Relatório de atividades para o CNPq UFRPE
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Relatório de atividades para o CNPq UFRPE
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE ASSOCIATIVISMO PARA O ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – PAPE INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES COMITÊ DE ENTIDADES NO COMBATE A FOME E PELA VIDA - COEP UNIVERSIDADES CIDADÃS : encontro de olhares e saberes na direção do desenvolvimento rural sustentável RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES PARA O CNPq Profa. Ana Maria Dubeux Gervais Alunas participantes da equipe Alcidézia Almeida Carolina Amazonas Edjane Fragoso Márcia Gabriel Sandra Maria Joseilda Maria Edla Monteiro Zoraide Firmino RECIFE Outubro / 2006 1. INTRODUÇÃO O Comitê de Entidade no Combate à Fome e Pela Vida (COEP) foi criado em 1993, pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a partir do Movimento Nacional pela Ética na Política. Atua como uma rede nacional de articulação e mobilização social do qual gera ações como programas de desenvolvimento local, projetos de geração de trabalho e renda; iniciativas de educação e capacitação. É nesta perspectiva que o comitê vem promovendo vários benefícios as comunidades envolvidas no projeto Universidades Cidadãs objeto do presente relatório. As ações implementadas pelo COEP nas comunidades, estão relacionadas à um primeiro projeto desenvolvido pelo COEP: “Algodão: Tecnologia e Cidadania”. O princípio básico norteador das atividades neste projeto, cujo objetivo era a efetivação de ações que propiciassem às comunidades ferramentas para construção de estratégias de desenvolvimento local, “foi o de trabalhar os componentes de forma individual e, ao longo do tempo, agregar demais fatores, concentrando as ações em cinco pontos principais: desenvolvimento de um produto gerador de renda (no caso, o algodão); garantia de alimento; garantia de água potável; assistência técnica; e, gestão”. Do “Projeto do Algodão”, surge a necessidade de ampliação das ações do COEP nas comunidades, o que origina um outro projeto que foi o “Programa Pólos de Desenvolvimento Comunitário Integrado” que tem por objetivo “a implementação de iniciativas de referência de desenvolvimento econômico e social para a população de baixa renda de oito localidades do semi-árido nordestino, a partir da conjugação de diferentes variáveis.” (...) No processo percebe-se a necessidade de ampliar o espectro de atuação das comunidades iniciais e considera-se que, não só as comunidades originais, englobando cerca de 350 famílias, sejam beneficiárias mas, que os benefícios obtidos por estas se irradiem às populações vizinhas através do compromisso de repasse das tecnologias adquiridas, da utilização da capacidade excedente dos equipamentos instalados, da facilitação de acesso a excedente da produção, entre outros pontos. Mais do que disponibilizar tecnologias e recursos, em áreas como "Água", "Energia" e "Segurança Alimentar" o programa visava investir na capacitação técnica e gerencial das comunidades, criando condições para que os beneficiários se tornem protagonistas de seu próprio desenvolvimento e tenham condições de obter a sustentabilidade dos processos e tecnologias implantados podendo melhor conviver com as condições locais. Em primeiro lugar, gostaríamos de destacar que dentre as comunidades acompanhadas em Pernambuco, duas delas são mais antigas (Furnas e Boi Torto) e as outras quatro são mais recentes, à partir da criação do programa de desenvolvimento comunitário integrado. Assim, as intervenções do COEP nas referidas comunidades não são homogêneas, mas gostaríamos de destacar algumas das principais ações realizadas: caprinocultura, apriscos para reprodutores, viveiros de mudas, cisternas, barragens subterrâneas, plantio de forragens, fogões de queima limpa, implantação de telecentros comunitários, de plantio e beneficiamento do algodão através da implantação de miniusinas, de gestão e comercialização, de incentivo ao associativismo, dentre outras. É a partir deste ponto que surge o envolvimento das universidades através do projeto “Universidades Cidadãs”. A idéia é que as universidades possam contribuir para os projetos anteriores fortalecendo as estratégias de desenvolvimento local integrado e sustentável. O foco principal do Projeto Universidades Cidadãs, são as mulheres e os jovens, tem como principal objetivo desenvolver ações estratégicas de desenvolvimento comunitário e local através de capacitações dos grupos envolvidos na comunidade. Mas, não se pode organizar uma comunidade sem que esta possua os recursos necessários de desenvolvimento que estão em primeiro lugar: a educação que faz parte de um processo pedagógico de ações. O presente relatório tem por objetivo descrever e analisar as atividades realizadas na UFRPE a partir do projeto Universidades Cidadãs que em nossa universidade intitulamos : “UNIVERSIDADES CIDADÃS : encontro de olhares e saberes na direção do desenvolvimento rural sustentável”. Resumindo então, o projeto em Pernambuco foi desenvolvido pela equipe da UFRPE junto às comunidades de Furnas em Surubim, São João do Ferraz em Vertentes, Algodão do Manso em Frei Miguelinho, Pilões e Pedra Branca em Cumaru. As linhas de ação definidas no projeto, foram resultado de um diagnóstico realizado com as comunidades citadas que indicaram no fim do mesmo as demandas de capacitação prioritárias eleitas pelo coletivo de pessoas das mesmas. O foco principal do projeto foi o desenvolvimento de ações que pudessem contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico das comunidades e principalmente propiciar uma melhor qualidade de vida para a população com base em trabalhos artesanais e conhecimentos empíricos. Nossa meta principal no entanto foi a de ampliar o universo de conhecimentos dos integrantes das comunidades numa proposta de construção associativista de maneira que seus potenciais criativos e produtivos sejam melhor aproveitados. É importante salientar que as comunidades rurais com as quais estamos trabalhando no presente projeto têm uma característica peculiar de buscar formas alternativas de resistir às precárias condições do semi-árido. A descrença com as políticas públicas estaduais tem tornado estas comunidades incrédulas de mudanças positivas. A ação climática desfavorável impõe às comunidades rurais a definição de estratégias para a sobrevivência uma vez que, naturalmente, os recursos tornam-se raros e as opções de trabalho remunerado são quase inexistentes. Por estas razões, apontamos a articulação feita pelo COEP com a UFRPE através do projeto “Universidades Cidadãs” como uma alternativa de proposição de ações estratégicas que possam vislumbrar o desenvolvimento integral da comunidade. O relatório será composto dos seguintes aspectos: 1. Caracterização das comunidades 2. Metodologia 2.1. p/ diagnóstico 2.2. p/ capacitações 3. Descrição e análise das atividades 3.1. do diagnóstico 3.2. das capacitações 4. Resultados 4.1. nas comunidades 4.2. nas universidades 4.3. perspectivas (nas comunidades e nas universidades) 5. Considerações finais 6. Bibliografia 1. CARACTERIZAÇÃO DAS COMUNIDADES A região onde desenvolvemos o nosso trabalho é a do Agreste Pernambucano, destacada no mapa pernambucano que visualizamos abaixo: É importante lembrar que esta é uma das maiores regiões do Estado e que ela subdivide-se em seis outras, quais sejam, Microrregião do Vale do Ipanema (1), Microrregião do Vale do ipojuca (2), Microrregião do Alto Capibaribe (3), Microrregião de Garanhuns(4), Microrregião do Brejo Pernambucano (5) e Microrregião do Médio Capibaribe (6), destacadas abaixo: Nossas comunidades localizam-se nas seguintes microrregiões: Microrregião do Médio Capibaribe (6) Comunidade Município Pedra Branca Cumaru Pilões Microrregião do Alto Microrregião do Vale do Capibaribe (3) Ipojuca (2) Comunidade Município Comunidade Município Algodão do Frei Boi Torto Bezerros Manso Miguelinho São João do Vertentes Ferraz Furnas Surubim Toritama e Sta Cruz Esta caracterização é importante para percebemos o grau de influência que há o contexto regional no encaminhamento dos trabalhos que desenvolveremos. Assim, consideramos importante destacar uma pequena caracterização das microrregiões onde encontram-se as nossas comunidades. Em primeiro lugar, destacaremos a microrregião do Alto Capibaribe, formada por 09 municípios com uma área de 1.608 km2, equivalente a 1,63% do território estadual. A economia da maioria dos municípios depende de atividades rurais, com exceção de Santa Cruz do Capibaribe e Surubim que, juntos, detém quase 70% da taxa de urbanização da microrregião. A cidade de Santa Cruz do Capibaribe desenvolveu, a partir dos anos 1970, uma atividade que nada tem a ver com a base econômica regional: é a confecção de vestuário, produzida através de inúmeras microempresas que geram renda e emprego para a maioria da população da cidade. Na seqüência, destacamos a microrregião do Médio Capibaribe, com área de 1.781 km2, onde estão situados 10 municípios, sendo Limoeiro o mais populoso. A atividade econômica de maior peso na microrregião é a pecuária mista, predominando em alguns municípios a pecuária de corte. Na agricultura, prevalecem as lavouras de subsistência, como feijão, milho e mandioca. O município de Passira tem uma atividade produtiva diferenciada: são os bordados artesanais confeccionados pelas mulheres da cidade e que têm grande valor comercial no mercado pernambucano. Finalmente, uma pequena caracterização da microrregião do Vale do Ipojuca composta por 16 municípios, e dentre as microrregiões do Agreste pernambucano é a que possui estrutura urbana mais consolidada, com razoável dinamismo no setor industrial e comercial, sobressaindo-se a cidade de Caruaru, que é a maior cidade do interior do Estado e um centro comercial de importância interregional. As maiores indústrias, com destaque para os setores de alimentos e confecções, estão nos municípios de Caruaru, Pesqueira e Belo Jardim. A microrregião tem atividades agrícolas diversificadas, destacando-se as culturas de tomate, beterraba, cenoura, repolho, alface, pimentão e outras, sobretudo nas áreas de brejo, onde se sobressaem os municípios de Brejo da Madre de Deus e Gravatá. Um aspecto preocupante diagnosticado nas comunidades em geral são os altos índices de desemprego, exclusão social e a baixa renda da população. Esta parece ser uma conseqüência da forte crise econômica e social provocada pelo processo da globalização e da estagnação econômica, principalmente na zona rural, caracterizada por uma economia de subsistência baseada na agricultura e na pecuária, que por serem atividades que exigem mais resistência, geralmente apenas os homens as realizam, ficando as mulheres, no geral, restritas ao ambiente doméstico, sem oportunidade de ajudar na renda familiar, o que agrava a situação. Em relação ao quadro sócio-econômico, é importante destacar uma situação em particular. É o caso das mulheres que trabalham no setor têxtil, em atividades as mais variadas tais como: bordado, costura, customização, etc. Estas mulheres, estão inseridas dentro de um contexto mais amplo da região, que vale a pena ser destacado pois, algumas delas, atuam no Pólo de confecções do agreste, um dos maiores do país. Integrado pelos municípios de Santa Cruz, Toritama e Caruaru, no semi-árido pernambucano, o pólo já foi conhecido como “pólo da sulanca”, pois compravam no Sul (São Paulo), retalhos de helanca (daí a palavra) e outros tecidos trazidos por caminhoneiros, para fazer roupas baratas, vendidas em barracas ao ar livre, as “feiras da sulanca”. O termo não mais se ajusta à realidade do pólo e à sua meta, investimento e esforço visando à profissionalização, formalização, controle de qualidade, expansão e exportação. A sulanca ainda existe, incluindo as feiras. Oitenta por cento da produção do pólo é consumida pelas classes D e E, no Nordeste, mas a cara mudou. Artigos de qualidade, a preços de fábrica, são ofertados em centros comerciais e vitrines nos três municípios. Roupas produzidas no pólo também são fornecidas com exclusividade para grandes magazines do País com as marcas Marisa, Pernambucanas, ou Riachuelo. Mensalmente o pólo fabrica 55 milhões de peças de roupa, de calças jeans a calcinhas, e ocupa 78 mil pessoas em 12 mil empresas de confecções e serviços, a maioria ainda de fundo de quintal, de acordo com os dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Sindicato da Indústria do Vestuário de Pernambuco (Sindivest-PE). Os números relativos às atividades do pólo impressionam: 12 mil empreendimentos, que respondem por 73% da produção de vestuário no Estado e faturam cerca de R$ 180 milhões mensais ou R$ 2,1 bilhões por ano. A produção anual gira em torno de 693 milhões de peças (de um total de 850 milhões fabricadas no Estado) e ocupo algo em torno de 77 mil pessoas. Cerca de 45 mil pessoas – entre lojistas, sacoleiros e consumidores - visitam o pólo semanalmente. Tem mais: a região é a segunda maior consumidora de