Resumos de Epistemologia e modelos teóricos

Transcrição

Resumos de Epistemologia e modelos teóricos
Resumos de Epistemologia e modelos teóricos
O positivismo
Positivismo é diferente de psicologia positiva.
Auguste Comte (1798 – 1857)
Quando os homens e mulheres que viveram com este estado, quando tinham dúvidas
recorriam a divindades. Algo que está lá em cima, que explica o seu mundo e o cá de baixo.
Quando já não são criaturas com determinada personalidade, figura, mas sim causas
abstractas.
Quando as coisas são o que são. A explicação reduz-se a termos reais, concretos,
abdicando das causalidades não observáveis, da natureza íntima das coisas.
O positivismo como uma nova religião no sentido de que chegamos ao paraíso, ao
novo mundo onde todas as respostas vão ser obtidas através da ciência.
Procurar a verdade, não a verdades absolutos, depois de muita descrição podemos
chegar a previsão do fenómeno.
Recolha de dados para chegar a generalizações.
Nem objecto nem o método servem, seguindo o critério do positivismo. As motivações
da alma não podem observar-se. A introspecção “eu não posso estar a janela e ver-me passar
na rua”.
O desenvolvimento do Positivismo
O positivismo, não morreu com isso, alguns chamaram visão negra do universo “tudo é
matéria”
Claude Bernard (1813-1878)
Toda a ciência é boa se podemos utilizar o método experimental. Se a psicologia
conseguir utilizar este método então é ciência.
Não se vê, verifica-se que está lá alguma coisa que tem determinadas características.
Podes ver com os olhos da razão, se estiver alguma coisa onde não vejo nada, operacionalizo,
está lá alguma coisa e aquela coisa tem de ter estas características. Não se vê mas verifica-se.
A ciência faz-se através de observações “puras e castas”, sendo que na mente do
cientista tem de existir uma grelha prévia.
Têm de se ter cuidado com a observação de dados, uma vez que temos o exemplo do
heliocentrismo vs o geocentrismo. Os dados observados é que o sol gira à volta da Terra mas
actualmente sabemos que apesar de observarmos isso, a Terra é que gira à volta do sol.
Thomas Kuhn (2ª metade do séc. XX)
1. Ciência Normal: A ciência é uma actividade social humana, como todas as outras, não
olhem para ela como isenta, onde os cientistas são semi deuses.
2. Anomalia do modelo
3. Crise do modelo
4. Revolução que leva a
5. Novo paradigma
Ciclo da ciência – um tem o poder, outro começa a ter mais argumentos e passar de
emergente a dominante.
Karl Popper (1902-1994)
Karl Popper é um dos grandes paladinos da ciência.
Afirma que se tivermos de seguir um critério científico vs não cientifico é a
falsificabilidade (amigos da sociedade aberta vs inimigos da sociedade aberta).
Exemplo da relatividade – Einstein, nestas circunstancia a minha teoria é falsa –
falsificável mas não falsificada.
Exemplo da psicanálise – Teoria geral do psiquismo humano que não é falsificável
(qualquer teoria, conjunto de conhecimentos que formule axiomas que possam ser colocados
a prova, feita esta experiencia se o resultado A é falso, resultado B é falsificável) é científica se
se poder colocar em causa.
Exemplo da astrologia – Afirmam-se determinadas coisas que podem não se
verificar no momento mas isso só ser possível à posteriori. Por exemplo, não se pode estudar o
universo vendo mas sim supondo com regras da luz, etc.
PSICOFÍSICA: Weber e Fechner
Estímulos que são ouvidos pelo ser humano e o que provoca nas sensações do ser
humano.
Ernst Weber (1795 – 1878)
Principais contributos:
 Limiar dos dois pontos (compasso de Weber)
Mede a distância entre dois pontos necessária para que o indivíduo possa relatar que teve
duas sensações distintas. Sem olhar o aparelho, que se assemelha a um compasso para
desenho, os sujeitos são solicitados a contar se sentem um ou dois pontos da pele sendo
tocados. Quando os dois pontos estão próximos um do outro, os sujeitos relatam uma clara
sensação de que se um ponto foi tocado. Com o aumento da distância entre as duas fontes de
estímulo, os sujeitos mostram-se incertos sobre se sentem uma ou duas sensações. Por fim, é
alcançada uma distância em que os sujeitos relatam dois pontos diferentes de estimulação.
Esse procedimento demonstra o limiar de dois pontos, o limiar no qual os dois pontos de
estimulação podem ser distinguidos como tais. Weber demonstrou que esse limiar varia em
diferentes partes do corpo do mesmo sujeito, e de um sujeito para o outro na mesma parte
corpo.
