Processos de Processos de formação formação do solo
Transcrição
Processos de Processos de formação formação do solo
8/29/2011 Processos de formação do solo 2. Solos florestais e desenvolvimento de vegetação O solo como corpo natural Fatores e processos de formação do solo Propriedades do solo e desenvolvimento da vegetação J. Miguel Reichert, PhD Tipos de solos associados com ecossistemas florestais (Prof. Ricardo Dalmolin) Adição A B Remoção Transformação C Translocação R Perfil de solo com seqüência de horizontes pedogenéticos Adição Remoção Processos de formação do solo São úteis para entender as feições do solo, identificá-los e classificá-los. O comportamento geral dos materiais que compõem o perfil e/ou horizonte é indicado por: 1. PROCESSOS GERAIS (vs 2. Processos específicos) Processos gerais: detalhes 1. Adição: • Matéria orgânica ADIÇÃO: aporte de material do exterior do perfil ou horizonte do solo. Ex: areia ou cinzas vulcânicas trazidas de outro local e depositados sobre o perfil. • Chuva REMOÇÃO: o material é removido para fora do perfil. Ex: lixiviação. • Sedimentação TRANSFORMAÇÃO: o material muda sua natureza química ou mineralógica. Ex: montmorilonita caulinita TRANSLOCAÇÃO: ocorre quando o material passa de um horizonte para outro, sem abandonar o perfil. Ex: eluviação/iluviação. • Vento • Antropogênicos • Adubos • Biocidas • Resíduos • Aterros 1 8/29/2011 2. Transformação: 3. Translocação: • Eluviação / iluviação: • Material orgânico em matéria orgânica • Minerais primários em secundários • Precipitação • Dissolução • Colóides orgânicos • Colóides inorgânicos • Íons vertical para baixo e para cima (crostas salinas: capilaridade + evaporação): • Animais: • Minhocas, cupins formigas; • Tatus, marmotas, coelhos. 2. PROCESSOS ESPECÍFICOS 4. Perdas • Lixiviação • Erosão 2.1. LATOLIZAÇÃO (ou FERRALITIZAÇÃO) Abundância de chuvas intenso intemperismo químico (clima tropical e subtropical úmido) • Antropogênicas: • Erosão acelerada • Colheita LATOSSOLOS cauliníticos = Planalto RS LATOSSOLOS oxídicos = Brasil Central perfis de solos profundos e muito homogêneos • Empréstimo de material para construção sem gradiente textural coloração uniforme Formação do B latossólico • Predomínio: • Perdas (bases) • Transformação • Principais horizontes: • B latossólico • B nítico ??? Formação do B latossólico • Características: • Enriquecidos em Fe, Al e seus respectivos óxidos • Empobrecimento em sílica • Empobrecimento em bases • Áreas sem eventos tectônicos recentes (Brasil Central, África Central, Austrália) • Principais solos: • Latossolos • Nitossolos?? 2 8/29/2011 Latolização Formação do B latossólico A Processo 1: • Formação in situ • Intensa lixiviação (bases e sílica) AB Processo 2 (petroplintitas): • Aporte lateral de ferro em adição ao acumulado pelo intemperismo. BA Processo 3: Transporte e deposição de material pré-intemperizado, com subsequente pedogênese (poligenia). B • Linhas de pedra ??? Solos Neossolos Mica Solos com B incipiente Solos com B textural Caulinita Solos com B latossólico FATORES Gibsita ENVELHECIMENTO RELEVO Suave a plano AUMENTO EM - Intemperização - Profundidade - Porosidade - Lixiviação cátions básicos - Fixação de P PROCESSO CLIMA Quente e úmido MATERIAL DE ORIGEM Potencial para formação de argila DIMINUIÇÃO EM - Fertilidade - Atividade da fração argila (CTC) - Minerais primários intemperizáveis - Teor em silte CARACTERÍSTICAS CLASSE Estrutura granular porosa Profundo L A T O L I Z A Ç Ã O Bem drenado Mineralogia argilas: 1:1 e óxidos Bom armazenamento de água Pseudo areia ORGANISMOS Aeróbios Máficos: atração magnética TEMPO Longo Não há minerais primários intemperizáveis INFERÊNCIAS Fertilidade natural baixa Bem drenados L A T O S S O L O S Bem aerados Boa mecanização Bom armazenamento de água Forte agregação Máficos: reserva micronutrientes 2.2. LESSIVAGEM E PODZOLIZAÇÃO Transferência vertical de colóides