Artigo - Guiaoffshore

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Artigo - Guiaoffshore
Guia completo das áreas de Petróleo, Gás, Indústria Naval, Petroquímica e Bioenergia
O DESAFIO DE CONCILIAR
CRESCIMENTO ACELERADO COM
MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA
Oportunidades para
capacitação
profissional
+
Fórmula
para o sucesso
nas empresas
+
Trabalhar no
exterior: o sonho que
pode virar pesadelo
Sumário
2
Oportunidades para capacitação
profissional
5
A energia move o mundo. E ela está cada vez mais cara. O petróleo é uma
das commodities que mais se valoriza a cada dia. Há cinco anos o
intercâmbio comercial no mundo, protagonizado sobretudo pela China,
cresce a números inimagináveis, pressionando ainda mais o consumo de
toda cadeia dos insumos energéticos. Com isso, gira a roda da fortuna e a
fila anda.
A correlação de petróleo caro e demanda crescente por si só explica a
viabilização de qualquer investimento tanto na cadeia de energia fóssil
como na de biocombustíveis. Resultado: a execução de vários projetos
simultâneos exige cada vez mais mão-de-obra com formação técnica,
universitária e de alta especialização. A demanda, em escala acelerada,
ocorre no Brasil e no exterior.
Neste contexto, é mais que lógico o surgimento da revista Cursos &
Carreiras, com foco na formação e capacitação da mão-de-obra para a
cadeia petrolífera e afins. Leia esta revista com os olhos de quem procura
uma luz ou uma fonte de inspiração, tanto para quem pretende entrar na
indústria, como também para aqueles que já participam dela, mas desejam
ampliar seus horizontes profissionais.
Informamos nesta primeira edição sobre as profissões com maior demanda
na Petrobras e na construção do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro. Este projeto deve gerar mais de 200 mil empregos diretos e
indiretos em escala nacional durante os cinco anos de obra e após sua
entrada em operação, prevista para 2012. O investimento é estimado em
torno de US$ 8 bilhões.
Para quem deseja ingressar na indústria, explicamos a forma de atuação
do Prominp, programa do governo federal que busca formar profissionais
nos níveis básico, médio, técnico e superior. A meta mais recente do
programa prevê a qualificação de 112 mil profissionais até o fim de 2009.
Experientes profissionais das áreas de direito, de meio ambiente e de
engenharia mostram o caminho das pedras em depoimentos exclusivos
sobre as opções no mercado de trabalho em seus respectivos segmentos
nesta indústria bilionária.
Para aqueles que procuram especialização, em nível de graduação,
mestrado e doutorado, entrevistamos Florival Carvalho, Superintendente
de Planejamento e Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP). Ele detalha o Programa de Recursos Humanos
(PRH), criado e administrado pela agência, mas com execução sob a
responsabilidade de várias instituições de ensino do país.
Publicamos também um artigo com uma série de dicas para os que
desejam buscar melhor sorte no exterior. São sugestões valiosas para se
livrar de armadilhas contratuais e evitar situações constrangedoras,
quando se está trabalhando fora do país.
Boa leitura!
Marco Antonio Monteiro
Editor
Gargalo na área de dutos
6
Um diferencial competitivo no mercado
9
O desafio de conciliar crescimento
acelerado com mão-de-obra qualificada
12
Incentivo à excelência profissional
15
Artigo - O Mercado de Trabalho e as Novas
Oportunidades de Formação de Recursos
Humanos e pesquisa
16
Diversidade aliada à qualidade
17
Entrevista - Fórmula para o sucesso
profissional
19
Trabalhar no exterior: o sonho que pode
virar pesadelo
21
Artigo - As oportunidades para advogados
na indústria do petróleo
22
Artigo - Desafios e conquistas dos
profissionais de engenharia
23
Artigo - Como encarar uma entrevista de
trabalho?
24
Cursos a serem ministrados nos próximos
meses
Cursos & Carreiras
Redação: Marco Antonio Monteiro (editor) Thais
Fernandes (Repórter) e Marilia Jannuzzi (Pesquisa).
Colaboradores (Análises e Artigos): Antonio Augusto Reis,
Custódio dos Santos, Marilda Rosado de Sá Ribeiro,
Reynaldo Barros, Rosangela Grigoletto e Silvio Celestino,
Roberto Roche.
Arte e Diagramação: Lourenço Maciel
Arte/anúncio: Marina Lazzarotto
Publicidade & Marketing: Virginia Guinancio
([email protected])
Telefone da redação: (21) 2538-1326 - Email da redação:
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A revista Cursos & Carreiras é uma publicação da empresa
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A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte
endereço:
http://www.guiaoffshore.com.br/revistac&c.pdf.
Cursos & Carreiras
Responsabilidade social
Oportunidades para
capacitação profissional
Prominp, Programa do Governo Federal, busca
formar mão-de-obra para executar projetos da
indústria do petróleo e gás natural
Thais Fernandes
O grande volume de investimentos
previstos pela indústria do petróleo
e gás natural e os
empreendimentos decorrentes
desse aquecimento no setor
exigirão do mercado uma extensa
massa de profissionais qualificados
para executar esses projetos. Para
transformar a expansão do setor em
oportunidades para os
trabalhadores brasileiros, o
Programa de Mobilização da
Indústria Nacional de Petróleo e
Gás Natural (Prominp) implementa
iniciativas de capacitação e inserção
profissionais.
O Prominp foi instituído em 2003
pelo Governo Federal, por meio do
Ministério de Minas e Energia
(MME), visando aumentar a
participação da indústria nacional
de bens e serviços em projetos de
óleo e gás natural no Brasil e no
exterior. Seu principal desafio é
identificar e implantar ações de
forma a capacitar a indústria
nacional para atender as demandas
das operadoras do setor de
petróleo e gás natural e torná-la
competitiva para ser potencial
exportadora de bens e serviços
para o mercado internacional.
Diante desses objetivos, foram
criadas três áreas de atuação: a
frente de capacitação tecnológica,
2
que inclui ações junto aos
fornecedores, para substituir as
importações; a frente de
capacitação industrial, que visa
melhorar a infra-estrutura da
indústria do setor; e a frente de
capacitação de pessoas, cujas
iniciativas integram o Plano
Nacional de Qualificação
Profissional.
Esse plano de qualificação
profissional surgiu da constatação
de que haveria um salto nos
investimentos no setor de petróleo
e gás natural no país e a demanda
de pessoal requerida pelos
empreendimentos planejados não
seria atendida. Dados do estudo
‘Demanda e Perfil dos
Trabalhadores Formais no Brasil em
2007’, divulgado pelo Instituto de
Pesquisa Econômica e Aplicada
(Ipea), confirmam a falta de
profissionais capacitados para o
setor. A pesquisa revela que a
indústria química e petroquímica
tem o maior déficit de trabalhadores
qualificados, cerca de 25,3 mil.
O cenário de aumento da demanda
é corroborado pela previsão de
investimentos divulgada pela
Petrobras. Em 2003, a empresa
planejou aplicar U$ 49 bilhões em
cinco anos. Em 2007, a previsão de
investimentos anunciada para o
período de 2008 a 2012 foi de U$
112 bilhões. Para que esses
empreendimentos sejam feitos no
Brasil – de forma a gerar emprego e
renda –, e no volume e no prazo
necessários, o mercado exige não
apenas a qualificação de
trabalhadores, mas também a
formação de uma quantidade de
profissionais muito maior do que a
existente, especialmente em certas
regiões do país, onde a carência é
maior.
Foto Ailton Mendonça
Turma Pintor Industrial: aula ministrada no Senai Tijuca, Zona Norte do Rio
Cursos & Carreiras
Diagnóstico da carência de mão-deobra
Para identificar as áreas em que
haveria necessidade de mão-deobra, o Prominp desenvolveu, a
partir de 2004, um diagnóstico do
setor. Com base na carteira de
investimento das empresas, que foi
traduzida em empreendimentos, e
na disponibilidade de profissionais
especializados no mercado na
época, foram identificadas 175
categorias profissionais
consideradas críticas para o setor.
Entre essas categorias, 39 são de
nível básico, 50 de nível médio, 11
de nível técnico, 45 de nível
superior e 30 de nível inspetor. A
mais recente atualização desse
diagnóstico aponta a necessidade
de qualificação de cerca de 112 mil
profissionais até o final de 2009.
Cerca de 70% da demanda se
concentra no nível básico.
As categorias de nível básico
incluem soldador, lixador,
encanador etc. As de nível médio e
técnico abrangem profissionais para
trabalhar nas áreas de mecânica,
engenharia elétrica, segurança do
trabalho, entre outras. As carreiras
mais ligadas à engenharia são as
requisitadas no nível superior. O
nível inspetor é semelhante ao
técnico, com a diferença de que o
profissional, além de ser um
especialista em determinada área,
deve fazer uma prova de
capacitação para estar apto a
fornecer laudos sobre a qualidade
do trabalho desenvolvido e sua
conformidade com as normas
técnicas. Como há poucos
profissionais com essa qualificação,
os salários são diferenciados.
Segundo a coordenação executiva
do Prominp, essas categorias
profissionais críticas são as que o
mercado não conseguiria abastecer
por conta própria. Nesse salto
inicial, seria necessário um esforço
adicional, com a mobilização de
escolas técnicas, universidades e
outras instituições de ensino. Mas a
idéia é que, no futuro, as próprias
empresas consigam capacitar seus
profissionais.
O Plano Nacional de Qualificação
Profissional do Prominp prevê a
realização de cerca de 950 cursos
diferentes, com um total de
aproximadamente 6.300 turmas, em
71 instituições de ensino de
diferentes características – de forma
a abranger as várias etapas da
educação profissional –, espalhadas
por 17 estados, escolhidos em
função dos locais onde ocorrerão
os projetos planejados para o setor
de petróleo e gás natural.
Os cursos têm duração de dois
meses para o nível básico, três ou
quatro meses para os níveis médio,
técnico e inspetor, e nove meses,
nos moldes de uma pós-graduação
lato sensu, para o nível superior.
(Confira no quadro abaixo a
distribuição do número de cursos e
vagas por estado)
Estado
Cursos
Turmas
Vagas
AL
11
25
448
AM
23
61
1.088
BA
72
308
5.380
CE
15
65
1.040
ES
76
264
4.687
MG
60
299
5.110
MS
7
12
234
PB
9
11
204
PE
31
338
5.865
PR
59
541
9.578
RJ
168
1.340
25.545
RN
43
132
2.252
RO
7
7
112
RS
63
244
4.318
SC
18
45
765
SE
10
32
552
SP
236
1.461
26.321
Não definido
45
1.143
19.126
Total
953
6.328
112.625
Cursos & Carreiras
Os cursos são estruturados, em
nível nacional, pelas instituições de
ensino – Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai),
Centros de Educação Tecnológica
(Cefets), universidades federais e
estaduais, Fundação Getúlio Vargas
(FGV) e, em alguns casos, a
Pontifícia Universidade Católica
(PUC) – e depois executado por elas
em cada estado. A criação e
manutenção da infra-estrutura
(laboratórios etc.) e a capacitação
de professores para o curso
também ficam a cargo das
instituições. Os módulos de ensino
são preparados com base no perfil
profissional exigido pelo mercado,
obtido por meio de consulta às
empresas do setor. No caso dos
naval, fabricantes de máquinas e
equipamentos etc.).