 Diferença mínima percebida (pesos)
Weber desejava determinar a diferença apenas perceptível, isto é, a menor diferença
entre pesos que podia ser detectada. Para fazê-lo, pedia a seus sujeitos que levantassem dois
pesos, um peso-padrão e um peso de comparação, e relatassem se um era mais pesado do que
o outro. Pequenas diferenças entre os pesos resultavam em julgamentos de identidade;
grandes diferenças, em julgamentos de disparidade
Gustav Theodor Fechner (1801-1887)
Há dois grandes nomes da psicofísica: weber só psicofísica, Fechner como metafísico
(estudo das relações alma-corpo) e místico, entrou para psicologia para provar cientificamente
que a alma existia,
O Fechner achava que havia 2 visões da vida:
 Visão a preto e branco (só matéria em movimento)
 Visão mais solar (à algo para além da matéria, visão brilhante do mundo, onde à um
lugar para a alma).
Ser metafisico é mau currículo para ser o pai da psicologia, Fechner é bastante maluco,
tinha ideias em sonhos, tinha visões e a forma das executar eram bizarras. Uma das coisas que
encontra é a psicofísica, algo que está dentro do observável, fisiologia dos sentidos,
afterimages.
Através de experiências nele mesmo, que provocam afterimages, como por exemplo, olhar
para o sol e depois olhar para uma sala escura onde ainda vemos a imagem do sol, faz uma
lesão na vista que provoca um esgotamento e depressão, sendo que recupera de uma forma
bastante estranha, quando uma amiga lhe conta que teve um sonho em que via uma dieta que
o iria curar, carne cura com vinho do reno e sumo de limão, fazendo isso durante 21 ou 22 dias
ficou curado.
Como já sabia como havia de descobrir a forma de estudar cientificamente a alma,
através de livros que tinha lido sobre limiar absoluto e diferencial, vai directamente para o
laboratório fazer esses estudos.
Lei de Weber/Fechner:
O importante é que temos uma formula onde de um lado da equação temos o mundo
perfeitamente quantificável dos estímulos (decibéis, etc) e do outro lado da formula temos
algo que podemos chamar da fisiologia, a sensação é um fenómeno subjectivo, o mesmo
estímulo pode provocar reacções completamente diferentes.
A sensação é onde o Fechner diz que pode entrar a alma.
São estas coisas que ele escreve em 1860.
Este livro fornece métodos elegantes (pasta organizada com os pesos, estímulos) e
precisos (variações).
Wilhelm Wundt (1832 – 1920)
Única data que é preciso decorar – 1879 – criação da psicologia porque precisavam
de coisas palpáveis, e foi a data da criação do laboratório de Wundt. Experiência de tempo de
reacção.
Porquê Wundt foi o escolhido como pai da psicologia? Ideia da caderneta de
cromos da selecção, sendo que o Wundt é o que chegou com a caderneta cheia, pelos seus
anos de formação. Uma variável subjectiva, é que Wundt ao contrário dos outros, sabe que
quer abrir uma nova ciência chamada psicologia, uma motivação que também é importante.
Era importante que ele tenha a linguagem filosófica da altura, família filosófica era o
empirismo, provem das sensações e vão-se apropriando das coisas mais simples para os
complexos.
(Como se resolvem os problemas?)
Primeira coisa na ciência é descrever o objecto de estudo. Sendo que para Wundt o
objecto de estudo são os conteúdos da consciência. Ex: Sensações e afectos.
Objectivo da psicologia:
Método: Introspecção laboratorial (controlada)
Este método supera a introspecção filosófica porque controlou um pouco mais as
experiencias, iguais para todos os sujeitos, os relatos dos sujeitos passaram a ser muitos
descritivos, primeira tentativa de laboratorializar o estudo da consciência.
Wundt sugere começar de cima para baixo, estudar o pensamento comparando com o
pensamento de povos diferentes.
Em Wundt estudava-se os estados e conteúdos da consciência para os funcionalistas
isso vale pouco, o que interessa é para que serve a consciência.
Em relação ao objecto de estudo, Wundt diz que é a consciência, os
comportamentalistas como John Watson dizem que esta não pode ser o objectivo porque não
é observável, sendo que o objectivo terá de ser o comportamento tendo como método a
observação do mesmo, sendo que depois se passa para o método experimental.
Criticando as características atomistas de Wundt em que divide a mente em partes
para se poder estudar, está a Psicologia de Gestalt, de W. Kohler que nos diz que o todo é
diferente das somas das partes, sendo que não podemos dividir a mente humana para estudar
cada parte, tendo que se analisar a mente como um todo.
Pragmatismo e funcionalismo
Pragmatismo – Filosofia
Funcionalismo – Pragmatismo aplicado à psicologia.
