Mapa Referencial para Construção de Material Didático Programa e
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Mapa Referencial para Construção de Material Didático Programa e
Universidade Federal do Rio Grande do Sul | Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal do Amazonas | Centro de Educação Tecnológica do Amazonas ento m a h n a p m o c A e Avaliação c Brasil e Programa e-T O Mapa Referencial para a Construção do Material Didático propõe orientações básicas e sugestões, ancoradas em experiências e materiais validados por outras instituições, para a formatação do material didático a ser desenvolvido pelos professores-autores do Programa e-Tec Brasil. do Capacitação tor Professor-au iplinar isc Equipe Multid ial nc Mapa Refere o aterial Didátic M Mapa Referencial para de Material Didático o ruçãConstrução t s n o C e d ia Ambiênc Programa e-Tec Brasil sso re Material Imp Mídias ia eoconferênc ica dológ o t e M o ic t á ção Did Organiza Vídeo-aula Tele-aula ional c Projeto Instru AVEA itual Mapa Conce Beatriz Helena Dal Molin* Araci Hack Catapan Elena Maria Mallmann Jorge Luiz Silva Hermenegildo Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Silvia Modesto Nassar (*) Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). rendiz p A e d s io f a Des ecim h n o C e d is e e Nív izagem: d n e r p A e d Avaliação idades iv t A e s io r é it Cr MAPA REFERENCIAL PARA CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O PROGRAMA E-TEC BRASIL Beatriz Helena Dal Molin Araci Hack Catapan Elena Maria Mallmann Jorge Luiz Silva Hermenegildo Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Silvia Modesto Nassar 2ª Edição Atualizada Florianópolis, SC Universidade Federal de Santa Catarina 2008 Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância © Universidade Federal de Santa Catarina Professores-autores Beatriz Helena Dal Molin/UNIOESTE e EGC/UFSC Araci Hack Catapan/UFSC Elena Maria Mallmann/UFSC Jorge Luiz Silva Hermenegildo/CEFET-SC Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado/ETUFPR Silvia Modesto Nassar/UFSC Equipe Técnica Beatriz Wilges/UFSC Rafaela Lunardi Comarella/UFSC Revisores Renato Miguel Basso/UNICAMP Lúcia Locatelli Flôres/UFSC Supervisão de Projeto Gráfico Ana Carine Montero/UFSC Diagramação e Capa Bruno César Borges Soares de Ávila/UFSC Luís Henrique Lindner/UFSC Catalogação na fonte elaborada na DECTI da Biblioteca da UFSC M297 Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil / Beatriz Helena Dal Molin, [et al.] . – Florianópolis : UFSC, 2008. 73 p. ISBN: 978-85-7426-025-9 1. Educação a distância 2. Material didático. 3. Educação profissional em nível técnico I. Dal Molin, Beatriz Helena. CDU: 37.018.43 Em um livro, como em qualquer coisa, há linhas de articulação ou segmentaridade, estratos, territorialidades, mas também linhas de fuga, movimentos de desterritorialização e desestratificação. As velocidades comparadas de escoamento, conforme estas linhas, acarretam fenômenos de retardamento relativo, de viscosidade ou, ao contrário, de precipitação e de ruptura. Tudo isto, as linhas e as velocidades mensuráveis constituem um agenciamento. Um livro é um tal agenciamento e, como tal, inatribuível. É uma multiplicidade. Gilles Deleuze e Félix Guattari SUMÁRIO PREFÁCIO 7 INTRODUÇÃO 9 UNIDADE 1 – MATRIZ CONCEITUAL PARA A CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO 11 UNIDADE 2 – CONSTRUÇÃO DE MATERIAL IMPRESSO 15 UNIDADE 3 – CONSTRUÇÃO DE MATERIAL PARA AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM (AVEA) 21 UNIDADE 4 – CONSTRUÇÃO DE VÍDEO-AULA 23 UNIDADE 5 – CONSTRUÇÃO DE TELE-AULA 29 UNIDADE 6 – CONSTRUÇÃO DE VIDEOCONFERÊNCIA 33 UNIDADE 7 – AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: ATIVIDADES E CRITÉRIOS 37 SÍNTESE 44 REFERÊNCIAS 45 GLOSSÁRIO 48 APÊNDICE – A 49 APÊNDICE – B 53 CURRÍCULO SINTÉTICO DOS PROFESSORES-AUTORES 73 PREFÁCIO Chamamos de Mapa Referencial a este documento, tomando de Deleuze e Guattari (1996, p.21) o sentido e a natureza, por contribuir para a conexão dos campos, por estar inteiramente voltada para uma experimentação ancorada no real, por não reproduzir um inconsciente fechado sobre ele mesmo, mas por construí-lo, por ser aberto, conectável em todas as suas dimensões, ser reversível e adaptar-se a montagens de qualquer natureza, ser preparado por um indivíduo, um grupo e uma formação social. Este Mapa Referencial tem por objetivo apresentar uma proposta de formatação para o material a ser desenvolvido pelos professores-autores que fazem parte do processo de construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Assim sendo, é um documento fundamental no sentido de estabelecer uma singularidade como um tipo de material editado por um programa nacional do Ministério da Educação (MEC), estabelecendo um formato singular de diagramação e de identidade e, ao mesmo tempo, respeitando a diversidade de cada uma das instituições que integram o Sistema da Escola Técnica Aberta do Brasil como ofertantes dos cursos de educação profissional em nível técnico. A identidade visual institucional rege os encaminhamentos, bem como abriga uma marca idiossincrática de cada um dos cursos e das disciplinas ofertadas. A identidade de cada instituição ou curso pode ser definida por meio de temas, capa, cores, capacidade de elaborar atividades criativas, escolha de conteúdos importantes e promoção da articulação entre as mídias. Quando se pensa em desenvolvimento de material didático para o processo ensino-aprendizagem mediado, o foco principal deve estar norteado pela prática baseada na inter e na transdisciplinaridade necessárias a um bom encaminhamento para a apropriação e construção de novos conhecimentos. Com um trabalho conjunto, realizado pela instituição de acompanhamento e validação de material didático e as instituições responsáveis pela elaboração dos cadernos de disciplinas, acreditamos que seja possível promover na prática o movimento inter e transdisciplinar, para que todo o material, de fato, se apresente como um produto que possibilite aos professores-autores produzirem novos conhecimentos e não apenas decalcar procedimentos metodológicos convencionais e até ultrapassados. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 7 O material didático, quando elaborado de modo coerente, coeso e bem articulado, como processo comprometido com a busca e a construção de novos conhecimentos, levará ao sucesso a solução de problemas reais enfrentados pelos estudantes. É exatamente com foco na resolução de problemas concretos, oriundos da vida real, que as diversas disciplinas, interagindo entre si, possibilitarão ao estudante o desenvolvimento de novas competências profissionais e sociais. 8 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). INTRODUÇÃO Com o passar dos anos, os livros envelhecem, ou, ao contrário, recebem uma segunda juventude. Ora eles engordam e incham, ora modificam seus traços, acentuam suas arestas, fazem subir à superfície novos planos. Não cabe aos autores determinar um tal destino objetivo. Mas cabe a eles refletir sobre o lugar que tal livro ocupou, com o tempo, no conjunto de seu projeto (destino subjetivo), ao passo que ele ocupava todo o projeto no momento em que foi escrito. Gilles Deleuze e Félix Guattari Ao mesmo tempo que estamos preocupados com a responsabilidade da construção de um Mapa Referencial que oriente a elaboração de material didático para o Programa e-Tec Brasil, destinado à educação profissional em nível técnico, na modalidade a distância, também somos invadidos por uma sensação de satisfação e contentamento por vislumbrarmos a possibilidade de apresentar um material didático relevante, dadas as condições de envolvimento e compromisso compartilhado com as instituições parceiras e seus professores. O Mapa Referencial destina-se à construção de materiais didáticos para uma população singular: estudantes de cursos de formação profissional técnica de nível médio, na modalidade a distância do Programa e-Tec Brasil, que poderão ser utilizados em cursos concomitantes ou subseqüentes. Este Mapa Referencial propõe orientações básicas e sugestões ancoradas em experiências já realizadas e em outros materiais validados por outras instituições. Constitui-se em indicações para a formatação dos materiais que darão origem aos cadernos de estudo e a outros materiais para o http://www.moodle.ufsc.br/ moodle/mod/resource/view. php?id=565 http://www.etec.ufsc.br/file. php/2/CEDERJ_mat_didatico_ impresso_EAD.pdf http://ced.ufam.edu.br/ Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem do citado Programa. O Mapa Referencial configura, em seus objetivos, possibilidades práticas relacionadas a atingir uma práxis inter e transdisciplinar que se estabeleça entre as equipes, tanto nos primeiros momentos de sua estruturação, quanto ao longo do trabalho pedagógico inerente ao dinâmico movimento da Educação a Distância. Inicialmente, apresentamos considerações gerais que, no decorrer do movimento explanatório, oferecem informações específicas em função da usabilidade, transmissão e construção de conhecimentos de cada uma das áreas envolvidas, como também das interfaces que possam ser construídas. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 9 A inovação da Tecnologia de Comunicação Digital – TCD – (CATAPAN, 2001), iniciada na segunda metade do século passado e acelerada pelo desenvolvimento intenso, tanto na área de software como na de hardware, tem causado grandes transformações em todos os âmbitos da vida humana: na cultura, na economia, nos meios de comunicação, na gestão empresarial, na direção dos serviços públicos, no funcionamento do sistema político e, muito pouco ainda, no âmbito da educação. Importa tomar ciência de que o emprego de Tecnologia de Comunicação Digital nos diversos âmbitos da vida humana implica transformações profundas e é chave para compreender as características marcantes da sociedade atual e para desenvolver, de modo competente, uma formação profissional mais ampla. Os programas de Educação a Distância, como política educaciohttp://www.ritla.net/ index.php?option=com_ docman&task=doc_ download&gid=222 nal pública, precisam oferecer oportunidades de alto nível nos processos de ensino-aprendizagem, a uma população alvo variada e surpreendente, como indica o Relatório de Análise do Perfil Populacional do Programa eTec Brasil. Desse modo, pode-se destacar a relevância da Educação a Distância em nossos dias como uma alternativa de educação inovadora, pois não só amplia a possibilidade de formação profissional técnica, mas de uma formação profissional atualizada, em consonância com as ocorrências técnicocientíficas do momento. Por isso, deve-se garantir uma interdependência efetiva no processo ensino-aprendizagem. Isto é, operar na interface efetiva de três dimensões: o plano de gestão do curso, o material didático e o acompanhamento do estudante. Esperamos que este documento seja o Mapa Referencial para construção do material didático para o Programa e-Tec Brasil, bem como, um convite ao desafio de oferecer um material didático ímpar, que traga em seus fundamentos os princípios de promoção de um ensino de qualidade, preocupado com a formação do homem atual que deve ser desperto para a aprendizagem continuada diante da perene mutação do mundo no qual está inserido. 10 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). UNIDADE 1 – MATRIZ CONCEITUAL PARA A CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Matriz Conceitual para a Construção de Material Didático Não se perguntará nunca o que um livro quer dizer, significado ou significante, não se buscará nada compreender em um livro, perguntar-se-á com o que ele funciona, em conexão com o que ele faz ou não. Passar intensidades, em que multiplicidades ele se introduz e metamorfoseia a sua, com que corpos sem órgãos ele faz convergir o seu. Mas a única questão, quando se escreve, é saber com que outra máquina a máquina literária pode estar ligada, e deve ser ligada, para funcionar. Escrever nada tem a ver com significar, mas com agrimensar, cartografar, mesmo que sejam regiões ainda por vir. Gilles Deleuze O Mapa Referencial para a construção de material didático aqui proposto coloca como um dos compromissos mais importantes enfatizar o quanto se constitui fundamental traçar linhas diretrizes para a referida construção, de maneira que esta articule o conteúdo tratado de modo hipertextual, estabelecendo links com outros textos, com imagens, com referencial extra, com várias mídias e principalmente como um exercício inter e transdisciplinar necessário a um outro modo do fazer pedagógico, que se constitua em um processo abrangente e rico de vivências educativas, que a modalidade a distância demanda e oferece. Cabe, portanto, reforçar a importância de que bons resultados obtidos no desenvolvimento do material didático dar-se-ão a partir de um planejamento complexo e detalhado. Para efeito de validação, consideraremos que um caderno de uma disciplina, uma aula postada no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem, um recurso multimídia, uma tele-aula, uma vídeo-aula e uma vídeoconferência serão coerentes quando estabelecem com os estudantes uma relação de pertencimento, identidade, familiaridade e desafios pedagógicos adequados, assim como apontem para a construção de conhecimentos e solução de problemas reais, sempre de acordo com o projeto pedagógico, a organização curricular e o ementário do curso ao qual se destina (Figura 1.1). Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 11 Equipe Multidisciplinar Matriz Conceitual para a Construção de Material Didático Gestores do curso Coordenação da tutoria e suporte pedagógico Projeto Pedagógico do Curso: - objetivos do curso; - perfil do Egresso; - plano de Gestão. Organização curricular: - fundamentação pedagógica. Professor-autor Professor-formador Tutores a distância e tutores presenciais Disciplina: - objetivos de aprendizagem; - material didático. Material didático: - inter e transdisciplinar; - construção de novos conhecimentos; - modelo didático. Atividades de ensino-aprendizagem e de avaliação: - desafios pedagógicos em diferentes níveis de complexidade; - competências, habilidades, atitudes e bases tecnológicas. Processo de ensino-aprendizagem: - interação; - cooperação; - autonomia; - acompanhamento do estudante. Figura 1.1 - Ambiência de ensino-aprendizagem O embasamento conceitual que adotamos para a construção deste Mapa fundamenta-se nos princípios básicos de uma abordagem pedagógica construtivista, cuja premissa essencial é a de que o indivíduo é agente de seu próprio conhecimento. Isto é, ele constrói significados e define sentidos de acordo com sua realidade e a partir de suas experiências e vivências em diferentes contextos. Tal embasamento assume a perspectiva de que o processo de formação tem como núcleo o pensamento crítico e produtivo. Leva em conta o conceito de atividade consciente, na qual a ação intencional do estudante está presente na resolução de problemas do mundo real, em diversas instâncias – técnica, interpessoal, política e social. Assim, a modalidade de material didático elaborado a partir do presente Mapa Referencial levará 12 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). em conta que os conhecimentos deverão contemplar perspectivas metodológicas que permitam ao estudante articular, mobilizar, construir novos conhecimentos. Matriz Conceitual para a Construção de Material Didático Este Mapa também considera o documento “Referenciais para elaboração de material didático para EaD na Educação Profissional Técnica”, do Programa e-Tec Brasil. Em síntese, o material didático precisa estar de acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais da área, o projeto pedagógico do curso, http://www.etecbrasil. mec.gov.br/gCon/ recursos/upload/file/ref_ materialdidatico.pdf o perfil da população-alvo e do egresso, bem como estar ancorado em princípios que promovam: -- interação; -- cooperação; -- autonomia na construção de novos conhecimentos que favoreçam a realidade sócio-educativo-cultural; -- inter e transdiciplinaridade; -- hipertextualidade. Importa lembrar que, em Educação a Distância, o material didático assume o papel de ser fio condutor, pois estende a mediação pedagógica e a dinâmica de todo o processo ensino-aprendizagem a inúmeras situações de estudo oferecidas aos estudantes. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 13 UNIDADE 2 – CONSTRUÇÃO DE MATERIAL IMPRESSO Construção de Material Impresso O livro imita o mundo, como a arte, a natureza: por procedimentos que lhes são próprios e que realizam o que a natureza pode ou não pode mais fazer. A lei do livro é a da reflexão. Gilles Deleuze e Félix Guattari Cada caderno será construído por disciplina, contendo Unidades e sub-unidades nas quais o Professor-autor apresenta os conteúdos, os conceitos, as argumentações e as atividades. O caderno específico de cada disciplina apresenta atividades interrelacionando conteúdos, mídias, curiosidades, imagens e informações complementares à disciplina, ao assunto ou tema ao qual se destina, primando pela hipertextualidade. A diagramação, em seu conjunto, seguirá linhas aqui estabelecidas de modo que direcione e auxilie o processo de construção do material, a leitura e a realização de atividades de ensino-aprendizagem e de avaliação. 2.1 Itens para a Configuração do Texto O material impresso segundo este Mapa Referencial, tem o seguinte projeto gráfico: a) Capa (a cargo da Instituição ofertante do curso). b) Folha de rosto. c) Ficha catalográfica e créditos. d) Apresentação do dirigente nacional do Programa e-Tec Brasil. e) Sumário. f) Palavras do professor-autor. g) Projeto instrucional. h) Ícones e legendas utilizados na coluna de indexação. i) Roteiro de estudo. j) Mapa conceitual. k) Introdução. l) Unidades contendo: -- objetivos de aprendizagem; -- atividades integradas; -- avaliação de aprendizagem: atividades propostas no final de cada unidade e critérios avaliativos; -- síntese de cada unidade; m)Referências. n) Glossário. o) Apêndices e anexos. p) Currículo sintético do professor-autor. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 15 Construção de Material Impresso 2.2 Explicação sobre a estrutura da construção do material impresso O Material construído pelo Professor-autor deverá apresentar: a) Capa e contra-capa: (a cargo da Instituição ofertante do curso), contendo a identificação das instituições, do curso, das disciplinas, nome dos professores-autores, local e data, e na contra-capa a apresentação do coordenador do curso; b) Folha de rosto: contendo as mesmas informações presentes na capa; c) Ficha catalográfica e créditos: seguirão as normas da ABNT; d) Apresentação: palavras do dirigente nacional do Programa e-Tec Brasil; e) Sumário: detalhamento do título de cada uma das unidades e sub-unidades; f) Palavras do Professor-autor: texto interlocutivo do Professorautor para seu estudante, primando por palavras de incentivo, bem como enfatizando a importância que o estudo proposto terá para a vida do estudante. Este será também o momento oportuno de falar sobre a importância das interações, da participação e da integração com as várias mídias; A concepção de uma aula para EaD precisa ser coerente com: projeto pedagógico; carga horária da disciplina; conteúdos específicos; modelo didático de oferta da disciplina (tempo e recursos disponibilizados) que poderá ser de dois tipos: 1. fluxo: uma disciplina ofertada de cada vez; 2. módulo: três ou quatro disciplinas concomitantes; g) Projeto instrucional: indica o desenvolvimento da disciplina em seus processos básicos como: objetivos, material impresso, recursos digitais, carga horária, estratégias, atividades de avaliação e referências; h) Ícones e legendas: explicação ao estudante referente aos ícones utilizados pelo professor na coluna de indexação do material didático (Apêndice A); i) Roteiro de estudo: explicações sobre o que o professor espera por parte dos estudantes, em relação à Unidade e às atividades integradas e avaliativas; j) Mapa conceitual: oferece uma visão da arquitetura hipertextual e conceitual, e serve para a apresentação da disciplina ou das unidades; http://www.if.ufrgs.br/~moreira http://www.cienciasecognicao.org/ k) Introdução: texto técnico no qual o professor torna clara a importância e o conteúdo que será tratado no caderno; l) Unidades: cada unidade deve apresentar: -- objetivos de aprendizagem: expressam quais os resultados de aprendizagem que devem ser atingidos pelo estudante em cada unidade; -- conteúdo e seus desdobramentos; -- atividades integradas: um conjunto de atividades de ensinoaprendizagem sobre o conteúdo tratado, que priorizem a inter 16 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). e a transdisciplinaridade, bem como o contato com as diversas mídias levando o estudante a compreender melhor os conteúdos tratados; -- avaliação de aprendizagem: explicitação de atividades de aprendizagem ao final de cada unidade, propostas em diferentes níveis de abstração do conhecimento. Assim como os critérios de avaliação, as atividades devem estar bem explicadas e claras para o estudante; Construção de Material Impresso Unidade 7 neste Mapa Referencial -- síntese da unidade: pequeno texto no qual o professor evidencia pontos que considera importantes que foram tratados na unidade e possam servir de link para a unidade subseqüente; m)Referências: referências básicas (aquelas citadas) e complementares (aquelas recomendadas) às unidades, segundo as normas da ABNT; n) Glossário: espaço destinado à linguagem específica que pode oferecer dificuldades de compreensão; o) Apêndice: elemento opcional; texto complementar escrito pelo Professor-autor do caderno; p) Currículo sintético do Professor-autor: neste item são apresentados dados de sua vida acadêmica, formação e produção científica, e uma foto atualizada em resolução de 300 DPI; 2.3 Diagramação do caderno da disciplina -- Cada curso apresentará uma identidade nacional e institucional; -- Cada disciplina pode ter uma cor no conjunto de cadernos do curso, ou terá uma única cor para todas as disciplinas do curso; -- A coluna de indexação terá a mesma cor da capa ou do curso, em uma escala monocromática mais suave; os ícones poderão ser apresentados na mesma cor em escala mais forte ou mais tênue. DPI (dots per inch) significa números de pontos por polegada. A resolução de 300 dpi permite um padrão mínimo de qualidade na impressão das figuras de seu Caderno. 2.4 Formato para entrega do conteúdo para editoração do caderno A orientação do Programa e-Tec Brasil indica até 100 páginas para uma disciplina de 30 a 40 horas e até 140 páginas para disciplina com carga horária maior. Serão observadas as seguintes características: -- folha modelo A4; -- espaçamento 1,5; -- fonte Times New Roman; -- tamanho 12 para o corpo do texto; -- tamanho 8 para a coluna de indexação; Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 17 Construção de Material Impresso -- tamanho 13, em caixa alta e em negrito para os títulos e 12 em negrito para os subtítulos em minúsculo; -- tamanho 9 para citações e epígrafes; -- todos os conteúdos devem ser expressos em formato de página retrato; -- margens: - Esquerda: 6cm; Direita: 3,5cm; Inferior: 3,5cm; Superior: 3,5cm. 2.5 Formato gráfico da página dos cadernos coluna áurea para os blocos centrais do texto Ao mesmo tempo em que estamos preocupados com a responsabilidade da construção de um Mapa Referencial para produção dos materiais didáticos para o Programa e-Tec Brasil, destinado à educação profissional em nível técnico na modalidade a distância, também somos invadidos por uma sensação de satisfação e contentamento por vislumbrarmos as possibilidades de apresentar um bom material didático, dadas as condições de envolvimento e compromisso compartilhado com as Instituições parceiras e seus professores conteudistas, principais alvos deste evento gráfico. Este Mapa Referencial destina-se a produção de materiais para uma população singular, estudantes de cursos de formação profissional técnica em nível médio, concomitante ou subseqüente na modalidade a distância do Programa e-Tec Brasil. Este material propõe orientações básicas e sugestões ancoradas em experiências já realizadas e em outros materiais já validados. Constitui-se em indicações para a formatação dos materiais a partir dos quais se originam os cadernos de estudo e outros materiais para o Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem. Este Mapa Referencial configura, através de seus objetivos, possibilidades práticas relacionadas a atingir uma práxis inter e transdisciplinar que se estabeleça entre as equipes, tanto nos primeiros momentos de sua estruturação, quanto ao longo do trabalho pedagógico inerente ao dinâmico movimento da Educação a Distância. Inicialmente, apresentamos considerações gerais que, no decorrer do movimento explanatório, oferecem informações específicas em função da usabilidade, transmissão e construção de conhecimentos de cada uma das áreas envolvidas, como