Carta Mensal nº 115 - Colégio Brasileiro de Genealogia

Transcrição

Carta Mensal nº 115 - Colégio Brasileiro de Genealogia
Ano XXVI - Nº 115 - jul-ago 2013
MORRE GILDA DE AZEVEDO BECKER VON SOTHEN
CBG SE DESPEDE DE SUA FUNDADORA
Às 5h 30min do dia 23 de agosto p.p., no Rio de Janeiro, faleceu a Titular da
Cadeira nº 13 e última dos doze sonhadores que criaram o Colégio Brasileiro
de Genealogia em junho de 1950.
Gilda Guimarães de Azevedo nasceu em 05 de julho de 1921 em casa, na rua
Salvador Correa, que mais tarde transformou-se na Avenida Princesa Isabel,
bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal.
Filha de José Philadelpho de Barros e Azevedo, Ministro do Supremo
Tribunal Federal, Prefeito do Rio de Janeiro, e Juiz da Corte Internacional de
Justiça de Haia, e da Sra. Vera Leite Guimarães.
Fez todos os seus estudos na cidade natal, bacharelando-se pela Faculdade
Nacional de Direito. Após a morte do pai, em Haia, retornou ao Rio com a mãe,
à qual passa dedicar seus cuidados. Alguns anos depois, já falecida a mãe, em
uma viagem à Europa, reencontrou o diplomata alemão Hans Christoph Becker
von Sothen, que havia conhecido no Rio de Janeiro, quando ali estivera ele a
serviço por algum tempo, e casaram-se a 28.10.1958, na residência do
Embaixador do Brasil na Alemanha. Casada, passou a assinar Gilda de Azevedo Becker von Sothen e acompanhou o
marido em missões diplomáticas por diversos países. Foram pais de Vera e Otto Rudolph. Em 1975, após a
aposentadoria de Hans Christoph, retornou definitivamente ao Brasil, enviuvando cinco anos depois, em1980.
Seu interesse pela genealogia vem da juventude, quando contatou, por carta, o respeitado historiador Affonso
de Taunay, arguindo sobre parentesco e ascendëncia comum. Diverti-ase sempre, contando que, na cartaresposta enviada por Taunay, ele a tratava de “prezada senhora”, sem nem de longe suspeitar que se tratava de
uma adolescente de apenas 15 anos de idade...
Amiga de Carlos Grandmasson Rheingantz, com ele e outros dez amigos, em 1950 fundam o Colégio Brasileiro de
Genealogia. Desde então, quando fora do país - à distância, e depois mais próxima, foi sempre entusiasmada
participante das atividades do Colégio, prestigiando eventos e solenidades, reuniões e assembleias, exercendo
com maestria seu papel de incentivadora do estudo da História da Família no Brasil.
D. Gilda teve missa rezada pelo Padre Jorjão - como é conhecido o pároco da Igreja Nossa Senhora da Paz em
Ipanema, cujas missas frequentava religiosamente - na capela mortuária do próprio hospital onde faleceu, com a
presença de filhos, nora, genro, netos e expressivo número de familiares, amigos e admiradores, entre eles
diversos genealogistas.
“Amigos não morrem, viram estrelas”. Pois agora a mais brilhante constelação – não registrada pelos
astrônomos, mas perfeitamente reconhecível pelos genealogistas brasileiros – está completa, e suas doze
estrelas de intensa luz iluminam os passos daqueles que buscam com entusiasmo e devoção suas origens, cujo
coração bate em ritmo de saudade e gratidão.
ASSOCIADOS SÃO NOTÍCIA
• Paulo Roberto Martins de Oliveira apresentou, no nº 130 (junho) da revista Casa & Campo, publicação
mensal da Tribuna de Petrópolis, matéria intitulada Passado Vivo, sobre as importantes marcas deixadas pela
colonização alemã na cultura da cidade de Petrópolis-RJ. "Nada foi tão marcante na história de Petrópolis
quanto a colonização alemã", diz ele.
• José António Barros da Costa Reis lançou na Biblioteca de Póvoa do Varzim, Portugal, no dia 11 de julho, o
livro "Ribeiro Pontes", de sua autoria e de Ricardo Bessa Teixeira.
