Aumentos de 1% para salários na Administração Pública em
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Aumentos de 1% para salários na Administração Pública em
Aumentos de 1% para salários na Administração Pública em 2005 são incompreensíveis e inaceitáveis Reacção da UGT a declarações do primeiro-ministro 1. As palavras do Sr. Primeiro-Ministro sobre o aumento dos salários na Administração Pública em 2005 são, para a UGT, incompreensíveis e inaceitáveis. Com efeito, não podemos aceitar que o Governo considere, para 2005, aumentos salariais em torno de 1.0% - valor sugerido para os ganhos de produtividade. o Em primeiro lugar porque, em Portugal, a discussão sobre os aumentos salariais sempre teve em consideração a taxa de inflação prevista e os ganhos de produtividade esperados no ano a que respeitam esses aumentos. Esta é a regra aplicada ao sector privado e deverá sê-la também na Administração Pública. Por conseguinte, é totalmente incompreensível que, para a Administração Pública, o Governo proponha associar os aumentos salariais apenas aos ganhos de produtividade ignorando, por completo, a evolução dos preços e o seu impacto sobre o poder de compra e o bem-estar dos trabalhadores. Nunca em Portugal, os aumentos salariais tiveram apenas em conta os aumentos de produtividade, ignorando os aumentos de inflação. o Em segundo lugar, importa ter presente que um aumento salarial idêntico ao somatório da inflação com o crescimento de produtividade tem um impacto nulo sobre a competitividade, ou seja, não se perde, nem se ganha competitividade. Pelo que não nos parece “complicado”, aumentar salários mais do que aumentamos a produtividade no País. Aliás, é assim que acontece em todos os países europeus em que a base é a inflação e depois se tem em conta a produtividade e a situação económica e financeira dos sectores e empresas. o Por último, o Primeiro-Ministro refere ainda como referencial de produtividade um valor de 1.0%. Para a UGT, os aumentos salariais devem ter em conta os ganhos de produtividade esperados para 2005 e não os de 2004 que, esses sim, deverão situar-se em torno de 1.0%. Apesar de, nos últimos anos, a evolução da produtividade em Portugal ter sido fortemente afectada pela crise económica, a sua evolução tem sido francamente positiva face à média europeia: o de 1986-90: 4.6% em Portugal e 1.8% na UE; o de 1991-1995: 2.3% em Portugal e 2.1% na UE; o de 1996-2000: 1.8% em Portugal e 1.3% na UE. Face à recuperação económica esperada para 2005- recuperação que o próprio Governo enfatiza- bem como ao seu reduzido impacto sobre o aumento do emprego nesse ano, a UGT estima que a variação da produtividade seja de 2.0% em 2005. Tendo em conta que se espera uma inflação em torno dos 2.5%, o aumento salarial proposto pela UGT, justificado por um cenário macroeconómico realista, é de 4.5%. 2. No caso da Administração Pública, para além das questões anteriormente mencionadas, importa ter presente que há um claro compromisso do Governo de, em 2005, assegurar um crescimento real dos salários, o que não se sucederá se o aumento dos salários tiver como único referencial a produtividade. 3. A UGT espera que haja uma grande e alargada discussão sobre a Produtividade e Competitividade em Portugal. Desde há muito que defendemos que o aumento mais intenso dos salários depende certamente de um aumento mais forte dos ganhos de produtividade sendo, portanto, a melhoria da produtividade um objectivo central para os próximos anos. E, que os ganhos de produtividade alcançados devem também ser repartidos pelos trabalhadores portugueses. 4. Espera-se assim que estas matérias sejam devidamente esclarecidas e discutidas em reunião de concertação social, que deverá ser brevemente agendada. 6 de Setembro de 2004 O Gabinete de Comunicação Social
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