Boletim Meteoritos Brasil

Transcrição

Boletim Meteoritos Brasil
Boletim
Meteoritos Brasil
Boletim informativo Meteoritos Brasil
2ª edição- Maio de 2014
Sumário
I.
Apresentação...........................................................................E
rro! Indicador não definido.
II.
Notícias...................................................................................3
Um novo meteoro na Rússia
No Brasil, meteoro corta o céu de São Paulo
Paraquedista registra suposto meteorito.
III.
Crateras meteoríticas...............................................................5
O que são?
Existem crateras meteoríticas no Brasil?
Conheça grandes crateras pelo mundo
IV.
Contando histórias de meteoritos............................................9
Meteoritos brasileiros com histórias ''estranhas''
V.
PNIMeteor..............................................................................10
Novidades do Programa e do site Meteoritos Brasil
VI .
Gráficos: meteoritos brasileiros..............................................11
Apresentação
O objetivo da criação do “Boletim Meteoritos Brasil” é expandir as informações
sobre os meteoritos no Brasil, um assunto de grande importância científica, mas por
outro lado muito desconhecido por boa parte do país, que até hoje encontrou e
catalogou pouco mais de 60 meteoritos pelo vasto território nacional, onde
provavelmente centenas de outros meteoritos estão espalhados.
O boletim pode ser baixado mensalmente, sem nenhum custo, pelo site Meteoritos
Brasil (http://meteoritosbrasil.weebly.com/), todos eles são produzidos pelo site e
disponibilizados para download em pdf. A cada boletim, novos conteúdos são
publicados sobre os meteoritos, por meio de matérias, infográficos, vídeos, entre
outros meios.
Esperamos que goste do boletim e possa com ele, aprender e divulgar a
meteorítica no Brasil.
Boa leitura.
BOLETIM METEORITOS BRASIL - MAIO DE 2014
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Notícias
Câmeras registram explosão de
meteoro na Rússia
Uma explosão no céu causada provavelmente por um meteoro deixou
assustados os moradores
da cidade de Murmansk,
extremo norte da Rússia, e
iluminou a madrugada do
dia 19 no local.
A câmera instalada em
um veículo registrou o
momento em que um
clarão azulado bastante
forte apareceu no céu,
por volta das 2h10 na
cidade (18h10 de sextafeira pelo horário de
Brasília).A imagem acima mostra a explosão do meteoro, registrada por uma
câmera instalada em um carro, ela foi extraída do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=uuwvYdovMEg .
De acordo com a emissora russa “RT”, as autoridades não confirmaram se os
fragmentos teriam atingido o solo, e os serviços de emergência afirmaram que
não houve registros de danos ou feridos devido ao episódio.
Como não houve confirmação a respeito da aterrissagem dos fragmentos do
solo, o corpo celeste ainda está sendo chamado de meteoro, e não de
meteorito.
A explosão relembrou o incidente ocorrido em fevereiro de 2013 na cidade de
Chelyabinsk, na região dos Montes Urais, também na Rússia.
Na época, moradores da cidade olharam assombrados para o céu e muitos
pensavam que tinha começado uma guerra nuclear. Na verdade, era um
asteroide rasgando os céus, provocando uma chuva de meteoritos
Capturada por muitas câmeras de vídeo, a explosão do asteroide que
aconteceu em 15 de fevereiro de 2013 deixou em pedaços as vidraças de
muitas janelas e a luz ultravioleta gerada foi tão intensa que mais de vinte
pessoas sofreram queimaduras na pele.
Notícia: G1.com
BOLETIM METEORITOS BRASIL - MAIO DE 2014
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No Brasil, bola de fogo cruza o céu
do interior de São Paulo
Uma das câmeras do grupo BRAMON registrou um bólido cruzando o céu de
São Paulo no dia 21 de abril, por volta das 18h30min, visto em diversas
cidades do estado.
Segundo os pesquisadores o corpo estava em uma velocidade de 10 km/s e
durante sua trajetória algumas explosões foram vistas, indicando
fragmentação.
Em fevereiro, uma das câmeras da BRAMON também registrou uma grande
bola de fogo cruzando o litoral de São Paulo.
Veja o vídeo em: http://www.youtube.com/watch?v=zxUUU4NLva8
Paraquedista registra suposto
meteorito durante salto
Imagens da suposta queda do meteorito, feitas por um paraquedista
norueguês circulam na internet. O meteorito teria passado bem próximo
dele, durante um salto.
Muitos especialistas mostram-se céticos quanto ao episódio. Será mesmo
que ele conseguiria registrar com tanta precisão a queda de um corpo com
velocidade que em geral, ultrapassa 10 km por segundo?
A imagem abaixo foi extraída do vídeo, postado na internet.
