Candidatura - AE Miraflores

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Candidatura - AE Miraflores
Candidatura
Diretor do
Agrupamento de
Escolas de Miraflores
Maria de Fátima Rodrigues
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Índice
1. Introdução
2. O Agrupamento de Escolas de Miraflores
2.1. Caracterização do Agrupamento
2.2. Identificação de Problemas
2.3. Traços Transversais do Agrupamento
O Projeto de Intervenção
1. Introdução
2. Missão, Visão e Valores
3. Áreas de Intervenção
3.1. Gestão e Prática Pedagógica
3.2. Organização e Funcionamento
3.3. Comunidade Educativa
3.4. Instalações e Equipamentos
4. Conclusão
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Introdução
Um projeto não deve ser apenas uma vaga intenção, mas constituir-se num eixo de linhas de ação
estratégicas, trazendo um valor acrescentado que reforme o presente, para que, de forma gradual, se
molde e concretize o futuro coletivo. Deve, assim, incorporar duas dimensões: projeto, enquanto
intenção e plano antecipador das linhas de ação, e projeto, enquanto ação propriamente dita. É uma
ideia para uma transformação do real, pelo que a sua concretização deve conduzir a essa transformação
(Leite C., 1997). Neste sentido, deve ser definidor dos “perfis de mudança” desejados.
Uma análise, ainda que sumária, às muitas teorias das organizações e modelos organizacionais mais
válidas e realistas, permite-nos compreender que a gestão escolar, que tem sido invocada na
generalidade das nossas instituições educativas, assenta em pressupostos provenientes da área da
organização de empresas.
Mas a escola é diferente!
A escola é um organismo vivo complexo, que se renova em cada ano letivo. Logo, a gestão de um
projeto de Agrupamento será forçosamente uma gestão da vida, exigindo flexibilidade e perícia, para
podermos sentir todas as sensibilidades e dar respostas assertivas, tendo em vista as necessidades e os
propósitos a que visa dar resposta.
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2. O Agrupamento Escolas de Miraflores
2.1. Caracterização do Agrupamento
O Agrupamento de Escolas de Miraflores, com a constituição atual, foi definido, como unidade orgânica,
no ano de 2012/2013. Localiza-se no concelho de Oeiras, nas freguesias de Algés e de Linda-a-Velha,
tendo como sede a Escola Secundária de Miraflores (3º ciclo e secundária), sita na Av. General Norton
de Matos. É um agrupamento vertical, constituído pelas seguintes escolas:
 Jardim-de-infância Luísa Ducla Soares (com quatro salas de atividades);
 Escola Básica Integrada de Miraflores (com onze turmas do 1ºciclo e dezasseis turmas do
2ºciclo);
 Escola Básica 1º ciclo com Jardim de Infância Alto de Algés (com quatro salas de atividades e
dezasseis turmas);
 Escola Secundária de Miraflores (com quarenta e nove turmas de 3ºciclo, secundário e
profissional noturno).
A população que acolhemos é bastante heterogénea, o que constitui um permanente desafio à nossa
capacidade de adaptação. As estratégias que concebemos já estão, em si mesmas, cientes do
dinamismo inerente a uma unidade orgânica ensino aberto, atuante e social e pedagogicamente
responsável.
Os novos fluxos migratórios a que Portugal tem estado sujeito compelem, também, a um reajustamento
da Rede Escolar que tem de responder às novas exigências. O nosso Agrupamento integra esta realidade
e visa proporcionar, na receção que faz a estes alunos, o preâmbulo de uma reorganização pessoal e
social, para os próprios e para as famílias. Para além dos alunos que estudam no local de vida, temos
ainda uma elevada percentagem de estudantes que procuram as nossas escolas por referências de
qualidade e de exigência.
Uma outra problemática que nos preocupa, e que interfere com a estabilidade que desejamos aos
nossos alunos, é o agravamento da condição socioeconómica de muitas famílias. As freguesias de Algés
e Linda-a-Velha pautam-se por uma forte ligação ao sector terciário, em termos laborais.
Muitas das famílias dos alunos que frequentam o Agrupamento são marcadas, neste momento, não só
pelo desemprego, como também pela certeza da sua continuidade. Esta situação, a insegurança que a
dúvida encerra, determina precaução nos gastos e, em última instância, reflete-se na oferta de vivências
e experiências a que os alunos estão habituados – na versão mais ténue deste problema – ou exprimese em verdadeiras dificuldades no cumprimento das vertentes básicas da dignidade humana – saúde,
habitação e alimentação.
A importância que a escola dispensa a estes assuntos, ainda que reconheçamos indispensável, é tanto
mais exequível, por contarmos com um corpo docente empenhado e atento, não só em termos
pedagógicos, como também sociais. As ligações que são estabelecidas com as famílias e o respeito pela
individualidade de cada aluno possibilitam um incremento na qualidade educativa do Agrupamento.
E falamos daquilo que a Educação tem de mais abrangente, ou seja, no que incute, não só de
conhecimentos (saber e saber fazer), mas também de ética e de civismo (saber estar, saber ser).
Reconhecendo que o exemplo é também ensinamento, temos, sobre a postura dos agentes educativos,
um insistente rigor. A assiduidade do corpo docente e a sua conduta em sala de aula e na escola são
traços que contam, cultivamos e incentivamos para continuar.
Interessa-nos que todo o corpo docente partilhe esta ideia de compromisso com a probidade e com as
exigências que devemos ter connosco próprios, pois, observando este princípio, estimulam-se
comportamentos ajustados e previnem-se, no sentido imputável à instituição, problemas graves como o
abandono, absentismo, agressividade e violência. A indisciplina é minimizada na fonte,
corresponsabilizando, sempre que for viável, a família, de modo a proporcionar-se significado
pedagógico às eventuais penalizações que se levem a termo.
O Agrupamento caracteriza-se por ter ao seu serviço pessoal técnico-pedagógico que lhe permite o
cumprimento de uma das metas que traçámos, ou seja, aquela que promove a integração saudável dos
alunos, quer de uma forma preventiva, quando algum elemento da comunidade educativa sugere uma
avaliação, quer num sentido continuado por sinalização precoce. Estes serviços encerram ainda uma
componente afetiva muito importante no que diz respeito às famílias dos alunos que acompanham, pois
estabelecem-se laços de confiança e segurança, determinantes para o equilíbrio dos discentes.
No que diz respeito a recursos físicos e materiais, o Agrupamento congrega aquilo que são as
necessidades atuais e assegura a exequibilidade das mesmas. Todavia, seria benéfico, para toda a
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comunidade educativa, um alargamento ou uma requalificação de alguns espaços, por forma a
possibilitar uma melhoria do quotidiano escolar no que concerne à prática da Educação Física e ao
convívio de alunos e seu abrigo em alturas de chuva. O apetrechamento de salas com equipamentos
informáticos e audiovisuais, que facilitem e auxiliem a prática pedagógica, tem sido um dos principais
objetivos do Agrupamento, estando, neste momento, completo o seu apetrechamento.