CBG - Carta Mensal 115 - Jul-Ago 2013 • 01
• Carlos Eduardo Barata, Cinara Jorge e Fernando Jannuzzi participaram, como palestrantes, do Colóquio
Imigração no Estado do Rio de Janeiro – História e Genealogia, evento conjunto do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio de Janeiro -IHGRJ e CBG em 11 de julho.
• Dois associados CBG foram empossados membros Correspondentes de Institutos Históricos: Bruno de
Cerqueira, hoje residente em Brasília-DF, a 31 de julho, no Instituto Histórico e Geográfico de Niterói-RJ e
Cinara Jorge, residente em Três Rios-RJ, a 12 de agosto, no Instituto Histórico de Petrópolis-RJ.
Paulo Carneiro da Cunha foi o único presidente CBG falecido no exercício da função. Sua morte deu-se a 25 de janeiro
de 2004, sendo substituído pelo vice-presidente Victorino Chermont.
NOTÍCIAS DO CBG
• Novos Associados – O CBG dá as boas vindas aos novos associados colaboradores, aprovados pela
Diretoria para integrar o Quadro Associativo CBG: Colaboradores - Gerson Laerte da Silva Vieira –
Curitiba, PR; Julio Fonseca do Amaral – Rio de Janeiro, RJ; Magdala Cavalcanti de Melo – João Pessoa,
PB e Marcio Miller Santos – Rio de Janeiro, RJ; Correspondentes - Fernando de Benito y Alas – Valência,
Espanha e Marcos de Oliveira Camargo – San Diego, EUA.
• Aos Sócios Colaboradores e Correspondentes brasileiros residentes no Exterior – o CBG aguarda o envio de
biografia e foto, conforme já solicitado em diversos Comunicados pela Internet. Vários confrades já
atenderam e podemos conhecê-los melhor na página do Colégio, na seção Quadro Associativo. Vamos
fazer o mesmo? Que tal aderir a mais esta iniciativa da Administração do Colégio? Consulte suas
mensagens recebidas e veja as condições para o envio.
Agradecemos a recente adesão ao projeto, de: Aristides Almeida Rocha, Helio Lopes da Costa Junior, Luis
Carlos de Araujo Simões, Paulo Cezar Bastos Gismonti e Stélio Emanuel de Alencar Roxo.
• Biblioteca do CBG - Informamos aos novos associados - e recordamos aos antigos - que o Estatuto CBG
traz em seu Art. 12 - item b a obrigação do associado em "doar à biblioteca um exemplar das publicações
de sua autoria nas áreas de interesse do Colégio". Em razão disto, e do exíguo espaço para guarda, só
temos como adicionar a nosso acervo obras eminentemente genealógicas ou que tenham, em seu
conteúdo, pelo menos uma boa parte que trate de genealogia, nossa precípua razão de existência.
Por isso, agradecemos o envio das obras abaixo relacionadas, que muito vêm enriquecer nossa Biblioteca.
- Os Furtado de Mendonça que encontrei (CE e RJ) - de Luiz Alberto da Costa Fernandes, doação do autor.
Apresenta os Furtado de Mendonça entroncados com seus ramos familiares, a partir de Rosalina Furtado de Mendonça que casou em
Sobral-CE com Francisco da Costa Fernandes, patriarca de seu ramo Costa Fernandes; e Maria Vicência de Castello Branco Furtado (filha
de Miguel Furtado de Mendonça e Marinha Rosa de Castello Branco), que casou com Antonio José da Costa Bacellar, ancestrais do autor.
- Genealogia e crônicas ilustradas da Família Picoral - de Clovis Picoral, doação do autor.
Com referências a algumas famílias correlacionadas: Krull, Schwanck, Lefhaar, Justo, Schüttz, Mayer, Dulinki e Raczynski, trata da
descendência de Anton Franciscus/Anton Franz/Antonio Francisco Piqural, nascido a 22.02.1829 na pequena cidade de Löningen,
Estado da Baixa Saxônia, atual Alemanha, situada a poucos quilômetros da fronteira desta com a Holanda. No Brasil, Antonio Francisco
é dito cidadão holandês; estabeleceu-se na Colônia de São Pedro de Alcântara, RS, e ali faleceu aos 62 anos de idade, a 29.11.1891.
