André Ricardo

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André Ricardo
II Seminário Sobre Alimentos e Manifestações
Culturais Tradicionais
I Simpósio Internacional Alimentação e Cultura: aproximando o
diálogo entre produção e consumo
Universidade Federal de Sergipe 20 a22 de maio de 2014
ALIMENTOS ÁRABES: DA INTIMIDADE E RELIGIOSIDADE À
TERRITORIALIDADE E COMÉRCIO EM FOZ DO IGUAÇU – PR
ARAB FOOD: INTIMACY AND RELIGIOSITY TO TERRITORIALITY AND
TRADE IN FOZ DO IGUAÇU – PR
André Ricardo Domingues
Mestrando em Gestão do Território – Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
[email protected]
Leonel Brizolla Monastirsky
Prof. Dr. Do DEGEO – Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
[email protected]
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo central apresentar a base fundamental da gastronomia
árabe em Foz do Iguaçu – PR, relacionando-a como uma territorialidade e evidenciando os
principais equipamentos gastronômicos da cidade, mostrando assim a apropriação exercida
pela colônia de imigrantes árabes frente à oferta gastronômica local. A metodologia abrangeu
pesquisa bibliográfica, processo teórico investigativo documental cedido pela Prefeitura
Municipal de Foz do Iguaçu- PR e observação in loco. Portanto, essa pesquisa focou-se tanto
no que diz respeito à observação dos empreendimentos gastronômicos árabes na referida
cidade, como nas discussões teóricas, bases do conhecimento científico e ainda na
demonstração da relevância da culinária árabe em Foz do Iguaçu.
Palavras-chave: gastronomia árabe, território, identidade, comércio, Foz do Iguaçu-PR.
Abstract
The present work has the main objective to contextualize the Arab gastronomic culture in Foz
do Iguaçu - PR, listing it as a territory and showing the main gastronomic facilities of the city,
thus evidencing ownership exercised by the colony of Arab immigrants across the
gastronomic offer location. The methodology included a literature review, investigative
documentary theoretical process given by the city of Foz do Iguaçu-PR and on-site
observation. Therefore, this research has focused both with regard to the observation of the
Arab gastronomical enterprises in that city, as in theoretical discussions, basic scientific
knowledge and also to demonstrate the relevance of Arabic cuisine in Foz do Iguaçu.
Keywords: Arabic food, territory, identity, commerce, Foz do Iguaçu-PR.
1. Introdução
O presente artigo busca apresentar um histórico da gastronomia árabe, investigando
seu surgimento, evolução e ainda discutir a presença e a oferta gastronômica árabe em Foz do
Iguaçu – PR. Outra vertente deste estudo é a discussão da gastronomia árabe na citada cidade
como um processo de apropriação e territorialidade exercida pela comunidade de imigrantes
árabes que se instalaram neste local.
Desde a antiguidade povos se deslocam de seu lugar de origem, causando a transição
de seu legado cultural, pois levam consigo costumes, crenças, folclore, ritos, religião e sua
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gastronomia entre outros elementos culturais. Logo; estes deslocamentos acarretam em
impactos na comunidade receptora, pois estes imigrantes farão parte de um novo agregado de
sistemas pertencentes a este lugar.
A complexidade dos processos imigratórios, enquanto fenômeno ou atividade, na
teoria ou na prática, faz com que este se torne um sistema, rodeado de círculos produtivos,
trocas de experiências culturalmente diferenciadas e sobretudo de interesses, que tem como
intenção atender novas necessidades de subsistência neste novo espaço para onde os
contingentes imigratórios rumaram, tais como moradia, emprego, alimentação e socialização
destes recém chegados novos componentes humanos.
Assim, os produtos alimentícios ofertados por determinado empreendimento,
localidade ou cultura não podem ser somente visualizados como artifícios de subsistência
humana, mas, também, pela sua proporção na superfície terrestre, ou seja, os alimentos são
dotados de significados multifacetados das mais diferentes nações. Diante disto, este trabalho
visa apresentar a história da cozinha árabe e retratar as manifestações gastronômicas que a
comunidade árabe exerce no território de Foz do Iguaçu – PR. Ora; relacionar estas
influências diante a comunidade local e a relação entre a visualização da cultura árabe na
cidade de Foz do Iguaçu, buscando retratar este fenômeno como uma territorialidade.
