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Francisco M. P. Teixeira e Rosaly Braga Chianca A AVENTURA DO SABER O HISTÓRIA 2 ano HISTÓRIA História 25197COL06 Material de Divulgação da Editora Texto Editores MANUAL DO PROFESSOR A Aventura do Saber História – 2o ano © 2011 Leya Brasil Direção Editorial Duda Albuquerque Título original da obra: A Aventura do Saber História – 2o ano São Paulo * 1a edição * 2011 Coordenação Editorial de Ciências Humanas Ebe Christina Spadaccini Todos os direitos reservados: Leya Brasil Av. Angélica, 2163 – 9o andar – conj. 92 CEP 01227-200 - São Paulo - SP – Brasil Fone+ 55 11 3129-5448 Fax + 55 11 3129-5448 www.leya.com [email protected] Edição Dolores Perez Vasconcellos Assistência Editorial Mariangela Secco Jaqueline Paiva Cesar Edição de texto Alexandra Fonseca Costa ISBN 978-85-62936-89-0 (aluno) ISBN 978-85-62936-88-3 (professor) Assessoria técnico-pedagógica Marquilandes Borges de Sousa Coordenação de Arte e Projeto Gráfico Thaís Ometto Capa YAN Comunicação Ilustração de capa: Fernando Pires Edição de Arte Simone Scaglione Assistência de Arte Matheus Zati Renné Ramos Iconografia Alexandre Baptista Thiago Fontana Editoração Eletrônica Onpage Produções Gráficas Ilustrações Cibele Queiroz Felipe Grosso Marcos Garuti Paula Radi Revisão Beto Celli (coord.) José Alessandre S. Neto Estevam Vieira Lido Jr. Miriam de Carvalho Abões Impressão e acabamento Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Teixeira, Francisco M. P. A aventura do saber : história, 2o ano / Francisco M. P. Teixeira, Rosaly Braga Chianca. – 1. ed. – São Paulo : Leya, 2011. – (A aventura do saber ; 2) Bibliografia. ISBN 978-85-62936-89-0 (aluno) ISBN 978-85-62936-88-3 (professor) 1. História (Ensino Fundamental) I. Chianca, Rosaly Braga. II. Título. III. Série. 10-13013 CDD-372.89 Índice para catálogo sistemático: 1. História : Ensino Fundamental 372.89 G13_F1_AV_HIST2_iniciais_1-2.indd 2 31/05/11 12:04 APRESENTAÇÃO CAROS ALUNOS, ESTAREMOS JUNTOS TODO ESTE ANO. SERÁ UM TEMPO DE DESCOBERTAS, DE TROCAR EXPERIÊNCIAS. VAMOS CONHECER E CONTAR HISTÓRIAS DE ONTEM E DE HOJE QUE FAZEM PARTE DA SUA VIDA E DA VIDA DE OUTRAS CRIANÇAS. TAMBÉM VAMOS DESCOBRIR MANEIRAS DE CONVIVER EM FAMÍLIA E NA ESCOLA, E CONHECER MELHOR SEUS DIREITOS DE CRIANÇA. UM BOM ANO PARA TODOS NÓS! Marcos Garuti OS AUTORES NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. UM COLEGA VAI UTILIZÁ-LO NO ANO QUE VEM. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 3 Algumas fotografias desta obra não apresentam legendas por motivos pedagógicos. 23/02/11 15:29 CONHEÇA SEU LIVRO ESTE É SEU LIVRO DE HISTÓRIA, QUE VOCÊ VAI USAR DURANTE TODO O ANO. PARA APROVEITÁ-LO BEM, VAMOS CONHECÊ-LO? NÓS E A NOSSA ESCOLA A gente passa tanto tempo na escola que quase pode dizer que vive nela. São aulas, pesquisas, provas, recreios, refeições, jogos, brincadeiras, gincanas, festas, comemorações, além de descobertas e novas amizades... a gente nem vê o ano passar. 4. A GENTE VIVE E APRENDE NA ESCOLA 3 Pires do Prado / Acervo Pessoal UNIDADE 3 VAMOS COMEÇAR Na escola desenvolvem-se várias atividades, mas a principal delas é ensinar. Escola é, acima de tudo, um lugar de ensinar e de aprender. Essa é a sua função. Uma função muito importante para a nossa vida, mas que pode ser executada de diversas maneiras nas diferentes culturas. Observe as fotos a seguir. Foto de 1910 retratando a Escola de Comércio Álvares Penteado, fundada em 1902. O prédio, localizado no centro de São Paulo (SP), existe ainda hoje. DOTTA Originais Colombo e Francesconi e Gensly Estudantes da Escola Normal de Campinas (SP), em foto de 1936. 1 Delfim Martins/ Pulsar Imagens Ilustrações: Felipe Grosso Mas será que a escola sempre foi assim? E será que todas as escolas de hoje são iguais? 4 1 2 3 2 1. Observe as cenas. O que as crianças estão aprendendo ou ensinando em cada uma delas? Descreva. Alunos do 4o ano do Ensino Fundamental de uma escola particular em São Paulo. Foto de 2010. Fachada do prédio do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado em Rio Branco, no Acre. Foto de 2010. ■ 2. O que mais você acha que se pode aprender na escola? Converse com os seus colegas. Observe as fotos e responda: a) Qual das escolas mais se parece com a sua? Cite uma semelhança. b) Identifique alguma diferença entre as escolas mostradas nas imagens e a sua escola. 3. Desenhe no caderno uma cena que mostre o que você já aprendeu na escola ou o que você gostaria de aprender. 76 75 74 Na abertura do capítulo, a seção Vamos começar traz imagens e textos. Nas atividades, você poderá contar o que já sabe sobre o tema. Com a ajuda das imagens a seguir, observe como eram algumas dessas coisas no passado. Leia com atenção as legendas que acompanham as fotos, pois elas trazem informações importantes. Acervo Pessoal Essa família foi fotografada no início do século XX. As roupas daquela época eram bem diferentes das usadas hoje: as mulheres usavam vestidos longos e os homens usavam fato (um tipo de terno). Teatro Municipal do Rio de Janeiro, construído no centro da cidade, em foto de cerca de 1910. Em 2010 o edifício foi reaberto ao público depois de uma grande restauração. Família Perez Fernandez / Acervo Pessoal Neste livro há muitas fotografias, reproduções de documentos e ilustrações que vão ajudá-lo a compreender o que está dito no texto. VOLTANDO NO TEMPO Quando assistimos a um filme antigo ou sobre uma época passada, é possível observar várias coisas diferentes das atuais. Por exemplo, o modo de vestir e de falar, os veículos, os móveis, as construções... Essa família foi fotografada em 1960. Em comparação com a família da foto anterior, é possível perceber as mudanças no ambiente e no jeito de se vestir. Edição da Casa A. Miscellánea e A. Electrica S. Leonetti, Porto Alegre Os subtítulos indicam o assunto que é estudado naquele momento do capítulo. Acervo Pessoal Na abertura de unidade há a introdução sobre o tema comum aos capítulos, com texto, imagens e atividades. Praça da Alfândega, com vista do trecho situado próximo às ruas Sete de Setembro e dos Andradas, em Porto Alegre (RS), por volta de 1915. 14. Com base na observação das imagens desta página e da página anterior, descreva uma situação que tenha mudado nos dias de hoje e outra que tenha permanecido. 15. Escolha uma das fotos desta página ou da página anterior. Imagine que você está “dentro” dela. Descreva tudo o que você estaria vendo. 64 65 As atividades ao longo do texto vão ajudá-lo a resolver alguma dúvida e também a descobrir o quanto você já aprendeu e já sabe sobre o assunto. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 4 23/02/11 15:29 Na seção É hora de pesquisar você vai realizar entrevistas, estudos do meio e investigações, atividades que envolvem a busca de informações em diferentes fontes. Na seção Viagem pela leitura há poemas, letras de música, trechos de contos e de histórias. No final há algumas atividades sobre o texto. É HORA DE PESQUISAR ■ Pode ser criança, pode ser adulto, uma coisa é certa: todo mundo tem medo de algo. Que tal descobrir os medos mais comuns? Para isso, realize uma pesquisa. a) Selecione até cinco pessoas adultas do seu convívio (podem ser parentes ou pessoas amigas) e peça a elas que o ajudem em uma pesquisa sobre o medo. b) Elas deverão responder às seguintes perguntas: 1. Qual era o seu maior medo quando você era criança? Como fazia para combatê-lo? 2. E hoje, já adulto, qual é o seu maior medo? Como faz para combatê-lo? c) Anote as respostas de cada um em uma folha, que será trazida para a classe. d) No dia combinado, para registrar todas as respostas obtidas pelos alunos, a professora montará um quadro na lousa semelhante a este: CRIANÇA Medo HORA DO RECREIO ADULTO Medo Solução e) Depois que a professora registrar na lousa os resultados de todas as pesquisas, ela auxiliará a turma a fazer uma lista para cada um dos itens pesquisados, começando do mais votado até o menos votado, com os seguintes títulos: ■ Criança: maiores medos ■ Criança: soluções para combatê-los ■ Adulto: maiores medos ■ Adulto: soluções para combatê-los Tente descobrir cinco elementos que não combinam com a cena. Observe-a com atenção! Depois, converse com um colega e comparem o que vocês encontraram. Felipe Grosso ■ Solução 26 Leia também: sugestões de leitura, com comentários. Outras sugestões: indicações de filmes, CDs e sites, com comentários, para conhecer, pesquisar e se divertir. 70 Na seção Hora do recreio você terá mais uma oportunidade de aprender e de mostrar o que já sabe sobre o assunto de um modo divertido. Glossário: as palavras e expressões destacadas ao longo do texto são explicadas no final do livro. Alguns verbetes são exemplificados com fotos. Referências bibliográficas: livros e atlas consultados pelos autores para a elaboração desta obra. Esses são os ícones que aparecem junto às atividades: Atividade em dupla. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 5 Atividade em grupo. Atividade para montar ou construir algum elemento. Atividade com mapa. Não escreva neste livro. 23/02/11 15:29 SUMÁRIO UNIDADE 1 UNIDADE 2 Eu e os outros ............................................. 8 Nós, a nossa família e a nossa história .... 28 1. Vamos nos conhecer?................................... 10 O meu nome ................................................... 11 2. Nós e a nossa família .................................... 30 A família de cada um ...................................... 32 Viagem pela leitura .............................................. 13 Viagem pela leitura .............................................. 34 Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias, de Ruth Rocha A família do Marcelo, de Ruth Rocha O que eu sinto e do que eu gosto .................. 15 Viagem pela leitura .............................................. 17 Medo? Todo mundo tem!!!, de Silvinha Meirelles A história da minha família .............................. 36 Os meus parentes ........................................... 37 Vivendo em família e cooperando................... 41 Como os indígenas vivem ............................... 43 Os meus documentos ..................................... 19 Hora do recreio.................................................... 24 Hora do recreio.................................................... 45 É hora de pesquisar ............................................ 26 É hora de pesquisar ............................................ 47 Leia também ...................................................... 27 Outras sugestões .............................................. 27 3. Lembranças da nossa vida........................... 48 O tempo passa... ........................................... 50 A minha história .............................................. 53 Viagem pela leitura .............................................. 56 Lembranças de dona Jovina, de Ecléa Bosi Lembranças de família .................................... 58 Retratos e objetos de família .......................... 60 Voltando no tempo .......................................... 64 Viagem pela leitura .............................................. 66 Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai Hora do recreio.................................................... 70 É hora de pesquisar ............................................ 71 Leia também ...................................................... 72 Marcos Garuti Outras sugestões .............................................. 73 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 6 23/02/11 15:29 Cibele Queiroz UNIDADE 3 UNIDADE 4 Nós e a nossa escola ................................. 74 Nós e nossos direitos................................. 94 4. A gente vive e aprende na escola ................ 76 As escolas indígenas ...................................... 77 Aprendendo na escola .................................... 80 Convivendo na escola ..................................... 80 6. Os direitos da criança ................................... 96 Do que precisamos para viver? ...................... 97 Necessidades e direitos ................................ 100 Viagem pela leitura .............................................. 82 Declaração Universal dos Direitos da Criança Escola, Fundação Joaquim Nabuco Viagem pela leitura ............................................ 102 Nossos direitos devem ser respeitados ........ 104 Hora do recreio.................................................... 83 Hora do recreio.................................................. 105 É hora de pesquisar ............................................ 84 É hora de pesquisar .......................................... 105 Leia também .................................................... 106 5. A história da nossa escola ........................... 85 Escolas de antigamente .................................. 86 Objetos de antigamente .................................. 88 Outras sugestões ............................................ 106 Viagem pela leitura .............................................. 90 A escola da mestra Silvina, de Cora Coralina Hora do recreio.................................................... 91 É hora de pesquisar ............................................ 92 Marcos Garuti Leia também ...................................................... 93 Glossário ..................................................................................... 107 Referências bibliográficas............................................................112 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 7 09/03/11 11:55 UNIDADE 1 EU E OS OUTROS Ao longo deste ano vamos descobrir muitas coisas interessantes da nossa história e da história do nosso país. Meu nome é Carolina, mas o pessoal me chama de Carol. Vou fazer 7 anos e estou no 2°- ano. Meu gatinho se chama Chico. Moro em São Paulo. Delfim Martins/ Pulsar Imagens hoto humonia/ iStockp katkov/ iStockphoto Começaremos por nos conhecer melhor e conhecer também outras crianças. Meu nome é Paula e moro na aldeia indígena Aiwa, localizada no estado do Mato Grosso. Tenho 7 anos e estou no 2°- ano. Eu sou Caco, irmão da Carol. Tenho 9 anos e estou no 4°- ano. Adoro futebol. 8 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 8 23/02/11 15:30 ockphoto erPhoto/ iSt DougSchneid all/ Getty rubberb Eu sou o Luciano. Estudo em uma escola pública de Santa Catarina. Estou no 3°- ano. Images Lim Cheng En/ Dreamsti me.com Eu sou a Susana. Vou fazer 8 anos. Moro no Maranhão, numa comunidade quilombola. Estudo na escola da comunidade. Meu nome é João Vítor. Tenho 10 anos e moro em Goiás. Estudo em uma escola particular e estou no 5°- ano. Gostou das apresentações? Então, responda: 1. Qual das crianças chamou mais a sua atenção? Explique por quê. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno mencione os aspectos de alguma das crianças que lhe pareceram mais interessantes. Essa escolha pode ser decorrente de semelhanças ou, ao contrário, de diferenças em relação a si mesmo. 2. Se você pudesse fazer uma pergunta a essa criança, o que Resposta pessoal. Espera-se que o aluno formule alguma pergunta simples, relacionada ao modo de vida, à família ou à identidade da criança da fotografia escolhida. perguntaria? Aproveite as perguntas e os comentários dos alunos para esclarecer e ampliar as referências dadas nas imagens. Pergunte a eles quais são as diferenças e as semelhanças entre as crianças das fotos. Em seguida, questione se eles notaram alguma semelhança entre si mesmos e as crianças retratadas nestas páginas. A intenção é que os alunos entrem em contato desde já com a multiplicidade e a diversidade de identidades dos brasileiros. 9 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 9 23/02/11 15:30 1. VAMOS NOS CONHECER? Esta atividade tem o objetivo de introduzir o aluno em um novo grupo social. Promova a integração da classe, incentivando os alunos a se apresentarem, e observe a importância desse ato. Para facilitar a atividade, forme uma roda no centro da sala e comece dando o exemplo: diga seu nome e fale um pouco de si. Estabeleça um critério para organizar a apresentação: pode ser por ordem alfabética, por sorteio de nomes ou de forma aleatória. Estimule as crianças a falar de si mesmas à medida que se identificam, para que possam se conhecer melhor. Terminadas as apresentações, os alunos podem se cumprimentar. Tome o cuidado de criar um ambiente no qual eles se sintam à vontade, a fim de que esse seja um momento prazeroso para todos. VAMOS COMEÇAR Você acabou de conhecer um grupo de crianças parecidas com você e com os seus amigos. Agora, vamos nos conhecer melhor? Cibele Queiroz Estamos iniciando o 2º- ano escolar. Vamos avançar nos estudos de História e de outras disciplinas. Este será, com certeza, um ano bastante proveitoso. Então, vamos nos apresentar! Cada um diz seu nome e fala um pouco de si para a classe. Agora que todos nós já nos apresentamos, vamos conhecer um pouco mais de cada um! 10 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 10 23/02/11 15:30 O Meu nOMe Toda pessoa tem um nome e um sobrenome. O nome é o que vem primeiro. O sobrenome é o que vem depois do nome. O sobrenome indica a que família pertencemos, pois, em geral, ele se origina do sobrenome do pai, da mãe ou dos responsáveis. Atividade interdisciplinar com Artes. A ficha pode ser completada com uma fotografia do aluno ou, se não for possível, com um desenho feito por ele mesmo, ou seja, um autorretrato. Caso necessário, explique que o autorretrato pode ser também uma pintura, uma escultura e até mesmo um texto. 1. Vamos fazer a nossa ficha de identidade? Observe o modelo abaixo. Faça uma ficha igual a esta no caderno e complete-a com as suas informações. Se precisar, tire dúvidas com a Oriente os alunos na execução da atividade. Se houver disponibilidade material, a ficha de identidade pode ser feita em cartolina e utilizada professora ou com o pessoal de casa. de como crachá, a fim de facilitar a identificação uns dos outros. Você pode, ainda, ilustrar a ficha com um autorretrato, bem Oriente os alunos a procurar o significado das palavras destacadas (como autorretrato) no glossário ao final do livro. caprichado! Vamos lá? Minha Identidade Cibele Queiroz Faça as adaptações necessárias, considerando a competência em leitura e escrita dos alunos e o processo de alfabetização. O meu nome completo é Luana Santos. (escreva seu nome e sobrenome) Eu tenho 7 anos. Eu nasci no dia 7 de janeiro de 2006. (escreva o dia, o mês e o ano de seu nascimento) 2. Agora, vamos ver como ficaram as nossas fichas de identidade? a) Cada um lê na sua ficha o nome e o sobrenome. b) Em seguida, cada um diz qual é o sobrenome do pai, o da mãe ou o do responsável. c) Depois de ler as fichas, vamos verificar se há nomes ou sobrenomes comuns entre os alunos da classe. Se houver, a professora vai anotá-los na lousa. d) Com a lista dos nomes ou sobrenomes comuns escritos no quadro, vamos verificar se existe algum parentesco ou se já existia algum conhecimento entre esses alunos e entre os seus grupos familiares. Esta atividade complementa a anterior, para mostrar como os dados de identidade das pessoas podem ser reveladores de relações sociais e de parentesco, origens próximas ou comuns etc. 11 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 11 23/02/11 15:30 3. Vamos fazer uma atividade de investigação sobre o seu nome? Leia as questões abaixo com a ajuda da professora. Em seguida, registre as respostas no caderno. Se necessário, realize esta atividade em casa, Respostas pessoais. A pesquisa do nome permite que aluno descubra dados a respeito de si mesmo e dos com a ajuda dos seus pais ou responsáveis. ofamiliares, favorecendo o trabalho de construção da a) Quem escolheu o seu nome? b) Por que lhe deram esse nome? c) Seus pais ou responsáveis pensaram em outros nomes para dar a você? Quais? d) Você gosta do seu nome? Por quê? e) Se pudesse escolher outro nome, qual seria? f) Você tem um apelido? g) Se tiver um apelido, registre-o no caderno. h) Quem lhe deu esse apelido? i) Invente um novo apelido para você e escreva-o no caderno. j) Por que você escolheu esse novo apelido? Nessa faixa etária, k) Agora, escolha um os alunos podem ter algum conflito com o próprio nome: não colega de classe. o consideram bonito nem sonoro. Eventuais Registre o nome constrangimentos com alguns nomes devem dele em seu caderno ser contornados por meio da busca da da escolha do e faça um desenho origem nome pelos pais ou responsáveis. para ilustrá-lo. Cibele Queiroz identidade. A troca de informações é importante para que todos compartilhem um pouco da história de cada um. Os alunos podem pedir a ajuda dos pais ou do responsável para completar as respostas. Já os apelidos que constrangem, especialmente aqueles que destacam características físicas, devem ser abolidos da sala de aula. Este pode ser um bom momento para tratar da questão do bullying entre os alunos, destacando suas consequências para o grupo e eventuais punições aos praticantes. 12 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 12 23/02/11 15:30 Marcos Garuti VIAGEM PELA LEITURA Que tal ler um texto que trata do nome das coisas? Se necessário, peça a ajuda da professora. Leia o texto para a classe. Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias Marcelo vivia fazendo perguntas a todo mundo: – Papai, por que é que a chuva cai? – Mamãe, por que é que o mar não derrama? – Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas? As pessoas grandes às vezes respondiam. Às vezes, não sabiam como responder. – Ah, Marcelo, sei lá... Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas: – Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo? – Ora, Marcelo foi o nome que eu e o seu pai escolhemos. – E por que é que não escolheram martelo? – Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de ferramenta... – Por que é que não escolheram marmelo? 13 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 13 23/02/11 15:30 Marcos Garuti – Porque marmelo é nome de fruta, menino! – E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo? No dia seguinte, lá vinha ele outra vez: – Papai, por que é que mesa chama mesa? – Ah, Marcelo, vem do latim. – Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro? – Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga. – E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau? – Ai, meu Deus, este menino me deixa louco! ROCHA, Ruth. Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias. São Paulo: Salamandra, 1999. ■ que houver oportunidade, incentive os alunos Agora, pense sobre as questões e responda: Sempre a registrar as respostas por escrito. a) Você acha que Marcelo está certo em querer trocar o nome das Resposta pessoal. Incentive os alunos a expressar com clareza a justificativa para a resposta. coisas? Por quê? Mencione que, se cada um der às coisas o nome que quiser, ninguém vai se entender. Reforce a função de comunicação na escolha dos nomes. b) Você já pensou em mudar o nome de alguma coisa? Do quê, por exemplo? Resposta pessoal. Atenção para eventuais conflitos que os alunos tenham com o próprio nome. c) Do que você mais gostou no texto? Por quê? troque ideias com seus colegas para ver se eles pensaram a mesma coisa. Oriente uma conversa coletiva, dando espaço para que os alunos compartilhem espontaneamente as suas ideias sobre o texto. d) Na sua opinião, por que será que as crianças são tão curiosas? e) Releia o texto com atenção. Faça no caderno novas ilustrações para ele, seguindo as ideias contidas nas falas de Marcelo. Depois, a troca dos desenhos para estimular entre os alunos o troque seus desenhos com os colegas. Aproveite intercâmbio de referências, ideias e comentários ligados ao texto lido. Resposta pessoal. Oriente as reflexões e discussões dos alunos. Procure tornar a leitura uma atividade prazerosa na classe, mesmo que os alunos ainda não a dominem autonomamente. 14 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 14 23/02/11 15:30 O Que eu SIntO e dO Que eu GOStO Introduza o tema Sentimentos e preferências conversando com os alunos e deixando-os à vontade para expressar as suas opiniões. Verifique se eles lidam com naturalidade com as suas emoções ou se demonstram vergonha em sentir medo, raiva etc. Ressalte a importância de compartilhar sentimentos e emoções com as pessoas do grupo de convivência e de respeitar o que o outro sente. As expressões do rosto mostram o que estamos sentindo. Há dias em que acordamos felizes, com vontade de rir e de cantar, e há outros em que saímos da cama de mau humor, sem vontade de fazer nada... É normal que as pessoas sintam alegria, tristeza, medo, raiva e tantas outras emoções. d matka_Wariatka/ iStockphoto B Andres Peiro Palmer/ iStockphoto Studio1One/ iStockphoto A Kim Gunkel/ iStockphoto huronphoto/ iStockphoto 4. Que emoções estão representadas em cada uma das expressões abaixo? Diga para a sua professora. Respectivamente: medo, alegria, tristeza, surpresa e raiva. c e 5. Em sua opinião, o que poderia ter causado essas emoções? Diga pelo menos um motivo para cada uma. Medo, alegria, tristeza, surpresa e raiva, aqui representados, são emoções comuns e facilmente identificáveis pelos alunos. Incentive-os a imaginar possíveis situações capazes de provocar tais sentimentos. Estimule-os a registrar suas opiniões por escrito. 15 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 15 23/02/11 15:30 6. Vamos falar um pouco sobre os nossos sentimentos? Respostas pessoais. Leia as perguntas a seguir e responda: a) Lembre-se de alguma vez em que você ficou com muita raiva. Qual foi o motivo? b) Você já ficou muito triste? Quem ou o que fez você se sentir assim? Atente para o fato de que os podem ter dificuldade em c) Você tem medo de alguma coisa? De quê? Por quê? alunos admitir os seus sentimentos, com de serem ridicularizados d) Alguma coisa já deixou você muito feliz? O que foi? receio pelos colegas. Fale sobre a importância do respeito aos sentimentos do outro e também e) Hoje, o que faz você ficar muito alegre? Por quê? destaque alguns aspectos positivos do medo, como, por exemplo, uma forma de autopreservação. 7. Vamos falar sobre as nossas preferências? Leia as perguntas a seguir e faça o que se pede: O objetivo da atividade é identificar preferências pessoais dos alunos. a) Quais são as brincadeiras de que você mais gosta? asAuxilie-os no registro das respostas. b) Faça um desenho para ilustrar duas dessas brincadeiras. c) Quais são as coisas que você mais gosta de fazer? Por quê? d) Quais são as pessoas de quem você mais gosta? e) Desenhe essas pessoas. Não se esqueça de colocar o nome de cada uma delas abaixo ou ao lado da figura que você desenhar. 8. Agora, vamos ver do que a turma mais gosta? De acordo com a lista abaixo, cada um vai dizer ou escrever do que mais gosta em termos de comida, frutas, doces, e assim por diante. Depois, com a orientação da professora, vamos contar as respostas e verificar quais são as preferências da classe em cada um dos itens da lista. Vamos começar? a) b) c) d) Uma comida Uma fruta Um doce Uma cor e) f) g) h) Cibele Queiroz Incentive os alunos a tentar escrever o nome das pessoas pelas quais sentem afeto e ternura. Uma brincadeira Um brinquedo Um passeio Uma leitura Oriente os alunos a contabilizar as respostas dadas e a classificar as preferências da turma conforme o número de vezes que o mesmo item é citado. Comente as escolhas para compor um perfil geral da classe em relação à lista proposta. 16 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 16 23/02/11 15:30 VIAGEM PELA LEITURA Com a ajuda da professora, vamos ler um texto que trata dos medos de algumas crianças e saber o que elas fazem para espantá-los. Leia o texto para a classe. Medo de escuro “Eu tenho medo quando apago a luz, parece que alguém vem me pegar. Ou quando eu ponho o meu pé entre a cama e a parede, fico com medo de que saia uma mão verde acinzentada e pegue o meu pé.” Marcos Garuti Medo? Todo mundo tem!!! Antídoto “Quando eu era pequena vi uns slides de patinhos. Então, até hoje, quando penso numa coisa ruim, mudo de assunto na minha cabeça, como se estivesse trocando de slide.” Nina Albuquerque, 9 anos. Medo de ficar sozinha “Quando eu era pequena, eu tinha medo de ficar sozinha porque eu achava que um monstro vinha me pegar.” Antídoto “Grudar no meu cachorro.” Júlia Zanolli, 12 anos. 17 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 17 23/02/11 15:30 Cibele Queiroz Medo de raio, de fantasma, de bruxa e de lobo “tenho medo de raio e de um fantasma me engolir. também não gosto de história com bruxa e lobo, porque fico imaginando que eles vão sair da história para me buscar.” Antídoto “Eu me deito e me cubro.” Marcelo Nelzow, 6 anos. Antídoto “Lembrar que o sonho é meu e inventar um jeito de me defender. Pensar bem na saída e voltar a dormir.” Cibele Queiroz Medo de pesadelo “tenho medo de pesadelo.” Quico Meirelles, 9 anos. MEIRELLES, Silvinha. Medo? Todo mundo tem!!!. In: PRIETO, Heloisa (org.). O livro dos medos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001. ■ E você, já sentiu algum desses medos? Qual ou quais? O que você costuma fazer para se livrar deles? Converse a respeito com os colegas. 18 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 18 23/02/11 15:30 OS MeuS dOcuMentOS Observe nas reproduções abaixo as impressões dos pés de um recém-nascido. Essas impressões são as marcas dos pés do bebê feitas com tinta sobre um papel. Elas são tiradas ainda na maternidade e servem objetivo é levar o aluno a reconhecer, interpretar como documento de identificação.Oe manusear documentos de identificação, AS IMAGENS REPRODUzIDAS SãO MAIORES QUE O tAMANHO ORIGINAL. Acervo Pessoal Acervo Pessoal importantes fontes da história de cada um. O início do estudo com base nas impressões dos pés de um recém-nascido tem a finalidade de mostrar esse que constitui o primeiro registro da existência de uma pessoa, anterior à certidão de nascimento. Importante: procure adaptar essas observações e explicações no caso de haver na sala crianças não nascidas em uma maternidade. Pé esquerdo Pé direito Polegar direito materno Note que, ao lado das impressões dos pés da criança, está a impressão digital da mãe. Essa é uma medida de segurança adotada pelos hospitais para que se evitem enganos, como a troca de bebês, por exemplo. A impressão digital é formada pelas linhas que todas as pessoas têm na ponta de cada um dos dedos das mãos. 19 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 19 23/02/11 15:30 9. Procure descobrir se existe na sua casa algum documento com a impressão dos seus pés, como as que estão reproduzidas na página 19. Se encontrar, compare as suas impressões com as do livro e observe se há alguma semelhança entre elas. Peça ajuda aos seus pais, responsáveis ou outros familiares para encontrar esse documento. Seria interessante se você conversasse com eles sobre isso. Depois, encontrando ou não esse documento, conte como foi a busca e a conversa que teve em casa. Se quiser, você pode escrever um Oriente a busca dos alunos e estimule a conversa com os pais, responsáveis ou outros familiares. Auxilie e apoie os que comentário. encontrarem alguma dificuldade em escrever e encoraje-os a registrar o que puderem, para que também tenham a sua experiência documentada. 10. Agora, tire as impressões digitais dos seus dedos, como a da mãe do bebê, também na página 19. Com a ajuda da professora, pinte o polegar esquerdo e o direito. Em seguida, pressione-os sobre uma folha no caderno. Depois, identifique cada um dos polegares, fazendo uma legenda para Esta é uma atividade que exige certa preparação de material e alguma orientação para a classe. Ajude os alunos a passar guache ou de carimbo nas pontas dos polegares e a pressioná-los na folha de caderno. Depois, peça que confrontem eles. Vamos lá! tinta as próprias impressões com as dos colegas, para que possam perceber as diferenças individuais. Feita a atividade, peça Fabio Chialastri by_Nicholas/ iStockphoto aos alunos que lavem as mãos. Para marcar as impressões digitais em papel, você pode utilizar uma almofada com tinta, como a da foto. Você também pode utilizar tinta guache para marcar as impressões digitais em papel. 20 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 20 23/02/11 15:30 Acervo Pessoal Agora, veja um modelo de certidão de nascimento. Ela se chama “certidão” porque certifica, ou seja, comprova o dia e o lugar em que nascemos e de quem somos filhos. A certidão de nascimento é o primeiro documento oficial da nossa história pessoal, depois dos registros feitos na maternidade. Converse com os alunos sobre a importância dos documentos como instrumentos de cidadania, especialmente da certidão de nascimento. Além de ser nosso primeiro registro oficial, é uma importante fonte de dados sobre a história de cada um. No entanto, ao trabalhar com a certidão, cuide para que não ocorram situações constrangedoras, por exemplo, com documentos nos quais não constem todos os dados (nomes de avós ou pais, por exemplo) ou com documentos que foram perdidos pelas famílias. Ao nascer, toda pessoa tem direito à certidão de nascimento. A emissão desse documento é gratuita em todo o território nacional. 11. A certidão de nascimento é o nosso primeiro documento oficial. É um documento exigido por lei a todas as pessoas. a) Peça a alguém na sua casa que lhe mostre a sua certidão de nascimento e compare-a com a que acabou de ver. Você notou diferenças? Quais? b) Se possível, leve uma cópia da sua certidão para a classe e oral. Trabalhe as observações feitas pelos alunos compare-a com a dos seus colegas. Resposta e incentive a troca de informações entre eles, sugerindo que comparem os dados contidos nas suas certidões. E não deixe de adaptar observações, comparações, comentários etc. às diferentes situações e informações apresentadas nos documentos trazidos pelos alunos. 21 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 21 23/02/11 15:30 12. No caderno, copie os seguintes dados da sua certidão: os alunos sobre a forma de registrar as informações. Como a) Nome da sua mãe e/ou do seu pai. Oriente é possível haver certidões nas quais os nomes de pais ou avós são omitidos, ou situações reais de pais desconhecidos, esteja atenta b) Dia do seu nascimento. para evitar discriminações ou constrangimentos. c) Hora em que você nasceu. d) Cidade onde você nasceu. e) Estado onde você nasceu. Acervo Pessoal Além da certidão de nascimento, você também deve ter uma carteira de vacinação. Veja abaixo o modelo de uma: A carteira de vacinação indica todas as vacinas que as crianças tomam e as respectivas datas, servindo, assim, como um registro histórico. 13. Peça a alguém na sua casa que lhe mostre a sua carteira de vacinação e explique para que ela serve. Compare-a com o documento acima: No caso de alunos que não tenham carteira de vacinação, oriente-os a perguntar aos pais ou responsáveis quais vacinas tomaram e quando foram vacinados. Peça-lhes que anotem no caderno a) O que você descobriu? essas informações para mostrá-las em classe. Casos de alunos sem a cobertura vacinal completa devem ser comunicados à direção da escola. b) Se possível, traga a sua carteira de vacinação para a escola e Explique aos alunos a importância compare-a com a dos seus colegas. As vacinas anotadas são desse registro, uma vez que ele é exigido por Resposta oral. Alerte para o fato de que há informações escolas, postos de saúde, hospitais etc., comum, como as vacinas obrigatórias tomadas no as mesmas? em assim como por empresas, quando da primeiro ano de vida, com a mudança apenas das datas. contratação dos pais ou dos responsáveis. 22 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 22 23/02/11 15:30 Outro documento importante para todas as pessoas é a carteira de a importância da carteira de identidade como instrumento de cidadania. Trata-se de um documento de identificação completo e, identidade. Ressalte portanto, muito utilizado. Ele registra todos os dados pessoais necessários para a comprovação da identidade: nome completo, filiação, Acervo Pessoal Acervo Pessoal local e data de nascimento, assinatura e foto, além da impressão digital. Frente Verso Acima se vê a reprodução frente e verso, ou seja, dos dois lados, de uma carteira de identidade, documento oficial que vai nos acompanhar pela vida inteira e que usaremos muitas vezes, nas mais diferentes situações: viagem, associação a clubes, matrícula na escola, trabalho, casamento etc. 14. Você tem carteira de identidade? Se tiver, traga uma cópia dela para a escola e mostre-a aos colegas. Depois, juntos, comparem as diferenças entre as carteiras de identidade de vocês e a reproduzida final deste bloco de atividades, aproveite para citar outros documentos que o aluno vai conhecer nos anos seguintes: CPF, título de eleitor, acima. Ao certificado de reservista, passaporte etc. 23 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 23 23/02/11 15:30 HORA DO RECREIO Cibele Queiroz 1. Observe as letras no quadro abaixo. Em seguida, copie no caderno: Atividade interdisciplinar com Língua Portuguesa. Nesta atividade será observar e comentar com os alunos o uso correto e diferenciado a) as letras que formam o seu nome; possível das letras maiúsculas e minúsculas nos nomes escritos por eles. b) as letras que formam o nome de um amigo ou amiga. Para ilustrar a atividade, leia este exemplo de texto: Nas noites frias, Leandro gosta de vestir um hipopótamo (nome correto: pijama) bem quentinho para dormir. Quando chega a hora de ir para a fogueira (nome correto: cama), ele escova os cabides (nome correto: dentes), apaga a salada de frutas (nome correto: luz) e só pensa no cobertor macio. 2. Com um colega, escrevam um texto de duas ou três linhas, trocando os nomes corretos das coisas por outros que vocês escolherem. Depois, leiam o texto para os demais colegas e vejam se eles conseguem descobrir quais palavras foram trocadas. 3. Para cada uma das situações a seguir, faça no caderno uma “carinha” dizendo como você se sente. Depois, troque de caderno com o seu Esta questão pode ser trabalhada primeiro oralmente. O objetivo é fazer com que os alunos relacionem os acontecimentos com emoções que sentir em nosso dia a dia. A troca dos cadernos é importante para colega e veja as respostas dele. podemos o aluno perceber que todos podemos ter sentimentos tristes, por exemplo. O uso de relações familiares já introduz o tema do próximo capítulo. a) Você vai com a sua família ao cinema, mas quando chegam lá não há ingressos disponíveis. Vocês voltam para casa sem ter visto o filme. Expressão de tristeza, frustração. b) Seu primo convida você para ir passear com o cachorro dele no parque. Expressão de alegria. c) Seu tio, que sabe um monte de histórias legais, quebra a perna: ele vai ficar um mês dormindo no seu quarto, junto com você. Alguns alunos podem achar a situação ruim (o tio quebrou a perna) – expressão de tristeza; outros podem pensar no aspecto positivo (ele sabe um monte de histórias legais) – expressão de alegria. 24 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 24 23/02/11 15:30 4. Copie no caderno o nome dos documentos que você possui. c) Certidão de nascimento a) Impressão dos pés de d) Carteirinha da escola recém-nascido e) Carteira de vacinação b) Carteira de identidade Resposta pessoal. Observe se os alunos identificam corretamente os seus documentos pessoais. 5. Existem diversos outros documentos. Copie no caderno o nome dos que você conhece ou dos quais já ouviu falar. d) Carteira de motorista a) Certidão de casamento e) Cadastro de Pessoa Física (CPF) b) Carteira de trabalho f) Passaporte c) título de eleitor Resposta pessoal. Observe se os alunos identificam os documentos mencionados. Cibele Queiroz Cibele Queiroz 6. Escreva no caderno qual o documento necessário para cada uma das situações a seguir: Carteira de vacinação; certidão de nascimento. 