Efeitos da atividade física em asmáticos. Um estudo de
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Efeitos da atividade física em asmáticos. Um estudo de caso. ELIAS, Adriana*; DUARTE, Marcelo Silva** * Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Pneumo-funcional – FRASCE; ** Fisioterapeuta, Mestre em fisioterapia UNIMEP SP, Professor FRASCE Resumo A asma é uma doença inflamatória que determina crises de falta de ar, ocorrendo dificuldade na entrada de ar nos pulmões e principalmente, na sua saída. Isto ocorre devido a um processo inflamatório crônico das vias aéreas, tendo como conseqüência uma a liberação de certas substâncias que determinam a contração dos músculos que envolvem os brônquios, estreitando a sua luz e causando a dificuldade na respiração. O estreitamento das vias aéreas (broncoconstrição) é geralmente reversível e pode ocorrer em decorrência da exposição a diferentes fatores desencadeantes ("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações, porém em pacientes com asma crônica, a inflamação pode determinar obstrução irreversível do fluxo aéreo. A atividade física proporciona inúmeros benefícios vitais às pessoas, melhora do condicionamento físico, ou seja, aumenta-se a capacidade do sistema cardio-respiratório, a resistência muscular geral e localizada se desenvolve juntamente com a força, flexibilidade, agilidade, conseguindo com tudo isto um melhor equilíbrio corporal e coordenação motora. O objetivo deste estudo foi verificar a função respiratória após a prática de uma atividade física de natação e ginástica regular, através de uma avaliação respiratória em uma paciente asmática crônica que faz uso de medicamento broncodilatador. A metodologia aplicada foi uma avaliação respiratória antes e após a prática de uma atividade física regular em um intervalo de 3 meses, através da ausculta pulmonar, do pico de fluxo expiratório (Peak-Flow), da cirtometria torácica (capacidade de expansão e capacidade de redução – CEV e CRV) e do padrão ventilatório. Os resultados mostraram a diferença que a paciente apresentou um pico de fluxo expiratório de 5 l/min entre as avaliações, CEV de 1 cm em ambos os pontos anatômicos medidos e CRV de 0,5 cm também em ambos os pontos. O padrão ventilatorio permaneceu misto, Os valores são considerados baixos para a faixa etária e sexo da voluntaria, e a capacidade de expansão e de redução de acordo com seu estado clínico, uma ausculta pulmonar dentro da normalidade e um padrão ventilatório característico da asma. Praticamente não foram encontradas alterações nas avaliações, o que levamos a crer que a atividade física não influencia nas condições do paciente asmático quando não esta em períodos de crise, porem nos levar a acreditar ainda que não houve recorrência ou novos episódios. Incentivar a pratica de atividade física é um indicativo de prevenção aos pacientes asmáticos de episódios de crise e diminuição do uso de medicamentos controladores. Palavras chaves: Asma, Atividade Física, Crise asmática. Abstract Asthma is an inflammatory disease that determines attacks of shortness of breath, difficulty occurring in the air through the lungs and especially in its output. This is due to a chronic inflammation of the airways, and as a consequence the release of certain substances that determine the contraction of muscles around the bronchi, narrowing the lumen and causing difficulty in breathing. The narrowing of the airways (bronchoconstriction) is usually reversible and may occur as a result of exposure to different triggering factors ("triggers"). This obstruction to air flow can be reversed spontaneously or with medication use, however, in patients with asthma, chronic inflammation may determine irreversible airflow obstruction. Physical activity provides many vital benefits to people, better physical conditioning, ie, increases the capacity of the cardio-respiratory, muscular endurance and located generally develops along with the strength, flexibility, agility, achieving all this with a better body balance and coordination. The aim of this study was to assess the respiratory function after doing a physical activity of swimming and gymnastics to regulate, by a respiratory evaluation in a chronic asthma patient who makes use of bronchodilator