Comunicações Livres - hese

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Comunicações Livres - hese
Comunicações Livres
1. Acne Juvenil
Hugo Daniel Salgueiro; David Rodrigues; Joana Fernandes; Joana Pereira; Nídia Cristele Nunes;
Nuno Páscoa; Susana Grilo Lourenço (médicos internos de medicina geral e familiar USF Planície,
CS Évora).
O acne é uma das doenças inflamatórias da pele observadas com maior frequência quer por médicos
de medicina geral e familiar, como por pediatras e dermatologistas. É definido como uma doença
inflamatória crónica dos folículos pilosos e das glândulas sebáceas, com retenção de sebo,
geneticamente determinado, evoluindo por ciclos sob influência hormonal, com maior relevo na
adolescência. Com períodos de exacerbações agudas da doença e períodos de recorrência está
associado a consequências psicológicas e sociais que afectam negativamente a qualidade de vida.
Cura espontaneamente após a puberdade, mas se existir manipulação das lesões a pele fica marcada
com cicatrizes. É necessário que o médico saiba diagnosticar correctamente para instituir o
tratamento adequado de forma a minorar toda a carga desta doença. A instituição de um tratamento
efectivo o mais precocemente possível irá reduzir a probabilidade de aparecimento de sequelas
futuras na pele (cicatrizes).
Durante os últimos anos, o conhecimento da fisiopatologia e factores etiológicos do acne
aumentaram, resultando num desenvolvimento de novas opções terapêuticas.
Embora existam actualmente várias opções para o seu tratamento, para que exista sucesso no mesmo
deve-se ter em conta uma selecção criteriosa do agente terapêutico de acordo com a apresentação
clínica, a etiologia e as necessidades individuais de cada doente.
Uma avaliação cuidadosa deve ser sempre realizada, tendo particular atenção ao grau de severidade
e duração da doença, o tipo de lesão predominante, a idade do doente, o tipo de pele, o estilo de vida
e a motivação para a adesão ao tratamento.
Pretende-se com este poster fazer uma abordagem à etipatogenia do acne, a sua clínica, a
classificação tendo em conta os graus de severidade e quais os tratamentos (medidas gerais e
terapêutica farmacológica) indicados.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
2. Acne e a Adolescência
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Nortadas (Orientadora de formação do internato médico de Medicina Geral e Familiar).
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Introdução: O acne vulgar é a mais frequente de todas as afeção da pele. Afetando de 85 a 100% da
população em algum momento da vida. Constitui, por isso, um motivo frequente de consulta nos
cuidados de saúde primários. Geralmente tem inicio na puberdade, situando – se o pico de incidência
entre os 12 é os 17 anos no sexo feminino e 15 e os 19 anos no sexo masculino, sendo mais grave e
prevalente no sexo feminino.
Objetivo: Fazer uma revisão sistemática sobre o diagnóstico e o tratamento da acne.
Metodologia: Foi feita uma revisão sobre os artigos publicados a nível nacional e internacional,
meta-analises e guidelines PubMed e conchrane. Consulta de revistas científicas e livros de texto de
referência.
Resultados: O acne é dividido em três formas clínicas: comedônica, pápulo-pustulosa e nóduloscística. O diagnóstico é clinico, com tudo outros diagnósticos diferenciais devem ser considerados.
Das várias opções terapêuticas farmacológicas disponíveis, destacam-se os retinoides, os
antimicrobianos e a terapêutica hormonal, cuja utilização deve ser ponderada, tendo-se em conta as
suas indicações – tipo de acne e a sua gravidade – e os seus efeitos adversos. Assim, o médico de
família desempenha o papel de primeira linha na abordagem de acne vulgar, desde o diagnóstico a
gestão das opções terapêuticas.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
3. Adolescentes em Unidades de Cuidados Intensivos – porque razões ?
Ângela Luz1, Marta Soares2, Leonor Boto3, Joana Rios3, Cristina Camilo3, Francisco Abecasis3,
Marisa Vieira3
1- Hospital Espírito Santo de Évora, EPE
2- Hospital de Faro, EPE
3- Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Santa Maria (CHLN)
Introdução: O adolescente, em fase de transição entre a infância e a vida adulta, exige cuidados
especiais, adaptados às suas rápidas mudanças. Constitui um grupo de risco para acidentes, muitos
fruto da sua audácia e incapacidade de reconhecer situações de perigo.
Objetivos: Conhecer e caracterizar os adolescentes internados numa Unidade de Cuidados Intensivo
Pediátricos (UCIP), as principais causas de internamento e a sua variação ao longo dos anos.
Métodos: Estudo retrospectivo, por consulta de processos clínicos e da base de dados nacional
Reunir de todos os adolescentes internados entre janeiro 2011 e dezembro de 2015. Registo de dados
demográficos e clínicos, incluindo motivo de internamento, duração, complicações e mortalidade.
Resultados: Foram internados 736 adolescentes (35,7% do total), 62,2% do género masculino com
idade média de 14 anos e duração média de internamento de 4 dias (DP=5,3). O número de
internamentos eletivos e não eletivos foi sobreponível (48.4% e 51.6%, respetivamente) e o maior
número de internamentos verificou-se no ano de 2014. Nos programados a causa mais frequente foi a
neurocirurgia (36%), seguida da cirurgia ortopédica (33% ) e abdominal (14%), com apenas um
óbito registado neste grupo. Nos não programados, o principal motivo foi o trauma/acidente em 36%
(politrauma e TCE), seguido da falência de órgão em 34% (respiratória, neurológica, hematológica) e
da infeção em 16% (pneumonia, sépsis, choque séptico/tóxico e abcesso cervical). A taxa de
mortalidade neste grupo foi de 3,26% (taxa global 4,56), sobretudo associada a trauma (n=9) e
falência de órgão (n=9).
Conclusão: O desenvolvimento de equipas multidisciplinares permitiu a antecipação da necessidade
de cuidados intensivos, em situações eletivas (ex.: correção de escoliose), atualmente tratadas com
maior segurança. O trauma/acidente foi a causa mais frequente de internamento não programado e de
mortalidade, reforçando a necessidade de promoção de comportamentos adequados, visando a
redução de mortes evitáveis.
Palavras chave: adolescente, cuidados intensivos, idade pediátrica
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
4. Adolescentes ex-prematuros: sequelas neurológicas, neuro-sensoriais e desempenho
académico aos 10-16 anos de idade
Mariana Miranda, Patrícia Maio, Nídia Belo, Ana Serrano
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves.
Introdução e objetivos: A melhoria da tecnologia permitiu aumentar a sobrevida dos prematuros,
contudo dados sobre sequelas neurológicas/cognitivas a longo prazo são escassos.
O objetivo principal deste estudo foi avaliar a incidência de sequelas neurológicas, neuro-sensoriais e
desempenho académico aos 10-16 anos de idade de ex-prematuros. Analisar fatores biológicos e
sociais que possam influenciar o desempenho académico foi um objetivo secundário.
Material e métodos: Estudo retrospectivo de ex-prematuros com idade gestacional (IG) inferior ou
igual a 28 semanas, nascidos entre Janeiro/2000–Dezembro/2005.
Dados peri/neonatais colhidos por consulta dos processos clínicos: sexo, IG, peso ao nascer (PN),
pré-eclampsia, corioamnionite, tipo de parto, corticoides pré-natais, displasia bronco-pulmonar
(DBP), persistência de canal arterial, corticoides pós-natais, hemorragia peri-intraventricular e
leucomalácia periventricular.
Variáveis sociais (escolaridade dos progenitores), outcome neurológico, neuro-sensorial e resultados
escolares completados através de entrevista telefónica.
Resultados escolares considerados: frequência do ano de escolaridade (de acordo ou não com a
idade), repetição de anos escolares incluindo pré-escola, necessidade de currículo adaptado e uso de
medicação para perturbação de hiperactividade e défice de atenção (PHDA).
Resultados: Sessenta e cinco recém-nascidos (RN) cumpriam os critérios para inclusão no estudo.
Taxa de sobrevivência de 46/70.8% .
Dos 46 sobreviventes obtivemos dados da evolução neurológica em 40 e do percurso académico em
39. Dez (25%) apresentam sequelas neurológicas: 6 défice motor minor, 1 diplegia espástica, 2
défice visual major e 3 minor.
Nos resultados escolares: 23/59% frequentam ano escolar de acordo com a idade, um com currículo
adaptado; 16/41% repetiram pelo menos um ano escolar, 8 com currículo adaptado; 4 medicados
para PHDA.
Comparando os grupos escolaridade adequada/ inadequada, houve diferença estatisticamente
significativa na DBP (P-value 0.025). A escolaridade dos pais não influenciou o desempenho
académico.
Conclusões: Crianças prematuras continuam a ter consideráveis riscos de sequelas no
neurodesenvolvimento que persistem na adolescência. Na nossa amostra apenas a DBP se associou a
desempenho académico desfavorável.
Palavras-chave: Adolescentes ex-prematuros; Neurodesenvolvimento; Sequelas neurológicas;
Sequelas neuro-sensoriais; Desempenho académico.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
5. Adolescentes na Urgência Pediátrica – experiência dos primeiros seis meses
Madalena Sassetti1, Rita Guerreiro1, Marta Almeida1, Rita Marques1, Filipa Nunes1, Margarida
Pinto1, Manuela Braga1
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Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta
Introdução: A adolescência é hoje definida, segundo a Organização Mundial de Saúde, como o
período da vida dos 10 aos 19 anos. Desde Fevereiro de 2015 que o Serviço de Pediatria do Hospital
Garcia de Orta (HGO) estendeu o atendimento dos 14 até aos 17 anos. Esta mudança conduziu à
abordagem de uma população particular, a que se associam novos desafios.
Objectivo e métodos: Caracterizar a população de adolescentes com 15, 16 e 17 anos que recorreu à
Urgência Pediátrica do HGO nos primeiros seis meses do alargamento da idade pediátrica, através da
análise retrospectiva dos processos clínicos.
Resultados: Registaram-se 1662 admissões em adolescentes dos 15 aos 17 anos (1293 indivíduos),
54% do sexo feminino, correspondendo a 8% das admissões na Urgência Pediátrica neste período.
Comparando com o período homólogo do ano anterior, houve um aumento de 6% das admissões. No
sexo feminino, a patologia mais frequente foi a médica (54%); 4% recorreram por causa
ginecológica/obstétrica. No sexo masculino, a patologia traumática foi a mais frequente (43%);
registaram-se sete admissões por doença sexualmente transmissível (DST). Dos 5% admitidos com
doença psiquiátrica, 70% eram do sexo feminino e o principal motivo foi distúrbio de ansiedade
(59%). Doze adolescentes foram observados por ideação suicida/tentativa de suicídio e 13 por
intoxicação voluntária a álcool/drogas. Foram admitidos na sala de reanimação quatro doentes. Cerca
de 5% das admissões motivaram internamento e 5% referência à consulta externa.
