Revista Fecomércio - Março
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Revista Fecomércio - Março
Ano XVII nº 202 – Março de 2015 ECONOMIA NA CRISE Como os empresários terão que driblar a alta dos tributos, da gasolina, da água e da energia para sobreviverem sem repassar aos consumidores esses reajustes Entrevista // Pág. 8 Leonardo Bessa procurador-geral de Justiça do MPDFT Plano de Saúde Coletivo por Adesão. Empregador do Comércio: na Qualicorp você tem excelentes opções para cuidar da saúde, pelo melhor preço.1 Planos de saúde coletivos por adesão são aqueles disponibilizados para pessoas de uma mesma categoria profissional ou área de atuação, por meio de sua entidade de classe. É o seu caso, Empregador do Comércio associado à FECOMÉRCIO-DF. A Qualicorp é líder nesse mercado e trabalha para você ter cada vez mais acesso à saúde de qualidade. Confira. As mais conceituadas operadoras de saúde do Brasil. Inúmeras opções de planos com os melhores médicos, hospitais e laboratórios.2 Além da FECOMÉRCIO-DF, somos parceiros de centenas de entidades, o que nos dá legitimidade para negociar preços mais baixos. A Qualicorp utiliza a força da coletividade para ajudar você a cuidar da sua saúde. Antes de escolher seu plano, converse com a Qualicorp. Ligue: 0800 799 3003 De segunda a sexta-feira, das 9h às 21h; aos sábados, das 10h às 16h. ou acesse: www.economizecomaqualicorp.com.br Preços e condições obtidos pela negociação coletiva da Qualicorp com as operadoras de saúde parceiras. ²De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora de saúde escolhida e do plano contratado. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2015. 1 SUMÁRIO Raphael Carmona Negócios femininos e online É crescente o número de empreendedoras individuais que trabalham em casa e fazem das redes sociais sua maior aliada 12 Tudo descrito na nota fiscal Lei determina que os empresários explicitem os impostos no cupom e o Procon já deu início à fiscalização 32 Cristiano Bosta O vasto mercado da terceirização Empresários criam serviços que vão de banho e tosa em domicílio a assessoria para compra do carro novo 28 Cristiano Costa Capa Em um ano crítico para os empresários, o caminho é driblar a alta dos juros e das tarifas com criatividade e tecnologia 34 seções 8ENTREVISTA 16GASTRONOMIX 22GENTE 40 EMPRESÁRIO DO MÊS 45 ECONOMIA 46 DOSES ECONÔMICAS 48 AGENDA FISCAL 52VITRINE 54 CASO DE SUCESSO 56 DIREITO NO TRABALHO 58 SEGREDOS DO MARKETING DIGITAL 62 PESQUISA CONJUNTURAL 66 PESQUISA RELÂMPAGO Contato SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi 5º e 6º andares – Brasília -DF – 70306-911 (61) 3038-7500 www.fecomerciodf.com.br twitter.com/fecomerciodf Diretoria da Fecomércio-DF CONSELHO CONSULTIVO Conselheiro Presidente Alberto Salvatore Giovani Vilardo Conselheiros Antônio José Matias de Sousa Jose Djalma Silva Bandeira Laudenor de Souza Limeira Luiz Carlos Garcia Mitri Moufarrege Rogerio Torkaski DIRETORIA (TITULARES) Presidente Adelmir Araujo Santana 1º Vice-presidente Miguel Setembrino Emery de Carvalho 2º Vice-presidente Francisco Maia Farias 3º Vice-presidente Fábio de Carvalho VICE-PRESIDENTES Antonio Tadeu Peron Carlos Hiram Bentes David Edy Elly Bender Kohnert Seidler Francisco das Chagas Almeida José Geraldo Dias Pimentel Tallal Ahmad Ismail Abu Allan DIRETORES-SECRETÁRIOS Vice-Presidente-Administrativo José Aparecido da Costa Freire 2º Diretor-Secretário Hamilton Cesar Junqueira Guimarães 3º Diretor-Secretário Roger Benac DIRETORES TESOUREIROS Vice-Presidente-Financeiro Paolo Orlando Piacesi 2º Diretor-Tesoureiro Joaquim Pereira dos Santos 3º Diretor-Tesoureiro Charles Dickens Azara Amaral DIRETORES ADJUNTOS: Hélio Queiroz da Silva Diocesmar Felipe de Faria Glauco Oliveira Santana DIRETOR DA ÁREA DE COMBUSTÍVEIS José Carlos Ulhôa Fonseca DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS, BARES, RESTAURANTES E SIMILARES Clayton Faria Machado DIRETORES SUPLENTES: Alexandre Augusto Bitencourt Ana Alice de Souza Antonio Carlos Aguiar Clarice Valente Aragão Edson de Castro Elaine Furtado Erico Cagali Fernando Bezerra Francisco Messias Vasconcelos Francisco Sávio de Oliveira Francisco Valdenir Machado Elias Geraldo Cesar de Araújo Jó Rufino Alves Jose Fagundes Maia Jose Fernando Ferreira da Silva Luiz Alberto Cruz de Moraes Milton Carlos da Silva Miguel Soares Neto Roberto Gomide Castanheira Sulivan Pedro Covre CONSELHO FISCAL: Titulares: Alexandre Machado Costa Benjamin Rodrigues dos Santos Raul Carlos da Cunha Neto Suplentes: Antônio Fernandes de Sousa Filho Maria Auxiliadora Montandon de Macedo Henrique Pizzolante Cartaxo DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À CNC Delegados Titulares 1- Adelmir Araujo Santana 2- Rogerio Torkaski Delegados Suplentes: 1 - Antônio José Matias de Sousa 2 - Mitri Moufarrege SINDICATOS FILIADOS Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese) SINDICATOS ASSOCIADOS Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO SISTEMA FECOMÉRCIO-DF Diego Recena REVISTA FECOMÉRCIO Diretor de Redação: Diego Recena DIRETOR REGIONAL DO SESC José Roberto Sfair Macedo DIRETOR REGIONAL DO SENAC Luiz Otávio da Justa Neves SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO João Vicente Feijão Neto DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO Elizabet Garcia Campos Editora-Chefe: Taís Rocha Editora Senac: Ana Paula Gontijo Editor Sesc: Marcus César Alencar Editor de Fotografia: Cristiano Costa REDAÇÃO SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Jessé Freire, 5º andar - Brasília - DF - 70.306-908 (61) 3038-7527 Fotógrafo: Raphael Carmona Repórteres: Andrea Ventura, Daniel Alcântara, Fabíola Souza, Liliam Rezende, Luciana Corrêa, Sacha Bourdette e Sílvia Melo Projeto Gráfico e Diagramação: Gustavo Pinto Capa: Gustavo Pinto Revisora: Fátima Loppi Impressão: Ediouro Gráfica Tiragem: 60 mil exemplares CONTATO COMERCIAL Joaquim Barroncas – (61) 3328-8046 [email protected] editorial A caminho da recessão? T ecnicamente, um país se encontra em recessão quando há retração generalizada em sua produção durante um dado período, acompanhado de outros fatores econômicos, como aumento do desemprego, do número de falências, em contrapartida, queda no nível de investimento, taxas de lucro e produção. Em boletins econômicos recentes especialistas têm apontado que no Brasil o quadro é dos mais pessimistas e parte desse desempenho negativo também se explica pela piora nas projeções para a indústria. No âmbito do Distrito Federal, a crise teve origem no próprio governo, na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Está nas mãos do atual governador, Rodrigo Rollemberg, estancar esta “sangria”. O chamado Pacto Por Brasília foi o início desse processo. O GDF voltou atrás quanto à proposta de reajuste do IPTU, mas deve manter as demais medidas que implicam aumento de impostos. Já aprovou o reajuste de 0,5% sobre o IPVA de carros e motos, o aumento do ICMS da telefonia, da gasolina e do diesel e alterou o Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI), que pode ficar até 50% mais caro para parte da população. Somado ao cenário econômico REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 árido está o aumento dos valores cobrados pelo uso da água, da energia e do transporte. O resultado é um ambiente de negócios cada vez mais difícil para os empresários. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmam que no DF ainda não se fala em racionamento, como o que acontece nos estados do Sudeste. Entretanto, ajustes na equação produção versus gastos devem ser feitos. Alguns empresários já estão economizando esses recursos de maneira criativa, seja reutilizando a água da lavadora de louça para lavar o chão da cozinha do restaurante, implantando sistema de captação da água da chuva ou realizando substituições mais ecológicas e tecnológicas. Infelizmente, porém, às vezes criatividade e economicidade não são suficientes para driblar uma crise, pois há outros fatores como queda na geração de emprego e ausência de consumo e os empresários são obrigados a fechar suas portas. Torçamos para que esses sejam apenas indicadores negativos passageiros e consigamos reerguer nosso comércio, nossa indústria e nossa economia. Paulo Negreiros Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomércio-DF: Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio 7 //entrevista Pelo diálogo // Por Taís Rocha À frente do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) desde o início de 2015, e com mandato de dois anos, o novo procuradorgeral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Roscoe Bessa, trabalhará de maneira preventiva. Com mais de 20 anos de atuação na Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), ele pretende impedir os litígios que se arrastam por anos na Justiça, sempre em busca de diálogo. 8 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Fotos: Cristiano Costa Mono mon LEONARDO BESSA, procurador-geral de Justiça do DF REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 9 O senhor tem pela frente um mandato curto, de apenas dois anos. No que o senhor pretende calcar suas decisões à frente do MPDFT? Internamente, meu objetivo é agir procurando trazer harmonia entre promotores e servidores ao oferecer uma boa estrutura de trabalho. O promotor atua com total independência, não tem ingerência alguma do procurador-geral. Esse, por sua vez, fornece a estrutura para que o procurador possa alcançar os resultados ligados à promotoria dele. Essa é a grande questão interna, harmonia e estrutura para trabalhar, para que a pessoa fique feliz e bem em seu ambiente de trabalho. Externamente, a postura é de um diálogo, colaborativa com autoridades, agentes políticos, sempre respeitando a autonomia e independência dos órgãos. Esse diálogo tem o limite, que é o da independência. Quando há uma solução de consenso nas mais diversas áreas, isso só traz benefícios a todos. Eu costumo dizer que o que o MP mais faz é levar algo à Justiça, mas isso não significa solucionar o problema. Às vezes significa uma nova etapa que pode durar mais cinco ou dez anos e os fatos não terem mudado nada. O leque de atuação do MPDFT é bem amplo. Qual será o seu perfil de atuação? Eu tenho destacado o reforço administrativo da Procuradoria Distrital. Ela atua nos direitos do cidadão no que dizem respeito aos serviços públicos, à educação, à saúde, ao transporte coletivo e à segurança. Como todo Estado trabalha com carência, seja de recursos materiais ou de pessoal, em vez de estruturar cada promotoria que atua nessas áreas, passamos a concentrar uma estrutura maior na Procuradoria Distrital, que possa dar apoio logístico e material a todas essas promotorias. Ela atua dialogando com essas promotorias de direitos coletivos. Isso é algo que já estamos fazendo diante dessa crise do DF. Não foi essa crise que motivou nossa atuação, pois já era ideia do MP ter 10 controle de orçamento e de políticas públicas. Isso se faz com conhecimento técnico da área e com apoio de servidores. Como eu não consigo ainda, no modelo ideal, ter em cada promotoria dois ou três servidores que entendam profundamente do assunto do qual trata a sua promotoria em termos de orçamento, concentro essa expertise na Procuradoria Distrital. Isso é algo que gostaria de deixar como um pontapé inicial para o MP. Para que essas áreas sejam objeto de maior atenção e no futuro o que está acontecendo hoje no DF não se repita. O que se faz diante desse caos orçamentário? Apurar responsabilidades. Você pode perguntar se isso nunca existiu. Houve, mas de maneira pontual, fragmentada, de maneira que dependia muito mais de uma iniciativa de um colega utilizar essa denúncia, do que de uma estrutura da procuradoria, via Procuradoria Distrital. Na medida em que se cria uma estrutura própria para isso, o trabalho do promotor é facilitado. Nessa linha também foram reforçados os vínculos com o Tribunal de Contas do DF. Às vezes, ao evitar um desvio de R$ 40 milhões, por exemplo, você pode comprar equipamentos, medicamentos, material para escolas. É uma atuação preventiva que traz um benefício em escala muito grande para o DF. Esse é meu sonho, que o MP tenha essa estrutura e que os próximos procuradores a desenvolvam e a aprimorem. Vieram a público recentemente alguns atos administrativos executados pelo ex-governador Agnelo Queiroz considerados irregulares, como a realização da Fórmula Indy em Brasília, além de atos de improbidade administrativa. Eu gostaria que o senhor comentasse sobre isso. Tem algo de muito errado no DF e não precisa ser especialista em nada, basta ser um cidadão para ver como a cidade está. Não gosto de fazer pré-julgamentos, mas as promotorias e a procuradoria, naturalmente, como é função institucio- nal, estão averiguando o que houve. Foi instaurado um procedimento de investigação para fazer uma análise mais genérica e a partir disso, conforme a apuração dos fatos, eles serão encaminhados para cada promotoria, e eventualmente com aspectos penais. Ainda não sabemos se é o governo, o governador, uma secretaria ou uma subsecretaria. Quem errou terá que pagar pelo erro, isso é fato. Isso vale para o governo anterior e para o atual. O MP tem que agir de maneira impessoal, seja lá quem for o governante. É tarefa do MP cuidar do patrimônio público, do interesse coletivo, independentemente de partido. Como o senhor avalia esses dois primeiros meses do novo governo do DF? E como o senhor espera que seja o relacionamento do MPDFT com o governador Rollemberg nos próximos anos? Não sei se cabe a mim fazer uma avaliação. Mas posso dizer que a relação com o MP tem sido de diálogo. E falo do governo como um todo. Por exemplo, recebi a visita do secretáREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 “É tarefa do Ministério Público cuidar do patrimônio público, do interesse coletivo, independentemente de partido” rio de Segurança que trouxe quatro pontos interessantes para diminuir homicídios, ou seja, uma atuação preventiva. O MP do futuro atua na questão do orçamento, mas também na prevenção, na diminuição de litígios. É uma percepção que existe hoje de modo geral, porque o Judiciário não dá conta dos litígios, é preciso diminuir os litígios cuidando das áreas básicas, como educação, saúde, colocando polícia nos locais de grande criminalidade. Tudo isso interessa ao MP. Em vez de colocar mais um promotor do júri na Ceilândia, por exemplo, por que não cuidar da presença do Estado nessa localidade, saber a razão de tanto crime lá. O MP pode colaborar nesse sentido. As pessoas têm o costume de ver o promotor atuar apenas no processo. Mas a ideia é que o MP atue também de maneira propositiva para evitar o processo, para evitar o crime. O Judiciário é o hospital dos direitos violados. Quando você busca o Judiciário, você já vai doente. Às vezes por mais que se estabeleça a saúde, não ficará tão bom como se não tivesse chegado a ficar doente. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Gostaria de saber a sua posição, enquanto procurador-geral de Justiça do DF, sobre temas como: combate à pirataria, defesa do FCO, segurança, “puxadinhos”, mobilidade urbana, desenvolvimento econômico regional. A concepção do procurador-geral é que tem lei para tudo isso, basta cumpri-las. Simples assim. Nesse caso, o papel do procurador-geral, como fiscal da lei, é oferecer estrutura para que os procuradores de cada área atuem com eficácia. Infelizmente, Brasília não dá bons exemplos de cumprimento das leis e temos que evitar o tal do “fato consumado”. Ele também precisa ser prevenido. Evitar invasão, prevenir. Depois que se faz, fica mais difícil se desfazer. Trabalharemos sempre nessa linha de atuação preventiva. O trabalho do senhor tem sido muito baseado na Defesa do Consumidor. O que o senhor tem a dizer sobre o outro lado, o dos empresários, uma vez que essa entrevista é para a Revista da Fecomércio-DF? Nesses 20 anos atuando na Promotoria de Defesa do Consumidor, aprendi a perceber que existem muitos empresários sérios, às vezes heróis mesmo. O Brasil precisa diminuir a burocracia, incentivar a atuação dos empreendedores. Precisamos acabar com a ideia de que os empresários são aqueles que querem tirar vantagem. Veja a quantidade de empresários que estão trabalhando, gerando empregos, movendo a economia de maneira séria, apesar das dificuldades. Aprendi que há muitos empresários que contribuem para o desenvolvimento da cidade e também que é preciso dialogar, se colocar no lugar do outro, perceber a dificuldade do outro para chegar a um consenso. Quando o empresário não é sério, ele nem aparece na Promotoria para se defender. Ele não merece nem esse título de “empresário”, uma vez que entra no mercado para aplicar golpes, sem CNPJ, sem endereço fixo, que lesa várias pessoas e depois desaparece. Esses são os que dão uma fama negativa a determinado setor. É importante que o consumidor, o governo, todos saibam distinguir essa situação. Outra coisa importante é lidar com a divergência sem que isso signifique tensão. Um diretor-jurídico de uma empresa, por exemplo, pode ler a mesma lei que eu e interpretá-la de outra maneira, e o fato de eu levar isso para o Judiciário não implica necessariamente um conflito. Significa que infelizmente não foi possível chegar a um consenso, mas que diante das circunstâncias do caso, deverá ser resolvido no Judiciário. Não se trata de uma briga, apenas levar a discussão para um fórum mais apropriado. A discussão é inerente. “Aprendi a perceber que existem muitos empresários sérios, às vezes heróis mesmo. O Brasil precisa diminuir a burocracia, incentivar a atuação dos empreendedores” 11 dia da mulher De casa para o mundo // Por Liliam Rezende Cada vez mais, mulheres montam empresas em casa e utilizam as redes sociais para impulsionar seus pequenos negócios E stamos vivendo um momento que pode ser considerado um marco para as mulheres empreendedoras. Hoje, no Brasil, elas já comandam um terço das pequenas e microempresas. Levantamento do Sebrae Nacional mostra que o número de mulheres empreendedoras cresce mais do que o de homens. Entre 2002 e 2012, o número de pessoas que montaram o próprio negócio cresceu 11% e foi bem maior entre as mulheres (18%) do que entre os homens, com apenas 8%. De acordo com a consultora em empreendedorismo, Carolina Oliveira, cada vez mais mulheres estão aderindo ao mundo dos negócios. “Já somos 2,6 milhões de empreendedoras no Brasil, o que não é por acaso. Cerca de 884 mil mulheres estruturam seus negócios em casa, enquanto apenas 366 mil homens conseguem essa façanha”. Criadora do “Mulher de Negócio” - escola que oferece oportunidades e ferramentas para as mulheres administrarem a própria empresa, Carolina acredita no papel fundamental da internet para impulsionar um projeto. “Ser uma empreendedora digital é utilizar a internet como ferramenta indispensável para a consolidação do seu negócio. Esteja você começando ou divulgando seu trabalho, saiba que seu público está na internet agora, procurando por alguma coisa que talvez você possa oferecer”. 