Óleos essenciais orgânicos

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Óleos essenciais orgânicos
ANO 1 - Nº 5 • Edição Mensal - Setembro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima
•
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
Óleos essenciais
orgânicos
Constituição de uma cadeia
produtiva inovadora para as
Encostas da Serra Geral.
Pág. 9
Esporte Total
Confira as equipes e tabela
dos campeonatos veterano
e feminino.
Pág. 26
Portal da Transparência aponta reajustes
superiores a 70% no valor da coleta e no
volume dos resíduos sólidos em SRL
Reportagem ESPECIAL:
Pág. 2
Possíveis irregularidades devem ser apuradas nas
obras da quadra poliesportiva do Rio Bravo
Pág. 14
“Die lehrerin”, assim era
chamada a professora.
PATRIMÔNIO SANTAROLIMENSE:
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Pág. 12
2
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Reportagem ESPECIAL
Mariza Vandresen
Tem sujeira nos resíduos
sólidos de Santa Rosa de Lima?
Santa Rosa de Lima é Capital catarinense da Agroecologia e Destino Nacional de Referência em Turismo Rural.
É município com muitas nascentes de
cursos d’água e tem áreas significativas
de remanescentes de Mata Atlântica.
Seus pouco mais de dois mil habitantes
querem e precisam viver melhor e em
harmonia com a natureza. Coerência é a
palavra-chave. Coerência entre imagem,
modo de produzir e gerar renda e modo
de tratar os resíduos sólidos. Até porque
o Ministério do Turismo recomenda um
trabalho mais efetivo na área de tratamento de resíduos sólidos, justamente
porque o turista espera isso da Capital da
Agroecologia. O empreendedor no agroturismo pede a mesma coisa porque não
quer perder seus clientes diferenciados.
Os agricultores habitantes das localidades do interior dão sinais positivos em
relação à coleta seletiva realizada a cada
dois meses. Problemas no centro urbano – composto por pouco mais de cento
e cinquenta domicílios – sinalizam que é
preciso trabalhar um processo de educa-
Primeiro lixão a céu aberto, sendo queimado no Morrote.
ção ambiental com todas as idades e perfis. Como ficará claro nesta matéria, iniciativas e tentativas locais de coleta seletiva,
de triagem e de valorização dos resíduos
sólidos, combinados a esforços de educação já foram realizadas, mas baseadas
na tentativa e erro, sem o devido aporte
teórico-prático e sem o apoio financeiro
e a estrutura adequados. A pergunta que
se faz é porque um pequeno município
não é capaz de tratar ele próprio dos resíduos que gera? E mais ainda, porque é
incapaz de valorizá-los e de gerar renda
localmente? Ao contrário, paga e muito
para apenas se livrar do problema. Ou,
para passa-lo para frente.
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos
Sancionada em agosto de 2010,
pelo então presidente Luís Inácio
Lula da Silva, a lei 12.305 estabelece
a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para os ambientalistas, foi um
marco histórico. Afinal, a lei consagra
conceitos avançados na gestão de
resíduos sólidos e, se colocada em
prática, será capaz de mudar em curto tempo a maneira como poder público, empresas e consumidores lidam com a questão do “lixo”. Um dos
pontos importantes é a exigência da
elaboração de Planos Municipais de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Santa Rosa de Lima deveria ter
elaborado o seu até 2 de agosto de
2012. Não o fez e não se vê nenhuma movimentação nem no executivo, nem no legislativo para que isso
ocorra. Afinal, essa é uma condição
para que o município tenha acesso a
recursos da União e de outras instituições financeiras para investimentos nesse setor.
Do ponto de vista normativo, resta, assim, em Santa Rosa de Lima,
somente uma referência muito geral ao lixo, feita na lei orgânica municipal que, destaque-se, é de 1990:
“compete ao município prover sobre
a limpeza das vias e logradouros
públicos, remoção e destino do lixo
domiciliar ou não, bem como de outros detritos e resíduos de qualquer
natureza” (Cap. III, Seção I, artigo 14,
§ XIX).
No dicionário, a palavra lixo é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Ou como tudo o que
não presta e se joga fora. Na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos. Ou seja, tudo aquilo gerado e descartado pelas
atividades humanas. Com os programas e legislações recentes, o lixo também se transformou em um negócio. A coleta de material reciclado tem crescido e tende a crescer ainda mais. Empresas e cooperativas de catadores transformam resíduos em renda.
Uma referência no tempo
João no canteiro de compostagem da prefeitura
em setembro de 2005.
João Batista Willemann – o João da
Zita, como é conhecido por todos – trabalha há 23 anos na prefeitura. Assim
que ingressou no serviço público, foi logo
lidar com a coleta do lixo. Relata que por
volta de 1990, no mandato de Aluísio Heidemann, veio por aqui um fiscal e exigiu
que a prefeitura iniciasse um trabalho de
recolhimento do lixo. Lixeiras feitas de latão foram instaladas na praça e eram recolhidas semanalmente. Todo o material
era depositado em lixões a céu aberto.
Existiram dois, em áreas verdes da prefeitura. O primeiro foi no Morrote. “A gente
pegava as lixeiras e colocava dentro de
um caminhão, um Mercedes amarelo, era
tudo levado para o lixão do Morrote. No
fim, colocaram fogo nele. O que queimou,
queimou. O resto ficou, está tudo enterrado”, conta João. Depois disso, outro lixão foi criado no bairro Belo Vista, mais
precisamente no local onde hoje está instalada a Madeireira Cobema.
João lembra que eram feitas valas
com retroescavadeira e todo o lixo era
depositado dentro delas. “A gente também botava fogo em tudo que queimava.
Assim que enchia uma vala a prefeitura
fazia outra. No fim, já não tinha mais lugar”. Naquela área, por volta do ano 2000,
alunos da escola Aldo Câmara realizaram
um projeto de recuperação com o plantio
de árvores nativas.
Uma primeira tentativa de triagem
Em 1999, conforme informações de
Lucio Schmidt, à época secretário de agricultura, foi criado uma espécie de galpão
de reciclagem para solucionar o problema do lixo. Era na antiga estufa de secagem de grãos, já inutilizada, ao lado da
garagem da prefeitura. João foi o primeiro a trabalhar lá, com mais dois ajudantes, Maurino [Pirulito] e sua esposa Ana.
Segundo ele, os problemas no galpão de
traigem eram inúmeros. “Era um serviço
muito ruim. Muito nojento. Eu até fiquei
doente. A gente não tinha máscara e as
luvas eram escassas. O mau cheiro era
grande e lembro que eu tomava banho,
mas aquele cheiro de lixo parece que
entranhava na gente. E tinha um tanto
de ratos, baratas, moscas. A gente via os
ratos passeando o tempo todo. Convivia
com eles ali dentro”. Ao mesmo tempo,
João fazia campanhas, palestras e visitas
técnicas. Tentou de tudo para conscientizar a população para separar o lixo. “Eu ia
de casa em casa, entregando um panfleto
educativo. Mas era muito difícil mudar o
hábito das pessoas. Teve gente que me
disse que aquele panfleto é que era lixo”.
As palestras eram nas escolas e os alunos vinham visitar o galpão. “Não adiantou nada. A população não estava nem aí.
Mandavam tudo misturado”.
Varrer pra debaixo do tapete
No galpão separavam os materiais recicláveis. Incialmente, eles eram vendidos
pela própria secretaria de agricultura.
Depois, a família de Maurino levava e ela
é que comercializava tudo. Os resíduos
orgânicos e os rejeitos tinham outro destino: “O que era orgânico eu fazia adubo,
compostagem. Esse material era usado
nas hortas escolares e nas plantas da cidade. A gente também doava pra população que vinha buscar. Já os rejeitos eram
depositados no lixão do preto Velho lá
perto de Tubarão. Eram levados com caçambas da prefeitura”.
Os problemas do galpão relatados
por João eram foco de constantes reclamações dos moradores. Os vizinhos se
queixavam, sobretudo, do mau cheiro e
da existência de moscas, baratas e ratos.
Em 2010, a administração municipal optou pelo jeito mais fácil de resolver esses
sintomas de uma falta de consciência dos
santarosalimenses e na inexistência de
uma política local de gestão de resíduos
sólidos. A escolha feita foi transportar
todo o lixo para fora do município, com
a contratação de uma empresa de fora
para esse serviço. Uma parte, supostamente, continuaria a ser triada e reciclada, mas longe do município. Essa situação persiste até hoje.
Hoje nosso lixo é tudo lixo mesmo
João da Zita faz uma comparação importante: “Naquele tempo [do galpão]
era tudo muito ruim. Mas, pelo menos,
a gente separava o lixo e muito dele era
aproveitado. Hoje, está pior ainda, pois o
caminhão da Recicle recolhe e leva tudo
triturado para um aterro sanitário. Do lixo
daqui só se aproveita o que vem do interior, que a prefeitura deposita no galpão
do Pirulito”. E conclui dizendo que, para
ele, a solução seria um galpão de reciclagem dentro dos padrões exigidos pela lei
e também muita conscientização junto
com a população: “Primeiro tem que ensinar, de casa em casa, de morador em
morador. Não podemos mais ficar destruindo nossa natureza e não dando um
destino de valor ao nosso lixo. Tem que
ter aproveitamento. Hoje nosso lixo é
tudo lixo mesmo. Rejeito. Sujeira”.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
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Comunidade RIO DO MEIO
Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel
Uma senhora recicladora
Jovem, mulher, mãe e, como ela
própria brinca, a “Severina do lixo de
Santa Rosa de Lima”. Ela sabe que é
diferente. “Pessoas que eu considero importantes me perguntam, mas
como, uma mulher à frente deste
trabalho?”, conta Ramone Nascimento. E ela mesma responde.
“Porque sou diferente! Meu nome
não é comum. Eu também não sou
uma pessoa comum. Alguns me criticam. Outros me admiram. Sei que
o lixo é minha bola de ouro, gosto
disso e me sinto bem. Meus colegas
de escola foram pra faculdade ou
ficaram na roça e eu optei por algo
diferente, sou uma catadora de materiais recicláveis”.
O início, o fim e o meio
Ramone ingressou no universo
de catadores de material reciclável
em 2003. Seu pai, Maurino Nascimento, o Pirulito, depois de um
mês contratado em função pública, começou a lidar com o “lixo” do
município, no galpão instalado na
garagem da prefeitura. “No início
era só o pai e o João que trabalhavam. Mas o volume aumentou e, por
fim, minha mãe e eu começamos a
ajudar”. Daí houve o estalo de que
os matérias recicláveis poderiam
gerar uma boa renda. Em pouco
tempo, toda a família participava da
triagem. Tempos depois, como os
moradores não separavam devidamente o “lixo” em suas casas e esse
problema “estourava” no galpão,
houve reclamações de vizinhos e a
decisão da administração municipal
de contratar uma empresa para a
coleta e o transporte para fora do
município. “Depois que o galpão fechou, nós começamos a fazer aquilo
ali por nossa conta. Hoje, faço tudo
sozinha: eu recolho, separo, entrego, pago e recebo”, conta Ramone.
Mensalmente, coleta cerca de cinco
toneladas de material bruto, não só
em Santa Rosa de Lima, mas também em diversos municípios da região.
Trabalho digno
Toda a renda de Ramone, que
ela divide com os pais, provém desse trabalho, do qual se sente orgulhosa. Não só pelo dinheiro, mas
pelo serviço que presta a sociedade.
“Tem pessoas que me cumprimentam e tem pessoas que me olham
de cara feia. Eu trabalho com lixo,
mas faço um serviço limpo e digno.
A minha renda vem toda do lixo.
Faço isso pra sustentar minha família. Melhor assim do que fazer algo
que não é decente.” E ela enumera
algumas vantagens da sua lida. “Eu
adoro o que faço e não me vejo fazendo outra coisa. Faço o meu horário, tenho liberdade. A satisfação
é saber que eu preciso daquilo e eu
sei o quanto eu tenho que trabalhar para conseguir o que preciso”.
Ela diz que acaba achando graça do
que certas pessoas consideram ser
sua desgraça. “Se engalha um saco
no caminhão, eu dou risada. Se me
machuco, chamo um nome feio,
mas dou risada. Pareço uma doida
na rua. Estou todo dia em lugares
diferentes. Vejo pessoas diferentes.”
E conclui: “o que é lixo pros outros,
pra mim é renda. Tem lixo que brilha o olho. Às vezes eu passo em
Braço do Norte ou outra cidade e
vejo alguma coisa de valor no lixo,
eu paro e pego. Não importa a roupa que estou nem onde estou.”
No universo dos resíduos sólidos, as pessoas é que precisam
se reciclar
Apesar das alegrias, Ramone lamenta a postura de quem gera o
lixo. “O maior problema ainda é a falta de conscientização da população
sobre a separação. Na segunda-feira, o volume é bem maior, mas é um
material muito ruim. É tudo misturado. Não se aproveita quase nada.
Tem gente que mistura orgânico
com caco de vidro, com agulha de
insulina, com lixo de banheiro, com
plástico. Já me feri muitas vezes com
vidros e agulhas. Eu sei certinho as
casas em que posso coletar, onde o
lixo vem com valor. Tem gente que
coloca até bicho morto pra coleta. É
gato, gambá... Não sei porque... As
pessoas misturam tudo”.
Outra dificuldade apontada pela
recicladora é a forma como as pessoas dispensam seus lixos. “Muitos
sacos vêm abertos. Sacos são jogados no chão ao alcance de animais.
Muitas lixeiras ficam cheias de restos. Ora, o lixo é uma questão de
saúde pública. Pra resolver, basta
a conscientização. Mas pra conscientizar tem que começar lá pela
creche. Os maiores não entendem
ou não querem entender. Acham
que a obrigação é de quem cata. E,
às vezes, ainda acham que nós somos pessoas de má índole”. E ela faz
questão de destacar que “o melhor
lixo é aquele que vem do interior do
município”. “Antes a gente coletava.
Este ano mudou. A prefeitura coleta
e deixa aqui. Isso acontece de dois
em dois meses. É o melhor lixo que
vem. É um lixo seco.”
Diretor: Sebastião Vanderlinde
Diretora: Mariza Vandresen
Estrada Geral Águas Mornas, s/n.
CEP 88763-000
Santa Rosa de Lima - SC.
Tel. (48) 9944-6161 / 9621-5497
E-mail: [email protected]
Verduras com sabor de colônia
Em nossa comunidade, existem diversas famílias
que trabalham com a produção orgânica. Uma delas é formada por Dona Maria Edite Boeing Bonetti e Seu Isaltino Bonetti. Os dois são agricultores e
moradores do Rio do Meio. Para conhecer um pouco mais desta produção e com o propósito de saber
a opinião deles sobre o universo dos produtos orgânicos, nossa coluna resolveu realizar uma entrevista
com o casal.
“O que lixro pros outros pra mim é renda”.
Ramone, recicladora em SRL.
Dicas
No que se refere à coleta, para
Ramone, o ideal seria uma coleta
seletiva e separada por dias. “Por
exemplo, em um dia só se coletaria
lixo orgânico. E, em outro, só lixo
seco. Isso seria o ideal.” Para a separação nas residências ela mostra
sua prática. “Aqui em casa eu tenho
um cantinho da reciclagem. Lavo
todas as embalagens e nas sexta
eu recolho o que eu produzi na semana. O material orgânico vai para
os bichos ou para o quintal. Mando
pouca coisa pra lixeira da rua, um
lixo de banheiro, algum isopor. Vai
muito pouco mesmo. Pra gente poder triar e reciclar não pode estar
sujo”.
Lixo extraordinário
“Tenho clientes que vem aqui e
gostam de ver o meu lixo. Encantam-se por uma porcelana antiga,
por um vidro diferente. Trabalhar
com reciclagem é um vício. Tem coisas que eu me apego. E tem coisas
que eu vejo e já tenho mil ideias.
Rodado vira mesa; bebedouro de
granja, vaso. Tem pessoas que levam materiais pelas ideias que eu
dou. Eu queria um incentivo pra
transformar o lixo não só em material reciclado, mas também em
utilidade ou arte. Queria fazer um
espaço de coisas antigas. Tem ‘lixo’
que eu compro porque gostaria de
expor.”
Os recicladores sempre têm causos para contar sobre o que acham
no lixo. A história inusitada da Ramone foi uma caixa que, inicialmente, ela deixou de lado. Quando
abriu, viu que continha roupas totalmente novas. Era uma mercadoria
que uma loja, por descuido, havia
colocado junto com o lixo. “Valiam
por volta dois mil reais e eu devolvi.
Eles me agradeceram muito e disseram que não podiam entender
como tinha acontecido”. Mais uma
demonstração de que esse é um
trabalho realmente limpo e digno.
segue
Fundado em 10 de maio de 2013,
dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima
Jornalista Responsável: Mariza Vandresen
Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e
Planejamento): Sebastião Vanderlinde
Revisor e editor (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt.
A trajetória
Eles começaram produzindo verduras de forma
convencional, isto quer dizer, com uso de insumos
de síntese química. Depois de algumas safras, decidiram que era melhor parar. “Os custos de produção eram altos e tinha o problema de devolução de
produtos, pois a verdura depois de colhida se estragava muito rápido. E o preço ficou muito baixo. Era
difícil concorrer oferecendo um produto convencional”, relata seu Tino.
Algum tempo e algumas conversas depois, principalmente motivados pelo professor e “vizinho”
Wilson Schmidt, decidiram que era hora de voltar
a produzir verduras mas, então, de forma orgânica. “Primeiro não acreditamos muito na ideia, mas
resolvemos apostar. A gente pensava que até era
loucura lidar com verduras de novo”, diz Edite. Com
o passar do tempo, a atividade foi se consolidando
e eles se deram conta de que se tratava de uma boa
alternativa. “Hoje, percebemos que essa produção
é mais viável. O preço é maior e se tem uma melhor
organização. Tudo o que produzimos entregamos
para a Agreco e recebemos certinho”, completa
Tino.
Além da renda com a comercialização eles se
orgulham de ter à mesa alimentos saudáveis e frescos. O casal conta que com as sobras das plantas
eles conseguem criar vários animais, como coelhos,
porcos, gansos, galinhas e patos, entre outros. E
concordam em uníssono: “É uma vista linda de se
ver, aquela bicharada no quintal, no açude, pelos
galinheiros. Até os turistas que passam aqui na estrada diminuem a marcha e batem fotos dos bichinhos. Para nós isso é um orgulho”.
E com sinceridade, mas parecendo verdadeiros
garotos-propaganda, eles anunciam: “plantamos
verduras porque gostamos deste trabalho. E temos
a alegria de saber que os alimentos que produzimos são servidos à mesa de cada um dos clientes
da Agreco com aquele saborzinho da colônia e sem
riscos à saúde de ninguém”.
Dona Dite e Seu Tino.
O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do
bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os
responsáveis pela Editora que constam deste expediente.
Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini
Distribuição: Editora O ronco do bugio
Tiragem desta edição: 1000 exemplares
Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio).
Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do
Executivo e Legislativo estadual e federal.
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
segue
Reportagem ESPECIAL
A situação atual. Há mais
do que lixo a reciclar...
O relatório de diagnóstico dos resíduos sólidos, realizado recentemente pelo Consórcio de Saneamento Básico da Amurel, aponta que Santa
Rosa de Lima produz em média 20 toneladas de resíduos por mês. Estes
dados confirmam o diagnóstico do Plano de Saneamento Municipal elaborado no ano passado.
Como foi visto, legalmente, a responsabilidade deste serviço de utilidade pública cabe ao poder público municipal.