25 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 25 23/02/11 15:30 É HORA DE PESQUISAR ■ Atividade interdisciplinar com Matemática. Além da importância do aprendizado do passo a passo na realização da atividade, os alunos terão a oportunidade de trabalhar a tabulação de dados. Pode ser criança, pode ser adulto, uma coisa é certa: todo mundo tem medo de algo. Que tal descobrir os medos mais comuns? Para isso, realize uma pesquisa. a) Selecione até cinco pessoas adultas do seu convívio (podem ser parentes ou pessoas amigas) e peça a elas que o ajudem em uma pesquisa sobre o medo. b) Elas deverão responder às seguintes perguntas: 1. Qual era o seu maior medo quando você era criança? Como fazia para combatê-lo? 2. E hoje, já adulto, qual é o seu maior medo? Como faz para combatê-lo? c) Anote as respostas de cada um em uma folha, que será trazida para a classe. A pessoa entrevistada, se possível, pode ajudar o aluno a fazer o registro. d) No dia combinado, para registrar todas as respostas obtidas pelos alunos, a professora montará um quadro na lousa semelhante a este: cRIAnÇA Medo Solução AduLtO Medo Solução e) Depois que a professora registrar na lousa os resultados de todas as pesquisas, ela auxiliará a turma a fazer uma lista para cada um dos itens pesquisados, começando do mais votado até o menos tabulação final dos dados pode ser registrada em um texto votado, com os seguintes títulos: Acoletivo, que os alunos copiam individualmente. ■ Criança: maiores medos ■ Criança: soluções para combatê-los ■ Adulto: maiores medos ■ Adulto: soluções para combatê-los 26 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 26 23/02/11 15:30 LEIA TAMBÉM ■ ■ ■ ■ Nesta seção, sugerimos alguns livros que podem ser lidos para os alunos em sala de aula ou recomendados para leitura em casa. Ver comentários no Manual do Professor. Coisas que eu queria ser, de Arthur Nestrovski. São Paulo: Cosac Naify, 2004. “O que você quer ser quando crescer?” E se, em vez de médico, professor ou bombeiro, você quisesse ser um lápis, um celular ou um guarda-chuva? O livro dos medos, de Heloisa Prieto (organização). São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. todo mundo tem medo. A diferença está no tipo de medo e na época em que ele aparece. Nesse livro, alguns autores escrevem histórias sobre seus próprios medos. Sabe do que eu gosto?, de Ruth Rocha e Dora Lorch. São Paulo: Salamandra, 2009. Comer, tomar banho e brincar fazem parte do seu dia a dia. Você gosta de fazer essas coisas? O que mais você gosta de fazer? Todo mundo tem – amigo, de Anna Claudia Ramos e Ana Raquel. São Paulo: Formato, 2009. Existem vários tipos de amigo: amigos que vão, amigos que ficam... Que tipo de amigos você tem? Que tipo de amigo você é? OUTRAS SUGESTÕES SITE ■ Museu da Pessoa. Disponível em: <www.museudapessoa.net>. Acesso em: 17 ago. 2010. toda história de vida é rica e merece ser contada e conhecida. É isso que faz esse museu virtual, aberto à participação gratuita de todas as pessoas que queiram compartilhar a sua história. FILME ■ Menino maluquinho – o filme. Direção de Helvécio Ratton. Brasil: Europa Filmes, 1994. (82 min). Maluquinho é uma criança como você: ele tem família e amigos, frequenta a escola, sonha, faz travessuras e passa por alguns sustos. Que tal conhecê-lo? 27 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 27 23/02/11 15:30 uNidade 2 NÓs, a Nossa FaMÍLia e a Nossa hisTÓria todos nós fazemos parte de uma família e ela faz parte da nossa história. Dan Dalton/ Ge tty o flashon/ iStockphot Images A nossa história começa quando nascemos. Amanda Rafael PhotoInc/ iStockphoto E continua na convivência com os nossos pais e parentes. Márcia e Adílson Embora todas as crianças tenham um pai e uma mãe biológicos, é importante começar a mostrar com cuidado as diferentes realidades da vida em família: crianças que vivem com avós, com outros parentes, apenas com a mãe ou com o pai, um tempo com cada um (guarda compartilhada), com pais adotivos (e aqui não podemos deixar de mencionar os casais homossexuais femininos e masculinos) ou mesmo em instituições, na companhia de outras crianças, sob os cuidados de adultos que não são seus parentes. 28 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 28 23/02/11 15:30 Pires do Prado/ Acervo Pessoal Acervo Pessoal Rosa Gauditano/ Studio R Membros da família Oliveira, em foto do início do século XX. mphotoi/ iStockphoto Membros da família Lomo, em foto de 1926. Família da etnia Kayapó, em foto de 2002, durante a realização dos V Jogos dos Povos Indígenas em Marapanim (PA). ■ Membros da família Tanaka, em foto de 2007. Gostou das fotos de família? Agora é a sua vez. Imagine uma situação envolvendo a sua família e desenhe-a. Em seguida, escreva uma frase abaixo do desenho para ilustrar o que você quis representar. Atividade de aquecimento para a temática da unidade, solicita a observação e o reconhecimento de cenas que permeiam o cotidiano social dos alunos, ou com o qual eles têm algum tipo de contato. Incentive os alunos a escrever a frase, mas, se necessário, faça as adaptações respeitando a competência leitora e escrita deles. 29 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 29 23/02/11 15:30 2. NÓs e a Nossa FaMÍLia Este capítulo, além de mostrar ao aluno que ele faz parte de um grupo familiar, permite-lhe compreender o processo de formação de uma família e identificar diferentes estruturas familiares. também introduz noções de cooperação entre as pessoas e de vida em comunidade. VaMos CoMeÇar Entre tantas famílias que existem no brasil, vamos conhecer a família torres. Eles moram em Aquiraz, uma cidade pertinho de Fortaleza, capital do estado do ceará. jrcaldwell/ iStockphoto pixdeluxe/ iStockphoto Eu sou Adelaide Torres. Ou Lalá, como todos me chamam. Tenho dois filhos: o João e a Maria Clara. Eu me chamo Alberto, mas todos me conhecem por Beto. Sou pai do João e da Maria Clara. 30 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 30 23/02/11 15:30 Leggnet/ iStockphoto EricGerrard/ iStockphoto Eu me chamo Afonso. Sou pai da Adelaide e avô do João e da Maria Clara. Sou sogro do Alberto. Ele é meu genro. ■ Oscarcwilliams/ iStockphoto Meu nome é Sebastiana, mas todo mundo me chama de dona Ana. Sou mãe da Adelaide e sogra do Alberto. Ele é meu genro. O João e a Maria Clara são meus netos. Eu sou Francisca, mãe do Alberto. Sou sogra da Adelaide. Ela é minha nora. Sou avó do João e da Maria Clara. Quem são as pessoas que fazem parte da sua família? Resposta pessoal. nesta atividade oral, espera-se que os alunos citem pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos e outros. Dê espaço para que todos na classe falem um pouco de si e da família da qual fazem parte. 31 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 31 23/02/11 15:30 A fAmíliA de cAdA um As famílias são diferentes umas das outras e podem ser formadas das As imagens a seguir permitem aos alunos identificar diferentes organizações familiares. Explore o tema e outros exemplos. Além disso, incentive todos na classe a dar depoimentos sobre a dinâmica mais variadas maneiras. acrescente da família da qual fazem parte. digitalskillet / iStockphoto digitalskillet/ iStockphoto manley099/ iStockphoto Observe alguns exemplos nas fotos a seguir. Helena mora com os dois filhos, Marcos e Juliana, desde que se separou do marido. Jaime e sua filhinha Samanta formam uma pequena família. hoto digitalskillet/ iStockp aldomurillo/ iStockphoto As crianças Rodrigo e Érica e seus pais, Mário e Elza. u do primeiro marido, Depois que se divorcio o atual companheiro, m co er viv a ou ss pa a Jussar briel. André, e o filho dele, Ga 32 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 32 23/02/11 15:30 Rosa Gauditano/ Studio R IsaacLKoval / iStockphoto Os membros dessa família da etnia Xavante vivem juntos na aldeia Pimentel Barbosa, em Mato Grosso. Esta foto foi tirada em 2003. Alvera / Dreamstime.com ImAGEbROKER/ KEyStOcK/ KEyS tOnE Fernanda foi adotada por Márcio e Valquíria. Essas crianças não conheceram os seus pais . Desde bebês elas vivem em uma instituição com outras crianças, sob responsabilidade do Esta do. Mariana, Pedro e a avó, Natália, que cuida dos netos desde que os pais das crianças morreram. Estimule uma conversa entre os alunos sobre como deve ser a vida das crianças que moram em instituições e por que algumas famílias optam pela adoção em vez de ter filhos biológicos. 1. O que você observou nessas fotos? Converse com os colegas, tire suas dúvidas com a professora e escreva uma frase no caderno sobre o que mais chamou a sua atenção. Depois, leia a sua frase para a Esta questão deve ser trabalhada primeiro oralmente. O objetivo é fazer com que os alunos identifiquem a diversidade de estruturas familiares classe. existentes e percebam que nem todas as crianças vivem no mesmo modelo de família. Para muitas delas, o seu grupo familiar é formado por pessoas sem ligação consanguínea e com as quais convivem diariamente. Lembre também os alunos de que há crianças abandonadas, vivendo nas ruas. Para concluir o que foi discutido oralmente, finalize a atividade comentando as frases que os alunos escreveram no caderno e leram para a turma. 33 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 33 23/02/11 15:31 ViaGeM peLa LeiTura com a ajuda da professora, leia o texto a seguir. A minha família é assim: tem meu pai que se chama João. que o símbolo [...] indica que parte do Tem minha mãe que se chama Laura. Explique texto foi suprimida. E tem minha irmã pequena, que se chama Aninha. [...] Cada família é de um jeito. Às vezes, um casal se separa, às vezes, um dos pais morre, às vezes, o avô ou a avó moram junto com os filhos; tem gente que tem muitos filhos, como a família do Catapimba; os pais dele têm três filhos. Tem gente que tem um filho só, ou tem dois. Olha só: o Catapimba tem dois irmãos, um menino e uma menina. Então, eles são três irmãos. E tem o pai e a mãe. marcos Garuti A família do Marcelo 34 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 34 23/02/11 15:31 marcos Garuti A família do Caloca é diferente: o pai e a mãe são separados; o pai mora em outra cidade e o Caloca não tem irmãos, mas tem um primo que mora com eles. A família da Terezinha tem a mãe e o marido dela, que se chama Dorivan. O pai da Terezinha morreu quando ela era pequena. A Terezinha tem dois irmãos: o Beto e o Armandinho. ROcHA, Ruth. A família do Marcelo. São Paulo: Salamandra, 2001. ■ A sua família se parece com alguma das famílias mencionadas no trabalhe oralmente a questão, estimulando cada aluno a falar sobre a própria família, compará-la com as famílias descritas no texto e com as dos colegas de classe. A partir de texto? Explique por quê. tais comparações, espera-se que eles se sintam aptos a identificar semelhanças e diferenças entre os diversos tipos de família existentes. 35 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 35 23/02/11 15:31 A históriA dA minhA fAmíliA toda família tem uma história. Para conhecê-la, precisamos saber (quando possível) quem foram os nossos antepassados, quer dizer, aquelas pessoas que vieram antes de nós e formaram o nosso grupo familiar. Esses antepassados são os nossos pais, avós, bisavós, e outros que vieram antes deles. A representação da linha que vai desde os antepassados de uma família até os seus descendentes é o que chamamos de árvore genealógica. o n / iStock jaroo ph ot ock / iStockph ot mc Si o / iStockpho to lade og o ot Pa ul avô paterno avó paterna avô materno pai nj / iStockphot o aro da mãe Sto sy / i ckphot o ole nic z / iStockphoto urt ak sr / iStockpho dre to An avó materna Beatriz Marcelo cibele Queiroz anks/ iStoc rob kp eu h A seguir você tem um exemplo de árvore genealógica da família de dois irmãos. 2. Com a orientação da professora na sala de aula e com a ajuda dos seus pais ou responsáveis em casa, desenhe no caderno a sua árvore genealógica. Não importa que fiquem faltando informações; complete o com base na construção da própria árvore que você souber ou o que conseguir descobrir. genealógica, o aluno faz um resgate histórico das suas origens. contudo, a fim de evitar situações constrangedoras na sala de aula, é importante estar atenta àqueles que eventualmente não tenham referências familiares. 36 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 36 23/02/11 15:31 Os meus PArentes Além de pais e avós, outros parentes fazem parte da nossa família. Vovô, aonde vamos passear hoje? Ah! Hoje vou fazer uma surpresa para o meu neto querido. Felipe Grosso Observe a história em quadrinhos a seguir. Helena, filha, vai ver se é sua tia Alice quem está chegando. Por que a senhora não manda o Pedro, mãe? Esse meu irmão é muito folgado! 37 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 37 23/02/11 15:31 Olá, pai, olá, mana, olá, sobrinhos! Hoje trouxe a Cândida comigo! Oi, cunhada! Há quanto tempo! E o meu irmão José? E os gêmeos, estão bem? Por que eles não vieram? Meu marido está viajando a trabalho, Isabel. E os gêmeos, Ana e Flávio, foram a uma festa na escola. Como vai, seu Antônio? Bem, minha gente, estamos de saída, não é, Pedro? Felipe Grosso Estou ótimo, Cândida. É isso aí, vô. Afinal, hoje é dia de surpresa... 3. Imagine qual é a surpresa que o vô Antônio preparou para o seu neto, Pedro. Faça o desenho no seu caderno. 38 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 38 23/02/11 15:31 nesta atividade também é importante estar atenta aos alunos que não conhecem os parentes. Evite possíveis constrangimentos mencionando à classe que todos nós temos parentes, mas nem sempre temos oportunidade de conhecê-los. Lembre também aos alunos que nem todos os pais e mães possuem irmãos, portanto, há crianças que não têm tios nem primos (por parte de mãe ou de pai). Diante disso, é importante frisar uma vez mais que as famílias são diferentes umas das outras. 4. Quem são os seus parentes? No caderno, desenhe os seus parentes ou, caso tenha fotos, cole-as. Depois, escreva o nome deles abaixo de cada desenho ou fotografia. 5. Copie no caderno as frases abaixo, completando-as de acordo com as informações contidas na história em quadrinhos das páginas 37 e 38 e no Banco de palavras no fim da página. é b) Dona Isabel é do Pedro e da Helena. avô Ilustrações: Felipe Grosso a) Seu Antônio da Helena e do Pedro. mãe c) Helena e Pedro . são irmãos d) Helena e Pedro de Ana e Flávio. são primos e) Ana e Flávio f) Alice e Cândida são irmãos . gêmeos . são cunhadas g) Alice e Isabel são irmãs . h) Isabel e Alice são de seu Antônio. i) Pedro e Helena filhas são netos de seu Antônio. Banco de palavras irmãs netos primos mãe gêmeos avô cunhadas filhas irmãos O objetivo desta atividade é a apreensão e a aplicação, pelos alunos, de algumas das expressões mais utilizadas para designar as várias relações familiares existentes. 39 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 39 23/02/11 15:31 A Ã e G i m n O ó Ô P r s t V a) Sou filho ou filha do meu . PAI b) A mãe da minha mãe é minha . AVÓ c) O filho da minha tia é meu d) Meu pai é e) Minha mãe é . PRImO da minha avó materna. da minha avó paterna. f) A irmã da minha mãe é minha g) Sou filho ou filha da minha h) Minha avó materna é cibele Queiroz 6. Que tal decifrar o código secreto? Copie as frases abaixo no caderno, substituindo os símbolos pelas letras correspondentes do quadro. . . GEnRO nORA tIA mÃE do meu pai. SOGRA 40 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 40 23/02/11 15:31 ViVendO em fAmíliA e cOOPerAndO Em uma família, às vezes as pessoas discutem e até mesmo brigam, mas em geral ajudam umas às outras. É importante que as pessoas cooperem entre si, dividindo as tarefas da casa, por exemplo. Porém, o mais importante é que as pessoas se gostem e cuidem umas das outras. yinyang/ iStockphoto VadimPO/ iStockphoto Observe nas imagens a seguir alguns exemplos de cooperação entre membros de uma família. charlotte macpherson / Alamy / Other Images Enquanto Vera, a mãe, prepara o almoço... ... Lúcia, filha de Vera, ajuda aspirando o pó do chão. Depois que todos almoçam, Lucas, o outro filho de Vera, lava a louça. 41 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 41 23/02/11 15:31 Fabio chialastri Fabio chialastri Fabio chialastri Também na família de Rosa todo mundo ajuda um pouco: as crianças arrumam a cama. Quando viajam, arrumam a própria mala. E todos os dias cada um organiza o material escolar antes de ir para a escola. Estimule a troca de ideias entre os alunos, questionando-os sobre como se dá a dinâmica da divisão do trabalho doméstico na casa deles. Incentive todos a participar e contar um pouco de si. 7. E você, costuma ajudar nas tarefas de casa? O que você faz? Conte para a professora e para os colegas de classe. 42 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 42 23/02/11 15:31 É importante que os alunos compreendam que fazemos parte de diversos cOmO Os indíGenAs ViVem grupos sociais: família, escola, clube, curso de idiomas, comunidade religiosa, natação, judô, balé etc. Assim, ao entrar em contato com os costumes de uma comunidade indígena, como é o caso aqui, eles serão capazes de perceber que, além de seu modo de vida, existem outros diferentes. todos nós fazemos parte de diversos grupos sociais. A família, por exemplo, é um pequeno grupo social. muitos povos indígenas vivem em grupos nos quais todos cooperam uns com os outros, como se formassem uma grande família. Desse modo, os membros de uma mesma comunidade dividem as tarefas: enquanto alguns plantam, caçam e pescam, outros ajudam a fazer a comida, a educar e a cuidar das crianças, a preparar as festas e demais atividades da aldeia. Fabio colombini AntOnIO ScORZA/ AFP/ Getty Images Observe as fotos: Indígenas do povo Awara, no estado do Amazonas, dançam na celebração anual da festa do Quarup. Foto de 2005. Crianças indígenas das etnias Barasana-Tuyuca peneiram a farinha do beiju (feita à base de mandioca). Elas vivem na aldeia Rouxinol, localizada no igarapé Tarumã-Açu (AM). Foto de 2008. 8. O que você viu de mais interessante nas cenas da vida indígena Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que os indígenas estão sempre reunidos em comunidade, retratadas acima? fazendo tudo juntos, desde tarefas domésticas e rotineiras até celebrações ritualísticas e festas. 9. Observe a foto da dança indígena. Pense em alguma dança de que você tenha participado. Depois, conte para os colegas algumas semelhanças e diferenças entre as duas danças. caso os alunos encontrem dificuldade em observar a imagem e estabelecer a comparação pedida, intervenha, pontuando cada um dos itens da imagem, mas deixando para a classe a avaliação das semelhanças/diferenças. 43 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 43 23/02/11 15:31 com a ajuda da professora, leia o poema abaixo, no qual um indígena a atenção dos alunos para o descreve o modo de vida do seu povo. chame fato de o poema retratar a importância História dos povos indígenas das atividades coletivas entre as comunidades indígenas. Se julgar conveniente, divida a classe em quatro grandes grupos, distribuindo as estrofes entre eles, para que assim todos possam participar da leitura do poema em voz alta. A terra não é de um dono só. A roça também não é de um dono só. Ninguém come as coisas da roça sozinho. A caça também não é de um dono só. Quando alguém mata um bicho para comer, ele não come sozinho. Ele sempre divide. Quando mata peixe, divide. Quando faz comida, divide. Quando faz bebida, divide. Sempre divide. No nosso costume gente boa sempre divide. Felipe Gross o As coisas da roça A gente sempre divide com os parentes. Divide com quem está precisando. Cada povo divide de um jeito. PAULA, Eunice D. de; PAULA, Luiz G. de; AmARAntE, Elizabeth (Org.). História dos povos indígenas – 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis/brasília: Vozes/conselho Indigenista missionário (cimi), 1982. 10. No final do poema, uma palavra é repetida cinco vezes. Que palavra é essa? Em sua opinião, por que essa palavra foi repetida tantas vezes? Divide. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que tal repetição ocorre para dar a ideia de que os indígenas têm o hábito de compartilhar com a comunidade o que possuem. 44 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 44 23/02/11 15:31 hora do reCreio 1. Já que o assunto é vida em grupo, e especialmente a vida em família, imagine que todos da classe fazem parte de uma mesma família e precisam organizar uma festa de aniversário. O aniversariante é o boneco ilustrado ao lado. A professora dividirá a classe em quatro grupos. Cada grupo vai realizar uma tarefa. cibele Queiroz Atividade interdisciplinar com Artes. A atividade precisa de preparação e pode tomar todo o período de um dia escolar. Os alunos devem ser orientados sobre como será a atividade e quanto aos materiais que precisam trazer de casa, como papel, sucata, cola etc., além de algumas coisas “de verdade”, como doces e salgados, por exemplo. terminada a “festa de aniversário”, promova a limpeza e a arrumação da sala, ações que também fazem parte do espírito educativo da atividade. cibele Queiroz GRUPO 1 Criação do aniversariante ■ Inventem um personagem, menino ou menina. ■ Deem-lhe um nome, um sobrenome e uma data de nascimento. ■ Confeccionem um boneco ou boneca para representar o aniversariante que vocês criaram. GRUPO 2 Preparação dos convites e dos presentes ■ Preparem convites para todos os alunos da classe e para a professora. ■ Confeccionem alguns presentes com sucata para dar ao aniversariante. 45 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 45 23/02/11 15:31 cibele Queiroz GRUPO 3 Preparação da comida e das bebidas ■ Preparem os doces e os salgados. ■ Preparem as bebidas Se a festa não for “de verdade”, os alunos podem usar massa de modelar colorida para fazer os docinhos e garrafas e latas vazias para representar os refrigerantes. cibele Queiroz GRUPO 4 Preparação dos enfeites ■ Preparem os enfeites para decorar a sala onde vai ser realizada a festa. cibele Queiroz no final, todos irão participar da decoração da sala. 46 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 46 23/02/11 15:31 As questões a seguir devem ser apresentadas após o encerramento da festa e da arrumação da sala. As questões devem ser respondidas oral e individualmente. Espera-se que o aluno perceba a importância do grupo tanto durante a preparação da festa como na sua realização. 2. Em sua opinião, seria possível organizar todos os detalhes da festa de aniversário sozinho? 3. Imagine que na festa estivessem apenas você e o boneco aniversariante. Como teria sido essa festa? 4. Há alguma tarefa de casa que você gosta de fazer? Qual é ela? 5. Há alguma tarefa de casa que você não gosta de fazer? Qual é ela? 6. Que semelhança você observou entre a sua vida e a vida das crianças indígenas tratadas no capítulo? é hora de pesquisar Atividade interdisciplinar com matemática. O aluno terá a oportunidade de conhecer como se constrói um gráfico de barras. ■ Que tal conhecer o tamanho da família dos colegas? Neste momento, a pesquisa vai se concentrar no número de irmãos de cada aluno. a) Copie a tabela abaixo no caderno. Registre a atividade na lousa, e oriente os alunos a fazer o mesmo no caderno. número de irmãos dos alunos da sala nenhum irmão Um irmão Dois irmãos três irmãos mais de três irmãos b) A professora fará uma pesquisa com os alunos da classe para saber quantos irmãos cada um tem. Após a contagem, ela anotará o número na frente de cada item. Faça o mesmo no caderno. c) No final, desenhe quadradinhos correspondentes ao número que está na frente de cada item. Os quadradinhos deverão ser colocados um em cima do outro, formando uma barra vertical. Veja outras informações no manual do Professor. 47 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 47 23/02/11 15:31 3. LEMBRANÇAS DA NOSSA VIDA Com o passar do tempo, as pessoas vão mudando. Podemos ver isso nos outros e em nós mesmos. Acervo Pessoal VAMOS COMEÇAR 2 Nós crescemos, mudamos o jeito de falar, aprendemos coisas novas (que outras pessoas nos ensinam e que também aprendemos sozinhos). Conhecemos novos lugares e pessoas, fazemos novas amizades. 1 Juliana aos 2 anos, pronta para comemorar o Dia do Índio. Acervo Pessoal Acervo Pessoal Veja as imagens a seguir. 3 Acervo Pessoal Essa é Juliana, no berço, dez dias depois de nascer. 4 Como adorava dançar, Juliana não perdia uma festa junina da escola. Na festa retratada nessa foto, ela contava com 10 anos. Na época dessa foto, Juliana tinha 5 anos e estava em férias na praia com os pais. 48 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 48 23/02/11 15:31 Eduardo Enoki Eduardo Enoki 1 Vinícius pouco antes de cortar o bolo em sua festa de aniversário de 2 anos. Eduardo Enoki Eduardo Enoki Esse é o Vinícius, com apenas 4 dias. 3 2 4 Aos 4 anos, com a irmã Olívia, Vinícius visitou a festa da Flor em Arujá (SP). Em um dia de muito calor, Vinícius (com 10 anos) refresca-se junto a uma cachoeira em passeio no parque com a família. Esta questão deve ser trabalhada oralmente. Ao observar a sequência cronológica, espera-se que os alunos percebam as transformações ocorridas nas crianças das fotos. Nesse trabalho de interpretação fotográfica é importante orientá-los para que observem também que algumas características se mantêm: por exemplo, a cor dos olhos, do cabelo e da pele; o formato dos olhos. ■ Observe as fotos da Juliana (na página anterior) e do Vinícius (acima). a) O que acontece com eles, conforme você olha as fotos em sequência? b) Diga três situações que demonstram a passagem do tempo na vida Resposta pessoal. Algumas características que podem ser apontadas: crescimento do cabelo do próprio corpo, mudanças na aparência, no tipo de roupa, aprender a andar e a falar, da Juliana e do Vinícius. eautonomia para fazer diversas coisas etc. 49 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 49 23/02/11 15:31 O tempO passa... Muita coisa se transforma com o passar do tempo. Você viu nas páginas anteriores como as crianças das fotos foram se modificando? Com você acontece a mesma coisa: você também nasceu, está crescendo e se modificando ao longo dos anos. Mas não é só com os seres humanos que isso acontece. 1 Pintinho quebrando a casca do ovo. alexh/ iStockphoto Pé de feijão em flor. KarenMassier/ iStockphoto Photoshot/ Alamy/ Other Images Grão de feijão brotando. 2 2 Pintinho 3 Vagens de feijão. Gravicapa/ iStockphoto 1 HANA76/ iStockphoto Vtorous/ Dreamstime.com Veja as duas sequências de fotos, com uma planta e uma ave: 3 Galinha Você notou como as plantas e os animais também se transformam? Isso acontece com todos os seres vivos com o passar do tempo. 50 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 50 23/02/11 15:31 1. Faça uma experiência com grãos de feijão. Você vai precisar de: Atividade interdisciplinar com Ciências. ■ alguns grãos de feijão; algodão; Esta é uma atividade que exige preparação de material e orientação para a classe, especialmente em relação ao tipo de acompanhamento e de observação que os alunos devem fazer, que é o principal objetivo do experimento. ■ ■ um recipiente de plástico transparente; água. Agora, faça o seguinte: a) Molhe um chumaço de algodão com bastante água e coloque-o no fundo do recipiente de plástico. Paula Radi ■ b) Coloque alguns grãos de feijão dentro do recipiente, sobre o algodão molhado. c) Em sua casa, deixe o recipiente em um local quente e iluminado. d) Observe os grãos de feijão diariamente e anote no caderno cada mudança que perceber. Você pode registrar as anotações por escrito ou por meio de desenhos. e) Depois de alguns dias, converse com os colegas sobre o resultado do experimento. Escrevam no caderno o que vocês concluíram. Espera-se que os feijões germinem. É importante que os alunos percebam algumas transformações que ocorrem com os feijões ao longo do tempo. 51 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 51 23/02/11 15:31 2. Você conhece esta história? João e o pé de feijão Leia o texto para a classe. João era o único filho de uma viúva muito pobre. Para sobreviver, eles contavam apenas com uma vaca, cujo leite vendiam na cidade. Mas, um dia, a vaca parou de dar leite. Então, João foi à cidade tentar vender o animal. No caminho, ele encontrou um vendedor, que lhe ofereceu um punhado de feijões, dizendo que eram mágicos. João, deslumbrado com a beleza dos grãos, deu sua vaca em troca deles... Você saberia contar o resto da história? Se não souber, invente. Felipe Grosso ■ 52 A ilustração já dá uma sugestão do que acontece na história: depois de plantados, os feijões dão origem a um pé de feijão gigante. Para estimular os alunos a desenvolver e criar as próprias versões desse conto de fadas, leia para eles alguns trechos da narrativa tradicional. Uma boa referência é João e o pé de feijão, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2010. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 52 23/02/11 15:31 a minha história Nas páginas 48 e 49 você observou algumas transformações físicas pelas quais passaram a menina e o menino das fotos. Percebeu também algumas mudanças no comportamento, na maneira de se vestir, e soube de alguns fatos ocorridos no passado deles. As atividades a seguir (e outras ao longo do capítulo) têm o objetivo de possibilitar ao aluno resgatar o seu passado por meio de fotos. Lembre-se: a fotografia também é um documento e importante fonte de informações. Portanto, oriente os alunos a observar as fotos com atenção, identificando as transformações físicas ocorridas ao longo do tempo, assim como outras possíveis mudanças visíveis nas imagens: corte de cabelo, vestuário, móveis e objetos, veículos, construções etc. 3. Em casa, peça aos seus pais ou responsáveis algumas fotos suas desde quando era bebê até fotos mais atuais, em que você aparece com a idade que tem hoje, e traga-as para a classe. Coloque-as em ordem, das mais antigas às mais recentes, e observe-as. Em seguida Considerando a possibilidade de algum aluno não dispor de fotos, peça a ele que forme dupla com responda no caderno: algum colega que tenha fotos para que também possa fazer esse trabalho de análise fotográfica. ■ Que semelhanças você notou entre as fotos? E diferenças? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que suas feições, o sorriso, a cor dos olhos e do cabelo continuam parecidos. Quanto às diferenças, é possível que mencionem o fato de terem crescido fisicamente, de que hoje gostam de outras brincadeiras e brinquedos, têm amigos dentro e fora da escola, fazem sozinhos uma série de coisas etc. 4. Depois de observar as suas fotos, responda no caderno: a) Como você era quando bebê? E hoje, como você é? b) Entre as suas características físicas, quais mudaram e quais continuam iguais? Leia a lista abaixo e escreva no caderno como as suas características se modificaram ao longo dos anos. Lembre-se de incluir outras características na lista, se você quiser. Resposta pessoal. Novamente, caso algum aluno não tenha fotos, oriente-o a formar dupla com algum colega que tenha, a fim de realizar esse trabalho. Características físicas cor dos olhos tipo de cabelo formato da boca Cibele Queiroz cor do cabelo formato do rosto comprimento do cabelo altura peso Esta atividade pode provocar dúvidas nos alunos. Assim, peça que observem, em primeiro lugar, as quatro últimas características do quadro, cujos sinais de mudança são mais facilmente identificáveis ao longo do tempo. 53 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 53 23/02/11 15:31 5. Agora que você já viu por quais transformações físicas passou desde que nasceu, pesquise a sua história. Seguindo o roteiro abaixo, entreviste os seus pais ou responsáveis, ou mesmo alguém que conheça você desde bebê, e registre as respostas no caderno. Se Respostas pessoais. Nesta atividade os alunos trabalharão com o quiser, acrescente outras perguntas. relato oral. É importante que eles identifiquem mais esse recurso para Cibele Queiroz a) Em que cidade eu nasci? b) Com quantos quilos eu nasci? c) Eu mamei no peito? d) Até que idade? e) E na mamadeira, até que idade eu mamei? f) Eu usei chupeta? g) Até que idade? h) Como foi que eu parei de usar chupeta? i) Eu era risonho ou chorão? j) Com quantos meses eu engatinhei? k) Com que idade eu comecei a andar? l) Qual foi a primeira palavra que eu falei? m) Quantos meses eu tinha quando nasceu meu primeiro dente? n) Quando eu cresci um pouco, de quais brincadeiras eu mais gostava? o) Com quem eu mais gostava de brincar? a construção da própria história. Oriente-os na realização da atividade, aconselhando-os a programar a entrevista antecipadamente e a registrar as respostas da forma que julgarem mais conveniente: por exemplo, pedindo ao próprio entrevistado que escreva as respostas no caderno. Estimule a curiosidade e a criatividade dos alunos, deixando-os livres para acrescentar outras questões do interesse deles. 54 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 54 23/02/11 15:31 Cibele Queiroz 6. É possível que você não se lembre dos acontecimentos da época em que era muito pequeno. Mas talvez se lembre de algumas coisas que aconteceram depois que você ficou um pouco maior. Assim, tente responder às questões abaixo sem perguntar nada a ninguém, registrando suas respostas no caderno. a) Como você aprendeu a ler? Alguém ensinou? b) Como você aprendeu a escrever? Alguém ensinou? c) Com quantos anos você foi para a escola? d) Quem levou você para a escola no primeiro dia de aula? e) Como foi o seu primeiro dia de aula? f) Qual o nome da sua primeira professora? pessoais. Nesta atividade os g) Qual a coisa mais importante que Respostas alunos usarão outro importante recurso a construção da sua história: a aconteceu na sua vida até aqui? para própria memória. Se não conseguirem responder a alguma questão ou tiverem para lembrar algum fato, h) Desenhe esse acontecimento no dificuldade peça-lhes que tentem obter essas respostas em casa, com os pais ou caderno. responsáveis, e depois contem para a classe o que descobriram. 7. Depois de escrever as respostas e fazer o seu desenho, entregue o caderno para a professora, que o colocará sobre a mesa. Então cada aluno, ordenadamente, levantará da carteira, pegará um caderno sem ver de quem é e lerá para a classe a resposta de que mais gostar. Depois que cada um tiver lido a resposta que escolheu, a classe votará nas melhores respostas entre todas as que foram lidas, e seus autores Dependendo do número de alunos, esta atividade pode tomar tempo. Assim, procure dimensionar o melhor momento dia para realizá-la, de modo que nenhum aluno deixe de participar. Essa é uma brincadeira divertida, que tem como serão “revelados”. do objetivo estimular o desenvolvimento das habilidades de observação, expressão e avaliação dos alunos, por isso é importante o envolvimento de todos. 55 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 55 23/02/11 15:31 VIAGEM PELA LEITURA Leia o texto a seguir e conheça um pouco da história da família de dona Jovina. Leia o texto para a classe. Informe aos alunos que, no texto, a expressão “século passado” (primeira linha) refere-se ao século XIX Nasci no final do século passado a 7 de agosto de 1897, em Ribeirão Preto, onde meu pai era engenheiro da Mogiana. [...] Nossa casa era no Largo Treze de Maio, com quatro janelas de frente: duas da sala de visita, duas do quarto de meus pais. Tinha mais dois quartos e a sala de jantar e a cozinha. O banheiro era no quintal. A casa era simples, modesta, meus pais eram de família pobre [...]. Essa casa foi derrubada muitos anos depois. Meu tio era farmacêutico, dono da Farmácia Lima (da família Araújo Lima). Lembro da farmácia antiga, com grades de madeira e dois globos, um globo amarelo e um verde. Os armários eram cheios de potes [...]. Meu pai era um homem pobre e estudou engenharia com grande força de vontade. Seus pais eram modestos. Sua mãe viveu muito da costura. Paupérrimo, fez o curso vago de Politécnica, não frequentava as aulas, fazia exame para passar. [...] Meu pai casou-se em 1890 com mamãe e veio morar em Ribeirão Preto, cidade pioneira. Ele levou as pontas dos trilhos até o Triângulo Mineiro. Meus avós paternos também vieram com o filho, do Rio [de Janeiro], e moravam em Ribeirão Preto. Mamãe teve onze filhos. Marcos Garuti Lembranças de dona Jovina BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1983. 56 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 56 23/02/11 15:31 Cibele Queiroz 1. No caderno, copie o quadro a seguir e complete-o de acordo com o texto. dona jovina Data de nascimento 7 de agosto de 1897 Local de nascimento Ribeirão Preto (SP) Número de irmãos 10 pai Profissão Engenheiro Escola Politécnica mãe Número de filhos 11 avó paterna Profissão Costureira tio Profissão Farmacêutico 2. Compare a sua casa com a de dona Jovina, fazendo o que se pede. a) Copie no caderno o quadro a seguir, completando-o. minha casa Cibele Queiroz Casa de dona jovina Endereço: Largo Treze de Maio Sala de visitas: 1 Dormitórios: 3 Sala de jantar: 1 Cozinha: 1 Banheiro: 1 b) No caderno, desenhe todos os cômodos da sua casa. 57 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 57 23/02/11 15:31 Lembranças de famíLia Muitas pessoas costumam guardar lembranças. Essas lembranças às vezes são mantidas com carinho na forma de objetos, cartas e fotografias; outras vezes as recordações são guardadas na memória. E quanto mais vivem, mais histórias as pessoas têm para contar. “Minha família é descendente de escravos. Minha mãe, Anastácia, bisavó de vocês, era neta de escravos. Felizmente, na época dos meus avós já não havia mais escravidão. Minha mãe nasceu numa cidadezinha do interior. Ali ela conheceu meu pai, Sebastião, o bisavô de vocês. Eles se casaram e tiveram quatro filhos, dois homens e duas mulheres: Benedito, Pedro, Francisca e eu, a caçula. Com 18 anos conheci o avô de vocês, o Bento. Algum tempo depois, a gente veio morar na cidade. Tivemos duas filhas: Benedita, a Dita, a mais velha, e Sebastiana, a Tiana, a mais nova. Tenho muitas lembranças da minha avó Joana, que morava lá em casa quando eu era criança. Todas as noites era ela quem me levava para dormir, me contava histórias e cantava cantigas de ninar. Felipe Grosso Como as histórias de tempos passados que dona Zeferina adora contar para os netos. Leia o texto para a classe. 58 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 58 23/02/11 15:31 Minha avó conhecia muitas histórias Felipe Grosso e lendas: do Saci-Pererê, da Iara, do Curupira, do Negrinho do Pastoreio e várias outras... Minha personagem preferida era a Cuca, que tinha cara de jacaré e garras nos dedos. Ela tinha mais de três mil anos e só dormia uma noite a cada sete anos! Minha avó costumava me contar muitas histórias do tempo dos escravos. Ela dizia, por exemplo, que eles eram proibidos de cantar na casa dos senhores, mas eles cantavam e dançavam no terreiro. Eu não gostava muito de ouvir histórias desse tempo porque geralmente eram tristes. Os escravos daquela época tinham uma vida muito dura. Mas tinha uma parte boa, que era quando ela falava dos costumes que os africanos de diferentes povos praticavam, às escondidas, sempre que podiam. Nessas ocasiões, cantavam, dançavam e tocavam atabaques. Essas lembranças não se apagam da memória... Não se apagam nunca.” 8. Se você pudesse fazer uma pergunta a dona Zeferina, qual seria? A professora dará oportunidade para que cada aluno se expresse. Todos poderão comentar as perguntas feitas pelos colegas e sugerir desta atividade é averiguar o entendimento da leitura e estimular a troca de referências, informações e observações entre respostas. Oosobjetivo alunos. 9. Em casa, converse com os seus pais ou responsáveis e peça-lhes que contem a você alguma história da sua família. Registre-a no caderno. Eis mais uma oportunidade de propor aos alunos uma atividade em que o relato oral é utilizado para construir a sua história. Esse trabalho de pesquisa tem o objetivo de investigar e resgatar memórias familiares por meio de relatos pessoais. Novamente é importante estar atenta à possibilidade de haver na sala alunos que não tenham referências familiares, a fim de evitar constrangimentos. Nesse caso, peça a esses alunos que imaginem alguma história da qual participariam membros de sua família. 59 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 59 23/02/11 15:31 retratOs e ObjetOs de famíLia DOTTA Fotos e objetos podem fazer parte da história de uma família. Objetos como uma máquina fotográfica, uma caneta, um relógio de pulso, joias e fotos, entre outros, pertenceram a um casal de idosos já falecidos, seu Tiago e dona Ana. Eles gostavam de mostrar esses objetos e falar deles aos seus filhos, netos e bisnetos. Diferentes objetos podem ser usados para reconstituir a história de uma pessoa, de uma família, ou de um lugar. kaato/ iStockphoto Dona Ana também guardava cartas pessoais antigas e cartões-postais. O cartão-postal abaixo pertencera ao marido dela. Vista da Basílica de São Marcos, em Veneza, Itália. Cartão-postal do início da década de 1940. Esse cartão foi enviado da Itália por um amigo do seu Tiago na época da Segunda Guerra Mundial. Esse amigo havia sido um dos brasileiros enviados à Europa para lutar na guerra. 60 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 60 23/02/11 15:31 GCromocart - G.W. Os cartões-postais a seguir também faziam parte da coleção de dona Ana. O primeiro mostra o centro da cidade de São Paulo na década de 1950, na região do Viaduto do Chá e do Vale do Anhangabaú. Em primeiro plano, o Vale do Anhangabaú, transformado em estacionamento. Ao fundo, o Viaduto do Chá. Foto da década de 1950. Livraria Humberto, Fortaleza Já o cartão-postal abaixo foi enviado de Fortaleza, no estado do Ceará, por uma amiga da mãe de dona Ana. Ela morava naquela cidade na década de 1920. Praça do Ferreira, por volta de 1925, Fortaleza (CE). 61 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 61 23/02/11 15:31 Acervo Pessoal Veja o documento de um genro de dona Ana que ela guardou por muitos anos. O documento acima é conhecido como Certificado de Reservista. Ele comprova que a pessoa se alistou no Exército para prestar o serviço militar, obrigação de todos os brasileiros homens ao completarem 18 anos de idade. Veja como ele é valioso: além de documento oficial, também serve como registro histórico, pois marca um momento importante da vida do jovem. 62 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 62 23/02/11 15:31 Acervo Pessoal 10. Veja a foto abaixo. Família de imigrantes alemães estabelecidos em Bananal (SC). Foto da década de 1920. Em sua opinião, a foto acima pode ajudar a resgatar a história de uma Espera-se que o aluno perceba que as fotografias antigas, de modo geral, são registros que podem informações sobre a história das famílias, das pessoas e dos lugares. A foto acima, por família? Explique por quê. fornecer exemplo, pode ajudar a identificar as pessoas que apareceram na foto e que fazem parte dessa família, além de trazer informações sobre o lugar, em ambiente ao ar livre e os costumes da época. 11. Observe com atenção o documento da página anterior e responda: Exercício de observação e compreensão da leitura de fontes, além de reflexão sobre as informações históricas que elas podem conter. 31 de a) Em que local e data foi tirado esse Certificado de Reservista? Sorocaba, março de 1958. b) Qual era o orgão responsável pela emissão do documento? Ministério da Guerra. c) O que é possível conhecer da história do portador do documento com base nas informações nele presentes? Os alunos podem mencionar, por exemplo, os dados pessoais (nome, filiação, data e local de nascimento) e características físicas. 