PCA do DEP 1 e 2A do CGR
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PCA do DEP 1 e 2A do CGR
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos APRESENTAÇÃO MRS Estudos Ambientais Ltda. apresenta o documento intitulado: PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA PARA AS UNIDADES 1 E 2-A DO CENTRO DE GERENCIAMENTO DE REJEITOS Elaborado com base no Termo de Referência emitido em novembro de 2005 pelo Ibama e consolidado na sua redação final com as alterações estabelecidas na Ata de Reunião do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, em 06 de março de 2006. O mesmo disponibiliza informações necessárias para o atendimento ao Contrato de prestação de Serviço nº GCC A/CT 361/2007 entre a contratante Eletrobrás Termonuclear e a contratada MRS Estudos Ambientais Ltda. O presente documento está sendo entregue em dez vias impressas e dez vias digitais. Março de 2009. Alexandre Nunes da Rosa MRS Estudos Ambientais Ltda. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 2 HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................... 2 3 2.1 HISTÓRICO INICIAL DO LICENCIAMENTO NUCLEAR .................................................. 2 2.2 HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................ 3 2.3 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO INTERNACIONAL ............................................................... 4 2.4 PROCESSO DE COMPACTAÇÃO.................................................................................. 5 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................... 8 3.1 DESCRIÇÕES GERAIS .................................................................................................. 8 3.1.1 Objetivo ...................................................................................................................... 8 3.1.2 Descrição dos Prédios ................................................................................................ 9 3.1.2.1 Depósito 1 do CGR ............................................................................................. 9 3.1.2.2 Depósito 2-A do CGR........................................................................................ 12 3.1.3 Descrição do Projeto de Construção Civil.................................................................. 19 3.1.3.1 Depósito 1......................................................................................................... 19 3.1.3.2 Depósito 2-A ..................................................................................................... 21 3.1.4 Descrição das Modificações de Projeto ..................................................................... 27 3.1.5 Descrição da Infra-Estrutura e Manutenção Predial ................................................... 29 3.1.6 Descrição da Blindagem dos Edifícios....................................................................... 29 3.1.6.1 3.1.7 3.2 Metodologia básica de cálculo de espessura de blindagem ............................... 30 Descrição do Sistema de Drenagem Pluvial .............................................................. 30 CARACTERIZAÇÃO DOS REJEITOS........................................................................... 32 3.2.1 Conceituação e Classificação dos Rejeitos Estocados .............................................. 32 3.2.1.1 Radioatividade – Conceitos e Informações Suporte ........................................... 32 3.2.1.2 Tipos de Radiação ............................................................................................ 33 3.2.1.3 Outros Conceitos Importantes ........................................................................... 35 3.2.1.4 Definições – Rejeitos Radioativos...................................................................... 35 3.2.1.5 Estimativa de Geração de Rejeitos .................................................................... 36 3.2.2 Classificação dos Rejeitos Radioativos ..................................................................... 36 3.2.2.1 Rejeitos com Emissores BETA / GAMA ............................................................. 37 3.2.2.2 Rejeitos com Emissores ALFA........................................................................... 38 3.2.3 Descrição dos Tipos de Embalados Estocados ......................................................... 39 3.2.4 Características dos Embalados ................................................................................. 42 3.2.5 Caixas metálicas de 1m contendo rejeitos não compactáveis................................... 42 3.2.6 Capacidade de Armazenamento da Unidade 1 e 2-A do CGR................................... 43 3 i Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.7 Movimentação dos Embalados nos Depósitos 1 e 2-A .............................................. 43 3.2.8 Procedimentos de Transferência da Usina para os Depósitos ................................... 43 3.2.8.1 3.2.9 3.3 Etapas de Transferência dos Rejeitos................................................................ 45 Caracterização do Ativo Isotópico ............................................................................. 57 SISTEMA DE CONTROLE ............................................................................................ 58 3.3.1 Controle de Estocagem............................................................................................. 58 3.3.2 Programas de Inspeção ............................................................................................ 58 3.3.2.1 Dos embalados ................................................................................................. 58 3.3.2.2 Dos prédios e do sítio........................................................................................ 60 3.3.3 Gerenciamento da Disposição dos Embalados.......................................................... 61 3.3.4 Controle Ocupacional................................................................................................ 62 3.3.4.1 Definições ......................................................................................................... 62 3.3.4.2 Descrição .......................................................................................................... 62 3.3.5 Plano de Proteção Contra Incêndios ......................................................................... 62 3.3.5.1 Bases de Projeto ............................................................................................... 63 3.3.5.2 Análise de Riscos .............................................................................................. 64 3.3.5.3 Descrição do Sistema de Proteção contra Incêndios ......................................... 65 3.3.6 Projeto de Ventilação do Prédio ................................................................................ 66 3.3.6.1 3.3.7 Bases de Projeto ............................................................................................... 66 Descrição do Sistema funcional de ventilação dos depósitos..................................... 67 3.3.7.1 Proteção Radiológica ........................................................................................ 68 3.3.8 Monitoração da Taxa de Dose Local Interna ao Depósito 2-A.................................... 68 3.3.9 Monitoração da Taxa de Dose Local Externa na área do Depósito ............................ 68 3.3.10 Amostragem de Ar ................................................................................................ 69 3.3.10.1 Proteção Física ................................................................................................. 69 4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL............................................................................................... 70 4.1 MEIO FÍSICO................................................................................................................ 70 4.1.1 Área de Influência Direta ........................................................................................... 70 4.1.2 Introdução................................................................................................................. 70 4.1.3 Aspectos Geológicos ................................................................................................ 70 4.1.3.1 Geologia Regional............................................................................................. 71 4.1.3.2 Geologia da Área de Influência.......................................................................... 79 4.1.4 Aspectos Geomorfológicos........................................................................................ 80 4.1.4.1 Unidades de relevo ........................................................................................... 81 4.1.4.2 Dinâmica do relevo............................................................................................ 83 4.1.4.3 Geomorfologia da Área de Influência Direta....................................................... 85 4.1.5 Aspectos Geotectônicos e Sismológicos ................................................................... 86 4.1.5.1 4.1.6 Aspectos Geotécnicos....................................................................................... 86 Sismologia ................................................................................................................ 96 ii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.6.1 Caracterização Local......................................................................................... 96 4.1.6.2 Breve histórico/monitoramento/estudo sismológico............................................ 96 4.1.6.3 Análise Sísmica................................................................................................. 97 4.1.7 4.1.7.1 Introdução ......................................................................................................... 98 4.1.7.2 Os recursos hídricos da região .......................................................................... 98 4.1.7.3 Águas superficiais ............................................................................................. 98 4.1.7.4 Qualidade das águas....................................................................................... 101 4.1.7.5 Águas marítimas ............................................................................................. 102 4.1.7.6 Águas subterrâneas ........................................................................................ 108 4.1.8 4.2 Recursos Hídricos..................................................................................................... 98 Meteorologia e Climatologia .................................................................................... 110 4.1.8.1 Metodologia .................................................................................................... 110 4.1.8.2 Área de referência........................................................................................... 110 MEIO BIÓTICO ........................................................................................................... 113 4.2.1 Área de Influência do Empreendimento ................................................................... 113 4.2.2 Bioma Mata Atlântica .............................................................................................. 114 4.2.3 Ecossistema Terrestre ............................................................................................ 116 4.2.3.1 Flora ............................................................................................................... 116 4.2.3.2 Fauna.............................................................................................................. 126 4.2.4 4.3 Ecossistema Aquático ............................................................................................. 150 4.2.4.1 Dulcícola ......................................................................................................... 150 4.2.4.2 Marinho........................................................................................................... 159 MEIO SOCIOECONÔMICO ........................................................................................ 186 4.3.1 Área de Influência Direta ......................................................................................... 187 4.3.2 Nível de Conhecimento da População da AID Quanto aos Riscos e Procedimentos das Ações Emergenciais ........................................................................................................... 189 4.3.2.1 Ações de Esclarecimento Realizadas na AID quanto aos Riscos e Ações Emergenciais.................................................................................................................. 189 4.3.2.2 4.4 5 Avaliação da Efetividade das Ações Realizadas .............................................. 191 SÍNTESE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA............................................................ 205 MONITORAMENTO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL DOS DEPÓSITOS 1 E 2- A DO CGR................................................................................................................................. 217 5.1 OBJETIVO.................................................................................................................. 217 5.2 HISTÓRICO................................................................................................................ 217 5.3 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS ................................................................... 223 5.4 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL IMPLANTADO... 229 6 DESCOMISSIONAMENTO ................................................................................................ 230 7 PROJETOS FUTUROS ...................................................................................................... 231 iii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 7.1 PROJETOS DE AMPLIAÇÃO (CONTEXTO HISTÓRICO) ........................................... 231 7.2 PROJETO DE INSTALAÇÃO ASSOCIADA (CONTEXTO HISTÓRICO)....................... 231 7.3 SISTEMA DE TRATAMENTO LOCAL DE REJEITOS .................................................. 232 7.3.1 7.4 Fatores que podem extender a autonomia do CGR ................................................. 232 MOVIMENTAÇÃO E REMOÇÃO DE EMBALADOS..................................................... 232 8 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 234 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 235 10 GLOSSÁRIO...................................................................................................................... 244 11 APÊNDICES ...................................................................................................................... 260 11.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO............................................... 261 11.2 APÊNDICE II - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA ..................................... 263 11.3 APÊNDICE III - MAPA DE SOLOS (AID)...................................................................... 265 11.4 APÊNDICE IV - MAPA GEOLÓGICO (AID).................................................................. 267 11.5 APÊNDICE V - MAPA GEOMORFOLÓGICO (AID)...................................................... 269 11.6 APÊNDICE VI - MAPA SISMOLÓGICO (AID) .............................................................. 271 11.7 APÊNDICE VII - MAPA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (AID) ...................................... 273 11.8 APÊNDICE VIII - MAPA DE ÁREAS PROTEGIDAS (10 KM) ......................................... 275 iv Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Número de embalados de rejeitos sólidos radioativos armazenados entre o período de 1982 a 2007 ................................................................................................................................... 6 Figura 2 - Visualização do CGR ..................................................................................................... 9 Figura 3 – Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR...................... 10 Figura 4 - Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR ...................... 11 Figura 5 - Esquema da distribuição dos embalados da Unidade 2-A do CGR ............................... 12 Figura 6 - Mesa de Controle da Sala de Controle do Depósito 2-A, 2008...................................... 13 Figura 7 – Arranjo Geral dos Depósitos do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008................................ 14 Figura 8 - Fachada do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 ........................................ 15 Figura 9 - Aspectos Internos do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008.......................... 16 Figura 10 - Fachada do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008................................... 17 Figura 11 – Aspectos Internos do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008.................... 18 Figura 12 - Vista das empilhadeiras do Depósito 1 do CGR, 2008 ................................................ 19 Figura 13 - Corte do telhado do Depósito 1 do CGR..................................................................... 20 Figura 14 – Vista da Fachada do Depósito 1 e da lateral da parede do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998. ................................................................................. 20 Figura 15 - Vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998................ 21 Figura 16 - Corte transversal do Depósito 2-A do CGR................................................................. 25 Figura 17 - Vista do corte do telhado do Depósito 2-A do CGR..................................................... 26 Figura 18 - Equipamento componente do CFTV da área externa do CGR, 2008........................... 26 Figura 19 - Esquema do Sistema de Ventilação dos Depósitos 1 e 2-A do CGR........................... 28 Figura 20 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento construído no topo do paredão rochoso, 2004................................................................. 31 Figura 21 - Poder de Penetração das Emissões Alfa, Beta e Gama.............................................. 33 Figura 22 - Filtros (F), 2002 .......................................................................................................... 37 Figura 23 - Rejeito Não Compactado (RNC) esperando por processo de corte e descontaminação, 2002 ............................................................................................................................................ 37 Figura 24 - Tambores de 200L no Depósito 1............................................................................... 40 Figura 25 - Caixas metálicas armazenadas no Depósito 2-A ........................................................ 41 Figura 26 – Local no pátio da Usina de Angra 1 onde são embarcados os embalados dos rejeitos. Fonte: Eletronuclear, 2004. .......................................................................................................... 47 Figura 27 – Trecho inicial da rota de transferência no pátio interno de Angra 1, entre o local de embarque e a subestação elétrica, com aproximadamente 80 metros. ......................................... 47 Figura 28 – Caminhão de transporte dos rejeitos encapsulados, carregando 4 tambores e uma caixa metálica, percorrendo o segundo trecho da rota (Rua 3) com 110 metros de distância, aproximadamente, entre a subestação de energia e a portaria de Angra 1, ainda dentro do pátio da Usina. .................................................................................................... 48 v Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 29 – Caminhão aproximando-se dos portões da portaria de Angra 1. Observa-se que o caminhão possui placas (4 ao total) de sinalização de radiação e mantém os faróis acesos por motivos de sinalização e segurança. ............................................................................................ 48 Figura 30 – Caminhão atravessando o segundo portão de acesso ao lado da guarita principal de Angra 1. Observam-se as outras duas placas de sinalização de radiação que estão colocadas nos quatro lados do caminhão e no canto direito da foto a Pick-up de segurança que está aguardando o caminhão para acompanhá-lo por todo o percurso sinalizando para possíveis interferências no caminho. ...................................................................................................................................... 49 Figura 31 – Caminhão no final do segundo trecho (Rua 1), ao lado da subestação....................... 49 Figura 32 – Início ascendente do trecho de acesso ao CGR, com aproximadamente 950 metros, onde se observa novamente a Pick-up como batedora do caminhão. Nota-se na foto que ambos os veículos estão com os faróis acesos. ........................................................................................... 50 Figura 33 – Córrego existente na encosta situado no lado esquerdo (sentido Angra 1 – CGR) do trecho ascendente da rota de transferência. ................................................................................. 50 Figura 34 – Metade do caminho no trecho de acesso ao CGR, onde se observa ao fundo o silo da central de produção de concreto. ................................................................................................. 51 Figura 35 – Final do trecho de acesso ao CGR onde se observa a aproximação do caminhão que até este momento encontra-se escoltado pela Pick-up de segurança. .......................................... 51 Figura 36 – Caminhão entrando pelo portão de acesso ao Depósito 1 acompanhado por um técnico da Proteção Radiológica. ............................................................................................................. 52 Figura 37 – O deslocamento dos tambores para a carroceria do caminhão é realizado pelo motorista do caminhão que aciona e controla o braço mecânico e por um técnico responsável pela marcação do tambor e pelo ajuste da garra do braço mecânico no tambor................................... 52 Figura 38 – Armazenagem do embalado dentro do Depósito 1. Observa-se que esta estocagem é extremamente controlada dentro do Unidade, pois todo o chão encontra-se dividido em células. . 53 Figura 39 – Controle realizado por um técnico da Proteção Radiológica que acompanha o deslocamento dos rejeitos, monitorando e registrando o transporte dos mesmos. Observa-se que o técnico está com uma planilha na mão fazendo o registro dos embalados.................................... 53 Figura 40 – Sala de Operação da ponte rolante onde o técnico da Proteção Radiológica encontrase operando a mesma no deslocamento e acondicionamento da caixa metálica. ......................... 54 Figura 41 – Após o desembarque os tambores são estocados no Depósito 1 com auxílio de uma empilhadeira. Observa-se que todos os tambores estão sinalizados e etiquetados....................... 54 Figura 42 – Aproximação do caminhão na garagem de desembarque do Depósito 2-A, onde será desembarcada a caixa metálica através da ponte rolante. ............................................................ 55 Figura 43 – Técnico sinaliza a caixa metálica já etiquetada antes do deslocamento da mesma para o Depósito 2-A por meio da ponte rolante..................................................................................... 55 Figura 44 – Deslocamento da caixa metálica através da ponte rolante. A mesma passará pelo vão para o Depósito 2-A e será acondicionada no mesmo. ................................................................. 56 vi Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 45 – Após o acondicionamento da caixa metálica, o técnico solta os engates para o recolhimento da ponte rolante. ..................................................................................................... 56 Figura 46 - Ponte rolante do Depósito 2-A da Eletronuclear.......................................................... 59 Figura 47 - Monitor externo e Painel de Controle de Radiação ..................................................... 60 Figura 48 -– Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha ......................... 91 Figura 49– Muro de gabião instalado na porção superior da encosta, 2002 .................................. 91 Figura 50 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões, 2002 .............................................................................................................................. 92 Figura 51 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões, 2002 .............................................................................................................................. 92 Figura 52 – Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2, 2002 ................... 93 Figura 53 – Porção do paredão da pedreira que fica atrás dos Depósitos 1 e 2-A do CGR. Apresentam-se na porção superior direita da foto evidências de um antigo deslizamento de solo na encosta inclinada, onde atualmente a rocha encontra-se aflorante, 2002 ..................................... 94 Figura 54 – Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para verificação da profundidade e estabilidade dos solos, 2002.......................................................... 94 Figura 55 – Bacias Hidrográficas próximas a CNAAA ................................................................... 99 Figura 56 - Esquema dos locais de captações de água da CNAAA ............................................ 101 Figura 57 – Cobertura Vegetal e tipos vegetacionais encontrados em 2005 nos municípios de Angra dos Reis e Parati, estado do Rio de Janeiro ..................................................................... 115 Figura 58 – Núcleos populacionais inseridos na AID .................................................................. 188 Figura 59 – Folha interna do calendário de 2008, meses de janeiro e fevereiro .......................... 190 Figura 60 - Percentual de moradores por sentimento de segurança em residir próximo à CNAAA (2002) ........................................................................................................................................ 192 Figura 61 - Percentual de moradores que se sentem suficientemente informados ou não sobre o funcionamento da CNAAA (2002)............................................................................................... 193 Figura 62 – Respostas da população sobre a pergunta 1 ........................................................... 197 Figura 63 – Respostas da população sobre a pergunta 2 ........................................................... 197 Figura 64 – Respostas da população sobre a pergunta 3 ........................................................... 197 Figura 65 – Respostas da população sobre a pergunta 4 ........................................................... 197 Figura 66 – Respostas da população sobre a responsabilidade pelo Plano de Emergência ........ 198 Figura 67 – Respostas da população sobre a pergunta 1 ........................................................... 198 Figura 68 – Respostas da população sobre a pergunta 2 ........................................................... 198 Figura 69 – Respostas da população sobre a pergunta 3 ........................................................... 199 Figura 70 – Respostas da população sobre a pergunta 4 ........................................................... 199 Figura 71 - Tempo de trabalho na DIPR.O (percentual de funcionários por anos de trabalho)..... 203 Figura 72 – Localização dos primeiros pontos de monitoração radiológica ................................. 218 Figura 73 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R01 e R02 do CGR, em 1992 .... 219 vii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 74 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R03 e R04 do CGR, em 2004. ... 222 Figura 75 - Gráfico das médias dos valores medidos com o Dosímetro Termoluminescente nos 05 pontos de monitoração ambiental radiológica ............................................................................. 227 Figura 76 – Controle de acesso de pessoas, com monitoramento radiológico............................. 228 Figura 77 – Dosímetros individuais eletrônicos e filmes dosimétricos.......................................... 228 viii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Quantificação dos embalados do Lado de Baixa Atividade da Unidade 1 do CGR ....... 10 Tabela 2 - Quantificação dos embalados do Lado de Média Atividade da Unidade 1 do CGR....... 11 Tabela 3 – Quantificação dos embalados da Unidade 2-A do CGR .............................................. 13 Tabela 4 - Propriedades dos Tipos de Radiação .......................................................................... 33 Tabela 5- Volume de rejeitos produzidos por ano em uma planta típica de 1000 MWe ................. 36 Tabela 6– Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Beta/Gama .................................. 37 Tabela 7 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Beta/Gama ................................... 38 Tabela 8 - Classificação dos Rejeitos Gasosos com Emissores Beta/Gama ................................. 38 Tabela 9 - Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Alfa ............................................. 38 Tabela 10 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Alfa ............................................. 39 Tabela 11 – Quantidade armazenada de embalados dos Depósitos 1 e 2-A................................. 43 Tabela 12 – Sinalização dos Embalados de Rejeito...................................................................... 44 Tabela 13 – Caracterização isotópica dos Depósitos 1 e 2-A........................................................ 57 Tabela 14 – Locais de coleta e tipo de análise realizadas nas águas marítimas.......................... 107 Tabela 15 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem – Águas Marítimas .................................................................................................................................................. 108 Tabela 16 – Análises previstas para a potabilidade da água....................................................... 109 Tabela 17 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro no Período 2000-2005..................................................... 114 Tabela 18– Espécies representantes da Floresta Ombrófila Densa. ........................................... 117 Tabela 19 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação da CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava – Vegetação secundária ................................................................................................................................. 121 Tabela 20 - Listagem das Espécies de Anfíbios encontradas na área de influência do empreendimento ........................................................................................................................ 127 Tabela 21 - Listagem das Espécies de Répteis .......................................................................... 128 Tabela 22 – Espécies de aves de Mata Atlântica registradas em literatura, na área relativa ao Diagnóstico Ambiental................................................................................................................ 130 Tabela 23 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição setentrional registradas na Área do Diagnóstico Ambiental................................................................................................................ 133 Tabela 24 - Listagem das Espécies de Aves registradas por meio de levantamento secundário na Área do Diagnóstico Ambiental .................................................................................................. 135 Tabela 25 - Espécies de Aves aquáticas observadas nos manguezais do Bracuhy, Cansado e Ariró........................................................................................................................................... 146 Tabela 26 - Espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis............................................................................... 147 Tabela 27 - Táxons fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola.................................................... 151 ix Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Tabela 28- Espécies de peixes nativas dos rios que fluem para a baía da Ilha Grande ............... 156 Tabela 29 - Espécies de peixes estudadas e seus respectivos períodos de atividade e hábitos alimentares, segundo Vianna & Caramashi (1990) ..................................................................... 158 Tabela 30 - Lista de Espécies de Peixes Dulcícolas Amostradas................................................ 159 Tabela 31 – Fitoplâncton – Lista de espécies. ............................................................................ 160 Tabela 32 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton levantados ................................. 165 Tabela 33 - Táxons de fitobentos e zoobentos da AID do empreendimento ................................ 169 Tabela 34 - Zoobentos encontrados na AID do empreendimento................................................ 173 Tabela 35 - Ocorrências de espécies de peixes por sub-áreas da baía da Ilha Grande segundo Anjos (1993) .............................................................................................................................. 179 Tabela 36 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no saco Piraquara de Fora, amostradas nas coletas de arrasto de fundo realizadas pela Eletronuclear .......................................................... 183 Tabela 37 - Relação de local, data e número de pessoas presentes nas palestras informativas realizadas .................................................................................................................................. 195 Tabela 38 - Parâmetros e as questões-chave adotadas como indicadores de monitoração da pesquisa .................................................................................................................................... 196 Tabela 39 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas ................... 197 Tabela 40 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas ................... 198 Tabela 41 - Positividade nas respostas quanto ao estado de entendimento das informações avaliadas ................................................................................................................................... 199 Tabela 42 - Cursos realizados pelos funcionários da DIPR.O (%)............................................... 204 Tabela 43 - Taxas de aprovação dos funcionários da DITR.O em cursos realizados nos anos de205 Tabela 44 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R1 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 223 Tabela 45 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R2 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 224 Tabela 46 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R3 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 225 Tabela 47 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R4 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 225 Tabela 48 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R5 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 226 Tabela 49- Quantitativo dos tambores betuminizados................................................................. 232 Tabela 50- Quantitativo de tambores compactáveis em Angra 2 menor. ..................................... 232 x Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AID Área de Influência Direta ALARA As Low As Reasonable Activable AOI Autorização para a Operação Inicial APO Autorização Provisória para a Operação CFTV Circuito Fechado de TV CGR Centro de Gerenciamento de Rejeitos CNAAA Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear CNPE Conselho Nacional de Política Energética CTF Cadastro Técnico Federal DTS Diversified Technologies Services ESAR Estação Sismográfica de Angra dos Reis FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FSAR GAN Final Safety Analysis Report (Relatório Final de Análise de Segurança RFAS) Alto Nível de Radiação de Gases GBN Baixo Nível de Radiação de Gases GMN Médio Nível de Radiação de Gases HEPA High Efficiency Particulate Air IAEA Agência Internacional de Energia Atômica IAG Instituto de Astronomia e Geofísica IRB Instituto de Resseguros do Brasil LAN Alto Nível de Radiação de Líquidos LBA Lado de Baixa Atividade LBN Baixo Nível de Radiação de Líquidos LI Licença de Instalação LMA Laboratório de Monitoração Ambiental LMA Lado de Média Atividade LMN Médio Nível de Radiação de Líquidos xi Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos LO Licença de Operação LP Licença Prévia NT Norma Técnica PCA Plano de Controle Ambiental SAN Alto Nível de Radiação de Sólidos SBN Baixo Nível de Radiação de Sólidos SMN Médio Nível de Radiação de Sólidos SPPR Sistema de Posicionamento da Ponte Rolante USP Universidade de São Paulo VBA Embalados de Concreto Armado para Transporte e Armazenamento de Rejeitos xii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR Razão Social: ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A. - Eletronuclear Registro Legal (CNPJ): 42.540.211/0001-67 Cadastro Técnico (CTF) 54222 Endereço Completo: Sede: Rua da Candelária, nº 65, Centro CEP: 20.091-906 – Rio de Janeiro – RJ CNAAA: Rodovia Rio-Santos (BR-101) km 522 – Itaorna, CEP 23.900-000 Angra dos Reis - RJ Telefone / FAX: (24) 3362-9000 (21) 2588-7000 / 2588-7200 Othon Luiz Pinheiro da Silva – Diretor Presidente CPF: 135.734.037-00 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7018 / 2588-7212 E-mail: [email protected] Pérsio José Gomes Jordani – Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente CPF: 109.681.057-34 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7019 / 2588-7213 E-mail: [email protected] Representantes Legais: Pedro José Diniz de Figueiredo – Diretor de Operação e Comercialização CPF: 020.040.627-20 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7045 / 7214 E-mail: [email protected] Luiz Soares – Diretor Técnico CPF: 546.971.157-91 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7050 / 7214 E-mail: [email protected] Paulo Sérgio Petis Fernandes – Diretor de Administração e Finanças CPF: 100.379.007-06 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7040 / 7211 E-mail: [email protected] Contato: Eduardo Grand Court – Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente CPF: 381.311.887-87 Endereço: Rua da Candelária, 65, 9º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7503 / 2588-7253 E-mail: [email protected] xiii Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA Razão Social: MRS Estudos Ambientais Ltda. Registro Legal: CNPJ: 94.526.480/0001-72 Cadastro Técnico (CTF) 196.3572 CREA: 82.171 Matriz: Avenida Praia de Belas nº 2.174 Ed. Centro Profissional Praia de Belas, sala 403 Bairro Menino Deus Porto Alegre, RS Endereço Completo: Filial Distrito Federal: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – – Ed. Multiempresarial – Brasília, DF – CEP: 70.340-000 Matriz: (51) 3029-0068 Telefone / FAX: Filial Distrito Federal: (61) 3201-1800 Matriz: [email protected] E-mail: Filial Distrito Federal: [email protected] Sócios: Contato: Luciano César Marca - Geólogo Alexandre Nunes da Rosa – Geólogo Alexandre Nunes da Rosa – Sócio-Diretor CPF: 339.761.041-91 Endereço: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – Ed. Multiempresarial – Brasília, DF – CEP: 70.340-000 Telefone / FAX: (61) 3201-1800 E-mail: [email protected] xiv Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos EQUIPE TÉCNICA Nome Função Registro Profissional CTF/IBAMA Assinatura Coordenador Geral Alexandre Nunes da Rosa Geólogo 66.876/D CREA-RS 225.743 Coordenação Técnica Yone Melo de Figueiredo Fonseca Bióloga 4 08785/90-D CRBio 1.509.550 Equipe Meio Físico Adriano Coutinho de Lima Eng Civil 15.972/D CREA-DF 3.168.196 Catarina Mao Arquiteta 007320-D CREA/RS 294.809 Eunice Porto Câmara Engª Civil 7842/D CREA-AC 309.838 Heider Damas Vieira Eng Ambiental 14.132/D CREA-DF 2.449.176 Juliane Chaves da Silva Eng Ambiental 15.376/D CREA-DF 1783367 Luciano Cezar Marca Geólogo 21158/D CREA-PR 306.766 Michele Mitie Arake Fragoso Eng Civil 78673/D CREA-PR 3236045 Zelaine do Souza Caixeta Química 121005/37 CRQ-12 2.468.328 o o a a Equipe Meio Biótico Helena Maia de A. Figueiredo Engª Florestal 15.189/D CREA-DF 2.235.332 Janderson Brito Pereira Biólogo 4 37854/04-D CRBio 469.096 xv Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome Função a Registro Profissional CTF/IBAMA Lízia do Lago Murbach Eng Agrônoma 3729/D CREA-RO 2.223.461 Luciana Arutim Adamo Bióloga 57278/04-D CRBio 1.725.328 Samanta Balsini Peixoto Bióloga 25.680-3/D CRBio-3ª 681.570 Yone Melo de Figueiredo Fonseca Bióloga 4 08785/90-D CRBio 1.509.550 Assinatura Equipe Meio Socioeconômico Carla Valesca de Moraes Socióloga - 97.418 Luciana Arutim Adamo Bióloga 57278/04-D CRBio 1.725.328 Luciana Gonçalves Leite Cintra Eng Ambiental 12931/D CREA-DF 705.763 Luis Fernando Medeiros Geógrafo 8273/D CREA-MT 2.318.542 a Geoprocessamento e SIG a Juliane Chaves da Silva Eng Ambiental Wellington Mesquita de Carvalho Eng Ambiental o 15.376/D CREA-DF 1.783.367 15.310/D CREA-DF 2.207.194 Equipe de Apoio Daniela Cappellesso Mangoni Estagiária - 2.665.210 Lilian Moreira Oliveira Estagiária - 2.864.761 xvi Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 1 INTRODUÇÃO A Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear é uma sociedade de economia mista, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás. Criada para explorar atividades nucleares para a geração de energia elétrica em nome da União, a empresa é proprietária da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, onde se encontram instaladas, e em operação, duas usinas nucleares: a Unidade 1 (Angra 1) e a Unidade 2 (Angra 2). A Unidade 1 da CNAAA, em operação desde o início da década de 80, é responsável pela contribuição para o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, bem como do país, por meio de geração de energia elétrica. Dentre as questões mais importantes na operação de uma usina nuclear está a qualidade do gerenciamento de seus resíduos e rejeitos, além dos efluentes e emissões produzidos, permitindo, assim, o controle e avaliação dos possíveis impactos ambientais gerados. Os rejeitos sólidos produzidos pela Unidade 1 da CNAAA (Angra 1) são classificados em relação à atividade como Baixo e Médio Níveis, conforme os valores de taxa de dose medidos na superfície dos embalados. Para o armazenamento de rejeitos de Angra 1 é utilizado o Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR, que atualmente conta com três unidades operacionais: Depósito 1, Depósito 2, que compreende dois compartimentos denominados “A” e “B”, e Depósito 3. Este trabalho tem por objetivo consolidar os estudos ambientais desenvolvidos para fundamentar a solicitação de licenciamento ambiental das Unidades 1 e 2-A do Depósito Inicial de Rejeitos de Baixa e média atividades, localizadas no município de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. O estudo teve como base o Termo de Referência emitido pelo IBAMA, e consolidado em Ata de Reunião do Ministério Público Federal, promovendo a caracterização do empreendimento, diagnóstico ambiental das áreas potencialmente impactáveis pela sua operação e abordando os eventuais impactos ambientais gerados. São ainda tratados neste estudo, o monitoramento ambiental radiológico operacional, o descomissionamento e projetos futuros. O desenvolvimento dos trabalhos ocorreu a partir da formação de equipe interdisciplinar, tendo sido aplicadas metodologias específicas para a elaboração de cada item enfocado nos estudos. Em um primeiro momento, foi efetuada busca por dados bibliográficos com vistas a fornecer um conhecimento preliminar da situação regional. Posteriormente, foram coletados dados de campo para embasar o entendimento da operação dos depósitos e as respostas aos itens exigidos no Termo de Referência. 1 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 2 2.1 HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO HISTÓRICO INICIAL DO LICENCIAMENTO NUCLEAR No final da década de 70, com a proximidade da entrada em operação de Angra 1, a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN – não possuía um Depósito definitivo para estocagem de rejeitos radioativos, dessa forma, iniciaram-se os entendimentos entre a CNEN e FURNAS Centrais Elétricas S.A., na ocasião responsável pela usina, para a definição da área de estocagem dos rejeitos radioativos de baixa e média atividades gerados pela operação da usina. FURNAS encaminhou à CNEN proposta para armazenar os rejeitos em edificações a serem construídas dentro da sua área de propriedade, na praça proveniente das escavações da antiga pedreira, então desativada. Em 1980, a CNEN concedeu autorização para a instalação do Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos de Baixa e Média Atividades na área proposta, estabelecendo que os critérios de projeto, os Planos de Proteção Física, de Proteção Radiológica e de Monitoração deveriam ser apresentados para apreciação da CNEN. A Unidade 1 deste Depósito foi construída em 1980/1981, com a capacidade prevista para armazenar 2.432 tambores de 200 L, sendo 1.488 de baixa atividade e 944 de média atividade, além de uma área para permitir o manuseio de tambores. Em 1981, após a conclusão de Angra 1, a CNEN concedeu a Autorização Provisória para a Operação – APO de Angra 1, pela Resolução CNEN – 10/81, emitida em 15 de setembro de 1981, onde esta questão foi tratada especificamente no item 8 – Acondicionamento e Armazenagem de Rejeitos Radioativos: 8.1 As edificações para armazenamento de rejeitos radioativos sólidos e solidificados, gerados pela CNAAA 1 são considerados como parte integrante da instalação, devendo, portanto, serem aplicados os requisitos dos Planos de Proteção Física, de Emergência e de Proteção Radiológica. Em 1987, a CNEN emitiu a Autorização para a Operação Inicial – AOI de Angra 1, aprovando sua Avaliação de Segurança no Relatório Final de Comissionamento, fazendo referência expressa à condicionante 8 da APO para mantê-la, bem como determinando que FURNAS implementasse um novo Sistema de Solidificação de Rejeitos. Tendo em vista a instalação do novo Sistema de Solidificação de Rejeitos Radioativos, FURNAS iniciou em 1991 a construção da Unidade 2-A do CGR. O projeto foi concebido de forma modular, dividido em duas partes. A primeira foi concluída em 1992, com a capacidade prevista para armazenar 621 Liners para atender a implantação do novo 2 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos sistema de solidificação de rejeitos radioativos de Angra 1. A construção do Módulo B ficou para ser definida em função das necessidades futuras, sendo dependente, ainda, de uma possível construção do Depósito Definitivo pela CNEN. Em 1994, por meio da Portaria nº 344, de 7 de dezembro, foi outorgada à FURNAS a Autorização para a Operação Permanente – AOP de Angra 1, e o Depósito Inicial faz parte das condicionantes desta autorização: 14.10 Implementação do Programa de Testes de Embalagem destinadas ao transporte de rejeitos radioativos hoje produzidos e armazenados no depósito provisório da CNAAA – 1, conforme estabelecido pela CNEN, quando da construção do repositório. Os destinos dos rejeitos radioativos produzidos pela instalação serão estabelecidos futuramente pela CNEN. 2.2 HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL No entanto, em 1989 a Lei no 7804 de 18/07/89, transferiu da CNEN para o IBAMA o Licenciamento Ambiental de Instalações Nucleares. Em 1998, foi transferida a propriedade de Angra 1-CNAAA de Furnas Centrais Elétricas para a Eletronuclear. Em 1999, tendo conhecimento da necessidade de adequar o licenciamento de Angra 1 a legislação vigente, a Eletronuclear solicitou ao IBAMA através da carta P250/99, de 19/11/99, a elaboração de um TR - Termo de Referência que definisse o escopo dos trabalhos necessários a regulamentação desta Usina ao Licenciamento Ambiental e o instrumento de licenciamento a ser aplicado. Em 2001, foi assinado o TCAC relativo ao licenciamento ambiental de Angra 2, em que no item Disposições Gerais, Cláusula Décima Sexta, exigiu a regularização das Unidades 1 e 2 do DIRR (Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos), atual CGR – Centro de Gerenciamento de Rejeitos, que deveria ser realizada no âmbito do Compromisso de Ajustamento de Conduta que será firmado quando da regularização do licenciamento ambiental de Angra 1. Em 2005, foi emitido o TR para o PCA de Angra 1 e para os Depósitos 1 e 2-A, e consolidado em Ata de Reunião do Ministério Público Federal em 2006, documento base para o Plano de Controle Ambiental aqui apresentado para regularização desses empreendimentos junto ao IBAMA. É bom lembrar ainda, que mesmo que o licenciamento anterior dessas unidades fosse apenas no âmbito nuclear, para o licenciamento de Angra 1 onde se incorporam as unidades 1 e 2-A do CGR, houve antes das licenças obtidas junto a CNEN uma série de levantamentos e estudos no sítio e na região onde foi implantada Angra 1, nos meios físico, biótico e socioeconômico contidos no FSAR de Angra 1 (Relatório Final de Análise 3 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos de Segurança) que foram usados como background de informações para o monitoramento posterior da área onde foi implantada a Usina de Angra 1 e os seus depósitos. 2.3 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO INTERNACIONAL Para esses tipos de rejeitos, praticamente todos os países possuem repositórios com tecnologias de armazenamentos semelhantes aos do CGR da CNAAA e os mesmos obedecem aos mais rígidos critérios internacionais de armazenamento, sendo inspecionados periodicamente, pela CNEN e ANEEL, nacionalmente, além de Agência Internacional de Energia Atômica - IAEA, internacionalmente. Ressalta-se que na França, Inglaterra, entre outros países da Europa, os rejeitos radioativos eram depositados nos oceanos, o primeiro repositório do mundo. Em 1986, um acordo internacional determinou que esse tipo de descarte apenas poderia ser realizado quando fosse comprovado que os elementos radioativos pudessem ser diluídos, sem prejuízo para a fauna e a flora marítimas. Desta forma, a alternativa foi armazenar os rejeitos de baixa e média atividades em tambores e acondicioná-los temporariamente em montanhas e valas. Atualmente, a França aprisiona 20 mil metros cúbicos de lixo radioativo em armazéns de concreto da Instalação Nuclear de La Hague, no noroeste do país, aguardando destino definitivo. Com planos de enterrar o material de alto nível de radioatividade, os pesquisadores franceses investigam quatro tipos de sepulturas: solos de xisto, de sal, de granito e de argila. Em 2006, a França aprovou uma lei segundo a qual o depósito subterrâneo dos resíduos a grande profundidade é sua solução preferida e definiu um cronograma para cumprir seu objetivo. Em 2015, a França terá concedido alvará para um sítio subterrâneo de armazenamento permanente, e até 2025 ele já deverá estar em condição operacional. A lei também estipula que deverá ser possível remover os contêineres de lixo a qualquer momento durante até 100 anos, data limite que deverá ser dilatada, à medida que o processo for progredindo. Enquanto isso, a França construirá novas unidades de armazenagem temporária e um protótipo de reator que acelerará a decomposição de elementos radioativos do lixo nuclear. Outra possibilidade que se apresenta para reduzir o efeito prolongado de armazenamento de resíduos é a utilização da transmutação atômica e a separação de elementos, denominado reatores subcríticos acionados por aceleradores. 4 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos O Plano Diretor 2006-2010 do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, destinado ao desenvolvimento da pesquisa da física no Brasil, estabeleceu como objetivo específico a contribuição para o programa de sistemas avançados de energia nuclear desenvolvido pela CNEN nas áreas de reatores subcríticos acionados por aceleradores e fusão nuclear controlada. Este sistema se apresenta, talvez, como a mais promissora alternativa para transmutação de resíduos radioativos de alta atividade, principalmente elementos transurânicos, com ganho de energia. 2.4 PROCESSO DE COMPACTAÇÃO Os sólidos considerados compressíveis são rejeitos radioativos de baixa e média atividades, como luvas, roupas, utensílios e equipamentos de segurança, que são compactados em embalagens comuns (tambores de 200 L). As resinas de troca iônica exauridas e o concentrado do evaporador são encapsulados em Liners e imobilizados em matriz sólida de cimento. Os filtros e os rejeitos não compactáveis são também imobilizados com cimento, onde o primeiro é adicionado em tambores de 200 L e o segundo em caixas metálicas de 1 m3. O processo de compactação de rejeitos radioativos de baixa e média atividades consiste na aplicação de uma força de compressão em cada recipiente, comprimindo os rejeitos dentro da embalagem. Na medida em que os rejeitos são comprimidos, outros rejeitos são depositados dentro da mesma embalagem e aplicada nova força para sua compactação. Ao completar o enchimento da embalagem, o embalado segue para a deposição temporária nos depósitos iniciais de rejeitos. Esse processo de compactação iniciou-se em 1983, objetivando o atendimento aos critérios gerais de aceitação estabelecidos pela CNEN. Foram e são aplicados à embalagem e ao embalado uma pressão igual ou superior a 500 kPa para compactar os rejeito sólido compressível, visando a redução do volume dos rejeitos armazenados. Em Angra 1, até 1998 a embalagem e a solidificação dos rejeitos foi feita em tambores de 200 L de capacidade e, a partir daí, Liners com capacidade de armazenar 1 m3 para o caso de concentrados e de 0,5 m3 para as resinas passaram a ser utilizados. Por meio de um processo de segregação, 1.701 recipientes foram manipulados e reduzidos para 425, o que resultou na eliminação de 1.276 recipientes, uma redução de 75%. Adicionalmente, em 2006, foram supercompactados 2027 recipientes de rejeito compactado. Esse trabalho reduziu bastante o volume de estocagem no Depósito 1, disponibilizando espaço equivalente a cinco anos de operação de Angra 1. 5 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Na Figura 1 são apresentados o quantitativo de embalados compressíveis e o quantitativo total de rejeitos sólidos gerados entre 1982 a 2007. Figura 1 - Número de embalados de rejeitos sólidos radioativos armazenados entre o período de 1982 a 2007 Fonte: Eletronuclear, 2008. No Depósito 1 são armazenados os embalados de rejeitos sólidos de baixa e média atividades de Angra 1 em recipientes de 200 L. No Depósito 2-A, por sua vez, são armazenados os embalados contendo os seguintes tipos de rejeitos: resina do circuito primário, concentrado do evaporador em Liners e rejeitos não compactável em recipientes metálicos (caixas), provenientes de Angra 1. 2.4.1 SUPERCOMPACTAÇÃO No início do ano de 2005, a Eletronuclear encaminhou o relatório GMO.O-001/2005, que tratava da proposta de supercompactação de tambores de rejeitos compressíveis armazenados nos Depósitos Iniciais da CNAAA (Depósito Inicial de Rejeitos Radioativos 1 e Depósito Inicial KPE do Edifício Auxiliar do reator em Angra 2). O objetivo principal deste documento foi demonstrar a situação dos depósitos iniciais naquela ocasião e suas respectivas estimativas de ocupação, principalmente a do Depósito 1, que exigia uma ação a curto prazo, devido a sua condição de ocupação. Desta forma, a Eletronuclear encaminhou à CNEN a solicitação de autorização para execução da supercompactação, cujo trabalho seria executado por meio de contratação de uma empresa estrangeira, que posteriormente veio ser a DTS – Diversified Technologies Services, empresa americana. 6 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Após o envio do relatório GMO.O-001/2005, a Eletronuclear também encaminhou à CNEN, os procedimentos referentes a cada etapa da atividade de supercompactação, bem como os respectivos planejamentos ALARA (As Low As Reasonable Activable). O trabalho foi divido em três etapas, sendo que as duas primeiras foram fases preparativas para o trabalho de supercompactação. As etapas foram: Primeira Etapa: Movimentação de tambores do Depósito 1 (Lado de Baixa Atividade) para o Depósito 2-A com o objetivo de separar os tambores de rejeitos compactados para atender a demanda da atividade de supercompactação. Esta etapa também incluem o retorno dos referidos embalados ao Depósito 1 do Lado de Baixa Atividade após a execução da supercompactação, conforme exigência da CNEN (Parecer Técnico DIREJ no 02/05). Segunda Etapa: Transferência dos rejeitos compactados dos tambores de Angra 2 para os tambores utilizados em Angra 1. Terceira Etapa: Execução da Supercompactação, conforme o procedimento PR-OT/001.2006 (Supercompactação de tambores de rejeitos compressíveis armazenados nos depósitos iniciais de rejeitos da CNAAA) e planejamento ALARA No 03/2005 (Revisão 01). Foram supercompactados 2027 tambores, com geração de 128 caixas metálicas B-25. Parte da primeira etapa foi executada no início do ano de 2005. O retorno dos embalados para o Depósito 1 foi concluído em julho de 2006. A segunda etapa foi realizada em janeiro de 2006. A terceira etapa foi realizada durante os meses de março, abril e maio de 2006. Todas as etapas foram analisadas e autorizadas por uma série de pareces técnicos da CNEN. 7 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO DESCRIÇÕES GERAIS 3.1.1 OBJETIVO Os Depósitos 1 e 2-A do CGR têm por objetivo armazenar os embalados de rejeitos radioativos, de baixa e média atividades, gerados pelas Unidades 1 e 2 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, até a construção do Depósito Definitivo, quando, então, todos os rejeitos deverão ser transferidos para este. Na Figura 2, apresenta-se a vista superior do CGR, onde estão localizados os Depósitos 1 e 2-A. No item 11.1 é apresentado o Apêndice I - Mapa de Situação e Localização dos Depósitos 1 e 2-A do CGR. As atividades desenvolvidas nos depósitos são: recebimento dos embalados, empilhamento dos mesmos nos respectivos locais, manutenção das qualidades internas dos depósitos obedecendo as normas da CNEN. Os embalados estocados e armazenados nos depósitos são compactados ou imobilizados em matriz de cimento, bem como embalados do tipo Liners, gerados pelo Sistema de Solidificação de Rejeitos da Unidade 1 da CNAAA. Apenas as resinas, os concentrados, os filtros e os não compactáveis são imobilizados em matriz de cimento. Somente as resinas e os concentrados são colocados em Liners. Os filtros são colocados em tambores com cimento. E os compactáveis não são imobilizados com cimento, são apenas prensados. 