
local, de 1 de Fevereiro a 9 de Março, será apresen-
Pintura e, a partir de dia 18 do mesmo mês até 22 de
tada a exposição Dinosaur, instalações audiovisuais de
Fevereiro, terá lugar a exposição Diálogo, pintura de
Fax: 265 537 893
Ana Gil-Costa e Sónia Gil-Costa, artistas espanholas
António Carmo e escultura/joalharia de Alberto Gordillo.❚
2900-261 Setúbal
Jesus
Rua do Balneário Dr. Paulo Borba
24 | Boletim Trimestral
Tel: 265 524772/265 537 890
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Outras Notícias
Ano Europeu dos Deficientes
Durante o ano de 2003, Ano Europeu dos Deficientes,
Este projecto é uma resposta às necessidades
o Resource: The Council for Museums, Archives and Libraries
de informação e de aconselhamento expressas
vai distribuir guias de acesso para deficientes, em
por cerca de 400 museus, arquivos e bibliotecas
centenas de museus, arquivos e bibliotecas. É uma
que participaram no primeiro estudo nacional sobre
[email protected]
oportunidade única para promover as boas práticas, a
condições de acesso para deficientes que decorreu
www.h-museum.net
evolução cultural e o envolvimento activo do cidadão.
em 2002. ❚
Informações e contactos
Resource: The Council for Museums,
Archives and Libraries
Boletim da Comissão Nacional
Portuguesa do ICOM
Os actuais corpos gerentes da Comissão Nacional
sentadas assentam na promoção de uma participa-
Portuguesa do ICOM, eleitos em Abril de 2002, ini-
ção mais dialogante dos seus sócios quanto aos cami-
ciaram a edição de um boletim semestral, o ICOM
nhos da Museologia em Portugal, entendida como
Informação n.º 1, em Setembro de 2002, com vista a
uma atitude cívica de responsabilidade profissional.
reforçar a comunicação com os seus sócios.
No seio desta Comissão, foram criados grupos de tra-
São preocupações fundamentais desta Comissão ques-
balho, abertos à participação de todos os interessa-
tões relacionadas com o enquadramento dos profis-
dos, em torno de temas que requerem urgente
sionais de museus, com o desempenho dos museus
reflexão, designadamente: situação dos profissionais
face ao actual contexto economicista e ainda com a
de museus em Portugal; gestão de museus – conhecer
necessidade de estimular a comunicação entre as
melhor, reflectir e partilhar experiências; turismo
instituições museais. As linhas programáticas apre-
cultural e museus. ❚
Encontro Anual do Comité das
Casas Históricas do ICOM
De 14 a 16 de Outubro último, decorreu em Amsterdão
os trabalhos têm-se centrado no aspecto conceptual
o terceiro encontro anual do comité do ICOM dedicado
e na tradução concreta de uma tipologia que se revela
às Casas Históricas. O Instituto de Conservação da
diversificada e abrangente.
Holanda chamou a si a organização destas jornadas de
Esta preocupação traduziu-se na elaboração de uma
trabalho, em colaboração com a direcção do DEMHIST.
Ficha para a criação de categorias de Casa Museu, que
Estiveram reunidas duas centenas de pessoas, entre
foi traduzida em inglês, francês, alemão, espanhol e ita-
membros do comité, membros do ICOM Holanda, pro-
liano. Brevemente existirá uma Ficha em português e
fissionais de museus e alunos de cursos de Museologia.
todos os colegas e instituições são convidados a cola-
O objectivo primeiro deste comité, criado após a
borar com esta iniciativa através do seu preenchimento.
Conferência Geral do ICOM em Melbourne, em 1998,
Para além desta questão central foram abordados outros
é reunir os profissionais directamente envolvidos na
temas, em torno do tema central proposto para a
gestão de casas históricas e reflectir sobre as ques-
reunião deste ano – Os Museus Casas Históricas,
tões que os preocupam. Desde o primeiro momento
testemunhas das Identidades Locais e Nacionais.
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Os temas tratados em grupos de trabalho foram:
Como complemento das discussões efectuaram-se
• A segunda fase do projecto de categorização:
várias visitas de trabalho a casas-museu da cidade e
Compreender a nossa Casa através de sub-categorias;
arredores.
