fabricio vasconcelos artigo

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fabricio vasconcelos artigo
As brechas por onde o politicamente correto invade a comédia
Fabrício Vasconcelos da Silva1
RESUMO
Este trabalho trata das brechas por onde o politicamente correto se estabeleceu como
parâmetro para avaliação para a comédia de uma maneira geral. Avalia-se o quanto o
equívoco ideológico da hierarquização da comédia serviu para uma maior vigilância
ética e moral do cômico. Para evidenciar nossas afirmativas utilizamos exemplos de
polêmicas envolvendo comediantes brasileiros por conta de seu estilo ácido de fazer rir.
Coletamos dados em pesquisas bibliográficas e em documentários que se relacionavam
ao tema. Concluímos que até então não foi possível produzir uma comédia com total
liberdade criativa sem que algum dos diversos setores da sociedade seja atingido, ferido.
Palavras Chave: Politicamente correto. Comédia. Vigilância. Desrespeito.
Abstract
This article talks about the spaces that comedy of theorizing gives to the ideology of
political correctness is established as criteria for analyzing the comic. We study the
ideological misconception comedy hierarchy, who served as a theoretical substance to
the politically correct analysis of laughter. We quote some cases of repercussion to
illustrate our studies. My research was based on bibliographic sources and audio visual.
It found that so far was not possible to produce a totally free comedy without something
or someone is hit, injured.
Introdução
Este trabalho se propõe a avaliar a relação da comédia satírica, escrachada, e a
vigilância social exercida pelo politicamente correto. A verdade é que não é raro que as
pessoas tragam visões diferenciadas sobre o cômico, e um dos ângulos que tem se
1 Fabrício Vasconcelos da Silva é aluno da UFBA (Universidade Federal da Bahia), graduando no Bacharelado
Interdisciplinar em Humanidades. Ingressou na academia no primeiro semestre de 2014. Concentra seus esforços
teóricos no campo de Estudos Jurídicos. Tem 21 anos e atualmente se dedica de maneira integral a seus estudos.
Contato: [email protected]
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tornado mais comuns tem sido a avaliação se o conteúdo do cômico tem e adequado às
demandas sociais.
Atualmente no Brasil, os comédia de TV, mais especificamente aquela comédia
exercida em talk shows, com o stand up comedy, tem sido o principal alvo da avaliação
popular.
Isso não ocorre ocasionalmente, nestes shows os comediantes se utilizam de uma
comédia satírica, escrachada, sem pudor. Nomes como Danilo Gentili, Rafinha Bastos,
Fábio Porchat, frequentemente se espalham nas redes sociais protagonizando polêmicas
pelo que falaram ou pelo que ridicularizaram.
As opiniões se dividem as redes sociais se transformam em arenas de debate
com maioria geralmente condenando as atitudes dos comediantes, ou até mesmo
condenando simplesmente o conteúdo de suas piadas. As redes sociais, pelo seu caráter
expansivo e ao mesmo tempo muito individual, conseguem se estabelecer como a arena
de debate perfeita, tendo em vista que estamos tratando de defesas acaloradas, de
discursos radicais e não raramente de ofensas mútuas.
Obviamente tudo isso faz parte de uma espetacularização midiática proposital.
Não se trata apenas de um comediante defendendo seus princípios artísticos. Mas assim
como não nos ateremos a discutir a viabilidade das redes sociais para debates, também
não nos ateremos a discutir a respeito das diversas conveniências e inconveniências das
polêmicas que envolvem comediantes no Brasil.
Porém o fato é que o conteúdo da comédia tem sido alvo de avaliações morais e
éticas e esse fenômeno está intimamente ligado à difusão de algo que começou como
uma teoria, mas que atualmente tem se alçado a um estilo de vida. O politicamente
correto.
Não pretendemos aqui esquadrinhar suas origens e seu conteúdo de modo
profundamente analítico. O que nos interessa são os efeitos deste discurso diante do
cômico. Nos apegaremos às condenações sociais ao cômico, que de alguma maneira
podem se embasar na cartilha comportamental do politicamente correto, sem buscar
estabelecer diagnósticos positivos ou negativos.
