Vidas MINADAS - Clube de Jornalistas

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Vidas MINADAS - Clube de Jornalistas
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Prémios
Vidas MINADAS
Gervasio Sánchez, por
muitos considerado o melhor
fotojornalista espanhol,
recebeu o ano passado um
novo galardão, que juntou
aos muitos que já possui: o
prémio Ortega y Gasset,
instituído por El País. Autor
de vários livros, este
fotógrafo e jornalista,
nascido em Córdoba em
1959, tem dedicado particular
atenção no seu trabalho aos
impactos das minas
antipessoais nas populações,
em países como o
Afeganistão, Angola e
Cambodja, tendo mesmo
concretizado um projecto,
intitulado Vidas Minadas,
que deu origem a várias
exposições e a um livro e do
qual faz parte a fotografia
premiada pelo diário
espanhol.
Na cerimónia da entrega
dos prémios, à qual
assistiram, nomeadamente, a
vice-presidente do governo
espanhol, o presidente do
Senado e vários ministros,
Gervasio Sánchez, sem papas
na língua, pronunciou as
palavras que junto
reproduzimos.
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DISCURSO DE GERVASIO
SÁNCHEZ
Estimados membros do júri,
senhoras e senhores:
É para mim uma grande honra
receber o Prémio “Ortega y Gasset”
de Fotografia, atribuído pelo El País,
diário onde publiquei as minhas
primeiras fotos da América Latina na
década de oitenta e os meus
melhores trabalhos realizados em
diferentes conflitos do mundo
durante a década de noventa, muito
especialmente as fotografias que tirei
durante o cerco de Saraievo.
Quero agradecer aos responsáveis
do Heraldo de Aragón, Magazine
de La Vanguardia e Cadena Ser por
respeitarem sempre o meu trabalho
como jornalista e permitirem que os
protagonistas das minhas histórias,
tantas vezes seres humanos
extraviados nos vazadouros da
história tenham um espaço onde
chorar e gritar.
Não quero esquecer as
organizações humanitárias Intermon
Oxfam, Manos Unidas e Médicos
Sem Fronteiras, a empresa DKV
SEGUROS e o meu editor Leopoldo
Blume em virtude de me terem
apoiado sem falha nos últimos doze
anos e permitir que o projecto “Vidas
minadas” do qual faz parte a
fotografia premiada, tenha vida
própria e um amplo percurso que
pode durar décadas.
Senhoras e Senhores, ainda que
só tenha um filho natural, Diego
Sánchez, posso dizer que como
Martin Luther King, o grande
sonhador afro-americano
assassinado há 40 anos, também eu
tenho outros quatro filhos vítimas
das minas antipessoais: a
moçambicana Sofia Elface Fumo, que
conheceram com a sua filha Alia na
foto premiada, que concentra toda a
dor das vítimas, mas também a
beleza da vida e, sobretudo, a
incansável luta pela sobrevivência e
pela dignidade das vítimas, o
cambodgiano Sokheurm Man, o
bósnio Adis Smajic e a pequena
colombiana Mónica Paola Ojeda, que
ficou cega depois de ser vítima de
uma explosão há oito anos.
Sim, foram os meus quatro filhos
adoptivos que vi no limite da morte,
que vi chorar, gritar, crescer,
enamorar-se, ter filhos, chegar à
Universidade.
Asseguro-vos que não há algo
mais belo no mundo do que ver uma
vítima da guerra perseguir a
felicidade.
É verdade que a guerra molda as
nossa mentes e rouba-nos os
sonhos, como se diz no filme
“Cuentos de la luna pálida” de Kenji
Mizoguchi.
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A moçambicana Sofia Elface Fumo
e sua filha Alia
É verdade que as armas que
circulam pelos campos de batalha se
fabricam em países desenvolvidos
como o nosso, que foi um grande
exportador de minas no passado e
que hoje dedica muito pouco esforço
à ajuda às vítimas das minas e da
desminagem.