8 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 2 - Visualização do CGR Fonte: Eletronucler, 2008. 3.1.2 DESCRIÇÃO DOS PRÉDIOS Os edifícios dos Depósitos 1 e 2-A do CGR são descritos a seguir e na Figura 7 apresenta-se o arranjo geral dos mesmos. 3.1.2.1 Depósito 1 do CGR O Depósito 1 constitui-se de um galpão com dimensões de 15,00 m de largura, 70,00 m de comprimento e 5,80 de altura, além de uma plataforma de 2,50 m de largura ao longo da maior dimensão do galpão, conforme pode ser visualizado na Figura 9. O Depósito 1 possui 6 portas, sendo 3 externas e 3 internas. As portas externas são do tipo correr, de chapa de aço de 1 folha, providas de alça para acionamento, com dimensões 4,00 m x 4,00 m. As portas internas são do tipo enrolar, acionadas manualmente, com 4,00 m x 3,00 m. As portas destinadas a passagem são dotadas de portinhola de 0,60 m x 1,80 m, para passagem do pessoal para a realização de inspeção. O Depósito 1, além da plataforma, possui 4 câmaras: 9 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Câmara de Entrada; Câmara Lado de Baixa Atividade, com capacidade de 4.784 tambores e área de 525 m2; Câmara Lado de Média Atividade, com capacidade de 2.880 tambores e área de 375 m2; Câmara para Tambores com Vazamento, com capacidade de 135 tambores e área de 67 m2. No Lado de Baixa Atividade a identificação dos locais onde são armazenados os embalados fica no piso e tem por objetivo informar quais são as células que estão ocupadas, possuindo uma capacidade de armazenamento de 4.784 embalados. A quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está descrita na Tabela 1. Tabela 1 - Quantificação dos embalados do Lado de Baixa Atividade da Unidade 1 do CGR Tipos de embalados Quantidade estocada no LBA Caixas metálicas 128 Tambores 2.772 Total de embalados 2.802 Fonte: Eletronuclear, 2008. Atualmente, o Lado de Baixa Atividade está com 82% de ocupação, possuindo 52 células livres e um crédito de estocagem de 872 tambores. A distribuição dos embalados no seu interior está ilustrada na Figura 3. Figura 3 – Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008. 10 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Por sua vez, a área do Lado de Media Atividade possui capacidade de armazenamento de 2.880 embalados e a quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está descrita na Tabela 2. Tabela 2 - Quantificação dos embalados do Lado de Média Atividade da Unidade 1 do CGR Tipos de embalados Quantidade estocada no LBA Caixas metálicas 83 Tambores 2.406 Total de embalados 2.489 Fonte: Eletronuclear, 2008. O Lado de Média Atividade está, tecnicamente, com 100% de ocupação. Devido às interferências nas células F1, G1, H1, I1 e I2, espaços disponíveis não puderam ser ocupados, o que seria, teoricamente, a diferença entre a capacidade total deste depósito e os estocados. A distribuição dos embalados no seu interior está ilustrada na Figura 4. Figura 4 - Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR Fonte: Eletronuclear, 2008. 11 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.2.2 Depósito 2-A do CGR No Depósito 2-A, a identificação dos locais onde estão armazenados os embalados também possuiu o objetivo de coordenar o estoque de embalados pelo nível de radiação emitida, ficando os embalados de maior nível de radiação estocados no centro do depósito e os de menor atividade na parte periférica do depósito. À medida que são armazenados os embalados, a célula ocupada sofre uma mudança de cor no diagrama de ocupação dos depósitos (Figura 5), coordenado pela mesa de controle da Sala de Controle (Figura 6). Figura 5 - Esquema da distribuição dos embalados da Unidade 2-A do CGR Fonte: Eletronuclear, 2008. 12 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 6 - Mesa de Controle da Sala de Controle do Depósito 2-A, 2008 Fonte: Eletronuclear, 2008. O Depósito 2-A possui capacidade de armazenamento para 621 embalados. A quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está descrita na Tabela 3. Tabela 3 – Quantificação dos embalados da Unidade 2-A do CGR Tipos de embalados Quantidade estocada Caixas metálicas 192* Liners 543* VBA 19* Total dos embalados 754* * os VBAs e 57 caixas metálicas estão localizados em áreas consideradas mortas, não interferindo na capacidade de estocagem do Depósito. Dos 541 Liners estocados, 67 estão na canaleta, não interferindo na capacidade de estocagem dos depósitos. Fonte: Eletronuclear, 2009. O percentual de ocupação do Depósito 2-A é de 98,07%, restando 05 células livres, com 15 créditos de estocagem, tendo em vista que cada célula aloca até 03 Liners empilhados. A seguir estão apresentados: o Arranjo Geral dos Depósitos (Figura 7), a Planta Baixa do Depósito 1 do CGR (Figura 8), os Aspectos Internos do Depósito 1 (Figura 9), a Planta Baixa do Depósito 2-A do CGR (Figura 10) e os Aspectos Internos do Depósito 2-A (Figura 11). 13 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 7 – Arranjo Geral dos Depósitos do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 (Inserir mapa A-3) 14 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 8 - Fachada do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 Planta Baixa do Depósito 1 do CGR (Inserir mapa A-3) 15 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 9 - Aspectos Internos do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 (Inserir mapa A-3) 16 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 10 - Fachada do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 Planta Baixa do Depósito 2-A do CGR. (Inserir mapa A-3) 17 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 11 – Aspectos Internos do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 (Inserir mapa A-3) 18 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 3.1.3.1 Depósito 1 O Depósito 1 está posicionado dentro do CGR de maneira que a plataforma do galpão possa ser carregada ou descarregada dos caminhões, ou para os caminhões, diretamente da via de acesso. O Depósito 1, além da plataforma, possui 4 câmaras, conforme descrito no item 3.1.2.1. O arranjo dos recipientes é realizado com auxílio de uma empilhadeira que circula através das câmaras. A capacidade de transporte de cada empilhadeira é de até 5 toneladas. Na Figura 12 apresentam-se as duas empilhadeiras do Depósito 1 do CGR. Figura 12 - Vista das empilhadeiras do Depósito 1 do CGR, 2008 Fonte: Eletronuclear, 2008. A câmara para recipientes com vazamento é dotada de uma ponte rolante com 1 tonelada de capacidade e 9 metros de vão, equipada com uma tenaz acoplada ao gancho para manuseio dos tambores. A ponte rolante é acionada eletricamente através de uma botoeira interligada a um painel situado externamente à câmara onde ela atua. Os recipientes com possíveis vazamentos são depositados pela empilhadeira na câmara destinada para eles e posicionados pela ponte rolante. Todas as câmaras possuem dispositivos que impedem o aprisionamento eventual de pessoas dentro do interior do depósito. 19 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Todo o piso do Depósito 1 apresenta um declive de 0,2 % para facilitar a drenagem de líquidos para a canaleta de drenagem para o poço sob a Câmara para Recipientes com Vazamentos, com capacidade de 5 m3. A laje de cobertura é pré-moldada e o telhado possui inclinação de 9%, coberto com telhas coletes 90, com 8 mm de espessura, conforme corte apresentado na Figura 13. Figura 13 - Corte do telhado do Depósito 1 do CGR Fonte: Eletronuclear, desenho 210516, 1988. O nível de iluminação do Depósito 1 é de 150 lux. Na Figura 14 apresenta-se a fachada do Depósito 1 do CGR. Figura 14 – Vista da Fachada do Depósito 1 e da lateral da parede do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998. Fonte: Eletronuclear, 1998. 20 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.3.2 Depósito 2-A O Depósito 2-A foi construído em frente ao Depósito 1, com dimensões de 70,00 m de comprimento, 17,50 m de largura e altura de aproximadamente 11,00 m. Na Figura 15, apresenta-se a vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B. Figura 15 - Vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998. Fonte: Eletronuclear, 1998. O Depósito 2-A é dividido nas seguintes áreas: Área de Descarregamento; Áreas de Estocagem; Área de Manutenção da Ponte Rolante e Sala de Operação. 3.1.3.2.1 Área de Descarregamento É a área central do Depósito 2-A, de dimensões 5,20 m por 10,90 m, destinada ao recebimento do caminhão de transporte dos embalados para descarregamento. Desta área os recipientes são transferidos para as áreas de estocagem com auxílio da ponte rolante. 21 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Esta área é separada das áreas de estocagem por parede de concreto de 0,60 m de espessura, com drenagem de piso para possibilitar operações de descontaminação, caso necessário. Equipada com portão metálico, acionado eletronicamente, também possui portas de 0,80 m por 2,10 m, metálicas, com fechaduras especiais, permitindo acesso as duas áreas de estocagem dos recipientes para entradas eventuais e para o piso inferior da Sala de Operação, para permitir acesso ao chuveiro de descontaminação. O piso é resistente ao movimento do caminhão de transporte e apropriado a descontaminação. As paredes laterais e de fundo da Área de Descontaminação, bem como parte das paredes externas junto ao portão de acesso a esta possuem pintura tipo “Zebra” nas cores amarela e preta numa faixa de 1,20 m de altura para orientar o motorista do caminhão quando da entrada e saída deste na área de Descarregamento. 3.1.3.2.2 Áreas de Estocagem As áreas de estocagem, de dimensões 16,30 m por 31,20 m cada, são separadas pela área de Descarregamento. Todas as paredes possuem espessura de 0,60 m para efeito de blindagem. O pisos destas áreas são resistentes a movimentação de 5 ton de carga, empilhamento de embalados de 16 ton e apropriados para drenagem e descontaminação. As drenagens destas áreas são realizadas por meio de drenos de pisos e rede de tubulações de descarregamento no Poço de Coleta. As luminárias se localizam nas laterais, fixadas nas paredes de tal modo que permitem a sua manutenção através de “bocas” de acesso por fora do prédio, para assegurar os princípios de proteção radiológica. Seu acionamento é feito na Sala de Operações individualmente para cada área de estocagem. 3.1.3.2.3 Área de Manutenção da Ponte Rolante Localizada sobre o teto da Sala de Operação, com dimensões de 5,20 m por 5,20 m, a sala de Manutenção da Ponte Rolante está protegida das áreas de Estocagem por paredes de 0,60 m de espessura e seu acesso é por meio de uma escada de marinheiro, localizada dentro da Sala de Operação, através de alçapão. Nesta área, as luminárias são localizadas nas paredes e acionadas da Sala de Operação. Para a manutenção da ponte rolante, o carrinho é conduzido para a Sala da Manutenção. 22 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.3.2.4 Sala de Operação A Sala de Operação está situada na faixa central do Depósito 2-A, com dimensões de 5,20 m por 5,20 m, limitada pelas áreas de descarregamento e de estocagem, tendo acesso visual a todas estas áreas. É constituída por dois pisos, o piso inferior que contém o Poço de Coleta de Drenagem e seus equipamentos associados, uma área de encapsulamento e a entrada para o 20 piso e o piso superior da Sala de Operação, propriamente dita, na elevação 3,40 m. Todas as operações de manuseio dos recipientes dentro do Depósito são comandadas da Sala de Operação (2º piso). Nela se localiza a mesa de comando da Ponte Rolante, quadros elétricos, os monitores de TV para auxiliar a operação da ponte, o arquivo dos Manuais Técnicos, procedimentos, mapeamento da distribuição dos embalados e desenhos. A blindagem da Sala de Operação também é de 0,60 m. Estas são as paredes que separam esta sala das áreas de armazenamento e descarregamento. A sala é equipada com vidros plúmbicos, para possibilitar o acesso visual as demais áreas, sem que os operadores sejam expostos a níveis de radiação indesejáveis. O piso da sala é do tipo convencional, bem como o da escada. O piso do andar inferior é resistente ao manuseio de embalados e adequado para descontaminação. O Poço de Coleta de Drenagem é equipado com uma bomba de ½ Hp, auto-escorvante, com botoeira de comando local e tubulação associada de aço inoxidável, para possibilitar a drenagem do poço, caso necessário. Este sistema de bombeamento contém linha para recirculação da água do poço, bem como um ponto para coleta de amostra com 3/8” de diâmetro nominal. Além disso, há uma ramificação na descarga da bomba para permitir o envio do líquido para drenagem pluvial, caso este não contenha contaminação. Junto ao poço há um recipiente de 200 L para receber a água bombeada. A solidificação, quando necessária, é feita neste local, que é separado da área de saída por um dreno de piso interligado com o poço. O poço de coleta é equipado com um sensor de nível com indicação na Sala de Operação e em um outro ponto fora do Depósito, na guarita. No primeiro piso da Sala de Operação está instalado um chuveiro para descontaminação / lavagem do operador, caso necessário. A iluminação de emergência é acionada por baterias para permitir a saída segura do operador em caso de blackout. Na Figura 16 apresenta-se o corte transversal do Depósito 2-A com os pavimentos da Sala de Manutenção, da Ponte Rolante e da Sala de Operação. 23 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos O Depósito 2-A também possui laje pré-moldada e telhado com inclinação de 9%, coberto com telhas caletes 9% e 8 mm de espessura. Na Figura 17 apresenta-se o corte longitudinal do telhado do Depósito 2-A. Os Depósitos 1 e 2-A permanecem fechados e trancados, só há entrada de pessoas quando da entrada de embalados. Dentro do depósito, os embalados estão estrategicamente posicionados no centro e nas laterais internas do edifício, além do funcionamento dos equipamentos de TV e computação, de forma a permitir visualização da manipulação dos embalados e estabilidade dos mesmos, interativas e com câmeras de filmagens. Na Figura 18 apresenta-se o equipamento integrante do Circuito Fechado de TV. Para a proteção dos edifícios foram instalados alambrados com arames farpados e serpentinas. 24 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 16 - Corte transversal do Depósito 2-A do CGR Fonte: Eletronuclear, desenho 01053, 1991. 25 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 17 - Vista do corte do telhado do Depósito 2-A do CGR Fonte: Eletronuclear, desenho 01053, 1991. Figura 18 - Equipamento componente do CFTV da área externa do CGR, 2008 Fonte: Eletronuclear, 2008. 26 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.4 DESCRIÇÃO DAS MODIFICAÇÕES DE PROJETO O planejamento inicial dos Depósitos 1 e 2-A não contemplavam as estruturas destinadas ao Sistema de Ventilação dos mesmos. Sendo assim, o sistema de ventilação foi acrescentado aos Depósitos 1 e 2-A com o objetivo de proporcionar maior segurança ao local, prevenindo possíveis vazamentos, para o meio ambiente, de gases radioativos e proporcionar constante renovação da atmosfera interna dos empreendimentos. O sistema de ventilação é composto por venezianas de ar exterior, filtros de ar exterior, ventiladores centrífugos (insulflamento, exaustão normal, exaustão de emergência), rede de dutos fabricados com chapa preta soldada e flanges de cantoneiras (para garantia da estanqueidade da rede de dutos), registro de gravidade, grelhas de insuflamento e exaustão, e registros de alta estanqueidade motorizados para isolamento do sistema de operação normal e o de operação normal. Em operação normal funcionam o ventilador de insuflamento e o de exaustão normal. Os registros de alta estanqueidade estão fechados. A diferença de pressão entre o interior do prédio e o exterior é garantida pela diferença de vazão entre o ventilador de exaustão normal e o ventilador de insuflamento (da ordem de 5.000 m3/h). O valor da diferença de pressão entre o exterior e o interior do prédio foi projetado para 5 mmca, suficiente para garantir que o fluxo de ar ocorra sempre do exterior para o interior do prédio. O sistema foi dimensionado para promover três renovações de ar por hora, reduzindo consequentemente a temperatura ambiente e proporcionando condições internas para inspeções e serviços que não envolvam a movimentação de embalados. O sistema de operação de emergência é composto de um ventilador centrífugo, um sistema de filtragem de ar, dois registros estanques e um sistema de monitoração conectado na saída do duto de exaustão. Para seu funcionamento utiliza a mesma entrada de ar da operação normal e são abertos automaticamente para permitir que o ar de exaustão passe pelo conjunto de filtros antes de serem liberados para o exterior. Este sistema opera quando houver possibilidade de danos no manuseio dos embalados no interior do depósito. O sistema de monitoração é composto de um filtro de amostragem, um medidor de vazão e um pequeno ventilador para retirada de amostras. Este sistema retira uma parcela de ar do fluxo de ar de exaustão. A amostra é retirada após a passagem do ar pelos filtros absolutos. Com a vazão da amostragem e os dados de contaminação da amostra, após análise em laboratório, calcula-se o valor global da contaminação da exaustão. O conjunto de filtragem do sistema de emergência é constituído de 3 pré-filtros de alta eficiência (filtros HEPA – High Efficiency Particulate Air), inseridos em uma estrutura 27 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos metálica estanque. Esta estrutura possibilita verificar a estanqueidade entre os filtros absolutos e a sede do filtro durante a montagem dos filtros. Esta estrutura é projetada e montada de forma a possibilitar a troca dos elementos filtrantes sem contato direto do operador com os elementos filtrantes. Atrás de um manômetro diferencial de pressão visualiza-se a diferença de pressão entre o exterior e o interior do prédio quando uma das duas modalidades de operação está ativa. De forma esquemática na figura 17 apresenta-se o fluxograma do Sistema de Ventilação dos Depósitos 1 e 2-A do CGR. Figura 19 - Esquema do Sistema de Ventilação dos Depósitos 1 e 2-A do CGR Fonte: Eletronuclear, 2008. 28 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.1.5 DESCRIÇÃO DA INFRAESTRUTURA E MANUTENÇÃO PREDIAL O CGR possui uma gerência de manutenção que realiza periodicamente a manutenção preventiva. Caso ocorra algum evento extraordinário, o chefe do setor aciona a equipe para pronta correção. A qualidade dos embalados armazenados obedece à norma da CNEN 06.05 e ao FSAR. Os depósitos ainda contam com os seguintes ambientes: Controle de entrada e saída de pessoal e material; Instalação de equipamentos de dosagem de radiação, denominado dosímetro. 3.1.6 DESCRIÇÃO DA BLINDAGEM DOS EDIFÍCIOS O dimensionamento de blindagem contra radiação gama para os Depósitos 1 e 2-A foi feito levando-se em consideração as seguintes premissas e bases de projeto: Caracterização da fonte radioativa com base nos valores de taxa de dose medidos na superfície dos embalados radioativos. Este conjunto de dados é resultado de uma série de medições ao longo do período de funcionamento de Angra 1. Tais valores foram utilizados no dimensionamento de blindagens, tal como paredes externas laterais; Estocagem de embalados radioativos segundo um layout de posicionamento de embalados que reduza a taxa de dose em áreas externas e em áreas específicas dos depósitos. Este layout de posicionamento de embalados considera as seguintes premissas: Os embalados com baixa taxa de dose na superfície devem ser estocados próximos às paredes de blindagem, em todo o seu perímetro interno; Os embalados com taxas de dose mais elevadas na superfície devem ser estocados na região central dos depósitos. Para efeito de dimensionamento de blindagem, considera-se que os novos embalados apresentam uma distribuição em termos de tipo e taxas de dose de acordo com a estatística operacional de produção de Angra 1. Os valores de taxa de dose na superfície externa das paredes são funções do layout de posicionamento de embalados mencionados anteriormente. O Co60 é o radionuclídeo mais importante para o projeto de blindagem desta instalação, sendo, por isso, considerado como o radionuclídeo de referência. Cada desintegração deste radionuclídeo produz dois fótons com energias iguais a 1,17 Mev e 1,33 Mev. 29 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Consideram-se para o cálculo de blindagem os valores de massa específica iguais a respectivamente 2.200 kg/m3 e 5.200 kg/m3 para o concreto armado normal e o vidro plúmbico, nesse último caso somente para o Depósito 2-A. A atenuação da radiação gama proveniente do interior do embalado é decorrente tanto do efeito de blindagem do próprio material existente no embalado, como também resulta da interposição dos materiais (embalados) entre fontes mais intensas e o concreto das paredes, ou seja, parte da blindagem é efetivada pelo próprio conteúdo dos embalados quando arranjados em fila e em pilhas. 3.1.6.1 Metodologia básica de cálculo de espessura de blindagem O dimensionamento de blindagem é feito utilizando-se o método de núcleo pontual (Point Kernel) para representação da fonte radioativa e fatores de build-up para correção de espalhamento de radiação. Os cálculos são realizados com programas computacionais de geometria tridimensional tais como QAD-CG e PELSHIE 3. O programa QAD-CG permite a combinação de várias geometrias e de várias fontes radioativas, possibilitando o dimensionamento de blindagens estruturais mais complexas. O cálculo de build-up neste programa é feito por rotina que utiliza biblioteca interna do Programa QAD-CG. O programa PELSHIE 3 é utilizado, neste projeto, como um método alternativo para o dimensionamento de blindagem. Neste programa utiliza-se o modelo de Berger para o cálculo de build-up e a integração da fonte radioativa pelo método de Monte Carlo. Os recursos de blindagem adotados asseguram a observância do limite anual de dose de 20 mSv nas áreas operacionais dos Depósitos e de 1 mSv na cerca do CGR. 3.1.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL Os Depósitos 1 e 2-A são circundados por uma rede de captação de águas pluviais para evitar alagamentos das áreas externas dos depósitos. No topo da encosta localizada atrás do CGR, foi construída uma canaleta de drenagem escavada em rocha (0,6 metros de largura x 1,00 metro de profundidade, aproximadamente) que acompanha paralelamente o paredão rochoso situado a leste dos depósitos. Na Figura 20 pode ser a canaleta de drenagem localizada no topo do paredão rochoso. 30 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 20 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento construído no topo do paredão rochoso, 2004 Fonte: Eletronuclear, 2004. No entorno do CGR existem dispositivos de drenagem, projetados e dimensionados por meio de estudos hidrológicos e topográficos. O sistema de drenagem da área do CGR foi construído considerando uma chuva de projeto de 224 mm/h, dada pela equação de chuvas intensas em Itaorna, determinada pelos estudos definidos pelo Relatório de Estudos Hidrológicos para o Período de 19742002 – Estudos Hidrológicos para a Região da CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis – Equação de Chuvas Intensas em Itaorna – BP 6431/030014, para um tempo de recorrência de 100 anos e para um tempo de duração e concentração de chuva de 5 minutos. O coeficiente de escoamento superficial foi avaliado pelo critério de chuva infiltrada obtida da medição feita em Praia Brava e relatada pelo relatório de NB04-IH8-001, Site Study for Unit III of Angra dos Reis Power Station - Hydrological Aspects and Surface Conditions Promon - Abril/79, isto é, 14,06 mm de infiltração em 16 minutos ou aproximadamente 52,84 mm/h de infiltração. Com base nesse critério de projetos, o coeficiente de escoamento superficial adotado para drenagem das encostas é de 75%. Outro aspecto que deve ser considerado no sistema de drenagem da área é que o acesso às Unidade 1 e 2-A se encontra locado na elevação 54,55 m CNG, e que a área de interesse está em uma elevação inferior a esta cota, isto é, em torno da elevação 53,50 m CNG. 31 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos De forma conservativa, no dimensionamento do sistema de drenagem da área de interesse, as canaletas de drenagem existentes, locadas na parte superior das encostas que circundam o depósito não foram consideradas. 3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS REJEITOS 3.2.1 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS REJEITOS ESTOCADOS 3.2.1.1 Radioatividade – Conceitos e Informações Suporte 3.2.1.1.1 Radiação - definições i. Processo de emissão de energia eletromagnética (calor, luz, raios gama, raios X) e partículas subatômicas (elétrons, nêutrons, partículas alfa etc.); ii. Emissão e propagação de energia através do espaço de um meio material sob a forma de ondas eletromagnéticas, sonoras, etc. (ACIESP, 1980); iii. Emissão de partículas atômicas rápidas ou raios pelo núcleo de um átomo (Braile, 1983); iv. Emissão de partículas ou raios pelo núcleo de um átomo. Alguns elementos são naturalmente radioativos enquanto outros se tornam radioativos após bombardeamento com nêutrons ou outras partículas. As três formas principais de radiação são: alfa, beta e gama (World Bank, 1978). 3.2.1.1.2 Radioatividade - Definições i. Capacidade que certos átomos possuem de emitir radiações eletromagnéticas e partículas de seus núcleos instáveis com o objetivo de adquirir estabilidade. A emissão de partículas faz com que o átomo radioativo de determinado elemento químico se transforme num átomo de outro elemento químico diferente; ii. Processo em que certos nuclídeos sofrem desintegração espontânea, liberando energia e formando, em geral, novos nuclídeos. No processo costuma haver emissão de um ou mais tipos de radiação, como raios (ou partículas) alfa, fótons gama, etc. (ACIESP, 1980); iii. Propriedade que apresentam certos núcleos atômicos instáveis de se desintegrarem espontaneamente. A desintegração é acompanhada geralmente pela emissão de partículas alfa ou beta e/ou ainda de raios gama (Carvalho, 1981). 32 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.1.2 Tipos de Radiação Há diversos tipos de radiação ionizante. Entre elas, as principais são as radiações alfa, beta e gama. As partículas alfa têm densidade relativamente elevada, carga elétrica positiva e pouco poder de penetração, enquanto as partículas beta são elétrons em movimento ultra-rápido. Os raios x e raios gama representam energia transmitida numa onda eletromagnética sem a movimentação de matéria. Estas têm enorme poder de penetração e atravessam o corpo humano com grande facilidade, sendo que somente podem ser atenuadas por barreiras de alta densidade como, por exemplo, concreto, chumbo ou água. Figura 21 - Poder de Penetração das Emissões Alfa, Beta e Gama A Figura 21 ilustra as capacidades dos diferentes tipos de radiação para atravessar materiais e a Tabela 4 indica algumas relações entre elas. Tabela 4 - Propriedades dos Tipos de Radiação Carga Relativa Massa (u) 2 prótons e 2 nêutrons +2 4 5% a 10% da velocidade da luz muito baixo ß (Beta) Elétron -1 1/1836 Até 90% da velocidade da luz Baixo Υ (Gama) onda eletromagnética 0 0 Igual a velocidade da luz 8 (3x10 m/s) Alto Radiação Composição α (Alfa) Velocidade Poder de Penetração Radiação Alfa (α) As partículas alfa são constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons, isto é, o núcleo de um átomo de hélio (He). Quando o núcleo as emite, perde 2 prótons e 2 nêutrons. 33 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Sobre as emissões alfa, foi enunciada por Soddy, em 1911, a chamada Primeira Lei da Radioatividade: “Quando um radionuclídeo emite uma partícula alfa, seu número de massa diminui 4 unidades e seu número atômico 2 unidades. X -----> alfa(2p e 2n) + Y(sem 2p e 2n)” Ao perder 2 prótons, o radionuclídeo X se transforma no radionuclídeo Y com número atômico igual a (Y = X - 2). Radiação Beta (β) As partículas beta são elétrons emitidos pelo núcleo de um átomo instável. Em núcleos instáveis betaemissores, um nêutron pode se decompor em um próton, um elétron e um antineutrino. O próton permanece no núcleo, de onde um elétron (partícula beta) e um antineutrino são emitidos; assim, ao emitir uma partícula beta, o núcleo tem a diminuição de um nêutron e o aumento de um próton. Desse modo, o número de massa permanece aproximadamente constante. A segunda lei da radioatividade, enunciada por Soddy, Fajjans e Russel, em 1913, diz que: “Quando um radionuclídeo emite uma partícula beta, seu número de massa permanece constante e seu número atômico aumenta 1 unidade. X -----> beta (1e) + antineutrino + Y(com 1p a mais)” Ao ganhar 1 próton, o radionuclídeo X se transforma no radionuclídeo Y com número atômico igual a (Y = X + 1). Radiação Gama (γ) Ao contrário das radiações alfa e beta, que são constituídas por partículas, a radiação gama é formada por ondas eletromagnéticas emitidas por núcleos instáveis logo após a emissão de uma partícula alfa ou beta. Por exemplo, o césio-137, ao emitir uma partícula beta, seu núcleo se transforma em bário-137. No entanto, pode acontecer de, mesmo com a emissão, o núcleo resultante não eliminar toda a energia de que precisaria para se estabilizar. A emissão de uma onda eletromagnética (radiação gama) ajuda um núcleo instável a se estabilizar. É importante dizer que, das várias ondas eletromagnéticas (radiação gama, raios-X, microondas, luz visível etc), apenas os raios gama são emitidos por núcleos atômicos. 34 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.1.3 Outros Conceitos Importantes Antineutrino - é uma partícula com número de massa zero e carga nula. Atualmente se conhecem muitas outras partículas subatômicas além do próton, nêutron e elétron. Blindagem - material utilizado para absorver e diminuir a intensidade da radiação. Deutério - é um isótopo do hidrogênio cujo número de massa é igual a dois, ou seja, existe um próton e um nêutron em seu núcleo; é gasoso e incolor. Isótopos - são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), mas diferentes números de massa (A). Como possuem o mesmo número de prótons, pertencem ao mesmo elemento químico, apesar de seus núcleos conterem diferentes números de nêutrons. Meia-vida - cada elemento radioativo se transmuta a uma velocidade que lhe é característica. Meia-vida é o tempo necessário para que a sua atividade seja reduzida à metade da atividade inicial. Alguns elementos possuem meia-vida de milionésimos de segundos, outros, de bilhões de anos. Nuclídeo - é o nome dado a um núcleo caracterizado por um número atômico (Z) e um número de massa (A). Número Atômico (Z) - é um número que indica quantos prótons há no núcleo de um átomo. Átomos que possuem o mesmo número atômico pertencem ao mesmo elemento. Número de Massa (A) - corresponde à soma dos números de prótons e nêutrons. Ondas Eletromagnéticas - são aquelas que se propagam tanto em meio material quanto no vácuo, sendo também chamadas de radiações eletromagnéticas. Todas as ondas eletromagnéticas possuem a mesma velocidade no vácuo (c = 300.000.000 m/s). O que as diferencia é a freqüência de suas oscilações, que é expressa em Hertz (Hz), ou seja, oscilações por segundo. Ondas Mecânicas - são aquelas que necessitam de um meio material para se propagar, não se propagando no vácuo. Radionuclídeo ou Radioisótopo - É um nuclídeo emissor de radiação. 3.2.1.4 Definições – Rejeitos radioativos O conjunto normativo CNEN-NE-6.05 (Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radioativas), de dezembro de 1985 define como rejeito radioativo “qualquer material resultante de atividades humanas, que contenha radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na Norma CNEN-NE 6.02 (Licenciamento de Instalações Radioativas), e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista.” 35 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.1.5 Estimativa de Geração de Rejeitos Na Tabela 5 são apresentados os volumes de rejeitos produzidos por ano em uma planta típica de 1000 MWe, por intensidade de radioatividade. Tabela 5- Volume de rejeitos produzidos por ano em uma planta típica de 1000 MWe 3 Tipo Volume (m ) Porcentagem(%) Baixa 200 71 Média 70 25 Alta 10 4 Fonte: International Nuclear Societies Council, 1999. 3.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS REJEITOS RADIOATIVOS Os rejeitos radioativos produzidos durante a operação da CNAAA, destinados ao CGR, para procedimentos internos e administrativos das usinas, recebem a seguinte classificação, com relação ao tipo: Concentrado do Evaporador (CE) - oriundo dos sistemas de purificação e tratamento de efluentes líquidos das usinas. Este rejeito é solidificado em matriz de cimento (Angra 1) ou betume (Angra 2); Resina do Primário (RP) - utilizada na purificação do sistema de refrigeração do reator. As embalagens com a RP são geradas quando do encapsulamento do conteúdo do Tanque de Armazenamento de Resina Exaurida do Primário. Este tipo de rejeito é misturado com cimento (Angra 1) ou betume (Angra 2) para solidificação do conteúdo; Filtro (F) - tais equipamentos são usados nos sistemas de purificação e tratamento. São acondicionados em tambores de 200 l especiais preparados para o seu recebimento e imobilizados em cimento (Angra 1) ou betume (Angra 2); Rejeito Compactado (RC) - são materiais compressíveis triturados e compactados por prensa hidráulica para redução do volume em tambores de 200 L. Os rejeitos compactáveis são constituídos por materiais plásticos, papéis, luvas, sapatilhas, roupas, etc. Rejeito Não Compactado (RNC) - ao contrário do RC, este tipo de rejeito não é compressível. São peças, tubos, materiais metálicos, que além do processo de descontaminação normal, sofre processo de corte e ressegregação para otimização do volume de armazenamento. Para garantir a estabilidade do conteúdo estes materiais são imobilizados com cimento e armazenados em caixas metálicas de 1 m3 (Angra 1) ou são imobilizados com betume em tambores de 200 l (Angra 2). 36 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A Figura 22 e a Figura 23 ilustram o controle dos materiais a serem manuseados. Figura 22 - Filtros (F), 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 23 - Rejeito Não Compactado (RNC) esperando por processo de corte e descontaminação, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Por normas da CNEN, os rejeitos são classificados em categorias segundo o estado físico (líquidos, sólidos ou gasosos), natureza da radiação (beta, gama ou alfa), concentração (em Bq/m³ e Ci/m³) ou taxa de exposição na superfície do rejeito (em µC/kg.h e R/h). 3.2.2.1 Rejeitos com Emissores BETA / GAMA 3.2.2.1.1 Rejeitos Líquidos Os rejeitos líquidos contendo emissores beta e/ou gama, e nos quais os eventuais emissores alfa tenham concentração total inferior a 3,7 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3), são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de concentração (Tabela 6). Tabela 6– Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Beta/Gama CONCENTRAÇÃO (c) CATEGORIA 3 3 (Bq/m ) (Ci/m ) 10 Baixo nível de Radiação (LBN) c ≤ 3,7 x 10 Médio nível de Radiação (LMN) 3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10 Alto nível de Radiação (LAN) 10 c≤1 13 c > 3,7 x 1013 1 < c ≤ 10 3 c > 103 Fonte: Eletronuclear, 2005. 37 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.2.1.2 Rejeitos Sólidos Os rejeitos sólidos contendo emissores beta e/ou gama, e nos quais os eventuais emissores alfa tenham concentração total inferior a 3,7 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3), são classificados nas seguintes categorias, de acordo com a taxa de exposição na superfície do rejeito (Tabela 7). Tabela 7 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Beta/Gama TAXA DE EXPOSIÇÃO (X) NA SUPERFÍCIE CATEGORIA (µC/kg.h) (R/h) Baixo nível de Radiação (SBN) X ≤ 50 X ≤ 0,2 Médio nível de Radiação (SMN) 50 < X ≤ 500 0,2 < X ≤ 2 Alto nível de Radiação (SAN) X > 500 X>2 Fonte: Eletronuclear, 2005. 3.2.2.1.3 Rejeitos Gasosos Os rejeitos gasosos são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de concentração (Tabela 8). Tabela 8 - Classificação dos Rejeitos Gasosos com Emissores Beta/Gama CONCENTRAÇÃO (c) CATEGORIA 3 3 (Bq/m ) (Ci/m ) Baixo nível de Radiação (GBN) c ≤ 3,7 c ≤ 10 Médio nível de Radiação (GMN) 3,7 < c ≤ 3,7 x 10 Alto nível de Radiação (GAN) c > 3,7 x 10 4 -10 10 4 -10 < c ≤ 10 c > 10 -6 -6 Fonte: Eletronuclear, 2005. 3.2.2.2 Rejeitos com Emissores ALFA 3.2.2.2.1 Rejeitos Líquidos Os rejeitos líquidos contendo emissores alfa, em concentrações superiores a 3,7 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3) são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de concentração (Tabela 9). Tabela 9 - Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Alfa CONCENTRAÇÃO (c) CATEGORIA 3 3 (Bq/m ) (Ci/m ) 8 10 Alfa de Baixo nível de Radiação (LαBN) 3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10 Alfa de Médio nível de Radiação (LαMN) 3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10 Alfa de Alto nível de Radiação (LαAN) c > 3,7 x 10 10 13 13 -2 10 < c ≤ 1 1 < c ≤ 10 c > 10 3 3 Fonte: Eletronuclear, 2005. 38 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.2.2.2 Rejeitos Sólidos Os rejeitos sólidos contendo emissores alfa, em concentrações superiores a 3,70 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3) são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de concentração (Tabela 10). Tabela 10 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Alfa CONCENTRAÇÃO (c) CATEGORIA 3 3 (Bq/m ) (Ci/m ) Alfa de Baixo nível de Radiação (SαBN) 3,7 x 108 < c ≤ 3,7 x 1011 10-2 < c ≤ 10 Alfa de Médio nível de Radiação (SαMN) 3,7 x 1011 < c ≤ 3,7 x 1013 10 < c ≤ 103 Alfa de Alto nível de Radiação (SαAN) c > 3,7 x 1013 c > 103 Fonte: Eletronuclear, 2005. 3.2.3 DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE EMBALADOS ESTOCADOS Os embalados armazenados nos depósitos 1 e 2-A possuem as seguintes características: a) Recipientes de 200 L provenientes da Unidade I da CNAAA Estes recipientes são confeccionadas em aço carbono, segundo as normas NBR-6658, NBR-11.888 e ASTM-A-366, com capacidade volumétrica nominal de 200 L, tampa removível com anel de borracha, provido de anel de fechamento metálico zincado de 1,21 mm de espessura com parafuso e porca de 5/8”, chapa de espessura 1,20 mm para tampa e fundo e 1,25 mm para o corpo, quatro (4) anéis de reforço, com adaptação para bujão de 2” no centro da tampa, revestidos internamente com epóxi fenólico em pó e pintura de acabamento externo na cor verde noturno. Estas embalagens apresentam as seguintes dimensões: altura total de 875 mm, diâmetro interno de 570 mm e diâmetro externo do anel de expansão de 604 mm e são utilizadas para rejeitos compactáveis e filtros. Na Figura 24 apresenta-se o empilhamento dos recipientes de 200 L dentro do Depósito 1. 39 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 24 - Tambores de 200L no Depósito 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. b) Caixas Metálicas de 1 m3 Embalagens (recipientes) metálicas de dimensões 800 mm de largura, 1.300 mm de comprimento e 1.200 mm de altura, com tampa reforçada com barra chata em aço carbono de dimensão 4,75 mm x 50 mm, fixadas através de parafusos, tendo como vedante uma junta de borracha NEOPRENE de dimensão 3 mm de espessura x 50 mm de largura e corpo provido de quatro alças com resistência de içamento de até 1.500 kg. O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A-283 GR.C, espessura 4,76 mm (3/16”). A parte superior, inferior e as arestas verticais são reforçadas com cantoneiras em aço carbono comercial de dimensões 50 mmx 50 mm x 4,76 mm. Possui três vigas de apoio, soldadas na parte inferior, perfil “U” em aço carbono ASTM.A-36 de dimensões 4,75 mm x 76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído segundo sistema de pintura à base epóxipoliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar (MUNSELL entre 2.5 YR 6/14 e YR 8/14). Na Figura 25 apresentam-se as caixas metálicas empilhadas dentro do Depósito 2-A. 40 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 25 - Caixas metálicas armazenadas no Depósito 2-A Fonte: Eletronuclear, 2003. c) Liners Estas embalagens são de formas cilíndricas circular, confeccionadas em aço carbono, com acabamento segundo sistema de pintura à base de apoxi-poliamida e poliuretano alifático. São equipadas individualmente com conjunto misturador interno de palhetas e defletores. Possuem abertura de acesso circular, na parte superior, equivalente a boca de um tambor de 200 l (22 ½" de diâmetro interno, com respectiva tampa). Apresentam uma altura total de 1301,75 mm e diâmetro externo do corpo de 1206,50 mm, são providas de blindagens internas de concreto, variáveis em espessura, acarretando em três tipos de embalagens com volumes internos diferentes, dependendo do rejeito a ser solidificado. São equipadas também com tubulação interna para borbulhamento de ar e mainfold para remoção de água, sendo este último apenas para solidificação de resinas. Apresentam na parte superior, quatro (4) olhais e cabos associados para içamento, bem como gola para manuseio através de ferramenta remota apropriada. d) VBAs Embalagens de concreto armado para transporte e acondicionamento de rejeitos radioativos. Construídas em concreto armado pré-fabricado, de forma cilíndrica, com altura total de 1,5 m e diâmetro externo de 1,07 m. Destina-se a receber tambor de 0,2 m3 que a ela será fixado por argamassa. Equipada com alças para içamento, tampa moldada in loco, apresentando uma massa total (conteúdo, embalagem e tampa) de aproximadamente 3 toneladas. 41 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.4 CARACTERÍSTICAS DOS EMBALADOS O Depósito 1 recebe dois tipos de embalados, a seguir descritos: a) Embalagens (tambores) de 200 L contendo rejeitos compactáveis (plásticos, roupas, papéis, estopas e etc.); b) Embalagens (tambores) de 200 L contendo rejeitos imobilizados em matriz de cimento (concentrados de evaporador, resinas exauridas, filtros e não compactáveis). Estas embalagens são confeccionadas em aço carbono, segundo as normas NBR-6658, NBR-11.888 e ASTM-A-366, com capacidade volumétrica nominal de 200 L, tampa removível com anel de borracha, provido de anel de fechamento metálico zincado de 1,21 mm de espessura com parafuso e porca de 5/8”, chapa de espessura 1,20 mm para tampa e fundo e 1,25 mm para o corpo, quatro (4) anéis de reforço, com adaptação para bujão de 2” no centro da tampa, revestidos internamente com epóxi fenólico em pó e pintura de acabamento externo na cor verde noturno. Estas embalagens apresentam as seguintes dimensões: altura total de 875 mm, diâmetro interno de 570 mm e diâmetro externo do anel de expansão de 604 mm e são utilizadas para rejeitos compactáveis e filtros. 3.2.5 CAIXAS METÁLICAS DE 1m3 CONTENDO REJEITOS NÃO COMPACTÁVEIS Embalagens metálicas de dimensões 800 mm de largura, 1.300 mm de comprimento e 1.200 mm de altura, com tampa reforçada com barra chata em aço carbono de dimensão 4,75 mm x 50 mm, fixadas com parafusos, tendo como vedante uma junta de borracha NEOPRENE de dimensão 3 mm de espessura x 50 mm de largura e corpo provido de quatro alças com resistência de içamento de até 1.500 kg. O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A-283 GR.C, espessura 4,76 mm (3/16”). A parte superior, inferior e as arestas verticais são reforçadas com cantoneiras em aço carbono comercial de dimensões 50 mm x 50 mm x 4,76 mm. Possui três vigas de apoio, soldadas na parte inferior, perfil “U” em aço carbono ASTM.A 36 de dimensões 4,75 mm x 76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído segundo sistema de pintura à base epóxi-poliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar (MUNSELL entre 2.5 YR 6/14 e YR 8/14). 42 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.6 CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DA UNIDADE 1 E 2-A DO CGR A Tabela 11 lista a quantidade de embalados armazenados em cada depósito. A capacidade armazenadora do Depósito 2-A é 621 embalados e do Depósito 1 é de 7.664 embalados, incluindo os embalados de baixa e média atividades. Tabela 11 – Quantidade armazenada de embalados dos Depósitos 1 e 2-A Quantidade estocada CGR Tambores de 200L Caixas Metálicas Caixa de madeira Liners VBAs Depósito 1 6.050 128 58 Não estoca Não estoca Depósito 2-A Não estoca 189* Não estoca 541* 19* * Os VBAs e as 57 Caixas metálicas estão localizados em áreas consideradas mortas não interferindo na capacidade de estocagem dos depósitos. Dos 541 Liners estocados, 67 estão na canaleta não interferindo na capacidade do depósito. Fonte: Eletronuclear, 2008. 3.2.7 MOVIMENTAÇÃO DOS EMBALADOS NOS DEPÓSITOS 1 E 2-A No Depósito 1 a movimentação dos embalados é feita por meio de empilhadeiras, desde o caminhão até o local de estocagem. No Depósito 2-A a movimentação dos embalados conta a ponte rolante comandada pela Sala de Operação. Depois de estocados nas células de destino, os embalados não têm previsão de movimentação dentro dos depósitos, onde permanecerão em suas células até sua transferência para o Depósito Definitivo. Caso seja necessária a movimentação dos embalados dentro da área de estocagem do Depósito 1 esta será realizada com auxilio das empilhadeiras e no caso do Depósito 2-A, pela ponte rolante. 3.2.8 PROCEDIMENTOS DE TRANSFERÊNCIA DA USINA PARA OS DEPÓSITOS Os embalados são transferidos para o CGR por um caminhão específico para este fim. Para tanto, o documento PA-RG 12 – Rejeitos Sólidos Radioativos determina as ações e os limites para a execução da transferência. A Proteção Radiológica solicita antecipadamente a transferência de embalados para o CGR e o apoio logístico necessário à Proteção Física e ao setor de Transporte da Eletronuclear, respectivamente. Primeiramente, o técnico responsável da Proteção Radiológica classifica os embalados conforme a Norma CNEN-NE-6.05 – Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações 43 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativas, onde ele avalia o nível de contaminação externa transferível de sua superfície, mede as taxas de dose, pesa, sinaliza e identifica o embalado. Na Tabela 12 são listadas as faixas de sinalização dos embalados conforme a taxas de doses medidas. Tabela 12 – Sinalização dos Embalados de Rejeito Faixa Nível de radiação em contato com a superfície externa Azul 5 µSv/h Amarela 5 µSv/h e ≤ 500 µSv/h Vermelha 500 µSv/h. Fonte: Eletronuclear, 2005. Caso o embalado apresente um nível de contaminação externa transferível superior ao limite estabelecido pelo procedimento PA-PR 26 – Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa, o mesmo passará por um processo de descontaminação. A transferência dos embalados das Usinas para o CGR só será efetuada quando os embalados apresentarem níveis de contaminação externa transferível abaixo do limite estabelecido. Uma vez que os resultados obtidos após as monitorações dos embalados apresentem a taxa de dose de acordo com o procedimento acima citado, os mesmos são sinalizados pela Proteção Radiológica com uma faixa pintada no embalado. Além da faixa, os embalados são identificados com uma etiqueta adesiva e liberados para a transferência ao CGR. Esta etiqueta apresenta o número do consecutivo do embalado, a identificação do tipo de rejeito, taxa de dose em contato e a um metro de sua superfície externa, nível de contaminação transferível, data e identificação do técnico da proteção radiológica responsável pela identificação. A partir do momento que os embalados estejam prontos para o transporte, a proteção radiológica deve coordenar o carregamento do veículo transportador com os embalados de rejeito radioativo, tomando precauções para minimizar as exposições dos empregados à radiação e evitar sobrecarga do caminhão, distribuindo adequadamente os embalados na sua carroceria, de tal maneira que aquelas com maiores taxas de dose sejam circundadas com as de taxas menores, para que estas últimas atuem como blindagem adicional. Para esta operação, um técnico em proteção radiológica, em conjunto com um especialista de segurança da usina, acompanham o operador da Divisão de Operação. Com estes técnicos, o carregamento do veículo transportador é feito nas Usinas, através de uma ponte rolante que iça os embalados e posiciona-os no caminhão conforme citado anteriormente. 44 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Durante esta operação a área externa é isolada e o técnico da proteção radiológica monitora continuamente o carregamento do veículo, visando acompanhar adequadamente a evolução dos níveis de radiação. Terminado o carregamento, este técnico monitora as taxas de dose nas superfícies do caminhão e a dois metros destas, anotando em um formulário específico de levantamento radiométrico, contido no procedimento PA-RG 12 – Rejeitos Sólidos Radioativos, 2008. Terminados todos estes procedimentos e com a autorização para o transporte previamente solicitada, a Divisão de Proteção Física promove sua escolta até o depósito inicial, onde na cabine viajam, além do motorista, um técnico em proteção radiológica. Além destes, ocorre uma escolta que vai à frente do caminhão e é realizada por um veículo da equipe de segurança até o CGR. Nota: Mesmo quando se trata de transferência de embalados dentro dos limites da CNAAA, são aplicadas as limitações quanto às taxas de dose descritas na Norma CNEN.NE–5.01 – Transporte de Materiais Radioativos. 3.2.8.1 Etapas de Transferência dos Rejeitos As etapas de transferência dos rejeitos adotadas são descritas a seguir e podem ser observadas no roteiro fotográfico de referência apresentado depois da descrição das mesmas. Este roteiro apresenta o local onde são carregados os embalados e, posteriormente, o percurso executado, bem como as etapas de descarregamento nos Depósitos 1 e 2-A. Etapa 1 - Carregamento dos embalados no caminhão de dois eixos, 4 t, (duração: de 20 a 40 minutos, na dependência do tipo e da quantidade de embalados): Colocação dos embalados com auxílio da ponte rolante em caminhão da CNAAA, de carroceria aberta e com tampa móvel posicionada na parte traseira da carroceria; Colocação da sinalização de segurança no caminhão; Monitoração radiológica, na superfície e à distância de dois metros, do caminhão e no interior da sua cabine; Solicitação de escolta para acompanhamento da viagem do caminhão até a sua chegada na portaria do CGR. Etapa 2 - Transferência da carga até o CGR (tempo de duração: 5 a 10 minutos): Deslocamento do caminhão para o CGR, passando através da Portaria de Controle de Acesso a Angra 1 e seguindo através da rota apresentada no Anexo II (Plantas), que possui extensão de 1,5 km, sendo formada por ruas asfaltadas e em bom estado de conservação. No seu trecho inicial, a rota segue em terreno plano e 45 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos apresenta poucas curvas, enquanto que no seu segundo trecho, tendo início após a ponte que atravessa o canal, esta apresenta diversas curvas e segue em área elevada até atingir o CGR, que se situa em uma área com elevação média de 53,50 m. Etapa 3 – Descarregamento dos embalados e estocagem no CGR (duração: de 20 a 40 minutos, na dependência do tipo e da quantidade de embalados): Caminhão passa pela portaria do CGR, que já se encontra previamente aberta, e pára diante do portão do módulo onde o material irá ser estocado; Ajudante desce do caminhão e se dirige à guarita da segurança, onde pega a chave e realiza, então, a abertura do portão da seção de descarregamento do CGR; Caminhão é direcionado diretamente para a área de descarregamento do CGR; Na Área de Descarregamento, a Ponte Rolante do Depósito 2-A acopla-se com o embalado e o transporta, um a um, para a Área de Estocagem. Para o empilhamento correto, o embalado acoplado com a Ponte Rolante é reposicionado utilizando-se o Batente de Posicionamento situado na Área de Descarregamento; O ordenamento dos embalados dentro dos Depósitos 1 e 2-A é realizado de modo a fazer com que os embalados com maior taxa de dose fiquem circundados pelos que apresentam menor taxa de dose; Toda movimentação da ponte é monitorada pelo seu operador através dos sinais das quatro câmeras posicionadas na ponte (duas próximas aos dois truques situados na viga principal e duas no trole). A mesa de controle do operador disporá de monitores coloridos com recursos de quad e zoom, sendo cada movimento da ponte iniciado somente após o respectivo comando do operador.* Da Figura 26 à Figura 40 apresenta-se a sequência resumida do roteiro de transferência dos embalados, desde a Unidade Nuclear até os Depósitos 1 e 2-A. 46 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 26 – Local no pátio da Usina de Angra 1 onde são embarcados os embalados dos rejeitos. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 27 – Trecho inicial da rota de transferência no pátio interno de Angra 1, entre o local de embarque e a subestação elétrica, com aproximadamente 80 metros. Fonte: Eletronuclear, 2004. 47 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 28 – Caminhão de transporte dos rejeitos encapsulados, carregando 4 tambores e uma caixa metálica, percorrendo o segundo trecho da rota (Rua 3) com 110 metros de distância, aproximadamente, entre a subestação de energia e a portaria de Angra 1, ainda dentro do pátio da Usina. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 29 – Caminhão aproximando-se dos portões da portaria de Angra 1. Observa-se que o caminhão possui placas (4 ao total) de sinalização de radiação e mantém os faróis acesos por motivos de sinalização e segurança. Fonte: Eletronuclear, 2004. 48 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 30 – Caminhão atravessando o segundo portão de acesso ao lado da guarita principal de Angra 1. Observam-se as outras duas placas de sinalização de radiação que estão colocadas nos quatro lados do caminhão e no canto direito da foto a Pick-up de segurança que está aguardando o caminhão para acompanhá-lo por todo o percurso sinalizando para possíveis interferências no caminho. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 31 – Caminhão no final do segundo trecho (Rua 1), ao lado da subestação. Este trecho tem aproximadamente 220 metros onde após o caminhão converte à direita, percorre aproximadamente 30 metros, converte a direita novamente e entra na estrada de acesso ao CGR. Fonte: Eletronuclear, 2004. 49 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 32 – Início ascendente do trecho de acesso ao CGR, com aproximadamente 950 metros, onde se observa novamente a Pick-up como batedora do caminhão. Nota-se na foto que ambos os veículos estão com os faróis acesos. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 33 – Córrego existente na encosta situado no lado esquerdo (sentido Angra 1 – CGR) do trecho ascendente da rota de transferência. Fonte: Eletronuclear, 2004. 50 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 34 – Metade do caminho no trecho de acesso ao CGR, onde se observa ao fundo o silo da central de produção de concreto. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 35 – Final do trecho de acesso ao CGR onde se observa a aproximação do caminhão que até este momento encontra-se escoltado pela Pick-up de segurança. Fonte: Eletronuclear, 2004. 51 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 36 – Caminhão entrando pelo portão de acesso ao Depósito 1 acompanhado por um técnico da Proteção Radiológica. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 37 – O deslocamento dos tambores para a carroceria do caminhão é realizado pelo motorista do caminhão que aciona e controla o braço mecânico e por um técnico responsável pela marcação do tambor e pelo ajuste da garra do braço mecânico no tambor. Fonte: Eletronuclear, 2004. 52 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 38 – Armazenagem do embalado dentro do Depósito 1. Observa-se que esta estocagem é extremamente controlada dentro do Unidade, pois todo o chão encontra-se dividido em células. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 39 – Controle realizado por um técnico da Proteção Radiológica que acompanha o deslocamento dos rejeitos, monitorando e registrando o transporte dos mesmos. Observa-se que o técnico está com uma planilha na mão fazendo o registro dos embalados. Fonte: Eletronuclear, 2004. 53 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 40 – Sala de Operação da ponte rolante onde o técnico da Proteção Radiológica encontra-se operando a mesma no deslocamento e acondicionamento da caixa metálica. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 41 – Após o desembarque os tambores são estocados no Depósito 1 com auxílio de uma empilhadeira. Observa-se que todos os tambores estão sinalizados e etiquetados. Fonte: Eletronuclear, 2004. 54 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 42 – Aproximação do caminhão na garagem de desembarque do Depósito 2-A, onde será desembarcada a caixa metálica através da ponte rolante. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 43 – Técnico sinaliza a caixa metálica já etiquetada antes do deslocamento da mesma para o Depósito 2-A por meio da ponte rolante. Fonte: Eletronuclear, 2004. 55 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 44 – Deslocamento da caixa metálica através da ponte rolante. A mesma passará pelo vão para o Depósito 2-A e será acondicionada no mesmo. Fonte: Eletronuclear, 2004. Figura 45 – Após o acondicionamento da caixa metálica, o técnico solta os engates para o recolhimento da ponte rolante. Fonte: Eletronuclear, 2004. 56 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.2.9 CARACTERIZAÇÃO DO ATIVO ISOTÓPICO De forma a complementar a determinação do inventario isotópico dos rejeitos radioativos, um Programa de Caracterização Isotópica esta sendo desenvolvido pela Eletronuclear, com base em estudos realizados pelo parque nuclear mundial. O Ativo Isotópico está descrito na Tabela 13. Tabela 13 – Caracterização isotópica dos Depósitos 1 e 2-A. (1) Isótopo RESINAS CONCENTRADOS Concentração Máxima de Concentração Máxima de Atividade Atividade 3 3 (Bq / cm ) (Bq / cm ) CARACTERÍSTICAS Meia vida Emissão Energia (MeV) Mn – 54 2,04E+06 1,41E+03 312 d gama 0,69 Fe - 59 7,77E+05 1,92E+03 44,5 d beta 1,56 Co - 58 2,78E+07 4,44E+04 70,8 d gama 0,38 Co - 60 2,78E+06 1,37E+03 5,27 a gama 2,82 Sr - 89 1,07E+05 2,63E+02 50,5 d beta 1,49 Sr - 90 1,67E+04 1,41E+01 29,1 a beta 0,55 Y - 90 1,63E+04 3,55E+02 3,9 h beta 0,68 Y - 91 1,89E+04 4,81E+02 0,8 h beta 1,54 Zr - 95 2,33E+04 5,55E+01 64,0 d beta 1,12 Nb - 95 3,48E+04 5,55E+01 35,1 d gama 0,23 Mo - 99 1,15E+06 4,81E+03 2,7 d beta 1,35 I - 131 1,07E+07 1,92E+05 8,0 d beta 0,97 I - 133 2,00E+06 3,26E+05 20,8 h beta 1,76 I - 135 3,70E+05 2,33E+05 6,6 h beta 2,69 Te - 132 4,81E+05 2,07E+04 2,0 a beta 0,49 Cs - 134 2,85E+06 2,44E+04 2,1 a gama 2,05 Cs - 136 3,70E+04 1,41E+04 13,1 d IT beta 2,56 Cs - 137 1,41E+07 1,22E+05 30,2 a gama 1,17 Ba - 140 2,96E+04 3,29E+02 12,7 d beta 1,34 La - 140 2,96E+04 1,04E+02 1,7 d beta 3,76 Ce - 144 3,18E+04 3,52E+01 284 d beta 0,32 Pr - 144 6,29E+07 3,52E+01 0,3 h beta 0,06 TOTAL 1,28E+08 9,88E+05 Fonte: (1) Tabela 11.5-3 do RFAS de Angra I 57 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3 SISTEMA DE CONTROLE 3.3.1 CONTROLE DE ESTOCAGEM A determinação e escolha da célula para o posicionamento de cada embalado na área de estocagem serão de forma a atender os limites de taxas de dose estabelecidos na Norma CNEN.NN.3.01. Conforme citado, a transferência dos embalados da área de descarregamento para as áreas de estocagem do Depósito 2-A do CGR é realizada através da ponte rolante operada por um técnico da proteção radiológica qualificado, e ocorre de forma que diminua as taxas de dose de radiação na parte externa deste. A estocagem dos tambores no Depósito 1 é realizada em pilhas de 16 tambores utilizando pallet metálico. Esta diferença entre o número de tambores armazenados e a quantidade a ser armazenada se deve à limitação de altura dos embalados a serem armazenados para possibilitar a operação da ponte rolante. As pilhas mais baixas serão dispostas na extensão frontal às aberturas de passagem localizadas nas paredes divisórias que separam as áreas de estocagem da área de descarregamento para otimizar a operação da ponte rolante. 