matéria-prima para confecções do Brasil e também ocupa o segundo lugar na produção de vestuário no País. Cada cidade tem a sua especialidade. Em Toritama, a indústria de vendas e confecção do jeans ocupa 91,7% da população. Até o final dos anos 80, o forte da cidade eram os calçados e a opção pelo jeans foi para garantir que não haveria concorrência com a vizinha Santa Cruz do Capibaribe. Ao todo, a cidade tem cerca de 70 lavanderias e 900 pequenas indústrias, que produzem 200 mil peças semanalmente. Toritama adquire 15% de todo jeans fabricado no País, produzindo 14% das peças comercializadas em território nacional. Lá a profissão de costureira é uma das mais disputadas do mercado. A base econômica de Santa Cruz era outra, até meados do século XX: pecuária, cultura do algodão e calçados. Agora, no comércio, encontram-se malha, surfwear, streetwear, moda íntima e moda praia. O Pólo de Confecções abriga quase 15 mil empresas, que geram 140 mil empregos diretos, na cadeia de moda em todo o Estado de Pernambuco, que fica atrás apenas de São Paulo em volume de produção. É importante destacar a importância que tem este contexto regional em relação às comunidades investigadas. Em todas as comunidades envolvidas neste projeto, há uma ou mais atividades relacionadas à costura ou ao bordado. Estas atividades, manifestam-se através das mais diferentes formas, seja, por exemplo, na pequena confecção que encontramos em Algodão do Manso que emprega em torno de 6 pessoas, seja através dos grupos informais de bordados, seja através dos trabalhadores individuais que terceirizam serviços às grandes confecções. No entanto, nesta realidade, devemos destacar a relação de exploração que existe entre os grandes empreendimentos e esta espécie de economia marginal que “ronda” em torno destes grandes no agreste pernambucano. São centenas de trabalhadores que trabalham com facção ou terceirização de serviços aos “donos de fabrico” (como são chamados os intermediários entre as grandes indústrias de confecção e os pequenos produtores desorganizados) que acabam vendendo sua mão de obra por um preço irrisório agregando valor às peças por eles trabalhadas que vendidas no atacado representam um percentual avantajado de lucro para os que sublocam a mão de obra dos trabalhadores que prestam serviços nesta área. Estas questões nos indicaram a necessidade de, nestas comunidades, encaminhar um trabalho de estímulo à organização destes trabalhadores, na perspectiva da constituição de grupos associativos que possam, pelo menos, inserir-se de maneira menos injusta no mercado em questão. A seguir apresentaremos uma caracterização resumida das comunidades envolvidas: 1.1 Comunidade de Furnas ( Surubim ) Na oficina de diagnóstico que realizamos, descobrimos que a história de Furnas começa antes do princípio do século XX. Como, mesmo os indivíduos mais velhos presentes na reunião afirmavam que, ao nascerem, a comunidade já tinha este nome, decidimos usar como marco referencial inicial da história de vida o ano de 1900. Os participantes não sabiam afirmar com certeza quando isto aconteceu, mas sabiam que o nome Furnas é originário da existência de uma onça que morava numa Furna de Pedra nas redondezas e depois que ela foi morta começou a se chamar a localidade inicialmente de “furna de pedra” e depois Furnas. Vejamos os marcos mais importantes na história da comunidade: 1900 - Onça que foi morta na Furna de Pedra 1952 - Ano muito seco 1960 - Fundação da Escola 1964 - Frentes de emergência (até 1969) 1972 - Chegada da Energia Elétrica 1974 - Construção da Casa de Farinha 1978 - Construção da primeira Capela 1993 - Frentes de emergência até 2003 (Grande Seca) 1997 - Associação de Agricultores 2000 - Água encanada e a igreja nova 2002 - Telefone Público 2005 - Posto de Saúde / Coep / Telesala / Mini-usina a) Lideranças Locais Existe uma associação cuja presidente é a filha da principal liderança local, que substitui a mãe há dois meses. O Vereador José da Silva Reis seu pai, mais conhecido como seu Dedé é o principal articulador das ações comunitárias implementadas. A família de Seu Dedé é extremamente ativa e vêm já há algum tempo realizando ações do tipo : pressionar o poder público para obtenção de serviços públicos tais como o PSF por exemplo, a construção da igreja local em forma de mutirão, o atendimento obstétrico às parturientes da comunidade, a organização de grupos de jovens na igreja, dentre outras. b) ONG’s ou outras instituições que trabalhem no local IPA, RENASCER, PRORURAL c) Formas de Sobrevivência Com um total de aproximadamente 140 famílias, a comunidade de Furnas aderiu ao projeto do algodão, onde o produto é desenvolvido e vendido. Há também outras plantações de subsistência como o feijão, o milho, a batata, o jerimum, a beterraba, a mandioca, etc. Na Fruticultura temos várias espécie tais como: banana, goiaba, acerola, manga, abacaxi, caju, entre outras. Quanto à vegetação nativa temos principalmente a palma e o capim. O Comércio na comunidade não existe, sendo preciso deslocar-se à cidade vizinha (Surubim), com exceção de uma pequena mercearia que vende apenas alguns produtos de primeira necessidade. A maioria das pessoas trabalha “alugado”, isto é, para outras pessoas. A aposentadoria é um dos grandes meios de sobrevivência, além da agricultura; pois a maioria dos moradores não possui terras e são obrigados a arrendar ou emprestar terras para plantar. Observamos que uma boa parte dos agricultores que não aderiu ao projeto algodão justifica esta opção pela não propriedade da terra. Na Pecuária os criatórios são formados por caprinos, ovinos, bovinos, porcos e aves (galinha, peru, pato e guiné) e alguns moradores criam abelhas para a produção do mel. d) Ambiente Físico Foi observado na comunidade que todas as casas são de alvenaria, porém algumas não possuem banheiros e nem fossas, tornando mais precário o saneamento. Existem açudes, barreiros e cisternas em todas as casas, que também possuem água encanada e energia elétrica. As estradas são precárias, por serem de barro, e precisam que máquinas da prefeitura estejam sempre passando, para fazer a sua manutenção. Na interpretação dos moradores, o clima é tropical (seco e úmido), mesorregião do agreste, microrregião do médio Capibaribe. Existem muitas variações de solo como arenoso que dar para plantar mandioca, pois o solo é de terra fofa e plana, onde é utilizado adubo como fertilizante. Argiloso onde é utilizado para a fabricação de tijolos para construção de casas. E pedra em algumas partes. e) Serviços Públicos No que diz respeito à saúde, há um posto de saúde próximo que funciona quatro vezes por semana. Dois agentes da área de saúde visitam a comunidade pelo menos duas vezes por semana. Em casos mais graves, o individuo é encaminhado para a cidade vizinha. Em termos dos serviços educacionais, existe uma escola que oferece de 1ª. à 4ª. Séries do Ensino fundamental; o restante é desenvolvido em Lagoa da Vaca ou Surubim (cidades vizinhas). A comunidade também possui orelhão. O transporte em geral é feito em carro de lotação e ônibus. Outro aspecto considerado importante é o telecentro comunitário Miguel Arraes, fundado em 26 de agosto de 2005, e possuindo cinco computadores com boa capacitação promovida pela associação. Temos ainda o projeto do algodão, e a construção de 500 cisternas promovida pelo projeto Renascer, juntamente com o Pró – Rural. f) Cultura Na comunidade é tradição comemorar o dia do santo padroeiro (Dom Bosco), as novenas no mês de maio, o São João e a vaquejada em Surubim. Foi construída uma igreja pela própria comunidade e o catolicismo é a religião que predomina na região. A comunidade ainda cultiva a prática dos remédios caseiros como lambedor, xarope, chá, etc. Existe também uma rezadeira, que todos fazem questão de reafirmar sua opção católica, mas que utiliza práticas antigas de cura. 1.2 Comunidade de Boi Torto (Bezerros) a) Infra-estrutura O assentamento Boi Torto tem uma área de aproximadamente 480 hectares contendo pastagem nativa, reserva natural, silvicultura de algaroba. Conta-se que por ser um local para pasto de gado existia um boi muito valente que todos chamavam de boi torto, devido ser um boi ‘brabo’. O assentamento originou-se da compra da fazenda pelos seus trabalhadores, com um pagamento anual de R$551,00 por pessoa que agora são (22) assentados donos da terra. Atualmente apresenta 17 casas construídas todas em alvenaria com 2 quartos, sala, cozinha, banheiro, todas casas possuem fossas, 12 com cisterna com capacidade para 18 mil litros. O assentamento é bem servido de estradas, com vias dando acesso a cidades vizinhas. Estradas de terra em estado de conservação de bom a regular. Existem currais para bovinos com cocheiras e depósitos. Há silos trincheiras. Toda essa infra-estrutura está subutilizada ou não utilizada. O Silo com capacidade de 275 a 300 Toneladas, (não utilizado), o curral em uso, depósito de ração em uso, cocho com quatro divisórias. Existe um grande açude que acumula atualmente boa quantidade de água. As cercas de divisória do assentamento estão sem manutenção, (arriadas). Na oficina de diagnóstico, os aspectos levantados na escrita da linha da vida do grupo como marcos importantes em sua história foram os que se seguem: 1995 – Começo da História. Registro da associação 1997 – Um fazendeiro perguntou aos agricultores se eles estariam interessados na compra da terra. Reuniões para organização do financiamento 1999 – Compra da fazenda a partir da Cédula da Terra 2000 – O Pró-Rural financiou o Custeio-Gado, dando 107 vacas leiteiras e 3 reprodutores (R$3.300 para cada). Também deu uma ajuda de custo de aproximadamente R$1.600 para cada agricultor. (Total – 4.900). Compra de forrageiras, canos e bomba. 2001 – Construção de 12 casas e 12 cisternas 2003 – Construção de mais 5 casas; Eletrificação; 1º Pagamento do Investimento; Chegada do Coep; Plantio fracassado do Algodão; Falta de Chuva 2004 – Mutirão da Palma; Tentativa de instalar um orelhão; Chuva (enchimento dos açudes) 2005 – Telecentro; Eleição na Associação; Compra de 15 vacas e reforma do curral. Principais Dificuldades enfrentadas Fev/Mar de 2001 – Falta de Chuva Sobrevivência Financeira Momentos Felizes Chegada do Coep Compra da terra Computadores Doação das cabras Construção das casas Enchimento dos açudes b) Recursos Naturais Solos e relevo As informações secundárias levantadas tiveram como fontes o zoneamento agroecológico de Pernambuco – ZAPE, da EMBRAPA e estudos realizados pela SUDENE no estado de Pernambuco para caracterização dos solos. Este estudo identifica o solo da área do assentamento como sendo do tipo planossolo e planossolo solenetz solodizado. A caracterização desses tipos de solos indicam sérias limitações para manejo intensivo face apresentar-se pouco profundo e muito suscetível a erosão. Quanto a prática de irrigação não é recomendado, pois apresenta também limitações de drenagem e baixa permealibilidade, além de que apresentam forte tendência natural à salinização. Constatamos algumas dessas características em campo, realizando escavações de 50 cm de profundidade, verificando a pouca profundidade e a existência de camadas duras nos horizontes abaixo (horizonte b textural). Nesses momentos discutimos com os agricultores essas características do solo relacionando-as com as práticas agrícolas que eles fazem e também as limitações que o solo apresenta para certas atividades e prática produtivas, como por exemplo, a irrigação e o uso intenso de trator para gradagem e aração do terreno. Embora o solo apresente uma fertilidade natural de razoável a boa, sua características físicas limita-o ao revolvimento e a exploração mais intensiva. Os estudos existentes o recomendam para uso de pastagem e uso da vegetação nativa. A topografia do terreno é levemente ondulada, porém quase sem áreas planas, o que exige medidas de contenção das enxurradas das chuvas para controle da erosão com plantios em linha de nível. Vegetação natural O assentamento possui uma área com aproximadamente 120 hectares de reserva natural, com flora arbórea e arbustiva bem diversificada e relativamente preservada. Entretanto, verificamos que alguns assentados derrubam madeira para fazer carvão o que é proibido por lei. Esta reserva pode ser importante economicamente se for explorada corretamente, direcionando seu potencial produtivo com atividades sustentáveis, como apicultura, por exemplo. Clima A mesorregião do agreste embora seja uma região de transição entre zona da mata úmida e o semi-árido seco, é também uma região que apresenta irregularidades de chuvas, sendo o período chuvoso de março a julho. O município de Bezerros apresenta elevações naturais como a serra Negra e de Sapucarana com clima úmido, típico das áreas de Brejo. O assentamento Boi Torto fica no sopé da Serra Negra na porção seca do município não se beneficia das chuvas que nessa serra são mais freqüentes. Entretanto, a temperatura no período citado é amena com variação no período diurno e noturno. Em geral as temperaturas