12. Que tal entrevistar uma pessoa da sua família para conhecer um pouco da história dela? Siga o roteiro abaixo e anote as respostas no caderno. Respostas pessoais. Atividade para aplicação a) Qual é o seu nome completo? de noções trabalhadas sobre a vida e a história b) Qual é o nome dos seus pais? dos grupos familiares, vistas, neste caso, por c) Qual é o nome dos seus avós (maternos e paternos)? meio da trajetória de uma pessoa da família. d) Qual é a data do seu nascimento? e) Em que cidade e estado você nasceu? f) Você sempre morou no mesmo lugar? g) Caso tenha se mudado, onde você já morou? h) Por que você se mudou do lugar onde morava? i) Qual o antepassado mais antigo da família de quem você se lembra? j) Você o conheceu pessoalmente? k) O que você sabe sobre essa pessoa? l) Quais foram os fatos mais marcantes da sua vida? 63 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 63 23/02/11 15:31 VOLtandO nO tempO Quando assistimos a um filme antigo ou sobre uma época passada, é possível observar várias coisas diferentes das atuais. Por exemplo, o modo de vestir e de falar, os veículos, os móveis, as construções... Acervo Pessoal Com a ajuda das imagens a seguir, observe como eram algumas dessas coisas no passado. Leia com atenção as legendas que acompanham as fotos, pois elas trazem informações importantes. Edição da Casa A. Miscellánea e A. Electrica S. Leonetti, Porto Alegre Teatro Municipal do Rio de Janeiro, construído no centro da cidade, em foto de cerca de 1910. Em 2010 o edifício foi reaberto ao público depois de uma grande restauração. Praça da Alfândega, com vista do trecho situado próximo às ruas Sete de Setembro e dos Andradas, em Porto Alegre (RS), por volta de 1915. 64 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 64 23/02/11 15:31 Acervo Pessoal Família Perez Fernandez / Acervo Pessoal Essa família foi fotografada no início do século XX. As roupas daquela época eram bem diferentes das usadas hoje: as mulheres usavam vestidos longos e os homens usavam fato (um tipo de terno). Essa família foi fotografada em 1960. Em comparação com a família da foto anterior, é possível perceber as mudanças no jeito de se vestir. 13. Com base na observação das imagens desta página e da página anterior, descreva uma situação que tenha mudado nos dias de hoje e Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, com o passar do outra que tenha permanecido. tempo, nem todas as coisas necessariamente mudam, assim como nem todas permanecem iguais. 14. Escolha uma das fotos desta página ou da página anterior. Imagine que você está “dentro” dela. Descreva tudo o que você estaria vendo. O objetivo desta atividade consiste em que os alunos, por meio de uma atividade lúdica, possam apreender diferentes realidades possíveis. 65 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 65 23/02/11 15:31 VIAGEM PELA LEITURA O texto a seguir trata da vida na cidade de São Paulo no início do Além de trabalhar a compreensão do texto, o objetivo é também possibilitar que século XX. Leia o texto para a classe. Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fom-fons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” — arranha-céu pioneiro de São Paulo, se não me engano do Brasil — fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Marcos Garuti Anarquistas, graças a Deus os alunos façam uma ligação com a sua realidade. É importante conscientizá-los das múltiplas realidades existentes no país, o que acarreta, por exemplo, a falta de acesso de algumas crianças a algumas tecnologias, por exemplo, por não contarem com energia elétrica no lugar onde vivem. Do mesmo modo, apenas quem mora em médias e grandes cidades convive com altos edifícios (os antigos arranha-céus). GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1979. 66 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 66 23/02/11 15:31 c) Espera-se que o aluno identifique a existência (ou não) dos elementos mencionados no texto em seu cotidiano. De acordo com a realidade dos alunos, comente que em muitos lugares do Brasil ainda não há energia elétrica nem edifícios. 1. Reúna-se com os colegas e respondam: a) Como a autora descreve a vida em São Paulo no início do século XX? A vida é descrita como tranquila. b) O texto trata da “invasão” dos automóveis de maneira positiva ou negativa? Justifiquem a sua resposta dando como exemplo trechos A invasão dos automóveis é vista de maneira negativa. “Naqueles tempos, a vida em São Paulo era do próprio texto. tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados [...]”. c) A autora cita três coisas que não existiam na cidade de São Paulo no início do século XX. Quais são elas? Alguma delas não existe no rádio e televisão. lugar onde vocês moram? Em caso afirmativo, qual? Edifícios, Resposta pessoal. d) Converse com os colegas: Se naquela época não havia rádio nem televisão, como as pessoas faziam para saber o que acontecia no alunos podem mencionar que as notícias chegavam pelos jornais impressos ou por meio das país e no mundo? Os pessoas que viajavam e traziam as informações. 2. Faça a seguinte pesquisa com um membro da sua família (pode ser um parente mais velho, pai, mãe ou responsável): “Quando você tinha minha idade, já existia...?” Copie no caderno o quadro a seguir e faça um X em uma das colunas, de acordo com a resposta do seu entrevistado: sim ou não. Ao final, anote também no caderno as três respostas que você achou mais surpreendentes. “Quando você tinha minha idade, já existia...” NÃO Scott Rothstein / Dreamstime.com SIM Exercício de observação, pesquisa e organização de dados que, além de provocar nos alunos uma reflexão, os fará expressar suas opiniões a respeito das mudanças que ocorrem ao longo do tempo. Rádio Televisão Telefone Geladeira Avião O rádio tornou-se popular na década de 1920. Na foto, um rádio da década de 1930. Para tornar esta atividade mais interessante e divertida, pergunte aos alunos como eles imaginam a vida das pessoas sem alguns dos itens que consideram essenciais no seu dia a dia. Depois, para enriquecer ainda mais a atividade, uma sugestão é o livro: Como fazíamos sem..., de Barbara Soalheiro. São Paulo: Panda Books, 2006. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 67 67 23/02/11 15:31 Máquina de escrever Videocassete Motocicleta Barco a motor As imagens dos primeiros aparelhos de televisão eram transmitidas em branco e preto. Na foto, um aparelho de 1939. FRANCIS MILLER/ Getty Images Forno de micro-ondas Schenectady Museum; Hall of Electrical History Foundation/ CORBIS/ Corbis (DC)/Latinstock Bicicleta Luz elétrica Fogão a gás Computador Internet Trator Máquina de costura Os primeiros computadores foram criados por volta de 1940 e chegavam a medir 30 m de comprimento! Hoje são muito menores e mais rápidos. Foto de meados da década de 1940. Cinema Ferro elétrico Telefone celular SSPL/ via Getty Images Carro Elevador Óculos Sabão em pó Os primeiros celulares eram bem maiores e mais pesados que os atuais. Foto de 1989. 68 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 68 23/02/11 15:32 2 ZargonDesign/ iStockphoto 1 JazzIRT/ iStockphoto 3. Reúna-se com um colega e observe as fotos a seguir. Conversem sobre quais retratam o passado e quais retratam o presente. Não se esqueça de indicar características de cada uma para justificar a sua escolha. Depois, a professora dará oportunidade para a classe Atividade semelhante à anterior, que também visa à observação, pesquisa e de dados, bem como à reflexão e formulação de opiniões sobre apresentar opiniões e comentários. organização permanências e mudanças entre diferentes épocas distantes no tempo. Geladeira de duas portas com pintura tradicional. passado (década de 1970) Caroline Bittencourt/ LatinContent/ Getty Images Bettmann/ CORBIS/ Corbis (DC)/ Latinstock Geladeira de duas portas em acabamento inoxidável. presente (2010) 3 passado (década de 1960) presente (2010) Desfile de roupa íntima feminina no Pierre Hotel, em Nova York (Estados Unidos). Desfile do estilista André Lima no pavilhão da Bienal, em São Paulo (SP). presente (2010) Paulo Neres/ Dreamstime.com Acervo Pessoal passado (1912) 5 4 6 Vistas da Enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro. As duas fotos foram tiradas do alto do morro do Corcovado. 69 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 69 23/02/11 15:32 HORA DO RECREIO ■ Tente descobrir cinco elementos que não combinam com a cena. Observe-a com atenção! Depois, converse com um colega e comparem o que vocês encontraram. Felipe Grosso 1. pterodáctilo voando; 2. bicicleta antiga; 3. mulher com traje antigo; 4. egípcio na caixa de areia; 5 automóvel antigo. 70 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 70 23/02/11 15:32 É HORA DE PESQUISAR ■ Que tal lembrar alguns momentos importantes da vida de cada aluno e montar uma exposição para a classe? Para isso, siga o roteiro. a) Você precisará de: ■ 1 cartolina; ■ fita adesiva; ■ canetas coloridas. b) Com a ajuda dos seus pais ou responsáveis, selecione algumas fotos (no máximo oito) desde quando você era bebê até fotos mais recentes. Escolha fotos marcantes, como, por exemplo: Havendo alunos que não tenham a fotografia como registro de história de vida, oriente-os na elaboração de desenhos ou na colagem de imagens de revistas que representem situações similares às que eles gostariam de retratar. chegada da maternidade ■ primeiro banho ■ aniversário ■ alguma viagem marcante ■ na escola ■ com os amigos Ilustrações: Marcos Garuti ■ 71 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 71 23/02/11 15:32 c) Organize suas fotos, da mais antiga à mais recente. Cole-as na cartolina, deixando espaço entre elas nos quatro lados. Deixe um espaço maior na parte inferior de cada uma. d) Escreva uma legenda abaixo de cada foto. Nela deverão constar a data e o local de realização da foto, assim como o que está sendo retratado. Não se esqueça de identificar as pessoas que aparecem nas imagens. e) Por último, use as canetas coloridas para decorar os espaços vazios da cartolina com alguns desenhos ou faça colagens, como você preferir. f) Quando todos terminarem o trabalho, a professora os fixará nas paredes da sala para que os colegas conheçam alguns momentos da vida uns dos outros. g) Terminada a exposição, leve o seu trabalho para casa e mostre-o Auxilie os alunos na organização das fotos na cartolina e dê algumas aos seus pais ou responsáveis. sugestões de decoração: moldura para as fotos, desenhos relativos aos assuntos retratados, balões de diálogos etc. LEIA TAMBÉM ■ ■ ■ As visitas de dona Zefa, de Sylvia Orthof. São Paulo: Ática, 1998. O livro traz cinco histórias da personagem dona Zefa, uma senhora muito divertida. Nas páginas finais, uma homenagem à autora. No meu tempo era assim... – O álbum de lembranças da vovó, de Maria José Silveira. São Paulo: Marco Zero, s/d. Um lindo livro para a vovó preencher e contar toda a sua história, montar a árvore genealógica e muito mais. O livro da família, de Todd Parr. São Paulo: Panda Books, 2003. Esse livro vai despertar a sua atenção ao tratar das diferenças entre as famílias e a maneira como elas lidam com assuntos como adoção, diversidades racial, cultural e social. 72 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 72 23/02/11 15:32 ■ Um papai sob medida, de Davide Cali. São Paulo: Cosac Naify, 2007. Uma garotinha tem a mãe mais extraordinária do mundo, mas ela sente falta de um pai. Então, juntas, decidem publicar um anúncio no jornal procurando um pai. Será que algum dos pretendentes passará nessa disputada e rigorosa seleção? OUTRAS SUGESTÕES SITE ■ Povos indígenas no Brasil – mirim. Disponível em: <http://pibmirim.socioambiental.org>. Acesso em: 24 ago. 2010. Página do Instituto Socioambiental destinada às crianças. Nela você encontra diversas informações sobre o jeito de viver das crianças de diferentes povos indígenas. Se quiser, também pode brincar em uma aldeia virtual. ■ Memorial do Imigrante: procura preservar e difundir a história da memória das migrações no Brasil. Disponível em: <www.memorialdoimigrante.org.br>. Acesso em: 8 out. 2010. FILME ■ O pequeno Stuart Little. Direção de Rob Minkoff. Estados Unidos: Sony Pictures, 1999. (83 min). Stuart era um ratinho que vivia em um orfanato, até ser adotado por uma família humana. Embora seus novos pais gostem muito dele, seu novo irmão e o gato da família a princípio não o aceitam. 73 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 73 23/02/11 15:32 UNIDADE 3 NÓS E A NOSSA ESCOLA A gente passa tanto tempo na escola que quase pode dizer que vive nela. São aulas, pesquisas, provas, recreios, refeições, jogos, brincadeiras, gincanas, festas, comemorações, além de descobertas e novas amizades... a gente nem vê o ano passar. Mas será que a escola sempre foi assim? E será que todas as escolas de hoje são iguais? Originais Colombo e Francesconi e Gensly Observe as fotos a seguir. 1 Delfim Martins/ Pulsar Imagens Foto de 1910 retratando a Escola de Comércio Álvares Penteado, fundada em 1902. O prédio, localizado no centro de São Paulo (SP), existe ainda hoje. 2 Fachada do prédio do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado em Rio Branco, no Acre. Foto de 2010. 74 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 74 23/02/11 15:32 Pires do Prado / Acervo Pessoal 3 DOTTA Estudantes da Escola Normal de Campinas (SP), em foto de 1936. 4 Alunos do 4o ano do Ensino Fundamental de uma escola particular em São Paulo. Foto de 2010. ■ Observe as fotos e responda: a) Qual das escolas mais se parece com a sua? Cite uma semelhança. Resposta pessoal. É provável que os alunos mencionem alguma semelhança em relação às fotos 2 e 4, que são mais atuais. b) Identifique alguma diferença entre as escolas mostradas nas Exercício de aquecimento e de introdução ao tema da unidade. Estimule a observação imagens e a sua escola. dos alunos em relação aos aspectos arquitetônicos dos edifícios (muitos detalhes Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem as diferenças nas roupas, penteados, ambiente, entre outros. no prédio antigo e quase nenhum detalhe no novo) e também quanto à postura das pessoas fotografadas no passado e no presente. 75 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 75 23/02/11 15:32 4. A GENTE VIVE E APRENDE NA ESCOLA VAMOS COMEÇAR Ilustrações: Felipe Grosso Na escola desenvolvem-se várias atividades, mas a principal delas é ensinar. Escola é, acima de tudo, um lugar de ensinar e de aprender. Essa é a sua função. Uma função muito importante para a nossa vida, mas que pode ser executada de diversas maneiras nas diferentes culturas. 2 1 3 1. Observe as cenas. O que as crianças estão aprendendo ou ensinando Espera-se que os alunos identifiquem: na cena 1, ler e escrever; na cena em cada uma delas? Descreva. 2, dividir o lanche; na cena 3, participar de um jogo (ou brincadeira) novo. 2. O que mais você acha que se pode aprender na escola? Converse Resposta pessoal. Os alunos podem mencionar também os conhecimentos com os seus colegas. relativos a Matemática, Artes, História, Geografia, Ciências etc. 3. Desenhe no caderno uma cena que mostre o que você já aprendeu na escola ou o que você gostaria de aprender. Resposta pessoal. Observe os desenhos dos alunos e converse com eles a respeito dos conhecimentos que já possuem. Se julgar adequado, retome esta atividade em outro momento, por exemplo, ao final do capítulo. 76 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 76 23/02/11 15:32 AS ESCOLAS INDÍGENAS Da mesma maneira que muitas das outras crianças brasileiras, as crianças que vivem em comunidades indígenas vão à escola. É um direito delas frequentar a escola e estudar. Marcelo Justo/ Folhapress Em muitos lugares do Brasil, crianças indígenas frequentam escolas localizadas dentro das aldeias onde vivem, e nelas aprendem com professores que também são indígenas e falam a sua língua, além do português. Essas escolas são dirigidas pelos próprios indígenas, que decidem o que deve ser ensinado às crianças e qual a melhor maneira de fazê-lo. Alunos da etnia Tuyuca em escola indígena da comunidade de São Pedro, no Amazonas. Foto de 2010. Nas aldeias onde não há escolas indígenas, as crianças frequentam escolas não indígenas, semelhantes à sua. 77 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 77 23/02/11 15:32 Leia o texto a seguir e conheça um pouco da vida de Marco Antônio Jardim de Souza, um indígena Guarani, conhecido em sua aldeia pelo nome Verá Mirim. Há alguns anos, ele foi assunto em uma revista. Leia o texto para a classe. Fabio Colombini Verá Mirim, o menino Guarani Escola indígena Guarani Mbyá – Aldeia Guarani Tenonde Porã. Parelheiros, São Paulo (SP), 2010. Os dois nomes de Marco Antônio ou Verá Mirim se aplicam pelo fato de sua mãe ser indígena e seu pai, não. Ele mora na aldeia Guarani situada em Parelheiros, um bairro bastante afastado do centro de São Paulo, e estuda em uma escola particular da cidade. O avô Karaí Mirim é o responsável pela educação indígena de Marco. Com ele, o menino aprende as tradições do seu povo. Marco leva duas horas para chegar à escola. [...] BEZERRA, Rosângela. Revista Zá. São Paulo: Pinus, n. 5, nov. 1996. Atividade de leitura e compreensão do texto. Além destas, outras perguntas podem ser feitas aos alunos, e outras referências da narrativa podem ser exploradas. 1. Responda às questões sobre o texto: Ao povo a) A que povo pertence o menino Verá Mirim (ou Marco Antônio)? Guarani. Verá Mirim é o seu nome indígena, e Marco Antônio é o seu nome b) Por que ele tem dois nomes? não indígena, pois a sua mãe é indígena, e o seu pai não. Ele aprende as tradições do povo c) O que Verá Mirim aprende na aldeia? Quem o ensina? Guarani. Quem ensina é o seu avô. d) Onde ele aprende as mesmas coisas que você? Quem o ensina? Em uma escola particular. Quem ensina são os professores (e os colegas também). 78 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 78 23/02/11 15:32 As crianças indígenas não aprendem apenas na escola. Leia o poema a seguir, que explica qual é o jeito de ensinar dos indígenas. Leia o texto para a classe. O nosso jeito de ensinar é assim Marcos Garuti É o pessoal todo da aldeia que vai ensinando para as crianças. O vovô faz para o neto flecha pequena, faz arco pequeno. O vovô faz para a neta pilão pequeno. A vovó faz para a neta panela pequena. Nosso jeito de ensinar é assim: Gente grande trabalha. Criança espia e aprende. O pessoal todo da aldeia ensina para as crianças. ENSINA TODOS OS COSTUMES DO NOSSO POVO. PAULA, Eunice D. de; PAULA, Luis G. de; AMARANTE, Elizabeth (Org.). História dos povos indígenas – 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis/Brasília: Vozes/Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 1982. 2. De acordo com o poema, quem são as pessoas responsáveis por ensinar as crianças indígenas? Todos são responsáveis por ensinar as criancas indígenas. 3. Como as crianças indígenas aprendem? Elas aprendem espiando os mais velhos. 4. O que é ensinado a elas? Todos os costumes do povo. 5. E você? Quem é responsável pelos seus ensinamentos fora da escola? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que aprenderam com os pais, responsáveis e demais parentes desde atividades básicas do dia a dia, como escovar os dentes, tomar banho, usar talheres, até andar de bicicleta, jogar futebol, nadar, pintar, montar brinquedos. 79 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 79 23/02/11 15:32 APRENDENDO NA ESCOLA A escola tem uma tarefa muito especial: educar e preparar os alunos para a vida pessoal e em grupo. Como a maioria das crianças, você passa bastante tempo na escola. Nela, recebe muitas informações, adquire novos conhecimentos, conhece novas pessoas. Você parou para pensar em quanta coisa já aprendeu na escola? 6. Pense em algo importante que você aprendeu este ano na escola. Depois, verifique com os colegas o que eles escreveram. 7. Converse com os colegas sobre a importância que a escola tem na vida de vocês. Escrevam um pequeno texto coletivo a esse respeito. CONVIVENDO NA ESCOLA Na escola, fazemos parte de um grupo, por isso todos devem se respeitar. É importante que haja respeito entre funcionários, professores e alunos e, claro, entre os colegas de classe. Cibele Queiroz Atividades individuais e coletivas ao mesmo tempo. Estimule as respostas pessoais, assim como a troca de ideias e de referências, bem como a produção de textos em grupo. Comente a redação dos alunos do ponto de vista do conteúdo e da forma, ressaltando a importância da escola para a vida futura, pessoal e em sociedade. Para se organizar e conviver, todo grupo social precisa estabelecer regras. E as pessoas que fazem parte desse grupo devem respeitá-las. Na escola, todos devem cumprir as regras: alunos e funcionários. 8. Pense um pouco e responda: a) O que você pode fazer para demonstrar respeito pelos seus colegas? b) O que você gostaria que seus colegas fizessem para demonstrar Resposta pessoal. Este é um bom momento para os alunos avaliarem não apenas o procedimento respeito por você? dos outros, mas o próprio procedimento em relação aos demais. Também é adequado para detectar eventuais problemas de relacionamento e desrespeito entre os colegas por meio das respostas obtidas no item b. 9. Converse com os colegas e respondam: a) Quais regras da sua escola vocês conhecem? Citem duas delas. b) Quais regras da sua escola vocês acham mais difíceis de cumprir? Respostas pessoais. Como na atividade anterior, conteúdo específico das respostas pessoais dos c) Se pudessem, qual regra vocês criariam? oalunos é menos importante que as conversas, os comentários e a troca de ideias entre eles sobre a disciplina funcional e a atmosfera de tolerância, respeito e estímulo que deve existir na vida escolar. 80 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 80 23/02/11 15:32 Várias pessoas colaboram para o bom funcionamento da escola. Vamos aprender o que elas fazem? Sylvain Sonnet/ Getty Images DOTTA 10. Observe as fotos e diga para a professora o que cada pessoa faz na escola. Se você não souber, a professora ajudará. Os alunos... Ensina. Estudam e aprendem; a escola existe para eles. Fabio Chialastri Fabio Chialastri A professora... A secretária... Cuida dos documentos da escola. Fabio Chialastri Cuida da limpeza da escola. Fabio Chialastri O servente... O diretor... Organiza e administra a escola. A merendeira... Cuida da alimentação servida aos alunos. 81 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 81 23/02/11 15:32 VIAGEM PELA LEITURA Leia o poema a seguir e conheça a visão de seu autor sobre a escola. Escola Importante na escola [...] É também criar laços de amizade, É criar ambiente de camaradagem, [...] Numa escola assim vai ser fácil Estudar, trabalhar, crescer, Fazer amigos, educar-se, Ser feliz. BRASIL. Ministério da Educação. FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Disponível em: <www.fundaj.gov.br/notitia/ servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet? publicationCode=16&pageCode=377&textCode=5934& date=currentDate>. Acesso em: 4 mar. 2011. Marcos Garuti Escola é... O lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, [...] Escola é, sobretudo, gente, [...] O diretor é gente, O coordenador é gente, O professor é gente, O aluno é gente. Cada funcionário é gente. [...] 1. Cite coisas e pessoas mencionadas no poema que também fazem parte da sua escola. Coisas: prédios, salas e quadros. Pessoas: diretor, coordenador, professor, aluno, funcionário. 2. Você já aprendeu que a principal atividade da escola é ensinar. De A escola também é acordo com o poema, o que mais se pode fazer na escola? um lugar onde se faz amigos. 3. Como é a escola dos seus sonhos? Resposta pessoal. Oriente os alunos quanto a alguns aspectos a serem abordados: Como seria o prédio da escola? Qual seria o horário de entrada e saída? O que seria ensinado? O que seria servido na merenda? Você deve sugerir outras questões que estejam de acordo com as particularidades da turma. 82 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 82 09/03/11 12:07 HORA DO RECREIO 1. Responda no caderno: Se você estudasse em uma escola indígena, o que gostaria de aprender? 2. Observe a ilustração a seguir. No caderno, escreva os objetos que estão no lugar errado e também qual é o lugar certo de cada um. Para esta atividade, desenhe um quadro semelhante a este: Objeto Lugar encontrado Lugar correto Felipe Grosso Não é necessário que os alunos identifiquem todos os objetos colocados em lugar errado. Espera-se apenas que eles percebam que cada ambiente precisa de objetos adequados às funções. Para orientar a observação dos alunos, na ilustração temos os seguintes objetos em lugar errado: • nas salas, de cima para baixo – banco de praça, fotocopiadora, escorregador, vassouras e balde, gangorra; • na cozinha – bola de basquete dentro da panela e cesta de basquete acima da pia; • no pátio – um carro; • no jardim – geladeira e freezer. 83 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 83 23/02/11 15:32 É HORA DE PESQUISAR ■ Atividade com os objetivos de melhorar a ambientação dos alunos na escola, para que tenham maior conhecimento dos espaços e da organização escolar; estimular a observação atenta dos alunos ao ambiente à sua volta; fazê-los assimilar e organizar as informações recebidas. Vocês vão dar um passeio pela nossa escola. 1. Seguindo a orientação da professora, vocês vão percorrer todos os espaços da escola: corredores, salas de aula, biblioteca, pátio, jardim, quadra de esportes, cantina, sala dos professores, diretoria. Muitos já devem ter visto ou passado por esses lugares, mas agora poderão observá-los melhor ouvindo as explicações da professora e fazendo perguntas aos funcionários sobre fotos e objetos que despertarem a sua atenção. 2. Depois do passeio, de volta à classe, cada um fará no caderno um pequeno relatório sobre o que viu e ouviu. Anote: a) duas coisas interessantes que despertaram sua atenção; b) uma coisa que não imaginava que a escola tivesse; Respostas pessoais. Mais importante que o conteúdo específico das pessoais é a fixação, pelos alunos, do que foi observado, bem como c) uma coisa de que gostou muito; respostas a assimilação e a organização das novas informações por eles recebidas. d) uma pergunta para a professora sobre algo que viu durante o passeio e a respeito do qual gostaria de ter mais informações. Antes de os alunos começarem a fazer as suas anotações no caderno, converse com eles sobre a atividade realizada: o que descobriram, se algo os surpreendeu e se têm alguma dúvida. Aproveite os questionamentos dos alunos para fornecer-lhes mais informações e referências. 84 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 84 23/02/11 15:32 5. A HISTÓRIA DA NOSSA ESCOLA VAMOS COMEÇAR Depois de conhecer melhor como é a escola onde você estuda, é hora de pesquisar um pouco sobre a história dela, isto é, descobrir, por exemplo, desde quando ela existe, por que tem esse nome, como era antigamente, o que mudou e o que não mudou desde que foi fundada, se cresceu de tamanho, entre outras informações. 1. Em pequenos grupos, procurem informações sobre a história da sua escola. Copiem o quadro abaixo no caderno e preencham-no. Caso os alunos tenham dificuldade em encontrar fotos e informações sobre o passado da escola, oriente-os a questionar os funcionários mais antigos. Passado da escola Data de fundação Nome da escola ao ser fundada Nome do primeiro diretor ou diretora Acontecimento marcante na história do Brasil no ano de fundação da escola Acontecimento marcante na história mundial no ano de fundação da escola Antigos alunos que tenham se destacado após o término dos estudos Para que esta atividade não corra o risco de ficar repetitiva, com todos os alunos buscando as mesmas informações, divida a turma em pequenos grupos: cada grupo ficará responsável por pesquisar um dos itens do quadro. 2. Depois da pesquisa, a professora orientará a classe. a) Cada grupo contará aos demais o que descobriu em sua pesquisa. b) A professora escreverá as descobertas dos grupos na lousa. c) Cada aluno completará o quadro no caderno. Essa é uma solução interessante para tornar esta última atividade mais dinâmica: fazer um quadro igual a esse na lousa e perguntar para cada grupo o que descobriu. Desse modo, depois de todo o quadro preenchido, os alunos poderão visualizar as informações na lousa e copiá-las no caderno, completando assim o próprio quadro. 85 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 85 23/02/11 15:32 Uma menina do 2º- ano, chamada Raquel, que se sentava em uma das carteiras da frente, era sempre atenta e falante. Curiosa, ela resolveu pesquisar os primeiros tempos da escola onde estudava. Queria saber como tudo tinha começado: como eram as salas, as roupas das crianças e dos professores, o material usado nas aulas... Durante a pesquisa, Raquel ficou curiosa em saber como eram as escolas de antigamente. Então procurou a bisavó Tita para que ela lhe falasse alguma coisa do seu tempo de escola, muitos e muitos anos atrás. Dona Tita, que gostava mesmo de contar histórias, não só falou como mostrou fotos que colecionava e alguns pequenos objetos que guardava na gaveta de uma velha mesinha do quarto. Marcos Garuti esCOLas de antigamente Arquivo Público do Estado de São Paulo Uma das fotos da coleção de Dona Tita é esta: Foto de uma sala de aula da década de 1908 composta somente de meninos. 86 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 86 23/02/11 15:32 Ela foi tirada em 1908. Naquela época, as escolas de 1º- a 5º- ano eram chamadas de Grupo Escolar. Na maioria delas, meninos e meninas estudavam em classes separadas. Arquivo Público do Estado de São Paulo Raquel levou essa foto para os colegas da classe. Além dessa, levou mais uma, de uma turma formada apenas por meninas. Veja: Turma feminina do Grupo Escolar Doutor Cardoso de Almeida, na cidade de Botucatu (SP), em 1933. Ela também falou na classe o que a bisavó lhe contara sobre uma regra que já havia na escola no seu tempo. Era a regra que obrigava os alunos a se levantarem sempre que o diretor ou a diretora, a professora ou o professor, ou um visitante entrassem na sala. 1. Observe a foto da página anterior. Comente as diferenças e as semelhanças que você percebe entre a sua sala de aula e a da foto. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem diferenças como roupas, ambientes e móveis da sala de aula, entre outras possibilidades, mas principalmente o fato de a turma do passado ser formada apenas por meninos. 2. Agora, compare a foto da página anterior e a foto acima. Mencione A intenção é que os alunos percebam elementos que pelo menos uma característica comum a elas. permanecem, apesar da passagem do tempo. Nesse caso, manteve-se a separação dos alunos, de acordo com o sexo, e há certa rigidez no jeito de se vestir e no comportamento das pessoas. 3. Responda: a) Você concorda com a regra existente na época de dona Tita? Resposta pessoal. Novamente, mais importante que o conteúdo da resposta é a oportunidade de ampliar e aprofundar o sobre os costumes de cada época, o que muda e o que permanece em relação à convivência na escola, o Por quê? conhecimento respeito aos mais velhos e às regras, assim como as responsabilidades de cada um. b) Atualmente, como os alunos se comportam quando entra uma visita? 87 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 87 23/02/11 15:32 ObjetOs de antigamente Nessa conversa, dona Tita também contou à bisneta curiosa que, no seu tempo de escola, usavam-se para escrever lápis e também caneta-tinteiro, semelhante à da foto abaixo, à esquerda. Sonja Inselmann/ Dreamstime.com Cimmerian/ iStockphoto A bisavó explicou ainda que, antes de existir a caneta-tinteiro, escrevia-se com uma pena que era molhada em um pote de tinta (como a da foto à direita). Era preciso tomar muito cuidado para não borrar as páginas do caderno. As primeiras canetas-tinteiro não tinham reservatório para tinta havendo necessidade de mergulhar a sua ponta no tinteiro. Antes das canetas-tinteiro, para escrever, molhava-se a ponta da pena no pote de tinta. Remexendo em seus guardados, dona Tita encontrou um almanaque, uma espécie de revista de antigamente, do tempo dos seus avós! Nesse almanaque havia muitos anúncios de artigos para vender. Entre eles, um anúncio de penas de metal usadas para escrever. 88 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 88 23/02/11 15:32 Almanach da Provincia de São Paulo Ela mostrou à bisneta, e eram semelhantes às que aparecem na imagem a seguir: Anúncio de penas de aço para caneta-tinteiro, publicado em 1888. 4a. Inglesa, francesa e alemã. Os alunos necessitarão da sua ajuda, pois, além de provavelmente desconhecerem o significado da palavra nacionalidade, a grafia das nacionalidades (e de outras palavras) presentes no anúncio é diferente da atual. 4. Observe o anúncio com atenção e responda no caderno: a) Qual a nacionalidade dos fabricantes das penas anunciadas? b) De que material elas eram feitas? As penas eram feitas de aço. c) De que materiais são feitos os objetos que você utiliza atualmente Atualmente, os lápis são feitos de madeira e grafite e as canetas são para escrever no caderno? feitas de plástico (com algum detalhe em metal). d) Além de anunciar um produto pouco utilizado na atualidade, que características do anúncio demonstram que ele pertence a outra época? Justifique a sua resposta escrevendo exemplos do próprio Por meio da leitura do anúncio em voz alta, ajude os alunos a localizar as palavras que tiveram a grafia alterada ao longo dos Isso se refere também à moeda corrente no país. Peça a eles que escrevam no caderno as palavras como estão no anúncio. anos. anúncio e, na frente de cada uma, o modo como são escritas atualmente. 89 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 89 23/02/11 15:32 VIAGEM PELA LEITURA Leia o poema a seguir, que conta um pouco da rotina de uma escola de antigamente. A escola da mestra Silvina A gente chegava [...] Sentava em bancos compridos, escorridos, sem encosto. [...] Não se usava quadro-negro. As contas se faziam em pequenas lousas individuais. Não havia chamada e sim o ritual de entradas, compassadas. “— Bença, mestra...” Não se brincava. Muito respeito. Leitura alta. Soletrava-se. [...] Dava-se a lição. Cantava-se em coro a velha tabuada. [...] CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. Marcos Garuti Nem recreio, nem exames. Nem notas, nem férias. [...] Banco dos meninos. Banco das meninas. Tudo muito sério. ■ Os alunos podem mencionar a existência da professora, de bancos Reúna-se com um colega e respondam: (carteiras), a realização da leitura em voz alta etc. a) Em que a escola tratadaOsno poema é parecida com a sua? alunos podem mencionar, atualmente, a existência de recreio, exames (provas), notas e férias. Além disso, atualmente as carteiras têm encosto, e na sala de aula há lousa (quadro negro). b) Em que ela é diferente? Também há chamada, mas não se usa mais soletrar nem cantar a tabuada em coro. Observe outras diferenças, de acordo com o contexto da turma. c) Qual característica da escola do poema você gostaria que sua escola tivesse? d) Qual característica você não gostaria que sua escola tivesse? c) e d) Os alunos podem mencionar algum elemento relacionado no item b. 90 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 90 23/02/11 15:32 HORA DO RECREIO Para a realização desta atividade você pode desenhar a sala de aula na lousa, representando tudo o que faz parte dela (mesa, armários, carteiras, lousa, porta e janelas), a fim de orientar os alunos na produção da maquete. Paula Radi Que tal fazer uma miniatura da sua sala de aula? Veja as instruções. Materiais necessários: ■ 1 caixa (pode ser de sapatos ou outra de tamanho aproximado); ■ caixas de fósforo vazias; ■ pedacinhos de madeira, ou isopor, ou outro material no formato aproximado de 1,5 × 1,5 cm; ■ cola; ■ canetas coloridas ou lápis de cor. Como fazer: 1. Formem grupos e combinem como serão providenciados os materiais. 2. Vocês vão fazer uma miniatura da sala de aula utilizando a caixa; as caixas de fósforos representarão a mesa da professora e os armários; os pedacinhos de madeira (ou outro material) serão as carteiras, as quais deverão ser identificadas com o nome de cada aluno. Tudo isso deverá ser colado no fundo da caixa nos lugares que correspondem aos de vocês na sala de aula. 3. Utilizando as canetas coloridas (ou lápis de cor), desenhem nas laterais da caixa a lousa, as janelas e a porta. 4. Depois de pronta a miniatura, a professora montará uma exposição para que uns possam conhecer os trabalhos dos outros. Dica: se vocês quiserem embelezar o trabalho, podem, por exemplo: ■ desenhar um piso ou colar papel colorido nele antes de fazer a colagem dos “móveis”; ■ pintar as laterais internas da caixa na cor das paredes de sua sala; ■ desenhar portas nos “armários” de caixa de fósforo e pintá-los; ■ desenhar gavetas na “mesa” da professora e pintá-la; ■ pintar as “carteiras” na cor real delas (ou, se preferir, de outra cor). Cola 91 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 91 23/02/11 15:33 É HORA DE PESQUISAR Faça as adaptações necessárias de acordo com a realidade sociocultural dos alunos. Considere que, historicamente, o acesso universal à escola é recente. Pode haver, entre os pais dos alunos, pessoas que não frequentaram a escola regularmente. Pode ser interessante discutir esses dados com os alunos, mas atente para que não ocorram situações constrangedoras. Valorize os diferentes modos de aprendizagem, especialmente o esforço individual e o saber popular. ■ Procure saber como era a escola no tempo dos seus pais ou responsáveis. Siga as instruções: 1. Peça ao seu pai, mãe ou responsável que participe desta pesquisa. Não serão necessários mais do que vinte minutos. 2. Escreva as perguntas abaixo no caderno, deixando espaço entre elas para as respostas. Combine com o seu entrevistado quem escreverá: você ou ele. a) Qual o nome da escola em que você estudou os primeiros anos? b) Como era o prédio da sua escola? c) Você sabe se a sua escola ainda existe? Em caso afirmativo, ela sofreu alguma mudança? d) A sua escola tinha cantina ou só cozinha? e) Você levava o lanche de casa? Comia a refeição fornecida pela escola? Comprava o seu lanche na cantina? f) O pátio era coberto ou descoberto? g) Havia quadra de esportes? Em caso afirmativo, ela era coberta ou descoberta? h) Como era a sua sala de aula (disposição e material de que eram feitos os móveis, os alunos podiam escolher os próprios lugares etc.)? i) Onde você se sentava: nas primeiras carteiras? No meio? Nas últimas? j) Como você se dirigia à sua professora (pelo sobrenome, como professora ou tia)? k) Do que você mais gostava e do que menos gostava na escola? l) Se pudesse voltar aos tempos de estudante nessa escola, o que faria diferente? m) Você gostaria de falar algo para os estudantes da atualidade? 3. Terminada a pesquisa, agradeça ao seu entrevistado. 4. Na classe, a professora dará oportunidade para que vocês compartilhem as respostas obtidas e, assim, debatam as diferenças e as semelhanças entre as escolas de uma mesma época. 92 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 92 23/02/11 15:33 LEIA TAMBÉM ■ ■ ■ ■ ■ A escola do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001. Na escola do Marcelo, as atividades incentivam os alunos a elaborar as próprias ideias e a desenvolver o pensamento e a criatividade. Uma escola assim, eu quero pra mim, de Elias José. São Paulo: FTD, 1999. Na escola da cidade, há meninos e meninas de todas as origens, por isso o autor resolveu falar nesse livro sobre preconceito e aceitação da diversidade já na fase da infância e do aprendizado escolar. Um passeio pela escola, de Cláudio Martins. São Paulo: Formato, 2003. O menino desse livro resolveu faltar à aula para, do alto da caixa-d’água, “passear com o olhar” pela sua escola. Ele observa cenas interessantes, engraçadas, identifica professores e colegas, até levar um grande susto... Vamos brincar de escola?, de Ana Maria Machado. São Paulo: Salamandra, 2005. Henrique e Isadora começam a frequentar a escola, aonde vão para aprender e brincar. Mas sempre vai sobrar tempo para, com a avó, mergulharem no mundo das cantigas e dos contos de fadas. O menino que aprendeu a ver, de Ruth Rocha. São Paulo: Quinteto, 2000. João não entendia as palavras. Na rua, nas placas, ele só via desenhos, até que seus pais decidem colocá-lo na escola. A partir de então, as letras que ele aprendia lá começaram a aparecer pela cidade. 93 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 93 23/02/11 15:33 UNIDADE 4 E OS OUTROS NÓS EU E NOSSOS DIREITOS Em muitas grandes cidades brasileiras, é possível ver crianças que saíram de casa ou não têm casa para morar, que vivem e trabalham nas ruas, que não frequentam a escola... Alexandre Tokitaka/ Pulsar Imagens Que tal conversarmos um pouco sobre os direitos das crianças? Imagebroker/ Alamy/ Other Images Menino vendedor de alho nas ruas de São Paulo (SP). Foto de 2008. Criança dormindo na rua em Salvador (BA). Foto de 2009. 94 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 94 23/02/11 15:33 Eduardo Naddar/ O Dia/ Futura Press Juca Varella/ Folhapress Criança pedindo esmola no trânsito do Rio de Janeiro (RJ). Foto de 2010. Crianças trabalham recolhendo papelão próximo à rua 25 de março, no centro de São Paulo (SP). Foto de 2003. ■ Observe as fotos e responda: Espera-se que os alunos mencionem que as a) O que as crianças das fotos têm em comum? crianças estão em situação de pobreza. b) Do que você acha que essas crianças precisam para melhorar a Os alunos podem mencionar: casa (lar), escola, roupas etc., que são perceptíveis. Caso ninguém situação de vida delas? mencione, acrescente: respeito, carinho, cuidados. Comente as respostas dos alunos nesta atividade de aquecimento e introdução ao tema da unidade, usando-as para despertar a curiosidade e o interesse da classe sobre essa questão. 