Ciclos de qualificação
O plano de qualificação é
implementado em ciclos (cinco, no
total). A cada semestre, a demanda
dos próximos seis meses é avaliada
para que os cursos se ajustem às
necessidades do mercado em
função dos empreendimentos
previstos. O primeiro ciclo foi
realizado em 2006 em dez estados
e ofereceu 11.040 vagas
distribuídas por todos os níveis. No
mesmo ano, houve um ciclo
complementar, com 1.905 vagas no
Rio Grande do Sul. Em 2007, o
segundo ciclo ofereceu 22.748
vagas para todos os níveis em 14
A carência de profissionais se distribui desde a fase de
projetos até a de construção de plataformas, incluindo
também os setores de transporte marítimo, gasodutos,
refinarias e plantas petroquímicas.
cursos direcionados a inspetores,
as instituições que credenciam
esses profissionais foram ouvidas
para a elaboração do curso, na
tentativa de diminuir o percentual
de reprovação na prova de
certificação, que é de 70%.
Coordenado pelo MME, o plano de
qualificação do Prominp tem como
membros de seu comitê diretivo a
Petrobrás, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), a
Organização Nacional da Indústria
do Petróleo (Onip) e o Instituto
Brasileiro de Petróleo (IBP).
Participam do comitê executivo do
Plano, além dessas instituições, as
associações de classe dos setores
envolvidos (petróleo e gás natural,
4
estados. Até o fim de 2007, cerca
de 25 mil pessoas já haviam sido
treinadas e ainda existiam cursos
em andamento. O terceiro ciclo está
planejado para o início de 2008, o
quarto para o segundo semestre de
2008 e o quinto para o primeiro
semestre de 2009.
Segundo a coordenação executiva
do Prominp, atualmente todas as
áreas da cadeia do petróleo estão
aquecidas, especialmente a de
abastecimento, seguida pela de
exploração e produção. A carência
de profissionais se distribui desde
a fase de projetos até a de
construção de plataformas,
incluindo também os setores de
transporte marítimo, gasodutos,
refinarias e plantas petroquímicas.
Para o terceiro ciclo de
qualificação, as maiores demandas
são em categorias de nível básico
(soldador de tubulação, soldador de
estrutura, soldador de pipeline,
encanador, lixador, caldeireiro e
pintor) e médio (eletricista
montador e eletricista de força e
controle).
Diante dos investimentos em fontes
de energia renováveis, o Prominp
vai começar a realizar também um
diagnóstico desse setor, para
identificar os empreendimentos
previstos, as regiões do país onde
serão instalados, a oferta atual de
profissionais e a carência de
qualificação de mão-de-obra.
As vagas do Prominp são
preenchidas por meio de seleção
pública, com pré-requisitos para
cada categoria. Além do curso
gratuito – oferecido para todos os
selecionados –, os profissionais
desempregados recebem uma bolsaauxílio durante o período de aulas.
O valor da bolsa é de R$ 300 para
alunos do nível básico, R$ 600 para
alunos dos níveis médio, técnico e
inspetor e R$ 900 para alunos do
nível superior. Para o nível inspetor,
a prova de certificação também é
paga pelo Programa.
Para a qualificação de 112 mil
profissionais nos cinco ciclos
previstos, o Prominp vai investir um
total de R$ 304 milhões, valor que
pode aumentar em função da
ampliação dos investimentos. A
maior parte dos recursos do
Prominp (90%) vem da Petrobrás e
destina-se ao pagamento das bolsas
e de cursos. O restante é originário
do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), administrado
pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, e do Fundo Setorial CTPetro (que recebe parte dos
royalties da indústria do petróleo) e
é usado para custear os cursos de
nível básico e superior,
respectivamente.
Cursos & Carreiras
Formação e Capacitação
Um diferencial
competitivo no mercado
Cursos da Coppe/UFRJ combinam disciplinas
teóricas e práticas para atividades offshore
Atualmente, o Labeco oferece
quatro cursos de pós-graduação:
Pós-graduação em Sistemas
Offshore (MSO), Pós-graduação em
Segurança Aplicada a Projetos de
Exploração e Produção (Sapep),
Pós-graduação em Engenharia de
Máquinas Navais e Offshore (EMO)
Thaís Fernandes
e Pós-graduação em Engenharia de
Em uma área que necessita
certificado de conclusão, emitido
Sistemas Flutuantes Offshore
empregar tecnologias cada vez mais
pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra
(ESFO). Segundo Márcia Almeida,
avançadas e com demanda
de Pós-graduação e Pesquisa de
coordenadora adjunta do Labeco, o
crescente por profissionais
Engenharia (Coppe/UFRJ), o aluno
grande diferencial dos cursos é seu
qualificados, a capacitação e o
deve ter freqüência igual ou
corpo docente, composto tanto por
aperfeiçoamento constantes do
superior a 85% e aproveitamento
professores universitários quanto
pessoal são fundamentais para a
acadêmico satisfatório nos diversos
por profissionais que atuam no
inserção e o progresso no mercado
critérios de avaliação, além de
mercado, o que permite apresentar
de trabalho. Pensando nessa
apresentar uma monografia. Os
aos alunos as técnicas mais
necessidade contínua de formação
formandos com melhor
modernas em uso pela indústria
de recursos humanos na área de
desempenho são convidados a
offshore. O contato com a prática
petróleo e gás, o Laboratório de
fazer o mestrado na Coppe.
profissional é reforçado por visitas
Educação Continuada Offshore
(Labeco), da Universidade Federal
Divulgação Labeco/UFRJ
do Rio de Janeiro (UFRJ), oferece
cursos de pós-graduação e
extensão que apresentam, de forma
abrangente, conhecimentos
associados aos diversos segmentos
que compõem a atividade offshore.
Os cursos de pós-graduação, todos
na modalidade lato sensu, são
voltados para profissionais com
nível superior que queiram atuar na
elaboração de projetos de unidades
marítimas e terrestres de exploração
e produção de petróleo. O
programa compreende uma carga
horária de 360 horas, distribuída
em 36 disciplinas cursadas ao
longo de 13 meses, com aulas
sempre aos sábados. Para obter o
6
Os cursos de pós-graduação, todos na modalidade lato sensu, são voltados para profissionais com nível superior que
queiram atuar na elaboração de projetos de unidades marítimas e terrestres de exploração e produção de petróleo.
Cursos & Carreiras
técnicas a plataformas, quando
instalações submarinas e flutuantes
oferecendo conhecimentos técnicos
disponíveis, e a outras instalações.
e os aspectos econômicos,
e normativos, bem como uma visão
O curso MSO apresenta aos alunos
regulatórios e de segurança do
prática dos procedimentos de
uma visão geral dos problemas de
setor. “Esse é um dos cursos mais
segurança empregados nos
engenharia comumente encontrados
reconhecidos no mercado. Os
projetos. Em 2008, o curso será
no setor offshore, desde as
alunos são contratados antes
reservado aos profissionais
atividades de prospecção e
mesmo de terminarem as aulas”,
encaminhados pelo Programa de
perfuração até a produção de
conta Márcia Almeida.
Mobilização da Indústria Nacional
de Petróleo e Gás Natural
petróleo e gás, com ênfase nas
operações em águas profundas e
Segurança: item fundamental
(Prominp).
no estudo de casos específicos da
Diante de uma demanda da
O EMO é um curso que fornece
costa brasileira, como as bacias de
Petrobras para desenvolver mais a
conhecimentos básicos de
Campos e de Santos e o delta do
segurança de suas unidades
engenharia de máquinas navais e
rio Amazonas. Além de tratar dos
flutuantes, foi criado o curso
offshore, voltados para o projeto e
aspectos práticos da engenharia
Sapep. O curso aborda tanto os
a análise de sistemas flutuantes
offshore em relação ao ambiente
aspectos de segurança envolvidos
com foco nas atividades de
oceânico, o programa aborda os
no planejamento e construção das
exploração e produção de petróleo
principais componentes e
unidades marítimas e terrestres,
offshore.
equipamentos usados em
quanto no seu funcionamento,
O curso ESFO também se originou
Divulgação Labeco/UFRJ
O Laboceano simula de forma realista as principais características do ambiente oceânico. É equipado com sofisticados sistemas geradores de ondas multidirecionais.
7
Cursos & Carreiras
de uma demanda da Petrobras por
offshore, que já avançam para
profissionais especializados em
áreas de até 3000 m de
engenharia naval, cuja oferta no
profundidade.
mercado é pequena. O programa
Para estudantes, graduados e
coloca o profissional em contato
profissionais que queiram ingressar
com as técnicas atuais de
ou progredir nesse promissor
dimensionamento e avaliação do
mercado da indústria offshore, o
comportamento de estruturas no
Labeco oferece dois cursos de
mar. Segundo José Marcio
extensão, com duração de quatro
Vasconcellos, coordenador
sábados cada um, em que o nível
executivo do Labeco, o grande
de escolaridade exigido é o ensino
diferencial desse curso é a
médio. Os alunos que concluem
existência de uma disciplina prática
esses cursos com freqüência igual
realizada no Laboratório de
ou superior a 85% e desempenho
Tecnologia Oceânica (Laboceano),
acadêmico satisfatório recebem
da Coppe, onde os alunos podem
certificado de conclusão emitido
propor atividades experimentais e
pela Escola de Engenharia da UFRJ.
"Muitas empresas do setor têm oferecido o curso a
funcionários que não são da área, como advogados e
jornalistas, como forma de nivelar o conhecimento
sobre as atividades da empresa"
avaliar os resultados. Os alunos de
Sucesso de público
outros cursos fazem uma visita
O curso de extensão de Exploração
técnica ao Laboceano, para
e Produção de Petróleo no Mar
conhecer suas potencialidades.
oferece uma visão geral sobre os
O Laboceano é o tanque mais
principais aspectos dos diversos
profundo do mundo capaz de
segmentos que compõem o setor
simular de forma realista as
offshore. Márcia Almeida conta que
principais características do
esse curso foi um sucesso já na sua
ambiente oceânico. Inaugurado em
primeira turma, no fim de 2006:
abril de 2003, o tanque tem 15 m
recebeu mais de 200 inscrições
de profundidade e um poço central
para 50 vagas. Segundo ela, muitas
com 10 m adicionais e é equipado
empresas do setor têm oferecido o
com sofisticados sistemas
curso a funcionários que não são
geradores de ondas
da área, como advogados e
multidirecionais. Essa estrutura
jornalistas, como forma de nivelar o
permite a realização de ensaios de
conhecimento sobre as atividades
modelos de equipamentos usados
da empresa.
nas atividades de exploração e
Já o curso de extensão de
Segurança em Unidades de
produção de petróleo e gás
8
Produção de Petróleo no Mar tem
como objetivo mostrar e aprofundar
conhecimentos relativos à
segurança nos processos e projetos
de unidades marítimas de
exploração e produção de petróleo,
bem como ressaltar a importância
desse item para a indústria do
setor.
Com a perspectiva de aumento nas
atividades exploratórias, devido à
descoberta de novos campos e
jazidas, o Labeco deve lançar, em
2008, um outro tipo de curso, com
uma carga horária intermediária –
entre 80 e 120 horas – na área de
perfuração e completação de poços.
O pré-requisito mínimo para
freqüentar esse curso será ter o
diploma de engenheiro.
Segundo Márcia Almeida, os cursos
do Labeco têm excelente aceitação
no mercado. “A maioria das
empresas nos procuram para
oferecer oportunidades de emprego
e nós fazemos essa intermediação”,
diz. “Temos notícias de empresas
que só contratam profissionais com
os nossos cursos, o que mostra que
estamos no caminho certo”,
completa José Marcio.
No Labeco, o profissional ainda
aprende a fazer seu currículo e
como se comportar em uma
entrevista. “Também incentivamos
todos a aprender inglês, que, nessa
área, é tão importante quanto a
pós-graduação”, ressalta Márcia. E
acrescenta: “Como atualmente é
difícil encontrar profissionais com
experiência no setor, o mercado
prefere a boa formação.”
