Revista Fecomércio - Março

Transcrição

Revista Fecomércio - Março
Ano XVII nº 202 – Março de 2015
ECONOMIA
NA CRISE
Como os empresários
terão que driblar a alta
dos tributos, da gasolina,
da água e da energia
para sobreviverem
sem repassar aos
consumidores
esses reajustes
Entrevista // Pág. 8
Leonardo Bessa
procurador-geral de
Justiça do MPDFT
Plano de Saúde Coletivo por Adesão.
Empregador do Comércio:
na Qualicorp você tem excelentes opções
para cuidar da saúde, pelo melhor preço.1
Planos de saúde coletivos por adesão são aqueles disponibilizados
para pessoas de uma mesma categoria profissional ou área de atuação,
por meio de sua entidade de classe. É o seu caso, Empregador do Comércio
associado à FECOMÉRCIO-DF. A Qualicorp é líder nesse mercado e trabalha
para você ter cada vez mais acesso à saúde de qualidade. Confira.
As mais conceituadas operadoras de saúde do Brasil.
Inúmeras opções de planos com os melhores
médicos, hospitais e laboratórios.2
Além da FECOMÉRCIO-DF, somos parceiros de centenas
de entidades, o que nos dá legitimidade para negociar
preços mais baixos.
A Qualicorp utiliza a força da coletividade
para ajudar você a cuidar da sua saúde.
Antes de escolher seu plano,
converse com a Qualicorp.
Ligue:
0800 799 3003
De segunda a sexta-feira, das 9h às 21h; aos sábados, das 10h às 16h.
ou acesse:
www.economizecomaqualicorp.com.br
Preços e condições obtidos pela negociação coletiva da Qualicorp com as operadoras de saúde parceiras. ²De acordo com a disponibilidade da rede médica da
operadora de saúde escolhida e do plano contratado.
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das
respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições
contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2015.
1
SUMÁRIO
Raphael Carmona
Negócios
femininos e online
É crescente o número de
empreendedoras individuais
que trabalham em casa e
fazem das redes sociais sua
maior aliada
12
Tudo descrito na
nota fiscal
Lei determina que os
empresários explicitem
os impostos no cupom e
o Procon já deu início à
fiscalização
32
Cristiano Bosta
O vasto mercado
da terceirização
Empresários criam
serviços que vão de banho
e tosa em domicílio a
assessoria para compra do
carro novo
28
Cristiano Costa
Capa
Em um ano crítico para os empresários, o caminho é driblar a alta
dos juros e das tarifas com criatividade e tecnologia
34
seções
8ENTREVISTA
16GASTRONOMIX
22GENTE
40
EMPRESÁRIO DO MÊS
45
ECONOMIA
46
DOSES ECONÔMICAS
48
AGENDA FISCAL
52VITRINE
54
CASO DE SUCESSO
56
DIREITO NO TRABALHO
58
SEGREDOS DO
MARKETING DIGITAL
62
PESQUISA CONJUNTURAL
66
PESQUISA RELÂMPAGO
Contato
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi
5º e 6º andares – Brasília -DF – 70306-911
(61) 3038-7500
www.fecomerciodf.com.br
twitter.com/fecomerciodf
Diretoria da
Fecomércio-DF
CONSELHO CONSULTIVO
Conselheiro Presidente
Alberto Salvatore Giovani Vilardo
Conselheiros
Antônio José Matias de Sousa
Jose Djalma Silva Bandeira
Laudenor de Souza Limeira
Luiz Carlos Garcia
Mitri Moufarrege
Rogerio Torkaski
DIRETORIA (TITULARES)
Presidente
Adelmir Araujo Santana
1º Vice-presidente
Miguel Setembrino Emery de Carvalho
2º Vice-presidente
Francisco Maia Farias
3º Vice-presidente
Fábio de Carvalho
VICE-PRESIDENTES
Antonio Tadeu Peron
Carlos Hiram Bentes David
Edy Elly Bender Kohnert Seidler
Francisco das Chagas Almeida
José Geraldo Dias Pimentel
Tallal Ahmad Ismail Abu Allan
DIRETORES-SECRETÁRIOS
Vice-Presidente-Administrativo
José Aparecido da Costa Freire
2º Diretor-Secretário
Hamilton Cesar Junqueira Guimarães
3º Diretor-Secretário
Roger Benac
DIRETORES TESOUREIROS
Vice-Presidente-Financeiro
Paolo Orlando Piacesi
2º Diretor-Tesoureiro
Joaquim Pereira dos Santos
3º Diretor-Tesoureiro
Charles Dickens Azara Amaral
DIRETORES ADJUNTOS:
Hélio Queiroz da Silva
Diocesmar Felipe de Faria
Glauco Oliveira Santana
DIRETOR DA ÁREA
DE COMBUSTÍVEIS
José Carlos Ulhôa Fonseca
DIRETOR DA ÁREA
DE HOTÉIS, BARES,
RESTAURANTES E SIMILARES
Clayton Faria Machado
DIRETORES SUPLENTES:
Alexandre Augusto Bitencourt
Ana Alice de Souza
Antonio Carlos Aguiar
Clarice Valente Aragão
Edson de Castro
Elaine Furtado
Erico Cagali
Fernando Bezerra
Francisco Messias Vasconcelos
Francisco Sávio de Oliveira
Francisco Valdenir Machado Elias
Geraldo Cesar de Araújo
Jó Rufino Alves
Jose Fagundes Maia
Jose Fernando Ferreira da Silva
Luiz Alberto Cruz de Moraes
Milton Carlos da Silva
Miguel Soares Neto
Roberto Gomide Castanheira
Sulivan Pedro Covre
CONSELHO FISCAL:
Titulares:
Alexandre Machado Costa
Benjamin Rodrigues dos Santos
Raul Carlos da Cunha Neto
Suplentes:
Antônio Fernandes de Sousa Filho
Maria Auxiliadora Montandon de
Macedo
Henrique Pizzolante Cartaxo
DELEGADOS REPRESENTANTES
JUNTO À CNC
Delegados Titulares
1- Adelmir Araujo Santana
2- Rogerio Torkaski
Delegados Suplentes:
1 - Antônio José Matias de Sousa
2 - Mitri Moufarrege
SINDICATOS FILIADOS
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) •
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis
Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros,
Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza
para Homens e Senhoras do DF (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista
de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto
Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF
(Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais
Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF
(Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei)
• Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem
de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas
Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF
(Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios
do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF
(Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira)
• Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas,
Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios
de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas
Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas
de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF
(Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do
DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF
(Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria
e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) •
Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do
Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas
Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras
de Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato das Empresas de Sistemas
Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese)
SINDICATOS ASSOCIADOS
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar)
• Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF
(Sindicombustíveis)
COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO
DO SISTEMA FECOMÉRCIO-DF
Diego Recena
REVISTA FECOMÉRCIO
Diretor de Redação:
Diego Recena
DIRETOR REGIONAL
DO SESC
José Roberto Sfair Macedo
DIRETOR REGIONAL
DO SENAC
Luiz Otávio da Justa Neves
SUPERINTENDENTE
DA FECOMÉRCIO
João Vicente Feijão Neto
DIRETORA-EXECUTIVA DO
INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
Editora-Chefe:
Taís Rocha
Editora Senac:
Ana Paula Gontijo
Editor Sesc:
Marcus César Alencar
Editor de Fotografia:
Cristiano Costa
REDAÇÃO
SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Jessé Freire,
5º andar - Brasília - DF - 70.306-908
(61) 3038-7527
Fotógrafo:
Raphael Carmona
Repórteres:
Andrea Ventura, Daniel Alcântara,
Fabíola Souza, Liliam Rezende, Luciana
Corrêa, Sacha Bourdette e Sílvia Melo
Projeto Gráfico e Diagramação:
Gustavo Pinto
Capa:
Gustavo Pinto
Revisora:
Fátima Loppi
Impressão:
Ediouro Gráfica
Tiragem: 60 mil exemplares
CONTATO COMERCIAL
Joaquim Barroncas – (61) 3328-8046
[email protected]
editorial
A caminho
da recessão?
T
ecnicamente, um país se encontra em recessão quando
há retração generalizada em
sua produção durante um dado
período, acompanhado de outros
fatores econômicos, como aumento do desemprego, do número de
falências, em contrapartida, queda
no nível de investimento, taxas de
lucro e produção. Em boletins econômicos recentes especialistas têm
apontado que no Brasil o quadro é
dos mais pessimistas e parte desse
desempenho negativo também se
explica pela piora nas projeções
para a indústria.
No âmbito do Distrito Federal,
a crise teve origem no próprio governo, na gestão do ex-governador
Agnelo Queiroz. Está nas mãos do
atual governador, Rodrigo Rollemberg, estancar esta “sangria”.
O chamado Pacto Por Brasília foi
o início desse processo. O GDF
voltou atrás quanto à proposta de
reajuste do IPTU, mas deve manter
as demais medidas que implicam
aumento de impostos. Já aprovou
o reajuste de 0,5% sobre o IPVA de
carros e motos, o aumento do ICMS
da telefonia, da gasolina e do diesel
e alterou o Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI),
que pode ficar até 50% mais caro
para parte da população.
Somado ao cenário econômico
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
árido está o aumento dos valores
cobrados pelo uso da água, da
energia e do transporte. O resultado é um ambiente de negócios
cada vez mais difícil para os empresários. A Agência Reguladora
de Águas, Energia e Saneamento
Básico do Distrito Federal (Adasa)
e a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) afirmam que no DF
ainda não se fala em racionamento,
como o que acontece nos estados
do Sudeste.
Entretanto, ajustes na equação
produção versus gastos devem ser
feitos. Alguns empresários já estão
economizando esses recursos de
maneira criativa, seja reutilizando
a água da lavadora de louça para
lavar o chão da cozinha do restaurante, implantando sistema de captação da água da chuva ou realizando substituições mais ecológicas e
tecnológicas.
Infelizmente, porém, às vezes
criatividade e economicidade não
são suficientes para driblar uma
crise, pois há outros fatores como
queda na geração de emprego e
ausência de consumo e os empresários são obrigados a fechar suas
portas. Torçamos para que esses
sejam apenas indicadores negativos passageiros e consigamos
reerguer nosso comércio, nossa
indústria e nossa economia.
Paulo Negreiros
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF:
Fecomércio, Sesc, Senac
e Instituto Fecomércio
7
//entrevista
Pelo
diálogo
// Por Taís Rocha
À frente do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios (MPDFT) desde o início de 2015, e
com mandato de dois anos, o novo procuradorgeral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo
Roscoe Bessa, trabalhará de maneira preventiva.
Com mais de 20 anos de atuação na Promotoria
de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon),
ele pretende impedir os litígios que se arrastam
por anos na Justiça, sempre em busca de diálogo.
8
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Fotos: Cristiano Costa
Mono mon
LEONARDO BESSA,
procurador-geral de
Justiça do DF
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
9
O senhor tem pela frente um
mandato curto, de apenas dois
anos. No que o senhor pretende
calcar suas decisões à frente do
MPDFT?
Internamente, meu objetivo é agir
procurando trazer harmonia entre
promotores e servidores ao oferecer
uma boa estrutura de trabalho. O promotor atua com total independência,
não tem ingerência alguma do procurador-geral. Esse, por sua vez, fornece a estrutura para que o procurador
possa alcançar os resultados ligados
à promotoria dele. Essa é a grande
questão interna, harmonia e estrutura para trabalhar, para que a pessoa
fique feliz e bem em seu ambiente de
trabalho. Externamente, a postura é
de um diálogo, colaborativa com autoridades, agentes políticos, sempre
respeitando a autonomia e independência dos órgãos. Esse diálogo tem
o limite, que é o da independência.
Quando há uma solução de consenso
nas mais diversas áreas, isso só traz
benefícios a todos. Eu costumo dizer
que o que o MP mais faz é levar algo
à Justiça, mas isso não significa solucionar o problema. Às vezes significa
uma nova etapa que pode durar mais
cinco ou dez anos e os fatos não terem mudado nada.
O leque de atuação do MPDFT é
bem amplo. Qual será o seu perfil
de atuação?
Eu tenho destacado o reforço administrativo da Procuradoria Distrital. Ela atua nos direitos do cidadão
no que dizem respeito aos serviços
públicos, à educação, à saúde, ao
transporte coletivo e à segurança.
Como todo Estado trabalha com carência, seja de recursos materiais
ou de pessoal, em vez de estruturar
cada promotoria que atua nessas
áreas, passamos a concentrar uma
estrutura maior na Procuradoria
Distrital, que possa dar apoio logístico e material a todas essas promotorias. Ela atua dialogando com
essas promotorias de direitos coletivos. Isso é algo que já estamos fazendo diante dessa crise do DF. Não
foi essa crise que motivou nossa
atuação, pois já era ideia do MP ter
10
controle de orçamento e de políticas
públicas. Isso se faz com conhecimento técnico da área e com apoio
de servidores. Como eu não consigo
ainda, no modelo ideal, ter em cada
promotoria dois ou três servidores
que entendam profundamente do
assunto do qual trata a sua promotoria em termos de orçamento, concentro essa expertise na Procuradoria Distrital. Isso é algo que gostaria
de deixar como um pontapé inicial
para o MP. Para que essas áreas
sejam objeto de maior atenção e
no futuro o que está acontecendo
hoje no DF não se repita. O que se
faz diante desse caos orçamentário? Apurar responsabilidades. Você
pode perguntar se isso nunca existiu. Houve, mas de maneira pontual,
fragmentada, de maneira que dependia muito mais de uma iniciativa
de um colega utilizar essa denúncia,
do que de uma estrutura da procuradoria, via Procuradoria Distrital.
Na medida em que se cria uma estrutura própria para isso, o trabalho do promotor é facilitado. Nessa
linha também foram reforçados os
vínculos com o Tribunal de Contas
do DF. Às vezes, ao evitar um desvio
de R$ 40 milhões, por exemplo, você
pode comprar equipamentos, medicamentos, material para escolas. É
uma atuação preventiva que traz um
benefício em escala muito grande
para o DF. Esse é meu sonho, que
o MP tenha essa estrutura e que os
próximos procuradores a desenvolvam e a aprimorem.
Vieram a público recentemente
alguns atos administrativos
executados pelo ex-governador
Agnelo Queiroz considerados
irregulares, como a realização
da Fórmula Indy em Brasília,
além de atos de improbidade
administrativa. Eu gostaria que o
senhor comentasse sobre isso.
Tem algo de muito errado no DF
e não precisa ser especialista em
nada, basta ser um cidadão para
ver como a cidade está. Não gosto
de fazer pré-julgamentos, mas as
promotorias e a procuradoria, naturalmente, como é função institucio-
nal, estão averiguando o que houve.
Foi instaurado um procedimento de
investigação para fazer uma análise mais genérica e a partir disso,
conforme a apuração dos fatos, eles
serão encaminhados para cada promotoria, e eventualmente com aspectos penais. Ainda não sabemos
se é o governo, o governador, uma
secretaria ou uma subsecretaria.
Quem errou terá que pagar pelo
erro, isso é fato. Isso vale para o governo anterior e para o atual. O MP
tem que agir de maneira impessoal, seja lá quem for o governante. É
tarefa do MP cuidar do patrimônio
público, do interesse coletivo, independentemente de partido.
Como o senhor avalia esses dois
primeiros meses do novo governo
do DF? E como o senhor espera que
seja o relacionamento do MPDFT
com o governador Rollemberg nos
próximos anos?
Não sei se cabe a mim fazer uma
avaliação. Mas posso dizer que a relação com o MP tem sido de diálogo.
E falo do governo como um todo. Por
exemplo, recebi a visita do secretáREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
“É tarefa do
Ministério Público
cuidar do patrimônio
público, do
interesse coletivo,
independentemente
de partido”
rio de Segurança que trouxe quatro
pontos interessantes para diminuir
homicídios, ou seja, uma atuação
preventiva. O MP do futuro atua na
questão do orçamento, mas também na prevenção, na diminuição
de litígios. É uma percepção que
existe hoje de modo geral, porque o
Judiciário não dá conta dos litígios, é
preciso diminuir os litígios cuidando
das áreas básicas, como educação,
saúde, colocando polícia nos locais
de grande criminalidade. Tudo isso
interessa ao MP. Em vez de colocar
mais um promotor do júri na Ceilândia, por exemplo, por que não cuidar
da presença do Estado nessa localidade, saber a razão de tanto crime lá. O MP pode colaborar nesse
sentido. As pessoas têm o costume
de ver o promotor atuar apenas no
processo. Mas a ideia é que o MP
atue também de maneira propositiva para evitar o processo, para evitar
o crime. O Judiciário é o hospital dos
direitos violados. Quando você busca
o Judiciário, você já vai doente. Às
vezes por mais que se estabeleça a
saúde, não ficará tão bom como se
não tivesse chegado a ficar doente.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Gostaria de saber a sua posição,
enquanto procurador-geral de
Justiça do DF, sobre temas como:
combate à pirataria, defesa do
FCO, segurança, “puxadinhos”,
mobilidade urbana,
desenvolvimento econômico
regional.
A concepção do procurador-geral é que tem lei para tudo isso,
basta cumpri-las. Simples assim.
Nesse caso, o papel do procurador-geral, como fiscal da lei, é oferecer
estrutura para que os procuradores
de cada área atuem com eficácia.
Infelizmente, Brasília não dá bons
exemplos de cumprimento das leis e
temos que evitar o tal do “fato consumado”. Ele também precisa ser
prevenido. Evitar invasão, prevenir.
Depois que se faz, fica mais difícil
se desfazer. Trabalharemos sempre
nessa linha de atuação preventiva.
O trabalho do senhor tem sido
muito baseado na Defesa do
Consumidor. O que o senhor tem
a dizer sobre o outro lado, o dos
empresários, uma vez que essa
entrevista é para a Revista da
Fecomércio-DF?
Nesses 20 anos atuando na
Promotoria de Defesa do Consumidor, aprendi a perceber que
existem muitos empresários sérios, às vezes heróis mesmo. O
Brasil precisa diminuir a burocracia, incentivar a atuação dos empreendedores. Precisamos acabar
com a ideia de que os empresários
são aqueles que querem tirar vantagem. Veja a quantidade de empresários que estão trabalhando,
gerando empregos, movendo a
economia de maneira séria, apesar das dificuldades. Aprendi que
há muitos empresários que contribuem para o desenvolvimento
da cidade e também que é preciso
dialogar, se colocar no lugar do outro, perceber a dificuldade do outro
para chegar a um consenso. Quando o empresário não é sério, ele
nem aparece na Promotoria para
se defender. Ele não merece nem
esse título de “empresário”, uma
vez que entra no mercado para
aplicar golpes, sem CNPJ, sem
endereço fixo, que lesa várias pessoas e depois desaparece. Esses
são os que dão uma fama negativa
a determinado setor. É importante
que o consumidor, o governo, todos
saibam distinguir essa situação.
Outra coisa importante é lidar com
a divergência sem que isso signifique tensão. Um diretor-jurídico de
uma empresa, por exemplo, pode
ler a mesma lei que eu e interpretá-la de outra maneira, e o fato de
eu levar isso para o Judiciário não
implica necessariamente um conflito. Significa que infelizmente não
foi possível chegar a um consenso,
mas que diante das circunstâncias do caso, deverá ser resolvido
no Judiciário. Não se trata de uma
briga, apenas levar a discussão
para um fórum mais apropriado. A
discussão é inerente.
“Aprendi a perceber
que existem muitos
empresários
sérios, às vezes
heróis mesmo.
O Brasil precisa
diminuir a
burocracia,
incentivar a
atuação dos
empreendedores”
11
dia da mulher
De casa para
o mundo
// Por Liliam Rezende
Cada vez mais, mulheres montam
empresas em casa e utilizam as
redes sociais para impulsionar seus
pequenos negócios
E
stamos vivendo um momento que pode ser considerado um marco
para as mulheres empreendedoras. Hoje, no Brasil, elas já comandam um terço das pequenas e microempresas. Levantamento do Sebrae Nacional mostra que o número de mulheres empreendedoras
cresce mais do que o de homens. Entre 2002 e 2012, o número de pessoas
que montaram o próprio negócio cresceu 11% e foi bem maior entre as mulheres (18%) do que entre os homens, com apenas 8%.
De acordo com a consultora em empreendedorismo, Carolina Oliveira,
cada vez mais mulheres estão aderindo ao mundo dos negócios. “Já somos
2,6 milhões de empreendedoras no Brasil, o que não é por acaso. Cerca de
884 mil mulheres estruturam seus negócios em casa, enquanto apenas 366
mil homens conseguem essa façanha”.
Criadora do “Mulher de Negócio” - escola que oferece oportunidades e
ferramentas para as mulheres administrarem a própria empresa, Carolina
acredita no papel fundamental da internet para impulsionar um projeto. “Ser
uma empreendedora digital é utilizar a internet como ferramenta indispensável para a consolidação do seu negócio. Esteja você começando ou divulgando
seu trabalho, saiba que seu público está na internet agora, procurando por
alguma coisa que talvez você possa oferecer”.
12
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Sem amadorismo
Já se foi o tempo em que usar
as redes sociais era uma brincadeira, uma experimentação. Hoje,
as empresas precisam postar conteúdos que despertem interesse
e identificação, não só expor seus
produtos e serviços, como explica
Carolina, a partir de sua experiência profissional.