Atualmente, o encargo é da Secretaria
de Agricultura, Meio Ambiente, Turismo,
Indústria e Comércio, que optou por dar
continuidade à terceirização da coleta,
triagem e transporte dos resíduos sólidos
urbanos ou lixos domiciliares. Através de
licitação, permaneceu a empresa Recicle,
de Braço do Norte, que, anteriormente,
já prestava esses serviços. Os preços licitados em 2013 foram R$ 64,00 por tonelada recolhida, mais a taxa mensal de
coleta de R$ 5.400,00 (sendo previstas
coletas duas vezes por semana, segunda
e quinta, no perímetro urbano, no Quedas d’Água e Bela Vista).
Recentemente, com base em dados
disponíveis no Portal da Transparência,
vereadores da oposição constataram
acréscimos superiores a 70% no valor
pago para a execução destes serviços,
se comparados ao mesmo período em
2012 e 2013. O que mais chamou atenção foi o aumento significativo na tonelagem supostamente recolhida. Se em
abril de 2012, foram coletadas cerca de
20 toneladas de resíduos, no mesmo mês
de 2013 teriam sido recolhidas 40 toneladas. Julgando-se que não há qualquer
explicação razoável para tal aumento, o
assunto foi levado à Câmara. O presidente, Leonizio Laurindo, encaminhou, en-
tão, convite aos responsáveis pela tema
na administração municipal e à empresa
Recicle para que comparecessem à casa
legislativa municipal para prestarem esclarecimentos.
Uma tentativa de elucidar
Em atendimento ao convite, compareceram à sessão do dia 13 de agosto, os
secretários municipais Edson Vandresen
(Finanças) e Bertilo Heidemann (Agricultura, meio ambiente e turismo) e pela
empresa Luiz Carlos Bloemer Pickler.
Inicialmente, o vereador Luiz Schmidt,
questionou os índices de reajuste dos
serviços. “De 2011 para 2012, o valor da
coleta teve um acréscimo de 4.49% e, de
2012 para 2013, de 74%. Os índices são
relativos aos números do primeiro semestres dos três anos referidos”, disse o
vereador.
O representante da Recicle relatou
que essa empresa foi a única a participar da licitação e que havia apresentado o que considerava ser “o preço real”
dos serviços, e esse aumento refletiria
aumentos de custos (reajuste do salário
dos funcionários, do combustível, dos
valores do uso do aterro sanitário) e um
“aumento das linhas de recolhimento” no
município. Mas, segundo ele, o principal
motivo para o aumento significativo dos
valores pagos teria sido o volume de lixo
gerado pelas PCH: “Elas não tem um ge-
renciamento correto de resíduos; vão lá
e largam na terra. Só de terra é três vezes a quantidade de lixo. Esse é o maior
problema. Pra nós nem é interessante já
derrubamos duas caçambas em aterro
por causa desta terra”, declarou o representante da Recicle. Além de terra, ainda
segundo Luiz Carlos Bloemer Pickler, haveria um volume importante de madeira
colocado para recolhimento pelas PCH.
Questionado sobre a pesagem e o controle desse volume, informou que a pesagem é realizada em uma balança na
propriedade do senhor Alvaro Schuelter,
em São Maurício.
Os secretários municipais, por sua
vez, relataram que como o contrato com
a Recicle havia terminado em 2012, procuraram a empresa e “depois de muito
diálogo”, lançaram um edital, na modalidade pregão, em janeiro de 2013. Segundo Vandresen, “foi feito o edital, tudo certo, e apenas essa empresa compareceu
no dia da licitação, vencendo o pregão”.
Com relação ao aumento na quantidade
de lixo produzido, Edson diz que não tem
os dados, não sabe a participação das
PCH na quantidade de lixo coletado, mas
avalia que o volume vem de fato crescendo. Quanto ao que é pago à Recicle, o secretário de finanças considerou ser “um
valor preocupante”, mas que a “nossa
natureza agradece porque este lixo não
está sendo jogado em qualquer lugar”.
A vereadora Edna Bonetti ponderou
que não pode ter havido mudanças significativas nos volumes gerados de lixo
a ponto de se coletar o dobro e que o
aumento no trajeto percorrido para recolhimento é pouco significativo. Por isso
afirmou que “a administração municipal
não poderia admitir um aumento de 74%
no valor da coleta do lixo”. O secretário
da pasta diretamente responsável pelo
tema, Bertilo Heidemann, acabou falando por mais de meia hora, sobre temas
diversos e distantes do objetivo da sessão, para, ao final, declarar: “A única coisa
que eu posso dizer sobre o lixo é que a
empresa ganhou e nós temos que pagar”.
Sobre os volumes, disse apenas que se
comprometia a “verificar o que está acontecendo”.
Em tempo
Na data do fechamento desta edição,
o Canal SRL procurou informações, no
setor de licitações da administração municipal, sobre a situação do contrato da
prefeitura com a Recicle, já que seu prazo
expiraria no mês de agosto. E através do
Portal da Transparência foi confirmado
que o contrato se encerrou no dia 31 de
agosto. (tela ao lado)
Bode expiatório
No dia seguinte à sessão na
Câmara, a vereadora Edna Bonetti
buscou apurar as informações sobre o volume de rejeitos das PCH.
Foi até o canteiro da PCH Santa
Rosa, a única ainda em construção, e conversou com o engenheiro responsável pela obra, Dyego
Casagrande, da empresa Dez Engenharia. Segundo ele, “Nunca a
empresa enviou madeira, tampouco resíduos com terra. A empresa
produz um volume considerado
baixo de resíduos, são menos de
40 trabalhadores alojados aqui e
o lixo orgânico é recolhido pelo
senhor Guido Martins, com quem
temos um contrato assegurando
a destinação correta. Com relação
às madeiras, o que não é mais utilizado, é doado para moradores da
redondeza, que assinam um termo de doação. A ferragem, o que
é possível, colocamos junto com o
concreto da barragem ou doamos
para o “Pirulito”, que recolhe aqui.
Não podemos jogar fora, madeira,
areia, resto de construção.E sobre “terra” pondera: “a informação
não procede, pois ela é um recurso natural. Não podemos simplesmente descartar. E, para nós,
ainda seria prejuízo, pois precisamos dela. Nós a depositamos em
um pátio, que chamamos de bota
fora, e posteriormente, a reutilizamos”. Para finalizar: “A empresa
[Recicle] coleta, aqui, apenas lixo
doméstico. Não tem lógica essa
afirmação repassada na câmara
de vereadores”.
Tal informação foi confirmada
pelo motorista do caminhão que
realiza a coleta em Santa Rosa de
Lima, ouvido pela reportagem. Segundo ele, o lixo na comunidade
de Quedas d’água e na PCH Santa
Rosa é recolhido uma vez por semana, na segunda feira e, na PCH,
“é apenas lixo doméstico, nem podemos recolher outro material”.
Resta agurdar agora uma triagem
nas informações prestadas à Câmara.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
ZELAR
Comunidade SANTA BÁRBARA
Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de SRL
Igor Bonetti
Você já ouviu falar em Ecovila?
Aqui na Santa Bárbara, existe um projeto que segue este conceito. Segundo a Rede Global de Ecovilas (em inglês, Global Ecovillage Network), são comunidades rurais ou urbanas de pessoas que buscam
integrar um ambiente social assegurador e promover um estilo de vida de baixo impacto ecológico.
Para atingir este objetivo, integram vários aspectos:
ecológico, permacultura (ou agricultura permanente), construções de baixo impacto, produção verde,
energia alternativa, práticas de fortalecimento de
comunidades e muito mais.
A sustentabilidade é a ideia principal.
A ecovila Encostas da Serra Geral foi fundada por
volta de 1999. São 36 lotes que a compõe e os proprietários são todos da cidade grande. A maioria é
de Florianópolis. São biólogos, arquitetos, engenheiros, doutores. São pessoas bem legais, que querem
proteger a natureza.
Por isso, para a nossa comunidade é um privilégio ter este espaço e poder conviver com ele.
Até hoje ninguém realmente mora por aqui. Os
sócios da Ecovila, contudo, sempre vêm nos finais
de semana. Eles construíram uma casa que é uma
espécie de “base de uso comunitário”. Nela, tem
fogão a lenha, churrasqueira, quartos e banheiros.
Meu pai é quem cuida daqui pra eles. Cuida da horta, do jardim e sempre que tem algum serviço é ele
quem faz.
Ações
Eles já iniciaram o tratamento de esgoto com a
utilização de um tipo diferente de fossas. Elas têm
três divisórias. Os sedimentos vão se acomodando
nas pedras colocadas no fundo e no final das etapas
a água pode ser reutilizada para adubação e irrigação.
No local, poços artesianos garantem água pura.
Para assegurar a produção local de alguns alimentos para o consumo, áreas com árvores frutíferas e
pequenas lavouras foram plantadas.
Ensinamentos
Assim é que todos deveriam ser e agir. É preciso colocar, sempre, a natureza em primeiro lugar.
E preservá-la, pois este, sim, é o nosso maior patrimônio.
Ecovila Encostas da Serra Geral.
O papel da escola no combate à violência sexual
Como as crianças passam boa
parte do dia na escola, professores,
funcionários e gestores dos estabelecimentos de ensino podem
ser a chave para encaminhar casos de violência. Ninguém melhor
que o professor para reconhecer
comportamentos incomuns em
seus alunos. Vale lembrar que nem
sempre o abuso sexual envolve
contato ou violência física. Práticas
de voyeurismo (“espiar”), exibicionismo, telefonemas obscenos e
produção de fotos também fazem
parte desta categoria de crime. E a
escola deve estar preparada para
lidar com essas situações.
O primeiro passo diante de qualquer suspeita de abuso é entrar em
contato com o Conselho Tutelar.
A escola pode também ter uma
comissão de prevenção aos maus
tratos. Formada por professores,
diretor e coordenador, ela deve conhecer o Estatuto da Criança e do
Adolescente, manter um bom relacionamento com os conselheiros
tutelares do município e da região
e, promover momentos de formação para a comunidade escolar.
Ao perceber que existem crianças
em situação de risco, a escola deve
acionar o Conselho Tutelar ou mesmo fazer uma denúncia anônima
pelo Disque-Denúncia (Disque 100).
Atenção aos sinais
Algumas mudanças no comportamento escolar podem ser indicativos de que algo não vai bem.
- Chegar cedo e sair tarde da escola demonstra pouco interesse ou
mesmo resistência a estar em casa.
- Queda injustificada na frequência ou o abandono da escola.
- Dificuldade de concentração e
de aprendizagem, com baixo rendimento escolar.
- Não participação ou pouca participação nas atividades escolares.
- Surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros
bens que estão além das possibilidades financeiras. Pode ser um indício de favorecimento e/ou aliciamento.
- Tendência ao isolamento social
com poucas relações.
- Relacionamento entre crianças
e adultos com ares de segredo e
exclusão dos demais.
- Dificuldade em confiar nas pes-
soas ao redor.
- Fuga de contato físico.
- Medo ou pânico de certa pessoa. Quando a criança é deixada sozinha em algum lugar com alguém
ela pode dar sinais de desagrado.
- Mudanças extremas e súbitas
no comportamento, como oscilações no humor.
- Mal-estar pela sensação de
modificação do corpo e confusão
de idade.
- Regressão a comportamentos
infantis, como choro excessivo sem
causa aparente, ou mesmo chupar
dedos.
-Tristeza, abatimento profundo
ou depressão crônica.
- Aparecimento de uma série
de problemas de saúde sem causa aparente, como dor de cabeça,
erupções na pele, vômitos e outras
dificuldades digestivas, que na realidade, têm fundo psicológico e
emocional.
- Traumatismo físico ou lesões
corporais, como o aparecimento de
hematomas, que podem ser resultado do uso de violência física.
Por favor, fiquem todos bem
atentos.
Rede AGRECO
Volnei Luiz Heidemann | Adilson Maia Lunardi
Linha Agreco lança novos produtos
Depois de novidades como as
conservas de mini milho e de poronguinho, que têm encantado os
distribuidores e os clientes finais da
nossa marca, a CooperAgreco planeja o lançamento de vários novos
produtos. Uma das grandes expectativas é a linha de comidas para
bebês, ou “papinhas”, orgânicas
que, em breve, terá sua produção
iniciada. As linhas de legumes congelados e pizzas são aguardadas
para entrar no mercado ainda em
2013.
Diversificar produção e segmentar as vendas
A CooperAgreco atua no varejo
e no mercado institucional, buscando sempre diversificar clientes
e produtos. Faz isso para fortalecer
as vendas e para diminuir riscos de
dependência de um segmento ou
circuito do mercado, que podem,
sempre, ser afetados por fatores
externos. A experiência da nossa organização é que gerou este
aprendizado.
Aprendemos, por exemplo, com
a descontinuidade do mercado institucional. No passado, o fornecimento de merenda orgânica para
escolas da Rede estadual de Santa
Catarina foi interrompido bruscamente. A consequência daquele ato
unilateral e imprevisível do governo
foi ficarmos momentaneamente
com uma quantidade de produtos
sem possibilidade de escoamento.
O PAA (Programa de Aquisição de
Alimentos), por sua vez, teve diversos períodos em que houve atraso
na liberação de recursos para novos projetos.
Neste quadro, devemos considerar que se o atendimento para
redes de supermercados é bastante exigente, este circuito tem sido
seguro para a programação de vendas, além de apresentar crescimento regular e contínuo.
Planejar a produção agroindustrial e gerar novas oportunidades para os agricultores
A estratégia da nossa Cooperativa é garantir, através de um bom
planejamento, a produção de matéria-prima para as agroindústrias.
Temos verificado, por exemplo, que
em determinadas épocas existe excesso de produção de folhosas e a
falta de alguns legumes e frutas. Só
para se ter uma ideia, no mês de
julho passado foram compradas 26
toneladas de tomate orgânico em
São Paulo, para que nossas agroindústria pudessem processá-lo e
atender à demanda de atomatados
da marca Agreco. E isso precisa ser
levado em conta pelos agricultores:
o bom desempenho das vendas da
linha de alimentos processados pelas nossas agroindústrias garante
oportunidades para a produção de
matéria-prima.
Agricultores, procurem se informar. Para saber mais sobre os produtos com maior demanda, sobre a
produção orgânica e sobre preços,
basta procurar a coordenação da
CooperAgreco ou a equipe técnica
da Agreco.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Comunidade NOVA ESPERANÇA
INFRAESTRUTURA
Melhorias de estradas pelo SC Rural devem
ser concluídas antes do prazo final
A execução de serviços e obras de engenharia rodoviárias para melhoramento de 14.857 Km de estradas rurais em Santa Rosa de Lima estão bem adiantadas. As obras fazem parte das ações, metas e objetivos
da Secretaria de Estado da Infraestrutura no âmbito
do Programa Santa Catarina Rural – SC Rural. Os investimentos da Secretaria da Infraestrutura no município
são no valor de R$1.241.621.04 e faz parte do primeiro
projeto estruturante de turismo rural de Santa Catarina, apoiado pelo SC Rural.
Os trechos, no total de 12, recebem melhorias em
serviços de terraplenagem e conformação de plataforma, de drenagem corrente e superficial, de revestimento primário, revestimento em “paver” – blocos de
concreto, serviços de recomposição vegetal e paisagismo e, ainda, serviços de sinalização turística, obrigatória e de segurança.
A Secretaria da Infraestrutura estabeleceu na licitação o prazo de seis meses para a realização dos serviços e obras previstos. Andressa Caroline Zabel Weege,
responsável pela Empresa Zabel Terraplanagens, vencedora da proposta, confirma que o cronograma está
dentro do previsto, inclusive, adiantado. “Iniciamos em
01 de julho e se o tempo colaborar, até final de outubro
finalizamos tudo. Cinquenta por cento já foi concluído.
Já realizamos a terraplanagem e bueiros nos trechos
1,2,3,4, 5 e 9. Mas não estão todos terminados, no final, antes de entregar a obra, repassamos novamente
todas as estradas com moto niveladora”.
Projeto estruturante
Em 2011, a Associação de Agroturismo Acolhida na
Colônia, com apoio técnico da Epagri apresentou ao
Programa SC Rural um projeto estruturante para fortalecimento do agroturismo em Santa Rosa de Lima.
O projeto visa apoiar a estruturação e comercialização
dos produtos e serviços de forma integrada e descentralizada. Como um dos maiores gargalos para o turismo e escoamento da produção são as estradas, as
famílias solicitaram a melhorias delas na manifestação
de interesse ao projeto.
Programa SC Rural
O Programa SC Rural tem como objetivo geral aumentar a competitividade das organizações dos agricultores familiares em Santa Catarina. O Programa é
uma iniciativa do Governo do Estado de Santa Catarina
com financiamento do Banco Mundial. Iniciou em 2010
e término previsto para 2016. Em investimentos são
US$ 189 milhões, dos quais US$ 90 milhões financiados pelo BIRD e US$ 99 milhões recursos orçamentários do Estado.
A responsabilidade pela coordenação do SC Rural é
da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca - SAR,
através da Secretaria Executiva Estadual do SC Rural SEE, tendo como instituições executoras: Empresa de
Pesquisa e Extensão Rural - Epagri, Fundação do Meio
Ambiente - Fatma, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina - Cidasc, Secretaria
de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável
- SDS, Secretaria de Estado da Infraestrutura – SIE, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte - SOL,
e Batalhão de Polícia Militar Ambiental/BPMA.
Secretaria de Infraestrutura do Estado fiscaliza obras do SC Rural
7
Janqueline Tonn
Essa coluna volta mais uma vez ao passado. Agora, para relembrar do meu, avô Guilherme Otto Tonn.
Para ele, viver era valorizar o que mais gostava de fazer. Diferente de hoje, não era uma questão de “ter” e
de ganhar dinheiro, mas sim de “ser” e de se ocupar
daquilo que se julga bom. E para o Fata, isso significava “mexer com as abelhas”.
Da mata ao mel
Mexer com as abelhas queria dizer para o Fata
Tonn ele mesmo ir até a mata e escolher e retirar as
boas madeiras para as caixas. Depois, ele próprio fazer
as caixas e sobre caixas. Em seguida, de novo ele, povoar as colmeias. E cuidar delas. E fortalecê-las. Assim,
lidava com, em média, 160 famílias. E ainda tinha, ali
mesmo, bem perto, uma casinha onde retirava o mel
para consumo próprio. Era tudo muito simples, mas
bem adaptado. Com uma centrifuga manual e muito
cuidado e dedicação, ele retirava o mel dos favos. Esse
trabalho completo fazia com que ele tivesse muito orgulho dele mesmo. Assim, os anos foram passando e
apicultura foi crescendo no município. Era mais um
caso onde o Seu Guilherme era um bom exemplo.
Trechos que recebem melhorias:
Trecho 1 - Estrada Municipal Rio dos Índios
– Mata Verde; extensão de 1,452 Km; Trecho 2 - Estrada Municipal Rio dos Índios –
Acesso à Pousada Doce Encanto); extensão
de 1,932 Km;
Trecho 3 - Estrada Barra do Rio do Meio
(Ponte sobre o Rio do Meio – Ponte sobre o
Rio Braço do Norte); extensão de 2,945 Km;
Trecho 4 – Estrada Barra do Rio do Meio –
Morro dos Roecker
Trecho 5 – Estrada Águas Mornas; extensão de 0,306 Km;
Trecho 6 – Estrada Nova Fátima – Acesso
Comunidade May (Ponte Eletrosul); extensão de 0,313 Km;
Trecho 7 – Estrada Santa Catarina: extensão de 1,511 Km;
Trecho 8 – Estrada Rio Santo Antônio – Rio
Ladeia – Ponte sobre o Rio Santo Antônio,
extensão de 2,603 Km;
Trecho 9 – Estrada Águas Mornas; extensão de 0,018 Km;
Trecho 10 – Estrada Nova Fátima – Acesso
Comunidade May, extensão de 0,541 Km;
Trecho 11 – Estrada Municipal Rio dos índios – Acesso Rio do Meio, extensão de
0,199 Km;
Trecho 12 – Estrada Municipal Nova Fátima – Acesso Comunidade May, extensão de
0,267 Km.
