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17/09/13
MAGNIFICAT | 800 Años de Merced
MAGNIFICAT
Publicado en 13 de diciembre de 2012de jsavelu
O Canto de Maria
Lc 1,46-56
A profecia sempre fez parte da tradição
israelita. O profeta é alguém que faz uma
profunda experiência de Deus e, a partir dessa
experiência, transmite com fidelidade a palavra
que ouvirá do próprio Deus. É alguém que
pronuncia a palavra que ouve antecipadamente
como amigo, por isso pode e deve dizê-la. O
profeta se apresenta como embaixador e
mensageiro de Deus sobre a terra.
Maria faz parte da escola dos profetas e
profetisas por isso ela canta a ação libertadora
de Deus para os pequenos. Assim, pode-se dizer que a profecia pronunciada por Maria brotou
de sua experiência e de seu encontro com Deus. Encontro que é expresso no canto do
Magnificat. Neste ensaio o intento é delinear algumas palavras acerca da citação de Maria
como profetiza do Reino.
O Magnificat está essencialmente estruturado em duas partes: (1,46-50) e (1,51-55). A
primeira parte é uma espécie de canto pessoal, recolhimento, agradecimento a Deus pelos
dons que ele lhe concedeu. Neste trecho, Maria em tom de louvor, agradece a Deus ao
descobrir e explicitar aquilo que seu amor lhe tem dado. Vejamos o texto:
Minha alma engrandece o Senhor
e meu espírito exulta em Deus meu Salvador (1,46-47),
Este vínculo define a identidade de Maria. Narra a essência de sua vida. Sua identidade
aparece em dois termos fundamentais para a Antropologia Bíblica. Alma
(Psique) e espírito(pneuma). Maria é alma, dimensão psicológica do seu sentimento, aberto à
grandeza de Deus. Alma que deseja encontrar-se com Ele com único objetivo: cumprir a
vontade de Deus. Ela também é espírito. O Espírito expressa a dimensão divina presente na
pessoa humana. É a essência da vida convertida em alegria, em felicidade plena, pois sabe que
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Deus existe e salva os seres humanos.
O versículo proclama que Maria está totalmente entregue a Deus. Não existe barreira
alguma, cessaram os medos. Deus a chamou para viver em liberdade e é justamente por ser
livre que ela canta os dons que recebeu. Sua experiência de Deus é tão profunda que sua
profecia começa com o hino à grandeza divina.
Porque olhou para a humilhação de sua serva.
Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de
bem aventurada.
Pois o todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
Seu nome é santo
e a sua misericórdia perdura de geração em geração
para aqueles que o temem.(1,48-49).
Esses versículos são os mais belos e expressivos do canto de Maria, pois demonstram seu
reconhecimento pessoal. Maria tem razão para glorificar a Deus e se alegrar porque Ele
mesmo olhou para ela. Reconhecendo a sua humildade, Deus a engrandeceu com o seu olhar.
O olhar divino sobre Maria recorda o olhar de Iahweh para os hebreus no Egito, casa da
escravidão, e os liberta. (Ex 3-3).
Maria sabe que o olhar de Deus está sobre ela e isso lhe basta. Ele tem visitado sua pequenez
e a acompanha em seu caminhar, fortalece-a. A partir de agora não estará na solidão, pois
Deus se faz presente em sua vida de maneira perpétua.
Em seu agradecimento, Maria continua afirmando que o poderoso fez grandes coisas na sua
vida. Essas palavras ratificam e completam o valor ativo e criador do olhar de Deus. Maria
canta o louvor à libertação que Deus realizou em sua vida. Por isso se apresenta como Bemaventurada (1.48), como a primeira dos amados e por Deus redimid
Maria, a profetiza do Reino (Lc 1, 51-55)
Na primeira parte do Magnificat vimos como o olhar de Deus libertou Maria e realizou nela
sua vontade. Agora vejamos como Maria responde ao olhar divino. Ao ser libertada pelo
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Senhor, Maria se descobre libertadora e por isso canta. Ela não vive na opressão, não suporta
a exclusão, e eleva sua voz com o grito de libertação, abrindo sua experiência para todo o
universo.
Agiu com a força de seu braço,
dispersou os homens de coração orgulhoso,
depôs poderosos de seus tronos
e o oprimido exaltou.
Cumulou de bens os famintos
e despediu ricos de mãos vazias (Lc 1,51-53).
Deus olhou para Maria. Agora ela volta os seus olhos para o mundo e proclama que, através
dos olhos dela, Deus enxerga o mundo e realiza a obra da libertação. Isso significa que o olhar
de Deus dirigido a Maria não é privilégio pessoal dela. Ao contrário, Deus enxerga a
humanidade toda que sofre. Essa é a grande obra de Maria: ser canal de graças e de
libertação. Por meio de Maria, Deus olha os pequenos, os famintos e os oprimidos da terra e
faz chegar a todos os seres humanos a palavra de Deus encarnada no seio virginal da serva do
Senhor.
a)
Aos famintos, Deus quer saciar, cumulá-los de bens, suscitar para eles um mundo de
abundância e alegria partilhado de maneira que os bens da terra sejam símbolo da bênção de
Deus.
b)
Aos oprimidos, Deus os eleva, dando-lhes liberdade para se expressarem, rompendo
assim as cadeias que os aprisionam. Ele deseja que a vida seja libertada e que todos procurem
ser plenamente livres. Ao elevar os oprimidos Deus possibilita-lhes o encontro com o amor
divino.
c)
Diante dos soberbos estão os humilhados, ou seja, aqueles que não podem se expressar,
pois não têm autoridade ou poder para pensar, para falar, para mostrar-se como humano.
Pois bem, ao dispersar os soberbos, Deus cria espaço de vida para os humilhados.
Esses são os três níveis que, de acordo com a profecia de Maria, Deus suscita uma
transformação social. Ao perceber que Deus olhava para ela, Maria sentiu que Deus queria o
mesmo para todos os pequenos da terra. Por isso suas palavras proféticas expressam a nova
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criação de Deus que Ele desejou para os seres humanos. Esta profecia de Maria marca o
nascimento de um tempo novo de liberdade e justiça, de Mercê redentora e de justiça
fraternal para o mundo. No canto do Magnificat, Maria, a mercê de Deus, revela o olhar
mercedário de Deus para os cativos.
P. Frei Werlen Lopes da Silva, O. de M
Provincia Mercedaria do Brasi
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