“Começamos como um grupo
fechado de discussão no Facebook,
que, com o passar do tempo, estendeu sua atuação, e hoje, temos
fanpage, site e perfil no Instagram.
Utilizo todos esses canais para
estar em contato constante com
quem nos segue, oferecendo conteúdo de boa qualidade e buscando
entender suas necessidades. Nada
é feito de maneira aleatória. Nossa
página no Facebook tem mais de 15
mil seguidores, o que comprova que
grande parte do sucesso vem desse
trabalho nas redes sociais”.
Outro ponto determinante para
o sucesso é ter cuidado com a mídia negativa, que corre com a mesma rapidez que a positiva. Revisar
textos antes de postar, enviar materiais de alta qualidade para as
redes, além de criar uma identificação visual única para a empresa, é
fundamental. “Não adianta você ter
o melhor produto, se a maneira que
você o apresenta está inadequada.
Ter uma identidade visual, uma
logomarca bacana, um cartão de
visita e fotos bem tiradas são cuidados essenciais. O contrário também não pode acontecer. Jamais
publique fotos de produtos que não
sejam seus, com imagens enganosas retiradas da internet. Não existe nada pior para uma empresa do
que prometer algo e não cumprir”,
reforça a consultora.
zar sonhos. Isso é coisa de mulher.
É claro que no mundo dos negócios
não seria diferente, afinal as mulheres já têm afinidade com a rotina
puxada e adversidades do dia a dia,
sempre mantendo o controle com
seriedade e criatividade. Mas como
é possível desempenhar tantas
funções? Para Lisa Lopes, 31 anos,
proprietária da Realiza Eventos, a
resposta é simples: “Nós, mulheres, nascemos para isso!”
Mãe de três filhos, Lisa tinha
como sonho de infância abrir uma
empresa. “Eu sempre soube que
teria um negócio e me imaginava
no comando dos meus horários.
Mas a gente cresce com os pais dizendo que o mais importante é ter
uma carteira assinada e que ser
empresário é coisa de sonhador.”
Fotos: Raphael Carmona
Multitarefadas
Mulheres são empreendedoras
por natureza. Administrar a rotina
da casa, cuidar da educação e saúde filhos, dar atenção ao marido e
ainda ter um tempinho para realiREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
13
Seguindo o conselho dos pais, Lisa
embarcou na produção de eventos
governamentais aos 18 anos. Foi
contratada por empresas por meio
das quais viajava e dedicava muitas
horas do seu dia ao trabalho, ficando
distante do primeiro filho, Ricardo.
Tudo mudou quando o segundo
filho, Enrique, nasceu. “A partir dali
decidi que não seria mais empre-
gada e sim dona do meu negócio”.
Em abril de 2013 criou a Realiza
Eventos, mas o começo não foi fácil. Lisa percebeu a necessidade
de abrir uma microempresa, fazer
cursos de gerenciamento e organizar bem suas atividades. “Quando
embarquei no empreendedorismo,
percebi que deveria planejar cada
passo, afinal queria estar presente
na vida dos meus filhos, contribuir
no orçamento e ainda namorar meu
marido”, afirma.
Com o nascimento da terceira
herdeira (Isadora, de apenas dois
meses), Lisa conta que o diferencial
do seu negócio é poder trabalhar em
casa, mesmo com a filha ainda tão
pequena e fazer a divulgação de seus
produtos por meio das redes sociais.
Jovem
e talentosa
Luisa Akemi
chega a faturar
R$ 10 mil
por mês
14
Difícil de ser tomada para muitos, a decisão de ter um negócio
próprio surgiu cedo para a jovem
empresária Luisa Akemi Watanabe. Com 17 anos recém-completados, ela produz cupcakes em casa
e, em um ano, viu a venda de seus
doces quadruplicar, com quase 5
mil unidades fabricadas em dezembro, por conta do Natal. O faturamento também aumentou muito
no período, chegando a R$ 25 mil.
Menina prodígio, a determinada
empreendedora começou a vender
doces na escola com 14 anos e, de
lá para cá, não parou mais. “Na
época do colégio, produzia cupcakes simples e investia muito na
qualidade deles, chegando a vender 60 por dia”, revela.
Aos 16 anos, devido ao grande
aumento da demanda, Luisa foi
emancipada pela família e abriu
sua microempresa. Depois, quando ainda estava no meio do semestre do 3º ano do colégio, passou
no vestibular para Administração
de Empresas, na UnB. “Minha
mãe comenta que eu sempre fui
um pouco à frente da minha idade.
Desde nova eu já pensava em ganhar dinheiro para comprar meu
apartamento”, conta.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Hoje, ela conta somente com o
apoio dos pais para produzir as encomendas, sendo que a mãe ajuda
a fazer a massa dos bolinhos e o
pai faz as compras, já que a jovem
ainda não dirige. Dessa forma, vende uma média de 2 mil doces por
mês. Os preços variam, a partir de
R$ 5,50 (o pequeno) e R$ 8,50 (o
cupcake grande). Para tal resultado, ela garante que põe “a mão na
massa”. “Eu trabalho mais de sexta
a domingo. Começo às 8h e normalmente vou até 21h, 22h”, revela.
Falar sobre os sabores que
inspiram seu trabalho também é
um prazer para Luisa, que assume ser muito perfeccionista - um
dos segredos que considera para o
sucesso. “Sou muito chata e detalhista. Isso incomodava no começo, eu tinha que repetir a receita
que não estava boa o suficiente.
Mas agora cheguei ao produto final com a qualidade que sempre
idealizei”, diz.
O faturamento atual gira em torno de R$10 mil ao mês. Para crescer ainda mais, a empresária está
sempre preocupada em se aperfeiçoar. “Qualquer tempo livre que
tenho estou estudando, lendo livros
de Confeitaria, buscando na internet
informações do mundo inteiro”.
Para Luisa, aliás, a internet é
o carro-chefe de seu sucesso. Por
ser muito jovem sempre teve facilidade em lidar com as redes sociais. Criou a página no Facebook
e Instagram, e graças a uma preocupação em manter os domínios
atualizados diariamente com fotos,
hoje já tem mais de 14 mil seguidores em cada. Além disso, utiliza
apenas e-mail e whatsapp como
forma de contato com os clientes,
para encomendas e dúvidas. “Praticamente quase tudo é feito de
forma virtual, desde o pedido, até
o pagamento”.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Comércio
eletrônico
Luciana Santos tem 35 anos, é psicóloga e trabalha como gerente de RH
em uma empresa privada, mas sempre quis empreender. Em 2013 ela criou
em sua casa a Nariz Empinado, marca de acessórios finos, que passou a
divulgar por meio de páginas na internet. A partir daí os amigos começaram
a curtir, e os amigos dos amigos também. “As redes sociais são ferramentas
fundamentais para o sucesso de qualquer empresa. Com essa ferramenta é
possível mostrar o melhor que temos a oferecer”, afirma.
Aos poucos o negócio foi crescendo e chegou à forma que tem hoje.
“Há um ano abri a empresa como Micro Empreendedor Individual (MEI), e
hoje ela tem um faturamento anual de R$ 60 mil, vendendo uma média de
150 peças por mês”, destaca. A matéria-prima é fornecida por artesãos,
sendo todos ainda de fora de Brasília para, segundo Luciana, trazer algo
diferente do que já existe no mercado interno. Além disso, todas as peças
são feitas à mão, com montagem de cores exclusivas e total garantia.
A loja física foi montada no apartamento da empresária. “Moro sozinha
e pude transformar meu quarto de hóspedes em uma loja completa. Assim, sem os altos custos com estrutura física no comércio, consigo manter
um preço de venda bastante competitivo”, destaca.
Para que seu negócio cresça ainda mais, Luciana está finalizando o site
da marca, pelo qual será possível vender os produtos para todo o Brasil. “O
alcance do comércio eletrônico é enorme e a empresa chega aonde você
menos imagina. Isso é incrível”. A expectativa da empresária é aumentar
50% as vendas já no primeiro mês. Ela acredita que utilizar o meio digital
é um facilitador e também impulsionador de seu trabalho. “O segredo é
trabalhar a rede como uma ferramenta que faz tanto a pré-venda, com
a divulgação e estabelecendo vínculo com o cliente, como o pós-venda,
monitorando e dando feedback”, complementa.
Para ela, fatores como o baixo custo associado, facilidade de divulgação, além da quebra de barreira geográfica da comunicação, facilita muito
as transações comerciais hoje. Outra vantagem do comércio eletrônico,
apontado por Luciana, é que esse recurso funciona 24 horas por dia. “Essa
ferramenta trabalha sem parar durante o ano todo, e a facilidade de receber a encomenda em casa também atrai cada vez mais clientes”, conclui.
15
Mono mon
o
o Caetan
ig
Por Rodr
Telmo Ximenes
20 anos de El Paso
O El Paso Texas completa duas
décadas neste ano. O aniversário
será marcado com muitas comemorações. Motivos para comemorar
não faltam, tanto para o chef David
Lechtig e seu sócio, Roberto, quanto
para os frequentadores da casa.
Para começar, puxe pela memória:
no mundo atual, o que tem conseguido durar tanto? Poucas coisas.
Ainda mais quando falamos de estabelecimentos comerciais.
Depois, o tempo fez bem ao El
Paso, que evoluiu em muitos sentidos desde que foi aberto, em 1995,
ainda tendo Fanny - irmã de David
– como a responsável pelo cardápio.
A pegada era tex-mex, já que ela era
formada em hotelaria pela Universidade de Houston, no Texas.
De lá para cá, vieram
alterações no perfil do cardápio, incrementos originais
na decoração e ampliação do
espaço, tudo em um movimento inteligente e extremamente calculado pelos
proprietários. Fórmula de
sucesso não existe, mas,
nesse caso, pode-se atribuí-lo à qualidade mantida
regularmente na cozinha e no
serviço. Em qualquer lugar, há dias
que nem tudo dá certo, mas lá sempre dá bem mais certo que errado
graças ao carinho e respeito dos
donos pelo público. Fica evidente o
esforço para que ali seja um espaço
de prazer, boa comida e drinks, risadas e diversão.
// El Paso Texas
404 Sul, bloco C, loja 23
Tel. (61) 3323-4618
Terraço Shopping
Tel. (61) 3233-5197
110 Norte, bloco B, loja 18
Tel. (61) 3349-6820
Viagens gastronômicas
Londres
The Palomar – Prepare o
Dinner by Heston Blumenthal – A
34 Ruppert Street
Telefone: +44 20 7439 8777
thepalomar.co.uk
Mandarin Oriental Hyde Park - 66 Knightsbridge
Telefone:+44 20 7201 3833
www.dinnerbyheston.com/
paladar. As mezzes (pratos
em pequenas porções) do
chef Tomer são para ficar
na sua memória gustativa.
As especiarias do Oriente
Médio transbordam sabor
em pratos como o polvo
grelhado com hummus ou
a tagine de barriga de porco
com figos, damascos e haz
el ranou. Faça reserva!
16
elegância do salão e do atendimento
são apenas um pano de fundo para
uma excelente refeição. Há opção
no almoço de um menu a 38 libras
com entrada, prato principal e
sobremesa. Mas, caso possa gastar
um pouco mais, prefira as opções
a la carte como a famosa entrada
de patê de fígado de ave com toque
cítrico, servida em formato de tangerina com fatia de pão
grelhada. Bom, do começo ao fim.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Mono mon
http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/sitegastronomix
Agende-se, Chefs nos Eixos vem aí
Faça sua lista, escolha o horário, reforce o protetor solar e vá à luta. A segunda edição do Chefs nos Eixos promete deixar o Eixão ainda mais gostoso
no domingo, 1º de março. A feira gastronômica ocorre das 10h às 17h, na
altura da 111/211 Norte. Serão 48 quiosques com diferentes chefs da cidade,
vendendo pratos gourmets a R$ 10, R$ 15 e R$ 20 além de oito food trucks.
As próximas edições do Chefs nos Eixos já têm datas marcadas:
26 de abril – Eixo Monumental (Esplanada)
28 de junho – Eixão Sul
30 de agosto – Eixão Norte
18 de outubro – Eixão Sul
Chefs nos Eixos – Valor dos pratos: R$ 10, R$ 15 e R$ 20 – Hora: das 10h as 17h
Eu bebo gim
Pequeno grande
investimento
Os chefs Ville Della Penna e Luiz
Beto estão à frente da nova casa,
localizada em Águas Claras. Além
de prateleiras repletas de embutidos, bacon, presunto, salsichas,
terrinas, galantinas, patês e confits,
o estabelecimento também terá seu
lado restaurante. Massas, pizzas,
sanduíches, carnes e sobremesas
podem ser degustados no local ou
levados para casa. Os proprietários
anunciam para breve a abertura de
uma franquia no Plano Piloto - só a
salumeria, sem o restaurante.
//Piccolo Emporium
Terça a sexta, das 10h às 22h, e
sábados e domingos das 9h às 22h Vitrini Shopping
Telefone: (61) 3797-1644
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Depois da onda das cervejas especiais, aguarde o movimento do gim. A
bebida feita à base de zimbro ganha cada vez mais casas especializadas no
mundo inteiro. Você já deve ter ouvido falar dos gins produzidos em larga
escala como Gordon’s, Tanqueray, Beefeater e Bombay. Porém, há centenas
deles que são trabalhados com muito esmero. São infusionados com ingredientes e especiarias que fazem toda a diferença quando batem no copo com
gelo. Em boas casas no Rio e em São Paulo, já existe uma carta própria para
bebida. Acompanhe esse movimento.
Em São Paulo
Gin Mare
Mr. Man: Rua Beatriz, 150
Telefone: (11) 3030-7100
www.marman.com.br
Gins tradicionais
Santa Luzia
Al. Lorena, 1.471
Telefone: (11) 3897-5000
www.santaluzia.com
Empório Santa Maria
Av. Cidade Jardin, 790
Telefone: (11) 3706-5211
www.emporiosantamaria.com.br
17
seguro
Novas
regras
//Por Silvia Melo
Medidas alteram normas para concessão de
benefícios previdenciários e trabalhistas
A
partir deste ano, empresários e trabalhadores
terão que se adaptar às
mudanças nas regras de
concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. Publicadas no
Diário Oficial da União em 30 de dezembro de 2014, as medidas provisórias (MPs) 664 e 665 tornam mais
rigorosas as concessões do abono
salarial, da pensão por morte, do
auxílio-doença, do seguro-desemprego, do seguro-defeso dos pescadores artesanais, entre outros. Para
os empresários, a medida de maior
impacto negativo é a que altera os
prazos do auxílio-doença, enquanto as mudanças para concessão
do seguro-desemprego podem ter
impacto positivo. As novas regras
passaram a valer logo após a publicação, mas precisam ter a validade
confirmada pelo Congresso Nacional em até 120 dias.
A alteração nos prazos para concessão do auxílio-doença trará ônus
para as empresas, já que, de acordo
com a MP 664, o empregado que se
afastar por mais de 30 dias receberá pela empresa o salário desses
30 primeiros dias e, a partir do 31º
dia, ficará por conta da Previdência
Social. Antes, a empresa pagava os
primeiros 15 dias e, a partir do 16º,
o funcionário recebia pelo INSS. “É
uma irresponsabilidade do governo.
Tudo que acontece dentro de uma
má gestão quem paga é o empresário e o trabalhador”, afirma Irenaldo
Pereira Lima, empresário da área de
segurança privada.
Proprietário da empresa Soberana, que possui 866 funcionários registrados, ele lembra que existe muita fraude na área de atestados, pois
qualquer pessoa pode comprar um.
Como presidente do Sindicato das
Empresas de Segurança do Distrito
Federal, Irenaldo está mobilizando
os empresários da área para fazer
um levantamento da quantidade de
atestados falsos que as empresas
recebem. “Vamos mostrar que essa
questão dos atestados é muito mais
séria do que se pensa”, afirma.
Para mudar a situação e evitar
prejuízos, o empresário disse que
ficou mais rigoroso em relação aos
atestados apresentados pelos funcionários. A primeira medida que
tomou para evitar fraudes foi exigir
a homologação de atestados a partir
de um dia de afastamento do trabalho em uma clínica especializada. A
regra começou a valer em 2 de janeiro e já deu resultados. “A quantidade de atestados nesses meses caiu
bastante. Toda segunda-feira recebíamos em torno de três a quatro. Agora recebemos um, tem semana que
nem tem mais atestado”, destaca.
A empresária Viviane Grandi, do
Cristiano Costa
Para o empresário
Irenaldo Lima, as
mudanças são uma
irresponsabilidade do
governo, paga pelos
empresários
18
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Kálice Restaurante, nunca teve problemas com seus 18 funcionários
em relação a atestados, mas acredita
que a medida vai prejudicar bastante
as empresas. “É ruim porque antes
muitas pessoas não queriam parar
de trabalhar por mais de 15 dias para
evitar entrar pelo INSS. Com essa
medida, eles poderão se afastar por
30 dias e continuarão recebendo normalmente pela empresa e só depois
é que terão que buscar o auxílio pelo
governo”, explica.
// Seguro-desemprego
A principal alteração na concessão do seguro-desemprego refere-se
ao prazo de carência. Antes era preciso trabalhar por seis meses para
ter direito. Agora, para ter acesso
pela primeira vez ao benefício serão
necessários 18 meses de trabalho
nos últimos dois anos imediatamente anteriores à data da dispensa, ou
seja, nos 24 meses antes da data da
dispensa, o trabalhador tem que ter
recebido salários em 18 meses.
O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, defende o direito dos trabalhadores e acredita que o melhor caminho
para ajustar o sistema previdenciário
é uma fiscalização mais rigorosa na
concessão dos benefícios. “Nós presenciamos nos últimos anos muitas
pessoas querendo trabalhar sem ter
o respectivo registro, porque estavam
fazendo uso do beneficio do auxílio-desemprego. Isso é ilegal”, afirma.
O empresário Irenaldo Lima
acredita que as alterações podem
ajudar a reduzir algumas fraudes
que ocorrem atualmente entre empregador e empregado, como negociações para demissões, nas quais o
empregado que não quer mais trabalhar ao invés de pedir demissão,
pede que a empresa o demita para
receber FGTS e seguro-desemprego. Outra situação comum é a que o
presidente Adelmir relatou, da pessoa que pede para começar a trabalhar sem registro para continuar
a receber o benefício e o salário ao
mesmo tempo. “Não admito neREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
nhuma dessas situações”, destaca
Irenaldo, lembrando que o aumento
do prazo de carência para receber
o seguro, de seis para 18 meses,
vai reduzir a rotatividade dentro da
empresa. “Agora, para receber o benefício, o trabalhador terá que ficar
mais tempo na empresa”, afirma.
Viviane Grandi concorda. “Agora os
empregados terão que demonstrar
mais responsabilidade na empresa
porque sabem que se forem demitidos antes do prazo, não terão direito
ao seguro-desemprego”, afirma.
Povo fala
“Acho justa a medida do seguro-desemprego
porque muita gente trabalha seis meses só para ter
direito ao benefício. Quando chega o prazo, pedem
demissão e ficam alguns meses em casa. Quando o
seguro acaba buscam emprego. A medida vai segurar mais as pessoas na empresa porque sabem que
se saírem antes não receberão nada”.
Raphael Carmona
Evandir de Sousa Ataíde, 51 anos, motorista
Raphael Carmona
“A medida atrapalha o trabalhador porque já
é difícil achar emprego e se você entra em uma
empresa e não gosta do ambiente de trabalho a
tendência é sair. Já pensou ter que aguentar uma
situação ruim por mais de um ano para ter seus direitos garantidos? A pessoa trabalhou de qualquer
forma e tem que ter direito de receber”.
Paula Hiorrana, 19 anos, estudante
“Sou contra aumentar o prazo para concessão
do seguro-desemprego porque o governo, ao invés
de criar medidas para favorecer a população, faz é
dificultar. Não concordo com as alterações do auxílio-doença porque vão onerar ainda mais as empresas, que já pagam tantos impostos. Ambas não
favorecem nem o trabalhador nem o empresário”.
Raphael Carmona
Francisco Rossi, 47 anos, empresário
Raphael Carmona
“Não acho boas as alterações na lei porque prejudicam o trabalhador. Tem gente que precisa pedir
demissão e, se faz isso antes desse prazo, não tem
direito a nada. Acho que deveria continuar como antes. Sobre o auxílio-doença, para o trabalhador não
muda muito, pois, se precisar se afastar por muito
tempo, terá que fazer perícia no INSS mesmo”.
Larissa Emanuelle, 16 anos, promotora de vendas
19
jogos
Games em alta
//Por Andrea Ventura
Mercado de jogos eletrônicos está em expansão e
Brasília acompanha esse crescimento
U
ma brincadeira que
para muitos começa
ainda na infância tomou
ares de gente grande.
De acordo com estudo encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o segmento de games, o
mercado mundial de jogos digitais
movimentou US$ 57 bilhões em
2010. Em 2011 o setor movimentou
US$ 74 bilhões, e as previsões indicam que deverá ultrapassar US$ 82
bilhões em 2015. No Brasil estima-se que o mercado já esteja perto de
US$ 3 bilhões.
