Vidas MINADAS - Clube de Jornalistas
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Vidas MINADAS - Clube de Jornalistas
02-03-2009 15:40 JORNAL 44e45.qxd Page 44 Prémios Vidas MINADAS Gervasio Sánchez, por muitos considerado o melhor fotojornalista espanhol, recebeu o ano passado um novo galardão, que juntou aos muitos que já possui: o prémio Ortega y Gasset, instituído por El País. Autor de vários livros, este fotógrafo e jornalista, nascido em Córdoba em 1959, tem dedicado particular atenção no seu trabalho aos impactos das minas antipessoais nas populações, em países como o Afeganistão, Angola e Cambodja, tendo mesmo concretizado um projecto, intitulado Vidas Minadas, que deu origem a várias exposições e a um livro e do qual faz parte a fotografia premiada pelo diário espanhol. Na cerimónia da entrega dos prémios, à qual assistiram, nomeadamente, a vice-presidente do governo espanhol, o presidente do Senado e vários ministros, Gervasio Sánchez, sem papas na língua, pronunciou as palavras que junto reproduzimos. 44 |Jan/Mar 2009|JJ DISCURSO DE GERVASIO SÁNCHEZ Estimados membros do júri, senhoras e senhores: É para mim uma grande honra receber o Prémio “Ortega y Gasset” de Fotografia, atribuído pelo El País, diário onde publiquei as minhas primeiras fotos da América Latina na década de oitenta e os meus melhores trabalhos realizados em diferentes conflitos do mundo durante a década de noventa, muito especialmente as fotografias que tirei durante o cerco de Saraievo. Quero agradecer aos responsáveis do Heraldo de Aragón, Magazine de La Vanguardia e Cadena Ser por respeitarem sempre o meu trabalho como jornalista e permitirem que os protagonistas das minhas histórias, tantas vezes seres humanos extraviados nos vazadouros da história tenham um espaço onde chorar e gritar. Não quero esquecer as organizações humanitárias Intermon Oxfam, Manos Unidas e Médicos Sem Fronteiras, a empresa DKV SEGUROS e o meu editor Leopoldo Blume em virtude de me terem apoiado sem falha nos últimos doze anos e permitir que o projecto “Vidas minadas” do qual faz parte a fotografia premiada, tenha vida própria e um amplo percurso que pode durar décadas. Senhoras e Senhores, ainda que só tenha um filho natural, Diego Sánchez, posso dizer que como Martin Luther King, o grande sonhador afro-americano assassinado há 40 anos, também eu tenho outros quatro filhos vítimas das minas antipessoais: a moçambicana Sofia Elface Fumo, que conheceram com a sua filha Alia na foto premiada, que concentra toda a dor das vítimas, mas também a beleza da vida e, sobretudo, a incansável luta pela sobrevivência e pela dignidade das vítimas, o cambodgiano Sokheurm Man, o bósnio Adis Smajic e a pequena colombiana Mónica Paola Ojeda, que ficou cega depois de ser vítima de uma explosão há oito anos. Sim, foram os meus quatro filhos adoptivos que vi no limite da morte, que vi chorar, gritar, crescer, enamorar-se, ter filhos, chegar à Universidade. Asseguro-vos que não há algo mais belo no mundo do que ver uma vítima da guerra perseguir a felicidade. É verdade que a guerra molda as nossa mentes e rouba-nos os sonhos, como se diz no filme “Cuentos de la luna pálida” de Kenji Mizoguchi. 44e45.qxd 02-03-2009 15:40 Page 45 A moçambicana Sofia Elface Fumo e sua filha Alia É verdade que as armas que circulam pelos campos de batalha se fabricam em países desenvolvidos como o nosso, que foi um grande exportador de minas no passado e que hoje dedica muito pouco esforço à ajuda às vítimas das minas e da desminagem. É verdade que todos os governos espanhóis, desde o início da transição, encabeçados pelos presidentes Adolfo Suarez, Leopoldo Calvo Sotelo, Felipe González, José Maria Aznar e José Luis Rodríguez Zapatero, permitiram e permitem as vendas de armas espanholas a países com conflitos internos ou guerras abertas. É verdade que na anterior legislatura se duplicou a venda de armas espanholas ao mesmo tempo que o presidente persistia na sua mensagem contra a guerra e que hoje fabricamos quatro tipos diferentes de bombas de fragmentação cujo comportamento no terreno é semelhante ao das minas antipessoais. É verdade que me sinto escandalizado cada vez que esbarro com armas espanholas nos esquecidos campos de batalha do terceiro mundo, e que me envergonho dos representantes políticos. Mas como Martin Luther King, quero recusar-me a crer que o trono da justiça esteja em desagregação, e tal como ele também eu tenho um sonho: que, por fim, um presidente de um governo espanhol tenha o desassombro suficiente para pôr fim ao silencioso mercado de armas, que converte o nosso país, quer se goste ou não, num exportador da morte. Muito