r - Dadun

Transcrição

r - Dadun
IfK
'.’^i
1
Mm
rtk'p.
ail/fi’ ■;:
sbí Kí^'N'•* ■
-•' ,’'.V.f
i ‘"U
• -'MV. '- r--i
ir.:* yrí-ví.:-
Ö! t^'ti5îîînf
I f e r ; "..ÏÎ
» is tilli* ®
•Mf
-JÜ* V ' n - •••'.
-,
' , ^.i
v‘ •' v•--v
■'■•'■-:•-"r f ■
'î‘-,»r,':'i^;'Öt s''"’ lü•'■-'•(¿ä.»''*’ ;''*-'-í:T‘
Z
r**»•*Í1 v W , > % . ^^ ‘
®%í»tÉtÍs^
lîS-^îîKiÿ.is’ii''“'--. ! •. .;*,
W
"Z l
-*
•
^
f
_______________^-— r ~ - ^ - ^ — ----------------- -i^ p iu a -a e v L — — •
Q ^ ^ J ,[ Q. j
f j
^ t " " '2 j L _
T n
^ /<
2^
'r r ^ ^
h :.u ¿ . ¿r- Ä i ‘i ¿ f ‘^ - j f ^
,>í,,¿,,v . 4* ^ ^ -
^ T T lJm U
P
ÀAfO jtJtSH -
%ya¿t'
% ' m.
ím A
y
|S
rv
W
m- '*
.‘t
.
<
^ • •.
/-r
•.
«
V .«
.
-■\‘
>
SE R MA
D O
DIA DE CINZAQ ue prègou
O P. A N T O N I O D E SA A D A
Com panhiade lefu, & Frega­
dor deS. Mageilade, na
Capeila Real,
EM
C O I M B R A .
C om to d as its Ucenca-s n ecejfarU s.
Na Officina de R O D R I G O D E CARVALH O CO UTINHO
ImprciTor da Univeiiìdade, Anno 1 6 7 ;.
If
.fi
■ n
.A-
s
o, a
-•r- r r Ï ^
\ir^ \
’v.
r ;o g '> ] q
■::;'^
O I...
V-./r-=TX-^ ¿
T'
.ifiOEqcno.^\
.O fî.
r\
» (4:
n
?■
í
j
r *'
v't.'víí .:
ÎÎ
.■•Î V.:/\,jTíU
*"S
?•' ! C* ■.J
•I"',«.
i • v-J.
15. '.x.r.ij%
■\ v U A 7 Tí;.''t
O D Í HC
rbn-':.;^'^ i>í
'■ •;
• '• - •••'''!'.'l*VÍu’-^ 5-'- 20ÍÍ: ' •■ '
Corhiertimini
loel. 3 .
níe in tota corde
N d i t £ Ìj:i^.[aurÌ^arey9hU '0
\ ,'M a t t b . 8 ; .j
Mtnmxiohom^ quìa.p u h ts es^
mpuLvmm reverteris.
Genti; 5. 0,
<■ .'--o .
‘
■: !i
O
■^
M EL áQ B ..^ ^ tecra»¡ 5C'niclhor¿oCc<i> téjnos, boi?
cuidùdaliampnte eíB-fcnbaáo na ir.udan^a de nclTas
'Vidasfniqito A lto, & m uiio Podcijofo R c y , & Scalaor noíToí cftà cBjpcnhadoD^'os,. titàcii.)p£Dhado
CbdftO jfftà ci».p«iTÌiada algreja-. «ppcnhadDOfOSy
pjíjdindoanoflfoscíwaigofiigbiííná fefolutaCQ nvei^ó.dQ s erros^
da cylpa para os accrtos'da gra^a: C&nverfìmntiidtuffi» feto cord e'u ejlro : E m pen h ad oC h rifto, pcrJuadiiado a noiTai Vontadcs
hijjgeflcrofo de.iapegados bcns da terca pellos bisnsílctdcoí
Uh thefítttrifar€:BcA.^t<í)}ci2áz ult-tÉnamcntc a í^fcáa ìnfì.tTiaodQ à
PQlia m cm oda defengani}S.do quc:ioino^ apOM; ^ cd<? q a,vcim>S
de fer depois ; MemeMa -homo quUp elvis eSy ò ’m f u l ^crem rjs.»
yerteris,
\
\
■ ,.D^ ¡tpdo cfte. tao eaiti6padp .jynpenho reiCoàc(u.c; naó f^iTiientc
a.im p oríatK iá gian d od ?uyonai*ed u^ aó^ Íetvá6't2© íi>em a , ;ideà
Vfird>dck3iii .b?^ipie¡iiitíiQs:i3, Para hiim atalraa fer,íCí)GíQ dcv^,
. p enitente;h a de di,vfazcr com o arrcpeudimento o que icz
coHfi a;Cuipj3 ; ..a^i-ilpaieoaforaie.-enCoaóos T h e p lo ^ s ^ he bt>à
A^cicfa^ dq¡p,(3os..<í i5c.Eh;ima conVfiriaó,à;iCrfffltut^, .o,areq?fndi.
!»ittit(Opñfeeocvfií2r4.oifeaide¡fer hiii.ájaVícrfooidaSiCr^aíua?,;
C 0Q yec(aó:anI^V .dei0cC er.que ie para^avir almagipeccadvOrjaí^^ba
A
apartar
a
SemciQ
apartar de D.-os, 5c con verter ài ccoatucas, para aver almas perfeitamcntc arrepcndidas, ha de aver a^partar das creaturas.y, 5c,
co.iVcitcraD-jós :'a C(invL*rfa5 a D^os temo-ì cm fuas palavras:;
Cofjveritmim ad mf: A averiaó-das crcat^ira? tem os naspalavrasdo Clirifto;thefaurifAre yt>his
he taÓ difffi:ulrii‘'oaì:iDÌr C0Í11 fiò'co eil'i averUo, & cfti c o a v c r fa ó , que
: 0 '^Sc (obr^ A_pz^ìs Qhú^o, & qaeip a pudeta
p,*diVqVonÍáisno5'ó&ñglíj‘‘5lul^^^ a lg ic ja qüe era n ec’ciTario
readjfiios com razaens a r e z u n , para no ; periuadic a vontadc
a hu5 perf^iia penircnda pois nos oxorca o m d h o r do G eo, D'co?,.
& C hrifto, as raz 3cn% ou-pk)rqu3s dcfia penitencia nos apont»
o mclbo. daterraalgreia*. Momento homo ^ &c. ho m em pcllo*
qùe és, t. Itili,ate de oavit a’ C h d fto',. & ' abòVrecer ao mundo.
M it e tbefáur'tfanmterrít.:
has de f e r , Icmbrate
deouuir a Deos, & reduzirtc a"(ua gia^a : Ccnvertimm ad me:
Eftasrazpons proporci Goln todo odefcngano arazam paca que
ellafe rcbda , '-& avont^ 3 s reperfiuda: AfTifti c o m voila graqa^
a voÌTo niiniftvO, eterno arbitro do-mundoj hoje fe algurei dia, difponde miiìhas paUvca^» animai minbas vozes > ìnflamai Bicu-s affcitos, 5i m ovei aos<q>5C me ouvem.
Qa^Mn cuidàra q iic a Igreja noi occupaÌTc com Icmbran^a^
d i t?rraa iw^nì^ciij quandoChrlftopretende q-iie lanccm O ìd^
vontadc o amor da terra,. pSTecc que nos avìaa mandar eiquecec
para q IOdcixairemos de amar ;■ O cfqvrecimcnto he morte da
aTcicaó, quem qncr amar lem brafe, quem fe ciqucce naÓ qucr
amar, pois fcC hiiftòm anda qi^c aborregamos ^ com o' Gxorta a
Igrcli a q le nos Icm brem os/ porqiie fe he neceiTario cfqueccr
para ni^'am ar, aq ii-heniceilariolcm brarpara efquoccr ; L em bramfco^ ho.n«;as 5c amad muico ao mnndo, porque o naó co*
n h e ce m ,& n à o c o ih ?c e m o sh o m c n s a q u e be o m undo, por­
que nada fe lembram do q iie fa o ; lem brem fe de iy qoe logo
cfqaecerao do mun-io ; da falta q'-Vi tem os do canhecim cm o
ptopcionafce o engaao com qae procedemos no an:iot alitco:
Oho-
V a Cinzii.