Um dos motivos do crescimento
dos jogos digitais é que atualmente
eles são consumidos por crianças,
mulheres e idosos, e não somente
por jovens do sexo masculino. E o
seu uso ultrapassa o entretenimento, pois são aplicados em atividades
de educação, pesquisas científicas e
treinamentos em empresas.
Apesar das dificuldades, comuns a todo empreendedor, quem
trabalha com o setor afirma que o
segmento é promissor. Tanto que há
escolas especializadas em ensinar
quem deseja atuar na área. Outra
característica comum do segmento
é a realização. Os desenvolvedores
de jogos garantem: fazem o que
gostam e chegam a confundir trabalho com lazer.
Professor do curso Técnico de
20
Programação de Jogos Digitais, no
IESB, Paulo Lepletier, acredita que o
mercado de games é global e crescente. “Não é localizado, você faz jogos para o mundo”, conta o professor, que leciona há um ano e meio.
A tese de que esse mercado é crescente se confirma com a procura de
alunos. “Há muita procura, mas as
pessoas têm uma visão romântica
de que será só diversão”. Ele explica
que desenvolver um jogo leva tempo e dá trabalho. Um jogo de grande
porte pode levar cerca de um ano e
meio para ser finalizado. O professor acredita que o aluno aprende a
desenvolver um game com o curso,
que tem a duração de um ano.
Paulo ressalta que há várias
aplicabilidades para os jogos: para
trazer conhecimento na área de
ensino como na Medicina, ao serem usados em simuladores de
cirurgias; em treinamento de funcionários nas empresas; em jogos
para redes sociais, como o Facebook, entre outros. Os alunos são
das mais variadas idades e o único
pré-requisito é ter conhecimento
em Informática. “Vários alunos desejam abrir uma empresa. Muitos
começam fazendo jogos sozinhos,
mas têm que mostrar que sabem
fazer jogos”, esclarece.
Além de lecionar, o professor
também é empresário. Sua empresa, a Capirotos Code Builder, existe
há oito meses. Lançou seu primeiro
jogo em outubro de 2014, para a plataforma Google Play, voltada para
celulares Android e já conta com
cerca de 150 downloads. Os jogos
são gratuitos e são disponibilizados
com o intuito de divulgar o trabalho
do professor. Sua inspiração vem
com o seu dia a dia. Em fevereiro, por
exemplo, lançou o Petro Hell, uma
crítica ao escândalo da Petrobras.
“Estamos na era do desenvolvimento de games. Muitos profissionais
brasileiros estão trabalhando lá fora.
Esse é o sonho de muitos amigos”,
conta Paulo. Apesar de o professor
acreditar que o desenvolvimento de
jogos é uma profissão como outra
qualquer, é viciante e prazeroso.
// Pioneirismo
Quem endossa isso é o empresário Saulo Camarotti, da Behold
Studios, uma das empresas de games pioneiras em Brasília. “No início a gente não via a possibilidade de
trabalhar com outra coisa e hoje eu
já tenho uma filosofia de vida. Tenho
um trabalho que o pessoal chama
de lifestyle job, que reflete nosso
estilo de vida. Acordar feliz, ir para
o trabalho feliz e dormir feliz. Eu já
vou para o trabalho que é o meu lazer, já é a minha vida”, define. Mas o
começo não foi fácil. Com cinco anos
de existência, a empresa, que começou como um projeto de alunos
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
da Universidade de Brasília, já teve
que fechar as portas. No início eram
Camarotti e um sócio, que saiu e ele
se viu sozinho. “Decidi abrir de novo,
cortei a zero todos os gastos, não tinha mais funcionário”, conta. Então,
durante oito meses ele ia todos os
dias ao café de uma livraria da cidade, junto com uns amigos que queriam o empreendedor como sócio.
“Era o nosso escritório. A gente
não gastava nada e não tínhamos
a preocupação de uma empresa”,
avalia. Depois de oito meses um
investidor conheceu o trabalho dos
jovens por meio da incubadora.
“Marquei de encontrar com ele na
Livraria e ele achou incrível porque,
depois de tanta dificuldade, a gente
ainda estava ali, persistindo”, lembra. Com o investimento, os jovens
alugaram uma sala. “Na mesma
época lançamos um jogo que deu
tão certo que, em dez meses, a
gente comprou a empresa de volta
do investidor”, comemora.
Agora a Behold está localizada
no Lago Norte, tem 12 funcionários
e cinco sócios. Camarotti tem 28
anos. “Mas desde os 12 já comecei
a fazer joguinhos de forma experimental”, conta. Formado em Ciência
da Computação, o empresário é estudante de Filosofia. Desde sempre
acreditou que poderia trabalhar com
o que gosta. “No final do curso na
UnB participamos de suas competições internacionais na área. Ganhamos as duas e isso nos motivou
muito a mim e ao meu sócio. Foi
quando vimos que isso poderia se
tornar algo sério”, ressalta
A empresa é especializada em
jogos eletrônicos para todas as
plataformas. Os jogos para computadores e celulares são os mais
procurados. No ano que vem será
a primeira vez que serão criados
para videogame. “Temos um projeto
em andamento que deverá ser lançado no final do ano que vem para
Playstation 4 e Xbox. Somos um dos
poucos no Brasil que tiveram essa
oportunidade”, ressalta. A empresa
de Saulo já recebeu 30 indicações e
em 15 recebeu premiações.
Para isso investe em seus profisREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
sionais. “Em março a equipe vai para
São Francisco (Califórnia, EUA),
onde acontece a maior conferência
de desenvolvedores de jogos”, explica. Tanto investimento resulta em
uma receita anual de cerca de R$
1,5 milhão. Seu público é formado
essencialmente por jogadores dos
Estados Unidos, seguido por Canadá, Inglaterra, Alemanha, Japão e
Brasil. “Mas o mercado consumidor
do Brasil é excelente e só cresce”,
conta. Quem consome esses jogos
tem entre 20 e 30 anos e 75% são
do sexo masculino. Os jogos produzidos na Behold são autorais e não
dependem da demanda de mercado.
“A inspiração vem daqui”, Camarotti aponta para o coração. “O que a
gente quer fazer é jogar. Por isso,
chamamos de autoral. Entendemos
que se gostamos, os outros vão gostar e tem dado certo”, finaliza.
// Novidade em breve
Desde 2011 o empresário e desenvolvedor de games Igor Rafael
de Souza, 25 anos, abriu a Fira Soft,
especializada em jogos. Os colegas
do curso de Ciência da Computação tiveram a ideia de desenvolver
jogos. Hoje a empresa possui seis
sócios. “Trabalhamos com jogos sob
demanda e autorais, para PC e dispositivos móveis. Os jogos que fazemos por demanda são para atender
a empresas que fazem treinamento
e campanhas publicitárias”, conta.
Para ele, seu maior desafio é
desenvolver games e administrar
a empresa ao mesmo tempo. “Desenvolver algo que eu goste e que ao
mesmo tempo seja comercial”, define. Um jogo chamado autoral pode
levar de um ano a um ano e meio
para ser desenvolvido. Mas os jogos
solicitados por empresas podem ser
desenvolvidos de dois a três meses.
Seu maior público também é de jogadores dos Estados Unidos.
A empresa de Igor está desenvolvendo um jogo para console. “A
expectativa é grande, acreditamos
que será um marco na empresa”.
A entrega deste desafio ainda não
tem prazo. Como jovem e empreendedor, a desconfiança de empresas que contratam os serviços pode
acontecer. “Mas é uma desconfiança
inicial. Além disso, cada sócio tem
sua função específica”, conta.
Para quem deseja entrar na
área, ele avisa:“para começar é
preciso fazer games e qualquer um
pode fazer, só precisa gostar e ter
vontade”, ensina.
Cristiano Costa
Saulo Camarotti, da
Behold Studios: de
incubadora a empresa
estabelecida, com 12
funcionários
21
//gente
Cristiano Costa
Clarice Semerene
Arquiteta
Nascida para a
arquitetura
Nascida e criada em Brasília,
Clarice Semerene, de 33 anos, sempre soube que um dia seria arquiteta. Desde pequena suas brincadeiras envolviam desenhar planta baixa
e construir casas com qualquer
peça que encontrasse pelo caminho.
Crescer aqui foi sua grande influência. “Sempre fui atenta à cidade
e me lembro de vivências ricas na
infância. Eu tinha curiosidade sobre
como eram os apartamentos em
cada edifício, até hoje isso me atrai.
Brasília era como um grande parque
de diversões, cheia de experiências
diferentes. Ainda enxergo a arquitetura com os mesmo olhos”, conta.
Proprietária da Semerene-Arquitetura Interior, Clarice se formou
Para deficientes
e idosos
O empresário e tradutor de Libras, Raul de Oliveira Ribeiro, de 28
anos, é um dos responsáveis pela
criação de dois dispositivos que vão
melhorar bastante a vida das pessoas com deficiência auditiva e de
idosos. Por meio da empresa Orpa
Eletronics, da qual é um dos sócios
com Orlan Almeida e Paul Holdel,
desenvolveu um despertador para
surdos e um chaveiro que ajudará a
monitorar pessoas com deficiência
e idosos. O despertador, chamado
de Wake Up Deaf surgiu da necessidade de um amigo surdo, acordar na
hora certa. “Apesar de possuir vibracall nos celulares, a vibração é fraca
e o aparelho não pode ficar embaixo
do travesseiro, pois as ondas de
radiofrequência são prejudiciais
22
à saúde”, explica. A utilização do
aparelho é feita com o celular. “Na
hora programada, o celular envia
um comando via bluetooth para o
dispositivo que vibra e assim acorda
o usuário”, destaca.
Por enquanto, ainda não está à
venda, pois a empresa está em busca de investimento para produção
em escala do produto. O Click Help
é um microtelefone em formato de
chaveiro com dimensões reduzidas,
que possui GPS, canal de rádiofrequência, botão de pânico, microfone
e altofalante. Com o canal de rádiofrequência é possível identificar se
a pessoa saiu de casa e, com o GPS,
localizá-la. Ele também tem o botão
de pânico que envia um SMS para
telefones cadastrados.
//Por Silvia Melo
pelo UniCeub, em 2006, e possui
título de Master em Interior Design
pelo Politécnico de Milão, em 2010.
Atualmente, seus trabalhos são voltados principalmente para interior
design residencial, corporativo e
comercial. “Meus projetos são centrados nos seres humanos, nas suas
necessidades emocionais. Por isso
o nome ‘Semerene - Arquitetura Interior’, pois os espaços residenciais
devem refletir a necessidade interior
do cliente. Meu trabalho é “fisgar”
essas memórias afetivas e traduzir
para o espaço”, explica. Recentemente ela projetou o Bistrô Bom
Demais, no CCBB. “Atualmente,
estou desenvolvendo projeto de um
restaurante e uma loja de discos”.
Raphael Carmona
Raul de Oliveira
Sócio da Orpa Eletronics
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Raphael Carmona
Iracema Torres
Empresária pioneira
Apaixonada
por moda
Trabalhar muito, ter amor pelo
que faz, não ter medo de viver crises
e acreditar em dias melhores. Para
a empresária Iracema Torres, de 70
anos, proprietária de uma loja de
roupas femininas que funciona há
25 anos em Brasília, esse conjunto
de ações é o segredo do seu sucesso
profissional. Nascida em Porto Alegre, Iracema foi pioneira das grifes
mineiras em Brasília. Apaixonada por
moda, está há mais de 30 anos na
área do comércio. “Comecei em casa,
vendendo para as amigas roupas de
marcas famosas de Minas Gerais.
Deu certo e tive coragem de abrir uma
loja”, relembra. Casada e mãe de dois
filhos, hoje ela conta com a ajuda da
filha, que é psicóloga, para gerenciar
a loja. “Ela me dá muita força e segurança para trabalhar. Isso ajuda muito.
Sem ela, acho que não daria conta”,
afirma. A loja, que leva seu nome e
fica na Asa Sul, tem como diferencial
o atendimento. “Além de ter uma
equipe muito boa que está há anos comigo, temos um carinho muito grande
pelas clientes, que algumas vezes vão
à loja para bater um papo e tomar um
cafezinho”, destaca, lembrando que
receber os clientes sempre com um
sorriso, um abraço e muito carinho faz
a diferença. “Tem que estar sempre
inovando e criando. É preciso acreditar
no seu trabalho e não ter medo de enfrentar os problemas”, afirma a empresária, que está vestindo a terceira
geração de suas clientes.
O maranhense Ênio Silveira
Barra, de 31 anos, veio para Brasília em setembro de 2002 em busca de melhores oportunidades
de trabalho. Fazendo atualmente
faculdade de Administração de
Empresas, possui 15 anos de experiência no varejo, dos quais 10
dedicados à Lojas Americanas,
onde começou como operador
de caixa e ocupou os cargos de
fiscal de caixa, superior de seção
e gerente comercial. Trabalhou
por mais três anos e meio como
gerente da loja Tesouro de Ouro
e atualmente ocupa a gerência
da loja Camicado, do Pátio Brasil
Shopping, desde julho de 2014.
Qual seu maior desafio?
Fazer com que a Camicado seja
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Raphael Carmona
//Sua Excelência, o gerente
uma empresa reconhecida.
O que é preciso fazer para ter
sucesso na área gerencial?
Lidar com as pessoas ao seu redor
e fazer com que entendam que bom
atendimento, foco na venda e boa
apresentação da loja são essenciais.
Que dicas daria para quem quer se
tornar gerente?
Para se tornar gerente a pessoa tem
que se destacar nas funções que exerce e mostrar resultados. Tem que ter
muita dedicação e gostar do que faz.
Qual o segredo do bom
atendimento?
Conhecer o produto, gostar do que
está vendendo e entender o que o
cliente busca na loja.
Ênio Silveira
gerente da Camicado
23
conjuntura
A maneira certa
de cobrar
//Por Fabíola Souza
Com inadimplência e endividamento
crescentes, empresário deve ficar atento à
forma como as dívidas podem ser cobradas
dos clientes
O ano de 2015 começou com
um quadro de inflação ascendente,
juros altos, desvalorização do Real
e baixo crescimento da economia
brasileira. Nesse cenário, muitos
consumidores acabam assumindo
dívidas que não conseguem quitar. De acordo com a Pesquisa de
Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (PEIC), o percentual de
famílias com algum tipo de dívida
na capital do País foi de 80,9% em
janeiro, considerando que o universo das famílias com contas em
atraso foi de 59.866. Nesta matéria,
a Revista Fecomércio-DF dá dicas
de como o empresariado local pode
realizar cobranças de maneira correta e tentar evitar o quadro de inadimplência na empresa.
O administrador de empresas, Josué Ribeiro Guimarães, é
proprietário da empresa EmCOB
Cobrança, especializada na recuperação de títulos atrasados para
grandes, médias e pequenas empresas de qualquer segmento. Segundo Josué, existem vários títulos
que são possíveis de serem cobrados e que o comércio pratica, como
carnê próprio, promissória, cheque
ou boleto. “Há três maneiras de
se fazer a cobrança, por meio de
Raphael Carmona
Josué Ribeiro:
“Normalmente as
empresas têm um tempo
de tolerância para o
cliente quitar o débito”
24
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
uma empresa especializada, com
cobrança extrajudicial, por um advogado para pleitear judicialmente
ou mesmo ter a própria estrutura
dentro da empresa”, explica.
De acordo com o administrador, a cobrança pode iniciar no dia
seguinte após o vencimento, pois
legalmente nada impede o empresário de cobrar. Mas esclarece que
normalmente as empresas têm um
tempo de tolerância para o cliente
quitar o débito. Há empresas que
dão cinco, 15 ou mesmo 30 dias
após o vencimento. Isso é uma regra de cada companhia. Normalmente, os estabelecimentos terceirizam esse tipo de serviço após
30 ou 60 dias de atraso. “As formas
mais tradicionais de cobrança são
pela emissão de carta, telefonemas,
mensagens de texto, como SMS ou
por TTS, uma ferramenta de mensagem de voz”, aponta Josué.
A melhor maneira de fazer o
cliente pagar o débito é sempre
manter contato. Ele afirma que a
cobrança até 30 dias é mais fácil.
Cerca de 70% a 80% dos casos o
pagamento ocorre de forma espontânea. Depois de 60 dias começa a
ser mais difícil. “É importante sempre manter essa comunicação. Não
é que você vai fazer com que ele
tenha dinheiro, mas fazer com que
ele se lembre de você na hora que
ele tiver”, analisa. Sobre processos
judiciais, Josué afirma que é necessário primeiro avaliar o valor da
dívida, pois há os gastos com advogados e com as custas do processo.
Se o montante for pequeno, é preciso calcular se a ação compensa.
Para tentar evitar calote, Guimarães sugere extinguir o recebimento de cheques. Para ele, cheque é sinônimo de aborrecimento.
“Tem muita gente desonesta que
utiliza desse título. O ideal é sempre
consultar o Serasa e o SPC. Conferir se a pessoas tem o nome sujo,
se tem emprego. Mas é difícil conREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
sultar todos esses dados do cliente
na hora da compra”, afirma. A EmCOB Cobrança só recebe pelo serviço quando tem êxito e é negociada
uma porcentagem em cima do valor
recuperado.
//Cobrança terceirizada
Osney Monteiro Carvalho é responsável pelo departamento de
Contas a Receber do Senac-DF.
Atualmente, a instituição tem 6.846
alunos. Segundo ele, o Senac liga
para o estudante quinze dias após o
vencimento. Caso o aluno continue
inadimplente, é enviada uma carta
45 dias após a data de pagamento.
Se mesmo assim a conta não for
paga, com 60 dias o débito é enviado para a empresa de cobrança que
presta serviço para o Senac e eles
entram em contato novamente com
o aluno com uma correspondência
registrada. “Se o aluno não se manifestar em até 90 dias, a instituição
entra com um processo de conciliação no Tribunal de Justiça. Na reunião tentamos a melhor negociação
possível, tanto para o Senac como
para o aluno”, aponta Carvalho.
Nas últimas conciliações, 98% dos
casos terminaram em acordo.
A instituição recebe pagamentos no cartão de crédito e débito e
boleto bancário. Desde agosto de
2013 o Senac-DF não aceita pagamento em cheques para evitar problemas. No ato da matrícula, é consultado o CPF do aluno no SPC. “Se
ele também tiver alguma pendência
da nossa instituição, já é identificado no nosso sistema e a matrícula
não pode ser efetuada”, diz. Segundo Osney, a inadimplência na instituição é baixa. Apenas 10% do total
de alunos não costumam honrar
com os vencimentos.
A instituição preferiu terceirizar o
serviço de cobrança. “Não temos estrutura, espaço ou equipe. Se tivesse
precisaríamos no mínimo de três
funcionários”, aponta Carvalho.
O que diz o Código de
Defesa do Consumidor:
O Código de Defesa do
Consumidor (CDC) não traz
oposição alguma à realização
de cobrança das dívidas pelas
empresas credoras. O que se pode
punir eventualmente é a maneira
abusiva com que as cobranças
podem ser realizadas.
Na cobrança de débitos, o
consumidor inadimplente não
será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
O consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo
hipóteses de engano justificável.
Utilizar, na cobrança de
dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral,
afirmações falsas incorretas ou
enganosas ou de qualquer outro
procedimento que exponha o
consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira em seu
trabalho, descanso ou lazer:
detenção de três meses a um ano
e multa.
25
incentivo
Projeto abre
espaço para
futuros atletas
Cristiano Costa
//Por Andrea Ventura
Sesc Triatlhon + forma jovens na modalidade com
o objetivo de descobrir novos talentos
S
er um atleta profissional é o
sonho de muitas crianças.
Estimulados pela TV muitos
veem no jogador de futebol,
da natação ou do vôlei a concretização de uma vida melhor alcançada
pelo esporte. O Sesc ajuda a encontrar esse caminho por meio de projetos de iniciação esportiva. Um deles é
o Sesc Triathlon +, com foco em atender crianças com idade entre 8 e 14
anos, em situação de vulnerabilidade
social e que atendam a critérios estabelecidos, como renda familiar de até
três salários mínimos e que estejam
matriculados em escola pública.
O objetivo é descobrir novos talentos e dar oportunidade para a
prática desportiva. O Sesc fornece
todas as condições para a prática
da modalidade, como materiais que
incluem sunga ou maiô e bicicletas,
espaço e professores para a realização dos treinos. Os pequenos atletas
não precisam ter conhecimento no
esporte. Além da estrutura e uniforme, os participantes recebem atendimento médico, nutricional e odontológico e passam por avaliações. As
aulas são segundas, quartas e sextas, sempre no contraturno escolar.
A iniciativa visa complementar os
efeitos positivos que o Triathlon gera
nas comunidades onde é praticado,
possibilitando que as crianças aprendam valores de cidadania, liderança
e companheirismo. Além de formar
novos atletas, o projeto garante condições sociais mínimas para os jovens. As crianças têm contato com a
26
disciplina do esporte, a superação e
a importância de batalhar pelos sonhos. O projeto existe há três anos.
