3ª série

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3ª série
SARESP 2004 – PROVA DE LEITURA E ESCRITA -3ª SÉRIE EM - MANHÃ
DESVIOS SOCIAIS
O Brasil que emerge da mais recente Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio,
PNAD, do IBGE, mostra como se avançou no combate às desigualdades e quanto ainda é
preciso avançar. E não é pouco. Se o país continua desigual, também são indiscutíveis o
acerto dos gastos na educação fundamental (que precisam se estender com urgência ao
ensino médio), a expansão da telefonia, além dos sinais de afluência entre as famílias,
demonstrada pelo acesso a eletrodomésticos.
A PNAD é uma detalhada radiografia do passado, só superada pelos censos
decenais do próprio IBGE. Esta nova pesquisa, referente a 2003, pode ir além e servir
para impulsionar um debate estratégico e prioritário para a sociedade brasileira, sobre a
qualidade dos gastos públicos sociais. A pergunta-chave é: tem sido feita com eficiência a
transferência de recursos dos contribuintes para o combate à miséria?
A pesquisa ajuda nessa avaliação por retratar um cenário social quinze anos depois
de promulgada a Constituição de 1988, marco da redemocratização do país e, tanto
quanto isso, a pedra fundamental do processo de criação e ampliação de vários
programas de erradicação, ou minimização, da pobreza.
Desde então, a estrutura de gastos públicos passou por uma mudança estrutural: os
benefícios assistenciais de toda ordem, a folha do funcionalismo e os sistemas de
previdência, que em 1987 representavam 14,4% do Produto Interno Bruto, este ano devem
ter chegado próximo dos 20% do PIB.
Ora, mesmo diante dos avanços registrados pela PNAD 2003, é preciso admitir que,
pela dimensão dos gastos sociais, o quadro deveria ser melhor do que é. Conclui-se que
parcela considerável desse dinheiro não beneficia quem deveria, ou seja, os mais pobres.
O problema é grave e precisa ser enfrentado pela sociedade.
(DESVIOS sociais. O Globo, Rio de Janeiro, p. 6, 1º out. 2004. Adaptação.)
01. No 2º parágrafo, ao usar a expressão “detalhada radiografia do passado” para se
referir à PNAD, o autor quer dizer que
(A)
(B)
(C)
(D)
a pesquisa só é superada pelos censos decenais.
ela apresenta informações pouco confiáveis.
ela retrata fielmente a realidade brasileira.
os dados da PNAD revelam fatos interessantes.
02. A afirmativa de que os recursos públicos devem ser melhor usados apóia-se no fato
de
(A)
(B)
(C)
(D)
existir ainda bastante desigualdade no país.
haver melhoria significativa na educação.
ser grave o problema enfrentado pela sociedade.
haver uma grande expansão da telefonia.
a
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03. A palavra “desvios” empregada no título do texto demonstra que os
(A)
(B)
(C)
(D)
benefícios à população continuam pouco visíveis.
gastos com educação aumentaram muito pouco.
programas de minimização da pobreza deram resultado.
recursos obtidos se afastaram do caminho desejado.
04. Do trecho “A PNAD é uma detalhada radiografia do passado, só superada pelos
censos decenais do próprio IBGE”, depreende-se que
(A)
(B)
(C)
(D)
a PNAD supera os censos do IBGE.
as duas pesquisas são equivalentes.
os censos do IBGE superam a PNAD.
outras pesquisas superam a PNAD.
05. A afirmativa de que “o dinheiro não beneficia os mais pobres” justifica-se porque a
(A)
(B)
(C)
(D)
desigualdade no país ainda continua.
educação fundamental foi beneficiada.
estrutura dos gastos públicos mudou.
pesquisa retrata o cenário social.
06. No texto, ao relacionar os gastos sociais com o quadro da pobreza no Brasil, podese deduzir que
(A)
(B)
(C)
(D)
a verba nem sempre é bem gasta.
a sociedade precisa se manifestar.
as despesas com funcionalismo são elevadas.
o gasto com telefonia é excessivo.