Não avaliaremos até onde é benéfica a observação da comédia a partir do
politicamente correto, e também não buscaremos neste trabalho estabelecer uma
verdade definitiva ao dilema frequentemente abordado: garantir o respeito social e uma
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provável convivência tranquila através de uma comédia polida ou manter a liberdade de
criação desta vertente artística?
Nosso trabalho se baseia na avaliação de casos que ganharam notoriedade
midiática, em estudos previamente elaborados, na leitura de obras que tratam sobre a
teorização da comédia. Utilizamos material bibliográfico e áudio-visual.
A comédia escrachada, é um sub-gênero da comédia que parte da essência da
produção teatral. Desde a Grécia a sátira era um elemento fundamental para provocar a
catarse cômica. Entenda-se como catarse o processo de interação entre a produção
teatral cômica e seu público.
A teorização da comédia
Segundo Cleise Mendes, a partir do momento em que nos dispomos a enxergar a
comédia como expressão dramática da comicidade temos de entender que ela segue seu
próprios parâmetros, sua existência se justifica pelo potencial de comoção do leitorexpectador.
De acordo com o atual cenário dos estudos dramatúrgicos, a comédia ainda se
apresenta como um genro de arcabouço teórico inferior ao de outros gêneros literários e
teatrais, isso se deve muito a uma equivalência clássica e equivocada de que seriedade
corresponde a conhecimento.
Porém se é importante observar que a partir do século XX o “riso” de uma
maneira geral, ganhou maior notoriedade dentre os estudiosos, principalmente aqueles
que atuam nas áreas da Antropologia e da Filosofia.
Não é de se admirar que outras áreas do conhecimento, que não aquelas ligadas à
arte, se interessem pelo estudo do “riso”. Existem diversos fenômenos que envolvem o
“riso”, mas que, porém, não se ligam à comédia, por exemplo: os esboços de sorriso de
crianças recém-nascidas. Como seres que ainda não tem a capacidade associativa que o
riso cômico exige poderiam sorrir? É um questionamento que nos lembra do quanto a
questão do riso pode ultrapassar os limites de estudo da comicidade.
Desta maneira não é surpresa que a maioria dos estudos a repeito do cômico
tenha absorvido conhecimentos produzidos por outras áreas do conhecimento. Alguns
seguindo a vertente de estudos psicofilosóficos, já outro se amparando em contextos
históricos e culturais para tratar a respeito do “riso”.
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A respeito do cômico, existem muitos equívocos que, segundo Cleise Mendes
são muito frequentes. Um deles poderia se resumir á seguinte frase: “A vida é uma
tragédia para o homem que sente e uma comédia para o homem que pensa”. Essa é a
ideia de que é preciso uma anestesia afetiva para que a catarse cômica seja alcançada.
Segundo Bergson, grande pensador francês, prêmio Nobel de Literatura de 1927
e que escreveu grandes obras no campo do cinema, teatro e literatura: “O cômico parece
só produzir o seu abalo sob condição de cair na superfície de um espírito tranquilo e
bem articulado. A indiferença é seu ambiente natural. O maior inimigo do riso é a
emoção”.
Este trecho deixa bem claro a defesa de Bergson de que para que a paixão do
riso se instale se faz necessário um estado de mortificação momentânea dos
sentimentos, das emoções. Um espírito puramente racional, que conseguisse abrigar a
catarse cômica sem as barreiras diversificadas que podem ser impostas pela
identificação emotiva.
É importante destacar que Bergson não traz um conceito de insensibilidade
constante e plena para com o objeto risível. Estaríamos tratando de uma “mortificação
momentânea” (se é que isso é possível). Ou seja um Estado de espírito onde o
indivíduo, durante a catarse cômica, não se identifica afetivamente com o objeto do riso.