Um perfil
Eu não cheguei a conhecer meu avô. Pelo tanto
que ouvi, sei que ele tinha muitas qualidades. Que era
um homem trabalhador e íntegro e que, como fotógrafo, tirava belíssimas fotos. E naquele tempo em que
fotografar era muito raro. Assim como ele lutou para
manter esse hobby, defendia também seus ideais.
Procurava, ainda, ajudar sempre quem dele precisava.
E valorizava o alemão, a sua língua pátria, tendo ensinado seus filhos a cultivá-la.
O Fata morava em uma casinha simples, mas muito aconchegante. Ali, ele viveu e contou muitas histórias. Como tinha vindo da Alemanha, falava daquele
país e de tudo o que havia acontecido antes de vir morar aqui na Nova Esperança. Ele dizia que sentiu que
uma guerra iria acontecer, porque trabalhou em uma
fábrica de armas.
Ao chegar aqui, aprendeu a falar o português, ajudou a abrir estradas e a “construir” a nossa própria
comunidade. Se somos o que somos hoje, se conseguimos nos desenvolver, é porque nosso mourão, a
nossa escora, tem um nome: Guilherme Otto Tonn.
Ele acabou conquistando os objetivos dele e permitindo que tivéssemos os nossos.
Um legado
Guilherme Otto Tonn casou com Ema Elisabete
Heinz Tonn e eles tiveram quatro filhos Erica Helena,
Beti Melinda, Leonado e Valdemar Erico. Atualmente,
ele já não está mais entre nós. Creio que virou uma
estrela linda, lá no céu, a brilhar nas noites escuras
da Nova Esperança. Mas o “mexer com as abelhas”,
no mesmo lugar e com o mesmo cuidado, continuou.
Hoje, a “criação” do vô está nas mãos de seu filho caçula Valdemar, da nora e dos netos. A quantidade de
caixas e de famílias de abelha diminuiu. Mas o apiário
continua lá, como uma demonstração de que valorizamos tudo o que ele nos deixou.
Tenho muito orgulho de ser neta do Seu Guilherme Otto Tonn. Como
já disse, não o conheci. Mas passei bons
momentos ouvindo
meu pai Leonardo
me contar as histórias
que tinha escutado
do meu avô. Por isso,
guardo dele uma imagem de um homem
feliz, amado e presente entre os seus.
Como este texto mostra, presente até hoje!
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
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INOVAÇÃO
Projeto de pesquisa para a produção e extração de
óleos essenciais traz recursos financeiros e técnicos
para Santa Rosa de Lima
No dia 23 de julho, a Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep) assinou um convênio com instituições catarinenses
para a realização de um projeto na região de Santa Rosa de
Lima. Esse projeto, no valor de quinhentos mil reais, tem o
objetivo de por em prática os estudos e pesquisas necessários e indispensáveis para a constituição de uma cadeia
produtiva inovadora para as Encostas da Serra Geral, a da
produção sustentável de óleos essenciais orgânicos.
Como se chegou ao projeto
Há quase dois anos, João Augusto de
Oliveira, através da Consultoria Boavista,
apresentou a experiência do Centro de
Formação em Agroecologia das Encostas
da Serra Geral para concorrer ao “Prêmio
Finep Inovação 2011”. A Financiadora de
Estudos e Projetos é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, que promove e financia a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades e centros
de pesquisa do país.
Resultado: concorrendo com experiências importantes do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul, o Centro de Formação conquistou o primeiro
lugar na categoria tecnologia social, da
etapa regional Sul do Brasil. A cerimônia
de premiação aconteceu no dia 5 de dezembro de 2011, na sede da Fiesc, em
Florianópolis. A premiação regional resultava no direito de ver apreciado um projeto de pesquisa e desenvolvimento no
valor de quinhentos mil reais. Esse projeto visa desenvolver ensaios e experimentos de produção e processamento, bem
como análises de mercado, para implantar uma cadeia produtiva sustentável de
óleos essenciais orgânicos na região das
Encostas da Serra Geral (Santa Rosa de
Lima, São Bonifácio, Rio Fortuna, Anitápolis e Gravatal). Ou seja, ganhar o prêmio
não significava receber automaticamente
o dinheiro. Era preciso elaborar um projeto consistente e trabalhar institucionalmente para que ele fosse aprovado
e financiado a fundo perdido pela Finep.
Quem arregaçou as mangas e trabalhou
bastante foi novamente João Augusto.
O projeto, apresentado à Finep em
meados de 2012, mobilizou a CooperAgreco e contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Lima, da
Epagri e da UFSC. Depois de seguir trâmites bastante exigentes no interior da
empresa ligada ao Ministério de Ciência
e Tecnologia, o convênio foi finalmente
assinado em 23 de junho de 2013. Todas
as instituições parceiras renovaram sua
participação no projeto e assinaram o
convênio. Atualmente, falta apenas resolver um pequeno detalhe de classificação
de custos para que ocorra a liberação
dos recursos e para que o projeto possa
ter início.
As ações e as condições
É João Augusto de Oliveira quem explica: “O primeiro passo será a seleção,
na região, de sessenta famílias de agricultores dispostas a serem pesquisadoras
do projeto. Faremos ampla divulgação
na região em rádios e jornais. E contamos como certo o apoio das prefeituras
e da Epagri na difusão dessa informação.
Depois, a seleção se dará em função de
critérios técnicos e da localização dos
candidatos a participar. Uma análise importante será sobre a sintonia dos agricultores com a produção orgânica e o
interesse e a disposição deles em contribuir para uma coisa nova, para desenvolver um potencial da região. Por isso, os
responsáveis pelo projeto propuseram
uma parceria preferencial com associados à CooperAgreco”.
José Luiz Schueroff, presidente da cooperativa julga que essa oportunidade se
dá em uma nova condição. “Os nossos
agricultores sempre demonstraram pioneirismo e ousadia. Assim como aconteceu em 1996-97, esse projeto representa, mais uma vez, investir no novo. É
mais um desafio, mas os agricultores da
CooperAgreco aprenderam com o que já
passaram. Quando nós começamos com
a produção orgânica, também era uma
experiência pioneira. E demos a cara
para bater sem pesquisa, sem muda,
sem ajuda financeira, sem nada. E, agora,
esse projeto para essa nova cadeia produtiva permite que seja tudo com os pés
no chão e, ainda, recebendo as mudas e
um auxílio para experimentar”.
Como funcionará o projeto
O projeto é de dois anos e cada uma
das 60 famílias selecionadas vai cultivar
mil plantas em uma pequena área de 200
ou 400 metros quadrados, conforme a
espécie. Cada uma das famílias plantará
apenas uma das quatro plantas escolhidas, em princípio: capim vetiver, orégano,
tomilho ou palma rosa. O agricultor receberá as mudas e mais um auxílio financeiro total de novecentos reais, para cuidar
da lavoura e para fazer as anotações necessárias. Ao final, a melhor caderneta de
anotações receberá, ainda, mil reais. E os
agricultores que obtiverem a melhor produtividade em cada espécie receberão
uma recompensa complementar de R$
João Augusto de Oliveira, principal responsável do projeto.
650,00. Esse estímulo financeiro é visto,
na verdade, como um reconhecimento
de que, neste projeto, os agricultores podem ser – e de fato serão – pesquisadores. Nesse sentido, João Augusto lembra
que uma atividade nova e inovadora nunca é fácil. “Todos têm que se preparar e
se dar conta que não há uma retaguarda
consolidada. Para o desenvolvimento de
técnicas e equipamentos, é que vamos
contar com os agricultores familiares e
sua capacidade de criar e inovar”, afirma
o principal responsável pelo projeto.
Expectativas do projeto
Ao fim dos experimentos, com as anotações que os agricultores farão sobre as
práticas e intervenções que realizarão
em suas parcelas, seguindo as definições
e orientações dos pesquisadores, será
possível ter um quadro das espécies que
crescem bem, têm boa produtividade e
produzem uma boa quantidade do óleo
valorizado. As plantas vão ser cortadas,
secadas, levadas para uma usina extratora e, em seguida, o óleo será analisado
em laboratórios. Nesse mesmo tempo, a
CooperAgreco buscará recursos para implantar uma usina de extração de óleos,
que deverá funcionar junto à nova sede
da organização. Do segundo ano para
frente, definidas as espécies, os sistemas
de produção e as rentabilidades, a CooperAgreco terá condições de consolidar
a cadeia produtiva.
Expectativas de médio e longo prazos para a região
Para compreender a visão estratégica
embutida no projeto, é interessante considerar o depoimento de João Augusto: “A
atividade de óleos essenciais orgânicos é
crescente no mundo inteiro e no Brasil
também. As empresas que usam esses
materiais – principalmente as de cosméticos, mas também as de fármacos – estão
crescendo e procurando cada vez mais
produtores e fornecedores. Mas tem que
ser óleo orgânico e certificado. Produzir
qualquer óleo não adianta. Então, temos
um mercado crescente. E, em um segundo momento, que pode ocorrer daqui a
oito ou dez anos, se a região abraçar essa
proposta, poderá conquistar a instalação
de uma empresa grande ligada ao setor,
o que abriria uma nova perspectiva para
os agricultores e os municípios daqui. Aí
está a importância da pesquisa que começa. Ela poderá criar as bases para esse
processo de inovação.
Um exemplo para pensar
Mais uma vez é João Augusto de Oliveira quem provoca uma reflexão a partir
do caso da região de Provence (Provença). Ele destaca que a grande indústria e
a grande produção que se tem em torno da lavanda naquela região do Sul da
França nasceram de uma iniciativa pequena de um grupo de agricultores e de
um sindicato que resolveu experimentar
e ver se era viável cultivar a lavanda. Dali
a pouco, havia aumentado a produção,
foram montadas estruturas de extração
de óleo e, então a L’Oreal, uma grande
empresa de produção de cosméticos, se
instalou lá. E, hoje, a Provença é o maior
polo de produção e extração de óleo de
lavanda do mundo. E ele conclui: “Se eles
fizeram, nós podemos fazer também. Por
que não? É claro que demorou um tempo. Mas é assim.”
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Meine Meinung Minha Opinião
Wilson Feijão Schmidt
Você leitor tem o seu epaço de expressão direta com nosso jornal.
Envie seus comentários.
[email protected]
Sou amplamente suspeito em falar sobre este Jornal, primeiro porque sou filho
de Santa Rosa de Lima, segundo, sou parente da jornalista responsável e terceiro,
porque me senti orgulhoso em ser coadjuvante na matéria “Intrépidos Pescadores”.
(Canal SRL Nº 03) Mas, mesmo assim, gostaria muito de manifestar minha opinião,
independente das evidências e bairrismos.
Faz 25 anos que deixei Santa Rosa de Lima
e depois de seu lançamento, todo mês recebo aqui em Tubarão duas edições do Canal SRL, uma para mim e outra, que sempre dou um jeito de fazer chegar ao Sergio
Hermesmeyer, outro filho de SRL. O Canal
SRL me leva de volta a minha terra natal,
me sinto em casa quando leio. Além dessa
satisfação, com reflexos de emoção, traz
um conteúdo que contribui para uma nova
sociedade, aquela que sempre almejamos.
O jornal, num todo é muito bom, mas o que
mais me atrai a leitura é a sessão Patrimônio Santarosalimense. Quantas maravilhas
nossa amada terra tem, quantas pessoas
extraordinárias, quantas estórias de vida.
Continuem assim, os “nativos” distantes
agradecem.
Luciomar José Vandresen
Tubarão - SC
Positiva, mas rasa...
Esta coluna começa com um
elogio. Foi muito positiva a manifestação pública, feita através da
assessoria de comunicação da
prefeitura, do Secretário municipal
de transportes, obras, agricultura,
meio ambiente e turismo de Santa
Rosa de Lima. Na nota à imprensa regional, o multi-secretário demonstra preocupação em relação
à qualidade dos trabalhos de melhoria de estradas, conquistados
pela Acolhida na Colônia dentro
do Programa SC Rural. Tais obras
estão sendo executadas por uma
empresa licitada pela Secretaria de
Estado da Infraestrutura e abrangem catorze quilômetros de estradas no interior do município. A
nota pública é positiva, porque feita
formalmente, de maneira clara e
escrita. Como se sabe, por aqui, de
costume, é na base do diz que diz,
do rumor e da intriga.
É uma pena, contudo, que a preocupação – na verdade, uma tentativa de desqualificação – seja tão
superficial quanto aquele trabalho
constante de espalhar “material”
sobre buracos. Com a obra de melhoria longe de ser concluída, a censura à empresa e aos engenheiros
dela é a colocação, nas estradas,
de “material” inadequado. O certo,
segundo o poli-secretário, seria saibro de qualidade, retirado de uma
barreira devidamente licenciada situada em Rio Fortuna.
Dúvidas
A primeira questão que fica é:
se não há barreiras licenciadas em
Santa Rosa de Lima, também a prefeitura daqui, para obter material
adequado, utiliza a mesma barreira
indicada no município vizinho? Se
não, então como é que funciona?
Haveria, aqui em Santa Rosa de
Lima, a utilização “oficial” de barreiras de saibro de qualidade não
licenciadas ou clandestinas?
Reparos
Apesar de, ao final, a citada nota
à imprensa mencionar todos os
serviços que estão sendo executados pela empresa, a “preocupação”
é um sinal de que a administração
municipal não está, de fato, aprendendo alguma coisa com essa importante obra. Essa aprendizagem
era, aliás, uma expectativa do SC
Rural, do governo do estado e do
próprio Banco Mundial. Afinal, pela
primeira vez, há em estradas do
interior do município um trabalho
criterioso e completo. Isso torna
as obras muito mais definitivas. E,
no longo prazo, mais econômicas.
Estimativas feitas a esta coluna por
quem trabalha na área dão conta
de que a velha prática de “enxugar
gelo”, que predomina na “conservação” de estradas municipais (lastrear com areão, patrolar e esperar
que a chuva seguinte leve tudo
para o rio, para fazer todas as coisas de novo) deve estar custando
aproximadamente R$ 1.500 por dia
útil aos cofres da prefeitura.
Para fugir dessa armadilha é
preciso, contudo, perder alguns
cacoetes. O primeiro deles é o de
pensar só no que aparece. Não é
o caso de bueiros, bocas de lobo e
estruturas bem feitas de drenagem
que logo são cobertas e esquecidas. O segundo cacoete é a visão
de curto prazo e sempre ligada ao
calendário eleitoral. Acha-se melhor “atender” todo mundo com
essa tapeação, do que planejar e
executar uma ação estratégica. É
verdade que para tal opção é preciso capacidade técnica associada
a um ambiente favorável ao planejamento sério, plurianual e de
longa maturação. O que é pouco
esperado de políticos que só se
movem pelo calendário eleitoral
e pelas “trocas” clientelistas (eu te
dou isso, você me paga com o voto).
Há poucos dias, em um restaurante no município, mesmo quem não
quisesse foi forçado a ouvir uma
“ôtoridade” distribuir, aos gritos,
carradas de areão pelas mesas:
“vou mandar uma carrada pra ti”; “e
outra pra você também”. E, assim,
se pavoneava a “ôtoridade”. Parecia
o Sílvio Santos no auditório da SBT.
E se achava ótimo com isso... Ora,
como esperar que ela opte por um
caminho mais difícil, o da cidadania?
Resultados
Nesse modelo atabalhoado de
“gestão” pública, o resultado é que
o Executivo não executa, o Legislativo não legisla e o cidadão sabe que
está fora do jogo. Ou, pior, pensa
que o melhor para ele é ser amigo
“do rei” e, por consequência, destinatário de favores e benesses.
Nossa crítica a essa forma de
governar – da qual o caso das estradas é só mais um pobre exemplo,
é que ela gera administrações incapazes de cuidar de grandes questões (como infraestrutura, educação e saneamento), que só fazem
o “varejão do dia-a-dia” e que não
conseguem oferecer um rumo ao
município e a sua população. Quando as obras do SC Rural estiverem
prontas, é bem provável que poderemos constatar as vantagens de
outro tipo de visão, a estratégica.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Vitrine CDL/NDL
Comunidade MATA VERDE
Anitápolis / Santa Rosa de Lima
A Copa das Confederações e o
perfil do torcedor
Estudo encomendado para
traçar o perfil do consumidor
que foi aos estádios revela um
consumidor bastante disputado pelo mercado.
Uma pesquisa encomendada
pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) traçou o perfil do consumidor que foi aos estádios durante
os jogos DA Copa das Confederações. A maior parte dos torcedores
era formada por homens (62%) solteiros (59%), moradores do mesmo
estado onde estava sendo realizado
o evento (85%), com idade entre 18 e
34 anos (60%), pertencentes às classes AB (75%) e que foram aos jogos
acompanhados dos amigos (45%).
Na avaliação do gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges,
o estudo mostra um perfil de consumidor bastante disputado pelo
mercado. “94% dos entrevistados
não parcelaram os gastos. Ou seja,
é um comprador que não apresenta
qualquer tipo de risco, porque paga
a vista e tem um alto poder aquisitivo”, avalia.
Kátia Vandresen | Ronaldo Michels
Embora 83% dos varejistas acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades
de desenvolvimento para os negócios locais, a pesquisa realizada durante os jogos apontou um cenário
diferente: o consumo foi direcionado
para o setor de serviços como restaurantes, bares e boates, deixando
o segmento varejista a desejar.
De olho no ano que vem
Segundo a pesquisa, 85% dos
torcedores acham que o investimento pessoal para ir aos estádios foi
algo que valeu a pena, mas 62% ainda consideram o Brasil despreparado, de maneira geral, para o evento
do ano que vem, a Copa do Mundo.
“Ou seja, o público considerou a preparação adequada para um evento
teste como a Copa das Confederações, mas ainda falta melhorar para
o evento principal, que é em 2014”,
explica.
Cliente fidelizado gasta 150%
mais
Fidelizar um cliente é muito
mais que oferecer a ele brindes e
descontos. É um esforço constan-
te de entender suas expectativas e
atendê-lo de forma personalizada e
rápida. Um levantamento feito pela
empresa Marka Fidelização e Relacionamento, de São Paulo, diz que
o cliente fidelizado gasta 150% mais
que o não fidelizado. Para o economista e professor da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), Adilson
Volpi fidelizar é mais que retribuir o
cliente. “Com a tecnologia, é possível
guardar as informações das pessoas, filtrá-las de modo a compreender melhor seu padrão de consumo
e assim oferecer um atendimento
personalizado”, afirma. Ele dá um
exemplo: “Pelo cartão de fidelidade,
você sabe se uma pessoa começou a comprar fraldas. Sem que ela
te diga, você já sabe que tem uma
criança nova naquela casa. E pode
passar a oferecer a essa pessoa produtos direcionados”, declara.