12 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Sem amadorismo Já se foi o tempo em que usar as redes sociais era uma brincadeira, uma experimentação. Hoje, as empresas precisam postar conteúdos que despertem interesse e identificação, não só expor seus produtos e serviços, como explica Carolina, a partir de sua experiência profissional. “Começamos como um grupo fechado de discussão no Facebook, que, com o passar do tempo, estendeu sua atuação, e hoje, temos fanpage, site e perfil no Instagram. Utilizo todos esses canais para estar em contato constante com quem nos segue, oferecendo conteúdo de boa qualidade e buscando entender suas necessidades. Nada é feito de maneira aleatória. Nossa página no Facebook tem mais de 15 mil seguidores, o que comprova que grande parte do sucesso vem desse trabalho nas redes sociais”. Outro ponto determinante para o sucesso é ter cuidado com a mídia negativa, que corre com a mesma rapidez que a positiva. Revisar textos antes de postar, enviar materiais de alta qualidade para as redes, além de criar uma identificação visual única para a empresa, é fundamental. “Não adianta você ter o melhor produto, se a maneira que você o apresenta está inadequada. Ter uma identidade visual, uma logomarca bacana, um cartão de visita e fotos bem tiradas são cuidados essenciais. O contrário também não pode acontecer. Jamais publique fotos de produtos que não sejam seus, com imagens enganosas retiradas da internet. Não existe nada pior para uma empresa do que prometer algo e não cumprir”, reforça a consultora. zar sonhos. Isso é coisa de mulher. É claro que no mundo dos negócios não seria diferente, afinal as mulheres já têm afinidade com a rotina puxada e adversidades do dia a dia, sempre mantendo o controle com seriedade e criatividade. Mas como é possível desempenhar tantas funções? Para Lisa Lopes, 31 anos, proprietária da Realiza Eventos, a resposta é simples: “Nós, mulheres, nascemos para isso!” Mãe de três filhos, Lisa tinha como sonho de infância abrir uma empresa. “Eu sempre soube que teria um negócio e me imaginava no comando dos meus horários. Mas a gente cresce com os pais dizendo que o mais importante é ter uma carteira assinada e que ser empresário é coisa de sonhador.” Fotos: Raphael Carmona Multitarefadas Mulheres são empreendedoras por natureza. Administrar a rotina da casa, cuidar da educação e saúde filhos, dar atenção ao marido e ainda ter um tempinho para realiREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 13 Seguindo o conselho dos pais, Lisa embarcou na produção de eventos governamentais aos 18 anos. Foi contratada por empresas por meio das quais viajava e dedicava muitas horas do seu dia ao trabalho, ficando distante do primeiro filho, Ricardo. Tudo mudou quando o segundo filho, Enrique, nasceu. “A partir dali decidi que não seria mais empre- gada e sim dona do meu negócio”. Em abril de 2013 criou a Realiza Eventos, mas o começo não foi fácil. Lisa percebeu a necessidade de abrir uma microempresa, fazer cursos de gerenciamento e organizar bem suas atividades. “Quando embarquei no empreendedorismo, percebi que deveria planejar cada passo, afinal queria estar presente na vida dos meus filhos, contribuir no orçamento e ainda namorar meu marido”, afirma. Com o nascimento da terceira herdeira (Isadora, de apenas dois meses), Lisa conta que o diferencial do seu negócio é poder trabalhar em casa, mesmo com a filha ainda tão pequena e fazer a divulgação de seus produtos por meio das redes sociais. Jovem e talentosa Luisa Akemi chega a faturar R$ 10 mil por mês 14 Difícil de ser tomada para muitos, a decisão de ter um negócio próprio surgiu cedo para a jovem empresária Luisa Akemi Watanabe. Com 17 anos recém-completados, ela produz cupcakes em casa e, em um ano, viu a venda de seus doces quadruplicar, com quase 5 mil unidades fabricadas em dezembro, por conta do Natal. O faturamento também aumentou muito no período, chegando a R$ 25 mil. Menina prodígio, a determinada empreendedora começou a vender doces na escola com 14 anos e, de lá para cá, não parou mais. “Na época do colégio, produzia cupcakes simples e investia muito na qualidade deles, chegando a vender 60 por dia”, revela. Aos 16 anos, devido ao grande aumento da demanda, Luisa foi emancipada pela família e abriu sua microempresa. Depois, quando ainda estava no meio do semestre do 3º ano do colégio, passou no vestibular para Administração de Empresas, na UnB. “Minha mãe comenta que eu sempre fui um pouco à frente da minha idade. Desde nova eu já pensava em ganhar dinheiro para comprar meu apartamento”, conta. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Hoje, ela conta somente com o apoio dos pais para produzir as encomendas, sendo que a mãe ajuda a fazer a massa dos bolinhos e o pai faz as compras, já que a jovem ainda não dirige. Dessa forma, vende uma média de 2 mil doces por mês. Os preços variam, a partir de R$ 5,50 (o pequeno) e R$ 8,50 (o cupcake grande). Para tal resultado, ela garante que põe “a mão na massa”. “Eu trabalho mais de sexta a domingo. Começo às 8h e normalmente vou até 21h, 22h”, revela. Falar sobre os sabores que inspiram seu trabalho também é um prazer para Luisa, que assume ser muito perfeccionista - um dos segredos que considera para o sucesso. “Sou muito chata e detalhista. Isso incomodava no começo, eu tinha que repetir a receita que não estava boa o suficiente. Mas agora cheguei ao produto final com a qualidade que sempre idealizei”, diz. O faturamento atual gira em torno de R$10 mil ao mês. Para crescer ainda mais, a empresária está sempre preocupada em se aperfeiçoar. “Qualquer tempo livre que tenho estou estudando, lendo livros de Confeitaria, buscando na internet informações do mundo inteiro”. Para Luisa, aliás, a internet é o carro-chefe de seu sucesso. Por ser muito jovem sempre teve facilidade em lidar com as redes sociais. Criou a página no Facebook e Instagram, e graças a uma preocupação em manter os domínios atualizados diariamente com fotos, hoje já tem mais de 14 mil seguidores em cada. Além disso, utiliza apenas e-mail e whatsapp como forma de contato com os clientes, para encomendas e dúvidas. “Praticamente quase tudo é feito de forma virtual, desde o pedido, até o pagamento”. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Comércio eletrônico Luciana Santos tem 35 anos, é psicóloga e trabalha como gerente de RH em uma empresa privada, mas sempre quis empreender. Em 2013 ela criou em sua casa a Nariz Empinado, marca de acessórios finos, que passou a divulgar por meio de páginas na internet. A partir daí os amigos começaram a curtir, e os amigos dos amigos também. “As redes sociais são ferramentas fundamentais para o sucesso de qualquer empresa. Com essa ferramenta é possível mostrar o melhor que temos a oferecer”, afirma. Aos poucos o negócio foi crescendo e chegou à forma que tem hoje. “Há um ano abri a empresa como Micro Empreendedor Individual (MEI), e hoje ela tem um faturamento anual de R$ 60 mil, vendendo uma média de 150 peças por mês”, destaca. A matéria-prima é fornecida por artesãos, sendo todos ainda de fora de Brasília para, segundo Luciana, trazer algo diferente do que já existe no mercado interno. Além disso, todas as peças são feitas à mão, com montagem de cores exclusivas e total garantia. A loja física foi montada no apartamento da empresária. “Moro sozinha e pude transformar meu quarto de hóspedes em uma loja completa. Assim, sem os altos custos com estrutura física no comércio, consigo manter um preço de venda bastante competitivo”, destaca. Para que seu negócio cresça ainda mais, Luciana está finalizando o site da marca, pelo qual será possível vender os produtos para todo o Brasil. “O alcance do comércio eletrônico é enorme e a empresa chega aonde você menos imagina. Isso é incrível”. A expectativa da empresária é aumentar 50% as vendas já no primeiro mês. Ela acredita que utilizar o meio digital é um facilitador e também impulsionador de seu trabalho. “O segredo é trabalhar a rede como uma ferramenta que faz tanto a pré-venda, com a divulgação e estabelecendo vínculo com o cliente, como o pós-venda, monitorando e dando feedback”, complementa. Para ela, fatores como o baixo custo associado, facilidade de divulgação, além da quebra de barreira geográfica da comunicação, facilita muito as transações comerciais hoje. Outra vantagem do comércio eletrônico, apontado por Luciana, é que esse recurso funciona 24 horas por dia. “Essa ferramenta trabalha sem parar durante o ano todo, e a facilidade de receber a encomenda em casa também atrai cada vez mais clientes”, conclui. 15 Mono mon o o Caetan ig Por Rodr Telmo Ximenes 20 anos de El Paso O El Paso Texas completa duas décadas neste ano. O aniversário será marcado com muitas comemorações. Motivos para comemorar não faltam, tanto para o chef David Lechtig e seu sócio, Roberto, quanto para os frequentadores da casa. Para começar, puxe pela memória: no mundo atual, o que tem conseguido durar tanto? Poucas coisas. Ainda mais quando falamos de estabelecimentos comerciais. Depois, o tempo fez bem ao El Paso, que evoluiu em muitos sentidos desde que foi aberto, em 1995, ainda tendo Fanny - irmã de David – como a responsável pelo cardápio. A pegada era tex-mex, já que ela era formada em hotelaria pela Universidade de Houston, no Texas. De lá para cá, vieram alterações no perfil do cardápio, incrementos originais na decoração e ampliação do espaço, tudo em um movimento inteligente e extremamente calculado pelos proprietários. Fórmula de sucesso não existe, mas, nesse caso, pode-se atribuí-lo à qualidade mantida regularmente na cozinha e no serviço. Em qualquer lugar, há dias que nem tudo dá certo, mas lá sempre dá bem mais certo que errado graças ao carinho e respeito dos donos pelo público. Fica evidente o esforço para que ali seja um espaço de prazer, boa comida e drinks, risadas e diversão. // El Paso Texas 404 Sul, bloco C, loja 23 Tel. (61) 3323-4618 Terraço Shopping Tel. (61) 3233-5197 110 Norte, bloco B, loja 18 Tel. (61) 3349-6820 Viagens gastronômicas Londres The Palomar – Prepare o Dinner by Heston Blumenthal – A 34 Ruppert Street Telefone: +44 20 7439 8777 thepalomar.co.uk Mandarin Oriental Hyde Park - 66 Knightsbridge Telefone:+44 20 7201 3833 www.dinnerbyheston.com/ paladar. As mezzes (pratos em pequenas porções) do chef Tomer são para ficar na sua memória gustativa. As especiarias do Oriente Médio transbordam sabor em pratos como o polvo grelhado com hummus ou a tagine de barriga de porco com figos, damascos e haz el ranou. Faça reserva! 16 elegância do salão e do atendimento são apenas um pano de fundo para uma excelente refeição. Há opção no almoço de um menu a 38 libras com entrada, prato principal e sobremesa. Mas, caso possa gastar um pouco mais, prefira as opções a la carte como a famosa entrada de patê de fígado de ave com toque cítrico, servida em formato de tangerina com fatia de pão grelhada. Bom, do começo ao fim. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Mono mon http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/sitegastronomix Agende-se, Chefs nos Eixos vem aí Faça sua lista, escolha o horário, reforce o protetor solar e vá à luta. A segunda edição do Chefs nos Eixos promete deixar o Eixão ainda mais gostoso no domingo, 1º de março. A feira gastronômica ocorre das 10h às 17h, na altura da 111/211 Norte. Serão 48 quiosques com diferentes chefs da cidade, vendendo pratos gourmets a R$ 10, R$ 15 e R$ 20 além de oito food trucks. As próximas edições do Chefs nos Eixos já têm datas marcadas: 26 de abril – Eixo Monumental (Esplanada) 28 de junho – Eixão Sul 30 de agosto – Eixão Norte 18 de outubro – Eixão Sul Chefs nos Eixos – Valor dos pratos: R$ 10, R$ 15 e R$ 20 – Hora: das 10h as 17h Eu bebo gim Pequeno grande investimento Os chefs Ville Della Penna e Luiz Beto estão à frente da nova casa, localizada em Águas Claras. Além de prateleiras repletas de embutidos, bacon, presunto, salsichas, terrinas, galantinas, patês e confits, o estabelecimento também terá seu lado restaurante. Massas, pizzas, sanduíches, carnes e sobremesas podem ser degustados no local ou levados para casa. Os proprietários anunciam para breve a abertura de uma franquia no Plano Piloto - só a salumeria, sem o restaurante. //Piccolo Emporium Terça a sexta, das 10h às 22h, e sábados e domingos das 9h às 22h Vitrini Shopping Telefone: (61) 3797-1644 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Depois da onda das cervejas especiais, aguarde o movimento do gim. A bebida feita à base de zimbro ganha cada vez mais casas especializadas no mundo inteiro. Você já deve ter ouvido falar dos gins produzidos em larga escala como Gordon’s, Tanqueray, Beefeater e Bombay. Porém, há centenas deles que são trabalhados com muito esmero. São infusionados com ingredientes e especiarias que fazem toda a diferença quando batem no copo com gelo. Em boas casas no Rio e em São Paulo, já existe uma carta própria para bebida. Acompanhe esse movimento. Em São Paulo Gin Mare Mr. Man: Rua Beatriz, 150 Telefone: (11) 3030-7100 www.marman.com.br Gins tradicionais Santa Luzia Al. Lorena, 1.471 Telefone: (11) 3897-5000 www.santaluzia.com Empório Santa Maria Av. Cidade Jardin, 790 Telefone: (11) 3706-5211 www.emporiosantamaria.com.br 17 seguro Novas regras //Por Silvia Melo Medidas alteram normas para concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas A partir deste ano, empresários e trabalhadores terão que se adaptar às mudanças nas regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. Publicadas no Diário Oficial da União em 30 de dezembro de 2014, as medidas provisórias (MPs) 664 e 665 tornam mais rigorosas as concessões do abono salarial, da pensão por morte, do auxílio-doença, do seguro-desemprego, do seguro-defeso dos pescadores artesanais, entre outros. Para os empresários, a medida de maior impacto negativo é a que altera os prazos do auxílio-doença, enquanto as mudanças para concessão do seguro-desemprego podem ter impacto positivo. As novas regras passaram a valer logo após a publicação, mas precisam ter a validade confirmada pelo Congresso Nacional em até 120 dias. A alteração nos prazos para concessão do auxílio-doença trará ônus para as empresas, já que, de acordo com a MP 664, o empregado que se afastar por mais de 30 dias receberá pela empresa o salário desses 30 primeiros dias e, a partir do 31º dia, ficará por conta da Previdência Social. Antes, a empresa pagava os primeiros 15 dias e, a partir do 16º, o funcionário recebia pelo INSS. “É uma irresponsabilidade do governo. Tudo que acontece dentro de uma má gestão quem paga é o empresário e o trabalhador”, afirma Irenaldo Pereira Lima, empresário da área de segurança privada. Proprietário da empresa Soberana, que possui 866 funcionários registrados, ele lembra que existe muita fraude na área de atestados, pois qualquer pessoa pode comprar um. Como presidente do Sindicato das Empresas de Segurança do Distrito Federal, Irenaldo está mobilizando os empresários da área para fazer um levantamento da quantidade de atestados falsos que as empresas recebem. “Vamos mostrar que essa questão dos atestados é muito mais séria do que se pensa”, afirma. Para mudar a situação e evitar prejuízos, o empresário disse que ficou mais rigoroso em relação aos atestados apresentados pelos funcionários. A primeira medida que tomou para evitar fraudes foi exigir a homologação de atestados a partir de um dia de afastamento do trabalho em uma clínica especializada. A regra começou a valer em 2 de janeiro e já deu resultados. “A quantidade de atestados nesses meses caiu bastante. Toda segunda-feira recebíamos em torno de três a quatro. Agora recebemos um, tem semana que nem tem mais atestado”, destaca. A empresária Viviane Grandi, do Cristiano Costa Para o empresário Irenaldo Lima, as mudanças são uma irresponsabilidade do governo, paga pelos empresários 18 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Kálice Restaurante, nunca teve problemas com seus 18 funcionários em relação a atestados, mas acredita que a medida vai prejudicar bastante as empresas. “É ruim porque antes muitas pessoas não queriam parar de trabalhar por mais de 15 dias para evitar entrar pelo INSS. Com essa medida, eles poderão se afastar por 30 dias e continuarão recebendo normalmente pela empresa e só depois é que terão que buscar o auxílio pelo governo”, explica. // Seguro-desemprego A principal alteração na concessão do seguro-desemprego refere-se ao prazo de carência. Antes era preciso trabalhar por seis meses para ter direito. Agora, para ter acesso pela primeira vez ao benefício serão necessários 18 meses de trabalho nos últimos dois anos imediatamente anteriores à data da dispensa, ou seja, nos 24 meses antes da data da dispensa, o trabalhador tem que ter recebido salários em 18 meses. O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, defende o direito dos trabalhadores e acredita que o melhor caminho para ajustar o sistema previdenciário é uma fiscalização mais rigorosa na concessão dos benefícios. “Nós presenciamos nos últimos anos muitas pessoas querendo trabalhar sem ter o respectivo registro, porque estavam fazendo uso do beneficio do auxílio-desemprego. Isso é ilegal”, afirma. O empresário Irenaldo Lima acredita que as alterações podem ajudar a reduzir algumas fraudes que ocorrem atualmente entre empregador e empregado, como negociações para demissões, nas quais o empregado que não quer mais trabalhar ao invés de pedir demissão, pede que a empresa o demita para receber FGTS e seguro-desemprego. Outra situação comum é a que o presidente Adelmir relatou, da pessoa que pede para começar a trabalhar sem registro para continuar a receber o benefício e o salário ao mesmo tempo. “Não admito neREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 nhuma dessas situações”, destaca Irenaldo, lembrando que o aumento do prazo de carência para receber o seguro, de seis para 18 meses, vai reduzir a rotatividade dentro da empresa. “Agora, para receber o benefício, o trabalhador terá que ficar mais tempo na empresa”, afirma. Viviane Grandi concorda. “Agora os empregados terão que demonstrar mais responsabilidade na empresa porque sabem que se forem demitidos antes do prazo, não terão direito ao seguro-desemprego”, afirma. Povo fala “Acho justa a medida do seguro-desemprego porque muita gente trabalha seis meses só para ter direito ao benefício. Quando chega o prazo, pedem demissão e ficam alguns meses em casa. Quando o seguro acaba buscam emprego. A medida vai segurar mais as pessoas na empresa porque sabem que se saírem antes não receberão nada”. Raphael Carmona Evandir de Sousa Ataíde, 51 anos, motorista Raphael Carmona “A medida atrapalha o trabalhador porque já é difícil achar emprego e se você entra em uma empresa e não gosta do ambiente de trabalho a tendência é sair. Já pensou ter que aguentar uma situação ruim por mais de um ano para ter seus direitos garantidos? A pessoa trabalhou de qualquer forma e tem que ter direito de receber”. Paula Hiorrana, 19 anos, estudante “Sou contra aumentar o prazo para concessão do seguro-desemprego porque o governo, ao invés de criar medidas para favorecer a população, faz é dificultar. Não concordo com as alterações do auxílio-doença porque vão onerar ainda mais as empresas, que já pagam tantos impostos. Ambas não favorecem nem o trabalhador nem o empresário”. Raphael Carmona Francisco Rossi, 47 anos, empresário Raphael Carmona “Não acho boas as alterações na lei porque prejudicam o trabalhador. Tem gente que precisa pedir demissão e, se faz isso antes desse prazo, não tem direito a nada. Acho que deveria continuar como antes. Sobre o auxílio-doença, para o trabalhador não muda muito, pois, se precisar se afastar por muito tempo, terá que fazer perícia no INSS mesmo”. Larissa Emanuelle, 16 anos, promotora de vendas 19 jogos Games em alta //Por Andrea Ventura Mercado de jogos eletrônicos está em expansão e Brasília acompanha esse crescimento U ma brincadeira que para muitos começa ainda na infância tomou ares de gente grande. De acordo com estudo encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o segmento de games, o mercado mundial de jogos digitais movimentou US$ 57 bilhões em 2010. Em 2011 o setor movimentou US$ 74 bilhões, e as previsões indicam que deverá ultrapassar US$ 82 bilhões em 2015. No Brasil estima-se que o mercado já esteja perto de US$ 3 bilhões. Um dos motivos do crescimento dos jogos digitais é que atualmente eles são consumidos por crianças, mulheres e idosos, e não somente por jovens do sexo masculino. E o seu uso ultrapassa o entretenimento, pois são aplicados em atividades de educação, pesquisas científicas e treinamentos em empresas. Apesar das dificuldades, comuns