DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética

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DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Pastoral Catequética
ENCONTROS EM PREPARAÇÃO PARA A
PRIMEIRA EUCARISTIA
Etapa I – Módulo III
Apostila do Catequista
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
CONTEÚDO
O Perfil do Catequista .................................................................................................................................................. 5
Compromissos do Catequista ....................................................................................................................................... 6
Espiritualidade do Catequista...................................................................................................................................... 6
Planejamento da Catequese ......................................................................................................................................... 7
1º Encontro: Acolhida e Entrosamento – Jesus está entre nós .............................................................................. 9
2º Encontro: Missa: Origem, Gestos e Símbolos .................................................................................................... 11
3º Encontro: Ano Litúrgico ........................................................................................................................................ 17
4º Encontro: Missa – Mesa da Palavra ..................................................................................................................... 22
5º Encontro: Missa – Mesa da Eucaristia................................................................................................................ 26
6º Encontro: Introdução ao Credo – Creio em Deus Pai ....................................................................................... 30
7º Encontro – Creio em Jesus Cristo e no Espírito Santo .................................................................................... 36
8º Encontro: A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica ..................................................................................... 42
9º Encontro: Creio na Comunhão dos Santos, na Remissãodos Pecadoso e na Vida Eterna .......................................... 47
10º Encontro: Os Mandamentos da Igreja ............................................................................................................. 50
11º Encontro: O Pecado e Suas Consequências....................................................................................................... 53
12º Encontro: O Sacramento da Reconciliação ...................................................................................................... 57
13º Encontro: O Sacramento da Reconciliação ...................................................................................................... 62
14º Encontro: Vamos Aprender a Confessar .......................................................................................................... 65
15º Encontro: Instituição da Eucaristia.................................................................................................................. 66
16º Encontro: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus ......................................................................................... 70
17º Encontro: Sacramento da Eucaristia ................................................................................................................ 73
18º Encontro: Sacramento da Eucaristia ................................................................................................................ 76
19º Encontro: Catequizandos a Caminho ................................................................................................................. 80
20º Encontro: Acolhendo o Perdão de Deus ............................................................................................................ 81
1º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82
2º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 83
3º Tema Extra: Semana Santa e Páscoa .................................................................................................................. 91
4º Tema Extra: O Santo Padroeiro ......................................................................................................................... 92
5º Tema Extra: Maio, Mês de Maria e Dia das Mães ............................................................................................ 98
6º Tema Extra: Corpus Christi ................................................................................................................................100
7º Tema Extra:Vocação – Dia dos Pais ...................................................................................................................104
8º Tema Extra: Setembro – Mês da Bíblia ............................................................................................................108
9º Tema Extra: Missões ........................................................................................................................................... 112
10º Tema Extra:Dízimo ............................................................................................................................................ 114
Bibligrafia................................................................................................................................................................... 119
Dinâmica para serem usadas nos encontros da Campanha da Fraternidade 2012.................................................120
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
O PERFIL DO CATEQUISTA
Faz parte do necessário perfil do catequista:
Equilíbrio psicológico,
maturidade humana e
afetiva.
Liderança,
Criatividade
Responsabilidade
e iniciativa.
Capacidade de
diálogo e de
trabalho em
Equipe.
e perseverança.
Vocação para catequista.
Vida coerente com a fé
Participação na
formação inicial de,
Disposição para progredir na
no mínimo, 01 (um)
fé e espiritualidade
ano.
(conversão contínua, vida de
(não esteja impedido de
oração, vida sacramental).
Boa comunicação.
Ter no mínimo 16 anos e
ter sido crismado.
Participação, engajamento e
espírito de serviço à
comunidade.
Amor preferencial pelos pobres.
(Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86)
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COMPROMISSOS DO CATEQUISTA
1. Comunicar a Palavra de Deus com o testemunho (experiência de fé e vida).
2. Dedicar-se, de modo específico, ao serviço da Palavra.
3. Anunciar a Palavra e denunciar o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua
vocação de filho de Deus.
4. Participar ativamente dos eventos paroquiais e reuniões de Catequese (núcleo paroquial,
Região Pastoral e Diocese).
5. Leitura assídua de livros, revistas e boletins.
6. Atualizar-se, participando assiduamente de cursos, formação permanente e retiros.
7. Elaborar antecipadamente, em equipe, os encontros catequéticos e encontros para as
famílias dos catequizandos (pensar em gestos concretos com os catequizandos nas
famílias).
ESPIRITUALIDADE DO CA TEQUISTA
A Catequese Renovada qualifica o catequista como pessoa de profunda espiritualidade, que
leva uma vida de oração. Por isso, diz que a formação deve ter cuidado de desenvolver
principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé, seu compromisso com a
transformação do mundo. A espiritualidade do catequista, para ser autêntica, deve estar
integrada na vida concreta, compreendendo as atitudes de:
1. Relacionamento pessoal e profundo com Deus.
2. Seguimento de Cristo nas atitudes e interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão
sincera.
3. Docilidade à ação do Espírito Santo.
4. Comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo.
5. Amor filial à Virgem Maria, Mãe e Modelo de catequista.
6. Vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas.
7. Escuta, com fé e fidelidade, à Palavra de Deus que se manifesta na Bíblia, na Igreja e nos
acontecimentos.
8. Integração dos aspectos celebrativos da liturgia e da
piedade popular.
9. Vida sacramental, de oração, de contemplação
encarnada na vida do povo.
10. Sentido de serviço para todos.
11. Espiritualidade do trabalho e da ação.
12. Amor aos empobrecidos e vivência evangélica.
13. Alegria de ser evangelizador
(Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 87-88)
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
PLANEJAMENTO DA CATEQUESE
ETAPA I – INICIAÇÃO À VIDA EUCARÍSTICA – MÓDULO III
DATA
ENCONTRO
TEMA
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO – JESUS ESTÁ ENTRE NÓS
1. Objetivo
 Promover um ambiente acolhedor recebendo com alegria cada
catequizando, igualmente.
 Estabelecer critérios de compromisso dos catequizandos.
2. Conteúdo do Encontro:
De forma dinâmica refletir a citação bíblica que nos ensina, na atitude
do bom samaritano, o gesto concreto do amor ao próximo. Jesus
ensina-nos como devemos amar a Deus e ao próximo. É toda a base de
uma vida verdadeiramente cristã, é o alicerce do Reino de Deus.
3. Desenvolvimento do tema:
Dar boas vindas – Motivação: quando encontramos uma pessoa qual é a primeira coisa que queremos
saber dela? (pausa) O que vocês estão querendo saber de mim? (pausa) O nome, não é isso? É isso que
vamos fazer agora. Vamos saber o nome de todos, pois afinal passaremos o ano juntos!
Para guardar melhor vamos preparar um crachá, cada um vai enfeitar o seu, bem bonito e escrever o
seu nome. Dar tempo para que cada um possa escrever e desenhar no seu crachá.
Dinâmica – teia de aranha (com um rolo de barbante).

Colocar a gravura voltada para o chão, no centro da sala, formar um círculo em volta.

Desenrolar um pouco laçando em seu dedo (começa pela catequista). Dizer o nome e mais
alguma coisa, por exemplo: “Meu nome é Maria Auxiliadora, sou casada, tenho três filhos, sou
catequista há cinco anos, gosto de ir à praia”

Em seguida jogar o rolo para o próximo (sou fulano, estou aqui para conhecer JESUS) e assim
por diante com a participação de todos.

Comentar a teia formada: O que parece isso? (pausa) Uma teia de aranha. Quem conhece a
teia de aranha? Alguém já viu aranha? (pausa - Esta dinâmica ajudará no conhecimento e
entrosamento da turma).
Comentários: Vocês já imaginaram se algum de nós soltar o dedo... o que vai acontecer?
(pausa) Vai ficar um buraco. Será que vai fazer falta? (pausa) Vai... o seu lugar só você pode
ocupar. Cada um de nós é muito importante. Por isso cada um vai fazer o possível para não
faltar aos encontros. Deverá vencer o sono de manhã, o frio, a chuva, o sono depois do almoço,
o cansaço do final do dia, o calor de verão. Não podemos deixar que nada nos atrapalhe.

Cada um de nós falou o porquê de estar aqui, será que é por isso mesmo? Eu acredito que
fomos chamados. O nosso 1º chamado foi à vida. O nosso 2º chamado foi no dia do nosso
batismo e fomos convidados a ser santos e hoje estamos aqui e, com certeza, não sabemos
exatamente o porquê, mas acredito que cada um de nós foi chamado para estar aqui. Com o
passar dos encontros cada um irá descobrir o motivo verdadeiro.

Ler o versículo Mt 18, 20, virar a figura que está no chão mostrando que Jesus está no meio
de nós e quer ser nosso amigo. Ele estará presente em nossos encontros porque no reunimos
em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Jesus quer ser nosso amigo, assim como foi amigo dos apóstolos, dos doentes, do pobres e dos
pecadores.

Jesus está sempre conosco, nos momentos tristes e nos momentos felizes, mesmo que não se
perceba a sua presença.
9

Ler e comentar o texto da apostila e preencher o quadro com os nomes dos amigos.

Falar sobre as boas atitudes – seguindo a apostila do catequizando.
4. Leitura utilizada: Mt 18, 20.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, Bíblia, imagens.
6. Material utilizado: Um rolo de barbante. Uma gravura de Jesus. Crachás para serem preenchidos
pelos catequizandos.
7. Atividades:
Fazer com os pais as atividades propostas – trazer esta página assinada pelos pais.
8. Momento de Oração:
Aproveitar a figura de Jesus que está no centro do círculo para que cada catequizando faça a sua
oração espontaneamente, sua oração a Jesus. Peça que conversem com Jesus enquanto sua imagem vai
passando de mão em mão. Em seguida oriente-os a fazer a oração que está na apostila.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O centro do primeiro anúncio (querigma) é a
O
querigma,
portanto,
proporciona
pessoa de Jesus, proclamando o Reino como uma
experiência de amor profundo de Cristo, gerando
nova e definitiva invenção de Deus que salva com um
adesão a Ele.
poder superior àquele que utilizou na criação do
Só quem fez esta experiência de Jesus
mundo. “Essa salvação é o ‘grande dom de Deus’,
Cristo pode passar pelo processo catequético, pois
libertação de tudo aquilo que oprime a pessoa
só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua
humana, sobretudo do pecado e do maligno, na
vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e
alegria de conhecer a Deus e ser por Ele conhecido,
o ensinamento do Mestre.
de o ver e se entregar a Ele” (DNC 30).
O querigma também pode ser aprofundado
Por querigma devemos entender o anúncio
sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do
alegre de Jesus, que nos leva a conhecer e amar a
livro O pequeno príncipe o encontro do príncipe com
sua pessoa como presença a salvadora de Deus na
a raposa em que se estabelecem uma profunda
história da humanidade e em nossa história pessoal
amizade, para fazer uma comparação com a
de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide
amizade que Ele quer aprofundar com cada um,
livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua
explicando que para isso Jesus quer cativar os
proposta, reorientando toda a sua vida num processo
catequizandos e ser cativado por eles. Aproveite as
de conversão constante e crescente.
narrativas! Elas são sempre bem vindas! Conte as
O querigma apresenta os principais fatos da
narrativas com arte, com entusiasmo, para que o
vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como
catequizando saboreie o que é contado. Pode ser
Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo
organizado um pequeno teatro, ou apenas feita uma
amigo. E preciso apresentar que Ele é o Filho de
leitura. (Cf. SAINT-EXUPERY. O pequeno príncipe.
Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como
48 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69)
nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para
com todos. Amou a todos os que dele se
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I,
aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e
Ed. Vozes, 2008 – p. 11.
a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade
das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e
seguir seus passos.
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
2º ENCONTRO: MISSA : ORIG EM, GESTOS E SÍMBOLOS
1. Objetivo:
 Levar o catequizando a compreender que sua participação na missa faz crescer a sua unidade com
os outros e com Deus.
 Compreender que os gestos e símbolos usados na liturgia ajudam a participar melhor das
celebrações.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar a Instituição da Eucaristia, como deve ser a nossa participação e os símbolos litúrgicos
presentes na missa.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Distribua caixinhas de presente para cada catequizando. Dentro deve estar um pedaço de papel
escrito “Eu dou minha vida por você” e uma imagem de Jesus impressa colada no fundo da caixa.
Pode ser colocada uma bala para acompanhar o bilhete.
 Converse com os catequizandos sobre os presentes que eles recebem no Natal ou aniversário, o que
sentem? Peça que abram os presentes e pergunte o que sentiram ao recebê-lo. Explique que este é
o maior presente que Deus nos dá: sua vida por nós!
 Explicar que a Missa se parece com uma festa de aniversário (ver a história no final do
Aprofundamento).
 Mostre o quadro da Santa Ceia, perguntando o que significa a imagem, qual fato está representado,
introduzindo o tema. Convide-os a imaginar a seguinte cena: Uma pessoa está à beira da morte,
reúne seus familiares e amigos, pois tem coisas muito importantes para dizer. Ele sabe que vai
morrer e a única coisa que resta é deixar suas últimas palavras.
 Ler Lucas 22, 7-20, a partir da leitura explicar que nesta Ceia Jesus nos deixou a Eucaristia,
deixou-nos um presente.
 Jesus disse a eles que deveriam celebrar inúmeras vezes aquela ceia, até que Ele retornasse. E
todas as vezes que repetissem tal gesto, Ele estaria presente.
 Na Igreja que nasceu com os primeiros cristãos, obedeceram a ordem de Jesus de fazer memória
daquele dia como vemos em 1Cor 11, 23-26, a Igreja foi se organizando e orientando e então temos
a missa como ela é hoje.
 Leve os catequizandos á Igreja e converse sobre os gestos que usamos no cotidiano, pode-se usar o
canto “Deus Trino” cantando e fazendo gestos durante o canto. Conversar sobre os principais
gestos para bem participar da missa e as atitudes de respeito dentro da Igreja, diante do
Santíssimo – andar de forma respeitosa, sem correrias.
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 Nos bancos repita com eles os gestos mais comuns, sentar, levantar, ajoelhar... explicando o
sentido de cada gesto.
 Muitos símbolos usados na Liturgia têm sua origem no Antigo Testamento: era no altar que o
sacerdote fazia os sacrifícios a Deus. Ler Ex 30, 1-11.
 Falar sobre os demais objetos e símbolos litúrgicos – mostrar o que está dentro da Igreja e em
seguida voltar para a sala e utilizar as figuras.
4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-20; 1Cor 11, 23-26; At 4, 32-35; Ex 30, 1-11.
5. Ambientação: Arrumar a mesa com o Quadro da Santa Ceia e as figuras, vela, flor, imagens e Bíblia –
parte do encontro deve ser dado na Igreja para que se possa vivenciar melhor e tirar dúvidas.
6. Material utilizado: Quadro ou cartaz da Santa Ceia – Caixinhas de presente conforme a dinâmica e
figuras de objetos litúrgicos.
7. Atividades: conforme o tempo disponível, podem ser feitas no momento que o catequista explica ou
em casa como reforço para o catequizando.
8. Momento de Oração:

Rezar o Salmo 140(141). Orientá-los de modo que reclinem a cabeça num momento de interiorização
e escutem a Palavra de pé.

Incentivá-los a fazer preces espontâneas

Encerrar com o canto “Deus Trino”, fazendo gestos.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
“Fazei isto em memória de mim”
Ressurreição e da sua intercessão junto ao Pai"
Jesus amou os seus até o fim. Sabendo que
(CIC 1341).
chegara a hora de partir deste mundo para voltar
E fundamental compreender que o termo
ao Pai, no decorrer de uma refeição, deixou-lhes
"memorial" não significa uma mera lembrança de
uma garantia deste amor, para nunca se afastar
um fato passado. A missa não é um teatro, pois o
dos seus e para fazê-los participantes da sua
sacrifício que Cristo ofereceu na cruz torna-se
páscoa.
como
sempre atual: todas as vezes que se celebra no
memória de sua morte e de sua ressurreição,
altar o sacrifício da cruz, acontece novamente a
ordenando que seus apóstolos celebrassem-na até
nossa redenção, pois a salvação de Cristo se
a sua volta, instituindo igualmente o sacerdócio
estende a todos os homens e mulheres de todos
(cf. CIC 1337).
os tempos. A Páscoa de Cristo tem um significado
Instituiu,
assim,
a
Eucaristia
Jesus escolheu o tempo da páscoa para dar
aos seus discípulos seu Corpo e seu Sangue (cf Lc
salvífico que é continuamente atualizado na mesa
da Eucaristia (cf. CIC 1364).
22,7-20). No entanto, ao celebrar a última ceia
Para se compreender melhor a Eucaristia, é
com seus apóstolos, durante a refeição pascal,
necessário perceber as três dimensões de tempo
Jesus deu novo sentido à páscoa judaica (cf. CIC
em que ela se coloca:
1339-1340).

"O mandamento de Jesus de repetir seus
gestos e suas palavras 'até que Ele volte' não
Passado (recordação da ceia): "na noite em
que foi entregue ... " (1 Cor 11,23);

Presente (memória atualizante do sacrifício e
pede somente que se recorde de Jesus e do que
ação de graças pela sua obra salvadora):
Ele fez.
"Todas as vezes ... " (1Cor 11, 26);
Visa
a
celebração
litúrgica,
pelos
apóstolos e seus sucessores, do memorial de
Cristo, da sua vida, da sua Morte, da sua
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III

Futuro: antecipação da vinda do Senhor e a
compromisso de vida entre duas pessoas que se
esperança de sua volta "até que Ele venha"
amam. Assim, o símbolo vai além do aspecto racional
(1Cor 11, 26b).
da pessoa, ele envolve os sentimentos, emoções,
Em At 2,42.46, já se percebe que os
afetos ...
primeiros cristãos são fiéis ao mandato do
Nossa experiência cristã é marcada por
Senhor. "Era sobretudo 'no primeiro dia da
muitos símbolos, ou seja, os sinais sagrados que
semana', isto é, no domingo, a dia da Ressurreição
servem como "pontes" que nos levam ao encontro
de Jesus, que os cristãos se reuniam 'para partir
com Deus. Para nós cristãos tem um forte
a pão' (At 20,7). Desde aqueles tempos até as
significado a cruz, a vela, as imagens, o pão, o
nossos dias a celebração da Eucaristia perpetuou-
vinho, a água, o óleo e tantos outros símbolos que
se, de sorte que hoje a encontramos em toda
nos colocam em comunhão com Deus. Muitos
parte
desses símbolos estão presentes numa Celebração
na
Igreja,
com
a
mesma
estrutura
fundamental. Ela continua sendo a centro da vida
da Igreja." (CIC 1343).
Eucarística.
No entanto, é importante a distinção entre
“Se os cristãos celebram a Eucaristia desde
símbolos
litúrgicos
e
arranjos,
adereços
e
as origens, e sob uma forma que, na sua
enfeites no ambiente de celebração. Embora
substância, não modificou apesar da mudança dos
agrade aos olhos um bom arranjo de flores, o
tempos
exagero pode ser empecilho para se perceber a
e
das
liturgias,
é
porque
temos
consciência de estarmos ligados ao mandato de
Jesus, dado na véspera de sua paixão: 'Fazei isto
em memória de mim' (1Cor 11,24-25)." (CIC 1356).
Cabe ainda ressaltar que as palavras da
consagração
repetidas
pelo
Também
hierarquia
é
nos
preciso
elementos
estabelecer
uma
simbólicos
numa
Celebração Eucarística. o ambão, ou Mesa da
são
Palavra, e o altar, a Mesa da Eucaristia, são
eficazes, tornando Cristo realmente presente.
elementos simbólicos que devem ter um destaque
"No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão
especial no espaço do ambiente de celebração.
'contidos
Devem ser belos por si. De preferência sem
verdadeiramente,
sacerdote
presença do símbolo litúrgico.
realmente
e
substancialmente a Corpo e a Sangue juntamente
enfeites, ou pelo menos discretos.
com a alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus
Ninguém mais que Jesus mostrou o quanto o
Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo." (CIC
ser humano é importante, pois Ele mesmo se fez
1374). O ato de consagrar torna real o mistério
humano, para falar mais de perto conosco. Um
da transubstanciação, pois as substâncias do pão e
gesto, um sorriso, um aperto de mão ... expressa o
do
que uma pessoa pensa ou sente. A Constituição
vinho
se
transformam:
tornam-se
outra
realidade - o Corpo e o Sangue do Senhor.
Sacrosanctum
Concilium
adverte
sobre
a
Gestos e Símbolos
participação
Nós humanos, por sermos dotados de razão,
aclamações do povo, as respostas, os cânticos, os
damos sentido ao mundo que nos rodeia. Tudo nos
fala, porém é preciso prestar atenção, ver e ouvir o
ativa
na
Liturgia
através
das
gestos e o porte do corpo (cf. SC 30; 568).
Muitos
gestos
podem
ser
utilizados
e
que as pessoas, as coisas e os acontecimentos querem
valorizados na celebração: elevar as mãos, curvar-se,
nos dizer. Isto nos possibilita relacionarmos com o
prostrar-se, dançar, bater palmas, caminhar em
mundo, com as pessoas e com Deus. Através desses
procissão. Muitos dos gestos são ligados a cultura do
símbolos, que expressam nossas idéias e sentimentos,
povo: dar as mãos, abraçar, oferecer velas, flores.
podemos facilitar nossa comunicação. Por exemplo:
Também são usados símbolos fortes que expressam a
uma aliança de casamento tem um sentido muito
luta do povo: cruz, instrumentos de trabalho,
maior que o de ser simplesmente um anel. Ela sela um
alimentos, a terra ...
13
Em pé: sinal de Ressurreição. Posição daquele que
"O altar da nova aliança e a cruz do
ouve e está pronto para obedecer. Sinal de
Senhor, da qual brotam os sacramentos do
disponibilidade.
Mistério Pascal. Sobre o altar, que e o centro
da igreja, se faz presente o Sacrifício da Cruz
De joelhos: ajoelhar-se diante de alguém e
sob os sinais sacramentais. Ele e também a
reconhecer sua soberania.
mesa do Senhor, para a qual o povo de Deus e
Filipenses 2,10: "Ao nome do Senhor, todo joelho
convidado" (CIC 1182).
se dobre no céu, na terra e debaixo da terra".
"A dignidade da Palavra de Deus exige
Diz São Paulo aos
Inclinado: em sinal de penitência, na oração do
que exista na igreja um lugar que favoreça o
ato penitencial e na hora de dar o "sim" durante a
anuncio desta Palavra e para a qual, durante a
Liturgia da Palavra, se volta espontaneamente
bênção.
a atenção dos fieis" (CIC 1184). o padre,
Mãos
proclamando as palavras de Cristo, simboliza
levantadas:
sinal
de
Ressurreição.
Simbolizam o orante, aquele que suplica, aquele
sua presença como ministro que conduz a
que entrega, aquele que louva.
comunidade e repete a ação de Jesus Cristo no
Em procissão: a história da salvação começou com
gesto de repartir o pão.
uma procissão: Abraão e sua família saem rumo à
Ao celebrarmos, ajudados pelos símbolos
terra prometida; atualmente seu sentido é o de
sagrados, fortalecidos pela Palavra de Deus que
uma peregrinação do povo de Deus rumo à casa do
nos orienta, em cada celebração, passo a passo,
Pai.
dia-a-dia,
símbolo a símbolo,
envolvidos por
inteiro, corpo, alma, emoções e pensamentos,
vamos caminhando na direção de Deus e acolhendo
a Ele, que sempre vem em nossa direção.
"Em nossas celebrações religiosas há muitos
Também os símbolos Iitúrgicos são de
grande importância para favorecer a oração, a
comunhão da comunidade com Deus. Eis os
principais:
objetos, gestos e atitudes especiais de pessoas:
Altar: é a mesa da ceia do Senhor, onde e
altar, cruz, livros, luzes, toalhas, palavras, mãos
celebrada a Eucaristia.
postas,
mãos
estendidas,
sinal
da
cruz,
genuflexão, procissões ... Eles entram na Liturgia
Ambão ou mesa da Palavra: geralmente esta
como símbolos ou sinais significativos" (AVLB 40).
"mesa" da palavra tem uma forma de uma estante,
muito
em cima da qual se coloca a Bíblia. Mas pode ter
importantes como atitudes da assembléia em
também a forma de um púlpito ou "ambão",
oração. Também são formas de rezar. Eis os
principalmente nas igrejas maiores. A mesa da
principais gestos e posturas assumidos pela
Palavra fica do lado direito do altar.
Os
Gestos
e
posturas
são
comunidade que celebra:
Genuflexão:
gesto
de
Âmbula, Cibório ou Pixide: espécie de cálice com
adoração
diante
do
aos fiéis. A hóstia usada pelo sacerdote é de
Santíssimo Sacramento.
Sentado: posição de escuta, para ouvir e acolher
as leituras e a homilia. Também permanecemos
sentados
durante
o
tampa para conservação e distribuição das hóstias
ofertório,
quando
oferendas são apresentadas ao Senhor.
as
tamanho maior, apenas para permitir que seja
mais bem vista pela assembléia. Após a celebração
o vaso sagrado, contendo as hóstias consagradas é
guardado no Sacrário.
Cálice: onde se deposita o vinho que vai ser
consagrado. O vinho usado é puro de uva.
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Patena: pequeno prato de metal, no qual é
da túnica. É distintivo do ministro ordenado, do
colocada a hóstia grande.
poder sacerdotal.
Pala: peça quadrada dura, que serve para cobrir o
Toalha: é algo próprio da mesa da refeição. Tem
cálice.
aspecto de festa, de alegria e solenidade.
Sanguíneo: toalhinha comprida, branca, usada
Flores:
para purificar (enxugar por dentro) o cálice.
Representam
Manustérgio: toalha usada pelo sacerdote para
enxugar as mãos.
Corporal: é uma espécie de toalhinha quadrada
que fica no centro do altar, onde se coloca a
hóstia consagrada, o Corpo de Cristo.
Galhetas: duas garrafinhas que contem água e
vinho. A água vai ser usada para ser misturada
para
a
ornamentação
também
do
altar.
manifestação
da
sensibilidade da vida.
Vela ou Círio: representam a luz de Cristo. A
chama da vela é o símbolo da fé que recebemos de
Jesus "Luz do Mundo", no batismo e na crisma.
Crucifixo: lembra o calvário. No altar celebramos
o Sacrifício no qual Cristo, na cruz, ofereceu-se
ao Pai
com o vinho no ofertório, significando toda a
Missal: livro grosso que contem os ritos da Missa,
humanidade salva em Cristo pelo seu sangue
com exceção das partes móveis. É um manual de
derramado na cruz; e para purificar o cálice.
celebração.
Túnica: manto branco ou de cor neutra que
Lecionário: traz as leituras, o Evangelho e o Salmo
lembra a túnica de Jesus, o modo de vestir do seu
do dia
tempo. Significa que o padre está a serviço.
Estola: paramento em forma de faixa vertical
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, vol.
comprida. Desce do pescoço e é colocada por cima
III, Vozes, 2004 – p. 58-59 e 76 a 78.
A SANTA MISSA E A FESTA DO CEBOLINHA
Você também foi convidado para a festa de aniversário do
Cebolinha.
Preste muita atenção em tudo que acontece, depois nós
vamos ver que a Missa é uma festa também!
Cebolinha está muito feliz! É seu aniversário!
Ele convidou muitas pessoas para sua festa.
Dona Maria Cebola, a mãe do Cebolinha, preparou tudo com
muito carinho: bolo, enfeites, mesa, músicas, brincadeiras...
Cada pessoa que chegava para a festa era recebida com alegria pela família, deixando todos muito à
vontade.
O Cascão e o Cebolinha estavam de mal por causa de uma briga no futebol, mas Cascão aceitou o
convite do amigo e quando chegou à festa, abraçou o Cebolinha e pediu desculpas.
As pessoas estavam animadas e conversavam sobre suas vidas, sobre os acontecimentos da última
semana, sobre seus problemas e suas alegrias. Então, o Seu Cebola, pai do Cebolinha, começou a contar
15
coisas de quando ele ainda era bem pequenino. Falava com orgulho de como o seu filho era esperto,
bonzinho, inteligente...
Muitas pessoas começaram a abraçar o Cebolinha, desejando-lhe feliz aniversário, tudo de bom e
que Deus lhe iluminasse e lhe cobrisse de bênçãos.
O Cebolinha ganhou muitos presentes. As pessoas que chegavam, vinham lhe ofertar seu presente
com um grande sorriso de felicidade.
Sua mãe trouxe um bolo lindo e colocou sobre a mesa, junto com os refrigerantes.
Cebolinha estava abrindo seus presentes, cada um lhe dava mais alegria que o outro...
Então, ele olhou para sua mãe e falou: “Lembla, mãe? No ano passado a vovó estava aqui também.
Agola ela já está lá no céu, e eu sei que um dia nos vamos nos encontlar com ela, junto com Nossa Senhola,
os anjos e os santos... Por falar em santo, que bom que o Padle João veio, né mãe?”
“É mesmo Cebolinha. Ele batizou você quando ainda era um bebê e agora tá aqui festejando seu
aniversário!”
Chegou a hora de cantar PARABÉNS. Todos ficaram de pé, se aproximaram da
mesa e cantaram com entusiasmo.
Partiu-se o bolo e serviu-se o refrigerante. Todos comeram e beberam. Estava uma
delícia!!!
Cada um que ia embora agradecia a família pela festa, pela receptividade, por tudo.
E se despediam com um sorriso e um até breve.
No dia seguinte, Cebolinha foi brincar com seus presentes.
Então, ele viu que tinha muitos, muitos brinquedos e resolveu dar alguns deles para o Cascão.
Vamos entender
Convite para a festa
A mãe prepara a festa
Os convidados são recebidos
Cascão pede desculpas
Conversa dos convidados
Abraçam o Cebolinha
Ganhando presentes
Bolo e refrigerante na mesa
Abrindo os presentes
Cebolinha fala da avó e do padre
Parabéns
Comer e beber
Ir embora e agradecer
Dia seguinte e repartir brinquedos
16
Jesus nos convida para a Missa (seu banquete)
Alguém prepara a Missa
Entrada / Saudação
Ato Penitencial
Glória / Liturgia da Palavra
Oração da comunidade
Apresentação das ofertas
Consagração
Ofertório
Oração eucarística
Amém / Pai Nosso / Abraço da paz
Comunhão
Ação de graças / Despedida
Nosso compromisso para a semana que a Missa
nos pede
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
3º ENCONTRO: ANO LITÚRG ICO
1. Objetivo:
 Compreender como a Igreja organizou o Ano Litúrgico para ajudar a vivenciar os principais
mistérios da fé: encarnação, manifestação, paixão, morte e ressurreição de Cristo.
 Assimilar que a Eucaristia deve ser vivida todos os dias procurando o fortalecimento para viver
como Jesus ensinou.
2. Conteúdo do Encontro:
O esquema do Ano Litúrgico, momentos fortes e o tempo comum. As leituras bíblicas, as cores
litúrgicas e seus significados.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Motivar os catequizandos perguntando: quando começa o ano? Quando acaba? E na escola, o ano
letivo, quando começa? E acaba quando? Perguntar se sabem como é na Igreja – é a mesma coisa?
Quando começa?
 Partindo da data do Natal mostrar que o ano começa 4 semanas antes, quando começamos a nos
preparar para o Natal – falar do ciclo do Natal.
 Falar depois do Ciclo da Páscoa que inicia na Quaresma e termina no dia de Pentecostes.
 Falar do Tempo Comum – que é dividido em duas partes.
 Mostrar no diagrama da Apostila. Explicar as cores litúrgicas e seu significado.
 Explicar as leituras bíblicas – Escolher leituras dos anos A, B e C nos Evangelhos sinóticos
mostrando que a cada 3 anos lemos junto com a Igreja todos os Evangelhos. Fazer as leituras dos
anos A, B e C para a Solenidade da Ascensão do Senhor fazendo uma comparação entre as três.
 Utilizar os folhetos de missa para mostrar como a Igreja se organiza de modo que em todo o
mundo todos celebram o mesmo tempo litúrgico, as mesmas leituras e os sacerdotes utilizam os
paramentos das mesmas cores.
 Ler as orações do folheto (Coleta ou Prefácio da Oração Eucarística) ressaltando o tempo litúrgico
vivenciado através das orações.
4. Leituras utilizadas: Mt 28, 16-20 (Ano A); Mc 16, 15-20 (Ano B); Lc 24, 46-53 (Ano C).
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens.
17
6. Material utilizado: figuras simbolizando o Natal, Advento, Páscoa, Pentecostes, etc..
7. Atividades: Fazer as atividades no final do encontro.
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C
B
P
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração escolhida no folheto litúrgico.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O Ano Litúrgico é o ano elaborado pela
O Advento é o ponto de partida e o ponto
Igreja Católica para nos guiar no Mistério de
de chegada de um círculo da espiral dos anos que
Cristo, apresentando-nos as Verdades da Fé
vivemos, caminhando ao encontro de Cristo.
Católica, fazendo-nos meditar a respeito e,
colaborando no aprofundamento desta mesma fé.
Inspirando-se no Ano Litúrgico dos judeus
que, na experiência anual do tempo, celebravam os
benefícios de Deus em favor do povo escolhido,
sobretudo sua libertação do Egito, a marcha pelo
deserto e a Aliança do Sinai, a consciência cristã
assumiu
a
forma
das
festas
do
O Advento apresenta sempre a tríplice
vinda de Cristo: Cristo veio, Cristo vem e Cristo
virá. Esta realidade é celebrada e vivida no
Advento.
O refrão que perpassa todo o tempo do
Advento é: “Vinde, Senhor Jesus!”
O Ciclo de Natal não se restringe à Festa
Antigo
do Natal, mas atinge as demais festas em que
Testamento, dando-lhes, porém, novo conteúdo.
Cristo se manifesta de alguma forma como
Distribuiu-se através de um ano as principais
Salvador. Temos assim sua manifestação no
ações salvíficas ou mistérios de Cristo, para vivê-
nascimento em Belém, celebrado no Natal. Na
los, imitando ou comemorando o que Cristo fez
mesma festa temos o aspecto da manifestação na
pelos homens.
visita dos pastores. Segue a Festa da Sagrada
O Ano Litúrgico tem o seu início com o
Família. A Festa da Oitava de Natal, hoje
Tempo de preparação para o nascimento de Cristo
chamada de Solenidade de Nossa Senhora, Mãe
(Tempo do Advento), seguindo com a celebração
de Deus. A Festa da Epifania, em que o Senhor se
da Natividade até Sua Ressurreição e Ascensão, o
manifesta aos povos como Salvador, o Batismo de
dia de Pentecostes e encerrando-se com a
Jesus, em que ele aparece como o Messias que
proclamação de Cristo como nosso Rei, onde
inicia sua missão. Temos ainda o primeiro milagre
apresentamos também nossa expectativa da feliz
em Caná, em que Cristo se manifesta como quem
Esperança e Vinda do Senhor.
tem poder. Os discípulos crêem nele. Por fim a
Analisando o esquema abaixo, verificamos
festa da Apresentação de Jesus Cristo ao Templo
que o Ano Litúrgico consta de dois ciclos, a saber:
encerra este ciclo de festas da manifestação do

Ciclo
do
Natal - neste ciclo
encontram-se o Tempo do Advento e o Tempo do
Natal:
18
Senhor.
No Natal vivemos o mistério do encontro
entre o céu e a terra, entre o divino e o humano.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Deus torna-se humano para que o homem se torne
Para que o cristão possa realizar sua missão
divino. A eternidade penetrou no tempo para que o
de sinal e testemunho do Cristo ressuscitado
tempo possa mergulhar na eternidade. Isto
entre os homens, para que possa viver o ideal da
acontecerá, se Cristo nasceu em nós.
comunidade cristã, formando mais e mais o Corpo

