PDF - jorge santos

Transcrição

PDF - jorge santos
�������
�������
������������
TALLER OCUPADO
TALLER
OCUPADO
Jorge Santos
TEXTOS . TEXTS . TEXTOS
Claude Bussac
Manuel da Costa Cabral
Juan-Ramón Barbancho
Virginia Torrento
Javier Rubio Numblot
Filipa Oliveira
Jorge Santos
FOTOGRAFIAS . PHOTOS . FOTOGRAFIAS
Jorge Santos
TRADUÇÕES . TRANSLATIONS . TRADUCCIONES
Margarita Cardoso de Menezes
Desmond Rome
Suzanne Cuel
DESIGN . DESIGN . DISEÑO GRÁFICO
Flatland Design
TIRAGEM . PRINT RUN . TIRADA
1000 exemplares
REVISÃO . REVISION . REVISIÓN
Jorge Santos
IMPRESSÃO . PRINTING . IMPRESIÓN
Textype
AGRADECIMENTOS . ACKNOWLEDGEMENTS . AGRADECIMIENTOS
Claude Bussac
Manuel da Costa Cabral
Suzanne Cuel
Bertrand Chacun
Luisa Ramos
António Câmara Manuel
Paula Custódio
Nuno Carrusca
Sílvia Estiveira
Filipa Oliveira
Paulo Freitas
Rui Fradinho
Bomba Suicida
EDITOR . EDITING . EDITOR
co-productora do vídeo . coproductora del vídeo . co-producer of the video
Jorge Santos
O Navio
TALLER
OCUPADO
Jorge Santos
Este catálogo pretende documentar a residência oferecida pela Fundação Calouste Gulbenkian na Casa
de Velázquez em Madrid, que decorreu entre Outubro de 2005 e Marco de 2006.
This catalogue intends to document the stay in the Casa de Velázquez in Madrid funded by the Calouste
Gulbenkian Foundation, which took place between October 2005 and March 2006.
Tudo começou com a ideia de um projecto ao qual mais tarde dei o nome de Taller Ocupado (Atelier Ocupado) e que resultou em três exposições site-specific pensadas, produzidas e apresentadas no espaço do
atelier que ocupei durante esses seis meses de residência.
It all began with the idea for a project which later was given the name of Occupied Workshop (Atelier Ocupado) which resulted in three site-specific expositions, thought, produced and presented at the workshop
where I was based for six months.
O projecto nasce no espaço do atelier, lugar com uma série de características únicas, ao mesmo tempo casa
e galeria, composto por uma só divisão de grandes dimensões, segmentada apenas por um mezanino.
The project was conceived within the workshop, a place that has a number of unique characteristics, being
both a house and a gallery with only a mezzanine as a sub division..
O atelier passou a ser o lugar onde o trabalho foi tornado público e possibilitou-me pôr em pratica um
novo processo de criação, que foi surgindo à medida que ia operando sobre este mesmo lugar, partindo
do desenho como médium, que por sua vez deu lugar a um objecto escultórico instalado no espaço.
The workshop became the place where my work became public domain and permitted me to put a new form
of creation into practice, which came about as my designs took form , first as designs and then as sculptures
within the workshop space.
Trabalhei sobre a ideia do lugar arquitectónico, visto como um interface entre o exterior e o interior, e na
relação desse mesmo lugar com o olhar do habitante e do espectador. Interessa-me esta narrativa de
transmutação gerada pela arquitectura.
I worked on an idea linked to an architectural space but seen as an interface between the interior and the
exterior as well as the relation between this very place as seen by a resident and by a spectator. The narrative of transmutation transmitted through architecture interests me.
Deste trabalho derivaram três instalações: a primeira em Dezembro com o nome de Tragaluz (Clarabóia), a segunda em Fevereiro, View Point (Ponto de Vista). A última foi apresentada em Março, e chameia Eternal love (Amor Eterno).
There are three installations from this work: The first in December named Tragaluz (Skylight), the second in
February Point of View and the final one presented in March called Eternal love .
I also developed a parallel project that was though out and undertaken during this residential period, Fraction P, which was shown in Lisbon in January at “the Revolving Platform” a collective show called The Act
of Apparition. Through my residence in Madrid I was also able to present the video “The Ship” (2005) at the
Cámara Oscura projection room at the Casa de América, in Madrid.
Paralelamente desenvolvi mais um projecto que foi pensado e executado durante esta residência, Fracção P, uma instalação apresentada em Lisboa no mês de Janeiro na Plataforma Revólver, numa exposição colectiva intitulada The Act of Apparition. Através desta residência surgiu, também, a possibilidade de
apresentar o vídeo “O Navio” (2005) na sala de projecto Cámara Oscura na Casa de América, em Madrid.
Here I have set out the works undertaken or that existed in the space I occupied/lived in over this period of
time. Thus concluding the work started in October 2005.Este catálogo pretende documentar a residência
oferecida pela Fundação Calouste Gulbenkian na Casa de Velázquez em Madrid, que decorreu entre Outubro de 2005 e Marco de 2006.
Neste registo pretendo documentar uma série e trabalhos que surgiram e existiram num espaço ocupado/habitado por um período de tempo.
Concluo assim este projecto que teve início em Outubro de 2005.
Este catálogo pretende documentar la residencia ofrecida por la Fundação Calouste Gulbenkian en la
Casa de Velázquez en Madrid, que tuvo lugar entre octubre de 2005 y marzo de 2006.
