ALTERAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS NA GESTAÇÃO

Transcrição

ALTERAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS NA GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS NA GESTAÇÃO
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Gestação e Exercício Æ dois fatores que alteram o sistema
cardiorrespiratório
Gestacionais Æ devido aos
hormônios do feto e da
placenta
Exercício Æ devido ao
estresse e demando da
necessidade energético
Adaptações Gestacionais
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As alterações são grandes para que haja sustentação das necessidades
maternas e para o desenvolvimento do feto
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São tais as alterações que promovem na gestantes os sintomas
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Dor de cabeça
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Náuseas
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Sensação de fadiga
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Prisão de ventre
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Flatulência
Produção aumentada de urina
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Estes sintomas ocorrem desde a fase inicial da gestação, desde a
implantação do embrião.
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Os sintomas são temporários e devem regredir até a metade do período
Algumas mudanças ocorrem muito rapidamente
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Aumento da elasticidade vascular periférica devido aos hormônios
placentários
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Aumento do volume sanguíneo, por ação do estrogênio que estimula a
produção de renina pelo fígado Æ aumenta aldosterona que retém Na
e consequentemente água.
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Hormônios como a somatotrofina coriônica, a prolactina e a
progesterona estimulam a produção de células sanguíneas.
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O hematócrito indica anemia gravídica
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A quantidade de sangue que retorna ao coração diminui e
consequentemente há um menor bombeamento de sangue.
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Ocorre diminuição da PA principalmente na posição em pé, o sistema
não ficará sobrecarregado dessa forma.
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Hormônios liberados a partir do coração e da glândula adrenal irão
diminuir a excreção de sal e de água pelos rins.
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Esse rápido aumento na volemia corrige rapidamente o problema. O
aumento da volemia é proporcional a massa do bebê.
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O aumento na volemia é praticamente apenas plasmático
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Ocorre aumento no Débito cardíaco (Dc) e o débito varia de acordo
com a posição materna, principalmente no 3º mês de gestação. Pode
ocorrer por dilatação do útero distensão das veias.
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Ocorre aumento na frequência cardíaca (Fc) que é acompanhada do
aumento do retorno venoso. (Fc pode variar de 60 a 200 bpm, no
exercício máximo na gestação)
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A Fc aumenta com o progresso da gestação e é um importante recurso
estabilizador na gestação.
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Diminuição do tônus vagal
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Aumento da descarga adrenégica
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Ambos combinados
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A variação da Fc é importante em
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O aumento da Fc com o progresso da gestação pode prevenir
problemas caso ocorra uma enfermidade.
Melhora a oxigenação do miocárdio.
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O volume sistólico também aumenta com o progresso da gestação até
o 2º trimestre, mas também é instável segundo a posição materna
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Ocorre um aumento no volume do lúmen cardíaco (30%). Pode ser
devido a uma hipertrofia de cerca de 10-15%
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Esse aumento parece não ser devido a um aumento na pressão de
enchimento.
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Com esse aumento plasmático o volume cardíaco aumenta em cerca
de 15 a 20%.
O Débito cardíaco pode aumentar em 40%.
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Estas alterações compensatórias podem ser um pouco demoradas
então...
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Tonturas
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Taquicardia
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Náuseas
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Ondas de calor
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Palidez
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Transpiração
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Apesar destes sintomas assustarem um pouco a gestante, eles
diminuem e desaparecem após o 4º mês de gestação.
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Embotamento da liberação dos hormônios do estresse, adrenalina e
noradrenalina, em resposta ao estresse inclusive ao exercício.
As respostas vasculares a esses hormônios estão diminuídas, inclusive às drogas
de ação similar.
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Essas adaptações pode levar a uma alta resistência, a um volume
médio e a um fluxo normal em uma situação de baixa resistência,
grande volume e alto fluxo necessário para manter o crescimento e
desenvolvimento do feto e do corpo materno.
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A PA permanece relativamente baixa.
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A quantidade de sangue bombeado pelo coração não é o suficiente
para aumentá-la devido ao grau de relaxamento da vasculatura.
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O relaxamento vascular ocorre de forma mais drástica na pele, rins e
tecidos reprodutivos
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Dessa forma, muito sangue ainda resta para irrigar os demais tecidos o
que explica o maior fluxo sanguíneo na gestação Æ 2 a 20% +
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Estas alterações protegem o bebê e podem causar incômodos para a
gestante Æ aumento da temperatura na pele.
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Porém, há também um aumento na capacidade da pele em dissipar
calor
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O aumento do fluxo renal melhora a remoção dos excretas da mãe e
do feto em crescimento.
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Isso significa um aumento nas “idas” ao banheiro.