Ciclo da Páscoa – neste ciclo
místico de Cristo, para que possa viver sua
encontram-se o Tempo da Quaresma, o Tríduo
vocação e missão batismais de sacerdote, rei e
Pascal (quinta-feira santa, sexta-feira santa e
profeta, Cristo garante sua presença através do
sábado até a missa da “Noite Santa” – Vigília
seu Espírito.
Pascal) e o Tempo Pascal, o qual começa no
Pentecostes nos comunica o Espírito da
primeiro domingo da Páscoa, determinado pelo
unidade em que todos compreendem a mensagem
primeiro domingo de lua cheia da primavera em
do Evangelho anunciado por Pedro, apesar da
Roma, e encerra-se com a festa de Pentecostes.
variedade de línguas, porque existe a linguagem da
A Quaresma só pode ser entendida e vivida
fé comum em Cristo, a linguagem do amor.
à luz do Tríduo Pascal da Paixão, Morte e
Ressurreição de Cristo.
Cada dia somos convidados a invocar o
Espírito Santo para que, como ele formou o Cristo
Fundamentalmente o Tríduo Pascal é a
no seio da Virgem Maria e o torna presente sobre
comemoração da morte e da ressurreição de
os altares, plasme também em cada um de nós a
Cristo, a Cabeça, e dos cristãos, os seus membros.
imagem do cristo, e, aos poucos, vá formando o
É a festa batismal da Igreja. No Cristo morto e
Cristo místico que é a Igreja.
ressuscitado ela celebra o novo nascimento dos
Entre
os
dois
ciclos
citados
acima,
que são batizados e renova a Aliança batismal dos
encontra-se o Tempo Comum, que tem como
que já foram batizados. Por isso os dois grandes
objetivo próprio despertar-nos para viver a graça
temas são o batismo e a penitência: a primeira e a
recebida no Tempo festivo anterior. Por isso a cor
segunda conversão.
litúrgica é o verde, que simboliza a esperança de
O Tríduo Pascal é o centro e a síntese da
celebração
do
Mistério
da
Paixão-Morte
e
Ressurreição de Cristo no Ano Litúrgico.
ver crescer em nós o amor de Deus, que nos
santifica e nos faz ir ao encontro do Senhor
Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6).
A Vigília Pascal é o centro e o núcleo do
O Tempo Comum foi assim denominado pelo
II1.
Mistério Pascal de Cristo e dos cristãos e, por
Concílio
Vaticano
isso, de todo o Ano Litúrgico.
litúrgica chamamos de Tempo comum o período do
Na
nova
terminologia
A Vigília Pascal constitui a grande Páscoa
Ano Litúrgico que se estende da Epifania até a
anual dos cristãos, em que se celebram os
Quaresma e do Pentecostes até o Advento. São
Sacramentos da Iniciação cristã e se renovam as
34 semanas.
promessas do Batismo. Nesta noite, a mãe de
O comum distingue-se do extraordinário, do
todas as vigílias, falam alto os símbolos da vida: o
festivo. No Ano Litúrgico, como em nossa vida,
fogo, a luz, a água, o óleo, o pão e o vinho.
existem tempos fortes de festa e tempos
Cada Páscoa é um marco de renovação da
ordinários, comuns.
comunidade, fonte de vida, simbolizada na água do
Batismo e no pão e vinho do Sacrifício Eucarístico.
Como fazer com que o Tempo comum não se
transforme
em
tempo
de
rotina?
Primeiro,
Cada cristão é convidado a se tornar
devemos alimentar nossa vida naquela fonte rica
presença do Cristo ressuscitado entre os irmãos
dos tempos fortes que celebramos. Assim, Natal
de tal modo que os homens reconheçam a face do
Cristo na caridade do irmão.
1
O Concílio Vaticano II iniciou-se em 1962 sob o pontificado
de João XXIII e encerrou-se em 1965 sob o pontificado de
Paulo VI.
19
significa nascimento, manifestação do Senhor na
no ano C, meditamos à luz do evangelho de S.
história dos homens. Então, este Cristo que
Lucas. O evangelho de S. João, chamado de quarto
nasceu, este Cristo que se manifestou, deseja
evangelho, é lido em todos os três anos nos
prolongar a ação de nascer e manifestar-se após
tempos festivos de Natal e Páscoa. Todo ano cujo
as solenidades. Cristo quer encarnar-se cada dia
número seja divisível por 3 é o ano C e os
através dos tempos.
consecutivos serão o A e B. Em 2010 vivemos o
Na Páscoa vivemos o mistério da redenção,
ano C, já que 2010 é divisível por 3, isto é, o ano
da morte e ressurreição de Cristo, o mistério da
litúrgico C. Em 2011 estaremos vivendo o ano
novidade de vida em Cristo ressuscitado. Será
litúrgico A.
necessário que a semente lançada à terra na
Páscoa,
quando
renovamos
as
É
importante
que
vivenciemos
o
ano
promessas
litúrgico, pois este tem a mesma finalidade da
batismais, e fecundada pelo dom do Espírito de
vinda do Senhor Jesus: dar-nos a vida eterna (“Eu
Pentecostes germine, desabroche, nasça, cresça e
vim para que todos tenham vida e a tenham em
dê muito fruto.
plenitude” – Jo 10,10), adquirida no momento de
O Tempo Comum nos leva a valorizar o
nosso batismo, graças à Ressurreição de Jesus, e
tempo que Deus nos concede. Os grandes e os
que cresce à medida em que vivemos o mistério do
pequenos
Cristo no tempo da Igreja, celebrando cada tempo
acontecimentos
são
percebidos
no
tempo e, por outro lado, os acontecimentos nos
fazem perceber o tempo.
"O Tempo comum não é tempo vazio. É
litúrgico.
É válido lembrar que no folheto de missa,
distribuído
nas
Igrejas
para
que
possamos
tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas
acompanhar a celebração, encontra-se no alto da
lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB -
primeira página, a descrição do domingo que
Documento 43, 132)
estamos vivendo, por exemplo: 20º Domingo do
O Concílio Vaticano II, considerando ainda,
Tempo
Comum
ou
3º
Domingo
do
Tempo
que não há tempo suficiente em apenas um ano
Pascal....Desta forma poderemos nos situar no
litúrgico para serem lidos os quatro evangelhos
calendário do Ano Litúrgico.
(Mateus, Marcos, Lucas e João) nas missas de
domingo, determinou que o fizéssemos em três
anos. Assim sendo, temos os anos litúrgicos A, B e
C. No ano litúrgico A, meditamos o Mistério do
Cristo à luz do evangelho de S. Mateus. No ano B,
meditamos à luz do evangelho de S. Marcos e do
sexto capítulo do evangelho de S. João. Por fim,
20
Fontes: Celebrar a vida cristã, A. Beckhäuser, Vozes,
9ª ed., 2000.
Site:
www.auxiliadora.org.br/liturgia/anoliturgico.htm
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
CORES LITÚRGICAS
Dizem respeito às vestes litúrgicas, e à toalha do ambão . São elas:
 O BRANCO - Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usa-se: na Quinta-feira Santa, na Vigília
Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos
(quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão), nas festas e memória da Bemaventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João
Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. É a cor predominante da ressurreição.
 O VERMELHO - Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo
de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos
Santos mártires e dos Evangelistas.
 O VERDE - É a cor da esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do
Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa).
 O ROXO - Simboliza a penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar
nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta,
em vez do roxo, para distingui-lo
da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de
esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma).
 O PRETO - É símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se
usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.
 O ROSA - Simboliza também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado "Gaudete",
e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui "Laetare", ambos domingos da alegria.
21
4º ENCONTRO: MISSA – MESA DA PALAVRA
1. Objetivo:
 Despertar os catequizandos para o sentido da Santa
Missa em nossa vida cristã.
 Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
 Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
 Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do Encontro:
 A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar
e da Eucaristia.
 Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
 Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama.
 Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Converse com os catequizandos para saber que vivência eles têm sobre a missa, em especial sobre o
que acontece no ambão e no altar – mostrar as duas partes principais da missa.
 Leia o texto bíblico Lc 24, 13-34 e motive-os a conversar sobre os personagens do texto e o que se
passa com eles.
 Faça a comparação do que se passa na leitura com a missa: (1) o encontro dos personagens com
Jesus, (2) o desânimo, (3) os ensinamentos de Jesus, (4) a refeição, (5) a alegria ao reconhecer
Jesus Ressuscitado.
 Recordar com os catequizandos o que acontece no início da missa (acompanhar no folheto litúrgico),
explicando a importância de cada momento: a procissão de entrada, o beijo no altar, a saudação do
sacerdote, o ato penitencial, o glória, a oração da Coleta...
 Realizar uma procissão levando os objetos para compor a Mesa da Palavra: toalha branca, a bíblia,
as flores e as velas acesas.
 Escolher para a Liturgia da Palavra os textos do domingo que antecede o encontro. Fazer a leitura
do texto do Antigo Testamento, do salmo e do Evangelho, precedido por um canto de Aclamação.
 Faça uma breve reflexão dos textos mostrando como se inter-relacionam (aproveitar a homilia do
domingo anterior).
 Faça a oração do Credo e conclua com a Oração da Comunidade que podem ser espontâneas ou
preparadas pelo catequista.
4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-34.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens..
6. Material utilizado: Providenciar o material da Mesa da Palavra.
7. Atividades: Levar folheto da missa da próxima semana ou Liturgia Diária para ajudar os catequizandos
na atividade.
8. Momento de Oração: Motivar os catequizandos a fazer preces espontâneas.
22
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A Eucaristia é celebrada na missa. Portanto,
não é uma simples celebração humana, mas resultado
preferência aos cantos que traduzem o conteúdo da
festa ou da ocasião.
da própria vontade de Jesus de se encontrar com os
Saudação do altar e do povo. A assembléia
homens de todos os tempos: "Tenho desejado
está reunida em nome da Santíssima Trindade. O
ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de
Cristo está presente no símbolo do altar e na
sofrer" (Lc 22,15). Assim, participar da missa é
assembléia. Por isso o Celebrante saúda o altar com
responder positivamente ao convite de amor feito
um beijo, abre a celebração em nome da Santíssima
par Jesus. E o melhor meio para participar da missa
Trindade e saúda a assembléia, desejando-lhe o
é conhecer seu significado na vida da Igreja, na vida
amor do Pai, a graça de Cristo, e a comunhão do
da família e na vida de cada cristão, e compreender
Espírito Santo.
O Ato Penitencial é um convite que o
o seu ritual.

Como celebramos?
sacerdote faz para que todos façam um exame de
A Celebração Eucarística é um todo. Não há
consciência e reconheçam os seus pecados. Na
como dividi-la. Mas nela há momentos distintos. Por
verdade, todos nós somos pecadores. São João, em
isso, é importante conhecer o sentido de cada
sua primeira epístola diz: “Aquele que disser que não
momento e compreender sua finalidade no conjunto
possui pecado é um mentiroso”.
da celebração. É composta de quatro momentos:
O Ato Penitencial deve ser precedido do

Ritos Iniciais,
convite para a penitência. Este convite deve ser

Liturgia da Palavra,
feito pelo sacerdote e pode ser espontâneo ou

Liturgia Eucarística, e os
seguir uma fórmula pré-estabelecida.