As 40 vagas eram disponibilizadas nas unidades do Gama e Ceilândia. Em 2015 passa a atender somente em Ceilândia. O supervisor de
atividades e coordenador do projeto
Carlos Eduardo Fernandes, conhecido como Cadu, considera que o projeto é muito importante. “Ele retira
a garotada da rua, dá oportunidades
que eles não teriam acesso por ser
o Triatlhon um esporte elitizado”,
explica. Outra vantagem, segundo
Cadu, é a evolução de crianças que
entraram no projeto, como é o caso
do jovem Lucas Souza Dettman, 16
anos, morador de Ceilândia. Ele entrou no Sesc Triatlhon + há dois anos
e praticava apenas natação. Hoje é
um dos destaques do projeto. “Ele
evoluiu bastante, queremos inseri-lo
em provas fora de Brasília”, aponta.
“O projeto mudou a minha vida.
Aprendi a correr, nadar e pedalar
certinho. Na escola também melhorei minhas notas. Eu me esforço
bastante, tento dar o meu máximo”,
revela o menino. “Quero ser atleta
profissional e entrar no Exército”.
Gilcéia Leandro de Souza, a mãe,
diz que ele adquiriu disciplina e responsabilidade. “Se não fosse o Sesc,
meus filhos estariam em casa vendo
TV. É maravilhoso, principalmente
para quem não tem recursos”, reve-
la. Ela tem três filhos e já conseguiu
inscrever Natália, a filha de 12 anos.
//Diversidade esportiva
O Sesc oferece diversas modalidades esportivas para todas as
idades. São mais de 30 tipos de esporte como futebol de areia, basquete, capoeira, caratê, ciclismo indoor,
futebol society, futsal, hidroginástica,
ioga, jiu-jítsu, judô, kung-fu, muay
thay, musculação, natação, pilates,
entre outros. O Sesc oferece ainda o
Programa Esportivo Social do Sesc
(Pesc) e o Sesc Olímpico. Por meio
deles, investe na formação de futuros
atletas por meio da prática de modalidades esportivas, com o objetivo
de descobrir talentos. O Sesc fornece
todas as condições para os treinos.
@sescdf
/sescdistritofederal
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
tercerização
A SEU
dispor
//Por Sacha Bourdette
Personalização de serviços é a nova tendência
para suprir as necessidades de uma classe com
renda em ascensão
G
rande motor da economia
local, o setor de serviços
representa 93,3% de toda
atividade econômica do
Distrito Federal, segundo a última
pesquisa realizada pela Companhia
de Planejamento do DF (Codeplan).
Responsável por movimentar a renda
da capital, o segmento fortalece uma
nova tendência de emprego: a personalização dos serviços. Com a falta de
tempo e a demanda por atividades diferenciadas, empresários enxergaram
novas oportunidades profissionais.
A onda é suprir as vontades de uma
classe com renda em ascensão e
satisfazer necessidades bem específicas de clientes com desejos e perfis
singulares.
De acordo com dado do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o segmento de serviços cresceu 6,2% em 2014. Para a psicóloga
e diretora de Recursos Humanos do
Instituto Brasileiro de Mercado de
Capitais (Ibmec), existe uma tendência
de terceirização dos serviços. “Este
movimento, sem volta, acontece em
função da transformação que está
ocorrendo em nossa sociedade quanto ao estilo de vida. A mulher cada vez
mais com foco na carreira externa, a
correria e falta de tempo são alguns
fatores. É uma transformação percebida em todos os países que se
encontram em um patamar de desenvolvimento crescente. Apesar de
a economia brasileira estar sofrendo
em 2015, as pessoas já adquiriram
esses novos hábitos”, apontou.
“Hoje ninguém tem
mais tempo de ir à
loja de material de
construção, verificar
o que é necessário
e acompanhar
diariamente a obra ”
Fotos: Cristiano Costa
Victor Maia
M2 Construtora
De olho pelo dono
O crédito financeiro ajudou a
aquecer o ramo da construção civil.
Atento às demandas do setor, sejam
de pequenas ou grandes obras, o
diretor técnico da M2 Construtora,
Victor Maia, não pensou duas vezes
e abriu em 2007 a sua empresa.
Ele acompanha reformas, elabora
projetos e presta toda a consultoria
até a entrega da chave. “Hoje ninguém tem mais tempo de ir à loja de
material de construção, verificar o
que é necessário e acompanhar dia28
riamente a obra. O nosso serviço é
suprir essa necessidade. Como sou
engenheiro civil, estou nas obras
constantemente, cuido de toda relação entre os profissionais envolvidos, sejam arquitetos, empreiteiros
e pedreiros, e também com relação
à documentação e ao projeto”, explicou.
Atualmente, com oito obras em
andamento, Victor afirma que uma
das facilidades é que o cliente consegue ter o respaldo de uma única
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
pessoa, o que garante mais segurança. “Estamos no processo da
obra desde o início e isso faz com
que a execução seja mais rápida
e com custos reduzidos, uma vez
que seguimos um planejamento.
Hoje a M2 atua em dois segmentos:
de edificações prediais e de casas.
Contamos com equipe própria e
parceiros que atuam em áreas específicas. Dar comodidade é o nosso
produto principal, fazer com que a
pessoa realize seu sonho dentro do
seu orçamento, no prazo estimado e
sem que ela tenha que interromper
suas atividades diárias com a obra”,
garantiu. O valor do serviço varia
de projeto e a empresa adianta que
para este ano planeja inserir um
novo modelo de atividade que é vender casa na planta.
Para a cliente da M2 e professora, Mareni Broch, construção
era sinônimo de dor de cabeça,
mas com a consultoria teve a casa
entregue em seis meses. “Ficava
perdida quando o assunto era obra.
Por isso, optei por fechar negócio
com um serviço que me oferecesse
garantia, pois já tive problemas no
passado. Comprei uma casa na Asa
Sul e a empresa cuidou de tudo.
Demoliram, fizeram a limpeza do
lote, cuidaram da documentação e
supervisionavam constantemente a
obra. Não tive problemas, inclusive
indiquei para amigos. Me entregaram a casa prontinha”, assegurou.
Visual novo
Que mulher nunca ficou na dúvida do que vestir? Se para algumas
pode ser fácil escolher, para outras
pode ser um desafio. Dedicada a
ajudar quem considera se vestir
bem um desafio, a personal stylist
de O Sapato Amarelo, Karol Stahr,
oferece diversos serviços de consultoria de imagem. Formada em
Moda, ela já foi responsável pelo
figurino e maquiagem da Rede Record Centro-Oeste, além de assessorar a imagem do ex-presidente
Lula e da presidente Dilma Rousseff,
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
“Os looks são uma inspiração para usar,
principalmente nos dias corridos”
Karol Stahr personal stylist
quando ainda era ministra. Atualmente, atende clientes que buscam
desde maquiagem à montagem
completa de looks.
Segundo Karol, o objetivo do
serviço é valorizar a imagem e sugerir técnicas para as clientes que
querem conhecer seu estilo pessoal
e melhorar a imagem. “A partir do
estilo de vida de cada pessoa forneço
todas as informações técnicas para
que a cliente consiga se vestir de
acordo como ela é. Outro serviço é o
de compras guiadas durante 4h no
shopping, baseadas no orçamento
e nas necessidades. Há também o
serviço de closet, no qual vou até a
casa da cliente, faço uma limpeza e
monto 20 looks. Vejo o que funciona e mostro o modo como usar as
peças do guarda-roupa. Por conta
dessa consultoria, a cliente acaba
tendo economia por ela saber o que
funciona nela, como e o que comprar”, detalhou.
“Quando falamos de estilo, envolvemos a personalidade. A cliente
consegue se descobrir nesse universo e mostrar como ela quer se
ver. Os looks são uma inspiração
para usar, principalmente nos dias
corridos”, contou Karol. A profissional já atendeu mais de 300 mulheres
em Brasília e cada consultoria custa
em média R$ 550 e há pacotes de
atendimentos. O trabalho com uma
cliente dura de duas a três semanas
e são quatro encontros se a cliente
quiser todos os serviços. A cada ano
ou seis meses, é possível ainda fazer
uma reciclagem.
Para a engenheira civil, Hinara
Mattos, a consultoria servirá para
escolher melhor as roupas e com
mais rapidez. “É a primeira vez que
contrato o serviço de consultoria.
Optei pelo pacote completo e estou
adorando. Contratei para aprender
a me vestir melhor, principalmente
para o trabalho. Quero aprender
a comprar as roupas certas, pois
às vezes compramos e depois as
peças ficam em casa, guardadas no
armário e nunca usamos. Ela está
me ajudando a ser até mais rápida
na construção do look e já comecei
a ter a noção do que melhor se encaixa em mim. Pretendo melhorar
a minha imagem, principalmente
profissional”, revelou.
29
Carro escolhido
e vendido
Opções de carros não faltam,
assim como as ofertas de automóveis pela cidade. No Distrito Federal
são 106 concessionárias de veículos
novos. Desse número, são 47 marcas e 65 modelos, que contam ainda
com diversas cores e versões. Os
preços variam de R$ 25 mil a R$ 103
mil. Os dados são do Sindicato dos
Concessionários e Distribuidores de
Veículos do DF. Com tantas alternativas, o desafio é encontrar o carro
ideal. Para ajudar nessa tarefa,
consultorias automotivas escolhem,
compram, vendem e até mesmo
acompanham a manutenção dos
veículos regularmente.
O empresário da Confiance Personal Car, Leonardo Bedran, abriu
o negócio em 2011 enxergando
uma oportunidade. Ele foi servidor
público durante oito anos, mas
decidiu se dedicar à consultoria de
carros. “Sempre me interessei por
automóveis. Por isso, muitas pessoas me procuravam para ajudar a
comprar e vender os veículos, além
de me pedirem dicas. Foi a partir
daí que percebi uma demanda.
Hoje, atendo mais de 250 clientes
no DF. O valor varia muito de serviço
e veículo. Para vender, por exemplo,
o preço é de R$ 500”, revelou.
A atividade de Leonardo engloba
consultoria mecânica, compra e
venda, seguros, documentações, higienização em domicílio, revisões e
reparos. “Eu converso com o cliente
30
para saber quais as suas necessidades, é um serviço bem pessoal.
Traço o perfil e mostro opções de
carros. Envio relatório por e-mail e
por whatsapp, se o cliente preferir.
Facilito a vida das pessoas que não
têm tempo. Mantenho contato constante, e, principalmente, por conta
da correria eles acabam esquecendo de calibrar os pneus e conferir
trocas. Atendo muitas mulheres e
o meu serviço dá a elas mais segurança. Eu acompanho as vendas,
também levo carros para mecânica
e para revisões”, explicou.
O delegado da Polícia Civil, Rafael Ferreira, queria vender seus
carros, mas não tinha muita experiência e tempo para anunciar. Ele
escolheu os serviços de Leonardo
para realizar a “ponte” da venda. ”Há
dois anos a empresa vendeu o meu
antigo Polo em uma semana. Em janeiro, contratei novamente o serviço
e em cinco dias o meu Cruze já estava vendido. Ele conhece os canais
para anunciar, possui referências
e uma rede de contatos confiáveis.
Este serviço facilita a vida das pessoas e com preço justo. Ele já conhece
como funciona e os melhores negócios de compra e venda, inclusive
me aconselhou a fazer alguns reparos antes de vender para conseguir
um preço melhor. Já indiquei o serviço para dois amigos”, contou.
“Sempre gostei de
carros, e as pessoas
então me procuravam
para ajudar a vender os
veículos”
Leonardo Bedran
Dono da Confiance Personal Car
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Banho e
tosa delivery
O Brasil possui a segunda maior
população de pets do mundo. Para
atender à demanda, o mercado de
pet shops cresce 17% ao ano e fatura
cerca de R$ 14 bilhões. Os dados são
do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para disputar em um segmento
concorrido, os donos de lojas de animais buscam reinventar os serviços
e imprimir diferenciais. No mercado
há três anos, o Expresso Pet Móvel,
é comandado pelo empresário Tiago
Daniel Pereira. Para trazer comodidade aos donos de cães e gatos, ele
oferece banho e tosa em domicílio.
Com uma van equipada com
banheira, secador, caixa d’água e
acessórios para tosa, Tiago teve a
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
ideia de criar o negócio quando viu
uma reportagem sobre a atividade
em São Paulo. “Já tinha trabalhado
em um Pet Shop e vi que poderia me
diferenciar. Montei a minha empresa e hoje atendo a 20 clientes por
dia no Lago Sul. O animal fica mais
tranquilo, pois com o serviço em
domicílio, ele não se estressa em
uma gaiola ao lado de outros bichos.
Além disso, não há o risco de pegar
pulgas e carrapatos. O atendimento
dura em média 30 minutos e o banho custa R$ 38 e com a tosa fica
R$ 120. Ofereço pacotes semanais e
quinzenais”, destaca.
Segundo a estudante, Taís Freitas, o serviço de pet shop em residência traz mais comodidade. “O
“Montei a minha
empresa e hoje
atendo a 20
clientes por dia no
Lago Sul ”
Tiago Pereira
Proprietário do Expresso Pet Móvel
meu tempo é muito corrido porque
estudo muito para vestibulares de
Medicina e concursos. Esse serviço facilita a minha rotina, poupa o
tempo que eu levaria para levar até
um pet shop convencional e trazer
de volta para casa. É um conforto
para a minha cachorra, pois ela fica
limpinha e feliz, sem precisar sair
de casa e se misturar com outros
cães”, ressalta.
31
tributação
Cristiano Costa
Saiba
quanto
está pagando
//Por Por Luciana Corrêa
Com a discriminação dos impostos no cupom fiscal, tanto
empresários quanto consumidores sabem quanto realmente se
paga por um produto ou serviço
T
anto os empresários, órgãos
responsáveis por tributos e fiscalização, quanto os consumidores concordam com a importância
da Lei da Transparência (12.741/2012)
ao exigir a emissão dos tributos federais, estaduais e municipais nos
documentos fiscais ou equivalentes
ou em cartazes visíveis (para optantes
pelo Simples Nacional - Microempresas e empresas de pequeno porte).
Saber o quanto realmente se paga
por um produto ou serviço se tornou
unanimidade. Empresários de todo o
País tiveram seis meses prorrogados
por mais um ano para adaptarem-se.
Entretanto, segundo estimativa do
Instituto Brasileiro de Planejamento
e Tributação (IBPT), apenas 21% dos
empresários do Distrito Federal estão
trabalhando de acordo com a lei.
32
O coordenador de estudos do
IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explica
que há duas formas de se adaptar à
lei: fazendo a identificação da carga
tributária na nota fiscal ou no cupom,
ou por meio de cartazes (para optantes do Simples). “Para as notas fiscais
impressas, é preciso que o sistema
esteja habilitado para receber os
valores. No caso de cartaz, deve estar visível, próximo do lugar de pagamento ou da mercadoria. Em um
restaurante, por exemplo, o ideal é
que esteja próximo ao caixa. Se houver garçons, deve estar nas paredes
ou no cardápio, com fácil acesso.
Em lojas ou supermercados pode
ser afixado nas gôndolas, em etiquetas, mas nunca no próprio produto”, destaca. “Para quem quiser
utilizar a tecnologia, a divulgação
do valor pode ser em meio eletrônico, em sistemas internos de TV, por
exemplo. No site do IBPT (deolhonoimposto.ibpt.org.br) o empresário
pode se cadastrar e descobrir como
fazer os cálculos”, complementa.
Para o microempreendedor individual não há obrigatoriedade, mas
Gilberto destaca os benefícios da divulgação dos dados, que servem para
todos: primeiro para que os empreendedores saibam exatamente quanto
pagam para o governo, e, segundo,
para que o cliente entenda que existe
uma carga tributária embutida no produto ou serviço pago. “A educação tributária acontecerá naturalmente. Os
empresários poderão mostrar para o
consumidor que não é só lucro, que
tem uma carga no valor do produto.
Quando ele precisar aumentar o preREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
ço, ele estará repassando impostos”,
explica o presidente. “É muito importante o empresário mostrar que não
só lucra. É importante também que o
consumidor possa cobrar do governo
como está indo a aplicação do imposto
pago”, conclui.
//Orientação
Desde janeiro de 2015 a fiscalização do Instituto de Defesa do Consumidor, o Procon-DF, já começou e, segundo o diretor-geral do órgão, Paulo
Marcio Sampaio, a aplicabilidade da
lei foi postergada por um ano para que
os empresários pudessem se adaptar
com mais facilidade antes que a fiscalização iniciasse. “Estamos apenas
cumprindo a legislação. Ela determina que a partir do dia 1º de janeiro
deste ano, passássemos a observar
que as empresas têm a obrigação de
escrever no cupom fiscal a carga tributária que incide sobre produtos ou
serviços. A lei excepciona a condição
para a microempresa e empreendedores individuais apenas”, explica.
Com o baixo número de empresas adequadas à lei, Sampaio alerta
que é para todos se organizarem. “A
legislação foi bastante benevolente
diante dos prazos dados e prorrogados. Não é uma surpresa para o
empresariado se adaptar eletronicamente ou de forma conveniente para
cumprir a legislação que está em vigor”, alerta. A assessora jurídica da
direção-geral do Procon-DF, Luciana
Manes, explica que a multa é calculada com base no porte da empresa. “A
infração viola o direito da informação,
e é claro que depende também dos
agravantes e atenuantes.
É o Departamento Jurídico que faz
a ponderação, avaliando caso a caso,
mas o valor mínimo é de R$ 414. Destaco que os microempreendedores
individuais e microempresas recebem
o benefício da multa mínima, em caso
de não-reincidência”, destaca.
O diretor-geral do Procon observa ainda que a multa é a consequênREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
cia de uma autuação feita sob uma
notificação prévia. “Sempre há a possibilidade de se adequar à legislação
e não ser multado, mas em caso de
reincidências não há mais o que fazer.
O caráter da aplicabilidade da lei não
é meramente punitivo e sim educativo. Estamos orientando as empresas
para que observem a legislação, mas
enfatizo que, no âmbito jurídico, não
cabe a ninguém o desconhecimento
da lei”, conclui.
//De olho
A empregada pública, Tamara
Carolina Guimarães Barcelos, já tinha conhecimento da lei do imposto
na nota fiscal, mas não sabia que já
era obrigatório. “É muito importante
sabermos o quanto pagamos. Acabei de comprar carne e fui olhar as
notas do supermercado e dos chuveiros que comprei para minha casa
nova. Fiquei horrorizada, pois quase
50% são só de tributo”, conta. Tamara é casada e tem um filho, e, para
ela, o mais interessante é saber para
qual imposto está se destinando seu
dinheiro. “Surpreendo-me com os
valores, mas saber que cada recolhimento tem um destino é muito bom.
Assim, poderemos cobrar do governo
as melhorias”, destaca.
Um dos funcionários do Depar-
tamento de Tecnologia do Grupo
Arezzo, Alisson Oliveira, conta que
faz um ano que todos os cupons
fiscais da empresa são impressos
com os tributos. Alisson explica que
o processo de adaptação do sistema é muito simples, que é preciso
apenas os valores do imposto que
o desenvolvedor irá colocar no sistema. “Entramos em contato com
a contabilidade para configurar. É
claro que depende um pouco do
software. O nosso é desenvolvido já
com adaptação em todos os estados. Eu acredito que muitos ainda
não se adaptaram por causa dos
sistemas. Mas é só configurar os
campos para colocar os cálculos
dos impostos,”, conclui.
Edinei Oliveira, do Departamento Financeiro do grupo, explica que
normalmente o governo define as
matrizes de economia, faz os ajustes dos impostos e repassa para
o empresário depois para o consumidor, e fala da importância da
lei. “Antes, o consumidor não tinha
ideia de quanto chegava para ele.
Pela discriminação, fica cada vez
mais claro o que acontece no consumo. E o que mais importa é poder visualizar no que ele está comprando quanto de fato está pagando
de imposto e de produto”.
Raphael Carmona
Gilberto do
Amaral, do IBPT:
“A educação
tributária
acontecerá
naturalmente”
33
Fotos: Cristiano Costa
capa
Cada
vez mais
perto da
crise
// Por Daniel Alcântara
O ano de 2015 começou com
más notícias para o setor produtivo
do Distrito Federal. Apesar do DF
não ser afetado por racionamentos, estão previstos vários reajustes
em impostos e nas tarifas de água
e energia. Com isso, o custo para
manter um empreendimento aumenta e o ambiente de negócios fica
cada vez mais difícil. Nesse cenário,
o empresário precisa economizar
para não repassar o aumento significativo das contas para os clientes.
Em 2015, esse será um dos maiores
desafios para os empreendimentos.
A Agência Reguladora de Águas,
Energia e Saneamento Básico do
Distrito Federal (Adasa) informou
Água e energia mais caras, impostos
reajustados: este ano será o mais
crítico para os empresários nos
últimos tempos
que, a partir do dia 1º de março, a
tarifa de água e esgoto sofrerá um
aumento de 16,20%. Em agosto de
2014, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste
de 18,88% nas contas de luz do DF.
Para este ano, segundo a Aneel, são
esperadas ainda mais duas elevações nas contas de energia; a proposta passará por consulta pública
e voltará a ser analisada pela Aneel.
Na opinião do especialista em
Direito Tributário, Jaques Veloso, a
autorização de aumento depende da
planilha de variação de custo apresentada por cada concessionária.
Dessa forma, a variável é enorme,
desde custos de produção, investi-
mentos realizados até níveis salariais. Segundo ele, o aumento desse
custo pode refletir diretamente no
preço ao consumidor.