As inscrições podem ser feitas pelo
site www.oceanica.ufrj.br/LABECO,
ou pelos telefones 2562-8715, 25628738 e 2562-8742. Os cursos
custam em torno de R$ 600.
Cursos & Carreiras
Início das aulas no Centro de Integração do Comperj.
Mercado de trabalho aquecido
nacional, oriundo da Bacia de
superior. As vagas desses cursos
Entre os empreendimentos da
Campos.
serão preenchidas por meio de
Petrobras que aquecerão ainda
Para atender a demanda de
processo seletivo.
mais o mercado de trabalho no
profissionais necessários para a
Até a plena operação do
setor de petróleo e gás natural,
fase de construção e montagem, a
Comperj, serão realizados cinco
está a construção do Complexo
Petrobras criou o Centro de
ciclos de qualificação. O primeiro
Petroquímico do Rio de Janeiro
Integração do Comperj, que irá
ciclo já está em andamento e
(Comperj), que deve gerar mais de
qualificar a mão-de-obra dos
inclui 150 turmas nas categorias
200 mil empregos diretos e
municípios do entorno do
de pedreiro, encanador predial,
indiretos em escala nacional
empreendimento (Itaboraí, São
eletricista predial, armador de
durante os cinco anos de obra e
Gonçalo, Cachoeiras de Macacu,
ferro, carpinteiro de forma e
após sua entrada em operação,
Casimiro de Abreu, Guapimirim,
pintor predial. São 500 alunos
prevista para 2012. Com
Niterói, Maricá, Magé, Rio Bonito,
por categoria, totalizando três mil
investimento estimado em torno de
Silva Jardim e Tanguá).
vagas.
US$ 8,38 bilhões, o Comperj será
Segundo o coordenador-executivo
“Até fevereiro de 2008, 200
construído em uma área de 45
do Centro de Integração do
alunos se formaram nas
milhões de metros quadrados
Comperj, Jacy Miranda, serão
categorias de eletricista predial,
localizada no município de Itaboraí
capacitados cerca de 30 mil
encanador predial, pedreiro e
(RJ) e tem como principal objetivo
profissionais na região de
pintor predial nos municípios de
aumentar a produção nacional de
influência do Complexo, em mais
Niterói e São Gonçalo”, conta
produtos petroquímicos, com o
de 60 tipos de cursos gratuitos,
Miranda. Outros 720 alunos estão
processamento de cerca de 150 mil
sendo 82% de nível básico, 17% de
em aula nos municípios de
barris por dia de óleo pesado
nível técnico e 1% de nível
Cachoeiras de Macacu, Itaboraí,
10
Cursos & Carreiras
Banco de imagens Petrobras
desenvolvimento das competências
de seu pessoal.
Atualmente, a Universidade
Petrobras é composta por cinco
escolas, nas áreas de exploração e
produção, abastecimento, gás e
energia, engenharia e tecnologias e
gestão e negócios. Além disso,
conta com coordenações exclusivas
para a área internacional e para
programas de formação.
Os empregados das empresas do
Sistema Petrobras no Brasil e no
exterior são treinados em cursos de
aperfeiçoamento, seminários,
congressos, pós-graduações lato e
Jacy Miranga: 30 mil profissionais serão capacitados na região de influência do
Comperj, em mais de 60 tipos de cursos gratuitos
stricto sensu e cursos de formação
para novos empregados
Magé, Maricá, Niterói e São
será fornecido às empresas que
(destinados a profissionais de nível
Gonçalo. Ao longo do primeiro
construírem o Complexo. “De
superior recém-admitidos, que
ciclo, que deve se encerrar em
qualquer forma, após o curso, eles
passam até um ano aprimorando
outubro de 2008, haverá ainda a
já serão fortes candidatos a
suas competências técnicas e
realização de turmas em Casimiro
empregos em diversas empresas,
adquirindo conhecimentos sobre a
de Abreu, Guapimirim, Rio Bonito,
incluindo as indústrias de 3ª
Petrobras e a indústria de
Silva Jardim e Tanguá.
geração que devem se instalar no
petróleo).
O processo seletivo desse primeiro
entorno do Comperj”, avalia o
A infra-estrutura física da
ciclo ficou a cargo da Fundação
coordenador. Ele ressalta que
Universidade Petrobras (salas,
Cesgranrio. Quase 21 mil
mais de 20 alunos formados nas
equipamentos etc.) está distribuída
candidatos disputaram as três mil
primeiras turmas foram
nos campi Rio/São Paulo e
vagas oferecidas. A capacitação
contratados como pedreiros e
Salvador/Taquipe (Bahia). Há ainda
dos profissionais está sendo feita
carpinteiros pela empresa
um campus virtual, que se dedica
pelo Serviço Nacional de
responsável pela construção do
ao ensino à distância e desenvolve
Aprendizagem Industrial do Rio de
próprio prédio do Centro de
soluções educacionais a partir de
Janeiro (Senai-RJ). As instituições
Integração em São Gonçalo.
diversos suportes multimídia.
Em 2007, a Petrobras inaugurou a
de ensino responsáveis pela
execução dos cursos do Centro de
Foco na qualificação
Escola de Educação Profissional de
Integração do Comperj serão
A capacitação sempre foi uma das
Nível Técnico, que tem como
escolhidas a cada ciclo de
prioridades da Petrobras. A
público-alvo 75% do quadro de
qualificação.
empresa é uma das que mais
empregados da companhia. Assim,
Segundo Miranda, os alunos
investem na qualificação de seus
a empresa busca o
formados pelo Centro de
empregados. Um exemplo dessa
desenvolvimento integral do
Integração podem ou não trabalhar
orientação é a Universidade
profissional, de forma a atender as
no Comperj. Seus currículos farão
Petrobras, órgão da companhia
necessidades e complexidades do
voltado para o treinamento e o
trabalho.
parte de um banco de dados que
11
Cursos & Carreiras
Especialização
Incentivo à excelência profissional
Programa da ANP investe na formação de recursos humanos de
alto nível em diversas instituições de ensino do Brasil
Thaís Fernandes
O setor de petróleo e gás natural tem experimentado
amplo crescimento e as previsões são de que os
empreendimentos e investimentos na área continuem
em expansão, impulsionados pelas novas descobertas
de campos petrolíferos. Para garantir o desenvolvimento
e o crescimento do setor, a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
desenvolve atividades de apoio à formação de recursos
humanos que atendam à demanda dessa indústria.
Os esforços da ANP nesse sentido começaram em 1999,
quando foi criado o Programa de Recursos Humanos da
ANP (PRH-ANP), com o objetivo de incentivar a
formação de mão-de-obra especializada, em resposta à
expansão da indústria do petróleo e do gás natural
ocorrida em 1997, após a abertura do setor à iniciativa
privada. Atualmente as iniciativas são voltadas
Divulgação/ANP
Florival Carvalho: Geologia, processos e administração são as áreas onde há
maior demanda por profissionais
principalmente aos profissionais de nível superior.
A implementação do PRH-ANP tem como base a
inclusão, no currículo de diversas instituições de ensino,
de disciplinas de graduação, mestrado e doutorado
12
específicas para atender às necessidades da indústria
de petróleo, gás natural e biocombustíveis.
A administração do Programa fica a cargo da ANP,
enquanto sua execução é de responsabilidade das
instituições de ensino. Segundo Florival Carvalho,
Superintendente de Planejamento e Pesquisa da ANP,
as tendências do setor de petróleo e gás natural e o
perfil profissional demandado pelo mercado são
definidos por meio de consulta às empresas do ramo.
Para concretizar as parcerias com as instituições de
ensino, foram publicados, desde 1999, três editais
públicos, que selecionaram 36 programas propostos por
23 instituições de ensino de 13 estados diferentes. (Ver
tabela )
Segundo Carvalho, o país carece de profissionais em
todos os campos da indústria do petróleo, mas as áreas
de geologia, processos e administração são as mais
apoiadas pelo PRH-ANP, pois é onde existe maior
demanda. Ele ressalta que o Programa abrange diversas
carreiras, como química, geologia, engenharia química,
engenharia mecânica, direito e administração. “O perfil
profissional é o mais diversificado. O que se quer é
formar profissionais que possam atuar nas mais
variadas áreas da cadeia do petróleo e com capacidade
de resolver problemas”, destaca.
Carvalho diz que o PRH permite que o profissional
termine a graduação com um bom entendimento do
setor de petróleo e gás natural e pronto para se inserir
no mercado. Ele lembra que o mercado valoriza o
profissional que tem qualificação específica. “Um
estudante de engenharia, por exemplo, pode sair da
universidade com um salário de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Um
engenheiro com 10 a 15 anos de experiência chega a
ganhar entre R$ 10 e R$ 15 mil.”
Cursos & Carreiras
Bolsas e auxílios
Os 36 programas do PRH recebem da ANP bolsas de
estudo (de iniciação científica, mestrado e doutorado),
uma bolsa para o coordenador do programa (que deve
ser um professor da universidade) e outra para um
professor-visitante (profissional do mercado, para
agregar conhecimento prático), além de uma taxa de
bancada em dinheiro (para gastos específicos que não
se enquadrem na classificação de bolsa de estudo). A
definição dos bolsistas é feita pela universidade, de
forma que a seleção para o PRH-ANP seja integrada aos
processos seletivos dos demais programas da
instituição. (O valor das bolsas pode ser consultado no
quadro abaixo)
Tipos de bolsa
Graduação
Mestrado
Doutorado (até aprovação do exame de qualificação)
Doutorado (realização do trabalho para elaboração da tese)
Coordenação PRH-ANP/MCT
Pesquisador - Visitante
Valor mensal
R$ 450,00
R$ 1.100,00
R$ 1.300,00
R$ 1.800,00
R$ 1.200,00
R$ 5.200,00
Segundo Carvalho, até hoje já foram concedidas 4.586
bolsas de nível superior. Somente para o período entre
dezembro de 2007 e outubro de 2008, a ANP liberou R$
27 milhões, dos quais R$ 17 milhões já foram
repassados. Esse valor, somado ao volume de recursos
liberados desde 1999, totaliza um investimento de R$
139 milhões. Esses recursos são direcionados ao PRHANP pelo Fundo Setorial CT-Petro, que gerencia parte
dos royalties pagos pela indústria do petróleo.
A distribuição de bolsas entre os diversos programas é
feita anualmente com base nos resultados de uma
avaliação sobre o desempenho de cada programa. A
ANP avalia a produção científica do programa, sua
interação com a indústria e sua administração e depois
gera um ranking. “Quanto melhor a classificação do
programa, mais bolsas ele recebe no ano seguinte”,
explica Carvalho.
Para 2008, a ANP prevê um aumento no PRH, para
incorporar novas universidades e programas,
especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a
participação das instituições tem sido pequena. Além
disso, a Agência pretende criar um banco de reserva de
programas, para substituir aqueles que tiverem
avaliação negativa durante alguns anos.
Ainda para este ano, há planos de estender os
benefícios para o ensino médio e formar parcerias com
Centros Federais Tecnológicos (Cefets) e outras
instituições do mesmo nível. “Estamos trabalhando para
que, até o final de 2008, tenhamos um programa
específico para atender a demanda por técnicos em
petróleo”, conta Carvalho.
