PCA do DEP 1 e 2A do CGR

Transcrição

PCA do DEP 1 e 2A do CGR
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
APRESENTAÇÃO
MRS Estudos Ambientais Ltda.
apresenta
o documento intitulado:
PLANO DE CONTROLE
AMBIENTAL - PCA
PARA AS UNIDADES 1 E 2-A DO
CENTRO DE GERENCIAMENTO
DE REJEITOS
Elaborado com base no Termo de Referência
emitido em novembro de 2005 pelo Ibama e
consolidado na sua redação final com as alterações
estabelecidas na Ata de Reunião do Ministério
Público Federal, no Rio de Janeiro, em 06 de março
de 2006. O mesmo disponibiliza informações
necessárias para o atendimento ao Contrato de
prestação de Serviço nº GCC A/CT 361/2007 entre
a contratante Eletrobrás Termonuclear e a
contratada MRS Estudos Ambientais Ltda.
O presente documento está sendo entregue em dez
vias impressas e dez vias digitais.
Março de 2009.
Alexandre Nunes da Rosa
MRS Estudos Ambientais Ltda.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ÍNDICE
1
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
2
HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................... 2
3
2.1
HISTÓRICO INICIAL DO LICENCIAMENTO NUCLEAR .................................................. 2
2.2
HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................ 3
2.3
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO INTERNACIONAL ............................................................... 4
2.4
PROCESSO DE COMPACTAÇÃO.................................................................................. 5
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................... 8
3.1
DESCRIÇÕES GERAIS .................................................................................................. 8
3.1.1
Objetivo ...................................................................................................................... 8
3.1.2
Descrição dos Prédios ................................................................................................ 9
3.1.2.1
Depósito 1 do CGR ............................................................................................. 9
3.1.2.2
Depósito 2-A do CGR........................................................................................ 12
3.1.3
Descrição do Projeto de Construção Civil.................................................................. 19
3.1.3.1
Depósito 1......................................................................................................... 19
3.1.3.2
Depósito 2-A ..................................................................................................... 21
3.1.4
Descrição das Modificações de Projeto ..................................................................... 27
3.1.5
Descrição da Infra-Estrutura e Manutenção Predial ................................................... 29
3.1.6
Descrição da Blindagem dos Edifícios....................................................................... 29
3.1.6.1
3.1.7
3.2
Metodologia básica de cálculo de espessura de blindagem ............................... 30
Descrição do Sistema de Drenagem Pluvial .............................................................. 30
CARACTERIZAÇÃO DOS REJEITOS........................................................................... 32
3.2.1
Conceituação e Classificação dos Rejeitos Estocados .............................................. 32
3.2.1.1
Radioatividade – Conceitos e Informações Suporte ........................................... 32
3.2.1.2
Tipos de Radiação ............................................................................................ 33
3.2.1.3
Outros Conceitos Importantes ........................................................................... 35
3.2.1.4
Definições – Rejeitos Radioativos...................................................................... 35
3.2.1.5
Estimativa de Geração de Rejeitos .................................................................... 36
3.2.2
Classificação dos Rejeitos Radioativos ..................................................................... 36
3.2.2.1
Rejeitos com Emissores BETA / GAMA ............................................................. 37
3.2.2.2
Rejeitos com Emissores ALFA........................................................................... 38
3.2.3
Descrição dos Tipos de Embalados Estocados ......................................................... 39
3.2.4
Características dos Embalados ................................................................................. 42
3.2.5
Caixas metálicas de 1m contendo rejeitos não compactáveis................................... 42
3.2.6
Capacidade de Armazenamento da Unidade 1 e 2-A do CGR................................... 43
3
i
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.7
Movimentação dos Embalados nos Depósitos 1 e 2-A .............................................. 43
3.2.8
Procedimentos de Transferência da Usina para os Depósitos ................................... 43
3.2.8.1
3.2.9
3.3
Etapas de Transferência dos Rejeitos................................................................ 45
Caracterização do Ativo Isotópico ............................................................................. 57
SISTEMA DE CONTROLE ............................................................................................ 58
3.3.1
Controle de Estocagem............................................................................................. 58
3.3.2
Programas de Inspeção ............................................................................................ 58
3.3.2.1
Dos embalados ................................................................................................. 58
3.3.2.2
Dos prédios e do sítio........................................................................................ 60
3.3.3
Gerenciamento da Disposição dos Embalados.......................................................... 61
3.3.4
Controle Ocupacional................................................................................................ 62
3.3.4.1
Definições ......................................................................................................... 62
3.3.4.2
Descrição .......................................................................................................... 62
3.3.5
Plano de Proteção Contra Incêndios ......................................................................... 62
3.3.5.1
Bases de Projeto ............................................................................................... 63
3.3.5.2
Análise de Riscos .............................................................................................. 64
3.3.5.3
Descrição do Sistema de Proteção contra Incêndios ......................................... 65
3.3.6
Projeto de Ventilação do Prédio ................................................................................ 66
3.3.6.1
3.3.7
Bases de Projeto ............................................................................................... 66
Descrição do Sistema funcional de ventilação dos depósitos..................................... 67
3.3.7.1
Proteção Radiológica ........................................................................................ 68
3.3.8
Monitoração da Taxa de Dose Local Interna ao Depósito 2-A.................................... 68
3.3.9
Monitoração da Taxa de Dose Local Externa na área do Depósito ............................ 68
3.3.10
Amostragem de Ar ................................................................................................ 69
3.3.10.1 Proteção Física ................................................................................................. 69
4
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL............................................................................................... 70
4.1
MEIO FÍSICO................................................................................................................ 70
4.1.1
Área de Influência Direta ........................................................................................... 70
4.1.2
Introdução................................................................................................................. 70
4.1.3
Aspectos Geológicos ................................................................................................ 70
4.1.3.1
Geologia Regional............................................................................................. 71
4.1.3.2
Geologia da Área de Influência.......................................................................... 79
4.1.4
Aspectos Geomorfológicos........................................................................................ 80
4.1.4.1
Unidades de relevo ........................................................................................... 81
4.1.4.2
Dinâmica do relevo............................................................................................ 83
4.1.4.3
Geomorfologia da Área de Influência Direta....................................................... 85
4.1.5
Aspectos Geotectônicos e Sismológicos ................................................................... 86
4.1.5.1
4.1.6
Aspectos Geotécnicos....................................................................................... 86
Sismologia ................................................................................................................ 96
ii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.6.1
Caracterização Local......................................................................................... 96
4.1.6.2
Breve histórico/monitoramento/estudo sismológico............................................ 96
4.1.6.3
Análise Sísmica................................................................................................. 97
4.1.7
4.1.7.1
Introdução ......................................................................................................... 98
4.1.7.2
Os recursos hídricos da região .......................................................................... 98
4.1.7.3
Águas superficiais ............................................................................................. 98
4.1.7.4
Qualidade das águas....................................................................................... 101
4.1.7.5
Águas marítimas ............................................................................................. 102
4.1.7.6
Águas subterrâneas ........................................................................................ 108
4.1.8
4.2
Recursos Hídricos..................................................................................................... 98
Meteorologia e Climatologia .................................................................................... 110
4.1.8.1
Metodologia .................................................................................................... 110
4.1.8.2
Área de referência........................................................................................... 110
MEIO BIÓTICO ........................................................................................................... 113
4.2.1
Área de Influência do Empreendimento ................................................................... 113
4.2.2
Bioma Mata Atlântica .............................................................................................. 114
4.2.3
Ecossistema Terrestre ............................................................................................ 116
4.2.3.1
Flora ............................................................................................................... 116
4.2.3.2
Fauna.............................................................................................................. 126
4.2.4
4.3
Ecossistema Aquático ............................................................................................. 150
4.2.4.1
Dulcícola ......................................................................................................... 150
4.2.4.2
Marinho........................................................................................................... 159
MEIO SOCIOECONÔMICO ........................................................................................ 186
4.3.1
Área de Influência Direta ......................................................................................... 187
4.3.2
Nível de Conhecimento da População da AID Quanto aos Riscos e Procedimentos das
Ações Emergenciais ........................................................................................................... 189
4.3.2.1
Ações de Esclarecimento Realizadas na AID quanto aos Riscos e Ações
Emergenciais.................................................................................................................. 189
4.3.2.2
4.4
5
Avaliação da Efetividade das Ações Realizadas .............................................. 191
SÍNTESE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA............................................................ 205
MONITORAMENTO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL DOS DEPÓSITOS 1 E 2-
A DO CGR................................................................................................................................. 217
5.1
OBJETIVO.................................................................................................................. 217
5.2
HISTÓRICO................................................................................................................ 217
5.3
SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS ................................................................... 223
5.4
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL IMPLANTADO... 229
6
DESCOMISSIONAMENTO ................................................................................................ 230
7
PROJETOS FUTUROS ...................................................................................................... 231
iii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
7.1
PROJETOS DE AMPLIAÇÃO (CONTEXTO HISTÓRICO) ........................................... 231
7.2
PROJETO DE INSTALAÇÃO ASSOCIADA (CONTEXTO HISTÓRICO)....................... 231
7.3
SISTEMA DE TRATAMENTO LOCAL DE REJEITOS .................................................. 232
7.3.1
7.4
Fatores que podem extender a autonomia do CGR ................................................. 232
MOVIMENTAÇÃO E REMOÇÃO DE EMBALADOS..................................................... 232
8
CONCLUSÕES .................................................................................................................. 234
9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 235
10
GLOSSÁRIO...................................................................................................................... 244
11
APÊNDICES ...................................................................................................................... 260
11.1
APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO............................................... 261
11.2
APÊNDICE II - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA ..................................... 263
11.3
APÊNDICE III - MAPA DE SOLOS (AID)...................................................................... 265
11.4
APÊNDICE IV - MAPA GEOLÓGICO (AID).................................................................. 267
11.5
APÊNDICE V - MAPA GEOMORFOLÓGICO (AID)...................................................... 269
11.6
APÊNDICE VI - MAPA SISMOLÓGICO (AID) .............................................................. 271
11.7
APÊNDICE VII - MAPA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (AID) ...................................... 273
11.8
APÊNDICE VIII - MAPA DE ÁREAS PROTEGIDAS (10 KM) ......................................... 275
iv
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Número de embalados de rejeitos sólidos radioativos armazenados entre o período de
1982 a 2007 ................................................................................................................................... 6
Figura 2 - Visualização do CGR ..................................................................................................... 9
Figura 3 – Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR...................... 10
Figura 4 - Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR ...................... 11
Figura 5 - Esquema da distribuição dos embalados da Unidade 2-A do CGR ............................... 12
Figura 6 - Mesa de Controle da Sala de Controle do Depósito 2-A, 2008...................................... 13
Figura 7 – Arranjo Geral dos Depósitos do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008................................ 14
Figura 8 - Fachada do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008 ........................................ 15
Figura 9 - Aspectos Internos do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008.......................... 16
Figura 10 - Fachada do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008................................... 17
Figura 11 – Aspectos Internos do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008.................... 18
Figura 12 - Vista das empilhadeiras do Depósito 1 do CGR, 2008 ................................................ 19
Figura 13 - Corte do telhado do Depósito 1 do CGR..................................................................... 20
Figura 14 – Vista da Fachada do Depósito 1 e da lateral da parede do Depósito 2-A antes da
construção do Depósito 2-B no CGR, 1998. ................................................................................. 20
Figura 15 - Vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998................ 21
Figura 16 - Corte transversal do Depósito 2-A do CGR................................................................. 25
Figura 17 - Vista do corte do telhado do Depósito 2-A do CGR..................................................... 26
Figura 18 - Equipamento componente do CFTV da área externa do CGR, 2008........................... 26
Figura 19 - Esquema do Sistema de Ventilação dos Depósitos 1 e 2-A do CGR........................... 28
Figura 20 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de
cimento construído no topo do paredão rochoso, 2004................................................................. 31
Figura 21 - Poder de Penetração das Emissões Alfa, Beta e Gama.............................................. 33
Figura 22 - Filtros (F), 2002 .......................................................................................................... 37
Figura 23 - Rejeito Não Compactado (RNC) esperando por processo de corte e descontaminação,
2002 ............................................................................................................................................ 37
Figura 24 - Tambores de 200L no Depósito 1............................................................................... 40
Figura 25 - Caixas metálicas armazenadas no Depósito 2-A ........................................................ 41
Figura 26 – Local no pátio da Usina de Angra 1 onde são embarcados os embalados dos rejeitos.
Fonte: Eletronuclear, 2004. .......................................................................................................... 47
Figura 27 – Trecho inicial da rota de transferência no pátio interno de Angra 1, entre o local de
embarque e a subestação elétrica, com aproximadamente 80 metros. ......................................... 47
Figura 28 – Caminhão de transporte dos rejeitos encapsulados, carregando 4 tambores e uma
caixa metálica, percorrendo o segundo trecho da rota (Rua 3) com 110 metros de distância,
aproximadamente,
entre
a
subestação
de
energia
e
a
portaria
de
Angra
1,
ainda dentro do pátio da Usina. .................................................................................................... 48
v
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 29 – Caminhão aproximando-se dos portões da portaria de Angra 1. Observa-se que o
caminhão possui placas (4 ao total) de sinalização de radiação e mantém os faróis acesos por
motivos de sinalização e segurança. ............................................................................................ 48
Figura 30 – Caminhão atravessando o segundo portão de acesso ao lado da guarita principal de
Angra 1. Observam-se as outras duas placas de sinalização de radiação que estão colocadas nos
quatro lados do caminhão e no canto direito da foto a Pick-up de segurança que está aguardando o
caminhão para acompanhá-lo por todo o percurso sinalizando para possíveis interferências no
caminho. ...................................................................................................................................... 49
Figura 31 – Caminhão no final do segundo trecho (Rua 1), ao lado da subestação....................... 49
Figura 32 – Início ascendente do trecho de acesso ao CGR, com aproximadamente 950 metros,
onde se observa novamente a Pick-up como batedora do caminhão. Nota-se na foto que ambos os
veículos estão com os faróis acesos. ........................................................................................... 50
Figura 33 – Córrego existente na encosta situado no lado esquerdo (sentido Angra 1 – CGR) do
trecho ascendente da rota de transferência. ................................................................................. 50
Figura 34 – Metade do caminho no trecho de acesso ao CGR, onde se observa ao fundo o silo da
central de produção de concreto. ................................................................................................. 51
Figura 35 – Final do trecho de acesso ao CGR onde se observa a aproximação do caminhão que
até este momento encontra-se escoltado pela Pick-up de segurança. .......................................... 51
Figura 36 – Caminhão entrando pelo portão de acesso ao Depósito 1 acompanhado por um técnico
da Proteção Radiológica. ............................................................................................................. 52
Figura 37 – O deslocamento dos tambores para a carroceria do caminhão é realizado pelo
motorista do caminhão que aciona e controla o braço mecânico e por um técnico responsável pela
marcação do tambor e pelo ajuste da garra do braço mecânico no tambor................................... 52
Figura 38 – Armazenagem do embalado dentro do Depósito 1. Observa-se que esta estocagem é
extremamente controlada dentro do Unidade, pois todo o chão encontra-se dividido em células. . 53
Figura 39 – Controle realizado por um técnico da Proteção Radiológica que acompanha o
deslocamento dos rejeitos, monitorando e registrando o transporte dos mesmos. Observa-se que o
técnico está com uma planilha na mão fazendo o registro dos embalados.................................... 53
Figura 40 – Sala de Operação da ponte rolante onde o técnico da Proteção Radiológica encontrase operando a mesma no deslocamento e acondicionamento da caixa metálica. ......................... 54
Figura 41 – Após o desembarque os tambores são estocados no Depósito 1 com auxílio de uma
empilhadeira. Observa-se que todos os tambores estão sinalizados e etiquetados....................... 54
Figura 42 – Aproximação do caminhão na garagem de desembarque do Depósito 2-A, onde será
desembarcada a caixa metálica através da ponte rolante. ............................................................ 55
Figura 43 – Técnico sinaliza a caixa metálica já etiquetada antes do deslocamento da mesma para
o Depósito 2-A por meio da ponte rolante..................................................................................... 55
Figura 44 – Deslocamento da caixa metálica através da ponte rolante. A mesma passará pelo vão
para o Depósito 2-A e será acondicionada no mesmo. ................................................................. 56
vi
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 45 – Após o acondicionamento da caixa metálica, o técnico solta os engates para o
recolhimento da ponte rolante. ..................................................................................................... 56
Figura 46 - Ponte rolante do Depósito 2-A da Eletronuclear.......................................................... 59
Figura 47 - Monitor externo e Painel de Controle de Radiação ..................................................... 60
Figura 48 -– Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha ......................... 91
Figura 49– Muro de gabião instalado na porção superior da encosta, 2002 .................................. 91
Figura 50 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões, 2002 .............................................................................................................................. 92
Figura 51 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões, 2002 .............................................................................................................................. 92
Figura 52 – Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame
de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2, 2002 ................... 93
Figura 53 – Porção do paredão da pedreira que fica atrás dos Depósitos 1 e 2-A do CGR.
Apresentam-se na porção superior direita da foto evidências de um antigo deslizamento de solo na
encosta inclinada, onde atualmente a rocha encontra-se aflorante, 2002 ..................................... 94
Figura 54 – Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para
verificação da profundidade e estabilidade dos solos, 2002.......................................................... 94
Figura 55 – Bacias Hidrográficas próximas a CNAAA ................................................................... 99
Figura 56 - Esquema dos locais de captações de água da CNAAA ............................................ 101
Figura 57 – Cobertura Vegetal e tipos vegetacionais encontrados em 2005 nos municípios de
Angra dos Reis e Parati, estado do Rio de Janeiro ..................................................................... 115
Figura 58 – Núcleos populacionais inseridos na AID .................................................................. 188
Figura 59 – Folha interna do calendário de 2008, meses de janeiro e fevereiro .......................... 190
Figura 60 - Percentual de moradores por sentimento de segurança em residir próximo à CNAAA
(2002) ........................................................................................................................................ 192
Figura 61 - Percentual de moradores que se sentem suficientemente informados ou não sobre o
funcionamento da CNAAA (2002)............................................................................................... 193
Figura 62 – Respostas da população sobre a pergunta 1 ........................................................... 197
Figura 63 – Respostas da população sobre a pergunta 2 ........................................................... 197
Figura 64 – Respostas da população sobre a pergunta 3 ........................................................... 197
Figura 65 – Respostas da população sobre a pergunta 4 ........................................................... 197
Figura 66 – Respostas da população sobre a responsabilidade pelo Plano de Emergência ........ 198
Figura 67 – Respostas da população sobre a pergunta 1 ........................................................... 198
Figura 68 – Respostas da população sobre a pergunta 2 ........................................................... 198
Figura 69 – Respostas da população sobre a pergunta 3 ........................................................... 199
Figura 70 – Respostas da população sobre a pergunta 4 ........................................................... 199
Figura 71 - Tempo de trabalho na DIPR.O (percentual de funcionários por anos de trabalho)..... 203
Figura 72 – Localização dos primeiros pontos de monitoração radiológica ................................. 218
Figura 73 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R01 e R02 do CGR, em 1992 .... 219
vii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 74 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R03 e R04 do CGR, em 2004. ... 222
Figura 75 - Gráfico das médias dos valores medidos com o Dosímetro Termoluminescente nos 05
pontos de monitoração ambiental radiológica ............................................................................. 227
Figura 76 – Controle de acesso de pessoas, com monitoramento radiológico............................. 228
Figura 77 – Dosímetros individuais eletrônicos e filmes dosimétricos.......................................... 228
viii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Quantificação dos embalados do Lado de Baixa Atividade da Unidade 1 do CGR ....... 10
Tabela 2 - Quantificação dos embalados do Lado de Média Atividade da Unidade 1 do CGR....... 11
Tabela 3 – Quantificação dos embalados da Unidade 2-A do CGR .............................................. 13
Tabela 4 - Propriedades dos Tipos de Radiação .......................................................................... 33
Tabela 5- Volume de rejeitos produzidos por ano em uma planta típica de 1000 MWe ................. 36
Tabela 6– Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Beta/Gama .................................. 37
Tabela 7 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Beta/Gama ................................... 38
Tabela 8 - Classificação dos Rejeitos Gasosos com Emissores Beta/Gama ................................. 38
Tabela 9 - Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Alfa ............................................. 38
Tabela 10 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Alfa ............................................. 39
Tabela 11 – Quantidade armazenada de embalados dos Depósitos 1 e 2-A................................. 43
Tabela 12 – Sinalização dos Embalados de Rejeito...................................................................... 44
Tabela 13 – Caracterização isotópica dos Depósitos 1 e 2-A........................................................ 57
Tabela 14 – Locais de coleta e tipo de análise realizadas nas águas marítimas.......................... 107
Tabela 15 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem – Águas Marítimas
.................................................................................................................................................. 108
Tabela 16 – Análises previstas para a potabilidade da água....................................................... 109
Tabela 17 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata
Atlântica no Estado do Rio de Janeiro no Período 2000-2005..................................................... 114
Tabela 18– Espécies representantes da Floresta Ombrófila Densa. ........................................... 117
Tabela 19 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação
da CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava – Vegetação
secundária ................................................................................................................................. 121
Tabela 20 - Listagem das Espécies de Anfíbios encontradas na área de influência do
empreendimento ........................................................................................................................ 127
Tabela 21 - Listagem das Espécies de Répteis .......................................................................... 128
Tabela 22 – Espécies de aves de Mata Atlântica registradas em literatura, na área relativa ao
Diagnóstico Ambiental................................................................................................................ 130
Tabela 23 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição setentrional registradas na Área do
Diagnóstico Ambiental................................................................................................................ 133
Tabela 24 - Listagem das Espécies de Aves registradas por meio de levantamento secundário na
Área do Diagnóstico Ambiental .................................................................................................. 135
Tabela 25 - Espécies de Aves aquáticas observadas nos manguezais do Bracuhy, Cansado e
Ariró........................................................................................................................................... 146
Tabela 26 - Espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis............................................................................... 147
Tabela 27 - Táxons fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola.................................................... 151
ix
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Tabela 28- Espécies de peixes nativas dos rios que fluem para a baía da Ilha Grande ............... 156
Tabela 29 - Espécies de peixes estudadas e seus respectivos períodos de atividade e hábitos
alimentares, segundo Vianna & Caramashi (1990) ..................................................................... 158
Tabela 30 - Lista de Espécies de Peixes Dulcícolas Amostradas................................................ 159
Tabela 31 – Fitoplâncton – Lista de espécies. ............................................................................ 160
Tabela 32 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton levantados ................................. 165
Tabela 33 - Táxons de fitobentos e zoobentos da AID do empreendimento ................................ 169
Tabela 34 - Zoobentos encontrados na AID do empreendimento................................................ 173
Tabela 35 - Ocorrências de espécies de peixes por sub-áreas da baía da Ilha Grande segundo
Anjos (1993) .............................................................................................................................. 179
Tabela 36 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no saco Piraquara de Fora, amostradas nas
coletas de arrasto de fundo realizadas pela Eletronuclear .......................................................... 183
Tabela 37 - Relação de local, data e número de pessoas presentes nas palestras informativas
realizadas .................................................................................................................................. 195
Tabela 38 - Parâmetros e as questões-chave adotadas como indicadores de monitoração da
pesquisa .................................................................................................................................... 196
Tabela 39 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas ................... 197
Tabela 40 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas ................... 198
Tabela 41 - Positividade nas respostas quanto ao estado de entendimento das informações
avaliadas ................................................................................................................................... 199
Tabela 42 - Cursos realizados pelos funcionários da DIPR.O (%)............................................... 204
Tabela 43 - Taxas de aprovação dos funcionários da DITR.O em cursos realizados nos anos de205
Tabela 44 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R1 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 223
Tabela 45 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R2 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 224
Tabela 46 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R3 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 225
Tabela 47 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R4 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 225
Tabela 48 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R5 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente................................................................................................... 226
Tabela 49- Quantitativo dos tambores betuminizados................................................................. 232
Tabela 50- Quantitativo de tambores compactáveis em Angra 2 menor. ..................................... 232
x
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
SIGLAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
AID
Área de Influência Direta
ALARA
As Low As Reasonable Activable
AOI
Autorização para a Operação Inicial
APO
Autorização Provisória para a Operação
CFTV
Circuito Fechado de TV
CGR
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
CNAAA
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
CNEN
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNPE
Conselho Nacional de Política Energética
CTF
Cadastro Técnico Federal
DTS
Diversified Technologies Services
ESAR
Estação Sismográfica de Angra dos Reis
FEEMA
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FSAR
GAN
Final Safety Analysis Report (Relatório Final de Análise de Segurança RFAS)
Alto Nível de Radiação de Gases
GBN
Baixo Nível de Radiação de Gases
GMN
Médio Nível de Radiação de Gases
HEPA
High Efficiency Particulate Air
IAEA
Agência Internacional de Energia Atômica
IAG
Instituto de Astronomia e Geofísica
IRB
Instituto de Resseguros do Brasil
LAN
Alto Nível de Radiação de Líquidos
LBA
Lado de Baixa Atividade
LBN
Baixo Nível de Radiação de Líquidos
LI
Licença de Instalação
LMA
Laboratório de Monitoração Ambiental
LMA
Lado de Média Atividade
LMN
Médio Nível de Radiação de Líquidos
xi
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
LO
Licença de Operação
LP
Licença Prévia
NT
Norma Técnica
PCA
Plano de Controle Ambiental
SAN
Alto Nível de Radiação de Sólidos
SBN
Baixo Nível de Radiação de Sólidos
SMN
Médio Nível de Radiação de Sólidos
SPPR
Sistema de Posicionamento da Ponte Rolante
USP
Universidade de São Paulo
VBA
Embalados de Concreto Armado para Transporte e Armazenamento de
Rejeitos
xii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Razão Social:
ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A. - Eletronuclear
Registro Legal (CNPJ):
42.540.211/0001-67
Cadastro Técnico (CTF)
54222
Endereço Completo:
Sede: Rua da Candelária, nº 65, Centro CEP: 20.091-906 – Rio de Janeiro – RJ
CNAAA: Rodovia Rio-Santos (BR-101) km 522 – Itaorna, CEP 23.900-000
Angra dos Reis - RJ
Telefone / FAX:
(24) 3362-9000
(21) 2588-7000 / 2588-7200
Othon Luiz Pinheiro da Silva – Diretor Presidente
CPF: 135.734.037-00
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7018 / 2588-7212
E-mail: [email protected]
Pérsio José Gomes Jordani – Diretor de Planejamento, Gestão e Meio
Ambiente
CPF: 109.681.057-34
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7019 / 2588-7213
E-mail: [email protected]
Representantes Legais:
Pedro José Diniz de Figueiredo – Diretor de Operação e Comercialização
CPF: 020.040.627-20
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7045 / 7214
E-mail: [email protected]
Luiz Soares – Diretor Técnico
CPF: 546.971.157-91
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7050 / 7214
E-mail: [email protected]
Paulo Sérgio Petis Fernandes – Diretor de Administração e Finanças
CPF: 100.379.007-06
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7040 / 7211
E-mail: [email protected]
Contato:
Eduardo Grand Court – Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente
CPF: 381.311.887-87
Endereço: Rua da Candelária, 65, 9º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7503 / 2588-7253
E-mail: [email protected]
xiii
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA
Razão Social:
MRS Estudos Ambientais Ltda.
Registro Legal:
CNPJ: 94.526.480/0001-72
Cadastro Técnico (CTF)
196.3572
CREA:
82.171
Matriz: Avenida Praia de Belas nº 2.174 Ed. Centro Profissional Praia de Belas,
sala 403 Bairro Menino Deus Porto Alegre, RS
Endereço Completo:
Filial Distrito Federal: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – – Ed. Multiempresarial –
Brasília, DF – CEP: 70.340-000
Matriz: (51) 3029-0068
Telefone / FAX:
Filial Distrito Federal: (61) 3201-1800
Matriz: [email protected]
E-mail:
Filial Distrito Federal: [email protected]
Sócios:
Contato:
Luciano César Marca - Geólogo
Alexandre Nunes da Rosa – Geólogo
Alexandre Nunes da Rosa – Sócio-Diretor
CPF: 339.761.041-91
Endereço: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – Ed. Multiempresarial – Brasília, DF
– CEP: 70.340-000
Telefone / FAX: (61) 3201-1800
E-mail: [email protected]
xiv
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
EQUIPE TÉCNICA
Nome
Função
Registro
Profissional
CTF/IBAMA
Assinatura
Coordenador Geral
Alexandre Nunes da
Rosa
Geólogo
66.876/D
CREA-RS
225.743
Coordenação Técnica
Yone Melo de
Figueiredo Fonseca
Bióloga
4 08785/90-D
CRBio
1.509.550
Equipe Meio Físico
Adriano Coutinho de
Lima
Eng Civil
15.972/D
CREA-DF
3.168.196
Catarina Mao
Arquiteta
007320-D
CREA/RS
294.809
Eunice Porto Câmara
Engª Civil
7842/D
CREA-AC
309.838
Heider Damas Vieira
Eng
Ambiental
14.132/D
CREA-DF
2.449.176
Juliane Chaves da
Silva
Eng
Ambiental
15.376/D
CREA-DF
1783367
Luciano Cezar Marca
Geólogo
21158/D
CREA-PR
306.766
Michele Mitie Arake
Fragoso
Eng Civil
78673/D
CREA-PR
3236045
Zelaine do Souza
Caixeta
Química
121005/37
CRQ-12
2.468.328
o
o
a
a
Equipe Meio Biótico
Helena Maia de A.
Figueiredo
Engª
Florestal
15.189/D
CREA-DF
2.235.332
Janderson Brito
Pereira
Biólogo
4 37854/04-D
CRBio
469.096
xv
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome
Função
a
Registro
Profissional
CTF/IBAMA
Lízia do Lago Murbach
Eng
Agrônoma
3729/D
CREA-RO
2.223.461
Luciana Arutim Adamo
Bióloga
57278/04-D
CRBio
1.725.328
Samanta Balsini
Peixoto
Bióloga
25.680-3/D
CRBio-3ª
681.570
Yone Melo de
Figueiredo Fonseca
Bióloga
4 08785/90-D
CRBio
1.509.550
Assinatura
Equipe Meio Socioeconômico
Carla Valesca de
Moraes
Socióloga
-
97.418
Luciana Arutim Adamo
Bióloga
57278/04-D
CRBio
1.725.328
Luciana Gonçalves
Leite Cintra
Eng
Ambiental
12931/D
CREA-DF
705.763
Luis Fernando
Medeiros
Geógrafo
8273/D
CREA-MT
2.318.542
a
Geoprocessamento e SIG
a
Juliane Chaves da
Silva
Eng
Ambiental
Wellington Mesquita
de Carvalho
Eng
Ambiental
o
15.376/D
CREA-DF
1.783.367
15.310/D
CREA-DF
2.207.194
Equipe de Apoio
Daniela Cappellesso
Mangoni
Estagiária
-
2.665.210
Lilian Moreira Oliveira
Estagiária
-
2.864.761
xvi
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
1
INTRODUÇÃO
A Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear é uma sociedade de economia mista,
subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás. Criada para explorar
atividades nucleares para a geração de energia elétrica em nome da União, a empresa é
proprietária da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, onde se encontram
instaladas, e em operação, duas usinas nucleares: a Unidade 1 (Angra 1) e a Unidade 2
(Angra 2).
A Unidade 1 da CNAAA, em operação desde o início da década de 80, é responsável pela
contribuição para o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, bem como do país, por
meio de geração de energia elétrica.
Dentre as questões mais importantes na operação de uma usina nuclear está a qualidade
do gerenciamento de seus resíduos e rejeitos, além dos efluentes e emissões produzidos,
permitindo, assim, o controle e avaliação dos possíveis impactos ambientais gerados.
Os rejeitos sólidos produzidos pela Unidade 1 da CNAAA (Angra 1) são classificados em
relação à atividade como Baixo e Médio Níveis, conforme os valores de taxa de dose
medidos na superfície dos embalados. Para o armazenamento de rejeitos de Angra 1 é
utilizado o Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR, que atualmente conta com três
unidades operacionais: Depósito 1, Depósito 2, que compreende dois compartimentos
denominados “A” e “B”, e Depósito 3.
Este trabalho tem por objetivo consolidar os estudos ambientais desenvolvidos para
fundamentar a solicitação de licenciamento ambiental das Unidades 1 e 2-A do Depósito
Inicial de Rejeitos de Baixa e média atividades, localizadas no município de Angra dos
Reis, estado do Rio de Janeiro.
O estudo teve como base o Termo de Referência emitido pelo IBAMA, e consolidado em
Ata de Reunião do Ministério Público Federal, promovendo a caracterização do
empreendimento, diagnóstico ambiental das áreas potencialmente impactáveis pela sua
operação e abordando os eventuais impactos ambientais gerados. São ainda tratados
neste estudo, o monitoramento ambiental radiológico operacional, o descomissionamento
e projetos futuros.
O desenvolvimento dos trabalhos ocorreu a partir da formação de equipe interdisciplinar,
tendo sido aplicadas metodologias específicas para a elaboração de cada item enfocado
nos estudos. Em um primeiro momento, foi efetuada busca por dados bibliográficos com
vistas a fornecer um conhecimento preliminar da situação regional. Posteriormente, foram
coletados dados de campo para embasar o entendimento da operação dos depósitos e as
respostas aos itens exigidos no Termo de Referência.
1
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
2
2.1
HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO
HISTÓRICO INICIAL DO LICENCIAMENTO NUCLEAR
No final da década de 70, com a proximidade da entrada em operação de Angra 1, a
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN – não possuía um Depósito definitivo
para estocagem de rejeitos radioativos, dessa forma, iniciaram-se os entendimentos entre
a CNEN e FURNAS Centrais Elétricas S.A., na ocasião responsável pela usina, para a
definição da área de estocagem dos rejeitos radioativos de baixa e média atividades
gerados pela operação da usina.
FURNAS encaminhou à CNEN proposta para armazenar os rejeitos em edificações a
serem construídas dentro da sua área de propriedade, na praça proveniente das
escavações da antiga pedreira, então desativada.
Em 1980, a CNEN concedeu autorização para a instalação do Depósito Intermediário de
Rejeitos Radioativos de Baixa e Média Atividades na área proposta, estabelecendo que
os critérios de projeto, os Planos de Proteção Física, de Proteção Radiológica e de
Monitoração deveriam ser apresentados para apreciação da CNEN.
A Unidade 1 deste Depósito foi construída em 1980/1981, com a capacidade prevista para
armazenar 2.432 tambores de 200 L, sendo 1.488 de baixa atividade e 944 de média
atividade, além de uma área para permitir o manuseio de tambores.
Em 1981, após a conclusão de Angra 1, a CNEN concedeu a Autorização Provisória para
a Operação – APO de Angra 1, pela Resolução CNEN – 10/81, emitida em 15 de
setembro de 1981, onde esta questão foi tratada especificamente no item 8 –
Acondicionamento e Armazenagem de Rejeitos Radioativos:
8.1 As edificações para armazenamento de rejeitos radioativos sólidos e
solidificados, gerados pela CNAAA 1 são considerados como parte
integrante da instalação, devendo, portanto, serem aplicados os
requisitos dos Planos de Proteção Física, de Emergência e de Proteção
Radiológica.
Em 1987, a CNEN emitiu a Autorização para a Operação Inicial – AOI de Angra 1,
aprovando sua Avaliação de Segurança no Relatório Final de Comissionamento, fazendo
referência expressa à condicionante 8 da APO para mantê-la, bem como determinando
que FURNAS implementasse um novo Sistema de Solidificação de Rejeitos.
Tendo em vista a instalação do novo Sistema de Solidificação de Rejeitos Radioativos,
FURNAS iniciou em 1991 a construção da Unidade 2-A do CGR. O projeto foi concebido
de forma modular, dividido em duas partes. A primeira foi concluída em 1992, com a
capacidade prevista para armazenar 621 Liners para atender a implantação do novo
2
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
sistema de solidificação de rejeitos radioativos de Angra 1. A construção do Módulo B
ficou para ser definida em função das necessidades futuras, sendo dependente, ainda, de
uma possível construção do Depósito Definitivo pela CNEN.
Em 1994, por meio da Portaria nº 344, de 7 de dezembro, foi outorgada à FURNAS a
Autorização para a Operação Permanente – AOP de Angra 1, e o Depósito Inicial faz
parte das condicionantes desta autorização:
14.10 Implementação do Programa de Testes de Embalagem destinadas
ao transporte de rejeitos radioativos hoje produzidos e armazenados no
depósito provisório da CNAAA – 1, conforme estabelecido pela CNEN,
quando da construção do repositório. Os destinos dos rejeitos radioativos
produzidos pela instalação serão estabelecidos futuramente pela CNEN.
2.2
HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
No entanto, em 1989 a Lei no 7804 de 18/07/89, transferiu da CNEN para o IBAMA o
Licenciamento Ambiental de Instalações Nucleares.
Em 1998, foi transferida a propriedade de Angra 1-CNAAA de Furnas Centrais Elétricas
para a Eletronuclear.
Em 1999, tendo conhecimento da necessidade de adequar o licenciamento de Angra 1 a
legislação vigente, a Eletronuclear solicitou ao IBAMA através da carta P250/99, de
19/11/99, a elaboração de um TR - Termo de Referência que definisse o escopo dos
trabalhos necessários a regulamentação desta Usina ao Licenciamento Ambiental e o
instrumento de licenciamento a ser aplicado.
Em 2001, foi assinado o TCAC relativo ao licenciamento ambiental de Angra 2, em que no
item Disposições Gerais, Cláusula Décima Sexta, exigiu a regularização das Unidades 1 e
2 do DIRR (Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos), atual CGR – Centro de
Gerenciamento de Rejeitos, que deveria ser realizada no âmbito do Compromisso de
Ajustamento de Conduta que será firmado quando da regularização do licenciamento
ambiental de Angra 1.
Em 2005, foi emitido o TR para o PCA de Angra 1 e para os Depósitos 1 e 2-A, e
consolidado em Ata de Reunião do Ministério Público Federal em 2006, documento base
para o Plano de Controle Ambiental aqui apresentado para regularização desses
empreendimentos junto ao IBAMA.
É bom lembrar ainda, que mesmo que o licenciamento anterior dessas unidades fosse
apenas no âmbito nuclear, para o licenciamento de Angra 1 onde se incorporam as
unidades 1 e 2-A do CGR, houve antes das licenças obtidas junto a CNEN uma série de
levantamentos e estudos no sítio e na região onde foi implantada Angra 1, nos meios
físico, biótico e socioeconômico contidos no FSAR de Angra 1 (Relatório Final de Análise
3
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
de Segurança) que foram usados como background de informações para o
monitoramento posterior da área onde foi implantada a Usina de Angra 1 e os seus
depósitos.
2.3
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO INTERNACIONAL
Para esses tipos de rejeitos, praticamente todos os países possuem repositórios com
tecnologias de armazenamentos semelhantes aos do CGR da CNAAA e os mesmos
obedecem aos mais rígidos critérios internacionais de armazenamento, sendo
inspecionados periodicamente, pela CNEN e ANEEL, nacionalmente, além de Agência
Internacional de Energia Atômica - IAEA, internacionalmente.
Ressalta-se que na França, Inglaterra, entre outros países da Europa, os rejeitos
radioativos eram depositados nos oceanos, o primeiro repositório do mundo. Em 1986,
um acordo internacional determinou que esse tipo de descarte apenas poderia ser
realizado quando fosse comprovado que os elementos radioativos pudessem ser diluídos,
sem prejuízo para a fauna e a flora marítimas.
Desta forma, a alternativa foi armazenar os rejeitos de baixa e média atividades em
tambores e acondicioná-los temporariamente em montanhas e valas.
Atualmente, a França aprisiona 20 mil metros cúbicos de lixo radioativo em armazéns de
concreto da Instalação Nuclear de La Hague, no noroeste do país, aguardando destino
definitivo. Com planos de enterrar o material de alto nível de radioatividade, os
pesquisadores franceses investigam quatro tipos de sepulturas: solos de xisto, de sal, de
granito e de argila.
Em 2006, a França aprovou uma lei segundo a qual o depósito subterrâneo dos resíduos
a grande profundidade é sua solução preferida e definiu um cronograma para cumprir seu
objetivo. Em 2015, a França terá concedido alvará para um sítio subterrâneo de
armazenamento permanente, e até 2025 ele já deverá estar em condição operacional. A
lei também estipula que deverá ser possível remover os contêineres de lixo a qualquer
momento durante até 100 anos, data limite que deverá ser dilatada, à medida que o
processo for progredindo.
Enquanto isso, a França construirá novas unidades de armazenagem temporária e um
protótipo de reator que acelerará a decomposição de elementos radioativos do lixo
nuclear.
Outra possibilidade que se apresenta para reduzir o efeito prolongado de armazenamento
de resíduos é a utilização da transmutação atômica e a separação de elementos,
denominado reatores subcríticos acionados por aceleradores.
4
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
O Plano Diretor 2006-2010 do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, destinado ao
desenvolvimento da pesquisa da física no Brasil, estabeleceu como objetivo específico a
contribuição para o programa de sistemas avançados de energia nuclear desenvolvido
pela CNEN nas áreas de reatores subcríticos acionados por aceleradores e fusão nuclear
controlada.
Este sistema se apresenta, talvez, como a mais promissora alternativa para transmutação
de resíduos radioativos de alta atividade, principalmente elementos transurânicos, com
ganho de energia.
2.4
PROCESSO DE COMPACTAÇÃO
Os sólidos considerados compressíveis são rejeitos radioativos de baixa e média
atividades, como luvas, roupas, utensílios e equipamentos de segurança, que são
compactados em embalagens comuns (tambores de 200 L). As resinas de troca iônica
exauridas e o concentrado do evaporador são encapsulados em Liners e imobilizados em
matriz sólida de cimento. Os filtros e os rejeitos não compactáveis são também
imobilizados com cimento, onde o primeiro é adicionado em tambores de 200 L e o
segundo em caixas metálicas de 1 m3.
O processo de compactação de rejeitos radioativos de baixa e média atividades consiste
na aplicação de uma força de compressão em cada recipiente, comprimindo os rejeitos
dentro da embalagem. Na medida em que os rejeitos são comprimidos, outros rejeitos são
depositados dentro da mesma embalagem e aplicada nova força para sua compactação.
Ao completar o enchimento da embalagem, o embalado segue para a deposição
temporária nos depósitos iniciais de rejeitos.
Esse processo de compactação iniciou-se em 1983, objetivando o atendimento aos
critérios gerais de aceitação estabelecidos pela CNEN. Foram e são aplicados à
embalagem e ao embalado uma pressão igual ou superior a 500 kPa para compactar os
rejeito sólido compressível, visando a redução do volume dos rejeitos armazenados.
Em Angra 1, até 1998 a embalagem e a solidificação dos rejeitos foi feita em tambores de
200 L de capacidade e, a partir daí, Liners com capacidade de armazenar 1 m3 para o
caso de concentrados e de 0,5 m3 para as resinas passaram a ser utilizados. Por meio de
um processo de segregação, 1.701 recipientes foram manipulados e reduzidos para 425,
o que resultou na eliminação de 1.276 recipientes, uma redução de 75%. Adicionalmente,
em 2006, foram supercompactados 2027 recipientes de rejeito compactado. Esse trabalho
reduziu bastante o volume de estocagem no Depósito 1, disponibilizando espaço
equivalente a cinco anos de operação de Angra 1.
5
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Na Figura 1 são apresentados o quantitativo de embalados compressíveis e o quantitativo
total de rejeitos sólidos gerados entre 1982 a 2007.
Figura 1 - Número de embalados de rejeitos sólidos radioativos armazenados entre o período de 1982
a 2007
Fonte: Eletronuclear, 2008.
No Depósito 1 são armazenados os embalados de rejeitos sólidos de baixa e média
atividades de Angra 1 em recipientes de 200 L. No Depósito 2-A, por sua vez, são
armazenados os embalados contendo os seguintes tipos de rejeitos: resina do circuito
primário, concentrado do evaporador em Liners e rejeitos não compactável em recipientes
metálicos (caixas), provenientes de Angra 1.
2.4.1 SUPERCOMPACTAÇÃO
No início do ano de 2005, a Eletronuclear encaminhou o relatório GMO.O-001/2005, que
tratava da proposta de supercompactação de tambores de rejeitos compressíveis
armazenados nos Depósitos Iniciais da CNAAA (Depósito Inicial de Rejeitos Radioativos 1
e Depósito Inicial KPE do Edifício Auxiliar do reator em Angra 2). O objetivo principal
deste documento foi demonstrar a situação dos depósitos iniciais naquela ocasião e suas
respectivas estimativas de ocupação, principalmente a do Depósito 1, que exigia uma
ação a curto prazo, devido a sua condição de ocupação.
Desta forma, a Eletronuclear encaminhou à CNEN a solicitação de autorização para
execução da supercompactação, cujo trabalho seria executado por meio de contratação
de uma empresa estrangeira, que posteriormente veio ser a DTS – Diversified
Technologies Services, empresa americana.
6
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Após o envio do relatório GMO.O-001/2005, a Eletronuclear também encaminhou à
CNEN, os procedimentos referentes a cada etapa da atividade de supercompactação,
bem como os respectivos planejamentos ALARA (As Low As Reasonable Activable).
O trabalho foi divido em três etapas, sendo que as duas primeiras foram fases
preparativas para o trabalho de supercompactação. As etapas foram:
Primeira Etapa: Movimentação de tambores do Depósito 1 (Lado de Baixa Atividade)
para o Depósito 2-A com o objetivo de separar os tambores de rejeitos compactados para
atender a demanda da atividade de supercompactação. Esta etapa também incluem o
retorno dos referidos embalados ao Depósito 1 do Lado de Baixa Atividade após a
execução da supercompactação, conforme exigência da CNEN (Parecer Técnico DIREJ
no 02/05).
Segunda Etapa: Transferência dos rejeitos compactados dos tambores de Angra 2 para
os tambores utilizados em Angra 1.
Terceira Etapa: Execução da Supercompactação, conforme o procedimento PR-OT/001.2006 (Supercompactação de tambores de rejeitos compressíveis armazenados nos
depósitos iniciais de rejeitos da CNAAA) e planejamento ALARA No 03/2005 (Revisão 01).
Foram supercompactados 2027 tambores, com geração de 128 caixas metálicas B-25.
Parte da primeira etapa foi executada no início do ano de 2005. O retorno dos embalados
para o Depósito 1 foi concluído em julho de 2006. A segunda etapa foi realizada em
janeiro de 2006. A terceira etapa foi realizada durante os meses de março, abril e maio de
2006. Todas as etapas foram analisadas e autorizadas por uma série de pareces técnicos
da CNEN.
7
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3
3.1
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
DESCRIÇÕES GERAIS
3.1.1 OBJETIVO
Os Depósitos 1 e 2-A do CGR têm por objetivo armazenar os embalados de rejeitos
radioativos, de baixa e média atividades, gerados pelas Unidades 1 e 2 da Central
Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, até a construção do Depósito Definitivo,
quando, então, todos os rejeitos deverão ser transferidos para este.
Na Figura 2, apresenta-se a vista superior do CGR, onde estão localizados os Depósitos
1 e 2-A. No item 11.1 é apresentado o Apêndice I - Mapa de Situação e Localização dos
Depósitos 1 e 2-A do CGR.
As atividades desenvolvidas nos depósitos são: recebimento dos embalados,
empilhamento dos mesmos nos respectivos locais, manutenção das qualidades internas
dos depósitos obedecendo as normas da CNEN.
Os embalados estocados e armazenados nos depósitos são compactados ou
imobilizados em matriz de cimento, bem como embalados do tipo Liners, gerados pelo
Sistema de Solidificação de Rejeitos da Unidade 1 da CNAAA. Apenas as resinas, os
concentrados, os filtros e os não compactáveis são imobilizados em matriz de cimento.
Somente as resinas e os concentrados são colocados em Liners. Os filtros são colocados
em tambores com cimento. E os compactáveis não são imobilizados com cimento, são
apenas prensados.
8
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 2 - Visualização do CGR
Fonte: Eletronucler, 2008.
3.1.2 DESCRIÇÃO DOS PRÉDIOS
Os edifícios dos Depósitos 1 e 2-A do CGR são descritos a seguir e na Figura 7
apresenta-se o arranjo geral dos mesmos.
3.1.2.1
Depósito 1 do CGR
O Depósito 1 constitui-se de um galpão com dimensões de 15,00 m de largura, 70,00 m
de comprimento e 5,80 de altura, além de uma plataforma de 2,50 m de largura ao longo
da maior dimensão do galpão, conforme pode ser visualizado na Figura 9.
O Depósito 1 possui 6 portas, sendo 3 externas e 3 internas. As portas externas são do
tipo correr, de chapa de aço de 1 folha, providas de alça para acionamento, com
dimensões 4,00 m x 4,00 m. As portas internas são do tipo enrolar, acionadas
manualmente, com 4,00 m x 3,00 m. As portas destinadas a passagem são dotadas de
portinhola de 0,60 m x 1,80 m, para passagem do pessoal para a realização de inspeção.
O Depósito 1, além da plataforma, possui 4 câmaras:
9
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Câmara de Entrada;
 Câmara Lado de Baixa Atividade, com capacidade de 4.784 tambores e área de 525
m2;
 Câmara Lado de Média Atividade, com capacidade de 2.880 tambores e área de
375 m2;
 Câmara para Tambores com Vazamento, com capacidade de 135 tambores e área
de 67 m2.
No Lado de Baixa Atividade a identificação dos locais onde são armazenados os
embalados fica no piso e tem por objetivo informar quais são as células que estão
ocupadas, possuindo uma capacidade de armazenamento de 4.784 embalados. A
quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está descrita na Tabela 1.
Tabela 1 - Quantificação dos embalados do Lado de Baixa Atividade da Unidade 1 do CGR
Tipos de embalados
Quantidade estocada no LBA
Caixas metálicas
128
Tambores
2.772
Total de embalados
2.802
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Atualmente, o Lado de Baixa Atividade está com 82% de ocupação, possuindo 52 células
livres e um crédito de estocagem de 872 tambores. A distribuição dos embalados no seu
interior está ilustrada na Figura 3.
Figura 3 – Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
10
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Por sua vez, a área do Lado de Media Atividade possui capacidade de armazenamento
de 2.880 embalados e a quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está
descrita na Tabela 2.
Tabela 2 - Quantificação dos embalados do Lado de Média Atividade da Unidade 1 do CGR
Tipos de embalados
Quantidade estocada no LBA
Caixas metálicas
83
Tambores
2.406
Total de embalados
2.489
Fonte: Eletronuclear, 2008.
O Lado de Média Atividade está, tecnicamente, com 100% de ocupação. Devido às
interferências nas células F1, G1, H1, I1 e I2, espaços disponíveis não puderam ser
ocupados, o que seria, teoricamente, a diferença entre a capacidade total deste depósito
e os estocados. A distribuição dos embalados no seu interior está ilustrada na Figura 4.
Figura 4 - Esquema da distribuição dos embalados no LBA da Unidade 1 do CGR
Fonte: Eletronuclear, 2008.
11
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.2.2
Depósito 2-A do CGR
No Depósito 2-A, a identificação dos locais onde estão armazenados os embalados
também possuiu o objetivo de coordenar o estoque de embalados pelo nível de radiação
emitida, ficando os embalados de maior nível de radiação estocados no centro do
depósito e os de menor atividade na parte periférica do depósito. À medida que são
armazenados os embalados, a célula ocupada sofre uma mudança de cor no diagrama de
ocupação dos depósitos (Figura 5), coordenado pela mesa de controle da Sala de
Controle (Figura 6).
Figura 5 - Esquema da distribuição dos embalados da Unidade 2-A do CGR
Fonte: Eletronuclear, 2008.
12
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 6 - Mesa de Controle da Sala de Controle do Depósito 2-A, 2008
Fonte: Eletronuclear, 2008.
O Depósito 2-A possui capacidade de armazenamento para 621 embalados. A
quantificação dos tipos de embalados estocados nesta área está descrita na Tabela 3.
Tabela 3 – Quantificação dos embalados da Unidade 2-A do CGR
Tipos de embalados
Quantidade estocada
Caixas metálicas
192*
Liners
543*
VBA
19*
Total dos embalados
754*
* os VBAs e 57 caixas metálicas estão localizados em áreas consideradas mortas, não interferindo na
capacidade de estocagem do Depósito. Dos 541 Liners estocados, 67 estão na canaleta, não
interferindo na capacidade de estocagem dos depósitos.
Fonte: Eletronuclear, 2009.
O percentual de ocupação do Depósito 2-A é de 98,07%, restando 05 células livres, com
15 créditos de estocagem, tendo em vista que cada célula aloca até 03 Liners
empilhados.
A seguir estão apresentados: o Arranjo Geral dos Depósitos (Figura 7), a Planta Baixa do
Depósito 1 do CGR (Figura 8), os Aspectos Internos do Depósito 1 (Figura 9), a Planta
Baixa do Depósito 2-A do CGR (Figura 10) e os Aspectos Internos do Depósito 2-A
(Figura 11).
13
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 7 – Arranjo Geral dos Depósitos do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008
(Inserir mapa A-3)
14
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 8 - Fachada do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008
Planta Baixa do Depósito 1 do CGR
(Inserir mapa A-3)
15
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 9 - Aspectos Internos do Depósito 1 do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008
(Inserir mapa A-3)
16
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 10 - Fachada do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008
Planta Baixa do Depósito 2-A do CGR.
(Inserir mapa A-3)
17
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 11 – Aspectos Internos do Depósito 2-A do CGR. Fonte: Eletronuclear, 2008
(Inserir mapa A-3)
18
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
3.1.3.1
Depósito 1
O Depósito 1 está posicionado dentro do CGR de maneira que a plataforma do galpão
possa ser carregada ou descarregada dos caminhões, ou para os caminhões, diretamente
da via de acesso. O Depósito 1, além da plataforma, possui 4 câmaras, conforme descrito
no item 3.1.2.1.
O arranjo dos recipientes é realizado com auxílio de uma empilhadeira que circula através
das câmaras. A capacidade de transporte de cada empilhadeira é de até 5 toneladas.
Na Figura 12 apresentam-se as duas empilhadeiras do Depósito 1 do CGR.
Figura 12 - Vista das empilhadeiras do Depósito 1 do CGR, 2008
Fonte: Eletronuclear, 2008.
A câmara para recipientes com vazamento é dotada de uma ponte rolante com 1 tonelada
de capacidade e 9 metros de vão, equipada com uma tenaz acoplada ao gancho para
manuseio dos tambores. A ponte rolante é acionada eletricamente através de uma
botoeira interligada a um painel situado externamente à câmara onde ela atua.
Os recipientes com possíveis vazamentos são depositados pela empilhadeira na câmara
destinada para eles e posicionados pela ponte rolante.
Todas as câmaras possuem dispositivos que impedem o aprisionamento eventual de
pessoas dentro do interior do depósito.
19
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Todo o piso do Depósito 1 apresenta um declive de 0,2 % para facilitar a drenagem de
líquidos para a canaleta de drenagem para o poço sob a Câmara para Recipientes com
Vazamentos, com capacidade de 5 m3.
A laje de cobertura é pré-moldada e o telhado possui inclinação de 9%, coberto com
telhas coletes 90, com 8 mm de espessura, conforme corte apresentado na Figura 13.
Figura 13 - Corte do telhado do Depósito 1 do CGR
Fonte: Eletronuclear, desenho 210516, 1988.
O nível de iluminação do Depósito 1 é de 150 lux. Na Figura 14 apresenta-se a fachada
do Depósito 1 do CGR.
Figura 14 – Vista da Fachada do Depósito 1 e da lateral da parede do Depósito 2-A antes da construção
do Depósito 2-B no CGR, 1998.
Fonte: Eletronuclear, 1998.
20
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.3.2
Depósito 2-A
O Depósito 2-A foi construído em frente ao Depósito 1, com dimensões de 70,00 m de
comprimento, 17,50 m de largura e altura de aproximadamente 11,00 m.
Na Figura 15, apresenta-se a vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B.
Figura 15 - Vista do Depósito 2-A antes da construção do Depósito 2-B no CGR, 1998.
Fonte: Eletronuclear, 1998.
O Depósito 2-A é dividido nas seguintes áreas:
 Área de Descarregamento;
 Áreas de Estocagem;
 Área de Manutenção da Ponte Rolante e
 Sala de Operação.
3.1.3.2.1 Área de Descarregamento
É a área central do Depósito 2-A, de dimensões 5,20 m por 10,90 m, destinada ao
recebimento do caminhão de transporte dos embalados para descarregamento. Desta
área os recipientes são transferidos para as áreas de estocagem com auxílio da ponte
rolante.
21
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Esta área é separada das áreas de estocagem por parede de concreto de 0,60 m de
espessura, com drenagem de piso para possibilitar operações de descontaminação, caso
necessário.
Equipada com portão metálico, acionado eletronicamente, também possui portas de 0,80
m por 2,10 m, metálicas, com fechaduras especiais, permitindo acesso as duas áreas de
estocagem dos recipientes para entradas eventuais e para o piso inferior da Sala de
Operação, para permitir acesso ao chuveiro de descontaminação.
O piso é resistente ao movimento do caminhão de transporte e apropriado a
descontaminação.
As paredes laterais e de fundo da Área de Descontaminação, bem como parte das
paredes externas junto ao portão de acesso a esta possuem pintura tipo “Zebra” nas
cores amarela e preta numa faixa de 1,20 m de altura para orientar o motorista do
caminhão quando da entrada e saída deste na área de Descarregamento.
3.1.3.2.2 Áreas de Estocagem
As áreas de estocagem, de dimensões 16,30 m por 31,20 m cada, são separadas pela
área de Descarregamento. Todas as paredes possuem espessura de 0,60 m para efeito
de blindagem.
O pisos destas áreas são resistentes a movimentação de 5 ton de carga, empilhamento
de embalados de 16 ton e apropriados para drenagem e descontaminação. As drenagens
destas áreas são realizadas por meio de drenos de pisos e rede de tubulações de
descarregamento no Poço de Coleta.
As luminárias se localizam nas laterais, fixadas nas paredes de tal modo que permitem a
sua manutenção através de “bocas” de acesso por fora do prédio, para assegurar os
princípios de proteção radiológica. Seu acionamento é feito na Sala de Operações
individualmente para cada área de estocagem.
3.1.3.2.3 Área de Manutenção da Ponte Rolante
Localizada sobre o teto da Sala de Operação, com dimensões de 5,20 m por 5,20 m, a
sala de Manutenção da Ponte Rolante está protegida das áreas de Estocagem por
paredes de 0,60 m de espessura e seu acesso é por meio de uma escada de marinheiro,
localizada dentro da Sala de Operação, através de alçapão.
Nesta área, as luminárias são localizadas nas paredes e acionadas da Sala de Operação.
Para a manutenção da ponte rolante, o carrinho é conduzido para a Sala da Manutenção.
22
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.3.2.4 Sala de Operação
A Sala de Operação está situada na faixa central do Depósito 2-A, com dimensões de
5,20 m por 5,20 m, limitada pelas áreas de descarregamento e de estocagem, tendo
acesso visual a todas estas áreas. É constituída por dois pisos, o piso inferior que contém
o Poço de Coleta de Drenagem e seus equipamentos associados, uma área de
encapsulamento e a entrada para o 20 piso e o piso superior da Sala de Operação,
propriamente dita, na elevação 3,40 m.