3.3.2 PROGRAMAS DE INSPEÇÃO 3.3.2.1 Dos embalados No Depósito 1 a inspeção dos embalados é feita visualmente não sendo utilizado nenhum equipamento. No depósito 2-A a inspeção é feita pela ponte rolante (Figura 46), através da lança telescópica, equipada com uma câmara de TV, um dosímetro e um sensor de posicionamento, onde é feita a inspeção visual, a monitoração da taxa de dose e análise de partículas suspensas. Os sistemas de inspeção dos embalados do depósito 2-A são: a)Sistema Eletroacústico O sistema eletroacústico é composto de microfone instalado no dispositivo de içamento, amplificador de sinal e alto falantes instalados na mesa de controle, para confirmação acústica do correto acoplamento das lingüetas. b)Sistema de Lança Telescópica Para permitir as monitorações visual e radiológica dos embalados na área de estocagem, nas regiões do CGR, Depósito 2-A, a Ponte Rolante possui um sistema telescópico retrátil. Ao sistema telescópico, estão acoplados uma câmara 58 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos de TV com iluminação própria, um monitor de taxa de dose, e um dispositivo coletor de partículas suspensas. Durante a monitoração e inspeção visual, a lança telescópica retrátil alcança todos os embalados a serem inspecionados e percorre os corredores formados entre as colunas de Liners. Para cada nível vertical a lança telescópica retrátil permite as monitorações visual e radiológica, individuais e remotas, dos embalados, abrangendo as superfícies ao longo do percurso de deslocamento longitudinal da Ponte Rolante. A lança telescópica retrátil garante o deslocamento vertical da câmera, dos monitores de taxa de dose e do dispositivo coletor de partículas suspensas desde o topo da coluna dos embalados até próximo ao piso, em movimento contínuo, com possibilidade de parada em qualquer nível. Figura 46 - Ponte rolante do Depósito 2-A da Eletronuclear Fonte: Eletronuclear, 2006. Todo o controle da inspeção dos embalados é realizado a partir da Sala de Operação da Ponte Rolante do Depósito 2-A. A Divisão de Proteção Radiológica é a responsável pelo controle e gerenciamento do depósito, enquanto que um software gerenciador, testado e comissionado, mantém o controle do inventário. 59 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Cada embalado gerado é identificado com uma etiqueta adesiva contendo os seguintes dados: Número do embalado; Tipo do rejeito; Nível de radiação em contato; Nível de radiação a um metro da superfície externa; Nível de contaminação; Data; Assinatura e matrícula do Técnico em Proteção Radiológica Responsável. O controle do inventário conta com estes dados em conjunto com outros dados de localização do embalado no depósito, peso da embalagem e do embalado e atividade, armazenados em um banco de dados. 3.3.2.2 Dos prédios e do sítio A inspeção dos edifícios e do sítio do CGR obedece ao procedimento para manutenção dos depósitos 1 e 2-A, possuem os mesmos procedimentos de Angra 1 e é realizado pela Gerencia de Manutenção de Angra 1. Os depósitos ficam permanentemente fechados sendo abertos apenas no momento do recebimento de novos embalados. Figura 47 - Monitor externo e Painel de Controle de Radiação Fonte: Eletronuclear, 2008. 60 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.3 GERENCIAMENTO DA DISPOSIÇÃO DOS EMBALADOS A Proteção Radiológica mede as taxas de dose, pesa, sinaliza e identifica o embalado; a seguir, avalia o nível de contaminação externa transferível de sua superfície. Se o embalado apresentar nível de contaminação externa transferível superior ao limite estabelecido no procedimento PA-PR 26 – Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa, é realizada sua descontaminação. Os embalados somente são transferidos para o depósito intermediário quando apresentarem nível de contaminação externa transferível abaixo do limite. De acordo com os resultados de taxa de dose obtidos após as monitorações dos embalados, a Proteção Radiológica os sinaliza com uma faixa pintada ao redor do embalado: Faixa azul: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa do embalado é menor ou igual a 5 µSv/h; Faixa amarela: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa do embalado é maior do que 5 µSv/h e menor do que 500 µSv/h; Faixa vermelha: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa do embalado é maior do que 500 µSv/h. Após as monitorações, o embalado é identificado com etiqueta adesiva contendo: Número do embalado; Tipo do rejeito; Nível de radiação em contato; Nível de radiação a um metro da superfície externa; Nível de contaminação; Data; Assinatura e matrícula do Técnico em Proteção Radiológica Responsável. Estes dados, adicionados aos dados de localização do embalado no depósito, peso da embalagem e do embalado e atividade serão digitados em um banco de dados para controle do inventário. 61 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.4 CONTROLE OCUPACIONAL 3.3.4.1 Definições 3.3.4.1.1 Áreas Controladas Área mantida sob supervisão de pessoa, ou pessoas, com conhecimentos ou responsabilidades para aplicar procedimentos e regulamentos apropriados de radioproteção, na qual são exercidos controles de acesso, ocupação e condições de trabalho, com a finalidade de evitar ou minimizar a exposição de indivíduos a radiações. Nesta área, as doses equivalentes efetivas anuais podem ser iguais ou superiores aos limites primários estabelecidos para uma área supervisionada. 3.3.4.1.2 Áreas Livres As áreas livres são isentas de regras ocupacionais de proteção radiológica onde as doses equivalentes efetivas anuais não ultrapassam o limite primário para o indivíduo do público. Para a minimização de geração de rejeitos na CNAAA somente é permitida a entrada na área restrita de materiais, equipamentos ou ferramentas necessárias a execução dos serviços. 3.3.4.2 Descrição O controle ocupacional e de acesso aos empreendimentos é responsabilidade da Divisão de Proteção Radiológica, uma vez que a área contém material radioativo. Ela é a responsável pelo ingresso de qualquer pessoa no CGR e pelas operações de movimentação dos embalados. Desta maneira sempre haverá algum técnico da Proteção Radiológica durante a movimentação dos embalados ou no acompanhamento de visitantes dentro da área do CGR. Durante os períodos em que não há movimentação de embalados ou visitantes na área, a ocorrência de alarmes do Sistema de Monitoração de Radiação deverá ser comunicada imediatamente pelos guardas da Proteção Física à Divisão de Proteção Radiológica. 3.3.5 PLANO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS Os Depósitos 1 e 2-A possuem um sistema de proteção contra incêndio composto por extintores com acionamento manual. Não existe sistema automático de detecção de incêndios em razão, principalmente, da grande dificuldade de realização dos 62 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos procedimentos de manutenção do sistema, que sujeitaria trabalhadores a elevadas taxas de doses ocupacionais. Devido ao fato de que todos os equipamentos existentes no interior dos depósitos somente são energizados quando da permanência de trabalhadores no interior dos prédios, torna-se mínima a possibilidade de surgimento de focos de incêndio, de origem elétrica, nos horários fora dos períodos de operação, quando não existem equipamentos energizados e nem trabalhadores no local. Assim, o combate a incêndios nos Depósitos 1 e 2-A pode ser efetuado através do uso de extintores e da atuação da Brigada de Incêndio da CNAAA e, caso necessário, das Unidades do CBMERJ, situados na Vila do Frade e na Vila Operária de Mambucaba. 3.3.5.1 Bases de Projeto 3.3.5.1.1 Materiais Combustíveis Os principais materiais combustíveis existentes permanentemente nos Depósitos 1 e 2-A consistem em: Material de isolamento de cabos elétricos da ponte rolante e dos equipamentos a ela associados (instrumentação e controle, monitoramento, etc.) e o próprio equipamento; Material de isolamento de cabos elétricos e equipamentos eletro-eletrônicos na Sala de Operação; Rejeitos diversos (roupas, papel, materiais orgânicos e moderadamente compactados e contidos em tambores de 200 L. sintéticos, etc.) Os principais materiais combustíveis transitórios consistem nos materiais plásticos e no combustível de caminhões e empilhadeiras utilizados durante as operações de movimentação de embalados. 3.3.5.1.2 Fontes de Ignição As fontes de ignição (fontes de calor e/ou de centelhamento) durante a operação podem ser resumidas aos seguintes itens: Equipamentos e cabos elétricos descritos no item anterior; Meios de transporte - caminhões e empilhadeiras. 63 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.5.2 Análise de Riscos 3.3.5.2.1 Avaliação de Riscos de Incêndio associados aos materiais contidos nos embalados a) O material combustível contido em tambores representa um risco extremamente baixo de incêndio, pois se apresenta isolado dos ambientes pelas paredes metálicas dos embalados. Apesar das paredes metálicas possibilitarem grande transmissão de calor, o volume dos ambientes e a inércia térmica dos materiais estocados são tão grandes, que um eventual incêndio ocorrendo no ambiente do depósito ou no interior dos embalados resultaria numa elevação muito pequena de temperatura. A propagação do fogo não ocorreria, em função da pouca densidade de materiais combustíveis expostos, limitando sobremaneira a geração de calor. Além disso, e considerando a integridade dos embalados, a quantidade de oxigênio presente no interior dos embalados - quer no ar residual, quer na estrutura molecular dos materiais - é muito pequena para permitir uma combustão de quantidades apreciáveis do material e uma liberação de calor que pudesse danificar o(s) recipiente(s) e/ou propagar o fogo; b) No relatório da Missão IAEA (Projeto BRA/4/046-11), de 15-19/maio/2000, item 416, foi feita a seguinte observação: De acordo com a experiência do grupo, existe a possibilidade de combustão espontânea de rejeitos moderadamente compactados dentro de tambores. Um incêndio desta natureza queimaria tão lentamente que não seria detectado até que ocorresse um dano substancial ao recipiente de rejeito e possivelmente aos recipientes vizinhos. Inspeções e Monitorações adequadas dos recipientes permitiriam detecção precoce de tais incêndios; c) Considerando-se os itens a e b acima, pode-se concluir que a adoção de um programa adequado de inspeções e monitoramento dos recipientes resultará na neutralização do risco extremamente baixo de incêndio representado pelos materiais contidos nos embalados. 3.3.5.2.2 Avaliação de Riscos de Incêndio associados aos demais materiais O restante dos materiais combustíveis, bem como a presença efetiva das fontes de ignição, só estarão sujeitos a propiciar incêndios durante a operação dos equipamentos do Depósito. Considerando a ação preventiva de desenergização de todos os equipamentos quando não estiver sendo realizada alguma operação de movimentação, pode-se concluir que as condições de risco decorrentes dos materiais e equipamentos elétricos se verificam quando há presença de operadores, que serão capazes de detectar qualquer ocorrência 64 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos de fogo/fumaça em curto espaço de tempo, implementando o procedimento de combate a incêndio, não permitindo assim que possam ocorrer danos aos recipientes de rejeitos. 3.3.5.2.3 Conclusões da avaliação de riscos de incêndio quanto ao aspecto de detecção O risco de ocorrência de incêndios no depósito é extremamente baixo, restringindo-se praticamente às situações em que os equipamentos de movimentação dos embalados estiverem sendo operados: Durante as situações de movimentação de embalados, o depósito contará com a presença permanente de operadores; A eficácia de sistemas de detecção seria muito baixa, em função das características construtivas do depósito (tamanho, volumes, alturas, etc) e dos volumes de materiais combustíveis envolvidos; A execução de testes e de manutenção de sistemas fixos de detecção com equipamentos distribuídos pelo depósito exigiriam a presença regular de operadores nas áreas de estocagem, por períodos razoavelmente longos. Essa exigência contrariaria o critério básico de projeto do depósito, que prevê a automação das operações nas áreas de armazenamento, para minimização da dose ocupacional. 3.3.5.3 Descrição do Sistema de Proteção contra Incêndios Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios, serão adotadas as seguintes medidas: Não será instalado sistema de detecção de incêndios no Depósito 1 e 2-A; Todos os equipamentos localizados no interior do depósito permanecerão desligados, somente sendo ligados quando o prédio for ocupado para operação, eliminando a possibilidade de ocorrência de focos fora dos períodos de operação. Emissão de procedimentos de prevenção e combate a incêndios no CGR - Depósito 2, detalhando todas as medidas necessárias. Para combate a incêndio, foram instalados extintores de incêndio, de tipo, capacidade e em quantidade adequadas às exigências das normas pertinentes. 65 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.6 PROJETO DE VENTILAÇÃO DO PRÉDIO 3.3.6.1 Bases de Projeto 3.3.6.1.1 Funções a serem cumpridas pelos Sistemas Os detalhes construtivos dos Depósitos 1 e 2-A serão aperfeiçoados, com a introdução de Sistemas de Ventilação, garantindo: a) Elevação da estanqueidade de todas as portas e esquadrias situadas no perímetro do prédio; b) Ventilação mecânica com suprimento de ar filtrado; c) Manutenção de pressões sub-atmosféricas para impedir exfiltração descontrolada de contaminantes radioativos; d) Monitoração dos efluentes de ventilação dos prédios; e) Retirada do calor transmitido ao interior do prédio por incidência solar na cobertura ou liberado por equipamentos internos, garantindo níveis de temperatura compatíveis; f) Minimização de efeitos corrosivos sobre os recipientes de rejeitos como decorrência da filtragem do ar insuflado; g) Filtragem de alta eficiência dos efluentes de ventilação em situações em que se verifique a possibilidade de ocorrência de liberação de particulados radioativos no interior do depósito. 3.3.6.1.2 Parâmetros do Projeto - Taxa de renovação de ar dos ambientes: renovações/hora em operação normal (mínimo); 0,5 renovação/hora em operação de exaustão de emergência através de filtros HEPA (acidente máximo); - Taxa de ar infiltrado previsto para a pressão sub-atmosférica especificada: 1,5 m³/s (máximo); - Pressão sub-atmosférica resultante, em situações climáticas normais: -10 Pa (valor absoluto mínimo). 66 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA FUNCIONAL DE VENTILAÇÃO DOS DEPÓSITOS Para assegurar um fluxo controlado de ar e condições de temperatura e qualidade do ar nas áreas de armazenamento, os Depósitos 1 e 2-A, são dotados de sistemas de ventilação mecânica, conforme considerado na Norma Cnen NE - 6.05 “Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radioativas”. A sala dos equipamentos de ventilação é construída com acesso externo à área do Depósito 2 e os dutos são instalados na face externa das paredes do Depósito. No tocante aos aspectos construtivos do Depósito, as portas externas têm sua estanqueidade reforçada para valores compatíveis com os requisitos dos sistemas de ventilação. Além disso, as janelas são mantidas sempre fechadas e são vedadas da mesma maneira. A manutenção de pressões sub-atmosféricas nos Depósitos 1 e 2-A, são obtidas pelo funcionamento de ventiladores operando sempre de forma a se ter uma vazão de exaustão maior que a de insuflamento, sendo a diferença obtida através de infiltração pelas imperfeições de vedação remanescentes. No tocante aos sistemas de ventilação, estão instalados: a) Sistema de Suprimento de Ar com filtragem fina (ABNT F3); b) Sistema de Exaustão Normal; c) Sistema de Exaustão provido de filtros HEPA (ABNT A3); d) Sistema de Monitoração de Ar de Exaustão. Os sistemas de ventilação são compostos por filtros, moto-ventiladores centrífugos, registros de gravidade, registros de isolamento de alta estanqueidade, redes de dutos, grelhas, venezianas, etc. Todos os dispositivos têm estanqueidade adequada para garantir a obtenção da pressão sub-atmosférica no depósito, obedecendo às premissas e parâmetros do projeto. Os filtros HEPA são instalados em carcaças especiais permitindo o manuseio de elementos filtrantes sem contato direto. Em condições normais de funcionamento dos Depósitos 1 e 2-A permanecem em funcionamento os sistemas de suprimento e de exaustão normal de ar. O monitoramento de efluentes é realizado em intervalos regulares para confirmação da não liberação de substâncias radioativas ao meio ambiente. Em situações em que se verifique a possibilidade de ocorrência de liberação de particulados radioativos, são desligados os sistemas de suprimento e de exaustão normal de ar e o sistema de exaustão provido de filtros HEPA é colocado em funcionamento, evitando-se assim qualquer possibilidade de liberação ao meio ambiente de particulados radioativos dispersos no interior do depósito. O monitoramento de efluentes é realizado 67 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos utilizando os mesmos funcionamento. recursos utilizados quando em condições normais de Em caráter preventivo, este modo de operação deve ser acionado pelo operador sempre que ocorrerem situações de acidente nas operações de movimentação de embalados. Os acionamentos e comutações necessários são efetuados manualmente pelos operadores. 3.3.7.1 Proteção Radiológica Toda a área do CGR é tratada como área controlada, seguindo, portanto, todos os procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose ocupacional. O Sistema de Monitoração de Radiação é constituído de recursos para monitoração interna e externa aos depósitos. Todos os sinais e alarmes referentes aos monitores de radiação são apresentados na Guarita do Depósito, onde está instalada uma sala destinada à Proteção Radiológica. 3.3.8 MONITORAÇÃO DA TAXA DE DOSE LOCAL INTERNA AO DEPÓSITO 2-A Através do detector do sistema de lança telescópica da ponte rolante, é possível realizar a medição remota de taxa de dose em qualquer ponto da área de armazenamento deste módulo. Por meio da câmera de televisão instalada na lança, é possível a inspeção visual da área onde se procede à medição de taxa de dose. Os dados resultantes das medidas do detector são transmitidos para um micro computador, instalado na sala de comando da Ponte Rolante. Há ainda um detector neste módulo, com painel local instalado junto à porta de ingresso do mesmo, com a finalidade de fornecer a indicação da taxa de dose nas áreas de armazenamento, sendo estes alarmes enviados para a sala de Proteção Radiológica localizada na guarita. 3.3.9 MONITORAÇÃO DA TAXA DE DOSE LOCAL EXTERNA NA ÁREA DO DEPÓSITO Uma estação de medição “on-line" de taxas de dose está instalada no CGR, constando de vinte detectores, localizados em locais significativos para a monitoração (p. ex. próximo à guarita e salas de ventilação de cada depósito). Cada detector é a prova de chuva e raios solares. Os dados medidos são mostrados em painéis locais e transferidos para o microcomputador na sala de Proteção Radiológica na Guarita. 68 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 3.3.10 AMOSTRAGEM DE AR Os Depósitos 1 e 2-A são equipados com um Sistema de Amostragem do Ar de Exaustão do sistema de ventilação, para coleta de amostras dos particulados em suspensão em filtro removível, com posterior determinação dos níveis de radioatividade desses efluentes. No Depósito 2-A há, ainda, outro ponto de amostragem instalado na lança telescópica da ponte rolante, com a finalidade de coletar amostras de ar de qualquer ponto alcançável por ela no interior do depósito. Este sistema prevê a amostragem de particulados em suspensão através da aspiração do ar por um tubo flexível, com filtro removível, e é acionado sempre periodicamente. 3.3.10.1 Proteção Física Foram implementadas as seguintes medidas para Proteção Física: Instalação de cerca, em todo o perímetro externo do CGR; Instalação de dispositivos de alarme de abertura das portas externas do Depósito 2A; Instalação de câmeras de vídeo para monitoração da área externa aos depósitos; Melhoria da iluminação externa aos depósitos com instalação de sistema “no break”; Instalação de ramais telefônicos comuns e transceptor de rádio. 69 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4 4.1 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL MEIO FÍSICO 4.1.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA A Área de Influência Direta do meio físico a ser analisada neste diagnóstico é a área da CNAAA (sítio onde se localizam o CGR, local específico do empreendimento, e as Usinas de Angra 1 e 2), ilustrada por meio do Apêndice 11.2. 4.1.2 INTRODUÇÃO Os estudos geológicos, geomorfológicos e pedológicos realizados tiveram como metodologia o levantamento de dados secundários, estudos de sensoriamento remoto, cruzamento desses dados com os mapas temáticos e cartas planialtimétricas e, posteriormente, reconhecimentos de campo. Após essas etapas, no trabalho de escritório realizou-se a consistência desses dados e a confecção do diagnóstico dos referidos temas. Os itens referentes aos recursos hídricos e ao clima e meteorologia foram realizados basicamente a partir de dados secundários, indicados, na sua maioria, pela Eletronuclear. 4.1.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS O entendimento do arcabouço geológico da Área de Influência Direta passa primeiramente pelo conhecimento da geologia regional da porção oeste do estado do Rio de Janeiro, mais especificamente dos municípios de Angra dos Reis e Parati. Dessa maneira, serão primeiramente apresentadas informações regionais e, posteriormente, o diagnóstico da Área de Influência. A área da CNAAA está situada na Região Sudeste do país, estando geotectonicamente contida na Província Mantiqueira, definida por Almeida et al. (1981). É representada pelo Domínio Tectônico Costeiro ou Cinturão Costeiro, onde o arcabouço regional é formado por terrenos pré-cambrianos, com predominância de metamorfitos de médio a alto grau, representados por gnaisses, gnaisses migmatíticos, granitóides e migmatitos, injetados por granitos e rochas básicas diversas. Associadas a essas litologias ocorrem rochas kinzigíticas, quartzitos, anfibolitos, rochas calcissilicáticas e termos charnockíticos localizados. 70 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A divisão litoestratigráfica dessas unidades é bastante complexa, uma vez que apresentam uma passagem gradual de um litotipo para outro, com exceção de alguns corpos graníticos relacionados às fases tardi e pós-tectônicas do Ciclo Brasiliano. Diques de diabásio (Juro-Cretáceos) cortam as rochas pré-cambrianas de forma discordante e concordante com a foliação regional, de direção nordeste-sudoeste (predominantemente N50-70E) e, subordinadamente, noroeste-sudeste. A complexidade estrutural das unidades litoestratigráficas é função das diversas fases de deformação ocorridas nos Ciclos Transamazônico (2.100 a 1.800 MA) e Brasiliano (750 a 500 MA), onde processos de migmatização, granitização e eventos tectônicos em diferentes graus remobilizaram e/ou rejuvenesceram diversas litologias. Como decorrência desses tectonismos, a região apresenta extensos lineamentos estruturais representados pelo bandamento gnáissico e falhas regionais de caráter transcorrente. As estruturas dobradas são relacionadas a mais de uma fase de dobramento. As falhas são, via de regra, evidenciadas nos vales retilíneos dos cursos de água existentes. A reativação de antigas zonas de falha e instalação de novos falhamentos ocorreu durante o Jurássico, onde a área sofreu novos esforços tectônicos, inclusive com intrusões de diques de diabásio associados. A sedimentação Quaternária é representada pelos depósitos flúvio-marinhos e marinhos de natureza areno-argilosa a arenosa, depósitos aluviais, coluviais e alúvio-coluviais, estando todos estes sedimentos recobrindo localmente as rochas pré-cambrianas. O mapa geológico encontra-se no Apêndice 11.4. 4.1.3.1 Geologia regional Nesta etapa serão descritas as unidades litológicas e estratigráficas representadas pelos Complexos Costeiro e Paraíba do Sul (Proterozóico Superior), compostos por metamorfitos de médio a alto grau como os gnaisses cataclásticos e migmatizados em vários graus, granitóides e suítes charnockíticas. Ocorrem também granitos isotrópicos e rochas básicas diversas (na forma de diques) e ainda áreas restritas de sedimentos Quaternários. As unidades gnáissico-migmatíticas estão intrinsecamente relacionadas e são de difícil separação espacial. Dessa maneira, os contatos nítidos e mapeáveis são de difícil identificação, pois ocorrem transições graduais entre os diversos termos petrográficos, inclusive entre aqueles considerados do neoproterozóico, como as suítes granitóides e outras rochas geradas nesse período. Assim, os contatos litológicos marcam os limites parciais ou totais dos corpos graníticos, de alguns migmatitos e dos sedimentos cenozóicos de idade recente (depósitos aluvionares, flúvio-marinhos e marinhos). 71 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A descrição das principais unidades litoestratigráficas e características mineralógicas das diferentes unidades litológicas foram baseadas principalmente nos dados do DRM (1983). 4.1.3.1.1 Unidades Meso a Neoproterozóico 4.1.3.1.1.1 Plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse Ocorre em quase toda a área, constituindo uma ampla faixa de sudoeste para nordeste, desde a região de Parati até a região de Angra dos Reis. Os litotipos gnáissicos são muito semelhantes, com predominância de plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse. Entre as estruturas presentes, destacam-se por vezes características de rochas cataclásticas. A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com bandamento marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na rocha e localizadamente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Rochas kinzigíticas com cordierita, sillimanita, granada e grafita, e rochas calcissilicáticas ocorrem no âmbito desses gnaisses. As calcissilicáticas têm coloração esverdeada e são constituídas por biotita, microclina, plagioclásio, piroxênio e anfibólio. Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses quartzo feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas formando cristas no relevo devido à sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação mineralógica dessas litologias é representada por uma assembléia de quartzo, plagioclásio, microclina, biotita, granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais frequentes são apatita, titanita e zircão. Ocorrem ainda porções cataclásticas da associação plagioclásio-microclina-biotitagnaisse (pGnc), geralmente relacionadas com gnaisses milonitizados e blastomilonitos. 4.1.3.1.1.2 Biotita gnaisse cataclástico Assim como as rochas cataclásticas do grupo anterior, os biotita gnaisses cataclásticos ocorrem em extensas faixas segundo o trend regional, estendendo-se desde o norte de Parati, passando pela região do rio Mambucaba, até a região de Cunhambebe. São constituídas basicamente por biotita gnaisse cataclástico de granulação fina a média, com laminação fina bem definida pela alternância de fitas milimétricas enriquecidas em biotita com outras quartzo-feldspáticas granulares. O quartzo predominante ocorre muitas vezes em forma de vênulas e pequenos boudins. Porfiroclastos de feldspato (plagioclásio e microclina) ocorrem com formas ocelares e dimensões milimétricas. Níveis milonitizados de textura grano-lepidoblástica a cataclástica são constantes. Associados a estas ocorrem, esparsamente, pequenos corpos de mármores e de rochas calcissilicáticas. Apresentam relevo acidentado com cursos d’água encachoeirados, perpendiculares à vertente da serra. Afloram geralmente em áreas de difícil acesso, vertentes de trechos da 72 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos serra do Mar, de maiores altitudes locais, cobertas por mata Atlântica. Na região do planalto da Bocaina, o relevo mostra-se colinoso com pequenos desníveis entre os morrotes alongados, apresentando lineamentos concordantes com o trend regional observado em fotografias aéreas e imagens de satélite. 4.1.3.1.1.3 Biotita gnaisse migmatítico Compreende uma ampla faixa de direção nordeste-sudoeste, abrangendo a região de Angra dos Reis e Ilha da Jipóia. A rocha matriz é representada por biotita gnaisses de coloração cinza e granulação média extremamente ricos em biotita, bem bandados e com porfiroblastos de feldspato alinhados segundo o bandamento. Os cristais de feldspato são usualmente tabulares de cor branca e rosa, alcançando até dois cm de dimensão. Devido a intrusões pegmatíticas e aplíticas, esses gnaisses encontram-se parcialmente migmatizados. Materiais quartzo-feldspáticos (neossoma) ocorrem intercalados ao conjunto litológico, revelando aspectos bandeados a estromáticos típicos. Porções de composição gabróide a diorítica, ricas em biotita e anfibólio, ocorrem localizadamente e são injetadas por frações félsicas de composição pegmatóide e granítica. Segundo o DRM, esse termo escuro é o representante regional da rocha original pré-existente, afetada por processos de migmatização. Análises petrográficas dos litotipos de Angra dos Reis revelaram composição granítica para fração neossomática e quartzo-diorítica para o biotita gnaisse por ele permeado (paleossoma). Os minerais mais comuns desse conjunto litológico são microclina, plagioclásio, quartzo, biotita, clorita, alanita e titanita como principal acessório. 4.1.3.1.1.4 Migmatito estromático São rochas com bandamento centimétrico regular, marcado pela alternância de bandas máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas, de composição quartzofeldspáticas, com granulação média. Essas rochas migmatíticas são constituídas principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais acessórios como apatita, zircão, titanita e opacos. Afloram na região de Angra dos Reis, Cunhambebe e Parati, se estendendo segundo a direção nordeste-sudoeste, ao longo de uma faixa de aproximadamente 5 km e na região de Parati, apresentando contato abrupto com o granitóide Parati-Mirim. Observa-se na região de Tarituba-São Roque e na região da baía da Ribeira (Cunhambebe e Angra dos Reis) que parte da faixa migmatítica encontra-se encoberta por sedimentos flúvio-marinhos ao longo do litoral, sendo esta litologia constituinte da maioria das ilhas cartografadas. 73 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Apresenta-se uma frequência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares subcentimétricos na região da Praia Brava e ao norte de Itaorna, possuindo um bandamento mais esparso, mais irregular e menos consistente, proporcionado por material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara. Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados. No sul da área, os migmatitos estromáticos são menos típicos devido à influência de material granítico desenvolvido de forma indiscriminada e penetrativa, superimpondo-lhes estruturas do tipo agmático e schollen. 4.1.3.1.1.5 Migmatitos oftálmicos Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas bem foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas, influenciando a forma do relevo predominante, representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a foliação é menos marcada, o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa. O granitóide sustenta um relevo de morrotes com formas dômicas. Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas ocelares dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato, biotita, anfibólio e magnetita. Afloram na região de Cunhambebe e Angra dos Reis, com exposições em alguns trechos da BR-101, entre o Bairro Belém e o Iate Clube Angra dos Reis e na região da Usina Nuclear de Angra, onde ocorrem afloramentos excelentes nas pedreiras de Ponta Grande e Ponta Fina. Esta última apresenta boudins, pegmatitos e estruturas agmáticas. Essa unidade é interrompida na região da baía da Ribeira, onde os migmatitos oftálmicos constituem ilhas. 4.1.3.1.1.6 Migmatito granitóide Ocorre como um maciço granítico na região de Conceição de Jacareí, com relevo escarpado, serras acentuadas e colinas corrugadas. As drenagens apresentam um padrão dentrítico refletindo seu condicionamento estrutural pelo set de fraturas, com orientação principal nordeste-sudoeste. Ocorrem ainda veios pegmatíticos cortando esses termos petrográficos. São rochas porfiroblásticas com uma alternância entre porções bandadas e texturas migmatíticas e porções com texturas características de rochas granitóides onde ocorre um aumento na quantidade de feldspatos porfiroblásticos. Nos arredores de Monsuaba ocorre um excesso de porfiroblastos, dando um aspecto de granitóide de textura quase homogênea. Esses cristais de feldspato (porfiroblastos) são tabulares, brancos a róseos, com até 4 cm (eixo maior) e orientados. Sua composição mineralógica é constituída por 74 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos quartzo, biotita, anfibólio e alguma titanita disseminada, preenchendo os espaços entre os porfiroblastos de feldspato (microclina e plagioclásio). 4.1.3.1.1.7 Hiperstênio granitóide Apresenta coloração esverdeada, granulação média a grossa, textura granoblástica e estrutura homogênea, com leves orientações localizadas, dadas pelo arranjo de alguns fenoblastos centimétricos. A mineralogia é constituída por feldspatos esverdeados (cor de cana) típicos, quartzo, biotita, piroxênio (hiperstênio), anfibólio e magnetita como acessório. Esses granitóides constituem as rochas da suíte charnockítica distribuídas nos terrenos limitados pela Ilha Grande. Análises petrográficas realizadas (DRM, 1983) revelaram que as rochas charnockíticas meso-melanocráticas cinza-esverdeadas são derivadas de granulitos retrometamorfisados. Os charnockitos da Ilha Grande gradam para termos granitóides porfiroblásticos, resultantes de uma intensa feldspatização provavelmente potássica em base charnockítica original. 4.1.3.1.1.8 Granitóide Parati Apresenta textura grossa e porfiroblástica, com mineralogia a base de quartzo, feldspato, biotita, anfibólio, magnetita e titanita disseminada, sendo que os porfiroblastos são de feldspato e estão discretamente orientados. São rochas isotrópicas com foliação localizada. Os termos petrográficos originais que geraram os granitóides por meio de processo de granitização/felspatização eram de composição gabróide e/ou granítica. Aflora por uma ampla área, abrangendo a região de Parati e com exposições ao longo da BR-101. Possui um relevo movimentado representado por serras de cristas angulosas e por morrotes arredondados situados nas áreas de planalto e na grande vertente da serra do Mar. No planalto despontam formas tipo “pão-de-açúcar” escarpadas e com estrias. Abrange também as áreas de relevos suaves próximas ao litoral. 4.1.3.1.2 Unidade do Precambriano Superior /Eocambriano 4.1.3.1.2.1 Rochas graníticas (Gr) Os maciços graníticos na região receberam denominações toponímicas locais 1983) devido à sua distribuição geográfica. O Projeto Carta Geológica do Estado de Janeiro (DRM, op. cit.) caracterizou os granitos Carrasquinho, Parati-Mirim, Mambucaba e Mangaratiba, além de assinalar a ocorrência generalizada de graníticos menores, às vezes não mapeáveis na escala 1:50.000. (DRM, do Rio Angra, corpos 75 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades rosadas, estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas marcadas pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de forma localizada e esparsa. Apresentam contatos bruscos com as rochas gnaissicomigmatitícas encaixantes, por vezes irregular e difuso, onde em alguns locais ocorrem xenólitos de tipos diversos de migmatito e gnaisse no interior das massas graníticas. A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório frequente. Cristais esparsos de pirita ocorrem nas proximidades da região de Itaorna. A pirita ocorre também preenchendo fraturas. O granito Carrasquinho ocorre com dois amplos corpos distintos situados na divisa RJ/SP a noroeste de Parati e na região da localidade Pedra Branca. Esse litotipo sustenta um relevo ondulado a montanhoso. O granito Parati-Mirim apresenta-se como uma larga faixa no sentido nordeste, entre o sul de Parati e as proximidades de Parati-Mirim. Possui faixas alongadas de migmatitos estromáticos e contatos difusos com tipos gnáissicos encaixantes. O granito Angra está situado a oeste da cidade de Angra dos Reis, na região de Cunhambebe. Aflora sob a forma de grandes blocos de rocha na superfície das encostas e em paredões amplos e abaulados. O granito Mambucaba ocorre como quatro corpos graníticos alongados e arredondados, na região do rio Mambucaba, ao sul da localidade de Frade e ao norte de Tarituba. Topograficamente, mostra morros pontiagudos e cônicos e relevo colinoso com “pães-de açúcar” (próximo a Tarituba), com a drenagem do tipo radial-dentrítica. O granito Mangaratiba ocorre na porção extrema leste, onde constituem trechos da linha de costa. Localmente, apresenta relevo realçado de padrão quase homogêneo na forma de domo, praticamente desprovido de vegetação. 4.1.3.1.3 Unidades do Jurássico/Cretáceo 4.1.3.1.3.1 Diques de basalto e diabásio Ocorrem na região diques de diabásio, basalto e lamprófiro, estendendo-se praticamente por toda a área, com maiores concentrações nas regiões da baía da Ribeira, Itaorna e ao sul de Parati. Esses diques são injetados preferencialmente em planos de fraturas préexistentes, onde estão orientados segundo N45E, com mergulho vertical ou subvertical. Localmente podem ter direção norte-sul e noroeste-sudeste. Apresentam larguras que variam de menos de 1 m até dezenas de metros. 76 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Apresentam lineamentos marcantes em imagens de satélite e fotografias aéreas, e contatos nítidos com as encaixantes. Encontram-se fraturados internamente e nos contatos, com padrões ortogonais. Em afloramento, os diques mostram textura típica de diabásio, de coloração cinza escuro esverdeada, com predominância de plagioclásio (em forma de ripas) e fenocristais ferromagnesianos (piroxênio) e opacos. O diabásio intemperizado apresenta-se sob a forma de blocos esfoliados, com cor amarelo-ocre e solos derivados vermelho alaranjados, imersos em regolito marrom avermelhado. A gênese dessas litologias está relacionada à Reativação Wealdeniana, responsável pelo fraturamento e rifteamento acompanhado por atividade ígnea básica e alcalina durante o Jurássico Superior/Cretáceo Superior, com alguma ocorrência até o Terciário. Os diques de basalto são petrograficamente similares ao diabásio, embora com granulação mais fina, textura afanítica e menos abundantes. Segundo relações de campo, datações e conteúdo potássico, o basalto e o diabásio têm origem comum. Suas espessuras alcançam até 3 m. Em Itaorna aflora um sistema de diques de lamprófiro, perfazendo uma faixa de 100 a 150 m de largura (1 a 2 m de largura cada um), onde preenche uma zona de fraturas orientadas na direção oeste/nordeste (N70/80W). É uma rocha cinza esverdeada, de granulação fina a média, composta de biotita, carbonatos, olivina e traços de microclina. São cortados por delgados veios mineralizados de calcita, que estão deformadas por falhamentos mais recentes, onde estes deslocam a parede nos contatos dique/rocha encaixante. Informações de sondagens realizadas no sítio de Itaorna, mencionadas em estudos da Weston Geophysical, 1981, indicam que a instalação da sequência de diques diabásio/basalto é anterior à instalação dos diques de lamprófiro. 4.1.3.1.4 Unidades do Quaternário (Holoceno) 4.1.3.1.4.1 Depósitos flúvio-marinhos e marinhos Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de areias grossas, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas de argila e/ou silte. Nas porções próximas à linha de costa predominam sedimentos arenosos que variam seus teores percentuais de silte, argila e matéria orgânica, conforme adentram o continente. São depósitos sedimentares característicos de ambientes de transição, com características de depósitos praiais, lagunares e fluviais sobrepondo-se localmente. Os 77 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características transgressivas ligadas à última oscilação do nível do mar. 4.1.3.1.4.2 Depósitos de mangue Ocorrem nas regiões litorâneas dos municípios de Parati e Angra dos Reis. Os depósitos de mangue estão relacionados aos ambientes do trecho inferior dos cursos dos rios, próximos ao mar. São caracterizados por lamas e lodos síltico-argilosos ricos em matéria orgânica, com cores escuras a muito escuras e parcialmente cobertas por vegetação típica. Os sedimentos que são carreados pelos rios ao mar são retrabalhados, formando depósitos praiais. Em conjunto, os sedimentos coluviais transportados por movimentos de massa próximos à linha da costa podem ser retrabalhados pelo mar colaborando com a formação dos sedimentos praiais. Segundo Abreu (1947), ocorrem restos localizados de antigos depósitos de sambaqui na região do forte, nos arredores de Parati. Trata-se de pequenas manchas com agregados de conchas calcárias e seixos polidos de diabásio misturados com material argilo-síltico orgânico de coloração escura. 4.1.3.1.4.3 Depósitos aluvionares Ocorrem nas redes de drenagens atuais e são constituídas por cascalhos, areias finas e médias, silte e argila, incluindo os aluviões atuais, os depósitos de terraços e as várzeas. Ocupam as calhas e planícies dos rios de maior porte da região, como os rios Jurumirim, Floresta, Bracuí, Mambucaba, São Roque, São Gonçalo, Pequeno e Perequê-Açu, dentre outros. Podem ocorrer níveis conglomeráticos localizados como nas margens do rio Bracuí. 4.1.3.1.4.4 Depósitos coluvionares Ocorrem relacionados a encostas e elevações e estão distribuídos de forma descontínua, por vezes relacionados a material eluvionar, sendo constituídos de uma mistura de solos residuais lixiviados (ou transportados) geralmente compostos de areias siltosas, argilas, cascalhos e matacões. São derivados do intemperismo e erosão dos solos residuais e das rochas localizadas nas partes mais superiores das elevações, e transportados encosta abaixo por gravidade através de rastejo (creep), deslizamentos de massa ou desmoronamento de blocos. Em zonas de relevo íngreme, surgem depósitos de tálus com blocos, matacões e seixos de dimensões variadas. 78 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.3.2 Geologia da Área de Influência Nos limites da AID, entre a Ponta Grande e a Ponta Fina, incluindo Itaorna e as encostas adjacentes, afloram gnaisses migmatizados e migmatitos (com estruturas estromáticas e oftálmicas). Apresentam alternância de bandas máficas e félsicas e intercalações de xistos e anfibolitos. As bandas máficas são representadas por porfiroblastos de feldspato ocelares em matriz biotítica enquanto as bandas félsicas são constituídas por granitóides ou pegmatóides de composição quartzo-feldspática. Os gnaisses apresentam bandamento composicional com orientação planar (nordestesudoeste) de minerais e feições de estiramento (boudinage, feldspatos ocelares). Trabalhos anteriores a Weston Geophysical e ao IPT relatam a presença intrusão diorítica na Ponta Fina. Mencionam também a existência de ondulações na foliação e o envolvimento dos diques básicos na deformação afetando os gnaisses. Esses trabalhos relatam a existência de veios graníticos e pegmatíticos discordantes com a foliação regional e intrusões graníticas que truncam as litologias acima, denotando uma evolução geológica bastante complexa no local. Essa evolução envolve as falhas de Ponta Grande e Piraquara e outras associadas, mais alguns tipos litológicos diferentes e alterações hidrotermais. A origem da falha de Ponta Grande deve ser anterior à instalação das rochas graníticas que cortam essa zona de falha. Diques de rochas básicas foram intrudidos nos estágios iniciais da Reativação Wealdeniana e são representados por diabásios e basaltos encaixados nas rochas précambrianas, concordantes com o arcabouço estrutural regional (N40-50E) e, por vezes, discordantes. Posteriormente a essas intrusões básicas, ocorreu o magmatismo alcalino, representado por um conjunto de diques de lamprófiro (direção N65-70W) e detectados por sondagens realizadas na região de Itaorna. Segundo Weston Geophysical (1982), não é conhecida a ocorrência de falhamentos ou outra atividade tectônica desde o Cretáceo Inferior em Itaorna, sendo que a falha mais antiga deve ser a de Ponta Grande, seguida de falhas nordeste, provavelmente ligadas a Reativação Wealdeniana. Essas falhas nordeste são cortadas por uma falha de direção N70W (mais jovem). O granito Mambucaba ocorre na porção norte e leste da AII. São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara com tonalidades rosadas, estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) e com porções foliadas marcadas pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de forma localizada e esparsa. A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório frequente. Ocorrem cristais esparsos de pirita e também preenchendo fraturas. 79 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de areias grossa, média e fina, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas de argila e/ou silte. Os sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características transgressivas ligadas à última oscilação do nível do mar, sendo cobertos na maior parte de Itaorna por aterro utilizado na implantação da CNAAA. Apresentam uma sequência estratigráfica representada pela alternância de areias finas e argilas, onde a parte superior do pacote é composta por areias, com a porção central da praia apresentando mais de 20 m de espessura. Sondagens realizadas na área apresentaram três ou mais camadas de argila alternadas com areia. Segundo Weston Geophysical (op. cit.), houve sequências deposicionais transgressivas na área. A primeira transgressão depositou uma unidade de areia basal diretamente sobre o solo residual, com espessuras de até 3 m. Trata-se de um depósito marinho típico de praia, mais grosseiro na sua porção distal. A areia basal é coberta por uma camada de argila (2 a 7 m de espessura). A segunda sequência transgressiva é constituída por uma fina camada de areia subjacente a uma camada mais espessa de argila, representando uma transgressão similar àquela, porém com um nível do mar relativamente mais alto. A camada de argila superior cobre, localmente, solos coluviais soterrados indicando movimentos de massa antigos próximo à linha da costa. A sequência sedimentar marinha superior na enseada de Itaorna, tanto no continente quanto na área marinha (offshore), é composta de espessas camadas de areia. Essas areias crescem em espessura desde 5 m na área marinha até 10 m na parte do continente. A textura desses sedimentos torna-se mais grossa à medida que se aproxima da base das encostas que cercam a enseada. Esta última unidade, essencialmente arenosa, representa uma regressão do mar e uma progradação da linha de praia antes da configuração atual. Segundo os estudos mencionados, todos os sedimentos parecem estáveis e com a mesma configuração da época em que foram depositados. 4.1.4 ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS Conforme os estudos do Projeto RADAMBRASIL (IBGE 1983), a região de estudo pertence à Unidade Geomorfológica Planalto da Bocaina, representada por um bloco montanhoso basculado em direção ao litoral, com escarpas que atingem os 1000 m de altitude, tendo principalmente como embasamento rochoso gnaisses, migmatitos, granulitos e granitos. 80 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A rede de drenagem apresenta um forte controle estrutural com segmentos retilíneos acompanhando linhas de fraturas, geralmente perpendiculares à direção geral da escarpa, sendo por vezes muito profunda. O litoral é extremamente recortado, com intercalações de pontões rochosos e pequenas planícies que apresentam sedimentos marinhos, fluviais e coluviais. O mar é pontilhado de ilhas, separadas do continente por uma lâmina d’água pouco profunda e que possuem sempre grande semelhança litológica e estrutural com os pontões rochosos. A região apresenta ocorrências indiscriminadas de movimentos de massa devido às altas declividades existentes, sendo por vezes superiores a 40%, independentemente da cobertura florestal ou da ocupação humana. Esses movimentos de massa estão mais intimamente ligados à declividade e/ou às áreas de concentração de drenagem do que à litologia. As chuvas nessa região são acentuadas não apenas pela interação das massas úmidas marítimas com as escarpas, mas também pela passagem e semi-estacionamento das frentes polares que muitas vezes são em parte retidas nos pontões e reentrâncias do relevo local. Foi observado que são principalmente as chuvas de grande intensidade, locais e não regionais (podendo chegar a 300 mm de chuva em períodos de 24 h) que mais impulsionam os fenômenos de deslizamentos. 4.1.4.1 Unidades de relevo A região é constituída por duas unidades de relevo, sendo uma formada por cristas e escarpas e a outra formada pelas baixadas. As escarpas apresentam um desnível médio de 700 m e são dissecadas por vales semiparalelos que se alternam com trechos com recortes menos profundos, intermediários entre os rios que descem a serra. Possuem ainda vertentes longas de mais de 2 km de extensão. Como são constituídas por rochas gnáissicas ou graníticas, de fácil alteração em clima úmido, liberam grande quantidade de material que, associado à alta declividade (superior a 40%), é facilmente transportado encosta abaixo. Na parte superior das escarpas, a rocha é quase aflorante. Na zona intermediária da escarpa, observa-se uma zona coluvial fina, geralmente inferior a 3 m, tornando-se mais espessa em direção ao sopé. O horizonte regolítico (horizonte C) conserva a mesma estrutura da rocha original, mas perde grande parte de sua resistência ao cisalhamento. Abaixo do horizonte C, no caso de a rocha estar muito fraturada, ocorrem zonas de matacões concordantes com as fraturas na rocha. Essas fraturas são favoráveis à penetração da água. No caso de a rocha ser maciça, o que ocorre geralmente nos granitos, a passagem do horizonte C para a rocha é mais abrupta, formando um plano onde são favorecidos os escorregamentos. 81 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos O comportamento do lençol freático é função da espessura do manto de alteração, onde o manto de alteração é espesso, os lençóis freáticos situam-se em seu interior. Quando o manto de alteração é pouco espesso e a transição para a rocha é abrupta, os lençóis passam a localizar-se nesse contato, constituindo ambientes preferenciais de escorregamentos. Os depósitos ocorrentes nos sopés das escarpas estão relacionados às características morfológicas do trecho da vertente na qual estão situados, podendo ser classificados como depósitos de tálus ou cones de dejeção, mais conhecidos como leques aluviais. Os primeiros ocorrem nos trechos menos recortados da escarpa e se caracterizam por apresentarem materiais grosseiros, matacões ou blocos semi-arredondados ou angulosos, de mais de 1 m de diâmetro envoltos em matriz areno-argilosa. Não possuem drenagem muito encaixada e a vertente evolui principalmente por movimentos de massa, que fornecem grande quantidade de material detrítico, que é transportado pelo escoamento superficial ou desce pela ação da gravidade, formando no sopé extensos depósitos de tálus. Já nas áreas dissecadas por drenagens aprofundadas, formam-se os cones de dejeção, também chamados de leques aluviais. Estes apresentam sedimentos grosseiros e blocos com até mais de 2 m de diâmetro. A declividade, porém, é menos acentuada nos cones do que nos depósitos de tálus e a matriz que ocorre nos cones pode ser menos argilosa, por ser mais frequentemente lavada. Apresentam ainda a forma tradicional das drenagens torrenciais, em que a bacia de captação tem a forma de anfiteatro erosivo na borda da escarpa ou penetra pela superfície de topo do planalto através de um alvéolo que concentra a drenagem de uma bacia de recepção. O canal de escoamento é geralmente muito encaixado e possui poucos afluentes. Esses cones de dejeção, com concentração de drenagem e material detrítico pouco consolidados são áreas de alto potencial de deslizamentos. Os rios da região apresentam suas nascentes nas escarpas da serra do Mar ou no topo do planalto e assim como toda rede de drenagem são condicionados pelas estruturas geológicas. Possuem todos um regime torrencial, com cheias de verão e rápida resposta às chuvas. Os sedimentos são constituídos por partículas finas, característica comum aos rios de áreas tropicais úmidas, que são depositados sobre a planície de sedimentação marinha. Basicamente os depósitos sedimentares das baixadas são de origem fluvial com ou sem retrabalhamento marinho. O rio Mambucaba, principal rio da região e limite entre os municípios de Angra dos Reis e Parati, tem suas nascentes no topo do planalto, recebendo seus principais afluentes (rio dos Sete Espetos, córrego da Roseira) ambos com traçados retilíneo, através de acentuados cotovelos, evidenciando o controle estrutural na drenagem. 82 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A partir daí, drena por aproximadamente 2 km e desnível de 800 m um ambiente de cachoeiras e corredeiras, atingindo seu nível de base em um alvéolo proporcionado pela acumulação de sedimentos do rio Mambucaba e do rio do Funil em um estrangulamento do vale. A partir desse ponto apresenta um canal semi-anastomosado, estabelecido sobre sedimentos flúvio-marinhos, até a confluência com o rio Conceição, onde transpõe antiga soleira e invade uma baixada preenchida por feixes de restinga. Os outros rios da região têm aspecto semelhante ao rio Mambucaba, diferindo apenas em extensão longitudinal e no tamanho das baixadas. Suas baixadas são restritas, por vezes ladeadas por paredões escarpados. A montante, nos sopés de encosta, apresentam-se depósitos coluvionares em forma de leques que não raro apresentam mais de um nível de deposição. A jusante, apresentam-se feixes de restinga e/ou mangues. As baixadas mais extensas são as formadas pelos rios Mambucaba, Grataú, Jurumirim e Ariró. Morros isolados com vertentes convexas despontam em algumas dessas baixadas, com altitudes inferiores a 100 m e por vezes apresentando depósitos coluviais espessos no contato com a planície. Esses morros representam antigas ilhas incorporadas ao continente por força do assoreamento flúvio-marinho ocasionado pela progradação da linha de costa. 4.1.4.2 Dinâmica do relevo A Serra do Mar é constituída principalmente por rochas graníticas e gnáissicas, originada por processo de falhamento de caráter regional. Suas atuais formas de relevo são o produto de um intenso e longo processo de erosão diferencial que acumulou, ao longo do tempo, grandes volumes de detritos nas encostas e em seu sopé, evidenciando os efeitos de movimentos de massa de seu espesso manto de alteração. A interferência antrópica geralmente resulta na diminuição do já precário equilíbrio existente, fazendo as massas de detritos se movimentarem à procura de uma nova condição de equilíbrio. Na formação e evolução do relevo regional, os processos de escorregamento são os mais significativos, e entre eles destacam-se os rotacionais e os translacionais. Os principais condicionantes dos escorregamentos e processos correlatos na dinâmica ambiental brasileira são: características climáticas, com destaque para o regime pluviométrico; características e distribuição dos materiais que compõem o substrato das encostas e taludes, abrangendo solos, rochas, depósitos e estruturas geológicas (xistosidade, fraturas etc.); 83 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos características geomorfológicas, com destaque para inclinação, amplitude e forma do perfil das encostas (retilíneo, convexo e côncavo); regime das águas de superfície e subsuperfície; características do uso e ocupação, incluindo cobertura vegetal e as diferentes formas de intervenção antrópica das encostas, como cortes, aterros, concentração de água pluvial, etc. Deve-se ter claro que, na maioria dos processos de instabilização de encostas e taludes, atuam mais de um condicionante, agente, causa ou fator, concomitantemente. Os escorregamentos rotacionais ocorrem em taludes de maior declividade e apresentam menores extensões, sendo também mais restritos na região que os translacionais. Assim como estes, os escorregamentos rotacionais podem ser de solo, rocha ou ambos, dependendo do volume relativo de material deslocado. Os escorregamentos translacionais, além das características semelhantes aos escorregamentos rotacionais, podem ocorrer em encostas menos íngremes e quase sempre atingem maiores extensões. Os escorregamentos translacionais de rocha constituem-se em movimentos de massas rochosas ao longo de descontinuidades ou planos de fraqueza existentes na rocha. Possuem escalas diversas, variando de um simples deslocamento de um matacão até a movimentação de grandes massas. Na região em estudo, os escorregamentos ocorrem onde existem planos de descontinuidade, mergulhando, via de regra, para fora do talude e onde geralmente a condição de equilíbrio foi alterada, o que normalmente ocorre nos cortes de estrada. Entre os planos de descontinuidade existentes, podem-se destacar os bandamentos, planos de xistosidade e fraturas, considerando-se que o mergulho das camadas é a inclinação máxima de equilíbrio na qual o talude apresenta estabilidade. No momento em que esses planos de descontinuidade são cortados por linhas de erosão ou escavação, sua estabilidade será mantida apenas pelo atrito ao longo desses. Quando a água se infiltra nesses planos, atua como um lubrificante, reduzindo o atrito e facilitando o escorregamento. Esses escorregamentos ocorrem, na maioria das vezes, dentro do manto de alteração, sendo sua espessura condicionada por uma combinação de fatores tais como: litologia, condições climáticas, tipo de drenagem e inclinação das encostas. Os escorregamentos translacionais do solo constituem-se em um movimento ao longo de uma superfície plana, sendo que a massa que escorrega geralmente apresenta forma tabular. Esses movimentos são rápidos e em geral de grande poder de destruição. Se a quantidade de água na massa for grande, esses escorregamentos podem assumir o aspecto de corridas. Se o movimento diminuir de velocidade, podem passar a atuar como rastejo. 