noturnas são amenas durante todo ano e quentes durante o dia. c) Produção Cultivos, criatórios e outros. Os agricultores do assentamento Boi Torto são pequenos, descapitalizados e praticam uma agropecuária de subsistência. Existe atualmente o cultivo de palma, milho, capim, feijão, alface, cebolinha, mamão, maracujá, maxixe, algodão, batata, coentro, pimentão, tomate, macaxeira, quiabo, pinha, jerimum e melancia. Suas práticas no manejo das lavouras e criação seguem os preceitos tradicionais, com uso de alguma tecnologia diferenciada aplicada de forma isolada e sem coerência técnica, usam por exemplo, trator para preparo de terreno e algumas vezes sementes melhoradas doadas pelo estado. Mas, aplicam de forma aleatória e sem seguir critérios técnicos defensivos agrícolas. Esses sistemas de cultivos não são eficientes e muito danosos ao meio ambiente. A criação é bem diversificada com bovinos, caprinos, ovinos, suínos, aves, abelhas, cavalos, mulas e peixes, porém ocorre de maneira individualizada. d) Lideranças locais A associação do assentamento é atualmente presidida por José Ailton que foi conduzido ao cargo após dois mandatos sob o controle da principal liderança articuladora da compra das terras. Atualmente, temos ainda algumas lideranças de mulheres e jovens que começam a despontar na comunidade como sendo fundamentais na reorganização comunitária e o grupo gestor desponta como importante não apenas na gestão do telecentro como nas atividades coletivas em geral. e) Ambiente físico As 17 casas construídas no assentamento foram feitas em alvenaria com 2quartos, sala, cozinha e banheiro. Todas as casas possuem fossas apesar do assentamento não estar ligado à uma rede de esgoto. Das 17 casas, 12 possuem cisternas com capacidade para 18 mil litros e o restante da água é proveniente de um açude que no momento está com água, mas que em épocas de grandes secas já chegou a secar quase que totalmente. O assentamento possui eletrificação rural o que permite inclusive o funcionamento do telecentro. f) Condições de acesso aos serviços públicos Em termos do acesso aos serviços de saúde, os assentados utilizam principalmente o PSF de Sítio dos Remédios, vilarejo vizinho. O agente de saúde visita o assentamento em média uma vez por mês, mas as urgências são resolvidas em Bezerros. Um aspecto observado em nossa visita é o uso de defensivos agrícolas pelos assentados sem nenhum tipo de proteção. No que se refere aos aspectos educacionais, é também em Sítio dos Remédios que as crianças do assentamento frqüentam a escola de 1ª. à 4ª. Séries do Ensino Fundamental, mas à partir da 5ª. Série são obrigadas a se dirigirem a Bezerros. A comunidade não é servida por um transporte regular. A locomoção para os centros urbanos mais próximos (Bezerros e Riacho das Almas) é feita através de mototaxi, bicicleta e carro de aluguel. g) Manifestações culturais mais importantes Uma observação importante no que se refere aos aspectos culturais é que tivemos uma certa dificuldade de identificar quais as questões mais relevantes em relação à identidade cultural da comunidade. Nas reuniões realizadas, eles destacaram como principal ponto de encontro da população a feira em Bezerros aos sábados. É importante salientar no entanto que, nesta comunidade, nos pareceu importante termos um tempo maior de trabalho para identificar este tipo de questão. h) Formas de organização A única forma de organização existente no assentamento é a Associação dos Pequenos Produtores dos Sítios Boi Torto e Ramada. Porém, a telesala parece ter despertado uma necessidade de criarem uma nova forma de organização para efetivar a gestão, bem como a gestão dos animais doados pelo COEP. Aparentemente o trabalho dos técnicos do COEP, vem provocando mudanças significativas no processo de organização comunitária do assentamento. Algumas novas práticas foram introduzidas, como por exemplo, a rotatividade no Grupo gestor e na presidência da associação, as reuniões coletivas que acontecem no início de cada mês e a realização de trabalhos coletivos, tais como a construção de cercas e as reformas dos espaços coletivos de trabalho. 1.3 Comunidade de Pilões (Cumaru) A comunidade de Pilões localizada no município de Cumaru surge à partir de uma propriedade única de uma sófamília, o que se reflete na forma de organização social encontrada na comunidade. No trabalho de reconstrução da linha da vida da comunidade, eis os principais marcos apontados pelos jovens, principal público das reuniões realizadas: 1930 - havia a fabricação de pilão. Foi desse fato que surgiu o nome da fazenda. Eles dizem que tudo começou com uma família, logo a maioria é parente. 1995 - formação da Associação dos criadores (60 pessoas participaram). Na época foi chamado de Centro de Assistência Social. O que os levou a se juntarem foi a insatisfação. Começaram criando cabras. 2003 - formação da Associação dos jovens que, espelhados nos agricultores, resolveram se juntar para procurar alternativas de geração de renda e também busscar mais informações. 1999 - O projeto do BIRD/ Pró-Rural, trouxe a fábrica de laticínios (que ainda não funciona por falta de recursos) "Instalaram a fábrica mas não deram um acompanhamento para que a comunidade pudesse começar e caminhar sozinha" Obs.: Está marcada para breve uma capacitação com a comunidade para que possam utilizar as máquinas. 2002 - Surge o assentamento, com 18 famílias Fora isso, a maioria das outras terras é conseguida através de herança. "Antigamente as condições naturais eram bem ‘melhores’. Além de chover mais, o índice de estudo era menor. As crianças iam para o roçado com os pais. Era mais difícil ter seca" "O processo de mudança do clima afasta os jovens da roça." Principais dificuldades enfrentadas 2006 - Falta de chuva Falta de trabalho (pois, apesar de ninguém querer participar da agricultura, não há mais nenhuma opção de ganho de renda). Falta de alternativas para os jovens O individualismo da maiorida. Momentos Felizes Festas na Cidade Reunião de Amigos Chegada do Telecentro (26-08-2005) Construção da associação (26-28-2005) a) Lideranças Locais A comunidade apresenta duas associações, a Associação dos Criadores, cuja Presidente é Ladjane de Albuquerque, e a Associação dos jovens, liderada por Lidiane, irmã da primeira. Além disso, também foi observada a atuação de Lucilo Feitosa (tio das jovens citadas acima), que financia a realização de grande parte das ações na comunidade, como a construção do galpão onde fica a máquina de tear e o fornecimento de mesas para os computadores, aumentando, desse modo, a sua influência na comunidade. b) ONG’s ou outras instituições que trabalhem no local Fora o Coep, realizam trabalhos com a comunidade o SERTA e o Pró-Rural que, com o apoio da Fundação Xingó e do Ministro da Tecnologia, instalou uma usina de beneficiamento do leite. Importante salientar que a usina nunca funcionou desde a sua instalação há sete anos. c) Formas de Sobrevivência Os moradores da comunidade vivem basicamente da agricultura, plantando milho, feijão, batata, macaxeira, etc., tanto para a sua subsistência, como para comercializar o excedente. Alguns cultivam pequenas hortas em suas casas. Além disso, algumas pessoas procuram outras atividades para aumentar a renda, como Crochê, Bordado Manual, Costura, além de trabalhos como Pedreiros, Revendedores e Motoristas. O Comércio na cidade é representado por um Mercadinho. A feira existe somente nos municípios vizinhos de maior porte. Atualmente muitos homens têm procurado trabalho na construção civil e muitos dos jovens vão a Recife tentar outro tipo de vida diferente da agricultura. Na Pecuária os criatórios são representados por caprinos, ovinos, suínos, bovinos e aves. d) Ambiente Físico Conforme observado na comunidade, a maioria das casas é de alvenaria, têm banheiro e fossa, mas não há um saneamento eficiente, nem água encanada, embora já exista um projeto nesse sentido. Através de projetos e parcerias, foram construídas 31 cisternas, poços artesianos e açudes. A comunidade dispõe também de alguns barreiros. Todas as casas têm acesso à energia, sendo ela de dois tipos: monofásica e trifásica. O clima é seco e úmido, havendo algumas variações de solo como areia, barro, pedra e alagados. Observa-se um desgaste do solo, devido a sua uma má utilização e a falta de prática de rotação de cultivo. e) Serviços Públicos Em relação à saúde, pode-se dizer que as condições na comunidade são precárias, pois não existe um Posto de Saúde, e para serem atendidas, as pessoas devem se deslocar até Cumaru. Um agente de saúde visita a comunidade uma vez por semana. Já sobre a educação, a comunidade possui uma escola de primeira a quarta série. Para estudar nas séries subseqüentes a população dirige-se a Cumaru. Vale salientar que entre os jovens presentes na reunião existem mesmo um pequeno grupo que faz a faculdade em Vitória de Santo Antão. Para se locomover, utilizam-se lotações, moto, etc. Há também um transporte escolar para os estudantes. f) Cultura A maioria dos moradores é católica e devota de São José. Apesar de bastante religiosos, só realizam uma missa por mês, devido a uma falta de mobilização das pessoas e por questão de costume. Comemoram o dia do santo padroeiro (São João), as novenas no mês de maio, quaresma e via sacra. A comunidade também mantém a prática da medicina popular, cultivando remédios caseiros, como lambedor, xarope, chá, etc. 1.4 - Comunidade de Pedra Branca (Cumaru) A comunidade de Pedra Branca tem uma relação direta com a comunidade de Pilões, uma vez que a principal liderança desta comunidade (Dona Luzenira) é irmã de Seu Lucílio de Pilões. Na oficina de diagnóstico, os principais marcos históricos apontados pelos participantes foram os que se seguem: 1983 – Construção do prédio do clube 1995 – Criação da associação Curso de curtimento do couro Curso de batatinha Curso de gestão de algodão Fábrica de confecção Principais dificuldades enfrentadas Seca Antes da construção Falta de terra Falta de semente Falta de uma quadra esportiva para os jovens Término do grupo jovem Momentos Felizes Casamento de Matuto Chegada de dona Luzenira (1987) Cursos de Cadeia produtiva Implantação dos orelhões Chegada do Coep Cisternas Poços artesianos a) Lideranças Locais Existe uma associação presidida por Luzenira, que, além de professora, também está sempre organizando e trabalhando pela comunidade. Ela nos pareceu ser uma liderança isolada que não descentraliza o poder e em quem a comunidade confia cegamente. Claro que devemos relativizar estas informações em função do poucotempo de trabalho com o grupo. b) ONG’s ou outras instituições que trabalhem no local Projeto Renascer c) Formas de Sobrevivências Apesar da falta de apoio na agricultura, a comunidade de Pedra Branca aderiu ao projeto do algodão. Porém hoje apenas nove agricultores cultivam o produto, contando um total de 9 hectares. Existem também outras plantações de subsistência como o feijão, milho, batata, palma etc. Existem pequenas reservas ecológicas no município de Cumaru. De vegetação nativa, temos a jurema, o angico, a catingueira, a barcaúna, o mororó, o velame, etc. O Comércio na comunidade não existe e é preciso deslocar-se até cidades vizinhas, como Ameixa e Cumaru. A maioria dos homens trabalham na construção civil e muitos dos jovens a Recife para fazer bico. Na Pecuária os criatórios são formados por caprinos, ovinos, bovinos, porcos e aves (galinha, peru, pato) e alguns moradores criam abelhas para a produção do mel. Na estrutura fundiária 90% das terras são minifúndios (de 0,5 a 1,5ha), dificultando o plantio e a criação. d) Ambiente Físico Foi observado na comunidade que todas as casas são de alvenaria, porém algumas não possuem banheiros e não existe saneamento e nem água encanada. Existem na comunidade dois poços artesianos e cisternas em cada casa. Os moradores receberam um curso de capacitação sobre a utilização da água que serve apenas para cozinhar e beber. Existe um açude construído pela prefeitura na propriedade de D. Luzenira, que é disponibilizado para a comunidade lavar as roupas e para o uso dos animais, Todas as casas possuem energia elétrica. O clima é tropical, mesorregião do agreste, microrregião do médio Capibaribe. Existem muitas variações de solo como areia, barro, pedra e alagados. Na maior parte contém solo raso e profundo, a cada dia as terras ficam mais ‘fracas’, devido à sua má utilização e a falta de prática de rotação de cultivo. e) Serviços Públicos No que diz respeito à saúde dois agentes visitam a comunidade pelo menos duas vezes por semana, pois o posto médico está desativado e em casos mais graves, o individuo deve ser encaminhado para a cidade vizinha. Na educação, existe uma escola que só ensina o primário. O restante é desenvolvido em Ameixa ou Cumaru (cidades vizinhas). A comunidade possui dois orelhões. O transporte em geral é feito em carro de lotação, três por dia (manhã, meio dia e à noite). Existindo também o transporte escolar para os estudantes. f) Cultura Na comunidade é tradição comemorar o