O economista ressalta que manter clientes é tão importante quanto
conquistar novos. “O que não pode
é perder, porque reconquistar é a
tarefa mais complicada e exige um
investimento muito maior”. Para ele,
flexibilidade é uma palavra-chave na
fidelização de clientes.
Nosso Chão
Luiz Schmidt
Aberto período para a declaração do
Imposto Territorial Rural
O Imposto Territorial Rural (ITR) é uma declaração obrigatória para todos os proprietários de imóveis rurais, titulares de domínio útil ou possuidores de qualquer
título, inclusive de usufruto, pessoas físicas ou jurídicas que tenham posse de
imóvel rural.
Anualmente,
através
do Programa Gerador da
Declaração, o ITR precisa
ser preenchido e entregue
à Receita Federal do Brasil.
Por se tratar de um imposto de caráter declaratório,
o agricultor familiar deve
estar atento aos dados informados, pois a qualquer
momento poderá ser intimado a comprovar as informações declaradas.
Este ano, o período de
apuração do imposto iniciou no dia 19 de agosto e
segue até o dia 30 de setembro.
Certidão Negativa
A ausência da entrega
do ITR acarreta não apenas a incidência de multa
e juros, como também
ocasiona a ausência da
Certidão Negativa de Dé-
bitos do NIRF (número de
inscrição do imóvel rural
na Receita Federal), do CPF
ou do CNPJ do contribuinte. Esta certidão negativa
é um documento indispensável para efetivação
de registros de compra e
venda, integralização de
capital, desmembramento, doação, partilha causa
mortis, garantia hipotecária e outros. Logo, a falta
desta certidão pode impossibilitar a realização de
transações comerciais e
imobiliárias.
A importância de atualizar o endereço
Outra informação importante é a atualização
do endereço para correspondência. Ele é utilizado
pela Receita Federal para
a comunicação com o con-
11
tribuinte em caso de informações inconsistentes,
débitos, intimações e notificações de lançamento.
As intimações e notificações, quando não recebidas pelo contribuinte no
endereço informado nas
declarações, poderão ser
publicadas por edital na
sede da Delegacia da Receita Federal de cada região. Caso o contribuinte
não tome conhecimento
destas no prazo de 30 dias
para defesa administrativa, será gerado um processo de cobrança fiscal
através da Procuradoria
da Fazenda Nacional, restando ao contribuinte apenas a defesa judicial.
ITR, vantagens ou
prejuízos dependem da
atenção
A Declaração do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural é de extrema importância na estrutura tributária de uma
propriedade e, por isso,
merece a devida atenção.
Se ela for bem elaborada,
pode trazer vantagens ao
agricultor familiar. Prejuízos também podem acontecer caso a declaração
não seja feita adequadamente.
O Sintraf está à disposição dos seus associados e, de forma geral,
dos agricultores familiares para informar, esclarecer, assessorar sobre o
ITR. Compareça em nossa
sede e escritório na Germano Hermesmeyer. Você
será bem recebido e auxiliado.
Nesta edição, contaremos um pouco da história da vida de José e Maria Loch Dodagnelo. O casal
conta que já superou várias dificuldades e explica
porque decidiu adotar a nossa Mata Verde como o
lugar para seu novo lar.
Os primeiros tempos do casal
Seu Zé Dagnelo, como é conhecido, e dona Maria
se casaram no dia 27 de julho de 1979. A cerimônia
foi realizada na igreja de Santa Bárbara e a festa foi
na casa do pai da noiva, também naquela comunidade.
Depois de casados, viveram por vinte e cinco anos no
Santo Antônio, num lugar que eles chamavam de Rio
Bonito. O acesso à propriedade deles era muito difícil.
Lá não chegava carro. E nem sequer energia elétrica
tinha. Sobreviviam daquilo que plantavam na roça e da
criação de algumas galinhas e alguns porcos.
Uma das histórias mais marcante para eles aconteceu no dia 24 de março de 1982. Dona Maria e Seu
Zé tiveram que caminhar quase três horas até a casa
do falecido Antônio Estevo. De lá, Veloni Carvalho, com
seu fusquinha verde, os trouxe até a “praça” de Santa
Rosa de Lima. Contam emocionados que Dona Maria
tinha que pegar uma carona com o Doutor Roque que,
naquela época, atendia no posto de saúde. O motivo
era uma alegria para o casal: mais um rebento estava
chegando e ela precisava ir ao hospital de Rio Fortuna.
Deu tudo certo. No dia 31 de março, o próprio doutor
Roque fez a cesariana e nasceu a filha mais nova deles.
Mas às muitas alegrias se juntavam também muitos
contratempos. “Para poder ir nos domingos ao terço
ou à missa, tínhamos que caminhar quase uma hora
e meia até a igreja, carregando as duas filhas e o filho
do primeiro casamento do Zé, conta Dona Maria. “Era
difícil até para poder ir a igreja rezar, mas mesmo com
todas as dificuldades não perdemos nossa fé”, ela completa.
De lá pra cá...
Com um sorriso no rosto, eles contam que um dia
resolveram mudar. De lugar e de vida. Porque, “naquele cantão, era muito longe pra morar”. Venderam
o pedaço de terra que tinham e, com a ajuda de Pedro Wiemes, saíram à procura de “outro lugar”. Depois
de algumas frustrações, encontraram uma terra para
comprar. Aqui na Mata Verde. O terreno era de Bertilo
Vandresen, o Tilico. Segundo o casal, o dinheiro que
eles tinham não era o suficiente para pagar pela área.
Seu Zé arremata, bem feliz: “entraram no negócio uma
vaca e uma junta de boi. E o Tilico ainda perdoou um
pouco da dívida”. E sobre a casa para morar, complementam: “com a ajuda do Sebastião Vanderlinde e de
sua esposa, Rosângela, encaminhamos os nossos papéis e, através da Cresol, conseguimos construir”. Por
isso, pedem para registrar que são muito gratos a todas as pessoas citadas.
Com a morada já pronta, no dia 27 de julho de
2004, seu Zé e dona Maria chegaram com a mudança. “Fomos muito bem recebidos. E gostamos demais
de morar aqui”. O que eles não haviam contado para
os novos vizinhos – e que só descobrimos nesta entrevista – é que, justamente no dia em que chegaram
na Mata Verde, eles estavam completando 25 anos de
matrimônio. Se naquelas bodas de prata não teve festa, esperamos comemorar, na nossa comunidade, os
50 anos deste casal maravilhoso.
Hoje, Seu Zé e Dona Maria estão aposentado e,
conforme eles mesmo afirmam, vivem muito alegres
aqui na Mata Verde.
Registro e votos
Este casal de colunistas pode comprovar a felicidade dos Dagnelo durante a entrevista, quando foi recebido, na casa deles, com um bom chimarrão e uma
deliciosa polenta com galinha. Desejamos a eles muitas
felicidades e que a fé e o amor continuem a reinar no
seu lar.
12
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Patrimônio Santarosalimense
Dona Zoca, a professora
Para a sessão deste mês, a reportagem do Canal SRL
fez apenas uma entrevista. Aproveitou a vinda de uma
pessoa notável a Santa Rosa de Lima. É uma senhora
“com quase noventa anos”, como ela diz, muito lúcida e
com muita energia. Ela afirma querer “continuar assim”,
porque se chegar aos cem anos estará feliz. Senta-se
no sofá para a conversa e mantém sempre uma ótima
postura. Tem o cabelo bem arrumado e veste uma roupa
alegre. Conversa com a equipe de entrevistadores, mantendo sempre um olhar claro e seguro, assim como a voz
firme e altiva ainda “de professora”. E dá boas risadas.
Nossa entrevistada é Maria da Glória Pickler Fernandes,
nascida em junho de 1924, e que começou sua carreira
de educadora em Santa Rosa, em março de 1945. Ficou
até dezembro de 1946. Saiu porque foi nomeada professora de educação física do estado e, “junto com outras
setecentas”, foi fazer um curso de preparação em Florianópolis. Naquele mesmo período (1948), casou-se e foi
morar em Lauro Muller. Daquele tempo para cá, havia visitado Santa Rosa apenas duas vezes. Essa é a terceira.
Faz questão de destacar que uma vinda foi durante uma
Gemüse Fest, quando foi homenageada, do que muito
se orgulha.
O recorte de memória a seguir, contribui para a história
do município e de sua educação. E faz pensar.
A chegada
Março de 1945. Os “pracinhas” brasileiros já estavam nos campos de batalha
europeus, lutando com os aliados contra a Alemanha nazista de Hitler e a Itália
fascista de Mussolini. A Segunda Guerra
Mundial ainda iria durar mais alguns meses. Por isso, na pequena Santa Rosa,
como no resto do país, era proibido falar
o alemão.
No início daquele mês, chega à localidade de Santa Rosa, então pertencente
ao município de Tubarão, uma mulher de
vinte anos. Estava acompanhada pelo pai,
Henrique, cada um em seu cavalo. Ela não
era “alemoa”, mas tinha os olhos claros e
o sobrenome Pickler. Isso ajudava para
uma boa aceitação, mesmo que ela não
falasse a língua praticada pela maioria.
Essa jovem era “Dona” Maria da Glória,
que havia sido nomeada pela diretora do
Grupo Escolar Dom Joaquim Domingos de
Oliveira, de Braço do Norte, para a “escola
isolada” de Santa Rosa. Pelo que ela conta, antes, na mesma escola isolada, havia
sido lotada outra professora, que não foi
aceita pela comunidade porque não “era
de origem alemã”. A diretora foi, então,
buscá-la em casa. Afinal Maria da Glória
era uma “professora formada”. Havia concluído o “normal regional”, que era um
curso equivalente ao atual ensino médio,
mas ao qual, naquela época, pouquíssima
gente que trabalhava nas escolas tinha
conseguido chegar.
A professora
Dizia-se, simplesmente, que ela era
“die lehrerin” (a professora). Mas também
se referiam a ela como “Dona Zoca”. Nas
lembranças de Maria da Glória, ela era
“como uma mãe para os vinte e oito a
trinta alunos” que tinha, “porque eles não
sabiam falar o português. Ninguém era alfabetizado na língua pátria. “Então, comecei o a e i o u, ensinando as silabazinhas
para as crianças e em seis meses a maioria já sabia falar”. A professorinha também
mostrava os objetos e “dizia como se falava em português”. “Eu mostrava um lápis
e dizia: isto é um lápis. Uma caneta, isto é
uma caneta. Mostrava um caderno pras
crianças. Depois escrevia a palavrinha [caderno] e ia ensinando as sílabas. E assim
eles iam aprendendo”.
“
Quando eu fui professora aqui, era
expressamente proibido que as crianças falassem alemão na escola. A gente
tinha que ensinar o português e se as
crianças falavam alemão, falavam escondido. Eu controlava muito porque
o governo federal havia determinado
e nós recebíamos essa orientação nas
reuniões mensais em Braço do Norte.
Eles diziam que [as crianças] não podiam falar alemão.
”
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Contato mensal
Todo o mês Dona Zoca ia a cavalo para Braço do
Norte, receber o pagamento, participar de uma reunião
de orientação no Grupo escolar e visitar o pai dela. Um
aluno ou aluna, sempre autorizado pelos familiares, a
acompanhava, também a cavalo. Fazer companhia à
professora era disputadíssimo entre os estudantes.
Nessas ocasiões, Maria da Glória aproveitava para levar
muitas coisas para casa: “Cada vez, eu levava uma mala,
daquelas de pendurar de um lado e doutro do cavalo,
cheia de comida. O pessoal era muito gentil e bondoso
e eu ganhava aipim, batata-doce, ovos, linguiça...” Saiam
de Santa Rosa pela manhã e chegavam à tarde em Braço
do Norte.
O que mudou na educação
Hoje em dia a educação é muito diferente. Porque
antigamente os alunos respeitavam os professores. E,
hoje em dia, os alunos brigam com os professores.
O cotidiano e a escola
Dona Zoca morava na casa de uma das alunas, Valda
Wilke, que depois também viria a ser professora e que
ganharia o sobrenome Vandresen. “Era o falecido Seu
Edmundo e a falecida Dona Emma, pessoas queridas,
que falavam bem o português e me acolheram muito
bem. Tinha um quarto só pra mim e nunca paguei nada.
Nunca cobraram um mil réis sequer. E todos os dias o
‘fata’ Erich ainda vinha na loja e comprava pacotinho de
bolacha, de balinha, ou de pirulito e colocava na porta
do meu quarto. Pela manhã, eu pegava e levava para dividir com as crianças da escola”, recorda Maria da Glória.
Outra coisa de que tem boas recordações é das farinhadas. “Eu ajudava no engenho de farinha do Seu
Edmund. Eu raspava mandioca. E gostava de ‘ajudar’ os
bois: aaaanda... aaaanda... pro boi andar em roda pra
fazer a farinha. Eu gostava muito”.
Ela saia de casa sempre de vestido e com um guardapozinho branco por cima. Ia a pé, “pois era pertinho”.
“A escola ficava pra lá da ponte, naquele morrinho (ela
aponta para a área onde hoje está a casa de Wilmar
Stüepp), era de madeira, bem simplesinha... Um quadro
negro, um pote de barro para água e mais nada. Eram
bancos, cada um com quatro ou seis alunos”. Os alunos
usavam uma lousa em que escreviam e depois que a
professora olhava, corrigia e dava nota, eles apagavam.
Cadernos só às vezes, “quando Dona Maria, que tinha
uma loja ali perto, doava uma meia dúzia”. “O governo,
naquele tempo não dava nada”, ela diz.
Eu que limpava a sala, varria, lavava. Tinha uns
“alunos
vizinhos à escola que ajudavam. Não tinha
nada de merenda. Cada criança levava o seu. Era
pão, batata-doce, aipim... Eles levavam as coisinhas
para comer no recreio. As aulas começavam as oito
e terminavam ao meio dia, com um recreio das dez
às dez e meia. No recreio, enquanto eu corrigia os
trabalhos que as crianças tinham feito, elas ficavam
brincando. Em geral, de correr um atrás do outro, de
pegar.
”
“
À tarde ia para o meu quarto, ler livros, fazer trabalhos. E à noite, à luz de querosene, à luz de pomboca, eu preparava as aulas e as leituras para os alunos
no dia seguinte. E levava pra ensinar os alunos.
”
“
Naquele tempo tinha boletim, mas não tinha reunião de pais.
Quando eles iam na escola me levar alguma coisa, eles conversavam: o meu filho fez isso, fez aquilo,
fez certinho não é Dona Maria da Glória?
”
Castigos
Sinal dos tempos, ela custa a assumir que aplicava
castigos. Mesmo que alguns alunos digam que ela os
deixou de joelhos e deu umas boas reguadas, afirma
que deu muito pouco esse tipo de punição e assume
apenas que mandava escrever cinquenta vezes uma
mesma coisa ou deixava o aluno de pé por cinco ou dez
minutos no canto da sala.
Remuneração e reconhecimento
“O salário era muito bom. Com o meu salário, nos
dois anos que eu estive em Santa Rosa, o meu pai comprou uma casa de madeira, uma vaca e um cavalo. E eu
dava só um pouco do meu salário pra ele. Eu guardava
dinheiro em casa, comprava uma roupa pra mim, uma
blusa para um irmão... O governo (do estado) pagava
bem.”
13
Lembranças de quase sessenta anos do lugar
Ela recorda de Santa Rosa como um lugar muito
bom, com gente muito educada, boa e fina, e onde ela
foi muito feliz. Lembra também do rio Braço do Norte,
para tomar banho (“um banhinho no rio, pouco bom...”)
e pra “pegar piava com anzol”. Esse, aliás, era o lazer predileto da Dona Zoca. Diz ter pegado, numa tarde, “cem
piavas”. “Era só botar o anzol e tirar. Foi uma bacia de
piavas”.
Pretendentes
Perguntada se uma jovem bonita e, ainda por cima,
professora não havia despertado paixões em Santa
Rosa, ela diz que já tinha o seu “namoradinho” em Braço do Norte, que “foi o amor da vida” dela. Era Lauro
Fernandes, com quem se casou, em 1948, e teve onze
filhos. Que deram a ela, depois, 33 netos e 10 bisnetos.
Houve é claro, um pretendente, “que estava de olho em
mim”, “na professorinha”, diz Maria da Glória aos risos.
Conta que não lembra o nome dele, mas que ele dizia,
quase todos os sábados, que queria falar seriamente
com ela. “Não tenho nenhum assunto para falar com
você”, era a resposta seca da Dona Zoca.
Um causo
Um dia, voltou pra casa depois da escola, ainda com
o estômago vazio, e foi “jogar burro, com aquelas pelotinhas”, com um dos filhos do seu Edmund, o Irineu, que
estava com varicela. Eles apostaram que, a cada partida,
quem ganhasse teria que tomar um golinho de cachaça. A garrafa estava ali à disposição porque era usada
pra passar nos ferimentos causados pela doença. “Eu
ganhei todas [as partidas] e tomei muito. Primeiro, eu
cantava. Depois, fiquei tonta e não conseguia levantar.
Aí comecei a chorar. Ai meu Deus do céu, eu vou morrer,
eu vou morrer (imitando e rindo). Chegou uma vizinha,
assustada, e falou: ai, Dona Maria, não chora. E eu dizia:
o que que eu faço da minha vida se eu não posso levantar (risos). A gente não era acostumada...”
Dona Valda, Dona Verônica e Dona Adelina reecontram sua professora, Dona Zoca.
Depoimentos
Dona Adelina Wiemes Vandresen,
82 anos
Dona Maria da Glória foi minha primeira e
única professora. Até teve uma antes, que ficou por aqui apenas duas semanas, mas com
aquela eu não aprendi nada. Eu tinha uns doze
anos quando estudei com Dona Maria da Glória. Naquele tempo, depois de completar 14
não podia mais continuar na escola. Senão, eu
teria estudado mais. Quem me ensinou a ler e
escrever foi Maria da Glória. Ela era uma professora bem severa, castigava muito os alunos.
Mas ela estava certa, tinha que ter disciplina.
Quando alguém levava uma reguada, já sabia o
motivo. Para ela, tinha que fazer tudo certinho.
Eu também fui castigada, mas não tenho mágoas nenhuma da professora. Pelo contrário,
as lembranças são as melhores. Nós íamos à
escola todos os dias, de manhã, de segunda a
sábado. No sábado, depois de recreio, aprendíamos a bordar. Aquele era um tempo muito
bom. Junto comigo também estudavam meus
irmãos Huberto e Rodolfo. A primeira vez que
fui a Braço do Norte, foi quando acompanhei
a professora. Fomos, a cavalo, numa sexta e
voltamos na segunda. A casa dela era lá no Rio
Bonito.
Seu Renato Vandresen, 89 anos
Eu não fui aluno da Dona Maria da Glória.
Nós temos a mesma idade e eu me lembro
muito dela. Ela era uma moça solteira e ia aos
bailes com os jovens daqui. Uma vez por mês,
ela tinha que ir a Braço do Norte, para receber o pagamento. Sempre levava alguém junto, geralmente um aluno. Uma vez, foram ela
e a Laura, do Paulo Wiggers. Os cavalos eram
do Paulo e foram encilhados ali na venda do
seu Fernando Hermesmeyer. Meu falecido pai,
Henrique Vandresen, que também ia a Braço
do Norte iria acompanhá-las na viagem. Mas
se demorou um pouco e elas foram à frente.
No caminho, primeiro ele avistou um baixeiro
do lombilho (proteção que vai entre o lombilho
e o cavalo) e já pensou que poderia ser delas.