84 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A ação da água subterrânea é importantíssima no desenvolvimento desses movimentos; por isso, muitos dos deslizamentos estão ligados às zonas de afloramento do lençol subterrâneo ou de concentração de drenagem. Contribui ainda, como mencionado anteriormente, além da ação natural, a ação antrópica, como nos cortes nas estradas, onde o solapamento de base pode ocasionar quedas de barreiras. Esses deslizamentos nunca deveriam ser estancados por muros que impedem o escoamento do lençol subsuperficial. O processo de queda de blocos também é significante na região e ocorre em penhascos ou taludes íngremes a muito íngremes, onde os matacões que estavam originalmente cobertos por uma massa detrítica são descobertos por erosão laminar ou deslizamentos de solo. Quando isto acontece, os matacões ficam livres para a movimentação e podem rolar encosta abaixo, desde que haja declividade suficiente. Essa situação pode ser observada frequentemente ao longo da BR-101, onde algumas encostas apresentam núcleos rochosos em meio ao manto semi-alterado. Além destas, as quedas podem ocorrer também nos cortes de estrada, especialmente quando esses cortes são feitos em maciços muito fraturados. 4.1.4.3 Geomorfologia da Área de Influência Direta Os Depósitos 1 e 2-A do CGR estão situados na porção leste de Itaorna, na antiga pedreira localizada próximo a Ponta Fina. A praia de Itaorna constituía-se numa estreita faixa de areia, 2 a 4 m acima do nível do mar, hoje totalmente ocupada pela CNAAA. O mapa geomorfológico encontra-se no Apêndice 11.5. As encostas existentes no entorno de Itaorna, voltadas para o sítio da usina, são constituídas predominantemente por rochas gnáissicas. depósitos de solo residual, colúvio e tálus. O solo residual é originário do intenso intemperismo a que são submetidas as rochas na área, permanece no local de origem. Quando parte desse solo residual é transportada pela ação da gravidade e depositado nos sopés das encostas originam-se depósitos coluviais. Abaixo desse solo ocorre uma camada de rocha decomposta. A espessura de ambos, solo e rocha decomposta, varia entre 10 e 20 m (Weston Geophysical, 6627-I). O embasamento rochoso de Itaorna é composto por gnaisses, granitos e alguns diques de rochas básicas. A rocha sã situa-se entre 20 e 30 m abaixo da superfície do terreno, sendo recoberta por solo residual, entre 10 e 20 m da superfície. Acima, o pacote sedimentar apresenta areias médias, intercaladas por lentes de areia fina, silte e raras lentes de argila. 85 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A encosta junto aos Depósitos 1 e 2-A apresenta condições geomorfológicas bem diferentes das encostas situadas nos sopés da Serra do Mar. Por apresentar uma área muito pequena e uma topografia suave, com inexistência de depósitos de tálus e solos coluviais e associada a um capeamento de solo muito pequeno, não apresenta condições de deslizamento de terrenos (COOPETEC ET-150385 A). 4.1.5 ASPECTOS GEOTECTÔNICOS E SISMOLÓGICOS O diagnóstico dos solos e dos condicionantes geotécnicos do presente estudo aborda a ocorrência na Área de Influência Direta. Porém, devido às relações existentes entre a pedologia, os ecossistemas terrestres e o os usos e ocupações do solo, serão apresentados primeiramente as classes de solos e suas unidades existentes nos municípios de Angra dos Reis e Parati (Apêndice 11.3). Posteriormente a esses dados, serão apresentados os respectivos diagnósticos. Para a caracterização dos solos da AID, foram realizadas pesquisas bibliográficas. No diagnóstico geotécnico foram abordados também os EIAs/RIMAs de Angra 2 e Angra 3 e dos Depósitos 2-B e 3. Para esses trabalhos foram realizados reconhecimentos de campo. 4.1.5.1 Aspectos Geotécnicos A CNAAA, como mencionado anteriormente, está situada numa região característica da Serra do Mar, representada pela ocorrência de rochas cristalinas recobertas por mantos de solos residuais e coluviais. Esses mantos de solos apresentam espessuras diferenciadas, variando de centímetros até a profundidade de 30 m. A geomorfologia da região é extremamente acidentada, com encostas bastante íngremes, declividades acentuadas e por vezes negativas, e diferenças de cotas de até 800 m. A região é conhecida por altas taxas pluviométricas, que ultrapassam os 2000 mm anuais, e apresenta maior intensidade entre os meses de novembro a março. A associação desses fatores conduz as áreas aos processos de erosão e escorregamentos com uma intensidade significativa em relação a outras regiões do país. Como os condicionantes dos processos de escorregamento e os fatores que influenciam as erosões foram apresentados nos capítulos anteriores, serão discutidos os mecanismos de escorregamento e posteriormente o diagnóstico da AID. 86 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.5.1.1 Mecanismos de escorregamento Dois fenômenos são os principais mecanismos que induzem os processos de escorregamento: o aumento das pressões intersticiais da água e a redução da sucção matricial. Esses mecanismos podem ser simultâneos. Porém, se ocorrerem isoladamente, também acarretam na instabilidade dos solos e, consequentemente, geram os deslizamentos. O aumento das pressões intersticiais no interior dos solos ou das fraturas rochosas ocorre devido à infiltração da água durante as chuvas. Esse mecanismo é explicado segundo o critério de ruptura de Mohr-Coulomb, que consta de compêndios de mecânica dos solos pela equação c u tan onde: = resistência ao cisalhamento do material no plano de ruptura, expressa em unidades de tensão (kPa); c = coesão, ou seja, uma parcela que é independente da tensão normal, em unidades de tensão (kPa); = tensão normal atuante no plano de ruptura ou deslizamento, expressa em unidade de tensão (kPa); u = poropressão, ou pressão intersticial da água, também expressa em unidade de pressão (kPa); = ângulo de atrito interno do material, expresso em graus. Quando a água das chuvas infiltra no terreno, provoca um aumento do nível d’água e um aumento na pressão da água u. Se u aumenta, o segundo termo da equação de MohrCoulomb sofre uma redução, e a resistência ao cisalhamento resultante diminui. O mecanismo de redução da sucção matricial é um pouco mais complexo, pois ocorre acima do nível d’água, em solos denominados não saturados, ou seja, solos em que os vazios no interior da sua massa não se encontram totalmente preenchidos pela água. Assim, logo acima do nível d'água ocorrem fenômenos de capilaridade. Dessa maneira, a água apresenta-se sob tensão negativa, ou sucção, que atrai os grumos de solos uns contra os outros, produzindo o que se chama de coesão aparente. Em solos residuais e coluviais de regiões tropicais, o mecanismo de redução da sucção matricial é muito comum, pois no período de estiagem o nível d’água do terreno é muito baixo, ou quase inexistente, ficando o terreno desta maneira com uma resistência grande aos processos de deslizamentos. Durante a época das chuvas, o nível d’água sobe muito, 87 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos saturando o terreno, situação em que o valor da coesão aparente na equação de MohrCoulomb tenderá a zero, caindo à resistência do solo e levando à ocorrência de deslizamentos de encostas. Pode-se afirmar então que nas regiões tropicais a chuva é o principal agente causador de deslizamentos de massa, e seus efeitos podem ser controlados ou minimizados por meio do controle da drenagem superficial. 4.1.5.1.2 Encostas da Área de Influência Indireta A COPPETEC/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear (contrato 9665 – Dez/91 a 94) para diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas críticas suscetíveis a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de Angra 2, essas áreas encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste. 4.1.5.1.2.1 Encosta do km 519,9 (antigo km 129,9) Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa em novembro de 1992, provocada pela infiltração d’água da bacia de contribuição da parte de montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem sendo estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a drenagem do talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões neste local. Após a execução, em novembro de 1997, do sistema de drenagem superficial, captando o escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da cortina do km 520, não foi registrada qualquer movimentação significativa nesta encosta, que continua sendo monitorada. 4.1.5.1.2.2 Cortinas do DNIT, km 520 (antigo km 130) São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo que provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de montante, que se movimentou. A situação da drenagem da encosta de montante é adequada e a inspeção local demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem problemas. A cortina de jusante, que é maior, apresentou problemas de embarrigamento e deslocamentos, e a Eletronuclear realizou um reforço provisório em 1992 com a instalação de 12 ancoragens de barras de 350 kN de carga de trabalho. Em outubro de 2001 a Eletronuclear concluiu o reforço desta cortina atirantada que consistiu basicamente nos seguintes serviços: 88 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes; execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de carga de trabalho. 4.1.5.1.2.3 Cortina do DNIT, km 520,2 (antigo km 130,2) Situada logo a montante da subestação de 138 kV de Furnas Centrais Elétricas S.A., trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por ocasião da construção da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT, está com painéis “embarrigados” e trincados. A monitoração desta cortina, que é feita por meio de um inclinômetro e de 3 células de carga de tirantes, indicou que a situação estava precária, tendo sido comunicado ao DNIT a necessidade da execução do reforço desta estrutura de contenção que providenciou recentemente a recuperação desta cortina. 4.1.5.1.2.4 Encosta SE A encosta SE foi estabilizada por quatro cortinas ancoradas e não apresenta problemas. A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem implantada não apresenta qualquer problema. 4.1.5.1.2.5 Cortinas atirantadas localizadas junto à subestação de 138 kV de Furnas Centrais Elétricas S.A. Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos antigos, que foram demolidos no final de 1999 para a construção desta Subestação de 138 kV de Furnas Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas atirantadas, que são aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto da plataforma da subestação na elevação +41,7 m. Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros, 4 células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento, mostram que a cortina e a encosta encontram-se em bom estado de conservação. Esta cortina foi reforçada recentemente por Furnas Centrais Elétricas S.A. 4.1.5.1.2.6 Encosta EPTA Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida pela Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encosta, sem indícios de instabilidade recente. 89 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.5.1.2.7 Encosta do estacionamento, km 521 (antigo km 131), ou encosta NW Trata-se de uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e 500 m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já apresentou grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no passado, com a implantação de uma berma de equilíbrio no pé, por meio de um grande enrocamento. Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns sinais de movimentação em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos tirantes das cortinas. O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem superficial de boa qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das cortinas e o estado das células de carga das ancoragens. Esta é uma das encostas de maior risco para o funcionamento da Usina, pois se deslizar poderá obstruir um de seus principais acessos. Foi objeto de vários estudos, inclusive ocupando grande parte dos estudos realizados pela UFRJ. Em função de sua representatividade esta, encosta vem sendo bem monitorada, com a utilização de 7 inclinômetros, 7 células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA. 4.1.5.1.2.8 Cortina km 522,1 (antigo km 132,1) Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada pelo DNIT por ocasião da sua construção. As investigações realizadas demonstram que não há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da cortina. 4.1.5.1.2.9 Morro dos Urubus É adjacente à encosta do km 523,2. Não há evidências de instabilidade profunda. Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já desativados, pois a encosta não apresenta problemas graves. 4.1.5.1.3 Geotecnia da área dos Depósitos 1 e 2-A Os Depósitos 1 e 2-A estão instalados na antiga pedreira da Ponta Fina, utilizada na época de construção da CNAAA e apresentando uma altura de aproximadamente 70 m e largura de 120 m. Essa pedreira ainda se encontra ocupada pelas Unidade 2-B e 3 do CGR. Várias obras de contenção das encostas e de sistemas de drenagem já foram realizadas na área. Sistemas de drenagem pluvial foram instalados no topo da encosta e contemplam escavações em rocha e canaletas de concreto (Figura 48). Devido à bacia de 90 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos captação das águas pluviais no topo da encosta ser de pequena magnitude, os sistemas de drenagem estão com capacidade superior à captação da bacia drenante. Figura 48 -– Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Um muro de gabiões (Figura 49) foi instalado na porção superior da encosta para estabilidade dos solos. Figura 49– Muro de gabião instalado na porção superior da encosta, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Blocos de rocha existentes no topo da encosta encontram-se escorados por bases de concreto (Figura 50 e Figura 51), evitando assim qualquer erosão possível. 91 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 50 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 51 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. O trabalho realizado pela SEEL Serviços Especiais de Engenharia Ltda. consistiram na investigação da porção do paredão situada atrás das Unidades 1 e 2. Dessa investigação, utilizando-se o método de bate-choco, resultou a remoção de blocos de rochas soltos ou sem condições de apoio, lascas de rochas soltas ou com presença de trincas em 92 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos evolução e também a remoção da vegetação com raízes nas fissuras das rochas. Onde não foi realizada a remoção, por motivos de segurança foram realizadas marcações e posteriores ancoragens. Após essas ações, foi instalada uma tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10) com arame de 2,4 mm e proteção de PVC, conforme a Figura 52 e a Figura 53. Esta apresenta 40 m de largura por 75 m de altura, estando fixada com chumbadores de aço em um meio fio de 0,30 x 0,30 m de concreto instalado na porção superior da encosta, e fixado também com chumbadores de aço ao longo de toda a face da encosta. Figura 52 – Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Neste contrato não foram realizados os trabalhos de contenção do solo, bate-choco no paredão e instalação de tela de proteção, na porção sul do paredão localizada atrás das instalações do CGR, local previsto para a construíção da Unidade 3 do CGR. Este serviço foi executado posteriormente em março de 2003 (contrato UMA/SERV//434),conforme relatado a seguir, baseado nos estudos da COPPETEC. 93 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 53 – Porção do paredão da pedreira que fica atrás dos Depósitos 1 e 2-A do CGR. Apresentamse na porção superior direita da foto evidências de um antigo deslizamento de solo na encosta inclinada, onde atualmente a rocha encontra-se aflorante, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. Em 6 de setembro de 2002, por meio de investigações realizadas pela COOPETEC a partir de trincheiras (Figura 54) abertas perpendiculares à parede da pedreira, verificou-se a estrutura atual do solo e suas profundidades, e estabeleceu-se uma metodologia para a contenção do solo. Essa metodologia consiste na remoção da porção superior do solo e sua posterior contenção. Figura 54 – Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para verificação da profundidade e estabilidade dos solos, 2002 Fonte: Eletronuclear, 2008. 94 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A Eletronuclear contratou a COPPETEC para elaborar o projeto detalhado das obras de estabilização a serem executadas para garantir a integridade da Unidade 3 do CGR. A COPPETEC emitiu, em agosto de 2002, o relatório técnico PEC-3514 (Projeto Executivo da Proteção e Drenagem da Encosta Situada a Montante da Unidade 3 do CGR), no qual detalha as obras de estabilização a serem executadas e a implantação de um sistema de drenagem superficial no topo do paredão rochoso da antiga pedreira. Os serviços recomendados pela COPPETEC consistiram em: remoção da capa superficial de solo com espessura inferior a 1,50m e de blocos de rocha depositados em trechos inferiores da encosta (próximos à crista do paredão rochoso); estabilização do trecho em solo remanescente (não removido) empregando a técnica de solo grampeado. Esta técnica consiste no reforço do maciço por meio da instalação de ancoragens chumbadas (chumbadores de aço CA-50 25), penetrando 1,50 m em rocha e dispostas segundo malha de 2,00 m x 200 m, aliada ao revestimento de concreto (fck ≥ 18 MPa e espessura média de 7,00 cm) projetado sobre tela de aço eletrossoldada (tipo TELCON Q-47); taludamento da área do entorno da obra de contenção e cobertura vegetal com o plantio de leguminosas, para evitar a erosão por escoamento superficial; drenagem das águas superficiais com uso de duas canaletas, sendo uma de proteção na crista do morro ( EI + 129,00m) e outra próxima à crista da pedreira ( EI + 108,00m), será prolongada através de uma descida d’água em degraus até aproximadamente a EI + 60,00m, onde será ligada ao sistema de drenagem da rua existente; rede de proteção do paredão rochoso, do tipo Macaferri (8x10, de 2,70 mm de diâmetro, malha hexagonal de dupla torção tecida com arame duplamente galvanizado) fixada no topo e ao longo do talude até a base dos galpões, para prevenir eventual queda de blocos e lascas de rocha sobre o depósito. Os chumbadores de fixação da rede serão de aço CA-50 20 e comprimento de 0,50 m (em rocha) para os chumbadores ao longo do talude. A Eletronuclear contratou, em março de 2003, a Construtora Norberto Odebrecht (contrato UMA/SERV//434 Contemat Engenharia e Geotecnia) para execução das obras de estabilização previstas no projeto detalhado da COPPETEC (relatório técnico PEC-3514). Foram executados os seguintes serviços: remoção de aproximadamente 1500 m3 de blocos de rocha e solo; 95 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos retaludamento de aproximadamente 1285 m2 e revegetação de aproximadamente 1100 m2; solo grampeado (aproximadamente 610 m2 de concreto projetado com de aproximadamente 549 m de grampo CA-50 25 mm); tratamento de aproximadamente 6112 m2 do paredão rochoso com limpeza e remoção de lascas, blocos soltos e fixação de aproximadamente 3700 m2 de tela de aço galvanizado com chumbadores. 4.1.5.1.4 Aspectos finais Conforme relatado no EIA de Angra 2, “os trabalhos que vêm sendo executados diretamente pela Eletronuclear nas encostas adjacentes a praia de Itaorna são de primeira qualidade, o sistema de drenagem está limpo e livre de obstruções e as canaletas, escadas para descida da água e drenos estão em bom estado de conservação”. A Eletronuclear mantém uma rede de instrumentação instalada, com um total de 19 tubos de inclinômetros (observados mensalmente por meio de inclinômetro tipo Digitilt) e 45 piezômetros Casagrande. Associados a estes, existem também 25 células de carga instaladas em ancoragens, para acompanhamento da evolução das cargas de tirantes. Além disso, a Usina conta com um pluviógrafo de alta qualidade de precisão. Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, consistindo em deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais, a manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as ocorrências de possíveis deslizamentos de solo. 4.1.6 SISMOLOGIA 4.1.6.1 Caracterização local Como o local é próximo às Unidades 1 e 2 da CNAAA (Angra 1 e 2), são válidos para os Depósitos 1 e 2-A todos os estudos e dados regionais mencionados nos Relatórios de Segurança (FSAR’s) destas Usinas, conforme apresentado no Apêndice 11.6. 4.1.6.2 Breve histórico/monitoramento/estudo sismológico A sismologia regional e no local das usinas nucleares de Angra dos Reis, onde se encontram inseridos os Depósitos 1 e 2-A, vem sendo estudada desde a década de 70, quando do projeto de instalação da Unidade 1 da CNAAA. Esses estudos ocorreram tanto 96 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos no meio acadêmico como também em pesquisas encomendadas por FURNAS Centrais Elétricas S.A., antiga proprietária e responsável pelo empreendimento. Com o Licenciamento Ambiental da Unidade 2 da CNAAA, novos estudos foram realizados e uma estação sismográfica foi instalada nas proximidades do sítio das usinas. A Estação Sismográfica de Angra dos Reis (ESAR), implantada por meio de convênio entre a Eletronuclear e o Instituto de Astronomia e Geofísica – IAG/USP –, está inserida na rede sismográfica nacional, tendo sido monitorada pelo IAG/USP e estando atualmente a cargo da empresa Berrocal Vasconcelos Soluções Geofísicas e Tectônicas. A ESAR permite aprimorar os conhecimentos da sismicidade regional e local (fornecimento de dados de sismos regionais e de telessismos, auscultação da sismicidade local, determinação aproximada de epicentros de pequena magnitude, conhecimento da estrutura crustal sob a região de Angra dos Reis, avaliação da atenuação da energia sísmica na região próxima à ESAR). A ESAR situa-se na Praia do Velho, adjacente a Piraquara, contando com modernos equipamentos. A ESAR começou a operar no início de 2002, fornecendo dados para os boletins sísmicos trimestrais. 4.1.6.3 Análise sísmica Os estudos sismológicos apresentam um nível de atividade sísmica relativamente baixo para a região. A característica genérica da sismicidade na região é a de uma atividade difusa, sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas A atividade sísmica nas proximidades do local de interesse é praticamente inexistente. A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse é o ciclo de atividade sísmica ocorrida em Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis localizado a cerca de 27 km a leste da CNAAA, entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989. Os microtremores, de foco muito superficial, tiveram magnitude < 3. O sismo principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro, rapidamente decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a aproximadamente 10 km de Monsuaba. Não existem evidências de falhamento quaternário nas proximidades do local de interesse. Na mais recente análise de ameaça sísmica para a CNAAA, adotou-se uma metodologia derivada das normas propostas pelo órgão regulador norte-americano, que estima a probabilidade no tempo e na região de ocorrência de movimentações de terreno causadas por fenômenos sísmicos. 97 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Definiu-se uma grande província sismotectônica para parte do sudeste brasileiro, incluindo a margem continental adjacente, onde se inclui a área dos empreendimentos. Considera-se a província como uma região homogênea em termos de sismicidade. Efetivamente, o estudo demonstra uma baixa ameaça sísmica para os empreendimentos. 4.1.7 RECURSOS HÍDRICOS 4.1.7.1 Introdução Esta parcela do estudo vislumbra caracterizar e diagnosticar os recursos hídricos em seus aspectos de qualidade, quantidade, múltiplos usos, dinâmica e as possíveis interferências do objeto de estudo, os Depósitos 1 e 2-A. São considerados, neste estudo, por meio de dados secundários, disponibilizados principalmente pela Eletronuclear, as águas subterrâneas, superficiais e marítimas da Área de Influência Direta, além de breve descrição e caracterização dos recursos hídricos da região de entorno. 4.1.7.2 Os recursos hídricos da região Toda a região dos municípios de Angra dos Reis e Parati apresenta características hidrodinâmicas semelhantes, com inúmeras microbacias que têm suas nascentes na Serra do Mar e contribuem para a Baía da Ilha Grande, com pequenas áreas de contribuição e grandes declividades. Os rios principais dessas bacias deságuam diretamente no mar e apresentam pequenas vazões, conforme pode ser visualizado no Apêndice 11.7. O verão representa o período de maiores vazões, enquanto o inverno, as menores, caracterizando estes cursos de água como rios de regime tropical austral. O terreno possui planícies costeiras pouco desenvolvidas e às vezes inexistentes, pois a paisagem é marcada muitas vezes com o encontro direto das encostas da serra com o mar. 4.1.7.3 Águas superficiais No Sítio das Usinas consideram-se duas microbacias: a menor (127,71 ha) drena para o lado Leste de Itaorna e a maior (193,79 ha) drena para o lado Oeste de Itaorna, que estão direcionadas respectivamente para os canais 5 e 2 (subdividido em 3 trechos). Na Figura 55, apresentam-se as bacias hidrográficas onde está inserida a CNAAA. Notase o detalhamento dos canais 2 e 5, que drenam, respectivamente, uma área de 193,79 e 98 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 127,71 hectares de água superficial proveniente das encostas e das áreas dos pátios das usinas diretamente para o mar. Figura 55 – Bacias Hidrográficas próximas a CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2008. Os canais foram dimensionados considerando um período de recorrência de 1.000 anos com tempo de concentração de 15 minutos, tendo sido verificados para 10.000 anos. Na consideração de 10.000 anos ocorre extravasamento das calhas dos canais. As usinas Angra 1 e 2 foram dotadas de medidas protetoras que evitam a entrada de água. Foram construídas barreiras, comportas, muros e soleiras para proteção das diversas instalações. Para o Centro de Gerenciamento de Rejeitos, onde estão construídos os Depósitos 1 e 2A, foi considerado um tempo de recorrência de 100 anos e concentração de 5 minutos. Os acessos aos depósitos estão em cota mais elevada que o entorno, garantindo assim o 99 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos escoamento das águas superfícies para o sistema de drenagem projetado, conforme descrito no Item 5.1.7 4.1.7.3.1 Usos das águas O Sistema de Abastecimento de água Doce (SAAD) da CNAAA foi projetado para uma vazão de 100 l/s, e é composto de duas Tomadas D’água localizadas uma no Rio do Frade e a outra no rio Sachér, conforme apresentado esquematicamente na Figura 56. As duas tomadas d’água acima descritas, aduzem água por gravidade, por intermédio de tubulações em aço carbono, até a Estação de Bombeamento e posteriormente por bombeamento até a Estação de Pré-Tratamento de água para as Unidades 1 e 2 e futuramente para Angra 3. A Estação de Bombeamento foi projetada para atender as 3 Unidades com utilização de 4 (3+1 de reserva) conjuntos moto-bomba com capacidade de bombeamento de 33,33 l/s por conjunto (fotos de 1 a 5). Atualmente, para atender as Unidades 1 e 2, somente 2 conjuntos moto-bomba entram em operação. A adutora tem 5.789m de comprimento, sendo 2.023 m de tubulação (enterrada) por o o gravidade (trechos das Tomadas n 1 e n 2 até a Casa de Bombas) e 3.766m de tubulação por bombeamento (entre a Casa de Bombas e a Estação de Pré-Tratamento de água). O trecho por bombeamento terá 2.106 m de tubulação enterrada e 1.660 m de tubulação aérea, com suportes e ancoragens. 100 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 56 - Esquema dos locais de captações de água da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2008. 4.1.7.4 Qualidade das águas A Eletronuclear, por meio do Laboratório de Monitoração Ambiental da Proteção Radiológica e Ambiental, possui programa de monitoração de qualidade das águas potáveis, servidas e industriais das áreas de sua propriedade (APE) ou daquelas que possam ser afetadas pela operação da CNAAA. O programa estabelece os pontos de monitoração, a frequência da coleta, as análises que deverão ser realizadas, com seus respectivos limites definidos pelas normas específicas e vigentes, e as ações a serem tomadas em caso de ocorrência de resultados que não atendam às mesmas. 101 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Os mananciais Córrego 1, Córrego 2, Córrego do Alemão, Rio Frade e Córrego Sacher são analisados periodicamente pela Eletronuclear desde 1994. Para análise são sempre coletadas uma amostra da água bruta e outra da água após filtração e cloração. Os parâmetros analisados são: pH a 25 °C, condutividade a 25 °C, cor, turbidez, alcalinidade total, carbonato, bicarbonato, dureza total, cálcio, magnésio, nitrogênio amoniacal, nitrato, nitrito, cloreto, sulfato, sílica, matéria orgânica, sólido total dissolvido, matéria suspensa a 100 °C, sódio, ferro, alumínio e cobre. 4.1.7.5 Águas marítimas A baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com superfície aproximada de 1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com características diferentes que interagem entre si a oeste e a leste da ilha Grande. Essas massas de água se encontram no canal situado entre o continente e a ilha. A parte oeste da baía da Ilha Grande sofre influências da plataforma continental, enquanto a parte leste pouca ou nenhuma influência. O fluxo de água dentro da baía ocorre como um sistema horário, ao redor da ilha, onde a água salgada entra na baía da Ilha Grande pelo oeste, circula e se mistura com a água doce proveniente da baía de Sepetiba, a leste, indo depois para o Oceano. A baía de Sepetiba é o responsável pelo aporte de água doce na região leste da ilha Grande. Na área emersa o litoral se apresenta de maneira bastante entrecortada, constituído por costões rochosos e numerosas ilhas (com afloramentos rochosos). Observa-se ainda a presença de manguezais desenvolvendo-se ao fundo de enseadas e áreas abrigadas sem a influência de ondas, onde há predominância de uma camada superficial arenolodosa plana na faixa intermaré. MAHIQUES (1987) definiu as características fisiográficas da porção submersa em três unidades: porção oeste, porção leste e canal central. Em termos gerais, os sedimentos encontrados em quase todas as porções oeste, leste e na plataforma continental adjacente, são predominantemente arenosos. Porção Oeste. As profundidades não se apresentam homogeneamente distribuídas, sendo que nesta porção encontram-se profundidades entre 20 e 30 m. Os terrenos arenosos são dominantes nesta área, onde as areias muito finas predominam em quase toda a porção oeste, estendendo-se para a plataforma continental. A passagem para substratos com sedimentos mais finos (siltes grossos e siltes finos) ocorre em regiões mais ocidentais da baía. No centro da porção oeste, pequenas áreas de sedimentos mais grosseiros se destacam (areias finas e médias). 102 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Os substratos com maior predominância de pelito, a saber, siltes argilosos, siltes e siltes arenosos localizam-se apenas no extremo ocidental da porção oeste da baía. O fundo da baía da Ribeira, das enseadas do Bracuí, Ariró e Japuíba e do trecho entre a ilha da Gipóia e a ponta do Cantador são cobertos de lodo, ocorrendo sedimentos arenosos somente nas vizinhanças da costa e das ilhas. Nos sacos da Piraquara de Fora e de Dentro o sedimento é predominantemente arenoso, ocorrendo também nos trechos de maior circulação, entre a ilha Comprida de Fora e a costa sul da ilha da Gipóia e o largo de Mambucaba, Itaorna e Gipóia. Neste último trecho, mais afetado por ondas e exposto ao vento sudoeste, ocorre também cascalho e conchas. O lodo por depósitos atuais é formado por argilas e silte de escoamento terrígeno carreado pelas águas das chuvas e rios e submetidos aos processos químicos e biológicos do ambiente marinho local. Em relação ao grau de seleção, a baía da Ilha Grande apresenta baixo selecionamento dos sedimentos. Os sedimentos da porção oeste apresentam padrão complexo. Canal Central. Apresenta-se como a porção mais profunda da baía, atingindo a ordem de 20 a 55 m. Os substratos pelíticos que se localizam essencialmente nesta porção (predominando os siltes fino e muito fino) cobrem quase toda a área e se estendem margeando a ilha Grande e gradando para substratos mais arenosos. Para leste, os pelíticos do canal central avançam até as proximidades da Enseada do Abraão, onde cedem lugar bruscamente para as areias da porção leste. Porção Leste. Esta porção é caracterizada pela ocorrência das menores profundidades da região, cujo valor situa-se entre 10 e 20 m. Nesta porção encontra-se o canal de acesso ao Porto de Sepetiba (noroeste-sudeste). A porção leste da baía da Ilha Grande é quase toda coberta por areias médias e grossas, que constituem os sedimentos mais grosseiros da baía. Estes sedimentos estendem-se para a plataforma continental até a isóbata de 50 m. 4.1.7.5.1 Salinidade e temperatura O estudo da variação espaço-temporal de salinidade e temperatura pode estabelecer um modelo de circulação local e de renovação das águas. Na região de estudo existem diversos trabalhos que tratam dos aspectos físicos e biológicos associados à distribuição desses parâmetros. 103 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.7.5.2 Variações sazonais Segundo o estudo de Ikeda e Stevenson (apud CEPUERJ, 1992), a baía da Ilha Grande apresenta importantes variações sazonais dos parâmetros fundamentais da água do mar, salinidade e temperatura. A comparação entre dados de correntes e hidrográficos sugere a passagem de frentes, separando a água oceânica da costeira. Reversões rápidas nas correntes estão associadas à passagem de interfaces frontais. O exame da estabilidade estática (frequência de Brunt-Väisälä) mostra que a coluna d’água em fevereiro é muito mais estável que em junho. Inversões de densidade com a profundidade geralmente ocorrem no inverno, indicando uma tendência pronunciada de giro na coluna d’água. Dessa forma, no verão ocorre uma corrente máxima de entrada de água oceânica mais fria e mais salina pelo fundo (entre 12 e 20 m), com velocidade de 42 cm/s. Tanto em fevereiro quanto em junho, a leste da ilha Grande, um fluxo subsuperficial precede uma passagem subsuperficial frontal que em fevereiro estende-se até 10 m de profundidade, com fluxo mais fraco, e em junho estende-se até 20 m. A oeste, no inverno, somente a temperatura varia. No estreito, também no inverno, a salinidade variou pouco. A passagem da frente é mais complexa e suas águas são mais quentes que as adjacentes. As diferenças entre as duas estações do ano, verão (fevereiro) e inverno (junho), foram de 4,0 °C e 0,9 g/l, que corresponde a uma variação de 1,8 no valor de sigma-t. Como esperado, as maiores temperaturas, menores salinidades e menores sigma-t (densidade) são observados no verão. 4.1.7.5.3 Circulação Na região de estudo, Emilson (apud CEPUERJ, 1992) afirma que a corrente do Brasil flui regularmente no litoral e ao largo, sendo mais estável no verão. Segundo Schumacher (1943), esta corrente tem sentido sudeste em janeiro, março, setembro, outubro e dezembro; e sentido nordeste em fevereiro, abril, junho, julho, agosto e novembro. No inverno esta corrente flui irregularmente, formando vórtices e meandros que avançam em direção à costa. Segundo Signorini (1980), a circulação do sistema estuarino formado pelas baías da Ilha Grande e Sepetiba é resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de densidade. No aspecto geral, a situação gerada pelo contato entre a água do rio e a água do oceano, bem como a mistura por águas de maré, gera um movimento quase permanente em torno da ilha Grande, com velocidade de 10 cm/s, atribuído a diferenças de densidade. Nesse fluxo horário, a água entra na baía da Ilha Grande pelo lado oeste, circula e se mistura com as águas menos salinas provenientes da baía de Sepetiba a leste, sendo desviada para o oceano. 104 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Assim, o padrão de circulação na baía da Ilha Grande é principalmente criado pelo gradiente de pressão gerado pela estratificação de densidade, favorecendo o fluxo horário e sendo a força motora para o fluxo sem marés. A corrente de maré na baía da Ilha Grande é fraca, de poucos centímetros por segundo. Uma partícula em experimento lagrangeano levaria sete dias ou 14 ciclos de maré para ir da entrada oeste à leste em situação favorável (CEPUERJ, 1992). A deriva por ventos é característica da baía da Ilha Grande. Essa deriva corresponde a 3% da intensidade do vento. As correntes superficiais são maiores que as de profundidade, em geral. Entre a ilha Grande e o continente, dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias – INPH – demonstram alta frequência de correntes e oscilações de pequena amplitude superpondo-se a uma frequência baixa e mais intensa com períodos maiores que 1 dia. As correntes de maré adentram na baía da Ilha Grande tanto pelo lado oeste quanto pelo lado leste, antes da preamar. Durante a entrada de maré, o fluxo a oeste sofre um alinhamento e segue para o estreito. Depois da preamar, a corrente do lado oeste passa pelo estreito em direção leste, enquanto outra corrente sai da baía de Sepetiba em direção ao oceano. Durante a maré baixa, a situação ainda se mantém como um giro horário na baía da Ilha Grande, saindo pelo lado oeste da baía de Sepetiba e o fluxo passando lateralmente pela ilha Grande até a abertura a leste do canal. 4.1.7.5.4 Marés As marés são oscilações verticais periódicas das massas líquidas da superfície terrestre, e se caracterizam como um movimento harmônico composto, podendo assim ser decomposto em diversos movimentos harmônicos simples. O fenômeno da maré é uma consequência da Lei de Gravitação Universal, da mecânica newtoniana. As marés podem ser divididas em astronômicas e meteorológicas, diferentes entre si principalmente devido à forma de geração e ao período de duração. As primeiras são geradas pelas forças gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra, sendo traduzidas em elevações do nível do mar com períodos de oscilação de aproximadamente de 12,42 horas (correspondentes às marés semi-diurnas) ou 24 horas, (correspondentes as marés diurnas). Quando Sol, Lua e Terra estão alinhados – situações correspondentes às fases de Lua nova e Lua cheia – as atrações que estes corpos celestes exercem sobre a massa líquida presente na superfície da Terra são somadas, gerando preamares mais altas e baixamares mais baixas. Essas são as chamadas marés de sizígia. Nas situações de Lua crescente e Lua minguante, a conjunção Sol, Terra e Lua formam um triângulo no qual a 105 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Terra posiciona-se em ângulo reto. Nessa situação, as forças de atração estão defasadas, o que gera preamares e baixa-mares de menores amplitudes, também conhecidas como marés de quadratura. A maré meteorológica representa os efeitos causados por variações na pressão atmosférica, ocasionada principalmente devido à aproximação de sistemas frontais, que causam o empilhamento ou afastamento de massa d’água junto à costa em decorrência dos ventos e de acumulação de água por ação das ondas. A maré meteorológica pode ter a duração da ordem de dias. Diferentemente do que ocorre com a maré astronômica, que é previsível, a maré meteorológica tem caráter aleatório. Dessa maneira, sempre que se fizer referência à maré, esta deve ser considerada como a astronômica. A evolução da maré em Piraquara e em Angra dos Reis indica a ocorrência de 4 ciclos de maré em aproximadamente 50 horas, o que corresponde a um período de maré pouco superior a 12 horas. Dessa maneira, a maré na região é semi-diurna, com desigualdades diurnas. Isto porque ocorrem duas preamares e duas baixa-mares com diferenças entre seus níveis, ao longo de um dia. 4.1.7.5.5 Batimetria A baía da Ilha Grande de um modo geral não apresenta suas profundidades homogeneamente distribuídas (CEPUERJ, 1992). A batimetria das porções leste e oeste são controladas por canais que provavelmente são remanescentes do período interglacial, quando o nível do mar se encontrava muito distante da costa atual, estando o atual fundo marinho da baía emerso (Muehe, 1996). A porção oeste da baía possui suas menores profundidades (menores que 10 m) em regiões próximas à costa (enseada de Parati e baía da Ribeira), apresentando como média das profundidades valores situados entre as isóbatas de 20 e 30 m. Sua batimetria aumenta gradativamente no sentido em que se caminha para o oceano, com 32 m de profundidade na entrada da baía, que possui 17,6 km de extensão. A parte central da baía, caracterizada por uma área de estreitamento entre o continente a ilha Grande, apresenta-se como sua porção mais profunda, onde a isóbata de 20 m se alarga, definindo os contornos norte e sul do canal. A porção leste apresenta batimetria menos irregular e menos profunda, com valores situando-se entre 10 e 20 m. Nesta porção, a feição de destaque é o canal, orientado na direção nordeste-sudoeste, com profundidade de até 26 m. Nas proximidades do empreendimento, onde se encontram as enseadas de Itaorna – local da captação de água para refrigeração – e a praia do Mamede, além do Saco Piraquara de Fora – local de lançamento dos efluentes líquidos das Usinas –, as profundidades máximas são da ordem de 10 m. 106 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.1.7.5.6 Qualidade das águas A Eletronuclear monitora alguns parâmetros físico-químicos para conhecimento da qualidade das águas marítimas. Os locais de coleta e o tipo de análise estão demonstrados na Tabela 14. Tabela 14 – Locais de coleta e tipo de análise realizadas nas águas marítimas Área de Amostragem Ponto de Coleta Tipo de Análise AM – 1 BAC AM – 2 BAC AM – 3 BAC AM – 4 BAC AM – 5 BAC AM – 6 FQ AM – 7 FQ AM – 8 FQ AM – 9 BAC Mambucaba Praia Brava Itaorna Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2008. Legenda: AM – 1: em frente a casa nº 01 da Avenida Brasil – Mambucaba; AM – 2: em frente a casa nº 111 da Avenida Brasil – Mambucaba; AM – 3: em frente e Rua 7 – Praia Brava; AM – 4: em frente a casa nº 01 da Avenida A – Praia Brava; AM – 5: no cais próximo à Unidade II – Itaorna; AM – 6: no cais de descarga de equipamentos – Itaorna; AM – 7: a 50 m da estrutura de descarga - Saco Piraquara de Fora; AM – 8: a 750 m da estrutura da descarga – Saco Piraquara de Fora; AM – 9: Praia do Velho – Marina Piraquara; BAC: análise bacteriológica; FQ: análise físico-química. Para os pontos de amostragem AM-5, AM-6, AM-7 e AM-8, são seguidas a Norma Técnica FEEMA NT 319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para Preservação de Fauna e Flora Marinhas – Naturais, a Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/2005 e a Lei de Controle de Águas da Alemanha, para o parâmetro “hidrazina”, conforme recomendação da FEEMA. Para os pontos de amostragem AM – 1, AM – 2, AM – 3, AM – 4 e AM – 9, são seguidos os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/2005 e/ou a Norma Técnica FEEMA NT-311, que estabelece critérios de qualidade de água de recreação em água salgada – contato primário. Os parâmetros analisados, assim como os 107 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos valores máximos permissíveis, frequência de amostragem, e pontos de amostragem são apresentados na Tabela 15. Tabela 15 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem – Águas Marítimas Parâmetros Unidade Valor Máximo Permitido Materiais Flutuantes — Virtualmente ausentes mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Óleos e Graxas mg/L Virtualmente ausentes mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 ] Escherichia coli (1) VMP/100 ml 800 mensal 6 AM-1/AM-2/AM-3/AM4/AM-5/AM-9 mg/L máx. 3.0 mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 mg/L min. 6.0 mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Carbono orgänico total OD Frequência Número de de Amostragem Amostras Locais Amostrados pH — 7.9-8.3 quinzenal 9 AM-1/AM-2/AM-3/AM4/AM-5/AM-6/AM-7/AM8/AM-9 Alumínio mg/L Al 1.5 quinzenal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Nitrogënio amoniacal total mg/L N 0.4 quinzenal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Boro total mg/L B 5 mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Cloro Residual (1) mg/L Cl 0.01 mensal 2 AM-5/AM-9 Cromo total mg/L Cr 0.05 mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Zinco mg/L Zn 0.09 quinzenal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Hidrazina mg/L 0.1 (ausente) mensal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Nitrito mg/L N 0.07 Quinzenal 3 AM-6/AM-7/AM-8 Fonte: Eletronuclear, 2008. 4.1.7.6 Águas subterrâneas 4.1.7.6.1 A CNAAA O Mapeamento Hidrogeológico do Brasil (DNPM, 1983) indica que em todo o sul do estado do Rio de Janeiro ocorre a predominância de “aquíferos locais restritos a zonas fraturadas” e “livres”, ampliados em certos trechos devido à associação com rochas porosas do manto de intemperismo. A geologia consiste em rochas metamórficas de permeabilidade geralmente baixa, produzindo aquíferos com águas de boa qualidade química, porém de pequena importância hidrogeológica. Os estudos do DNPM mostram, entretanto, que a área correspondente aos Depósitos 1 e 2-A e todo Complexo Nuclear em questão, no que se refere a águas subterrâneas, é caracterizada por “aquíferos contínuos de extensão variável” e “livres”. É uma espécie de “bolsão” que se concentra na região entre Mambucaba e Cunhambebe, em Angra dos Reis, abrangendo, portanto, toda a área da CNAAA. Esses aquíferos correspondem a formações de sedimentos não consolidados, com possibilidade de exploração de poços 108 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos rasos (profundidade inferior a 50 m), de importância hidrogeológica relativamente grande e, geralmente, com boa qualidade química de suas águas. Como um todo, a produtividade dos aquíferos é de média a fraca, o que corresponde a poços com capacidade específica entre 0,13 e 1 m3/h/m e vazão entre 3,25 e 25 m3/h, para um rebaixamento do nível d’água de 25 m. O nível do lençol freático no sítio da usina acompanha a conformação do terreno, como na maioria da região. Encontra-se em torno de 2 m abaixo do nível do terreno, com declividade de 0,5% no sentido de Itaorna. Essa inclinação torna-se mais acentuada a 200 m da orla: 1,0%, até alcançar o mar. As condições geológicas da região, rochas ígneas e metamórficas, representadas principalmente por gnaisses e migmatitas, que apresentam juntas e falhas preenchidas com material, determinam a dificuldade da percolação da água. Essas características foram confirmadas por testes de perda de água realizados na região. 4.1.7.6.2 Qualidade das águas A Eletronuclear realiza coleta da água para análise junto ao dreno da cortina atirantada (contenção de encosta) no sentido da descida de acesso à Itaorna. O objetivo é monitorar a qualidade dessa água por meio de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que são analisados com base na Portaria do Ministério da Saúde nº 518/04 de 25/03/2004, que estabelece procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água. Os parâmetros analisados e a sua respectiva periodicidade estão estabelecidos no Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-MA 06), conforme Tabela 16. Devido à característica da água do local em questão, são realizadas todas as análises previstas para a potabilidade da água referenciadas na Tabela 16. Tabela 16 – Análises previstas para a potabilidade da água ESD RD Número Mínimo de Amostras 6.0 - 9,5 diária mensal 1 — 15 diária mensal 1 — Não Objetivável diária mensal 1 Turbidez uT 1.0 (ESD)/5.0 (RD) diária mensal 1 Cloro Residual mg/L min. 0.2 (RD) — diária 1 Dureza Total mg/L CaCo3 500 Semestral — 1 Parâmetro Unidade Valor máximo permitido pH — Cor Aparente Odor - Frequência de Amostragem Cloretos mg/L Cl 250 Semestral — 1 Sulfatos mg/L SO4 250 Semestral — 1 Sólidos Totais Dissolvidos mg/L 1000 Semestral — 1 -2 109 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ESD RD Número Mínimo de Amostras mensal semestral 1 0.2 mensal semestral 1 2,0 semestral — 1 mg/L 0.01 semestral — 1 Cromo Total mg/L 0.01 semestral semestral 1 Parâmetro Unidade Valor máximo permitido Ferro Total mg/L 0.3 Alumínio mg/L Cobre mg/L Arsênio Frequência de Amostragem Chumbo mg/L 0.05 semestral semestral 1 Manganês mg/L 0.1 semestral — 1 Selênio mg/L 0.01 semestral — 1 Mercúrio mg/L 0.001 semestral — 1 Bário mg/L 0,7 semestral — 1 Cádmio mg/L 0.005 semestral semestral 1 Zinco mg/L 5.0 semestral — 1 VMP/100mL Ausentes/100mL semanal semanal 1 VMP/mL 500 UFC/mL mensal mensal 1 Coliformes Totais Escherichia coli Bact~eria heterotrófica Fonte: Eletronuclear, 2008. 4.1.8 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA 4.1.8.1 Metodologia O presente capítulo foi elaborado com base em dados secundários, obtidos no Estudo de Impacto Ambiental – EIA da Usina de Angra 2, no Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, no sítio da internet do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro – SIMERJ e no sítio da internet da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – Florestas. 4.1.8.2 Área de referência A localização do empreendimento, próxima ao Trópico de Capricórnio, o coloca dentro da zona tropical do Hemisfério Sul, o que implicaria em um clima local e regional tropical muito úmido e quente. Entretanto, existem alguns fatores que diversificam os climas locais e regionais, tais como correntes oceânicas, altitude e posição em relação às serras que ocorrem ao redor da área de referência. Segundo informações colhidas para a confecção do Estudo de Impacto Ambiental da Usina de Angra 2, há climas pertencentes aos grupos A e C da classificação de Köppen dentro de um raio de cerca de 80 km da CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma diferenciação (Am). Esse grupo é referência para as florestas tropicais e ocorre também 110 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos no sítio da Central Nuclear e na cidade de Angra dos Reis, além de ser encontrado também na ilha de Guaíba, já na baía de Sepetiba. No grupo C da classificação climática de Köppen, encontram-se os tipos f e w, com diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde a temperatura média do mês mais frio varia entre 18 °C e -3 °C, enquanto a temperatura média do mês mais quente fica acima de 10 °C. O tipo f corresponde ao clima que possui chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca. O mês mais seco possui pelo menos 30 mm de precipitações. Na área de Angra dos Reis, esse tipo de clima surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a demonstra verão quente e a temperatura média do mês mais quente acima de 22 °C. Já a diferenciação b indica um verão brando e temperatura média mensal mais quente, abaixo de 22 °C. Os climas do grupo Cw, encontrados na área de Angra dos Reis, possuem a estação seca ocorrendo no inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das latitudes tropicais e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções. 4.1.8.2.1 Fatores geográficos do clima A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo. As escarpas da Serra do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km em torno da Central, são encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs bastante amplos acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada atmosférica acima da camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da atmosfera. A camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, outra camada de mistura se forma, assim como uma nova estratificação das camadas de ar. A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera. Tal estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica. O ar quente e úmido gerado pela insolação diária nas baixadas não ultrapassa os limites verticais da camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas do mar, que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, é barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno. Em poucas horas, sobre eles desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales. A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar nuvens, dando início 111 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos à formação de grandes células térmicas que frequentemente terminam em precipitações e trovoadas. Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e pela formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das precipitações apresenta grandes contrastes. De um lado de uma montanha podem ser medidos índices de mais de 3000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o valor pode ser a metade. 4.1.8.2.2 Temperatura As temperaturas máximas em Angra dos Reis ocorrem no mês de fevereiro, portanto, no meio do verão, e as mínimas, em julho. A temperatura média da cidade foi de 23,2 °C. A média das máximas é de 27,0 °C, e a média das mínimas, de 19,8 °C. A temperatura máxima absoluta da série foi registrada em 11 de fevereiro de 1966 e atingiu a marca de 39,3 °C, enquanto a mínima absoluta foi registrada em 12 de agosto 1988, e seu valor é 9,4 °C. 4.1.8.2.3 Pressão atmosférica A pressão atmosférica média na estação de Angra dos Reis foi de 1014,8 hPa. Dada a altura da cuba do barômetro de 2,8 m acima do nível médio do mar, deduz-se que essa pressão reduzida ao nível do mar seria de 1015,1 hPa, pressão característica das áreas das cristas de altas subtropicais. Nos meses quentes de novembro a março, as pressões normais de Angra dos Reis e Guaíba ficam abaixo do valor da pressão padrão ao nível do mar, que é de 1013,25 hPa. Essa pressão mais baixa reflete o recuo do anticiclone do Atlântico Sul para o oceano. 4.1.8.2.4 Precipitações Em Angra dos Reis, as médias das chuvas mensais ficam acima de 70 mm. As chuvas de inverno podem ser atribuídas às entradas das fracas frentes frias de inverno, associadas aos efeitos orográficos. As grandes chuvas acontecem de outubro a abril. A taxa anual de precipitação em Angra dos Reis foi 1976,7 mm. O mês mais chuvoso é janeiro, com 276,4 mm. A precipitação máxima de 24 horas, em Angra dos Reis, durante o período das normais, foi de 285,6 mm e ocorreu a 23 de janeiro de 1967. A precipitação máxima de 24 horas pode ser produzida por uma única nuvem de tempestade localizada, conhecida pelos meteorologistas como cumulus nimbus (CB). Muitas vezes a chuva não dura mais do que uma hora. Embora localmente seu impacto seja grave, principalmente se atinge uma grande cidade, não afeta as regiões a jusante e ao redor de forma significativa. 112 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Em Angra dos Reis ocorrem em média 158 dias chuvosos por ano, segundo valores das normais. Nas regiões tropicais, devido à natureza dos processos físicos geradores das chuvas, principalmente de células convectivas, e devido aos efeitos orográficos, as precipitações apresentam variabilidade espacial de caráter aleatório, embora a topografia e a proximidade ao mar sejam fatores estáticos que aumentam as probabilidades de determinados locais receberem maiores taxas de chuvas. As grandes chuvas sistemáticas são intensificadas pelos fatores locais. 4.1.8.2.5 Umidade, nebulosidade, insolação e evaporação A umidade média do ar em Angra dos Reis é de cerca de 81%. Este valor não se altera muito durante o ano. A nebulosidade varia de 50% no inverno a 80% no verão, sendo a média em torno de 70%. O número de horas normais de insolação por ano em Angra dos Reis é 1781,7. A taxa de evaporação normal é de 595,4 mm/a, para precipitações normais de 1976, 7 mm/a. A taxa de evaporação depende mais da ventilação do que da insolação, como pode ser observado em Angra dos Reis, onde há maior ventilação. 4.2 MEIO BIÓTICO 4.2.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO A área de influência dos Depósitos 1 e 2-A para o meio biótico foi definido um raio de 3 km no entorno do empreendimento. Para tanto, essa análise foi dividida em ecossistema terrestre, onde foram caracterizadas a flora (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Montana e Alto Montana) e fauna (herpetofauna, avifauna, mastofauna e macroinvertebrados terrestres), e ecossistema aquático, onde há descrição da biota aquático-dulcícola (fitoplâncton, comunidades bênticas e ictiofauna) e marinha (fito e zooplâncton, comunidades bênticas e ictiofauna). Os dados do diagnóstico ultrapassam o limite da AID pela dinâmica de movimentação dos animais na região em estudo. O diagnóstico de Meio Biótico procurou identificar o ecossistema de inserção dos Depósitos 1 e 2-A do CGR e caracterizar a biota de sua área de influência direta, conforme apresentado no Apêndice 11.2 e por meio de dados secundários obtidos a partir dos diagnósticos ambientais para os estudos de impacto ambiental de Angra 2 (Eletronuclear, 1998), da Unidade 3 do CGR (Eletronuclear, 2003), de Angra 3 (Eletronuclear, 2005) e da Unidade 2-B e Prédio de Monitoração do CGR (Eletronuclear, 2006), cujos trabalhos foram desenvolvidos com base nos estudos do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. 113 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.2.2 BIOMA MATA ATLÂNTICA No Brasil, os dois principais biomas de floresta tropical são a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica (Ferri, 1980; Rizzini, 1997). O primeiro ocupa a região norte do país, enquanto que o segundo percorre ao longo a costa do Oceano Atlântico, originalmente do Estado do Rio Grande do Sul até o Estado do Rio Grande do Norte. Distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai na região sudeste, a Mata Atlântica abrangia originalmente mais de 1.300.000 km² no território brasileiro, contemplando 17 Estados, (PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS), o que correspondia a aproximadamente 15% do Brasil, segundo o Decreto Federal 750/93 e a Lei 11428/06 (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008). Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua cobertura florestal original, tendo sido inclusive identificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo. No entanto, considerando os totais de desflorestamentos identificados nos períodos 19952000 e 2000-2005, a comparação entre ambos indica que houve diminuição na área total desflorestada em 69% (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE Op. Cit.). O Estado do Rio de Janeiro, campeão de desmatamento entre 1990 e 1995, teve poucas áreas desflorestadas acima de 3 ha, apresentando uma redução de 85%. No entanto, foram identificados desflorestamentos na ordem de 1 a 2 ha, ou seja, o “efeito formiga” (pequenos desmatamentos realizados em série), ainda muito intensos (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE Op. Cit.). Na Tabela 17 é apresentada a evolução da redução da cobertura vegetal dos remanescentes florestais e dos mais representativos ecossistemas associados (restinga e mangue) pertencentes ao domínio Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. Tabela 17 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro no Período 2000-2005 2000 2005 Desmatamento Classes de mapeamento hectares %* hectares %* hectares %** Remanescentes florestais 816.166 18,62 815.538 18,60 628 0,07 Restinga 43.808 1,00 43.792 1,00 16 0,04 Mangue 10.941 0,25 10.941 0,25 0 0 Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008. * em relação à área avaliada do Estado equivalente a 100% / ** em relação aos remanescentes florestais de 2005. 