95 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 95 23/02/11 15:33 6. OS DIREITOS DA CRIANÇA VAMOS COMEÇAR A seguir você lerá um trecho da letra de uma canção. Ela trata de alguns aspectos que fazem (ou deveriam fazer) parte da vida de todas as pessoas. Leia o texto para a classe. Se possível, reproduza a música em CD. Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida, A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, [...] A gente quer bebida, diversão, balé. A gente não quer só comida, A gente quer a vida como a vida quer. [...]. Marcos Garuti Comida FROMER, Marcelo; ANTUNES, Arnaldo; BRITTO, Sérgio. Comida. Intérprete: Titãs. CD: Jesus não tem dentes no país dos banguelas. WEA, 1987. 1. De acordo com a letra que você acabou de ler, o que é essencial na vida de uma pessoa? Comida e água. 2. E o que mais, embora não seja fundamental para a sobrevivência, Bebida, diversão, arte, balé. Explore o sentido que algumas palavras também é muito importante? assumem na letra, como: bebida (sucos, refrigerantes, algo doce e saboroso, diferente de água), balé (movimento com o corpo, esporte, jogos) etc. 96 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 96 23/02/11 15:33 do QUe PrecisaMos Para ViVer? A resposta a essa pergunta pode variar de pessoa para pessoa, mas há necessidades que todos têm: uma casa para morar, alimentos, roupas, brinquedos, tempo para o lazer, acesso à escola... Mas será que isso é tudo? Do que mais precisamos? Observe as fotos a seguir. As fotos estão sem legenda para que possam conversar livremente sobre elas. Veja a proposta de atividade na página 99. JLBarranco/ iStockphoto a) Ela está dormindo. O nosso corpo precisa de descanso para repor as energias gastas durante as atividades diárias. CEFutcher/ iStockphoto b) As crianças estão brincando. Elas precisam brincar. É uma atividade importante para o bem-estar e o desenvolvimento psicológico e social. G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 97 97 23/02/11 15:33 Wavebreakmedia Ltd./ Dreamstime.com c) Ela está sendo atendida por um médico. Cuidar da saúde é fundamental para o nosso bem-estar. Fabio Chialastri d) As crianças estão passeando de bicicleta. Assim como outros tipos de passeio, é uma atividade importante para o bem-estar e para o desenvolvimento psicológico e social das crianças. Fabio Chialastri e) As crianças estão saindo da escola, onde aprendem coisas importantes e que serão úteis na vida delas. 98 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 98 23/02/11 15:33 PacoRomero/ iStockphoto f) Ela está se alimentando. O nosso corpo precisa ingerir alimentos diariamente. aldomurillo/ iStockphoto g) Ele está sendo beijado. Todos nós precisamos de amor e carinho. 1. A professora dividirá a classe em sete grupos e sorteará, para cada um, uma das fotos de a a g. Cada grupo observará atentamente a sua foto e conversará sobre o que ela demonstra a respeito das necessidades das crianças. Depois, compartilhará com a classe as conclusões a que chegou sobre a sua foto, e todos poderão fazer perguntas e comentários entre si. 2. Em sua opinião, qual das necessidades apresentadas nas fotos é a O objetivo desta atividade é despertar o foco do aluno para as necessidades da criança. imagens, sugerimos uma amostra de necessidades tão importantes quanto as mais importante? Por quê? Nas geralmente consideradas básicas e geradoras de direitos hoje reconhecidos para uma infância assistida e orientada. 99 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 99 23/02/11 15:33 Necessidades e direitos Hoje, quase todas as crianças brasileiras frequentam a escola, mas nem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2009, cerca de sempre foi assim. Segundo 97% das crianças brasileiras entre 6 e 14 anos frequentam a escola. Em outros tempos, a maioria das crianças, sobretudo as de famílias pobres, tinha pouca ou nenhuma instrução porque muitas delas tinham de trabalhar desde muito cedo para ajudar no sustento da família e porque faltavam escolas. O acesso à saúde — isto é, atendimento médico e vacinas, por exemplo, — também era difícil, pois muitas localidades não tinham hospitais nem postos de saúde. Col. Gilberto Ferrez/ Instituto Moreira Sales Em tempos passados também não era fácil desenvolver-se culturalmente e desfrutar do lazer, pois faltavam serviços públicos como bibliotecas, centros esportivos e parques. Observe as fotos a seguir. Meninos jornaleiros no Rio de Janeiro (RJ), em foto de 1899. 100 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 100 23/02/11 15:33 Indústrias Reunidas Matarazzo UH/ Folhapress Crianças trabalhadoras na Tecelagem Mariângela, localizada em São Paulo (SP), em foto do início do século XX. Nessa época, era muito comum que as crianças deixassem de ir à escola e de brincar para trabalhar, ajudando, assim, a pagar as despesas da família. Menino trabalhando como engraxate nas ruas de São Paulo (SP), em foto de 1957. O objetivo desta atividade é levar os alunos a refletir a respeito da presença do trabalho infantil nos dias atuais. Rever as fotos das páginas 94 e 95. Se achar pertinente, e dependendo da curiosidade da classe, instigue-os a pesquisar o assunto em livros, jornais, revistas e internet: Em que atividades essas crianças trabalham? Em que lugares do país? Há algum tipo de lei que regulamente o trabalho infantil e proteja as crianças que trabalham? 3. Observe as imagens desta página e a da anterior. Em sua opinião, essas situações fazem parte do passado ou elas ainda existem? Justifique a sua resposta. Esta atividade também serve de aquecimento para o texto a seguir. 101 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 101 23/02/11 15:33 VIAGEM PELA LEITURA O texto a seguir foi criado em 20 de novembro de 1959 com o objetivo de garantir os direitos da criança. Leia o texto para a classe. 1º- Princípio – Todas as crianças são merecedoras destes direitos, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, condição social ou nacionalidade, quer sua ou de sua família. 2º-º Princípio – A criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e deve ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança. 3º- Princípio – Toda criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade. 4º- Princípio – A criança tem direito a crescer e criar-se com saúde, alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas, e à mãe devem ser proporcionados cuidados e proteção especiais, incluindo cuidados médicos antes e depois do parto. 5º- Princípio – A criança incapacitada física ou mentalmente tem direito à educação e cuidados especiais. 6º- Princípio – A criança tem direito ao amor e à compreensão, e deve crescer, sempre que possível, sob a proteção dos pais, num ambiente de afeto e de segurança moral e material para desenvolver a sua personalidade. A sociedade e as autoridades públicas devem propiciar cuidados especiais às crianças sem família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a ajuda oficial e de outro tipo para a manutenção dos filhos de famílias numerosas. Marcos Garuti decLaraÇÃo UNiVersaL dos direitos da criaNÇa 102 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 102 23/02/11 15:33 7º- Princípio – A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social. Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando aos propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em garantir esse direito. 8º- Princípio – A criança, em quaisquer circunstâncias, deve estar entre os primeiros a receber proteção e socorro. 9º- Princípio – A criança terá proteção contra quaisquer formas de negligência, abandono, crueldade e exploração. Não deve trabalhar quando isto atrapalhar a sua educação, o seu desenvolvimento e a sua saúde mental ou moral. 10º- Princípio – A criança deve ser criada num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência [de] que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes. PORTAL DA FAMÍLIA. Disponível em: <www.portaldafamilia.org.br/datas/criancas/direitosdacrianca.shtml>. Acesso em: 31 ago. 2010. 1. Observe novamente as fotos das páginas 94, 95, 100 e 101 e releia o texto da Declaração Universal dos Direitos da Criança. Mencione os alunos podem mencionar vários princípios que estão sendo desrespeitados nas fotos. Os princípios, especialmente o 6º-, 7º- e 9º-. 2. De todos os princípios apresentados, em sua opinião, qual é o mais importante? Por quê? Resposta pessoal. Esta atividade tem como objetivo avaliar a compreensão leitora do aluno. 103 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 103 23/02/11 15:33 Nossos direitos deVeM ser resPeitados Todo mundo quer ter uma família que lhe dê carinho e conforto. As crianças precisam estar bem alimentadas e ter alguém que cuide da sua saúde. Também precisam ir à escola e brincar. São direitos que toda criança tem. E eles devem ser respeitados. Juca Varella/ Folhapress 4. Observe estas fotos e responda no caderno: Marcelo Soubhia/ Folhapress Irmãos trabalham no corte de sisal em lavoura localizada no município de Retirolândia (BA). Foto de 1997. Meninos trabalham em carvoaria no norte de Minas Gerais. Foto de 1994. 1a foto: cortando sisal. a) O que as crianças das fotos estão fazendo? 2-- foto: trabalhando em carvoaria. b) Qual direito da criança está sendo desrespeitado nas duas b) O 9- Princípio, segundo o qual a criança deve ser protegida da exploração. Elas não têm idade para trabalhar. situações? Pela legislação brasileira, crianças até 16 anos não podem ser empregadas para trabalhar, exceto na condição a 0 de aprendiz a partir dos 14 anos, por prazo determinado, não excedendo o total de seis horas diárias e somente no período diurno, com remuneração de, pelo menos, um salário-mínimo. 104 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 104 23/02/11 15:33 HORA DO RECREIO ■ Atividade interdisciplinar com Artes. Ao montar a exposição, peça a cada aluno que fique ao lado do seu trabalho, a fim de explicar o motivo de ter escolhido determinado direito como o desejado para todas as crianças do mundo. Faça no caderno um desenho que represente o direito que você considera mais importante e gostaria que todas as crianças do mundo pudessem ter. Capriche no desenho e pinte-o bem bonito. Depois, a professora montará uma exposição na sala de aula com os trabalhos de toda a turma. É HORA DE PESQUISAR ■ Faça uma pesquisa com um membro da sua família, com idade superior a 50 anos, a respeito do trabalho infantil na época em que ele era criança. 1. Escreva as perguntas abaixo no caderno, deixando espaço para as respostas do seu entrevistado. Combine com ele quem escreverá as respostas. a) Você trabalhava quando era criança ou adolescente? Em caso negativo, conheceu alguém que trabalhava? Quem era? b) Que idade tinha na época? c) Havia outras pessoas da mesma idade ou mais novas trabalhando no mesmo lugar? d) Qual era o trabalho? e) Qual era o horário de entrada e saída do trabalho? f) Quantas horas eram trabalhadas por dia? g) Se fosse hoje, qual seria o seu salário? h) O seu trabalho de algum modo atrapalhava seus estudos? Explique. 2. Ao final da pesquisa, agradeça ao seu entrevistado. 3. Na classe, orientados pela professora, todos terão oportunidade de Para tornar a exposição dos resultados mais dinâmica, é possível um quadro na lousa com as perguntas, alinhando em colunas as expor o resultado da pesquisa. montar respostas semelhantes. Desse modo, os alunos poderão visualizar com mais facilidade as semelhanças e as diferenças nas respostas obtidas. 105 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 105 23/02/11 15:33 LEIA TAMBÉM ■ ■ CD Mais respeito, eu sou criança, de Pedro Bandeira. São Paulo: Moderna, 2000. Todo mundo diz que as crianças devem respeitar os adultos. E os adultos não têm de respeitar as crianças? Esse livro é uma maneira de responder aos adultos quando eles vêm com frases do tipo: “Vá pro seu quarto, menino, que isso não é conversa pra criança!”. Os direitos das crianças segundo Ruth Rocha, de Ruth Rocha. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. Todas as crianças têm direito a nome, casa, comida e estudo, e também têm direito a ouvir histórias, andar na chuva, brincar... OUTRAS SUGESTÕES ■ Toquinho. Canção de todas as crianças. PolyGram (Philips), 1987. A fonte de inspiração das músicas é a Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959): cada Direito foi transformado em uma canção que fala de coisas muito sérias de um jeito bem divertido e brincalhão. 106 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 106 23/02/11 15:33 GLOSSÁRIO Aqui você encontra algumas palavras e expressões usadas ao longo do livro. Neste glossário, as explicações sobre o significado das palavras são dadas de acordo com o contexto em que foram inseridas no livro. Os verbetes não estão flexionados, ou seja, os verbos aparecem em sua forma infinitiva (por exemplo, soletrava-se aparece soletrar) e os nomes estão no masculino e/ou singular (compassadas aparece compassado) A Atabaque: tambor usado para acompanhar o ritmo de danças de origem africana. Alistar: fazer a inscrição em uma das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica ou Marinha). O alistamento militar é obrigatório a todos os jovens brasileiros, do sexo masculino, ao completarem 18 anos. Anarquista: relativo ao movimento político que surgiu no final do século XIX e que sustenta a ideia de que a sociedade não necessita de governantes acima dela. Antídoto: medicamento que anula os efeitos de um veneno; no texto, é uma solução para um problema. Aptidão: habilidade, conhecimento. Ciciero Viegas/ Isuzu Imagens Arranha-céu: edifício muito alto. O Edifício Martinelli, em São Paulo (SP), foi o primeiro arranha-céu da América Latina. Ele começou a ser construído em 1924, e só foi terminado dez anos depois. Foto de 2008. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro/ Tarsila do Amaral Empreendimentos Alta-fidelidade: diz-se do aparelho sonoro que reproduz o som sem distorções e ruídos, ou seja, de maneira fiel. Autorretrato: retrato que uma pessoa faz de si mesma, geralmente em desenho, pintura ou escultura. Autorretrato ou Manteau rouge. Óleo sobre tela de Tarsila do Amaral, 1923. C Celebração: festejo de algum acontecimento ou comemoração religiosa. No texto, trata-se de uma festividade de louvor, uma homenagem a pessoas importantes. Cismar: pensar insistentemente em uma coisa ou situação; teimar; insistir em uma ideia. Compassado: que obedece a um ritmo, que tem uma cadência. Confeccionar: fabricar ou produzir algum objeto utilizando diversos materiais. 107 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 107 23/02/11 15:33 Cooperar: agir em conjunto com outras pessoas, com uma finalidade comum. A cooperação entre as pessoas que vivem numa mesma moradia, por exemplo, é importante para manter o ambiente limpo e em ordem. Descendente: o que vem depois. Por exemplo: o filho é descendente do pai. Disponível: refere-se a alguma coisa que pode ser usada, que está livre. Distinção: diferenciação entre várias pessoas ou elementos. No texto, fazer distinção significa tratar de modo diferente várias pessoas. Costume: hábito ou prática que se repete sempre. Cuca: personagem do folclore brasileiro; trata-se de uma bruxa que parece um jacaré. E Curupira: ser mitológico indígena que vive na floresta. Ele é baixo e tem o cabelo cor de fogo. Com seus pés virados para trás, ele engana os caçadores e protege a floresta. Essencial: algo que é tão importante que se torna indispensável. Por exemplo: Comida e água são essenciais à vida. G Curso vago: são os cursos nos quais os alunos não precisam ir à escola todos os dias, mas que exigem muitas atividades extras (pesquisas, redação de textos etc.). Globo: recipiente esférico feito de vidro colorido utilizado para armazenar substâncias nas farmácias de antigamente. Gramofone: antigo aparelho usado para reprodução de sons gravados em discos. Diretriz: orientação básica; instrução inicial que determina outras etapas de um processo. No texto, os interesses e os direitos da criança são a principal diretriz (isto é, a principal orientação) a ser seguida pelas pessoas que devem cuidar dela. Desabalada carreira: corrida em alta velocidade. 06photo/ Dreamstime.com D O gramofone foi inventado em 1887 pelo alemão Emil Berliner. 108 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 108 23/02/11 15:33 I Iara: entidade do folclore brasileiro, de origem indígena, que é metade mulher e metade peixe, que habita rios e lagos. Infringir: desrespeitar uma regra; transgredir. Instrução: educação formal que se adquire em instituições de ensino. No texto, uma pessoa sem instrução é uma pessoa que não frequentou a escola. No entanto, essa mesma pessoa pode ter outros conhecimentos adquiridos pela vivência e pela experiência. L Mogiana: trata-se da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro criada em 1872 com sede em Campinas (SP). Essa ferrovia ligava São Paulo a Minas Gerais. N Negligência: falta de cuidado, desleixo. Negrinho do Pastoreio: lenda afro-brasileira que conta a história de um menino escravizado que, depois de ser duramente castigado, sobreviveu sem nenhum ferimento e se transformou em um anjo. O Oficial: que é reconhecido por uma autoridade. Legenda: texto explicativo que aparece junto a imagens. M Manivela: mecanismo de rotação que, por ação manual, faz funcionar algo. P Parentesco: relação entre pessoas de uma mesma família, que têm um mesmo antepassado comum. Essas pessoas são parentes; por exemplo, pais e filhos, avós e netos, primos e tios. Paupérrimo: muito pobre. Feren c Ung or/ Dre amstim e.com Apontador de lápis antigo movido a manivela. Personalidade: conjunto de características que formam uma pessoa e a identificam, tornando-a única entre outras. No texto, desenvolver a personalidade significa desenvolver esse conjunto de características individuais de maneira adequada. 109 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 109 23/02/11 15:33 Pioneiro: o primeiro a fazer ou descobrir algo; precursor. S Politécnica: escola de nível superior em que são ensinadas diversas ciências, artes e ofícios. Saci-Pererê: ser fantástico que faz muitas travessuras. Ele é negro e tem uma perna só. Seu gorro vermelho lhe dá poderes mágicos. Q Slide: espécie de filme fotográfico usado para projeção de imagens ampliadas, fotos ou ilustrações, em uma tela ou parede branca. Yury Shiroko/ Dreamstime.com Quarup: ritual de homenagem a mortos ilustres celebrado pelos povos indígenas que habitam o Alto Xingu (Brasil). Esse ritual, marcado por pranto e lamentações, é celebrado uma vez ao ano e é o momento em que os indígenas choram, pela última vez, a morte de alguém querido. R Slides montados em moldura colorida prontos para exibição. Roça: pequeno terreno utilizado para plantação. João Prudente/ Pulsar Imagens Soletrar: ler ou dizer de memória as letras, uma a uma, das palavras. Subsistência: sustento; recursos necessários para a manutenção da vida. Cultivo de mandioca em roça localizada no município de Triunfo (PE). Foto de 2010. Kenneth Roberts/ Dreamstime.com Sucata: coisas usadas e sem valor que podem ser reaproveitadas em trabalhos artesanais ou recicladas. Avião feito de sucata de metal. 110 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 110 23/02/11 15:34 Sustento: apoio em trabalho ou em dinheiro. Por exemplo, ajudar no sustento é o mesmo que ajudar em algum trabalho ou trabalhar para ganhar dinheiro e aumentar a renda da família. Triângulo Mineiro: é uma região do estado de Minas Gerais situada entre o rio Grande e o rio Parnaíba. O Triângulo Mineiro é formado por 36 municípios, entre eles estão Uberaba e Uberlândia. Mauricio Simonetti/ Pulsar Imagens Surpreendente: algo que provoca surpresa ou desperta o interesse. T Rogério Reis/ Pulsar Imagens Tradição: conjunto de costumes, hábitos, e valores culturais de um povo, geralmente transmitidos oralmente, de geração em geração. Uberlândia (MG), uma das cidades do Triângulo Mineiro. Foto de 2010. Procissão de barcos no rio Guajará pelas festividades do Círio de Nazaré, em Belém (PA). Essa é uma das maiores tradições religiosas do mundo. Foto de 2008. Vacinação: aplicação de vacina, ou seja, de medicamento que previne a ocorrência de certas doenças. Na carteira de vacinação dos brasileiros são anotadas todas as vacinas que, obrigatoriamente, as crianças e os adolescentes devem tomar até determinada idade. 111 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 111 23/02/11 15:34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMANAQUE BRASIL SOCIOAMBIENTAL. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2004. ALMANAQUE RECREIO. Tudo sobre o Brasil e o mundo. São Paulo: Abril, 2003. ANTOLOGIA DE POESIA BRASILEIRA PARA CRIANÇAS. Barueri: Girassol, s/d. AZEVEDO, Ricardo. Cultura da terra. 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Recursos e estratégias para o trabalho docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 7. Complementos para o professor . . . . . . . . . . . 37 Orientações específicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Estruturas das unidades didáticas . . . . . . . . . . 53 Unidade 1 – Eu e os outros . . . . . . . . . . . . . 53 Unidade 2 – Nós, a nossa família e a nossa história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Unidade 3 – Nós e a nossa escola . . . . . . . 69 Unidade 4 – Nós e nossos direitos . . . . . . . 76 Referências bibliográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 2 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 2 17/02/11 14:42 ApresentAção Caras colegas professoras* Marcos Garuti Dizer que esta coleção pretende ajudá-las na iniciação dos seus alunos à elaboração e utilização do conhecimento histórico pode soar como um lugar-comum, uma redundância. Afinal, isso é o que se espera de qualquer livro ou série didática de História do Ensino Fundamental. O que dizer então? Várias coisas. Que a educação escolar é de importância crucial para a formação de uma sociedade livre e democrática e de uma cultura pluralista e tolerante. Que na escola, desde a infância, começam a se criar os formadores dessa sociedade civilizada e dessa cultura aberta e criativa. Que somos nós, professores, os mediadores dessa criação – junto com nossos parceiros, os alunos. Que essa mediação se faz de falar e ouvir, de procurar e descobrir, de esperar e insistir, de ensinar e aprender. Tudo numa atmosfera de acolhimento e estimulação. É a atmosfera que nasce da alma da escola e se mantém pelo comprometimento da comunidade com o ensino e a educação. É a atmosfera para a qual devem estar voltados a escola, seus agentes e todo o seu instrumental: o currículo, as salas de aula, as provas, a secretaria, a quadra, a cantina, os computadores, a biblioteca e... os livros. Como os desta coleção de História, que traz textos claros, sugestões oportunas, propostas proveitosas e atividades prazerosas para nossos pequenos estudantes. Foi o que nos esforçamos por fazer. Esperamos ter conseguido. Os autores * Para começar, uma ressalva: nesta coleção e neste manual, utilizamos a expressão “professora” para nos dirigir à pessoa que tem, na sala de aula, o papel de mediador do processo de ensino-aprendizagem. Nossa opção pela forma no feminino se justifica pelo fato de a maioria dos professores, no Ensino Fundamental I, ser do sexo feminino. 3 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 3 17/02/11 14:42 1. 1. propostA teórico-MetodoLógicA dA coLeção [...] O conjunto de preocupações que informam o conhecimento histórico e suas relações com o ensino vivenciado na escola levam ao aprimoramento de atitudes e valores imprescindíveis para o exercício pleno da cidadania, como prática do conhecimento autônomo e crítico; valorização de si mesmo como sujeito responsável da História; respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas, políticas, evitando qualquer tipo de discriminação; busca de soluções possíveis para os problemas detectados em sua comunidade, de forma individual e coletiva; atuação firme e consciente contra qualquer tipo de injustiça e mentiras sociais; valorização do patrimônio sociocultural, próprio e de outros povos, incentivando o respeito à diversidade; valorização dos direitos conquistados pela cidadania plena, aí incluídos os correspondentes deveres, sejam dos indivíduos, dos grupos e dos povos, na busca da consolidação da democracia. [...] BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: kARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 47-48. A renoVAção dA produção HistoriográFicA Desde a década de 1980, a produção historiográfica brasileira vive uma renovação estimulante, que remete a questões já presentes na historiografia francesa do princípio do século XX e, sobretudo, da década de 1960 na Inglaterra, na França, na Itália e nos Estados Unidos. Grosso modo, esta renovação buscou romper com uma visão positivista da história, marcada pela valorização de datas, nomes de heróis e de eventos, quase sempre ligados à política oficial. Além do mais, o positivismo era carregado por uma supervalorização do documento escrito, no qual a verdade estaria inscrita, e ao historiador caberia submeter-se a essa situação. Essa visão positivista era, como outras produções culturais, um reflexo do modo de vida e da época em que se desenvolveu. Numa época marcada pela valorização do conhecimento científico e do mundo letrado, a visão positivista fazia sentido. No caso do Brasil, a vigência do regime militar (1964-1985) – período marcado pela supressão de liberdades individuais, pela falta de incentivo às pesquisas em ciências humanas e pelo controle policial e militar da vida cotidiana – foi um agravante que impactou negativamente não apenas o conhecimento histórico produzido nas universidades, mas sobretudo o ensino-aprendizagem de História na escola básica. Nesse período, o estabelecimento dos Estudos Sociais (e o fim 4 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 4 17/02/11 14:42 da separação formal entre História e Geografia) e a instituição e uso da Educação Moral e Cívica como instrumento de cerceamento de comportamentos sociais dificultaram o desenvolvimento de uma História crítica, que estimulasse a reflexão e a construção da cidadania plena entre os alunos. Sendo assim, somente com o fim da experiência autoritária e com o movimento de redemocratização que mobilizou distintos setores da sociedade, iniciou-se uma renovação da produção historiográfica nas Universidades. Essa renovação pode ser vinculada aos “novos problemas”, “novas abordagens” e “novos objetos” que deram título aos três livros compostos de vários artigos e coordenados pelos historiadores franceses Jacques Le Goff e Pierre Nora. Publicados originalmente na França na década de 1970, esses livros foram traduzidos e editados no Brasil no final da década de 1980. Eles fizeram parte de uma discussão mais ampla sobre a urgência de trazer para o trabalho do historiador uma perspectiva livre das amarras da história tradicional, em que o investigador diversificou os temas de suas pesquisas. Esta renovação da historiografia, muitas vezes conhecida pelo nome de “história das mentalidades”, ampliou-se para a proposta da chamada Nova História Cultural, em que se destacam os historiadores que trabalham com temáticas distintas, como Robert Darnton, Peter Burke, Roger Chartier, Carlo Ginzburg, entre outros. Para esta linha historiográfica, que é marcada por uma diversidade de propostas, os interesses dos historiadores não devem se resumir às ações dos “grandes homens”. Ao contrário, devem buscar desvendar as marcas da vida do homem comum, valorizando as camadas populares, seu cotidiano, seus hábitos. Também faz parte de suas preocupações a defesa de uma percepção diversificada da noção de tempo, rompendo com o monopólio do tempo cronológico e linear. Segundo o historiador brasileiro Ronaldo Vainfas, [...] a chamada Nova História Cultural não recusa de modo algum as expressões culturais das elites ou classes ‘letradas’, mas revela especial apreço [...] pelas manifestações das massas anônimas: as festas, as resistências, as crenças heterodoxas... Em uma palavra, a Nova História Cultural revela uma especial afeição pelo informal e, sobretudo, pelo popular [...] preocupação em resgatar o papel das classes sociais, da estratificação, e mesmo do conflito social [...]1 1 VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História. Ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 148–149. 5 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 5 17/02/11 14:42 Igualmente, deve-se lembrar que a Nova História Cultural rompeu os limites da História para buscar ferramentas conceituais e metodológicas em outras áreas, sobretudo na Antropologia. Dessa forma, os especialistas de diferentes formações passaram a dialogar de maneira profícua, como é o caso da influência dos trabalhos do antropólogo Clifford Geertz entre os historiadores. A antiga história política também aparece renovada, deixando de lado os atos dos governantes, líderes políticos, acordos diplomáticos para focar-se na reflexão sobre a questão do poder e do imaginário político, como atestam os trabalhos de René Rémond. Segundo Rachel Soihet, [...] observa-se um movimento renovador, através do contato com outras disciplinas, como a ciência política, a sociologia, a antropologia, a psicanálise. Dessa interdisciplinaridade, resulta um elevado nível de refinamento e sofisticação, através do uso de novos conceitos, técnicas de investigação e construção de novas problemáticas. Mitos, símbolos, utopias são reconhecidos e passam a ser trabalhados, contribuindo para a maior inteligibilidade do processo [...]. Já que, ao lado dos bens materiais, a vida social produz, igualmente, bens simbólicos, que informam os indivíduos e contribuem para as suas ações e decisões. [...]2 Alguns dos referenciais da Nova História Cultural, mencionados anteriormente, refletem-se nesta coleção. Com base neles, são trabalhados os conteúdos, considerando as premissas pedagógicas da transposição didática necessária para a sala de aula, que veremos a seguir. A trAnsposição didáticA [...] Ensinar a criança a observar, analisar e identificar a História estudada como uma construção humana permite que ela entenda a provisoriedade do conhecimento histórico, identificando-o como produto da investigação histórica. É necessário que o professor perceba que a leitura do mundo onde se vive o tempo presente é o maior laboratório de estudo para a aprendizagem em história. [...]3 Da mesma maneira que a produção historiográfica brasileira, as pesquisas sobre ensino e aprendizagem de História também sofreram uma importante renovação nas últimas décadas. Porém, esses estudos ainda se concentram com maior frequência nos universos dos 2 SOIHET, Rachel. Introdução. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de História. Conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003. p. 18-19. 3 CAINELLI, Marlene Rosa; TUMA, Magda Madalena P. História e Memória na Construção do Pensamento Histórico: uma investigação em educação histórica. In: Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 34, p. 211-222, jun.2009. 6 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 6 17/02/11 14:42 Ensinos Fundamental II e Médio. Ainda assim, já há uma qualificada produção sobre o Ensino Fundamental I, incluindo pesquisas acerca da formação da consciência histórica dos alunos, a percepção de tempo nesta faixa etária, indicações de currículo etc. Segundo essas produções, longe de exigir dos alunos a memorização de datas cívicas ou nomes de heróis nacionais, o ensino de História, desde o Fundamental I, teria como preocupação estimular nos alunos a reflexão e a crítica. Para tanto, em vez de exercícios que exijam puramente a repetição e avaliações que esperam a memorização de questionários, seriam valorizadas atividades que estimulam o fazer por parte dos alunos. Com base em práticas características do trabalho do historiador (sobretudo o trabalho com fontes documentais de diferentes especificidades, e não apenas o documento escrito), o objetivo seria garantir um processo de ensino-aprendizagem em que o aluno adquira conceitos, procedimentos e atitudes que o levem a pensar historicamente. Para Siman, [...] pensar historicamente supõe a capacidade de identificar e explicar permanências e rupturas entre o presente/passado e futuro, a capacidade de relacionar os acontecimentos e seus estruturantes de longa e média duração em seus ritmos diferenciados de mudança; capacidade de identificar simultaneidade de acontecimentos no tempo cronológico; capacidade de relacionar diferentes dimensões da vida social em contextos sociais diferentes. Supõe identificar, no próprio cotidiano, nas relações sociais, nas ações políticas da atualidade, a continuidade de elementos do passado, reforçando o diálogo passado/presente. [...]4 Este pensar historicamente é o que permite que o aluno problematize a relação passado-presente, evitando anacronismos, estabelecendo comparações, percebendo mudanças e continuidades para observar com maior clareza seu tempo e seu entorno. Assim, partindo da premissa de que o conhecimento total sobre o passado é por si só impossível, as questões sobre o presente e sobre o contexto em que se insere o aluno podem contribuir para uma problematização passado-presente. Além da melhor compreensão de seu próprio tempo, o aluno aos poucos constrói a percepção da pluralidade da temporalidade. Podem ser desenvolvidas atividades de diferentes perfis, valorizando o ensino de História nos anos iniciais, por exemplo, em situações 4 Apud CAINELLI, Marlene Rosa; TUMA, Magda Madalena P. História e memória na construção do pensamento histórico: uma investigação em educação histórica. In: Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 34, p. 211-222, jun. 2009. 7 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 7 17/02/11 14:42 didáticas baseadas na análise de imagens. Segundo Margarida Maria Dias de Oliveira, deve-se [...] iniciar o trabalho com os alunos sobre um conteúdo pelas imagens contidas no livro didático e não pelo texto. Muitas vezes, o professor, preocupadíssimo em cumprir o programa e entendendo que sua missão é “expor uma matéria” vista conforme o que está no livro, deixa de utilizar um potencial importantíssimo do material didático, inclusive, levando em consideração que nossa cultura é muito visual e que os alunos têm seus olhares direcionados para as imagens. [...]5 Da mesma forma, como Maria A. M. S. Schmidt e Tânia M. F. B. Garcia propõem, a análise dos documentos familiares e pessoais também é utilizada para a formação da consciência histórica dos alunos. Uma pesquisa desenvolvida por essas autoras mostrou [...] que os alunos e os professores puderam identificar os indícios (conteúdos) da experiência humana, em diferentes formas: na realidade cotidiana; na tradição; e na memória dos seus familiares, grupos de convívio, grupos da localidade. Esse conhecimento do passado pode ser articulado em diversas situações de aula, com outras formas de conhecimento histórico [...]6 Para a formação da consciência histórica, são valorizadas também [...] a discussão e a interação discursiva entre as crianças. Elas se revelam particularmente eficazes no caso da aprendizagem da história justamente porque criam um contexto de perspectivas múltiplas, em que as crianças são chamadas a explicitar os próprios pontos de vista, a colocar à prova a sua adequação por meio do confronto com as posições dos outros e a transformá-los, assumindo novas perspectivas. [...]7 Por fim, como a capacidade leitora amplia-se consideravelmente ao longo do Fundamental I, é importante que aos poucos o aluno tenha contato com textos mais complexos e mais longos, que recuperam informações e experiências já conhecidas. Porém, a leitura dos textos pressupõe alguns cuidados, especialmente no 2º- e no 3º- ano, quando a Alfabetização Matemática e o letramento ainda estão em processo. Segundo Beatriz Aisenberg, 5 OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Livros Didáticos de História: pesquisa, ensino e novas utilizações deste objeto cultural. Disponível em: <http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/ margarida/didaticos.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2011. 6 SCHMIDT, Maria A. M. S.; GARCIA, Tânia M. F. B. A formação da consciência histórica de alunos e professores e o cotidiano em aulas de História. In: Cadernos. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 297-308, set./dez. 2005. 7 GIRARDET, Hilda; FASULO, Alessandra. As crianças reescrevem a História: a construção retórica do ponto de vista. In: PONTECORVO, Clotilde; AJELLO, Anna Maria; ZUCCHERMAGLIO, Cristina. Discutindo se aprende. Interação social, conhecimento e escola. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 90. 8 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 8 17/02/11 14:42 [...] há muitas atividades coletivas em que a turma é ajudada a reconstruir o mundo histórico apresentado no texto. Primeiro, há um trabalho forte do docente de rechear o texto com outras informações. Existe muito conhecimento implícito. Coisas que são óbvias para os adultos não são para os pequenos. Por isso, é preciso conversar sobre o tema em questão – a vida dos guaranis, por exemplo – para escutar a interpretação deles e, com base nisso, ajudá-los a avançar a partir do ponto em que entendem.[...]8 8 Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/preciso-ensinar-ler-historia-geografia-594441.shtml> Acesso em: 25 jan. 2011. 9 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 9 17/02/11 14:42 2. estruturAs didáticAs dA coLeção A obra é dividida em Unidades temáticas, e estas podem ser constituídas de um ou vários capítulos. O texto de estudo é entremeado de muitas fotografias, reproduções de documentos e ilustrações, que ajudam o aluno a compreender o conteúdo trabalhado. No desenvolvimento do texto são apresentadas atividades, com as quais o aluno resolve dúvidas e descobre o quanto aprendeu sobre o assunto. uNidade 2 Pires do Prado/ Acervo Pessoal Acervo Pessoal NÓs, a Nossa FaMÍLia e a Nossa hisTÓria Todos nós fazemos parte de uma família e ela faz parte da nossa história. Membros da família Oliveira, em foto do início do século XX. Images A nossa história começa quando nascemos. Rosa Gauditano/ Studio R Dan Dalton/ Getty flashon/ iStockphoto Membros da família Lomo, em foto de 1926. mphotoi/ iStockphoto Amanda Rafael E continua na convivência com os nossos pais e parentes. PhotoInc/ iStockphoto Ao longo dos volumes, há algumas seções que se repetem e que têm objetivos didáticos bem definidos, com a intenção de possibilitar que os alunos experimentem distintas situações didáticas, sobretudo trabalhando com diferentes fontes e documentos históricos. 6. OS DIREITOS DA CRIANÇA Márcia e Adílson Embora todas as crianças tenham um pai e uma mãe biológicos, é importante começar a mostrar com cuidado as diferentes realidades da vida em família: crianças que vivem com avós, com outros parentes, apenas com a mãe ou com o pai, um tempo com cada um (guarda compartilhada), com pais adotivos (e aqui não podemos deixar de mencionar os casais homossexuais femininos e masculinos) ou mesmo em instituições, na companhia de outras crianças, sob os cuidados de adultos que não são seus parentes. Família da etnia Kayapó, em foto de 2002, durante a realização dos 5º- Jogos dos Povos Indígenas em Marapanim (PA). ■ Membros da família Tanaka, em foto de 2007. Gostou das fotos de família? Agora é a sua vez. Imagine uma situação envolvendo a sua família e desenhe-a. Em seguida, escreva uma frase abaixo do desenho para ilustrar o que você quis representar. Atividade de aquecimento para a temática da unidade, solicita a observação e o reconhecimento de cenas que permeiam o cotidiano social dos alunos, ou com o qual eles têm algum tipo de contato. Incentive os alunos a escrever a frase, mas, se necessário, faça as adaptações respeitando a competência leitora e escrita deles. 29 28 VAMOS COMEÇAR G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 28 A seguir você lerá um trecho da letra de uma canção. Ela trata de alguns aspectos que fazem (ou deveriam fazer) parte da vida de todas as pessoas. Leia o texto para a classe. Se possível, reproduza a música em CD. Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida, A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, [...] A gente quer bebida, diversão, balé. A gente não quer só comida, A gente quer a vida como a vida quer. [...]. Marcos Garuti Comida 14/12/10 20:11 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 29 14/12/10 20:11 Abertura de Unidade – visão geral e aquecimento por meio de um primeiro contato dos alunos com os temas que serão estudados na Unidade. Essa abertura é composta de textos e imagens acompanhados de atividades que estimulam os alunos a se posicionar. FROMER, Marcelo; ANTUNES, Arnaldo; BRITTO, Sérgio. Comida. Intérprete: Titãs. CD: Jesus não tem dentes no país dos banguelas. WEA, 1987. 