obrigada. JJ JJ|Jan/Mar 2009|45 02-03-2009 15:41 JORNAL 46e47.qxd Page 46 livros >> A Construção da Agenda Mediática da Infância LÍDIA MARÔPO Livros Horizonte, col. Media e Jornalismo, 2008 ANA RATO JORGE Neste livro que resulta da sua investigação de mestrado, Lidia Marôpo, investigadora, jornalista e activista dos direitos das crianças, procurou compreender o papel dos media no quadro do agendamento público da infância, por propulsão dos movimentos sociais, analisando o caso do estado brasileiro do Ceará. Os movimentos sociais tentam colocar certas temáticas privadas na agenda pública, reclamando para elas a atenção política: “as associações, organizações e movimentos da sociedade civil funcionam como identificadores de problemas da vida privada, condensando-os e elevando-os ao espaço da opinião pública política” (p. 61). Nesse processo, os media são fundamentais “como meio de visibilidade, legitimação de discursos e consequente influência” (p. 12). A autora considera mesmo que os próprios media não podem fugir a estes debates da sociedade civil, na medida em que “estão integrados socialmente e precisam construir a sua legitimação por meio do relacionamento com as suas audiências” (p. 11). Nesse sentido, “os media são bem 46 |Jan/Mar 2009|JJ mais do que meros suportes para os movimentos sociais. Eles são vectores de legitimação da reivindicação e do grupo porque constroem uma interpretação da causa em questão e possibilitam uma difusão colectiva das suas acções” (p. 62). No entanto, sendo parte integrante do processo de agendamento público das causas, os media retratam muitas vezes os movimentos sociais “pela sua ruptura com o quotidiano e merecem um tratamento desfavorável, que os associa à desordem e que privilegia a espectacularização muito mais do que as causas e as reivindicações da mobilização» (p. 59). Por isso, a visibilidade das causas e das acções dos movimentos não garante por si só a sua legitimação como agentes capacitados para o diálogo com os poderes públicos, que passa também pelo enquadramento jornalístico. A autora constata a visão tensional que pesa sobre as crianças: são tanto o símbolo da pureza e bondade, como a maldade em potencial. Estes discursos foram sendo aproveitados nos debates sobre o estatuto cívico e jurídico de crianças e adolescentes – debates especialmente acesos na década de 80, no final da qual foi adoptada a Convenção dos Direitos da Criança pelas Nações Unidas. Analisando o caso de um país com uma população infantil de 61 milhões, quase metade delas a viver abaixo do limiar da pobreza, a exploração documental dos textos jurídicos relativos a crianças e adolescentes, e a apresentação da Agência de Notícias dos Direitos da Infância, antecedem a investigação centrada em entrevistas a indivíduos de movimentos sociais a actuar no Ceará e na análise de conteúdo dos dois maiores jornais do estado. O que os resultados desta investigação demonstram é a possibilidade de os media se tornarem parceiros dos movimentos sociais, que podem desempenhar o papel de fontes, sobretudo quando estes adoptam uma comunicação profissionalizada que reconhece as necessidades daqueles. Essa profissionalização, que passou no caso da principal associação estudada, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará, pela contratação de assessores de imprensa, exige recursos, financeiros e simbólicos, como a credibilidade da associação da UNICEF aos movimentos. 46e47.qxd 02-03-2009 15:42 Page 47 A autora constata a visão tensional que pesa sobre as crianças: são tanto o símbolo da pureza e bondade, como a maldade em potencial. O sucesso na representação mediática, com a visibilidade e enquadramento desejados, das matérias da infância, não é automático, mas tem fortes garantias se as organizações não governamentais souberem ajudar os media, também eles afectados por fortes constrangimentos de produção, a mostrar temas da infância de forma estrutural e não apenas como episódios. Deslocar o registo da denúncia para a reivindicação de direitos, e escapar ao conflito para motivar peças jornalísticas estruturadas e construtivas, respeitando sempre os direitos de personalidade das crianças entrevistadas, é o desafio dessas organizações e também do jornalismo. Este é um contributo útil para compreender as lutas simbólicas de outros movimentos sociais (ecologismo, feminismo, direitos dos animais, etc) e a sua relação com os media; bem como para acrescentar algo mais à questão da representação da(s) infância(s) nos media noticiosos ou mesmo de toda a relação entre crianças e adolescentes com os media em geral (enquanto representados ou audiências, em informação