dia do santo padroeiro (São João), as novenas no mês de maio, quaresma e via sacra. Não esquecendo que o catolicismo predomina a região, porém existem algumas congregações protestantes. A comunidade ainda cultiva a prática dos remédios caseiros como lambedor, xarope, chá, etc. 1.5 – Comunidade de Algodão do Manso (Frei Miguelinho) a) Lideranças locais Esta comunidade nos pareceu a que está num estágio mais inicial de organização comunitária. Ainda não possuem uma associação formada (estão em processo) o que de um lado é um fato positivo pois ainda não existem lideranças muito cristalizadas, porém do outro apresenta-se a necessidade de realizar um trabalho mais intenso nos aspectos referentes à mobilização dos habitantes do lugar. O Deputado Geraldo Barbosa parece uma pessoa de extrema importância par a a comunidade uma vez que é ele quem empresta a terra para grande parte das pessoas plantarem e ao mesmo tempo troca influências no que pode com os habitantes do lugar. b) Principais formas de sobrevivência • Agricultura; Milho, Feijão e Algodão; • Pecuária; Cabra, Ovelha, Porco, Boi, Galinha e Peru; • Serviços; Costura e Facção (5 Pessoas) • Comércio; Existem algumas vendas. Feira somente em Surubim e Frei Miguelinho. • Outros : A maioria das pessoas trabalha na fazenda do Deputado Geraldo Barbosa c) Ambiente físico • Condições de moradia: A maioria das casas é de alvenaria, a rua principal é calçada; • Condições de saneamento básico; Algumas casas possuem banheiro; • Acesso à água; Açude, barreiro e poucas casas possuem cisternas; não têm água encanada. • Acesso à energia; Possuem energia elétrica; • Condições climáticas; Chove mais apenas no inverno • Outros aspectos considerados como importantes. Muitos não têm casa própria d) Condições de acesso aos serviços públicos • Saúde; Há um posto de saúde na comunidade e o médico está disponível duas vezes na semana (uma no Posto e uma passando de porta em porta), também tem dois agentes de saúde; doenças mais sérias vão para Frei Miguelinho ou Surubim. • Educação; Há uma escola (1ª A 4ª SÉRIE) com dois professores; de 5ª A 8ª e Ensino médio é em Frei Miguelinho ou Surubim (o ônibus escolar municipal leva e trás). Lazer; Futebol, sinuca, televisão, dominó • Transporte; Quatro vezes por semana passa o ônibus normal. O ônibus escolar é diário, e também dá carona a quem não é estudante, cobrando geralmente uma taxa. Também têm as Toyotas. • Outros 2 orelhões e) Manifestações culturais mais importantes • Forma de manifestação das tradições e costumes; • Principais festas do ano; Festa de Santa Teresinha em Outubro. Em Maio tem a Novena. (É considerado o mês mais animado do ano, pois é quando cada pessoa tem um dia para dar uma festa em sua casa, recebendo as demais pessoas). • Manifestações de aspectos importantes na caracterização dos traços culturais da comunidade. Ex. Medicina popular, curandeiros, aspectos religiosos, etc) Dona Darci (Senhora que faz chás e lambedor). Existe uma Igreja Católica construída em 1931. f) Formas de organização A principal forma de organização está ligada à Associação dos Pequenos Produtores de Algodão do Manso; Há também grupos de jovens e corais. Observações: A falta de água é considerada uma das principais dificuldades da comunidade. Preferem comprar verduras na Feira a gastar a sua água com uma horta. Há também uma ausência de liderança na comunidade. Gostariam de aprender: Costura, Crochê, Datilografia e informática. 1.6. – Comunidade de São João do Ferraz (Vertentes) a) Lideranças locais A comunidade de São João do Ferraz é junto com Algodão do Manso uma das comunidades mais recentes incluídas no trabalho com o COEP. O assentamento só existe há um ano aproximadamente mas algumas famílias só chegaram há seis meses. É uma comunidade que têm lideranças, até em função do processo de luta pela terra, porém estas lideranças não parecem apresentar alguns vícios observados nas demais comunidades. No assentamento vivem cerca de 10 famílias com um número aproximado de 50 pessoas. b) Principais formas de sobrevivência • • • Agricultura: feijão, milho, batata e macaxeira; Pecuária: caprinos, bovinos, aves, equinos e suinos; Serviços: venda de mão de obra (“trabalho alugado”); • Comércio: Em Vertentes aos sábados existe um pequeno comércio local onde a comunidade se abastece, mas no assentamento não existe nenhum comércio. • Outros c) Observar ambiente físico • • • • • Condições de moradia: 10 casas de alvenaria, banheiro e cisterna; Condições de saneamento básico; FOSSAS; Acesso à água: cisternas, açude e barreiros; Acesso à energia: No início do trabalho ainda não tinham energia, mas atualmente esta última já está instalada. Condições climáticas: clima semi-arido; d) Condições de acesso aos serviços públicos • • • • • Saúde: Posto de saúde próximo e a presença do agente de saúde que passa uma vez por mês; Educação: Escola de 1ª a 4ª na comunidade; 5ª a 8ª só em Vertentes; Lazer: Banho de açude, futebol e forró; Transporte: O transporte alternativo (moto taxi) é a única opção; Outros: A maioria das famílias são beneficiárias do programa Bolsa Família do Governo Federal, mas uma boa parte dela afirmou ter dificuldade para acessar os programas do governo federal em geral. e) Manifestações culturais mais importantes • Forma de manifestação das tradições e costumes; Religião predominante é a católica • Principais festas do ano: festa de São João do Ferraz • Manifestações de aspectos importantes na caracterização dos traços culturais da comunidade. Ex. Medicina popular, curandeiros, aspectos religiosos, etc) Novena em Agosto f) Formas de organização A única forma de organização mais formal existente é a Associação dos produtores rurais do assentamento. Porém, como é uma comunidade que não tem muitos habitantes, é relativamente fácil o contato diário entre as pessoas. 2.METODOLOGIA 2.1 – Para o diagnóstico Uma análise do perfil da então agricultura familiar no Brasil nos permite constatar que, de maneira geral, agricultura camponesa, raiz dessa agricultura de base familiar, nasceu no Brasil sob o signo de características tais como: a precariedade jurídica, econômica e social do controle dos meios de trabalho e de produção e, especialmente, da terra; o caráter extremamente rudimentar dos sistemas de cultura e das técnicas de produção; a pobreza da população engajada nestas atividades, como demonstra a grande mobilidade espacial e a dependência ante a grande propriedade. A população rural historicamente vivia no interior das grandes propriedades ou em pequenas aglomerações mais ou menos concentradas. Nos dois casos, a vida social estava longe de corresponder à complexidade característica das aldeias camponesas dos velhos países europeus ou do Novo Mundo. Na realidade, a população dos campos não se constitui verdadeiramente em comunidade rural, no sentido antropológico do termo. Trata-se antes, da associação do meio rural com o núcleo urbano que a integra. A história do campesinato brasileiro apresenta também, desde sua origem, um caráter regional bastante acentuado. Segundo Guilhermo Palacios, em seus documentos históricos acerca do Nordeste, datam de 1700 as primeiras referências aos pobres livres dos campos. Eles são considerados como "grupos diferenciados", que se caracterizam por seu isolamento, sua pobreza e pela agricultura de subsistência. Em determinadas ocasiões, essa população livre do Nordeste integrava-se na economia de mercado, contribuía de modo significativo para a revitalização das populações locais e até mesmo participava das atividades principais da colônia, tais como a produção de cana-de-açúcar, de algodão e de tabaco. Entretanto, após a abolição dos escravos em 1888, foram eles os mais absorvidos como trabalhadores "assujeitados" das grandes propriedades onde conheceriam uma degradação de suas condições de vida, seguidas pelo aprofundamento de seu isolamento, da marginalidade e do empobrecimento de suas comunidades. Em pesquisa publicada pelo INCRA / FAO (2000) “Novo retrato da agricultura familiar: o Brasil redescoberto”, alguns dados sobre a realidade da agricultura familiar na região Nordeste precisam ser destacados. A pesquisa afirma que a região Nordeste é a que apresenta o maior número de agricultores familiares, representados por 2.055.157 estabelecimentos (88,3%), os quais ocupam 43,5% da área regional, produzem 43% de todo o valor bruto de produção da região e ficam com apenas 26,8% do valor dos financiamentos agrícolas da região. Quanto à estrutura fundiária, a área média das propriedades também é pequena, quando da sua existência, pois grande parte dos agricultores trabalha em área ocupada ou cedida. Considerando a média para o Brasil, com dados muito semelhantes para todas as regiões, a área média dos estabelecimentos dessa região com menos de 5 ha é de apenas 1,9 ha por estabelecimento. Mesmo entre os com área entre 5 e 20 ha, a média é de apenas 10,7 ha por estabelecimento. Além disso, a região Nordeste é a que apresenta o maior número de minifúndios, com 58,8% de seus estabelecimentos familiares com menos de 5 ha. O acesso à tecnologia apresenta grande variação tanto entre familiares e patronais quanto entre os agricultores de diferentes regiões, mesmo que de uma mesma categoria. Dos familiares, apenas 16,7% utilizam assistência técnica, contra 43,5% dos patronais. Entretanto, entre os familiares este percentual varia de 2,7% na região Nordeste a 47,2% na região Sul. Mesmo considerando as diferenças no interior da agricultura familiar nordestina, o número de agricultores com acesso a Assistência técnica é muito pequeno. Finalmente, um outro dado a destacar é que a energia elétrica também é um privilégio para poucos agricultores familiares das regiões Norte e Nordeste. Enquanto 36,6% dos estabelecimentos familiares do Brasil têm acesso ao este serviço público, os percentuais variam de 9,3% e 18,7% nas regiões Norte e Nordeste, respectivamente, a 73,5% na região Sul. Disso tudo, resulta que o quadro se agrava mais quando se considera a conjugação de variáveis determinantes de uma sustentabilidade multidimensional. A incompatibilidade da prática de uma agricultura com o perfil sócio-econômico predominante dos agricultores familiares da região Nordeste e junto ainda a incompatibilidade com a grande diversidade de micro-ambientes (clima, solo, recursos hídricos etc.) da região conduz os agricultores a terem dificuldades de se estabelecer no campo. A adoção desse modelo de agricultura demanda intensivamente capital (crédito, insumos, máquinas, equipamentos etc.), isto é, eles precisam ter um movimento contínuo de capital financeiro para dar conta de suas necessidades de aquisição de tais materiais, pois sem isso não conseguem desencadear o processo produtivo. O quadro então é, do ponto de vista econômico, de uma geral dependência externa, ao mesmo tempo, do ponto de vista tecnológico, que não conseguem estabelecer vínculos com o ambiente natural que assegurem longevidade produtiva. O nosso trabalho junto às comunidades em Pernambuco reveste-se das características aqui citadas e orientou o tempo todo a nossa ação em campo, mas teve importância fundamental na definição do diagnóstico. Trabalhamos de forma coletiva com os demais técnicos do COEP, na perspectiva de superar algumas das dificuldades principalmente no que se refere à contribuição que podemos dar para a organização comunitária. O princípio metodológico geral adotado é que todo o processo ensino aprendizagem se desenrolou a partir da construção/ reconstrução de saberes dos participantes tendo como base os saberes inerentes à cultura popular assim como os saberes científicos historicamente construídos pela humanidade. Nesta perspectiva como princípios metodológicos específicos temos que não existem saberes, nem relação dos sujeitos com os saberes, se não for numa perspectiva de compreender este processo, numa relação com o contexto político, econômico e social onde tais sujeitos estão inseridos. Assim, o ponto de partida do processo de transformação de lógica individual e coletiva das famílias envolvidas, será o das relações que os sujeitos estabelecem com o mundo de uma maneira geral, em especial com o mundo do trabalho. Deste princípio decorre um outro que aponta na direção de que cada tema, conceito ou noção a ser trabalhada nos processos de capacitação, deverão sempre partir das noções que os sujeitos já construíram no seu ‘senso comum’, pois não há aprendizagem se os indivíduos não conseguem estabelecer ligações entre os novos conhecimentos e os conceitos intuitivos que eles formaram ao longo de sua vida. Para sintetizar, a metodologia a ser utilizada deverá utilizar como princípios metodológicos: • A valorização dos saberes dos participantes: O trabalho pedagógico é baseado na construção do saber a partir das experiências, do vivido e das percepções de cada participante sobre os temas discutido; • O estímulo à emissão de opiniões: Nosso trabalho será baseado na livre expressão de idéias e opiniões de todos os integrantes do processo. Este princípio de trabalho contribui para que estes mesmos participantes possam construir uma lógica de reflexão e de tomadas de decisões tendo como princípio fundamental a participação de todos os envolvidos; • A criação de um ambiente lúdico e amigável: Nós utilizaremos técnicas, jogos e dinâmicas de grupo que sirvam à descontração das pessoas e à aproximação recíproca, de forma amigável. Desta maneira, nosso objetivo é de estimular a construção coletiva dos saberes e das decisões tomadas durante os trabalhos realizados; e, • A prática interdisciplinar, necessária à superação da visão restrita de mundo, à promoção de uma compreensão adequada da realidade e à produção de conhecimento centrada no homem rompendo os “muros” que, freqüentemente, se estabelecem entre as disciplinas integrando e engajando educadores num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade que os cerca. Esta etapa de trabalho, que constitui o Diagnóstico Rural Participativo será composta de três sub-etapas principais, quais sejam : a visita de observação, a oficina de diagnóstico e a oficina de retorno dos resultados descritos no item 3.1. 