114 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos O município de Angra dos Reis está localizado a 155 km da cidade do Rio de Janeiro e, juntamente com os municípios vizinhos, formam um complexo geográfico e turístico denominado Costa Verde. Possui um litoral recortado composto por diferentes ecossistemas em sua extensão: florestas, manguezais, restingas e costões rochosos. Originalmente, a cobertura florestal do município é de mais de 99% de remanescentes florestais característicos de Mata Atlântica. Atualmente, o município está com 81% de seus remanescentes florestais totais conservados, sendo 96% de floresta, 0,6% de mangue e 3,4% de restinga. Na Figura 57 é apresentada a densa cobertura vegetal ainda encontrada nos municípios de Angra dos Reis e Parati. A AID dos Depósitos 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR está inserida no Bioma Mata Atlântica, no entanto, em determinada região onde não há presença de vegetação de restinga e manguezais. Figura 57 – Cobertura Vegetal e tipos vegetacionais encontrados em 2005 nos municípios de Angra dos Reis e Parati, estado do Rio de Janeiro Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008. 115 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.2.3 ECOSSISTEMA TERRESTRE O Bioma Mata Atlântica apresenta grande biodiversidade e alta taxa de endemismos, contudo, também se encontra em situação crítica devido à alteração dos seus ecossistemas naturais. Aqui, como nos estudos que deram origem a este, foi utilizado o sentido lato sensu do conceito de Mata Atlântica, que divide esse bioma em fisionomias associadas. De acordo com o Decreto Federal nº 750/03, considera-se como sendo Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos nesse domínio, composto pelas seguintes fisionomias: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Manguezais, Restingas, Campos de altitude, Brejos interioranos e enclaves florestais do Nordeste. Em relação à sua florística, o bioma possui cerca de 10.000 espécies de plantas, onde 50% são endêmicas. O nível de endemismo cresce significativamente quando separa-se as espécies da flora em grupos, atingindo 53,5% para espécies arbóreas, 64% para as palmeiras e 74,4% para as bromélias. A Mata Atlântica preserva também importante conjunto de plantas medicinais, muitas das quais ainda não foram devidamente estudadas (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008). Em decorrência das características climáticas, geológicas e geográficas presentes na região, o ecossistema terrestre da área de influência é a Floresta Ombrófila Densa, que se subdivide em outras formações, sobre as planícies, os vales dos rios e das encostas da Serra do Mar. 4.2.3.1 Flora 4.2.3.1.1 Floresta Ombrófila Densa Foram identificadas as formações das Terras Baixas, Submontana, Montana e AltoMontana na área de influência do empreendimento. A comunidade vegetal da primeira fisionomia apresenta sua distribuição, na planície e na encosta, representada por pequenas manchas isoladas em diferentes graus de conservação e formações continuadas com a mata Submontana. As espécies vegetais mais comuns nessa paisagem são a Cecropia sp. (embaúba) e a Tibouchina sp (quaresmeira), podendo encontrar outros taxa como Bactris aff. escragnollei (coco-natal), Bactris setosa (tucum), Eugenia uniflora (pitangueira), Ficus sp. (figueira), Myrciaria trunciflora (jabuticabeira), Psidium cattleianum (araçá), Psidium guajava (goiabeira) e Schinus terebinthifolius (aroeira). 116 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é semelhante à anterior, apresentando trechos em diferentes graus de conservação. Regiões com maior grau de desmatamento, cobertos por campos herbáceos, estão principalmente nas porções das encostas mais próximas da BR-101 e na faixa de servidão da linha de transmissão de Furnas. Pode-se observar parcelas de desmatamentos na formação Submontana, seguidos pela introdução de espécies exóticas para reflorestamento de antigas áreas da floresta nativa, como o plantio de Pinus sp. (pinheiro) no município de Angra dos Reis, na região do Saco dos Negros. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está mantendo sua estrutura, nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores altas com subbosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas. Nas formações de altitudes mais elevadas, de relevo acidentado, com locais íngremes e de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia Montana e AltoMontana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas foi reduzida em função do acesso dificultado e da possibilidade reduzida da prática agrícola e pecuária. Na Tabela 18 é apresentada uma listagem das espécies que, de forma geral, representam a flora da Floresta Ombrófila Densa, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico. Tabela 18– Espécies representantes da Floresta Ombrófila Densa. Nome Científico Nome Popular Família Observações Acacia polyphylla marica Leg. Mimosoideae Marcenaria; obras internas; casca adstringente para os curtumes; ornamental, reflorestamento. Alchornea glandulosa caixeta Euphorbiaceae Caixotaria; lenha; plantios mistos. Alchornea triplinervia tanheiro Euphorbiaceae Caixotaria leve; miolo de portas; cepas de tamancos, muletas; reflorestamento; alimento para aves. Annona cacans araticum Annonaceae Forro, caixotaria; confecção de brinquedos; frutos comestíveis; arborização urbana; reflorestamento. guatambu Apocynaceae Construção civil; cabos de ferramentas; dormentes; moirões; ornamental. brejaúba, brejaúva, airi Palmae Madeira usada para ripas; frutos com fins medicinais. indaiá Palmae Folhas para cobertura de casas; amêndoas comestíveis; ornamental. coco-de-natal Palmae Frutos comestíveis; ornamental. pata-de-vaca Leg. Caesalpinoideae Madeira para caixotaria e obras leves; ramos e tronco para carvão e lenha; ornamental; paisagismo; plantio misto; folhas com fins medicinais. Aspidosperma parvifolium Astrocaryum aculeatissimum Attalea dubia Bactris aff. Escragnollei Bauhinia forficata paisagismo rural; 117 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome Científico Nome Popular Família Observações canjarana Meliaceae Madeira para estrutura de móveis; obras de escultura; construção civil; moirões; frutos comestíveis pela avifauna; paisagismo. pau-brasil Leg. Caesalpinoideae Madeira para paisagismo. Myrtaceae Carpintaria; obras internas; lenha; carvão; frutos comestíveis pela fauna em geral; reflorestamento. Myrtaceae Madeira para taboado, instrumentos musicais; cabos de ferramentas; lenha e carvão; paisagismo; frutos comestíveis; produção de licores. jequitibá-branco Lecythidaceae Madeira para estrutura de móveis; peças torneadas; saltos de sapatos; compensados; construção civil; cabos de ferramentas; caixotaria; sementes consumidas por macacos. Cariniana legalis jequitibá-rosa Lecythidaceae Construção civil; caixotaria; marcenaria; casca como adstringente nas diarréias e anginas. Cassia multijuga canafístula Leg. Caesalpinoideae Caixotaria leve; confecção de brinquedos; lenha e carvão; ornamental; reflorestamento. Cabralea canjerana 2 Caesalpinia echinata * Campomanesia guazumaefolia araçá-do-mato Campomanesia xanthocarpa guabiroba Cariniana estrellensis Cecropia hololeuca embaúba-branca Cecropiaceae arcos de violino; Madeira para objetos leves; fósforos; lápis; caixotaria; tamancos; aeromodelismo; frutos comestíveis pela fauna. Cecropiaceae madeira utilizada para fabricação de brinquedos, caixotaria, salto de calçados, lápis, compensados e poupa de celulose. Meliaceae compensados; esculturas; obras de escultura; móveis em geral; construção civil; paisagismo; reflorestamento. Leg. Caesalpinoideae construção civil; confecção de móveis e peças torneadas; ornamental. caroba Bignoniaceae construção civil; obras internas; produção de pasta celulósica; reflorestamento; ornamental. Dalbergia nigra jacarandá, caviúna Leg. Papilionoideae mobiliário de luxo; acabamentos internos em construção civil: lambris, molduras, portas, rodapés; instrumentos musicais; ornamental. Dendropanax sp. maria-mole Araliaceae obras internas; ornamental; flores melíferas; frutos comestíveis pela avifauna. Dicksoniaceae ornamental; produção de xaxins. Cecropia pachystachya embaúba Cedrela sp. cedro Copaifera sp. pau-d’óleo Cybistax antisyphillitica 2 Dichisonia sellowiana * 1 Dorstenia arifolia * Erythrina crista-galli samambaiaçu mulungu Moraceae Leg. Papilionoideae confecção de bóias, canoas, gamelas, calçados, esculturas, molduras, etc. 118 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome Científico Nome Popular Família Observações Eugenia brasiliensis grumixama Myrtaceae marcenaria; paisagismo; carpintaria; obras de torno; frutos comestíveis pela fauna. Eugenia uniflora pitangueira Myrtaceae fruto comestível, ferramentas. Euterpe edulis palmito-juçara Palmae usada na alimentação; construções; paisagística. Ficus guaranitica figueira-branca Moraceae madeira utilizada para miolo de portas e painéis, caixotaria e confecção de chapas de partículas. Ficus insipida figueira; matapau Moraceae caixotaria; miolo de portas; frutos comestíveis por morcegos; paisagismo. Phytolaccaceae medicinal; taboado em geral; arborização rural; reflorestamento heterogêneo. Gallesia integrifolia pau-d’alho 1 Heliconia sp. * tronco - Inga edulis ingá Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis; Inga edulis var. edulis ingá Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis. Laelia sp. * para 2 - Lecythis pisonis sapucaia Lecythidaceae postes; dormentes; moirões; estacas; esteios; mastros; ripas; tacos; tábuas; carrocerias; cabos de ferramentas; sementes comestíveis pela fauna. Machaerium spp. jacarandá Leg. Papilionoideae construção civil; ornamental; reflorestamento de áreas degradadas. Myrtaceae fruto comestível. Leg. Caesalpinoideae obras hidráulicas; moirões; dormentes; pontes; construção civil; ornamental; reflorestamento de áreas degradadas. Monimiaceae fruto comestível. - Myrtaceae fruto comestível. araçarana Myrtaceae fruto comestível. jabuticabeira Myrtaceae fruto comestível, tabuado em geral, construção civil, lenha, confecções de móveis. Leg. Mimosoideae madeira clara e mole empregada para lenha e carvão; Flores melíferas. Leg. Mimosoideae confecção de mobiliário de luxo; painéis para construção civil; rodapés; molduras; tacos; forros; persianas; venezianas; tábuas para tonéis de vinho; ornamental. Marlieria tomentosa - Melanoxylon brauna braúna Mollinedia triflora Myrcia racemosa gaudichaudiana aperta-guela var. Myrcia sp. Myrciaria trunciflora Piptadenia gonoacantha pau-jacaré, jacaré Plathymenia foliolosa vinhático Psidium cattleianum araçá Myrtaceae fruto comestível, lenha, ferramentas, carvão. goiabeira Myrtaceae fruto comestível, madeira utilizada em obras, cangalhas, lenha e carvão. Psidium guajava construção, 119 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome Científico Nome Popular Família Observações Pterocarpus violaceus pau-sangue Leg. Papilionoideae acabamentos internos como rodapés, guarnições, molduras, embalagens, peças torneadas, portas, painéis, etc. Rapanea ferruginea capororoca Myrsinaceae obras internas, lenha e carvão. Rheedia brasiliensis bacupari Guttiferae construção civil, cabo de ferramentas, moirões. Anacardiaceae moirões, esteios, lenha, carvão, extração de tanino, arborização. Schinus terebinthifolius aroeira Schizolobium parahyba guapuruvu Leg. Caesalpinoideae fabricação de canoas; taboado de forros; fósforos e papel; casca adstringente para curtumes. Sparattosperma leucanthum ipê-branco Bignoniaceae construção naval, canoas, bordas de escalares, construção civil, carpintaria, caixotaria, reflorestamento. Swartzia langsdorfii pacova-demacaco Leg. Caesalpinoideae construção civil; marcenaria; carpintaria; ornamental; frutos comestíveis pela fauna. Palmae paisagismo; fauna. frutos comestíveis pela Syagrus romanzoffiana jerivá Tabebuia cassinoides caixeta Bignoniaceae confecção de brinquedos; caixas finas; tamancos; palitos de fósforos; lápis; violões; bóias; ornamental. Tabebuia chrysotricha ipê-amarelo Bignoniaceae postes; peças para pontes; tábuas para cercas; currais, aras; tacos; tábuas; ornamental. Anacardiaceae confecção de brinquedos; caixotaria leve; embalagens; móveis; cabos de vassouras; frutos comestíveis. Melastomataceae confecção de brinquedos; caixotaria; ornamental; paisagismo. gravatá ou bromélia Bromeliaceae ornamental, monitoração ambiental. barba-de-velho Bromeliaceae monitoração ambiental. cambará; gurindiba Ulmaceae taboado em geral; lenha e carvão; fabricação de pólvora; flor melífera. taboa Typhaceae fibra para artesanato de tapetes, cestos, sandálias, etc. bicuíba Miristicaceae construção civil; esteios; miolo de portas; marcenaria; confecção de canoas; carpintaria; reflorestamentos. Vochysia tucanorum pau-de-tucano Vochysiaceae caixotaria; confecção de brinquedos; ornamental; paisagismo. Xylopia brasiliensis pindaíba Annonaceae tabuados; caibros; vigas; mastros; caixotaria, fruto comestível pela aves; reflorestamentos; ornamental. Tapirira guianensis Tibouchina sp. Tillandsia stricta Tillandsia usneoides Trema micrantha Typha domingensis Virola sp. tapiriri quaresmeira *1 - espécie incluída na listagem de: vulnerável à extinção; *2 - espécie incluída na listagem de: em perigo de extinção. Obs: O gênero Heliconia (Família Musaceae) apresenta as espécies H. augusta, H. citrina, H. farinosa, H. fluminensis, H. lacletteana, H. sampaioana na categoria vulnerável de extinção; e o gênero Laelia (Família Orchidaceae) apresenta as espécies L. ovata, L. perrinii, L. virens na categoria em perigo de extinção. Fonte: Eletronuclear, 2003. 120 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Floresta Montana A Floresta Montana ocupa locais de relevo fortemente dissecado, íngreme e de acesso difícil, permitindo que seja parcialmente poupada. No estado do Rio de Janeiro, os remanescentes desta formação florestal podem ser encontrados principalmente no Parque Nacional da Serra da Bocaina e na Serra dos Órgãos. Os ambientes da Formação Montana da Floresta Ombrófila Densa, na latitude da Baía da Ilha Grande, ocupa faixa de altitudes entre 500 a 1500 m, sobre rochas do embasamento cristalino e rochas alcalinas. O sub-bosque é denso e diverso, seus componentes apresentam caules de pequeno calibre, muitos deles ramificando a menos de 1 m do solo, quase sempre recobertos pelas inúmeras briófitas que aí ocorrem. Floresta Alto Montana Ambientes da Formação Florestal Alto Montana, na latitude da baía da Ilha Grande, ocupam faixa de altitude acima do nível de 1.500 m, sobre rochas do embasamento cristalino. Por estarem localizadas nas partes mais elevadas são freqüentemente envoltas por densas nuvens durante dias seguidos. Embora composta por espécies endêmicas, revelando um antigo isolamento, a composição florística desta formação é representada por famílias de dispersão universal (RADAMBRASIL, 1983). Por se situar em área de relevo acidentado e de difícil acesso, este tipo florestal foi bastante poupado, não estando, no entanto, imune à ação antrópica. A seguir, na Tabela 19, estão listadas as espécies da flora que caracterizam as formações de Floresta Densa Submontana e vegetação secundária, que foram encontradas nas áreas de influência do empreendimento, conforme Eletronuclear (2005). Tabela 19 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação da CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava – Vegetação secundária Família Espécie Área A Área B Verbenaceae Aegiphila integrifolia X Lauraceae Aiouea cf. impressa X Euphorbiaceae Alchornea triplinervia X Sapindaceae Allophylus sp. 1 X Rubiaceae Alseis floribunda X Rubiaceae Amaioua intermedia var brasiliana X Leguminosae Andira sp. 1 X Annonaceae Annonaceae sp. 3 X Annonaceae Annonaceae sp. 4 X Arecaceae Astrocaryum aculeatissimum X Arecaceae Atalea sp. X Rubiaceae Bathysa australis X Rubiaceae Bathysa stipulata X 121 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Família Espécie Lauraceae Beilschmiedia cf. stricta Área A Área B X Lauraceae Beilschmiedia emarginata X Moraceae Brosimum guianense X Meliaceae Cabralea canjerana ssp. canjerana Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa X Lecythidaceae Cariniana estrellensis X Euphorbiaceae Caryodendron grandifolium X X Flacourtiaceae Casearia sp. 1 Cecropiaceae Cecropia glazioui Cecropiaceae Cecropia lyratiloba X Ulmaceae Celtis sp. 1 X Rubiaceae Chomelia brasiliana X Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae sp. 1 X Sapotaceae Chrysophyllum flexuosum X X X X X Rutaceae Citrus medica var. limon X Clusiaceae Clusia lanceolata X Boraginaceae Cordia sp. 1 Boraginaceae Cordia sp. 2 X Rubiaceae Coussarea meridionalis var. porophylla X Rubiaceae Coussarea nodosa X Lauraceae Cryptocarya micrantha X Lauraceae Cryptocarya saligna X Sapindaceae Cupania oblongifolia X X X Sapindaceae Cupania sp. 1 X Cyatheaceae Cyatheaceae sp. 1 X Araliaceae Didymopanax anomalus X Araliaceae Didymopanax sp. 1 X Ebenaceae Diospyros ebenaster Sapotaceae Ecclinusa ramiflora X X X Bombacaceae Eriotheca pentaphylla X Erythroxylaceae Erythroxylum pulchrum X Myrtaceae Eugenia sp. 1 X Myrtaceae Eugenia sp. 2 X Myrtaceae Eugenia sp. 3 X Myrtaceae Eugenia sp. 4 Euphorbiaceae Euphorbiaceae sp. 1 X X X Arecaceae Euterpe edulis X Rubiaceae Faramea sp. 1 X Moraceae Ficus citrifolia X Moraceae Ficus insipida X Moraceae Ficus pulchella Phytolaccaceae Gallesia integrifolia X X X Clusiaceae Garcinia brasiliensis X Apocynaceae Geissospermum laevis X 122 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Família Espécie Myrtaceae Gomidesia spectabilis Área A Área B X Nyctaginaceae Guapira opposita X X Meliaceae Guarea macrophylla ssp. tuberculata X X Annonaceae Guatteria nigrescens Mart. X Moraceae Helicostylis tomentosa X Chrysobalanaceae Hirtella hebeclada Euphorbiaceae Hyeronima alchorneoides Aquifoliaceae Ilex integerrima X Indet. Indet. sp. 03 X Indet. Indet. sp. 06 X Indet. Indet. sp. 07 X Indet. Indet. sp. 12 X Indet. Indet. sp. 13 X Indet. Indet. sp. 14 X Leguminosae Mimosoideae Inga sp. 1 X Leguminosae Mimosoideae Inga sp. 2 X X X X Bignoniaceae Jacaranda micrantha Caricaceae Jacaratia heptaphylla X Clusiaceae Kielmeyera membranacea X Clusiaceae Kielmeyera rizziniana X Lacistemaceae Lacistema pubescens X Lauraceae Lauraceae sp. 1 X Lauraceae Lauraceae sp. 3 X Lauraceae Lauraceae sp. 5 X Lauraceae Lauraceae sp. 11 X Lauraceae Lauraceae sp. 15 X Lauraceae Lauraceae sp. 4 X Leguminosae Leguminosae sp. 1 Leguminosae Leguminosae sp. 2 X Leguminosae Leguminosae sp. 3 X Leguminosae Leguminosae sp. 4 X Leguminosae Leguminosae sp. 5 X Leguminosae Leguminosae sp. 6 X Leguminosae Leguminosae sp. 7 X Leguminosae Leguminosae sp. 8 X Leguminosae Leguminosae sp. 9 X Leguminosae Leguminosae sp. 10 Leguminosae Leguminosae sp. 11 Leguminosae Leguminosae sp. 12 X Leguminosae Leguminosae sp. 13 X Leguminosae Leguminosae sp. 14 X Leguminosae Leguminosae sp. 15 X Leguminosae Leguminosae sp. 16 Leguminosae Leguminosae sp. 17 X X X X X X 123 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Família Espécie Lauraceae Licaria bahiana Área A Área B X Euphorbiaceae Mabea brasiliensis X Myrtaceae Marlierea sp. 1 X Myrtaceae Marlierea sp. 2 X Myrtaceae Marlierea subacuminata X Celastraceae Maytenus aff. ilicifolia Celastraceae Maytenus ardisiaefolia X Celastraceae Maytenus salicifolia X Celastraceae Maytenus sp.1 X Melastomataceae Melastomataceae sp. 1 X Meliaceae Meliaceae sp. 2 Meliaceae Meliaceae sp. 3 X X Melastomataceae Miconia calvescens X X Melastomataceae Miconia cf. holosericea X Melastomataceae Miconia cinnamomifolia X Melastomataceae Miconia dodecandra X Melastomataceae Miconia prasina X Melastomataceae Miconia sp. 3 X Melastomataceae Miconia sp. 4 X Sapotaceae Micropholis crassipedicelata X Monimiaceae Mollinedia sp. 1 X Monimiaceae Mollinedia sp. 2 X Myrtaceae Myrcia grandiglandulosa X X X X Myrtaceae Myrcia rostrata Myrsinaceae Myrsine coriacea X Myrsinaceae Myrsine guianensis X Myrtaceae Myrtaceae sp. 2 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 4 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 5 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 7 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 10 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 12 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 14 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 17 X Myrtaceae Myrtaceae sp. 19 X Moraceae Naucleopsis oblongifolia X X X Lauraceae Nectandra leucantha X Lauraceae Nectandra membranacea X Lauraceae Nectandra oppositifolia X Lauraceae Ocotea puberula X Lauraceae Ocotea sp. 1 X Lauraceae Ocotea sp. 2 X Lauraceae Ocotea tabacifolia X Euphorbiaceae Pausandra morisiana X X 124 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Família Espécie Myrtaceae Myrtaceae sp. 7 Simaroubaceae Picramnia glazioviana ssp. glazioviana Piperaceae Piper sp. 1 Piperaceae Piper sp. 2 Piperaceae Piper sp. 3 Área A Área B X X X X X Myrtaceae Plinia edulis X Myrtaceae Plinia rivularis X Cecropiaceae Pourouma guianensis Sapotaceae Pouteria sp. 1 X X X Sapotaceae Pouteria venosa Rubiaceae Psychotria velloziana Bombacaceae Quararibea turbinata Annonaceae Rollinia dolabripetala (Mart.) R.E.Fries X Proteaceae Roupala montana X Rubiaceae Rubiaceae sp. 3 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 4 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 7 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 10 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 11 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 12 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 13 X Rubiaceae Rubiaceae sp. 15 Rubiaceae Rubiaceae sp. 16 X X X X X X X Hippocrateaceae Salacia grandifolia X Sapindaceae Sapindaceae sp. 1 X Sapindaceae Sapindaceae sp. 2 X Sapotaceae Sapotaceae sp. 4 X Sapotaceae Sapotaceae sp. 5 X Sapotaceae Sapotaceae sp. 6 X Sapotaceae Sapotaceae sp. 8 X Sapotaceae Sapotaceae sp. 9 X Leguminosae Caesalpinioideae Senna multijuga ssp. lindleyana var. lindleyana Simira sampaioana X Rubiaceae Rubiaceae Simira viridiflora Monimiaceae Siparuna sp. 1 X Monimiaceae Siparuna sp. 2 X Elaeocarpaceae Sloanea garckeana X Elaeocarpaceae Sloanea sp. 2 X Solanaceae Solanaceae sp. 1 X Moraceae Sorocea guilleminiana X Moraceae Sorocea hilarii X Moraceae Sorocea sp.1 X Bignoniaceae Tabebuia cassinoides X Combretaceae Terminalia januariensis X X X 125 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Família Espécie Melastomataceae Tibouchina scrobiculata Meliaceae Trichilia sp. 1 Meliaceae Trichilia sp. 2 Área A Área B X X X Meliaceae Trichilia sp. 3 Urticaceae Urticaceae sp. 1 Asteraceae Vernonia discolor X Myristicaceae Virola gardneri X X X Myristicaceae Virola oleifera Annonaceae Xylopia brasiliensis X X Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Leguminosae Faboideae Zollernia glabra TOTAL 199 espécies X X X 34 183 Fonte: Eletronuclear, 2005. 4.2.3.2 Fauna A Mata Atlântica é um dos cinco maiores hotspots do mundo (Mittermeier et al., 1997). Os registros de Herpeto, ornito e mastofauna que ocorrem na Mata Atlântica somam 1807 espécies, o que corresponde a 7% de todas as espécies desses grupos que foram identificadas até então (MMA & DAI, 1997). A fauna terrestre da Mata Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu impactos da colonização humana na América do Sul. A fauna terrestre inclui uma alta taxa de endemismos, especialmente para aves e primatas, que registram maiores números de espécies ameaçados de extinção, especialmente em função de atividades antrópicas desordenadas e consequente perda de habitats. 4.2.3.2.1 Herpetofauna A Mata Atlântica é o bioma com maior riqueza e endemismo de espécies de anuros do mundo. Concentra cerca 65% das espécies brasileiras conhecidas, sendo 71% endêmicas (MMA, 2008). Atualmente, segundo Frost (2002), para a Mata Atlântica o número total de espécies de anfíbios é de 495, registrando um aumento de 270% de espécies em 23 anos. A dependência de ambientes úmidos juntamente com os brejos e alagados e a baixa capacidade de deslocamento podem explicar a ocorrência do grande número de espécies endêmicas, muitas das quais, pertencentes às famílias Hylidae, Leptodactylidae, Bufonidae e Brachycephalidae. Apesar disso, é escassa a bibliografia disponível para a região. A região onde estão localizados os Depósitos 1 e 2-A representa uma área de concentração e reprodução de muitas espécies de anfíbios e répteis. Existe uma mata 126 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos recuperada em seu entorno, com boa vegetação e micro-ambientes propícios para a herpetofauna. Um grupo de destaque, entre os anfíbios anuros da Mata Atlântica, é a família Brachycephalidae, que possui uma distribuição exclusiva nesse bioma. Segundo o MMA (2008), 15 espécies de anfíbios estão presentes na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção. Segundo Eletronuclear (2005), a família Brachycephalidae, na região em estudo, está representada por quatro espécies dos seus dois únicos gêneros, sendo duas destas restritas para esta região: Brachycephalus vertebralis e Psyllophryne hermogenesii. A sub-familia Elosiinae está representada por quatro espécies de dois gêneros: Megaelosia goeldii, Megaelosia bocainesis, Hylodes phyllodes e Hylodes asper. A listagem das espécies de anfíbios encontradas na área de influência do empreendimento é mostrada na Tabela 20. Tabela 20 - Listagem das Espécies de Anfíbios encontradas na área de influência do empreendimento ANFÍBIOS TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Brachycephalus ephippium sapo EN Brachycephalus vertebralis sapo Bufo crucifer sapo Dendrophryniscus brevipollicatus sapo Cyclorhamphus boraceiensis rã Cyclorhamphus eleutherodactylus rã Cyclorhamphus granulosus rã Hylodes phyllodes rã Hylodes asper rã Megaelosia bocainensis rã Megaelosia goeldii rã Paratelmatobius gaigeae rã Paratelmatobius pictiventris rã Physalaemus barrioi rã Proceratophrys appendiculata rã Psyllophryne didactyla rã Psyllophryne hermogenesii rã Sphaenorhynchus orophilus rã Eleutherodactylus binotattus perereca Eleutherodactylus bolbodactylus perereca Eleutherodactylus parvus perereca Eleutherodactylus pusillus perereca Hyla arildae perereca Hyla callypigia perereca Hyla clepsydra perereca AM 127 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ANFÍBIOS Osteocephalus langsdorffii perereca Scinax angrensis perereca Scinax argyreornatus perereca Scinax ariadne perereca Scinax atratus perereca Scinax humilis perereca Scinax perpusillus perereca Scinax trapicheiroi perereca Thoropa miliaris perereca Zachaenus parvulus perereca AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica. Fonte: Eletronuclear, 2005. Quanto aos répteis, sabe-se que o bioma abriga 197 espécies, o que equivale a aproximadamente 42% das conhecidas para o Brasil. Grande parte da fauna de répteis é de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em outros biomas, como na Amazônia, Cerrado e Caatinga. No entanto, são listadas 60 espécies e subespécies endêmicas de répteis da Mata Atlântica, como Hydromedusa maximiliani (cágado), Liolaemus lutzae (lagartixa-da-areia) e Lachesis muta rhombeata (surucucu). Quanto aos ofídios, ocorrem Bothrops spp. (jararacas); Boa constrictor e Epicrates cenchria (jibóias), também encontradas em todos os tipos de ambientes do Brasil, com atividade diurna ou noturna; e cobras corais, Micrurus spp., que são subterrâneas, mas aparecem freqüentemente na superfície (Rizzini et al., op. cit.). A listagem das espécies de répteis e anfíbios encontradas na região de influência direta é mostrada na Tabela 21. Tabela 21 - Listagem das Espécies de Répteis RÉPTEIS Taxon Nome Popular Ameiva ameiva calango Boa constrictor jibóia Bohtrops sp. urutu-cruzeiro Bothrops jararaca jararaca Bothrops jararacussu jararacuçu Chironius bicarinatus cobra-cipó Chironius fuscus cobra-cipó Coralus hortulanus cobra-de-veado Dipsas albifrons dorminhoca Enyalius brasiliensis lagarto Epicrates cenchria jibóia Erythrolamprus aesculapii coral-falsa Código AM 128 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos RÉPTEIS Taxon Nome Popular Escleopus gaudichaudii lagarto Geochelone carbonaria jabuti Gymnodactyus sp. lagarto Hemidactylus mabouia lagartixa Leimadophis poecilogyrus cobra-verde Leposternon sp. cobra de duas cabeças Liophis miliaris cobra-d’água Mastigodrias bifossatus jararacuçu-do-brejo Micrurus corallinus coral-verdadeira Oxyrhopus clathratus coral-falsa Philodryas olfersii boiubu Philodryas serra cobra cipó Pseudoboa cloelia limpa-campo Sibynomorphus turgidus dormideira Siphlophis pulcher cobra Spilotes pullatus anomalepsis caninana Thamnodynastes pallidus nattereri corre-campo Thamnodynastes strigilis falsa jararaquinha Tropidurus torquatus lagarto Tupinambis merianae teiú Tupinambis teguixim teiú Xenodon neuwiedii cobra Código AM # # # AM - espécie ameaçada de extinção; # - espécie observada durante a campanha de campo Fonte: Eletronuclear, 2005. 4.2.3.2.2 Avifauna O efeito negativo da degradação e fragmentação de habitats florestais é um dos maiores problemas na conservação das espécies de aves neotropicais (Anjos, 1993). O bioma da Mata Atlântica abriga 688 espécies de aves, sendo que destas aproximadamente 200 são endêmicas. Das espécies endêmicas, apenas 17 utilizam habitats perturbados e 419 espécies ocorrem quase exclusivamente em habitats pouco alterados. Cerca de 68% das espécies de aves da Mata Atlântica são consideradas raras (Goerck, 1997). Aproximadamente 94 espécies se encontram na lista oficial de ameaçadas de extinção para a Mata Atlântica (MMA, 2008). Sick (1977) cita como espécies endêmicas para a região: Crypturellus obsoletus (inhambu-açu), Touit melanota (papagainho), Leucopternis polionota (gavião-pombogrande), Triclaria malachitacea (sabiá-cica), Amazona rhodocoritha (chauá), Pionopsitta (rabo-branco-de-garganta-rajada), pileata (cuiú-cuiú), Phaethornis eurynome 129 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Mackenziaena severa (borralhara), Cichlocolaptes leucophrus (trepador-sobrancelha), Orthogonis chloricterus (catirumbava), Procnias nudcollis (araponga), dentre outras. Ocorrem espécies de gaviões de vasta distribuição geográfica como Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Spizaetus ornatus (gavião-de-penacho), Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco) e outros como Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande) e Leucopternis lacernulata (gavião-pomba) que apesar da devastação, permanecem no ecossistema (Sick op. cit.; Ribon et al.op. cit.). Apesar da região sul-fluminense dispor de considerável material bibliográfico sobre suas aves terrestres, muitas informações referem-se a localidades distantes da Área de Influência dos Depósitos 1 e 2-A, ou não especificam precisamente o local onde os registros foram obtidos. Os resultados encontrados são fruto da compilação de dados de bibliografia e de informações não publicadas (listas de aves não-publicadas e comunicação pessoal), bem como de dados obtidos em Eletronuclear (2005). Ao todo, foram registradas 331 espécies nas baixadas e matas sub-montanas. Dentre estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção globalmente e 26 espécies quase ameaçadas, conforme pode ser observado na Tabela 22 e na Tabela 23. Moradores locais durante o levantamento do diagnóstico ambiental fizeram relatos da ocorrência de Chirophixia caudata (tangará) que habita as matas densas do sul da Bahia e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul; Pipile jacutinga (jacutinga), espécie ameaçada de extinção; Speotyto cunicularia (coruja-buraqueira); muitos Pitangus sulphuratus (bentevis); Tinamus solitarius (macuco), espécie ameaçada de extinção; Leptotila verreauxi (juriti); Columba speciosa (pomba-trocal); Mimus saturninus (sabiá-docampo); Thraupis sayaca (sanhaço), que vive nas árvores tanto em campos ou áreas de cultivo como cidades; Turdus spp. (sábias); Sicalis flaveola (canário-da-terra) que ocorre do sul do Maranhão até o Rio Grande do Sul, a oeste até o Mato Grosso e também nas ilhas do litoral de São Paulo e Rio de Janeiro; Rupornis magmirostris (gavião-carijó); Tangara spp. (saíras); Oryzoborus angolensis (curió); Ramphastos sp. (tucanos); Penelope obscura (jacuaçu) e P. superciliaris (jacupemba); e Saltator maxillosus (trincaferro). Tabela 22 – Espécies de aves de Mata Atlântica registradas em literatura, na área relativa ao Diagnóstico Ambiental Status Endêmicas Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Bergallo et al., 2000 Tinamus solitarius QA QA EP Pilherodius pileatus QA Cairina moschata Vu Leucopternis lacernulata Am Vu Vu Leucopternis polionota QA QA QA Sick, 1997 En 130 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Status Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Endêmicas Bergallo et al., 2000 Spizaetus ornatus PEx Spizaetus tyrannus QA Pipile jacutinga Am Vu PEx Odontophorus capueira QA Aramides mangle SD Rynchops niger QA Brotogeris tirica En Pionopsitta pileata QA Touit surda Am Am Vu Amazona rhodocorytha Am Am Vu QA Amazona farinosa Triclaria malachitacea Sick, 1997 En Vu Am Vu Nyctibius aethereus Vu SD Macropsalis creagra QA Ramphodon naevius QA QA QA En Phaetornis squalidus En Lophornis magnifica En Lophornis chalybea SD Aphantochroa cirrhochloris En Clytolaema rubricauda En Heliothryx aurita QA Heliomaster squamosus SD Chloroceryle inda SD Notharchus macrorhynchus QA Malacoptila striata En Baillonius bailloni QA QA Piculus aurulentus QA QA Campephilus robustus QA Psilorhamphus guttatus QA QA Merulaxis ater QA QA Dysithamnus stictothorax QA QA En Dysithamnus xanthopterus En Myrmotherula gularis En Myrmotherula minor QA Vu Myrmotherula unicolor QA Vu Formicivora erythronotos Am Am QA QA Drymophila ferruginea Drymophila genei En Vu En Vu En En En 131 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Status Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Drymophila ochropyga QA QA Endêmicas Bergallo et al., 2000 Sick, 1997 En Drymophila squamata En Myrmeciza loricata En Chamaeza meruloides En Conopophaga melanops En Furnarius figulus En Cranioleuca pallida En Phacellodomus erythrophthalmus En Anabazenops fuscus En Anabacerthia amaurotis QA Cichlocolaptes leucophrus En Sclerurus mexicanus Vu Phyllomyias griseocapilla QA Phylloscartes sylviollus En QA Phylloscartes oustaleti QA QA Phylloscartes difficilis QA QA Phylloscartes paulistus Am Vu SD Hemitriccus furcatus Am Am QA Vu Hemitriccus nidipendulus QA En Todirostrum poliocephalum En Am QA Vu Knipolegus nigerrimus Muscipipra vetula En QA Attila rufus En Philohydor lictor QA Tityra inquisitor QA Ilicura militaris En Neopelma chrysolophum En Laniisoma elegans Am Vu QA Phibalura flavirostris QA QA QA Tijuca atra QA QA Iodopleura pipra Am Am Carpornis cucullatus QA QA Lipaugus lanioides Am Vu Pyroderus scutatus Procnias nudicollis Thryothorus longirostris En En Hemitriccus orbitatus Platyrinchus leucoryphus En En QA En Vu En Vu QA QA QA En 132 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Status Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Endêmicas Bergallo et al., 2000 Ramphocaenus melanurus Vu Phaeothlypis rivularis QA Orchesticus abeillei QA QA Sick, 1997 En Schistochlamys ruficapillus En Hemithraupis ruficapilla En Orthogonys chloricterus En Ramphocelus bresilius En Thraupis cyanoptera QA QA En Thraupis ornata En Euphonia cyanocephala QA Tangara desmaresti En Tangara peruviana Am Vu QA En Dacnis nigripes Am Vu QA En Chlorophanes spiza Vu Oryzoborus angolensis Vu Saltator maxillosus QA Passerina brissoni Vu Scaphidura oryzivora QA Euphonia cyanocephala QA Tangara desmaresti En Tangara peruviana Am Vu QA En Dacnis nigripes Am Vu QA En Chlorophanes spiza Vu Oryzoborus angolensis Vu Saltator maxillosus QA Passerina brissoni Vu Scaphidura oryzivora QA PEx: Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA: Quase Ameaçada; SD: Situação Desconhecida. Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006 Tabela 23 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição setentrional registradas na Área do Diagnóstico Ambiental Nome científico Nome popular Status Altitude (m)b Crypturellus obsoletus inhambu-guaçu R 600-1250 Leucopternis polionota gavião-pombo-grande 600-1500 Penelope obscura jacuaçu Columba plumbea pomba-amargosa R 600-2000 Pionopsitta pileata cuiú-cuiú R 950-1250 950-1950 133 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome científico Nome popular Phaetornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada Status Altitude (m)b 800-2000 Clytolaema rubricauda beija-flor-rubi Baillonius bailloni araçari-banana Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde 400 400-2000 750-2000 R 450-1200 Piculus aurulentus pica-pau-dourado Psilorhamphus guttatus tapaculo-pintado R * Merulaxis ater entufado R * Hypoedaleus guttatus chocão-carijó 500-800 Batara cinerea matracão Mackenziaena severa borralhara R 800-1250 Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho R 1050-2150 Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado R 550-1000 Drymophila ochropyga choquinha-de-dorso-vermelho Myrmeciza loricata papa-formigas-de-grota Chamaeza campanisona tovaca-campainha Conopophaga lineata chupa-dente R 800-2150 650-1350 650-1300 R 700-1300 350-1200 Synallaxis ruficapilla pichororé R 600-1400 Phacellodomus erythrophthalmus joão-botina R 700-800 Anabazenops fuscus trepador-coleira 350-1150 Philydor lichtensteini limpa-folha-ocrácea 600-800 Sclerurus scansor vira-folhas Phyllomyias fasciatus piolhinho Phyllomyias burmeisteri poaieiro-do-sul 1000-1350 Phyllomyias griseocapilla poaieiro-serrano 950-1150 Phylloscartes oustaleti papa-moscas-de-olheira 500-850 Elaenia mesoleuca tuque 350-1800 Todirostrum plumbeiceps ferreirinho-de-cara-canela R Knipolegus nigerrimus maria-preta-da-garganta-vermelha VI 950-2100 Muscipipra vetula tesoura-cinzenta VI 1050-1450 Ilicura militaris tangarazinho R 650-1250 Schiffornis virescens flautim R 650-1220 Phibalura flavirostris tesourinha-da-mata VI 50-1600 Laniisoma elegans chibante 680 Carpornis cucullatus corocochó 850-1450 Oxyruncus cristatus araponga-do-horto 430-1540 650-1250 R 1130-1800 1050-1250 Cyclarhis gujanensis pitiguari Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador Orchesticus abeillei sanhaço-pardo 830-1200 Schistochlamys ruficapillus bico-de-veludo 700-1100 Orthogonys chloricterus catirumbava 360-1300 0-2050 VI 1000-1960 134 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nome científico Nome popular Thraupis cyanoptera sanhaço-de-encontro-azul Status Altitude (m)b 700-1620 Pipraeidea melanonota viúva Tangara desmaresti saíra-lagarta VI 630-1840 Arremon semitorquatus tico-tico-do-mato-de-bico-preto R * Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro 970-1970 630-1960 * Informações ausentes; a. R: Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e dados não publicados; de E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985). Fonte, Eletronuclear, 2005. Um caso particular relacionado à conservação da avifauna na área de estudo diz respeito ao papa-formigas-de-cabeça-negra (Formicivora erythronotos). Esta espécie permaneceu por mais de um século conhecida unicamente por algumas peles coletadas no século passado e depositadas em museus americanos e europeus (Pacheco, 1988). Após a sua redescoberta, a espécie permaneceu com registros esparsos de alguns poucos casais ao longo da baía da Ribeira (Collar et. al.,1992; Tobias & Wiliams, 1996), o que levou a espécie a ser tratada como em situação crítica por Collar et al. (1992). Em 1997, pesquisadores do Laboratório de Ornitologia da UFRJ iniciaram uma procura sistemática do papa-formigas em todas as baixadas da região da Costa Verde, mapeando a população até então conhecida. Durante o estudo, constatou-se que o vale do Mambucaba e a baixada do Ariró abrigam mais de 90% da população total da espécie mapeada até então (Mendonça & Gonzaga, 1999) (Tabela 24). Tabela 24 - Listagem das Espécies de Aves registradas por meio de levantamento secundário na Área do Diagnóstico Ambiental AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Actitis macularia maçarico-pintado MG; # Amaurolimnas concolor saracurinha-da-mata Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca Amazona rhodocorytha chauá Amazona spp. papagaios Amazonetta brasiliensis ananaí Anabazenops fuscus trepador-coleira Anthracothorax nigricollis beija-flor-preto Anthus lutescens caminheiro-zumbidor AM; EN EN Aphantochroa cirrhochloris beija-flor-cinza EN Aramides cajanea saracura-três-potes # Aramides saracura saracura-do-mato Aramus guarauna carão Aratinga leucophthalmus periquitão-maracanã Ardea cocoi maguari # 135 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO MG; # Arenaria interpres vira-pedras Arremon semitorquatus tico-tico-do-mato-de-bico-preto Arundinicola leucocephala lavadeira-de-cabeça-branca Asio stygius mocho-diabo Attila phoenicurus capitão-castanho Attila rufus tinguaçu Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco Baillonius bailloni araçari-banana Baryphthengus ruficapillus juruva Basileuterus culicivorus pula-pula Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador Batara cinerea matracão Brotogeris tirica periquito-rico Bubulcus ibis garça-vaqueira Buteo albicaudatus gavião-de-rabo-branco Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta Buteogallus meridionalis gavião-cabloco Buteogallus urubitinga gavião-preto Butorides striatus socozinho SN EN EN MG Cacicus haemorrhous guaxe Cairina moschata pato-do-mato Calidris alba maçarico MG MG Calidris minutilla maçariquinho Calliphlox amethystina estrelinha Campephilus robustus pica-pau-rei Camptostoma obsoletum risadinha Campylorhamphus cf. falcularius arapaçu-de-bico-torto Capsiempis flaveola marianinha-amarela Caracara plancus gavião-carcará Carduelis magellanicus pintassilgo Carpornis cucullatus corócocho Casmerodius albus garça-branca-grande Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela Certhiaxis cinnamomea curutié Ceryle torquata martim-pescador-grande Chaetura Andrei andorinhão Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre-cinzento # MG; # # 136 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR Chamaeza campanisona tovaca-campainha Chiroxiphia caudata tangará Chiroxiphia pareola tangará-falso Chloroceryle amazona martim-pescador-verde Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno Chlorophanes spiza saí-verde Chlorophonia cyanea bonito-do-campo Chordeiles acutipennis bacurau-de-asa-fina Ciccaba virgata coruja-do-mato Cichlocolaptes leucophrys trepador-sobrancelha Cissopis leveriana tietinga Claravis pretiosa pomba-de-espelho Clytolaema rubricauda beija-flor-rubi Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu Coccyzus euleri papa-lagarta-de-euler Coccyzus melacoryphus papa-lagarta Coereba flaveola sebinho Colaptes campestris pica-pau-do-campo Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado CÓDIGO # EN EN SN Colonia colonus viuvinha # Columba cayennensis pomba-galega CG Columba livia domestica pombo-comum SN Columba picazuro pombão; asa-branca MG Columba plumbea aomba-amargosa CG Columba speciosa pomba-trocal CG Columbina talpacoti rolinha SN;# Conirostrum bicolor sanhaço-do-mangue Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho Conopophaga lineata chupa-dente Conopophaga melanops cuspido-de-máscara-preta Contopus cinereus papa-moscas-cinzento Coragyps atratus urubu-comum SN: # Cotinga maculata crejoá AM; EN Crotophaga ani anu-preto SN; # Crypturellus n. noctivagus jaó AM; EN; CG Crypturellus obsoletus inhambu-açu EN Crypturellus tataupa inhambu-chintã Cyclarhis gujanensis pitiguari Cypseloides fumigatus andorinhão-preto-de-cascata EN 137 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR Cypseloides senex andorinhão-velho-da-cascata Dacnis cayana saí-azul Dacnis nigripes saí-de-pernas-pretas Dendrocincla turdina arapaçu-liso Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande Dendrocygna viduata marreca-irerê Donacobius atricapillus japacanim CÓDIGO EN Drymophila ferruginea trovoada EN Drymophila ochropyga choquinha-de-dorso-vermelho EN Drymophila squamata pintadinho EN Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca Dysithamnus mentalis choquinha-lisa Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado Egretta caerulea garça-azul Egretta thula garça-branca-pequena Elaenia flavogaster topetuda Elaenia spp. tuque Elanoides forficatus gavião-tesoura Elanus leucurus peneira Embernagra platensis sabiá-do-banhado Empidonomus varius peitica Estrilda astrild bico-de-lacre SN; # Eupetomena macroura beija-flor-tesoura # Euphonia chlorotica vivi Euphonia pectoralis ferro-velho Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro # Falco femoralis falcão-de-coleira Falco sparverius quiriri Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada Formicarius colma galinha-do-mato Formicivora erythonotos papa-formiga de cabeça negra Forpus xanthopterygius tuim Fregata magnificens fragata; joão-bobo # Furnarius figulus casaca-de-couro-da-lama EN Furnarius leucopus casaca-de-couro-amarelo Furnarius rufus joão-de-barro Galbula ruficauda bico-de-agulha-de-rabo-vermelho Gallinago paraguaiae narceja Gallinula chloropus frango-d'água-comum EN SN; # 138 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR Geothlypis aequinoctialis pia-cobra Geotrigon montana pariri Glaucidium minutissimum caburé-miudinho Glaucis hirsuta balança-rabo-de-bico-torto Grallaria varia tovacuçu Guira guira anu-branco Habia rubica tié-do-mato-grosso CÓDIGO Haematopus palliatus ostreiro Harpagus cf. diodon gavião-bombachinha Hemithraupis ruficapilla saíra-da-mata EN; # Hemitriccus furcatus papa-moscas-estrela EN Hemitriccus nidipendulus tachuri-campainha EN Hemitriccus orbitatus tiririzinho-do-mato EN Herpetotheres cachinnans acauã Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha # Hirundinea ferruginea gibão-de-couro Hydropsalis brasiliana bacurau-tesoura Hylocharis cyanus beija-flor-roxo Hylophilus thoracicus vite-vite Hypoedaleus guttatus chocão-carijó Ilicura militaris tangarazinho EN Iodopleura pipra anambezinho EN Jacana jacana jaçanã Knipolegus nigerrimus maria-preta-da-garganta-vermelha Laniisoma elegans chibante Larus dominicanus gaivotão Laterallus exilis pinto-d'água Laterallus melanophaius pinto-d'água-comum Lathrotriccus euleri enferrujado Legatus leucophaius bentevi-pirata Leistes superciliaris flamengo Lepidocolaptes fuscus arapaçu-rajado Leptodon cayanensis gavião-da-cabeça-cinza Leptopogon amaurocephalus cabeçudo Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira Leptotila verreauxi juriti Leucochloris albicollis papo-branco Leucopternis lacernulata gavião-pomba Leucopternis polionota gavião-pombo-grande EN # MG; # CG AM; EN 139 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Lipaugus lanioides tropeiro-da-serra EN Lophornis magnifica topetinho-vermelho EN Lurocalis semitorquatus tuju Machetornis rixosus bentevi-do-gado Mackenziaena severa borralhara Malacoptila striata joão-barbudo Manacus manacus rendeira Megarynchus pitangua bentevi-de-bico-chato Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela Melanotrochilus fuscus beija-flor-preto-e-branco Merulaxis ater entufado EN EN Micrastur ruficollis gavião-caburé Milvago chimachima gavião-carrapateiro # Mimus gilvus sabiá-da-praia # Mimus saturninus sabiá-do-campo MG Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza Molothrus bonariensis chopim Muscipipra vetula tesoura-cinzenta Myarchus tyrannulus maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado Myiarchus ferox maria-cavaleira Myiobius barbatus assanhadinho Myiodynastes maculatus bentevi-rajado Myiophobus fasciatus filipe Myiozetetes similis bentevizinho Myornis auricularis miudinho Myrmeciza sp. papa-formigas Myrmotherula gularis choquinha-da-garganta-pintada Myrmotherula minor choquinha-pequena Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto Neochelidon tibialis calcinha-branca Notharchus macrorhynchus capitão-do-mato Notiochelidon cyanoleuca andorinha Nyctanassa violacea savacu-de-coroa Nyctibius griseus urutau Nycticorax nycticorax savacu Nyctidromus albicolis bacurau Nystalus chacuru joão-bobo Odontophorus capueira uru # MG EN EN # # 140 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Orchesticus abeillei sanhaço-pardo EN Orthogonys chloricterus catirumbava EN Oryzoborus angolensis curió Oxyruncus cristatus araponga-do-horto Pachyramphus cf. marginatus caneleiro-bordado Pachyramphus castaneus caneleiro Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto Pachyramphus viridis caneleiro-verde Pandion haliaetus águia-pescadora Panyptilla cayennensis andorinhão-estofador MG Parula pitiayumi mariquita Passer domesticus pardal Passerina brissonii azulão Penelope obscura jacuaçu CG SN; # Penelope superciliaris jacupemba CG Phacellodomus erythrophthalmus joão-botina EN Phaeothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho Phaeprogne tapera andorinha-do-campo Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada Phaethornis ruber besourinho-da-mata Phaetornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada Phaetornis ruber besourinho-da-mata Pipile jacutinga jacutinga Pipraeidea melanonota viúva Pitangus sulphuratus bentevi Pitylus fuliginosus pimentão Platycichla flavipes sabiá-una Platyrinchus mystaceus patinho Poospiza thoracica peito-pinhão Procnias nudicollis araponga Progne chalybea andorinha-doméstica-grande Progne sp. andorinha Psarocolius decumanus japu Psilorhamphus guttatus tapaculo-pintado Phaetornis squalidus rabo-branco-miúdo Phalacrocorax brasilianus biguá Phibalura flavirostris tesourinha-da-mata Philydor atricapillus limpa-folha-coroado AM; CG SN; # EN EN 141 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR Philydor lichtensteini limpa-folha-ocrácea Philydor rufus limpa-folha-testa-baia Phyllomyias burmeisteri poaieiro-do-sul Phyllomyias fasciatus piolhinho Phyllomyias griseocapilla poaieiro-serrano Phylloscartes paulistus não-pode-parar Phylloscartes oustaleti papa-moscas-de-olheira Piaya cayana alma-de-gato Piculus aurulentus pica-pau-dourado Piculus flavigula pica-pau-bufador Picumnus cirratus pica-pau-anão-barrado Pilherodius pileatus garça-real Pionopsitta pileata cuiú-cuiú Pionus maximiliani maitaca Pulsatrix koeniswaldiana murucututu-de-barriga-amarela CÓDIGO EN EN EN Pyriglena leucoptera papa-formiga Pyrocephalus rubinus verão MG Pyroderus scutatus pavó AM; CG Pyrrhura cruentata fura-mato AM; EN Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha Rallus longirostris saracura-do-mangue Rallus nigricans saracura-sanã Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde Ramphastos sp. tucano Ramphastos vittelinus tucano-de-bico-preto Ramphocaenus melanurus bico-assovelado CG Ramphocelus bresilius tiê-sangue EN; SN; # Ramphodon naevius beija-flor-grande-do-mato EN Ramphotrigon megacephala maria-cabeçuda Rhytipterna simplex vissiá Ruornis magnirostris gavião-carijó Rupornis magnirostris gavião-carijó Rynchops niger talha-mar Saltator maxillosus trinca-ferro Saltator maximus tempera-viola Saltator similis trinca-ferro Satrapa icterophrys suiriri-pequeno Scaphidura oryzivora iraúna-grande Schiffornis virescens flautim 142 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Schistochlamys cf.ruficapillus bico-de-veludo EN Sclerurus scansor vira-folhas Selenidera maculirostris araçari-poca Sicalis flaveola canário-da-terra SN Sirystes sibilator gritador Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde Speotyto cunicularia coruja-buraqueira # AM Spizaetus ornatus gavião-de-penacho Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco Spizastur melanoleucus gavião-pato Sporophila bouvreuil caboclinho Sporophila caerulescens coleirinho SN; # Sporophila collaris coleiro-do-brejo # Sporophila leucoptera chorão Sporophila lineola bigodinho Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serrador Sterna eurygnatha trinta-réis-de-bico-amarelo # Sterna maxima trinta-réis-real # Streptoprocne zonaris andorinhão-de-coleira Sula leucogaster atobá-marrom Synallaxis ruficapilla pichororé Synallaxis spixi joão-tenenem Syrigma sibilatrix maria-faceira Tachybaptus dominicus mergulhão-pequeno Tachyphonus coronatus tiê-preto Tachyphonus cristatus tiê-galo # Tangara cayana saíra-amarelo Tangara cyanocephala saíra-militar # Tangara desmaresti saíra-lagarta EN Tangara peruviana saíra-sapucaia EN Tangara seledon saíra-de-sete-cores Tangara spp. saíras Tapera naevia saci Terenura maculata zidedê Streptoprocne zonaris andorinhão-de-coleira Tersina viridis saí-andorinha Thalurania glaucopsis beija-flor-tesourinha-verde Thamnophilus palliatus choca-listrada Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho 143 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Thamnophilus sp. choca Thlypopsis sordida canário-sapé Thraupis cyanoptera sanhaço-de-encontro-azul EN EN Thraupis ornata sanhaço-de-encontro-amarelo Thraupis palmarum sanhaço-de-coqueiro Thraupis sayaca sanhaço-cinzento SN; # Thryothorus longisrostris framato EN Tiaris fuliginosa cigarra-do-coqueiro Tigrisoma lineatum socó-boi Tinamus solitarius macuco Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-peto AM; CG Tityra inquisitor anambé-branco-de-bochecha-parda Todirostrum cinereum ferreirinho Todirostrum plumbeiceps ferreirinho-de-cara-canela Todirostrum poliocephalum teque-teque Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta Touit melanonota papagainho AM; EN Triclaria malachitacea sabiá-cica EN Tricothraupis melanops tiê-de-topete Tringa flavipes batuíra Tringa solitaria maçarico-solitário Troglodytes aedon cambaxirra Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela Trogon surrucura surucuá-de-peito-azul Trogon viridis surucuá-grande-de-barriga-amarela Turdus albicollis sabiá-coleira EN MG SN Turdus amaurochalinus sabiá-poca Turdus leucomelas sabiá-barranco Turdus rufiventris sabiá-laranjeira SN; # Tyrannus melancholicus suiriri SN; # Tyrannus savana tesoura Tyto alba suindara Vanellus chilensis quero-quero Veniliornis maculifrons pica-pauzinho-testa-pintada Veniliornis spilogaster pica-pauzinho-verde-carijó Vireo olivaceus juruviara Volatinia jacarina tiziu Xenops minutus bico-virado-miúdo Xenops rutilans bico-virado-carijó # SN 144 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AVES TAXON NOME POPULAR Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca Xolmis velata noivinha-branca Zonotrichia capensis tico-tico CÓDIGO SN; # AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo. Fonte: Eletronuclear, 2005. 4.2.3.2.3 Aves marinhas As regiões consideradas nos diagnósticos que subsidiaram este estudo, levaram em consideração as espécies de aves aquáticas marinhas descritas no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Tamoios, Fase 1. O estudo envolveu 29 ilhas, ilhotes e rochedos que compõem a Unidade de Conservação, e outras 37 ilhas e lajes, algumas das quais propícias à nidificação das aves. Todas as Áreas Protegidas, na circunferência de raio de 10 km a partir dos limites do empreendimento, são apresentadas no Apêndice 11.8. Além destas áreas, foram considerados dados secundários presentes em observações de trechos de manguezais em Bracuhy (saco do Bracuhy e Cansado) onde foram registradas espécies de aves aquáticas, que buscam neste ecossistema alimento, abrigo e locais para reprodução (Eletronuclear, 2005; 2006). No Projeto Básico Ambiental de Angra 2 (Eletronuclear, 1999) são citadas ocorrências de aves, dentre elas, algumas de hábitos aquáticos. Estas listas foram baseadas em observações em campo, em pesquisas a coleções do Museu Nacional e em entrevistas com mateiros da região. As aves marinhas registradas nas ilhas da baía foram Larus dominicanus (gaivotão); Sterna eurygnatha (trinta-réis-de-bico-amarelo), sendo a espécie costeira mais ameaçada de extinção no Brasil; Sterna maxima (trinta-réis-real), Haematopus palliatus (ostreiro), Sula leucogaster (atobá-marrom) e Fregata magnificens (fragata). As aves aquáticas foram: Casmerodius albus (garça-branca-grande), Nyctanassa violacea (savacu-de-coroa), Nycticorax nycticorax (savacu), Ardea cocoi (socó-grande), Ceryle torquata (martim-pescador-grande), Actitis macularia (maçarico-pintado) e Arenaria interpres (vira-pedras). Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, e em outras 37 ilhas e lajes da região e nos manguezais do saco do Bracuhy, Cansado e Ariró, listaram várias espécies (Tabela 25), incluindo três novas ocorrências para a região: Pluvialis squatarola, Charadrius collaris e Chloroceryle aenea. 145 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Tabela 25 - Espécies de Aves aquáticas observadas nos manguezais do Bracuhy, Cansado e Ariró. Espécies de aves Ariró Cansado Saco do Bracuhy x Actitis macularia x Aramides cajanea x Ardea cocoi x Arenaria interpres x x Casmerodius albus x x x Ceryle torquata x x x Charadrius collaris x Chloroceryle aenea x x Egretta caerulea x x x Egretta thula x x x Fregata magnificens x x x Jacana jacana x Larus dominicanus x x x Nyctanassa violacea x x x Nycticorax nycticorax x Phalacrocorax brasilianus x Pluvialis squatarola x Sterna eurygnatha x Sterna hirundinacea Sterna maxima Sula leucogaster x x x* x x * mais de 100 indivíduos. Fonte: Eletronuclear, 2005; 2006. 