Comentários: Neste período de estudo, 20% dos adolescentes tiveram mais do um episódio na
Urgência. As patologias mais frequentes foram as médicas e traumáticas. Este grupo etário coloca
vários desafios, nomeadamente pelo tipo de patologia que apresenta. Merece particular referência a
patologia psiquiátrica, a ginecológica e as DST que exigem frequentemente abordagens
consumidoras de tempo e interligação com outras especialidades e com os cuidados de saúde
primários.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
6. A estafeta mais louca do Mundo”
Ana Luísa M Gomes, Sara Ferreira, Enfermeiros e Educadora do Serviço de Pediatria do Hospital de
Chaves (CHTMAD,EPE), Enfermeiros da Equipa Escolar do ACES do Alto-Tâmega e Barroso,
Teatro Experimental Flaviense, Jorge França Santos
Objetivos: Peça teatral representada, numa escola secundária (Chaves; Dia Mundial da Saúde; 150
crianças do 1º ciclo), destinada a:
- Prevenir obesidade na adolescência e adultícia.
- Valorizar a dieta equilibrada e o exercício físico.
- Compreender o risco das dietas hipercalóricas e sedentarismo.
- Identificar complicações da obesidade: cardiovasculares, músculo-esqueléticas, cáries, diminuição
da autoestima, diabetes tipo II, etc.
- Valorizar solidariedade e entreajuda quando alguém se aleija/ adoece.
- Possibilidade de mudar comportamento e adotar estilo de vida mais saudável.
Metodologia: Fábula com 17 personagens, desenrolando-se em 4 cenas:
1ª O gato Tom persegue o rato Jerry (omnívoro e desportista) que escapa para a toca. Tom adverte-o
que fará dieta hipercalórica e que vai apanhá-lo. Jerry propõe-lhe experiência e aposta: qual das 2
quip s g h rá st f t : “r t s
óri s” – dieta fast-f
s
tári s; “r t s qui ibr s” –
dieta mediterrânica e ativos.
2ª Os apostadores observam o comportamento dos 8 ratinhos. Quatro deles tornam-se obesos,
cibernéticos e adormecem a ver televisão. Os equilibrados alimentam-se saudavelmente, são
sp rtist s
t “s
frut s” “s p
gu s” - a poção mágica do curandeiro.
3ª O cientista faz anotações rigorosas da experiência. Reforço pedagógico. Antecipa problemas logo
prepara a estafeta com a Equipa do INEM e efetua seguro.
4ª O g t T
stá i b ti
si Os 4 r t s “ óri s”, obesos, têm problemas na
corrida (falta de ar, entorse, odontalgia e crise emocional), são ajudados pelos adversários e
evacuados pelo INEM. Explicada a associação à obesidade. Assiste-se a alteração positiva do seu
comportamento. Todos participam na entrega da Taça aos vencedores. Tom recupera a memória e
persegue- s t
s… Ap t s fi …
Resultado/ Conclusão: Efetuada avaliação pós-representação, pelos professores/ equipa escolar do
PAS, às crianças, como muito positiva; concluindo-se: o teatro pedagógico é arte de excelência na
educação para a Saúde e a Cidadania.
Palavras – Chave: Teatro pedagógico; prevenção; obesidade; comunidade escolar
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
7. Anorexia Nervosa na Adolescência
AUTORES: Rosário Rodrigues1, Ivone Costa1, João Ferreira1, ([email protected]) Interno
de formação específica em MGF, USF São João da Talha – ACES Loures-Odivelas
INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS: A adolescência é um período crítico do desenvolvimento e uma
janela de vulnerabilidade durante a qual pode-se desenvolver a anorexia nervosa. Este é um
problema de saúde subdiagnosticado, no entanto com a nova classificação do DSM-5
qu houve
alterações nos critérios de diagnóstico, prevê-se um aumento da sua incidência.
É objetivo deste trabalho rever os aspetos fundamentais da abordagem da anorexia na adolescência e
a sua aplicabilidade no contexto dos Cuidados de Saúde Primários.
METODOLOGIA: Revisão clássica, através de pesquisa bibliográfica na Medline/Pubmed,
UpToDate e motores de busca genéricos, de artigos publicados nos últimos 10 anos, em Inglês e
P rtuguês
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RESULTADOS: A anorexia tem elevada prevalência estimada em adolescentes, 1.5% sexo
feminino, 0.1% no sexo masculino, com pico de incidência entre os 14 e 18 anos. Tem como
principais fatores de risco: ser do sexo feminino e ter um temperamento perfeccionista/ obsessivo.
Apresenta elevado número de complicações diretamente relacionadas com o baixo peso e tem a
maior taxa de mortalidade de qualquer doença psiquiátrica (5-6%), representando mais de 50% de
co-morbilidade psiquiátrica ao longo da vida, com especial enfâse para risco de suicídio 8-27%.
PRINCIPAIS CONCLUSÕES/DISCUSSÃO: O Médico de Família, sendo prestador de cuidados
saúde globais e longitudinais, tem um papel primordial no reconhecimento da anorexia, avaliação e
referenciação precoce, sendo esta última responsável por um melhor prognóstico, quer por
diminuição das complicações médicas associadas, quer pelo melhor resultado com o tratamento por
psicoterapia/ terapia familiar.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
8. Cardiologia Pediátrica fora dos grandes centros: Consulta do Hospital Espírito Santo
de Évora
Nádia Santos1, João Rato2, José Matono1, Isabel Menezes2
1- Serviço de Pediatria Hospital Espírito Santo Évora, EPE
2- Serviço Cardiologia Pediátrica Hospital Santa Cruz - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental
Introdução e Objetivos:
Em Dezembro de 1995 iniciou-se a consulta de Cardiologia Pediátrica no Hospital Espírito Santo de
Évora, com a deslocação mensal de um especialista, destinada à observação de utentes pediátricos da
região com suspeita de cardiopatia e ao seguimento de doentes com patologia cardíaca.
O objetivo do trabalho é descrever a atividade assistencial de 2002 a 2015 e o seguimento de doentes
adolescentes, entre 2013 a 2015, com patologia cardíaca significativa que exigiram tratamento
cirúrgico.
Material e Métodos:
Estudo descritivo e retrospetivo, através da consulta do processo clínico dos doentes seguidos em
Consulta de Cardiologia Pediátrica do HESE.
Resultados:
Entre 2002 e 2015, realizaram-se 6135 Consultas Externas de Cardiologia Pediátrica, sendo 1746
primeiras consultas. Por ano, houve uma média de 1,3 consultas por doente. No período de consultas
em estudo (2013 a 2015), 54 doentes apresentaram patologia cardíaca significativa que exigiram
tratamento (cateterismo ou cirurgia). Destes 28 eram do sexo masculino e 37 têm 10 ou mais anos de
idade. Deste grupo de doentes, as cardiopatias mais frequentes foram: comunicação interventricular
(22), coartação da aorta (8), tetralogia de Fallot (7), estenose aórtica (7), transposição dos grandes
vasos (6), estenose pulmonar (5), defeito completo do septo auriculo-ventricular (4) e de referir 1
caso de síndrome do coração esquerdo hipoplásico.
Dos casos de tetralogia de Fallot, 4 são adolescentes, 2 associados a cromossomopatias, têm
seguimento anual e encontram-se em classe funcional I da NHYA
Dos casos de coartação da aorta, são todos do sexo masculino, 5 têm mais de 10 anos de idade e
destes todos se encontram em classe I da NHYA, com seguimento anual.
Conclusão:
Esta atividade assistencial é um exemplo de como se pode descentralizar as subespecialidades
pediátricas e promover a cooperação entre Hospitais Centrais e Distritais. Permite diminuir os custos
económicos, quer a nível do SNS quer dos utentes, mas também os sociais.
Palavras-chave: cardiologia pediátrica, adolescentes, cardiopatia
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
9. Cefaleias persistentes numa adolescente
Daniela Ramos1, Ana Peres2, Alexandre Silva3, José Pedro Vieira4
1 – Hospital Pediátrico - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
2 – Serviço de Pediatria do Hospital Vila Franca de Xira (HVFX)
3 – Serviço de Neurologia do Hospital Vila Franca de Xira
4 – Serviço de Neuropediatria do Hospital Dona Estefânia - Centro Hospitalar de Lisboa Central
Introdução:
A trombose venosa cerebral (TVC) é um subtipo menos comum de acidente vascular cerebral. Nas
mulheres jovens o principal fator de risco é o uso de contracetivos orais, que pode ser potenciado na
presença de uma condição protrombótica. A cefaleia é o sintoma mais frequentemente relatado,
podendo ser o único sintoma da doença.
Caso clínico:
Adolescente do sexo feminino, 16 anos, previamente saudável, que recorreu ao Serviço de Urgência
do HVFX por cefaleias frontais diárias com uma semana de evolução, pulsáteis, associadas a náuseas
e vómitos, com limitação das atividades da vida diária, sem melhoria com paracetamol e ibuprofeno.
Sem febre. Sem história de traumatismo. Iniciou 2 semanas antes contraceção oral. Nega hábitos
tabágicos.
Mãe com história de enxaqueca, um aborto precoce espontâneo e trombose venosa profunda no
membro inferior.
Ao exame objetivo consciente, colaborante, orientada no espaço e no tempo, normotensa. Exame
neurológico normal. Restante observação sem alterações. Avaliação analítica sem alterações.
Fez TC-CE que revelou achados sugestivos de TVC.
Transferida para a UCIP do Hospital Dona Estefânia e iniciou enoxaparina subcutânea 40mg 2id e
acetazolamida 250mg 2id.
Observada por Neuropediatria que objetivou edema da papila bilateral e rigidez terminal da nuca.
Realizou RMN-CE que confirmou a TVC.
Durante o internamento verificou-se melhoria progressiva das cefaleias e do papiledema. Estudo de
trombofilias: anticoagulante lúpico positivo.
Ao 5º dia de internamento é transferida para o HVFX e ao 7º dia iniciou varfarina 5 mg id. Teve alta
assintomática, sob anticoagulação mista com posterior suspensão da enoxaparina.
Discussão:
Como ilustrado neste caso de TVC, a cefaleia de instalação gradual pode ser o único sintoma
relatado. O diagnóstico exige um elevado índice de suspeição. Sob anticoagulação o prognóstico é
bom. Deve investigar-se a presença de fatores de risco trombofílicos que condicionam a duração da
anticoagulação.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
10. Comportamentos de risco dos Adolescentes – Consumo de Substâncias
Nádia Santos1, Patrícia Maio1, Teresa Almeida1, Nídia Belo1, Carla Cruz1
1- Serviço de Pediatria do Hospital Espírito Santo Évora EPE
Introdução: A adolescência é definida como um período de transição entre a infância e a idade
adulta, compreendida entre os 10 e os 18 anos. É uma fase em que ocorrem diversas transformações,
caracterizada por uma necessidade de experimentação, da qual o consumo de substâncias lícitas ou
ilícitas assume particular relevância.
Objectivos: conhecer os padrões de consumo de tabaco, álcool e drogas na adolescência.
Material e métodos: Estudo transversal, descritivo, numa amostra aleatória de adolescentes
matriculados na Escola Profissional da Região Alentejo, através de um questionário anónimo
aplicado em Maio 2016. A análise estatística foi realizada através do Excel e SPSS.
Resultados: Foram incluídos 154 inquéritos. Idade média 16,7 anos e 56% do sexo masculino.
Experimentaram tabaco 77%, idade média de início aos 14 anos, sem associação estatisticamente
significativa com o género.