É imperioso suscitar, nos professores e nos alunos, a prática regular com as novas Tecnologias de
Informação e Comunicação, só assessorando o desempenho letivo com estes instrumentos, estaremos a
formar, realmente, pessoas adaptadas às exigências da sociedade moderna. Esta necessidade passa pela
consciencialização da importância destes recursos e pela prática diária nos procedimentos, dos mais
simples aos mais complexos, na comunicação interna e externa.
Não podemos deixar de salientar a importância de que revestem, não só para a vitalidade das escolas,
mas também para a organização das famílias, as Atividades de Enriquecimento Curricular (1º ciclo), o
Centro de Tempos Livres (EB1/JI Alto de Algés) e o Complemento de Apoio à Família (Jardim de
Infância).
De um modo geral, podemos assegurar que o Agrupamento de Escolas de Miraflores se caracteriza por
um dinamismo particular, envolvendo-o intimamente com o meio onde se situa, implicando-o com a
população que acolhe e se responsabiliza pela transmissão de conhecimentos e valores estruturantes
para a vida futura de cada um dos nossos alunos.
2.2. Identificação de Problemas
Todos os espaços de ensino do Agrupamento têm características muito próprias e sobre eles recaem
potencialidades extraordinárias e fragilidades que tendemos a corrigir. Na primeira parte deste
documento, focamo-nos por estabelecimento de ensino, nos domínios que visamos melhorar, no que
toca aos recursos físicos e dos materiais, à qualidade das condições de trabalho e no que diz respeito às
aprendizagens dos alunos e seus comportamentos. Conscientes que, muitas vezes, as dificuldades com
que nos debatemos extrapolam a capacidade de resposta da escola, não enjeitamos responsabilidades,
mesmo as que são de partilha. Tenderemos, sempre, a melhorar as situações que nos preocupam,
tentando suscitar o esboço de soluções que pretendemos ver agilizadas.
Jardim de Infância Luísa Ducla Soares
 O espaço das salas de aulas nem sempre é adequado às necessidades;
 O espaço do refeitório é exíguo;
 O espaço destinado à componente de apoio à família é limitado;
 Os espaços de sombra no espaço exterior do recreio são insuficientes;
 A funcionalidade do sistema de abertura do portão da escola, da campainha e do telefone do
Jardim de Infância que, muitas vezes, fica comprometida;
 A carência de uma assistente operacional de ação educativa em cada sala, de modo a facilitar a
dinâmica das atividades;
 Contenção do número de visitas de estudo;
 Inexistência de ofertas contínuas de formação de professores, a nível da utilização das
Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente no que diz respeito aos
quadros interativos.
EB 1/ JI Alto de Algés
 Edifício pouco humanizado;
 Pavimentação de alguns espaços deficiente, o que deu origem a terrenos enlameados,
oportunamente drenados e repavimentados;
 Salas com acústica desadequada, que foram intervencionadas para melhoria da qualidade do
som;
 Esquinas de estruturas, nomeadamente escadas, cujo raio de proximidade das crianças foi
condicionada para garantia da sua segurança;
 Espaços desprovidos de sombra e de cobertura;
 Inexistência de proteção para circulação de crianças em tempo de chuva e vento;
 Necessidade de limitação de circulação na área traseira à escola;
 Biblioteca escolar pouco dinamizada para a escola e comunidade, bem como apetrechamento
insuficiente e carência de fundo documental;
 Subaproveitamento das salas para expressões;
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 Necessidade da requalificação da sala de informática;
 Inexistência de atividades ocupacionais em tempo útil.
Escola Básica Integrada de Miraflores
 Espaços verdes cuja manutenção quotidiana é de difícil concretização;
 Condições do refeitório que são passíveis de serem melhoradas;
 Exiguidade de salas para convívio e para estudo;
 Espaços exteriores passíveis de serem melhorados;
 Dimensão reduzida de algumas salas, relativamente ao nível do número de alunos que acolhe;
 Acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, que deverá ser melhorada (rampas,
cadeiras elevatórias ou ascensores);
 Desfasamento de horários entre o 1º e 2º ciclo com perturbação sobre o silêncio devido no
tempo em sala de aula;
 Número reduzido de horas atribuídas à psicóloga para acompanhamento de alunos neste
estabelecimento de ensino;
 Pessoal operacional do quadro em número insuficiente para as reais necessidades de limpeza,
manutenção, apoio e vigilância no estabelecimento de ensino;
 Deficiente agilização na utilização da Biblioteca/Centro de Recursos pelo 1º e 2º ciclos, o que,
por vezes, dificulta a gestão do tempo de ocupação entre as atividades programadas
pelo e para o 1º ciclo e as opções, e necessidades, dos alunos do 2º ciclo;
 Subaproveitamento do espaço Oficina da Matemática em virtude da reestruturação dos
horários dos docentes em tempos de Apoio ao Estudo;
 Subaproveitamento do espaço Meeting Point, em virtude da reestruturação dos horários dos
docentes em tempos de apoio ao estudo;
 Ausência de um espaço destinado, exclusivamente, ao atendimento e acompanhamento de
alunos com ordem de saída de sala de aula;
 Aulas de Educação Musical em espaço pouco apropriado;
 Exiguidade de horas para complemento do dia letivo com clubes e outras atividades para os
alunos.
Escola Secundária de Miraflores
 Ginásio alugado à C.M.O. e cujas despesas decorrentes com eletricidade são suportadas pela
escola;
 Capacidade do ginásio restrita a 3 turmas, o que impede a prática letiva de outras que ficam
dependentes das condições climáticas para a realização da Educação Física;
 Localização da Biblioteca/Centro de Recursos que se situa no pavilhão administrativo, o que
condiciona a interpretação e a vivência deste recurso como um centro de dinâmica educativa,
aberto à escola e à comunidade, nuclear no espaço escola;
 Estrutura da escola por blocos diferentemente distanciados do pavilhão administrativo, o que
distingue o tempo de chegada às aulas e compromete a equidade de tempo letivo - neste
âmbito é incompreensível a não intervenção da Parque Escolar;
 Salas de aula em número insuficiente para permitir alocar cada turma a uma sala específica e
para atividades variadas, para funcionamento da Unidade de Ensino Estruturado e para prática
de estudo autónomo, Clubes de Xadrez, Inglês e outros;
 Número elevado de alunos fora do concelho;
 Aulas de apoio dificultadas, pelo facto do professor proponente não ser o de apoio e estarem
em horários desajustados às necessidades das turmas;
 A mesma aula de apoio conta com alunos oriundos de turmas diversas, o que dificulta o sentido
do auxílio em contexto de sala de aula;
 Regras de disciplina pouco assimiladas pelos alunos;
 Incoerência de procedimentos disciplinares entre os diversos agentes educativos em situações
análogas, quer em sala de aula, quer noutros espaços da escola;
 Ausência de um espaço destinado, exclusivamente, ao atendimento e acompanhamento de
alunos com ordem de saída de sala de aula;
 Formação insuficiente, por parte dos docentes, para rentabilização dos quadros interativos;
 Insuficiência de ofertas extra curriculares.