Todo empezó con la idea de un proyecto al que más tarde di el nombre de Taller Ocupado y que resultó en
tres exposiciones site-specific pensadas, producidas y presentadas en el estudio que ocupé durante esos
seis meses de residencia.
El proyecto nace en el espacio del estudio, lugar con una serie de características únicas, casa y galería a
la vez, compuesto por una sola sala de grandes dimensiones, dividida solamente por un entrepiso.
El estudio pasó a ser un lugar donde el trabajo se fue haciendo público y me posibilitó poner en práctica
un nuevo proceso de creación que fue surgiendo a medida que iba operando sobre este mismo lugar, partiendo del dibujo como médium, que a su vez dio lugar a un objeto escultórico instalado en el espacio.
Trabajé sobre la idea del lugar arquitectónico, visto como un interface entre el exterior y el interior, y en la
relación entre este mismo espacio y la mirada del habitante y del espectador. Me interesa esta narrativa
de transmutación generada por la arquitectura.
De este trabajo derivaron tres instalaciones: la primera en diciembre con el nombre de Tragaluz; la segunda en febrero, View Point. Y la última presentada en marzo, a la que llamé Eternal Love.
En paralelo, desarrollé otro proyecto pensado y ejecutado durante esa misma residencia, Fracção P, una
instalación presentada en Lisboa en el mes de enero en la Plataforma Revólver, una exposición colectiva
titulada The Act of Apparition. A través de esta residencia surgió también la posibilidad de presentar el
vídeo O Navio (2005) en la sala de proyectos Cámara Oscura de la Casa de América en Madrid.
En este registro pretendo documentar una serie y los trabajos que surgieron y existieron en un espacio
ocupado/ habitado durante un determinado periodo de tiempo.
Termino así este proyecto que comenzó en octubre de 2005.
4 |5
Quando em Fevereiro de 2006 visitamos o Jorge Santos no seu atelier da Casa de Velásquez, em Madrid, era visível a sua satisfação com que tinha vivido a sua residência, iniciada em Outubro de 2005.
Cuando en febrero de 2006 visitamos a Jorge Santos en su estudio de la Casa de Velázquez en Madrid,
era visible la satisfacción con la que había vivido su residencia, iniciada en octubre de 2005.
No chão e nas paredes coexistiam duas obras, os espelhos recortados da peça “tragaluz” envolvidas
pela obra site-specific “Viewpoint” constituído por uma vedação branca em relevo. A qualidade destas
obras, aliadas ao entusiasmo do artista, traduziu plenamente o sucesso desta primeira residência que
nasceu de um protocolo estabelecido entre a Casa de Velázquez e a Fundação Calouste Gulbenkian.
En el suelo y en las paredes coexistían dos obras: los espejos recortados de “Tragaluz” envueltos por
la instalación site-specific “Viewpoint” constituida por una valla blanca en relieve. La calidad de estas
obras, aliada al entusiasmo del artista, tradujo plenamente el éxito de esta primera residencia que
nació de un protocolo realizado entre la Casa de Velázquez y la Fundação Calouste Gulbenkian.
Jorge Santos soube aproveitar os contactos estabelecidos, tendo concretizado a sua participação
na Feira do Arco na Galeria Moriarty e numa exposição na Casa da América.
Jorge Santos ha sabido aprovechar los contactos establecidos, habiendo concretado su participación en la feria Arco, en la galería Moriarty y en una exposición en la Casa de América.
A publicação deste catálogo contribuirá decisivamente, estamos em crer, para o desenvolvimento
dos trabalhos havidos assim para o estabelecimento de nova oportunidades, através da divulgação
da sua obra.
Creemos que la publicación de este catálogo va a contribuir decisivamente para el desarrollo de los trabajos realizados, así como para el establecimiento de nuevas oportunidades a través de la divulgación
de su obra.
Registamos com satisfação que a residência de Jorge Santos estabeleceu níveis de exigência e de empenho auspiciosos para as residências futuras de novos artistas portugueses na Casa De Velázques.
Comprobamos con satisfacción que la residencia de Jorge Santos alcanzó niveles de exigencia y de empeño auspiciosos para las residencias futuras de nuevos artistas portugueses en la Casa de Velázquez.
When in February 2006, we visited Jorge Santos in his studio in the Casa de Velasquez, in Madrid;
his satisfaction was visible due to his residence in Madrid since October 2005.
Lorsqu’en février 2006, nous nous sommes rendus à l’atelier de Jorge Santos à la Casa de Velázquez, à Madrid, on voyait bien qu’il était satisfait de sa résidence commencée en octobre 2005.
On the floor and the walls coexist two works, two cut away mirrors in the play “tragaluz” evolved
in the site-specific work “Viewpoint” made up of a white fence in relief. The quality of these works,
linked to the enthusiasm of the artist, has contributed to the success of this first residence that established the protocol between the Casa de Velázquez and the Gulbenkian Foundation.
Sur le sol et aux murs coexistaient deux œuvres : les miroirs découpés de «Tragaluz» étaient enveloppés dans l’installation site-specific «Viewpoint» constituée d’une barrière blanche en relief. La qualité
de ces œuvres, aliée à l’enthousiasme de l’artiste, traduisaient pleinement la réussite de cette première résidence née d’un accord entre la Casa de Velázquez et la Fondation Calouste Gulbenkian.
Jorge Santos knew how to take advantage of established contacts, having strengthened his participation in the Feira do Arco (Modern art fair held annually in Madrid) through the Moriarty Gallery
and an exposition at the Casa da America.
Sa participation au salon ARCO dans le stand de la galerie Moriarty ainsi que son exposition à la
Casa de América prouvent que Jorge Santos a su profiter des contacts établis.