Ritos Finais
Trata-se de um reconhecimento de todo tipo
Os ritos iniciais da Missa como a temos hoje
de culpa (pensamentos, palavras, atos e omissões)
são os seguintes: canto de entrada; saudação do
juntamente com um pedido de intercessão à Igreja
altar e do povo reunido; ato penitencial; “Senhor,
Triunfante e Militante: a chamada comunhão dos
tende piedade de nós”; Glória, nas Solenidades
santos.
Festas e Oração coleta. Os elementos como os
Terminado o Ato Penitencial, o sacerdote
temos hoje foram assim dispostos pela reforma do
concede a absolvição, e a assembléia conclui com um
Vaticano II.
Amém!
Entrada e saudação
são dois elementos
O Ato Penitencial pode ser substituído por
iniciais que se completam. Normalmente a entrada é
outros ritos que tenham o mesmo caráter. Assim,
o canto que acompanha a entrada dos ministros.
por exemplo, se o povo vier em procissão de outro
Mesmo quando não cantado, convém que seja
lugar, não se realiza o rito penitencial.
proclamado por alguém da assembléia. Apenas
Em seguida o povo é convidado a cantar ou
quando ninguém da assembléia proclama o canto, o
recitar o Glória. Normalmente é cantado ou recitado
próprio Celebrante o faz depois da saudação, antes
nos Domingos fora do tempo do Advento e da
do rito penitencial.
Quaresma,
A finalidade desse canto é abrir a celebração,
nas
solenidades
e
festas
e
em
celebrações especiais mais solenes.
promover a união da assembléia, introduzindo-lhes a
O encerramento do rito de acolhimento ou de
mente no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e
entrada é feito pela Oração da coleta. O sacerdote
acompanhar a procissão do sacerdote e dos
convida os fiéis à oração. Aqui é necessário que se
ministros. O canto de entrada quer apresentar o
deixe um tempo conveniente para a oração silenciosa
tema do dia; abrir a celebração. Deve-se dar
dos fiéis. O sacerdote pode ajudar a despertar a
23
oração silenciosa através de algumas palavras. A
Terão que confrontar sua vida com a vontade
assembléia faz sua a oração, unindo-se a ela e dando
de Deus. Se ela não for conforme, deverão
o seu assentimento através da aclamação: Amém!
converter-se. Se descobrirem nas palavras do
Em seguida iniciamos a Liturgia da Palavra.
Compreenderemos
melhor
a
Liturgia
Senhor a sua grandeza, a sua resposta será de
da
louvor. Se se sentirem pequenos e fracos, pedirão
Palavra, se considerarmos o que nos ensina a
que Deus renove neles as suas maravilhas (Cf. Ne 9).
Sagrada Escritura:
A Palavra de Deus será de criação como no
Deus havia libertado o povo de Israel do Egito
início do mundo e aos pés do Monte Sinai, se nos
para com ele fazer uma aliança no Sinai: “Moisés
abrirmos a ela. Se, no entanto, nos fecharmos,
subiu para Deus, e o Senhor o chamou do alto da
acontecerá o que se deu na sinagoga de Nazaré.
montanha nestes termos: Eis o que dirás à família de
No início, todos tinham os olhos fixos em
Jacó, eis o que anunciarás aos filhos de Israel:
Jesus, mas não demorou que se opuseram a ele e o
Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos tenho
expulsaram. Aconteceu que Cristo passou por entre
trazido sob asas de águia para junto de mim. Agora,
eles e se retirou (Cf. Lc 4,28-30).
pois, se obedecerdes a minha voz, e se guardardes
Na Constituição Litúrgica do Vaticano II se lê
minha aliança, vós sereis o meu povo particular entre
o seguinte: “Nunca a Igreja deixou de se reunir para
todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me
celebrar o mistério pascal: lendo 'tudo quanto a ele
sereis um reino de sacerdotes e uma nação
se referia em todas as Escrituras' (Lc 24,27) e
consagrada. Veio Moisés e comunicou-lhes as
celebrando a Eucaristia” (nº 6).
palavras que o Senhor lhe ordenara. E todo o povo
Desde os primeiros séculos do Cristianismo, a
respondeu a uma voz: 'Faremos tudo o que o Senhor
Celebração Eucarística era precedida de leituras da
disse'” (Ex 19,3-8).
Sagrada Escritura. Hoje, como antigamente, a
Segue a proclamação dos Mandamentos e de
liturgia da Palavra se compõe essencialmente da
outras leis que manifestavam a vontade de Deus. Por
proclamação da Palavra de Deus e da resposta da
fim o encontro do povo de Israel com seu Deus se
assembléia pela oração.
concluiu com o Sacrifício da Aliança (Cf. Ex 24,3-8).
Assim, a primeira proclamação consta de um
Vejamos os elementos:
trecho do Antigo Testamento ou do Novo, exceto os
1) A proposta de Deus – Deus faz uma
Evangelhos, ao passo que a segunda é tirada desses
proposta. Quer fazer daquele povo o seu povo, o
últimos. Aos Domingos e Festas poderá haver
povo da herança. Coloca, porém, uma condição: “se
normalmente três leituras na seguinte ordem:
obedecerdes a minha voz”. A justificação dessa
Antigo Testamento, Cartas do Novo Testamento,
exigência é o fato de tê-lo libertado do Egito, pois
incluindo os Atos e o Apocalipse, e Evangelhos. Há,
fala como quem tem poder.
porém, celebrações com mais de três leituras, como
2) A resposta do povo – o povo de Israel
por exemplo a Vigília Pascal. A proclamação da
colocou-se numa atitude de abertura para Deus.
Palavra de Deus se prolonga no confronto da homilia.
Dispôs-se a escutar a sua vontade, a conformar a
A resposta de assentimento da assembléia se
própria vida a ela: “Faremos tudo o que o Senhor
expressa pelo canto de meditação, pelo Creio e pela
disse”.
oração dos fiéis.
Ora, “uma vez que o próprio Cristo está
Pela proclamação
de sua Palavra,
Deus
presente pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala
continua a falar aos homens, a transmitir-lhes sua
quando se lêem as Sagradas Escrituras na igreja”, os
mensagem, a reunir o seu povo disperso. Ele propõe
fiéis
sempre de novo uma aliança à assembléia reunida.
reunidos
em
assembléia
também
são
convidados a tomar uma atitude diante da Palavra de
Deus, proclamada na Liturgia da Palavra.
24
Esta, por sua vez, escutando a Palavra e
auxiliada pelas palavras da homilia, descobre a
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
mensagem, contempla e proclama sempre de novo e
Toda a Liturgia da Palavra, prolongada na
cada vez mais as maravilhas operadas em seu favor,
homilia, quer, no contexto da Eucaristia, despertar a
e assim, renova continuamente a Aliança com seu
conversão, despertar os motivos de ação de graças,
Deus. Recordando as maravilhas operadas por Deus
ou seja, a Eucaristia, e preparar, ou melhor
através de Cristo, a assembléia fortifica sua fé,
desencadear uma atitude sacrifical que brota, sem
aumenta sua esperança e intensifica o amor ao seu
dúvida, da conversão, isto é, da vontade de nos
Deus.
conformarmos com a vontade do Pai, a exemplo de
Consciente, porém, de sua fraqueza, pede
Cristo.
A oração do Creio é rezada apenas nas missas
forças para cumprir vontade de Deus, a exemplo de
Cristo.
dominicais e solenidades “tendo por objetivo levar o
Só compreenderemos o alcance da Liturgia da
povo a dar seu assentimento à Palavra de Deus
Palavra, se não a considerarmos como simples
ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-
leitura, mas se crermos que é Cristo mesmo que fala
lhe as regras de fé antes de iniciar a celebração da
quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja e
Eucaristia” (Instrução Geral nº 43).
quando a Igreja ora e salmodia.
A oração dos fiéis ou Oração universal é um
Na Liturgia nunca se proclamam duas leituras
elemento importante em toda Liturgia da Palavra.
seguidas, sem a interposição de algum canto ou
Era comum no Antigo Testamento que o povo desse
Salmo. São os cantos interlecionais.
sua resposta de louvor e de pedido à Palavra de
O Canto que segue a primeira leitura é o
Deus proclamada, como, por exemplo, o Povo de
Salmo Responsorial. É o canto ou a recitação de um
Israel aos pés do Monte Sinai, que respondeu:
salmo em resposta à primeira leitura. Faz parte
“Faremos tudo conforme o Senhor disse e seremos
integrante da Liturgia da Palavra, constitui como que
obedientes” (Ex 24, 7).
mais uma Leitura, tirada do Livro dos Salmos.
São Paulo recomenda a Timóteo “que se façam
Nele, Deus fala através da atitude orante do
súplicas e orações, ações de graças por todos os
homem. Eis por que o Salmo Responsorial tem um
homens, pelos reis e por todos aqueles que têm
lugar privilegiado entre todos os demais cantos da
autoridade, para que tenhamos vida calma e
Missa. Não deve ser substituído por outro canto
tranqüila, com toda a piedade e honestidade” (1Tm
correspondente.
2, 1-2).
Se o Salmo se refere à leitura que precedeu,
A comunidade pede pelas necessidades da
a Aclamação do Evangelho se refere ao que vai
Igreja; pelos poderes públicos e pela salvação do
seguir. Será normalmente o Aleluia com um verso do
mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade e pela
Evangelho fora do tempo da Quaresma e outra
comunidade local.
aclamação correspondente durante a Quaresma.
Cabe ao sacerdote celebrante dirigir a
Importante é fazer coincidir a aclamação com o
oração, convidando os fiéis a rezar, por meio de uma
momento em que o Livro dos Evangelhos é conduzido
breve exortação e concluindo com uma súplica. Toda
solenemente pelo Sacerdote ou Diácono para o lugar
a assembléia exprime a sua súplica, seja por uma
da proclamação. Pois o que se aclama é o Cristo
invocação comum após a intenção proclamada
presente no seu Evangelho.
(Senhor, escutai a nossa prece!), seja por uma
A homilia explana a Palavra de Deus; ajuda os
fiéis a confrontarem sua vida com a Palavra de Deus
proclamada, para desertar neles a conversão que
então se expressará através da profissão de fé,
através da oração dos fiéis e da própria Liturgia
Eucarística.
oração em silêncio (cf Instrução Geral nº 45-47).
Fonte:
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III,
Ed.Vozes, 2008 – p. 112-113.
Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª
Ed. 2001
25
5º ENCONTRO: MISSA – MESA DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
 Despertar os catequizandos para o sentido da Santa
Missa em nossa vida cristã.
 Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
 Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
 Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do Encontro:
 A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar
e da Eucaristia.
 Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
 Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama.
 Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Reler o texto bíblico Lc 24, 13-34 e reiniciar a comparação do ponto onde parou na Liturgia da
Palavra.
 Realizar a procissão levando os objetos para compor a Mesa da Eucaristia.
 Ler o texto bíblico Lc 22, 14-20, e fazer a comparação com as palavras do sacerdote na missa.
 Explicar as partes da Liturgia Eucarística ajudando os a perceber o significado das orações e dos
símbolos usados na celebração.
 Explicar que Jesus está presente na missa na pessoa do sacerdote, na Palavra proclamada, no altar
e na Eucaristia – por isso a importância da missa e do amor que devemos ter por ela.
 Ao encerrar o encontro convidá-los a rezar o Pai Nosso de mãos dadas ao redor da mesa e repartir
o pão e o suco de uva – voltando ao encontro anterior lembrar os gestos de partilha, fraternidade e
unidade.
 Convidá-los a assumir um compromisso de não mais faltar às missas.
4. Leitura utilizada: Lucas 22, 14-20.
5. Ambientação: toalha branca, cálice com suco de uva e pão e/ou arranjo com uvas e ramos de trigo.
6. Material utilizado: Providenciar material para a mesa da Eucaristia.
7. Atividades: Ajudar os catequizandos a refletirem sobre o texto bíblico e comparar com a missa.
8. Momento de Oração: Rezar de mãos dadas a oração do Pai Nosso.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Liturgia Eucarística
A
Liturgia
mesa que nos alimenta: a Mesa da Eucaristia.
Eucarística
comporta
três
momentos: a apresentação das oferendas (pão e
vinho), a consagração e a comunhão. É a segunda
Nosso olhar se concentra no altar.
A Eucaristia como ação de graças nos levou
a refletir
mais
sobre a
parte central
da
Celebração Eucarística, tradicionalmente chamada
26
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Consagração. A reflexão da Eucaristia como
excelência. Realizamo-la em atitude de alegria, de
Banquete, Ceia fraterna e como Ceia do Senhor
união com Deus em Cristo e com os irmãos; na
nos ajudará a penetrar mais no sentido do
intimidade da vida divina, em que ele mesmo se
Ofertório ou da preparação das oferendas para o
nos dá em alimento; realiza-se na maior amizade,
Sacrifício, e na Comunhão.
pois Cristo reconciliou a todos com o Pai e entre
A ceia ou banquete é o sinal mais imediato,
si, tornando a todos irmãos, renova-se a aliança
mais fácil de perceber. A Eucaristia celebra-se
com Deus e com os homens em Cristo; realiza-se
em forma de ceia, como Jesus o fez antes de ser
um verdadeiro intercâmbio, uma permuta entre o
entregue. Esta forma ele transmitiu à Igreja para
céu e a terra, entre Deus e os homens.
que repetisse em memória de sua morte e
ressurreição.
No simbolismo do pão e do vinho podemos
encontrar três níveis de significação:
Vários são os elementos que lembram esta
a)
Pão e vinho, símbolo de nova vida e
ceia. Temos o altar, a mesa do sacrifício cristão,
de toda a criação – simbolizam nossa vida
em torno da qual se congrega a assembléia dos
conservada por Deus. Representam nossa vida,
fiéis. Os elementos mais significativos são sem
enquanto é criação de Deus, enquanto é dom de
dúvida o pão e o vinho – comida e bebida –
Deus. Não só a vida, mas tudo quanto é dado com a
apresentados em bandejas e cálices. Durante a
vida: a criação toda como obra de Deus. O pão e o
oração Eucarística repetem-se os gestos de
vinho são símbolo daquilo que o homem é.
Cristo na Última Ceia. O sacerdote toma o pão e
b)
Pão e vinho, símbolo do que o homem cria –
depois o cálice. Cristo declara que seu Corpo e
simbolizam a criação do homem, enquanto ele
Sangue seriam verdadeiramente comida e bebida
continua a criação de Deus. Têm caráter simbólico
(cf. Jo 6) e São Paulo, interpretando o significado
não só no seu ser pão e vinho, mas no seu tornar-
do Banquete Eucarístico, distigüindo-o de uma
se pão e vinho. Para que o pão chegue a ser pão e o
ceia comum, afirma: “Pois todas as vezes que
vinho chegue a ser vinho, há todo um processo
comerdes este pão e beberdes deste cálice,
desencadeado pelo homem. Ele prepara a terra,
anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha”
semeia, cuida, colhe. Mói o trigo, transforma-o em
(1Cor 11, 26)
massa, para que finalmente chegue a ser pão. Ele
O banquete ou jantar tem por objetivo
planta a videira, cuida dela, colhe a uva, fá-la
exprimir uma atitude de festa. Através do
passar por todo um processo de fermentação
banquete, do jantar ou uma refeição fraterna
para, então, saborear o fruto da videira. Por isso,
realiza-se uma união, uma aliança, um encontro, um
significam a ação e o trabalho do homem.
intercâmbio, uma permuta, um serviço. No fundo,
Abrangem não só o que o homem é, mas também o
realiza-se um convívio. Quem convida alguém para
que ele faz e possui através da sua ação criadora
comer, quer partilhar a vida com ele, deseja fazê-
como colaborador na obra de Deus.
lo conviver. Quer partilhar com ele o que há de
mais precioso, a vida.
c)
O pão e o vinho simbolizam Jesus Cristo.
Na Última Ceia, Jesus relacionou o pão com seu
Se aplicarmos agora a riqueza de sentido do
Corpo dado, com sua morte salvadora; e o vinho
banquete ou da ceia à Eucaristia, descobriremos
com o Cálice do seu sangue que é derramado, com
que a Celebração Eucarística é uma festa por
seu sangue da nova e eterna aliança. Cristo
excelência,
Cristo.
relacionou, portanto, o pão e o vinho com o
Comemoramos a Morte e Ressurreição de Cristo
mistério de sua Páscoa, de sua Paixão-Morte e
com tudo o que significam para nós. Realizamos a
Ressurreição.
em
que
celebramos
maior homenagem que podemos prestar a Deus
Assim, na hora em que estes sinais adquirem
por Cristo. A Eucaristia é um agradecimento por
o seu significado na Celebração Eucarística, o pão
27
e o vinho exprimem a nossa vida, a nossa ação,
A seguir, assim preparados, assim dispostos
aquilo que somos e o que fazemos relacionado com
e reconciliados, podem aclamar: o Pai Nosso...
Cristo, conforme Cristo.
como que uma resposta, a síntese final da própria
Se o pão e o vinho significam a nossa vida,
Oração Eucarística. É na atitude do Pai nosso,
com tudo o que somos e temos, unida a Cristo,
orientados
todos
ao
Pai
então o rito da preparação das oferendas é de
conseqüentemente
grande importância.
participar da mesma mesa.
como
como
irmãos,
filhos,
que
e
podem
Quando, pois, representantes da assembléia
Nessa linha do Pai nosso, dos filhos e filhas
levam as oferendas ao altar, eles levam a nossa
do mesmo Pai, que torna todos irmãos, que se
vida, o nosso trabalho, as nossas realizações,
amam e se perdoam é de importância, antes da
unidos a Cristo. Podemos dizer que no mistério nós
Comunhão, o rito da paz, pois só quem for capaz
nos colocamos com Cristo sobre o altar para
de viver a paz com o irmão pode participar da
sermos transformados em Cristo e por Cristo
mesa do mesmo Pai.
sermos apresentados ao Pai.
Por isso, após a Oração Eucarística e o Pai-
Ao preparar as oferendas, o sacerdote
Nosso e antes da comunhão, os cristãos desejam
deposita um pouco de água no cálice com vinho.
expressar por um gesto de união e de amor o que
Sabemos que os judeus usavam o vinho misturado
se realizou na oração comum e se há de
com água na celebração da Páscoa, gesto com
manifestar ainda mais profundamente na hora da
certeza praticado por Jesus. O vinho, segundo a
Comunhão: a conversão a Deus e ao próximo.
Sagrada Escritura, lembra a redenção pelo sangue
Após a fração do pão que precede o rito da
e de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo
Comunhão, o Celebrante coloca uma partícula da
que a água traz à mente o povo de Deus salvo das
hóstia no cálice, rezando em silêncio: “Esta união
águas e o novo povo de Deus nascido das águas do
do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor
Batismo.
nosso, que vamos receber nos sirva para a vida
Assim como as gotas de água colocadas no
eterna”.
vinho somem totalmente, são assumidas pelo
A união dos dois elementos separados pelo
vinho, transformadas em vinho, no Sacrifício da
memorial da morte de Jesus Cristo é feita para
Missão nós devemos entrar em Cristo, identificar-
simbolizar
nos com Ele, fazer-nos um com Ele.
celebra não o Cristo morto, mas o Cristo morto e
Vendo
a
disposição
do
homem,
a
sua ressurreição. A Eucaristia
sua
ressuscitado, pão vivo descido dos céus, garantia
orientação ao Senhor e Criador, como rei e
da imortalidade. A oração fala de um Cristo vivo
sacerdote da criação com tudo o que é e possui
que é Senhor nosso; um Cristo alimento; um Cristo
representados pelo símbolo do pão e do vinho,
alimento para a vida eterna.
Deus os aceita em Cristo. Não só os aceita, mas os
Em todas as missas cantamos ou recitamos
transforma, os assume pela ação de graças por
“Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Cristo, com Cristo e em Cristo. A palavra dirigida
tende piedade de nós”; e “Eis o Cordeiro de Deus,
a Cristo no dia do seu batismo e no Monte Tabor
que tira os pecados do mundo”.
renova-se em cada celebração Eucarística, no
O
cordeiro
um
símbolo
as
de
significados,
ação de graças. Mas esta palavra não se restringe
Escrituras. No Antigo Testamento o Cordeiro
a Jesus Cristo. Ela se dirige a todos os que se
tornou-se símbolo de libertação e vida de um povo
inseriram na atitude de Cristo: “Este é o meu
quando aspergiram os umbrais das portas com o
filho, esta é a minha filha muito amados, nos quais
sangue do cordeiro. E cada ano, celebrando a
28
considerarmos
cheio
momento em que Cristo se torna presente pela
tenho posto minha complacência”.
se
é
Sagradas
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Páscoa, as famílias dos hebreus comiam o cordeiro
Portanto, a Eucaristia continua, pois a comunidade
pascal em comemoração à libertação do Egito.
celebrante parte em missão.
Vendo nossa generosidade, Deus nos convida
No fim de cada missa o Sacerdote ou o
à maior intimidade possível, à intimidade do
Diácono diz: “Vamos em paz e o Senhor nos
banquete, à intimidade do amor, à intimidade da
acompanhe”. Na forma original: “Ide, tendes uma
comunhão de vida, transformando esta relação
missão a cumprir”. Missão de paz com Cristo e
num comércio santo, em que Deus dá de si mesmo
com os irmãos; uma missão de viver com o Senhor,
em alimento, em união. Deus nos faz participar de
pois ele nos deve acompanhar ou, nós devemos ser
sua mesa, mesa de alegria, de paz, de vida, onde
a presença dele no mundo.
ele mesmo é o alimento; ele nos faz participar da
sua imortalidade.
A Celebração Eucarística se encerra com a
saudação, a benção e a despedida. A Oração
depois da comunhão, serve de conclusão do rito de
Comunhão. Após esta oração e antes dos ritos
finais é o momento apropriado para avisos
Fonte:
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III,
Ed.Vozes, 2008 – p. 112-1113.
Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes,
9ª Ed. 2001
paroquiais.
Ritos Finais
Após a oração pós-comunhão, iniciam os
Ritos Finais. O presidente dá a benção e envia os
fiéis para continuar a Eucaristia em suas vidas.
29
6º ENCONTRO: INTRODUÇÃO AO CREDO – CREIO E M DEUS PAI
1. Objetivo:
 Conhecer o símbolo dos apóstolos, na qual é a expressão da
estrutura e profissão de fé cristã.
 Conscientizar que o cristão que foi batizado professa sua fé no
Deus Verdadeiro.
2. Conteúdo do Encontro:
 Trabalhar os termos credo, símbolo dos apóstolos, profissão
de fé.
 Esta oração apresenta as verdades que cremos, gerando em
nós uma comunhão com os irmãos e com a Santíssima Trindade.
 Mostrar nossa profissão de fé no Deus único, apresentando os seus atributos de Pai, TodoPoderoso e Criador.
 Recordar a criação do mundo que é o começo e o fundamento de todas as obras de Deus,
 A oração do credo é rezada em especial na missa e no início do terço.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Converse com os catequizandos sobre questões que aceitamos como verdades para mostrar que
crer faz parte de nossa vida, muitas vezes sem provas.
 Exemplos de questões:
o O homem foi para a lua, certo? Como sabemos que é verdade?
o A terra gira em torno do Sol? Como podemos ter certeza?
o Quando doente você foi ao médico e ele lhe deu remédios, você tomou? Como pode ter certeza
de que ele não estava lhe dando um veneno?
 Explore a relação em acreditar nestas e em outras questões e na Palavra de Deus. Aceitamos
muitas coisas como verdades, não questionamos! Mas quando o assunto é religião ficamos cheios de
porquês! As pessoas acreditam em muitas coisas, mas com facilidade duvidam da Palavra de Deus.
 Convide-os a ler Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17 para que possam perceber que apesar de não ser
possível provar podemos dar razões de nossa fé – ou seja podemos com a nossa própria vida
explicar porque acreditamos em Deus.
 Converse sobre as maravilhas criadas, a perfeição da natureza, do universo, do corpo humano, como
funcionam... as descobertas dos cientistas... o DNA... nossa visão..., o funcionamento do cérebro...
quanto mais os cientistas nos revelam suas descobertas mais percebemos que seria difícil existir
tanta perfeição sem que o autor fosse Deus.
 Agora pergunte que imagem têm de Deus – quem é Deus para eles. Refletir sobre que imagem de
Deus nós temos.
 Com o texto da apostila: explicar que a fé é um ato pessoal (Deus nos fez livres para acreditar ou
não) – mas é também um ato eclesial, isto é, da Igreja (CIC 166-169).
 A Igreja é formada por pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos. Por causa disso, desde os
primeiros séculos a Igreja adotou uma fórmula para que todos os cristãos em todas as partes do
mundo usassem uma linguagem comum para exprimir a sua fé – daí nasceu a oração do Credo ou
Símbolo dos Apóstolos.
 Comparar e explicar os dois – indicando as semelhanças – usar a apostila.
30
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
 Pedir que fechem as apostilas e faça uma tempestade de idéias formulando perguntas usando o
texto da apostila sobre as características de Deus – onisciente, onipresente, onipotente,
transcendente, eterno, imutável, perfeito e santo, trino.
 Tudo o que os catequizandos responderem será escrito no quadro.
 Discutir as respostas eliminando do quadro as respostas incorretas.
 Explicar o que isto significa dizer que: Deus está na origem de tudo, Ele nos criou à sua imagem e
semelhança.
 Discutir as qualidades de Deus: é bom, é amor, é misericordioso, é compassivo, é paciente, é
verdade, é fiel e é justo.
 Descobrir como é o Deus que está no coração dos seus catequizandos – com quem Ele se parece?
4. Leitura utilizada: Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem e uma vela acesa.
6. Material utilizado: figuras representando Deus (Deus-castigo e Deus-amor).
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
8. Momento de Oração:
 Distribuir as frases entre os catequizandos. Todos ao redor da vela acesa (se achar difícil mantêla acesa durante todo o encontro acendê-la somente no momento da oração)
 Catequista: A luz da vela é o símbolo da fé (está presente na missa, nos sacramentos, no sacrário).
Com a ajuda do símbolo da fé, vamos fazer a nossa profissão de fé, afirmamos que somos pessoas
que acreditam em Deus e em seus ensinamentos:
Catequizandos: (cada um lê o seu) e todos respondem:
Todos: Senhor, eu Creio, mas aumenta a minha fé!
Catequizando: Creio em Deus, que nos ama e nos quer felizes.
Catequizando: Creio que Deus criou todas as coisas que existem no mundo.
Catequizando: Creio que Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
Catequizando: Creio que Deus sabe tudo, todas as coisas que acontecem são do conhecimento
Dele..
Catequizando: Creio que Deus tem autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as
criaturas.
Catequizando: Creio que Deus é eterno – Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem
no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá. Ele não está limitado ao tempo humano.
Catequizando: Creio que as coisas extraordinárias que o homem descobre pela ciência revelam a
bondade e o poder de Deus, como criador de tudo o que existe.
Catequizando: Creio que a ciência, a busca da verdade pelo estudo, também é obra de Deus, pois
foi Ele quem deu inteligência para o ser humano.
Catequizando: Creio que as verdades de nossa fé, foram transmitidas por dois mil anos e que
muitas pessoas deram a vida em nome desta fé.
Catequizando: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus que veio ao mundo revelar o amor do Pai.
Catequizando: Creio que Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar.
31
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O ser humano sente dentro de si uma
profunda sede do Infinito. É Deus mesmo quem
são sinceras - nós simplesmente acreditamos
nelas.
provoca em nós essa sede, ao mesmo tempo em
Assim é também com Deus e a fé que n'Ele
que vem ao nosso encontro, mostrando a sua
depositamos. Alias, podemos dar muito mais
verdadeira face. Como resposta a essa ação de
crédito àquilo que Deus nos revela do que aquilo
Deus, que preenche nossa vida, temos a fé.
que nos é dito pelas pessoas. Os seres humanos
"A fé é o fundamento da esperança, é uma
podem enganar-se, Deus nunca. Confiamos n'Ele
certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1).
porque Ele não pode nem enganar-se e nem
Pela
enganar-nos. (CIC 156).
fé
o
homem
livremente
se
entrega
inteiramente ao Deus que se revela, dizendo seu
"sim" a tudo o que Ele disse e fez (cf. DV 5).
Essa fé, em primeiro lugar, é um dom de
Deus. Não poderíamos crer, não poderíamos
Mas como poderíamos saber com certeza se
o conteúdo da revelação é pura invenção da mente
humana? Como podemos saber se Deus é ou não
um belo engano da humanidade?
conhecer e nem sequer perceber a presença de
Essas perguntas são feitas por muitas
Deus se não fosse Ele mesmo quem nos inspirasse
pessoas em nosso tempo, que se questionam sobre
e nos conduzisse. O Espírito Santo ilumina nosso
a validade de crer ou não em Deus. Muitos alegam
ser, move nosso coração e converte-o, abre
que a hipótese de Deus existir não é válida porque
nossos olhos a fim de que vejamos e aceitemos,
não se pode comprovar. Na verdade nós, cristãos,
aderindo à verdade que nos foi revelada (cf. DV
sabemos que o conteúdo da Revelação não pode
5).
ser provado cientificamente. Ninguém pode levar
A fé é dom de Deus, mas é também um ato
Deus até o laboratório e verificar que Ele é Amor,
humano. Crer em Deus é confiar n'Ele não diminui
porque crer nisso é dom de Deus e não fruto dos
nossa inteligência, nem nossa liberdade. "Já no
esforços humanos.
campo das relações humanas não é contrário à
A fé é dom, mas Deus quis se utilizar de
nossa própria dignidade crer no que outras
meios externos para comprová-la a fim de que nós
pessoas nos dizem ... " (CIC 154). Com freqüência
pudéssemos ter segurança no nosso crer. Quando
acreditamos em nossos semelhantes. Cremos no
Deus se revela, Ele garante-nos provas que
médico que nos dá seu diagnóstico, cremos no
tornam o conteúdo da revelação digno e ser aceito
cientista que nos expõe suas teorias, cremos em
pela nossa razão. "Deus ( ... ) se impõe a si mesmo,
nossos amigos quando nos revelam seus segredos e
isto é, se faz experienciar perante testemunhas
suas intenções, cremos em nossos pais quando nos
... " (Schneider, 2000, p. 55).
contam nossa história. A maioria das nossas
relações pessoais gira em torno da crença que
Um dos meios externos dos quais Deus se
utiliza são os milagres.
depositamos nas pessoas. Não comprovamos tudo
Eles ocorreram no povo da Antiga Aliança,
o que nos dizem, porque isso seria impossível! Não
na Nova Aliança, em especial com Jesus, na vida
precisamos estudar todo o curso de medicina para
dos santos e santas e ocorrem ainda hoje. Deus os
comprovarmos a veracidade das palavras do
realiza não para mostrar seu poder, nem para
médico, nem muito menos podemos refazer todas
fazer um espetáculo, nem muito menos para
as experiências científicas para comprovar que
agradar aqueles que querem exigir de Deus uma
são ou não mentirosas, menos ainda podemos
resposta mágica para seus problemas. Os milagres
penetrar no interior das pessoas para saber se
acontecem porque Deus quer comprovar sua
doutrina, porque ele quer garantir que a revelação
32
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
é digna de fé, e não uma doutrina completamente
incoerente com a ciência. Porém, alguns dos
maluca, inventada pelos homens (cf. CIC 156;
grandes cientistas da história acreditavam e
Eicher, 1993, p. 552 - 559).
acreditam
em
Deus.
Fé
e
ciência
não
se
Para nos ajudar a comprovar a credibilidade
contradizem, mas complementam-se mutuamente.
da fé temos também uma imensa "nuvem de
A verdade científica pode ajudar a esclarecer
testemunhas" (Hb 12,1) a nos cercar - são os
pontos obscuros da fé, bem como a fé pode
homens e mulheres que acreditaram e foram
auxiliar na resposta às questões que a ciência não
capazes de doar toda sua vida, inclusive pagando o
consegue responder (cf. GS 36).
caro preço do martírio a fim de não negar suas
convicções.
Os
mártires
não
são
"malucos
A fé, tanto como dom de Deus quanto como
ato
humano,
deve
ser
cultivada.
Devemos
desvairados". Eles de fato tinham certeza de sua
alimentá-la com a Palavra de Deus e com uma vida
fé. Ninguém morre por uma mentira. Assim, Pedro,
intensa de oração, esclarecendo as dificuldades
Tiago, Tomé e os demais apóstolos sabiam que
que se nos apresentam com a confiança de que
tinham visto e comprovado que Jesus havia
Deus jamais nos deixará de iluminar com seu
ressuscitado dentre os mortos. Eles não podiam
Santo Espírito, que nos ensina "toda a verdade"
negar tal fato, pois era a verdade. Por isso
(cf. Jo 16,13).
morreram.
"A fé é certa, mais certa do que qualquer
conhecimento humano" (CIC 157). Por isso, ela não
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol
III, Ed. Vozes, 2002 – p. 32-34.
pode estar em desarmonia com a razão. É o mesmo
Deus quem criou o ser humano capaz de raciocinar
e capaz de crer. Por isso, fé e ciência se
complementam. Não faltam pessoas que negam a
veracidade da Revelação afirmando que ela seria
O QUE O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA FALA SOBRE O TEMA:
30. Porque é que a fé é um ato pessoal e ao
pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos,
mesmo tempo eclesial? (166-169) – A fé é um ato
professa, unânime e a uma só voz, a única fé,
pessoal, enquanto resposta livre do homem a Deus
recebida dum só Senhor e transmitida pela única
que se revela. Mas é ao mesmo tempo um ato
Tradição Apostólica. Professa um só Deus – Pai,
eclesial, que se exprime na confissão: “Nós
Filho e Espírito Santo – e manifesta uma única via
cremos”. De fato, é a Igreja que crê: deste modo,
de salvação. Portanto, nós acreditamos, num só
ela, com a graça do Espírito Santo, precede, gera
coração e numa só alma, tudo o que está contido
e nutre a fé do indivíduo. Por isso a Igreja é Mãe
na Palavra de Deus, transmitida ou escrita, e nos é
e Mestra.
proposto pela Igreja como divinamente revelado.
31. Porque é que as fórmulas da fé são
33. O que são os Símbolos da Fé? (185-188 –
importantes? (170-171) – As fórmulas da fé são
192. 197) – São fórmulas articuladas, também
importantes porque permitem exprimir, assimilar,
chamadas “profissões de fé” ou “Credo”, mediante
celebrar e partilhar, juntamente com outros, as
as quais a Igreja, desde as suas origens, exprimiu
verdades da fé, utilizando uma linguagem comum.
resumidamente e transmitiu a própria fé, numa
32. De que maneira a fé da Igreja é uma só?
linguagem normativa e comum a todos os fiéis.
(172-175) – A Igreja, embora formada por
33
36. Porque é que a profissão de fé começa com
mistério inacessível à razão humana sozinha, e
“Creio em Deus”? (198-199) – Porque a afirmação
mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do
“Creio em Deus” é a mais importante, a fonte das
Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Tal
outras verdades respeitantes ao homem, ao
mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte
mundo e à nossa vida de crentes n’Ele.
de todos os outros mistérios.
37. Porque professamos um só Deus? (200-202)
46. O que nos revela Jesus Cristo sobre o
– Porque Ele se revelou ao povo de Israel como o
mistério do
Único, quando disse: “Escuta Israel, o Senhor é
revela-nos que Deus é “Pai”, não só enquanto é
um só” (Dt 6,4), “não há outros” (Is 45,22). O
Criador do universo e do homem, mas sobretudo
próprio Jesus o confirmou: Deus é “o único
porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que
Senhor” (Mc 12,29). Professar que Jesus e o
é o seu Verbo, “resplendor da sua glória, e imagem
Espírito Santo são também eles Deus e Senhor,
da sua substância” (Heb1, 3).
não introduz nenhuma divisão no Deus Uno.
Pai?
(240-242) – Jesus Cristo
47. Quem é o Espírito Santo que Jesus Cristo
42. De que maneira Deus revela que é amor?
nos revelou? (243-248) – É a terceira Pessoa da
(218-221) – Deus revela-se a Israel como Aquele
Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai
que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe
e ao Filho. Ele “procede do Pai” (Jo 15, 26), o qual,
pelos seus filhos ou o esposo pela sua esposa. Ele,
princípio sem princípio, é a origem de toda a vida
em Si mesmo, “é amor” (1 Jo 4,8.16), que se dá
trinitária. E procede também do Filho (Filioque),
completa e gratuitamente, “que tanto amou o
pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho.
mundo que lhe deu o seu próprio Filho unigênito,
Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito
para que o mundo seja salvo por seu intermédio”
Santo conduz a Igreja “ao conhecimento da
(Jo 3,16-17). Enviando o seu Filho e o Espírito
Verdade total” (Jo 16, 13).
Santo, Deus revela que Ele próprio é eterna
permuta de amor.
48. Como é que a Igreja exprime a sua fé
trinitária? (249-256, 266) – A Igreja exprime a
43. O que implica crer em um só Deus? (222-
sua fé trinitária confessando um só Deus em três
227, 229) – Crer em Deus, o Único, implica:
Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três
conhecer a sua grandeza e majestade; viver em
Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma
ação de graças; confiar sempre n’Ele, até nas
delas é idêntica à plenitude da única e indivisível
adversidades;
a
natureza divina. Elas são realmente distintas
verdadeira dignidade de todos os homens, criados
reconhecer
a
unidade
e
entre si, pelas relações que as referenciam umas
à imagem de Deus; usar retamente as coisas por
às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo
Ele criadas.
Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.
44. Qual é o mistério central da fé e da vida
49. Como operam as três Pessoas divinas?
cristã? (232-237) – O mistério central da fé e da
(257-260, 267) – Inseparáveis na sua única
vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade.
substância, as Pessoas divinas são inseparáveis
Os cristãos são batizados no nome do Pai e do
também no seu operar: a Trindade tem uma só e
Filho e do Espírito Santo.
mesma operação. Mas no único agir divino, cada
45. O mistério da Santíssima Trindade pode
ser conhecido só pela razão humana? (237) –
Pessoa está presente segundo o modo que lhe é
próprio na Trindade.
Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na
50. O que significa que Deus é onipotente?
criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade
(268-278) – Deus revelou-se como “o Forte, o
do seu Ser como Trindade Santa constitui um
Potente” (Sal 24, 8-10), Aquele para quem “nada é
34
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
é
55. Em que consiste a Providência divina? (302-
universal, misteriosa, e manifesta-se na criação
306, 321) – A Providência divina consiste nas
do mundo a partir do nada e na criação do homem
disposições com as quais Deus conduz as suas
por amor, mas sobretudo na Encarnação e na
criaturas para a perfeição última, à qual Ele as
Ressurreição do Seu Filho, no dom da adoção filial
chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio.
e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige
Mas para a realização do mesmo serve-se também
a sua oração ao “Deus onipotente e eterno”
da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo
(“Omipotens sempiterne Deus”).
tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por
impossível”
(Lc
1,37).
A
sua
onipotência
51. Porque é importante afirmar: “No princípio
si mesmas, de serem causas umas das outras.
criou Deus o céu e a terra” (Gn 1,1)? (279-
56. Como é que o homem colabora com a
289, 315) – Porque a Criação é o fundamento de
Providência divina? (307-308,323) – Ao homem,
todos os projetos divinos de salvação; manifesta o
Deus concede e requer, respeitando a sua
amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro
liberdade, a colaboração através das suas ações,
passo para a Aliança do Deus único com o seu
das
povo; é o início da história da salvação que culmina
sofrimentos, suscitando nele “o querer e o operar
em Cristo; é uma primeira resposta às questões
segundo os seus benévolos desígnios” (Filp 2,13).
fundamentais do homem acerca da sua própria
origem e do seu fim.
suas
orações
e
mesmo
com
os
seus
57. Se Deus é onipotente e providente porque
é que existe o mal? (309-310, 324. 400) – A
52. Quem criou o mundo? (290-292, 316) – O
esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só
Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único
o conjunto da fé cristã pode dar resposta. Deus
e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação
não é de maneira nenhuma, nem diretamente nem
do mundo seja particularmente atribuída ao Pai.
indiretamente, a causa do mal. Ele ilumina o
53. Para que foi criado o mundo? (293-294,
319) – O mundo foi criado para a glória de Deus,
que quis manifestar e comunicar a sua bondade,
verdade e beleza. O fim último da criação é que
mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que
morreu e ressuscitou para vencer aquele grande
mal moral que é o pecado dos homens e que é a
raiz dos outros males.
Deus, em Cristo, possa ser “tudo em todos” (1 Cor
58. Porque é que Deus permite o mal? (311-
15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade.
314,324) – A fé dá-nos a certeza de que Deus não
54. Como é que Deus criou o universo? (295301
–
317-320)
–
Deus
criou
o
universo
livremente, com sabedoria e amor. O mundo não é
o produto duma necessidade, dum destino cego ou
do acaso. Deus criou “do nada” (ex nihilo: 2Mac
7,28) um mundo ordenado e bom, que Ele
permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o
bem. Deus realizou admiravelmente isso mesmo na
morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do
maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou
os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa
redenção.
transcende infinitamente. Deus conserva no ser a
sua criação e sustenta-a, dando-lhe a capacidade
de agir, e conduzindo-a à sua realização, por meio
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
(Site: www.vatican.va)
do seu Filho e do Espírito Santo.
35
7º ENCONTRO – CREIO EM JESUS CRISTO E NO ESPÍRITO SANTO
1. Objetivo:
 Reconhecer Jesus Cristo presente na sua vida diária, com fé e
amor por Ele que tanto nos ama.
 Fortalecer a fé no Espírito Santo reconhecendo-o no cotidiano
da vida.
2. Conteúdo do Encontro:
 Mostrar o significado do nome Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, que veio ao mundo e viveu com as pessoas
de seu tempo.
 Mostrar que Jesus nos ensina o caminho que nos leva ao Pai, um
caminho que conduz a uma vida feliz com Deus.
 Com Jesus temos o perdão dos pecados, a salvação dada a todas
as pessoas e a vida eterna.
 Apresentar o Espírito Santo como luz para andar na direção de Deus.
 Mostrar que o Espírito Santo se faz presente no nosso dia-a-dia.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Fazer a leitura do texto da apostila e conversar sobre o que conhecem sobre Jesus.
a.
Jesus é Filho único de Deus (CIC 430-451)
b. Foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria (CIC 456-478/484-507)
c.
Padeceu sob Pôncio Pilatos (CIC 571-573 / 595-618)
d. Foi sepultado (CIC 624-628)
e.
Desceu aos infernos (CIC 632-635)
f.
Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus (CIC 638-655)
g.
Donde há de vir julgar os vivos e os mortos (CIC 668-679)
 Ler o texto da apostila sobre o Espírito Santo e conversar sobre o que já conhecem:
h. Creio no Espírito Santo (687-688) (se quiser pode aprofundar até o 741).
4. Leitura utilizada: Lc 3, 22; Mt 17, 5; Rm 5, 7
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, vela, flores e imagem.
6. Material utilizado: Apostila e Bíblia. CD com música instrumental para o momento de oração.
7. Atividades: Fazer as atividades da apostila junto com os catequizandos.
8. Momento de Oração:
 Invocar o Espírito Santo
 Ler 1Jo4, 7-16 (de preferência coloque uma música instrumental e peça aos catequizandos que
fechem os olhos. Leia o texto calmamente).
 Pedir que leiam o versículo que mais gostaram e comentem.
 Encerrar com a Profissão de Fé (Credo)
36
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
“E
EM
JESUS
CRISTO,
SEU
ÚNICO
FILHO,
reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer
NOSSO SENHOR”
conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo
81. Que significa o nome “Jesus”? (430-435) – Dado
de santidade; para nos tornar “participantes da
pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome “Jesus”
natureza divina” (2 Ped 1, 4).
significa “Deus salva”. Exprime a sua identidade e a sua
86. Que significa a palavra “Encarnação”? (461-463)
missão, “porque é Ele que salvará o seu povo dos seus
– A Igreja chama “Encarnação” ao mistério da admirável
pecados” (Mt 1,21). Pedro afirma que “não existe
união da natureza divina e da natureza humana na única
debaixo do céu outro Nome dado aos homens pelo qual
Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o
possamos ser salvos” (Act 4,12).
Filho de Deus fez-se “carne” (Jo 1,14) tornando-se
82. Porque é que Jesus é chamado “Cristo”? (436-
verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal
440) – “Cristo” em grego, “Messias” em hebraico,
distintivo da fé cristã.
significa “ungido”. Jesus é o Cristo porque é consagrado
87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e
por Deus, ungido pelo Espírito Santo para a missão
verdadeiro
redentora. Ele é o Messias esperado por Israel, enviado
inseparavelmente,
ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias,
homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de
precisando porém o seu sentido: “descido do céu” (Jo
Deus, que é “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”,
3,13), crucificado e depois ressuscitado, Ele é o Servo
fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com
Sofredor “que dá a sua vida em resgate pela multidão”
isto deixar de ser Deus, nosso Senhor.
(Mt 20,28). Do nome Cristo é que veio para nós o nome
88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedônia
de cristãos.
(ano 451)? (467) - O Concílio de Calcedônia ensina a
83. Em que sentido Jesus é o “Filho Unigênito de
confessar “um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus
Deus”? (441-445) – No sentido único e perfeito. No
Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito na sua
momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai
humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
designa
Jesus
como
seu
“Filho
homem?
(464-467)
verdadeiro
Deus
–
Jesus
e
é,
verdadeiro
predileto”.
composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao
Apresentando-se a Si mesmo como o Filho que “conhece
Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela
o Pai” (Mt 11,27), Jesus afirma a Sua relação única e
humanidade, “em tudo semelhante a nós, exceto no
eterna com Deus Seu Pai. Ele é “o Filho Unigênito de
pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes de todos os
Deus” (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Trindade. É o
séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos,
centro da pregação apostólica: os Apóstolos viram “a
por nós homens e para nossa salvação, nascido da
Sua glória, como de Unigênito do Pai” (Jo 1, 14).
Virgem Maria e Mãe de Deus, segundo a humanidade”.
84. O que significa o título “Senhor”? (446-451) – Na
89. Como é que a Igreja exprime do mistério da
Bíblia,
Deus
Encarnação? (464-469) – Exprime-o afirmando que
Soberano. Jesus atribui-o a si mesmo e revela a sua
Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
soberania divina através do poder sobre a natureza,
com duas naturezas, a divina e a humana, que se não
sobre os demônios, sobre o pecado e sobre a morte,
confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo.
sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras
Portanto, na humanidade de Jesus, tudo – milagres,
confissões cristãs proclamam que o poder, a honra e a
sofrimento, morte – deve ser atribuído à sua Pessoa
glória devidas a Deus Pai são também devidas a Jesus:
divina, que age através da natureza humana assumida.
Deus “deu-Lhe o Nome que está acima de todos os
90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma
nomes” (Fil 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história,
com um conhecimento humano? (470-474) – O Filho de
o único a quem o homem deve submeter completamente
Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional
a própria liberdade pessoal.
humana. Com a sua inteligência humana, Jesus aprendeu
85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem?
muitas coisas através da experiência. Mas também,
(456-460) – O Filho de Deus encarnou no seio da
como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento
Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa
íntimo e imediato de Deus seu Pai. Penetrava igualmente
este
título
designa
habitualmente
de nós homens e para nossa salvação, ou seja: para nos
37
os pensamentos secretos dos homens e conhecia
Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de
plenamente os desígnios eternos que Ele viera revelar.
salvação.
91. Como se harmonizam as duas vontades do Verbo
98. Que significa a conceição virginal de Jesus?
encarnado? (475) – Jesus tem uma vontade divina e
(496-498) – Significa que Jesus foi concebido no seio
uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de
da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem
Deus quis humanamente o que divinamente decidiu com
intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste,
o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A
segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a
vontade humana de Cristo segue, sem oposição ou
natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas
relutância,
suas naturezas, existindo nele uma única Pessoa, a
a
vontade
divina,
ou
melhor,
está
subordinada a ela.
divina.
92. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano? (476-
99. Em que sentido Maria é “sempre Virgem”? (499-
477) – Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano,
507) – No sentido de que Maria “permaneceu Virgem na
através do qual Deus invisível se tornou visível. Por esta
concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem
razão, Cristo pode ser representado e venerado nas
grávida,
santas imagens.
Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de
93. O que significa o Coração de Jesus? (478) –
“irmãos e irmãs de Jesus”, trata-se de parentes
Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração
próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na
humano. O Seu coração trespassado para nossa salvação
Sagrada Escritura.
é o símbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o
100. De que modo é que a maternidade espiritual de
Pai e cada um dos homens.
Maria é universal? (501-507) – Maria tem um único
94. “Concebido por obra do Espírito Santo...”: o que
Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual
significa esta expressão? (484-486) – Significa que a
estende-se a todos os homens que Ele veio salvar.
Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por
Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a
obra do Espírito Santo e sem a colaboração de homem:
Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que
“O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1, 35), disse-lhe
coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua
o Anjo na Anunciação.
formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a
95. “…Nascido da Virgem Maria”: porque é que
Virgem
mãe,
Virgem
perpétua”
(Santo
figura da Igreja e a sua realização mais perfeita.
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus? (495) –
112. Qual é a importância do Mistério pascal de
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe
Jesus? (571-573) – O Mistério pascal de Jesus, que
de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi
compreende a sua paixão, morte, ressurreição e
concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou
glorificação, está no centro da fé cristã, porque o
verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de
desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas
Deus Pai. É Ele mesmo Deus.
com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo.
96. O que significa “Imaculada Conceição”? (487-
117. Quem é responsável pela morte de Jesus?
492) – Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a
(595-598) – A paixão e a morte de Jesus não podem ser
eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para
imputadas indistintamente nem a todos os judeus então
cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto
vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no
significa que, pela graça de Deus e em previsão dos
tempo e no espaço. Cada pecador, isto é, cada homem, é
méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do
realmente causa e instrumento dos sofrimentos do
pecado original desde a sua concepção.
Redentor, e culpa maior têm aqueles, sobretudo se são
97. Como colabora Maria no desígnio divino da
salvação? (493-494) – Durante toda a sua existência,
cristãos, que mais freqüentemente caem no pecado ou
se deleitam nos vícios.
por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o
118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do
pecado pessoal. É a “cheia de graça” (Lc 1,28) e a “Toda
desígnio de Deus? (599-605) – Para reconciliar consigo
Santa”. Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz “o
todos os homens condenados à morte por causa do
Filho do Altíssimo” (Lc 1,32), dá livremente o seu
pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o
assentimento com a “obediência da fé” (Rm 1,5). Maria
Seu Filho para que se entregasse à morte pelos
entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho
pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em
38
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte
designam o estado de todos aqueles que, justos ou
de Jesus acontece “segundo as Escrituras”.
maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua
119. Com é que Cristo se ofereceu ao Pai? (606-
Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos
609) – Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para
que
realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá “a sua vida
finalmente à visão de Deus. Depois de com a sua morte,
em resgate por muitos” (Mc 10,45) e deste modo
ter vencido a morte e o diabo “que da morte tem o
reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu
poder” (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o
sofrimento e a sua morte manifestam como a sua
Redentor, e abriu-lhes as portas do Céu.
humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor
126. Que lugar ocupa a ressurreição de Cristo na
divino que quer a salvação de todos os homens.
nossa fé? (631, 638) – A Ressurreição de Jesus é a
120. Como se manifesta na última Ceia a oferta de
verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa,
Jesus? (610-611) – Na última Ceia com os Apóstolos, na
com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal.
vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e
127. Que “sinais” atestam a ressurreição de Jesus?
realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si
(639-644) – Para além do sinal essencial constituído
mesmo: “este é o meu corpo entregue por vós”, “este é
pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada
o meu sangue, que é derramado...” (Lc 22,19-20). Ele
pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar
institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como
Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus
“memorial” (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus
“apareceu
Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança.
Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmãos de
esperavam
o
a Cefas
seu
Redentor
(Pedro)
e
para
acederem
depois aos Doze.
do
uma só vez” (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os
Getsemani? (612) – Apesar do horror que a morte
Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição,
provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o
uma vez que esta lhes parecia impossível: de fato,
próprio “Autor da vida” (Act 3,15), a vontade humana do
Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade.
Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar,
128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo
Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no
um acontecimento transcendente? (647, 656-657) –
seu corpo, “fazendo-se obediente até à morte” (Fil 2,8).
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e
122. Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na
atestado
cruz? (613-617) – Jesus ofereceu livremente a Sua vida
Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de
em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas
Cristo na glória de Deus, transcende e supera a
culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte.
história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo
Este “amor até ao fim” (Jo 13,1) do Filho de Deus
ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus
reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício
discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do
pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo
povo.
único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão
129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de
com Deus.
Jesus? (645-646) – A Ressurreição de Cristo não foi
123. Porque é que Jesus convida os discípulos a
um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é
tomar a sua cruz? (618) – Chamando os discípulos a
Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da
“tomar a sua cruz e a segui-Lo” (Mt 16,24), Jesus quer
Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina
associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que
com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta
dele sãos os primeiros beneficiários.
razão, Jesus ressuscitado é soberanamente livre de
121.
Que
acontece
na
agonia
do
horto
124. Em que condições estava o corpo de Cristo no
sepulcro? (624-630) – Cristo conheceu uma verdadeira
através
dos
sinais
e
testemunhos,
a
aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele
quer e sob aspectos diversos.
morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino
130. De que modo a Ressurreição é obra da
preservou o seu corpo da corrupção.
Santíssima Trindade? (648-650) – A Ressurreição de
125. O que são “os infernos”, aos quais Jesus
desceu? (632-637) – Os “infernos” (não confundir com
o inferno da condenação) ou mansão dos mortos,
Cristo é uma obra transcendente de Deus. As três
Pessoas atuam conjuntamente segundo o que lhes é
próprio: o Pai manifesta o Seu poder; o Filho “retoma” a
39
vida que livremente ofereceu (Jo 10,17) reunindo a Sua
“com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. O Espírito
alma e o Seu corpo, que o Espírito vivifica e glorifica.
foi “enviado aos nossos corações” (Gal 4,6) para
131.
Qual
o
sentido
e
a
importância
da
recebermos a vida nova de filhos de Deus.
Ressurreição? (651-655) – A Ressurreição é o culminar
137. Porque é que as missões do Filho e do Espírito
da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, e
são inseparáveis? (687-690, 742-743) – Na Trindade
também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as
indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas
promessas divinas em nosso favor. Além disso, o
inseparáveis. De fato, desde o princípio até ao final dos
Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o
tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o
princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição:
Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como
a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adoção
filhos adotivos, podermos chamar Deus “Pai” (Rm 8,15).
filial que é a participação real na sua vida de Filho
O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da
unigênito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará
sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na
o nosso corpo.
Igreja.
132. O que é que significa a Ascensão? (659-667) –
138. Quais são as designações do Espírito Santo?
Passados os quarenta dias em que se mostrou aos
(691-693) – “Espírito Santo” é o nome próprio da
Apóstolos sob as aparências duma humanidade normal
terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-
que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe
lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado)
ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que
e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o
agora reina com a sua humanidade na glória eterna de
ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito
Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do
da glória, da promessa.
Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um
139. Com que símbolos se representa o Espírito
lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele.
Santo? (694-701) – São numerosos: a água viva que
133. Como reina agora o Senhor Jesus? (668-674) –
jorra do coração trespassado de Cristo; a unção com o
Senhor do cosmos e da história, Cabeça da sua Igreja,
óleo que é o sinal sacramental da Confirmação; o fogo
Cristo glorificado permanece misteriosamente sobre a
que transforma o que toca; a nuvem, obscura e
terra, onde o Seu Reino já está presente como germe e
luminosa, na qual se revela a glória divina; a imposição
início na Igreja. Ele um dia voltará em glória, mas não
das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a pomba
sabemos quando. Por isso, vivemos vigilantes, rezando:
que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no
“Vem, Senhor” (Ap 22,20).
batismo.
134. Como se realizará a vinda do Senhor na glória?
140. O que significa que o Espírito “falou pelos
(675-677) – Após o último abalo cósmico deste mundo
profetas”? (687-688,
que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o
profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo
triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o
Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito
Juízo final. Assim se cumprirá o Reino de Deus.
conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno
135. Como é que Cristo julgará os vivos e os
cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no
mortos? (678-679) – Cristo julgará com o poder
Novo Testamento.
adquirido como Redentor do mundo, vindo para salvar os
141. O que é que o Espírito Santo realiza em João
homens. Os segredos dos corações serão revelados,
Batista? (717-720) – João Batista, o último profeta do
bem como o procedimento de cada um em relação a
Antigo Testamento é cheio do Espírito Santo, que o
Deus e ao próximo. Cada homem será repleto de vida ou
envia a “preparar para o Senhor um povo bem disposto”
condenado para a eternidade segundo as suas obras.
(Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus:
Assim se realizará “a plenitude de Cristo” (Ef 4,13), na
Aquele sobre o qual João viu o Espírito descer e
qual “Deus será tudo em todos” (1 Cor 15,28).
permanecer, “Aquele que batiza no Espírito” (Jo 1,33).
“CREIO NO ESPÍRITO SANTO”
702-706)
– Com
o termo
142. Qual é a obra do Espírito em Maria? (721-726)
136. Que quer dizer a Igreja quando professa:
– Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a
“Creio
Santo”?(683-686) – Crer no
preparação do Antigo Testamento para a vinda de
Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da
Cristo. De forma única enche-a de graça e torna
Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e
fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus
40
no
Espírito
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
encarnado. Faz dela a Mãe do “Cristo total”, isto é, de
145. Que faz o Espírito Santo na Igreja? (733-741)
Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está
– O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito
com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito
de Amor, Ele torna a dar aos batizados a semelhança
inaugura os “últimos tempos” com a manifestação da
divina perdida por causa do pecado e os faz viver em
Igreja.
Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os
143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo Jesus,
a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas
na missão terrena? (727-730 ) – O Filho de Deus é
suas mútuas funções, para que todos dêem “o fruto do
consagrado Messias através da unção do Espírito na sua
Espírito” (Gal 5,22).
humanidade desde a Encarnação. Ele revela-O no seu
146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no coração
ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e
dos fiéis? (738-741) – Por meio dos sacramentos,
comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os
Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu
Apóstolos depois da Ressurreição.
Espírito e a graça de Deus que produz os frutos de vida
144. O que acontece no Pentecostes? (731-732) –
nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é
Cinqüenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes,
o Mestre da oração.
Jesus
Cristo
glorificado
infunde
o
Espírito
em
abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo
que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
(Site: www.vatican.va)
Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da
Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da
comunhão trinitária.
41
8º ENCONTRO: A IGR EJ A É U NA , SA NTA, CATÓ LICA E AP OST ÓLICA
1. Objetivo:
 Apresentar as quatro características como a identidade e
missão da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.
 Perceber que fazem parte desta identidade, desta missão,
deste Povo de Deus.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar cada característica mostrando que a Igreja é Una por
possuir uma só doutrina, Santa porque tem uma missão
redentora (salvadora) e santificadora, Católica por ser universal e Apostólica por transmitir e
testemunhar os ensinamentos dos apóstolos sobre a Igreja de Cristo.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Iniciar o assunto perguntando o que sabem sobre a nossa Igreja:
o Quem fundou a nossa Igreja? Quando?
o Quem é o chefe da Igreja no mundo? Quem escolheu o primeiro chefe? Como acontece a
escolha hoje?
o E aqui em nossa região? Como ele é escolhido?
o E aqui na nossa Igreja Catedral? Falar do Pároco, Vigário Paroquial, Diáconos e Seminarista.
 É importante saber que Jesus constituiu os apóstolos como líderes da Igreja com a
responsabilidade de formar comunidades nas quais se celebrasse e se vivesse os valores do Reino
de Deus.
 Jesus estabeleceu o amor fraterno como a principal regra da Igreja – os cristãos punham tudo em
comum (Atos 2, 42-47).
 No dia de Pentecostes Jesus enviou o Espírito Santo para iluminar o caminho da Igreja.
 Jesus sabia que seus líderes não eram perfeitos e livres de cometer pecados e a Igreja passou e
passa ainda por momentos em que necessita refletir e revisar os seus atos para andar conforme as
regras estabelecidas por Jesus.
 Também é importante saber que a Igreja é formada por cada um de nós. Jesus é a cabeça da
Igreja, nós somos os seus membros. O Espírito Santo nos inspira os bons propósitos e nós agimos.
 Nossa Igreja em sua história de mais de dois mil anos de fundação:
o Promove a caridade aos mais necessitados – Ex. Caritas (ajuda aos flagelados de enchentes,
terremotos, pessoas pobres).
o Ajuda no desenvolvimento da educação.
o Defende a vida, especialmente diante dos avanços científicos (falar da Gincana pela Vida)
o Motiva a sociedade a adotar formas dignas e saudáveis de viver, conforme o plano de Deus.
o Falar do Projeto Ficha Limpa que nasceu na Igreja Católica (nós aqui na Catedral assinamos o
documento que foi levado ao Congresso para evitar que políticos ladrões se candidatassem a
cargos políticos).
o Denuncia as injustiças sociais, tiranias e falta de liberdade.
o Está comprometida com os valores do Evangelho propostos por Jesus “Que todos tenham vida, e
vida em abundância” (Jo 10, 10).
 Passar para o texto da apostila explicando os atributos da Igreja – estes atributos são como
colunas que sustentam a Igreja.
42
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
4. Leitura utilizada: Atos 2, 42-47, Ef 2, 19-20.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem.
6. Material utilizado: Foto do Papa Bento XVI e de Dom Moacir.
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
8. Momento de Oração:
 Invocar o Espírito Santo
 Vamos agradecer a Deus por querer a nossa ajuda na construção do Reino, através da Igreja e
pedir a sua ajuda rezando (escrever no quadro ou numa cartolina):
“E a nós, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai
força para construirmos juntos o Vosso Reino que também é nosso. Por
Cristo, Nosso Senhor. Amém” (Oração Eucarística V da Liturgia da Missa)
 Encerrar com a Profissão de Fé.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
“CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA”
todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus
147. O que significa a palavra Igreja? (751-752,
Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino
777-804) – Designa o povo que Deus convoca e reúne de
salvífico.
todos os confins da terra, para constituir a assembléia
151. Em que sentido a Igreja é Mistério? (770-773)
daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos
– A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível
de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito
está presente e operante uma realidade espiritual,
Santo.
divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.
148. Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para
152. Que significa que a Igreja é sacramento
indicar a Igreja? (758-766) – Na Sagrada Escritura
universal de salvação? (774-776) – Significa que é
encontramos muitas imagens que põem em evidência
sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de
aspectos complementares do mistério da Igreja. O
toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o
Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo
gênero humano.
de Deus; o Novo Testamento privilegia as imagens
A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do
ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o Seu
Espírito Santo
Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil,
rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha)
habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa,
mãe, família).
Igreja? (758-766) – A Igreja encontra a sua origem e
a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi
preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel,
sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada
pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada,
sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua
ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de
salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de
Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos
como
802-804) – A Igreja é o povo de Deus porque Deus quis
santificar e salvar os homens não isoladamente mas
constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do
149. Quais são as origens e a realização plena da
tempos,
153. Porque é que a Igreja é povo de Deus? (781,
assembléia
celeste
de
todos
os
redimidos.
150. Qual é a missão da Igreja? (767-769) – A
missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de
Pai e do Filho e do Espírito Santo.
154. Quais são as características do povo de Deus?
(782) – Este povo, de que nos tornamos membros
mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem por origem
Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a
dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por lei o
mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da
terra e a luz do mundo, por fim o Reino de Deus, já
iniciado na terra.
155. Em que sentido o povo de Deus participa das
três funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei?
(783-786) – O povo de Deus participa no ministério
sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são
43
consagrados
oferecer
os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma
sacrifícios espirituais; participa no seu ministério
pelo
só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma
profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé,
comum esperança e a mesma caridade.
a esta adere infalivelmente, a aprofunda e testemunha;
162. Onde subsiste a única Igreja de Cristo? (816) –
e participa no seu ministério real com o serviço,
A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e
imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez
organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja
servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que
católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos
sofrem.
Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode
156. Como é que a Igreja é corpo de Cristo? (787-
obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o
791) – Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado
Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único
une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo, os
colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.
crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a
163. Como considerar os cristãos não católicos?
Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos entre si na
(817-819) – Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se
caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade
desligaram da plena comunhão da Igreja católica,
se realiza na diversidade dos membros e das funções.
encontram-se muitos elementos de santificação e de
157. Quem é a cabeça deste corpo? (792-795) –
verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e
Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A
conduzem para a unidade católica. Os membros destas
Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo e a Igreja
Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo
formam o “Cristo total” (S. Agostinho); “Cabeça e
Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.
membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística”
164. Como empenhar-se em favor da unidade dos
(S. Tomás de Aquino).
cristãos? (820-822) – O desejo de restabelecer a
158. Porque é que a Igreja é chamada esposa de
união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um
Cristo? (796) – Porque o próprio Senhor Se definiu
apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e
como o “Esposo” (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a
realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o
a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si
recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico.
mesmo por ela, para purificá-la com o Seu sangue, “para
165. Em que sentido a Igreja é santa? (823-829) –
torná-la santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor;
todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra “corpo”
Cristo entregou-se por ela, para santificá-la e fazer
evidencia a unidade da “cabeça” com os membros, o
dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a
termo “esposa” sublinha a distinção dos dois na relação
caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de
pessoal.
salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus
159. Porque é que a Igreja é designada templo do
membros e o fim de cada uma das suas atividades. A
Espírito Santo? (797-798) – Porque o Espírito Santo
Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e
reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos
inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A
seus membros; para, além disso, Ele edifica a Igreja na
santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus
caridade com a Palavra de Deus, os
filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos
160. Que são os carismas? (799-801) – Os carismas
pecadores, sempre necessitados de conversão e de
são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para
purificação.
o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em
166. Porque é que a Igreja se chama católica?
particular
(830-831) – A Igreja é católica, isto é, universal,
para
a
Espírito
Santo
edificação
da
para
Igreja,
a cujo
Magistério compete o seu discernimento.
porque nela está presente Cristo: “Onde está Cristo
A Igreja é una, santa, católica e apostólica
Jesus, aí está a Igreja católica” (S. Inácio de
161. Porque é que a Igreja é una? (813-815) – A
Igreja é una porque tem como origem e modelo a
unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque
tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que
restabelece a unidade de todos os povos num só corpo;
e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos
44
Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da
fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação;
é enviada em missão a todos os povos, em todos os
tempos e qualquer que seja a cultura a que eles
pertençam.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
167. É também católica a Igreja particular? (832-
172.
835) – É católica toda a Igreja particular (isto é, a
Evangelho a todo o mundo? (849-851) - Porque Cristo
diocese e a paróquia), formada pela comunidade de fiéis
ordenou: “ide e ensinai todas as nações, batizando-as no
cristãos
de
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na
Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no
sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que
amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu
“preside à caridade” (S. Inácio de Antioquia).
Espírito porque “quer que todos os homens sejam salvos
168. Quem pertence à Igreja católica? (836-838) –
e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 4).
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou
173. Como é que a Igreja é missionária? (852-856) –
estão ordenados à unidade católica do povo de Deus.
Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso
Estão plenamente incorporados na Igreja católica
da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos,
aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram
portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida
unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos
por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também
sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão.
ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.
Os batizados que não se encontram plenamente nesta
174. Porque é que a Igreja é apostólica? (857-869)
unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que
– A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo
imperfeita, com a Igreja Católica.
construída sobre o “fundamento dos Apóstolos” (Ef
169. Qual a relação da Igreja católica com o povo
2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela
judeu? (839-840) – A Igreja católica reconhece a sua
sua
relação com o povo judeu no fato de Deus ter escolhido
governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos,
este povo entre todos, para primeiro acolher a sua
graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão,
Palavra. É ao povo judeu que pertencem “a adoção a
com o sucessor de Pedro.
filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as
175. Em que consiste a missão dos Apóstolos? (858 –
promessas, os patriarcas; dele provém Cristo segundo a
861) – A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o
carne” (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões
Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus
não cristãs, a fé judaica é já resposta à Revelação de
discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo
Deus na Antiga Aliança.
deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e
170. Que ligação há entre a Igreja católica e as
fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de
religiões não cristãs? (846-848) – Antes de tudo, há o
continuarem a sua missão, dizendo: “Como o Pai me
laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A
enviou, assim também Eu vos envio a vós” (Jo 20,21). E
Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de
prometeu estar com eles até ao fim do mundo.
verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é
176. O que é a sucessão apostólica? (861- 865) – A
reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o
sucessão apostólica é a transmissão, mediante o
Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade
sacramento da Ordem, da missão e do poder dos
na Igreja de Cristo.
Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta
171. Que significa a afirmação: “Fora da Igreja não
transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e
há salvação”? (846-848) – Significa que toda a
de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos
salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que
orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino
é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que,
de Cristo na terra.
conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e
Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada
que
estão
em
comunhão
de
fé
e
necessária à salvação, nela não entrassem e nela não
perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à
sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os
que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e
a sua Igreja, mas procuram sinceramente Deus e, sob o
influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua
vontade, conhecida através do que a consciência lhes
dita.
Porque é que a Igreja deve anunciar
estrutura,
enquanto
instruída,
santificada
o
e
177. Quem são os fiéis? (871 – 872) – Os fiéis são
aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são
constituídos membros do povo de Deus. Tornados
participantes, segundo a sua condição, da função
sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a
exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre
eles
subsiste
uma
verdadeira
igualdade,
na
sua
dignidade de filhos de Deus.
45
178. Como é formado o povo de Deus? (873) – Na
189. Como participam os fiéis leigos na função
Igreja, por instituição divina, existem os ministros
sacerdotal de Cristo? (901-903) – Participam nela
sagrados que receberam o sacramento da Ordem e
oferecendo – como sacrifício espiritual “agradável a
formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados
Deus por Jesus Cristo” (1Ped 2,5), sobretudo na
leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se
Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e
consagram de modo especial a Deus com a profissão dos
as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de
conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e
cada dia, as dificuldades da vida suportadas com
obediência.
paciência e os lazeres corporais e espirituais. Deste
182. Qual é a missão do Papa? (881- 882, 936 – 937)
modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo
– O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro, é o
Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.
perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da
190. Como participam na sua função profética?
Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos
(904-907) – Participam nela acolhendo cada vez mais na
Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por
fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o
instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato
testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora
e universal.
e a catequese. Esta ação evangelizadora adquire uma
183. Qual é a missão do colégio dos Bispos? (883 –
particular eficácia pelo fato de ser realizada nas
885) – O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e
condições ordinárias da vida secular.
nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo
191. Como participam na sua função real? (908 –
e pleno poder.
913) – O leigos participam na função real de Cristo,
184. Como é que os Bispos exercem a sua missão de
tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si
ensinar? (886-890) – Os Bispos, em comunhão com o
mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a
Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos,
santidade de vida. Exercem vários ministérios ao
fielmente
serviço da comunidade e impregnam de valor moral as
e
testemunhas
com
da
fé
autoridade,
apostólica
como
e
autênticas
revestidos
da
autoridade de Cristo. Mediante o sentido sobrenatural
atividades temporais do homem e as instituições da
sociedade.
da fé, o Povo de Deus, adere perfeitamente à fé, sob a
condução do Magistério vivo da Igreja.
188. Qual é a vocação dos fiéis leigos? (897-900) –
Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar
o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades
temporais segundo Deus. Correspondem assim ao
chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a
todos os batizados.
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Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
(Site: www.vatican.va)
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
9º ENCONTRO: CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS, NA REMISSÃO DOS PECADOSO
E NA VIDA ETERNA
1.
Objetivo:
 Compreender que a Comunhão dos Santos é a comunhão da igreja
que vive sua unidade com Cristo, vive a graça e a misericórdia e
nos reconcilia com Deus.
 Conscientizar o catequizando que a vida cristã nos leva à vida
eterna em Deus.
2.
Conteúdo do Encontro:
 Explicação do significado dos termos: Comunhão dos Santos,
Remissão dos Pecados e Vida Eterna.
 Refletir sobre os novíssimos do homem.
3.
Desenvolvimento do Tema:
 Com a apostila fechada, fazer uma tempestade de idéias, anotando no quadro o que os
catequizandos responderem.
 Perguntas sobre a Comunhão dos Santos: o que é ser santo? Quem são os santos? Nós podemos ser
santos? Como? O que é intercessão dos santos? O que é Comunhão dos Santos? Quem participa da
comunhão dos santos?
 Discutir as respostas eliminando as incorretas.
 Sobre a remissão dos pecados – deixar que falem – o que entendem?
 Fazer as leituras bíblicas e refletir sobre elas.
 Cremos na vida eterna – refletir sobre a morte e os novíssimos do homem – deixar que coloquem
suas dúvidas. Esclarecê-las.
 Se houver tempo fazer as atividades durante o encontro, se não, fazer em casa.
4.
Leitura utilizada: Lc 24, 45-48, 2Cor 5, 17-21, 1Cor 15, 51-52, Jo 11, 25, Jo 14, 2-3, 1Cor 13, 12.
5.
Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem.
6.
Material utilizado:Apostila.
7.
Atividades:Acompanhar e orientar as atividades.
8.
Momento de Oração:
 Agradecer a Jesus pelo seu amor por nos ter enviado seu Espírito Santo para nos ajudar a chegar
ao céu.
 Encerrar com a oração do Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
47
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Creio na Comunhão dos santos
também que os nossos corpos mortais um dia retomarão
194. O que significa a expressão comunhão dos
a vida.
santos?
a
204. Qual a relação entre a Ressurreição de Cristo
participação de todos os membros da Igreja nas coisas
e a nossa? (988 – 991, 1002 – 1003) – Como Cristo
santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a
verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para
Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na
sempre, assim Ele próprio nos ressuscitará a todos no
raiz da comunhão está a caridade que “não procura o
último dia, com um corpo incorruptível: “os que tiverem
próprio interesse” (1 Cor 13, 5), mas move o fiel “a
feito o bem para uma ressurreição de vida, e os que
colocar tudo em comum” (Act 4, 32), mesmo os próprios
tiverem
bens materiais ao serviço dos pobres.
condenação”.
195. O que significa ainda a expressão comunhão
205. Com a morte, que sucede ao nosso corpo e à
dos santos? (954–959, 961–962)
nossa alma? (992 – 1004; 1016 –1018) – Com a morte,
Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas
separação da alma e do corpo, o corpo cai na corrupção,
(sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a
enquanto a alma, que é imortal, vai ao encontro do
Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na
Julgamento divino e espera reunir-se ao corpo quando
terra; outros, que já partiram desta vida, estão a
este, transformado, ressuscitar no regresso do Senhor.
purificar-se, ajudados também pelas nossas orações;
Compreender como acontecerá a ressurreição supera as
outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem
possibilidades
por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só
entendimento.
família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade.
206. Que significa morrer em Cristo Jesus? (1005-
“CREIO NA REMISSÃO DOS PECADOS”
1014) – Significa morrer na graça de Deus, sem pecado
(946–953)
–
Indica,
antes
de mais,
200. Como são perdoados os pecados? (976 – 980,
984 – 985) – O primeiro e principal sacramento para o
perdão dos pecados é o Batismo. Para os pecados
cometidos depois do Batismo, Cristo
instituiu o
sacramento da Reconciliação ou Penitência, por meio do
feito
o mal
da
para
nossa
uma ressurreição
imaginação
e
do
de
nosso
mortal. O que crê em Cristo e segue o Seu exemplo
pode assim transformar a própria morte num ato de
obediência e de amor ao Pai. “É certa esta palavra: se
morrermos com Ele, também com Ele viveremos” (2 Tim
2,11).
qual o batizado é reconciliado com Deus e com a Igreja.
“CREIO NA VIDA ETERNA”
201. Porque é que a Igreja tem o poder de perdoar
207. O que é a vida eterna? (1020 1051) – A vida
os pecados? (981–983; 986–987) – A Igreja tem a
eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte.
missão e o poder de perdoar os pecados, porque o
Ela não terá fim. Será precedida para cada um por um
próprio Cristo lho conferiu: “Recebei o Espírito Santo:
juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão
dos mortos, e será confirmada pelo juízo final.
perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão
208. O que é o juízo particular? (1021 – 1022) – É o
retidos” (Jo 20, 22-23).
julgamento de retribuição imediata, que cada um, a
“CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE”
partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal,
202. Que indica a palavra carne e qual é a sua
importância? (990, 1015) – O termo carne designa o
homem na sua condição de debilidade e de mortalidade.
“A carne é o eixo da salvação” (Tertuliano). Com efeito,
em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição
consiste
no
acesso
à
bem-aventurança
do
céu,
imediatamente ou depois de uma adequada purificação,
ou então à condenação eterna no inferno.
nós cremos em Deus que é o Criador da carne; cremos
209. O que se entende por “céu”? (1023 – 1026) –
no Verbo que se fez carne para redimir a carne; cremos
Por “céu” entende-se o estado de felicidade suprema e
na ressurreição da carne, acabamento da criação e da
definitiva. Os que morrem na graça de Deus e não
redenção da carne.
precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de
203. O que significa a “ressurreição da carne”?
(990) – Significa que o estado definitivo do homem não
será só a alma espiritual separada do corpo, mas
48
Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam
assim a Igreja do céu, onde vêem Deus “face a face” (1
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a
sentença de vida bem-aventurada ou de condenação
Santíssima Trindade e intercedem por nós.
eterna, que o Senhor Jesus, no seu regresso como juiz
210. O que é o purgatório? (1030 – 1031) – O
dos vivos e dos mortos, pronunciará em relação aos
purgatório é o estado dos que morrem na amizade de
“justos e injustos” (Act 24, 15), reunidos todos juntos
Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna,
diante d’Ele. A seguir a tal juízo final, o corpo
precisam ainda de purificação para entrar na alegria de
ressuscitado participará na retribuição que a alma teve
Deus.
no juízo particular.
211. Como podemos ajudar a purificação das almas
215. Quando terá lugar este juízo final? (1040) - O
do purgatório? (1032) – Em virtude da comunhão dos
juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus
santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar
conhece o dia e a hora.
as almas do purgatório oferecendo as suas orações de
216. Em que consiste a esperança dos novos céus e
sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas
da nova terra? (1042 – 1050, 1060) – Depois do juízo
também esmolas, indulgências e obras de penitência.
final, o próprio universo, libertado da escravidão da
212. Em que consiste o inferno? (1033–1035, 1056–
corrupção, participará na glória de Cristo com a
1057) – Consiste na condenação eterna daqueles que,
inauguração dos “novos céus e da nova terra” (2 Ped
por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena
3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de
principal do inferno é a eterna separação de Deus, o
Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio
único em quem o homem encontra a vida e a felicidade
salvífico de Deus de “recapitular em Cristo todas as
para quê foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta
coisas, as do céu e as da terra” (Ef 1,10). Deus será
realidade com as palavras: “Afastai-vos de mim,
então “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na vida eterna.
malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41).
“AMÉM”
213. Como conciliar o inferno com a bondade infinita
217. Que significa o Amém, que conclui a nossa
de Deus? (1036 – 1037) – Deus, apesar de querer “que
profissão de fé? (1064 – 1065) – A palavra hebraica
todos tenham modo de se arrepender” (2Ped 3,9),
Amén que conclui o último livro da Sagrada Escritura,
tendo criado o homem livre e responsável, respeita as
algumas orações do Novo Testamento e as orações
suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em
litúrgicas da Igreja, significa o nosso “sim” confiante e
plena autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão
total a tudo o que professamos crer, confiando
com Deus se, até ao momento da própria morte,
totalmente n’Aquele que é o “Amém” (Ap 3,14)
persiste
definitivo: Cristo Senhor.
no
pecado
mortal,
recusando
o
amor
misericordioso de Deus.
214. Em que consistirá o Juízo final? (1038–1041;
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
1058–1059) – O juízo final (universal) consistirá na
(Site: www.vatican.va)
49
10º ENCONTRO: OS MANDAMENTOS DA IGREJA
1. Objetivo:
 Praticar os mandamentos da Igreja como povo de Deus.
 Viver o compromisso de cristão católico.
2. Conteúdo do Encontro:
Cultivar os mandamentos como valores próprios, como uma prática de vida que o
cristão deve assumir ao longo da caminhada na Igreja.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Conversar com os catequizandos sobre os mandamentos da Igreja –
mostrando que eles nos ajudam a cultivar valores morais e espirituais que
nos ajudarão a ser bons cristãos.
 Motivá-los a cultivar aqueles mandamentos que já podem vivenciar.
 Poderá usar a dinâmica da Locomotiva para ajudar a memorizar os
mandamentos
o O catequista colocará um fundo musical e escolherá um catequizando para ser a locomotiva, os
demais representarão os vagões que formarão um círculo.
o Ao iniciar a música a locomotiva sai caminhando pelo círculo, ao parar a música o vagão que
estiver em frente à locomotiva deve dizer os mandamentos da Igreja, se acertar prende-se à
locomotiva que parte ao reiniciar a música. Ao parar a música novamente o vagão que estiver em
frente à locomotiva deve repetir os cinco mandamentos e assim sucessivamente. O catequizando
só poderá percorrer os trilhos se souber as cinco dicas que o tornarão um verdadeiro Cristão.
 Outra dica para memorização é a confecção de um cartaz com figuras que representem os
mandamentos.
4. Leitura utilizada: Lv 27, 30-31; Dt 14, 22-23; Mt 23, 23.
5. Ambientação: toalha, Bíblia, imagem, flores e vela.
6. Material utilizado: providenciar material para confecção do cartaz se for utilizar a dinâmica.
7. Atividades:Orientar as atividades.
Respostas da cruzadinha: 1. Missão; 2. Apóstolo; 3. Dízimo; 4. Amor; 5. Testemunho; 6. Fé; 7. Crianças;
8. Domingos; 9. Comungar; 10. Unir; 11. Confessar; 12. Curou; 13. Carne; 14.Vida.
8. Momento de Oração:Rezar pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, por Dom Moacir, nosso Bispo, pelo
nosso Pároco e Vigário Paroquial.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Uma coisa que muitos católicos não sabem – e por isso
Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos
não cumprem – é que existem os "Cinco Mandamentos
rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele
da Igreja", além dos Dez Mandamentos conhecidos.
que me enviou" (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade,
Eles não foram revogados pela Igreja com o novo
tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e
Catecismo de João Paulo II (1992). É preciso entender
tudo o que desligardes sobre a terra, será também
que mandamento é algo obrigatório para todos os
desligado no céu.” (Mt 18,18)
católicos, diferente de recomendações, conselhos,
Então, a Igreja legisla com o "poder de Cristo", e
entre outros.
quem não a obedece, não obedece a Cristo, e
Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer
conseqüentemente a Deus Pai.
normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos
50
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja
2º - Segundo mandamento: "Confessar-se ao menos
estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de
uma vez por ano".
cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja
Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção
Católica (CIC). Este ensina: "Os mandamentos da Igreja
do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de
situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida
conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro
litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório
que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que
dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades
cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois
pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo
fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a
indispensável no espírito de oração e no esforço moral,
graça para vencê-los.
no crescimento do amor de Deus e do próximo." (§2041)
3º - Terceiro mandamento: "Receber o sacramento
Note que o Catecismo diz que isso é o "mínimo
da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição"
indispensável" para o crescimento na vida espiritual dos
(O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascenção)
fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é
e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue
apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que,
do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e
como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições,
centro da Liturgia cristã (CDC, cân. 920).
portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário,
deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça
mais. E devemos fazer mais.
Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao
ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão
diária.
1º – Primeiro mandamento da Igreja: "Participar da
missa inteira nos domingos e outras festas de
guarda e abster-se de ocupações de trabalho".
4º - Quarto mandamento: "Jejuar e abster-se de
carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja" (No
Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e
Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se
na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve
comemora a ressurreição do Senhor, e as festas
café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve
litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da
à tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho.
santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro
Quem desejar pode fazer um jejum mais rigoroso; o
lugar participando da celebração eucarística, em que se
obrigatório é o mínimo. Os que já têm mais de sessenta
reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos
anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem
e negócios que possam impedir tal santificação desses
fazê-lo se desejarem.
dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248)
(§2042).
Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de
ascese e penitência que nos preparam para as festas
Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa,
litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio
são
sobre nossos instintos e a liberdade de coração (CDC,
esses,
conforme
o
Catecismo:
“Devem
ser
guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso
Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil),
da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue
de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de
Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de
dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de
março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo),
e por fim, de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân.
1246,1; n. 2043 após nota 252) (§2177).
cân. 882)".
5º - Quinto mandamento: "Ajudar a Igreja em suas
necessidades"
Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das
necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as
próprias
possibilidades
(CDC,
cân.
222).
Não
é
obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o
Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam
esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O
importante é, como disse São Paulo, dar com alegria,
pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9,
7). Esta ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada
uma parte na paróquia e em outras obras da Igreja.
Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico,
as
Conferências
Episcopais
de cada
país podem
51
estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu
431. Qual a finalidade dos preceitos da Igreja?
território (CDC, cân. 455) (§2043).
(2041 -2048) - Os cinco preceitos da Igreja têm por
Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos
fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável do espírito
guia. O Papa Paulo VI disse que "quem não ama a
de oração, da vida sacramental, do empenho moral e do
Igreja não ama Jesus Cristo".
crescimento do amor de Deus e do próximo.
432. Quais são os preceitos da Igreja? (2042 –
Prof. Felipe Aquino
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/
O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica:
2043) – São: 1) participar na missa do Domingo e Dias
Santos de Guarda
e abster-se
de
trabalhos
e
atividades que impeçam a santificação desses dias; 2)
confessar os pecados recebendo o sacramento da
Reconciliação ao menos uma vez cada ano; 3) comungar
ao menos pela Páscoa da Ressurreição; 4) guardar a
A IGREJA MÃE E MESTRA
abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja; 5)
429. Como é que a Igreja alimenta a vida moral do
contribuir para as necessidades materiais da Igreja,
cristão? (2030-2031; 2047) – A Igreja é a comunidade
cada um segundo as próprias possibilidades.
onde o cristão acolhe a Palavra de Deus que contém os
433. Porque é que a vida moral dos cristãos é
ensinamentos da «Lei de Cristo» (Gal 6,2); recebe a
indispensável para o anúncio do Evangelho? (2044-
graça dos sacramentos; une-se à oferta eucarística de
2046) – Porque, com a sua vida conforme ao Senhor
Cristo de modo que a sua vida moral seja um culto
Jesus, os cristãos atraem os homens à fé no verdadeiro
espiritual; e aprende o exemplo da santidade da Virgem
Deus, edificam a Igreja, modelam o mundo com o
Maria e dos Santos.
espírito do Evangelho e apressam a vinda do Reino de
430. Porque é que o Magistério da Igreja intervém
Deus.
no campo moral? (2032-2040, 2049-2051) – Porque é
missão do Magistério da Igreja pregar a fé que deve
ser acreditada e aplicada na vida prática. Essa missão
estende-se também aos preceitos específicos da lei
natural, porque a sua observância é necessária para a
salvação.
52
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
(Site: www.vatican.va)
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
11º ENCONTRO: O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
1.
Objetivo:
 Mostrar aos catequizandos que o pecado gera conseqüências em nossa vida e
como ele se torna obstáculo para nossa santidade.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar o que é Pecado e suas conseqüências para a vida.
 Explicar o significado de pecado mortal e pecado venial.
 Explicar o que são os pecados capitais e a sua gravidade.
 Recordar e propor de vivência dos Dez Mandamentos.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Peça para os catequizandos olharem bem para as velas e as flores. Pergunte
qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida em
Deus.
 Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada, não tem
sentido. Ou é como uma flor que sem água, perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas
o pecado nos afasta de Deus.
 Fazer a seguinte dinâmica:
o
Escolher um catequizando para ser Deus. Outro catequizando faz a personagem da criança que
é feliz ao lado de Deus. Passeia e conversa com Deus. Pode abraçar Deus!
o
O catequista vai contando a história e descrevendo os pecados que a criança comete, a cada
pecado cometido (Brigou com a mãe...., xingou o amigo..., desrespeitou a professora..., roubou
uma caneta do colega..., etc...) coloca um catequizando no meio, entre Deus e a criança, de
modo que a criança vai ficando cada vez mais longe de Deus, até que não consegue mais
abraçá-lo. Quando Deus já está bem distante o catequista conta que a criança sente falta de
Deus e vai procurar as pessoas que feriu com seu pecado e pede perdão. A cada pedido de
perdão um catequizando volta para seu lugar e a criança vai chegando mais perto de Deus, até
que o último sai e ela pode finalmente abraçar Deus de novo.
 Pedir que todos comentem o que perceberam.
 Leia com os catequizandos Gn 3, 10-13 e ajude-os a compreender o que foi este primeiro pecado.
Homem e mulher quiseram ser como Deus, abandonando os ensinamentos de seu Criador. Ao se
afastar de Deus criaram injustiças e maldades. O pecado original é a fonte de todo o pecado:
quando queremos ser deuses para nós mesmos e nos afastamos de Deus, desrespeitamos o irmão e
criamos sofrimentos, dor e injustiças.
 Apresente as distinções entre pecado mortal e pecado venial, a fim de que saibam fazer um bom
exame de consciência.
4. Leitura utilizada: Gn 3, 10-13.
5. Ambientação: Preparar em lugar visível na sala de catequese duas velas, uma acesa e outra apagada.
Ao lado da vela acesa coloque um vaso com água e uma flor bem bonita dentro dele. Ao lado da vela
apagada coloque um galho seco, sem vaso.
6.
Material utilizado: Velas, vaso, flor, galho seco.
7.
Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
53
8.
Momento de Oração: Rezar a oração do Credo, e pedir a Jesus que os ajude a fazer uma boa
confissão.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
"Deus é bom, e o homem, criado para a
Gn 3,23-24). Perderam a harmonia da perfeita
comunhão, é bom também (Gn 1,31). Donde, então,
comunhão com Deus, como o próprio Deus havia
tanta violência, ódio, exploração e escravidão que
planejado ao criar o mundo o ser humano.
vemos ao nosso redor"? (Catequese Renovada
182).
Deus fez o ser humano livre. Este se quisesse
Estar longe de Deus é estar longe do amor.
crescer e tornar-se cada melhor, mais humano,
Esta tem sido uma escolha das pessoas em muitos
mais realizado como pessoa, deveria escolher
momentos de suas vidas. Ao romper com Deus, a
viver em comunhão com Deus e amando seus
pessoa rompe consigo mesma, usa o próximo
semelhantes, parceiros no cuidado da obra da
explorando-o e prejudicando-o, deixa de ser
criação. No entanto, nossa fé ensina que no início
cuidadora da natureza criada e passa a explorá-la
nossos primeiros pais optaram por fechar-se em si
por ganância. O pecado em nossa vida, portanto,
mesmos, ou seja, escolheram abandonar a Deus,
fere a razão mesma da existência humana: o amor.
que é amor perfeito, e afastaram-se da comunhão
Assim, o ser humano dilacera sua identidade e
com Ele. A este primeiro afastamento chamamos
perde a capacidade de desenvolver-se como
"pecado original".
pessoa, pois o pecado nos faz menos gente, menos
O pecado de nossos primeiros pais não foi o
simples fato de roubar um "fruto proibido", foi
muito mais do que isso. No paraíso, que não pode
entendido como um "lugar", mas um "estado de
ser", a comunhão com Deus era perfeita. Pois
Deus criou o ser humano para o amor, a comunhão:
humanos porque gera a morte do irmão, a morte
da vida interior, a morte da natureza criada, a
morte da humanidade, fomos criados para ser
relacionais: com Deus, os irmãos, o mundo e nós
mesmos. O pecado fere essa relação. Por isso nos
desumaniza.
com Deus, com os outros, com o mundo. Por isso, o
ser humano poderia ter crescido em Deus,
tomando-se cada vez melhor no amor. Porém,