Mais na frente, ele as alcançou e o lombilho já
estava no pescoço do cavalo. Elas não conseguiam arrumar. Aí meu pai ajudou e continuou
a viagem com elas. Decerto que ela não era
muito acostumada a andar a cavalo.
14
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
DENÚNCIA
Ministério Público Federal e
Caixa apuram irregularidades
em obra licitada pela Prefeitura
A obra é a construção de uma quadra poliesportiva na comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto e as apurações de possíveis
irregularidades estão sendo feitas pelo Ministério Público Federal e
pela Gerência de Desenvolvimento Urbano e Rural de Criciúma da
Caixa Econômica Federal. As investigações resultaram de denúncias de moradores do local, feitas à vereadora Edna Bonetti. Os
beneficiários do investimento público relataram fatos que, segundo
eles, comprometem a segurança da edificação e geram dúvidas
sobre a transparência na aplicação dos recursos.
Com o alerta, a vereadora visitou a obra, conversou com moradores e com os operários que executavam os trabalhos de perfuração de solo e de preenchimento dos furos com concreto para o
estaqueamento. Apoiada pelo seu colega de Câmara Luiz Schmidt,
Edna Bonetti procurou a prefeitura para verificar o projeto licitado e
em execução. Constataram que se tratava do projeto original, feito
na gestão anterior. Em seguida, comparando o projeto e o estudo
de solo com as fotos e os vídeos das obras e com os relatos colhidos, concluíram que havia clara divergência entre o que havia sido
licitado e o que foi executado.
Os atos dos vereadores
“Nossa intervenção começou quando moradores nos procuraram dizendo
que do jeito que estavam executando a
obra, o centro comunitário iria cair de
novo”, relata a vereadora. Ela explica que
no mesmo local em que está sendo feita
a construção havia um prédio no estilo
de ginásio que era usado pela comunidade como centro comunitário. “Ele foi
construído há pouco mais de doze anos
e, faz mais ou menos cinco anos, veio inteiro abaixo. A sorte é que isso ocorreu
quando não havia ninguém dentro”. Por
isso, considera que a sua ação apenas
faz jus à preocupação da comunidade:
“Se da primeira vez caiu, felizmente, sem
vítimas, agora é possível e indispensável
redobrar os cuidados para evitar uma
possível tragédia”.
Para o vereador Luiz Schmidt trata-se
de uma situação que exige a intervenção
dos representantes do povo. “É um caso
que nós vereadores temos que ficar
atentos, não só por envolver dinheiro
público e probidade administrativa, mas
também a segurança de uma comunidade inteira”.
A base dos riscos
Considerando algumas particularidades do solo no local da construção,
o engenheiro responsável pela elaboração do projeto exigiu um exame técnico de sondagem do subsolo. Realizado
pela empresa Locks Sondagens, o estudo apontou a necessidade de cravação
de estacas de concreto com profundidades, em alguns pontos, superiores a
18 metros. No projeto licitado constam
730 metros lineares de estacas pré-moldadas de concreto, com dimensões de
vinte por vinte centímetros. Esse item foi
licitado por R$ 51.830,00.
“O projeto prevê perfurações de mais
de 18 metros, mas na prática elas não
atingiram sequer dez metros de profundidade. Além disso, houve a alteração de
método, tendo se passado do bate estaca recomendado, para a perfuração com
o preenchimento dos furos com cimento. Há indícios de que o concreto usado
também não atende as especificações
do projeto que preveem concreto usinado de 30 MPa de resistência à compressão. As informações de que dispomos
dão conta que, na obra da Cabeceira do
Rio Bravo Alto, usaram concreto feito em
betoneira, no local, e que não atende às
especificações”, relata a vereadora Edna.
à população?” Da mesma forma, os vereadores não entendem o envolvimento direto da administração municipal na
execução da obra. Caminhões da prefeitura foram vistos transportando areia
retirada das margens do rio Braço do
Norte, em um sábado, e depositando-a
no canteiro da obra contratada pela empresa. Eles aguardam para conferir se o
material e o serviço serão contabilizados
de forma transparente e contados como
parte da contrapartida do município.
para todos, então, que esse profissional
é o engenheiro da empresa contratada
para executar a obra na comunidade da
Cabeceira do Rio Bravo Alto, é também
engenheiro da prefeitura municipal e,
ainda, sobrinho e afilhado do secretário
de obras. Para concluir, Bertilo Heidemann afirmou que “por causa dos vereadores” o projeto terá que ser modificado
e que a modificação será enviada para
a Caixa Econômica Federal e ironizou:
“graças aos vereadores, agora o projeto
vai sair mais caro”.
Tentativa de esclarecimento
Na sessão do dia 20 de julho da Câmara de Vereadores, o secretário municipal de obras e de agricultura, meio ambiente e turismo de Santa Rosa de Lima,
Bertilo Heidemann, compareceu àquela
casa. Segundo ele, para prestar esclarecimentos à população e ao poder legislativo. Inicialmente, leu uma mensagem
de correio eletrônico que afirmou ter
sido enviada pelo engenheiro responsável pela obra. O texto, além de procurar justificar a alteração na estrutura
da obra com especificações técnicas,
fazia comentários desabonadores aos
vereadores, “que não entendiam nada e
que não deviam nem saber do que estavam falando”. Ainda para o engenheiro,
a ação dos membros do legislativo “só
poderia ser politicagem”. Questionado
sobre o nome do engenheiro que assinava o texto, o secretário municipal
inicialmente relutou. Em seguida, com
a insistência da vereadora Edna Bonetti,
informou que a mensagem era assinada por Leandro Heidemann. Ficou claro
Recursos Federais
Com o objetivo de reparar a comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto
pela perda de seu espaço de encontros
e lazer, como consequência da queda do
“salão comunitário”, e atendendo a diversas solicitações dos moradores, a administração municipal anterior solicitou
uma emenda parlamentar ao Deputado
federal João Pizolatti. Por esse via, Pizolatti conseguiu recursos federais, da ordem de R$ 195 mil, para “construção de
uma quadra poliesportiva coberta”. Os
recursos foram liberados no início desse
ano e a obra foi licitada pela atual gestão. O valor total, somada a contrapartida do município, foi de R$ 213.643,49
e a empresa vencedora foi a Alexandre
Chaves de Mello ME. São agentes participantes do contrato a Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Lima, a empresa
Alexandre Charles ME, o Ministério dos
Esportes e a Caixa Econômica Federal. O
programa das obras teve o início previsto para 24 de maio de 2013 e o término,
para 24 de setembro de 2013.
Outros pontos a serem esclarecidos
Outras questões foram levantadas
pelos vereadores e, segundo eles, precisam ser verificadas ou explicadas. A
primeira delas é que no local da obra,
contrariando a legislação vigente, não
há nenhuma placa indicando a responsabilidade técnica. A segunda: se o executado é inferior ao que está licitado (as
perfurações não atingiram a metragem
estabelecida) fica uma dúvida sobre
como serão feitos os pagamentos. Os
legisladores, a quem cabe fiscalizar o
Executivo, perguntam: “Haveria um pagamento proporcional?” E mais: “Nesse caso, se a opção foi por baratear a
obra, foram desconsiderados os riscos Ruínas do Centro Comunitário que desabou.
ANO 1 - Nº 5 • Edição Mensal - Setembro/2013 • Jornal da Criança de Santa Rosa de Lima
SETEMBRO CHEGOU!
E NESSE MÊS COMEÇA A PRIMAVERA!
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
ESTA É A ROSA LOUCA!
A PRIMAVERA, TODO MUNDO SABE, É A ESTAÇÃO EM QUE OS
JARDINS FICAM MAIS BONITOS, CHEIOS DE FLORES. E COMO AS
FLORES NÃO EXISTIRIAM SEM OS INSETOS, O CRIANÇA SRL DESSE
MÊS É EM HOMENAGEM À FAUNA E A FLORA QUE NOS PRESENTEIAM
COM TANTA BELEZA NATURAL!
MAS O QUE OS INSETOS TÊM A VER COM AS FLORES?
Não é exagero dizer que as flores precisam dos insetos
para existir. Isso porque para se reproduzir naturalmente,
ou seja, para que novas flores possam nascer sem a
interferência do homem, é preciso que o pólen de uma
flor chegue até outra flor, mais especificamente até
uma partezinha chamada estigma. É verdade que existem
outras formas do pólen viajar, como o vento, a água,
os passarinhos... Mas os insetos – abelhas, borboletas,
besouros... - são responsáveis por grande parte da
polinização, e, portanto, por grande parte da beleza da
primavera!
Aliás, você sabia que é justamente por causa desses
bichinhos que as flores são tão coloridas e cheirosas? É
que suas pétalas evoluíram dessa forma, se diferenciando
das folhas, para chamar a atenção dos polinizadores!
Os biólogos explicam: os insetos procuram as flores,
na verdade, por causa do néctar que elas produzem.
Néctar é um líquido docinho do qual os insetos adoram
se alimentar. Quando os polinizadores veem aquela flor
colorida e cheirosa, lambem os beiços imaginando que ali
tenha néctar e, depois de se alimentar, levam grudado em
seu corpo o pólen, que deixarão na próxima flor em que
pararem para tomar néctar...
Existe até uma flor que muda de cor para avisar aos
polinizadores que está com néctar. O nome dela é Rosalouca, mas de louca ela não tem nada! Essa flor começou
a existir lá na China, mas hoje já foi levada para o mundo
todo por causa de sua beleza. Ela amanhece branca e, à
noite, está rosa.
biólogos são os cientistas que escolheram estudar as
várias formas de vida. O nome da ciência, BIOLOGIA quer
dizer exatamente isto: em latim, BIO = vida, e LOGIA = estudo;
BIO+LOGIA = estudo da vida. Os biólogos trabalham em
muitos campos, já que há tantas formas de vida na terra:
animais, plantas, fungos, vírus... Também podem trabalhar
de várias formas: há aqueles que ficam no laboratório,
lidando com coisas microscópicas, há os que trabalham
em campo, junto à natureza...
VOCÊ SABIA?
Que existem plantas raras, que só crescem
em pequenos espaços do planeta? No Brasil,
foram encontradas mais de 2000 plantas
que não existem em nenhum outro lugar
do mundo! Essa ABAIXO, por exemplo, é a flor
de uma planta que os biólogos chamam de
Holocheilus monocephalus. Ela só existe
em Santa Catarina e no estado vizinho, Rio
Grande do Sul. Já pensou se bem pertinho
de você estiver crescendo uma flor rara
como essa? Por isso é muito importante você
observar e cuidar muito bem da natureza à
sua volta!
ESTA É A HOLOCHEILUS MONOCEPHALUS
UMA COISA PARA FAZER VOCÊ MESMO
Que tal aproveitar a chegada da primavera e enfeitar sua casa
com flores de todas as cores? Para isso você vai precisar de
flores... brancas! E de mais algumas coisinhas para realizar seu
experimento. Ao todo, você vai precisar de:
- corante alimentício nas cores vermelho, amarelo e azul (pode
ser um ou vários, você decide!);
- recipientes com água (um para cada cor que você quiser);
- uma tesoura sem ponta;
- flores brancas.
Como fazer:
1 – Primeiro você vai misturar o corante com a água. Decida
de que cores você quer suas flores. Em cada recipiente, prepare
uma cor. Você pode escolher fazer de uma cor só, se quiser. Sabe
por que a gente sugeriu que os corantes sejam azul, vermelho e
amarelo? Veja no Box ao lado!
Porque a partir dessas três cores, que
são as primárias, você pode fazer a cor
que você quiser. Quer ver?
Essas são nossas cores de base, as cores
primárias. Misturando entre elas,
temos as cores secundárias (primária +
primária):
2 – Com a tesoura sem ponta, corte o caule das flores cerca
de 1 cm acima da raiz. Faça esse corte embaixo de água corrente
(por exemplo, na água de uma torneira aberta), para que nenhuma
bolha de ar entre no caule.
3 – Assim que terminar o corte, coloque as flores nos recipientes
com a água colorida e aguarde alguns dias... veja o que acontece
com as flores!
!!! – Escreva pra gente dizendo se o experimento deu certo
para você! Pode mandar fotos de como as flores ficaram, que
publicaremos aqui!
A
RINCADnoEIR
UMA Bsabia
Estado
que
existe uma
de São Paulo
com
“flor”? É parecida
Você
chama
se
e tem
bola que
não tem times
brincadeira de
queimada, mas
de
bola leve,
a nossa brincadeira . Para brincar, é preciso uma
(pode
a mais
desenhar no chão se o
umas regrinhas
de
jeito
um
e
,
um grupo de amigos for de cimento, ou uma pedrinha
chão
ser um giz se o
.
...).
grande no chão
flor
uma
chão for de areia
têm que desenhar
escrevam ali.
Primeiro vocês
de uma fruta e
nome
o
, escolham
, joga a bola
Em cada pétala
o miolo da flor
para
vai
começa
escolhidas. Nessa
frutas
O jogador que
das
uma
o nome de
o jogador
pra cima e grita
correm. Quando
jogadores
outros
outros
“flor” e todos os
hora todos os
grita
,
volta
de
á com a
a bola
jogador que est
do miolo pega
O
.
estão
havia
” onde
da fruta que ele
têm que “congelar
nome
o
com
. De
pétala
qualquer direção a
em
bola vai para a
passos
pode dar três
” (acertar
gritado, e dali
tentando “queimar
bola
a
o miolo
para
onde parar, arremessa . Quem é queimado vai
o
jogador
for queimado,
bola) em outro
ninguém
Se
.
novo
tudo de
uma rodada.
para começar
mais
miolo
o
vai para
mesmo jogador
E ainda dá pra misturar mais um pouco,
formando as cores terciárias (primaria
+ secundária):
Viu quantas cores
cabem em três cores ?!
UM artista: monet
Falando em flores, você já viu as pinturas que o francês Claude
Monet fazia do seu jardim florido?
Monet nasceu há quase duzentos
anos. Durante sua vida, a máquina
fotográfica
ainda
era
algo
muito raro, e eram os pintores os
grandes responsáveis por retratar
as belezas da natureza, os eventos,
os lugares... já pensou? Quanta
diferença dos nossos dias, onde se
clica tudo!
Você pode imaginar o trabalho que cada pintura dava, e o tempo
que levava para pintar cada detalhe... Pois bem, acontece que Monet
e alguns pintores da época acreditavam que as cores das coisas
não são fixas: variam de acordo com a luz que as atinge – com o
horário, a época do ano... eles pintavam ao ar livre, observando o
que estavam retratando, e por isso não podiam levar esse tempo
todo para fazer cada quadro, porque cada luminosidade é única
e dura pouco. Foi assim que esse grupo criou um novo estilo
de pintura, que foi batizado de Impressionismo: um estilo com
pinceladas rápidas, leves e improvisadas. Monet pintou várias vezes
a mesma paisagem, e veja se você não concorda com ele ao ver esses
três quadros:
Você percebe que nos três o pintor retratou o mesmo
pedaço do jardim da sua casa, em Giverny? Mas como
são diferentes os quadros, não concorda?
E você, já observou como os jardins ficam diferentes ao
longo dos dias e das estações? Escolha um pedacinho
de um jardim e tire fotos dele em diferentes momentos
do dia e diferentes estações. Depois compare a luz, as
plantas, e veja como Monet tinha razão!
AS BORBOLETAS
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
BOLETAS
PINTE AS BOR
FICARÁ
E SUA PÁGINA
A.
BEM COLORID
Borboleta
No lago zulu
O casulo de seda
Da larga lagarta
Do corpo de estrela
Virada no vento
Não vai mais rasteira
Terá vida nova
Farfalla ligeira
Farfalla ligeira borboleta
Farfalla ligeira
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam de muita luz.
Levada na cor
Recorta do ar
O cheiro da flor
Ruído do mar
Mas foge de mim
Na borda da mesa
Ou pousa no prato
De louça chinesa
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então
Oh, que escuridão!
(Vinícius de Moraes)
Farfalla ligeira
Farfalla ligeira borboleta
Farfalla ligeira
(Adriana Calcanhoto)
Farfalla. Você já ouviu essa
palavra?
Adriana
Calcanhoto
a
usa
diversas
vezes.
Em
italiano, Farfalla quer dizer
borboleta. Até existe um tipo
de macarrão com esse nome,
porque seu formato parece
uma borboletinha (apesar de
alguns acharem que parece
mesmo é com uma gravatinha...)
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E no planeta um jardim
e no jardim um canteiro
no canteiro uma violeta
e sobre ela o dia inteiro
entre o planeta e o sem-fim
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
A felicidade é como a borboleta:
quando a perseguimos nos escapa;
quando desistimos de persegui-lá, pousa em nós.
(Proverbo chines)
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Comunidade NOVA FÁTIMA
Família SRL
Alexandre Oenning Bittencourt | Valesca Weber
Adolfo Wiemes
Isabel Flores, bela como uma rosa.
De Lima e santa!
Há poucos dias (30 de agosto), celebramos o dia de nossa
padroeira, Santa Rosa de Lima. Mas ficam as perguntas: sabemos quem foi ela? Conhecemos e consideramos seus ensinamentos?
Filha de espanhóis que viviam
com dificuldades financeiras, nasceu na cidade de Lima – capital do
Peru, no ano de 1586 e foi batizada
Isabel Flores. Desde cedo, recebeu
o apelido carinhoso de Rosa. Como
ela tinha as faces rosadas, o povo
começou a dizer que ela era bonita
como uma rosa. E foi por esse nome
que ficou conhecida.
Desde pequena, teve grande inclinação para a oração e a meditação. Um dia, estava rezando diante
de uma imagem da Virgem Maria
com Jesus Cristo ainda bebê nos
braços, quando ouviu uma voz que
vinha da pequena imagem de Jesus
e que dizia a ela: – Rosa, dedique a
mim todo o seu amor. A partir de
então, tomou a decisão de amar somente a Jesus e não quis se casar.
Como sua beleza fazia muitos homens se apaixonarem por ela, para
não ser motivo de tentações, cortou
seus longos e belos cabelos e passou a cobrir o rosto constantemente com um véu. Rosa de Lima dizia
ter como modelo de vida Santa Catarina de Sena. Era instruída, sabia
tocar instrumentos de corda, mas
trabalhava bastante e, à noite, ainda
costurava.
Uma vida religiosa
Naqueles tempos, não havia convento religioso no Peru, mas aos vinte anos ela vestiu o hábito da Congregação da Ordem Terceira de São
Domingos, tendo pedido e obtido
licença para emitir os votos religio-
sos em casa. Nos fundos do quintal
da residência de seus pais, ela construiu um quartinho bem simples e
pobre. Sua cama era um saco de
estopa. Não comia frutas, que eram
abundantes no pomar de seu pai.
Suportava a sede durante dias inteiros. Bebia apenas um ou outro
gole de água, por dia. Trazia na cabeça uma coroa de espinhos, para
lembrar sempre dos sofrimentos, da
morte e da ressurreição de Jesus.
Quando os pais de Rosa caíram numa situação de miséria, ela
foi obrigada a se empregar como
doméstica numa casa de família.
Mesmo assim, sabia aproveitar seu
tempo e sua vida para viver suas
muitas horas de oração e de recolhimento. Por meio de rigorosas
penitências, Rosa de Lima eliminou
de sua vida todo orgulho, amor próprio e vaidade. Tendo alcançado um
alto grau de vida contemplativa e de
experiências místicas, suas orações
e penitências conseguiram converter muitos pecadores. Faleceu, com
31 anos, em 1617. Muitos milagres
aconteceram após sua morte e ela
foi canonizada, pelo Papa Clemente
X, em 1671. Foi a primeira canonizada da América Latina e, por isso,
proclamada santa padroeira do continente sul-americano.