a todo empreendedor, quem trabalha com o setor afirma que o segmento é promissor. Tanto que há escolas especializadas em ensinar quem deseja atuar na área. Outra característica comum do segmento é a realização. Os desenvolvedores de jogos garantem: fazem o que gostam e chegam a confundir trabalho com lazer. Professor do curso Técnico de 20 Programação de Jogos Digitais, no IESB, Paulo Lepletier, acredita que o mercado de games é global e crescente. “Não é localizado, você faz jogos para o mundo”, conta o professor, que leciona há um ano e meio. A tese de que esse mercado é crescente se confirma com a procura de alunos. “Há muita procura, mas as pessoas têm uma visão romântica de que será só diversão”. Ele explica que desenvolver um jogo leva tempo e dá trabalho. Um jogo de grande porte pode levar cerca de um ano e meio para ser finalizado. O professor acredita que o aluno aprende a desenvolver um game com o curso, que tem a duração de um ano. Paulo ressalta que há várias aplicabilidades para os jogos: para trazer conhecimento na área de ensino como na Medicina, ao serem usados em simuladores de cirurgias; em treinamento de funcionários nas empresas; em jogos para redes sociais, como o Facebook, entre outros. Os alunos são das mais variadas idades e o único pré-requisito é ter conhecimento em Informática. “Vários alunos desejam abrir uma empresa. Muitos começam fazendo jogos sozinhos, mas têm que mostrar que sabem fazer jogos”, esclarece. Além de lecionar, o professor também é empresário. Sua empresa, a Capirotos Code Builder, existe há oito meses. Lançou seu primeiro jogo em outubro de 2014, para a plataforma Google Play, voltada para celulares Android e já conta com cerca de 150 downloads. Os jogos são gratuitos e são disponibilizados com o intuito de divulgar o trabalho do professor. Sua inspiração vem com o seu dia a dia. Em fevereiro, por exemplo, lançou o Petro Hell, uma crítica ao escândalo da Petrobras. “Estamos na era do desenvolvimento de games. Muitos profissionais brasileiros estão trabalhando lá fora. Esse é o sonho de muitos amigos”, conta Paulo. Apesar de o professor acreditar que o desenvolvimento de jogos é uma profissão como outra qualquer, é viciante e prazeroso. // Pioneirismo Quem endossa isso é o empresário Saulo Camarotti, da Behold Studios, uma das empresas de games pioneiras em Brasília. “No início a gente não via a possibilidade de trabalhar com outra coisa e hoje eu já tenho uma filosofia de vida. Tenho um trabalho que o pessoal chama de lifestyle job, que reflete nosso estilo de vida. Acordar feliz, ir para o trabalho feliz e dormir feliz. Eu já vou para o trabalho que é o meu lazer, já é a minha vida”, define. Mas o começo não foi fácil. Com cinco anos de existência, a empresa, que começou como um projeto de alunos REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 da Universidade de Brasília, já teve que fechar as portas. No início eram Camarotti e um sócio, que saiu e ele se viu sozinho. “Decidi abrir de novo, cortei a zero todos os gastos, não tinha mais funcionário”, conta. Então, durante oito meses ele ia todos os dias ao café de uma livraria da cidade, junto com uns amigos que queriam o empreendedor como sócio. “Era o nosso escritório. A gente não gastava nada e não tínhamos a preocupação de uma empresa”, avalia. Depois de oito meses um investidor conheceu o trabalho dos jovens por meio da incubadora. “Marquei de encontrar com ele na Livraria e ele achou incrível porque, depois de tanta dificuldade, a gente ainda estava ali, persistindo”, lembra. Com o investimento, os jovens alugaram uma sala. “Na mesma época lançamos um jogo que deu tão certo que, em dez meses, a gente comprou a empresa de volta do investidor”, comemora. Agora a Behold está localizada no Lago Norte, tem 12 funcionários e cinco sócios. Camarotti tem 28 anos. “Mas desde os 12 já comecei a fazer joguinhos de forma experimental”, conta. Formado em Ciência da Computação, o empresário é estudante de Filosofia. Desde sempre acreditou que poderia trabalhar com o que gosta. “No final do curso na UnB participamos de suas competições internacionais na área. Ganhamos as duas e isso nos motivou muito a mim e ao meu sócio. Foi quando vimos que isso poderia se tornar algo sério”, ressalta A empresa é especializada em jogos eletrônicos para todas as plataformas. Os jogos para computadores e celulares são os mais procurados. No ano que vem será a primeira vez que serão criados para videogame. “Temos um projeto em andamento que deverá ser lançado no final do ano que vem para Playstation 4 e Xbox. Somos um dos poucos no Brasil que tiveram essa oportunidade”, ressalta. A empresa de Saulo já recebeu 30 indicações e em 15 recebeu premiações. Para isso investe em seus profisREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 sionais. “Em março a equipe vai para São Francisco (Califórnia, EUA), onde acontece a maior conferência de desenvolvedores de jogos”, explica. Tanto investimento resulta em uma receita anual de cerca de R$ 1,5 milhão. Seu público é formado essencialmente por jogadores dos Estados Unidos, seguido por Canadá, Inglaterra, Alemanha, Japão e Brasil. “Mas o mercado consumidor do Brasil é excelente e só cresce”, conta. Quem consome esses jogos tem entre 20 e 30 anos e 75% são do sexo masculino. Os jogos produzidos na Behold são autorais e não dependem da demanda de mercado. “A inspiração vem daqui”, Camarotti aponta para o coração. “O que a gente quer fazer é jogar. Por isso, chamamos de autoral. Entendemos que se gostamos, os outros vão gostar e tem dado certo”, finaliza. // Novidade em breve Desde 2011 o empresário e desenvolvedor de games Igor Rafael de Souza, 25 anos, abriu a Fira Soft, especializada em jogos. Os colegas do curso de Ciência da Computação tiveram a ideia de desenvolver jogos. Hoje a empresa possui seis sócios. “Trabalhamos com jogos sob demanda e autorais, para PC e dispositivos móveis. Os jogos que fazemos por demanda são para atender a empresas que fazem treinamento e campanhas publicitárias”, conta. Para ele, seu maior desafio é desenvolver games e administrar a empresa ao mesmo tempo. “Desenvolver algo que eu goste e que ao mesmo tempo seja comercial”, define. Um jogo chamado autoral pode levar de um ano a um ano e meio para ser desenvolvido. Mas os jogos solicitados por empresas podem ser desenvolvidos de dois a três meses. Seu maior público também é de jogadores dos Estados Unidos. A empresa de Igor está desenvolvendo um jogo para console. “A expectativa é grande, acreditamos que será um marco na empresa”. A entrega deste desafio ainda não tem prazo. Como jovem e empreendedor, a desconfiança de empresas que contratam os serviços pode acontecer. “Mas é uma desconfiança inicial. Além disso, cada sócio tem sua função específica”, conta. Para quem deseja entrar na área, ele avisa:“para começar é preciso fazer games e qualquer um pode fazer, só precisa gostar e ter vontade”, ensina. Cristiano Costa Saulo Camarotti, da Behold Studios: de incubadora a empresa estabelecida, com 12 funcionários 21 //gente Cristiano Costa Clarice Semerene Arquiteta Nascida para a arquitetura Nascida e criada em Brasília, Clarice Semerene, de 33 anos, sempre soube que um dia seria arquiteta. Desde pequena suas brincadeiras envolviam desenhar planta baixa e construir casas com qualquer peça que encontrasse pelo caminho. Crescer aqui foi sua grande influência. “Sempre fui atenta à cidade e me lembro de vivências ricas na infância. Eu tinha curiosidade sobre como eram os apartamentos em cada edifício, até hoje isso me atrai. Brasília era como um grande parque de diversões, cheia de experiências diferentes. Ainda enxergo a arquitetura com os mesmo olhos”, conta. Proprietária da Semerene-Arquitetura Interior, Clarice se formou Para deficientes e idosos O empresário e tradutor de Libras, Raul de Oliveira Ribeiro, de 28 anos, é um dos responsáveis pela criação de dois dispositivos que vão melhorar bastante a vida das pessoas com deficiência auditiva e de idosos. Por meio da empresa Orpa Eletronics, da qual é um dos sócios com Orlan Almeida e Paul Holdel, desenvolveu um despertador para surdos e um chaveiro que ajudará a monitorar pessoas com deficiência e idosos. O despertador, chamado de Wake Up Deaf surgiu da necessidade de um amigo surdo, acordar na hora certa. “Apesar de possuir vibracall nos celulares, a vibração é fraca e o aparelho não pode ficar embaixo do travesseiro, pois as ondas de radiofrequência são prejudiciais 22 à saúde”, explica. A utilização do aparelho é feita com o celular. “Na hora programada, o celular envia um comando via bluetooth para o dispositivo que vibra e assim acorda o usuário”, destaca. Por enquanto, ainda não está à venda, pois a empresa está em busca de investimento para produção em escala do produto. O Click Help é um microtelefone em formato de chaveiro com dimensões reduzidas, que possui GPS, canal de rádiofrequência, botão de pânico, microfone e altofalante. Com o canal de rádiofrequência é possível identificar se a pessoa saiu de casa e, com o GPS, localizá-la. Ele também tem o botão de pânico que envia um SMS para telefones cadastrados. //Por Silvia Melo pelo UniCeub, em 2006, e possui título de Master em Interior Design pelo Politécnico de Milão, em 2010. Atualmente, seus trabalhos são voltados principalmente para interior design residencial, corporativo e comercial. “Meus projetos são centrados nos seres humanos, nas suas necessidades emocionais. Por isso o nome ‘Semerene - Arquitetura Interior’, pois os espaços residenciais devem refletir a necessidade interior do cliente. Meu trabalho é “fisgar” essas memórias afetivas e traduzir para o espaço”, explica. Recentemente ela projetou o Bistrô Bom Demais, no CCBB. “Atualmente, estou desenvolvendo projeto de um restaurante e uma loja de discos”. Raphael Carmona Raul de Oliveira Sócio da Orpa Eletronics REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Raphael Carmona Iracema Torres Empresária pioneira Apaixonada por moda Trabalhar muito, ter amor pelo que faz, não ter medo de viver crises e acreditar em dias melhores. Para a empresária Iracema Torres, de 70 anos, proprietária de uma loja de roupas femininas que funciona há 25 anos em Brasília, esse conjunto de ações é o segredo do seu sucesso profissional. Nascida em Porto Alegre, Iracema foi pioneira das grifes mineiras em Brasília. Apaixonada por moda, está há mais de 30 anos na área do comércio. “Comecei em casa, vendendo para as amigas roupas de marcas famosas de Minas Gerais. Deu certo e tive coragem de abrir uma loja”, relembra. Casada e mãe de dois filhos, hoje ela conta com a ajuda da filha, que é psicóloga, para gerenciar a loja. “Ela me dá muita força e segurança para trabalhar. Isso ajuda muito. Sem ela, acho que não daria conta”, afirma. A loja, que leva seu nome e fica na Asa Sul, tem como diferencial o atendimento. “Além de ter uma equipe muito boa que está há anos comigo, temos um carinho muito grande pelas clientes, que algumas vezes vão à loja para bater um papo e tomar um cafezinho”, destaca, lembrando que receber os clientes sempre com um sorriso, um abraço e muito carinho faz a diferença. “Tem que estar sempre inovando e criando. É preciso acreditar no seu trabalho e não ter medo de enfrentar os problemas”, afirma a empresária, que está vestindo a terceira geração de suas clientes. O maranhense Ênio Silveira Barra, de 31 anos, veio para Brasília em setembro de 2002 em busca de melhores oportunidades de trabalho. Fazendo atualmente faculdade de Administração de Empresas, possui 15 anos de experiência no varejo, dos quais 10 dedicados à Lojas Americanas, onde começou como operador de caixa e ocupou os cargos de fiscal de caixa, superior de seção e gerente comercial. Trabalhou por mais três anos e meio como gerente da loja Tesouro de Ouro e atualmente ocupa a gerência da loja Camicado, do Pátio Brasil Shopping, desde julho de 2014. Qual seu maior desafio? Fazer com que a Camicado seja REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Raphael Carmona //Sua Excelência, o gerente uma empresa reconhecida. O que é preciso fazer para ter sucesso na área gerencial? Lidar com as pessoas ao seu redor e fazer com que entendam que bom atendimento, foco na venda e boa apresentação da loja são essenciais. Que dicas daria para quem quer se tornar gerente? Para se tornar gerente a pessoa tem que se destacar nas funções que exerce e mostrar resultados. Tem que ter muita dedicação e gostar do que faz. Qual o segredo do bom atendimento? Conhecer o produto, gostar do que está vendendo e entender o que o cliente busca na loja. Ênio Silveira gerente da Camicado 23 conjuntura A maneira certa de cobrar //Por Fabíola Souza Com inadimplência e endividamento crescentes, empresário deve ficar atento à forma como as dívidas podem ser cobradas dos clientes O ano de 2015 começou com um quadro de inflação ascendente, juros altos, desvalorização do Real e baixo crescimento da economia brasileira. Nesse cenário, muitos consumidores acabam assumindo dívidas que não conseguem quitar. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), o percentual de famílias com algum tipo de dívida na capital do País foi de 80,9% em janeiro, considerando que o universo das famílias com contas em atraso foi de 59.866. Nesta matéria, a Revista Fecomércio-DF dá dicas de como o empresariado local pode realizar cobranças de maneira correta e tentar evitar o quadro de inadimplência na empresa. O administrador de empresas, Josué Ribeiro Guimarães, é proprietário da empresa EmCOB Cobrança, especializada na recuperação de títulos atrasados para grandes, médias e pequenas empresas de qualquer segmento. Segundo Josué, existem vários títulos que são possíveis de serem cobrados e que o comércio pratica, como carnê próprio, promissória, cheque ou boleto. “Há três maneiras de se fazer a cobrança, por meio de Raphael Carmona Josué Ribeiro: “Normalmente as empresas têm um tempo de tolerância para o cliente quitar o débito” 24 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 uma empresa especializada, com cobrança extrajudicial, por um advogado para pleitear judicialmente ou mesmo ter a própria estrutura dentro da empresa”, explica. De acordo com o administrador, a cobrança pode iniciar no dia seguinte após o vencimento, pois legalmente nada impede o empresário de cobrar. Mas esclarece que normalmente as empresas têm um tempo de tolerância para o cliente quitar o débito. Há empresas que dão cinco, 15 ou mesmo 30 dias após o vencimento. Isso é uma regra de cada companhia. Normalmente, os estabelecimentos terceirizam esse tipo de serviço após 30 ou 60 dias de atraso. “As formas mais tradicionais de cobrança são pela emissão de carta, telefonemas, mensagens de texto, como SMS ou por TTS, uma ferramenta de mensagem de voz”, aponta Josué. A melhor maneira de fazer o cliente pagar o débito é sempre manter contato. Ele afirma que a cobrança até 30 dias é mais fácil. Cerca de 70% a 80% dos casos o pagamento ocorre de forma espontânea. Depois de 60 dias começa a ser mais difícil. “É importante sempre manter essa comunicação. Não é que você vai fazer com que ele tenha dinheiro, mas fazer com que ele se lembre de você na hora que ele tiver”, analisa. Sobre processos judiciais, Josué afirma que é necessário primeiro avaliar o valor da dívida, pois há os gastos com advogados e com as custas do processo. Se o montante for pequeno, é preciso calcular se a ação compensa. Para tentar evitar calote, Guimarães sugere extinguir o recebimento de cheques. Para ele, cheque é sinônimo de aborrecimento. “Tem muita gente desonesta que utiliza desse título. O ideal é sempre consultar o Serasa e o SPC. Conferir se a pessoas tem o nome sujo, se tem emprego. Mas é difícil conREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 sultar todos esses dados do cliente na hora da compra”, afirma. A EmCOB Cobrança só recebe pelo serviço quando tem êxito e é negociada uma porcentagem em cima do valor recuperado. //Cobrança terceirizada Osney Monteiro Carvalho é responsável pelo departamento de Contas a Receber do Senac-DF. Atualmente, a instituição tem 6.846 alunos. Segundo ele, o Senac liga para o estudante quinze dias após o vencimento. Caso o aluno continue inadimplente, é enviada uma carta 45 dias após a data de pagamento. Se mesmo assim a conta não for paga, com 60 dias o débito é enviado para a empresa de cobrança que presta serviço para o Senac e eles entram em contato novamente com o aluno com uma correspondência registrada. “Se o aluno não se manifestar em até 90 dias, a instituição entra com um processo de conciliação no Tribunal de Justiça. Na reunião tentamos a melhor negociação possível, tanto para o Senac como para o aluno”, aponta Carvalho. Nas últimas conciliações, 98% dos casos terminaram em acordo. A instituição recebe pagamentos no cartão de crédito e débito e boleto bancário. Desde agosto de 2013 o Senac-DF não aceita pagamento em cheques para evitar problemas. No ato da matrícula, é consultado o CPF do aluno no SPC. “Se ele também tiver alguma pendência da nossa instituição, já é identificado no nosso sistema e a matrícula não pode ser efetuada”, diz. Segundo Osney, a inadimplência na instituição é baixa. Apenas 10% do total de alunos não costumam honrar com os vencimentos. A instituição preferiu terceirizar o serviço de cobrança. “Não temos estrutura, espaço ou equipe. Se tivesse precisaríamos no mínimo de três funcionários”, aponta Carvalho. O que diz o Código de Defesa do Consumidor: O Código de Defesa do Consumidor (CDC) não traz oposição alguma à realização de cobrança das dívidas pelas empresas credoras. O que se pode punir eventualmente é a maneira abusiva com que as cobranças podem ser realizadas. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipóteses de engano justificável. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou lazer: detenção de três meses a um ano e multa. 