Segundo Bergson:
Talvez não mais se chorasse numa sociedade em que só houvesse
puras inteligências, mas provavelmente se risse; por outro lado, almas
invariavelmente sensíveis afinadas em uníssono com a vida, numa
sociedade onde tudo se entendesse em ressonância afetiva, nem
conheceriam nem compreenderiam o riso (BERGSON, 1900, p. 1213).
Ainda defendendo seu pensamento a respeito da comicidade e seu efeito no
receptor, Bergson afirma que o cômico independe do objeto do riso. Para ele
poderíamos tratar de forma emotiva de um leve defeito de outrem, ou de algo bastante
supérfulo, e mesmo assim conseguiríamos causar identificação e não mais seria possível
rir sobre o que foi tratado. Porém se por outro lado tratássemos de forma leve e
descontraída sobre algo muito delicado (penoso, de sérias consequências), não iria
acontecer a identificação afetiva e dessa maneira podería-se rir tranquilamente a
respeito do tema.
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Cleise Mendes, discordando de Bergson, afirma que um dos pontos
fundamentais para o riso não seria a anestesia das emoções e sim o riso coletivo. Não se
pode entender este último conceito como uma afirmativa de que para se rir é preciso
estar em grupo, mas que “aquilo que ri em nós, quando rimos, é o grupo” (MENDES,
2008, p. 14). Neste sentido podemos entender que o comediógrafo investe em um
conjunto de valores que prevalecem em certo círculo social para determinar qual deve
ser sua postura no exercício de fazer rir.
Ao tratar sobre as indagações sobre o objeto do riso a teórica brasileira faz
questão de tratar de maneira diferente o ato de rir, e o ato de refletir sobre o objeto de
riso. Neste sentido Baudelaire defende que: “O sábio não ri senão tremendo”. Ou seja,
quando o receptor o ri não necessariamente refleti sobre o que está rindo, e ao refletir
pode se assustar isso a depender é claro da constituição ético moral de cada indivíduo.
Mendes defende que amparados por estudos da psicanálise pode-se afirmar que
ao rirmos de algo que nos parece cruel ou desrespeitoso não estamos num estado de
sonolência emotiva, o que acontece é que, ao rirmos damos espaço a impulsos
agressivos que nos constituem, mas que ficam na maioria do tempo domados por um
sistema de repressão que todos nós alimentamos e que é extremamente útil para uma
convivência “civilizada”.
Cleise Mendes citando Freud afirma que
Segundo Freud, os chistes ou frases espirituosas embora sejam ‘a mais
social de todas as funções mentais que objetivam a produção do
prazer’ servem sempre ao propósito inconsciente de satisfazer a um
instinto – libidinoso ou hostil – diante de um obstáculo, seja ele
externo (normas e limites da sociedade) ou interno (repressão
psíquica); ao contrário tais obstáculos, os chistes conseguem extrair
prazer de fontes que de outro modo permaneceriam interditadas. O
homem civilizado, incapaz de rir de uma obscenidade que lhe parecia
repugnante, a ela tem acesso através de todo um repertório de chistes
aceitos socialmente.
Dessa maneira nós constatamos a inconveniente verdade de que ao rirmos
estaríamos emotivamente ativos, ao contrário do eu defende Bergson. O grande papel do
comediógrafo seria o de driblar as barreiras que construímos para abafar estes impulsos
hostis que nos constituem.
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Seria muito inconveniente do ponto de vista moral e ético pensar que piadas ou
chistes de “baixo calão” conseguiram produzir em nós o efeito cômico. Mas é nesse
sentido que entra em cena a capacidade do comediógrafo em driblar barreiras
construídas para assim acessar no receptor seu potencial de rir do grotesco.
A crítica sempre se estabelece a partir de um tema e de um alvo. Hoje o grande
problema se estabelece, justamente com esses elementos. Porém nós devemos observar
que o caso que iremos avaliar possui algumas particularidades com relação ao teatro
convencional.