We believe that, the publication of this catalogue will contribute decisively towards the development of
new works, as well as the establishment of new opportunities through the divulgation of his work.
Nous croyons que la publication de ce catalogue va contribuer de façon décisive au développement
de ses travaux déjà réalisés, ainsi qu’à l’émergence de nouvelles opportunités grâce à la diffusion de
son œuvre.
We take this opportunity to state with satisfaction that the Jorge Santos residence has established
elevated levels and demands of excellence bode well for the future residences from new Portuguese artists from the Casa De Velazquez.
Nous constatons avec satisfaction que la résidence de Jorge Santos a établi un haut niveau
d’exigence et de persévérance, qui sont de bon augure pour les futures résidences de nouveaux
artistes portugais à la Casa de Velázquez.
Manuel da Costa Cabral
Director do Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian
Director of Fine Arts for The Gulbenkian Foundation
Director del Servicio de Bellas Artes de la Fundação Calouste Gulbenkian
Directeur du Service des Beaux-Arts de la Fondation Calouste Gulbenkian
Claude Bussac
6 |7
Directora Artística da Casa de Velázquez
Artistic Director of The Casa de Velázquez
Directora Artística de la Casa de Velázquez
Directrice des Études Artistiques de la Casa de Velázquez
“O atelier: take 2 (noite)”. Virginia Torrente
12 “View Point” . Juan-Ramón Barbancho
14 “Eternal Love” . Javier Rubio Nomblot
16 “Fracção P: fragmento de uma paisagem” . Filipa Oliveira
20 TRAGALUZ
26 VIEW POINT
30 ETERNAL LOVE
36 FRACÇÃO P
42 NAVIO
10
O ATELIER:
TAKE 2 (NOITE)
THE WORKSHOP:
TAKE 2 (NIGHT)
EL ESTUDIO:
TOMA 2 (NOCHE)
Virginia Torrente
A nocturnidade exerce uma forte atracção sobre Jorge Santos
(Silves, Portugal, 1974), que a usa da forma mais cinematográfica
possível. A técnica e a luz aplicadas às suas obras, transformam
as suas peças em cenografias que nos situam em espaços imaginários perfeitamente idealizados pelo artista. Como um realizador de cinema que se adapta a um baixo orçamento, nas obras
de Jorge Santos a imaginação trabalha no limite para adaptar as
suas peças a lugares existentes, dos quais retira o melhor: uma
peça para o ecrã de um cinema abandonado, um vídeo projectado num patamar das escadas de um lôbrego prédio residencial,
até uma janela, servem para activar mecanismos cenográficos
que resolve – sempre in-situ – com mestria técnica, imaginação e
referências narrativas cinematográficas que o espectador agradece reconhecer e com as quais desfruta. São pequenas grandes
peças que também têm vida fora daquele momento e daquele
lugar para o qual foram concebidas, porque a sua poética nos
prende mesmo num asséptico espaço de exposições. E nada melhor do que ter a possibilidade de ver as suas obras num lugar
como o atelier do que usufrui temporariamente na Casa de Velázquez, que poder-se-ia dizer, foi feito para ele. E assim, nesta
ocasião, jogando mais uma vez com o espaço disponível, Santos
apresenta uma peça de chão, interior e exterior ao atelier. Poça
negra e mapa abstracto, Tragaluz mostra-nos, com coordenadas
físicas, a poética do artista, síntese dos problemas de espaço e
de iluminação que lhe interessam.
The night rains a strong attraction over Jorge Santos (Silves,
Portugal, 1974), which he uses in the most cinematographic form
possible. The technique and lighting applied to his works, transform his plays into film shots that take place in imaginary spaces
perfectly idolised by the artist. Like a film director who adapts to
a low budget, the works of Jorge Santos his imagination works to
the limit, so as to adapt his works to existing places, which take
advantage of the best: played on to a screen in an abandoned
cinema, a video is projected on the staircase of a rundown residential building, and even the window is used to activate cinematographic mechanisms which take care of problems – in-situ
– with masterly technicality, imagination and cinematographic
narrative references, which the spectator both enjoys and is grateful for his work. They are small but great plays, which have
their own life outside of that moment and that place, for which
they were created, because their poetry holds us, as if suspended in aseptic space for exhibitions. And there is nothing better
than to have the possibility of seeing his works in a temporary
studio in Velázquez’s house, that we could even say was made
for him. Thus on this occasion playing with the space available,
Santos presents a piece on the floor, the inside and the outside of
the studio. Black puddle and abstract map, Tragaluz shows us,
with physical coordinates, the poetry of the artist, a synthesis of
problems in space and lighting that will interest you.
10 | 11
La nocturnidad atrae con fuerza a Jorge Santos (Silves, Portugal,
1974) que la utiliza de la manera más cinematográfica posible. La
técnica y la luz aplicadas a sus obras convierten sus piezas en
escenografías que nos sitúan en espacios imaginarios perfectamente ideados por el artista. Como un director de cine que se
adapta a un bajo presupuesto, en las obras de Jorge Santos la
imaginación trabaja al límite para adaptar sus piezas a lugares
existentes, de los que saca lo mejor: una pieza para el telón de
un cine abandonado, un vídeo proyectado en la bajada de una
escalera de un lóbrego piso de vecinos, hasta una ventana sirven
para activar mecanismos escenográficos que resuelve –siempre
in situ-con maestría técnica, imaginación y referencias narrativas cinematográficas que el espectador agradece reconocer y
disfruta. Son pequeñas grandes piezas que también tienen vida
fuera de ese momento y lugar para el que fueron concebidas,
porque su poética nos atrapa incluso en un aséptico lugar de exposiciones. Pero qué mejor que tener la posibilidad de ver sus
obras en un lugar como el estudio del que disfruta temporalmente en la casa de Velázquez, que diríase creado para él.