Todas as operações de manuseio dos recipientes dentro do Depósito são comandadas da
Sala de Operação (2º piso). Nela se localiza a mesa de comando da Ponte Rolante,
quadros elétricos, os monitores de TV para auxiliar a operação da ponte, o arquivo dos
Manuais Técnicos, procedimentos, mapeamento da distribuição dos embalados e
desenhos.
A blindagem da Sala de Operação também é de 0,60 m. Estas são as paredes que
separam esta sala das áreas de armazenamento e descarregamento.
A sala é equipada com vidros plúmbicos, para possibilitar o acesso visual as demais
áreas, sem que os operadores sejam expostos a níveis de radiação indesejáveis.
O piso da sala é do tipo convencional, bem como o da escada. O piso do andar inferior é
resistente ao manuseio de embalados e adequado para descontaminação.
O Poço de Coleta de Drenagem é equipado com uma bomba de ½ Hp, auto-escorvante,
com botoeira de comando local e tubulação associada de aço inoxidável, para possibilitar
a drenagem do poço, caso necessário.
Este sistema de bombeamento contém linha para recirculação da água do poço, bem
como um ponto para coleta de amostra com 3/8” de diâmetro nominal. Além disso, há
uma ramificação na descarga da bomba para permitir o envio do líquido para drenagem
pluvial, caso este não contenha contaminação. Junto ao poço há um recipiente de 200 L
para receber a água bombeada. A solidificação, quando necessária, é feita neste local,
que é separado da área de saída por um dreno de piso interligado com o poço.
O poço de coleta é equipado com um sensor de nível com indicação na Sala de Operação
e em um outro ponto fora do Depósito, na guarita.
No primeiro piso da Sala de Operação está instalado um chuveiro para descontaminação /
lavagem do operador, caso necessário.
A iluminação de emergência é acionada por baterias para permitir a saída segura do
operador em caso de blackout.
Na Figura 16 apresenta-se o corte transversal do Depósito 2-A com os pavimentos da
Sala de Manutenção, da Ponte Rolante e da Sala de Operação.
23
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
O Depósito 2-A também possui laje pré-moldada e telhado com inclinação de 9%, coberto
com telhas caletes 9% e 8 mm de espessura.
Na Figura 17 apresenta-se o corte longitudinal do telhado do Depósito 2-A.
Os Depósitos 1 e 2-A permanecem fechados e trancados, só há entrada de pessoas
quando da entrada de embalados. Dentro do depósito, os embalados estão
estrategicamente posicionados no centro e nas laterais internas do edifício, além do
funcionamento dos equipamentos de TV e computação, de forma a permitir visualização
da manipulação dos embalados e estabilidade dos mesmos, interativas e com câmeras de
filmagens. Na Figura 18 apresenta-se o equipamento integrante do Circuito Fechado de
TV.
Para a proteção dos edifícios foram instalados alambrados com arames farpados e
serpentinas.
24
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 16 - Corte transversal do Depósito 2-A do CGR
Fonte: Eletronuclear, desenho 01053, 1991.
25
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 17 - Vista do corte do telhado do Depósito 2-A do CGR
Fonte: Eletronuclear, desenho 01053, 1991.
Figura 18 - Equipamento componente do CFTV da área externa do CGR, 2008
Fonte: Eletronuclear, 2008.
26
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.4 DESCRIÇÃO DAS MODIFICAÇÕES DE PROJETO
O planejamento inicial dos Depósitos 1 e 2-A não contemplavam as estruturas destinadas
ao Sistema de Ventilação dos mesmos.
Sendo assim, o sistema de ventilação foi acrescentado aos Depósitos 1 e 2-A com o
objetivo de proporcionar maior segurança ao local, prevenindo possíveis vazamentos,
para o meio ambiente, de gases radioativos e proporcionar constante renovação da
atmosfera interna dos empreendimentos.
O sistema de ventilação é composto por venezianas de ar exterior, filtros de ar exterior,
ventiladores centrífugos (insulflamento, exaustão normal, exaustão de emergência), rede
de dutos fabricados com chapa preta soldada e flanges de cantoneiras (para garantia da
estanqueidade da rede de dutos), registro de gravidade, grelhas de insuflamento e
exaustão, e registros de alta estanqueidade motorizados para isolamento do sistema de
operação normal e o de operação normal.
Em operação normal funcionam o ventilador de insuflamento e o de exaustão normal. Os
registros de alta estanqueidade estão fechados. A diferença de pressão entre o interior do
prédio e o exterior é garantida pela diferença de vazão entre o ventilador de exaustão
normal e o ventilador de insuflamento (da ordem de 5.000 m3/h). O valor da diferença de
pressão entre o exterior e o interior do prédio foi projetado para 5 mmca, suficiente para
garantir que o fluxo de ar ocorra sempre do exterior para o interior do prédio. O sistema foi
dimensionado para promover três renovações de ar por hora, reduzindo
consequentemente a temperatura ambiente e proporcionando condições internas para
inspeções e serviços que não envolvam a movimentação de embalados.
O sistema de operação de emergência é composto de um ventilador centrífugo, um
sistema de filtragem de ar, dois registros estanques e um sistema de monitoração
conectado na saída do duto de exaustão. Para seu funcionamento utiliza a mesma
entrada de ar da operação normal e são abertos automaticamente para permitir que o ar
de exaustão passe pelo conjunto de filtros antes de serem liberados para o exterior. Este
sistema opera quando houver possibilidade de danos no manuseio dos embalados no
interior do depósito.
O sistema de monitoração é composto de um filtro de amostragem, um medidor de vazão
e um pequeno ventilador para retirada de amostras. Este sistema retira uma parcela de ar
do fluxo de ar de exaustão. A amostra é retirada após a passagem do ar pelos filtros
absolutos. Com a vazão da amostragem e os dados de contaminação da amostra, após
análise em laboratório, calcula-se o valor global da contaminação da exaustão.
O conjunto de filtragem do sistema de emergência é constituído de 3 pré-filtros de alta
eficiência (filtros HEPA – High Efficiency Particulate Air), inseridos em uma estrutura
27
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
metálica estanque. Esta estrutura possibilita verificar a estanqueidade entre os filtros
absolutos e a sede do filtro durante a montagem dos filtros. Esta estrutura é projetada e
montada de forma a possibilitar a troca dos elementos filtrantes sem contato direto do
operador com os elementos filtrantes.
Atrás de um manômetro diferencial de pressão visualiza-se a diferença de pressão entre o
exterior e o interior do prédio quando uma das duas modalidades de operação está ativa.
De forma esquemática na figura 17 apresenta-se o fluxograma do Sistema de Ventilação
dos Depósitos 1 e 2-A do CGR.
Figura 19 - Esquema do Sistema de Ventilação dos Depósitos 1 e 2-A do CGR
Fonte: Eletronuclear, 2008.
28
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.1.5 DESCRIÇÃO DA INFRAESTRUTURA E MANUTENÇÃO PREDIAL
O CGR possui uma gerência de manutenção que realiza periodicamente a manutenção
preventiva. Caso ocorra algum evento extraordinário, o chefe do setor aciona a equipe
para pronta correção.
A qualidade dos embalados armazenados obedece à norma da CNEN 06.05 e ao FSAR.
Os depósitos ainda contam com os seguintes ambientes:
 Controle de entrada e saída de pessoal e material;
 Instalação de equipamentos de dosagem de radiação, denominado dosímetro.
3.1.6 DESCRIÇÃO DA BLINDAGEM DOS EDIFÍCIOS
O dimensionamento de blindagem contra radiação gama para os Depósitos 1 e 2-A foi
feito levando-se em consideração as seguintes premissas e bases de projeto:
 Caracterização da fonte radioativa com base nos valores de taxa de dose medidos
na superfície dos embalados radioativos. Este conjunto de dados é resultado de
uma série de medições ao longo do período de funcionamento de Angra 1. Tais
valores foram utilizados no dimensionamento de blindagens, tal como paredes
externas laterais;
 Estocagem de embalados radioativos segundo um layout de posicionamento de
embalados que reduza a taxa de dose em áreas externas e em áreas específicas
dos depósitos. Este layout de posicionamento de embalados considera as seguintes
premissas:
 Os embalados com baixa taxa de dose na superfície devem ser estocados próximos
às paredes de blindagem, em todo o seu perímetro interno;
 Os embalados com taxas de dose mais elevadas na superfície devem ser estocados
na região central dos depósitos.
Para efeito de dimensionamento de blindagem, considera-se que os novos embalados
apresentam uma distribuição em termos de tipo e taxas de dose de acordo com a
estatística operacional de produção de Angra 1.
Os valores de taxa de dose na superfície externa das paredes são funções do layout de
posicionamento de embalados mencionados anteriormente.
O Co60 é o radionuclídeo mais importante para o projeto de blindagem desta instalação,
sendo, por isso, considerado como o radionuclídeo de referência. Cada desintegração
deste radionuclídeo produz dois fótons com energias iguais a 1,17 Mev e 1,33 Mev.
29
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Consideram-se para o cálculo de blindagem os valores de massa específica iguais a
respectivamente 2.200 kg/m3 e 5.200 kg/m3 para o concreto armado normal e o vidro
plúmbico, nesse último caso somente para o Depósito 2-A.
A atenuação da radiação gama proveniente do interior do embalado é decorrente tanto do
efeito de blindagem do próprio material existente no embalado, como também resulta da
interposição dos materiais (embalados) entre fontes mais intensas e o concreto das
paredes, ou seja, parte da blindagem é efetivada pelo próprio conteúdo dos embalados
quando arranjados em fila e em pilhas.
3.1.6.1
Metodologia básica de cálculo de espessura de blindagem
O dimensionamento de blindagem é feito utilizando-se o método de núcleo pontual (Point
Kernel) para representação da fonte radioativa e fatores de build-up para correção de
espalhamento de radiação.
Os cálculos são realizados com programas computacionais de geometria tridimensional
tais como QAD-CG e PELSHIE 3.
O programa QAD-CG permite a combinação de várias geometrias e de várias fontes
radioativas, possibilitando o dimensionamento de blindagens estruturais mais complexas.
O cálculo de build-up neste programa é feito por rotina que utiliza biblioteca interna do
Programa QAD-CG.
O programa PELSHIE 3 é utilizado, neste projeto, como um método alternativo para o
dimensionamento de blindagem. Neste programa utiliza-se o modelo de Berger para o
cálculo de build-up e a integração da fonte radioativa pelo método de Monte Carlo.
Os recursos de blindagem adotados asseguram a observância do limite anual de dose de
20 mSv nas áreas operacionais dos Depósitos e de 1 mSv na cerca do CGR.
3.1.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
Os Depósitos 1 e 2-A são circundados por uma rede de captação de águas pluviais para
evitar alagamentos das áreas externas dos depósitos.
No topo da encosta localizada atrás do CGR, foi construída uma canaleta de drenagem
escavada em rocha (0,6 metros de largura x 1,00 metro de profundidade,
aproximadamente) que acompanha paralelamente o paredão rochoso situado a leste dos
depósitos.
Na Figura 20 pode ser a canaleta de drenagem localizada no topo do paredão rochoso.
30
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 20 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento
construído no topo do paredão rochoso, 2004
Fonte: Eletronuclear, 2004.
No entorno do CGR existem dispositivos de drenagem, projetados e dimensionados por
meio de estudos hidrológicos e topográficos.
O sistema de drenagem da área do CGR foi construído considerando uma chuva de
projeto de 224 mm/h, dada pela equação de chuvas intensas em Itaorna, determinada
pelos estudos definidos pelo Relatório de Estudos Hidrológicos para o Período de 19742002 – Estudos Hidrológicos para a Região da CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis –
Equação de Chuvas Intensas em Itaorna – BP 6431/030014, para um tempo de
recorrência de 100 anos e para um tempo de duração e concentração de chuva de 5
minutos.
O coeficiente de escoamento superficial foi avaliado pelo critério de chuva infiltrada obtida
da medição feita em Praia Brava e relatada pelo relatório de NB04-IH8-001, Site Study for
Unit III of Angra dos Reis Power Station - Hydrological Aspects and Surface Conditions Promon - Abril/79, isto é, 14,06 mm de infiltração em 16 minutos ou aproximadamente
52,84 mm/h de infiltração. Com base nesse critério de projetos, o coeficiente de
escoamento superficial adotado para drenagem das encostas é de 75%.
Outro aspecto que deve ser considerado no sistema de drenagem da área é que o acesso
às Unidade 1 e 2-A se encontra locado na elevação 54,55 m CNG, e que a área de
interesse está em uma elevação inferior a esta cota, isto é, em torno da elevação 53,50 m
CNG.
31
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
De forma conservativa, no dimensionamento do sistema de drenagem da área de
interesse, as canaletas de drenagem existentes, locadas na parte superior das encostas
que circundam o depósito não foram consideradas.
3.2
CARACTERIZAÇÃO DOS REJEITOS
3.2.1 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS REJEITOS ESTOCADOS
3.2.1.1
Radioatividade – Conceitos e Informações Suporte
3.2.1.1.1 Radiação - definições
i. Processo de emissão de energia eletromagnética (calor, luz, raios gama, raios X) e
partículas subatômicas (elétrons, nêutrons, partículas alfa etc.);
ii. Emissão e propagação de energia através do espaço de um meio material sob a
forma de ondas eletromagnéticas, sonoras, etc. (ACIESP, 1980);
iii. Emissão de partículas atômicas rápidas ou raios pelo núcleo de um átomo (Braile,
1983);
iv. Emissão de partículas ou raios pelo núcleo de um átomo. Alguns elementos são
naturalmente radioativos enquanto outros se tornam radioativos após
bombardeamento com nêutrons ou outras partículas. As três formas principais de
radiação são: alfa, beta e gama (World Bank, 1978).
3.2.1.1.2 Radioatividade - Definições
i. Capacidade que certos átomos possuem de emitir radiações eletromagnéticas e
partículas de seus núcleos instáveis com o objetivo de adquirir estabilidade. A
emissão de partículas faz com que o átomo radioativo de determinado elemento
químico se transforme num átomo de outro elemento químico diferente;
ii. Processo em que certos nuclídeos sofrem desintegração espontânea, liberando
energia e formando, em geral, novos nuclídeos. No processo costuma haver emissão
de um ou mais tipos de radiação, como raios (ou partículas) alfa, fótons gama, etc.
(ACIESP, 1980);
iii. Propriedade que apresentam certos núcleos atômicos instáveis de se desintegrarem
espontaneamente. A desintegração é acompanhada geralmente pela emissão de
partículas alfa ou beta e/ou ainda de raios gama (Carvalho, 1981).
32
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.1.2
Tipos de Radiação
Há diversos tipos de radiação ionizante. Entre elas, as principais são as radiações alfa,
beta e gama. As partículas alfa têm densidade relativamente elevada, carga elétrica
positiva e pouco poder de penetração, enquanto as partículas beta são elétrons em
movimento ultra-rápido. Os raios x e raios gama representam energia transmitida numa
onda eletromagnética sem a movimentação de matéria. Estas têm enorme poder de
penetração e atravessam o corpo humano com grande facilidade, sendo que somente
podem ser atenuadas por barreiras de alta densidade como, por exemplo, concreto,
chumbo ou água.
Figura 21 - Poder de Penetração das Emissões Alfa, Beta e Gama
A Figura 21 ilustra as capacidades dos diferentes tipos de radiação para atravessar
materiais e a Tabela 4 indica algumas relações entre elas.
Tabela 4 - Propriedades dos Tipos de Radiação
Carga
Relativa
Massa
(u)
2 prótons e 2
nêutrons
+2
4
5% a 10% da velocidade
da luz
muito baixo
ß (Beta)
Elétron
-1
1/1836
Até 90% da velocidade da
luz
Baixo
Υ (Gama)
onda
eletromagnética
0
0
Igual a velocidade da luz
8
(3x10 m/s)
Alto
Radiação
Composição
α (Alfa)
Velocidade
Poder de
Penetração
Radiação Alfa (α)
As partículas alfa são constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons, isto é, o núcleo de um
átomo de hélio (He). Quando o núcleo as emite, perde 2 prótons e 2 nêutrons.
33
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Sobre as emissões alfa, foi enunciada por Soddy, em 1911, a chamada Primeira Lei da
Radioatividade:
“Quando um radionuclídeo emite uma partícula alfa, seu número de
massa diminui 4 unidades e seu número atômico 2 unidades.
X -----> alfa(2p e 2n) + Y(sem 2p e 2n)”
Ao perder 2 prótons, o radionuclídeo X se transforma no radionuclídeo Y com número
atômico igual a (Y = X - 2).
Radiação Beta (β)
As partículas beta são elétrons emitidos pelo núcleo de um átomo instável. Em núcleos
instáveis betaemissores, um nêutron pode se decompor em um próton, um elétron e um
antineutrino. O próton permanece no núcleo, de onde um elétron (partícula beta) e um
antineutrino são emitidos; assim, ao emitir uma partícula beta, o núcleo tem a diminuição
de um nêutron e o aumento de um próton. Desse modo, o número de massa permanece
aproximadamente constante.
A segunda lei da radioatividade, enunciada por Soddy, Fajjans e Russel, em 1913, diz
que:
“Quando um radionuclídeo emite uma partícula beta, seu número de
massa permanece constante e seu número atômico aumenta 1
unidade.
X -----> beta (1e) + antineutrino + Y(com 1p a mais)”
Ao ganhar 1 próton, o radionuclídeo X se transforma no radionuclídeo Y com número
atômico igual a (Y = X + 1).
Radiação Gama (γ)
Ao contrário das radiações alfa e beta, que são constituídas por partículas, a radiação
gama é formada por ondas eletromagnéticas emitidas por núcleos instáveis logo após a
emissão de uma partícula alfa ou beta.
Por exemplo, o césio-137, ao emitir uma partícula beta, seu núcleo se transforma em
bário-137. No entanto, pode acontecer de, mesmo com a emissão, o núcleo resultante
não eliminar toda a energia de que precisaria para se estabilizar. A emissão de uma onda
eletromagnética (radiação gama) ajuda um núcleo instável a se estabilizar.
É importante dizer que, das várias ondas eletromagnéticas (radiação gama, raios-X,
microondas, luz visível etc), apenas os raios gama são emitidos por núcleos atômicos.
34
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.1.3
Outros Conceitos Importantes
Antineutrino - é uma partícula com número de massa zero e carga nula. Atualmente se
conhecem muitas outras partículas subatômicas além do próton, nêutron e elétron.
Blindagem - material utilizado para absorver e diminuir a intensidade da radiação.
Deutério - é um isótopo do hidrogênio cujo número de massa é igual a dois, ou seja,
existe um próton e um nêutron em seu núcleo; é gasoso e incolor.
Isótopos - são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), mas diferentes
números de massa (A). Como possuem o mesmo número de prótons, pertencem ao
mesmo elemento químico, apesar de seus núcleos conterem diferentes números de
nêutrons.
Meia-vida - cada elemento radioativo se transmuta a uma velocidade que lhe é
característica. Meia-vida é o tempo necessário para que a sua atividade seja reduzida à
metade da atividade inicial. Alguns elementos possuem meia-vida de milionésimos de
segundos, outros, de bilhões de anos.
Nuclídeo - é o nome dado a um núcleo caracterizado por um número atômico (Z) e um
número de massa (A).
Número Atômico (Z) - é um número que indica quantos prótons há no núcleo de um
átomo. Átomos que possuem o mesmo número atômico pertencem ao mesmo elemento.
Número de Massa (A) - corresponde à soma dos números de prótons e nêutrons.
Ondas Eletromagnéticas - são aquelas que se propagam tanto em meio material quanto
no vácuo, sendo também chamadas de radiações eletromagnéticas. Todas as ondas
eletromagnéticas possuem a mesma velocidade no vácuo (c = 300.000.000 m/s). O que
as diferencia é a freqüência de suas oscilações, que é expressa em Hertz (Hz), ou seja,
oscilações por segundo.
Ondas Mecânicas - são aquelas que necessitam de um meio material para se propagar,
não se propagando no vácuo.
Radionuclídeo ou Radioisótopo - É um nuclídeo emissor de radiação.
3.2.1.4
Definições – Rejeitos radioativos
O conjunto normativo CNEN-NE-6.05 (Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações
Radioativas), de dezembro de 1985 define como rejeito radioativo “qualquer material
resultante de atividades humanas, que contenha radionuclídeos em quantidades
superiores aos limites de isenção especificados na Norma CNEN-NE 6.02 (Licenciamento
de Instalações Radioativas), e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista.”
35
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.1.5
Estimativa de Geração de Rejeitos
Na Tabela 5 são apresentados os volumes de rejeitos produzidos por ano em uma planta
típica de 1000 MWe, por intensidade de radioatividade.
Tabela 5- Volume de rejeitos produzidos por ano em uma planta típica de 1000 MWe
3
Tipo
Volume (m )
Porcentagem(%)
Baixa
200
71
Média
70
25
Alta
10
4
Fonte: International Nuclear Societies Council, 1999.
3.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS REJEITOS RADIOATIVOS
Os rejeitos radioativos produzidos durante a operação da CNAAA, destinados ao CGR,
para procedimentos internos e administrativos das usinas, recebem a seguinte
classificação, com relação ao tipo:
 Concentrado do Evaporador (CE) - oriundo dos sistemas de purificação e tratamento
de efluentes líquidos das usinas. Este rejeito é solidificado em matriz de cimento
(Angra 1) ou betume (Angra 2);
 Resina do Primário (RP) - utilizada na purificação do sistema de refrigeração do
reator. As embalagens com a RP são geradas quando do encapsulamento do
conteúdo do Tanque de Armazenamento de Resina Exaurida do Primário. Este tipo
de rejeito é misturado com cimento (Angra 1) ou betume (Angra 2) para solidificação
do conteúdo;
 Filtro (F) - tais equipamentos são usados nos sistemas de purificação e tratamento.
São acondicionados em tambores de 200 l especiais preparados para o seu
recebimento e imobilizados em cimento (Angra 1) ou betume (Angra 2);
 Rejeito Compactado (RC) - são materiais compressíveis triturados e compactados
por prensa hidráulica para redução do volume em tambores de 200 L. Os rejeitos
compactáveis são constituídos por materiais plásticos, papéis, luvas, sapatilhas,
roupas, etc.
 Rejeito Não Compactado (RNC) - ao contrário do RC, este tipo de rejeito não é
compressível. São peças, tubos, materiais metálicos, que além do processo de
descontaminação normal, sofre processo de corte e ressegregação para otimização
do volume de armazenamento. Para garantir a estabilidade do conteúdo estes
materiais são imobilizados com cimento e armazenados em caixas metálicas de 1
m3 (Angra 1) ou são imobilizados com betume em tambores de 200 l (Angra 2).
36
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A Figura 22 e a Figura 23 ilustram o controle dos materiais a serem manuseados.
Figura 22 - Filtros (F), 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 23 - Rejeito Não Compactado (RNC)
esperando por processo de corte e
descontaminação, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Por normas da CNEN, os rejeitos são classificados em categorias segundo o estado físico
(líquidos, sólidos ou gasosos), natureza da radiação (beta, gama ou alfa), concentração
(em Bq/m³ e Ci/m³) ou taxa de exposição na superfície do rejeito (em µC/kg.h e R/h).
3.2.2.1
Rejeitos com Emissores BETA / GAMA
3.2.2.1.1 Rejeitos Líquidos
Os rejeitos líquidos contendo emissores beta e/ou gama, e nos quais os eventuais
emissores alfa tenham concentração total inferior a 3,7 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3), são
classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de concentração (Tabela
6).
Tabela 6– Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Beta/Gama
CONCENTRAÇÃO (c)
CATEGORIA
3
3
(Bq/m )
(Ci/m )
10
Baixo nível de Radiação (LBN)
c ≤ 3,7 x 10
Médio nível de Radiação (LMN)
3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10
Alto nível de Radiação (LAN)
10
c≤1
13
c > 3,7 x 1013
1 < c ≤ 10
3
c > 103
Fonte: Eletronuclear, 2005.
37
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.2.1.2 Rejeitos Sólidos
Os rejeitos sólidos contendo emissores beta e/ou gama, e nos quais os eventuais
emissores alfa tenham concentração total inferior a 3,7 x 108 Bq/m3 (10-2 Ci/m3), são
classificados nas seguintes categorias, de acordo com a taxa de exposição na superfície
do rejeito (Tabela 7).
Tabela 7 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Beta/Gama
TAXA DE EXPOSIÇÃO (X) NA SUPERFÍCIE
CATEGORIA
(µC/kg.h)
(R/h)
Baixo nível de Radiação (SBN)
X ≤ 50
X ≤ 0,2
Médio nível de Radiação (SMN)
50 < X ≤ 500
0,2 < X ≤ 2
Alto nível de Radiação (SAN)
X > 500
X>2
Fonte: Eletronuclear, 2005.
3.2.2.1.3 Rejeitos Gasosos
Os rejeitos gasosos são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis
de concentração (Tabela 8).
Tabela 8 - Classificação dos Rejeitos Gasosos com Emissores Beta/Gama
CONCENTRAÇÃO (c)
CATEGORIA
3
3
(Bq/m )
(Ci/m )
Baixo nível de Radiação (GBN)
c ≤ 3,7
c ≤ 10
Médio nível de Radiação (GMN)
3,7 < c ≤ 3,7 x 10
Alto nível de Radiação (GAN)
c > 3,7 x 10
4
-10
10
4
-10
< c ≤ 10
c > 10
-6
-6
Fonte: Eletronuclear, 2005.
3.2.2.2
Rejeitos com Emissores ALFA
3.2.2.2.1 Rejeitos Líquidos
Os rejeitos líquidos contendo emissores alfa, em concentrações superiores a 3,7 x 108
Bq/m3 (10-2 Ci/m3) são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de
concentração (Tabela 9).
Tabela 9 - Classificação dos Rejeitos Líquidos com Emissores Alfa
CONCENTRAÇÃO (c)
CATEGORIA
3
3
(Bq/m )
(Ci/m )
8
10
Alfa de Baixo nível de Radiação (LαBN)
3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10
Alfa de Médio nível de Radiação (LαMN)
3,7 x 10 < c ≤ 3,7 x 10
Alfa de Alto nível de Radiação (LαAN)
c > 3,7 x 10
10
13
13
-2
10 < c ≤ 1
1 < c ≤ 10
c > 10
3
3
Fonte: Eletronuclear, 2005.
38
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.2.2.2 Rejeitos Sólidos
Os rejeitos sólidos contendo emissores alfa, em concentrações superiores a 3,70 x 108
Bq/m3 (10-2 Ci/m3) são classificados nas seguintes categorias, de acordo com os níveis de
concentração (Tabela 10).
Tabela 10 - Classificação dos Rejeitos Sólidos com Emissores Alfa
CONCENTRAÇÃO (c)
CATEGORIA
3
3
(Bq/m )
(Ci/m )
Alfa de Baixo nível de Radiação (SαBN)
3,7 x 108 < c ≤ 3,7 x 1011
10-2 < c ≤ 10
Alfa de Médio nível de Radiação (SαMN)
3,7 x 1011 < c ≤ 3,7 x 1013
10 < c ≤ 103
Alfa de Alto nível de Radiação (SαAN)
c > 3,7 x 1013
c > 103
Fonte: Eletronuclear, 2005.
3.2.3 DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE EMBALADOS ESTOCADOS
Os embalados armazenados nos depósitos 1 e 2-A possuem as seguintes características:
a) Recipientes de 200 L provenientes da Unidade I da CNAAA
Estes recipientes são confeccionadas em aço carbono, segundo as normas NBR-6658,
NBR-11.888 e ASTM-A-366, com capacidade volumétrica nominal de 200 L, tampa
removível com anel de borracha, provido de anel de fechamento metálico zincado de 1,21
mm de espessura com parafuso e porca de 5/8”, chapa de espessura 1,20 mm para
tampa e fundo e 1,25 mm para o corpo, quatro (4) anéis de reforço, com adaptação para
bujão de 2” no centro da tampa, revestidos internamente com epóxi fenólico em pó e
pintura de acabamento externo na cor verde noturno.
Estas embalagens apresentam as seguintes dimensões: altura total de 875 mm, diâmetro
interno de 570 mm e diâmetro externo do anel de expansão de 604 mm e são utilizadas
para rejeitos compactáveis e filtros.
Na Figura 24 apresenta-se o empilhamento dos recipientes de 200 L dentro do Depósito
1.
39
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 24 - Tambores de 200L no Depósito 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
b)
Caixas Metálicas de 1 m3
Embalagens (recipientes) metálicas de dimensões 800 mm de largura, 1.300 mm de
comprimento e 1.200 mm de altura, com tampa reforçada com barra chata em aço
carbono de dimensão 4,75 mm x 50 mm, fixadas através de parafusos, tendo como
vedante uma junta de borracha NEOPRENE de dimensão 3 mm de espessura x 50 mm
de largura e corpo provido de quatro alças com resistência de içamento de até 1.500 kg.
O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A-283 GR.C,
espessura 4,76 mm (3/16”).
A parte superior, inferior e as arestas verticais são reforçadas com cantoneiras em aço
carbono comercial de dimensões 50 mmx 50 mm x 4,76 mm. Possui três vigas de apoio,
soldadas na parte inferior, perfil “U” em aço carbono ASTM.A-36 de dimensões 4,75 mm x
76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído segundo sistema de pintura à base epóxipoliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar (MUNSELL entre 2.5 YR 6/14 e
YR 8/14).
Na Figura 25 apresentam-se as caixas metálicas empilhadas dentro do Depósito 2-A.
40
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 25 - Caixas metálicas armazenadas no Depósito 2-A
Fonte: Eletronuclear, 2003.
c) Liners
Estas embalagens são de formas cilíndricas circular, confeccionadas em aço carbono,
com acabamento segundo sistema de pintura à base de apoxi-poliamida e poliuretano
alifático. São equipadas individualmente com conjunto misturador interno de palhetas e
defletores. Possuem abertura de acesso circular, na parte superior, equivalente a boca de
um tambor de 200 l (22 ½" de diâmetro interno, com respectiva tampa). Apresentam uma
altura total de 1301,75 mm e diâmetro externo do corpo de 1206,50 mm, são providas de
blindagens internas de concreto, variáveis em espessura, acarretando em três tipos de
embalagens com volumes internos diferentes, dependendo do rejeito a ser solidificado.
São equipadas também com tubulação interna para borbulhamento de ar e mainfold para
remoção de água, sendo este último apenas para solidificação de resinas. Apresentam na
parte superior, quatro (4) olhais e cabos associados para içamento, bem como gola para
manuseio através de ferramenta remota apropriada.
d) VBAs
Embalagens de concreto armado para transporte e acondicionamento de rejeitos
radioativos. Construídas em concreto armado pré-fabricado, de forma cilíndrica, com
altura total de 1,5 m e diâmetro externo de 1,07 m. Destina-se a receber tambor de 0,2 m3
que a ela será fixado por argamassa. Equipada com alças para içamento, tampa moldada
in loco, apresentando uma massa total (conteúdo, embalagem e tampa) de
aproximadamente 3 toneladas.
41
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.4 CARACTERÍSTICAS DOS EMBALADOS
O Depósito 1 recebe dois tipos de embalados, a seguir descritos:
a) Embalagens (tambores) de 200 L contendo rejeitos compactáveis (plásticos, roupas,
papéis, estopas e etc.);
b) Embalagens (tambores) de 200 L contendo rejeitos imobilizados em matriz de cimento
(concentrados de evaporador, resinas exauridas, filtros e não compactáveis).
Estas embalagens são confeccionadas em aço carbono, segundo as normas NBR-6658,
NBR-11.888 e ASTM-A-366, com capacidade volumétrica nominal de 200 L, tampa
removível com anel de borracha, provido de anel de fechamento metálico zincado de 1,21
mm de espessura com parafuso e porca de 5/8”, chapa de espessura 1,20 mm para
tampa e fundo e 1,25 mm para o corpo, quatro (4) anéis de reforço, com adaptação para
bujão de 2” no centro da tampa, revestidos internamente com epóxi fenólico em pó e
pintura de acabamento externo na cor verde noturno.
Estas embalagens apresentam as seguintes dimensões: altura total de 875 mm, diâmetro
interno de 570 mm e diâmetro externo do anel de expansão de 604 mm e são utilizadas
para rejeitos compactáveis e filtros.
3.2.5 CAIXAS METÁLICAS DE 1m3 CONTENDO REJEITOS NÃO COMPACTÁVEIS
Embalagens metálicas de dimensões 800 mm de largura, 1.300 mm de comprimento e
1.200 mm de altura, com tampa reforçada com barra chata em aço carbono de dimensão
4,75 mm x 50 mm, fixadas com parafusos, tendo como vedante uma junta de borracha
NEOPRENE de dimensão 3 mm de espessura x 50 mm de largura e corpo provido de
quatro alças com resistência de içamento de até 1.500 kg.
O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A-283 GR.C,
espessura 4,76 mm (3/16”). A parte superior, inferior e as arestas verticais são reforçadas
com cantoneiras em aço carbono comercial de dimensões 50 mm x 50 mm x 4,76 mm.
Possui três vigas de apoio, soldadas na parte inferior, perfil “U” em aço carbono ASTM.A 36 de dimensões 4,75 mm x 76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído segundo
sistema de pintura à base epóxi-poliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar
(MUNSELL entre 2.5 YR 6/14 e YR 8/14).
42
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.6 CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DA UNIDADE 1 E 2-A DO CGR
A Tabela 11 lista a quantidade de embalados armazenados em cada depósito. A
capacidade armazenadora do Depósito 2-A é 621 embalados e do Depósito 1 é de 7.664
embalados, incluindo os embalados de baixa e média atividades.
Tabela 11 – Quantidade armazenada de embalados dos Depósitos 1 e 2-A
Quantidade estocada
CGR
Tambores de
200L
Caixas
Metálicas
Caixa de
madeira
Liners
VBAs
Depósito 1
6.050
128
58
Não estoca
Não estoca
Depósito 2-A
Não estoca
189*
Não estoca
541*
19*
* Os VBAs e as 57 Caixas metálicas estão localizados em áreas consideradas mortas não interferindo
na capacidade de estocagem dos depósitos. Dos 541 Liners estocados, 67 estão na canaleta não
interferindo na capacidade do depósito.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
3.2.7 MOVIMENTAÇÃO DOS EMBALADOS NOS DEPÓSITOS 1 E 2-A
No Depósito 1 a movimentação dos embalados é feita por meio de empilhadeiras, desde
o caminhão até o local de estocagem.
No Depósito 2-A a movimentação dos embalados conta a ponte rolante comandada pela
Sala de Operação.
Depois de estocados nas células de destino, os embalados não têm previsão de
movimentação dentro dos depósitos, onde permanecerão em suas células até sua
transferência para o Depósito Definitivo.
Caso seja necessária a movimentação dos embalados dentro da área de estocagem do
Depósito 1 esta será realizada com auxilio das empilhadeiras e no caso do Depósito 2-A,
pela ponte rolante.
3.2.8 PROCEDIMENTOS DE TRANSFERÊNCIA DA USINA PARA OS DEPÓSITOS
Os embalados são transferidos para o CGR por um caminhão específico para este fim.
Para tanto, o documento PA-RG 12 – Rejeitos Sólidos Radioativos determina as ações e
os limites para a execução da transferência.
A Proteção Radiológica solicita antecipadamente a transferência de embalados para o
CGR e o apoio logístico necessário à Proteção Física e ao setor de Transporte da
Eletronuclear, respectivamente.
Primeiramente, o técnico responsável da Proteção Radiológica classifica os embalados
conforme a Norma CNEN-NE-6.05 – Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações
43
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Radioativas, onde ele avalia o nível de contaminação externa transferível de sua
superfície, mede as taxas de dose, pesa, sinaliza e identifica o embalado.
Na Tabela 12 são listadas as faixas de sinalização dos embalados conforme a taxas de
doses medidas.
Tabela 12 – Sinalização dos Embalados de Rejeito
Faixa
Nível de radiação em contato com a superfície externa
Azul
 5 µSv/h
Amarela
 5 µSv/h e ≤ 500 µSv/h
Vermelha
 500 µSv/h.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Caso o embalado apresente um nível de contaminação externa transferível superior ao
limite estabelecido pelo procedimento PA-PR 26 – Controle sobre os Níveis de
Contaminação Radioativa, o mesmo passará por um processo de descontaminação. A
transferência dos embalados das Usinas para o CGR só será efetuada quando os
embalados apresentarem níveis de contaminação externa transferível abaixo do limite
estabelecido.
Uma vez que os resultados obtidos após as monitorações dos embalados apresentem a
taxa de dose de acordo com o procedimento acima citado, os mesmos são sinalizados
pela Proteção Radiológica com uma faixa pintada no embalado.
Além da faixa, os embalados são identificados com uma etiqueta adesiva e liberados para
a transferência ao CGR. Esta etiqueta apresenta o número do consecutivo do embalado,
a identificação do tipo de rejeito, taxa de dose em contato e a um metro de sua superfície
externa, nível de contaminação transferível, data e identificação do técnico da proteção
radiológica responsável pela identificação.
A partir do momento que os embalados estejam prontos para o transporte, a proteção
radiológica deve coordenar o carregamento do veículo transportador com os embalados
de rejeito radioativo, tomando precauções para minimizar as exposições dos empregados
à radiação e evitar sobrecarga do caminhão, distribuindo adequadamente os embalados
na sua carroceria, de tal maneira que aquelas com maiores taxas de dose sejam
circundadas com as de taxas menores, para que estas últimas atuem como blindagem
adicional.
Para esta operação, um técnico em proteção radiológica, em conjunto com um
especialista de segurança da usina, acompanham o operador da Divisão de Operação.
Com estes técnicos, o carregamento do veículo transportador é feito nas Usinas, através
de uma ponte rolante que iça os embalados e posiciona-os no caminhão conforme citado
anteriormente.
44
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Durante esta operação a área externa é isolada e o técnico da proteção radiológica
monitora continuamente o carregamento do veículo, visando acompanhar
adequadamente a evolução dos níveis de radiação. Terminado o carregamento, este
técnico monitora as taxas de dose nas superfícies do caminhão e a dois metros destas,
anotando em um formulário específico de levantamento radiométrico, contido no
procedimento PA-RG 12 – Rejeitos Sólidos Radioativos, 2008.
Terminados todos estes procedimentos e com a autorização para o transporte
previamente solicitada, a Divisão de Proteção Física promove sua escolta até o depósito
inicial, onde na cabine viajam, além do motorista, um técnico em proteção radiológica.
Além destes, ocorre uma escolta que vai à frente do caminhão e é realizada por um
veículo da equipe de segurança até o CGR.
Nota: Mesmo quando se trata de transferência de embalados dentro dos limites da
CNAAA, são aplicadas as limitações quanto às taxas de dose descritas na Norma
CNEN.NE–5.01 – Transporte de Materiais Radioativos.
3.2.8.1
Etapas de Transferência dos Rejeitos
As etapas de transferência dos rejeitos adotadas são descritas a seguir e podem ser
observadas no roteiro fotográfico de referência apresentado depois da descrição das
mesmas.
Este roteiro apresenta o local onde são carregados os embalados e, posteriormente, o
percurso executado, bem como as etapas de descarregamento nos Depósitos 1 e 2-A.
Etapa 1 - Carregamento dos embalados no caminhão de dois eixos, 4 t, (duração: de 20 a
40 minutos, na dependência do tipo e da quantidade de embalados):
 Colocação dos embalados com auxílio da ponte rolante em caminhão da CNAAA,
de carroceria aberta e com tampa móvel posicionada na parte traseira da carroceria;
 Colocação da sinalização de segurança no caminhão;
 Monitoração radiológica, na superfície e à distância de dois metros, do caminhão e
no interior da sua cabine;
 Solicitação de escolta para acompanhamento da viagem do caminhão até a sua
chegada na portaria do CGR.
Etapa 2 - Transferência da carga até o CGR (tempo de duração: 5 a 10 minutos):
 Deslocamento do caminhão para o CGR, passando através da Portaria de Controle
de Acesso a Angra 1 e seguindo através da rota apresentada no Anexo II (Plantas),
que possui extensão de 1,5 km, sendo formada por ruas asfaltadas e em bom
estado de conservação. No seu trecho inicial, a rota segue em terreno plano e
45
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
apresenta poucas curvas, enquanto que no seu segundo trecho, tendo início após a
ponte que atravessa o canal, esta apresenta diversas curvas e segue em área
elevada até atingir o CGR, que se situa em uma área com elevação média de 53,50
m.
Etapa 3 – Descarregamento dos embalados e estocagem no CGR (duração: de 20 a 40
minutos, na dependência do tipo e da quantidade de embalados):
 Caminhão passa pela portaria do CGR, que já se encontra previamente aberta, e
pára diante do portão do módulo onde o material irá ser estocado;
 Ajudante desce do caminhão e se dirige à guarita da segurança, onde pega a chave
e realiza, então, a abertura do portão da seção de descarregamento do CGR;
 Caminhão é direcionado diretamente para a área de descarregamento do CGR;
 Na Área de Descarregamento, a Ponte Rolante do Depósito 2-A acopla-se com o
embalado e o transporta, um a um, para a Área de Estocagem. Para o
empilhamento correto, o embalado acoplado com a Ponte Rolante é reposicionado
utilizando-se o Batente de Posicionamento situado na Área de Descarregamento;
 O ordenamento dos embalados dentro dos Depósitos 1 e 2-A é realizado de modo a
fazer com que os embalados com maior taxa de dose fiquem circundados pelos que
apresentam menor taxa de dose;
 Toda movimentação da ponte é monitorada pelo seu operador através dos sinais
das quatro câmeras posicionadas na ponte (duas próximas aos dois truques
situados na viga principal e duas no trole). A mesa de controle do operador disporá
de monitores coloridos com recursos de quad e zoom, sendo cada movimento da
ponte iniciado somente após o respectivo comando do operador.*
Da Figura 26 à Figura 40 apresenta-se a sequência resumida do roteiro de transferência
dos embalados, desde a Unidade Nuclear até os Depósitos 1 e 2-A.
46
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 26 – Local no pátio da Usina de Angra 1 onde são embarcados os embalados dos rejeitos.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 27 – Trecho inicial da rota de transferência no pátio interno de Angra 1, entre o local de
embarque e a subestação elétrica, com aproximadamente 80 metros.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
47
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 28 – Caminhão de transporte dos rejeitos encapsulados, carregando 4 tambores e uma caixa
metálica, percorrendo o segundo trecho da rota (Rua 3) com 110 metros de distância,
aproximadamente, entre a subestação de energia e a portaria de Angra 1,
ainda dentro do pátio da Usina.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 29 – Caminhão aproximando-se dos portões da portaria de Angra 1. Observa-se que o
caminhão possui placas (4 ao total) de sinalização de radiação e mantém os faróis acesos por motivos
de sinalização e segurança.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
48
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 30 – Caminhão atravessando o segundo portão de acesso ao lado da guarita principal de Angra
1. Observam-se as outras duas placas de sinalização de radiação que estão colocadas nos quatro
lados do caminhão e no canto direito da foto a Pick-up de segurança que está aguardando o caminhão
para acompanhá-lo por todo o percurso sinalizando para possíveis interferências no caminho.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 31 – Caminhão no final do segundo trecho (Rua 1), ao lado da subestação.
Este trecho tem aproximadamente 220 metros onde após o caminhão converte à direita, percorre
aproximadamente 30 metros, converte a direita novamente e entra na estrada de acesso ao CGR.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
49
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 32 – Início ascendente do trecho de acesso ao CGR, com aproximadamente 950 metros, onde
se observa novamente a Pick-up como batedora do caminhão. Nota-se na foto que ambos os veículos
estão com os faróis acesos.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 33 – Córrego existente na encosta situado no lado esquerdo (sentido Angra 1 – CGR) do trecho
ascendente da rota de transferência.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
50
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 34 – Metade do caminho no trecho de acesso ao CGR, onde se observa ao fundo o silo da
central de produção de concreto.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 35 – Final do trecho de acesso ao CGR onde se observa a aproximação do caminhão que até
este momento encontra-se escoltado pela Pick-up de segurança.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
51
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 36 – Caminhão entrando pelo portão de acesso ao Depósito 1 acompanhado por um técnico da
Proteção Radiológica.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 37 – O deslocamento dos tambores para a carroceria do caminhão é realizado pelo motorista
do caminhão que aciona e controla o braço mecânico e por um técnico responsável pela marcação do
tambor e pelo ajuste da garra do braço mecânico no tambor.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
52
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 38 – Armazenagem do embalado dentro do Depósito 1. Observa-se que esta estocagem é
extremamente controlada dentro do Unidade, pois todo o chão encontra-se dividido em células.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 39 – Controle realizado por um técnico da Proteção Radiológica que acompanha o
deslocamento dos rejeitos, monitorando e registrando o transporte dos mesmos. Observa-se que o
técnico está com uma planilha na mão fazendo o registro dos embalados.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
53
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 40 – Sala de Operação da ponte rolante onde o técnico da Proteção Radiológica encontra-se
operando a mesma no deslocamento e acondicionamento da caixa metálica.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 41 – Após o desembarque os tambores são estocados no Depósito 1 com auxílio de uma
empilhadeira. Observa-se que todos os tambores estão sinalizados e etiquetados.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
54
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 42 – Aproximação do caminhão na garagem de desembarque do Depósito 2-A, onde será
desembarcada a caixa metálica através da ponte rolante.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 43 – Técnico sinaliza a caixa metálica já etiquetada antes do deslocamento da mesma para o
Depósito 2-A por meio da ponte rolante.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
55
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 44 – Deslocamento da caixa metálica através da ponte rolante. A mesma passará pelo vão para
o Depósito 2-A e será acondicionada no mesmo.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
Figura 45 – Após o acondicionamento da caixa metálica, o técnico solta os engates para o
recolhimento da ponte rolante.
Fonte: Eletronuclear, 2004.
56
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.2.9 CARACTERIZAÇÃO DO ATIVO ISOTÓPICO
De forma a complementar a determinação do inventario isotópico dos rejeitos radioativos,
um Programa de Caracterização Isotópica esta sendo desenvolvido pela Eletronuclear,
com base em estudos realizados pelo parque nuclear mundial.
O Ativo Isotópico está descrito na Tabela 13.
Tabela 13 – Caracterização isotópica dos Depósitos 1 e 2-A.
(1)
Isótopo
RESINAS
CONCENTRADOS
Concentração Máxima de Concentração Máxima de
Atividade
Atividade
3
3
(Bq / cm )
(Bq / cm )
CARACTERÍSTICAS
Meia vida
Emissão
Energia
(MeV)
Mn – 54
2,04E+06
1,41E+03
312 d
gama
0,69
Fe - 59
7,77E+05
1,92E+03
44,5 d
beta
1,56
Co - 58
2,78E+07
4,44E+04
70,8 d
gama
0,38
Co - 60
2,78E+06
1,37E+03
5,27 a
gama
2,82
Sr - 89
1,07E+05
2,63E+02
50,5 d
beta
1,49
Sr - 90
1,67E+04
1,41E+01
29,1 a
beta
0,55
Y - 90
1,63E+04
3,55E+02
3,9 h
beta
0,68
Y - 91
1,89E+04
4,81E+02
0,8 h
beta
1,54
Zr - 95
2,33E+04
5,55E+01
64,0 d
beta
1,12
Nb - 95
3,48E+04
5,55E+01
35,1 d
gama
0,23
Mo - 99
1,15E+06
4,81E+03
2,7 d
beta
1,35
I - 131
1,07E+07
1,92E+05
8,0 d
beta
0,97
I - 133
2,00E+06
3,26E+05
20,8 h
beta
1,76
I - 135
3,70E+05
2,33E+05
6,6 h
beta
2,69
Te - 132
4,81E+05
2,07E+04
2,0 a
beta
0,49
Cs - 134
2,85E+06
2,44E+04
2,1 a
gama
2,05
Cs - 136
3,70E+04
1,41E+04
13,1 d
IT beta
2,56
Cs - 137
1,41E+07
1,22E+05
30,2 a
gama
1,17
Ba - 140
2,96E+04
3,29E+02
12,7 d
beta
1,34
La - 140
2,96E+04
1,04E+02
1,7 d
beta
3,76
Ce - 144
3,18E+04
3,52E+01
284 d
beta
0,32
Pr - 144
6,29E+07
3,52E+01
0,3 h
beta
0,06
TOTAL
1,28E+08
9,88E+05
Fonte: (1) Tabela 11.5-3 do RFAS de Angra I
57
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3
SISTEMA DE CONTROLE
3.3.1 CONTROLE DE ESTOCAGEM
A determinação e escolha da célula para o posicionamento de cada embalado na área de
estocagem serão de forma a atender os limites de taxas de dose estabelecidos na Norma
CNEN.NN.3.01.
Conforme citado, a transferência dos embalados da área de descarregamento para as
áreas de estocagem do Depósito 2-A do CGR é realizada através da ponte rolante
operada por um técnico da proteção radiológica qualificado, e ocorre de forma que
diminua as taxas de dose de radiação na parte externa deste.
A estocagem dos tambores no Depósito 1 é realizada em pilhas de 16 tambores utilizando
pallet metálico.
Esta diferença entre o número de tambores armazenados e a quantidade a ser
armazenada se deve à limitação de altura dos embalados a serem armazenados para
possibilitar a operação da ponte rolante. As pilhas mais baixas serão dispostas na
extensão frontal às aberturas de passagem localizadas nas paredes divisórias que
separam as áreas de estocagem da área de descarregamento para otimizar a operação
da ponte rolante.
3.3.2 PROGRAMAS DE INSPEÇÃO
3.3.2.1
Dos embalados
No Depósito 1 a inspeção dos embalados é feita visualmente não sendo utilizado nenhum
equipamento. No depósito 2-A a inspeção é feita pela ponte rolante (Figura 46), através
da lança telescópica, equipada com uma câmara de TV, um dosímetro e um sensor de
posicionamento, onde é feita a inspeção visual, a monitoração da taxa de dose e análise
de partículas suspensas. Os sistemas de inspeção dos embalados do depósito 2-A são:
a)Sistema Eletroacústico
O sistema eletroacústico é composto de microfone instalado no dispositivo de
içamento, amplificador de sinal e alto falantes instalados na mesa de controle,
para confirmação acústica do correto acoplamento das lingüetas.
b)Sistema de Lança Telescópica
Para permitir as monitorações visual e radiológica dos embalados na área de
estocagem, nas regiões do CGR, Depósito 2-A, a Ponte Rolante possui um
sistema telescópico retrátil. Ao sistema telescópico, estão acoplados uma câmara
58
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
de TV com iluminação própria, um monitor de taxa de dose, e um dispositivo
coletor de partículas suspensas.
Durante a monitoração e inspeção visual, a lança telescópica retrátil alcança todos
os embalados a serem inspecionados e percorre os corredores formados entre as
colunas de Liners.
Para cada nível vertical a lança telescópica retrátil permite as monitorações visual
e radiológica, individuais e remotas, dos embalados, abrangendo as superfícies ao
longo do percurso de deslocamento longitudinal da Ponte Rolante.
A lança telescópica retrátil garante o deslocamento vertical da câmera, dos
monitores de taxa de dose e do dispositivo coletor de partículas suspensas desde
o topo da coluna dos embalados até próximo ao piso, em movimento contínuo,
com possibilidade de parada em qualquer nível.
Figura 46 - Ponte rolante do Depósito 2-A da Eletronuclear
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Todo o controle da inspeção dos embalados é realizado a partir da Sala de Operação da
Ponte Rolante do Depósito 2-A.
A Divisão de Proteção Radiológica é a responsável pelo controle e gerenciamento do
depósito, enquanto que um software gerenciador, testado e comissionado, mantém o
controle do inventário.
59
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Cada embalado gerado é identificado com uma etiqueta adesiva contendo os seguintes
dados:
 Número do embalado;
 Tipo do rejeito;
 Nível de radiação em contato;
 Nível de radiação a um metro da superfície externa;
 Nível de contaminação;
 Data;
 Assinatura e matrícula do Técnico em Proteção Radiológica Responsável.
O controle do inventário conta com estes dados em conjunto com outros dados de
localização do embalado no depósito, peso da embalagem e do embalado e atividade,
armazenados em um banco de dados.
3.3.2.2
Dos prédios e do sítio
A inspeção dos edifícios e do sítio do CGR obedece ao procedimento para manutenção
dos depósitos 1 e 2-A, possuem os mesmos procedimentos de Angra 1 e é realizado pela
Gerencia de Manutenção de Angra 1.
Os depósitos ficam permanentemente fechados sendo abertos apenas no momento do
recebimento de novos embalados.
Figura 47 - Monitor externo e Painel de Controle de Radiação
Fonte: Eletronuclear, 2008.
60
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.3 GERENCIAMENTO DA DISPOSIÇÃO DOS EMBALADOS
A Proteção Radiológica mede as taxas de dose, pesa, sinaliza e identifica o embalado; a
seguir, avalia o nível de contaminação externa transferível de sua superfície. Se o
embalado apresentar nível de contaminação externa transferível superior ao limite
estabelecido no procedimento PA-PR 26 – Controle sobre os Níveis de Contaminação
Radioativa, é realizada sua descontaminação.
Os embalados somente são transferidos para o depósito intermediário quando
apresentarem nível de contaminação externa transferível abaixo do limite.
De acordo com os resultados de taxa de dose obtidos após as monitorações dos
embalados, a Proteção Radiológica os sinaliza com uma faixa pintada ao redor do
embalado:
 Faixa azul: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa do
embalado é menor ou igual a 5 µSv/h;
 Faixa amarela: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa
do embalado é maior do que 5 µSv/h e menor do que 500 µSv/h;
 Faixa vermelha: indica que o nível de radiação em contato com a superfície externa
do embalado é maior do que 500 µSv/h.
Após as monitorações, o embalado é identificado com etiqueta adesiva contendo:
 Número do embalado;
 Tipo do rejeito;
 Nível de radiação em contato;
 Nível de radiação a um metro da superfície externa;
 Nível de contaminação;
 Data;
 Assinatura e matrícula do Técnico em Proteção Radiológica Responsável.
Estes dados, adicionados aos dados de localização do embalado no depósito, peso da
embalagem e do embalado e atividade serão digitados em um banco de dados para
controle do inventário.
61
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.4 CONTROLE OCUPACIONAL
3.3.4.1
Definições
3.3.4.1.1 Áreas Controladas
Área mantida sob supervisão de pessoa, ou pessoas, com conhecimentos ou
responsabilidades para aplicar procedimentos e regulamentos apropriados de
radioproteção, na qual são exercidos controles de acesso, ocupação e condições de
trabalho, com a finalidade de evitar ou minimizar a exposição de indivíduos a radiações.
Nesta área, as doses equivalentes efetivas anuais podem ser iguais ou superiores aos
limites primários estabelecidos para uma área supervisionada.
3.3.4.1.2 Áreas Livres
As áreas livres são isentas de regras ocupacionais de proteção radiológica onde as doses
equivalentes efetivas anuais não ultrapassam o limite primário para o indivíduo do público.
Para a minimização de geração de rejeitos na CNAAA somente é permitida a entrada na
área restrita de materiais, equipamentos ou ferramentas necessárias a execução dos
serviços.
3.3.4.2
Descrição
O controle ocupacional e de acesso aos empreendimentos é responsabilidade da Divisão
de Proteção Radiológica, uma vez que a área contém material radioativo. Ela é a
responsável pelo ingresso de qualquer pessoa no CGR e pelas operações de
movimentação dos embalados. Desta maneira sempre haverá algum técnico da Proteção
Radiológica durante a movimentação dos embalados ou no acompanhamento de
visitantes dentro da área do CGR.
Durante os períodos em que não há movimentação de embalados ou visitantes na área, a
ocorrência de alarmes do Sistema de Monitoração de Radiação deverá ser comunicada
imediatamente pelos guardas da Proteção Física à Divisão de Proteção Radiológica.
3.3.5 PLANO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Os Depósitos 1 e 2-A possuem um sistema de proteção contra incêndio composto por
extintores com acionamento manual. Não existe sistema automático de detecção de
incêndios em razão, principalmente, da grande dificuldade de realização dos
62
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
procedimentos de manutenção do sistema, que sujeitaria trabalhadores a elevadas taxas
de doses ocupacionais.
Devido ao fato de que todos os equipamentos existentes no interior dos depósitos
somente são energizados quando da permanência de trabalhadores no interior dos
prédios, torna-se mínima a possibilidade de surgimento de focos de incêndio, de origem
elétrica, nos horários fora dos períodos de operação, quando não existem equipamentos
energizados e nem trabalhadores no local.
Assim, o combate a incêndios nos Depósitos 1 e 2-A pode ser efetuado através do uso de
extintores e da atuação da Brigada de Incêndio da CNAAA e, caso necessário, das
Unidades do CBMERJ, situados na Vila do Frade e na Vila Operária de Mambucaba.
3.3.5.1
Bases de Projeto
3.3.5.1.1 Materiais Combustíveis
Os principais materiais combustíveis existentes permanentemente nos Depósitos 1 e 2-A
consistem em:
 Material de isolamento de cabos elétricos da ponte rolante e dos equipamentos a ela
associados (instrumentação e controle, monitoramento, etc.) e o próprio
equipamento;
 Material de isolamento de cabos elétricos e equipamentos eletro-eletrônicos na Sala
de Operação;
 Rejeitos diversos (roupas, papel, materiais orgânicos e
moderadamente compactados e contidos em tambores de 200 L.
sintéticos,
etc.)
Os principais materiais combustíveis transitórios consistem nos materiais plásticos e no
combustível de caminhões e empilhadeiras utilizados durante as operações de
movimentação de embalados.
3.3.5.1.2 Fontes de Ignição
As fontes de ignição (fontes de calor e/ou de centelhamento) durante a operação podem
ser resumidas aos seguintes itens:
 Equipamentos e cabos elétricos descritos no item anterior;
 Meios de transporte - caminhões e empilhadeiras.
63
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.5.2
Análise de Riscos
3.3.5.2.1 Avaliação de Riscos de Incêndio associados aos materiais contidos nos
embalados
a) O material combustível contido em tambores representa um risco extremamente baixo
de incêndio, pois se apresenta isolado dos ambientes pelas paredes metálicas dos
embalados. Apesar das paredes metálicas possibilitarem grande transmissão de calor, o
volume dos ambientes e a inércia térmica dos materiais estocados são tão grandes, que
um eventual incêndio ocorrendo no ambiente do depósito ou no interior dos embalados
resultaria numa elevação muito pequena de temperatura. A propagação do fogo não
ocorreria, em função da pouca densidade de materiais combustíveis expostos, limitando
sobremaneira a geração de calor. Além disso, e considerando a integridade dos
embalados, a quantidade de oxigênio presente no interior dos embalados - quer no ar
residual, quer na estrutura molecular dos materiais - é muito pequena para permitir uma
combustão de quantidades apreciáveis do material e uma liberação de calor que pudesse
danificar o(s) recipiente(s) e/ou propagar o fogo;
b) No relatório da Missão IAEA (Projeto BRA/4/046-11), de 15-19/maio/2000, item 416, foi
feita a seguinte observação:
De acordo com a experiência do grupo, existe a possibilidade de
combustão espontânea de rejeitos moderadamente compactados dentro
de tambores. Um incêndio desta natureza queimaria tão lentamente que
não seria detectado até que ocorresse um dano substancial ao recipiente
de rejeito e possivelmente aos recipientes vizinhos. Inspeções e
Monitorações adequadas dos recipientes permitiriam detecção precoce
de tais incêndios;
c) Considerando-se os itens a e b acima, pode-se concluir que a adoção de um programa
adequado de inspeções e monitoramento dos recipientes resultará na neutralização do
risco extremamente baixo de incêndio representado pelos materiais contidos nos
embalados.