Polêmica sem Fim
Ciência ainda busca respostas para questões-chave para o futuro dos organismos
alterados
Criados nos anos 80, os alimentos transgênicos continuam a dividir os cientistas. A
falta de respostas conclusivas para várias questões – econômicas, ambientais, sanitárias
– tem dado margem a debates apaixonados entre partidários e detratores desses
produtos. De um lado, há os que promovem os transgênicos como verdadeira salvação da
lavoura: a criação de variedades mais resistentes a pragas e doenças levaria ao aumento
da produtividade e à gradual queda dos preços, contribuindo assim para a diminuição da
fome no mundo.
De outro, os críticos argumentam que a fome é uma questão política e de
distribuição de renda. As multinacionais estariam interessadas apenas em engordar seus
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a
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lucros, já que um dos resultados da transgenia é a geração de sementes estéreis: cada
vez que quiserem plantar, os agricultores precisam comprar novas sementes da empresa
que detém a patente.
Outro motivo de preocupação é o impacto ambiental, cuja extensão a ciência ainda
desconhece. Há o receio de que as lavouras transgênicas contaminem plantações
vizinhas, ameaçando a biodiversidade.
Discutem-se também os possíveis danos à saúde humana. Em 1996, o médico
alemão Walter Doefler divulgou um estudo sobre as conseqüências da ingestão de
alimentos transgênicos. Por meio de experiências com cobaias, ele concluiu que o DNA
exógeno (introduzido de outra espécie) de um vegetal transgênico pode entrar em nossa
corrente sangüínea e se tornar ativo, quebrando a barreira entre espécies. O pesquisador
Francisco Aragão, da Embrapa, afirma que tal estudo não tem credibilidade e que o corpo
humano é capaz de destruir os genes exógenos.
(GIMENEZ, Karen. Polêmica sem fim. Superinteressante, São Paulo, p. 36, set. 2004.
As 30 maiores descobertas da ciência.)
07. Em resumo, a proposta do texto é
(A)
(B)
(C)
(D)
alertar para o perigo da ingestão de alimentos transgênicos.
informar o lucro das multinacionais com os transgênicos.
mostrar vantagens e desvantagens do uso de transgênicos.
reforçar a necessidade de investimentos nos transgênicos.
08. A leitura desse texto ajuda a entender que “produtos transgênicos” correspondem a
(A)
(B)
(C)
(D)
organismos geneticamente modificados.
produtos causadores de doenças.
sementes estéreis para a lavoura.
variedades mais resistentes a pragas.
09. De acordo com o texto, existe preocupação com o uso de transgênicos, porque
(A)
(B)
(C)
(D)
a ciência ignora a extensão do impacto ambiental.
a ausência de pragas diminui muito a produtividade.
as multinacionais terão prejuízos com esses produtos.
os agricultores dispensam a compra de novas sementes.
10. Os partidários do uso de transgênicos acreditam que com esses produtos haverá
(A)
(B)
(C)
(D)
aumento da barreira entre espécies.
desequilíbrio da biodiversidade.
maior oferta de alimentos.
redução do cultivo de alimentos.
a
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Exames de DNA lançam novas dúvidas sobre destino de Colombo
Cientistas dizem que navegador pode ter sido enterrado na Espanha
Madri. Cientistas que examinaram o DNA de fragmentos de ossos de 500 anos
afirmaram ontem que dados iniciais sugerem que Cristóvão Colombo pode ter sido
enterrado na Espanha – e não na República Dominicana, como era seu desejo. Porém,
eles frisaram que mais estudos são necessários.
O grupo contou que amostras de DNA retiradas dos ossos que seriam de Colombo
são bastante similares ao material genético recolhido entre os restos mortais que seriam
do irmão do navegador, Diego.