2. E o que mais, embora não seja fundamental para a sobrevivência, Bebida, diversão, arte, balé. Explore o sentido que algumas palavras também é muito importante? assumem na letra, como: bebida (sucos, refrigerantes, algo doce e saboroso, diferente de água), balé (movimento com o corpo, esporte, jogos) etc. 96 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 96 14/12/10 20:14 Vamos Começar – trata-se da abertura do capítulo, com textos, imagens e atividades que possibilitam um contato com o tema específico do capítulo. Essa seção pode servir para o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos por parte da professora. Viagem pela Leitura – apresenta textos de diversos autores e gêneros literários, o que permite a ampliação do vocabulário dos alunos. A seção é composta ainda de perguntas sobre o texto e outras para que os alunos se posicionem sobre diferentes questões, na forma oral, escrita ou artística. VIAGEM PELA LEITURA Leia o poema a seguir, que conta um pouco da rotina de uma escola de antigamente. A escola da mestra Silvina Nem recreio, nem exames. Nem notas, nem férias. [...] A gente chegava [...] Sentava em bancos compridos, escorridos, sem encosto. [...] Não se usava quadro-negro. As contas se faziam em pequenas lousas individuais. Não havia chamada e sim o ritual de entradas, compassadas. “— Bença, mestra...” Não se brincava. Muito respeito. Leitura alta. Soletrava-se. [...] Dava-se a lição. Cantava-se em coro a velha tabuada. [...] CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. Marcos Garuti 1. De acordo com a letra que você acabou de ler, o que é essencial na vida de uma pessoa? Comida e água. Banco dos meninos. Banco das meninas. Tudo muito sério. ■ Os alunos podem mencionar a existência da professora, de bancos Reúna-se com um colega e respondam: (carteiras), a realização da leitura em voz alta etc. a) Em que a escola tratadaOsno poema é parecida com a sua? alunos podem mencionar, atualmente, a existência de recreio, exames (provas), notas e férias. Além disso, atualmente as carteiras têm encosto, e na sala de aula há lousa (quadro negro). b) Em que ela é diferente? Também há chamada, mas não se usa mais soletrar nem cantar a tabuada em coro. Observe outras diferenças, de acordo com o contexto da turma. c) Qual característica da escola do poema você gostaria que sua escola tivesse? d) Qual característica você não gostaria que sua escola tivesse? c) e d) Os alunos podem mencionar algum elemento relacionado no item b. 90 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 90 14/12/10 20:14 10 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 10 17/02/11 14:43 HORA DO RECREIO Para a realização desta atividade é necessário que você desenhe a sala de aula na lousa, representando tudo o que faz parte dela (mesa, armários, carteiras, lousa, porta e janelas), a fim de orientar os alunos na produção da maquete. Paula Radi Que tal fazer uma miniatura da sua sala de aula? Veja as instruções. Materiais necessários: ■ 1 caixa (pode ser de sapatos ou outra de tamanho aproximado); ■ caixas de fósforo vazias; ■ pedacinhos de madeira, ou isopor, ou outro material no formato aproximado de 1,5 × 1,5 cm; ■ cola; ■ canetas coloridas ou lápis de cor. Como fazer: 1. Formem grupos e combinem como serão providenciados os materiais. 2. Vocês vão fazer uma miniatura da sala de aula utilizando a caixa: as caixas de fósforos representarão a mesa da professora e os armários; os pedacinhos de madeira (ou outro material) serão as carteiras, as quais deverão ser identificadas com o nome de cada aluno. Tudo isso deverá ser colado no fundo da caixa nos lugares que correspondem aos de vocês na sala de aula. 3. Utilizando as canetas coloridas (ou lápis de cor), desenhem nas laterais da caixa a lousa, as janelas e a porta. 4. Depois de pronta a miniatura, a professora montará uma exposição para que uns possam conhecer os trabalhos dos outros. Dica: se vocês quiserem embelezar o trabalho, podem, por exemplo: ■ desenhar um piso ou colar papel colorido nele antes de fazer a colagem dos “móveis”; ■ pintar as laterais internas da caixa na cor das paredes de sua sala; ■ desenhar portas nos “armários” de caixa de fósforo e pintá-los; ■ desenhar gavetas na “mesa” da professora e pintá-la; ■ pintar as “carteiras” na cor real delas (ou, se preferir, de outra cor). Cola Hora do Recreio (presente nos dois primeiros volumes) – os conteúdos abordados são retomados, dando ao aluno mais uma oportunidade de aprendizagem e de verificação do conhecimento adquirido. Aqui as atividades têm caráter mais lúdico, com propostas de brincadeiras e jogos relacionados ao conteúdo do capítulo. 91 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 91 14/12/10 20:14 vamos rever Os alunos da escola foram conhecer um casarão, em uma antiga fazenda, que seria reformado para virar uma pousada. Nessa visita, eles descobriram coisas muito interessantes em relação à história do lugar, das pessoas que viveram ali, e até da história do Brasil. Quem os acompanhou foi o próprio dono do lugar, que tinha herdado a propriedade de seus antepassados. Durante a visita, os alunos tiveram a oportunidade de andar pelo casarão e conhecer a enorme varanda, os quartos, a sala e o escritório. Na cozinha, observaram o velho fogão a lenha ao lado de um fogão a gás. E em todos os cômodos notaram as portas muito altas, as cadeiras revestidas de couro já gasto, as cortinas de algodão cru, os móveis muito escuros de jacarandá, os livros de capa dura amarelados pelo tempo, alguns deles escritos em francês. Fora do casarão, eles se deparam com oficinas e estábulos com aspecto de abandono, pois a fazenda pouco produzia. Apesar disso, havia muita coisa interessante para ser vista, como velhos arreios e arados, carro de boi com uma roda quebrada e um trator de modelo tão antigo que ninguém conhecia. No final do passeio, uma grande surpresa: o encontro com um antigo colono, que trabalhara a vida inteira na fazenda. Com paciência, ele conversou com as crianças. Era um homem já cansado, mas com os olhos muito vivos. Contou como eram seus dias de trabalho “de sol a sol”, como aprendeu com o pai a arar a terra usando bois e como viu um de seus filhos aprender a usar o antigo trator, na época, recém comprado. Na volta para a escola, a professora propôs que os alunos redigissem um pequeno texto, de cinco ou seis linhas, comentando a visita ao antigo casarão. Felipe Grosso Memórias de um casarão Imagine que você também tenha participado desse passeio. Como seria o seu texto relatando o que viu? Escreva-o no caderno. ■ Peça para os alunos lerem o texto em voz alta. Estimule perguntas e, caso queira ou julgue necessário, apresente outras referências sobre casarões e fazendas como o descrito no texto. Se achar conveniente, crie grupos para comentar aspectos específicos e importantes citados na narrativa, como a edificação, o ambiente doméstico, o trabalho desenvolvido na fazenda, o relato do colono como documento histórico (fonte oral) etc. 28 É HORA DE PESQUISAR Vamos Rever (presente nos dois últimos volumes) – atividades para o aluno retomar o estudo, dando-lhe mais uma oportunidade de aprendizagem e de verificar o que aprendeu. Para iniciar o trabalho com as pesquisas, forneça aos alunos as fontes necessárias. Podem ser livros sobre os pintores, enciclopédias e, se possível, use a internet. Auxilie-os na seleção dos dados e no registro das informações, de acordo com o nível de compreensão leitora e do sistema de escrita da turma. Organizem-se em duplas e pesquisem um dos artistas citados neste capítulo: Tarsila do Amaral ou Vincent van Gogh. Sigam o roteiro abaixo e registrem Com esta atividade, espera-se que os alunos descubram informações como: as informações no caderno. Tarsila do Amaral nasceu em 1º- de setembro de 1886 em uma fazenda em Capivari, no interior de São Paulo; estudou no Colégio Sion, na capital paulista, e uma de suas pinturas mais famosas chama-se Abaporu. Para mais detalhes sobre a artista, veja o livro: Tarsila, de Maria Adelaide Amaral (São Paulo: Felipe Grosso Globo, 2004); site oficial: <www.tarsiladoamaral.com.br>. a) Dados pessoais: Vincent van Gogh abandonou os estudos com 15 anos para trabalhar na loja de um ■ quando nasceu e morreu tio. Mudou-se depois para França. Pintou mais de 400 telas, mas vendeu apenas um quadro em vida. Para mais detalhes sobre o artista, há o livro infantojuvenil Meu nome ■ nome completo é... Vincent van Gogh, de Carme Martín e Rebeca Luciani (São Paulo: Publifolha, 2008): site <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u242.jhtm>. ■ nome dos pais ■ nome dos irmãos ■ nome do marido (ou da esposa) ■ se teve filhos (em caso afirmativo, quantos) ■ se os filhos também se tornaram artistas b) Dados profissionais: ■ como e onde estudou ■ como iniciou a carreira ■ quantas obras fez no total (ou aproximadamente) ■ quais as suas obras mais famosas c) Importância na atualidade: ■ onde essas obras mais importantes se encontram atualmente (nome do museu, país; colecionador particular) ■ qual o valor estimado dessas obras mais importantes ■ esse artista já teve alguma obra roubada? Em caso afirmativo, descreva o episódio,, do início até o Composição feita com base nas obras Abaporu, de Tarsila encerramento. do Amaral, e Noite estrelada, de Vincent van Gogh. 17 G13_F1_AV_HIST3_miolo.indb 17 É Hora de Pesquisar – atividades diversas em que o aluno fará algum tipo de pesquisa (entrevista, análise de documento, estudos do meio etc.) e posteriormente sistematizará e apresentará as informações. 02/02/11 19:05 11 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 11 17/02/11 14:43 LEIA TAMBÉM ■ ■ ■ ■ ■ A escola do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001. Na escola do Marcelo, as atividades incentivam os alunos a elaborar as próprias ideias e a desenvolver o pensamento e a criatividade. Uma escola assim, eu quero pra mim, de Elias José. São Paulo: FTD, 1999. Na escola da cidade, há meninos e meninas de todas as origens, por isso o autor resolveu falar nesse livro sobre preconceito e aceitação da diversidade já na fase da infância e do aprendizado escolar. Um passeio pela escola, de Cláudio Martins. São Paulo: Formato, 2003. O menino desse livro resolveu faltar à aula para, do alto da caixa-d’água, “passear com o olhar” pela sua escola. Ele observa cenas interessantes, engraçadas, identifica professores e colegas, até levar um grande susto... Vamos brincar de escola?, de Ana Maria Machado. São Paulo: Salamandra, 2005. Henrique e Isadora começam a frequentar a escola, aonde vão para aprender e brincar. Mas sempre vai sobrar tempo para, com a avó, mergulharem no mundo das cantigas e dos contos de fadas. O menino que aprendeu a ver, de Ruth Rocha. São Paulo: Quinteto, 2000. João não entendia as palavras. Na rua, nas placas, ele só via desenhos, até que seus pais decidem colocá-lo na escola. A partir de então, as letras que ele aprendia lá começaram a aparecer pela cidade. Leia Também (final da Unidade) – indicações de livros que têm alguma relação com o que foi estudado na Unidade. A professora pode indicar um livro para os alunos ou, então, escolher algum e ler trechos dele com a sala. Ao começar uma nova Unidade, a professora pode verificar quais são as indicações de leitura desta seção. Se houver tempo, enquanto a Unidade é trabalhada, paralelamente a professora pode ler com a sala um dos livros, comentando e complementando os temas abordados. 93 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 93 14/12/10 20:14 ouTras suGesTÕes siTe ■ Plenarinho – o jeito criança de ser cidadão. Disponível em: <www.plenarinho.gov.br>. Acesso em: 15 out. 2010. De maneira fácil e divertida, o site Plenarinho traz às crianças informações sobre política, governo, leis, educação, ecologia, saúde e cidadania, além de conter joguinhos eletrônicos instrutivos e um dicionário que explica inúmeros termos relacionados ao universo político. ■ O que eu vou ser quando crescer. Brasil, s/d. Nesse programa da TV Rá Tim Bum, as profissões mais comuns no imaginário infantil são retratadas, e as dúvidas das crianças são apresentadas por Juninho, um menino muito curioso que está sempre questionando e pesquisando sobre diversas profissões. TV Sempre que algum desses recursos for utilizado, deve-se, previamente, navegar pelo site para conhecê-lo e verificar o que pode ser mais interessante mostrar aos alunos, tempo de navegação etc. Da mesma maneira, deve-se, previamente, assistir ao filme, escolhendo os momentos que serão mais importantes para os alunos, sem necessariamente exibi-lo na íntegra. 119 G13_F1_AV_HIST3_miolo.indb 119 02/02/11 19:10 I Iara: entidade do folclore brasileiro, de origem indígena, que é metade mulher e metade peixe, que habita rios e lagos. Infringir: desrespeitar uma regra; transgredir. Instrução: educação formal que se adquire em instituições de ensino. No texto, uma pessoa sem instrução é uma pessoa que não frequentou a escola. No entanto, essa mesma pessoa pode ter outros conhecimentos adquiridos pela vivência e pela experiência. L M Manivela: mecanismo de rotação que, por ação manual, faz funcionar algo. N Negligência: falta de cuidado, desleixo. Negrinho do Pastoreio: lenda afro-brasileira que conta a história de um menino escravizado que, depois de ser duramente castigado, sobreviveu sem nenhum ferimento e se transformou em um anjo. O P Parentesco: relação entre pessoas de uma mesma família, que têm um mesmo antepassado comum. Essas pessoas são parentes; por exemplo, pais e filhos, avós e netos, primos e tios. Paupérrimo: muito pobre. Ferenc Ungor/ Dreamst ime.com Apontador de lápis antigo movido a manivela. Personalidade: conjunto de características que formam uma pessoa e a identificam, tornando-a única entre outras. No texto, desenvolver a personalidade significa desenvolver esse conjunto de características individuais de maneira adequada. 109 G13_F1_AV_HIST2_miolo.indb 109 As músicas podem ser utilizadas não apenas para audição, mas também para análise da letra e para reprodução da composição cantada pela classe. Mogiana: trata-se da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro criada em 1872 com sede em Campinas (SP). Essa ferrovia ligava São Paulo a Minas Gerais. Oficial: que é reconhecido por uma autoridade. Legenda: texto explicativo que aparece junto a imagens. Outras Sugestões (final da Unidade) – sugestões de filmes, sites e CDs. Se na escola houver estrutura e equipamentos, a professora pode consultar o site, assistir ao filme e tocar as músicas para os alunos. Ao fim de cada volume, palavras e expressões da área da História ou que representem uma ampliação do vocabulário do aluno encontram-se listadas em ordem alfabética e são explicadas no Glossário. Essas palavras e expressões são identificadas, ao longo dos livros do aluno, por um destaque específico. 14/12/10 20:15 12 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 12 17/02/11 14:43 3. AVALiAção O tema avaliação sempre se colocou como um dos mais importantes nas escolas. Em torno dele estão algumas questões: por que temos de avaliar, o que avaliar, quem deve ser avaliado, como avaliar? Não há um consenso estabelecido acerca das respostas a essas perguntas. A professora deve considerar sua realidade, suas condições objetivas de trabalho, o perfil da sala para então fazer suas escolhas. Como afirma Zabala, a avaliação “tem que ser uma verdadeira ajuda, não unicamente uma constatação de carências que certamente o próprio aluno já conhece bastante”.9 Desde a década de 1990, estudiosos de diferentes países têm participado de um estimulante debate para propor novas maneiras de encaminhar as avaliações. Independentemente das diferenças que possa haver entre eles, há o entendimento de que a avaliação deve ser um elemento fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Por isso, os estudiosos propõem o que definem como avaliação formativa. A AVALiAção ForMAtiVA O principal ganho da avaliação formativa é garantir aos alunos que as avaliações às quais eles serão submetidos terão o papel de ajudá-los no seu processo de aprendizagem. Villas Boas, citando Harlen e James, lista as características da avaliação formativa: [...] é conduzida pelo professor (esta é a principal); destina-se a promover a aprendizagem; leva em conta o progresso individual, o esforço nele colocado e outros aspectos não especificados no currículo [...] ; na avaliação formativa, capacidades e ideias que [...] poderiam ser classificadas como ‘erros’ fornecem informações diagnósticas; os alunos exercem papel central, devendo atuar ativamente em sua própria aprendizagem [...]10. Com base no compromisso da professora, a avaliação formativa exige um olhar individualizado para cada aluno, acompanhado de algumas estratégias didáticas. 9 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 216. 10 VILLAS BOAS, Benigna M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 2009. p. 31. 13 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 13 17/02/11 14:43 O primeiro passo é a organização de um planejamento em que estejam estabelecidos quais são os objetivos de aprendizagem a serem alcançados. Somente com esta clareza a professora saberá com mais precisão o que quer e precisa avaliar. Porém, é fundamental perceber as potencialidades individuais e verificar os percursos feitos. A intenção, como já foi dito, não é construir uma hierarquia entre os alunos, mas cuidar que cada aluno desenvolva suas capacidades. Em relação aos objetivos, é importante que eles sejam organizados nas diferentes dimensões do aprendizado, quais sejam, conteúdo conceitual, procedimental e atitudinal. Ainda que esses conteúdos não possam ser separados rigidamente, a preocupação em distingui-los para observá-los é fundamental. Com essa preocupação, pode-se conduzir a avaliação na perspectiva de uma formação integral do educando. A observação formativa Para organizar e sistematizar a observação por parte da professora (aliás, Perrenoud afirma preferir o termo “observação formativa” ao termo “avaliação formativa”11), pode-se construir para cada período uma pauta avaliativa em que a professora lista os objetivos de aprendizagem a serem atingidos. Assim, mais do que notas, a professora terá um arsenal de informações para avaliar seus alunos. Veja adiante um exemplo de pauta avaliativa. Além do mais, pela perspectiva da avaliação formativa, os procedimentos avaliativos ocorrem em diferentes momentos do período escolar. Nesse sentido, ela pode ser chamada também de avaliação processual. Alguns autores propõem, inclusive, que no início de uma sequência didática deve ser feita uma avaliação diagnóstica para verificar os conhecimentos prévios dos alunos. Essa situação pode ocorrer de maneira informal, dialógica, em que a sala e a professora conversam sobre determinado tema. Se a professora preferir, sobretudo para as séries finais do Fundamental I, pode ser proposta uma atividade em grupo enquanto ela faz anotações sobre seus alunos. Segundo Beatriz Aisenberg, “os conhecimentos anteriores (isto é, as teorias e as noções já construídas) funcionam como marco assimilador, a partir do qual dão significados aos novos objetos de 11 PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Entre duas lógicas. Da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999. 14 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 14 17/02/11 14:43 conhecimento”. Mas esta mesma autora chama a atenção para o fato de que “levar em conta os conhecimentos prévios não implica trabalhar somente com eles nem deixar de lado os conteúdos a serem ensinados. Sem novos conteúdos não há aprendizagem possível.”12 É a partir desse marco zero que a professora terá algum referencial para observar seus alunos ao longo do ano. Ao longo dos volumes da coleção são propostas várias atividades que podem ser utilizadas pela professora nesse processo avaliativo. Sendo assim, mais do que puramente uma lição de casa ou uma atividade de sala de aula, é possível que os recursos oferecidos sejam parte integrante da avaliação e, portanto, do processo de ensino-aprendizagem. Avaliando diferentes conteúdos O que deve ser avaliado? A resposta mais imediata e comum a essa pergunta é a de que se devem avaliar as aprendizagens feitas pelos alunos – as capacidades que desenvolveram com as atividades pedagógicas realizadas. Isso não parece suficiente, uma vez que essas capacidades são de natureza distinta (motrizes, cognitivas, afetivas, de relacionamento interpessoal, de inserção social) e não podem ser avaliadas em si mesmas, isoladamente. A avaliação, na sua concepção atual, tem em vista o desempenho escolar no seu todo e para isso é necessário que o aprendizado do aluno seja observado de maneira integral, considerando-se os conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal. Entretanto, esses conteúdos têm de ser avaliados de maneira diferente pela professora. Zabala chama a atenção para a questão conceitual que tem importância enorme para as aulas de História. Segundo ele, não faz sentido exigir que o aluno defina um conceito. A aprendizagem ocorre se o aluno souber utilizar corretamente o conceito em determinada situação ou contexto, e não explicá-lo teoricamente. Ele pergunta: [...] Quais são as atividades mais adequadas para conhecer o grau de compreensão dos conteúdos conceituais? [...] As atividades que podem garantir um melhor conhecimento do que cada aluno compreende implicam observação do uso de cada um dos conceitos em diversas situações [...] trabalhos em equipe, debates, exposições e sobretudo diálogos [...] Agora, o número de alunos ou o 12 AISENBERG, Beatriz. Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na escola primária. In: AISENBERG, B.; ALDEROQUI, S. (Comps.). Didáctica de las ciencias sociales II. Teorías con prácticas. Buenos Aires: Paidós, 1998. 15 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 15 17/02/11 14:43 tempo de que dispomos podem impedir que realizemos sempre atividades que facilitem a observação dos alunos em situações naturais. Isso pode nos obrigar a utilizar a prova escrita e, neste caso, é bom saber que limitações a prova tem e elaborá-la tentando superar estas deficiências. [...]13 Em relação aos conteúdos procedimentais14, ao “saber fazer”, ainda que alguns deles possam também ser avaliados em provas, a observação pela professora de atividades de aplicação é o melhor instrumento para avaliação. Em relação aos conteúdos atitudinais (comportamentos, valores, normas), a própria natureza desses conteúdos dificulta a avaliação de seu aprendizado. Zabala ensina que [...] a fonte de informação para conhecer os avanços nas aprendizagens dos conteúdos atitudinais será a observação sistemática de opiniões e das atuações nas atividades grupais, nos debates, nas assembleias, nas manifestações dentro e fora da aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição das tarefas e responsabilidades, durante o recreio, nas atividades esportivas etc. [...] 15 (Sobre conceitos, procedimentos e atitudes, ver também o item Os conteúdos da coleção, mais adiante, neste Manual.) A regulação da aprendizagem Se a avaliação formativa tem como objetivo contribuir para orientar e estimular o processo de aprendizagem do aluno, é fundamental que a professora conduza com cuidado e individualmente a regulação desse processo. Ou seja, conforme as avaliações ocorram, a professora deve observar o desempenho dos alunos e intervir sempre que necessário, gerando adequação e adaptação para o ensino-aprendizagem. Um dos objetivos da avaliação formativa é garantir autonomia para que os alunos regulem por si próprios boa parte de seu aprendizado. Neste sentido, a autoavaliação tem um papel fundamental. Sobretudo entre os alunos dos anos finais do Fundamental I é possível, com base na explicitação dos objetivos a serem alcançados, que eles próprios regulem as conquistas e as lacunas de seu aprendizado, buscando, junto à professora, orientações e estratégias para superar essas lacunas. 13 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 205. 14 Zabala assim define: “Um conteúdo procedimental – que inclui, entre outras coisas, as regras, as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as estratégias, os procedimentos – é um conjunto de ações ordenadas e com finalidade, quer dizer, dirigidas à realização de um objetivo” (Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 10). 15 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 207. 16 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 16 17/02/11 14:43 Por fim, vale lembrar que faz parte do processo de avaliação avaliar também o próprio processo de ensino-aprendizagem, verificando se as opções feitas foram acertadas ou se é necessária alguma reformulação. Para isso é preciso obter informações sobre o desenvolvimento da aprendizagem, conhecer os progressos e as dificuldades dos alunos diante dos objetivos estabelecidos, ampliando, modificando ou substituindo as atividades previamente planejadas, acompanhando mais de perto os que apresentam maiores dificuldades ou desajustamentos. Essencialmente, o que se pretende com a avaliação é fazer o acompanhamento da aprendizagem de modo que se apoie e estimule o aluno, sem criar nele qualquer sentimento de fracasso. Para realizar esse acompanhamento e controle, a professora pode fazer, a cada Unidade (ou conforme lhe parecer mais adequado), uma ficha de observação da turma. Nela, depois dos dados de identificação do aluno, anotam-se o nível de desenvolvimento que pode ser alcançado e o resumo dos objetivos didáticos ou as expectativas de aprendizagem (como no exemplo a seguir). Assim, a professora poderá registrar, de maneira simples e prática, os resultados apurados nas atividades, que incluem não só as tarefas pedidas, mas também a atenção, a organização, o relacionamento etc. Poderá selecionar algumas atividades do livro (e outras) a fim de examiná-las melhor ou acompanhar de perto alguns trabalhos de grupo. Avaliações por meio de trabalhos ou provas escritas podem ser usadas, mas nunca somente elas. A seguir, um exemplo de ficha de observação. 17 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 17 17/02/11 14:43 Ficha de observação e registro – EXEMPLO ALUNO(A): HISTÓRIA PROFESSOR(A): Níveis ANO: 1 Não atingiu a expectativa de aprendizagem, com dificuldades acentuadas. 2 Não atingiu a expectativa de aprendizagem, com características de superação. 3 Atingiu a expectativa de aprendizagem, mas com a necessidade de intervenção direta da professora. 4 Atingiu plenamente a expectativa de aprendizagem. Expectativas de aprendizagem (o que esperamos que os alunos aprendam) 1 2 3 4 Reconhecer diferentes temporalidades e sujeitos históricos com base em documentos escritos, referências iconográficas e outras fontes. Mostrar curiosidade e interesse pela investigação das várias fontes históricas. Manifestar capacidade de observação, organização e análise dos dados. Apresentar outras referências e informações complementares às fontes usadas. Trazer o material solicitado. Participar das discussões e dos trabalhos na classe. Respeitar as opiniões dos colegas. Ler textos expositivos de História identificando conceitos e relacionando-os. Cumprir os prazos de entrega e horários das atividades escolares. 18 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 18 17/02/11 14:43 4. teMAs, estrAtÉgiAs e conteÚdos Os temas da coleção A distribuição dos temas a serem estudados e a maneira como eles são abordados ao longo dos quatro volumes da coleção estão estruturadas em vista de uma progressão didática que tem como objetivo central oferecer e realizar com o estudante trabalhos compatíveis com sua capacidade cognitiva. A abordagem dos temas teve o cuidado de colocar o aluno em contato com situações didáticas que convidam à reflexão e ao posicionamento crítico diante da realidade, tomada como parte de um processo histórico. Isso ocorre sobretudo – sempre dentro das características e possibilidades de cada capítulo – em função da problematização do presente como ponto de partida para a observação do passado: com ela é possível olhar para o presente e vê-lo nos seus contextos e conexões temporais. Este é o sentido do ensino-aprendizagem dessa disciplina: desenvolver nos alunos o pensar historicamente. Esse desenvolvimento do olhar reflexivo sobre o passado e crítico sobre o presente é essencial para a formação da cidadania. No volume 2 da coleção, quando a alfabetização ainda se mostra como um processo em construção, os alunos são estimulados a olhar para sua família, sua escola e para as outras crianças, nem sempre próximas fisicamente, mas que se vinculam pela faixa etária. Enquanto esses temas centrais são trabalhados, outros complementares são apresentados aos alunos, sobretudo com o intuito de desenvolvimento da tolerância, ao travar contato com a diversidade e, portanto, com as diferenças. Assim, as famílias apresentadas no volume têm constituições sociais e étnicas diversificadas, extrapolando padrões ou modelos de organização familiar que podem levar a concepções estereotipadas, como os de família nuclear e família urbana, e família branca, por exemplo. Da mesma maneira, as escolas são mostradas em suas distintas organizações e em diferentes contextos locais. Os alunos têm a oportunidade de pensar tanto nas mudanças ocorridas nessas instituições no tempo, quanto de observar que no mundo atual existem escolas parecidas com a deles e outras diferentes. Por fim, algo de extrema importância, são discutidos com os alunos os direitos das crianças e dos adolescentes e como muitos desses direitos ainda são mal atendidos ou mesmo desrespeitados no Brasil. 19 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 19 17/02/11 14:43 No volume 3, ocorre uma ampliação espacial nos temas trabalhados. Se inicialmente o aluno é convidado a observar as mudanças que vem ocorrendo nele e nos colegas ou em outras crianças da mesma faixa etária, na sequência são propostas observações sobre o bairro e a cidade onde vive e onde também ocorrem essas mudanças. Essas observações ocorrem em diferentes situações didáticas, e os alunos têm a oportunidade de perceber e conhecer outras organizações e estruturas de bairro e de cidades. Esses textos e as situações didáticas propostas possibilitam que o aluno amplie sua percepção sobre diferenças em relação ao mesmo tema ao longo do tempo e diferenças sobre o mesmo tema em uma mesma época. As leituras, as reflexões, as atividades, as interações e a troca de experiências em sala de aula e fora dela, no convívio social, escolar e familiar, contribuem para que o aluno tenha uma visão não anacrônica do processo histórico e comece a ser capaz de distinguir o presente e o passado das situações por ele vividas ou a ele apresentadas. No volume 4, quando os alunos já possuem uma capacidade leitora mais desenvolvida, são propostos temas que exigem maior abstração e um registro mais amplo de referências. Com a retomada da reflexão sobre documentos, é aprofundado o conceito de documento histórico. Com isso, o volume aborda, também de forma um pouco mais ampliada, o processo histórico de formação do Brasil, aproximando a criança de diferentes momentos de nossa história com a intenção de instigar a reflexão sobre temas como estrutura da sociedade, mundo do trabalho, cidadania etc. Essa maior aproximação com o passado brasileiro por meio de fontes documentais diversas, possibilita uma percepção mais apurada dos problemas contemporâneos, como as questões da desigualdade social e do preconceito racial. Essas questões são retomadas e aprofundadas no volume 5, quando as temáticas indígena e afrodescendente e da cidadania são analisadas com mais vagar e são mais diretamente voltadas para os desafios e as urgências da atualidade brasileira. Ao percorrer esses quatro volumes, a expectativa é que o estudante tenha vivenciado situações didáticas que possibilitam aprender a pensar historicamente e, ao mesmo tempo, ter um olhar mais criterioso e comprometido sobre questões que envolvem a vida social no Brasil contemporâneo. 20 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 20 17/02/11 14:43 Recursos e estratégias propostos na coleção O conhecimento, a identidade, a capacitação e a socialização se constroem e se desenvolvem por meio da aprendizagem escolar com alunos ativos e criativos, e com propostas e atividades pedagógicas adequadas a estimular o envolvimento e a participação dos alunos no processo de sua própria educação. Estas são as propostas de atividades mais utilizadas nos livros da coleção. Observar imagens – As pinturas, as esculturas, as fotografias e as ilustrações sobre pessoas, fatos e lugares requerem do aluno o desenvolvimento de diferentes habilidades, como observar, descrever, comparar e refletir. As informações e as referências estão na imagem, na técnica usada e no contexto em que foi produzida; cabe ao aluno, com a orientação e a mediação da professora, pesquisá-las, elaborá-las e expô-las. É também um recurso que permite ao aluno estudar diferentes épocas e expressões culturais, sempre que possível por meio de atividades conjuntas com a área de Artes. Desenhar – Ao desenhar, o aluno está reproduzindo uma ideia, uma observação, uma avaliação. Por meio do desenho é possível exprimir uma informação, registrar um conceito ou mesmo um sentimento. Incentivar o aluno a usar esta linguagem é possibilitar outra maneira de comunicação que não seja apenas a palavra oral ou escrita, é possibilitar o desenvolvimento de outros talentos e habilidades. Ler – Com o livro, o aluno lê todo o tempo: quando (já alfabetizado) interpreta o código linguístico, quando associa texto e imagem, quando observa para descrever. No 2º- ano, principalmente, mas também no 3ºano, possivelmente, a leitura dos textos escritos precisará da mediação e/ ou acompanhamento da professora. Ao longo desse processo, aos poucos, a professora perceberá quais alunos estão adquirindo mais autonomia e mais capacidade de leitura. Esses alunos podem tornar-se aliados poderosos da professora, ao mostrar aos colegas ainda não suficientemente letrados outros caminhos para o domínio do sistema de leitura e escrita. Ler em voz alta os pequenos textos transcritos e outros sugeridos no livro é um poderoso recurso didático: enriquece o vocabulário, aumenta a quantidade e a diversidade de informações, desenvolve a imaginação, a abstração e o raciocínio, melhora a qualidade da expressão oral e escrita, cria o hábito da leitura, prepara o aluno para tomar contato com a literatura enquanto expressão intelectual e artística e promove a autoestima e a capacidade de autoestimulação. Escrever e redigir – Ao longo dos volumes da coleção, muitas das atividades que envolvem observação, descrição, relato, registro, 21 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 21 17/02/11 14:43 entrevista ou troca de informações requerem que o aluno ou o grupo anotem as informações obtidas. No 2º- ano e também no 3º- ano (ou seja, com o processo de alfabetização e letramento ainda em desenvolvimento), o registro pode ser feito não só por meio do texto escrito, mas também por meio de desenhos, esquemas, pinturas, diálogos e outras formas de oralidade, que podem ser gravados para posterior avaliação. Como na questão da leitura, os alunos que primeiro adquirem conhecimento do sistema de escrita tornam-se aliados importantes da professora, auxiliando e trocando informações. Uma vez alfabetizados, pode-se solicitar e, inclusive, procurar sempre destacar a importante função da escrita como outra forma de comunicação e de registro de conhecimentos e descobertas feitos na aprendizagem. Redigir leva o aluno a organizar seu pensamento, a sistematizar suas ideias e a desenvolver o domínio da linguagem escrita. Além disso, é um recurso apropriado para uma boa variedade de trabalhos interdisciplinares. Trabalhar em grupo – É um tipo de atividade escolar da maior importância para a aprendizagem e para a socialização no ambiente escolar. Desenvolve o espírito cooperativo e o respeito mútuo, estimula o debate e a troca de ideias e experiências, essenciais ao crescimento intelectual. A organização dos grupos, o planejamento e a execução dos trabalhos permitem que cada um participe com suas habilidades e talentos e despertam possíveis lideranças. A organização dos grupos deve ser sempre mediada pela professora – mesmo quando solicitado que os próprios alunos se dividam –, pois ela sabe quais conveniências devem ser levadas em conta e quais objetivos podem ser alcançados com uma ou outra distribuição dos alunos. Trabalhar com documentos – O conhecimento histórico do tempo passado se constrói com base no estudo, no tempo presente, dos legados da memória e das fontes documentais. A elaboração desse conhecimento pode ser iniciada com a identificação de objetos e símbolos da memória do grupo familiar e de alguns registros documentais da escola, os mais próximos da realidade dos alunos. No entanto, como se sabe, não é possível uma coleção didática refletir todas as particularidades de todos os contextos socioculturais do país – principalmente de um país grande e diverso como o nosso. Por isso, é muito importante que a professora procure ajustar cada atividade às condições e circunstâncias locais da escola e da comunidade, trazendo para a sala de aula os documentos que podem ser diretamente observados e analisados pelos alunos, ou, de outro modo, levando-os a estudar ou buscar nesses locais os elementos e referências citados ou apresentados como exemplos na coleção. 22 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 22 17/02/11 14:43 Pesquisar em jornais e revistas – Jornais e revistas são fontes documentais importantes, e seu manuseio permite desenvolver habilidades necessárias à consulta de documentos e ao debate histórico. Mas antes de pedir ao aluno que traga um material publicado em uma revista ou jornal, é preciso orientá-lo quanto à natureza do material e ajudá-lo a encontrar e utilizar a fonte mais adequada. No caso de os alunos não terem esses recursos em casa, é preciso preparar e fornecer algum material à classe ou recorrer à biblioteca da escola ou do município com a devida orientação. Pesquisar na internet – Para essa faixa etária, sugere-se que as pesquisas sejam feitas na escola, sob orientação direta da professora ou de uma pessoa da escola com essa função. É esse orientador que deve fornecer ou sugerir os links adequados e ajudar na navegação, para que a pesquisa seja eficiente. Por isso, é preciso que ele faça previamente essa pesquisa, tendo já em mente o que será encontrado. Naturalmente, essa pesquisa depende muito da estrutura existente na escola e do acesso que professora e alunos têm ao mundo digital. No item Recursos e estratégias para o trabalho docente, mais adiante neste Manual, há orientações e sugestões de caráter mais amplo para pesquisas na internet. Entrevistar – A entrevista é um bom recurso didático para ajudar o aluno a desenvolver as habilidades de ouvir, falar e registrar. Para que o aluno ou o grupo realizem essa atividade com bom aproveitamento, é indispensável que tenham claros os objetivos da entrevista, sigam um roteiro preestabelecido e apresentem à turma o resultado final. Estudo do meio – Apesar de ser estratégia muito utilizada em Ciências e Geografia, pode ser utilizada também em História e é uma boa oportunidade para trabalhos interdisciplinares. Mesmo os estudos do meio mais simples envolvem uma preparação prévia cuidadosa, principalmente se houver necessidade de deslocamento dos alunos além do entorno da escola. Apesar disso, pela possibilidade de obter resultados significativos, sugerimos que essa opção seja considerada. No item Recursos e estratégias para o trabalho docente, também há orientações e sugestões de caráter mais amplo para o estudo do meio. Os conteúdos da coleção Com base na seleção de temas significativos que formam cada uma das Unidades dos livros da coleção, foram traçados os objetivos e os conteúdos didáticos. Entendem-se aqui como objetivos didáticos todos os meios (cognitivos e técnicos, individuais e coletivos) que conduzem ao aprendizado. Eles são um guia para o trabalho da professora. Já os 23 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 23 17/02/11 14:43 conteúdos didáticos desenvolvidos com base nos temas escolhidos estão agrupados em três categorias: conceitos, procedimentos e atitudes, já mencionados também no item sobre Avaliação. Os conceitos referem-se ao desenvolvimento das capacidades intelectuais relacionadas a símbolos, ideias, valores, imagens, representações e linguagens que permitem ao aluno organizar sua compreensão da realidade. Por exemplo, reconhecer e expressar as diferenças e semelhanças entre ele e seus colegas da classe, entre seu grupo familiar e o dos colegas, identificar as diferentes dependências da escola e as pessoas que nelas trabalham, perceber sinais de mudança entre o presente e o passado da escola, do grupo familiar etc. A aprendizagem intelectual exige intenso trabalho cognitivo. É preciso proporcionar múltiplas experiências (novas situações, referências e fontes) para que o aluno possa realizar as atividades (aquelas que estão no livro e outras) de várias maneiras, e assim, passo a passo, elaborar e expor noções e conceitos. Os procedimentos referem-se ao desenvolvimento de habilidades e capacidades relacionadas à disciplina História. São, entre outras, a de identificar documentos, diferenciar lugares e pessoas e distinguir temporalidades. Desenhar, recortar, ler e pesquisar em revistas, discutir em grupo, entrevistar pessoas, responder ou fazer anotações no caderno e expor trabalhos na classe são também procedimentos necessários e previstos. Não se trata, porém, do simples fazer, mas de como fazer. Para a aprendizagem que se pretende, instrutiva e formativa, não bastam ações mecânicas, repetitivas. É preciso realizá-las (as aqui propostas e outras) de forma que os alunos possam vivenciá-las, ligando-as à sua vida pessoal e à do seu grupo. Os procedimentos, como os conceitos, também devem ser progressivamente construídos e enriquecidos. Nas atitudes (valores, normas, lealdades, iniciativas, posturas e relações com outras pessoas e grupos), ocorrem dois processos combinados de aprendizagem: a construção das identidades pessoais e a descoberta das dimensões do público (cidadania) e do privado (moralidade) que compõem a vida social. São processos que vão muito além da simples transmissão de informações. Implicam diversos aspectos cognitivos e comportamentais, mas se realizam sobretudo nas atividades individuais e coletivas que trabalham as relações interpessoais e exercitam a discussão de ações, ideias, regras, costumes e valores relativos à sociabilidade. Essa aprendizagem avança por meio do debate, incorporação ou compreensão de modelos e normas de comportamento pessoal e 24 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 24 17/02/11 14:43 de convívio social (atitudes usuais do grupo familiar do aluno, posturas dos professores na sala de aula, regulamentos da escola, regras elaboradas pelo próprio grupo ou pela turma etc.). As possibilidades de interdisciplinaridade Ao longo da coleção, a professora encontrará diversas propostas e/ou oportunidades de trabalho interdisciplinar. Essas situações didáticas são importantes sobretudo para que o aluno não enxergue as diferentes disciplinas separadas em gavetas (e, portanto, não compartimente o conhecimento), mas que perceba as relações que há entre elas. Há vários momentos em que é possível propor atividades que envolvam a Geografia. Por exemplo, quando estudados os bairros, as cidades, o mundo do trabalho etc. Da mesma maneira, quando se discute a sociedade brasileira, o preconceito, a cidadania, a tolerância o reconhecimento e o respeito às diferenças. No caso da Língua Portuguesa, a professora encontrará nos volumes diversos textos que podem ser trabalhados em conjunto. Em relação às seções, Viagem pela Leitura mostra-se como oportunidade especial para exercitar a capacidade de ler e entender o que é lido e de discutir questões ligadas à linguagem, mas, sobretudo, como uma oportunidade prazerosa de levar os pequenos a descobrir, desde cedo, o mundo da leitura e da literatura. As Artes podem também desenvolver trabalhos interdisciplinares muito proveitosos com História, por exemplo, quando estão sendo feitas as atividades da Hora do Recreio. Além disso, a professora pode optar por exibir um filme ou apresentar uma música para os alunos, situações didáticas que incluem o trabalho artístico. Por fim, apesar de em menor número, há também possibilidades de trabalho com Ciências e Matemática. Se houver professores distintos para as áreas de ensino na sua escola, trabalhos conjuntos podem ser planejados e desenvolvidos, visando ao fomento da interdisciplinaridade e ao desenvolvimento de projetos temáticos, com consequências positivas para a aprendizagem. 