5
O
homcm he am clhor dciodas as crcaturas corporaes, pois
como fcrà poiTivcl que ie engañe com o mundo , qucm
ie-dcfcnganar cooifigo ? Attenta pois a Igrcja a confcguir
^ de nos a deftftima das comas da terra , que aconlclha
* ho)e a nofias ventados C hriflo , nos tràs à m cm oiìa a terra
de noÌTo fer. para que a vifta do que fomos poiTannos inferir
o q n c h c o m im d o , & fe o amamos para ignorado, dcíprezalo
por conhccido. '
Mementó homo quUpulris es ; lembratc horacm porque
h esp ò , affi'dizaos Monarcas mais foberanoF, aill diz aos va 0 aJos mais humildes; nenhua diiìin^aófazde homcn?, taó hornero,
i^ ta m pò chama aos que reinaó, corno aos que ferven i, . por¿quenifto qucioca ao ie r , rao ha diiFcrcn’9a nem ainda do cc/ p t r o a o cejado, tudohecinzacom mais ou menos preciozo disÌarce; hum R cy decinzaciibcitade purpura, hnm pafìor he cin'^ a cnberta de iayal, ió a Vaidade dos tempos pode introduzir-dciìgualdàdes nà^apparcncias da pompa, na rcalid aded o fern ao h a
fortuna que pdffa cnvmendac às dcfigualdades da naiure^àl'
SonhaV aloiephoV ifoteinad o do E gipto, & ionhava affiì
Tutahdm
ligare nianipulos in agro ^
quafi confurgere ma»
, nifulumweum: Imaginava cu, dis lo fep h , que eftavam osno
Í campo t'nfeixando'.as paveas, & que fc levantava , & punha
I cm pe o meu fc*ixe, & quc os vofì'0 s poftos á roda itoni demonf^ tracam dcrevertcntes oadoravao: a a o v ie u fonho mais verdaI dciro que ette ; as paVcas de loze’p liffìavao adoradas, as paveas
de ieus irmaós adoravao,m as tudo ciaSp'aveas : o feixc de ]ofeph citava levantado, OS fiixes de ffeusirniàos cftavao abatidos,
mas tudo era fcixe , havia differenza na fortuna , mas nam
havia cxccilb na r.atureza i de fcixé^a feixc , & de paveas a
paveas ie fa z isò o s obfequiofi, & ncilas J^oàldades fonhadas do
capole m oflravaóa lofeph as felicidades futuras do Paco, Verfe*
hadaquiatem pos lofeph colocado no trono, vcràa fensirmàas
proftfados diante de fy por terra , mas emenda lofeph que paíía
V
no Paqo,
‘
ì
.
Scrmuo
4
n o P a ç o , o q t i c p a 0 av a n o c a m p o , & q u e h u m as p au eas-ad orííS
o u tras 5 b a ñ a rá o (o lio para o p o r m a is a lto , m as n ^ b a i i à c a ô ^
a d o ra ç o c n s d c t o d o o E g ip to para o d iñ i 0 guic d o fer dos q u c o
a d o ra ô .
lo f c p h s a d o r a d o s ji i a ô v os d e fv a n e ç a a altu ra : a terra q u e cñ a
n o c u m e d o s m o n te s n â o .h e m c lh o r n a fu b ñ a n cla , d o q u e a o u ­
tra q u e c ftà n a p ro fu n d id a d e d o s v a lie sj p o r m ais q u e v o s fubli-i
m aO e a fo rte , q u a n d o m u ito fois terra io b re m o n te 5. n a o v o s cn<g a n e a h u m ilid ad e c m q u e vedes a o tïtr o s , & a g ra n d ez a em q u e
v os vt'd cs a v o s, p o rq u e nei¡n o s o u tro s p o r h u m ild e s tc m m ais
d e terra , oeTO v o s.p o r g ran d es ten d es d e terra m e n o s : d cie n g a n o
h e e f l c , q u e a tc n d e o c u id a d o fa a p ro v id en cia d iv in a lo g o na
c ria ç a m d o p ria x ciro h o m c m .
E n tr e g a D é o s a A d a m o fe n h o r io d o mM ndo : V oin in am im
p ifc th m t n it is i á 'v o la íi li b u s c a li: E n o mcfoT/O te m p o Ihe en^
c o m c n d a a c u ltu ra d o p a ra ifo : f o f u i t e u m in p a r a d ifi ut oper/tre^
t u r : n a m h a h o ^ é e x tre n ^ o s m ai'»^íftaíit'es, q u e P rin c ip e , ¿clavrá**
d o r, 5c t ia ò h avia c o u fa cnta© n ia is e fc u fa d a , q u e .o c x e r c ic i o 4 a
la v o u ra , p o r q u e o p a ra ifb a c a b a v a d e ia h ir c a b a lm e n te p erfcito
das m â o s d e D e o s ,
p ois,p ara q u e era fa z e r fe m n e ce ffid a d e L a -
v r a d o r , a q u c m lin h a fe ito P rin c ip e , o u para q u e ftìi.fa z er.P rin ci­
pe a q u e m h a v ia de fa z c r L a v ia d o r ? P o iq u e im p o rta v a m u ito
q u e foiTe a m b a s as c o u fa s A d i o : c ria v a fe Ada«ri p ara p ro g e n ito r
d o s h o m e n s to d o s ,e n t r e cíles h avia d e h av e r dv'^ípois algu n s m u i­
to p re z a d o s d e g ra n d es, o u tro s m u lto d efp rezad o s d e p eq u eñ os,
p o is feia A d í o n o tnefroO te m p o L a v ta d o r , .& P rin cip e , ¡para que
en f.end áo 0 S v in d o u r o s , q n e ía ó ig u a lm e m e fiíh o s de A d a o o s q
v iv e m n o P a ^ o , & o S q u erp á tsa lh á o n o c a m p o : f o i d cfgraçad a
fo b e rb a h u m a n a , n â o h a v e r m a is q u e hua-. A d á o ; q u a n d o m uito
p o d e ca ô d iz e r os g r a n d e s , q u e elles fa ô fîlh o s -d e A d a m cotno
P rin tíip e.í& ^ q u e o s o u tro s fa ô ftlhos d e A d a ô c o m o Lavrador,;poirè m .n a o p ô d en i n eg a r q u e ia ô to d o s iìlh o s d ò m e fm o A d â i’.
S â o o s h o m e n s c o m o os r io s : o s rio s to d o s tc m por fonte-o
mar,
Vd Cin^a.
!
5.
1 m ar,huns com ocurfodasagoasperdem de todo o fab o r doíal^
curros por mais térra que corraófcm prclcváo falobres as agoas^
^huos l i váo brotar nos montes multo ruidoros, & ' muito
. claros,outEoS'CámaoaO’ nosvaUes mutto calados, Se moito tuc*
‘
¿ftc^icmtím cra-dcíconbfcido. aborto de h-úa tdíc^ penha, &
hüjenáo
o m p a n h a para margem de leu caudaloío fundoj
aqiKlle bojehedefpcezo da menor herva, & era hontem tenor
dx> ttJayor^-oncor iftom efm o fuccede nos homens^^todostím
po^ orígem á ieri?a ,h ü iB com o curíodos tempos vcm síparcccr
o que n áo foraó , outros por mais que os rempos corrao » fempre
' o q u e fo ra S parecem; bun&vivem m uito reípcitados nos cumes
da roberaniai, oatros andaó muito iovclccidos pellos.baixos da.
■ ^ r e ¿ 3'r^fibm oS»ul>cabhiQ ntem cm:hgr&acabala» & h o je
¡U'ii^uCGf PaUfcio parafua vaidaduom undoj aqueUc c o m o N a ftíico affifttíhojc entre fcras nO cam po,& erah ontem aíTombro de
Moñarchas ecn b abilon ia: mas entre toda eña vatiedade, a(üco^
m o nos rios, 011 corrao doces» cu f i a d o s ^ qu t^rotem daros,
jOutürvcs<,:oi^fcj4mgr3Jides,oü,^equenoe, tadohq agoa do m ar,
"^a me fmaf Áianeíra nos honiens, cu paffem afer tnais^ounao pa:5-'
íe m d o fei/m c n o ^ o u feja m íHuftres, ott-humildcs, ou habitem
Pakciosyou'cabanásytudohetérra, tudo cinzai íu d o p o : M etHeht9y ^ c .
