Textos - Assembléia Legislativa da Bahia
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Textos - Assembléia Legislativa da Bahia
SESSÕES DO PLENÁRIO 23ª Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, 1º de abril de 2014. PRESIDENTE: DEPUTADO MARCELO NILO À hora regimental, na lista de presença, verificou-se o comparecimento dos seguintes senhores Deputados: Aderbal Caldas, Adolfo Menezes, Adolfo Viana, Alan Sanches, Álvaro Gomes, Ângela Sousa, Ângelo Coronel, Augusto Castro, Bira Corôa, Bruno Reis, Cacá Leão, Capitão Tadeu, Carlos Geilson, Carlos Ubaldino, Coronel Gilberto Santana, Delegado Deraldo, Elmar Nascimento, Euclides Fernandes, Fátima Nunes, Gaban, Graça Pimenta, Herbert Barbosa, Ivana Bastos, J. Carlos, João Bonfim, João Carlos Bacelar, José de Arimatéia, Joseildo Ramos, Jurandy Oliveira, Leur Lomanto Júnior, Luciano Simões, Luiz Augusto, Luiza Maia, Marcelino Galo, Marcelo Nilo, Maria del Carmen, Maria Luiza, Maria Luiza Laudano, Mário Negromonte Júnior, Marquinho Viana, Nelson Leal, Neusa Cadore, Pastor Sargento Isidório, Paulo Azi, Paulo Câmera, Paulo Rangel, Pedro Tavares, Reinaldo Braga, Roberto Carlos, Rogério Andrade, Rosemberg Pinto, Sandro Régis, Sidelvan Nóbrega, Temóteo Brito, Tom Araújo, Vando, Yulo Oiticica e Zé Neto. (58) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a sessão. Há um requerimento assinado por mais de 21 Srs. Deputados que (Lê): “requerem, nos termos do Art. 92 do Regimento Interno, a convocação de uma sessão extraordinária, a ser iniciada dois minutos após o encerramento desta, com o objetivo de apreciar as seguintes matérias: Projeto de Lei nº 20.757/2014, Projeto de Lei nº 20.767/2014 e Projeto de Lei nº 20.768/2014, todos de autoria do Poder Executivo.” (O Sr. Presidente procede à leitura do expediente.) OFÍCIOS Do Deputado José de Arimatéia, comunicando sua ausência da sessão no dia 19/02/2014, devido a compromissos assumidos no cumprimento do mandato 1 parlamentar. Do Deputado Rogério Andrade, comunicando sua ausência da sessão no dia 06/03/2014, devido a compromissos assumidos no exercício do mandato parlamentar. PEQUENO EXPEDIENTE O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Pequeno Expediente. Com a palavra a deputada Luiza Maia, pelo tempo de até 5 minutos. A Srª LUIZA MAIA:- Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero com um pouco de indignação fazer um registro e um questionamento sobre essa pesquisa que o IPEA publicou na semana passada dizendo que 65% da população brasileira acha que nos estupros que acontecem no Brasil a responsabilidade é da mulher. Realmente fiquei indignada com isso e acho que esta Casa, o movimento de mulheres, a imprensa, enfim, todos nós precisamos tratar deste assunto com mais seriedade e mais profundidade. Acho que pela violência o estupro é um crime hediondo, e todo mundo sabe disso. Mas querer responsabilizar a vítima, dizer que ela é culpada porque usou a roupa curta ou decotada, ou que ela incita ou provoca para acontecer a violência?!Aí, é uma discussão distorcida. Precisamos arrumar essa coisa! Pesquisa é uma questão de opinião, de momento. Sabemos que é uma percepção. Lembro que no ano passado esse mesmo instituto pelo qual tenho o maior respeito andou fazendo a divulgação de uma outra pesquisa apontando que depois da Lei Maria da Penha a violência contra a mulher aumentou. Então, acho que existem umas inversões de análise do que todo esse quadro representa. Não podemos deixar que isso se consolide na nossa sociedade. A cultura machista está aí presente no nosso dia a dia, a mulher vive essa situação. Temos uma responsabilidade e precisamos refletir sobre ela. Somos a maioria da população, 52%, e a maior parte da responsabilidade na educação dos filhos está nas mãos das mulheres, que, mesmo indo para o mercado de trabalho, continuam tendo como a sua principal atribuição ou apenas sua a questão doméstica de cuidar do lar. Portanto, verdadeiramente necessitamos refletir a respeito. Queria fazer um chamamento a esta Casa para que não só nós nos pronunciemos, deputadas Fátima Nunes e Maria Luiza Laudano. Não dá para deixarmos essa coisa se consolidar na cabeça do nosso povo. As mulheres precisam refletir, somos educadas na cultura machista, nas ideias machistas e acabamos reproduzindo esse tipo de comportamento, ideias e opinião. É muito triste. Questiono como em outros países - por exemplo, os do Oriente Médio, onde as mulheres andam vestidas de burca, todas cobertas - o nível, o grau e o número de estupros são até maiores do que aqui no Brasil. Então é mesmo um problema sério. Precisamos realmente refletir e tomar 2 algumas medidas, inclusive junto aos Poderes constituídos deste Estado e do País, porque é uma coisa lamentável. Não podemos deixar que ela se propague e se consolide mais do que já está consolidada na cabeça das pessoas, principalmente das mulheres, que sofrendo toda essa influência reproduzem a cultura do machismo. Quero também falar hoje sobre a saída do nosso pré-candidato da Pasta da Casa Civil, Rui Costa, desejar-lhe uma boa caminhada, ele que volta a ocupar o cargo de deputado federal, e que agora canalize a energia que direcionou no serviço que prestou à Bahia enquanto secretário para a caminhada que está na sua responsabilidade. Parabenizo o deputado Yulo pela sessão realizada sobre o tráfico de pessoas na semana passada e o Marcelino Galo pela que ontem marcou os 50 anos do Golpe Militar. Aproveito a presença do presidente para pedir que, assim como deram estrutura à CPI da Telefonia, também olhem a questão do tráfico de pessoas, porque é um crime sério que atinge de forma muito grosseira as mulheres. Nós sabemos que esse tráfico existe, principalmente para adoções ilegais. O juiz que o denunciou está sendo perseguido. Sabemos que é de mulheres a maioria usada na exploração sexual. Esse é um crime que, mesmo sendo invisível e silencioso, é concreto e traz a infelicidade para muitos lares, principalmente do nosso Estado, que está colocado pelo Ministério da Justiça como o 3º que mais fornece seres humanos aos traficantes de pessoas. (Não foi revisto pela oradora.) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra a deputada Maria Luiza Laudano. A Srª MARIA LUIZA LAUDANO:- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, ouvintes das Galerias Paulo Jackson e da TV Assembleia, imprensa, funcionários desta Casa, minhas queridas taquígrafas, também gostaria de repudiar, deputada Luiza Maia, essa pesquisa que a cada momento denigre a imagem da mulher. Estamos nesta Assembleia representando todo o povo do Estado da Bahia, mas nós mulheres também representamos as nossas amigas mulheres, que em sua maioria nos elegeram para que aqui pudéssemos bem representá-las. Portanto, não vamos admitir que uma simples roupa ou maneira de se trajar vá realmente seduzir alguém para violentá-las. É verdadeiramente um absurdo, uma falta de raciocínio alguém que pensa responder uma pesquisa dessas - ou sei lá como ela foi feita - atacando a personalidade, a integridade, a moral, a maneira de agir duma mulher que às vezes é jovem, mas já é mãe e veio também de uma família exemplar. Dessa maneira se denigre a imagem da pessoa. O que é preciso, na realidade, é que aqueles que não prezam a sua família, não respeitam os seus familiares, principalmente as suas mães e, se forem casados, as suas filhas, as suas irmãs, as suas avós, passem a respeitá-las. Porém não respeitam 3 nem querem respeitar as pessoas do seu meio, do seu entorno. Então realmente é para repudiarmos tudo isso. Acredito que contamos igualmente com os nossos pares, nossos colegas deputados, que vão dar todo o seu apoio contra essa pesquisa malfeita que acaba denegrindo a nossa imagem. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srªs Deputadas, nós estamos vendo já vários candidatos, aliás, desculpem, pré-candidatos às eleições de 2014, já se afastando dos seus cargos públicos para concorrerem a um pleito, em outubro. E nesse instante, realmente, estamos todos preocupados, porque aqueles que se dizem candidatos têm nas suas mãos toda máquina para trabalhar e para aqueles que não tenham, realmente, uma função pública fica realmente difícil para enfrentar os municípios, enfrentar as pessoas que dentro dos municípios são cabos eleitorais, são líderes políticos, são vereadores. E cada um de nós, políticos, e que trabalhamos os nossos municípios, aqueles onde somos mais votados, aqueles onde somos menos votados, sem dúvida alguma nos preocupamos. Mas eu não acredito na política de última hora, deputado João Carlos Bacelar, quando o político chega numa hora e quer fazer a sua vida pública. Eu acho que a vida pública do cidadão dentro dos municípios tem que ser , realmente, tratada com muito respeito, visitando os seus munícipes, chorando na hora de chorar, sorrindo na hora de sorrir. E quando recebemos um telefonema, seja a hora da noite que for, devemos sempre atende-lo para ouvir as reivindicações, atender as pessoas nos nossos gabinetes, porque eu acho que ainda vale muito a consideração e o respeito que temos, todos nós, pelos nossos eleitores. Muito obrigada, Sr. Presidente. (Não foi revisto pela oradora.) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra o deputado Bira Corôa pelo tempo de 5 minutos. O Sr. BIRA CORÔA:- Sr. Presidente, deputado Marcelo Nilo, Srs. Deputados, Srªs Deputadas, Srs. e Srªs Servidores e Servidoras desta Casa, Srs. e Srªs Visitantes, Sr. Presidente, eu faço uso da palavra nesse exato momento, exatamente no dia de hoje, dia 1º de abril, considerado o dia da mentira, dia da mentira, Sr. Presidente, que foi criado, exatamente, para esconder uma grande verdade ao povo brasileiro, que ocorreu exatamente no dia de ontem. No dia 31 de março, há 50 anos, esse país cometia um dos atos de maior atrocidade visto pelo mundo: o golpe militar implementado e sustentado pelos interesses econômicos americano, e alimentado no Brasil e conduzido pela grande mídia nacional; um ato que tinha como objetivo central apagar a memória desse país, um ato que tinha como base fundamental destruir toda a capacidade de organização do povo brasileiro, fosse no campo ou na cidade. Foi assim que as associações, que os sindicatos, que as organizações estudantis e todos os agrupamentos de organização popular e social desse país foi, praticamente, agredido, violentado e destruído, os grupos políticos. 4 E aí, Sr. Presidente, quero fazer uma pausa para parabenizar esta Casa, parabenizar a condução da Comissão da Verdade desta Casa pelo deputado Marcelino Galo, parabenizar a ação do presidente Marcelo Nilo de, no dia de anteontem, nesta Casa, estar devolvendo títulos de reconhecimento e de condução de mandatos extraídos pela ação da ditadura militar, de parlamentares que passaram por esta Casa e pelo Parlamento baiano defendendo os interesses da sociedade baiana, garantindo a democracia. E eu digo sempre que os 50 anos de ditadura militar, que foi culminado ou marcado por 20 anos de implementação de um regime duro nesse país, que trouxe como saldo a violentação, trouxe como saldo mais de 350 mortos ou desaparecidos, trouxe como saldo sangue, suor, lágrima do povo brasileiro, sem contar com o apagar da memória que traz para todo povo brasileiro um preço ainda muito alto a ser pago. Então, sem dúvida, Sr. Presidente, a data do dia 31 de março não é uma data comemorativa, mas ela é de reflexão, ela é de chamada de consciência, ela é extremamente importante para ser pautada pelas novas gerações que não vivenciaram e que não têm ideia do que foi o golpe militar para este País. Vivencio hoje, Sr. Presidente, o saudosismo do militarismo ainda clamando pela volta do regime militar. E a juventude precisa reconhecer e identificar quais os danos causados às futuras gerações, Sr. Presidente. Eu sou de uma geração que posso dizer, como o deputado Rosemberg, como o senhor, Sr. Presidente, e todos os pares desta Casa, somos de uma geração pós-golpe da ditadura militar. Quando a ditadura militar foi implantada, eu tinha 7 anos. Mas, vivenciei no seio da minha casa, João Carlos Bacelar, o meu pai ferroviário, dirigente sindical do Sindicato dos ferroviários, sessão Bahia, ser preso e passar 21 um dias em cárcere. Vivenciei e ainda hoje vivencio a marca deixada na nossa família e na minha mãe. Mas, consequentemente, essa marca não foi suficiente para apagar a vontade, a garra, a disposição e o espírito de luta do povo brasileiro. É por isso que esses 50 anos entram para nossa história e, felizmente no plano federal, a partir do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, no plano estadual com o governador Jaques Wagner e nesta Casa, sob a gestão do Presidente Marcelo Nilo, está se rediscutindo e repaginando a história do nosso Estado, incluindo na nossa história, o que antes ficava escondido. O dia da mentira jamais será comemorado como o Dia da Mentira, porque a verdade vem à tona e, sem dúvida alguma, a farsa implementada pelo regime autoritário, ditatorial e perseguidor não se implanta mais no nosso País. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra a minha querida amiga, nobre deputada Fátima Nunes, pelo tempo de até 5 minutos. A Srª FÁTIMA NUNES:- Sr. Presidente, Srªs e Srs. Deputados, reiterando aqui as palavras do deputado Bira Coroa, quero dizer que não tem outra forma para fortalecermos, cada vez mais, o sentimento de democracia, de participação social e de 5 força viva na sociedade para que a gente tenha sempre a oportunidade de governos democráticos, a não ser os nossos movimentos populares nas ruas, nos sindicatos, nas associações. É a resposta que podemos dar àqueles que ainda não se conformaram em ter um país que a cada dia, dá para seus filhos e filhas a oportunidade que outrora não tivemos. Digo isso, lembrando que ainda aos 9 anos, eu caminhava 6 km para chegar até a rua, como era chamada a cidade. Fulano estuda na rua, estudava na cidade. E lá, no dia 31, todos enfileirados, tínhamos que cantar o Hino Nacional, tínhamos que fazer uma série de coisas até meio-dia, no sol quente, segundo ela, naquele tempo, comemorando esse dia. Comemorando o dia do massacre, o dia da tristeza, o dia da humilhação, principalmente daqueles que já eram mais pobres e mais sofridos. Sem direito a levantar a voz, levamos mais de 21 anos sem oportunidade de nos organizarmos. Mas, sempre existiram homens e mulheres teimosos, corajosos e resistentes que construíram essa oportunidade de termos, hoje, um Brasil onde podemos eleger um presidente nordestino, um presidente que se preocupou com as gerações do País inteiro, sobretudo com aqueles sem oportunidade. Por isso o Bolsa Família, o ProUne, as escolas técnicas, criando oportunidades para aqueles que ficaram tão distantes pudessem ser de fato incluídos no desenvolvimento desse nosso País. Digo isso para relembrar a grande oportunidade que estamos tendo, aqui, na Bahia, neste momento, nos encontros participativos. Os partidos da base aliada do nosso governador Jaques Wagner reúnem-se para pensar o futuro e observar o que já alcançamos. Temos o Água para Todos, as estradas com asfalto, outras em licitação de obras, como a BR 235. Nós somos lá do alto sertão, ao lado de Jeremoabo, Paulo Afonso, Cícero Dantas e Ribeira do Pombal. E era uma luta imensa subir no pau de arara, depois numa marinete, depois num ônibus, levando um ou dois dias de viagem para chegar aqui em Salvador. Hoje fazemos em três horas e pouco e quem quer ir mais rápido vai de avião de Salvador a Paulo Afonso. Portanto, relembramos essas conquistas porque elas não estão apenas para um grupo selecionado. Mas os homens e mulheres do sertão, do litoral e da periferia, muitos deles podem ter essa oportunidade. Mas continuamos a olhar para o horizonte, o que queremos para anos 2050, 2100, quem sabe até o ano 3000. O que vemos é que para chegar lá, precisamos ainda preparar o terreno para as futuras gerações. Quero dar os meus parabéns para a equipe do Partido dos Trabalhadores, PST e PDT que prepararam o encontro em Paulo Afonso, no último final de semana, liderado pelo nosso companheiro Rui Costa. Foram mais de três mil e quinhentas pessoas que tiveram a oportunidade de sentar. Nunca vi tanta gente sentada, porque encontro de políticos sempre é com muito barulho e muito toque de zabumba. Na verdade, lá estavam pessoas sentadas, pensando e apontando os caminhos para 2015 até 2018. Parabéns a todos. É dessa forma que damos as respostas para os que não se conformam em ter uma presidenta, um governador que pensa em toda a sociedade … 6 O Sr. Presidente (Marcelo Nilo): - Para concluir, nobre deputada. A Srª FÁTIMA NUNES:- Concluindo, Sr. Presidente. (…) Nós sabemos que os trabalhadores continuam lutando e se organizando. Parabéns a vocês todos que estão aqui. É dessa forma que vamos contribuir para que o nosso Brasil fique cada vez melhor. Muito obrigada. (Não foi revisto pela oradora.) O Sr. Presidente (Marcelo Nilo):- Com a palavra o deputado João Carlos Bacelar, pelo tempo de 5 minutos. O Sr. JOÃO CARLOS BACELAR:- Sr. Presidente, Srªs e Srs. Deputados, deputadas Fátima Nunes e Maria Luiza Laudano, nossa saudação aos trabalhadores da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral. (Palmas.) Realmente a mineração é a solução para o semiárido baiano e estamos dispostos a examinar e apoiar com todo o carinho a emenda do deputado Álvaro Gomes. (Palmas.) Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Deputados, nós sabemos que um dos instrumentos mais eficientes que a elite brasileira tem usado para aumentar as desigualdades sociais, neste País, é a educação. Infelizmente as elites brasileiras econômicas, intelectuais, políticas, acadêmicas falharam na missão de educar o filho do trabalhador. A educação do filho do trabalhador neste País é um fracasso. E esse fracasso se expressa de uma maneira particular na área da educação infantil, na área que atende crianças de 0 a 5 anos de idade. O filho do rico entra na escola aos 2 anos de idade, o filho do trabalhador entra na escola, quando consegue, aos 6 anos de idade e é expulso aos 14 anos. Como diz o eminente senador Cristovam Buarque: “A escola do filho do rico é uma bola redonda, a escola do filho do pobre é uma bola quadrada.” E isso se dá muito na educação infantil. Sensibilizado para esta questão e conhecendo os problemas da cidade do Salvador, o prefeito ACM Neto vem dando uma prioridade grande à educação infantil. Ontem mesmo lançou a ordem de serviço para a construção de dez centros municipais de educação infantil que vão atender crianças de 0 a 3 anos nas creches e crianças de 4 a 5 anos na pré-escola. A educação infantil, além de levar a criança a ter o primeiro contato com as letras e com os números, é uma educação que socializa essa criança, é uma educação que desenvolve as habilidades motoras dessa criança, que desperta para essa criança a necessidade de uma vida com disciplina, de uma vida em grupo social, de uma vida de respeito às diversidades. Enfim, é o preparo para a criança entrar no ensino fundamental. As pesquisas mostram que crianças que cursaram a educação infantil têm um desempenho muito maior na área do ensino fundamental. Crianças que cursaram a educação infantil têm uma tendência muito menor a ser vítima do crime organizado e do tráfico. Além disso, a educação infantil possibilita que a mulher possa exercer a sua profissão haja vista que os seus filhos estarão em tempo integral sob cuidado de educadores. 7 Por isso a nossa alegria durante as celebrações dos 465 anos da querida cidade do Salvador. E os nossos parabéns ao prefeito ACM Neto por ter priorizado ações na área da educação, como reformas de diversas escolas, e a entrega totalmente reformada da Escola Artur de Sales, no bairro da Santa Cruz. Enfim, uma série de medidas que mostram o entendimento do prefeito ACM Neto de que sem educação não há salvação. Com certeza, nós teremos Salvador, daqui a quatro anos, num novo patamar educacional. Com certeza, essa tarefa de resgatar a educação do filho do trabalhador está sendo enfrentada de maneira séria e correta na prefeitura municipal do Salvador. Ao celebrar os 465 anos da nossa cidade, quero parabenizar o prefeito ACM Neto pela prioridade que tem dado ao setor educacional da nossa cidade. Muito obrigado. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Com a palavra, pelo tempo de até 5 minutos, o deputado Rosemberg Pinto. O Sr. ROSEMBERG PINTO:- Meu querido presidente Bira Corôa, Srs. Deputados, Srª Deputadas, imprensa, meus queridos servidores, companheiros trabalhadores da CBPM, queria dizer que, como Líder do Partido dos Trabalhadores, fomos procurados pelos representantes da empresa onde vamos debater essa questão com, obviamente, a preocupação de que essa empresa não venha sucumbir, (palmas.) entendendo a importância dela como setor significativo para a exploração da mineração do nosso Estado. Meu querido João Carlos Bacelar, ouvi atentamente o seu discurso. Sou um defensor da educação pública e gratuita em todos os níveis. Às vezes fazemos um discurso demagógico sobre a questão da educação. Reconheço a debilidade da educação pública e gratuita no Brasil. Acho que nos dez anos do nosso governo não conseguimos remontar, reconstruir o que vocês destruíram anteriormente, mas também não conseguimos avançar numa educação pública e gratuita que pudesse realmente atender os interesses da sociedade brasileira. Quero aqui dizer, deputado Elmar, o que fez o prefeito da cidade Licínio de Almeida, Alan, do PV, que não é nem do meu partido. Ele acabou com essa demagogia: tomou a decisão, assim que assumiu, de matricular os seus filhos na escola pública e exigiu de todos os secretários que colocassem os seus filhos na escola pública. E, hoje, 5 anos depois, Licínio de Almeida teve o maior índice do Ideb na escola fundamental da Bahia. Então, aí sim você está fazendo realmente uma ação que muda consideravelmente a decisão sobre a escola pública e gratuita. Na hora em que dissemos que estamos fazendo algo para melhorar a educação, - aí o secretário de educação tem os seus filhos nas escolas particulares, os prefeitos têm os seus filhos nas escolas particulares, os deputados também - nós estamos fazendo demagogia. Se nós quiséssemos de fato fazer essa mudança começaríamos por nossa casa. Quero dizer que topo esse desafio. 8 E quero aproveitar aqui, meu querido presidente Bira Corôa, por esses dois minutos, para dizer que ontem aqui nesta Casa fizemos uma grande festa da democracia. Ontem, esta Casa foi palco de uma sessão das mais emocionantes que eu participei, minha querida deputada Maria Luiza Laudano, na qual fizemos um debate sobre o resgate da nossa história, o que foi trágico do ponto de vista da segregação e do comportamento que os militares tiveram com a sociedade brasileira no período pós-1964. E, ontem aqui se resgatou inclusive a cidadania e a vontade da população que elegeu deputados que foram cassados pelo golpe militar e havia ali representantes dos diversos segmentos, comunistas, socialista, conservadores, como disse bem a representante do padre de Jequié, que era deputado estadual nesta Casa. Por isso, quero dizer que ontem aquela sessão emocionante como foi, demonstra que temos que construir e consolidar a democracia. Não podemos voltar atrás. Em momento algum nós podemos deixar que alguém entenda que aquele momento de crueldade com a sociedade brasileira foi um momento que trouxe o Brasil a uma situação de diferenciação positiva. Hoje, pela manhã, vi pela primeira vez uma pessoa conservadora, atrasada, como Míriam Leitão, dizer que nem na economia o governo dos militares foi importante para o nosso Brasil. Por isso, quero parabenizar o deputado Marcelino Galo pela direção da sessão de ontem e dizer que esta Casa está de parabéns por se posicionar contrário a qualquer tipo de segregação do ser humano, de tortura e de perseguição. Esta Casa deve buscar cotidianamente a consolidação da democracia e a igualdade entre as pessoas. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Com a palavra o deputado Paulo Câmera, pelo tempo de até 5 minutos. O Sr. PAULO CÂMERA:- Sr. Presidente, é um prazer retornar a esta tribuna depois de uma longa ausência. A bem da verdade, falei aqui há pouco mais de um mês, relatando as questões da previdência social. Hoje, chamo a atenção dos senhores para um artigo do ex-governador Paulo Souto publicado no jornal A Tarde, no qual faz alguns comentários sobre o adiantamento dos royalties. Não sei qual foi o problema da analogia, Sr. Presidente, pois compara a antecipação da receita, ao longo de 5 anos, com a ARO, que também é antecipação de receita. Só que uma é dentro de um período orçamentário único, tem que ser paga nesse período, que é a ARO, e a antecipação de receita dos royalties por 5 anos – que ele coloca que é um problema de empréstimo, vamos chamar assim –, para que, Sr. Presidente, seja usada apenas em 1 ano. É preciso voltarmos à história da previdência, lembrarmos da lei que instituiu o Funprev, que dizia com clareza que a cada ano o Estado transferiria para essa nova conta 5% “dos valores relativos às despesas incorridas pelo Estado com as atuais aposentadorias, reservas remuneradas e reformas, e com as concedidas até 90 9 (noventa) dias após a vigência desta Lei.” Com isso, começou o problema, porque em vez de transferir 5% a cada ano – teoricamente, iríamos até 2020 – isso foi feito rapidamente e simultaneamente, o que provocou um grande rombo na nova concepção de gestão previdenciária da Bahia. É claro que sabemos que existem problemas sérios. Não poderemos achar que resolveremos o problema de gestão previdenciária com medidas paliativas, não. Temos que criar receitas próprias. Por exemplo, o próprio royaltie, como é feito no Rio de Janeiro, onde a previdência recebe dinheiro dos royalties para sua manutenção, deixando, portanto, livres os recursos orçamentários do Estado da Fonte 100 para investimentos do governo. Na Bahia, poderíamos criar uma loteria, que substituiria parcialmente. Mas medidas podem ser tomadas para a criação de ingresso permanente de recursos para o equilíbrio desse grande buraco que temos. Óbvio que estamos, hoje, com um ingresso de recursos no novo fundo de previdência já quase na ordem de R$ 1 bilhão. A última receita foi de R$ 700 milhões e tanto, quase R$ 800 milhões. Isso é dinheiro novo que só será usado daqui a 30 anos. Então, os novos funcionários, que estão tendo ingressos substantivos, usarão dessa nova concepção sem problema. Mas, e os antigos? Essa medida é paliativa, mas temos que entender que a previdência no Brasil, estou falando do INSS, sustenta desde os trabalhadores rurais – vamos chamar a atenção para isso –, que nunca contribuíram, e os que contribuíram durante 30 anos e 35 anos. Qual é a grande diferença entre um e outro? É que a previdência federal, vamos colocar assim, tem cunho social. Quando se incorpora no sistema previdenciário camadas de pessoas, de trabalhadores que nunca contribuíram para sua aposentadoria, o Estado está, aí, sim, exercendo uma função social. Essas diferenças têm que ser vistas, e essa análise tem de ser feita com mais calma para diferenciarmos o significado da ARO tradicional de uma operação complexa dessa, pois deixa o essencial, os salários dos nossos aposentados e pensionistas durante um certo período, fora dessa grande má concepção histórica da previdência na Bahia. Muito obrigado. (Não foi revisto pelo orador.) GRANDE EXPEDIENTE O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Grande Expediente. Concedo a palavra ao Líder do governo e da Maioria ou o Líder do PSD para falar ou indicar orador, pelo tempo de 25 minutos. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Sr. Presidente, não há orador. 10 O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Não há orador. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Horário das Lideranças Partidárias. Concedo a palavra ao Líder do governo e da Maioria ou o Líder do Bloco Parlamentar PSL/PP para falar ou indicar orador, pelo tempo de 11 minutos. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Sr. Presidente, não há orador. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Não há orador. O Sr. Elmar Nascimento:- Pela ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Pela ordem o deputado Elmar Nascimento. O Sr. Elmar Nascimento:- Sr. Presidente, solicito uma verificação de quórum para a continuidade da presente sessão. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- V.Exª será atendido. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Pela ordem o deputado Sidelvan Nóbrega. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Sr. Presidente, solicito que para a verificação de quórum seja dado o tempo regulamentar de 15 minutos para que os deputados que estejam na sala do cafezinho, nos seus gabinetes e nos corredores da Assembleia possam adentrar ao Plenário e darmos continuidade à presente sessão. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- V.Exª será atendido. Srs. Deputados, há um pedido de verificação de quórum para a continuidade da sessão formulado pelo deputado Elmar Nascimento e reafirmado pelo deputado Sidelvan Nóbrega. Solicito que seja zerado o painel e se marque os 15 minutos. Convido os Srs. Deputados e as Srªs Deputadas que estejam na sala do cafezinho, nos seus gabinetes, nos corredores e no restaurante a virem para o Plenário porque há um pedido de verificação de quórum para a continuidade da sessão. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Pela ordem o deputado Sidelvan Nóbrega. O Sr. Sidelvan Nóbrega:- A minha questão de ordem é para convidar todos os deputados que marcaram as suas presenças na Assembleia no dia de hoje, e que estão nos seus gabinetes, atendendo lideranças, haja vista que estamos em ano eleitoral, e os companheiros que estão na sala do cafezinho para que adentrem ao Plenário e marcarem suas presenças para continuarmos a presente sessão e votarmos os projetos que estão em pauta. Faltam apenas 13 minutos para que os deputados possam marcar suas presenças e, assim, continuarmos a presente sessão. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Reitero que há um pedido de verificação de quórum para a continuidade da presente sessão formulado pelos deputados Elmar Nascimento e Sidelvan Nóbrega. Por isso aproveito para convidar a todos os Srs. Deputados e Srªs Deputadas para marcarem as suas presenças. Os deputados que estejam nos gabinetes, no restaurante, na sala do cafezinho, nos corredores, há um 11 pedido de verificação de quórum para a continuidade da sessão. A Srª Maria Luiza Laudano:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Questão de ordem da deputada Maria Luiza Laudano. A Srª Maria Luiza Laudano:- Minha questão de ordem é para convidar os colegas, deputados e deputadas, a que se façam presentes ao Plenário, pois há um pedido de verificação de quórum para a continuidade da presente sessão, feita pelo deputado Elmar Nascimento, líder da Minoria, endossado pelo nosso deputado Sidelvan Nóbrega, que convida todos os deputados e deputadas a se fazerem presentes. Exitem na pauta projetos importantes para serem votados, projetos que já se arrastam a algumas semanas. Também temos a presença do pessoal do CBPM que está aqui reivindicando os seus direitos (palmas), reivindicando o que eles acham que beneficia a sua função dentro do poder público. Precisamos saber que o plenário desta Casa funciona, pela manhã, nos gabinetes, nas comissões, mas à tarde os deputados têm de estar presentes no plenário pois existem os compromissos que temos, as representações partidárias. Por isso, quero convidar todos os deputados e deputadas para se fazerem presentes e esta sessão possa ter continuidade. Obrigada, presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Srs. Deputados, Srªs Deputadas, há um pedido de verificação de quórum para continuidade da presente sessão. Aproveito para convidar a todos os deputados e deputadas a comparecerem ao plenário para registrar as suas presenças. Deputados e deputadas que estão neste exato momento nos gabinetes, no cafezinho, nos corredores, há necessidade de marcarem as suas presenças. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Srs. Deputados, Srªs Deputadas, há um pedido de verificação de quórum para continuidade da presente sessão. Convido a todos os deputados e deputadas a comparecerem ao plenário para registrar as suas presenças. (Continuação da verificação de quórum.) O Sr. Elmar Nascimento:- Pela ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Pela ordem, o deputado Elmar Nascimento. O Sr. Elmar Nascimento:- Atendendo ao pedido do meu colega, Líder do governo, deputado Zé Neto, porque estou com pena dele – o governo parece que vai acabar –, vou retirar a questão de ordem. Não é possível! Dezoito deputados, ainda em abril. Imaginem a partir do mês que vem em diante! A coisa está ficando difícil para o governo! O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- V.Exª será atendido. 12 O Sr. Sidelvan Nóbrega:- Sr. Presidente, já que o nobre deputado retirou o pedido de verificação de quórum, eu também retiro o meu. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Retirado o pedido de verificação de quórum, recomeça a sessão. Dando continuidade à sessão, concedo a palavra ao nobre Líder da Minoria, ou Líder do Bloco Parlamentar PSDB-PTN-PRP para falar ou indicar orador pelo tempo de 11 minutos. O Sr. Elmar Nascimento:- Por 5 minutos, falará o deputado João Carlos Bacelar, e pelo tempo restante do tempo, eu falarei, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Com a palavra o deputado João Carlos Bacelar pelo tempo de 5 minutos, e depois o deputado Elmar Nascimento, pelo tempo de 6 minutos. O Sr. JOÃO CARLOS BACELAR:- Sr. Presidente, Srªs Deputadas, Srs. Deputados, quero tratar agora, mais uma vez, do absurdo que é esse projeto de antecipação da receita orçamentária. Esse projeto de antecipação dos royalties do petróleo. Todos nós sabemos, Sr. Presidente, que a questão da previdência é estrutural. Há um número muito grande de servidores saindo do sistema, mas não há entrada de servidores, porque, entre outras coisas, o governo do Partido dos Trabalhadores prefere a precarização da mão de obra através do REDA. O governo Jaques Wagner não faz os concursos necessários à administração pública do Estado, e quando faz não nomeia, como é o caso dos agentes da Polícia Civil. Pois bem! O governador do Estado perde a oportunidade de fazer um debate sério sobre a previdência dos servidores do Estado. Estamos no momento! Sabemos das dificuldades que todo sistema previdenciário brasileiro passa, bem como a necessidade de uma reforma estrutural. Mas o governo, que é um governo perdulário, que não controla as contas, que não é austero, em lugar de encontrar uma saída para a previdência do servidor público da Bahia, antecipa, Sr. Presidente, contra todas as leis, 5 anos de receita. No último ano de governo, a Bahia vai antecipar 5 anos de receita dos royalties para tapar um buraco de 6 meses. Imagine, excelência, se cada governador que chegar antecipar 5 anos de receita para financiar o custeio da máquina administrativa. Porque se o governador estivesse fazendo essa antecipação para investir na pesquisa mineral, para melhorar as condições da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, para investir na educação... Se não fosse na CBPM, fosse na empresa de pesquisa agrícola, enfim, se o governo estivesse antecipando receita para investimento, nós ainda, mesmo discordando, poderíamos ter um desculpa. Mas antecipar 5 anos de receita para cobrir um buraco de 6 meses do Funprev, perdoe-me o termo, Sr. Presidente, é uma irresponsabilidade. É um irresponsabilidade administrativa de quem encontrou as finanças do Estado totalmente equilibradas, de quem encontrou uma administração fazendária totalmente equipada e que, em 7 anos de governo, colocou a Bahia nesta situação. Antecipar receita orçamentária para cobrir um déficit de apenas 6 meses da 13 previdência é um crime contra as leis deste País. A Lei de Responsabilidade Fiscal lista quais são os casos em que o governante pode antecipar receita. E proíbe expressamente que essa antecipação de receita aconteça no último ano de mandato dos governadores. Pois bem, o Sr. Governador faz antecipação de receita no último ano da sua administração, antecipação de 5 anos de receita. O PT está na Bahia, deputado Bira Corôa, administrando o Estado, como um chefe de família administra a sua casa com o cheque especial. É emitindo cheque especial para cobrir cheque especial. Não há quem consiga, seja nas finanças pessoais, seja nas finanças estaduais, um equilíbrio. Os servidores públicos da Bahia têm que abrir os olhos, porque a sua previdência perde uma oportunidade de discussão para encontrar uma solução, pois se optou, infelizmente, deputado Bira Corôa, por uma saída que apenas posterga o problema. Hoje, no jornal A Tarde, o Dr. Paulo Souto escreveu um artigo com o título A Discutível Legalidade da Antecipação dos Royalties. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Concedo a palavra ao deputado Elmar Nascimento pelo tempo de 6 minutos. O Sr. ELMAR NASCIMENTO:- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. da Imprensa, ao chegar a esta tribuna e ler a faixa colocada pelos servidores da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, que diz que “a CBPM está para a mineração da Bahia como a Petrobras está para o petróleo do Brasil”, (palmas), quero dizer e rogar a Deus que o PT da Bahia não faça com a CBPM o que o PT do Brasil está fazendo com Petrobras. Praticou-se, com a conveniência, a leniência, a omissão e a ação do governador Wagner, que era conselheiro da Petrobras, o maior assalto aos cofres públicos da história do Brasil! Desviou-se US$ 1 bilhão, repito, US$ 1 bilhão dos recursos da Petrobras! O atual governador Wagner era conselheiro do Conselho de Administração, votava e era remunerado para isto! Sem se penitenciar com a população brasileira, ele tem coragem de ir à imprensa e dizer que votou sem mesmo ter lido a recomendação técnica. E estava fazendo o quê lá? Ele recebia remuneração da Petrobras, como conselheiro da Administração, para votar! O que ele fazia lá? A presidente tem culpa. O Gabrielli é o grande algoz da Petrobras. E o governador foi conivente. Por isso, fiquei triste quando vi esta faixa! (A faixa encontra-se aberta nas Galerias Paulo Jackson.) Vejam, se estiver com a mesma índole e com a mesma determinação de levar em frente a companhia para fazer o que fizeram com a Petrobras, aí vai jogar na lona. A Petrobras, ainda, era uma empresa bilionária com a posição de 12ª empresa do mundo e caiu para a 122ª posição. E a CBPM já vem capengando e já vem com dificuldades. Os funcionários passam por dificuldades e não têm estrutura para desenvolver o trabalho necessário. 14 A Bahia é um dos Estados da Federação que tem uma das maiores capacidades, pois possui uma das maiores minas do Brasil com vários tipos de minérios que podem igualar às Minas Gerais e pode deixar a Bahia em uma situação muito boa. No entanto, com o sucateamento de órgãos como a CBPM para a mineração e a EBDA para a agricultura, a coisa não vai bem. Vou receber, daqui a pouco, o presidente com uma comissão dos servidores da EBDA, pois passam por iguais dificuldades. Observem, não há o que se falar em Estado desenvolvido. Infelizmente, a Bahia do PT é a Bahia que não trabalha com meritocracia, uma vez que não adianta ser funcionário dedicado ou ser funcionário de carreira. Esta é a Bahia do pelego! Esta é a Bahia do funcionário colocado pela janela! Esta é a Bahia do QI, ou seja, que aumenta a base fisiológica do governo. E os deputados acompanham a votação do governo sem olhar nem o que estão votando. Os deputados, simplesmente, votam a favor para receber cargos que aumentam o custeio do Estado em detrimento do crescimento da nossa população e em detrimento dos superiores interesses do nosso Estado. É desta forma que tem funcionado o governo que pegou o nosso Estado com 20 secretarias e deixa, hoje, com 32 secretarias. Pergunto: melhorou o serviço público?! Melhorou a qualidade do serviço público?! Não! Em lugar nenhum melhorou o serviço público! Melhorou a saúde pública?! Qual o programa de saúde pública que existe?! Fui à Vitória da Conquista. Sem qualquer tipo de vergonha, o ex-secretário Solla usa a estrutura de Estado para se eleger deputado. Estou preparando uma representação para oferecer ao Ministério Público eleitoral. Sem qualquer tipo de pudor, ele é recebido no aeroporto de Vitória Conquista usando carro da Dires. Tenho fotografias. Ele fez reunião na Dires como ex-secretário e atual candidato a deputado federal distribuindo óculos para os prefeitos repassarem nas regiões! É este o tipo de política de saúde pública que se tem feito! Quanto à educação, é uma vergonha! O Topa é uma mentira! Vamos visitar o interior. Vamos conhecer a realidade do Topa, pois comprovaremos a indicação política de professores sem qualquer tipo de qualificação. Os professores são ausentes e não estão ensinando nada aos alunos! É uma vergonha dizer que se alfabetizou! E, aí, os dados do IBGE demonstram que a situação da educação está ao revés, ou seja, só fez piorar! O governo do PT ampliou e triplicou a quantidade de REDAs! Criticavam tanto o REDA ao dizer que se gastava muito! E, hoje, gasta-se cinco vezes mais! Gastavam-se 60 milhões por ano; hoje, se gastam 240 milhões! O que há de se falar sobre os PSTs? Antes, gastavam-se 40 milhões! Hoje, são quase 300 milhões de PSTs por ano! Esta é a política nociva do Estado ao inchar a máquina pública em detrimento da melhoria da qualidade do serviço público. E o reflexo de tudo é isto aí. Eis o sucateamento de órgãos que deveriam ter privilégio, pois são órgãos de pesquisa e órgãos de desenvolvimento de trabalho de 15 geração de emprego e de geração de renda! É esta a política que nós temos de enterrar na Bahia! Há de se enterrar a política do PT antes que ela enterre o nosso Estado. (Muitas palmas.) Muito obrigado. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Bira Corôa):- Com a palavra o nobre Líder do governo e da Maioria ou o Líder do Bloco Parlamentar PDT/PCdoB para falar ou indicar orador pelo tempo de, até, 15 minutos. Com a palavra o deputado Rosemberg Pinto já indicado previamente. O Sr. ROSEMBERG PINTO:- Sr. Presidente e deputado Bira Corôa, Srs. Deputados, minha querida Ângela da nossa cidade de Ilhéus, realmente, fiquei assustado com as colocações do deputado Elmar Nascimento neste momento. Imagina, deputado Bira Corôa, o deputado Elmar falou que a Petrobras era a 12ª maior empresa do mundo. Mas a Petrobras passou a ser isso na gestão de Gabrielli, deputado Elmar, quando foi ao patamar de 4ª maior empresa de energia do mundo. Isso aconteceu na gestão de nosso querido José Sérgio Gabrielli. Quando nós chegamos, em 2003 – eu estava na empesa desde 1980, pois sou funcionário de carreira da Petrobras –, a orientação era a de sucatear a empresa para ser vendida como foram vendidas as principais empresas do Brasil e aqui na Bahia. Na mesma leva, eles queriam privatizar. Este mesmo grupo, agora, defende a estatização. No entanto, antes, eles queriam privatizar a Embasa. Este mesmo grupo, defensor da CBPM, era a favor da privatização. Isso não era tarefa do Estado baiano. Esse grupo, anterior ao nosso, tinha uma visão, extremamente, equivocada sobre a CBPM no que pese o exgovernador ser um técnico da área. Mas não se compreendia a área como estratégica para a Bahia. Para se comprovar isso, é só verificar como era o funcionamento antes e como é o funcionamento, neste outro período, do ponto de vista de nossas riquezas minerais! Ou seja, o que adianta, apenas, tirar as nossas riquezas e exportar essas mesmas riquezas? É este o debate que eu quero fazer aqui sobre Pasadena. Algumas coisas foram ditas. E, aqui, quero dizer que quando eu estava na Petrobras, deputado Carlos Geilson, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, a decisão estratégica da companhia era diferente. A Petrobras é uma companhia que se respeita e é uma companhia que não está a serviço do DEM ou PSDB ou PT. Esta é uma empresa da qual todos nós devíamos nos orgulhar e não colocá-la em uma situação por que passa hoje, pois, atualmente, a empresa passa pela sua tentativa de destruição. Mesmo àquela época, a decisão estratégica da companhia era a de deixar de 16 vender óleo cru para os Estados Unidos para vender derivados. Foi com essa estratégia que se adquiriu aquela refinaria no Texas, pois era um local importante para distribuição de derivados de petróleo. Ali, eu sei e conheço de causa, pois conheço, dentro da Petrobras, o seu procedimento. Não são aqueles que estão, apenas, usando a Petrobras como disputa eleitoral e como se tenta fazer em todas as épocas de eleição. Em eleição, sempre, usam a Petrobras. Mas isso tem o efeito bumerangue. Toda vida houve este tipo de atitude quando se usa a Petrobras. A sociedade entende isso e ela não vai aceitar que se utilize um bem público, como a Petrobras, em disputa eleitoral. Meu querido Bira Corôa, o que a Petrobras está passando, neste momento, é muito maior do que, apenas, uma CPI. Por isso, eu lamento a minha amiga e senadora Lídice da Mata ter assinado a favor da realização daquela CPI, pois o objetivo não é averiguar nada daquilo ali. Por trás, existe a tentativa de destruir aquela companhia. Aécio Neves defende a privatização daquela empresa! A tentativa é fazer com que ela não tenha a capacidade orçamentária para fazer os investimentos que o pré-sal precisa para entregá-lo às empresas estrangeiras! É este o debate de fundo que temos de fazer! Aí, eu conheço, porque, quando assumimos a direção daquela companhia, dos 80 mil empregos diretos, deputado Carlos Geilson, só existiam 23 mil diretos. Todos os outros eram terceirizados com o objetivo de privatizar a companhia! Todos os ativos eram comprometidos. A companhia foi dividida em diversos ativos para que pudesse ser facilitada a privatização da Petrobras. Transformaram a Petrobras em várias empresas Petrobras, porque era impossível alguém comprar o ativo de uma empresa única consolidada. Por isso, a empresa foi dividida. Aqui na Bahia, é um ativo; em Sergipe, outro ativo; no Rio de Janeiro, outro ativo. Cada local tinha o seu ativo com o objetivo concreto de se tentar destruir. Hoje, os representantes desses partidos dizem que querem defender a Petrobras! Ora, quem quis destruir a companhia vai querer fazer dela uma empresa de orgulho da Nação brasileira?! Quero fazer este debate do ponto de vista do conteúdo e não do ponto de vista da utilização de uma das riquezas mais importantes do nosso País – a Petrobras – para transformá-la em um debate político oportunista! Este é um debate oportunista por parte de quem quer fazer uma CPI neste momento! O ex-presidente José Sérgio Gabrielli esteve no Senado para debater esta questão! Nenhum senador, repito, nenhum senador fez qualquer questionamento ou levantou qualquer dúvida com relação a qualquer envolvimento de interesse particular naquele negócio! De repente, aparecem senadores assinando a favor da criação da CPI ao dizer que acreditam haver irregularidades na Petrobras. Por que não perguntaram quando o 17 ex-presidente José Sérgio Gabrielli estava no Senado para atender ao pedido de todos os senadores?! Ora!, deputada Maria Luiza Laudano e presidente desta sessão neste momento, o que vemos é uma tentativa louca de uma disputa eleitoral sem qualquer tipo de regramento, utilizando-se de uma empresa que é orgulho de todos os brasileiros! Eu quero debater este assunto aqui! À época dos governos passados, a Petrobras representava 2,5% do PIB. Hoje, ela representa 11% do PIB e será 20% do PIB, rapidamente, em negócios em função dos investimentos que precisamos e vamos fazer no Pré-sal. Esta não é a vontade desses que queriam vender a Petrobras durante todos os tempos em que governaram este País, meu querido Leur Lomanto. O Sr. Paulo Azi:- V.Exª me permite um aparte? O Sr. ROSEMBERG PINTO:- Sei que V.Exª, deputado Leur Lomanto, é um defensor da Petrobras. Sei que V.Exª, assim como o deputado Paulo Azi, não vai querer fazer, aqui, o que o seu partido fez para tentar privatizar a Embasa; como privatizou a Coelba; como quis privatizar a Petrobras e a população foi para rua para destruir. O deputado Paulo Azi mudou de posição e mudou por convicção da importância daquela empresa. O deputado Leur Lomanto mudou de posição. Quero desafiar! Quanto a qualquer tipo de problema que possa existir, a Polícia Federal pode investigar, as comissões internas podem investigar, o Tribunal de Contas da União pode investigar. Todos eles podem verificar o que está por trás. Na realidade, por trás, não é investigar qualquer tipo de irregularidade naquele negócio. O que há? É uma mentira da grande mídia que tem pautado a incompetência da Oposição! A Oposição não faz oposição! Quem faz oposição ao nosso governo é a grande mídia neste País! Por isso, quero dizer, meu querido deputado Elmar, que este debate eu quero fazer e vou sugerir nas nossas comissões que façamos aqui uma sessão especial ou uma audiência pública para debater essa questão da Petrobras, para saber de que lado cada um dos parlamentares está aqui, se do lado da Petrobras ou do lado das empresas multinacionais. O que está por trás de tudo isso, minha querida Ângela Sousa, não é a refinaria de Pasadena. O que está por trás de tudo isso é que deixamos de vender óleo cru para vender derivados para os Estados Unidos. E esse time que sempre quis ficar subordinado aos Estados Unidos não aceita o rompimento que fizemos para transformar este País independente como hoje ele é, porque rompemos a relação prioritária comercial com os Estados Unidos e migramos para a Europa, para a China. E é isso que o PSDB e o DEM não concordam, porque querem continuar subordinados às relações comerciais norte-americanas. É esse o debate que quero fazer, deputado Paulo Azi, para que possamos aqui, realmente, saber o que cada um pensa sobre o Brasil. E a tentativa de usar isso não é contra a Petrobras, não é contra Gabrielli – até entendo o meu querido Elmar Nascimento -, o que estamos fazendo 18 aqui é um debate a favor do Brasil e vocês contra esse Brasil que cresce. E hoje estamos mostrando as 13 mentiras que querem falar sobre Dilma, quando dizem que está sucateada a nossa indústria, quando a indústria cresce aqui na Bahia. Vá visitar Camaçari do nosso tempo para ver quantas indústrias há em Camaçari. Vá agora para verificar como estamos reconstruindo os polos industriais regionais, que foi dilapidado o sonho de Rômulo Almeida quando construiu nesta Bahia os polos regionais de desenvolvimento, e que estamos restabelecendo neste momento. Por isso que não é um debate de CPI... O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Para concluir, deputado. O Sr. ROSEMBERG PINTO:- (…) é um debate sobre o Brasil. E quero fazer o desafio para que possamos fazer uma audiência nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra o Líder da Minoria ou Líder do Bloco Parlamentar PMDB/PSDB para falar ou indicar o orador pelo tempo de 11 minutos. O Sr. CARLOS GEILSON:- Por todo o tempo o deputado Paulo Azi. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra o nobre deputado Paulo Azi pelo tempo de 11 minutos. O Sr. PAULO AZI:- Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, senhoras e senhores presentes às galerias desta Casa que nos acompanham pela TV Assembleia, Sr. Presidente, não posso deixar de enaltecer a coragem cívica do deputado Rosemberg Pinto. Deputado, V.Exª, realmente, foi de uma enorme coragem em trazer um tema tão espinhoso para o debate desta Casa. Quero apenas fazer algumas poucas colocações, porque imagino o momento difícil por que passa V.Exª pelas ligações que V.Exª tem com algumas pessoas que estão no centro desse escândalo, mas não posso deixar de trazer alguns pontos, eu diria, de correção à fala de V.Exª. V.Exª acusa a Oposição, acusa a imprensa de serem responsáveis por esse escândalo, que é hoje o principal assunto nos quatro cantos do nosso País. As pessoas se perguntam como é que uma empresa que valia 42 milhões foi comprada por um bilhão e 300 milhões de dólares. Então, esse é o grande escândalo e o grande assunto que hoje perpassa todos os quadrantes do nosso País. Agora, mais uma vez, V.Exª foi indelicado com a Oposição, com a Oposição que poderia estar fazendo um verdadeiro “carnaval” nesta Casa. Porque hoje o centro desse escândalo, a pessoa, a figura central desse escândalo é um baiano, de quem não tenho nada de pessoal contra, mas é um baiano que hoje ocupa a Secretaria de Planejamento do nosso Estado. No centro desse escândalo está o próprio governador Jaques Wagner, que participou dessa catastrófica decisão. No entanto, a Oposição, até 19 num gesto de respeito pelo momento delicado em que esses personagens vivem, tem evitado trazer esse debate para esta Casa. Agora, não podemos aceitar, concordar que V.Exª venha culpar a Oposição e a imprensa, porque os números estão aí. Aliás, deputado Rosemberg Pinto, se existe um culpado por todo esse escândalo, é a presidente da República. Assisti ontem aos deputados do PT em almoço em desagravo ao ex-presidente da Petrobras, mas quem puxou o escândalo, quem gerou o escândalo, deputado Rosemberg, não foi a imprensa nem a Oposição, foi a presidente. Foi ela que disse, em nota oficial escrita do próprio punho, que tomou uma decisão em função de informações inconsistentes e falhas. Palavras da presidente da República. Então, perdoe-me V.Exª, mas se de um lado é salutar que V.Exª tenha a coragem de trazer esse debate para esta Casa, do outro lado precisamos ser fiéis à verdade dos fatos. Deputado Rosemberg, V.Exª tem que reconhecer que, no mínimo, foi de uma imprevidência sem tamanho. Hoje estão informando que não tiveram o cuidado de procurar saber por quanto a tal empresa belga comprou a empresa, não tiveram interesse em se informar disso. Está na imprensa, deputado Rosemberg. Está lá nos dados oficiais de diretores. Um ex-diretor que fazia parte do conselho da administração da Petrobras, um cidadão que participava do conselho da Petrobras, disse: “Não, ninguém se preocupou em saber por quanto a empresa comprou, um ano antes, as ações dessa refinaria. A Petrobras foi obrigada a comprar.” E por que não entregaram à própria empresa para receber? Pelo que entendo, sou neófito nisso, V.Exª é um profundo conhecedor do assunto, mas a tal cláusula que obrigava uma ou outra parceira a comprar valia para os dois, se não me engano. Então, a Petrobras poderia dizer “não, compre a minha parte, eu quero vender a minha parte, não quero comprar a sua.” Então, esse foi um negócio muito malfeito. No mínimo, uma enorme imprevidência, uma enorme falta de cuidado com esse que é um verdadeiro patrimônio do nosso Estado, que V.Exª sabe que foi “aparelhada” nesses últimos oito anos. A Petrobras perdeu a sua função estratégica na economia do nosso País para se tornar mais uma estrutura de aparelhamento do PT para se dedicar inclusive às campanhas eleitorais do interior dos Estados brasileiros, patrocinar são-joão, equipes de futebol, lideranças políticas interioranas. Todos sabemos disso, e V.Exª sabe mais do que ninguém. O que está acontecendo aqui é apenas a consequência do aparelhamento criminoso, diria, que essa empresa sofreu ao longo dos últimos 8 anos. Essa é que é a verdade. Mas estou aberto, adoraria enfrentar o debate com o senhor. É um assunto que hoje praticamente se discute em todo o nosso País. Só que V.Exªs precisam se decidir. Não existe nesta situação Oposição e imprensa. Existe de um lado a diretoria da Petrobras, e do outro existem aqueles que participavam do seu Conselho. Um diz uma coisa, e o outro diz outra. Foi só o Exmº Sr. Governador que não disse nem uma coisa nem outra. Ficou no murro, nem a favor da presidente nem contra. Ficou como se ele também não tivesse nada a ver com o peixe, como se não tivesse participado desse malfadado negócio. 20 Aceito o desafio de V.Exª. Estou à disposição para fazermos este debate, sempre no nível elevado que esta Casa merece ter. Mas, aproveitando a presença dos funcionários da CBPM, quero alertar esta Casa em relação ao projeto que está na pauta de votação da Ordem do Dia desta tarde. A Oposição vem já há muito tempo alertando a população dos riscos que se criarão caso o governo faça a opção pela regulamentação da PEC aprovada aqui no início do ano. Isso vai causar enormes prejuízos a três setores essenciais do nosso Estado: pesquisa mineral, eletrificação rural e serviços de recursos hídricos e combate à seca. Para V.Exªs terem uma ideia, no Orçamento aprovado por esta Assembleia no início deste 2014 nós deputados destinamos à CBPM, órgão responsável pela área mineral da nossa Bahia, recursos da ordem de R$ 73 milhões. Para eletrificação rural, R$ 78 milhões. E para o combate à seca e para ações na área de recursos hídricos, 173 milhões. Esse somatório gira em torno de R$ 315 milhões, valor que é a projeção da arrecadação dos recursos dos royalties do nosso Estado. Pois bem. Aprovado este projeto, Srªs e Srs. Parlamentares, esses recursos simplesmente irão desaparecer, e o governo em nenhum momento chegou a esta Casa dizendo quais são as alternativas para isso. Quer dizer que a pesquisa mineral de uma hora para outra perde R$ 73 milhões, a energia rural perde R$ 78 milhões, o abastecimento d'água perde R$ 173 milhões, e ninguém do governo diz nada?! Ninguém do governo diz como será suprido esse buraco?! E assim nós vamos efetivamente caminhar para uma situação de quase insolvência dessas empresas e ações do Estado, porque essas áreas eram e são a principal fonte de receita delas na nossa Bahia. Vejam V.Exªs que em 2013... O Sr. PRESIDENTE(Marcelo Nilo):- Para concluir, deputado. O Sr. PAULO AZI:- Concluirei, presidente Marcelo Nilo. (…) o governo já vinha descumprindo a própria legislação. A CBPM, por exemplo, tinha uma dotação orçamentária, deputada Maria del Carmen, de... O Sr. PRESIDENTE(Marcelo Nilo): Para concluir, nobre deputado. O Sr. PAULO AZI:- Já estou concluindo, presidente. (…) R$ 58 milhões - Orçamento aprovado por esta Casa. O governo, no entanto, só aplicou, deputado Carlos Geilson, em pesquisa mineral no ano passado R$ 33 milhões, pouco mais da metade daquilo que estava previsto. Imaginem, Srªs e Srs. Parlamentares, como será este ano, já que a principal fonte de receita da CBPM na área mineral e da CERB na de abastecimento d'água vai ser... A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Para concluir, caro deputado. O Sr. PAULO AZI: (…) simplesmente retirada de uma canetada só se esta Assembleia aprovar esse projeto de lei. Portanto, chamo a atenção dos nobres pares para que se debrucem e pelo 21 menos cobrem das Lideranças do governo uma palavra, uma solução para essa situação que é real, deputada Ângela. São recursos orçamentários. Deputado Roberto Carlos, veja V.Exª, representante de Juazeiro e toda a região, que aquela cidade sofre tanto com a seca, e o voto que o senhor vai dar hoje pode retirar do saneamento básico R$ 173 milhões, entre as verbas que a CERB tem para investir em ações de recursos hídricos no nosso Estado. Então, quero fazer este registro e alertar os parlamentares quanto aos riscos que traz a aprovação do referido projeto nesta tarde-noite. Muito obrigado a V.Exª. (Palmas!) (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. João Carlos Bacelar:- Questão de ordem, Srª Presidente. O Sr. Marcelino Galo:- Questão de ordem. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Questão de ordem do deputado João Bacelar. O Sr. João Carlos Bacelar:- Temos aqui uma faixa, Srª Presidente, que reproduz uma frase do governador Wagner: “A CBPM está para a mineração da Bahia como a Petrobras está para o petróleo do Brasil.” Então nós deveríamos agora estar discutindo essa frase dele, sabendo se era verdade ou se era apenas uma frase de efeito, uma frase política. Mas cadê a Bancada do governo? Nós queremos discutir o futuro da CBPM. Nós queremos, Srª Presidente, discutir a destinação dos royalties. Nós queremos, Srª Presidente, discutir a ilegalidade da antecipação desses royalties. Mas, Srª Presidente, temos apenas três deputados de uma base que chega a quase 50. Portanto, ou o governador não orientou a sua Bancada ou ela própria não segue a orientação dele. Ou então S.Exª não valoriza a Petrobras, pois não pode ser este o tratamento que a Bancada governista está dando à questão da CBPM. Isso porque em qualquer coisa do interesse do Palácio de Ondina a Bancada chega aqui às 13h30min. e não arreda o pé! Amanhece o dia no Plenário! E hoje estamos discutindo aqui a CBPM, uma oportunidade para discutirmos a CBPM e, infelizmente, não temos deputados em número suficiente no plenário. Srª Presidente, o deputado Paulo Azi citou aqui números do orçamento, mostrando um grave erro que esta Casa vai cometer hoje, se aprovarmos este projeto. Nós poderíamos estar aqui, agora, reunidos, discutindo a emenda do deputado Álvaro Gomes, mas ninguém toca no assunto, ninguém vai à tribuna para explicar, ninguém vem discutir, Srª Presidente. Parece até as reuniões que um determinado précandidato tem feito pelo interior do Estado, que diz que vai cuidar do panejamento do governo, mas só tem discurso político, não se tem nenhum discurso, realmente, das funções e do caminho do Estado. Srª Presidente, não pode, o Regimento desta Casa exige a presença, Srª Presidente, de 21 Parlamentares para a continuidade da sessão. 22 Precisamos, Srª Presidente, saber se função de deputado é ser despachante em Secretaria ou se é estar no plenário, e hoje, especialmente, discutindo a emenda do deputado Álvaro Gomes, discutindo um projeto de lei. Não tenho, Srª Presidente, outro caminho a não ser solicitar que V.Exª proceda uma verificação de quórum para a continuidade da sessão. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- V.Exª será atendido. O Sr. Marcelino Galo:- Questão de ordem, Srª Presidente. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Questão de ordem do deputado Marcelino Galo. O Sr. Marcelino Galo:- Nobre presidente, gostaria de solicitar de V.Exª que desse o tempo regulamentar de 15 minutos para que pudessemos convocar todos os deputados, não só os da Bancada de Situação, como se refere o deputado, mas, também, de toda a Casa, pois parece que não tem nem deputado da Situação nem da Oposição. Saudar, também, aqui, os funcionários da CBPM, que estão aqui exercendo o seu direito democrático, com uma pauta extremamente coerente. (Palmas). Com certeza nós saberemos analisar e discutir todas as questões. E também, já que o deputado João Carlos Bacelar quer discutir, a gente poderia voltar também para discutir a Lei Kandir. Se o deputado lembra, foi uma lei de um ex-ministro do Fernando Henrique Cardoso que desonerou de qualquer tipo de imposto a mineração. Então, a mineração só faz deixar o buraco lá, sai do país e não deixa nada para o município e muito pouco para o Estado. Então, já estava na hora de a gente rever essa legislação e aproveitar esse grande potencial, não só do semiárido como de todo o Estado da Bahia, que é um Estado extremamente rico em minérios, para que a gente aproveitasse essa riqueza para o bem do nosso povo . E para ter política pública que faça o bem do nosso povo precisamos cobrar imposto, e principalmente, imposto de quem pode pagar. E empresa de mineração pode pagar imposto e, sem dúvida nenhuma, o deputado também compreende, e nós deveremos discutir essa legislação em nível nacional. Visitamos o município de Paraopeba, lá no Pará, é o um município que tem o maior índice de violência da juventude, é o município que tem a maior mina do País, uma das maiores minas do mundo, e ali se exporta e só faz sair, não fica nada nem para que a gente possa cuidar melhor da educação, da saúde, cuidar melhor da juventude, sem dúvida nenhuma deveremos fazer isso. Por isso peço a V.Exª que zere o painel para que a gente possa dar o tempo regulamentar e, aqui aproveito para convidar a todos os deputados desta Casa que estão nos seus gabinetes, nos corredores, no cafezinho, para que possam comparecer a este plenário fazermos esse grande debate. Então, peço a todos os deputados da bancada do Governo que compareçam a este plenário para que possamos continuar, já que foi pedida uma questão de ordem no sentido de interromper esta sessão. Portanto, peço a todos que compareçam, 23 principalmente a bancada do Governo, convidando aqui os líderes dos diversos partidos e todos os deputados. Muito obrigado, Srª Presidente e por favor, peço que zere o painel e seja dado o tempo de 15 minutos. A Srª PRESIDENTA (Ângela Souza):- Pois não, deputado, V.Exª será atendido. Quero pedir que zerem o painel, por favor, e pedir no tempo regimental de 15 minutos, para que todos os deputados compareçam ao Plenário, pois está se pedindo uma verificação de quórum. Gostaríamos que todos os deputados pudessem comparecer aqui ao plenário. Temos 15 minutos regimentais e precisamos dar continuidade a nossa sessão. A Srª Maria Luiza Laudano:- Questão de ordem, Srª Presidente. A Srª PRESIDENTE (Ângela Souza):- Questão de ordem, deputada Maria Luiza Laudano. A Srª Maria Luiza Laudano:- Minha questão de ordem, Srª Presidente, é para convidar os deputados e deputadas para se fazerem presentes aqui no Plenário desta Casa, vez que existem projetos importantes para serem discutidos que estão na pauta da sessão de hoje. E não sabemos o horário que vamos sair daqui, se na madrugada e precisamos que os deputados venham para o Plenário para que possamos dar andamento à sessão. Nós só temos presentes, no momento, 10 deputados. Por gentileza, Srs. Deputados, adentrem a este Plenário para dar continuidade à presente sessão. Precisamos contar com a presença dos Srs. Deputados. (A Srª deputada Maria Luiza Laudano procede a chamada dos ausentes.) A Srª Maria Luiza Laudano:- O deputado Marcelo Nilo teve que se ausentar para uma reunião. Só temos até agora presentes neste Plenário, 13 Srs. Deputados. Precisamos de 21 Srs. Deputados para a continuidade da presente sessão. Por gentileza, Srs. Deputados, venham para o Plenário para a continuidade da presente sessão. (Continua a verificação de quórum.) O Sr. João Carlos Bacelar: - Pela ordem, Srª Presidente. A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa): - Pela ordem, deputado João Carlos Bacelar. O Sr. João Carlos Bacelar: - Srª Presidente, enquanto ficamos na expectativa da chegada dos Srs. Deputados da Maioria, eu queria saber o porquê do governo do Estado … Primeiro quero deixar clara aqui a minha posição de que é uma aberração essa antecipação dos royalties. Mas já que o governo tem esse rolo compressor, por que não coloca no projeto de lei, já que 75% desses recursos serão utilizados para cobrir o rombo momentâneo da Previdência dos servidores, por que não especificar 10 ou 15% para a pesquisa mineral? Por que não suprir essa lacuna na lei? E a emenda do deputado Álvaro Gomes vem com esse objetivo de especificar claramente o percentual que será aplicado em pesquisa e nos outros setores. 24 Que impressão nos passa, Srª Presidente? Que há segundas intenções no projeto. É a única justificativa. O que foi que o constituinte pensou quando colocou esse dispositivo na lei? Compensar estados e municípios? Pela exploração de recursos minerais, isso é o subsolo. E nada mais justo que parte desses recursos sejam destinados, por exemplo, à pesquisa mineral. Por que o governo que atropela, faz antecipação de receita quando a lei proíbe, por que não atende à emenda do deputado Álvaro Gomes? (Palmas.) A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Srs. Deputados, vamos dar continuidade a sessão, o quórum foi restabelecido. Com o nobre Líder da Maioria ou do Bloco Parlamentar PSC, PV, PR, PRB para falar ou indicar o orador pelo tempo de 11 minutos. O Sr. Marcelino Galo:- Nobre presidente Ângela Sousa, por todo o tempo, falará o deputado Roberto Carlos. A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Por 11 minutos, falará o nosso querido deputado Roberto Carlos, que comanda aquela região de Juazeiro. O Sr. ROBERTO CARLOS:- Srª Presidente, Srs. Deputados, Srªs Deputadas, povo que prestigia esta Casa, funcionários, imprensa, gostaria de saudar a todos os funcionários da CBPM. (Palmas) Quero dizer que concordo com o que muitos deputados falaram aqui, que devemos analisar com carinho esse projeto para não prejudicar a CBPM, porque todos sabemos da importância que ela tem para a Bahia. Não é só porque a CBPM está para a mineração da Bahia como a Petrobras está para o petróleo do Brasil. Mas eu diria e acrescentaria que a CBPM, hoje, na Bahia, é a Neymar do governo do Estado, ou melhor, do povo da Bahia. Por isso devemos analisar com muito carinho, Srª Presidente, que preside esta sessão e que, ao lado de Ivana Bastos, abrilhanta esta Casa com sua presença na Mesa Diretora. E, quem sabe, nos próximos mandatos V.Exª estará como presidente desta Casa. Gostaria de fazer, também, um registro aqui, senhoras e senhores, (lê) “Há algum tempo atrás, ocupei essa tribuna para falar da violência que assola nosso País e, por consequência, nosso Estado e que, no Carnaval de 2013, vitimou um jovem médico da minha querida Juazeiro, o Dr. Márcio Spinola Ramos. Hoje venho à tribuna tribuna, para falar do seu pai, professor, empresário, político e ex Prefeito de Juazeiro: Rivadávia Spinola Ramos. Falando assim, pura e simplesmente pelo nome, talvez poucos conheçam, mas falando professor Rivas, com certeza, todos o reconhecerão. Homem de hábitos simples, postura elegante e caráter ilibado! Amigo, companheiro, democrata, mente aberta, sorriso fácil, leal. Conheci o professor Rivas quando vereador em Juazeiro. Ali, como oposição, sempre mantivemos um relacionamento cordial e amigável. Das vezes que em campos opostos precisamos debater, o fizemos com respeito um ao outro; respeito de cidadãos, de homem público. Recentemente, em Juazeiro, o professor Rivas, lançou o seu livro onde narra histórias do desenvolvimento de Juazeiro e Petrolina e, segundo o mesmo, o fez em 25 homenagem ao filho Márcio, covardemente assassinado aqui, em Salvador, que tinha grande desejo de que o pai escrevesse as suas ricas lembranças, especialmente, sobre a nossa cidade. “Convivendo com a Memória” fala também da política dos tempos em que esteve à frente da prefeitura de Juazeiro; fala do convívio com a comunidade, com outros políticos, das tomadas de posição e muito mais. “Convivendo com a memória”, nos leva de volta aos tempos de efervescência política em nossa querida Juazeiro, onde travamos lutas nas ruas, eu, como camelô, contra o poder, na tribuna como vereador de oposição; mas éramos cidadãos, havia respeito de um homem para outro. Quando considerava que a obra de interesse da sociedade, eu votava a favor e, muitas vezes, meus projetos foram aprovados e, alguns também foram atendidos e executados pelo então prefeito, Professor Rivas. Mas nos emociona, sobremaneira, a sensibilidade que o professor conta em seu livro, da sua vinda de Carnaíba, interior de Juazeiro, trazido pela professora, das suas reminiscências de criança e da vida humilde da família, da sua trajetória no trabalho, dos tempos do Cine São Francisco, do Magazine Espínola, enfim, dos clubes de serviço. Como político, a solenidade de lançamento do seu livro diz muito do seu caráter e carisma: conseguir reunir tantas lideranças, tantos grupos políticos, tantos admiradores e opositores políticos, que se sentiram unidos pela sua amizade, ficaram como que num culto ecumênico, atentos e sedentos de beber da fonte do seu saber, de conhecer e reverenciar as suas memórias. Parabenizo também a sua família, esposa, filhos, irmãos, netos e noras e seus amigos, correligionários e todos que testemunharam a sua história neste livro que, lançado no Dia Nacional da Poesia, 14 de março, deveria se chamar “O Semeador”; pela sua trajetória de homem de bem, plantador de ideias, semeador da paz e do amor, da amizade, do trabalho, da construção! Sua trajetória de homem do interior, de aluno e professor, de empresário e político não foi e nem será em vão. O senhor, professor Rivas, plantou a semente do bem e, com certeza, colherá o fruto de amor, da amizade eterna de todos que o cercam. Tenha certeza também, a memória de Dr. Márcio Espínola, seu filho, não será esquecida. Ela será uma bandeira de luta, um bastião daqueles que lutam pela justiça. Caro amigo, professor Rivas, todos nós, juazeirenses, baianos, conviveremos sempre com essas suas boas memórias. E, no espelho delas, procuraremos sempre conviver em nossas famílias com esse exemplo de vitória pela educação, de sucesso como empresário, pela honestidade, pelo trabalho, pelo caráter. Um exemplo de político sério, democrático, inovador, realizador de projetos, tocador de obras. Mas, principalmente, professor, minha homenagem ao senhor hoje, nesta tribuna, é pela família; pela coragem de um filho que deixa a casa dos pais em busca do conhecimento e retorna trazendo vitórias na bagagem! Meu abraço fraterno é para um homem que construiu a sua família baseado nos princípios da ética, do caráter e também da educação; dando exemplo de que, quando se quer, com fé em Deus, com 26 toda força e coragem 'o universo trabalha para realização de todos os sonhos.” Ao Professor Rivas, meu abraço, minha admiração e o reconhecimento de todos que fazem a Casa Legislativa da Bahia. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Não foi revisto pelo orador.) A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Concedo a palavra ao nobre Líder do governo e da Maioria, ou ao Líder do PSB, para falar ou indicar orador pelo tempo de 12 minutos. O Sr. Marcelino Galo:- Nobre deputada Ângela Sousa que ora preside esta sessão, falará por todo o tempo o deputado Álvaro Gomes, do PCdoB. A Srª PRESIDENTE (Angela Sousa):- Com a palavra o nobre deputado Álvaro Gomes pelo tempo de 12 minutos. O Sr. ÁLVARO GOMES:- Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero saudar aqui os presentes da CBPM, que estão aqui na sua reivindicação justa, acompanhando a votação do projeto de lei n° 20.757/2014, ao qual, por sugestão da própria CBPM e das entidades vinculadas, apresentamos uma emenda que esperamos que seja aprovada. Essa emenda foi sugerida pelas entidades vinculadas à CBPM. Portanto, alteramos o § 1° do art. 1° do projeto de lei. A nossa emenda prevê, basicamente, o seguinte: o detalhamento. Na realidade, mantivemos os 70%, 75% para serem utilizados para aporte de capitalização do Fundo Financeiro do Regime Previdenciário dos Servidores Públicos do Estado da Bahia - Funprev. Isso é mantido intacto, não se altera absolutamente nada. Mas detalhamos exatamente o §1° do projeto de lei da seguinte forma: de 10% a 12,5% na gestão de pesquisa, prospecção e lavra de recursos minerais. De 10% a 12,5% na gestão, aproveitamento e preservação de recursos hídricos, inclusive na preservação do meio ambiente. De 3% a 5% na geração de energia e energização rural. Mantém-se os 70% para o Funprev. Qual é a diferença e o que é que pretende essa emenda? Essa emenda pretende apenas detalhar o projeto de lei. Achamos que é importante, porque a questão do Funprev tem uma importância muito grande para os servidores do Estado da Bahia. Então, a não aprovação desse projeto e a não aprovação desse percentual para o Funprev terminará – caso o projeto não seja aprovado – comprometendo o pagamento das aposentadorias e o próprio fundo de previdência. Esse problema não é deste governo, é antigo. O governo está tentando solucionar um problema que já existia no passado. Então, pegamos o projeto original no art. 1°, § 1°, que diz: “25% a 30% serão utilizados na gestão de pesquisa, de prospecção e lavra de recursos minerais, na geração de energia e energização rural, e na gestão de aproveitamento e preservação de recursos hídricos, inclusive na preservação do meio ambiente”. O que fazemos é 27 apenas detalhar esse percentual. Estamos conversando com o Líder do governo, Zé Neto, e o secretário de Relações Institucionais para ver se conseguimos o consenso para aprovação dessa emenda. Espero que essa emenda seja aprovada aqui, porque é o anseio das entidades vinculadas. Não podemos, sob hipótese alguma, enfraquecer uma empresa estratégica para o desenvolvimento do nosso Estado, que é a CBPM. A CBPM tem importância estratégica para o desenvolvimento do nosso Estado. É preciso que isso fique claro na legislação, na lei que aprovaremos aqui, porque é uma questão que diz respeito à geração de emprego, renda, desenvolvimento e melhoria das condições de vida da nossa população. Temos que investir em pesquisa mineral para promover o desenvolvimento do nosso Estado. Por isso, apresentamos essa emenda, e esperamos que a mesma seja aprovada aqui. Estão presentes os companheiros com suas faixas importantes: “O projeto dos royalties do governo: decreto da morte anunciada da CBPM.” Outra faixa: “CBPM, pesquisai a nossa bandeira.” Mais outra faixa, assinada pelo CREA, Sindipec, Senge, ABG, ABEM, AECBPM. A outra faixa: “Sem pesquisa, não há desenvolvimento.” Tem toda a razão. Outra faixa: “Deputados, o sucesso da mineração baiana depende dos royalties.” Outra faixa: “Emenda do deputado Álvaro Gomes é a garantia da sobrevivência da CBPM.” Outra faixa: “A CBPM está para a mineração na Bahia como a Petrobras está para o petróleo no Brasil.” E outra faixa: “Mineração, solução para o semiárido baiano.” Portanto, endossamos todas essas reivindicações de vocês. Lutaremos para que consigamos aprovar essa emenda apresentada por vocês, que tem o endosso do CREA, do Sindipec, do Senge, da ABG, da ABEM, da AECBPM. Por isso, estamos aqui nesse processo de discussão e de negociação, para que seja aprovado esse projeto. Quero parabenizar a todos vocês de todas essas entidades que estão aqui, neste momento. Digo que é muito importante a presença de vocês aqui. As suas presenças é que farão com que avancemos nessa luta, para consolidar e fazer com que suas reivindicações sejam atendidas efetivamente. Faremos todo o esforço junto ao Líder do governo e demais deputados para que essa emenda seja aprovada. Srª Presidente, Srs. Deputados, quero também comentar sobre nossas atividades no final de semana. No dia 28, estivemos na Cidade de Guanambi, onde realizamos uma audiência pública sobre a criação da Universidade Federal da Serra 28 Geral. Foi uma audiência muito representativa, com a participação de dezenas de lideranças locais e das diversas cidades da região, vários vereadores e entidades. E lá debatemos o potencial que tem a região para a expansão das universidades e, no caso, para a criação da Universidade Federal da Serra Geral. Ficou comprovado que aquela região vem num processo de desenvolvimento extraordinário e que cabe a criação de mais uma universidade. Na mesma Cidade de Guanambi, no dia seguinte, participamos do encontro dos bancários de Guanambi e região. Foi um encontro de grande importância, já preparando os bancários para os próximos embates com o segmento financeiro, que é sempre beneficiado enquanto a população, os clientes e os bancários sofrem as consequências. Participamos e realizamos esse encontro regional dos bancários para nos preparar para os próximos embates, para lutar pela segurança bancária, pela melhoria do atendimento bancário e melhoria das condições de trabalho e salariais dos bancários. Nesse mesmo dia, em Guanambi, participamos também do Programa Saúde em Movimento, iniciativa do governo do Estado extremamente importante para a população e que tem melhorado a vida de muita gente. São realizadas milhares de cirurgias de cataratas e milhares de exames oftalmológicos de forma rápida, ágil, eficiente e com alta tecnologia. Ainda no final de semana, participamos de algumas atividades no Recôncavo. Na Cidade de São Félix, realizamos um ato de filiação ao nosso Partido Comunista do Brasil. Hoje, pela manhã, estivemos em um evento de grande importância, uma reunião da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, entidade representativa dos conselhos municipais, e debatemos junto com o Fórum Estadual de Educação, sobre a importância dos planos de educação para garantia do direito à educação, e a organização dos fóruns municipais de educação, na perspectiva na gestão democrática. Agora pela tarde, também estivemos numa visita ao governador em exercício, Eserval Rocha, e lá conversamos sobre alguns temas, entres os quais a perspectiva do envio à Assembleia Legislativa do projeto de lei de organização judiciária. Aprovamos, aqui, em 2007, a Lei de Organização Judiciária, da qual fui o relator, tive a responsabilidade de relatar. Essa é uma das leis mais importantes dos últimos 30 anos. Aprovada aqui em 2007 e, com isso, contribui para melhorar, do ponto de vista da legislação, e do ponto de vista prático também vem avançando nesse sentido, melhorar o atendimento judiciário na questão da democratização, na questão da universalização do direito à Justiça. Agora, teremos novamente essa lei para ser aperfeiçoada, para sofrer adequações, para melhorar ainda mais o atendimento judiciário rumo à universalização do direito à Justiça, principalmente daqueles que mais necessitam, e para a democratização. 29 Portanto, espero também ser o relator dessa nova lei de organização judiciária, tendo em vista a experiência acumulada. (Não foi revisto pelo orador.) O Sr. PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Concedo a palavra ao nobre líder da Minoria ou líder do DEM para falar ou indicar orador pelo tempo de 11 minutos. O Sr. Gaban:- Presidente, usarei todo o tempo. A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Falará por todo o tempo o nosso deputado (pausa), meu amigo querido. O Sr. GABAN:- Minha cara presidente, V.Exª esqueceu o meu nome? A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Eu estava distraída, meu querido amigo deputado Gaban. O Sr. GABAN:- É recíproca a amizade. Fico extremamente satisfeito em ver composta a Mesa por três digníssimas representantes desta Casa. Temos de fazer justiça, independentemente de posições político-partidárias, às posições firmes de Vossas três Excelências na defesa dos municípios que representam. V.Exas são exemplo de como deve funcionar o Parlamento. Parabenizo, minha cara presidente, e me sinto extremamente honrado em fazer um pronunciamento numa Mesa composta por três deputadas que honram o Poder Legislativo do Estado da Bahia. A Srª PRESIDENTE (Ângela Sousa):- Muito obrigada, grande deputado. O Sr. GABAN:- Minha cara presidente, minhas queridas deputadas, nosso querido deputado também, decano na nossa Casa, quase os mesmos mandatos que eu, prazer muito grande, Srs. Deputados, inicio falando que fico muito satisfeito e lhes confesso que estranhava a omissão da CBPM. Quantos pronunciamentos já fiz nesta Casa dizendo que esse projeto de antecipação dos royalties do petróleo do futuro governador que vai ser eleito democraticamente pelo povo da Bahia, recursos esses que serão utilizados, como estão sendo desde 2008, para pagamento única e exclusivamente, e temos comprovação, já enviamos, inclusive, para o “tribunal carinhoso com o Estado”, que é o TCE, gravações não só de áudio e vídeo mas, acima de tudo, comprovações contábeis que o governo, desde 2008, tem utilizado recursos vinculados para o pagamento do seu custeio, que é altíssimo, da fonte 100, antiga fonte. Este projeto, da forma como está configurado, será apreciado pelos deputados. Eu não canso de dizer, o deputado lagartixa, aquele que balança a cabeça e o rabo para concordar com tudo o que o governador faz, não está se preocupando com as consequências. Eles não sabem que este é o ano da eleição e que eles terão de pagar pelo ônus da omissão. São vários projetos! Vários projetos em que o governo errou! Cito apenas dois. Eu dei uma sugestão para que os royalties do petróleo fossem utilizados para pagar o fundo de previdência, porque muitos que dedicaram a sua vida ao serviço público, independentemente do governo… O funcionário público serve aos governos, não aos partidos, e o PT imagina que deve administrar para o PT e não para 30 o governo, para o povo da Bahia e para os órgãos do governo. Então, quem deu a sugestão para salvar a remuneração daqueles que dedicaram as suas vidas ao serviço público e hoje estão aposentados? Muitos correm o risco de não receber os seus proventos, porque há um rombo no Fundo de Previdência. Fui eu! E o governador acatou! Dou um exemplo recente. No ano passado, em novembro, o governo veio com outro projeto, aqui, – não tem nada a ver, mas vale a pena para vermos os equívocos deste governo – para criar um fundo para a recuperação do patrimônio artístico e cultural do Estado da Bahia vinculado à Conder. Um absurdo! A Conder não tem restauradores, não tem historiadores, nem pessoas no seu quadro extremamente competentes para recuperar o patrimônio artístico e cultural do Estado da Bahia! Fiz vários pronunciamentos, aqui, dizendo que isso era um absurdo e que o governo não poderia fazer isso. O governo usou o seu poder de ter uma maioria provisória – acredito que até as eleições não terá mais a maioria – para aprovar esse projeto esdrúxulo, vinculando o Fundo de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural do nosso Estado à Conder. Agora, está na Casa um projeto do governo do Estado sabe para que, deputado Deraldo Damasceno? Para corrigir o projeto que esta Assembleia aprovou erroneamente, em novembro, que destinava os recursos à Conder. Sabe para onde irão os recursos? Para o PAC, que era o que eu defendia! É óbvio! O governo demorou quatro meses para ver que estava errado e que o que eu havia sugerido era o correto! O governo não quer ouvir! O governo não ouve a Oposição e tem uma posição ditatorial, demagógica. O governo faz uma política na televisão e nos diversos veículos de comunicação do Estado, mas age de uma maneira ditatorial. Dei dois exemplos em que eu sugeri e o governo acatou. Mas, agora, acata de uma maneira errada e deixa de destinar parte dos recursos para a CBPM. É a morte da CBPM! É a morte de mais um órgão do governo! Da mesma forma que agiram errado com relação ao Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia – IPAC. Eu dizia: Se existe um órgão, ou destina os recursos para ele ou acaba com o órgão. Não acataram! Agora, voltaram atrás. O governo comete o mesmo erro com V. Sªs. Há pouca gente, aqui, mas é uma manifestação. Deveriam estar aqui, na sua totalidade, aqueles que gostam, que amam e que defendem a CBPM! (Palmas) O que estamos defendendo, aqui, não é a CBPM, mas a sobrevivência de um órgão de fundamental importância para o nosso governo que assumirá a partir de janeiro do próximo ano! Eu não quero que uma medida dessa acabe com um órgão para que tenhamos que ressuscitá-lo. O que estão decidindo, aqui, é a sobrevivência da CBPM. Será que, somente, V.Srªs., 30 pessoas, talvez até menos, estão enxergando a sepultura da CBPM? Será que a maioria provisória do governo não enxerga isso como não enxergaram, no passado, as críticas que fiz? Tardiamente! Mas, ao menos, a minoria da CBPM veio aqui. V.Srªs. estarão com a consciência tranquila. Ao colocarem a cabeça no travesseiro, V.Srªs. dormirão com a 31 certeza de que cumpriram com a obrigação ao defender aquilo em que V.Srªs. acreditam. A maioria de V.Srªs. dedicou a vida no desempenho de suas funções. Cadê a maioria dos funcionários da CBPM? Por que não estão aqui? Estão como os sindicatos. Todos! Agora, timidamente, começam a se manifestarem. Confundem representação sindical com alinhamento político com o PT. Não pode! Quem é presidente de um sindicato tem de representar a categoria que o elegeu. Alinhamento com político ou com o governo do PT, isso é outra história. Na hora em que vem um reajuste de 2%?! Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! Todos sabemos que a inflação, nesses últimos 12 meses, já atingiu a marca de 6%! Raciocínio rápido! Não precisa ser engenheiro! Não precisa ser inteligente! Não precisa ser nada! Vejam, 6% de aumento nos vencimentos e salários resultam em uma inflação mensal média de 0,5%. Se o governo vai reajustar o salário do funcionário público ao final de abril – janeiro, fevereiro, março e abril – são quatro meses. E quatro meses são 2%! Na hora em que conceder o reajuste de 2%, para cada R$ 1.000,00 são R$ 20,00 de reajuste! A própria inflação deste ano está corroendo esse pseudorreajuste. As associações e os sindicatos, agora, começam a se manifestarem. Tardiamente. Era para ter sido votado hoje. Mas o governo recuou com medo, repito, com medo! Sabem por quê? Não do funcionário público que ele despreza. Tanto é que, no ano passado, nem a inflação do período foi dada ao servidor, porque ele dividiu o reajuste em duas etapas. Este ano está pior! O governo, com medo da assembleia da Polícia Militar prevista para o dia 15 de abril, está recuando, porque, senão, seria votado hoje. Mas o governo está com medo da reação da Polícia Militar que está reunida com o indício de uma greve – o que nós não queremos. Desta vez, é diferente! Não são, apenas, os praças! São, também, os oficiais envolvidos nessa celeuma. Por quê? Porque o governo não pagou a URV prometida desde 2007; não recuperou os salários; deu um reajuste pífio de 2%! Cadê aquela promessa do governador Jaques Wagner de que daria um plano de carreira para a Polícia Militar? Nada! Por medo, o Líder do Governo não colocou em votação, hoje, o pífio reajuste de 2%, porque ele está com medo da sua própria Bancada não votar. Se a Bancada votar, terá o repúdio de todo funcionalismo público do Estado. Minha cara presidente, este é o governo! Este é um governo que fazia as promessas das obras do governo federal. O governador Jaques Wagner, por várias vezes, anunciou: “A FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste – vai estar nos trilhos em 2013.” Acabou! Não tem trilho para a Ferrovia de Integração Oeste-Leste! A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Querido, para concluir. O Sr. GABAN:- Concluindo, presidente, o governo anunciava a construção do Porto Sul já neste ano. Acabou o Porto Sul! O governo Jaques Wagner acabou com mais um compromisso. O pior de tudo, a geração de milhares de empregos diretos e indiretos, através da JAC Motors, era uma realidade, pois iria gerar empregos este 32 ano. Cadê a JAC Motors? Nem iniciou a sua função! Este é um governo da mentira! Este é um governo que não tem credibilidade com o povo da Bahia e muito menos com o funcionário público do nosso Estado. Muito obrigado. (Muitas palmas.) (Não foi revisto pelo orador.) A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Há um requerimento sobre a Mesa. (Lê): “Requerimento. Os deputados infrafirmados, com base no que dispõe o inciso II, art. 92 requerem a convocação de uma Sessão Extraordinária, a ser iniciada dois minutos após o encerramento desta, com o objetivo de apreciar As seguintes matérias: Projeto de Lei nº 20.757/2014, Projeto de Lei nº 20.767/2014, Projeto de Lei nº 20.768/2014, todos de autoria do Poder Executivo.” O Sr. Gaban:- Questão de ordem, Sr. Presidente. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Pois não, deputado. O Sr. Gaban:- Pelo que me consta, o requerimento foi assinado por 21 Srs. Parlamentares. Isso é o previsto regimentalmente para a realização de uma sessão extraordinária, após o encerramento desta. Perfeito? V.Exª anunciou uma série de projetos. Gostaria de que V.Exª, além dos números, dissesse o que cada um projeto está representando. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- V.Exª será atendido. Há o Projeto de Lei nº 20.757/2014, de procedência do Poder Executivo, que altera dispositivos da Lei nº 9.281, de 07 de outubro de 2004, que estabelece a distribuição dos recursos financeiros de que trata o art. 204 da Constituição do Estado da Bahia. Há o Projeto de Lei nº 20.767/2014, de autoria do Poder Executivo, que reajusta os vencimentos, subsídios, soldos e gratificações dos cargos efetivos, cargos em comissão e funções gratificadas, proventos e pensões da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, na forma que indica, e dá outras providências. Há o Projeto de Lei nº 20.768/2014, de autoria do Poder Executivo, que altera a estrutura remuneratória dos cargos efetivos, cargos em comissão, funções comissionadas e gratificadas da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo estadual, na forma que indica, e dá outras providências. O Sr. Gaban:- Questão de ordem, Srª Presidente. A Srª PRESIDENTA (Ângela Sousa):- Questão de ordem do nosso deputado Gaban. O Sr. Gaban:- Pelo que eu senti, minha cara presidente, o primeiro projeto é o que extingue a CBPM da estrutura do nosso Estado na hora em que tiram todos os recursos de um importante órgão como este. Eis o primeiro projeto a ser votado, para ciência dos Srs. Parlamentares. Quanto ao segundo projeto, eu desafio. Eu não sei se o governo tem coragem. 33 Aí está meu desafio! Eu não sei se o governo tem coragem de botar um reajuste deste! Para os cargos comissionados, não, porque eles têm de ter a filiação partidária ao PT, pois são eles quem ocupa os cargos comissionados no Estado. Quanto a esses, qualquer coisa que vier é lucro, uma vez que só exerce o cargo comissionado se tiver a filiação partidária do PT. Meu caro presidente Marcelo Nilo, querido amigo, tanto isso é verdade que a Bahia ocupa a desonrosa posição de ser o primeiro Estado, no Nordeste, e o segundo Estado, no Brasil, a dar cargos em confiança. Então, o que vier, para o PT, está bom. O que vier, é lucro, porque uma parte eles mandam para o PT mesmo. Temos 3 projetos: um, que acaba com o CBPM, o segundo, que acaba com o funcionalismo público, e o terceiro é esse irrisório, que aí os servidores públicos, os ocupantes de cargos em confiança vão concordar. Então, é só para dar ciência aos Srs. Parlamentares no ano de eleição, deputado Paulo Câmera, do crime que esse governo está cometendo. Perdem a CBPM e os funcionários públicos. Com os ocupantes de cargos de confiança, não, porque estão na mamata e o que vier é lucro, porque parte desse lucro eles dão de contribuição ao PT. Essas são as considerações que eu gostaria de fazer, meu querido amigo presidente Marcelo Nilo. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra o Líder do PT para falar ou indicar orador pelo tempo de 12 minutos. O Sr. Marcelino Galo:- Sr. Presidente, falará por 6 minutos a deputada Ivana Bastos, a seguir a deputada Maria del Carmem, também, por 6 minutos. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra minha querida amiga deputada Ivana Bastos pelo tempo de 6 minutos. A Srª IVANA BASTOS:- Meu caro Presidente, Srs. Deputados, Srªs Deputadas, funcionários da CBPM aqui presentes, sejam bem-vindos a esta Casa. (Palmas.) Quero iniciar cumprimentando o deputado Marcelino Galo pela bela sessão que tivemos ontem aqui nesta Casa, da Comissão da Verdade. Uma sessão que reintegrou, devolveu os diplomas de deputado estadual aos que foram cassados. Dizia há pouco ao deputado que naquela época não tinha nascido, mas que foi uma verdadeira aula de história. Emocionei-me muito com as pessoas ao dizerem que enquanto o deputado, o pai, era preso, os filhos em casa ficavam naquele desespero. Peço, deputado, pois acredito ser preciso, que aquela sessão seja reproduzida para muitos meios de comunicação pelas histórias relatadas. Foi uma verdadeira aula de história. Parabéns pela coragem, parabéns pela sessão. Quero aqui também registrar o ocorrido no último final de semana, no município de Guanambi. Recebemos a visita do secretário da Saúde, Dr. Washington, este foi visitar a equipe e a estrutura do Saúde em Movimento que se encontrava no município, deputada Ângela Sousa. Cerca de 1.500 pessoas sendo atendidas por dia. Cerca de 500 cirurgias de catarata sendo feitas por dia. O que os olhos não veem o coração não sente. 34 É preciso que a gente conheça esse programa, que a gente aplauda, e é preciso que a gente incentive. Deputada, Maria del Carmem, vi pessoas dizendo que não enxergavam nada, e ao terminar a cirurgia essas mesmas pessoas choravam e já mostravam que estavam enxergando. Um senhor abraçava a neta e dizia: “Como ela é linda, eu não sabia que ela era assim”. Então, isso tudo a gente precisa aplaudir e dizer que vamos continuar em frente, porque o Brasil tem melhorado dia após dia. Cumprimento todos que fazem o Saúde em Movimento. Aproveitando também a oportunidade, quero saudar o município de Caetité, que no próximo dia 5 de abril completa 204 anos de emancipação política. Caetité é um dos municípios mais antigos da Bahia, onde a cultura é muito presente. Na área cultural, temos ali o cantor Waldick Soriano, que muitos aqui conhecem, e eu vejo ali uma faixa, que diz: “Mineração, solução para o semiárido baiano.” Em Caetité, temos a mina de minério de ferro da Bahia Mineração. É ali, em Caetité, que temos o Programa Pedra de Ferro da Bamim, que vai gerar cerca de 6.600 empregos e vai levar a Bahia a ser – quando a mina estiver em seu total funcionamento – o terceiro maior produtor de minério de ferro do Brasil. Lá também tivemos muitos políticos, governadores, tivemos César Zama, Paulo Souto, deputados, como Haroldo Lima, educadores como Anísio Teixeira, e muitos outros. Quero, aqui, desejar a Caetité os meus parabéns e dizer que é uma cidade próspera. Sou filha de Caetité e tenho muito orgulho dessa terra, que tem um povo alegre, um clima maravilhoso, e é a cidade da cultura de toda a região do Sudoeste. O Sr. Gaban:- Um aparte, deputada. A Srª IVANA BASTOS:- Com o aparte o deputado Gaban. O Sr. Gaban:- Prezada deputada Ivana Bastos, gostaria de parabenizá-la e dizer que sou testemunha do carinho, da dedicação, da preocupação que V.Exª tem com sua querida Caetité. É um município extremamente importante, gerador de emprego e renda, do nosso Estado. Então, é justa a homenagem que V.Exª faz neste momento ao município que tanto defende e se preocupa com ele, independentemente dos outros municípios que representa tão bem nessa Casa. Mas Caetité está em seu coração, e sou testemunha disso. Quero parabenizá-la por esse pronunciamento. A Srª IVANA BASTOS:- Muito obrigada, deputado. Quero, também, aqui, aproveitar a oportunidade para cumprimentar o Município de Dom Basílio, um município bem mais jovem, ele tem 51 anos, mas é muito especial nessa minha luta, nessa trajetória. Foi eleito para prefeito o Dr. Marilton Matias, um médico sonhador. Pois sempre teve como sonho ser médico e, depois, prefeito daquela terra. 35 Dr. Marilton assumiu a prefeitura no dia 1º de janeiro; no dia 10 de janeiro, ele descobriu que estava com câncer e em outubro faleceu. Assumiu o mandato o Sr. João Dias, nosso amigo João Careca. É um município muito especial porque é um grande produtor de frutas: manga, banana etc. E nós acreditamos que ele venha a prosperar muito, juntamente com todos esses municípios: Sebastião Laranjeiras, que eu tenho tanto orgulho de representar a prefeita Luciana; Matina; Anajé; Caetité; Pindaí, onde também há uma prefeita, Rosane. Quero deixar um abraço muito especial às pessoas que fazem Dom Basílio. E dizer que a luta de Dr. Marilton é uma responsabilidade nossa. Vamos em frente porque, com certeza, onde estiver ele nos está olhando e nos guiando. Um grande abraço a todos. (Não foi revisto pela oradora nem pelo aparteante.) O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Com a palavra a minha querida amiga, nobre deputada, que faz um grande trabalho à frente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Maria del Carmen, pelo tempo de 6 minutos. A Srª MARIA DEL CARMEN:- Sr. Presidente, deputado Marcelo Nilo, Srs. Deputados, Srªs Deputadas, quero saudar de forma muito especial os companheiros servidores da CBPM que estão nesta Casa lutando, debatendo, discutindo e trazendo os principais problemas do órgão. Vocês são os principais responsáveis pelo estágio em que a Bahia se encontra hoje do ponto de vista da extração de minerais. A cada momento mais uma descoberta é realizada, mais uma possibilidade de prospecção acontece neste Estado e transforma a Bahia numa província mineral que trará novas perspectivas de desenvolvimento. Nós nos associamos nessa proposta e a esse projeto de vocês em prol de que sejam estabelecidos recursos para que a CBPM continue fazendo o seu trabalho, que tem história, tem tradição nessa história e nessa trajetória. Portanto, os servidores da CBPM estão aqui, nesta tarde, para alertar esta Casa sobre a importância do papel e do trabalho que têm realizado ao longo da história. Estive aqui durante toda esta tarde e ouvi atentamente as palavras de um deputado da Oposição, um deputado brilhante no seu pronunciamento e que defende ardorosamente as suas convicções, o deputado Carlos Gaban. Ele é meu amigo pessoal e, independentemente da posição que tenhamos nesta Casa, sempre estamos no debate. Ao longo da minha vida, sempre fui servidora pública, assim como V.Exª. Mas não dá para ouvir calada um discurso da Oposição sobre a situação dos trabalhadores, dos servidores públicos deste Estado, porque sabemos como os servidores públicos sempre foram tratados ao longo da história deste Estado – tenho 40 anos de formada e antes de ingressar nesta Casa quase sempre fui servidora. Em diversas funções, mas sempre servidora –, sabemos a forma como sempre fomos tratados, até porque em muitas empresas nem havia concursos. 