Justifica-se a presente pesquisa, pois a colônia de imigrantes árabes em Foz do Iguaçu
é numerosa e participativa no comércio local, inclusive na oferta gastronômica que a
localidade em questão dispõe, uma vez que os equipamentos gastronômicos típicos árabes são
diversos e alguns de seus pratos típicos tornaram-se de apreço generalizado pela comunidade
local e são comercializados em estabelecimentos gastronômicos típicos e não típicos. Sendo
Foz do Iguaçu um dos principais destinos turísticos do Brasil, esta espacialidade árabe se
torna um diferencial, e ajuda a tornar Foz do Iguaçu uma localidade culturalmente singular.
2. Materiais e métodos
Os métodos para auferir esses objetivos giraram em análises bibliográficas acerca de
alimentação e gastronomia, discussão sobre território e territorialidade, além de pesquisas
documentais por meio de registros cedidos pela Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu.
Estes registros documentais são o Inventário Turístico Municipal de Foz do Iguaçu e a
relação do Setor de Registro de Estrangeiros, que forneceu uma lista de todas as
nacionalidades radicadas na referida cidade. Houve ainda uma etapa de observação in loco a
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qual permitiu a visualização dos principais empreendimentos gastronômicos árabes da cidade
de Foz do Iguaçu, estes; escolhidos através do Inventário Turístico Municipal de Foz do
Iguaçu e também pela localização dos mesmos, todos na área central da cidade, oque implica
numa maior visibilidade e procura dos mesmos.
Para as discussões teóricas acerca de alimentação e gastronomia foram usadas as
obras de Ariovaldo Franco, Gabriela Fagliari e Henrique Carneiro. Ao se tratar
prioritariamente de gastronomia árabe, Yasbek e Abrahão e Dib Carneiro Neto foram as bases
para a construção do texto. Para a discussão sobre território e territorialidade, Marco Aurélio
Saquet, Rogério Haesbaerth e Zeni Rosendhal foram abordados.
Os outros pontos inerentes ao universo desta pesquisa também ganharam espaço junto
ao corpo deste trabalho, como cultura, identidade e imigração entre outros.
Portanto foram estas as bases para a elaboração e legitimação deste artigo, com o qual
pretende-se contribuir para o entendimento da gastronomia árabe como uma das mostras
culturais mais latentes deste povo, bem como chegar a uma resposta razoável com relação à
gastronomia árabe em Foz do Iguaçu como mostra de apropriação e territorialidade.
A pesquisa de campo focou-se em observar dez estabelecimentos gastronômicos com
identidade árabe, todos cadastrados no Inventário Turístico Municipal de Foz do Iguaçu.
Alguns destes, mantém fortemente as condições de tipicidade da culinária árabe, já outros;
comercializam pratos típicos árabes e também pratos não típicos. Entretanto; observou-se que
a oferta de pratos típicos árabes é muito desenvolvida em todos eles, ainda que alguns destes
estabelecimentos ofertem vários outros pratos sem uma identidade árabe.
3. Discussões e resultados
O primeiro recorte teórico diz respeito à alimentação em geral, pois alimentar-se
sempre foi primordial ao homem. O costume de ingerir alimentos, primeiramente era
relacionado apenas como forma de subsistência da raça humana, mas a procura por comida,
desde os primórdios, sempre esteve ligada à história do homem, seja na formação das
primeiras vilas e aldeias ou nos cultivos e nas trocas de excedentes, ou mesmo pelas
peculiaridades e tradições agrícolas que cada região possuía.
Franco (2004, p. 21) afirma que “o início das civilizações sempre esteve intimamente
relacionado com a procura de alimentos, com os rituais e costumes de seu cultivo e
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preparação, e com o prazer de comer”. Ou seja, os vilarejos se formaram em locais onde havia
água e possibilidade de caça e cultivo de alimentos básicos, e a partir disso fomentados pela
possibilidade de produção agrícola e alimentação, foram tornando-se maiores, geraram
excedentes de produção, ocasionando primeiro as trocas entre as comunidades e
posteriormente entre os viajantes.
Sobre este processo evolutivo de trocas e consumo entre os povos, Fagliari (2005, p.
01) diz que “a história da humanidade tem estreita relação com a história da alimentação, a
qual é marcada pela troca de alimentos e pela migração de plantas e animais de um local para
outro do globo, dentre outros aspectos”.