também das interfaces que possam ser construídas. A inovação da Tecnologia de Comunicação Digital (TCD), iniciada na segunda metade do século passado e acelerada pelo desenvolvimento intenso, tanto na área de software como na de hardware, tem causado grandes transformações em todos os âmbitos da vida humana: na cultura, na economia, nos meios de comunicação, na gestão empresarial na direção dos serviços públicos e no funcionamento do sistema político, e muito pouco ainda no âmbito da educação. Importa tomar ciência de que a presença e emprego de Tecnologia de Comunicação Digital nos diversos âmbitos da vida humana implicam transformações profundas e são chaves para compreender as características marcantes da sociedade atual e para desenvolver, de forma competente, uma formação profissional. No campo educativo as interconexões promovidas pela tecnologia, entre os sistemas sócio-econômico-político e cultural nos convocam a superar as barreiras disciplinares tradicionais, integrando diversas perspectivas teóricas, tecnológicas e metodológicas, bem como nossas vivências educativas e profissionais. Os programas de Educação a Distância, como política educacional pública, precisam oferecer oportunidades de alto nível nos processos de enisno-aprendizagem, a uma população alvo variada e surpreendente, como se pode constatar no relatório de análise do perfil populacional do Programa e-Tec Brasil. Desse modo pode-se destacar a relevância da Educação a Distância em nossos dias como uma alternativa de educação inovadora, pois não só amplia a possibilidade de formação profissional técnica, mas, de uma formação profissional atualizada, aderente às ocorrências técnicocientíficas do momento. coluna de indexação Figura 2.1 - Formato da página As colunas de indexação devem estar à direita e à esquerda (no caso do exemplo que representa duas páginas consecutivas abertas), permitindo a localização de itens do conteúdo ou adicionando informações ao próprio corpo do conteúdo (Figura 2.1). 2.6 Formato para entrega das imagens para editoração Os formatos vetoriais podem ser gerados por programas como: Corel Draw, Ilustrator e Photoshop. Esses formatos permitem a edição da figura. Os arquivos originais das imagens devem ser entregues também fora do texto, em formato vetorial, cdr, ai ou eps. Ou, em resolução mínima de 300 DPI, em formato jpeg, tiff ou bmp, observando-se a questão dos direitos autorais. A localização das imagens deve estar prevista no texto pela indicação da figura seguida da sua legenda e fonte. Veja exemplo mostrado na Figura 2.2: Observe com atenção a leglislação sobre os direitos autorais. www.planalto.gov.br/Ccivil_03/ Leis/L9610.htm 18 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). Construção de Material Impresso Prefira usar figuras de banco de imagens gratuitos, como: http://www.sxc.hu Figura 2.2 - Nome da figura. Fonte: SOBRENOME, Nome, ano. Um espaço de 5 cm de altura abriga uma imagem com 600 pixels em 300 DPI. 2.7 Ícones que devem constar na coluna de indexação O professor-autor deverá escolher os ícones que farão parte da coluna de indexação, para indicar atividades de aprendizagem e avaliação quando da construção de seu caderno, sempre de acordo com os objetivos e a dinâmica que quer imprimir ao seu trabalho, primando por atividades que trabalhem os vários níveis de conhecimento (vide Unidade 7 do Mapa Referencial). Saiba mais O professor colocará este item na coluna de indexação sempre que sugerir ao estudante um texto complementar ou acrescentar uma informação importante sobre o Ex: http://www. etecbrasil.mec. gov.br assunto que faz parte da unidade, referenciando o endereço no qual o estudante encontrará o que o professorautor recomenda. Para refletir... Quando o professor-autor desejar que o estudante responda a um questionamento, ou realize uma atividade de Ex: Analise o caso... dentro deste tema e compare com..., assista ao filme e comente com os colegas no fórum. aproximação do contexto no qual seu estudante vive ou do qual participa, fará uso deste ícone, esperando como resultando a apresentação de exemplos cotidianos ou links com campo de atuação do estudante. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 19 Construção de Material Impresso Mídias integradas O professor-autor empregará este ícone sempre que desejar convidar o estudante a fazer atividades que empreguem diferentes mídias, ou seja, que ele participe do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), assista a um filme Ex.: Assista ao filme... e comente-o... ou um videoclipe e os comente, leia um jornal, comente uma reportagem, participe de um chat, de um fórum, enfim, trabalhe com diferentes meios de comunicação. Avaliação de atividades e provas A presença deste ícone, ao lado de alguma atividade, indicará aquela atividade que será avaliada dentro de critérios específicos do que foi solicitado ou que podem ainda ser acordado entre professor e estudantes. Lembre-se A presença deste ícone ao lado de um trecho do texto do Ex.: O canal de satélite deve ser reservado com antecedência junto à Embratel. professor, indicará que naquele trecho demarcado deve ser enfatizada a compreensão do estudante. 2.8 Destaque A presença do retângulo de fundo Retângulo com fundo colorido. indicará trechos importantes do texto, destacados para maior fixação do conteúdo. 20 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). UNIDADE 3 – CONSTRUÇÃO DE MATERIAL PARA AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM (AVEA) Construção de Material para AVEA Nem a salvação nem a perdição residem na técnica. Sempre ambivalentes, as técnicas projetam, no mundo material, nossas emoções, intenções e projetos. Os instrumentos que são construídos nos dão poderes, mas, coletivamente responsáveis, a escolha está em nossas mãos. Pierre Lévy Enfatizamos nesta unidade que, quanto maior for a integração entre os diferentes materiais didáticos, tanto maiores serão as possibilidades de desenvolvimento de um trabalho que gere novos conhecimentos no processo ensino-aprendizagem. O Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) precisa estar integrado aos demais materiais do curso. Precisa complementar e enriquecer o material impresso; oferecer possibilidades de interlocução, troca de idéias, intercâmbio de conhecimentos; alimentar a cooperação e a participação solidária entre todos os participantes do processo educativo (CATAPAN, et al., 2006). Objetivamos, aqui, aprimorar e ampliar a transposição didática dos conteúdos e conhecimentos que serão trabalhados nas Unidades impressas, utilizando o AVEA como espaço contínuo de contato mais próximo entre professores e estudantes e destes entre si. Dado ao avanço da ciência e da tecnologia, torna-se necessário empregar novas metodologias, novas estratégias, materiais e fontes diversificadas, textos híbridos e mais complexos; urge que se teçam abordagens ancoradas em novos mediadores que potencializam tempo e aprendizagem no processo educativo. 3.1 AVEA: recursos e atividades A modalidade Educação a Distância, oferece oportunidades de acesso ao conhecimento a um maior número de estudantes, permitindo espaços virtuais privilegiados para interatividade e interação. Deste modo, o professor pode potencializar os materiais didáticos da disciplina propondo atividades convidativas e interessantes que sejam disponibilizadas no AVEA. 3.1.1 Organização didático-metodológica A seguir, sugerimos um roteiro para a preparação de recursos e atividades no AVEA: Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 21 Construção de Material para AVEA a) Nome da disciplina; b) Nome e foto do Professor-formador; c) Nome e foto dos tutores; d) Apresentação da disciplina com vídeo ou texto elaborados pelo professor explicando a dinâmica a ser utilizada; e) Plano de ensino; f) Mural de avisos/notícias; g) Mensagens pessoais; h) Recursos: 1. Páginas da Web - Hipertextos; 2. Diretórios de arquivos - Webteca; 3. Arquivos de som e imagens; 4. Animações; 5. Simulações; 6. Objetos de ensino-aprendizagem; 7. Glossários; 8. Links web; i) Atividades: 1. Fóruns; 2. Chats; 3. Lições; 4. Tarefas (online - offline - envio de arquivo); 5. Questionários; 6. Wiki; 7. Diários; 8. Pesquisas; j) Calendário - agendamentos; l) Planilha de avaliações. Considere que, ao preparar o material no AVEA, pode-se potencializar, exteriorizar e modificar as diversas performances humanas de raciocínio, percepção, imaginação, atuação e compreensão conceitual. Os recursos e as atividades no AVEA podem: -- compartilhar conhecimentos; -- elaborar construções hipertextuais; -- promover a interação; -- favorecer o atendimento individualizado e coletivo; -- promover a realização de diversas modalidades de ação: síncronas, assíncronas, individuais, coletivas, integradas, dinâmicas, vivenciais e criativas; -- efetivar a interlocução entre estudantes; -- oportunizar a interlocução entre estudantes e professores; -- promover a interlocução entre os professores-formadores; -- fomentar a interlocução entre cursos, disciplinas e instituições; -- efetivar a inter e transdisciplinaridade; -- proceder às avaliações individuais e coletivas; -- facultar percursos inéditos e surpreendentes. Hipertextualidade e Aprendência: http://www.etec.ufsc.br/mod/ resource/view.php?id=662 22 Esperamos que essas recomendações sirvam de referência para a construção do material didático em AVEA para sua disciplina. Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). UNIDADE 4 – CONSTRUÇÃO DE VÍDEO-AULA Construção de Vídeo-Aula A câmera, segundo Deleuze, funda uma consciência que se define não pelos movimentos que é capaz de captar, mas pelas relações mentais e psicológicas nas quais é capaz de entrar. O cinema é uma arte inesgotável. Gilles Deleuze e Félix Guattari 4.1 Recomendações prévias No desenvolvimento de uma ou mais unidades, o professor-autor pode considerar interessante apresentar um conteúdo cujo veículo mais adequado seja o vídeo. A vídeo-aula contempla diversas formas de linguagem em um único plano e, por isso, amplia as condições de motivação e aprendizagem, além de ser agradável, atual e poder abordar uma questão transversalmente. Mesmo que você seja auxiliado por um especialista neste evento, é importante conhecer alguns elementos fundamentais para que sua vídeoaula realmente corresponda às expectativas pedagógicas previstas. Lembramos que, para a construção de uma vídeo-aula, existem fatores a serem observados a fim de tornar o conteúdo interessante e desafiador, e potencializar pedagogicamente o recurso: -- a qualidade do olhar; -- a qualidade do ponto de vista; -- um bom argumento; -- um bom roteiro; -- um bom enquadramento; -- uma boa seqüência; -- uma hipertextualidade pertinente. Para que isso seja possível, algumas informações e indicações poderão auxiliar esse trabalho inicial do professor-autor que, no caso dessa construção, será também uma espécie de roteirista escrevendo para as equipes de filmagem, decupagem e edição; portanto, faz-se importante conhecer um pouco da linguagem técnica empregada. A Educação trabalha com valores éticos e estéticos e, portanto, com a sensibilidade, com a criatividade, com o belo. Fazer um bom roteiro de fixação e retomada de conteúdos é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Já comentamos sobre a importância de uma metodologia diferen- Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 23 Construção de Vídeo-Aula ciada quando se trata de educação em nossos dias, especialmente quando tratamos com Educação a Distância. Nesse sentido, procure construir um roteiro para suas vídeo-aulas, de modo que a abordagem seja baseada em problemas ou casos reais que sejam representativos da complexidade do contexto em que surgiram, relacionando-os com sua disciplina ou com a integração de sua disciplina às demais do curso. 