25 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 25 17/02/11 14:43 5. QUADROS DE CONTEÚDOS Sumários dos volumes da coleção 2º ANO UNIDADE 1 – EU E OS OUTROS 1. Vamos nos conhecer? O meu nome Viagem pela leitura – Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias, de Ruth Rocha O que eu sinto e do que eu gosto Viagem pela leitura – Medo? Todo mundo tem!!!, de Silvinha Meirelles Os meus documentos Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 2 – NÓS, A NOSSA FAMÍLIA E A NOSSA HISTÓRIA 2. Nós e a nossa família A família de cada um Viagem pela leitura – A família de Marcelo, de Ruth Rocha A história da minha família Os meus parentes Vivendo em família e cooperando Como os indígenas vivem Hora do recreio É hora de pesquisar 3. Lembranças da nossa vida O tempo passa… A minha história Viagem pela leitura – Lembranças de dona Jovina, de Ecléa Bosi Lembranças de família Retratos e objetos de família Voltando no tempo Viagem pela leitura – Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 3 – NÓS E A NOSSA ESCOLA 4. A gente vive e aprende na escola As escolas indígenas Aprendendo na escola Convivendo na escola Viagem pela leitura – Escola, Fundação Joaquim Nabuco Hora do recreio É hora de pesquisar 5. A história da nossa escola As escolas de antigamente Objetos de antigamente Viagem pela leitura – A escola da mestra Silvina, de Cora Coralina Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também UNIDADE 4 – NÓS E NOSSOS DIREITOS 6. Os direitos da criança Do que precisamos para viver? Necessidades e direitos Viagem pela leitura – Declaração Universal dos Direitos da Criança Nossos direitos devem ser respeitados Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões Glossário Referências bibliográficas 26 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 26 09/03/11 11:47 3º Ano UNIDADE 1 – DE UM ANO PARA O OUTRO 1. Novo ano, mais descobertas e mudanças Novos e antigos colegas Eu mudei. E você? Fazendo o autorretrato Viagem pela leitura – Ideias giras, de Júlio Isidro Hora do recreio É hora de pesquisar 2. O tempo na nossa vida O tempo na escola A organização do tempo O nosso calendário Diferentes maneiras de medir o tempo Os povos indígenas e a medida de tempo Viagem pela leitura – As pessoas importantes para nós, de Eunice Dias de Paula Hora do recreio É hora de pesquisar 3. O tempo e a história História, passado e presente O passado e o presente nas brincadeiras infantis Viagem pela leitura – Eu sou pobre, pobre, pobre, Cantiga popular Lugares diferentes, nomes diferentes Viagem pela leitura – Adivinhas e versos, de Jacqueline Baumgratz Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também UNIDADE 2 – AS MUDANÇAS À NOSSA VOLTA 4. Observando o bairro Observando os recursos do bairro O caminho de todos os dias A vida no bairro Viagem pela leitura – Santos Negros, de Cássia Maria Araújo Hora do recreio É hora de pesquisar 5. Conhecendo outros bairros Bairros diferentes, mas parecidos História de bairros Viagem pela leitura – Minha cidade, de Cora Coralina Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também UNIDADE 3 – A CIDADE EM QUE VIVEMOS 6. As cidades também têm história História por toda parte Uma cidade, uma história Viagem pela leitura – Confidência do Itabirano, de Carlos Drummond de Andrade Hora do recreio É hora de pesquisar 7. O trabalho e as profissões As profissões Viagem pela leitura – As profissões, de Nelson Nunes da Costa As profissões mudam com o tempo O trabalho de cada um é importante para todos O trabalho infantil O trabalho e seus diferentes significados Viagem pela leitura – Campo do meio, de Tarcísio Bregalda Hora do recreio É hora de pesquisar 8. O governo do município e a participação social Como é formado o município A organização política do município Os serviços públicos: a educação Viagem pela leitura – Apenas um curumim, de Werner Zotz Os serviços públicos: a saúde A importância de votar A importância de participar Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões É hora de descansar Glossário Referências bibliográficas 27 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 27 17/02/11 14:43 4º Ano UNIDADE 1 – A HISTÓRIA ATRAVÉS DOS DOCUMENTOS 1. Os documentos Documentos pessoais Viagem pela leitura – Calidoscópio, a saga de Pedro Malazartes, de Ruth Guimarães Documentos oficiais Para que servem os documentos? Vamos rever É hora de pesquisar 2. Os documentos históricos Os documentos históricos são muitos e variados Viagem pela leitura – Sinal fechado, de Paulinho da Viola Onde estão os documentos históricos? Vamos rever É hora de pesquisar 3. Documentos importantes da história do Brasil A arte indígena como documento histórico Viagem pela leitura – Arte indígena, de Percival Tirapeli A Abolição da escravidão Viagem pela leitura – Festa de Iemanjá, de Marcelo Xavier Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 2 – A VIDA E O TRABALHO EM DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS 4. Vida e trabalho no Brasil colonial Períodos históricos O Brasil colônia O trabalho no Brasil colônia A convivência social e cultural Viagem pela leitura – O Brasil em festa, de Sávia Dumont A resistência à submissão A herança colonial Vamos rever É hora de pesquisar 5. A vida e o trabalho no Brasil império A independência e a formação do Império A vida social no Império Açúcar, café e borracha Trabalho escravo e trabalho livre Viagem pela leitura – A história dos escravos, de Isabel Lustosa Vamos rever É hora de pesquisar 6. Vida e trabalho no Brasil atual A imigração estrangeira Viagem pela leitura – Nas ruas do Brás, de Dráuzio Varela As migrações internas Cidades e indústrias Desigualdades sociais Viagem pela leitura – Trabalho infantil é realidade no Pará, de Aline Monteiro Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 3 – BRASIL: REPÚBLICA E CIDADANIA 7. Da Monarquia à República No Império Na República Viagem pela leitura – Escola rural, de Helena Sorrenti Vamos rever É hora de pesquisar 8. Como o Brasil é governado Por que votar Municípios, estados e federação A Constituição Viagem pela leitura – A Constituição de 1988, de Hilton Lobo Campanhole e Adriano Campanhole Vamos rever É hora de pesquisar 9. Cidadania e direitos Direitos fundamentais Direitos da cidadania Viagem pela leitura – O iogurte estava estragado, de IDEC/FUNDABRINQ/ CRIANÇA SEGURA Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões É hora de descansar Glossário Referências bibliográficas 28 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 28 17/02/11 14:43 5º ano UNIDADE 1 – A OCUPAÇÃO DA AMÉRICA E DO BRASIL 1. O ser humano na América América, o novo mundo Os primeiros povoadores Povos e culturas antigas da América Viagem pela leitura – O conceito maia da conquista, de Miguel León-Portilla Vamos rever É hora de pesquisar 2. Os primeiros habitantes do Brasil Muito antes de o Brasil existir Para conhecer a história dos povos indígenas Quantos e quem eram os indígenas As línguas indígenas Como viviam os indígenas Viagem pela leitura – Costumes indígenas, de Fernão Cardim A resistência à colonização Viagem pela leitura – História de índio, de Daniel Munduruku Vamos rever É hora de pesquisar 3. Ocupação e organização do território brasileiro Os interesses da colonização Ocupação lenta Viagem pela leitura – Vaqueiro misterioso, de Ricardo Azevedo Ocupação mais rápida e mais ampla Organização político-administrativa Cartografia histórica Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 2 – A SOCIEDADE BRASILEIRA 4. Formação e crescimento da população A formação da população O crescimento da população A distribuição da população no território brasileiro Viagem pela leitura – Os invisíveis, de Heloísa Lima Pires Vamos rever É hora de pesquisar 5. Diferenças e desigualdades As diferenças culturais Viagem pela leitura – O folclore de Mestre André, de Marcelo Xavier As desigualdades sociais: a luta para vencê-las Viagem pela leitura – Rap da felicidade, Cidinho & Doca Vamos rever É hora de pesquisar 6. Ser indígena no Brasil, ontem e hoje Os indígenas na história recente Os indígenas no Brasil atual Viagem pela leitura – Outro olhar sobre a floresta Vamos rever É hora de pesquisar 7. Ser afrodescendente no Brasil, passado e presente Os afrodescendentes na história do Brasil Os afrodescendentes no Brasil atual Os afrodescendentes e a cultura brasileira Viagem pela leitura – Iemanjá e seus filhos, de Lidia Chaib e Elizabeth Rodrigues Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões UNIDADE 3 – CONStRUINDO UMA SOCIEDADE DEMOCRátICA 8. Cidadania, democracia e participação A construção da cidadania A construção da democracia A importância da participação social Viagem pela leitura – Estatutos do homem, de Thiago de Mello Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões É hora de descansar Glossário Referências bibliográficas 29 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 29 23/03/11 13:50 6. recursos e estrAtÉgiAs pArA o trABALHo docente Internet e notícias A internet pode ser uma importante ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, desde que utilizada com critérios bem definidos. Ela pode ser utilizada tanto pela professora como fonte de pesquisa para preparar suas aulas quanto para desenvolver alguma atividade com os alunos na escola. No primeiro caso, é importante que a professora seja cuidadosa na escolha dos sites a serem consultados. Deve-se optar por acessar mais de um site sobre o mesmo assunto para assim confirmar as informações fornecidas. Se por acaso a busca se refere a notícias, a professora tem à disposição sites dos principais jornais e revistas do país, como também os portais de notícias. É interessante contrapor posições de linhas editoriais diferentes. Além do mais, há um número considerável de analistas de política, de economia e de cultura que têm seus próprios blogs, nos quais podem expor mais livremente suas opiniões. Em relação ao uso da internet na busca de notícias para preparar suas aulas, a professora também pode seguir outros dois caminhos complementares. Se dominar outras línguas, pode acessar sites de jornais, revistas e de portais de notícias de outros países, trazendo novos repertórios para suas aulas. Contudo, muitas vezes o que mais se necessita são informações locais. Assim, em vez de consultar um jornal ou revista de grande circulação, a melhor opção é buscar algum órgão da imprensa local que traga informações sobre sua região. Essas situações de leitura de sites da internet podem se transformar em fornecedoras de material a ser utilizado em sala de aula com os alunos. É possível trazer um ou mais artigos para que os alunos leiam (tomando cuidado para que o texto seja compatível com a capacidade leitora da classe). Nesses casos é sempre importante ter claro o objetivo de compartilhar o texto com os alunos. Deve-se mostrar para eles como o tema do artigo relaciona-se com o que está sendo estudado. Da mesma maneira, a professora pode deparar com vídeos que também podem ser apresentados aos alunos. 30 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 30 17/02/11 14:43 Aliás, os vídeos disponíveis na internet podem ser um acervo muito rico para o trabalho em sala de aula. Os portais de notícias, como o <www.youtube.com> fornecem à professora muito material. Porém, é importante que haja critério, estabelecendo objetivos a serem atingidos com a exibição, para que não seja só uma atividade de recreação. Internet, Educação e História Sobre a utilização da internet na busca de informações específicas de História e Educação, também é importante consultar mais de um site para evitar trabalhar com informações incorretas. Infelizmente, há um grande número de sites de diferentes áreas do conhecimento cujo conteúdo não passa pelo rigor necessário. Se a professora procura informações da produção acadêmica na área de História, o site da Associação Nacional dos Professores de História <www.anpuh.org> apresenta links de diferentes revistas eletrônicas produzidas pelas universidades brasileiras. Outro caminho é acessar o Google acadêmico (http://scholar. google.com.br), Google books (http://books.google.com.br) ou o Scielo (www.scielo.org/php/index.php), que fornecem artigos na íntegra ou partes de vários livros. Além disso, é possível acessar pela internet o conteúdo de revistas e sites de divulgação científica, cujo público não é o especialista. Sobre História, por exemplo, vale consultar os sites da Revista de História da Biblioteca Nacional (www.revistadehistoria.com.br/v2/ home), bem como das revistas História Viva (www2.uol.com.br/historiaviva), Aventuras na História (http://historia.abril.com.br) e Leituras da História (http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH). Além disso, especificamente sobre a história da República brasileira destaca-se o site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (http:// cpdoc.fgv.br). Há algumas revistas que tratam especificamente das questões que atingem diretamente o cotidiano da escola, apresentando reportagens e propostas de como trabalhar determinados conteúdos em sala de aula. São elas Carta Fundamental (www.cartacapital.com.br/category/carta-fundamental), Nova Escola (http://revistaescola.abril.com. br) e Revista Educação (http://revistaeducacao.uol.com.br). No site da revista Ciência Hoje (http://chc.cienciahoje.uol.com. br/) encontra-se uma parte reservada especificamente às crianças. 31 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 31 17/02/11 14:43 Nesse caso, se a professora achar conveniente e a escola tiver uma sala de informática, é possível desenvolver atividades com os alunos. O mesmo ocorre no site do Instituto Socioambiental (http://pibmirim. socioambiental.org), onde há uma parte específica (destinada às crianças) para estudar a temática indígena. Notícias sobre a infância podem ser encontradas no site da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (www.andi.org.br). Por fim, deve-se lembrar que o Portal do Professor do Ministério da Educação (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html) disponibiliza para o professor um vasto conjunto de materiais. Jornais e revistas Por mais que a internet facilite o acesso às informações, é fundamental que os alunos tenham contato com outros suportes de leitura, como livros, jornais e revistas. Além de selecionar textos extraídos de sites de notícias, a professora também pode trazer para a sala de aula (ou pedir que os alunos tragam) recortes de jornais e revistas. Diferentemente do texto extraído da internet, os artigos e reportagens dos jornais e revistas muitas vezes são acompanhados de imagens, gráficos ou tabelas. Sendo assim, eles proporcionam à professora diferentes elementos a serem analisados. Em relação ao texto, pode-se trabalhar, por exemplo, com os títulos e subtítulos, buscando compreender como eles são criados e qual sua importância. Dependendo do ano, pode-se focar na análise dos gráficos e tabelas, procurando perceber como eles dialogam com o texto principal. Em relação às imagens, a professora pode solicitar, por exemplo, que os alunos as descreva para então discutir o conteúdo do texto. Pode-se também fazer uma relação entre a legenda da imagem e a própria imagem. Se os alunos trouxerem as revistas e os jornais, é importante que sejam feitas orientações precisas sobre que tipo de texto ou imagem deve ser selecionado. Assim, evita-se que o aluno traga para a sala de aula material que não será utilizado. Ao longo do ano, se a professora considerar viável, pode-se criar uma hemeroteca ou então um painel na sala com reportagens ou apenas imagens selecionadas pelos alunos e periodicamente trocadas por outras atualizadas. 32 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 32 17/02/11 14:43 Filmes A utilização de filmes nas aulas de História é muito comum, porém esse recurso deve ser utilizado com cuidado. Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração se é necessário exibir o filme na íntegra. Se sim, o ideal é elaborar um roteiro de análise do filme e entregá-lo aos alunos antes da exibição. Assim, com o roteiro em mãos, os alunos podem atentar para os aspectos que posteriormente serão trabalhados pela professora. Se a professora optar pela exibição de trechos do filme, é importante que essas escolhas sejam feitas com base nos objetivos traçados e que se relacionem com os temas estudados em sala. Outra questão normalmente discutida pelos pesquisadores é a noção de verdade que um filme de temática histórica carrega – sendo ele ficção ou documentário. Portanto, na medida do possível, cabe à professora mostrar aos alunos que o filme é uma representação de um momento do passado. Por isso, para selecionar o melhor filme a ser exibido, é importante que a professora conheça o momento em que ele foi produzido e que questões o diretor quis discutir. Para tanto, é importante a leitura de textos sobre o filme e críticas, que muitas vezes denunciam os erros históricos cometidos na película. Estudo do meio Atividades que tiram o aluno da sala de aula e o colocam em outras experiências costumam ser muito profícuas para a produção do conhecimento. O estudo do meio é uma dessas experiências a que a professora pode recorrer durante suas aulas de História. O primeiro passo é verificar no projeto pedagógico e no planejamento da escola quais temas a serem estudados possibilitariam um estudo do meio. É importante que haja essa integração com a agenda escolar para que o estudo do meio não seja simplesmente um passeio com os alunos. Além disso, tanto antes da atividade quanto na volta para a sala de aula, deve-se construir a relação com os temas que estão sendo estudados. Sempre na dependência de ajustes à realidade local, esta coleção apresenta diferentes temas que podem ser utilizados pela professora para atividades de estudo do meio, como a visita a uma comunidade indígena, a uma comunidade quilombola, à Câmara Municipal, a um abrigo de moradores de rua, ao Conselho Tutelar. Independentemente do local onde ocorrerá o estudo do meio, é fundamental que a professora faça uma visita prévia para verificar as 33 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 33 17/02/11 14:43 características físicas e sociais do local e da instituição e que tipo de atividade pode ser realizada com os alunos, definindo os objetivos. Além disso, deve-se preparar um roteiro que oriente as observações a serem feitas pela turma. Dependendo da capacidade de leitura e escrita dos alunos, pode-se pedir que eles façam anotações com base nesse roteiro. Em outras situações, pode-se adiantar para os alunos o local a ser visitado e a que eles devem dar atenção. Também é possível que no local do estudo do meio haja uma parada para conversar com os alunos sobre o que eles estão observando. Posteriormente, de volta à escola, cabe à professora garantir uma sistematização do estudo do meio, propondo aos alunos alguma atividade de fechamento. Visita a museus e arquivos históricos Outras atividades que proporcionam aprendizado aos alunos fora dos muros da escola são visitas a museus e arquivos históricos. Em relação a essas visitas, a professora também deve ter o cuidado de ir aos museus e arquivos antes de levar seus alunos. Essa presença prévia tem como objetivo definir e preparar adequadamente a visita à instituição. Se for um museu de arte – ou instituição de importância artística e histórica, como uma igreja, por exemplo –, a professora pode selecionar algumas obras que os alunos deverão observar com maior cuidado, anotar suas características e propor, junto com a professora de Artes, a reprodução, ou então, com base no tema da obra, que os alunos produzam uma nova obra em desenho no papel. Ao retornarem à escola, a visita ao museu deve ser motivo de reflexão em sala, situação em que os alunos falarão de suas impressões. Se for um museu histórico, a professora deve combinar com os funcionários (ou com a seção educativa) quais objetos e documentos seriam mais expressivos na visitação de alunos do Fundamental I. Nesse caso, é de suma importância que seja preparado um roteiro de observação e anotações para os alunos. Após a visita ao museu, a professora deve sugerir alguma atividade de sistematização em sala de aula, relacionando o que foi visto no museu com os temas estudados em classe. A visita a arquivos históricos pode ser uma oportunidade concreta para que os alunos entendam o trabalho dos historiadores e, consequentemente, como ocorre a produção das informações sobre o passado. 34 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 34 17/02/11 14:43 Mais do que conhecer o acervo do arquivo, pode ser proposta uma atividade em que os alunos possam analisar documentos previamente escolhidos pela professora: registros de testamentos, de inventários e de processos criminais, registros paroquiais e civis, cartas, discursos e pronunciamentos, diários pessoais, fotografias, jornais antigos. Nesta atividade no arquivo, os alunos, divididos em grupos, observariam e analisariam os documentos com base no roteiro preparado pela professora. No retorno à escola, cada grupo compartilharia com a sala qual documento analisou e que conclusões extraiu desse documento. Imagens A visita a museus pode ser acompanhada por atividades (em sala de aula) de observação de reproduções de pinturas, esculturas e de fotografias em papel ou em outros meios, como slides, vídeos e arquivos de computador. Esta atividade, que pode ser compartilhada com a professora de Artes, desenvolve nos alunos a percepção das características de uma obra de arte. Nesses casos, a intenção não deve ser que o aluno memorize nomes de artistas e suas principais obras. Acima de tudo, o contato com as obras de arte deve aguçar nos alunos a sensibilidade. Permitir que eles percebam marcas de uma obra: as cores, os movimentos, as sensações e as intenções. Cabe à professora, por meio desses exercícios, fazer a articulação das imagens com os temas estudados. História oral As entrevistas são uma importante estratégia para colher informações. Em alguns momentos, pede-se que os alunos entrevistem algumas pessoas sobre temas contemporâneos. Entretanto, nas aulas de História é interessante que essas entrevistas abordem questões do passado, distante ou recente. Dessa forma, os alunos tanto podem pedir aos entrevistados que falem sobre determinados temas históricos, quanto pedir que falem sobre temas e acontecimentos diretamente ligados às suas histórias de vida. Em todos os casos, a professora deve auxiliar os alunos na construção dos questionários. Se houver interesse em comparar informações, é importante que os questionários sejam compostos das mesmas perguntas. Sobre como colher as informações, os alunos podem anotar as respostas, pedir que os entrevistados as anotem ou, se possível, utilizar um gravador nas conversas com eles. 35 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 35 17/02/11 14:43 Essa situação possibilita que os entrevistados falem mais livremente sobre os assuntos propostos e os alunos façam as anotações posteriormente. Se for possível, trechos das gravações podem ser apresentados para a sala. Outra possibilidade muito rica é propor que os alunos convidem avós, tios etc. para conversar com a sala, relatando o que viveram e como viveram. Em situações como essas, a professora deve conversar previamente com o convidado para instruí-lo sobre o perfil da atividade, que é mais um registro da memória que da história propriamente dita. Música Trazer canções para a sala de aula também é um recurso que enriquece e estimula o aprendizado dos alunos. Quando a professora faz essa opção, ela deve se nutrir de informações: quem são os autores da música, quando ela foi composta, em qual disco foi lançada, qual o estilo da música, do que trata a letra. A atividade com a música pode ser composta de diferentes etapas. O ideal é iniciar com a audição sem fazer nenhum comentário sobre a música que será apresentada, para então colher as impressões dos alunos. Na sequência, informações são oferecidas para os alunos, voltando a apresentar a música, pedindo que eles prestem atenção, por exemplo, no ritmo ou em alguma parte da letra. Para finalizar, pode-se combinar com a sala que todos cantarão juntos. Se houver possibilidade, situações como essas podem inclusive se transformar em apresentações para outras classes da escola. Outra experiência com música que pode ser realizada com os alunos é fazer a audição de uma música instrumental, popular ou erudita, e se possível de músicos ou conjuntos musicais locais. De maneira geral, os alunos têm pouco contato com esse tipo de música. Essa experiência pode estimular, de maneira mais intensa, as sensações que os alunos têm ao ouvir determinados sons. 36 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 36 17/02/11 14:43 7. coMpLeMentos pArA o proFessor A seguir, apresentamos alguns textos de aprofundamento que podem auxiliá-lo em seu trabalho em sala de aula. Esses textos estão organizados em 3 temas: Ensino de História, Questões pedagógicas e Renovação historiográfica. ensino de HistóriA Texto 1 Por uma história prazerosa e consequente O passado deve ser interrogado a partir de questões que nos inquietam no presente (caso contrário, estudá-lo fica sem sentido). Portanto, as aulas de História serão muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e o presente. Compromisso com o presente não significa, contudo, presentismo vulgar, ou seja, tentar encontrar no passado justificativas para atitudes, valores e ideologias praticados no presente (Hitler queria provar pelo passado a existência de uma pretensa raça ariana superior às demais). Significa tomar como referência questões sociais e culturais, assim como problemáticas humanas que fazem parte de nossa vida, temas como desigualdades sociais, raciais, sexuais, diferenças culturais, problemas materiais e inquietações relacionadas a como interpretar o mundo, lidar com a morte, organizar a sociedade, estabelecer limites sociais, mudar esses limites, contestar a ordem, consolidar instituições, preservar tradições, realizar rupturas... Compromisso com o passado não significa estudar o passado pelo passado, apaixonar-se pelo objeto de pesquisa por ser a nossa pesquisa, sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos históricos, não distorcer o acontecido, como se esse fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido a História vira ficção. Interpretar não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fatos como para processos. (Aqui mesmo, no Brasil, não inventaram um anacrônico “modo de produção feudal”, pois segundo “o modelo” deveria haver algo entre o escravismo e o capitalismo?) Afirmações baseadas apenas em filiações ideológicas são, no mínimo, desprezíveis, podendo tornar-se perigosas quando, além de não verdadeiras, acabam 37 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 37 17/02/11 14:43 se tornando veículos do preconceito e da segregação. É o caso de, por exemplo, “verdades” como “os índios não são bons trabalhadores”, “as mulheres são inferiores”, “os jovens são sempre revolucionários”, “o Holocausto não ocorreu”, ou “o Brasil é um país pacífico” e assim por diante. PINSky, Jaime; PINSky, Carla Bassanezi. O que e como ensinar. Por uma história prazerosa e consequente. In: kARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. Texto 2 Entrevista de Beatriz Aisenberg Qual a principal queixa dos professores em relação às atividades de leitura em Geografia e História? BEATRIZ AISENBERG A de que as crianças não sabem ler e interpretar bem. Porém, boa parte dos problemas não tem a ver com a habilidade geral de leitura. As pesquisas psicolinguísticas mostram que essa não é uma competência geral que se aplica a tudo – sei ler uma carta, sei ler qualquer coisa. É um processo complexo entre o leitor e o que ele lê. Isso se acentua ainda mais quando falamos de História, por exemplo. O entendimento de um texto dessa área tem muito a ver com o que o leitor já sabe sobre ela. Se ele não possui um marco de conhecimento, a compreensão se torna muito difícil. De onde vem a dificuldade dos alunos nas atividades de leitura? BEATRIZ Por acreditarem na ideia de que ler é uma tarefa fácil, muitos educadores deixam os estudantes sem ajuda nesse momento. Meu grupo de pesquisa busca caracterizar as condições didáticas que permitem oferecer a eles o apoio necessário para que compreendam os textos e aprendam História por meio da leitura. Sem ajuda, é claro que eles têm dificuldade – ora, se soubessem ler, não precisariam ir à aula. Por isso, a escola deve ir progressivamente formando leitores. A autonomia não é algo que se constrói em uma semana. Há muitas intervenções a serem feitas pelo docente para que todos consigam ir compreendendo os textos das diferentes áreas e, com isso, adquirindo mais fluidez e independência nas práticas de leitura. Há alguma recomendação específica para a leitura individual? BEATRIZ Isso depende do conteúdo e dos propósitos colocados. Em geral, a sugestão é fazer uma primeira aproximação, uma leitura em silêncio. Apresentada a problemática, o professor diz “agora, cada um lê sozinho”. Em alguns casos, indica-se que quem terminar a leitura converse com o companheiro ao lado sobre o conteúdo. Só então começa a reconstrução coletiva: “Vamos ver o que esse autor nos diz”. Depois, é hora de analisar o que todos entenderam e ajudar os que menos compreenderam, verificando que informações não tinham. 38 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 38 17/02/11 14:43 Reler faz parte das atividades? BEATRIZ Sim, em algum momento o docente pode falar “agora, pensem nessa questão e releiam determinado trecho”. Em outros casos, ele começa com perguntas abertas ou propõe um estudo de caso. Quando o tema é “movimentos migratórios internos”, por exemplo, a aula pode começar com o relato das experiências vividas por uma pessoa vinda do interior para a capital na década de 1940. Os testemunhos são entradas potentes para distintas temáticas históricas. Que cuidados se deve ter ao encaminhar a leitura coletiva? BEATRIZ Em primeiro lugar, deve-se pensar naqueles que têm mais dificuldades. Normalmente, os que mais sabem são os que mais falam e têm maiores condições de fazer perguntas. Por isso, eles se dão conta com maior facilidade de que não estão entendendo algo na aula. Nessas situações, o educador corre o risco de interagir apenas com cinco ou seis que são rápidos, em vez de atender aos que mais necessitam. É fundamental se aproximar dos que mais necessitam para ajudá-los. Em segundo lugar, é importante ir além da reprodução das palavras do texto e ajudá-los a reconstruir a temática histórica, relacionando fatos políticos, religiosos e econômicos. Essa é a base do trabalho intelectual do historiador. Como criar uma representação mental sobre a vida numa situação totalmente diferente da que eu conheço, em outra sociedade, em outro momento? A tarefa demanda estabelecer relações e se perguntar muitas coisas. Por que ler para responder a um questionário não funciona? BEATRIZ Porque as crianças leem sem entender. Localizar informações é algo muito fácil, mas isso não é ler! Escolhemos um texto porque queremos que elas aprendam determinados conteúdos. Quando dizemos que o leiam e depois “respondam às perguntas”, anulamos a autonomia delas. Porém, não podemos renunciar às questões porque elas nos orientam sobre o que é interessante discutir. Uma maneira de trabalhar é introduzir um tema com uma problemática que vai permear três ou quatro aulas. Outra é começar com uma questão simples, que pode ser mais potente do ponto de vista intelectual por ser de mais fácil compreensão. Se a ideia de que a leitura é fácil permanecer, muitos vão continuar saindo da escola sem saber ler. Há um meio de escolher o melhor texto para trabalhar em sala? BEATRIZ Não existe um ideal. O bom texto é o que permite melhor abordar o tema que vamos ensinar. Após definir o conteúdo da aula, começamos a ler tudo o que encontramos sobre ele – escrito para o público infantil ou não – e nos perguntamos: o que esse material tem de bom? E de ruim? Ele atende ao meu propósito de ensino? Além disso, é preciso considerar que um texto curto é muito mais difícil de entender do que um longo. O que se pode apreender de uma página sobre a Revolução Francesa? Em 20 páginas, há mais elementos para que quem não conheça o tema possa reconstruí-lo e compreendê-lo. 39 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 39 17/02/11 14:43 Como desenvolver na turma a capacidade de análise crítica dos textos? BEATRIZ Na verdade, quando alguém começa a ler e reconstruir, já está indo pelo caminho crítico. Não há leitura que não seja crítica, principalmente quando se trabalha a reconstrução do mundo histórico do texto. Nesse ponto, a seleção do material é muito importante. Em História, por exemplo, tenho de buscar textos que façam alusão a diversos autores e contenham citações variadas. É preciso fazer todos perceberem que outros pesquisadores também já estudaram o tema e que muitas vezes apresentam opiniões distintas sobre ele. Além disso, é primordial ensinar a reconhecer as marcas do conhecimento histórico. Elas não podem ver os textos de História como uma janela para o passado, mas como uma interpretação de um autor sobre determinados fatos apresentados. Quando é hora de a turma escrever? BEATRIZ Começamos a tomar a escrita como um objeto de estudo nos últimos tempos. Temos claro que ninguém pode escrever sobre o que não sabe. É uma coisa óbvia, mas que a escola às vezes ignora. Em princípio, trabalhamos com situações de escrita depois de muita leitura, para que a turma esteja apta a reconstruir a problemática histórica. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/ preciso-ensinar-ler-historia-geografia-594441.shtml>. Acesso em: 25 jan. 2011. Texto 3 Conhecimentos dos meios social e cultural Utilização de noções e categorias temporais As características e as noções temporais (minuto, hora, semana, ano, década, século etc.) permitem a localização dos fatos, das situações e dos fenômenos no marco temporal que as estrutura cronologicamente. Os elementos básicos desse procedimento são: a continuidade, a mudança, a simultaneidade, a duração e o ritmo. Importância de sua aprendizagem Adquirir o domínio da noção e da percepção do tempo e utilizar suas próprias categorias coloca a possibilidade de interpretar o curso cronológico do meio e é, portanto, uma habilidade imprescindível para qualquer pessoa. A aprendizagem desse procedimento oferece ao estudante um instrumento funcional, inserido em uma complexa rede referencial sobre a aplicação do tempo na análise do meio, que lhe permite transferi-lo para qualquer aprendizagem. Grau e tipo de aprendizagem a alcançar no Ensino Fundamental Os alunos e alunas, ao concluírem o Ensino Fundamental, devem ser capazes de utilizar as categorias e noções temporais situando sucessões de situações 40 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 40 17/02/11 14:43 históricas sobre aspectos concretos da vida cotidiana, da história local, estadual e nacional, detectando vestígios do passado na atualidade. Linhas gerais da sequência de aprendizagem ao longo do ensino A apreensão das noções temporais, devido à sua abstração, é fruto de um processo lento. Começa ao nascer e inicia uma cadência de sono-alimento-vigília. É, portanto, um elemento vivencial que organiza a vida em sucessões de duração e ritmo diferentes (dia/noite, semana, mês, ano, fluxo). O trabalho de hábitos e tarefas repetitivas em determinadas cadências (escrever diariamente a data no quadro, regar as plantas, observar o tempo) inicia o aluno na aquisição do senso da passagem do tempo e da percepção de seu ritmo. No Ensino Fundamental, a linha de sequência poderia ser: 1. Situar imagens da vida cotidiana seguindo uma cronologia reversível. 2. Ordenar séries de imagens ou objetos simples segundo sua antiguidade. 3. Situar corretamente, em ordem cronológica, determinados aspectos relacionados com a história local, regional, nacional e da humanidade. 4. Perceber que as ações podem ocorrer simultaneamente e que permanecem vestígios do passado no presente. 5. Identificar brinquedos, costumes, tradições e formas de fazer e de dizer que perduram com o tempo e, portanto, apresentam continuidade. 6. Notar as mudanças que acontecem conosco e em nosso meio ao longo do tempo. RIOS, Jaume. Conhecimentos dos meios social e cultural. In: ZABALA, A. Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 42-43. Texto 4 O conceito de tempo histórico Apesar de existir um acordo generalizado quando se trata de destacar o tempo histórico como uma noção central na História, são poucos os trabalhos realizados a esse respeito (Jahoda, 1963; Montagero, 1984; Thornton e Vukelich, 1988; Asensio, Carretero e Pozo, 1989). Esse conceito envolve diferentes aspectos que devem ser considerados de forma separada, mas que, sem dúvida, encontram-se relacionados. Referimo-nos 41 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 41 17/02/11 14:43 ao tempo físico e ao tempo histórico propriamente ditos. Para que o aluno adolescente ou pré-adolescente compreenda o significado dos diferentes períodos históricos, das eras cronológicas etc., obviamente, deve ter desenvolvido anteriormente a compreensão do tempo pessoal e do tempo físico. Mesmo assim, a compreensão dos instrumentos de medida é um requisito que também parece necessário. No entanto, isso não quer dizer que não se deva introduzir referências ao tempo histórico antes de que se tenha esse domínio, que não parece ser alcançado, praticamente, até a adolescência. Pelo contrário, Thornton e Vukelich (1988) assinalam que é através da instrução específica que essas habilidades chegam a ser dominadas. A dimensão temporal parece acrescentar uma dificuldade a mais na compreensão de conceitos históricos que não existe em outros domínios. Independentemente dessas dificuldades relacionadas com a compreensão do tempo pessoal e o tempo físico, existem outras, de natureza diferente, que não podem ser esquecidas, apesar de não terem recebido nenhuma atenção dos pesquisadores. Em primeiro lugar, a linguagem utilizada para fazer referência a diferentes momentos históricos é muito ampla e variada: desde as datas que tomam como ponto de partida o nascimento de Cristo, os números romanos para designar os séculos, até a classificação da História em eras, usando como critério de classificação acontecimentos de grande relevância ou denominações específicas de períodos muito concretos, mas não por isso menos utilizados, por exemplo, a época dos Habsburg, dos Bourbons, móveis de estilo “Luiz XIV” etc. Essa utilização simultânea de nomenclaturas parece contribuir para aumentar a confusão. Além disso, existem outros aspectos ainda mais complexos dessa noção. A compreensão do tempo histórico exige do aluno uma capacidade de representar dentro de um mesmo cenário histórico situações que, mesmo ocorrendo simultaneamente, não correspondem ao mesmo tempo histórico. Por exemplo, quando Colombo chegou pela primeira vez à América, encontrou uma população que vivia de acordo com costumes mais primitivos em relação ao desenvolvimento dos países da Europa Ocidental. Para entender muitos dos problemas que ocorreram, não só nesse momento, mas depois, é importante compreender que mesmo que um índio asteca e um dos conquistadores fossem contemporâneos, seus costumes, seu modo de vida, suas motivações e metas eram muito diferentes, não só pelas suas diferenças culturais mas também pelo nível de desenvolvimento alcançado em um e em outro lugar. Tampouco pode ser esquecida a dificuldade que representa entender o passado a partir do presente, ou seja, entender o contexto em que estão situados os acontecimentos históricos e os personagens que fazem parte deles, descentrando-se do presente. […] CARRETERO, Mario. Construir e ensinar. As ciências sociais e a história. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 39-40. 42 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 42 17/02/11 14:43 Texto 5 Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na escola primária A professora propõe um trabalho em grupo com textos trazidos pelos alunos que tratam das guerras de independência, com o objetivo de averiguar quais características do esquema já realizado aconteceram nas guerras de independência, ou seja: 1) Quais foram os grupos participantes? 2) Quais motivos importantes cada grupo tinha para que a guerra acontecesse? 3) O que foi destruído? 4) Houve ou não benefícios com essas guerras? Se houve, quais foram eles e para quem? Ou seja, para abordar a leitura, a professora parte das ideias do grupo. Isso faz sentido porque se trata de verificar se as categorias propostas pelas crianças podem ou não ser aplicadas. A primeira aproximação ao texto não é “às cegas” ou em função de perguntas pensadas somente pela professora, mas ela é realizada em função de um problema trabalhado anteriormente, que já sabemos que possui um significado para os alunos. Agora, o grupo discute se uma guerra “traz” ou não benefícios. Nesse caso particular, trabalhou-se com textos informativos trazidos pelos alunos, visto que se trata de um tema que aparece em qualquer livro escolar. Nos outros casos, a professora pode dar a informação por intermédio de textos selecionados, de documentos históricos e de exposições orais. O que torna a leitura interessante são precisamente as ideias e as discussões iniciais. As crianças recorrem aos livros para procurar informação sobre questões que elas pensaram previamente. Assim, os novos conteúdos são articulados com essas questões, ajudando a verificar, a refutar, a complementar as ideias anteriormente elaboradas, durante o processo de leitura e de discussão. Esse trabalho com a informação é fundamental para o processo de aprendizagem, requer aproximações sucessivas aos novos conteúdos e que permitirão sucessivas elaborações. Partimos das ideias das próprias crianças. Essas ideias nos mostram que as crianças “pensam” por si mesmas, sem que seja necessário pedir-lhes que façam isso. Mas isso não é suficiente. Nossa intenção é que as ideias iniciais sejam enriquecidas e reformuladas a partir do trabalho com novos conteúdos. Para que isso aconteça, precisamos ir propondo diferentes atividades com esses conteúdos, por intermédio dos quais vai acontecendo uma aproximação gradual. AISENBERG, Beatriz. Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na escola primária. In: AISENBERG, B.; ALDEROQUI, S. (Comps.). Didáctica de las ciencias sociales II. Teorías con prácticas. Bueno Aires: Paidós, 1998. 43 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 43 17/02/11 14:43 Questões pedAgógicAs Texto 1 A avaliação formativa como utopia promissora De modo que, finalmente, é a intenção dominante do avaliador que torna a avaliação formativa. Isso fica muito claro quando considera-se a maneira como se descreve, classicamente, uma avaliação formativa. Percebe-se, então, que se trata de um modelo ideal, indicando o que deveria ser feito... para tornar a avaliação verdadeiramente útil em situação pedagógica! Desta forma, considera-se primeiramente que a avaliação formativa é uma avaliação informativa. A tal ponto que Philippe Perrenoud (1991, p. 50), após ter relembrado que é “formativa toda avaliação que auxilia o aluno a aprender e a se desenvolver, ou seja, que colabora para a regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo”, afirma que seria melhor falar de “observação formativa do que de avaliação”. Duas coisas são, pois, claramente declaradas: a avaliação torna-se formativa na medida em que se inscreve em um projeto educativo específico, o de favorecer o desenvolvimento daquele que aprende, deixando de lado qualquer outra preocupação. “A observação é formativa quando permite guiar e otimizar as aprendizagens em andamento” (p. 50). E é sua virtude informativa que é seu caráter essencial. A partir do momento em que informa, ela é formativa, quer seja instrumentalizada ou não, acidental ou deliberada, quantitativa ou qualitativa. “A priori, nenhum tipo de informação é excluído, nenhuma modalidade de coleta e de tratamento deve ser descartada” (p. 50). Uma avaliação não precisa conformar-se a nenhum padrão metodológico para ser formativa. Para facilitar o próprio processo, basta-lhe informar os atores do processo educativo. Por isso, e esta é a segunda característica em geral considerada, uma avaliação formativa informa os dois principais atores do processo. O professor, que será informado dos efeitos reais de seu trabalho pedagógico, poderá regular sua ação a partir disso. O aluno, que não somente saberá onde anda, mas poderá tomar consciência das dificuldades que encontra e tornar-se-á capaz, na melhor das hipóteses, de reconhecer e corrigir ele próprio seus erros. Assim, e é sua terceira e mais importante característica, a essa função de regulação voltada para o professor e para o aluno acrescenta-se o que designou-se como uma função “corretiva”. De fato, o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “variabilidade didática” (Marc Bru, 1991). A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reconheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da variabilidade didática. Uma avaliação que não é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! Por outro lado, compreende-se por que se diz frequentemente 44 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 44 17/02/11 14:43 que a avaliação formativa é, antes, contínua. A inscrição no centro do ato de formação se traduz, na verdade, por uma melhor articulação entre a coleta de informações e a ação remediadora. As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do aluno, e que concernem portanto tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornada possível pela avaliação formativa. O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação em andamento. Como Linda Allal indicara claramente já em 1979, a atividade de avaliação desenrola-se, nessas condições, em três etapas. À coleta de informações, referente aos progressos realizados e às dificuldades de aprendizagem encontradas pelo aluno, acrescenta-se uma interpretação dessas informações, com vistas a operar um diagnóstico das eventuais dificuldades, tudo isso levando a uma adaptação das atividades de ensino/aprendizagem – coleta de informação/diagnóstico individualizado/ajuste da ação, assim se apresenta a sequência formativa. Assim, a ideia de avaliação formativa corresponde ao modelo ideal de uma avaliação: ■■ colocando-se deliberadamente a serviço do fim que lhe dá sentido: tornar-se um elemento, um momento determinante da ação educativa; ■■ propondo-se tanto a contribuir para uma evolução do aluno quanto a dizer o que, atualmente, ele é; ■■ inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica, ao invés de ser simplesmente uma operação externa de controle, cujo agente poderia ser totalmente estrangeiro à atividade pedagógica. HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 20-21. Texto 2 Organização da classe em equipes móveis ou flexíveis O termo equipe móvel ou grupo flexível implica o conjunto de dois ou mais alunos com a finalidade de desenvolver uma tarefa determinada. A duração destes agrupamentos se limita ao período de tempo de realização da tarefa em questão. Podem ser alguns breves momentos ou todo um trimestre. Sua vida se limita à tarefa e, portanto, numa organização de conteúdos por áreas ou matérias, não existe continuidade das equipes. A estrutura interna destas equipes está condicionada pelo trabalho a ser realizado e pela necessidade de formarem determinadas atitudes. As diferenças fundamentais com as equipes fixas são a variabilidade no número de integrantes e a permanência ou vida do grupo para além da atividade concreta. Os motivos que justificam os grupos móveis são diversos, embora o principal seja a necessidade de atender às características diferenciais da aprendizagem dos meninos e meninas. Posto que esta estrutura permite distribuir trabalhos em 45 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 45 17/02/11 14:43 pequenos grupos, é possível que os professores atendam àqueles grupos ou alunos que mais o necessitem, que distingam as tarefas a serem realizadas conforme possibilidades ou interesses, ou que exijam diferentes níveis de elaboração. Trabalhos que sempre devem estar bem definidos, para que os grupos possam trabalhar autonomamente e seja possível favorecer a atenção personalizada por parte dos professores. É o caso dos “cantos” na educação infantil ou das oficinas ou dos trabalhos de pesquisa em níveis superiores, em que os passos a serem seguidos e as técnicas a serem aplicadas são bastante conhecidos pelos alunos e, portanto, a intervenção dos professores está mais em oportunizar desafios e ajudas a cada aluno em particular, sem interromper o trabalho do resto do grupo. Há outras razões comuns às equipes móveis e aos grupos fixos, que decorrem das possibilidades que a aprendizagem entre iguais oferece. Numa estrutura de tais características surgem muitas situações em que é possível que os próprios meninos e meninas se ajudem entre si. Ensinar modelos, novas explicações, ou interpretações mais próximas dos pontos de vista dos alunos faz com que nesta estrutura possam se beneficiar tanto da comparação entre perspectivas diferentes como da possibilidade de dar e receber ajuda entre colegas. Outro dos motivos é determinado pelos próprios objetivos educacionais, quando se considera conteúdo de aprendizagem saber trabalhar em equipe e tudo o que isso envolve, tanto nos aspectos operativos de distribuição de trabalho como nos mais atitudinais de relação/colaboração entre colegas; ou no caso da aprendizagem das línguas, concretamente da conversação e do diálogo; ou quando a autonomia e a corresponsabilidade são consideradas conteúdos de aprendizagem; etc. Quanto à homogeneidade ou não das equipes móveis, é preciso realizar as mesmas considerações que se mencionaram até agora em relação ao grupo/classe ou às equipes fixas. No entanto, neste caso, devemos levar em conta que, posto que são agrupamentos limitados a algumas atividades concretas e a um período de tempo curto, e portanto não são estáveis, os inconvenientes das equipes homogêneas, numa opção educativa de formação integral, podem ser relativizados. Caso se tenha a precaução de variar a configuração e o grau de homogeneidade dos grupos, conseguiremos, por um lado, aproveitar as vantagens que oferece o fato de poder trabalhar em alguns momentos com grupos de alunos de características similares – sexo, nível, interesses etc. – e as vantagens educativas da diversidade. Deste modo, as equipes móveis algumas vezes poderão ser homogêneas e outras heterogêneas, segundo as intenções educacionais ou a situação do grupo e seus interesses. Levando em conta as características e o funcionamento das equipes móveis, podemos observar que são especialmente adequadas, quando não imprescindíveis, para o trabalho de conteúdos procedimentais – portanto, nas áreas em que os componentes procedimentais são básicos, como as de língua, matemática, artes etc. –, dada a necessidade de se adaptar às diferentes capacidades, ritmos, estilos e interesses de cada aluno. Para a aprendizagem dos conteúdos procedimentais é imprescindível realizar múltiplas atividades de aplicação e exercitação, convenientemente sequenciadas e progressivas. Neste caso, uma estrutura de 46 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 46 17/02/11 14:43 classe limitada ao grande grupo obrigará a estabelecer uma sequência idêntica para todos, com as dificuldades para atender aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem que isso supõe. De outro modo, uma distribuição em equipes favorece a definição de propostas educativas que levam em conta a diversidade dos alunos. Também será extremamente apropriada para o trabalho dos conteúdos atitudinais no âmbito das relações interpessoais. ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 125-126. renoVAção HistoriográFicA Texto 1 Novas perspectivas para a história indígena Para os índios, “povos na infância, não há história: há só etnografia”, disse Varnhagen no século XIX. A sugestão parece ter sido bem aceita na historiografia brasileira, na qual os índios têm tido participação inexpressiva: aparecem, grosso modo, como atores coadjuvantes, agindo sempre em função dos interesses alheios. Aliás, não agiam, apenas reagiam a estímulos externos sempre colocados pelos europeus. Tem-se quase a impressão de que estavam no Brasil à disposição desses últimos, que se serviam deles à vontade, descartando-os quando não mais necessários: teriam sido úteis para determinadas atividades e inúteis para outras, aliados ou inimigos, bons ou maus, sempre de acordo com os interesses e objetivos dos colonizadores. Além disso, os índios surgiam na história, em geral, apenas no momento do confronto, quando pegavam em armas e lutavam com os brancos, para saírem dela logo que, derrotados, deixavam de ser um obstáculo à ocupação da terra. Integradas à colonização, as populações indígenas perdiam, junto com a guerra, suas culturas, identidades étnicas e todas as possibilidades de resistência, passando a constituir massa amorfa e inerte à disposição de missionários, colonos ambiciosos e autoridades corruptas que dispunham deles à vontade. As relações de contato entre os índios e a sociedade ocidental eram vistas como simples relações de dominação impostas aos índios, de tal forma que não lhes restava margem de manobra alguma a não ser a submissão passiva a um processo de perdas culturais progressivas que os levaria à descaracterização e à extinção étnica. Nesta perspectiva, os índios do Brasil integrados à colonização, quer na condição de escravos ou de aldeados, diluíam-se nas categorias genéricas de escravos ou despossuídos da colônia. Assim, os tamoios, os aimorés, os goitacases eram índios bravos mas perderam a guerra, foram absorvidos pelo sistema colonial como vítimas indefesas, aculturaram-se, deixaram de ser índios e saíram da história. Em nossos dias, as novas propostas teóricas da antropologia e da história, disciplinas que, ao se aproximarem, desenvolvem e ampliam a noção de cultura, têm permitido uma outra compreensão das relações de contato entre índios e europeus, de suas experiências no interior dos aldeamentos e, consequentemente, 47 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 47 17/02/11 14:43 da própria história indígena do Brasil. Pesquisas interdisciplinares e estudos etno-históricos têm revelado a extraordinária capacidade dos povos indígenas de reformularem suas culturas, mitos e compreensões do mundo para dar conta de pensar e interpretar coletivamente a nova realidade que lhes é apresentada. De acordo com Hill, os grupos sociais humanos, mesmo reduzidos à escravidão e às piores condições, são capazes de reconstituir significados, fortalecendo identidades culturais. Na mesma linha de argumentação, Alcida Ramos afirmou não existir tradição estática, pois, por maior que seja a violência do contato, há sempre uma reação criativa por parte dos índios. Longe de serem povos sem história, os índios estão e sempre estiveram engajados, disse ela, em interpretações e reinterpretações do contato. Os mitos, portanto, em vez de se oporem à história, a reconstroem, reelaborando seus significados e constituindo, na verdade, modos de consciência social através dos quais os povos reinterpretam coletivamente seu passado, o que é visto como uma forma socialmente coletiva de identificação. Se os povos indígenas de hoje apresentam tais possibilidades, é lícito supor que os do passado também as tivessem tido. Os documentos históricos sobre as aldeias coloniais no Rio de Janeiro, analisados à luz dessas novas concepções, evidenciam que, longe de terem desaparecido, os índios integrados à colônia transformaram-se e misturaram-se, porém continuaram a se considerar e a serem considerados índios até o século XIX, quando ainda lutavam para garantir os direitos que a legislação lhes dera séculos antes na condição de aldeados. Isto aponta para a possibilidade de recriação de suas identidades, culturas e histórias no interior das aldeias coloniais, a partir das novas necessidades vivenciadas na experiência cotidiana das relações com vários outros grupos étnicos e sociais. Sem negar a violência da colonização e os imensos prejuízos causados às populações indígenas, dentre os quais se incluem altíssima mortalidade e inúmeras etnias extintas, cabe enfatizar um outro lado da questão, em geral negligenciado pela historiografia: o papel das aldeias indígenas coloniais como espaço de ressocialização e de reconstrução de identidades e culturas para grupos indígenas diversos que ali se reuniam em busca de sobrevivência, diante do caos instalado nos sertões. Apesar da condição subalterna, opressiva e restrita na qual ingressaram nas aldeias coloniais, os índios foram capazes de se rearticular social e culturalmente entre si e com outros grupos, assumindo a nova identidade que lhes havia sido dada ou imposta pelos colonizadores: a de índios aldeados, súditos cristãos de Sua Majestade. Nessa perspectiva, aculturação e resistência deixam de ser polos opostos, podendo caminhar juntas, e as aldeias coloniais deixam de significar, para os índios, apenas perdas e prejuízos, para serem vistas também como espaço possível de sobrevivência na colônia. Espaço de resistência adaptativa para usar a expressão de Stern, ou de liberdade possível, como afirma Bartolomeu Melià. […] ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Identidades étnicas e culturais. Novas perspectivas para a história indígena. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de História. Conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003. p. 27-28. 48 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 48 17/02/11 14:43 TEXTO 2 Abordagem dos documentos Todo documento, incluindo os documentos de natureza audiovisual, deve ser analisado a partir de uma crítica sistemática que dê conta de seu estabelecimento como fonte histórica (datação, autoria, condições de elaboração, coerência histórica do seu “testemunho”) e do seu conteúdo (potencial informativo sobre um evento ou um processo histórico). Com a crescente sofisticação da crítica documental, novas técnicas linguísticas e novas técnicas quantitativas e seriais permitiram não apenas a ampliação do potencial informativo das fontes históricas, mas a própria ampliação da tipologia das fontes. De testemunho visto como “verdadeiro”, desde que “autêntico”, os historiadores contemporâneos passaram a enfatizar a análise das representações simbólicas contidas na fonte. Se a linguagem, para os historiadores tradicionais, era um veículo neutro das ideias contidas num documento escrito, para os historiadores surgidos a partir dos anos 1950, cada vez mais a linguagem deve ser, em si mesma, objeto da reflexão. Para o caso do documento audiovisual, essa é uma questão-chave. Nesse tipo de fonte histórica, sua linguagem não escrita foi vista, inicialmente, como “objetiva” e “neutra”. Nesse sentido, a fonte audiovisual foi percebida como um registro quase mecânico da realidade externa, testemunho mais fiel ainda aos fatos e processos históricos, conjunto de significados que iam direto ao referente (a “realidade”), parecendo prescindir de análise de significantes e de códigos de linguagem. Como vimos na primeira parte, essa tem sido a grande crítica dos historiadores contemporâneos, especializados em linguagem cinematográfica ou musical, para os quais a linguagem não escrita, apoiada em registros mecânicos, é uma linguagem como outra qualquer, que precisa ser decodificada, interpretada e criticada. Mesmo que o historiador não esteja preocupado com os aspectos estéticos de um filme ou de uma peça musical, ou com os aspectos comunicacionais de um programa de televisão ou de rádio, essas categorias não podem ser negligenciadas. Inclusive os aspectos mais propriamente “técnicos” que envolvem tais fontes, como o processo de filmagem, revelação e edição de um filme, os processos de gravação fonográfica de uma música (gravação, mixagem, equalização, edição etc.) ou os processos de gravação de um programa de TV ou rádio, não podem ser completamente desconsiderados pelo historiador especialista nesses meios. Em outras palavras, no caso das fontes audiovisuais e musicais, os “conteúdos”, as linguagens e as tecnologias de registro formam um tripé que, em última análise, irá interferir no potencial informativo do documento. O historiador, mais treinado em análises de documentos escritos, tende a isolar os aspectos de “conteúdo” da fonte (tema, características psicológicas e ideológicas dos personagens e das situações representadas, canais e códigos verbais etc.) dos aspectos de linguagem técnico-estética (códigos de imagem 49 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 49 17/02/11 14:43 e som) e tecnologias de registro. Ainda é comum ler artigos, capítulos ou mesmo teses que trabalham com a pesquisa a partir de fontes audiovisuais, mas que pouco incorporam uma crítica documental completa. Mesmo quando os resultados de pesquisa não são completamente enviesados, o potencial informativo das fontes fica prejudicado e limitado aos seus canais verbais (os “diálogos” de um filme, a “letra” de uma canção, o “texto” de uma novela ou telejornal). Obviamente, esses canais e códigos são bastante importantes, em alguns casos até determinantes do “testemunho” ou da “representação” documental da história. O problema está em isolá-los dos outros códigos, canais e técnicas que estruturam o documento como um todo e que remetem a linguagens específicas, complexas e sofisticadas, que não se resumem ao parâmetro verbal. O enquadramento de uma cena, a edição de um filme, a cor/textura empregada na captação da imagem, são fundamentais para que o filme ganhe sentido cultural, estético, ideológico e, consequentemente, sócio-histórico. Na música, a textura ou colocação de uma voz, os timbres e o equilíbrio entre os instrumentos, o andamento e as divisões rítmico-melódicas, são estruturas que interferem no sentido conceitual, corpóreo e emocional de uma letra. Na televisão, o tom da voz, a relação texto/imagem/trilha sonora, a duração da notícia ou da cena, as estratégias de reiteração, o vocabulário escolhido, são elementos fundamentais para o telejornal ou a telenovela serem assimilados e ganharem sentido numa determinada sociedade. NAPOLITANO, Marcos. Fontes Audiovisuais. A História depois do papel. In: PINSky, Carla B. (Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2010. p. 266-267. TEXTO 3 Fotografia e sociedade Para compreender a fotografia como fonte histórica é importante levar em conta os usos sociais que agenciaram o invento fotográfico ao longo dos séculos XIX e XX e consolidaram acervos importantes para a pesquisa. Quando a fotografia ingressou no mercado, em versões técnicas variadas, lançadas em pequenos lapsos de tempo entre 1839 e 1850, rapidamente nela se identificou a capacidade de atender às mais diferentes demandas sociais. A rapidez da produção em série e o baixo custo tornaram-se pré-requisitos em uma sociedade com crescente industrialização. Conquistar novos mercados e incutir na população o valor do maquinismo foram práticas que se retroalimentaram com as pesquisas em busca da imagem produzida mecanicamente. O crescimento dos segmentos médios e suas expectativas de ascensão incentivaram novas formas de representação de identidade e distinção que estavam em sintonia com os esforços de um diversificado grupo de homens das ciências, artistas e comerciantes que transformaram a fotografia em um grande negócio. A fotografia foi pouco a pouco substituindo a pedra litográfica. 50 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 50 17/02/11 14:43 Invenção burguesa por excelência, a fotografia popularizou o retrato e levou aos recantos mais distantes do mundo essa “Caixa de Pandora”, contendo paisagens de lugares exóticos, de monumentos, de tipos humanos, retratos com apelos eróticos, paisagens urbanas das metrópoles, imagens chocantes de guerras e de conquistas científicas. No campo da arte, a fotografia ampliou o acesso de alunos, profissionais e leigos a modelos e a obras de arte antes fruídas somente in loco ou “reinterpretadas” por gravuristas em publicações. Enquanto a nobreza cultivava seus valores e costumes para serem consumidos pelo seu próprio grupo, a burguesia se extrovertia em um afã cosmopolita e imperialista. As coberturas fotográficas dos mais variados temas pregavam a viagem e o conhecimento por meio da imagem. A sociedade do século XIX desenvolveu uma paixão especial pela exatidão, qualidade requisitada tanto no âmbito científico como naquele pertinente ao senso comum. O periódico francês Gazeta Literária publicou os seguintes comentários a respeito de seis imagens de Daguèrre, o inventor oficial da fotografia: as imagens possuem extraordinária minúcia [...] multiplicidade de detalhes [...] o menor efeito acidental do sol, dos barcos, do mercado, dos bancos e do rio [...] os mais delicados objetos [...] os diferentes graus de transparência [...] tudo é reproduzido com exatidão inacreditável. O mais espantoso é quando aplicamos na imagem um microscópio. A imensa quantidade de detalhes, de extrema fineza e que o melhor olhar não poderia medir, são descobertos [...] As grandes celebridades, antes observadas de longe pela população, podiam “ser colecionadas” em casa, colocadas nos álbuns para promover a conversação em encontros sociais. A fotografia possibilitou o acesso virtual às pessoas da alta sociedade. Reduzidas a imagens do mesmo formato, colocadas lado a lado nos famosos álbuns de celebridades, pessoas antes inacessíveis podiam ser comparadas. Defeitos e qualidades físicos eram ressaltados, suas expressões, postura corporal e roupas eram avaliadas. Se por um lado a fotografia esvazia a experiência, como afirma Susan Sontag, ensaísta e crítica americana dedicada aos temas da fotografia, ela democratiza a informação, mudando a percepção do mundo e ampliando as referências de populações que antes dela tinham suas vidas circunscritas ao seu local de moradia e trabalho. LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vania Carneiro de. Fotografia. Usos sociais e historiográficos. In: PINSky, Carla B.; LUCA, Tania Regina de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. p. 29-30. 51 G13_F1_AV_HIST_MP_Geral.indd 51 17/02/11 14:43 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS A criança, seu cotidiano e os diferentes espaços sociais que formam seu entorno mais próximo constituem o eixo principal de sustentação das quatro unidades didáticas deste volume. A realidade do cotidiano é o ponto de partida e de chegada; dela se extraem os elementos para pensar o mundo. Observar, entender e ler o mundo só é possível quando a criança descobre sua individualidade e seu papel nos diversos grupos sociais de que participa, quando ela se descobre como parte integrante de uma sociedade. A descoberta da sua individualidade aponta para a descoberta e o reconhecimento das diferenças e semelhanças entre os indivíduos e das múltiplas relações entre os grupos sociais. Na organização das unidades didáticas, procurou-se partir da contextualização da criança nos seus lugares de convívio, destacando-se a casa, a família e a escola. Os diferentes lugares e personagens observados formam os espaços de vivência da criança e de seu grupo social, com seu passado e presente. A última Unidade apresenta de maneira introdutória a questão dos direitos das crianças. Assim, o tema estudado procura proporcionar uma primeira reflexão sobre a situação das crianças brasileiras que não têm seus direitos básicos respeitados. Nessa construção há, ainda, a preocupação com a abordagem dos chamados temas transversais e com o estímulo à prática da interdisciplinaridade. Os temas transversais estão presentes ao longo de todo o livro – inclusive por se tratar do 2°- ano, quando a elaboração de um conhecimento histórico mais específico está apenas se iniciando – no desenvolvimento das atividades nas quais se abordam a diversidade social e cultural, o reconhecimento do outro, a valorização do trabalho, o convívio social e o respeito às regras da cidadania. Da mesma maneira, há atividades nas quais a História se aproxima de outras disciplinas, em razão do uso de suas linguagens e metodologias nos 52 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 52 17/02/11 14:43 temas tratados. Entre tantos outros possíveis podemos citar: trabalhos com a localização no espaço (Geografia); leitura, redação e análise de textos (Língua Portuguesa); exercícios de observação e de representação por meio do desenho e da pintura (Artes); realização de pequenos cálculos de tempo (Matemática). O propósito é explorar outras áreas do conhecimento e mostrar as possibilidades do ensino – aprendizagem multidisciplinar –, que não são poucas. A construção do pensar historicamente inicia-se com atividades que trabalham com noções de anterioridade, simultaneidade, posterioridade e duração. Além disso, o contato com diferentes fontes documentais possibilita que, aos poucos, os alunos percebam quais são os recursos existentes para nos aproximarmos das informações do passado. É claro que tanto a abordagem dos temas transversais quanto a prática do ensino interdisciplinar não podem ficar limitadas às atividades propostas no livro didático. O livro é um valioso suporte para o trabalho do professor na sala de aula. Mas, na construção de seu conhecimento, o aluno precisa ser levado para além do livro e dos cadernos de classe. O professor deve incentivar os alunos a buscar outras fontes de informação, como jornais, revistas, sites, filmes e programas de televisão, além de promover diferentes atividades educacionais e culturais, como visitar museus, ver exposições, assistir a concertos e peças de teatro, conhecer as instituições de atuação importante na vida social da sua comunidade. ESTRUTURA DAS UNIDADES DIDÁTICAS Unidade 1 – eU e os oUtros O tema desta Unidade está centrado na descoberta do aluno de sua própria individualidade e de outras individualidades presentes no grupo social no qual está inserido. Ele aprende a reconhecer sua identidade – por meio de documentos, características corporais e preferências, por exemplo – e as identidades dos colegas de classe, com suas semelhanças e diferenças físicas e sociais. •Página9,atividades1e2 Atividade de aquecimento para abertura da Unidade. A intenção é iniciar o volume mostrando aos alunos a diversidade da composição da sociedade brasileira. 53 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 53 17/02/11 14:43 Capítulo 1 – Vamos nos conhecer? Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Reconhecer a própria identidade. Conteúdos Conceituais: •Minha identidade. •Perceber, registrar e valorizar a individualidade. •Meus sentimentos. •Perceber, registrar e valorizar a afetividade. •Documentos. •Observar, reconhecer e valorizar semelhanças e diferenças entre as crianças do grupo. •Nossas diferenças. Procedimentais: •Observar imagens, representá-las em desenhos ou descrevê-las. •Começar a ler e comentar textos. •Construir palavras e expressões. •Distinguir objetos e situações. •Fazer perguntas e responder a elas, ouvir e anotar respostas. •Identificar documentos pessoais. •Comparar diferenças e semelhanças. Atitudinais: •Assumir sua identidade. •Aceitar as diferenças e as semelhanças entre as pessoas e conviver com elas. •Desenvolver a autoestima. Orientações específicas para o capítulo Neste capítulo, os alunos iniciarão a discussão sobre identidade e alteridade. Para tanto, falarão (e ouvirão seus colegas) sobre suas características físicas, seus gostos e medos. Aqui, os documentos pessoais são apresentados aos alunos. O foco está na noção de “documento” como registro formal da identidade. Interessa mais que os alunos entendam a relação entre esses objetos e sua vida pessoal do que a natureza oficial ou institucional deles. Merecem atenção especial as situações criadas pelas dificuldades de alguns alunos em encontrar esses documentos em casa e trazê-los para a classe, ou até mesmo pela inexistência deles. Na abertura do capítulo (Vamos começar, p. 10), há uma atividade de aquecimento em que os alunos irão se apresentar para os 54 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 54 17/02/11 14:43 colegas. Na sequência, é proposto que cada um preencha uma ficha onde constam nome, idade e data de nascimento. Por ser este capítulo o início da discussão sobre identidade, na seção Viagem pela leitura (p. 13), os alunos lerão um divertido texto sobre o garoto Marcelo, que questiona o tempo todo o nome das coisas e até mesmo seu próprio nome. Neste capítulo, os alunos também terão a oportunidade de conversar sobre sentimentos e gostos. Para complementar esse tema, na seção Viagem pela leitura (p. 17) lerão um texto que fala dos medos que as crianças sentem. Voltando à questão da identidade, os alunos são apresentados a uma primeira discussão sobre o significado dos documentos. Para encerrar o capítulo, a seção Hora do recreio (p. 24) propõe atividades que resgatam parte do que foi estudado até então. Já na seção É hora de pesquisar (p. 26) deve ser feita uma série de entrevistas com adultos sobre os medos que eles têm. •Página10,Vamos começar Uma boa maneira de iniciar esse ano em que começam as aulas de História é fazer que cada aluno se apresente, dizendo o nome e a data do aniversário (dia e mês). Se possível, depois, registre essas informações e monte o calendário de aniversários da classe (inclusive o da professora), ilustrando com desenhos e colagens alusivos a fatos ou características dos meses ou das estações do ano, como, por exemplo, o Carnaval, a Páscoa, as festas juninas, o Dia da Independência, o Natal, a primavera, o verão, o inverno etc. •Página11,atividades1e2 Converse sobre o significado e a importância do nome para a construção da identidade de cada um, bem como sobre a importância de que todos comecem a conhecer-se e a chamar-se pelo nome para um bom convívio na classe. Atenção especial para os alunos que ainda mostrem dificuldade em escrever corretamente o próprio nome ou registrar a idade. Use a ficha de identidade para começar a falar sobre a existência de “documentos” que nos identificam na vida social. •Página12,atividade3 Nas perguntas e respostas, o aluno vai descobrindo a origem e avaliando o significado do próprio nome a partir do contexto familiar e também o significado do apelido na família e entre os amigos. É outra boa oportunidade para que a classe amplie a discussão do tema da 55 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 55 17/02/11 14:43 importância do nascimento de uma pessoa para o grupo em que vive, da escolha do nome, a expectativa dos pais, a preocupação com a saúde e a educação dos filhos. •Páginas13-14,Viagem pela leitura O texto é simples e claro, assim como as perguntas sobre ele. O mais importante, porém, são a prática da leitura do texto, que será mais proveitosa se feita em voz alta e por vários alunos, e o exercício de ler coletivamente e responder individualmente às questões propostas e a outras possíveis. As respostas devem ser comentadas. Como regra essencial neste ano de consolidação do letramento básico, as dificuldades de leitura e redação devem ser trabalhadas com estímulo ao empenho pessoal, respeitando-se as condições gerais da classe e o ritmo de cada aluno. •Páginas15-16,atividades4,5e6 Trabalha-se, aqui, a individualidade com base no reconhecimento de elementos, condições e reações ligados à subjetividade, aos afetos e emoções, à autoestima. Os alunos mostram como reconhecem esses elementos e às valorizam em si mesmos e nos outros. •Página16,atividades7e8 Aqui, trabalha-se a construção de identidades por meio dos gostos e das preferências, que também permitem abordagens das subjetividades dos alunos e explorações de seus contextos familiares, sociais e culturais, com destaque para brinquedos, brincadeiras, comidas, cores, leituras, passeios. Nestas e nas atividades anteriores, dê atenção especial para situações ou manifestações que possam criar constrangimento, revelar preconceitos etc. •Páginas17-18,Viagem pela leitura Volta aqui o tema do medo, já abordado antes, em atividade de leitura e entendimento de um texto; atividade que, além de exercitar a leitura, traz para a classe novas referências, situações e abordagens para debater. •Página20,atividades9e10 Trabalhe a ideia de que algumas características físicas, como as impressões digitais, são diferentes em cada indivíduo e por isso servem como nossos primeiros “documentos” de identificação. 56 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 56 17/02/11 14:43 •Páginas21-22,atividades11e12 Apresente a certidão de nascimento como primeiro documento oficial de identificação; veja e compare as informações familiares que ela contém; explique seu caráter oficial; converse sobre sua importância para a cidadania e reflita sobre os problemas que podem ocorrer quando as crianças não são devidamente registradas ao nascer. •Página22,atividade13 A carteira de vacinação como documento institucional, emitido por posto de saúde do governo ou instituição privada; a importância das vacinas para a saúde das pessoas e a necessidade de registrar as datas de aplicação. •Página23,atividade14 A carteira de identidade, o documento que melhor nos identifica como indivíduos e cidadãos e que pode ser tirado em qualquer idade; observe, anote e compare os dados. •Página24,Hora do recreio,atividade1 Estimule a busca, por parte das crianças, das letras que formam seus nomes. Em seguida, seria interessante incentivar o registro dos nomes dos colegas. •Página24,Hora do recreio,atividade2 A produção de texto em dupla possibilita que um colega ajude o outro. Permita que todos leiam os textos para que a sala adivinhe as palavras trocadas. •Página24,Hora do recreio,atividade3 Atividade de leitura e respostas compartilhadas. •Página25,atividades4e5 Outros documentos que a pessoa tem: na maioria, são documentos que as crianças ainda vão conhecer, mas sobre os quais já podem ter referências a partir do grupo familiar, dos meios de comunicação etc. •Página25,atividade6 Análise de imagens relacionadas com os temas estudados. •Página26,É hora de pesquisar Primeira atividade de entrevista realizada em casa. Após levantamento dos medos e das soluções, peça aos alunos que digam o que acharam mais interessante na comparação entre adultos e crianças. 57 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 57 17/02/11 14:43 •Página27,Leia também Os livros são apenas sugestões. Neste momento, seria importante estimular a leitura em sala, com o acompanhamento da professora. Se por acaso os alunos não tiverem o livro escolhido, a professora pode ler o texto para a classe. Quando terminar a leitura, é possível realizar uma atividade em que os alunos recontem a história. •Página27,Outras sugestões Se a escola tiver acesso à internet, a professora pode selecionar algumas histórias do Museu da Pessoa para vê-las com os alunos. Se houver tempo, é possível assistir ao filme Menino Maluquinho. Ou então acesse o site <www.meninomaluquinho.com.br> para desenvolver outras atividades com os alunos. Atividades complementares Identidade e diversidade: Apresente no quadro alguns nomes de crianças indígenas brasileiras ou de crianças de outros países, acompanhados, se possível, de suas fotografias. Trabalhe com os alunos a ideia de que todas essas crianças também têm um nome, moram em um lugar, têm uma família, uma identidade, independentemente de estarem ou não registradas num documento oficial: esses nomes escritos em outras línguas (com significados muito próprios, como no caso dos nomes indígenas) mostram que essas identidades têm diferenças entre si. Todas essas pessoas são crianças, mas estão ligadas a lugares, famílias, línguas e modos de vida diferentes. E todos esses modos de vida têm o mesmo valor. Escolha do nome: Depois da apresentação dos alunos, convide alguns para contarem como seus pais escolheram seus nomes. Use alguns desses casos para conversar sobre os vínculos, as relações e todas as circunstâncias que fazem parte do cotidiano familiar das crianças e como tudo isso interfere na vida delas e, portanto, na construção das suas identidades. Preferências e convivências: Sugira às crianças que desenhem no caderno duas coisas que elas pediram à mãe ou ao pai na última vez que foram à feira, ao supermercado etc. Depois que os alunos tiverem mostrado seus desenhos, peça que cada um fale se conseguiu ou não o que queria, explicando o que fez para conseguir ou o porquê de não ter conseguido. É um diálogo sobre as relações entre as pessoas, neste caso, as relações familiares, no qual o tema de fundo é o conhecimento e a tolerância das individualidades, o equilíbrio respeitoso e afetuoso que deve ser construído entre iguais (pessoas) e diferentes (filhos e pais). 