- Famílias do Seridó: estudos genealógicos - de José Rodrigues de Arruda, doação do autor.
Aborda Araújo Pereira, Dantas Correia, Azevedo Maia, Batista, Medeiros, Lopes Galvão, Bezerra Menezes, Fernandes Pimenta, Pereira
Momteiro, Nóbrega, do Seridó, região do Estado do Rio Grande do Norte.
- Roberto e Hormezinda - encontro e família - de Marcio Miller, doação do autor.
Os Miller - ascendência e descendência de Roberto Miller (filho de Lingard Miller e Francisca de Oliveira) e Hormezinda de Araújo
Campos (filha de Paulino Moreira de Araújo e Luiza de Oliveira Nóbrega). Os Miller, sulistas, emigraram dos Estados Unidos após a
Guerra Civil, radicando-se no interior de São Paulo. Lidgard foi o único a casar com brasileira.
- Costa Doria na Bahia - de Francisco Antonio Doria, doação do autor.
A partir de Fernão Vaz da Costa, nascido por volta de 1520, que passa ao Brasil em 1549 com Tomé de Souza, e possivelmente em 1557
casa-se com a viúva Clemenza Doria, genovesa, filha bastarda do banqueiro Aleramo Doria. Foi contador-mor da colônia.
- A família Nogueira Ferrão de Vilhegas da cidade de Viseu - entre princípios do século XVII e fins do século XX
- de Maria João de Nogueira Ferrão Vieira Craigie, doação da autora.
02 • CBG - Carta Mensal 115 - Jul-Ago 2013
EVENTOS CULTURAIS CBG DE JULHO E AGOSTO
Continuando a seguir o cronograma apresentado no número 111 da Carta Mensal, o CBG promoveu dois eventos
nos meses de julho e agosto.
Igreja de N. Srª da Candelária
Igreja N. Srª de Montserrat
(do Mosteiro de São Bento)
Em 11 de julho, aconteceu a visita guiada às Igrejas de N.Srª da Candelária e N.Sª de Montserrat (do Mosteiro de São
Bento), no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Desta vez foram 14 participantes, o que se revelou bom número para
caminhar a pé em grupo e acompanhar devidamente os esclarecimentos e histórias narrados pelo Prof. Milton Teixeira.
Essa nova “aventura cultural” trouxe-nos uma gama incrível de conhecimento, não só na área da História, mas
também da Genealogia. Foi realmente uma agradável e encantada manhã, pelo que o CBG agradece aos
participantes o interesse e o entusiasmo.
O registro fotográfico da experiência desse dia pode ser encontrado na página CBG, seção Eventos e Notícias, ou
diretamente no link:
https://picasaweb.google.com/CBG1950/20130720CandelariaESaoBento?authkey=Gv1sRgCK66s5fS8sPrhwE
No dia 30 agosto, aconteceu a posse solene de dois Titulares eleitos em 2009: Carlos Alberto da Silveira Isoldi
Filho, Cadeira nº 12, Patrono Cônego Raimundo Otávio da Trindade e Luiz Alberto da Costa Fernandes (Dom
Beto), Cadeira nº 5, Patrono Jorge Godofredo Schell Felizardo.
Na mesma ocasião, deu-se a entrega de diplomas e medalha aos autores distinguidos no Prêmio Colégio
Brasileiro de Genealogia 2013, que destacou obras de genealogia no triênio 2010-2012: o vencedor Nelson
Vieira Pamplona – A Família Werneck e as Menções Honrosas: Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento
– Pioneiros dos três rios – a Condessa do Rio Novo e sua gente; Jorge Ricardo Almeida Fonseca – Depois que
atravessaram o mar: família Castro e grupos afins; Paulo Roberto Gavião – Gavião – um voo de muitos séculos;
Paulo Stuck Moraes – Tópicos da Genealogia Capixaba e Priscilla Scott Bueno – Os Carneiro de Mendonça.
O evento de 30 de agosto estará apresentado na Carta Mensal nº 116, edição especial como outras anteriores,
dedicadas às solenidades de posse.