■■ ■
■■. ■
Dáqut fe deíxí^ífgora entender a muita raza&con? que Ig r c íf
nos éxorta á fembraq^a da tetra de noíTo fer» quaridp^CbriÚQ
intenta, que deponham osclo,eora9aóoieuidadoí da térra, por­
que íe o hom em , cccatura, em cuja fo rm aíaád efd e a maó ao cngí^hO, & deídtíotngen&o áo cuidado fe oecupou todoD eosv íc
oAdméto j :p á e áíq o eiir^ lh a 6 Inzidamettíc.os P e o s , qwc pot
cllevoaoSoí» p orelíecorrea L ú a , por elle naórofegaoosplaiicta?/^í3fel!einñuem os Aftross fcohonfw m . c.m cujoobfeqitíofe
oan^ 5 ofeElemjentos,poisoÉogopot obedeccrlh€ atado a huat
knfeó fecctófptrtff^ 0!ar,.p0r affiftir a fa t rcípica^aj5 „cfpka^ a agoaj
1^^vitaiua$>coiai(^idadíds, fcariyií^jr&iíe clefpenha ^a
por
6
Sermao •
por attender a f u i recrea^aó, & iu flcn tò , fc ro m p e e t« flore?, & fc
ù ci'e n tra n h a cm fru to s, i c o h o m e m , i c e ftá m a tu r a ta ò lìn g u b r m en te privilegiada, n a m h c m a is qu e h u m p o tic o de baerò , q y c
Ìcraó as outrai) > que í a á o a s d em ais cou ias do m u n d o , i<r a m cr
H ìòch ccfta? N a n ih a d iiv id a q iie para co n c lu ir o p o u co v a lo r
das couiab d o m u n d o , badava coniìd eraias por compara/gam á
n o fla v ü cz a , porem v ivem os tam enganados co m e lle ^ q u c n a m
q u ero d clxac.cü a vctd ad c pendchte de huàGonfequen]Cia,’di^|<?oH..
ram o s b rev em en te poc.ellas,5c vt-rem os a deicftim a que
Ccm .
: ,
-,r
Q u e fa ó a s grand zas de m ayo r n o m e n o m u n d o , fen aó gran­
dezas de rio m ei A D avid lemi>ra D e o s o ben eficio da m onat^hi^
3:q u eC Icvantàra/& d ìk aiii:- i^ ^ cU Ìh in sm en g ra n d cX > zy ìà. a i.d r
Verte q u e te ftz h u m grande
pois dar bu m R c y ìio iia © he
m ais que dar hum nom e? '■■Falera D avid g la n d e P rin c ip e , nam..
e r a m a is q u e fa z e r a D a v id h u m n o m e grande .’ A li vervns com jo
n ao faiS m a isq ò e tìonfje ar grandiz^as m jiyores d o m u n d o j aid;>frt
tin ^ ào to d à q iic'h ay ià én treD a v id íM o n a rch a , & ‘Davj4íí¡>a[ftor^e r a h ù m n o m e , D avid fem nom :e era D avid p o fìo c , ¡Pioviti;cotn.
n o n ìe , era D a v id M o n a rch a , ainda nam diilt b cm :, Davii^.icxpfn
n ó m e grande era D avid M o n a rc h a , D av id c o m n ;cn o s n p m c¿
era D avid p a ÌlC ; p araC h rifto faz^ -r de hum peícador-l^o^tífiec^
q u e CòidaiS;qu:.‘ f(?«?'rttudO iilhc;o norrn.: B eátfis t í
Fètri^s-^‘(^'-j^uf^t h artcp ^ tra m ed ific a b a È c c h fia m
m o u P cd ro , q u o m -rectiam ava S im ào , & pata paÌTar da rt dc.à M i*
tfa; nao O live'm iftl’ r m.ais que paÌTìar de Sm^ao a Pvdro
ipigai
a^o'ra Ì e ì t ì rtiBÍiqüí?fíom krt3í^m agcñ¡ídtrs dai?yra,o;y59^o)f*>’ 3
baiíá^dü S lftì'à^ 5t a^tSadeiffa d e PGdt:D'v nanr)lj5a¥Ì^
rCtì<;a,-qQ(^r fV d fO ,^ouícrSipiáo.'
-.v'
-;o^ J c ' o ; .-v o lh
< i ^ e ’ líií-íaf¿ícuriá’j^ fcn áo hum deì-xat dé. fc t
'Erftré •Elia?
p h i t k v iv ó , 5é Mt^fés'PfOph^'r3.‘-.oiórtov :iiip p aieceo Ì ^ i ^ r n o
& irn ìs rtc ìf^ tro
Éwí»iííí
a iio è tìi Htfrts ìlitó teo 'tcid ft fi ^ o r ia v
i i ó íafíííojaíiiií^
paratoias
C/w^íí.
7
paratofas tramoyas da fortuna, quena rada de fuá inconflancia íe
levantahojc*, pcdcdcipcnhar a nicnhaa? para cm pregoprim eiro
do rayo le altèa entre as arvores o Cedro, paia defpiquc a^rfo das
tcmpeftades íe aparta da terra o n.ótc:ao cume dos Tronos Re ais
íobirao mageftoíáoiente íoberanos paracahir infámente precipi­
tados, ValcrianoernhiìcatiVcitO jCriiTocrn hiiàfogcira, Dioniílo em hoá eícola, lugurta em hum ca'X Tt»,-Yin lio em hiim^Cadafalí^O jBaiazetocm hulgaíohjÓ í Aureliano em hü punhal
Que h e a privanza, lenaóliiz de Eflrtlla? O m elm oSoiqne a
ilUiftra, effe m eím o dentro cm poncas hora*^ o cclipía; hojo tftavs
co itio A n iam favorecido á meza R ea l d eA íÍu fto, «Scamcnhaa
appareccrcis prezoinfam e de huma forca.
'
Q jje (aóos deípachos, fenaó hum fim de patrocinado«,
luí
nnm de beneméritos? ou aveis de pretender arrim aJo ao fjv o r
altico, ou naó vos h a d e Valero merccimento proprio. D jq u 1l* anim d cham ado para fuá luzcnte variedadc Srclio, dizSalaquefazendodas paredes arriiro para robir,habita n o s P jh ció« dos M ooirchas: J ’íf/zo munthasnitituTy
m craíuri» domihus R;gum\ ditoíoanioiai! que a Agiiia occuparà oaitod os rdific os m ais{obcrboS‘í^ua agilidade o merece, & fuá gcnt rofidade
o
porcai que o Stclio animal íem azas chingue a lograro
poílum aisfoperiDr d o s P a h c ia -í C o m o podo fiíbir a tanra. altu­
ra, fe naó vod!' porque fe nao voa afrim aíe: mánibus nititur : E
mais Ihe impo ta o arriovo, qUvMhe podcraó i-Típorfaros voos : 4
agiitacom todas fua^ azas acharíchs remonrada cm bú boíquc,
fic o S c clio fia io n o feu a rrim o , veríehanos mclhores cum e'; q ic
quiz’ raltcacfetnuíio, aíndaq vo:m erio% procurearrim aríemai*;,
Q ac fao ó ip o fto s, fcoáo íu b id is, cujos d'*gEaos fe vene m a
qneda*«^ Q uando o dem onio off-Teccoas dignidades rnais luzidas
aC hrifto: egoamniAtiíi Ásbo: logo mctreo por xondr^aó, que ha<»
Via de cahir ajoelhado diánte dcÍict J¡cadem adaraverh mr: q c
cahlr naó ha levantar no múdo^cudófos a!to^ a q naó pode che
gatsSquedas^ haveis dc^ahicdiam e doPrincipe, haveis de cahir
B
diante
8
Sema o
diante do privado, havcis de cìIììc diante dos Miniñros, & quandoprctendeis aventajarvos a outfos, andais humilde bcjando a
m aó a m uitos, 3c o pcorh cqu e niuitas vczcs, deipois de tanto
ca h ir, ciTcs rnefmos que adorafles em lugar de vos darem a mao
para quc fubais, vos daó de mao para que n áoch egu eis, íc elics
ficam tantas vezes adorados, Se yòs caldos por huma vez.
Q ^e fam os applauCos da fam a, fenam redam o de odios, nam
ha trom bvtadc bom íucceíTo, que nao tenha de batalha os cchos;
o fonido que fez a funda de David pellas rúas de Jerufalem occafionou repetidas lanzadas a David no Palacio de Saúl, mais fe­
lizmente atirára, Icnam (oára tanto o tiro, que nao ha trovaofcm
rafgo da nuvem q u e o deu.