O legado de nossa padroeira
Rosa de Lima viveu, assim, pouco
tempo na terra. Teve, todavia, uma
vida santa e deixou um testemunho admirável de amor a Deus e de
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amor aos irmãos. Ela foi extremamente caridosa para com todos, especialmente para com os doentes,
os pobres, os índios e os negros. E
só Deus sabe quanto! São reconhecidas sua paciência e sua coragem
diante de sofrimentos e das incompreensões que enfrentou. Rosa de
Lima teve uma vida marcada pela
imitação de Jesus Cristo, pela oração
e por muito recolhimento. Foi uma
alma santa com experiências místicas. E “nunca perdia Deus de vista”,
como consta no processo de sua
canonização. Consta que ela morreu
rezando as palavras: – “Jesus, Jesus,
fica comigo!” No lugar onde ficava a
cabana de Rosa de Lima, nos fundos
do pomar da casa dos pais, foi construído, depois, um Convento de Vida
Contemplativa, para mulheres.
Uma comunidade, uma igreja
O tempo passa... Neste ano, nossa igreja completa
seus 55 anos de existência.
Uma das características dos colonizadores alemães
que se instalaram em nossa comunidade, chamada então de Santa Rosa Baixa, era a de serem muito religiosos
e, como aqui ainda não existia uma igreja, as famílias,
quase que cem por cento católicas, participavam das
celebrações nas comunidades vizinhas. Umas na igreja
de Santa Rosa de Lima, outras na do Rio Bravo Baixo, e,
algumas, na da Barra do Rio Chapéu.
No início da década de 1950, os moradores, num ato
de reforço da fé e da vida em comunidade, resolveram
organizar seus cultos e missas por aqui mesmo. A antiga
escolinha, hoje já demolida, servia de “igreja”. E ali também eram realizadas as festas. Mas o espaço era julgado precário. Os antigos contam que, por volta de 1953
ou 1954, o senhor Henrique Becker foi incumbido pela
comunidade de ir até Florianópolis pedir autorização
ao Bispo para a construção de uma Igreja. Florianópolis
porque naquele tempo ainda não existia a Diocese de
Tubarão.
Tal autorização foi prontamente concedida pelo bispado e o senhor Frederico Vandresen garantiu que doaria o terreno necessário. Com isso, dezessete famílias
associadas iniciaram os preparativos para a construção
da igreja. Os tijolos foram todos produzidos aqui mesmo, numa olaria na casa de Seu Frederico. Eram feitos
daquele jeito de antigamente: um por um, com barro
amassado a boi e queimado no forno. Depois de muitos
mutirões, ela ficou pronta. E os bancos, que até hoje são
os mesmos, também foram doados pelos moradores.
No dia 13 de outubro de 1958, o saudoso Padre
Afonso Schlickmann realizava a primeira missa na Igreja
de Nossa Senhora de Fátima, que contava com a imagem
doada pela família de Francisco Feldhaus. Durante muito tempo, era nesta data que comemorávamos o dia da
padroeira. Com a onda do plantio de fumo, entretanto,
outubro se tornou um mês de muito serviço na lavoura.
Optou-se, então, por realizar a comemoração no dia 13
de maio, que, como conta a história, foi o dia em que
Fátima realizou sua primeira aparição.
Da igreja ao nome da comunidade
A mudança de nome foi uma sugestão do já falecido
Padre Ludgero Waterkemper. Ele perguntou: se temos a
igreja e a imagem de Nossa Senhora de Fátima, porque
então não mudarmos o nome da comunidade? A satisfação com a igreja pronta e a alegria da conquista deste
importante símbolo para uma comunidade unida na fé
resultaram na alteração da denominação. A Santa Rosa
Baixa foi “rebatizada” de Nova Fátima.
Felicitações
Parabéns a todos os catequistas pela comemoração
do seu dia. E, em especial, aos da nossa comunidade.
Vocês são especiais para Deus. Continuem sendo o
referencial da experiência do encontro com Cristo.
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
SRL: Eu conheço e Valorizo!
ARTIGO
Esperidião Amin – Deputado Federal
“Criando Paradigmas”
Pode um pequeno município criar um paradigma de
desenvolvimento, inovando e passando a ser exemplo? Santa Rosa de Lima é um caso – na verdade, um
fenômeno – que responde essa indagação e explica
como isso pode acontecer.
Conheço Santa Rosa de Lima desde os anos
1970. Suas peculiaridades chegaram ao meu conhecimento gradativamente, chamando minha
atenção, demarcando seus espaços e possibilidades.
Destaco neste espaço do Canal SRL algumas
das muitas visitas que fiz ao município, em que
pudemos perceber particularidades e peculiaridades desta comunidade catarinense.
Tive o privilégio de pernoitar na “Pousada Vitória”, na localidade de Quedas (ou Morro dos Roecker). Mesmo aquele acostumado a acampar e
“bivaquear”, como nós, escoteiros, perceberá que,
ali, está num espaço contíguo ao da natureza em
“estado puro”. Silêncio, ar puro e céu mais luminoso são alguns dos atributos daquele “microclima”.
A comida em verdadeiro estado orgânico e a hospitalidade sob a direção da “Dida” (Leonilda) completaram a inesquecível e gostosa experiência.
Não pude conferir pessoalmente, mas aposto
que é verdadeira a afirmação de que Santa Rosa
de Lima tem mais nascentes do que habitantes.
Isto representa riqueza em estado puro, especialmente pela qualidade da água a que me refiro. É
um apelo de inveja poder proclamar: “aqui, temos
mais nascentes do que gente!”. É um patrimônio
e uma grande responsabilidade. O importante é
assinalar que o povo despertou para essa consciência.
Não sou um especialista nem falo fluentemente o alemão, mas o pouco que conheço me convence que temos em Santa Rosa de Lima a língua
alemã em estágio “não corrompido”, nem “afetada
pelas modernidades e assimilações europeias”
determinadas, também, pelo trauma das duas
guerras mundiais.
As inovações no campo econômico e associativo são efetivamente paradigmáticas. A Agreco (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas
da Serra Geral) é um exemplo vigoroso e bem
sucedido de aproveitar a vocação da pequena
propriedade rural familiar para a produção e comercialização de produtos orgânicos. Devemos à
liderança do Professor Wilson Schmidt esse bom
exemplo para a Região e para Santa Catarina. Em
1999, quando tivemos o privilégio da visita à região do Ministro da agricultura Francisco Turra,
testemunhamos mais um decisivo passo na consolidação desse modelo de apoio às agroindústrias familiares orgânicas. A sede da Agreco, que,
indo ao encontro de aspiração de seus integrantes, está sendo construída na localidade de Quedas D’Água, demonstra o amadurecimento desse
empreendimento que também serve ao turismo,
à semelhança do projeto Acolhida na Colônia.
A instalação da internet na localidade de Rio
Bravo Alto, viabilizada pela administração municipal do Prefeito Celso Heidemann, com o apoio de
emenda parlamentar da Deputada Angela Amin, é
um ícone de modernização, que serviu – e serve
– de bom exemplo a muitas outras iniciativas que
convergem no mesmo sentido. Quando se deseja
citar um bom exemplo da destinação de recursos
de emendas parlamentares, este caso sempre
nos acode.
É preciso salientar, contudo, que é necessária
uma boa conjugação de fatores para se chegar ao
sucesso! No caso de Santa Rosa de Lima, além da
natureza privilegiada, um povo com determinação,
espírito comunitário, fé no trabalho e que dá valor
à instituição familiar, o município merecia e merece ter bons gestores. Reconhecendo que cada período deu a contribuição possível para preservar
os valores da sociedade de Santa Rosa de Lima,
não posso omitir uma referência especial ao êxito
extraordinário da gestão liderada pelo meu amigo e companheiro de partido Celso Heidemann.
Graças à sua capacidade de bem elaborar e bem
apresentar projetos, podemos constatar que o
período 2004-2012 coincide com a realização de
obras importantes para o município, destacandose a revitalização do centro urbano e a “onda” de
valorização da identidade local. Esta última conquista, ainda que não seja tangível nem concreta, estou seguro, é a “mãe de todos os sucessos”.
Isto porque podemos perceber que esse ganho
– o da identidade de um pequeno “grande exemplo” – não tem preço nem limites de horizontes a
alcançar. E, nessa trajetória, nós somos e seremos
sempre seus leais torcedores e apoiadores!
Mergulho no Sul
O dia acorda com bolinhos de arroz, rosca e nata no
lugar da tradicional tapioca com queijo de coalho do meu
nordeste amado. É possível respirar a brisa fresca que
vem do rio. Não é o meu velho conhecido, o Capibaribe, e
sim um novo amigo: o Braço do Norte. A correnteza cantarola batendo nas rochas, ziguezagueando em curvas
incontáveis. Águas de cobre esverdeado convidam a um
mergulho gelado para matar saudades da minha morna
praia de Boa Viagem. Aqui, areia fria e quase dourada à
beira-rio e areia escaldante à beira-mar, acolá no meu
distante Recife. Pelas pedras escorregadias rastejo com
o sopro da queda d’água tocando meu rosto. Estou no
Quedas d’Água. De pertinho o rio impõe respeito. A correnteza serpenteia com força e beleza. Paro na margem
e contemplo o espetáculo enquanto me aqueço para dar
um mergulho. Na verdade, entrei no Braço do Norte com
uma quase reverência. Lentamente deixei-me envolver
pelo abraço das geladas águas totalmente cristalinas. Até
minha alma se arrepia e o corpo vibra com a energia e
a baixa temperatura. Ah, se pudesse fazer isso no meu
Capibaribe há muitos anos tão poluído! É uma dádiva a
cidade que tem o privilégio de ter um rio só pra ela e poder banhar-se em suas águas.
A tarde se aproxima com as árvores rabiscando de
verde o azul do céu, tal qual as palhas dos coqueiros da
minha terra. A cidade tem uma tranquilidade digna dos
mosteiros mais distantes no tempo e no espaço. Engarrafamento só se for de ar puro. Barulho só do gorgolejar do
rio que embala as noites desse pedaço de sul. Aqui tem
gente acolhedora, alegre e amiga caminhando tranquilamente, indo para a lida no campo ou caminhando pela
praça. Recebemos cumprimentos com o forte acento de
Santa Catarina. Fico encantado com as diferenças desse
Brasil sem igual. O louro dos cabelos e os olhos claros de
tom alemão, aqui, na vizinhança das terras de Anita Garibaldi. Os cabelos negros e a pele em tons de ébano de lá,
do meu Nordeste e de Maria Bonita.
A noite chega trazendo festa para celebrar o dia da
padroeira, Santa Rosa de Lima. Não tem boate aqui. Tudo
acontece no grande salão atrás da igreja. E é feito de forma comunitária, igual a uma grande família arrumando a
casa para o Natal. Uns cozinham, outros arrumam mesas
e cadeiras. A sanfona não toca xote nem baião. A música é o vanerão, embalando todas gerações. Meninas e
senhoras, meninos e senhores dividem animadamente o
mesmo lugar, a mesma alegria. Depois de tudo isso, ainda
ganhamos de presente um frevo, meu nome e de minha
companheira Sarah Vidal são citados pelo cantor que nos
dá boas vindas em nome da cidade.
Acho que a alma da gente é um saboroso prato que
ganha novos temperos todos os dias. A minha tem agora pitadas da especiaria que é esse lugar serrano. Só me
resta uma coisa a dizer: “Obrigado, Santa Rosa de Lima.”
Paulo Costa - Publicitário - Recife - PE
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
17
RIO BRAÇO DO NORTE
Festival de rafting celebra
uso público e sustentável
dos recursos hídricos
O frio e a chuva não deram tréguas aos participantes do Festival de Rafting Santa Rosa de Lima – Encostas da Serra Geral.
Ainda assim, o rio Braço do Norte acolheu caiaquistas catarinenses, gaúchos, paranaenses, argentinos e norte-americanos, além de grupos de turistas e de moradores locais. Se
aventurar nas corredeiras foi visto, pelos participantes, como
uma forma de manifestar adesão ao movimento em favor do
uso público e da preservação desse recurso natural.
Organizado pela empresa TDA Rafting
de Santo Amaro da Imperatriz, o festival,
em sua quarta edição, aconteceu nos
dias 24 e 25 de agosto. Seu objetivo sempre foi incentivar a prática da canoagem
e o uso sustentável dos recursos hídricos.
Para Eleazer Garbelotto (Keko), da TDA,
apesar do encontro não ter atingido as
expectativas de público, a canoagem e o
rio Braço do Norte ganharam mais repercussão com o evento. “Esperávamos mais
público, mas, considerando o frio e a chuva, é compreensível. Ficamos, entretanto,
muito satisfeitos. Tivemos participantes
de diversos estados e, inclusive,de outros
países. Eles vieram aqui curtir essas corredeiras no quadro destas belas paisagens. Com isso o Movimento a favor do
rio ganhou mais forças. Agora, são mais
pessoas e mais empresas de turismo de
aventura a brigar em defesa do rio Braço
do Norte”.
No festival, todos buscavam uma vitória que não estava ali
O festival contou com o apoio e a participação do “Movimento a Favor do Rio
Braço do Norte” e dos “Amigos do Rio
Braço do Norte”. Na fase de preparação,
foram criadas páginas no Facebook para
propagar a mobilização em defesa do rio.
Assim, para além do esporte, o evento
serviu para uma reflexão sobre a atual
situação do Braço do Norte. A PCH (pequena central hidrelétrica) Santa Rosa
está prestes a iniciar o alagamento da
área próxima a represa e a transposição
da água por um túnel. Serão cerca de
três quilômetros de rio comprometidos.
Inclusive para a prática da canoagem. Os
caiaquistas lamentam a possível perda
de um de seus melhores percursos. “Para
nós esportistas, é nítida a importância
da energia para o desenvolvimento de
um país. É necessário, contudo, respei-
Caiquistas e turistas aderem ao movimento a favor do rio braço do norte.
tar a vocação dessa região, que possui
um verdadeiro paraíso natural, que pode
gerar turismo, lazer e renda para muitas
famílias”, defende Geoffrey Steeves, caiaquista norte-americano participante do
evento. Geoffrey tem esperanças, “é preciso encontrar novas possibilidades para
que a população mantenha o rio Braço
do Norte vivo”. Para ele, que tem 14 anos
de experiência em canoagem, praticados
em mais de vinte estados dos EUA e outros sete países, o Rio Braço do Norte é
um dos melhores e mais belos que já co-
estão sendo movidas para garantir que
a canoagem e a população não fiquem
mais completamente a mercê dos investidores em PCH”.
nheceu. Suas esperanças não são vagas,
ele cita como exemplo o Rio das Antas, no
Rio Grande do Sul, onde operadoras de
rafting, agências de turismo, pescadores,
caiaquistas e outros usuários firmaram
um acordo com a empresa geradora de
energia, sendo possível manter o rio “correndo livre” alguns dias ao mês. O sonho
não é só de Geoffrey, todos os amantes
do rio torcem para que a história do Braço do Norte também tenha seu final feliz.
Jackson Baumann, do Movimento a favor
do Rio Braço do Norte faz um pedido aos
que quiserem apoiar a causa: “Procurem
as páginas no facebook, curtam, compartilhem e discutam. Subscrevam o abaixo
assinado e participem das ações que
mas deverá ocorrer no início de outubro. Afinal, funcionários da empresa informaram que o alagamento e o desvio
da água para a tubulação deverá ocorrer
em meados daquele mês. Com este ato,
o Movimento quer reforçar sua proposta de “compartilhamento do rio” pelo
menos alguns dias no mês e fortalecer a
ideia de preservar o que resta do rio para
a canoagem. “Pelo que se sabe, tem um
projeto para mais uma hidrelétrica neste
percurso. Já permitimos PCH demais neste rio. Agora chega! A comunidade tem
que se unir. Precisamos ganhar forças e
preservar o que resta”, enfatiza Jackson.
O jovem santarosalimense se refere ao
trecho do rio que corta o coração do mu-
Aventura X Desventura
O tempo urge e a tragédia é iminente. Por isso, os participantes do Festival
de Rafting se comprometeram a mais um
ato de defesa deste trecho que poderá
ser completamente tomado deles e da
população local pela PCH Santa Rosa. O
evento ainda não tem uma data precisa,
nicípio, do antigo Quedas d’Água até a
curva atrás da prefeitura. Keko, da TDA,
avalia: “Nessa parte do curso d’água, ainda encontramos ótimas condições para
a canoagem e para diversas práticas de
lazer. Devemos salvar o que resta deste
maravilhoso rio”.
Informações apuradas junto aos participantes da mobilização apontam que
a possível “nova” PCH que afetaria o
trecho mencionado seria um empreendimento do grupo Havan. Essa corporação econômica tem mais de 50 lojas de
departamentos no país, conhecidas por
ter uma estátua da liberdade à frente, e
também empreendimentos de geração
de energia, postos de combustível, factoring e hotéis. O diretor-presidente da
Havan costuma dizer que a empresa só
quer estar nas cidades que recebam bem
o grupo. Pelo que se saiba, nunca houve,
em Santa Rosa de Lima, qualquer debate aberto da Havan com os diretamente
envolvidos e afetados por uma quarta
PCH no município, assim como não existiu qualquer audiência pública sobre o
assunto. É porque não existe projeto algum? Ou seria apenas falta de uma boa
política de comunicação na empresa? Ou,
haveria uma tentativa de criar um fato
consumado? Poderia se fazer a hipótese,
também, de que o slogan veiculado pelo
diretor significaria não uma busca de
acolhimento e de bom relacionamento
com o município e seus habitantes, mas
apenas instrumento de chantagem e de
pressão a políticos e a cidadãos que discordam ou querem saber melhor o que
se passa. A situação se apresenta como a
água do Braço do Norte nos dias do festival de rafting, após uma chuva intensa:
barrenta e turva. Todos desejam que seja
transparente, cristalina. Este Canal SRL
está aberto a todos os atores sociais para
dar vazão a essa limpidez.
18
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Comunidade RIO SANTO ANTÔNIO
Marileia Torquato | Carol Rodrigues
Meu velho e bom pai
No mês passado, comemoramos o dia dos pais.
Estes batalhadores que lutam diariamente pelo sustento de seus filhos, a quem tanto amam. Como, no
Santo Antônio, ouvimos muita música, nada melhor
do que cantar para eles. Afinal, quem canta seus
males espanta. Queremos homenagear todos os
pais de nossa comunidade e do município por esse
dia tão especial. Escolhemos um pedacinho da música “Meu velho pai”, de Léo Canhoto e Robertinho.
(...) Não tenha medo, meu velhinho adorado.
Estarei sempre ao seu lado, não lhe deixarei jamais.
Eu sou o sangue do seu sangue, papaizinho.
Não vou lhe deixar sozinho, não tenha medo
meu pai. (...)
É festa no interior!
Nossa comunidade se prepara para a primeira
Cavalgada com Torneio de laço no Rio Santo Antônio. Será nos dias 28 e 29 de setembro. Queremos
estimular todos os adeptos da cavalgada e do laço
a trazer suas montarias e a vir passar uma final de
semana aqui nestas belas paragens.
E aos leitores do Canal SRL fazemos um convite especial: venham com seus familiares e amigos,
confraternizem conosco e prestigiem esse evento
organizado com muita dedicação e carinho.
