O dia é das mães, mas quem fala são os filhos
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O dia é das mães, mas quem fala são os filhos
O dia é das mães, mas quem fala são os filhos “Em coração de mãe sempre cabe mais um”, “mãe só tem uma”, “mãe não tem defeitos” e “amor de mãe é único” são apenas algumas das inúmeras frases prontas utilizadas para expressar a admiração pela maternidade. Indefinida por natureza, essa função vai do amor à educação, do cuidado ao puxão de orelha e da compreensão à imposição de limites. Sabemos que virar uma leoa quando é preciso e garantir que nada de mal aconteça às suas crias é preocupação comum à maioria das mamães pelo mundo. Neste mês das mães, no entanto, resolvemos ouvir não o que as mulheres têm para dizer sobre o assunto, mas o que os filhos homens dizem sobre as suas mães. Perguntamos para os servidores da PR/ES - alguns deles que, inclusive, já são pais - qual é a lembrança mais marcante que vem à memória quando o assunto são suas próprias mães. Sebastião da Silva, filho da dona Terezinha, reflete sobre os tipos de mães: “Há mães de todos os jeitos. As superprotetoras, as que ficam em casa o tempo todo e as que precisam trabalhar fora. Mas todas são muito especiais. Eu perdi a minha mãe e garanto: só quem perdeu a mãe para conhecer essa dor”. O servidor terceirizado Exson Valério recorda que era um menino muito bagunceiro, e que, para colocá-lo nos eixos, a dona Olávia precisava dar muito puxão de orelha. “A minha mãe me deixava de castigo sempre, mas hoje eu tenho a certeza de que muito do que sou eu devo a ela”. A mãe do servidor Delano Cerqueira de Souza, dona Rosa, mora no Rio de Janeiro e, quando vem passar uns dias com o filho, o enche de mimos. “Quando ela vem para Vitória eu como comida caseira, durmo na hora certa, tenho a casa toda arrumada e até as roupas passadas”, conta. “O único problema é que, com ela por aqui, eu tenho que deixar de sair e beber”, explica, envergonhado e sorrindo, em meio às brincadeiras dos colegas. “Ele vira um anjo”, completa Genilson Grund Pinto. O servidor Bruno Fardin fala convicto: “A minha mãe não chora”. Dona Margarida é definida pelo filho como uma mulher “durona”, que não chora por nada. Ou quase nada. “Eu só soube que a minha mãe chorou em três momentos da vida: quando eu me casei, quando o meu irmão saiu de casa e quando a calopsita dela voou e foi embora”. O curioso é que, ao parar para analisar, o motivo acaba sendo o mesmo: a ruptura. “Deve ser muito difícil pra elas ver os filhos indo embora. Elas sabem que criam os filhos para o mundo, mas é complicado”, comenta o servidor Ronaldo Cândido, filho de dona Maria da Penha. E complementa: “A minha mãe sempre me incentivou a estudar e seguir o caminho da carreira pública. Ela me dava muita força, mas quando eu passei em um concurso e saí de casa ela ficou super triste”. Já o servidor Benilson Souza não titubeia ao dizer que só está no MPF por causa de sua mãe, a dona Odette. “Quando surgiu o concurso para trabalhar aqui, eu estava desempregado e sem dinheiro até para pagar a inscrição,que foi paga pela minha mãe. Logo depois, arrumei um bom emprego e acabei me esquecendo do concurso. Quando me dei conta, havia marcado uma viagem para o dia da prova”. Foi pensando no dinheiro da mãe e no quanto ela já havia feito por ele que Benilson desmarcou a viagem para prestar o concurso. O resultado? “Passei em primeiro lugar”, diz, orgulhoso da colocação e de ser um bom filho. Por falar em bom filho, o servidor Márcio Dalvi se recorda de que foi Há algo em comum entre Terezas, Nilzas, Suelis, Odettes, Marias, Margaridas, Rosas, Olávias: o amor de mãe ajudar a mãe, dona Sueli, a fazer a declaração do imposto de renda, que a vida inteira foi feita com maestria por ela de próprio punho. “Ela entendia muito do assunto. Quando estava na transição para o programa atual, tive que ajudá-la. Ela fez todo o calculo à mão e me deu para colocar no programa, só que o resultado não estava batendo de jeito nenhum. Eu disse que tinha alguma coisa errada com as informações que ela havia me passado, mas quando me dei conta, percebi que eu é que tinha errado”, relembra, sorrindo. Nessas horas todos já sabem as respostas infalíveis que elas prontamente dizem. “Eu não disse?” ou “Se você me ouvisse mais”, são frases que acompanham os filhos pela vida inteira. Incondicional Mas contrariando esse história de que mãe nunca está errada, o servidor Genilson Pinto conta que sempre diz para a dona Nilza que, como todo ser humano, ela também tem o direito de errar: “Essa história de que mães não têm defeitos e nunca erram é conversa fiada. Elas erram também, mas nós sabemos que é tentando acertar”. Ele ainda completa: “Acho que o fato de as mulheres terem se inserido no mercado de trabalho transformou a maneira de ser mãe. Eu imagino que seja muito trabalhoso ser mãe porque, querendo ou não, é sempre cobrado mais da mulher em relação aos serviços domésticos e ao cuidado com os filhos”. O servidor André Perim viu de perto as dificuldades que a sua mãe, dona Thereza, passou para criar os filhos. “Uma lembrança muito viva que eu tenho é que ela trabalhava muito. Ela era professora e, para complementar o orçamento de casa, passava as noites fazendo flores artesanais. A minha mãe levou uma vida de muito trabalho”, recorda, orgulhoso. Cada mãe é única, e cada filho também. Mas há algo comum em todas as Terezas, Nilzas, Suelis, Odettes, Marias, Margaridas, Rosas, Olávias e tantas outras mulheres: o amor incondicional por seus filhos e filhas.