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2.3. Traços transversais ao Agrupamento
Partindo das circunstâncias das escolas que temos, que são construídas por aquilo que somos, os
professores, os funcionários, os pais e os alunos que as vivemos, e atendendo às condicionantes que se
nos impõem, nomeadamente os constrangimentos decididos por linhas de atuação político-económica,
podemos enumerar, de forma genérica, alguns traços transversais ao Agrupamento que, se for possível
redesenhar, irão esboçar uma figura mais atrativa da escola, enquanto espaço de trabalho e de
crescimento profissional e pessoal.
Debatemo-nos com a escassez de tempo para reflexão sobre assuntos de carácter pedagógico em
reuniões de pares. As muitas e diversas solicitações que nos desafiam, em tantas frentes de atuação,
exigem-nos respostas a tantas vertentes que as questões pedagógicas são, por vezes, relegadas para
segundo plano. Mas a escola é esta complexidade, das pessoas e das suas circunstâncias, da vida interna
e do ambiente social a que ela dá resposta, bem como do inevitável processo de avaliação dos alunos,
até em concorrência com outras escolas, numa sociedade cada vez mais competitiva, mas que nunca
pode perder o sentido humanista.
Um dos objetivos mais prementes da nossa ideia de serviço educativo, prende-se com célere
comunicação entre a escola e a família. Porque as pontes que se estabelecem entre parceiros também
concorrem para o sucesso dos desígnios escolares. Logo, não nos satisfaz uma comunicação sobretudo
unívoca, no sentido escola – família, com passagem de informação burocrática, informações periódicas
sobre aproveitamento e alertas de comportamento. A relação que se vive é tão mais complexa que seria
imprudente não estar contemplada uma comunicação dilatada e multifacetada. Para a sua
materialização, urge que os encarregados de educação e outras forças vivas da comunidade preencham,
em pleno, o seu desiderato. A escola sem família e sem comunidade não chega para os desafios do
nosso tempo.
É importante reforçar a presença e a colaboração dos encarregados de educação nas Associações de
Pais do Agrupamento. E interessa que estas Associações sejam, de facto, representativas dos desejos,
das ambições, das inquietações e das soluções das famílias. Em parceria e cooperação, torna-se mais
exequível “cuidar a escola” em todos os seus aspetos, desde os físicos aos humanos. São profícuos os
compromissos que estabelecemos sobre a conservação dos espaços escolares, sobre a segurança na
entrada e saída dos alunos, sobre as atividades que devem ser abertas às famílias, ou sobre os espaços
que podem ser utilizados por todos.
Importa que os pais se impliquem na vida da escola e que o façam empenhadamente ao longo do
percurso académico dos seus educandos. É comum assinalar que os pais recém chegados são solícitos e
empreendedores mas, este ímpeto vai–se esfumando, à medida que os filhos vão crescendo. Se, por um
lado, podemos ver neste afastamento um mérito nosso, pois distanciamo-nos porque confiamos,
porque já contribuímos e sabemos que está bem entregue, por outro lado inquieta-nos, pois, por um
lado, não queremos deixar de contar com quem acrescenta valor ao nosso trabalho, por outro, sentimos
o quanto é importante para o sucesso que os nossos alunos sintam a atenção e empenhamento dos
seus pais.
Algumas dificuldades sentidas, residem na visibilidade e publicitação das mais-valias que temos na
escola, as que fazem parte do quotidiano de alunos e professores e sobre as quais damos parco
testemunho. Mais uma vez, o papel da comunidade pode ser aqui privilegiado, pois carecemos de
apoios para clubes, projetos, núcleos e ações do desporto escolar; contando com estes, e fomentando a
organização de mais e melhores atuações, ficaria sublinhado o papel da escola como referência no
contexto social e cultural onde nos inserimos.
Também transversal a todo o Agrupamento, é a noção de articulação vertical e horizontal, a nível
pedagógico. O Agrupamento revê-se numa Unidade Orgânica e não num mero somatório de
subsistemas. Assim, um fator chave para este significado é a articulação entre ciclos. Esta é
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implementada naturalmente desde o pré-escolar, adquirindo uma expressão determinante no percurso
dos nossos alunos.
É no Jardim de Infância que se semeiam as noções de trabalho individual e coletivo, bem como o sentido
de responsabilidade. Juntamente com informações sobre os alunos que vão passando pelos ciclos de
ensino, vão estes preceitos que estruturam a vida académica das pessoas. A prática de reuniões entre a
educadora de infância e a professora titular, aquando da passagem para o primeiro ciclo, e entre esta
docente e a diretora de turma, ao ser iniciado o segundo ciclo, ou entre homólogos, no terceiro ciclo e
no secundário, determinam uma comunicação profícua em prol dos alunos, com vantagens para
professores e conselhos de turmas e benefícios para as famílias.
Existe, se bem que ainda não interiorizada por todos os ciclos, uma articulação verdadeira e eficaz entre
Departamentos. O compromisso que assumimos, no sentido de dotar os nossos alunos de
aprendizagens significativas, compele-nos a inteirá-los de competências que, ao longo do seu percurso
escolar, vão aperfeiçoando, aprofundando e gerindo, de forma cada vez mais autónoma e crítica.
Desde cedo que reforçamos a importância da língua e da matemática. Estes são dois saberes
fundamentais e estruturantes. Sobre estes se definem as primeiras provas finais a que os alunos são
sujeitos e sobre esta base se erguem os outros saberes. O domínio da nossa língua e a compreensão no
campo da matemática são prioridades no âmbito da nossa valência pedagógica. Pela aferição dos
resultados que, interna e externamente, temos alcançado, parece-nos que a opção tem sido a correta.
Centralizamos o processo ensino–aprendizagem nos alunos, interagindo com a sua individualidade,
estimulando o potencial próprio de cada um e proporcionando-lhes, em alicerces seguros,
aprendizagens vinculativas. Mesmo a parceria que temos com a Escola de Música Nossa Senhora do
Cabo, em regime articulado, sustenta a mesma visão de excelência.