A formação de recursos humanos para o setor de
biocombustíveis também vai ganhar incentivo extra em
2008, com a abertura de pelo menos dois novos
programas, cuja definição aguarda a elaboração de
edital. Cada programa receberá inicialmente cinco bolsas
de iniciação científica, três de mestrado e uma de
doutorado, além das bolsas para os professores e da
taxa de bancada. “Já definimos que haverá pelo menos
uma universidade do Centro-oeste, pois a região tem
potencial para ser grande produtora de
biocombustíveis”, afirma Carvalho. Além disso, existe
uma exigência legal de que 40% dos recursos do PRH
sejam aplicados nas regiões Norte, Nordeste e Centrooeste.
Segundo Carvalho, os programas no setor de
biocombustíveis serão voltados para a área de
processos, análise e logística e devem ser direcionados
a engenheiros químicos, engenheiros de produção,
químicos, entre outros profissionais. O foco principal
será o álcool e o biodiesel. “Embora a produção
tradicional de álcool seja consolidada no país, temos
alguma carência no campo das novas rotas tecnológicas,
que usam novos processos e novas leveduras”, diz.
Com relação ao biodiesel, é necessário formar
profissionais que implantem e consolidem os processos
experimentais já existentes. “Trata-se de uma área
atrativa em termos de emprego e remuneração”,
destaca.
A ANP pretende criar um grande programa de formação
de recursos humanos para atingir os novos horizontes a
que se dirige o setor de petróleo, gás natural e
biocombustíveis. Para concretizar esse objetivo, a
Agência vai promover este ano um debate com toda a
cadeia produtiva para vislumbrar as carências do setor,
com foco não apenas no ensino superior, mas também
no nível técnico. “Se não atendermos essa demanda, o
país não vai crescer por falta de recursos humanos”,
alerta Carvalho.
Vagas na ANP
Em fevereiro passado, a ANP iniciou processo de
concurso público com oferta de 325 vagas na Agência.
As vagas são para cargos de nível superior e técnico
13
Cursos & Carreiras
com remunerações entre R$ 2.122,09 e R$ 6.044,26.
Serão 243 vagas para nível superior, assim divididas:
a) Especialista em Geologia e Geofísica do Petróleo e
Gás Natural (11) - especialidades: Geologia (6), Geofísica
(5). b) Especialista em Regulação de Petróleo e
Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural (147) especialidades: Direito (8), Economia (10), Engenharia 1
(17), Engenharia 2 (24), Geociências (12), Geral 1 (20),
Geral 2 (45), Meio Ambiente (1) e Química (10). c)
Analista Administrativo (85) - especialidades: geral (63),
ciências contábeis (5), comunicação social (6),
arquivologia (6), biblioteconomia (5).
As vagas para nível intermediário são um total de 82,
assim divididas: a) Técnico em Regulação de Petróleo e
Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural (35) especialidades: Técnico em Contabilidade (2), Técnico
01
02
03
04
05
06
07
08
09
14
Instituição
UFRJ
UFRJ
UFRJ
USP
UNESP
UFPA
PUC-RIO
UFBA
UFSC
UF
RJ
RJ
RJ
SP
SP
PA
RJ
BA
SC
10
11
12
13
14
15
16
17
UTFPR
UFF
UFRGS
UFRJ
UFRN
UNICAMP
UNIFEI
UERJ
PR
RJ
RS
RJ
RN
SP
MG
RJ
18
19
20
21
UFRJ
USP
UENF
UFRJ
RJ
SP
RJ
RJ
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
UFRN
UNIFACS
UFPR
UFCG
UFPE
FURG
UFPE
UFES
UFRN
UFC
RN
BA
PR
PB
PE
RS
PE
ES
RN
CE
32
33
34
IMPA
UERJ
UFSC
RJ
RJ
SC
35
36
UFRJ
UFRN
RJ
RN
em Instrumentação (2), Técnico em Mecânica (6),
Técnico em Química (8) e Geral (17). b) Técnico
Administrativo (47).
Os aprovados irão trabalhar na sede da ANP no Rio de
Janeiro e nos escritórios em São Paulo (SP), Salvador
(BA) e Brasília (DF). A maioria das vagas é para o Rio de
Janeiro. Das 243 vagas para nível superior, 194 são para
o Rio, 27 para Brasília, 12 para São Paulo e 10 para
Salvador. Das 82 vagas para nível intermediário, 43 são
para trabalhar na sede da Agência, 32 para Brasília, 2
para Salvador e 5 para São Paulo. Cumprindo a
legislação será destinado um percentual de 8% das
vagas, um total de 27, para candidatos com deficiência
que concorrem igualmente com os demais candidatos.
Confira os 36 programas de nível superior participantes
do PRH-ANP:
Título do Programa
Químico de Petróleo
Formação de Profissionais de Engenharia Civil para o Setor de Petróleo e Gás
Sistemas Oceânicos e Tecnologia Submarina para Exploração de Petróleo e Gás em Águas Profundas
Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia
Geologia e Ciências Ambientais Aplicadas ao Setor Petróleo e Gás
Geofísica Aplicada à Exploração e Desenvolvimento de Reservatórios de Petróleo e Gás
Programa Interdepartamental em Petróleo e Gás
Programa de Pós-Graduação e Graduação em Geofísica e Geologia para o Setor Petróleo e Gás
Formação de Recursos Humanos em Engenharias Mecânica e
Química com Ênfase em Petróleo e Gás (MECPETRO)
Planejamento e Otimização de Processos (Petro) químicos e de Gás Natural
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geofísica Marinha
Geologia de Petróleo
Programa EQ-ANP
Engenharia de Processos em Plantas de Petróleo e Gás Natural
Ciências e Engenharia dos Recursos Naturais de Óleo e Gás
Engenharia da Energia e do Petróleo
Formação de Profissionais Qualificados em Análise de Bacia
Aplicada à Exploração de Petróleo e Gás Natural
Capacitação de Recursos Humanos em Geologia do Petróleo
Engenharia com Ênfase em Petróleo da EPUSP
Programa de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo
Programa de Ensino: Economia, Planejamento Energético e
Engenharia de Produção na Indústria do Petróleo
Programa de Formação em Geologia, Geofísica e Informática no Setor Petróleo e Gás na UFRN
Programa de Formação Profissional para a Indústria de Petróleo e Gás Natural
Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás Natural
Programa Interdepartamental de Tecnologia em Petróleo e Gás
Formação de Recursos Humanos para o Setor Petróleo e Gás em Geociências e Engenharia Civil
Estudos Ambientais em Áreas de Atuação da Indústria do Petróleo
Engenharia do Processamento Químico do Petróleo
Programa Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo em Petróleo e Gás
Programa Multidisciplinar em Petróleo e Gás
Programa Institucional de Formação de Recursos Humanos em
Engenharia e Ciências do Petróleo e Gás Natural
Pós-Graduação em Matemática - Computação Científica Aplicada à Indústria do Petróleo
Direito do Petróleo
Formação de Engenheiros nas Áreas de Automação, Controle e
Instrumentação para a Indústria do Petróleo e Gás
Integridade Estrutural em Instalações da Indústria do Petróleo
Programa de Recursos Humanos em Direito do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Cursos & Carreiras
Artigo
O Mercado de Trabalho e as Novas Oportunidades
de Formação de Recursos Humanos e pesquisa
* Marilda Rosado de Sá Ribeiro
A flexibilização do monopólio da exploração
e produção de petróleo e gás pela União
possibilitou a entrada de novos investidores
na indústria petrolífera brasileira. A abertura
dinamizou as atividades, além de
proporcionar o crescimento do setor. Dados
obtidos junto à ANP nos revelam que houve
um aumento de 75% na produção de
hidrocarbonetos e de 60% das reservas
provadas, desde a implementação do novo
modelo institucional, em 1998. Da tímida
participação de 3,36% que tinha no PIB
brasileiro em 1997, o segmento passou à
expressiva participação de quase 10% no
ano de 2007.
Ao longo das rodadas de licitações para a
outorga e concessão de blocos para a
exploração e produção de petróleo e gás,
vários fatores, como a lisura do processo, a
atratividade das áreas e a estabilidade
política, têm tornado o Brasil um novo e
promissor mercado produtor para as
empresas de E&P 1 . O sucesso da Nona
Rodada de Licitações, realizada em
novembro de 2007, foi inegável, apesar dos
sobressaltos ocasionados pela retirada de
áreas às vésperas do leilão. Sobressaiu entre
os resultados o número de empresas: foram
66 empresas habilitadas, dentre elas, 20
novos entrantes. Atuam no país 60 grupos
econômicos, em 530 concessões vigentes,
sendo 21 referentes aos contratos
celebrados para as áreas com acumulações
marginais 2 .
Segundo a Lei 9478/97 e o edital de
Licitações, uma empresa só poderá assinar
um contrato de concessão se criar uma
empresa com sede e administração no
Brasil. Cada nova empresa petrolífera traz
para o mercado novas oportunidades de
negócios para as empresas fornecedoras de
bens e serviços voltados para a atividade, e
também gera empregos diretos em toda a
cadeia produtiva. Advogados,
administradores, economistas, engenheiros,
geólogos, técnicos e outros profissionais são
todos de extrema importância para a
indústria.
Em contrapartida, o crescimento industrial
pode não ser acompanhado pela formação
de recursos humanos especializados e
suficientes às suas necessidades. Prevendo
tal dificuldade, a própria Lei do Petróleo, em
seus artigos 49 e 50, reserva uma parcela
dos royalties e o Contrato de Concessão, na
cláusula 24, determina que campos de
grande rentabilidade (os que devem
participação especial) destinem 1% da
receita bruta para o investimento em
programas de formação de tecnologia e
mão-de-obra voltadas para a indústria.
A arrecadação dos royalties é calculada e
dividida em diferentes proporções. A parcela
que não exceder 5% será deduzida com base
na Lei 7.990/89 e o Decreto nº 01/91, já a
parcela a ser deduzida entre 5% e 10% tem
como base legal a lei 9478/97 e o Decreto nº
2.705/98. O Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT) receberá 25%, conforme
disposto no artigo 49, inciso I, alínea d e
inciso II, alínea f, para investir em programas
de amparo à pesquisa científica e ao
desenvolvimento tecnológico, com o apoio
técnico da ANP, em cumprimento do
disposto no inciso X do art. 8º da Lei do
Petróleo.
A Agência Nacional do Petróleo administra
os recursos acima mencionados, por meio de
dois programas, o Programa de Recursos
Humanos – PRH e o Programa de
Investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento.
O PRH-ANP, lançado em 1999, atualmente
administra o funcionamento de 36
programas em 23 universidades, distribuídas
por 13 estados da Federação em diferentes
áreas do conhecimento, abrangendo tanto a
parte técnica como o planejamento e a
regulação do setor. Foram investidos até o
ano de 2007 quase R$ 150 milhões nos
programas mantidos pela ANP, em parceria
com o MCT.
Alguns programas, como o PRH-33, da
Faculdade de Direito da UERJ, vieram atender
a uma antiga demanda: a formação de
especialistas da área jurídica. Ao longo de
sua existência foram elaboradas 37
monografias sobre temas de interesse da
indústria do petróleo nas diversas disciplinas
e 9 trabalhos entre dissertações de estrado e
teses de doutorado. No âmbito do PRH-33
nasceu um centro de pesquisas voltado para
o Direito e negócios de petróleo e gás, o
Centro de Estudos Avançados e Pesquisa em
Direito do Petróleo (CEDPETRO). Atualmente,
o centro de estudos realiza ou apóia cursos
de especialização, seminários, congressos, e
lançou a Revista Brasileira de Direito do
Petróleo - RBDP.