• O valor da Casa-Museu: Como lidar com as ques-
As comunicações apresentadas e conclusões das ses-
tões de direitos de autor em benefício da Casa e da
sões de trabalho desenvolvidas serão editadas pelo
Colecção;
DEMHIST com a colaboração do Instituto de
• O Castelo de Amerongen: Como e por onde come-
Conservação da Holanda, à semelhança do que acon-
çar quando os problemas são grandes: uma leitura
teceu em encontros anteriores.
integrada para o Museu Casa Histórica;
O próximo encontro anual terá lugar em Outubro de
• Salvar o antigo Museu de Artis-Zoo: Preservação,
2003, na Suiça, com o título provisório Challenges
Restauro e Destino: Como e por onde começar? Uma
of Historic House Museums for the 21st Century:
do Comité DEMHIST
hipótese para o Novo Eixo de Museus de Amsterdão.
Problems and Solutions, I. ❚
[email protected]
Maria de Jesus Monge
Membro da Direcção do Comité
Nacional do ICOM Portugal
Membro da Direcção
Inquérito sobre Bens Culturais
Furtados de Colecções Públicas
Portuguesas 1980-2000
O Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências
identificação e recuperação efectiva de seis dos objec-
Criminais / Museu e Arquivos Históricos de Polícia
tos furtados procurados.
Judiciária publicou recentemente o resultado do
O objectivo da apresentação dos presentes dados esta-
tratamento dos dados estatísticos obtidos no inqué-
tísticos consiste em procurar identificar vulnerabili-
rito levado a cabo em 1998, a nível nacional, sobre
dades, padrões, tendências e todo o tipo de dados
bens culturais furtados de colecções públicas
informativos potencialmente úteis que nos permitam
portuguesas, no âmbito do seu Projecto Salvaguarda
definir vectores estratégicos eficazes na organização
do Património Cultural, projecto que então contou
atenta e sempre melhorada da segurança preventiva
com a colaboração do Instituto Português dos Museus
nos nossos museus, perante um panorama crimino-
e do Projecto Geira (Universidade do Minho
lógico cujos contornos futuros se afiguram cada vez
e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).
mais complexos e problemáticos, tanto a nível nacio-
O referido inquérito abrangeu o período 1980-2000
nal como internacional.
Instituto Superior de Polícia Judiciária e
e tinha já originado o lançamento do Catálogo
A publicação foi enviada pelo ISPJCC/MAHPJ a todos
Ciências Criminais
Nacional de Obras de Arte Furtadas de Colecções Públicas
os museus visados, organismos de tutela, bibliotecas
Portuguesas e da respectiva página na Internet
públicas, Universidades e outras entidades ligadas a
(www.geira.pt/inpcc) que, confirmando o objectivo
esta área temática. ❚
Leonor Sá
Museu e Arquivos Históricos de Polícia
Judiciária
Quinta do Bom Sucesso, Barro
2670-345 Loures
para que tinham sido criados, possibilitaram a
26 | Boletim Trimestral
Tel: 21 983 4059
Fax: 21 983 5495
leonor @inpcc.pt
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Wo r k s h o p N a c i o n a l P U L M A N
O PULMAN – Rede Europeia para Bibliotecas Públicas,
procurando partilhar preocupações e estabelecer
Museus e Arquivos (2001-2003), é um projecto de
plataformas comuns de entendimento. O ponto de
âmbito europeu financiado pela Comissão Europeia
partida para esta troca de ideias foi o Manual de
no quadro do Programa «DG Information Society».
Linhas Orientadoras, produzido no âmbito do
As bibliotecas públicas e as organizações culturais
PULMAN, já disponível no site do projecto (a tradu-
europeias tem um papel vital no desenvolvimento de
ção deste manual para a língua portuguesa está
uma Europa-e. Assim, a Rede PULMAN propõe-se
prevista para o final do corrente ano). Foram
estimular e promover a partilha de políticas e práti-
abordadas as seguintes temáticas: Educação e
cas para a “Era Digital”, nas bibliotecas públicas,
Aprendizagem; Cidadania e Inclusão; Acesso e
museus e arquivos e outras organizações culturais que
Fruição de Bens Culturais; Redes e Cooperação; Gestão.
operam a nível local e regional.