Qne he a proíperidade, fcnam hum temporal ap o p a? ou ha­
vcis de recolher as vellas, ou aveis de correi fortuna, que tanto
atnea^a o naufragiocom a tem peftadca popa, com o com a proa
na tcmpeftade.
he a ferinofura, fenam huma caveira bem encarnada?
m ud arfch aco m osan n o s, oudefapareceracom am orte aquella
exterior figura, & nam vos levará entam os olhos iflo , que ago­
ra tanto vos cativa os coraqocnSj Gfte naufragio de liberdades enn
ganadas, a que vulgaim em c cham áo todos gentileza, he a counr
mais frágil, que ha no m undo, porquetem contra (i dcus forqcfos
contrarios a que nao pode fugir, a morte, Sí o tempo ^ ou fe apref e a morte, o u fe d ila te a v id a j nunca permanece a ferm ofuraj
fem prereparei nos nom es, com quenacfcritura fe appellidaó as
mulheres de mais cñim a do parecer : huá'das fermofuras inials
celebres ñas divinas le tra sío ia d e T h a m a r, a d e Suíanav & a de
EdiíTa, p o ro u tro n o m c E fíer: E qu eq uer dizer Tham arr' que
quer dizer Sufana? que quer dizer Ediffa/ EdiíTa quecdizer mur­
ta, Sufana quer dizer lyrio, T h am ar quer dizcr palm a; pois a ma­
yor belleza com nomes de arvores^ & flores? fi, para que enten­
damos a poucaronfiftencia da m ayor belleza ; toda a graqa das
ñores he breve» toda a lou^ania das acvorcs he caduca « a gta<^a
das í!o*
Da Cni^a,
^
das flores he de poucas horas,alouçaniadas arvores he depou-^
cos mczes, hu vetao vefte as acvore.s hum inverno as dcfpoja, a
mcnhaa abre as flores, a tarde as murcha , tala fcrmolura hu­
mana, ou acaba com o as flores^,, ou fc m uda.como as aïvbres, ao
golpe da morte he flor, que acaba, ao cur(o dos atinos he arvoré;
que ie muda, nao ha remedio,, ou acabar, ou tiiudarj aqucl'a
que voflacegueira cham a eftrellas vivas,cedo íc vcráo ecíipfadas,
oudesluzidas, aquella que voíTalifonja intitula antniad'a ncv.',ce­
do (e verá desfeita,,ou íem alma^ aquella que vo íío engano im a­
gina partida roza, cedo fe verá murcha, ou .deícolorada, aquella
finalm ente, que noÜoafFeílo applaude C eo c o m a ’m a , cedo fe
vera í'em luz, lem cor, lem 1er, íem ferm oíüra.
Q ^ c h e o am or, í'enáo hum inferno com fogo Tem erern¡d¿«Íei
hem uito para ver hum deftesíinoF, quera (cu trabaího cohícrta
íeu divettimcnto, com o o inquieta o temor, com ootirann iíaóos
zelos, c o m o o ¡obrcía¿paa ditficuldadc,coaiooaíTuftaodeídcm ,
c o n lo o laftima a abíencia, queternuras,que rendim entos, que
lagrimas, quetriftezas, fufpiraocoracaó, arde a vontade, penao
entendimentOj jacfpira, ja feqncixa, ja adora, ja Te indigna, emfim todo vive dentro de íy para o tormento^ 5c todo anda fora de
fypara o roíT ego,ha m ayorinfcrno que eftc? Equantas vezcs
defpois de tanto tropel de anclas vem a experimentar occafiaóde
ultima deigraça, o que imaginava term o de fuas mayores ventu­
ra', digam no hü A m onj hum Sichem , & hü San
o amor de
A m on com T ham ar parou em huá lança, o amor de Sicherr) com
Dina rematoufe em hum punhal, o am or de Sjnfam com Dalida, para que fiz>'fíemelhora figura, cuñoulheos olhos; E que fe
veja táoadoradQ no m undo ffte idolo? para que trazes arco, &
íettas tirano engañador, fe h a o d e fervic tuas fcttas para ferirò
coraçaô, & nao para defender 05: fcridos , com razaó Ccfingirao
ícm pre minino, porque armas na máo de hü minino poderao fe­
rir, mas naopodem deffender, & q u e me renda láo facilmente a
tuas armas > que trie fcgue dchü m inino? que me fíe de hum
B 2
cegó!
IO
Serm ao
Ct'go! grande ceguciram inhacm ce cftimar, mas grande fcm ra­
z io tua em m e ferir.
Q u eiaó o sg o fto s, fenaociladados peiares? nâo ha favo nefta
Vid^,ondcodifl<atx>r da cera naó (cjj prato dos labores do m ehna
doçura d eh u p om ocom eraó noflTos ptimciros pays o veneno da
moi'talidadc;o dia,q cnou D^os a luz do Ceo,fcs nuves q o pudciseefcurceer, & quàdo mais florida, & fe c ù d a c rio u a terra, ¡a Ihe
tiiiha prevenido os cípinhos q a pudcisê afear, q nâo ha dia de ale
gn a icm lya nu vc, nem flor de conìLuitamcnto, sem feu cipinho.
Q ^eíaóoidi*lcites,renáorem aníos enlodados? onde chegais
fequiofo a ('atisf3zervoSj& por mais q bebei^^máchais os b e iç o s &
nâo matai? a iede:C ôvcrtco Deos a mulher de Loth naquclla eftatuade (a ',& q u e r Origcnes,qfoÎTe para fym bolodos deleites defla
vid a,& para taUftatua nâo havia raeihor matcriaj meteis huâ pedra d eialn a boca,deixaila fazer éag o a,id elad epoisb .b ê d o ,& tra
gado, q iccuras n âovosfas,q fede vos nâocauia? eisaquios delei­
tes do noiTomüdo,agora de ial, tudohe beber, Si tudo hc fcdci
vofla experiencia o diga, f Que Îa 5 as riquezas, fenâo m are do
Oceano? q para cncbcr as noflas prayas,vaia nas alheas: co as ga­
las d^'Eiau e n rro u la c o b a re c eb e ra b e n ç a ô d e icu p a y lia c :
hus Ef&u v d d e bonis induit eum\ & nâo pudera entrar có as fuas
galas lacob^ mas era o m orgado de £iau , ¿c c o m o h ia la co b a lcVarlhe o m orgado,levoulhetâbêos vcftidos,porq nâo ha enrique­
cer lacob, ícd efp ir a E/au: todas as abûdâcias defta v id a ia ô d efp o jo ', fe a algûs iobcja, he porq fe deípojaó outrosjnaô tivera Ichu tro n o êq iecoroar,fe naô ficaraôm uitossêcapa cô q rcco b rir,
Q ^e iàô as amiiades,fenaô lizojas d ah ervadoSolK odo o d ia q
arde efle planeta fam ofo, anda em perpetuo circulo bebcdolhe os
sëbUrites, ï’Oré em fe pôdo pella tarde a lu2,deixa cahir foihas,&
flor para o lado, em q a achao as sôbrasjnâo ha de ordinario ami­
go,^ naó poíTais aíTomarvos a clle,com ofafeis a lancila para vero
tcp o q co rre; C Ô a c a z a d e D a v id ,d iz o tfx to ía g ra d o , qfizera-Ionathasoscócertos^efuaam izade: Fefigitfahus c» domo David:
íc Oi lonathas íag amigos cooi os oÍho& na caza, quSbavctá q leía
amigo
Da
11
am igocom os olhos cm Davide por iiTonasdcigra^asdos Davis,
vemos faltar tanto O S lonathasj faó amiiades còtratadas e ò a fottu
n a d a c a ia /e a ca^a corre fortuna,qucbrcufe ocòtrato , òc naó ha
lonathas para David, f Q ^c he fìnalinétc a Corte, ícnaohuá
roda arrebatada,onde atados de feus deiejos voltcaóob Corteiaòs
mtieravclmenre alegres? Oh roda de Lisboa,q de atados levas? q
cuidados de montar arriba,q embàrai^os de cahir abaixo? q prcffas
ao valer, q defares ao cahirì q precipicio nos appctites,q quedas na
cob ija? q despenhos na en vcj3,q ru id o ás cíperá^as? q porfía aos
favores, queixa aos infortunios? q torm étoaos deíenganos? rodaólifongeiros, voltaó am biciofos,íobe aquelle,baixa cfte,trabaIhaó todos, rifle o m üdo, & anda a roda, f Eis aqui o m udo, cís
aqui as m clhorcs predas do ni üdo: & q irto nos preda as vontadcs,
qifton os enfeitice os cora^oés- q íe d c ív c le o ío b c rb o por taisgra
dezaSjdefvaaccido por tai gloria, o am blciofo por tais honras, o
palaciano por tal privanza, o requcictc por tais deípachos, o cortczaópor taispoftos, o preíum ido por talfam a,o en vejo fo p o r tal
profperidadc, odivertid o p o rtalfcrm ofu ra, o affeiq oadopor tal
am or, o deliciofo por tais goftoSj o lafcivo por tais deleites, o cobi^ofo por tais riquezas,& rodos por tais amizades, por tal corte,
¿cpor talm üdo. Noltíe thepiurifAre vobis thí/kuros ¿»terra: aca­
bemos ja de entender q naó faó os bens da terra para trocarmos
por elles o Ccorpara nos cóprar o C c o a feu Eterno Pay cncarnou,
& m orreo o Eterno V erb o, fe a vida de Déos he opre^ojufto de
noíTa béaventurani^a, com o vedem os taó barato o q val taó caro.?