25 incentivo Projeto abre espaço para futuros atletas Cristiano Costa //Por Andrea Ventura Sesc Triatlhon + forma jovens na modalidade com o objetivo de descobrir novos talentos S er um atleta profissional é o sonho de muitas crianças. Estimulados pela TV muitos veem no jogador de futebol, da natação ou do vôlei a concretização de uma vida melhor alcançada pelo esporte. O Sesc ajuda a encontrar esse caminho por meio de projetos de iniciação esportiva. Um deles é o Sesc Triathlon +, com foco em atender crianças com idade entre 8 e 14 anos, em situação de vulnerabilidade social e que atendam a critérios estabelecidos, como renda familiar de até três salários mínimos e que estejam matriculados em escola pública. O objetivo é descobrir novos talentos e dar oportunidade para a prática desportiva. O Sesc fornece todas as condições para a prática da modalidade, como materiais que incluem sunga ou maiô e bicicletas, espaço e professores para a realização dos treinos. Os pequenos atletas não precisam ter conhecimento no esporte. Além da estrutura e uniforme, os participantes recebem atendimento médico, nutricional e odontológico e passam por avaliações. As aulas são segundas, quartas e sextas, sempre no contraturno escolar. A iniciativa visa complementar os efeitos positivos que o Triathlon gera nas comunidades onde é praticado, possibilitando que as crianças aprendam valores de cidadania, liderança e companheirismo. Além de formar novos atletas, o projeto garante condições sociais mínimas para os jovens. As crianças têm contato com a 26 disciplina do esporte, a superação e a importância de batalhar pelos sonhos. O projeto existe há três anos. As 40 vagas eram disponibilizadas nas unidades do Gama e Ceilândia. Em 2015 passa a atender somente em Ceilândia. O supervisor de atividades e coordenador do projeto Carlos Eduardo Fernandes, conhecido como Cadu, considera que o projeto é muito importante. “Ele retira a garotada da rua, dá oportunidades que eles não teriam acesso por ser o Triatlhon um esporte elitizado”, explica. Outra vantagem, segundo Cadu, é a evolução de crianças que entraram no projeto, como é o caso do jovem Lucas Souza Dettman, 16 anos, morador de Ceilândia. Ele entrou no Sesc Triatlhon + há dois anos e praticava apenas natação. Hoje é um dos destaques do projeto. “Ele evoluiu bastante, queremos inseri-lo em provas fora de Brasília”, aponta. “O projeto mudou a minha vida. Aprendi a correr, nadar e pedalar certinho. Na escola também melhorei minhas notas. Eu me esforço bastante, tento dar o meu máximo”, revela o menino. “Quero ser atleta profissional e entrar no Exército”. Gilcéia Leandro de Souza, a mãe, diz que ele adquiriu disciplina e responsabilidade. “Se não fosse o Sesc, meus filhos estariam em casa vendo TV. É maravilhoso, principalmente para quem não tem recursos”, reve- la. Ela tem três filhos e já conseguiu inscrever Natália, a filha de 12 anos. //Diversidade esportiva O Sesc oferece diversas modalidades esportivas para todas as idades. São mais de 30 tipos de esporte como futebol de areia, basquete, capoeira, caratê, ciclismo indoor, futebol society, futsal, hidroginástica, ioga, jiu-jítsu, judô, kung-fu, muay thay, musculação, natação, pilates, entre outros. O Sesc oferece ainda o Programa Esportivo Social do Sesc (Pesc) e o Sesc Olímpico. Por meio deles, investe na formação de futuros atletas por meio da prática de modalidades esportivas, com o objetivo de descobrir talentos. O Sesc fornece todas as condições para os treinos. @sescdf /sescdistritofederal REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 tercerização A SEU dispor //Por Sacha Bourdette Personalização de serviços é a nova tendência para suprir as necessidades de uma classe com renda em ascensão G rande motor da economia local, o setor de serviços representa 93,3% de toda atividade econômica do Distrito Federal, segundo a última pesquisa realizada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Responsável por movimentar a renda da capital, o segmento fortalece uma nova tendência de emprego: a personalização dos serviços. Com a falta de tempo e a demanda por atividades diferenciadas, empresários enxergaram novas oportunidades profissionais. A onda é suprir as vontades de uma classe com renda em ascensão e satisfazer necessidades bem específicas de clientes com desejos e perfis singulares. De acordo com dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de serviços cresceu 6,2% em 2014. Para a psicóloga e diretora de Recursos Humanos do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), existe uma tendência de terceirização dos serviços. “Este movimento, sem volta, acontece em função da transformação que está ocorrendo em nossa sociedade quanto ao estilo de vida. A mulher cada vez mais com foco na carreira externa, a correria e falta de tempo são alguns fatores. É uma transformação percebida em todos os países que se encontram em um patamar de desenvolvimento crescente. Apesar de a economia brasileira estar sofrendo em 2015, as pessoas já adquiriram esses novos hábitos”, apontou. “Hoje ninguém tem mais tempo de ir à loja de material de construção, verificar o que é necessário e acompanhar diariamente a obra ” Fotos: Cristiano Costa Victor Maia M2 Construtora De olho pelo dono O crédito financeiro ajudou a aquecer o ramo da construção civil. Atento às demandas do setor, sejam de pequenas ou grandes obras, o diretor técnico da M2 Construtora, Victor Maia, não pensou duas vezes e abriu em 2007 a sua empresa. Ele acompanha reformas, elabora projetos e presta toda a consultoria até a entrega da chave. “Hoje ninguém tem mais tempo de ir à loja de material de construção, verificar o que é necessário e acompanhar dia28 riamente a obra. O nosso serviço é suprir essa necessidade. Como sou engenheiro civil, estou nas obras constantemente, cuido de toda relação entre os profissionais envolvidos, sejam arquitetos, empreiteiros e pedreiros, e também com relação à documentação e ao projeto”, explicou. Atualmente, com oito obras em andamento, Victor afirma que uma das facilidades é que o cliente consegue ter o respaldo de uma única REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 pessoa, o que garante mais segurança. “Estamos no processo da obra desde o início e isso faz com que a execução seja mais rápida e com custos reduzidos, uma vez que seguimos um planejamento. Hoje a M2 atua em dois segmentos: de edificações prediais e de casas. Contamos com equipe própria e parceiros que atuam em áreas específicas. Dar comodidade é o nosso produto principal, fazer com que a pessoa realize seu sonho dentro do seu orçamento, no prazo estimado e sem que ela tenha que interromper suas atividades diárias com a obra”, garantiu. O valor do serviço varia de projeto e a empresa adianta que para este ano planeja inserir um novo modelo de atividade que é vender casa na planta. Para a cliente da M2 e professora, Mareni Broch, construção era sinônimo de dor de cabeça, mas com a consultoria teve a casa entregue em seis meses. “Ficava perdida quando o assunto era obra. Por isso, optei por fechar negócio com um serviço que me oferecesse garantia, pois já tive problemas no passado. Comprei uma casa na Asa Sul e a empresa cuidou de tudo. Demoliram, fizeram a limpeza do lote, cuidaram da documentação e supervisionavam constantemente a obra. Não tive problemas, inclusive indiquei para amigos. Me entregaram a casa prontinha”, assegurou. Visual novo Que mulher nunca ficou na dúvida do que vestir? Se para algumas pode ser fácil escolher, para outras pode ser um desafio. Dedicada a ajudar quem considera se vestir bem um desafio, a personal stylist de O Sapato Amarelo, Karol Stahr, oferece diversos serviços de consultoria de imagem. Formada em Moda, ela já foi responsável pelo figurino e maquiagem da Rede Record Centro-Oeste, além de assessorar a imagem do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 “Os looks são uma inspiração para usar, principalmente nos dias corridos” Karol Stahr personal stylist quando ainda era ministra. Atualmente, atende clientes que buscam desde maquiagem à montagem completa de looks. Segundo Karol, o objetivo do serviço é valorizar a imagem e sugerir técnicas para as clientes que querem conhecer seu estilo pessoal e melhorar a imagem. “A partir do estilo de vida de cada pessoa forneço todas as informações técnicas para que a cliente consiga se vestir de acordo como ela é. Outro serviço é o de compras guiadas durante 4h no shopping, baseadas no orçamento e nas necessidades. Há também o serviço de closet, no qual vou até a casa da cliente, faço uma limpeza e monto 20 looks. Vejo o que funciona e mostro o modo como usar as peças do guarda-roupa. Por conta dessa consultoria, a cliente acaba tendo economia por ela saber o que funciona nela, como e o que comprar”, detalhou. “Quando falamos de estilo, envolvemos a personalidade. A cliente consegue se descobrir nesse universo e mostrar como ela quer se ver. Os looks são uma inspiração para usar, principalmente nos dias corridos”, contou Karol. A profissional já atendeu mais de 300 mulheres em Brasília e cada consultoria custa em média R$ 550 e há pacotes de atendimentos. O trabalho com uma cliente dura de duas a três semanas e são quatro encontros se a cliente quiser todos os serviços. A cada ano ou seis meses, é possível ainda fazer uma reciclagem. Para a engenheira civil, Hinara Mattos, a consultoria servirá para escolher melhor as roupas e com mais rapidez. “É a primeira vez que contrato o serviço de consultoria. Optei pelo pacote completo e estou adorando. Contratei para aprender a me vestir melhor, principalmente para o trabalho. Quero aprender a comprar as roupas certas, pois às vezes compramos e depois as peças ficam em casa, guardadas no armário e nunca usamos. Ela está me ajudando a ser até mais rápida na construção do look e já comecei a ter a noção do que melhor se encaixa em mim. Pretendo melhorar a minha imagem, principalmente profissional”, revelou. 29 Carro escolhido e vendido Opções de carros não faltam, assim como as ofertas de automóveis pela cidade. No Distrito Federal são 106 concessionárias de veículos novos. Desse número, são 47 marcas e 65 modelos, que contam ainda com diversas cores e versões. Os preços variam de R$ 25 mil a R$ 103 mil. Os dados são do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do DF. Com tantas alternativas, o desafio é encontrar o carro ideal. Para ajudar nessa tarefa, consultorias automotivas escolhem, compram, vendem e até mesmo acompanham a manutenção dos veículos regularmente. O empresário da Confiance Personal Car, Leonardo Bedran, abriu o negócio em 2011 enxergando uma oportunidade. Ele foi servidor público durante oito anos, mas decidiu se dedicar à consultoria de carros. “Sempre me interessei por automóveis. Por isso, muitas pessoas me procuravam para ajudar a comprar e vender os veículos, além de me pedirem dicas. Foi a partir daí que percebi uma demanda. Hoje, atendo mais de 250 clientes no DF. O valor varia muito de serviço e veículo. Para vender, por exemplo, o preço é de R$ 500”, revelou. A atividade de Leonardo engloba consultoria mecânica, compra e venda, seguros, documentações, higienização em domicílio, revisões e reparos. “Eu converso com o cliente 30 para saber quais as suas necessidades, é um serviço bem pessoal. Traço o perfil e mostro opções de carros. Envio relatório por e-mail e por whatsapp, se o cliente preferir. Facilito a vida das pessoas que não têm tempo. Mantenho contato constante, e, principalmente, por conta da correria eles acabam esquecendo de calibrar os pneus e conferir trocas. Atendo muitas mulheres e o meu serviço dá a elas mais segurança. Eu acompanho as vendas, também levo carros para mecânica e para revisões”, explicou. O delegado da Polícia Civil, Rafael Ferreira, queria vender seus carros, mas não tinha muita experiência e tempo para anunciar. Ele escolheu os serviços de Leonardo para realizar a “ponte” da venda. ”Há dois anos a empresa vendeu o meu antigo Polo em uma semana. Em janeiro, contratei novamente o serviço e em cinco dias o meu Cruze já estava vendido. Ele conhece os canais para anunciar, possui referências e uma rede de contatos confiáveis. Este serviço facilita a vida das pessoas e com preço justo. Ele já conhece como funciona e os melhores negócios de compra e venda, inclusive me aconselhou a fazer alguns reparos antes de vender para conseguir um preço melhor. Já indiquei o serviço para dois amigos”, contou. “Sempre gostei de carros, e as pessoas então me procuravam para ajudar a vender os veículos” Leonardo Bedran Dono da Confiance Personal Car REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Banho e tosa delivery O Brasil possui a segunda maior população de pets do mundo. Para atender à demanda, o mercado de pet shops cresce 17% ao ano e fatura cerca de R$ 14 bilhões. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para disputar em um segmento concorrido, os donos de lojas de animais buscam reinventar os serviços e imprimir diferenciais. No mercado há três anos, o Expresso Pet Móvel, é comandado pelo empresário Tiago Daniel Pereira. Para trazer comodidade aos donos de cães e gatos, ele oferece banho e tosa em domicílio. Com uma van equipada com banheira, secador, caixa d’água e acessórios para tosa, Tiago teve a REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 ideia de criar o negócio quando viu uma reportagem sobre a atividade em São Paulo. “Já tinha trabalhado em um Pet Shop e vi que poderia me diferenciar. Montei a minha empresa e hoje atendo a 20 clientes por dia no Lago Sul. O animal fica mais tranquilo, pois com o serviço em domicílio, ele não se estressa em uma gaiola ao lado de outros bichos. Além disso, não há o risco de pegar pulgas e carrapatos. O atendimento dura em média 30 minutos e o banho custa R$ 38 e com a tosa fica R$ 120. Ofereço pacotes semanais e quinzenais”, destaca. Segundo a estudante, Taís Freitas, o serviço de pet shop em residência traz mais comodidade. “O “Montei a minha empresa e hoje atendo a 20 clientes por dia no Lago Sul ” Tiago Pereira Proprietário do Expresso Pet Móvel meu tempo é muito corrido porque estudo muito para vestibulares de Medicina e concursos. Esse serviço facilita a minha rotina, poupa o tempo que eu levaria para levar até um pet shop convencional e trazer de volta para casa. É um conforto para a minha cachorra, pois ela fica limpinha e feliz, sem precisar sair de casa e se misturar com outros cães”, ressalta. 31 tributação Cristiano Costa Saiba quanto está pagando //Por Por Luciana Corrêa Com a discriminação dos impostos no cupom fiscal, tanto empresários quanto consumidores sabem quanto realmente se paga por um produto ou serviço T anto os empresários, órgãos responsáveis por tributos e fiscalização, quanto os consumidores concordam com a importância da Lei da Transparência (12.741/2012) ao exigir a emissão dos tributos federais, estaduais e municipais nos documentos fiscais ou equivalentes ou em cartazes visíveis (para optantes pelo Simples Nacional - Microempresas e empresas de pequeno porte). Saber o quanto realmente se paga por um produto ou serviço se tornou unanimidade. Empresários de todo o País tiveram seis meses prorrogados por mais um ano para adaptarem-se. Entretanto, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), apenas 21% dos empresários do Distrito Federal estão trabalhando de acordo com a lei. 32 O coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explica que há duas formas de se adaptar à lei: fazendo a identificação da carga tributária na nota fiscal ou no cupom, ou por meio de cartazes (para optantes do Simples). “Para as notas fiscais impressas, é preciso que o sistema esteja habilitado para receber os valores. No caso de cartaz, deve estar visível, próximo do lugar de pagamento ou da mercadoria. Em um restaurante, por exemplo, o ideal é que esteja próximo ao caixa. Se houver garçons, deve estar nas paredes ou no cardápio, com fácil acesso. Em lojas ou supermercados pode ser afixado nas gôndolas, em etiquetas, mas nunca no próprio produto”, destaca. “Para quem quiser utilizar a tecnologia, a divulgação do valor pode ser em meio eletrônico, em sistemas internos de TV, por exemplo. No site do IBPT (deolhonoimposto.ibpt.org.br) o empresário pode se cadastrar e descobrir como fazer os cálculos”, complementa. Para o microempreendedor individual não há obrigatoriedade, mas Gilberto destaca os benefícios da divulgação dos dados, que servem para todos: primeiro para que os empreendedores saibam exatamente quanto pagam para o governo, e, segundo, para que o cliente entenda que existe uma carga tributária embutida no produto ou serviço pago. “A educação tributária acontecerá naturalmente. Os empresários poderão mostrar para o consumidor que não é só lucro, que tem uma carga no valor do produto. Quando ele precisar aumentar o preREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 ço, ele estará repassando impostos”, explica o presidente. “É muito importante o empresário mostrar que não só lucra. É importante também que o consumidor possa cobrar do governo como está indo a aplicação do imposto pago”, conclui. //Orientação Desde janeiro de 2015 a fiscalização do Instituto de Defesa do Consumidor, o Procon-DF, já começou e, segundo o diretor-geral do órgão, Paulo Marcio Sampaio, a aplicabilidade da lei foi postergada por um ano para que os empresários pudessem se adaptar com mais facilidade antes que a fiscalização iniciasse. “Estamos apenas cumprindo a legislação. Ela determina que a partir do dia 1º de janeiro deste ano, passássemos a observar que as empresas têm a obrigação de escrever no cupom fiscal a carga tributária que incide sobre produtos ou serviços. A lei excepciona a condição para a microempresa e empreendedores individuais apenas”, explica. Com o baixo número de empresas adequadas à lei, Sampaio alerta que é para todos se organizarem. “A legislação foi bastante benevolente diante dos prazos dados e prorrogados. Não é uma surpresa para o empresariado se adaptar eletronicamente ou de forma conveniente para cumprir a legislação que está em vigor”, alerta. A assessora jurídica da direção-geral do Procon-DF, Luciana Manes, explica que a multa é calculada com base no porte da empresa. “A infração viola o direito da informação, e é claro que depende também dos agravantes e atenuantes. É o Departamento Jurídico que faz a ponderação, avaliando caso a caso, mas o valor mínimo é de R$ 414. Destaco que os microempreendedores individuais e microempresas recebem o benefício da multa mínima, em caso de não-reincidência”, destaca. O diretor-geral do Procon observa ainda que a multa é a consequênREVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 cia de uma autuação feita sob uma notificação prévia. “Sempre há a possibilidade de se adequar à legislação e não ser multado, mas em caso de reincidências não há mais o que fazer. O caráter da aplicabilidade da lei não é meramente punitivo e sim educativo. Estamos orientando as empresas para que observem a legislação, mas enfatizo que, no âmbito jurídico, não cabe a ninguém o desconhecimento da lei”, conclui. //De olho A empregada pública, Tamara Carolina Guimarães Barcelos, já tinha conhecimento da lei do imposto na nota fiscal, mas não sabia que já era obrigatório. “É muito importante sabermos o quanto pagamos. Acabei de comprar carne e fui olhar as notas do supermercado e dos chuveiros que comprei para minha casa nova. Fiquei horrorizada, pois quase 50% são só de tributo”, conta. Tamara é casada e tem um filho, e, para ela, o mais interessante é saber para qual imposto está se destinando seu dinheiro. “Surpreendo-me com os valores, mas saber que cada recolhimento tem um destino é muito bom. Assim, poderemos cobrar do governo as melhorias”, destaca. Um dos funcionários do Depar- tamento de Tecnologia do Grupo Arezzo, Alisson Oliveira, conta que faz um ano que todos os cupons fiscais da empresa são impressos com os tributos. Alisson explica que o processo de adaptação do sistema é muito simples, que é preciso apenas os valores do imposto que o desenvolvedor irá colocar no sistema. “Entramos em contato com a contabilidade para configurar. É claro que depende um pouco do software. O nosso é desenvolvido já com adaptação em todos os estados. Eu acredito que muitos ainda não se adaptaram por causa dos sistemas. Mas é só configurar os campos para colocar os cálculos dos impostos,”, conclui. Edinei Oliveira, do Departamento Financeiro do grupo, explica que normalmente o governo define as matrizes de economia, faz os ajustes dos impostos e repassa para o empresário depois para o consumidor, e fala da importância da lei. “Antes, o consumidor não tinha ideia de quanto chegava para ele. Pela discriminação, fica cada vez mais claro o que acontece no consumo. E o que mais importa é poder visualizar no que ele está comprando quanto de fato está pagando de imposto e de produto”. Raphael Carmona Gilberto do Amaral, do IBPT: “A educação tributária acontecerá naturalmente” 33 Fotos: Cristiano Costa capa Cada vez mais perto da crise // Por Daniel Alcântara O ano de 2015 começou com más notícias para o setor produtivo do Distrito Federal. Apesar do DF não ser afetado por racionamentos, estão previstos vários reajustes em impostos e nas tarifas de água e energia. Com isso, o custo para manter um empreendimento aumenta e o ambiente de negócios fica cada vez mais difícil. Nesse cenário, o empresário precisa economizar para não repassar o aumento significativo das contas para os clientes. Em 2015, esse será um dos maiores desafios para os empreendimentos. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) informou Água e energia mais caras, impostos reajustados: este ano será o mais crítico para os empresários nos últimos tempos que, a partir do dia 1º de março, a tarifa de água e esgoto sofrerá um aumento de 16,20%. Em agosto de 2014, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste de 18,88% nas contas de luz do DF. Para este ano, segundo a Aneel, são esperadas ainda mais duas elevações nas contas de energia; a proposta passará por consulta pública e voltará a ser analisada pela Aneel. Na opinião do especialista em Direito Tributário, Jaques Veloso, a autorização de aumento depende da planilha de variação de custo apresentada por cada concessionária. Dessa forma, a variável é enorme, desde custos de produção, investi- mentos realizados até níveis salariais. Segundo ele, o aumento desse custo pode refletir diretamente no preço ao consumidor. Só que esse reajuste sempre gera um efeito cascata. “O aumento do custo de manutenção do negócio terá que ser repassado ao preço. É uma lógica matemática”, explica. Ele também acredita que o impacto no preço não será linear, dependerá de negócio a negócio. “Os empresários terão que calcular o peso dos insumos em seus custos e repassar ao preço final. Uma alternativa será reduzir a margem de lucro, o que me parece mais complicado, por já estar restrita atualmente”, informa. //Criatividade na crise Alguns empresários já estão economizando. Formas criativas de racionamento estão sendo implantadas para amenizar os custos. Um bom exemplo é o restaurante Babel, localizado na Asa Sul, que reduziu drasticamente sua conta de energia. O custo que antes era por volta de R$ 1,9 mil, hoje não ultrapassa os R$ 232. Ações simples e eficazes foram tomadas no estabelecimento, como o processo Cook and Chill, que consiste em resfriar ou congelar rapidamente alimentos logo após a cocção, a fim de evitar a proliferação de bactérias, contaminação e preservar suas qualidades. Assim, todo o alimento da semana é produzido em apenas um dia; reduzindo o consumo de energia, água e gás. “Como não tenho produção todos os dias na cozinha, acabo economizando no uso do fogão, forno e outros utensílios. Após o preparo, a comida fica embalada à vácuo e é levada ao freezer. Assim que o pedido sai é só retirar o produto, grelhar e servir”, explica o proprietário do estabelecimento, Diego Koppe, que é formado em Gastronomia, com MBA em Gestão de Custos e Administração. O restaurante também instalou luzes de LED na cozinha e reaproveita a água que sai da lavadora de pratos na limpeza do piso da cozinha e da varanda, além de regar as plantas. “Antes, a lavagem do chão era feita com vários baldes e detergente. Hoje, reutilizamos a água da lavadora de louça que tem um ciclo de 25 litros de água”, ressalta Koppe, que, além dessas medidas, também incentiva os funcionários a economizarem durante o trabalho. “Tenho cinco funcionários que estão encaixados perfeitamente na índole de economizar. Parte do valor economizado nas contas vai para a caixa dos funcionários, o que acaba sendo uma motivação para eles”, completa. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Mudanças drásticas: Diego Koppe, do restaurante Babel, diminuiu o custo de energia de R$ 1,9 mil para R$ 232 // Maior alta O reajuste da tarifa de água no DF é o maior anunciada em todo o País, mesmo com os níveis dos reservatórios do Sistema Descoberto e do Sistema Santa Maria/Torto acima da média, como informou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). “Os níveis dos nossos reservatórios estão dentro da normalidade para o período do ano. Entretanto, a Caesb já vem efetuando campanhas junto à população no sentido de que se adote o uso racional da água disponibilizada”, explicou em nota a companhia. Em São Paulo, por exemplo, onde os níveis dos reservatórios estão baixos, o aumento será de 6,49%; na Paraíba 9,98%; e em Porto Alegre será de 3,69%. De acordo com a Adasa, o cálculo da tarifa em Brasília levou em consideração a inflação do último ano, de 6,41%, o bônus-desconto para os que gastaram menos água, os investimentos realizados entre 2008 e 2014 pela Caesb e os custos com avaliações dos ativos da concessão da Base de Ativos Regulatória da concessionária. O Taguatinga Shopping é um dos empreendimentos que se encaixam no hall de empresas sustentáveis. Instalou no fim do ano passado um sistema de captação da água da chuva, totalizando 1.288m² de área de captação. “São oito tubos de PVC, cada um com 150mm de série reforçada, quatro de cada lado e com dois pontos de alívio de vazão, o que garante a segurança do escoamento no caso de chuvas torrenciais”, informou o gerente de Operações do centro de compras, Jerônimo Camilo Soares. Ele explica ainda que a água da chuva que cai nessa área é conduzida pela tubulação a um reservatório com capacidade de armazenamento de 150m³, o que corresponde a 150 mil litros de água. O projeto foi elaborado em parceria com a empresa Protieng e levou em consideração a média histórica anual de precipitação de chuva no DF. Baseado na eficiência do sistema de captação, que chega a 90%, e considerando a quantidade de chuvas, estima-se que o projeto terá um aproveitamento da água em cerca de 1.787m³ ao ano. “A utilização do sistema é, prioritariamente, para irriga35 Jerônimo Camilo, gerente de Operações, mostra o sistema de captação da água da chuva do Taguatinga Shopping ção de áreas de jardim, higienização das dependências, descargas e torres de condensação”, indica Jerônimo. “A captação parcial da água da chuva minimiza, inclusive, os problemas de alagamento das ruas e avenidas das cidades. Buscar alternativas e fazer uso da criatividade para minimizar esses impactos têm sido o objetivo dos profissionais do centro de compras”, conclui. A Caesb incentiva esse tipo de projeto para captação de água da chuva. Porém, é preciso estar em conformidade com os padrões estabelecidos pela companhia, a fim de evitar a contaminação da água tratada distribuída pela Caesb, bem como fixar critérios para o lançamento dos efluentes desses sistemas na rede pública de esgoto. A água proveniente dos sistemas de captação deve ser exclusivamente usada para: irriga36 ção não pressurizada de jardins e áreas verdes; lavagem de veículos automotores, de pisos e calçadas; tanques e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes; torres de resfriamento de sistemas de ar-condicionado central; descarga em vasos sanitários, desde que submetida a um tratamento simplificado. A empresa informa ainda que os projetos de sistemas de reuso de água ou de aproveitamento de água pluvial devem primar pelo princípio da sustentabilidade, contemplar soluções economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente adequadas. “O consumidor dos serviços da Caesb que adotar sistemas de reuso de água ou de aproveitamento de água pluvial em suas edificações passa à condição de produtor desse tipo de insumo e torna-se responsável pela sua gestão qualitativa e quantitativa”, explica a companhia. // Substituição A substituição de sistema a gás, por tecnologia elétrica associada à eliminação de produtos de limpeza, como o desincrustante, e a redução do detergente neutro, nocivos ao meio ambiente, fazem parte do Projeto 21 da rede de culinária italiana rápida Spoleto. Essa nova alternativa já atingiu uma redução de 40% nas contas de água. “Com o uso do fogão de indução reduzimos a sujeira nas frigideiras. Nesse aspecto, reduzimos os produtos de limpeza e o tempo em que as torneiras ficam abertas na hora de lavar a louça”, explica a consultora de negócios do Spoleto, Liliane Cury. Ela também enfatiza que com a troca do fogão a gás pelo modelo de indução, a temperatura das lojas diminuiu. “O custo-benefício para o franqueado ficou melhor e ainda temos uma compensação nas contas de água, já que o cenário atual não é favorável ao comerciante”, explica Liliane. O setor de beleza também está preocupado com a atual conjuntura da economia. Salões de beleza do DF estão racionando água e mudando os hábitos. Há mais de três décadas no mercado, a rede de salões, a rede Hélio vem se adequando à nova realidade. “Extinguimos as bacias de água para pés e mãos e introduzimos no mercado a luva descartável com o produto hidratante para amaciar a cutícula, dentro da própria luva. Outro desafio que também introduzimos nesse segmento de salões, para economizar água e energia foi o uso das toalhas descartáveis, que, além da economia de água, também é muito mais higiênico e evita a contaminação por fungos”, explica Hélio Nakanishi, proprietário da rede de salões. “Também usamos a água do ar-condicionado para molhar os jardins da área externa do salão”, diz. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Até os supermercados de maior porte, como o Extra e Pão de Açúcar, estão operando em caráter emergencial. Os dois supermercados vêm promovendo nos últimos meses a troca de torneiras e descargas para redução de vazão e mais de 50% delas já contabilizaram uma redução de 20% no consumo de água. Com relação à energia, a empresa criou, em 2014, um comitê de eficiência energética que visa reduzir em 25% o consumo de energia do hipermercado, por meio de redução da potência instalada de iluminação e automação dos sistemas de refrigeração e ar-condicionado, por exemplo. Além disso, foram promovidos a divulgação de um guia de boas práticas para as lojas e o lançamento de uma campanha de incentivo para redução de consumo de energia, com a premiação de lojas com o melhor desempenho na redução do consumo. O presidente do Sindicato dos REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Supermercados do DF (Sindisuper), Antônio Tadeu Perón, explica que é difícil quantificar qual será o impacto do aumento das contas de água e energia para o setor de mercados. Porém, de acordo com ele, é evidente que esse aumento impacta na transferência para o preço dos produtos. “Toda a forma de economia é bem-vinda para não repassar os preços aos clientes. O limite para esse procedimento é o da segurança alimentar dos consumidores”, diz Perón. “Já tenho conhecimento de empresas que usam o sistema de geradores de energia na hora de pico, entre as 17h e 20h”, ressalta Perón. //Luz de Led A gerente de Marketing da academia Cia Athletica, Gizelle Cerqueira, conta que por causa dos aumentos nas contas de energia, o estabelecimento deu início à troca de luminárias por lâmpadas de LED, o que Na rede Spoleto, houve a substituição do sistema a gás pelo fogão de indução, resultando em menos sujeira nas frigideiras e menos água para lavá-las 37 gerou uma economia de 15%. “Iniciamos uma campanha de conscientização do uso de ar-condicionado nas salas de ginástica. Antes, o professor deixava ligado o dia inteiro, para quando começassem as aulas a sala já estar refrigerada. Hoje, isso já não acontece. Nos vestiários, colocamos placas sobre o uso da sauna e do secador”, diz Gizelle. O empreendimento também desenvolveu uma campanha publicitária para promover o racionamento da água, chamada “Não deixe a água entrar em extinção. Evite o desperdício”. “Com o aumento abusivo, o empresário não dará conta de arcar sozinho com este aumento. A diferença de valor nas últimas contas está pesando no nosso orçamento. Se não der certo a economia, em janeiro do próximo ano, quando reajustarmos a mensalidade, teremos que repassar um pouco mais do que nosso reajuste fixo, que hoje é de apenas 7%”, afirma Gizelle. A academia possui 2,8 mil alunos, 15 funcionários diretos e 60 indiretos. //Conscientização A Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (Febrac) orienta aos mais de 11 mil associados a economizarem. Para o presidente da entidade, Edgar Segato Neto, no Centro-Oeste ainda não se sente a crise de água e energia como em outros estados. Porém, é preciso ficar atento. “Recomendamos às empresas associadas trocarem os aparelhos velhos, que consomem mais energia e são menos eficazes, por produtos novos e eficientes. Por exemplo, temos equipamentos que usam o vapor como modo de limpeza, que o consumo é menor”, explica Edgar. A Febrac também sugere que as empresas usem equipamentos com alta pressão, que são eficientes e gastam menos na hora de lavar um ambiente grande. Combustíveis Brasília também está entre os primeiros do ranking quando o quesito é aumento no preço da gasolina. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a capital do País está entre as cinco cidades com a gasolina mais cara de todo o Brasil, registrando uma alta de 8,83%, relativo a fevereiro de 2015, que ultrapassa a média nacional (7,59%). Atualmente, o brasiliense desembolsa cerca de R$ 3,50 por litro, o que equivale a R$ 175 para encher um tanque de 50 litros. “Enquanto o mundo todo revê seus preços nos combustíveis, repassando a profícua queda do barril de petróleo, hoje na casa de US$ 48, o Brasil novamente anda na contramão dos acontecimentos, marcando a história de forma contraditória, penalizando os brasileiros que necessitam de seus veículos para se locomoverem e até sobreviverem”, lamenta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis- DF), José Carlos Ulhoa Fonseca. 38 O presidente do Sindicombustíveis-DF, José Carlos Ulhôa, diz ainda que é evidente que qualquer setor da economia que se vê pressionado com repasses de novos tributos em suas mercadorias, cujos valores é obrigado a repassar em face de sua estrutura de custos, sente profundamente seus reflexos na queda da demanda. “O consumidor está sufocado com tantos aumentos e o combustível é matéria-prima para sua sobrevivência, no seu transporte diário ou mesmo no impacto que causa nos preços dos produtos finais, tendo em vista os fretes praticados pelas transportadoras que, automaticamente, são também corrigidos”, conclui José Carlos. A mudança nos preços é consequência dos reajustes nas alíquotas do PIS e da Cofins sobre os combustíveis, estabelecendo um aumento do litro da gasolina em R$ 0,22 nas refinarias, e de R$ 0,15 do diesel. “Estima-se por exemplo que o setor atacadista do Distrito Federal gaste em torno de R$ 20 milhões em combustível mensalmente, ou seja, certa de R$ 240 milhões ao ano. Portanto, qualquer aumento nesse insumo impacta a economia local, como também o aumento da água e da energia”, explica Jaques Veloso. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 TO ON PR FOTO DO LOCAL ESTILO SERVIÇO. ESTILO PRODUTO. ESTILO VOCÊ. Lojas de 31m2 a 700m2 em Open Mall, num ponto privilegiado de Águas Claras. O melhor negócio é empreender com o seu próprio estilo. INVESTIR EM ÁGUAS CLARAS É UM EXCELENTE NEGÓCIO. Águas Claras oferece excelentes condições para receber investimentos: fácil acesso, ótima infraestrutura, lazer e qualidade de vida, com população estimada em 135 mil habitantes *, formada por muitos jovens de classe média alta com renda bruta mensal de R$ 9.175 e alta demanda por comércio. O lugar certo para investir. SAIBA POR QUE GARANTIR UMA LOJA NO PARKSTYLE MALL. 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Realização: BOLETIM DA CONJUNTURA IMOBILIÁRIA S Í N T E S E O mercado imobiliário no Distrito Federal reflete a situação da economia brasileira. Com a estagnação momentânea do crescimento econômico Preços e Oferta de imóveis têm um comportamento de acomodação, ainda em cadência de espera por definições concretas e efetivas da política econômica do Governo Federal. Os dois principais índices do SECOVI-DF – Locação e Comercialização – apresentam leve variação, seguindo a tendência dos principais índices de medidas da inflação. ÍNDICE DE PREÇOS Variação Mensal 1,80% 0,00% IGP - M Dezembro Janeiro ÍNDICE DE RENTABILIDADE IMOBILIÁRIA Residencial IPC 0,62 0,38 0,76 0,67 % % % % IPCA INCC 0,30 0,78 1,62 1,24 % % % % 0,08 0,92 % % O mês de janeiro apresenta uma retomada do processo inflacionário, originado pela pressão de consumo típica de fim de ano. Os principais indicadores de diferentes setores da economia sofreram alta. apto 1 quarto 0,45 0,40 0,39 Águas Claras IGP - DI % Brasília O Índice de rentabilidade mede o quanto o aluguel de determinado imóvel rende ao ano em relação ao seu valor venal Veja mais no Boletim Completo em nosso site. % Guará % ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF Locação Comercialização 114,000 112,620 111,220 110,848 110,869 110,039 109,963 124,121 124,366 124,331 127,000 123,000 121,828 123,713 124,054 124,833 107,558 104,000 jan14 mar 14 mai 14 jul 14 set 14 nov 14 jan 15 O Índice imobiliário SECOVI DF reflete o comportamento geral dos preços de aluguel e de venda dos imóveis ofertados no DF. Demonstra as tendências do mercado imobiliário auxiliando nas tomadas de decisão. 109,000 jan14 mar 14 mai 14 jul 14 set 14 nov 14 jan 15 VEJA O BOLETIM COMPLETO NO SITE: www.secovidf.com.br Leve sua imobiliária para o SECOVI-DF: 3321 4444 //empresário do mês Os reis do frango no pote Os jovens Igor Campos e Thierry Silva conciliam faculdade com seu primeiro negócio, a franquia do BFC (Brazilian Fried Chicken) //Por Líliam Rezende Raphael Carmona I gor Campos tem 23 anos, está no último ano de Engenharia Civil e sempre quis ter uma empresa no ramo alimentício. Thierry Silva, da mesma idade, está prestes a se formar em Direito e compartilhava do mesmo sonho. Amigos de infância, eles decidiram se tornar sócios e começaram a buscar um negócio juntos desde que tinham 17 anos. Hoje, são donos de uma marca consolidada há um ano no mercado de fast food da cidade – o BFC (Brazilian Fried Chicken). Segundo Igor, a proposta é oferecer aos brasilienses porções especiais de frango frito no pote. “Nosso carro-chefe é o frango, consumido tradicionalmente nos Estados Unidos, mas com um tempero bem brasileiro e opções de molho, que não são comuns lá fora”, informa. O começo não foi fácil. Igor explica que do planejamento até a abertura, que aconteceu no começo do ano passado, foram cinco anos de preparação, R$ 300 mil investidos, R$ 210 mil reinvestidos e dificuldades que quase os levaram a desistir. “Por inexperiência cometemos alguns erros no início do processo. Mas depois, com capacitação e pesquisa de campo conseguimos chegar ao produto final, de forma profissional e com a logística adequada para obter retorno.” Hoje, os sócios contabilizam uma média de 400 pedidos por dia e afirmam que conseguiram criar um negócio com retorno em curto prazo. Os empresários também dizem que os produtos têm preço acessível e apenas um balde pode saciar várias pessoas. “Nós temos o pote pequeno, o médio e o grande, que podem REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 ser divididos. Isso faz com que o custo-benefício compense para os clientes”. Promover a expansão sem estourar o orçamento foi um dos motivos que levaram os brasilienses a decidirem franquear o BFC. Os sócios querem levar seu produto de Brasília aos quatro cantos do País. “Criamos a marca pensando no mercado de franquias. Depois de um ano com a nossa primeira loja de teste, chegamos ao padrão que precisávamos para expandir. O processo de franquear a marca está em curso”, destacam os sócios. Para completar, o próximo passo da dupla é abrir uma loja em um shopping. “Já estamos em fase final de negociação do local. Esperamos que essa loja seja a vitrine da nossa marca e o começo da expansão.” Uma das preocupações da marca é a opinião dos consumidores. Para tal, eles mantém um departamento de criação e gerenciamento das redes sociais, além de um espaço aberto aos clientes para críticas e sugestões, com respostas enviadas em um prazo de até 24 horas. O retorno e a atenção ao que o cliente tem a dizer é um grande diferencial no mercado hoje. “Nós já temos mais de 12 mil curtidas na página do facebook. O consumidor é atendido como prioridade para a empresa. Hoje temos um produto final melhor graças às considerações deles”, conclui. 