2.2 – Para as capacitações O projeto elaborado para as capacitações a partir do diagnóstico realizado teve como objetivos os que se seguem: Objetivo Geral: Desenvolver um projeto de capacitação para mulheres e jovens nas comunidades COEP de Pernambuco, de modo a criar novas fontes de renda, promover sua inserção sócioeconômica através do estímulo ao processo de construção da cidadania, na perspectiva de que possam contribuir na renda familiar, melhorar a qualidade de vida, e gerar desenvolvimento o local, evitando o Êxodo rural. Objetivos Específicos: Realizar oficinas de capacitação em costura, artesanato, produção de bijouterias, entre outras indicadas pelas comunidades no processo de priorização das demandas; Contribuir para o entendimento do valor da mulher dentro da realidade local, através de conversas e debate sobre as relações de gênero; Contribuir para a conscientização do valor do trabalho coletivo, através de capacitações que estimulem o desenvolvimento de práticas associativas; Contribuir para que mulheres e jovens possam criar estratégias de comercialização de seus produtos, através de diálogos sobre associativismo, de modo que possam se organizar e criar verdadeiros empreendimentos; Resgatar a importância da permanência na terra, desenvolvendo outras fontes de renda e delas retirando tudo o que precisam, Enfocar os problemas causados pelo êxodo Rural mostrando a verdadeira realidade nas cidades. Propiciar o conhecimento das políticas públicas existentes visando esclarecer os membros das comunidades às diferentes formas de acesso às mesmas. Oferecer elementos para que os integrantes das comunidades possam fomentar um processo endógeno de construção da cidadania Em termos metodológicos, é essencial ressaltar que os princípios metodológicos gerais utilizados no diagnóstico se repetem como princípios no decorrer do processo de capacitação. Isto é, o princípio de que todo o processo de ensino e aprendizagem se desenrolou a partir da construção e reconstrução de saberes dos participantes , tendo como base os saberes inerentes à cultura assim como os saberes científicos historicamente construídos pela humanidade. Além, dos princípios metodológicos gerais é importante ressaltar que o nosso trabalho foi organizado a partir do estabelecimento de alguns eixos e conteúdos principais. Importante salientar que na execução estas questões não estavam muito separadas pois o principal eixo utilizado que foi a organização de grupos produtivos (associativismo) serviu de ponto de partida para discussão dos demais eixos. Os eixos trabalhados foram: EIXO 1: Associativismo e desenvolvimento local • Mudanças recentes no mundo do trabalho e impactos no cotidiano do agricultor familiar • Mudanças de paradigma: Convicções básicas e regras inconscientes • Os valores utilizados na construção do paradigma associativo • Princípios e bases da organização do trabalho coletivo • Definição de papéis individuais e coletivos no grupo associativo • O papel das lideranças nos grupos associativos • A importância da participação na construção do trabalho coletivo • Relações de poder • Gestão de Conflitos • Cooperação e Competição interna e externa. • Economia Solidária • A importância do protagonismo comunitário para o desenvolvimento local • Associativismo e agricultura familiar: o cotidiano do trabalho coletivo de jovens, mulheres e agricultores EIXO 2: Resgate da identidade campesina • Agricultura familiar e identidade campesina: passado e presente. • Os impactos da revolução verde na transformação da identidade camponesa • Agroecologia e identidade camponesa • O resgate da identidade camponesa numa perspectiva de desenvolvimento sustentável • Agricultura familiar e agroecologia • Sítios e quintais produtivos: uma alternativa de segurança alimentar EIXO 3: Formação de grupos produtivos de confecção, artesanato e bijouteria • Realização de oficinas para capacitações de corte e costura, através das próprias moradoras da comunidade, e a criação de detalhes com o sistema de customização, com a participação das estagiarias da UFRPE do curso de Economia Domestica, utilizando os próprios produtos da região como: sementes, folhas,flor secas, etc; • Oficinas diversas com as diferentes técnicas de costumização (Anexo 1), artesanato e bijouteria a partir da escolha das comunidades • O que é ser grupo • Como dividimos tarefas no grupo (Papéis e responsabilidades) • Formação de preço (custo fixo e viariável) • Noções de registro contábil • Prestação de contas e acompanhamento coletivo das finanças do grupo • Organização de estoques • Comercialização • Relações com os clientes • Compra coletiva de insumos • Elaboração de projeto produtivo para crédito (PRONAF mulher) OBS: As oficinas das técnicas no anexo 1 só serão ofertadas na medida em que consigamos recursos para comprarmos a matéria prima para realizá-las EIXO 4: Formação para a cidadania • • • • • O que é ser cidadão Quais os direitos e deveres do cidadão Como exercemos a cidadania Como podemos contribuir para o exercício da cidadania dos que nos cercam Casos concretos de exercício da cidadania : na educação, na saúde, no exercício político • O que são políticas públicas • Como podemos acessar políticas públicas EIXO 5: Relações de gênero • O que são relações de gênero • Direitos da mulher e direitos humanos • • • • • • • • • • Direito à comunicação Direito à educação sexual Direito a agir contra a violência em geral, particularmente à sexual Direito á salário igual para trabalho igual Direito á identidade Direito à autonomia Direito á não discriminação Direito ao reconhecimento do trabalho doméstico Direito a participar da política Empoderamento a partir da participação nos orgãos de decisão locais Estes eixos foram desenvolvidos com maior ou menor ênfase nas comunidades participantes dependendo das necessidades apontadas em cada uma delas. Além disto, estabelecemos algumas formas de monitoramento e avaliação representadas principalmente pelos aspectos abaixo relacionados: • • • • Relatórios das capacitações Aplicação de questionários de avaliação Avaliação de cada capacitação com os participantes Fotos e registros visuais 3. Descrição e análise das atividades 3.1 Do diagnóstico Como já indicado no item 2.1 foram realizadas no diagnóstico as seguintes atividades : Visita de observação : Esta etapa consiste numa visita onde, à partir de um roteiro préestabelecido (Anexo 1), caminhamos nas comunidades, conversamos com as lideranças e fizemos uma reunião com as pessoas mobilizadas. Tínhamos como principais aspectos a serem observados : - Identificar lideranças locais; - Estabelecer o número aproximado de pessoas (homens, mulheres e jovens) existentes; - Identificar as principais formas de sobrevivência; - Observar ambiente físico ( Condições de moradia, de saneamento básico, de acesso à água e à energia,etc); - Identificar as condições de acesso aos serviços públicos; - Identificar as manifestações culturais e religiosas mais importantes; - Levantar as formas de organização já existentes principalmente as que se referem aos grupos de mulheres e jovens; Oficina de diagnóstico : Esta oficina de 8 horas de trabalho foi realizada com o objetivo de responder à três questões principais : Quem somos ? O que temos ? O que queremos ? O planejamento da oficina (Anexo 2) esteve dividido em três momentos principais na perspectiva de responder às questões citadas. Num primeiro momento para responder à questão “Quem somos”, o trabalho centrou-se na elaboração da linha da vida da comunidade para a seguir levantar os principais aspectos relativos à potencialidades, dificuldades e problemas enfrentados pela mesma. No momento seguinte para identificar “O que temos”, utilizamos as seguintes categorias como guia da discussão realizada : Relevo / Solo / Vegetação, Posse da terra, Fonte d'água (poços, barreiros, riachos e açudes), Cultivos (diversificação da produção), Criação, Trato (controle de qualidade) no cultivo dos produtos e na criação dos animais, entre outros. Finalmente, na última etapa, para trabalharmos “O que queremos”, projetamos coletivamente os sonhos individuais e coletivos para a seguir estabelecer cruzamentos entre sonhos e dificuldades na perspectiva de pensar coletivamente estratégias de ação para aproximar os sonhos da realidade. Oficina de retorno dos resultados: O Principal objetivo desta oficina foi o de publicizar para as comunidades os resultados do diagnóstico a fim de priorizar coletivamente as demandas de capacitação. No que se refere às demandas, seguiremos a classificação adotada por nosso colega Prof. Deusimar da UFRN, quais sejam : Demandas Estruturantes, Demandas de apoio às políticas públicas e Demandas de capacitação. Nesta oficina entregamos às comunidades uma cópia do diagnóstico mais completo e várias cópias (um para cada participante da reunião) de um resumo preparado para este fim, e incluimos no Anexo 3 do presente relatório um exemplo desta ficha de devolução do diagnóstico para as comunidades. Demandas, desejos e sonhos... A realização das atividades acima nos permitiu, além de obter informações mais gerais das comunidades já apresentadas no item 1 deste relatório, de aprofundar alguns aspectos mais subjetivos como os que se seguem. Os quadros que se seguem são demonstrativos dos desejos e sonhos, alguns deles transformados em demandas, que as comunidade expressaram durante o processo de diagnóstico. b.1) Furnas Sonhos Ações para os Sonhos se tornarem realidade MULHERES •Desenvolvimento de Furnas; •Ser feliz; •Ter ambulância na comunidade, •Que a comunidade cresça e se desenvolva; •Emprego para os jovens; •Ser ator de rádio; •Crescer na vida; •Publicar um livro; •Construção de um galpão comunitário; •Água encanada; •Comunidade trabalhando no corte e costura; •Vida a dois melhor que a da minha mãe; •Felicidade para a família, •Curso de capacitação para unir a Costura e o bordado; •Costurar com máquina industrial; •Alternativa de financiamento com os bancos; •Cursos de: Confeitaria, Pintura em tecido, Cabeleireiro, Artesanato, Panificação; •Salão comunitário; construção do Posto de saúde; •Fazer abaixo assinado para prefeitura para conseguir uma ambulância; JOVENS •Um futuro melhor para todos; •Formação profissional; •Arrumar emprego, ajudar família e a comunidade; •Ser feliz e ganhar muito dinheiro; •Deus no coração de todos; •Aprender a costurar; •Melhorar a renda através do bordado; bom futuro profissional; •Emprego; •Serviço; •Saúde e projetos para todos; •Tudo de bom para comunidade; •Oficina de corte e costura; •Oficina de artes, cultura, pintura, reciclados; •Segurança para comunidade fazer abaixo assinado e levar ao batalhão de polícia; •Ensino fundamental completo na comunidade promover abaixo assinado e encaminhar a secretária de educação; •Criação de uma horta comunitária, onde todos tem a sua parcela de contribuição e participação; HOMENS •Paz e alegria; •Boa vida e paz no mundo; •Emprego e Saúde a todos; •Ser professora; •Aprender a ler; •Riqueza e felicidade; •Bola de futebol; •Curso profissionalizante; •Escola para jovens e adultos; •Capacitação com técnicos para recuperar o solo; •Equipamentos para recuperação do solo; •Um banco de sementes de qualidade b.2) Boi Torto Sonhos Ações para que os sonhos tornem-se realidade •Ser veterinário •Ter paz •Saúde/felicidade •Divisão dos lotes •Mudar de vida •Ficar rico •Vida melhor •Alimento p/ todos •Costura •Condição de vida melhor •Criação de abelha •Bicicleta/celular •Trabalho, união e condições de viver no lugar •Planejamento/cursos •Criação de abelhas ( cursos ) •Pesca Curso/Material •Facção: Máquinas •Cursos •Água tratada: Parcerias, Associação, governo, prefeitura •“orelhão / Telefone” Parceria Telemar •Construção de uma capela: Parceria com a igreja •Açude: parceria com o governo do estado •Um trator •Construir mais reservatórios •Construção •Loteamento do assentamento •Mais parcerias •Zelar os atuais reservatórios DEMANDAS