Leia o comunicado - ABIOVE - Associação Brasileira das Indústrias
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Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais São Paulo, 04 de abril de 2016 A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), entidade representativa das empresas que industrializam e comercializam oleaginosas e produzem biodiesel no Brasil, manifesta sua posição a respeito das dificuldades que as indústrias processadoras de caroço de algodão enfrentam com a utilização de novas variedades de sementes de algodão. Recentemente, o mercado brasileiro de algodão recebeu novas variedades de sementes desenvolvidas com o objetivo de oferecer maior rendimento de pluma (fibra) por área plantada. Essas variedades, porém, têm apresentado baixa viabilidade para a industrialização (esmagamento) do caroço de algodão, o qual incide em enorme percentual de dano mecânico (quebrados/avariados com exposição/liberação das amêndoas) que ocorre durante o beneficiamento do algodão (da colheita até o descaroçamento). Muitos problemas foram identificados nas diversas etapas de processamento destas variedades, principalmente nas indústrias que incluem em seu processo o deslintamento (extração do linter), como segue no descritivo de seu processo: i) ii) iii) iv) Cascatas de pré-limpeza: devido ao reduzido tamanho da amêndoa (caroço quebrados/avariados), e/ou suas cascas sem a amêndoa são extremamente leves e de fácil descarte pelas correntes de ar, como se fossem impurezas; Peneirões de pré-limpeza: grudados uns aos outros pela fibra curta, caroços quebrados sem amêndoas são leves e, em parte, descartados nos peneirões, como se fossem impurezas; Deslintadeiras: as cascas soltas (sem a resistência da presença da amêndoa em seu interior), em muitos casos são mais frágeis, “estouram” em contato com as serras e tornam-se fragmentos extremamente pequenos, contaminando o línter; Línter: as amêndoas, desprovidas de cascas, são livremente agredidas pelas serras, desprendendo óleo e contaminando o línter. O resultado destes impactos nas diversas etapas do processo é a perda de rendimento na extração do óleo bruto, na obtenção de línter de alto teor de celulose e falta de cascas para dosagem da proteína do farelo. No caso do óleo bruto, quanto maior a exposição da amêndoa no armazém, maior se torna sua acidez e acaba por acarretar menor rendimento no processo de extração de óleo. Do ponto de vista do transporte, a menor densidade do caroço de algodão com essas características implica sub-utilização da capacidade total dos caminhões. Isso acontece porque os veículos carregam as carrocerias observando o volume máximo permitido, 1 Av. Vereador José Diniz, 3707 – conj. 73 – Campo Belo - São Paulo – SP – Brasil – CEP 04603-004 Fone: +55 11 5536-0733 Fax: +55 11 5536-9816 E-mail: [email protected] Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais enquanto o peso efetivamente carregado fica abaixo da capacidade do veículo. Como consequência, o frete pago como “lotação” resulta em custo adicional às empresas e incorrem em perdas econômicas. Por todas essas razões, as margens brutas do processamento destas variedades já não remuneram a operação. Além das perdas de receitas e da elevação do custo de frete contratado pela indústria que processa material descaracterizado, destacam-se ainda os impactos ao produtor que investiu nestas variedades. Tais efeitos são: i) ii) iii) iv) Deságio na comercialização por considerável contaminação da pluma (cascas com fibras longas na pluma); Custos elevados pela maior lentidão da colheita com o intuito de diminuir os impactos mecânicos na colheita, dada a fragilidade do caroço (prorrogação do término de colheita); Custo derivado da redução da carga das usinas de beneficiamento (prorrogação do término do benefício); Custo de utilização (capacidade nominal) e eficiência dos ativos; Diante de minuciosa pesquisa realizada junto às empresas esmagadoras por meio da consolidação de dados laboratoriais e da constatação de efetivas perdas na cadeia de processamento, a ABIOVE se solidariza com a observação pelas indústrias do item ‘quebrados/avariados’ nos critérios de classificação de caroço de algodão e com a aplicação de eventuais tolerâncias, no limite de 3%, e descontos, que devem ser definidos individualmente com base em critérios comerciais de cada empresa, a serem contemplados nos contratos vigentes a partir da Safra 2015/2016. A ABIOVE se coloca à disposição para esclarecer eventuais questionamentos. 2 Av. Vereador José Diniz, 3707 – conj. 73 – Campo Belo - São Paulo – SP – Brasil – CEP 04603-004 Fone: +55 11 5536-0733 Fax: +55 11 5536-9816 E-mail: [email protected]
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