VIEW POINT
Juan-Ramón Barbancho
Doutorado em História da Arte, Crítico e comissário independente
Graduate in the History of Art, Critic and Independent Commissioner
Doctor en Historia del Arte, Crítico y comisario independiente
Dentro do projecto genérico Atelier Ocupado, Jorge Santos apresenta a instalação Viewpoint nas “Jornadas de Puertas Abiertas”
da Casa de Velázquez.
Within the generic project Occupied Workshop; Jorge Santos
presents the installation Viewpoint in “The Open Doors Days” at
Velazquez’s House.
Dentro del proyecto genérico Taller ocupado, Jorge Santos presenta en las “Jornadas de Puertas Abiertas” de la Casa de Velázquez la instalación Viewpoint.
Santos usa habitualmente o espaço no seu trabalho como mais
um elemento do seu discurso. É um espaço móvel e permeável
e não um espaço rígido que cria fronteiras e barra caminhos.
Nas suas instalações de vídeo, a superfície da projecção permite
um movimento contínuo – somado ao da própria projecção – e
possibilita que o espaço se estenda para além da obra. É o que
acontece em peças como Night Shadow ou Estore Projectado.
Santos usually uses his working space as an element of his discourse. It is a mobile and permeable space and is not rigid, which
creates frontiers and bars the ways. In his video installation, the projection surface allows for continuous movement – joining the projection itself – and so it means the space can extend beyond the work.
This is what happens in plays like Night Shadow or Projected Blind.
Santos utiliza el espacio de manera habitual en su trabajo, como
un elemento más de su discurso. Un espacio movible y permeable y no un espacio rígido que crea fronteras y corta caminos. En
sus video-instalaciones la superficie de la proyección permite un
movimiento continuo –añadido al de la propia proyección- y posibilita que el espacio se extienda más allá de la obra. Así ocurre
en piezas como Night Shadow o Estore proyectado.
Prosseguindo com este discurso habitual no seu trabalho, propõe
uma intervenção no seu atelier da Casa, no qual pretende fazer
entrar o que é exterior no que é interior e atingir uma transmutação do sentido do locus: quando se está fora, está-se dentro e
o que se entende como dentro, é fora. Se na intervenção anterior
fazia entrar o jardim através do reflexo das árvores na superfície
especular de Tragaluz, agora é o espectador quem se sente dentro
do jardim, dentro da vedação branca que rodeia a sala.
Continuing with his customary dialogue about his work, he proposes a presentation to his workshop at Velazquez House, where
he intends to let the exterior come into the interior and by so doing reach a sense of metamorphose of locus: when it is within it
is without and what you understand as within and without. If in
his previous presentation he made the garden come in by way
of the reflections of the trees on a spectacular surface Tragaluz,
now the onlooker feels as if he’s in the garden surrounded by a
white picket fence.
Esta proposta, como quase toda a sua obra, é um site specific no
qual o local habitual de trabalho e habitação do autor se transforma numa espécie de hortus closus. Faz-nos entrar no seu
próprio espaço, na sua própria concepção espacial e conceptual
da obra de arte. Santos procura, deste modo, estabelecer uma
reflexão sobre o lugar, usar a natureza e elaborar um trabalho
de arte pública em que o fundamental, o que verdadeiramente
importa do trabalho do criador, é a relação que se cria entre a
obra e o espectador. Uma relação de enriquecimento e respeito
mútuo. Neste sentido, a obra, sem público, não está acabada; só
o estará quando o visitante puder experimentar as emoções que
este espaço, impolutamente branco, lhe transmite e tiver a sensação de estar dentro dessa zona delimitada não pelos muros do
edifício, mas pela vedação do jardim. Afasta-se assim, intencionalmente, de certas (e perigosas) modas da arte-mercadoria,
cujo apogeu social responde a necessidades de tipo económico
impostas pela sociedade de consumo e que nada têm a ver com
as necessidades sociais que a arte está destinada a satisfazer.
This offering as in almost all his works is in a specific site where the
author’s customary workplace and living space are transformed
into a kind of hortus closus. He makes enter his own private space,
within his own creative space where he creates a work of art. In
this way, Santos searches for a way to establish a reflection on
a place, its natural use and thus create a public work which he
deems fundamental, what the artist considers to be really important in his creative work, is the relationship created between the
work itself and the public. A relationship that is enriched by mutual respect. That is why he considers that the work itself is unfinished without the public, it will only be complete when the visiting
public can experiment their several emotions that this pure white
space transmits as well as the feeling of being within this delimited zone regardless of the surrounding walls of the building but
for the fencing in the garden. Thus he intentionally keeps away
certain sometimes dangerous art market fashions, whose social
popularity is only fanned by certain economic needs and the consumer society, where art is destined to fill this need.
12 | 13
Continuando con este discurso habitual en su trabajo propone
una intervención en su estudio en la Casa, en la que pretende hacer entrar lo exterior en lo interior y llegar a una transmutación
del sentido del locus: cuando estás fuera estás dentro y lo que
crees dentro es fuera. Si en la intervención anterior hacía entrar
el jardín por medio del reflejo de los árboles en la superficie especular del Tragaluz, ahora es el espectador el que se siente dentro del jardín, dentro de la valla blanca que rodea la habitación.