Só que esse reajuste sempre
gera um efeito cascata. “O aumento
do custo de manutenção do negócio
terá que ser repassado ao preço. É
uma lógica matemática”, explica.
Ele também acredita que o impacto
no preço não será linear, dependerá
de negócio a negócio. “Os empresários terão que calcular o peso dos
insumos em seus custos e repassar
ao preço final. Uma alternativa será
reduzir a margem de lucro, o que
me parece mais complicado, por já
estar restrita atualmente”, informa.
//Criatividade na crise
Alguns empresários já estão
economizando. Formas criativas de
racionamento estão sendo implantadas para amenizar os custos. Um
bom exemplo é o restaurante Babel,
localizado na Asa Sul, que reduziu
drasticamente sua conta de energia.
O custo que antes era por volta de
R$ 1,9 mil, hoje não ultrapassa os R$
232. Ações simples e eficazes foram
tomadas no estabelecimento, como o
processo Cook and Chill, que consiste
em resfriar ou congelar rapidamente
alimentos logo após a cocção, a fim
de evitar a proliferação de bactérias,
contaminação e preservar suas qualidades. Assim, todo o alimento da
semana é produzido em apenas um
dia; reduzindo o consumo de energia,
água e gás.
“Como não tenho produção todos os dias na cozinha, acabo economizando no uso do fogão, forno
e outros utensílios. Após o preparo,
a comida fica embalada à vácuo e é
levada ao freezer. Assim que o pedido sai é só retirar o produto, grelhar
e servir”, explica o proprietário do
estabelecimento, Diego Koppe, que
é formado em Gastronomia, com
MBA em Gestão de Custos e Administração. O restaurante também
instalou luzes de LED na cozinha e
reaproveita a água que sai da lavadora de pratos na limpeza do piso da
cozinha e da varanda, além de regar
as plantas.
“Antes, a lavagem do chão era
feita com vários baldes e detergente.
Hoje, reutilizamos a água da lavadora
de louça que tem um ciclo de 25 litros
de água”, ressalta Koppe, que, além
dessas medidas, também incentiva
os funcionários a economizarem durante o trabalho. “Tenho cinco funcionários que estão encaixados perfeitamente na índole de economizar.
Parte do valor economizado nas contas vai para a caixa dos funcionários,
o que acaba sendo uma motivação
para eles”, completa.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Mudanças drásticas: Diego Koppe, do restaurante Babel,
diminuiu o custo de energia de R$ 1,9 mil para R$ 232
// Maior alta
O reajuste da tarifa de água no DF
é o maior anunciada em todo o País,
mesmo com os níveis dos reservatórios do Sistema Descoberto e do
Sistema Santa Maria/Torto acima da
média, como informou a Companhia
de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). “Os níveis dos
nossos reservatórios estão dentro da
normalidade para o período do ano.
Entretanto, a Caesb já vem efetuando campanhas junto à população no
sentido de que se adote o uso racional da água disponibilizada”, explicou
em nota a companhia.
Em São Paulo, por exemplo, onde
os níveis dos reservatórios estão baixos, o aumento será de 6,49%; na Paraíba 9,98%; e em Porto Alegre será
de 3,69%. De acordo com a Adasa,
o cálculo da tarifa em Brasília levou
em consideração a inflação do último ano, de 6,41%, o bônus-desconto
para os que gastaram menos água,
os investimentos realizados entre
2008 e 2014 pela Caesb e os custos
com avaliações dos ativos da concessão da Base de Ativos Regulatória da
concessionária.
O Taguatinga Shopping é um dos
empreendimentos que se encaixam
no hall de empresas sustentáveis.
Instalou no fim do ano passado um
sistema de captação da água da
chuva, totalizando 1.288m² de área
de captação. “São oito tubos de PVC,
cada um com 150mm de série reforçada, quatro de cada lado e com
dois pontos de alívio de vazão, o que
garante a segurança do escoamento
no caso de chuvas torrenciais”, informou o gerente de Operações do
centro de compras, Jerônimo Camilo
Soares. Ele explica ainda que a água
da chuva que cai nessa área é conduzida pela tubulação a um reservatório
com capacidade de armazenamento
de 150m³, o que corresponde a 150
mil litros de água.
O projeto foi elaborado em parceria com a empresa Protieng e levou
em consideração a média histórica
anual de precipitação de chuva no
DF. Baseado na eficiência do sistema de captação, que chega a 90%, e
considerando a quantidade de chuvas, estima-se que o projeto terá um
aproveitamento da água em cerca de
1.787m³ ao ano. “A utilização do sistema é, prioritariamente, para irriga35
Jerônimo
Camilo, gerente
de Operações,
mostra o
sistema de
captação da
água da chuva
do Taguatinga
Shopping
ção de áreas de jardim, higienização
das dependências, descargas e torres de condensação”, indica Jerônimo. “A captação parcial da água da
chuva minimiza, inclusive, os problemas de alagamento das ruas e avenidas das cidades. Buscar alternativas e fazer uso da criatividade para
minimizar esses impactos têm sido
o objetivo dos profissionais do centro
de compras”, conclui.
A Caesb incentiva esse tipo de
projeto para captação de água da
chuva. Porém, é preciso estar em
conformidade com os padrões estabelecidos pela companhia, a fim de
evitar a contaminação da água tratada distribuída pela Caesb, bem como
fixar critérios para o lançamento dos
efluentes desses sistemas na rede
pública de esgoto. A água proveniente dos sistemas de captação deve ser
exclusivamente usada para: irriga36
ção não pressurizada de jardins e
áreas verdes; lavagem de veículos
automotores, de pisos e calçadas;
tanques e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes; torres
de resfriamento de sistemas de ar-condicionado central; descarga em
vasos sanitários, desde que submetida a um tratamento simplificado.
A empresa informa ainda que
os projetos de sistemas de reuso de
água ou de aproveitamento de água
pluvial devem primar pelo princípio
da sustentabilidade, contemplar soluções economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente
adequadas. “O consumidor dos serviços da Caesb que adotar sistemas
de reuso de água ou de aproveitamento de água pluvial em suas edificações passa à condição de produtor
desse tipo de insumo e torna-se responsável pela sua gestão qualitativa
e quantitativa”, explica a companhia.
// Substituição
A substituição de sistema a gás,
por tecnologia elétrica associada à
eliminação de produtos de limpeza,
como o desincrustante, e a redução
do detergente neutro, nocivos ao
meio ambiente, fazem parte do Projeto 21 da rede de culinária italiana
rápida Spoleto. Essa nova alternativa
já atingiu uma redução de 40% nas
contas de água.
“Com o uso do fogão de indução
reduzimos a sujeira nas frigideiras.
Nesse aspecto, reduzimos os produtos de limpeza e o tempo em que as
torneiras ficam abertas na hora de
lavar a louça”, explica a consultora de
negócios do Spoleto, Liliane Cury. Ela
também enfatiza que com a troca do
fogão a gás pelo modelo de indução,
a temperatura das lojas diminuiu.
“O custo-benefício para o franqueado ficou melhor e ainda temos uma
compensação nas contas de água, já
que o cenário atual não é favorável ao
comerciante”, explica Liliane.
O setor de beleza também está
preocupado com a atual conjuntura
da economia. Salões de beleza do DF
estão racionando água e mudando
os hábitos. Há mais de três décadas
no mercado, a rede de salões, a rede
Hélio vem se adequando à nova realidade. “Extinguimos as bacias de
água para pés e mãos e introduzimos
no mercado a luva descartável com
o produto hidratante para amaciar a
cutícula, dentro da própria luva. Outro
desafio que também introduzimos
nesse segmento de salões, para economizar água e energia foi o uso das
toalhas descartáveis, que, além da
economia de água, também é muito
mais higiênico e evita a contaminação por fungos”, explica Hélio Nakanishi, proprietário da rede de salões.
“Também usamos a água do ar-condicionado para molhar os jardins da
área externa do salão”, diz.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Até os supermercados de maior
porte, como o Extra e Pão de Açúcar,
estão operando em caráter emergencial. Os dois supermercados vêm
promovendo nos últimos meses a
troca de torneiras e descargas para
redução de vazão e mais de 50% delas já contabilizaram uma redução
de 20% no consumo de água. Com
relação à energia, a empresa criou,
em 2014, um comitê de eficiência
energética que visa reduzir em 25% o
consumo de energia do hipermercado, por meio de redução da potência
instalada de iluminação e automação dos sistemas de refrigeração e
ar-condicionado, por exemplo. Além
disso, foram promovidos a divulgação
de um guia de boas práticas para as
lojas e o lançamento de uma campanha de incentivo para redução de
consumo de energia, com a premiação de lojas com o melhor desempenho na redução do consumo.
O presidente do Sindicato dos
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Supermercados do DF (Sindisuper),
Antônio Tadeu Perón, explica que é
difícil quantificar qual será o impacto do aumento das contas de água
e energia para o setor de mercados.
Porém, de acordo com ele, é evidente
que esse aumento impacta na transferência para o preço dos produtos.
“Toda a forma de economia é bem-vinda para não repassar os preços
aos clientes. O limite para esse procedimento é o da segurança alimentar dos consumidores”, diz Perón. “Já
tenho conhecimento de empresas
que usam o sistema de geradores de
energia na hora de pico, entre as 17h
e 20h”, ressalta Perón.
//Luz de Led
A gerente de Marketing da academia Cia Athletica, Gizelle Cerqueira,
conta que por causa dos aumentos
nas contas de energia, o estabelecimento deu início à troca de luminárias por lâmpadas de LED, o que
Na rede Spoleto, houve a
substituição do sistema a
gás pelo fogão de indução,
resultando em menos
sujeira nas frigideiras e
menos água para lavá-las
37
gerou uma economia de 15%. “Iniciamos uma campanha
de conscientização do uso de ar-condicionado nas salas
de ginástica. Antes, o professor deixava ligado o dia inteiro,
para quando começassem as aulas a sala já estar refrigerada. Hoje, isso já não acontece. Nos vestiários, colocamos
placas sobre o uso da sauna e do secador”, diz Gizelle.
O empreendimento também desenvolveu uma campanha publicitária para promover o racionamento da
água, chamada “Não deixe a água entrar em extinção.
Evite o desperdício”. “Com o aumento abusivo, o empresário não dará conta de arcar sozinho com este aumento.
A diferença de valor nas últimas contas está pesando no
nosso orçamento. Se não der certo a economia, em janeiro do próximo ano, quando reajustarmos a mensalidade, teremos que repassar um pouco mais do que nosso
reajuste fixo, que hoje é de apenas 7%”, afirma Gizelle.
A academia possui 2,8 mil alunos, 15 funcionários
diretos e 60 indiretos.
//Conscientização
A Federação Nacional das Empresas de Serviços e
Limpeza Ambiental (Febrac) orienta aos mais de 11 mil associados a economizarem. Para o presidente da entidade,
Edgar Segato Neto, no Centro-Oeste ainda não se sente a
crise de água e energia como em outros estados. Porém,
é preciso ficar atento.
“Recomendamos às empresas associadas trocarem
os aparelhos velhos, que consomem mais energia e são
menos eficazes, por produtos novos e eficientes. Por
exemplo, temos equipamentos que usam o vapor como
modo de limpeza, que o consumo é menor”, explica Edgar.
A Febrac também sugere que as empresas usem equipamentos com alta pressão, que são eficientes e gastam
menos na hora de lavar um ambiente grande.
Combustíveis
Brasília também está entre os primeiros do
ranking quando o quesito é aumento no
preço da gasolina. Segundo levantamento
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP), a capital do País está
entre as cinco cidades com a gasolina mais cara
de todo o Brasil, registrando uma alta de 8,83%,
relativo a fevereiro de 2015, que ultrapassa a
média nacional (7,59%). Atualmente, o brasiliense desembolsa cerca de R$ 3,50 por litro, o
que equivale a R$ 175 para encher um tanque
de 50 litros.
“Enquanto o mundo todo revê seus preços nos
combustíveis, repassando a profícua queda do
barril de petróleo, hoje na casa de US$ 48, o Brasil
novamente anda na contramão dos acontecimentos, marcando a história de forma contraditória,
penalizando os brasileiros que necessitam de seus
veículos para se locomoverem e até sobreviverem”,
lamenta o presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis- DF), José Carlos
Ulhoa Fonseca.
38
O presidente do Sindicombustíveis-DF, José Carlos
Ulhôa, diz ainda que é evidente que qualquer setor
da economia que se vê pressionado com repasses de
novos tributos em suas mercadorias, cujos valores
é obrigado a repassar em face de sua estrutura de
custos, sente profundamente seus reflexos na queda
da demanda. “O consumidor está sufocado com
tantos aumentos e o combustível é matéria-prima
para sua sobrevivência, no seu transporte diário
ou mesmo no impacto que causa nos preços dos
produtos finais, tendo em vista os fretes praticados
pelas transportadoras que, automaticamente, são
também corrigidos”, conclui José Carlos.
A mudança nos preços é consequência dos reajustes
nas alíquotas do PIS e da Cofins sobre os combustíveis, estabelecendo um aumento do litro da gasolina
em R$ 0,22 nas refinarias, e de R$ 0,15 do diesel.
“Estima-se por exemplo que o setor atacadista do
Distrito Federal gaste em torno de R$ 20 milhões em
combustível mensalmente, ou seja, certa de R$ 240
milhões ao ano. Portanto, qualquer aumento nesse
insumo impacta a economia local, como também o
aumento da água e da energia”, explica Jaques Veloso.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
TO
ON
PR
FOTO DO LOCAL
ESTILO SERVIÇO.
ESTILO PRODUTO.
ESTILO VOCÊ.
Lojas de 31m2 a 700m2
em Open Mall,
num ponto privilegiado
de Águas Claras.
O melhor negócio é
empreender com
o seu próprio estilo.
INVESTIR EM ÁGUAS CLARAS É UM EXCELENTE NEGÓCIO.
Águas Claras oferece excelentes condições para receber investimentos: fácil acesso,
ótima infraestrutura, lazer e qualidade de vida, com população estimada em 135 mil
habitantes *, formada por muitos jovens de classe média alta com renda bruta mensal
de R$ 9.175 e alta demanda por comércio. O lugar certo para investir.
SAIBA POR QUE
GARANTIR UMA LOJA
NO PARKSTYLE MALL.
CONHEÇA O LOCAL:
Rua 25 Sul, Lote 30 - Águas Claras, DF
• Administração Profissional do Condomínio;
• Estacionamento Rotativo que facilita
o acesso dos seus clientes;
• Open Mall com 100 Lojas, planejado para tornar as
compras de seus clientes ainda mais agradáveis;
• Opções de unidades com pé-direito duplo e mezanino;
• Acessos separados ao Mall e ao residencial;
• Próximo à estação do
metrô Águas Claras.
• Ao lado do primeiro hospital
de Águas Claras, que vai gerar
grande fluxo de clientes.
• Mixed Use – Residencial interligado ao Mall, dando
mais convêniencia aos moradores e gerando uma
demanda de clientes ainda maior e mais consistente;
• Mall com escadas rolantes e elevadores diferenciados;
• Lojas de diversos tamanhos para atender
qualquer tipo de negócio.
Vendas:
4003-0980
rossiresidencial.com.br/parkstyle
Empreendimento registrado sob o número R17 170933 no 3º Ofício de Imóveis de Brasília.
Realização:
BOLETIM DA CONJUNTURA IMOBILIÁRIA
S Í N T E S E
O mercado imobiliário no Distrito Federal reflete a situação
da economia brasileira. Com a estagnação momentânea do
crescimento econômico Preços e Oferta de imóveis têm um
comportamento de acomodação, ainda em cadência de
espera por definições concretas e efetivas da política
econômica do Governo Federal.
Os dois principais índices do SECOVI-DF – Locação e
Comercialização – apresentam leve variação, seguindo a
tendência dos principais índices de medidas da inflação.
ÍNDICE DE PREÇOS
Variação Mensal
1,80%
0,00%
IGP - M
Dezembro
Janeiro
ÍNDICE DE RENTABILIDADE IMOBILIÁRIA
Residencial
IPC
0,62 0,38
0,76 0,67
%
%
%
%
IPCA
INCC
0,30 0,78
1,62 1,24
%
%
%
%
0,08
0,92
%
%
O mês de janeiro apresenta uma retomada do
processo inflacionário, originado pela pressão
de consumo típica de fim de ano. Os principais
indicadores de diferentes setores da economia
sofreram alta.
apto 1 quarto
0,45
0,40
0,39
Águas Claras
IGP - DI
%
Brasília
O Índice de rentabilidade mede o quanto o
aluguel de determinado imóvel rende ao ano
em relação ao seu valor venal
Veja mais no Boletim Completo em nosso site.
%
Guará
%
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
Locação
Comercialização
114,000
112,620
111,220 110,848 110,869
110,039 109,963
124,121 124,366 124,331
127,000
123,000
121,828
123,713
124,054
124,833
107,558
104,000
jan14
mar 14
mai 14
jul 14
set 14
nov 14
jan 15
O Índice imobiliário SECOVI DF reflete o
comportamento geral dos preços de aluguel e
de venda dos imóveis ofertados no DF.
Demonstra as tendências do mercado imobiliário auxiliando nas tomadas de decisão.
109,000
jan14
mar 14
mai 14
jul 14
set 14
nov 14
jan 15
VEJA O BOLETIM COMPLETO NO SITE:
www.secovidf.com.br
Leve sua imobiliária para o SECOVI-DF: 3321 4444
//empresário do mês
Os reis do
frango no pote
Os jovens Igor
Campos e Thierry
Silva conciliam
faculdade com seu
primeiro negócio,
a franquia do BFC
(Brazilian Fried
Chicken)
//Por Líliam Rezende
Raphael Carmona
I
gor Campos tem 23 anos,
está no último ano de
Engenharia Civil e sempre quis ter uma empresa
no ramo alimentício. Thierry
Silva, da mesma idade, está
prestes a se formar em Direito
e compartilhava do mesmo sonho. Amigos de infância, eles decidiram se tornar sócios e começaram a
buscar um negócio juntos desde que tinham 17 anos.
Hoje, são donos de uma marca consolidada há um ano
no mercado de fast food da cidade – o BFC (Brazilian
Fried Chicken). Segundo Igor, a proposta é oferecer aos
brasilienses porções especiais de frango frito no pote.
“Nosso carro-chefe é o frango, consumido tradicionalmente nos Estados Unidos, mas com um tempero bem
brasileiro e opções de molho, que não são comuns lá
fora”, informa.
O começo não foi fácil. Igor explica que do planejamento até a abertura, que aconteceu no começo do ano
passado, foram cinco anos de preparação, R$ 300 mil
investidos, R$ 210 mil reinvestidos e dificuldades que
quase os levaram a desistir. “Por inexperiência cometemos alguns erros no início do processo. Mas depois,
com capacitação e pesquisa de campo conseguimos
chegar ao produto final, de forma profissional e com a
logística adequada para obter retorno.”
Hoje, os sócios contabilizam uma média de 400
pedidos por dia e afirmam que conseguiram criar um
negócio com retorno em curto prazo. Os empresários
também dizem que os produtos têm preço acessível
e apenas um balde pode saciar várias pessoas. “Nós
temos o pote pequeno, o médio e o grande, que podem
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
ser divididos. Isso faz com que o custo-benefício compense para os clientes”.
Promover a expansão sem estourar o orçamento
foi um dos motivos que levaram os brasilienses a decidirem franquear o BFC. Os sócios querem levar seu
produto de Brasília aos quatro cantos do País. “Criamos
a marca pensando no mercado de franquias. Depois de
um ano com a nossa primeira loja de teste, chegamos
ao padrão que precisávamos para expandir. O processo
de franquear a marca está em curso”, destacam os sócios. Para completar, o próximo passo da dupla é abrir
uma loja em um shopping. “Já estamos em fase final
de negociação do local. Esperamos que essa loja seja a
vitrine da nossa marca e o começo da expansão.”
Uma das preocupações da marca é a opinião dos
consumidores. Para tal, eles mantém um departamento de criação e gerenciamento das redes sociais,
além de um espaço aberto aos clientes para críticas e
sugestões, com respostas enviadas em um prazo de até
24 horas.
O retorno e a atenção ao que o cliente tem a dizer é
um grande diferencial no mercado hoje. “Nós já temos
mais de 12 mil curtidas na página do facebook. O consumidor é atendido como prioridade para a empresa. Hoje
temos um produto final melhor graças às considerações deles”, conclui.
41
feiras
Itinerantes, mas
regularizadas
//Por Fabíola Souza
A Câmara Legislativa aprovou o Projeto de Lei n° 2.072/2014, mas ainda falta
ser sancionado pelo governador para entrar em vigor
A
ainda falta a sanção do governador
do DF, Rodrigo Rollemberg, para a
lei começar a vigorar.
De acordo com o projeto, as feiras itinerantes realizadas em locais
abertos ou fechados dependem de
alvará de funcionamento expedido
pela Administração Regional, que
deverá ser solicitado pelo menos 45
dias antes da data programada para
o evento. No alvará de funcionamento deve constar a razão social do
promotor da feira, a lotação máxima
e no caso de ser em local fechado, o
horário de funcionamento e o período de permanência – que não poderá
ser superior a uma semana.