Já o Programa de Investimento em Pesquisa
e Desenvolvimento tem investimentos
oriundos dos campos que pagam
participação especial. Segundo dados da
Superintendência de Participações
Governamentais – SPG, até o ano de 2005
foram arrecadados R$ 1.751.208.635,64 para
a formação de recursos humanos e
tecnologia. Em 2005 foi regulamentada,
através da Resolução ANP 33/05, a utilização
dos valores advindos da cláusula de
investimentos em P&D. Seguindo as
disposições do regulamento, metade da
verba pode ser utilizada em projetos
diretamente contratados pela empresa, a
outra metade será distribuída para projetos
de instituições cadastradas pela Agência.
Mas a formação de recursos humanos
especializados não é desafio apenas da ANP.
No âmbito federal, o Programa Nacional de
Mobilização da Indústria do Petróleo
(Prominp) desenvolve um Plano de
Qualificação Profissional, que contou com a
aplicação por parte da Petrobras, de cerca de
R$ 157 milhões em projetos de capacitação
profissional do Ministério das Minas e
Energia. Há ainda a previsão de que a
empresa invista ao todo R$ 228 milhões na
formação e capacitação de 70 mil
trabalhadores em 40 entidades diversas e,
em todos os níveis de instrução, sendo
voltada principalmente para a área de
produção do setor de E&P.
A Petrobras, um dos players mais
importantes do mercado, também cresceu
significativamente nos últimos anos. Em 1998
o lucro líquido da empresa foi de R$1,4
bilhão, o qual foi aumentando a cada ano
até chegar ao patamar de R$ 25,9 bilhões no
ano de 2006. Para atingir suas metas, a
Petrobras aumentou e fortaleceu seu corpo
técnico. Além de vários concursos
promovidos pela empresa nos últimos dez
anos houve um investimento maciço em
treinamento, destacando-se a criação de uma
Universidade Corporativa e o incremento de
convênios com diversas universidades do
país.
Outra promessa para a geração de empregos
é a criação do complexo petroquímico do Rio
de Janeiro: a empresa estima a criação de
210 mil empregos diretos e indiretos e tem a
previsão de início das operações em 2012
(dados da empresa).
A abertura do mercado, o crescimento da
indústria e o investimento na formação de
recursos humanos, sem dúvida, demonstram
quão promissor é o mercado de trabalho do
setor de óleo e gás.
* Doutora em direito Internacional pela USP, Professora Adjunta de Direito Internacional privado na UERJ. Sócia do
Dória, Jacobina e Rosado Advogados Associados.
Colaborou na elaboração deste artigo Maria Angélica Araújo de Medeiros.
1 São as empresas que fazem a exploração e produção de petróleo e gás natural.
2 Dados retirados do SIGEP em 24 de janeiro de 2008
15
Cursos & Carreiras
Especialização & Capacitação
Diversidade aliada à qualidade
IBP oferece mais de 130 cursos
certificados pelo selo ISO 9001
Diversidade, qualidade e experiência.
Estão são as principais marcas dos mais
de 130 cursos oferecidos pelo Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (IBP), e ministrados
por profissionais tarimbados e com
ampla experiência em seu campo de
atuação. A qualidade dos cursos tem a
garantia e a chancela da certificação ISO
9001:2000, concedida pelo Bureau
Veritas, em janeiro deste ano.
A grade de cursos do IBP, que
completou 50 anos de existência em
2007, seguramente não possui similar
nas instituções de ensino do país, que
trabalham com conteúdo focado nos
diferentes segmentos da indústria
petrolífera. São cursos de curta e longa
duração; cursos de extensão, de pósgraduação Lato sensu. Podem ser
cursos teóricos, com aulas práticas e
até cursos fechados, criados
exclusivamente para atender a demanda
de uma determinada empresa ou
segmento.
As áreas a que atendem também são
variadas: petróleo, gás e combustíveis;
logística, petroquímica, SMS,
Engenharia, Equipamentos e
Manutenção, Direito Tributário, Direito e
Negócios de Petróleo entre outros.
“Mais de 90% dos cursos são de curta
e longa duração”, conta Renata Ribeiro,
Gerente de Cursos do IBP. Os cursos de
curta duração têm carga horária de 16 a
40 horas. Geralmente, duram uma
semana - de segunda a sexta - no
horário de 8h às 17h30. "Esses cursos
são realizados geralmente em salas
reservadas em hotéis. São cursos de
atualização para pessoas com nível
superior, mas com linguagem bem
prática", conta Renata.
O IBP também oferece cursos teóricos,
16
combinados com aulas práticas em
instalações de empresas, como
engarrafadoras de GLP, refinarias etc.
Bom exemplo são os cursos ligados à
área de Dutos e Inspeção, realizados
nas instalações do Centro de
Tecnologia em Dutos,localizado em
Campos Elíseos, no município de
Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense.
A diversidade de cursos do IBP é
concebida por comissões técnicas e
setoriais, compostas por mais de mil
executivos, que representam empresas
associadas à instituição. "Eles
acompanham as novidades e as
demandas do mercado. Além deles, os
próprios colaboradores do IBP trazem
novas sugestões, que são submetidas
ao crivo da comissão", frisa Renata.
Exemplo destas novidades é o Curso
Biodiesel - Tecnologia, Regulação e
Investimentos, a ser realizado nos dias
30 e 31 de outubro no Rio de Janeiro.
"Esse curso traça um panorama da
indústria. Mas ainda não tem aulas
práticas".
Outro segmento em que o IBP tem
atuado fortemente é o relacionado a
campos maduros. Renata conta que
nas regiões Norte e Nordeste, onde há
uma concentração maior de atividades
exploratórias onshore, o IBP se
antecipou ao mercado e tem
incentivado programas de treinamento
focados na exploração petrolífera por
pequenos produtores. O curso
Produção de Petróleo - Campos
Maduros terá 16 horas de carga horária
e ocorrerá na Bahia, nos dias 4 e 5 de
agosto próximo.
Ensino com experiência
Os cursos de pós-graduação lato sensu
são oferecidos pelo IBP em parceria
com a Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ). Têm carga horária
média em torno de 390 horas. As aulas
são ministradas nas dependências do
IBP, no Centro do Rio, duas vezes por
semana à noite e um sábado por mês.
Um dos destaques dos cursos de pósgraduação é o de Direito e Negócios do
Petróleo, Gás e Energia, coordenadora
pela experiente Dra. Marilda Rosado de
Sá, advogada, autora de livros e ex
assessora jurídica da Petrobras
Internacional e Diretora de Assuntos
Jurídicos da Repsol YPF Brasil, e exSuperintendente de Promoção de
Licitações da Agência Nacional de
Petróleo (ANP).
Outro curso de pós-graduação em
parceria com a UERJ é o de Engenharia
do Processamento Petroquímico,
coordenado pelo prof. Rodrigo Azevedo
dos Reis. Nova turma será formada em
maio próximo e terá carga horária de
450 horas.
Na linha de cursos de extensão, o
destaque é o de Gestão nos Negócios
de Exploração e Produção de Petróleo e
Gás, sob a coordenação do diretor da
ANP Newton Monteiro. As aulas são
semanais, das 18h15 às 21h15, e são
ministradas nas instalações do IBP no
Centro, do Rio. Entre os cursos de
extensão, Renata também destaca o
curso de Georeferenciamento Tratamento de Dados na Exploração de
Petróleo. O curso é coordenador peolo
prof. Paulo Buarque, da Associação
Brasileira dos Produtores Independentes
de Petróleo e Gás (Abpip).
Renata informa que todos os cursos de
curta duração e de extensão recebem
certificados emitidos pelo IBP, e são
reconhecidos pela indústria do setor. Já
os cursos oferecidos em parceria com a
UERJ, ressalta Renata, têm os
certificados emitidos e chancelados pela
própria universidade. Renata garante
ainda que "está em curso junto ao MEC
o processo de credenciamento dos
cursos de pós-graduação lato sensu,
oferecidos pelo IBP".
17
Cursos & Carreiras
Entrevista Silvio Celestino
Fórmula para o sucesso profissional
Especialista em Coaching de líderes aponta preparo
contínuo e visão de futuro como ferramentas para o
executivo se destacar no competitivo mercado de
trabalho do setor petrolífero
Marco Antonio Monteiro
Como é de conhecimento de todos, a indústria petrolífera
passa por um momento de efervescência. A partir de
1997, após quase meio século de domínio absoluto da
Petrobras, que formava seus próprios funcionários, o
mercado se abriu e passou a quebrar seguidas barreiras.
Hoje, embora ainda de forma errática, somos
praticamente auto-suficientes em petróleo. Produzimos
no país mais de 60% das embarcações e plataformas.
Mas a indústria sofre com a mão-de-obra desqualificada,
porque simplesmente não tem pessoal técnico ou de
nível superior em quantidade necessária para a demanda
das empresas. O pano de fundo de tudo isso é o barril
de petróleo na casa dos 100 dólares, contra 40 dólares em
média até 2004/2005. Resultado: as empresas disputam
a tapa funcionários de alto nível. Muitas vezes, trazem do
exterior profissionais para tocar projetos bilionários no
país.
Surgem então as seguintes dúvidas: Como deve se
comportar um executivo de alto nível, já empregado ou
em busca de emprego num mercado com este perfil? É
aconselhável fazer leilão salarial ou trocar de empresa na
primeira boa proposta que surgir? As respostas a essas
perguntas foram dadas pelo consultor paulista Silvio
Celestino, especializado em Marketing Pessoal e no
Desenvolvimento de Executivos com Foco Estratégico.
Celestino alerta que em setores como o petrolífero o
planejamento profissional tem de ser de longo prazo.
"Portanto, a empresa deverá escolher profissionais com
quem possam contar neste período maior. São aqueles
que demonstram persistência, estabilidade e visão de
futuro", frisa o consultor nesta entrevista exclusiva à
revista Cursos & Carreiras.
C&C: Como deve se comportar um profissional já
empregado num mercado como o petrolífero, globalizado
e com crescimento acelerado?
Celestino: Todo empregado em uma indústria em forte
crescimento e globalizada deve preocupar-se com seu
preparo contínuo em direção a tornar-se um profissional
de classe internacional. A razão para isto é que como os
resultados devem ser obtidos com velocidade crescente
as empresas irão buscar o recurso necessário para fazê-lo
acontecer. Inclusive, profissionais do exterior. Portanto,
mesmo com o mercado aquecido na sua área de atuação
a pessoa deve atualizar-se continuamente, buscar novos
conhecimentos e analisar com cuidado as oportunidades
na empresa em que atua e ao redor do mundo.
Entretanto, deve fazê-lo com muita ética e com visão de
longo prazo. Ou seja, deve buscar empresas cujos
princípios, valores e propósitos estejam alinhados com
os seus. A todo momento o que nós vendemos uns aos
outros é a nossa credibilidade, sendo assim, o
aprimoramento contínuo, a avaliação apropriada das
oportunidades ao redor do mundo e a conduta ética
devem ser as balizas para nossas escolhas.
C&C: Como deve se comportar um profissional
desempregado neste caso?
Celestino: Todo profissional desempregado deve olhar ao
seu redor e verificar se o desemprego está ocorrendo
somente com ele ou na sua área de atuação. Às vezes
mesmo que o mercado em que atuamos esteja bem a
nossa atividade específica na área pode estar em
declínio. Devemos observar também se há algum aspecto
de nosso comportamento que está dificultando a nossa
recolocação. Neste caso a melhor forma de descobrir é
pedindo um feedback de pessoas que trabalharam
conosco e fazer os ajustes necessários por mais
desafiadores que pareçam. Verificar também se algum
aspecto importante na nossa formação está ausente. Por
exemplo uma língua estrangeira ou um certificado em
algum processo específico. Lembre-se que se o mercado
está em ascensão no mundo todo o profissional será
comparado aos de outros países, portanto deve observar
se suas competências estão no mesmo nível daqueles
com quem irá competir. Caso negativo, fazer os cursos ou
atualizações necessárias em seu currículo.