nossos primeiros pais não quiseram ouvir a voz de
Deus
que
soava
em
seus
corações.
Auto
proclamaram-se donos de sua vida, conhecedores,
auto-suficientes do que era o bem e o mal para si
mesmos. (cf. Gn 3,4). Por isso, Deus não tinha mais
vez no coração humano. Homem e mulher quiseram
ser deuses para si mesmos. Assim, fechados em
seu orgulho, os seres humanos caíram sempre mais
e mais em seus erros. Imperfeitos e inacabados,
Como saber se uma determinada ação é
pecado?
Basta
verificar
se
nesta
ação
estamos
amando a Deus e ao próximo (cf. Mt 22,37-39).
Jesus nos disse: "O meu mandamento e este: Que
vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este, de dar
alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sois meus
amigos, se fizerdes o que eu vos mando" (Jo 15,914). Se amamos, não pecamos.
não podiam mais crescer. Perderam a sua razão de
Basta
verificar
se
nesta
ação
estamos
ser, desumanizaram-se, perderam a raiz de
obedecendo os mandamentos de Deus e os
felicidade, pois escolheram estar longe de Deus (é
ensinamentos da Igreja.
esse o significado da “expulsão do paraíso" - cf.
54

Existem pecados "maiores e menores"?
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
O que existe são pecados graves (ou mortais)
e pecados leves (ou veniais). Os pecados graves
nos separam radicalmente da graça de Deus. Os
pecados veniais, embora sejam também um mal e
quem temos a redenção, a saber, a remissão dos
pecados" (Cl 1,13-l4) .
O PECADO
exijam conversão, não tem a força de romper
391. O que exige de nós o acolhimento da
nossa união com Deus e com a Igreja.
misericórdia de Deus? (1846-1848, 1870) – Exige
Pecados mortais são aqueles que reúnem
conjuntamente as três características seguintes:
1ª Matéria grave - São contra um dos Dez
Mandamentos da Lei de Deus. Os mandamentos
nos ensinam como podemos amar a Deus, ao
próximo e a nos mesmos. Ao deixar de cumprir os
mandamentos, com atos graves, comete-se pecado
mortal.
o
reconhecimento
das
nossas
culpas
e
o
arrependimento dos nossos pecados. Pela sua
Palavra e pelo seu Espírito, o próprio Deus nos
revela os nossos pecados, dá-nos a verdade da
consciência e a esperança do perdão.
392. O que é o pecado? (1849 – 1851, 18711872) – É «uma palavra, um ato ou um desejo
contrários à Lei eterna» (S. Agostinho). É uma
ofensa a Deus, na desobediência ao seu amor.
2ª Plena liberdade - São ações realizadas
Fere a natureza do homem e atenta contra a
sem coação exterior. A pessoa precisa decidir
solidariedade humana. Cristo, na sua Paixão,
livremente fazer o mal, sem ser obrigada por
revela plenamente a gravidade do pecado e vence-
ninguém.
o com a sua misericórdia.
plena
393. Existe uma variedade de pecados? (1852–
consciência de que o que se está fazendo e
3ª
Consciência
plena
-
Tem-se
1853; 1873) - A variedade dos pecados é grande.
pecado, ou seja, a pessoa sabe claramente que o
Distinguem-se segundo o seu objeto, ou segundo
que faz e gravemente errado e mesmo assim
as virtudes ou os mandamentos a que se opõem.
decide fazê-lo.
Podem ser diretamente contra Deus, contra o
Somos libertados de um pecado mortal pelo
Sacramento
da
Reconciliação
ou
Penitência,
através do arrependimento e da confissão desse
pecado, e de absolvição do padre.
Caso uma má ação cometida não possua uma
ou mais das características do pecado mortal, e
próximo e contra nós mesmos. Podemos ainda
distinguir entre pecados por pensamentos, por
palavras, por ações e por omissões.
394. Como se distingue o pecado quanto à
gravidade? (1854) – Distingue-se entre pecado
mortal e venial.
considerada pecado leve, ou venial. E como a
395. Quando se comete o pecado mortal?
poeira sobre a mesa. Basta uma simples espanada
(1855-1861, 1874) – Comete-se pecado mortal
para tirá-la: orações, jejum, obras de caridade,
quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena
exercícios espirituais, fidelidade na vida cristã.
consciência e deliberado consentimento. Este
Apesar do poder do pecado humano, grave ou
leve, Deus e sua graça são mais fortes. Nada pode
nos separar de Deus, pois na cruz de Jesus nosso
pecado foi vencido pelo amor. A pregação e o
ensino cristãos não estão centrados no pecado: o
principal anúncio da Igreja e a vitória de Deus,
pecado destrói a caridade, priva-nos da graça
santificante e conduz-nos à morte eterna do
inferno, se dele não nos arrependermos. É
perdoado
ordinariamente
mediante
os
sacramentos do Batismo e da Penitência ou
Reconciliação.
"que nos tirou do poder das trevas, e nos
396. Quando se
comete
o pecado venial?
transportou para o reino do seu Filho amado, em
(1862-1864, 1875) – O pecado venial, que difere
55
essencialmente do pecado mortal, comete-se
avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou
quando se trata de matéria leve, ou mesmo grave,
negligência.
mas
sem pleno conhecimento ou sem total
consentimento. Não quebra a aliança com Deus,
mas enfraquece a caridade; manifesta um afeto
desordenado
pelos
bens
criados;
impede
o
progresso da alma no exercício das virtudes e na
prática
do
bem
moral;
merece
penas
399.
Temos
responsabilidade
nos
pecados
cometidos por outros? (1868) – Existe esta
responsabilidade, quando conscientemente neles
cooperamos.
400. O que são as estruturas de pecado?
(1869) - São situações sociais ou instituições
purificatórias temporais.
397. Como prolifera em nós o pecado? (1865,
1876) – O pecado arrasta ao pecado e a sua
contrárias à lei divina, expressão e efeito de
pecados pessoais.
repetição gera o vício.
398. O que são os vícios? (1866-1867) – Os
Fonte:
vícios, sendo contrários às virtudes, são hábitos
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III,
perversos
Ed.Vozes, 2008. P. 63-65.
que
obscurecem
a
consciência
e
inclinam ao mal. Os vícios podem estar ligados aos
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site:
chamados sete pecados capitais, que são: soberba,
www.vatican.va).
56
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
12º ENCONTRO: O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
1. Objetivo:
 Reconhecer que através do Sacramento da Reconciliação nos
encontramos com a misericórdia de Deus.
 Perceber que Deus deseja estar próximo de nós
2. Conteúdo do Encontro:
 A necessidade do arrependimento e conversão para obter a
misericórdia divina.
 Através deste sacramento somos reconciliados com o Pai e com a
Igreja.
 Explicar que este sacramento também chamado de sacramento do
Perdão e sacramento da Conversão.
 Acentuar que a graça da misericórdia de Deus nos é concedida
através do ato da confissão.
8. Desenvolvimento do Tema:
 Deixe a sala fechada de modo que todos entrem com o catequista, ao mesmo tempo.
 Inicie o encontro deixando que os catequizandos observem e comentem a bagunça na sala. Escuteos e aguarde para verificar se tomam a iniciativa de arrumar ou se ficam apenas observando.
 Converse sobre como é difícil organizar o que está bagunçado. É preciso muita força de vontade.
Compare com a nossa vida.
 Se não tiverem a iniciativa de arrumar a sala, peça que o façam e peça que os cartazes com os
pecados sejam colocados no centro da sala.
 Leia com eles os pecados e fale da “bagunça” que eles podem causar na vida das pessoas e converse
sobre a possibilidade de se fazer uma “arrumação” na vida.
 Leia com os catequizados a Parábola do Filho Pródigo – Lc 15, 11-32.
 Converse sobre a parábola e a gravidade das atitudes do filho mais novo. Compare o desastre da
vida de pecado do filho pródigo com a bagunça que estava na sala.
 Em seguida converse sobre:
o
As atitudes que fizeram com que ele quisesse “arrumar a bagunça” de sua vida...
o
As atitudes do pai quando o viu chegando de volta...
o
As atitudes do irmão mais velho quando soube que o mais novo havia voltado.
 Ajude-os a entender que a atitude do filho em quere voltar não foi fácil, foi preciso muita
humildade. Mas ele confiava no pai.
 Explique a atitude do pai que acolheu o filho com muito amor, porque confiava na capacidade de seu
filho em ser uma pessoa melhor.