3.3.5.2.2 Avaliação de Riscos de Incêndio associados aos demais materiais
O restante dos materiais combustíveis, bem como a presença efetiva das fontes de
ignição, só estarão sujeitos a propiciar incêndios durante a operação dos equipamentos
do Depósito.
Considerando a ação preventiva de desenergização de todos os equipamentos quando
não estiver sendo realizada alguma operação de movimentação, pode-se concluir que as
condições de risco decorrentes dos materiais e equipamentos elétricos se verificam
quando há presença de operadores, que serão capazes de detectar qualquer ocorrência
64
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
de fogo/fumaça em curto espaço de tempo, implementando o procedimento de combate a
incêndio, não permitindo assim que possam ocorrer danos aos recipientes de rejeitos.
3.3.5.2.3 Conclusões da avaliação de riscos de incêndio quanto ao aspecto de detecção
O risco de ocorrência de incêndios no depósito é extremamente baixo, restringindo-se
praticamente às situações em que os equipamentos de movimentação dos embalados
estiverem sendo operados:
 Durante as situações de movimentação de embalados, o depósito contará com a
presença permanente de operadores;
 A eficácia de sistemas de detecção seria muito baixa, em função das características
construtivas do depósito (tamanho, volumes, alturas, etc) e dos volumes de
materiais combustíveis envolvidos;
 A execução de testes e de manutenção de sistemas fixos de detecção com
equipamentos distribuídos pelo depósito exigiriam a presença regular de operadores
nas áreas de estocagem, por períodos razoavelmente longos. Essa exigência
contrariaria o critério básico de projeto do depósito, que prevê a automação das
operações nas áreas de armazenamento, para minimização da dose ocupacional.
3.3.5.3
Descrição do Sistema de Proteção contra Incêndios
Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios, serão
adotadas as seguintes medidas:
 Não será instalado sistema de detecção de incêndios no Depósito 1 e 2-A;
 Todos os equipamentos localizados no interior do depósito permanecerão
desligados, somente sendo ligados quando o prédio for ocupado para operação,
eliminando a possibilidade de ocorrência de focos fora dos períodos de operação.
 Emissão de procedimentos de prevenção e combate a incêndios no CGR - Depósito
2, detalhando todas as medidas necessárias.
Para combate a incêndio, foram instalados extintores de incêndio, de tipo, capacidade e
em quantidade adequadas às exigências das normas pertinentes.
65
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.6 PROJETO DE VENTILAÇÃO DO PRÉDIO
3.3.6.1
Bases de Projeto
3.3.6.1.1 Funções a serem cumpridas pelos Sistemas
Os detalhes construtivos dos Depósitos 1 e 2-A serão aperfeiçoados, com a introdução de
Sistemas de Ventilação, garantindo:
a) Elevação da estanqueidade de todas as portas e esquadrias situadas no perímetro do
prédio;
b) Ventilação mecânica com suprimento de ar filtrado;
c) Manutenção de pressões sub-atmosféricas para impedir exfiltração descontrolada de
contaminantes radioativos;
d) Monitoração dos efluentes de ventilação dos prédios;
e) Retirada do calor transmitido ao interior do prédio por incidência solar na cobertura ou
liberado por equipamentos internos, garantindo níveis de temperatura compatíveis;
f) Minimização de efeitos corrosivos sobre os recipientes de rejeitos como decorrência da
filtragem do ar insuflado;
g) Filtragem de alta eficiência dos efluentes de ventilação em situações em que se
verifique a possibilidade de ocorrência de liberação de particulados radioativos no interior
do depósito.
3.3.6.1.2 Parâmetros do Projeto
- Taxa de renovação de ar dos ambientes:
 renovações/hora em operação normal (mínimo);
 0,5 renovação/hora em operação de exaustão de emergência através de filtros
HEPA (acidente máximo);
- Taxa de ar infiltrado previsto para a pressão sub-atmosférica especificada: 1,5 m³/s
(máximo);
- Pressão sub-atmosférica resultante, em situações climáticas normais: -10 Pa (valor
absoluto mínimo).
66
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA FUNCIONAL DE VENTILAÇÃO DOS DEPÓSITOS
Para assegurar um fluxo controlado de ar e condições de temperatura e qualidade do ar
nas áreas de armazenamento, os Depósitos 1 e 2-A, são dotados de sistemas de
ventilação mecânica, conforme considerado na Norma Cnen NE - 6.05 “Gerência de
Rejeitos Radioativos em Instalações Radioativas”. A sala dos equipamentos de ventilação
é construída com acesso externo à área do Depósito 2 e os dutos são instalados na face
externa das paredes do Depósito.
No tocante aos aspectos construtivos do Depósito, as portas externas têm sua
estanqueidade reforçada para valores compatíveis com os requisitos dos sistemas de
ventilação. Além disso, as janelas são mantidas sempre fechadas e são vedadas da
mesma maneira.
A manutenção de pressões sub-atmosféricas nos Depósitos 1 e 2-A, são obtidas pelo
funcionamento de ventiladores operando sempre de forma a se ter uma vazão de
exaustão maior que a de insuflamento, sendo a diferença obtida através de infiltração
pelas imperfeições de vedação remanescentes.
No tocante aos sistemas de ventilação, estão instalados:
a) Sistema de Suprimento de Ar com filtragem fina (ABNT F3);
b) Sistema de Exaustão Normal;
c) Sistema de Exaustão provido de filtros HEPA (ABNT A3);
d) Sistema de Monitoração de Ar de Exaustão.
Os sistemas de ventilação são compostos por filtros, moto-ventiladores centrífugos,
registros de gravidade, registros de isolamento de alta estanqueidade, redes de dutos,
grelhas, venezianas, etc. Todos os dispositivos têm estanqueidade adequada para
garantir a obtenção da pressão sub-atmosférica no depósito, obedecendo às premissas e
parâmetros do projeto. Os filtros HEPA são instalados em carcaças especiais permitindo o
manuseio de elementos filtrantes sem contato direto.
Em condições normais de funcionamento dos Depósitos 1 e 2-A permanecem em
funcionamento os sistemas de suprimento e de exaustão normal de ar. O monitoramento
de efluentes é realizado em intervalos regulares para confirmação da não liberação de
substâncias radioativas ao meio ambiente.
Em situações em que se verifique a possibilidade de ocorrência de liberação de
particulados radioativos, são desligados os sistemas de suprimento e de exaustão normal
de ar e o sistema de exaustão provido de filtros HEPA é colocado em funcionamento,
evitando-se assim qualquer possibilidade de liberação ao meio ambiente de particulados
radioativos dispersos no interior do depósito. O monitoramento de efluentes é realizado
67
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
utilizando os mesmos
funcionamento.
recursos
utilizados
quando
em
condições
normais
de
Em caráter preventivo, este modo de operação deve ser acionado pelo operador sempre
que ocorrerem situações de acidente nas operações de movimentação de embalados.
Os acionamentos e comutações necessários são efetuados manualmente pelos
operadores.
3.3.7.1
Proteção Radiológica
Toda a área do CGR é tratada como área controlada, seguindo, portanto, todos os
procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose ocupacional.
O Sistema de Monitoração de Radiação é constituído de recursos para monitoração
interna e externa aos depósitos.
Todos os sinais e alarmes referentes aos monitores de radiação são apresentados na
Guarita do Depósito, onde está instalada uma sala destinada à Proteção Radiológica.
3.3.8 MONITORAÇÃO DA TAXA DE DOSE LOCAL INTERNA AO DEPÓSITO 2-A
Através do detector do sistema de lança telescópica da ponte rolante, é possível realizar a
medição remota de taxa de dose em qualquer ponto da área de armazenamento deste
módulo. Por meio da câmera de televisão instalada na lança, é possível a inspeção visual
da área onde se procede à medição de taxa de dose. Os dados resultantes das medidas
do detector são transmitidos para um micro computador, instalado na sala de comando da
Ponte Rolante.
Há ainda um detector neste módulo, com painel local instalado junto à porta de ingresso
do mesmo, com a finalidade de fornecer a indicação da taxa de dose nas áreas de
armazenamento, sendo estes alarmes enviados para a sala de Proteção Radiológica
localizada na guarita.
3.3.9 MONITORAÇÃO DA TAXA DE DOSE LOCAL EXTERNA NA ÁREA DO DEPÓSITO
Uma estação de medição “on-line" de taxas de dose está instalada no CGR, constando de
vinte detectores, localizados em locais significativos para a monitoração (p. ex. próximo à
guarita e salas de ventilação de cada depósito). Cada detector é a prova de chuva e raios
solares. Os dados medidos são mostrados em painéis locais e transferidos para o microcomputador na sala de Proteção Radiológica na Guarita.
68
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
3.3.10
AMOSTRAGEM DE AR
Os Depósitos 1 e 2-A são equipados com um Sistema de Amostragem do Ar de Exaustão
do sistema de ventilação, para coleta de amostras dos particulados em suspensão em
filtro removível, com posterior determinação dos níveis de radioatividade desses
efluentes.
No Depósito 2-A há, ainda, outro ponto de amostragem instalado na lança telescópica da
ponte rolante, com a finalidade de coletar amostras de ar de qualquer ponto alcançável
por ela no interior do depósito. Este sistema prevê a amostragem de particulados em
suspensão através da aspiração do ar por um tubo flexível, com filtro removível, e é
acionado sempre periodicamente.
3.3.10.1
Proteção Física
Foram implementadas as seguintes medidas para Proteção Física:
 Instalação de cerca, em todo o perímetro externo do CGR;
 Instalação de dispositivos de alarme de abertura das portas externas do Depósito 2A;
 Instalação de câmeras de vídeo para monitoração da área externa aos depósitos;
 Melhoria da iluminação externa aos depósitos com instalação de sistema “no break”;
 Instalação de ramais telefônicos comuns e transceptor de rádio.
69
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4
4.1
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
MEIO FÍSICO
4.1.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
A Área de Influência Direta do meio físico a ser analisada neste diagnóstico é a área da
CNAAA (sítio onde se localizam o CGR, local específico do empreendimento, e as Usinas
de Angra 1 e 2), ilustrada por meio do Apêndice 11.2.
4.1.2 INTRODUÇÃO
Os estudos geológicos, geomorfológicos e pedológicos realizados tiveram como
metodologia o levantamento de dados secundários, estudos de sensoriamento remoto,
cruzamento desses dados com os mapas temáticos e cartas planialtimétricas e,
posteriormente, reconhecimentos de campo. Após essas etapas, no trabalho de escritório
realizou-se a consistência desses dados e a confecção do diagnóstico dos referidos
temas.
Os itens referentes aos recursos hídricos e ao clima e meteorologia foram realizados
basicamente a partir de dados secundários, indicados, na sua maioria, pela Eletronuclear.
4.1.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS
O entendimento do arcabouço geológico da Área de Influência Direta passa
primeiramente pelo conhecimento da geologia regional da porção oeste do estado do Rio
de Janeiro, mais especificamente dos municípios de Angra dos Reis e Parati. Dessa
maneira, serão primeiramente apresentadas informações regionais e, posteriormente, o
diagnóstico da Área de Influência.
A área da CNAAA está situada na Região Sudeste do país, estando geotectonicamente
contida na Província Mantiqueira, definida por Almeida et al. (1981). É representada pelo
Domínio Tectônico Costeiro ou Cinturão Costeiro, onde o arcabouço regional é formado
por terrenos pré-cambrianos, com predominância de metamorfitos de médio a alto grau,
representados por gnaisses, gnaisses migmatíticos, granitóides e migmatitos, injetados
por granitos e rochas básicas diversas. Associadas a essas litologias ocorrem rochas
kinzigíticas, quartzitos, anfibolitos, rochas calcissilicáticas e termos charnockíticos
localizados.
70
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A divisão litoestratigráfica dessas unidades é bastante complexa, uma vez que
apresentam uma passagem gradual de um litotipo para outro, com exceção de alguns
corpos graníticos relacionados às fases tardi e pós-tectônicas do Ciclo Brasiliano. Diques
de diabásio (Juro-Cretáceos) cortam as rochas pré-cambrianas de forma discordante e
concordante com a foliação regional, de direção nordeste-sudoeste (predominantemente
N50-70E) e, subordinadamente, noroeste-sudeste.
A complexidade estrutural das unidades litoestratigráficas é função das diversas fases de
deformação ocorridas nos Ciclos Transamazônico (2.100 a 1.800 MA) e Brasiliano (750 a
500 MA), onde processos de migmatização, granitização e eventos tectônicos em
diferentes graus remobilizaram e/ou rejuvenesceram diversas litologias. Como
decorrência desses tectonismos, a região apresenta extensos lineamentos estruturais
representados pelo bandamento gnáissico e falhas regionais de caráter transcorrente. As
estruturas dobradas são relacionadas a mais de uma fase de dobramento. As falhas são,
via de regra, evidenciadas nos vales retilíneos dos cursos de água existentes.
A reativação de antigas zonas de falha e instalação de novos falhamentos ocorreu
durante o Jurássico, onde a área sofreu novos esforços tectônicos, inclusive com
intrusões de diques de diabásio associados.
A sedimentação Quaternária é representada pelos depósitos flúvio-marinhos e marinhos
de natureza areno-argilosa a arenosa, depósitos aluviais, coluviais e alúvio-coluviais,
estando todos estes sedimentos recobrindo localmente as rochas pré-cambrianas. O
mapa geológico encontra-se no Apêndice 11.4.
4.1.3.1
Geologia regional
Nesta etapa serão descritas as unidades litológicas e estratigráficas representadas pelos
Complexos Costeiro e Paraíba do Sul (Proterozóico Superior), compostos por
metamorfitos de médio a alto grau como os gnaisses cataclásticos e migmatizados em
vários graus, granitóides e suítes charnockíticas. Ocorrem também granitos isotrópicos e
rochas básicas diversas (na forma de diques) e ainda áreas restritas de sedimentos
Quaternários.
As unidades gnáissico-migmatíticas estão intrinsecamente relacionadas e são de difícil
separação espacial. Dessa maneira, os contatos nítidos e mapeáveis são de difícil
identificação, pois ocorrem transições graduais entre os diversos termos petrográficos,
inclusive entre aqueles considerados do neoproterozóico, como as suítes granitóides e
outras rochas geradas nesse período. Assim, os contatos litológicos marcam os limites
parciais ou totais dos corpos graníticos, de alguns migmatitos e dos sedimentos
cenozóicos de idade recente (depósitos aluvionares, flúvio-marinhos e marinhos).
71
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A descrição das principais unidades litoestratigráficas e características mineralógicas das
diferentes unidades litológicas foram baseadas principalmente nos dados do DRM (1983).
4.1.3.1.1 Unidades Meso a Neoproterozóico
4.1.3.1.1.1 Plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse
Ocorre em quase toda a área, constituindo uma ampla faixa de sudoeste para nordeste,
desde a região de Parati até a região de Angra dos Reis. Os litotipos gnáissicos são muito
semelhantes, com predominância de plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse. Entre as
estruturas presentes, destacam-se por vezes características de rochas cataclásticas.
A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com bandamento
marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na rocha e
localizadamente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Rochas
kinzigíticas com cordierita, sillimanita, granada e grafita, e rochas calcissilicáticas ocorrem
no âmbito desses gnaisses. As calcissilicáticas têm coloração esverdeada e são
constituídas por biotita, microclina, plagioclásio, piroxênio e anfibólio.
Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses quartzo
feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas formando cristas no relevo devido
à sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação mineralógica dessas
litologias é representada por uma assembléia de quartzo, plagioclásio, microclina, biotita,
granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais frequentes são apatita, titanita e
zircão.
Ocorrem ainda porções cataclásticas da associação plagioclásio-microclina-biotitagnaisse (pGnc), geralmente relacionadas com gnaisses milonitizados e blastomilonitos.
4.1.3.1.1.2 Biotita gnaisse cataclástico
Assim como as rochas cataclásticas do grupo anterior, os biotita gnaisses cataclásticos
ocorrem em extensas faixas segundo o trend regional, estendendo-se desde o norte de
Parati, passando pela região do rio Mambucaba, até a região de Cunhambebe. São
constituídas basicamente por biotita gnaisse cataclástico de granulação fina a média, com
laminação fina bem definida pela alternância de fitas milimétricas enriquecidas em biotita
com outras quartzo-feldspáticas granulares. O quartzo predominante ocorre muitas vezes
em forma de vênulas e pequenos boudins. Porfiroclastos de feldspato (plagioclásio e
microclina) ocorrem com formas ocelares e dimensões milimétricas. Níveis milonitizados
de textura grano-lepidoblástica a cataclástica são constantes. Associados a estas
ocorrem, esparsamente, pequenos corpos de mármores e de rochas calcissilicáticas.
Apresentam relevo acidentado com cursos d’água encachoeirados, perpendiculares à
vertente da serra. Afloram geralmente em áreas de difícil acesso, vertentes de trechos da
72
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
serra do Mar, de maiores altitudes locais, cobertas por mata Atlântica. Na região do
planalto da Bocaina, o relevo mostra-se colinoso com pequenos desníveis entre os
morrotes alongados, apresentando lineamentos concordantes com o trend regional
observado em fotografias aéreas e imagens de satélite.
4.1.3.1.1.3 Biotita gnaisse migmatítico
Compreende uma ampla faixa de direção nordeste-sudoeste, abrangendo a região de
Angra dos Reis e Ilha da Jipóia. A rocha matriz é representada por biotita gnaisses de
coloração cinza e granulação média extremamente ricos em biotita, bem bandados e com
porfiroblastos de feldspato alinhados segundo o bandamento. Os cristais de feldspato são
usualmente tabulares de cor branca e rosa, alcançando até dois cm de dimensão.
Devido a intrusões pegmatíticas e aplíticas, esses gnaisses encontram-se parcialmente
migmatizados. Materiais quartzo-feldspáticos (neossoma) ocorrem intercalados ao
conjunto litológico, revelando aspectos bandeados a estromáticos típicos.
Porções de composição gabróide a diorítica, ricas em biotita e anfibólio, ocorrem
localizadamente e são injetadas por frações félsicas de composição pegmatóide e
granítica. Segundo o DRM, esse termo escuro é o representante regional da rocha
original pré-existente, afetada por processos de migmatização.
Análises petrográficas dos litotipos de Angra dos Reis revelaram composição granítica
para fração neossomática e quartzo-diorítica para o biotita gnaisse por ele permeado
(paleossoma). Os minerais mais comuns desse conjunto litológico são microclina,
plagioclásio, quartzo, biotita, clorita, alanita e titanita como principal acessório.
4.1.3.1.1.4 Migmatito estromático
São rochas com bandamento centimétrico regular, marcado pela alternância de bandas
máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas, de composição quartzofeldspáticas, com granulação média. Essas rochas migmatíticas são constituídas
principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais acessórios como
apatita, zircão, titanita e opacos.
Afloram na região de Angra dos Reis, Cunhambebe e Parati, se estendendo segundo a
direção nordeste-sudoeste, ao longo de uma faixa de aproximadamente 5 km e na região
de Parati, apresentando contato abrupto com o granitóide Parati-Mirim.
Observa-se na região de Tarituba-São Roque e na região da baía da Ribeira
(Cunhambebe e Angra dos Reis) que parte da faixa migmatítica encontra-se encoberta
por sedimentos flúvio-marinhos ao longo do litoral, sendo esta litologia constituinte da
maioria das ilhas cartografadas.
73
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Apresenta-se uma frequência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares
subcentimétricos na região da Praia Brava e ao norte de Itaorna, possuindo um
bandamento mais esparso, mais irregular e menos consistente, proporcionado por
material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara.
Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados.
No sul da área, os migmatitos estromáticos são menos típicos devido à influência de
material granítico desenvolvido de forma indiscriminada e penetrativa, superimpondo-lhes
estruturas do tipo agmático e schollen.
4.1.3.1.1.5 Migmatitos oftálmicos
Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas bem
foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas, influenciando a forma do relevo
predominante, representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a foliação é
menos marcada, o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa. O granitóide
sustenta um relevo de morrotes com formas dômicas.
Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas ocelares
dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato, biotita,
anfibólio e magnetita.
Afloram na região de Cunhambebe e Angra dos Reis, com exposições em alguns trechos
da BR-101, entre o Bairro Belém e o Iate Clube Angra dos Reis e na região da Usina
Nuclear de Angra, onde ocorrem afloramentos excelentes nas pedreiras de Ponta Grande
e Ponta Fina. Esta última apresenta boudins, pegmatitos e estruturas agmáticas. Essa
unidade é interrompida na região da baía da Ribeira, onde os migmatitos oftálmicos
constituem ilhas.
4.1.3.1.1.6 Migmatito granitóide
Ocorre como um maciço granítico na região de Conceição de Jacareí, com relevo
escarpado, serras acentuadas e colinas corrugadas. As drenagens apresentam um
padrão dentrítico refletindo seu condicionamento estrutural pelo set de fraturas, com
orientação principal nordeste-sudoeste. Ocorrem ainda veios pegmatíticos cortando esses
termos petrográficos.
São rochas porfiroblásticas com uma alternância entre porções bandadas e texturas
migmatíticas e porções com texturas características de rochas granitóides onde ocorre um
aumento na quantidade de feldspatos porfiroblásticos. Nos arredores de Monsuaba ocorre
um excesso de porfiroblastos, dando um aspecto de granitóide de textura quase
homogênea. Esses cristais de feldspato (porfiroblastos) são tabulares, brancos a róseos,
com até 4 cm (eixo maior) e orientados. Sua composição mineralógica é constituída por
74
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
quartzo, biotita, anfibólio e alguma titanita disseminada, preenchendo os espaços entre os
porfiroblastos de feldspato (microclina e plagioclásio).
4.1.3.1.1.7 Hiperstênio granitóide
Apresenta coloração esverdeada, granulação média a grossa, textura granoblástica e
estrutura homogênea, com leves orientações localizadas, dadas pelo arranjo de alguns
fenoblastos centimétricos. A mineralogia é constituída por feldspatos esverdeados (cor de
cana) típicos, quartzo, biotita, piroxênio (hiperstênio), anfibólio e magnetita como
acessório.
Esses granitóides constituem as rochas da suíte charnockítica distribuídas nos terrenos
limitados pela Ilha Grande. Análises petrográficas realizadas (DRM, 1983) revelaram que
as rochas charnockíticas meso-melanocráticas cinza-esverdeadas são derivadas de
granulitos retrometamorfisados.
Os charnockitos da Ilha Grande gradam para termos granitóides porfiroblásticos,
resultantes de uma intensa feldspatização provavelmente potássica em base
charnockítica original.
4.1.3.1.1.8 Granitóide Parati
Apresenta textura grossa e porfiroblástica, com mineralogia a base de quartzo, feldspato,
biotita, anfibólio, magnetita e titanita disseminada, sendo que os porfiroblastos são de
feldspato e estão discretamente orientados. São rochas isotrópicas com foliação
localizada. Os termos petrográficos originais que geraram os granitóides por meio de
processo de granitização/felspatização eram de composição gabróide e/ou granítica.
Aflora por uma ampla área, abrangendo a região de Parati e com exposições ao longo da
BR-101. Possui um relevo movimentado representado por serras de cristas angulosas e
por morrotes arredondados situados nas áreas de planalto e na grande vertente da serra
do Mar. No planalto despontam formas tipo “pão-de-açúcar” escarpadas e com estrias.
Abrange também as áreas de relevos suaves próximas ao litoral.
4.1.3.1.2 Unidade do Precambriano Superior /Eocambriano
4.1.3.1.2.1 Rochas graníticas (Gr)
Os maciços graníticos na região receberam denominações toponímicas locais
1983) devido à sua distribuição geográfica. O Projeto Carta Geológica do Estado
de Janeiro (DRM, op. cit.) caracterizou os granitos Carrasquinho, Parati-Mirim,
Mambucaba e Mangaratiba, além de assinalar a ocorrência generalizada de
graníticos menores, às vezes não mapeáveis na escala 1:50.000.
(DRM,
do Rio
Angra,
corpos
75
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades rosadas,
estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas marcadas
pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de
forma localizada e esparsa. Apresentam contatos bruscos com as rochas gnaissicomigmatitícas encaixantes, por vezes irregular e difuso, onde em alguns locais ocorrem
xenólitos de tipos diversos de migmatito e gnaisse no interior das massas graníticas.
A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita,
anfibólio, titanita e magnetita como acessório frequente. Cristais esparsos de pirita
ocorrem nas proximidades da região de Itaorna. A pirita ocorre também preenchendo
fraturas.
O granito Carrasquinho ocorre com dois amplos corpos distintos situados na divisa RJ/SP
a noroeste de Parati e na região da localidade Pedra Branca. Esse litotipo sustenta um
relevo ondulado a montanhoso.
O granito Parati-Mirim apresenta-se como uma larga faixa no sentido nordeste, entre o sul
de Parati e as proximidades de Parati-Mirim. Possui faixas alongadas de migmatitos
estromáticos e contatos difusos com tipos gnáissicos encaixantes.
O granito Angra está situado a oeste da cidade de Angra dos Reis, na região de
Cunhambebe. Aflora sob a forma de grandes blocos de rocha na superfície das encostas
e em paredões amplos e abaulados.
O granito Mambucaba ocorre como quatro corpos graníticos alongados e arredondados,
na região do rio Mambucaba, ao sul da localidade de Frade e ao norte de Tarituba.
Topograficamente, mostra morros pontiagudos e cônicos e relevo colinoso com “pães-de
açúcar” (próximo a Tarituba), com a drenagem do tipo radial-dentrítica.
O granito Mangaratiba ocorre na porção extrema leste, onde constituem trechos da linha
de costa. Localmente, apresenta relevo realçado de padrão quase homogêneo na forma
de domo, praticamente desprovido de vegetação.
4.1.3.1.3 Unidades do Jurássico/Cretáceo
4.1.3.1.3.1 Diques de basalto e diabásio
Ocorrem na região diques de diabásio, basalto e lamprófiro, estendendo-se praticamente
por toda a área, com maiores concentrações nas regiões da baía da Ribeira, Itaorna e ao
sul de Parati. Esses diques são injetados preferencialmente em planos de fraturas préexistentes, onde estão orientados segundo N45E, com mergulho vertical ou subvertical.
Localmente podem ter direção norte-sul e noroeste-sudeste. Apresentam larguras que
variam de menos de 1 m até dezenas de metros.
76
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Apresentam lineamentos marcantes em imagens de satélite e fotografias aéreas, e
contatos nítidos com as encaixantes. Encontram-se fraturados internamente e nos
contatos, com padrões ortogonais.
Em afloramento, os diques mostram textura típica de diabásio, de coloração cinza escuro
esverdeada, com predominância de plagioclásio (em forma de ripas) e fenocristais ferromagnesianos (piroxênio) e opacos. O diabásio intemperizado apresenta-se sob a forma
de blocos esfoliados, com cor amarelo-ocre e solos derivados vermelho alaranjados,
imersos em regolito marrom avermelhado.
A gênese dessas litologias está relacionada à Reativação Wealdeniana, responsável pelo
fraturamento e rifteamento acompanhado por atividade ígnea básica e alcalina durante o
Jurássico Superior/Cretáceo Superior, com alguma ocorrência até o Terciário.
Os diques de basalto são petrograficamente similares ao diabásio, embora com
granulação mais fina, textura afanítica e menos abundantes. Segundo relações de campo,
datações e conteúdo potássico, o basalto e o diabásio têm origem comum. Suas
espessuras alcançam até 3 m.
Em Itaorna aflora um sistema de diques de lamprófiro, perfazendo uma faixa de 100 a 150
m de largura (1 a 2 m de largura cada um), onde preenche uma zona de fraturas
orientadas na direção oeste/nordeste (N70/80W). É uma rocha cinza esverdeada, de
granulação fina a média, composta de biotita, carbonatos, olivina e traços de microclina.
São cortados por delgados veios mineralizados de calcita, que estão deformadas por
falhamentos mais recentes, onde estes deslocam a parede nos contatos dique/rocha
encaixante.
Informações de sondagens realizadas no sítio de Itaorna, mencionadas em estudos da
Weston Geophysical, 1981, indicam que a instalação da sequência de diques
diabásio/basalto é anterior à instalação dos diques de lamprófiro.
4.1.3.1.4 Unidades do Quaternário (Holoceno)
4.1.3.1.4.1 Depósitos flúvio-marinhos e marinhos
Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de
areias grossas, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas
de argila e/ou silte. Nas porções próximas à linha de costa predominam sedimentos
arenosos que variam seus teores percentuais de silte, argila e matéria orgânica,
conforme adentram o continente.
São depósitos sedimentares característicos de ambientes de transição, com
características de depósitos praiais, lagunares e fluviais sobrepondo-se localmente. Os
77
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características
transgressivas ligadas à última oscilação do nível do mar.
4.1.3.1.4.2 Depósitos de mangue
Ocorrem nas regiões litorâneas dos municípios de Parati e Angra dos Reis. Os depósitos
de mangue estão relacionados aos ambientes do trecho inferior dos cursos dos rios,
próximos ao mar. São caracterizados por lamas e lodos síltico-argilosos ricos em matéria
orgânica, com cores escuras a muito escuras e parcialmente cobertas por vegetação
típica.
Os sedimentos que são carreados pelos rios ao mar são retrabalhados, formando
depósitos praiais. Em conjunto, os sedimentos coluviais transportados por movimentos de
massa próximos à linha da costa podem ser retrabalhados pelo mar colaborando com a
formação dos sedimentos praiais.
Segundo Abreu (1947), ocorrem restos localizados de antigos depósitos de sambaqui na
região do forte, nos arredores de Parati. Trata-se de pequenas manchas com agregados
de conchas calcárias e seixos polidos de diabásio misturados com material argilo-síltico
orgânico de coloração escura.
4.1.3.1.4.3 Depósitos aluvionares
Ocorrem nas redes de drenagens atuais e são constituídas por cascalhos, areias finas e
médias, silte e argila, incluindo os aluviões atuais, os depósitos de terraços e as várzeas.
Ocupam as calhas e planícies dos rios de maior porte da região, como os rios Jurumirim,
Floresta, Bracuí, Mambucaba, São Roque, São Gonçalo, Pequeno e Perequê-Açu, dentre
outros. Podem ocorrer níveis conglomeráticos localizados como nas margens do rio
Bracuí.
4.1.3.1.4.4 Depósitos coluvionares
Ocorrem relacionados a encostas e elevações e estão distribuídos de forma descontínua,
por vezes relacionados a material eluvionar, sendo constituídos de uma mistura de solos
residuais lixiviados (ou transportados) geralmente compostos de areias siltosas, argilas,
cascalhos e matacões.
São derivados do intemperismo e erosão dos solos residuais e das rochas localizadas nas
partes mais superiores das elevações, e transportados encosta abaixo por gravidade
através de rastejo (creep), deslizamentos de massa ou desmoronamento de blocos. Em
zonas de relevo íngreme, surgem depósitos de tálus com blocos, matacões e seixos de
dimensões variadas.
78
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.3.2
Geologia da Área de Influência
Nos limites da AID, entre a Ponta Grande e a Ponta Fina, incluindo Itaorna e as encostas
adjacentes, afloram gnaisses migmatizados e migmatitos (com estruturas estromáticas e
oftálmicas). Apresentam alternância de bandas máficas e félsicas e intercalações de
xistos e anfibolitos. As bandas máficas são representadas por porfiroblastos de feldspato
ocelares em matriz biotítica enquanto as bandas félsicas são constituídas por granitóides
ou pegmatóides de composição quartzo-feldspática.
Os gnaisses apresentam bandamento composicional com orientação planar (nordestesudoeste) de minerais e feições de estiramento (boudinage, feldspatos ocelares).
Trabalhos anteriores a Weston Geophysical e ao IPT relatam a presença intrusão diorítica
na Ponta Fina. Mencionam também a existência de ondulações na foliação e o
envolvimento dos diques básicos na deformação afetando os gnaisses.
Esses trabalhos relatam a existência de veios graníticos e pegmatíticos discordantes com
a foliação regional e intrusões graníticas que truncam as litologias acima, denotando uma
evolução geológica bastante complexa no local. Essa evolução envolve as falhas de
Ponta Grande e Piraquara e outras associadas, mais alguns tipos litológicos diferentes e
alterações hidrotermais. A origem da falha de Ponta Grande deve ser anterior à instalação
das rochas graníticas que cortam essa zona de falha.
Diques de rochas básicas foram intrudidos nos estágios iniciais da Reativação
Wealdeniana e são representados por diabásios e basaltos encaixados nas rochas précambrianas, concordantes com o arcabouço estrutural regional (N40-50E) e, por vezes,
discordantes. Posteriormente a essas intrusões básicas, ocorreu o magmatismo alcalino,
representado por um conjunto de diques de lamprófiro (direção N65-70W) e detectados
por sondagens realizadas na região de Itaorna.
Segundo Weston Geophysical (1982), não é conhecida a ocorrência de falhamentos ou
outra atividade tectônica desde o Cretáceo Inferior em Itaorna, sendo que a falha mais
antiga deve ser a de Ponta Grande, seguida de falhas nordeste, provavelmente ligadas a
Reativação Wealdeniana. Essas falhas nordeste são cortadas por uma falha de direção
N70W (mais jovem).
O granito Mambucaba ocorre na porção norte e leste da AII. São rochas leucocráticas,
isotrópicas, de coloração cinza clara com tonalidades rosadas, estrutura maciça,
granulação variável (de fina a grossa) e com porções foliadas marcadas pelo alinhamento
de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de forma localizada e
esparsa. A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio,
biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório frequente. Ocorrem cristais esparsos
de pirita e também preenchendo fraturas.
79
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de
areias grossa, média e fina, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas de
argila e/ou silte.
Os sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características
transgressivas ligadas à última oscilação do nível do mar, sendo cobertos na maior parte
de Itaorna por aterro utilizado na implantação da CNAAA. Apresentam uma sequência
estratigráfica representada pela alternância de areias finas e argilas, onde a parte superior
do pacote é composta por areias, com a porção central da praia apresentando mais de 20
m de espessura. Sondagens realizadas na área apresentaram três ou mais camadas de
argila alternadas com areia.
Segundo Weston Geophysical (op. cit.), houve sequências deposicionais transgressivas
na área. A primeira transgressão depositou uma unidade de areia basal diretamente sobre
o solo residual, com espessuras de até 3 m. Trata-se de um depósito marinho típico de
praia, mais grosseiro na sua porção distal. A areia basal é coberta por uma camada de
argila (2 a 7 m de espessura). A segunda sequência transgressiva é constituída por uma
fina camada de areia subjacente a uma camada mais espessa de argila, representando
uma transgressão similar àquela, porém com um nível do mar relativamente mais alto. A
camada de argila superior cobre, localmente, solos coluviais soterrados indicando
movimentos de massa antigos próximo à linha da costa.
A sequência sedimentar marinha superior na enseada de Itaorna, tanto no continente
quanto na área marinha (offshore), é composta de espessas camadas de areia. Essas
areias crescem em espessura desde 5 m na área marinha até 10 m na parte do
continente. A textura desses sedimentos torna-se mais grossa à medida que se aproxima
da base das encostas que cercam a enseada. Esta última unidade, essencialmente
arenosa, representa uma regressão do mar e uma progradação da linha de praia antes da
configuração atual.
Segundo os estudos mencionados, todos os sedimentos parecem estáveis e com a
mesma configuração da época em que foram depositados.
4.1.4 ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS
Conforme os estudos do Projeto RADAMBRASIL (IBGE 1983), a região de estudo
pertence à Unidade Geomorfológica Planalto da Bocaina, representada por um bloco
montanhoso basculado em direção ao litoral, com escarpas que atingem os 1000 m de
altitude, tendo principalmente como embasamento rochoso gnaisses, migmatitos,
granulitos e granitos.
80
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A rede de drenagem apresenta um forte controle estrutural com segmentos retilíneos
acompanhando linhas de fraturas, geralmente perpendiculares à direção geral da
escarpa, sendo por vezes muito profunda.
O litoral é extremamente recortado, com intercalações de pontões rochosos e pequenas
planícies que apresentam sedimentos marinhos, fluviais e coluviais. O mar é pontilhado
de ilhas, separadas do continente por uma lâmina d’água pouco profunda e que possuem
sempre grande semelhança litológica e estrutural com os pontões rochosos.
A região apresenta ocorrências indiscriminadas de movimentos de massa devido às altas
declividades existentes, sendo por vezes superiores a 40%, independentemente da
cobertura florestal ou da ocupação humana. Esses movimentos de massa estão mais
intimamente ligados à declividade e/ou às áreas de concentração de drenagem do que à
litologia.
As chuvas nessa região são acentuadas não apenas pela interação das massas úmidas
marítimas com as escarpas, mas também pela passagem e semi-estacionamento das
frentes polares que muitas vezes são em parte retidas nos pontões e reentrâncias do
relevo local. Foi observado que são principalmente as chuvas de grande intensidade,
locais e não regionais (podendo chegar a 300 mm de chuva em períodos de 24 h) que
mais impulsionam os fenômenos de deslizamentos.
4.1.4.1
Unidades de relevo
A região é constituída por duas unidades de relevo, sendo uma formada por cristas e
escarpas e a outra formada pelas baixadas. As escarpas apresentam um desnível médio
de 700 m e são dissecadas por vales semiparalelos que se alternam com trechos com
recortes menos profundos, intermediários entre os rios que descem a serra. Possuem
ainda vertentes longas de mais de 2 km de extensão.
Como são constituídas por rochas gnáissicas ou graníticas, de fácil alteração em clima
úmido, liberam grande quantidade de material que, associado à alta declividade (superior
a 40%), é facilmente transportado encosta abaixo. Na parte superior das escarpas, a
rocha é quase aflorante. Na zona intermediária da escarpa, observa-se uma zona coluvial
fina, geralmente inferior a 3 m, tornando-se mais espessa em direção ao sopé.
O horizonte regolítico (horizonte C) conserva a mesma estrutura da rocha original, mas
perde grande parte de sua resistência ao cisalhamento. Abaixo do horizonte C, no caso
de a rocha estar muito fraturada, ocorrem zonas de matacões concordantes com as
fraturas na rocha. Essas fraturas são favoráveis à penetração da água. No caso de a
rocha ser maciça, o que ocorre geralmente nos granitos, a passagem do horizonte C para
a rocha é mais abrupta, formando um plano onde são favorecidos os escorregamentos.
81
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
O comportamento do lençol freático é função da espessura do manto de alteração, onde o
manto de alteração é espesso, os lençóis freáticos situam-se em seu interior. Quando o
manto de alteração é pouco espesso e a transição para a rocha é abrupta, os lençóis
passam a localizar-se nesse contato, constituindo ambientes preferenciais de
escorregamentos.
Os depósitos ocorrentes nos sopés das escarpas estão relacionados às características
morfológicas do trecho da vertente na qual estão situados, podendo ser classificados
como depósitos de tálus ou cones de dejeção, mais conhecidos como leques aluviais.
Os primeiros ocorrem nos trechos menos recortados da escarpa e se caracterizam por
apresentarem materiais grosseiros, matacões ou blocos semi-arredondados ou
angulosos, de mais de 1 m de diâmetro envoltos em matriz areno-argilosa. Não possuem
drenagem muito encaixada e a vertente evolui principalmente por movimentos de massa,
que fornecem grande quantidade de material detrítico, que é transportado pelo
escoamento superficial ou desce pela ação da gravidade, formando no sopé extensos
depósitos de tálus.
Já nas áreas dissecadas por drenagens aprofundadas, formam-se os cones de dejeção,
também chamados de leques aluviais. Estes apresentam sedimentos grosseiros e blocos
com até mais de 2 m de diâmetro. A declividade, porém, é menos acentuada nos cones
do que nos depósitos de tálus e a matriz que ocorre nos cones pode ser menos argilosa,
por ser mais frequentemente lavada. Apresentam ainda a forma tradicional das drenagens
torrenciais, em que a bacia de captação tem a forma de anfiteatro erosivo na borda da
escarpa ou penetra pela superfície de topo do planalto através de um alvéolo que
concentra a drenagem de uma bacia de recepção. O canal de escoamento é geralmente
muito encaixado e possui poucos afluentes. Esses cones de dejeção, com concentração
de drenagem e material detrítico pouco consolidados são áreas de alto potencial de
deslizamentos.
Os rios da região apresentam suas nascentes nas escarpas da serra do Mar ou no topo
do planalto e assim como toda rede de drenagem são condicionados pelas estruturas
geológicas. Possuem todos um regime torrencial, com cheias de verão e rápida resposta
às chuvas. Os sedimentos são constituídos por partículas finas, característica comum aos
rios de áreas tropicais úmidas, que são depositados sobre a planície de sedimentação
marinha. Basicamente os depósitos sedimentares das baixadas são de origem fluvial com
ou sem retrabalhamento marinho.
O rio Mambucaba, principal rio da região e limite entre os municípios de Angra dos Reis e
Parati, tem suas nascentes no topo do planalto, recebendo seus principais afluentes (rio
dos Sete Espetos, córrego da Roseira) ambos com traçados retilíneo, através de
acentuados cotovelos, evidenciando o controle estrutural na drenagem.
82
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A partir daí, drena por aproximadamente 2 km e desnível de 800 m um ambiente de
cachoeiras e corredeiras, atingindo seu nível de base em um alvéolo proporcionado pela
acumulação de sedimentos do rio Mambucaba e do rio do Funil em um estrangulamento
do vale. A partir desse ponto apresenta um canal semi-anastomosado, estabelecido sobre
sedimentos flúvio-marinhos, até a confluência com o rio Conceição, onde transpõe antiga
soleira e invade uma baixada preenchida por feixes de restinga.
Os outros rios da região têm aspecto semelhante ao rio Mambucaba, diferindo apenas em
extensão longitudinal e no tamanho das baixadas. Suas baixadas são restritas, por vezes
ladeadas por paredões escarpados. A montante, nos sopés de encosta, apresentam-se
depósitos coluvionares em forma de leques que não raro apresentam mais de um nível de
deposição. A jusante, apresentam-se feixes de restinga e/ou mangues. As baixadas mais
extensas são as formadas pelos rios Mambucaba, Grataú, Jurumirim e Ariró.
Morros isolados com vertentes convexas despontam em algumas dessas baixadas, com
altitudes inferiores a 100 m e por vezes apresentando depósitos coluviais espessos no
contato com a planície. Esses morros representam antigas ilhas incorporadas ao
continente por força do assoreamento flúvio-marinho ocasionado pela progradação da
linha de costa.
4.1.4.2
Dinâmica do relevo
A Serra do Mar é constituída principalmente por rochas graníticas e gnáissicas, originada
por processo de falhamento de caráter regional. Suas atuais formas de relevo são o
produto de um intenso e longo processo de erosão diferencial que acumulou, ao longo do
tempo, grandes volumes de detritos nas encostas e em seu sopé, evidenciando os efeitos
de movimentos de massa de seu espesso manto de alteração.
A interferência antrópica geralmente resulta na diminuição do já precário equilíbrio
existente, fazendo as massas de detritos se movimentarem à procura de uma nova
condição de equilíbrio.
Na formação e evolução do relevo regional, os processos de escorregamento são os mais
significativos, e entre eles destacam-se os rotacionais e os translacionais.
Os principais condicionantes dos escorregamentos e processos correlatos na dinâmica
ambiental brasileira são:
 características climáticas, com destaque para o regime pluviométrico;
 características e distribuição dos materiais que compõem o substrato das encostas
e taludes, abrangendo solos, rochas, depósitos e estruturas geológicas (xistosidade,
fraturas etc.);
83
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 características geomorfológicas, com destaque para inclinação, amplitude e forma
do perfil das encostas (retilíneo, convexo e côncavo);
 regime das águas de superfície e subsuperfície;
 características do uso e ocupação, incluindo cobertura vegetal e as diferentes
formas de intervenção antrópica das encostas, como cortes, aterros, concentração
de água pluvial, etc.
Deve-se ter claro que, na maioria dos processos de instabilização de encostas e taludes,
atuam mais de um condicionante, agente, causa ou fator, concomitantemente.
Os escorregamentos rotacionais ocorrem em taludes de maior declividade e apresentam
menores extensões, sendo também mais restritos na região que os translacionais. Assim
como estes, os escorregamentos rotacionais podem ser de solo, rocha ou ambos,
dependendo do volume relativo de material deslocado.
Os escorregamentos translacionais, além das características semelhantes aos
escorregamentos rotacionais, podem ocorrer em encostas menos íngremes e quase
sempre atingem maiores extensões. Os escorregamentos translacionais de rocha
constituem-se em movimentos de massas rochosas ao longo de descontinuidades ou
planos de fraqueza existentes na rocha. Possuem escalas diversas, variando de um
simples deslocamento de um matacão até a movimentação de grandes massas.
Na região em estudo, os escorregamentos ocorrem onde existem planos de
descontinuidade, mergulhando, via de regra, para fora do talude e onde geralmente a
condição de equilíbrio foi alterada, o que normalmente ocorre nos cortes de estrada.
Entre os planos de descontinuidade existentes, podem-se destacar os bandamentos,
planos de xistosidade e fraturas, considerando-se que o mergulho das camadas é a
inclinação máxima de equilíbrio na qual o talude apresenta estabilidade. No momento em
que esses planos de descontinuidade são cortados por linhas de erosão ou escavação,
sua estabilidade será mantida apenas pelo atrito ao longo desses. Quando a água se
infiltra nesses planos, atua como um lubrificante, reduzindo o atrito e facilitando o
escorregamento. Esses escorregamentos ocorrem, na maioria das vezes, dentro do
manto de alteração, sendo sua espessura condicionada por uma combinação de fatores
tais como: litologia, condições climáticas, tipo de drenagem e inclinação das encostas.
Os escorregamentos translacionais do solo constituem-se em um movimento ao longo de
uma superfície plana, sendo que a massa que escorrega geralmente apresenta forma
tabular. Esses movimentos são rápidos e em geral de grande poder de destruição. Se a
quantidade de água na massa for grande, esses escorregamentos podem assumir o
aspecto de corridas. Se o movimento diminuir de velocidade, podem passar a atuar como
rastejo.
84
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A ação da água subterrânea é importantíssima no desenvolvimento desses movimentos;
por isso, muitos dos deslizamentos estão ligados às zonas de afloramento do lençol
subterrâneo ou de concentração de drenagem.
Contribui ainda, como mencionado anteriormente, além da ação natural, a ação antrópica,
como nos cortes nas estradas, onde o solapamento de base pode ocasionar quedas de
barreiras. Esses deslizamentos nunca deveriam ser estancados por muros que impedem
o escoamento do lençol subsuperficial.
O processo de queda de blocos também é significante na região e ocorre em penhascos
ou taludes íngremes a muito íngremes, onde os matacões que estavam originalmente
cobertos por uma massa detrítica são descobertos por erosão laminar ou deslizamentos
de solo. Quando isto acontece, os matacões ficam livres para a movimentação e podem
rolar encosta abaixo, desde que haja declividade suficiente. Essa situação pode ser
observada frequentemente ao longo da BR-101, onde algumas encostas apresentam
núcleos rochosos em meio ao manto semi-alterado. Além destas, as quedas podem
ocorrer também nos cortes de estrada, especialmente quando esses cortes são feitos em
maciços muito fraturados.
4.1.4.3
Geomorfologia da Área de Influência Direta
Os Depósitos 1 e 2-A do CGR estão situados na porção leste de Itaorna, na antiga
pedreira localizada próximo a Ponta Fina.
A praia de Itaorna constituía-se numa estreita faixa de areia, 2 a 4 m acima do nível do
mar, hoje totalmente ocupada pela CNAAA. O mapa geomorfológico encontra-se no
Apêndice 11.5.
As encostas existentes no entorno de Itaorna, voltadas para o sítio da usina, são
constituídas predominantemente por rochas gnáissicas. depósitos de solo residual,
colúvio e tálus.
O solo residual é originário do intenso intemperismo a que são submetidas as rochas na
área, permanece no local de origem. Quando parte desse solo residual é transportada
pela ação da gravidade e depositado nos sopés das encostas originam-se depósitos
coluviais. Abaixo desse solo ocorre uma camada de rocha decomposta. A espessura de
ambos, solo e rocha decomposta, varia entre 10 e 20 m (Weston Geophysical, 6627-I).
O embasamento rochoso de Itaorna é composto por gnaisses, granitos e alguns diques
de rochas básicas. A rocha sã situa-se entre 20 e 30 m abaixo da superfície do terreno,
sendo recoberta por solo residual, entre 10 e 20 m da superfície. Acima, o pacote
sedimentar apresenta areias médias, intercaladas por lentes de areia fina, silte e raras
lentes de argila.
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Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
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A encosta junto aos Depósitos 1 e 2-A apresenta condições geomorfológicas bem
diferentes das encostas situadas nos sopés da Serra do Mar. Por apresentar uma área
muito pequena e uma topografia suave, com inexistência de depósitos de tálus e solos
coluviais e associada a um capeamento de solo muito pequeno, não apresenta condições
de deslizamento de terrenos (COOPETEC ET-150385 A).
4.1.5 ASPECTOS GEOTECTÔNICOS E SISMOLÓGICOS
O diagnóstico dos solos e dos condicionantes geotécnicos do presente estudo aborda a
ocorrência na Área de Influência Direta. Porém, devido às relações existentes entre a
pedologia, os ecossistemas terrestres e o os usos e ocupações do solo, serão
apresentados primeiramente as classes de solos e suas unidades existentes nos
municípios de Angra dos Reis e Parati (Apêndice 11.3). Posteriormente a esses dados,
serão apresentados os respectivos diagnósticos.
Para a caracterização dos solos da AID, foram realizadas pesquisas bibliográficas. No
diagnóstico geotécnico foram abordados também os EIAs/RIMAs de Angra 2 e Angra 3 e
dos Depósitos 2-B e 3. Para esses trabalhos foram realizados reconhecimentos de
campo.
4.1.5.1
Aspectos Geotécnicos
A CNAAA, como mencionado anteriormente, está situada numa região característica da
Serra do Mar, representada pela ocorrência de rochas cristalinas recobertas por mantos
de solos residuais e coluviais. Esses mantos de solos apresentam espessuras
diferenciadas, variando de centímetros até a profundidade de 30 m.
A geomorfologia da região é extremamente acidentada, com encostas bastante íngremes,
declividades acentuadas e por vezes negativas, e diferenças de cotas de até 800 m. A
região é conhecida por altas taxas pluviométricas, que ultrapassam os 2000 mm anuais, e
apresenta maior intensidade entre os meses de novembro a março.
A associação desses fatores conduz as áreas aos processos de erosão e
escorregamentos com uma intensidade significativa em relação a outras regiões do país.
Como os condicionantes dos processos de escorregamento e os fatores que influenciam
as erosões foram apresentados nos capítulos anteriores, serão discutidos os mecanismos
de escorregamento e posteriormente o diagnóstico da AID.
86
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.5.1.1 Mecanismos de escorregamento
Dois fenômenos são os principais mecanismos que induzem os processos de
escorregamento: o aumento das pressões intersticiais da água e a redução da sucção
matricial. Esses mecanismos podem ser simultâneos. Porém, se ocorrerem isoladamente,
também acarretam na instabilidade dos solos e, consequentemente, geram os
deslizamentos.
O aumento das pressões intersticiais no interior dos solos ou das fraturas rochosas ocorre
devido à infiltração da água durante as chuvas. Esse mecanismo é explicado segundo o
critério de ruptura de Mohr-Coulomb, que consta de compêndios de mecânica dos solos
pela equação
  c    u  tan 
onde:
 = resistência ao cisalhamento do material no plano de ruptura, expressa em unidades de
tensão (kPa);
c = coesão, ou seja, uma parcela que é independente da tensão normal, em unidades de
tensão (kPa);
 = tensão normal atuante no plano de ruptura ou deslizamento, expressa em unidade de
tensão (kPa);
u = poropressão, ou pressão intersticial da água, também expressa em unidade de
pressão (kPa);
 = ângulo de atrito interno do material, expresso em graus.
Quando a água das chuvas infiltra no terreno, provoca um aumento do nível d’água e um
aumento na pressão da água u. Se u aumenta, o segundo termo da equação de MohrCoulomb sofre uma redução, e a resistência ao cisalhamento resultante diminui.
O mecanismo de redução da sucção matricial é um pouco mais complexo, pois ocorre
acima do nível d’água, em solos denominados não saturados, ou seja, solos em que os
vazios no interior da sua massa não se encontram totalmente preenchidos pela água.
Assim, logo acima do nível d'água ocorrem fenômenos de capilaridade. Dessa maneira, a
água apresenta-se sob tensão negativa, ou sucção, que atrai os grumos de solos uns
contra os outros, produzindo o que se chama de coesão aparente.
Em solos residuais e coluviais de regiões tropicais, o mecanismo de redução da sucção
matricial é muito comum, pois no período de estiagem o nível d’água do terreno é muito
baixo, ou quase inexistente, ficando o terreno desta maneira com uma resistência grande
aos processos de deslizamentos. Durante a época das chuvas, o nível d’água sobe muito,
87
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
saturando o terreno, situação em que o valor da coesão aparente na equação de MohrCoulomb tenderá a zero, caindo à resistência do solo e levando à ocorrência de
deslizamentos de encostas.
Pode-se afirmar então que nas regiões tropicais a chuva é o principal agente causador de
deslizamentos de massa, e seus efeitos podem ser controlados ou minimizados por meio
do controle da drenagem superficial.
4.1.5.1.2 Encostas da Área de Influência Indireta
A COPPETEC/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear (contrato 9665 – Dez/91 a 94) para
diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas críticas suscetíveis
a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de Angra 2, essas áreas
encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste.
4.1.5.1.2.1 Encosta do km 519,9 (antigo km 129,9)
Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa em
novembro de 1992, provocada pela infiltração d’água da bacia de contribuição da parte de
montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem sendo
estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a drenagem do
talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões neste local. Após a
execução, em novembro de 1997, do sistema de drenagem superficial, captando o
escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da cortina do km 520, não foi
registrada qualquer movimentação significativa nesta encosta, que continua sendo
monitorada.
4.1.5.1.2.2 Cortinas do DNIT, km 520 (antigo km 130)
São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da
rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena
toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo que
provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de montante,
que se movimentou.
A situação da drenagem da encosta de montante é adequada e a inspeção local
demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem problemas. A cortina de jusante,
que é maior, apresentou problemas de embarrigamento e deslocamentos, e a
Eletronuclear realizou um reforço provisório em 1992 com a instalação de 12 ancoragens
de barras de 350 kN de carga de trabalho.
Em outubro de 2001 a Eletronuclear concluiu o reforço desta cortina atirantada que
consistiu basicamente nos seguintes serviços:
88
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes;
 execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de carga de
trabalho.
4.1.5.1.2.3 Cortina do DNIT, km 520,2 (antigo km 130,2)
Situada logo a montante da subestação de 138 kV de Furnas Centrais Elétricas S.A.,
trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por ocasião da construção
da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT, está com painéis
“embarrigados” e trincados.
A monitoração desta cortina, que é feita por meio de um inclinômetro e de 3 células de
carga de tirantes, indicou que a situação estava precária, tendo sido comunicado ao DNIT
a necessidade da execução do reforço desta estrutura de contenção que providenciou
recentemente a recuperação desta cortina.
4.1.5.1.2.4 Encosta SE
A encosta SE foi estabilizada por quatro cortinas ancoradas e não apresenta problemas.
A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem implantada não
apresenta qualquer problema.
4.1.5.1.2.5 Cortinas atirantadas localizadas junto à subestação de 138 kV de Furnas
Centrais Elétricas S.A.
Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos
antigos, que foram demolidos no final de 1999 para a construção desta Subestação de
138 kV de Furnas Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas atirantadas, que são
aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto da plataforma da
subestação na elevação +41,7 m.
Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros, 4
células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento, mostram que
a cortina e a encosta encontram-se em bom estado de conservação. Esta cortina foi
reforçada recentemente por Furnas Centrais Elétricas S.A.
4.1.5.1.2.6 Encosta EPTA
Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de
estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida pela
Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encosta, sem indícios de
instabilidade recente.
89
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.5.1.2.7 Encosta do estacionamento, km 521 (antigo km 131), ou encosta NW
Trata-se de uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e 500
m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já apresentou
grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no passado, com a
implantação de uma berma de equilíbrio no pé, por meio de um grande enrocamento.
Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns sinais de movimentação
em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos tirantes das cortinas.
O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem superficial de boa
qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das cortinas e o estado das
células de carga das ancoragens. Esta é uma das encostas de maior risco para o
funcionamento da Usina, pois se deslizar poderá obstruir um de seus principais acessos.
Foi objeto de vários estudos, inclusive ocupando grande parte dos estudos realizados
pela UFRJ.
Em função de sua representatividade esta, encosta vem sendo bem monitorada, com a
utilização de 7 inclinômetros, 7 células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de
deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não
apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA.
4.1.5.1.2.8 Cortina km 522,1 (antigo km 132,1)
Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada pelo
DNIT por ocasião da sua construção. As investigações realizadas demonstram que não
há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da cortina.
4.1.5.1.2.9 Morro dos Urubus
É adjacente à encosta do km 523,2. Não há evidências de instabilidade profunda.
Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já desativados, pois
a encosta não apresenta problemas graves.
4.1.5.1.3 Geotecnia da área dos Depósitos 1 e 2-A
Os Depósitos 1 e 2-A estão instalados na antiga pedreira da Ponta Fina, utilizada na
época de construção da CNAAA e apresentando uma altura de aproximadamente 70 m e
largura de 120 m. Essa pedreira ainda se encontra ocupada pelas Unidade 2-B e 3 do
CGR.
Várias obras de contenção das encostas e de sistemas de drenagem já foram realizadas
na área. Sistemas de drenagem pluvial foram instalados no topo da encosta e
contemplam escavações em rocha e canaletas de concreto (Figura 48). Devido à bacia de
90
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
captação das águas pluviais no topo da encosta ser de pequena magnitude, os sistemas
de drenagem estão com capacidade superior à captação da bacia drenante.
Figura 48 -– Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha
e canaletas de cimento, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Um muro de gabiões (Figura 49) foi instalado na porção superior da encosta para
estabilidade dos solos.
Figura 49– Muro de gabião instalado na porção superior da encosta, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Blocos de rocha existentes no topo da encosta encontram-se escorados por bases de
concreto (Figura 50 e Figura 51), evitando assim qualquer erosão possível.
91
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 50 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 51 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
O trabalho realizado pela SEEL Serviços Especiais de Engenharia Ltda. consistiram na
investigação da porção do paredão situada atrás das Unidades 1 e 2. Dessa investigação,
utilizando-se o método de bate-choco, resultou a remoção de blocos de rochas soltos ou
sem condições de apoio, lascas de rochas soltas ou com presença de trincas em
92
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
evolução e também a remoção da vegetação com raízes nas fissuras das rochas. Onde
não foi realizada a remoção, por motivos de segurança foram realizadas marcações e
posteriores ancoragens.
Após essas ações, foi instalada uma tela de proteção constituída por aço galvanizado de
dupla torção (8x10) com arame de 2,4 mm e proteção de PVC, conforme a Figura 52 e a
Figura 53. Esta apresenta 40 m de largura por 75 m de altura, estando fixada com
chumbadores de aço em um meio fio de 0,30 x 0,30 m de concreto instalado na porção
superior da encosta, e fixado também com chumbadores de aço ao longo de toda a face
da encosta.