ESPECÍFICAS DAS MULHERES •Facção •Capacitação •Costura •Gerenciamento •Criação de galinha caipira •Beneficiamento do leite b.3) Pedra Branca Sonhos Ganhar na Mega-Sena Bom emprego Ter salário (renda) Estudar na Universidade Estudar bastante e me formar Saúde e Paz Ter banheiro Máquina de lavar roupa Casa própria na cidade Reforma na casa, Possuir um terreno para trabalhar Possuir uma moto, Carro Ter um marido rico, Ser rica Quadra esportiva Deixar de beber Boneca, celular Fundar uma instituição Filantrópica para ajudar as famílias carentes (Luzenira) Ações para que os sonhos tornem-se realidade Apostar na megasena Cursos corte-e-costura, culinária, artesanatos diversos (pintura, bordado...); Capacitação para: Apicultura, Avicultura, Reflorestamento e Agricultura. Conseguir material para trabalhar (arado, trator...). Facilitar o acesso ao estudo, como ter ensino até o 2° grau completo na comunidade; Tele-salas Ativar o Posto de Saúde (fazer um abaixo assinado e encaminhar para a prefeitura do município); Já está sendo encaminhado um projeto de construção dos banheiros Empréstimo/agricultura, ovinos/caprinos para as famílias Promover a educação de jovens e adultos DEMANDAS DE CAPACITAÇÃO DA COMUNIDADE ÁREAS DEMANDAS Corte-costura Informática Agricultura Capacitação Administração Fornecimento Mercado Máquinas Serigrafia Capacitação Equipamento Fruticultura Capacitação Utilização de Adubo Orgânico Terra Sementes Irrigação Máquinas Agrícolas Ferramentas b.4) Algodão do Manso “Ontem eu perdi o meu último sonho. Meu sonho velho e risonho que tanto tempo sonhei”. (Reflexão de um dos participantes da oficina) Sonhos •Ser Vaqueiro •Que Deus dê um trabalho para os meus filhos •Ver a comunidade crescer com trabalho para todos •Uma casa, uma boa esposa, um emprego e um casal de filhos •Ter um trabalho para ajudar os meus dois filhos e o meu esposo •Um trabalho •Ganhar no bicho para comprar uma moto •Que a comunidade Algodão do Manso se desenvolva e que os jovens não tenham que sair para trabalhar fora •Um trabalho certo, ser mãe e ser feliz para sempre •Ficar idoso com saúde •Trabalho para o povo •Emprego •Ensinar Inglês b.5) Pilões Ações para que os sonhos tornem-se realidade •“A primeira ação que deve ser feita é nos unirmos a vocês e levar a sério esta oficina. Sempre trabalhar em grupo, participar dos encontros com vocês, e fazer o possível para ver o nosso curso de computação, costura, etc. E vencermos!” •Indústria para promover emprego, Um curso de computação, Médicos, Mais professores, Mais comércios (farmácia, padaria...) •Centro de Informática – Articular com o Coep •Criação de Cabras – Repasse através de alguma ONG •Financiamento para desenvolvimento da agricultura (cursos, capacitações...) •Reunião com agricultores para discutir o financiamento do PRONAF •Formação de Associação •Máquinas de costura •Diversos cursos: Bordados, Pintura, Culinária, Bijuterias... •Aumento do nível de educação – Mais escolas •Campo de futebol, quadra •Reconstruir a Sede da associação (para também servir para casamentos, festas...) Sonhos •Ser um jogador de Futebol •Um futuro melhor para todos •Ser feliz •Passar de ano •Ganhar um computador •Que a comunidade cresça e se desenvolva •Emprego para os jovens •Formação profissional •Arrumar emprego, ajudar família e a comunidade •Crescer na vida •Ser feliz e ganhar muito dinheiro •Paz e alegria •Que a fábrica funcione •Ser professora •Fazer Faculdade de informática Ações para que os sonhos tornem-se realidade •Profissionais na comunidade para nos auxiliar (informática, tear, artesanato, laticínios...) •Cursos para gerar renda para os jovens •Trabalhar em união para atingir bons resultados •Cursos de agricultura e criação •Aumentar os rebanhos •Estudar mais •Se esforçar para viver melhor •Realizar uma ação coletiva por semana •Levantar os talentos na comunidade e organizá-los para ensinar aos que não sabem. b.6) São João do Ferraz Sonhos Ações para que os sonhos tornem-se realidade •uma vida melhor •Ser motorista •Conseguir um investimento para comprar máquinas de costuras para que juntas possamos trabalhar •Construir casa para os filhos •Aprender a ler •Conviver tranqüilamente com as pessoas •Sair um empréstimo para podermos trabalhar •Ser cantador de viola •Ser fazendeiro •Comprar uma moto • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Capacitação para a criação de animais Parceria para que um veterinário viesse uma vez por mês Limpeza do açude (através também de parceria) Elaborar um projeto de financiamento para a aquisição de um trator[ Criatório de peixe / camarão no açude (financiamento, curso de manejamento e acompanhamento do IBAMA) Conseguir uma escola (com ajuda do Coep) Uma professora capacitada para jovens e adultos Cursos de capacitação para artesanato, costura, tricô, crochê... Uma voluntário que ocupasse a atenção das crianças enquanto os adultos estivessem trabalhando (creche) Investimento para comprar máquinas, tecidos e aviamentos para confeccionar roupas O Coep fazer logo o repasse dos caprinos Construir um chiqueiro organizado para o verão e o inverno Cursos: Técnicas de solo Costura Para lecionar Combater as pragas que atacam o algodão Para fazer Hortas Orgânicas Alfabetização Eletricista /Encanador / Eletrônica Culinária Se organizar (através da associação) para ir na prefeitura e pedir que o médico atenda mais vezes na semana, e que o agente de saúde também passe mais vezes na casa (atualmente só passa uma vez no mês) Telecentro c) Classificação das demandas das comunidades A partir dos desejos e sonhos apresentadas nos quadros acima, classificamos as demandas apontadas pela comunidade em estruturantes, de acesso à política pública e de capacitação. QUADRO DE DEMANDAS DAS COMUNIDADES COMUNIDADES Furnas • • • • • • • • • • Boi Torto Pedra Branca Algodão do Manso Estruturantes Adubação da terra Segurança Saneamento básico Ensino do 2º grau Melhorar as estradas Ambulância Construção de um galpão Água encanada Posto de Saúde Banco de Sementes • • • • • • • Manutenção dos equipamentos Creche Um trator Construir e zelar pelos reservatórios Loteamento do assentamento Água encanada e tratada Posto de saúde, escola, orelhão, capela, açude • Eletrificação • Água encanada e tratada • Posto de saúde, escola, orelhão, capela, açude • Eletrificação • Atendimento veterinário • Asfaltar as estradas • Quadra de Esportes •Acesso à Informática •Água Tratada e encanada (cisternas) •Banheiro fora da residência •Saneamento básico •Ativação do Posto de Saúde •Ambulância • Apoio à Agricultura • Promover a educação de jovens e adultos • Banco de Sementes • Médicos Capacitação • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Agricultura Corte/Costura Bordado Alfabetização Confeitaria Pintura em tecido Cabeleireiro Artesanato Panificação Reciclagem Horta comunitária Técnicas de recuperação de solo Associativismo Facção Costura Gerenciamento Criação de galinha caipira Beneficiamento do leite Apicultura Pesca (Curso/Material) Associativismo •Corte-e-costura, •culinária • artesanatos •Apicultura •Avicultura • Reflorestamento •Agricultura. •Administração •Fornecimento •Mercado •Serigrafia •Pintura •Bordado •Fruticultura •Utilização de adubo orgânico • Associativismo • • • • • • São João do Ferraz Pilões Escolas Farmácia, padaria Acesso à informática (tele centro) Máquinas de costura Quadra esportiva Reconstrução da Sede da Associação • Máquinas de costura, tecidos e aviamentos • Escola (Educação para jovens e adultos) • Atendimento veterinário • Limpeza do açude • Trator • Uma professora capacitada para ensinar a jovens e adultos • Creche • Repasse de caprinos • Construção de um chiqueiro • Aumentar os rebanhos • Funcionamento da fábrica • Água encanada • • • • • • • • • • • • • Informática Costura Criação de cabras Bordado Pintura Culinária Bijuterias Criação de animais Criação de peixe e camarão Artesanato Costura Tricô, Crochê Técnicas de solo (combate às pragas que atacam o algodão) • • • • • • Informática Tear Artesanato Laticínios Agricultura e criação Associativismo É importante salientar que nem 20 % das demandas apontadas e priorizadas pelas comunidades foram efetivadas em termos de capacitação. Isto em função do número de comunidades atendidas e também da dificuldade de termos recursos para a realização das capacitações. 3.2 Das capacitações Conforme já citado neste documento, estavam previstas a realização de capacitações que envolviam os seguintes 5 eixos principais. No entanto, do conteudo dos eixos só conseguimos abordar os aspectos que se seguem: EIXO 1: Associativismo e desenvolvimento local • Mudanças recentes no mundo do trabalho e impactos no cotidiano do agricultor familiar • Mudanças de paradigma: Convicções básicas e regras inconscientes • Os valores utilizados na construção do paradigma associativo • Princípios e bases da organização do trabalho coletivo • Definição de papéis individuais e coletivos no grupo associativo (iniciado mas não concluido) EIXO 2: Resgate da identidade campesina • Agricultura familiar e identidade campesina: passado e presente. • Agricultura familiar e agroecologia EIXO 3: Formação de grupos produtivos de confecção, artesanato e bijouteria • Oficinas diversas com as diferentes técnicas de costumização (Anexo 4), artesanato e bijouteria a partir da escolha das comunidades • O que é ser grupo • Como dividimos tarefas no grupo (Papéis e responsabilidades) • Formação de preço (custo fixo e viariável) EIXO 4: Formação para a cidadania • O que é ser cidadão • Quais os direitos e deveres do cidadão • Como exercemos a cidadania EIXO 5: Relações de gênero • O que são relações de gênero • Direitos da mulher e direitos humanos Os eixos foram desenvolvidos com maior ou menor ênfase nas comunidades participantes dependendo das necessidades apontadas em cada uma delas. Número de horas de capacitações realizadas, incluindo observações participantes: COMUNIDADE Furnas Pilões Algodão do Manso N° HORAS 40 16 16 8 40 16 16 8 40 16 16 CONTEÚDOS PRINCIPAIS Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Textil X Informática Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Textil X Informática Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Boi Torto São João do Ferraz Pedra Branca TOTAL 40 16 16 8 8 40 16 16 40 16 16 456 Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Agroecologia Textil X Informática Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Area Textil Associativismo Cidadania e Gênero Em termos das capacitações podemos analisar alguns aspectos como sendo principais. Os aspectos privilegiados em termos das oficinas de customização (Cores e Formas, entendendo a Customização, moda e consumo, História, função e comunicação do vestuário, Tendência de moda, Empreendedorismo, comercialização, custo da produção e cálculo de preço) foram o mote para a realização das discussões de gênero e associativismo. No entanto, vale salientar que tivemos principalmente a participação de mulheres sejam elas adultas ou jovens. Poucas ou quase nenhuma das atividades desenvolvidas foram voltadas para os homens jovens. É importante ressaltar que ao longo desse tempo, foram enfrentadas algumas dificuldades para o cumprimento dos trabalhos nas comunidades. Uma delas é o tempo que se leva para volta às comunidades, chegando a demorar de 15 a 20 dias, quando na verdade, para a obtenção de um resultado mais satisfatório, o retorno deveria se dar a cada sete dias, pois, trata-se de um aprendizado baseado num processo que é lento e a demora no retorno atrapalha bastante. Isto se deve principalmente por serem seis comunidades acompanhadas num curto período de tempo e com pouca disponibilidade de recursos. O intuito do trabalho que vem sendo desenvolvido têm sido não só de ensinar novas técnicas que permitam às comunidades uma geração de renda, mas, sobretudo, aprender com essa experiência de extensão, enriquecer os conhecimentos e desenvolver nas comunidades toda potencialidade da equipe com formação acadêmica multidisciplinar cujo objeto de estudo é a melhoria da qualidade de vida das famílias. 