4.2.3.2.4 Mastofauna Em função da diversidade de mamíferos terrestres, conclui-se que cerca de 50% das espécies brasileiras têm ocorrência no bioma Mata Atlântica. Este possui aproximadamente 250 espécies de mamíferos, das quais cerca de 55 são endêmicas. Na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção encontram-se 39 espécies, destas, 21 espécies são de ocorrência no estado do Rio de Janeiro (MMA, 2008). Segundo Rizzini et al (1988), entre os principais mamíferos encontrados na Mata Atlântica estão marsupiais, como Monodelphis sp., Didelphis sp. (gambás), Marmosa sp. (marmosa) e Philander sp. (cuícas); os quirópteros dos gêneros Desmodus, Diaemus e Diphylla; e os símios, como Callithris sp. (sagüis), Callicebus sp. (sauás), Leontopithecus sp. (micos) e Brachyteles arachnoides (muriqui), espécie endêmica. Das espécies de carnívoros, se destacam o Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Procyon cancrivorus (guaxinim), Nasua nasua (quati), Galictis cuja (furão), Eira barbara (irara) e Felis sp. (gatos-do-mato). Podem ser também observados o Sylvilagus brasiliensis (tapiti) 146 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos e roedores, como Sciurus ingrami (caxinguelê) e Dasyprocta agouti (cutia), representantes da família Cricetidae (ratos-do-mato) e Coendou villosus (ouriço-cacheiro). Dentre os edentados, estão presentes Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Dasypus sp. (tatu), e Bradypus sp. (preguiça), destacando-se Bradypus torquatus (preguiça-decoleira), espécie ameaçada de extinção e endêmica da Mata Atlântica (Costa et al, 1994; Maia et al, 1976). Da ordem Artiodactyla ocorrem cervídeos do gênero Mazana e duas espécies de porcos-do-mato, Tayassu tajacu (caitetu) e Tayassu pecari (queixada), que formam bandos e possuem alimentação mista (Silva, 1984). A mastofauna visitante dos mangues à procura de alimento é representada por Lutra longicaudis enudris e Lutra longicaudis platensis (lontras), e Procyon cancrivorus (guaxinim), espécie onívora que freqüenta o manguezal ao anoitecer para capturar artrópodes (Rizzini et alli op. cit.; Lacerda op. cit.; Silva op. cit.). A destruição dos habitats por desmatamentos e queimadas, juntamente com a caça descontrolada e ilegal, concorrem fortemente para a redução da diversidade e riqueza da fauna local. Entretanto, cabe ressaltar que, segundo informações secundárias, ainda podem ser encontradas espécies que já se tornaram raras em outros trechos do litoral fluminense como, por exemplo, Lutra longicaudis (lontra), Priodontes maximus (tatucanastra) e Alouatta fusca (bugio) (Pinheiro op. cit.). Além do bugio, outros primatas de ocorrência na Mata Atlântica, região do litoral sul, são Callithrix aurita (sagüí-estrela-preto), espécie ameaçada de extinção, de hábitos insetívoros-gumívoros e a qual tem preferência por vegetação secundária ou perturbada (Auricchio, 1995); Cebus apella (macaco-prego), observado enjaulado numa das casas localizadas no início da trilha Ariró-Bananal. Segundo relatos encontrados em Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006), os carnívoros de ocorrência nas matas são Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Speothos venaticus (cachorro-vinagre), Procyon cancrivorus (guaxinim), Felis pardalis (jaguatirica) e Felis concolor (sussuarana) nas regiões mais altas, dentre outras espécies (Costa et al., 1994). Na Tabela 26, apresenta-se as espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Tabela 26 - Espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis MAMÍFEROS TAXON NOME POPULAR CÓDIGO CG Agouti paca paca Akodon cursor rato Akodon serrensis rato Alouatta fusca barbado; bugio Artibeus lituratus morcego AM; CG 147 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos MAMÍFEROS TAXON NOME POPULAR CÓDIGO Artibeus sp. morcego Brachyteles arachnoides muriqui; mono-carvoeiro EN Bradypus torquatus preguiça-de-coleira AM; EN CG Bradypus tridactyla preguiça Bradypus variegatus preguiça Cabassous sp. tatu CG Callithrix aurita sagüi-estrela-preto AM CG Callithrix jacchus sagüí Caluromys philander cuíca Carollia sp. morcego Carollia perspicillata morcego Cavia aperea preá CG Cavia fulgida preá CG Cebus apella macaco-prego CG; # Cebus nigritus macaco-prego Cerdocyon thous cachorro-do-mato Chironectes minimus cuíca-d’água Choloepus didactylus preguiça-real Coendou insidiosus ouriço Coendou villosus ouriço-cacheiro Dasyprocta agouti cutia Dasyprocta leporina cutia CG Dasypus novemcinctus tatu Desmodus sp. morcego Diaemus sp. morcego Delphinus capensis golfinho-comum-de-bico-longo Delomys dorsalis rato-do-campo Didelphis aurita gambá CG Didelphis sp. gambá CG Diphylla sp. morcego Dusicyon thous cachorro-do-mato Eira barbara irara Euphractus sexcinctus tatu Euryzygomatomys spinosus rato Felis concolor onça-parda; sussuarana AM Felis pardalis jaguatirica AM Felis spp. gatos-do-mato Galictis cuja furão Glossophaga sp. morcego CG 148 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos MAMÍFEROS TAXON NOME POPULAR Glossophaga soricina morcego-beija-flor Gracilinanus microtarsus rato Hydrochaeris hydrochaeris capivara Kannabateomys amblyonyx rato-do-taquara Leopardus tigrinus gato-selvagem Leopardus wiedii gato-maracajá Leontopitecus sp. mico Leontopithecus caissara mico-da-cara-preta Lonchophylla mordax morcego Lutra longicaudis enudris lontra Lutra longicaudis platensis lontra Marmosa incana guaiquica Marmosops incanus catita Mazama sp. veado Metachirus nudicaudatus jupati CÓDIGO CG AM AM AM CG Micoureus demerarae cuíca Mollossus m. classicaudatus morcego Molossus a. ater morcego Molossus molossus morcego Monodelphis americana catita Monodelphis scalops catita Monodelphis sp. catita Musculus brevirostris rato-de-casa Myotis n. nigricans morcego Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira AM; CG Nasua nasua quati CG Nectomys squamipes olivaceus rato-de-várzea Oecomys sp. rato Oligoryzomys sp. rato Oligoryzomys nigripes rato Oryzomys intermedius rato Oryzomys nigripes rato Oryzomys ratticeps rato Oryzomys russatus rato Oryzomys eliurus rato-do-capim Oryzomys lamia rato-vermelho Oryzomys spp. rato-do-mato Oxymycterus quaestur rato-porco Philander frenata cuíca SN 149 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos MAMÍFEROS TAXON NOME POPULAR Phyllomys af. braziliensis rato Procyon cancrivorus guaxinim; mão-pelada Proechimys dimidiatus rato-pinho CÓDIGO Rattus n. norvegicus rato-goitica Rhipidomi mastacalis rato-vermelho Sotalia guianensis boto cinza Stenella frontalis golfinho-pintado-do-atlântico Steno bredanensis golfinho-de-dentes-rugosos Sturnira l. lilium morcego Sciurus aestuans caxinguelê Sciurus ingrami caxinguelê Sphiggurus insidiosus ouriço-cacheiro, porco-espinho Speothos venaticus cachorro-vinagre Sturnira lilium morcego Sylvilagus brasiliensis tapiti CG Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim CG Tayassu pecari queixada CG Tayassu tajacu caititu CG Thaptomis nigrita rato Trinomys dimidiatus rato Trinomys iheringi rato Tonatia sp. morcego Tursiops truncatus golfinho-nariz-de-garrafa Vampyrops lineatus morcego # AM AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo. Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006. 4.2.4 ECOSSISTEMA AQUÁTICO 4.2.4.1 Dulcícola O ecossistema de rios e corpos d’água da região de estudo está inserido na ecorregião dulcícola dos rios litorâneos do Rio de Janeiro, que forma uma espécie de bacia hidrográfica independente, composta por rios que nascem na Serra da Bocaina e deságuam na região da baía da Ilha Grande. Estes estão situados em uma área de condições climáticas que apresentam uma alta pluviosidade durante todo o ano, mantendo desta forma os rios com bom volume de água. 150 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A região superior dos corpos d’água locais se caracteriza por uma alta energia, onde o seu leito é composto principalmente por rochas e seixos rolados. A situação ambiental desta parcela geralmente apresenta-se preservada. Os estudos de avaliação da biodiversidade do ecossistema dulcícola apontam que a região de estudo, corresponde a uma área onde está diagnosticada a mais elevada taxa de endemismo de ictiofauna do bioma Atlântico, possuindo inclusive a maior riqueza de espécies desse grupo e importantes representantes com risco de extinção. 4.2.4.1.1 Fitoplâncton Dulcícola Na Área de Influência dos Depósitos 1 e 2-A do CGR não existem corpos d’água dulcícolas de grandes dimensões. Apenas alguns rios, que apesar de seu pequeno volume, assumem importância do ponto de vista econômico e ambiental por serem a única fonte de abastecimento hídrico para a região. Poucos inventários foram realizados nesses ecossistemas. Diversas áreas dos ecossistemas dulcícolas do bioma Atlântico são insuficientemente conhecidas, apesar de apresentarem uma provável importância biológica. Nos estudos ambientais realizados pela Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006), foram realizados inventários da ficoflórula de cinco rios que compõem o ecossistema dulcícola da região: Mambucaba, Perequê, Bracuhy, Frade e Grataú. Na Tabela 27 a seguir, encontram-se listados os táxons registrados nos pontos de coleta dos rios Mambucaba, Perequê, Bracuhy, Grataú e rio do Frade. Tabela 27 - Táxons fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola Táxon Mambucaba Perequê Bracuhy Grataú Frade Classe Cyanophyceae Anabaena sp. X X Anabaena sp. 1 X X Anabaena sp. 2 X Chroococcus minutus X Lyngbya sp. X X Lyngbya hieronymusii X (cf.) X (cf.) Lyngbya limnetica X Merismopedia glauca X X X X X Microcystis aeruginosa f. protocystis X Microcystis pulverea X Nostoc sp. X Oscillatoria cf. boryana Oscillatoria cf. subtilissima Oscillatoria proteus X Oscillatoria sp. X X X X X X X X X 151 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Mambucaba Oscillatoria limnetica Perequê X Bracuhy Grataú Frade X X X Classe Chlorophyceae Actinastrum aciculare Ankistrodesmus fusiformis X X Characium sp. X Chlamydomonas sp. X Coelastrum microporum X X X Coelastrum reticulatum X Elakatothrix sp. X Monoraphidium contortum X Monoraphidium longiusculum X X Oocystis sp. X Pandorina sp. X Pediastrum tetras X Scenedesmus javanensis X Scenedesmus quadricauda X X X Scenedesmus spinosus X Scenedesmus sp. X X Schroederia cf. robusta X Schroederia setigera X Schoederia sp. X Sphaerocystis sp. X Treubaria sp. X X X X X X Classe Zygnemaphyceae Actinotaenium sp. Actinotaenium cf. cucurbitinum X Cosmarium botrytis X Cosmarium cf. galeritum X Closterium sp. 1 X X X Closterium sp. 2 X Closterium cf. kuetzinguianum X Cosmarium botrytis var. mediolaeve X X X X X X X X X X X X X X X X Cosmarium cf. galeritum var. subtumidum Hyalotheca granulosa Mougeotia sp. X X X Netrium sp. Spirogyra sp. X Staurastrum sp. . X X X X X Staurastrum sp. 2 X Staurodesmus dejectus X Xanthidium sp. X Zygnema sp. X X X 152 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Mambucaba Perequê Bracuhy Grataú Frade X X X Classe Oedogoniophyceae Oedogonium sp. 1 X Oedogonium sp. 2 X X Classe Ulvaceae Schizomeris leibleinii X Classe Ulothricophyceae Trentepholia sp. X Ulothrix sp. X X X X Euglena sp. X X X Classe Euglenophyceae Phacus sp. X Trachelomonas armata X Trachelomonas hispida X Trachelomonas sp. X Trachelomonas volvocina X X Classe Bacillariophyceae Amphora sp. X Achnanthes sp. X Anomoeneis cf.vitrae X Aulacoseira distans X Aulacoseira granulata X Aulacoseira cf. undulata X X Aulacoseira granulata var. angustissima X X X X X Chaetoceros cf. muellerii X Chaetoceros sp. X Cocconeis cf. placentula X Cymbella sp. X X X Entomoneis sp. X X X Eunotia sp. X X Gomphonema sp. X Hydrosera sp. Navicula sp. X X X X X X X X X X Nitzschia closterium X Nitzschia sp. X Nitzschia cf. reversa X X Pinnularia sp. X X X X X X X X Surirella sp.1 X X X X Surirella sp. 2 X X X X Synedra sp. X Synedra ulna X X X X Tabellaria sp. X X X X Pleurosigma sp. Stauroneis sp. X X X 153 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Mambucaba Perequê Bracuhy Cryptomonas marssonii X X Cryptomonas sp. X Grataú Frade Classe Cryptophyceae Cryptomonas cf. pyrenoidifera X X Classe Crysophyceae Dinobrom sertularia X Mallomonas sp. X X Synura sp. X Classe Dinophyceae Peridinium sp. X Peridinium umbonatum X X X X (cf.) Classe Xanthophyceae Istmochlorum gracile X Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006). Dessa forma, pode-se evidenciar que, assim como no ecossistema marinho, é predominante o grupo das diatomáceas nos rios estudados, com exceção do rio do Frade. Segundo os dados obtidos no rio Mambucaba, do total de 44 táxons registrados, 45% são diatomáceas e 23% de cianofíceas, principalmente espécies filamentosas. No rio Perequê, a maior contribuição de outros grupos que não diatomáceas pode ser atribuída a um dos pontos de amostragem que se localiza bem próximo a uma área com bastante influência antrópica, com lançamento de matéria orgânica direto nos rios. Este fato pode ser corroborado pelo aumento da contribuição de espécies de euglenofíceas características de ambientes com grande quantidade de matéria orgânica (Margalef, 1978). No rio Bracuhy, do total de 48 táxons registrados 29% são diatomáceas e 19% de clorofíceas, seguidos de desmídeas e cianofíceas com 17% cada. No rio Grataú o predomínio das diatomáceas foi influenciado, sobretudo pelas características do corpo d’água e pela influência do fitoplâncton marinho, predominantemente constituído por diatomáceas. No rio do Frade houve um predomínio florístico das clorofíceas e desmídeas. A influência antrópica e as características hidrológicas do rio possibilitam um maior desenvolvimento do fitoplâncton, sobretudo de espécies mais adaptadas a ambientes com características lênticas. Deste modo, foi observado o predomínio de algas planctônicas características de sistemas lóticos. 4.2.4.1.2 Comunidades Bentônicas Estuarinas Em função de uma conjunção de fatores espaciais e da hidrodinâmica dos estuários, são criadas condições favoráveis para o estabelecimento de complexa rede alimentar, 154 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos englobando tanto elementos da biota aquática como taxa terrestres. Conseqüentemente, as áreas de manguezal passam a representar verdadeiros bolsões faunísticos, cujas biocenoses reúnem tanto taxa residentes como formas de freqüência acessória. Os principais organismos bentônicos que predominam nas áreas de manguezal foram representados pelos moluscos e crustáceos. Nos moluscos, destacam-se as seguintes espécies: Donax hanleyanus (sernambis), Crassostrea rizophorae (ostra-de-mangue), Teredo sp. (teredo), Anomalocardia brasiliana (samanguaiá), Iphigenia brasiliensis e Tagelus plebeius (unha-de-velho). Dentre os crustáceos encontram-se comumente os Balanidae (cracas-miúdas) Lepas anatifera (conchas-marrecas), Cardisoma guanhumi (guaiamum), Goniopsis cruentata (aratu-vermelho-e-preto), Aratus pisonii (marinheiro), Uca spp. (chama-maré), Ucides cordatus (caranguejo-uçá), Callinectes sapidus (siri-azul), Callinectes danae (siri-azul) e Pennaeus spp. (camarões). Segundo informações em Eletronuclear (op. cit.), no fitobentos da área de estudo, pôde ser encontrado um domínio das macroalgas distribuídas entre Chlorophyceae (algasverdes) e Rhodophyceae (algas-vermelhas), com presença de uma Angiosperma marinha do gênero Halodule. Entre as algas verdes destacam-se Ulvaria oxysperma, Enteromorpha spp., Rhizoclonium spp. e Cladophoropsis membranaceae. Entre as algas vermelhas, observou-se que Bosthichya scorpioides e Bosthichya radicans foram as mais representativas. As comunidades bentônicas de maior expressão encontradas no supracitado documento, inicialmente, foram representadas pelos decápodas existentes nos sistemas fluviais da área, que se demonstraram igualmente pouco diversificadas, sendo composta por apenas pitus (Macrobrachium sp.). 4.2.4.1.3 Ictiofauna A baía da Ilha Grande é um corpo de água salgada semi-confinada, com cerca de 800 km² de superfície. A semelhança das bacias contribuintes das baías de Guanabara e de Sepetiba, a bacia hidrográfica da baía da Ilha Grande também pode ser classificada como uma região hidrográfica. Essa bacia abrange cerca de 1.740 km² em território fluminense, compreendendo as superfícies continentais e insulares dos municípios de Angra dos Reis e Parati, e ainda uma pequena parcela do estado de São Paulo, correspondendo ao alto curso dos rios Mambucaba, Bracuhy e Ariró, este afluente do rio Jurumirim, onde estão os municípios de Bananal, Arapeí, São José dos Barreiros e Cunha (Bizerril & Primo, 2001). A região contribuinte à baía da Ilha Grande, situada a sudoeste do estado do Rio de Janeiro, apresenta relevo acidentado e linha de litoral bastante recortada. A área da 155 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos região é relativamente pequena quando comparada com a extensa linha de costa. Tal fato é explicado pela proximidade da Serra do Mar com o litoral (Cunha, 1998). Na Tabela 28 é apresentada uma listagem de espécies da ictiofauna dulcícola local com base nos estudos desenvolvidos na área (Maciel, 1984; São-Thiago et alii., 1988; SãoThiago, 1990; Vianna & Caramaschi, 1990; Vianna & Caramaschi, 1991; Caramaschi et alii., 1991; São-Thiago & Caramaschi, 1992; Coutinho, 1997; Natrontec, 1999; Bizerril & Primo, 2001). Tabela 28- Espécies de peixes nativas dos rios que fluem para a baía da Ilha Grande TAXON ANGUILIFORMES Ophichthydae Myrophis punctatus (Lutken, 1851) CHARACIFORMES Reythrinidae Hoplias malabaricus Crenuchidae Characidium sp. C. japuhybensis C. interruptum Characidae Glandulocaudinae Mimagoniates microlepis Tetragonopterinae Oligosarcus hepsetus Astyanax janeiroensis A. taeniatus Bryconamericus microcephalus Hyphessobrycon bifasciatus H. reticulatus Hollandichthys multifasciatus Cheirodontinae Spintherobolus broccae SILURIFORMES Ariidae Genidens genidens Pimelodidae Pseudopimelodinae Microglanis parahybae Heptapterinae Acentronichthys leptos Imparfinis minutus Pimelodella lateristriga Rhamdioglanis frenatus Rhamdia quelen Trichomycteridae Trichogeninae Trichogenes longipinnis Trichomycterinae NOME VULGAR moréia traíra canivete canivete canivete tetra-azul bocarra lambari lambari lambari lambari lambari lambari lambari bagre-urutu mandi mineiro branco jundiá 156 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos TAXON Trichomycterus zonatus Callichthyidae Callichthyinae Callichthys callichthys Corydoradinae Corydoras barbatus Loricariidae Neoplecostominae Neoplecostomus microps Loricarinae Rineloricaria sp. 1 Rineloricaria sp. 2 Hypoptopomatinae Parotocinclus maculicauda NOME VULGAR cambeva, moréia Pseudotothris janeirensis Schizolecis guntheri Hypostominae Hypostomus punctatus Kronichthys heylandi Ancistrinae Ancistrus multispinis GYMNOTIFORMES Gymnotidae Gymnotus carapo G. pantherinus CYPRINODONTIFORMES Rivulidae Rivulus janeiroensis Poeciliidae Poecilinae Poecilia vivipara Cnesterodontidae Phallopthychus januarius Phalloceros caudimaculatus Anablepidae Jenynsia multidentata SYNGNATHIFORMES Syngnathidae Oostethus lineatus GASTEROSTEIFORMES Synbranchidae Synbranchus marmoratus PERCIFORMES Centropomidae Centropomus parallelus C. undecimalis Gerreidae Diapterus rhombeus Eucinostomus argenteus Mugilidae cascudinho cascudinho tamboatá limpa-fundo cascudo caximbau caximbau cascudinho cascudo cascudo sarapó sarapó barrigudinho barrigudinho barrigudinho barrigudinho barrigudinho cachimbo mussum robalo robalo carapeba 157 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos TAXON Mugil curema M. liza Cichlidae Cichlassoma facetum Crenicichla lacustris Geophagus brasiliensis Eleotrididae Dormitator maculatus Eleotris pisonis Gobiidae Awaous tajasica Gobionellus boleosoma G. oceanicus G. schufeldti G. stomatus PLEURONECTIFORMES Achiridae Achirus lineatus NOME VULGAR carapicu parati tainha acará-ferreirinha jacundá acará moréia, emborê moréia, emborê peixe-flor linguado Fonte: Eletronuclear, 2002. Outras pesquisas indicaram que 71% das espécies autóctones dulcícolas ocorrentes na região, endêmicas de rios costeiros do sudeste brasileiro, seriam a razão da diversidade da comunidade ictiofaunística, além de sugerir que estes ambientes sejam instáveis devido às “fortes chuvas não previsíveis”, o que acarretaria períodos reprodutivos longos, como estratégia reprodutiva das espécies presentes. Em complementação ao conhecimento acerca da ictiofauna, pode-se citar o trabalho dos pesquisadores Vianna & Caramashi (1990), que realizaram coletas entre setembro de 1988 e abril de 1989, pelo método de rede de espera, efetuando amostragens a intervalos de quatro em quatro horas, durante períodos de 24 horas, no trecho inferior do rio Mambucaba, objetivando analisar a partilha de recursos pelos integrantes da comunidade íctica. Seus resultados estão resumidos na Tabela 29. Tabela 29 - Espécies de peixes estudadas e seus respectivos períodos de atividade e hábitos alimentares, segundo Vianna & Caramashi (1990) Espécies Nomes Populares Período de Atividade Hábito Alimentar Geophagus brasiliensis acará Diurno Omnívoro Mugil curema Parati Diurno - Deuterodon sp. piaba Diurno Omnívoro Centropomus parallelus robalo Crepuscular Carnívoro Oligosarcus hepsetus peixe-cachorro Crepuscular Carnívoro Rhamdia sp. jundiá Noturno Carnívoro Pimelodella sp. mandi Noturno - Rineloricaria sp. viola Noturno - Fonte: Eletronuclear, 1998. 158 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Foi realizado ainda pela equipe da Eletronuclear (op. cit.), no intuito de complementar as informações sobre a ictiofauna dulcícola da região estudada, um levantamento prévio da ictiofauna nos rios Mambucaba, Perequê, Grataú, Frade e Bracuhy, em 1998. Utilizaramse metodologias específicas às características físicas dos trechos de rio amostrados. Na Tabela 30 são apresentadas as espécies observadas. Tabela 30 - Lista de Espécies de Peixes Dulcícolas Amostradas ESPÉCIES NOMES POPULARES Oligosarcus hepsetus peixe-cachorro Geophagus brasiliensis acara Poecilia sp. guaru Centropomus sp. robalo Mugil sp. parati Pimelodella lateristriga mandi-chorão Amphytonictis leptos mandi-amarelo Pimelodus maculatus mandi Rhamdia sp. jundiá Awaous tajasica emboré 1 Eleotris pisonis emboré 2 Bathigobius soporator emboré 3 Hypostomus sp. 1 cascudo 1 Hypostomus sp. 2 cascudo 2 Corydoras caudimaculatus sarro ou são pedro Rineloricaria sp. viola Strongylura sp. agulha Oosthetus lineatus peixe-cachimbo Achirus declives tapa Gerres aprion carapicu Characidium sp. canivete Genidens genidens bagre Xenomelaniris brasiliensis. peixe-rei Sphoeroides sp. baiacu Fonte: Eletronuclear, 1998. 4.2.4.2 Marinho 4.2.4.2.1 Fitoplâncton A monitoração do fitopâncton na área de influência dos Depósitos 1 e 2-A do CGR foi iniciado em outubro de 1987 a partir da implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). Seus resultados constam de relatórios técnicos anuais daquela data até 159 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos os dias atuais. Desde o início da monitoração vêm sendo empregadas as mesmas metodologias de amostragem e de análise. Quanto aos aspectos qualitativos, esses estudos registraram 373 táxons, distribuídos em diatomáceas (238), dinoflagelados (118), cocolitoforídeos (5), silicoflagelados (3), cianofíceas (3), euglenofíceas (2), ebriideas (2), clorofíceas (1) e prasinofíceas (1). Constatou-se a predominância de espécies do microfitoplâncton (organismos superiores a 20 µm). No entanto, apesar da grande riqueza de espécies observada freqüentemente na primavera, a interrupção na seqüência da sucessão pode ocorrer devido à dominância de diatomáceas de pequeno porte, como Cylindrotheca closterium, Dactyliosolen fragilissimus, Leptocylindrus minimus, Pseudo-nitzschia delicatissima. Essas espécies podem ser consideradas oportunistas, associadas aos primeiros estágios de sucessão fitoplanctônica (Margalef, 1958), que respondem rapidamente a algum tipo de interferência ambiental. No primeiro estudo sobre o fitoplâncton da região, Oliveira (1946) observou, em águas próximas à Ilha Grande, o predomínio de um fitoplâncton nerítico, constituído principalmente pelos gêneros Ceratium e Chaetoceros. A região vem sendo considerada espacialmente homogênea desde o período de préfuncionamento das usinas, sem diferenças marcantes na composição e na abundância do fitoplâncton entre Itaorna e Piraquara de Fora (Petretsky, 1987; Tenenbaum & Villac, 1996). Observa-se, entretanto, uma variação nítida, tanto em termos de riqueza específica (número de espécies) quanto em relação à abundância dos organismos, ocasionada pela sazonalidade climática, determinada principalmente pela precipitação. Assim, a comunidade fitoplanctônica da região é influenciada principalmente pelas oscilações dos fatores meteorológicos e hidrográficos. Os resultados encontrados em Eletronuclear (2005) apontam 96 táxons (Tabela 31), distribuídos em diatomáceas (55), dinoflagelados (35), silicoflagelados (2), ebriideas (2), cianofíceas (1) e cocolitoforídeos (1). Foram encontradas também euglenofíceas, não identificadas em nível específico. Tabela 31 – Fitoplâncton – Lista de espécies. Táxon Itaorna 0m 5m Piraquara 0m 5m x x BACILLARIOPHYCEAE (diatomáceas) Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round Asteromphalus sarcophagus Wallich x Bacteriastrum sp. Shadbolt Bleakeleya notata (Grunow) Round x Cerataulina pelagica (Cleve) Hendey x x x x x x x 160 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Itaorna Táxon 0m 5m Chaetoceros affinis Lauder x Chaetoceros atlanticus Cleve x x Chaetoceros compressum Lauder x x Piraquara 0m x x Chaetoceros convolutus Castracane x Chaetoceros danicus Cleve x Chaetoceros decipiens Cleve x Chaetoceros didymus var. anglica Grunow (Gran) x Chaetoceros didymus var. protuberans (Lauder) Gran & Yendo Chaetoceros peruvianus Brightwell x x x x x x x Climacodium frauenfeldianum Grunow x cf. Cocconeis sp. Ehreberg x x x Coscinodiscus cf. concinnus Smith Coscinodiscus cf. granii Gough x x Chaetoceros tetrasticon Cleve Corethron criophilum Castracane 5m x x x x x Coscinodiscus wailesii G. Angst x Cylindrotheca closterium E. L. Reimann (a) x x x x Cylindrotheca closterium E. L. Reimann x x x x x x Dactyliosolen fragilissimus (Bergon) Hasle Dactyliosolen phuketensis S. Hasle x Diploneis sp. Cleve Eucampia cornuta (Cleve) Grunow x x x x FRAGILARIINEAE Guinardia striata (Stolterfoth) Hasle x Guinardia delicatula (Cleve) Hasle x cf. Haslea trompii (Cleve) Simonsen x Haslea wawrikae (Hustedt) Simonsen x x x Hemiaulus hauckii Grunow x x x Hemiaulus membranaceus Cleve x Hemidiscus cuneiformis Wallich x Isthmia sp. Agardh Leptocylindrus danicus Cleve x x x Leptocylindrus mediterraneus (H. Peragallo) Hasle x Leptocylindrus minimus Gran x x Licmophora sp. Agardh x x Meuniera membranacea (Cleve) x x x Nitzschia cf. longissima var. reversa Grunow x Nitzschia cf. lorenziana var. subtilis Grunow Nitzschia sp. Hassall x x x x 161 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Itaorna 0m Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow Piraquara 5m 0m 5m x x x Palmeria hardmaniana Greville x Paralia sulcata E. Cleve (Ehrenberg) x Pleurosigma spp. W. Smith/Gyrosigma spp. Hassall x x x Proboscia alata B. Sundström x Pseudo-nitzschia “delicatissima” **(Cleve) Heiden (b) x x x x Pseudo-nitzschia “seriata” **(Cleve) H. Peragallo (c) x x x x Rhizosolenia acuminata H. P. Gran x Rhizosolenia pungens Cleve-Euler x x x x Rhizosolenia robusta Norman Rhizosolenia setigera Brightwell x x Rhizosolenia styliformis Brightwell x Stephanopyxis sp. (Ehrenberg) Ehrenberg x Thalassionema cf. nitzschioides (Grunow) Mereschkowsky x x Thalassionema cf. frauenfeldii (Grunow) Hallegraeff Thalassiothrix cf. gibberula Hasle x x x x x x x x x DINOPHYCEAE (dinoflagelados) cf. Amphidinium sp. Claparède & Lachmann x Ceratium breve (Ostenfeld & Schmidt) Schröder x Ceratium cf. falcatum K. Jörgensen x x x Ceratium furca (Ehrenberg) Claparède & Lachmann x x x Ceratium furca var. eugrammum (Ehr.) Claparède & Lachmann Ceratium hircus Schröder x x x Ceratium horridum C. Gran x x Ceratium trichoceros (Ehrenberg) Kofoid x Ceratium tripos (O.F.Müller) Nitzsch x Cladopyxis sp. Stein x Cochlodinium sp. Schütt (?) x Dinophysis cf. ovum Schütt x Dinophysis tripos Gourret x Gyrodinium sp. Kofoid & Swezy x x x x x x x Podolampas bipes Stein Podolampas palmipes Stein x x Paleophalacroma verrucosum Schiller Podolampas spinifera Okamura x x Dinophysis cf. acuminata C. Lachman Oxytoxum sp. Stein x x Ceratium cf. inflatum (Kofoid) Jörgensen Gymnodiniales Lemmermann x x x x x x x 162 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Itaorna Táxon 0m Pronoctiluca sp. Fabre-Domergue Piraquara 5m 0m x x Prorocentrum cf. compressum (Bailey) Abé ex Dodge 5m x Prorocentrum gracile Schütt x x x Prorocentrum cf. lima (Ehrenberg) Dodge x Prorocentrum micans Ehrenberg x x x Prorocentrum rostratum Stein x x x Prorocentrum spp. Ehrenberg x x x Prorocentrum triestinum Schiller x x x Protoperidinium cf. oblongum (Aurivillius) Parke & Dodge x x x Protoperidinium cf. pedunculatum (Schütt) Balech x Protoperidinium cf. pellucidum Bergh x Protoperidinium cf. steinii (Jörgensen) Balech x Protoperidinium spp. Bergh x x x x Pseliodinium vaubanii Sournia x Scrippsiella sp. Balech ex Loeblich III x x Warnowia fusus (Schüt) Lindemann (?) x x x x x x x EUGLENOPHYCEAE (euglenofíceas) Euglenofíceas não identificadas x CHRYSOPHYCEAE (silicoflagelados) Dictyocha fibula Ehrenberg cf. Distephanus sp. Haeckel x x EBRIIDEA Ebria tripartita (Schum) Lemmermann x x x x Hermesinum adriaticum Zacharias x x x x x x x x x x x x x CYANOPHYCEAE (cianofíceas) Johannesbaptistia pellucida Drouet & Dailey x Oscilatoriaceae Phormidiaceae Pseudoanabaenaceae x PRYMNESIOPHYCEAE (cocolitoforídeos) Anoplosolenia brasiliensis (Lohmann) Deflandre x x Legenda: (a) Inclui as espécies C. closterium e N. Longíssima (Tomas, 1997); (b) Inclui as espécies que possuem largura inferior a 3m; (c) Inclui as espécies que possuem largura superior a 3m; (cf.) (= conferatur) é aplicado para o táxon que precisa de uma melhor determinação científica para confirmar alguns caracteres taxonômicos que o classificariam naquele gênero ou espécie; (?) – simbologia que é utilizada quando a identificação do táxon é duvidosa. Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006. 163 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.2.4.2.2 Zooplâncton Assim como o fitoplâncton, o zooplâncton tem uma importância fundamental no ecossistema aquático, e sua análise pode indicar uma série de parâmetros da dinâmica e da qualidade do ecossistema. Durante o ano de 1980, a baía da Ribeira foi objeto de estudo detalhado. Foram feitos levantamentos taxonônicos de sua fauna e flora marinhas, visando a obtenção de dados ambientais, em condições pré-operacionais, na região da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (FUJB, 1981). A partir destes dados, Nogueira et al. (1987) realizaram um levantamento preliminar das comunidades zooplanctônicas existentes, correlacionando-as com variáveis ambientais. Tendo em vista que as usinas podem afetar os ecossistemas de várias maneiras, sendo que a principal forma seria devido ao aumento da temperatura da água em estuários ou baías, onde estariam situados os pontos de descarga dos seus efluentes (Barnete, 1972), a partir de 1986 foi iniciado um programa de monitoração com coletas trimestrais do zooplâncton na baía da Ribeira. Na Área de Influência dos empreendimentos, no que tange a baía de Ilha Grande, foram realizados inventários sobre sua composição planctônica (Oliveira, 1946; Bonecker & Nogueira, 1997; Abreu & Nogueira, 1989; Fernandes, 1985; Bonecker et alli, 1990). Também foi realizado um estudo sobre a composição e abundância do zooplâncton e ictioplâncton próximo às instalações do Terminal da Baía de Ilha Grande (TEBIG) da Petrobrás (BONECKER et al., 1995 e FERNANDES e BONECKER, 1996). Mesmo estando fora da Área de Influência, esse dados são importantes, pois mostraram que a densidade do zooplâncton variou entre 400 e 14.600 org/m3 na região. As densidades mais elevadas foram obtidas nas amostras de fundo, porém as amostras de superfície apresentaram maiores concentrações de volume, em função da dominância de salpas (UERJ, 1991). Os grupos zooplanctônicos mais abundantes foram Copepoda, Cladocera, Appendicularia e Salpa. Além destes, Hydromedusae e larvas de Polychaeta, Crustacea e Mollusca também foram coletados, porém ocorrendo em menor abundância. Concluiu-se também que as amostras de superfície foram dominadas pelas salpas, enquanto as de fundo apresentaram uma alternância entre copépodos e cladóceros com as salpas. No total, foram identificados 56 táxons, que são comuns em sistemas costeiros do litoral do Rio de Janeiro. Entretanto, em Eletronuclear (2006) foi indicada a presença de um número maior de táxons, distribuídos por 27 grupos zooplanctônicos e que se encontram em maior densidade que os estudos anteriores. 164 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Foram estabelecidos três pontos fixos localizados em Itaorna, na região de captação de água usada para refrigeração do circuito secundário de Angra 1 e outros dois pontos na região de lançamento do efluente das Usinas Angra 1 e Angra 2, em Piraquara de Fora. Comparando-se os valores atuais registrados para a densidade e a diversidade do zooplâncton com os do período pré-operacional, observou-se que houve um incremento dos mesmos, sendo estes valores compatíveis com os estudos realizados durante os últimos anos. A densidade tem apresentado, em termos gerais, um padrão de sazonalidade. Maiores valores no período primavera-verão e menores no outono-inverno, acompanhando a variação dos parâmetros físicos e químicos. Os copépodes foram os organismos mais abundantes, seguidos dos cladóceros (principalmente Penilia avirostris), das larvas de moluscos, das apendiculárias e das larvas de poliquetos. As espécies de Copepoda Paracalanus quasimodo, Parvocalanus crassirostris, Temora stylifera, Oithona hebes (espécies costeiras e estuarinas), Oncaea minuta e Oncaea curta (espécies com preferência por águas mais salinas) e de Cladocera Penilia avirostris (espécie costeira), são as mais abundantes e freqüentes. Foram encontrados 27 grupos zooplanctônicos, os quais são apresentados na Tabela 32, onde os grupos e espécies que estão representadas com (*) ocorreram pela primeira vez na área de estudo. De acordo com o monitoramento realizado, a comunidade zooplanctônica não sofreu modificações desde o período pré-operacional de Angra 1. Tabela 32 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton levantados Reino Animalia Filo Sarcomastigophora Família Acartiidae Subfilo Sarcodina Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1892 Superclasse Rhizopoda Acartia sp. Classe Granuloreticulosea Família Paracalanidae Ordem Foraminífera* Paracalanus crassirostris Dahl, 1894 Superclasse Actinopodea Parvocalanus quasimodo Bowman, 1971 Classe Radiolaria* Paracalanus aculeatus Giesbrecht, 1888 Filo Cnidaria Paracalanus parvus (Claus, 1863) SubFilo Medusozoa Paracalanus indicus Wolfenden, 1905 Superclasse Hydrozoa Acrocalanus longicornis Giesbrecht, 1888 Classe Siphonophora Calocalanus pavoninus Farran, 1936 Classe Hydroidomedusae Calocalanus contractus Farran, 1926* Filo Ctenophorae Calocalanus sp. Filo Nematoda Família Mecynoceridae Filo Annelida Mecynocera clausi Thompson, 1888 Classe Polychaeta (larvas) Família Clausocalanidae Filo Platyhelminthes Clausocalanus furcatus Brady, 1883 Subfilo Turbellaria* Ctenocalanus citer Heron & Bowman, 1971 165 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Reino Animalia Filo Mollusca Família Eucalanidae Classe Gastropoda (larvas) Subeucalanus pileatus Giesbrecht, 1888 Subclasse Prosobranchia Subeucalanus sp. Ordem Mesogastropoda Família Temoridae Superfamília Heteropoda Temora stylifera Dana, 1849 Subclasse Opistobranchia Família Centropagidae Ordem Thecosomata (pteropodas) Centropages furcatus Dana, 1849 Classe Bivalvia (larvas) Família Pseudodiaptomidadae Filo Arthropoda Pseudodiaptomus acutus Dahl, 1894 SubFilo Crustácea Família Candacidae Classe Ostracoda Candacia curta (Dana, 1849)* Classe Branchiopoda Família Pontellidae Ordem Ctenopoda Calanopia americana Dahl, 1894 Família Sididae Pontellopsis brevis Giesbrecht, 1889 Penilia avirostris Dana, 1849 Ordem Cyclopoida Ordem Onychopoda Família Oithonidae Família Podonidae Oithona hebes Giesbrecht, 1891 Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862) Oithona similis Claus, 1863 Evadne spinifera uller, 1868 Oithona oculata Farran, 1913 Evadne nordmani Loven, 1835 Oithona nana Giesbrecht, 1892 Evadne sp. Oithona plumifera Baird, 1843 Podon intermedius Lilljeborgi, 1853* Oithona sp. Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859) Ordem Poecilostomatoida Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)* Família Corycaeidae Pleopis sp. Corycaeus giesbrechti Dawl, 1894 Classe Copepoda Corycaeus speciosus Dana, 1849* Ordem Calanoida Farranula gracilis Dana, 1853 Família Calanidae Família Leucosiidae* Undinula vulgaris Dana, 1849* Família Majidae* Família Oncaeidae Família Pinnotheridae* Oncaea venusta Philippi, 1843 Família Portunidae* Oncaea media Giesbrecht, 1891 Hexapanopeus schmitti Rathbun, 1898* Oncaea curta Sars, 1916 Mennipe nodifrons Stimpson, 1859* Oncaea minuta Giesbrecht, 1892 Classe Cirripedia (náuplios e cypris) Família Sapphrinidae Filo Chaetognatha Copila mirabilis Dana, 1849 Classe Sagittoidea Sapphirina nigromaculataClaus, 1863* Ordem Aphragmophora Família Clausidiidae Subordem Ctenodontina Hemyciclops thalassius Vervoort & Ramirez, 1966 Família Sagittidae Ordem Harpacticoida Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881) Família Miracidae Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836) 166 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Reino Animalia Macrosetella gracilis Dana, 1848 Mesosagitta minima (Grassi, 1881) Família Ectinosomatidae Sars, 1903 Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911) Microsetella rosea Dana, 1847 Caecosagitta macrocephala Fowler, 1904 Macrosetella norvergica Boeck, 1864 Ferosagitta hispida Conant, 1895* Família Clytemnestridae Scott, 1909 Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853) Clytemnestra scutellata Dana, 1848 Parasagitta tenuis Conant, 1896 Família Euterpinidae Brian, 1921 Sagitta bipunctata Quoy & Gaimard, 1827* Euterpina acutifrons Dana, 1852 Sagitta sp. Classe Malacostraca Família Pterosagittidae Subclasse Eumalacostraca Pterosagitta draco Krohn, 1853 Superordem Peracarida Subordem Flabellodontina Ordem Cumacea* Família Krohnittidae Ordem Amphipoda Krohnitta pacifica (Aida, 1897) Ordem Isopoda Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)* Ordem Mysidacea Filo Echinodermata (larvas) Superordem Eucarida Filo Chordata Ordem Decapoda (larvas) SubFilo Urochordata Infraordem Penaeoidea Classe Ascidiacea Família Penaeidae Classe Appendicularia Subordem Dendrobranchiata Família Oikopleuridae Família Luciferidae Subfamília Oikopleurinae Lucifer faxoni Borradaile, 1915* Oikopleura dioica (Fol,1872) Família Sergestidae Oikopleura rufescens (Fol, 1872) Infraordem Thalassinidae Oikopleura longicauda (Vogt, 1854) Família Callianassidae* Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855) Família Upogebidae* Oikopleura fusiformis Fol, 1872* Infraordem Caridea Oikopleura sp. Família Alpheidae* Família Fritillaridae Família Oplophoridae* Subfamília Fritillarinae Família Hippolytidae* Fritillaria sp. Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)* Classe Thaliacea Infraordem Anomura Ordem Salpida Família Albuneidae* Família Salpidae Família Paguridae* Thalia democrática (Forskal, 1775)* Família Porcellanidae* Família Doliolidae Infraordem Brachyura* Doliolum nationalis Borgert, 1893 Subfilo Vertebrata Dolioletta gegenbauri Uljanin, 1884 Classe Osteichthyes (ovos e larvas) Subfilo Cephalochordata * nova ocorrênica para a Área de Influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Fonte: Eletronuclear, 2006. 167 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos A dominância dos grupos foi semelhante para as áreas de amostragem. Os copépodes foram os mais abundantes, com 75% do total do zooplâncton em Itaorna e 80% em Piraquara de Fora. Os cladóceros foram o segundo grupo mais abundante com percentuais de 20% e 18% em Itaorna e Piraquara de Fora, respectivamente. A dominância de Copepoda em número de espécies (composição) e densidade (abundância) em todas as estações de coleta é um fato comum no zooplâncton marinho. Quanto à distribuição espacial do zooplâncton, esta foi influenciada, principalmente, pelo fluxo da Água Tropical (AT) e da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na plataforma interna e pela topografia da baía. Foram detectadas altas densidades da salpa Thalia democratica influenciando a distribuição do zooplâncton, o que deve ter sido a responsável pela baixa densidade de larvas de peixe. Com relação à existência da Usina, não foi verificada a existência de impacto sobre a população zooplanctônica em função dos efluentes líquidos gerados. Após a análise das amostras coletadas ao longo dos anos, pode-se concluir que o corpo d´água presente na baía da Ribeira apresentou variações temporais de temperatura e salinidade semelhantes a outros sistemas costeiros. Os valores de densidade zooplanctônica apresentaram um padrão de sazonalidade e, comparando os valores atuais com a campanha pré-operacional, observou-se que houve um incremento dos mesmos. As mudanças sazonais na densidade do zooplâncton já foram relatadas para outros sistemas costeiros, onde os maiores valores estão associados ao final da primavera e no verão (Nogueira et al., 1987 e Dias, 1994). 4.2.4.2.3 Comunidades Bentônicas A partir dos dados obtidos em Eletronuclear (2005), foram organizados separadamente os táxons do fitobentos e do zoobentos, conforme a Tabela 33 e a Tabela 34. Para fitobentos foram identificadas 124 espécies de macroalgas, com as maiores riquezas provenientes das ordens Ceramiales (36 espécies), Dictyotales (11 espécies) e Cladophorales (12 espécies). Para o zoobentos de costão foram coletados 28.578 indivíduos, identificados 214 táxons, representando 14 grandes grupos zoológicos, onde o filo Mollusca foi o mais abundante, seguido de Polychaeta e Crustacea. As espécies de gastrópodes Bittium varium e Caecum brasilicum foram os mais representativos, seguidos por algumas espécies de poliquetos e um bivalve exótico (Isognomon sp), provavelmente introduzido na costa brasileira por água de lastro de navios ou plataformas de petróleo, já tendo sido assinalado em Arraial do Cabo, Rio das Ostras e Macaé (Almeida, observação de campo), onde parece competir por espaço com o mexilhão Perna perna. 168 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Tabela 33 - Táxons de fitobentos e zoobentos da AID do empreendimento FITOBENTOS RHODOPHYTA Rhodophyceae Bangiophycidae Porphyridiales Porphyridiaceae Stylonema alsidii (Zanardini) K.M. Drew Erythropeltidales Erythrotrichiaceae Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh Florideophycidae Acrochaetiales Acrochaetiaceae* Acrochaetium daviesii (Dillwyn) Nägeli* Acrochaetium flexuosum Vickers* Acrochaetium hallandicum (Kylin) Hamel* Acrochaetium hypneae Börgesen Acrochaetium microscopicum (Nägeli ex Kütz.) Nägeli Acrochaetium sp. Corallinales Corallinaceae Mastophoroideae Pneophyllum fragile Kütz. Corallinoideae Jania adhaerens J.V. Lamour. * Jania pumila J.V. Lamour.* Jania ungulata (Yendo) Yendo Amphiroideae Amphiroa beauvoisii J.V. Lamour. Amphiroa brasiliana Decne Amphiroa fragilissima (L.) J.V. Lamour. Gelidiales Gelidiaceae Gelidium crinale (Turner) Gaillon Gelidium floridanum W.R. Taylor Gelidium pusillum (Stackh.) Le Jolis Pterocladia bartlettii W. R. Taylor Gelidiellaceae Gelidiella trinitatensis W.R. Taylor Hildenbrandiales Hildenbrandiaceae Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh. Nemaliales Galaxauraceae Galaxaura marginata (J. Ellis & Sol.) J.V. Lamour. Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns. Bonnemaisoniales Bonnemaisoniaceae Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis. 169 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos FITOBENTOS Gigartinales Gigartinaceae Chondracanthus acicularis (Roth) Fredericq Hypneaceae Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V. Lamour. Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz. Peyssonneliaceae Peyssonnelia spp. Phyllophoraceae Gymnogongrus griffithsiae (Turner) Mart. Halymeniales Halymeniaceae Grateloupia cuneifolia J. Agardh * Halymenia bermudensis Collins & M. Howe Rhodymeniales Champiaceae Champia parvula (C. Agardh) Harv. Champia vieillardii Kütz. Lomentariaceae Lomentaria corallicola Börgesen. Rhodymeniaceae Gelidiopsis planicaulis (W.R. Taylor) W.R. Taylor Gelidiopsis variabilis (Grev. ex J. Agardh) F. Schmitz Ceramiales Ceramiaceae Aglaothamnion cordatum (Börgesen) Feldm.-Maz. Aglaothamnion felliponei (M. Howe) Aponte, D.L. Ballant. & J.N. Norris* Aglaothamnion cf. tenuissimum (Bonnemais.) Feldm.-Mas. Aglaothamnion sp. Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli* Antithamnion lherminieri (P. Crouan & H. Crouan) Bornet ex Nasr Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve Ceramium brasiliense A.B. Joly Ceramium brevizonatum H.E. Petersen. Ceramium comptum Börgesen. Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss. Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt Ceramium tenerrinum (G. Martens) Okamura. Spermothamnion nonatoi A.B. Joly Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook Wrangelia argus (Mont.) Mont. Dasyaceae Dasya spp. Heterosiphonia crispella (C. Agardh) M.J. Wynne Delesseriaceae* Taenioma nanum (Kütz.) Papenf. Rhodomelaceae Acanthophora spicifera (Vahl) Börgesen Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz. Chondria atropurpurea Harv. 170 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos FITOBENTOS Chondria platyramea A.B. Joly & Ugadim in Joly et al. Chondria polyrhiza Collins & Herv. Chondria sp. Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn Laurencia filiformis (C. Agardh) Mont. * Laurencia majuscula (Harv.) Lucas Laurencia papillosa (C. Agardh) Grev. Laurencia scoparia J. Agardh Lophocladia trichoclados (C. Agardh) F. Schmitz Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. ex Harv. in Hook. Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh Polysiphonia scopulorum Harv. Polysiphonia subtilissima Mont. * Polysiphonia tepida Hollenb. PHAEOPHYTA Phaeophyceae Ectocarpales Ectocarpaceae Asteronema rhodochortonoides (Börgesen) D.G. Müller & Parodi Bachelotia antillarum (Grunow) Gerloff Feldmannia indica (Sond.) Womersley & A. Bailey Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel Chordariales Ralfsiaceae Ralfsia expansa (J. Agardh) J. Agardh Scytosiphonales Scytosiphonaceae Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier in Castagne Rosenvingea intricata (J.Agardh) Börgesen Sphacelariales Sphacelariaceae Sphacelaria brachygonia Mont. Sphacelaria rigidula Kütz. Sphacelaria tribuloides Menegh. Dictyotales Dictyotaceae Dictyopteris delicatula J.V. Lamour. Dictyopteris plagiogramma (Mont.) Vickers Dictyota bartayresiana J.V. Lamour. Dictyota cervicornis Kütz. Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz. * Dictyota crenulata J. Agardh Dictyota crispata J.V. Lamour. Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira Padina antillarum (Kütz.) Picc. Padina gymnospora (Kütz.) Sond. Spatoglossum schroederi (C. Agardh) Kütz Fucales Sargassaceae 171 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos FITOBENTOS Sargassum filipendula C. Agardh Sargassum vulgare C. Agardh CHLOROPHYTA Ulvophyceae Ulvales Ulvaceae* Enteromorpha clathrata (Roth) Grev. Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Flexuosa * Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Paradoxa (C. Agardh) Blinding Ulva lactuca L. Ulvellaceae* Entocladia viridis Reinke Cladophorales Cladophoraceae Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz. Chaetomorpha brachygona Harv. Chaetomorpha gracilis Kütz. Chaetomorpha nodosa Kütz.. * Cladophora brasiliana G. Martens* Cladophora coelothrix Kütz. Cladophora corallicola Börgesen.* Cladophora dalmatica Kütz. Cladophora montagneana Kütz. Cladophora prolifera (Roth) Kütz. Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv. Siphonocladaceae Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Börgesen Bryopsidales Bryopsidaceae Bryopsis hypnoides J.V. Lamour. Bryopsis pennata J.V. Lamour. Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh Derbesia tenuissima (Moris & De Not.) P. Crouan & H. Crouan* Pseudoderbesia arbuscula E. Calderon & Schnetter ? Codiaceae Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe Codium intertextum Collins & Herv. Codium taylorii P.C. Silva Caulerpaceae Caulerpa fastigiata Mont. Caulerpa racemosa (Forsskäl) J.Agardh Caulerpella ambigua (Okamura) Prud'homme & Lokhorst Dasycladales Polyphysaceae Acicularia schenckii (K. Möbius) Solms Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006). Legenda: * nova ocorrência para a Área de Influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. 172 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Tabela 34 - Zoobentos encontrados na AID do empreendimento ZOOBENTOS Filo Cnidaria Classe Anthozoa Ordem Actiniaria Anemonia sargassensis Bunodosoma caissarum Ordem Scleractinia Scleractinia morfotipo 1 Scleractinia morfotipo 2 Filo Platyhelminthes Classe Turbellaria Filo Nemertinea Filo Nematoda Filo Annelida Classe Polychaeta Família Amphinomidae Eurythoe sp. Família Capitellidae Capitella sp. Capitellidae sp. 1 Família Cirratulidae Cirratulus sp. Tharyx sp. Cirratulidae sp.1 Família Chrysopetalidae Chrysopetalum sp. Família Dorvilleidae Dorvillea sp. Família Eunicidae Eunice sp Família Hesionidae Podarke sp. Família Lumbrineridae Lumbrineris sp. Família Lysaretidae Oenone sp. Família Nereididae Neanthes sp. Nereis sp. Família Phyllodocidae Phyllodocinae sp.1 Família Polynoidae Chaetacanthus sp. Lepidonotus sp. Família Sabellidae Branchiomma sp. Hypsicomus sp. Megalomma sp. 173 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Sabellinae sp.1 Família Serpulidae Serpulinae sp.1 Família Sigalionidae Sigalion sp. Família Spionidae Polydora sp. Família Syllidae Exogone sp Syllis (Syllis) sp. Syllis sp. Trypanosyllis sp. Syllinae sp.1 Família Terebellidae Nicolea sp. Thelepus sp. Filo Sipuncula Filo Echiura Filo Mollusca Classe Polyplacophora Família Ischnochitonidae Ischinochiton striolatus Classe Gastropoda Família Aplysiidae Aplysia sp. Família Buccinidae Pisania auritula Família Bullidae Bulla striata Bulla sp. Família Caecidae Caecum brasilicum Caecum rysotitum Família Cerithiidae Bittium varium Cerithium atratum Família Cerithipsidae Cerithiopsis emersoni Cerithiopsis sp. Família Certhiopsidae Seila adamsi Família Collumbellidae Anachis fennelli Anachis sertulariarum Anachis sparsa Mitrella dichroa Mitrella lunata Família Diastomatidae Finella dubia 174 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Família Epitoniidae Epitonium sp. Família Fasciolariidae Leucozonia nassa Família Fossaridae Fossarus sp. Família Haliotidae Fissurella sp. Família Modulidae Modulus modulus Morula nodulosa Família Muricidae Favartia cellulosa Família Nassariidae Nassarius albus Família Pyramidellidae Chrysalida jadisi Miralda sp. Odostomia sp. Peristichia agria Turbonilla sp. Família Rissoidae Alvania auberiana Rissoina catesbyana Família Scissurellidae Scissurella sp. Família Thaididae Stramonita haemastoma Família Tricoliidae Tricolia affinis Família Triphoridae Triphora sp. Família Trochidae Tegula viridula Família Turbinidae Astraea tecta Astraea latispina Família Turridae Mangelia rugirima Pyrgocytara guarani Família Vermetidae Petaloconchus sp. Ordem Nudibranchia Classe Bivalvia Família Arcidae Anadara notabilis Arca imbricata Barbatia dominguensis Família Chamidae Chama sp. 175 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Pseudochama radians Família Crassatellidae Crassinella lunulata Família Gastrochaenidae Gastrochaena hians Família Hiatellidae Hyatela sp. Família Isognomonidae Isognomon sp. Família Lasaeidae Lasea adamsoni Família Mytilidae Brachidontes exustus Gregariella coralliophila Lithophaga sp. Modiolus carvalhoi Musculus viator Família Ostreidae Ostrea sp. Família Petricolidae Petricola typica Família Pteriidae Pinctada imbricata Família Veneridae Gouldia cerina Filo Arthropoda Sub-filo Chelicerata Classe Pycnogonida Sub-filo Crustacea Classe Maxillopoda Sub-classe Ostracoda Sub-classe Cirripedia Família Balanidae Balanus trigonus Megabalanus tintinnabulum Família Tetraclitidae Tetraclita stalactifera Classe Malacostraca Sub-classe Eumalacostraca Superordem Eucarida Ordem Decapoda Subordem Dendrobranchiata Subordem Pleocyemata Família Palaemonidae Periclimenes americanus Periclimenes longicaudatus Periclimenes sp. Família Alpheidae Alpheus sp. 176 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Synalpheus fritzmuelleri Família Hippolytidae Hippolyte curacaoensis Hippolyte pleuracanthus Hippolyte zostericola Hippolyte sp Família Paguridae Pagurus brevidactylus Pagurus critinicornis Pagurus provenzanoi Família Diogenidae Calcinus tibicens Clibanarius antillensis Clibanarius sclopetarius Paguristes tortugae Paguristes calliopsis Família Majidae Acanthonyx petiverii Apromithrax violaceus Epialtus bituberculatus Microphrys bicornutus Microphrys sp. Mithraculus forceps Mithrax sp. Podochela gracilipes Família Porcellanidae Pachycheles monilifer Família Xanthidae Eriphia gonagra Panopeus americanus Panopeus bermudensis Panopeus sp Pilumnus dasypodus Pilumnus sp. Micropanope sp. Micropanope nuttingi Família Portunidae Charybdis hellery Superordem Peracarida Ordem Tanaidacea Ordem Isopoda Subordem Anthuridea Família Anthuridae Paranthura urochroma Família Sphaeromatidae Sphaeroma terebrans Subordem Flabellifera Família Cirolanidae Eurydice emarginata Subordem Gnathiidea 177 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Família Gnathiidae Gnathia ubatuba Subordem Asellota Família Janiridae Janaira sp Ordem Amphipoda Subordem Caprellidea Família Caprellidae Caprella scaura Subordem Gammaridea Família Amphitoidae Ampithoe ramoundi Cymadusa filosa Família Melitidae Dulichella appendiculata Elasmopus rapax Família Leucothoidae Leucothoe spinicarpa Família Hyalidae Hyale media Família Corophiidae Corophium quadriceps Família Ischyroceridae Ericthonuis brasiliensis Cerapus tubularis Família Liljeborgidae Liljeborgia dubia Família Lysianassidae Lysianassa Brasiliensis Família Bateidae Batea catharinense Família Colomastigidae Colomastix sp Classe Insecta Filo Echinodermata Classe Asteroidea Asteroidea (morfotipo I) Família Oreasteridae Oreaster reticulatus Família Echinasteridae Echinaster brasiliensis Família Linckiidae Linckia guildingii Classe Echinoidea Família Arbaciidae Arbacia sp. Família Echinometridae Echinometra lucunter Família Taxopneustidae 178 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ZOOBENTOS Lytechinus variegatus Lytechinus sp. Família Echinidae Paracentrotus gaimardi Classe Holothuroidea Filo Hemichordata Sub-filo Urochordata Classe Ascidiacea (formas solitárias) Phallusia nigra Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006). Segundo Eletronuclear (2006), as praias de Fora do Mamede e Brava (Ponta Grande) apresentaram condições compatíveis com o esperado para praias oceânicas na riqueza de espécies. Para o zoobentos do sedimento foram coletados 3.872 indivíduos na área estudada que de acordo com a área do amostrador, correspondem a uma densidade média de 2.151 org/m2, distribuídos em 144 táxons que representam 12 grandes grupos zoológicos, dos quais o filo Mollusca foi o mais abundante em todas as estações de coleta. Nove espécies de Mollusca foram as mais abundantes e responsáveis por 60% da fauna total: Semele nuculoides, Codakia costata, Finolla dubia, Acteocina bidentata, Nucula semiornata, Acteocina bullata, Transenella stimpsoni, Antallis sp. e Caecum brasilicum. O segundo grupo em importância foi Annelida, as espécies mais abundantes desse grupo foram: Polygordius sp., Hemipodus sp., Prionospio sp.1, Magelona sp., Haploscoloplos sp. e Magelona cincta. O terceiro grupo mais abundante foi Crustacea, com as espécies de anfípodos Ampelisciphotis podophtalma, Tiborunella viscana e Ampelisca cristata sendo as mais importantes desse grupo. O quarto grupo foi Cnidaria com uma única espécie importante Edwardsia sp. 4.2.4.2.4 Ictiofauna Anjos (1993) estudou a composição, distribuição e abundância da ictiofauna da baía de Ilha Grande, distinguindo diferentes sub-áreas, segundo as suas comunidades ícticas. Estes dados estão descritos na Tabela 35, a seguir. Tabela 35 - Ocorrências de espécies de peixes por sub-áreas da baía da Ilha Grande segundo Anjos (1993) ESPÉCIE Nome popular Carcharinus limbatus Rhyzoprionodon lalandei SUB-ÁREA 2 5 cação x x cação-frango x x 6 7 9 10 11 179 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ESPÉCIE Nome popular SUB-ÁREA 2 5 6 Squatina argentina cação-anjo x x Rhinobatus percellens cação-viola x x x Zapterix brevirostris raia x x x Narcine brasiliensis raia-treme-treme x x Dasyatis sayi raia-mijona x Dasyatis guttata raia-lixa x Aetobatis narinari raia-pintada x Myliobatis freminvillei raia-sapo x Rhinoptera bonasus raia-ticonha x Gymnothorax ocellatus moreia-pintada x Gymnothorax moringa moreia x Opisthonema oglinum sardinha-bandeira x x Harengula clupeola sardinha-cascuda x x Sardinella brasiliensis sardinha-verdadeira x Pellona harroweri sardinha x Chirocentrodon bleekerianus sardinha x Cetengraulis edentulus sardinha-boca-torta x Anchoa tricolor manjuba x Bagre marinus bagre-bandeira x 7 9 x 10 11 x x x x x x x x x x x x x x x x x Genidens genidens bagre-urutu x Sciadeichthys luniscutis bagre-guri x x Notarius grandicassis bagre-papai x x x Arius spixii bagre-amarelo x x Netuma barba bagre-branco x x Synodus foetens peixe-lagarto x Lophius gastrophysus peixe-sapo x x x x Ogcocephalus vespertilio peixe-morcego x Xenomelaniris brasiliensis peixe-rei x Hippocampus reidi cavalo-marinho Scorpaena isthmensis mangangá x x x x x Prionotus punctatus cabrinha x x x Dactylopterus volitans coió x x x Diplectrum radiale michole-da-areia x x x Diplectrum formosun michole-da-areia x x x Mycteroperca bonaci badejo-quadrado Mycteroperca rubra badejo-mira x Mycteroperca microlepis badejo-da-areia x Epinephelus morio garoupa-de-são-tomé x Epinephelus guaza garoupa-verdadeira x x x x x x x x x x x x x x 180 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos SUB-ÁREA ESPÉCIE Nome popular Epinephelus niveatus cherne Alphestes afer badejo Rypticus randalli badejo-sabão x 2 5 6 7 x 9 10 11 x x x x x x x x x x Priacanthus arenatus olho-de-cão x Priacanthus cruentatus olho-de-cão x Chloroscombrus chrysurus palombeta x Oligoplites saliens guaivira x Selene setapinnis peixe-galo x Selene vomer peixe-galo x Decapterus punctatus xixarro x Trachurus lathami xixarro x x x x x x Trachinotus goodei pampo Centropomus undecimalis robalo Lutjanus sinagris vermelho-henrique Lutjanus annalis caranha-vermelha Eucinostomus argenteus carapicu x x x x x Eucinostomus gula carapicu x x x x x Eugerres brasilianus carapicu x Diapterus olisthostomus carapeba x Diapterus rhombeus carapeba x Boridia grossidens cocoroca Haemulon aurolineatum cocoroca x x x x x x x x x x x x x Haemulon steindachneri cocoroca-preta x Pomadasys corvinaeformis corriquincho x Orthopristis ruber cocoroca-branca x Conodon nobilis roncador x Archosargus rhomboidalis sargo-de-dente x Diplodus argenteus marimbá x Calamus penna peixe-pena x Pagrus pagrus pargo Menticirrhus americanus papa-terra x Umbrina coroides castanha x Ctenosciaena gracilicirrhus cangauá x Paralonchurus brasiliensis maria-luiza x Micropogonias furnieri corvina x Larimus breviceps oveva x Pareques acuminatus equetos x Isopisthus parvipinnis pescadinha x Odontoscion dentex pescada x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 181 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ESPÉCIE Nome popular SUB-ÁREA 2 Cynoscion leiarchus pescada-branca x Cynoscion jamaicensis goete x Steliffer rastrifer corvina Pseudopenneus maculatus 5 6 x salmonete x trilha x Kyphosus incisor piranjica Chaetodipterus faber peixe-enxada x Chaetodon striatus peixe-borboleta x Pomacanthus paru peixe-frade Mugil liza tainha Bodianus rufus budião Halichoeres poeyi budião peixe-espada Opistognathus cuvieri budião Scomberomorus caballa cavala 10 11 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Peprilus paru gordinho x Citharichthys spilopterus linguado x Bothus robinsi linguado x Syacium papilosum linguado x x x x Syacium micrurum linguado x Paralichtys brasiliensis linguado x Achirus lineatus tapa x Trinectes paulistanus tapa x x x Symphurus plaguzia lingua-de-mulata x x x Balistes capriscus peixe-porco x Monacanthus ciliatus peixe-porco Stephanolepis hispidus peixe-porco x Lagocephalus laevigatus baiacu-arara x Sphoeroides testudineus baiacu Sphoeroides splengeri baiacu Sphoeroides nephelus baiacu-panela TOTAIS POR ÁREAS 9 x Upenneus parvus Trichiurus lepturus 7 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 23 58 18 70 30 30 x 99 Legenda: 2 - Sabacu (baía da Ribeira e adjacências), 5 - Laje dos Coronéis e adjacências, 6 - Ilhas dos Porcos e adjacências, 7 - Ponta do Acaiá e adjacências, 9 - Enseada do Abraão e adjacências, 10 Ponta do Drago e adjacências e 11 - Ilha de Jorge Grego e adjacências. Fonte: Eletronuclear, 2005. Pode-se contabilizar, dessa forma, a existência de 25 grupos de peixes explorados economicamente na baía da Ilha Grande, dentre os quais destacam-se arraias, goete, 182 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos linguado, pescada e corvina, que na ocasião do seu estudo perfizeram 86,9% do total das capturas realizadas. Em outros trabalhos foram registrados deslocamentos sazonais evidentes da ictiofauna em busca de áreas de reprodução ou de expansão das áreas de alimentação, para a garoupa e o badejo (Andrade, 1995). Sendo que para o batata e o namorado os deslocamentos só foram sugeridos. Anjos (1993) sugere ser o linguado o peixe demersal a apresentar maiores deslocamentos sazonais na região, apresentando-se mais abundante no interior da baía nos meses de primavera e verão, devendo-se estes deslocamentos a migrações reprodutivas. Na Área de Influência Direta dos depósitos estudados, Moraes et alii (1991) estudaram a ictiofauna do saco Piraquara de Dentro e do saco Piraquara de Fora, observando índices de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas, além de registrarem diferenças acentuadas na composição das comunidades ícticas das áreas. Almeida (1994) analisou o comportamento reprodutivo de Haemulon steindachneri, coletado no saco Piraquara de Fora, fazendo um paralelo entre o Programa PréOperacional e o Programa de Monitoração Operacional das Unidades 1 e 2 da CNAAA. A espécie foi escolhida como indicador biológico para a área de necton por ser uma das espécies de maior ocorrência e utilizada pela comunidade local na alimentação. O autor conclui que a comunidade de H. steindachneri, a nível reprodutivo, tem-se mantido equilibrada na AID. Este mesmo autor (1995) estudou a comunidade íctica do saco Piraquara de Fora, comparando novamente a fase Pré-Operacional com os anos subseqüentes em que a Usina Nuclear Angra 1 esteve funcionando. As espécies Diapterus rhombeus, Haemulon steindachneri, Eucinostomus argenteus, Prionotus punctatus e Ctenosciaena gracilichirrhus mantiveram freqüência de 100% e foram as únicas que ocorreram nos seis períodos analisados. O estudo da diversidade específica sugeriu uma normalidade da comunidade íctica. A Tabela 36 apresenta a lista de espécies de peixes ocorrentes no monitoramento realizado pela Eletronuclear. Tabela 36 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no saco Piraquara de Fora, amostradas nas coletas de arrasto de fundo realizadas pela Eletronuclear Táxon Nome Popular PREDADORES DE SUBSTRATOS LODOSOS-ARENOSOS Raja agassazi raia–santa Rhinobatus percelens raia–viola Rhinoptera horkelli raia–viola Raja platana raia Zapterix brevirostris raia Narcine brasiliensis raia-treme-treme 183 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Nome Popular Dasyatis say raia–mijona Dasyatis guttata raia–lixa Dasyatis centroura raia–manteiga Gimnura altavela raia–manteiga Gimnura micrura raia–borboleta Miliobatis freminvillei raia–sapo Rhinoptera bonasus raia–ticonha Gymnothorax ocellatus moreia–pintada Paralichityes spp. linguado Paralichityes orbygniana linguado Cynoscion sp. pescada Cynoscion microlepidotus pescada-dentão Cynoscion jamaicensis goete Cynoscion leiarchus pescada-branca Larimus breviceps oveva Isopisthus parvipinnis pescadinha Citharichtys spilopterus linguado Citharichtys arenaceus linguado Citharichtys macrops linguado Citharichtys spp. linguado Etropus longimanus linguado Etropus intermedius linguado Etropus crossotus linguado Syacium papilosum linguado Syacium micrurum linguado Bothus ocellatus linguado Bothus spp. linguado Achirus achirus tapa Achirus lineatus tapa Achirus declives tapa Symphurus plagusia língua-de-mulata Symphurus spp. língua-de-mulata PLANCTÓFAGOS PELÁGICAS Harengula clupeola sardinha-cascuda Opisthonema oglinum sardinha-bandeira Chirocentrodon bleeckerianus sardinha Cetengraulis edentulus sardinha-boca-torta Anchoa tricolor manjuba Anchoa lyoleps manjuba Anchoa filifera manjuba Anchoa januaria manjuba 184 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Nome Popular OMNÍVOROS DE SUBSTRATO INDEFINIDO Archosargus rhomboidalis sargo-de-dente Calamus penna peixe–pena Haemulon steindachneri cocoroca-preta Pomadacys corvinaeformis corriquincho Orthopristes ruber cocoroca-branca OMNÍVOROS DE SUBSTRATO LODOSO-ARENOSO Genidens genidens bagre–urutu Netuma barba bagre–branco Menticirrhus americanus papa–terra Ctenosciaena gracilicirrhus cangauá Umbrina coroides castanha Paralonchuros brasiliensis maria–luiza Micropogonias furnieri corvina Upenaeus parvus trilha PREDADORES DE SUBSTRATO INDEFINIDO Synodus foetens peixe–lagarto Trachinocephalus myops peixe–lagarto Porichthys porossisimus mangangá–liso Phrynelox scaber peixe–pedra Ponthopristys rathbuni mangangá Scorpaena brasiliensis mangangá Scorpaena isthimensis mangangá Diplectrum formosum michole-da-areia Diplectrum radiale michole-da-areia Centropomus undecimalis robalo Centropomus parallelus robalo Prionotus punctatus cabrinha Dactylopterus volitans coió Ogcocephalus vespertilio peixe–morcego PREDADORES DE SUBSTRATO ROCHOSO Epinephelus morio garoupa-de-são-tomé Epinephelus niveatus cherne Dules auriga mariquita Lutjanus synagris vermelho–henrique Lutjanus analis caranho–vermelho Rypticus randalli badejo–sabão Priacanthus arenatus olho-de–cão PREDADORES PELÁGICOS Pomatomus saltator enchova Selene setapinnis peixe–galo Selene vomer peixe-galo-de-penacho 185 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Táxon Nome Popular Oligoplites saurus guaivira Oligoplites saliens guaivira Caranx latus xerelete Chloroscombrus chrysurus palombeta Hemicaranx amblyrhynchus vento–leste Sphiraena borealis bicuda Sphiraena guachancho bicuda Sphiraena tome bicuda Trichiurus lepturus peixe–espada INVERTÍVOROS DE SUBST. LODOSO-ARENOSO Eucinostomus gula carapicu Eucinostomus argenteus carapicu Eugerres brasilianus carapicu Eucinostomus melanopterus carapicu Peprilus paru gordinho Diapterus rhombeus carapeba Diapterus olisthotomus carapeba OMNÍVOROS DE SUBSTRATO ROCHOSO Chaetodipterus faber peixe–enxada Balistes capriscus peixe–porco Monacanthus spp. peixe–porco Stephanolepis hispidus peixe–porco Lagocephalus laevigatus baiacu–arara Sphoeroides testudineus baiacu Sphoeroides nephelus baiacu–panela Chilomycterus sp. baiacu–espinho Chilomycterus antenatus baiacu–espinho Haemulon aurolineatum cocoroca -boca-de-fogo Anisotremus virginicus salema Anisotremus surinamensis sargo-de-beiço Diplodus argenteus marimba Pseudoupenneus maculatus salmonete Fonte: Eletronuclear, 2006. 