É verdade que todos os governos
espanhóis, desde o início da transição,
encabeçados pelos presidentes Adolfo
Suarez, Leopoldo Calvo Sotelo, Felipe
González, José Maria Aznar e José
Luis Rodríguez Zapatero, permitiram
e permitem as vendas de armas
espanholas a países com conflitos
internos ou guerras abertas.
É verdade que na anterior
legislatura se duplicou a venda de
armas espanholas ao mesmo tempo
que o presidente persistia na sua
mensagem contra a guerra e que
hoje fabricamos quatro tipos
diferentes de bombas de
fragmentação cujo comportamento
no terreno é semelhante ao das
minas antipessoais.
É verdade que me sinto
escandalizado cada vez que esbarro
com armas espanholas nos
esquecidos campos de batalha do
terceiro mundo, e que me
envergonho dos representantes
políticos.
Mas como Martin Luther King,
quero recusar-me a crer que o trono
da justiça esteja em desagregação, e
tal como ele também eu tenho um
sonho: que, por fim, um presidente
de um governo espanhol tenha o
desassombro suficiente para pôr fim
ao silencioso mercado de armas, que
converte o nosso país, quer se goste
ou não, num exportador da morte.
Muito obrigada. JJ
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livros
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A Construção da Agenda
Mediática da Infância
LÍDIA MARÔPO
Livros Horizonte, col. Media e Jornalismo, 2008
ANA RATO JORGE
Neste livro que resulta da sua
investigação de mestrado, Lidia
Marôpo, investigadora, jornalista e
activista dos direitos das crianças,
procurou compreender o papel dos
media no quadro do agendamento
público da infância, por propulsão
dos movimentos sociais, analisando
o caso do estado brasileiro do Ceará.
Os movimentos sociais tentam
colocar certas temáticas privadas na
agenda pública, reclamando para
elas a atenção política: “as
associações, organizações e
movimentos da sociedade civil
funcionam como identificadores de
problemas da vida privada,
condensando-os e elevando-os ao
espaço da opinião pública política”
(p. 61). Nesse processo, os media são
fundamentais “como meio de
visibilidade, legitimação de discursos
e consequente influência” (p. 12). A
autora considera mesmo que os
próprios media não podem fugir a
estes debates da sociedade civil, na
medida em que “estão integrados
socialmente e precisam construir a
sua legitimação por meio do
relacionamento com as suas
audiências” (p. 11).
Nesse sentido, “os media são bem
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mais do que meros suportes para os
movimentos sociais. Eles são vectores
de legitimação da reivindicação e do
grupo porque constroem uma
interpretação da causa em questão e
possibilitam uma difusão colectiva
das suas acções” (p. 62).
No entanto, sendo parte
integrante do processo de
agendamento público das causas, os
media retratam muitas vezes os
movimentos sociais “pela sua
ruptura com o quotidiano e
merecem um tratamento
desfavorável, que os associa à
desordem e que privilegia a
espectacularização muito mais do
que as causas e as reivindicações da
mobilização» (p. 59). Por isso, a
visibilidade das causas e das acções
dos movimentos não garante por si
só a sua legitimação como agentes
capacitados para o diálogo com os
poderes públicos, que passa também
pelo enquadramento jornalístico.
A autora constata a visão
tensional que pesa sobre as crianças:
são tanto o símbolo da pureza e
bondade, como a maldade em
potencial. Estes discursos foram
sendo aproveitados nos debates
sobre o estatuto cívico e jurídico de
crianças e adolescentes – debates
especialmente acesos na década de
80, no final da qual foi adoptada a
Convenção dos Direitos da Criança
pelas Nações Unidas.
Analisando o caso de um país
com uma população infantil de 61
milhões, quase metade delas a viver
abaixo do limiar da pobreza, a
exploração documental dos textos
jurídicos relativos a crianças e
adolescentes, e a apresentação da
Agência de Notícias dos Direitos da
Infância, antecedem a investigação
centrada em entrevistas a indivíduos
de movimentos sociais a actuar no
Ceará e na análise de conteúdo dos
dois maiores jornais do estado.