4. Resultados e impactos 4.1 Nas comunidades De um modo geral, pode-se perceber resultados positivos como fruto da implementação das oficinas de Découpage nas comunidades acompanhadas pelo COEP nesse período de Julho a Novembro de 2006. Algumas evidências como o fortalecimento da idéia do trabalho em grupo como uma forma produtiva, a produção e comercialização de peças, o senso de organização e participação e outras mudanças comportamentais como uma melhor desenvoltura de alguns participantes durante as oficinas, demonstram a importância dessa ação de intervenção para a promoção da qualidade de vida das famílias. Mensalmente, foram feitas avaliações nas comunidades a fim de verificar o índice de satisfação e aproveitamento das pessoas envolvidas no Projeto, cujo resultado está expresso no gráfico abaixo: 100 Índice de apre ndizado 95 90 85 80 75 70 De s e m pe nho das facilitadoras Índice de participação das pe s s oas da com unidade Observando a figura acima, pode-se perceber que para os participantes da oficina, o aprendizado tem sido bastante satisfatório, atingindo um índice de 95%. Já o desempenho das facilitadoras, para eles, foi avaliado em 93% e a participação das pessoas da comunidade obteve um índice de 80%. Estes números confirmam como o impacto do Projeto de Universidades Cidadãs está influenciando construtivamente a vida dessas pessoas, pois, elas estão se apropriando de novos conhecimentos e descobrindo como é importante unirem forças para o contorno das adversidades e para conseguirem atingir um objetivo maior comum utilizando esses novos saberes. Além desses pontos já citados, pode-se destacar o início da produção e comercialização de peças produzidas pelas próprias comunidades como uma forma de promoção não só do desenvolvimento local, mas, sobretudo, da qualidade de vida das famílias que participam do referido Projeto. Não podermos deixar de citar que algumas comunidades estão buscando sua própria autonomia no que diz respeito a obtenção de recursos para ampliar sua produção, como financiamento para a compra de equipamento (máquinas de costura, matérias-primas etc.). E também a sua própria história, sua identidade como grupo, criando a sua própria marca que irá acompanhar cada peça produzida, simbolizando aquele grupo. Na universidade Em termos da universidade podemos destacar como principais impactos: • Transformação na lógica dos estudantes envolvidos no processo enquanto estagiários valorizando o trabalho com as comunidades populares; • Inserção de 6 estudantes voluntárias que deram uma enorme contribuição ao projeto; 4.2 • Produção de duas monografias (trabalho de conclusão de curso) uma concluida e outra em fase de elaboração; • Conhecimento do projeto pelas instâncias do departamento de educação e da universidade; • Publicação de trabalhos na I SEMEX (Semana de Extensão da Universidade Federal Rural de Pernambuco), VI JEPEX (Jornadas de Ensino, pesquisa e extensão da Universidade Federal Rural de Pernambuco), I Congresso Nacional da Rede de ITCPs e na exposição de animais com stand montado; 4.3 Perspectivas (nas comunidades e nas universidades) Temos como principais perspectiva a continuidade do trabalho nas comunidades. È de fundamental importância que possamos finalizar o trabalho previsto no plano original de capacitações pois muitos dos conteúdos previstos ainda não foram trabalhados. Além disso, vamos entrar numa fase mais estruturadora em relação aos projetos nas comunidades e a nossa perspectiva é de poder organizar grupos produtivos mesmo em cada comunidade visando a geração de trabalho e renda através do processo de empoderamento de mulheres e jovens nas mesmas. Temos ainda como perspectiva a possibilidade de poder estabelecer relações mais próximas com os movimentos sociais na região no sentido de poder pouco a pouco enraizar o trabalho no local para que a comunidade busque outros apoios de forma autônoma. Em termos da universidade, teríamos como principal objetivo ampliar o processo de divulgação do trabalho, possibilitando a articulação de novas parcerias em outros departamentos e dando visibilidade aos resultados do trabalho através de publicações. ANEXOS ANEXO 1 Roteiro de observação UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES PROJETO : COEP Nacional / Universidades Cidadãs Equipe : Profa. Ana Maria Dubeux Gervais Bolsistas: Glaydson Santiago Alcidézia Almeida Carolina Amazonas ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO 1) Identificar lideranças locais : • • • • • • • Presidente Associações; Prefeito; Lideranças clubes de mães; Lideranças jovens; Presidentes sindicatos rurais; ONG’s ou outras instituições que trabalhem na localidade; Outras lideranças consideradas importantes. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Estabelecer (se possível) o número de pessoas (homens, mulheres e jovens) que participarão das oficinas; ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Observar quais as principais formas de sobrevivência : • Agricultura; • Pecuária; • Serviços; • Comércio; • Outros ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Observar ambiente físico : • • • • • • Condições de moradia Condições de saneamento básico; Acesso à água; Acesso à energia; Condições climáticas; Outros aspectos considerados como importantes. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Condições de acesso aos serviços públicos: • • • • • Saúde; Educação; Lazer; Transporte; Outros ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Manifestações culturais mais importantes: • Forma de manifestação das tradições e costumes; • Principais festas do ano; • Manifestações de aspectos importantes na caracterização dos traços culturais da comunidade. Ex. Medicina popular, curandeiros, aspectos religiosos, etc) ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 7) Levantar formas de organização: • Identificar as diferentes formas de organização existentes, sejam elas formais ou não. Observar principalmente as formas de organizações vinculadas à jovens e mulheres. (Não se restringir às associações) ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) Levantar disponibilidade para realização da oficina de diagnóstico no final de janeiro. ANEXO 2 Planejamento da Oficina de diagnóstico TEMP ETAPA TEMA O 9 :30 - OBJETI Apresentar ao grupo 9 :45 VOS os objetivos do trabalho 9:45 – QUEM Registrar a 10:20 SOMOS expectativa do ? Grupo OFICINA DE DIAGNÓSTICO METODOLOGIA FOI FEITO ORALMENTE PELO PROFESSOR; QUEM SOU EU? O QUE ESTOU TRAZENDO PARA A OFICINA? O QUE ESPERO DESTA OFICINA? MATERIAL . As tarjetas com as perguntas acima foram coladas em folhas de papeis krafts, o mediador pediu para q todos os presentes respondessem as perguntas um dos estagiários anotava as respostas; 10 :20 – QUEM Resgatar a história 11 :45 SOMOS do grupo através da ? construção da "Linha da Vida". - Como começa a nossa história ? Como o grupo se juntou ? Como conseguiram a terra ? Quais os fatos mais importantes da nossa história ? Quais as dificuldades que já enfrentamos juntos ? Quais os momentos felizes que já tivemos juntos ? O que queremos hoje e no futuro ? As perguntas foram apresentadas em tarjetas e os participantes respondiam, a linha da vida era construída pelo mediador em um Papel Kraft Lápis Piloto Fita Adesiva Cola Tarjetas Papel “Kraft” Fita crepe Fita para empacotamen to Cartolina Tarjetas Piloto painel de papel kraft construído para todos verem; 13 :30-14 O QUE Levantar os :30 TEMOS ? recursos disponíveis (infraestrutura, naturais e mão-de-obra). Sistematizando mais detalhadamente o uso atual e potencial dos solos, recursos naturais, relevos, distâncias etc. Além de cultivos, vegetação e problemas existentes. 14 :40 – O Dinâmica das bolas 15 :00 QUE (bexigas) – O meu, QUERE o seu, o nosso MOS ? sonho.... INTERVALO PARA O ALMOÇO Aspectos levantados: Relevo / Solo / Vegetação / Posse (proprietário) Fonte d'água (poços, barreiros, riachos e açudes) Cultivos (diversificação da produção) Criação Trato (controle de qualidade) no cultivo dos produtos Poluição ambiental/erosão Infra-estrutura (estradas, eletrificação etc.) Divisão do trabalho Tecnologia utilizada Problemas e dificuldades Foram divididos 3 grupos (jovens, mulheres e agricultores), tarjetas foram entregues com as fases/palavras acima e foi pedido pra que os grupos construíssem painéis com frases e palavras relacionadas com os recursos disponíveis na comunidades; Cada equipe apresentou o que foi construído; Encher a bexiga pensando num desejo (sonho) que vai estar ali dentro, com registro dos sonhos de todos em um painel. Cada participante apresenta o seu sonho ao grupo. Cada um jogará com seus sonhos trocando as bexigas com a pessoa da esquerda. Vai trocando de companheiro até o 3º da esquerda. O moderador vai indicando o que fazer com as bexigas (tocar com o pé, com o cotovelo, com a cabeça, etc.) Todos os participantes colocam seus “sonhos” no centro de um Papel "Kraft" Pincel Lápis hidrocor ou de cera Caneta ou lápis Bloco de anotações Fita crepe Questões orientadoras escritas em papel "Kraft" Bexigas coloridas Fita c/ música suave 15 :00-15 COMO :40 CONSE GUIR? 15:40-16 Avaliação :00 círculo e jogam coletivamente com os sonhos de todos, com cuidado para não estourar o sonho de ninguém. O moderador pede que cada um pegue “um sonho” e abrace o companheiro que está à sua frente, colocando seus “sonhos” entre eles. Durante o abraço as bexigas estouram e os sonhos se misturam. Reflexão sobre a dinâmica. Os grupos (jovens, mulheres e agricultores) reuniram-se para estabelecer ações para alcançar os sonhos, o trabalho foi feito em folhas de papel kraft, Todos os grupos apresentaram as ações; Os participantes indicarão no painel suas avaliações • Que bom... • Que pena... • Que tal.... Bolinhas adesivas, painel ANEXO 3 Exemplo de ficha de devolução do diagnóstico para as comunidades UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE ASSOCIATIVISMO PARA O ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – PAPE INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES COEP NACIONAL BOI TORTO-BEZERROS-PE Principais potenciais da comunidade: • Terra (481 hc) • Tele-sala; • Associação dos pequenos produtores dos sitios boi torto e ramada; • 17 casas construídas todas em alvenaria com quartos, sala, cozinha, banheiro; • 12 com cisterna com capacidade para 18 mil litros e o açude; • Existem três máquinas de costuras, onde um homem e algumas mulheres já costuram. • Agricultura plantio de: milho, feijão, tomate, pimentão e batata; • Pecuária criação de: caprinos, bovinos, galinhas e perus; Principais dificuldades: • Falta de um trabalho coletivo; • Não possuir assistência veterinária; • Assentados utilizam defensivos agrícolas em lavoura sem proteção; • Falta de geração de renda no assentamento; • Não possuir escolas, posto de saúde, transporte regular e orelhão no assentamento; Desejos/Sonhos (demandas): Estruturantes: •Creche; •Um trator; •Construir mais reservatórios; •Loteamento do assentamento; •Zelar os atuais reservatórios; Políticas Públicas: •Água encanada e tratada; • Posto de saúde, escola, orelhão, capela, açude; Capacitação: •Facção e Costura; •Gerenciamento; •Criação de galinha caipira; •Beneficiamento do leite; •Apicultura; •Pesca (Curso/Material); ANEXO 4 OFICINAS DE COSTUMIZAÇÃO OFICINA OFICINA INSTRUTOR: Evolução da indumentária CH 2h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmina PLANO DE CURSO Área Temática: Mostrar as transformações do vestuário ao longo da história, desde a era primitiva até os dias de hoje, como também as diferença entre as vestimentas feminina e masculina. Objetivo(s): Fornecer informação sobre a evolução das vestimentas em diferentes épocas da história. Contextualização da A historia do vestuário é estudada a partir dos registros históricos, onde encontramos vestígios nos objetivos pessoais, atividade: nas pinturas, nas esculturas, etc. Inicialmente a vestimentas foi usada para a proteção contra o calor e o frio, com o uso de peles de animais oriundos da caças. Todavia, foi a partir do momento em que o homem e a mulher deixaram de ser nômades e passaram a desenvolver a agricultura e a pecuária, que se deu o desenvolvimento da tecelagem, com fibra animais (carneiros/lã) e fibras vegetais (linho e algodão). Ao longo do tempo, verifica-se que no vestuário sempre houve diferenciação de estilo nas distintas épocas da história, e também nas variadas posições geográficas. A vestimenta è um marco importante na historia, ela pode influenciar comportamento, e também pode nos mostra em que épocas da história certos estilos foram usados. Por este motivo, é de fundamental importância para quem trabalha com moda o estudo da evolução da indumentária, e do conhecimento dos vários estilos, formas e cores de cada época. Conteúdo O vestuário na Pré-história, na Mesopotâmia, na Grécia; Roma, no Império Bizâncio, na Idade média, Renascimento, Programático: Século XVI e XVII na Europa e Brasil a partir século XVI até século XXI. Forma de Avaliação Observação interesse dos participantes; Apresentação da síntese do assunto; Criação de uma peça de uma época da historia. OFICINA OFICINA INSTRUTOR: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: Conteúdo Programático: Cores e Formas CH 2h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmina PLANO DE CURSO A funções das cores e as formas no vestuário. Orientar os grupos produtivos sobre a importância da utilização das cores e formas no vestuário. da Segundo o dicionário Aurélio, cor é impressão visual produzida pelos raios de luz decomposta. As cores têm um efeito sobre nós com as sensações e reações. Também é utilizada como símbolos, por exemplos o verde simboliza a esperança, o branco a paz, etc.; podem até determinar a que classe social que o individuo pertence. Também, pode transmitir a aparência física, como engorda ou emagrece, aparência mais velha ou mais nova. No vestuário as cores são utilizadas para dá harmonia e equilíbrio nas roupas. Já as formas são, segundo o dicionário Aurélio, a configuração