Conhecimento técnico, carreira e política: a Escola de
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Conhecimento técnico, carreira e política: a Escola de
XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Conhecimento técnico, carreira e política: a Escola de Engenharia de Porto Alegre e a formação de uma elite técnica estatal no sul do Brasil, 1896-1945 Matheus Tietböhl da Silva1, Flávio Madureira Heinz2 (orientador) 1 Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas (FFCH), PUCRS Resumo A pesquisa tem por objetivo a realização de uma prosopografia ou biografia coletiva dos docentes e dos egressos da Escola de Engenharia que alçaram carreiras em nível federal a partir de meados dos anos 1920 até 1945. A Escola de Engenharia de Porto Alegre foi fundada em agosto de 1896, por iniciativa de um grupo de engenheiros atuantes na capital, militares ou egressos da Escola Militar e da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, adeptos ou simpatizantes da doutrina positivista. Espaço de formação responsável pelo treinamento de muitos membros da administração do Estado do Rio Grande do Sul no início do século XX, a Escola funcionou como locus de constituição de uma elite ‘técnica’ estatal, primeiro fornecendo quadros técnicos à Secretaria de Obras Públicas e a outras agências públicas regionais, depois às agências federais criados na esteira da Revolução de 30 e, sobretudo, a partir de 1937. Este projeto se situa no âmbito de uma proposta mais ambiciosa, orientada para a análise da formação de elites técnicas do Estado brasileiro em perspectiva comparada com o caso argentino, no que reúne um grupo interdisciplinar de historiadores, sociólogos e cientistas políticos brasileiros e argentinos, do Laboratório de História Comparada do Cone Sul, do PPGH-PUCRS, do Programa de Pós-graduação em Ciência Política, da Universidade Federal do Paraná, e o Instituto de Desarrollo Econômico y Social (IDES), da Argentina 1 Acadêmico de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bolsista PIBIC-CNPq. Departamento de História e Programa de Pós-Graduação e História na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). 2 XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1445 Metodologia Este projeto busca conhecer as características sociais da elite técnica e estatal formada pela Escola de Engenharia de Porto Alegre. Para tanto, utilizamos uma determinada metodologia de trabalho – a construção das chamadas Biografias Coletivas ou análise prosopográfica - internacionalmente bastante difundida embora muito pouco utilizada pelos historiadores do Brasil contemporâneo. (HEINZ 2006b). Podemos considerar a Prosopografia, ou o método das Biografias Coletivas (os termos são comumente intercambiáveis, sobretudo em se tratando de seu uso em história contemporânea), como um método que utiliza um enfoque de tipo sociológico em pesquisa histórica, buscando revelar as características comuns (permanentes ou transitórias) de um determinado grupo social em dado período histórico. As biografias coletivas ajudam a elaborar perfis sociais de determinados grupos sociais, categorias profissionais ou coletividades históricas, dando destaque aos mecanismos coletivos - de recrutamento, seleção e de reprodução social - que caracterizam as trajetórias sociais (e estratégias de carreira) dos indivíduos. (HEINZ, 2006b, p7) Nas palavras de Lawrence Stone, naquela que é a definição canônica do método: "A prosopografia é a investigação das características comuns do passado de um grupo de atores na história através do estudo coletivo de suas vidas. O método empregado consiste em definir um universo a ser estudado e então a ele formular um conjunto de questões padronizadas - sobre nascimento e morte, casamento e família, origens sociais e posições econômicas herdadas, local de residência, educação e fonte de riqueza pessoal, ocupação, religião, experiência profissional e assim por diante(...). O propósito da prosopografia é dar sentido à ação política, ajudar a explicar a mudança ideológica ou cultural, identificar a realidade social, descrever e analisar com precisão a estrutura da sociedade e o grau e a natureza dos movimentos que se dão no seu interior". STONE apud HEINZ, 2006b, p.9) Resultados e Discussão A presente pesquisa ainda está andamento e espera-se obter resultados mais concretos ainda este ano. Contudo, estruturou-se através do software Filemaker um banco de dados com vistas a nele lançar biografias de alunos e docentes da Escola de Engenharia, fornecendo uma base sólida para o uso desta ferramenta em análises vindouras. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1446 Conclusão Através de uma vasta base documental, possibilitou-se a criação de um banco de dados (ainda em estruturação), constituindo, assim, uma das primeiras etapas da presente pesquisa. A conclusão deste banco de dados possibilitará delinear quem compunha esta elite técnica em ascensão no Rio Grande do Sul e quais mecanismos permitiam (ou impediam) o acesso a ela. Fontes Dicionário histórico-biográfico brasileiro 1930-1983 (coordenação de Israel Beloch e Alzira Alves de Abreu) Rio de Janeiro: Ed.Forense-Universitária: FGV/CPDOC: FINEP, 1984; Relatórios anuais da Escola de Engenharia de Porto Alegre, 1898-1931. Referências GERTZ, René (2002) O aviador e o carroceiro. Política, etnia e religião no Rio Grande do Sul dos anos 1920. Capítulo VI. Porto Alegre: Edipucrs. HEINZ, Flavio M. (2006b) (org) Por outra história das elites. Rio: Editora FGV. PIANTA, Dante. Personalidades rio-grandenses. Porto Alegre, 1962; VILLAS-BÔAS, Pèdro Leite. Dicionário Bibliográfico Gaúcho. Porto Alegre: EST/EDIGAL, 1991; XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1447