Com base em Carneiro (2003, p. 01):
a alimentação é, após a respiração e ingestão de água, a mais básica das
necessidades humanas. Mas [...] a alimentação além de uma necessidade
biológica é um complexo sistema simbólico de significados sociais, sexuais,
políticos, religiosos, éticos, estéticos e etc.
O olhar de diferença entre a subsistência e a obtenção de prazer, fez com que o homem
passasse a especificar as terminologias sobre as formas de alimentação, pois conforme
Fagliari (2005, p. 02) “foi a mudança no significado simbólico da alimentação de simples
necessidade para prazer, que levou ao aparecimento de termos como gastronomia e culinária”.
Portanto, foi o reconhecimento dos processos alimentares como atos geradores de prazer e
satisfação, que mudou as formas de alimentação de simples e bucólicas para momentos
referenciais de requinte e opulência, gerando a formação e desenvolvimento de padrões
alimentares e socialização dos homens.
Assim, de acordo com Franco (2004) a palavra gastronomia possivelmente tenha
origem em vocábulos gregos: gaster que significa ventre, estômago; nome que significa lei, e
ia é o sufixo que transforma a palavra em substantivo. Para Savarin (1989 apud FAGLIARI
2005, p. 03) gastronomia é “[...] o conhecimento racional de tudo que diz respeito ao homem
quando se alimenta”. Já na compreensão de Franco (2004, p. 167) são os “preceitos de comer
e beber bem, além da arte de preparar os alimentos para deles obter o máximo de satisfação.”
Ou, em outra percepção: “o prazer de degustar e conhecer elementos da arte da culinária”
(FAGLIARI, 2005, p. 03).
Ou seja, a gastronomia engloba uma ampla gama de referências sócio-culturais como
etiqueta e bons costumes. Estes parâmetros ligados à alimentação variam infinitamente ao
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redor do globo, pois o ato de se alimentar é universal, do cosmos, é inerente para o homem
ingerir alimento, mas as formas como isto acontece, bem como os rituais que envolvem as
refeições e, ainda, o que se come, diversificam-se imensamente entre regiões, países, povos, e
sofre influência de costumes, religião e mesmo das condições físicas das localidades.
A gastronomia evidencia singularidades geográficas das localidades, entre as quais
podem citar-se as condições físicas dos espaços, os tipos de solos, as potencialidades
hidrográficas e as condições climáticas, pois estes fatores físicos influenciam diretamente na
produção das matérias-primas utilizadas na confecção dos alimentos.
Pode-se dizer, então, que cada povo ou nação tem suas peculiaridades gastronômicas,
e estas, envolvem tradicionalismos agrícolas e matrizes de costumes e gosto coletivo, que
expressam distintas formas de alimentação.
Entre os imigrantes árabes presentes no município de Foz do Iguaçu existem
indivíduos provenientes dos seguintes países árabes: Argélia, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait,
Líbano, Líbia, Marrocos, Síria e Palestina (SMTFI, 1 2011). Sobretudo, são os imigrantes
libaneses e seus descendentes que merecem ser destacados deste contexto, pois são maioria
absoluta em relação às outras nacionalidades árabes radicadas em Foz do Iguaçu.
O povo árabe tem em sua gastronomia um fator de forte apego familiar e referência do
mantimento de sua cultura tradicional, pois suas receitas são antiquíssimas e mantidas em sua
forma original, em muitos casos, até hoje, reforçando assim através dos seus hábitos
alimentares, a importância da vida em família, a valorização da herança culinária de pais e
avós. Sobre esta valoração de procedência, Yazbek e Abrahão (2001, p. 12) ressaltam que
“um dos traços mais fortes da culinária árabe, é o seu imenso respeito às tradições de seus
antepassados. Isto faz com que uma receita seja passada, sem alterações, dentro de uma
família, de mãe para filha, através de séculos”.
Portanto, as tradições gastronômicas árabes expressam sentimentos de amor, respeito,
devoção e saudosismo entre os membros das famílias, agindo entre estes indivíduos como
fator sentimental, remetendo lembranças, saudade de sua terra de origem e de seus
antepassados e fortalecendo assim uma unidade familiar fortificada e unida dentro de seus
costumes.
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SMTFI: Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu.