ou avernos de dizer cótra os d ifa m e s da Fé, q Déos andón im prudctena copra, ou avernos de confcíJat, q procedemos m uito
fem íuizo na venda. % N em nos embarace cham ar C hriñ o
thefouros aos bens da terra, nao Ihc cham a affi porque o feiaó,
íenaó porque noffacegucira aíTim o cü id a: repare na diverfidadc
myfleriofa de fuas palavras;quando fala nos bens da terra,nao dis,
q naó entheíouremos, fenaó q naó queiramos enthefoúrar: neli/f
thefiurifitrei quádo fala dos bes do C eo,naó diz, q queiramos enthsfourar,fenaó q enthcfourcnios:/)^^«r#/<rf : pois íc fas cafo da
vonta-
1 2
Sermao
vontade nos bcns de terra,-porque nao faz cafo da ventado nos
bens do Cco> porque n'am diz, querei enth;:fourar no Cco,arilm
com o diz, náoquciíais entheíourar na ierra? porque quiz moftiar
a differenza, que vay da terra ao C\:Oj nao foUicita^ a voniadi; pa­
ra os thcíouro 5 do C co, porque os bens do C eo naó dcpcndem
danoflavon tadeparaícrth elouros ; deíatei^oa cxprefsamcnie a
voiitadc para os thcfouros da terra , porque os bt;ns da terra nao
tero mais di; theíouros, do que aqutllo, quenos Ihc pomos de
vontade, por que nós ccgamcnce o queremos, por ifl'o (ó clles parcccm thelouroí, nao queiramos nos, que logo naó fejaó tht fouro^ os bens da terra; a nao querer nos admoefta Chrifto : nolite:
& para que a razam obrigue a vontadc, infta o conhecim cnto dos
n a d a sd o m u n d o d e íd c o conKccimento da vileza de nofl'a fer:
Memento homo quU pítlvis es.
E t m pulverem reyerteris: A fegunda razaó de noflfa converfaó a Déos funda a Igreja na fragilidade de noíTas v id a s aviíanos
d equ cávem o s de ferm ortos, para que íaibamos bul’car a Déos
com o mortaisj mas hem uito para reparar, que fe cncomenda à
m em oria cftc aviío! memento: a morte de cada hü de nos aín­
da h a d e fer, o o b je c lo d a m e m o ria h e o que ja f o i, ninguem fe
Icmbra propriamente de coufar. futuras, fenao de coufas paliadas,
pois fe a noíla morte aínda ha de vir,c o m o íc fa z o b jjd o d a me­
m oria ? para que nos defengancmos que ha de vir a nofla mortC}
naó ha couía mais certa que o paíTado^ 5c na morte he taó infalívcl o futuro j que para feconhccer aínda quando futura, ha de kr
por a£l:ó de m em oria com o ja pallada; memento: em todos os
outros benf, & maícs defte mundo ha feus acaíos: nafce hü minino, a cafo crefce, a ca ío n áo crcfccj acafo fera rico, a cafo po­
b re , a c a ío h a m ild e , a cafo honrado, difcorrei por todas ascouía s,d e tu d o podéis dizcr, a c a lo fetá, a caConaó ferá, í6 na mor­
t e , por mais cafos, que naja, nao ha ncnhü a cafor por ventura
podéis affirmardeíTe minino, a Cafo morrera, a cafo nao morre­
ras d eídcqu e naíccu com e^ou a enfermar, & tá o d e m c rte , que
íó com
D a CíH^^h
13
fó com a vida acabara oach^qu;-, porque tras o achaque na m címa vida.
Ninguera nafce.táo vivo, que:náovcnha mortal j as manriIhas dobcr^oía6fian(;ada->m orralhas.dotim iuio: andáo fempre
entre íy de batalha eftcs dous grandes Capitaens a morte, & naturc2a,a natiirtza ap rod u zir,& am orte a cegar,coiít cfta differen­
za porem ,qiiehe.m ais igu ala morte em cegar, do que a nature za
em produzir: a natureza com .fazer os bomens todos dom cTm o
fer, naofaz a todoí: da nicfma fortuna, getaa huns ricos, a outros
pobres, acfte fazSenhor, a aquelle íervo, a morte naó anda com
cftasdiftin^oen?^ com igual reípeito pifa os Palacios, & as Caba­
nas , & íc naó perdoa ao filio de hura v u lg a r, naó Ihc cícapa o
T h rono dehú Monarcha; E k ito Saúl cm Principe, deulhc Sairu cl por finalde fuá boa fortuna, que voltandoacharia dous boaiens junto aoíepulehro de,R achcl: fíocíibiJignum-^cuntAhieris^
inyenies dms.vire^ jttxtAjefulchrum.RAchel'. eñranho final pa­
ra hü Principe novamente elei!0? das mortalbas de hü defunte
ha de inferir Saul as vendas de M onarcha? para fabcr qiicm vay
p arao p aq o b a decncam inhar primciro os paflbs a hum fepulchro? iño he mandalo a reinar, ouam orrer> he mandalo a defenganar quetam bcm h adem orrerquem rein a : o lavradorcm
tempo da c e g a igualmente corta as mais altas, & mais baixas efpigas,huáfouce'¿ccgadoraheinftrumentoda morte, refolvaófeas
learashunianas,que.alca5,ou baixas, a todas ha dealcan<;atogol-.
ge: O T ro n o d c le h u c m fuá exaltaqaó a R e y d e lfra e lfo i atTentado, conforme o Caldco, cm hum rclogio,.arm onía toda de ro l­
das, & deeñrondos,que por mais cñrondüs que faqa a vida R ealt
he vida de roda,, que fe foa fempre he porque nunca pára,. era relogio de Sol, quetem as horas fomente pintadas, porque nem
áindanopai^ohaíeguran^adehoras verdadeiras de vida.
Ora a irím ja m e parece, que a vida mais foberana, naó s o b e
ta5 fi:agil com otodas, fenadm aiscaducaqucnenbüa : todos os
bomens íaó morcáis, porem o mais Senhorm ais m ortal que to­
dos: abra-
14
Semao
dOî.* abram co cam inho a cile fcm im cnto hiiaconfcqnercìa nctav c ld c Tertulliano: Confiderà elleaC hrifto no pretorio de PiUtt s
aclam ado R ey pellos ioldados: A yeR ex\ & con firirad on a oignidadepvllopreiidentc: ecceRex’vejier'. exclam acflranhanìcnte, 5cprofondo: Redemptorembábemus: ja nam ha qu^ rtCcar,
ja temos Rcderoptoi; que dizeis Africano grande? C h U o cntso
ha de fer R cd em p io ', quando der a vida pellos homon'^ pois co­
m o ofcgurais R edciiipcorquandoo vcdcs R.ey 5 porque iile icinarhc profecía indubiiavcl de que ha de rem ir: naó haChrifto de
rem ir ooìundom orrendo? p oisiecftàcoroado, R cd cm p iortcm
o mundo, porque nao pode faltar morte, onde ha coroa : a natureza humana dcu aC hn ílocapacid ade para morrer, p o rcm ad ignidadc afìanqoulhea moite para rtm ir, anaturcza ftlo mortai, a
dignidade fcguroiio moi to* ecce Rex yejìer* Redcptptorem habe-^
mus\ fum m a fortuna he lum m o perigo: a luz quando enche to­
da aroda, entao pode padecer o eclipíi j quando os G» andes nao
hoüVeíTem de acabar poc hi)m a;ioshouvcráo de acabar por Gran
des: tantaantipathiats-'m a grandi za com a vida, que asm efm as
adoraçocns daM ágcftade íamfatai^ di pcfiij0^.ns para am ina, q
illuñrcdofcnganonas ruinas dom fer.fivcl
A Jo ru á o o s H. brcos aqucll. b z rroelCindaÍo^o form ado d í
ouro d- fujs ioya?, 5c fent-do Moyíes d ' v,. r o metí l indignamí-ntc adorado. I m çaon o fogo & d z o texto qu- íc d. ^ñz x í cm pò,