4.2 Elementos fundamentais para a produção de uma vídeo-aula Ao começar a escrever para sua vídeo-aula, você deve pensar em uma história. Ela diz respeito à parte da narrativa não fílmica, mas é o que a sinopse, o roteiro e o filme terão em comum. Por isso, procure descrever, em detalhes, o contexto que envolve o caso selecionado, para que as equipes de filmagem e finalização tenham elementos suficientes para compreender as diversas dimensões que envolvem sua proposta de ensinoaprendizagem. Procure também apresentar ao caso selecionado: -- visões de diferentes atores sociais e de diferentes elementos circulares; -- uma história que conduza o estudante à reflexão e ao questionamento, de tal forma que ele se envolva com a situação-problema, e, ao analisá-la, se sinta desafiado a encontrar soluções, remetendo-o à prática, mas também à articulação teoria-prática para uma A produção de uma obra audiovisual é um trabalho em grupo e envolve vários profissionais, serviços e equipamentos. atuação profissional consistente; -- o conteúdo e a expressão que formem um todo, mas é a sua combinação e a sua associação íntima que geram o sentido. O encadeamento harmonioso entre eles faz com que os conteúdos trabalhados ganhem ênfase e possam despertar, no público alvo, maior interesse pelos temas tratados; -- a hipertextualidade como aspectos de contribuição e enriquecimento do conteúdo tratado. Já nos referimos à importância da história, agora trataremos da importância da sinopse ou storyline, ou seja, da história contada em uma frase que serve como ponto de partida para o autor e como cartão de visita da vídeo-aula no processo de chamar a atenção dos estudantes. Existe também um outro elemento importante no processo de produção viedográfica denominado argumento ou pré-roteiro que é o texto literário, com a história completa, contendo todos os elementos dramáticos. É a parte mais criativa do processo. O texto é semelhante a um conto, porém mais objetivo, e normalmente sem diálogos, apenas com referência a estes. O roteiro é a escrita de tudo o que você deseja que apareça em 24 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). sua obra final como resultado de um trabalho conjunto. Sendo um texto Construção de Vídeo-Aula técnico detalhado e descritivo, serve para o levantamento das necessidades de cada cena e como mapa de filmagem. Por convenção, os diálogos são escritos com travessão. 4.3 Linguagem técnica necessária na montagem do roteiro: a) PAN – significa panorâmica e designa o movimento que o camera man deve executar mantendo a câmera em sua base, direcionando-a para baixo, para cima ou para os lados. Existem dois movimentos PAN neste sentido denominados: -- PAN H – designa o movimento do câmera que resulta em uma panorâmica horizontal que pode ser à direita ou à esquerda, sempre indicado no roteiro; -- PAN V – é o movimento da câmera sobre sua base no sentido vertical e deve constar no roteiro se o movimento é para cima, ou para baixo ou nas duas direções. b) DOLLY – é o movimento total da câmera, juntamente com o seu suporte. Desdobra-se em dolly in para aproximar o objeto em foco, ou dolly out para afastá-lo. A atenção com o enquadramento da imagem também é de grande importância para assinalar que tipo de enquadramento de imagem você deseja para as cenas de sua vídeo-aula: a) Plano Geral (PG): apresenta o ambiente ou cenário completo em que está o objeto da filmagem; b) Plano Aberto (PA): mostra todo o objeto da filmagem e nada mais (mostra a personagem de corpo inteiro); c) Plano Americano (PAm): muito usado em Hollywood nos anos 40/50, mostra aproximadamente dois terços do objeto (a personagem do joelho à cabeça); d) Plano Médio (PM): mostra meio objeto (a personagem da cintura para cima); e) Plano Próximo (PP): mostra um terço do objeto (o telejornalismo serve de exemplo); f)Close: mostra parte significativa do objeto (rosto da personagem); g)Super Close (Close Up ou SC): mostra detalhe de parte significativa do objeto ou da personagem (olhos, boca, pés). Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 25 Construção de Vídeo-Aula Para melhor compreensão do que afirmamos, oferecemos um exemplo contendo todos os elementos tratados. História: Desejo levar meus estudantes ao entendimento de um conteúdo de literatura que versa sobre o trovadorismo. Como eles acham que o tema não é um importante objeto de estudo por estar muito distante do “tempo deles”, decido iniciar com algo que está bem presente nos nossos dias e de que eles gostam. Escolho várias canções de amigo, interpretadas por cantores atuais, cuja característica seja marcante de Cantigas de Amigo, ou seja, o eu lírico seja a voz de uma mulher e o compositor seja um homem. Sinopse ou storyline: Quem diria? Um passado tão presente: Cantigas de Amigo. Argumento ou pré-roteiro: No caso de minha vídeo-aula, destinada a pessoas na faixa etária entre 30 e 45 anos, escolhi a Cantiga “Ronda” de autoria de Paulo Emílio Vanzolini, interpretada por Maria Bethânia. Desejo criar um ambiente que traga elementos do passado e do presente para mostrar-lhes a atualidade do tema. Seleciono trechos das canções escolhidas para tocar ao fundo, enquanto, sem dizer palavra, uma personagem, que inicialmente apresenta roupas de talhe mais antigo, caminha entrando http://www.paixaoeromance. com/50decada/ronda/h_ ronda.htm http://cliquemusic.uol. com.br/br/resgate/resgate. asp?Nu_Materia=3898. em vários ambientes. Close nos passos e nas portas que se abrem. A personagem vai mudando de indumentária até que se apresenta com as roupas atuais. Nada fala. Somente caminha, abrindo portas; somente vai entrando nos vários ambientes, sempre noturnos e sombrios. Na última entrada, a personagem está com roupas atuais, sentada em uma varanda, vendo fotos antigas. Então entra um trecho da música “Ronda” (respeitando os direitos autorais), enquanto a personagem é sempre mostrada de perfil, e de costas e em plano aberto. Na tela, passa escrita uma parte da canção que enfatiza o “Eu lírico: mulher”. 26 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). Construção de Vídeo-Aula Roteiro: Cena 01: Uma personagem caminha. Está de costas para o camera-man. VÍDEO ÁUDIO Plano 01 Plano geral nos passos e no Ouvem-se passos e vulto de uma personagem várias cantigas de amigo que caminha durante a noite, são executadas sucessi- entrando em diferentes am- vamente. bientes. Super Close nos pés da personagem. Plano 02 Dolly in no alpendre com SC Personagem examina na personagem. documentos. Plano 03 Dolly in e Super close em Ouve-se a cantiga. um documento que a personagem escreve. A Letra de Ronda depois aparece na tela. Existem outros procedimentos com sua linguagem específica antes que uma vídeo-aula fique pronta, mas não abordaremos neste espaço as informações e orientações que dizem respeito à parte da edição, supondo que esta seja realizada por pessoas especializadas. Consideramos que, com essas informações, você estará apto a oferecer a produção de uma ótima vídeo-aula. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 27 UNIDADE 5 – CONSTRUÇÃO DE TELE-AULA Construção de Tele-Aula O ser humano age impulsionado por motivos: age em função de finalidades e faz com interesse o que tem vinculação com sua vida. Hentz Como o Programa e-Tec Brasil, de maneira democrática, não delimita uma forma única e específica de desenvolver os cursos de formação profissional de nível médio, na modalidade a distância, abordaremos, nesta unidade, parâmetros norteadores para a construção de uma tele-aula para aqueles que fizeram a opção por este modelo de EaD e como possibilidade de ampliação dos espaços de atuação dos sistemas formais de ensino, através dos meios tecnológicos para aqueles que assim os quiserem conhecer. 5.1 Equipamentos para a tele-aula As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) nos processos de ensino-aprendizagem estão sendo, nas últimas décadas, muito utilizadas. A adequação e a aplicação das TIC são importantes aliadas como instrumentos facilitadores do acesso ao ensino e da sua democratização ao imenso contingente de excluídos do contexto educacional atual. A teleconferência ou tele-aula utiliza para o seu desenvolvimento praticamente os mesmos equipamentos da televisão: a) Câmeras profissionais e equipamentos de transmissão de alto padrão. A qualidade técnica é preservada desde a captação de som e imagem, a produção de corte, a utilização de efeitos até a transmissão; O canal de satélite deve ser reservado com antecedência junto a Embratel, pois mesmo com todos os avanços tecnológicos, os sistemas de satélites para TV estão atualmente saturados no Brasil. b) Telessalas equipadas com uma antena parabólica apontada para o satélite brasileiro de comunicação. Para o desenvolvimento das tele-aulas, é preciso que os estudantes sintonizem o canal previamente especificado; c) Canal de voz, telefone, fax ou Internet que propiciam a interatividade; d) Escolha do formato que dependerá do objetivo esperado quanto à participação dos estudantes: -- o sistema telefônico é o formato mais barato que permite a interatividade em tempo real; -- o fax e a Internet permitem a participação dos estudantes para realização de perguntas, mas inviabiliza discussões; e) A estrutura para geração de sons e imagens será praticamente a mesma, independentemente do meio escolhido para tráfego do sinal. É o formato mais dispendioso, porém é o que permite a Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 29 Construção de Tele-Aula maior participação de estudantes e viabiliza a exibição de qualquer material como recurso didático. É fato que muitas possibilidades tecnológicas estão disponíveis, e a maioria delas atende aos objetivos específicos. No entanto, o professorautor deve determinar os conteúdos didáticos para o público desejado, a fim de escolher qual o melhor recurso tecnológico na aplicação da sua proposta educacional. 5.2 Sistema de produção das tele-aulas As tele-aulas são produzidas em um estúdio. Os professores ministram suas tele-aulas conforme roteiro pré-definido, através de Up-link direto com o satélite Brasilsat B3. O sinal de imagem e de som enviado pelo satélite é captado por um aparelho receptor e transmitido para os televisores instalados em cada telessala (Figura 5.1). Satélite Estúdio Telessala Telessala Telessala Figura 5.1 - Esquema de tele-aula O corte é feito direto das câmeras no estúdio, formando uma aula pré-editada, que é então inserida em uma ilha de edição não linear (Real Time) para a finalização, etapa em que são inseridas as matérias captadas em externas, imagens de cobertura, caracteres, computação gráfica e efeitos necessários para a completa ilustração da tele-aula. As tele-aulas emitidas via satélite podem ser recebidas através de parabólicas sintonizadas na freqüência do satélite determinada e homologada pela Agência Nacional Telecomunicações (ANATEL). 30 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). As tele-aulas acontecem ao vivo para inúmeras localidades, simul- Construção de Tele-Aula taneamente, e em cada uma há um grande número de estudantes que as assistem, em sua maioria sob a supervisão de um orientador local. A interação entre estudantes e professores acontece em tempo real, através de perguntas enviadas por e-mail, fax e/ou 0800 à central de atendimento. Estes questionamentos são respondidos ao vivo, depois de passarem por um filtro da coordenação do curso e tutores. As tele-aulas são antecedidas por leituras distribuídas em materiais impressos (cadernos), em sua maioria pelos mesmos professores que ministram as disciplinas, favorecendo, assim, o domínio pleno do conteúdo que está sendo apresentado. 5.3 A tele-aula como instrumento didático-pedagógico A tele-aula, numa proposta de EaD, deve estar vinculada a uma proposta de estudos mediada por um material didático impresso e, de acordo com as condições e design instrucional do curso, por outras mídias. O texto escrito, independentemente do suporte, é sempre a fonte mais consistente de estudos de que qualquer proposta educacional deve dispor. Entretanto, não se pode criar uma hierarquia de graus de importância das mídias, quando se define um design instrucional em um programa de EaD (LIMA, 2006). Nesse caso específico, a leitura e a televisão não podem ser vistas como práticas opostas; ao contrário, devem ser pensadas e trabalhadas de forma complementar, apesar de seguirem padrões comunicativos diferenciados e ativarem processos mentais diversos (FERRÉS, 1998). Para Lima (2006), ao se optar pela mídia televisiva como instrumento didático-educativo, deve-se sempre levar em consideração que a tele-aula é um programa educativo e formador, que apresenta características diferenciadas dos demais programas televisivos comerciais. Uma das recomendações mais comuns é a de que “[...] na produção do material audiovisual, deve-se procurar manter os mesmos critérios dos materiais impressos: enunciados claros e simples, classificação por níveis de dificuldade, conteúdo, assunto, item, subitem, etc.” (FERRÉS, 1998, p. 142). Portanto, o uso educativo da televisão deve ser o oposto do uso do espaço e do tempo televisivo feito comercialmente, em que o princípio de seleção é a espetacularidade, o sensacionalismo, a grandiloqüência e a dramatização (BOURDIER, 1997), sendo seus objetivos veiculados à lógica comercial e não à formação de cidadãos com consciência crítica. 