ou em entretenimento). JJ JJ|Jan/Mar 2009|47 02-03-2009 JORNAL 48a51_sites.qxd 15:44 sites Page 48 Por Mário Rui Cardoso > [email protected] www.twitter.com A FERRAMENTA POR EXCELÊNCIA DAS BREAKING NEWS Quando o voo 1549, da US Airways, teve de amarar de emergência, no rio Hudson, em Nova Iorque, em Janeiro, a primeira fotografia do aparelho que chegou às redacções foi captada pelo iphone de um empresário, Janis Krums, que seguia a bordo do ferry que participou nas operações de salvamento. Krums colocou a imagem no Twitter, juntamente com a mensagem “Há um avião no Hudson. E eu estou no ferry que vai buscar as pessoas. É de doidos!” Meia hora depois, Janis estava a ser entrevistado, em directo, na televisão americana, como testemunha ocular do acontecimento. No dia em que começaram os ataques em Bombaim, 26 de Novembro de 2008, as mensagens do Twitter, os vídeos de telemóveis e as fotografias do sítio de partilha de imagens Flickr (www.flickr.com) transmitiram uma imagem mais vívida do que se estava a passar, nos primeiros momentos, do que os meios de informação convencionais. As redes sociais da chamada Web 2.0, como o Twitter, o Flickr ou o Facebook (www.facebook.com, já com 150 milhões de utilizadores) estão, em muitos casos – e cada vez mais –, a funcionar como os principais veículos de breaking news, quer pela própria natureza destas ferramentas, quer porque vão ocupando um espaço deixado vago pelo desinvestimento dos grandes media em recursos materiais e humanos – facto ainda mais sentido em tempos de crise. Sobretudo o Twitter. > 48 |Jan/Mar 2009|JJ Esta rede, criada, em São Francisco, em 2006, vem ganhando cada vez mais adeptos – a Presidência da República tem o seu Twitter, em http://twitter.com/presidencia -, incluindo jornalistas. O conceito é simples. O Twitter serve para seguir e ser seguido. É uma ferramenta de comunicação que, basicamente, nos permite informar um grupo de pessoas sobre onde estamos e o que estamos a fazer. Isto numa mensagem muito breve, com não mais do que 140 caracteres. As mensagens – chamadas tweets – podem ser acedidas em aparelhos portáteis como telemóveis ou PDAs. Além de gerar conversação, o Twitter apoia a cooperação, como aconteceu no caso da ajuda aos desalojados das cheias do Estado de Santa Catarina, no Brasil, em Novembro de 2008. E como utensílio do jornalista, é um bem que começa a ser explorado e estudadas as suas potencialidades. O editor chefe da Reuters, David Schlesinger, por exemplo, experimentou o Twitter em Davos, durante o Fórum Económico Mundial, em Janeiro. No exacto instante em que o milionário George Soros argumentava, naquele ultra-restrito encontro anual nos Alpes suíços, que o colapso económico global podia tornar-se mais grave do que a Grande Depressão, Schlesinger enviava o tweet para a redacção. E dessa forma, tweetando os discursos, Schlesinger foi capaz de fazer envios a uma velocidade superior à dos próprios takes da Reuters – 48a51_sites.qxd 02-03-2009 15:44 Page 49 “tweetando o futuro do jornalismo?”, questiona David Schlesinger, em http://blogs.reuters.com/fulldisclosure/2009/01/30/twitt ering-away-standards-or-tweeting-the-future-ofjournalism. Paul Bradshaw, professor de Jornalismo Online na Universidade de Central England, em Birmingham, diz que uma das primeiras coisas que aconselha aos seus alunos é que abram uma conta no Twitter – e que conheçam os dez utilizadores do Twitter que qualquer estudante de Jornalismo deve acompanhar (em http://onlinejournalismblog.com/2009/01/28/10twitter-users-that-every-journalism-student-shouldfollow). Entretanto, já foi lançado um jornal semanário especificamente destinado à comunidade Twitter, o All Tweet Journal (http://thealltweetjournal.wordpress.com), e o serviço de notícias na hora BreakingNewsOn (http://twitter.com/BreakingNewsOn), que sempre usou a plataforma Twitter, conheceu um sucesso tal que decidiu lançar um novo site, para tentar ganhar uma nova dimensão online – desde que deu, em primeira mão, um vídeo de Osama Bin Laden, em 2007, o BreakingNewsOn deixou de funcionar apenas como agregador de notícias, passando a operar como uma fonte noticiosa de referência capaz de dar muitas vezes informação em primeira mão. http://www.youtube.com/ijnetvideo Vídeos didácticos para jornalistas IJNet – International Journalists’ Network – abriu uma página no YouTube onde disponibiliza vídeos didácticos para jornalistas. O site coloca à disposição do visitante uma variedade de materiais filmados sobre matérias como Jornalismo 2.0, Escrita e Edição, Deontologia, Entrevista, Investigação ou mesmo… Discurso Agressivo. Para ajudar a alargar a vídeoteca, a IJNet