O que os resultados desta
investigação demonstram é a
possibilidade de os media se
tornarem parceiros dos movimentos
sociais, que podem desempenhar o
papel de fontes, sobretudo quando
estes adoptam uma comunicação
profissionalizada que reconhece as
necessidades daqueles. Essa
profissionalização, que passou no
caso da principal associação
estudada, o Centro de Defesa da
Criança e do Adolescente do Ceará,
pela contratação de assessores de
imprensa, exige recursos, financeiros
e simbólicos, como a credibilidade da
associação da UNICEF aos
movimentos.
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A autora constata a visão
tensional que pesa sobre as
crianças: são tanto o
símbolo da pureza e
bondade, como a maldade
em potencial.
O sucesso na representação
mediática, com a visibilidade e
enquadramento desejados, das
matérias da infância, não é
automático, mas tem fortes garantias
se as organizações não
governamentais souberem ajudar os
media, também eles afectados por
fortes constrangimentos de
produção, a mostrar temas da
infância de forma estrutural e não
apenas como episódios. Deslocar o
registo da denúncia para a
reivindicação de direitos, e escapar
ao conflito para motivar peças
jornalísticas estruturadas e
construtivas, respeitando sempre os
direitos de personalidade das
crianças entrevistadas, é o desafio
dessas organizações e também do
jornalismo.
Este é um contributo útil para
compreender as lutas simbólicas de
outros movimentos sociais
(ecologismo, feminismo, direitos dos
animais, etc) e a sua relação com os
media; bem como para acrescentar
algo mais à questão da representação
da(s) infância(s) nos media noticiosos
ou mesmo de toda a relação entre
crianças e adolescentes com os media
em geral (enquanto representados
ou audiências, em informação ou em
entretenimento). JJ
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sites
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Por Mário Rui Cardoso > [email protected]
www.twitter.com
A FERRAMENTA POR EXCELÊNCIA DAS BREAKING NEWS
Quando o voo 1549, da US Airways, teve de
amarar de emergência, no rio Hudson, em
Nova Iorque, em Janeiro, a primeira fotografia do
aparelho que chegou às redacções foi captada pelo iphone de um empresário, Janis Krums, que seguia a
bordo do ferry que participou nas operações de
salvamento. Krums colocou a imagem no Twitter,
juntamente com a mensagem “Há um avião no
Hudson. E eu estou no ferry que vai buscar as
pessoas. É de doidos!” Meia hora depois, Janis estava
a ser entrevistado, em directo, na televisão americana,
como testemunha ocular do acontecimento.
No dia em que começaram os ataques em
Bombaim, 26 de Novembro de 2008, as mensagens do
Twitter, os vídeos de telemóveis e as fotografias do
sítio de partilha de imagens Flickr (www.flickr.com)
transmitiram uma imagem mais vívida do que se
estava a passar, nos primeiros momentos, do que os
meios de informação convencionais. As redes sociais
da chamada Web 2.0, como o Twitter, o Flickr ou o
Facebook (www.facebook.com, já com 150 milhões de
utilizadores) estão, em muitos casos – e cada vez mais
–, a funcionar como os principais veículos de
breaking news, quer pela própria natureza destas
ferramentas, quer porque vão ocupando um espaço
deixado vago pelo desinvestimento dos grandes
media em recursos materiais e humanos – facto ainda
mais sentido em tempos de crise. Sobretudo o Twitter.
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Esta rede, criada, em São Francisco, em 2006, vem
ganhando cada vez mais adeptos – a Presidência da
República tem o seu Twitter, em
http://twitter.com/presidencia -, incluindo jornalistas.