Confiram a programação:
Sábado - 28/09/2013
Cavalgada
8:00hs - Café
9:00hs - Saída dos cavaleiros
12:00hs - Almoço
À tarde: Torneio de laço e missa
19:00hs - Janta para os cavaleiros.
Domingo - 29/09/2013
8:00 hs - Café para trilheiros e cavaleiros;
9:00 hs - Saída dos trilheiros;
Durante a manhã: Torneio de laço;
12:00 hs - Almoço;
14:00 hs – Baile, com Águia Dourada.
Fique claro a todos que cavaleiros e trilheiros
assumem todas as responsabilidades por suas participações no evento. A comunidade não se responsabiliza por qualquer tipo de incidente.
Desde já, a comunidade e os organizadores
dão suas boas vindas e agradecem a presença
de todos.
O ensaio para a primeira cavalgada.
Circuito CERAL
Laudir Coelho - Presidente
Instalação de medidores
Uma das preocupações atuais da nossa Cooperativa de Distribuição
de Energia Elétrica - CERAL, além do permanente cuidado de prestar um
atendimento de qualidade aos seus clientes e consumidores, é de aperfeiçoar o serviço de instalação de medidores junto as unidades consumidoras em atendimento as normas vigentes no setor elétrico.
O assunto é regido por normas específicas do Departamento Técnico da FECOERUSC, sobretudo pela Norma Técnica e
Padronização FECO-D-04, que, dentre outras recomendações,
determina que a CERAL reserva-se o direito de indicar o local
mais adequado para instalação da medição, e em qualquer
caso, devem ser observadas as seguintes disposições:
a) Será localizada na propriedade do consumidor, em local
de livre e fácil acesso, dotado de boa iluminação e apresentando condições de segurança;
b) Não poderá ser instalada a uma distância superior a
1,0 m do limite do terreno com a via pública. Em zonas rurais, onde a rede cruzar internamente o terreno do associado/
consumidor, a CERAL deve ir ao local e indicar o ponto para
instalação da medição.
Essas são algumas observações que a nossa Cooperativa
tem que cumprir e fazer cumprir para garantir a segurança da
medição e o acesso à leitura, condições essas que devem ser
oferecidas pelo associado no ato do pedido de ligação.
Ligações acima de 30 Kw
Um outro ponto importante previsto na referida norma
é a necessidade de apresentação de projetos elétricos para
pedidos de ligação para empreendimentos com carga instalada acima de 30 kilowatts ou edificação com área construída
maior ou igual a 200 metros quadrados.
Esses projetos devem ser apresentados para análise com
a antecedência mínima de 30 dias e deve ser precedido por
uma consulta prévia ao responsável técnico da cooperativa.
Dessa forma a CERAL vem cada vez melhor atender os
requisitos atuais de eficiência exigidos pelo órgão regulador
(ANEEL), além de crescer no atendimento aprimorado aos
seus clientes e associados.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Espaço d’Acolhida
Luiz Schmidt e Neiva Ferreira Schmidt
Pousada
das Águas
O lazer no final de semana e as saudades do
“interior” foram os principais motivos para que,
em 2002, o casal Luiz e Neiva Ferreira Schmidt
adquirisse uma área na comunidade de Águas
Mornas, a quatro quilômetros da “praça” de
Santa Rosa de Lima. São cerca de dez hectares de terra, cortados por um riacho de águas
cristalinas. Na propriedade, havia uma antiga
casa. Depois de reformá-la e revitalizar todo o
espaço, em 2003, ingressaram na associação
de agroturismo Acolhida na Colônia.
Clientes, serviços e acolhida
A pequena pousada é alugada, com exclusividade,
para pequenos grupos. Geralmente, são grupos de familiares ou amigos, que buscam o sossego do interior.
Se for a preferência dos hóspedes, Neiva, de origem
italiana, é quem prepara o café da manhã. Sempre
com muita simpatia e carinho, ela serve pães, biscoitos, bolos, queijos, doces e salames. É uma forma de
começar o dia se nutrindo de energias, aromas e sabores coloniais. As outras refeições ficam por conta
dos hóspedes, que dispõem, para prepará-las, de uma
bem equipada cozinha. São indicadas, também, aos
turistas, diversas opções para a gastronomia em Santa
Rosa de Lima, seja em estruturas da Acolhida, ou não.
Na Pousadas das Águas, é possível, ainda, fazer
uma pequena trilha até o alto do morro, de onde pode
se contemplar uma bela paisagem. Caminhadas de vários graus de dificuldade e distâncias também podem
ser feitas a partir da pousada, ou de pontos diversos
do município. Outra boa pedida, que os visitantes adoram, é um refrescante banho no riacho que corta o
sítio. E para coroar, a pousada fica a apenas um quilômetro do Balneário Paraíso das Águas, com sua piscina e banheiras de água mineral termal.
Expansão e melhoria
Como os proprietários puderam constatar um aumento significativo do afluxo de turistas em direção ao
seu “pedaço do paraíso”, decidiram, em 2012, ampliar
a capacidade de hospedagem da Pousada. Com o
apoio do Banco Mundial, através do Projeto SC Rural,
iniciaram mais uma construção, que servirá de pousada e que está quase concluída.
Produção orgânica
Além de fazer parte da Acolhida na Colônia, a família também é associada à CooperAgreco. Na propriedade há, ainda, a criação de ovelhas e de frango caipira e o cultivo de verduras. Hoje, os Schmidt produzem
geleias e doces que levam a marca Agreco. Em breve,
com a finalização da construção de uma nova unidade
de processamento, será lançada no mercado uma linha de “papinhas” (comidas para bebês) orgânicas. Os
visitantes e turistas poderão acompanhar, então, de
fora, através de janelas envidraçadas, todo o processamento.
Maiores informações, entrar em
contato com Neiva, pelo telefone (48) 36540117
ou pelo e-mail: [email protected]
19
Comunidade RIO DOS ÍNDIOS
Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra
Honrando nosso Padroeiro
A festa em honra a Santo Inácio, aqui na nossa comunidade, aconteceu no dia 29 de julho. Não
houve tempo para contarmos na última edição do
Canal SRL um pouco mais sobre aquele que é o
nosso maior evento. E, principalmente, para agradecer a todas as pessoas que vieram confraternizar
conosco.
Entre motos, gaiolas e quadriciclos, contamos
noventa participantes na Moto Trilha. Os organizadores julgam que esta programação foi um sucesso
e a expectativa é que ela se repita nas nossas próximas festas. Foram servidos cerca de 350 almoços e
cerca de 300 pessoas participaram do baile.
A comissão de pastoral (Caep) e a comunidade
toda se unem para a organização do evento. As
mulheres se encarregam de fazer a comida e a limpeza. Já os homens ficam com os serviços de bar,
churrasqueira e organização do espaço para o baile
e almoço. As tarefas são definidas, mas todo mundo “pega junto”. O que não
pode faltar é ajuda mútua.
Um acontecimento atípico da festa desse ano foi
que não tivemos a celebração da missa no final de
semana. O Padre Pedrinho
estava participando da Jornada Mundial da Juventude
e o Padre Marcelo precisou
celebrar missas em outras
igrejas. Mantendo nossa fé
por Santo Inácio de Loyola, no dia 31 de julho pudemos reverenciar nosso
padroeiro. Padre Pedrinho
estava de volta e celebrou
uma bela missa. Almoço e
bolo também seguiram a
programação daquele dia.
Hoje, podemos dizer
que a festa na nossa comunidade foi maravilhosa
e agradecemos todos que
dela participaram.
Formatura aula de dança
Quermos convidar a todos os leitores para a formatura do curso de dança promovido pelo nosso
Caep. Participaram diversos casais aqui do Rio dos
Índios e foram oito aulas de xote, vanera, valsa, vanerão e rancheira.
A festa, animada pela banda Musical Sensação,
será no Domingo, dia 8 de setembro, a partir das
19 horas. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente com os formandos do curso e com o
Caep da comunidade, ao preço de R$ 10.00. Esperamos por vocês de braços abertos.
20
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
CONTO
Grazi Nack
O mundo particular de bolhas de sabão
Ela estava sonhando. Claramente, indubitavelmente, ela estava sonhando. Ninguém no mundo real consegue flutuar em uma bolha de sabão, ou nadar em um riacho doce. Era um sonho, mas parecia tão real!
Ela quase sentia o cheiro do vento e a umidade da terra sob os pés. Ela
ouvia o zumbido da água batendo nas pedras e, de repente, ela estava
envolvida em ondas e flutuava junto às flores que se banhavam no rio.
“É um sonho! É um sonho!” Ela se beliscava e tentava abrir os olhos em
vão, já que eles já estavam abertos e, não só, mas também refletiam o
sol que parecia feito de manteiga, gostoso, caindo macio em sua pele
de menina frágil.
Ali, em seu sonho, ela já não era mais frágil, e sim linda, forte, mas
um forte delicado, um forte feminino. Queria ver alguém lhe empurrar na
lama, a obrigar a comer sabonete, queria ver seu padrasto aparecer em
seu quarto com a palmatória. Ali, em seu mundinho particular, ela era
invencível.
E, como se um rompante de sentimentos ruins lhe viessem apalpar a
garganta, ela chorou.
E das suas lagrimasse fez chuva, molhando a terra, estourando as
bolhinhas de sabão que se desfaziam infelizes e assustava os pássaros
que, estranhamente, voavam em marcha ré.
E ela percebeu atônita, que ela mesma se assustou com seu pranto.
Era desagradável e melado, e os soluços pareciam grunhidos de javali.
Ao imaginar isso gargalhou, e gargalhou de novo porque sabia que ninguém ali a repreenderia.
E gargalhou uma última vez, pois descobriu que era gostoso. Gargalhar era maravilhoso.
Mas ela sentiu que estava acabando, pois já sentia o frio do outro mundo tocar suas pálpebras, e o som do riacho agora estava mais distante.
Pela primeira vez desde que chegara reparou que não respirava, não necessitava disso, se sentia livre de qualquer obrigação humana ali.
Então ela despertou.
O professor a repreendia por dormir na aula, mas ela só ouvia zumbidos, as imagens do seu mundo real eram tão mundanas, tão comuns, o
ar pesado lhe trazia desconforto.
Até mesmo seu corpo era indesejado: uma carcaça cansada, cheia
de limitações, com sentidos viciados. Ela queria a leveza do rio, o sussurro do vento, o sol de manteiga... Ela queria flutuar.
Então se levantou.
Saltou pela janela e voltou ao seu sonho.
Lembrou-se de trancar a porta, para não mais voltar.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Santa Rosa de Lima
celebra sua padroeira
A festa em honra a Santa Rosa de Lima é um dos eventos mais festivos
para os santarosalimenses. Este ano ela aconteceu nos dias 30 e 31 de
agosto e 01 de setembro. A programação iniciou com procissão da imagem
saindo da casa de Dona Adelina Wiemes Vandresen. Padre Pedrinho foi
quem abençoou os carros e celebrou a missa. Com muita emoção e alegria centenas de fiéis demonstraram sua fé a padroeira da América do Sul.
Almoço colonial, baile, bingo, arremates e celebrações de louvor completaram a festa.
Foram três muita dias de comemoração, mas também de muito trabalho. A comissão de assuntos pastorais – Caep é a grande responsável
pelo sucesso da festa. Para Cláudia Tenfen Heidemann, tesoureira, organizar este evento não é tarefa fácil. “Necessita de muita dedicação, trabalho
e, principalmente, tomar decisões em nome de toda a comunidade”. São
12 casais responsáveis na organização mas, como é de costume, todos os
membros são convidados a colaborar, seja no bar, no caixa, na cozinha, na
organização. “Estamos muito satisfeitos com o resultado da festa. Todos
trabalharam em clima de alegria, houve muita ajuda mútua. Se não fosse as
pessoas a festa não aconteceria como aconteceu”.
Segundo informações de Claudia, alguns dados ainda precisam ser computados, mas os números são satisfatórios. A festa teve uma arrecadação
de R$ 30.193,50, contabilizada a venda de ingressos, bingo, almoços, produtos caseiros como bolo de gruta, cuca e rosca. Em dízimo, no mês de
agosto, até agora, já foi pago pelos fiéis, R$ 17.804,20 e as prendas em
dinheiro somaram R$ 8.626,72. A Caep também recebeu diversas outras
doações em prol da igreja.
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Comunidade RIO BRAVO ALTO
Promoção da SAÚDE
Karla Folster | Ana Paula Vanderlinde | Júnior Alberton
Murilo Leandro Marcos
Para continuar juntos e unidos
Passados alguns anos da queda do ginásio esportivo, a comunidade evangélica da Cabeceira do
Rio Bravo ainda tem que buscar alternativas para a
realização de seus eventos. Sem o seu espaço para
os encontros, o jeito é utilizar a antiga escola. Foi
assim para promover uma atividade destinada a
angariar fundos, que ocorreu no dia 25 de agosto.
A nossa “escolinha” foi palco de uma feijoada. Que,
apesar das limitações do local, conseguiu ser um
grande encontro.
Em setembro, a comunidade católica do Rio
Bravo Alto está em festa
Este mês, celebraremos em honra à padroeira
do Rio Bravo Alto, Nossa Senhora da Piedade. A
grandiosa festa ocorrerá nos dias 14 e 15 de setembro. É uma confraternização da comunidade
que pode e deve ser partilhada pelo nosso leitor
e por sua família e amigos. Confira a programação.
A independência da saúde
Neste mês de setembro, em que comemoramos a independência do Brasil, reafirmo que, no campo da saúde, a verdadeira independênci, é a revolução do autocuidado, em que cada pessoa será o ator principal na atenção a sua própria saúde.
Em 1976, médicos da Colômbia
entraram em greve e paralisaram
suas atividades por 52 dias. Somente emergências e pronto-atendimentos funcionavam. Resultado:
as taxas de morte caíram 35%. No
mesmo ano, em Los Angeles, nos
Estados Unidos, uma greve semelhante fez a mortalidade geral diminuir em 18%. Logo que os médicos retornaram ao trabalho, as
pessoas voltaram a morrer como
antes. Em 1973, foi a vez de Israel experimentar uma redução de
50% na mortalidade do país em
decorrência de uma greve médica
de trinta dias. O que esses dados
nos mostram?
Podemos levantar duas hipóteses. A primeira delas é a mais dura:
a ação médica (remédios, exames,
cirurgias) mata muita gente. A segunda hipótese nos remete ao
autocuidado, à atenção que cada
pessoa tem sobre si mesma, sobre sua família e sua comunidade.
Não tendo um profissional a quem
recorrer, as pessoas se veem obrigadas a se cuidar mais. “Quando a
água bate na b..., ou você aprende
a nadar ou morre afogado”. E são
usados os remédios caseiros, as
receitas saudáveis da vó, as caminhadas no final da tarde, os conselhos do pai atento, o parto assistido por parteira, a TV desligada, a
família em harmonia.
Princípios e práticas
Hipócrates, que viveu 400 anos
antes de Cristo, é considerado o
pai da medicina. O princípio ético
mais importante da medicina foi
estabelecido por ele e diz: primum
gera dependência, tira a autonomia das pessoas, cria novas doenças e, junto delas, novos exames
e novos remédios. Na verdade, a
medicina moderna tem feito muito
mal à saúde. Tanto é verdade que,
depois de câncer, infarto e derrame, a ação médica é a principal
causa de morte nos Estados Unidos. Cria-se a ilusão de que as pessoas são incapazes de se cuidar e
de que os profissionais da saúde,
sobretudo os médicos, são os donos dos corpos e das mentes dos
pacientes. Para gripe, dá-se um
antigripal. Ao invés de recomendar
uma boa alimentação, receita-se
um omeprazol pra azia ou uma sinvastatina pra baixar o colesterol.
No lugar da caminhada, remédios
pra pressão alta. E até o parto, tão
antigo quanto a vida humana, virou
procedimento médico.
non nocere. Essa expressão em latim quer dizer que, antes de tudo,
a ação médica não deve causar
dano à pessoa. Significa que, por
mais moderno ou consagrado que
seja um procedimento médico, ele
acima de tudo não deve fazer mal
ao paciente. Por pior que esteja a
situação de saúde de uma pessoa,
o médico tem que se certificar de
que o remédio a ser prescrito fará
mais bem do que mal. Por mais
verdadeira que tenha que ser a palavra do médico, ela deve confortar
e aliviar a dor.
O grande problema nessa história é que a medicina moderna
tem agido na contramão disso. Ela
Acompanhamento e não somente remédio
Temos que lembrar que é perfeitamente possível vencer muitos
problemas de saúde sem utilizar
remédios. Cerca de 90% das doenças melhoram sem tratamento,
apenas por meio do processo natural de autocura do corpo. Problemas no coração podem não apenas ser prevenidos, mas tratados
com uma combinação de dieta,
exercícios e controle do estresse.
O mesmo acontece com diabetes,
colesterol alto, enxaqueca, vários
tipos de câncer e uma infinidade
de doenças. São técnicas que precisam do acompanhamento de um
profissional de saúde e não somente de remédios.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
23
Estudantina
Janice Warmling
O TERÇO
Estudar enquanto for
possível
Pe. Pedrinho
Depois de universitários e secundaristas escreverem neste espaço,
era tempo de o ensino fundamental ser representado. O desafio foi
lançado e topei a missão de apresentar um pouco da minha rotina
e das minhas perspectivas de estudante.
Considero minha vida escolar
ainda um tanto fácil. Estudo no nono
ano matutino na Escola de Educação
Básica Professor Aldo Câmara. Para
ir à aula, me acordo todos os dias às
seis e meia da manhã. Embarco no
ônibus bem em frente a minha casa,
o que acho muito prático. Moro na
comunidade de Rio do Meio, a cerca
de dez quilômetros da “praça”.
Sempre gostei de ir à escola,
desde o jardim de infância, tendo as
“tias” como nossas primeiras professoras. Eu mal saía da escola e já não
via a hora de chegar o dia seguinte para voltar. Além de gostar, em
si, de estudar e aprender, há outro
fato a considerar. Por morar no interior, existe um certo isolamento.
E na escola é que pude fazer
muitas amizades. Amizades que,
com certeza, levarei para o resto da
vida.
Outra coisa elementar que a escola me proporcionou foi a prática
do esporte, coisa que não posso
mais viver sem. Foi na escola que
começei a jogar futebol, em especial
o futsal. Amo este esporte e acho
que se eu não pudesse mais praticá
-lo ficaria doente.
Preferências e atitudes
Minhas notas sempre foram
boas. Uma das disciplinas com que
mais me identifico é Lingua Portuguesa. Gosto da produção textual,
de ler livros, de descobrir palavras
novas. Não sei explicar muito bem,
mais é minha matéria preferida. Apesar das boas notas, é claro que não
sou uma aluna exemplar. Às vezes
bate aquela preguicinha de estudar
ou, o que é mesmo típico da nossa
idade, aquela vontade de romper
com as regras e fazer uma baguncinha básica com os amigos na sala
de aula. Na minha classe, além de
mim, estudam outros oito alunos. É
uma turma pequena, mas muito divertida. Quando é pra levar a sério,
estudar, prestar atenção, nós o fazemos. Quando é pra bagunçar ou ficar conversando assuntos alheios à
aula, contudo, a gente também sabe
fazer muito bem. Às vezes, até, os
papos são tão interessantes que os
professores se rendem e discutem
conosco. A conversa é descontraída,
damos boas risadas e as aulas se
tornam bem mais agradáveis. Gosto
muito dos nossos professores. Eles
são ótimos. Admiro a dedicação e a
Anote aí
Salve Santa Rosa
de Lima!
paciência que eles têm com a gente, principalmente por aguentarem
nossos momentos de rebeldia e, de
forma geral, por nos suportarem.