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O aumento no fluxo sanguíneo para os tecidos reprodutivos assegura
uma boa oxigenação e nutrição adequada para a placenta e
bebê...além de um desconforto pélvico.
PULMÕES
Ocorrem profundas modificações para assegurar uma boa oxigenação
dos tecidos da mãe e feto.
Placenta Æ responsável pela transferência para o feto
O exercício não promove alterações pulmonares mas melhora os
músculos respiratórios e aumenta a ventilação minuto.
Requerimento fetal de oxigênio é contínuo (em média 8ml/min/Kg)
A transferência é feita pela placenta.
Adaptações Respiratórias à Gestação
O trato respiratório superior tem sua mucosa afetada por:
Hiperemia (aumento na quantidade de sangue)
Edema
Secreção excessiva
...Consequente obstrução das vias
Alterações na posição das costelas para um aumento na
circunferência da caixa torácica.
Elevação do m. diafragma pela elevação do útero.
O volume inspiratório aumenta em 300ml pelo aumento do volume
corrente e do volume inspiratório e redução na capacidade residual
funcional, para manter as capacidades pulmonares e vital intactas.
Aumento no consumo de oxigênio de 10 a 20%.
Como a capacidade residual funcional está reduzida e com o
consumo de oxigênio aumentado pode haver depleção da reserva de
oxigênio ainda mais no exercício pesado e causar hipóxia.
A ventilação em repouso aumenta em 40 a 50%
PCO
PO
diminui Æ 30mmHg
é Æ 105 mmHg
Isso leva a uma alcalose respiratória (estrógeno e progesterona) que é
compensada por uma acidose metabólica compensatória, por
diminuição no bicarbonato plasmático
PO pode diminuir muito na posição supina, devido a uma
hipoventilação ou a uma hiperventilação levando a um alcalose
sistêmica Æ hipóxia fetal
Normamente as gestantes compensam aumentando o volume corrente
Adaptações Pulmonares à Gestação
Muitas funções pulmonares são aprimoradas pela gestação.
↑ do volume corrente em 40 a 50% por ação da progesterona
“overbreathing”
↑ da sensibilidade ao CO
no centro respiratório (SNC).
A placenta funciona como pulmões para o feto. É responsável pela
absorção de oxigênio para o feto e a eliminação do dióxido de
carbono que ele produz.
A placenta é fortemente vascularizada e possui muitas extremidades
especializadas para a troca gasosa.
Há uma diferença entre a hemoglobina materna e fetal que aumenta
a transferência de oxigênio e a torna mais eficiente.
PLACENTA
O oxigênio deve difundir-se do sangue materno para o feto através da
placenta.
Há uma alteração na curva de dissociação da oxihemoglobina
materna.
Com a hiperventilação ocorre uma redução na PCO arterial, uma
maior excreção de íons bicarbonato o que promove um deslocamento
na curva de dissociação da hemoglobina, facilitando a dissociação de
oxigênio para o feto.
A massa de heritrócitos aumenta em 25% e o volume plasmático em
54% Æ hemodiluição e a concentração de hemoglobina cai de 14g/dl
para 12g/dl
A capacidade de oxigênio da hemoglobina cai de 19,1 ml/dl para 16,4
dl/ml
A hemoglobina do embrião é diferente,no final da gestação 80% das
hemoglobinas são “fetais” e 20% adultas.
A hemoglobina fetal tem maior afinidade pelo oxigênio, mas isso não
ocorre em todos os fetos
Isso parece ocorrer apenas em humanos e macacos Rhesus
A concentração de hemoglobina no feto aumenta com o avanço da
gestação.
Na mãe a concentração de hemoglobina cai com o avanço da
gestação.
O resultado é uma facilitação da transferência placentária.
A temperatura fetal cerca de 1°C superior a materna também contribui
para a melhora na transferência de oxigênio.
Em uma maior soma das capacidades de oxigênio da mãe e do feto,
mais oxigênio será trocado.
O sangue que transita pelos vasos de troca da placenta perdem íons
Hidrogênio e dióxido de carbono promovem um aumento no pH
sanguíneo.
No feto a perda de íons hidrogênio promove uma diminuição do pH.
Isso promove uma facilitação no desprendimento do oxigênio da
hemoglobina materna e uma melhor captação pela hemoglobina
fetal.
Com relação a desoxihemoglobina é o inverso.
Há um maior desprendimento do dióxido de carbono do feto e maior
captação pela mãe.
A oxigenação da placenta pode ser feita tanto pelo sangue fetal
quanto pelo sangue materno.
A transferência de oxigênio é limitada pelo fluxo sanguíneo.
A PO2 umbilical é um indicativo do consumo de oxigênio fetal.
O fluxo uteroplacentário aumenta na gestação de 50 ml/min na
décima semana de gestação para 500ml/ min a termo