Ambos foram desenterrados na Catedral de Sevilha como parte de um estudo que
visa a pôr fim a uma disputa centenária sobre a localização do verdadeiro túmulo de
Cristóvão Colombo. Tanto na Espanha quanto na República Dominicana existem tumbas
oficialmente dedicadas ao navegador.
O material genético analisado pelos cientistas, entretanto, estava em mau estado.
Das amostras recolhidas dos irmãos, 80% são indecifráveis, embora 20% sejam idênticas.
Seriam necessárias outras técnicas para examinar o material em mau estado.
Os cientistas tentam decifrar o mistério de Colombo há dois anos. E a pesquisa
continua. Além das amostras de DNA do suposto Colombo e de seu irmão, os
especialistas também coletaram material genético dos restos mortais de Hernando, filho
do navegador.
Para os cientistas, Hernando é a chave para a solução do mistério, porque seus
restos jamais mudaram de lugar (ou seja, há certeza absoluta de que aqueles ossos
pertencem realmente ao filho de Colombo), diferentemente do que aconteceu com os
ossos de Colombo e Diego.
(EXAMES de DNA lançam novas dúvidas... O Globo,
Rio de Janeiro, 2 set. 2004. Ciência e vida, p. 36.)
11. A notícia sobre os exames realizados tem como finalidade informar que
(A)
(B)
(C)
(D)
pairam ainda dúvidas sobre o local do túmulo de Colombo.
é preciso examinar também os restos mortais de Hernando.
há tumbas para Colombo na Espanha e na República Dominicana.
estão em mau estado os materiais examinados em Sevilha.
12. Essa notícia pode ser resumida com a frase
(A)
(B)
(C)
(D)
certas técnicas modernas são necessárias para exame do material.
alguns materiais genéticos foram coletados na Catedral de Sevilha.
os restos mortais do filho de Colombo também foram examinados.
uma pesquisa está sendo feita para localizar o túmulo de Colombo.
13. As pesquisas científicas sobre a identidade de Colombo se desenvolvem há
(A)
(B)
(C)
(D)
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100 anos.
500 anos.
dois anos.
muito tempo.
a
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(CHEGA de desrespeito. Época, Rio de Janeiro, n. 97, p. 68, 18 set. 2000. Propaganda.)
14. O emprego de formas como “examine”, “exija”, da expressão ’’seu plano de saúde”,
além do pronome “você”, indica que o texto se destina
(A)
(B)
(C)
(D)
a toda a classe médica.
aos proprietários dos planos de saúde.
aos usuários dos planos de saúde.
às empresas de saúde.
a
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15. As expressões “enfiar a faca” e “tirar o sangue” remetem ao fato de alguns planos de
saúde
(A)
(B)
(C)
(D)
oferecerem atendimento de baixa qualidade e pagarem bem aos médicos.
cobrarem muito dos clientes e pagarem pouco aos médicos.
cobrarem mensalidades bastante altas e deixarem de pagar aos médicos.
oferecerem atendimento de alta qualidade e pagarem bem aos médicos.
16. Ao associar a frase "Chega de desrespeito" com as imagens da faca e da seringa, a
propaganda chama a atenção dos usuários dos planos de saúde para
(A)
(B)
(C)
(D)
a redução de gastos dos clientes e dos exames.
a imposição de procedimentos de racionalização no tratamento médico.
a exploração dos clientes dos planos e dos médicos.
a cobrança de mensalidades altas para melhorar o atendimento médico.
17. A informação sobre “a necessidade de examinar atentamente o plano de saúde”
baseia-se no argumento de que as pessoas devem
(A)
(B)
(C)
(D)
adotar planos que remuneram corretamente os médicos.
buscar planos com equilíbrio entre mensalidade e atendimento.
evitar os planos que se despreocupam totalmente com o lucro.
optar por planos que pagam todos os exames necessários.