medication. The methodology applied was a respiratory evaluation before and after the practice of regular physical activity in an interval of three months by auscultation, peak expiratory flow (PEF) of the thoracic expansion (expansion capability and capacity reduction - CEV and CRV) and the ventilatory pattern. The results showed the difference that the patient had a peak expiratory flow of 5 l / min between assessments CEV 1 cm in both the anatomical landmarks and measured 0.5 cm CRV also on both points. The respiratory pattern remained mixed, values are considered low for age and sex of the volunteers, and capacity expansion and reduction according to their clinical condition, an auscultation within the normal breathing pattern and a characteristic of asthma. Practically no changes were found in the ratings, what we to believe that physical activity does not influence the conditions of the asthma patient when not in times of crisis, but also lead us to believe that there was no recurrence or new episodes. Encouraging the practice of physical activity is indicative of asthmatic patients to prevent episodes of crisis and decreased medication use controllers. Key words: Asthma, Physical Activity, Crisis asthmatic. I – Introdução A asma é uma doença com alta prevalência e leva a importantes danos funcionais à saúde e à qualidade de vida do paciente. A fisiopatologia da doença está centrada na inflamação crônica das vias aéreas que associada a uma disfunção do sistema nervoso autônomo (SNA) favorece a hiper-reatividade e à obstrução brônquica. O treinamento físico pode modular a resposta autonômica e imune em indivíduos saudáveis e a sua prática de maneira regular também é recomendada para os pacientes asmáticos. Como uma das formas de tratamento a atividade física vem como ajuda a diminuir as complicações dessa patologia, apresentando um aumento da resistência cardio-respiratória. O estudo tem como objetivo observar as alterações respiratórias de um paciente asmático antes e após a prática da atividade física. II - Desenvolvimento Lambertucci et al (2006) verificam os efeitos da atividade física em 215 pessoas submetidas a meia hora de atividade física, duas vezes por semana, sobre a esteira ou a bicicleta ergométrica, 25% apresentaram significativa diminuição da performance ao exercício. A atividade aeróbia de intensidade moderada, aumenta o pico do consumo de oxigênio, o limiar anaeróbio, melhora a capacidade respiratória e reduz a dispnéia associada à asma. Moisés (2006) apresentou programas para a reeducação respiratória e o condicionamento físico adequado em 260 indivíduos portadores de asma brônquica moderada e grave, durante três aulas semanais de ginástica respiratória e natação. Os resultados demonstraram mudanças no comportamento clínico dos portadores de asma, inclusive em manifestações de crise de broncoespasmo. Pacientes com doenças respiratórias crônicas apresentam menor tolerância ao exercício físico devido à dificuldade respiratória, restrição às atividades ou falta de atividades físicas. Nos pacientes asmáticos, essas limitações levam ao descondicionamento do sistema cardiorrespiratório e diminuição da força muscular de membros superiores e inferiores. Quando não está bem controlada, a asma interfere na vida social e profissional dos pacientes (TRAVENSOLO; RODRIGUES, 2006). Santos et al (2009) verificaram se o indivíduo que praticava exercício físico, e evoluiu a óbito tendo como a principal causa as doenças do aparelho respiratório, pode ter uma sobrevida em relação ao indivíduo que não praticava exercício físico, através de ludos de neocropsias. O edema pulmonar a maior causa responsável por óbitos. A prática de exercícios físicos é muito escassa, sendo um fator de suma importância para a saúde do sistema respiratório do indivíduo. Soncino Silva et al (2005) avaliaram a distância percorrida em nove minutos e a freqüência cardíaca de repouso e a força dos músculos abdominais e respiratórios, antes e depois de quatro meses de participação num programa de exercícios físicos através de treinamento físico global realizado em solo e água,com atividades lúdicas e recreativas, duas vezes por semana, associado ao tratamento medicamentoso para asma, pela espirometria, antropométricas e do