Relação dos participantes do 9º Caruru dos 7 Poetas
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Relação dos participantes do 9º Caruru dos 7 Poetas
Confira quem são os poetas do 9° Caruru Clarissa Macedo é baiana. Trabalha como revisora, professora, escritora e produtora. É mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS). Está presente nas coletâneas Godofredo Filho (2010), Sangue Novo (2011), Verso e Prosa – Oficina de Criação Literária, III e IV Feira do Livro (2011 e 2012) e no livro teórico Sem comparação: Torga, Rosa e cia. limitada (2013). Participa da coletânea em comemoração aos dez anos do Caruru dos Sete Poetas, que será publicada no dia 28 de setembro de 2013. Tem um livro de poemas que será lançado, em outubro deste ano, pela coleção Pedra Palavra. Publicou na Verbo21, no Musa Rara, no Barcaças, em A Poesia do Brasil, na Diversos Afins, na 7Faces, na Blecaute e o faz, regularmente, tanto em meios eletrônicos como impressos. Participa e produz eventos artísticos, tendo alguns projetos em andamento, como o “Melancolia: Piano e Poesia” e o “Grande Encontro: autores e leitores”. Edita o blog Essa coisa que é o eu (clarissamacedo.blogspot.com) e é colunista no site Viva Feira. No meu poema, navegas sem rastro Navegas nu, sem zelos, a meu lado No mar que descerrou a encruzilhada, Tu bordavas-me um manto pisado – Navegavas indecente na fé que eu temia Eras a era em que me perdia e abandonava Eras a música que dissonante inaugurava um calor de guerra e uma calma adormecida. A poesia morre e vive. Em mim tu morrias, porque no meu poema, e só no meu poema, é que a vida fez sentido, sublime, alucinada. Clea Barbosa nasceu Clezenilde Barbosa, nascida no norte Pernambucano, criada em Juazeiro, norte baiano, filha de Elizabete Barbosa e Renilde Crisóstomo Castro, de todos os Orixás e do Caboclo Sultão das Matas. Poetisa por excelência e essência, iniciada no culto afro na casa da rocinha de Oxum Mona Aimê Itauêmim de Umzambi. Escreveu seus primeiros versos aos 8 anos. Aguçou sua vida poética participando de diversas oficinas de teatro e laboratórios de expressão corporal. Em 1999 teve sua primeira publicação independente com o grupo performático Importuno Poético. Tem como “linha poética” a total expressão dos sentidos do universo intimo ou cotidiano corriqueiro. Acredita na Fé e no Amor como prática de vida. Como artesã tem participado de diversas feiras, e como promotora de eventos, criou o Chá Simpatia, que compartilha com toda sua família, filhos e afilhados, amigos, esposo e comunidade em geral. ORAÇÃO Se posso falar de Nossa Senhora O que impede-me falar de Oiá!? Oiá Matamba dança canta no corpo meu Minha força minha luta História da minha raiz Labuta do meu dia a dia Avermelhado de vida Sou filha sou mãe Sou neta da lama sagrada Do barro da terra Que me benzeu Oiá Matamba Vanju Bamburucema teu ilá Ecoa a liberdade da minha alma fêmea guerreira O brilho da tua beleza conduz os meus passos Mãe sou tua filha concebida pelo amor Que trago de tempos outros Que nem mesmo atinjo em palavras O estrelato do universo me confirma A força de Olorum sobre toda a natureza. Axé!!! Elisa Lucinda se formou em jornalismo, profissão que exerceu na sua cidade natal, Vitória do Espírito Santo, até se mudar para o Rio de Janeiro, há mais de 20 anos. Desde então imprime sua marca como atriz atuando para teatro, cinema e televisão. Em 1995 publicou seu primeiro livro de poesia “O Semelhante” e suas poesias tomaram os palcos durante seis anos com este, que foi o primeiro espetáculo-poesia de uma série de sucessos que surpreendem os espectadores do Brasil e do exterior. Aperfeiçoando este formato, criou vários espetáculos e hoje seguindo o fundamento da Companhia da Outra, grupo de teatro que formou com a atriz e diretora Geovana Pires, excursiona pelo país com mais um espetáculo solo, “Parem de falar mal da rotina”, sucesso de crítica e público no Fórum Internacional de Culturas, Barcelona, em 2004. Em 2005 representou o Brasil na XIV Feira do Livro de Cuba e em seguida no Espaço Brasil, em Paris. Em 2007, após a 6ª temporada de absoluto sucesso no Rio e com mais de 300 mil espectadores, o “Parem” segue, atendendo a convites para apresentação nas principais cidades do Brasil, juntamente com seu mais novo espetáculo “A Fúria da Beleza”, que foi visto em primeira mão pelos Portugueses, em julho de 2007. Em 2013, no mês de Setembro, a peça se prepara para o seu décimo primeiro aniversário. Atualmente Elisa comemora o quinto ano da Casa Poema no Rio de Janeiro, sede da Escola Lucinda de Poesia Viva. A Casa oferece uma agenda recheada de cursos, palestras, workshops, recitais, peças de teatro e encontros literários. A Casa Poema também comemora sua parceria com a OIT, em que ministra um curso de capacitação para a polícia, O Palavra de Polícia, outras armas. O Amor de Dudu nas Águas Estou virando uma menina tornada mulherinha com tanta coleirinha de maturidade ainda assim me sinto parida agora tenra, maçã nova nova Eva novo pecado. Tudo gira e eu renasço menina vestido curto na alma de dentro… Deixo no mar os velhos adereços a velha cristaleira, os