Esta propuesta, como casi toda su obra, es un site specific en el
que el lugar habitual de trabajo y vivienda del autor se convierte
en una suerte de hortus closus. Nos hace entrar en su propio espacio, en su propia concepción espacial y conceptual de la obra
de arte. Santos busca así establecer una reflexión sobre el lugar,
usar la naturaleza y elaborar un trabajo de arte público en el que
lo fundamental, lo que importa verdaderamente del trabajo del
creador, es la relación que se crea entre la obra y el espectador. Una relación de enriquecimiento y respeto mutuo. En este
sentido la obra sin público no está terminada, lo estará cuando
cada visitante pueda experimentar las emociones que le transmita este espacio impolutamente blanco y tenga la sensación de
estar dentro de esta zona acotada, no por los muros del edificio,
sino por la valla del jardín. Se aparta así intencionadamente de
ciertas (y peligrosas) modas del arte-mercancía, cuyo auge social responde a necesidades de tipo económico impuestas por la
sociedad de consumo y que nada tiene que ver con las necesidades sociales que el arte está destinado a satisfacer.
ETERNAL LOVE
Javier Rubio Nomblot
Amor eterno… Suponho que nem sequer um artista merecedor de
tanto respeito como Jorge Santos seria capaz de pretender arrancar a este torpe e desajeitado cronista umas palavras sobre tão estranho e assombroso assunto... No entanto, num dos capítulos mais
dramáticos do inédito intitulado La máquina magnética (2006), que
versa sobre “a criação do sentido estrito e abstracto, embora total
e máximo”, lê-se claramente o seguinte:
Eternal love… I suppose that not even an artist, who deserves such
respect as Jorge Santos would be able to extract a word or phrase
let alone an article from an old hack about such a strange and
shady subject….. However in one of the most dramatic chapters
of the work La máquina magnética(The Magnetic Machine) (2006),
which refers to “the creation of the strict and abstract feeling,
though total and maximum”, clearly the following can be read:
Amor eterno... Supongo que ni siquiera un artista merecedor de
tanto respeto como Jorge Santos sería capaz de pretender arrancarle al torpe y desvencijado cronista unas palabras sobre tan extraño y asombroso asunto... Sin embargo, en uno de los capítulos
más dramáticos del inédito titulado La máquina magnética (2006),
que versa sobre “la creación en sentido estricto y abstracto, aunque total y máximo”, se lee claramente lo siguiente:
“Há uma coisa que deves saber: aquilo em que acreditaste,
O que lutaste por construir,
Aquilo que este sistema fez com que se realizasse,
É semelhante a esse mesmo sistema: é feito da matéria do criador, que
permite criar.
“There is something you should know: what you believed in,
What you fought for to build,
What this system did so that you could fulfill yourself,
It is similar to this same system: it is made up of the creator’s material thus
allowing him to create.
Hay algo que debes saber: aquello en lo que creíste,
Lo que luchaste por construir,
Aquello que este sistema hizo que se realizara,
Es semejante a este mismo sistema: está hecho de la materia del creador,
que permite crear.
Sim, a obra que tu realizaste também é assim.
Então, é real ou é uma miragem? Verdade ou fraude?
Yes, the work that you undertook is also like this
So, is it real or is it a mirage? Real or a fraud?
Sí, la obra que tú realizaste también es así.
Entonces, ¿es real, o un espejismo? ¿Verdad, o fraude?
Seja como for, não trará um confortável conformar-se com o mundo,
Porque não lhe pertence, ao mundo, mas só a quem a criou.
Constantemente lembrar-te-á que tu puseste no mundo algo que não é
deste mundo. A tua obra chocará com o mundo; nunca fará parte dele; não
encaixará nele porque não é obediente com ninguém senão contigo.
Whatever it may be, it will not sit comfortably conforming to the world at large,
Because he does not belong to the world, but only to he who created him.
Always remember one thing that you have given to this world something
that is not of this world. Your work will come into shock with the world: you
will never be part of it; you will never fit in because you are not obedient to
anyone save yourself.
Sea como fuere no traerá un cómodo conformarse con el mundo, porque no
le pertenece al mundo, sino sólo al que la creó.
Constantemente te recordará que tú pusiste en el mundo algo que no es de
este mundo. Tu obra chocará con el mundo; nunca formará parte de él; no
encajará en él porque no es obediente con nadie si no es contigo.
Estás só com ela e ela está só contigo. Mais ninguém pode vê-la, nem tocála. Ninguém pode sequer suspeitar que existe, nem compreender que exista.
You are alone with her and she with you. But no one can touch or see her. No
one can even suspect that she exists, nor understand her existence.
Esse é o valor do Eu / Tu:
Será enquanto Tu fores.
Poderás fazer dela e graças a ela tudo quanto desejares.
This is the value of I/You:
It will be while you flourish.
You will be able to take advantage of this and all and everything you desires.
Por isso deves saber
Que, mesmo que a abandones, continuará a ser só por ti enquanto tu fores.
Quanto ela faz és tu que fazes com que ela faça
E quando lhe acontece és só tu que fazes com que lhe aconteça.
That’s why you should know
That even if you were to abandon it you would still continue to exist only for
yourself while you were able.
However much you undertake you do for yourself
And everything that happens only you can make it happen.