Figura 52 – Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4
mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Neste contrato não foram realizados os trabalhos de contenção do solo, bate-choco no
paredão e instalação de tela de proteção, na porção sul do paredão localizada atrás das
instalações do CGR, local previsto para a construíção da Unidade 3 do CGR. Este serviço
foi executado posteriormente em março de 2003 (contrato UMA/SERV//434),conforme
relatado a seguir, baseado nos estudos da COPPETEC.
93
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 53 – Porção do paredão da pedreira que fica atrás dos Depósitos 1 e 2-A do CGR. Apresentamse na porção superior direita da foto evidências de um antigo deslizamento de solo na encosta
inclinada, onde atualmente a rocha encontra-se aflorante, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Em 6 de setembro de 2002, por meio de investigações realizadas pela COOPETEC a
partir de trincheiras (Figura 54) abertas perpendiculares à parede da pedreira, verificou-se
a estrutura atual do solo e suas profundidades, e estabeleceu-se uma metodologia para a
contenção do solo. Essa metodologia consiste na remoção da porção superior do solo e
sua posterior contenção.
Figura 54 – Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para verificação
da profundidade e estabilidade dos solos, 2002
Fonte: Eletronuclear, 2008.
94
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A Eletronuclear contratou a COPPETEC para elaborar o projeto detalhado das obras de
estabilização a serem executadas para garantir a integridade da Unidade 3 do CGR.
A COPPETEC emitiu, em agosto de 2002, o relatório técnico PEC-3514 (Projeto
Executivo da Proteção e Drenagem da Encosta Situada a Montante da Unidade 3 do
CGR), no qual detalha as obras de estabilização a serem executadas e a implantação de
um sistema de drenagem superficial no topo do paredão rochoso da antiga pedreira.
Os serviços recomendados pela COPPETEC consistiram em:
 remoção da capa superficial de solo com espessura inferior a 1,50m e de blocos de
rocha depositados em trechos inferiores da encosta (próximos à crista do paredão
rochoso);
 estabilização do trecho em solo remanescente (não removido) empregando a
técnica de solo grampeado. Esta técnica consiste no reforço do maciço por meio da
instalação de ancoragens chumbadas (chumbadores de aço CA-50 25),
penetrando 1,50 m em rocha e dispostas segundo malha de 2,00 m x 200 m, aliada
ao revestimento de concreto (fck ≥ 18 MPa e espessura média de 7,00 cm) projetado
sobre tela de aço eletrossoldada (tipo TELCON Q-47);
 taludamento da área do entorno da obra de contenção e cobertura vegetal com o
plantio de leguminosas, para evitar a erosão por escoamento superficial;
 drenagem das águas superficiais com uso de duas canaletas, sendo uma de
proteção na crista do morro ( EI + 129,00m) e outra próxima à crista da pedreira (
EI + 108,00m), será prolongada através de uma descida d’água em degraus até
aproximadamente a EI + 60,00m, onde será ligada ao sistema de drenagem da rua
existente;
 rede de proteção do paredão rochoso, do tipo Macaferri (8x10, de 2,70 mm de
diâmetro, malha hexagonal de dupla torção tecida com arame duplamente
galvanizado) fixada no topo e ao longo do talude até a base dos galpões, para
prevenir eventual queda de blocos e lascas de rocha sobre o depósito. Os
chumbadores de fixação da rede serão de aço CA-50 20 e comprimento de 0,50 m
(em rocha) para os chumbadores ao longo do talude.
A Eletronuclear contratou, em março de 2003, a Construtora Norberto Odebrecht (contrato
UMA/SERV//434 Contemat Engenharia e Geotecnia) para execução das obras de
estabilização previstas no projeto detalhado da COPPETEC (relatório técnico PEC-3514).
Foram executados os seguintes serviços:
 remoção de aproximadamente 1500 m3 de blocos de rocha e solo;
95
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 retaludamento de aproximadamente 1285 m2 e revegetação de aproximadamente
1100 m2;
 solo grampeado (aproximadamente 610 m2 de concreto projetado com de
aproximadamente 549 m de grampo CA-50 25 mm);
 tratamento de aproximadamente 6112 m2 do paredão rochoso com limpeza e
remoção de lascas, blocos soltos e fixação de aproximadamente 3700 m2 de tela de
aço galvanizado com chumbadores.
4.1.5.1.4 Aspectos finais
Conforme relatado no EIA de Angra 2, “os trabalhos que vêm sendo executados
diretamente pela Eletronuclear nas encostas adjacentes a praia de Itaorna são de
primeira qualidade, o sistema de drenagem está limpo e livre de obstruções e as
canaletas, escadas para descida da água e drenos estão em bom estado de
conservação”.
A Eletronuclear mantém uma rede de instrumentação instalada, com um total de 19 tubos
de inclinômetros (observados mensalmente por meio de inclinômetro tipo Digitilt) e 45
piezômetros Casagrande. Associados a estes, existem também 25 células de carga
instaladas em ancoragens, para acompanhamento da evolução das cargas de tirantes.
Além disso, a Usina conta com um pluviógrafo de alta qualidade de precisão.
Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, consistindo em
deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais, a
manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas
permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as
ocorrências de possíveis deslizamentos de solo.
4.1.6 SISMOLOGIA
4.1.6.1
Caracterização local
Como o local é próximo às Unidades 1 e 2 da CNAAA (Angra 1 e 2), são válidos para os
Depósitos 1 e 2-A todos os estudos e dados regionais mencionados nos Relatórios de
Segurança (FSAR’s) destas Usinas, conforme apresentado no Apêndice 11.6.
4.1.6.2
Breve histórico/monitoramento/estudo sismológico
A sismologia regional e no local das usinas nucleares de Angra dos Reis, onde se
encontram inseridos os Depósitos 1 e 2-A, vem sendo estudada desde a década de 70,
quando do projeto de instalação da Unidade 1 da CNAAA. Esses estudos ocorreram tanto
96
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
no meio acadêmico como também em pesquisas encomendadas por FURNAS Centrais
Elétricas S.A., antiga proprietária e responsável pelo empreendimento.
Com o Licenciamento Ambiental da Unidade 2 da CNAAA, novos estudos foram
realizados e uma estação sismográfica foi instalada nas proximidades do sítio das usinas.
A Estação Sismográfica de Angra dos Reis (ESAR), implantada por meio de convênio
entre a Eletronuclear e o Instituto de Astronomia e Geofísica – IAG/USP –, está inserida
na rede sismográfica nacional, tendo sido monitorada pelo IAG/USP e estando
atualmente a cargo da empresa Berrocal Vasconcelos Soluções Geofísicas e Tectônicas.
A ESAR permite aprimorar os conhecimentos da sismicidade regional e local
(fornecimento de dados de sismos regionais e de telessismos, auscultação da sismicidade
local, determinação aproximada de epicentros de pequena magnitude, conhecimento da
estrutura crustal sob a região de Angra dos Reis, avaliação da atenuação da energia
sísmica na região próxima à ESAR).
A ESAR situa-se na Praia do Velho, adjacente a Piraquara, contando com modernos
equipamentos. A ESAR começou a operar no início de 2002, fornecendo dados para os
boletins sísmicos trimestrais.
4.1.6.3
Análise sísmica
Os estudos sismológicos apresentam um nível de atividade sísmica relativamente baixo
para a região. A característica genérica da sismicidade na região é a de uma atividade
difusa, sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas A atividade
sísmica nas proximidades do local de interesse é praticamente inexistente.
A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse é o ciclo de
atividade sísmica ocorrida em Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis
localizado a cerca de 27 km a leste da CNAAA, entre dezembro de 1988 e fevereiro de
1989. Os microtremores, de foco muito superficial, tiveram magnitude < 3. O sismo
principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro, rapidamente
decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a aproximadamente 10 km de
Monsuaba. Não existem evidências de falhamento quaternário nas proximidades do local
de interesse.
Na mais recente análise de ameaça sísmica para a CNAAA, adotou-se uma metodologia
derivada das normas propostas pelo órgão regulador norte-americano, que estima a
probabilidade no tempo e na região de ocorrência de movimentações de terreno causadas
por fenômenos sísmicos.
97
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Definiu-se uma grande província sismotectônica para parte do sudeste brasileiro,
incluindo a margem continental adjacente, onde se inclui a área dos empreendimentos.
Considera-se a província como uma região homogênea em termos de sismicidade.
Efetivamente, o estudo demonstra uma baixa ameaça sísmica para os empreendimentos.
4.1.7 RECURSOS HÍDRICOS
4.1.7.1
Introdução
Esta parcela do estudo vislumbra caracterizar e diagnosticar os recursos hídricos em seus
aspectos de qualidade, quantidade, múltiplos usos, dinâmica e as possíveis interferências
do objeto de estudo, os Depósitos 1 e 2-A.
São considerados, neste estudo, por meio de dados secundários, disponibilizados
principalmente pela Eletronuclear, as águas subterrâneas, superficiais e marítimas da
Área de Influência Direta, além de breve descrição e caracterização dos recursos hídricos
da região de entorno.
4.1.7.2
Os recursos hídricos da região
Toda a região dos municípios de Angra dos Reis e Parati apresenta características
hidrodinâmicas semelhantes, com inúmeras microbacias que têm suas nascentes na
Serra do Mar e contribuem para a Baía da Ilha Grande, com pequenas áreas de
contribuição e grandes declividades. Os rios principais dessas bacias deságuam
diretamente no mar e apresentam pequenas vazões, conforme pode ser visualizado no
Apêndice 11.7. O verão representa o período de maiores vazões, enquanto o inverno, as
menores, caracterizando estes cursos de água como rios de regime tropical austral.
O terreno possui planícies costeiras pouco desenvolvidas e às vezes inexistentes, pois a
paisagem é marcada muitas vezes com o encontro direto das encostas da serra com o
mar.
4.1.7.3
Águas superficiais
No Sítio das Usinas consideram-se duas microbacias: a menor (127,71 ha) drena para o
lado Leste de Itaorna e a maior (193,79 ha) drena para o lado Oeste de Itaorna, que estão
direcionadas respectivamente para os canais 5 e 2 (subdividido em 3 trechos).
Na Figura 55, apresentam-se as bacias hidrográficas onde está inserida a CNAAA. Notase o detalhamento dos canais 2 e 5, que drenam, respectivamente, uma área de 193,79 e
98
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
127,71 hectares de água superficial proveniente das encostas e das áreas dos pátios das
usinas diretamente para o mar.
Figura 55 – Bacias Hidrográficas próximas a CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Os canais foram dimensionados considerando um período de recorrência de 1.000 anos
com tempo de concentração de 15 minutos, tendo sido verificados para 10.000 anos.
Na consideração de 10.000 anos ocorre extravasamento das calhas dos canais. As
usinas Angra 1 e 2 foram dotadas de medidas protetoras que evitam a entrada de água.
Foram construídas barreiras, comportas, muros e soleiras para proteção das diversas
instalações.
Para o Centro de Gerenciamento de Rejeitos, onde estão construídos os Depósitos 1 e 2A, foi considerado um tempo de recorrência de 100 anos e concentração de 5 minutos. Os
acessos aos depósitos estão em cota mais elevada que o entorno, garantindo assim o
99
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
escoamento das águas superfícies para o sistema de drenagem projetado, conforme
descrito no Item 5.1.7
4.1.7.3.1 Usos das águas
O Sistema de Abastecimento de água Doce (SAAD) da CNAAA foi projetado para uma
vazão de 100 l/s, e é composto de duas Tomadas D’água localizadas uma no Rio do
Frade e a outra no rio Sachér, conforme apresentado esquematicamente na Figura 56.
As duas tomadas d’água acima descritas, aduzem água por gravidade, por intermédio de
tubulações em aço carbono, até a Estação de Bombeamento e posteriormente por
bombeamento até a Estação de Pré-Tratamento de água para as Unidades 1 e 2 e
futuramente para Angra 3.
A Estação de Bombeamento foi projetada para atender as 3 Unidades com utilização de 4
(3+1 de reserva) conjuntos moto-bomba com capacidade de bombeamento de 33,33 l/s
por conjunto (fotos de 1 a 5). Atualmente, para atender as Unidades 1 e 2, somente 2
conjuntos moto-bomba entram em operação.
A adutora tem 5.789m de comprimento, sendo 2.023 m de tubulação (enterrada) por
o
o
gravidade (trechos das Tomadas n 1 e n 2 até a Casa de Bombas) e 3.766m de
tubulação por bombeamento (entre a Casa de Bombas e a Estação de Pré-Tratamento de
água). O trecho por bombeamento terá 2.106 m de tubulação enterrada e 1.660 m de
tubulação aérea, com suportes e ancoragens.
100
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 56 - Esquema dos locais de captações de água da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2008.
4.1.7.4
Qualidade das águas
A Eletronuclear, por meio do Laboratório de Monitoração Ambiental da Proteção
Radiológica e Ambiental, possui programa de monitoração de qualidade das águas
potáveis, servidas e industriais das áreas de sua propriedade (APE) ou daquelas que
possam ser afetadas pela operação da CNAAA. O programa estabelece os pontos de
monitoração, a frequência da coleta, as análises que deverão ser realizadas, com seus
respectivos limites definidos pelas normas específicas e vigentes, e as ações a serem
tomadas em caso de ocorrência de resultados que não atendam às mesmas.
101
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Os mananciais Córrego 1, Córrego 2, Córrego do Alemão, Rio Frade e Córrego Sacher
são analisados periodicamente pela Eletronuclear desde 1994. Para análise são sempre
coletadas uma amostra da água bruta e outra da água após filtração e cloração.
Os parâmetros analisados são: pH a 25 °C, condutividade a 25 °C, cor, turbidez,
alcalinidade total, carbonato, bicarbonato, dureza total, cálcio, magnésio, nitrogênio
amoniacal, nitrato, nitrito, cloreto, sulfato, sílica, matéria orgânica, sólido total dissolvido,
matéria suspensa a 100 °C, sódio, ferro, alumínio e cobre.
4.1.7.5
Águas marítimas
A baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com superfície aproximada de
1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com características
diferentes que interagem entre si a oeste e a leste da ilha Grande. Essas massas de água
se encontram no canal situado entre o continente e a ilha. A parte oeste da baía da Ilha
Grande sofre influências da plataforma continental, enquanto a parte leste pouca ou
nenhuma influência.
O fluxo de água dentro da baía ocorre como um sistema horário, ao redor da ilha, onde a
água salgada entra na baía da Ilha Grande pelo oeste, circula e se mistura com a água
doce proveniente da baía de Sepetiba, a leste, indo depois para o Oceano. A baía de
Sepetiba é o responsável pelo aporte de água doce na região leste da ilha Grande.
Na área emersa o litoral se apresenta de maneira bastante entrecortada, constituído por
costões rochosos e numerosas ilhas (com afloramentos rochosos). Observa-se ainda a
presença de manguezais desenvolvendo-se ao fundo de enseadas e áreas abrigadas
sem a influência de ondas, onde há predominância de uma camada superficial arenolodosa plana na faixa intermaré.
MAHIQUES (1987) definiu as características fisiográficas da porção submersa em três
unidades: porção oeste, porção leste e canal central. Em termos gerais, os sedimentos
encontrados em quase todas as porções oeste, leste e na plataforma continental
adjacente, são predominantemente arenosos.
Porção Oeste. As profundidades não se apresentam homogeneamente distribuídas,
sendo que nesta porção encontram-se profundidades entre 20 e 30 m.
Os terrenos arenosos são dominantes nesta área, onde as areias muito finas predominam
em quase toda a porção oeste, estendendo-se para a plataforma continental.
A passagem para substratos com sedimentos mais finos (siltes grossos e siltes finos)
ocorre em regiões mais ocidentais da baía. No centro da porção oeste, pequenas áreas
de sedimentos mais grosseiros se destacam (areias finas e médias).
102
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Os substratos com maior predominância de pelito, a saber, siltes argilosos, siltes e siltes
arenosos localizam-se apenas no extremo ocidental da porção oeste da baía.
O fundo da baía da Ribeira, das enseadas do Bracuí, Ariró e Japuíba e do trecho entre a
ilha da Gipóia e a ponta do Cantador são cobertos de lodo, ocorrendo sedimentos
arenosos somente nas vizinhanças da costa e das ilhas.
Nos sacos da Piraquara de Fora e de Dentro o sedimento é predominantemente arenoso,
ocorrendo também nos trechos de maior circulação, entre a ilha Comprida de Fora e a
costa sul da ilha da Gipóia e o largo de Mambucaba, Itaorna e Gipóia. Neste último
trecho, mais afetado por ondas e exposto ao vento sudoeste, ocorre também cascalho e
conchas.
O lodo por depósitos atuais é formado por argilas e silte de escoamento terrígeno
carreado pelas águas das chuvas e rios e submetidos aos processos químicos e
biológicos do ambiente marinho local.
Em relação ao grau de seleção, a baía da Ilha Grande apresenta baixo selecionamento
dos sedimentos. Os sedimentos da porção oeste apresentam padrão complexo.
Canal Central. Apresenta-se como a porção mais profunda da baía, atingindo a ordem de
20 a 55 m. Os substratos pelíticos que se localizam essencialmente nesta porção
(predominando os siltes fino e muito fino) cobrem quase toda a área e se estendem
margeando a ilha Grande e gradando para substratos mais arenosos. Para leste, os
pelíticos do canal central avançam até as proximidades da Enseada do Abraão, onde
cedem lugar bruscamente para as areias da porção leste.
Porção Leste. Esta porção é caracterizada pela ocorrência das menores profundidades
da região, cujo valor situa-se entre 10 e 20 m. Nesta porção encontra-se o canal de
acesso ao Porto de Sepetiba (noroeste-sudeste).
A porção leste da baía da Ilha Grande é quase toda coberta por areias médias e grossas,
que constituem os sedimentos mais grosseiros da baía. Estes sedimentos estendem-se
para a plataforma continental até a isóbata de 50 m.
4.1.7.5.1 Salinidade e temperatura
O estudo da variação espaço-temporal de salinidade e temperatura pode estabelecer um
modelo de circulação local e de renovação das águas. Na região de estudo existem
diversos trabalhos que tratam dos aspectos físicos e biológicos associados à distribuição
desses parâmetros.
103
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.7.5.2 Variações sazonais
Segundo o estudo de Ikeda e Stevenson (apud CEPUERJ, 1992), a baía da Ilha Grande
apresenta importantes variações sazonais dos parâmetros fundamentais da água do mar,
salinidade e temperatura. A comparação entre dados de correntes e hidrográficos sugere
a passagem de frentes, separando a água oceânica da costeira. Reversões rápidas nas
correntes estão associadas à passagem de interfaces frontais.
O exame da estabilidade estática (frequência de Brunt-Väisälä) mostra que a coluna
d’água em fevereiro é muito mais estável que em junho. Inversões de densidade com a
profundidade geralmente ocorrem no inverno, indicando uma tendência pronunciada de
giro na coluna d’água. Dessa forma, no verão ocorre uma corrente máxima de entrada de
água oceânica mais fria e mais salina pelo fundo (entre 12 e 20 m), com velocidade de 42
cm/s.
Tanto em fevereiro quanto em junho, a leste da ilha Grande, um fluxo subsuperficial
precede uma passagem subsuperficial frontal que em fevereiro estende-se até 10 m de
profundidade, com fluxo mais fraco, e em junho estende-se até 20 m. A oeste, no inverno,
somente a temperatura varia. No estreito, também no inverno, a salinidade variou pouco.
A passagem da frente é mais complexa e suas águas são mais quentes que as
adjacentes. As diferenças entre as duas estações do ano, verão (fevereiro) e inverno
(junho), foram de 4,0 °C e 0,9 g/l, que corresponde a uma variação de 1,8 no valor de
sigma-t. Como esperado, as maiores temperaturas, menores salinidades e menores
sigma-t (densidade) são observados no verão.
4.1.7.5.3 Circulação
Na região de estudo, Emilson (apud CEPUERJ, 1992) afirma que a corrente do Brasil flui
regularmente no litoral e ao largo, sendo mais estável no verão. Segundo Schumacher
(1943), esta corrente tem sentido sudeste em janeiro, março, setembro, outubro e
dezembro; e sentido nordeste em fevereiro, abril, junho, julho, agosto e novembro. No
inverno esta corrente flui irregularmente, formando vórtices e meandros que avançam em
direção à costa.
Segundo Signorini (1980), a circulação do sistema estuarino formado pelas baías da Ilha
Grande e Sepetiba é resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de densidade.
No aspecto geral, a situação gerada pelo contato entre a água do rio e a água do oceano,
bem como a mistura por águas de maré, gera um movimento quase permanente em torno
da ilha Grande, com velocidade de 10 cm/s, atribuído a diferenças de densidade. Nesse
fluxo horário, a água entra na baía da Ilha Grande pelo lado oeste, circula e se mistura
com as águas menos salinas provenientes da baía de Sepetiba a leste, sendo desviada
para o oceano.
104
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Assim, o padrão de circulação na baía da Ilha Grande é principalmente criado pelo
gradiente de pressão gerado pela estratificação de densidade, favorecendo o fluxo horário
e sendo a força motora para o fluxo sem marés. A corrente de maré na baía da Ilha
Grande é fraca, de poucos centímetros por segundo. Uma partícula em experimento
lagrangeano levaria sete dias ou 14 ciclos de maré para ir da entrada oeste à leste em
situação favorável (CEPUERJ, 1992).
A deriva por ventos é característica da baía da Ilha Grande. Essa deriva corresponde a
3% da intensidade do vento. As correntes superficiais são maiores que as de
profundidade, em geral.
Entre a ilha Grande e o continente, dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN
e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias – INPH – demonstram alta frequência de
correntes e oscilações de pequena amplitude superpondo-se a uma frequência baixa e
mais intensa com períodos maiores que 1 dia.
As correntes de maré adentram na baía da Ilha Grande tanto pelo lado oeste quanto pelo
lado leste, antes da preamar. Durante a entrada de maré, o fluxo a oeste sofre um
alinhamento e segue para o estreito. Depois da preamar, a corrente do lado oeste passa
pelo estreito em direção leste, enquanto outra corrente sai da baía de Sepetiba em
direção ao oceano. Durante a maré baixa, a situação ainda se mantém como um giro
horário na baía da Ilha Grande, saindo pelo lado oeste da baía de Sepetiba e o fluxo
passando lateralmente pela ilha Grande até a abertura a leste do canal.
4.1.7.5.4 Marés
As marés são oscilações verticais periódicas das massas líquidas da superfície terrestre,
e se caracterizam como um movimento harmônico composto, podendo assim ser
decomposto em diversos movimentos harmônicos simples. O fenômeno da maré é uma
consequência da Lei de Gravitação Universal, da mecânica newtoniana.
As marés podem ser divididas em astronômicas e meteorológicas, diferentes entre si
principalmente devido à forma de geração e ao período de duração. As primeiras são
geradas pelas forças gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra, sendo
traduzidas em elevações do nível do mar com períodos de oscilação de aproximadamente
de 12,42 horas (correspondentes às marés semi-diurnas) ou 24 horas, (correspondentes
as marés diurnas).
Quando Sol, Lua e Terra estão alinhados – situações correspondentes às fases de Lua
nova e Lua cheia – as atrações que estes corpos celestes exercem sobre a massa líquida
presente na superfície da Terra são somadas, gerando preamares mais altas e baixamares mais baixas. Essas são as chamadas marés de sizígia. Nas situações de Lua
crescente e Lua minguante, a conjunção Sol, Terra e Lua formam um triângulo no qual a
105
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Terra posiciona-se em ângulo reto. Nessa situação, as forças de atração estão defasadas,
o que gera preamares e baixa-mares de menores amplitudes, também conhecidas como
marés de quadratura.
A maré meteorológica representa os efeitos causados por variações na pressão
atmosférica, ocasionada principalmente devido à aproximação de sistemas frontais, que
causam o empilhamento ou afastamento de massa d’água junto à costa em decorrência
dos ventos e de acumulação de água por ação das ondas. A maré meteorológica pode ter
a duração da ordem de dias. Diferentemente do que ocorre com a maré astronômica, que
é previsível, a maré meteorológica tem caráter aleatório. Dessa maneira, sempre que se
fizer referência à maré, esta deve ser considerada como a astronômica.
A evolução da maré em Piraquara e em Angra dos Reis indica a ocorrência de 4 ciclos de
maré em aproximadamente 50 horas, o que corresponde a um período de maré pouco
superior a 12 horas. Dessa maneira, a maré na região é semi-diurna, com desigualdades
diurnas. Isto porque ocorrem duas preamares e duas baixa-mares com diferenças entre
seus níveis, ao longo de um dia.
4.1.7.5.5 Batimetria
A baía da Ilha Grande de um modo geral não apresenta suas profundidades
homogeneamente distribuídas (CEPUERJ, 1992). A batimetria das porções leste e oeste
são controladas por canais que provavelmente são remanescentes do período interglacial,
quando o nível do mar se encontrava muito distante da costa atual, estando o atual fundo
marinho da baía emerso (Muehe, 1996).
A porção oeste da baía possui suas menores profundidades (menores que 10 m) em
regiões próximas à costa (enseada de Parati e baía da Ribeira), apresentando como
média das profundidades valores situados entre as isóbatas de 20 e 30 m. Sua batimetria
aumenta gradativamente no sentido em que se caminha para o oceano, com 32 m de
profundidade na entrada da baía, que possui 17,6 km de extensão.
A parte central da baía, caracterizada por uma área de estreitamento entre o continente a
ilha Grande, apresenta-se como sua porção mais profunda, onde a isóbata de 20 m se
alarga, definindo os contornos norte e sul do canal. A porção leste apresenta batimetria
menos irregular e menos profunda, com valores situando-se entre 10 e 20 m.
Nesta porção, a feição de destaque é o canal, orientado na direção nordeste-sudoeste,
com profundidade de até 26 m. Nas proximidades do empreendimento, onde se
encontram as enseadas de Itaorna – local da captação de água para refrigeração – e a
praia do Mamede, além do Saco Piraquara de Fora – local de lançamento dos efluentes
líquidos das Usinas –, as profundidades máximas são da ordem de 10 m.
106
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.1.7.5.6 Qualidade das águas
A Eletronuclear monitora alguns parâmetros físico-químicos para conhecimento da
qualidade das águas marítimas. Os locais de coleta e o tipo de análise estão
demonstrados na Tabela 14.
Tabela 14 – Locais de coleta e tipo de análise realizadas nas águas marítimas
Área de Amostragem
Ponto de Coleta
Tipo de Análise
AM – 1
BAC
AM – 2
BAC
AM – 3
BAC
AM – 4
BAC
AM – 5
BAC
AM – 6
FQ
AM – 7
FQ
AM – 8
FQ
AM – 9
BAC
Mambucaba
Praia Brava
Itaorna
Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Legenda:
AM – 1: em frente a casa nº 01 da Avenida Brasil – Mambucaba;
AM – 2: em frente a casa nº 111 da Avenida Brasil – Mambucaba;
AM – 3: em frente e Rua 7 – Praia Brava;
AM – 4: em frente a casa nº 01 da Avenida A – Praia Brava;
AM – 5: no cais próximo à Unidade II – Itaorna;
AM – 6: no cais de descarga de equipamentos – Itaorna;
AM – 7: a 50 m da estrutura de descarga - Saco Piraquara de Fora;
AM – 8: a 750 m da estrutura da descarga – Saco Piraquara de Fora;
AM – 9: Praia do Velho – Marina Piraquara;
BAC: análise bacteriológica;
FQ: análise físico-química.
Para os pontos de amostragem AM-5, AM-6, AM-7 e AM-8, são seguidas a Norma
Técnica FEEMA NT 319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para
Preservação de Fauna e Flora Marinhas – Naturais, a Resolução CONAMA nº 357, de
17/03/2005 e a Lei de Controle de Águas da Alemanha, para o parâmetro “hidrazina”,
conforme recomendação da FEEMA.
Para os pontos de amostragem AM – 1, AM – 2, AM – 3, AM – 4 e AM – 9, são seguidos
os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/2005 e/ou a
Norma Técnica FEEMA NT-311, que estabelece critérios de qualidade de água de
recreação em água salgada – contato primário. Os parâmetros analisados, assim como os
107
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
valores máximos permissíveis, frequência de amostragem, e pontos de amostragem são
apresentados na Tabela 15.
Tabela 15 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem – Águas Marítimas
Parâmetros
Unidade
Valor
Máximo
Permitido
Materiais Flutuantes
—
Virtualmente
ausentes
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Óleos e Graxas
mg/L
Virtualmente
ausentes
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
]
Escherichia coli (1)
VMP/100 ml
800
mensal
6
AM-1/AM-2/AM-3/AM4/AM-5/AM-9
mg/L
máx. 3.0
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
mg/L
min. 6.0
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Carbono orgänico total
OD
Frequência
Número
de
de
Amostragem Amostras
Locais Amostrados
pH
—
7.9-8.3
quinzenal
9
AM-1/AM-2/AM-3/AM4/AM-5/AM-6/AM-7/AM8/AM-9
Alumínio
mg/L Al
1.5
quinzenal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Nitrogënio amoniacal total
mg/L N
0.4
quinzenal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Boro total
mg/L B
5
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Cloro Residual (1)
mg/L Cl
0.01
mensal
2
AM-5/AM-9
Cromo total
mg/L Cr
0.05
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Zinco
mg/L Zn
0.09
quinzenal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Hidrazina
mg/L
0.1 (ausente)
mensal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Nitrito
mg/L N
0.07
Quinzenal
3
AM-6/AM-7/AM-8
Fonte: Eletronuclear, 2008.
4.1.7.6
Águas subterrâneas
4.1.7.6.1 A CNAAA
O Mapeamento Hidrogeológico do Brasil (DNPM, 1983) indica que em todo o sul do
estado do Rio de Janeiro ocorre a predominância de “aquíferos locais restritos a zonas
fraturadas” e “livres”, ampliados em certos trechos devido à associação com rochas
porosas do manto de intemperismo. A geologia consiste em rochas metamórficas de
permeabilidade geralmente baixa, produzindo aquíferos com águas de boa qualidade
química, porém de pequena importância hidrogeológica.
Os estudos do DNPM mostram, entretanto, que a área correspondente aos Depósitos 1 e
2-A e todo Complexo Nuclear em questão, no que se refere a águas subterrâneas, é
caracterizada por “aquíferos contínuos de extensão variável” e “livres”. É uma espécie de
“bolsão” que se concentra na região entre Mambucaba e Cunhambebe, em Angra dos
Reis, abrangendo, portanto, toda a área da CNAAA. Esses aquíferos correspondem a
formações de sedimentos não consolidados, com possibilidade de exploração de poços
108
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
rasos (profundidade inferior a 50 m), de importância hidrogeológica relativamente grande
e, geralmente, com boa qualidade química de suas águas. Como um todo, a
produtividade dos aquíferos é de média a fraca, o que corresponde a poços com
capacidade específica entre 0,13 e 1 m3/h/m e vazão entre 3,25 e 25 m3/h, para um
rebaixamento do nível d’água de 25 m.
O nível do lençol freático no sítio da usina acompanha a conformação do terreno, como
na maioria da região. Encontra-se em torno de 2 m abaixo do nível do terreno, com
declividade de 0,5% no sentido de Itaorna. Essa inclinação torna-se mais acentuada a
200 m da orla: 1,0%, até alcançar o mar.
As condições geológicas da região, rochas ígneas e metamórficas, representadas
principalmente por gnaisses e migmatitas, que apresentam juntas e falhas preenchidas
com material, determinam a dificuldade da percolação da água. Essas características
foram confirmadas por testes de perda de água realizados na região.
4.1.7.6.2 Qualidade das águas
A Eletronuclear realiza coleta da água para análise junto ao dreno da cortina atirantada
(contenção de encosta) no sentido da descida de acesso à Itaorna. O objetivo é monitorar
a qualidade dessa água por meio de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que
são analisados com base na Portaria do Ministério da Saúde nº 518/04 de 25/03/2004,
que estabelece procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água. Os parâmetros analisados e a sua respectiva periodicidade estão
estabelecidos no Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-MA
06), conforme Tabela 16.
Devido à característica da água do local em questão, são realizadas todas as análises
previstas para a potabilidade da água referenciadas na Tabela 16.
Tabela 16 – Análises previstas para a potabilidade da água
ESD
RD
Número
Mínimo de
Amostras
6.0 - 9,5
diária
mensal
1
—
15
diária
mensal
1
—
Não Objetivável
diária
mensal
1
Turbidez
uT
1.0 (ESD)/5.0 (RD)
diária
mensal
1
Cloro Residual
mg/L
min. 0.2 (RD)
—
diária
1
Dureza Total
mg/L CaCo3
500
Semestral
—
1
Parâmetro
Unidade
Valor máximo
permitido
pH
—
Cor Aparente
Odor
-
Frequência de Amostragem
Cloretos
mg/L Cl
250
Semestral
—
1
Sulfatos
mg/L SO4
250
Semestral
—
1
Sólidos Totais
Dissolvidos
mg/L
1000
Semestral
—
1
-2
109
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ESD
RD
Número
Mínimo de
Amostras
mensal
semestral
1
0.2
mensal
semestral
1
2,0
semestral
—
1
mg/L
0.01
semestral
—
1
Cromo Total
mg/L
0.01
semestral
semestral
1
Parâmetro
Unidade
Valor máximo
permitido
Ferro Total
mg/L
0.3
Alumínio
mg/L
Cobre
mg/L
Arsênio
Frequência de Amostragem
Chumbo
mg/L
0.05
semestral
semestral
1
Manganês
mg/L
0.1
semestral
—
1
Selênio
mg/L
0.01
semestral
—
1
Mercúrio
mg/L
0.001
semestral
—
1
Bário
mg/L
0,7
semestral
—
1
Cádmio
mg/L
0.005
semestral
semestral
1
Zinco
mg/L
5.0
semestral
—
1
VMP/100mL
Ausentes/100mL
semanal
semanal
1
VMP/mL
500 UFC/mL
mensal
mensal
1
Coliformes Totais
Escherichia coli
Bact~eria heterotrófica
Fonte: Eletronuclear, 2008.
4.1.8 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
4.1.8.1
Metodologia
O presente capítulo foi elaborado com base em dados secundários, obtidos no Estudo de
Impacto Ambiental – EIA da Usina de Angra 2, no Instituto Nacional de Meteorologia –
INMET, no sítio da internet do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro –
SIMERJ e no sítio da internet da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa – Florestas.
4.1.8.2
Área de referência
A localização do empreendimento, próxima ao Trópico de Capricórnio, o coloca dentro da
zona tropical do Hemisfério Sul, o que implicaria em um clima local e regional tropical
muito úmido e quente. Entretanto, existem alguns fatores que diversificam os climas locais
e regionais, tais como correntes oceânicas, altitude e posição em relação às serras que
ocorrem ao redor da área de referência.
Segundo informações colhidas para a confecção do Estudo de Impacto Ambiental da
Usina de Angra 2, há climas pertencentes aos grupos A e C da classificação de Köppen
dentro de um raio de cerca de 80 km da CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma
diferenciação (Am). Esse grupo é referência para as florestas tropicais e ocorre também
110
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
no sítio da Central Nuclear e na cidade de Angra dos Reis, além de ser encontrado
também na ilha de Guaíba, já na baía de Sepetiba.
No grupo C da classificação climática de Köppen, encontram-se os tipos f e w, com
diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde a
temperatura média do mês mais frio varia entre 18 °C e -3 °C, enquanto a temperatura
média do mês mais quente fica acima de 10 °C. O tipo f corresponde ao clima que possui
chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca.
O mês mais seco possui pelo menos 30 mm de precipitações. Na área de Angra dos Reis,
esse tipo de clima surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a demonstra verão
quente e a temperatura média do mês mais quente acima de 22 °C. Já a diferenciação b
indica um verão brando e temperatura média mensal mais quente, abaixo de 22 °C. Os
climas do grupo Cw, encontrados na área de Angra dos Reis, possuem a estação seca
ocorrendo no inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das
latitudes tropicais e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções.
4.1.8.2.1 Fatores geográficos do clima
A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo. As escarpas da
Serra do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km em torno da Central, são
encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs bastante amplos
acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada atmosférica acima da
camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os montes elevados penetram
várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções
diferentes.
A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos
platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os movimentos
convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas
mais elevadas da atmosfera. A camada de ar estável, suspensa acima da camada de
mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, outra camada de mistura se forma,
assim como uma nova estratificação das camadas de ar.
A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera. Tal
estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica. O ar quente e úmido
gerado pela insolação diária nas baixadas não ultrapassa os limites verticais da camada
de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas do mar,
que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, é
barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno. Em
poucas horas, sobre eles desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales.
A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar nuvens, dando início
111
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
à formação de grandes células térmicas que frequentemente terminam em precipitações e
trovoadas.
Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de
precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e pela
formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das precipitações
apresenta grandes contrastes. De um lado de uma montanha podem ser medidos índices
de mais de 3000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o valor pode ser a metade.
4.1.8.2.2 Temperatura
As temperaturas máximas em Angra dos Reis ocorrem no mês de fevereiro, portanto, no
meio do verão, e as mínimas, em julho. A temperatura média da cidade foi de 23,2 °C. A
média das máximas é de 27,0 °C, e a média das mínimas, de 19,8 °C. A temperatura
máxima absoluta da série foi registrada em 11 de fevereiro de 1966 e atingiu a marca de
39,3 °C, enquanto a mínima absoluta foi registrada em 12 de agosto 1988, e seu valor é
9,4 °C.
4.1.8.2.3 Pressão atmosférica
A pressão atmosférica média na estação de Angra dos Reis foi de 1014,8 hPa. Dada a
altura da cuba do barômetro de 2,8 m acima do nível médio do mar, deduz-se que essa
pressão reduzida ao nível do mar seria de 1015,1 hPa, pressão característica das áreas
das cristas de altas subtropicais. Nos meses quentes de novembro a março, as pressões
normais de Angra dos Reis e Guaíba ficam abaixo do valor da pressão padrão ao nível do
mar, que é de 1013,25 hPa. Essa pressão mais baixa reflete o recuo do anticiclone do
Atlântico Sul para o oceano.
4.1.8.2.4 Precipitações
Em Angra dos Reis, as médias das chuvas mensais ficam acima de 70 mm. As chuvas de
inverno podem ser atribuídas às entradas das fracas frentes frias de inverno, associadas
aos efeitos orográficos. As grandes chuvas acontecem de outubro a abril.
A taxa anual de precipitação em Angra dos Reis foi 1976,7 mm. O mês mais chuvoso é
janeiro, com 276,4 mm. A precipitação máxima de 24 horas, em Angra dos Reis, durante
o período das normais, foi de 285,6 mm e ocorreu a 23 de janeiro de 1967. A precipitação
máxima de 24 horas pode ser produzida por uma única nuvem de tempestade localizada,
conhecida pelos meteorologistas como cumulus nimbus (CB). Muitas vezes a chuva não
dura mais do que uma hora. Embora localmente seu impacto seja grave, principalmente
se atinge uma grande cidade, não afeta as regiões a jusante e ao redor de forma
significativa.
112
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Em Angra dos Reis ocorrem em média 158 dias chuvosos por ano, segundo valores das
normais. Nas regiões tropicais, devido à natureza dos processos físicos geradores das
chuvas, principalmente de células convectivas, e devido aos efeitos orográficos, as
precipitações apresentam variabilidade espacial de caráter aleatório, embora a topografia
e a proximidade ao mar sejam fatores estáticos que aumentam as probabilidades de
determinados locais receberem maiores taxas de chuvas. As grandes chuvas sistemáticas
são intensificadas pelos fatores locais.
4.1.8.2.5 Umidade, nebulosidade, insolação e evaporação
A umidade média do ar em Angra dos Reis é de cerca de 81%. Este valor não se altera
muito durante o ano. A nebulosidade varia de 50% no inverno a 80% no verão, sendo a
média em torno de 70%. O número de horas normais de insolação por ano em Angra dos
Reis é 1781,7.
A taxa de evaporação normal é de 595,4 mm/a, para precipitações normais de 1976, 7
mm/a. A taxa de evaporação depende mais da ventilação do que da insolação, como
pode ser observado em Angra dos Reis, onde há maior ventilação.
4.2
MEIO BIÓTICO
4.2.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
A área de influência dos Depósitos 1 e 2-A para o meio biótico foi definido um raio de 3
km no entorno do empreendimento. Para tanto, essa análise foi dividida em ecossistema
terrestre, onde foram caracterizadas a flora (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Montana
e Alto Montana) e fauna (herpetofauna, avifauna, mastofauna e macroinvertebrados
terrestres), e ecossistema aquático, onde há descrição da biota aquático-dulcícola
(fitoplâncton, comunidades bênticas e ictiofauna) e marinha (fito e zooplâncton,
comunidades bênticas e ictiofauna). Os dados do diagnóstico ultrapassam o limite da AID
pela dinâmica de movimentação dos animais na região em estudo.
O diagnóstico de Meio Biótico procurou identificar o ecossistema de inserção dos
Depósitos 1 e 2-A do CGR e caracterizar a biota de sua área de influência direta,
conforme apresentado no Apêndice 11.2 e por meio de dados secundários obtidos a
partir dos diagnósticos ambientais para os estudos de impacto ambiental de Angra 2
(Eletronuclear, 1998), da Unidade 3 do CGR (Eletronuclear, 2003), de Angra 3
(Eletronuclear, 2005) e da Unidade 2-B e Prédio de Monitoração do CGR (Eletronuclear,
2006), cujos trabalhos foram desenvolvidos com base nos estudos do Instituto de Biologia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
113
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.2.2 BIOMA MATA ATLÂNTICA
No Brasil, os dois principais biomas de floresta tropical são a Floresta Amazônica e a
Mata Atlântica (Ferri, 1980; Rizzini, 1997). O primeiro ocupa a região norte do país,
enquanto que o segundo percorre ao longo a costa do Oceano Atlântico, originalmente do
Estado do Rio Grande do Sul até o Estado do Rio Grande do Norte.
Distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do
Paraguai na região sudeste, a Mata Atlântica abrangia originalmente mais de 1.300.000
km² no território brasileiro, contemplando 17 Estados, (PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA,
ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS), o que correspondia a aproximadamente 15% do
Brasil, segundo o Decreto Federal 750/93 e a Lei 11428/06 (Fundação SOS Mata
Atlântica & INPE, 2008).
Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua cobertura florestal original, tendo sido inclusive
identificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo.
No entanto, considerando os totais de desflorestamentos identificados nos períodos 19952000 e 2000-2005, a comparação entre ambos indica que houve diminuição na área total
desflorestada em 69% (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE Op. Cit.).
O Estado do Rio de Janeiro, campeão de desmatamento entre 1990 e 1995, teve poucas
áreas desflorestadas acima de 3 ha, apresentando uma redução de 85%. No entanto,
foram identificados desflorestamentos na ordem de 1 a 2 ha, ou seja, o “efeito formiga”
(pequenos desmatamentos realizados em série), ainda muito intensos (Fundação SOS
Mata Atlântica & INPE Op. Cit.).
Na Tabela 17 é apresentada a evolução da redução da cobertura vegetal dos
remanescentes florestais e dos mais representativos ecossistemas associados (restinga e
mangue) pertencentes ao domínio Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro.
Tabela 17 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica no
Estado do Rio de Janeiro no Período 2000-2005
2000
2005
Desmatamento
Classes de mapeamento
hectares
%*
hectares
%*
hectares
%**
Remanescentes florestais
816.166
18,62
815.538
18,60
628
0,07
Restinga
43.808
1,00
43.792
1,00
16
0,04
Mangue
10.941
0,25
10.941
0,25
0
0
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008.
* em relação à área avaliada do Estado equivalente a 100% / ** em relação aos remanescentes
florestais de 2005.
114
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
O município de Angra dos Reis está localizado a 155 km da cidade do Rio de Janeiro e,
juntamente com os municípios vizinhos, formam um complexo geográfico e turístico
denominado Costa Verde. Possui um litoral recortado composto por diferentes
ecossistemas em sua extensão: florestas, manguezais, restingas e costões rochosos.
Originalmente, a cobertura florestal do município é de mais de 99% de remanescentes
florestais característicos de Mata Atlântica. Atualmente, o município está com 81% de
seus remanescentes florestais totais conservados, sendo 96% de floresta, 0,6% de
mangue e 3,4% de restinga.
Na Figura 57 é apresentada a densa cobertura vegetal ainda encontrada nos municípios
de Angra dos Reis e Parati.
A AID dos Depósitos 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR está
inserida no Bioma Mata Atlântica, no entanto, em determinada região onde não há
presença de vegetação de restinga e manguezais.
Figura 57 – Cobertura Vegetal e tipos vegetacionais encontrados em 2005 nos municípios de Angra
dos Reis e Parati, estado do Rio de Janeiro
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008.
115
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.2.3 ECOSSISTEMA TERRESTRE
O Bioma Mata Atlântica apresenta grande biodiversidade e alta taxa de endemismos,
contudo, também se encontra em situação crítica devido à alteração dos seus
ecossistemas naturais.
Aqui, como nos estudos que deram origem a este, foi utilizado o sentido lato sensu do
conceito de Mata Atlântica, que divide esse bioma em fisionomias associadas. De acordo
com o Decreto Federal nº 750/03, considera-se como sendo Mata Atlântica as formações
florestais e ecossistemas associados inseridos nesse domínio, composto pelas seguintes
fisionomias: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila
Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Manguezais,
Restingas, Campos de altitude, Brejos interioranos e enclaves florestais do Nordeste.
Em relação à sua florística, o bioma possui cerca de 10.000 espécies de plantas, onde
50% são endêmicas. O nível de endemismo cresce significativamente quando separa-se
as espécies da flora em grupos, atingindo 53,5% para espécies arbóreas, 64% para as
palmeiras e 74,4% para as bromélias. A Mata Atlântica preserva também importante
conjunto de plantas medicinais, muitas das quais ainda não foram devidamente estudadas
(Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2008).
Em decorrência das características climáticas, geológicas e geográficas presentes na
região, o ecossistema terrestre da área de influência é a Floresta Ombrófila Densa, que
se subdivide em outras formações, sobre as planícies, os vales dos rios e das encostas
da Serra do Mar.
4.2.3.1
Flora
4.2.3.1.1 Floresta Ombrófila Densa
Foram identificadas as formações das Terras Baixas, Submontana, Montana e AltoMontana na área de influência do empreendimento. A comunidade vegetal da primeira
fisionomia apresenta sua distribuição, na planície e na encosta, representada por
pequenas manchas isoladas em diferentes graus de conservação e formações
continuadas com a mata Submontana.
As espécies vegetais mais comuns nessa paisagem são a Cecropia sp. (embaúba) e a
Tibouchina sp (quaresmeira), podendo encontrar outros taxa como Bactris aff.
escragnollei (coco-natal), Bactris setosa (tucum), Eugenia uniflora (pitangueira), Ficus sp.
(figueira), Myrciaria trunciflora (jabuticabeira), Psidium cattleianum (araçá), Psidium
guajava (goiabeira) e Schinus terebinthifolius (aroeira).
116
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é semelhante à
anterior, apresentando trechos em diferentes graus de conservação. Regiões com maior
grau de desmatamento, cobertos por campos herbáceos, estão principalmente nas
porções das encostas mais próximas da BR-101 e na faixa de servidão da linha de
transmissão de Furnas.
Pode-se observar parcelas de desmatamentos na formação Submontana, seguidos pela
introdução de espécies exóticas para reflorestamento de antigas áreas da floresta nativa,
como o plantio de Pinus sp. (pinheiro) no município de Angra dos Reis, na região do Saco
dos Negros. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está mantendo
sua estrutura, nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores altas com subbosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas.
Nas formações de altitudes mais elevadas, de relevo acidentado, com locais íngremes e
de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia Montana e AltoMontana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas foi reduzida em
função do acesso dificultado e da possibilidade reduzida da prática agrícola e pecuária.
Na Tabela 18 é apresentada uma listagem das espécies que, de forma geral, representam
a flora da Floresta Ombrófila Densa, enfatizando as espécies endêmicas, raras,
ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico.
Tabela 18– Espécies representantes da Floresta Ombrófila Densa.
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Acacia polyphylla
marica
Leg. Mimosoideae
Marcenaria; obras internas; casca
adstringente
para
os
curtumes;
ornamental, reflorestamento.
Alchornea glandulosa
caixeta
Euphorbiaceae
Caixotaria; lenha;
plantios mistos.
Alchornea triplinervia
tanheiro
Euphorbiaceae
Caixotaria leve; miolo de portas; cepas
de tamancos, muletas; reflorestamento;
alimento para aves.
Annona cacans
araticum
Annonaceae
Forro,
caixotaria;
confecção
de
brinquedos;
frutos
comestíveis;
arborização urbana; reflorestamento.
guatambu
Apocynaceae
Construção civil; cabos de ferramentas;
dormentes; moirões; ornamental.
brejaúba,
brejaúva, airi
Palmae
Madeira usada para ripas; frutos com fins
medicinais.
indaiá
Palmae
Folhas para cobertura de casas;
amêndoas comestíveis; ornamental.
coco-de-natal
Palmae
Frutos comestíveis; ornamental.
pata-de-vaca
Leg.
Caesalpinoideae
Madeira para caixotaria e obras leves;
ramos e tronco para carvão e lenha;
ornamental; paisagismo; plantio misto;
folhas com fins medicinais.
Aspidosperma parvifolium
Astrocaryum
aculeatissimum
Attalea dubia
Bactris aff. Escragnollei
Bauhinia forficata
paisagismo
rural;
117
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
canjarana
Meliaceae
Madeira para estrutura de móveis; obras
de escultura; construção civil; moirões;
frutos
comestíveis
pela
avifauna;
paisagismo.
pau-brasil
Leg.
Caesalpinoideae
Madeira
para
paisagismo.
Myrtaceae
Carpintaria; obras internas; lenha;
carvão; frutos comestíveis pela fauna em
geral; reflorestamento.
Myrtaceae
Madeira para taboado, instrumentos
musicais; cabos de ferramentas; lenha e
carvão; paisagismo; frutos comestíveis;
produção de licores.
jequitibá-branco
Lecythidaceae
Madeira para estrutura de móveis; peças
torneadas;
saltos
de
sapatos;
compensados; construção civil; cabos de
ferramentas;
caixotaria;
sementes
consumidas por macacos.
Cariniana legalis
jequitibá-rosa
Lecythidaceae
Construção civil; caixotaria; marcenaria;
casca como adstringente nas diarréias e
anginas.
Cassia multijuga
canafístula
Leg.
Caesalpinoideae
Caixotaria
leve;
confecção
de
brinquedos; lenha e carvão; ornamental;
reflorestamento.
Cabralea canjerana
2
Caesalpinia echinata *
Campomanesia
guazumaefolia
araçá-do-mato
Campomanesia
xanthocarpa
guabiroba
Cariniana estrellensis
Cecropia hololeuca
embaúba-branca Cecropiaceae
arcos
de
violino;
Madeira para objetos leves; fósforos;
lápis;
caixotaria;
tamancos;
aeromodelismo; frutos comestíveis pela
fauna.
Cecropiaceae
madeira utilizada para fabricação de
brinquedos, caixotaria, salto de calçados,
lápis, compensados e poupa de celulose.
Meliaceae
compensados; esculturas; obras de
escultura; móveis em geral; construção
civil; paisagismo; reflorestamento.
Leg.
Caesalpinoideae
construção civil; confecção de móveis e
peças torneadas; ornamental.
caroba
Bignoniaceae
construção civil; obras internas; produção
de pasta celulósica; reflorestamento;
ornamental.
Dalbergia nigra
jacarandá,
caviúna
Leg.
Papilionoideae
mobiliário de luxo; acabamentos internos
em construção civil: lambris, molduras,
portas, rodapés; instrumentos musicais;
ornamental.
Dendropanax sp.
maria-mole
Araliaceae
obras internas; ornamental; flores
melíferas; frutos comestíveis pela
avifauna.
Dicksoniaceae
ornamental; produção de xaxins.
Cecropia pachystachya
embaúba
Cedrela sp.
cedro
Copaifera sp.
pau-d’óleo
Cybistax antisyphillitica
2
Dichisonia sellowiana *
1
Dorstenia arifolia *
Erythrina crista-galli
samambaiaçu
mulungu
Moraceae
Leg.
Papilionoideae
confecção de bóias, canoas, gamelas,
calçados, esculturas, molduras, etc.
118
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Eugenia brasiliensis
grumixama
Myrtaceae
marcenaria; paisagismo; carpintaria;
obras de torno; frutos comestíveis pela
fauna.
Eugenia uniflora
pitangueira
Myrtaceae
fruto comestível, ferramentas.
Euterpe edulis
palmito-juçara
Palmae
usada na alimentação;
construções; paisagística.
Ficus guaranitica
figueira-branca
Moraceae
madeira utilizada para miolo de portas e
painéis, caixotaria e confecção de
chapas de partículas.
Ficus insipida
figueira; matapau
Moraceae
caixotaria; miolo de portas; frutos
comestíveis por morcegos; paisagismo.
Phytolaccaceae
medicinal; taboado em geral; arborização
rural; reflorestamento heterogêneo.
Gallesia integrifolia
pau-d’alho
1
Heliconia sp. *
tronco
-
Inga edulis
ingá
Leg. Mimosoideae
obras, caixotaria, brinquedos, lápis;
Inga edulis var. edulis
ingá
Leg. Mimosoideae
obras, caixotaria, brinquedos, lápis.
Laelia sp. *
para
2
-
Lecythis pisonis
sapucaia
Lecythidaceae
postes; dormentes; moirões; estacas;
esteios; mastros; ripas; tacos; tábuas;
carrocerias; cabos de ferramentas;
sementes comestíveis pela fauna.
Machaerium spp.
jacarandá
Leg.
Papilionoideae
construção
civil;
ornamental;
reflorestamento de áreas degradadas.
Myrtaceae
fruto comestível.
Leg.
Caesalpinoideae
obras hidráulicas; moirões; dormentes;
pontes; construção civil; ornamental;
reflorestamento de áreas degradadas.
Monimiaceae
fruto comestível.
-
Myrtaceae
fruto comestível.
araçarana
Myrtaceae
fruto comestível.
jabuticabeira
Myrtaceae
fruto comestível, tabuado em geral,
construção civil, lenha, confecções de
móveis.
Leg. Mimosoideae
madeira clara e mole empregada para
lenha e carvão; Flores melíferas.
Leg. Mimosoideae
confecção de mobiliário de luxo; painéis
para construção civil; rodapés; molduras;
tacos; forros; persianas; venezianas;
tábuas para tonéis de vinho; ornamental.
Marlieria tomentosa
-
Melanoxylon brauna
braúna
Mollinedia triflora
Myrcia
racemosa
gaudichaudiana
aperta-guela
var.
Myrcia sp.
Myrciaria trunciflora
Piptadenia gonoacantha
pau-jacaré,
jacaré
Plathymenia foliolosa
vinhático
Psidium cattleianum
araçá
Myrtaceae
fruto comestível, lenha,
ferramentas, carvão.
goiabeira
Myrtaceae
fruto comestível, madeira utilizada em
obras, cangalhas, lenha e carvão.
Psidium guajava
construção,
119
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Pterocarpus violaceus
pau-sangue
Leg.
Papilionoideae
acabamentos internos como rodapés,
guarnições,
molduras,
embalagens,
peças torneadas, portas, painéis, etc.
Rapanea ferruginea
capororoca
Myrsinaceae
obras internas, lenha e carvão.
Rheedia brasiliensis
bacupari
Guttiferae
construção civil, cabo de ferramentas,
moirões.
Anacardiaceae
moirões, esteios, lenha, carvão, extração
de tanino, arborização.
Schinus terebinthifolius
aroeira
Schizolobium parahyba
guapuruvu
Leg.
Caesalpinoideae
fabricação de canoas; taboado de forros;
fósforos e papel; casca adstringente para
curtumes.
Sparattosperma
leucanthum
ipê-branco
Bignoniaceae
construção naval, canoas, bordas de
escalares, construção civil, carpintaria,
caixotaria, reflorestamento.
Swartzia langsdorfii
pacova-demacaco
Leg.
Caesalpinoideae
construção civil; marcenaria; carpintaria;
ornamental; frutos comestíveis pela
fauna.
Palmae
paisagismo;
fauna.
frutos
comestíveis
pela
Syagrus romanzoffiana
jerivá
Tabebuia cassinoides
caixeta
Bignoniaceae
confecção de brinquedos; caixas finas;
tamancos; palitos de fósforos; lápis;
violões; bóias; ornamental.
Tabebuia chrysotricha
ipê-amarelo
Bignoniaceae
postes; peças para pontes; tábuas para
cercas; currais, aras; tacos; tábuas;
ornamental.
Anacardiaceae
confecção de brinquedos; caixotaria leve;
embalagens;
móveis;
cabos
de
vassouras; frutos comestíveis.
Melastomataceae
confecção de brinquedos; caixotaria;
ornamental; paisagismo.
gravatá ou
bromélia
Bromeliaceae
ornamental, monitoração ambiental.
barba-de-velho
Bromeliaceae
monitoração ambiental.
cambará;
gurindiba
Ulmaceae
taboado em geral; lenha e carvão;
fabricação de pólvora; flor melífera.
taboa
Typhaceae
fibra para artesanato de tapetes, cestos,
sandálias, etc.
bicuíba
Miristicaceae
construção civil; esteios; miolo de portas;
marcenaria; confecção de canoas;
carpintaria; reflorestamentos.
Vochysia tucanorum
pau-de-tucano
Vochysiaceae
caixotaria; confecção de brinquedos;
ornamental; paisagismo.
Xylopia brasiliensis
pindaíba
Annonaceae
tabuados; caibros; vigas; mastros;
caixotaria, fruto comestível pela aves;
reflorestamentos; ornamental.
Tapirira guianensis
Tibouchina sp.
Tillandsia stricta
Tillandsia usneoides
Trema micrantha
Typha domingensis
Virola sp.
tapiriri
quaresmeira
*1 - espécie incluída na listagem de: vulnerável à extinção; *2 - espécie incluída na listagem de: em
perigo de extinção. Obs: O gênero Heliconia (Família Musaceae) apresenta as espécies H. augusta, H.
citrina, H. farinosa, H. fluminensis, H. lacletteana, H. sampaioana na categoria vulnerável de extinção; e
o gênero Laelia (Família Orchidaceae) apresenta as espécies L. ovata, L. perrinii, L. virens na categoria
em perigo de extinção. Fonte: Eletronuclear, 2003.
120
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Floresta Montana
A Floresta Montana ocupa locais de relevo fortemente dissecado, íngreme e de acesso
difícil, permitindo que seja parcialmente poupada. No estado do Rio de Janeiro, os
remanescentes desta formação florestal podem ser encontrados principalmente no
Parque Nacional da Serra da Bocaina e na Serra dos Órgãos.
Os ambientes da Formação Montana da Floresta Ombrófila Densa, na latitude da Baía da
Ilha Grande, ocupa faixa de altitudes entre 500 a 1500 m, sobre rochas do embasamento
cristalino e rochas alcalinas.
O sub-bosque é denso e diverso, seus componentes apresentam caules de pequeno
calibre, muitos deles ramificando a menos de 1 m do solo, quase sempre recobertos pelas
inúmeras briófitas que aí ocorrem.
 Floresta Alto Montana
Ambientes da Formação Florestal Alto Montana, na latitude da baía da Ilha Grande,
ocupam faixa de altitude acima do nível de 1.500 m, sobre rochas do embasamento
cristalino. Por estarem localizadas nas partes mais elevadas são freqüentemente envoltas
por densas nuvens durante dias seguidos. Embora composta por espécies endêmicas,
revelando um antigo isolamento, a composição florística desta formação é representada
por famílias de dispersão universal (RADAMBRASIL, 1983).