William James (1842-1910)
Clareza de ideias e motivação que seduzia as plateias.
Oposição a Wundt - Nos primeiros artigos que ele escreve diz que a
psicologia de Wundt não é o caminho da psicologia.
Alternativa aos “conteúdos” - Não são os estudos da consciência mas as
funções da consciência, têm de se estudar as pessoas e a adaptação ao ambiente,
sendo a função da consciência a de guiar a pessoa para os fins adequados.
A consciência, é sempre de alguém (cada um tem a sua); é fluida (fluxo-consciencia é
uma onda da consciência; muda constantemente (não havendo duas experiências iguais); é
continua (sem interrupções bruscas) e é selectiva (daquilo que são os estímulos do meio posso
filtrar).
Peirce e William James
Conclusões da consciência:
- Caracter selectivo – homem selecciona com os seus objectivos filtrar ou não filtrar.
Escola de Chicago
James Rowland Angell (1869-1949)
John Dewey (1859 - 1952)
Outros funcionalistas:
Mulheres na psicologia funcionalista americana:
Darwin e a Psicologia
Darwin (1804 – 1882)
Influências de Darwin na psicologia, segundo J. Correia Jesuino
(Quem é J.Correia Jesuino?)
1) Psicologia Animal: a continuidade entre animais (humanos e não humanos)
Darwin: “The expression of the emotions in Man and Animals” (1872).
Livro que inaugura a psicologia animal, ele compara fotografias de
pessoas com culturas diferentes com determinadas emoções, actores que entram a fazer
também as emoções e estudo com o que está a acontecer e compara isso com as espécies de
animais.
Romanes: “Animal Intelligence” (1882). Método anedótico.
Colectânea com animais inteligentes historia do cavalo
Lloyd Morgan: cuidados com a antropomorfização. “Cânone de Morgan”.
Historia do golfinho, sentimentos que nos pomos aos animais a dizermos que dizer que ele esta a sorrir, mas é uma projecção.
Thorndike
2) Mudança no objecto de estudo
Dos “Conteúdos” para as “Funções” da Consciência. 2º Influência de
Darwin na psicologia, os conteúdos não interessa, interessa para que é que eles servem.
3) “Darwinismo Social”
Spencer (1820 – 1903): “Survival of the fittest”
Será que as leis que Darwin estuda noutras espécies animais, da luta
pela sobrevivência, da adaptação, selecção natural, essas ideias também vingam na sociedade
humana? Surge esta questão para antropólogos, sociólogos, psicólogos estudarem também.
4) Psicologia Diferencial
Aquela parte dedicada a medir diferenças entre os indivíduos
Francis Galton
Desenvolve a psicometria (ao serviço da eugenia, ou seja, levar os
genes ao seu melhor)
Acreditava numa correlação entre inteligência, algumas características
fisiológicas e nos factores hereditários que a influenciam.
Uso das estatísticas
É o primeiro a criar maneiras de aplicar os princípios de Darwin mas
não só físicas como mentais e psíquicas, desenvolvendo pequenos testes. Ele
achava que o que Darwin tinha deixado devia ser aproveitado para melhorar a
espécie, dando possibilidade aos melhores para reproduzir mais.
Alfred Binet
Mensuração da inteligência infantil (Ministério francês da Educação;
democratização do ensino; diversidade das turmas)
Conceito de Idade Mental
Q.I. (Stern) = I.M./I.Cron.
É o primeiro a desenhar/ordenar as turmas, criando um teste para
serem possível ordena-las pela idade mental.
Q.I – que quer dizer quociente de inteligência = resultado nos testes
(idade mental)/ idade cronológica.
Darwin – psicometria – numa espécie todos os indivíduos são
diferentes leva-nos a pensar que também são diferentes psicologicamente.
Vem uma geração, que vão pegar nos animais e estuda-los como quem
estuda os seres humanos e o inverso.
É ele que introduz o uso das estatísticas nos estudos socio ou
psicométricos.
Conexionismo:
Thorndike (1874-1949)
(Discípulos de Darwin) aparece com o nome da escola que ele inaugura o
conexionismo, menos recursos com o William James, e com poucos recursos chega a
conclusões brilhantes
Ideia de que aprender é conectar, e o que o homem faz criar a sua mente conexões
entre determinadas situações e determinadas boas respostas, princípios de associação.
Inventou as puzzle-box ou caixa problema, comprava pintainhos faziam experiencias
com eles e era super criativo, ia à bibliotecas buscar livros não para ler mas para com pilhas de
livros criar labirintos. Ia ponto vários grãos de milhos e elas descobriam o caminho de volta.