Consumo diário de tabaco em 30% dos adolescentes e 25% fumaram mais de 6 cigarros/dia. Há
história familiar de consumo de tabaco em 58% e nos pares 84%.
Experimentaram cigarro eletrónico 53%.
Cerca de 84% dos adolescentes já ingeriram uma bebida alcoólica na totalidade, 29% em mais de 5
dias no último mês, com iniciação média aos 13 anos e 92% têm amigos que também consomem.
Consumiram uma bebida alcoólica inteira 84% dos adolescentes, idade média de início aos 13 anos,
29% consumiram álcool em mais de 5 dias no último mês e 92% dos amigos próximos consomem
álcool.
Experimentaram canábis 30% e consumiram pelo menos uma vez no último mês 12,3%, com
predomínio no sexo masculino. Referiram que 37% dos pares consumem drogas.
Verificou-se consumo simultâneo de tabaco, álcool e canábis em 11% dos adolescentes inquiridos.
Conclusão: Verificou-se um elevado consumo de substâncias nos adolescentes, numa fase de
desenvolvimento e maturação crucial para a saúde e bem-estar futuros. É necessário conhecer o
contexto socio-ambiental, identificando grupos vulneráveis, nos quais estratégias de prevenção
seletivas são recomendadas.
Palavras-chave: adolescência, tabaco, álcool, canábis, comportamentos de risco
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
11. Desafios de uma alimentação diferente
Joana Nunes, Mafalda C. Cachorreiro, USF Oeiras
Relato de caso:
Atualmente existem várias orientações sobre a diversificação alimentar e sobre a alimentação de
forma mais global, com alguns pontos de encontro na maioria dos casos. Entretanto vão surgindo
casos de dietas específicas e menos conhecidas que se iniciam na infância e que obrigam a uma
atualização frequente e uma atenção redobrada sobre a nutrição e desenvolvimento destas crianças.
Criança com 12 meses de idade que fez aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses e iniciou
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aleitamento materno. Esta criança tem tido um desenvolvimento adequado, de acordo com os
parâmetros avaliados.
O acompanhamento desta criança gera algumas dúvidas sobre o impacto que este tipo de dieta tem
na saúde, embora sem repercussões nos parâmetros que rotineiramente utilizamos. Questionamo-nos
também sobre como será a sua alimentação quando crescer e qual o nosso papel como equipa de
saúde no apoio aos pais, cuidadores, crianças e jovens.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
12. Disfagia num adolescente - o que pensar?
Sara Ferreira1, Rita Guerreiro2, Ana Rita Martins3, Filipa Caldeira2, Ana Margarida Queiroz2, Carlos
Cruz4, Maria Gomes Ferreira2
1- Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier; 2- Serviço de Pediatria, Hospital Garcia
de Orta; 3- Serviço de Pediatria, Hospital de Cascais; 4- Serviço de Cirurgia Geral, Hospital Garcia
de Orta
Introdução: A disfagia caracteriza-se por dificuldade na deglutição, podendo ter uma causa
orofaríngea ou esofágica. A disfagia esofágica pode ser causada por obstrução ou dismotilidade, e
diferenciam-se na sua sintomatologia - a primeira apresenta disfagia para alimentos sólidos e a
segunda tanto para sólidos como líquidos. As perturbações da motilidade esofágica, incluindo a
acalásia, são raras no grupo pediátrico.
Caso clínico: Jovem do sexo masculino, 17 anos, referenciado à consulta de Pediatria Geral por
disfagia para alimentos sólidos e líquidos com 1 ano de evolução. Por vezes associava-se a dor
retrosternal ao deglutir alimentos sólidos e vómitos pós-prandiais. Negava outra sintomatologia. O
exame objectivo não evidenciou quaisquer alterações.
A endoscopia digestiva alta, realizada noutra instituição, foi relatada como normal.
Foi pedido um trânsito esofágico baritado, que revelou esófago distal em "bico de lápis" e uma
franca ectasia do esófago a montante – sugestivo de acalásia. A manometria de alta resolução
confirmou o diagnóstico de acalásia tipo II - esfíncter esofágico inferior (EEI) hipertónico com
relaxamento incompleto e aperistalse esofágica com 90% de ondas simultâneas com pressurização
intraesofágica em 100% de ondas. Foi submetido a cardiomiotomia de Heller por via laparoscópica
com resolução da sintomatologia.
Discussão: A acalásia é uma perturbação da motilidade esofágica de causa idiopática, com
degeneração dos neurónios inibitórios do plexo mioentérico que afetam o relaxamento do EEI assim
como a peristalse esofágica. Sendo uma entidade rara, principalmente em crianças e adolescentes, o
seu diagnóstico torna-se um desafio. A manometria de alta resolução é o exame de diagnóstico de
eleição.
Embora sem cura, as abordagens terapêuticas em doentes sem comorbilidades são: dilatação
pneumática, miotomia cirúrgica ou POEM (pre-oral esophageal myotomy). Estudos em jovens
sugerem superioridade da miotomia, pela menor recorrência dos sintomas a longo prazo.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
13. Galactorreia: um desafio diagnóstico
Catarina Oliveira Pereira1, Nádia Brito2, Filipa Inês Cunha2
1
Interna de Pediatria Médica do Hospital Pediátrico – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
2
Médica Pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital Distrital da Figueira da Foz
Adolescente de 14 anos observada no serviço de urgência por dor abdominal e vómitos com um dia
de evolução, associados a galactorreia bilateral e aumento do volume mamário desde há 15 dias. Sem
cefaleias ou alterações visuais. Tratava-se de uma adolescente institucionalizada, seguida em
consulta de Pedopsiquiatria por problemas de comportamento com hiperatividade e impulsividade
medicada com risperidona, clorpromazina e metilfenidato. Menarca aos 13 anos, cataménios
regulares medicada com contracetivo oral. Apresentava consumo esporádico de cannabis.
Antecedentes familiares desconhecidos. Ao exame objetivo, tinha peso de 47Kg (P25-50), estatura
de 152,5cm (P10-25), IMC de 20,3 kg/m2 (P50-75) e estadio de Tanner de M5P5, com exame
mamário normal à exceção de galactorreia à expressão, acne comedónico, sem outras alterações. Foi
realizado teste imunológico de gravidez que foi negativo, ecografia abdominal, bioquímica com
função renal e transaminases, função tiroideia, gonadotrofinas, estradiol e testosterona sem
alterações. Apresentava uma prolactina de 48ng/mL (valores de referência 4,79-23,30). Foi dada
indicação para suspender a risperidona com resolução da galactorreia e diminuição dos valores de
prolactina para 23ng/mL, três meses depois.
A galactorreia consiste na secreção láctea mamária fora do puerpério e é um sinal sugestivo de
hiperprolactinémia. As etiologias são variadas e incluem causas farmacológicas, hipotiroidismo,
insuficiência renal ou adenoma hipofisário. Neste caso existiam múltiplos fármacos envolvidos,
optando-se por iniciar com a suspensão da risperidona com bons resultados. Trata-se de um
antipsicótico atípico, muito usado no controlo da agressividade e impulsividade, sendo geralmente
bem tolerado. Contudo, sabe-se que tem um efeito antagonista sobre os receptores D2 da dopamina
levando ao aumento da secreção de prolactina, com possíveis implicações no crescimento e
neurodesenvolvimento.
Os autores apresentam este caso para destacar a importância de realizar um adequado diagnóstico
diferencial baseado na história clínica, exame objetivo e exames laboratoriais básicos.
13
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
14. Gânglio supraclavicular não se deve descurar
Andreia Bilé, Luisa Queiró e Paula Nunes
Serviço de Pediatria do Hospital São Francisco Xavier, CHLO
As adenopatias cervicais na infância e adolescência são geralmente transitórias e de causa
inflamatória ou infecciosa, mas representam um desafio diagnóstico. A história clínica e exame
físico são fundamentais para o diagnóstico diferencial que deve contemplar também os tumores
malignos e lesões resultantes de vestígios embrionários. A localização, tempo de evolução,
dimensões, consistência e mobilidade em relação aos planos adjacentes são aspetos essenciais a ter
em conta. Um gânglio palpável na região supraclavicular deve ser considerado sempre patológico,
requerendo investigação.
Apresentamos o caso de uma adolescente de 15 anos de idade, que recorreu ao serviço de urgência
com um quadro de tumefacção cervical esquerda e duas adenomegalias supraclaviculares
homolaterais, com duas semanas de evolução sem melhoria clinica após tratamento anti-inflamatório
e antibioterapia durante 7 dias. O exame histopatológico com estudo imunohistoquímico da amostra
de biopsia excisional ganglionar permitiu obter o diagnóstico da doença de Kikuchi-Fujimoto.
No caso das adenopatias de evolução prolongada, pouco sintomáticas e particularmente com
localização supraclavicular a prioridade deve ser excluir causa neoplásica, não esquecendo, contudo,
que há entidades benignas com a mesma apresentação, com evolução clínica e necessidades
terapêutica diferente.
14
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
15. Geração Digital: Problemática das novas tecnologias na Adolescência
Cláudia Mateus, Natália Pereira e Vânia Faustino (Enfermeiras UCSP Vendas Novas)
Progressivamente o mundo digital tem vindo a confundir os seus limites com o mundo real na vida
diária dos adolescentes. Os novos equipamentos de tecnologia da informação, a Internet e os
telemóveis têm vindo a modificar os comportamentos e o modo como os adolescentes se relacionam
com a família, amigos e as novas oportunidades de viajar pelo mundo, sem sair de casa. Desta forma
esta geração digital depara-se assim, a alterações significativas nos estilos de vida, comportamentos,
relacionamentos familiares, sociais e da saúde.
Qualquer conhecimento ou informação está disponível com o clicar de um botão ao qual todos
podem ter um acesso fácil e livre. No entanto este comportamento pode tornar-se uma ameaça e
oferecer riscos à saúde quando se ultrapassam os limites entre o real e o virtual, entre o público e o
privado, entre a intimidade e a distorção dos factos ou das imagens reais. Neste sentido novos riscos
podem surgir para a saúde dos adolescentes devido ao excesso de horas na utilização do computador,
deficiência de sono e hábitos sedentários, diminuição do rendimento escolar, pornografia e pedofilia
on-line.
Com este póster, pretendemos dar a conhecer as principais problemáticas relacionadas com o uso das
novas tecnologias pelos adolescentes, nomeadamente sinais de alerta, fatores de risco e algumas
recomendações para o desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes.
A nossa atuação, enquanto profissionais de saúde, deve centrar-se na proteção social e promoção de
educação em saúde, prevenindo ou atenuando os fatores de risco relacionados com a saúde física e
mental dos adolescentes. Devemos capacitar pais e adolescentes para o uso da internet como fonte
segura, ética, educativa e saudável de conhecimentos e como ponte de diálogo entre gerações.
15
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
16. Gravidez na Adolescência – a Realidade de Beja
Catarina Borges, Tânia Mendo, Cristina Bragança, Sónia Fernandes, Aniceta Cavaco
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE
Introdução: A gravidez na adolescência é um problema de Saúde Pública grave que interfere de
forma negativa no desenvolvimento dos jovens. Segundo a OMS, define-se como gestação que
ocorre entre os 10 e os 19 anos de idade. Tem implicações físicas, emocionais e socioeconómicas
importantes e por isso é importante conhecer a nossa realidade para melhorar o apoio que é dado a
estas famílias.