Ao comparar as opções disponíveis, verificar a empresa
Cursos & Carreiras
que, dentro de uma faixa salarial que considera
apropriada, possuem propósitos, princípios e valores
semelhantes aos seus.
C&C: Fazer leilão salarial é aconselhável ou não?
Celestino: Leilão salarial somente é aconselhável se o
profissional tiver desenvolvida sua habilidade na
condução de negociações. Neste caso solicitar auxílio
externo de um consultor em RH ou um coach é
apropriado para que sua postura seja adequada e evite
situações que possam causar danos à sua imagem. Sua
credibilidade é o mais importante patrimônio, portanto
em uma negociação salarial a sua postura deve
transparecer a opção por sua carreira e o desejo de
ingressar na empresa. Se o interesse por um ganho
financeiro maior sobrepor-se a estes dois fatores passará
a mensagem de que poderá sair da empresa na primeira
oferta de um concorrente. Isto fará com que seja
declinado do convite de emprego e manchar sua imagem
a longo prazo. Evite que isto aconteça comportando-se
de forma ética e conduzindo com elegância e respeito a
negociação nos seus aspectos financeiros.
C&C: É possível ser considerado um profissional bemsucedido no mercado trocando de camisa a cada dois
anos?
Celestino: O sucesso de um profissional está atrelado à
sua conduta alinhada com valores, princípios e
propósitos elevados. Caso estas mudanças a cada 2 anos
estejam sendo conduzidas de forma apropriada sua boa
imagem pode manter-se perante o mercado.
Entretanto, algumas características denunciam se o
profissional está de fato evoluindo ou apenas focado no
seu ganho salarial. A maior evidência de que há evolução
real é observar se ele está sempre passando para um
cargo de nível hierárquico superior e com maiores
responsabilidades no desenvolvimento de pessoas. Se a
mudança é para um mesmo cargo em empresas
diferentes e somente com maiores salários é uma
indicação que pode ser interpretada como tratar-se de
alguém com pouca capacidade de assumir compromissos
de longo prazo e desenvolver vínculos. Além disso em
setores como o petrolífero o planejamento é de longo
prazo e portanto a empresa deve escolher profissionais
com quem possam contar neste período maior. São
aqueles que demonstrem persistência, estabilidade e
visão de futuro, características pouco prováveis em
alguém que muda de camisa a cada dois anos.
C&C: Mas não tem um momento que queima o filme do
profissional?
Celestino: Sim, caso o processo seja conduzido de forma
inapropriada. Ou seja, se pautado somente pelo aumento
salarial e na mesma função. É evidente que o profissional
é livre para mudar de empresa na freqüência que desejar
e conforme as oportunidades surgirem. Entretanto, deve
18
lembrar-se que há conseqüências para cada um de seus
atos. Se as mudanças são exclusivamente salarial e o
mantém no mesmo cargo, pode ser que a longo prazo
acabe caindo em uma armadilha: com o tempo estará
com idade onde suas competências gerenciais e de
desenvolvimento de pessoas serão mais relevantes que
as técnicas. Portanto, só mudar de empresa e ter salário
mais alto indicam apenas que o profissional sabe
aproveitar oportunidades, mas são insuficientes como
indicativos de sua maturidade e evolução.
C&C: O que o senhor recomenda como princípio básico
para o sucesso profissional a longo prazo, neste contexto
atual da indústria petrolífera?
Celestino: Em um momento de lucratividade elevada e
crescimento como o que atravessa a indústria petrolífera,
o sucesso de longo prazo está no desenvolvimento de
competências que permitam ao profissional assumir
responsabilidades cada vez maiores. Isto significa ser
capaz de gerir pessoas e desenvolvê-las. Afinal, as
empresas somente poderão existir em um tamanho maior
no futuro se houver profissionais treinados e formados
para apoiar sua operação. Como indivíduo deve fortalecer
sua alfabetização financeira. Ou seja, aproveitar os bons
ventos para aprender a investir e criar sua riqueza
pessoal de forma a reduzir sua exposição a períodos
onde o mercado em que atua esteja em declínio e
principalmente ter uma vida confortável e segura a longo
prazo. Além disso, deve aprimorar-se continuamente e
ficar atento a notícias, à legislação, ao mercado e a tudo
que possa indicar mudança de rumos da indústria
petrolífera. Observar também que em um mundo
globalizado as oportunidades de trabalho ocorrerão em
qualquer lugar. Portanto, além de tornar-se um
profissional de classe internacional e adquirir cultura
geral, sua capacidade de relacionar-se com pessoas de
outras origens será uma competência a se exercitar ao
longo dos anos que virão. É nela que nós, brasileiros,
temos um diferencial imbatível.
Silvio Celestino é autor do livro "Conversa de Elevador uma fórmula para o sucesso". É formado em
Administração de Empresas com pós-graduação em
Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (São Paulo) e
vice-presidente da Federação Internacional de Coaches,
Chapter - São Paulo. Atua como coach de líderes e
consultor em Marketing pessoal e estratégico em
empresas nacionais e multinacionais. É diretor da Enlevo
Marketing Studio, empresa de consultoria especialidade
no desenvolvimento de executivos com foco estratégico.
É membro da Internacional Coach Federation, dos
Estados Unidos. Possuiu certificado em Customer
Experience Management (CEM+) pela ShaunSmith+Co
(Inglaterra) e participação em vários cursos de
desenvolvimento pessoal no Brasil e nos Estados Unidos,
pela Landmark Education. Email:
[email protected]
Cursos & Carreiras
Emprego
Trabalhar no exterior: o sonho que pode
virar pesadelo
Engenheiro dá sugestões para evitar
situações constrangedoras para quem
decide trabalhar fora do país
O engenheiro especialista em
tubulação Custódio dos Santos, que
trabalha atualmente para Technip,
em Angola, criou uma série de dicas
e sugestões para o profissional da
indústria de óleo e gás, que
pretenda trabalhar no exterior. As
dicas são excelentes para ser livrar
de possíveis armadilhas contratuais
e evitar situações constrangedoras
quando se está trabalhando fora do
país. A primeira, e talvez a mais
importante dica antes de arrumar as
malas e partir para um novo
desafio: leia com muita atenção o
seu contrato de trabalho. Ele será
vital para garantir tranqüilidade no
dia-a-dia da sua vida pessoal e, por
extensão, profissional.
Quando se vai trabalhar no exterior,
legalmente para o Brasil, tem de se
pagar o Carne Leão (27.5%) do
Imposto de Renda.
Somente após completar um ano
Trabalho
Qual o horário de trabalho? Quantas
horas normais? Caso se ultrapasse,
como será tratado? em folga ou
dinheiro? Se em dinheiro, qual o
valor da hora extra.
O trabalho a ser executado será em
conjunto com o pessoal nativo? Em
que língua será o relacionamento
de saida do pais é que se pode dar
diário?
entrada na Receita Federal para
Terei de formar algum pessoal
nativo?
A empresa tem um bom material de
pesquisa (normas, catálogos, etc..)
algumas perguntas devem ser feitas
ao contratante, independente do
Pais em que se vai trabalhar. As
perguntas a seguir não têm a
pretensão de ser um guia, porém é
bom saber o que perguntar ao
futuro empregador antes de se
assinar um contrato.
- O pagamento vai ser depositado
no Brasil em Real ou no exterior em
Dólar? Caso seja depositado no
exterior, para enviar o dinheiro
usufruir da condição de “não
residente”, e ficar livre da
declaração do Imposto de Renda.
19
Cursos & Carreiras
no local de trabalho?Tenho de
levar alguma coisa?
-Vai ser aberta uma conta bancária
offshore para a minha manutenção
diária?
Qual será o valor mínimo para
minha manutenção?
Qual o valor máximo, em US$ ou
Euros, que pode se retirar do Pais?
- Como é o custo de vida do Pais?
Para se ter uma idéia, em Luanda Angola uma refeição sai por U$ 20,
no SOYO, cidade ao norte de
Angola, refeição US$ 26,00, café
da manhã US$ 15.00.
Moradia
A manutenção da casa é por conta
da empresa?
Tem internet na casa? Telefone
local?
Qual a distância da moradia ao
local de trabalho? Quanto tempo?
Comunicação
Tem internet no escritório?
Telefone local? Microcomputador?
Será dado telefone móvel para os
funcionários? Via direta ou cartão?
Se for cartão, qual o valor?
Segurança
Como é o sistema de segurança
para os funcionários da empresa?
Será feita uma palestra sobre o
assunto?
Em caso de acidente, inclusive
seqüestro, como é a cobertura do
seguro?
Visto
O trâmite de visto de trabalho
normalmente é por conta da
empresa contratante junto ao
Departamento de Migração do
governo local.
20
Quanto tempo demora? Quais são
os documentos necessários? É
necessário o aval do Ministério de
Relações Exteriores do Brasil nos
meus documentos?
É necessário algum documento
juramentado? Quem vai pagar tudo
isso?
No Pais para onde vou, posso
andar com o passaporte original
ou com o xerox carimbado?
Impostos
Nos contratos offshore que tenho
conhecimento, salário é
depositado em conta offshore livre
de taxas.
No caso abaixo, o funcionário terá
de pagar impostos ao governo
local. A perguntá será:
Quem vai tratar desse assunto
junto ao governo local?
O funcionário contratado terá o
comprovante de pagamento do
imposto? Como faço em relação ao
meu imposto de renda?
Pode ser negociado outra forma
de contrato?
Passagem
Posso redirecionar o itinerário,
caso o valor da passagem seja o
mesmo?
Na mobilização e desmobilização,
tenho direito a quantos quilos de
bagagem? A empresa vai pagar o
excesso?
Costumes
Tem alguma coisa que é comum
no Brasil e que no País para onde
vou é crime ou pode causar mal
estar?
Terei ajuda de custo (living
allowance)?
Quanto será o valor da ajuda de
custo para alimentação? Está
incluso moradia?
Família (filhos)
A empresa pagará a escola das
crianças?
Qual é o periodo escolar? Brasileiro
ou Europeu?
O transporte escolar é por conta
da empresa?
O certificado escolar para ser
válido no exterior tem
obrigatoriamente de ter o carimbo
do Ministério de Relações
Exteriores do Brasil?
Esposa
A esposa pode obter o visto de
trabalho no País?
A esposa terá transporte da
empresa para compras no
supermercado e outros afazeres
doméstico?
Seguro Saúde
Qual a cobertura do seguro saúde?
Tem cláusula de repatriamento ?
Quem paga os remédios em caso
de doença?
Caso leve a familia, qual a
extensão do seguro?
Contato Local
Assim que chegar ao País, procure
a Embaixada do Brasil e deixe seu
nome e endereço.
Documentos
Nunca deixe seu passaporte com
ninguém, guarde-o como se fosse
ouro.
Dica final: Quando se vai para o
exterior não se deixa nada para
depois, você não sabe quando
volta e se volta.
Custódio dos Santos [email protected]
Cursos & Carreiras
Artigo
As oportunidades para advogados na indústria do petróleo
Antonio Augusto Reis*
Desde os primeiros poços perfurados no
Brasil na década de 30, passando pela
criação e flexibilização do sistema de
monopólio estatal (estabelecido em 1953
com a criação da Petrobras e flexibilizado
com a promulgação da Constituição de 1988
e a edição da Lei nº 9.478, em 1997), e após
enfrentar duas graves crises internacionais
nos anos 70, a indústria do petróleo segue
contrariando aqueles que há muito já
proclamam o iminente esgotamento das
reservas mundiais. Estas continuam
crescendo e gerando oportunidades de
trabalho no Brasil e no mundo.