A aferição do que deve fazer-se é difundida por currículos e procedimentos. Relativamente aos
primeiros, seguimos orientações superiores, nacionais, que, em contexto de departamento, são
trabalhadas e planificadas, tendo em vista as metas a alcançar e o sucesso dos alunos. Neste contexto, a
função das estruturas intermédias é fundamental, pois parte delas a determinação das estratégias a
aplicar em prol de aprendizagens, que queremos sempre significativas e enriquecidas com outros
recursos que possamos chamar à colação. Mesmo quando se torna difícil calendarizar, organizar e
custear visitas de estudo, não deixamos de as sugerir, não colidindo com as aulas, não prejudicando os
seus conteúdos, mas visando incrementá-los e proporcioná-los em espaços pedagogicamente corretos e
com equipamentos adequados às exigências dos currículos. A autoavaliação destas práticas considera-se
determinante para o constante desafio que é ensinar e, neste sentido, será revista a pertinência e
qualidade dos processos e será feita a sua adequação quando necessária, tendo, sempre, como
finalidade, a prossecução das aprendizagens e a global formação dos alunos.
No que diz respeito à articulação de serviços e aos procedimentos, interessa-nos que todo o
Agrupamento trabalhe sobre documentação semelhante, com as óbvias particularidades de ciclo,
serviço ou função; que se paute por idêntica qualidade de ação; que utilize as mesmas ferramentas de
comunicação; que siga trâmites idênticos na transmissão de informação; que tenha conhecimentos
análogos sobre procedimentos transversais como, por exemplo, o Plano de Segurança das escolas.
Temo-nos caracterizado pelo bom ambiente de trabalho e de profissionalismo. Importam-nos
professores, alunos, pessoal operacional, administrativo, técnicos, encarregados de educação, famílias,
parceiros da comunidade. Interessam-nos relações de respeito e cordialidade com todos os
intervenientes no processo ensino-aprendizagem de cada um.
Encaramos a escola como um microcosmos no qual está representada e é vivida a nossa sociedade. A
segurança no cumprimento da função docente e social, a dignidade do trabalho de cada um na escola e
a responsabilidade de todas as funções devem ser garante de um respeito saudável e construtivo da
identidade do Agrupamento de Escolas de Miraflores. Importa que a postura dos professores, técnicos e
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outros funcionários seja de molde a suscitar a confiança de quem nos procura, nomeadamente
encarregados de educação, e a produzir, por parte destes, intervenções sérias, em sintonia com os
princípios e objetivos da escola.
Tomando por base a caracterização do Agrupamento, os pontos fracos enumerados, as experiências
vivenciadas e a interpretação dos principais anseios da Comunidade Escolar e dos Encarregados de
Educação, bem como o enquadramento normativo e políticas do Ministério de Educação e Ciência,
desenvolvi o presente Projeto de Intervenção.
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Projeto de
Intervenção
Diretor do
Agrupamento de
Escolas de Miraflores
Maria de Fátima Rodrigues
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1.Introdução
Sendo um documento orientador da visão da política educativa da escola, este Projeto de Intervenção
(PI) pressupõe negociação e consenso na comunidade educativa e só fará sentido se tiver reflexos
efetivos na vida da escola, mas apenas se as decisões curriculares a tomar tiverem como fundamento as
ambições, as finalidades, os princípios orientadores, as opções e prioridades nele expressos.
Só assim poderá funcionar como ponto de referência para a gestão e a tomada de decisões dos órgãos
da escola e dos agentes educativos, garantindo a unidade de ação do agrupamento nas suas variadas
dimensões, assegurando a coerência de toda a ação educativa e a existência de uma intencionalidade
clara, e promovendo a congruência dos aspetos organizativos e administrativos com as opções
educativas da escola.
O Projeto Intervenção (PI) apresentado terá obrigatoriamente que ser um documento que permita que
todos os agentes educativos lhe reconheçam uma visão estratégica da escola, possibilitando fazer
opções e tomar decisões fundamentadas, em função das finalidades e prioridades nele estabelecidas.
Pretende-se assumir um compromisso com todos os elementos da comunidade escolar, face aos
princípios e aos valores educativos. Interessa-nos que as pessoas se revejam no projeto e nele se
impliquem como coautores, pois estão espelhadas as suas aspirações. Este projeto deve traduzir-se não
apenas pela melhoria dos resultados cognitivos, mas também pelo esforço, pelas atitudes face à escola
e à aprendizagem, na sociabilidade e capacidade de trabalho em grupo, no espírito de iniciativa, na
capacidade de tomar decisões e na aquisição prática de valores relacionados com a cidadania, com a
liberdade e com o respeito pela diferença. Destes princípios genéricos enunciados, irão derivar objetivos
concretos que se complementam num processo que serve de orientação ao trabalho de todos os
intervenientes do processo educativo - alunos, professores, encarregados de educação e restante
pessoal que presta funções no agrupamento. A concretização destas diretrizes, a sua funcionalidade e a
sua eficácia contribuirão para avaliação do desempenho do diretor.
Serão consideradas quatro áreas de intervenção tendo-se, no entanto, presente que estas áreas não são
estanques e que se interligam umas com as outras, influenciando-se. Sobre estes domínios
compromete-se a mesma Missão, define-se uma única Visão e propagam-se transversais Valores. Se
bem que não tenha recorrido a tratamento de dados, nem ao lançamento de discussão orientada
dentro dos grupos de trabalho, utilizamos, para a construção deste Projeto de Intervenção, os
relatórios anuais dos professores titulares de turma e das salas de atividades, dos diretores de
turma, dos departamentos, dos diferentes coordenadores de estabel ecimento. Não foram
esquecidos os pareceres dos Assistentes Operacionais, na pessoa da sua coordenadora, bem como
dos Serviços Administrativos. Contribuíram para este projeto os pareceres das Associações de Pais
do Agrupamento num total de três. Contámos também com os dados do Observatório Escolar
constituído por docentes da Escola Secundária de Miraflores.
Também foi objeto de reflexão, a análise comparativa dos resultados finais dos alunos dos
diferentes ciclos de ensino, utilizando o trabalho realizado pela rede ESCXEL, que muito tem
contribuído para o levantamento e reflexão dos resultados de exames e provas de aferição nos
agrupamentos de Oeiras, fazendo com rigor a comparação entre os resultados internos e externos
e obrigando a uma reflexão em cada grupo disciplinar para a elaboração de planos de melhoria.
Não descurei o sentir do pulsar da escola nos protagonistas que lhe dão vida. Para além de todos
os recursos formais lidos, analisados e estudados, interessa-me participar no quotidiano dos
estabelecimentos, ver in loco como se agilizam processos, como se vivem recreios, bibliotecas e
refeitórios, “espaços e tempos” que não estão fechados numa sala de aula, mas são abertos à
convivência que também estrutura o dia-a-dia escolar e que o integra num tempo único de vida.