CBG - Carta Mensal 115 - Jul-Ago 2013 • 03
DUAS CURIOSIDADES
ISLÂNDIA E GENEALOGIA
Jovem amigo, em viagem à Islândia, encontrou interessante texto no aeroporto de Reykjavik e tratou de
fotografá-lo, enviando-o para nós do CBG.
Numa tradução livre, temos ali escrito no vidro: "Eu atribuo o
interesse pela genealogia na Islândia à ausência de árvores.
Devido à escassez de árvores, as pessoas recorrem às árvores
genealógicas e se sentem como florestas entre seus
antepassados." Ao que conseguimos ler na imagem, o texto salvo perdoável engano - é de Elnar Már Guömundsson.
Segundo o associado Gustavo Almeida Magalhães de Lemos, "a
Islândia é o país mais pesquisado do mundo em termos
genealógicos. E há uma boa razão para isso: a população é
etnicamente estável por muitos séculos, praticamente sem
qualquer miscigenação. Laboratório perfeito para o estudo de
Frase encontrada no aeroporto da Islândia
doenças hereditárias. Vários projetos já foram desenvolvidos lá
e diversas mutações genéticas encontradas em populações do mundo não aconteceram na Islândia, inclusive
tipos de sangue que não existem na ilha."
Pequeno país ascende à liderança da revolução genética
Extraído de artigo por Michael D. Lemonick - Time - Janeiro de 2009 (1)
O dr. Kari Stefansson consegue reconstituir a sua árvore genealógica até há 1 100 anos. Parece impossível, mas,
na sua Islândia natal, onde a genealogia é uma obsessão, o fato quase nem faz franzir um sobrolho. A ilha é uma
anomalia genética: colonizada por um punhado de noruegueses e celtas, no século IX, e quase isenta de
imigração posterior, é dos países geneticamente mais homogêneos. Em finais dos anos 90, quando os cientistas
tentavam cartografar o genoma humano, Stefansson compreendeu que o isolamento e os registros genealógicos
islandeses tornavam a ilha uma mina de ouro.
Foi assim que começou a tentativa para identificar o conjunto de genes de todo um país em busca das causas
primordiais e, claro, das potenciais curas, de algumas das piores doenças. Na última década, a deCODE Genetics,
empresa de que Stefansson foi co-fundador, descobriu mais de uma dezena de genes relacionados com doenças,
desde a trombose à esquizofrenia. Em dezembro de 2008, a deCODE anunciou ter descoberto um gene que
incrementa o risco de diabetes do Tipo 2. A companhia, pouco depois, iria iniciar a fase final dos ensaios para um
medicamento baseado num gene recentemente identificado como promotor de ataque cardíaco e que parece
especialmente perigoso nos afro-americanos.
Em princípio, o método é simples: para encontrar o gene de uma doença, é preciso descobrir alguém com a
doença, e ver onde é que o seu ADN difere do ADN das pessoas saudáveis. Na Islândia, com a sua população
uniforme e genealogias que mostram o relacionamento entre todas as pessoas, os genes de risco tendem a
destacar-se. Os meticulosos registros médicos do país facultam ainda mais dados.
Página na Internet ajuda a identificar grau de parentesco (2)
Pela Internet tivemos notícia da existência de uma página cujo objetivo seria auxiliar o islandês a descobrir o
grau de parentesco com a pessoa com quem está pretendendo consorciar-se. Isto pode parecer tolice para nós
brasileiros, mas na verdade não deixa de haver uma certa lógica. O fato de não existirem sobrenomes e o país ter
apenas 300.000 habitantes são razão bastante para reconhecer o risco de duas pessoas que se amam descobrirem
que são aparentadas em primeiro ou segundo grau. Este é precisamente o caso da Islândia hoje.
Assim, quando um homem e uma mulher começam a namorar na Islândia, a primeira coisa que perguntam uns aos
outros é, "Hverra manna ert þú?", que segundo o Google Translator significa: "Quem é o seu povo?".
