Módulo 3. Projeto Final Aula 10. Direção e Produção - proec

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Módulo 3. Projeto Final Aula 10. Direção e Produção - proec
Módulo 3. Projeto Final
Aula 10. Direção e Produção
Projeto Final
Coordenadora
Marilia Mello Pisani
Autores
Clara Guimarães
Érica Jorge
Lilian Menezes
Marilia Mello Pisani
Ronaldo Tedesco
Taís Vargas
1
PACC – Programa Anual de Capacitação Continuada
Coordenadora: Sílvia Dotta
Curso: Produção de vídeo em EAD, Pisani, M. (Coord.), Guimarães, C., Jorge, E., Menezes, L., Tedesco, R., Vargas,
T., é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição NãoComercial 3.0. Não Adaptada. Permissões além
do escopo dessa licença podem estar disponíveis em
http://uab.ufabc.edu.br.
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Direção e Produção
Devido aos diversos conhecimentos e processos envolvidos, a
produção audiovisual costuma ser um trabalho desenvolvido por uma
equipe. Cada membro desta equipe realiza suas atividades em três
momentos: a pré-produção, a produção e a pós-produção. Nesta
dinâmica coletiva ninguém manda e ninguém obedece: cada um
cuida de sua parte, mas todos ouvem e compõem uma obra
audiovisual. Aprender a ouvir as sugestões e as críticas e a trabalhar
coletivamente é uma das características positivas deste trabalho, que
permite a democratização do processo criativo.
Porém, isto não implica que cada um deva se restringir a
conhecer apenas uma parte, alienando-se dos outros processos. É
importante que você conheça um pouco sobre cada etapa e nesta
2
aula você a terá a oportunidade de desempenhar esses diversos
papéis. Comecemos, então, conhecendo a equipe em uma produção
de vídeo.

Roteirista: é ele que inicia o trabalho, desenvolvendo a ideia e
transformando-a em um roteiro.

Diretor: é aquele que apresenta a concepção de imagem e
transforma o roteiro em cenas de movimentos de câmera e
planos; é ele quem estabelece o tempo das cenas.

Produtor: participa das etapas de pré-produção, produção e
pós-produção
e
organiza
todo
equipamento
e
recurso
necessário, garantindo que o diretor possa acontecer.

Fotógrafo: ele cuida da imagem, trabalhando diretamente com
o diretor. Ele está sempre de olho nos elementos que compõem
a forma das imagens, como luz e cores.
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
Cinegrafista:
é
aquele
que
cuida
da
câmera.
Trabalha
diretamente com o diretor e o fotógrafo. Quando ele não está
presente, é o diretor ou fotógrafo que cuidam da câmera.

Editor: ele é o artista da linguagem técnica, é ele que
transforma as imagens gravadas em imagens com efeitos e
cortes, dando ritmo a sequência de imagens. Seu trabalho
cobre praticamente 50% da produção de um vídeo, segundo
Alex Moletta, e pode salvar ou afundar de vez um projeto
audiovisual.
Vamos conhecer agora, com mais cuidado, as principais funções
de um Diretor e, na sequência, as de um Produtor.
Direção
“O diretor é um autor que escreve com a lente da câmera”
3
(Moletta, 2009, p. 43)
A direção é uma das partes mais delicadas de uma produção
audiovisual, segundo Moletta (idem, p. 41): a “direção tem a função
de pensar em imagens que possam ser captadas pela câmera. Ela
direciona a realização de um roteiro”. É ele que cria o “olhar” da
câmera, por meio do qual se contará a história.
Para começar a dirigir um filme o primeiro passo é conhecer
bem o roteiro que vai dirigir e conversar com o roteirista (caso não
seja ele mesmo que o escreveu), de modo a conseguir transformar as
ações do roteiro em imagens que possam ver vistas. O diretor é
aquele que cria a concepção do filme, ou seja, a sua forma pessoal de
expressar-se por meio das imagens e dos sons; mais do que isso, é
ele que confere o “olhar artístico” que encanta ou que inquieta o
público. Para construir esse olhar cinematográfico, o diretor “fala” por
meio da lente da câmera. Por isso, a linguagem de direção é aquela
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dos movimentos da câmera, dos planos e enquadramento e das
lentes e é com ela que você deve se acostumar a pensar agora.
Assim, façamos um breve retrospecto dos elementos que você
aprendeu no Módulo 2 e que necessitará relembrar nesta fase.
Para obter boas imagens você precisa tomar uma série de
cuidados
com
a
iluminação,
os
movimentos
de
câmera,
o
enquadramento do objeto de filmagem e os recursos da lente. Esse
trabalho do diretor pode contar de forma muito positiva com a ajuda
do fotógrafo, que é aquele que cuida da imagem propriamente dita
em todos os seus aspectos; já o diretor está mais atento ao modo
como esta imagem pode contar a história, ou seja, ao modo como o
movimento
e
o
enquadramento
conseguem
transmitir
uma
mensagem. Essa combinação de movimento e enquadramento “faz
que a imagem ganhe vida na tela, deixe de ser apenas o registro de
uma situação e adquira características criativas e artísticas” (Lucena,
4
2012, p. 71).
Como aspecto da linguagem do cinema, os movimentos e o
plano são seus elementos fundamentais.
O movimento transmite as emoções, comunicam as ideias e,
em sintonia com a música, forma uma narrativa expressiva, que
evoca emoções e reações (idem, p. 72). Há 4 relações possíveis entre
os objetos e o movimento da câmera (Lucena, 2012):