convida jornalistas, professores de jornalismo e outros profissionais de media a contribuirem com os seus próprios vídeos. JJ|Jan/Mar 2009|49 02-03-2009 JORNAL 48a51_sites.qxd 15:54 Page 50 sites www.medianewsgroup.com JORNALISMO DESLOCALIZADO O fenómeno do outsourcing no jornalismo não é novo, mas promete ampliar-se, nos próximos tempos, fruto da crise. Dean Singleton, o director executivo da MediaNews, um dos maiores grupos editoriais norte-americanos – com 54 jornais, anunciou, no final de 2008, o desejo de deslocalizar o maior número possível de actividades da companhia, incluindo as funções editoriais, de grafismo e copy-desk. A pré-produção das publicações californianas da MediaNews já se encontra há algum tempo na Índia, sendo que o objectivo mais ambicioso do grupo será instalar igualmente nesse país uma redacção central que alimentará, por computador, todas as publicações do universo MediaNews. Ou seja, jornalistas indianos a produzir notícias sobre a América e o mundo a partir, por exemplo, de Bangalore. Iniciativa que poderia representar um corte de 65% nos custos totais da empresa. Aliás, o grupo dirigido por Dean Singleton – que também integra o conselho executivo da Associated Press – tem-se feito notar pela determinação com que vem pondo em prática medidas de redução de custos, com relevo para a concentração e partilha de funções nas publicações da área de São Francisco. Estratégia que, de resto, tem sido seguida por outros grupos editoriais norteamericanos, havendo cada vez mais exemplos de jornais que fundem os serviços de grafismo, paginação, copy-desk e que partilham equipas redactoriais. Já o recurso ao outsourcing é normalmente mais parcimonioso, restringindo-se a funções não editoriais. Mas há excepções notáveis, como a Thomson Reuters, que começou a usar jornalistas em Bangalore para redigir notícias simples, ou o site noticioso Pasadenanow.com, que despediu os sete jornalistas que tinha e substituiu-os por seis colaboradores offshore que, em suas casas, na Índia, escrevem sobre a vida naquele subúrbio de Los Angeles, baseando-se em transmissões online de sessões municipais e em informação enviada por cidadãos. “Costumávamos usar repórteres no terreno, mas as despesas eram proibitivas”, alega o editor do Pasadenanow.com, James McPherson – que trabalhou, nos anos 90, com vestuário, sector em que também se habituou às deslocalizações para o Vietname. McPherson não vê, aliás, razão para não se recorrer ao outsourcing: “podemos perder o esgar no rosto de um vereador, mas sabemos como ele votou e o que disse. Isso é factual e pode ser reportado de qualquer parte do mundo”, afirma. O Pasadenanow.com paga sete dólares e meio por cada mil palavras aos seus colaboradores indianos e os custos da empresa reduziram-se, sem qualquer dúvida. Mas há obstáculos neste caminho – mesmo tendo em conta que a tecnologia tornou o mundo mais pequeno, deixando de haver razões para achar que, para um indiano, Pasadena seja o nome de um qualquer lugar exótico no planeta. Uma das colaboradoras do Pasadenanow.com – estivesse ela a caricaturar ou não – confessou dificuldades de adaptação e admitiu que chegou a achar que o Rose Bowl tivesse algo a ver com um festival de gastronomia. Resta saber, então, se a crise levará mais gente a cair na tentação de deslocalizar as notícias e que efeitos terá o fenómeno na qualidade do jornalismo produzido. Escute aqui www.thetakeaway.org/stories/2008/jul/09/the-future-of-journalism-outsourcing-toindia um apetitoso momento de rádio em que Brayden Simms, editor do Miami Herald, confessava o receio de ficar sem emprego, porque a sua função era uma das que podiam ser deslocalizadas para a Índia, e com as opiniões sobre o assunto de Roy Peter Clarke, do Poynter Institute. A conversa acaba com Roy Peter Clarke – um “old school”, como ele diz – a recomendar a Brayden: “Keep the faith, journalist, keep the faith…” > 50 |Jan/Mar 2009|JJ 48a51_sites.qxd 02-03-2009 15:55 Page 51 http://www.youtube.com/projectreport REPORTAGENS DE ASPIRANTES A JORNALISTAS Outro projecto que usou o YouTube como plataforma: YouTube Project: Report. O lema: contar as histórias que nunca são contadas. Desenvolvido em parceria com o Centro Pulitzer, foi um concurso que desafiou aspirantes a jornalistas a efectuarem reportagens televisivas sobre grupos sociais que não passam nos telejornais, mas com a particularidade de ter de se entregar a câmara aos próprios – só o trabalho de edição ficava por conta do autor. Ganhou o vídeo «Capacidades», à volta de um grupo de deficientes. Todos os trabalhos concorrentes – mais de dois mil – estão disponíveis para visionamento, no site. >