18. A associação das imagens com o texto sugere que
(A)
(B)
(C)
(D)
8
as pessoas estão satisfeitas com seus planos de saúde.
as pessoas são desrespeitadas pelos planos de saúde.
os planos de saúde desprezam lucros muito altos.
os planos de saúde oferecem mais do que prometem.
a
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APELO
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para
dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de
esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na
mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da
escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não
dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se
iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a
última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na
salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas,
não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia
furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora,
conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora,
por favor.
(TREVISAN, Dalton. Apelo. In: BOSI, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo.
São Paulo: Cultrix, 1974. p. 190.)
19. Para não demonstrar que estava sentindo falta da companheira, o narrador
(A)
(B)
(C)
(D)
colocava água nas violetas da janela.
deixava a luz da varanda acesa.
permitia jornais se acumularem no chão.
saía para beber com os amigos.
20. Expressões como “leite coalhou”, “corredor deserto”, “canário mudo” foram usadas
para simbolizar o modo pelo qual
(A)
(B)
(C)
(D)
a ausência da mulher se tornou insuportável.
o narrador era sempre descuidado com a casa.
o narrador ignorava a ausência da mulher.
os objetos e animais sentiam a falta da mulher.
21. Pela ordem, com o decorrer dos dias, o narrador experimentou os seguintes
sentimentos:
(A)
(B)
(C)
(D)
satisfação, saudade, angústia.
alívio, desespero, indiferença.
prazer, indiferença, alívio.
tristeza, desânimo, saudade.
a
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22. O "apelo" do narrador pode ser observado de forma direta na seguinte parte do
conto:
(A)
(B)
(C)
(D)
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe.
Com os dias, Senhora, o leite coalhou.
Não tenho botão na camisa, calço meia furada.
Venha para casa, Senhora, por favor.
Poema
Moça e soldado
Meus olhos espiam
a rua que passa.
Passam mulheres,
passam soldados.
Moça bonita foi feita para
namorar.
Soldado barbudo foi feito para
brigar.
Meus olhos espiam
as pernas que passam.
Nem todas são grossas...
Meus olhos espiam.
Passam soldados.
... mas todas são pernas
meus olhos espiam.
Tambores, clarins
e pernas que passam.
Meus olhos espiam
espiam espiam
soldados que marcham
moças bonitas
soldados barbudos
... para namorar,
para brigar
Só eu não brigo.
Só eu não namoro.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Moça e soldado. In: ______.
Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. p. 90.)
23. Pode-se afirmar que “Moça e soldado” é um poema, porque o texto
(A)
(B)
(C)
(D)
apresenta uma divisão em estrofes.
está organizado em vários parágrafos.
possui versos que rimam entre si.
tem versos com igual número de sílabas.
24. No poema, ao repetir a expressão "Meus olhos espiam", o autor expressa sua
(A)
(B)
(C)
(D)
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admiração.
infidelidade.
conformidade.
passividade.
a
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25. O termo que, empregado nas expressões “que passa”, “que passam”, “que passam”,
“que marcham”, representa, respectivamente,
(A)
(B)
(C)
(D)
moça – clarins – tambores – soldados.
moça – mulheres – soldados – pernas.
rua – pernas – pernas – soldados.
rua – pernas – soldados – olhos.
26. Nesse poema, ao falar de moças bonitas e de soldados barbudos, o poeta expressa
(A)
(B)
(C)
(D)
a alegria de ver os que passam.
a angústia de perder a namorada.
o prazer diante do movimento.
a monotonia de sua vida na cidade.
Horário de verão
Aí vem novamente o horário de verão, desta vez depois das eleições, talvez para
evitar que o distúrbio no ritmo espontâneo interfira na escolha do nosso candidato. É
espantoso ninguém perceber que no verão o consumo de energia elétrica é menor,
simplesmente porque os dias são mais longos e mais quentes, não por causa dessa
idiotice de horário de verão. Além dos sistemas automáticos, cujas células fotoelétricas e
termostatos não sabem que estamos no horário de verão, ninguém olha o relógio para
acender lâmpadas ou desligar aquecedores. Se adiantar uma hora no verão economiza
energia elétrica, a recíproca deve ser verdadeira. Por que não atrasar uma hora no
inverno? E que tal bagunçar de vez nosso relógio biológico adiantando meia hora na
primavera e atrasando meia hora no outono? Bolas!