Sinto que parto de uma condição extraordinariamente confortável, pois quanto mais perto estiverem as
escolas, menos difícil será para uma direção encontrar uma estratégia pedagógica coerente. No entanto,
mesmo que as estruturas intermédias funcionem, que a comunicação chegue a todos de forma rápida
clara e exata, que todos os objetivos se cumpram, continuarei a sentir sempre a urgência de estar em
todas e com todas as escolas, sempre em tempo real, testemunhar as semelhanças que demonstram e
respeitar as particularidades que as distinguem. Manterei a necessidade de estar atenta ao que
acontece todos os dias, seja rotineiro ou excecional, e este objetivo nunca será satisfeito, mais que não
seja porque sinto este imenso desejo de conseguir atribuir um nome a cada rosto que faz a escola, de
conhecer cada contributo, de reconhecer cada acréscimo qualitativo à realidade que partilhamos. Não
me dou por satisfeita se não continuar a construir esta cumplicidade de escolas, sala de professores,
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secretaria, bar, recreio e refeitório com a maioria dos elementos que passam pelas diferentes paredes.
Porque se estas são inertes e estáticas, as pessoas que protegem são vida e movimento. E é esta
dimensão dinâmica que sustenta o presente Projeto de Intervenção.
2. Missão, Visão e Valores
Missão
Formar jovens cidadãos, transmitindo conhecimentos e saberes facilitadores da sua inserção na
sociedade, de maneira ativa, visando a competitividade do país e o bem-estar dos cidadãos.
Visão
Ser uma escola de qualidade onde o aluno aprende a ser, a conviver, a comunicar, a trabalhar e a
valorizar a diversidade. Uma escola, onde se estimula a autonomia, a criatividade, a aquisição de
estratégias inovadoras para explorar, descobrir e resolver problemas, integrando equipas de trabalho.
Uma escola onde os valores sociais, humanos e ambientais constituem o eixo transversal das
aprendizagens.
Valores:
 O gosto de aprender – incutir a aprendizagem em continuidade como fator de autorrealização e
valorização individual.
 A cultura de trabalho – necessária à apreensão e uso dos conhecimentos, bem como ao treino
das capacidades.
 O trabalho em equipa – fonte do desenvolvimento coletivo e da aprendizagem de sociabilização
e prevenção de atitudes antissociais agressivas.
 Uma escola para todos – pluralista, diversificada, integradora e multicultural.
 A formação integral - nas vertentes cognitiva, cultural, ambiental e humanista.
 A equidade – garante de igualdade de oportunidades.
 A liberdade individual – para que cada um possa desenvolver o seu projeto e as suas
capacidades.
3. Áreas de intervenção
3.1. Gestão e Prática Pedagógica
As exigências colocadas à escola obrigam continuamente à complexificação da sua estrutura interna e à
diversificação das atribuições/responsabilidades dos docentes que as integram, questões a que é
fundamental responder implementando estratégias, que sem pôr em causa o princípio da autonomia
pedagógica, viabilizem as convergências necessárias a uma ação educativa eficaz.
Relevam dos processos de avaliação institucional implementados na escola o potencial de trabalho
cooperativo desenvolvido entre professores e a evidência de uma articulação profícua entre algumas
estruturas educativas, aspetos que, de acordo com os mesmos dados, importa reforçar e generalizar a
outras dimensões da organização pedagógica.
É na articulação vertical e sistemática entre ciclos, expressa em reuniões para transmissão de
informação sobre os alunos que vão transitar para o ciclo seguinte, que se irá esboçar uma estratégia de
diagnose inicial proveitosa e capaz de definir linhas ação por forma a atuar o mais precocemente
possível e integradas no Projeto educativo e operacionalizadas no projeto de turma.
Os Departamentos Curriculares instituem-se como unidades orgânicas fundamentais à prossecução da
atividade educativa -formativa. Não existindo isoladamente, é fundamental que cada Departamento,
por iniciativa própria ou no seio das estruturas que integra, defina e concretize articulações com os
demais, contribuindo dessa forma para soluções organizacionais e pedagógicas consensuais e eficazes.
No presente contexto, a importância das estruturas de coordenação e do trabalho que desenvolvem,
assume particular relevância nos seguintes domínios:


Conselho Pedagógico
Departamentos Curriculares / Grupos de Recrutamento
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

Direção de Turma/ Titulares de Turma e Áreas Curriculares Não Disciplinares
Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
São também de extrema importância as estruturas intermédias que viabilizam processos e agilizam os
meios para a sua concretização:



Conselhos de Turma/ Conselhos de docentes (especificidade dos alunos, interesses,
necessidades, interdisciplinaridade, Plano Turma e Plano de Trabalho da Turma)
Conselhos de Grupo (decisão quanto às grandes opções curriculares)
Conselhos de Coordenação (decisão quanto às formas de concretização dos objetivos
anteriores numa perspetiva de conciliação da componente curricular definida e da
especificidade do público envolvido).
Não se pretende pôr em causa a cultura de avaliação e de mérito, mas sim defender uma conceção mais
ampla de avaliação, que não a pensa como simples mensuração de resultados.
O diagnóstico de situações comprometedoras do desenvolvimento de aprendizagens significativas
facilita o esboço e o incremento de estratégias de solução e prevenção perante o insucesso. O trabalho
a montante sobre esta realidade possibilita obviar a dimensão da problemática ou mesmo excluí-la do
percurso académico de alguns alunos.
A finalidade da avaliação não deve ser apenas estabelecer uma seriação, mas também fornecer, sobre o
processo pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares decidir sobre as intervenções e
redireccionamentos necessários em face do Projeto Educativo.
Objetivos estratégicos:
1. Motivar os alunos para o sucesso escolar:
1.1. Realizar atividades conjuntas entre as várias escolas do agrupamento de caráter lúdico e
competitivo;
1.2. Ocupar os tempos livres dos alunos com atividades de caráter desportivo, colaborativo e
empreendedor;
1.3. Implementar o sistema de elearning em algumas disciplinas;
1.4. Implementar um sistema de classificação da “Melhor Turma” tendo por base o
aproveitamento e o comportamento globais das turmas. A turma melhor classificada será
premiada com a divulgação pública da classificação;
1.5. Instituir aulas / salas para desenvolvimento adicional, privilegiando os alunos que tenham
o perfil rumo à excelência;
1.6. Constituir equipas pedagógicas homogéneas e com perfil adequado ao grupo /turma;
1.7. Reforçar o apoio socioeducativo no 1º ano de escolaridade;
1.8. Sinalizar e acompanhar alunos com fraco desempenho escolar utilizando e aperfeiçoando
apoios, definindo mecanismos para esse acompanhamento, na prevenção de alunos em risco
de abandono;
1.9. Implementar processo formal de identificação e encaminhamento de alunos que não se
enquadrem no ensino regular;
1.10. Recorrer à plataforma moodle para superar dificuldades através da execução de
atividades extra;
2. Garantir o sucesso educativo, a melhoria das taxas de transição no ensino básico e
secundário e os resultados nos exames nacionais:
2.1. Estabelecer processos de recolha e partilha de informação para a caracterização da
população discente na formação de turmas desde o pré-escolar;
2.2.Reunir com o professor responsável pela turma a cada transição de ciclo;
2.3. Elaborar os horários de turma incluindo todas as atividades. Prever nos horários horas de
trabalho/apoio para turmas sujeitas a exame nacional. Incluir em cada horário do 6º, 9º anos e
13
secundário salas de apoio a Matemática e Português com docentes pertencentes ao conselho
de turma;
2.4. Ocupar o tempo escolar dos alunos com atividades de qualidade pedagógica, tendo em
vista a melhoria do sucesso escolar e educativo;
2.5. Melhorar as taxas de transição e aprovação nos cursos do ensino secundário regular;
2.6. Melhorar as taxas de transição e aprovação no ensino básico;
2.7. Manter a taxa de abandono escolar dos alunos do ensino básico e secundário;
2.8. Monitorizar as práticas da Escola e acompanhar as medidas educativas aplicadas tendo em
vista a melhoria do sucesso escolar e educativo identificando práticas letivas que careçam de
correção;
2.9. Analisar os resultados dos exames nas disciplinas em que se verifique discrepância dos
resultados entre a avaliação interna e externa;
2.10. Gerir escolhas e opções no ensino secundário;
2.11. Definir critérios exigentes na distribuição do serviço letivo: perfil científico e pedagógico
do docente, continuidade pedagógica...não atribuição de turmas a docentes cujos resultados
em anos de exame tenham sido abaixo das expectativas, bem como se pautem pelo
absentismo.