¿C em CÍnz3.* A^ri}iiem'xitulun% combufsit^ á * contrtvtl ufqae ad
fíd v ir e m : nam fri fe notais a diáicnlJad .': que fe dcsfíí^a o ou ro n o fo g o / áiofogoqueacriíola, & nam dtft-:uc
notaveí fncctílo por certo, 3c no prefentccaíom ais nofavtl. Duas v .z csfo i eñe m e fm o o u ro a o f o g o , da primcira confcrvoulc, & fah io id o lo jd afegu n d a Coafum iofi\ & ficoiicinza; pois valhamc
O co s, feefteo aro náopodiaantcs conrum irfeno fo g o ,q u e b f z
agora capaz de fedcftruir nelle? quem otorn ou caduco fc nam
era frágil? toroouocaduco quem ofc^adoradó- na primeira ocGafíáocntrou eñe euro n o fo ¿o com qualidades fomcte de metal,
’
Aa íc-
- V ïÇ ’
nafegODda cntroircom refptífos d e a d o M á d n o fó g o , 5 c*ít‘beoa
nao podía desfazcríc por iàctài;poàc poradoradadesfaîèifei A h
adorados do mundo, a s adoraçocns vosdcívantíeem. & náoadvertis que tam bcm as adoraçoans vos matao: icos mttais dcTpcis
de adorados encom iáo íeu ultÌB$a4 àoc;foncic primeiro achüvSd'
íeu m ayor luflrc, 4 íuccc^era:nas adorados, que nâoïaxÿAVctaîii.f •’
Contra os outros armafáta w ione, p<)tqiute'íaa¡hGmente, «óntra
05 Grandt^sarcn afcámorte pÓK^ue IsÓ homcBS, ,& porcjueianigran des pordua&panes os com bate, pello Í ír ,'i^ ptlU d gnidade,fin!guiácmsntc. adïiîe. David èmhûiipalâvra^iïVôiiov^iiïgàt'eSi^
d<!>'ri}Bndó^
vjos fcrcis Vice-Dcóíesnatcfráv'&ÍGlho'^de fyrogcniíorVé m'üitó*
áiluftres: Vos
h o m n a moriemmi¡ ¿r^fictíí ^nns dtPmtcipihuficadefís: pprem íabeiüquc haveis de^motr<^r; com o-iióiHcnií.f&acabarcpmQPrincÍpesífre^arc-cjue dí^fíigúé düás.n'^yí^'
ttíS^^fReaiPcopheta,., morte com o hon:)cn!í,/íí¿//7¿^iW í;&
t c C 0 B 3 o :P ï i ï ï G i p e s : ^ f f i f de Pñndpibus : logo íqueiii fo r iuncam ?ntehoitiem , & P tin c ip e ,h e m o ftà ld u asV iz tì:, mortal voc
I hom cm , 5 croorcdl por'Píintíipcíiafíi fexccdena morrahdade, qué
afli:é«ccdc nagcandeza* tantoha^dcm otrerdeípríncipcicom ode
hoftnem,. por:dwaspartes oibuícaia m brtt, pella fragilidadr da na-;
â
fíCHt hémittes i & pella iobcrania do eftado: ficutynus
i dc^Principihus. : ■
N em parcçaqucfîs attag o ra maís morfais aos Grandes fctú
: fundamciiío^ítefldó Eazaépara 'o
& a mi^uíít.ízohe
graiideirazaój D éos çriou a A dam «iitnortàl^ ftfzfet!cípoi5 Adam
moríal porque.peccou, & p fcccu pprqiie q u iz fh ir.nito (c bt ra­
no;
dcm aneiráiqucnofia íro n alid a d e , íc b c m
advettirïaoSjTtGïcca'ttfa, A itc v í iQCcaíiaé. jiic v e oaofa na culpa,
p o rq B cn ío fora;A daajinortqlj^c nao pfOGara ^itcVe’otfCf ííaóína
grandeza, p o rq u eeáo .peccata A dam , le t iá o ’^quizera’ íer o^uito
gtandf* Va^nosatîòfr 3gòra;no^<îut^os hoo^cn^t^f^ amnrtalida'Ij de ca«iá,-porquetqdes iiaíccinósículpados^ nos grandts.tom a
j
C
mcrtali-
Ì
i 6
mortalid^de caufat.^c jantam/entâ occafiao» porque nafccm cul­
pados, àcnafcem graades»:^$qM çËn.duvtda que de algûnaodo
ñca mais m ortal aquclle» c in q u e a morte acha caufa, Sc occafiao
de m ortalid)de,doque. aqu elk em que a moirte acha fomente
ca^fa? &co{nparandoçFi!fi^.%a.«ftu£a6Q<nÆ0Ccafîào,iiiais artifcada anda a yid^ pella
d o q u e p c iia ta u fa , mais hc para
reçcara morte p d lp eftad o fcbctatK), do qoc pella natureza cûl*
pada: Acab^ quando vinha contra elle o de Syrîa, parareiguardac
m e lh o ra vida,depQ ndoaM ,ageÛadede R.ey entcou de disfarce
na bat:alha: Sliara,.quando i^vebeo à rota de.Barac, pava fa g ir iheIhoi. a morte ¿ deixaodçi as inû'gaias dç_<?eQcraVie Daereonatrop»
doi ap^ados; de forte queosSenhoreSÿ quando nos ptrigos querem aiTegurar a vida, depoem o m ageftofo, 5 c fîcao fó n o huma»
n p ,co m oqu een carecen eU es.m aisam ortcpcllo q u e tem de di­
vinos, doque pello qu e fem dehom ens.“ hafc a m orte corn nof*
cof co i^ o n ô s c<)naas ñores>:náoha h o m e m , que paSeando pût
huo) p radoyoufah indoah ûjatditn, n âotope com os olhos naquella flor, queíobre as outras fe levanta, & naó eñenda l o g a a
m ao,
a;Corte,ouporqueíe fofre tao m al a íoberba'^ que aínda
em reprefentaçaôaterrece, oa^porqiieíe levanta taó f a ü a deíigualdade, que ainda entcc .flores nao h eiofrivel: a flores com para
D avid Qs homcns:JicíífJios d ¿ ri, ficfiorehít t & a morte corno
táo am igad eab ateríob erb a^ ran d aco m am ira ñas eminencias^
& affi corta vidas, co rao aos cortam os flores.
C o m toda: cfla iguaÍda 4 <Ttque a m orte guarda n o golpe,com eta
te grandes defigualdadcs tío tempOr b e deflguaí^ porque nao faz
d iflin çâod ep efT o as.h ed cü gu al, pprquc na 6 fa ? difiFcrença de
idades, a h u rira a vida n o san n osm aduros da v e lb ic e , a outros
nosantios verdes da m oeid ad e,xom o a m òrte em m atar nSo ie^
gue a deiìgualdade ds naturéza em produzir^ d i m efm a maneit^
na >guarda co os annos,o q a naturcza obferva co o an no: no an­
no ha primavera para brotare as flores. Schi outono para fé coihcrem osftutos^nos anaos p n e ím o ve ta o 4 * vida hc o Ìn y«n o
d a » o r-
SSoiC inzà,
17
da m òtte: crpadaj& fetasìattfiluiioàéao^eD avid: O kdium fm m
'vibfAyity
E i^
fim cfla diffcrcnça,de atinas n a motte ^ porque fc arma contra
toda a d iffa e n ç a á c s m v s : gladius n)'táms^ nru*SY€mmspetit,
fie tmllus exjm itur, d iffco in íign cíxp o fito t^ o s Pfalm os de m inha B e iig iá o . íagrada} a éfpada h c ^ rà ia q u c fc rv c p a ia o pcttOj
a fetta he arm a qlíciíctve^iatajolongc» n oju izo de D oflao gu ck i:
as idades tcm feus longes, & f«us pertes, a velhice parcceros que
anda m uito petto <ia iepultura,atnocidadc pelle contrario, patecenos que eñá tïiüito Io n ¿e -do tuf^ulo, fQisquefazair.torte-? arm aícíd e€ fp ad a,& íettas,fettas paraos:loges da irocidadc,çips<!a
para os percossa velhicc:;ning*iem iccortficnosanpos,^ paratodjós ha arm a, fe fois vclho, cflais petto, & ha efpada^ ie Îois trc ^ o
eftareis cm hara longe, mas ha fa t a s : dcide as priniciras qrairo
vid asq u co u vcj ícicofíijm ona eflas dc^gualdades am orte: vivia
A d a m , vÎVia E va, vivía C aim , Ôc vivía A bel * o s mais atinos craô
4 c Adam ,-os m enos a rîn o seh ô d e A b e l, ouvc an io rted efazera
prim eira experiencia de ien poder^ & A b e i fo ie .alvo de ieustiroF,
<lc forte.que quando a Hîortequiz aprenderatirarvidaSy fç z oenfayo Iu m etîo rd d ad ^ "& p rtecT ro q ueos vçlhos foübe o piundo