BIE. A qualidade de vida é um parâmetro passível de melhora pelos programas de exercícios, inclusive refletindo a melhora da asma, bem como do uso de medicação, que também pode diminuir em decorrência do treinamento. Ramos (2009) avaliou o desempenho da musculatura periférica e capacidade funcional e relacioná-los com o estado nutricional através da avaliação da força muscular periférica em 20 pacientes asmáticos graves e relação entre a capacidade funcional, composição corporal e atividade física através da espirometria, teste de força e resistência muscular, composição corporal, teste de caminhada controlada, questionário de atividade física e controle clínico da asma. Os pacientes asmáticos apresentaram diminuição na resistência muscular periférica e menor capacidade funcional. Lima et al (2007) justificaram a realização de avaliar os efeitos de um programa de Treinamento muscular inspiratório (TMI) e exercícios respiratórios no tratamento de 60 crianças com quadro de asma não controlada, através de um programa de fisioterapia respiratória composto de TMI e exercícios respiratórios, sendo desenvolvido em 2 sessões semanais de 50 min, durante sete semanas consecutivas, totalizando 14 sessões. Uma vez que tanto a PImáx quanto a PEmáx aumentaram significativamente, proporcionando uma melhora da obstrução aérea, evidenciada através do PFE e das variáveis de gravidade. Machado et al (2007) descreveram características demográficas e clínicas de asmáticos que apresentaram como desfecho a morte em 16 pacientes e relatou as condições para tal através de atestados de óbitos e prontuários médicos. As causas registradas foram: asma ou crise de asma, insuficiência respiratória, infarto agudo do miocárdio, hepatite, choque hipovolêmico e parada cardiorrespiratória. A maioria dos óbitos dos asmáticos graves foi atribuída a asfixia e doenças cardiovasculares, em ambiente hospitalar. O êxito do tratamento da asma depende de uma parceria efetiva entre a equipe e/ou o profissional que dispensa cuidados ao paciente, e ele próprio e seus familiares,tendo como premissa o diálogo e a educação em saúde. A abordagem educativa deve ser continuada e privilegiará as crenças e conceitos internalizados, as diferentes classes de medicamentos, os esquemas terapêuticos e os diferentes sistemas de inalação disponíveis. A inadequada utilização destes sistemas e dispositivos repercute inegavelmente numa falha terapêutica aparente. É indispensável explicitar para a criança e seus familiares que a asma persistente grave é uma doença crônica e até mesmo ameaçadora, e que seus efeitos deletérios ultrapassam em muito os inconvenientes da corticoterapia inalatória (MOURA et al, 2002). Um programa regular de atividades físicas pode melhorar a mecânica respiratória, tornar mais eficaz a ventilação pulmonar e, portanto, aumentar sua tolerância ao exercício físico e capacidade de trabalho. A reeducação funcional respiratória, associada a um plano de exercícios, tem ação preventiva corretiva sobre as alterações torácicas e posturais. São necessárias orientações quanto ao tipo e intensidade das atividades físicas para se evitar o broncoespasmo induzido pelo exercício (TEIXEIRA, 2009). O aumento do condicionamento físico pode ser um papel importante no controle clínico de pacientes com asma persistente moderada ou grave promovendo a melhora da qualidade de vida, redução de sintomas e inflamação pulmonar. Por outro lado, o condicionamento físico não exerceu influência sobre a resposta autônoma desses pacientes asmáticos (MENDES, 2009) Olivo (2009) relata a melhora da capacidade respiratória e redução dos sintomas da asma em 54 pacientes durante 8 semanas submetidos a atividade, no qual o condicionamento físico de moderada intensidade diminui a migração de eosinófilos e linfócitos sem modificar o remodelamento aéreo e a hiperrresponsividade brônquica e reforçam a importância do condicionamento físico em pacientes asmáticos e sugerindo um possível papel antiinflamatório desta doença. Wisher et al (2010) Investigaram os benefícios a médio prazo de um programa de natação em escolares e adolescentes com asma atópica persistente moderada, através um estudo randomizado e prospectivo em 61 pacientes acompanhados durante 3 meses. O programa de natação consistiu