O conceito é simples. O Twitter serve para seguir e
ser seguido. É uma ferramenta de comunicação que,
basicamente, nos permite informar um grupo de
pessoas sobre onde estamos e o que estamos a fazer.
Isto numa mensagem muito breve, com não mais do
que 140 caracteres. As mensagens – chamadas tweets
– podem ser acedidas em aparelhos portáteis como
telemóveis ou PDAs. Além de gerar conversação, o
Twitter apoia a cooperação, como aconteceu no caso
da ajuda aos desalojados das cheias do Estado de
Santa Catarina, no Brasil, em Novembro de 2008. E
como utensílio do jornalista, é um bem que começa a
ser explorado e estudadas as suas potencialidades. O
editor chefe da Reuters, David Schlesinger, por
exemplo, experimentou o Twitter em Davos, durante
o Fórum Económico Mundial, em Janeiro. No exacto
instante em que o milionário George Soros
argumentava, naquele ultra-restrito encontro anual
nos Alpes suíços, que o colapso económico global
podia tornar-se mais grave do que a Grande
Depressão, Schlesinger enviava o tweet para a
redacção. E dessa forma, tweetando os discursos,
Schlesinger foi capaz de fazer envios a uma
velocidade superior à dos próprios takes da Reuters –
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“tweetando o futuro do jornalismo?”, questiona
David Schlesinger, em
http://blogs.reuters.com/fulldisclosure/2009/01/30/twitt
ering-away-standards-or-tweeting-the-future-ofjournalism.
Paul Bradshaw, professor de Jornalismo Online na
Universidade de Central England, em Birmingham,
diz que uma das primeiras coisas que aconselha aos
seus alunos é que abram uma conta no Twitter – e
que conheçam os dez utilizadores do Twitter que
qualquer estudante de Jornalismo deve acompanhar
(em http://onlinejournalismblog.com/2009/01/28/10twitter-users-that-every-journalism-student-shouldfollow).
Entretanto, já foi lançado um jornal semanário
especificamente destinado à comunidade Twitter, o
All Tweet Journal
(http://thealltweetjournal.wordpress.com), e o serviço
de notícias na hora BreakingNewsOn
(http://twitter.com/BreakingNewsOn), que sempre
usou a plataforma Twitter, conheceu um sucesso tal
que decidiu lançar um novo site, para tentar ganhar
uma nova dimensão online – desde que deu, em
primeira mão, um vídeo de Osama Bin Laden, em
2007, o BreakingNewsOn deixou de funcionar apenas
como agregador de notícias, passando a operar como
uma fonte noticiosa de referência capaz de dar muitas
vezes informação em primeira mão.
http://www.youtube.com/ijnetvideo
Vídeos didácticos para jornalistas
IJNet – International Journalists’ Network – abriu uma página no
YouTube onde disponibiliza vídeos didácticos para jornalistas. O site
coloca à disposição do visitante uma variedade de materiais
filmados sobre matérias como Jornalismo 2.0, Escrita e Edição,
Deontologia, Entrevista, Investigação ou mesmo… Discurso
Agressivo. Para ajudar a alargar a vídeoteca, a IJNet convida
jornalistas, professores de jornalismo e outros profissionais de
media a contribuirem com os seus próprios vídeos.
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sites
www.medianewsgroup.com
JORNALISMO DESLOCALIZADO
O fenómeno do outsourcing no jornalismo não é novo, mas promete ampliar-se, nos próximos tempos, fruto da crise. Dean Singleton, o director executivo
da MediaNews, um dos maiores grupos editoriais norte-americanos – com 54
jornais, anunciou, no final de 2008, o desejo de deslocalizar o maior número possível
de actividades da companhia, incluindo as funções editoriais, de grafismo e copy-desk. A pré-produção das publicações californianas da MediaNews já se encontra
há algum tempo na Índia, sendo que o objectivo mais ambicioso do grupo será
instalar igualmente nesse país uma redacção central que alimentará, por
computador, todas as publicações do universo MediaNews. Ou seja, jornalistas
indianos a produzir notícias sobre a América e o mundo a partir, por exemplo, de
Bangalore. Iniciativa que poderia representar um corte de 65% nos custos totais da
empresa. Aliás, o grupo dirigido por Dean Singleton – que também integra o
conselho executivo da Associated Press – tem-se feito notar pela determinação com
que vem pondo em prática medidas de redução de custos, com relevo para a
concentração e partilha de funções nas publicações da área de São Francisco.