5.4 Preparação da tele-aula O processo de produção de uma tele-aula é relativamente simples; no entanto, deve ser muito bem estruturado e planejado. Esse recurso em Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 31 Construção de Tele-Aula Educação a Distância não pressupõe improvisos, considerando que inúmeros educandos estão simultaneamente em determinados dias e horários na expectativa de uma aula dinâmica, criativa e atrativa. Esse processo de preparação é iniciado com a definição do roteiro da tele-aula: a) Escolha dos conteúdos e dos recursos didáticos (material impresso, textos básicos disponibilizados no AVEA, etc.) que mediarão todo processo didático-pedagógico; b) Definição da utilização de slides ou vídeo-aulas para exposição Unidade 3 deste Mapa Referencial. dos conteúdos; c) Retomada da tele-aula anterior e da atual. Essa estratégia é muito importante, pois situa o estudante no conteúdo ministrado anteriormente e reforça os pontos importantes da tele-aula que acabou de assistir; d) Escolha da estratégia de desenvolvimento dos conteúdos: e) Exposição direta do professor; palestrantes convidados para falar sobre temas específicos e por tempo determinado; mesa redonda mediada pelo professor ou por um outro moderador; f) Definição das estratégias de interação, de que forma e em que momento da tele-aula ela acontecerá; g) Escolha das atividades práticas que serão desenvolvidas durante a tele-aula, bem como as que serão realizadas no período���������� ����������������� a distância com acompanhamento dos tutores. A tele-aula pode ser considerada uma tecnologia que permite a comunicação em tempo síncrono. Isso porque, embora as pessoas não estejam fisicamente presentes em um mesmo local, conseguem interagir através de e-mails, fax e da forma mais comum, através do 0800. É um modelo dinâmico, autônomo e criativo. 32 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). UNIDADE 6 – CONSTRUÇÃO DE VIDEOCONFERÊNCIA Construção de Videoconferência Em Educação a Distância, a videoconferência pode ser utilizada para aulas, realização de trabalhos em grupos, planejamento, orientações, discussões e apresentações porque permite que professores e tutores participem de atividades com os estudantes de diferentes pólos. O sistema de videoconferência requer interação síncrona potencializada pela comunicação bidirecional, o que requer uma boa estrutura de comunicação. Pode-se utilizar a tecnologia ponto-a-ponto – apenas duas salas conectadas – ou multiponto – mais de duas salas interligados ao mesmo tempo (CRUZ, 2001). O planejamento antecipado de situações de ensino-aprendizagem é tarefa essencial do professor para uma videoconferência. Esse planejamento precisa orientar e proporcionar a interação, implicando em que os estudantes participem dialogando em torno dos conceitos priorizados para cada situação mediada pela videoconferência. No Guia Gestão e Docência em EaD (MORAES, et al., 2007), são apresentadas orientações básicas para a organização e o desenvolvimento de videoconferência. 6.1 Estratégias para videoconferência http:// www.moodle.ufsc.br/ moodle/mod/resource/view. php?id=565 Estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas no presencial que podem ser adaptadas para videoconferência: -- Questionamento: técnica para clarificar ou expandir um determinado tópico em estudo; -- Estudo de caso: descrição de uma situação real ou simulação; -- Discussão dirigida/painel de controle: feita pelos estudantes sobre um tópico específico; -- Trabalhos em grupo; -- Brainstorming: resolução de problemas em que o estudante deve apresentar qualquer idéia que lhe venha à cabeça para solucionálo; -- Buzz Groups: pequenos grupos de atividade criados para gerar discussões, analisar ou avaliar uma determinada questão ou problema; -- Painel de reações: os estudantes fazem perguntas, interrompem ou sugerem caminhos alternativos durante uma apresentação. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 33 Construção de Videoconferência 6.2 Procedimentos sugeridos no planejamento -- As sessões devem obedecer a segmentos de dez a quinze minutos, possibilitando interrupções e permitindo que o professor contate todas as salas remotas; -- É recomendável ter sempre um plano alternativo para o caso de falhas técnicas; -- Elaborar um planejamento com antecedência e disponibilizá-lo para os estudantes facilita a interação na hora da apresentação; -- Deve-se reservar um tempo para atividades interativas; -- Deve-se usar diferentes técnicas de ensino-aprendizagem; -- Deve-se ter a preocupação de deixar um tempo no começo e ao final das sessões para perguntas e possíveis questões administrativas. 6.3 Procedimentos que antecedem a sessão -- Fazer uma aula-teste antes da inaugural; -- Começar o planejamento do curso com bastante antecedência; -- Ao utilizar um texto na apresentação, verificar se pode ser acessado em tempo hábil pelos estudantes; -- Encaminhar as orientações de atividades com antecedência para os estudantes e os tutores dos pólos. 6.4 Utilização do recurso é importante -- No começo do curso, combinar com a turma a dinâmica das atividades. Uma das regras básicas, por exemplo, é os estudantes se apresentarem antes de fazer interrupções, comentários e questionamentos; -- Ajustar as câmeras de modo que mostrem uma visão razoável dos estudantes; -- Começar e terminar as aulas no horário previsto; -- Dividir a atenção igualmente entre todas as salas remotas; -- Solicitar sempre o retorno dos estudantes e rever assuntos anteriores; -- Instruir os estudantes para manterem seus microfones em mute, a menos que alguém queira fazer uma intervenção. Nesse caso, devem falar em voz alta ou se aproximar do microfone; -- Lembrar aos estudantes de entrar em contato com o suporte técnico quando perceberem algum problema com o sistema, como queda do sinal de áudio ou vídeo. 34 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). 6.5 Postura do professor-formador Construção de Videoconferência -- Usar roupas confortáveis e que vistam bem, sem cores berrantes ou tecidos estampados ou listrados; -- Evitar expressões que sugiram monotonia ou desagrado; -- Falar com naturalidade, usando palavras curtas e frases simples; -- Estabelecer contato visual com o estudante que estiver falando, respondendo de forma a favorecer um clima amigável. 6.6 Utilização de softwares de apresentação -- Configurar as páginas para as apresentações, utilizando a opção “Paisagem”; -- Usar tons contrastantes nos slides e fundos com as cores preta, azul ou verde-escuro, e texto em branco, cinza pálido ou amarelo; -- Evitar tons de vermelho que “rasgam” na tela; -- Escolher um estilo sem serifa. Algumas das fontes mais legíveis são: Arial, Futura, Lucida, Verdana, Officina; -- O negrito funciona para enfatizar palavras; -- Esqueça o itálico - exceto para nomes científicos; -- Não é recomendável utilizar MAIÚSCULAS EM TODA A PALAVRA; -- Optar por uma fonte maior do que 32 pt para títulos; -- Utilizar uma fonte maior do que 28 pt para o texto principal; -- Colocar no máximo sete palavras por linha e sete linhas por slide; -- Ter cuidado para não ‘embaralhar’ textos e imagens; -- Dar espaço entre as linhas para maior legibilidade; -- Conferir a ortografia; -- Ser breve e sucinto. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 35 UNIDADE 7 – AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: ATIVIDADES E CRITÉRIOS Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios Avaliar deve servir para cada vez mais permitir a cada um aprender! Perrenoud 7.1 Concepção Para pensar a avaliação da aprendizagem em Educação a Distância (EaD), é preciso ancorá-la em uma concepção pedagógica e considerar os aspectos fundamentais da modalidade. Educação a Distância é uma modalidade de ensino-aprendizagem que contempla os mesmo elementos fundamentais da modalidade presencial: concepção pedagógica, conteúdos específicos, metodologia, avaliação e interação entre estudante, professor e objeto de conhecimento. Porém essa modalidade se diferencia da presencial pelo modo como acontece a gestão e a mediação pedagógica (CATAPAN, 2006). ICDE – 22ª Conferência Mundial de Educação a Distância http://www.icde22.org.br/ portugues/programadetalhes. asp?codigo=222&n=111 Na modalidade a distância, normalmente professores e estudantes estão em lugares e tempos diversos. Os encontros presenciais são raros e acontecem em pólos situados mais próximos aos estudantes, com atividades especificas e previamente agendadas. Essa modalidade requer, ainda, a organização e produção de materiais didáticos específicos e a atuação de equipes multiprofissionais. Em EaD, pois, a mediação pedagógica se estende a um número bem maior de estudantes pois não está centrada somente na pessoa do professor, ou limitada a um determinado espaço físico como a sala de aula, mas estende-se em situações contínuas de aprendizagem mediadas por diferente meios de comunicação: impresso, internet, videoconferência, vídeo, teleconferência, rádio, telefone. O estudante organiza o tempo e o espaço para seus estudos com exceção dos momentos presenciais obrigatórios. Isto quer dizer que os meios de comunicação, os materiais, a interação entre as pessoas envolvidas tomam uma outra dimensão, diferente daquela que se conhece no ensino presencial, mas não menos intensa e produtiva. Pois, na modalidade a distância, os recursos midiatizados podem potencializar tempo e espaço, e especialmente os processos de interação e autonomia entre os estudantes e professores. Holmberg (1985) argumenta que aprendizagem é basicamente uma atividade individual, isto é, um trabalho pessoal do estudante, com um maior ou menor grau de independência e envolvimento com os professores e tutores. Na mediação virtual esse processo toma outro sentido. Moore (2007) destaca que Educação a Distância é uma aprendizagem planejada que geralmente ocorre em lugar diverso daquele em que Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 37 Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios se encontra o professor e, por causa disso, requer técnicas especiais de desenho de curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de comunicação através de várias tecnologias, bem como arranjos essenciais organizacionais e administrativos. Trindade (1992) comenta que, pelo material didático disponibilizado é que são oferecidas as condições para que o estudante leve a efeito atividades de estudo de um modo autônomo e independente, sem a presença física do professor. Entendemos, pois, que a mediação pedagógica do professor se faz prioritariamente no material didático elaborado, seja no modo impresso ou em outros modos disponibilizados em mídia. Em educação a distância, nessas ou em outras abordagens, dada as contingências da modalidade, o estudante é quem determina seu ritmo de estudos. A organização das situações de aprendizagem disponibilizadas tanto no material impresso como no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) podem proporcionar Em nosso caso, o material didático está disponível em: www.etec.ufsc.br ao estudante experiências em diferentes níveis de aprendizagem, potencializando esse processo. Nesse sentido, os materiais de estudo podem apresentar desafios pedagógicos, ou situações de aprendizagem, que atendam a diferentes níveis de abstração do conhecimento, estendidos nos diversos meios de comunicação. Segundo Piaget (1977), os processos essenciais de conhecimento podem ser observados em diferentes níveis de abstração: empírico, pseudo-empírico e reflexionante. Esses níveis de desenvolvimento do conhecimento podem ser organizados e observados em situações de aprendizagem devidamente disponibilizadas aos estudantes. Neste sentido, todo conhecimento novo supõe uma abstração, isto porque o processo de aprendizagem não tem um início absoluto; sempre ocorre uma reestruturação de elementos de alguma experiência anterior e a Abstração é um processo de criação mental http://pt.wikipedia.org/wiki/ Abstracao assimilação de elementos de um desafio novo no processo de interação. Este processo de construção do conhecimento que se efetiva, numa situação de aprendizagem organizada, pode se dar em diferentes níveis de abstração. Por exemplo, quando a aprendizagem se dá pela retirada direta de informações ou especificações singulares do objeto de conhecimento, pode-se entender como um processo de abstração empírica ou