De acordo com o presidente do
Sindicato do Comércio Varejista do
Distrito Federal (Sindivarejista-DF),
Edson de Castro, essa é uma luta de
muitos anos da entidade no intuito de
proteger os empresários. “A lei será
muito positiva. Para se ter uma ideia
de como o comércio está desprotegido, várias lojas estão fechando suas
portas. E os maiores motivos dos encerramento das atividades foram as
feiras que tiram dinheiro do comércio, além da falta de segurança e dos
aluguéis caros”, ressalta Castro.
De acordo com o último levantamento feito pela entidade em fevereiro deste ano, em todo o Plano Piloto
mais de 670 lojas foram fechadas
por conta de vários motivos, como os
aluguéis caros, a insegurança, mas
também pela concorrência desleal e
predatória das feiras. Castro afirma
que atualmente há uma média de
Raphael Carmona
s feiras itinerantes são
assunto que incomoda os
comerciantes do Distrito
Federal, pois na maioria das vezes são instaladas sem
aviso prévio e provocam uma concorrência desleal com os lojistas.
Para regulamentar essa atividade,
a Câmara Legislativa publicou no
Diário Oficial o Projeto de Lei (PL)
2.072/2014 que altera o dispositivo da Lei 4.748, de 2 de fevereiro
de 2012. Na prática, a matéria regulamenta o funcionamento das
feiras itinerantes, que precisarão
de aprovação formal de no mínimo
60% dos lojistas legalmente estabelecidos nos empreendimentos
para funcionar perto de shoppings
ou centros comerciais. Entretanto,
42
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
quatro mil lojas fechadas em todo o
DF. “Para cada loja fechada é preciso
multiplicar por três, que é o número mínimo de funcionários que cada
loja possui. Isso dá um total de 12 mil
empregos diretos aniquilados, sem
contar os indiretos. É uma situação
de penúria”, lamenta.
O presidente defende que as
feiras provocam queda no recolhimento de impostos, além de baixar
a venda dos lojistas. “O lojista paga
imposto, gera empregos, recolhe a
contribuição sindical e chega sábado e domingo ele perde vendas para
as feiras, que não contribuem para a
economia do DF”, aponta.
A empresária Glaucia Monteiro, proprietária da marca de moda
feminina Azyme, tem dois estabelecimentos, um na Asa Sul e outro no
Gilberto Salomão. Segundo ela, quase todo o final de semana ocorrem
feiras itinerantes no local. “Como
elas são realizadas aos sábados e
domingos, muitos clientes não gostam de vir porque eles ficam sem
lugar para estacionar”, diz. Em uma
comparação, ela afirma que o sábado é o melhor dia para a loja na Asa
Sul e não acontece o mesmo na loja
do shopping por conta da concorrência desleal que existe por lá.
Glaucia defende o projeto de lei
e diz que ele criará uma burocracia
maior para as feiras se instalarem.
De acordo com ela, mesmo que os
feirantes paguem pelo espaço no
final de semana para expor, quem
paga efetivamente os gastos são os
lojistas. “Nós é que pagamos a conta de luz, água, higienização dos banheiros, pois as contas são rateadas
pelas lojas, além do condomínio e
do aluguel da loja”, afirma.
// Outro lado
A produtora da BSB Mix, Simone Coutinho, disse não saber sobre
o Projeto de Lei e ressalta que atualmente o evento sofre a pior fase
desde a sua criação, que ocorreu há
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
19 anos. “Antigamente, nós tínhamos
29 tendas e hoje estamos com apenas 18. As pessoas estão sem dinheiro para gastar, por isso hoje a gente
faz dois eventos no máximo por mês,
quando não é um por mês”, declara.
De acordo com Coutinho, para
participar da feira o expositor precisa
passa por um critério, deve ter firma
registrada e apresentar toda a documentação exigida. “Desde o início do
ano temos toda a nossa programação e temos alvará. É um trabalho
conjunto com a Defesa Civil, Corpo
de Bombeiro, Secretaria de Segurança Pública. Tudo tem que ser
autorizado”, ressalta Simone, que
acredita ser inviável a realização do
evento caso passe a ser necessária
a autorização dos lojistas locais para
que as feiras ocorram.
A produtora defende que a BSB
Mix incentiva a cultura brasiliense.
Para ela, os microempreendedores
individuais, como é o caso da maioria dos expositores, não tem dinheiro para montar a própria loja e que
o evento proporciona um espaço
para os artesãos da cidade terem
oportunidade para mostrarem seus
trabalhos. “Uma média de 70% dos
expositores são do DF. Antigamente,
tínhamos muita gente de fora, mas
devido ao aumento de passagem, de
hospedagem, os custos não valem
mais a pena”, diz. A taxa cobrada
para o expositor participar da feira é
de R$ 70.
PROJETO DE LEI Nº 2.072/2014
• Altera dispositivo da Lei 4.748/2012, que dispõe sobre regularização,
organização e funcionamento das feiras livres e permanentes no DF
• As feiras itinerantes realizadas em locais abertos ou fechados dependem de alvará de funcionamento expedido pela Administração Regional
e serão objeto de legislação específica, observando-se desde já o seguinte:
• classifica-se como feira itinerante a exposição temporária, de caráter
eventual, oriunda de outras localidades e do DF, de produtos industrializados e beneficiados, organizados em estandes específicos, com ou sem
vendas a varejo ou atacado;
• consideram-se local aberto, para efeito do que trata este artigo, os logradouros públicos ou áreas de terreno devidamente estruturadas para
tal fim;
• consideram-se local fechado, para efeito do que trata este artigo, clubes, galpões, centros de exposições e eventos, armazéns e similares, devidamente estruturados para tal fim e onde a entrada do público possa
ser controlada.
• O requerimento para expedição do alvará de funcionamento deve ser
protocolado em não menos de 45 dias antes da data programada para o
início do evento.
• No alvará de funcionamento deve constar: razão social do promotor da
feira, lotação máxima permitida no caso de ser em local fechado, período
de permanência do evento, que não pode ser superior a uma semana, e
horário de funcionamento.
• Quando instaladas no interior ou nas proximidades de centros comerciais ou shopping centers, as feiras itinerantes têm de contar com
a aprovação formal de no mínimo 60% dos lojistas legalmente estabelecidos nos empreendimentos.
43
desconto
Academias e
clubes estão com
preços mais baixos
//Por Liliam Rezende
Redução de valores chega a 35% em alguns casos,
além da gratuidade em outros
N
a contramão da alta de
impostos que assustou
os brasilienses nesse
começo de ano, o Sesc
apresentou uma nova tabela reduzindo os preços de seus serviços
em 2015. Todos os valores cobrados
para academia, acesso aos clubes e
emissão de carteirinha sofreram alteração - para menos!
A principal novidade é a isenção
da taxa de aquisição da carteirinha
e o acesso gratuito a todos os clubes, para comerciários, conveniados, idosos e dependentes. O Sesc
também oferecerá serviços com redução de preço em algumas modalidades esportivas para todas as categorias de clientes, chegando a 35%
de desconto, se comparado a 2014.
De acordo com o coordenador
do setor de Cultura, Esporte, Lazer
e Educação do Sesc-DF, Guilherme
Reinecken, para isso ser possível,
o caráter social da instituição foi
levado em consideração. “Diferentemente do que tem acontecido no
mercado, a direção do Sesc neste
ano reduziu os valores de alguns
importantes serviços na área de esporte e lazer, sempre pensando em
beneficiar quem os utiliza”.
Nos finais de semana e feriados,
os comerciários, conveniados e seus
dependentes terão a entrada franqueada, enquanto pagavam R$ 3 e
R$ 5, respectivamente, no ano passado. Os clientes da categoria Usu44
Cristiano Costa
ário, que pagavam R$ 11 em 2014,
agora vão pagar apenas R$ 5 para
ingressar nos clubes da Instituição.
Guilherme ressalta que a isenção da taxa de entrada agrega valor
à qualidade de vida dos comerciários e da comunidade. “Com essa
política de facilitação de acesso,
consideramos que teremos ainda
maior presença de público em nossos serviços. Temos interesse em
crescer e oportunizar mais qualidade de vida à clientela, sem, contudo,
prejuízo da qualidade e atenção dispensadas”, explica.
//Qualidade maior, preço menor
A aposentada Tereza Fontes,
frequentadora do Sesc Estação 504
Sul, gostou de saber que vai pagar
menos por mês e lembra que recentemente o Sesc adquiriu novos
equipamentos de musculação, com
o objetivo de modernizar e melhorar a qualidade dos serviços.
“Fico muito feliz em perceber
que o Sesc se preocupa com o usuário e investe nas unidades. Mas o
melhor é constatar que a qualidade
aumentou e o preço diminuiu”, destaca a aposentada.
@sescdf
/sescdistritofederal
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
//economia
Credibilidade é
a chave de tudo
O
s principais desafios do
segundo governo Dilma
são arrumar a situação
macroeconômica, equacionar a
crise de energia elétrica e sanear
a Petrobras.
A escolha do ortodoxo Levy para
o Ministério da Fazenda, com aparente liberdade para ajustar o modelo macroeconômico, surpreendeu
favoravelmente os analistas, apesar
do ceticismo quanto à sua capacidade de entregar a meta de superávit
fiscal deste ano.
Tenho dito que o instinto de sobrevivência faz os políticos acertarem o passo quando menos se espera. A manter a desordem fiscal,
o Brasil perderia a classificação de
bom pagador de suas dívidas, o que
levaria a uma revoada de capitais daqui, com graves consequências para
o funcionamento da economia. Por
isso, Levy terá respaldo para executar a meta de superávit deste ano.
Como o orçamento não é impositivo,
o decreto de “contingenciamento de
gastos” lhe dará, ao menos num primeiro ano, o instrumento para cumprir uma meta difícil, jogando para a
frente o que for necessário.
Outra delegação que parece ter
recebido foi a de reorganizar os preços e tarifas fixados pelo governo, notadamente na Petrobras e na energia
elétrica, sujeito a que não se tenha
uma explosão corretiva da inflação.
Eventual racionamento de energia e água, junto com o ajuste macro,
terá caráter recessivo num primeiro
momento. A despeito disso, o governo terá de insistir nas políticas corretas, explicando que depois da tempestade virá a bonança. Sem isso,
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Eventual
racionamento de
energia e água,
junto com o ajuste
macro, terá caráter
recessivo num
primeiro momento
não reconstrói sua credibilidade.
Na verdade, dita de outra forma,
a grande tarefa que se coloca à frente é a de recuperar a credibilidade do
País e, particularmente, do governo,
ao longo do difícil caminho que se
inicia, com vistas à recuperação da
taxa de investimento, especialmente
do setor privado. Sem isso, não se
fará a transição para uma trajetória
de maior crescimento do PIB, essa,
sim, a única solução que colocará
a casa em ordem, inclusive porque,
se a arrecadação não se recuperar
de forma natural mais adiante, nenhum Levy será capaz de tocar um
programa de ajuste fiscal baseado
em medidas emergenciais por muito tempo, em vista da extrema rigidez do gasto público no Brasil. As
benditas reformas, se acontecerem,
só terão efeito em longo prazo.
Só que, além de equacionar dificuldades, o governo precisa fazer
um esforço concentrado para remover os entraves ao aumento do
investimento privado em infraestrutura, em que sobram oportunidades,
e, como se torna cada vez mais óbvio, notadamente via concessões e
Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Cristiano Costa
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente é consultor
econômico em Brasília
45
//doses econômicas
Para onde
vai o dólar?
O
dólar se aproxima dos R$ 3
e a trajetória de crescimento, iniciada em setembro de
2014, mostra uma tendência explosiva, preocupando um grande número de brasileiros que tem dívidas
em dólar ou que planejavam fazer
compras ou viajar para fora do País.
Todos querem saber: para onde
vai o dólar? A pergunta não tem
resposta precisa, são muitas as variáveis que determinam o comportamento do câmbio e há grande influência das expectativas dos agentes
econômicos (indivíduos e instituições), que gera grande incerteza.
Um estudante de Economia poderia responder que a oferta e demanda de dólar determinam o câmbio e estaria certo. O problema está
no comportamento dos agentes que
demandam e ofertam dólar. Do lado
da demanda, certamente, muitas
pessoas e empresas – que têm dívidas em dólar ou planejam comprar
no exterior -, estão antecipando a
compra da moeda norte-americana
devido à expectativa de continuidade
na elevação cambial. Outros estão
adiando a compra, por alimentar a
expectativa inversa. Há ainda aqueles que estão desistindo das viagens
ou compras no exterior.
Do lado da oferta de dólar, a
incerteza é ainda maior, mas algumas variáveis são determinantes no
comportamento do câmbio. Primeiro, a capacidade de gerar divisas no
comércio de bens e serviços. Segundo, a percepção dos investidores estrangeiros em obter lucro no Brasil.
46
No primeiro caso o elevado déficit externo no comércio de bens e
serviços vem pressionando a alta do
dólar e deve continuar pressionando
no decorrer do ano. As projeções
para 2015 são de déficit próximo de
US$ 90 bilhões. Em 2014 o déficit foi
de US$ 90,9 bilhões, computando-se
a soma do déficit na Balança Comercial de US$ 3,93 bilhões; Serviços US$ 48,7 bilhões; e Rendas US$
40,3 bilhões.
No segundo caso, o objetivo de
lucro do investidor é influenciado
pelo comportamento da economia
brasileira e pelas diferenças de taxas
de juros entre o Brasil e o resto do
mundo, em especial EUA, computando-se nessa diferença o chamado
“risco Brasil”. Em 2014, a Conta Financeira teve saldo positivo de US$
99 bilhões, com destaque para a entrada líquida de US$ 62,5 bilhões de
Investimento Estrangeiro Direto (IED)
e de US$ 30 bilhões de capital especulativo (ações, títulos). A projeção de
IED para 2015 é de manutenção da
entrada de dólares, porém há grande incerteza no comportamento do
investidor especulativo.
Para quem precisa de dólares,
recomenda-se ficar atento à decisão do Banco Central norte-americano (Federal Reserve), que planeja
aumentar os juros, e às próximas
reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
brasileiro, responsável por fixar a
Taxa Selic além das turbulências na
política brasileira, que influenciam o
“risco Brasil”.
Cristiano Costa
José Luiz Pagnussat
Economista, Professor
do UDF e da ENAP. Foi
presidente do Conselho
Federal de Economia (1996)
e do Conselho Regional
de Economia do DF e da
Associação Nacional dos
Cursos de Graduação em
Economia. Foi Professor da
Universidade Católica de
Brasília (1985 a 2004).
Parceria:
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
shows
Raphael Carmona
Temporada
de cultura
//Por Sacha Bourdette
Projeto Sesc
Temporadas oferece
espaço e oportunidade
para apresentações de
artistas locais
O
Sesc possui um vasto
campo de atuação na
área cultural. Para se ter
ideia, foram realizados
mais de 620 espetáculos de artes
cênicas, circo, dança e música com
mais de 100 mil espectadores em
2014. Palco de muitas dessas produções, as unidades de Ceilândia,
Setor Comercial Sul, Taguatinga
Norte, 504 Sul, Gama e 913 Sul possuem salas de teatro. São mais de
1,4 mil lugares para o público nos
espaços. O Sesc investe e promove
ações dedicadas à formação de plateias com programações culturais
que fortalecem a diversidade de gêneros e ritmos. Um desses projetos
é o Sesc Temporadas.
Criado em 2012, promove apresentações que valorizam trabalhos
e artistas da cidade. Segundo a
coordenadora de Ações Culturais
do Sesc-DF, Juliana Valadares, o
projeto fomenta o cenário artístico
e provoca uma mudança de hábito.
“O Sesc Temporadas foi criado para
incentivar as produções e divulgar
os espaços culturais disponíveis. O
objetivo é a formação de plateias,
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
ou seja, introduzindo no cotidiano
da comunidade a procura por espetáculos, exposições e shows”.
O Sesc Temporadas consiste em
três apresentações, considerando
que duas delas são exclusivas para
estudantes de escolas da Rede Pública e a terceira para a comunidade.
“Percebemos que os alunos, depois
de assistirem às apresentações,
levam a família. São espetáculos e
atividades com cunho educativo e
shows de música. Ao longo de 2014
foram 18 produções de música e artes cênicas, totalizando 54 apresentações”, afirmou Juliana.
A cantora e compositora, Sandra Duailibe, se apresenta no projeto desde o início e destaca a importância da ação. “Manifesto a minha
gratidão pelo espaço que o Sesc
oferece aos artistas, pois vivemos
disso. Eu já viajei o mundo para me
apresentar e poucos teatros oferecem tanto conforto para a plateia e
equipamentos modernos como os
do Sesc. É um privilégio participar
do Sesc Temporadas”, contou.
Para o ator, produtor e diretor,
Ribamar Araújo, foi muito emocionante se apresentar no Sesc Temporadas. “Durante dois anos apresentei duas peças no projeto e foi
uma oportunidade incrível, tive um
retorno do público. Ainda me emociono ao lembrar da apresentação
no Teatro Sesc Paulo Gracindo, no
Gama, pois algumas pessoas da
plateia me contaram que nunca tinham ido a um teatro, foi uma sensação incrível de querer continuar
com o meu trabalho”, assegurou.
O Sesc possui também o Programa de Incentivo a Produções
Culturais. Ao todo já foram realizadas 38 produções de música, teatro
e cinema em mais de 80 sessões.
Com entrada franca, o Sesc não
paga cachê e não cobra dos artistas. Para participar, basta enviar o
material artístico para a Coordenação de Ações Culturais do Sesc-DF
por meio do e-mail: grupo.cultura@
sescdf.com.br.
@sescdf
/sescdistritofederal
47
//agenda fiscal
Empresário precisa
investir na folha de
pagamento
N
este artigo iremos tratar
do arquivo denominado
“Folha de Pagamento”,
de periodicidade mensal. De forma mais simplista, podemos afirmar que esse arquivo
contemplará informações que hoje
estão lançadas na GFIP e em outras
declarações, como a RAIS e a DIRF.
Além de indicar se o tipo de folha
é “mensal” ou “13° Salário”, há que
tratar sobre a contribuição patronal (integral ou parcial); indicar se
está enquadrada na “desoneração”
(Lei 12.546/2011); indicar se é empresa de TI, TIC ou Call Center (Lei
11.774/2008); detalhar a composi-
ção da remuneração do trabalhador;
informar dados da nota fiscal e sobre as retenções no caso de serviços
que incluam cessão de mão de obra
e construção civil, tanto para o tomador do serviço quanto para o prestador do serviço; informar a base de
cálculo de retenções e contribuições
de empregados, de contribuintes
individuais e avulsos, inclusive de
cooperados. Outros eventos a serem
informados, mensalmente, são a
totalização das retenções e a apuração das contribuições e deduções.
Um alerta: a contabilidade não vai
resolver isso sozinha. O empresário
precisa investir.
Joel Rodrigues
Adriano Marrocos
Contador da Fecomércio
e do IFPD e presidente do CRC/DF
Calendário – 6 a 31/3/2015
O QUE e QUANDO pagar?
06/3
13/3
16/3
20/3
25/3
31/3
Data-limite para pagamento dos Salários referente a 2/2015
FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente a 2/2015
COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 28/2/2015
Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 2/2015
Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 2/2015
Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 2/2015
SIMPLES NACIONAL referente a 2/2015
ISS e ICMS referente a 2/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações)
PIS e COFINS referente a 2/2015
Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 2/2015
3ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 4º trimestre/2014 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado
Carnê Leão referente a 2/2015
IRPJ e CSLL referente a 2/2015, por estimativa
COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/3/2015
Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado).
O QUE e QUANDO entregar?
6/3
13/3
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente à 2/2015
Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 1/2015
20/3
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente à1/2015
21/3
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) ao MTE referente ao ano calendário 2014
Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ Inativa) à SRF/MF referente ao ano calendário 2014
Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS) à SRF/MF referente ao ano calendário 2014
Livro Fiscal Eletrônico (LFE) à SEF/DF referente a 2/2015: observar Portaria/SEFP nº 398 (09/10/2009)
31/3
Várias
48
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Associado da Fecomércio DF você já conhece as vantagens e benefícios da
parceria com o BB Seguros oferecidos aos segurados?
Confira:
Assistência Auto 24h completa, incluindo os serviços de chaveiro,
reboque, atendimento em caso de pane seca, serviço de despachante,
entre outros;¹
Assistência Gestante, que garante o transporte emergencial da gestante
ao hospital mais próximo;
Assistência Casa gratuita, com mão de obra especializada para a
execução de reparos emergenciais de hidráulica, chaveiro, vidraceiro,
eletricista e diversos serviços;²
Cliente BB Seguro Auto também participa da Rede de Benefícios BB Seguros
que oferece descontos em estacionamentos, assinaturas de jornais e revistas,
pacotes de viagens, na compra de presentes, ingressos para shows, cinema,
parque de diversões, entre outros.³
Acesse o hotsite da parceria em www.sistemafecomerciodf.com.br ou ligue para
a Central de Negócios (0800 729 0400) ou 0800 775 5045 (Para Deficientes
Auditivos e da Fala) e informe ser associado à Fecomércio DF.
Contrate seu seguro pela internet e parcele em até 6x sem juros no cartão de
crédito ou débito em conta. As condições da parceria são extensivas a seus
familiares!