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As autoras confirmam esta reflexão dizendo que:
O ato de cozinhar no Oriente Médio é uma arte não intelectual e
profundamente tradicional. Ela não é precisa e sofisticada [...] ou
experimental e progressista [...] Suas virtudes são lealdade e respeito aos
costumes e à tradição, que se refletem na incondicional devoção às receitas
do passado. Durante séculos, a maneira de cozinhar se manteve basicamente
inalterada. (YASBEK e ABRAHÃO, 2001, p. 12)
Acima de tudo, a gastronomia árabe é um reflexo de todas as situações vivenciadas
por este povo, pois recebeu influência de muitas nações, de grupos radicados no deserto - os
beduínos, 2 de saqueadores e, ainda, das antigas civilizações. Uma breve relação entre a
formulação da cozinha árabe e a história conturbada da região pode ser notada na seguinte
menção: “essa confusão aparente tem uma explicação na própria história do Oriente Médio,
[...] nenhuma região do mundo foi tão conquistada e tão saqueada ao longo de sua
longuíssima história”. (YAZBEK e ABRAHÃO, 2001, p. 15). De tal modo, a gastronomia
árabe em geral evidenciou ao mundo antigo, uma forma não convencional de alimentação,
pois a aridez do solo e a constante falta de água nos desertos não permitiram aos povos árabes
ancestrais evoluírem no cultivo de alimentos, e com uma agricultura limitada, formularam
uma maneira simples, mas eficaz de satisfazerem suas necessidades e aspirações alimentares.
E a este respeito, Yazbek e Abrahão (2001, p. 19) salientam que:
enquanto Roma se afunda nos excessos culinários, nas aldeias do Líbano e
da Síria, nos vales da Palestina e nos oásis dos desertos, os povos da região,
árabes [...] pela necessidade, desenvolveram uma culinária de sobrevivência,
frugal e simples.
Sendo assim, com um início tão modesto e desprovido de possibilidades, o
conhecimento gastronômico árabe só teve grande êxito e se evidenciou como arte genuína
com as conquistas geográficas e a afirmação de sua civilização, ratificando assim sua cultura e
os seus costumes.
Portanto, salienta-se que foram justamente as influências dos povos que passaram pelo
Oriente Médio e a aquisição de outros costumes e práticas culinárias que propiciaram a
ascensão da cozinha árabe, que a partir de então, tornou-se complexa e variada. As mesmas
autoras afirmam que a variedade da culinária árabe hoje saboreada, nasceu na longa e
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Entende-se por beduínos, os povos nômades de origem árabe radicados nos desertos da região do Oriente
Médio.
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complexa fusão das cozinhas beduínas com a simplicidade das cozinhas camponesas de cada
um dos países árabes da região. Dizem ainda que no início de suas conquistas, os árabes
possuíam padrões morais rústicos, provenientes da vida no deserto, mas que se renderam à
sofisticação, requinte e cavalheirismo dos costumes dos países conquistados; e, só então, a
culinária árabe atingiria sua magnificência, evidenciando-se e tornando-se referência através
dos banquetes oferecidos pelos califas 3 da região. (YAZBEK e ABRAHÃO, 2001).
As contribuições da cozinha árabe são diversas, entre as quais destacam-se: sua
participação no comércio de especiarias, o uso de frutas secas, o uso de temperos
aromatizantes e o feitio de conservas. Uma das principais cooperações neste âmbito foi a
produção de açúcar, a qual Franco (2004, p. 81) menciona que “o Oriente Médio produzia
então, o único açúcar que se encontrava na Europa. Seu nome árabe sukkar passou para quase
todas as línguas européias”. Diante disso, a península arábica se tornava universal, se
generalizando entre os continentes, tanto no que se diz respeito à gastronomia, como sua
cultura.
Em geral, os temperos, frutas e especiarias sempre foram os grandes atrativos da
culinária dos árabes, pois desde a antiguidade os usavam com propriedade e maestria.
Empregavam-se com constância as seguintes especiarias 4: pimenta, canela, gengibre, cravos
importados da Índia, salsa, hortelã, tomilho, serpilho, alfazema, endro, malva, estragão, louro,
alcaparra, alho, cebola, mostarda etc. (YAZBEK E ABRAHÃO, 2001).
Para evidenciar alguns dos pratos típicos árabes, descreve-se a seguir, ainda com base
na publicação de Yazbek e Abrahão (2001), alguns deles:
- Saladas: tabule, salada de lentilhas (slota adass), salada de uvas com pepinos (fatuch).