velhos vícios as caducas mágoas. Nasce a mulher-menina de se amar com água no ventre e no olhar. Nasce a Doudou das Águas. Giselli Ferreira de Oliveira, mulher, negra, cadeirante, mãe de Amana Raha e Naíma Ayra, graduanda do curso de ciências sociais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, e militante do movimento negro. É uma das integrantes da Antologia Canoas do Paraguaçu, lançada pela Editora UFRB. Encontrou-se com a poesia de forma inesperada e hoje faz parte dela. A Pele Traduz Na pele Carrego coragem de mulher guerreira Suor de combatente Como o vento Circulo em todos os cantos Não me escondo Não mordo, não apanho Apesar das amarras Rescindo E me enlaço no que confio Feminina pele Reflete o que sou Por ela não me oculto E nem poderia Com ela me estampo Todos os dias Sou guerreira! Sou mulher! Sou Preta! Shirley Campbell é Costarriquenha e descendente de Jamaicanos por terceira geração. Estudou Teatro, Literatura e Escrita Criativa no Conservatório de Castella. Tem sido ativa em programas culturais e sociais como professora no Conservatório de Castella. Tem organizado e dirigido oficinas de composição criativa, (Costa Rica, El Salvador, Honduras). Dirigiu programas culturais através da Associação para o Desenvolvimento da cultura Afro-Costarriquenha. Ela é membro da Associação Costarriquenha de Escritoras. Fundadora da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento dos Afro-Costarriquenhos e é parte do Centro de Mulheres AfroCostarriquenhas. É antropóloga formada na Universidade da Costa Rica. Fez cursos de pós-graduação em feminismo Africano da Universidade do Zimbábue, em Harare e tem Mestrado em Cooperação Internacional para o Desenvolvimento da Universidade Católica de Santa Maria e da Fundação Cultural e de Estudos Sociais (CIES). Durante os últimos 20 anos, Campbell tem trabalhado como consultora independente nas áreas de gênero, direitos humanos e AIDS. Como poeta, e ativista pelos direitos dos afrodescendentes, oferece leituras de poesia e é ativa no movimento de mulheres negras em seu país e na América Latina. Campbell já publicou quatro livros de poesia e tem dezenas de poemas e artigos publicados em revistas, antologias e jornais em diversos países. Seus poemas já foram traduzidos para Inglês e o Francês. La tierra prometida Juro no detenerme hasta encontrar nuestra tierra prometida debe estar en algún lugar escondida juro no mermar esfuerzo ni caminos ni batallas. Juro entregarla en las manos y en los ojos y en los sueños de los niños. Valdeck Almeida de Jesus (1966) é jornalista, funcionário público, editor, escritor e poeta. Presidente do Colegiado Setorial de Literatura da Bahia. Embaixador da Divine Académie Française des Arts, Lettres et Culture, Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil, Academia de Letras de Jequié, Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes – ANELCA, Poetas del Mundo, Fala Escritor, Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz e da União Brasileira de Escritores. Publicou “Memorial do Inferno: a saga da família Almeida no Jardim do Éden”, “Feitiço contra o feiticeiro”, “Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia”, “30 Anos de Poesia”, “Heartache Poems”, ”Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland” (com versão em português: “Sim, sou gay. E daí? Desabafos de Alice no País das Maravilhas”), “O MST e a Mídia: uma análise do discurso sobre o Movimento dos Sem Terra nos jornais A TARDE online e O Globo online” (co-autor: Jobson Santana), dentre outros, e participa de quase noventa antologias. Organiza e patrocina o Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Literatura, desde 2005, o qual já lançou mais de 1000 textos de poetas do Brasil, África, Portugal, Estados Unidos, Venezuela, Suíça, China, Japão e outros. Site: www.galinhapulando.com Sou África Sou bela, sou negra Tenho cabelo duro Apesar do passado De dor e grilhões Eu me orgulho Altiva, nativa Mulata ou mestiça Sou pele, sou alma Tenho pé chato Quadril largo Nariz achatado Tenho raiz E ela me diz Que sou Deusa Rainha e Princesa Sou plena e total E também sou mito Sou gente, real Eu luto e grito: Nem menos, nem mais O que eu exijo São direitos iguais! Kátia Borges, 45, é escritora e jornalista. Publicou os livros de poesia “De volta à caixa de abelhas” (2002, Selo As Letras da Bahia), “Uma Balada para Janis” (2010, Edições P55) e “Ticket Zen” (2011, Escrituras) e, de prosa, “Escorpião Amarelo” (2012, Edições P55). Seus poemas foram publicados ainda nas coletâneas, “Sete Cantares de Amigos”, “Concerto Lírico para 15 vozes”, “Roteiro da Poesia Brasileira – Anos 2000″ e Traversée d’Océans – Voix poétiques de Bretagne et de Bahia, edição bilíngue organizada por Dominique Stoenesco. Amor Por todo o caminho, te levo comigo, como quem carrega o próprio coração nas mãos, pulsando. Como quem bebe um vinho precioso, deixando que o líquido se espalhe e molhe o rosto. Por todo o caminho, te levo comigo, como quem arranca um punhado de mato e põe no bolso, só para sentir a raiz entre os dedos. Te levo comigo, sobre os ombros, até o alto da mais alta das montanhas.