conhecimento de nível empírico. Esse processo apóia-se diretamente no objeto de conhecimento, ou nas situações de aprendizagem organizadas, nas informações diretas disponibilizada para a ação do estudante. A abstração empírica, pois, ocorre por mecanismos de assimilação e acomodação 38 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). oriundos de esquema sensório-motor ou conceituais. No sentido da abstração reflexionante, as informações são retira- Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios das, não dos objetos ou das informações diretamente, mas sim das coordenações de ações mentais (operações) que o estudante realiza perante os desafios dos objetos de conhecimento que lhe são apresentados. Ou seja, requer do estudante uma atividade mental bem mais complexa em sua atividade de aprendizagem. Exige deste a ação de pensar, de elaborar sobre as informações ou os desafios que a atividade de aprendizagem expressa. Em síntese, a abstração reflexionante constitui-se em três aspectos inseparáveis que ocorrem no processo de interação : a) retirar caracteres ou informações dos esquemas já construídos pela abstração empírica e elevá-los a outro patamar (reflexionamento); isto é, projetar em um patamar posterior o que é retirado de um anterior; b) reconstruir sobre um novo plano as diferenciações colhidas do patamar anterior, por um processo de coordenação de ações (refle- De acordo com Piaget (1977), todo conhecimento novo supõe uma abstração, porque apesar da parte de reorganização que ele comporta, isso não constitui um início absoluto, pois existe a retirada de elementos de alguma realidade anterior. xão), como ato mental na reconstrução e reorganização em um patamar posterior (PIAGET, 1990); c) entre esse dois níveis de abstração pode-se identificar um intermediário denominado nível de “abstração pseudo-empírica”. Este se diferencia da abstração empírica na medida que os caracteres e materiais que são abstraídos dos objetos são propriedades introduzidas pela ação do estudante sobre o objeto e não diretamente do objeto empírico (PIAGET, apud CATAPAN, 2001). A formação profisisonal precisa garantir as competências técnica e humana, o que requer o desenvolvimento de todos os níveis de conhecimento. Portanto, as atividades de aprendizagem propostas na disciplina podem ser vistas como desafios pedagógicos que estimulem o estudante a interagir em diferentes níveis de aprendizagem. Para auxiliar a construção de atividades em diferentes níveis de aprendizagem, você pode observar no Quadro 7.1 a relação entre desafios pedagógicos e o correspondente nível de abstração do conhecimento: Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil Um desafio pedagógico compreende não só o mote de conteúdo, mas todos os elementos e fatores que constituem a ambiência de ensino-aprendizagem, planejado e ofertado pelo professor para cada situação de aprendizagem. 39 Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios Desafios Pedagógicos Níveis de Conhecimento 1.Recorda e reconhece definições Abstração Empírica estudadas; 2.Faz associações entre diversas definições estudadas; 3.Reconhece os conceitos em outras situações; 4.Transpõe a lógica de análise de Abstração Pseudo-empírica um problema para outra situação; 5.Utiliza o que aprendeu em outra situação; 6.Aplica critérios pertinentes ao analisar novos dados; 7.Transforma dados em resultados, realiza cálculos; 8.Interpreta os resultados calcula- Abstração Reflexionante dos e posiciona-se; 9.Analisa o diagnóstico de uma realidade e toma decisões; 10.Interpreta a lógica da estrutura da reflexão, a explicita em um relatório, ou transpõe para nova situação; 11. Faz proposições inéditas. Quadro 7.1 - Relação entre desafios pedagógicos e níveis de conhecimento, adaptado de CATAPAN, 2001. Resolução CNE/CEB n° 04/99: http://portal.mec.gov.br/setec/ arquivos/pdf/CNE_CEB_0499. pdf 40 7.2 Educação Profissional Técnica: Diretrizes Curriculares Nacionais No contexto desta discussão, se faz necessário também observar o que as Diretrizes Curriculares Nacionais indicam para esse perfil profissional. No caso da formação profissional técnica de ensino médio as Diretrizes Curriculares Nacionais indicam, critérios essenciais para o perfil profissional desse nível: o desenvolvimento de Competências, Habilidades e Atitudes, e Base Tecnológica (Resolução CNE/nº 40/99). Na concepção das Diretrizes Curriculares, a Base Tecnológica pode ser vista como um insumo para a geração de competências, habilidades e atitudes. Neste caso, as atividades de formação que constituem uma Base Tecnológica, podem estar distribuídas permeando as diversas disciplinas, seminários, programas de estudos, experiências em laboratórios, simulações, oficinas de experimentação e estágios, resguardando o princípio de que todas devem estar conectadas a um propósito central do projeto peda- Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). gógico da área profissional proposta. Para auxiliar o planejamento de atividades de ensino-aprendizagem Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios e também de avaliação, você pode obter mais informações consultando as Referências Curriculares Nacionais de Nível Técnico da Educação Profissional. 7.3 Sugestão de atividades para diferentes níveis de conhecimento http://portal.mec.gov.br/setec Em EaD, é possível oferecer uma dinâmica bem mais ampla de atividades de ensino-aprendizagem, podendo retomar sempre com outro desafio pedagógico se for necessário. Porém, é imprescindível ter um plano de acompanhamento de forma a antecipar situações de aprendizagem. Veja a seguir exemplos de atividades de aprendizagem referentes a uma unidade de uma disciplina básica de Informática. a) Nível de conhecimento: abstração empírica 1. Cite cinco características básicas de um computador. 2. Segundo o que foi tratado na Unidade... qual é a definição de hardware e software? 3. Como um computador é montado? 4. Procure na internet material sobre “Arquitetura de Computadores”. 5. Verifique na matriz curricular de seu curso onde será trabalhado o assunto “montagem de computadores”. b) Nível de conhecimento: abstração pseudo-empírica 1. Classifique os periféricos abaixo considerando o seguinte código: (1)Entrada (2)Saída (3)Entrada e Saída. Periférico Tipo Periférico Tipo Periférico Teclado Impressora Microfone Mouse Scanner Caixa de Som Monitor Modem CD Pen-drive Web-cam Leitora ótica Tipo 2. Após a classificação dos softwares realizada na atividade da Unidade..., relacione software e suas funções. 3. Quais são os softwares básicos mais utilizados na região em que você mora? 4. Quais são os softwares aplicativos mais utilizados nas empresas Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 41 Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios do setor em que você pretende trabalhar? c) Nível de conhecimento: asbstração reflexionante 1. Qual das configurações abaixo relacionadas você indicaria para um estudante, na modalidade a distância, que utiliza um Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem? Justifique sua resposta. Configuração 1 Configuração 2 Processador Pentium IV Processador Intel Core 2 3.0GHz Duo 1.8GHz 256MB de memória RAM 1024MB memória RAM 250GB de disco rígido 80GB de disco rígido Rede Wireless (sem fio) Rede Fast Ethernet Monitor LCD 17” Monitor LCD 17” 2. Uma empresa de pequeno porte que atua no ramo de confecções, com quatro funcionários, está precisando atualizar o computador do estoque de produtos. Faça uma proposta de hardware e de software à empresa. Justifique sua proposta. 3. Considerando que você trabalha em uma empresa que comercializa computadores (software e hardware), como você realizaria uma visita aos clientes? 4. Verifique, na matriz curricular de seu curso, se existe conteúdo que trata sobre “relações empresarias e interpessoais”. Desta forma, considerando os diferentes níveis de aprendizagem, é imprescindível que sejam planejadas atividades de ensino-aprendizagem conforme esses três níveis. Assim, os estudantes poderão experienciar difeVeja Ícones na UNIDADE 2 neste Mapa Referencial. rentes desafios pedagógicos com níveis crescentes de complexidade. Dentre eles, pode-se eleger quais serão pontuados como elementos de avaliação, sinalizando com o ícone de avaliação. Em cada uma das unidades da disciplina é preciso ter o cuidado de organizar atividades de ensino-aprendizagem integradas e em diferentes Considerando a formação do estudante, no sentido mais amplo de competências, habilidades e bases tecnológicas, que atividades de ensino-aprendizagem você pode propor? Poste no AVEA para discussão posterior. 42 níveis de complexidade, assim como planejar os processos de avaliação considerando os aspectos formativos e somativos. A avaliação formativa, ocorre durante o processo e a somativa, ocorre no final da disciplina (prova final presencial). Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). 7.4 Critérios de avaliação de aprendizagem A avaliação de aprendizagem em Educação a Distância é regula- Avaliação de Aprendizagem: Atividades e Critérios mentada pelo Decreto n° 5.622, de 19 de dezembro de 2005, artigos 1º e 4º. Segundo esse Decreto, a avaliação de desempenho do estudante pode contar com momentos de atividades de avaliação no processo – formativa – e momentos de avaliação obrigatória presencial, no final da disciplina. Enfatizamos que, graças aos recursos tecnológicos atuais para a Educação a Distância, a avaliação de aprendizagem pode ser efetivada http://www.uab.capes.gov.br/ index.php?option=com _content&view=article&id=87:de creto-no-5622--19122006decreto&catid=48:legislacao&It emid=37 como um processo contínuo na ambiência de ensino-aprendizagem. Assim, o planejamento da avaliação deve propiciar a verificação continuada do progresso dos estudantes e as formas de suporte pedagógico a oferecer. Pode-se ainda ampliar esse processo identificando dificuldades de aprendizagem, individual ou de grupos, e propor ações pedagógicas para promover a permanência e prevenir a evasão no Curso. Quando se propõe detalhadamente um processo de avaliação de aprendizagem em EaD, pode-se definir percentuais de atividades para cada nível de abstração de conhecimento, e estabelecer uma escala de valores visando a verificação desejada (Quadro 7.2). Em cada avaliação nesta disciplina devem ser atendidos os seguintes critérios: Nível de Abstração do Conhecimento Peso Número mínimo de atividades Empírico 20% 2 Pseudo-empírico 30% 2 Reflexionante 50% 2 Quadro 7.2 – Proposta de Critérios de Avaliação – exemplo Desta forma, ao planejar os materiais didáticos da disciplina levando em conta toda a ambiência do processo e suas implicações no ensinoaprendizagem, você pode ainda verificar em que nível foram promovidos os critérios de competências, habilidades e bases tecnológicas requeridas no Curso. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 43 Síntese SÍNTESE Este Mapa Referencial, em ação conjunta com os professores e coordenadores das instituições que acompanham, avaliam e desenvolvem a construção do material didático para o Programa e-Tec Brasil, apresenta o formato gráfico para os cadernos dos cursos e ocupa-se de indicar pontos e linhas que auxiliem na construção do material impresso, do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), da vídeo-aula, da videoconferência e da tele-aula. Ocupa-se ainda de apresentar alguns critérios para a elaboração de atividades de ensino-aprendizagem que apresentem desafios em níveis variados de conhecimento, estimulando o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes. 44 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). REFERÊNCIAS BARRETO, Cristine Costa; RODRIGUES, Sônia; CARVALHO, Roberto Paes de; RABELO, Carlos Otoni; FIALHO, Ana Paula Abreu; MEYHOAS, José. Planejamento e elaboração de material didático impresso para educação a distância. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2007. BOURDIER, Pierre. Sobre a televisão. Tradução: Maria Lúcia Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997. BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o Artigo 80 da LDB. Disponível em: <http://portal. mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=78&Itemid=221>. Acesso em: 10 abr. 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação. Disponível em: <http://www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/ dec5773.htm >. Acesso em: 10 abr. 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 5.800, de 08 de junho de 2006. Dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB. 