- Coalhadas: coalhada síria (laban), coalhada seca (labanmaatu), quibe na coalhada (quibe
b´labnie).
3
Entende-se por Califa, uma titulação de nobreza e soberania cedida aos líderes muçulmanos da antiguidade.
Conseqüentemente suas áreas de domínio e atuação eram denominadas de Califados.
4
“A palavra especiaria vêm do latim species. Denota produtos que, pelo seu caráter exótico, preço e raridade
eram considerados especiais” (FRANCO, 2004, p. 88).
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- Pratos com tahine: grão-de-bico com tahine (homus b´tahine), berinjela assada com tahine
(babaganuj).
- Arroz: arroz com lentilha (mjadra), arroz com frango e grão-de-bico (rez ´humus), arroz
com frango e snobar (rez b´snobar).
- Sopas: sopa de cereais (mahluta), sopa de lentilhas (shorbat adas).
- Grãos: fava no azeite (fullmdamass), feijão branco na manteiga (fossulha), trigo com lentilha
(mjadra).
- Quibe: quibe cru (quibe naie), quibe frito (quibe mahli).
- Recheados: charuto de folha de uva (wuara aneb), charutos de repolho (malfuf), pimentão
recheado (mehchi kussa frange).
- Carnes: costeletas de carneiro na brasa (laham horuf michui), espeto de carne na brasa
(laham michui), cafta; e
- Massas: esfiha de carne (laham b´ageen), pastel de coalhada seca (ftoer ´arich) e shawarma,
que é certamente um fenômeno de comercialização em Foz do Iguaçu. Este prato se constitui
de fatias finas de carne assadas em espeto vertical, a carne em questão pode ser de frango,
gado ou cordeiro e são laminadas e servidas em pão árabe com legumes, pasta de alho e
outros acompanhamentos. São estes alguns dos pratos mais expressivos e ingredientes e
especiarias empregados na confecção dos mesmos. Vale a pena ressaltar que muitos destes
pratos podem ser encontrados nos restaurantes típicos árabes de Foz do Iguaçu, e os
ingredientes e especiarias acima relacionados também podem ser facilmente encontrados em
mercados tradicionais e feiras árabes na referida cidade.
Embora haja uma vasta gama de variedades de ingredientes e alimentos da cultura
árabe, as suas singularidades são mantidas e, ainda, dotadas de conservadorismo pelo seu
povo, pois, em suma, se preserva a crença em sua doutrina religiosa. Segundo Cardozo (2004)
para os árabes existem regras com relação ao abatimento de animais para consumo da carne, e
estas regras seriam todas derivadas de preceitos corânicos. E, a partir disso, explica-se a
existência de dois açougues em Foz do Iguaçu especializados em abater animais de acordo
com estas normas. Os preceitos corânicos proíbem o consumo da carne de porco por julgarem
que este animal é impuro e, também, não permitem que estabelecimentos gastronômicos
árabes comercializem bebidas alcoólicas. (CARDOZO, 2004)
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A partir disso, entende-se também que é estreita a relação entre alimentação e
religiosidade, de modo que “as sociedades tendem a ver seus alimentos básicos como coisa
sagrada.” (MENEZES, 1997 apud FRANCO, 2004, p. 31). Logo, o povo árabe torna-se um
modelo desta afirmação, pois demonstra relação de particularidades religiosas com sua
alimentação e, ainda, luta pela conservação das suas origens, tendo em vista, também, que são
raras as culturas que se mantêm avessas aos modismos gastronômicos dos dias atuais.
Paralelamente à crença, a forte relação entre alimentação e família é, sem dúvida, uma
das maiores riquezas da cultura gastronômica árabe. Yazbek e Abrahão (2001, p. 24) retratam
estes apegos familiares em junção com sua gastronomia da seguinte maneira:
junto com a língua o árabe se apega à sua música e a sua rica tradição
culinária. Esta atravessa gerações sendo transmitida de mãe para filha dentro
de cada família. Ao pé do fogão eram murmurados segredos milenares.
Poemas eram recitados pelos pais e decorados pelos filhos, como uma forma
de resistência e uma maneira de manter vivas as tradições da cultura árabe.