Tornou mais fácil quando começou a trabalhar com gatos.
Puzzle-box com gatos: era necessário duas caixas da fruta. Fechava as duas caixas e
fazer uma caixa com grades, arranjando uma portinhola com uma mola, aportinhola é aberta e
fechada através de uma mola, punha gatos com fome dentro da caixa, punha a comida cá fora
e observava. Por êxito ocasional a porta abria, e passadas umas horas estava dentro da caixa
de novo, e ele apercebe-se que os tempos são cada vez menores.
Lei do efeito: A teoria é que aquele sucesso casual ia reforçar a conexão que o
gato tinha estado e a experiencia em si. O gato quando entrava reconhecia onde estava e já
sabia o que fazer.
Lei do exercício: Quanto mais usada a resposta na situação, mais a sólida será
a associação, assim como ocorre o contrário: o desuso prolongado da resposta tende a
enfraquecer a associação.
Em outras palavras, a simples repetição da resposta em uma determinada situação
tende a fortalecer a resposta. Pesquisas complementares convenceram Thorndike de que as
consequências da recompensa a uma resposta (situação que produz satisfação) são mais
eficazes do que a mera repetição da resposta.
Lei da prontidão: A aprendizagem só ocorre se o organismo estiver
predisposto.
Quando quiseram adaptar as leis da aprendizagem com os animais para os seres
humanos, teve de ocorrer revisões às leis anteriores.
Retirou a punição: punir para ensinar não é bom método.
A lei do exercício pelo exercício, só funciona se apos a repetição existir feed-back (se a
resposta aproximou-se mais do que é suposto).
Reflexologia Russa:
Estavam a criar-se paradigmas completamente diferentes, estudos sobre fisiologia
pura vão levar a uma disciplina: a reflexologia.
Ivan Mikhailovich Sechenov (1829-1905)
Mestre de Pavlov, Sechenov publica o livro que diz que toda a actividade humana é
reflexo dos estímulos humanos.
Há uma série de polémicas e uma dela é dada pelo artigo de 1870 a resposta é: quem
deve tratar os problemas da Psicologia e como? Pensam no fisiologista estudando reflexos,
para eles a psicologia existe pelos atrasos da fisiologia.
Vladimir Mikhailovich Bekhterev (1857-1927)
Bekhterev pega nas chamadas patologias mentais, diz que são comportamentais e são
apreendidas por um processo que virá a ser conhecido pelo condicionamento.
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)
Fisiologista, premio nobel de fisiologia da digestão, é nestes estudos que chega a
origem das concepções científicas.
Em termos filosóficas assume-se como tudo é matéria em movimento, tudo o que
acontece tem uma causa, onde à movimento à energia, à gasto de energia para ter
movimento.
Com base nestes pressupostos, Pavlov vai desenvolver o paradigma do
condicionamento clássico.
Reflexos condicionados e suas condições:
e.i – estimulo incondicionado – carne
apresentada ao cão, estimulo que o cão
perante ele saliva dá uma resposta
incondicionada.
e.c – o experimentador faz qual o
estimulo condicionado que quer fazer – ex.
campainha que toca antes ou na altura do estimulo incondicionado.
Condições prévias:
- Se a campainha já faz o cão salivar
- Se a carne faz salivar
Principais aspectos dos estudos de Pavlov:
Generalização: não sai, não responder aquele som exactamente
mas a parecidos, etc…
Diferenciação de estímulos: o Pavlov faz a experiencia perante a
projecção de um circulo no ecrã é depositada carne, o cão saliva
quando aparece um circulo, mas se aparecer o triangulo recebe electricidade, o cão aprende a
recuar com o triângulo como se fosse sinal de perigo.
Importante: o Pavlov supera a introspecção por métodos experimentais. Potencial
metodológico: método que permite trazer objectividade para a psicologia.
Neurose experimental: ideia de comprovar que as psicoses,
neuroses e doenças mentais podem ser lidas como aprendizagens,
uma mulher um homem e uma criança que tem uma doença mental, aprendeu aquilo de
algum lado.
Provoca uma neurose ao cão, circulo=carne, depois elipse=choque eléctrico. A seguir
Pavlov apresenta figura geométrica, nem circulo nem elipse, está no meio e o que acontece ao
cão? Visto de fora, o que vai ver é um comportamento errático, vai estar no seu psiquismo, vai
estar num conflito de interesses, à quem diga que é a neurose.
“mente é comportamento e nada mais” Watson
Condicionamento: na espécie humana temos em comum com o
resto dos animais 1º ordem, algo que provoca com uma resposta
certa.
Não existe 3º sistema de sinais pois não é possível tal
aprendizagem.
Raça humana:
1º A carne a luz
2º Linguagem