4.3 MEIO SOCIOECONÔMICO O principal objetivo do diagnóstico socioeconômico foi conhecer as questões sociais e econômicas pertinentes às áreas de influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, apresentadas e analisadas de forma a subsidiar o presente Plano. 186 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.3.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA A área de influência direta para o meio socioeconômico do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR foi definida como um raio de 5 km, a partir do CGR, abrangendo as localidades do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área em torno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a vila residencial de Praia Brava (vila dos funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas, no distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis. A AID do CGR está ilustrada no Apêndice 11.2 e, com mais detalhe, na Figura 58. 187 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 58 – Núcleos populacionais inseridos na AID 188 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.3.2 NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DA AID QUANTO AOS RISCOS E PROCEDIMENTOS DAS AÇÕES EMERGENCIAIS Neste item serão abordadas formas de avaliação do nível de conhecimento da população da AID, bem como dos trabalhadores da CNAAA, quanto aos riscos e os procedimentos de ações emergenciais a serem realizados, quando de sua necessidade. 4.3.2.1 Ações de Esclarecimento Realizadas na AID quanto aos Riscos e Ações Emergenciais 4.3.2.1.1 Exercícios do Plano de Emergência Externo da CNAAA São realizadas simulações periódicas dos eventos decorridos de um acidente nuclear, nas unidades da CNAAA, para verificar o nível de resposta das agências envolvidas na aplicação das atividades do Plano de Emergência Local (PEL), do Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ) e dos planos de emergência complementares (PEC) e dos órgãos de apoio do SIPRON. Os exercícios são procedidos por campanhas de divulgação para a população, nas quais são informados seus objetivos, bem como as medidas de proteção à população e ao meio ambiente. Também é enfatizada a necessidade de colaboração por parte da população, para garantir o realismo e verificar efetivamente a exeqüibilidade dos planos. As finalidades dos exercícios são: verificar o desencadeamento das ações planejadas, simular a execução destas ações, familiarizar as comunidades locais com os planos de emergência e com as ações previstas por eles e verificar possíveis correções e aperfeiçoamentos a serem introduzidos. Os exercícios demonstram a capacidade de comunicação entre as organizações envolvidas nas ações de resposta a uma situação de emergência nuclear; a capacidade de mobilização de pessoas e de ativar os centros de emergência préestabelecidos; a adequação das instalações, equipamentos e profissionais que atendem à emergência; a possibilidade de executar as ações em tempo hábil; de notificar a população na área do plano de emergência (3 e 5 km) e a capacidade de controle do tráfego e o acesso às áreas evacuadas e aos abrigos. O cenário elaborado para o exercício é composto por anormalidades, geradas para caracterizar as fases de uma situação de emergência, desde a declaração de Evento Não Usual até Emergência Geral, com agravamento das condições do núcleo dos reatores. A duração é de um dia inteiro, das 8:00 às 17:00 h. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.3.2.1.2 Entrega de calendários Como parte das atividades de capacitação e preparação realizadas pelo Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (CCCEN), é realizada anualmente campanha de entrega de calendários para a população residente na área compreendida pelo raio de dez quilômetros, medidos a partir da estrutura de contenção do reator de Angra I (CCCEN, 2008). A campanha é organizada pela Subsecretaria de Defesa Civil do Estado do Rio Janeiro e pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ. Conta com a colaboração das agências envolvidas na resposta a uma situação de emergência nuclear supramencionadas. A operação de entrega de calendários tem dois objetivos principais: primeiro, contribuir para a difusão do Plano de Emergência Externo (PEE/RJ), e segundo, averiguar periodicamente as condições físicas das áreas incluídas no raio de ação do plano. Além de informar e orientar os moradores da região sobre o PEE/RJ, essas ações são de fundamental importância para incentivar a cooperação entre os órgãos participantes do Plano. O calendário traz as datas em que são realizados os testes dos sistemas de alerta e alarme de voz e por sirenes, além de outras informações, como ilustrado na Figura 59. Figura 59 – Folha interna do calendário de 2008, meses de janeiro e fevereiro Fonte: Eletronuclear, 2008 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.3.2.1.3 Testes dos sistemas de alerta e alarme por voz e sirenes Estes testes são realizados mensalmente, todo dia 10, às 10 h da manhã, com duração média de 30 minutos. Essa data está marcada nos calendários distribuídos pela Eletronuclear às populações vizinhas da CNAAA. Neles também estão contidos os procedimentos a serem adotados pela população durante os testes. São também realizadas verificações no equipamento de acionamento e nas torres de sirene distribuídas pelas comunidades, onde ficam a postos militares, em comunicação com a central do teste por celular. 4.3.2.2 Avaliação da Efetividade das Ações Realizadas 4.3.2.2.1 Análise do Ambiente Socioeconômico da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA Em 2002, foi realizada uma análise socioeconômica nas áreas de influência da CNAAA pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas Science com a população residente na área de influência direta do complexo da Central Nuclear (AID 5). Foram visitados na ocasião 6.234 domicílios do município de Angra dos Reis, 4.898 no distrito de Cunhambebe e 1.336 no distrito de Mambucaba. Dentre as questões apresentadas, algumas eram relativas às usinas e a influência causada por elas no cotidiano dos moradores, com o intuito de coletar a opinião dos locais em relação às operações da CNAAA. Mais da metade dos entrevistados (56%) declararam sentir-se ameaçados por viverem nas áreas próximas ao complexo de usinas da CNAAA. Em relação à proximidade com as usinas, 41% afirmaram não sentir qualquer ameaça. O percentual de pessoas que se sentem ameaçadas é maior entre as mulheres: 60,2% contra 51,9% dos homens. Esses percentuais também variam de acordo com o nível de escolaridade da população: entre a população sem instrução, 61,4% sentem-se ameaçados, enquanto na população com 9 a 11 anos de estudo, esse índice cai para 20,8%. Na população com 12 ou mais anos de estudo, a proporção dos que se sentem ameaçados é de 26,9%, contra 73,1% que declararam não sentir-se nem um pouco ameaçados. O percentual de pessoas sem instrução que alegou não saber responder à pergunta também é alto: 2,9%, contra 1% das pessoas com instrução de nível médio e menos de 1% das pessoas com curso superior. Vale ressaltar, entretanto, que a maioria dos residentes com alto grau de escolaridade são funcionários da CNAAA, que moram nas vilas residenciais de Praia Brava e Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Mambucaba. Estas pessoas possuem ainda conhecimentos especializados sobre as operações realizadas nas usinas e o seu nível de segurança. Na Figura 60 é ilustrada a relação entre escolaridade e sentimento de ameaça com relação a residir próximo às usinas. Figura 60 - Percentual de moradores por sentimento de segurança em residir próximo à CNAAA (2002) Fonte: Science, 2002. A pesquisa também verificou que 58,5% dos moradores da AID 5 não se consideram suficientemente informados a respeito do funcionamento da CNAAA. Esse percentual é maior na população com menor nível de escolaridade, mas novamente deve ser feita a ressalva quanto ao fato da maior parte dos moradores com mais anos de estudo é constituída por funcionários das usinas. Na Figura 61 são mostrados os percentuais de moradores que se consideram informados ou não suficientemente informados com relação ao funcionamento das usinas. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 61 - Percentual de moradores que se sentem suficientemente informados ou não sobre o funcionamento da CNAAA (2002) Fonte: Science, 2002. Outro fato interessante a respeito do funcionamento da CNAAA apontado pelos moradores é a desinformação. Independente do nível de escolaridade, o principal fator apontado foi a não divulgação pela Eletronuclear de informações suficientes. Em média, 47,2% dos moradores da AID 5 apontaram este fator, 20,5% declararam não estar suficientemente informados porque não há cobertura suficiente na imprensa e 13% declararam não ter interesse em obter informações sobre o funcionamento das usinas. Ainda, 6,7% dos moradores declararam que gostariam de obter mais informações, mas não sabem exatamente como obtê-las. O plano de emergência da CNAAA definiu pontos de reunião e embarque, para a eventual necessidade de evacuação da área de influência direta do PEE/RJ. Na pesquisa realizada em 2002, 32,6% dos moradores afirmaram desconhecer a localização destes pontos. Em Cunhambebe, os pontos mais citados pelos entrevistados foram Frade, Sertãozinho do Frade, Guariba, Condomínio da Praia Vermelha, Condomínio Barlavento, Náutico 1 e Hospedagem 1. Em Mambucaba, os pontos mais citados foram Náutico 1, Praia Vermelha, Condomínio Barlavento, Frade, Sertãozinho do Frade, Guaraiba e Hospedagem 1. De um modo geral, com exceção de Praia Brava, em todas as demais áreas mais de 30% dos moradores declaram desconhecer um dos principais requisitos no caso de necessidade de evacuação da população – para onde se dirigir no caso de uma situação de emergência. Concluiu-se, em 2002, a necessidade de adoção de uma linguagem mais eficaz e que leve em consideração as condições de escolaridade da população local e suas deficiências quanto à disponibilidade e acesso aos meios de comunicação, bem como uma ação mais intensa de esclarecimento junto à população transiente. Este seria um importante programa a ser incorporado como ações de responsabilidade sócioambiental, uma vez que atuaria na prevenção de possíveis riscos decorrentes da falta de informação. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.3.2.2.2 Relatório de avaliação da Comunicação – Exercício de Emergência Geral de 2007 Principalmente a partir dos dados obtidos por meio da pesquisa sobre a análise socioeconômica nas áreas de influência da CNAAA, realizada pela Science (2002) e detalhada no item anterior, constatou-se que a avaliação do Plano de Emergência Externo do estado do Rio de Janeiro - PEE/RJ é a que mais sofre as conseqüências da desinformação. Como a finalidade de otimizar a dissipação das informações relevantes para a população residente nas denominadas Zonas de Planejamento de Emergência - ZPE 3 e na ZPE 5, ambas inseridas na área de influência direta do CGR (AID 5), o Departamento de Comunicação Social selecionou para o Exercício de Emergência Geral de 2007 algumas iniciativas inovadoras. Os Exercícios de Emergência Geral são realizados nos anos ímpares, consistindo na simulação de uma situação emergencial, são colocadas em prática e testadas todas as ações revistas no PEE/RJ. Dessa forma, considerou-se que a população abrangida sofre de desinformação principalmente quanto aos seguintes parâmetros: alcance da radioatividade liberada em caso de um acidente; alcance da área definida e localidades abrangidas pelas ZPEs por meio do PEE/RJ; a efetividade dos treinamentos previamente comunicados; esclarecimento dos riscos reais comprometimento com PEE/RJ. e a relevância da participação e A partir destas premissas, o campo informacional dessa pesquisa foi dividido em dois grupos, os residentes nas ZPEs 3 e 5, que deveriam receber um volume de informações maior, com destaque para os procedimentos em caso de uma emergência real, e os residentes das demais áreas, que deveriam receber informações sobre o raio de abrangência do Plano de Emergência e quais as comunidades que estão dentro ou fora desse raio. Ainda, foi necessário adequar a linguagem utilizada à realidade local e ao grau médio de instrução da população. As ações adotadas foram divididas em três grandes grupos, a seguir descritos. Aviso e atendimento à imprensa O aviso e atendimento à imprensa teve como objetivo transmitir por meio de releases a idéia de que o Exercício é apenas uma etapa rotineira, de uma longa série de testes estabelecidos pelas organizações participantes. Essa abordagem buscou enfatizar a atividade permanente dos órgãos envolvidos na defesa da população, enfatizando que a periodicidade entre os Exercícios Gerais é considerada ideal. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Campanha de esclarecimento da população A campanha de esclarecimento junto à população local buscou estabelecer os limites de abrangência geográfica do Plano e segmentar o público em função do seu grau de envolvimento em caso de uma situação real; orientar sobre os procedimentos que devem ser tomados em caso de emergência; e avisar da realização do Exercício. A equipe de comunicação desenvolveu duas peças em forma de revista em quadrinhos, utilizando linguagem acessível e temática juvenil para abordar o tema: A revista chamada Uma Aventura Nota 10 aborda aspectos referentes à geração de energia nas usinas nucleares (segurança, rejeitos, monitoração ambiental, entre outros) e estabelece claramente os limites da ZPE 5 como a fronteira que separa estes públicos, reforçando a idéia de que não há necessidade de medidas de proteção como evacuação e/ou abrigo fora deste perímetro. Cerca de 50 mil exemplares desta revista foram distribuídas como encarte nos jornais locais (Maré, Esporte Total e Notícias e A Cidade), regionais (Diário do Vale) e nos repartes locais dos principais jornais nacionais (O Dia, O Globo e Extra). A revista Nós Temos um Plano fornece informações mais detalhadas sobre como proceder em caso de uma emergência real. Os moradores das ZPEs 3 e 5 receberam as duas revistas em suas casas e estabelecimentos comerciais. A distribuição foi realizada por voluntários da Eletronuclear, da Defesa Civil Estadual e da Defesa Civil Municipal que foram orientados para abordar os populares, verificar e esclarecer quaisquer dúvidas sobre o Plano e a realização do Exercício. Também foram realizadas palestras, por técnicos da Eletronuclear, Cnen e Defesa Civil, em escolas e associações comunitárias que reuniram mais de duzentas pessoas, conforme a Tabela 37. Tabela 37 - Relação de local, data e número de pessoas presentes nas palestras informativas realizadas Local Bairro Data Presentes Escola Municipal Tânia Rita O. Teixeira Parque Belém 11/10/2007 58 Associação de Moradores de Sertãozinho Frade 10/10/2007 28 Escola Municipal Nova Perereque Perequê 10/10/2007 33 Escola Estadual Salomão Reseck Guariba 08/10/2007 31 Escola Estadual Antonio Dias Lima Frade 03/10/2007 27 Associação de Moradores de Praia Vermelha Praia Vermelha 16/10/2007 32 Fonte: Eletronuclear, 2007 Para a divulgação da data de realização do Exercício de Emergência Geral, foram veiculados 5 spots nas principais rádios locais, utilizando linguagem popular com esclarecimentos e chamadas ao vivo. Outra mídia utilizada foi o busdoor em linhas que circulam na região. Também foram colocados 300 cartazes e 12 faixas nas Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos principais vias das localidades próximas. Um folheto também foi distribuído, no dia do Exercício, aos motoristas que passavam na BR 101. Criação de Indicadores para Monitoração A ausência de indicadores sobre a percepção da população em exercícios anteriores dificulta a avaliação da efetividade das atividades de esclarecimento então realizadas. A construção de indicadores permite avaliar a evolução das percepções da população, direcionando o estabelecimento de metas objetivas necessárias para a melhoria das campanhas futuras. Com base nas premissas da pesquisa já citada foram estabelecidos cinco parâmetros para avaliar o sentimento da população em relação ao Plano: o Consciência: ligado à existência dos organismos de proteção; o Preparação: ligado ao conhecimento prático (mesmo que parcial ou incorreto); o Conhecimento: ligado à experiência cotidiana; o Confiança: ligado à credibilidade dos mecanismos de proteção; o Responsabilidade: ligado à atribuição de competência. Para cada parâmetro foi definida uma pergunta (questão-chave) para ser respondida pela população através de um questionário aplicado quando da distribuição das revistas nas ZPEs 3 e 5. Os parâmetros e as questões-chave adotadas foram: Tabela 38 - Parâmetros e as questões-chave adotadas como indicadores de monitoração da pesquisa Consciência Você sabe que existe um Plano de Emergência Nuclear? Preparação Você sabe o que fazer em caso de emergência nuclear? Conhecimento Você sabe para que serve o teste da sirene? Confiança Você se sente seguro morando aqui? Atribuição de responsabilidade Você sabe quem é o responsável pelo Plano de Emergência Nuclear? Fonte: Eletronuclear, 2007 A amostragem realizada foi de um morador a cada duas residências abrangidas pelas ZPE 3 e pela ZPE 5. A primeira coleta de dados ocorreu antes da realização do Exercício e, também, antes da leitura das revistas, com a finalidade da obtenção de uma background operacional. Aproximadamente vinte dias após a distribuição das revistas, foi realizada uma rodada de entrevistas com a população das ZPEs 3 e 5 para avaliar a eficácia das novas ações de comunicação adotadas. A estratégia de comunicação adotada cumpriu todos os objetivos propostos, como pode ser confirmado pelos resultados a seguir demonstrados. As ações de aviso e Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos atendimento à imprensa foram efetivos, pois as reportagens divulgadas foram serenas e destacaram os pontos fortes desejados pela organização do Exercício. As ações de comunicação junto à população transcorreram sem nenhum incidente e também atingiram completamente os objetivos propostos para o âmbito do Exercício. Em número total, durante a primeira pesquisa, realizada quando da distribuição das revistas informativas, foram entrevistadas 966 pessoas residentes nas ZPEs 3 e 5. Desse total, 218 afirmaram não saber da existência de um Plano de Emergência; 476 não sabiam como proceder em caso de emergência nuclear; 230 não sabiam do objetivos das sirenes; e 385 não se sentiam seguros em morar nessas localidades (Tabela 39 e Figura 62 a Figura 65). Tabela 39 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas Perguntas realizadas Sim Não N/R 1- Você sabe que existe um Plano de Emergência Nuclear ? 748 218 0 2- Você sabe o que fazer em caso de emergência nuclear ?- 482 476 8 3- Você sabe para que serve o teste da sirene ? 723 230 13 4- Você se sente seguro morando aqui ? 574 385 7 Fonte: Eletronuclear, 2007. Figura 62 – Respostas da população sobre a pergunta 1 Fonte: Eletronuclear, 2007 Figura 63 – Respostas da população sobre a pergunta 2 Fonte: Eletronuclear, 2007 Figura 64 – Respostas da população sobre a pergunta 3 Fonte: Eletronuclear, 2007 Figura 65 – Respostas da população sobre a pergunta 4 Fonte: Eletronuclear, 2007 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Quanto ao resultado da quinta pergunta, 422 entrevistados afirmaram não saber quem é o responsável pelo Plano de Emergência e 278 responderam ser a Defesa Civil (Figura 66). Figura 66 – Respostas da população sobre a responsabilidade pelo Plano de Emergência Fonte: Eletronuclear, 2007 A segunda pesquisa, realizada cerca de 20 dias após a primeira, em caráter comparativo, avaliando a eficácia da distribuição das revistas informativas, foram obtidos os seguintes resultados. Foram entrevistadas 582 pessoas residentes nas ZPEs 3 e 5. Desse total, 79% afirmaram ter recebido as revistas; 66% leram essas revistas; 65% afirmaram ter entendido o conteúdo das revistas; e 70% se sentem mais seguros a partir das informações prestadas (Tabela 40). Tabela 40 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas Perguntas realizadas Sim Não N/R 1- Você recebeu estas revistas? 461 121 0 2- Você as leu ? 384 183 15 3- Você entendeu ? 381 180 21 4- Você se sente mais informado agora ? 405 157 20 Fonte: Eletronuclear, 2007. Figura 67 – Respostas da população sobre a pergunta 1 Fonte: Eletronuclear, 2007. Figura 68 – Respostas da população sobre a pergunta 2 Fonte: Eletronuclear, 2007. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 69 – Respostas da população sobre a pergunta 3 Fonte: Eletronuclear, 2007. Figura 70 – Respostas da população sobre a pergunta 4 Fonte: Eletronuclear, 2007. Analisando separadamente os índices de cada parâmetro definidos para avaliar o sentimento da população em relação ao Plano, entre eles: Consciência, Preparação, Conhecimento, Confiança e Responsabilidade, que podem variar de 0 a 100, de acordo com o percentual de positividade nas respostas, sendo que o grau máximo (100) equivalente a um estado de pleno entendimento das informações avaliadas, os resultados demonstraram positividade das respostas (Tabela 41). Tabela 41 - Positividade nas respostas quanto ao estado de entendimento das informações avaliadas Índice Unificado Consciência 77 Preparação 50 Conhecimento 75 Confiança 59 Responsabilidade 37 Fonte: Eletronuclear, 2007. Apesar do desempenho geral satisfatório, ainda existem pontos na comunicação que podem e devem ser melhorados. O maior problema detectado pelos profissionais que atuaram no planejamento da Comunicação Social do Exercício é a ausência de uma política de comunicação permanente com objetivos claros e metas definidas por parte dos órgãos responsáveis. A comunicação com os residentes nas ZPEs baseia-se, quase que exclusivamente, em um único tipo de ação: a distribuição anual do calendário. É importante ressaltar que, apesar da alta qualidade desta peça, nenhum meio isolado produzirá resultados consistentes. A diversidade dos públicos da região precisa ser devidamente avaliada e considerada para a elaboração de novos meios e formas diversas de agir que contemplem essa pluralidade. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos É fundamental a criação de um grupo permanente de comunicação envolvendo profissionais dos órgãos envolvidos. A participação esporádica, somente às vésperas de cada novo Exercício, pode produzir bons resultados, porém pontuais e que se perdem no espaço de dois anos. O trabalho de informação deve ser constante, de caráter educativo e com objetivos de médio e longo prazo claramente definidos. No final de 2008, foi aprovada pela diretoria da Eletronuclear a realização de campanhas publicitárias educativas, de abrangência local, regional e nacional, por diferentes veículos de informação, que foram estendidas para o ano de 2009. Os temas são abrangentes, variando entre cultura, sustentabilidade e prevenção da dengue. 4.3.3 CONTINGENTE ENVOLVIDO COM ESTOCAGEM E SEGURANÇA DOS REJEITOS 4.3.3.1 TRANSPORTE, MANUTENÇÃO, Caracterização Os funcionários que trabalham com o transporte, manutenção, estocagem e segurança da Central de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA estão ligados à Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O), subordinada à Gerência de Monitoração (GMO.O), que por sua vez está subordinada à Superintendência de Coordenação da Operação (SC.O). Mesmo sendo ligados a essa Divisão, seus funcionários não trabalham exclusivamente nas funções associadas aos depósitos que compõem a Central de Gerenciamento de Rejeitos. Como a DIPR.O está organizada em diferentes setores, é responsável pelo atendimento das demandas das Usinas de Angra 1 e de Angra 2, além das demandas do Laboratório de Calibração de Monitores de Radiação, Dosimetria e Rejeitos. O quadro funcional da DIPR.O não é fixo, sendo que podem acontecer alocações dos trabalhadores para outros setores da CNAAA a qualquer tempo e, por outro lado, também pode ocorrer a vinda de funcionários de outros setores para a DIPR.O. Ao todo são 79 funcionários alocados, de acordo com informações atualizadas no início de novembro de 2007. Alguns funcionários da DIPR.O são químicos, físicos, técnicos de nível médio e ajudantes técnicos. Outros possuem formação acadêmica em engenharia, sendo cinco deles licenciados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) como Supervisores de Radioproteção, obedecendo a Norma NE-3.02. Essa norma foi publicada em agosto de 1998 e regulamenta os serviços de radioproteção, sendo que seu objetivo é “estabelecer os requisitos relativos á implantação e ao funcionamento de serviços de radioproteção” (CNEN, 1998). Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Ainda de acordo com a NE - 3.02, os profissionais de nível superior devem possuir as seguintes qualificações para serem licenciados pela mencionada norma: curso universitário completo em uma das seguintes áreas: física, química, engenharia, medicina, biologia, farmácia, medicina veterinária, agronomia, odontologia, biofísica, bioquímica e geologia; curso de radioproteção específico reconhecido pela CNEN; familiaridade com a organização, regulamentos, projeto e operação da instalação; familiaridade com o funcionamento, aferição, ajuste e operação de equipamentos destinados à radioproteção; conhecimento de normas e regulamentos relativos à radioproteção aplicada a instalação; competência para o planejamento de procedimentos seguros de trabalho para a realização de inspeções, identificações de irregularidades, elaboração de registros e relatórios e treinamento específico no campo de atuação. Todos são submetidos ao programa de treinamento de Qualificação e Requalificação, de acordo com o cargo ocupado (ver item 1.1.2.3). Atualmente, para atender a demanda operacional de Angra 1 a DIPR.O possui: Setor Ocupacional (controle ocupacional, radioproteção de campo, acompanhamento de serviços, limpeza e descontaminação da área controlada) 1 Supervisor licenciado; 2 Supervisores não licenciados (nível superior ou técnico sênior); 13 técnicos (5 em turno e 8 em horário comercial); 1 técnico sênior para planejamento ALARA; 6 ajudantes técnicos da Eletronuclear para limpeza, descontaminação e operação das lavanderias. Os Setores de Rejeitos, Calibração e Dosimetria são comuns às duas unidades e contam com os seguintes profissionais: Setor de Calibração: 1 Supervisor licenciado; 3 técnicos para operação do Laboratório de Calibração da DIPR.O (Angra 1); 1 ajudante técnico da Eletronuclear. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Setor de Rejeitos: 1 Supervisor licenciado; 5 técnicos; 1 ajudante técnico da Eletronuclear. Setor de Dosimetria: Esse setor é comum para toda a CNAAA. É composto por 9 técnicos de proteção radiológica, sendo 1 qualificado pela CNEN como responsável técnico pelo Laboratório de Dosimetria Termoluminescente. Esta composição não atende às paradas das Usinas. Sendo que nestes períodos o serviço de radioproteção é reforçado com a contratação de técnicos, auxiliares técnicos e ajudantes adicionais. A DIPR.O tem ainda um contrato de prestação de serviços de limpeza e descontaminação das áreas controladas das Unidades 1 e 2. São duas equipes, cada uma formada por 11 ajudantes, uma atuando em Angra 1 e outra em Angra 2. 4.3.3.2 Gerenciamento O Centro de Gerenciamento de Rejeitos é responsável: pelo controle e a contabilização dos efluentes líquidos e gasosos radioativos; pela monitoração radiológica, controle e contabilização dos embalados de rejeitos; pela operação dos Depósitos Iniciais de Rejeitos Radioativos do CGR; e pela emissão de documentos e acompanhamento dos transportes de material radioativo e contaminado. Nas condições de operação atuais, o CGR opera com o mínimo de 2 técnicos e 1 ajudante técnico da Eletronuclear. O Supervisor licenciado do setor de Rejeitos (já citado anteriormente) é o responsável pelo gerenciamento dos depósitos iniciais. A composição de pessoal que atualmente opera o CGR deverá ser reforçada quando da operação plena dos Depósitos 1, 2 e 3 e do Prédio de Monitoração. Uma das atribuições da DIPR.O em relação aos trabalhadores da usina é o controle das doses de radioatividade que os funcionários recebem nas suas atividades cotidianas. A NE – 3.02 estabelece que deverá ser realizada a avaliação das doses recebidas pelos funcionários, sendo atribuição dos funcionários da DIPR.O (CNEN, 1998): estimar as doses individuais a serem recebidas na rotina dos trabalhadores; avaliar com a máxima rapidez as doses recorrentes das exposições acidentais e de emergência; estimar a dose coletiva a ser recebida pelos trabalhadores; e Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos minimizar ao máximo as doses individuais e coletivas dos trabalhadores. 4.3.3.3 Capacitação e Treinamento O maior risco de impacto na saúde pública com a operação de uma Usina Nuclear é a possibilidade de liberação de produtos para o meio ambiente, resultante de alguma falha humana, no equipamento, no projeto, entre outros. Para que o risco seja praticamente nulo, a operação de uma usina deve cumprir uma série de regulamentações, normas, códigos e requisitos nacionais e internacionais, além das inspeções e auditorias sistemáticas. Nesse contexto, a capacitação dos funcionários das diferentes áreas da CNAAA, inclusive do Centro de Gerenciamento de Rejeitos é um dos fatores primordiais para a composição do componente segurança. A Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O) tem um quadro de trabalhadores altamente capacitados e com elevada experiência: quase a metade deles trabalha na CNAAA há mais de 10 anos. O tempo de serviço na unidade divide-se da seguinte forma: 21% dos funcionários têm até 4 anos de casa; 34% têm entre 5 e 9 anos e 45% foram contratados há 10 anos ou mais. Dos 79 funcionários da unidade, 11 contam com mais de 20 anos de experiência. Na Figura 71 é apresentada a distribuição percentual dos funcionários, por tempo de serviço na unidade. Figura 71 - Tempo de trabalho na DIPR.O (percentual de funcionários por anos de trabalho) Fonte: Eletronuclear, 2008. Até setembro de 2007, estes funcionários haviam participado de 27 tipos de cursos de capacitação e aprimoramento, de acordo com a CNAAA. Com exceção do treinamento de funcionários em geral, o curso com maior número de participantes foi o treinamento prático nas áreas de proteção radiológica, com a participação de 94,94% dos funcionários. O curso sobre trabalhos de parada foi realizado por 92,41% dos funcionários da unidade. Os cursos sobre operação de equipamentos e monitoração foram, em média, realizados por 86,5% dos funcionários. Na Tabela 42 são relacionados todos os cursos realizados pelos funcionários da Divisão de Proteção Radiológica até 2007, segundo relatório da CNAAA. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Tabela 42 - Cursos realizados pelos funcionários da DIPR.O (%) Curso % Treinamento de empregados em geral 100,00 Treinamento prático nas áreas de proteção radiológica 94,94 Curso para trabalhos de parada ou recarregamento 92,41 Curso de operação de equipamentos e monitoração de contaminação radioativa 87,34 Curso de operação de equipamentos e monitoração de radiação 86,08 Curso de monitorações radiológicas 86,08 Cursos preparatórios de energia nuclear 84,81 Treinamento em acidentes e incidentes radiológicos 82,28 Curso de sistemas básicos de usinas nucleares 82,28 Curso sobre o plano de emergência para equipe de monitoração interna 79,75 Curso avançado para proteção radiológica 79,75 Curso de proteção respiratória 73,42 Curso sobre procedimentos administrativos e operacionais de proteção radiológica 65,82 Curso de qualificação para setor de turno de proteção radiológica 49,37 Curso de qualificação para setor de rejeitos radioativos 24,05 Programa ALARA 22,78 Curso de liderança de equipes 22,78 Curso de qualificação em dosimetria pessoal 20,25 Treinamento prático de sistemas de descontaminação 15,20 Curso de qualificação de instrutores 15,19 Treinamento sobre o relatório final de análise de segurança e especificações técnicas 15,18 Participação em missões internacionais 11,39 Curso preparatório para supervisores de radioproteção licenciados 6,33 Curso de qualificação em calibração de equipamento de radioproteção 5,06 Curso de formação gerencial 5,06 Cursos de qualificação em todos os setores da usina 3,80 Curso de pós-graduação em proteção radiológica 1,27 Fonte: Eletronuclear, 2008. As capacitações internas são avaliadas pela DITR.O – Divisão de Treinamento. As avaliações são indicadores do desempenho dos funcionários capacitados. Não há avaliação específica para os trabalhadores da Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O), mas para a CNAA como um todo. Ainda assim, pode-se ter uma idéia do desempenho dos funcionários nas capacitações. Em 2007, 90,59% dos funcionários passaram por avaliações quando da realização de alguma capacitação, com aprovação de 91,99% dos participantes, em média. Essa aprovação, mesmo se tratando de capacitações internas, é extremamente satisfatória. O curso com menor índice de aprovação foi Química A1. Em 2008 o percentual de avaliados teve ligeira elevação: foram 91,69% dos funcionários. A taxa média de aprovação também subiu, para 96,24%, desconsiderados os cursos que ainda não foram incluídos no relatório final (Formação A1 e A2), por se tratar de cursos ainda em vigor quando da realização da presente Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos pesquisa. Na Tabela 43 são apresentados os índices de aprovação, por curso, nos anos de 2007 e 2008. Tabela 43 - Taxas de aprovação dos funcionários da DITR.O em cursos realizados nos anos de 2007 e 2008 (%) Curso 2007 2008 Básicos 84,60 73,17 Acesso 98,50 96,18 Proteção Radiológica 84,51 100,00 Monitoração Amb. Segur. Ind. 94,44 95,50 Manutenção A1 85,19 100,00 Manutenção A2 100,00 100,00 Química A1 66,67 100,00 Química A2 100,00 100,00 Formação OL A1 100,00 - Formação OL A2 80,95 - Formação ONL A1 96,97 90,00 Formação ONL A2 100,00 100,00 Requalificação A1 100,00 100,00 Requalificação A2 96,07 100,00 Média 91,99 96,24 Fonte: Eletronuclear, 2008. Além do alto índice de aprovação, os cursos realizados nestes dois anos também apresentaram índices muito baixos de absenteísmo: pouco mais de 1% em média, em 2007, e 1,3% em 2008. Os cursos básicos foram os que apresentaram o maior índice de absenteísmo: 2,92%, seguido pelo curso de formação OLA1, com 2,11%. Em 2008, os cursos com maior índice de ausências foram o de manutenção A1 e A2 (3,71 e 3,29%, respectivamente). 4.1 SÍNTESE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA O Setor de Rejeitos é a unidade da Usina responsável pelo controle e a contabilização dos efluentes líquidos e gasosos radioativos, pela monitoração radiológica, controle e contabilização dos embalados de rejeitos, pela operação dos Depósitos Iniciais de Rejeitos Radioativos e pela emissão de documentos e acompanhamento dos transportes de material radioativo e contaminado. Os Depósitos Iniciais de Rejeitos Radioativos fazem parte do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR, os quais estão localizados na CNAAA, em uma região característica da Serra do Mar, representada pela ocorrência de rochas cristalinas recobertas por mantos de solos residuais e coluviais. Esses mantos de Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos solos apresentam espessuras diferenciadas, variando de centímetros até a profundidade de 30 m. O relevo da região é acidentado, com encostas bastante íngremes, com declividades acentuadas, cujas cotas podem apresentar variações de até 800 m. As escarpas íngremes da Serra do Mar são responsáveis pelas altas taxas pluviométricas, que ultrapassam os 2.000 mm anuais, apresentando maior intensidade entre os meses de novembro e março. Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, ocorrem deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais. A manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as ocorrências de possíveis deslizamentos de solo. De acordo com monitoramento rotineiro, a atividade sísmica nas proximidades dos Depósitos é praticamente inexistente. Os Depósitos 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR encontram-se no Bioma Mata Atlântica, na microrregião da baía da Ilha Grande, que por possuir o litoral bastante recortado, abrange ecossistemas em sua extensão, como florestas e costões rochosos. No referido bioma foram observados exemplares que caracterizam formações florestais de Terras Baixas, Submontana, Montana e Alto-Montana, apresentando trechos em diferentes graus de conservação. Regiões com maior grau de desmatamento, cobertos por campos herbáceos, estão principalmente nas porções das encostas mais próximas da BR-101 e na faixa de servidão da linha de transmissão de Furnas. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está mantendo sua estrutura, nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores altas com sub-bosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas. Nas formações de altitudes mais elevadas, de relevo acidentado, com locais íngremes e de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia Montana e AltoMontana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas é reduzida em função do difícil acesso e da pequena possibilidade da prática agrícola e pecuária. A região onde estão localizados os Depósitos 1 e 2-A representa uma área de concentração e reprodução de espécies de anfíbios e répteis. Existe uma área de mata recuperada em seu entorno, com boa vegetação e micro-ambientes propícios para a herpetofauna. Com relação à avifauna, foi registrada 331 espécies nas baixadas e matas submontanas. Dentre estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção globalmente e 26 espécies quase ameaçadas. Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, e em outras 37 ilhas e lajes da região e nos manguezais do saco do Bracuhy, Cansado e Ariró, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos listaram várias espécies de aves marinhas, incluindo três novas ocorrências para a região. Os estudos de avaliação da biodiversidade do ecossistema apontam o sistema dulcícola da região de estudo correspondente a uma área onde está diagnosticada a mais elevada taxa de endemismo de ictiofauna do bioma Atlântico, possuindo inclusive a maior riqueza de espécies desse grupo e importantes representantes com risco de extinção. Com relação ao ecossistema marinho, o mecanismo antrópico associado ao funcionamento da CNAAA, estaria relacionado ao aumento da temperatura da água e ao turbilhonamento em Piraquara de Fora. No entanto, análises de toda série histórica dos resultados dos organismos marinhos monitorados pela Eletronuclear (de 1985 a 2006), permitem concluir que as flutuações da estrutura das comunidades aquáticas da área de influência direta devem estar atribuídas à sazonalidade climática, determinada principalmente pela precipitação. Assim, as comunidades são influenciadas principalmente pelas oscilações dos fatores meteorológicos e hidrográficos. Na Área de Influência Direta do meio socioeconômico - considerada aqui como um raio de 5 quilômetros a partir da CNAAA - está concentrada a maior parte das ações de esclarecimento quanto aos riscos e ações emergenciais do PEE/RJ. Na AID estão localizadas as 8 sirenes que são responsáveis pelos sinais de alerta, sendo que todo o dia 10 de cada mês é realizado um exercício de alerta. Além disso, são realizados exercícios simulados com a retirada de população (que se voluntária para a realização desse exercício) a cada dois anos. Anualmente são distribuídos calendários para a população residente na AID, com informações sobre o Plano, sobre como proceder e para onde se dirigir em caso de acidente. No entanto, a Eletronuclear constatou, por meio de pesquisa realizada em 2007, a necessidade da criação de um grupo permanente de comunicação envolvendo profissionais dos órgãos envolvidos com o PEE/RJ. O trabalho de informação deve ser constante, de caráter educativo e com objetivos de médio e longo prazo claramente definidos. Observou-se que os funcionários que trabalham no CGR, os quais estão diretamente subordinados à Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O), são altamente capacitados e com elevada experiência, sendo que cerca de 50% do quadro já está na CNAAA há mais de 10 anos. Aproximadamente 95% desses funcionários realizaram capacitações e treinamentos nas áreas de proteção radiológica. Os potenciais impactos relacionados à operação dos depósitos estão concentrados na possibilidade de liberação de produtos para o meio ambiente, afetando tanto o meio ambiente, quanto a saúde e qualidade de vida dos moradores do entorno e dos funcionários da CNAAA. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 4.2 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Os Depósitos de rejeitos radioativos são obras de engenharia civil de pequeno porte, os quais, por si só, não oferecem riscos em sua fase de operação. Os impactos negativos não apresentam significância, uma vez que os depósitos implicam em benefício para a CNAAA, pois os equipamentos instalados conferem segurança e a não necessidade da presença dos trabalhadores dentro do depósito para ações de armazenamento, remanejamento, vistoria, entre outras. Localizadas em uma antiga pedreira, na encosta do morro da Ponta Fina (pertencente ao complexo CNAAA), essas instalações foram construídas em concreto armado e projetadas para garantir a segurança e a integridade dos rejeitos, provenientes das Usinas Angra 1 e 2, com sistemas apropriados de ventilação, proteção contra incêndio, proteção física e drenagem. Além disso, possuem áreas específicas para o recebimento de embalados e células de estocagem, as quais são organizadas em pallets metálicos e transportadas por empilhadeiras. Em vista do exposto, avalia-se que não existe qualquer impacto na operação rotineira dos depósitos. Eventuais impactos dependerão do padrão de operação dos depósitos, em face da ocorrência de algum incidente e estes impactos poderão apresentar intensidades e magnitudes distintas, que variarão com a distância entre a fonte e o alvo. Assim, para a análise de impacto aqui apresentada, considerou-se o Estudo de Análise de Risco (EAR) realizado simultaneamente a este PCA, no qual apresentamse possíveis cenários de acidentes, como: Queda de embalados na área externa dos depósitos, dentro da área de estocagem, durante a transferência, com rompimento e/ou abertura acidental do recipiente; Queda ou choque de embalados, com abertura ou rompimento dos embalados, durante a operação de estocagem nos depósitos, devido ao choque de carga em movimentação; Estocagem incorreta de embalados, nos depósitos, acarretando aumento de radiação para as áreas externas, associado à falha no sistema de monitoração de taxa de dose do mesmo; Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados nos depósitos, devido a processos corrosivos ou a falhas mecânicas, associadas à falha no sistema de monitoração de taxa de dose dos depósitos; Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados nos depósitos, devido a impactos externos sobre a edificação, causada por pedras oriundas da encosta situada a montante dos depósitos ou outros corpos e Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Incêndio na área dos depósitos envolvendo o rompimento de recipiente contendo material radioativo. Nestes casos específicos, o Coordenador Geral da Brigada de Incêndio deverá acionar os demais membros da BC (Brigada de Incêndio Central) para tomar as medidas previamente planejadas. Ainda de acordo com o Estudo de Análise de Risco realizado, as ações de resposta à emergência e as ações de recuperação podem ser resumidas conforme os eventos expostos a seguir, onde: NÍVEL 1 – AZUL: É aquele no qual a emergência ocorrida até o limite da ZPE5 poderá ser solucionada utilizando-se os recursos da CNAAA. NÍVEL 2 – AMARELO: É aquele que depende de recursos estranhos à CNAAA ou da interveniência de outra instituição participante do PEL, quando o evento ultrapassar a ZPE5. NÍVEL 3 – VERMELHO: É aquele que depende de recursos estranhos à CNAAA e da interveniência das instituições participantes do PEL, quando o evento ultrapassar a ZPE5. A seguir é apresentado cada evento, seus níveis de perigo e as medidas que deverão ser tomadas em cada caso. Evento 1 Queda de embalados na área externa dos depósitos, dentro da área de estocagem, durante a transferência, com rompimento e/ou abertura acidental do recipiente; AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas e veículos; Retirar as pessoas que estejam próximas. AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda do embalado; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do Manual de Operação (MOU) PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC; Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar a população no perímetro de segurança, se for o caso. Evento 2 Queda ou choque de embalados, com abertura ou rompimento dos recipientes, durante a operação de estocagem, devido a choque de cargas em movimentação. AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas e veículos; Retirar as pessoas que estejam próximas; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento. AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda/choque do embalado; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o caso. Evento 3 Estocagem incorreta de embalados, acarretando aumento de radiação para as áreas externas, associado à falha no sistema de monitoração de taxa de dose dos depósitos. AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas; Retirar as pessoas que estejam próximas; AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda do embalado; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o caso. Evento 4 Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados, devido a processo corrosivo ou à falha mecânica, associada à falha no sistema de monitoração de taxa de dose do CGR - Depósito 1. AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas e veículos; Retirar as pessoas que estejam próximas; AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local de abertura acidental do embalado; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o caso. Evento 5 Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados, devido à impactos externos sobre a edificação causada por pedras oriundas da encosta, situada à montante dos depósitos ou outros corpos. AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas e veículos; Retirar as pessoas que estejam próximas; AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local de abertura acidental do embalado; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o caso. Evento 6 Incêndio na área dos depósitos, envolvendo o rompimento de recipiente contendo material radioativo. AÇÕES - NÍVEL AZUL Acionar a BC para combate ao fogo; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas restritivas de circulação de pessoas e veículos; Retirar as pessoas que estejam próximas; AÇÕES - NÍVEL AMARELO Acionar a BC para combate ao fogo; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local do incêndio; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Facilitar o acesso das equipes de atendimento. AÇÕES - NÍVEL VERMELHO Acionar a BC para combate ao fogo; Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento; Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência; Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos do MOU PA-PR 28; Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos técnicos de radioproteção da CNAAA; Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o caso. Destaca-se no cenário acidental de incêndio, a existência de materiais combustíveis fixos e semi-transitórios, como material de isolamento de cabos elétricos e de instrumentação, e rejeitos diversos (roupas, papel, materiais orgânicos e sintéticos, etc.) compactados, contidos em tambores de 200 L e, eventualmente, também em caixas metálicas de 1000 L. Os principais materiais combustíveis transitórios consistem nas caixas de madeiras e no combustível das empilhadeiras utilizadas durante as operações de movimentação dos recipientes de rejeitos. Existindo a possibilidade de ocorrência de fatores de ignição, o risco de ocorrência de focos de incêndio não pode ser desconsiderado. Desse modo, as edificações são dotadas de sistemas de detecção e alarme de incêndio, compostos por sensores de fumaça e de equipamentos de combate ao fogo, que incluem extintores manuais ou sobre carretas (nas quantidades e tipos adequados às cargas e classes de materiais combustíveis, conforme exigências das normas pertinentes) e hidrantes internos e externos. Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios são adotadas as seguintes medidas: Todos os equipamentos no interior dos depósitos permanecem desligados e somente são religados quando for eliminada a possibilidade de ocorrência de focos fora dos períodos de operação; Emissão dos procedimentos de prevenção e combate a incêndios nos depósitos, detalhando todas as medidas necessárias. Além desta abordagem, a Análise Preliminar de Perigos (APP) realizada, parte integrante do EAR, abrangeu todas as hipóteses de eventos perigosos cujas causas tenham origem nas instalações analisadas, englobando tanto as falhas intrínsecas de componentes ou sistemas, como eventuais erros operacionais (erros humanos), principalmente aqueles decorrentes de falhas nos procedimentos ou na execução deles. Foram incluídos ainda os eventos perigosos causados por agentes externos, tais como: inundações, deslizamentos e similares. Nesta APP, a lista de perigos avaliados foi a seguinte: Pequena liberação de aerossol contendo substâncias radioativas; Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Grande liberação de aerossol contendo substâncias radioativas; Pequena liberação de sólido contendo substâncias radioativas; Grande liberação de sólido contendo substâncias radioativas; Pequena liberação de líquido contendo substâncias radioativas; Grande liberação de líquido contendo substâncias radioativas; Emissão de taxas de dose elevadas por recipiente intacto. 4.3 SÍNTESE CONCLUSIVA Após avaliação detalhada, onde foram previstas freqüência e severidade, de acordo com os critérios metodológicos rigorosos utilizados, foram identificados e analisados 44 cenários, para os quais se obtiveram as seguintes conclusões: 22 cenários foram classificados como “Risco DESPREZÍVEL”; 14 cenários foram classificados como “Risco MENOR”; 8 cenários foram classificados como “Risco MODERADO”; Nenhum cenário foi classificado como “Risco SÉRIO” ou “Risco CRÍTICO”. Para maiores detalhes sugere-se a leitura do produto Estudo da Análise de Risco para os Depósitos 1 e 2-A, realizado pela MRS simultaneamente a este PCA. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 5 5.1 MONITORAMENTO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL DOS DEPÓSITOS 1 E 2-A DO CGR OBJETIVO O objetivo deste programa é definir o acompanhamento, pelo Laboratório de Monitoração Ambiental, dos níveis de radiação no meio ambiente da área circunvizinha ao CGR, por meio de medidas de exposição direta por dosímetros termoluminescentes (TLD) e por detector portátil. Desta forma, as taxas de dose são realizadas mensalmente e determinadas pelo Laboratório de Monitoração Ambiental, com utilização de dosímetros modelo UD-814 PANASONIC, constituídos de 01 cristal de Borato de Lítio (Li2B4O7:Cu) sem blindagem e 03 cristais de Sulfato de Cálcio (CaSO4:Tm), com 3 blindagens iguais de chumbo. As medidas instantâneas das taxas de dose do Depósito Inicial de Rejeitos são realizadas com o monitor portátil modelo TRADOS 70046A da Vacutec. 5.2 HISTÓRICO No início da operação, o Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional dos Depósitos revelou que ocorreu no mês de setembro de 1986 um pico de exposição devido ao descarregamento de tambores com taxas de exposição da ordem de 1000 mR/h, nos outros meses do ano, os resultados válidos apresentaram níveis estatisticamente iguais ao período pré-operacional. Durante o ano de 1987 os resultados da monitoração não se apresentaram resultados homogêneos, não sendo detetados outliers, e que os valores de desvios geométricos variaram pouco, de 1,22 a 1,38. No mesmo ano os pontos de monitoração foram relocados para pontos que ficassem fora da área protegida do Depósito de Rejeitos, porém próximos aos pontos antigos. Na Figura 72 apresenta-se a primeira locação dos pontos de monitoração ambiental radiológica dos Depósitos e a locação posterior a 1987. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 72 – Localização dos primeiros pontos de monitoração radiológica Fonte: Eletronuclear, 2008. Em 1988, ocorreu um grande volume de transferências de rejeitos de alta atividade, proveniente da resina do primário, foram transferidos 22 tambores de 200 L, com taxas de dose ao contato variando de 120 mrem/h e 4000 mre/h e taxas de dose a 1 m variando de 7,0 mrem/h a 500 mrem/h. Em julho foram transferidos 38 tambores de 200 L com resina do primário com taxas de dose ao contato variando de 600 mrem/h a 5.000 mrem/h e taxas de dose a 1 m variando de 100 mrem/h a 500 mrem/h. Em agosto foram transferidos 48 tambores de 200 L com resina do primário com taxas de dose ao contato variando de 150 mrem/h a 4.000 mrem/h e taxa de dose a 1 m variando de 20 mrem/h a 400 mrem/h. Portanto estas transferências explicam o crescimento acentuado nos pontos R03 e R04 de julho a agosto e a estabilização até dezembro, e dos outros picos de dose nos outros pontos. De 1989 a 1990, o Programa de Monitoração Ambiental Radiológica Operacional dos Depósitos definiu a existência nos pontos R02, R03 e R04 de impacto permanente. Em 1988 já havia sido detectado impacto permanente nos pontos R03 e R04, sendo os níveis atuais estatisticamente iguais àqueles. Já no ponto R02, onde havia sido determinado um impacto não permanente, a partir de 1989, são observados valores médios, embora não muito altos, são maiores do que os de 1987, isto era esperado uma vez que os mesmos se encontram próximos à área de estocagem do Depósito 1. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Em 1991, o ponto R01 não apresentou alteração permanente nos níveis de taxa de exposição, já os pontos R02 e R03 continuaram a apresentar impactos permanentes nos níveis obtidos desde 1988, com uma leve tendência de alta nos mesmos. Já o ponto R05 apresentou uma tendência de alta nos níveis de taxa de exposição, que associado à baixa dispersão dos valores encontrados indicavam impacto permanente. O ano de 1992 os resultados apresentaram-se homogêneos, sem “outliers”. A comparação das médias e medianas obtidas para cada ponto são estatisticamente iguais. Em janeiro de 1992, os pontos R01 e R02 tiveram as suas medidas interrompidas devido à construção do Galpão número 2 e da área de manobra de veículos dos Depósitos Iniciais de Rejeitos. Em maio de 1992, foram iniciadas as medidas nestes pontos (R01 e R02), em outros locais escolhidos fora da cerca da nova área protegida, de tal forma a cobrir os setores dos pontos R01 e R02 anteriores. Na Figura 73, apresenta-se a nova localização dos pontos de monitoração radiológica do CGR a partir de 1992. Figura 73 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R01 e R02 do CGR, em 1992 Fonte: Eletronuclear, 2008. O novo ponto R01 continuou a apresentar níveis estatisticamente iguais aos do local anterior, devido ao fato de estar pouco distante do mesmo e, ainda fora da influência do Depósito de Rejeitos. Já o novo ponto R02, passou a se localizar mais deslocado em relação ao ponto antigo, e mais longe do depósito, em um local mais alto e descampado, o que explica o seu nível menor. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Em 1993, todos os pontos apresentaram alteração permanente nos níveis de taxa de exposição originais. Os pontos R03, R04 e R05 ainda apresentaram níveis maiores do que já tinha apresentado antes devido ao aumento da quantidade de rejeitos de média atividade transferidos para o Depósito 1 durante o ano de 1993. Ao longo de 1994, para todos os pontos houve uma tendência de queda dos níveis de taxas de exposição. Nesse ano ocorreu a transferência de 347 tambores de baixa atividade do Depósito 1 para o Depósito 2-A, fato que contribuiu pouco para alteração nos níveis de taxa de exposição nos pontos de monitoração ambiental. Outro fator importante foi o decaimento natural dos radionuclídeos emissores gama presentes nos tambores o que também contribuiu para o menor nível das taxas registradas. No ano de 1995, inicia-se a segregação de rejeitos, procedimento que contou com a abertura de tambores, monitoração do seu conteúdo, colocação dos materiais contaminados de volta nos tambores e deposição como lixo comum dos materiais não contaminados. Até dezembro de 1995, foram abertos 815 tambores e recompactados 31, ou seja, o volume contido em 815 tambores, equivalente a 169, 52 m 3, foi reduzido a 31 tambores o que equivale a 6,45 m3. Os 815 tambores abertos apresentavam taxas de exposição em torno de 0,05 mR/h. Os 31 tambores recompactados apresentaram taxas de exposição de 3 a 5 mR/h. Esse trabalho, além de concentrar o material radioativo em um número menor de tambores, com uma taxa de exposição maior, diminuiu a quantidade de tambores localizados na parte frontal do Depósito 1, diminuindo assim a blindagem proporcionada por estes em relação aos pontos de monitoração ambiental. No próximo ano, 1996, o banco de dados referente às embalagens relevou que, em 31.12.1995, havia cerca de 1.658 tambores de rejeito compacto com taxas de exposição em torno de 0,02 mR/h, sugerindo a existência de material não contaminado no seu interior. Desta forma continuou-se o trabalho de segregação do material radioativo para um número menor de tambores, o que contribuiu para uma taxa de exposição maior, diminuiu a quantidade de tambores localizados na parte frontal do Depósito 1, e consequentemente uma diminuição na blindagem que estes proporcionavam em relação aos pontos de monitoração. Sendo assim, apenas os pontos R01 e R05 apresentaram variação pouco mais acentuada por serem os pontos localizados na entrada do Depósito 1. Nesses pontos o aumento dos registros das taxas de dose foi maior devido à movimentação dos caminhões transportadores de rejeitos através do portão de acesso. O ponto R03 apresentou maior taxa e maior variação de dose por estar localizado próximo ao local onde são estocados os rejeitos de mais alta atividade no Depósito 1. Além disso, o trabalho de segregação removeu diversos tambores que serviam de blindagem. Em 1997, todos os pontos apresentaram elevação nos níveis de taxa de exposição originais e os níveis médios foram maiores do que os que tinham sido obtidos em 1996 para todos os pontos. O aumento dos níveis de taxa de exposição observados durante Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos o ano de 1997, ocorreu devido ao aumento do número de tambores com média atividade, à utilização praticamente total do Depósito 1 e aos efeitos da diminuição da blindagem provados pelo trabalho de segregação de rejeitos. Nesse ano, a quantidade de embalados estocados no Depósito 1 atingiu 2.479 tambores no LMA e 2.949 no LBA. Já no Depósito 2-A existiam 18 VBAs e 48 caixas metálicas contendo as partes antigas da Piscina de Combustível Usado. Em função da movimentação constante dos tambores de rejeitos no interior do Depósito 1, para recebimento e a estocagem segura de novos tambores de média atividade, em 1998 ocorreu um aumento das doses nos pontos de monitoração R03 e R04. Nos demais pontos não houve registros de variação nos valores das taxas de dose, as médias e medianas apresentaram, para todos os pontos, valores estatisticamente iguais, significando que houve uma distribuição uniforme das taxas de exposição ao longo do ano. Em dezembro de 1998, todos os tambores já haviam sido segregados e recompactados. Em 1999 e 2000, os níveis de taxa de dose apresentaram-se estáveis em todos os pontos. Os níveis médios das taxas de dose, em todos os pontos monitorados, não permitiam a permanência de indivíduos nas proximidades dos Depósitos Iniciais e somente funcionários ligados as atividades relativas a este Depósito puderam permanecer no local. A tendência de queda das taxas de doses em todos os pontos iniciou-se em 2001, em função da organização dos tambores de rejeitos no interior do Depósito 1. Os desviospadrão observados nos pontos R01, R02 e R03, mantiveram-se baixos, indicando uma boa estabilidade nas leituras ao longo do ano. Nos demais pontos, R03 e R04, os desvios-padrão foram um pouco mais elevados em virtude da oscilação nas medidas em função destes pontos serem os mais afetados pela movimentação dos tambores nos Depósitos. Desta forma, verificou-se uma distribuição uniforme das taxas de exposição ao longo desse ano. Mesmo assim, não foi permitida a permanência de indivíduos do público nas proximidades dos Depósitos. No início do ano de 2002, devido a parada da usina, ocorreu um aumento na movimentação de carga nos Depósitos Iniciais o que contribuiu para o aumento das doses, principalmente nos pontos R01 e R05 os quais se localizam próximos ao portão de acesso ao pátio e foram afetados pela entrada dos caminhões. Os demais pontos mantiveram valores estatisticamente semelhantes, uma vez que não ocorreu movimentação de tambores dentro do Depósito 1. Em agosto de 2002 foram realizadas obras de ampliação do Depósito 2-A sem, no entanto, interferir na malha de monitoração, o que importou na nova localização dos pontos R01 e R02. Em 2003, com exceção do ponto R04, os demais pontos de distribuição de dose apresentaram a mesma tendência de estabilização das taxas de dose, em função de não ter ocorrido movimentação de carga no Depósito 1. Nesse ano ocorreram poucas movimentações de carga e as mesmas se concentraram no Depósito 2-A. O ponto Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos R04 apresentou uma ligeira tendência de queda devido a blindagem formada pelos tambores de baixa atividade, dentro do Depósito 1, e também pelo fato do decaimento dos radionuclideos de meia-vida curta. Em maio de 2004, os níveis de taxa de dose, nos pontos R01, R 02 e R05, não apresentaram variações significativas, uma vez que poucas movimentações de carga ocorreram no Depósito 2-A, afetando muito pouco as taxas de dose no lado externo da cerca que delimita o CGR. Além disso, estes pontos não tiveram suas posições alteradas com a instalação da nova cerda do CGR. As quedas acentuadas nos pontos R03 e R04 tiveram como causa a mudança no posicionamento destes pontos, em função da instalação da nova cerca, conforme pode ser visualizado na Figura 74. Figura 74 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R03 e R04 do CGR, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008. Em 2005, os níveis de taxa de dose, em todos os pontos, não apresentaram variações significativas, uma vez que poucas movimentações de carga ocorreram nos depósitos, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos afetando muito pouco as taxas de dose no lado externo da cerca que delimita o CGR. Mesmo assim, os níveis existentes durante o ano, em todos os pontos, não permitem a permanência de indivíduos do público nas proximidades do CGR. Em 2006, os níveis de taxa de dose, em todos os pontos, mantiveram as significativas variações pelo fato de ocorrer poucas movimentações de carga para os depósitos, mesmo com a supercompactação de tambores, o que afetou muito pouco as taxas de dose/ano do lado externo da cerca que delimita o CGR. Em julho de 2006, o ponto de monitoração R01 foi deslocado para outro ponto próximo à cerca para possibilitar a construção do Depósito nº 03. Assim como em 2006, 2007 também não apresentou variações significativas em todos os pontos de monitoramento devido a baixa movimentação de carga ocorrida, tanto para o Depósito 1 quanto para o Depósito 2-A, afetando muito pouco as taxas de dose no lado externo da cerca do CGR. Ressalta-se que em todos os pontos de monitoração, os detectores são protegidos contra raios solares e chuva. Os dados medidos são computados na sala de Proteção Radiológica, localizada na Guarita. 5.3 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS Distribuídas no entorno da antiga pedreira onde se localiza o CGR, existem 05 estações de medição radiométrica denominadas R1, R2, R3, R4 e R5. Nessas estações são realizadas medidas de dose integradas mensalmente, por meio de Dosímetros Termoluminescentes (TLDs). Adicionalmente são executadas medidas instantâneas mensais com o uso de detectores portáteis. Tais cuidados estão sob constante aperfeiçoamento desde a sua instalação e são realizados a partir da monitoração dos níveis de atividade. Os resultados são constantemente avaliados para verificar a influência dos Depósitos Iniciais no meio. O monitoramento radiológico ao longo do tempo apresentou os resultados demonstrados da Tabela 44 à Tabela 48 dos pontos R1, R2, R3, R4 e R5 respectivamente. Tabela 44 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R1 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente. Número de Ano Menor valor Maior valor Média Desvio padrão medições 1987 9 14,9 26,3 19,6 4,1 1988 12 18,7 76,5 29,9 15,2 1989 12 15 21,7 17,5 2,0 1990 11 15,5 19,9 17,6 1,2 1991 12 14,5 21,1 18,1 1,7 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 1992 12 18 20,5 18,9 0,8 1993 7 16,8 37,5 27,0 8,3 1994 12 29,8 40,5 34,2 3,0 1995 11 25,5 32,0 28,6 1,9 1996 12 26,1 30,0 28,4 1,3 1997 12 28,9 63,9 45,0 13,7 1998 12 46 58,4 53,4 3,4 1999 12 35,9 52,8 47,2 4,7 2000 11 23,2 57,2 46,1 8,9 2001 10 25 39,5 30,2 4,6 2002 9 20,1 49,7 33,1 9,2 2003 10 10,7 27,4 19,6 4,9 2004 12 11,1 28,6 17,1 4,9 2005 10 12,2 26,5 17,8 4,5 2006 12 13,7 22,8 17,9 2,4 2007 11 14,6 15,9 15,1 0,5 Unidade (mSv/30 dias) Fonte: Eletronuclear, 2008. Tabela 45 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R2 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 1987 9 13 27,3 18,3 4,3 1988 12 15,8 84,1 34,8 19,9 1989 12 18,7 40,2 25,1 4,9 1990 11 21,6 26,4 23,3 1,5 1991 12 17,5 26,4 22,6 2,5 1992 12 15,7 17,3 16,6 0,5 1993 7 15,2 34,1 23,3 6,7 1994 12 26,4 31,8 29,1 1,8 1995 11 23 29,2 25,9 1,9 1996 12 21,2 31,2 25 2,6 1997 12 22 47,5 34,5 8,7 1998 12 37,8 45,4 41,6 2,3 1999 12 34,1 40,9 37,4 1,9 2000 10 18,4 46,2 34,5 6,6 2001 8 20 43,1 27,2 6,8 2002 9 13 31,2 21,3 6,6 2003 10 11,8 28,9 19,9 5,4 2004 12 10,4 20,2 15,8 3 2005 9 9,5 19 14,3 2,6 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 2006 12 15,4 18,2 16,8 0,8 2007 10 15,8 18,2 16,8 0,8 Unidade (mSv/30 dias) Fonte: Eletronuclear, 2008. Tabela 46 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R3 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 1987 9 49,1 95 62,7 12,5 1988 12 61,4 305,6 162,3 96,6 1989 12 222 299,8 268 23,6 1990 11 218,8 286,5 247,5 18,2 1991 12 241,2 334,1 280,1 31,9 1992 12 241 295,4 267,8 16,6 1993 7 224,2 431,6 312,1 81 1994 12 344,5 451,2 395,3 28,1 1995 11 305,4 379,2 340,2 19,4 1996 12 270,1 396,2 321,9 30,9 1997 12 256,1 372,3 325,1 40 1998 12 331,9 420,5 373,9 24,7 1999 12 274,3 365 314,7 24,1 2000 11 167,8 336,2 274,3 54,4 2001 11 125,7 241,3 184,6 36 2002 11 139 187 155,6 16 2003 12 125,4 175,4 144,4 16,9 2004 12 22,5 172,9 74,3 55,9 2005 11 22,5 48,7 34,6 6,8 2006 12 34 40,3 38,4 1,6 2007 11 32,7 38,6 35,3 2 Unidade (mSv/30 dias) Fonte: Eletronuclear, 2008. Tabela 47 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R4 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 1987 9 18 56,2 28 10,4 1988 12 27,5 145,8 78,1 49,2 1989 12 68,7 153,5 129,5 21 1990 11 105,6 139,9 122,2 9,6 1991 12 109 157,2 135,4 13,2 1992 12 112,9 139,9 124,4 6,9 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Ano Número de medições Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 1993 7 125 273,9 186,6 59,5 1994 12 202,6 272,2 234 21,4 1995 11 169,9 230,5 195,9 14,3 1996 12 161,9 207,7 185,3 13,7 1997 12 151,2 442 289,3 118,3 1998 12 465,9 730,7 644,4 69,8 1999 12 480,3 623,9 544 44,8 2000 11 324,1 611,2 483,8 77,6 2001 9 311,6 415,4 373,2 32,1 2002 10 245 335 282,1 34,6 2003 12 163,7 367,7 234,2 52,2 2004 11 16,9 28,9 83 99,1 2005 11 17,4 34,8 26,6 5 2006 12 25,8 32,8 29,2 2,5 2007 11 15,4 28,4 26,3 1,4 Unidade (mSv/30 dias) Fonte: Eletronuclear, 2008. Tabela 48 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R5 do CGR realizado com Dosímetro Termoluminescente Número de Ano Menor valor Maior valor Média Desvio padrão medições 1987 9 17,2 29,3 21,9 3,5 1988 12 19,5 37,3 27,2 5,3 1989 12 18,5 25,1 22,5 2,2 1990 11 20,8 25,6 22,6 1,5 1991 12 23,2 29,9 26,4 2,3 1992 12 22,9 28,1 26 1,4 1993 7 23 49,1 34,9 9,9 1994 12 35,6 50,4 43 4 1995 11 37,3 77 49,3 13,6 1996 12 54,8 94,3 78,4 8,8 1997 12 68,4 134,3 93,8 23,2 1998 12 99,8 124,7 110,3 6,9 1999 12 83,1 107,2 93,1 6,6 2000 11 65,8 118,8 86,2 17,5 2001 10 43,4 68,2 54,5 9,4 2002 11 38,7 66 49,9 9 2003 11 19,9 49,6 32,2 8,1 2004 10 11,3 35,5 23,4 6 2005 10 9,9 20,4 16 3,1 2006 12 18,1 21,5 20,1 0,8 Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Ano Número de medições 2007 11 Menor valor Maior valor Média Desvio padrão 9,9 22,2 20,3 1 Unidade (mSv/30 dias) Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 75 - Gráfico das médias dos valores medidos com o Dosímetro Termoluminescente nos 05 pontos de monitoração ambiental radiológica Fonte: Eletronuclear, 2008. Além do Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional, o CGR realiza o controle do acesso e de dose dos trabalhadores nas áreas com radiação ionizante. Na Figura 76, apresenta-se os equipamentos utilizados para controlar o acesso de pessoas à área dos depósitos e na Figura 77, os equipamentos utilizados para medição da dose de exposição dos autorizados a entrar nas áreas dos depósitos do CGR. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Figura 76 – Controle de acesso de pessoas, com monitoramento radiológico Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 77 – Dosímetros individuais eletrônicos e filmes dosimétricos Fonte: Eletronuclear, 2008. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 5.4 AVALIAÇÃO DO IMPLANTADO. PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL Os depósitos existentes no CGR obedecem aos mais rígidos critérios de segurança. São inspecionados frequentemente e avaliados internacionalmente e garantem a capacidade de acúmulo de rejeito, de média e baixa radiação, até 2019. O Programa de Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional passa por avaliações e auditorias internacionais periodicamente. Com base na síntese de resultados descritos no item 5.3 conclui-se que para todos os pontos ocorreu uma queda dos níveis das taxas de exposição ao longo dos anos. Nos últimos 03 anos o desvio padrão tem-se apresentado baixo demonstrando uma pequena variação dos resultados medidos. Os níveis atuais das taxas de dose, em todos os pontos monitorados, não permitem a permanência de indivíduos do público nas proximidades dos Depósitos Iniciais de Rejeitos e neste local só existem funcionários ligados as atividades relativas aos mesmos. Entretanto, a Divisão de Proteção Radiológica mantém a área sinalizada com placas de advertência, em atendimento à norma CNEN3.01. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 6 DESCOMISSIONAMENTO Não é previsto o descomissionamento dos Depósitos iniciais, tendo em vista que a previsão para a construção dos Depósitos Definitivos se encontram em estudos. Quando ocorrer o descomissionamento dos depósitos do CGR, este ocorrerá de acordo com a Norma NE-1.04 da CNEN - "Licenciamento de Instalações Nucleares", a qual estabelece que para o encerramento das atividades, a organização operadora deverá encaminhar à CNEN um requerimento demonstrando que a desmontagem da instalação e a disposição de suas partes serão realizadas de forma segura, de acordo com as normas específicas, e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança da população do entorno, do trabalhador e do meio ambiente. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 7 PROJETOS FUTUROS Como projetos futuros, a CNAAA não tem previsão para ampliações ou novas instalações associadas aos depósitos existentes. No caso, este estudo contempla empreendimentos já instalados e em operação a mais de 20 anos, cabe citar, dentro de um contexto histórico do CGR, os projeto já executados de ampliação dos Depósitos 1 e 2-A que foi a construção do Depósito 2-B e como projeto de instalações associadas, a construção do Depósito 3, além do Prédio de Monitoração que será uma ampliação do CGR. 7.1 PROJETOS DE AMPLIAÇÃO (CONTEXTO HISTÓRICO) O projeto de ampliação do Depósito 2-A originou o Depósito 2-B proporcionando um aumento de 566 m2 de área de armazenamento. Essa ampliação possibilitou a estocagem de 936 pallets, que correspondem a 3.744 tambores ou 722 Liners. O Prédio de Monitoração do CGR será construído com o intuito de monitorar e promover a contabilização isotópica dos embalados de rejeitos radioativos de baixo e médio nível de radioatividade, gerados pelas Usinas Angra 1 e 2 e, futuramente por Angra 3 possibilitando a realização de monitoração e segregação de materiais e embalados, obtendo-se assim um maior controle para otimização de espaços para o armazenamento desses rejeitos nos depósitos. O levantamento do inventário radioisotópico dos embalados de rejeitos (contabilização isotópica) é de vital importância para os estudos de análise de segurança a serem realizados na transferência de embalados, e no processo de deposição final desses rejeitos. 7.2 PROJETO DE INSTALAÇÃO ASSOCIADA (CONTEXTO HISTÓRICO) Os Depósitos Iniciais 1 e 2-A estão diretamente associado aos outros depósitos existentes no local, os Depósitos 2-B e 3 do CGR. Como descrito no item 7.1, o Depósito 2-B do CGR tem por finalidade principal ampliar a capacidade de estocagem do Depósito 2-A, armazenando embalados de 200 L de rejeitos compactáveis, bem como, embalados do tipo Liners provenientes de Angra 1. Por sua vez, o Depósito 3 tem por objetivo armazenar embalados gerados pelas Unidades 1 e 2 da CNAAA, até a construção do Depósito Definitivo, quando então todos os rejeitos deverão ser transferidos. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 7.3 SISTEMA DE TRATAMENTO LOCAL DE REJEITOS Todos os rejeitos gerados, tais como: materiais usados no processo de descontaminação, vestimentas especiais, papéis, líquidos contaminados e outros são recolhidos e transferidos à Estação de Encapsulamento da usina, somente quando for inviável tecnicamente o encapsulamento nesta é realizado no Depósito Inicial dos Rejeitos. 7.3.1 FATORES QUE PODEM EXTENDER A AUTONOMIA DO CGR A experiência operacional de usina com sistema de tratamento de rejeitos similar a Angra 2 indica expectativa de geração de rejeitos betuminizados em quantitativos abaixo dos valores adotados no FSAR, conforme indicado pela Tabela 49. Tabela 49- Quantitativo dos tambores betuminizados. Embalado FSAR Angra 2 Usina de Goesgen Tambor com betume 405 53 Fonte: Eletronuclear, 2008. Baseado na experiência operacional de Angra 1 indica expectativa de geração de tambores com rejeitos compactáveis em Angra 2 abaixo do valor considerado no FSAR, como pode ser visualizado através da Tabela 50. Tabela 50- Quantitativo de tambores compactáveis em Angra 2 menor. Embalado FSAR Angra 2 Experiência Angra 1 Tambor com compactáveis 430 129 (1999 a 2001) Fonte: Eletronuclear, 2008. Há uma expectativa de redução da produção de rejeitos nas usinas a partir das ações em fase de definição no âmbito da revisão do Planejamento Estratégico. A possibilidade do aumento da capacidade de armazenamento da Unidade 2-A pela utilização de um nível adicional de empilhamento de Liners, com ganho de 207 posições (possibilidade já verificada do ponto de vista estrutural, não analisada dos pontos de vista radiológico e operacional); Possibilidade de descarte das resinas do secundário de Angra 1, dependendo de discussão com a CNEN, o que levaria a redução de 188 tambores constantes do inventário e não geração de 26 Liners por ano. 7.4 MOVIMENTAÇÃO E REMOÇÃO DE EMBALADOS Não é prevista uma movimentação dos embalados nos depósitos. Uma vez estocados na célula de destino, o embalado permanecerá nesta posição até sua transferência para o repositório final. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Em casos isolados, para melhoria nas condições de trabalho, poderão ser movimentados alguns embalados dentro da área de estocagem do depósito. Esta operação será executada utilizando-se uma empilhadeira, tanto para os embalados metálicos tipo Liners, como também para os pallets metálicos contendo embalados de 200 L. Os embalados permanecerão nos Depósitos 1 e 2-A do CGR até a construção e operação do Depósito Definitivo de Rejeitos Radioativos. O esgotamento da capacidade de armazenamento do CGR se dará em 2020, quando, segundo planejamento da CNEN e da Eletronuclear, o Depósito Definitivo de Rejeitos Radioativos já terá sido implantado. Desta forma, os embalados somente serão removidos para transferência de localização de armazenamento, onde eles serão deslocados de um depósito inicial para um definitivo. Como não há previsão imediata para construção dos depósitos definitivos, não há previsão para movimentação e remoção dos embalados dos locais de armazenamento temporário. Caso seja necessária alguma movimentação interna dentro da área de estocagem do depósito, por medidas de segurança, a mesma será executada utilizando-se a ponte rolante. A sistemática do transporte de materiais radioativos obedecerá a Norma CNEN-5.01 – Transporte de Materiais Radioativos. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 8 CONCLUSÕES Na área dos depósitos poucas são as fontes potenciais de risco, conforme o Estudo da Análise de Risco dos mesmos, cabendo, no entanto, ser devidamente gerenciadas. A probabilidade dos embalados serem envolvidos em acidentes é remota, somente oito (08) hipóteses enquadram-se como risco moderado, estando as demais na faixa de risco menor e desprezível. A contaminação de recursos hídricos devido à movimentação e estocagem de rejeitos radioativos também é remota, pois os embalados não são transferidos para os depósitos em dias de chuva. As demais hipóteses acidentais têm área de efeitos reduzida, representando riscos somente aos trabalhadores da CNAAA, sem danos às populações vizinhas. Como tal, os cenários identificados devem ser tratados como risco de natureza ocupacional. Dessa forma, entende-se que nenhum dos riscos associados à operação dos depósitos estão fora da faixa de aceitabilidade definida na Análise Preliminar de Perigos do Estudo de Análise de Risco, devendo ser convenientemente gerenciados para assim permanecerem. Conclui-se, então, que os impactos provocados pelos depósitos no meio ambiente serão mínimos, uma vez que o controle e gerenciamento dos mesmos segue estritamente a legislação e são procedimentos de rotina da Eletronuclear. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, C. de. Capítulos da História Colonial e os caminhos antigos e o povoamento do Brasil. 1ª Ed. (1907/1930). Brasília, DF, Ed. 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Área controlada - Área mantida sob supervisão de pessoa, ou pessoas, com conhecimentos ou responsabilidades para aplicar procedimentos e regulamentos apropriados de radioproteção, na qual são exercidos controles de acesso, ocupação e condições de trabalho, com a finalidade de evitar ou minimizar a exposição de indivíduos a radiações. Nesta área, as doses equivalentes efetivas anuais podem ser iguais ou superiores aos limites primários estabelecidos para uma área supervisionada. Área de segurança - Área delimitada com vistas à proteção física de uma ou mais unidades operacionais, em grau de proteção apropriado à natureza da área vigiada, protegida ou vital. Área livre - Área isenta de regras especiais de segurança, onde as doses equivalentes efetivas anuais não ultrapassam o limite primário para indivíduos do público. Área restrita - Área sujeita a regras especiais de segurança, na qual as condições de exposição podem ocasionar doses equivalentes efetivas anuais superiores à 2/100 (dois centésimos) do limite primário para trabalhadores. Atenuação - Redução verificada em uma quantidade de radiação, após sua passagem através da matéria, resultantes de todo tipos de interações. (Nota: A atenuação não compreende, geralmente, a atenuação geométrica). Atenuação geométrica - Redução verificada em uma quantidade de radiação, devido ao efeito da distância entre o ponto considerado e a fonte (por exemplo: a lei do inverso do quadrado da distância para uma fonte pontual) e excluindo os efeitos de qualquer material presente. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Atividade - Para um dado radionuclídeo, em um determinado estado de energia e instante de tempo, a grandeza deve ser expressa por: A= dN/dt Onde: dN = valor médio esperado do número de transições nucleares espontâneas daquele estado de energia, no intervalo de tempo dt (Notas: a) A atividade é expressa em bequerel (anteriormente em Curie) b) Algumas vezes é usado para designar uma quantidade de radionuclídeo. Também é denominado taxa de desintegração). Atividade específica - Atividade de um dado material por unidade de massa. Átomo - Unidade de matéria consistindo em um núcleo circundado por um número de elétrons igual ao número de prótons do núcleo. Auto-absorção - Absorção da radiação pelo próprio meio em que ela se origina. B– Bequerel - Unidade de atividade igual a uma desintegração por segundo (Nota: 1Bq = 1s- 1s = 2,7 x 10-11 curies). Blindagem - Material cuja finalidade é reduzir a intensidade de radiação que penetra em uma determinada região. C– Contaminação radioativa - Presença indesejável de uma substância radioativa em um material, meio ou local. Contaminação radioativa externa - Em radioproteção, contaminação da parte externa do corpo de um indivíduo por deposição de substâncias radioativas. Contaminação radioativa interna - Em radioproteção, contaminação da parte interna do corpo de um indivíduo, pela incorporação de substâncias radioativas. Curie - Unidade obsoleta de atividade substituída por bequerel (Bq) (1 Ci = 3,7 x 1010 Bq) D– Decaimento radioativo - Decréscimo com o tempo, por transformação espontânea nuclear, da atividade de uma substância radioativa ou uma mistura destas substâncias. Detector de radiação - Material ou dispositivo sensível às radiações e capaz de produzir um sinal-resposta, possível de ser medido ou analisado. Deutério - Isótopo natural do hidrogênio, cujo número de massa é igual a dois. É representado pelo símbolo D. Dose - Termo geral que designa a quantidade de energia absorvida. Para usos especiais, deve ser adequadamente qualificada (Nota: O termo “dose” tem sido usado com uma certa variedade de significados específicos, como uma dose absorvida, exposição e fluência, mas estes usos devem ser evitados). Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Dose absorvida (D) - Energia transferida à matéria pela radiação ionizante, em volume elementar de matéria, dividida pela massa desse volume (Nota: A unidade de dose absorvida é o gray (Gy). Anteriormente era expressa em rad.). Dose equivalente - Produto da dose absorvida, do fator médio de qualidade, do fator distribuição e de outros fatores modificadores necessários para obter uma avaliação dos efeitos biológicos de uma dada dose absorvida, de modo que as diferentes características da exposição sejam levadas em consideração. (Nota: A unidade de dose equivalente é o Sievert (Sv). Anteriormente era expressa em rem 1Sv = 100 rems). Doses equivalentes efetivas - Somatório dos produtos do fator de ponderação, estabelecido pela autoridade competente para um tecido ou órgão, pela dose equivalente média neste tecido ou órgão. Dosímetro - Instrumento usado para medir ou avaliar dose absorvida, exposição ou quantidade similar de radiação. Dosímetro de bolso - Dosímetro individual cujas formas e dimensões, em geral, assemelham-se às de uma caneta. Dosímetro individual - Dosímetro de pequenas dimensões que permite determinar a dose recebida pelo seu portador. Dosímetro termoluminescente (TLD) - Dosímetro que se baseia na medida da energia armazenada por um material termoluminescente durante sua exposição à radiação ionizante. E– Exposição – Pode ser: a) para radiação X ou gama no ar: a soma das cargas elétricas de todos os íons de mesmo sinal produzidos no ar, quando todos os elétrons liberados por fótons, num volume elementar, forem completamente freados, dividida pela massa deste volume elementar; (Nota: É comumente expressa em roêntgen (o roêntgen está sendo substituído pelo Coulomb por quilograma, C/kg) b) Incidência intencional ou acidental de radiação de matéria viva ou inanimada. G– Gama - Ver radiação gama. Gray (Gy) - Unidade do sistema internacional para doses absorvida, kerma, e energia transferida específica: 1 Gy = 1 j/kg = 100rads I– Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Indivíduos do público - Qualquer membro da população não exposto a radiação ocupacionalmente, inclusive trabalhadores, quando ausente das áreas restritas da instalação nuclear ou radioativa. Instrumentação nuclear - Equipamento ou instrumento usado para medir as quantidades físicas relacionadas à radiação ionizante, ou para controlar processos que envolvem radiação ionizante. Íon - Átomo, molécula ou fragmento de uma molécula, que adquiriu uma carga elétrica pela perda ou captura de um ou mais elétrons. Ionização - Qualquer processo pela qual um átomo, molécula ou íon ganha ou perde elétrons. Irradiação - Exposição à radiação ionizante. Isótopos - Nuclídeo com o mesmo número atômico e número de massa diferente. Isótopo estável - Isótopo que não sofre decaimento radioativo. Isótopo instável - Ver radioisótopo. K– Kerma (K) - Quociente da soma das energias cinéticas iniciais de todas as partículas carregadas e liberadas por partículas indiretamente ionizantes num volume elementar de uma dada substância, pela massa de matéria contida naquele volume. (Nota: O nome Kerma é derivado de Kinetic Energy Released em Matter. A unidade é J/kg e o nome especial para a unidade é gray(Gy)). L– Lei do decaimento radioativo - Formulação matemática que descreve a variação temporal do número de átomos radioativos de um elemento. Expressa-se por: A(t) = Ao e-λtOnde: Ao = número de átomos radioativos presentes no tempo t = 0. A(t) = número de átomos radioativos presentes no tempo t. λ = constante de decaimento radioativo do nuclídeo. M– Material radioativo - Material que contém substâncias emissoras de radiação ionizante. Medidor de radiação - Ver detector de radiação. Meia-vida - Para um processo único de decaimento radioativo, tempo necessário para que a atividade de um radionuclídeo diminua à metade de seu valor. Monitoração - Pode ser: a) avaliação rotineira de informações necessárias para determinar a adequação de medidas de radioproteção e para indicar alterações potenciais significativas nas condições e/ou desempenho de dispositivos de produção; Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos b) determinação contínua ou periódica da quantidade de radiação presente numa determinada área. Monitor de área - Monitor de radiação usado para detectar e/ou medir níveis de radiação nuclear em um dado local, para fins de controle. Monitor de radiação - Equipamento utilizado para medir grandezas relacionadas com a radiação ionizante, provido de sistema de alarme para indicar quando os níveis preestabelecidos forem ultrapassados. N– Núcleo atômico - Parte central de um átomo carregada positivamente. Nuclídeo - Átomo caracterizado por seu número de massa, numero atômico e estado nuclear energético, desde que a vida média neste estado seja suficientemente longa para ser observada. P– Partícula - Em física nuclear, significa a partícula elementar, inclusive o fóton. Por extensão, qualquer núcleo, íon e outros. Partícula alfa (a) - Partícula estável tendo a mesma configuração, de dois (2) prótons e dois (2) nêutrons, como um núcleo de hélio-4, e emitida durante uma desintegração nuclear. Partícula beta (ß) - Elétron, de carga positiva ou negativa, que tenha sido emitido por um núcleo atômico durante uma transformação nuclear, ou que resultou da desintegração de um nêutron ou de uma partícula instável. Proteção radiológica - Ver radioproteção. R– Rad - Unidade especial de dose absorvida 1 rad = 10-2 j/Kg = 10-2 Gy. Nota: o rad foi substituído pelo gray. Radiação - Emissão e propagação de energia através do espaço ou de um meio material, na forma de ondas ou na forma de energia cinética de partículas. Radiação gama - Radiação indiretamente ionizante que consiste em fótons emitidos no processo de transição nuclear ou em aniquilação de partículas. Radiação ionizante - Toda radiação composta por uma partícula direta ou indiretamente ionizante ou por uma mistura de ambas. Radioatividade - Propriedades de certos nuclídeos emitirem, espontaneamente, partículas ou radiação gama, ou de emitirem radiação X, após captura de elétrons orbital, ou de sofrerem uma fissão espontânea. Radioisótopo - Isótopo radioativo de um dado elemento. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radionuclídeo - Nuclídeo radioativo. Radioproteção - Conjunto de medidas associadas à limitação dos efeitos nocivos das radiações ionizantes sobre as pessoas, como a limitação da exposição externa a estas radiações, a limitação da incorporação de radionuclídeos ou a profilaxia destinada a limitar as lesões provocadas por estes efeitos. Rejeito radioativo - Material radioativo indesejável resultante do processo ou do manuseio de materiais radioativos. S– Segurança nuclear - Termo genérico relativo à proteção de pessoas e bens contra os efeitos nocivos da contaminação radioativa, da exposição a radiações ionizantes e da criticalidade. Serviço de radioproteção - Órgão constituído especificamente com vistas à execução e manutenção do plano de radioproteção de uma instalação. Sievert (Sv) - Nome especial para a unidade do SI de dose equivalente (Nota: 1 Sv = 1 J/kg = 100 rem.). Solidificação - Método para incorporar rejeitos radioativos em sólidos compactos, como concreto, betume ou vidro. Supervisor de Radioproteção (SUR) - Indivíduo com certificado de qualificação emitido pela Cnen para supervisionar a aplicação das medidas de radioproteção, através do serviço de radioproteção. T– Taxa de dose absorvida - Incremento da dose absorvida, durante um intervalo de tempo convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo. Taxa de dose equivalente - Incremento da dose equivalente, durante um intervalo de tempo convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo. Taxa de exposição - Incremento na exposição, durante um intervalo de tempo convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo. U– Usina nuclear - Instalação fixa dotada de um único reator nuclear, para produção de energia. Nesta classe incluem-se as usinas nucleoelétricas e as nucleotérmicas. V– Vida média - Duração média da vida de um sistema atômico ou nuclear em um estado determinado. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos ÁREA AMBIENTAL A– Água Potável - Águas cujos parâmetros atendam àqueles estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que aprova normas e padrões de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Área de Influência - Área externa de um dado território, sobre o qual exerce influência de ordem ecológica e/ou socioeconômica, podendo trazer alterações nos processos ecossistêmicos. Área de Proteção Ambiental - Área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas e, tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Ex: APA do Morro do Urubu (Aracajú – SE). Aterro Sanitário - Método de engenharia para disposição de resíduos sólidos no solo, de modo a proteger o meio ambiente; os resíduos são espalhados em camadas finas, compactados até o volume praticável e cobertos com terra ao final de cada jornada para não resultar em nenhum risco ou dano ao ambiente (The World Bank, 1978). B– Biodiversidade - Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas, e em diferentes escalas temporais e espaciais. Biótico - (1) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e vegetais de uma região. (2) Referente a organismos vivos ou produzidos por eles. Por exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou microrganismos. C– Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) - Criado pela Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31.08.81), teve sua composição, organização, competência e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo pelo Decreto nº 88.351 de 01.06.83 e modificados pelo Decreto nº 91.305, de 03.06.85. O CONAMA é o Órgão Superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) "com a função de assistir o Presidente da República na Formulação de Diretrizes de Política Nacional do Meio Ambiente" (Lei nº 6.938/81). Após a vigência do Decreto nº 99.274/90 o plenário do CONAMA é composto por: o Ministro de Estado do Meio Ambiente da Amazônia Legal e dos Recursos Hídricos, que o preside, o Secretário de Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Meio Ambiente, o Presidente do IBAMA; representantes de cada ministério, dos governos dos Estados, Territórios e Distrito Federal, designados pelos respectivos governadores, das Confederações Nacionais dos Trabalhadores no Comércio, na Indústria e na Agricultura, das Confederações Nacionais do Comércio, da Indústria e da Agricultura, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN), de duas associações civis de defesa do meio ambiente, de cinco entidades da sociedade civil ligadas à preservação da qualidade ambiental, sendo uma de cada região geográfica do País. O CONAMA constitui-se do Plenário de Câmaras Técnicas, formadas por membros conselheiros, com poder deliberativo, e da Secretaria Executiva. A competência do CONAMA inclui o estabelecimento de todas as normas técnicas e administrativas para a regulamentação e a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente e a decisão, em grau de recurso, das ações de controle ambiental do IBAMA. Contaminação - A ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado muitas vezes como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado, em português, em relação direta a efeitos sobre a saúde do homem. Contaminantes do ar - Toda matéria ou substância que altere a qualidade do ar, tais como: fumaça, fuligem, poeira, carvão, ácidos, fumos, vapores, gases, odores, partículas e aerossóis. D– Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - É a determinação da quantidade de oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microorganismos na oxidação bioquímica da matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir a poluição, normalmente utilizando-se a demanda bioquímica de cinco dias (DB05). A determinação de DBO é importante para verificar-se a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica. Demanda Química de Oxigênio (DQO) - Medida da capacidade de consumo de oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como a quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente correlacionada com a demanda bioquímica de oxigênio. Desenvolvimento Sustentável - Forma socialmente justa e economicamente viável de exploração do ambiente que garanta a perenidade dos recursos naturais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a diversidade biológica e os demais atributos ecológicos em benefício das gerações futuras e atendendo às necessidades do presente. Digestor / Biodigestor - Equipamento para a digestão de matérias orgânicas, em particular lodos das estações de tratamento biológico de águas servidas. Trata-se de Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos grandes cubas cilíndricas às vezes combinadas com uma parte inferior cônica para espessamento dos lodos, enquanto a parte superior estanque permite a captação dos gases da digestão. Drenagem - Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma área determinada. E– Ecossistema - Complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microorganismos e o seu meio inorgânico, que interagem como uma unidade funcional. Educação Ambiental - É um processo de educação sobre o meio ambiente que possibilita a uma comunidade aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que se transformam necessariamente em práticas de cidadania que garantem uma sociedade sustentável. Efluente - Qualquer tipo de água ou fluido de um sistema de coleta ou de transporte, por tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, como estações de tratamento. Emissão - Lançamento de um efluente (líquido ou gasoso) no ar ambiente ou em um corpo de água. Erosão - É a destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, tendendo a um nivelamento do relevo da superfície terrestre. Escoamento Superficial - Quantidade de líquido, geralmente proveniente de precipitação (chuva), que se escoa para um curso d'água pela superfície do solo. Estação de Tratamento - Conjunto de instalações, dispositivos e equipamentos destinados ao tratamento. Quando dedicada a tratar água bruta para uso público ou industrial, chama-se Estação de Tratamento de Água (ETA) e; para tratamento de esgotos domésticos, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE). Estação Ecológica (ESEC) - Unidade de Conservação que se destina à preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites e à realização de pesquisas científicas. Não é permitida a visitação pública, admitindo-se no entanto, de acordo com regulamento específico, a sua realização com o objetivo educacional. Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Um dos documentos do processo de avaliação de impacto ambiental. Trata-se da execução por equipe multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar sistematicamente as conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas de previsão de impacto. O estudo realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de Termos de Referência específicos, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados detalhadamente. O Estudo de Impacto Ambiental compreende no Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos mínimo: a descrição das ações do projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, no caso de projetos de curta duração, desativação; a delimitação e o diagnóstico ambiental da área de influência; a identificação, a medição e a valoração dos impactos; a comparação das alternativas e a previsão da situação ambiental futura da área de influência, nos casos de adoção de cada uma das alternativas, inclusive no caso de o projeto não se executar; a identificação das medidas mitigadoras; o programa de gestão ambiental do empreendimento, que inclui a monitoração dos impactos; e a preparação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). F– Floresta Atlântica (Mata Atlântica) - Ecossistema de floresta de encosta da Serra do Mar brasileira, considerado o mais rico do mundo em biodiversidade. G– Gabião - Acondicionamento de pedras em gaiolas metálicas. Os gabiões são usualmente utilizados para composição de muros de arrimo para estabilização de taludes e aterros. Gestão Ambiental - Condução, direção, proteção da biodiversidade e controle do uso de recursos naturais através de determinados instrumentos, que incluem regulamentos e normatização, investimentos públicos e financiamentos, requisitos interinstitucionais e jurídicos. Este conceito tem evoluído para uma perspectiva de gestão compartilhada pelos diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, a partir da perspectiva de que a responsabilidade pela conservação ambiental é de toda a sociedade e não apenas do governo, e baseada na busca de uma postura pró-ativa de todos os atores envolvidos. H– Hidrocarbonetos - Substâncias minerais de origem orgânica em cuja composição dominam amplamente o hidrogênio e o carbono. Geralmente apresentam-se em forma de misturas de numerosos hidrocarbonetos que, se são líquidas, costumam se denominar petróleo ou petróleo cru, se são gasosas, gás natural e, se são sólidas, xisto, asfalto ou betume (Diccionario de la Naturaleza, 1987). I– Ibama - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis é a instituição governamental encarregada de executar as políticas de meio ambiente no âmbito do Governo Federal. Tem entre suas atribuições a função de coordenar e fomentar a conservação de ambientes naturais representativos dos ecossistemas brasileiros. Estas áreas protegidas somam aproximadamente 4% do território brasileiro, distribuídas em diferentes biomas. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Impacto Ambiental - Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia. L– Lençol Freático - Lençol d'água subterrâneo limitado superiormente por uma superfície livre (a pressão atmosférica normal) (DNAEE, 1978). Licenciamento Ambiental - Instrumento de política ambiental instituído em âmbito nacional pela Lei nº 6.938, de 31/08/81, e regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de 1/06/83, que consiste em um processo destinado a condicionar a construção, a instalação, o funcionamento e a ampliação de estabelecimento de atividades poluidoras ou que utilizem recursos ambientais, ao licenciamento prévio pela autoridade ambiental competente. A legislação prevê a expedição de três licenças ambientais, todas obrigatórias, independentes de outras licenças e autorizações exigíveis pelo Poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) (art. 20 do referido decreto). Lixiviação - Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pela água das chuvas. Nas regiões intertropicais de clima úmido os solos tornam-se estéreis com poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação. Lodo - Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de água ou água residuária durante um processo de tratamento ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos d'água (ACIESP, 1980). M– Manancial - Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial ou animal, ou irrigação. Manejo de Unidades de Conservação - É o conjunto de ações e atividades necessárias ao alcance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo as atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo da mesma. Manguezal - Ecossistema situado em áreas costeiras tropicais, como estuários e lagunas, regularmente inundado por água salobra. Matacão - Fragmento de rocha com mais de 25 cm de diâmetro, apresentando, muitas vezes formas esferóides. Mata Ciliar (Mata de Galeria) - Mata estreita existente na beira dos rios. Medidas Compensatórias - Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução de um projeto destinadas a compensar impactos ambientais negativos, geralmente, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos alguns custos sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos ambientais não renováveis. Medidas Mitigadoras - São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua magnitude. É preferível usar a expressão "medida mitigadora" em vez de "medida corretiva", uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não pode ser evitada, pode apenas ser mitigada ou compensada. Meio Ambiente - Conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel & Wasserman, 1977). Mesorregião - Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Microrregião - Parte das Mesorregiões que apresenta especificidades quanto à organização do espaço. [...] Essas especificidades referem-se à estrutura de produção, agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca.[...] A estrutura da produção para identificação das microrregiões é considerada em sentido totalizante, constituindo-se pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e rurais. Monitoramento Ambiental - É o acompanhamento periódico por observações sistemáticas de um atributo ambiental, de um problema ou situação, pela quantificação das variáveis que o caracterizam. O monitoramento determina os desvios entre normas preestabelecidas (referenciais) e as variáveis medidas. Monitoramento da qualidade da água - Consiste em determinar periodicamente as características limnológicas e sanitárias de um determinado curso de água ou efluente, a fim de inferir sua qualidade frente aos distintos usos e identificar as causas de eventuais degradações. Montante - Diz-se do lugar situado acima de outro, tomando-se em consideração a corrente fluvial que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele que está mais próximo das cabeceiras de um curso d'água, enquanto o de jusante está mais próximo da foz (Guerra, 1978). N– Níveis de Qualidade do Ar - Concentrações sucessivas de gases poluentes que indicam condições cada vez mais perigosas para a saúde. Os níveis de qualidade do ar foram baixados pela Resolução CONAMA nº 03, de 28/06/90, como critério para a elaboração e a execução de planos de emergência para episódios críticos de poluição do ar. Assim, a resolução estabelece as condições de qualidade do ar em que, Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos mantidas as emissões e as condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão de poluentes por mais de 24 horas, devem ser declarados os níveis de atenção, de alerta e, em caso extremo, de emergência, tomando as autoridades ambientais competentes as medidas necessárias a prevenir risco grave à saúde da população. O– Óleos e Graxas - São substâncias compostas primordialmente de substâncias gordurosas originárias dos despejos das cozinhas, de indústrias como matadouros e frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã, processamento do óleo, comestíveis e hidrocarbonetos de indústria de petróleo (Braile, 1983). P– Padrões Ambientais - Estabelece o nível ou grau de qualidade exigido pela legislação ambiental para parâmetros de um determinado componente ambiental. Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância, produto ou serviço) que é próprio ou adequado a um determinado propósito. Os padrões são estabelecidos pelas autoridades como regra para medidas de quantidade, peso, extensão ou valor dos elementos. Na gestão ambiental, são de uso corrente os padrões de qualidade ambiental e dos componentes do meio ambiente, bem como os padrões. Parque Nacional - Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, na recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Percolação - Movimento de penetração da água, no solo e subsolo. Este movimento geralmente é lento e vai dar origem ao lençol freático. Plano de Gestão - Conjunto de ações pactuadas entre os atores sociais interessados na conservação e/ou preservação ambiental de uma determinada área, constituindo projetos setoriais e integrados contendo as medidas necessárias à gestão do território. Plano de Manejo - Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade, segundo o Roteiro Metodológico. Plano Diretor - O Plano Diretor, aprovado por lei, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. Poluição - Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. População Economicamente Ativa (PEA) - É composta pelas pessoas de 10 a 65 anos de idade que foram classificadas como ocupadas ou desocupadas na semana de referência da pesquisa. Programa Nacional da Qualidade do Ar (PRONAR) - Programa de gestão ambiental de âmbito nacional gerenciado pelo IBAMA, instituído pela Resolução CONAMA nº 05, de 15/06/89, com o objetivo de regulamentar o controle da poluição do ar por meio da fixação de padrões de qualidade do ar, inventariar as fontes de emissão e incentivar o desenvolvimento tecnológico sobre o assunto. Estabelece um sistema de enquadramento do território segundo os usos, e cria uma rede nacional de monitoração, propondo uma seqüência de ações e os instrumentos de apoio e operacionalização do programa. Q– Qualidade Ambiental - O termo pode ser conceituado como juízo de valor atribuído ao quadro atual ou às condições do meio ambiente. A qualidade do ambiente refere-se ao resultado dos processos dinâmicos e interativos dos componentes do sistema ambiental, e define-se como o estado do meio ambiente numa determinada área ou região, como é percebido objetivamente em função da medição de qualidade de alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente em relação a determinados atributos, como a beleza da paisagem, o conforto, o bem-estar. R– Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN) - Imóvel de domínio privado em que, no todo ou em parte, sejam identificadas condições naturais primitivas, semiprimitivas e recuperadas, ou cujas características justifiquem ações de recuperação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas do Brasil. Devem ser assim reconhecidas e registradas pelo IBAMA, por determinação do proprietário e em caráter perpétuo. O imóvel será reconhecido como RPPN através de portaria da Presidência do IBAMA. Restinga - São acumulações arenosas litorâneas, de forma geralmente alongada e paralela à linha da costa, produzidas pelo empilhamento de sedimentos transportados pelo mar. Ocasionalmente, por acumulação eólica, podem ter maior altura. Ocorre em mosaico e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando de acordo com o estágio sucessional, um estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado, podendo originar uma mata de restinga (floresta de zona costeira). Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos S– Setor primário - Econ. Conjunto de atividades (agricultura, pecuária e extrativismo) voltadas à produção de mercadorias não transformadas. Setor secundário - Econ. Conjunto de atividades produtivas (Indústria de transformação, construção civil) voltadas à transformação de matérias primas em produtos acabados. Setor terciário - Econ. Conjunto de atividades produtivas (comércio e prestação de serviços em geral) de que não resultam bens tangíveis. Sismologia - Ciência que estuda os terremotos. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) - Conjunto organizado de áreas naturais protegidas através de Unidades de Conservação federais, estaduais, municipais e particulares que, planejado, manejado e gerenciado como um todo e constituído de forma a abranger comunidades bióticas geneticamente sustentáveis, é capaz de viabilizar os objetivos nacionais de conservação. Separador Água / Óleo - Nome técnico do sistema que permite coletar a água contaminada com combustíveis, óleo e partes sólidas, fazer a sua separação e encaminhar para a rede de esgoto água livre desses poluentes. É composta por 3 reservatórios, sendo que no primeiro acontece a retenção de sólidos; no segundo a separação da água e óleos; e na terceira, a água descontaminada é liberada para a rede de esgotos. Sumidouro - Poço destinado a receber o efluente da fossa séptica e permitir sua infiltração subterrânea. T– Tanque Séptico (Fossa Séptica) - Câmara subterrânea de cimento ou alvenaria onde são acumulados os esgotos de um ou vários prédios e onde os mesmos são digeridos por bactérias aeróbias e anaeróbias. Processada essa digestão, resulta o líquido efluente que deve ser dirigido a uma rede ou sumidouro. Taxa de urbanização - Percentagem da população da área urbana em relação à população total. U– Unidade de Conservação - Espaço territorial delimitado e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime específico de administração, ao qual se aplicam adequadas garantias de proteção. Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos V– Vazão - Volume de fluido que passa, em uma unidade de tempo, através de uma superfície (Exemplo: a seção transversal de um curso de água) (DNAEE, 1976). Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11 APÊNDICES Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.2 APÊNDICE II - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.3 APÊNDICE III - MAPA DE SOLOS (AID) Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.4 APÊNDICE IV - MAPA GEOLÓGICO (AID) Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.5 APÊNDICE V - MAPA GEOMORFOLÓGICO (AID) Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.6 APÊNDICE VI - MAPA SISMOLÓGICO (AID) Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.7 APÊNDICE VII - MAPA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (AID) Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos 11.8 APÊNDICE VIII - MAPA DE ÁREAS PROTEGIDAS (10 KM)
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