A câmera e o objeto estão imóveis;

A câmera está imóvel e o objeto em movimento;

A câmera e o objeto se movem;

O objeto não se move, mas a câmera sim.
Dentro destas quatro possibilidade de relação objeto-câmera,
existem outras inúmeras variações:
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
A câmera pode girar em torno do próprio eixo, tanto horizontal
quanto vertical (panorâmica);

Pode deslizar sobre um trilho ou carrinho (dolly) (você pode
utilizar uma cadeira de rodinhas);

Pode ser movimentar para frente, para trás, lateralmente, para
cima, para baixo (travelling). Neste caso, você pode usar o
zoom para realizar um movimento frontal, porém não se
esqueça de que enquanto no travelling a câmera se movimenta,
no zoom a câmera está parada e é o conjunto de lentes que se
move, fazendo com que o objeto fique mais afastado ou mais
próximo.

Pode ser montada numa GRUA, permitindo diversos tipos de
movimentos acompanhando objetos e personagens. (A grua é
um equipamento que permite suspender a câmera a uma altura
normalmente inalcançável. Pesquise na internet que você
encontrará uma série de modelos).
5
Já o plano é a “unidade básica da linguagem da imagem em
movimento”. Ao registrar o movimento é preciso definir a relação
espaço-tempo: o que vai ser mostrado e quanto vai durar esta
exposição. Os planos gerais tem caráter informativo e servem para
descrever a ação ou localizar o contexto geral de uma situação. Os
planos médios são bons para cenas com diálogos. Os planos mais
fechados acentuam as emoções do personagem. Vale a pena, neste
momento, você rememorar as siglas de cada plano, que você
aprendeu na aula 5 Câmera no módulo 2, e que será usada na
atividade desta aula, pois é a partir desta linguagem que o diretor se
comunica e escreve. Segue um breve quadro dos Planos, para ajudálo(a) a lembrar:
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PG:
plano
geral
(abrange
totalidade dos objetos)
a Plongê: filma o objeto de cima
para baixo, dando a sensação de
diminuição ou rebaixamento.
PA: plano aberto (mostra apenas Contraplongê: filma o objeto de
o objeto principal da filmagem)
baixo
para
cima,
dando
a
impressão de fazer crescer um
personagem.
PAm: plano americano (mostra as Plano
pessoas do joelho para cima)
Inclinado:
do
eixo vertical da câmera.
PM: plano médio (personagem Plano
aparece da cintura para cima)
inclinação
sequência:
acompanhada
tomada
integralmente
os
objetos ou personagens, como
um grande travelling.
6
PP:
plano
próximo
(registra Câmera
subjetiva:
mostra
o
imagens frontais como em um objeto a partir da perspectiva do
telejornal; close; big-close)
olhar do personagem.
Agora, chegou a hora de você começar a pensar como o diretor
de seu filme. Você precisará definir a linguagem fotográfica de seu
projeto. Para isso você aprenderá a realizar a decupagem do roteiro,
que é um modo de desmembrar o roteiro transformando-o em cenas
e tomadas. Siga com a leitura e faça a atividade proposta.
1. Minuta de decupagem:
A decupagem é uma espécie de roteiro escrito para ser filmado.
A sua linguagem é a dos movimentos de câmera e planos. Por isso,
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você deverá mobilizar o vocabulário técnico aprendido na aula 5 de
Câmera, e resumido no quadro acima, e criar a direção de seu filme
montando a sua própria Minuta de decupagem.
A Minuta de decupagem ajuda você a construir a concepção de
imagem de seu Projeto. Ela pode ser alterada durante as gravações,