Estratégia que, de resto, tem sido seguida por outros grupos editoriais norteamericanos, havendo cada vez mais exemplos de jornais que fundem os serviços de
grafismo, paginação, copy-desk e que partilham equipas redactoriais. Já o recurso ao
outsourcing é normalmente mais parcimonioso, restringindo-se a
funções não editoriais. Mas há excepções notáveis, como a Thomson
Reuters, que começou a usar jornalistas em Bangalore para redigir
notícias simples, ou o site noticioso Pasadenanow.com, que despediu
os sete jornalistas que tinha e substituiu-os por seis colaboradores
offshore que, em suas casas, na Índia, escrevem sobre a vida naquele
subúrbio de Los Angeles, baseando-se em transmissões online de
sessões municipais e em informação enviada por cidadãos.
“Costumávamos usar repórteres no terreno, mas as despesas eram
proibitivas”, alega o editor do Pasadenanow.com, James McPherson –
que trabalhou, nos anos 90, com vestuário, sector em que também se
habituou às deslocalizações para o Vietname. McPherson não vê,
aliás, razão para não se recorrer ao outsourcing: “podemos perder o
esgar no rosto de um vereador, mas sabemos como ele votou e o que
disse. Isso é factual e pode ser reportado de qualquer parte do mundo”, afirma. O
Pasadenanow.com paga sete dólares e meio por cada mil palavras aos seus
colaboradores indianos e os custos da empresa reduziram-se, sem qualquer dúvida.
Mas há obstáculos neste caminho – mesmo tendo em conta que a tecnologia tornou
o mundo mais pequeno, deixando de haver razões para achar que, para um indiano,
Pasadena seja o nome de um qualquer lugar exótico no planeta. Uma das
colaboradoras do Pasadenanow.com – estivesse ela a caricaturar ou não – confessou
dificuldades de adaptação e admitiu que chegou a achar que o Rose Bowl tivesse
algo a ver com um festival de gastronomia. Resta saber, então, se a crise levará mais
gente a cair na tentação de deslocalizar as notícias e que efeitos terá o fenómeno na
qualidade do jornalismo produzido. Escute aqui
www.thetakeaway.org/stories/2008/jul/09/the-future-of-journalism-outsourcing-toindia um apetitoso momento de rádio em que Brayden Simms, editor do Miami
Herald, confessava o receio de ficar sem emprego, porque a sua função era uma das
que podiam ser deslocalizadas para a Índia, e com as opiniões sobre o assunto de
Roy Peter Clarke, do Poynter Institute. A conversa acaba com Roy Peter Clarke – um
“old school”, como ele diz – a recomendar a Brayden: “Keep the faith, journalist,
keep the faith…”
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http://www.youtube.com/projectreport
REPORTAGENS DE ASPIRANTES
A JORNALISTAS
Outro projecto que usou o YouTube como
plataforma: YouTube Project: Report. O lema: contar
as histórias que nunca são contadas. Desenvolvido em
parceria com o Centro Pulitzer, foi um concurso que
desafiou aspirantes a jornalistas a efectuarem reportagens
televisivas sobre grupos sociais que não passam nos
telejornais, mas com a particularidade de ter de se
entregar a câmara aos próprios – só o trabalho de edição
ficava por conta do autor. Ganhou o vídeo «Capacidades»,
à volta de um grupo de deficientes. Todos os trabalhos
concorrentes – mais de dois mil – estão disponíveis para
visionamento, no site.
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