Basta lembrar que somente no final de 2007
e início deste ano a Petrobras anunciou as
descobertas das promissoras jazidas nas
áreas de Tupi e Júpiter, na chamada camada
pré-sal da Bacia de Santos, as quais,
segundo expectativa do próprio Governo
Federal, podem colocar o Brasil entre os
maiores produtores mundiais de óleo e gás,
podendo alcançar inclusive a condição de
grande exportador.
O cenário mundial, em que o preço do barril
de petróleo chega aos US$ 100, viabiliza a
exploração de campos com maior custo de
desenvolvimento (como aqueles na camada
do pré-sal), garantindo-se, assim, a
manutenção do crescimento da indústria no
Brasil. Este contexto impulsiona as
atividades de toda a cadeia de produção de
petróleo e seus derivados, do que decorre
uma demanda natural por mão-de-obra
qualificada para fazer face às expectativas de
crescimento.
Além das inúmeras oportunidades
profissionais que gera no âmbito das
ciências exatas e biológicas, também na área
jurídica há uma aquecida demanda por
profissionais preparados para lidar com as
questões específicas que afetam a indústria
do petróleo.
Assim como ocorre com outras atividades
empresariais, a indústria do petróleo gera
uma demanda por profissionais nas áreas
tradicionais do Direito, tais como comercial,
civil, tributária e trabalhista. Mesmo nestes
casos, um conhecimento técnico mínimo e o
entendimento específico sobre as questões
jurídicas que afetam a indústria são
requisitos fundamentais para a contratação
de profissionais.
Na área comercial, por exemplo, o advogado
deve estar apto a lidar, não só com as
questões gerais associadas ao dia-a-dia de
uma empresa, mas principalmente com
sofisticadas operações como as de formação
de contratos de parceria para participação
em leilões da Agência Nacional de Petróleo
(ANP) e para a operação conjunta das
atividades de exploração e produção (Joint
Bidding Agreement – JBA e Joint Operation
Agreements – JOA) e os contratos de
transferência dos direitos de exploração e
produção de óleo e gás (Farm in/out).
A forte regulação estatal do setor e o grande
potencial poluidor da atividade fazem surgir,
ainda, uma demanda específica por
profissionais especializados em áreas menos
tradicionais como Direito Regulatório e
Ambiental.
Na área ambiental, por exemplo, é
interessante notar como o histórico da
evolução da legislação de proteção do meio
ambiente no Brasil vem fazendo crescer a
busca por profissionais especializados, tanto
de formação técnica quanto jurídica.
As atividades de exploração e produção têm
por característica marcante a rigidez
locacional (ou seja, não se escolhe onde
estarão as grandes jazidas), não sendo
possível, portanto, “optar” por locais
“menos sensíveis” do ponto de vista
ambiental para desenvolvê-las. Ademais,
sabe-se que os impactos negativos das
atividades de óleo e gás podem ser
significativos (a despeito dos vários
impactos positivos da atividade). Não por
outras razões, a legislação ambiental
aplicável ao setor vem constantemente
evoluindo, desde a total ausência de
regulação no início da atividade no Brasil
até chegar aos dias de hoje com normas
específicas para regular desde a atividade de
sísmica (upstream), as etapas de refino e
transporte (midstream) e, até mesmo, os
postos de revenda de combustíveis ao
consumidor final (downstream).
Veja-se, por exemplo, que atualmente quase
todas as atividades incluídas na cadeia de
produção de óleo e gás estão sujeitas a
prévio processo de licenciamento ambiental
(em regra conduzido pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA - quando se trata de
exploração offshore e pelos órgãos
ambientais dos Estados nos casos de
exploração onshore). Além disso, o
profissional desta área lidará com
procedimentos como os de auditoria
ambiental, que são obrigatórias no caso da
indústria do petróleo. A especialização dos
profissionais é ainda fundamental para
auxiliar as empresas na interação estratégica
com os diversos stakeholders da indústria,
inclusive as comunidades locais (ex:
pescadores) e as Organizações Não
Governamentais que atuam no setor (ONGs).
A edição da Lei de Crimes Ambientais em
1998 e o estabelecimento de pesadas multas
na legislação ambiental (que podem chegar
a R$ 50 milhões para os casos mais
significativos de poluição), somados à
Antonio Augusto Reis
crescente atuação dos Ministérios Públicos
Federal e dos Estados fazem, também, com
que o conhecimento aprofundado da
legislação no que se refere à
responsabilidade ambiental seja um
diferencial para os profissionais que
pretendam atuar na indústria do petróleo.
Se, de um lado, há uma crescente demanda
por profissionais nestas áreas, por outro,
existe também uma grande competição por
vagas, em razão do que uma formação
profissional e acadêmica sólida é
fundamental para aqueles que pretendem
brigar pelas melhores posições no mercado.
Já há algum tempo, o mercado de formação
acadêmica está atento à demanda criada por
essa área e diversas instituições de ensino
superior já criaram programas de extensão e
especialização voltados para profissionais
que trabalham ou desejam ingressar no setor
de petróleo. Tais cursos, muitas vezes,
combinam disciplinas jurídicas com outras
que visam fornecer ao advogado atuando
nesta área um entendimento básico sobre as
principais questões técnicas relacionadas às
atividades dessa indústria.
É importante que o interessado procure
cursos em que os instrutores possuam, além
de boa formação acadêmica, uma
significativa experiência prática no setor.
Além disso, considerando que a experiência
profissional será decisiva no futuro daqueles
que pretendem trabalhar nesta área, é muito
importante aproveitar também todas as
oportunidades de trabalho, ainda que sejam
simples estágios acadêmicos.
* Antonio Augusto Reis
Mestre em Direito Ambiental pela Pace University
Law School, NY - Associado da área de Direito
Ambiental de Tauil, Chequer e Mello associada a
Thompson & Knight LL.P.
21
Cursos & Carreiras
Artigo
Desafios e conquistas dos profissionais de engenharia
Reynaldo Barros*
O Conselho Regional de Engenharia
Arquitetura e Agronomia do Rio de
Janeiro (Crea-RJ) tem atribuições que
perpassam o dia-a-dia de toda a
sociedade. Em benefício dos
profissionais, esse compromisso
abrange a luta pelo pagamento do
salário mínimo profissional, a garantia
de emprego e a vigilância sobre o
exercício ilegal da profissão. Perante a
população do estado do Rio de Janeiro,
o conselho tem outras obrigações,
como propor soluções para o
crescimento desordenado das cidades,
a preservação do meio ambiente, a
acessibilidade dos deficientes físicos e
um sem número de ações que
assegurem melhor qualidade de vida.
Após mais de 20 anos de estagnação, o
mercado de trabalho para os
profissionais do sistema se mostra
acolhedor. O boom imobiliário, as obras
do PAC, os novos campos de petróleo e
gás descobertos pela Petrobras
prenunciam muitos empregos. Neste
momento, a responsabilidade do CreaRJ se multiplica, pois a fiscalização do
exercício legal da profissão se faz ainda
mais necessária. Como já fizemos
anteriormente, não podemos permitir
que profissionais estrangeiros venham
tomar o lugar de trabalhadores
brasileiros. Ainda mais quando isso é
feito sem o devido registro no sistema.
Realizamos fiscalizações em diversas
empresas e fazemos campanhas
educativas para que se reconheça o
valor do profissional brasileiro.
Outra questão que requer atenção e
vigilância é o acobertamento, que
ocorre quando um leigo desenvolve um
projeto e “compra” a assinatura de um
engenheiro a fim de legitimar o
empreendimento. A prática representa
um alto grau de risco para as
construções e coloca em jogo a vida de
pessoas inocentes. Para tentar diminuir
a ocorrência desta ilegalidade, o Crea-RJ
luta pela aprovação, na Câmara dos
22
Deputados, do Projeto de Lei
6.699/2002, que transforma o exercício
ilegal das profissões abrangidas pelo
conselho em crime punível com penas
de prisão por até dois anos. Ao
endurecer a punição, a proposta
representa uma importante barreira
para conter o avanço de maus
profissionais.
Outro dispositivo criado pelo conselho
para proteger o profissional é o
Atestado de Conformidade Profissional.
Para receber o certificado, empresas
devem atender a alguns requisitos,
como o pagamento do salário mínimo
profissional determinado pela Lei
4950/66 e a emissão de Anotações de
Responsabilidade Técnicas (ART). A ART
é um mecanismo de proteção tanto dos
profissionais como da sociedade. O
Crea-RJ exige que toda obra tenha um
engenheiro responsável e isso deve ser
determinado na ART, antes mesmo que
a obra se inicie. Através da ART, um
profissional fica obrigado a responder
pela obra. Além de resultar em projetos
mais seguros, a ART permite que, em
caso de acidentes, o responsável seja
identificado e pague por seus erros.
Para auxiliar estudantes e profissionais
que buscam maior qualificação para o
mercado de trabalho, item que está em
evidência neste novo cenário de
oportunidades, principalmente em
setores como a construção civil e
offshore, o Crea-RJ disponibiliza o
Progredir. Mais de 10 mil profissionais e
estudantes já participaram do programa
de capacitação, que organiza palestras
técnicas, cursos de curta duração e
cursos on line para esse público. O
objetivo é atender às demandas
diferenciadas de cada região do Estado,
principalmente no que diz respeito à
inovação tecnológica.
Por falar em tecnologia, o conselho
acaba de lançar em seu site um novo
banco de empregos virtual. A nova
ferramenta funciona como uma vitrine,
em que o profissional pode expor seu
Reynaldo Barros
currículo e, ainda, incluir o portfólio de
seus trabalhos já realizados, detalhar
experiências na área e disponibilizar
fotos, vídeos, artigos e podcasts para
demonstrar suas competências. A idéia
é facilitar ainda mais a interação entre
os profissionais e empresas do setor,
qualificando os processos de seleção
realizados em todo o país.
Diante da população, o Crea-RJ firma-se
como órgão fiscalizador de obras,
defensor do meio ambiente e
fomentador de soluções para a
desordem urbana. Mais do que um
representante de determinadas
categorias, tornou-se uma entidade com
visão macro dos problemas do estado,
oferecendo seus conhecimentos e
experiências na tentativa de minimizar
as dificuldades inerentes ao seu campo
de ação. Ao incentivar a participação de
seus profissionais na elaboração de
políticas públicas de urbanismo,
colabora para a melhoria da qualidade
de vida dos fluminenses. Daqui pra
frente, outros desafios se pronunciarão,
mas, certamente, o caminho adotado
até agora - da transparência e do
diálogo - será sempre o mais acertado e
o único capaz de atrair novas
conquistas para os que são
representados pelo órgão.
* Reynaldo Barros é presidente
licenciado do Crea-RJ
Cursos & Carreiras
Artigo
Como encarar uma entrevista de emprego?
Rosangela Grigoletto*
A realidade é que não existe uma ‘receita’ para enfrentar
testes e a conseqüente entrevista de emprego, o candidato
pode tomar alguns cuidados com aspectos que certamente
serão avaliados pelas organizações, sendo um dos
principais a insegurança. Geralmente, os testes seguem três
etapas.
Saiba ouvir, não interrompa seu interlocutor;
Evite respostas fechadas: “sim” ou “não”;
Demonstre otimismo;
Se o entrevistador der um tom muito informal à conversa
não entre na dele; também não seja formal demais para não
diminuir a naturalidade.