Por se situar em área de relevo acidentado e de difícil acesso, este tipo florestal foi
bastante poupado, não estando, no entanto, imune à ação antrópica.
A seguir, na Tabela 19, estão listadas as espécies da flora que caracterizam as formações
de Floresta Densa Submontana e vegetação secundária, que foram encontradas nas
áreas de influência do empreendimento, conforme Eletronuclear (2005).
Tabela 19 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação da
CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava – Vegetação secundária
Família
Espécie
Área A
Área B
Verbenaceae
Aegiphila integrifolia
X
Lauraceae
Aiouea cf. impressa
X
Euphorbiaceae
Alchornea triplinervia
X
Sapindaceae
Allophylus sp. 1
X
Rubiaceae
Alseis floribunda
X
Rubiaceae
Amaioua intermedia var brasiliana
X
Leguminosae
Andira sp. 1
X
Annonaceae
Annonaceae sp. 3
X
Annonaceae
Annonaceae sp. 4
X
Arecaceae
Astrocaryum aculeatissimum
X
Arecaceae
Atalea sp.
X
Rubiaceae
Bathysa australis
X
Rubiaceae
Bathysa stipulata
X
121
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Família
Espécie
Lauraceae
Beilschmiedia cf. stricta
Área A
Área B
X
Lauraceae
Beilschmiedia emarginata
X
Moraceae
Brosimum guianense
X
Meliaceae
Cabralea canjerana ssp. canjerana
Myrtaceae
Campomanesia xanthocarpa
X
Lecythidaceae
Cariniana estrellensis
X
Euphorbiaceae
Caryodendron grandifolium
X
X
Flacourtiaceae
Casearia sp. 1
Cecropiaceae
Cecropia glazioui
Cecropiaceae
Cecropia lyratiloba
X
Ulmaceae
Celtis sp. 1
X
Rubiaceae
Chomelia brasiliana
X
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae sp. 1
X
Sapotaceae
Chrysophyllum flexuosum
X
X
X
X
X
Rutaceae
Citrus medica var. limon
X
Clusiaceae
Clusia lanceolata
X
Boraginaceae
Cordia sp. 1
Boraginaceae
Cordia sp. 2
X
Rubiaceae
Coussarea meridionalis var. porophylla
X
Rubiaceae
Coussarea nodosa
X
Lauraceae
Cryptocarya micrantha
X
Lauraceae
Cryptocarya saligna
X
Sapindaceae
Cupania oblongifolia
X
X
X
Sapindaceae
Cupania sp. 1
X
Cyatheaceae
Cyatheaceae sp. 1
X
Araliaceae
Didymopanax anomalus
X
Araliaceae
Didymopanax sp. 1
X
Ebenaceae
Diospyros ebenaster
Sapotaceae
Ecclinusa ramiflora
X
X
X
Bombacaceae
Eriotheca pentaphylla
X
Erythroxylaceae
Erythroxylum pulchrum
X
Myrtaceae
Eugenia sp. 1
X
Myrtaceae
Eugenia sp. 2
X
Myrtaceae
Eugenia sp. 3
X
Myrtaceae
Eugenia sp. 4
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae sp. 1
X
X
X
Arecaceae
Euterpe edulis
X
Rubiaceae
Faramea sp. 1
X
Moraceae
Ficus citrifolia
X
Moraceae
Ficus insipida
X
Moraceae
Ficus pulchella
Phytolaccaceae
Gallesia integrifolia
X
X
X
Clusiaceae
Garcinia brasiliensis
X
Apocynaceae
Geissospermum laevis
X
122
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Família
Espécie
Myrtaceae
Gomidesia spectabilis
Área A
Área B
X
Nyctaginaceae
Guapira opposita
X
X
Meliaceae
Guarea macrophylla ssp. tuberculata
X
X
Annonaceae
Guatteria nigrescens Mart.
X
Moraceae
Helicostylis tomentosa
X
Chrysobalanaceae
Hirtella hebeclada
Euphorbiaceae
Hyeronima alchorneoides
Aquifoliaceae
Ilex integerrima
X
Indet.
Indet. sp. 03
X
Indet.
Indet. sp. 06
X
Indet.
Indet. sp. 07
X
Indet.
Indet. sp. 12
X
Indet.
Indet. sp. 13
X
Indet.
Indet. sp. 14
X
Leguminosae Mimosoideae
Inga sp. 1
X
Leguminosae Mimosoideae
Inga sp. 2
X
X
X
X
Bignoniaceae
Jacaranda micrantha
Caricaceae
Jacaratia heptaphylla
X
Clusiaceae
Kielmeyera membranacea
X
Clusiaceae
Kielmeyera rizziniana
X
Lacistemaceae
Lacistema pubescens
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 1
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 3
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 5
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 11
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 15
X
Lauraceae
Lauraceae sp. 4
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 1
Leguminosae
Leguminosae sp. 2
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 3
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 4
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 5
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 6
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 7
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 8
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 9
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 10
Leguminosae
Leguminosae sp. 11
Leguminosae
Leguminosae sp. 12
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 13
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 14
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 15
X
Leguminosae
Leguminosae sp. 16
Leguminosae
Leguminosae sp. 17
X
X
X
X
X
X
123
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Família
Espécie
Lauraceae
Licaria bahiana
Área A
Área B
X
Euphorbiaceae
Mabea brasiliensis
X
Myrtaceae
Marlierea sp. 1
X
Myrtaceae
Marlierea sp. 2
X
Myrtaceae
Marlierea subacuminata
X
Celastraceae
Maytenus aff. ilicifolia
Celastraceae
Maytenus ardisiaefolia
X
Celastraceae
Maytenus salicifolia
X
Celastraceae
Maytenus sp.1
X
Melastomataceae
Melastomataceae sp. 1
X
Meliaceae
Meliaceae sp. 2
Meliaceae
Meliaceae sp. 3
X
X
Melastomataceae
Miconia calvescens
X
X
Melastomataceae
Miconia cf. holosericea
X
Melastomataceae
Miconia cinnamomifolia
X
Melastomataceae
Miconia dodecandra
X
Melastomataceae
Miconia prasina
X
Melastomataceae
Miconia sp. 3
X
Melastomataceae
Miconia sp. 4
X
Sapotaceae
Micropholis crassipedicelata
X
Monimiaceae
Mollinedia sp. 1
X
Monimiaceae
Mollinedia sp. 2
X
Myrtaceae
Myrcia grandiglandulosa
X
X
X
X
Myrtaceae
Myrcia rostrata
Myrsinaceae
Myrsine coriacea
X
Myrsinaceae
Myrsine guianensis
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 2
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 4
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 5
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 7
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 10
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 12
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 14
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 17
X
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 19
X
Moraceae
Naucleopsis oblongifolia
X
X
X
Lauraceae
Nectandra leucantha
X
Lauraceae
Nectandra membranacea
X
Lauraceae
Nectandra oppositifolia
X
Lauraceae
Ocotea puberula
X
Lauraceae
Ocotea sp. 1
X
Lauraceae
Ocotea sp. 2
X
Lauraceae
Ocotea tabacifolia
X
Euphorbiaceae
Pausandra morisiana
X
X
124
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Família
Espécie
Myrtaceae
Myrtaceae sp. 7
Simaroubaceae
Picramnia glazioviana ssp. glazioviana
Piperaceae
Piper sp. 1
Piperaceae
Piper sp. 2
Piperaceae
Piper sp. 3
Área A
Área B
X
X
X
X
X
Myrtaceae
Plinia edulis
X
Myrtaceae
Plinia rivularis
X
Cecropiaceae
Pourouma guianensis
Sapotaceae
Pouteria sp. 1
X
X
X
Sapotaceae
Pouteria venosa
Rubiaceae
Psychotria velloziana
Bombacaceae
Quararibea turbinata
Annonaceae
Rollinia dolabripetala (Mart.) R.E.Fries
X
Proteaceae
Roupala montana
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 3
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 4
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 7
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 10
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 11
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 12
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 13
X
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 15
Rubiaceae
Rubiaceae sp. 16
X
X
X
X
X
X
X
Hippocrateaceae
Salacia grandifolia
X
Sapindaceae
Sapindaceae sp. 1
X
Sapindaceae
Sapindaceae sp. 2
X
Sapotaceae
Sapotaceae sp. 4
X
Sapotaceae
Sapotaceae sp. 5
X
Sapotaceae
Sapotaceae sp. 6
X
Sapotaceae
Sapotaceae sp. 8
X
Sapotaceae
Sapotaceae sp. 9
X
Leguminosae Caesalpinioideae
Senna multijuga ssp. lindleyana var.
lindleyana
Simira
sampaioana
X
Rubiaceae
Rubiaceae
Simira viridiflora
Monimiaceae
Siparuna sp. 1
X
Monimiaceae
Siparuna sp. 2
X
Elaeocarpaceae
Sloanea garckeana
X
Elaeocarpaceae
Sloanea sp. 2
X
Solanaceae
Solanaceae sp. 1
X
Moraceae
Sorocea guilleminiana
X
Moraceae
Sorocea hilarii
X
Moraceae
Sorocea sp.1
X
Bignoniaceae
Tabebuia cassinoides
X
Combretaceae
Terminalia januariensis
X
X
X
125
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Família
Espécie
Melastomataceae
Tibouchina scrobiculata
Meliaceae
Trichilia sp. 1
Meliaceae
Trichilia sp. 2
Área A
Área B
X
X
X
Meliaceae
Trichilia sp. 3
Urticaceae
Urticaceae sp. 1
Asteraceae
Vernonia discolor
X
Myristicaceae
Virola gardneri
X
X
X
Myristicaceae
Virola oleifera
Annonaceae
Xylopia brasiliensis
X
X
Rutaceae
Zanthoxylum rhoifolium
Leguminosae Faboideae
Zollernia glabra
TOTAL
199 espécies
X
X
X
34
183
Fonte: Eletronuclear, 2005.
4.2.3.2
Fauna
A Mata Atlântica é um dos cinco maiores hotspots do mundo (Mittermeier et al., 1997). Os
registros de Herpeto, ornito e mastofauna que ocorrem na Mata Atlântica somam 1807
espécies, o que corresponde a 7% de todas as espécies desses grupos que foram
identificadas até então (MMA & DAI, 1997).
A fauna terrestre da Mata Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu impactos da
colonização humana na América do Sul. A fauna terrestre inclui uma alta taxa de
endemismos, especialmente para aves e primatas, que registram maiores números de
espécies ameaçados de extinção, especialmente em função de atividades antrópicas
desordenadas e consequente perda de habitats.
4.2.3.2.1 Herpetofauna
A Mata Atlântica é o bioma com maior riqueza e endemismo de espécies de anuros do
mundo. Concentra cerca 65% das espécies brasileiras conhecidas, sendo 71%
endêmicas (MMA, 2008). Atualmente, segundo Frost (2002), para a Mata Atlântica o
número total de espécies de anfíbios é de 495, registrando um aumento de 270% de
espécies em 23 anos.
A dependência de ambientes úmidos juntamente com os brejos e alagados e a baixa
capacidade de deslocamento podem explicar a ocorrência do grande número de espécies
endêmicas, muitas das quais, pertencentes às famílias Hylidae, Leptodactylidae,
Bufonidae e Brachycephalidae. Apesar disso, é escassa a bibliografia disponível para a
região.
A região onde estão localizados os Depósitos 1 e 2-A representa uma área de
concentração e reprodução de muitas espécies de anfíbios e répteis. Existe uma mata
126
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
recuperada em seu entorno, com boa vegetação e micro-ambientes propícios para a
herpetofauna.
Um grupo de destaque, entre os anfíbios anuros da Mata Atlântica, é a família
Brachycephalidae, que possui uma distribuição exclusiva nesse bioma. Segundo o MMA
(2008), 15 espécies de anfíbios estão presentes na lista oficial de espécies ameaçadas de
extinção.
Segundo Eletronuclear (2005), a família Brachycephalidae, na região em estudo, está
representada por quatro espécies dos seus dois únicos gêneros, sendo duas destas
restritas para esta região: Brachycephalus vertebralis e Psyllophryne hermogenesii. A
sub-familia Elosiinae está representada por quatro espécies de dois gêneros: Megaelosia
goeldii, Megaelosia bocainesis, Hylodes phyllodes e Hylodes asper.
A listagem das espécies de anfíbios encontradas na área de influência do
empreendimento é mostrada na Tabela 20.
Tabela 20 - Listagem das Espécies de Anfíbios encontradas na área de influência do empreendimento
ANFÍBIOS
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Brachycephalus ephippium
sapo
EN
Brachycephalus vertebralis
sapo
Bufo crucifer
sapo
Dendrophryniscus brevipollicatus
sapo
Cyclorhamphus boraceiensis
rã
Cyclorhamphus eleutherodactylus
rã
Cyclorhamphus granulosus
rã
Hylodes phyllodes
rã
Hylodes asper
rã
Megaelosia bocainensis
rã
Megaelosia goeldii
rã
Paratelmatobius gaigeae
rã
Paratelmatobius pictiventris
rã
Physalaemus barrioi
rã
Proceratophrys appendiculata
rã
Psyllophryne didactyla
rã
Psyllophryne hermogenesii
rã
Sphaenorhynchus orophilus
rã
Eleutherodactylus binotattus
perereca
Eleutherodactylus bolbodactylus
perereca
Eleutherodactylus parvus
perereca
Eleutherodactylus pusillus
perereca
Hyla arildae
perereca
Hyla callypigia
perereca
Hyla clepsydra
perereca
AM
127
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ANFÍBIOS
Osteocephalus langsdorffii
perereca
Scinax angrensis
perereca
Scinax argyreornatus
perereca
Scinax ariadne
perereca
Scinax atratus
perereca
Scinax humilis
perereca
Scinax perpusillus
perereca
Scinax trapicheiroi
perereca
Thoropa miliaris
perereca
Zachaenus parvulus
perereca
AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Quanto aos répteis, sabe-se que o bioma abriga 197 espécies, o que equivale a
aproximadamente 42% das conhecidas para o Brasil. Grande parte da fauna de répteis é
de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em outros biomas, como na Amazônia,
Cerrado e Caatinga. No entanto, são listadas 60 espécies e subespécies endêmicas de
répteis da Mata Atlântica, como Hydromedusa maximiliani (cágado), Liolaemus lutzae
(lagartixa-da-areia) e Lachesis muta rhombeata (surucucu).
Quanto aos ofídios, ocorrem Bothrops spp. (jararacas); Boa constrictor e Epicrates
cenchria (jibóias), também encontradas em todos os tipos de ambientes do Brasil, com
atividade diurna ou noturna; e cobras corais, Micrurus spp., que são subterrâneas, mas
aparecem freqüentemente na superfície (Rizzini et al., op. cit.).
A listagem das espécies de répteis e anfíbios encontradas na região de influência direta é
mostrada na Tabela 21.
Tabela 21 - Listagem das Espécies de Répteis
RÉPTEIS
Taxon
Nome Popular
Ameiva ameiva
calango
Boa constrictor
jibóia
Bohtrops sp.
urutu-cruzeiro
Bothrops jararaca
jararaca
Bothrops jararacussu
jararacuçu
Chironius bicarinatus
cobra-cipó
Chironius fuscus
cobra-cipó
Coralus hortulanus
cobra-de-veado
Dipsas albifrons
dorminhoca
Enyalius brasiliensis
lagarto
Epicrates cenchria
jibóia
Erythrolamprus aesculapii
coral-falsa
Código
AM
128
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
RÉPTEIS
Taxon
Nome Popular
Escleopus gaudichaudii
lagarto
Geochelone carbonaria
jabuti
Gymnodactyus sp.
lagarto
Hemidactylus mabouia
lagartixa
Leimadophis poecilogyrus
cobra-verde
Leposternon sp.
cobra de duas cabeças
Liophis miliaris
cobra-d’água
Mastigodrias bifossatus
jararacuçu-do-brejo
Micrurus corallinus
coral-verdadeira
Oxyrhopus clathratus
coral-falsa
Philodryas olfersii
boiubu
Philodryas serra
cobra cipó
Pseudoboa cloelia
limpa-campo
Sibynomorphus turgidus
dormideira
Siphlophis pulcher
cobra
Spilotes pullatus anomalepsis
caninana
Thamnodynastes pallidus nattereri
corre-campo
Thamnodynastes strigilis
falsa jararaquinha
Tropidurus torquatus
lagarto
Tupinambis merianae
teiú
Tupinambis teguixim
teiú
Xenodon neuwiedii
cobra
Código
AM
#
#
#
AM - espécie ameaçada de extinção; # - espécie observada durante a campanha de campo
Fonte: Eletronuclear, 2005.
4.2.3.2.2 Avifauna
O efeito negativo da degradação e fragmentação de habitats florestais é um dos maiores
problemas na conservação das espécies de aves neotropicais (Anjos, 1993).
O bioma da Mata Atlântica abriga 688 espécies de aves, sendo que destas
aproximadamente 200 são endêmicas. Das espécies endêmicas, apenas 17 utilizam
habitats perturbados e 419 espécies ocorrem quase exclusivamente em habitats pouco
alterados. Cerca de 68% das espécies de aves da Mata Atlântica são consideradas raras
(Goerck, 1997). Aproximadamente 94 espécies se encontram na lista oficial de
ameaçadas de extinção para a Mata Atlântica (MMA, 2008).
Sick (1977) cita como espécies endêmicas para a região: Crypturellus obsoletus
(inhambu-açu), Touit melanota (papagainho), Leucopternis polionota (gavião-pombogrande), Triclaria malachitacea (sabiá-cica), Amazona rhodocoritha (chauá), Pionopsitta
(rabo-branco-de-garganta-rajada),
pileata
(cuiú-cuiú),
Phaethornis
eurynome
129
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Mackenziaena severa (borralhara), Cichlocolaptes leucophrus (trepador-sobrancelha),
Orthogonis chloricterus (catirumbava), Procnias nudcollis (araponga), dentre outras.
Ocorrem espécies de gaviões de vasta distribuição geográfica como Rupornis
magnirostris (gavião-carijó), Spizaetus ornatus (gavião-de-penacho), Spizaetus tyrannus
(gavião-pega-macaco) e outros como Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande) e
Leucopternis lacernulata (gavião-pomba) que apesar da devastação, permanecem no
ecossistema (Sick op. cit.; Ribon et al.op. cit.).
Apesar da região sul-fluminense dispor de considerável material bibliográfico sobre suas
aves terrestres, muitas informações referem-se a localidades distantes da Área de
Influência dos Depósitos 1 e 2-A, ou não especificam precisamente o local onde os
registros foram obtidos. Os resultados encontrados são fruto da compilação de dados de
bibliografia e de informações não publicadas (listas de aves não-publicadas e
comunicação pessoal), bem como de dados obtidos em Eletronuclear (2005).
Ao todo, foram registradas 331 espécies nas baixadas e matas sub-montanas. Dentre
estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção globalmente e 26 espécies
quase ameaçadas, conforme pode ser observado na Tabela 22 e na Tabela 23.
Moradores locais durante o levantamento do diagnóstico ambiental fizeram relatos da
ocorrência de Chirophixia caudata (tangará) que habita as matas densas do sul da Bahia
e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul; Pipile jacutinga (jacutinga), espécie
ameaçada de extinção; Speotyto cunicularia (coruja-buraqueira); muitos Pitangus
sulphuratus (bentevis); Tinamus solitarius (macuco), espécie ameaçada de extinção;
Leptotila verreauxi (juriti); Columba speciosa (pomba-trocal); Mimus saturninus (sabiá-docampo); Thraupis sayaca (sanhaço), que vive nas árvores tanto em campos ou áreas de
cultivo como cidades; Turdus spp. (sábias); Sicalis flaveola (canário-da-terra) que ocorre
do sul do Maranhão até o Rio Grande do Sul, a oeste até o Mato Grosso e também nas
ilhas do litoral de São Paulo e Rio de Janeiro; Rupornis magmirostris (gavião-carijó);
Tangara spp. (saíras); Oryzoborus angolensis (curió); Ramphastos sp. (tucanos);
Penelope obscura (jacuaçu) e P. superciliaris (jacupemba); e Saltator maxillosus (trincaferro).
Tabela 22 – Espécies de aves de Mata Atlântica registradas em literatura, na área relativa ao
Diagnóstico Ambiental
Status
Endêmicas
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Bergallo et al.,
2000
Tinamus solitarius
QA
QA
EP
Pilherodius pileatus
QA
Cairina moschata
Vu
Leucopternis lacernulata
Am
Vu
Vu
Leucopternis polionota
QA
QA
QA
Sick, 1997
En
130
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
Spizaetus ornatus
PEx
Spizaetus tyrannus
QA
Pipile jacutinga
Am
Vu
PEx
Odontophorus capueira
QA
Aramides mangle
SD
Rynchops niger
QA
Brotogeris tirica
En
Pionopsitta pileata
QA
Touit surda
Am
Am
Vu
Amazona rhodocorytha
Am
Am
Vu
QA
Amazona farinosa
Triclaria malachitacea
Sick, 1997
En
Vu
Am
Vu
Nyctibius aethereus
Vu
SD
Macropsalis creagra
QA
Ramphodon naevius
QA
QA
QA
En
Phaetornis squalidus
En
Lophornis magnifica
En
Lophornis chalybea
SD
Aphantochroa cirrhochloris
En
Clytolaema rubricauda
En
Heliothryx aurita
QA
Heliomaster squamosus
SD
Chloroceryle inda
SD
Notharchus macrorhynchus
QA
Malacoptila striata
En
Baillonius bailloni
QA
QA
Piculus aurulentus
QA
QA
Campephilus robustus
QA
Psilorhamphus guttatus
QA
QA
Merulaxis ater
QA
QA
Dysithamnus stictothorax
QA
QA
En
Dysithamnus xanthopterus
En
Myrmotherula gularis
En
Myrmotherula minor
QA
Vu
Myrmotherula unicolor
QA
Vu
Formicivora erythronotos
Am
Am
QA
QA
Drymophila ferruginea
Drymophila genei
En
Vu
En
Vu
En
En
En
131
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Drymophila ochropyga
QA
QA
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
Sick, 1997
En
Drymophila squamata
En
Myrmeciza loricata
En
Chamaeza meruloides
En
Conopophaga melanops
En
Furnarius figulus
En
Cranioleuca pallida
En
Phacellodomus erythrophthalmus
En
Anabazenops fuscus
En
Anabacerthia amaurotis
QA
Cichlocolaptes leucophrus
En
Sclerurus mexicanus
Vu
Phyllomyias griseocapilla
QA
Phylloscartes sylviollus
En
QA
Phylloscartes oustaleti
QA
QA
Phylloscartes difficilis
QA
QA
Phylloscartes paulistus
Am
Vu
SD
Hemitriccus furcatus
Am
Am
QA
Vu
Hemitriccus nidipendulus
QA
En
Todirostrum poliocephalum
En
Am
QA
Vu
Knipolegus nigerrimus
Muscipipra vetula
En
QA
Attila rufus
En
Philohydor lictor
QA
Tityra inquisitor
QA
Ilicura militaris
En
Neopelma chrysolophum
En
Laniisoma elegans
Am
Vu
QA
Phibalura flavirostris
QA
QA
QA
Tijuca atra
QA
QA
Iodopleura pipra
Am
Am
Carpornis cucullatus
QA
QA
Lipaugus lanioides
Am
Vu
Pyroderus scutatus
Procnias nudicollis
Thryothorus longirostris
En
En
Hemitriccus orbitatus
Platyrinchus leucoryphus
En
En
QA
En
Vu
En
Vu
QA
QA
QA
En
132
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
Ramphocaenus melanurus
Vu
Phaeothlypis rivularis
QA
Orchesticus abeillei
QA
QA
Sick, 1997
En
Schistochlamys ruficapillus
En
Hemithraupis ruficapilla
En
Orthogonys chloricterus
En
Ramphocelus bresilius
En
Thraupis cyanoptera
QA
QA
En
Thraupis ornata
En
Euphonia cyanocephala
QA
Tangara desmaresti
En
Tangara peruviana
Am
Vu
QA
En
Dacnis nigripes
Am
Vu
QA
En
Chlorophanes spiza
Vu
Oryzoborus angolensis
Vu
Saltator maxillosus
QA
Passerina brissoni
Vu
Scaphidura oryzivora
QA
Euphonia cyanocephala
QA
Tangara desmaresti
En
Tangara peruviana
Am
Vu
QA
En
Dacnis nigripes
Am
Vu
QA
En
Chlorophanes spiza
Vu
Oryzoborus angolensis
Vu
Saltator maxillosus
QA
Passerina brissoni
Vu
Scaphidura oryzivora
QA
PEx: Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA: Quase Ameaçada;
SD: Situação Desconhecida.
Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006
Tabela 23 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição setentrional registradas na Área do
Diagnóstico Ambiental
Nome científico
Nome popular
Status
Altitude (m)b
Crypturellus obsoletus
inhambu-guaçu
R
600-1250
Leucopternis polionota
gavião-pombo-grande
600-1500
Penelope obscura
jacuaçu
Columba plumbea
pomba-amargosa
R
600-2000
Pionopsitta pileata
cuiú-cuiú
R
950-1250
950-1950
133
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome científico
Nome popular
Phaetornis eurynome
rabo-branco-de-garganta-rajada
Status
Altitude (m)b
800-2000
Clytolaema rubricauda
beija-flor-rubi
Baillonius bailloni
araçari-banana
Ramphastos dicolorus
tucano-de-bico-verde
400
400-2000
750-2000
R
450-1200
Piculus aurulentus
pica-pau-dourado
Psilorhamphus guttatus
tapaculo-pintado
R
*
Merulaxis ater
entufado
R
*
Hypoedaleus guttatus
chocão-carijó
500-800
Batara cinerea
matracão
Mackenziaena severa
borralhara
R
800-1250
Thamnophilus ruficapillus
choca-de-chapéu-vermelho
R
1050-2150
Dysithamnus stictothorax
choquinha-de-peito-pintado
R
550-1000
Drymophila ochropyga
choquinha-de-dorso-vermelho
Myrmeciza loricata
papa-formigas-de-grota
Chamaeza campanisona
tovaca-campainha
Conopophaga lineata
chupa-dente
R
800-2150
650-1350
650-1300
R
700-1300
350-1200
Synallaxis ruficapilla
pichororé
R
600-1400
Phacellodomus erythrophthalmus
joão-botina
R
700-800
Anabazenops fuscus
trepador-coleira
350-1150
Philydor lichtensteini
limpa-folha-ocrácea
600-800
Sclerurus scansor
vira-folhas
Phyllomyias fasciatus
piolhinho
Phyllomyias burmeisteri
poaieiro-do-sul
1000-1350
Phyllomyias griseocapilla
poaieiro-serrano
950-1150
Phylloscartes oustaleti
papa-moscas-de-olheira
500-850
Elaenia mesoleuca
tuque
350-1800
Todirostrum plumbeiceps
ferreirinho-de-cara-canela
R
Knipolegus nigerrimus
maria-preta-da-garganta-vermelha
VI
950-2100
Muscipipra vetula
tesoura-cinzenta
VI
1050-1450
Ilicura militaris
tangarazinho
R
650-1250
Schiffornis virescens
flautim
R
650-1220
Phibalura flavirostris
tesourinha-da-mata
VI
50-1600
Laniisoma elegans
chibante
680
Carpornis cucullatus
corocochó
850-1450
Oxyruncus cristatus
araponga-do-horto
430-1540
650-1250
R
1130-1800
1050-1250
Cyclarhis gujanensis
pitiguari
Basileuterus leucoblepharus
pula-pula-assobiador
Orchesticus abeillei
sanhaço-pardo
830-1200
Schistochlamys ruficapillus
bico-de-veludo
700-1100
Orthogonys chloricterus
catirumbava
360-1300
0-2050
VI
1000-1960
134
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nome científico
Nome popular
Thraupis cyanoptera
sanhaço-de-encontro-azul
Status
Altitude (m)b
700-1620
Pipraeidea melanonota
viúva
Tangara desmaresti
saíra-lagarta
VI
630-1840
Arremon semitorquatus
tico-tico-do-mato-de-bico-preto
R
*
Saltator similis
trinca-ferro-verdadeiro
970-1970
630-1960
* Informações ausentes; a. R: Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e
dados não publicados; de E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985).
Fonte, Eletronuclear, 2005.
Um caso particular relacionado à conservação da avifauna na área de estudo diz respeito
ao papa-formigas-de-cabeça-negra (Formicivora erythronotos). Esta espécie permaneceu
por mais de um século conhecida unicamente por algumas peles coletadas no século
passado e depositadas em museus americanos e europeus (Pacheco, 1988). Após a sua
redescoberta, a espécie permaneceu com registros esparsos de alguns poucos casais ao
longo da baía da Ribeira (Collar et. al.,1992; Tobias & Wiliams, 1996), o que levou a
espécie a ser tratada como em situação crítica por Collar et al. (1992).
Em 1997, pesquisadores do Laboratório de Ornitologia da UFRJ iniciaram uma procura
sistemática do papa-formigas em todas as baixadas da região da Costa Verde, mapeando
a população até então conhecida. Durante o estudo, constatou-se que o vale do
Mambucaba e a baixada do Ariró abrigam mais de 90% da população total da espécie
mapeada até então (Mendonça & Gonzaga, 1999) (Tabela 24).
Tabela 24 - Listagem das Espécies de Aves registradas por meio de levantamento secundário na Área
do Diagnóstico Ambiental
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Actitis macularia
maçarico-pintado
MG; #
Amaurolimnas concolor
saracurinha-da-mata
Amazilia fimbriata
beija-flor-de-garganta-verde
Amazilia versicolor
beija-flor-de-banda-branca
Amazona rhodocorytha
chauá
Amazona spp.
papagaios
Amazonetta brasiliensis
ananaí
Anabazenops fuscus
trepador-coleira
Anthracothorax nigricollis
beija-flor-preto
Anthus lutescens
caminheiro-zumbidor
AM; EN
EN
Aphantochroa cirrhochloris
beija-flor-cinza
EN
Aramides cajanea
saracura-três-potes
#
Aramides saracura
saracura-do-mato
Aramus guarauna
carão
Aratinga leucophthalmus
periquitão-maracanã
Ardea cocoi
maguari
#
135
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
MG; #
Arenaria interpres
vira-pedras
Arremon semitorquatus
tico-tico-do-mato-de-bico-preto
Arundinicola leucocephala
lavadeira-de-cabeça-branca
Asio stygius
mocho-diabo
Attila phoenicurus
capitão-castanho
Attila rufus
tinguaçu
Automolus leucophthalmus
barranqueiro-de-olho-branco
Baillonius bailloni
araçari-banana
Baryphthengus ruficapillus
juruva
Basileuterus culicivorus
pula-pula
Basileuterus leucoblepharus
pula-pula-assobiador
Batara cinerea
matracão
Brotogeris tirica
periquito-rico
Bubulcus ibis
garça-vaqueira
Buteo albicaudatus
gavião-de-rabo-branco
Buteo brachyurus
gavião-de-cauda-curta
Buteogallus meridionalis
gavião-cabloco
Buteogallus urubitinga
gavião-preto
Butorides striatus
socozinho
SN
EN
EN
MG
Cacicus haemorrhous
guaxe
Cairina moschata
pato-do-mato
Calidris alba
maçarico
MG
MG
Calidris minutilla
maçariquinho
Calliphlox amethystina
estrelinha
Campephilus robustus
pica-pau-rei
Camptostoma obsoletum
risadinha
Campylorhamphus cf. falcularius
arapaçu-de-bico-torto
Capsiempis flaveola
marianinha-amarela
Caracara plancus
gavião-carcará
Carduelis magellanicus
pintassilgo
Carpornis cucullatus
corócocho
Casmerodius albus
garça-branca-grande
Cathartes aura
urubu-de-cabeça-vermelha
Cathartes burrovianus
urubu-de-cabeça-amarela
Celeus flavescens
pica-pau-de-cabeça-amarela
Certhiaxis cinnamomea
curutié
Ceryle torquata
martim-pescador-grande
Chaetura Andrei
andorinhão
Chaetura cinereiventris
andorinhão-de-sobre-cinzento
#
MG; #
#
136
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
Chamaeza campanisona
tovaca-campainha
Chiroxiphia caudata
tangará
Chiroxiphia pareola
tangará-falso
Chloroceryle amazona
martim-pescador-verde
Chloroceryle americana
martim-pescador-pequeno
Chlorophanes spiza
saí-verde
Chlorophonia cyanea
bonito-do-campo
Chordeiles acutipennis
bacurau-de-asa-fina
Ciccaba virgata
coruja-do-mato
Cichlocolaptes leucophrys
trepador-sobrancelha
Cissopis leveriana
tietinga
Claravis pretiosa
pomba-de-espelho
Clytolaema rubricauda
beija-flor-rubi
Cnemotriccus fuscatus
guaracavuçu
Coccyzus euleri
papa-lagarta-de-euler
Coccyzus melacoryphus
papa-lagarta
Coereba flaveola
sebinho
Colaptes campestris
pica-pau-do-campo
Colaptes melanochloros
pica-pau-verde-barrado
CÓDIGO
#
EN
EN
SN
Colonia colonus
viuvinha
#
Columba cayennensis
pomba-galega
CG
Columba livia domestica
pombo-comum
SN
Columba picazuro
pombão; asa-branca
MG
Columba plumbea
aomba-amargosa
CG
Columba speciosa
pomba-trocal
CG
Columbina talpacoti
rolinha
SN;#
Conirostrum bicolor
sanhaço-do-mangue
Conirostrum speciosum
figuinha-de-rabo-castanho
Conopophaga lineata
chupa-dente
Conopophaga melanops
cuspido-de-máscara-preta
Contopus cinereus
papa-moscas-cinzento
Coragyps atratus
urubu-comum
SN: #
Cotinga maculata
crejoá
AM; EN
Crotophaga ani
anu-preto
SN; #
Crypturellus n. noctivagus
jaó
AM; EN; CG
Crypturellus obsoletus
inhambu-açu
EN
Crypturellus tataupa
inhambu-chintã
Cyclarhis gujanensis
pitiguari
Cypseloides fumigatus
andorinhão-preto-de-cascata
EN
137
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
Cypseloides senex
andorinhão-velho-da-cascata
Dacnis cayana
saí-azul
Dacnis nigripes
saí-de-pernas-pretas
Dendrocincla turdina
arapaçu-liso
Dendrocolaptes platyrostris
arapaçu-grande
Dendrocygna viduata
marreca-irerê
Donacobius atricapillus
japacanim
CÓDIGO
EN
Drymophila ferruginea
trovoada
EN
Drymophila ochropyga
choquinha-de-dorso-vermelho
EN
Drymophila squamata
pintadinho
EN
Dryocopus lineatus
pica-pau-de-banda-branca
Dysithamnus mentalis
choquinha-lisa
Dysithamnus stictothorax
choquinha-de-peito-pintado
Egretta caerulea
garça-azul
Egretta thula
garça-branca-pequena
Elaenia flavogaster
topetuda
Elaenia spp.
tuque
Elanoides forficatus
gavião-tesoura
Elanus leucurus
peneira
Embernagra platensis
sabiá-do-banhado
Empidonomus varius
peitica
Estrilda astrild
bico-de-lacre
SN; #
Eupetomena macroura
beija-flor-tesoura
#
Euphonia chlorotica
vivi
Euphonia pectoralis
ferro-velho
Euphonia violacea
gaturamo-verdadeiro
#
Falco femoralis
falcão-de-coleira
Falco sparverius
quiriri
Fluvicola nengeta
lavadeira-mascarada
Formicarius colma
galinha-do-mato
Formicivora erythonotos
papa-formiga de cabeça negra
Forpus xanthopterygius
tuim
Fregata magnificens
fragata; joão-bobo
#
Furnarius figulus
casaca-de-couro-da-lama
EN
Furnarius leucopus
casaca-de-couro-amarelo
Furnarius rufus
joão-de-barro
Galbula ruficauda
bico-de-agulha-de-rabo-vermelho
Gallinago paraguaiae
narceja
Gallinula chloropus
frango-d'água-comum
EN
SN; #
138
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
Geothlypis aequinoctialis
pia-cobra
Geotrigon montana
pariri
Glaucidium minutissimum
caburé-miudinho
Glaucis hirsuta
balança-rabo-de-bico-torto
Grallaria varia
tovacuçu
Guira guira
anu-branco
Habia rubica
tié-do-mato-grosso
CÓDIGO
Haematopus palliatus
ostreiro
Harpagus cf. diodon
gavião-bombachinha
Hemithraupis ruficapilla
saíra-da-mata
EN; #
Hemitriccus furcatus
papa-moscas-estrela
EN
Hemitriccus nidipendulus
tachuri-campainha
EN
Hemitriccus orbitatus
tiririzinho-do-mato
EN
Herpetotheres cachinnans
acauã
Herpsilochmus rufimarginatus
chorozinho-de-asa-vermelha
#
Hirundinea ferruginea
gibão-de-couro
Hydropsalis brasiliana
bacurau-tesoura
Hylocharis cyanus
beija-flor-roxo
Hylophilus thoracicus
vite-vite
Hypoedaleus guttatus
chocão-carijó
Ilicura militaris
tangarazinho
EN
Iodopleura pipra
anambezinho
EN
Jacana jacana
jaçanã
Knipolegus nigerrimus
maria-preta-da-garganta-vermelha
Laniisoma elegans
chibante
Larus dominicanus
gaivotão
Laterallus exilis
pinto-d'água
Laterallus melanophaius
pinto-d'água-comum
Lathrotriccus euleri
enferrujado
Legatus leucophaius
bentevi-pirata
Leistes superciliaris
flamengo
Lepidocolaptes fuscus
arapaçu-rajado
Leptodon cayanensis
gavião-da-cabeça-cinza
Leptopogon amaurocephalus
cabeçudo
Leptotila rufaxilla
juriti-gemedeira
Leptotila verreauxi
juriti
Leucochloris albicollis
papo-branco
Leucopternis lacernulata
gavião-pomba
Leucopternis polionota
gavião-pombo-grande
EN
#
MG; #
CG
AM; EN
139
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Lipaugus lanioides
tropeiro-da-serra
EN
Lophornis magnifica
topetinho-vermelho
EN
Lurocalis semitorquatus
tuju
Machetornis rixosus
bentevi-do-gado
Mackenziaena severa
borralhara
Malacoptila striata
joão-barbudo
Manacus manacus
rendeira
Megarynchus pitangua
bentevi-de-bico-chato
Melanerpes flavifrons
benedito-de-testa-amarela
Melanotrochilus fuscus
beija-flor-preto-e-branco
Merulaxis ater
entufado
EN
EN
Micrastur ruficollis
gavião-caburé
Milvago chimachima
gavião-carrapateiro
#
Mimus gilvus
sabiá-da-praia
#
Mimus saturninus
sabiá-do-campo
MG
Mionectes rufiventris
abre-asa-de-cabeça-cinza
Molothrus bonariensis
chopim
Muscipipra vetula
tesoura-cinzenta
Myarchus tyrannulus
maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
Myiarchus ferox
maria-cavaleira
Myiobius barbatus
assanhadinho
Myiodynastes maculatus
bentevi-rajado
Myiophobus fasciatus
filipe
Myiozetetes similis
bentevizinho
Myornis auricularis
miudinho
Myrmeciza sp.
papa-formigas
Myrmotherula gularis
choquinha-da-garganta-pintada
Myrmotherula minor
choquinha-pequena
Myrmotherula unicolor
choquinha-cinzenta
Nemosia pileata
saíra-de-chapéu-preto
Neochelidon tibialis
calcinha-branca
Notharchus macrorhynchus
capitão-do-mato
Notiochelidon cyanoleuca
andorinha
Nyctanassa violacea
savacu-de-coroa
Nyctibius griseus
urutau
Nycticorax nycticorax
savacu
Nyctidromus albicolis
bacurau
Nystalus chacuru
joão-bobo
Odontophorus capueira
uru
#
MG
EN
EN
#
#
140
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Orchesticus abeillei
sanhaço-pardo
EN
Orthogonys chloricterus
catirumbava
EN
Oryzoborus angolensis
curió
Oxyruncus cristatus
araponga-do-horto
Pachyramphus cf. marginatus
caneleiro-bordado
Pachyramphus castaneus
caneleiro
Pachyramphus polychopterus
caneleiro-preto
Pachyramphus validus
caneleiro-de-chapéu-preto
Pachyramphus viridis
caneleiro-verde
Pandion haliaetus
águia-pescadora
Panyptilla cayennensis
andorinhão-estofador
MG
Parula pitiayumi
mariquita
Passer domesticus
pardal
Passerina brissonii
azulão
Penelope obscura
jacuaçu
CG
SN; #
Penelope superciliaris
jacupemba
CG
Phacellodomus erythrophthalmus
joão-botina
EN
Phaeothlypis rivularis
pula-pula-ribeirinho
Phaeprogne tapera
andorinha-do-campo
Phaethornis eurynome
rabo-branco-de-garganta-rajada
Phaethornis ruber
besourinho-da-mata
Phaetornis eurynome
rabo-branco-de-garganta-rajada
Phaetornis ruber
besourinho-da-mata
Pipile jacutinga
jacutinga
Pipraeidea melanonota
viúva
Pitangus sulphuratus
bentevi
Pitylus fuliginosus
pimentão
Platycichla flavipes
sabiá-una
Platyrinchus mystaceus
patinho
Poospiza thoracica
peito-pinhão
Procnias nudicollis
araponga
Progne chalybea
andorinha-doméstica-grande
Progne sp.
andorinha
Psarocolius decumanus
japu
Psilorhamphus guttatus
tapaculo-pintado
Phaetornis squalidus
rabo-branco-miúdo
Phalacrocorax brasilianus
biguá
Phibalura flavirostris
tesourinha-da-mata
Philydor atricapillus
limpa-folha-coroado
AM; CG
SN; #
EN
EN
141
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
Philydor lichtensteini
limpa-folha-ocrácea
Philydor rufus
limpa-folha-testa-baia
Phyllomyias burmeisteri
poaieiro-do-sul
Phyllomyias fasciatus
piolhinho
Phyllomyias griseocapilla
poaieiro-serrano
Phylloscartes paulistus
não-pode-parar
Phylloscartes oustaleti
papa-moscas-de-olheira
Piaya cayana
alma-de-gato
Piculus aurulentus
pica-pau-dourado
Piculus flavigula
pica-pau-bufador
Picumnus cirratus
pica-pau-anão-barrado
Pilherodius pileatus
garça-real
Pionopsitta pileata
cuiú-cuiú
Pionus maximiliani
maitaca
Pulsatrix koeniswaldiana
murucututu-de-barriga-amarela
CÓDIGO
EN
EN
EN
Pyriglena leucoptera
papa-formiga
Pyrocephalus rubinus
verão
MG
Pyroderus scutatus
pavó
AM; CG
Pyrrhura cruentata
fura-mato
AM; EN
Pyrrhura frontalis
tiriba-de-testa-vermelha
Rallus longirostris
saracura-do-mangue
Rallus nigricans
saracura-sanã
Ramphastos dicolorus
tucano-de-bico-verde
Ramphastos sp.
tucano
Ramphastos vittelinus
tucano-de-bico-preto
Ramphocaenus melanurus
bico-assovelado
CG
Ramphocelus bresilius
tiê-sangue
EN; SN; #
Ramphodon naevius
beija-flor-grande-do-mato
EN
Ramphotrigon megacephala
maria-cabeçuda
Rhytipterna simplex
vissiá
Ruornis magnirostris
gavião-carijó
Rupornis magnirostris
gavião-carijó
Rynchops niger
talha-mar
Saltator maxillosus
trinca-ferro
Saltator maximus
tempera-viola
Saltator similis
trinca-ferro
Satrapa icterophrys
suiriri-pequeno
Scaphidura oryzivora
iraúna-grande
Schiffornis virescens
flautim
142
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Schistochlamys cf.ruficapillus
bico-de-veludo
EN
Sclerurus scansor
vira-folhas
Selenidera maculirostris
araçari-poca
Sicalis flaveola
canário-da-terra
SN
Sirystes sibilator
gritador
Sittasomus griseicapillus
arapaçu-verde
Speotyto cunicularia
coruja-buraqueira
#
AM
Spizaetus ornatus
gavião-de-penacho
Spizaetus tyrannus
gavião-pega-macaco
Spizastur melanoleucus
gavião-pato
Sporophila bouvreuil
caboclinho
Sporophila caerulescens
coleirinho
SN; #
Sporophila collaris
coleiro-do-brejo
#
Sporophila leucoptera
chorão
Sporophila lineola
bigodinho
Stelgidopteryx ruficollis
andorinha-serrador
Sterna eurygnatha
trinta-réis-de-bico-amarelo
#
Sterna maxima
trinta-réis-real
#
Streptoprocne zonaris
andorinhão-de-coleira
Sula leucogaster
atobá-marrom
Synallaxis ruficapilla
pichororé
Synallaxis spixi
joão-tenenem
Syrigma sibilatrix
maria-faceira
Tachybaptus dominicus
mergulhão-pequeno
Tachyphonus coronatus
tiê-preto
Tachyphonus cristatus
tiê-galo
#
Tangara cayana
saíra-amarelo
Tangara cyanocephala
saíra-militar
#
Tangara desmaresti
saíra-lagarta
EN
Tangara peruviana
saíra-sapucaia
EN
Tangara seledon
saíra-de-sete-cores
Tangara spp.
saíras
Tapera naevia
saci
Terenura maculata
zidedê
Streptoprocne zonaris
andorinhão-de-coleira
Tersina viridis
saí-andorinha
Thalurania glaucopsis
beija-flor-tesourinha-verde
Thamnophilus palliatus
choca-listrada
Thamnophilus ruficapillus
choca-de-chapéu-vermelho
143
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Thamnophilus sp.
choca
Thlypopsis sordida
canário-sapé
Thraupis cyanoptera
sanhaço-de-encontro-azul
EN
EN
Thraupis ornata
sanhaço-de-encontro-amarelo
Thraupis palmarum
sanhaço-de-coqueiro
Thraupis sayaca
sanhaço-cinzento
SN; #
Thryothorus longisrostris
framato
EN
Tiaris fuliginosa
cigarra-do-coqueiro
Tigrisoma lineatum
socó-boi
Tinamus solitarius
macuco
Tityra cayana
anambé-branco-de-rabo-peto
AM; CG
Tityra inquisitor
anambé-branco-de-bochecha-parda
Todirostrum cinereum
ferreirinho
Todirostrum plumbeiceps
ferreirinho-de-cara-canela
Todirostrum poliocephalum
teque-teque
Tolmomyias sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta
Touit melanonota
papagainho
AM; EN
Triclaria malachitacea
sabiá-cica
EN
Tricothraupis melanops
tiê-de-topete
Tringa flavipes
batuíra
Tringa solitaria
maçarico-solitário
Troglodytes aedon
cambaxirra
Trogon rufus
surucuá-de-barriga-amarela
Trogon surrucura
surucuá-de-peito-azul
Trogon viridis
surucuá-grande-de-barriga-amarela
Turdus albicollis
sabiá-coleira
EN
MG
SN
Turdus amaurochalinus
sabiá-poca
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
Turdus rufiventris
sabiá-laranjeira
SN; #
Tyrannus melancholicus
suiriri
SN; #
Tyrannus savana
tesoura
Tyto alba
suindara
Vanellus chilensis
quero-quero
Veniliornis maculifrons
pica-pauzinho-testa-pintada
Veniliornis spilogaster
pica-pauzinho-verde-carijó
Vireo olivaceus
juruviara
Volatinia jacarina
tiziu
Xenops minutus
bico-virado-miúdo
Xenops rutilans
bico-virado-carijó
#
SN
144
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AVES
TAXON
NOME POPULAR
Xiphocolaptes albicollis
arapaçu-de-garganta-branca
Xolmis velata
noivinha-branca
Zonotrichia capensis
tico-tico
CÓDIGO
SN; #
AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie
sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
4.2.3.2.3 Aves marinhas
As regiões consideradas nos diagnósticos que subsidiaram este estudo, levaram em
consideração as espécies de aves aquáticas marinhas descritas no Plano de Manejo da
Estação Ecológica de Tamoios, Fase 1. O estudo envolveu 29 ilhas, ilhotes e rochedos
que compõem a Unidade de Conservação, e outras 37 ilhas e lajes, algumas das quais
propícias à nidificação das aves.
Todas as Áreas Protegidas, na circunferência de raio de 10 km a partir dos limites do
empreendimento, são apresentadas no Apêndice 11.8.
Além destas áreas, foram considerados dados secundários presentes em observações de
trechos de manguezais em Bracuhy (saco do Bracuhy e Cansado) onde foram registradas
espécies de aves aquáticas, que buscam neste ecossistema alimento, abrigo e locais
para reprodução (Eletronuclear, 2005; 2006).
No Projeto Básico Ambiental de Angra 2 (Eletronuclear, 1999) são citadas ocorrências de
aves, dentre elas, algumas de hábitos aquáticos. Estas listas foram baseadas em
observações em campo, em pesquisas a coleções do Museu Nacional e em entrevistas
com mateiros da região. As aves marinhas registradas nas ilhas da baía foram Larus
dominicanus (gaivotão); Sterna eurygnatha (trinta-réis-de-bico-amarelo), sendo a espécie
costeira mais ameaçada de extinção no Brasil; Sterna maxima (trinta-réis-real),
Haematopus palliatus (ostreiro), Sula leucogaster (atobá-marrom) e Fregata magnificens
(fragata).
As aves aquáticas foram: Casmerodius albus (garça-branca-grande), Nyctanassa violacea
(savacu-de-coroa), Nycticorax nycticorax (savacu), Ardea cocoi (socó-grande), Ceryle
torquata (martim-pescador-grande), Actitis macularia (maçarico-pintado) e Arenaria
interpres (vira-pedras).
Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, e em outras 37
ilhas e lajes da região e nos manguezais do saco do Bracuhy, Cansado e Ariró, listaram
várias espécies (Tabela 25), incluindo três novas ocorrências para a região: Pluvialis
squatarola, Charadrius collaris e Chloroceryle aenea.
145
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Tabela 25 - Espécies de Aves aquáticas observadas nos manguezais do Bracuhy, Cansado e Ariró.
Espécies de aves
Ariró
Cansado
Saco do Bracuhy
x
Actitis macularia
x
Aramides cajanea
x
Ardea cocoi
x
Arenaria interpres
x
x
Casmerodius albus
x
x
x
Ceryle torquata
x
x
x
Charadrius collaris
x
Chloroceryle aenea
x
x
Egretta caerulea
x
x
x
Egretta thula
x
x
x
Fregata magnificens
x
x
x
Jacana jacana
x
Larus dominicanus
x
x
x
Nyctanassa violacea
x
x
x
Nycticorax nycticorax
x
Phalacrocorax brasilianus
x
Pluvialis squatarola
x
Sterna eurygnatha
x
Sterna hirundinacea
Sterna maxima
Sula leucogaster
x
x
x*
x
x
* mais de 100 indivíduos.
Fonte: Eletronuclear, 2005; 2006.
4.2.3.2.4 Mastofauna
Em função da diversidade de mamíferos terrestres, conclui-se que cerca de 50% das
espécies brasileiras têm ocorrência no bioma Mata Atlântica. Este possui
aproximadamente 250 espécies de mamíferos, das quais cerca de 55 são endêmicas. Na
lista oficial de espécies ameaçadas de extinção encontram-se 39 espécies, destas, 21
espécies são de ocorrência no estado do Rio de Janeiro (MMA, 2008).
Segundo Rizzini et al (1988), entre os principais mamíferos encontrados na Mata Atlântica
estão marsupiais, como Monodelphis sp., Didelphis sp. (gambás), Marmosa sp.
(marmosa) e Philander sp. (cuícas); os quirópteros dos gêneros Desmodus, Diaemus e
Diphylla; e os símios, como Callithris sp. (sagüis), Callicebus sp. (sauás), Leontopithecus
sp. (micos) e Brachyteles arachnoides (muriqui), espécie endêmica.
Das espécies de carnívoros, se destacam o Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Procyon
cancrivorus (guaxinim), Nasua nasua (quati), Galictis cuja (furão), Eira barbara (irara) e
Felis sp. (gatos-do-mato). Podem ser também observados o Sylvilagus brasiliensis (tapiti)
146
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
e roedores, como Sciurus ingrami (caxinguelê) e Dasyprocta agouti (cutia), representantes
da família Cricetidae (ratos-do-mato) e Coendou villosus (ouriço-cacheiro).
Dentre os edentados, estão presentes Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Dasypus
sp. (tatu), e Bradypus sp. (preguiça), destacando-se Bradypus torquatus (preguiça-decoleira), espécie ameaçada de extinção e endêmica da Mata Atlântica (Costa et al, 1994;
Maia et al, 1976). Da ordem Artiodactyla ocorrem cervídeos do gênero Mazana e duas
espécies de porcos-do-mato, Tayassu tajacu (caitetu) e Tayassu pecari (queixada), que
formam bandos e possuem alimentação mista (Silva, 1984).
A mastofauna visitante dos mangues à procura de alimento é representada por Lutra
longicaudis enudris e Lutra longicaudis platensis (lontras), e Procyon cancrivorus
(guaxinim), espécie onívora que freqüenta o manguezal ao anoitecer para capturar
artrópodes (Rizzini et alli op. cit.; Lacerda op. cit.; Silva op. cit.).
A destruição dos habitats por desmatamentos e queimadas, juntamente com a caça
descontrolada e ilegal, concorrem fortemente para a redução da diversidade e riqueza da
fauna local. Entretanto, cabe ressaltar que, segundo informações secundárias, ainda
podem ser encontradas espécies que já se tornaram raras em outros trechos do litoral
fluminense como, por exemplo, Lutra longicaudis (lontra), Priodontes maximus (tatucanastra) e Alouatta fusca (bugio) (Pinheiro op. cit.).
Além do bugio, outros primatas de ocorrência na Mata Atlântica, região do litoral sul, são
Callithrix aurita (sagüí-estrela-preto), espécie ameaçada de extinção, de hábitos
insetívoros-gumívoros e a qual tem preferência por vegetação secundária ou perturbada
(Auricchio, 1995); Cebus apella (macaco-prego), observado enjaulado numa das casas
localizadas no início da trilha Ariró-Bananal.
Segundo relatos encontrados em Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006), os carnívoros
de ocorrência nas matas são Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Speothos venaticus
(cachorro-vinagre), Procyon cancrivorus (guaxinim), Felis pardalis (jaguatirica) e Felis
concolor (sussuarana) nas regiões mais altas, dentre outras espécies (Costa et al., 1994).
Na Tabela 26, apresenta-se as espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado
do Rio de Janeiro.
Tabela 26 - Espécies de mamíferos registradas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis
MAMÍFEROS
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
CG
Agouti paca
paca
Akodon cursor
rato
Akodon serrensis
rato
Alouatta fusca
barbado; bugio
Artibeus lituratus
morcego
AM; CG
147
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
MAMÍFEROS
TAXON
NOME POPULAR
CÓDIGO
Artibeus sp.
morcego
Brachyteles arachnoides
muriqui; mono-carvoeiro
EN
Bradypus torquatus
preguiça-de-coleira
AM; EN
CG
Bradypus tridactyla
preguiça
Bradypus variegatus
preguiça
Cabassous sp.
tatu
CG
Callithrix aurita
sagüi-estrela-preto
AM
CG
Callithrix jacchus
sagüí
Caluromys philander
cuíca
Carollia sp.
morcego
Carollia perspicillata
morcego
Cavia aperea
preá
CG
Cavia fulgida
preá
CG
Cebus apella
macaco-prego
CG; #
Cebus nigritus
macaco-prego
Cerdocyon thous
cachorro-do-mato
Chironectes minimus
cuíca-d’água
Choloepus didactylus
preguiça-real
Coendou insidiosus
ouriço
Coendou villosus
ouriço-cacheiro
Dasyprocta agouti
cutia
Dasyprocta leporina
cutia
CG
Dasypus novemcinctus
tatu
Desmodus sp.
morcego
Diaemus sp.
morcego
Delphinus capensis
golfinho-comum-de-bico-longo
Delomys dorsalis
rato-do-campo
Didelphis aurita
gambá
CG
Didelphis sp.
gambá
CG
Diphylla sp.
morcego
Dusicyon thous
cachorro-do-mato
Eira barbara
irara
Euphractus sexcinctus
tatu
Euryzygomatomys spinosus
rato
Felis concolor
onça-parda; sussuarana
AM
Felis pardalis
jaguatirica
AM
Felis spp.
gatos-do-mato
Galictis cuja
furão
Glossophaga sp.
morcego
CG
148
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
MAMÍFEROS
TAXON
NOME POPULAR
Glossophaga soricina
morcego-beija-flor
Gracilinanus microtarsus
rato
Hydrochaeris hydrochaeris
capivara
Kannabateomys amblyonyx
rato-do-taquara
Leopardus tigrinus
gato-selvagem
Leopardus wiedii
gato-maracajá
Leontopitecus sp.
mico
Leontopithecus caissara
mico-da-cara-preta
Lonchophylla mordax
morcego
Lutra longicaudis enudris
lontra
Lutra longicaudis platensis
lontra
Marmosa incana
guaiquica
Marmosops incanus
catita
Mazama sp.
veado
Metachirus nudicaudatus
jupati
CÓDIGO
CG
AM
AM
AM
CG
Micoureus demerarae
cuíca
Mollossus m. classicaudatus
morcego
Molossus a. ater
morcego
Molossus molossus
morcego
Monodelphis americana
catita
Monodelphis scalops
catita
Monodelphis sp.
catita
Musculus brevirostris
rato-de-casa
Myotis n. nigricans
morcego
Myrmecophaga tridactyla
tamanduá-bandeira
AM; CG
Nasua nasua
quati
CG
Nectomys squamipes olivaceus
rato-de-várzea
Oecomys sp.
rato
Oligoryzomys sp.
rato
Oligoryzomys nigripes
rato
Oryzomys intermedius
rato
Oryzomys nigripes
rato
Oryzomys ratticeps
rato
Oryzomys russatus
rato
Oryzomys eliurus
rato-do-capim
Oryzomys lamia
rato-vermelho
Oryzomys spp.
rato-do-mato
Oxymycterus quaestur
rato-porco
Philander frenata
cuíca
SN
149
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
MAMÍFEROS
TAXON
NOME POPULAR
Phyllomys af. braziliensis
rato
Procyon cancrivorus
guaxinim; mão-pelada
Proechimys dimidiatus
rato-pinho
CÓDIGO
Rattus n. norvegicus
rato-goitica
Rhipidomi mastacalis
rato-vermelho
Sotalia guianensis
boto cinza
Stenella frontalis
golfinho-pintado-do-atlântico
Steno bredanensis
golfinho-de-dentes-rugosos
Sturnira l. lilium
morcego
Sciurus aestuans
caxinguelê
Sciurus ingrami
caxinguelê
Sphiggurus insidiosus
ouriço-cacheiro, porco-espinho
Speothos venaticus
cachorro-vinagre
Sturnira lilium
morcego
Sylvilagus brasiliensis
tapiti
CG
Tamandua tetradactyla
tamanduá-mirim
CG
Tayassu pecari
queixada
CG
Tayassu tajacu
caititu
CG
Thaptomis nigrita
rato
Trinomys dimidiatus
rato
Trinomys iheringi
rato
Tonatia sp.
morcego
Tursiops truncatus
golfinho-nariz-de-garrafa
Vampyrops lineatus
morcego
#
AM
AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie
sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo.
Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006.
4.2.4 ECOSSISTEMA AQUÁTICO
4.2.4.1
Dulcícola
O ecossistema de rios e corpos d’água da região de estudo está inserido na ecorregião
dulcícola dos rios litorâneos do Rio de Janeiro, que forma uma espécie de bacia
hidrográfica independente, composta por rios que nascem na Serra da Bocaina e
deságuam na região da baía da Ilha Grande. Estes estão situados em uma área de
condições climáticas que apresentam uma alta pluviosidade durante todo o ano,
mantendo desta forma os rios com bom volume de água.
150
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A região superior dos corpos d’água locais se caracteriza por uma alta energia, onde o
seu leito é composto principalmente por rochas e seixos rolados. A situação ambiental
desta parcela geralmente apresenta-se preservada. Os estudos de avaliação da
biodiversidade do ecossistema dulcícola apontam que a região de estudo, corresponde a
uma área onde está diagnosticada a mais elevada taxa de endemismo de ictiofauna do
bioma Atlântico, possuindo inclusive a maior riqueza de espécies desse grupo e
importantes representantes com risco de extinção.
4.2.4.1.1 Fitoplâncton Dulcícola
Na Área de Influência dos Depósitos 1 e 2-A do CGR não existem corpos d’água
dulcícolas de grandes dimensões. Apenas alguns rios, que apesar de seu pequeno
volume, assumem importância do ponto de vista econômico e ambiental por serem a
única fonte de abastecimento hídrico para a região.
Poucos inventários foram realizados nesses ecossistemas. Diversas áreas dos
ecossistemas dulcícolas do bioma Atlântico são insuficientemente conhecidas, apesar de
apresentarem uma provável importância biológica.
Nos estudos ambientais realizados pela Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006), foram
realizados inventários da ficoflórula de cinco rios que compõem o ecossistema dulcícola
da região: Mambucaba, Perequê, Bracuhy, Frade e Grataú.
Na Tabela 27 a seguir, encontram-se listados os táxons registrados nos pontos de coleta
dos rios Mambucaba, Perequê, Bracuhy, Grataú e rio do Frade.
Tabela 27 - Táxons fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola
Táxon
Mambucaba
Perequê
Bracuhy
Grataú
Frade
Classe Cyanophyceae
Anabaena sp.
X
X
Anabaena sp. 1
X
X
Anabaena sp. 2
X
Chroococcus minutus
X
Lyngbya sp.
X
X
Lyngbya hieronymusii
X (cf.)
X (cf.)
Lyngbya limnetica
X
Merismopedia glauca
X
X
X
X
X
Microcystis aeruginosa f. protocystis
X
Microcystis pulverea
X
Nostoc sp.
X
Oscillatoria cf. boryana
Oscillatoria cf. subtilissima
Oscillatoria proteus
X
Oscillatoria sp.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
151
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Mambucaba
Oscillatoria limnetica
Perequê
X
Bracuhy
Grataú
Frade
X
X
X
Classe Chlorophyceae
Actinastrum aciculare
Ankistrodesmus fusiformis
X
X
Characium sp.
X
Chlamydomonas sp.
X
Coelastrum microporum
X
X
X
Coelastrum reticulatum
X
Elakatothrix sp.
X
Monoraphidium contortum
X
Monoraphidium longiusculum
X
X
Oocystis sp.
X
Pandorina sp.
X
Pediastrum tetras
X
Scenedesmus javanensis
X
Scenedesmus quadricauda
X
X
X
Scenedesmus spinosus
X
Scenedesmus sp.
X
X
Schroederia cf. robusta
X
Schroederia setigera
X
Schoederia sp.
X
Sphaerocystis sp.
X
Treubaria sp.
X
X
X
X
X
X
Classe Zygnemaphyceae
Actinotaenium sp.
Actinotaenium cf. cucurbitinum
X
Cosmarium botrytis
X
Cosmarium cf. galeritum
X
Closterium sp. 1
X
X
X
Closterium sp. 2
X
Closterium cf. kuetzinguianum
X
Cosmarium botrytis var. mediolaeve
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Cosmarium cf. galeritum var. subtumidum
Hyalotheca granulosa
Mougeotia sp.
X
X
X
Netrium sp.
Spirogyra sp.
X
Staurastrum sp. .
X
X
X
X
X
Staurastrum sp. 2
X
Staurodesmus dejectus
X
Xanthidium sp.
X
Zygnema sp.
X
X
X
152
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Mambucaba
Perequê
Bracuhy
Grataú
Frade
X
X
X
Classe Oedogoniophyceae
Oedogonium sp. 1
X
Oedogonium sp. 2
X
X
Classe Ulvaceae
Schizomeris leibleinii
X
Classe Ulothricophyceae
Trentepholia sp.
X
Ulothrix sp.
X
X
X
X
Euglena sp.
X
X
X
Classe Euglenophyceae
Phacus sp.
X
Trachelomonas armata
X
Trachelomonas hispida
X
Trachelomonas sp.
X
Trachelomonas volvocina
X
X
Classe Bacillariophyceae
Amphora sp.
X
Achnanthes sp.
X
Anomoeneis cf.vitrae
X
Aulacoseira distans
X
Aulacoseira granulata
X
Aulacoseira cf. undulata
X
X
Aulacoseira granulata var. angustissima
X
X
X
X
X
Chaetoceros cf. muellerii
X
Chaetoceros sp.
X
Cocconeis cf. placentula
X
Cymbella sp.
X
X
X
Entomoneis sp.
X
X
X
Eunotia sp.
X
X
Gomphonema sp.
X
Hydrosera sp.
Navicula sp.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Nitzschia closterium
X
Nitzschia sp.
X
Nitzschia cf. reversa
X
X
Pinnularia sp.
X
X
X
X
X
X
X
X
Surirella sp.1
X
X
X
X
Surirella sp. 2
X
X
X
X
Synedra sp.
X
Synedra ulna
X
X
X
X
Tabellaria sp.
X
X
X
X
Pleurosigma sp.
Stauroneis sp.
X
X
X
153
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Mambucaba
Perequê
Bracuhy
Cryptomonas marssonii
X
X
Cryptomonas sp.
X
Grataú
Frade
Classe Cryptophyceae
Cryptomonas cf. pyrenoidifera
X
X
Classe Crysophyceae
Dinobrom sertularia
X
Mallomonas sp.
X
X
Synura sp.
X
Classe Dinophyceae
Peridinium sp.
X
Peridinium umbonatum
X
X
X
X (cf.)
Classe Xanthophyceae
Istmochlorum gracile
X
Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006).
Dessa forma, pode-se evidenciar que, assim como no ecossistema marinho, é
predominante o grupo das diatomáceas nos rios estudados, com exceção do rio do Frade.
Segundo os dados obtidos no rio Mambucaba, do total de 44 táxons registrados, 45% são
diatomáceas e 23% de cianofíceas, principalmente espécies filamentosas. No rio
Perequê, a maior contribuição de outros grupos que não diatomáceas pode ser atribuída a
um dos pontos de amostragem que se localiza bem próximo a uma área com bastante
influência antrópica, com lançamento de matéria orgânica direto nos rios. Este fato pode
ser corroborado pelo aumento da contribuição de espécies de euglenofíceas
características de ambientes com grande quantidade de matéria orgânica (Margalef,
1978).
No rio Bracuhy, do total de 48 táxons registrados 29% são diatomáceas e 19% de
clorofíceas, seguidos de desmídeas e cianofíceas com 17% cada. No rio Grataú o
predomínio das diatomáceas foi influenciado, sobretudo pelas características do corpo
d’água e pela influência do fitoplâncton marinho, predominantemente constituído por
diatomáceas.
No rio do Frade houve um predomínio florístico das clorofíceas e desmídeas. A influência
antrópica e as características hidrológicas do rio possibilitam um maior desenvolvimento
do fitoplâncton, sobretudo de espécies mais adaptadas a ambientes com características
lênticas. Deste modo, foi observado o predomínio de algas planctônicas características de
sistemas lóticos.
4.2.4.1.2 Comunidades Bentônicas Estuarinas
Em função de uma conjunção de fatores espaciais e da hidrodinâmica dos estuários, são
criadas condições favoráveis para o estabelecimento de complexa rede alimentar,
154
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
englobando tanto elementos da biota aquática como taxa terrestres. Conseqüentemente,
as áreas de manguezal passam a representar verdadeiros bolsões faunísticos, cujas
biocenoses reúnem tanto taxa residentes como formas de freqüência acessória.
Os principais organismos bentônicos que predominam nas áreas de manguezal foram
representados pelos moluscos e crustáceos. Nos moluscos, destacam-se as seguintes
espécies: Donax hanleyanus (sernambis), Crassostrea rizophorae (ostra-de-mangue),
Teredo sp. (teredo), Anomalocardia brasiliana (samanguaiá), Iphigenia brasiliensis e
Tagelus plebeius (unha-de-velho).
Dentre os crustáceos encontram-se comumente os Balanidae (cracas-miúdas) Lepas
anatifera (conchas-marrecas), Cardisoma guanhumi (guaiamum), Goniopsis cruentata
(aratu-vermelho-e-preto), Aratus pisonii (marinheiro), Uca spp. (chama-maré), Ucides
cordatus (caranguejo-uçá), Callinectes sapidus (siri-azul), Callinectes danae (siri-azul) e
Pennaeus spp. (camarões).
Segundo informações em Eletronuclear (op. cit.), no fitobentos da área de estudo, pôde
ser encontrado um domínio das macroalgas distribuídas entre Chlorophyceae (algasverdes) e Rhodophyceae (algas-vermelhas), com presença de uma Angiosperma marinha
do gênero Halodule. Entre as algas verdes destacam-se Ulvaria oxysperma,
Enteromorpha spp., Rhizoclonium spp. e Cladophoropsis membranaceae. Entre as algas
vermelhas, observou-se que Bosthichya scorpioides e Bosthichya radicans foram as mais
representativas.
As comunidades bentônicas de maior expressão encontradas no supracitado documento,
inicialmente, foram representadas pelos decápodas existentes nos sistemas fluviais da
área, que se demonstraram igualmente pouco diversificadas, sendo composta por apenas
pitus (Macrobrachium sp.).
4.2.4.1.3 Ictiofauna
A baía da Ilha Grande é um corpo de água salgada semi-confinada, com cerca de 800
km² de superfície. A semelhança das bacias contribuintes das baías de Guanabara e de
Sepetiba, a bacia hidrográfica da baía da Ilha Grande também pode ser classificada como
uma região hidrográfica. Essa bacia abrange cerca de 1.740 km² em território fluminense,
compreendendo as superfícies continentais e insulares dos municípios de Angra dos Reis
e Parati, e ainda uma pequena parcela do estado de São Paulo, correspondendo ao alto
curso dos rios Mambucaba, Bracuhy e Ariró, este afluente do rio Jurumirim, onde estão os
municípios de Bananal, Arapeí, São José dos Barreiros e Cunha (Bizerril & Primo, 2001).
A região contribuinte à baía da Ilha Grande, situada a sudoeste do estado do Rio de
Janeiro, apresenta relevo acidentado e linha de litoral bastante recortada. A área da
155
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
região é relativamente pequena quando comparada com a extensa linha de costa. Tal fato
é explicado pela proximidade da Serra do Mar com o litoral (Cunha, 1998).
Na Tabela 28 é apresentada uma listagem de espécies da ictiofauna dulcícola local com
base nos estudos desenvolvidos na área (Maciel, 1984; São-Thiago et alii., 1988; SãoThiago, 1990; Vianna & Caramaschi, 1990; Vianna & Caramaschi, 1991; Caramaschi et
alii., 1991; São-Thiago & Caramaschi, 1992; Coutinho, 1997; Natrontec, 1999; Bizerril &
Primo, 2001).
Tabela 28- Espécies de peixes nativas dos rios que fluem para a baía da Ilha Grande
TAXON
ANGUILIFORMES
Ophichthydae
Myrophis punctatus (Lutken, 1851)
CHARACIFORMES
Reythrinidae
Hoplias malabaricus
Crenuchidae
Characidium sp.
C. japuhybensis
C. interruptum
Characidae
Glandulocaudinae
Mimagoniates microlepis
Tetragonopterinae
Oligosarcus hepsetus
Astyanax janeiroensis
A. taeniatus
Bryconamericus microcephalus
Hyphessobrycon bifasciatus
H. reticulatus
Hollandichthys multifasciatus
Cheirodontinae
Spintherobolus broccae
SILURIFORMES
Ariidae
Genidens genidens
Pimelodidae
Pseudopimelodinae
Microglanis parahybae
Heptapterinae
Acentronichthys leptos
Imparfinis minutus
Pimelodella lateristriga
Rhamdioglanis frenatus
Rhamdia quelen
Trichomycteridae
Trichogeninae
Trichogenes longipinnis
Trichomycterinae
NOME VULGAR
moréia
traíra
canivete
canivete
canivete
tetra-azul
bocarra
lambari
lambari
lambari
lambari
lambari
lambari
lambari
bagre-urutu
mandi
mineiro branco
jundiá
156
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
TAXON
Trichomycterus zonatus
Callichthyidae
Callichthyinae
Callichthys callichthys
Corydoradinae
Corydoras barbatus
Loricariidae
Neoplecostominae
Neoplecostomus microps
Loricarinae
Rineloricaria sp. 1
Rineloricaria sp. 2
Hypoptopomatinae
Parotocinclus maculicauda
NOME VULGAR
cambeva, moréia
Pseudotothris janeirensis
Schizolecis guntheri
Hypostominae
Hypostomus punctatus
Kronichthys heylandi
Ancistrinae
Ancistrus multispinis
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus carapo
G. pantherinus
CYPRINODONTIFORMES
Rivulidae
Rivulus janeiroensis
Poeciliidae
Poecilinae
Poecilia vivipara
Cnesterodontidae
Phallopthychus januarius
Phalloceros caudimaculatus
Anablepidae
Jenynsia multidentata
SYNGNATHIFORMES
Syngnathidae
Oostethus lineatus
GASTEROSTEIFORMES
Synbranchidae
Synbranchus marmoratus
PERCIFORMES
Centropomidae
Centropomus parallelus
C. undecimalis
Gerreidae
Diapterus rhombeus
Eucinostomus argenteus
Mugilidae
cascudinho
cascudinho
tamboatá
limpa-fundo
cascudo
caximbau
caximbau
cascudinho
cascudo
cascudo
sarapó
sarapó
barrigudinho
barrigudinho
barrigudinho
barrigudinho
barrigudinho
cachimbo
mussum
robalo
robalo
carapeba
157
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
TAXON
Mugil curema
M. liza
Cichlidae
Cichlassoma facetum
Crenicichla lacustris
Geophagus brasiliensis
Eleotrididae
Dormitator maculatus
Eleotris pisonis
Gobiidae
Awaous tajasica
Gobionellus boleosoma
G. oceanicus
G. schufeldti
G. stomatus
PLEURONECTIFORMES
Achiridae
Achirus lineatus
NOME VULGAR
carapicu
parati
tainha
acará-ferreirinha
jacundá
acará
moréia, emborê
moréia, emborê
peixe-flor
linguado
Fonte: Eletronuclear, 2002.
Outras pesquisas indicaram que 71% das espécies autóctones dulcícolas ocorrentes na
região, endêmicas de rios costeiros do sudeste brasileiro, seriam a razão da diversidade
da comunidade ictiofaunística, além de sugerir que estes ambientes sejam instáveis
devido às “fortes chuvas não previsíveis”, o que acarretaria períodos reprodutivos longos,
como estratégia reprodutiva das espécies presentes.
Em complementação ao conhecimento acerca da ictiofauna, pode-se citar o trabalho dos
pesquisadores Vianna & Caramashi (1990), que realizaram coletas entre setembro de
1988 e abril de 1989, pelo método de rede de espera, efetuando amostragens a intervalos
de quatro em quatro horas, durante períodos de 24 horas, no trecho inferior do rio
Mambucaba, objetivando analisar a partilha de recursos pelos integrantes da comunidade
íctica. Seus resultados estão resumidos na Tabela 29.
Tabela 29 - Espécies de peixes estudadas e seus respectivos períodos de atividade e hábitos
alimentares, segundo Vianna & Caramashi (1990)
Espécies
Nomes Populares
Período de Atividade
Hábito Alimentar
Geophagus brasiliensis
acará
Diurno
Omnívoro
Mugil curema
Parati
Diurno
-
Deuterodon sp.
piaba
Diurno
Omnívoro
Centropomus parallelus
robalo
Crepuscular
Carnívoro
Oligosarcus hepsetus
peixe-cachorro
Crepuscular
Carnívoro
Rhamdia sp.
jundiá
Noturno
Carnívoro
Pimelodella sp.
mandi
Noturno
-
Rineloricaria sp.
viola
Noturno
-
Fonte: Eletronuclear, 1998.
158
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Foi realizado ainda pela equipe da Eletronuclear (op. cit.), no intuito de complementar as
informações sobre a ictiofauna dulcícola da região estudada, um levantamento prévio da
ictiofauna nos rios Mambucaba, Perequê, Grataú, Frade e Bracuhy, em 1998. Utilizaramse metodologias específicas às características físicas dos trechos de rio amostrados. Na
Tabela 30 são apresentadas as espécies observadas.
Tabela 30 - Lista de Espécies de Peixes Dulcícolas Amostradas
ESPÉCIES
NOMES POPULARES
Oligosarcus hepsetus
peixe-cachorro
Geophagus brasiliensis
acara
Poecilia sp.
guaru
Centropomus sp.
robalo
Mugil sp.
parati
Pimelodella lateristriga
mandi-chorão
Amphytonictis leptos
mandi-amarelo
Pimelodus maculatus
mandi
Rhamdia sp.
jundiá
Awaous tajasica
emboré 1
Eleotris pisonis
emboré 2
Bathigobius soporator
emboré 3
Hypostomus sp. 1
cascudo 1
Hypostomus sp. 2
cascudo 2
Corydoras caudimaculatus
sarro ou são pedro
Rineloricaria sp.
viola
Strongylura sp.
agulha
Oosthetus lineatus
peixe-cachimbo
Achirus declives
tapa
Gerres aprion
carapicu
Characidium sp.
canivete
Genidens genidens
bagre
Xenomelaniris brasiliensis.
peixe-rei
Sphoeroides sp.
baiacu
Fonte: Eletronuclear, 1998.
4.2.4.2
Marinho
4.2.4.2.1 Fitoplâncton
A monitoração do fitopâncton na área de influência dos Depósitos 1 e 2-A do CGR foi
iniciado em outubro de 1987 a partir da implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto (CNAAA). Seus resultados constam de relatórios técnicos anuais daquela data até
159
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
os dias atuais. Desde o início da monitoração vêm sendo empregadas as mesmas
metodologias de amostragem e de análise.
Quanto aos aspectos qualitativos, esses estudos registraram 373 táxons, distribuídos em
diatomáceas (238), dinoflagelados (118), cocolitoforídeos (5), silicoflagelados (3),
cianofíceas (3), euglenofíceas (2), ebriideas (2), clorofíceas (1) e prasinofíceas (1).
Constatou-se a predominância de espécies do microfitoplâncton (organismos superiores a
20 µm).
No entanto, apesar da grande riqueza de espécies observada freqüentemente na
primavera, a interrupção na seqüência da sucessão pode ocorrer devido à dominância de
diatomáceas de pequeno porte, como Cylindrotheca closterium, Dactyliosolen
fragilissimus, Leptocylindrus minimus, Pseudo-nitzschia delicatissima. Essas espécies
podem ser consideradas oportunistas, associadas aos primeiros estágios de sucessão
fitoplanctônica (Margalef, 1958), que respondem rapidamente a algum tipo de
interferência ambiental.
No primeiro estudo sobre o fitoplâncton da região, Oliveira (1946) observou, em águas
próximas à Ilha Grande, o predomínio de um fitoplâncton nerítico, constituído
principalmente pelos gêneros Ceratium e Chaetoceros.
A região vem sendo considerada espacialmente homogênea desde o período de préfuncionamento das usinas, sem diferenças marcantes na composição e na abundância do
fitoplâncton entre Itaorna e Piraquara de Fora (Petretsky, 1987; Tenenbaum & Villac,
1996). Observa-se, entretanto, uma variação nítida, tanto em termos de riqueza específica
(número de espécies) quanto em relação à abundância dos organismos, ocasionada pela
sazonalidade climática, determinada principalmente pela precipitação. Assim, a
comunidade fitoplanctônica da região é influenciada principalmente pelas oscilações dos
fatores meteorológicos e hidrográficos.
Os resultados encontrados em Eletronuclear (2005) apontam 96 táxons (Tabela 31),
distribuídos em diatomáceas (55), dinoflagelados (35), silicoflagelados (2), ebriideas (2),
cianofíceas (1) e cocolitoforídeos (1). Foram encontradas também euglenofíceas, não
identificadas em nível específico.
Tabela 31 – Fitoplâncton – Lista de espécies.
Táxon
Itaorna
0m
5m
Piraquara
0m
5m
x
x
BACILLARIOPHYCEAE (diatomáceas)
Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round
Asteromphalus sarcophagus Wallich
x
Bacteriastrum sp. Shadbolt
Bleakeleya notata (Grunow) Round
x
Cerataulina pelagica (Cleve) Hendey
x
x
x
x
x
x
x
160
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Itaorna
Táxon
0m
5m
Chaetoceros affinis Lauder
x
Chaetoceros atlanticus Cleve
x
x
Chaetoceros compressum Lauder
x
x
Piraquara
0m
x
x
Chaetoceros convolutus Castracane
x
Chaetoceros danicus Cleve
x
Chaetoceros decipiens Cleve
x
Chaetoceros didymus var. anglica Grunow (Gran)
x
Chaetoceros didymus var. protuberans (Lauder) Gran & Yendo
Chaetoceros peruvianus Brightwell
x
x
x
x
x
x
x
Climacodium frauenfeldianum Grunow
x
cf. Cocconeis sp. Ehreberg
x
x
x
Coscinodiscus cf. concinnus Smith
Coscinodiscus cf. granii Gough
x
x
Chaetoceros tetrasticon Cleve
Corethron criophilum Castracane
5m
x
x
x
x
x
Coscinodiscus wailesii G. Angst
x
Cylindrotheca closterium E. L. Reimann (a)
x
x
x
x
Cylindrotheca closterium E. L. Reimann
x
x
x
x
x
x
Dactyliosolen fragilissimus (Bergon) Hasle
Dactyliosolen phuketensis S. Hasle
x
Diploneis sp. Cleve
Eucampia cornuta (Cleve) Grunow
x
x
x
x
FRAGILARIINEAE
Guinardia striata (Stolterfoth) Hasle
x
Guinardia delicatula (Cleve) Hasle
x
cf. Haslea trompii (Cleve) Simonsen
x
Haslea wawrikae (Hustedt) Simonsen
x
x
x
Hemiaulus hauckii Grunow
x
x
x
Hemiaulus membranaceus Cleve
x
Hemidiscus cuneiformis Wallich
x
Isthmia sp. Agardh
Leptocylindrus danicus Cleve
x
x
x
Leptocylindrus mediterraneus (H. Peragallo) Hasle
x
Leptocylindrus minimus Gran
x
x
Licmophora sp. Agardh
x
x
Meuniera membranacea (Cleve)
x
x
x
Nitzschia cf. longissima var. reversa Grunow
x
Nitzschia cf. lorenziana var. subtilis Grunow
Nitzschia sp. Hassall
x
x
x
x
161
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Itaorna
0m
Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow
Piraquara
5m
0m
5m
x
x
x
Palmeria hardmaniana Greville
x
Paralia sulcata E. Cleve (Ehrenberg)
x
Pleurosigma spp. W. Smith/Gyrosigma spp. Hassall
x
x
x
Proboscia alata B. Sundström
x
Pseudo-nitzschia “delicatissima” **(Cleve) Heiden (b)
x
x
x
x
Pseudo-nitzschia “seriata” **(Cleve) H. Peragallo (c)
x
x
x
x
Rhizosolenia acuminata H. P. Gran
x
Rhizosolenia pungens Cleve-Euler
x
x
x
x
Rhizosolenia robusta Norman
Rhizosolenia setigera Brightwell
x
x
Rhizosolenia styliformis Brightwell
x
Stephanopyxis sp. (Ehrenberg) Ehrenberg
x
Thalassionema cf. nitzschioides (Grunow) Mereschkowsky
x
x
Thalassionema cf. frauenfeldii (Grunow) Hallegraeff
Thalassiothrix cf. gibberula Hasle
x
x
x
x
x
x
x
x
x
DINOPHYCEAE (dinoflagelados)
cf. Amphidinium sp. Claparède & Lachmann
x
Ceratium breve (Ostenfeld & Schmidt) Schröder
x
Ceratium cf. falcatum K. Jörgensen
x
x
x
Ceratium furca (Ehrenberg) Claparède & Lachmann
x
x
x
Ceratium furca var. eugrammum (Ehr.) Claparède & Lachmann
Ceratium hircus Schröder
x
x
x
Ceratium horridum C. Gran
x
x
Ceratium trichoceros (Ehrenberg) Kofoid
x
Ceratium tripos (O.F.Müller) Nitzsch
x
Cladopyxis sp. Stein
x
Cochlodinium sp. Schütt (?)
x
Dinophysis cf. ovum Schütt
x
Dinophysis tripos Gourret
x
Gyrodinium sp. Kofoid & Swezy
x
x
x
x
x
x
x
Podolampas bipes Stein
Podolampas palmipes Stein
x
x
Paleophalacroma verrucosum Schiller
Podolampas spinifera Okamura
x
x
Dinophysis cf. acuminata C. Lachman
Oxytoxum sp. Stein
x
x
Ceratium cf. inflatum (Kofoid) Jörgensen
Gymnodiniales Lemmermann
x
x
x
x
x
x
x
162
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Itaorna
Táxon
0m
Pronoctiluca sp. Fabre-Domergue
Piraquara
5m
0m
x
x
Prorocentrum cf. compressum (Bailey) Abé ex Dodge
5m
x
Prorocentrum gracile Schütt
x
x
x
Prorocentrum cf. lima (Ehrenberg) Dodge
x
Prorocentrum micans Ehrenberg
x
x
x
Prorocentrum rostratum Stein
x
x
x
Prorocentrum spp. Ehrenberg
x
x
x
Prorocentrum triestinum Schiller
x
x
x
Protoperidinium cf. oblongum (Aurivillius) Parke & Dodge
x
x
x
Protoperidinium cf. pedunculatum (Schütt) Balech
x
Protoperidinium cf. pellucidum Bergh
x
Protoperidinium cf. steinii (Jörgensen) Balech
x
Protoperidinium spp. Bergh
x
x
x
x
Pseliodinium vaubanii Sournia
x
Scrippsiella sp. Balech ex Loeblich III
x
x
Warnowia fusus (Schüt) Lindemann (?)
x
x
x
x
x
x
x
EUGLENOPHYCEAE (euglenofíceas)
Euglenofíceas não identificadas
x
CHRYSOPHYCEAE (silicoflagelados)
Dictyocha fibula Ehrenberg
cf. Distephanus sp. Haeckel
x
x
EBRIIDEA
Ebria tripartita (Schum) Lemmermann
x
x
x
x
Hermesinum adriaticum Zacharias
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
CYANOPHYCEAE (cianofíceas)
Johannesbaptistia pellucida Drouet & Dailey
x
Oscilatoriaceae
Phormidiaceae
Pseudoanabaenaceae
x
PRYMNESIOPHYCEAE (cocolitoforídeos)
Anoplosolenia brasiliensis (Lohmann) Deflandre
x
x
Legenda: (a) Inclui as espécies C. closterium e N. Longíssima (Tomas, 1997); (b) Inclui as espécies que
possuem largura inferior a 3m; (c) Inclui as espécies que possuem largura superior a 3m; (cf.) (=
conferatur) é aplicado para o táxon que precisa de uma melhor determinação científica para confirmar
alguns caracteres taxonômicos que o classificariam naquele gênero ou espécie; (?) – simbologia que é
utilizada quando a identificação do táxon é duvidosa.
Fonte: Eletronuclear 1998; 2003; 2005; 2006.
163
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.2.4.2.2 Zooplâncton
Assim como o fitoplâncton, o zooplâncton tem uma importância fundamental no
ecossistema aquático, e sua análise pode indicar uma série de parâmetros da dinâmica e
da qualidade do ecossistema.
Durante o ano de 1980, a baía da Ribeira foi objeto de estudo detalhado. Foram feitos
levantamentos taxonônicos de sua fauna e flora marinhas, visando a obtenção de dados
ambientais, em condições pré-operacionais, na região da Unidade 1 da Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto (FUJB, 1981). A partir destes dados, Nogueira et al. (1987)
realizaram um levantamento preliminar das comunidades zooplanctônicas existentes,
correlacionando-as com variáveis ambientais.
Tendo em vista que as usinas podem afetar os ecossistemas de várias maneiras, sendo
que a principal forma seria devido ao aumento da temperatura da água em estuários ou
baías, onde estariam situados os pontos de descarga dos seus efluentes (Barnete, 1972),
a partir de 1986 foi iniciado um programa de monitoração com coletas trimestrais do
zooplâncton na baía da Ribeira.
Na Área de Influência dos empreendimentos, no que tange a baía de Ilha Grande, foram
realizados inventários sobre sua composição planctônica (Oliveira, 1946; Bonecker &
Nogueira, 1997; Abreu & Nogueira, 1989; Fernandes, 1985; Bonecker et alli, 1990).
Também foi realizado um estudo sobre a composição e abundância do zooplâncton e
ictioplâncton próximo às instalações do Terminal da Baía de Ilha Grande (TEBIG) da
Petrobrás (BONECKER et al., 1995 e FERNANDES e BONECKER, 1996). Mesmo
estando fora da Área de Influência, esse dados são importantes, pois mostraram que a
densidade do zooplâncton variou entre 400 e 14.600 org/m3 na região. As densidades
mais elevadas foram obtidas nas amostras de fundo, porém as amostras de superfície
apresentaram maiores concentrações de volume, em função da dominância de salpas
(UERJ, 1991). Os grupos zooplanctônicos mais abundantes foram Copepoda, Cladocera,
Appendicularia e Salpa. Além destes, Hydromedusae e larvas de Polychaeta, Crustacea e
Mollusca também foram coletados, porém ocorrendo em menor abundância.
Concluiu-se também que as amostras de superfície foram dominadas pelas salpas,
enquanto as de fundo apresentaram uma alternância entre copépodos e cladóceros com
as salpas. No total, foram identificados 56 táxons, que são comuns em sistemas costeiros
do litoral do Rio de Janeiro. Entretanto, em Eletronuclear (2006) foi indicada a presença
de um número maior de táxons, distribuídos por 27 grupos zooplanctônicos e que se
encontram em maior densidade que os estudos anteriores.
164
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Foram estabelecidos três pontos fixos localizados em Itaorna, na região de captação de
água usada para refrigeração do circuito secundário de Angra 1 e outros dois pontos na
região de lançamento do efluente das Usinas Angra 1 e Angra 2, em Piraquara de Fora.
Comparando-se os valores atuais registrados para a densidade e a diversidade do
zooplâncton com os do período pré-operacional, observou-se que houve um incremento
dos mesmos, sendo estes valores compatíveis com os estudos realizados durante os
últimos anos. A densidade tem apresentado, em termos gerais, um padrão de
sazonalidade. Maiores valores no período primavera-verão e menores no outono-inverno,
acompanhando a variação dos parâmetros físicos e químicos.
Os copépodes foram os organismos mais abundantes, seguidos dos cladóceros
(principalmente Penilia avirostris), das larvas de moluscos, das apendiculárias e das
larvas de poliquetos. As espécies de Copepoda Paracalanus quasimodo, Parvocalanus
crassirostris, Temora stylifera, Oithona hebes (espécies costeiras e estuarinas), Oncaea
minuta e Oncaea curta (espécies com preferência por águas mais salinas) e de Cladocera
Penilia avirostris (espécie costeira), são as mais abundantes e freqüentes.
Foram encontrados 27 grupos zooplanctônicos, os quais são apresentados na Tabela 32,
onde os grupos e espécies que estão representadas com (*) ocorreram pela primeira vez
na área de estudo. De acordo com o monitoramento realizado, a comunidade
zooplanctônica não sofreu modificações desde o período pré-operacional de Angra 1.
Tabela 32 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton levantados
Reino Animalia
Filo Sarcomastigophora
Família Acartiidae
Subfilo Sarcodina
Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1892
Superclasse Rhizopoda
Acartia sp.
Classe Granuloreticulosea
Família Paracalanidae
Ordem Foraminífera*
Paracalanus crassirostris Dahl, 1894
Superclasse Actinopodea
Parvocalanus quasimodo Bowman, 1971
Classe Radiolaria*
Paracalanus aculeatus Giesbrecht, 1888
Filo Cnidaria
Paracalanus parvus (Claus, 1863)
SubFilo Medusozoa
Paracalanus indicus Wolfenden, 1905
Superclasse Hydrozoa
Acrocalanus longicornis Giesbrecht, 1888
Classe Siphonophora
Calocalanus pavoninus Farran, 1936
Classe Hydroidomedusae
Calocalanus contractus Farran, 1926*
Filo Ctenophorae
Calocalanus sp.
Filo Nematoda
Família Mecynoceridae
Filo Annelida
Mecynocera clausi Thompson, 1888
Classe Polychaeta (larvas)
Família Clausocalanidae
Filo Platyhelminthes
Clausocalanus furcatus Brady, 1883
Subfilo Turbellaria*
Ctenocalanus citer Heron & Bowman, 1971
165
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Reino Animalia
Filo Mollusca
Família Eucalanidae
Classe Gastropoda (larvas)
Subeucalanus pileatus Giesbrecht, 1888
Subclasse Prosobranchia
Subeucalanus sp.
Ordem Mesogastropoda
Família Temoridae
Superfamília Heteropoda
Temora stylifera Dana, 1849
Subclasse Opistobranchia
Família Centropagidae
Ordem Thecosomata (pteropodas)
Centropages furcatus Dana, 1849
Classe Bivalvia (larvas)
Família Pseudodiaptomidadae
Filo Arthropoda
Pseudodiaptomus acutus Dahl, 1894
SubFilo Crustácea
Família Candacidae
Classe Ostracoda
Candacia curta (Dana, 1849)*
Classe Branchiopoda
Família Pontellidae
Ordem Ctenopoda
Calanopia americana Dahl, 1894
Família Sididae
Pontellopsis brevis Giesbrecht, 1889
Penilia avirostris Dana, 1849
Ordem Cyclopoida
Ordem Onychopoda
Família Oithonidae
Família Podonidae
Oithona hebes Giesbrecht, 1891
Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862)
Oithona similis Claus, 1863
Evadne spinifera uller, 1868
Oithona oculata Farran, 1913
Evadne nordmani Loven, 1835
Oithona nana Giesbrecht, 1892
Evadne sp.
Oithona plumifera Baird, 1843
Podon intermedius Lilljeborgi, 1853*
Oithona sp.
Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859)
Ordem Poecilostomatoida
Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)*
Família Corycaeidae
Pleopis sp.
Corycaeus giesbrechti Dawl, 1894
Classe Copepoda
Corycaeus speciosus Dana, 1849*
Ordem Calanoida
Farranula gracilis Dana, 1853
Família Calanidae
Família Leucosiidae*
Undinula vulgaris Dana, 1849*
Família Majidae*
Família Oncaeidae
Família Pinnotheridae*
Oncaea venusta Philippi, 1843
Família Portunidae*
Oncaea media Giesbrecht, 1891
Hexapanopeus schmitti Rathbun, 1898*
Oncaea curta Sars, 1916
Mennipe nodifrons Stimpson, 1859*
Oncaea minuta Giesbrecht, 1892
Classe Cirripedia (náuplios e cypris)
Família Sapphrinidae
Filo Chaetognatha
Copila mirabilis Dana, 1849
Classe Sagittoidea
Sapphirina nigromaculataClaus, 1863*
Ordem Aphragmophora
Família Clausidiidae
Subordem Ctenodontina
Hemyciclops thalassius Vervoort & Ramirez, 1966
Família Sagittidae
Ordem Harpacticoida
Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881)
Família Miracidae
Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836)
166
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Reino Animalia
Macrosetella gracilis Dana, 1848
Mesosagitta minima (Grassi, 1881)
Família Ectinosomatidae Sars, 1903
Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911)
Microsetella rosea Dana, 1847
Caecosagitta macrocephala Fowler, 1904
Macrosetella norvergica Boeck, 1864
Ferosagitta hispida Conant, 1895*
Família Clytemnestridae Scott, 1909
Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853)
Clytemnestra scutellata Dana, 1848
Parasagitta tenuis Conant, 1896
Família Euterpinidae Brian, 1921
Sagitta bipunctata Quoy & Gaimard, 1827*
Euterpina acutifrons Dana, 1852
Sagitta sp.
Classe Malacostraca
Família Pterosagittidae
Subclasse Eumalacostraca
Pterosagitta draco Krohn, 1853
Superordem Peracarida
Subordem Flabellodontina
Ordem Cumacea*
Família Krohnittidae
Ordem Amphipoda
Krohnitta pacifica (Aida, 1897)
Ordem Isopoda
Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)*
Ordem Mysidacea
Filo Echinodermata (larvas)
Superordem Eucarida
Filo Chordata
Ordem Decapoda (larvas)
SubFilo Urochordata
Infraordem Penaeoidea
Classe Ascidiacea
Família Penaeidae
Classe Appendicularia
Subordem Dendrobranchiata
Família Oikopleuridae
Família Luciferidae
Subfamília Oikopleurinae
Lucifer faxoni Borradaile, 1915*
Oikopleura dioica (Fol,1872)
Família Sergestidae
Oikopleura rufescens (Fol, 1872)
Infraordem Thalassinidae
Oikopleura longicauda (Vogt, 1854)
Família Callianassidae*
Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855)
Família Upogebidae*
Oikopleura fusiformis Fol, 1872*
Infraordem Caridea
Oikopleura sp.
Família Alpheidae*
Família Fritillaridae
Família Oplophoridae*
Subfamília Fritillarinae
Família Hippolytidae*
Fritillaria sp.
Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)*
Classe Thaliacea
Infraordem Anomura
Ordem Salpida
Família Albuneidae*
Família Salpidae
Família Paguridae*
Thalia democrática (Forskal, 1775)*
Família Porcellanidae*
Família Doliolidae
Infraordem Brachyura*
Doliolum nationalis Borgert, 1893
Subfilo Vertebrata
Dolioletta gegenbauri Uljanin, 1884
Classe Osteichthyes (ovos e larvas)
Subfilo Cephalochordata
* nova ocorrênica para a Área de Influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Fonte: Eletronuclear, 2006.
167
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
A dominância dos grupos foi semelhante para as áreas de amostragem. Os copépodes
foram os mais abundantes, com 75% do total do zooplâncton em Itaorna e 80% em
Piraquara de Fora. Os cladóceros foram o segundo grupo mais abundante com
percentuais de 20% e 18% em Itaorna e Piraquara de Fora, respectivamente. A
dominância de Copepoda em número de espécies (composição) e densidade
(abundância) em todas as estações de coleta é um fato comum no zooplâncton marinho.
Quanto à distribuição espacial do zooplâncton, esta foi influenciada, principalmente, pelo
fluxo da Água Tropical (AT) e da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na plataforma
interna e pela topografia da baía. Foram detectadas altas densidades da salpa Thalia
democratica influenciando a distribuição do zooplâncton, o que deve ter sido a
responsável pela baixa densidade de larvas de peixe.
Com relação à existência da Usina, não foi verificada a existência de impacto sobre a
população zooplanctônica em função dos efluentes líquidos gerados. Após a análise das
amostras coletadas ao longo dos anos, pode-se concluir que o corpo d´água presente na
baía da Ribeira apresentou variações temporais de temperatura e salinidade semelhantes
a outros sistemas costeiros.
Os valores de densidade zooplanctônica apresentaram um padrão de sazonalidade e,
comparando os valores atuais com a campanha pré-operacional, observou-se que houve
um incremento dos mesmos. As mudanças sazonais na densidade do zooplâncton já
foram relatadas para outros sistemas costeiros, onde os maiores valores estão
associados ao final da primavera e no verão (Nogueira et al., 1987 e Dias, 1994).
4.2.4.2.3 Comunidades Bentônicas
A partir dos dados obtidos em Eletronuclear (2005), foram organizados separadamente os
táxons do fitobentos e do zoobentos, conforme a Tabela 33 e a Tabela 34.
Para fitobentos foram identificadas 124 espécies de macroalgas, com as maiores riquezas
provenientes das ordens Ceramiales (36 espécies), Dictyotales (11 espécies) e
Cladophorales (12 espécies).
Para o zoobentos de costão foram coletados 28.578 indivíduos, identificados 214 táxons,
representando 14 grandes grupos zoológicos, onde o filo Mollusca foi o mais abundante,
seguido de Polychaeta e Crustacea.
As espécies de gastrópodes Bittium varium e Caecum brasilicum foram os mais
representativos, seguidos por algumas espécies de poliquetos e um bivalve exótico
(Isognomon sp), provavelmente introduzido na costa brasileira por água de lastro de
navios ou plataformas de petróleo, já tendo sido assinalado em Arraial do Cabo, Rio das
Ostras e Macaé (Almeida, observação de campo), onde parece competir por espaço com
o mexilhão Perna perna.
168
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Tabela 33 - Táxons de fitobentos e zoobentos da AID do empreendimento
FITOBENTOS
RHODOPHYTA
Rhodophyceae
Bangiophycidae
Porphyridiales
Porphyridiaceae
Stylonema alsidii (Zanardini) K.M. Drew
Erythropeltidales
Erythrotrichiaceae
Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh
Florideophycidae
Acrochaetiales
Acrochaetiaceae*
Acrochaetium daviesii (Dillwyn) Nägeli*
Acrochaetium flexuosum Vickers*
Acrochaetium hallandicum (Kylin) Hamel*
Acrochaetium hypneae Börgesen
Acrochaetium microscopicum (Nägeli ex Kütz.) Nägeli
Acrochaetium sp.
Corallinales
Corallinaceae
Mastophoroideae
Pneophyllum fragile Kütz.
Corallinoideae
Jania adhaerens J.V. Lamour. *
Jania pumila J.V. Lamour.*
Jania ungulata (Yendo) Yendo
Amphiroideae
Amphiroa beauvoisii J.V. Lamour.
Amphiroa brasiliana Decne
Amphiroa fragilissima (L.) J.V. Lamour.
Gelidiales
Gelidiaceae
Gelidium crinale (Turner) Gaillon
Gelidium floridanum W.R. Taylor
Gelidium pusillum (Stackh.) Le Jolis
Pterocladia bartlettii W. R. Taylor
Gelidiellaceae
Gelidiella trinitatensis W.R. Taylor
Hildenbrandiales
Hildenbrandiaceae
Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh.
Nemaliales
Galaxauraceae
Galaxaura marginata (J. Ellis & Sol.) J.V. Lamour.
Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns.
Bonnemaisoniales
Bonnemaisoniaceae
Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis.
169
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
FITOBENTOS
Gigartinales
Gigartinaceae
Chondracanthus acicularis (Roth) Fredericq
Hypneaceae
Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V. Lamour.
Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz.
Peyssonneliaceae
Peyssonnelia spp.
Phyllophoraceae
Gymnogongrus griffithsiae (Turner) Mart.
Halymeniales
Halymeniaceae
Grateloupia cuneifolia J. Agardh *
Halymenia bermudensis Collins & M. Howe
Rhodymeniales
Champiaceae
Champia parvula (C. Agardh) Harv.
Champia vieillardii Kütz.
Lomentariaceae
Lomentaria corallicola Börgesen.
Rhodymeniaceae
Gelidiopsis planicaulis (W.R. Taylor) W.R. Taylor
Gelidiopsis variabilis (Grev. ex J. Agardh) F. Schmitz
Ceramiales
Ceramiaceae
Aglaothamnion cordatum (Börgesen) Feldm.-Maz.
Aglaothamnion felliponei (M. Howe) Aponte, D.L. Ballant. & J.N. Norris*
Aglaothamnion cf. tenuissimum (Bonnemais.) Feldm.-Mas.
Aglaothamnion sp.
Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli*
Antithamnion lherminieri (P. Crouan & H. Crouan) Bornet ex Nasr
Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve
Ceramium brasiliense A.B. Joly
Ceramium brevizonatum H.E. Petersen.
Ceramium comptum Börgesen.
Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss.
Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt
Ceramium tenerrinum (G. Martens) Okamura.
Spermothamnion nonatoi A.B. Joly
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook
Wrangelia argus (Mont.) Mont.
Dasyaceae
Dasya spp.
Heterosiphonia crispella (C. Agardh) M.J. Wynne
Delesseriaceae*
Taenioma nanum (Kütz.) Papenf.
Rhodomelaceae
Acanthophora spicifera (Vahl) Börgesen
Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz.
Chondria atropurpurea Harv.
170
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
FITOBENTOS
Chondria platyramea A.B. Joly & Ugadim in Joly et al.
Chondria polyrhiza Collins & Herv.
Chondria sp.
Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn
Laurencia filiformis (C. Agardh) Mont. *
Laurencia majuscula (Harv.) Lucas
Laurencia papillosa (C. Agardh) Grev.
Laurencia scoparia J. Agardh
Lophocladia trichoclados (C. Agardh) F. Schmitz
Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. ex Harv. in Hook.
Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh
Polysiphonia scopulorum Harv.
Polysiphonia subtilissima Mont. *
Polysiphonia tepida Hollenb.
PHAEOPHYTA
Phaeophyceae
Ectocarpales
Ectocarpaceae
Asteronema rhodochortonoides (Börgesen) D.G. Müller & Parodi
Bachelotia antillarum (Grunow) Gerloff
Feldmannia indica (Sond.) Womersley & A. Bailey
Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel
Chordariales
Ralfsiaceae
Ralfsia expansa (J. Agardh) J. Agardh
Scytosiphonales
Scytosiphonaceae
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier in Castagne
Rosenvingea intricata (J.Agardh) Börgesen
Sphacelariales
Sphacelariaceae
Sphacelaria brachygonia Mont.
Sphacelaria rigidula Kütz.
Sphacelaria tribuloides Menegh.
Dictyotales
Dictyotaceae
Dictyopteris delicatula J.V. Lamour.
Dictyopteris plagiogramma (Mont.) Vickers
Dictyota bartayresiana J.V. Lamour.
Dictyota cervicornis Kütz.
Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz. *
Dictyota crenulata J. Agardh
Dictyota crispata J.V. Lamour.
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira
Padina antillarum (Kütz.) Picc.
Padina gymnospora (Kütz.) Sond.
Spatoglossum schroederi (C. Agardh) Kütz
Fucales
Sargassaceae
171
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
FITOBENTOS
Sargassum filipendula C. Agardh
Sargassum vulgare C. Agardh
CHLOROPHYTA
Ulvophyceae
Ulvales
Ulvaceae*
Enteromorpha clathrata (Roth) Grev.
Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Flexuosa *
Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Paradoxa (C. Agardh) Blinding
Ulva lactuca L.
Ulvellaceae*
Entocladia viridis Reinke
Cladophorales
Cladophoraceae
Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz.
Chaetomorpha brachygona Harv.
Chaetomorpha gracilis Kütz.
Chaetomorpha nodosa Kütz.. *
Cladophora brasiliana G. Martens*
Cladophora coelothrix Kütz.
Cladophora corallicola Börgesen.*
Cladophora dalmatica Kütz.
Cladophora montagneana Kütz.
Cladophora prolifera (Roth) Kütz.
Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek
Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv.
Siphonocladaceae
Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Börgesen
Bryopsidales
Bryopsidaceae
Bryopsis hypnoides J.V. Lamour.
Bryopsis pennata J.V. Lamour.
Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh
Derbesia tenuissima (Moris & De Not.) P. Crouan & H. Crouan*
Pseudoderbesia arbuscula E. Calderon & Schnetter ?
Codiaceae
Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe
Codium intertextum Collins & Herv.
Codium taylorii P.C. Silva
Caulerpaceae
Caulerpa fastigiata Mont.
Caulerpa racemosa (Forsskäl) J.Agardh
Caulerpella ambigua (Okamura) Prud'homme & Lokhorst
Dasycladales
Polyphysaceae
Acicularia schenckii (K. Möbius) Solms
Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006).
Legenda: * nova ocorrência para a Área de Influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
172
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Tabela 34 - Zoobentos encontrados na AID do empreendimento
ZOOBENTOS
Filo Cnidaria
Classe Anthozoa
Ordem Actiniaria
Anemonia sargassensis
Bunodosoma caissarum
Ordem Scleractinia
Scleractinia morfotipo 1
Scleractinia morfotipo 2
Filo Platyhelminthes
Classe Turbellaria
Filo Nemertinea
Filo Nematoda
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Família Amphinomidae
Eurythoe sp.
Família Capitellidae
Capitella sp.
Capitellidae sp. 1
Família Cirratulidae
Cirratulus sp.
Tharyx sp.
Cirratulidae sp.1
Família Chrysopetalidae
Chrysopetalum sp.
Família Dorvilleidae
Dorvillea sp.
Família Eunicidae
Eunice sp
Família Hesionidae
Podarke sp.
Família Lumbrineridae
Lumbrineris sp.
Família Lysaretidae
Oenone sp.
Família Nereididae
Neanthes sp.
Nereis sp.
Família Phyllodocidae
Phyllodocinae sp.1
Família Polynoidae
Chaetacanthus sp.
Lepidonotus sp.
Família Sabellidae
Branchiomma sp.
Hypsicomus sp.
Megalomma sp.
173
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Sabellinae sp.1
Família Serpulidae
Serpulinae sp.1
Família Sigalionidae
Sigalion sp.
Família Spionidae
Polydora sp.
Família Syllidae
Exogone sp
Syllis (Syllis) sp.
Syllis sp.
Trypanosyllis sp.
Syllinae sp.1
Família Terebellidae
Nicolea sp.
Thelepus sp.
Filo Sipuncula
Filo Echiura
Filo Mollusca
Classe Polyplacophora
Família Ischnochitonidae
Ischinochiton striolatus
Classe Gastropoda
Família Aplysiidae
Aplysia sp.
Família Buccinidae
Pisania auritula
Família Bullidae
Bulla striata
Bulla sp.
Família Caecidae
Caecum brasilicum
Caecum rysotitum
Família Cerithiidae
Bittium varium
Cerithium atratum
Família Cerithipsidae
Cerithiopsis emersoni
Cerithiopsis sp.
Família Certhiopsidae
Seila adamsi
Família Collumbellidae
Anachis fennelli
Anachis sertulariarum
Anachis sparsa
Mitrella dichroa
Mitrella lunata
Família Diastomatidae
Finella dubia
174
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Família Epitoniidae
Epitonium sp.
Família Fasciolariidae
Leucozonia nassa
Família Fossaridae
Fossarus sp.
Família Haliotidae
Fissurella sp.
Família Modulidae
Modulus modulus
Morula nodulosa
Família Muricidae
Favartia cellulosa
Família Nassariidae
Nassarius albus
Família Pyramidellidae
Chrysalida jadisi
Miralda sp.
Odostomia sp.
Peristichia agria
Turbonilla sp.
Família Rissoidae
Alvania auberiana
Rissoina catesbyana
Família Scissurellidae
Scissurella sp.
Família Thaididae
Stramonita haemastoma
Família Tricoliidae
Tricolia affinis
Família Triphoridae
Triphora sp.
Família Trochidae
Tegula viridula
Família Turbinidae
Astraea tecta
Astraea latispina
Família Turridae
Mangelia rugirima
Pyrgocytara guarani
Família Vermetidae
Petaloconchus sp.
Ordem Nudibranchia
Classe Bivalvia
Família Arcidae
Anadara notabilis
Arca imbricata
Barbatia dominguensis
Família Chamidae
Chama sp.
175
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Pseudochama radians
Família Crassatellidae
Crassinella lunulata
Família Gastrochaenidae
Gastrochaena hians
Família Hiatellidae
Hyatela sp.
Família Isognomonidae
Isognomon sp.
Família Lasaeidae
Lasea adamsoni
Família Mytilidae
Brachidontes exustus
Gregariella coralliophila
Lithophaga sp.
Modiolus carvalhoi
Musculus viator
Família Ostreidae
Ostrea sp.
Família Petricolidae
Petricola typica
Família Pteriidae
Pinctada imbricata
Família Veneridae
Gouldia cerina
Filo Arthropoda
Sub-filo Chelicerata
Classe Pycnogonida
Sub-filo Crustacea
Classe Maxillopoda
Sub-classe Ostracoda
Sub-classe Cirripedia
Família Balanidae
Balanus trigonus
Megabalanus tintinnabulum
Família Tetraclitidae
Tetraclita stalactifera
Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca
Superordem Eucarida
Ordem Decapoda
Subordem Dendrobranchiata
Subordem Pleocyemata
Família Palaemonidae
Periclimenes americanus
Periclimenes longicaudatus
Periclimenes sp.
Família Alpheidae
Alpheus sp.
176
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Synalpheus fritzmuelleri
Família Hippolytidae
Hippolyte curacaoensis
Hippolyte pleuracanthus
Hippolyte zostericola
Hippolyte sp
Família Paguridae
Pagurus brevidactylus
Pagurus critinicornis
Pagurus provenzanoi
Família Diogenidae
Calcinus tibicens
Clibanarius antillensis
Clibanarius sclopetarius
Paguristes tortugae
Paguristes calliopsis
Família Majidae
Acanthonyx petiverii
Apromithrax violaceus
Epialtus bituberculatus
Microphrys bicornutus
Microphrys sp.
Mithraculus forceps
Mithrax sp.
Podochela gracilipes
Família Porcellanidae
Pachycheles monilifer
Família Xanthidae
Eriphia gonagra
Panopeus americanus
Panopeus bermudensis
Panopeus sp
Pilumnus dasypodus
Pilumnus sp.
Micropanope sp.
Micropanope nuttingi
Família Portunidae
Charybdis hellery
Superordem Peracarida
Ordem Tanaidacea
Ordem Isopoda
Subordem Anthuridea
Família Anthuridae
Paranthura urochroma
Família Sphaeromatidae
Sphaeroma terebrans
Subordem Flabellifera
Família Cirolanidae
Eurydice emarginata
Subordem Gnathiidea
177
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Família Gnathiidae
Gnathia ubatuba
Subordem Asellota
Família Janiridae
Janaira sp
Ordem Amphipoda
Subordem Caprellidea
Família Caprellidae
Caprella scaura
Subordem Gammaridea
Família Amphitoidae
Ampithoe ramoundi
Cymadusa filosa
Família Melitidae
Dulichella appendiculata
Elasmopus rapax
Família Leucothoidae
Leucothoe spinicarpa
Família Hyalidae
Hyale media
Família Corophiidae
Corophium quadriceps
Família Ischyroceridae
Ericthonuis brasiliensis
Cerapus tubularis
Família Liljeborgidae
Liljeborgia dubia
Família Lysianassidae
Lysianassa Brasiliensis
Família Bateidae
Batea catharinense
Família Colomastigidae
Colomastix sp
Classe Insecta
Filo Echinodermata
Classe Asteroidea
Asteroidea (morfotipo I)
Família Oreasteridae
Oreaster reticulatus
Família Echinasteridae
Echinaster brasiliensis
Família Linckiidae
Linckia guildingii
Classe Echinoidea
Família Arbaciidae
Arbacia sp.
Família Echinometridae
Echinometra lucunter
Família Taxopneustidae
178
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ZOOBENTOS
Lytechinus variegatus
Lytechinus sp.
Família Echinidae
Paracentrotus gaimardi
Classe Holothuroidea
Filo Hemichordata
Sub-filo Urochordata
Classe Ascidiacea (formas solitárias)
Phallusia nigra
Fonte: Eletronuclear (1998; 2003; 2005; 2006).
Segundo Eletronuclear (2006), as praias de Fora do Mamede e Brava (Ponta Grande)
apresentaram condições compatíveis com o esperado para praias oceânicas na riqueza
de espécies.
Para o zoobentos do sedimento foram coletados 3.872 indivíduos na área estudada que
de acordo com a área do amostrador, correspondem a uma densidade média de 2.151
org/m2, distribuídos em 144 táxons que representam 12 grandes grupos zoológicos, dos
quais o filo Mollusca foi o mais abundante em todas as estações de coleta.
Nove espécies de Mollusca foram as mais abundantes e responsáveis por 60% da fauna
total: Semele nuculoides, Codakia costata, Finolla dubia, Acteocina bidentata, Nucula
semiornata, Acteocina bullata, Transenella stimpsoni, Antallis sp. e Caecum brasilicum.
O segundo grupo em importância foi Annelida, as espécies mais abundantes desse grupo
foram: Polygordius sp., Hemipodus sp., Prionospio sp.1, Magelona sp., Haploscoloplos sp.
e Magelona cincta.
O terceiro grupo mais abundante foi Crustacea, com as espécies de anfípodos
Ampelisciphotis podophtalma, Tiborunella viscana e Ampelisca cristata sendo as mais
importantes desse grupo. O quarto grupo foi Cnidaria com uma única espécie importante
Edwardsia sp.
4.2.4.2.4 Ictiofauna
Anjos (1993) estudou a composição, distribuição e abundância da ictiofauna da baía de
Ilha Grande, distinguindo diferentes sub-áreas, segundo as suas comunidades ícticas.
Estes dados estão descritos na Tabela 35, a seguir.