em um total de 24 aulas, duas vezes por semana, realizaram espirometria, teste de broncoprovocação com metacolin, Pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima. Nos resultados observaram que apresentou aumento significativo da PC20 de metacolina, pressão inspiratória máxima e pressão expiratória. Conclui-se que um programa de natação apresenta diminuição estatisticamente significativa da hiper-responsividade brônquica, com aumento dos valores da PC20 de metacolina, quando comparados que não realizaram natação. A asma é uma doença complexa com ampla variabilidade de apresentação. Sendo assim, diversos métodos são necessários para realizar o diagnóstico e avaliar seu controle, todos com vantagens e limitações. Parâmetros clínicos aliados à avaliação da qualidade de vida, da função pulmonar e dos métodos relacionados à inflamometria avaliam diferentes aspectos da doença e se complementam. É necessário que mais estudos controlados, randomizados, com adequado poder estatístico sobre a utilidade dos marcadores inflamatórios não invasivos no manejo da asma sejam realizados para determinar sua real utilidade (ANDRADE et al, 2010). III – Metodologia O objetivo do presente estudo é verificar a melhora da função respiratória de uma paciente após a prática de uma atividade física regular. A voluntaria, com 30 anos, tem permanência de no mínimo três meses de prática de atividade física e com freqüência de três vezes por semana, devidamente matriculada na academia Aquacenter LTDA, localizada na estrada do cafundá, 1034 na Taquara – Rio de Janeiro, após ser autorizada pela instituição a realização do trabalho (Anexo A). A mesma faz uso de broncodilator aerolin com freqüência há 20 anos, 3 vezes ao dia. Previamente a paciente selecionada, tomará conhecimento do estudo, bem como finalidades, duração do tratamento, riscos da pesquisa e principalmente que esse estudo não terá fins lucrativos para nenhuma das partes, mediante isso dará consentimento por meio do (TCLE) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B). Logo após a assinatura do TCLE, a paciente irá submeter-se a uma avaliação respiratória (Anexo C), constando das seguintes etapas: a) Coletar os principais dados de identificação do paciente b) Coletar dados sobre uso de medicamentos para controle da asma, tempo de uso, intervalos de crises, gravidade das crises e se realiza ou realizou fisioterapia respiratória. c) Realização de testes específicos como: Ausculta pulmonar, Cirtometria torácica, Peak-flow e padrão ventilatório. IV – Resultados A avaliação foi feita em duas etapas: no dia 10 de Dezembro de 2010, onde ainda não havia começado uma prática de exercícios e no dia 10 de Março de 2011, com três meses de atividade física regular. Quanto á ausculta pulmonar tanto no início e no término apresentou murmúrios vesiculares audíveis e sem ruídos adventícios, ou seja, sem ruídos pulmonares anormais. E na avaliação do pico de fluxo expiratório, iniciou-se com 350 l/min e finalizando com 355 l/min. A tabela 1 ilustra os resultados. Tabela 1 – Ausculta pulmonar e Pico de fluxo expiratório Data Ausculta Pulmonar Peak-Flow (l/min) 10/12/10 MV + sem RA 350 10/03/11 MV + sem RA 355 Quanto à capacidade de expansão da voluntária, iniciou com 4,0 cm, tendo um aumento para 5,0 cm na última avaliação no nível de Linha Axilar. Quando medida no nível de apêndice xifóide, iniciou com 5,0 cm e chegando ao final com um aumento para 6,0 cm. A tabela 2 ilustra os resultados. Tabela 2 – Capacidade de Expansão Voluntária (cm) DATA LINHA AXILAR APÊNDICE XIFÓIDE 10/12/2010 4,0 5,0 10/03/2011 5,0 6,0 Quanto à capacidade de redução da voluntária, iniciou-se com 5,0 cm e finalizando com 5,5 cm no nível de Linha Axilar. No nível do apêndice xifóide, iniciou-se com 6,0 cm e finalizou com 6,5 cm. A tabela 3 ilustra os resultados. Tabela 3 – Capacidade de Redução Voluntária (cm). DATA LINHA AXILAR APÊNDICE XIFÓIDE 10/12/2010 5,0 6,0 10/03/2011 5,5 6,5 Quanto ao padrão ventilatório, as avaliações apresentaram padrão ventilatório misto, ou seja, paciente apresentou inspirações e expirações irregulares padrões diafragmático e apical. A tabela 4 ilustra os resultados. Tabela 4 – Padrão Ventilatório DATA PADRÃO VENTILATÓRIO 10/12/10 MISTO 10/03/11 MISTO VI – Discussão A