3. Desenvolver o gosto pelo trabalho e pela excelência:
3.1. Estimular atitudes e comportamentos de respeito, responsabilidade e participação;
3.2. Dar continuidade ao Quadro de Mérito;
3.3. Divulgar os “sucessos” alcançados pelos alunos / turmas através de diferentes formas de
comunicação interna e externa (Painéis informativos, página Web…).
4. Fomentar na comunidade escolar a prática sistemática de uma educação para os valores:
4.1. Desenvolver nas crianças e alunos normas de conduta social e cívica e o respeito pelo
património cultural e ambiental;
4.2. Promover a integração na perspetiva da igualdade de oportunidades, desenvolver
atividades que promovam a partilha e facilitem a integração/inclusão de alunos portadores de
deficiência;
4.3. Criar um espaço de intervenção aquando de situações de indisciplina, com afetação de
docentes a este;
4.4. Encorajar o pessoal não docente a assumir uma atitude ativa junto dos alunos na
repreensão de comportamentos de indisciplina e ao desenvolvimento de competências sociais.
5. Envolver e responsabilizar todos os atores escolares na inventariação, decisão e resolução
de problemas:
5.1. Dar autonomia responsável aos coordenadores de escola, e departamento valorizando o
papel e a iniciativa das lideranças intermédias;
5.2. Aperfeiçoar e dar visibilidade à dinâmica dos diferentes grupos de coordenação
(departamentos, grupos disciplinares) no tocante ao trabalho cooperativo, gestão dos
currículos, produção de materiais pedagógicos e planeamento de atividades;
5.3. Garantir uma aplicação mais rigorosa do Regulamento Interno por todos os órgãos da
escola.
6. Promover o rigor científico -pedagógico, a competência, a autonomia e a eficácia
profissional:
6.1. Harmonizar o funcionamento interno dos Departamentos Curriculares;
6.2. Promover a articulação intra e interdepartamental nomeadamente do ponto de vista
curricular, do planeamento das atividades letivas e da definição do Plano Anual de Atividades;
6.3. Implementar mecanismos de supervisão científica e didático-pedagógica;
6.4. Desenvolver processos consistentes e transparentes de avaliação do desempenho docente;
6.5. Sinalizar professores com dificuldades nos seus desempenhos;
6.6 Reconhecer docentes cujas praticas /atividades desenvolvidas valorizem o projeto
educativo.
7. Investir nas TIC quer ao nível curricular quer ao nível educativo:
7.1. Promover o uso de tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino
aprendizagem; valorizar a utilização das novas tecnologias de forma a contribuir para a
formação dos alunos, futuros intervenientes na sociedade da informação;
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7.2.Fomentar a utilização de recursos TIC em Educação especial;
7.3. Incentivar a formação e a atualização de conhecimentos dos professores na área das TIC;
7.4. Incentivar todos os professores a disponibilizarem materiais educativos online;
7.5. Criar nos professores hábitos de consulta regular da legislação relevante e
documentação interna na página da Escola (área reservada aos docentes);
7.6. Disponibilizar recursos para ações de divulgação e partilha de reflexões, práticas e
experiências inovadoras.
8. Garantir a eficácia do grupo de educação especial:
8.1. Colaborar com os docentes e conselhos de turma na elaboração ou na atualização dos
Programas Educativos Individuais, bem como na elaboração dos Planos Individuais de Transição
para a vida pós-escolar;
8.2. Operacionalizar as medidas propostas nos Programas Educativos Individuais articulando
com os professores do ensino regular, outros técnicos, Encarregados de Educação e outras
instituições;
8.3. Conceber um instrumento de recolha de dados/caracterização dos alunos do pré-escolar e
1ºciclo que apresentem dificuldades específicas de aprendizagem;
8.4. Efetuar avaliações e reavaliações de alunos referenciados e de alunos em apoio.
3.2. Organização e Funcionamento
O desempenho e sucesso da escola dependem cada vez mais das capacidades de organização e gestão,
que perspetivem a sua ação de uma forma eficaz e eficiente através de uma rede de processos - chave
interligados, devidamente compreendidos, partilhados por todos os atores escolares e geridos
sistematicamente.
Um dos alicerces da gestão está assente na qualidade dos recursos ao seu dispor, como tal a formação
deverá ser encarada como um recurso, entre outros, ao serviço do ensino e da instituição educativa,
favorecendo a aquisição, por parte dos atores educativos, de novas competências pedagógicas exigidas
pela evolução do ensino e da sociedade em geral.
A formação profissional dos atores escolares deve obedecer a uma lógica contextual, adaptativa e
organizacional que responda à crescente complexidade e às mudanças “descontínuas” que hoje se
colocam e se produzem na organização escolar, propiciando a aquisição de conhecimentos e
competências capazes de legitimar a autonomia e a eficácia profissional.
A formação deve capacitar para um trabalho profissional que terá de se desenvolver num território que
engloba a sala de aula, a escola e a comunidade educativa onde aquela se insere, constituindo-se como
o fulcro estruturante da produção de projetos coletivos de mudança/inovação centrados na escola.
Um dos instrumentos de que se dispõem para melhorar a qualidade dos serviços prestados reside na
Avaliação Organizacional.
É importante que a escola tenha, numa base regular, a capacidade para monitorizar os seus processos,
detetar as dificuldades – dos alunos, dos professores, da organização – e proporcionar os mecanismos
de intervenção adequados.