qu ceraoïnortais osm oços, feria fem razaodcftc fyratio, mas n ip
ha du vida que hedeiengano a ;no0 as icohfianças,
E ia fe a morte efperata annos âdeterminados, para c o tre ç a r a
tyj:aniadc fm im p erio , rivera a'Tida fcos a tín o f, porem coincça
ante tóm po,;ou tantoa tò d o o tcm poiiiata, £5« t nciìhiS i t i
tánté de few fìc a à vida: p aflàd ô o infíam cdo nafcim cm o, n aô ^a
inftante algum cm que,nâopoflamorremohomífBT^ acabade nas­
cer n e ftc M a iitc pcefentc, & pode logo ir ó tíe rr o fc tc r o , & í e o
p rim eiro in û aïu ciïc ■do naícim cnto,rÍktodcs'<»iirflaíitesíf guíBtes faôdp morte, entrsjornafcer, & o iro rré ï fc reparte to d o o ië .po, vive m o sii, m a s i m crced am o ttcvivetro .sn âo iaô an rîO ' da
^id a ÓS anuos de nofia vida, depc Gtac.« ¡a morte c c m o f e r s , &
ifede qugndo.qucï o d e p ^ K O : vi^ ro fech a m ao a efcritura fagraÍ
■
»
C 2
da a na-
rS
. & eh u 0
da a.^atiice¿^> bà.aciada’ V
eáttíndi;m alguns a quiUo' Me
Ioi?^^q’. u i t l o 4 i ^ í r q ií¿ (ieia^cí:OL»fe'n»aíS'^obv'nera o vidío'
mais íi io í'e poiti-eDinjíam cJ com ^ rabedoria divina ; No^
adeqmjttur ei m m m y •vH 'vttrut» : 'N o ouro fc'iìgnificào os
Aa)P5».ní>vid;óTciyinbi>liliaó osilioï»ens<r;laQifai agora os olhos
a;b ja .;tc n ia fie ’v iic o -o n ifl íe-'ptífecao ¡alguns^ha rayitos an­
no s & íutfoá ha‘poiicos-íHas tpetgutico- qual d.eifest vos -!parece
qijí.qaebüara p cim eiro,o qae>fepúsh aaím os, & c ftá jj taô cubcciode p ò , q ae n áo íc v é fuaclaridade, ou o que fe pbs aindapatem taóftírnioíO j &tFaiisparentie í ; hccerto<que tanto rifco
<;-órre húcoaft3 o o u tc 0 5 & ta&'pouea feguirânça^em tfte , com o
aqi-U e, porque, faoafnbo^ d « m cftha ttiaffa ; taó frágil ' hua,
com o a outra ) pois toda efta machina eipaçoza d o mundo he
húatenda, os hum eas faSosvidros^Eiuns maischrifliaUnos, outrO>maisefcuros, huns m aisbchs;labrados, outros c o m g a la n faria, buns grandes, outros peqùenòs> Im ns cíla o m tíifo' altos,
outros m uitob aixos, alguii'á ensratáonefta tenda ha noventa ann o s, outfos fetenta, ottttbsha qoarenta, outros ha vinte, outros
o n tem , 5c alguns h o ic, entre tanta variedade, ond« forá m ayor
oiperigoí qû iH ccàop rim eiro qae cítale, íÓC quebrc■^ he verdade
que taato.;fe p o is tem er o\ que entrarao bo^e com o os que ha
novrenta
entracaó, 5caquelle cíialaTá prbaieiro, a qucRa
p riu e iro fíz e r íiro a.m o rte : O h v id a í O h vidrot
*
. M asqué: fcud a cüaiafragiHdade ^dda. vid a-vivam t^ cotaa tanto
de/'cuídadam ^rtcíim aTiqacfeD dQ tefta a c e rte s?¡da m orte, viyi^t3o .com tanto engano da vid ají. que n a a te n d o 'a-Vida de feu
hú nílinis:, gaftem^Js jos.d¡as».oi5(nicfcs, & os aanps com o íc
n a ó fo ao da m octeh Q refolvam onosJa algü d ía aróaviraDcoSp
qU'ta5:a«ol:oiraíncríton.ó5 cham a? C on ^erím h i ¿d méitntcto
C9rde/\^cfir0 : ^ 'todo.otheíbttraída fabedoria divina* paráconíeguir a c o n v ería o d ? h 5 a alena, tiao ha cenaedio mais cfficaz,
q u : a lembrança da:.inocte',: por itTo Chrifto deu a ludas por
ëcfcfp erad o, 5 c ccpcobo» quando na ce«« encce .a pràtica dá
,*
morte;,
D aC in^d,
19
m o rtc,& fepuUura de C h rifto , o vîo fahîr aconccrtar a ven­
da : j^d fefulturam d ix it , rtequc hinc compitnctus ejr : cfta
m em oria aviva h o jea Igrcja , porque 112m ccn icgu iraD ccsa
convcriaôquenos pcdcï
Sc temos fe , & eremos que nao ha pcrdaó de peccados íem
arrepcndimenco d o p e ccad o r, ncccíTaiiamcnrc nos avernos de
arrepender algum dia, pois íe ha de icrnlgü dis, porque nao fera
hoje$ ÍC ha deicrdefpois, porquenâo ieràlcg o 5 ou 0 peccado
he b e m , ou he m al, fe hc bem para que vos avtis de arrepender
nunca? deixaivos m orrercm pcccado, fe be m a l; & por iffo de­
termináis arrependervosdeipois, nao he pouca cordura multipli­
c a ro numero das culpa?, paradobrar as cauías do acrcpendimento} nao he pouca confideracaó peccar mais para ter mais de que
arrepender? que qucirais facrificar o melhor dos annos ao mun­
d o & que naó vos pejeisde refcr^ar as reliquias da vidaparaDcos>
que inrentcis começar a viver bem na quelles annos, onde m uitos
naô Chcgarao, & outres acjbao de viver? compráis huma quinî a , & defciaisqne A'ja boa,fa2cis hua galla , & procurais que
n a o ie ja m à , todas as voflas cou fa s, ainda as de menos fubftancia pretendéis que Îejaô b o as, & muito boas 6c que iegurança
tendes de q u e a v id a v o s durara athècfletcm pG ,paraoqualguar­
dáis vofla penitencia? qu cm vos efpcrouatè h ojc, nsô vos pro­
mette nem o dia de amenhaâ, quantosviraònafcer o S o I , q u co
naótornaraóa verpoflo? & quantos o viró per, que o naô tornaraô a ver nafcido? naó podera fer cada quai de nos hü deftes? an­
tes que fe acabe cfta h ora, náo poderá cada qual de nos acabar
aq u iavid aí & fe fu c e d e fle > M asqucro quevivaisciïcsannos q
falfam cntevos prom c-tfeis5&por onde vos confia, queentaôvos
haveis de arrepender ? fe agora vos parece ram arduo d a rd e
maô aos vic io s, que ferà depois quando com o coñum e cftivtft
à natureza mais depravada, & a graça mais diñante ; nunca
viftes hûa avezinha , que tendo o corpo todo liv re , Ôc folto,
com tudo preza por hüa unha^ bateas azas para voar,
^nam
>
2.0
Sermao,
ÔcuSopodc, arrem eçafeaos ares para fo gir, & nao acaba, pois
que te docem avezinha criíle, náo tens o corpo íolto ; nao tens as
a z isliv re s; porque naovoas? porquenáofogesí* quem re pren­
de, quem te enUça? h üavn h a. Ahpeccadores, a c u lp a h e p r ií a o d a alma, (evos achais agora táo impedidos quando íao os la<^o? menos, com oeípcrais defembaraçarvos quando forem mais
os laços; fe a muitos retarda hoje húa íó vnha prefa, com o confiaó íoltaríequ and ocftiver enlacado codo o corpo? ahi nao ha
con^erfaóde pcccador, fem vo caçâo d eD co s, fenao acodis a
Deos quando vos cham a, quem vos affegurou, que vos havia de
acoditr quando voschamardcs? Aquellas finco Virgcnsloucas do
Evangeihonáo fe pceveniraó quando Deos as bufcou, chao^araó
depoishüa, ócoutravez: Vomme^ Domine: & Déos náo Ihes
acodio: n efcie y os ; porque naó temereis que diga Deos que vos
naóconhece, quando voschamardes, pois vos o náo queréis conhecer, quando elle vos chama?