(CARLQUIST, Ivan. Horário de verão. O Estado de São Paulo,
São Paulo, 5 out. 2004. Carta aos Leitores, p. A2.)
27. O autor da carta dirige-se aos destinatários em uma linguagem espontânea e
informal, que pode ser observada, por exemplo, no trecho
(A)
(B)
(C)
(D)
“células fotoelétricas não sabem que estamos no verão”.
“ninguém olha o relógio para acender lâmpadas”.
“no verão o consumo de energia elétrica é menor“.
“que tal bagunçar de vez nosso relógio biológico”.
28. Nessa carta, o autor pretende convencer o leitor de que o horário de verão
(A)
(B)
(C)
(D)
equivale a uma estratégia enganosa.
favorece o ritmo biológico.
diminui muito o consumo de energia.
resulta em enormes benefícios.
a
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29. Para apoiar seu ponto de vista sobre a inutilidade do horário de verão, o remetente
usa argumentos como
(A)
(B)
(C)
(D)
a economia de energia durante esse período é insignificante.
o relógio biológico obedece naturalmente ao horário de verão.
os sistemas automáticos acompanham o horário de verão.
as pessoas consultam o relógio para desligar aquecedores.
30. Ao usar a expressão "Bolas!" para concluir a carta, o remetente quis demonstrar sua
(A)
(B)
(C)
(D)
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concordância com o horário de verão.
desaprovação ao horário de verão.
indiferença ao horário de verão.
satisfação com o horário de verão.
a
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PROVA DE REDAÇÃO
Antes de iniciar sua redação, leia atentamente as duas propostas e escolha uma delas.
Proposta 1
Texto A
OBESIDADE MATA 20 VEZES MAIS DO QUE A AIDS
A obesidade diminui em 13 anos o tempo de vida e é causa de doenças como
diabetes, colesterol alto, hipertensão, além de piorar os casos de asma. O problema é
gravíssimo e com isso todos concordam. As divergências estão na hora de agir. A
endocrinologista Valéria Guimarães diz que os estudos com drogas orais para tratar a
obesidade em crianças e adolescentes ainda são superficiais.
São necessárias mais pesquisas com maior número de participantes e por mais
tempo. Em casos bem selecionados, quando a obesidade é complicada e já está
prejudicando muito a saúde das crianças e dos adolescentes, pode-se pensar nos
remédios. E cirurgia nessa idade também não é recomendada.
Para Walmir Coutinho, as soluções mais radicais só são válidas se incentivarem a
mudança de hábitos e forem feitas num grupo específico.
Muitos jovens obesos têm baixa de auto-estima, não ligam para a estética. Por
isso, desistem de emagrecer. Mas com a saúde todos eles se importam e esta pode ser
uma boa maneira de convencê-los a se tratar.
Como, perguntam-se os pais, se os adolescentes querem tudo para ontem e a
perda de peso, geralmente, é lenta e gradual?
Mas por outro lado é um paciente em transformação, que pode aceitar com mais
facilidade uma nova rotina. Com atividade física, um menu mais restrito, porém saboroso
e variado, e atendimento psicológico, é possível dar conta do problema.
(OBESIDADE mata 20 vezes mais do que a Aids. O Globo,
Rio de Janeiro, 24 out. 2004. Revista O Globo, p. 24.)
Texto B
Guloseimas na escola
É lamentável ler sobre a decisão da justiça de liberar refrigerantes e guloseimas
nas cantinas das escolas particulares cariocas. Os danos causados pela má alimentação
na infância são bem conhecidos, e sua repercussão, em grande parte, apenas será
notada na idade adulta, embora a obesidade e o diabetes nas crianças sejam um fato. A
ausência das guloseimas e refrigerantes nas escolas leva a criança a valorizar mais o
lanche levado de casa, pois, em fase de crescimento, não tolera o jejum por muito tempo.