Objectivos: Caracterizar a população de grávidas adolescentes nos últimos dois anos (2014-2015)
num hospital distrital.
Métodos: Estudo retrospectivo com base na análise dos registos no livro da sala de partos, processo
do recém-nascido e dados informáticos.
Resultados: Nos últimos 2 anos, registou-se um total de 137 nados vivos filhos de mães
adolescentes, o que corresponde a 6.5% do total de nados vivos nascidos no nosso hospital. Dentro
deste grupo, 75% encontrava-se na faixa etária dos 17 aos 19 anos, 24% entre os 14 e 16 e 1% entre
os 10 e 13. Cerca de 48% das mães adolescentes eram de etnia cigana ou estrangeiras e 28.5% já
tinham tido uma gestação anterior. Verificou-se um total de 7.3% de partos prematuros, 40% dos
quais grandes prematuros ou prematuros extremos. Quanto ao peso, 7.3% dos recém-nascidos tinham
baixo peso e 1.5% eram macrossómicos. Relativamente à distribuição por tipologia de partos, 66%
foram eutócicos, 12% ventosas, 12% cesarianas e 11% fórceps.
Conclusão: A percentagem de grávidas adolescentes no nosso distrito continua a ser superior à
média nacional. Há uma grande prevalência de adolescentes de etnia cigana. A prematuridade é mais
elevada neste grupo do que nas grávidas de idade adulta. Neste grupo regista-se um maior número de
partos instrumentados. É importante reconsiderar medidas de prevenção.
16
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
17. Influência da sensibilidade gustativa nas preferências alimentares de crianças do 1º
ciclo da escola básica
Lénia Rodrigues1, Rosa Espanca2, Susana Saruga2, Cristina Pinheiro1,3, Ana Rodrigues Costa4,5,
Célia Antunes4,5, Clarinda Pomar6,7, Elsa Lamy*,1
1 – ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora; 2ARSA, IP -ACES Alentejo Central (UCC de Évora); 3 – Departamento de Zootecnia, Universidade
de Évora; 4 - ICT-Institutode Ciênciasda Terra, Universidadede Évora; 5 – Departamento de
Quimica, Universidade de Évora; 6 - CIEP-Centro de Investigação em Educação e Psicologia,
Universidade de Évora; 7 – Departamento de Pedagogia e Educação, Universidade de Évora; * [email protected]
Estilos de vida pouco saudáveis, incluindo hábitos alimentares desajustados, desde a infância, estão
na base de várias doenças. Ainda que haja uma diversidade de fatores que influenciam as
preferências e escolhas alimentares, as questões sensoriais são determinantes. Tendo em conta a falta
de consenso, na literatura, relativamente a como a sensibilidade gustativa influencia as escolhas
alimentares, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre a sensibilidade para os gostos doce e
amargo e as preferências alimentares.
Procedeu-se a um estudo, através de um projeto de cooperação entre a Administração Regional de
Saúde do Alentejo (Programa Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Agrupamento de
Centros Saúde do Alentejo Central – UCC de Évora) e a Universidade de Évora. Crianças do 3º ano
do 1º ciclo das escolas do ensino básico, do concelho de Évora (N=385) participaram no estudo,
tendo-se realizado avaliações: 1) antropométricas; 2) de sensibilidade para os gostos doce e amargo;
3) de preferências para alimentos caracteristicamente doces ou amargos, frequentemente encontrados
nas dietas infantis.
Considerando as tabelas de percentis de índice de massa corporal (IMC), para a faixa etária estudada,
observa-se que 35,1% das crianças tem excesso de peso (pré-obesidade + obesidade). No que diz
respeito à sensibilidade gustativa, a sua relação com as preferências alimentares nota-se
particularmente para o caso do gosto doce. Esta relação difere entre sexos e percentil de IMC, sendo
mais evidente nas crianças normoponderais. Raparigas mais sensíveis ao gosto doce reportam níveis
de preferência mais elevados por diversos vegetais caracteristicamente associados a gostos aversivos
(amargos e/ou ácidos), como os agriões, nabiças, espargos e couves de bruxelas. Ainda que sejam
necessários estudos futuros, para elucidar o porquê desta relação, coloca-se a hipótese de raparigas
mais sensíveis para o gosto doce terem a capacidade de perceber este gosto mesmo em alimentos
onde a sua concentração é muito baixa, conseguindo tirar destes mais prazer que raparigas pouco
sensíveis. Um resultado particularmente interessante é a diferença entre rapazes e raparigas na
contribuição que a sensibilidade gustativa pode ter para as preferências alimentares. Isso sugere que
as estratégias a adotar no sentido de incentivar hábitos alimentares saudáveis, por parte dos rapazes,
possa diferir daquelas a usar com raparigas.
17
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
18. Intoxicações voluntárias em adolescentes - um problema crescente?
Joana Cachão1, Inês Oliveira1, Isabel Raminhos1
1
Serviço de Pediatria, Hospital de São Bernardo – Centro Hospitalar de Setúbal, EPE
A adolescência é um período de rápida transformação física, psicológica e emocional, que
proporciona novas sensações e experiências, facilitando o uso e abuso de substâncias psicoativas. As
intoxicações voluntárias neste grupo são uma das causas de recorrência ao serviço de urgência.
Este trabalho teve como objetivo caracterizar os casos de intoxicações voluntárias ocorridos em
adolescentes, após o alargamento da idade pediátrica no serviço de urgência, entre julho de 2011 e
junho de 2015.
Estudo retrospetivo realizado a partir da consulta dos processos informatizados dos adolescentes que
recorreram ao serviço de urgência por intoxicação voluntária. Análise de variáveis demográficas,
tipos e fatores precipitantes das intoxicações, antecedentes pessoais relevantes, terapêutica e
orientação na alta.
O estudo incluiu 246 adolescentes (0,64% de todos os adolescentes admitidos no serviço de
urgência). Verificou-se um equilíbrio entre as intoxicações alcoólicas (40,2%) e as medicamentosas
(39,8%). As intoxicações medicamentosas foram significativamente mais frequentes no género
feminino (90,1%). 28,5% dos adolescentes eram seguidos em uma ou mais consultas, nomeadamente
de Pedopsiquiatria, Psicologia e/ ou Adolescentes, 27,2% foram referenciados para uma primeira
consulta no momento da alta e 44,3% não foram referenciados a qualquer consulta.
O alargamento da idade pediátrica gerou não só um aumento da afluência ao serviço de urgência,
como incrementou o contacto com os comportamentos de risco como as como as intoxicações
voluntárias. Urge desenhar estratégias de intervenção, conjuntas com a saúde e educação,
responsabilizando a família e a sociedade em geral.
18
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
19. Muito Baixo Peso – que futuro?
Sara Ferreira1, Raquel Costa2, Marta Aguiar3, António Macedo3, Isabel Paz3, Madalena Tuna3
1- Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier; 2- Unidade de
Neonatologia, Hospital de São Francisco Xavier; Serviço de Pediatria, Hospital Espírito Santo de
Évora 3- Unidade de Neonatologia, Hospital de São Francisco Xavier
Introdução e objetivos: A prematuridade pode ser causa de sequelas neurológicas graves mas
também de perturbações da perceção, hiperatividade e défice de atenção (PHDA) e alterações do
comportamento. O objetivo deste trabalho é reavaliar, ao longo de 2 anos, ex-prematuros incluídos
no registo nacional do recém-nascido de muito baixo peso (RNMBP) e com neurodesenvolvimento
adequado aos 5 anos de idade.
Metodologia: Estudo transversal, descritivo e retrospetivo, com revisão dos processos clínicos de
RNMBP, nascidos entre 2005-2008 e seguidos em consulta de desenvolvimento, ao longo de 20142016. Avaliaram-se: dados demográficos, idade gestacional, peso ao nascer, perturbações da
perceção, PHDA e alterações do comportamento. Excluíram-se os RNMBP com sequelas
neurológicas graves (paralisia cerebral, défice cognitivo e alterações neurossensoriais) e com peso ao
s r ≥1500g A á is st tísti
r urs
Ex ®.
Resultados: Dos 192 RNMBP nascidos entre 2005-2008, foram incluídos 143 com peso ao nascer
<1500g: 55,5% género masculino, idade gestacional mediana 29 semanas (23-35 semanas) e peso ao
nascer mediano 1125g (435-1499g). Das 87 crianças que mantinham seguimento em consulta de
desenvolvimento, 74 (85%) tinham neurodesenvolvimento adequado aos 5 anos de idade. Em 2014,
com idades compreendidas entre os 6-9 anos, verificou-se nestas 74 crianças, 4% de alterações do
comportamento, 20% alterações da perceção e 26% PHDA. Atualmente, com idades entre 8-11 anos,
30 (40,5%) mantêm o seguimento, registando-se 13,3% de alterações do comportamento, 33,3% de
alterações da perceção e 50% PHDA.
Discussão: Mesmo com as limitações inerentes ao estudo retrospetivo, verificou-se nesta amostra
um aumento de perturbações da perceção e PHDA superior à população em geral. O aumento de
alterações do comportamento é igualmente consistente com a literatura, que identifica ex-prematuros
como apresentando alto risco de problemas comportamentais. O seguimento destas crianças e
adolescentes durante o período escolar é fundamental para adaptar os apoios educacionais
disponíveis e melhorar o sucesso escolar.
19
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
20. Obesidade e Comorbilidades na Adolescência
Sara Rocha, Pedro Mantas, Nuno Félix, Patrícia Marques, Filipa Vilarinho, Liza Aguiar, Aldina
Lopes
Serviço de Pediatria, Hospital de Santarém
Introdução: A obesidade é um importante problema de saúde pública e à medida que a sua
prevalência aumenta, multiplicam-se as comorbilidades associadas. Estas incluem alterações
endócrinas, cardiovasculares (CV), gastrointestinais, pulmonares, ortopédicas, neurológicas,
dermatológicas e psicossociais. Algumas delas, como a esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), o
défice de vitamina D e patologia do sono são agora frequentemente diagnosticadas em
crianças/adolescentes obesos. A obesidade durante a adolescência aumenta o risco de doença e morte
prematura, independentemente do IMC na idade adulta.
Objetivo: Revisão e caracterização de comorbilidades de adolescentes obesos, seguidos no nosso
serviço.
Métodos: Estudo retrospetivo, longitudinal e descritivo das comorbilidades de adolescentes obesos,
seguidos em consulta no nosso hospital, no período entre Maio/2015 e Abril/2016. Foram colhidos
dados demográficos, antecedentes familiares e hábitos pessoais relevantes, e caracterizadas as
comorbilidades identificadas.