Tabela 35 - Ocorrências de espécies de peixes por sub-áreas da baía da Ilha Grande segundo Anjos
(1993)
ESPÉCIE
Nome popular
Carcharinus limbatus
Rhyzoprionodon lalandei
SUB-ÁREA
2
5
cação
x
x
cação-frango
x
x
6
7
9
10
11
179
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ESPÉCIE
Nome popular
SUB-ÁREA
2
5
6
Squatina argentina
cação-anjo
x
x
Rhinobatus percellens
cação-viola
x
x
x
Zapterix brevirostris
raia
x
x
x
Narcine brasiliensis
raia-treme-treme
x
x
Dasyatis sayi
raia-mijona
x
Dasyatis guttata
raia-lixa
x
Aetobatis narinari
raia-pintada
x
Myliobatis freminvillei
raia-sapo
x
Rhinoptera bonasus
raia-ticonha
x
Gymnothorax ocellatus
moreia-pintada
x
Gymnothorax moringa
moreia
x
Opisthonema oglinum
sardinha-bandeira
x
x
Harengula clupeola
sardinha-cascuda
x
x
Sardinella brasiliensis
sardinha-verdadeira
x
Pellona harroweri
sardinha
x
Chirocentrodon bleekerianus
sardinha
x
Cetengraulis edentulus
sardinha-boca-torta
x
Anchoa tricolor
manjuba
x
Bagre marinus
bagre-bandeira
x
7
9
x
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Genidens genidens
bagre-urutu
x
Sciadeichthys luniscutis
bagre-guri
x
x
Notarius grandicassis
bagre-papai
x
x
x
Arius spixii
bagre-amarelo
x
x
Netuma barba
bagre-branco
x
x
Synodus foetens
peixe-lagarto
x
Lophius gastrophysus
peixe-sapo
x
x
x
x
Ogcocephalus vespertilio
peixe-morcego
x
Xenomelaniris brasiliensis
peixe-rei
x
Hippocampus reidi
cavalo-marinho
Scorpaena isthmensis
mangangá
x
x
x
x
x
Prionotus punctatus
cabrinha
x
x
x
Dactylopterus volitans
coió
x
x
x
Diplectrum radiale
michole-da-areia
x
x
x
Diplectrum formosun
michole-da-areia
x
x
x
Mycteroperca bonaci
badejo-quadrado
Mycteroperca rubra
badejo-mira
x
Mycteroperca microlepis
badejo-da-areia
x
Epinephelus morio
garoupa-de-são-tomé
x
Epinephelus guaza
garoupa-verdadeira
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
180
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
SUB-ÁREA
ESPÉCIE
Nome popular
Epinephelus niveatus
cherne
Alphestes afer
badejo
Rypticus randalli
badejo-sabão
x
2
5
6
7
x
9
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Priacanthus arenatus
olho-de-cão
x
Priacanthus cruentatus
olho-de-cão
x
Chloroscombrus chrysurus
palombeta
x
Oligoplites saliens
guaivira
x
Selene setapinnis
peixe-galo
x
Selene vomer
peixe-galo
x
Decapterus punctatus
xixarro
x
Trachurus lathami
xixarro
x
x
x
x
x
x
Trachinotus goodei
pampo
Centropomus undecimalis
robalo
Lutjanus sinagris
vermelho-henrique
Lutjanus annalis
caranha-vermelha
Eucinostomus argenteus
carapicu
x
x
x
x
x
Eucinostomus gula
carapicu
x
x
x
x
x
Eugerres brasilianus
carapicu
x
Diapterus olisthostomus
carapeba
x
Diapterus rhombeus
carapeba
x
Boridia grossidens
cocoroca
Haemulon aurolineatum
cocoroca
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Haemulon steindachneri
cocoroca-preta
x
Pomadasys corvinaeformis
corriquincho
x
Orthopristis ruber
cocoroca-branca
x
Conodon nobilis
roncador
x
Archosargus rhomboidalis
sargo-de-dente
x
Diplodus argenteus
marimbá
x
Calamus penna
peixe-pena
x
Pagrus pagrus
pargo
Menticirrhus americanus
papa-terra
x
Umbrina coroides
castanha
x
Ctenosciaena gracilicirrhus
cangauá
x
Paralonchurus brasiliensis
maria-luiza
x
Micropogonias furnieri
corvina
x
Larimus breviceps
oveva
x
Pareques acuminatus
equetos
x
Isopisthus parvipinnis
pescadinha
x
Odontoscion dentex
pescada
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
181
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ESPÉCIE
Nome popular
SUB-ÁREA
2
Cynoscion leiarchus
pescada-branca
x
Cynoscion jamaicensis
goete
x
Steliffer rastrifer
corvina
Pseudopenneus maculatus
5
6
x
salmonete
x
trilha
x
Kyphosus incisor
piranjica
Chaetodipterus faber
peixe-enxada
x
Chaetodon striatus
peixe-borboleta
x
Pomacanthus paru
peixe-frade
Mugil liza
tainha
Bodianus rufus
budião
Halichoeres poeyi
budião
peixe-espada
Opistognathus cuvieri
budião
Scomberomorus caballa
cavala
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Peprilus paru
gordinho
x
Citharichthys spilopterus
linguado
x
Bothus robinsi
linguado
x
Syacium papilosum
linguado
x
x
x
x
Syacium micrurum
linguado
x
Paralichtys brasiliensis
linguado
x
Achirus lineatus
tapa
x
Trinectes paulistanus
tapa
x
x
x
Symphurus plaguzia
lingua-de-mulata
x
x
x
Balistes capriscus
peixe-porco
x
Monacanthus ciliatus
peixe-porco
Stephanolepis hispidus
peixe-porco
x
Lagocephalus laevigatus
baiacu-arara
x
Sphoeroides testudineus
baiacu
Sphoeroides splengeri
baiacu
Sphoeroides nephelus
baiacu-panela
TOTAIS POR ÁREAS
9
x
Upenneus parvus
Trichiurus lepturus
7
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
23
58
18
70
30
30
x
99
Legenda: 2 - Sabacu (baía da Ribeira e adjacências), 5 - Laje dos Coronéis e adjacências, 6 - Ilhas dos
Porcos e adjacências, 7 - Ponta do Acaiá e adjacências, 9 - Enseada do Abraão e adjacências, 10 Ponta do Drago e adjacências e 11 - Ilha de Jorge Grego e adjacências.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Pode-se contabilizar, dessa forma, a existência de 25 grupos de peixes explorados
economicamente na baía da Ilha Grande, dentre os quais destacam-se arraias, goete,
182
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
linguado, pescada e corvina, que na ocasião do seu estudo perfizeram 86,9% do total das
capturas realizadas.
Em outros trabalhos foram registrados deslocamentos sazonais evidentes da ictiofauna
em busca de áreas de reprodução ou de expansão das áreas de alimentação, para a
garoupa e o badejo (Andrade, 1995). Sendo que para o batata e o namorado os
deslocamentos só foram sugeridos. Anjos (1993) sugere ser o linguado o peixe demersal
a apresentar maiores deslocamentos sazonais na região, apresentando-se mais
abundante no interior da baía nos meses de primavera e verão, devendo-se estes
deslocamentos a migrações reprodutivas.
Na Área de Influência Direta dos depósitos estudados, Moraes et alii (1991) estudaram a
ictiofauna do saco Piraquara de Dentro e do saco Piraquara de Fora, observando índices
de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era
esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas, além de
registrarem diferenças acentuadas na composição das comunidades ícticas das áreas.
Almeida (1994) analisou o comportamento reprodutivo de Haemulon steindachneri,
coletado no saco Piraquara de Fora, fazendo um paralelo entre o Programa PréOperacional e o Programa de Monitoração Operacional das Unidades 1 e 2 da CNAAA. A
espécie foi escolhida como indicador biológico para a área de necton por ser uma das
espécies de maior ocorrência e utilizada pela comunidade local na alimentação. O autor
conclui que a comunidade de H. steindachneri, a nível reprodutivo, tem-se mantido
equilibrada na AID.
Este mesmo autor (1995) estudou a comunidade íctica do saco Piraquara de Fora,
comparando novamente a fase Pré-Operacional com os anos subseqüentes em que a
Usina Nuclear Angra 1 esteve funcionando. As espécies Diapterus rhombeus, Haemulon
steindachneri, Eucinostomus argenteus, Prionotus punctatus e Ctenosciaena
gracilichirrhus mantiveram freqüência de 100% e foram as únicas que ocorreram nos seis
períodos analisados. O estudo da diversidade específica sugeriu uma normalidade da
comunidade íctica. A Tabela 36 apresenta a lista de espécies de peixes ocorrentes no
monitoramento realizado pela Eletronuclear.
Tabela 36 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no saco Piraquara de Fora, amostradas nas coletas
de arrasto de fundo realizadas pela Eletronuclear
Táxon
Nome Popular
PREDADORES DE SUBSTRATOS LODOSOS-ARENOSOS
Raja agassazi
raia–santa
Rhinobatus percelens
raia–viola
Rhinoptera horkelli
raia–viola
Raja platana
raia
Zapterix brevirostris
raia
Narcine brasiliensis
raia-treme-treme
183
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Nome Popular
Dasyatis say
raia–mijona
Dasyatis guttata
raia–lixa
Dasyatis centroura
raia–manteiga
Gimnura altavela
raia–manteiga
Gimnura micrura
raia–borboleta
Miliobatis freminvillei
raia–sapo
Rhinoptera bonasus
raia–ticonha
Gymnothorax ocellatus
moreia–pintada
Paralichityes spp.
linguado
Paralichityes orbygniana
linguado
Cynoscion sp.
pescada
Cynoscion microlepidotus
pescada-dentão
Cynoscion jamaicensis
goete
Cynoscion leiarchus
pescada-branca
Larimus breviceps
oveva
Isopisthus parvipinnis
pescadinha
Citharichtys spilopterus
linguado
Citharichtys arenaceus
linguado
Citharichtys macrops
linguado
Citharichtys spp.
linguado
Etropus longimanus
linguado
Etropus intermedius
linguado
Etropus crossotus
linguado
Syacium papilosum
linguado
Syacium micrurum
linguado
Bothus ocellatus
linguado
Bothus spp.
linguado
Achirus achirus
tapa
Achirus lineatus
tapa
Achirus declives
tapa
Symphurus plagusia
língua-de-mulata
Symphurus spp.
língua-de-mulata
PLANCTÓFAGOS PELÁGICAS
Harengula clupeola
sardinha-cascuda
Opisthonema oglinum
sardinha-bandeira
Chirocentrodon bleeckerianus
sardinha
Cetengraulis edentulus
sardinha-boca-torta
Anchoa tricolor
manjuba
Anchoa lyoleps
manjuba
Anchoa filifera
manjuba
Anchoa januaria
manjuba
184
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Nome Popular
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO INDEFINIDO
Archosargus rhomboidalis
sargo-de-dente
Calamus penna
peixe–pena
Haemulon steindachneri
cocoroca-preta
Pomadacys corvinaeformis
corriquincho
Orthopristes ruber
cocoroca-branca
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO LODOSO-ARENOSO
Genidens genidens
bagre–urutu
Netuma barba
bagre–branco
Menticirrhus americanus
papa–terra
Ctenosciaena gracilicirrhus
cangauá
Umbrina coroides
castanha
Paralonchuros brasiliensis
maria–luiza
Micropogonias furnieri
corvina
Upenaeus parvus
trilha
PREDADORES DE SUBSTRATO INDEFINIDO
Synodus foetens
peixe–lagarto
Trachinocephalus myops
peixe–lagarto
Porichthys porossisimus
mangangá–liso
Phrynelox scaber
peixe–pedra
Ponthopristys rathbuni
mangangá
Scorpaena brasiliensis
mangangá
Scorpaena isthimensis
mangangá
Diplectrum formosum
michole-da-areia
Diplectrum radiale
michole-da-areia
Centropomus undecimalis
robalo
Centropomus parallelus
robalo
Prionotus punctatus
cabrinha
Dactylopterus volitans
coió
Ogcocephalus vespertilio
peixe–morcego
PREDADORES DE SUBSTRATO ROCHOSO
Epinephelus morio
garoupa-de-são-tomé
Epinephelus niveatus
cherne
Dules auriga
mariquita
Lutjanus synagris
vermelho–henrique
Lutjanus analis
caranho–vermelho
Rypticus randalli
badejo–sabão
Priacanthus arenatus
olho-de–cão
PREDADORES PELÁGICOS
Pomatomus saltator
enchova
Selene setapinnis
peixe–galo
Selene vomer
peixe-galo-de-penacho
185
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Táxon
Nome Popular
Oligoplites saurus
guaivira
Oligoplites saliens
guaivira
Caranx latus
xerelete
Chloroscombrus chrysurus
palombeta
Hemicaranx amblyrhynchus
vento–leste
Sphiraena borealis
bicuda
Sphiraena guachancho
bicuda
Sphiraena tome
bicuda
Trichiurus lepturus
peixe–espada
INVERTÍVOROS DE SUBST. LODOSO-ARENOSO
Eucinostomus gula
carapicu
Eucinostomus argenteus
carapicu
Eugerres brasilianus
carapicu
Eucinostomus melanopterus
carapicu
Peprilus paru
gordinho
Diapterus rhombeus
carapeba
Diapterus olisthotomus
carapeba
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO ROCHOSO
Chaetodipterus faber
peixe–enxada
Balistes capriscus
peixe–porco
Monacanthus spp.
peixe–porco
Stephanolepis hispidus
peixe–porco
Lagocephalus laevigatus
baiacu–arara
Sphoeroides testudineus
baiacu
Sphoeroides nephelus
baiacu–panela
Chilomycterus sp.
baiacu–espinho
Chilomycterus antenatus
baiacu–espinho
Haemulon aurolineatum
cocoroca -boca-de-fogo
Anisotremus virginicus
salema
Anisotremus surinamensis
sargo-de-beiço
Diplodus argenteus
marimba
Pseudoupenneus maculatus
salmonete
Fonte: Eletronuclear, 2006.
4.3
MEIO SOCIOECONÔMICO
O principal objetivo do diagnóstico socioeconômico foi conhecer as questões sociais e
econômicas pertinentes às áreas de influência da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto – CNAAA, apresentadas e analisadas de forma a subsidiar o presente Plano.
186
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.3.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
A área de influência direta para o meio socioeconômico do Centro de Gerenciamento de
Rejeitos – CGR foi definida como um raio de 5 km, a partir do CGR, abrangendo as
localidades do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área em torno
da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a vila residencial de Praia Brava (vila dos
funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas, no
distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis. A AID do CGR está ilustrada no
Apêndice 11.2 e, com mais detalhe, na Figura 58.
187
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 58 – Núcleos populacionais inseridos na AID
188
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.3.2 NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DA AID QUANTO AOS RISCOS
E PROCEDIMENTOS DAS AÇÕES EMERGENCIAIS
Neste item serão abordadas formas de avaliação do nível de conhecimento da
população da AID, bem como dos trabalhadores da CNAAA, quanto aos riscos e os
procedimentos de ações emergenciais a serem realizados, quando de sua
necessidade.
4.3.2.1
Ações de Esclarecimento Realizadas na AID quanto aos Riscos e
Ações Emergenciais
4.3.2.1.1
Exercícios do Plano de Emergência Externo da CNAAA
São realizadas simulações periódicas dos eventos decorridos de um acidente nuclear,
nas unidades da CNAAA, para verificar o nível de resposta das agências envolvidas
na aplicação das atividades do Plano de Emergência Local (PEL), do Plano de
Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ) e dos planos de
emergência complementares (PEC) e dos órgãos de apoio do SIPRON.
Os exercícios são procedidos por campanhas de divulgação para a população, nas
quais são informados seus objetivos, bem como as medidas de proteção à população
e ao meio ambiente. Também é enfatizada a necessidade de colaboração por parte da
população, para garantir o realismo e verificar efetivamente a exeqüibilidade dos
planos.
As finalidades dos exercícios são: verificar o desencadeamento das ações planejadas,
simular a execução destas ações, familiarizar as comunidades locais com os planos
de emergência e com as ações previstas por eles e verificar possíveis correções e
aperfeiçoamentos a serem introduzidos.
Os exercícios demonstram a capacidade de comunicação entre as organizações
envolvidas nas ações de resposta a uma situação de emergência nuclear; a
capacidade de mobilização de pessoas e de ativar os centros de emergência préestabelecidos; a adequação das instalações, equipamentos e profissionais que
atendem à emergência; a possibilidade de executar as ações em tempo hábil; de
notificar a população na área do plano de emergência (3 e 5 km) e a capacidade de
controle do tráfego e o acesso às áreas evacuadas e aos abrigos.
O cenário elaborado para o exercício é composto por anormalidades, geradas para
caracterizar as fases de uma situação de emergência, desde a declaração de Evento
Não Usual até Emergência Geral, com agravamento das condições do núcleo dos
reatores. A duração é de um dia inteiro, das 8:00 às 17:00 h.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.3.2.1.2
Entrega de calendários
Como parte das atividades de capacitação e preparação realizadas pelo Centro de
Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (CCCEN), é realizada anualmente
campanha de entrega de calendários para a população residente na área
compreendida pelo raio de dez quilômetros, medidos a partir da estrutura de
contenção do reator de Angra I (CCCEN, 2008).
A campanha é organizada pela Subsecretaria de Defesa Civil do Estado do Rio
Janeiro e pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ.
Conta com a colaboração das agências envolvidas na resposta a uma situação de
emergência nuclear supramencionadas.
A operação de entrega de calendários tem dois objetivos principais: primeiro, contribuir
para a difusão do Plano de Emergência Externo (PEE/RJ), e segundo, averiguar
periodicamente as condições físicas das áreas incluídas no raio de ação do plano.
Além de informar e orientar os moradores da região sobre o PEE/RJ, essas ações são
de fundamental importância para incentivar a cooperação entre os órgãos
participantes do Plano.
O calendário traz as datas em que são realizados os testes dos sistemas de alerta e
alarme de voz e por sirenes, além de outras informações, como ilustrado na Figura 59.
Figura 59 – Folha interna do calendário de 2008, meses de janeiro e fevereiro
Fonte: Eletronuclear, 2008
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.3.2.1.3
Testes dos sistemas de alerta e alarme por voz e sirenes
Estes testes são realizados mensalmente, todo dia 10, às 10 h da manhã, com
duração média de 30 minutos.
Essa data está marcada nos calendários distribuídos pela Eletronuclear às populações
vizinhas da CNAAA. Neles também estão contidos os procedimentos a serem
adotados pela população durante os testes.
São também realizadas verificações no equipamento de acionamento e nas torres de
sirene distribuídas pelas comunidades, onde ficam a postos militares, em comunicação
com a central do teste por celular.
4.3.2.2
Avaliação da Efetividade das Ações Realizadas
4.3.2.2.1 Análise do Ambiente Socioeconômico da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto – CNAAA
Em 2002, foi realizada uma análise socioeconômica nas áreas de influência da
CNAAA pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas Science com a população residente na área de influência direta do complexo da
Central Nuclear (AID 5).
Foram visitados na ocasião 6.234 domicílios do município de Angra dos Reis, 4.898 no
distrito de Cunhambebe e 1.336 no distrito de Mambucaba. Dentre as questões
apresentadas, algumas eram relativas às usinas e a influência causada por elas no
cotidiano dos moradores, com o intuito de coletar a opinião dos locais em relação às
operações da CNAAA.
Mais da metade dos entrevistados (56%) declararam sentir-se ameaçados por viverem
nas áreas próximas ao complexo de usinas da CNAAA. Em relação à proximidade
com as usinas, 41% afirmaram não sentir qualquer ameaça. O percentual de pessoas
que se sentem ameaçadas é maior entre as mulheres: 60,2% contra 51,9% dos
homens.
Esses percentuais também variam de acordo com o nível de escolaridade da
população: entre a população sem instrução, 61,4% sentem-se ameaçados, enquanto
na população com 9 a 11 anos de estudo, esse índice cai para 20,8%. Na população
com 12 ou mais anos de estudo, a proporção dos que se sentem ameaçados é de
26,9%, contra 73,1% que declararam não sentir-se nem um pouco ameaçados.
O percentual de pessoas sem instrução que alegou não saber responder à pergunta
também é alto: 2,9%, contra 1% das pessoas com instrução de nível médio e menos
de 1% das pessoas com curso superior.
Vale ressaltar, entretanto, que a maioria dos residentes com alto grau de escolaridade
são funcionários da CNAAA, que moram nas vilas residenciais de Praia Brava e
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Mambucaba. Estas pessoas possuem ainda conhecimentos especializados sobre as
operações realizadas nas usinas e o seu nível de segurança. Na Figura 60 é ilustrada
a relação entre escolaridade e sentimento de ameaça com relação a residir próximo às
usinas.
Figura 60 - Percentual de moradores por sentimento de segurança em residir próximo à CNAAA
(2002)
Fonte: Science, 2002.
A pesquisa também verificou que 58,5% dos moradores da AID 5 não se consideram
suficientemente informados a respeito do funcionamento da CNAAA. Esse percentual
é maior na população com menor nível de escolaridade, mas novamente deve ser feita
a ressalva quanto ao fato da maior parte dos moradores com mais anos de estudo é
constituída por funcionários das usinas.
Na
Figura 61 são mostrados os percentuais de moradores que se consideram informados
ou não suficientemente informados com relação ao funcionamento das usinas.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 61 - Percentual de moradores que se sentem suficientemente informados ou não sobre o
funcionamento da CNAAA (2002)
Fonte: Science, 2002.
Outro fato interessante a respeito do funcionamento da CNAAA apontado pelos
moradores é a desinformação. Independente do nível de escolaridade, o principal fator
apontado foi a não divulgação pela Eletronuclear de informações suficientes.
Em média, 47,2% dos moradores da AID 5 apontaram este fator, 20,5% declararam
não estar suficientemente informados porque não há cobertura suficiente na imprensa
e 13% declararam não ter interesse em obter informações sobre o funcionamento das
usinas. Ainda, 6,7% dos moradores declararam que gostariam de obter mais
informações, mas não sabem exatamente como obtê-las.
O plano de emergência da CNAAA definiu pontos de reunião e embarque, para a
eventual necessidade de evacuação da área de influência direta do PEE/RJ. Na
pesquisa realizada em 2002, 32,6% dos moradores afirmaram desconhecer a
localização destes pontos. Em Cunhambebe, os pontos mais citados pelos
entrevistados foram Frade, Sertãozinho do Frade, Guariba, Condomínio da Praia
Vermelha, Condomínio Barlavento, Náutico 1 e Hospedagem 1. Em Mambucaba, os
pontos mais citados foram Náutico 1, Praia Vermelha, Condomínio Barlavento, Frade,
Sertãozinho do Frade, Guaraiba e Hospedagem 1.
De um modo geral, com exceção de Praia Brava, em todas as demais áreas mais de
30% dos moradores declaram desconhecer um dos principais requisitos no caso de
necessidade de evacuação da população – para onde se dirigir no caso de uma
situação de emergência.
Concluiu-se, em 2002, a necessidade de adoção de uma linguagem mais eficaz e que
leve em consideração as condições de escolaridade da população local e suas
deficiências quanto à disponibilidade e acesso aos meios de comunicação, bem como
uma ação mais intensa de esclarecimento junto à população transiente. Este seria um
importante programa a ser incorporado como ações de responsabilidade sócioambiental, uma vez que atuaria na prevenção de possíveis riscos decorrentes da falta
de informação.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.3.2.2.2 Relatório de avaliação da Comunicação – Exercício de Emergência Geral de
2007
Principalmente a partir dos dados obtidos por meio da pesquisa sobre a análise
socioeconômica nas áreas de influência da CNAAA, realizada pela Science (2002) e
detalhada no item anterior, constatou-se que a avaliação do Plano de Emergência
Externo do estado do Rio de Janeiro - PEE/RJ é a que mais sofre as conseqüências
da desinformação.
Como a finalidade de otimizar a dissipação das informações relevantes para a
população residente nas denominadas Zonas de Planejamento de Emergência - ZPE
3 e na ZPE 5, ambas inseridas na área de influência direta do CGR (AID 5), o
Departamento de Comunicação Social selecionou para o Exercício de Emergência
Geral de 2007 algumas iniciativas inovadoras.
Os Exercícios de Emergência Geral são realizados nos anos ímpares, consistindo na
simulação de uma situação emergencial, são colocadas em prática e testadas todas
as ações revistas no PEE/RJ.
Dessa forma, considerou-se que a população abrangida sofre de desinformação
principalmente quanto aos seguintes parâmetros:
 alcance da radioatividade liberada em caso de um acidente;
 alcance da área definida e localidades abrangidas pelas ZPEs por meio do
PEE/RJ;
 a efetividade dos treinamentos previamente comunicados;
 esclarecimento dos riscos reais
comprometimento com PEE/RJ.
e
a
relevância
da
participação
e
A partir destas premissas, o campo informacional dessa pesquisa foi dividido em dois
grupos, os residentes nas ZPEs 3 e 5, que deveriam receber um volume de
informações maior, com destaque para os procedimentos em caso de uma
emergência real, e os residentes das demais áreas, que deveriam receber
informações sobre o raio de abrangência do Plano de Emergência e quais as
comunidades que estão dentro ou fora desse raio. Ainda, foi necessário adequar a
linguagem utilizada à realidade local e ao grau médio de instrução da população.
As ações adotadas foram divididas em três grandes grupos, a seguir descritos.
 Aviso e atendimento à imprensa
O aviso e atendimento à imprensa teve como objetivo transmitir por meio de releases
a idéia de que o Exercício é apenas uma etapa rotineira, de uma longa série de testes
estabelecidos pelas organizações participantes. Essa abordagem buscou enfatizar a
atividade permanente dos órgãos envolvidos na defesa da população, enfatizando que
a periodicidade entre os Exercícios Gerais é considerada ideal.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Campanha de esclarecimento da população
A campanha de esclarecimento junto à população local buscou estabelecer os limites
de abrangência geográfica do Plano e segmentar o público em função do seu grau de
envolvimento em caso de uma situação real; orientar sobre os procedimentos que
devem ser tomados em caso de emergência; e avisar da realização do Exercício.
A equipe de comunicação desenvolveu duas peças em forma de revista em
quadrinhos, utilizando linguagem acessível e temática juvenil para abordar o tema:
A revista chamada Uma Aventura Nota 10 aborda aspectos referentes à geração de
energia nas usinas nucleares (segurança, rejeitos, monitoração ambiental, entre
outros) e estabelece claramente os limites da ZPE 5 como a fronteira que separa estes
públicos, reforçando a idéia de que não há necessidade de medidas de proteção como
evacuação e/ou abrigo fora deste perímetro. Cerca de 50 mil exemplares desta revista
foram distribuídas como encarte nos jornais locais (Maré, Esporte Total e Notícias e A
Cidade), regionais (Diário do Vale) e nos repartes locais dos principais jornais
nacionais (O Dia, O Globo e Extra).
A revista Nós Temos um Plano fornece informações mais detalhadas sobre como
proceder em caso de uma emergência real. Os moradores das ZPEs 3 e 5 receberam
as duas revistas em suas casas e estabelecimentos comerciais. A distribuição foi
realizada por voluntários da Eletronuclear, da Defesa Civil Estadual e da Defesa Civil
Municipal que foram orientados para abordar os populares, verificar e esclarecer
quaisquer dúvidas sobre o Plano e a realização do Exercício.
Também foram realizadas palestras, por técnicos da Eletronuclear, Cnen e Defesa
Civil, em escolas e associações comunitárias que reuniram mais de duzentas pessoas,
conforme a Tabela 37.
Tabela 37 - Relação de local, data e número de pessoas presentes nas palestras informativas
realizadas
Local
Bairro
Data
Presentes
Escola Municipal Tânia Rita O. Teixeira
Parque Belém
11/10/2007
58
Associação de Moradores de Sertãozinho
Frade
10/10/2007
28
Escola Municipal Nova Perereque
Perequê
10/10/2007
33
Escola Estadual Salomão Reseck
Guariba
08/10/2007
31
Escola Estadual Antonio Dias Lima
Frade
03/10/2007
27
Associação de Moradores de Praia Vermelha
Praia Vermelha
16/10/2007
32
Fonte: Eletronuclear, 2007
Para a divulgação da data de realização do Exercício de Emergência Geral, foram
veiculados 5 spots nas principais rádios locais, utilizando linguagem popular com
esclarecimentos e chamadas ao vivo. Outra mídia utilizada foi o busdoor em linhas
que circulam na região. Também foram colocados 300 cartazes e 12 faixas nas
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
principais vias das localidades próximas. Um folheto também foi distribuído, no dia do
Exercício, aos motoristas que passavam na BR 101.
 Criação de Indicadores para Monitoração
A ausência de indicadores sobre a percepção da população em exercícios anteriores
dificulta a avaliação da efetividade das atividades de esclarecimento então realizadas.
A construção de indicadores permite avaliar a evolução das percepções da população,
direcionando o estabelecimento de metas objetivas necessárias para a melhoria das
campanhas futuras.
Com base nas premissas da pesquisa já citada foram estabelecidos cinco parâmetros
para avaliar o sentimento da população em relação ao Plano:
o
Consciência: ligado à existência dos organismos de proteção;
o
Preparação: ligado ao conhecimento prático (mesmo que parcial ou incorreto);
o
Conhecimento: ligado à experiência cotidiana;
o
Confiança: ligado à credibilidade dos mecanismos de proteção;
o
Responsabilidade: ligado à atribuição de competência.
Para cada parâmetro foi definida uma pergunta (questão-chave) para ser respondida
pela população através de um questionário aplicado quando da distribuição das
revistas nas ZPEs 3 e 5. Os parâmetros e as questões-chave adotadas foram:
Tabela 38 - Parâmetros e as questões-chave adotadas como indicadores de monitoração da
pesquisa
Consciência
Você sabe que existe um Plano de Emergência Nuclear?
Preparação
Você sabe o que fazer em caso de emergência nuclear?
Conhecimento
Você sabe para que serve o teste da sirene?
Confiança
Você se sente seguro morando aqui?
Atribuição de
responsabilidade
Você sabe quem é o responsável pelo Plano de Emergência Nuclear?
Fonte: Eletronuclear, 2007
A amostragem realizada foi de um morador a cada duas residências abrangidas pelas
ZPE 3 e pela ZPE 5. A primeira coleta de dados ocorreu antes da realização do
Exercício e, também, antes da leitura das revistas, com a finalidade da obtenção de
uma background operacional.
Aproximadamente vinte dias após a distribuição das revistas, foi realizada uma rodada
de entrevistas com a população das ZPEs 3 e 5 para avaliar a eficácia das novas
ações de comunicação adotadas.
A estratégia de comunicação adotada cumpriu todos os objetivos propostos, como
pode ser confirmado pelos resultados a seguir demonstrados. As ações de aviso e
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
atendimento à imprensa foram efetivos, pois as reportagens divulgadas foram serenas
e destacaram os pontos fortes desejados pela organização do Exercício.
As ações de comunicação junto à população transcorreram sem nenhum incidente e
também atingiram completamente os objetivos propostos para o âmbito do Exercício.
Em número total, durante a primeira pesquisa, realizada quando da distribuição das
revistas informativas, foram entrevistadas 966 pessoas residentes nas ZPEs 3 e 5.
Desse total, 218 afirmaram não saber da existência de um Plano de Emergência; 476
não sabiam como proceder em caso de emergência nuclear; 230 não sabiam do
objetivos das sirenes; e 385 não se sentiam seguros em morar nessas localidades
(Tabela 39 e Figura 62 a Figura 65).
Tabela 39 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas
Perguntas realizadas
Sim
Não
N/R
1- Você sabe que existe um Plano de Emergência Nuclear ?
748
218
0
2- Você sabe o que fazer em caso de emergência nuclear ?-
482
476
8
3- Você sabe para que serve o teste da sirene ?
723
230
13
4- Você se sente seguro morando aqui ?
574
385
7
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Figura 62 – Respostas da população sobre a
pergunta 1
Fonte: Eletronuclear, 2007
Figura 63 – Respostas da população sobre a
pergunta 2
Fonte: Eletronuclear, 2007
Figura 64 – Respostas da população sobre a
pergunta 3
Fonte: Eletronuclear, 2007
Figura 65 – Respostas da população sobre a
pergunta 4
Fonte: Eletronuclear, 2007
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Quanto ao resultado da quinta pergunta, 422 entrevistados afirmaram não saber quem
é o responsável pelo Plano de Emergência e 278 responderam ser a Defesa Civil
(Figura 66).
Figura 66 – Respostas da população sobre a responsabilidade pelo Plano de Emergência
Fonte: Eletronuclear, 2007
A segunda pesquisa, realizada cerca de 20 dias após a primeira, em caráter
comparativo, avaliando a eficácia da distribuição das revistas informativas, foram
obtidos os seguintes resultados.
Foram entrevistadas 582 pessoas residentes nas ZPEs 3 e 5. Desse total, 79%
afirmaram ter recebido as revistas; 66% leram essas revistas; 65% afirmaram ter
entendido o conteúdo das revistas; e 70% se sentem mais seguros a partir das
informações prestadas (Tabela 40).
Tabela 40 – Resultados da pesquisa realizada quando da distribuição das revistas
Perguntas realizadas
Sim
Não
N/R
1- Você recebeu estas revistas?
461
121
0
2- Você as leu ?
384
183
15
3- Você entendeu ?
381
180
21
4- Você se sente mais informado agora ?
405
157
20
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Figura 67 – Respostas da população sobre a
pergunta 1
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Figura 68 – Respostas da população sobre a
pergunta 2
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 69 – Respostas da população sobre a
pergunta 3
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Figura 70 – Respostas da população sobre a
pergunta 4
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Analisando separadamente os índices de cada parâmetro definidos para avaliar o
sentimento da população em relação ao Plano, entre eles: Consciência, Preparação,
Conhecimento, Confiança e Responsabilidade, que podem variar de 0 a 100, de
acordo com o percentual de positividade nas respostas, sendo que o grau máximo
(100) equivalente a um estado de pleno entendimento das informações avaliadas, os
resultados demonstraram positividade das respostas (Tabela 41).
Tabela 41 - Positividade nas respostas quanto ao estado de entendimento das informações
avaliadas
Índice
Unificado
Consciência
77
Preparação
50
Conhecimento
75
Confiança
59
Responsabilidade
37
Fonte: Eletronuclear, 2007.
Apesar do desempenho geral satisfatório, ainda existem pontos na comunicação que
podem e devem ser melhorados.
O maior problema detectado pelos profissionais que atuaram no planejamento da
Comunicação Social do Exercício é a ausência de uma política de comunicação
permanente com objetivos claros e metas definidas por parte dos órgãos
responsáveis.
A comunicação com os residentes nas ZPEs baseia-se, quase que exclusivamente,
em um único tipo de ação: a distribuição anual do calendário. É importante ressaltar
que, apesar da alta qualidade desta peça, nenhum meio isolado produzirá resultados
consistentes. A diversidade dos públicos da região precisa ser devidamente avaliada e
considerada para a elaboração de novos meios e formas diversas de agir que
contemplem essa pluralidade.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
É fundamental a criação de um grupo permanente de comunicação envolvendo
profissionais dos órgãos envolvidos. A participação esporádica, somente às vésperas
de cada novo Exercício, pode produzir bons resultados, porém pontuais e que se
perdem no espaço de dois anos. O trabalho de informação deve ser constante, de
caráter educativo e com objetivos de médio e longo prazo claramente definidos.
No final de 2008, foi aprovada pela diretoria da Eletronuclear a realização de
campanhas publicitárias educativas, de abrangência local, regional e nacional, por
diferentes veículos de informação, que foram estendidas para o ano de 2009. Os
temas são abrangentes, variando entre cultura, sustentabilidade e prevenção da
dengue.
4.3.3 CONTINGENTE
ENVOLVIDO
COM
ESTOCAGEM E SEGURANÇA DOS REJEITOS
4.3.3.1
TRANSPORTE,
MANUTENÇÃO,
Caracterização
Os funcionários que trabalham com o transporte, manutenção, estocagem e
segurança da Central de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA estão ligados à
Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O), subordinada à Gerência de Monitoração
(GMO.O), que por sua vez está subordinada à Superintendência de Coordenação da
Operação (SC.O).
Mesmo sendo ligados a essa Divisão, seus funcionários não trabalham
exclusivamente nas funções associadas aos depósitos que compõem a Central de
Gerenciamento de Rejeitos.
Como a DIPR.O está organizada em diferentes setores, é responsável pelo
atendimento das demandas das Usinas de Angra 1 e de Angra 2, além das demandas
do Laboratório de Calibração de Monitores de Radiação, Dosimetria e Rejeitos. O
quadro funcional da DIPR.O não é fixo, sendo que podem acontecer alocações dos
trabalhadores para outros setores da CNAAA a qualquer tempo e, por outro lado,
também pode ocorrer a vinda de funcionários de outros setores para a DIPR.O. Ao
todo são 79 funcionários alocados, de acordo com informações atualizadas no início
de novembro de 2007.
Alguns funcionários da DIPR.O são químicos, físicos, técnicos de nível médio e
ajudantes técnicos. Outros possuem formação acadêmica em engenharia, sendo cinco
deles licenciados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) como
Supervisores de Radioproteção, obedecendo a Norma NE-3.02.
Essa norma foi publicada em agosto de 1998 e regulamenta os serviços de
radioproteção, sendo que seu objetivo é “estabelecer os requisitos relativos á
implantação e ao funcionamento de serviços de radioproteção” (CNEN, 1998).
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Ainda de acordo com a NE - 3.02, os profissionais de nível superior devem possuir as
seguintes qualificações para serem licenciados pela mencionada norma:
 curso universitário completo em uma das seguintes áreas: física, química,
engenharia, medicina, biologia, farmácia, medicina veterinária, agronomia,
odontologia, biofísica, bioquímica e geologia;
 curso de radioproteção específico reconhecido pela CNEN;
 familiaridade com a organização, regulamentos, projeto e operação da
instalação;
 familiaridade com o funcionamento, aferição, ajuste e operação de equipamentos
destinados à radioproteção;
 conhecimento de normas e regulamentos relativos à radioproteção aplicada a
instalação;
 competência para o planejamento de procedimentos seguros de trabalho para a
realização de inspeções, identificações de irregularidades, elaboração de
registros e relatórios e
 treinamento específico no campo de atuação.
Todos são submetidos ao programa de treinamento de Qualificação e Requalificação,
de acordo com o cargo ocupado (ver item 1.1.2.3).
Atualmente, para atender a demanda operacional de Angra 1 a DIPR.O possui:
Setor Ocupacional (controle ocupacional, radioproteção de campo, acompanhamento
de serviços, limpeza e descontaminação da área controlada)
 1 Supervisor licenciado;
 2 Supervisores não licenciados (nível superior ou técnico sênior);
 13 técnicos (5 em turno e 8 em horário comercial);
 1 técnico sênior para planejamento ALARA;
 6 ajudantes técnicos da Eletronuclear para limpeza, descontaminação e
operação das lavanderias.
Os Setores de Rejeitos, Calibração e Dosimetria são comuns às duas unidades e
contam com os seguintes profissionais:
Setor de Calibração:
 1 Supervisor licenciado;
 3 técnicos para operação do Laboratório de Calibração da DIPR.O (Angra 1);
 1 ajudante técnico da Eletronuclear.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Setor de Rejeitos:
 1 Supervisor licenciado;
 5 técnicos;
 1 ajudante técnico da Eletronuclear.
Setor de Dosimetria:
Esse setor é comum para toda a CNAAA. É composto por 9 técnicos de proteção
radiológica, sendo 1 qualificado pela CNEN como responsável técnico pelo Laboratório
de Dosimetria Termoluminescente.
Esta composição não atende às paradas das Usinas. Sendo que nestes períodos o
serviço de radioproteção é reforçado com a contratação de técnicos, auxiliares
técnicos e ajudantes adicionais.
A DIPR.O tem ainda um contrato de prestação de serviços de limpeza e
descontaminação das áreas controladas das Unidades 1 e 2. São duas equipes, cada
uma formada por 11 ajudantes, uma atuando em Angra 1 e outra em Angra 2.
4.3.3.2
Gerenciamento
O Centro de Gerenciamento de Rejeitos é responsável: pelo controle e a
contabilização dos efluentes líquidos e gasosos radioativos; pela monitoração
radiológica, controle e contabilização dos embalados de rejeitos; pela operação dos
Depósitos Iniciais de Rejeitos Radioativos do CGR; e pela emissão de documentos e
acompanhamento dos transportes de material radioativo e contaminado.
Nas condições de operação atuais, o CGR opera com o mínimo de 2 técnicos e 1
ajudante técnico da Eletronuclear.
O Supervisor licenciado do setor de Rejeitos (já citado anteriormente) é o responsável
pelo gerenciamento dos depósitos iniciais.
A composição de pessoal que atualmente opera o CGR deverá ser reforçada quando
da operação plena dos Depósitos 1, 2 e 3 e do Prédio de Monitoração.
Uma das atribuições da DIPR.O em relação aos trabalhadores da usina é o controle
das doses de radioatividade que os funcionários recebem nas suas atividades
cotidianas. A NE – 3.02 estabelece que deverá ser realizada a avaliação das doses
recebidas pelos funcionários, sendo atribuição dos funcionários da DIPR.O (CNEN,
1998):
 estimar as doses individuais a serem recebidas na rotina dos trabalhadores;
 avaliar com a máxima rapidez as doses recorrentes das exposições acidentais e
de emergência;
 estimar a dose coletiva a ser recebida pelos trabalhadores; e
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 minimizar ao máximo as doses individuais e coletivas dos trabalhadores.
4.3.3.3
Capacitação e Treinamento
O maior risco de impacto na saúde pública com a operação de uma Usina Nuclear é a
possibilidade de liberação de produtos para o meio ambiente, resultante de alguma
falha humana, no equipamento, no projeto, entre outros. Para que o risco seja
praticamente nulo, a operação de uma usina deve cumprir uma série de
regulamentações, normas, códigos e requisitos nacionais e internacionais, além das
inspeções e auditorias sistemáticas.
Nesse contexto, a capacitação dos funcionários das diferentes áreas da CNAAA,
inclusive do Centro de Gerenciamento de Rejeitos é um dos fatores primordiais para a
composição do componente segurança.
A Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O) tem um quadro de trabalhadores
altamente capacitados e com elevada experiência: quase a metade deles trabalha na
CNAAA há mais de 10 anos. O tempo de serviço na unidade divide-se da seguinte
forma: 21% dos funcionários têm até 4 anos de casa; 34% têm entre 5 e 9 anos e 45%
foram contratados há 10 anos ou mais. Dos 79 funcionários da unidade, 11 contam
com mais de 20 anos de experiência. Na Figura 71 é apresentada a distribuição
percentual dos funcionários, por tempo de serviço na unidade.
Figura 71 - Tempo de trabalho na DIPR.O (percentual de funcionários por anos de trabalho)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Até setembro de 2007, estes funcionários haviam participado de 27 tipos de cursos de
capacitação e aprimoramento, de acordo com a CNAAA. Com exceção do treinamento
de funcionários em geral, o curso com maior número de participantes foi o treinamento
prático nas áreas de proteção radiológica, com a participação de 94,94% dos
funcionários.
O curso sobre trabalhos de parada foi realizado por 92,41% dos funcionários da
unidade. Os cursos sobre operação de equipamentos e monitoração foram, em média,
realizados por 86,5% dos funcionários. Na Tabela 42 são relacionados todos os cursos
realizados pelos funcionários da Divisão de Proteção Radiológica até 2007, segundo
relatório da CNAAA.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Tabela 42 - Cursos realizados pelos funcionários da DIPR.O (%)
Curso
%
Treinamento de empregados em geral
100,00
Treinamento prático nas áreas de proteção radiológica
94,94
Curso para trabalhos de parada ou recarregamento
92,41
Curso de operação de equipamentos e monitoração de contaminação radioativa
87,34
Curso de operação de equipamentos e monitoração de radiação
86,08
Curso de monitorações radiológicas
86,08
Cursos preparatórios de energia nuclear
84,81
Treinamento em acidentes e incidentes radiológicos
82,28
Curso de sistemas básicos de usinas nucleares
82,28
Curso sobre o plano de emergência para equipe de monitoração interna
79,75
Curso avançado para proteção radiológica
79,75
Curso de proteção respiratória
73,42
Curso sobre procedimentos administrativos e operacionais de proteção radiológica
65,82
Curso de qualificação para setor de turno de proteção radiológica
49,37
Curso de qualificação para setor de rejeitos radioativos
24,05
Programa ALARA
22,78
Curso de liderança de equipes
22,78
Curso de qualificação em dosimetria pessoal
20,25
Treinamento prático de sistemas de descontaminação
15,20
Curso de qualificação de instrutores
15,19
Treinamento sobre o relatório final de análise de segurança e especificações técnicas
15,18
Participação em missões internacionais
11,39
Curso preparatório para supervisores de radioproteção licenciados
6,33
Curso de qualificação em calibração de equipamento de radioproteção
5,06
Curso de formação gerencial
5,06
Cursos de qualificação em todos os setores da usina
3,80
Curso de pós-graduação em proteção radiológica
1,27
Fonte: Eletronuclear, 2008.
As capacitações internas são avaliadas pela DITR.O – Divisão de Treinamento. As
avaliações são indicadores do desempenho dos funcionários capacitados. Não há
avaliação específica para os trabalhadores da Divisão de Proteção Radiológica
(DIPR.O), mas para a CNAA como um todo. Ainda assim, pode-se ter uma idéia do
desempenho dos funcionários nas capacitações.
Em 2007, 90,59% dos funcionários passaram por avaliações quando da realização de
alguma capacitação, com aprovação de 91,99% dos participantes, em média. Essa
aprovação, mesmo se tratando de capacitações internas, é extremamente satisfatória.
O curso com menor índice de aprovação foi Química A1.
Em 2008 o percentual de avaliados teve ligeira elevação: foram 91,69% dos
funcionários. A taxa média de aprovação também subiu, para 96,24%,
desconsiderados os cursos que ainda não foram incluídos no relatório final (Formação
A1 e A2), por se tratar de cursos ainda em vigor quando da realização da presente
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
pesquisa. Na Tabela 43 são apresentados os índices de aprovação, por curso, nos
anos de 2007 e 2008.
Tabela 43 - Taxas de aprovação dos funcionários da DITR.O em cursos realizados nos anos de
2007 e 2008 (%)
Curso
2007
2008
Básicos
84,60
73,17
Acesso
98,50
96,18
Proteção Radiológica
84,51
100,00
Monitoração Amb. Segur. Ind.
94,44
95,50
Manutenção A1
85,19
100,00
Manutenção A2
100,00
100,00
Química A1
66,67
100,00
Química A2
100,00
100,00
Formação OL A1
100,00
-
Formação OL A2
80,95
-
Formação ONL A1
96,97
90,00
Formação ONL A2
100,00
100,00
Requalificação A1
100,00
100,00
Requalificação A2
96,07
100,00
Média
91,99
96,24
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Além do alto índice de aprovação, os cursos realizados nestes dois anos também
apresentaram índices muito baixos de absenteísmo: pouco mais de 1% em média, em
2007, e 1,3% em 2008. Os cursos básicos foram os que apresentaram o maior índice
de absenteísmo: 2,92%, seguido pelo curso de formação OLA1, com 2,11%. Em 2008,
os cursos com maior índice de ausências foram o de manutenção A1 e A2 (3,71 e
3,29%, respectivamente).
4.1
SÍNTESE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
O Setor de Rejeitos é a unidade da Usina responsável pelo controle e a contabilização
dos efluentes líquidos e gasosos radioativos, pela monitoração radiológica, controle e
contabilização dos embalados de rejeitos, pela operação dos Depósitos Iniciais de
Rejeitos Radioativos e pela emissão de documentos e acompanhamento dos
transportes de material radioativo e contaminado.
Os Depósitos Iniciais de Rejeitos Radioativos fazem parte do Centro de
Gerenciamento de Rejeitos – CGR, os quais estão localizados na CNAAA, em uma
região característica da Serra do Mar, representada pela ocorrência de rochas
cristalinas recobertas por mantos de solos residuais e coluviais. Esses mantos de
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
solos apresentam espessuras diferenciadas, variando de centímetros até a
profundidade de 30 m.
O relevo da região é acidentado, com encostas bastante íngremes, com declividades
acentuadas, cujas cotas podem apresentar variações de até 800 m. As escarpas
íngremes da Serra do Mar são responsáveis pelas altas taxas pluviométricas, que
ultrapassam os 2.000 mm anuais, apresentando maior intensidade entre os meses de
novembro e março.
Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, ocorrem
deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais. A
manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas
permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as
ocorrências de possíveis deslizamentos de solo. De acordo com monitoramento
rotineiro, a atividade sísmica nas proximidades dos Depósitos é praticamente
inexistente.
Os Depósitos 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR encontram-se
no Bioma Mata Atlântica, na microrregião da baía da Ilha Grande, que por possuir o
litoral bastante recortado, abrange ecossistemas em sua extensão, como florestas e
costões rochosos.
No referido bioma foram observados exemplares que caracterizam formações
florestais de Terras Baixas, Submontana, Montana e Alto-Montana, apresentando
trechos em diferentes graus de conservação. Regiões com maior grau de
desmatamento, cobertos por campos herbáceos, estão principalmente nas porções
das encostas mais próximas da BR-101 e na faixa de servidão da linha de transmissão
de Furnas. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está
mantendo sua estrutura, nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores
altas com sub-bosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas.
Nas formações de altitudes mais elevadas, de relevo acidentado, com locais íngremes
e de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia Montana e AltoMontana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas é reduzida
em função do difícil acesso e da pequena possibilidade da prática agrícola e pecuária.
A região onde estão localizados os Depósitos 1 e 2-A representa uma área de
concentração e reprodução de espécies de anfíbios e répteis. Existe uma área de
mata recuperada em seu entorno, com boa vegetação e micro-ambientes propícios
para a herpetofauna.
Com relação à avifauna, foi registrada 331 espécies nas baixadas e matas submontanas. Dentre estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção
globalmente e 26 espécies quase ameaçadas.
Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, e em outras 37
ilhas e lajes da região e nos manguezais do saco do Bracuhy, Cansado e Ariró,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
listaram várias espécies de aves marinhas, incluindo três novas ocorrências para a
região.
Os estudos de avaliação da biodiversidade do ecossistema apontam o sistema
dulcícola da região de estudo correspondente a uma área onde está diagnosticada a
mais elevada taxa de endemismo de ictiofauna do bioma Atlântico, possuindo inclusive
a maior riqueza de espécies desse grupo e importantes representantes com risco de
extinção.
Com relação ao ecossistema marinho, o mecanismo antrópico associado ao
funcionamento da CNAAA, estaria relacionado ao aumento da temperatura da água e
ao turbilhonamento em Piraquara de Fora. No entanto, análises de toda série histórica
dos resultados dos organismos marinhos monitorados pela Eletronuclear (de 1985 a
2006), permitem concluir que as flutuações da estrutura das comunidades aquáticas
da área de influência direta devem estar atribuídas à sazonalidade climática,
determinada principalmente pela precipitação. Assim, as comunidades são
influenciadas principalmente pelas oscilações dos fatores meteorológicos e
hidrográficos.
Na Área de Influência Direta do meio socioeconômico - considerada aqui como um
raio de 5 quilômetros a partir da CNAAA - está concentrada a maior parte das ações
de esclarecimento quanto aos riscos e ações emergenciais do PEE/RJ. Na AID estão
localizadas as 8 sirenes que são responsáveis pelos sinais de alerta, sendo que todo o
dia 10 de cada mês é realizado um exercício de alerta. Além disso, são realizados
exercícios simulados com a retirada de população (que se voluntária para a realização
desse exercício) a cada dois anos. Anualmente são distribuídos calendários para a
população residente na AID, com informações sobre o Plano, sobre como proceder e
para onde se dirigir em caso de acidente.
No entanto, a Eletronuclear constatou, por meio de pesquisa realizada em 2007, a
necessidade da criação de um grupo permanente de comunicação envolvendo
profissionais dos órgãos envolvidos com o PEE/RJ. O trabalho de informação deve ser
constante, de caráter educativo e com objetivos de médio e longo prazo claramente
definidos.
Observou-se que os funcionários que trabalham no CGR, os quais estão diretamente
subordinados à Divisão de Proteção Radiológica (DIPR.O), são altamente capacitados
e com elevada experiência, sendo que cerca de 50% do quadro já está na CNAAA há
mais de 10 anos. Aproximadamente 95% desses funcionários realizaram capacitações
e treinamentos nas áreas de proteção radiológica.
Os potenciais impactos relacionados à operação dos depósitos estão concentrados na
possibilidade de liberação de produtos para o meio ambiente, afetando tanto o meio
ambiente, quanto a saúde e qualidade de vida dos moradores do entorno e dos
funcionários da CNAAA.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
4.2
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Os Depósitos de rejeitos radioativos são obras de engenharia civil de pequeno porte,
os quais, por si só, não oferecem riscos em sua fase de operação. Os impactos
negativos não apresentam significância, uma vez que os depósitos implicam em
benefício para a CNAAA, pois os equipamentos instalados conferem segurança e a
não necessidade da presença dos trabalhadores dentro do depósito para ações de
armazenamento, remanejamento, vistoria, entre outras.
Localizadas em uma antiga pedreira, na encosta do morro da Ponta Fina (pertencente
ao complexo CNAAA), essas instalações foram construídas em concreto armado e
projetadas para garantir a segurança e a integridade dos rejeitos, provenientes das
Usinas Angra 1 e 2, com sistemas apropriados de ventilação, proteção contra
incêndio, proteção física e drenagem. Além disso, possuem áreas específicas para o
recebimento de embalados e células de estocagem, as quais são organizadas em
pallets metálicos e transportadas por empilhadeiras.
Em vista do exposto, avalia-se que não existe qualquer impacto na operação rotineira
dos depósitos. Eventuais impactos dependerão do padrão de operação dos depósitos,
em face da ocorrência de algum incidente e estes impactos poderão apresentar
intensidades e magnitudes distintas, que variarão com a distância entre a fonte e o
alvo.
Assim, para a análise de impacto aqui apresentada, considerou-se o Estudo de
Análise de Risco (EAR) realizado simultaneamente a este PCA, no qual apresentamse possíveis cenários de acidentes, como:
 Queda de embalados na área externa dos depósitos, dentro da área de
estocagem, durante a transferência, com rompimento e/ou abertura acidental do
recipiente;
 Queda ou choque de embalados, com abertura ou rompimento dos embalados,
durante a operação de estocagem nos depósitos, devido ao choque de carga em
movimentação;
 Estocagem incorreta de embalados, nos depósitos, acarretando aumento de
radiação para as áreas externas, associado à falha no sistema de monitoração
de taxa de dose do mesmo;
 Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados nos depósitos,
devido a processos corrosivos ou a falhas mecânicas, associadas à falha no
sistema de monitoração de taxa de dose dos depósitos;
 Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados nos depósitos,
devido a impactos externos sobre a edificação, causada por pedras oriundas da
encosta situada a montante dos depósitos ou outros corpos e
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Incêndio na área dos depósitos envolvendo o rompimento de recipiente contendo
material radioativo.
Nestes casos específicos, o Coordenador Geral da Brigada de Incêndio deverá
acionar os demais membros da BC (Brigada de Incêndio Central) para tomar as
medidas previamente planejadas.
Ainda de acordo com o Estudo de Análise de Risco realizado, as ações de resposta à
emergência e as ações de recuperação podem ser resumidas conforme os eventos
expostos a seguir, onde:
NÍVEL 1 – AZUL:
É aquele no qual a emergência ocorrida até o limite da ZPE5 poderá ser solucionada
utilizando-se os recursos da CNAAA.
NÍVEL 2 – AMARELO:
É aquele que depende de recursos estranhos à CNAAA ou da interveniência de outra
instituição participante do PEL, quando o evento ultrapassar a ZPE5.
NÍVEL 3 – VERMELHO:
É aquele que depende de recursos estranhos à CNAAA e da interveniência das
instituições participantes do PEL, quando o evento ultrapassar a ZPE5.
A seguir é apresentado cada evento, seus níveis de perigo e as medidas que deverão
ser tomadas em cada caso.
Evento 1
Queda de embalados na área externa dos depósitos, dentro da área de estocagem,
durante a transferência, com rompimento e/ou abertura acidental do recipiente;
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas e veículos;
 Retirar as pessoas que estejam próximas.
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda do embalado;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do Manual de Operação (MOU) PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC;
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar a população no perímetro de segurança, se for o caso.
Evento 2
Queda ou choque de embalados, com abertura ou rompimento dos recipientes,
durante a operação de estocagem, devido a choque de cargas em movimentação.
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas e veículos;
 Retirar as pessoas que estejam próximas;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento.
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda/choque do
embalado;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o
caso.
Evento 3
Estocagem incorreta de embalados, acarretando aumento de radiação para as áreas
externas, associado à falha no sistema de monitoração de taxa de dose dos depósitos.
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas;
 Retirar as pessoas que estejam próximas;
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local da queda do embalado;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o
caso.
Evento 4
Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados, devido a processo
corrosivo ou à falha mecânica, associada à falha no sistema de monitoração de taxa
de dose do CGR - Depósito 1.
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas e veículos;
 Retirar as pessoas que estejam próximas;
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local de abertura acidental do
embalado;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o
caso.
Evento 5
Rompimento ou abertura acidental de embalados estocados, devido à impactos
externos sobre a edificação causada por pedras oriundas da encosta, situada à
montante dos depósitos ou outros corpos.
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas e veículos;
 Retirar as pessoas que estejam próximas;
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local de abertura acidental do
embalado;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o
caso.
Evento 6
Incêndio na área dos depósitos, envolvendo o rompimento de recipiente contendo
material radioativo.
AÇÕES - NÍVEL AZUL
 Acionar a BC para combate ao fogo;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Sinalizar que há equipes verificando a situação e devem ser adotadas medidas
restritivas de circulação de pessoas e veículos;
 Retirar as pessoas que estejam próximas;
AÇÕES - NÍVEL AMARELO
 Acionar a BC para combate ao fogo;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Informar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a anomalia;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA em torno do local do incêndio;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Facilitar o acesso das equipes de atendimento.
AÇÕES - NÍVEL VERMELHO
 Acionar a BC para combate ao fogo;
 Verificar a existência de vítimas e dar o primeiro atendimento;
 Acionar a CNEN e a SESDEC/RJ sobre a emergência;
 Acionar a EAME para recebimento de vítimas no CMRI. No caso de
contaminação radioativa (pessoas, vestimentas especiais, roupas pessoais,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
superfícies e equipamentos de proteção respiratória), utilizar os procedimentos
do MOU PA-PR 28;
 Isolar o perímetro de segurança conforme distâncias recomendadas pelos
técnicos de radioproteção da CNAAA;
 Retirar os operadores do CGR - Depósito 1 do perímetro de segurança, se for o
caso.
Destaca-se no cenário acidental de incêndio, a existência de materiais combustíveis
fixos e semi-transitórios, como material de isolamento de cabos elétricos e de
instrumentação, e rejeitos diversos (roupas, papel, materiais orgânicos e sintéticos,
etc.) compactados, contidos em tambores de 200 L e, eventualmente, também em
caixas metálicas de 1000 L.
Os principais materiais combustíveis transitórios consistem nas caixas de madeiras e
no combustível das empilhadeiras utilizadas durante as operações de movimentação
dos recipientes de rejeitos.
Existindo a possibilidade de ocorrência de fatores de ignição, o risco de ocorrência de
focos de incêndio não pode ser desconsiderado. Desse modo, as edificações são
dotadas de sistemas de detecção e alarme de incêndio, compostos por sensores de
fumaça e de equipamentos de combate ao fogo, que incluem extintores manuais ou
sobre carretas (nas quantidades e tipos adequados às cargas e classes de materiais
combustíveis, conforme exigências das normas pertinentes) e hidrantes internos e
externos.
Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios
são adotadas as seguintes medidas:
 Todos os equipamentos no interior dos depósitos permanecem desligados e
somente são religados quando for eliminada a possibilidade de ocorrência de
focos fora dos períodos de operação;
 Emissão dos procedimentos de prevenção e combate a incêndios nos depósitos,
detalhando todas as medidas necessárias.
Além desta abordagem, a Análise Preliminar de Perigos (APP) realizada, parte
integrante do EAR, abrangeu todas as hipóteses de eventos perigosos cujas causas
tenham origem nas instalações analisadas, englobando tanto as falhas intrínsecas de
componentes ou sistemas, como eventuais erros operacionais (erros humanos),
principalmente aqueles decorrentes de falhas nos procedimentos ou na execução
deles. Foram incluídos ainda os eventos perigosos causados por agentes externos,
tais como: inundações, deslizamentos e similares.
Nesta APP, a lista de perigos avaliados foi a seguinte:
 Pequena liberação de aerossol contendo substâncias radioativas;
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
 Grande liberação de aerossol contendo substâncias radioativas;
 Pequena liberação de sólido contendo substâncias radioativas;
 Grande liberação de sólido contendo substâncias radioativas;
 Pequena liberação de líquido contendo substâncias radioativas;
 Grande liberação de líquido contendo substâncias radioativas;
 Emissão de taxas de dose elevadas por recipiente intacto.
4.3
SÍNTESE CONCLUSIVA
Após avaliação detalhada, onde foram previstas freqüência e severidade, de acordo
com os critérios metodológicos rigorosos utilizados, foram identificados e analisados
44 cenários, para os quais se obtiveram as seguintes conclusões:
 22 cenários foram classificados como “Risco DESPREZÍVEL”;
 14 cenários foram classificados como “Risco MENOR”;
 8 cenários foram classificados como “Risco MODERADO”;
Nenhum cenário foi classificado como “Risco SÉRIO” ou “Risco CRÍTICO”.