Espero que as autoridades médicas e de proteção à infância e adolescência tomem
posição, pois o cuidado com os pequenos não é só dever dos pais, mas de todos que
detêm o conhecimento dos malefícios que os rondam. Felizmente tal medida não atinge
as escolas municipais.
(MAIAL, Lílian. Guloseimas na escola. Globo Online, Rio de Janeiro, 12 out. 2004.
Disponível em: <http//oglobo.globo.com.Br/online/>. Acesso em: 9 nov. 2004.)
a
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Com base na leitura dos textos, redija uma dissertação argumentativa sobre o tema:
A doença da obesidade na criança e no jovem: como enfrentar o problema?
Proposta 2
Texto A
(SCHULZ, Charles M. Muita calma Charlie Brown. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.)
Texto B
Jovens são os mais interessados em participar, afirma pesquisa
Para quem pensa que o jovem não está nem aí para a política, recente pesquisa
encomendada pela ONG Ação Educativa vem afirmar o contrário. Mais da metade dos
jovens pesquisados, 54%, quer participar dos mecanismos e instâncias capazes de
influenciar as políticas públicas.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope para o Observatório da Educação e da Juventude,
programa da ONG Ação Educativa, que busca ampliar o controle social das políticas
públicas, com ênfase nas políticas de educação e juventude. Foram ouvidas 2000
pessoas por todo o país, sendo 467 jovens entre 16 e 24 anos. (...)
Um dado que chamou a atenção dos analistas foi o fato de que os jovens entre 16 e 24
anos são os que mais acreditam não exercer poder. 35% deles sentem que não exercem
poder por meio de representantes eleitos ou diretamente. Nas faixas etárias seguintes,
essa taxa cai para 31%, 29% e 26%. Entre os jovens que sentem exercer o poder, apenas
26% entendem que o fazem pela participação direta, enquanto que 68% acham que
exercem o poder apenas por meio do direito de eleger representantes. Questionados
sobre a principal prática capaz de influenciar as políticas públicas, os jovens apontaram
em primeiro lugar os Conselhos de Educação (40%), seguidos pelas mobilizações de
massa (11%) e a participação em movimentos sociais (11%) e pelo orçamento
participativo (10%). Por último foram citadas as audiências públicas (7%) e o
encaminhamento de ações ao Ministério Público (5%). Entre os motivos que levariam o
jovem a participar, 65% afirmam que o fariam para melhorar a situação da comunidade e
20%, para melhorar a própria situação ou a da família. Entre os que não participariam,
38% alegam falta de informação, seguida pela falta de tempo (24%) e por não gostar
(22%)
(JOVENS são os mais interessados... In: INSTITUTO DA CIDADANIA. Projeto Juventude. São Paulo,
15 dez. 2003. Disponível em:<http://www.projetojuventude.org.br/html/noticia–15 dez. htm/>.
Acesso em: 9 nov. de 2004. Adaptação.)
14
a
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Com base na leitura do quadrinho e do texto acima, redija uma dissertação argumentativa
sobre o tema:
O projeto de vida do jovem cidadão: como participar para a construção de uma
sociedade mais justa?
Para redigir seu texto, leia as instruções a seguir:
1. Escolha somente um dos temas propostos.
2. Utilize todos os seus conhecimentos sobre o tema para fundamentar sua
proposta.
3. Escreva um texto dissertativo-argumentativo.
4. Não faça desenhos nem redija narrativas e nem poemas.
5. Escreva numa linguagem adequada ao tipo de texto proposto.
6. Escreva no mínimo 20 linhas, considerando-se letra de tamanho regular.
7. Faça o rascunho na folha a ele destinado.
8. Desenvolva sua redação a tinta, na folha a ela destinada.
9. Dê um título a seu texto.
a
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