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TRINDADE, Armando R. Fundamentos da Educação a Distância: panorama conceitual da educação e do treinamento a distância. Tradução José Geraldo Campos Trindade. In: Distance Education for Europe. Lisboa: Universidade Aberta, 1992. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 47 GLOSSÁRIO Up-link: equipamento composto por transmissor de TV em microondas que, por meio de uma antena parabólica, gera sinais de áudio e vídeo diretamente ao satélite de comunicação. O apontamento e a freqüência são definidos conforme o satélite a ser utilizado. Competências: saberes articulados e mobilizados através de esquemas mentais. Habilidades: saberes que permitem realizar ações eficientes e eficazes. Atitudes: ações que articulam saberes para a tomada de decisões com base em princípios éticos. Bases Tecnológicas: conjuntos sistematizados de conceitos, princípios e processos – métodos, técnicas, termos, normas e padrões – em geral, resultantes da aplicação de conhecimentos científicos na área produtiva. Avaliação formativa: aquela que ocorre no processo. Avaliação somativa: aquela que ocorre no final da unidade e, neste caso, deve ser presencial. 48 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). APÊNDICE A Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 49 ÍCONES E LEGENDAS Caro estudante! Oferecemos para seu conhecimento os ícones e sua legenda que fazem parte da coluna de indexação. A intimidade com estes e com o sentido de sua presença no caderno ajudará você a compreender melhor as atividades e exercícios propostos (DAL MOLIN, et al.,2008). Saiba mais Este ícone apontará para atividades complementares ou para informações importantes sobre o assunto. Tais inEx: http://www. etecbrasil.mec. gov.br formações ou textos complementares podem ser encontrados na fonte referenciada junto ao ícone. Para refletir... Toda vez que este ícone aparecer na coluna de indexação indicará um questionamento a ser respondido, uma ativiEx: Analise o caso... dentro deste tema e compare com..., assista ao filme... dade de aproximação ao contexto no qual você vive ou participa, resultando na apresentação de exemplos cotidianos ou links com seu campo de atuação. Mídias integradas Quando este ícone for indicado em uma dada unidade significa que você está sendo convidado a fazer atividades que empreguem diferentes mídias, ou seja, participar do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), assistir Ex.: Assista ao filme... e comente-o. e comentar um filme, um videoclipe, ler um jornal, comentar uma reportagem, participar de um chat, de um fórum, enfim, trabalhar com diferentes meios de comunicação. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 51 Avaliação Este ícone indica uma atividade que será avaliada dentro de critérios específicos da unidade. Lembre-se A presença deste ícone ao lado de um trecho do texto indiEx.: O canal de satélite deve ser reservado com antecedência junto à Embratel. cará que aquele conteúdo significa algo fundamental para a aprendizagem. Destaque A presença do retângulo de fundo Retângulo com fundo colorido. indicará trechos importantes do texto, destacados para maior fixação do conteúdo. 52 Beatriz Helena Dal Molin, et al. - UNIOESTE/ Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). APÊNDICE B Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 53 Jorge Luiz Silva Hermenegildo ESCOLA TÉCNICA ABERTA DO BRASIL - E-TEC BRASIL CURSO DE INFORMÁTICA Disciplina: Noções de Administração e Negócios CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA Florianópolis – SC 2008 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 5 PALAVRAS DO PROFESSOR-AUTOR 6 PROJETO INSTRUCIONAL 7 ROTEIRO DE ESTUDO 8 MAPA CONCEITUAL 9 UNIDADE 7 – PLANO OPERACIONAL - PROCESSOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL E DE APOIO À DECISÃO 11 REFERÊNCIAS 18 APRESENTAÇÃO Este documento tem o intuito de exemplificar o desenvolvimento de uma disciplina conforme este Mapa Referencial. Mostra os elementos pré-textuais: palavras do Professor-autor, projeto instrucional, roteiro de estudo e mapa conceitual. Detalha o desenvolvimento de uma unidade de ensino com os seus desdobramentos e atividades, levando em conta os vários níveis de conhecimento que devem ser trabalhados. E finalmente, ilustra os elementos pós-textuais apresentando as referências. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 59 PALAVRAS DO PROFESSOR-AUTOR Caro estudante! Estamos diante da aventura de buscar conhecimentos e construílos, desta vez em uma nova forma de educação que demanda novos modos de estudo, outros estilos de ação educativa e alternativas diferentes de interação – a Educação a Distância. Conto com você nesta aventura maravilhosa de descoberta e construção de novos conhecimentos e espero que nossa interação se dê de vários modos, aproveitando os recurso que a tecnologia nos oferece como um novo modo de ser e estar no mundo. Neste nosso caderno, de uma única unidade, você vai aprender a ser um auto-didata e, ao mesmo tempo, um parceiro de conhecimentos no momento em que irá interagir em nosso Ambiente Virtual de EnsinoAprendizagem (AVEA). Espero que goste do que lhe proponho neste material e desejo-o sempre presente nas interlocuções e atividades propostas. 60 Jorge Luiz Silva Hermenegildo PROJETO INSTRUCIONAL Neste caso refere-se apenas à unidade construída, mas no caso do material didático este projeto deverá ter a abrangência de todas as unidades tratadas. UNIDADE OBJETIVOS MATERIAL IMPRESSO RECURSOS DIGITAIS CARGA HORÁRIA Texto da unidade; mapa conceitual da unidade; três ilustrações produzidas sobre o conteúdo; e atividades integradas. Hipertexto abordando os conceitos de Plano de Negócios, Rede de Computadores e Desenvolvimento de Soluções de TI para as Organizações. 04 horas ESTRATÉGIAS ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO REFERÊNCIAS ... Definir o Plano Operacional; Mapear os processos e os mecanismos de controle; 07 Identificar os procedimentos básicos para a composição de Sistemas de Informação Gerencial e de Apoio à Decisão Realizar um chat para discussão dos conceitos. Encaminhar as atividades obrigatórias de avaliação na ferramenta Tarefa, no AVEA. Hipertexto tratando do conceito de processos e gestão por processos. Hipertexto tratando de fluxo de dados e informações. Definir modelo de administração ou gestão do negócio; [1], [2], [3], [4] Descrever os processos que irão compor a dinâmica e o funcionamento do seu negócio; Realizar exercício sobre aspectos e elementos que envolvem o local de instalação de uma empresa. ... Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 61 ROTEIRO DE ESTUDO Para que você, caro estudante, possa melhor aproveitar o conhecimento aqui enfocado, siga o que apontamos: a) faça a leitura do tema; b) em seguida pesquise mais sobre o tema em outros canais de mídia de acordo com as orientações em hipertexto, assim, terá maior aprofundamento; c) realize trabalhos em grupo reunindo-se com colegas de equipe, e participe dos fóruns e chats; d) em relação aos trabalhos individuais, procure sempre praticar o que referenciamos nos itens “a” e “b”, em seguida, responda ao que lhe foi solicitado, lembrando dos prazos estabelecidos, quando for o caso; e) sempre que necessário, recorra ao tutor presencial, ao tutor a distância e ao professor da disciplina; f) você pode também consultar o glossário que está na parte final deste material. 62 Jorge Luiz Silva Hermenegildo MAPA CONCEITUAL UNIDADE 7 – PLANO OPERACIONAL Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 63 UNIDADE 7 – PLANO OPERACIONAL – PROCESSOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL E DE APOIO À DECISÃO Plano Operacional 7.1 Objetivo de aprendizagem Identificar os procedimentos básicos para a composição de Sistemas de Informação Gerencial e de Apoio à Decisão. 7.2 Introdução Esta é a unidade 7, onde trataremos sobre a utilização de Tecnologia de Informação para melhorar a competitividade de uma organização. Voltando ao exemplo no qual você está criando uma empresa, considere agora que você deverá decidir o funcionamento dela, levando em conta as informações obtidas em sua pesquisa de mercado. Elas serão muito importantes para subsidiar as suas decisões e o Plano Operacional. Fique atento, pois a partir do Plano Operacional da empresa são: -- apontados todos os fatores relevantes relacionados à produção do bem ou da prestação do serviço; -- obtidos o fluxo de dados e informações de sua empresa. 7.3 Plano Operacional No Plano Operacional você deve incluir: a) A descrição técnica do produto; b) A tecnologia e os processos escolhidos; c) A estrutura organizacional e de pessoal; d) A localização; e) Arranjo físico e instalações, equipamentos e mobiliário. De modo geral, você deve compor uma visão sobre as várias fases Sobre os riscos envolvidos na abertura de um negócio, assista ao vídeo http://www.youtube.com/ watch?v=px3a4zigtlw Faça uma síntese e disponibilize na ferramenta Tarefa, no AVEA. do projeto e compreender como a sua solução, que inclui o pacote de produtos e serviços, será enquadrada em cada uma dessas fases. Paralelamente, você deve inserir também os demais elementos pertencentes ao sistema. Segundo Slack (1997), todo projeto deverá ter como resultado uma especificação detalhada de todas as operações envolvidas na sua definição. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 65 Plano Operacional Assim, para realizar a primeira etapa de composição do Plano Operacional, ou seja, a descrição técnica do produto, você necessita definir: -- o conceito global, especificando a forma, a função, o objetivo e os benefícios que a solução trará ao seu cliente; -- o pacote, especificando todo o conjunto de produtos e serviços individuais que integrarão a solução da necessidade do cliente; Para obter mais informações sobre o Processo de Empreender e Planejar um Negócio, acesse: http://www.sebrae.com. br/momento/quero-abrirum-negocio/144-0-comoelaborar-um-plano-de-negocio/ BIA_1440/integra_bia http://www.ead.sebrae.com.br -- os processos através dos quais os seus produtos e serviços serão criados e ofertados aos clientes. 7.4 Mapeamento dos processos e mecanismos de controle Você deve estar acompanhando que os desafios enfrentados pelas organizações têm se tornado cada vez mais numerosos e mais complexos, o escopo do ambiente está se expandindo e a velocidade das mudanças se acelerando. As tarefas gerenciais por conseqüência têm se expandido até incluir a diversificação global, e conhecer sobre pesquisa e desenvolvimento, lidar com pressões sociopolíticas externas e responder às pressões crescentes para reprojetar o ambiente de trabalho da empresa e lidar com controle e com os sistemas de informação. Isso significa que produtos de qualidade só podem ser produzidos quando os processos em funcionamento estão aptos a satisfazer, continuamente, as especificações estabelecidas a partir das necessidades dos clientes. Quando os processos falham nessa tarefa, altos custos são incorporados ao produto devido à inspeção total, ao refúgio e ao retrabalho. Você precisa prestar atenção para o fato de que produtos ou serviços que requerem um grau de sofisticação tecnológica maior em sua produção vão exigir uma descrição mais pormenorizada do que aqueles que dependem de um processo produtivo mais simples. Assim, por exemplo, descrever uma operação de uma montadora de veículos requer um grau de detalhamento muito maior do que pormenorizar as etapas envolvidas em uma panificadora. Outro aspecto importante para você considerar é o fato de que o controle sobre os resultados operacionais em uma organização é a chave do sucesso de qualquer planejamento. Agora, é importante ter cuidado relativamente ao volume de informações que está sendo criado e a sua relevância para efeito de avaliação do resultado dos processos e dos planos estratégicos e operacionais. A comunicação organizacional é uma das atividades fundamentais de gerência e do comportamento da organização. O estabelecimento e a estruturação de um processo de comunicação formal dimensionado para a complexidade e as características da empresa é fator de gerência de proces- 66 Jorge Luiz Silva Hermenegildo Plano Operacional sos, conforme você pode observar na ilustração da Figura 7.1. Avaliação do(s) negócio(s) da empresa Definição das estratégias para cada negócio da empresa Otimização da empresa em função das estratégias EMPRESA EM EQUILÍBRIO Figura 7.1 – Etapas para equilibrar a empresa em função das suas estratégias de negócios. A base de todo controle e acompanhamento estará nos dados disponíveis e nos métodos utilizados para transformá-los em informações úteis para o processo administrativo. Seja um problema simples como a decisão de antecipar o pagamento de um título porque a antecipação dará direito a um desconto do total a ser pago, mas exigirá um desembolso antecipado de uma determinada quantia, seja em decisões mais complexas como esco- Para você obter esse equilíbrio tão desejável, não é simples, pois é um processo que exige da sua parte muito trabalho, organização e, sobretudo, cuidado com as informações e o meio de utilizá-las. Quanto mais diversificado for o cenário de atuação de sua empresa, maior será a complexidade do processo administrativo da organização lher a tecnologia de um forno de panificadora (combustível líquido, sólido, eletricidade ou gás, por exemplo), ou se os recursos devem ser destinados à compra de equipamento, ao aumento de salário ou ao investimento em insumos. A avaliação, o tratamento dessas informações de diversas naturezas exige esforço e conhecimento do indivíduo. 