ausculta pulmonar estava dentro da normalidade sem apresentar ruídos adventícios nos dois momentos de avaliação. A eficiência do programa de ginástica respiratória e natação nos componentes do estilo de vida. Os resultados corroboram com Betio et al (2007) que afirmam que o fluxo expiratório apresenta discreta melhora e também evidenciaram os benefícios advindos da prática de atividades físicas. A importância da elaboração de programas com período de longa duração e específicos para o desenvolvimento de determinadas habilidades básicas. Na avaliação do pico de fluxo expiratório, iniciou-se com 350 l/min e finalizando com 355 l/min. No paciente asmático quanto melhor controlada a doença maior será a medida do pico de fluxo. O valor ideal do pico de fluxo pode variar de acordo com a idade, sexo, altura e raça do paciente. É conveniente salientar que não são todos os asmáticos que devem fazer a medida rotineira do peak flow, que gira em torno de 407 l/min. (SCHMIDT, 2008). A voluntaria apresentou portanto um pico de fluxo expiratório baixo para sua faixa etária de acordo com a tabela de teste clínico de ventilação funcional. A capacidade de expansão voluntária e de redução voluntária não apresentou diferenças significantes nas avaliações, com uma diferença de apenas 1,0 e 0,5 cm respectivamente em ambos os pontos anatômicos da avaliação. Por outro lado, também não teve redução nos valores. Pequenas variações na expansibilidade torácica podem ser detectadas durante uma avaliação com o paciente desnudo na parte do tórax. A avaliação da mobilidade torácica permite avaliar de forma estimativa a expansibilidade pulmonar. O reconhecimento de técnicas que possam avaliar de forma efetiva a mobilidade torácica e por conseguinte a expansibilidade pulmonar, tem grande importância no diagnóstico de patologias que comprometam a dinâmica ventilatória (KERKOSKI et al, 2004). O padrão ventilatório apresentou-se misto em ambas as avaliações, O asmático, em função das características da doença, experimenta aumento da resistência ao fluxo aéreo, aprisionamento de ar e hiperinsuflação pulmonar, que levam a alterações mecânicas na dinâmica tóraco-abdominal e à desvantagem muscular inspiratória.(LIMA et al, 2008). Não houve variações significativas permanecendo quase que iguais aos dados antes do início dos exercícios. Porém acreditamos que pequenas melhoras em relação ao tempo de crises foram devidas a pratica regular da atividade. Corroborando com Bernard, (2010) que sustenta que a natação é um exercício saudável que é bem tolerado por asmáticos. Esse efeito protetor da natação provavelmente resulta da alta umidade do ar inspirado no nível da água, o que reduz a perda de água pela respiração. A posição horizontal do corpo durante a natação também pode exercer um papel nisso ao alterar a rota respiratória. Portanto, é freqüentemente recomendada aos asmáticos como um meio seguro e agradável de manter a função pulmonar, aumentar sua capacidade aeróbica e melhorar sua qualidade de vida. A paciente relatou uma sensação de bem estar ao que sentia anteriormente. Porém se faz necessário um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para que seja feito um trabalho preventivo com o objetivo da melhora da qualidade de vida do asmático. Travensolo e Rodrigues (2006) verificaram que houve melhora na qualidade de vida em 6 pacientes portadores de asma brônquica após um programa de fisioterapia respiratória ambulatorial durante 12 terapias, aplicando o Questionário sobre Qualidade de Vida em Asma com atividades padronizadas. A atividade física não piorou a função pulmonar e o broncoespasmo, além de melhorar a performance cardiopulmonar. VII – Conclusão Podemos afirmar quem embora não houve melhoras significativas nas avaliações feitas, acreditamos que a atividade física controlada pode ser um coadjuvante importante no controle das crises asmáticas, visto que não houve nenhum episodio de crise no período, e uma redução no uso do medicamento, Novos estudos com períodos longitudinais parecem ser o caminho para elucidar os efeitos terapêuticos que a atividade física regular propõe. VIII - Referências Bibliográficas ANDRADE, Cláudia R. de; CHATKIN,José Miguel; CAMARGOS, Paulo Augusto M. 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