36 Tive o privilégio de presidir a Conder e lá nunca houve um concurso em sua história. É verdade, deputado Paulo Azi. Se V.Exª quiser, pesquise nos Anais. Fui presidente da empresa, e se não tivemos concurso agora, nunca houve anteriormente, ao longo de sua história anterior. Falou-se aqui de diversas empresas, e vou falar de algumas que foram extintas pelos governos anteriores. Portanto, falar de servidor público, da forma como os servidores públicos foram tratados neste Estado ao longo da sua história é algo que não dá para ouvir, aqui, sem contestar. Deputado Paulo Azi, ainda estamos muito longe nos avanços. Paciência! (O deputado Paulo Azi se manifesta fora do microfone.) A Srª MARIA DEL CARMEN:- V.Exª teve tempo nesta tarde. Ouvi calmamente todos os pronunciamentos que a Oposição fez nesta Casa. É claro que queremos servidores com remuneração adequada, com plano de cargos e salários em todas as áreas, queremos todos os avanços necessários, mas não dá para fazer observações e comparações como as que têm sido trazidas para esta Casa nesta tarde. Não dá para imaginar que quem extinguiu órgãos, como foram extintos, quem fez o que fez com diversos deles, deputado... Estive presente nos governos anteriores, portanto, presenciei que quando se queria investir em determinadas áreas e as estruturas anteriores não serviam, era criada outra estrutura ao lado. A construção do CAB foi um exemplo disso. Foi criado algo para cuidar da construção do CAB porque a estrutura do Estado não era adequada para fazer isso. Essa era a prática generalizada. A Bahiafarma é um exemplo do que falei aqui sobre empresas. A Bahiafarma foi extinta e era uma empresa que trazia enormes resultados para o Estado. Agora, foi novamente reconstruída e volta a produzir medicamentos que são de extrema importância para a saúde pública do Estado, e até para fora da Bahia. Portanto, quero parabenizar a CBPM e os seus servidores que estão aqui, nesta tarde, que vieram reivindicar e trazer suas preocupações com relação à empresa. A CBPM tem um enorme papel, uma importância imensa na estrutura do Estado, portanto, vamos pedir ao nosso Líder do governo que tenha uma atenção especial com relação à CBPM. Mas não dá para ouvir calada discursos daqueles que, agora fazendo o papel de Oposição, vêm nesta Casa falar, quando tiveram a mesma atitude anteriormente. Muito obrigada. (Não foi revisto pela oradora.) O Sr. Marcelino Galo:- Pela ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Pela ordem o deputado Marcelino Galo. 37 O Sr. Marcelino Galo:- Sr. Presidente, solicito à V.Exª que seja feita uma verificação de quórum para a continuidade da presente sessão. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Não há qualquer matéria na Ordem do Dia. Portanto, serei obrigado a encerrar. Mas se V.Exª quiser os 15 minutos, darei. O Sr. Paulo Azi:- Pela ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Pela ordem o deputado Paulo Azi. O Sr. Paulo Azi:- Sr. Presidente, discordo da informação de V.Exª: a Ordem do Dia deve estar abarrotada de projetos. Quero aproveitar os 5 minutos de que disponho, durante a verificação de quórum, para trazer, deputada Maria del Carmen, alguns dados oficiais, porque o cidadão sobre na tribuna, faz o discurso e fala o que quer. Essa questão do servidor público é, na minha opinião, um dos principais gargalos da administração petista. V.Exª deve se lembrar, deputada Maria, que o governador ganhou a eleição mostrando o contracheque da Polícia Militar na televisão e garantindo que pagaria a URV do funcionalismo público do Estado da Bahia. Sete anos depois, e depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou legal o pagamento da URV, ainda assim o governo se utiliza de artifícios regimentais para não chamar o servidor público e fazer uma negociação que traga ao pagamento da URV, esse é um ponto. O outro, é o seguinte: a questão de tratamento privilegiado do servidor, sinceramente não consigo enxergar. Pedi à minha assessoria, deputada Maria del Carmen, para trazer as leis que foram aprovadas nesta Casa nos últimos sete anos e que trata do índice de reajuste do servidor público do Estado da Bahia. Veja V.Exª: em 2007, a inflação do ano anterior foi de 3, 14, o governo deu um reajuste de 3,30. Em 2008, de uma inflação de 4,46, o governo se limitou a dar a reposição salarial, deu um reajuste de 4,46. Em 2009, de uma inflação de 5,9, o governo, mais uma vez, se limitou a dar um reajuste da reposição salarial de 5,9. Em 2010, de uma inflação de 4,31, o governo deu um reajuste de 4, portanto menor do que a inflação do ano anterior. Em 2011, uma inflação de 5,92, o governo deu um reajuste de 5,91. Em 2012, uma inflação de 6,5, um reajuste salarial de 6,5, ganho real zero. Em 2013, de uma inflação de 5,84, o governo deu um reajuste parcelado de 2% em janeiro e 3,76 em julho, que perfez um reajuste médio de 3,5, menor, portanto, do que o valor da reposição salarial do ano anterior. E este ano, mais uma vez, de um índice da inflação de 5,91, o governo quer votar esta noite um reajuste, também parcelado, de 2% retroativo a janeiro e de 3,84 em setembro, o que dará um reajuste médio de algo em torno de 3,5, inferior à reposição. Portanto, deputada Maria del Carmen, a despeito do discurso de valorização do servidor, na prática, oficialmente, o governo do Estado da Bahia pratica uma política de arrocho salarial. O governo não dá sequer a reposição salarial ao servidor público. E V.Exª, que sei tem uma inserção muito forte nessa área, chame um professor para conversar. Garanto a V.Exª que de 10 professores, 9 não votam mais no PT. Se V.Exª fizer uma enquete com o policial militar, verificará que de 10 policiais, 9 também não 38 votam mais no PT. Por isso que digo, deputada Maria del Carmen, uma coisa é o discurso saudosista. Às vezes quando o PT faz um discurso relacionado ao servidor público parece que está ainda na Oposição... O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Para concluir, deputado. O Sr. Paulo Azi:- (...) esquece que é governo há 7 anos. Eu estou aqui demonstrando, com dados oficiais, que nesses 7 anos o governo não deu sequer a reposição salarial ao servidor público. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Para concluir, deputado. O Sr. Paulo Azi:- Então, é também um assunto, deputada Maria del Carmen, que nós da Oposição temos todo interesse em fazer um debate no nível elevado que V.Exª sempre trouxe a esta Casa. Agradeço a V.Exª. O Sr. Gaban:- Sr. Presidente, questão de ordem. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Pois não. O Sr. Gaban:- Sr. Presidente, solicito que a questão de ordem formulada pelo deputado Marcelino Galo seja aberto o tempo previsto de 15 minutos, sejam acionados todos os deputados presentes na Casa venham ao Plenário porque tem uma solicitação de verificação de quórum para continuidade da presente sessão e que seja marcado o tempo previsto num acordo de lideranças de 15 minutos para tal. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- V.Exª também será atendido. Srs. Deputados que estão no cafezinho, no salão nobre ou em outro recinto desta Casa, há um pedido de verificação de quórum para continuidade da presente sessão Solicito que zerem o painel e marquem 15 minutos. A Srª Ângela Sousa:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Questão de ordem da deputada Ângela Sousa. A Srª Ângela Sousa:- Nesse período em que estamos aguardando, eu gostaria de parabenizar e solidarizar-me a um trabalho maravilhoso, que é o trabalho com os autistas. Também dizer que no dia 02 de abril, portanto manhã, é Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Parabenizo todos que estão imbuídos nesse trabalho, todos que estão voltados para essas necessidades tão importante, com olhar de amor, de respeito a essas crianças. Também dizer que tem aqui em Salvador a sede da AMA, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, uma Ocip, que não tem fins lucrativos, mas tem uma missão tão importante de realizar atendimento pedagógico diferenciado e inovador e proporcionar um futuro mais digno a essas pessoas com autismo, proporcionando saúde, lazer, trabalho e inserção na sociedade. São assistidas nessa sede 150 crianças, adolescentes de baixa renda, além de todas as suas lutas e missões de campanha para conseguir apoio para a construção da sua sede própria. É muito importante isso. 39 Quero parabenizar também a presidente da AMA, a Srª Rita Valéria Brasil Santos e toda a sua equipe de profissionais e colaboradores que exercem esse grandioso ato de amor, de estar ali dando carinho e cuidando dessas crianças que precisam do nosso respeito, do nosso amor, e aos pais também, que vivem essa luta e dificuldade com filho autista. Aproveito esta hora e parabenizo por este Dia do Autismo e por todos que estão imbuídos nesse trabalho de dar uma melhor qualidade de vida a esses adolescentes e crianças que são portadoras de autismo. Parabenizo todos que estão envolvidos nesse grande ato de amor, cujo dia mundial é 2 de abril. Muito obrigada, Sr. Presidente. O Sr. Gaban:- Questão de ordem, Sr. Presidente. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- Questão de ordem do deputado Gaban. O Sr. Gaban:- Apenas para ficar registrado, meu caro presidente, e até em consideração a alguns funcionários da CBPM, que nos honram com suas presenças e que estão nas galerias desta Casa, gostaria de dizer: no Orçamento de 2013, orçamento aprovado por este Poder Legislativo, estavam destinados recursos dos royalties da ordem de R$ 58 milhões 518 mil. Como foi denunciado, inclusive pelo presidente da CBPM que ele não tinha como cumprir suas metas físicas, já que os recursos não estavam sendo transferidos. Quando se pega o Orçamento realizado pelo Estado, meu caro presidente, Srs. Parlamentares, a gente vê que efetivamente o presidente daquele órgão tinha toda, total razão, porque da dotação aprovada por esta Casa de R$ 58 milhões e 518 mil, o governo do Estado repassou única e exclusivamente R$ 33.778, 11. Isso aqui demonstra a operação de desmonte do governo Jaques Wagner, do governo PT com relação à CBPM. Se no ano de 2013, dos recursos previstos no Orçamento, dos R$ 58,518 milhões, só foram repassados R$ 33,778 milhões... E se nós, por vários pronunciamentos, já demonstramos aqui nesta Casa que sobraram recursos dos royalties – e era um questionamento do presidente da CBPM, que queria saber por quê. Como ele deveria agir, se o Estado não estava transferindo os recursos previstos na Constituição do nosso Estado, ele não sabia como ia se comportar com relação ao Tribunal de Contas, porque não ia cumprir suas metas. Agora, vemos que, além de, no ano passado, não se terem transferido à CBPM em torno de R$ 25 milhões devidos, dos R$ 58 milhões, este ano é pior, porque tira todos os recursos e acaba com a CBPM. Por isso, estranho a manifestação solidária, mas legítima, de poucos, porque há um ditado popular que diz: “Meia dúzia carrega o piano”, mas quando se trata praticamente da extinção de um órgão tão importante como a CBPM, não haver a manifestação de todo o corpo daquela casa, é porque são omissos, e vão pagar caro na hora em que perderem os seus empregos. Gostaria de parabenizar V.Srªs que aqui estão. (Pessoas se manifestam nas Galerias.) 40 Deveriam estar se manifestando, deveriam estar na porta do governador, questionando o porquê de acabar com a CBPM, que tantos serviços prestou. Será que vão acabar destinando recursos dos royalties do petróleo, com a expectativa que temos do pré-sal, de uma arrecadação muito maior, até para tapar o rombo da sua conta? Porque o governo do Estado tem um custeio altíssimo, e acaba com um órgão tão importante. É terrível. E aí, o que vamos fazer a partir de janeiro do ano que vem? O governo vai acabar com o emprego de V.Sªs, de todos. Vamos ter que fazer no nosso governo concurso público, porque não há como recontratá-los, muitos que dedicaram a sua vida à CBPM terão seus empregos acabados e terão que se aposentar compulsoriamente. Isso é um crime que o governo faz com quem dedicou a sua vida à CBPM. É por isso que todos da CBPM deveriam estar aqui, reivindicando um direito justo, porque o governo está preocupado em tapar o rombo de suas contas, porque prestigiou a classe política, dando uma secretaria para cada partido, e se esqueceu do povo e se esqueceu da CBPM. Sr. Presidente, gostaria de reiterar aqui os dados apresentados pelo prezado amigo Líder e presidente do DEM, deputado Paulo Azi. Aí o governo tem de se manifestar, deputado Carlos Geilson, porque ele tem dito através da sua Liderança, exercida pelo meu prezado amigo deputado Zé Neto, que vem dando um tratamento diferenciado ao servidor público. Mas contra fatos não existem argumentos. No exercício de 2007, primeiro ano do governo Wagner, a inflação do ano anterior, 2006, foi de 3.14. E através da Lei nº 10.558 o governo do Estado da Bahia, exercido por Jaques Wagner, deu um reajuste de 3.30, ou seja, 0,16% a mais do que a inflação. Em 2008, com a inflação de 4.46 do ano anterior, através da Lei n° 10.962, o governador Jaques Wagner deu um reajuste exatamente de acordo com o índice: 4.46. No ano seguinte, a inflação do anterior foi de 5.9. E, através da Lei n° 11.380, o governo Jaques Wagner deu exatamente 5.9, o índice. Então nenhuma correção, nenhum reajuste para o funcionário público. Em 2010, com o índice da inflação de 2009 em 4.31, através da Lei n°11.623, o governador deu um reajuste de 4%, ou seja, 0.31% a menos do que a inflação do ano anterior. Portanto, prejuízo ao servidor público. Ano de 2011, inflação de 5.92 em 2010. Através da Lei n° 12.204, o governo deu uma correção salarial de 5.92, 0.0 menor do que a inflação. Em 2012, deu a inflação 6.5. Através da Lei n° 12.567, o governo deu 6.5, exatamente como o índice da inflação, não repondo nenhuma perda do servidor público. E mais: deu escalonado. Então acabou dando um prejuízo ao servidor público. No ano de 2013, com uma inflação de 5.84 no anterior, através da Lei n° 12.812, o governo dá um pseudorreajuste de 2% e a complementação lá no final do ano, de 3.75, ou seja, mais uma vez um prejuízo para o servidor público. Esses dados, caros parlamentares, demonstram com os números uma realidade. Uma realidade que não é demonstrada no discurso fácil do Líder da Maioria, que diz 41 que o governo Wagner tem tido uma atenção especial com o servidor público. É tão especial que não deu nenhum reajuste acima. E, quando o governo Wagner dá um reajuste pífio e irrisório como o deste ano, assim como deu nos outros anos sem nem sequer compensar o que determina a inflação, ele prejudica todo o funcionalismo público do Estado, porque aquela pseudoindependência entre os Poderes não serve quando se fala da relação com o servidor público. O que o Executivo dá todos os Poderes - o Legislativo e o Judiciário, além do Ministério Público e do Tribunal de Contas - dão. Então, infelizmente, a independência deles é só no papel, porque apenas acompanham o que define o governo estadual. Portanto, todo este quadro é lamentável e acaba com o discurso do governo de que deu sempre um tratamento diferenciado. Os dados aqui apresentados ano a ano mostram que o governo Wagner nunca, em nenhuma hipótese, deu alguma correção maior ao servidor público ou sequer compensou a inflação do período. O Sr. PRESIDENTE (Marcelo Nilo):- A Secretaria da Mesa informa a presença de, apenas, nove Srs. Deputados em plenário. Antes de encerrar esta sessão ordinária, lembro que há uma sessão extraordinária a realizar-se um minuto após o encerramento desta, conforme requerimento assinado por mais de 21 Srs. Deputados. Declaro encerrada a presente sessão ordinária. Informamos que as Sessões Plenárias se encontram na internet no endereço http://www.al.ba.gov.br/v2/sessoes.cfm. Acesse o caminho Sessões e leia-as na íntegra. 42
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