Constituem dimensões da avaliação organizacional o processo de educação e ensino dos alunos e os
seus resultados académicos, a sua participação e espírito de cidadania, a mobilização e envolvimento
dos docentes e não docentes, a capacidade de colocar a escola como elemento ativo e participante na
comunidades e o envolvimento dos pais enquanto parte integrante do processo educativo.
Objetivos estratégicos:
15
1. Reorganizar a gestão executiva e pedagógica para responder melhor às necessidades da
comunidade escolar:
1.1. Reforçar a ação do Conselho Pedagógico na definição da orientação pedagógica da Escola e
na promoção do sucesso educativo;
1.2. Dinamizar com o Conselho Pedagógico a implementação do Projeto Educativo do
Agrupamento, Plano Anual de Atividades, Regulamento Interno do Agrupamento;
1.3. Incremento da utilização dos canais de comunicação interna e externa, melhorando o
acesso à informação.
2. Melhorar a qualidade das práticas pedagógicas e dos fazeres profissionais através da
formação contínua:
2.1. Diagnosticar necessidades de formação;
2.2. Estabelecer prioridades de formação;
2.3. Promover formação em contexto escolar;
2.4. Promover a formação do pessoal não docente como ferramenta de valorização.
3. Reorganizar os Serviços de Apoio Escolar para responder às necessidades dos seus
destinatários:
3.1. Continuar a ação do SPO no apoio psicológico aos alunos;
3.2. Reforçar a ação do SPO na orientação escolar e profissional dos alunos;
3.3. Melhorar a ação da BE/CRE no apoio a toda a comunidade escolar;
3.4. Publicitar os Serviços de Apoio Escolar junto dos seus destinatários;
3.5. Aumentar a eficácia e a eficiência dos serviços do ASE.
4. Otimizar os serviços do pessoal não docente e melhorar a gestão administrativa e
financeira:
4.1. Atribuição de tarefas e funções de acordo com o perfil do funcionário e as exigências da
organização;
4.2. Elaborar um quadro de indicadores, a partir do programa CONTAB para acompanhamento
da execução orçamental;
4.3. Racionalizar procedimentos de requisição através da gestão de stocks;
4.4. Gerar e gerir racionalmente as receitas próprias, diversificando as fontes de financiamento
potenciando o contributo direto dos pais/encarregados de educação;
4.5. Implementação de uma politica de arquivo eficaz dos processos dos alunos, recorrendo à
digitalização;
4.6. Implementar o uso de código de barras em todo o material inventariado (móveis e fundo
documental).
5. Promover a avaliação periódica da Gestão Executiva e Pedagógica e dos Serviços de Apoio
Escolar:
5.1. Desenvolver hábitos de auto e heteroavaliação; definição e análise de indicadores claros e
estabelecimento de mecanismos de avaliação e acompanhamento dos mesmos. Efetuar
levantamento periódico do nível de satisfação dos utentes;
5.2. Avaliação de resultados escolares a nível dos exames nacionais; Comparar resultados
obtidos internamente com os obtidos nos exames nacionais;
5.3.Estabelecimento de práticas de comparação construtiva e partilha de boas práticas com
outras escolas;
5.4. Refletir sobre os resultados da avaliação e agir em conformidade;
5.5.Utilização dos resultados da avaliação externa para implementar estratégias de melhoria.
6. Otimizar os instrumentos de gestão estratégica do Agrupamento:
6.1. Elaborar o Projeto Educativo de Agrupamento de acordo com a análise da realidade em
que a escola se insere, identificando os pontos fortes e as áreas de melhoria;
6.2. Articular o Projeto Educativo de Agrupamento com outros documentos estruturantes,
nomeadamente com o Plano de Melhoria;
6.3. Estabelecer metas e apostas anuais;
6.4. Definir claramente os objetivos do Plano de Turma, de acordo com o Projeto Educativo de
Agrupamento, mantendo um formato flexível;
6.5. Simplificar o guião para a elaboração do Plano de Turma numa garantia de
homogeneidade;
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6.6. Maior participação do Conselho de Turma na construção do Plano de Turma;
6.7. Permitir o acesso permanente da equipa pedagógica a todos os documentos do Plano de
Turma;
6.8. Incorporar obrigatoriamente competências transversais e comportamentais no Plano de
Turma, enfatizando a transversalidade da língua portuguesa;
6.9. Definir de forma clara os objetivos e processos do Plano Anual de Atividades, de modo
articulado com o Projeto Educativo e as metas de aprendizagem.
3.3 Comunidade Educativa
A escola adquire protagonismo como lugar de aprendizagem mas também como instituição que educa
as atitudes e comportamentos do aluno. A pressão exercida sobre a escola para suprir as dificuldades de
acompanhamento por parte das famílias vem também exigir uma clarificação de papéis e relações,
implicando soluções organizacionais condizentes. Nesta rede de direitos, deveres e responsabilidades
entre a família e a escola, situa-se a necessidade de colaboração entre as duas instituições, visando
melhorar a qualidade da escola e facilitar o desenvolvimento e sucesso escolar dos alunos.
A abertura da escola ao exterior implica o desenvolvimento de uma política de interligação com os
contextos locais, regionais, nacionais e internacionais, territorializando a sua política educativa.
Nesta área de intervenção a escola deverá aliar autonomia e interdependência, abertura e interação
com entidades produtoras de iniciativas e projetos de carácter educativo e pedagógico, partilhando
decisões com os representantes locais (parcerias), vinculando comunitariamente a sua política
educativa, desenvolvendo e participando em iniciativas, atividades e projetos comuns com outras
instituições - escolas, organizações de saúde, desportivas, de assistência social, de emprego e de
formação profissional localmente situadas.
A partilha entre a Escola e a Família de um mesmo referencial de aprendizagens, conhecimentos e
sucesso e a corresponsabilidade sobre a formação intelectual e cívica dos educandos permite que as
ações protagonizadas em contexto escolar se sintonizem com as expectativas familiares. Existe, pois, um
compromisso com a verdade de cada aluno e um projeto de resultados consequentes.
Objetivos estratégicos:
1. Envolver os pais/encarregados de educação no percurso escolar dos seus educandos:
1.1. Promover a participação voluntária das famílias, potenciando a sua adesão a programas de
envolvimento na escola, quer individualmente, quer através da sua estrutura representativa;
1.2. Reforçar a relação entre a Escola e os Encarregados de Educação através da direção, dos
Diretores de Turma, titulares de turma e outros intervenientes;
1.3. Envolver os Encarregados de Educação na realização de eventos culturais, desportivos e de
solidariedade (exposições, feiras, colóquios, concertos…);
1.4. Motivar e envolver todos os pais e encarregados de educação para a importância e
responsabilidade que lhes cabe no domínio da educação;
1.5. Incentivar nos Encarregados de Educação e alunos o hábito de consulta da informação útil
para a comunidade educativa (horários dos alunos, manuais, menus da cantina, atividades
previstas Desporto Escolar e demais informações disponíveis na área pública).