mas começar a fazê-la desde já só irá ajudar a direcionar o seu olhar
na hora e facilitar nas gravações, que costumam ser um momento
muito tumultuado. Assim, é muito importante que você realize a
atividade para conseguir pensar sobre a imagem e esta reflexão irá
auxiliar na construção de sua narrativa audiovisual.
A Minuta de decupagem estará com o diretor durante as
gravações. Ela é dividida em: cabeçalho (que reproduz o modelo do
roteiro, com o numero da cena, o espaço e o tempo), seguida do
numero da tomada (TOM), a sigla do plano e movimento e uma breve
7
descrição do objeto que será enquadrado. Vejamos com mais
cuidado.
Uma cena é composta por várias tomadas ou uma só (no caso
de uma sequência única). Uma Tomada (TOM) é a menor unidade de
uma cena, gravada sem corte: se uma sequência é dividida por várias
cenas, várias cenas são divididas por diversas tomadas (Moletta,
2009, p. 47). Você pode gravar uma cena com diversas tomadas e é
para organizar essas tomadas que você precisa definir a decupagem.
E atenção para não confundir plano e tomada! Se uma tomada
é a divisão da cena em partes, o plano é aquilo que a câmera “vê”
naquela tomada. “Se nossa tomada fosse a janela aberta, o plano
seria a paisagem que vemos através dela” (ibidem).
Agora, leia e estude o modelo que se segue, discuta com seu
tutor em caso de dúvidas e prepare-se para desenvolver a primeira
atividade prática desta aula.
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MINUTA DE DECUPAGEM
CENA 1. EXT. CALÇADÃO – CENTRO DA CIDADE – DIA
TOM 1 – PLANO GERAL (PG) PAN Vertical. A CAMERA DESCE do sol
ardente até aparecer até aparecer o centro da cidade. Manhã de
calor intenso.
TOM 2 – PLANO FECHADO (PF) no rosto da mulher. Surge,
invadindo a tela, o rosto de uma mulher de 40 anos, olhos
arregalados. A mulher está morta.
TOM 3 – PLONGÊ mostra o corpo da mulher inerte no chão. O plano
mostra também vários calcanhares de pessoas ao lado do corpo,
8
o que indica que estão indiferentes a ela.
CENA 2. EXT. RUA – CENTRO DA CIDADE - DIA
TOM 1 – PLANO MÉDIO (PM) nos dois homens se socando.
CAMERA NA MÃO tenta acompanhar os movimentos dos dois de
forma frenética em toda a cena.
TOM 2 – PLANO CONJUNTO (PC) nas pessoas da calçada gritando em
segundo plano e tomando a tela. Os dois brigam a pontapés.
TOM 3 – CLOSE em PLANO MÉDIO.
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2. Storyboard:
Agora você vai aprender a importância de desenhar as tomadas
de suas cenas, quadro a quadro. Essa técnica auxilia a visualizar
todos os planos e a escolher o melhor para sua cena. Um bom diretor
deve, segundo Moletta, conhecer todos os planos que escolheu para
fazer o seu vídeo ou curta, da primeira à ultima tomada. Quando
estamos começando a desenvolver um projeto audiovisual, muitas
são
as
chances
de
nos
perdermos
nos
planos,
errar
os
enquadramentos e esquecer o que se pretendia filmar em uma
tomada. Por isso, é importante organizar-se e desenvolver técnicas
que auxiliem nessas diversas etapas. Uma dessas técnicas é
conhecida como Storyboard.
O Storyboard é uma referência visual esquemática (como se
fosse uma história em quadrinhos), que contém os planos, os ângulos
9
de câmera, as dimensões e as proporções do objeto da imagem. Ele é
um “rascunho da cena, podendo trazer apenas os contornos de
pessoas e objetos” (Moletta, idem. p. 55). Seguindo as indicações de
Moletta, podemos dizer que ele é composto de:

À esquerda fica o quadro branco para que o plano de cada
tomada seja rascunhado.