, E fe he 4eíacerto de guardar a penitencia para o tempo fututo,
refervala para a hora da m orte, que fera ? o arrependimento da
horadam ortem aishearrcpendim entodospcccados, do que ar­
rependimento do pcccador; quem fe arrepcnde na vida, com o le
arrepende em tem poque pód¿ peccar,elle hc o q u e deixa os pe­
cados,qué fe arrepcnde na morte,com o íe arrepéde quando ja naó
cfpera ter tem po pera offender, os peccados faó os q propriaméte
o dcixao a ellc,& íe o perdaó fegue o arrependimeto, onde os peccados feraoosarrepédidosjcom o efperaó os peccadores fer os pee
doadosjcm to d oo U vrod as Efcrituras de D eo s, diz Bernardo,
nao feléq u e fe faWaííe outropeccadorna hoeada m orts, fcnao
o b o ia la d ra 5 ,á c q u e e m 6 3 7 2 . annos náo fc faibade certo que
na hora da morte houveíTe mais que hum peccador arrcpendido
verdadeitamente, & que efpercm tantos arrependerfe na hora da
morte? ícnabateria de h u iC id a d : puleífe o General pena de
m orteahum artilheiro,fenaoem pregaíTealgua bala na muralha
froatcira, nao pcoccderia com o tiooiem fem ju izo aquelte , .que
dcixando
V a Cin^a.
21
deixando tanto erpa<;ode paredc cm que lograro tiro , & íalvar
a v id a .fo iïe por a mira na ponta vitim a ¿a mais levantada tor­
re, ondequalquer cou (a que (cbrelcve, o u d civic, perde o golpe,
& aventura tudo 5 pois que confidcraçam hc a ncfi's, que tendo
o m uro da vida para acertar eílc tiro em que nos vay náo menos
quehum aetcrnidadede g lo ria ro n h.i tra curnidade de pena,
aceitamos taóconñadam entcaovltim o por to ncfla converfao?
ifto he querer zom bar de Deos; íc d c D c o s diz Paulo: náo/c
zom ba: Dcusnon írridetur : gu^ecumqffe fem n áverit 'homo hac,
¿ r weteti fcmear pcccados toda a vida, Óc cíperar colhcr frutos
de gracana morie? Díus m nirrtdeíur i com prato inferno a preÇO de tantas culpas; & n o fim da vida querer a gloria? Veusnon
irrtdetur: defprezar a Déos tantos annos por fctvir a tioíTos appetitcs,& navltim a hora bufcara Déos com o a m ig o ;D w w í«
nao fe zom ba a (Ti de D éo s: quacumque fem inaverit
homo^ hxc
metet: quem femear offenças na vida,hade tecolher
tormentos na m orte. N em recorráis à grandeza da mifericordia
divina, que eíTas confianzas tem hojea m uitos no inferno: he ver.
dadc, que a mifericordia de Dcos he ir uito grande, & ícm li.
mite, nem condiçaôalgum a» nvaisiiTo he para quem faz delia
m otivo para fe arrepender, & náo para quem tom a della occafiao para peccar; antes naó vi m ayor indicio da luftiça Divina,
do que a perm iffaóde fcm elhanteserperançasnaDivina miferi­
cordia, & fen ao, difpime, com eftas ei'peranças que fazeis. fe
naó, dilatar a penitencia, & multiplicar os peccados ? Pois deixá▼ Q S Déos efperar cm fuá mifericordia para peccar, & nao vos pa­
rece que he cañigo feveriíTimodcfua juñica, iia outra vida hafc
de m edirá pena p araacu lp a, deixar aumentar as culpas,hequerer aumentar as penas, & naojulgaisquehecaftigo da juftiça di­
vina, diz leremias que fe parece com hü a rco ; u u n d it arcum
fm tn : E p o rq u efeco m p aram aisaoarco ,queaou tra armaPporq u e,í» 4 rc« , dizS. Hieron.
longtus írahiturcorda,tA?ì~
H eo disfraCíisr exit fa g iíu : no arco quanto mais ao largo fe cfliu a cor-
et
Sermao
tira a corda, tanto com mais violencia fe defpedc a fetta: andai
agora a rctardjr a pcnitcacia de confiados na m iíerícordia, 6c no
ÍJiii Veréis fe foi juílica: a divina juíli^a he arco, d eid eo primeito
peccado mortai, que conicttcm os, fc cm bcbeo nelle a ietta de
noflo fupplicio, & fe a corda fe for cftirando por vinte, por tiinta
púciincoentapor fetenca» «Se por aaai$^ an n os com que iiiria Ìàhii>
ta no cabo a ietta?
Orafiei?, conhecida a vileza dornundo á viña da baìxeza de
npÌToier: Mementohomoi^uU pf4Ìm 'ei\ E rcconhscida^inTportan^adcnoiraconvcrfam a-viftidafpagtlidadedinofri^
¿r
inpuhcrem reverten^: nSo peirmitcamo^qué cm ranco dano de
noTas almaS, fe malogre o confelho d • Ghrifto, 6c a voca^ao de
D io s; D eoscaataanosá fuagra^a: ConvertimintAd me : ¿c quc
mayor felicidadequcviver na grai^a d íD jo ^ ? Chrifto a coafc-.
Ihanos quedeponham osos afFe£tos da te-rra, X^oltte thefitfrifare
E qaeh a natetra que nos merei^a juíUmente o s aíF^*-£loä> a O jo s p o is c o n oscoraqoens. a o C e o c o m a s anGas, allí
tendesgrandezas fcm vaidade, honras (ero baixo?, privanza fern
rccsyo, deTpachos fern dependencia, poftos fcm de&douro, fama
íem envcja,prorpcfidadefem perico, ferm ofurafem cclipfe-, &
fcmmudanqa» am or íem tormento, «Se fern mina, goílos íem pezar, deleites fem fede, riquezas fem iim ita^áo , amizade fem lizonia, Corte fem voltas, & gloria fem fim,
mihiy é* y<>his
prxU ire dignetHrVfmimsOmnipotensj (¿‘c.
k ']
i- <■
%
.
. ,
- .j,-
/
■• S . *
- .. Îê
■- ?
'i . fc.' ■
.•4J-i"'-j-r'.rv;.;;,
îMJfc-. :: ■
„
.-...V."-,^ j, \c;
-1--- •
p
J. ^ f- *. .
.
*,V
>ié'i-V
H
■A■■^r***j»
>»Í—
i^»
i.^w
*«i■
r¿%
•'
. - ■>--«' •
■ ,Í/ -*^ i;"''í.-t-^ itn v-’" -' -r
••11^ .
Æ
,[..■
í-
II .•
•
"
V
''•Sii'.
'M H-
'
•¡tSj^il^
f '_ ;,-'
..-yt;
fr. 'TvvT^.r
^ «*r, i'i'.
._.>
ZILzl--- ;
». . ' 4*~,'/‘- ~ ^
• 's
.Jí.__ >_
iT ,
.,» . -■• » m V
|•.^-»V«. ii f c i t —
-A t-
*.ií-
Ä i-
•W#ííV«»V'*'flr.T*^*wv^ ) W.r<^^L
9 ^^
-—-r °ry^
I,..iriiIi*TÉrt£
1* Us^íVÍs4<^..., ,-ftŒ Â
Vn >
•W^.\* ' • 'f
itt.'^Tr^n - - t - ••^J
. ■.-•SÍt-i, C>f ., _
r.íK‘<* ‘^* ‘•^.•'v. »• L”.si <1
■SIÍI
> .rr
.. •, . - T ^ y a .-»> .-.m: ) ^ . f,-,U i¡J
' Vìi:- '"' '
ínirí^A''^
Tj,«
-»;;'.3 ílÍi^.,íija¿^
. . , , . »»J »
►-•>»» .•N'í f
.’•r;.'.v..:::C-.^-’’>---ir*í'»*t«-"-'' .41-1. I*,!.«.—■••
. ^ .. « » M . -»“ -iV - K-*
... .
...V
.
•;çr. •-■:*-
.u.j. ríi'^^^.Mu
i,, ‘ . •fw*- ¡- ;i*' ••;*''*>•
....... —
-. ■
• •. .
■»1‘ - ■ r ■ ■
SSÍÍV'-t;;
; .......
•
■
. - - : í # 5Í f e
. . .„..'•
. .V ... . . . . . . -
-,-••• '«I.-
*yv2saiî5;iî*
' ’ ■*■ .............
!,«P(4 »WÍ/ •
V *<* V ^ * l
iV-iCÆ« ■
ííjí'í#]
i f '
-.« »>'.lrC‘
'!•>.'•>•^‘v';í \i
Vi^
:' :. '*
É■vry-JÍTtf-.-Î
B ^ y 'i
' ;,
V-V.
V::
f.-v,
MUW'
m B'
.
U' •
^ 'íK ■"',-, ' U S '
-/'• .v 4 ^ Ä ìp .■
lfêí^p.■^r>^/■■'^.^C•íÄÄ^;:■
Mi■.-
' "-Ϋ .
?àiV
i
T

Documentos relacionados