Estas referências de devoção familiar provenientes dos costumes alimentares dos
árabes, também trazem relatos de apego aos ingredientes e temperos tradicionais usados nesta
culinária, pois mesmo os imigrantes libaneses que aportaram em outros países do mundo e,
especialmente, no Brasil não abrem mão do uso destes ingredientes.
A este respeito, Dib Carneiro Neto5 (2003, p. 12) diz que: “Vovó Sara, quando veio do
Líbano, trouxe em sua bagagem essas sagradas folhas de sua culinária, de sua cultura, de seu
universo libanês”. Estas folhas sagradas às quais o autor se refere são a hortelã e a folha de
uva, dois dos ingredientes mais tradicionais da cozinha libanesa. Carneiro Neto (2003, p.12)
segue explicando suas lembranças em relação aos apegos de sua avó com estas especiarias:
[...] ‘será que têm hortelã naquela América?’ ela matutava antes de partir. ‘O
que vai ser dos meus tabules?’ Resolveu trazer [...] Hortelã era sua
identidade, seu RG, seu passaporte. ‘Será que têm hortelã naquele Brasil?’
‘Alá permita que seja uma terra abençoada’.
Atualmente, a gastronomia árabe encontra-se no mesmo patamar de religiosidade e
intimidade, porém adquiriu algumas mudanças em relação ao seu contexto clássico. Saiu das
casas, das mesas das famílias árabes, para ser disponibilizada comercialmente, na sua forma
original, ou não, fazendo-se presente na oferta gastronômica de muitas localidades.
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Dib Carneiro Neto é neto de imigrantes libaneses.
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O município de Foz do Iguaçu é uma das localidades que mais recebeu levas de
imigrantes oriundos do mundo árabe. Em sua grande maioria comerciantes, não hesitaram em
ofertar seus alimentos e investirem na construção e montagem de equipamentos
gastronômicos como lanchonetes, restaurantes e mesmo fast-foods. Os produtos alimentícios
árabes são comercializados de forma tradicional nos restaurantes e mercados típicos, e de
maneira mais superficial, e um tanto quanto descaracterizada, em fast-foods e outros
estabelecimentos, que embora não sejam tradicionais ou especializados em gastronomia
típica, incorporaram em sua oferta pratos de origem árabe apenas pela aceitação generalizada
destes por parte de sua demanda.
Evidentemente, para que os imigrantes árabes se tornassem comerciantes dominantes e
implantassem suas lojas pela cidade de Foz do Iguaçu, houve a necessidade de suplantar a
oferta de seus produtos perante a realidade econômica da região. Mas acima de tudo tiveram
que impor seus produtos, preços, formas de concretizar negócios e ainda os trejeitos de seus
estabelecimentos, exercendo assim uma apropriação perante a atividade econômica de Foz do
Iguaçu. Esta apropriação é entendida como um processo de territorialização, de apropriar-se
de uma atividade já existente, transformando-a em algo benéfico para si, visando lucro,
monopólio e expansão de suas atividades comerciais.
No caso de Foz do Iguaçu, as lojas de comerciantes árabes ou que comercializam
produtos árabes têm seus letreiros indicadores escritos em árabe e não raro, suas fachadas
possuem traços típicos da arquitetura e decoração árabe, e estes detalhes modificam a
paisagem urbana de Foz do Iguaçu, pois promovem percepções culturalmente diferenciadas
em relação aos demais estabelecimentos comerciais, o que lhes dá certamente um certo
interesse turístico, pois sua diferenciação em relação as demais atrai a atenção daqueles que
por ali passam.
Refletindo sobre os diversos tipos de legados culturais existentes e sobre os aspectos
de diferença que estas culturas evidenciam entre os povos, Cuchet (1996, p. 45) salienta que:
Cada cultura é dotada de um “estilo” particular que se exprime através da
língua, das crenças, dos costumes, também da arte, mas não apenas desta
maneira. Este estilo, este espírito próprio a cada cultura influi sobre o
comportamento dos indivíduos. (CUCHET, 1996, p. 45)
A este “espírito” e “estilo” particulares a cada cultura aos quais o autor se refere,
recaem as marcas distintas que cada povo detém em relação a seus aspectos culturais, e este
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conjunto de habilidades comuns, leva os indivíduos a se reconhecerem enquanto seres
pertencentes a um determinado grupo e espaço, e este reconhecimento coletivo gera oque se
conhece por identidade, identidade esta calcada nas múltiplas facetas culturais comuns a um
determinado grupo de indivíduos. Sobre isso, Rocha e Monastirsky (2009, p. 08) dizem que
identidade seria “o sentimento de afinidade, de pertencimento a um determinado grupo ou
sociedade que reconhece algo em comum entre os indivíduos desta”.