Portanto, tal como se pode ler uns capítulos mais à frente, “a
obra é como um pau que se espeta na água: as ondas que produz
afectam o futuro, mas também o passado”, e por isso tal criação é, por definição, omnipotente e imortal. Do que se deduz que,
efectivamente, a criação – artística, se assim se quiser – do amor
eterno – como por exemplo, a evocada pelo poema de Johann
Philip Krieger (1649-1725) que preside a esta reunião – é possível
na prática. Se bem que eu mesmo, sem deixar por isso de ser
consciente da minha falta de jeito e da minha ignorância, lembraria sempre ao artista que a imortalidade das suas obras (e
a dolorosa solidão que costumam exigir tanto na sua elaboração
como na sua ulterior utilização) se conjuga mal com a própria
condição do artífice, que é perecível, fraca e imperfeita. Daí que,
normalmente, este tende a confundir-se a si próprio com um dos
Outros, e também ele não vê a sua obra.
Nota: Os fenómenos de fragmentação (aos quais faz alusão o expressivo
título da série, Fragments of Love Songs) e de reagrupamento que afectam as obras de Jorge Santos, já detectados em trabalhos iniciais como
Árvore ou Sombra (1999), e a sua inclinação para formas recortadas
– Tragaluz (2005), escultura exposta neste mesmo Atelier Ocupado – ou
para silhuetas e contornos irregulares – Now the Night is Closing in (2003)
–, demonstram claramente que o seu processo tem carácter de conjuro.
14 | 15
Estás solo con ella y ella está sola contigo. Nadie más puede verla, ni tocarla.
Nadie puede siquiera sospechar que existe, ni comprender que exista.
Ese es el valor de Yo / Tú:
Será mientras Tú seas.
Podrás hacer de ella y gracias a ella todo cuanto desees.
Por eso debes saber
Que aunque la abandones seguirá siendo sólo por ti mientras tú seas.
Cuanto hace eres tú quien hace que lo haga
Y cuanto le pasa eres sólo tú quien hace que le pase.
Thus, just as we can read in chapters further on “the work is like
a rod that is thrust into the water : the ripples that it produces
effect both the future and the past”, for this reason such creation is by definition omnipotent and immortal. Thus we deduce
that, effectively artistic creation or if we may say – eternal love
– as for example evoked in Johann Philip Krieger’s poem (16491725) that presides over this meeting – it is possible in practice,
even though I am unable to forget my ignorance and lack of craft,
when I remember the artist and he immortality of his works (the
painful Solitude that he would demand in his conception as well
as his future use) that are balanced between the real condition of
artifice and what is perceived as weak and imperfect. Thus, this
tends to confuse itself one of the Others, and doesn’t see your
work either.
Por tanto, tal y como puede leerse unos capítulos más allá, “la
obra es como un palo que se clava en el agua: las ondas que
produce afectan al futuro, pero también al pasado” por lo que tal
creación es, por definición, omnipotente e inmortal. De donde se
deduce que, efectivamente, la creación –artística, si se quieredel amor eterno -como por ejemplo, la evocada por el poema de
Johann Philip Krieger (1649-1725) que preside esta reunión- es
posible en la práctica, si bien yo mismo, sin dejar por ello de ser
consciente de mi gran torpeza e ignorancia, le recordaría siempre al artista que la inmortalidad de sus obras (y la dolorosa
soledad que suelen exigir tanto su elaboración como su ulterior
utilización) se conjuga mal con la propia condición del artífice,
que es perecedera, débil e imperfecta. Por lo que normalmente,
tiende este a confundirse a sí mismo con uno de los Otros y tampoco él ve su obra.
Note: The phenomena of fragmentation (which ellude to the expressive
title of the series, Fragments of Love Songs) and the regrouping which
effect Jorge Santos’ works, already visible in his initial the works such as
Árvore ou Sombra ( Tree or Shadow) (1999) and his leaning towards cut
forms – Tragaluz (2005), sculpture exhibited in this same workshop Ocupado – or by silhouettes and irregular contours – Now the Night is Closing in (2003) –, clearly show that his process has wholesome character.
Nota: Los fenómenos de fragmentación (a los que hace alusión el expresivo título de la serie, Fragments of Love Songs) y de reagrupamiento que
afectan a las obras de Jorge Santos, detectados ya en trabajos tempranos
como Árbol o Sombra (1999) y en su querencia por las formas recortadas
–Tragaluz (2005), escultura expuesta en este mismo taller ocupado- o por
las siluetas y los contornos irregulares –Now the Night is Closing in (2003), demuestran claramente que su proceso tiene carácter de conjuro.
FRACÇÃO P:
FRAGMENTO DE
UMA PAISAGEM
FRACTION P:
A FRAGMENT OF
A LANDSCAPE
FRACÇÃO P:
FRAGMENTO DE
UN PAISAJE
Filipa Oliveira
Um mapa constitui-se sempre como um fragmento de uma paisagem. É sempre uma escolha, um enquadrar, um definir de
limites. Desta forma, ao apresentar uma paisagem ele estabelece-se igualmente enquanto paisagem per se. A ciência exacta que a geografia quer ser transforma-se num desenho quase
abstracto de um lugar não especificado.
Fracção P (2006) assenta exactamente nesta ideia de mapa. Parte
de um desenho que ganha dimensão de escultura: uma paisagem até então fictícia que ganha um corpo físico. Enquanto mapa,
um desenho no papel, este local permanecia num estado de dormência. Existia como mero fragmento, uma simples fracção, que
esperava que lhe fosse atribuído uma realidade física. O artista
activa a paisagem, também aqui um novo mundo ganha densidade atribuída pela sua nova configuração tridimensional. Um acto
demiúrgico que se estende ao espectador pois também este terá
de usar os seus poderes criadores para revigorar esta paisagem
aparentemente abstracta.