"A página, chamada Íslendingabók existe para ajudar os islandeses com a situação que parece quase única para
o isolado país. Íslendingabók significa o Livro dos Islandeses, e é um site de genealogia que carrega uma enorme
base de dados do povo da Islândia; existe há cerca de uma década. Quando foi lançado, seus donos não tinham
grande pretensão, mas acabou por se tornar um fenômeno instantâneo.
Para evitar a possibilidade incômoda do incesto, o que todos os islandeses devem fazer é colocar seu nome junto
com o nome de um parceiro em potencial. O banco de dados deverá imediatamente devolver informações dos
laços familiares entre os dois povos. O serviço é especialmente relevante em tempos modernos, quando muitas
pessoas saíram das aldeias e se estabeleceram nas cidades e habitações urbanas, tornando a possibilidade de
04 • CBG - Carta Mensal 115 - Jul-Ago 2013
recordar uma longa lista de antepassados ainda mais difícil.
Íslendingabók traz informações sobre quase todos os Icelanders desde o século 18 e o melhor de tudo: é
completamente grátis. Não apenas as pessoas podem verificar as suas relações uns com os outros, também
podem obter informações completas de qualquer pessoa que compartilha um antepassado comum. Escusado será
dizer que as pessoas encontraram diversas utilizações inovadoras para este website, além de arrumar
namorado(a), é lógico. O mais popular, é descobrir se estão relacionados com celebridades... muitos islandeses
são parentes, por exemplo, da "esquisitona" Björk, popular cantora islandesa.
No nosso idioma podemos encontrar interessantes sites dedicados a genealogia, mas nenhum prático como o site islandês".
Fontes:
(1) www..stormfront.org/forum/t746473/
(2) www.mdig.com.br/index.php?itemid=22846#ixzz2VGd3hnR7
VARIEDADES - UM FABRICANTE DE NOBREZAS
Fonte: Diário do Commercio, Pará, 20.06.1859,ed.136, p.2.
(Transcrito por Carlos Alberto de Paiva conforme consta no jornal.)
Lê-se no <<Pays>>.
Entre os factos que motivaram a promulgação recente do
decreto relativo aos títulos de nobreza conferidos aos
subditos francezes pelos governos estrangeiros, o seguinte é
de natureza a excitar a curiosidade:
A filha d'um negociante de Dijois deu à luz um filho macho, na
aldea de R... O pae, um tal L... quiz mais tarde reconhecer seu
ilho, e o fez inscrever no registro civil com o nome de L... de
R... Consagrada por actos posteriores, esta designação casual
tornou se um título de nobreza, de que o seu possuidor soube
mais tarde tirar um excellente partido.
Chegando a ser homem, L... de R... que reconheceu em si o genio aventureiro, fez viagens á Hespanha, a Portugal
e á Itália para negociar vinhos; e voltou depois a Paris, onde estabeleceu o centro das suas operações.
Começou por se conferir o título de conde, e fundou, com uma denominação explendida, uma especie de collegio
heraldico, onde se fabricavam genealogias, e onde se davam, por preços taxados, títulos nobiliarios. Como
presidente deste collegio, associou a si o pseudo-principe Luiz de Gonzaga de Mantua, que pouco tempo depois a
policia condemnou pelos crimes de roubos industriosos, e trafico de condecorações.
O falso conde conseguiu relacionar se com os membros do alto clero e pessoas de distinção e por seu intermedio
conseguiu fazer-se nomear juiz de armas da Ordem de Malta. Aproveitou se da sua genealogia, que remontava
alem das cruzadas, e não tardou a conseguir filiar-se na nobreza de muitos paizes. Era da Ordem Nobre de Malta, e
da de Santo Estevão da Toscana. Alcançou do Papa o título de marquez e a dignidade de camarista. Tinha a
commenda de Carlos 3° de Hespanha, de Christo de Portugal, em uma palavra, tinha 14 condecorações.
Publicou um livro com o titulo de <<Livro d'Ouro da Nobreza Européa>>, obra de grande luxo, e na qual, mediante
o dinheiro, se podia figurar com uma serie de antepassados nobres, segundo o desejo do pretendente. Do filho de
um fabricante de sondas elasticas e seringas, fez um conde, e a um ex-pharmaceutico deu por avós os membros
de uma família ducal descendente d'um heroe carlovingiano. Dava tambem certidões de nobreza, por meio das
quaes se alcançavam no estrangeiro condecorações e títulos nobiliarios.