Muitos nem imaginam, mas ao entrar em contato para
A contratação de um novo funcionário gera expectativa
avisar sobre o envio de um teste on-line, o avaliador já
tanto
para a empresa, quanto para o candidato. Não é só o
está atento às atitudes e ao comportamento do candidato.
entrevistador
que deve perguntar, o entrevistado também.
Nas etapas seguintes, o pretendente à vaga passa pela
Se derem oportunidade e as questões não foram incluídas
avaliação do responsável pelo recrutamento e do superior
na
própria entrevista, é claro.
hierárquico. É difícil um processo seletivo que não tenha
Algumas indagações são pertinentes:
uma entrevista. Por melhor que tenham sido os testes, o
recrutador precisa da avaliação ‘cara
Quais serão suas responsabilidades?
a cara’. Realizada individualmente ou
Qual o nível hierárquico para o qual
em grupo, esse teste não é um bichoresponderá?
de-sete-cabeças como muitos
O melhor é ser natural, pois
Quando será o início do trabalho?
imaginam. É apenas o momento em
não há técnica que a
As condições da contratação (salário,
que o candidato precisa ter convicção
substitua, porém, existem
jornada
de trabalho e benefícios).
das suas capacidades para transmitialguns segredos para projetar
las de forma segura ao avaliador, ou
Não esqueça “nunca” que as
uma imagem positiva
melhor, precisa convencer o outro
informações de seu currículo serão
sobre características e capacidades de
checadas, portanto, não invente!
si próprio.
Antes, durante e depois da entrevista
O melhor é começar pela naturalidade, pois não há técnica
que a substitua. Para isso, existem segredos que podem
ser usados para aprimorá-la e que ajudam a projetar uma
imagem positiva. Alguns deles são básicos, como chegar
com antecedência, escolher uma roupa adequada e
confortável, mantendo seu estilo pessoal, claro, que sem
exageros, pois antes da primeira fala o entrevistador irá
observá-lo e sua aparência fará parte da análise. Abaixo,
alguns outros:
ele é o guia da empresa para conhecê-lo. Certamente, no
decorrer do processo as informações serão confirmadas.
A maior parte do tempo de uma entrevista é composta de
perguntas e respostas, esteja pronto para as mais usuais:
Por que você se acha capaz de assumir o cargo?
Baseado em quais de suas experiências você se acha capaz
de trabalhar conosco?
Nunca subestime a influência das primeiras impressões;
Qual ou quais de suas habilidades podem ajudar no
crescimento da empresa?
Chegue com antecedência;
Fale um pouco sobre você?
Leve um currículo atualizado;
Por que você aceitaria esse cargo?
Pesquise mais informações sobre a empresa;
Uma entrevista bem elaborada pode durar até uma hora.
Esteja preparado para esse tempo, não demonstre
impaciência, não fique olhando o relógio. Agüente firme e
sucesso!
Procure saber detalhes sobre o cargo pretendido.
No decorrer da entrevista:
Cumprimente o entrevistador com firmeza. Sorria!
Converse olhando nos olhos;
Mantenha o tom da voz adequado;
Incline-se na direção de seu interlocutor;
Mantenha suas mãos paradas, apenas gesticule
quando for falar;
*Rosangela Grigoletto é professora de Redação e
Português Empresarial do Programa Cead – Cursos
Especiais de Aprimoramento e Desenvolvimento, mantido
pela Contmatic Phoenix, empresa desenvolvedora de
softwares administrativos e contábeis.
23
Cursos & Carreiras
Artigo
A indústria do petróleo e o profissional do meio
ambiente
P.DSc. Roberto Roche*
[email protected]
O efeito das atividades humanas sobre
o meio ambiente aumentou
significativamente a partir do início da
Revolução Industrial, no final do século
XVIII. Desde este período até os dias
atuais, o impacto das atividades
industriais, dos grandes aglomerados
urbanos e da expansão da agricultura
sobre a biosfera só cresce.
A maior preocupação com o meio
ambiente exerceu um grande impacto
sobre as atividades empresariais,
principalmente na indústria do petróleo.
A partir de meados da década de 1980,
a maioria dos países criou leis
ambientais ou tornou as existentes
mais restritivas, regulando as atividades
industriais e comerciais, no que
concerne a seus impactos sobre o solo,
a água e o ar.
Para garantir o cumprimento da
legislação, surgiram órgãos ambientais
nos diversos níveis governamentais.
Paralelamente, houve um aumento
exponencial no número de ONGs
(organizações não-governamentais),
atuando de maneira crítica em relação
às atividades dos governos e das
empresas. Para completar este quadro,
acrescente-se a maior conscientização,
com o surgimento da imprensa
especializada e pela maior importância
dada ao tema por veículos de
comunicação de massa.
Essas mudanças, se devem
principalmente à alta competitividade
associadas às exigências das leis
ambientais , que com maciço apoio
popular imprimiram uma velocidade
muito mais acelerada ao mercado,
afetando significativamente as
empresas, em todos os setores da
economia.
No caso da industria do petróleo , com
relação ao meio ambiente, muita
24
degradação e impactos foram gerados.
Atualmente, para se manter no
mercado, as empresas precisam
contratar profissionais cada vez mais
qualificados e especializados de
diversos setores e com a preocupação
do meio ambiente em foco. Um curso
de pós-graduação ou MBA e falar inglês
fluentemente são requisitos
fundamentais para uma boa colocação
na área petrolífera.
É notório o aumento do número de
empresas estrangeiras se instalando
no Brasil e a oferta do profissional de
meio ambiente com os requisitos
mencionados acima são escassos. É
nítido também o aumento do valor de
remuneração para este profissional.
A grande maioria das empresas vem
enfrentando dificuldades na relação
com os órgãos ambientais em face à
necessidade de se cumprir exigências
da área e observa-se a falta de
profissional qualificado para lidar com
essa nova realidade, particularmente no
que se refere aos cuidados do meio
ambiente. Vários projetos de
adequação ou licenciamento não estão
indo adiante por falta deste profissional
qualificado.
É fato que o bem mais precioso de
uma corporação é o conhecimento,
sendo o grande diferencial
competitivo. Ou seja, a economia atual
está baseada no capital intelectual, no
qual as pessoas é que fazem a
diferença. Conhecimentos específicos na
área ambiental são características que o
mercado tem exigido dos seus
profissionais.
O profissional que a industria do
petróleo atual requer deve saber e
praticar a Gestão Ambiental, que têm
como princípios: a Qualidade;,
Segurança ,Saúde e Meio ambiente -
Roberto Roche
para que efetivamente se atinja o
Desenvolvimento Sustentável. Este tem
que proporcionar à sua empresa
vantagens competitivas como: redução
de custos, em função da economia de
recursos naturais e diminuição da
geração de resíduos; possibilidades de
conquistar mercados restritos que
exijam certificações ambientais; redução
das indenizações por responsabilidade
civil, e danos ambientais e atendimento
às legislações inerentes ao meio
ambiente
Qualquer que seja a sua área de
trabalho, o profissional da indústria do
petróleo deve conhecer o que é a
Gestão Ambiental. Deverá saber que a
gestão visa ordenar as atividades do
dia-a-dia, para que tenham com meta
principal o menor impacto possível
sobre o meio ambiente, e que a
empresa tenha seus projetos aprovados
e não venha sofrer conseqüências por
infringir a legislação ambiental.
* Pós -Doutor em Avaliação de
Impactos Químicos UCLA-USA, PhDBioquímica Ambiental, Universidade
Católica de Los Angeles-USA; MBA em
Gestão Ambiental, Universidade de
Harvard - USA; Mestre em Química
Ambiental, Universidade do Texas A&MUSA; Ex-Conselheiro do CONAMA ;
Auditor Líder Sênior e Perito Ambiental
como colaborador junto ao Ministério
Público; Membro da Comissão de
Certificação Técnica Ambiental-ABNT e
Consultor para a PDVSA, DNP, ELLOPUMA, Record Engenharia, Navegação
Cunha, União Transporte.
Cursos & Carreiras
Confira a seleção de cursos a serem ministrados em diferentes locais do país nos próximos meses
Instituição
Abende
Cursos Técnicos, Extensão, Graduação
e Pós-graduação
Curso Básico de Ensaios Não Destrutivos e
Técnicas Preditivas de END e Manutenção /
Sistemas de Gestão Integrados com ênfase
na área de END
DLA
Tecnologia do Processo de Soldagem;
Supervisor Técnico de Tubulações, SMS e
Instrumentação; Habilitação de Cargas
Perigosas
Escola Politécnica da USP
Graduação e Pós em Engenharia Naval e
Oceânica
Instituto Brasileiro de
Petróleo
Pós em Engenharia de Petróleo - Ênfase
Construção de Poços Especialização em
Engenharia de Instrumentação Industrial
Faculdade do Centro Leste Pós-graduação em Engenharia de Petróleo e
Engª de gás natural
(ES)
Informações para contato
website
(11) 5586-3199 [email protected]
www.abende.org.br/
(21) 2224-0474 [email protected]
Tel. (11) 3091-5350
(21) 2112-9021 / 2112-9034 [email protected]
Vitória (27) 3328-2828
www.dla.com.br
www.pnv.poli.usp.br/pnv/index.htm
www.ibp.org.br/loja
www.ucl.br/
MBA Gestão de Negócios em Petróleo e Gás
FGV-Niterói
MBA em Gestão de Negócios da Indústria
Naval e Offshore
Niterói (21) 3302-2203
Funcefet-Rio
(ESFO) Engenharia de Equipamentos On e
OffShore
Rio de Janeiro: (21) 2567-7895 / 2264-8847
Macaé: (22) 2762-9887 / 8823-5621
Pós-graduação Lato Sensu em Negócios
de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
São Paulo (11) 3732-3500 /
3732-3535 - email [email protected]
Fundação Instituto
de Administração (FIA)
Puc Rio (CCE) Instituto de
Energia PUC-Rio
Sindmar / Centro de
Simulação Aquaviária
Pós-Gradução Lato Sensu Engenharia de
Petróleo
Pós -Graduação Lato Sensu Engenharia de
Processo
Teinamento em Simulador de Sistemas de
Posicionamento Dinâmico de Embarcações /
Gerenciamento de Passadiço / Apoio
Marítimo
Pós em Sistemas Offshore / Pós Segurança
UFRJ/ Coppe - Politécnica e
Aplicada a Projetos de E&P / Pós em
Laboratório de Educação
Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e
Continuada Offshore
Curso de Extensão - Exploração e Produção
Offshore
de Petróleo no Mar
Ulbra (RS)
Graduação Engenharia de Petróleo
Universidade Estácio de Sá Pós em Gestão de Petróleo e Gás
Universidade Veiga de
Almeida
Processos Gerenciais em Petróleo e Gás
USP Ribeirão Preto - dept.
Química
Curso de Extensão de Biodiesel - Micro
Usinas
Gestão em Petróleo e Gás
www.capital-h.com.br
www.funcefet-rio.com.br/
www.fia.com.br
0800 9709556
www.engenhariadepetroleo.com
www.cce.puc-rio.br
(21) 3125-7600
http://www.aquaviarios.com.br/
Tel. (21) 2562-8715, 2562-8738 e 2562-8742
www.oceanica.ufrj.br/labeco
Canoas (51) 3477-9100 / [email protected] www.ulbra.br/graduacao/eng_petroleo.htm
telefone (21) 3231-0000
www.estacio.br/posgraduacao/
cursos/engenharia/pet_gas.asp
Rio (21) 2574-8888
www.uva.br/
(16) 3602-3743 / [email protected]
www.ffclrp.usp.br/
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