A map is always made up of a fragment of landscape. It is always
a choice, a way of fitting in, defining limits. Thus, when we present a landscape, it establishes itself as a landscape per se. The
exact science that geography transforms into an almost abstract
design of non specific local.
Un mapa es siempre como un fragmento de un paisaje. Siempre
es una elección, encuadramiento, una definición de límites. Así, al
presentar un paisaje, se establece del mismo modo en cuanto paisaje per se. La ciencia exacta que la geografía quiere ser se transforma en un dibujo casi abstracto de un lugar no especificado.
Fraction P: (2006) rests perfectly on the idea of a map. Part of
a design which gains the dimension of a sculpture: a landscape
which even if it is fictitious gains a physical body. While a map is
a design on paper, this local remains in a dormant state. There
exists a mere fragment, a simple fraction that awaits its attribution of a physical body. The artist activates the landscape, thus
here a new world gains its density attributed to its three dimensional configuration. An almost demiurgically produced act which extends itself to the public, who would have to use his creative
powers to imagine this apparently abstract landscape.
Fracção P (2006) se basa exactamente en esta idea de mapa.
Parte de un dibujo que adquiere dimensión de escultura: un paisaje hasta entonces ficticio que adquiere un cuerpo físico. Como
mapa, un dibujo en el papel, este local permanecía en un estado de somnolencia. Existía como mero fragmento, una simple
fracción que esperaba a que se le atribuyera una realidad física.
El artista activa el paisaje, también aquí un nuevo mundo gana
densidad atribuida por su nueva configuración tridimensional.
Un acto demiúrgico que se extiende al espectador, pues también
él tendrá que usar sus poderes creadores para revitalizar este
paisaje aparentemente abstracto.
Fraction P is made up of a collection of small works spread over
the floors of an old apartment. Each one of them corresponds
to a wooden floor-board of this floor. Above this there emerge
various acrylic plaques, which correspond to the various layers
of the wooden floor-boards, which until then were long. When
compressed, each layer is presented as a line, and each line represents a year of life of a tree, which created the original floorboard. Thus the veins are more like a geological map of the tree,
thus gaining body, the veins are autonomies. The landscape is
transformed into a tactile map and above all into a temporal geography of a determined body.
Fracção P é constituída por um conjunto de pequenas obras que
se espalhavam pelo soalho de um apartamento velho. Cada
uma correspondia a uma tábua de madeira desse chão. Sobre
esta emergem várias placas de acrílico que correspondem ás
diferentes camadas da própria madeira que até então se encontravam comprimidas. Enquanto compressas, cada camada tem
a apresentação de uma linha, e cada linha representa um ano
de vida da árvore que deu origem à respectiva tábua. Assim, os
veios são como um mapa geológico da árvore e da tábua em particular. Ao ganharem corpo, os veios são autonomizados. A paisagem é transformada numa cartografia táctil e acima de tudo
numa geografia temporal de um determinado corpo.
The exposition space that Jorge Santos makes, contrives a subtle
game using the characteristics of its own space, paying special
attention to the needs of the public. This work is particularly supported by this balance. The public may with ease move round it
without realizing this. To learn completely members of the public
need to circulate getting views from various perspectives, thus
integrating with the work. Thus, in this sense, the principal preoccupations that have dominated Jorge Santos’ work, where the poesies intercedes and takes place with the active intervention of the
public according to the delicate but vigorous action of the artist.
A ocupação que Jorge Santos faz dos espaços expositivos que
elege assenta num jogo subtil com as características do próprio
espaço e com a atenção que solicita ao espectador. Esta obra
apoia-se particularmente nesse equilíbrio. O espectador desatento poderia facilmente contorná-la sem dela se aperceber. Para
a apreender inteiramente, o espectador necessita de a circundar,
de a visionar de diversas perspectivas, precisa no fundo de interagir com ela. Neste sentido, prossegue as preocupações centrais
que têm dominado o trabalho de Jorge Santos, onde intercepta o
poesis do lugar com a intervenção activa do espectador segunda a
mediação delicado mas vigorosa da acção artística.
16 | 17
Fracção P está constituida por un conjunto de pequeñas obras
desperdigadas en el suelo de un apartamento viejo. Cada una
correspondía a una tabla de madera de ese suelo. Sobre ésta
emergen varias placas de acrílico que corresponden a las diferentes capas de la propia madera que hasta entonces se encontraban comprimidas. En cuanto comprimidas, cada capa se
presenta como una línea, y cada línea representa un año de vida
del árbol que dio origen a la respectiva tabla. Así, las vetas son
como un mapa geológico del árbol y de la tabla en particular.
Al ganar cuerpo, las vetas se vuelven autónomas. El paisaje se
transforma en una cartografía táctil y sobre todo en una geografía temporal de un determinado cuerpo.
La ocupación que Jorge Santos hace de los espacios expositivos que elige se basa en un juego sutil con las características
del propio espacio y con la atención que solicita al espectador.
Esta obra se apoya particularmente en este equilibrio. El espectador desatento podría saltársela fácilmente sin advertirla. Para
aprenderla completamente, el espectador necesita rodearla,
verla desde diversas perspectivas, necesita, en el fondo, interactuar con ella. En este sentido prosiguen las preocupaciones
centrales que vienen dominando el trabajo de Jorge Santos, en
el que intercepta el poesis del lugar con la intervención activa
del espectador según la mediación delicada pero vigorosa de la
acción artística.