A revolução de 1848 deu um golpe funesto nesta interessante industria.
L... de R... teve a liberdade de vender o seu estabelecimento por 300:000 francos, e se retirou para a Toscana,
onde conseguiu ser nomeado camarista do grande duque, e fazer admittir um dos seus filhos na Ordem de Malta.
O mais velho, Edmundo de R... foi nomeado camarista honorário e cavalleiro de S. João de Jerusalem. etc. Não
menos esperto, e não menos condecorado o jovem, que especialmente se entregava ao trafico de retratos de
antepassados, obteve tambem titulos e dignidades.
Em casa do camarista L... de R... jogava se fortemente. Em um <<soirée>> dado por seu pae, Edmundo foi
accusado de ter escamoteado 80:000 francos a um mancebo d'uma das mais distinctas famílias da Toscana. O
facto foi sabido na côrte, abriu se os olhos sobre as manobras da familia do camarista de L... de R... que foi
desauthorizada das honras, e expulsa da Toscana. Este aventureiro regressou a Paris, onde recentemente foi
preso por tentar um roubo de 10:000 francos por meio d'um assignado em branco.
FALTOU FOTO
CBG - Carta Mensal 115 - Jul-Ago 2013 • 05
FRAGMENTOS CULTURAIS
Colaboração da pesquisadora Josimeire Baggio
• LANÇAMENTO - Albuquerque: A herança de Jerônimo, o Torto
- Candido Pinheiro Koren de Lima
"Primeiro volume da Coleção Borges da Fonseca [...] o livro resgata como os Albuquerques chegaram a Pernambuco com o donatário
Duarte Coelho e como Jerônimo de Albuquerque, o 'Adão pernambucano', com 36 filhos documentados, semeou seu sangue por todo o
território nordestino".
- Fundação Gilberto Freyre, 2013
- www.paulistaatualizado.com.br/2013/07/colecao-borges-da-fonseca-desvenda.html
- https://www.facebook.com/fundacao.gilbertofreyre
• GENEALOGIA - Genealogia e Histórias do Cercado de Pitangui
- Orlando Ferreira de Freitas e Maria Beatriz de Freitas Fonseca
"A obra expõe o resultado de longos estudos, em testamentos, inventários, registros de nascimentos, de batismos, de casamentos e de
outras categorias, o que permitiu ligar grande número de nossos mais remotos ancestrais mineiros às famílias paulistas e portuguesas
pioneiras na colonização do Termo de Pitangui".
- www.jornal96.com.br/index.php/cultura/item/1851-%25E2%2580%259Cgenealogia-ehist%25C3%25B3rias-do-cercado-de-pitangui
O 1º presidente CBG foi Alberto Carlos d´Araújo Guimarães (um dos fundadores), químico industrial, nascido em
26.04.1905 em Petrópolis - RJ.
EXPEDIENTE
Boletim Informativo
COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA
Av. Augusto Severo, 8 - 12º andar - Glória
20021-040 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2221-6000
Diretoria:
Presidente Regina L. Cascão Viana
Vice-Presidente Carlos Eduardo de Almeida Barata
1º Secretária Patrícia de Lima Bocaiúva
2º Secretária Eliane Brandão de Carvalho
1º Tesoureiro Antonio Cesar Xavier
2º Tesoureiro Guilherme Serra Alves Pereira
Dir. Publicações Leila Ossola
Auxiliares Cinara Maria Bastos J. A. do Nascimento
Clotilde Santa Cruz Tavares
Eliana Quintella de Linhares
Gilson Flaeschen
Laura de Saint-Brisson Ferrari
Conselho Fiscal:
Hugo Forain Junior
Roni Fontoura de Vasconcelos Santos
Victorino C. Chermont de Miranda
Dias e horários de funcionamento:
2ª-feira de 13 às 17 horas / 3ª-feira de 14 às 17 horas
Página:
www.cbg.org.br
Email:
[email protected]
Diagramação:
Escale Serviços de Informática
Impressão:
Letras e Versos
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