e sua deposição em horizontes subsuperficiais. Pode produzir gradiente textural no perfil Horizonte de perda material = ELUVIAL (A ou E) Podzolização: é necessário material rico em quartzo. Com isso, há grande permeabilidade para a matéria orgânica descer na forma de organometal. Causas da “acumulação” nos horizontes inferiores pH mais elevado em profundidade pode favorecer a decomposição dos complexos; complexos metálicos podem flocular devido ao aumento da relação metal/ligante; cores claras e textura mais arenosa Horizonte de ganho material = ILUVIAL (Bt ou Bhs) mais argilosos e menos permeáveis complexos podem ser imobilizados por adsorção aos minerais. 3 8/29/2011 • Processo 1: [Lessivagem (Eluviação-iluviação)] Formação do B textural • Translocação de argila do A e/ou E para o B • • • • • Predomínio: • Translocação (de colóides minerais: argila) Dispersão Transporte Deposição Indicadores: • • • • • Principais horizontes: • B textural • B plânico • E álbico Filmes de argila Razão argila fina / argila total Composição do filme de argila Micromorfologia • Processo 2: • Principais classes de solos: • Formação de argila a partir de elementos (Al, Si, Fe, etc.) vindos do intemperismo do A e/ou E. • Argissolos • Luvissolos • Planossolos • Argilas se formam in situ, não foram transportadas Lessivagem (Eluviação – Iluviação) • Processo 3: A • Mais argila se forma no horizonte B que nos outros horizonte acima. • Não há contribuição de elementos vindos do A ou E • Diferenças no material de origem ou na taxa de intemperismo E • Processo 4 (não pedogenético) • Deposição de material menos argiloso no topo, vindo a formar o A e/ou o E. Bt Formação do B espódico Cerosidade Consiste numa fina película de argila depositada na superfície dos agregados conferindo-lhes aspecto lustroso e com brilho graxo. • Predomínio: Resultante da migração de argila iluvial. Serve para identificar horizonte B textural e B nítico . • Translocação (de complexos organometálicos) Podzolização • Principal horizonte: • B espódico (Bh, Bs, Bhs) • E álbico • Principal classe de solo: • Espodossolos B textural B nítico 4 8/29/2011 Podzolização A FATORES PROCESSO CARACTERÍSTICAS P O D Z O L I Z A Ç Ã O Estrutura blocos angulares ou subangulares Fertilidade natural variável Medianamente profundos a profundos Podem existir fluxos laterais CLIMA Quente e úmido E RELEVO Suave a ondulado MATERIAL ORIGEM Potencial para formação de argila Bhs L E S S I V A G E M ORGANISMOS Aeróbios TEMPO Médio a longo CLASSES INFERÊNCIAS ARGISSOLO Pode existir horizonte eluvial E Impedimento às raízes PLANOSSOLO Cuidado com a erosão Bem drenado a mal drenados LUVISSOLO Armazenamento de água Cuidado com erosão ESPODOSSOLO Cerosidade Existem minerais primários intemperizáveis Espessura do A variável 2.3. GLEIZAÇÃO Formação de horizontes associados à má drenagem Ocorre em ambiente de solo com prolongada ou permanente saturação com água. • Predomínio: • Transformação (oxi-redução) • Perdas • Translocação (formação de concreções) A ausência de oxigênio favorece a atividade de microrganismos anaeróbios, que utilizam metais como aceptores finais dos elétrons (reação de oxi-redução). Desta maneira, Fe3+, Mn3+ e Mn4+ são reduzidos e liberados dos respectivos óxidos. A migração dos íons Fe2+ e Mn2+ na solução deixa (forma) zonas empobrecidas em óxidos e, por isso, descoloridas (cinzentas = gleizadas). Em locais com presença de oxigênio (poros, interior de agregados, raízes, zona de oscilação do lençol freático), há formação de concreções localizadas de óxidos. Solos: comuns em áreas de várzeas mal drenadas (drenagem lenta ou impedida). Horizonte com gleização intensa: glei (Bg ou Cg) • Principais horizontes: • Horizonte glei • Horizonte plíntico • Horizonte espódico? Clima tropical. • Principais solos • Plintossolos • Gleissolos • Planossolos • (Espodossolos) • (Organossolos) Gleização • Constantemente saturado: glei A A • Alternadamente saturado: Cg Cg mosqueados, plintitas Gleissolo Melânico Eutrófico típico (Unidades Taim e Colégio) 5 8/29/2011 Gleização 2.4. PLINTITIZAÇÃO e LATERIZAÇÃO A E Acumulação de óxidos de Fe e Al plintita e laterita PLINTITA: acumulações localizadas de óxidos de Fe na forma de mosqueados e nódulos macios de cor avermelhada, capazes de endurecer e cimentar irreversivelmente através de ciclos de umedecimento e secagem. LATERITA: plintita endurecida. O Fe liberado nas porções mais elevadas da paisagem é transferido na forma Fe2+ por fluxos laterais subsuperficiais, oxidando e precipitando nas porções mais baixas. Btg O material argiloso que fica incluso na massa, pode ser removido por percolação, originando uma laterita vesicular (porosa). Ex: “pedra cupim” – Ruínas de São Miguel. Plintização Petroplintita A EB Btf Plintossolo Argilúvico Eutrófico abrúptico (Unidade Durasnal). 2.6. SALINIZAÇÃO 2.5. CARBONATAÇÃO Acúmulo de sais solúveis no perfil. Formação e acumulação de CaCO3 (calcita) no solo. Precipitação da calcita – favorecida por altas de Ca2+ e decrescentes de água (pluviosidade evapotranspiração) para a dissolução e lixiviação dos carbonatos. A calcita não é adsorvida à superfície de óxidos, então, quando o solo seca os macroporos são os principais locais para a sua precipitação. Em Vertissolos do Uruguai e RS (Campanha), há indicação da dissolução da calcita, devido às atuais condições climáticas mais úmidas. O processo pode ser natural, ou artificial devido à irrigação mal conduzida. Salinização natural: em áreas litorâneas ou sob clima árido, onde a pluviosidade é menor que a evapotranspiração. Por solubilização de depósitos geológicos subsuperficiais pela água que penetra no perfil. No período seco a ascensão capilar da água transfere os sais à superfície onde precipitam na forma de crostas. Com as chuvas os sais são solubilizados e lixiviados para o subsolo, onde aguardam nova oportunidade para ascender. Principais sais: cloretos, sulfatos e carbonatos de Na, Ca e Mg. Solos com elevados teores de sais Solos SALINOS 2% da CTC saturada por sais condutividade elétrica CE 4 mS 6 8/29/2011 2.7. SODIFICAÇÃO e SOLODIZAÇÃO Salinização SODIFICAÇÃO Acúmulo de sais solúveis no perfil Saturação do complexo de troca pelo íon Na+, devido ao uso de águas onde predomina este íon em relação aos demais cátions. Enquanto sais solúveis estiverem presentes, seu efeito floculante mantém os agregados estruturados e permeabilidade adequada do solo. Com a lixiviação desses sais, o Na+ passa a predominar nos horizontes superficiais, causando a dispersão da argila e a destruição dos agregados estruturais. A argila dispersa é translocada horizonte B textural impermeável B nátrico (Btn) Solos com alta saturação com Na+ Solos SÓDICOS ( 15%, CE 4 mS) SOLODIZAÇÃO O Na+ do horizonte superficial é substituído por H+, acidificando-º Solo Solonetz-Solodizado. Sodificação Saturação do complexo de troca pelo íon Na+ 2.8. TURBAÇÃO Turbação Processo de mistura de material do solo, podendo originar horizontes mais uniformes ou menos uniformes. BIOTURBAÇÃO (homogeneidade atribuída à fauna do solo) é ativa tanto na mistura como na transferência de materiais finos à superfície do solo. HIDROTURBAÇÃO é significativa nos solos com argilominerais esmectíticos (Vertissolos), onde através da expansão e contração é promovido o revolvimento do solo e a formação de micro-relevo gilgai. No período seco o solo contrai e o material da superfície cai para as fendas. Quando umedece de novo, expande para a superfície. 2.9. PALUDIZAÇÃO H1 A Vertissolo Bv C Acúmulo de matéria orgânica Organossolo H2 H3 7
Documentos relacionados
PERFIL E HORIZONTES DO SOLO
► Os horizontes do solo são, genericamente, denominados de A, B e C, sendo: A => superficial, enriquecido com material orgânico. B => intermediário, que surge entre A e C. C => mais próximo do mat...
Leia mais