Resultados: Foram identificados 31 casos, com idade média de 13 anos, 52% do sexo masculino e
87% com antecedentes familiares relevantes (55% com obesidade e DM2, 63% com dislipidémia e
HTA, 18.5% com outros eventos CV). Em média, têm atividade física extracurricular 1.2x/semana e
despendem 2.7 horas de ecrã/dia. O percentil de IMC inicial médio foi de 97.5. Sessenta e quatro e
meio porcento apresenta mais do que uma comorbilidade, entre as quais: dislipidémia (18/66.7%),
mista em metade dos casos; insulinorresistência (18/66.7%) com um HOMA-IR médio de 5.1 e 13
com acantose nigricans; défice de vitamina D (8/25.8%), 4 sob suplementação;
hipertirotropinémia (5/16.1%); pré-diabetes (4/12.9%), 3 medicados com metformina; obstipação
(3/10%); HTA (3/10%), um deles com pré-HTA; EHNA (2/6.5%), 1 com história de dor abdominal
e 1 com transaminases alteradas; SAOS (2/6.5%) e síndrome de ovário poliquístico (2/6.5%).
Conclusão: É imperativa a pesquisa ativa e identificação de comorbilidades em
crianças/adolescentes com excesso de peso/obesidade, para que sejam providenciados
aconselhamento e tratamento adequados, visando a redução do risco de complicações futuras e uma
melhor qualidade de vida.
20
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
21. O Adolescente no Internamento - Experiência dos Últimos 2 Anos
Tânia Mendo, Catarina Borges, Graça Seves, Aniceta Cavaco
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE
Introdução: A adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta,
caracterizando-se por alterações a nível físico, mental e social. Segundo a OMS, define-se
adolescente como o indivíduo com idade entre os 10 e os 19 anos. No nosso hospital, a idade
pediátrica foi alargada aos 18 anos em 2014.
Objectivos: Perceber as características do adolescente internado.
Métodos: Estudo observacional retrospectivo com base na consulta dos registos de internamento dos
últimos 2 anos.
Resultados: Em 2014 verificou-se um total de 142 internamentos de adolescentes e em 2015 de 89,
o que corresponde, respectivamente, a 30% e 21% do total de internamentos em enfermaria. O sexo
masculino foi o mais prevalente (56%), com predomínio da faixa etária dos 10 aos 13 anos (47.5%) e
a proveniência foi maioritariamente da urgência (92%). Em relação ao motivo de internamento, 45%
dos episódios foram do foro cirúrgico-ortopédico e 55% médicos. Quanto ao diagnóstico, há a
destacar 3 grandes grupos: as doenças do aparelho digestivo (35.5%, dos quais o diagnóstico mais
frequente foi a apendicite aguda), as doenças músculo-esqueléticas (18.5%, salientando-se as
fracturas) e os traumatismos e intoxicações medicamentosas (7%). A média de dias de internamento
variou entre 2 e 4 dias e a maioria dos adolescentes foi referenciada ao seu médico assistente e/ou à
consulta externa.
Conclusão: O número de episódios de internamento dos adolescentes diminui cerca de 40% de 2014
para 2015, mantendo, no entanto, uma distribuição semelhante relativamente ao sexo, idade,
proveniência, motivo, tempo de internamento e destino após alta. Dos diagnósticos médicos, a
intoxicação medicamentosa foi o motivo mais frequente. Os adolescentes representam uma faixa
cada vez mais importante dos doentes pediátricos e é necessária uma constante actualização dos
profissionais nas patologias deste grupo e uma melhor adaptação dos espaços que os recebem.
21
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
22. O que vive o familiar do adolescente submetido a transplante de células progenitoras
hematopoiéticas?
Lúcia Bacalhau, Enfermeira na Unidade de Transplante de Medula, Instituto Português de Oncologia
de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Evidência científica comprova que a família influencia o estado de saúde dos seus membros e que os
cuidados de saúde são mais eficazes e eficientes quando existe cooperação entre os profissionais de
saúde, doente e família (McDaniel et al., 1992).
O percurso do transplante de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH) é geralmente longo e
complexo envolvendo um período de internamento numa unidade de isolamento protetor seguido de
um follow-up, onde as medidas de prevenção de infecção assumem particular importância (Oliveira,
2010).
Moore, Holton e Marten (1969, cit. por Magrab, 1985) enumeraram as respostas típicas dos
adolescentes à doença como sendo a negação, intelectualização, compensação e fúria. O diagnóstico
da doença oncológica causa um efeito trágico no adolescente, uma vez que, este vai questionar as
conquistas, planos e desejos (Kirk, 2000), o que pode interferir com a construção da identidade do
adolescente (Eiser, 1985).
O objetivo geral desta investigação foi compreender a experiência dos familiares do jovem (com
idades entre 12-20 anos) sujeito a TCPH nos primeiros 3 meses após transplante. Foi utilizado o
método qualitativo do estudo de caso, com recurso à análise fenomenológica já que, este permite o
estudo em profundidade de fenómenos complexos nos seus contextos. Foram realizadas 5 entrevistas
em profundidade aos familiares dos adolescentes.
Da análise de conteúdo, destaca-se que a experiência dos familiares envolve sentimentos de medo da
morte, angústia pela existência de dador compatível e incapacidade de gerir os sentimentos de
revolta do adolescente perante o processo de doença. Necessitam de apoio dos profissionais para que
o adolescente compreenda a necessidade de aderir aos cuidados e de constante atualização da
informação sobre o processo de transplante. Conclui-se que é um processo envolto em sofrimento e
aferição de estratégias de gestão dos problemas.
22
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
23. Pancreatite aguda litiásica – a propósito de um caso clínico
Filipa Garcês1, Catarina Serra1, Raquel Lima1, Ana Mariano2, Duarte Santos3
1
Interna de Pediatria, Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro
Assistente Hospitalar de Pediatria, Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro
3
Assistente Graduado Sénior, Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro
2
Introdução:
A pancreatite aguda é uma patologia emergente em idade pediátrica cuja incidência tem vindo a
aumentar nas últimas duas décadas principalmente na adolescência. A patologia biliar,
principalmente a litíase, tem surgido em estudos recentes como a principal ou uma das principais
causas desta entidade.
Caso clínico:
Adolescente de 14 anos, sexo masculino, previamente saudável, com dor abdominal com irradiação
para o dorso no período pós-prandial e vómitos com quatro dias de evolução. Sem febre ou
alterações do trânsito intestinal.
À observação salienta-se abdómen mole e depressível, doloroso no quadrante superior esquerdo.
Analiticamente:leucócitos 12.7x109/L, PCR negativa, ALT 359UI/L, amilase 5315 U/L.
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importante densificação e heterogeneidade do espaço pararrenal anterior esquerdo, de características
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Foi internado, realizou fluidoterapia, dieta zero e terapêutica analgésica. Teve alta em D5 após
melhoria e foi reinternado quatro dias depois por reinício da sintomatologia álgica e vómitos.
Analiticamente ALT 140UI/I; amilase 3053 U/L. Realizou colangeopancreatografia por ressonância
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melhoria contínua dos parâmetros analíticos com alta em D6. Foi submetido a colecistectomia por
via laparoscópica em ambulatório com boa evolução.
Discussão/Conclusão:
A pancreatite aguda é uma patologia potencialmente fatal. O diagnóstico precoce é essencial para
que o tratamento atempado possa evitar complicações e sequelas a longo prazo. Em relação ao caso
clínico de notar o fato de ter sido causada por litíase biliar num adolescente sem aparentes factores
de risco.
23
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
24. Patologia Cirúrgica no Adolescente – Experiência da unidade funcional da Cirurgia
Pediátrica do Hospital do Espírito Santo de Évora
Nádia Santos1, Luís Rodrigues1, Jorge Palácios2, Rui Rosado2
1- Serviço de Pediatria, Hospital do Espírito Santo – Évora, EPE
2- Unidade Funcional de Cirurgia Pediátrica, Hospital do Espírito Santo – Évora, EPE
Introdução e Objetivos: O Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo – Évora (HESE)
conta com uma Unidade Funcional de Cirurgia Pediátrica de referência para todo o Alentejo,
composta por uma equipa de dois Cirurgiões Pediatras, prestando assistência a crianças e jovens.
O objetivo do trabalho é descrever a atividade assistencial, averiguando a prevalência de cuidados
cirúrgicos na adolescência (definida como o grupo etário dos 10 aos 18 anos).
Material e Métodos: Estudo descritivo e retrospetivo, através da revisão do processo clínico dos
doentes seguidos em Consulta de Cirurgia Pediátrica e de dados fornecidos pelo Serviço de
Estatística do HESE entre 2011 e 2015.
Resultados: Entre 2011 e 2015, realizaram-se 16748 Consultas Externas de Cirurgia Pediátrica, das
quais 5377 foram de adolescentes, o que representa cerca de 32% do total. Nesses 5 anos, houve
5396 Primeiras Consultas, 1519 adolescentes (28%); 9103 Consultas Subsequentes, 3257
adolescentes (35%); e 2249 Consultas Urgentes, 601 no grupo em estudo (26%). Das consultas
realizadas nesse grupo etário, 68% foram do sexo masculino. Dos 1827 procedimentos realizados em
consulta, 847 (46%) foram em adolescentes, sendo a maioria rapazes (70%). O penso de seio
pilonidal foi o primeiro dos 7 procedimentos mais comuns.
Das 2240 observações em Hospital de Dia (HD), 1734 foram em adolescentes (77%), sendo que,
deste grupo 89% eram rapazes.
Conclusão: Existe escassez bibliográfica publicada sobre esta matéria. Os dados obtidos vêm
fundamentar o peso proporcionalmente maior das necessidades assistenciais cirúrgicas dos
adolescentes em Consulta e Hospital Dia.
24
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
25. Patologia Cirúrgica no Adolescente – Experiência de 5 anos do Centro Hospitalar de
Setúbal
Joana Cachão1, António Carvalho2, Jorge Palácios1
1- Serviço de Pediatria, Hospital de São Bernardo – Centro Hospitalar de Setúbal, EPE
2- Unidade de Saúde Familiar Santiago Palmela, ACES Arrábida
Introdução e Objetivos: Este trabalho pretende descrever a atividade assistencial cirúrgica, no
grupo etário dos adolescentes, no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS). Esta distribui-se pela
Consulta Externa, Hospital de Dia e Bloco Operatório.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo dos processos clínicos no período compreendido entre
janeiro de 2011 e dezembro de 2015. Definiram-se como adolescentes os sujeitos com idade
compreendida entre 10 e 18 anos. Análise exploratória de dados com recurso ao programa Excel ®
2013.
Resultados: Do total de 5439 consultas realizadas, 33% foram de adolescentes. Neste grupo etário,
as consultas subsequentes constituíram 57% do total, em comparação com a percentagem global (de
todos os grupos etários) de 47,2%. A fimose, o freio curto do pénis, o seio pilonidal, as aderências
balanoprepuciais, e a onicocriptose foram os diagnósticos mais frequentes. Os procedimentos mais
realizados foram os pensos, a extração de pontos, o desbridamento cirúrgico de feridas e a drenagem
de abcessos e hematomas. No período analisado, foram efetuadas 944 intervenções cirúrgicas (38%
em adolescentes). Os diagnósticos mais frequentes foram a fimose, o seio pilonidal e a neoplasia
benigna da pele. Das 1750 sessões de Hospital de Dia, 76,5% foram de adolescentes. Do total de
2433 procedimentos aí realizados, 73,9% foram nesse grupo etário. Os mais frequentes foram o
penso de lesão aberta e o penso de seio pilonidal.