exterior dos corpos, maneira como as coisas se manifestam, estilo, etc. Conceito, função e significado de cor; Regra para uso das cores; Tipos de formas; Como observa as formas na natureza; e Uso das formas no vestuário. Forma de Avaliação Realizar práticas com a criação de cores, a partir das cores primarias; Efetuar práticas com o uso das formas; Criar peças com cores e formas diferenciadas. OFICINA INSTRUTOR: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: OFICINA Moda e Tendência CH 2h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Maria, Zoraide Firmina PLANO DE CURSO A moda e a tendência Orientar os grupos produtivos sobre o que é a moda e sua influência no que diz respeito ás vestimentas; Fornecer informações sobre o que quer dizer tendência e como ela influência o mercado consumidor; da A moda pode ser definida como sendo as variações contínuas, relativamente transitórias e socialmente aceitas, ocorridas nas vestimentas, na mobília, na música, na arte, na fala e noutras áreas da cultura. Em seu sentido corriqueiro, porém, a noção de moda acha-se de forma espontânea associada ao vestuário e às decorações corporais e estilos ornamentais. Em geral, os estudiosos costumam destacar o seu caráter paradoxal e aparentemente irracional: a moda de ontem tende a ser considerada ridícula e feia; e a de amanhã é ainda estranha ou absurda; só a de hoje é boa, agradável ou adequada. A tendência influência a moda de acordo com os acontecimentos que ocorre em determinado lugar ou país; um exemplo é a realização da copa este ano, que faz com que a tendência aqui no Brasil seja roupas com as cores da bandeira brasileira. São lançadas por ano quatro tendências de moda: inverno, outono, verão e primavera. Onde os estilistas criam suas coleções para serem lançados nos grandes centros de moda com Milão, Nova York, Paris, Tóquio, e Brasil. Como também os estilos, cores, formas, acessórios são mostrados e as confecções filtram as tendências lançadas e produzido as roupas para o mercado consumidor. Por este motivo, é de fundamental importação o entendimento sobre o assunto moda e tendência para quem lida com confecção, para compreender a exigência do mercado consumidor. Conteúdo Programático: Forma de Avaliação O que é moda?; Tipos de moda; Como os meios de comunicação influenciam na moda; O que é tendência?; Tipos de tendência; A influência da tendência na moda; As tendências de 2006; Produção de peças de roupas nas tendências atual; Apresentação da síntese sobre o assunto; Curiosidades das participantes. OFICINA INSTRUTOR: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: OFICINA Oficina de bordado, pedraria e fuxico CH 48h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseida Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmino PLANO DE CURSO Aplicação de diversificadas técnicas de bordado tradicional , bordado com pedraria (miçanga. Vidrilho, lantejoula, etc.) e a utilização de relhos para a confecção de fuxicos, criando detalhes inovadores para a renovação de peças do vestuário. Capacitar as participantes da oficina nas diversas técnicas do bordado tradicional e com pedraria (miçanga, canutilho, vidrilho, etc.) para a inovação de peças do vestuário e acessórios como cintos, bolsas e sandálias; Ensinar a confecção de fuxico (retalho formando flores) e a sua aplicação para a transformação de peças mais simples em algo mais sofisticado, alegre e criativo. Promover a geração de renda a partir da criação de peças exclusivas do vestuário e acessórios com o emprego das técnicas ensinadas. Desenvolver a criatividade e despertar o interesse das pessoas pelos trabalhos manuais. da O bordado é uma técnica utilizada desde muito tempo, aproximadamente 500 anos d.C, sendo ponto cruz foi o primeiro ponto a ser utilizado. Espalhou-se pela Europa, Ásia e Estados Unidos, principalmente na Inglaterra, onde foram encontrados os primeiros trabalhos, em 1598. Naquele tempo, o ponto cruz era para as mulheres a única escola que lhes permitiu aprender junto à técnica dessa delicada arte: Letras do alfabeto, borboletas, flores, casas, bordas floridas e as famosas amostras (samplers - na língua Inglesa). Nos motivos, apareciam a assinatura de quem realizava o trabalho, a data e às vezes a idade da bordadeira. Desde a Idade Média até os dias atuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam novas inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares a criatividade e também valorizar a habilidade manual. Os pontos de bordados são: ponto cruz, ¼ ponto cruz, ¾ ponto cruz, ponto cruz duplo, ponto reto, etc. As técnicas do bordado em fazer os pontos são simples e proporcionam uma atividade relaxante, que não sobrecarrega a mente. Enquanto se trabalha com os pontos podemos ouvir música, conversar, etc. Conteúdo A importância das cores e formas no processo de customização; Pontos básicos de bordado; Pontos básicos de bordado Programático: com pedraria (lantejoula, miçanga, vidrilho), aplicação de renda e tecido formando bordados, motivos variados, flores, folhas, borboletas; Aplicação de pedraria em sandálias; montagem do fuxico; Aplicação e formação de motivos variados com fuxico, Produção de peças do vestuário e acessórios com a utilização das técnicas ensinadas; Elaboração de orçamento e o custo da peça. Forma de Avaliação Observação e desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participação efetivas nas aulas como um todo; Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. OFICINA OFICINA INSTRUTOR: Oficia de Crochê e Macranê CH 16h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmino PLANO DE CURSO Área Temática: Criação de peças com o emprego e combinação dos vários pontos do crochê e a técnica dos nozinhos (macramê). Objetivo(s): Capacitar as participantes da oficina nas técnicas do crochê e do macramê para a criação de peças do vestuário e acessório como bolsas, cintos e sandálias; Promover a geração de renda a partir da criação de peças exclusivas com o emprego das técnicas ensinadas; Desenvolver a criatividade e despertar o interesse das pessoas por trabalho manuais. Contextualização da A utilização do crochê e o macramê, com uma das técnicas na customização é também uma nova tendência da moda, atividade: que vem sendo muito usada em diversos artigos de vestuário e em acessórios. Diante do exposto, fazer uso destas técnicas manuais em roupas vai proporciona a valorização da peças e conseqüentemente a elevação do preço de venda. Conteúdo Pontos Básicos do Croché; Combinação dos pontos de crochê; Pontos básicos de crochê filé; Pontos básicos de Programático: macramê; Combinação dos pontos de macramê; Confecção de cintos e sandálias, montagem e transformações de das peças com as referidas técnicas. Forma de Avaliação Observação do desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participação efetiva nas aulas como um todo. Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. OFICINA Oficina de Montagem de Bolsas CH 24 h Edjane Fragoso, Edla Monteiro Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmino PLANO DE CURSO Área Temática: Confecção de bolsas femininas de diversas formas e modelos, feitas em tecido, empregado algumas técnicas de bordado em pedraria e fuxico, soutache, sianinha, crochê, macramê e trança-fitas. Objetivo(s): Capacitar os participantes da oficina na confecção de bolsas em tecidos; Promover a geração de renda a partir da criação de bolsas exclusivas; Desenvolver a criatividade e despertar o interesse das pessoas pelos trabalhos manuais. Contextualização da As bolsas são acessórios fundamentais no vestuário, tanto no feminino quanto no masculino, é uma peça útil e que atividade: também pode apresentar uma característica pessoal e variar de acordo com a ocasião. Este é um acessório no qual têm se utilizado vários materiais, modelos, formas e tecidos e que está em grande evidência no mercado da moda. Conteúdo Costura básica; Modelagem; Utilização de cores e formas na confecção das bolsas; Corte; Montagem; Costura; Programático: Acabamento; E customização de bolsas. Forma de Avaliação Observação do desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participantes efetiva nas aulas como um todo. Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. Insumos Necessários* OFICINA INSTRUTOR: OFICINA OFICINA INSTRUTOR: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: Oficiade Decoupage CH 16h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmino PLANO DE CURSO Elaboração de peças exclusivas com a utilização de motivos em retalhos de tecidos, colados nas peças a serem produzidas. Capacitar as participantes da oficina nas técnicas da decóupage (motivos de retalhos de tecidos colados nas peças) para a criação de peças alegres, sofisticadas e criativas. Promover a geração de renda a partir da criação de peças exclusivas do vestuário e acessórios com o emprego da técnica ensinada. Desenvolver a criatividade e despertar o interesse das pessoas por trabalho manuais. da A utilização da decoupage é uma técnica na customização, que consiste na com colagem de tecidos com motivos diversos. Aparasse também como uma nova tendência da moda, que vem sendo usada nas roupas e acessório, etc. Está técnica valoriza a roupa, dando um toque de sofisticação, e certa sensualidade nas peças. Utilização as estampas do tecido; Aplicação; Colagem; Acabamento; e Montagem das peças. Conteúdo Programático: Forma de Avaliação Observação e desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participantes efetiva nas aulas como um todo. Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. OFICINA INSTRUTOR: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: OFICINA Oficina bordado com soutache, com fita, flores de sianinha CH 48h Edjane Fragoso, Edla Monteiro, Joseida Maria, Márcia Gabriel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmina PLANO DE CURSO Aplicação de diversificadas técnicas de bordado com soutache e fita; e a utilização de sianinha para a confecção de flores, criando detalhes inovadores para a renovação de peças do vestuário. Capacitar as participantes da oficina nas diversas técnicas do bordado com soutache e fita, para a inovação de peças do vestuário como blusas, vestidos, saias e ect.; e acessórios como cintos, bolsas e sandálias; Ensinar a confecção de flores de sianinha e a sua aplicação para a transformação de peças mais simples em algo mais sofisticado, alegre e criativo. Promover a geração de renda a partir da criação de peças exclusivas do vestuário e acessórios com o emprego das técnicas ensinadas. Desenvolver a criatividade e despertar o interesse das pessoas pelos trabalhos manuais. da A utilização de aviamentos de confecção (sianinha, fio de soutache e sianinha) na customização de roupas e acessório, com propósito de agregar valor à peça, ou seja, valorizar o produto trabalhado. Fazer uso de técnicas com estes materiais permite dar um toque peculiar regional com sofisticação em artesanato em geral. Além de proporcionar o resgate e a valorização das atividades manuais e das costureiras e bordadeiras domésticas. Conteúdo Planejar e programar a customização de roupas determinando as operações e etapas a serem realizadas, recursos Programático: necessários e cronograma de execução; Elaborar orçamento de serviços; Elaborar pontos básicos de bordado com soutache e aplicação de pedrarias; Realizar trançado com fita; Confeccionar e aplicar flores de sianinha; Utilizar as técnicas citadas para agregar valor à peças do vestuário e à acessórios. Forma de Avaliação Será feita através de observação e desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participaçãos efetivas nas aulas como um todo. Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. Insumos Necessários* OFICINA INSTRUTORAS: Área Temática: Objetivo(s): Contextualização atividade: OFICINA Reaproveitamento de Roupas CH 32h EdjanFragoso, Edla Monteiro, Joseilda Maria, Márcia Grabiel, Sandra Adolpho, Zoraide Firmino PLANO DE CURSO Reaproveitar roupas visando agregar valor às peças do vestuário. Capacitar as participantes sobre a importância do reaproveitamento de roupas como uma forma de tornar peças mais simples em algo mais elaborado e de acordo com a tendência atual. da Em decorrência das oscilações das tendências da moda, algumas peças do vestuário tendem a cair em desuso. Uma das formas de se reaproveitar essas peças consideradas “ultrapassadas” seria a aplicação de técnicas manuais para transformar peças do vestuário, o que, tanto pode ser utilizado para a redução do orçamento familiar no tocante ao item vestuário como para geração de renda. Escolher as roupas a serem reaproveitadas. Cortar; Reformular as roupas ; Costura; acabamento; Customizar. Conteúdo Programático: Forma de Avaliação Será feita através de observação e desempenho dos participantes da oficina durante a execução das atividades práticas e participantes efetiva nas aulas como um todo. Avaliar as formas, a costura, o acabamento e customização das peças produzidas. LISTAS DE PRESENÇA FOTOS Oficinas de diagnóstico Capacitações