A hierarquização da comédia
O que ocorre quando temos a indignação do público diante da produção cômica?
Segundo Cleise Mendes teríamos uma ruptura entre a produção cômica e os valores
compartilhados entre os receptores. Podendo ser uma agressão ética, passional,
histórica, moral e etc, que feriu o senso de justiça do público.
Talvez a cobrança diante do conteúdo do cômico tenha começado com Boileau,
Crítico francês, que apesar de produzir importantes obras como “A Arte Poética” e ter
participado da Academia Francesa, se destacou na crítica literária. Foi ele quem
deflagrou de maneira explícita desgosto com o cômico e mais especificamente com a
“comédia baixa”. Grandes teóricos como Moiliére, que além de escritor de peças era
também um grande ator francês, foram criticados por seu apego à comicidade, e mais
claramente à comédia popular. Segundo Boileau ele poderia ser: “menos amigo do
povo”. Essa seria a base para a criação da noção de alta e baixa comédia. Boileau já
condenava a comédia produzida para o povo, nas praças, com palavras de baixo calão.
Segundo Cleise Mendes: “A descrição da boa ou ‘alta’ comédia é um esforço de
adequação dos procedimentos da comicidade à razão, ao decoro, à naturalidade e à
verossimilhança”.
A partir deste pensamento começa-se a estabelecer exigências de profundidade à
comédia, que perduram até nossos dias através da exigência do “bom senso”, do
“respeito”, da “polidez” e etc.
Essa transição entre temas que podem ser considerados “altos”, “profundos”,
“importantes”, “conscientes” e temas “baixos”, “superficiais”, não é recente. Menandro
foi claramente elogiado por deixar de produzir comédias inspiradas na vida da polis
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para produzir comédias sobre a vida privada (conflitos sentimentais, impasses do
destino). Ele foi tomado por Boileau como um exemplo de comédia sem acidez,
produções com conselhos e princípios, sem agressividade, sem “baixarias”.
O grande problema trazido por este novo parâmetro estabelecido para o gênero é
que ele tira exatamente o motor da comédia que é o furor. A vontade de simplesmente
fazer rir. Furor que poderíamos encontrar em Aristófanes, comediógrafo grego que
criticava, sem pudor objetos que a princípio não pareciam cômicos, como a sabedoria de
Sócrates.
Sem esse furor temos a comédia cortesã. A comédia elegante, dos nobres salões
franceses do período Absolutista na Europa. Temos uma comédia que se distancia da
linguagem do povo, que deixa o elemento popular de lado a fim de agradar os sensíveis
ouvidos daqueles que não toleram rir do que é real, corriqueiro, do que é humano.
Para demonstrar que a cobrança de altivez da comédia não e resumiu a Boileau e
se propagou pela história, Cleise Mendes remete a um elogio feito por José de Alencar á
Machado de Assis: “Verso e Reverso não era ainda a alta comédia, mas era a comédia
elegante; era a sociedade polida que entreva no teatro, pela mão de um homem que
reunia em si a fidalguia do talento e a fina cortesia do salão.[...] A alta comédia
apareceu logo depois, com o Demônio Familiar.”
Segundo a autora: “se a comédia se eleva o riso é menos alto”. A alta comédia
seria elevada por nos fazer rir na alma, rir com o que há de sublime e eterno no homem,
um riso superior ao riso do corpo, passageiro, vulnerável.
Hoje não é raro vermos artistas que buscam se livrar do rótulo de “comédia
digestiva”, comédia conservadora, através da justificativa de que fazem uma comédia
com compromisso social, comédia com reflexão.
Porém o que se esquece é que a superficialidade, o “rir por rir”, talvez seja o que
existe de mais presente na origem deste gênero. Esta procura por algo que está por traz
do obvio, pelo que fica subentendido, apesar de trazer um toque de profundo, de sério,
não constitui a essência do que é fazer rir.