Explique que somente a confiança gera perdão. E o perdão é capaz de arrumar a bagunça que o
pecado gera em nossa vida.
 Comente que assim é o nosso Deus. Ele é Pai e confia na nossa capacidade de sermos melhores.
Sabe que precisamos ser felizes e nos ajuda a arrumar a bagunça que criamos com os nossos
pecados. Ele confia em nós!
 Pergunte: E nós confiamos Nele?
57
 Mostre o vaso com a flor murcha e a vela apagada.
 Em seguida coloque sobre a mesa o vaso com a flor vida ao lado da flor murcha e um castiçal com a
vela acesa ao lado da vela apagada.
 Pergunte qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida com Deus.
 Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada e não tem
sentido. Ou como uma flor que sem água perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas o
pecado estraga tudo.
4. Leitura utilizada: Lc 15, 11-32.
5. Ambientação:
 Antes que os catequizandos cheguem desorganize a sala de catequese: vire as cadeiras de pernas
para o ar, coloque-se fora de lugar... espalhe pela sala jornais amassados e rasgados, e os cartazes
sujos
9. Material utilizado:
 Jornais velhos
 Cartazes sujos (usar papelão escrito com carvão – ou outra forma que fiquem bem feios) com as
frases:









Não amar a Deus.
Faltar à missa aos domingos (sábados) por preguiça.
Desrespeitar o nome e a pessoa de Deus.
Desrespeitar os pais.
Matar ou promover a morte do irmão.
Roubar.
Falar mentiras ou fofocas.
Querer destruir um matrimônio.
Invejar as coisas alheias.
10. Atividades: Acompanhe e oriente as atividades conforme a leitura bíblica.
11. Momento de Oração:
 Propor a memorização da fórmula do Ato de Contrição.
 Faça com os catequizandos uma oração pedindo que o Espírito Santo os ajude a fazer uma boa
confissão. Se for possível leve os catequizandos à Capela do Santíssimo.
 Recomende que os catequizandos pensem e rezem pedindo ajuda para se prepararem dignamente
para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como
ação concreta de preparação para este momento.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Só diz sinceramente "Pai, perdão porque
muitas pessoas ainda não conhecem esta verdade.
pequei" (Lc 15,21) quem descobriu a intimidade de
O próprio Cristo disse: "Pai Santo, o mundo não te
um Deus que é um Pai de amor e misericórdia. Esta
conheceu" (Jo 17,25). Deus Pai é, para muitos, um
é a mais importante descoberta da fé cristã:
grande desconhecido, infelizmente.
Temos um Deus que veio ao nosso encontro e
Algumas concepções de Deus, construídas
misericordiosamente nos salvou. Ele é Pai. Porém,
durante muito tempo, impossibilitam um encontro
58
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
íntimo e pessoal de muitas pessoas com o Pai de
em nós a iniciativa de correr para os braços do Pai
Nosso Senhor
Jesus Cristo. Devido a uma
que acolhe sempre a todos, curando-nos e
interpretação
fundamentalista
ajudando-nos a sermos melhores.
da
Sagrada
Escritura, baseada, sobretudo, em textos do
"Por assim dizer, Deus Pai sai de si para nos
mal,
chamar a participar de sua vida e de sua glória.
muitos pregam e crêem num Deus vingador e
Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu
castigador.
projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e
Antigo
Testamento
esperando
e
interpretando-os
Apresentam
cada
um
um
para
Deus
realizar
que
está
um
duro
julgamento após a morte aos moldes de "olho por
olho, dente por dente", ou a balança das ações
boas e más.
necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças
nacionais, teve uma singular experiência de comunhão
com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida
e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar
que seu Deus - diferente dos ídolos - e o 'Deus vivo'
A grande alegria da fé cristã é a descoberta
(Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10),
de quem realmente é Deus Pai. Ninguém pode
que perdoa incansavelmente (cf. Ecl 34,6; Eclo 2,11) e
conhecer o Pai a não ser por Jesus Cristo. Jesus
que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido
revela
"O
'nas redes da morte' (Sl 116,3), dirige-se a Ele
dinamismo da conversão e da penitência foi
suplicante (cf. Is 38,16). Deste Deus - que é seu Pai -
a
face
misericordiosa
de
Deus.
maravilhosamente descrito por Jesus na Parábola
do
Filho
Pródigo,
cujo
centro
é
"O
pai
misericordioso" (CIC 1440). De fato, Ele é puro
amor! Nossas maldades, ofensas, distâncias não
diminuem o amor que Ele sente por nós! Seu amor
é
tão
grande
que
não
suporta
ver
nosso
sofrimento. Mas pelo pecado nós é que nos
fechamos a Ele e já não recebemos seu amor e sua
graça.
E Ele sabe que a grande maioria de nossas
dores são provocadas por nós mesmos, com nossos
pecados. Deus quer nossa conversão não porque
fica ofendido conosco, mas porque sabe que se
nos convertermos a Ele, pedindo perdão dos
Jesus afirmará que ‘não e um Deus de mortos, mas de
vivos (Mc 12,27) (DA 129)’".
A justiça deste Pai só é dura porque está
fundamentada no amor.
Ao falarmos que Deus é misericordioso não
devemos ter medo de desvalorizarmos sua justiça.
A justiça divina triunfa soberanamente sobre
todas as injustiças humanas. O que não provem do
amor não tem espaço no Reino de Deus. A justiça
de Deus serve para nos corrigir e colocar no
caminho do bem.
O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica
sobre o Sacramento da Penitência e da
Reconciliação:
nossos pecados, passaremos para uma vida nova. O
grande sonho do Pai é ver todos os seus filhos
296. Como é chamado este sacramento?(1422 –
vivendo o amor num tempo em que "Ele enxugará
1424) – É chamado sacramento da Penitência, da
de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais
Reconciliação,
morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem
Conversão.
dor; porque já as primeiras coisas são passadas"
297.
(Ap 21,4).
Reconciliação depois do Batismo? (1425 – 1426)
Porque
do
Perdão,
existe
um
da
Confissão,
sacramento
da
da
Por isso, a expressão "Pai, perdão porque
– Porque a nova vida da graça, recebida no
pequei" nunca deveria ser dita por medo, mas com
Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza
a plena convicção de que nosso Deus faz tudo para
humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a
nos dar a verdadeira vida. Assim, todas as vezes
concupiscência), Cristo instituiu este sacramento
que a vida é ferida, deve nascer imediatamente
59
para a conversão dos batizados que pelo pecado
se fundada sobre outros motivos, e que inclui o
d’Ele se afastaram.
propósito de não mais pecar; a confissão, que
298. Quando foi instituído este sacramento?
consiste na acusação dos pecados feita diante do
(1485) – O Senhor ressuscitado instituiu este
sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento
sacramento quando, na tarde de Páscoa, se
de certos atos de penitência, que o confessor
mostrou aos Apóstolos e lhes disse: «Recebei o
impõe ao penitente para reparar o dano causado
Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os
pelo pecado.
pecados serão perdoados, e àqueles a quem os
304. Que pecados se devem confessar? (1456)
retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).
– Devem-se confessar todos os pecados graves
299. Os batizados têm ainda necessidade de
ainda não confessados, dos quais nos recordamos
conversão? (1427 – 1429) – O apelo à conversão
depois dum diligente exame de consciência. A
ressoa continuamente na vida dos batizados. Esta
confissão dos pecados graves é o único modo
conversão é um empenho contínuo para toda a
ordinário para obter o perdão.
Igreja, que é santa mas contém pecadores no seu
305. Quando se é obrigado a confessar os
seio.
pecados graves? (1457) – Todo o fiel, obtida a
300. O que é a penitência interior? (1430 –
idade da razão, é obrigado a confessar os seus
1433) – É o dinamismo do «coração contrito» (Sal
pecados graves ao menos uma vez por ano e antes
51,19), movido pela graça divina a responder ao
de receber a Sagrada Comunhão.
amor misericordioso de Deus. Implica a dor e a
306. Porque é que os pecados veniais podem
repulsa pelos pecados cometidos, o propósito
ser também objeto da confissão sacramental?
firme de não mais pecar e a confiança na ajuda de
(1458) – A confissão dos pecados veniais é muito
Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia
recomendada
divina.
estritamente necessária, porque nos ajuda a
301. Como se manifesta a penitência na vida
formar uma consciência reta e a lutar contra as
cristã? (1434 – 1439) – A penitência manifesta-se
más inclinações, para nos deixarmos curar por
de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a
Cristo e progredirmos na vida do Espírito.
oração e a esmola. Estas e muitas outras formas
307. Quem é o ministro deste sacramento?
de penitência podem ser praticadas na vida
(1461 – 1466) – Cristo confiou o ministério da
quotidiana do cristão, especialmente no tempo da
reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus
Quaresma e no dia penitencial de Sexta-feira.
sucessores e aos presbíteros seus colaboradores,
pela
Igreja,
embora
não
do
os quais, portanto se convertem em instrumentos
sacramento da Reconciliação? (1440 – 1449) –
da misericórdia e da justiça de Deus. Eles
São dois: os atos realizados pelo homem que se
exercem o poder de perdoar os pecados no Nome
converte sob a ação do Espírito Santo e a
do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo
308. A quem é reservada a absolvição de
concede o perdão e estabelece a modalidade da
alguns pecados? (1463) – A absolvição de alguns
satisfação.
pecados particularmente graves (como os punidos
303. Quais são os atos do penitente? (1450 –
com a excomunhão) é reservada à Sé Apostólica
1460) – São: um diligente exame de consciência; a
ou ao Bispo do lugar ou aos presbíteros por ele
contrição (ou arrependimento), que é perfeita,
autorizados, embora todo o sacerdote possa
302.
Quais
os
elementos
essenciais
quando é motivada pelo amor a Deus, é imperfeita,
60
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
absolver de qualquer pecado e excomunhão a quem
311. Quando se pode celebrar este sacramento
se encontra em perigo de morte.
com confissão genérica e absolvição coletiva?
309. O Confessor é obrigado ao segredo?
(1480 – 1484) – Em casos de grave necessidade
(1467) – Dada a delicadeza e a grandeza deste
(como o perigo iminente de morte), pode-se
ministério e o respeito devido às pessoas, todo o
recorrer
confessor está obrigado a manter o sigilo
Reconciliação com confissão genérica e absolvição
sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca
coletiva, respeitando as normas da Igreja e com o
dos
propósito
pecados
conhecidos
em confissão,
sem
à
de
celebração
confessar
comunitária
individualmente
da
os
nenhuma exceção e sob penas severíssimas.
pecados graves no tempo oportuno.
310. Quais são os efeitos deste sacramento?
312. O que são as indulgências? ( 1471-1479) –
(1468 – 1470) – Os efeitos do sacramento da
As indulgências são a remissão diante de Deus da
Penitência são: a reconciliação com Deus e
pena temporal devida aos pecados, já perdoados
portanto o perdão dos pecados; a reconciliação
quanto à culpa, que, em determinadas condições, o
com a Igreja; a recuperação, se perdida, do
fiel adquire para si ou para os defuntos mediante
estado de graça; a remissão da pena eterna
o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora
merecida por causa dos pecados mortais e, ao
da redenção, distribui o tesouro dos méritos de
menos em parte, das penas temporais que são
Cristo e dos Santos.
conseqüência do pecado; a paz e a serenidade da
consciência,
e
a
consolação
do
espírito;
o
acréscimo das forças espirituais para o combate
Fonte:
cristão.
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.
III, Ed. Vozes, 2008 – p;69-70.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site:
www.vatican.va)
61
13º ENCONTRO: O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
1. Objetivo:
 Examinar a própria vida e perceber as faltas, favorecendo o arrependimento e o propósito de uma
sincera conversão.
12. Conteúdo do Encontro:
 Explicar a celebração do Sacramento da Reconciliação através dos
cinco passos: Exame de consciência, arrependimento, propósito,
confissão e satisfação.
13. Desenvolvimento do Tema:

Dialogue com os catequizandos sobre o encontro anterior e colha
as diversas opiniões sobre o Sacramento da Reconciliação.

Aproveite para reforçar os aspectos positivos e tirar as dúvidas

Leia o texto de Lc 19, 1-10.

Contar ou encenar a história de Zaqueu valorizando as falas de
ou medos.
Jesus e de Zaqueu.

Ajude-os a refletir sobre as atitudes de Jesus: Ele foi ao encontro de Zaqueu mesmo quando este
ainda estava em pecado (ele roubava cobrando impostos indevidos e desviando o dinheiro para seu
próprio bolso). Jesus não evitou Zaqueu e não se preocupou por estar na casa de um pecador. Jesus
confiava que Zaqueu podia ser melhor do que era.

Em seguida peça que descrevam as atitudes de Zaqueu. Como era e o que faz para mudar de vida.

Zaqueu não teve medo de confessar publicamente seus erros, pois para ela o mais importante era o
novo homem que ele seria dali por diante. Ele confiava em Jesus e na vida nova que Jesus propunha.

Apresente os cinco passos de Zaqueu para a conversão e leia na apostila os cinco passos para uma
boa celebração do Sacramento da Reconciliação.
14. Leitura utilizada: Lc 19, 1-10.
15. Ambientação:
Organize a sala de catequese espalhando cartazes com as idéias a respeito do Sacramento da
Reconciliação, que se encontram nos balões desenhados na Apostila do catequizando.
16. Material utilizado: Cartazes.
17. Atividades: Acompanhe e oriente as atividades.
18. Momento de Oração:
Reze com eles pedindo a Deus para que façam uma boa confissão e se prepararem dignamente para
a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação
concreta de preparação para este momento
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A experiência do pecado nos invade. Quem
boca apos ter cometido um erro? Nós falhamos,
nunca errou? Quem nunca sentiu aquele nó na
somos imperfeitos! Deus, contudo, é amor e
garganta, aquele aperto no peito e o amargo na
perdão! Ele nos ama primeiro! A sua graça
62
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
antecede o nosso desejo de nos aproximar dele,
Uma boa maneira de entender como Deus nos
vindo ao nosso encontro mesmo diante de nosso
reconcilia consigo é dividir didaticamente a
pecado. E o que se percebe na história de Zaqueu
celebração do Sacramento da Reconciliação em
(Lc 19,1-10): Jesus se adianta e é Ele quem diz "Eu
cinco passos:
quero entrar na sua casa!" e a Zaqueu coube
1. EXAME DE CONSCIÊNCIA
acolher o Senhor. Sua presença amorosa convidou
A voz de Deus fala ao ser humano em seu
Zaqueu a mudar de vida, e ele aceitou. A
interior, na consciência. É lá que Ele coloca a sua
reconciliação aconteceu: "Senhor, vou dar a
lei: "faça o bem e evite o mal" (cf. GS 16).
metade dos meus bens aos pobres e, se tiver
Olhando para o mais íntimo de nós mesmos
defraudado alguém, restituirei o quádruplo" (Lc
podemos descobrir o que rompe a nossa amizade
19,8b).
com Deus, com os irmãos, com a natureza e
"Durante sua vida publica, Jesus não só
conosco
mesmo.
Por
isso,
antes
de
nos
perdoou os pecados, mas também manifestou o
aproximarmos do ministro da Reconciliação é de
efeito desse perdão: reintegrou os pecadores
fundamental importância parar por um tempo
perdoados na comunidade do Povo de Deus, da qual
suficiente
o pecado os havia afastado ou ate excluído [ ... ].
consciência. É importante enumerarmos quais
Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de
foram os pecados mortais cometidos desde a
perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a
última
autoridade de reconciliar os pecadores com a
também os veniais. Para que o Divino Médico possa
Igreja [ ... ] (cf. Mt 18,18; 28,16-20). [ ... ] A
nos curar, é preciso apresentar corretamente
reconciliação com a Igreja é inseparável da
nossas doenças para Ele, sem ocultar nenhuma.
e
analisar
confissão
e,
sinceramente
se
julgarmos
nossa
oportuno,
2. ARREPENDIMENTO
reconciliação com Deus" (CIC 1443-1445).
De nada adianta enumerarmos nossos pecados
Assim como para Zaqueu Jesus ofereceu a
se não nos arrependermos deles. Arrepender-se
oportunidade de reconciliar-se com Deus, para nós
significa sentir a dor e a maldade de nossos atos
o
da
pecaminosos. É perceber como eles nos fizeram
como
mal, como prejudicaram nosso próximo, e como
"Confissão". Neste sacramento celebramos o Deus
feriram nossa comunhão com Deus. “Consiste numa
que nos acolhe, a apresentação explícita de nossas
dor na alma e detestação do pecado cometido”
falhas, o perdão celebrado é a reconciliação
(CIC 1451)
Senhor
nos
Reconciliação,
convida
ao
popularmente
Sacramento
conhecido
oferecida por Deus. Na pessoa do confessor
3. PROPÓSITO
(padre ou bispo), Deus se nos apresenta como o
Para que o arrependimento seja sincero e a
Pai acolhedor, que entende nossas angústias,
reconciliação
perdoa nossas faltas, nos aponta o caminho de
desejar não mais cometer pecados no futuro,
retorno à plena comunhão com Deus e com sua
meditando sobre o modo de evitar as faltas já
Igreja.
cometidas. O propósito de não mais pecar é o
O Sacramento da Reconciliação, portanto, não
perfeita,
o
penitente
precisa
fruto imediato de um arrependimento sincero.
é algo que deva nos amedrontar, mas sim uma
4. CONFISSÃO
oportunidade carinhosa e delicada que a Igreja
É o ato de procurar o ministro da Igreja
e
(padre) e dizer explicitamente o pecado que
descobrirmos como ser melhor e viver realmente
cometeu. Acusar-se sem medo e admitir tudo
felizes na presença de Deus.
quanto tenha feito. Faz-nos bem admitir para
nos
oferece
para
avaliarmos
nossa
vida
63
alguém que erramos, e mesmo assim esse alguém
5. SATISFAÇÃO
continuar a nos amar. Este é o lado humano da
É também chamada de PENITÊNCIA e
confissão dos pecados. Dizemos para o padre. Que
consiste na reparação dos erros cometidos. É
é um irmão na fé, e ele pode nos dizer em nome
proposta pelo padre (confessor) um pouco antes
dos demais irmãos e do próprio Deus que eles
da absolvição dos pecados. Não consiste numa
ainda nos amam e nos perdoam.
punição a ser cumprida, mas sim numa maneira de
É Deus quem perdoa os pecados, pois o padre
aprofundar a conversão tentando reverter ou
age na pessoa de Cristo, acolhendo o pecador e
amenizar o mal cometido e de agradecer pelo
dando-lhe a absolvição: "O confessor não é o
perdão recebido. É um remédio a ser tomado, em
Senhor, mas o servo do perdão de Deus" (CIC
vista de própria conversão.
1466). Cabe lembrar que o padre tem a obrigação
É importante notar que os cinco passos para
de guardar o sigilo sacramental, ou seja, não
uma boa reconciliação envolvem a vida toda do
poderá revelar os pecados confessados ou fazer
penitente. Dos cinco passos, apenas o quarto
uso do conhecimento da vida dos penitentes. Caso
acontece na presença do padre. Os demais
isso aconteça, ele será punido com a excomunhão.
acontecem antes ou depois da celebração do
Quanto à maneira correta de se confessar,
sacramento em si. O Sacramento da Reconciliação
apresentamos os seguintes momentos:
nos ajuda a viver constantemente em processo de

Aproxime-se do padre e, após sua acolhida e
conversão, aproveitando todos os momentos de
bênção (se houver), diga-lhe quando foi a sua
nossa vida para nos avaliarmos, revermos posições
última confissão e manifeste seu desejo de
e mudarmos de vida se for necessário. Além do
conversão.
Sacramento
Apresente o seu estado de vida (solteiro,
oferece vários caminhos penitenciais que podem
casado, ministro, ordenado, religioso, viúvo...).
nos ajudar a viver em contínuo processo de
Diga os pecados de modo claro, simples e
conversão: a ascese, os "atos penitenciais" da
objetivo,
e
missa e dos demais sacramentos, os tempos
concluindo com os mais leves. Confesse-se
penitenciais – “todas as sextas-feiras do ano e o
sem medo com o padre. Ele é um amigo que
Tempo
deseja lhe ajudar.
Canônico, c. 1250), a prática diária do exame de
Não tente se justificar, não culpe outras
consciência recomendado antes de dormir; oração
pessoas por seus pecados, não entre em
do Pai-Nosso, onde se pede o perdão; a correção
detalhes da história de seus pecados, não
fraterna, os exercícios de piedade.




iniciando
pelos
mais
graves
da
da
Reconciliação,
Quaresma"
a
(Código
Igreja
de
nos
Direito
faça da confissão uma conversa, um bate-
"O sigilo sacramental é inviolável; por isso é
papo. Este é um sacramento de amor de Deus.
absolutamente ilícito ao confessor de alguma
Escute
a
forma trair o penitente, por palavras ou de
for
qualquer outro modo e por qualquer que seja a
atentamente
penitência
imposta
os
pelo
conselhos
padre.
Se
e
necessário, esclareça alguma dúvida.
causa. [...] É absolutamente proibido ao confessor

Diga o Ato de Contrição.
o uso [...] de conhecimento adquirido por meio da

Acolha a absolvição do padre.
confissão, mesmo sem perigo algum de revelação
do sigilo" (Código de Direito Canônico, c. 983-984).
64
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
14º ENCONTRO: VAMOS APRENDER A CONFESSA R
1. Objetivo:
 Examinar a própria vida e perceber as faltas.
 Obter o arrependimento e o propósito de uma sincera conversão.
2. Conteúdo do Encontro:
 Praticar o exame de consciência.
 Aprender a confessar.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Dialogue com os catequizandos sobre o encontro anterior e colha as
diversas opiniões sobre o Sacramento da Reconciliação.
 Reforce a atitude do Pai bondoso ao receber de volta o filho que havia saído de casa.
 Ajude-os a refletir sobre as atitudes de Jesus, que foi ao encontro de Zaqueu mesmo quando este
ainda estava em pecado (ele roubava cobrando impostos indevidos e desviando o dinheiro para seu
próprio bolso).
 Jesus não evitou Zaqueu e não se preocupou por estar na casa de um pecador. Jesus confiava que
Zaqueu podia ser melhor do que era.
 Em seguida peça que descrevam as atitudes de Zaqueu. Como ele era e o que faz para mudar de
vida.
 Zaqueu não teve medo de confessar publicamente seus erros, pois para ele o mais importante era o
novo homem que ele seria dali por diante. Ele confiava em Jesus e na vida nova que Jesus propunha.
 Apresente os cinco passos de Zaqueu para a conversão e leia na apostila os cinco passos para uma
boa celebração do Sacramento da Reconciliação.
 Agora leia junto com os catequizandos o texto da apostila – ajudando-os a se prepararem para a
Confissão.
 Prepará-los para fazer o exame de consciência pedindo que anotem num papel os pecados que
forem se lembrando durante a reflexão. Explicar que este papel será queimado no final do
encontro (ou colocado numa bacia com água para se dissolver, se o catequista achar melhor)
4. Leitura utilizada: Lc 19, 1-10.
5. Ambientação:
Cadeiras em círculo, toalha na mesa, flores, vaso, vela, Bíblia – colocar no centro da sala uma peça de
barro para queimar os papéis ou uma bacia com água.
6. Material utilizado: vaso de barro ou bacia para queimar os papéis.
7. Atividades: reflexão e exame de consciência.
8. Momento de Oração:
Reze com eles pedindo a Deus para que façam uma boa confissão e se prepararem dignamente para a
celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação
concreta de preparação para este momento
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Reler o aprofundamento dos encontros 11º ao 13º.
65
15º ENCONTRO: INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
 Entender que a Eucaristia nos foi dada por Jesus para
celebrarmos a Sua vida em nossa vida.
 Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós, foi
para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição.
2. Conteúdo do Encontro:
 Narrar como aconteceu a Instituição da Eucaristia.
 Relacionar com a Missa.
 Contar os milagres Eucarísticos.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Prepare o ambiente conforme o item 5.
 Conforme os catequizandos chegam, peça que se sentem no chão e façam silêncio.
 Comece o encontro conversando com os catequizandos sobre o quadro da Santa Ceia e explorando o
seu significado.
 A partir deste diálogo, introduzir o tema.
 Ler o texto de Lc 22, 7-20.
 Convide-os a dramatizar a leitura do Evangelho. Escolha um dos catequizandos para representar
Jesus e explique o que será dito pelos personagens de acordo com o texto e como o pão e o sucoa
de uva serão distribuídos.
 Procure fazer a dramatização em clima de espiritualidade.
 Faça a comparação com a missa e explique que pelas palavras do padre, o pão e o vinho se
transformam em Cristo, realmente presente.
 Conte novamente o Milagre de Lanciano (6º Tema Extra – Corpus Christi) ou acrescente outros
milagres Eucarísticos.
 Traga folhetos
litúrgicos pedindo que encontrem na Oração Eucarística o momento da
consagração. Ensinar que existem 14 fórmulas de Oração Eucarística.
4.
Leitura utilizada: Lc 22, 7-23.
5. Ambientação:

Preparar a sala com um tapete no chão e música instrumental, deixando num clima de silêncio, e o
ambiente bem espiritualizado.

No centro do tapete estender uma toalha com pão, suco de uva, copos e túnicas (se houver
possibilidade – podem ser improvisadas com lençóis que poderão ser solicitados aos catequizandos
no encontro anterior).

Providenciar um quadro da Santa Ceia, ou cartazes alusivos ao tema.

Providenciar cartazes com as frases ditas por Jesus e hoje pelo padre na Oração Eucarística.
6. Material utilizado: Citados acima.
7. Atividades:Acompanhar e orientar as atividades.
Respostas da cruzadinha: a) alimento; b) apóstolos; c) Eucaristia; d) Ceia; e) Nova; f) Aliança; g) Paixão.
8. Momento de Oração:
 Agradecer a Jesus pelo seu amor por nós e por ter nos deixado a Eucaristia como nosso alimento
espiritual.
 Encerrar com a oração do Símbolo Niceno-Constantinopolitano .
66
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O SACRAMENTO DA EUCARISTIA
do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina
271. O que é a Eucaristia? (1322-1323) – É o
Liturgia,
próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor
Sacramento do altar, Santa Comunhão.
Jesus,
Santos
Mistérios,
Santíssimo
o
276. Qual o lugar da Eucaristia no desígnio da
sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao
salvação? (1333 – 1344) – Na Antiga Aliança, a
seu regresso, confiando assim à sua Igreja o
Eucaristia é preanunciada, sobretudo na ceia
memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal
pascal anual, celebrada cada ano pelos judeus com
da unidade, o vínculo da caridade, o banquete
os pães ázimos, para recordar a imprevista e
pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche
libertadora partida do Egito. Jesus anuncia-a no
de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.
seu ensino e institui-a, celebrando com os seus
272. Quando é que Jesus Cristo instituiu a
Apóstolos a última Ceia, durante um banquete
Eucaristia? (1323, 1337-1340) – Instituiu-a na
pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor:
Quinta Feira Santa, «na noite em que foi
«Fazei isto em memória de mim» (1 Cor 11, 24),
entregue» (1Cor 11,23), ao celebrar a Última Ceia
sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao
com os seus Apóstolos.
Domingo, dia da ressurreição de Jesus.
273. Como é que a instituiu? (1337-1340, 1365)
277.
– Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo,
Eucaristia? (1345 – 1355) – Desenrola-se em dois
Jesus tomou em suas mãos o pão, partiu-o e deu-
grandes momentos que formam um só ato de
lho dizendo: «Tomai e comei todos: isto é o meu
culto: a liturgia da Palavra, que compreende a
corpo entregue por vós». Depois tomou em suas
proclamação e escuta da Palavra de Deus; e a
mãos o cálice do vinho e disse-lhes: «tomai e
liturgia
bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a
apresentação do pão e do vinho, a oração ou
nova e eterna aliança, derramado por vós e por
anáfora, que contém as palavras da consagração, e
todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em
a comunhão.
memória de mim».
278. Quem é o ministro da celebração da
274. O que significa a Eucaristia na vida da
Eucaristia? (1348) – É o sacerdote (Bispo ou
Igreja? (1324-1327) – É fonte e cume da vida
presbítero), validamente ordenado, que age na
cristã. Na Eucaristia, atingem o auge, a ação
Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja.
santificadora de Deus em nosso favor e o nosso
279.
culto para com Ele. Nela está contido todo o
necessários para realizar a Eucaristia? (1412) –
tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo,
São o pão de trigo e o vinho da videira.
nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a
280. Como é que a Eucaristia é memorial do
unidade do Povo de Deus são significadas e
sacrifício de Cristo? (1362– 1367) – A eucaristia
realizadas
que
Ele
na
instituiu
Eucaristia.
para
Pela
perpetuar
Como
se
desenrola
eucarística,
Quais
os
a
que
elementos
celebração
compreende
essenciais
da
a
e
celebração
é memorial no sentido que torna presente e atual
eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e
o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez
antecipamos a vida eterna.
por todas, na cruz, em favor da humanidade. O
275. Como é chamado este sacramento? (1328 –
caráter sacrifical da Eucaristia manifesta-se nas
1332) – A insondável riqueza deste sacramento
próprias palavras da instituição: «Isto é o meu
exprime-se com diferentes nomes que evocam
corpo, que vai ser entregue por vós» e «este
alguns dos seus aspectos particulares. Os mais
cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser
comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do
derramado por vós» (Lc 22,19-20). O sacrifício da
Senhor, Fração do pão, Celebração Eucarística,
cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único
Memorial da paixão, da morte e da ressurreição
sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que
67
oferece, diverso é só o modo de oferecer-se:
diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos
cruento na cruz, incruento na Eucaristia.
enfermos
281.
Como
que
a
pessoas
impossibilitadas
de
(1368 – 1372) – Na
adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida
Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também
à visita freqüente e à adoração do Santíssimo
o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos
Sacramento conservado no tabernáculo.
fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração,
287. Porque é que a Eucaristia é banquete
o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto
pascal? (1382 – 1384, 1391 – 1396) – A Eucaristia
sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por
é o banquete pascal, porque Cristo, pela realização
todos os fiéis vivos e defuntos, em reparação dos
sacramental da sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o
pecados de todos os homens e para obter de Deus
seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e
benefícios espirituais e temporais. A Igreja do
nos une a si e entre nós no seu sacrifício.
céu está unida também à oferta de Cristo.
288. Que significa o altar? (1383) – O altar é o
282. Como é que Jesus está presente na
símbolo do próprio Cristo, presente como vítima
Eucaristia? (1373 – 1375) – Jesus Cristo está
sacrifical (altar- sacrifício da cruz) e como
presente
alimento celeste que se nos dá (altar-mesa
na
Eucaristia
dum
participa
às
participar na Santa Missa, apresenta-as à solene
eucarístico?
Igreja
e
no
sacrifício
é
modo
único
e
incomparável. De fato, está presente de modo
eucarística).
verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o
289. Quando é que a Igreja obriga a participar
seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade.
na santa Missa? (1389) – A Igreja obriga os fiéis
Nela está presente em modo sacramental, isto é,
a participar na santa Missa cada Domingo e nas
sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho,
festas de preceito, e recomenda a participação
Cristo completo: Deus e homem.
nela também nos outros dias.
283. Que significa transubstanciação? (1376 –
290. Quando se deve comungar? (1389) – A
1377) – Transubstanciação significa a conversão
Igreja recomenda aos fiéis que participam na
de toda a substância do pão na substância do
santa Missa que também recebam, com as devidas
Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na
disposições, a sagrada Comunhão, prescrevendo a
substância do seu Sangue. Esta conversão realiza-
obrigação de a receber ao menos pela Páscoa.
se na oração eucarística mediante a eficácia da
291. Que se requer para receber a sagrada
palavra de Cristo e a ação do Espírito Santo.
Comunhão? (1385–1389) – Para receber a sagrada
Todavia as características sensíveis do pão e do
Comunhão é preciso estar plenamente incorporado
vinho,
à Igreja católica e em estado de graça, isto é,
isto
é
as
«espécies
eucarísticas»,
permanecem inalteradas.
sem consciência de pecado mortal. Quem tem
284. A fração do pão divide Cristo? (1377) – A
consciência de ter cometido pecado grave deve
fração do pão não divide Cristo: Ele está presente
receber o sacramento da Reconciliação antes da
todo
Comunhão. São também importante o espírito de
inteiro
em
cada
uma
das
espécies
eucarísticas e em cada uma das suas partes.
recolhimento e de oração, a observância do jejum
285.
presença
prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal
eucarística de Cristo? (1377) - Ela continua
(gestos, trajes), como sinal de respeito para com
enquanto subsistem as espécies eucarísticas.
Cristo.
286. Que tipo de culto é devido ao sacramento
292.
da Eucaristia? (1378 – 1381) – É devido o culto de
Comunhão? (1391 – 1397) – A sagrada Comunhão
latria, isto é, de adoração reservado só a Deus
aumenta a nossa união com Cristo e com a sua
quer durante a celebração eucarística quer fora
Igreja, conserva e renova a vida da graça
dela. De fato, a Igreja conserva com a maior
recebida no Batismo e no Crisma, e faz-nos
68
Até
quando
continua
a
Quais
são
os
frutos
da
sagrada
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
crescer
no
amor
para
com
o
próximo.
administram licitamente a sagrada comunhão aos
Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados
fiéis,
veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no
espontaneamente, tenham as devidas disposições
futuro.
e manifestem a fé católica acerca do sacramento.
293. Quando é possível administrar a sagrada
294. Porque é que a Eucaristia é «penhor da
Comunhão aos outros cristãos? (1398-1401) – Os
futura
ministros católicos administram licitamente a
Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do Céu,
sagrada comunhão aos membros das Igrejas
fortalece-nos para a peregrinação desta vida,
orientais que não têm plena comunhão com a
faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde
Igreja
já a Cristo, sentado à direita do Pai, à Igreja do
católica,
sempre
que
estes
espontaneamente a peçam e com as devidas
que,
por
glória»?
motivos
graves,
a
peçam
(1402 – 1405) – Porque a
Céu, à santíssima Virgem e a todos os santos.
disposições.
No
que
se
refere
aos
membros
doutras
Comunidades eclesiais, os ministros católicos
69
16º ENCONTRO: PA IXÃ O, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS
1. Objetivo:
 Compreender o motivo da condenação e morte de Jesus Cristo
(nossos pecados e nossa salvação).
 Perceber o que sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos
levar a viver com Ele a sua ressurreição.
 Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo Ressuscitado.
2. Conteúdo do Encontro:
 Recordar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
 O caminho do sofrimento de Jesus rumo à ressurreição marca a
passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, da
tristeza para a alegria.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Fazer ligação com os encontros anteriores (a Última Ceia)
 Fazer a leitura do texto de Lucas 23.
 Acompanhar na apostila. Refletir com os catequizandos: Jesus foi preso, torturado, coroado de
espinhos e crucificado. Jesus pregava um reino diferente, um reino que acolhia os pobres, os
marginalizados, os doentes, os pecadores. Os poderosos daquele tempo ficaram com medo que
Jesus tomasse os seus tronos. O povo sofrido esperava um Messias, anunciado pelos profetas, e
aclamava Jesus como Rei.
 Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos.
 Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna.
 Comentar: quantas pessoas hoje estragam sua vida ou a vida do irmão, com o vício, a droga, o
consumismo, o desespero, a morte.
 Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a nós, para nos libertar do mal e nos dar a vida eterna
no Céu. Jesus Morreu para nos dar vida em abundância – Jo 10, 10.
 Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita. Deus Pai torna a criar
todas as coisas, por Jesus e em Jesus.
 Ler Mt 28, 1-10.
 Após a ressurreição Jesus apareceu a várias pessoas: às mulheres que foram ao túmulo no domingo
bem cedinho, a Pedro e João, mais tarde aos Onze, aos discípulos de Emaús que o reconheceram ao
partir o pão. Acompanhar na apostila.
 Jesus continua a viver no meio de nós, em nossas famílias e comunidades, principalmente na
Eucaristia e na proclamação da Palavra.
 Cristo Ressuscitado marca a passagem da morte para a vida, da treva para a luz, da tristeza para a
alegria.
4. Leitura utilizada: Mt 26, 30-35, Mt 27, 1-4 Lc 23, 33–44, Mt 28, 1-10
5. Ambientação: toalha, vela, Bíblia e crucifixo – e uma bacia com água.
6. Material utilizado: Cruz e Água, escrever em quadradinhos de papel, situações de morte – violência,
desamor, inveja, ciúmes, brigas, roubos, traições, mentiras, corrupção, poluição, desmatamento, etc...
7. Atividades:Fazer as leituras bíblicas indicadas para completar a atividade.
8. Momento de Oração:
 Encerrar o encontro fazendo uma celebração em dois momentos:
70
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
o 1º momento – Cruz (morte): diante da Cruz fazer uma oração a Jesus agradecendo a Ele pelo
sacrifício que fez dando sua vida por nós. Pedir pelas pessoas que passam por situações de
morte: fome, drogas, abandono, desemprego, injustiças, doenças, brigas, desentendimentos.
o 2º Momento – Água (ressurreição) – acender a vela: Colocar na água todas as situações que
trazem tristeza e sofrimento para nossa vida, rezando a oração:
“Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos
envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe, em nossas vidas, a luz da vossa
verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que morreu na cruz por
todos nós, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
 Terminar a celebração com o canto: “Deus enviou seu Filho amando...”
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Com o Batismo de Jesus no Jordão tem
sagrado para os judeus). E afirmou: o sábado foi
início sua missão conforme Is 61, 1-2: "O espírito
feito para o homem, e não o homem para o sábado
do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me
(Mc 2,27). Era um mestre diferente daqueles do
ungiu; enviou-me a anunciar a boa-nova aos pobres,
seu tempo, porque admitiu mulheres como suas
a curar os quebrantados de coração e proclamar a
discípulas e ensinou a humildade e o serviço, por
liberdade aos cativos,
isso lavou os pés dos seus apóstolos e recomendou
a libertação aos que estão
presos, a proclamar um ano aceitável ao Senhor".
que o fizessem aos outros (1o 13,14-15).
O cumprimento dessa missão custou-lhe a
Tais atitudes geravam confronto com a
vida. O poder, a ganância e a vaidade cegam a
sociedade da época. As incompreensões dos
humanidade. Jesus não hesitou em defender os
dirigentes e das autoridades religiosas insuflaram
oprimidos.
riqueza
o povo a querer a morte de Cristo. Jesus, Filho de
construídos a custa da opressão, assim como as
Deus, chamava o Pai de Abba. Por se considerar
desigualdades sociais, as discriminações, as leis
filho de Deus, foi tido como blasfemo. Após ser
injustas que favoreciam apenas uma pequena
traído, foi entregue aos tribunais do Império e do
parcela da sociedade. Não aceitou a hipocrisia e o
Sinédrio. A Eucaristia, que agora celebramos,
uso da religião em proveito próprio. Anunciou o
renova a aliança selada com seu sangue e nos
Reino de justiça, amor e paz, pois todos são iguais
torna participantes da força salvadora de sua
perante Deus e com os mesmos deveres e
morte. "Esta noite em que Cristo, nossa páscoa,
direitos.
foi imolado, porque ele é o verdadeiro cordeiro
Condenava
o
poder
e a
Ao longo de sua vida missionária, a pregação
que tirou o pecado do mundo."!
de Jesus quebrou estruturas para restituir a
A ressurreição de Cristo e o centro de
dignidade dos filhos de Deus: o ladrão vem só para
nossa fé. Se Cristo não ressuscitou, vazia é a
roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham
nossa pregação, vazia é também a nossa fé (1Cor
vida e a tenham em abundância (Jo 10,10).
15,14). A ressurreição é a vitória de Cristo sobre
Perdoou os pecadores e curou os doentes numa
a morte e sobre todos os poderes contrários à
sociedade em que as pessoas que sofriam eram
vida humana. Se, por um lado, a sentença do
discriminadas e excluídas por serem consideradas
mundo contra o Senhor decretou sua morte na
pecadoras.
cruz, por outro, o Pai devolve a vida a seu Filho,
Para
Jesus,
as
observâncias
religiosas
que a retoma livremente, e o Espírito Santo a
deviam ajudar o ser humano e não escravizá-lo,
vivifica e glorifica. "A Ressurreição é o ápice da
por isso curava no sábado (considerado dia
Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo,
71
como também tudo o que ele fez e ensinou, e
"A Vigília Pascal é a principal celebração da
realiza todas as promessas divinas a nosso
ressurreição do Senhor. Nos cinqüenta dias do
favor."2
Tempo Pascal, celebramos a passagem de Cristo
Sua ressurreição é a garantia de que, em
Cristo, nós alcançamos a vida plena e, com ele,
para sua nova vida como se fosse um só dia de
festa, ou melhor, como um grande domingo.
somos igualmente vitoriosos sobre toda a maldade
Cristo, por seu Espírito, está presente em
deste mundo e herdeiros da vida eterna. Nada nos
nós. Ele já não sofre, como glorioso, os limites do
poderá separar da vida e do amor em Cristo, nem
tempo e do espaço. Está libertado da matéria e de
o maior sofrimento, nem mesmo a morte. Sua
suas limitações. Por isso este presente na sua
ressurreição é atestada pelos apóstolos, pelas
Igreja em todo momento: quando se congrega
mulheres e por tantos discípulos que o viram
para
ressuscitado. Recordemo-nos dos apóstolos e
sacramentos, celebra a Palavra de Deus, prega e
mártires
o
dá testemunho e se dedica ao serviço dos irmãos
próprio sangue, que ele está vivo e atuante em
nas obras de misericórdia. o que fizestes ao
suas vidas. "Senhor do cosmo e da história,
menor desses pequeninos, a mim o fizestes (Mt
Cabeça
25, 40).
que
da
testemunharam,
sua
Igreja,
derramando
Cristo
glorificado
a
oração
ou
para
a
celebração
permanece misteriosamente na terra, onde o seu
reino já está presente como germe e início na
Igreja. Um dia voltará na glória, mas não sabemos
o momento. Por isso, vivemos na vigilância, orando:
Vem, Senhor Jesus" (Ap 22)3
2
3
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 131.
Ibid, nº 133.
72
Fonte: Iniciação à Eucaristia, Livro do Catequista,
Núcleo de Catequese Paulinas, 2008.
dos
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
17º ENCONTRO: SACRAMENTO DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
 Entender que o Sacramento da Eucaristia é essencial à vida cristã.
 Sentir-se motivados para viver em profundidade o mistério da
Eucaristia.
2. Conteúdo do Encontro:
 Os vários nomes deste Sacramento.
 A Eucaristia é ponto mais importante da vida cristã.
 A Eucaristia sinal de partilha, fraternidade e união com Cristo.
 Os frutos da comunhão.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Iniciar o assunto com a seguinte dinâmica: balas ou pãezinhos em número
igual ou superior ao de participantes.
 Convide os catequizandos a formarem um círculo ao redor da mesa e em
cima coloque os objetos descritos acima.
 Após o sinal os catequizandos deverão pegar os objetos – alguns ficarão com muitos e outros
ficarão com poucos objetos, ou até sem nenhum deles.
 Peça que os catequizandos relatem a experiência que tiveram com esta atividade.
 A partir da fala, será fácil explorar o tema da partilha.
 Explicar o tema da Comunhão como sinal de partilha, fraternidade e unidade.
 Mostre que ter vida eucarística exige uma atitude solidária e fraterna.
 Ler o texto de At 4, 32-35 e reflita sobre o sentido da fraternidade nas primeiras comunidades
cristãs. Utilize o texto 1Cor 10, 16-17 como complementação.
 A mesa é, em muitas ocasiões, lugar de festa e alegria. A refeição é sinal de amizade, de
fraternidade, de união. Jesus aproveita a força do significado do alimento para instituir o
Sacramento da Eucaristia. Trata-se de uma refeição sagrada, na qual o pão e o vinho são
partilhados ao redor de uma mesa. É mais do que matar a fome e sede, pois nos reunimos como
irmãos para partilhar o que existe de mais precioso – o próprio Deus. É Jesus quem nos convida.
 Pelo Sacramento da Eucaristia recebemos os frutos da comunhão, que são:
o
O aumento da nossa união com Cristo – como o alimento fortalece o corpo, o pão Eucarístico
nos dá uma graça invisível. Somos alimentados no espírito para vivermos como Jesus,
renovando a graça que recebemos no batismo.
o
Viver separados/longe do pecado: A Eucaristia fortalece a vivência do amor, nos dá forças
para lutarmos contra o mal e apaga os pecados veniais.
o
Participar da Igreja: A Eucaristia faz a Igreja. Somos chamados pelo batismo a sermos um
só corpo com Jesus Cristo.
o
Estar em estado de graça – A Igreja nos pede que estejamos em estado de graça, que não
tenhamos pecado gravemente. Por isso precisamos participar do Sacramento da Reconciliação.
4. Leitura utilizada: Mc 14, 22-24, At 4, 32-35, 1Cor 10, 16-17..
5. Ambientação: toalha, imagens, vaso com flores e uma bandeja com balas.
6. Material utilizado: balas.
7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades.
73
1)
2)
J
E
3)
M
A
4)
J
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6)
M
A
7)
A
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5)
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A
M
O
R
10)
L
8. Momento de Oração:
 Propor a memorização da fórmula de Adoração: “Graças e louvores se dêem a todo momento, ao
Santíssimo e Diviníssimo Sacramento”.
 Procurar estar diante do Sacrário e ressaltar a importância do nosso respeito diante de Cristo
Eucarístico.
 Recomende que os catequizandos pensem e rezem pedindo ajuda para se prepararem dignamente
para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como
ação concreta de preparação para este momento.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A mesa, em muitas ocasiões, é lugar de
agora repetido pela comunidade dos seguidores de
festa e de alegria. Quando comemoramos algo
Jesus (cf. At 2,42-46). Também o gesto de partir
importante como um aniversário ou um casamento,
o pão foi o sinal visível que fez os discípulos
chamamos a família e os amigos para comer e
reconhecerem
beber.
Apesar
da
correria
da
vida
e
do
O Senhor ressuscitado (cf. Lc 24,30-31).
individualismo, ainda muitas vezes as famílias se
Quando uma criança (ou adulto) faz sua Primeira
sentam à mesa para comer. A refeição é sinal de
Comunhão Eucarística, passa a viver uma vida de
amizade, de fraternidade, de união. Talvez, por
partilha e solidariedade.
esta razão, o alimento é algo sagrado nas culturas.
A Mesa da Eucaristia renova e fortalece a
Jesus aproveitou a força do significado do
comunhão, como nos diz São Paulo: "0 cálice da
alimento
da
bênção que abençoamos não é comunhão com o
Eucaristia. Trata-se de uma refeição sagrada, na
para
instituir
o
Sacramento
sangue de Cristo? O pão que partimos não é
qual o pão e o vinho são partilhados ao redor de
comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só
uma mesa. É mais do que matar a fome e a sede,
pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois
pois nos reunimos como irmãos e irmãs para
todos participamos deste único pão" (1 Cor 1 0,16-
partilhar o que existe de mais precioso - o próprio
17).
Deus. Somos da mesma família (irmãos em Cristo)
consagração, o padre ora pedindo que todos sejam
e, portanto, comemos e bebemos ao redor da
um só corpo:
mesma mesa, e do mesmo Senhor.
Na
Oração
Eucarística,
depois
da
"E nós vos suplicamos que, participando do
Por esta razão, no início da Igreja, a
Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo
Celebração Eucarística era chamada de "Fração
Espírito Santo num só corpo" (Oração Eucarística
do Pão", o mesmo gesto do Mestre na Última Ceia
II).
74
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
"Em sua palavra e em todos os sacramentos Jesus nos oferece um alimento para o caminho. A
Eucaristia é o centro vital do universo, capaz de saciar a fome de vida e de felicidade: 'Aquele que come
de mim, viverá' (Jo 6,57). Nesse banquete feliz participamos da vida eterna e, assim, nossa existência
cotidiana se converte em uma missa prolongada. Mas todos os dons de Deus requerem uma disposição
adequada para que possam produzir frutos de mudança. Especialmente, nos exigem um espírito
comunitário, que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos mais pobres: 'No mais humilde
encontramos o próprio Jesus'. Par isso, São João Crisóstomo exortava: Querem em verdade honrar o
corpo de Cristo? Não consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda, enquanto fora
o deixam passar frio e nudez" (DA 354).
75
18º ENCONTRO: SACRAMENTO DA EUCARISTIA
1. Objetivo:
 Recapitular o tema já visto, lembrando que Eucaristia é compromisso com Cristo e partilha de dons.
 Ensinar na prática a maneira correta de receber a comunhão nas duas espécies.
2. Conteúdo do Encontro:
 Este encontro pode ser dado por um Ministro Extraordinário da Comunhão que irá orientar o
catequizando a maneira correta de comungar, posturas e atitudes. Vai relembrar o que o catequista
já ensinou e apresentar os objetos litúrgicos utilizados na mesa da comunhão.
3. Desenvolvimento do Tema:
(Entregar uma cópia deste Roteiro ao Ministro Extraordinário da Comunhão que irá conduzir o
encontro)
a)
Eucaristia quer dizer “Ação de Graças” – chama-se também Comunhão que significa comum união,
porque recebendo o Corpo de Cristo nos unimos a Cristo e aos irmãos.
b)
Recordar com os catequizandos como Jesus instituiu a Eucaristia lendo (Lc 22, 7-20).