Um produto da Brasilveículos Cia. de Seguros CNPJ: 01.356.570/0001-81 Comercializado pela BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. CNPJ: 27.833.136/0001-39.
Processo SUSEP nº 15414.901053/2013-88. O registro deste plano na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC – Serviço de
Atendimento ao Consumidor: 0800 570 7042 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 24 horas, sete dias da semana. Ouvidoria: 0800 775 1079 - Deficiente Auditivo ou de Fala:
0800 962 7373 Das 8h às 18h, de 2º a 6º feira, exceto feriado ou pelo site www.bbseguros.com.br. A Ouvidoria tem como objetivo atuar na defesa dos direitos dos consumidores,
esclarecendo, prevenindo e solucionando conflitos. Deverá solucionar, de forma ágil e imparcial, as insatisfações que, por algum motivo não foram esclarecidas pelos canais de
atendimento habituais, como, por exemplo, o SAC. Serviço de assistência à residência prestada pela Brasil Assistência, CNPJ: 68.181.221/0001-47.
microbiologia
Conhecimento para
saúde de todos
//Por Luciana Corrêa
Senac-DF cria cursos para que salões
de beleza se adequem à nova norma da
Vigilância Sanitária
O
@senacdf
/senacdistritofederal
50
Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial do Distrito Federal
(Senac-DF) irá oferecer,
a partir deste mês, cursos de aperfeiçoamento para que estabelecimentos de beleza e estética do DF
possam cumprir as determinações
da nova norma reguladora nº 6/2014
da Vigilância Sanitária. Publicada
em janeiro de 2015, ela tem por objetivo estabelecer padrões mínimos
sanitários e diretrizes gerais para os
empreendimentos. Para isso, será
preciso que um dos profissionais do
local, seja ele o proprietário ou outro, tenha conhecimentos específicos em microbiologia, processos de
limpeza, desinfecção e esterilização,
funcionamento dos equipamentos
existentes, higienização de superfícies, biossegurança e gerenciamento de resíduos.
Segundo o diretor da Vigilância
Sanitária do DF, Manoel Silva Neto,
desde 2014 os salões de beleza e estética voltaram a ter a exigência da
licença sanitária para funcionamento, de acordo com a Lei 5321/2014.
Foi preciso então a criação de uma
norma para regulamentar e orientar como os proprietários deveriam
cumprir a legislação. “Esse licenciamento é sempre vinculado com
a responsabilidade técnica ou legal.
Um exemplo para facilitar o entendimento é o de uma farmácia, que
tem o farmacêutico como respon-
sável técnico. Para os salões, como
não há um profissional específico,
os proprietários deverão vincular a
uma pessoa no que diz respeito a
essa responsabilidade, podendo ser
eles próprios” explica.
A norma vem em prol do consumidor e também dos funcionários
dos salões de beleza e estética.
Nesses locais existem indicadores
de saúde que são relativamente preocupantes, como doenças respiratórias por inalação de produtos químicos, dermatites sanguíneas, entre
outras. Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, entre as manicures, a
prevalência de hepatite é 10 vezes
maior do que no restante da população. “Um serviço de boa qualidade
está sempre vinculado a um risco
e, para prestar o melhor serviço, só
com a qualificação. O responsável
técnico irá resguardar a saúde do
funcionário e do cliente, ao ter conhecimento da norma. O que queremos é que se implante o conceito
de qualificação do segmento, de
responsabilidade, de segurança em
relação à saúde dos funcionários e
consumidores”, conclui.
A presidente do Sindicato dos
Salões de Barbeiros e Cabeleireiros
e Institutos de Beleza do Distrito Federal (Sincaab-DF), Elaine Furtado,
recebeu a notícia de forma positiva
e elogiou a iniciativa. “A norma vem
ajudar a melhorar o setor. O empresário precisa ter essa consciência,
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
A terapeuta
capilar Janaina
Fernandes
acredita que
seguir as
normas da
vigilância é
essencial
Cristiano Costa
de que só vai beneficiar e dar mais
segurança a todos. Se não pode
manter um negócio, o cliente não
pode pagar com a saúde. É preciso
uma visão de responsabilidade”,
destaca. O prazo oferecido para
adaptação a norma foi de 90 dias da
sua publicação, mas os empresários
podem ficar tranquilos, pois o Sincaab conseguiu com a Vigilância Sanitária a prorrogação para 180 dias,
para obrigatoriedade da adaptação
até julho deste ano.
//Consciência
A terapeuta capilar, Janaina
Fernandes, da clínica especializada
Sweet Therapy, está sempre em
processo de capacitação e ano passado participou de um congresso
em tricologia, ramo da saúde que
trata dos pelos e cabelos, e diz que
um dos pontos do evento foi a segurança nos salões. “Acho importantíssima a atenção voltada para
esses cuidados. Em primeiro lugar,
vem o respeito pela pessoa que está
sob as minhas mãos. Eu vou cuidar
dela hoje e posso dificultar sua vida
mais para frente, com doenças ou
reações. Depois, é claro, a minha.
A utilização do secador de cabelos,
por exemplo, gera resíduos e é
preciso muita atenção, pois o profissional que passa o dia inteiro em
contato será contaminado se não
se proteger como pede a norma”,
explica.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
//Cursos
Os cursos oferecidos pelo Senac, em diversas unidades, com início
já em março, serão de Aperfeiçoamento em Biossegurança para Salões
de Beleza (40h – para pessoas que concluíram os cursos de Qualificação
Profissional em Depilador, Manicure e Pedicure, Maquiador e Cabeleireiro); e Aperfeiçoamento em Gerenciamento e Responsabilidade Técnica
de Salões de Beleza (100h - para gestores de salões de beleza que não
realizaram os cursos de qualificação profissional). Serão oferecidos ainda
palestras e cursos de formação continuada para instrutores do segmento
de beleza, com o objetivo de prepará-los para a abordagem dos assuntos específicos descritos na nova norma. Outras informações sobre as
turmas serão publicadas no site da instituição (www.senacdf.com.br). Os
interessados podem entrar em contato pelo telefone (61) 3313-8877.
51
//vitrine - Por Taís Rocha
OVO
GELA
GELA
OVO
HELLO
KITTY
(30g),da Chocolates
Brasil Cacau
(100g e 170g),
da Lacta
As crianças vão adorar
essa sensação de
frescor que a mistura
de chocolate ao leite
com recheio de menta
proporciona
OVO SWEET TREASURE
A Lacta lança dois ovos da
gatinha mais charmosa
do mundo: a Hello Kitty
Banheirinha que vem
com uma bonequinha e o
ovo (100g) com a maleta
que pode ser usada para
guardar bijoux, levar o
lanche ou enfeitar
(1kg), da Kopenhagen
Esse ovo traz um verdadeiro tesouro dentro
dele: uma pulseira Pandora com um pingente
de coelhinho
OVO DE
BATON
(73g), da Garoto
Vem recheado com
o mais delicioso
chocolate ao leite da
marca, acompanhado
de uma colher
OVO LIGA
DA JUSTIÇA
OVO
STAR WARS
(150g), da Nestlé
Para os fãs dos filmes
da saga, opções de
ovos de chocolate que
vêm acompanhados
de dois modelos de
caneca: Darth Vader e
Stormtrooper
52
(160g), da Cacau
Show
São duas opções do
ovo de chocolate ao
leite que vêm com
fones de ouvido: o da
Mulher-Maravilha
(fone vermelho) e o
do Super-Homem
(fone azul)
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Programação
Dia 11 de março – Quarta-feira
20h30 - PROIBIDO ELEFANTES (RN)
Teatro Sesc Newton Rossi –
Centro de Atividades Sesc Ceilândia
Dia 12 de março – Quinta-Feira
10h - PENSAMENTO GIRATÓRIO
Acessibilidade artística e seus contextos
Espaço JK – Sesc 913 Sul
16h - PLURAL (GO)
Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul
20h - EXÚ, A BOCA DO UNIVERSO (BA)
Teatro Sesc Paulo Autran –
Módulo de Educação e Cultura, Taguatinga Norte
Dia 13 de março – Sexta-feira
9h - OFICINA
Dança afro para não dançarinos - Grupo Nata (BA)
Teatro Sesc Paulo Autran –
Módulo de Educação e Cultura, Taguatinga Norte
16h30 - IARA, O ENCANTO DAS ÁGUAS (DF)
Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul
20h30 - MISANTHROFREAK (DF)
Teatro Sesc Paulo Gracindo –
Centro de Atividades Sesc Gama
Dia 14 de março – Sábado
9h – OFICINA
“O Lançador de foguetes (RS)”
Espaço JK – Sesc 913 Sul
12h - O AUTO DA COMPADECIDA (DF)
Feira da Torre de Tv
16h - Intercâmbio
Espaço JK – Sesc 913 Sul
20h - ADAPTAÇÃO (DF)
Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul
Dia 15 de Março – Domingo
DE 11
A 15
DE MARÇO
ENTRADA FRANCA
12h - O LANÇADOR DE FOGUETES (RS)
Feira da Torre de TV
0800 617 617
sescdistritofederal
sescdf
www.sescdf.com.br
//caso de sucesso
Raphael Carmona
De vigia a
empresário
//Por Sílvia Melo
Jovem investe em curso
de cabeleireiro e abre o
próprio negócio
A
os 21 anos, o brasiliense Rafael Thedy de Paula
conseguiu seu primeiro emprego como vigia noturno. Como sempre foi fascinado pela profissão
de cabeleireiro, o morador do Gama aproveitava
o dia livre para ver o trabalho de um profissional que tinha
na rua onde morava. Incentivado por ele, procurou o Senac
e fez o curso. Pediu demissão do emprego e abriu o próprio
negócio, o Salão Novo Stillo. Hoje, aos 34 anos, Rafael é
um dos profissionais mais reconhecidos no Gama, sendo
procurado por clientes de São Paulo, Belo Horizonte e
Goiás. Faz, em média, cerca de 70 cortes por semana, e a
clientela é, em sua maioria, masculina.
Quando decidiu fazer o curso, Rafael pensava em trabalhar em outros salões até adquirir a prática suficiente
e ter confiança para abrir seu salão. “O curso foi tão bom
que já saí de lá com o próprio negócio”, afirma ele, que
trabalhava à noite e fazia o curso pela manhã. À tarde, ia ao
salão vizinho a sua casa para ver o cabeleireiro trabalhar.
“Aproveitava para aprimorar o que aprendia no curso”,
conta, destacando que chegou a trabalhar um tempo nesse salão.
Rafael faz questão de dizer que o curso de cabeleireiro
mudou sua vida. “Tudo que conquistei foi graças ao Senac.
Foi onde aprendi minha profissão e com ela consegui realizar meus sonhos, como comprar minha loja e dar entrada
em um apartamento”, destaca. “Até hoje os profissionais
do Senac do Gama me dão suporte, me apoiam e tiram
minhas dúvidas”, afirma.
Há 13 anos nessa área, o empresário agora oferece
oportunidade a novos profissionais Por meio de parceria
com o Senac, recebe os alunos que estão no final do curso
para fazerem estágio em seu salão. “Se eu sentir que há
interesse do aluno, eu contrato”, afirma ele, que possui
em seu quadro de funcionários dois ex-alunos. No total, o
salão emprega sete pessoas: três cabeleireiros, duas manicures e duas moças que ajudam na limpeza.
54
//Sobre o curso
O curso de Cabeleireiro oferecido pelo
Senac possui carga horária de 400h, incluindo a prática supervisionada. Durante
as aulas, o aluno aprende a utilizar as
técnicas de embelezamento e tratamento
dos cabelos, aplicando conhecimentos
teórico-práticos de corte, modelagem e
colorimetria, aliados à criatividade e ao senso estético. Além disso, aprende a atender
o cliente com excelência. Para participar,
é preciso ter idade mínima de 18 anos e o
Ensino Fundamental completo. As aulas
são oferecidas pelas unidades do Gama,
Ceilândia, Taguatinga, Sobradinho e Setor
Comercial Sul (Jessé Freire). Novas turmas
serão ofertadas na programação de cursos
dos meses de abril, maio e junho. Mais informações: 3313-8877.
@senacdf
/senacdistritofederal
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Mono mon
EMPRES
A
IA
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
© UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
NC
À IN F Â
secure.unicef.org.br/empresasolidaria
0800 605 2020
[email protected]
Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade
de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho
e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos
a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
55
//direito no trabalho
Da MP 664/2014 e do
aumento de custos
para as empresas
N
o fim do ano, em 30 de dezembro de 2014, a presidente
promulgou as Medidas Provisórias 664/2014 e 665/2014 que alteraram alguns benefícios trabalhistas e previdenciários, especialmente
em relação ao seguro-desemprego,
Pensão por Morte e Auxílio-Doença.
As mudanças que atingiram
diretamente o trabalhador foram
no seguro-desemprego e pensão
por morte. Para receber o seguro-desemprego, a carência mínima
que antes era de seis meses de
emprego passou para 18 meses
na primeira solicitação, 12 meses
na segunda e, por fim, seis meses
na terceira solicitação. Quanto à
pensão por morte, o cônjuge beneficiário deverá comprovar que, à
época do falecimento do segurado,
possuía no mínimo dois anos de casamento ou união estável, considerando que o valor foi reduzido para
50% do que era o benefício. Caso
existam outros dependentes, como
filhos, adicionam-se 10% para cada
um até o limite de 100%. Além disso, a duração do pagamento da
pensão por morte foi alterada e,
regra geral, segue uma tabela baseada na expectativa de sobrevida
do cônjuge do segurado falecido:
quanto mais velho, menor a duração do pagamento do benefício. O
cônjuge com mais de 55 anos, por
exemplo, fará jus à pensão por três
anos.
No que tange ao auxílio-doença,
a Medida Provisória 664 trouxe alterações que afetam não só os tra56
balhadores, mas principalmente as
empresas e empregadores em geral: a empresa – que antes arcava
com o pagamento dos salários nos
primeiros 15 dias de afastamento
do empregado por motivo de doença, por acidente de trabalho ou de
qualquer natureza – agora passou a
ser responsável pelos primeiros 30
dias de afastamento. Isso representa um aumento dos custos do setor
produtivo, já tão onerado. Essa alteração da Lei nº 8.213/91 (artigos
43 e 60) pela MP entrará em vigor
em 1/3/15, quando as empresas
passarão a ser obrigadas a arcar
com os 30 primeiros dias de afastamento do trabalhador por motivo
de doença ou acidente de trabalho,
mas caso essa MP seja aprovada
no Congresso, já se antevê um impacto com aumento do passivo das
empresas, principalmente daquelas que mais empregam.
Por sua vez, apesar do aumento de custo arcado pelas empresas
com a duplicação do tempo que o
trabalhador fica sob a responsabilidade da empresa no caso de doença ou acidente, há duas alterações
que podem ser benéficas ao empregador: no caso da estabilidade
provisória adquirida em virtude de
acidente de trabalho e percepção
do benefício previdenciário auxílio
acidentário, os empregados somente passarão a ter o direito a
esta após usufruírem mais de 30
dias de afastamento, e não 15 dias
como ocorre hoje; e, no caso do Fator Acidentário de Prevenção (FAP),
Joel Rodrigues
Dra. Raquel Corazza
consultora jurídica
Ope Legis Consultoria
Empresarial
também poderá ocorrer redução
dos valores, tendo em vista que o
tempo para encaminhamento para
o INSS passa de 15 para 30 dias.
Contra essas MPs, há notícia de
ajuizamento de duas ADIs – Ações
Diretas de Inconstitucionalidade –
no Supremo Tribunal Federal (STF),
com pedido de suspensão imediata
de sua eficácia. Resta agora ao setor produtivo, bem como aos trabalhadores, torcerem que o Congresso rechace tais MPs provisórias e
que o STF declare sua inconstitucionalidade.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Entre na era digital.
A Fecomércio ajuda você a emitir e renovar os certificados
necessários para sua empresa trabalhar com segurança,
autenticidade e conveniência no mundo da internet.
e-CPF Digital a partir de R$ 130
Assinatura digital, acesso a
Receita Federal e conectividade
social para FGTSs.
e-CNPJ Digital a partir de R$ 185
Realiza transações bancárias
eletrônicas, assina documentos
digitais com validade jurídica e
acessa o Centro Virtual de
Atendimento ao Contribuinte.
NF-e a partir de R$ 270
Reduz custos, emite notas fiscais
eletrônicas com validade jurídica, evita
multas por descumprimento de
obrigações fiscais e acessórias.
Em até 3
vezes sem juros
(61) 3038 7507 – 3038 7524
[email protected]
www.fecomerciodf.com.br
//segredos do marketing digital
D
esde pequenos, sempre fomos fascinados pela noção
de futuro. O que será que
nos aguarda? Como será
nossa vida? Quais avanços iremos
presenciar? Lembramos da época em
que o ano 2000 era o ápice do futuro
distante, uma época onde os carros
voariam, todos nós nos alimentaríamos
com pílulas e usaríamos lindas roupas
feitas em lycra prateada. Bem, o ano
2000 chegou e foi embora e, apesar de
ainda não termos que tirar brevê para
sair dirigindo por aí, tenho mais do que
certeza de que o futuro chegou. E para
saudá-lo de braços abertos, na coluna
deste mês iremos falar um pouco sobre
as maiores novidades tecnológicas que
estão para chegar ao mercado.
A primeira delas é um projeto apoiado pelo Google, intitulado Projeto Ara.
Esse projeto visa criar um smartphone
diferente, baseado em módulos intercambiáveis, que podem ser montados
de acordo com as necessidades e preferências de cada usuário. A ideia é que
cada pessoa tenha um “esqueleto” básico do celular, uma estrutura na qual
ela possa encaixar os módulos de sua
preferência. Conforme o tempo passar,
se o usuário achar que o telefone está
com pouca memória ou que a câmera
não atende mais às suas necessidades,
basta trocar o módulo por um mais
avançado. E se isso tudo já não fosse
impressionante o bastante, as pessoas
envolvidas no projeto querem que esse
seja um telefone acessível, que possa
ser comprado por qualquer pessoa.
Um projeto que está dando o que
falar é o Hololens, da Microsoft. Sua
proposta é que as pessoas, através de
um óculos especial, possam projetar
hologramas que irão se integrar ao
mundo real. Com esses hologramas
será possível acessar aplicativos online,
visualizar trabalhos gráficos em 3D,
explorar lugares remotos em primeira
58
pessoa, além de possuir um imenso
potencial nas áreas de saúde, engenharia, arquitetura, design e TI. A proposta é que pela primeira vez as pessoas estejam inseridas no mundo virtual
e possam experimentar a realidade de
uma forma nunca antes vista.
Outra novidade que chegará ao
mercado ainda em 2015 é o Apple Watch. Seguindo o conceito de tecnologia
para ser vestida (wearables), o Apple
Watch irá trazer para o seu pulso a
mesma tecnologia que já conhecemos
em produtos como o iPhone e o iPad.
Além de marcar as horas, o relógio irá
enviar notificações, tocar música, acessar a internet e será compatível com
aplicativos já presentes em outros aparelhos da fabricante. Se o Apple Watch
seguir o sucesso de outros produtos da
marca, temos certeza de que em breve
os smart watches serão itens comuns
na vida das pessoas.
E para terminar, não poderíamos
deixar de falar dos drones. Esses robôs
começam a aparecer cada vez mais em
nossas cidades, a ponto de a Anac já
estar preparando regulamentação sobre seu uso. Atualmente, essas máquinas já são usadas para monitorar trânsito, filmar eventos e até, quem diria,
para entregar pizza. Grandes empresas
como Amazon e Domino’s já fizeram
testes com drones e a tendência é que
seu uso cresça cada vez mais.
Por mais distantes que possam parecer, é importante que os empreendedores, tanto grandes como pequenos,
sempre estejam de olhos abertos para
as novas tecnologias, pois elas trazem
dicas importantes sobre o rumo que o
mercado está tomando, além de apresentarem, por si sós, grandes oportunidades de negócios. Esperamos que
a coluna deste mês desperte a curiosidade de todos para buscarem informações sobre esses e outros produtos que
em breve povoarão nossas vidas.
Giovana Leal
Seja bem-vindo
ao futuro
Renato Carvalho
Diretor-Executivo
da ClickLab
Jens Schriver
//Envie perguntas para
[email protected] ou
facebook.com/agencia.clicklab
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Sócio da
ClickLab
Alberto Ferreira
Frequenta o shopping duas vezes ao mês com as filhas.
Faz compras online quando está sem tempo.
Lê o jornal de sua cidade todos os dias.
Faz compras uma vez na semana em hipermercados.
Você pode conhecer o seu consumidor
melhor do que imagina.
Invista em pesquisa com
o Instituto Fecomércio:
Equipe qualificada com especialistas no mercado.
Privacidade e segurança de conteúdo.
Análise e tratamento de dados.
Credibilidade e clareza das informações.
Antecipação de informações estratégicas.
Há 18 anos no mercado.