7.5 O problema de referência: um exemplo Vamos ver um exemplo da padaria do senhor João. O número de pedidos do pão francês cresceu significativamente. Foi inaugurado um novo condomínio na vizinhança da padaria, e o número de pedidos feitos pelos pequenos mercados também cresceu. Após avaliar seus equipamentos e funcionários, seu João decidiu que era hora de adquirir uma nova máquina para misturar a massa do pão. Todas as decisões foram simples no que dizia respeito à capacidade e à origem do equipamento, mas seu João estava com dúvidas sobre a forma de pagamento. Ele desejava ardentemente comprar a máquina à vista e de fato o fabricante tinha um plano de pagamento para 30 dias após a entrega do equipamento que interessou demais o seu João; ele só não sabia se teria os recursos suficientes à disposição. A decisão que está sendo avaliada é simples: se os recursos estiverem disponíveis, a máquina será adquirida à vista; caso contrário, será necessário reavaliar a situação. 7.6 A busca de uma solução Para determinar se os recursos necessários estarão disponíveis daqui a 30 dias, seu João precisa saber quais os valores que tem a receber de seus clientes e qual o total de contas a pagar que possui junto a seus for- Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil A respeito do processo de tomada de decisões em uma empresa, você pode aprofundar os conhecimentos lendo o artigo: Elementos intervenientes na tomada de decisão, acessando o site: http://www.scielo.br/ scielo.php?pid=S0100652003000100002&script=sci_ pdf&tlng=pt 67 Plano Operacional necedores. Em princípio, bastaria uma consulta ao contador da empresa para receber esse levantamento, mas a resposta do contador poderá levar tempo para ser obtida e poderá não estar atualizada. Buscando caracterizar os vários passos envolvidos no problema de decisão descrito (Figura 7.2) ilustra uma forma de esquematizar esses passos em uma seqüência de perguntas e atividades que deverão ser realizadas de forma seqüencial e ordenada. A nova máquina poderá ser comprada à vista ? Compra se existe disponibilidade; caso contrário, espera Qual será o volume de dinheiro disponível daqui a 30 dias ? Comparação do disponível com o valor a ser pago , Levantamento dos valores a receber e a pagar. Figura 7.2 – Fluxo de resolução do problema A pergunta inicial sobre a possibilidade de aquisição do equipamento formula, na realidade, um problema de decisão onde existem duas alternativas para escolher: comprar ou não. Para determinar a opção a ser adotada, existe a necessidade de responder a pergunta sobre o volume de dinheiro disponível no futuro. Essa pergunta sempre terá sua origem no processo de solução do problema de decisão. Na definição do problema é que são estabelecidos os objetivos que condicionarão as perguntas que deverão ser respondidas. A resposta, ou respostas, terão sua origem em diferentes fontes, mas sempre poderão ser classificadas como internas, isto é, informações sobre as quais a empresa possui total controle e que dizem respeito a ela própria; e externas, ou seja, informações sobre mercado, concorrentes, fornecedores, clientes, banco e governo, nem sempre fáceis de obter. No caso do exemplo apenas informações internas da empresa serão necessárias e delas deverão ser obtidos dois números que indiquem, respectivamente, qual o 68 Jorge Luiz Silva Hermenegildo total dos recebimentos previstos e qual o total das obrigações estimadas. Plano Operacional Obtidas as respostas necessárias, é hora de avaliá-las utilizando critérios pré-estabelecidos de forma a obter julgamentos que levem a uma decisão. No exemplo, o critério é bastante simples: “Se o valor dos recursos disponíveis for suficiente para custear a compra, ela será feita”. O que seriam recursos suficientes? É simples: das contas a receber subtrai-se o valor das contas a pagar, e, se o valor que sobra é maior do que o preço da máquina então existem recursos suficientes – naturalmente considerando-se apenas este fator para a decisão. Dedicando pouco tempo a cada dia para manter o registro atualizado de suas contas, seu João poderia obter as informações necessárias para responder as suas dúvidas no presente problema e em muitos outros. Com o uso de computador, este processo fica bastante facilitado. Neste problema em particular, não haveria perda de tempo esperando para o escritório de contabilidade responder a solicitação, isto quando o escritório fornece este tipo de serviço. Se o serviço não for oferecido, seu João terá que fazer o levantamento destes valores sozinho o que demandará tempo e dependerá sobremaneira da organização dos documentos da empresa. É esse um dos itens para o qual a informatização das informações, das tarefas administrativas mais burocráticas, mostra grandes possibilidades. Utilizando ferramentas de gerenciamento de bases de dados, seu João poderia manter em seu computador cadastros de clientes, fornecedores, de compras e vendas (Figura 7.3). Essas ferramentas possuem funções para realizar dois tipos de tarefas: armazenamento e organização de dados em arquivos, e recuperação, seleção e síntese das informações de acordo com parâmetros especificados pelo usuário. Sistemas de apoio à decisão Sistema de apoio a a decisões de compras Informações de compras Informações de vendas Controle de fluxo de caixa Sistemas de informação gerencial Armazenamento e processamento eletrônico de dados Figura 7.3 – Hierarquia de sistemas envolvidos no processamento das informações gerenciais de uma empresa Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 69 Plano Operacional 7.7 Atividades de aprendizagem Elabore suas respostas e encaminhe as obrigatórias pelo Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem. Atividade 1 – Observe que a escolha do local adequado para instalar o seu negócio é de fundamental importância. Essa escolha envolve três aspectos básicos: mercadológicos, técnicos e legais. Relacione as colunas do quadro abaixo de acordo com a vinculação de cada um dos aspectos citados. A Aspectos mercadológicos relacionados à consulta de viabilidade de funcionamento do negócio. B Aspectos técnicos local para estacionamento, grande tráfego de pessoas, visibilidade, concentração em negócios similares. C Aspectos legais referente à forma como você vai se relacionar com o seu público-alvo. relacionados para gerar facilidades a recebimentos dos insumos do mercado. disponibilidade de recursos humanos, matéria-prima a custo viável, acesso facilitado, água, energia, telecomunicações. Atividade 2 – Observe que, para agir como um novo empresário, você necessita definir as fases para o seu negócio. Em cada uma das fases, a sua empresa deverá criar uma estrutura para viabilizar o seu funcionamento; portanto, a pergunta no momento é: Qual a estrutura que o seu negócio possuirá em cada uma das fases e qual o modelo de administração ou gestão que será adotado para garantir o funcionamento do seu negócio? Atividade 3 – Quais os processos que comporão a dinâmica e o funcionamento do seu negócio? E quais as interfaces em termos de fluxo de dados e informações entre eles? Atividade 4 – Para subsidiar as suas decisões, é importante obter informações sobre a forma como as empresas utilizam a tecnologia da informação e comunicação na gestão por processos. Faça uma pesquisa e identifique algumas dessas alternativas e procure relacioná-las com as suas necessidades. 70 Jorge Luiz Silva Hermenegildo Plano Operacional 7.8 Síntese Você deve ter observado nesta unidade que o projeto de uma solução de TI para a empresa está diretamente relacionado com o Plano Operacional, pois nele se encontram expressos o modelo de gestão da empresa e a forma como os seus processos estão estruturados, organizados e integrados. Observe o mapa conceitual e reveja os conceitos e as suas relações. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 71 REFERÊNCIAS [1]ARMSTRONG, D. A gerência através de histórias. Rio de Janeiro: Campus, 1996. [2]HERMENEGILDO, J. L. S. ; DETTMER, A. L. O Uso da Tecnologia da Informação na Gestão Empresarial. Florianópolis: Escola de Novos Empreendedores, 1998. 153 p. [3]DRUCKER, P. E. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios, 6. ed. São Paulo: Pioneira, 2000. [4]SLACK, N. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997. [5] DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa Referencial para Construção de Material Didático - Programa e-Tec Brasil. 2ª ed. revisada. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, 2008. 72 Jorge Luiz Silva Hermenegildo CURRÍCULO SINTÉTICO DOS PROFESSORES-AUTORES Araci Hack Catapan é graduada em Pedagogia, Mestre em Educação, Doutora em Engenharia de Produção/ Mídia e Conhecimento/UFSC. É diretora do Departamento de Educação a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina. Beatriz Helena Dal Molin é graduada em LetrasFrancês, mestre em Análise do Discurso, doutora em Engenharia de Produção na área de Mídia e Conhecimento pela UFSC e pós-doutora em Gestão do Conhecimento. É professora no Curso de Letras e no curso de Mestrado em Letras/Linguagem e Sociedade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE. Elena Maria Mallmann é graduada em Pedagogia, Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria e Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. É professora do Departamento de Metodologia do Ensino/UFSC. Jorge Luiz Silva Hermenegildo é graduado em Engenharia Mecânica, Mestre em Engenharia de Produção e Doutor em Engenharia de Produção/ UFSC. Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina nas disciplinas Gestão de Projetos, Gestão por Processos e Empreendedorismo. Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado é graduada em Educação Física. É Especialista em Formação de Professores para EaD. É coordenadora Pedagógica de Cursos a Distância da Escola Técnica ETUFPR, Paraná. Silvia Modesto Nassar é graduada em Engenharia Civil, Mestre em Engenharia de Produção e Doutora em Engenharia Elétrica/UFSC. É professora do departamento de informática e estatística da UFSC. Mapa Referencial para Construção de Material Didático para o Programa e-Tec Brasil 73 Universidade Federal do Rio Grande do Sul | Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal do Amazonas | Centro de Educação Tecnológica do Amazonas ento m a h n a p m o c A e Avaliação c Brasil e Programa e-T O Mapa Referencial para a Construção do Material Didático propõe orientações básicas e sugestões, ancoradas em experiências e materiais validados por outras instituições, para a formatação do material didático a ser desenvolvido pelos professores-autores do Programa e-Tec Brasil. do Capacitação tor Professor-au iplinar isc Equipe Multid ial nc Mapa Refere o aterial Didátic M Mapa Referencial para de Material Didático o ruçãConstrução t s n o C e d ia Ambiênc Programa e-Tec Brasil sso re Material Imp Mídias ia eoconferênc ica dológ o t e M o ic t á ção Did Organiza Vídeo-aula Tele-aula ional c Projeto Instru AVEA itual Mapa Conce Beatriz Helena Dal Molin* Araci Hack Catapan Elena Maria Mallmann Jorge Luiz Silva Hermenegildo Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Silvia Modesto Nassar (*) Pós-doutoranda no programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC e integrante do grupo PCEAD/Cnpq (2008-2010). rendiz p A e d s io f a Des ecim h n o C e d is e e Nív izagem: d n e r p A e d Avaliação idades iv t A e s io r é it Cr