Estiveram presentes neste encontro cerca de 50
A Biblioteca da Câmara Municipal de Oeiras participa
profissionais das áreas dos arquivos, bibliotecas
neste projecto enquanto coordenadora de Portugal e
públicas e museus, entre os quais, representantes do
membro do Comité de Gestão. Assim, esta biblioteca
IPLB – Instituto Português do Livro e das Bibliotecas;
organizou uma Rede de Excelência constituída por
RPM – Rede Portuguesa de Museus e APBAD –
Pessoas e Organizações que, de forma concertada,
Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e
procedem a uma reflexão conjunta sobre Bibliotecas
Documentalistas. Está prevista a elaboração de um
Públicas, Museus e Arquivos, que operam a nível local
relatório com as conclusões deste workshop, o qual
e regional em Portugal e na Europa. Neste âmbito,
estará disponível, via Internet, no início do ano.
à semelhança do que esta a acontecer em mais 36
Em Março de 2003 será realizada em Portugal uma
países europeus, realizou-se no dia 18 de Outubro,
conferência internacional sobre o Projecto PULMAN,
na Biblioteca da Câmara Municipal de Oeiras, o
cuja organização está a cargo da Biblioteca da Câmara
www.pulmanweb.org
workshop Nacional PULMAN. Pretendeu-se com este
Municipal de Oeiras. ❚
[email protected]
encontro reflectir sobre a realidade destas instituições,
Maria José Teixeira
Dissertações
• Na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
• Na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
a 27 de Setembro de 2002, Carlos Manuel Santos Serra
a 10 de Julho de 2002, Nuno Luís Guina García obteve
obteve o grau de Mestre em Museologia e Património
o grau de Mestre em Museologia e Património Cultural
Cultural mediante a apresentação da dissertação António
mediante a apresentação da dissertação O Museu entre
Augusto Gonçalves: O percurso museológico.
a cultura e o mercado: um equílibrio instável.
• Na Universidade Nova de Lisboa, a 23 de Julho de
• Na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
2002, João Carlos Camacho (Responsável do Museu
a 10 de Julho de 2002, Sandra Andreia Dias Madeira
do Mar – Rei D. Carlos) obteve o grau de Mestre em
Lopes, obteve o grau de Mestre em Museologia e
Museologia e Património mediante a apresentação da
Património Cultural mediante a apresentação da dis-
dissertação O Museu enquanto instrumento de comu-
sertação Baixo Mondego: memórias de um património
nicação: traços de especificidade na exibição de colec-
colectivo: estudos prévios para um museu de região. ❚
ções de História Natural.
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Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
Email: [email protected]
Web Site: www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
IMPRESSÃO Facsimile
3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
ISSN 1645-2186
Encontros
Salon international des techniques
Simpósio Internacional CIDOC CRM
muséographiques
26 a 27 de Março de 2003
22 a 24 de Janeiro de 2003
Smithsonian’s International Center,
CNIT La Défense, Paris
Washington D.C. (EUA)
Informações e contactos
Organização
Email: [email protected]
CIDOC CRM e Smithsonian Institution
Website: www.sitem-producteurs.fr/
Tema
Partilhar o Conhecimento
Seminário Serviços Educativos nos
Informações e contactos
Museus – Experiências e Projectos
Dr. Martin Doerr, Chair, CIDOC CRM Special
17 a 21 de Março de 2003
Interest Group, Foundation for Research and
Ponta Delgada, Açores
Technology (FORTH)
Organização: Direcção Regional da Cultura dos
Institute of Computer Science
Açores / Museu Carlos Machado
Vassilika Vouton, P.O. Box 1385,
Informações e contactos: Museu Carlos Machado
71110 Heraklion, Crete, Greece
Convento de Sto. André – Rua João Moreira
Fax: (+30) 810 39 16 09
9500-075 Ponta Delgada
E-mail: [email protected]
Tel.: 296.283814/285 532 Fax: 296.629504
Web site: cidoc.ics.forth.gr/
E-mail: [email protected]
Website: www.azoresnet.com/museus/mcm
Salão dos Museus de França –
Le Printemps des Musées
Conferência Internacional Museums
4 de Maio de 2003
and the Web 2003
Paris
19 a 22 de Março de 2003
Organização
Charlotte, North Carolina (EUA)
Direction des Musées de France
Organização: Archives & Museum Informatics
Informações e contactos
Informações e contactos
Direction des Musées de France
Archives & Museum Informatics
6, rue des Pyramides, 75001 Paris
2008 Murray Ave, Suite D
Tel: 01 40 15 36 00
Pittsburgh, PA, 15217,USA
Fax: 01 40 15 36 25
Tel.: +1 412 422 8530 Fax: +1 412 422 8594
E-mail: [email protected]
Website: www.archimuse.com/mw2003/

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