41 feiras Itinerantes, mas regularizadas //Por Fabíola Souza A Câmara Legislativa aprovou o Projeto de Lei n° 2.072/2014, mas ainda falta ser sancionado pelo governador para entrar em vigor A ainda falta a sanção do governador do DF, Rodrigo Rollemberg, para a lei começar a vigorar. De acordo com o projeto, as feiras itinerantes realizadas em locais abertos ou fechados dependem de alvará de funcionamento expedido pela Administração Regional, que deverá ser solicitado pelo menos 45 dias antes da data programada para o evento. No alvará de funcionamento deve constar a razão social do promotor da feira, a lotação máxima e no caso de ser em local fechado, o horário de funcionamento e o período de permanência – que não poderá ser superior a uma semana. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Edson de Castro, essa é uma luta de muitos anos da entidade no intuito de proteger os empresários. “A lei será muito positiva. Para se ter uma ideia de como o comércio está desprotegido, várias lojas estão fechando suas portas. E os maiores motivos dos encerramento das atividades foram as feiras que tiram dinheiro do comércio, além da falta de segurança e dos aluguéis caros”, ressalta Castro. De acordo com o último levantamento feito pela entidade em fevereiro deste ano, em todo o Plano Piloto mais de 670 lojas foram fechadas por conta de vários motivos, como os aluguéis caros, a insegurança, mas também pela concorrência desleal e predatória das feiras. Castro afirma que atualmente há uma média de Raphael Carmona s feiras itinerantes são assunto que incomoda os comerciantes do Distrito Federal, pois na maioria das vezes são instaladas sem aviso prévio e provocam uma concorrência desleal com os lojistas. Para regulamentar essa atividade, a Câmara Legislativa publicou no Diário Oficial o Projeto de Lei (PL) 2.072/2014 que altera o dispositivo da Lei 4.748, de 2 de fevereiro de 2012. Na prática, a matéria regulamenta o funcionamento das feiras itinerantes, que precisarão de aprovação formal de no mínimo 60% dos lojistas legalmente estabelecidos nos empreendimentos para funcionar perto de shoppings ou centros comerciais. Entretanto, 42 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 quatro mil lojas fechadas em todo o DF. “Para cada loja fechada é preciso multiplicar por três, que é o número mínimo de funcionários que cada loja possui. Isso dá um total de 12 mil empregos diretos aniquilados, sem contar os indiretos. É uma situação de penúria”, lamenta. O presidente defende que as feiras provocam queda no recolhimento de impostos, além de baixar a venda dos lojistas. “O lojista paga imposto, gera empregos, recolhe a contribuição sindical e chega sábado e domingo ele perde vendas para as feiras, que não contribuem para a economia do DF”, aponta. A empresária Glaucia Monteiro, proprietária da marca de moda feminina Azyme, tem dois estabelecimentos, um na Asa Sul e outro no Gilberto Salomão. Segundo ela, quase todo o final de semana ocorrem feiras itinerantes no local. “Como elas são realizadas aos sábados e domingos, muitos clientes não gostam de vir porque eles ficam sem lugar para estacionar”, diz. Em uma comparação, ela afirma que o sábado é o melhor dia para a loja na Asa Sul e não acontece o mesmo na loja do shopping por conta da concorrência desleal que existe por lá. Glaucia defende o projeto de lei e diz que ele criará uma burocracia maior para as feiras se instalarem. De acordo com ela, mesmo que os feirantes paguem pelo espaço no final de semana para expor, quem paga efetivamente os gastos são os lojistas. “Nós é que pagamos a conta de luz, água, higienização dos banheiros, pois as contas são rateadas pelas lojas, além do condomínio e do aluguel da loja”, afirma. // Outro lado A produtora da BSB Mix, Simone Coutinho, disse não saber sobre o Projeto de Lei e ressalta que atualmente o evento sofre a pior fase desde a sua criação, que ocorreu há REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 19 anos. “Antigamente, nós tínhamos 29 tendas e hoje estamos com apenas 18. As pessoas estão sem dinheiro para gastar, por isso hoje a gente faz dois eventos no máximo por mês, quando não é um por mês”, declara. De acordo com Coutinho, para participar da feira o expositor precisa passa por um critério, deve ter firma registrada e apresentar toda a documentação exigida. “Desde o início do ano temos toda a nossa programação e temos alvará. É um trabalho conjunto com a Defesa Civil, Corpo de Bombeiro, Secretaria de Segurança Pública. Tudo tem que ser autorizado”, ressalta Simone, que acredita ser inviável a realização do evento caso passe a ser necessária a autorização dos lojistas locais para que as feiras ocorram. A produtora defende que a BSB Mix incentiva a cultura brasiliense. Para ela, os microempreendedores individuais, como é o caso da maioria dos expositores, não tem dinheiro para montar a própria loja e que o evento proporciona um espaço para os artesãos da cidade terem oportunidade para mostrarem seus trabalhos. “Uma média de 70% dos expositores são do DF. Antigamente, tínhamos muita gente de fora, mas devido ao aumento de passagem, de hospedagem, os custos não valem mais a pena”, diz. A taxa cobrada para o expositor participar da feira é de R$ 70. PROJETO DE LEI Nº 2.072/2014 • Altera dispositivo da Lei 4.748/2012, que dispõe sobre regularização, organização e funcionamento das feiras livres e permanentes no DF • As feiras itinerantes realizadas em locais abertos ou fechados dependem de alvará de funcionamento expedido pela Administração Regional e serão objeto de legislação específica, observando-se desde já o seguinte: • classifica-se como feira itinerante a exposição temporária, de caráter eventual, oriunda de outras localidades e do DF, de produtos industrializados e beneficiados, organizados em estandes específicos, com ou sem vendas a varejo ou atacado; • consideram-se local aberto, para efeito do que trata este artigo, os logradouros públicos ou áreas de terreno devidamente estruturadas para tal fim; • consideram-se local fechado, para efeito do que trata este artigo, clubes, galpões, centros de exposições e eventos, armazéns e similares, devidamente estruturados para tal fim e onde a entrada do público possa ser controlada. • O requerimento para expedição do alvará de funcionamento deve ser protocolado em não menos de 45 dias antes da data programada para o início do evento. • No alvará de funcionamento deve constar: razão social do promotor da feira, lotação máxima permitida no caso de ser em local fechado, período de permanência do evento, que não pode ser superior a uma semana, e horário de funcionamento. • Quando instaladas no interior ou nas proximidades de centros comerciais ou shopping centers, as feiras itinerantes têm de contar com a aprovação formal de no mínimo 60% dos lojistas legalmente estabelecidos nos empreendimentos. 43 desconto Academias e clubes estão com preços mais baixos //Por Liliam Rezende Redução de valores chega a 35% em alguns casos, além da gratuidade em outros N a contramão da alta de impostos que assustou os brasilienses nesse começo de ano, o Sesc apresentou uma nova tabela reduzindo os preços de seus serviços em 2015. Todos os valores cobrados para academia, acesso aos clubes e emissão de carteirinha sofreram alteração - para menos! A principal novidade é a isenção da taxa de aquisição da carteirinha e o acesso gratuito a todos os clubes, para comerciários, conveniados, idosos e dependentes. O Sesc também oferecerá serviços com redução de preço em algumas modalidades esportivas para todas as categorias de clientes, chegando a 35% de desconto, se comparado a 2014. De acordo com o coordenador do setor de Cultura, Esporte, Lazer e Educação do Sesc-DF, Guilherme Reinecken, para isso ser possível, o caráter social da instituição foi levado em consideração. “Diferentemente do que tem acontecido no mercado, a direção do Sesc neste ano reduziu os valores de alguns importantes serviços na área de esporte e lazer, sempre pensando em beneficiar quem os utiliza”. Nos finais de semana e feriados, os comerciários, conveniados e seus dependentes terão a entrada franqueada, enquanto pagavam R$ 3 e R$ 5, respectivamente, no ano passado. Os clientes da categoria Usu44 Cristiano Costa ário, que pagavam R$ 11 em 2014, agora vão pagar apenas R$ 5 para ingressar nos clubes da Instituição. Guilherme ressalta que a isenção da taxa de entrada agrega valor à qualidade de vida dos comerciários e da comunidade. “Com essa política de facilitação de acesso, consideramos que teremos ainda maior presença de público em nossos serviços. Temos interesse em crescer e oportunizar mais qualidade de vida à clientela, sem, contudo, prejuízo da qualidade e atenção dispensadas”, explica. //Qualidade maior, preço menor A aposentada Tereza Fontes, frequentadora do Sesc Estação 504 Sul, gostou de saber que vai pagar menos por mês e lembra que recentemente o Sesc adquiriu novos equipamentos de musculação, com o objetivo de modernizar e melhorar a qualidade dos serviços. “Fico muito feliz em perceber que o Sesc se preocupa com o usuário e investe nas unidades. Mas o melhor é constatar que a qualidade aumentou e o preço diminuiu”, destaca a aposentada. @sescdf /sescdistritofederal REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 //economia Credibilidade é a chave de tudo O s principais desafios do segundo governo Dilma são arrumar a situação macroeconômica, equacionar a crise de energia elétrica e sanear a Petrobras. A escolha do ortodoxo Levy para o Ministério da Fazenda, com aparente liberdade para ajustar o modelo macroeconômico, surpreendeu favoravelmente os analistas, apesar do ceticismo quanto à sua capacidade de entregar a meta de superávit fiscal deste ano. Tenho dito que o instinto de sobrevivência faz os políticos acertarem o passo quando menos se espera. A manter a desordem fiscal, o Brasil perderia a classificação de bom pagador de suas dívidas, o que levaria a uma revoada de capitais daqui, com graves consequências para o funcionamento da economia. Por isso, Levy terá respaldo para executar a meta de superávit deste ano. Como o orçamento não é impositivo, o decreto de “contingenciamento de gastos” lhe dará, ao menos num primeiro ano, o instrumento para cumprir uma meta difícil, jogando para a frente o que for necessário. Outra delegação que parece ter recebido foi a de reorganizar os preços e tarifas fixados pelo governo, notadamente na Petrobras e na energia elétrica, sujeito a que não se tenha uma explosão corretiva da inflação. Eventual racionamento de energia e água, junto com o ajuste macro, terá caráter recessivo num primeiro momento. A despeito disso, o governo terá de insistir nas políticas corretas, explicando que depois da tempestade virá a bonança. Sem isso, REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Eventual racionamento de energia e água, junto com o ajuste macro, terá caráter recessivo num primeiro momento não reconstrói sua credibilidade. Na verdade, dita de outra forma, a grande tarefa que se coloca à frente é a de recuperar a credibilidade do País e, particularmente, do governo, ao longo do difícil caminho que se inicia, com vistas à recuperação da taxa de investimento, especialmente do setor privado. Sem isso, não se fará a transição para uma trajetória de maior crescimento do PIB, essa, sim, a única solução que colocará a casa em ordem, inclusive porque, se a arrecadação não se recuperar de forma natural mais adiante, nenhum Levy será capaz de tocar um programa de ajuste fiscal baseado em medidas emergenciais por muito tempo, em vista da extrema rigidez do gasto público no Brasil. As benditas reformas, se acontecerem, só terão efeito em longo prazo. Só que, além de equacionar dificuldades, o governo precisa fazer um esforço concentrado para remover os entraves ao aumento do investimento privado em infraestrutura, em que sobram oportunidades, e, como se torna cada vez mais óbvio, notadamente via concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs). Cristiano Costa Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente é consultor econômico em Brasília 45 //doses econômicas Para onde vai o dólar? O dólar se aproxima dos R$ 3 e a trajetória de crescimento, iniciada em setembro de 2014, mostra uma tendência explosiva, preocupando um grande número de brasileiros que tem dívidas em dólar ou que planejavam fazer compras ou viajar para fora do País. Todos querem saber: para onde vai o dólar? A pergunta não tem resposta precisa, são muitas as variáveis que determinam o comportamento do câmbio e há grande influência das expectativas dos agentes econômicos (indivíduos e instituições), que gera grande incerteza. Um estudante de Economia poderia responder que a oferta e demanda de dólar determinam o câmbio e estaria certo. O problema está no comportamento dos agentes que demandam e ofertam dólar. Do lado da demanda, certamente, muitas pessoas e empresas – que têm dívidas em dólar ou planejam comprar no exterior -, estão antecipando a compra da moeda norte-americana devido à expectativa de continuidade na elevação cambial. Outros estão adiando a compra, por alimentar a expectativa inversa. Há ainda aqueles que estão desistindo das viagens ou compras no exterior. Do lado da oferta de dólar, a incerteza é ainda maior, mas algumas variáveis são determinantes no comportamento do câmbio. Primeiro, a capacidade de gerar divisas no comércio de bens e serviços. Segundo, a percepção dos investidores estrangeiros em obter lucro no Brasil. 46 No primeiro caso o elevado déficit externo no comércio de bens e serviços vem pressionando a alta do dólar e deve continuar pressionando no decorrer do ano. As projeções para 2015 são de déficit próximo de US$ 90 bilhões. Em 2014 o déficit foi de US$ 90,9 bilhões, computando-se a soma do déficit na Balança Comercial de US$ 3,93 bilhões; Serviços US$ 48,7 bilhões; e Rendas US$ 40,3 bilhões. No segundo caso, o objetivo de lucro do investidor é influenciado pelo comportamento da economia brasileira e pelas diferenças de taxas de juros entre o Brasil e o resto do mundo, em especial EUA, computando-se nessa diferença o chamado “risco Brasil”. Em 2014, a Conta Financeira teve saldo positivo de US$ 99 bilhões, com destaque para a entrada líquida de US$ 62,5 bilhões de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e de US$ 30 bilhões de capital especulativo (ações, títulos). A projeção de IED para 2015 é de manutenção da entrada de dólares, porém há grande incerteza no comportamento do investidor especulativo. Para quem precisa de dólares, recomenda-se ficar atento à decisão do Banco Central norte-americano (Federal Reserve), que planeja aumentar os juros, e às próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro, responsável por fixar a Taxa Selic além das turbulências na política brasileira, que influenciam o “risco Brasil”. Cristiano Costa José Luiz Pagnussat Economista, Professor do UDF e da ENAP. Foi presidente do Conselho Federal de Economia (1996) e do Conselho Regional de Economia do DF e da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Economia. Foi Professor da Universidade Católica de Brasília (1985 a 2004). Parceria: REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 shows Raphael Carmona Temporada de cultura //Por Sacha Bourdette Projeto Sesc Temporadas oferece espaço e oportunidade para apresentações de artistas locais O Sesc possui um vasto campo de atuação na área cultural. Para se ter ideia, foram realizados mais de 620 espetáculos de artes cênicas, circo, dança e música com mais de 100 mil espectadores em 2014. Palco de muitas dessas produções, as unidades de Ceilândia, Setor Comercial Sul, Taguatinga Norte, 504 Sul, Gama e 913 Sul possuem salas de teatro. São mais de 1,4 mil lugares para o público nos espaços. O Sesc investe e promove ações dedicadas à formação de plateias com programações culturais que fortalecem a diversidade de gêneros e ritmos. Um desses projetos é o Sesc Temporadas. Criado em 2012, promove apresentações que valorizam trabalhos e artistas da cidade. Segundo a coordenadora de Ações Culturais do Sesc-DF, Juliana Valadares, o projeto fomenta o cenário artístico e provoca uma mudança de hábito. “O Sesc Temporadas foi criado para incentivar as produções e divulgar os espaços culturais disponíveis. O objetivo é a formação de plateias, REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 ou seja, introduzindo no cotidiano da comunidade a procura por espetáculos, exposições e shows”. O Sesc Temporadas consiste em três apresentações, considerando que duas delas são exclusivas para estudantes de escolas da Rede Pública e a terceira para a comunidade. “Percebemos que os alunos, depois de assistirem às apresentações, levam a família. São espetáculos e atividades com cunho educativo e shows de música. Ao longo de 2014 foram 18 produções de música e artes cênicas, totalizando 54 apresentações”, afirmou Juliana. A cantora e compositora, Sandra Duailibe, se apresenta no projeto desde o início e destaca a importância da ação. “Manifesto a minha gratidão pelo espaço que o Sesc oferece aos artistas, pois vivemos disso. Eu já viajei o mundo para me apresentar e poucos teatros oferecem tanto conforto para a plateia e equipamentos modernos como os do Sesc. É um privilégio participar do Sesc Temporadas”, contou. Para o ator, produtor e diretor, Ribamar Araújo, foi muito emocionante se apresentar no Sesc Temporadas. “Durante dois anos apresentei duas peças no projeto e foi uma oportunidade incrível, tive um retorno do público. Ainda me emociono ao lembrar da apresentação no Teatro Sesc Paulo Gracindo, no Gama, pois algumas pessoas da plateia me contaram que nunca tinham ido a um teatro, foi uma sensação incrível de querer continuar com o meu trabalho”, assegurou. O Sesc possui também o Programa de Incentivo a Produções Culturais. Ao todo já foram realizadas 38 produções de música, teatro e cinema em mais de 80 sessões. Com entrada franca, o Sesc não paga cachê e não cobra dos artistas. Para participar, basta enviar o material artístico para a Coordenação de Ações Culturais do Sesc-DF por meio do e-mail: grupo.cultura@ sescdf.com.br. @sescdf /sescdistritofederal 47 //agenda fiscal Empresário precisa investir na folha de pagamento N este artigo iremos tratar do arquivo denominado “Folha de Pagamento”, de periodicidade mensal. De forma mais simplista, podemos afirmar que esse arquivo contemplará informações que hoje estão lançadas na GFIP e em outras declarações, como a RAIS e a DIRF. Além de indicar se o tipo de folha é “mensal” ou “13° Salário”, há que tratar sobre a contribuição patronal (integral ou parcial); indicar se está enquadrada na “desoneração” (Lei 12.546/2011); indicar se é empresa de TI, TIC ou Call Center (Lei 11.774/2008); detalhar a composi- ção da remuneração do trabalhador; informar dados da nota fiscal e sobre as retenções no caso de serviços que incluam cessão de mão de obra e construção civil, tanto para o tomador do serviço quanto para o prestador do serviço; informar a base de cálculo de retenções e contribuições de empregados, de contribuintes individuais e avulsos, inclusive de cooperados. Outros eventos a serem informados, mensalmente, são a totalização das retenções e a apuração das contribuições e deduções. Um alerta: a contabilidade não vai resolver isso sozinha. O empresário precisa investir. Joel Rodrigues Adriano Marrocos Contador da Fecomércio e do IFPD e presidente do CRC/DF Calendário – 6 a 31/3/2015 O QUE e QUANDO pagar? 06/3 13/3 16/3 20/3 25/3 31/3 Data-limite para pagamento dos Salários referente a 2/2015 FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente a 2/2015 COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 28/2/2015 Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 2/2015 Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 2/2015 Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 2/2015 SIMPLES NACIONAL referente a 2/2015 ISS e ICMS referente a 2/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações) PIS e COFINS referente a 2/2015 Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 2/2015 3ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 4º trimestre/2014 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado Carnê Leão referente a 2/2015 IRPJ e CSLL referente a 2/2015, por estimativa COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/3/2015 Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado). O QUE e QUANDO entregar? 