O futuro começa a pesar
Bem, atá agora tudo me parece fácil na escola. Afinal, sempre
fui bem. Mas o desafio daqui pra
frente é entrar no sonhado ensino
médio. Pretendo estudar mais, me
preparar melhor e melhorar ainda
mais minhas notas. No nono ano,
aqueles pensamentos sobre o futuro começam a ficar mais fortes. Já
começo até a pensar na faculdade.
Sei que ainda tenho quase quatro
anos até lá, mas, se fosse pra escolhar hoje, cursaria agronomia ou
medicina veterinária. Como sou do
interior e quero aqui permanecer,
tenho uma identificação com a vida
no campo. Bem, talvez eu mude de
idéia ainda nos próximos anos. Não
sei. Uma coisa é certa, gosto demais
do ambiente escolar, de estar com
os amigos, de estudar, da relação
como os professores. Pretendo estudar enquanto for possível e sempre que o interesse e a necessidade
estiverem presentes.
!
Programação das atividades cívicas
de Sete de Setembro
8h30min - Concentração dos alunos e participantes
em frente a Agropecuária Tenfen;
9 horas - Pronunciamento das autoridades;
9h45min - Início do desfile cívico com encerramento
previsto para as 11 horas.
Entidades que participarão do desfile:
- CEI Recanto Alegre
- EEB Professor Aldo Câmara
- Centro Educacional Santa Rosa de Lima
- Curso de Educação do Campo da UFSC
- Grupo da Terceira Idade
- Agreco
- Comissão Municipal de Esportes
Obsservações:
• Até o dia do evento, outras entidades poderão confirmar sua participação.
• Mediante chuva intensa o evento será cancelado.
Seminário Estadual de Agroecologia
e Produção Orgânica
Dias 13 e 14 de setembro de 2013
Local: Escola Sul da CUT
Hotel Canto da Ilha
Florianópolis - SC
Desfile Primavera Verão
Opção Modas
Com Dj Daltom
Ingresso: R$ 10,00 com risotão.
Dia 05 de outubro de 2013 as 19 horas
Local: Balneário Paraíso das Águas.
Baile do Grupo de Jovens
Rio dos Bugres
Com Os Sócios e Jeito Louco
Dia 07 de setembro de 2013
Local: Rio dos Bugres
Com grande alegria chegamos a
você amigo leitor após termos vivenciado os festejos e celebrações em
honra a Padroeira da comunidade e
do município: Santa Rosa d e Lima.
Modelo de santidade a ser seguido. Testemunhou o amor a Jesus e à Igreja consagrando-se a
Ele. Viveu profundamente o amor aos sofredores. Deixou-se guiar pela Palavra de Deus contida
na Bíblia Sagrada. Por esses e tantos outros motivos nós a temos como modelo de alguém que
viveu profundamente a fé no Senhor.
Nesse mês em que dedicamos à Bíblia Sagrada, somos convidados a mergulhar profundamente na riqueza da leitura da Palavra de Deus.
Santa Rosa e todos os santos e santas de Deus,
deixaram-se conduzir pelas Sagradas Escrituras,
como nos recorda a Carta de São Paulo a Timóteo “Quanto a você, permaneça firme naquilo
que aprendeu e aceitou como certo; você sabe
de quem aprendeu. Desde a infância conhece as
Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela
fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por
Deus e útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito, preparado para toda boa
obra” (2Timóteo 3, 14-17).
E nós hoje somos convidados a nos deixar envolver pelos ensinamentos dessa Palavra inspirada. Em meio a tantas outras palavras desse mundo façamos como Pe. Zezinho, numa de suas
canções: “há palavras demais nesse mundo, nenhuma delas me libertará. Por viver entre crentes
e ateus, ouvirei a palavra dos homens, mas seguir
eu só sigo a Palavra de Deus. Sejamos seguidores
e praticantes da Palavra Santa.
Cabe-nos pensar: tenho Bíblia em minha
casa? Onde ela está? Qual foi a última vez que
eu li uma passagem da Sagrada Escritura? Procura na Palavra luz para o meu caminho? Temos
o hábito em nossa casa de ler e meditar a Santa
Palavra? Participo da minha comunidade de fé
deixando-me alimentar por essa Palavra de Salvação? Se ainda não estou dando o verdadeiro
valor a essa Palavra é momento de reservar tempo para meditá-la.
Agradecemos a todos que se envolveram na
realização da festa em honra a Santa Rosa, bem
como a todos os coroinhas que se fizeram presentes no Encontro Comarcal de Coroinhas em
Rio Fortuna e desde já todo o povo é convidado
a se organizar para participar do Encontrão Diocesano sobre o Ano da Fé em Tubarão no dia 29
desse mês.
Desça do céu a bênção e a proteção do Senhor!
Forte abraço!
24
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
M&M Maratcha e Mentira
Edésio Willemann
Edson Baumann
“M” felicita “M”
Este mês quero parabenizar o amigo e
companheiro de coluna Edson Baumann,
que responde pela alcunha de “Mentira”.
Parabéns pela passagem de mais um ano
de vida.
A equipe do Canal SRL, sua família e, especialmente sua namorada se associam a
essa homenagem. Todos desejam tudo de
bom para você! Ein Prosit!!!
Vladiomir Tonn festejou a passagem de mais um ano de vida no dia
9 de agosto. “Muita saúde, paz e felicidade”, é o que deseja toda sua
família, assim como os seus muitos
amigos da Nova Esperança.
Alexandre Bepler Michels soprou velinhas no dia 17 de
agosto. Sua namorada deseja
a você muita paz, amor, saúde
e força. “Que esse seja apenas
um dos muitos e eternos dias
que passaremos um ao lado do
outro, meu grande amor!”.
Felicidades a nossa colega Kátia Vandresen que sopra velinhasno dia 15 de setembro. A equipe Canal SRL, seu esposo
Ronaldo e sua filha Franciny lhe desejam
muita paz e saúde.
Nerso Baumann completou 50 anos dia 25 de
agosto. Felicidade e saúde, é o que desejam
sua mulher Sidilândia, seus filhos Luciana e
Rodrigo e seu genro Marciel. “Continue sendo
esse pai carinhoso e amigo. Temos muito orgulho de você e tenha a certeza que seguiremos os seus passos sempre.”
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
25
Pedro Augusto Schmidt, é nosso guerreirinho. Já passou por várias batalhas
e superou todas. No dia 26 de agosto,
completou 3 anos. E que venha mais
uma centena, com muitas alegrias e
muita saúde. É o que deseja a mamãe
Edna, o papai Ivo e o mano Lucas.
Parabén a Emily Alves Fernandes que
recebeu o sacramento do Batismo. Os
dindos e as dindas desejam muita saúde
e fé cristã. A mamãe Vanessa sente-se
muito orgulhosa.
Taíze Rodrigues comemorou, no dia 2 de setembro, mais um ano de vida. “Felicidades e
que Deus continue iluminando seus passos”, é
o que desejam sua família e seus amigos.
Viviane Weber completou mais um aniversário no dia
20 de agosto. Felicidades são os votos de seu namorado Wellington, de seus pais Valdir e Renita, e de
suas irmãs Valesca e Vanusa.
Franciny Kulkamp Heidemann, essa linda gatinha, faz os papais Dilce e Fabiano babarem.
Eles comemoram seu primeiro aninho no dia
25 de setembro. Os avós e as tias corujas
mandam beijinhos.
Tatiane Martins a festa é sua! Parabéns pra você nesta
data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida! Felicitações de sua família e de todos os seus amigos.
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Esporte Total
Ana Maria Vandresen
Santa Rosa de lima participa
da 1ª Copa Tigrinhos
SRL no campeonato da ADESC
Cerca de 220 atletas de 11 municípios de toda a região, que participam
do Projeto Tigrinhos. Disputaram, no
dia 18 de agosto, na cidade de Braço
do Norte, a 1ª Copa Tigrinhos/Amurel
2013.
As disputas foram na categoria sub
14. Onze equipes foram divididas em
três chaves. Santa Rosa de Lima caiu na
chave de 3, com Grão Para e Braço do
Norte. Nos dois confrontos o mesmo
placar: 1 x 0 para os adversários. Assim,
a equipe teve que vir mais cedo para
casa. Quem ficou com o título foi a cidade de São Martinho.
Os meninos do projeto aguardam,
ansiosos, o jogo do Criciúma E.C. contra
o Botafogo, no dia 08 de setembro. Se
São Pedro der uma ajudinha, eles atuarão no gramado do Heriberto Hulse,
realizando a “preliminar”. Vamos torcer!
Pela sétima rodada do campeonato das categorias inferiores da
Associação Desportiva Sul Catarinense (ADESC), naipe masculino,
Santa Rosa enfrentou Grão Pará.
Na Categoria sub 11 os meninos
ganharam de 5 x 2. Os resultados
foram bem menos agradáveis no
sub 13 (derrota por 6 x 2) e no sub
15 (derrota por 9 x 1). O próximo
confronto é contra São Martinho,
no dia 14 de setembro, em casa.
Já as meninas, entraram em
Germano e Dudu lideram
na Copa Grillo de Motocross
Os pilotos santarosalimense lideram a
Copa Grillo de Motocross. Germano que
disputa a MX1 e a MX2, esta em primeiro lugar nos dois campeonatos. Na MX1,
com 133 pontos; e na MX2, com 130 pontos Já Dudu, está na segunda colocação
quadra contra a Cidade Azul, pela
ultima rodada da primeira fase. No
sub 14, terminou 9 x 2 para Tubarão. No sub 16, o jogo foi bem
mais disputado e a derrota das
santarosalimenses por 3 x 1 não
reflete bem o que foi o jogo. Agora, as meninas precisam esperar
os jogos atrasados envolvendo os
outros competidores para ver se
classificam. As chances são grandes nas categorias sub 12 e sub
14.
da MX1, com 126 pontos, e em quarto na
MX2, com 97 pontos. Na categoria intermediária, disputada apenas por Dudu, é
ele quem lidera com 147 pontos. O próximo compromisso desses nossos dois
pilotos espetaculares será nos dias 7 e
8 de setembro, em Orleans. Eles vão dar
muitos saltos na cidade das colinas. E trazer de lá mais troféus.
Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
Campeonatos Veterano e
Feminino vão movimentar o
ginásio municipal
No próximo final de semana, dia 7 de setembro, a CME (Comissão Municipal
de Esporte) dará início a mais dois campeonatos de futebol de salão. Desta vez, a
mulherada e os “veteranos” (homens com idade acima de 35 anos) é que vão movimentar o ginásio. No campeonato dos veteranos serão seis equipes, que disputarão
em sistema “todos contra todos”. Os quatro melhores classificarão para a semifinal.
São cinco times inscritos no feminino e o sistema de disputa será o mesmo.
A composição dos times de veteranos é feita por sorteio. As equipes são as seguintes.
EQUIPE A
Valmir Rodrigues
Robson Siebert
Valdir Carvalho
Dilnei Wiemes
Adolfo Dutra
Ivo Bonetti
Edio Dutra
Sergio Heidemann
Aleir da Silva
Nilson Kuehl
EQUIPE B
Alexandre Willemann
Claudiomir Mendes
José Dutra
Nelson Oenning
Dairson Vandresen
João Huhnen
Nivaldo Wiggers
Wanio Lemkuhl
Adelsio da Silva
Nezinho Schmitz
Hirineu Boeing
EQUIPE C
Nazareno da Silva (Neco)
Adair Petry
Wilmar Warmling
Laercio Heidemann
Salesio Wiemes
Wilmar Boeing
Loreni Bloemer
Antonio Kuhnen
Edson Correia da Rosa
Dalvanir Michels
EQUIPE D
Nelson Westphal
(Fatinha)
Eduardo May
Leomar Heidemann
Ademar Dutra
Valmir Dutra
Irineu Hanck
Salésio Herdt
Hilário de Oliveira
Rodinei Boeing
Cezar Willemann
EQUIPE E
Edemar Viana
Ilson Bom
Lauro Dutra
Daniel Kuhnen
Elio Torquato
Lucas Schmidt
Wilmar May
Edmilson Tavares Elias
Valdair de Oliveira
Inacio Feldhaus
EQUIPE F
Mauricio Thied
Ademar Dutra (Praça)
Rudinei Siebert
Alfredo Defrein
Rudinei Pacheco
Silvestre Roecker
Ademar Heidemann
Genesio Herdt
Amilton Heidemann
João Willemann
Guido Martins
27
Moleque Bom de Bola
A etapa Regional do Moleque
Bom de Bola aconteceu em Balneário Arroio do Silva, nos dias 7 a 11
de agosto. Para as meninas de Santa
Rosa de Lima, o campeonato foi mais
curto. Com três derrotas e apenas
uma vitória, as que estavam representantes da E.E.B. Prof. Aldo Câmara não conseguiram se classificar
para a próxima fase da competição.
As santarosalimenses, primeiro,
enfrentaram Biguaçu. Foi um jogo
muito equilibrado, com grandes lances de perigo para ambos os lados.
Ao final, mesmo a goleira Kamila ten-
do defendido uma penalidade, não
foi possível segurar a pressão e as
adversárias ganharam de 1 x 0. No
segundo dia de disputa, foram dois
compromissos. Primeiro, contra a
forte e favorita equipe de Camboriú.
De fato, era um “rolo compressor” e
o resultado foi 9 x 0. À tarde, enfrentaram as donas da casa e ganharam
de 2 x 1. No último dia, já desclassificadas e com muito frio e chuva, as
meninas perderam pra Garopaba
por 3 x 0. Uma despedida pouco
agradável da competição.
1ª RODADA 07/08/13 (SABADO)
Horário/Naipe
Equipes
19:00hs/Masc.
ALEXANDRE
20:00hs/Fem.
PARAISO DAS AGUAS X
BELA VISTA
21:00hs/Masc.
MAURICIO
X
NELSON (FATINHA)
22:00hs/Fem
RIO DO MEIO
X
LEKO
23:00hsMasc.
EDEMAR
X
NAZARENO (NECO)
X
VALMIR
Equipe União Futebol Clube em setembro de 1985.
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Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL
ção de quem quiser fiscalizar o seu cumprimento. E isso é raro de acontecer por
aqui.
Destaque-se que equipe de fiscalização do Governo do Estado já esteve por
aqui mais de uma vez. Ou seja, está sendo feito um rigoroso acompanhamento e
controle da qualidade dos serviços.
Críticas antes da hora
Estão em pleno desenvolvimento as
ações de melhoria das estradas selecionadas pelo Projeto SC Rural. Os trechos
(mais de 14 Km) foram cuidadosamente
selecionados para atender aos critérios
do programa e beneficiar os empreendimentos de turismo e a comunidade
em geral. Os serviços em execução, mas
ainda não concluídos, foram projetados
por uma equipe especializada nesse tipo
de serviço e pertencente à Secretaria de
Infraestrutura do Estado de Santa Catarina. Mal iniciadas as obras, apareceram
vários “engenheiros” para dar palpites e
achar defeitos. Pergunta-se: por que tais
“engenheiros” tentam tanto desqualificar
os trabalhos?
Fiscalização x custo da obra
Já é de conhecimento dos santarosalimenses os problemas na construção da
quadra poliesportiva da comunidade da
Cabeceira do Rio Bravo Alto (leia matéria
nesta edição). “De concreto”, o projeto
elaborado é diferente do que está sendo
executado. Até aí, trata-se de uma irregularidade ao qual cabe um posicionamento da Caixa Econômica Federal e do Ministério Público Federal. O que chamou a
atenção deste Macau foi a seguinte frase:
“por causa dos vereadores, a obra vai
sair mais cara”. Aí já é brincadeira. É abusar da capacidade e da inteligência das
pessoas. Todos sabem que ao vereador
cabe, além de legislar, fiscalizar o poder
executivo na aplicação dos recursos públicos. Tentar “responsabilizar” os vereadores nesse caso é tão frágil e arriscado
quanto fazer estacas da metade do tamanho que elas deveriam ter.
Esperar.... e conferir
Todos têm o interesse que a obra seja
executada de acordo com o projeto (e
isso deveria valer para toda e qualquer
obra). Então seria mais prudente pegar
o projeto e acompanhar a sua execução.
Diga-se de passagem, neste caso, existe
mais de uma cópia do projeto à disposi-
Comparar...
Fazer compações entre ações desenvolvidas em períodos diferentes pode ser
uma forma de medir a eficiência e eficácia. Sempre que se faz comparativos,
contudo, há que se tomar o cuidado de
tornar disponíveis os dados e informações. Afinal é preciso dar a todos a pos-
sibilidade de verificar se as fontes e as
medidas ou indicadores são bons, reais e
verdadeiros. Agir de outra forma é coisa
de ilusionista ou mágico que “pela ligeireza, quer iludir a vigilância do espectador”.
Em uma recente sessão da Câmara, um
secretário municipal usou números “soltos” para fazer comparações entre a gestão anterior e a atual em diversos setores
(obras, agricultura e turismo). Quando
questionado se poderia “deixar uma
cópia” do material com os vereadores,
ele afirmou que eram dados unicamente para seu próprio uso e que, por isso,
não os disponibilizaria. Ao não passar os
dados, mostra que se trata passe-passe
(ilusionismo).
... ou não comparar
O interessante é que na sessão seguinte da mesma Câmara, vereadores
da oposição apresentaram comparações
entre dados relativos a quantidades recolhidas e aos custos de recolhimento
e transporte de lixo no município. Esse
confronto de dados foi feito com dados
oficiais do portal da transparência (http://
www.betha.com.br/transparencia/main.
faces). Então, estranhamente, o mesmo
secretário afirmou de forma categórica
que não é possível fazer comparações
entre gestões. Quer dizer, “comparar”
sem mostrar dados e fontes pode. Comparar usando números do portal da
transparência não pode. Por que será?
Está melhorando..., mas ainda falta
Quem acompanha as sessões da Câmara de Vereadores tem notado uma
melhoria na condução dos trabalhos. A
mesa tem feito intervenções mais objetivas, mais focadas na celeridade e no bom
andamento das sessões. As informações
parecem começar a “circular” melhor.
As atas parecem atender aos detalhes
do ocorrido nas sessões. Vereadores
tem se destacado na defesa do interesse coletivo. Falta, entretanto, muito em
participação popular para acompanhar
as sessões. A cada terça-feira, com exceção dos responsáveis por este Canal
SRL, são poucos os santarrosalimenses
que acompanham as sessões da Câmara.
Só aumenta a participação quando tem
“anúncio” na rua de que vai ter polêmica. Não pode ser assim. O cidadão deve
acompanhar o que está fazendo o seu
representante eleito.
As PCH, nosso rio e os peixes
O vereador Luiz Schmidt, que representa Santa Rosa de Lima na câmara
técnica das PCH do Comitê da Bacia do
Rio Tubarão, informa que em reunião recente foi discutido o problema da oscilação do nível das barragens. É comum as
PCH trabalharem com essa variação, que
gera sérios problemas para a geração de
energia nas “usinas” que estão rio abaixo.
Mas isso é um problema delas. A questão maior relativa a esse procedimento
que ocasiona a “subida” e a “descida” do
nível do rio é a reprodução dos peixes.
Esses animais sofrem com essa variação
e não conseguem procriar. Primeiro, a
construção das PCH acabou resultando
na morte da maioria dos peixes. Agora,
elas impedem a reprodução dos poucos
sobreviventes. A Promotoria Pública está
de olho.

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