Conclusão: Este trabalho veio confirmar que a atividade assistencial aos adolescentes tem um peso
significativo nos cuidados globais cirúrgicos pediátricos.
25
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
26. Planeamento familiar na adolescência
Joana Nunes, Mafalda C. Cachorreiro, USF Oeiras
Relato de caso:
A gestão da saúde dos utentes depende do trabalho de uma equipa multidisciplinar que engloba
Médico de Família (MF), Enfermeiros, Psicólogos e equipas integradas na comunidade, ao nível dos
cuidados de saúde primários.
Jovem de 14 anos do sexo feminino seguida no Núcleo de Apoio a Crianças e Jovens em Risco por
história não clarificada de abuso sexual na infância por parte de familiar. Encaminhada ao seu MF
para colocação de implante hormonal subcutâneo, por risco de gravidez associado a episódio de
suposta persuasão por parte de um amigo a ter relações sexuais não consensuais. Após avaliação
individual e familiar e, embora sem consenso global na equipa de saúde, optou-se pela colocação do
implante hormonal e desde então, tem tido um acompanhamento por parte dessa equipa muito
escasso.
A contracepção assume um papel muito importante para evitar gravidezes não desejadas, sobretudo
na adolescência, mas é essencial reforçar outros perigos da vida sexual pouco informada e
desprotegida, como as infeções sexualmente transmissíveis, as consequências psicológicas de
situações abusivas, entre outros.
Este caso ilustra as dificuldades que a contracepção na adolescência acarreta e as consequências de
uma abordagem não coesa da equipa de saúde, resultando numa abordagem invasiva inicial e
posterior seguimento pouco adequado. Com este caso pretendo refletir sobre como melhorar o
acompanhamento de proximidade dos adolescentes no que toca à sua saúde sexual e reprodutiva,
reforçando a importância do trabalho em equipa.
26
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
27. Pneumotórax na adolescência – Uma entidade a ponderar
Nídia Belo, Patrícia Maio, Nádia Santos, Susana Gomes, Carla Cruz
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves
Introdução
O pneumotórax é definido como a presença de ar no espaço pleural. Classifica-se em espontâneo,
traumático ou iatrogénico; primário ou secundário a patologia subjacente. O pneumotórax primário
espontâneo é uma entidade rara em pediatria. Ocorre essencialmente durante a adolescência, em
jovens do sexo masculino com fenótipo longilíneo. O tabagismo constitui um importante factor de
risco. A taxa de recorrência é 25 a 30% nos 6 a 24 meses seguintes.
Objectivos
Caracterização dos doentes internados na enfermaria de Pediatria de um hospital nível II com o
diagnóstico de Pneumotórax.
Material e Métodos
Estudo descritivo e retrospectivo, através da consulta do processo clínico dos doentes, entre Janeiro
de 2014 a Dezembro de 2015.
Resultados
Três adolescentes com o diagnóstico de pneumotórax, com 15, 16 e 17 anos, dois do sexo masculino.
Dois casos ocorreram espontaneamente e um após traumatismo torácico fechado de baixo impacto.
Dois adolescentes apresentavam hábitos tabágicos. Nos casos espontâneos as queixas surgiram um
dia antes da admissão, o pneumotórax traumático foi diagnosticado no decurso do internamento. A
sintomatologia foi comum: dor retroesternal com irradiação ao dorso e agravamento com inspiração,
sem dispneia. Todos efectuaram radiografia de tórax que confirmou pneumotórax apical esquerdo.
Realizaram oxigenioterapia de alto débito e drenagem torácica subaquática. Verificou-se recidiva
ipsilateral em todos os adolescentes, em média 6 meses após o primeiro episódio. Dois adolescentes
foram submetidos a cirurgia torácica e um adolescente aguarda avaliação por Cirurgia Torácica.
Discussão
Actualmente, a assistência pediátrica até aos 18 anos coloca-nos perante uma maior incidência de
patologias anteriormente observadas na medicina do adulto. A clínica pode ser indolente sendo
necessário um elevado índice de suspeição. A abordagem terapêutica não é consensual. Nos
presentes casos a drenagem torácica subaquática justificou-se pela ocorrência de pneumotóraces
sintomáticos de grande dimensão. A referenciação a Cirurgia Torácica é recomendada no
pneumotórax recidivante.
Palavras-chave: Pneumotórax, Adolescente, Pneumotórax espontâneo primário.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
28. Prescrições antibióticas para a Otite Média Aguda em Idade Pediátrica (OMA-IP) Impacto da Norma de Orientação Clinica (NOC)
David Tomaz Rodrigues*; Nídia Nunes Cristele*; Susana Grilo Lourenço*
*Interno USF Planície – ACES Alentejo Central
Justificação: As NOC da Direção Geral da Saúde (DGS) devem influenciar positivamente as
atitudes dos profissionais de saúde. A norma relativa ao Diagnóstico e Tratamento da OMA-IP,
publicada a 16/12/2012 e atualizada a 28/12/2014, preconiza a Amoxicilina como o antibiótico de
primeira linha.
Objetivo: Avaliar a qualidade das prescrições antibióticas para a OMA-IP numa unidade de saúde
(US) antes e depois da publicação da NOC da DGS e sua atualização.
Métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal, amostra de conveniência constituída pelas
pr s riçõ s
tibióti s
t s s
su t s r iz s
ut t s
i
≤ 18
s
codificadas no A do SOAP com o H71-Otite Média Aguda, excluindo Miringite. Realizadas, Janeiro
a Outubro dos anos 2012 (primeira avaliação – antes da publicação da NOC), 2013, 2014 e 2015
(avaliações – após as publicações da NOC e sua atualização). Foi realizada caracterização dos dados
utilizando métodos de estatística descritiva.
Resultados: Com o diagnóstico H71-Otite Média Aguda após exclusão de episódios de Meringite,
de 2012 a 2015 registaram-se nos 10 primeiros meses, respetivamente 100, 103, 92, 104, consultas
r iz s ut t s
i
≤ 18
s E t r s pr s riçõ s
A xi i i h uv v uçã
de 34%(2012), 51,5%(2013), 63%(2014) 52,9%(2015); Amoxicilina com Acido clavulânico,
52%(2012), 35%(2013), 16,3%(2014), 24%(2015); atitude de observação 4%(2012), 6,8%(2013),
13%(2014), 12,5%(2015). A média de tempo de tratamento com Amoxicilina, diminuiu
comparativamente a 2012.
Discussão: Na US analisada, apesar de manter heterogeneidade de prescrições antibióticas na OMAIP, desde a publicação da NOC da DGS, constatou-se um aumento da prescrição de Amoxicilina, a
primeira linha no tratamento da OMA, aumento da atitude de observação e a diminuição no tempo de
tratamento com antibiótico. Assim, embora não possam ser excluídos outros fatores, a NOC da DGS
poderá ter sido decisiva na melhoria das prescrições antibióticas na OMA em idade pediátrica.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
29. Pseudocrises – conhecer para reconhecer
Vera Almeida1,2, Ana Rita Pinto1, José Carlos Ferreira1, Pedro Cabral1
1
Hospital São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
2
Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE
Introdução: As crises conversivas não epiléticas ou pseudocrises são episódios paroxísticos de
carácter psicogénico que mimetizam crises epilépticas, mais frequentes na adolescência e sexo
feminino. O diagnóstico diferencial implica anamnese detalhada e alto grau de suspeição, já que
ambas patologias podem coexistir no mesmo doente.
Caso 1: 14 anos, sexo feminino, com antecedentes de epilepsia refratária à terapêutica médica e
cirúrgica e acompanhamento em Pedopsiquiatria, sem necessidade de psicofármacos. Iniciou crises
diferentes do seu habitual, caracterizadas por súbita má disposição, movimentos de abertura e fecho
dos membros, alternados com ausência de movimentos, olhar fixo para a direita, choro e gritos. Foi
feita impregnação com antiepiléticos endovenosos, sem regressão destes episódios e com ocorrência
de efeitos adversos.
Caso 2: 11 anos, sexo masculino, com diagnóstico de epilepsia constituída por crises de clonias do
membro superior direito, com duração de meia hora, sem perda de consciência e relacionadas com
stress emocional. Apresentava 2 anos de evolução, com agravamento progressivo nos últimos 4
meses e ausência de resposta a terapêutica antiepiléptica.
Caso 3: 13 anos, sexo feminino, contexto social desfavorável, mãe com epilepsia desde os 3 anos.
Evolução de um a
pisó i s s rit s
t tur s “ s i s”
tr çõ s us u r s u
pisó i s
“ h
t ”
ur çã fr qu t
t sup ri r 15 i ut s pós situ çõ s
geradoras de ansiedade. Acompanhada em Pedopsiquiatria e medicada com psicofármaco e
antiepilépticos, sem remissão dos sintomas.
Os 3 doentes foram internados para esclarecimento etiológico, salientando-se
vídeoeletroencefalograma com registo das crises descritas sem actividade epileptiforme
concomitante.
Comentários: Pretendemos alertar para a existência de pseudocrises em doentes com e sem
epilepsia e para a importância e complexidade do diagnóstico diferencial entre estas duas entidades,
que condiciona a abordagem terapêutica. Ao reconhecer as pseudocrises evita-se o tratamento
baseado num diagnóstico errado, com escalada farmacológica e consequente iatrogenia, e o adiar de
uma intervenção integrada e coerente.
Palavras-chave: Epilepsia; Perturbação Conversiva; Diagnóstico Diferencial
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
30. Quando o agressor está no próprio adolescente
Mafalda C. Cachorreiro, Joana Nunes, Ana Rita Matos, USF Oeiras
Relato de caso:
Adolescente de 15 anos do sexo feminino, família monoparental, na fase V do ciclo de vida de
Duvall. Vive com a mãe e irmão de 19 anos. Tem bom aproveitamento escolar e atualmente tem
namorado. Recorre à consulta de adolescente acompanhada pela mãe, com queixas de artralgias dos
punhos e tornozelos e para iniciar método contraceptivo, que quer manter sigiloso. Na colheita da
história clínica e abordagem HEADSSSS não foram detetados quaisquer sinais ou sintomas de
alarme. Contudo, ao exame objetivo notou-se uma postura muito defensiva ao despir-se, tentando
ocultar a região anterior do tórax, onde se observava um extenso hematoma. Questionada, responde
que teria sido uma queda, contudo a mãe não teve conhecimento e a adolescente não queria que fosse
abordada esta questão com a mãe. Dada esta informação marcou-se consulta para breve, consulta
esta onde a adolescente abordou o facto de aquelas lesões e queixas serem auto-infligidas,
observando-se lesões de auto-mutilação nos braços não detetadas antes.
Iniciou-se uma intervenção multidisciplinar, com consultas médicas mensais, apoio psicológico
semanal, foi fornecido contacto telefónico e de e-mail, e propôs-se intervenção familiar.