Na quinta-feira, sabendo que chegara a hora, Jesus pediu a Pedro e João que fossem preparar
a ceia da Páscoa, para Ele e os doze apóstolos (Lc 22, 7-8). Como todo judeu Jesus celebrava
todos os anos a festa de Páscoa (cartaz 1).
76

Antes da Ceia, Jesus pegou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos apóstolos (Jo 13, 2-17).
Jesus com este gesto de humildade nos deixou um novo mandamento, para que nos amemos
uns aos outros como Ele nos amou (cartaz 2) .

No decorrer daquela ceia Jesus nos deixou a garantia de seu amor por nós, deixou-nos como
alimento a Eucaristia que nos faria participantes do reino de Deus, e ao mesmo tempo a
garantia da sua presença no meio de nós.

Instituiu assim a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, (Lc 22, 17-19)
ordenando que seus apóstolos celebrassem-na até a sua volta, neste momento Jesus estava
instituindo também o sacerdócio (CIC 1337).

Jesus quando pregava dizia que deveríamos trabalhar, não pelo pão que estraga, mas pelo pão
que dura até a vida eterna, e prometeu que nos daria deste pão. Esta promessa Ele cumpriu nos
deixando a Eucaristia.

Na véspera de sua morte, Jesus abençoou o pão, deu aos Apóstolos e disse: “Tomai e comei,
todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós” (cartaz 3), depois abençoou o cálice
e disse “Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado
por vós para o perdão dos pecados” (cartaz 4), é disse também “Fazei isto em memória de
mim” (cartaz 5).

O mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que Ele volte” não pede
somente que se recorde de Jesus e do que Ele fez. Este mandamento aponta para a celebração
litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, da sua Morte,
da sua Ressurreição e da sua intercessão junto ao Pai (CIC 1341). Memorial não significa uma
mera lembrança de um fato passado, mas a atualização daquele acontecimento, isto é o
efeito daquele fato torna a acontecer.

A missa não é um teatro. O sacrifício que Jesus ofereceu na cruz torna-se sempre atual:
todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, acontece novamente a nossa
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
redenção, pois a salvação de Cristo se estende a todos os homens e mulheres de todos os
tempos (CIC 1364).
c)

Encontra-se no centro da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de
Cristo e pela invocação do Espírito Santo (ditas pelo sacerdote), se tornam o Corpo e o Sangue
de Cristo.

Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho
continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório, damos graças ao
Deus Criador pelo pão e pelo vinho, fruto do “trabalho do homem”, mas antes “fruto de terra e
da videira”, “dons do criador” (CIC 1333).

“No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e
substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a Divindade de Nosso
Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo” (CIC 1374). O ato de consagrar torna
real o mistério da transubstanciação, pois a substância do pão e do vinho se transformam:
tornam-se uma outra realidade – Corpo e o Sangue do Senhor. Sem fé ninguém entende a
Eucaristia. É por isso que o padre diz após a consagração: “Eis o Mistério da Fé”.

Neste momento nos levantamos para responder “Anunciamos Senhor a Vossa Morte e
Proclamamos a Vossa Ressurreição” – não permanecemos de joelhos porque aquele que anuncia
o faz em pé.

“Felizes os convidados para a ceia de Jesus” (cartaz 6). Nós somos os convidados para a Ceia do
Senhor. Jesus nos convidou pessoalmente, Ele mesmo nos chamou para estar aqui e recebê-lo. Ele
nos convidou para a festa, mas para responder a este convite, devemos preparar-nos para este
momento tão grande e tão santo. Devemos fazer um exame de consciência antes de comer deste
pão e deste cálice: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente,
estará comente e bebendo a própria condenação” (1Cor 11, 27-29).

O sacerdote diz “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (cartaz 7). Jesus se
ofereceu em sacrifício ao Pai, para pagar por nossos pecados. E nós humildemente respondemos
“Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e
serei salvo(a)” (cartaz 8).

Se participamos bem da missa neste momento estamos preparados para receber Jesus em
nosso coração (cartaz 9).
Expor e explicar cada um dos objetos usados na missa:

Em nossas celebrações religiosas há muitos gestos e objetos. Os símbolos litúrgicos são de
grande importância para favorecer a oração, a comunhão da comunidade com Deus.
1
Toalha branca: é próprio da mesa de refeição, em um aspecto de festa, de alegria, de
solenidade.
2
Vela: representam a luz de Cristo. A chama da vela é o símbolo da fé que recebemos de
Jesus “Luz do Mundo”, no batismo e na crisma.
3
Cálice: onde se deposita o vinho que vai ser consagrado. O vinho usado é puro de uva e o
cálice deve ser de material nobre.
4
Pala: peça quadrada, dura, que serve pra cobrir o cálice.
5
Corporal: é uma espécie de toalhinha quadrada que fica no centro do altar, onde se colocam
a patena ou as âmbulas com a hóstia consagrada, o Corpo de Cristo. Tem a finalidade de
guardar os minúsculos pedaços da hóstia que possam cair. É dobrada de modo especial
(mostrar) de maneira a proteger estas minúsculas partículas. São lavadas de modo especial.
77
d)
6
Sanguíneo: toalhinha comprida, branca, usada para purificar (enxugar por dentro) o cálice.
Também é lavado com cuidado especial.
7
Âmbula: espécie de cálice com tampa para conservação e distribuição das hóstias aos fiéis.
8
Patena: pequeno prato de metal, no qual é colocada a hóstia grande.
9
Galhetas: duas garrafinhas que contém a água e o vinho. A água vai ser usada para
purificação do das âmbulas e do cálice e para misturar com o vinho no ofertório,
significando toda a humanidade salva em Cristo pelo sangue derramado na cruz.
Os gestos e posturas são muito importantes e também são formas de rezar. Orientar como
os catequizandos devem se dirigir à mesa da comunhão:
 Devagar, em silêncio, em oração ou cantando o canto da comunhão. No dia da Primeira Comunhão,
os que permanecem nos bancos devem cantar o canto da comunhão.
 Aproximar-se do altar (aqui na Catedral ficar o mais próximo possível do primeiro degrau preto)
e aguardar que o ministro chegue até você.
 Quando receberem a comunhão apenas na espécie de pão, podem recebê-la na mão ou na boca.
 A posição das mãos – recebe-se a hóstia na palma da mão esquerda, pega-se com a direita e
coloca-se na boca, na frente do ministro. Não consumir diretamente com a boca na mão
esquerda. Os canhotos fazem o contrário.
 Não ficar com o dedo em pinça para pegar a partícula, aguardar que seja colocada na palma da
mão – Eucaristia é dom, é presente, e presente a gente recebe com amor e gratidão, e
não pega.
 Ter as mãos limpas (sem rabiscos de caneta, nº de telefone, recados, etc). Se tiver as mãos
sujas é melhor receber a comunhão diretamente na boca.
 Ter as mãos vazias (não trazer chaves, terços, papéis, etc)
 Observar bem as mãos depois que consumiu a hóstia para ver se não ficaram minúsculas
partículas nas mãos, caso tenham ficado consumir também estes (com delicadeza, sem lamber as
mãos). Lembrando que no menor pedaço da Eucaristia se existir, Jesus estará presente
 Quando a comunhão for servida em duas espécies, receber diretamente na boca.
e)
f)
g)
Condição para se aproximar da mesa da comunhão:

Estar em estado de graça. Isto significa ausência de pecado mortal. Quem está consciente de
um pecado grave deve se confessar antes de receber a Comunhão (CIC 1385).

A atitude corporal (gestos e roupas) deverá traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste
momento em que Cristo se torna nosso hóspede (CIC 1387).

Saber e pensar que o que se vai receber é o Corpo de Cristo, por isso quando nos é dado o
“Corpo de Cristo” respondemos “Amém” como expressão da própria fé.

Observar o jejum eucarístico: abster-se de alimentos, bebidas (com exceção de água e
remédios somente), balas, chicletes... pelo menos uma hora antes da comunhão.
Os catequizandos vão receber o pão e o vinho na boca, e depois apenas o pão na mão.
Ministro e catequistas devem observar e corrigir na hora os erros que acontecerem.
Tirar as dúvidas se necessário.
4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-20.
78
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
5. Ambientação: Catequista prepara a sala com cartazes, mesa com toalha branca. O M.E.C. junto
ao(à) sacristão(ã) preparam os objetos litúrgicos, as partículas e o vinho que serão utilizados.
6. Material utilizado:Objetos litúrgicos e cartazes.
4. Atividades: A atividade deste encontro será a experiência vivida pelos catequizandos com a
orientação do Ministro Extraordinário da Comunhão.
5. Momento de Oração: Preparada pelo Ministro Extraordinário da Comunhão.
Preparar os cartazes conforme abaixo:
Cartaz 1 – Figura da Santa Ceia
Cartaz 2 – Figura do Lava-Pés
Cartaz 3 – “Tomai e comei, todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós”
Cartaz 4 –“Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado por vós para o
perdão dos pecados”
Cartaz 5 –“Fazei isto em memória de mim”
Cartaz 6 –“Felizes os convidados para a ceia de Jesus”
Cartaz 7 – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
Cartaz 8 - “Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei
salvo(a)”
Cartaz 9 – Foto de uma criança recebendo a Primeira Comunhão
79
19º ENCONTRO: CATEQUIZANDOS A CAMINHO
1. Objetivo:
 Ter consciência que a caminhada não termina com o sacramento da Eucaristia, mas, ao contrário,
nos leva a vivenciá-lo no caminho da vida que continua com a Perseverança.
2. Conteúdo do Encontro:
 Assim como há uma continuidade da vida, da história de
cada um, da mesma forma segue a nossa vida sacramental,
deixando que Cristo conosco na nossa história, crescendo
na comunhão com Ele, vivendo uma vida cada vez mais
aberta a amar e a servir o próximo, anunciando e fazendo
crescer o Reino de Deus.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Acompanhar na Apostila seguindo o conteúdo.
 Apresentar o trabalho voltado para os jovens oferecido pela paróquia e motivar os catequizandos a
permanecerem na caminhada da Catequese.
 Se for possível trazer um catequizando da Crisma (que tenha feito Perseverança) ou da
perseverança para falar da caminhada na Perseverança.
 Convidar adolescentes e jovens que se engajaram na comunidade para falar do trabalho que fazem
na Igreja: coroinha, cerimoniários, músicos, monitores de Crisma, catequistas, etc...
 Ao sermos batizados assumimos a missão de anunciar Cristo aos nossos irmãos, podemos estar em
missão no nosso dia a dia, na escola, no trabalho, em casa, no lazer – mas precisamos da força da
Igreja para cumprir bem esta missão.
 Contar a sua caminhada na Igreja.
4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-35.
5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem.
6. Material utilizado: (a critério do catequista)
7. Atividades: Contar a história e fazer a atividade proposta.
8. Momento de Oração: rezar juntos a Oração do Evangelizador.
80
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
20º ENCONTRO: ACOLHENDO O PERDÃO DE DEUS
Nota: Este tema pode ser substituído pelo atendimento de confissões conforme a
programação da paróquia. Neste caso o catequista, ou o próprio confessor,
pode falar brevemente com os catequizandos para que se sintam à vontade
para se apresentar diante do confessor, em sua primeira confissão.
1. Objetivo:
 Fazer com que o catequizando se sinta à vontade para se apresentar
diante do confessor, sabendo que está ali para receber o abraço
carinhoso do Pai que está feliz com a sua volta.
2. Conteúdo do Encontro:
 Refletir os textos bíblicos em que Jesus nos ensina que quando pecamos Deus nos espera de braços
abertos.
 Relembrar os passos para uma boa confissão e o exame de consciência.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Ler os textos bíblicos e deixar livre para os catequizandos expressarem seus medos, dúvidas e
preocupações em relação à primeira confissão.
 Dar as orientações necessárias.
4. Leitura utilizada:Lucas 15, 3-7
5. Momento de Oração: Rezar o Ato de Contrição.
81
1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE
1. Objetivos:
 Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este
período.
 Refletir
sobre o
tema
e
lema
da
Campanha
da
Fraternidade 2012.
 Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de
uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e
comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e
mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
(Objetivo Geral de CF-2012).
2. Conteúdo do Encontro:
 Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo o
dia da Páscoa. (ver modelo – após o aprofundamento)
 Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm)
para os catequizandos, que deverão dobrar ao meio.
 Colar os pedados dos papéis em um papel cartão,
colocando os quarenta dias da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma.
 Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude,
uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
 Combinar em cada encontro as ações da semana.
 Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história – A pomba e a formiga.
Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da
correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um
raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar.
Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou
imaginando o belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no
calcanhar. O caçador abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado
de ser salva pela pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este
olhou de novo para o rio, seu almoço tinha desaparecido.
Comentar a história:
 Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga?
 Quando é que sou pomba?
 Quando sou caçador?
 Quem foi solidário e fraterno?
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz)
 Tema: Fraternidade e Saúde Pública
 Lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38, 8).
82
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
 A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos.
Este ano a campanha nos pede para olharmos para a nossa saúde e a de nossos irmãos e perceber
que as nossas atitudes podemos mudar para contribuir para melhorar a nossa saúde.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF/12, cartolina e folhas cortadas
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – orientar a escrita da oração da apostila.
APROFUNDAMENTO PARFA O CATEQUISTA
Introdução
A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os
catequizandos a contemplarem a vida como um dom de
Deus e para a compreensão de que o cuidado com a
saúde depende de uma alimentação saudável, da prática
de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o
corpo, a mente e o espírito.
A Igreja propõe como tema da Campanha deste
ano: A Fraternidade e a Saúde Pública, como lema:
Que a Saúde se difunda sobre a terra (Eclo. 38,8).
Deseja assim sensibilizar a todos sobre a dura
realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à
assistência de saúde pública condizente com suas
necessidades e dignidade. É uma realidade que clama
por ações transformadoras. A conversão pede que as
estruturas de morte sejam transformadas.
A Igreja, nessa Quaresma, à luz da Palavra de
Deus, deseja iluminar a dura realidade da saúde pública
e levar os discípulos missionários a serem consolo na
doença, na dor, no sofrimento, na morte. Levá-los, ao
mesmo tempo, a exigir que os pobres tenham um
atendimento digno em relação à saúde.
O Sistema Único de Saúde – SUS , inspirado em
belos princípios como o da universalidade, cuja proposta
é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser
modelo para o mundo. No entanto, ele ainda não
conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não
atende a contento, sobretudo os mais necessitados
desses serviços.
Entendendo ser um anseio da população,
especialmente da mais carente, um atendimento de
saúde digno e de qualidade, a Campanha da
Fraternidade 2012 aborda o tema da saúde, conforme
os objetivos a seguir propostos.
Objetivo Geral:
Refletir a realidade da saúde no Brasil, em vista de
uma vida saudável, mobilizando o espírito fraterno e
comunitário das pessoas, na atenção aos enfermos e na
busca por melhoria no sistema público de saúde.
Objetivos Específicos:
1. Disseminar o conceito de bem viver e
sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável,
em detrimento dos que comprometem a boa saúde;
2. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos
enfermos, o suprimento de suas necessidades e
integração na comunidade. Organizar este serviço nas
comunidades que ainda não despertaram para esta
exigência evangélica;
3. Alertar para a importância da organização da
Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não
existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la
onde ela já existe.
4. Difundir dados sobre a realidade da saúde no
Brasil e seus desafios, bem como sua estreita relação
com os aspectos socioculturais de nossa sociedade;
5. Despertar, nas comunidades, a discussão sobre
a realidade da saúde pública, levá-las ao
acompanhamento da prática da cidadania no trato da
causa pública e à exigência de qualificação dos gestores
da área da saúde;
6. Estimular e fortalecer a mobilização popular
em defesa do SUS e de seu justo financiamento,
orientando a comunidade sobre seus direitos e deveres
em relação ao sistema de saúde como a participação nos
espaços de controle, fiscalização e deliberação das
políticas públicas de saúde.
Saúde e Doença - dois lados da mesma
realidade
A vida, a saúde e a doença são realidades
profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as
ciências não se encontram em condições de oferecer
uma palavra definitiva, mesmo com todo a aparato
tecnológico hoje disponível. Assim, as enfermidades, o
sofrimento e a morte apresentam-se como realidades
83
duras de serem enfrentadas e contrariam os anseios de
vida e bem-estar do ser humano.
Nas línguas antigas é comum a utilização de um
mesmo termo para expressar os significados de saúde e
de salvação. Na língua grega, soter e aquele que cura e
ao mesmo tempo é salvador. Em latim, ocorre a mesmo
com salus. Verifica-se o mesmo em outras línguas.
Certamente, a convergência destes significados para
um único termo é reflexo da dura experiência
existencial diante destes fenômenos e a percepção de
que o doente necessita ser curado ou salvo da moléstia
pela ação de outrem.
Saúde e salvação para a Igreja
A experiência da doença mostra que o ser humano
é uma profunda unidade pneumossomática. Não é
possível separar corpo e alma. Ao paralisar o corpo, a
doença impede o espírito de voar. Mas se, de um lado, a
experiência é de profunda unidade, de outro, é de
profunda ruptura. Com a doença passamos a perceber o
corpo como um 'outro', independente, rebelde e
opressor.
Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe.
Alem de não respeitar nossa liberdade, ela também
tolhe nosso direito de ir e vir. A doença é, por isso, um
forte convite à reconciliação e à harmonização com
nosso próprio ser.
A doença é também um apelo à fraternidade e à
igualdade, pois não discrimina ninguém. Atinge a todos:
ricos, pobres, crianças, jovens, idosos. Com a doença,
escancara-se diante de todos nossa profunda igualdade.
Diante de tal realidade, a atitude mais lógica é a da
fraternidade e da solidariedade.
A vida saudável requer harmonia entre corpo e
espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade
e responsabilidade. Nesse sentido, o Guia para a
Pastoral da Saúde, entendendo que a saúde é uma
condição essencial para o desenvolvimento pessoal e
comunitário, apresenta algumas exigências para sua
melhoria:
a. articular o tema saúde com a alimentação; a
educação; o trabalho; a remuneração; a promoção da
mulher, da criança, da ecologia, do meio ambiente etc.;
b. a preocupação com as ações de promoção da
saúde e defesa da vida, que respondem a necessidades
imediatas das pessoas, das coletividades e das relações
interpessoais. No entanto, que estas ações contribuam
para a construção de políticas públicas e de projetos de
desenvolvimento nacional, local e paroquial, calcada em
valores como: a igualdade, a solidariedade, a justiça, a
democracia, a qualidade de vida e a participação cidadã.
84
Contribuições recentes da Igreja para a Saúde
no Brasil
Em mais uma manifestação da preocupação da
Igreja com a realidade social da população, em 1981, a
Campanha da Fraternidade: “Saúde e Fraternidade”
apresentou o lema: “Saúde para todos”. A Campanha
contribuiu para a reflexão nacional do conceito
ampliado de saúde. Na época o Papa João Paulo II
escreveu, em sua mensagem para a Campanha, que a
“boa saúde não é apenas ausência de doenças: é vida
plenamente vivida em todas as suas dimensões pessoais
e sociais. Como o contrário , a falta de saúde, não é só a
presença da dor ou o mal físico. Há tantos nossos
irmãos enfermos por causa inevitáveis ou evitáveis, a
sofrer, paralisados, à beira do caminho, à espera da
misericórdia do próximo, sem a qual jamais poderão
superar o estados de semimortos”.
A discussão sobre a saúde foi retomada na CF de
1984, como tema Fraternidade e Vida e o lema “Para
que todos tenham vida”, partindo da citação bíblica:
“pois eu estava com fome e me deste de comer,...
doente, e cuidaste de mim” (Mt 25, 35-36). Esta
Campanha buscou ser um sinal de esperança para as
comunidades cristãs e para todo o povo brasileiro, a fim
de que, em um panorama de sombras e de atentados à
vida, sentissem a luz de Cristo, que vence o egoísmo, o
pecado e a morte, reforçando os princípios norteadores
da valorização da vida, do início até o seu fim.
Tais iniciativas constituem marcos importantes da
ação da Igreja, tanto no campo da saúde como no da
saúde pública, em nosso país. Por ser amplo o leque
destas atividades, com satisfação identificam-se ações
pastorais, próprias do múnus eclesial, que resultam em
contribuição da Igreja para o cumprimento das “Metas
do Milênio” com as quais o governo brasileiro
comprometeu-se perante a comunidade internacional,
mobilizando diretamente seus vários setores:
“Metas do Milênio” propostas pela ONU
(Organização das Nações Unidas) com objetivos a
serem alcançados até 2015:
 Reduzir pela metade o número de pessoas que
vivem na miséria e passam fome;
 Educação básica de qualidade para todos;
 Igualdade entre os sexos e mais autonomia
para as mulheres;
 Redução da mortalidade infantil;
 Melhoria da saúde materna;
 Combate a epidemias e doenças;
 Garantia da sustentabilidade ambiental;
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
 Estabelecer
desenvolvimento.
parcerias
mundiais
para
o
Doença e saúde no Antigo Testamento
A bíblia hebraica, já nas primeiras páginas,
apresenta a origem do mal e do sofrimento, mas
descartando qualquer possibilidade de participação
divina. No decorrer da caminhada do povo hebreu,
outros conceitos e outras justificativas foram sendo
desenvolvidas a respeito da doença e do sofrimento,
que passaram a ser vistos como conseqüência do pecado
e da desobediência. Assim a preservação da saúde mais
do que a cura da doença, era obtida pela observância da
Lei de Deus.
Porém, quem não a observa terá a maldição, a
infelicidade, as doenças e a opressão (cf Dt 28, 15ss).
A doença é vista como castigo de Deus ao pecado do ser
humano, por isso, somente eliminando a causa da
doença, ou seja, o pecado, pode-se obter novamente de
Deus a saúde.
Houve, um tempo, que entre os judeus piedosos, o
fato de recorrer a médicos era visto como falta de fé
no Deus vivo e verdadeiro, pois a doença era
compreendida como forma de punição por parte de
Deus.
O livro do Eclesiástico considera a doença como o
pior de todos os males (cf 30, 17), um mal que faz
perder o sono (cf 31, 2). O povo judeu entendia que a
falta de saúde estava intimamente ligada com a culpa, o
pecado. A cura para as doenças deveria ser obtida, em
primeiro lugar, pela oração (cf 2Sm 12, 15-23).
Saúde e doença no Novo Testamento
O capítulo nono do Evangelho de São João relata o
encontro de Jesus com um cego de nascença (cf Jo 9,
1-41). De acordo com o relato, são os discípulos que, em
primeiro lugar, percebem a presença do cego e propõem
uma questão a Jesus.
A dúvida dos discípulos é de ordem teológica:
“Quem pecou para ele nascer cego?” Teria o homem
pecado ou teriam sido seus pais (cf Jo 9, 2) .
A resposta de Jesus é clara: “nem ele, nem seus
pais pecaram, mas é uma ocasião para se manifestarem
nele as obras de Deus” (cf Jo 9, 3). Cristo interrompe a
tradição de vincular doença e pecado e oferece aos
discípulos, aos fariseus, aos judeus e familiares do cego
e ao próprio cego uma catequese sobre sua missão.
Jesus apresenta-se como “luz do mundo” e luz que se
manifesta pelas obras que realiza. Essa experiência
permite que o próprio cego se transforme em discípulo.
O anúncio da missão de Jesus na sinagoga de
Nazaré inclui “a recuperação da vista aos cegos” (cf Lc
4, 18). No entanto em toda ação de Jesus, percebemos
inúmeros gestos de quem está preocupado em
recuperar a saúde. Não apenas no aspecto biológico,
mas promover o ser humano para ter uma vida digna,
saudável e reintegrada à sociedade, porque a doença
significava a exclusão social. Diz o evangelho: “Jesus
percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles,
anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie
de doença e enfermidade do povo” (Mt 4, 23).
Com sua ação evangelizadora, Jesus não apenas
cura os doentes, mas resgata o ser humano para o meio
da sociedade, dando-lhe dignidade e apresenta uma
nova forma de relacionar-se com as pessoas
necessitadas. O Novo Testamento é repleto de relatos
de Jesus curando os doentes, os quais testemunham
que a ação salvífica de Jesus também acontecia em suas
intervenções no cuidado e atenção com os que sofrem.
A parábola do Bom Samaritano nos lembra a
condição da fragilidade humana a que todos estamos
condicionados desde a criação. Mas indica que os
seguidores de Jesus devem descobrir a importância do
cuidado. A fragilidade somente se cura mediante a
proximidade daquele que se dispõe a cuidar do
debilitado. Cuida-se da própria vulnerabilidade quando
se consente a proximidade do outro.
O samaritano é aquele que em face da necessidade
do outro a assimila e se deixa transformar por ela. Não
só porque cuida do ferido e lhe dá abrigo, mas porque o
faz em prejuízo dos seus próprios planos iniciais.
Esta atitude é revelada nos sete verbos desta
parábola e indica um modo de ser diante do outro, que
pode iluminar o engajamento da Igreja e dos cristãos
no campo da saúde pública:
a) VER – a primeira atitude do samaritano que
descia pelo caminho foi enxergar a realidade. Não
ignorou a presença de alguém caído, de alguém que teve
seus direitos violentados e que se encontro à margem
da estrada.
b) COMPARECER-SE – a percepção da presença
do caído conduziu o samaritano à atitude de compaixão.
Ele deixou-se afetar pela presença do violentado que
jazia quase morto. A compaixão desencadeou as demais
atitudes tomadas pelo Samaritano.
c) APROXIMAR-SE – ao contrário dos que
antecederam, o viajante estrangeiro aproximou-se do
caído, foi ao seu encontro, não passou adiante. No
homem assaltado, ferido, necessitado, reconheceu seu
próximo, apesar de muitas diferenças entre ambos.
85
d) CURAR – a presença do outro exige cuidado. A
aproximação, a compaixão não são simplesmente
sentimentos benevolentes voltados ao outro. Elas se
tornam obra, se transformam em ação que lança mão
dos elementos que tem disponíveis para salvar o outro.
e) COLOCAR NO PRÓPRIO ANIMAL – colocou a
serviço do outro os próprios bens. Não temeu
disponibilizar ao desconhecido ferido tudo o que
dispunha: seu meio de transporte, o que trazia para seu
próprio cuidado e seu dinheiro.
f) LEVAR À HOSPEDARIA – mudou seu
itinerário e acabou mobilizando e envolvendo outras
pessoas. Nem sempre conseguimos responder a todas as
demandas, mas podemos mobilizar outras forças para
atender e cuidar de quem sofre.
g) CUIDAR – esse é o sétimo verbo e expressa o
conjunto da intervenção do samaritano. Trata-se de um
cuidado coletivo, que envolveu outros personagens,
recursos financeiros, estruturas que o viajante, não
dispunha e o compromisso de retornar. A razão do
retorno é que agora ela incluía outra pessoa, um
compromisso que não estava planejado no início da
viagem, mas não pode mais ser ignorado, cuidar passa a
ser uma missão.
A figura do bom samaritano assume a condição de
modelo para a ação evangelizadora da Igreja no campo
da saúde e no campo da defesa das políticas públicas.
Unção dos Enfermos, sacramento da cura
O sacramento da unção dos enfermos é
compreendido no âmbito da missão salvífica da Igreja,
ou seja, no contexto do ministério de cura que toda
Igreja exerce junto aos enfermos. A unção não é um
sacramento pontual e isolado, que se celebra de forma
quase mágica, numa UTI, a um moribundo totalmente
inconsciente. Pelo contrário, é um sacramento eclesial
que, além de comprometer toda a Igreja, é também o
ápice de um processo em favor e a serviço dos irmãos
enfermos de uma comunidade. Faz parte do ministério
de cura que atualiza e significa a presença do Reino no
hoje das pessoas.
Por ser um serviço de toda a Igreja, compromete
todos na comunidade: o próprio doente em atitude
plenamente ativa de identificação com Jesus Cristo, de
aceitação da própria debilidade e de contribuição para
o bem do povo de Deus e a salvação de todo o mundo; de
todos os crentes em atitude de amor e presença junto
aos pobres e doentes; dos religiosos, fazendo presente
no mundo a pessoa de Cristo que se preocupa e cura os
doentes; dos presbíteros cujo ministério exige deles,
não só a visita, a atenção e a animação dos doentes, mas
86
também a visibilidade da presença viva do Senhor que
unge, cura e salva; dos bispos que precisam, num
trabalho de coordenação pastoral e evangelizadora,
mostrar que os doentes não são seres passivos, mas
comprometidos com o Corpo de Cristo.
É pena que, na mentalidade comum dos fiéis e até
mesmo dos agentes de pastoral, o sacramento da unção
dos enfermos ainda não tenha se desconectado
suficientemente de sua relação com a morte. Este
passo, no entanto, precisa ser dado. Todos precisam ter
muito claro que o sacramento da unção dos enfermos já
não é mais nem sacramento que consagra a morte nem
preparação imediata para a eternidade. Pelo contrário,
é o sacramento que consagra uma situação de vida, ou
seja, uma situação de doença, confiando ao doente a
missão de completar, no próprio corpo, o que falta à
paixão de Cristo.
A Pastoral da Saúde
A Pastoral da Saúde que representa a atividade
desempenhada pela Igreja no Setor da Saúde, é
expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus
para com a humanidade que sofre. A Igreja, ao meditar
a parábola do bom samaritano (cf Lc 10, 25-37),
entende que não é licito delegar o alivio do sofrimento
apenas à medicina, mas é necessário ampliar o
significado desta atividade humana.
No Brasil esta Pastoral conta com 80 mil agentes
voluntários. Seu objetivo é promover, educar, prevenir,
cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou
promover ações em prol da vida saudável e plena de
todo o povo de Deus, tornando presente no mundo de
hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua
atuação é em âmbito nacional e de referência
internacional.
Como as famílias podem colaborar para a saúde
se difundir
A família ocupa o lugar primário na humanização da
pessoa e da sociedade. Por isso é chamada a ser uma
comunidade de saúde, a educar para viver bem, a
promover o bem estar de seus membros e do ambiente
que a cerca. É importante recuperar a família como
colaboradora
essencial
no
cuidado
e
no
acompanhamento de seus membros. Vários dos
condicionantes e determinantes da saúde dependem da
adesão das famílias e da educação prática das crianças.
1.
Seguem algumas propostas de ação
concreta para esta esfera:
a)
Incentivar o cuidado pleno aos
extremos da vida (criança e idosos), buscando
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
atendimento digno, humano e com qualidade nos
serviços de saúde, nos três níveis de governo;
b)
Garantir que a prevenção avance para
além da informação. É necessário visar não só ao
bem estar individual, mas também ao familiar e ao
de todos, através de ações educativas abrangentes;
c)
Buscar a sensibilização e a mobilização
de familiares e amigos quanto à ações básicas de
prevenção e promoção da saúde,como manter o
cartão de vacinas atualizado;
d)
Estimular a doção e a manutenção de
padrões e estilos de vida saudáveis e a abolição de
hábitos inadequados de vida. Até reeducação
alimentar e incentivo à atividade física regular;
e)
Estimular o uso dos serviços de saúde,
de forma consciente, organizada e cuidadosa,
visando à otimização de recursos públicos;
f)
Estimular a disseminação do conceito
de que a prevenção ao uso de drogas é de
responsabilidade de todos, ou seja, pais,
professores, empresários, líderes comunitários,
sindicatos, igrejas e autoridades.
g)
Incentivar e difundir programas de
coleta seletiva e de reciclagem, no suporte a
projetos de pesquisa na área ambiental e no
estímulo de práticas sustentáveis, divulgadas em
empresas, escolas e comunidades.
Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade
2012, CNBB, Brasília – DF.
QUARESMA
SEG
TER
QUA
QUI
SEX
SAB
DOM
22/02
23/02
24/02
25/02
26/02
27/02
28/02
29/02
01/03
02/03
03/03
04/03
05/03
06/03
07/03
08/03
09/03
10/03
11/03
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13/03
14/03
15/03
16/03
17/03
18/03
19/03
20/03
21/03
22/03
23/03
24/03
25/03
26/03
27/03
28/03
29/03
30/03
31/03
01/04
02/04
03/04
04/04
05/04
06/04
07/04
08/04
19/03
Boas
atitudes da
semana
87
2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE
1. Objetivos:
Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma
vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das
pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no
sistema público de saúde.
(Objetivo Geral de CF-
2012).
2. Conteúdo do Encontro:
 Tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Combinar em cada encontro as ações da semana. Usar o dado
do amor para escolher as boas atitudes a serem vividas em
cada semana.
 Fazer em conjunto com a classe o registro da semana –
escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que
deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
 Utilizar uma das dinâmicas propostas no Apêndice no final
da Apostila, conforme a idade.
 Para explicar sobre a fraternidade, a dignidade da pessoa
humana e a cidadania, contar a história – A águia e a galinha.
Era uma vez um camponês que pegou um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto com as
galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os
pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista e,
enquanto passeavam ele viu á águia e disse:

Esse pássaro aí não é galinha, mas uma águia.

De fato – disse o camponês. É águia, mas eu criei como galinha.

Não – retrucou o naturalista. Ela é, e sempre será uma águia. Pois tem coração de águia. Esse
coração a fará um dia voar às alturas.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a,
disse:
 Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas
asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao
redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês
comentou:
 Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
 Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente.
Por mais uma vez ele experimento e a águia voltou para junto das galinhas.
No dia seguinte, o naturalista pegou a águia e a levou para o alto de uma montanha. O sol nascente
dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto, na direção do sol e
ordenou-lhe:
 Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe!
88
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas o naturalista segurou-a
firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e
da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se,
soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto.
Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... (Leonardo Boff)
Comentar a história:

Como será que Deus nos criou?

Somos águias ou galinhas?

Ou será que somos as duas juntas?

É possível viver a condição “galinha”, satisfatoriamente nos dias de hoje?

Como a condição “águia” pode ajudar para termos mais qualidade de vida?

Pense:
 Características que predominam em cada condição:
1.
Galinha: alimentação, moradia, ir à escola, praticar esportes, hábitos de higiene, trabalho,
cuidado com o meio ambiente (mostrar figuras para ilustrar)
2. Águia: capacidade de amar, a busca por Deus, amor ao próximo, superar dificuldades, coragem
para arriscar, persistência, sinceridade, realizar a vocação, buscar a felicidade.
3. Reflexão: Observando a águia e a galinha, o que concluímos? Agimos, somos apenas como uma
delas? Ou as duas condições são essenciais para a realização humana?
4. Concluir: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Busca as alturas, o sol; foi feita para grandes
ideais e os grandes sentimentos. Muitas vezes, porém, fica presa a coisas como uma galinha
ciscando no galinheiro. Não nascemos só para cuidar de comida, roupa... As duas condições são
essenciais para a realização humana. Criados à imagem e semelhança de Deus, temos que buscar
sempre a perfeição, a nossa conversão, mas sempre sabedores de nossa pequenez.
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz)
 Tema: Fraternidade e a Saúde Pública
 Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”.
 Ler Lc 10, 29-37 – A parábola do Bom Samaritano
 Comentar que o cartaz atualiza este encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita
de cuidado. A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a
cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A cruz recorda a salvação que
Jesus Cristo nos conquistou. A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que
foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos, para
possibilitar atendimento digno, para que a saúde se difunda sobre a Terra.
 Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como
irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade.
 A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos.
Este ano a Campanha deseja sensibilizar a todos a dura realidade de irmãos e irmãs que não
têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É
uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de
morte sejam transformadas.
89
 A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde
Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na
morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à
saúde.
 O samaritano faz o papel de Jesus, movido pela compaixão diante de um acontecimento da vida,
do dia a dia. O desafio para fazer o bem surge quando menos se espera. Jesus pede que
olhemos para a realidade, para a vida. Com sua graça, vamos converter nossa vida procurando
“Ter em nós os mesmos sentimentos que animavam Jesus”. (Fl 2,5).
 É hora de assumir compromisso, ver o que o texto nos leva a viver. O Evangelho de Lucas nos
mostra que nem todos que conhecem a Bíblia são os que a praticam, são os melhores exemplos.
 Que compromisso vou assumir, qual gesto concreto essa parábola despertou em mim? Como vou
ser “o próximo” de pessoas que precisam de ajuda?
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, cartaz da Campanha da Fraternidade, figura de uma águia
e de uma galinha.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF/12, cartolina e folhas cortadas
7. Atividades: orientar as atividades da apostila
8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila).
APROFUNDAMENTO PARFA O CATEQUISTA
Ler o Texto-Base da Campanha da Fraternidade – 2012 e participar das formações oferecidas pela
Diocese e pela Paróquia.
90
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
3º TEMA EXTRA: SEMA NA SANTA E PÁ SCOA
1. Objetivos:
 Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento
de Jesus por amor a nós foi para nos levar a vive com Ele a
sua ressurreição.
 Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor
e valorizar os símbolos dessa proposta.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos
até o Domingo de Páscoa)
 Retomar o compromisso da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e
ler com os catequizandos o texto da apostila.
 Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo).
 Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da
Semana Santa na paróquia .
DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é
aclamado com ramos de Palmeira e cantos de hosana.
QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia.
SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde
entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade.
SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus.
DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida
renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA!
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte)
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Ler e refletir sobre as leituras utilizadas para o encontro
 Citações bíblicas:
 Domingo de Ramos: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12, 12-16; Lc 19, 18-40.
 Ceia do Senhor: Jo 13, 1-15.
 Paixão e Morte: Jo 18, 1 a 19, 42.
 Ressurreição: Mt 28, 1-10; Mc 16, 1-18; Lc 24, 1-12.
91
4º TEMA EXTRA: O SANTO PADROEIRO
1. Objetivo:
 Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado
de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia
2. Conteúdo:
 Nós também podemos e devemos ser santos
 História do Santo Padroeiro e história da Paróquia
3. Desenvolvimento do tema:
 Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3)
 Perguntar se sabem o que é ser santo.
 Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos.
 Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se
descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus.
 O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem)
 Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que
falem).
 Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu
trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida.
 Falar dos Santos recém canonizados:

Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de
2007;

Santa Gianna, foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994 no Ano
Internacional da Família, tendo sido considerada esposa amorosa, médica dedicada e mãe
heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do
parto.
 Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti.
 Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia
 Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica.
 Falar sobre a Paróquia – completar as atividades
4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso
do santinho)
92
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua
vida, onde nasceu e porque se tornou santo.
Pesquisa histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo de
canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico, Franz
de Castro Holzwarth.
CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS
REFLEXÃO DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS
O SIGNIFICADO DOS SANTOS HOJE NUM MUNDO EM MUDANÇA
1. "Para fazer de um homem um santo, só é
Evidentemente,
uma
leitura
apenas
necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o
sociológica do nosso tema corre o risco de ser não
que é um santo, nem o que é um homem",
só
observava Pascal com o seu esmero característico
compreensão deste fenômeno, tão característico
nos Pensamentos. Recorro a esta observação para
redutiva,
santo
convergem
também
desviante
da
da Igreja católica.
indicar as duas perspectivas destas reflexões:
no
mas
2. Na Carta Apostólica Novo millennio
a celebração de Deus
ineunte, a Carta que o Papa João Paulo II
(nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do
entregou à Igreja no encerramento do Grande
homem, nas suas potencialidades, nos seus limites,
Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo
nas suas aspirações e nas suas realizações.
realce do tema da santidade. No "grande exército
São conhecidas as inúmeras objeções que
de santos e de mártires", que inclui "Sumos
hoje se levantam contra o conceito de "santidade"
Pontífices,
e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à
humildes figuras de leigos e de religiosos, de um
prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de
extremo ao outro do globo observou o Papa João
reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus
Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu
filhos mais exemplares. Na grande relevância,
mais do que nunca a dimensão que melhor exprime
também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às
o mistério da Igreja. Mensagem eloqüente, que
beatificações e canonizações durante o seu
não tem necessidade de palavras, ela representa
Pontificado, houve quem insinuasse a existência
ao vivo o rosto de Cristo".
de
uma
estratégia
expansionista
da
Igreja
católica.
conhecidos
da
história,
ou
Para compreender a Igreja, é necessário
conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu
Para outros, a proposta de novos beatos e
santos,
bem
tão
amadurecido
e
eloquente.
Para
categorias,
contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e
diversas situações do mundo contemporâneo, é
operação
com
preciso olhar para os santos que "representam
finalidades de liderança do Papado na sociedade
profundamente o rosto de Cristo" (Ibidem), como
civil contemporânea. Por fim, há quem veja nas
nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar
canonizações e no culto dos santos um resíduo
santos e há de fazê-lo em nome daquele anúncio
anacrônico de triunfalismo religioso, alheio e até
da santidade que a enche e a transforma
contrário ao espírito e à orientação do Concílio
precisamente em instrumento de santidade no
Vaticano II, que realçou com muita força a
mundo.
marketing
da
por
mais
nacionalidades e culturas, seria apenas uma
de
diversificados
fruto
santidade,
vocação à santidade de todos os cristãos.
93
"Deus manifesta de forma viva aos homens
valores como de costumes. É da admiração que
a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que,
deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé
embora possuindo uma natureza igual à nossa, se
encarne em todas as latitudes, nos diversos
transformam mais perfeitamente na imagem de
contextos históricos, entre as mais variadas
Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos
categorias e estados de vida? Como é possível
fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o
que, sem dinamismos de poder, impositivos ou
qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão
persuasivos que sejam, e sem dinamismos de
grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf.
uniformidade,
Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho"
diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo
(Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen
e com a sua Igreja? O que é que leva à livre
gentium encontramos a profunda razão do culto
assunção do núcleo germinativo cristão, que
aos beatos e santos.
depois desenvolve tanta diversidade e beleza na
existam
tantos
santos,
tão
3. A Igreja realiza a missão que lhe foi
unidade da santidade? Como é diferente a
confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento
globalização, de que hoje se fala com tanta
de
da
frequência, da catolicidade ou universalidade da
evangelização, dos sacramentos e da prática da
santidade
fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e
caridade.
difunde!
Esta
contribuição
de
através
missão
dos
recebe
conteúdos
e
caminhos
uma
de
notável
estímulos
Aquele internacionalismo do catolicismo, que
espirituais, também da proclamação dos beatos e
não é procurado com vista ao poder, mas ao
santos, porque eles mostram que a santidade é
serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e
acessível às multidões, que a santidade pode ser
pelas santas que pertencem aos mais diversos
imitada. Com a sua existência pessoal e histórica,
contextos de referência histórica, mas viveram a
eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida
mesma fé. Este internacionalismo confirma que a
nova em Cristo não são uma utopia ou um mero
santidade não tem limites e que não morreu na
sistema de valores, mas "fermento" e "sal",
Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de
capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora
profunda atualidade. O mundo muda, mas os
das várias culturas, regiões geográficas e épocas
santos, embora também mudem com o mundo que
históricas.
se transforma, representam sempre o mesmo
"O futuro dos homens observava o saudoso
rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura,
Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos
um indício inconfundível da vitalidade peculiar,
os seus pecados corroem todos os caminhos da
meta-cultural
história e levam a uma dialética cheia de causas e
católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do
de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões
anúncio e da Graça cristã?
e
meta-histórica
para
nós,
e de interrupções. A certeza de que os santos
5. Neste contexto de pensamentos, é
continuarão a acompanhar os homens é uma das
interessante fazer uma observação sobre o modo
poucas garantias do futuro" (Il primato della
como a Igreja católica reconhece e proclama os
verità, pág. 154.).
beatos e os santos. Refiro-me em particular ao
4. O fenômeno dos santos e da santidade
trabalho da Congregação para as Causas dos
cristã cria um sentido de admiração que nunca
Santos, chamada a estudar e reconhecer a
esmoreceu na vida da Igreja e que não pode
santidade
deixar de surpreender até um observador laico
procedimento minucioso e sábio, consolidado,
atento, sobretudo hoje, num mundo que muda
renovado e renovável no tempo.
e
os
santos
através
de
um
contínua e rapidamente, num mundo fragmentado
Os santos e a santidade são reconhecidos
sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de
com um movimento que parte de baixo para cima.
94
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Ainda hoje, é o próprio povo cristão que,
precisamente de modo vivo a ação do Espírito
reconhecendo por intuição da fé a "fama de
Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais
santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira
essencial para a Igreja, o da santidade. Com
fase do processo de canonização os candidatos à
efeito, foi o Concílio que realçou de forma
canonização
Congregação
particular
a
competente da Santa Sé. Nem a Congregação para
(Discurso
de
as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou
preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000,
"fabricam" os santos. Como todos os cristãos
13 de Junho de 1994).
e,
em
seguida,
à
sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este
Na
vocação
universal
abertura
Carta
do
Apostólica
à
santidade"
Consistório,
Tertio
em
millennio
mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde
adveniente, o Papa João Paulo II escreveu:
quer",
"Nestes
é
uma
constatação
a
que
estamos
anos,
foram-se
multiplicando
as
habituados desde há séculos, e hoje muito mais,
canonizações e as beatificações. Elas manifestam
uma vez que a Igreja está espalhada em todas as
a vivacidade das Igrejas locais, muito mais
partes do mundo e em todas as camadas sociais.
numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no
Assim, deve reconhecer-se que o Papa João
primeiro milênio. A maior homenagem que todas as
Paulo II fez da proclamação de novos beatos e
Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro
santos uma autêntica e constante forma de
milênio,
evangelização
quis
onipotente do Redentor, mediante os frutos de
acompanhar a pregação das verdades e dos
fé, esperança e caridade em homens e mulheres
valores evangélicos com a apresentação de santos
de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas
que viveram aquelas verdades e aqueles valores de
várias formas da vocação cristã" (n. 37).
e
de
magistério.
Ele
será
a
demonstração
da
presença
modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e,
Além disso, na Carta Apostólica Novo
portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II
millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos
beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são
da santidade são variados e apropriados à vocação
mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais
de
encontraram a morte no martírio. Os leigos
concedido, nestes anos, beatificar e canonizar
elevados às honras dos altares são também muito
muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos
mais do que geralmente se pensa: com efeito,
que se santificaram nas condições ordinárias da
trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no
vida" (n. 31).
total.
cada
um.
Sem
Para alguns, eles são muitos; para outros,
poucos.
Agradeço
dúvida,
ao
tantas
Senhor
ter-me
beatificações
e
canonizações são também um sinal da capacidade
de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja.
No que diz respeito ao número de santos, o
6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a
Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem
contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo
considera que eles são demasiados. Pelo contrário,
seu culto e pelo ardente e sério trabalho de
fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a
estudo que precede e que se segue à sua
este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há
canonização.
demasiadas beatificações. Mas isto, além de
O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa
refletir a realidade, que por graça de Deus é
investigação
aquela que é, corresponde também ao desejo
acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf.
expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se
Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já
de tal maneira no mundo e a sua mensagem
encontrou a Congregação para as Causas dos
mergulhou as suas raízes de modo tão profundo,
Santos
que o elevado número de beatificações reflete
experimentada.
histórica,
preparada
teológica
e,
hoje,
e
pastoral"
plenamente
95
O cuidado pela verdade histórica esteve
A este propósito, é significativo o fato de
sempre presente no trabalho da Congregação para
que o Arquivo da Congregação para as Causas dos
as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X,
Santos já
de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no
"pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico",
Código de Direito Canónico de 1917, pedia a
mas também por estudiosos leigos que recorrem
reunião e o estudo de todos os documentos
ao mesmo para a relação das suas teses de
históricos relativos às causas. Mas a novidade
licenciatura,
fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio
pedagogia,
"Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930,
encontram
com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação
historicamente credível.
não é freqüentado somente por
para
de
estudos
sociologia,
um
históricos,
etc.,
material
de
porque
ali
abundante
e
dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de
7. Portanto, com o seu valor particular, a
oferecer a contribuição eficaz para a abordagem
santidade diz respeito também à cultura. Os
das causas "históricas", ou seja, das que não
santos permitiram que se criassem novos modelos
contavam
culturais, novas respostas aos problemas e aos
com
testemunhas
contemporâneas
relativas às mesmas causas. O serviço prestado
grandes
pela "Secção histórica", em seguida denominada
desenvolvimentos de humanidade no caminho da
como "Departamento histórico-hagiográfico", foi
história. A herança dos santos "é uma herança que
alargado a todas as causas, mesmo às mais
não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo
"recentes", aumentando a sensibilidade histórico-
Padre, mas fazer frutificar num perene dever de
crítica a todos os níveis, e em todas as fases do
gratidão e num renovado propósito de imitação"
processo.
(Novo millennio ineunte, 7).
Finalmente,
a
Constituição
desafios
dos
povos
e
novos
Apostólica
Os santos são como faróis; eles indicaram
Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro
aos homens as possibilidades de que o ser humano
de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7
dispõe. Por isso, são interessantes também do
de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente
ponto de vista cultural, independentemente da
a contribuição determinante do método e da
abordagem cultural, religiosa e de estudo com que
qualidade histórica na abordagem das causas dos
nos aproximemos deles. Um grande filósofo
santos.
francês do século XX, Henry Bergson, observou
A verdade histórica, tão diligentemente
que "as maiores personagens da história não são
procurada por motivos teológicos e pastorais, traz
os conquistadores, mas os santos". E Jean
muitos benefícios também à apresentação cultural
Delumeau, um historiador do catolicismo de
dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da
Quinhentos,
sacristia" para serem estudados e apresentados
grandes impulsos da história do cristianismo
também
historicamente
foram caracterizados por um retorno às fontes,
significativas, no contexto da vida da sua Igreja,
isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos
da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não
santos e pelos movimentos de santidade na Igreja.
como
personagens
interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis,
Nos
convidava
últimos
a
anos,
verificar
o
Cardeal
como
os
Joseph
mas a todos aqueles que se ocupam da história, da
Ratzinger afirmou justamente que "não são as
cultura, da vida civil, da política, da pedagogia,
maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na
etc.
destes
Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles,
extraordinários homens de Deus continua de
os santos, são a verdadeira e determinante
maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o
maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que
bem de toda a sociedade.
aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o
Desta
maneira,
a
missão
eterno no tempo".
96
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
8. Num mundo que se transforma, os santos
vinculada à dignidade batismal de cada cristão e,
não só não permanecem marginalizados histórica
por conseguinte, explicar melhor também o papel
ou culturalmente, mas parece que devo concluir
das beatificações e canonizações no caminho
estão
pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de
a
tornar-se
sujeitos
ainda
mais
interessantes e credíveis.
Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que
Numa época de crise das utopias coletivas,
foi enviada para o dia mundial de oração pelas
num período de desconfiança e de incredulidade
vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja
em relação ao que é teórico e ideológico, está a
é acompanhar os cristãos pelos caminhos da
nascer uma nova atenção para com os santos,
santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a
figuras singulares em que se encontra não uma
caridade de Cristo, derramada pelo Espírito
nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral,
Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae
mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir
Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5).
através do estudo, a amar com devoção e a
realizar mediante a imitação.
Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma
das vocações em particular, está ao serviço da
Só podemos alegrar-nos com este despertar
santidade! E é indubitavelmente neste sentido
de atenção para com os santos, porque eles são de
que, quando olhamos para a Igreja, jamais
todos, constituem um patrimônio da humanidade
devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos
que progride para além de si mesma, num
santos", que gera santidade com fecundidade e
desenvolvimento que, enquanto honra o homem,
generosidade superabundantes.
também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é
a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião).
Quero ler tudo o que consideramos até aqui,
à
luz
de
uma
mensagem,
verdadeiramente
fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na
Fonte:
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/csai
nts/documents/rc_con_csaints_doc_20030315_martin
s-saints_po.html
minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre
este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo
Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente
97
5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃ ES
1. Objetivo:
 Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da
Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo.
 Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter
comercial.
 Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias.
2. Conteúdo do Encontro:
 Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a
escolheu para ser a Mãe de Jesus.
 Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e
nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus
e aos mais necessitados.
 Falar que ela intercede por nós junto a Deus.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples da cidade de Nazaré, na
Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana.
 Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os
outros, ser amiga de todas as pessoas.
 Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos.
 Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração,
Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus.
 Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês
dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
 Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da
vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus.
 É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela.
4. Leitura utilizada: da própria apostila / bíblia – Lc 1, 26-38 / Jô 2, 1-12 / Jô 19, 25-27 / At 1, 14
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração:
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos
Maria nos mostra a
emancipação da
mostra que:
mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel
 Maria e a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas
importante na obra da Salvação.
não toma o seu lugar.
 Se a devoção a Maria não tiver Cristo, não é
evangélica.
 Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita
atitude de discípula de Cristo.
98
Maria é a mulher forte. Conheceu de perto
a pobreza, o sofrimento, o exílio.
O Deus de Maria não é um deus pequeno,
mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz
grandes coisas.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Maria se doou a Deus e ao povo e teve
podendo lutar contra as demais escravidões,
fidelidade ao Plano de Deus. Esta e a primeira e
como o egoísmo, a exploração do homem, as
fundamental exigência da catequese.
estruturas que impedem uma participação
Maria é:
fraterna na construção da sociedade para
 Co-Mediadora - só Cristo é Mediador
(1Tm 2,5).
 Cheia de graça.
desfrutar dos bens que Deus criou para todos
(P. 267).
DEVOÇÃO A MARIA
 Imaculada Conceição. (A Igreja declarou
dogma de fé em 1854).
 O
 Assunta. Foi assumida ao céu onde esta de
corpo e alma.
outros lugares, em outras cidades, Maria
 (A Igreja declarou dogma de fé em 1950)
recebe outros nomes.
O Documento de Puebla ressalta:
 Mulher
de luta:
não
se acomoda;
 Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra.
abre
caminhos.
de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela
é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo
 Única criatura que ao mesmo tempo e: Filha Esposa ¸Mãe de Deus.
imagem perfeita da Igreja".
imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais
necessitados,
 Ela é a primeira leiga associada a obra
redentora do Cristo. É o modelo indispensável
para seguir a Cristo.
de
Poderoso".
 A verdadeira devoção a Maria consiste em
 No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria e a
 Exemplo
povo brasileiro tem profunda devoção a
Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em
e
não
apenas
em
fazer
promessas, novenas, etc.
 Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos
mostre o Plano de Deus e interceda por nos
vocação
porque
viveu,
com
"agora e na hora de nossa morte. Amém".
fidelidade, a sua vocação.
 Maria é para a America Latina, uma esperança
de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
Paulus, 2003 – p. 157-158.
promove a libertação da mulher. Se é escrava
do Senhor, não é escrava de mais ninguém,
Informação complementar sobre o Dia das Mães:
O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna
Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a
comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava.
Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data.
No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que
Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães.
No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores.
Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes.
99
6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI
1. Objetivo:
 Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da
Festa de Corpus Christi, em função do seu significado e o seu papel
como devoção especial à Cristo Eucarístico.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os
milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas
extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no
Sacramento da Eucaristia.
3. Desenvolvimento do tema:
 Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de
Cristo (Corpus Christi) no mundo todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo.
 A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É
celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem
bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira.
 Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi
passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes.
Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade.
 A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus
Christi.
 Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida.
 A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste
momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem
aventurados o que crêem sem ter visto”.
 Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos
pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram
(conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que
aconteceram).
 Ler com eles o texto da apostila e comentar cada parágrafo.
 Aplicar a dinâmica “Fala sério” “Com certeza”.
 Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos
que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes.
4. Leitura utilizada: Jo 6, 51-59 e Lc 22, 7-20 e da própria apostila.
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila – fichas - Com certeza e Fala sério
7. Atividades: orientar a execução das atividades
8. Momento de Oração –
100
rezar juntos a oração da apostila.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
DINÂMICA
Fala sério / Com certeza.
OBJETIVO: Reforçar os temas Corpus Christi e Eucaristia.
Obs.: Adaptar as perguntas de acordo com o Módulo – e com a quantidade de catequizandos
DESENVOLVIMENTO:
Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA, conforme o
número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas abaixo, os catequizandos
deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO (quando a afirmação estiver errada)
ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada afirmação o catequista deve aproveitar para dar a
explicação a respeito do assunto.
1.
Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza –
2.
Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o domingo da
Santíssima Trindade
3.
Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós. – Com
certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós.
4.
A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério - Quintafeira Santa, dia da Santa Ceia
5.
Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e verdadeiro
entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão.
6.
A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala sério –
Quinta-feira Santa e Corpus Christi;
7.
Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de
irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos, diferentes.
8.
Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas
ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós.
9.
Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem ser ter
visto”.
10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega das
ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes
11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão, pelas ruas
da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo
12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a amar até as
últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se entregando totalmente por causa
do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus.
13.
Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se
confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso devemos
nos preparar bem e estar puros de coração.
14.
Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar o seu
poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no Sacramento da
Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A revista “Jesus”, das Edições Paulinas de
Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio
milagres eucarísticos no mundo todo. Por exemplo,
Marthe Robin, uma francesa, milagre eucarístico
Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde apresenta
vivo, alimentou-se durante mais de quarenta anos só
uma resenha de milagres eucarísticos. Há tempos,
de Eucaristia. Teresa Newmann, na Alemanha,
foi traçado um “Mapa Eucarístico”, que registra o
durante mais de 36 anos alimentou-se só de
local e a data de mais de 130 milagres, metade dos
Eucaristia.
quais
ocorridos
na
Itália. São
muitíssimos os
101
1 - Lanciano - Itália – no ano 700
encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta
Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem
de São Basílio estava celebrando na Igreja dos
santos
Degonciano
Consagração,
que
e Domiciano. Terminada a
ele
realizara,
a
mais importante deu-se em Londres, em 1981, foi
encontrado um documento de 1197 narrando o fato.
4 - Offida - Itália – 1273
hóstia
Ricciarella
Stasio
-
devota
imprudente,
transformou-se em carne e o vinho em sangue
realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia;
depositado dentro do cálice. O exame das relíquias,
em
segundo critérios rigorosamente científicos, foi
transformou em carne e sangue. Foram entregues ao
efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo
Professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia
pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até hoje.
Há muitos testemunhos históricos sobre este fato.
5 - Sena – Cássia - Itália – 1330
e Histologia Patológica e Química e Microscopia
Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli,
da Universidade de Siena. Resultados:
1) A hóstia é realmente constituída por fibras
uma
dessas
profanações,
a
Hóstia
se
Hoje este milagre é celebrado em Cássia,
terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um
sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou
musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio.
indevidamente, de maneira apressada e irreverente,
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno
sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que
uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la ao
doente grave. No momento da Comunhão, abriu o
pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido
livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida
na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se
a sangue, molhou as páginas do Livro. Então o
sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum
sacerdote negligente apressou-se a entregar o livro
aos Judeus). Este é também o grupo que o professor
e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual
Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim,
levou para Perúgia a página manchada de sangue e
identificou no Santo Sudário.
para Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa.
3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o
sangue se apresentam com uma estrutura de base
A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia
chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada
intacta e sem sinais de alterações substanciais; este
na basílica de Santa Rita.
6 - Turim - Itália – 1453
fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas
substâncias ou outros fatores aptos a conservar a
Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa pelo
matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação
ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam a
dos mais variados agentes físicos, atmosféricos,
cidade;
ambientais e biológicos.
Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual
2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263
se guardava o corpo de Cristo ocultando-no dentro
de uma carruagem juntamente com os outros
Início da Festa de Corpus Christi.
3 - Ferrara - 28/03/1171
ao
chegarem
a
Igreja,
forçaram
o
objetos roubados, e dirigiram-se para Turim.
Aconteceu este milagre na Basílica de Santa
Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de
Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com
São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a
perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088),
carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do
que negava a Presença real de Cristo na Eucaristia.
ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com
Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro de Verona,
grande esplendor e com raios que pareciam os do
com três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa;
no momento de partir o pão consagrado, a Hóstia se
sol”. Os espectadores chamaram o Bispo da cidade,
Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local
transformou em carne, da qual saiu um fluxo de
do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por
sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas
terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir
marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que
raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu
narram o fato: um “Breve’ do Cardeal Migliatori
que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu
(1404). - Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi
a hóstia, que foi levada para a catedral com grande
102
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem
1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques,
testemunhos contemporâneos do acontecimento
(Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de
Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde
está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico
“Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o
do Santíssimo Sangue.
prodígio.
7 - Sena - Itália – 1730
9 – Faverney, na França, em 1600
Na Basílica de São Francisco, em Sena, pátria
O Milagre Eucarístico que aconteceu em
Faverney, na França consistiu numa notável
de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14
demonstração sobrenatural de superação da lei da
para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão
gravidade.
223 hóstias consagradas, por ladrões que roubaram
quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de
o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias
Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot, notou
depois, as Hóstias foram achadas em caixa de
que
esmolas misturadas com dinheiro. Elas foram limpas
Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e
e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém
as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que
ficou suspenso no ar e que as chamas se inclinavam e
não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul
com o passar do tempo as Hóstias não se
também
estragaram, o que é um grande milagre. A partir de
testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a
1914
que
ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que
de
queria consumir toda a Igreja, o Milagre não cessou,
conservação.
8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal
o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou
foram
comprovaram
feitos
pão
em
exames
perfeito
químicos
estado
(1247)
o
Faverney
Ostensório
está
que
apressaram-se
localizado
se
a
encontrava
para
20
junto
observar
e
flutuando no espaço.
10 - Em Stich, Alemanha, 1970
Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em
Na região Bávara da Alemanha, junto à
Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se
fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um
deu com uma dona de casa, Euvira, casada com Pero
padre visitante da Suíça estava celebrando uma
Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido,
Missa numa capela, uma série incomum de eventos
decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto
aconteceu. Depois da Consagração, o celebrante
da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe
notou
resolver o problema se como pagamento recebesse
uma Hóstia Consagrada. Para obter a Hóstia, a
começou a aparecer no corporal, no lugar onde o
cálice tinha estado descansando. Desejando saber
mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da
se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a
igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada
mão
Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu
completamente seco. A esta altura, a mancha
a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras
crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez
do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar.
centavos. Depois de completar a Missa, o padre
Assustada, a mulher correu para casa na Rua das
inspecionou todo o altar, mas não conseguiu
Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a
Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos
encontrar qualquer coisa que pudesse ser
remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele
lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão
trancou o corporal que apresentava a mancha num
espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia
local seguro, até que pudesse discutir o assunto com
sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram
o pároco.
que uma pequena
dele
debaixo
do
mancha
cálice,
avermelhada
mas
achou-o
feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e
1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de
Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
103
7º TEMA EXTRA :VOCA ÇÃO – DIA DOS PAIS
1. Objetivos:
 Distinguir o significado de Vocação e Profissão.
 Conscientizar os catequizandos a respeito da responsabilidade,
de cada um, para com as vocações, bem como da importância
de descobrirmos e vivermos nossa vocação.
 Resgatar a importância do papel do pai em nossas vidas.
 Conversar com os catequizandos sobre a importância de amar
e valorizar o pai ou o responsável em todos os dias do ano, não
somente nesta data.
2. Conteúdos do Encontro:
 Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre.
 Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais
ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos
momentos.
3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo)
 Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO.
 Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as
suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”:
 “Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?”
 Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso
distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os
catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra:
Profissão
Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um
trabalho
2. preocupação principal: o "ter", o sustento
da vida
3. pode ser trocada
1. chamado de Deus para uma missão, que se
origina na pessoa como reação-aspiração do
ser
2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o
serviço
3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas
4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração
5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria
6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário
para viver.
8. na profissão eu faço
7. vive da providência divina
8. na vocação eu vivo
A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e
responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma
beleza particular, é o caminho de santidade.
4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 5, 10-11
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
104
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, figura de um pássaro, cartaz
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A Vocação de Pierre...
Pierre é um pássaro.
Ele vive na “Floresta das Vocações”.
Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica.
E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica.
Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua vocação
específica.
 - Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a sua
vocação!
Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté!
E o João-de-Barro, é um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói!
E eu? Qual é a minha vocação?
 - Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você
descobrir sozinho!
A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos!
Mas tenha certeza de uma coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração.
Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também possuía
uma vocação!
Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua???
Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um antigo asilo,
próximo da “Floresta das Vocações”.
E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . .
Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . .
Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes.
 Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais?
 Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação?
 Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse por
si mesmo descobrir qual era a sua vocação?
 Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou!
O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs Pierre
cantarolava.
 Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê?
 Eles estão muito tristes vovô!
 Além de estarem tristes, eles também estão doentes!
 Mas porque vovô?
 Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas!
105
Quando você cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . .
Você era sinal de que Deus não os havia abandonado!
Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . .
 Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!!
Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!!
A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”.
 Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho!
 - Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração!
Mas temos a liberdade de dizer: sim ou não a ela!
Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por várias etapas de amadurecimento:
medo, questionamentos, desafios, visão da realidade.
. . E hoje você só é feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação!
Dia dos Pais
O dia dos pais começou a ser comemorado nos Estados Unidos em 1910, pelos habitantes da cidade
de Spokane, em Washington. A sra. Brice Dood, que vivia nessa cidade, achava que deveria haver um dia
especialmente dedicado aos pais. Resolveu falar sobre isso com o sacerdote da igreja de sua cidade.
Este e outros sacerdotes, juntamente com uma associação cristã, divulgaram a idéia, que acabou se
espalhando por todo o país.
Em 1924, o presidente americano pediu aos habitantes dos Estados Unidos que homenageassem os
pais num dia especial. Foi escolhido, então, o terceiro domingo de junho como o dia dos pais.
No Brasil, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
"A VOCAÇÃO DE SAMUEL" 1 Sm 3, 1-10
Introdução
chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O
Estamos no Mês das Vocações. Hoje, vamos
Senhor
refletir sobre o chamado de Deus em nossa
Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu
vida.No lº livro de Samuel encontramos uma
me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu:
narração bonita de um jovem, Samuel, que sentiu o
chamado de Deus e soube responder. Samuel era
um grande profeta no tempo dos reis Saul e Daví.
(Leia na Bíblia o primeiro capítulo do 1º livro de
Samuel)
chamou
de novo:
"Samuel,
Samuel!"
"Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!"
O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel!
Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e
disse:
"Tu
me
chamaste;
aqui
estou!".
Eli
compreendeu, então, que era o Senhor que estava
1º passo: Vamos ler, com muita atenção,
chamando o menino e disse a Samuel: "Volta a
uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel
deitar-te e, se alguém te chamar, responderás:
servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli.
"Fala, Senhor, que teu servo escuta!" E Samuel
Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto.
voltou a seu lugar para dormir. O Senhor veio,
Samuel estava dormindo no santuário do Senhor,
pôs-se junto dele e chamou-o como das outras
onde se encontrava a arca de Deus. Então, o
vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala,
Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!",
que teu servo escuta!". (Querendo saber a missão
respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me
que Deus deu a Samuel, pode seguir a leitura na
chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te
Bíblia)
106
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
2º passo A resposta de Samuel ao chamado
3º passo Nem sempre é fácil dar uma
de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus
resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com
se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas
Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o
muitas
à
profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia.
e, como tal, temos uma missão:
(Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama
construir um mundo justo e fraterno, onde haja
pessoas de todo tipo, de idades diferentes,
lugar para todos serem felizes. O segundo
casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não
chamado
vezes.
existência
se
Primeiro,
deu
nosso
chamados
Fomos
podemos pensar que o chamado é só para um
chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de
determinado estado de vida. Deus chama na vida
viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao
de cada um e em diversas situações, quando menos
mundo. Depois, vem o chamado para diversas
o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em
missões. Pode ser o chamado para um estado de
silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de
vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas
Deus na minha vida? Onde Deus
o chamado de Deus vem, muitas vezes, para
chamando? Como? Fale com Deus sobre seus
determinadas funções e serviços: dentro da
medos,
família, da comunidade, do trabalho... Vamos
generosidade... (Se a reflexão for em grupo,
refletir:
pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui,
Quando
no
fomos
tomei
Batismo.
consciência
de
um
chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar
uma resposta? (Quando a reflexão for feita em
grupo, pode haver um momento de partilha)
seu
comodismo,
sua
está me
falta
de
Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...")
Inês Broshuis – Catequeta
Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004
107
8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA
1. Objetivo:
 Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da
aproximação e da leitura da Bíblia.
2. Conteúdo do Encontro:
 Respeito à Palavra de Deus.
 Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que
língua foi escrita, para que foi escrita.
 De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento,
quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que
ela deve nos acompanhar por toda a vida.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas.
 A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”.
 A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e
em inúmeras línguas e dialetos mais falados.
 A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e
orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar.
 Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar.
 Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus
 Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque.
 Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando
beije a bíblia em sinal de respeito.
4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
1. O QUE É A BÍBLIA?
Os cristãos colocaram os fundamentos de
sua fé na revelação de Deus ao antigo Povo
hebraico. Esta revelação teve a sua plenitude em
Jesus Cristo.
Esta grande experiência hist6ricoreligiosa se encontra no Livro da Bíblia. Mas, a
Bíblia e mais do que um L1vro: e uma coleção de
Livros.
Bíblia é uma palavra grega, é um
substantivo plural que quer dizer: Livros. Ela
contém 73 livros sendo que: 46 livros são do
Antigo Testamento e 27 livros do Novo
Testamento.
108
2. PARTES DA BIBLIA
a) ANTIGO TESTAMENTO (AT)
Fala da História do Povo que Deus
escolheu para fazer com Ele uma Aliança, antes
do nascimento de Jesus. É composto por 46
livros.
O AT mostra como surgiu esse povo, como
viveu na escravidão no Egito, como possuiu uma
terra, como foi governado, quais as relações que
teve com os outros povos e nações, como
organizou as suas leis e como viveu a sua religião.
Apresenta seus costumes, sua cultura, seus
conflitos, derrotas e esperanças.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
O AT mostra, também, como esse povo se
comportou em relação à Aliança com Javé, o seu
Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar
no meio da humanidade, através desse povo.
Israel foi um povo escolhido, porque foi
escolhido para realizar o Projeto de Deus.
O AT é para os cristãos como um
documento de fé para conhecer melhor a Deus e
tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o
AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança.
b) NOVO TESTAMENTO (NT)
Foi escrito depois da Ressurreição de
Jesus.
Para compreender o NT e necessário
saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus
e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta
a Encarnação de Jesus na terra concreta do povo
de Israel. Jesus assumiu sua história, suas
tradições, sua cultura e sua religião e o
compromisso de realizar o Projeto do Pai
O NT apresenta, também, a experiência e
a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros
cristãos.
Com a vinda de Jesus realiza-se um
Testamento Novo, uma Nova Aliança, um
encontro definitivo com Deus. Por isso, tudo o
que Jesus disse e fez e tudo o que foi
proclamado sobre Jesus pelos seus apóstolos e
discípulos, constitui o documento de nossa fé - o
Novo Testamento.
Estas partes da Bíblia têm o nome de
TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum")
que significa "documento importante", como
aquele documento (testamento) que alguns pais
fazem para os seus filhos.
O Testamento na Bíblia, relembra a
ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada
com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada
ao longo de toda a história deste povo.
3. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia não foi escrita de um dia para
outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos
depois que as coisas aconteceram, outros 200
anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia
levou 11 séculos (1100 anos) para ser escrita.
É bom lembrar que a Palavra de Deus foi,
em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus.
Durante muitos anos foi falada e recordada
muitas vezes no meio do Povo, em rodas de
conversa, no meio das famílias, e só depois foi
escrita.
O povo se esforçava para colocar Deus na
vida, organizando a vida pessoal e social de
acordo com a justiça.
Os livros da Bíblia não foram escritos na
ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta
a criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a
ser escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu
pelo ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois
do Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros
livros da Bíblia).
Os livros do NT foram escritos depois da
morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo
ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia
diferença do "dizer" e do "escrever". O
importante era transmitir aos outros uma nova
consciência comunitária, nascida no povo a partir
da experiência com Deus. Contavam os fatos mais
importantes do passado.
Como nós hoje decoramos a letra dos
cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as
histórias as leis, as profecias, os salmos, os
provérbios e tantas coisas que, depois, foram
escritas na Bíblia.
A maior preocupação do povo era "contar"
sua experiência para não esquecer os fatos de
sua história. A memória mantinha-se viva e, para
que ela não se apagasse, registraram por escrito.
A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu
da preocupação de não esquecer o passado. A
Bíblia começou a ser escrita em torno do ano
1250 a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos
depois do nascimento de Jesus.
Quando os livros da Bíblia foram escritos,
não eram divididos em capítulos e versículos como
estão divididos hoje. A divisão em capítulos
aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês
Estevão Langton, arcebispo de Cantuária, e a
divisão em versículos foi feita em 1527, pelo
dominicano Pagnini.
A Bíblia foi impressa pela primeira vez,
em latim, no ano 1450 depois de Cristo.
4. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita em lugares
diferentes.
A maior parte dela foi escrita na
Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou
e onde nasceu a Igreja.
109
Algumas partes do AT foram escritas na
Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600
anos a.C. Outras partes foram escritas no Egito
para onde o povo emigrou depois do cativeiro.
O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor,
na Grécia e na Itália, onde havia muitas
comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo.
Nesses povos havia diferença de
costumes, de cultura, de religião, de situação
econômica, social e política. Tudo isto deixou
marcas na Bíblia e teve influência na maneira da
Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus.
5. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
Não foi uma única pessoa que escreveu a
Bíblia. Foram diversos autores.
Deus se serviu de diversos tipos de
pessoas para escrever a Bíblia: homens e
mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis,
doutores e pastores, operários de várias
profissões. Gente instruída que sabia ler e
escrever e gente simples que só sabia contar
histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu
de casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas
as classes, todos convertidos e unidos na mesma
preocupação de construir um povo irmão, onde
reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a
fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor,
nem oprimido.
Eles escreveram por inspiração de Deus.
Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do
céu e eles foram escrevendo.
"Para escrever os livros sagrados, Deus
escolheu e serviu-se de homens, na posse das
suas faculdades e capacidades, para que, agindo
Ele neles e através deles, escrevessem, como
verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que
Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106)
Eles escreveram os acontecimentos do
Povo de Deus.
Mas nem todos os acontecimentos foram
escritos; apenas foram escritos os fatos mais
importantes da grande História do Povo de Deus.
O modo de falar da Bíblia é o mesmo
modo de falar da época em que cada Livro foi
escrito. Isto é importante conhecer e considerar
para que não fiquemos presos aos símbolos e aos
sinais que são usados na Bíblia.
"Para descobrir a intenção dos autores
sagrados, é preciso ter em conta as condições do
seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários
110
em uso naquela época, os modos de sentir e
narrar, correntes naquela época. Porque a
verdade é proposta e expressa de modos
diversos, quando se trata de gêneros históricos,
proféticos, poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC
110).
Às vezes, não é fácil compreender o que
está escrito porque a linguagem é diferente da
nossa. Muitas vezes não entendemos palavras
usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o
que dizer das palavras que foram escritas há
mais de 2.000 anos?
A fé do antigo povo e dos cristãos
reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que
sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu
serviço a inteligência e o conhecimento que
tinham da vida e da história do povo, a
sensibilidade humana, sua fantasia e reflexão.
Eram homens que receberam a inspiração de
Deus. "Toda Escritura é divinamente inspirada".
(2Tm 3,16-17).
Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia
é obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também
Livro da Fé e da Vida de um Povo.
A Bíblia é a Palavra de Deus em forma
humana (1 T8 2, 13).
Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais
importante dentre as milhões de livros já
escritos até hoje.
6. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A BÍBLIA
A Bíblia foi escrita em 3 línguas
diferentes: hebraico, aramaico e grego. O
hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo
menino israelita devia estudá-la.
A língua familiar dos hebreus era o
aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua
foi falada por eles até a entrada na Terra de
Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o
hebraico.
Quando a Palestina foi invadida pelos
gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a
falar a língua grega.
Traduções - A Bíblia foi traduzida para
ser compreendida. Como o hebraico era muito
difícil e não era a língua falada pelo povo,
surgiram as traduções gregas.
A mais famosa tradução foi a dos
"Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C,
em Alexandria.
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Quando foi feita, foram acrescentados 7
livros que não constavam da Bíblia hebraica.
Há uma diferença entre a Bíblia dos
católicos e a Bíblia dos protestantes.
As protestantes ficaram com a Bíblia
hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite,
Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus,
parte do livro de Daniel e Ester.
Os católicos seguiram o exemplo dos
apóstolos, ficando com a tradução grega dos
Setenta.
Tradução para o Latim: São Jerônimo
traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e
esta tradução se chama "Vulgata" ou popular.
Hoje a Bíblia esta traduzida nas
principais línguas de todos os povos e as
traduções populares crescem dia-a-dia.
7. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita para manter o povo na
caminhada. Três coisas animam o povo a
caminhar:
a) contar o passado;
b) anunciar o futuro;
c) mostrar o presente.
a) Contar o passado
Nos não nos esquecemos do passado da
nossa vida.
Ficamos corajosos quando sentimos que
fomos ajudados a vencer na vida. Assim também
o povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as
coisas que Deus tinha feito para ele no passado,
se animava a caminhar para frente.
Os livros que falam do passado do povo de
Israel chamam-se:
 Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os
cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem
da vida e da história do povo no Egito), Êxodo
(saída do Egito), Levítico (formação de um povo
santo e instruções para o culto), Números (a
caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio
(segunda lei - projeto de uma nova sociedade).
 Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel
(1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1
e 2). São 16 os livros históricos.
b) Anunciar o futuro
Ficamos animados quando olhamos para as
possibilidades que temos no futuro. Nascem em
nós a esperança, a força e a coragem.
Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se
animava a caminhar para frente, quando eram
colocadas, pelos profetas, as promessas feitas
por Deus para o futuro.
Os livros que falam do futuro do povo de
Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos.
c) Mostrar o presente
Ficamos felizes quando sentimos que
Deus caminha conosco, na nossa vida presente e
com nossos problemas.
Assim aconteceu com o Povo da Bíblia
quando começou a caminhar com Deus. Olhava não
só o passado, nem só o futuro, mas também o
presente,
buscando
soluções
para
seus
problemas.
Tudo isto está escrito nos Livros
Sapienciais: Jó - Salmos - Provérbios Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais.
"Com efeito, tudo o que foi escrito,
anteriormente, foi escrito para nossa instrução,
a fim de que, pela constância e consolação que
provêm das Escrituras, possuamos a esperança"
(Rm 15,4).
"Tendo Deus falado outrora muitas vezes
e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falounos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de tudo e por quem
igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2).
Cristo é a luz que ilumina o passado, o
presente e o futuro. Fazendo referência a Ele,
podemos entender a mensagem da Bíblia hoje.
Fonte: Fé, Vida e Comunidade,
Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39.
Livro
do
111
9º TEMA EXTRA: MISSÕES
1. Objetivos:

Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da
Igreja.
 Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como
missionário.
 Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante
e transformador à da Palavra de Deus .
2. Conteúdo do Encontro:
 Iniciar a reflexão com o texto da apostila.
 Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo
conservar alguns alimentos (carne seca e salgada).
 Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz”
para o mundo.
3. Desenvolvimento do Tema:
 É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem
aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15
 É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho.
 Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas
que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por
Jesus. Estas pessoas são os missionários.
 Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo
conhecido e amado.
 Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente
o que aprende na catequese, estará sendo um missionário.
 Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é
considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos
missionários.
 O que você pode fazer para ser missionário?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia.
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas missionários.
112
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Outubro, mês missionário
Padre Wagner Augusto Portugal
O
mundo
não
conhece
a
Deus.
As
O
Santo
Padre Bento
XVI
em
sua
civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o
mensagem para o dia das missões de 2010 nos
homem conquista grandes descobertas - mas o
exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia
mundo ainda não conhece Deus.
Mundial das Missões seja ocasião útil para
Há aqueles que não o conhecem porque
compreender sempre melhor que o testemunho do
sempre viveram em um ambiente de crendices,
amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De
superstições, idolatrias e buscas de filosofias que
fato, servir o Evangelho não deve ser considerado
não são cristãs como o espiritismo que nega a
uma aventura solitária, mas um compromisso
ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível
compartilhado de todas as comunidades. Ao lado
com a fé cristã católica, sendo até antagônica.
dos que estão na linha de frente nas fronteiras da
Estes precisam que um missionário lhes mostre,
evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos
com palavras, meditações e ações, a existência de
missionários e missionárias -, muitos outros,
um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo –
crianças, jovens e adultos, com sua oração e
que nos ama e que quer ser amado por nós,
cooperação, contribuem, de várias formas, para a
principalmente através
difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que
do
amor
aos
nossos
semelhantes.
esta co-participação, graças à colaboração de
Há aqueles que já foram informados sobre
todos, aumente sempre”.
esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência,
Por isso, como nos convoca o Santo Padre,
o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o
não sejamos individualistas e vivendo uma fé
projeto de felicidade que Deus tem para nós. É
intimistas, mas na missão de juntos construirmos
preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça
a
enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo
missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no
caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o
arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para
mais seguro.
que possamos como missionários levar o amor de
Igreja
nos
coloquemos
como
discípulos-
Infelizmente, há também aqueles que
Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem
conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por
uma fé que nos coloca nos espírito de redes de
isso mesmo, se acham tão melhores do que os
comunidade, na partilha e na caridade.
outros,
que
altivez,
Por isso é preciso que nós, que somos
esquecendo que a humildade, a simplicidade nos
cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro
conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos
como ocasião de reflexão e de ponto de partida
afasta d'Ele.
para um trabalho que, embora seja árduo, é
Para
se
assentam
todos
esses,
em
urge
sua
que
surjam
missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus
compensador e nos ajudará a construir um mundo
melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu.
verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a
humildade
e
o
serviço
espontâneo
e
desinteressado.
O mês de outubro é considerado no seio
da Igreja Católica como o mês das missões para
lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a
Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou
de outra, não a conhecem realmente.
113
10º TEMA EXTRA:DÍZIMO
1. Objetivos:
 Levar os catequizandos a refletirem que a igreja necessita de
recursos para realizar sua missão.
 Assumir a responsabilidade de assumir as necessidades da igreja e
colaborar com a sua missão.
2. Conteúdo do Encontro:
 A igreja necessita de recursos para realizar a sua missão. Por isso,
exorta seus fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta
tarefa, pois “igreja somos todos nós, e suas necessidades são nossas”.
 Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo
pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis.
 Deus é amor partilhado, Deus reparte conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos
dá e por disso dizemos que “Dízimo é Partilha”.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Contar a história – Dízimo é Partilha (em anexo)
 Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada
catequizando ajuda a igreja na sua missão.
 Explicar:
1. Dimensão Religiosa - Uma parte do dízimo que contribui para manutenção da Igreja.
2. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres.
3. Dimensão Social – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas que precisam.
O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia,
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista.
114
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
HISTÓRIA – DÍZIMO É PARTILHA
Um dia a Luciana encontrou com a Fernanda.

Oi Fernanda, onde você vai?

Vou até a igreja devolver o meu dízimo.

Você paga dízimo?

Claro que sim, eu sou dizimista mirim. Nós, jovens e crianças também podemos e devemos pagar o
dízimo. Deus nos dá tudo o que temos. Pagando o dízimo estamos devolvendo a Deus uma parte que
recebemos. Dízimo não é esmola ou doação do resto que nos sobra: DÍZIMO É PARTILHA!

Mas Fernanda, eu não trabalho, como vou ser dizimista?

Você não recebe mesada dos seus pais?

É às vezes eu ganho um dinheirinho do meu pai, da minha madrinha.

Então, você pode doar um pouco do que você ganha.

Mas se a gente dá para Deus, o que Ele faz com o dinheiro?

O Dízimo é entregue à igreja e é todo usado para as coisas de Deus.

Como assim?

Olha só o Dízimo tem 3 finalidades. A primeira é RELIGIOSA – tem muitas coisas que precisam ser
comprada: livros, velas, hóstias, som, objetos litúrgicos, as toalhas.... Além do mais a igreja tem
muitas despesas: funcionários, materiais para as catequistas darem os encontros de catequese etc.
Também tem que pagar as contas do telefone, da luz, da água, material de limpeza, etc.

Nossa parece a minha casa.

E é a sua casa, a casa de todos nós, por isso cada um tem que ajudar com a sua parte.

O Dízimo também tem outra finalidade que é MISSIONÁRIA – ajuda os missionários, ajuda a
formar novos padres.

E a outra finalidade?

A outra é SOCIAL – uma parte do dízimo é usada para ajudar quem necessita. Ela tem uma Obra

Nossa é muito importante contribuir com a igreja.

Isso mesmo – DÍZIMO É PARTILHA.

Entendeu Lu, essas são as coisas de Deus que eu falei. Viu porque a Igreja precisa de

É..., eu não sabia que ser dizimista era tão importante!!!!!

É importante para a IGREJA , mas é mais importante ainda para Deus .
Social.
DIZIMISTAS???
115
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
DÍZIMO É EXPRESSÃO FORTE DE COMUNIDADE
Sem comunidade não é dízimo.
Só é dízimo o
ser Mãe de todos nós. No Sacramento da
que entregamos
na
comunidade.
A
Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão
e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu
comunidade
retira
o
aspecto
sangue "derramado" para a salvação de todos. Por
meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o
isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha
sentido cristão e pastoral.
total, sem restrições.
Através da comunidade passa a ser
Já no Domingo de Páscoa, e de forma
legítima a preocupação de buscar os meios
plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é
materiais para a manutenção dos serviços de que
efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus
a comunidade cristã necessita.
dons entre todos os crentes.
Temos que ter em mente que nem tudo o
que
fazemos
para
resolver
os
Para continuar a sua missão no mundo, até
problemas
o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua
financeiros da comunidade é pastoral. Só é
Igreja que se caracteriza como uma comunidade
pastoral quando há identificação com toda a ação
de partilha.
da Igreja como comunidade de salvação. Por
Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos,
exemplo: Uma venda recorde de bebidas para
2,42-47
angariar fundos para suprir as necessidades de
comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É
nos
uma pastoral – os fins não justificam os meios.
uma comunidade que é fiel à palavra de Deus
Por isso que rifas, bingos e outros expedientes
transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração
passam ao largo da pastoral quando são utilizados
comum,
como meios para suprir necessidades financeiras.
"partilha dos bens"; "todos os que criam estavam
na
mostra
celebração
as
da
características
Eucaristia
da
e na
"Dízimo é partilha."
unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas
O dízimo faz parte de uma realidade
propriedades e distribuíam o preço por todos,
muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo
segundo as necessidades que cada um tinha"
e oferta, entre tantas outras, são formas de
(Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição,
realizar a partilha.
inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma
Para podermos entender o que é a
partilha,
precisamos
próprio
primeiro amor logo no início do cristianismo, como
mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA.
é verdade que esta realidade não deve ter
Quando
nós
durado muito tempo, mas é o ideal proposto para
afirmamos que Deus é Amor partilhado entre
toda a comunidade que queira ser verdadeira
três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério
comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de
inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha
Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de
por natureza, Deus reparte conosco a vida,
Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores,
através da criação, a sua intimidade, através da
deve ser comunidade de oração, deve ter como
Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de
centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a
mais precioso que é seu próprio Filho. A
partilha dos bens. A partilha torna-se, assim,
Encarnação e a Redenção são mistérios da
uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como
partilha de Deus com a humanidade.
não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade
dizemos
que
mergulhar
Deus
é
no
única comunidade que vivia o entusiasmo do
Amor,
Jesus Cristo partilha sua vida conosco e,
na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para
116
aos Pastores, ou sem oração, também não pode
haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
Dízimo e Oferta são gestos concretos de
partilha,
é a forma mais simples para nós
não derramo sobre vocês minhas bênçãos de
fartura” (Malaquias 3, 10).
vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para
Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que
vendermos todos os bens, mas a devolução de
depositavam ofertas no Tesouro do Templo.
uma pequena parte dos bens que Ele próprio
Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva
coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de
pobre depositou mais do que todos. Pois todos os
oferta, para as necessidades dos irmãos e para
outros depositaram o que estava sobrando para
dar à Igreja condições de realizar a sua missão
eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo
na dimensão religiosa, social e missionária.
o que possuía para viver” (Lucas 21, 1-4).
05 - Sou dizimista porque creio, e confio, em
Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho
Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e
Tatto, O Recado, p.11 a 13.
de confiança.
Os dez Mandamentos do Dízimo
“Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O
que vamos comer? O que vamos beber? O que
01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o
vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando
meu próximo.
essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu,
Partilho com alegria, conforme manda meu
sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo
coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada
contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de
um dê conforme decidir em seu coração, sem
Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em
pena ou constrangimento, porque Deus ama quem
acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31-
dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7).
33).
02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo
06 - Sou dizimista porque o partilhar mata o
recebo de Deus.
meu egoísmo.
"O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo
A parábola do homem rico cuja terra deu uma
23,1).
grande
"Vejamos: em que você é mais do que os outros?
celeiros maiores para guardar todo o trigo junto
O que é que você possui que não tenha recebido?"
com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato!
(1 Coríntios 4,7).
Nesta mesma noite você vai ter que devolver a
03 - Sou dizimista porque minha gratidão a
sua vida. E as coisas que você preparou, para
Deus me leva a devolver um pouco do muito
quem vão ficar?” Assim acontece com quem
que recebo.
ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico
Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho
para Deus” (Lucas 12, 16-21).
segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez
07 - Sou dizimista porque creio na vida cristã
leprosos: "Não foram dez os curados? Onde
em comunidade.
estão os outros nove?” Só um voltou para dar
"Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu
glória a Deus? (Lucas 17, 11-19).
estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês
04 - Sou dizimista porque aceito como palavra
são todos irmãos".
de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o
08 - Sou dizimista porque Deus, o único pai
dízimo é fonte de bênçãos.
rico, não quer ninguém passando necessidade.
Trazei o dízimo integral ao Templo para que haja
“Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais
alimento em minha casa. Façam essa experiência
pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40).
comigo – diz Javé dos Exércitos. Vocês hão de
09 - Sou dizimista porque gosto de viver em
ver, então, se não abro as comportas do céu, se
liberdade e alegria, celebrando desde já a
colheita
e
este
resolveu
construir
vida plena.
117
"Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5).
"Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34).
10 - Sou dizimista porque quero ver minha
comunidade
crescer
e
minha
Igreja
testemunhar o Evangelho no mundo inteiro.
Evangelho, em remédio, em pão, em missão.
6. Sua
alegria
será,
extremamente,
grande,
quando você verificar, daqui a algum tempo, o
que, com o seu dízimo, se tornou possível.
"Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai
7. Em vez de obrigação, você vai se sentir grato e
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
agradecido a Deus por lhe dar condições de
(Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15).
participar da vida paroquial com seu dízimo.
Dez boas razões para ser Dizimista
1.
5. O dízimo que você oferece vai se transformar em
O dízimo é uma profunda relação entre você e
Deus.
gratuitos recebidos de Deus Pai, retribuindo, de
forma justa, parte do que d’Ele você recebeu.
4. O dízimo mantém, também, os que vivem para o
118
Pastoral do Dízimo.
10. Com a oferta do dízimo, você será participante
ativo na construção do Reino de Deus.
ajuda a manter a comunidade
religiosa, patrimônio de todos .
Evangelho.
pessoa à comunidade.
9. A sua oferta permanente tornará vitoriosa a
2. A oferta do dízimo é o reconhecimento dos dons
3. Seu dízimo
8. A prática do dízimo integra, cada vez mais, a
Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
BIBLIGRAFIA
1.
Bíblia Sagrada - Ave Maria, Editora Ave Maria.
2.
Catecismo da Igreja Católica, Editora Vozes e Loyola.
3.
Diretório Nacional da Catequese – 84, DOCUMENTOS DA CNBB, Editora Paulinas.
4.
Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma, Diocese São
José dos Campos.
5.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003.
6.
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008.
7.
Educação para a Comunidade de Fé – Livro do catequista I, II e III e Catequizando I, II e III,
Maria do Carmo Saraiva, Editora Paulinas.
8.
Caminhando na Construção do Reino – Livro do Catequista e Catequizando 1, Catequese de Primeira
Eucaristia – Edição revisada e ampliada, Equipe Regional de Catequese – Votuporanga – SP,
Editora Salesiana
9.
Sementes de Vida – Primeira Eucaristia - Livro do catequista e catequizando – 1ª fase, Pastoral
Catequética de Ponta Grossa – PR, Editora Ave Maria.
10.
Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Isaac Chalita, Editora
Santuário.
11.
Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora Vozes.
12.
A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora Vozes.
13.
Correndo ao Encontro de Jesus – 1ª e 2ª ano. Comissão Arquidiocesana de Iniciação Eucarística –
Arquidiocese Niterói, Editora Vozes.
14.
Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, Edições CNBB, 2011, Brasília – DF.
119
DINÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA
CAMPA NHA DA FRATERNIDADE 2012
PARA FALAR DE SAÚDE
 Apresentar duas rosas (ou outra flor) aos catequizandos, uma murcha, despetalando e outra bonita,
cheia de vida, saudável.
 Estas duas flores, nos mostram a doença e a saúde. Para vocês o que é saúde? ( as respostas vão girar
em torno de: não ter doença, dor, estar forte etc).
 Completar o conceito de saúde que vai além da ausência de doenças:

“Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a
ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou,
de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre.”.

“A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre
personalidade e responsabilidade”.
 Se fôssemos escolher uma destas flores para oferecer a alguém, qual seria? A bonita, claro! Não
oferecemos aquilo que julgamos que não agrada. Não nos doamos, se não gostamos de nós mesmos.
 Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, deu-nos dignidade de filhos, de pessoa humana com
capacidade de amar. É ponto de partida para amar, descobrir o próprio valor, viver a dignidade e
proclamá-la a toda pessoa. Esta é a força capaz de estabelecer relacionamentos fraternos, solidários,
que a CF nos propõe. Ela quer suscitar o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos
enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde.
ORAÇÃO DOS BONS PROPÓSITOS
 Distribuir aos catequizandos, saches de açúcar (ou providenciar um açucareiro com uma colherinha).
 Dispor de um recipiente com água, outro com gelo, suco em pó ou um copo de concentrado.
 Em clima de celebração e oração, lembrar aos catequizandos que podemos fazer um mundo melhor:
“remediar”, com bons propósitos, as situações de sofrimento, dor, doença, mal estar. Para isso peçamos
a Jesus que nos ajude a modificar nosso comportamento e nossas ações em prol da nossa saúde.
 À medida que cada um for fazendo seu “propósito”, pedir que coloque seu “ingrediente” na jarra que
está sobre a mesa. Os propósitos devem se manifestados em voz alta, como orações. Por exemplo:
 “Jesus dê-me forças para controlar a vontade de comer doces, chocolates, refrigerantes em
excesso.”
 “Jesus ajude-me a dominar a preguiça e fazer mais exercícios físicos.”
 “Jesus fortaleça-me para não cair na tentação de colocar em risco minha saúde, colocando-me em
situações de risco: drogas, álcool, brincar com fogo, objetos cortantes, etc.”
 Criar mais situações como: expor-se ao frio sem agasalho; não escovar os dentes; ver TV em excesso;
usar em demasia a internet, o telefone celular; jogar demais videogame; dormir muito tarde, etc.
 Depois que todos colocarem na jarra suas “orações”, acrescentar a água, mexer o suco e distribuir um
copo para cada um.
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III
DINÂMICA: “SEGURA...NÃO DEIXA CAIR!”
 Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja escrito
um dos “males” (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que está
escrito no papel. A papeleta ‘gripe’ deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número de
participantes (colocá-la para um terço das pessoas).
 Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente, evitando
que alguém caia.
 No meio do círculo fica o “doutor”, a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O “médico” lê um dos
diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a “doença” correspondente amolece o corpo
para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não deixála cair. Se a pessoa cair, ela morre...
 Depois de ser amparada, a pessoa ‘doente’ volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os
diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há
várias pessoas com esta “doença”, muita gente vai “cair” ao mesmo tempo e o círculo vai se
desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a
sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está
acontecendo com a saúde pública.
 Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram.
 Como se sentiram ao serem taxados de “doentes”? Como viram a doença que cada um recebeu?
 Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que
vai desmoronar, cair.
 Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro?
 Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a importância da
prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente.
 Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que sofrem.
DOENÇAS:
Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade,
colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e placas
nos dentes.
(Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos).
DIAGNÓSTICOS:
 Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos.
(gripe)
 Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão)
 Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene.
(dengue)
 A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica
exercícios físicos. (hipertensão)
 Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se alimenta
com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes)
121
 A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal. (problemas
renais)
 Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia)
 Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios
físicos. (obesidade)
 Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto)
 A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência química)
 A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira. Consome
alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia)
 A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição sonora.
(dores de ouvido e de cabeça)
 A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene
bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie)
UM OLHAR SOBRE A REALIDADE
MATERIAL: uma folha de cartolina, desenho do contorno de uma grande mão, pintado de marrom,
que servirá para ser a raiz e o tronco da árvore / fita crepe ou cola / várias tesouras / folhas em branco
para todos / lápis de cor verde e amarelo (para pintar folhas).

Distribuir, para cada um, uma folha de papel em branco e lápis de cor.

Pedir para desenhar o contorno de uma das mãos com os dedos ligeiramente abertos, pintar de verde e
recortar.

Pedir que coloquem, num canto, o próprio nome e que, no meio da mão desenhada, escrevam: SAÚDE.

Após a confecção das mãos, o catequista apresentará ao grupo o desenho do contorno da grande mão
(como se fosse a raiz de uma árvore) e pergunta:

De quem pode ser essa mão? (deixar a pergunta no ar).

Quando estudamos os povos, desde as mais antigas civilizações, encontramos sempre o assunto saúde e
doença, misturado com religião. Deuses, demônios, maus espíritos, magia... (TB, 09) aparecem com
explicação para a dor, a morte, os sofrimentos de modo geral. Por exemplo, no caso dos indígenas
brasileiros, quem era o “médico” da tribo? O pajé.

E nós? O que pensamos sobre a existência do mal, da doença? São castigo de Deus? Ele é o culpado?
(deixar que falem, discutam, sem responder diretamente às indagações).

Então, nossas mãos não podem fazer nada? O que será que depende de nós?

Em que os povos da Bíblia acreditavam? Vamos descobrir, pesquisando na Bíblia.: Dt 28, 1-2; Dt 28, 1520; 2Cr 16, 7; 2Cr 16, 12-13.

Após a leitura, concluir com rápidas palavras. O livro do Deuteronômio apresenta saúde como bênção e
doença como maldição, devido ao pecado, ao afastamento de Deus. Nas Crônicas, todos eram
dependentes do Senhor. Procurar ajuda de um médio em lugar de Deus, era derrota na guerra e morte
certa. Como em Deuteronômio, a Bíblia aqui nos fala de castigo de Deus.

Vamos ler no livro de Eclesiástico, como instrui sobre saúde e doença – Eclo 38, 1-15 – Este texto
realça a importância da saúde, de se ter os meios para que a saúde se difunda sobre a terra, que é o
nosso lema nesta Campanha da Fraternidade. Mas logo a seguir, pede que se recorra ao Senhor e evite
o pecado. Vimos a força, o peso do pecado em todas essas leituras. Mas será que Jesus mostrou o
outro lado da moeda, o outro lado dessa mão? Como Ele viu a doença?
122
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III

N cartolina com a mão marrom desenhada, formar uma árvore, tendo essa mão como raiz. (modelo
abaixo)

Cada catequizando coloca a mão que desenhou e recortou, formando as folhas da árvore, conforme uma
sequência pré- determinada.

Deus nos criou por amor para sermos felizes. Tudo que Ele fez mostra quem Ele é. Mas nossos
primeiros pais recusaram a amizade com o Pai Criador e, pela desobediência, o pecado entrou na vida
das pessoas. Com o pecado veio a dor, a morte. Deus, em sua infinita bondade, enviou seu Filho Jesus
para salvar a humanidade. Ao morrer na cruz, Ele funda a igreja para continuar a oferecer a salvação.
A Igreja somos nós, todos os batizados.
Formamos o Corpo de Cristo. Jesus não tem
outras mãos, a não ser as nossas, para construir
o mundo como Deus quer. E Deus não quer
sofrimento. O que podemos levar aos outros
com nossas mãos? Como podemos agir em prol
da saúde?

Orientar os catequizandos para pensar num
gesto concreto: visitar um doente, consolar um
amigo
que
sofre,
fazer
doação
de
medicamentos, alimentos, fraldas, ouvir um
idoso em suas aflições, rezar pelos que sofrem.

Ao som de uma música (da CF-2012 ou outra),
colar na cartolina as mãos que confeccionaram,
como se fossem folhas e galhos da árvore. Ao
terminar todos juntos dão as mãos e pedem:
“QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A
TERRA!”
Modelo da árvore: podem ser escrito, na “raiztronco”, os nomes dos santos que dedicaram suas
vidas ao atendimento e ao conforto dos doentes:
São Camilo, São João de Deus, Santa Paulina, Beata
Ir. Dulce, São Galvão (cf. TB, 221)
123
Este espaço está reservado para a sua
avaliação, comentários e sugestões.
Anote o número do encontro, a
quantidade de catequizandos que você tem e
a faixa etária.
Faça o seu comentário e entregue ao
seu coordenador.
Você estará ajudando a melhorar este
material com a sua valiosa contribuição.
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