À direita fica o espaço para comentários sobre cada plano e
observações sobre o movimento de câmera, etc.

No cabeçalho de cada tomada há um lugar para anotar o
número da cena, a tomada e a locação à qual o desenho
corresponde.

Não é necessário desenhar todas as tomadas do roteiro, apenas
as principais para cada cena.
Com o plano da minuta de decupagem em mãos, você vai
rascunhar os desenhos referentes a cada plano e vai criar o seu
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Storyboard. Veja o modelo abaixo e faço a atividade em Aula 10
Atividade Storyboard.
E bom trabalho!
Cena: xxxx
Tomada: xxxx
Locação: xxxx
Cena: xxxx
Tomada: xxxx
Locação: xxxx
10
3. Planilha de gravação:
Depois de prontas as primeiras etapas de criação, direção e
decupagem, depois que está pronto o Storyboard, cabe ao diretor se
preparar para as ultimas ações antes das filmagens.
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Por exemplo, ele pode pensar na escolha do elenco, como a
idade, o tipo físico, etc. Porém, vamos sugerir que esta atividade seja
executada pela Produção. O diretor vai opinar e lançar suas
sugestões sobre o elenco, com objetivo de construir sua concepção
visual, mas não será ele que vai trabalhar com a equipe de elenco.
Essa é uma sugestão que fazemos, para que você passe diretamente
para a última etapa da direção, antes das gravações propriamente
ditas. Essa ultima etapa será desenvolver uma PLANILHA DE
GRAVAÇÃO com o objetivo organizar as filmagens e facilitar o
trabalho final de edição e montagem do vídeo.
A planilha é montada com base nas datas e horários de uso de
locação e serve de referencia de cronograma de trabalho para o
diretor no dia da gravação. Observe a planilha abaixo e veja que ela
contém:
um
cabeçalho
com
data,
locação,
cenas
e
tomadas
numeradas, na sequencia em que serão gravadas. Ao lado de cada
11
tomada consta um curto espaço para descrição da ação. À direita há
o espaço para indicar quantas vezes a tomada gravada foi repetida e
qual das gravações que valeu. Essa planilha serve de guia para a
escolha das cenas que serão editadas posteriormente. (Moletta, idem,
p. 61-2)
A planilha é um elemento útil na ultima etapa de pré-produção
do diretor e serve para ele não se perder na etapa que vem a seguir,
a captação das imagens. Mas, antes disso, veja o modelo abaixo,
estude-o, tire suas duvidas com o tutor e faça a sua planilha de
gravação na atividade Aula 10 Atividade Planilha de Gravação.
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PLANILHA DE GRAVAÇÃO
DATA:
LOCAÇÃO: rua
INT./EXT: Externa
DESCRIÇÃO
REPETIU
00/00/00
CENA 1
Valeu
a
tomada:
TOM. 1
PAN - do sol até 5
4
mostrar o centro
TOM. 2
PF – rosto da 4
6
mulher
TOM. 3
PLONGÊ – Corpo 6
da
mulher
4
no
chão.
TOM. 4
12
TOM. 5
TOM. 6
CENA 2
DESCRIÇÃO
REPETIU
Valeu
tomada:
TOM. 1
PM
–
dois 5
homens
3
se
socando.
TOM. 2
PC
–
multidão 3
gritando
e
3
os
dois brigando
TOM. 3
CLOSE – homem 3
2
de paletó.
TOM. 4
CP – MÉDIO – 3
Homem
3
de
camisa levanta
TOM. 5
PACC
PM
–
pessoas 4
4
a
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gritando
TOM. 6
CENA 3
DESCRIÇÃO
REPETIU
Valeu
a
tomada:
TOM. 1
TOM. 2
TOM. 3
TOM. 4
TOM. 5
Produção
A Produção de um audiovisual participa de todas aquelas
atividades de suporte à sua realização e que podem ser dividias em
três fases:
13

Pré-produção: nessa etapa são definidas as locações, são
adquiridos os elementos de cena, os figurinos, escolha e
preparação do elenco, bem como os materiais necessários à
gravação como equipamentos, tripé, cartão de memória, etc.
Também conta nesta fase o orçamento de materiais e serviços.