BOLETIM METEORITOS BRASIL - MAIO DE 2014
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Visão geral sobre as crateras
meteoríticas
As crateras de impacto são estruturas formadas quando um planeta ou
satélite é atingido por meteoritos bem grandes.As pesquisas mostram que
não só a Lua,mas todos os corpos do Sistema Solar,foram bombardeados
intensamente por meteoritos gigantescos durante a sua história,deixando na
superfície cicatrizes desses eventos,as crateras de impacto,de variados
tamanhos.
O Planeta Terra foi tão bombardeado quanto a Lua,porém as crateras são
continuamente apagadas,pela erosão,vulcanismo e atividades
tectônicas.Descoberta na década de 20,a cratera do Arizona,ou
Barringer,foi a primeira cratera a ser reconhecida como meteorítica na
Terra.Cerca de 120 crateras meteoríticas são conhecidas em toda superfície
terrestre,a maioria delas se encontram em terrenos geologicamente
estáveis.
Por muitos anos se pensou que as crateras meteoríticas estavam
diretamente associadas a descoberta de fragmentos meteoríticos que
comprovassem a sua origem. Hoje,sabemos que na formação de crateras
maiores nenhum fragmento sobrevive intacto.Nesses eventos
massivos,causados por enormes meteoritos,a pressão e a temperatura
geradas pela onda de choque é extremamente alta,vaporizando
completamente o meteorito e o solo,formando uma mistura com a rocha
alvo,e após muitos milhares de anos,qualquer componente meteorítico
detectável já se erodiu.
As consequências causadas na superfície pelo o impacto de um meteorito
dependem de diversos fatores, tais como: massa e velocidade do corpo,
tipo de solo onde ocorre o impacto, entre outros. Os meteoritos com até
uma tonelada são freados pela atmosfera e passam a cair em queda livre
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em uma altura próxima de 10 km, já os meteoritos maiores que cem
toneladas atingem a superfície com mais de 50% da velocidade cósmica e
produzem as crateras de impacto (explodindo tanto o solo, quanto o
meteorito).
O possível impacto de um corpo gigante, com proporções semelhantes ao
de Marte,chamado Theia, contra a Terra há cerca de 4.500 Ma, teria
formado o nosso satélite natural e provocado grandes consequências no
Planeta. Diversas características relacionadas à Lua e a Terra, como por
exemplo o fato da Lua ter composição interna semelhante ao manto e
crosta da Terra e o nosso Planeta ter um núcleo maior do que deveria ser,
reforçam essa teoria. Acredita-se ainda que tal impacto foi responsável pela
mudança axial do Planeta ao valor atual (23,5º) o que permite a
diferenciação de estações do ano.
Outros impactos, em diferentes eras, foram responsáveis por diversas
extinções em massa, uma das mais famosas, a extinção K-T (65,5 ma),
responsável pelo desaparecimento dos dinossauros e destruição de mais da
metade da vida na Terra. A extinção Permo-Triássica (251 ma) foi a maior de
todas e foi responsável pelo desparecimento de cerca de 96% dos animais
marinhos e cerca da metade das outras famílias existentes.
[Imagem: Meteor Crater-3D / NASA]
As crateras meteoríticas no Brasil
O Brasil apresenta várias estruturas em anel com feições de crateras
meteoríticas,algumas delas já foram bem estudadas e são reconhecidas
como astroblema (o mesmo que cratera meteorítica),outras estruturas
morfológicas apresentam algumas características semelhantes a crateras de
impacto,mas necessitam de mais estudos conclusivos.Veja abaixo as
crateras de impacto no Brasil:
-Confirmadas:
Cratera de impacto
Araguainha
Serra da Cangalha
Vargeão
Riachão Ring
Vista Alegre
Colônia
Diâmetro
40 km
12 km
12 km
4,5 km
9,5 km
3,6 km
-Ainda não comprovadas [algumas delas]:
Estrutura
Praia Grande
25 km
São Miguel Tapuio
20 km
(estrutura) Circular de Colônia
3 km
Inajah
6 km
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Diâmetro
6
Algumas grandes crateras pelo mundo
Vredefort – África do Sul
Diâmetro: 300 km
Imagem: Júlio Reis
Sudbury- Canadá
Diâmetro: 250 km
Imagem de mapa: Natural
Resources Canada
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Chicxulub- México
Diâmetro: 170 km
Mapa: Missão STS99/NASA
.
A cratera Vredefort, na África, é patrimônio mundial da UNESCO. No Brasil, o
Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estuda transformar a cratera da
Serra da Cangalha, em Tocantins, em patrimônio nacional. A Serra da
Cangalha é a cratera meteorítica mais bem preservada do país:
Imagens: Iphan divulgação.
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Meteoritos brasileiros e histórias
particularmente estranhas
Alguns meteoritos brasileiros possuem histórias particularmente estranhas,
consequência de pura falta de informação, desconfiança e religiosidade.