Segundo Cleise Mendes:
Ora, recusar a exterioridade mesma da forma cômica, essa planície
onde estão expostas à luz do sol as fraturas da crosta social, essa
platitude reveladora, e pedir á comédia que seja profunda é impor uma
exigência que lhe é estranha estruturalmente, no sentido de sua
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constituição como forma artística. Louvar o mérito de um
comediógrafo exclusivamente pelo teor de tragicidade oculta em sua
obra – procedimento usual na crítica de teatro e cinema – é algo assim
como elogiar as plumas de um cão. Seria mesmo divertido parafrasear
Aristóteles e transportar para o juízo da comédia sua afirmação
dirigida à tragédia, ou seja, que ‘dela não há de extrair toda a espécie
de prazeres, mas tão só o que lhe é próprio.
A comédia é um gênero amplo e nela cabem desde produções que contemplam
xingamentos até elegantes produções com profundidade psicológica. O que não se
concorda é que se estabeleça um parâmetro de boa e má comédia baseado em opiniões
particulares e que desconsideram as raízes tão ricas e marcantes de um gênero tão antigo
quanto o teatro.
Casos de destaque midiático
Não são poucos os casos em que a comédia entrou em conflito com a prudência,
o bom senso ou até mesmo com o respeito. Alguns dos casos em ganharam uma
visibilidade maior, por envolverem pessoas com certa projeção ou pela intensidade da
sátira.
Poderíamos citar o caso do comediante Danilo Gentili, que além de comediante
é apresentador de TV, que em 12 de maio de 2011, publicou em seu Twitter, uma piada a
respeito da desistência do então governo de São Paulo de construir uma estação de
metrô na Avenida Angélica, na região de Higienópolis.
As palavras foram: “Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A
última vez que eles chagaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz.”. O
humorista logo após a publicação retirou a frase que foi amplamente replicada.
A comunidade judaica em São Paulo foi contrária e divulgou que estaria
tomando providência com seu setor jurídico para que a declaração fosse retirada e os
responsáveis juridicamente punidos.
O caso não teve um desfecho judicial e o humorista se desculpou publicamente
pela declaração. Milhares de pessoas se posicionaram a respeito do tema nas redes
sociais e jornais e programas de TV trataram a respeito do tema.
Em outra oportunidade temos o mesmo humorista escrevendo: “King Kong, o
macaco que vai pra cidade, fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador
de futebol?”.
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Por esta piada o comediante foi indiciado pelo Ministério Público, porém foi
inocentado por chegarem à conclusão de que ele não teve a intenção d ser racista por
mais que posa se identificar interpretações racistas em suas palavras.
Rafael Bastos Hocsman, também conhecido como Rafinha Bastos, comediante e
apresentador. Protagonizou uma polêmica com a cantora brasileira Wanessa Camargo.
Durante o programa CQC de comédia e denúncia, exibido na rede Bandeirantes de TV
em setembro de 2011, ele que era na época um dos apresentadores disse dentro de um
contexto de elogio à beleza da cantora mesmo durante a gravidez, as seguintes palavras:
“Comeria ela e o bêbê.”. A declaração rendeu muita divulgação na mídia televisiva,
além de um processo ao comediante.
Conclusão
Entendemos a partir de nossos estudos que o gênero comédia tem sofrido uma
supervisão social intensa e que existiram “brechas” cedidas por pensamentos muito
comuns dentre estudiosos do gênero, que serviram como uma porta de entrada para
posicionamentos sociais conservadores que têm tomado cada dia mais espaço.
Sem dúvida os limites têm se imposto mesmo que não de maneira coordenada e
organizada, mas sempre temos reações contrárias que se mostram e revindicando, o
respeito, o bom senso, o equilíbrio. Elementos que, como já vimos não constituem
necessariamente este gênero, e que não podem ser estabelecidos como parâmetros para
avaliar uma comédia que se propõem a ser genuína.
Neste sentido concluímos que até então não se mostrou possível abrigar num
mesmo contexto uma comédia com total liberdade de criação e uma comédia que
resguarde os interesses dos diversos grupos sociais.
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