Cristologia e dogmas marianos

Transcrição

Cristologia e dogmas marianos
M
ARIA NO MISTÉRIO DE CRISTO
Os dogmas marianos amparam-se na Tradição da Igreja – vinda desde os Apóstolos, na Sagrada Escritura –
intrinsecamente vinculada à Tradição, e no Magistério da Igreja – constituído pelo Papa e pelos Bispos em
comunhão com ele, que em razão do poder conferido por Cristo, tem autoridade para interpretar a Sagrada
Escritura.
Todos os dogmas marianos estão vinculados à participação de Maria no Mistério de Cristo, conforme se
verifica na visão panorâmica a seguir.
O Dogma de Maria, Mãe de Deus foi proclamado no Concílio de Éfeso (431), quando a Igreja debatia sobre
questões cristológicas. Maria é Mãe de Deus por Jesus Cristo ser verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus.
O Segundo Concílio de Constantinopla (553) formulou o Dogma da Virgindade Perpétua de Maria
declarando que o Verbo de Deus “[...] desceu dos céus e se encarnou da santa e gloriosa Mãe de Deus e
sempre Virgem Maria e dela nasceu [...]”. O dogma vincula-se à concepção de Jesus como obra do Espírito
Santo.
O Dogma da Imaculada Conceição foi promulgado pelo Papa Pio IX, por meio da Bula “Ineffabilis Deus”, de
08/12/1854. O Papa afirma que Deus preservou Maria do pecado original para ser a Mãe do Seu Filho Jesus
Cristo.
Quanto à Assunção de Maria ao Céu, a proclamação do Dogma foi feita pelo Papa Pio XII, por meio da
Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, de 1º/11/1950. Em razão de ser Mãe de Jesus Cristo,
Maria foi levada em corpo e alma à glória suprema do céu, refulgindo como Rainha à direita do seu Filho.
A título de conclusão, vale citar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II: “Por
graça de Deus exaltada depois do Filho acima de todos os anjos e homens, como Mãe Santíssima de Deus,
Maria esteve presente aos mistérios de Cristo e é merecidamente honrada com culto especial pela Igreja”
(LG n. 66). “[...] a verdadeira devoção não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã
credulidade, mas procede da fé verdadeira pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de
Deus, estimulados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação de suas virtudes” (LG 67).
Vitor Nunes Rosa – Revista Vitória – Arquidiocese de Vitória – Abril 2015