TRAGALUZ
VIEW POINT
ETERNAL LOVE
FRACÇÃO P
NAVIO
TRAGALUZ
TRAGALUZ
Atelier 2, Projecto Taller ocupado, Casa Velázquez, 2005.
Instalação site-specific em atelier, charco em plexiglas negro
espelhado, com desenho de reflexo de árvore.
Workshop 2, Project Occupied Workshop, Casa Velázquez, 2005.
Site-specific installation in workshop, pool in black mirrored plexiglass,
with the design of the reflection of a tree.
Taller 2, proyecto Taller Ocupado, Casa de Velázquez, 2005.
Instalación site-specific en estudio/taller, charco en plexiglás negro
pulido, con dibujo del reflejo de un árbol.
22 | 23
TRAGALUZ
Reflexo#16
Desenho, guache sobre papel, 2006
Drawing, guache on paper, 2006
Dibujo, guache sobre papel, 2006
Reflexo#17
Desenho, guache sobre papel, 2006
Drawing, guache on paper, 2006
Dibujo, guache sobre papel, 2006
24 | 25
VIEW
POINT
26 | 27
VIEW POINT
Atelier 2, Projecto Taller ocupado, Casa Velázquez, 2006.
Instalação sites-specific em atelier, composta por gradeamento de jardim
em estuque aplicado à parede.
Workshop 2, Project Occupied Workshop, Casa Velázquez, 2006.
Site-specific installation in workshop composed of garden railings made
up of plaster and fixed to the wall.
Taller 2, proyecto Taller Ocupado, Casa de Velázquez, 2006.
Instalación site-specific en estudio/taller, compuesta por valla de jardín en
estuco aplicado a la pared.
28 | 29
ETERNAL
LOVE
30 | 31
ETERNAL LOVE.
Atelier 2, Projecto Taller ocupado, Casa Velázquez, 2006.
Instalação site-specific em atelier, composta por lápide com letra de
uma música inscrita, em gesso aplicada à parede.
Workshop 2, Project Occupied Workshop, Casa Velázquez, 2006.
Site-specific installation in workshop, composed of a stone plaque with the
words of some music engraved in it, done in plaster and fixed to the wall.
Taller 2, Proyecto Taller Ocupado, Casa de Velázquez, 2006.
Instalación site-specific en estudio/taller, compuesta por lápida con la
letra de una música inscrita en yeso y aplicada a la pared.
32 | 33
ETERNAL LOVE.
Fragment of love song #4, 2006.
Desenho, caneta de aparo sobre papel
Drawing, dip pen on paper
Dibujo, pluma estilográfica sobre papel
Fragment of love song #5, 2006.
Desenho, caneta de aparo sobre papel
Drawing, dip pen on paper
Dibujo, pluma estilográfica sobre papel
34 | 35
FRACÇÃO P
FRACÇÃO P.
The Act of Apparition, Plataforma Revolver, Lisboa, 2006.
Instalação site-specific em sotão, escultura formada por três
módulos distintos com a forma das ripas de madeira do soalho,
feita em plexiglas branco com recorte de veios de madeira.
The Act of Apparition, Revolving Platform, Lisboa, 2006.
Site-specific installation in an attic, a sculpture made up of three
different modules in the form of floor boards, made from white
Plexiglas cut so as to form wood veins and knots.
The Act of Apparition, Plataforma Revólver, Lisboa, 2006.
Instalación site-specific en una buhardilla. Escultura formada por
tres módulos distintos con la forma de las tablas del suelo, hecha
en plexiglás blanco con recorte de vetas de madera.
38 | 39
FRACÇÃO P
s/ titulo 2006
Desenho, Caneta de gel sobre Papel.
Drawing, Gel Ball Pen on paper.
Dibujo, bolígrafo de gel sobre papel.
s/ titulo 2006
Desenho, Caneta de gel sobre Papel.
Drawing, Gel Ball Pen on paper.
Dibujo, bolígrafo de gel sobre papel.
40 | 41
NAVIO
Fade in, uma paisagem de Lisboa à noite com a
vista da ponte 25 de Abril. Um portal telescópio
abre-se até aos limites da projecção. Num plano
fixo, a paisagem mantêm-se estática, subitamente a ponte 25 de Abril começa a deslocar-se,
sobre a paisagem através do rio como se de um
navio se trata-se, até desaparecer de plano.
O portal telescópico fecha-se, fade out.
Fade in, a view of Lisbon by night the 25th of April
bridge seen in the background. The projector
lens is opened to its limit .The plan is fixed and
the Lisbon view remains static, suddenly the 25th.
of April bridge starts to move along the horizon
as if it were a ship, until it disappears from view.
The projector lens closes, fade out.
Fade in, un paisaje de Lisboa por la noche con
vista al puente 25 de Abril. Un portal telescópico
se abre hasta el límite de la proyección. En un
plano fijo el paisaje se mantiene estático. De repente, el puente 25 de Abril empieza a difuminarse sobre el paisaje a través del río como si de un
barco se tratara, hasta desaparecer del plano.
El portal telescópico se cierra, fade out.
NAVIO
Câmara oscura, Casa de América, Madrid, 2006.
Vídeo instalação, vídeo com 2’ 21’’, instalado em sala
para projecção.
Camara Obscura, Casa de América, Madrid, 2006.
Video installation, video with 2’ 21’’, installed in
projection room.
Cámara Oscura, Casa de América, Madrid, 2006.
Videoinstalación, vídeo con 2’ 21’’ instalado en sala
para proyección.

Documentos relacionados