Para maiores detalhes sugere-se a leitura do produto Estudo da Análise de Risco para
os Depósitos 1 e 2-A, realizado pela MRS simultaneamente a este PCA.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
5
5.1
MONITORAMENTO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL DOS
DEPÓSITOS 1 E 2-A DO CGR
OBJETIVO
O objetivo deste programa é definir o acompanhamento, pelo Laboratório de
Monitoração Ambiental, dos níveis de radiação no meio ambiente da área
circunvizinha ao CGR, por meio de medidas de exposição direta por dosímetros
termoluminescentes (TLD) e por detector portátil.
Desta forma, as taxas de dose são realizadas mensalmente e determinadas pelo
Laboratório de Monitoração Ambiental, com utilização de dosímetros modelo UD-814
PANASONIC, constituídos de 01 cristal de Borato de Lítio (Li2B4O7:Cu) sem blindagem
e 03 cristais de Sulfato de Cálcio (CaSO4:Tm), com 3 blindagens iguais de chumbo. As
medidas instantâneas das taxas de dose do Depósito Inicial de Rejeitos são realizadas
com o monitor portátil modelo TRADOS 70046A da Vacutec.
5.2
HISTÓRICO
No início da operação, o Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional dos
Depósitos revelou que ocorreu no mês de setembro de 1986 um pico de exposição
devido ao descarregamento de tambores com taxas de exposição da ordem de 1000
mR/h, nos outros meses do ano, os resultados válidos apresentaram níveis
estatisticamente iguais ao período pré-operacional.
Durante o ano de 1987 os resultados da monitoração não se apresentaram resultados
homogêneos, não sendo detetados outliers, e que os valores de desvios geométricos
variaram pouco, de 1,22 a 1,38. No mesmo ano os pontos de monitoração foram
relocados para pontos que ficassem fora da área protegida do Depósito de Rejeitos,
porém próximos aos pontos antigos. Na Figura 72 apresenta-se a primeira locação dos
pontos de monitoração ambiental radiológica dos Depósitos e a locação posterior a
1987.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 72 – Localização dos primeiros pontos de monitoração radiológica
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Em 1988, ocorreu um grande volume de transferências de rejeitos de alta atividade,
proveniente da resina do primário, foram transferidos 22 tambores de 200 L, com taxas
de dose ao contato variando de 120 mrem/h e 4000 mre/h e taxas de dose a 1 m
variando de 7,0 mrem/h a 500 mrem/h. Em julho foram transferidos 38 tambores de
200 L com resina do primário com taxas de dose ao contato variando de 600 mrem/h a
5.000 mrem/h e taxas de dose a 1 m variando de 100 mrem/h a 500 mrem/h. Em
agosto foram transferidos 48 tambores de 200 L com resina do primário com taxas de
dose ao contato variando de 150 mrem/h a 4.000 mrem/h e taxa de dose a 1 m
variando de 20 mrem/h a 400 mrem/h. Portanto estas transferências explicam o
crescimento acentuado nos pontos R03 e R04 de julho a agosto e a estabilização até
dezembro, e dos outros picos de dose nos outros pontos.
De 1989 a 1990, o Programa de Monitoração Ambiental Radiológica Operacional dos
Depósitos definiu a existência nos pontos R02, R03 e R04 de impacto permanente.
Em 1988 já havia sido detectado impacto permanente nos pontos R03 e R04, sendo
os níveis atuais estatisticamente iguais àqueles. Já no ponto R02, onde havia sido
determinado um impacto não permanente, a partir de 1989, são observados valores
médios, embora não muito altos, são maiores do que os de 1987, isto era esperado
uma vez que os mesmos se encontram próximos à área de estocagem do Depósito 1.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Em 1991, o ponto R01 não apresentou alteração permanente nos níveis de taxa de
exposição, já os pontos R02 e R03 continuaram a apresentar impactos permanentes
nos níveis obtidos desde 1988, com uma leve tendência de alta nos mesmos. Já o
ponto R05 apresentou uma tendência de alta nos níveis de taxa de exposição, que
associado à baixa dispersão dos valores encontrados indicavam impacto permanente.
O ano de 1992 os resultados apresentaram-se homogêneos, sem “outliers”. A
comparação das médias e medianas obtidas para cada ponto são estatisticamente
iguais. Em janeiro de 1992, os pontos R01 e R02 tiveram as suas medidas
interrompidas devido à construção do Galpão número 2 e da área de manobra de
veículos dos Depósitos Iniciais de Rejeitos. Em maio de 1992, foram iniciadas as
medidas nestes pontos (R01 e R02), em outros locais escolhidos fora da cerca da
nova área protegida, de tal forma a cobrir os setores dos pontos R01 e R02 anteriores.
Na Figura 73, apresenta-se a nova localização dos pontos de monitoração radiológica
do CGR a partir de 1992.
Figura 73 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R01 e R02 do CGR, em 1992
Fonte: Eletronuclear, 2008.
O novo ponto R01 continuou a apresentar níveis estatisticamente iguais aos do local
anterior, devido ao fato de estar pouco distante do mesmo e, ainda fora da influência
do Depósito de Rejeitos. Já o novo ponto R02, passou a se localizar mais deslocado
em relação ao ponto antigo, e mais longe do depósito, em um local mais alto e
descampado, o que explica o seu nível menor.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Em 1993, todos os pontos apresentaram alteração permanente nos níveis de taxa de
exposição originais. Os pontos R03, R04 e R05 ainda apresentaram níveis maiores do
que já tinha apresentado antes devido ao aumento da quantidade de rejeitos de média
atividade transferidos para o Depósito 1 durante o ano de 1993.
Ao longo de 1994, para todos os pontos houve uma tendência de queda dos níveis de
taxas de exposição. Nesse ano ocorreu a transferência de 347 tambores de baixa
atividade do Depósito 1 para o Depósito 2-A, fato que contribuiu pouco para alteração
nos níveis de taxa de exposição nos pontos de monitoração ambiental. Outro fator
importante foi o decaimento natural dos radionuclídeos emissores gama presentes nos
tambores o que também contribuiu para o menor nível das taxas registradas.
No ano de 1995, inicia-se a segregação de rejeitos, procedimento que contou com a
abertura de tambores, monitoração do seu conteúdo, colocação dos materiais
contaminados de volta nos tambores e deposição como lixo comum dos materiais não
contaminados. Até dezembro de 1995, foram abertos 815 tambores e recompactados
31, ou seja, o volume contido em 815 tambores, equivalente a 169, 52 m 3, foi reduzido
a 31 tambores o que equivale a 6,45 m3. Os 815 tambores abertos apresentavam
taxas de exposição em torno de 0,05 mR/h. Os 31 tambores recompactados
apresentaram taxas de exposição de 3 a 5 mR/h. Esse trabalho, além de concentrar o
material radioativo em um número menor de tambores, com uma taxa de exposição
maior, diminuiu a quantidade de tambores localizados na parte frontal do Depósito 1,
diminuindo assim a blindagem proporcionada por estes em relação aos pontos de
monitoração ambiental.
No próximo ano, 1996, o banco de dados referente às embalagens relevou que, em
31.12.1995, havia cerca de 1.658 tambores de rejeito compacto com taxas de
exposição em torno de 0,02 mR/h, sugerindo a existência de material não
contaminado no seu interior. Desta forma continuou-se o trabalho de segregação do
material radioativo para um número menor de tambores, o que contribuiu para uma
taxa de exposição maior, diminuiu a quantidade de tambores localizados na parte
frontal do Depósito 1, e consequentemente uma diminuição na blindagem que estes
proporcionavam em relação aos pontos de monitoração.
Sendo assim, apenas os pontos R01 e R05 apresentaram variação pouco mais
acentuada por serem os pontos localizados na entrada do Depósito 1. Nesses pontos
o aumento dos registros das taxas de dose foi maior devido à movimentação dos
caminhões transportadores de rejeitos através do portão de acesso. O ponto R03
apresentou maior taxa e maior variação de dose por estar localizado próximo ao local
onde são estocados os rejeitos de mais alta atividade no Depósito 1. Além disso, o
trabalho de segregação removeu diversos tambores que serviam de blindagem.
Em 1997, todos os pontos apresentaram elevação nos níveis de taxa de exposição
originais e os níveis médios foram maiores do que os que tinham sido obtidos em 1996
para todos os pontos. O aumento dos níveis de taxa de exposição observados durante
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
o ano de 1997, ocorreu devido ao aumento do número de tambores com média
atividade, à utilização praticamente total do Depósito 1 e aos efeitos da diminuição da
blindagem provados pelo trabalho de segregação de rejeitos. Nesse ano, a quantidade
de embalados estocados no Depósito 1 atingiu 2.479 tambores no LMA e 2.949 no
LBA. Já no Depósito 2-A existiam 18 VBAs e 48 caixas metálicas contendo as partes
antigas da Piscina de Combustível Usado.
Em função da movimentação constante dos tambores de rejeitos no interior do
Depósito 1, para recebimento e a estocagem segura de novos tambores de média
atividade, em 1998 ocorreu um aumento das doses nos pontos de monitoração R03 e
R04. Nos demais pontos não houve registros de variação nos valores das taxas de
dose, as médias e medianas apresentaram, para todos os pontos, valores
estatisticamente iguais, significando que houve uma distribuição uniforme das taxas de
exposição ao longo do ano. Em dezembro de 1998, todos os tambores já haviam sido
segregados e recompactados.
Em 1999 e 2000, os níveis de taxa de dose apresentaram-se estáveis em todos os
pontos. Os níveis médios das taxas de dose, em todos os pontos monitorados, não
permitiam a permanência de indivíduos nas proximidades dos Depósitos Iniciais e
somente funcionários ligados as atividades relativas a este Depósito puderam
permanecer no local.
A tendência de queda das taxas de doses em todos os pontos iniciou-se em 2001, em
função da organização dos tambores de rejeitos no interior do Depósito 1. Os desviospadrão observados nos pontos R01, R02 e R03, mantiveram-se baixos, indicando uma
boa estabilidade nas leituras ao longo do ano. Nos demais pontos, R03 e R04, os
desvios-padrão foram um pouco mais elevados em virtude da oscilação nas medidas
em função destes pontos serem os mais afetados pela movimentação dos tambores
nos Depósitos. Desta forma, verificou-se uma distribuição uniforme das taxas de
exposição ao longo desse ano. Mesmo assim, não foi permitida a permanência de
indivíduos do público nas proximidades dos Depósitos.
No início do ano de 2002, devido a parada da usina, ocorreu um aumento na
movimentação de carga nos Depósitos Iniciais o que contribuiu para o aumento das
doses, principalmente nos pontos R01 e R05 os quais se localizam próximos ao portão
de acesso ao pátio e foram afetados pela entrada dos caminhões. Os demais pontos
mantiveram valores estatisticamente semelhantes, uma vez que não ocorreu
movimentação de tambores dentro do Depósito 1. Em agosto de 2002 foram
realizadas obras de ampliação do Depósito 2-A sem, no entanto, interferir na malha de
monitoração, o que importou na nova localização dos pontos R01 e R02.
Em 2003, com exceção do ponto R04, os demais pontos de distribuição de dose
apresentaram a mesma tendência de estabilização das taxas de dose, em função de
não ter ocorrido movimentação de carga no Depósito 1. Nesse ano ocorreram poucas
movimentações de carga e as mesmas se concentraram no Depósito 2-A. O ponto
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
R04 apresentou uma ligeira tendência de queda devido a blindagem formada pelos
tambores de baixa atividade, dentro do Depósito 1, e também pelo fato do decaimento
dos radionuclideos de meia-vida curta.
Em maio de 2004, os níveis de taxa de dose, nos pontos R01, R 02 e R05, não
apresentaram variações significativas, uma vez que poucas movimentações de carga
ocorreram no Depósito 2-A, afetando muito pouco as taxas de dose no lado externo da
cerca que delimita o CGR. Além disso, estes pontos não tiveram suas posições
alteradas com a instalação da nova cerda do CGR.
As quedas acentuadas nos pontos R03 e R04 tiveram como causa a mudança no
posicionamento destes pontos, em função da instalação da nova cerca, conforme
pode ser visualizado na Figura 74.
Figura 74 – Relocação dos pontos de monitoração radiológica R03 e R04 do CGR, em 2004.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Em 2005, os níveis de taxa de dose, em todos os pontos, não apresentaram variações
significativas, uma vez que poucas movimentações de carga ocorreram nos depósitos,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
afetando muito pouco as taxas de dose no lado externo da cerca que delimita o CGR.
Mesmo assim, os níveis existentes durante o ano, em todos os pontos, não permitem
a permanência de indivíduos do público nas proximidades do CGR.
Em 2006, os níveis de taxa de dose, em todos os pontos, mantiveram as significativas
variações pelo fato de ocorrer poucas movimentações de carga para os depósitos,
mesmo com a supercompactação de tambores, o que afetou muito pouco as taxas de
dose/ano do lado externo da cerca que delimita o CGR. Em julho de 2006, o ponto de
monitoração R01 foi deslocado para outro ponto próximo à cerca para possibilitar a
construção do Depósito nº 03.
Assim como em 2006, 2007 também não apresentou variações significativas em todos
os pontos de monitoramento devido a baixa movimentação de carga ocorrida, tanto
para o Depósito 1 quanto para o Depósito 2-A, afetando muito pouco as taxas de dose
no lado externo da cerca do CGR.
Ressalta-se que em todos os pontos de monitoração, os detectores são protegidos
contra raios solares e chuva. Os dados medidos são computados na sala de Proteção
Radiológica, localizada na Guarita.
5.3
SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS
Distribuídas no entorno da antiga pedreira onde se localiza o CGR, existem 05
estações de medição radiométrica denominadas R1, R2, R3, R4 e R5. Nessas
estações são realizadas medidas de dose integradas mensalmente, por meio de
Dosímetros Termoluminescentes (TLDs).
Adicionalmente são executadas medidas instantâneas mensais com o uso de
detectores portáteis. Tais cuidados estão sob constante aperfeiçoamento desde a sua
instalação e são realizados a partir da monitoração dos níveis de atividade. Os
resultados são constantemente avaliados para verificar a influência dos Depósitos
Iniciais no meio.
O monitoramento radiológico ao longo do tempo apresentou os resultados
demonstrados da Tabela 44 à Tabela 48 dos pontos R1, R2, R3, R4 e R5
respectivamente.
Tabela 44 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R1 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente.
Número de
Ano
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
medições
1987
9
14,9
26,3
19,6
4,1
1988
12
18,7
76,5
29,9
15,2
1989
12
15
21,7
17,5
2,0
1990
11
15,5
19,9
17,6
1,2
1991
12
14,5
21,1
18,1
1,7
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
1992
12
18
20,5
18,9
0,8
1993
7
16,8
37,5
27,0
8,3
1994
12
29,8
40,5
34,2
3,0
1995
11
25,5
32,0
28,6
1,9
1996
12
26,1
30,0
28,4
1,3
1997
12
28,9
63,9
45,0
13,7
1998
12
46
58,4
53,4
3,4
1999
12
35,9
52,8
47,2
4,7
2000
11
23,2
57,2
46,1
8,9
2001
10
25
39,5
30,2
4,6
2002
9
20,1
49,7
33,1
9,2
2003
10
10,7
27,4
19,6
4,9
2004
12
11,1
28,6
17,1
4,9
2005
10
12,2
26,5
17,8
4,5
2006
12
13,7
22,8
17,9
2,4
2007
11
14,6
15,9
15,1
0,5
Unidade (mSv/30 dias)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Tabela 45 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R2 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
1987
9
13
27,3
18,3
4,3
1988
12
15,8
84,1
34,8
19,9
1989
12
18,7
40,2
25,1
4,9
1990
11
21,6
26,4
23,3
1,5
1991
12
17,5
26,4
22,6
2,5
1992
12
15,7
17,3
16,6
0,5
1993
7
15,2
34,1
23,3
6,7
1994
12
26,4
31,8
29,1
1,8
1995
11
23
29,2
25,9
1,9
1996
12
21,2
31,2
25
2,6
1997
12
22
47,5
34,5
8,7
1998
12
37,8
45,4
41,6
2,3
1999
12
34,1
40,9
37,4
1,9
2000
10
18,4
46,2
34,5
6,6
2001
8
20
43,1
27,2
6,8
2002
9
13
31,2
21,3
6,6
2003
10
11,8
28,9
19,9
5,4
2004
12
10,4
20,2
15,8
3
2005
9
9,5
19
14,3
2,6
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
2006
12
15,4
18,2
16,8
0,8
2007
10
15,8
18,2
16,8
0,8
Unidade (mSv/30 dias)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Tabela 46 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R3 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
1987
9
49,1
95
62,7
12,5
1988
12
61,4
305,6
162,3
96,6
1989
12
222
299,8
268
23,6
1990
11
218,8
286,5
247,5
18,2
1991
12
241,2
334,1
280,1
31,9
1992
12
241
295,4
267,8
16,6
1993
7
224,2
431,6
312,1
81
1994
12
344,5
451,2
395,3
28,1
1995
11
305,4
379,2
340,2
19,4
1996
12
270,1
396,2
321,9
30,9
1997
12
256,1
372,3
325,1
40
1998
12
331,9
420,5
373,9
24,7
1999
12
274,3
365
314,7
24,1
2000
11
167,8
336,2
274,3
54,4
2001
11
125,7
241,3
184,6
36
2002
11
139
187
155,6
16
2003
12
125,4
175,4
144,4
16,9
2004
12
22,5
172,9
74,3
55,9
2005
11
22,5
48,7
34,6
6,8
2006
12
34
40,3
38,4
1,6
2007
11
32,7
38,6
35,3
2
Unidade (mSv/30 dias)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Tabela 47 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R4 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
1987
9
18
56,2
28
10,4
1988
12
27,5
145,8
78,1
49,2
1989
12
68,7
153,5
129,5
21
1990
11
105,6
139,9
122,2
9,6
1991
12
109
157,2
135,4
13,2
1992
12
112,9
139,9
124,4
6,9
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Ano
Número de
medições
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
1993
7
125
273,9
186,6
59,5
1994
12
202,6
272,2
234
21,4
1995
11
169,9
230,5
195,9
14,3
1996
12
161,9
207,7
185,3
13,7
1997
12
151,2
442
289,3
118,3
1998
12
465,9
730,7
644,4
69,8
1999
12
480,3
623,9
544
44,8
2000
11
324,1
611,2
483,8
77,6
2001
9
311,6
415,4
373,2
32,1
2002
10
245
335
282,1
34,6
2003
12
163,7
367,7
234,2
52,2
2004
11
16,9
28,9
83
99,1
2005
11
17,4
34,8
26,6
5
2006
12
25,8
32,8
29,2
2,5
2007
11
15,4
28,4
26,3
1,4
Unidade (mSv/30 dias)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Tabela 48 - Parâmetros Estatísticos do monitoramento do Ponto R5 do CGR realizado com
Dosímetro Termoluminescente
Número de
Ano
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
medições
1987
9
17,2
29,3
21,9
3,5
1988
12
19,5
37,3
27,2
5,3
1989
12
18,5
25,1
22,5
2,2
1990
11
20,8
25,6
22,6
1,5
1991
12
23,2
29,9
26,4
2,3
1992
12
22,9
28,1
26
1,4
1993
7
23
49,1
34,9
9,9
1994
12
35,6
50,4
43
4
1995
11
37,3
77
49,3
13,6
1996
12
54,8
94,3
78,4
8,8
1997
12
68,4
134,3
93,8
23,2
1998
12
99,8
124,7
110,3
6,9
1999
12
83,1
107,2
93,1
6,6
2000
11
65,8
118,8
86,2
17,5
2001
10
43,4
68,2
54,5
9,4
2002
11
38,7
66
49,9
9
2003
11
19,9
49,6
32,2
8,1
2004
10
11,3
35,5
23,4
6
2005
10
9,9
20,4
16
3,1
2006
12
18,1
21,5
20,1
0,8
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Ano
Número de
medições
2007
11
Menor valor
Maior valor
Média
Desvio padrão
9,9
22,2
20,3
1
Unidade (mSv/30 dias)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 75 - Gráfico das médias dos valores medidos com o Dosímetro Termoluminescente nos 05
pontos de monitoração ambiental radiológica
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Além do Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional, o CGR realiza o controle
do acesso e de dose dos trabalhadores nas áreas com radiação ionizante. Na Figura
76, apresenta-se os equipamentos utilizados para controlar o acesso de pessoas à
área dos depósitos e na Figura 77, os equipamentos utilizados para medição da dose
de exposição dos autorizados a entrar nas áreas dos depósitos do CGR.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Figura 76 – Controle de acesso de pessoas, com monitoramento radiológico
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 77 – Dosímetros individuais eletrônicos e filmes dosimétricos
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
5.4
AVALIAÇÃO DO
IMPLANTADO.
PROGRAMA
DE
MONITORAMENTO
AMBIENTAL
Os depósitos existentes no CGR obedecem aos mais rígidos critérios de segurança.
São inspecionados frequentemente e avaliados internacionalmente e garantem a
capacidade de acúmulo de rejeito, de média e baixa radiação, até 2019.
O Programa de Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional passa por
avaliações e auditorias internacionais periodicamente.
Com base na síntese de resultados descritos no item 5.3 conclui-se que para todos os
pontos ocorreu uma queda dos níveis das taxas de exposição ao longo dos anos.
Nos últimos 03 anos o desvio padrão tem-se apresentado baixo demonstrando uma
pequena variação dos resultados medidos.
Os níveis atuais das taxas de dose, em todos os pontos monitorados, não permitem a
permanência de indivíduos do público nas proximidades dos Depósitos Iniciais de
Rejeitos e neste local só existem funcionários ligados as atividades relativas aos
mesmos. Entretanto, a Divisão de Proteção Radiológica mantém a área sinalizada
com placas de advertência, em atendimento à norma CNEN3.01.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
6
DESCOMISSIONAMENTO
Não é previsto o descomissionamento dos Depósitos iniciais, tendo em vista que a
previsão para a construção dos Depósitos Definitivos se encontram em estudos.
Quando ocorrer o descomissionamento dos depósitos do CGR, este ocorrerá de
acordo com a Norma NE-1.04 da CNEN - "Licenciamento de Instalações Nucleares", a
qual estabelece que para o encerramento das atividades, a organização operadora
deverá encaminhar à CNEN um requerimento demonstrando que a desmontagem da
instalação e a disposição de suas partes serão realizadas de forma segura, de acordo
com as normas específicas, e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança
da população do entorno, do trabalhador e do meio ambiente.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
7
PROJETOS FUTUROS
Como projetos futuros, a CNAAA não tem previsão para ampliações ou novas
instalações associadas aos depósitos existentes. No caso, este estudo contempla
empreendimentos já instalados e em operação a mais de 20 anos, cabe citar, dentro
de um contexto histórico do CGR, os projeto já executados de ampliação dos
Depósitos 1 e 2-A que foi a construção do Depósito 2-B e como projeto de instalações
associadas, a construção do Depósito 3, além do Prédio de Monitoração que será uma
ampliação do CGR.
7.1
PROJETOS DE AMPLIAÇÃO (CONTEXTO HISTÓRICO)
O projeto de ampliação do Depósito 2-A originou o Depósito 2-B proporcionando um
aumento de 566 m2 de área de armazenamento. Essa ampliação possibilitou a
estocagem de 936 pallets, que correspondem a 3.744 tambores ou 722 Liners.
O Prédio de Monitoração do CGR será construído com o intuito de monitorar e
promover a contabilização isotópica dos embalados de rejeitos radioativos de baixo e
médio nível de radioatividade, gerados pelas Usinas Angra 1 e 2 e, futuramente por
Angra 3 possibilitando a realização de monitoração e segregação de materiais e
embalados, obtendo-se assim um maior controle para otimização de espaços para o
armazenamento desses rejeitos nos depósitos. O levantamento do inventário
radioisotópico dos embalados de rejeitos (contabilização isotópica) é de vital
importância para os estudos de análise de segurança a serem realizados na
transferência de embalados, e no processo de deposição final desses rejeitos.
7.2
PROJETO DE INSTALAÇÃO ASSOCIADA (CONTEXTO HISTÓRICO)
Os Depósitos Iniciais 1 e 2-A estão diretamente associado aos outros depósitos
existentes no local, os Depósitos 2-B e 3 do CGR.
Como descrito no item 7.1, o Depósito 2-B do CGR tem por finalidade principal ampliar
a capacidade de estocagem do Depósito 2-A, armazenando embalados de 200 L de
rejeitos compactáveis, bem como, embalados do tipo Liners provenientes de Angra 1.
Por sua vez, o Depósito 3 tem por objetivo armazenar embalados gerados pelas
Unidades 1 e 2 da CNAAA, até a construção do Depósito Definitivo, quando então
todos os rejeitos deverão ser transferidos.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
7.3
SISTEMA DE TRATAMENTO LOCAL DE REJEITOS
Todos os rejeitos gerados, tais como: materiais usados no processo de
descontaminação, vestimentas especiais, papéis, líquidos contaminados e outros são
recolhidos e transferidos à Estação de Encapsulamento da usina, somente quando for
inviável tecnicamente o encapsulamento nesta é realizado no Depósito Inicial dos
Rejeitos.
7.3.1 FATORES QUE PODEM EXTENDER A AUTONOMIA DO CGR
A experiência operacional de usina com sistema de tratamento de rejeitos similar a
Angra 2 indica expectativa de geração de rejeitos betuminizados em quantitativos
abaixo dos valores adotados no FSAR, conforme indicado pela Tabela 49.
Tabela 49- Quantitativo dos tambores betuminizados.
Embalado
FSAR Angra 2
Usina de Goesgen
Tambor com betume
405
53
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Baseado na experiência operacional de Angra 1 indica expectativa de geração de
tambores com rejeitos compactáveis em Angra 2 abaixo do valor considerado no
FSAR, como pode ser visualizado através da Tabela 50.
Tabela 50- Quantitativo de tambores compactáveis em Angra 2 menor.
Embalado
FSAR Angra 2
Experiência Angra 1
Tambor com compactáveis
430
129 (1999 a 2001)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Há uma expectativa de redução da produção de rejeitos nas usinas a partir das ações
em fase de definição no âmbito da revisão do Planejamento Estratégico.
A possibilidade do aumento da capacidade de armazenamento da Unidade 2-A pela
utilização de um nível adicional de empilhamento de Liners, com ganho de 207
posições (possibilidade já verificada do ponto de vista estrutural, não analisada dos
pontos de vista radiológico e operacional);
Possibilidade de descarte das resinas do secundário de Angra 1, dependendo de
discussão com a CNEN, o que levaria a redução de 188 tambores constantes do
inventário e não geração de 26 Liners por ano.
7.4
MOVIMENTAÇÃO E REMOÇÃO DE EMBALADOS
Não é prevista uma movimentação dos embalados nos depósitos. Uma vez estocados
na célula de destino, o embalado permanecerá nesta posição até sua transferência
para o repositório final.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Em casos isolados, para melhoria nas condições de trabalho, poderão ser
movimentados alguns embalados dentro da área de estocagem do depósito. Esta
operação será executada utilizando-se uma empilhadeira, tanto para os embalados
metálicos tipo Liners, como também para os pallets metálicos contendo embalados de
200 L.
Os embalados permanecerão nos Depósitos 1 e 2-A do CGR até a construção e
operação do Depósito Definitivo de Rejeitos Radioativos. O esgotamento da
capacidade de armazenamento do CGR se dará em 2020, quando, segundo
planejamento da CNEN e da Eletronuclear, o Depósito Definitivo de Rejeitos
Radioativos já terá sido implantado.
Desta forma, os embalados somente serão removidos para transferência de
localização de armazenamento, onde eles serão deslocados de um depósito inicial
para um definitivo.
Como não há previsão imediata para construção dos depósitos definitivos, não há
previsão para movimentação e remoção dos embalados dos locais de armazenamento
temporário.
Caso seja necessária alguma movimentação interna dentro da área de estocagem do
depósito, por medidas de segurança, a mesma será executada utilizando-se a ponte
rolante.
A sistemática do transporte de materiais radioativos obedecerá a Norma CNEN-5.01 –
Transporte de Materiais Radioativos.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
8
CONCLUSÕES
Na área dos depósitos poucas são as fontes potenciais de risco, conforme o Estudo da
Análise de Risco dos mesmos, cabendo, no entanto, ser devidamente gerenciadas. A
probabilidade dos embalados serem envolvidos em acidentes é remota, somente oito
(08) hipóteses enquadram-se como risco moderado, estando as demais na faixa de
risco menor e desprezível.
A contaminação de recursos hídricos devido à movimentação e estocagem de rejeitos
radioativos também é remota, pois os embalados não são transferidos para os
depósitos em dias de chuva.
As demais hipóteses acidentais têm área de efeitos reduzida, representando riscos
somente aos trabalhadores da CNAAA, sem danos às populações vizinhas. Como tal,
os cenários identificados devem ser tratados como risco de natureza ocupacional.
Dessa forma, entende-se que nenhum dos riscos associados à operação dos
depósitos estão fora da faixa de aceitabilidade definida na Análise Preliminar de
Perigos do Estudo de Análise de Risco, devendo ser convenientemente gerenciados
para assim permanecerem.
Conclui-se, então, que os impactos provocados pelos depósitos no meio ambiente
serão mínimos, uma vez que o controle e gerenciamento dos mesmos segue
estritamente a legislação e são procedimentos de rotina da Eletronuclear.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Centro de Gerenciamento de Rejeitos
10 GLOSSÁRIO
ÁREA NUCLEAR
A–
Absorção - Pode ser: de energia: fenômeno no qual a radiação, ao atravessar a
matéria, transfere parte ou a totalidade de sua energia a esta matéria; de partículas:
interação atômica ou nuclear na qual a partícula incidente desaparece como partícula
livre, mesmo quando uma ou mais partículas, diferentes ou do mesmo tipo, são
subseqüentemente emitidas (Nota: É considerado como absorção de energia o
espalhamento acompanhado de perda de energia como no efeito Compton e na
moderação de nêutrons.).
Acidente - Em radioproteção, evento não planejado que possa resultar em doses ou
incorporações superiores aos limites primários de doses equivalentes estabelecidos
pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Área controlada - Área mantida sob supervisão de pessoa, ou pessoas, com
conhecimentos ou responsabilidades para aplicar procedimentos e regulamentos
apropriados de radioproteção, na qual são exercidos controles de acesso, ocupação e
condições de trabalho, com a finalidade de evitar ou minimizar a exposição de
indivíduos a radiações. Nesta área, as doses equivalentes efetivas anuais podem ser
iguais ou superiores aos limites primários estabelecidos para uma área
supervisionada.
Área de segurança - Área delimitada com vistas à proteção física de uma ou mais
unidades operacionais, em grau de proteção apropriado à natureza da área vigiada,
protegida ou vital.
Área livre - Área isenta de regras especiais de segurança, onde as doses
equivalentes efetivas anuais não ultrapassam o limite primário para indivíduos do
público.
Área restrita - Área sujeita a regras especiais de segurança, na qual as condições de
exposição podem ocasionar doses equivalentes efetivas anuais superiores à 2/100
(dois centésimos) do limite primário para trabalhadores.
Atenuação - Redução verificada em uma quantidade de radiação, após sua
passagem através da matéria, resultantes de todo tipos de interações. (Nota: A
atenuação não compreende, geralmente, a atenuação geométrica).
Atenuação geométrica - Redução verificada em uma quantidade de radiação, devido
ao efeito da distância entre o ponto considerado e a fonte (por exemplo: a lei do
inverso do quadrado da distância para uma fonte pontual) e excluindo os efeitos de
qualquer material presente.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Atividade - Para um dado radionuclídeo, em um determinado estado de energia e
instante de tempo, a grandeza deve ser expressa por: A= dN/dt
Onde: dN = valor médio esperado do número de transições nucleares espontâneas
daquele estado de energia, no intervalo de tempo dt (Notas: a) A atividade é expressa
em bequerel (anteriormente em Curie) b) Algumas vezes é usado para designar uma
quantidade de radionuclídeo. Também é denominado taxa de desintegração).
Atividade específica - Atividade de um dado material por unidade de massa.
Átomo - Unidade de matéria consistindo em um núcleo circundado por um número de
elétrons igual ao número de prótons do núcleo.
Auto-absorção - Absorção da radiação pelo próprio meio em que ela se origina.
B–
Bequerel - Unidade de atividade igual a uma desintegração por segundo (Nota: 1Bq =
1s- 1s = 2,7 x 10-11 curies).
Blindagem - Material cuja finalidade é reduzir a intensidade de radiação que penetra
em uma determinada região.
C–
Contaminação radioativa - Presença indesejável de uma substância radioativa em
um material, meio ou local.
Contaminação radioativa externa - Em radioproteção, contaminação da parte
externa do corpo de um indivíduo por deposição de substâncias radioativas.
Contaminação radioativa interna - Em radioproteção, contaminação da parte interna
do corpo de um indivíduo, pela incorporação de substâncias radioativas.
Curie - Unidade obsoleta de atividade substituída por bequerel (Bq) (1 Ci = 3,7 x 1010
Bq)
D–
Decaimento radioativo - Decréscimo com o tempo, por transformação espontânea
nuclear, da atividade de uma substância radioativa ou uma mistura destas
substâncias.
Detector de radiação - Material ou dispositivo sensível às radiações e capaz de
produzir um sinal-resposta, possível de ser medido ou analisado.
Deutério - Isótopo natural do hidrogênio, cujo número de massa é igual a dois. É
representado pelo símbolo D.
Dose - Termo geral que designa a quantidade de energia absorvida. Para usos
especiais, deve ser adequadamente qualificada (Nota: O termo “dose” tem sido usado
com uma certa variedade de significados específicos, como uma dose absorvida,
exposição e fluência, mas estes usos devem ser evitados).
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Dose absorvida (D) - Energia transferida à matéria pela radiação ionizante, em
volume elementar de matéria, dividida pela massa desse volume (Nota: A unidade de
dose absorvida é o gray (Gy). Anteriormente era expressa em rad.).
Dose equivalente - Produto da dose absorvida, do fator médio de qualidade, do fator
distribuição e de outros fatores modificadores necessários para obter uma avaliação
dos efeitos biológicos de uma dada dose absorvida, de modo que as diferentes
características da exposição sejam levadas em consideração. (Nota: A unidade de
dose equivalente é o Sievert (Sv). Anteriormente era expressa em rem 1Sv = 100
rems).
Doses equivalentes efetivas - Somatório dos produtos do fator de ponderação,
estabelecido pela autoridade competente para um tecido ou órgão, pela dose
equivalente média neste tecido ou órgão.
Dosímetro - Instrumento usado para medir ou avaliar dose absorvida, exposição ou
quantidade similar de radiação.
Dosímetro de bolso - Dosímetro individual cujas formas e dimensões, em geral,
assemelham-se às de uma caneta.
Dosímetro individual - Dosímetro de pequenas dimensões que permite determinar a
dose recebida pelo seu portador.
Dosímetro termoluminescente (TLD) - Dosímetro que se baseia na medida da
energia armazenada por um material termoluminescente durante sua exposição à
radiação ionizante.
E–
Exposição – Pode ser: a) para radiação X ou gama no ar: a soma das cargas elétricas
de todos os íons de mesmo sinal produzidos no ar, quando todos os elétrons liberados
por fótons, num volume elementar, forem completamente freados, dividida pela massa
deste volume elementar; (Nota: É comumente expressa em roêntgen (o roêntgen está
sendo substituído pelo Coulomb por quilograma, C/kg) b) Incidência intencional ou
acidental de radiação de matéria viva ou inanimada.
G–
Gama - Ver radiação gama.
Gray (Gy) - Unidade do sistema internacional para doses absorvida, kerma, e energia
transferida específica: 1 Gy = 1 j/kg = 100rads
I–
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Indivíduos do público - Qualquer membro da população não exposto a radiação
ocupacionalmente, inclusive trabalhadores, quando ausente das áreas restritas da
instalação nuclear ou radioativa.
Instrumentação nuclear - Equipamento ou instrumento usado para medir as
quantidades físicas relacionadas à radiação ionizante, ou para controlar processos que
envolvem radiação ionizante.
Íon - Átomo, molécula ou fragmento de uma molécula, que adquiriu uma carga elétrica
pela perda ou captura de um ou mais elétrons.
Ionização - Qualquer processo pela qual um átomo, molécula ou íon ganha ou perde
elétrons.
Irradiação - Exposição à radiação ionizante.
Isótopos - Nuclídeo com o mesmo número atômico e número de massa diferente.
Isótopo estável - Isótopo que não sofre decaimento radioativo.
Isótopo instável - Ver radioisótopo.
K–
Kerma (K) - Quociente da soma das energias cinéticas iniciais de todas as partículas
carregadas e liberadas por partículas indiretamente ionizantes num volume elementar
de uma dada substância, pela massa de matéria contida naquele volume. (Nota: O
nome Kerma é derivado de Kinetic Energy Released em Matter. A unidade é J/kg e o
nome especial para a unidade é gray(Gy)).
L–
Lei do decaimento radioativo - Formulação matemática que descreve a variação
temporal do número de átomos radioativos de um elemento. Expressa-se por: A(t) =
Ao e-λtOnde: Ao = número de átomos radioativos presentes no tempo t = 0. A(t) =
número de átomos radioativos presentes no tempo t. λ = constante de decaimento
radioativo do nuclídeo.
M–
Material radioativo - Material que contém substâncias emissoras de radiação
ionizante.
Medidor de radiação - Ver detector de radiação.
Meia-vida - Para um processo único de decaimento radioativo, tempo necessário para
que a atividade de um radionuclídeo diminua à metade de seu valor.
Monitoração - Pode ser: a) avaliação rotineira de informações necessárias para
determinar a adequação de medidas de radioproteção e para indicar alterações
potenciais significativas nas condições e/ou desempenho de dispositivos de produção;
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
b) determinação contínua ou periódica da quantidade de radiação presente numa
determinada área.
Monitor de área - Monitor de radiação usado para detectar e/ou medir níveis de
radiação nuclear em um dado local, para fins de controle.
Monitor de radiação - Equipamento utilizado para medir grandezas relacionadas com
a radiação ionizante, provido de sistema de alarme para indicar quando os níveis
preestabelecidos forem ultrapassados.
N–
Núcleo atômico - Parte central de um átomo carregada positivamente.
Nuclídeo - Átomo caracterizado por seu número de massa, numero atômico e estado
nuclear energético, desde que a vida média neste estado seja suficientemente longa
para ser observada.
P–
Partícula - Em física nuclear, significa a partícula elementar, inclusive o fóton. Por
extensão, qualquer núcleo, íon e outros.
Partícula alfa (a) - Partícula estável tendo a mesma configuração, de dois (2) prótons
e dois (2) nêutrons, como um núcleo de hélio-4, e emitida durante uma desintegração
nuclear.
Partícula beta (ß) - Elétron, de carga positiva ou negativa, que tenha sido emitido por
um núcleo atômico durante uma transformação nuclear, ou que resultou da
desintegração de um nêutron ou de uma partícula instável.
Proteção radiológica - Ver radioproteção.
R–
Rad - Unidade especial de dose absorvida 1 rad = 10-2 j/Kg = 10-2 Gy.
Nota: o rad foi substituído pelo gray.
Radiação - Emissão e propagação de energia através do espaço ou de um meio
material, na forma de ondas ou na forma de energia cinética de partículas.
Radiação gama - Radiação indiretamente ionizante que consiste em fótons emitidos
no processo de transição nuclear ou em aniquilação de partículas.
Radiação ionizante - Toda radiação composta por uma partícula direta ou
indiretamente ionizante ou por uma mistura de ambas.
Radioatividade - Propriedades de certos nuclídeos emitirem, espontaneamente,
partículas ou radiação gama, ou de emitirem radiação X, após captura de elétrons
orbital, ou de sofrerem uma fissão espontânea.
Radioisótopo - Isótopo radioativo de um dado elemento.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Radionuclídeo - Nuclídeo radioativo.
Radioproteção - Conjunto de medidas associadas à limitação dos efeitos nocivos das
radiações ionizantes sobre as pessoas, como a limitação da exposição externa a estas
radiações, a limitação da incorporação de radionuclídeos ou a profilaxia destinada a
limitar as lesões provocadas por estes efeitos.
Rejeito radioativo - Material radioativo indesejável resultante do processo ou do
manuseio de materiais radioativos.
S–
Segurança nuclear - Termo genérico relativo à proteção de pessoas e bens contra os
efeitos nocivos da contaminação radioativa, da exposição a radiações ionizantes e da
criticalidade.
Serviço de radioproteção - Órgão constituído especificamente com vistas à
execução e manutenção do plano de radioproteção de uma instalação.
Sievert (Sv) - Nome especial para a unidade do SI de dose equivalente (Nota: 1 Sv =
1 J/kg = 100 rem.).
Solidificação - Método para incorporar rejeitos radioativos em sólidos compactos,
como concreto, betume ou vidro.
Supervisor de Radioproteção (SUR) - Indivíduo com certificado de qualificação
emitido pela Cnen para supervisionar a aplicação das medidas de radioproteção,
através do serviço de radioproteção.
T–
Taxa de dose absorvida - Incremento da dose absorvida, durante um intervalo de
tempo convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo.
Taxa de dose equivalente - Incremento da dose equivalente, durante um intervalo de
tempo convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo.
Taxa de exposição - Incremento na exposição, durante um intervalo de tempo
convenientemente pequeno, dividido por este intervalo de tempo.
U–
Usina nuclear - Instalação fixa dotada de um único reator nuclear, para produção de
energia. Nesta classe incluem-se as usinas nucleoelétricas e as nucleotérmicas.
V–
Vida média - Duração média da vida de um sistema atômico ou nuclear em um estado
determinado.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
ÁREA AMBIENTAL
A–
Água Potável - Águas cujos parâmetros atendam àqueles estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, que aprova normas e padrões de potabilidade da água destinada
ao consumo humano.
Área de Influência - Área externa de um dado território, sobre o qual exerce influência
de ordem ecológica e/ou socioeconômica, podendo trazer alterações nos processos
ecossistêmicos.
Área de Proteção Ambiental - Área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas e, tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Ex: APA do Morro do Urubu (Aracajú – SE).
Aterro Sanitário - Método de engenharia para disposição de resíduos sólidos no solo,
de modo a proteger o meio ambiente; os resíduos são espalhados em camadas finas,
compactados até o volume praticável e cobertos com terra ao final de cada jornada
para não resultar em nenhum risco ou dano ao ambiente (The World Bank, 1978).
B–
Biodiversidade - Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies,
populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma
determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis
taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas,
e em diferentes escalas temporais e espaciais.
Biótico - (1) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e
vegetais de uma região. (2) Referente a organismos vivos ou produzidos por eles. Por
exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou microrganismos.
C–
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) - Criado pela Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31.08.81), teve sua composição,
organização, competência e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo pelo
Decreto nº 88.351 de 01.06.83 e modificados pelo Decreto nº 91.305, de 03.06.85. O
CONAMA é o Órgão Superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)
"com a função de assistir o Presidente da República na Formulação de Diretrizes de
Política Nacional do Meio Ambiente" (Lei nº 6.938/81). Após a vigência do Decreto nº
99.274/90 o plenário do CONAMA é composto por: o Ministro de Estado do Meio
Ambiente da Amazônia Legal e dos Recursos Hídricos, que o preside, o Secretário de
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Meio Ambiente, o Presidente do IBAMA; representantes de cada ministério, dos
governos dos Estados, Territórios e Distrito Federal, designados pelos respectivos
governadores, das Confederações Nacionais dos Trabalhadores no Comércio, na
Indústria e na Agricultura, das Confederações Nacionais do Comércio, da Indústria e
da Agricultura, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)
e da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN), de duas
associações civis de defesa do meio ambiente, de cinco entidades da sociedade civil
ligadas à preservação da qualidade ambiental, sendo uma de cada região geográfica
do País. O CONAMA constitui-se do Plenário de Câmaras Técnicas, formadas por
membros conselheiros, com poder deliberativo, e da Secretaria Executiva. A
competência do CONAMA inclui o estabelecimento de todas as normas técnicas e
administrativas para a regulamentação e a implementação da Política Nacional do
Meio Ambiente e a decisão, em grau de recurso, das ações de controle ambiental do
IBAMA.
Contaminação - A ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado
muitas vezes como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado, em
português, em relação direta a efeitos sobre a saúde do homem.
Contaminantes do ar - Toda matéria ou substância que altere a qualidade do ar, tais
como: fumaça, fuligem, poeira, carvão, ácidos, fumos, vapores, gases, odores,
partículas e aerossóis.
D–
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - É a determinação da quantidade de
oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microorganismos na oxidação bioquímica
da matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir a poluição,
normalmente utilizando-se a demanda bioquímica de cinco dias (DB05). A
determinação de DBO é importante para verificar-se a quantidade de oxigênio
necessária para estabilizar a matéria orgânica.
Demanda Química de Oxigênio (DQO) - Medida da capacidade de consumo de
oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como
a quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não
diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente
correlacionada com a demanda bioquímica de oxigênio.
Desenvolvimento Sustentável - Forma socialmente justa e economicamente viável
de exploração do ambiente que garanta a perenidade dos recursos naturais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a diversidade biológica e os demais
atributos ecológicos em benefício das gerações futuras e atendendo às necessidades
do presente.
Digestor / Biodigestor - Equipamento para a digestão de matérias orgânicas, em
particular lodos das estações de tratamento biológico de águas servidas. Trata-se de
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
grandes cubas cilíndricas às vezes combinadas com uma parte inferior cônica para
espessamento dos lodos, enquanto a parte superior estanque permite a captação dos
gases da digestão.
Drenagem - Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma
área determinada.
E–
Ecossistema - Complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de
microorganismos e o seu meio inorgânico, que interagem como uma unidade
funcional.
Educação Ambiental - É um processo de educação sobre o meio ambiente que
possibilita a uma comunidade aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a
formação de atitudes que se transformam necessariamente em práticas de cidadania
que garantem uma sociedade sustentável.
Efluente - Qualquer tipo de água ou fluido de um sistema de coleta ou de transporte,
por tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou
disposição final, como estações de tratamento.
Emissão - Lançamento de um efluente (líquido ou gasoso) no ar ambiente ou em um
corpo de água.
Erosão - É a destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, tendendo a um
nivelamento do relevo da superfície terrestre.
Escoamento Superficial - Quantidade de líquido, geralmente proveniente de
precipitação (chuva), que se escoa para um curso d'água pela superfície do solo.
Estação de Tratamento - Conjunto de instalações, dispositivos e equipamentos
destinados ao tratamento. Quando dedicada a tratar água bruta para uso público ou
industrial, chama-se Estação de Tratamento de Água (ETA) e; para tratamento de
esgotos domésticos, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
Estação Ecológica (ESEC) - Unidade de Conservação que se destina à preservação
integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites e à realização
de pesquisas científicas. Não é permitida a visitação pública, admitindo-se no entanto,
de acordo com regulamento específico, a sua realização com o objetivo educacional.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Um dos documentos do processo de avaliação
de impacto ambiental. Trata-se da execução por equipe multidisciplinar das tarefas
técnicas e científicas destinadas a analisar sistematicamente as conseqüências da
implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas
de previsão de impacto. O estudo realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental
responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de Termos de
Referência específicos, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a
serem considerados detalhadamente. O Estudo de Impacto Ambiental compreende no
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
mínimo: a descrição das ações do projeto e suas alternativas, nas etapas de
planejamento, construção, operação e, no caso de projetos de curta duração,
desativação; a delimitação e o diagnóstico ambiental da área de influência; a
identificação, a medição e a valoração dos impactos; a comparação das alternativas e
a previsão da situação ambiental futura da área de influência, nos casos de adoção de
cada uma das alternativas, inclusive no caso de o projeto não se executar; a
identificação das medidas mitigadoras; o programa de gestão ambiental do
empreendimento, que inclui a monitoração dos impactos; e a preparação do Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA).
F–
Floresta Atlântica (Mata Atlântica) - Ecossistema de floresta de encosta da Serra do
Mar brasileira, considerado o mais rico do mundo em biodiversidade.
G–
Gabião - Acondicionamento de pedras em gaiolas metálicas. Os gabiões são
usualmente utilizados para composição de muros de arrimo para estabilização de
taludes e aterros.
Gestão Ambiental - Condução, direção, proteção da biodiversidade e controle do uso
de recursos naturais através de determinados instrumentos, que incluem regulamentos
e normatização, investimentos públicos e financiamentos, requisitos interinstitucionais
e jurídicos. Este conceito tem evoluído para uma perspectiva de gestão compartilhada
pelos diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, a partir
da perspectiva de que a responsabilidade pela conservação ambiental é de toda a
sociedade e não apenas do governo, e baseada na busca de uma postura pró-ativa de
todos os atores envolvidos.
H–
Hidrocarbonetos - Substâncias minerais de origem orgânica em cuja composição
dominam amplamente o hidrogênio e o carbono. Geralmente apresentam-se em forma
de misturas de numerosos hidrocarbonetos que, se são líquidas, costumam se
denominar petróleo ou petróleo cru, se são gasosas, gás natural e, se são sólidas,
xisto, asfalto ou betume (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
I–
Ibama - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
é a instituição governamental encarregada de executar as políticas de meio ambiente
no âmbito do Governo Federal. Tem entre suas atribuições a função de coordenar e
fomentar a conservação de ambientes naturais representativos dos ecossistemas
brasileiros. Estas áreas protegidas somam aproximadamente 4% do território
brasileiro, distribuídas em diferentes biomas.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Impacto Ambiental - Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia.
L–
Lençol Freático - Lençol d'água subterrâneo limitado superiormente por uma
superfície livre (a pressão atmosférica normal) (DNAEE, 1978).
Licenciamento Ambiental - Instrumento de política ambiental instituído em âmbito
nacional pela Lei nº 6.938, de 31/08/81, e regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de
1/06/83, que consiste em um processo destinado a condicionar a construção, a
instalação, o funcionamento e a ampliação de estabelecimento de atividades
poluidoras ou que utilizem recursos ambientais, ao licenciamento prévio pela
autoridade ambiental competente. A legislação prevê a expedição de três licenças
ambientais, todas obrigatórias, independentes de outras licenças e autorizações
exigíveis pelo Poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença
de Operação (LO) (art. 20 do referido decreto).
Lixiviação - Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pela água das
chuvas. Nas regiões intertropicais de clima úmido os solos tornam-se estéreis com
poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação.
Lodo - Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de água ou água residuária
durante um processo de tratamento ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos
d'água (ACIESP, 1980).
M–
Manancial - Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para
abastecimento humano, industrial ou animal, ou irrigação.
Manejo de Unidades de Conservação - É o conjunto de ações e atividades
necessárias ao alcance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo
as atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos
recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo
gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo da
mesma.
Manguezal - Ecossistema situado em áreas costeiras tropicais, como estuários e
lagunas, regularmente inundado por água salobra.
Matacão - Fragmento de rocha com mais de 25 cm de diâmetro, apresentando, muitas
vezes formas esferóides.
Mata Ciliar (Mata de Galeria) - Mata estreita existente na beira dos rios.
Medidas Compensatórias - Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução de
um projeto destinadas a compensar impactos ambientais negativos, geralmente,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
alguns custos sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos ambientais não
renováveis.
Medidas Mitigadoras - São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou
reduzir sua magnitude. É preferível usar a expressão "medida mitigadora" em vez de
"medida corretiva", uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não
pode ser evitada, pode apenas ser mitigada ou compensada.
Meio Ambiente - Conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos,
biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto,
imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel &
Wasserman, 1977).
Mesorregião - Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta
formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o
processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede
de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial.
Microrregião - Parte das Mesorregiões que apresenta especificidades quanto à
organização do espaço. [...] Essas especificidades referem-se à estrutura de
produção, agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca.[...] A estrutura da
produção para identificação das microrregiões é considerada em sentido totalizante,
constituindo-se pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo,
incluindo atividades urbanas e rurais.
Monitoramento Ambiental - É o acompanhamento periódico por observações
sistemáticas de um atributo ambiental, de um problema ou situação, pela quantificação
das variáveis que o caracterizam. O monitoramento determina os desvios entre
normas preestabelecidas (referenciais) e as variáveis medidas.
Monitoramento da qualidade da água - Consiste em determinar periodicamente as
características limnológicas e sanitárias de um determinado curso de água ou efluente,
a fim de inferir sua qualidade frente aos distintos usos e identificar as causas de
eventuais degradações.
Montante - Diz-se do lugar situado acima de outro, tomando-se em consideração a
corrente fluvial que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele
que está mais próximo das cabeceiras de um curso d'água, enquanto o de jusante
está mais próximo da foz (Guerra, 1978).
N–
Níveis de Qualidade do Ar - Concentrações sucessivas de gases poluentes que
indicam condições cada vez mais perigosas para a saúde. Os níveis de qualidade do
ar foram baixados pela Resolução CONAMA nº 03, de 28/06/90, como critério para a
elaboração e a execução de planos de emergência para episódios críticos de poluição
do ar. Assim, a resolução estabelece as condições de qualidade do ar em que,
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
mantidas as emissões e as condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão de
poluentes por mais de 24 horas, devem ser declarados os níveis de atenção, de alerta
e, em caso extremo, de emergência, tomando as autoridades ambientais competentes
as medidas necessárias a prevenir risco grave à saúde da população.
O–
Óleos e Graxas - São substâncias compostas primordialmente de substâncias
gordurosas originárias dos despejos das cozinhas, de indústrias como matadouros e
frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã, processamento do óleo,
comestíveis e hidrocarbonetos de indústria de petróleo (Braile, 1983).
P–
Padrões Ambientais - Estabelece o nível ou grau de qualidade exigido pela
legislação ambiental para parâmetros de um determinado componente ambiental. Em
sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância,
produto ou serviço) que é próprio ou adequado a um determinado propósito. Os
padrões são estabelecidos pelas autoridades como regra para medidas de quantidade,
peso, extensão ou valor dos elementos. Na gestão ambiental, são de uso corrente os
padrões de qualidade ambiental e dos componentes do meio ambiente, bem como os
padrões.
Parque Nacional - Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais
de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de
pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, na recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Percolação - Movimento de penetração da água, no solo e subsolo. Este movimento
geralmente é lento e vai dar origem ao lençol freático.
Plano de Gestão - Conjunto de ações pactuadas entre os atores sociais interessados
na conservação e/ou preservação ambiental de uma determinada área, constituindo
projetos setoriais e integrados contendo as medidas necessárias à gestão do território.
Plano de Manejo - Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
incluindo a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade,
segundo o Roteiro Metodológico.
Plano Diretor - O Plano Diretor, aprovado por lei, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana.
Poluição - Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
População Economicamente Ativa (PEA) - É composta pelas pessoas de 10 a 65
anos de idade que foram classificadas como ocupadas ou desocupadas na semana de
referência da pesquisa.
Programa Nacional da Qualidade do Ar (PRONAR) - Programa de gestão ambiental
de âmbito nacional gerenciado pelo IBAMA, instituído pela Resolução CONAMA nº 05,
de 15/06/89, com o objetivo de regulamentar o controle da poluição do ar por meio da
fixação de padrões de qualidade do ar, inventariar as fontes de emissão e incentivar o
desenvolvimento tecnológico sobre o assunto. Estabelece um sistema de
enquadramento do território segundo os usos, e cria uma rede nacional de
monitoração, propondo uma seqüência de ações e os instrumentos de apoio e
operacionalização do programa.
Q–
Qualidade Ambiental - O termo pode ser conceituado como juízo de valor atribuído
ao quadro atual ou às condições do meio ambiente. A qualidade do ambiente refere-se
ao resultado dos processos dinâmicos e interativos dos componentes do sistema
ambiental, e define-se como o estado do meio ambiente numa determinada área ou
região, como é percebido objetivamente em função da medição de qualidade de
alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente em relação a determinados
atributos, como a beleza da paisagem, o conforto, o bem-estar.
R–
Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN) - Imóvel de domínio privado em
que, no todo ou em parte, sejam identificadas condições naturais primitivas,
semiprimitivas e recuperadas, ou cujas características justifiquem ações de
recuperação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas do Brasil.
Devem ser assim reconhecidas e registradas pelo IBAMA, por determinação do
proprietário e em caráter perpétuo. O imóvel será reconhecido como RPPN através de
portaria da Presidência do IBAMA.
Restinga - São acumulações arenosas litorâneas, de forma geralmente alongada e
paralela à linha da costa, produzidas pelo empilhamento de sedimentos transportados
pelo mar. Ocasionalmente, por acumulação eólica, podem ter maior altura. Ocorre em
mosaico e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões,
apresentando de acordo com o estágio sucessional, um estrato herbáceo, arbustivo e
arbóreo, este último mais interiorizado, podendo originar uma mata de restinga
(floresta de zona costeira).
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
S–
Setor primário - Econ. Conjunto de atividades (agricultura, pecuária e extrativismo)
voltadas à produção de mercadorias não transformadas.
Setor secundário - Econ. Conjunto de atividades produtivas (Indústria de
transformação, construção civil) voltadas à transformação de matérias primas em
produtos acabados.
Setor terciário - Econ. Conjunto de atividades produtivas (comércio e prestação de
serviços em geral) de que não resultam bens tangíveis.
Sismologia - Ciência que estuda os terremotos.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) - Conjunto organizado de
áreas naturais protegidas através de Unidades de Conservação federais, estaduais,
municipais e particulares que, planejado, manejado e gerenciado como um todo e
constituído de forma a abranger comunidades bióticas geneticamente sustentáveis, é
capaz de viabilizar os objetivos nacionais de conservação.
Separador Água / Óleo - Nome técnico do sistema que permite coletar a água
contaminada com combustíveis, óleo e partes sólidas, fazer a sua separação e
encaminhar para a rede de esgoto água livre desses poluentes. É composta por 3
reservatórios, sendo que no primeiro acontece a retenção de sólidos; no segundo a
separação da água e óleos; e na terceira, a água descontaminada é liberada para a
rede de esgotos.
Sumidouro - Poço destinado a receber o efluente da fossa séptica e permitir sua
infiltração subterrânea.
T–
Tanque Séptico (Fossa Séptica) - Câmara subterrânea de cimento ou alvenaria onde
são acumulados os esgotos de um ou vários prédios e onde os mesmos são digeridos
por bactérias aeróbias e anaeróbias. Processada essa digestão, resulta o líquido
efluente que deve ser dirigido a uma rede ou sumidouro.
Taxa de urbanização - Percentagem da população da área urbana em relação à
população total.
U–
Unidade de Conservação - Espaço territorial delimitado e seus componentes,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público para a proteção da natureza, com objetivos e limites
definidos, sob regime específico de administração, ao qual se aplicam adequadas
garantias de proteção.
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
V–
Vazão - Volume de fluido que passa, em uma unidade de tempo, através de uma
superfície (Exemplo: a seção transversal de um curso de água) (DNAEE, 1976).
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11 APÊNDICES
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.2 APÊNDICE II - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.3 APÊNDICE III - MAPA DE SOLOS (AID)
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.4 APÊNDICE IV - MAPA GEOLÓGICO (AID)
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.5 APÊNDICE V - MAPA GEOMORFOLÓGICO (AID)
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.6 APÊNDICE VI - MAPA SISMOLÓGICO (AID)
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.7 APÊNDICE VII - MAPA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (AID)
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Plano de Controle Ambiental para as Unidades 1 e 2-A do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos
11.8 APÊNDICE VIII - MAPA DE ÁREAS PROTEGIDAS (10 KM)

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