Em outra perspectiva, Haesbaerth (2002, p. 93) afirma que:
Todo grupo se define essencialmente pelas ligações que estabelece no
tempo, tecendo seus laços de identidade na história e no espaço,
apropriando-se de um território (concreto e/ou simbólico), onde se
distribuem os marcos que orientam suas praticas sociais. (HAESBAERTH,
2002, p. 93)
Entretanto, uma questão
relevante se destaca nesta discussão, pois se existe um
processo de afirmação de identidade através de características comuns, é necessário que exista
um contexto de diferença como parâmetro para se designar e identificar algo como igual ou
semelhante. Todavia; Haesbaerth (2007, p. 36) aborda este assunto:
Com relação a identidade e diferença ocorre um cruzamento ainda mais
íntimo, pois não há como “identificar-se” algo sem que sua “diferenciação”
(em relação ao “outro”) seja construída, a ponto de “diferenciar-se” e
“identificar-se” tornarem-se totalmente indissociáveis – isto demonstra, de
saída, o caráter permanentemente relacional da construção identitária,
sempre produzida na relação com aquele que é estabelecido como seu
“outro”. (HAESBAERTH, 2007, p. 36)
Nestes termos, julga-se que a comunidade de imigrantes árabes de Foz do Iguaçu e
seus descendentes se diferenciam da população não árabe justamente por seus traços e
identidade cultural. Mesmo estando estes atores residindo em um país que não é o seu país de
origem, e independentemente de relações de interesse e poder, estes imigrantes conseguiram
suplantar sua cultura e seus costumes em relação aos demais, fazendo com que essa relação
com a população que não possui identidade árabe seja uma relação de harmonia, mas sobre
tudo uma relação culturalmente diferenciada, pois não raro, encontramos em Foz do Iguaçu
brasileiros, argentinos, paraguaios, chineses entre outros de outras nacionalidades tomando
chás típicos árabes, comendo shawarma (típico sanduíche árabe), fumando em arguile
(aparelho árabe no qual se fuma um determinado tipo de fumo aromatizado geralmente em
formato pastoso) entre outras atividades provenientes do mundo árabe.
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Assim sendo, os árabes estabeleceram uma territorialidade em Foz do Iguaçu, e para
se entender este processo, ruma-se agora para uma discussão sobre território e territorialidade.
Cabe aqui ressaltar que nem sempre um legado cultural está inserido somente em seu
meio original, pois devido aos fluxos imigratórios, povos de diferentes nacionalidades se
deslocam de seu local de origem a procura de outras terras para se instalarem.
Concomitantemente, a imigração é entendida como a presença no seio da ordem nacional de
pessoas não nacionais. (SAYAD, 1988).
Partindo deste pressuposto, grupos de indivíduos se deslocam de seu lugar de origem e
levam consigo sua cultura, logo; ocorre que se instalam nestes novos meios perpetuando
mudanças nos processos sociais neste novo território. Para tanto, entende-se que “território se
forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator
que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta o
abstratamente [...] o ator “territoriza” o espaço”. (RAFFESTIN, 1993, p. 143). Ora, Saquet
(2003) diz aborda a relação recíproca entre as forças econômicas, políticas e culturais:
[...] efetivam um território, um processo social, no (e com o) espaço
geográfico, centrado e emanado na e da territorialidade cotidiana dos
indivíduos, em diferentes centralidades/ temporalidades/ territorialidades. A
apropriação é econômica, política e cultural, formando territórios
heterogêneos e sobrepostos fundados nas contradições sociais (SAQUET,
2003, p. 28)
Assim os fluxos imigratórios são partes integrantes do processo de construção do
território, logo, interferem na sistematização econômica, política e cultural existentes.
Simultaneamente, a utilização deste ambiente pelo povo, a inserção e integração dos
imigrantes com a população nativa e, ainda suas práticas, os tornam atores da construção e
fortalecimento do território em questão. (BIESEK e PUTRICK, 2009).