Produção: nesta fase ocorrem as atividades que estarão
diretamente
envolvidas
organização
da
no
locação,
o
processo
de
transporte
gravação
da
equipe
como:
e
dos
equipamentos e acessórios.

Pós-produção: atividades relacionadas à contratação de serviço
de edição e montagem, sonorização e trilha, designer gráfico,
material de imprensa, divulgação e preparação de cópias do
material pronto para exibição.
As fases do trabalho de produção são organizadas em um
cronograma de realização, tal como se segue no modelo abaixo.
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CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO
Nome do projeto:
Produtor responsável:
OBJETIVOS
ATIVIDADES
GERAIS
DESENVOLVIDAS
Pré-produção/
Fechar locações e
Preparação
elenco
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Dia/mês Dia/mês Dia/mês
X
X
Levantar material
de produção
X
X
Preparar elenco e
locações
14
Produção/
Iniciar gravações
Execução
X
Produzir
locações/
continuar
X
gravações
Encerrar
gravações e
entregar locações
em perfeito
estado.
Pós produção/
PACC
Assistir ao
X
X
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Finalização
material bruto e
X
selecionar
imagens para
edição.
Editar primeiro
X
corte. Inserir
trilha sonora.
Preparar material
X
gráfico.
Editar corte final,
finalizar trilha e
som e divulgar a
exibição.
15
Porém, ao contrário do que pode parecer, o Produtor não é um
mero operacionalizador de atividades, mas ele é também um criador.
Cada peça de um cenário ou figurino participa da linguagem
audiovisual e compõe, junto com o diretor e o fotógrafo, a estética
visual de um vídeo ou filme. Assim, junto com esses dois outros
personagens, se forma a tríade que cria a visão artística de um
projeto, sendo o produtor aquele que faz a ponte entre as diversas
áreas, não se limitando apenas à realização da obra audiovisual
(Moletta, idem, p.91).
Assim, podemos listar quais seriam as atividades principais de
um Produtor, que são apresentadas em um checklist ou planilha de
produção. Em termos gerais, esta lista pode ser dividida em (idem,
p.93-4).
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
Equipe:
seleciona
as
pessoas
que
serão
necessárias
ao
desenvolvimento do projeto, como assistentes, etc.

Elenco e figuração: todos os personagens e possíveis atores,
assim como a quantidade de figurantes que serão necessários.

Locações: seleciona e organiza os locais de gravação.

Elementos de cena: listagem de tudo que será preciso para as
gravações: como flor, caneta, automóvel, clips de papel,
talheres, etc. Sugere-se que esta listagem seja dividida por
cena, para facilitar sua organização.

Figurinos: tudo que os atores vestirão para as gravações.
Também sugere-se que seja dividido por cena.

Materiais diversos: ferramentas, tintas, fita adesiva, pequenos
materiais de decoração e cenografia, fitas para filmadora,
mídias de CD e DVD, alimentação de equipe e elenco.