6/3 13/3 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente à 2/2015 Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 1/2015 20/3 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente à1/2015 21/3 Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) ao MTE referente ao ano calendário 2014 Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ Inativa) à SRF/MF referente ao ano calendário 2014 Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS) à SRF/MF referente ao ano calendário 2014 Livro Fiscal Eletrônico (LFE) à SEF/DF referente a 2/2015: observar Portaria/SEFP nº 398 (09/10/2009) 31/3 Várias 48 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Associado da Fecomércio DF você já conhece as vantagens e benefícios da parceria com o BB Seguros oferecidos aos segurados? Confira: Assistência Auto 24h completa, incluindo os serviços de chaveiro, reboque, atendimento em caso de pane seca, serviço de despachante, entre outros;¹ Assistência Gestante, que garante o transporte emergencial da gestante ao hospital mais próximo; Assistência Casa gratuita, com mão de obra especializada para a execução de reparos emergenciais de hidráulica, chaveiro, vidraceiro, eletricista e diversos serviços;² Cliente BB Seguro Auto também participa da Rede de Benefícios BB Seguros que oferece descontos em estacionamentos, assinaturas de jornais e revistas, pacotes de viagens, na compra de presentes, ingressos para shows, cinema, parque de diversões, entre outros.³ Acesse o hotsite da parceria em www.sistemafecomerciodf.com.br ou ligue para a Central de Negócios (0800 729 0400) ou 0800 775 5045 (Para Deficientes Auditivos e da Fala) e informe ser associado à Fecomércio DF. Contrate seu seguro pela internet e parcele em até 6x sem juros no cartão de crédito ou débito em conta. As condições da parceria são extensivas a seus familiares! Um produto da Brasilveículos Cia. de Seguros CNPJ: 01.356.570/0001-81 Comercializado pela BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. CNPJ: 27.833.136/0001-39. Processo SUSEP nº 15414.901053/2013-88. O registro deste plano na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor: 0800 570 7042 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 24 horas, sete dias da semana. Ouvidoria: 0800 775 1079 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 962 7373 Das 8h às 18h, de 2º a 6º feira, exceto feriado ou pelo site www.bbseguros.com.br. A Ouvidoria tem como objetivo atuar na defesa dos direitos dos consumidores, esclarecendo, prevenindo e solucionando conflitos. Deverá solucionar, de forma ágil e imparcial, as insatisfações que, por algum motivo não foram esclarecidas pelos canais de atendimento habituais, como, por exemplo, o SAC. Serviço de assistência à residência prestada pela Brasil Assistência, CNPJ: 68.181.221/0001-47. microbiologia Conhecimento para saúde de todos //Por Luciana Corrêa Senac-DF cria cursos para que salões de beleza se adequem à nova norma da Vigilância Sanitária O @senacdf /senacdistritofederal 50 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal (Senac-DF) irá oferecer, a partir deste mês, cursos de aperfeiçoamento para que estabelecimentos de beleza e estética do DF possam cumprir as determinações da nova norma reguladora nº 6/2014 da Vigilância Sanitária. Publicada em janeiro de 2015, ela tem por objetivo estabelecer padrões mínimos sanitários e diretrizes gerais para os empreendimentos. Para isso, será preciso que um dos profissionais do local, seja ele o proprietário ou outro, tenha conhecimentos específicos em microbiologia, processos de limpeza, desinfecção e esterilização, funcionamento dos equipamentos existentes, higienização de superfícies, biossegurança e gerenciamento de resíduos. Segundo o diretor da Vigilância Sanitária do DF, Manoel Silva Neto, desde 2014 os salões de beleza e estética voltaram a ter a exigência da licença sanitária para funcionamento, de acordo com a Lei 5321/2014. Foi preciso então a criação de uma norma para regulamentar e orientar como os proprietários deveriam cumprir a legislação. “Esse licenciamento é sempre vinculado com a responsabilidade técnica ou legal. Um exemplo para facilitar o entendimento é o de uma farmácia, que tem o farmacêutico como respon- sável técnico. Para os salões, como não há um profissional específico, os proprietários deverão vincular a uma pessoa no que diz respeito a essa responsabilidade, podendo ser eles próprios” explica. A norma vem em prol do consumidor e também dos funcionários dos salões de beleza e estética. Nesses locais existem indicadores de saúde que são relativamente preocupantes, como doenças respiratórias por inalação de produtos químicos, dermatites sanguíneas, entre outras. Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, entre as manicures, a prevalência de hepatite é 10 vezes maior do que no restante da população. “Um serviço de boa qualidade está sempre vinculado a um risco e, para prestar o melhor serviço, só com a qualificação. O responsável técnico irá resguardar a saúde do funcionário e do cliente, ao ter conhecimento da norma. O que queremos é que se implante o conceito de qualificação do segmento, de responsabilidade, de segurança em relação à saúde dos funcionários e consumidores”, conclui. A presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros e Cabeleireiros e Institutos de Beleza do Distrito Federal (Sincaab-DF), Elaine Furtado, recebeu a notícia de forma positiva e elogiou a iniciativa. “A norma vem ajudar a melhorar o setor. O empresário precisa ter essa consciência, REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 A terapeuta capilar Janaina Fernandes acredita que seguir as normas da vigilância é essencial Cristiano Costa de que só vai beneficiar e dar mais segurança a todos. Se não pode manter um negócio, o cliente não pode pagar com a saúde. É preciso uma visão de responsabilidade”, destaca. O prazo oferecido para adaptação a norma foi de 90 dias da sua publicação, mas os empresários podem ficar tranquilos, pois o Sincaab conseguiu com a Vigilância Sanitária a prorrogação para 180 dias, para obrigatoriedade da adaptação até julho deste ano. //Consciência A terapeuta capilar, Janaina Fernandes, da clínica especializada Sweet Therapy, está sempre em processo de capacitação e ano passado participou de um congresso em tricologia, ramo da saúde que trata dos pelos e cabelos, e diz que um dos pontos do evento foi a segurança nos salões. “Acho importantíssima a atenção voltada para esses cuidados. Em primeiro lugar, vem o respeito pela pessoa que está sob as minhas mãos. Eu vou cuidar dela hoje e posso dificultar sua vida mais para frente, com doenças ou reações. Depois, é claro, a minha. A utilização do secador de cabelos, por exemplo, gera resíduos e é preciso muita atenção, pois o profissional que passa o dia inteiro em contato será contaminado se não se proteger como pede a norma”, explica. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 //Cursos Os cursos oferecidos pelo Senac, em diversas unidades, com início já em março, serão de Aperfeiçoamento em Biossegurança para Salões de Beleza (40h – para pessoas que concluíram os cursos de Qualificação Profissional em Depilador, Manicure e Pedicure, Maquiador e Cabeleireiro); e Aperfeiçoamento em Gerenciamento e Responsabilidade Técnica de Salões de Beleza (100h - para gestores de salões de beleza que não realizaram os cursos de qualificação profissional). Serão oferecidos ainda palestras e cursos de formação continuada para instrutores do segmento de beleza, com o objetivo de prepará-los para a abordagem dos assuntos específicos descritos na nova norma. Outras informações sobre as turmas serão publicadas no site da instituição (www.senacdf.com.br). Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (61) 3313-8877. 51 //vitrine - Por Taís Rocha OVO GELA GELA OVO HELLO KITTY (30g),da Chocolates Brasil Cacau (100g e 170g), da Lacta As crianças vão adorar essa sensação de frescor que a mistura de chocolate ao leite com recheio de menta proporciona OVO SWEET TREASURE A Lacta lança dois ovos da gatinha mais charmosa do mundo: a Hello Kitty Banheirinha que vem com uma bonequinha e o ovo (100g) com a maleta que pode ser usada para guardar bijoux, levar o lanche ou enfeitar (1kg), da Kopenhagen Esse ovo traz um verdadeiro tesouro dentro dele: uma pulseira Pandora com um pingente de coelhinho OVO DE BATON (73g), da Garoto Vem recheado com o mais delicioso chocolate ao leite da marca, acompanhado de uma colher OVO LIGA DA JUSTIÇA OVO STAR WARS (150g), da Nestlé Para os fãs dos filmes da saga, opções de ovos de chocolate que vêm acompanhados de dois modelos de caneca: Darth Vader e Stormtrooper 52 (160g), da Cacau Show São duas opções do ovo de chocolate ao leite que vêm com fones de ouvido: o da Mulher-Maravilha (fone vermelho) e o do Super-Homem (fone azul) REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Programação Dia 11 de março – Quarta-feira 20h30 - PROIBIDO ELEFANTES (RN) Teatro Sesc Newton Rossi – Centro de Atividades Sesc Ceilândia Dia 12 de março – Quinta-Feira 10h - PENSAMENTO GIRATÓRIO Acessibilidade artística e seus contextos Espaço JK – Sesc 913 Sul 16h - PLURAL (GO) Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul 20h - EXÚ, A BOCA DO UNIVERSO (BA) Teatro Sesc Paulo Autran – Módulo de Educação e Cultura, Taguatinga Norte Dia 13 de março – Sexta-feira 9h - OFICINA Dança afro para não dançarinos - Grupo Nata (BA) Teatro Sesc Paulo Autran – Módulo de Educação e Cultura, Taguatinga Norte 16h30 - IARA, O ENCANTO DAS ÁGUAS (DF) Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul 20h30 - MISANTHROFREAK (DF) Teatro Sesc Paulo Gracindo – Centro de Atividades Sesc Gama Dia 14 de março – Sábado 9h – OFICINA “O Lançador de foguetes (RS)” Espaço JK – Sesc 913 Sul 12h - O AUTO DA COMPADECIDA (DF) Feira da Torre de Tv 16h - Intercâmbio Espaço JK – Sesc 913 Sul 20h - ADAPTAÇÃO (DF) Teatro Sesc Garagem – Sesc 913 Sul Dia 15 de Março – Domingo DE 11 A 15 DE MARÇO ENTRADA FRANCA 12h - O LANÇADOR DE FOGUETES (RS) Feira da Torre de TV 0800 617 617 sescdistritofederal sescdf www.sescdf.com.br //caso de sucesso Raphael Carmona De vigia a empresário //Por Sílvia Melo Jovem investe em curso de cabeleireiro e abre o próprio negócio A os 21 anos, o brasiliense Rafael Thedy de Paula conseguiu seu primeiro emprego como vigia noturno. Como sempre foi fascinado pela profissão de cabeleireiro, o morador do Gama aproveitava o dia livre para ver o trabalho de um profissional que tinha na rua onde morava. Incentivado por ele, procurou o Senac e fez o curso. Pediu demissão do emprego e abriu o próprio negócio, o Salão Novo Stillo. Hoje, aos 34 anos, Rafael é um dos profissionais mais reconhecidos no Gama, sendo procurado por clientes de São Paulo, Belo Horizonte e Goiás. Faz, em média, cerca de 70 cortes por semana, e a clientela é, em sua maioria, masculina. Quando decidiu fazer o curso, Rafael pensava em trabalhar em outros salões até adquirir a prática suficiente e ter confiança para abrir seu salão. “O curso foi tão bom que já saí de lá com o próprio negócio”, afirma ele, que trabalhava à noite e fazia o curso pela manhã. À tarde, ia ao salão vizinho a sua casa para ver o cabeleireiro trabalhar. “Aproveitava para aprimorar o que aprendia no curso”, conta, destacando que chegou a trabalhar um tempo nesse salão. Rafael faz questão de dizer que o curso de cabeleireiro mudou sua vida. “Tudo que conquistei foi graças ao Senac. Foi onde aprendi minha profissão e com ela consegui realizar meus sonhos, como comprar minha loja e dar entrada em um apartamento”, destaca. “Até hoje os profissionais do Senac do Gama me dão suporte, me apoiam e tiram minhas dúvidas”, afirma. Há 13 anos nessa área, o empresário agora oferece oportunidade a novos profissionais Por meio de parceria com o Senac, recebe os alunos que estão no final do curso para fazerem estágio em seu salão. “Se eu sentir que há interesse do aluno, eu contrato”, afirma ele, que possui em seu quadro de funcionários dois ex-alunos. No total, o salão emprega sete pessoas: três cabeleireiros, duas manicures e duas moças que ajudam na limpeza. 54 //Sobre o curso O curso de Cabeleireiro oferecido pelo Senac possui carga horária de 400h, incluindo a prática supervisionada. Durante as aulas, o aluno aprende a utilizar as técnicas de embelezamento e tratamento dos cabelos, aplicando conhecimentos teórico-práticos de corte, modelagem e colorimetria, aliados à criatividade e ao senso estético. Além disso, aprende a atender o cliente com excelência. Para participar, é preciso ter idade mínima de 18 anos e o Ensino Fundamental completo. As aulas são oferecidas pelas unidades do Gama, Ceilândia, Taguatinga, Sobradinho e Setor Comercial Sul (Jessé Freire). Novas turmas serão ofertadas na programação de cursos dos meses de abril, maio e junho. Mais informações: 3313-8877. @senacdf /senacdistritofederal REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Mono mon EMPRES A IA UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas © UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas NC À IN F Â secure.unicef.org.br/empresasolidaria 0800 605 2020 [email protected] Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 55 //direito no trabalho Da MP 664/2014 e do aumento de custos para as empresas N o fim do ano, em 30 de dezembro de 2014, a presidente promulgou as Medidas Provisórias 664/2014 e 665/2014 que alteraram alguns benefícios trabalhistas e previdenciários, especialmente em relação ao seguro-desemprego, Pensão por Morte e Auxílio-Doença. As mudanças que atingiram diretamente o trabalhador foram no seguro-desemprego e pensão por morte. Para receber o seguro-desemprego, a carência mínima que antes era de seis meses de emprego passou para 18 meses na primeira solicitação, 12 meses na segunda e, por fim, seis meses na terceira solicitação. Quanto à pensão por morte, o cônjuge beneficiário deverá comprovar que, à época do falecimento do segurado, possuía no mínimo dois anos de casamento ou união estável, considerando que o valor foi reduzido para 50% do que era o benefício. Caso existam outros dependentes, como filhos, adicionam-se 10% para cada um até o limite de 100%. Além disso, a duração do pagamento da pensão por morte foi alterada e, regra geral, segue uma tabela baseada na expectativa de sobrevida do cônjuge do segurado falecido: quanto mais velho, menor a duração do pagamento do benefício. O cônjuge com mais de 55 anos, por exemplo, fará jus à pensão por três anos. No que tange ao auxílio-doença, a Medida Provisória 664 trouxe alterações que afetam não só os tra56 balhadores, mas principalmente as empresas e empregadores em geral: a empresa – que antes arcava com o pagamento dos salários nos primeiros 15 dias de afastamento do empregado por motivo de doença, por acidente de trabalho ou de qualquer natureza – agora passou a ser responsável pelos primeiros 30 dias de afastamento. Isso representa um aumento dos custos do setor produtivo, já tão onerado. Essa alteração da Lei nº 8.213/91 (artigos 43 e 60) pela MP entrará em vigor em 1/3/15, quando as empresas passarão a ser obrigadas a arcar com os 30 primeiros dias de afastamento do trabalhador por motivo de doença ou acidente de trabalho, mas caso essa MP seja aprovada no Congresso, já se antevê um impacto com aumento do passivo das empresas, principalmente daquelas que mais empregam. Por sua vez, apesar do aumento de custo arcado pelas empresas com a duplicação do tempo que o trabalhador fica sob a responsabilidade da empresa no caso de doença ou acidente, há duas alterações que podem ser benéficas ao empregador: no caso da estabilidade provisória adquirida em virtude de acidente de trabalho e percepção do benefício previdenciário auxílio acidentário, os empregados somente passarão a ter o direito a esta após usufruírem mais de 30 dias de afastamento, e não 15 dias como ocorre hoje; e, no caso do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), Joel Rodrigues Dra. Raquel Corazza consultora jurídica Ope Legis Consultoria Empresarial também poderá ocorrer redução dos valores, tendo em vista que o tempo para encaminhamento para o INSS passa de 15 para 30 dias. Contra essas MPs, há notícia de ajuizamento de duas ADIs – Ações Diretas de Inconstitucionalidade – no Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de suspensão imediata de sua eficácia. Resta agora ao setor produtivo, bem como aos trabalhadores, torcerem que o Congresso rechace tais MPs provisórias e que o STF declare sua inconstitucionalidade. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Entre na era digital. A Fecomércio ajuda você a emitir e renovar os certificados necessários para sua empresa trabalhar com segurança, autenticidade e conveniência no mundo da internet. e-CPF Digital a partir de R$ 130 Assinatura digital, acesso a Receita Federal e conectividade social para FGTSs. e-CNPJ Digital a partir de R$ 185 Realiza transações bancárias eletrônicas, assina documentos digitais com validade jurídica e acessa o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte. NF-e a partir de R$ 270 Reduz custos, emite notas fiscais eletrônicas com validade jurídica, evita multas por descumprimento de obrigações fiscais e acessórias. Em até 3 vezes sem juros (61) 3038 7507 – 3038 7524 [email protected] www.fecomerciodf.com.br //segredos do marketing digital D esde pequenos, sempre fomos fascinados pela noção de futuro. O que será que nos aguarda? Como será nossa vida? Quais avanços iremos presenciar? Lembramos da época em que o ano 2000 era o ápice do futuro distante, uma época onde os carros voariam, todos nós nos alimentaríamos com pílulas e usaríamos lindas roupas feitas em lycra prateada. Bem, o ano 2000 chegou e foi embora e, apesar de ainda não termos que tirar brevê para sair dirigindo por aí, tenho mais do que certeza de que o futuro chegou. E para saudá-lo de braços abertos, na coluna deste mês iremos falar um pouco sobre as maiores novidades tecnológicas que estão para chegar ao mercado. A primeira delas é um projeto apoiado pelo Google, intitulado Projeto Ara. Esse projeto visa criar um smartphone diferente, baseado em módulos intercambiáveis, que podem ser montados de acordo com as necessidades e preferências de cada usuário. A ideia é que cada pessoa tenha um “esqueleto” básico do celular, uma estrutura na qual ela possa encaixar os módulos de sua preferência. Conforme o tempo passar, se o usuário achar que o telefone está com pouca memória ou que a câmera não atende mais às suas necessidades, basta trocar o módulo por um mais avançado. E se isso tudo já não fosse impressionante o bastante, as pessoas envolvidas no projeto querem que esse seja um telefone acessível, que possa ser comprado por qualquer pessoa. Um projeto que está dando o que falar é o Hololens, da Microsoft. Sua proposta é que as pessoas, através de um óculos especial, possam projetar hologramas que irão se integrar ao mundo real. Com esses hologramas será possível acessar aplicativos online, visualizar trabalhos gráficos em 3D, explorar lugares remotos em primeira 58 pessoa, além de possuir um imenso potencial nas áreas de saúde, engenharia, arquitetura, design e TI. A proposta é que pela primeira vez as pessoas estejam inseridas no mundo virtual e possam experimentar a realidade de uma forma nunca antes vista. Outra novidade que chegará ao mercado ainda em 2015 é o Apple Watch. Seguindo o conceito de tecnologia para ser vestida (wearables), o Apple Watch irá trazer para o seu pulso a mesma tecnologia que já conhecemos em produtos como o iPhone e o iPad. Além de marcar as horas, o relógio irá enviar notificações, tocar música, acessar