Logo, esta “apropriação” é entendida como uma territorialidade, que para Rosendahl
(2002, p. 59) “significa o conjunto de práticas desenvolvido por instituições ou grupos, no
sentido de controlar um dado território”. Num sentido mais amplo:
[...] a territorialidade se inscreve no quadro da produção, da troca e do
consumo das coisas. Conceber a territorialidade como uma simples ligação
com o espaço seria fazer renascer um determinismo sem interesse. É sempre
uma relação, mesmo que diferenciada, com os outros atores. (RAFFESTIN,
1993, p. 161)
O mesmo autor salienta ainda que o território seria o espaço onde os atores realizam
suas ações, e portanto “revela relações marcadas pelo poder [...] o território se apóia no
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espaço, mas não é espaço. É uma produção a partir do espaço, que se inscreve num campo de
poder.” (RAFFESTIN, 1993, p. 144)
Para Haesbaerth (2007, p. 36) o território é mais que uma simples denominação, é
sobretudo um “conceito capaz de apreender uma das principais dimensões do espaço
geográfico, a sua dimensão política ou vinculada `as relações de poder, dentro das diferentes
perspectivas com que se manifesta o poder.” E segue afirmando que “ O território, portanto, é
construído no jogo entre material e imaterial, funcional e simbólico.” (HAESBAERTH, 2007,
p. 37)
Foz do Iguaçu apresenta uma espacialidade multicultural, pois agrega em seus limites,
imigrantes de diversas nacionalidades, os quais trouxeram contribuições para a construção de
uma Foz do Iguaçu recheada de trejeitos culturais provenientes de vários locais do globo,
entretanto; são os imigrantes árabes e seus descendentes que a tornam uma localidade com
atmosfera do Oriente Médio em pleno coração da América do Sul.
4. Considerações finais
Se a territorialidade apresenta uma fonte estreita com as identidades culturais, pode-se
dizer então que no caso de Foz do Iguaçu os árabes consolidam sua territorialidade por vários
aspectos, pois a comunidade árabe de Foz do Iguaçu é participativa no cotidiano do
município, pois além de se fazer presente no comércio em geral, participa da Feira das
Nações, Artesanato, Turismo e Cultura, onde evidenciam suas tradições e costumes através
das vestimentas, danças, gastronomia e demais aspectos ligados `a sua cultura. (CARDOZO,
2004).
Para Carloto (2007) a comunidade árabe em Foz do Iguaçu possui uma espacialidade
própria, real e perceptível na realidade da cidade em questão.
Esta espacialidade árabe de Foz do Iguaçu à qual o autor se refere pode ser visualizada
pela existência de construções que atendem ao modo de vida árabe, entre estes
estabelecimentos existem escolas árabes, mesquitas para professão da fé islâmica, mercados e
restaurantes típicos árabes, além de diversas lojas que têm estampadas em suas fachadas
mostras de identidade árabe.
A partir desta premissa, os imigrantes seriam agentes mediadores de miscigenação
cultural, interferindo no espaço original adicionando fatores que contribuem com a
socialização e o desenvolver da comunidade como um todo.
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Santos, (2006, p. 222) afirma que “os homens mudam de lugar, como turistas ou imigrantes.
Mas também os produtos, as mercadorias, as imagens e as idéias”. E completa salientando que
“cada lugar busca realçar suas virtudes por meio dos seus símbolos herdados ou recentemente
elaborados”. (SANTOS, 2006, p. 181)
Neste contexto convém dizer que a representação árabe em Foz do Iguaçu acontece
principalmente pelas relações comerciais (entre as quais a oferta de produtos gastronômicos) e
pelo convívio de árabes e não árabes, o que resulta em trocas de experiências culturalmente
diferenciadas. Como já dito, as vestimentas, as mesquitas, e os letreiros do comércio escritos
em árabe modificam a paisagem urbana, provendo mudanças que podem ser consideradas
invasivas para a comunidade não árabe, mas que acabam por contribuir com a diferenciação
da localidade, tornando-a um destino turístico singular, e neste caso, os árabes podem ser
apontados como responsáveis por boa parte do legado cultural de Foz do Iguaçu. Sua
gastronomia típica aparece neste contexto como uma das mostras mais evidentes de sua
cultura e sua apropriação, uma vez que os empreendimentos gastronômicos árabes são
numerosos e expressivos diante o comércio de alimentação de Foz do Iguaçu.
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