Serviços: tarefas executadas por pessoas especializadas como
serralheiros, carpinteiros, mecânico, chaveiro, ou ainda arte
16
gráfica, edição, impressão, cópias, divulgação, etc.
Agora, você deverá entregar a seu tutor a atividade Aula 10
Atividade Checklist com a lista de materiais que serão necessários
para produzir o seu vídeo. Sigo o modelo abaixo:
CHECKLIST
Equipe:
Elenco/
Figuração:
Locações:
Elementos de
cena:
PACC
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Figurinos:
Materiais
diversos:
Serviços:
Depois de fazer o entregar o Checklist, você irá realizar a
segunda atividade de Produção: transcrever, para uma Planilha de
Produção, os principais recursos de produção divididos por cenas, de
modo a que
você
possa se
organizar durante
as gravações
identificando os itens que deverão constar nas cenas.
Veja o modelo abaixo oferecido por Moletta (idem, p. 105). Tire
suas duvidas com seu tutor e faça a última atividade em
17
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Atividade Planilha de Produção.
Com esta última atividade você já terá em suas mãos todos
elementos necessários para começar as suas filmagens.
PLANILHA DE PRODUÇÃO
Nome do projeto:
Nome do produtor:
Data: 00/00/00
Locação: casa da Luana
CENA 8 – Luana atende ao telefone
Personagem: Luana
Atriz: Fulana
Objetos de cena: telefone residencial
Figurinos: blusa branca e calça jeans
PACC
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Cena 8
DESCRIÇÃO
LOCAÇÃO
GRAVAÇÃO
TOM. 1
Luana abrindo a
Sala
Ok
Sala
Ok
Fachada
Ok
porta
TOM. 2
Luana
atendendo ao
telefone
TOM. 3
Imagem fora da
casa
CENA 9 – Mãe descobre a foto na caixa
Personagem: mãe de Luana
Atriz: Beltrana
Objetos de cena: caixa preta de foto antiga
Figurino: blusa vermelha e bermuda cinza
18
Cena 9
DESCRIÇÃO
LOCAÇÃO
GRAVAÇÃO
TOM. 1
Mãe de Luana
Quarto
Ok
Quarto
Ok
Quarto
Ok
no quarto
TOM. 2
Mãos da mãe
abrindo a caixa.
TOM. 3
Detalhe da foto.
Você sabia?
Há alguns itens de fundamental importância para você conhecer
agora que está começando o seu projeto audiovisual. Vejamos.
1. Direitos autorais e uso de imagem:
O produtor deve tomar muito cuidado ao utilizar a IMAGEM, SOM
ou TEXTOS de terceiros, pois existem leis específicas que servem
para impedir que uma obra seja indevidamente utilizada. Toda vez
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que for utilizar em desses elementos, é preciso ter autorização e para
isso entre em contato com os autores ou detentores dos direitos; se
não, não use e evite problemas futuros.
O Ato que regulariza o uso de direito autoral é a Lei n. 9.610, de
19 de fevereiro de 1998, disponível em diversos sites da internet.
“Portanto, adaptar ou reproduzir um trecho de livro, sem a
devida autorização, é ilegal – mesmo que a exibição não tenha
fins
lucrativos.
Segundo
o
Ecad
[Escritório
geral
de
arrecadações e distribuição de direitos autorais] exibições desta
natureza
só
ficam
isentas
de
pagar
direitos
se
houver
autorização do autor ou detentor de direitos.” (Moletta, 2009,
p. 102)
Não se esqueça: cada pessoa que se dispôs a participar de seu
vídeo ou cedeu espaço para gravar, nem que seja uma simples
19
tomada, tem que preencher um Termo de Cessão de Uso de
Imagens. Caso seja menor de idade, precisa da autorização dos pais
ou responsáveis. A sugestão é que você já leve o termo pronto para
ser assinado no ato da gravação, para evitar problemas futuros. A
cessão é permanente e a imagem pode ser usada para fins de
promoção do filme.
Esse documento é bem simples e precisa ter: nome do projeto, do
produtor e da pessoa que vai ceder os direitos de imagem e/ou uso
de sua locação. Deve ser datada e assinada em duas vias, uma fica
para o produtor e outro para o cessionário.
2. Locações e gravações em locais públicos:
A escolha das locações também é uma atividade do produtor
que requer muita atenção. Para isso é importante visitar com
antecedência o local e identificar os horários de movimentação,
ruídos. Deve conhecer as condições técnicas, quadros de energia
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elétrica, pontos de luz e tomadas de cada local, se não 110V ou
220V. É preciso conversar com os responsáveis e explicar o que se
pretende fazer. Para se gravar em local público é necessário pedir
autorização de uso de imagem para a Prefeitura ou órgão público
responsável pelo local (no caso da Universidade, você deve falar com
a Prefeitura Universitária – PU). Quem não tiver esse cuidado corre o
risco de ser impedido de gravar. Fique atento(a) a isso. (Moletta,
idem, p. 109)
3. Registro de produção
Um dos recursos interessantes que podem complementar seu
vídeo é utilizar registros de fotos e imagens feitas nos bastidores.
Você pode fotografar todo o processo e arquivar essa documentação,
de modo a preservar a memória e a historia da produção. Esses
bastidores complementam a ficha técnica e informações de produção
20
e podem ser de grande interesse para o público. O produtor costuma
ser o responsável por essa atividade. (Moletta, idem, p. 110)
Referências bibliográficas:
LUCENA, Luiz Carlos, Como fazer documentários: conceito, linguagem
e prática de produção. São Paulo: Summus editorial, 2012.
MOLETTA, Alex, Criação de curta metragem em vídeo digital: uma
proposta de produção de baixo custo. São Paulo: Summus, 2009.
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