a internet e será compatível com aplicativos já presentes em outros aparelhos da fabricante. Se o Apple Watch seguir o sucesso de outros produtos da marca, temos certeza de que em breve os smart watches serão itens comuns na vida das pessoas. E para terminar, não poderíamos deixar de falar dos drones. Esses robôs começam a aparecer cada vez mais em nossas cidades, a ponto de a Anac já estar preparando regulamentação sobre seu uso. Atualmente, essas máquinas já são usadas para monitorar trânsito, filmar eventos e até, quem diria, para entregar pizza. Grandes empresas como Amazon e Domino’s já fizeram testes com drones e a tendência é que seu uso cresça cada vez mais. Por mais distantes que possam parecer, é importante que os empreendedores, tanto grandes como pequenos, sempre estejam de olhos abertos para as novas tecnologias, pois elas trazem dicas importantes sobre o rumo que o mercado está tomando, além de apresentarem, por si sós, grandes oportunidades de negócios. Esperamos que a coluna deste mês desperte a curiosidade de todos para buscarem informações sobre esses e outros produtos que em breve povoarão nossas vidas. Giovana Leal Seja bem-vindo ao futuro Renato Carvalho Diretor-Executivo da ClickLab Jens Schriver //Envie perguntas para [email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Sócio da ClickLab Alberto Ferreira Frequenta o shopping duas vezes ao mês com as filhas. Faz compras online quando está sem tempo. Lê o jornal de sua cidade todos os dias. Faz compras uma vez na semana em hipermercados. Você pode conhecer o seu consumidor melhor do que imagina. Invista em pesquisa com o Instituto Fecomércio: Equipe qualificada com especialistas no mercado. Privacidade e segurança de conteúdo. Análise e tratamento de dados. Credibilidade e clareza das informações. Antecipação de informações estratégicas. Há 18 anos no mercado. Acesse o nosso portal: www.institutofecomerciodf.com.br Construir o futuro é investir no presente //sindicatos Fotos: Cristiano Costa Perda de mercado //Por Daniel Alcântara Alteração na regulação do ICMS do DF deixa setor atacadista apreensivo O setor atacadista do Distrito Federal está apreensivo em relação ao Decreto de nº 36.333, publicado em janeiro no Diário Oficial do DF. A publicação altera a regulamentação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). De acordo com o decre- 60 to, a majoração da Margem de Valor Agregado (MVA) para autopeças passou de 40% para 71,78%, registrando um aumento de 31,78 pontos percentuais, enquanto a taxa cobrada no estado de Goiás é de 59%. Outra alteração que também provocou controvérsias diz respeito à Substituição Tributária de Bebidas Quentes, que estava prevista para vigorar a partir de 1º de fevereiro, mas foi prorrogada para 1º de abril REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Roberto Gomide, presidente do Sindiatacadista: “uma medida que o sindicato pede urgência é a sincronização das taxas cobradas nos estados” de 2015, considerando que, Goiás prorrogou a vigência do novo MVA de autopeças por mais 60 dias e não adotará a Substituição Tributária para Bebidas. Dessa forma, o Distrito Federal sai perdendo, pois não tem como competir em relação aos preços do estado vizinho. O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista), Roberto Gomide, afirma que, dessa forma, os clientes estão migrando para o estado vizinho e o Distrito Federal está perdendo mercado. “Acredito que quando se trata da questão tributária, a minha experiência no mercado indica que as políticas precisam ser iguais. O MVA diferenciado entre os estados é problema na certa. Assim, o produto de lá fica mais barato e aqui no DF não vende”, explica o presidente do Sindiatacadista. produtos. “Se o imposto aumenta, o produto final também deve aumentar no DF”, alerta. Durante todo o ano de 2014, o setor atacadista foi responsável pela arrecadação de 22% de toda a cobrança do ICMS no DF. Esses aumentos acabam gerando uma queda nas vendas do setor da região e, consequentemente, perda de mercado, o que significa menos emprego e um ciclo econômico menos aquecido. “Em outros tempos já tivemos uma diferenciação como essa, com o preço de Goiás mais em conta. O resultado foi que perdemos 30% de vendas. Nesse aspecto, 40% das empresas de nossa base foram para outros estados ou faliram. Inclusive, contabilizamos algumas empresas de nível nacional que saíram do Distrito Federal por causa da taxa excessiva”, ressalta Gomide. De acordo com análise do Sindicato, as vendas já estão em queda. “Elas são puxadas pelos incentivos econômicos. Porém, a realidade é de salários atrasados e de reestruturação. Embora previsível, não temos perspectiva de um ano melhor do que o ano passado”, salienta o presidente da entidade. //Conquistas do sindicato Roberto Gomide Castanheira foi empossado como presidente do Sindiatacadista-DF em novembro de 2014. Porém, participa da diretoria da entidade desde o início de abril de 2010. Segundo ele, a expectativa de trabalho para os próximos anos é de incentivo à classe, além de inovações na entidade. “Estamos consolidando um período de transição entre a gestão anterior e preparando o sindicato para o futuro, realizando uma reformulação estatutária”, explica. Grandes projetos também estão sendo desenvolvidos, como a criação do Instituto Sindiatacadista, que será o braço social e de capacitação de funcionários da área. Outra conquista do sindicato é aquisição de uma nova sede, no DF Center Plazo, localizado em Águas Claras. //Histórico empresarial Gomide é formado em Administração e Contabilidade. Atualmente está à frente da empresa Condor Atacadista, a terceira maior do Brasil no segmento de materiais de construção. Nasceu em 1961 em Taguatinga (DF), é casado e tem três filhos. Possui pós-graduação em Gestão Empresarial, é especializado em Direito Tributário, Auditoria Interna e Externa, Gestão de Pessoas, Gestão Estratégica para Resultados, Gestão de Micros e Pequenas Empresas e possui MBA em Auditoria e Perícia Contábil. Além do Sindicato e da Condor Atacadista, ele exerce a função de diretor técnico da Gomide Contabilidade; diretor e presidente do Conselho Consultório do Lar São José; conselheiro da Associação Portuguesa e diretor financeiro da Casa de Ismael. // Sincronização das taxas Em relação à Substituição Tributária de Bebidas Quentes, a entidade que representa o mercado atacadista da capital do País explica que o problema é o mesmo da diferenciação do MVA. “Uma medida que o sindicato pede urgência é a sincronização das taxas cobradas nos estados. Não temos como controlar a entrada de produtos, pois a fronteira com Goiás é enorme”, diz Roberto Gomide. A mudança da taxa do ICMS também deve impactar diretamente no varejo, aumentando o preço dos REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 61 //pesquisa conjuntural Vendas do comércio do DF tiveram queda de 15,68% em janeiro Desempenho de vendas Comércio Setor Segmento Ago14 x Set14 x Out14 x Nov14 x Dez14 x Jan15 x Jul14 Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Autopeças e Acessórios 2,67% -1,01% 6,06% -5,58% -1,75% -9,78% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 4,36% 3,24% -3,77% -1,94% 4,09% -6,90% Calçados -0,22% 1,76% 6,02% 1,99% 45,71% -46,12% Farmácia e Perfumaria -0,15% 0,19% -0,97% -2,18% 6,70% -11,20% Floricultura 1,54% -12,37% 5,21% 17,45% 5,86% -23,60% Informática -1,38% 2,81% -5,00% -2,38% 23,61% -12,79% Livraria e Papelaria 15,60% -1,98% -2,39% -0,99% 60,97% -9,04% Lojas de Utilidades Domésticas 4,37% -6,71% -5,99% 5,45% 20,22% -24,04% Material de Construção 3,69% -1,44% -0,79% 5,46% -1,92% -11,37% Mercado e Mercearia 2,27% -0,89% -2,18% -0,02% -2,17% -9,05% Móveis e Decoração 4,09% -5,87% -2,82% 8,10% -7,18% -0,02% Óticas 4,16% 6,16% -1,56% 0,79% -7,84% -10,90% Tecidos -1,79% -3,69% -6,57% 31,65% 12,45% -17,67% Vestuário 2,68% -7,61% -5,17% 6,75% 43,67% -38,52% Total 2,80% -0,77% -1,44% 0,59% 9,73% -15,68% - 6,37% 5,68% 5,58% -8,55% 15,22% 19,29% 4,81% -0,20% 12,96% 6,94% 9,00% - 6,10% 4,16% 3,54% 1,16% -23,78% -7,74% 2,10% -5,52% 7,98% -15,02% 5,94% Casa de Eventos - 5,24% 2,08% -0,48% 1,75% -46,12% Clínica de Estética - 1,35% 2,27% 0,19% 3,06% -18,68% Ensino de Idiomas - 3,17% 0,44% 2,27% 3,06% -6,23% 2,97% 1,56% -2,58% 7,13% 6,39% -15,58% - 2,69% -1,42% 2,82% -6,60% -2,45% Salão de Beleza 3,13% 11,52% -5,96% 2,37% 17,61% -12,46% Total 7,42% 5,01% 0,63% 4,22% 1,38% -8,92% 3,16% 0,47% -0,97% 1,35% 7,94% -14,34% Academia Agências de viagem Aluguel de Artigos para Festa Autoescola Serviços A s vendas do comércio brasiliense registraram queda de 15,68% em janeiro de 2015 na comparação com dezembro. As vendas do setor de serviços também tiveram uma redução de 8,92%. No acumulado dos últimos 12 meses (jan./2014 – jan./2015) a variação ficou em -10,79%, indicando que o ano foi de retração para os setores de comércio e serviços nos segmentos pesquisados. É o Pet Shop Reparação de Eletroeletrônicos Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. 62 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Região Comércio Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Jan15 x x x x x x Jul14 Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 2,80% -0,27% -2,46% 0,44% 10,34% -13,32% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 1,60% 1,94% 6,32% -5,10% 12,93% -32,21% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 0,24% -0,57% -1,57% -1,04% 16,27% -17,46% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0,93% 1,03% -1,50% -0,87% 0,80% -18,07% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 3,42% -1,21% -3,63% 1,99% 10,49% -19,49% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 9,83% -5,27% 1,46% 7,33% 0,91% -6,61% 2,80% -0,77% -1,44% 0,59% 9,73% -15,68% Total Serviços Desempenho de vendas Setor Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 13,67% 4,30% 1,61% 2,74% 2,66% -6,58% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -14,09% 4,53% -11,05% -1,51% -1,74% -19,86% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 1,75% 3,43% 3,54% 0,84% -1,40% -15,32% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 1,40% 10,31% -2,60% 4,17% 6,34% -12,62% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 14,66% 5,46% -6,66% 7,58% 3,04% -12,36% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -2,15% 4,18% 3,92% 14,55% -1,59% 5,27% 7,42% 5,01% 0,63% 4,22% 1,38% -8,92% 3,16% 0,47% -0,97% 1,35% 7,94% -14,34% Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio. Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, a queda já era esperada e é sazonal, devido à comparação do mês de janeiro com o pico de vendas natalinas, em dezembro. Para ele, o cenário econômico começa a ser fortemente sentido pelas micros e pequenas empresas. “Esta redução nas vendas reflete a reação da população, no sentido de se precaver em relação ao aumento da taxa de juros, da elevação da tarifa de energia elétrica, dos aumentos dos preços da gasolina, dos alimentos REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 e das passagens de ônibus, cujos efeitos foram sentidos já no início de fevereiro”, ressalta Adelmir Santana. Para ele, todos esses fatores fazem com que o consumidor seja forçado a destinar o uso de sua renda para itens de consumo primário. Todos os segmentos do comércio registraram queda nas vendas em janeiro de 2015: Calçados (-46,12%); Vestuário (-38,52%); Lojas de Utilidades Domésticas (-24,04%); Floricultura (-23,60%); Tecidos (-17,67%); Informática (-12,79%); Material de Construção (-11,37%); Farmácia e Perfumaria (-11,20%); Óticas (-10,90%); Autopeças e Acessórios (-9,78%); Mercado e Mercearia (-9,05%); Livraria e Papelaria (-9,04%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-6,90%) e Móveis e Decoração (-0,02%). No setor de serviços, o destaque em janeiro ficou para o segmento de academia (15,22%), seguido de agência de viagem (9,00%) e autoescola (5,94%). Os segmentos de serviços que apresentaram queda nas vendas no mês de janeiro foram: Casa de Eventos (-46,12%); Aluguel de Artigos para Festa (-23,78%); Clínica de Estética (-18,68%); Petshop (-15,58%); Salão de Beleza (-12,46%) e Reparação de Eletroeletrônicos (-2,45%). Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o mais utilizado nas compras. No comércio, a modalidade respondeu por 45,56% 63 Nível de emprego Comércio Setor Segmento Autopeças e Acessórios 0,70% 3,73% 3,17% -2,15% -2,99% -6,83% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -0,91% -1,22% 0,00% 0,91% -4,12% 0,20% Calçados -2,44% 2,50% 5,43% -4,69% 10,08% -16,79% Farmácia e Perfumaria -5,26% 0,69% 0,00% -1,01% 0,34% -5,96% Floricultura -4,17% 0,00% -8,70% 4,76% 9,09% 0,00% Informática -10,87% 3,66% 1,23% 0,00% 16,46% -6,52% Livraria e Papelaria -5,32% -13,83% -5,19% 37,14% -2,94% 2,86% Lojas de Utilidades Domésticas 8,96% -9,38% 0,00% 6,45% -7,58% -1,67% Material de Construção -0,58% 1,75% 1,09% 6,78% -3,50% -4,19% Mercado e Mercearia -5,64% 6,97% -2,80% 0,53% -2,93% 1,59% Móveis e Decoração -17,81% 0,00% 1,37% 0,00% -26,09% 21,57% Óticas 3,33% -9,68% 7,14% 6,67% 0,00% 3,45% Tecidos 11,76% 0,00% 0,00% -7,69% -12,50% 9,52% Vestuário 3,50% 1,53% 0,40% 8,49% -4,01% -3,73% -2,20% 0,47% 0,19% 2,28% -2,70% -1,73% - 0,00% -1,29% 4,26% -6,69% 7,63% -8,62% -13,21% 13,33% 18,00% -8,33% -8,16% - 8,40% -4,79% 2,72% 1,32% 10,46% 3,45% -3,33% 3,45% 3,33% -4,84% 0,00% Casa de Eventos - 0,00% 0,00% 2,70% 0,00% 2,27% Clínica de Estética - 0,98% 3,75% 2,50% -11,84% 17,39% Ensino de Idiomas - 0,00% 0,00% 1,66% -1,71% -8,18% 3,92% 0,00% 4,59% 6,96% -10,66% 2,68% - 0,00% -0,81% 0,00% -0,93% -0,93% -3,00% 7,29% -2,80% 5,77% 5,22% -16,81% -1,50% 0,85% 0,18% 4,04% -3,68% 1,34% -2,13% 0,58% 0,18% 2,79% -2,99% -0,86% Total Academia Agências de viagem Aluguel de Artigos para Festa Autoescola Serviços Ago14 Set14 x Out14 x Nov14 Dez14 x Jan15 x x Jul14 Ago14 Set14 x Out14 Nov14 Dez14 Pet Shop Reparação de Eletroeletrônicos Salão de Beleza Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. das vendas. No setor de serviços, foi responsável por 40,35% das compras. A Pesquisa Conjuntural 64 de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio e tem o apoio do Sebrae. Foram consultadas 900 empresas, das quais 595 do comércio e 305 de serviços. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Nível de emprego Comércio Setor Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Jan15 x x x x x x Jul14 Ago14 Set14 Out14 Nov14 Dez14 Região Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 0,12% 2,05% -1,16% 0,36% -2,11% -1,54% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 0,35% -3,39% 0,00% 4,02% 1,22% -14,47% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -3,08% 0,32% 1,17% -1,30% 0,66% 0,33% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -5,34% -1,56% 2,38% 8,43% -8,59% 1,50% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -0,92% -4,44% 4,29% -1,71% 0,35% -7,52% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -3,05% 3,77% -2,79% 13,11% -9,41% 2,37% -1,50% 0,47% 0,19% 2,28% -2,70% -1,73% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -4,99% 1,50% -0,87% 4,64% -3,72% -3,75% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -0,29% 0,00% 4,00% -1,92% -3,92% 6,00% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -3,52% 1,42% -0,31% 4,95% -0,58% 4,46% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -0,25% 0,00% 0,79% 3,15% -6,02% 14,17% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -0,25% 0,00% -2,74% -1,41% -5,71% -1,49% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -0,80% 0,00% 2,44% 5,33% -6,02% -3,62% -3,60% 0,85% 0,18% 4,04% -3,68% 1,34% -1,70% 0,58% 0,18% 2,79% -2,99% -0,86% Serviços Total Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Mês À vista Cheque ago/14 29,00% 0,44% set/14 29,26% 0,55% Cartão de crédito Débito A prazo Boleto 45,34% 20,35% 3,25% 1,63% 44,25% 21,26% 3,09% 1,59% Formas de pagamento Comércio out/14 28,96% 0,80% 45,12% 20,72% 2,82% 1,57% nov/14 30,23% 0,53% 46,14% 18,42% 3,29% 1,40% dez/14 29,29% 0,84% 44,26% 21,65% 2,55% 1,40% jan/15 28,34% 0,33% 45,56% 21,63% 2,93% 1,21% Serviços ago/14 22,33% 1,32% 43,51% 13,45% 4,64% 14,75% set/14 27,61% 1,90% 38,19% 13,13% 10,21% 8,96% out/14 22,01% 1,51% 38,29% 12,21% 10,83% 15,16% nov/14 26,24% 2,18% 39,97% 13,85% 11,67% 6,10% dez/14 26,00% 1,85% 37,96% 14,90% 11,67% 7,63% jan/15 25,98% 1,55% 40,35% 14,74% 9,46% 7,93% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 65 pesquisa relâmpago Pacto Por Brasília Cristiano Costa Rafaela Saliba Lessa atendente comercial Untitled-4 1 66 Execução de brasileiros na Indonésia RUIM Brasília representa e é muito mais digna do que foi retratada. Os trabalhadores e a seriedade que fazem nossa cidade não foram lembrados. RUIM O momento é delicado, mas a transparência pode dar início a uma nova era. RUIM Essa prática não estimula valores humanos e demonstra a necessidade de fortalecer os organismos internacionais. BOM Torço para que dê certo. BOM Foi importante para retratar as negociatas entre empresários, políticos e lobistas, com o envolvimento de acompanhantes, crise da Petrobras, Mensalão e o caso Collor. RUIM Pode causar o impeachment da presidente Dilma. REGULAR O traficante sabia da pena de morte quanto traficou na Indonésia. BOM Contudo, o Governo deve garantir que serviços fundamentais à população não sejam prejudicados pelos cortes propostos. Estado não é empresa. BOM Apesar de reforçar uma infinidade de estereótipos infelizes, a série dirigida por Fernando Meirelles soube explorar a beleza da capital. BOM e RUIM Bom ver esquemas, que duravam décadas, sendo investigados. Péssimo para o Brasil o vazamento seletivo feito pela grande mídia. RUIM A pena de morte é algo indefensável, mas é preciso respeitar a soberania de outros países. REGULAR O quadro de mudanças significativas anunciado somente será efetivo se o governo buscar diálogo com a sociedade, para a saúde das contas públicas. BOM Brasília não é só prédios e cargos públicos, é também sensualidade; aquela imaginada por Niemeyer desde sempre. BOM O símbolo da economia estatal brasileira demonstra não ser tão autossuficiente quanto se pensava. RUIM A execução trouxe à tona a base mais séria sobre o debate da proteção aos direitos humanos: a ameaça ao direito universal da vida. REGULAR Acredito que é preciso mais transparência na aplicação do que é arrecadado, senão, não faz sentido pacto algum. BOM Achei bom porque sempre somos vistos como muito ricos ou que almoçam com os políticos todos os dias. BOM É bom porque estão desmascarando muita coisa, mas ao mesmo tempo é ruim porque quem paga somos nós. RUIM Recebemos pessoas de todas as etnias e religiões. É um crime leviano, mas acho que eles teriam que ser julgados aqui no Brasil. David Fleisher, cientista político e professor emérito da UnB Rodrigo Mota, mestre em Relações Internacionais pela UnB Crise na Petrobras RUIM Não é pacto é aumento de custo que vai afetar a vida do cidadão. Wasny de Roure (PT), deputado distrital Iberê Carvalho, cineasta e sócioproprietário da produtora de cinema Pavirada Filmes Brasília retratada na minissérie de TV 18/11/10 11:29 REVISTA FECOMÉRCIO | MARÇO 2015 Cartão Planvale Mais O meio mais prático de Adiantamento Salarial - Desconto direto na folha de pagamento. - Sem custo para a empresa, sem custo para o funcionário. - Pode ser utilizado em toda a rede credenciada da Planvale. Pa Gr le at st ui ra ta s s CIRCUITO EMPREENDEDOR Palestras e Cursos Gerenciais, Sessões Empreendedoras, Práticas Empresariais, Sebrae Próprio, Cursos Online, Oficinas SEI, Soluções Na Medida, Sebrae Mais, Empretec. Participe! Acesse a programação completa do 1º semestre de 2015 no www.df.sebrae.com.br Produtor Rural Potencial Empresário Microempreendedor Individual Microempresa Siga o Sebrae nas Redes Sociais! Empresa Empresa deMicro Pequeno Porte @sebraenodf Especialistas em pequenos negócios | www.df.sebrae.com.br | 0800 570 0800