Acesse o nosso portal:
www.institutofecomerciodf.com.br
Construir o futuro é investir no presente
//sindicatos
Fotos: Cristiano Costa
Perda de
mercado
//Por Daniel Alcântara
Alteração na regulação do ICMS do DF deixa
setor atacadista apreensivo
O
setor atacadista do Distrito Federal está apreensivo em relação ao
Decreto de nº 36.333,
publicado em janeiro no Diário Oficial do DF. A publicação altera a
regulamentação do Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). De acordo com o decre-
60
to, a majoração da Margem de Valor
Agregado (MVA) para autopeças
passou de 40% para 71,78%, registrando um aumento de 31,78 pontos
percentuais, enquanto a taxa cobrada no estado de Goiás é de 59%.
Outra alteração que também
provocou controvérsias diz respeito
à Substituição Tributária de Bebidas
Quentes, que estava prevista para
vigorar a partir de 1º de fevereiro,
mas foi prorrogada para 1º de abril
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Roberto Gomide,
presidente do
Sindiatacadista: “uma
medida que o sindicato
pede urgência é a
sincronização das
taxas cobradas nos
estados”
de 2015, considerando que, Goiás
prorrogou a vigência do novo MVA
de autopeças por mais 60 dias e não
adotará a Substituição Tributária
para Bebidas. Dessa forma, o Distrito Federal sai perdendo, pois não
tem como competir em relação aos
preços do estado vizinho.
O presidente do Sindicato do
Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista), Roberto Gomide, afirma
que, dessa forma, os clientes estão
migrando para o estado vizinho e
o Distrito Federal está perdendo
mercado. “Acredito que quando se
trata da questão tributária, a minha
experiência no mercado indica que
as políticas precisam ser iguais. O
MVA diferenciado entre os estados é
problema na certa. Assim, o produto
de lá fica mais barato e aqui no DF
não vende”, explica o presidente do
Sindiatacadista.
produtos. “Se o imposto aumenta, o
produto final também deve aumentar no DF”, alerta.
Durante todo o ano de 2014, o
setor atacadista foi responsável
pela arrecadação de 22% de toda
a cobrança do ICMS no DF. Esses
aumentos acabam gerando uma
queda nas vendas do setor da região e, consequentemente, perda
de mercado, o que significa menos
emprego e um ciclo econômico menos aquecido. “Em outros tempos
já tivemos uma diferenciação como
essa, com o preço de Goiás mais em
conta. O resultado foi que perdemos
30% de vendas. Nesse aspecto, 40%
das empresas de nossa base foram
para outros estados ou faliram.
Inclusive, contabilizamos algumas
empresas de nível nacional que saíram do Distrito Federal por causa da
taxa excessiva”, ressalta Gomide.
De acordo com análise do Sindicato, as vendas já estão em queda.
“Elas são puxadas pelos incentivos
econômicos. Porém, a realidade é de
salários atrasados e de reestruturação. Embora previsível, não temos
perspectiva de um ano melhor do
que o ano passado”, salienta o presidente da entidade.
//Conquistas do sindicato
Roberto Gomide Castanheira
foi empossado como presidente do
Sindiatacadista-DF em novembro de
2014. Porém, participa da diretoria
da entidade desde o início de abril de
2010. Segundo ele, a expectativa de
trabalho para os próximos anos é de
incentivo à classe, além de inovações
na entidade. “Estamos consolidando
um período de transição entre a gestão anterior e preparando o sindicato
para o futuro, realizando uma reformulação estatutária”, explica.
Grandes projetos também estão
sendo desenvolvidos, como a criação do Instituto Sindiatacadista, que
será o braço social e de capacitação
de funcionários da área. Outra conquista do sindicato é aquisição de
uma nova sede, no DF Center Plazo,
localizado em Águas Claras.
//Histórico empresarial
Gomide é formado em Administração e Contabilidade. Atualmente
está à frente da empresa Condor Atacadista, a terceira maior do Brasil no
segmento de materiais de construção. Nasceu em 1961 em Taguatinga
(DF), é casado e tem três filhos.
Possui pós-graduação em Gestão Empresarial, é especializado
em Direito Tributário, Auditoria Interna e Externa, Gestão de Pessoas,
Gestão Estratégica para Resultados, Gestão de Micros e Pequenas
Empresas e possui MBA em Auditoria e Perícia Contábil.
Além do Sindicato e da Condor
Atacadista, ele exerce a função de
diretor técnico da Gomide Contabilidade; diretor e presidente do
Conselho Consultório do Lar São
José; conselheiro da Associação
Portuguesa e diretor financeiro da
Casa de Ismael.
// Sincronização das taxas
Em relação à Substituição Tributária de Bebidas Quentes, a entidade que representa o mercado
atacadista da capital do País explica
que o problema é o mesmo da diferenciação do MVA. “Uma medida que
o sindicato pede urgência é a sincronização das taxas cobradas nos
estados. Não temos como controlar
a entrada de produtos, pois a fronteira com Goiás é enorme”, diz Roberto
Gomide. A mudança da taxa do ICMS
também deve impactar diretamente
no varejo, aumentando o preço dos
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
61
//pesquisa conjuntural
Vendas do comércio
do DF tiveram queda
de 15,68% em janeiro
Desempenho de vendas
Comércio
Setor
Segmento
Ago14 x Set14 x Out14 x Nov14 x Dez14 x Jan15 x
Jul14
Ago14
Set14
Out14
Nov14
Dez14
Autopeças e Acessórios
2,67%
-1,01%
6,06%
-5,58%
-1,75%
-9,78%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
4,36%
3,24%
-3,77%
-1,94%
4,09%
-6,90%
Calçados
-0,22%
1,76%
6,02%
1,99%
45,71%
-46,12%
Farmácia e Perfumaria
-0,15%
0,19%
-0,97%
-2,18%
6,70%
-11,20%
Floricultura
1,54%
-12,37%
5,21%
17,45%
5,86%
-23,60%
Informática
-1,38%
2,81%
-5,00%
-2,38%
23,61%
-12,79%
Livraria e Papelaria
15,60%
-1,98%
-2,39%
-0,99%
60,97%
-9,04%
Lojas de Utilidades Domésticas
4,37%
-6,71%
-5,99%
5,45%
20,22%
-24,04%
Material de Construção
3,69%
-1,44%
-0,79%
5,46%
-1,92%
-11,37%
Mercado e Mercearia
2,27%
-0,89%
-2,18%
-0,02%
-2,17%
-9,05%
Móveis e Decoração
4,09%
-5,87%
-2,82%
8,10%
-7,18%
-0,02%
Óticas
4,16%
6,16%
-1,56%
0,79%
-7,84%
-10,90%
Tecidos
-1,79%
-3,69%
-6,57%
31,65%
12,45%
-17,67%
Vestuário
2,68%
-7,61%
-5,17%
6,75%
43,67%
-38,52%
Total
2,80%
-0,77%
-1,44%
0,59%
9,73%
-15,68%
-
6,37%
5,68%
5,58%
-8,55%
15,22%
19,29%
4,81%
-0,20%
12,96%
6,94%
9,00%
-
6,10%
4,16%
3,54%
1,16%
-23,78%
-7,74%
2,10%
-5,52%
7,98%
-15,02%
5,94%
Casa de Eventos
-
5,24%
2,08%
-0,48%
1,75%
-46,12%
Clínica de Estética
-
1,35%
2,27%
0,19%
3,06%
-18,68%
Ensino de Idiomas
-
3,17%
0,44%
2,27%
3,06%
-6,23%
2,97%
1,56%
-2,58%
7,13%
6,39%
-15,58%
-
2,69%
-1,42%
2,82%
-6,60%
-2,45%
Salão de Beleza
3,13%
11,52%
-5,96%
2,37%
17,61%
-12,46%
Total
7,42%
5,01%
0,63%
4,22%
1,38%
-8,92%
3,16%
0,47%
-0,97%
1,35%
7,94%
-14,34%
Academia
Agências de viagem
Aluguel de Artigos para Festa
Autoescola
Serviços
A
s vendas do comércio brasiliense registraram queda
de 15,68% em janeiro de
2015 na comparação com dezembro. As vendas do setor de serviços
também tiveram uma redução de
8,92%. No acumulado dos últimos
12 meses (jan./2014 – jan./2015) a
variação ficou em -10,79%, indicando que o ano foi de retração para
os setores de comércio e serviços
nos segmentos pesquisados. É o
Pet Shop
Reparação de Eletroeletrônicos
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
62
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Região
Comércio
Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Jan15
x
x
x
x
x
x
Jul14 Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
2,80%
-0,27%
-2,46%
0,44%
10,34%
-13,32%
Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante
1,60%
1,94%
6,32%
-5,10%
12,93%
-32,21%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
0,24%
-0,57%
-1,57%
-1,04%
16,27%
-17,46%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
0,93%
1,03%
-1,50%
-0,87%
0,80%
-18,07%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
3,42%
-1,21%
-3,63%
1,99%
10,49%
-19,49%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
9,83%
-5,27%
1,46%
7,33%
0,91%
-6,61%
2,80%
-0,77% -1,44%
0,59%
9,73%
-15,68%
Total
Serviços
Desempenho de vendas
Setor
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
13,67%
4,30%
1,61%
2,74%
2,66%
-6,58%
Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante
-14,09%
4,53%
-11,05%
-1,51%
-1,74%
-19,86%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
1,75%
3,43%
3,54%
0,84%
-1,40%
-15,32%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
1,40%
10,31%
-2,60%
4,17%
6,34%
-12,62%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
14,66%
5,46%
-6,66%
7,58%
3,04%
-12,36%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-2,15%
4,18%
3,92%
14,55%
-1,59%
5,27%
7,42%
5,01%
0,63%
4,22%
1,38%
-8,92%
3,16%
0,47% -0,97% 1,35%
7,94%
-14,34%
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
que mostra a Pesquisa Conjuntural
de Micro e Pequenas Empresas do
Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio.
Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, a
queda já era esperada e é sazonal,
devido à comparação do mês de
janeiro com o pico de vendas natalinas, em dezembro. Para ele, o
cenário econômico começa a ser
fortemente sentido pelas micros e
pequenas empresas. “Esta redução nas vendas reflete a reação da
população, no sentido de se precaver em relação ao aumento da taxa
de juros, da elevação da tarifa de
energia elétrica, dos aumentos dos
preços da gasolina, dos alimentos
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
e das passagens de ônibus, cujos
efeitos foram sentidos já no início
de fevereiro”, ressalta Adelmir Santana. Para ele, todos esses fatores
fazem com que o consumidor seja
forçado a destinar o uso de sua renda para itens de consumo primário.
Todos os segmentos do comércio registraram queda nas vendas em janeiro de 2015: Calçados
(-46,12%); Vestuário (-38,52%); Lojas
de Utilidades Domésticas (-24,04%);
Floricultura
(-23,60%);
Tecidos
(-17,67%); Informática (-12,79%);
Material de Construção (-11,37%);
Farmácia e Perfumaria (-11,20%);
Óticas (-10,90%); Autopeças e Acessórios (-9,78%); Mercado e Mercearia (-9,05%); Livraria e Papelaria
(-9,04%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-6,90%) e Móveis e Decoração (-0,02%).
No setor de serviços, o destaque
em janeiro ficou para o segmento de
academia (15,22%), seguido de agência de viagem (9,00%) e autoescola
(5,94%). Os segmentos de serviços
que apresentaram queda nas vendas
no mês de janeiro foram: Casa de
Eventos (-46,12%); Aluguel de Artigos
para Festa (-23,78%); Clínica de Estética (-18,68%); Petshop (-15,58%);
Salão de Beleza (-12,46%) e Reparação de Eletroeletrônicos (-2,45%).
Entre as formas de pagamento,
o cartão de crédito foi o mais utilizado nas compras. No comércio, a
modalidade respondeu por 45,56%
63
Nível de emprego
Comércio
Setor
Segmento
Autopeças e Acessórios
0,70%
3,73%
3,17%
-2,15%
-2,99%
-6,83%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-0,91%
-1,22%
0,00%
0,91%
-4,12%
0,20%
Calçados
-2,44%
2,50%
5,43%
-4,69%
10,08%
-16,79%
Farmácia e Perfumaria
-5,26%
0,69%
0,00%
-1,01%
0,34%
-5,96%
Floricultura
-4,17%
0,00%
-8,70%
4,76%
9,09%
0,00%
Informática
-10,87%
3,66%
1,23%
0,00%
16,46%
-6,52%
Livraria e Papelaria
-5,32%
-13,83%
-5,19%
37,14%
-2,94%
2,86%
Lojas de Utilidades Domésticas
8,96%
-9,38%
0,00%
6,45%
-7,58%
-1,67%
Material de Construção
-0,58%
1,75%
1,09%
6,78%
-3,50%
-4,19%
Mercado e Mercearia
-5,64%
6,97%
-2,80%
0,53%
-2,93%
1,59%
Móveis e Decoração
-17,81%
0,00%
1,37%
0,00%
-26,09%
21,57%
Óticas
3,33%
-9,68%
7,14%
6,67%
0,00%
3,45%
Tecidos
11,76%
0,00%
0,00%
-7,69%
-12,50%
9,52%
Vestuário
3,50%
1,53%
0,40%
8,49%
-4,01%
-3,73%
-2,20%
0,47%
0,19%
2,28%
-2,70%
-1,73%
-
0,00%
-1,29%
4,26%
-6,69%
7,63%
-8,62%
-13,21%
13,33%
18,00%
-8,33%
-8,16%
-
8,40%
-4,79%
2,72%
1,32%
10,46%
3,45%
-3,33%
3,45%
3,33%
-4,84%
0,00%
Casa de Eventos
-
0,00%
0,00%
2,70%
0,00%
2,27%
Clínica de Estética
-
0,98%
3,75%
2,50%
-11,84%
17,39%
Ensino de Idiomas
-
0,00%
0,00%
1,66%
-1,71%
-8,18%
3,92%
0,00%
4,59%
6,96%
-10,66%
2,68%
-
0,00%
-0,81%
0,00%
-0,93%
-0,93%
-3,00%
7,29%
-2,80%
5,77%
5,22%
-16,81%
-1,50%
0,85%
0,18%
4,04%
-3,68%
1,34%
-2,13%
0,58%
0,18%
2,79%
-2,99% -0,86%
Total
Academia
Agências de viagem
Aluguel de Artigos para Festa
Autoescola
Serviços
Ago14 Set14 x Out14 x Nov14 Dez14 x Jan15 x
x Jul14 Ago14 Set14 x Out14 Nov14 Dez14
Pet Shop
Reparação de Eletroeletrônicos
Salão de Beleza
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
das vendas. No setor de serviços,
foi responsável por 40,35% das
compras. A Pesquisa Conjuntural
64
de Micro e Pequenas Empresas do
DF é realizada mensalmente pelo
Instituto Fecomércio e tem o apoio
do Sebrae. Foram consultadas 900
empresas, das quais 595 do comércio e 305 de serviços.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Nível de emprego
Comércio
Setor
Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Jan15
x
x
x
x
x
x
Jul14 Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14
Região
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
0,12%
2,05%
-1,16%
0,36%
-2,11%
-1,54%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
0,35%
-3,39%
0,00%
4,02%
1,22%
-14,47%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
-3,08%
0,32%
1,17%
-1,30%
0,66%
0,33%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
-5,34%
-1,56%
2,38%
8,43%
-8,59%
1,50%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-0,92%
-4,44%
4,29%
-1,71%
0,35%
-7,52%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-3,05%
3,77%
-2,79%
13,11%
-9,41%
2,37%
-1,50%
0,47%
0,19%
2,28%
-2,70% -1,73%
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
-4,99%
1,50%
-0,87%
4,64%
-3,72%
-3,75%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-0,29%
0,00%
4,00%
-1,92%
-3,92%
6,00%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
-3,52%
1,42%
-0,31%
4,95%
-0,58%
4,46%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
-0,25%
0,00%
0,79%
3,15%
-6,02%
14,17%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-0,25%
0,00%
-2,74%
-1,41%
-5,71%
-1,49%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-0,80%
0,00%
2,44%
5,33%
-6,02%
-3,62%
-3,60%
0,85%
0,18%
4,04%
-3,68%
1,34%
-1,70% 0,58%
0,18%
2,79% -2,99% -0,86%
Serviços
Total
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Mês
À vista
Cheque
ago/14
29,00%
0,44%
set/14
29,26%
0,55%
Cartão de
crédito
Débito
A prazo
Boleto
45,34%
20,35%
3,25%
1,63%
44,25%
21,26%
3,09%
1,59%
Formas de pagamento
Comércio
out/14
28,96%
0,80%
45,12%
20,72%
2,82%
1,57%
nov/14
30,23%
0,53%
46,14%
18,42%
3,29%
1,40%
dez/14
29,29%
0,84%
44,26%
21,65%
2,55%
1,40%
jan/15
28,34%
0,33%
45,56%
21,63%
2,93%
1,21%
Serviços
ago/14
22,33%
1,32%
43,51%
13,45%
4,64%
14,75%
set/14
27,61%
1,90%
38,19%
13,13%
10,21%
8,96%
out/14
22,01%
1,51%
38,29%
12,21%
10,83%
15,16%
nov/14
26,24%
2,18%
39,97%
13,85%
11,67%
6,10%
dez/14
26,00%
1,85%
37,96%
14,90%
11,67%
7,63%
jan/15
25,98%
1,55%
40,35%
14,74%
9,46%
7,93%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
65
pesquisa
relâmpago
Pacto
Por Brasília
Cristiano Costa
Rafaela Saliba Lessa
atendente comercial
Untitled-4 1
66
Execução de
brasileiros na
Indonésia
RUIM
Brasília representa
e é muito mais digna
do que foi retratada.
Os trabalhadores e a
seriedade que fazem
nossa cidade não foram
lembrados.
RUIM
O momento é delicado,
mas a transparência
pode dar início a uma
nova era.
RUIM
Essa prática não
estimula valores
humanos e demonstra
a necessidade
de fortalecer
os organismos
internacionais.
BOM
Torço para
que dê certo.
BOM
Foi importante para
retratar as negociatas
entre empresários,
políticos e lobistas,
com o envolvimento de
acompanhantes, crise
da Petrobras, Mensalão
e o caso Collor.
RUIM
Pode causar o
impeachment da
presidente Dilma.
REGULAR
O traficante sabia da pena
de morte quanto traficou
na Indonésia.
BOM
Contudo, o Governo
deve garantir que
serviços fundamentais
à população não sejam
prejudicados pelos
cortes propostos. Estado não é empresa.
BOM
Apesar de reforçar
uma infinidade de
estereótipos infelizes,
a série dirigida por
Fernando Meirelles
soube explorar a beleza
da capital.
BOM e RUIM
Bom ver esquemas, que
duravam décadas, sendo
investigados. Péssimo
para o Brasil o vazamento
seletivo feito pela grande
mídia.
RUIM
A pena de morte é algo
indefensável, mas é
preciso respeitar a
soberania de outros
países.
REGULAR
O quadro de mudanças
significativas
anunciado somente
será efetivo se o
governo buscar diálogo
com a sociedade, para
a saúde das contas
públicas.
BOM
Brasília não é só prédios
e cargos públicos, é
também sensualidade;
aquela imaginada
por Niemeyer desde
sempre.
BOM
O símbolo da economia
estatal brasileira
demonstra não ser tão
autossuficiente quanto
se pensava.
RUIM
A execução trouxe à tona
a base mais séria sobre
o debate da proteção
aos direitos humanos:
a ameaça ao direito
universal da vida.
REGULAR
Acredito que é preciso
mais transparência
na aplicação do que é
arrecadado, senão, não
faz sentido pacto algum.
BOM
Achei bom porque
sempre somos vistos
como muito ricos ou
que almoçam com os
políticos todos os dias.
BOM
É bom porque estão
desmascarando muita
coisa, mas ao mesmo
tempo é ruim porque
quem paga somos nós.
RUIM
Recebemos pessoas
de todas as etnias e
religiões. É um crime
leviano, mas acho que
eles teriam que ser
julgados aqui no Brasil.
David Fleisher,
cientista político e
professor emérito
da UnB
Rodrigo Mota,
mestre em Relações
Internacionais pela
UnB
Crise na
Petrobras
RUIM
Não é pacto é aumento
de custo que vai afetar a
vida do cidadão.
Wasny de Roure (PT),
deputado distrital
Iberê Carvalho,
cineasta e sócioproprietário da
produtora de cinema
Pavirada Filmes
Brasília retratada
na minissérie
de TV
18/11/10 11:29
REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015
Cartão Planvale Mais
O meio mais prático de
Adiantamento Salarial
- Desconto direto na folha de pagamento.
- Sem custo para a empresa, sem custo para o funcionário.
- Pode ser utilizado em toda a rede credenciada da Planvale.
Pa
Gr le
at st
ui ra
ta s
s
CIRCUITO
EMPREENDEDOR
Palestras e Cursos Gerenciais, Sessões
Empreendedoras, Práticas Empresariais, Sebrae
Próprio, Cursos Online, Oficinas SEI, Soluções
Na Medida, Sebrae Mais, Empretec.
Participe!
Acesse a programação completa
do 1º semestre de 2015 no
www.df.sebrae.com.br
Produtor Rural
Potencial Empresário
Microempreendedor Individual
Microempresa
Siga o Sebrae
nas Redes Sociais!
Empresa
Empresa deMicro
Pequeno
Porte
@sebraenodf
Especialistas em pequenos negócios | www.df.sebrae.com.br | 0800 570 0800

Documentos relacionados