Este caso ilustra e demonstra a importância de uma equipa multidisciplinar com formação específica
na área da adolescência, a relevância da discussão de casos e integração de um projeto terapêutico,
no sentido da articulação e coerência nas intervenções. Com este caso pretende-se refletir sobre
como melhorar a deteção precoce destas situações e a importância de permitir acessibilidade,
confidencialidade, privacidade e confiança ao nível dos cuidados de saúde primários. É necessário
saber ouvir, não julgar e reforçar a disponibilidade para ajudá-los em qualquer circunstância,
envolvendo a família sempre que possível por forma a integrar as queixas, por vezes inespecíficas,
no contexto individual do adolescente.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
31. “Raio-X” aos adolescentes
Nádia Santos1, Patrícia Maio1, Luís Rodrigues1, Vera Almeida1, Mª José Galo1
1- Serviço de Pediatria do Hospital Espírito Santo Évora EPE
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves.
Introdução: A adolescência é definida como um período de transição curto com profundas
alterações a nível físico, cognitivo e psicossocial, marcantes na construção da identidade.
Objectivos: descrever o comportamento dos adolescentes no ambiente familiar, escolar e social.
Material e métodos: Estudo transversal, descritivo, numa amostra aleatória de adolescentes
matriculados na Escola Profissional da Região Alentejo, através de um questionário anónimo
aplicado em Maio 2016. A análise estatística foi realizada através do Excel e SPSS.
Resultados: Foram incluídos 154 inquéritos. Idade média16,7 anos e 56% do sexo masculino.
Frequentam o equivalente ao 3º ciclo e ao ensino secundário 13% e 87%, respetivamente. Já
reprovaram, pelo menos uma vez 69% e 35% gostaria de ingressar no ensino superior.O nível de
escolaridade dos pais foi diverso, desde o ensino básico à licenciatura.
As adolescentes do sexo feminino foram alvo de bullying com maior frequência.
Cerca de metade não pratica exercício físico extra-curricular. O consumo de suplementos proteicos
ocorreu em 12%. Verificou-se consumo regular em 4,5%, sendo estes do sexo masculino.
Os adolescentes com peso adequado à estatura foram 56,4%, com baixo peso 18,2 % e com excesso
de peso ou obesidade 20,1%.A auto-percepção da imagem corporal foi considerada adequada em
51% dos casos.
O número médio diário de horas de sono foi igual ou inferior a sete em 63,6%. Referiram saídas
noturnas diárias com amigos 46,1%.
Verificou-se que 68,8% utilizaram dispositivos eletrónicos em duas ou mais horas por dia, em
atividades não relacionadas com os trabalhos escolares e 30,5% deles utilizaram quatro ou mais
horas.
Foram a uma consulta médica no último ano 61% dos adolescentes.
Conclusão: Os resultados obtidos confirmaram o elevado sedentarismo dos jovens, com grande
número de horas diárias utilizados com dispositivos eletrónicos em detrimento de atividades físicas.
A elevada percentagem de reprovações poderá estar relacionada com particularidades da amostra. É
imperioso a consciencialização do adolescente na promoção de hábitos saudáveis e na criação do seu
projecto de vida.
Palavras-chave: adolescência, IMC, sono, escolaridade, lazer, atividade física
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
32. Sexualidade na adolescência e seus riscos: um novo desafio para o pediatra
Patrícia Maio, Nádia Santos, Raquel Costa, Mariana Miranda, Maria José Galo, Carla Cruz
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves.
Introdução: Na adolescência ocorrem alterações biopsicossociais determinantes na construção do
indivíduo. Na última década assistiu-se à tendência de antecipação da actividade sexual, relacionada
com maior risco de infecções sexualmente transmissíveis, gravidez não desejada e interrupção
voluntária da gravidez.
Objectivo: Conhecer o padrão de sexualidade e contracepção dos adolescentes e identificar
comportamentos de risco.
Métodos: Estudo transversal, descritivo, com amostra aleatória de adolescentes, matriculados na
Escola Profissional da Região Alentejo, através de questionário anónimo, aplicado em Maio 2016.
Resultados: Responderam ao questionário 154 adolescentes com idade média 16,7 anos e 56% do
sexo masculino. Já tinham actividade sexual 61% dos inquiridos e a idade média da iniciação foi aos
15 anos. Tiveram relações sexuais com 2 ou mais parceiros 62% e não usaram preservativo na última
relação sexual 24%. O método de contracepção utilizado foi o preservativo em 67% dos casos, a
pílula em 19% e não usaram qualquer contracepção 9%. Frequentavam uma consulta de planeamento
familiar 27% dos adolescentes e 14% desconheciam o propósito dessa consulta. Usaram a pílula do
dia seguinte 29% e realizaram interrupção voluntária da gravidez 3%. Já se sentiram pressionados a
ter relações sexuais 7% dos adolescentes e 7% sofrerem de algum tipo de violência no namoro (3/11
agressão física, 3/11 psicológica, 2/11 sexual, 2/11 verbal, 1/11 indeterminado).
Conclusão: Salienta-se a precocidade do inicio da actividade sexual, como característica tendencial
dos últimos anos. Os dados encontrados no estudo revelam-se inquietantes nomeadamente em
relação à diversidade dos parceiros sexuais, sem recurso a métodos contraceptivos de barreira, bem
como o número de jovens que utiliza a contracepção de emergência ou interrupção voluntária da
gravidez. Os Programas de Educação Sexual assumem um papel fundamental na implementação de
estratégias preventivas de comportamentos de risco e na promoção de condições favoráveis ao
crescimento saudável dos adolescentes.
Palavras-chave: adolescência, sexualidade, contracepção, gravidez na adolescência
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
33. Síndrome de junção uretero-piélica: diagnóstico na adolescência
Patrícia Maio, Nídia Belo, Isabel Nabais, Susana Gomes
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves
E-mail do autor correspondente: [email protected]
Introdução: A síndrome da junção uretero-piélica é habitualmente detectada no período perinatal ou
infância. Pode ser diagnosticada acidentalmente, no decurso da investigação de infecções urinárias,
má progressão ponderal ou pela evidência de massa abdominal. Contudo raramente pode manifestarse apenas na adolescência ou idade adulta, por lombalgia, náuseas, vómitos, infecções urinárias de
repetição, hematúria macroscópica ou hipertensão arterial.
Casos clínicos:
Caso 1: Adolescente do sexo feminino, sem antecedentes relevantes, que aos 14 anos iniciou dor
lombar e abdominal recorrente nos quadrantes direitos. Em contexto de agudização da dor foi
submetida a apendicectomia, sem melhoria clínica. A ecografia renal identificou rim direito com
perda de diferenciação cortico-complexo central, redução da espessura parenquimatosa e múltiplas
imagens anecogénicas, sugestivas de quistos; dilatação do bacinete direito. A RM permitiu
caracterizar a existência de dilatação global da árvore pielocalicial direita, bacinete de 29mm, com
aspecto sugestivo de obstrução da junção pielo-ureteral por vasos polares inferiores anómalos. O
Renograma mostrou retenção piélica direita, sem melhoria após diurético; hipofunção renal direita
(43%). Foi realizada pieloplastia desmembrada de Anderson-Hynes; desde então assintomática.
Caso 2: Adolescente do sexo masculino, 17 anos, antecedentes familiares de mãe com litíase renal,
sem antecedentes pessoais relevantes. Iniciou lombalgia, associada a náuseas e vómitos, pelo que
realizou avaliação analítica com creatinina 1,5 mg/dL, TFG 82 ml/1,73m2/min. Ecografia renal
apresentava dilatação pielocalicial esquerda com 20mm. Renograma com hipofunção renal esquerda
(13%), com obstrução mantida após diurético. Cistografia indirecta sem evidência de refluxo vesicoureteral. Submetido a colocação de stent, sem melhoria da função renal e posteriormente nefrectomia
esquerda.
Discussão: Apresentam-se dois casos de síndrome de junção com diagnóstico tardio. Salienta-se a
importância do elevado grau de suspeição e tratamento atempado, evitando a perda da função renal.
A ureteropieloplastia é a terapêutica gold standard, reservando-se a nefrectomia para os casos de
função renal deteriorada ou lesão renal irreversível.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
34. Tatuagens - de temporária a permanente
Catarina Oliveira Pereira1, Dulce Santos2, Agostinho Fernandes2, Filipa Inês Cunha2
1
Interna de Pediatria Médica do Hospital Pediátrico – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
2
Médico Pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital Distrital da Figueira da Foz
As tatuagens temporárias com henna têm-se tornado populares nas crianças e adolescentes,
sobretudo em períodos de férias de Verão. São de fácil acesso, indolores, de baixo custo, pouca
durabilidade e julgadas como benignas pelos cuidadores.
Contudo, na preparação da henna podem ser usados produtos com o objetivo de tornar a sua cor
preta, como é o caso da parafenilenodiamina (PPDA). Esta é responsável por casos de dermatite de
contacto alérgica, através de reações de hipersensibilidade do tipo IV. Habitualmente as lesões são
vesiculares e surgem 2 a 3 semanas depois, podendo ocorrer antes se exposição prévia. Não existe
legislação referente à presença de PPDA em pintura corporal.
Adolescente de 10 anos observado em serviço de urgência por sinais inflamatórios localizados a
tatuagem temporária realizada dois dias antes, numa estância balnear. Sem febre. Referia pequena
reação inflamatória local em tatuagem semelhante um ano antes. Ao exame objetivo constatava-se
tatuagem com cerca de 10cm na face externa da perna direita, com edema, eritema e calor na região
da tatuagem e tecidos circundantes e presença de várias flictenas. Perante a hipótese diagnóstica de
reação alérgica com provável sobreinfeção bacteriana foi medicado com flucloxacilina e antihistamínico orais. Em consulta de reavaliação, quatro dias depois, apresentava agravamento da
reação inflamatória, com exsudato sero-sanguinolento na região da tatuagem, que já não apresentava
tinta na porção superior. Analiticamente não apresentava alterações. Ficou internado sob
flucloxacilina endovenosa, anti-histamínico oral e pensos diários com sulfadiazina de prata. Durante
o internamento verificou-se melhoria progressiva dos sinais inflamatórios e do exsudato, tendo tido
alta ao quarto dia de internamento. Permaneceu uma lesão cicatricial.
Com este caso clínico, os autores pretendem alertar para a necessidade de informar os cuidadores dos
perigos das tatuagens temporárias e para a importância de uma legislação que regulamente esta
prática que atrai desde crianças a adultos jovens.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
35. Tiroidites Autoimunes na Adolescência em Consulta de Apoio de Endocrinologia
Nídia Belo, Mariana Miranda, Teresa Almeida, Luís Rodrigues, Sónia Antunes, Isabel Fernandes
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves
Introdução: A tiroidite autoimune abrange um grupo de patologias da tiróide com incidência
estimada de 1,3% em pediatria. Caracteriza-se pela presença de anticorpos antitiroideus que
promovem alterações da função tiroideia ou da morfologia glandular. A repercussão no crescimento
e desenvolvimento destas crianças é variado.
Objetivo: Caracterização dos adolescentes com tiroidite autoimune seguidos na consulta de Apoio
de Endocrinologia Pediátrica de um hospital nível II, durante um período de 15 meses (Janeiro de
2015 a Março de 2016).
Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos adolescentes seguidos em consulta de Apoio a
Endocrinologia com o diagnóstico de tiroidite autoimune, através da consulta dos processos clínicos.