2. Estabelecer parcerias/relações com organismos na área geográfica do agrupamento:
2.1. Dinamizar o trabalho articulado com parceiros no âmbito da Formação (Centro de
Formação de Escolas de Oeiras), da segurança (PSP - Escola Segura, Proteção Civil, CMO), da
saúde (Centro de Saúde) da assistência social (CPCJ e J. Freguesia - NISA), do desporto, do
ambiente e cultura locais (Rotary Club);
2.2. Estabelecer parcerias com outras instituições (empresas, faculdades…);
2.3. Reforçar a interação e partilha da informação e laços institucionais com os órgãos
autárquicos;
2.3 Reforçar a interação e partilha de informação com o município.
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3. Reforçar a interação do Agrupamento com o meio social, cultural e económico em que está
inserido:
3.1. Fortalecer a participação e intervenção de todos os membros da comunidade escolar e
educativa, com vista a incutir-lhes responsabilidades na vida escolar;
3.2. Promover atividades culturais, lúdicas e recreativas, que motivem a vinda à Escola dos pais
e encarregados de educação e outros elementos da comunidade;
3.3. Motivar e envolver outros parceiros da área de influência pedagógica do Agrupamento
para a importância da cooperação que deverá efetivamente existir, com vista à conceção e
concretização do Projeto Educativo;
3.4. Divulgar, junto da comunidade, o trabalho desenvolvido no Agrupamento, promovendo a
valorização da escola enquanto principal veículo e motor da “Educação” nos seus diferentes
domínios;
3.5. Envolver e sensibilizar toda a comunidade educativa para as iniciativas levadas a efeito
pelas Associações de Pais;
3.6. Fomentar o envolvimento da comunidade escolar e educativa no desenvolvimento de
atitudes concertadas de defesa do meio ambiente;
3.7 Dar continuidade á politica de educação ambiental e para a saúde e alarga-la a todas as
escolas do agrupamento dando-lhes visibilidade;
3.8. Envolver a comunidade na realização de eventos culturais e desportivos e de solidariedade
(exposições, feiras, colóquios, concertos…);
3.9. Apresentar candidaturas ou dar continuidade a projetos locais, regionais, nacionais e da
comunidade europeia (ex. ESCXEL – Rede de Escolas para a Excelência).
3.4. Instalações e Equipamentos
As conhecidas possibilidades de comunicação online com os parceiros, os encarregados de educação e
os demais atores, o trabalho colaborativo, a plataforma de aprendizagem e a própria condução social da
comunidade no que toca especialmente à gestão de alunos, deverão continuar a ser alvo da criação, a
prazo, de um sistema de informação integrado, de acordo com as diretivas tutelares.
Urge promover a inovação nas suas vertentes pedagógica e organizacional, pelo que nesta medida, é
fundamental potenciar as virtualidades da partilha de materiais, processos e produtos, entre todos.
Sendo a Escola um local de efetiva permanência e de vivência contínua deve a mesma promover ações e
atividades que melhorem a qualidade dos espaços, bem como as interações, potenciando a partilha, a
coesão e a dimensão emocional e moral da organização escolar.
Os espaços por onde nos movemos, por onde se materializa a função docente e por onde se agilizam as
dinâmicas inerentes a uma escola são importantes para a qualidade do serviço que prestamos.
Objetivos estratégicos:
1. Investir na inovação através do desenvolvimento das Tecnologias da Informação e
Comunicação:
1.1. Efetuar um levantamento periódico das necessidades/ recursos ao nível de Grupos de
docência / Departamentos /Escolas;
1.2. Proporcionar recursos tecnológicos de suporte à execução de tarefas pedagógicas e de
gestão, otimizando a ação organizacional;
1.3. Manter o nível de operacionalidade de todo o equipamento informático disponível no
Agrupamento e o número de pontos de acesso à rede interna e à internet;
1.4. Organizar formas de apoio no âmbito das novas Tecnologias de Informação e
Comunicação;
1.5. Recuperar e zelar pelo equipamento informático existente.
2. Valorizar e humanizar as instalações e espaços existentes:
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2.1. Zelar pela melhoria, conservação e valorização estética dos espaços (instalações sanitárias;
reparação e pintura de pavilhões; colocação de sinalética e instalação de bebedouros);
2.2. Remodelar a secretaria escolar;
2.3. Testar o Plano de Emergência em todo o Agrupamento;
2.4. Adaptar funcionalmente os espaços às pessoas portadoras de deficiência física;
2.5. Melhorar os laboratórios de Físico-Química e de Ciências.
3. Responsabilizar a comunidade escolar pela preservação e melhoramento das instalações,
espaços e equipamentos:
3.1. Promover iniciativas que estimulem a ligação da turma à sua sala de aula;
3.2.Desenvolver atividades com os alunos que os impliquem na valorização estética da Escola;
3.3. Reforçar o controlo sistemático do estado da sala de aula e seus equipamentos, após o final
de cada aula;
3.5. Viabilizar o estacionamento seguro das viaturas dentro da escola sede;
3.6. Recuperação de espaços na escola sede para salas de aula;
3.7. Criar condições adequadas na escola sede para o funcionamento eficaz da sala de Unidade
de Ensino Estruturado.
4. Conclusão
Há compromissos que só são possíveis se delinearmos objetivos, estratégias e atividades
cuidadosamente selecionadas, pois seguir numa direção obriga a fazer opções escolhendo umas e
afastando outras, e das escolhidas, importa ainda priorizar, pois não é razoável nem produz frutos
querer fazer tudo ao mesmo tempo, seguindo um sem número de direções. E os objetivos e as
estratégias têm de ser partilhadas, vividas em conjunto, e no mínimo, aceitáveis e assumidas pela
maioria de vós, pois só assim pode garantir-se a unidade de ação, a capaz de fazer a nora mover. Por
isso partilhei o que considero serem os principais objetivos e estratégias, atividades e metas para o
nosso Agrupamento, resultado de reflexão individual mas também depois de auscultar muitas das
expectativas e receios, sugestões e anseios, desenganos e ideais, que temos na nossa escola.
O desafio que lanço é que continuemos o trabalho começado no passado onde, ainda em embrião,
obtivemos uma avaliação digna de mérito pela intervenção inspetiva, para que a consigamos alargar
agora a mais uma unidade orgânica que viu os seu corpos docentes e discentes aumentarem para o
dobro, pelo que temos de dobrar as expectativas, os anseios e a determinação para prosseguirmos.
Que contribuamos coletivamente para pôr a nossa nora do conhecimento em movimento, para que,
pela inevitabilidade do gradualismo reformista, tenhamos a motivação e a satisfação, pelo menos essa,
de tornar a nossa escola melhor e promotora de jovens que cumpram um futuro digno. E então
sentirmos todos razões para alguma íntima e partilhada satisfação.
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