58 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 58 17/02/11 14:43 Unidade 2 – nós, a nossa família e a nossa história O tema desta Unidade amplia o da anterior. O aluno descobre a identidade do seu grupo familiar e as múltiplas relações afetivas, sociais e culturais que o ligam a ele. Na construção da identidade familiar, introduz-se a dimensão histórica usando-se o recurso da memória e das referências temporais (lembranças mais recentes da criança e lembranças mais antigas dos adultos). •Páginas28-29,atividadedeaberturadaUnidade. Nesta atividade, os alunos são estimulados a observar imagens de famílias de distintas regiões e épocas. Com isso, trabalha-se tanto a diversidade (e, portanto, o respeito à diferença) quanto as diferentes temporalidades. Capítulo 2 – Nós e a nossa família Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Reconhecer o grupo familiar. •Reconhecer a importância das relações e vínculos familiares. •Reconhecer diferentes estruturas familiares. •Perceber, registrar e valorizar a cooperação familiar. Conteúdos Conceituais: •A individualidade e o grupo familiar. •Diferentes modelos de famílias. •A vida em família. Procedimentais: •Observar imagens, compará-las e representá-las em desenhos ou descrevê-las. •Construir palavras e expressões. •Organizar e classificar informações. •Discutir e comparar diferenças e semelhanças. Atitudinais: •Perceber e conviver com a sua realidade familiar. •Aceitar as diferenças e as semelhanças entre as pessoas que compõem o grupo familiar. •Valorizar a afetividade e a cooperação familiar. 59 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 59 17/02/11 14:43 Orientações específicas para o capítulo Neste capítulo, a atenção volta-se para a observação da família. Ao mesmo tempo em que o aluno refletirá sobre sua composição familiar, ele também entrará em contato com diversas estruturas familiares. O respeito às diferenças é trabalhado com frequência neste capítulo. Na abertura (Vamos começar, p. 30-31), os alunos verão fotos e relatos de pessoas de uma mesma família para começar a pensar na estrutura de sua própria família. Na sequência (p. 32-33), eles verão relatos de famílias com diferentes composições. A intenção é que os alunos tenham contato com a diversidade de organizações familiares. No texto da seção Viagem pela Leitura (p. 34-35), os alunos lerão outros relatos de diferentes famílias. Depois de ler sobre essas famílias, os alunos são convocados a organizar a árvore genealógica de sua própria família na página 36. Posteriormente (p. 37-40), eles lerão uma história em quadrinhos que introduz diversos termos usados para se referir aos parentes. Após reconhecerem diferentes famílias, os alunos lerão textos que falam da cooperação nas atividades domésticas (p. 41 e 42) e também sobre a cooperação que existe nas comunidades indígenas (p. 43-44). Para encerrar este capítulo, em que se discutiu a composição familiar e a cooperação entre os membros da família, a seção Hora do recreio (p. 45-47) propõe a organização de uma festa de aniversário na sala de aula e algumas perguntas que retomam o que foi estudado. Por fim, na seção É hora de pesquisar (p. 47) a professora fará um levantamento sobre o número de irmãos que cada aluno da sala tem. •Páginas30-31,Vamos começar Os alunos apresentam suas famílias, seus pais e irmãos, seus nomes, suas características, coisas que fazem, onde moram, em que seus familiares trabalham etc. •Página33,atividade1 Use as imagens, as referências e o texto para orientar o olhar dos alunos para diferentes estruturas e formas de convívio nas famílias. Observações, diálogos, anotações, desenhos etc. devem levar os alunos a reconhecer que a organização dos grupos familiares é múltipla e pode ser diferente daquela em que vivem, da que estão mais próximos ou mais acostumados a ver, da que pensam ser mais comum 60 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 60 17/02/11 14:43 e verdadeira. Nesta atividade, podem surgir temas paralelos, como o das crianças adotadas, abandonadas ou recolhidas a abrigos; aborde-os, se for oportuno e conveniente. É tão importante estimular a livre troca de referências e experiências quanto evitar constrangimentos e neutralizar preconceitos. •Páginas34-35,Viagem pela leitura Leitura e entendimento de um texto literário que possibilita o aprofundamento e o enriquecimento do tema que está sendo trabalhado, o do reconhecimento pelos alunos do seu âmbito familiar e de características que o tornam comum e, ao mesmo tempo, diferente em relação aos outros. •Página36,atividade2 Exercício de levantamento e organização de informações sobre as origens familiares e trabalho de construção de uma perspectiva histórica para a formação da família. Dê atenção especial aos alunos que, por qualquer razão, não tenham elementos para montar sua árvore. •Página38,atividade3 Exercício que estimula a criatividade após a compreensão da história em quadrinhos. Crie situações para que os alunos compartilhem as ideias que tiveram. •Página39,atividade4 O objetivo é o entendimento de que, além dos pais e avós, existem outros parentes que fazem parte das nossas relações familiares e que formam a família em seu sentido mais amplo. Novamente, dê atenção às situações específicas que podem não se encaixar no padrão tido como normal e dominante, de alunos que não conhecem seus parentes ou que não se lembram de nomes, por exemplo. •Páginas39-40,atividades5e6 Atividades de fixação e aplicação de noções e relações, que podem ser feitas individualmente, da maneira proposta e com os recursos didáticos indicados, ou coletivamente e de outras formas, no quadro-negro, por exemplo. •Página42,atividade7 Estímulo e reforço da solidariedade e cooperação familiar, questionando estereótipos dos adultos (em família não se briga, por exemplo, 61 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 61 17/02/11 14:43 ou em família o pai trabalha e a mulher fica em casa) e rompendo preconceitos das crianças (meninos não fazem “essas coisas”, como ajudar a arrumar a casa ou lavar a louça, só as meninas). Ética nas relações familiares: distinguir a cooperação regular (assumida como sua parte nas tarefas domésticas) da cooperação episódica (vista e praticada como “ajuda” ou “favor” aos pais). •Página43,atividades8e9 Exercício de observação e análise de imagens. Comparação com a realidade indígena. Atividade que garante o contato com outras realidades. •Página44,atividade10 Com a introdução de referências à vida das famílias indígenas, nesta leitura e interpretação de texto amplia-se o foco sobre os diferentes modelos de organização e vida familiar. Isso mostra que a organização e a vida da família estão ligadas à organização e à vida de cada sociedade em cada lugar e que existem contextos sociais e culturais diferentes daqueles que conhecemos e onde vivemos. •Páginas45-47,atividades1,2e3 Uma festa de aniversário inventada, uma brincadeira na classe, uma forma criativa e lúdica de aplicar o que se falou, refletiu e aprendeu sobre a vivência em grupo; poderá ser uma experiência prazerosa, divertida e muito educativa. •Página47,atividades4,5e6 Retomada da questão de participação nas atividades domésticas e da comparação com as crianças indígenas. •Página47,É hora de pesquisar Atividade que permite que os alunos se conheçam um pouco mais e que, ao mesmo tempo, introduz um exercício com números e representação em forma de gráfico. Devem-se montar as barras verticais com os quadradinhos referentes aos números para que os alunos percebam que essas barras mostram o número maior e o número menor. Ou seja, se há dois alunos com apenas um irmão, essa barra terá dois quadradinhos. Mas se há dez alunos com três irmãos, essa barra vertical será muito mais alta, com dez quadradinhos. 62 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 62 17/02/11 14:43 Atividades complementares Conversa em família: Desdobrar a atividade 7 (p.42) do item “Vivendo em família e cooperando”, pedindo aos alunos que conversem em casa sobre como eram os trabalhos domésticos quando seus pais eram crianças. Depois, os alunos contam na classe o que ouviram dos pais (se possível, peça que escrevam duas frases no caderno, uma referente ao pai e outra à mãe). O objetivo é introduzir uma perspectiva de tempo nesta abordagem: os valores, preferências, papéis e comportamentos familiares, individuais e coletivos (mudam, permanecem, duram, são construídos e reconstruídos, têm uma história). Crianças e famílias indígenas: Ler na classe o texto (ou trechos) do capítulo “Criança e educação”, do livro Coisas de Índio, de Daniel Munduruku, p. 48-50. O objetivo é aproveitar a leitura como fonte de informação e como matéria de discussão sobre a existência de diferentes padrões de educação das crianças e de convivência familiar. Depois da conversa, pode-se pedir aos alunos que desenhem no caderno uma criança indígena e um objeto que ela usa para brincar ou para ajudar os pais no trabalho. Essa sugestão também pode ser aproveitada, se for mais conveniente, no capítulo 4. Eu (Palavra Cantada): Se houver possibilidade, mostre aos alunos o videoclipe da música Eu, do grupo musical Palavra Cantada, para abordar de maneira lúdica a formação das histórias familiares. Se houver dificuldade para ter acesso ao videoclipe, ao menos ouça a música e converse sobre sua letra. Eu Perguntei pra minha mãe: “Mãe, onde é que ocê nasceu?” Ela então me respondeu que nasceu em Curitiba Mas que sua mãe que é minha avó Era filha de um gaúcho que gostava de churrasco E andava de bombacho e trabalhava no rancho E um dia bem cedinho foi caçar atrás do morro Quando ouviu alguém gritando: “Socorro, socorro!” Era uma voz de mulher Então o meu bisavô, um gaúcho destemido Foi correndo, galopando, imaginando o inimigo E chegando no ranchinho, já entrou de supetão 63 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 63 17/02/11 14:43 Derrubando tudo em volta, com o seu facão na mão Para alívio da donzela, que apontava estupefata, Para o saco de batata, onde havia uma barata E ele então se apaixonou E marcaram casamento com churrasco e chimarrão E tiveram seus três filhos, minha avó e seus irmãos E eu fico imaginando, fico mesmo intrigado Se não fosse uma barata ninguém teria gritado Meu bisavô nada ouviria e seguiria na caçada Eu não teria bisavô, bisavó, avô, avó, pai, mãe, não teria nada Nem sequer existiria Perguntei para o meu pai: “Pai, onde é que ocê nasceu?” Ele então me respondeu que nasceu lá em Recife Mas seu pai que é o meu avô Era filho de um baiano que viajava no sertão E vendia coisas como roupa, panela e sabão E que um dia foi caçado pelo bando do Lampião Que achavam que ele era da polícia um espião E se fez a confusão E amarraram ele num pau pra matar depois do almoço E ele então desesperado gritava: “Socorro!” E uma moça apareceu bem no último instante E gritou pra aquele bando: “Esse rapaz é comerciante!” E com muita habilidade ela desfez a confusão E ele então deu um presente, um vestido de algodão E ela então se apaixonou Se aquela moça esperta não tivesse ali passado Ou se não se apaixonasse por aquele condenado Eu não teria bisavô, nem bisavó, nem avô, nem avó, nem pai pra casar com a minha mãe Então eu não contaria essa história familiar Pois eu nem existiria pra poder cantar Nem pra tocar violão TATIT, Paulo. Eu. In: CD Canções Curiosas. Palavra Cantada. MCD, 1998. 64 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 64 17/02/11 14:43 Capítulo 3 – Lembranças da nossa vida Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Reconhecer o grupo familiar. •Reconhecer a importância das relações e vínculos familiares. •Perceber, registrar e valorizar a afetividade familiar. Conteúdos Conceituais: •A individualidade e o grupo familiar. •A família e sua história. •Tempo. Procedimentais: •Construir palavras e expressões. •Ler, comentar e redigir textos, individualmente e em grupo. •Fazer e responder perguntas, ouvir e anotar respostas. •Trabalhar em grupo. •Analisar imagens. Atitudinais: •Perceber e conviver com a sua realidade familiar. •Valorizar a afetividade e a cooperação familiar. •Respeitar as diferenças. Orientações específicas para o capítulo Neste capítulo, é apresentada aos alunos a passagem do tempo, tanto com base na observação de sua própria vida quanto na leitura de relatos de outras pessoas. Nestes casos, os alunos também observarão imagens de outras épocas. Ainda neste capítulo, há diferentes atividades que utilizarão fotos, sobretudo dos alunos. É importante estar prevenido para o caso de algum aluno não ter fotos disponíveis. Sendo assim, vale um levantamento prévio com os alunos para verificar essa disponibilidade. A própria professora pode trazer fotos da família para participar das atividades. Na seção Vamos começar (p. 48-49), são apresentadas fotos de duas crianças desde os primeiros dias de vida até os dez anos para que os alunos tenham uma percepção sobre a passagem do tempo. Na sequência (p. 50), são mostradas fotos dos reinos vegetal e animal nas quais a passagem do tempo também é percebida. Para 65 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 65 17/02/11 14:43 concretizar a percepção dessa situação, os alunos devem fazer uma atividade com grãos de feijão (p. 51) e ler um trecho da história João e o pé de feijão (p. 52). Posteriormente, os alunos deverão fazer uma série de atividades em que observam suas fotos e as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, perguntam aos pais sobre como eram quando bebês e respondem a algumas perguntas sobre um passado mais recente (p. 53-55). Na seção Viagem pela leitura (p. 56), lerão um texto sobre uma senhora que relembra seu passado e o de seus pais. Os alunos também lerão um texto (p. 58-59) sobre o relato de outra senhora que fala de sua avó que fora escravizada. Para continuar a tratar da passagem do tempo, os alunos serão convidados a observar objetos antigos e postais de diferentes cidades da primeira metade do século XX (p. 60-62). Também poderão comparar ruas e famílias de diferentes momentos do século XX (p. 64 e 65). Em outra seção Viagem pela leitura (p. 66), os alunos lerão um relato de como era a cidade de São Paulo no início do século XX. Também farão atividades em que compararão objetos, roupas, imagens de épocas diferentes. Para finalizar o capítulo, na seção Hora do recreio (p. 70), os alunos farão uma atividade em que reconhecerão situações fora de seu tempo e na seção É hora de pesquisar (p. 71) montarão uma exposição com fotos de momentos importantes de sua vida. •Páginas48-49,Vamos começar A observação das fotos permite que os alunos percebam claramente a passagem do tempo. •Página51,atividade1 As referências fotográficas anteriores e essa pequena experiência permitem observar o tempo biológico de várias maneiras. É uma observação importante, que prepara a introdução do conceito de tempo histórico. •Página52,atividade2 Exercício de leitura de um texto com uma narrativa infantil bastante conhecida. Além de enriquecer a anterior, esta atividade é uma oportunidade para que os alunos exercitem sua inventividade para o desenvolvimento da narrativa, falando, escrevendo, desenhando etc. •Páginas53-55,atividades3a7 Exercícios para desenvolver a capacidade de observação, discussão e registro de mudanças e permanências, de semelhanças e diferenças 66 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 66 17/02/11 14:43 relacionadas ao tempo histórico dos alunos. Um aspecto importante dessas atividades está no fato de a observação e o registro não se limitarem às lembranças contidas na memória pessoal, mas envolverem também aquelas da memória do grupo social, obtidas por meio de entrevistas com os familiares. Igualmente importante é o fato de a observação e o registro não se limitarem às características físicas, mas abrangerem todas as referências pessoais e familiares levantadas (roupas, objetos, brinquedos, imagens, acontecimentos e lugares que envolvem parentes e amigos etc.) e que revelem mudanças ou permanências temporais. •Página57,atividade1 Exercício de localização de informação. •Página57,atividade2 Exercício de comparação entre as informações presentes no texto e a realidade do aluno. •Página59,atividade8 Exercício que exige compreensão do texto para então formular alguma pergunta para a narradora. A atividade estimula a curiosidade e a percepção de outras temporalidades. •Página59,atividade9 Novamente a memória (oral e escrita) é abordada como fonte de numerosas e diversificadas referências da história familiar. O que se propõe aqui, especificamente, é o registro pelos alunos de pequenos relatos dos mais velhos (pais, avós, irmãos) sobre casos e situações relevantes na trajetória da família. Essa relevância destacada pelos que fazem os relatos (os familiares) deve ser compreendida pelos que os registram (os alunos) para posterior exposição em aula. •Página63,atividades10e11 A memória familiar nos velhos documentos pessoais: exercícios de observação de informações para medir temporalidades e destacar diferenças e semelhanças. •Página63,atividade12 A história familiar numa história pessoal, levantada por meio de entrevista. Aqui, além das perguntas apresentadas no roteiro do livro, podem-se acrescentar outras, relacionadas às condições da classe e da comunidade local (relacionadas ao trabalho, por exemplo). 67 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 67 17/02/11 14:43 •Página65,atividades13e14 Nestas atividades, o aluno deve exercer a capacidade de comparação com base na observação das fotografias e na percepção das características do mundo contemporâneo. Para tanto, é proposto que ele se transfira para dentro das situações retratadas nas fotos. •Página67,atividade1 Comparação de temporalidade entre o hoje e o ontem por meio de um exercício de leitura e entendimento das informações do texto. •Páginas67-69,atividades2e3 Para fazer em casa, com a participação dos familiares mais velhos: exercícios de reconhecimento e contextualização de referências ao passado e ao presente por meio de imagens, objetos, situações; o objetivo é identificá-los e situá-los no tempo, de acordo com as informações obtidas junto às pessoas entrevistadas ou em outras fontes. Aqui também é possível e desejável a utilização de outras referências – imagens, objetos e situações – que sejam mais próximas da realidade social e cultural vivida pelos alunos. •Página70,Hora do recreio Exercício lúdico sobre a relação entre passado e presente. É possível que os alunos tenham certa dificuldade em identificar todas as referências apresentadas, como o egípcio antigo com as pirâmides, por exemplo. •Página71,É hora de pesquisar Nesta atividade, os alunos irão retomar as fotos pessoais já utilizadas na página 53, porém com a intenção de montar um painel que demonstre a passagem do tempo a partir dos principais eventos ocorridos até então. Momento para discutir com a sala como definimos o que é marcante em nossas vidas. •Página72, Leia também Da mesma maneira que no final da Unidade anterior, esses livros são apenas sugestões de leitura. Segundo as possibilidades, a professora pode orientar que sejam lidos. Neste momento, a orientação pode ser para que a leitura seja feita em casa e as partes lidas podem ser comentadas em sala pelos alunos leitores. 68 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 68 17/02/11 14:43 •Página73,Outras sugestões Se houver tempo e condições técnicas na escola, a professora pode acessar com os alunos os sites sugeridos e exibir o filme. Antes do acesso e da exibição é importante que os objetivos das atividades a serem desenvolvidas sejam definidos. Atividades complementares Álbum de família: Depois que os alunos tenham mencionado ou trazido para a classe fotos, objetos, escritos etc. da família, proponha que eles façam numa página do caderno seu “álbum de família”, desenhando algumas imagens que, no conjunto, seriam uma representação de sua família no passado e no presente. Troque os desenhos entre os alunos e comente sua qualidade, elogie e critique, pergunte sobre a escolha das imagens, tire dúvidas. Viajando no tempo: Um desafio para os alunos: imaginar como era a vida das crianças e das famílias quando não havia televisão. Em grupos, os alunos poderão conversar e trocar ideias sobre aspectos específicos do tema: a vida à noite depois do jantar, as brincadeiras das crianças, as visitas entre os parentes, a vida nos fins de semana, por exemplo. Depois, cada aluno faz no caderno um desenho sobre o tema da conversa do seu grupo e explica o que o desenho representa. O objetivo é trabalhar a relação entre presente e passado, mas é preciso garantir que os alunos possam contextualizar esse passado em cerca de sessenta anos atrás, fornecendo-lhes algumas informações e referências do período anterior ou inicial da televisão no Brasil. Unidade 3 – nós e a nossa escola O tema da identidade e do reconhecimento das relações com o seu grupo mais próximo é transposto para o espaço social da escola. O aluno começa a descobrir e a avaliar o sentido da sua presença na escola, do convívio com os colegas, professores e funcionários e do trabalho diário de aprendizagem. Essa elaboração ganha uma perspectiva histórica, por meio da investigação de mudanças e permanências nos processos de ensino em geral e na vida de sua escola em particular. Nesta atividade de abertura da Unidade (p. 74-75), a observação das fotos de diferentes regiões e épocas estimula a comparação dos alunos com sua própria escola. 69 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 69 17/02/11 14:43 Capítulo 4 – A gente vive e aprende na escola Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Reconhecera escolacomooutro espaçodavida pessoal.Inserira escolanoconjunto davidasociale familiar. •Assumiraescola comoumlugarde aprendizagemede convíviosocial. •Perceber,registrare valorizaraatividade escolar. Conteúdos Conceituais: •Aindividualidadenaaprendizagemenoconvívio escolar. •Diferentesmodelosdeensino-aprendizagem. •Asrelaçõessociaisnaescola. Procedimentais: •Observarimagens,representá-lasemdesenhos oudescrevê-las. •Ler,comentareredigirtextos,individualmentee emgrupo. •Fazer(eresponderàs)perguntas,ouvireanotar respostas. •Discutirecomparardiferençasesemelhanças. •Trabalharemgrupo. Atitudinais: •Perceberarealidadeescolareconvivercomela. • Aceitarasdiferençaseassemelhançasentreas pessoasquecompõemtodoogrupodaescola. Valorizarorespeitoentrealunos,professorese funcionárioseacooperaçãoentrecolegasdeclasse. Orientações específicas para o capítulo Apósareflexãosobreafamília,nestecapítuloosalunospriorizam aobservaçãodaescola.Tambémaquiadiversidadeéapresentadaaos alunoscomoestímuloaatitudesdecooperaçãoentrecolegas. O capítulo é iniciado com uma atividade de observação de ilustraçõessobrediferentessituaçõesdocotidianodaescola(Vamos começar,p.76).Nasequência,sãoapresentadosalgunstextossobreas característicasdasescolasindígenas(p.77-79). Posteriormente, os alunos lerão textos e observarão fotos que abordam o que se aprende na escola, destacando a importância da convivênciaedorespeitoàsregras(p.80-81). NaseçãoViagem pela leitura(p.82),háumpoemasobreosignificado da escola e, na seção Hora do recreio (p. 83), os alunos são convidadosaobservarailustraçãodeumaescolaeverificaroqueestá foradolugar. 70 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 70 09/03/11 11:47 Por fim, na seção É hora de pesquisar (p. 84), com base em um passeio pela escola, os alunos farão um relato sobre o que mais chamou a atenção. •Página76,atividades1,2e3 Atividades de aquecimento para que os alunos percebam que o aprendizado na escola não está restrito à sala de aula e ao contato com a professora. É possível aprender também com os colegas, desde novas brincadeiras até mesmo a atitude de compartilhar o lanche. •Página78,atividade1 Leitura que permite o contato dos alunos com características das populações indígenas. Ao mesmo tempo em que Verá Mirim frequenta uma escola particular, seu avô é o responsável por sua educação indígena. •Página79,atividades2,3,4e5 Leitura de texto que destaca o fato de as crianças indígenas aprenderem a partir da convivência com os adultos. Tendo essa percepção, os alunos devem olhar para sua realidade e perceber como eles aprendem em ambientes fora da escola. •Página80,atividades6e7 A escola não é o único lugar onde ocorre o aprendizado das crianças, mas é um lugar que tem essa função por natureza: os alunos devem confirmar isso com suas próprias referências e opiniões. Discussões e anotações em grupo, aqui, são uma boa forma de fazer isso. •Página80,atividades8e9 O tema é o das regras da convivência escolar no sentido estrito, dentro dos regulamentos da escola: discutem-se sua necessidade e sua importância, para que a escola possa funcionar bem e cumprir a função de ensinar. •Página81,atividade10 Continuação da anterior, esta atividade direciona a atenção dos alunos para a identificação e o reconhecimento da escola como um grupo onde muitas pessoas cumprem diferentes papéis, todos voltados para o interesse da sua função e educação. •Página82,atividades1,2e3 Com base na leitura do poema, a atividade propõe que o aluno faça uma comparação entre a escola do poema e sua própria escola. Também insiste na ideia de que no espaço escolar ocorrem outros aprendizados 71 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 71 17/02/11 14:43 além daquele proporcionado pela professora. Por fim, permite que os alunos possam imaginar como seria a escola que eles gostariam de ter. •Página83,Hora do recreio,atividade1 Retoma a discussão sobre as escolas indígenas, para que os alunos imaginem como é essa realidade escolar. Essas atividades de transferência para outros espaços ou tempos são importantes para desenvolver a abstração, tão necessária no estudo da História. •Página83,Hora do recreio,atividade2 Atividade mais lúdica, em que os alunos devem perceber quais elementos não fazem parte do espaço físico da escola. •Página84,É hora de pesquisar,atividades1e2 Reconhecimento pelos alunos da instituição onde estudam, considerando o espaço, a arquitetura, as salas, os equipamentos e, especialmente, as pessoas que nela trabalham pela educação. É uma pequena viagem de observação, que deve resultar em algumas anotações daquilo que chame a atenção das crianças. Essas anotações devem ser comentadas. Esta atividade finaliza o capítulo e também prepara os alunos para as próximas discussões sobre a história da escola. Atividades complementares O conhecimento compartilhado: Converse com os alunos sobre este tema. O objetivo é fazê-los perceber que a construção do conhecimento não é uma ação apenas individual, mas participativa, na qual interagimos uns com os outros, seja enquanto estamos aprendendo, seja enquanto estamos comunicando o que aprendemos. Para mostrar isso na prática, pode-se, depois da conversa geral, pedir aos alunos que escrevam no caderno duas maneiras de colaborar entre si para que todos aprendam. As respostas mais comuns, as mais repetidas ou enfatizadas serão apresentadas como as melhores na opinião da classe. Estudar é chato ou é gostoso?: Este pode ser o tema de um bom diálogo com a classe. Pode-se dar um tempo para que os alunos pensem e conversem entre si para, depois, pedir que cada um dê um motivo pelo qual estudar pode ser chato ou gostoso: os motivos são colocados no quadro, em duas colunas: “chato” e “gostoso”. No final, comente as referências dos alunos em cada coluna. O objetivo, evidentemente, é o de criar na criança, desde cedo, uma relação afetiva com a aprendizagem, fazê-la descobrir que aprender pode ser prazeroso, sobretudo se ela vê que seus talentos, habilidades e inclinações 72 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 72 17/02/11 14:43 intelectuais, técnicas e artísticas estão sendo valorizados e estimulados no processo de ensino-aprendizagem. Brincar ou competir?: Aproveite o momento depois do recreio, quando um grupo de colegas estiver voltando para a classe, ainda discutindo o resultado de uma partida de futebol na quadra (ou de qualquer outro jogo) e com os vencedores tirando uma “onda” dos perdedores, para colocar na roda a questão da recreação, do lazer, da brincadeira, do esporte: tudo isso serve para brincar ou para competir? É diversão ou disputa? Essa conversa remete ao sentido da convivência na escola e começa a despertar a consciência das crianças para o fato de que, mesmo numa sociedade que se mostra muito competitiva, existe o brincar e o competir, e que quase sempre brincar é bem mais divertido. Capítulo 5 – A história da nossa escola Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Reconhecer a escola como outro espaço da vida pessoal. •Assumir a escola como um lugar de aprendizagem e de convívio social. •Descobrir a escola como instituição também sujeita a mudanças e permanências no tempo. Conteúdos Conceituais: •A individualidade na aprendizagem e no convívio escolar. •Diferentes modelos de ensino-aprendizagem. •As relações sociais na escola. Procedimentais: •Observar imagens, representá-las em desenhos ou descrevê-las. •Ler, comentar e redigir textos, individualmente e em grupo. •Organizar e classificar informações. •Distinguir situações e referências temporais. Atitudinais: •Perceber e conviver com a realidade escolar. •Aceitar as diferenças e as semelhanças entre as pessoas que compõem todo o grupo da escola. •Valorizar o respeito entre alunos, professores e funcionários e a cooperação entre colegas de classe. 73 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 73 17/02/11 14:43 Orientações específicas para o capítulo Após a observação mais atenta de sua escola, neste capítulo os alunos passarão a refletir sobre a escola em uma perspectiva histórica, vendo imagens, lendo textos e ouvindo relatos de experiências nas escolas em diferentes temporalidades. Os alunos iniciam este capítulo ampliando o conhecimento sobre a história de sua escola na seção Vamos começar (p. 85). Como contraponto, eles lerão um texto, verão fotos de escolas do início do século XX e imagens de canetas-tinteiro, inclusive um anúncio do final do século XIX (p. 86-89). Na seção Viagem pela leitura (p. 90), há um poema de Cora Coralina que apresenta uma escola com características muito diferentes da escola atual. Na seção Hora do recreio (p. 91), as crianças são convidadas a construir uma miniatura da sua própria sala de aula e na seção É hora de pesquisar (p. 92) farão uma entrevista com seus pais ou responsáveis para saber como eram as escolas quando eles eram alunos. •Página85,atividades1e2 Trabalho em grupo para o levantamento de informações históricas sobre a escola. É essencial orientar os alunos sobre as fontes e lugares onde possam encontrar dados. O objetivo final é detectar algumas mudanças significativas (ou a falta de mudanças) e redigir pequenos comentários sobre elas. •Página87,atividades1,2e3 Observação e comparação de realidades escolares distintas na organização, funcionamento e temporalidade. •Página89,atividade4 Exercício de observação, gerando perguntas e respostas relacionadas com o tema das diferenças entre objetos utilizados na escola e o ensino do passado e do presente. O item d é um primeiro exercício de análise de um documento com a intenção de perceber que foi produzido em outro período histórico. •Página90,Viagem pela leitura Atividade que estimula o aluno a olhar para sua escola com base em outra referência, fazendo a comparação. Além disso, esta atividade propõe que o aluno analise sua escola criticamente, apontando o que quer e o que não quer que haja nela. 74 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 74 17/02/11 14:43 •Página91,Hora do recreio Atividade lúdica, que pode ser realizada com a professora de Artes, na qual os alunos construirão uma miniatura de sua sala de aula. Esta atividade aguça a observação do aluno para um ambiente que ele frequenta diariamente, mas que nem sempre conhece com detalhes. •Página92,É hora de pesquisar As crianças naturalmente têm curiosidade em saber como eram seus pais e responsáveis na infância. Portanto, qualquer atividade que permita que elas acessem essas informações gera grande adesão. Esta atividade fecha o capítulo sobre a história da escola criando a oportunidade para que os alunos comparem sua escola com a escola de seus pais. •Página93,Leia também No final desta Unidade, são feitas novas sugestões de leitura, neste caso sobre a temática escola. Se possível, a professora pode pedir que cada livro seja lido por um grupo de alunos. Conforme a leitura for sendo feita, esses grupos relatam para o restante da sala do que trata o livro que estão lendo. Atividades complementares A escola dos avós: Peça aos alunos que entrevistem o avô ou avó (ou outro parente adulto, na falta dos avós), perguntando a eles duas coisas de que se lembram do seu tempo de escola (escola primária). As respostas devem ser anotadas no caderno; os alunos podem comentá-las e, com base nelas, fazer algumas comparações entre a escola dos seus avós e a atual. A escola da professora: Atividade análoga à anterior, mas com a entrevista “ao vivo” com a professora: os alunos fazem perguntas sobre onde e como era a escola que ela frequentou nos primeiros anos, nos mais variados aspectos, do recreio às provas, do lanche ao uniforme, das aulas às festas. De novo, o objetivo é reconhecer, distinguir e comparar situações presentes e passadas. 75 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 75 17/02/11 14:43 Unidade 4 – nós e nossos direitos Um tema para complementar o trabalho de descoberta e construção da identidade: as crianças, apesar de ainda muito novas e dependentes de seu grupo social, começam a compreender, desde cedo, que têm direitos estabelecidos e que eles devem ser respeitados. •Páginas94-95,atividadedeaberturadaUnidade Atividade com base na análise de fotos que apresentam crianças trabalhando, dormindo e pedindo esmola nas ruas. É importante sensibilizar os alunos para estas questões, evitando a conclusão de que essas situações são normais. É também fundamental afirmar que situações como essas são desumanas e inaceitáveis. Capítulo 6 – Os direitos da criança Quadro de objetivos e conteúdos Objetivos didáticos •Promover o autorreconhecimento da criança como pessoa, pelo conhecimento dos seus direitos. •Reconhecer os direitos das crianças não como um favor, mas um dever da sociedade. •Respeitar os direitos das crianças, uma questão social. Conteúdos Conceituais: •Os direitos e a identidade. •A formalização dos direitos. •O respeito aos direitos. Procedimentais: •Observar imagens, representá-las em desenhos ou descrevê-las. •Ler, comentar e redigir textos, individualmente e em grupo. •Fazer e responder perguntas, ouvir e anotar respostas. •Organizar e classificar informações. •Discutir e comparar diferenças e semelhanças. •Distinguir situações e referências temporais. Atitudinais: •Descobrir a existência dos direitos das crianças e sua importância. •Observar e avaliar situações sociais diante dos direitos das crianças. •Valorizar o respeito aos direitos das crianças. •Desenvolver sentimento de solidariedade. 76 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 76 17/02/11 14:43 Orientações específicas para o capítulo Este capítulo apresenta para os alunos a contradição que há entre a existência de uma legislação que define os direitos das crianças e as situações de exploração e trabalho a que muitas delas são submetidas. A seção Vamos começar (p. 96) é composta de um trecho da letra da música Comida, da banda Titãs, para servir de mote para a discussão de que os seres humanos, inclusive as crianças, precisam de mais do que somente comida. Na sequência (p. 97-99), é proposta uma atividade na qual os alunos observam fotos, das quais inferem necessidades que temos para viver. Depois (p. 100-101), é feita uma comparação com momentos do passado em que os direitos das crianças não eram respeitados. Na seção Viagem pela leitura (p. 102-103), os alunos terão oportunidade de ler a Declaração Universal dos Direitos da Criança. Relacionados a essa declaração, há um texto e imagens atuais que levam à reflexão sobre se esses direitos estão sendo respeitados. A seção Hora do recreio (p. 105) propõe uma atividade que pode ser realizada com a professora de Artes, na qual os alunos farão uma exposição de seus desenhos sobre os direitos das crianças. Para finalizar, a seção É hora de pesquisar (p. 105) propõe uma entrevista com um idoso sobre o trabalho infantil quando o entrevistado era criança. •Página96,atividades1e2 Os alunos, ao lerem o trecho da letra da música, deverão perceber como os autores defendem que as necessidades do ser humano são mais do que simplesmente comida e água. Com base nessa constatação, os alunos acompanharão, ao longo do capítulo, a reflexão sobre os direitos das crianças. •Página99,atividades1e2 Trabalhando a relação entre necessidade e direitos, os alunos descobrem e fixam a importância dos direitos das crianças para entender as necessidades básicas da população infantil, que são necessidades materiais (alimento, por exemplo), intelectuais e sociais (educação e saúde) e culturais (arte e lazer). As referências oferecidas nas imagens aqui apresentadas podem ser substituídas ou enriquecidas por outras, identificadas com a vivência social e cultural dos alunos. 77 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 77 17/02/11 14:43 •Página101,atividade3 Esta atividade propõe que os alunos observem as imagens e reconheçam situações de trabalho infantil em outros tempos. Baseados nessa constatação, os alunos devem fazer uma reflexão sobre se o trabalho infantil ainda é encontrado no Brasil. •Página103,atividades1e2 A leitura e discussão na classe desta “síntese” dos direitos da infância deve proporcionar um bom entendimento dos alunos a respeito da natureza dos seus direitos como crianças e cidadãos; ao ler, discutir, fazer perguntas e responder a elas, os alunos devem ir percebendo que não se trata de um assunto qualquer, mas de coisa muito importante para a vida deles, presente e futura. As discussões e anotações, por fim, devem fazer com que comecem a perceber que seus direitos não são concessão, mas “obrigação” da sociedade, incluindo-se aí a família, a escola, a comunidade e o governo. •Página104,atividade4 Se os alunos conseguiram incorporar, ou pelo menos ter uma primeira compreensão das noções trabalhadas anteriormente, vão conseguir identificar as situações expostas aqui e manifestar-se em relação a elas. Mas é importante que eles possam transpor essa situação específica e alcançar seu próprio meio social, trazendo outras referências e informações – positivas ou negativas – e aplicando a elas as mesmas avaliações críticas. •Página105,Hora do recreio Os alunos devem retratar quais direitos devem ser respeitados. Na exposição, é importante destacar não apenas os direitos desrespeitados, mas também muitas conquistas da sociedade brasileira em relação às crianças. •Página105,É hora de pesquisar,atividades1,2e3 Possivelmente, nas entrevistas aparecerão muitos relatos de trabalho infantil. O contraste com o passado pode ser realçado pelo fato de que nos dias atuais, apesar da permanência desta situação, também há muitas ações contrárias ao trabalho infantil. Se houver na região alguma instituição que ofereça atividades no contraturno, ela pode ser apresentada como uma dessas ações. •Página106,Leia também A professora pode escolher um dos livros para ser lido pela sala e servir de reflexão sobre os direitos das crianças. 78 G13_F1_AV_HIST2_MP_Especifica.indd 78 17/02/11 14:43 •Página106,Outras sugestões Se a professora tiver acesso ao CD, no início das aulas destinadas a este capítulo, pode ser ouvida e cantada uma das canções. Atividades complementares Eleição do maior direito: Depois de ler e comentar todos os artigos da Declaração dos Direitos da Criança, da ONU, adaptada e transcrita no livro, os alunos escolhem os dois artigos que lhes parecem mais importantes. O mais votado é considerado o maior direito das crianças pela classe. Em caso de empate entre um ou mais artigos, designe alunos para defender cada um: eles deverão justificar para a turma por que o consideram o melhor. Depois disso, a classe vota de novo para desempatar. Eleição do melhor cartaz: Depois da escolha do artigo preferido da Declaração da ONU, os alunos, divididos em grupos, vão fazer desenhos para um cartaz sobre o tema “os direitos da criança”. Os cartazes serão expostos no quadro, um aluno escolhido pelo grupo irá à frente para explicar o que o grupo quis representar no seu cartaz, e, por fim, a classe votará, para escolher o melhor. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): O site <www. promenino.org.br> oferece um curso on-line sobre como utilizar o ECA em sala de aula. Se a professora tiver disponibilidade, novas atividades sobre os direitos das crianças podem ser desenvolvidas. Nesse mesmo site, há outros recursos que a professora poderá utilizar em suas aulas, como os curta-metragens do “Causos do ECA”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AISENBERG, Beatriz. Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na escola primária. 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Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores.” Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - “Paz no futuro e glória no passado.” Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! 9 G13_F1_AV_HIST2_4ºcapa.indd 1 788562 936883 17/02/11 14:33