O meteorito Uberaba caiu na manhã do dia 29 de junho de 1903 e
destelhou uma fazenda próxima ao local da queda, no município de
Uberaba- MG. Desconfiado, o fazendeiro ‘’deu fim’’ a propriedade, por
conta do estranho evento que não compreendia. A população, tão
desinformada quanto o fazendeiro, apressou em realizar romarias até o
local, a fim de recolher fragmentos da rocha extraterrestre, usadas para
fazer chás, que curariam os males do corpo. Além disso, o padre ordenou a
cobertura da cratera e a colocação de uma cruz no local.
O meteorito Paranaíba, de 100 quilos, caiu em 1956 em uma fazenda
próxima de Paranaíba, no Mato Grosso. Uma cruz também foi erguida no
local e procissões foram realizadas, em época de seca, as pessoas
alegavam que quando voltavam para casa a chuva já caía.
O meteorito Casimiro de Abreu não tem uma história muito estranha, mas
segundo testemunhas o meteorito foi encontrado bem antes da data
revelada e ficava debaixo da cama do proprietário da fazenda Andorinhas.
A princípio, acreditava-se que se tratava de minério.
O meteorito Palmas de Monte Alto não ficava debaixo de nenhuma cama,
mas segurava a porta de um colégio.
Uma história ‘’um pouco mais triste’’ é a do meteorito Santa Catharina.
Toneladas do meteorito foram exportadas como mina de níquel (este
meteorito é um dos mais ricos do mundo em níquel), restando apenas alguns
quilos do material.
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Programa Nacional de Identificação dos Meteoritos
O Programa Nacional de Identificação dos Meteoritos (PNIMeteor), criado
pelo Meteoritos Brasil, tem o intuito de divulgar a meteorítica no Brasil,
contribuindo para a identificação e catalogação de novos meteoritos
brasileiros, com a conscientização do público acerca da importância dos
meteoritos e sua identificação.
Por meio do programa, diversas campanhas são criadas, destinadas para o
mais amplo público: escolas, instituições e amadores na área da
meteorítica. Participe e ajude a divulgar!
O PNIMeteor está agora com muitas novidades na área de divulgação da
meteorítica no Brasil e com sua página renovada, confira:
http://meteoritosbrasil.weebly.com/pnimeteor.html
O site Meteoritos Brasil também está de cara nova! Os conteúdos foram
todos revisados e redefinidos e novos programas foram criados:
http://meteoritosbrasil.weebly.com/
A seguir alguns links úteis do nosso site:
-Database: Página com informações sobre os meteoritos brasileiroshttp://meteoritosbrasil.weebly.com/database.html
-Identificação: Página com todas informações para identificar um
meteorito- http://meteoritosbrasil.weebly.com/identificaccedilatildeo.html
-Multimídia: Mapas e gráficos sobre meteoritos brasileiroshttp://meteoritosbrasil.weebly.com/multimiacutedia.html
-Meteoritos: Página com informações gerais sobre meteoritoshttp://meteoritosbrasil.weebly.com/meteoritos.html
-Boletim: Baixe os boletins anteriores do Meteoritos Brasilhttp://explorandoouniverso.weebly.com/
-Caçando Extraterrestres: página oficial do livro ‘’Caçando Extraterrestres’’:
http://meteoritosbrasil.weebly.com/caccedilando-extraterrestres.html
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Gráficos
-Quedas e achados
O gráfico a seguir mostra a porcentagem dos meteoritos brasileiros
classificados como quedas (quando a queda do meteorito foi observada)
ou achado (quando o meteorito simplesmente foi encontrado no campo).
Fonte de dados: Dados do Meteoritical Bulletin registrados até março/2014.
-Principais tipos
O gráfico a seguir apresenta a porcentagem dos principais tipos
(rochoso,metálico e misto) da coleção nacional de meteoritos brasileiros.
Fonte de dados: Dados do Meteoritical Bulletin registrados até março/2014.
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-Massa dos meteoritos
O gráfico abaixo mostra a massa dos meteoritos brasileiros (%) de acordo
com os critérios de peso da legenda. O item ''massa desconhecida'' foi
atribuído para aqueles meteoritos brasileiros que não possuem a massa
especificada na página do Meteoritical Bulletin.
Fonte de dados: Dados do Meteoritical Bulletin registrados até março/2014.
-Meteoritos por estado
O gráfico abaixo representa o número de meteoritos encontrados em cada
estado brasileiro. Fica claro que dos 26 estados brasileiros, pouco mais da
metade deles encontrou e catalogou meteoritos. Apenas em 14 deles pelo
menos um meteorito foi encontrado e catalogado.
[OBS.: 2 dos 62 meteoritos brasileiros até o momento, não foram inclusos no
gráfico, já que não se sabe o estado de origem do Meteorito na página
onde foram obtidos os dados].
Fonte de dados: Dados do Meteoritical Bulletin registrados até março/2014.
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