Resultados: Foram incluídos 37 jovens com o diagnóstico de tiroidite autoimune, idade
compreendida entre os 10 e os 21 anos (média 16,1 anos, mediana 15 anos). A maioria (77,7%) do
sexo feminino. Idade mediana de diagnóstico aos 12 anos. O aumento do volume cervical constituiu
a principal queixa em 12 casos, outras queixas incluíram alterações comportamentais (n=10),
alterações ponderais (n=7) e palpitações (n=2).
Por definição, todos os adolescentes apresentavam anticorpos antitiroideus positivos. A maioria,
75,2% apresentava anticorpos anti-tiroglobulina positivos e 62,2% apresentavam positividade para os
anticorpos anti-peroxidase tiroideia. Cerca de 40,5% apresentavam ambos os anticorpos positivos. À
data do diagnóstico 22 adolescentes apresentavam hipotiroidismo, 14 função tiroideia normal e 1
hipertiroidismo. Vinte e um adolescentes foram medicados com levotiroxina, verificando-se
normalização da função tiroideia em 16.
Cinco adolescentes (13,5%) apresentavam concomitantemente outras patologias auto-imunes:
Diabetes Mellitus tipo 1 (n=3); doença celíaca (n=1) e alopécia (n=1). Verificaram-se antecedentes
familiares de patologia tiroideia ou auto-imune em 27% dos adolescentes.
Discussão: A tiroidite autoimune continua a ser uma patologia frequente, principalmente nas
adolescentes do sexo feminino. A maioria das situações apresentou boa evolução clínica com
normalização da função tiroideia e ausência de sintomatologia.
Palavras-chave: Tiroidite autoimune; anticorpos antitiroideus; adolescentes
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
36. Úlcera de Lipschütz – Ulceração genital aguda na adolescência
Mariana Miranda, Teresa Almeida, Nídia Belo, Ana Maria Mateus, Susana Gomes, Carla Cruz
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves.
Introdução: A ocorrência de úlceras genitais pode causar considerável ansiedade no adolescente e
família, ao levantar questões sobre atividade sexual, infeções sexualmente transmitidas (IST´s) e
suspeita de abuso sexual.
Descrição de caso: Adolescente de 12 anos, sexo feminino, sem antecedentes pessoais relevantes,
nomeadamente úlceras genitais/orais recorrentes ou contactos sexuais. Recorreu ao serviço de
urgência por disúria inicial e dor vulvar com aparecimento súbito 2 dias antes, precedido por febre
alta, dor abdominal e vómitos com uma semana de evolução.
Ao exame objetivo salienta-se lesão exofítica vulvar esquerda dolorosa, com 2cm de maior eixo,
base ulcerada, exsudado acinzentado e cheiro fétido. Sem corrimento vaginal, adenopatias palpáveis
ou outras alterações muco-cutâneas.
Analiticamente apresentava elevação dos parâmetros indiretos de infeção. Exame bacteriológico,
micológico e parasitológico do exsudado vaginal negativo, bem como a pesquisa por PCR de
Chlamydia trachomatis, Mycoplasma, Ureaplasma, Herpes Simplex 1/2. Serologias para Treponema
pallidum, Clamydophila spp, Vírus Epstein-Barr (EBV), Citomegalovírus (CMV), Vírus de
imunodeficiência humana 1/2, Herpes Simplex 1/2 negativas. Doseamento de imunoglobulinas sem
alterações. Biópsia da lesão inconclusiva.
Realizou terapêutica empírica com Metronidazol durante 7 dias, com necrose do componente
exofítico, sem diminuição significativa da dimensão da lesão. Verificou-se cicatrização espontânea
na 3ª semana de doença, com área de fibrose residual.
Discussão: A exclusão de causas infeciosas e a cicatrização espontânea da lesão em adolescente
sexualmente inativa levou ao diagnóstico de úlcera de Lipschütz (ulceração genital aguda). Entidade
caracterizada pelo aparecimento súbito de uma ou múltiplas ulcerações vulvares ou vaginais
necróticas profundas, dolorosas, em adolescentes sexualmente inativas, que resolvem
espontaneamente em algumas semanas. Podem ser precedidas por um quadro de sintomas sistémicos
influenza/mononucleose-like, tendo sido associada com a primoinfeção com EBV e vários outros
agentes, contudo a maioria dos casos é idiopática.
A úlcera de Lipschütz é uma doença rara provavelmente subdiagnosticada, sendo que o seu
desconhecimento pode levar a investigações e tratamentos desnecessários.
Palavras-chave: Úlceras aftosas vulvares agudas; Úlcera de Lipschütz; Ulcus vulvae acutum;
Úlceras genitais agudas reativas não sexualmente relacionadas; Adolescentes.
36
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
37. Uma adolescente em sofrimento numa família (?)...
Mafalda C. Cachorreiro, Joana Nunes, Ana Rita Matos, USF Oeiras
Relato de caso:
Estudos com crianças maltratadas mostram alterações das estrutura e química cerebrais com impacto
no funcionamento emocional e comportamental.
Adolescente do sexo feminino de 16 anos, família alargada, na fase V do ciclo de vida de Duvall.
Vive com a mãe, avó materna, tio materno, irmão de 19 anos e meio-irmão de 8 anos de atual
companheiro da mãe. Pais divorciados desde os 5 anos, estando o pai a viver em Espanha e
reconstituído família. Antecedentes familiares de tentativa de suicídio recente do tio materno de 20
anos. Antecedentes pessoais de maus tratos e abuso sexual dos 6 aos 9 anos por parte do padrasto,
atualmente preso por isso, auto-mutilação e tentativa de suicídio aos 12 anos. A mãe esteve presa
durante 4 anos (até 2013) por ter sido considerada cúmplice do companheiro nos maus-tratos e
abusos sexuais praticados.
Recorre à consulta de adolescentes por situação familiar atual, estando revoltada com a mãe e avó
materna por elas pressionarem o pai sobre questões económicas. Como motivos não expressos
apresenta ansiedade, irritabilidade, insónia, sinais e sintomas de depressão e insucesso escolar desde
há 3 anos letivos. Tem pensamentos de morte, mas sem plano estruturado. A situação parecia ter-se
agravado desde que a mãe foi libertada e passou a viver com a adolescente.
Iniciou anti-depressivo, ansiolítico e intervenção multidisciplinar, com consultas médicas mensais,
apoio psicológico semanal, foi fornecido contato telefónico e de e-mail, e propôs-se intervenção
familiar.
Este caso demonstra a importância de uma equipa multidisciplinar com formação específica e
experiente na área da adolescência de forma a ter uma correta monitorização dos stressores e uma
adequada mobilização dos recursos, quer internos quer externos, fortalecendo as linhas internas de
resistência, nestes casos complexos.
37
XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
38. Um adolescente XXY – Síndrome de Klinefelter
Pedro Mantas, Eva Marão, Filipa Vilarinho, José Miguel Nogueira, Aldina Lopes
Serviço de Pediatria do Hospital de Santarém
Introdução
A incidência de anomalias cromossómicas sexuais na população geral é de 0.25%, sendo a síndrome
de Klinefelter a mais comum. Esta resulta na maioria dos casos de uma alteração genética com
cariotipo 47,XXY. Volume testicular reduzido e azoospermia são as características clínicas mais
prevalentes. O diagnóstico, que se faz frequentemente de forma tardia na idade adulta, é fundamental
para iniciar a vigilância das comorbilidades associadas a esta síndrome e eventual terapêutica com
reposição hormonal.
Caso Clínico
Adolescente de 17 anos de idade, referenciado por pénis pequeno, sem outra sintomatologia. Tem
história de infeções do trato urinário baixas de repetição a Proteus mirabilis na infância, tendo
realizado estudo ecográfico que se encontrava sem alterações. A sico constatava-se um micropénis
(6cm) e ncia firme (6ml), com normal diferen dos caracteres sexu (P5G5) cia de ginecomastia. Na
sequência da avaliação etiológica foi feita uma ecografia escrotal que r 28mm e o esquerdo 25mm
nas com LH 19.74 (total 3.84nmol/l e livre 10.32pg/ml), ligeiro aumento de progesterona 0.4nmol/l e
estradiol 49pmol/l e elevação de 17- hidroxicorticoesteróide urinário 64.5mg/24h e aldosterona
0.85ng/dl. Perante o hipogonadismo hipergonadotrófico foi ped 47,XXY, compatível com
diagnóstico de Síndrome de Klinefelter. Não conseguiu realizar espermograma e dado ter níveis
normais de androgénios, não iniciou terapêutica.
Conclusão
Tratando-se d com mais de 75% de casos não diagnosticados, salienta-se a necessidade de uma
avaliação regular e rigorosa do desenvolvimento pubertário dos adolescentes para despiste desta
síndrome.
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora
39. Vitamina D e Obesidade Infantil – realidade da população alentejana
Luís Rodrigues, Dora Fontes, Nádia Santos, Nídia Belo, Lia Ana Silva
Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo Évora, E.P.E.
Diretor de Serviço: Dr. Helder Gonçalves.
Introdução
Estima-se que cerca de metade da população mundial apresentará défice de vitamina D, idade
pediátrica incluída.
A associação entre obesidade e vitamina D tem sido referida em diversos estudos mas a natureza
desta ligação não se encontra completamente esclarecida. Poucos são os estudos existentes neste
âmbito em Portugal e nenhum na região do Alentejo, pelo que se pretendeu caracterizar o status de
vitamina D em crianças e adolescentes residentes no distrito de Évora e estudar a sua relação com o
estado nutricional, a prática de atividade física e eventuais co-morbilidades existentes.
Material e Métodos
Estudo retrospetivo, no qual foram analisados os processos de 412 crianças e adolescentes a
frequentar a Consulta de Nutrição e Obesidade Pediátrica do HESE durante o período de Junho/2014
a Maio/2016. Foram excluídos os que não possuíam avaliação do status de vitamina D, ou que
realizassem terapêutica que interferisse com o metabolismo desta vitamina.
Foram incluídos no estudo 196 crianças e adolescentes, entre os 2 e os 19 anos. Foi efetuada
caracterização antropométrica, medição de massa gorda (MG) por bio-impedância e avaliação do
número de horas de atividade física semanal, relacionando posteriormente estes parâmetros com os
níveis séricos de 25-hidroxivitamina D, HOMA-IR e relação G/I.
Resultados
Apenas 5,1% da amostra (todos leucodérmicos e com média de idade de 12,87 anos) apresentou
deficiência em vitamina D (<20 ng/ml) e apenas uma criança apresentou deficiência grave (<10
ng/ml).
Neste universo de crianças com excesso de peso (média de z-score de IMC: 1,84), não encontrámos
nenhuma relação com significado estatístico entre o doseamento de vitamina D e as outras variáveis
analisadas. A atividade física semanal registada foi semelhante nos dois sexos.
Discussão
Contrariamente aos dados da literatura recente, observou-se uma baixa prevalência de défice de
vitamina D na população analisada, o que aponta para outras condicionantes de maior importância
nesta condição do que a obesidade, a merecer melhor investigação.
Palavras-chave
Obesidade; Vitamina D; Atividade física; Criança; Adolescente
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XVIII Jornadas de Pediatria de Évora

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