TREINAMENTO - IPS Engenharia de Rigging

Transcrição

TREINAMENTO - IPS Engenharia de Rigging
OBRAS URBANAS Gruas superam desafios e agilizam obras na capital paulista
CRANE
BRASIL
manuseio, movimentação e TRANSPORTE de cargas e materiais ANO IV NO 23 R$ 15,00
Uma
prévia dos
lançamentos
da M&T
EXPO’2012
Transporte
de tambor
de 140 t
em contrato
de 5 mil t
INFOCRANE
Içamento de
teleférico
sobre o
Rio Tâmisa
TREINAMENTO
INTERNACIONAL
“Franquia”
Rotterdam
negocia com
terminais
brasileiros
Simulador para guindastes portuários e offshore
DICAS O profissional é insubstituível, independente dos dispositivos embarcados
Dicas
Ninguém
É um erro confiar
cegamente em
qualquer equipamento
eletrônico, que é
suscetível de falhas,
comprometendo e
colocando em risco a
operação
Por: Camilo Filho*
BRASIL
E
CRANE
42
u realmente tive meu primeiro
contato com um guindaste
em 1981, quando fui contratado pela
Superpesa no Rio de Janeiro. Fiquei
maravilhado e muito orgulhoso de
trabalhar naquela empresa que, aos meus
humildes olhos, possuía aqueles caminhões
e guindastes gigantes. Foram bons tempos
aqueles e deixaram muitas saudades.
Aprendi muito lá com José Góes,
Boaventura, Luis Lunato, Sr. George,
Filizola, Manoel Joaquim, eng. Márcio,
José Monteiro, José Luís, Eduardo
Teixeira, Tainha e tantos outros, sendo
que alguns, infelizmente, já não estão mais
entre nós. Logo compreendi o significado
da tríade: raio, lança e contrapeso!
De lá para cá muita coisa mudou.
Os guindastes aumentaram de
capacidade e diminuíram de tamanho.
Em compensação, ficaram bem mais
delicados e sofisticados. Talvez a maior
mudança em termos de segurança
operacional tenha sido a introdução dos
popularmente chamados “computadores”.
Existem três tipos básicos: o indicador de
carga, o indicador de capacidade tabelada
e o limitador de capacidade tabelada.
O indicador de carga fornece um peso, o
qual pode incluir a bola ou moitão, cabos
e acessórios. O indicador de capacidade
tabelada fornece informação de quanto
da capacidade tabelada está sendo usada
em tempo real, assumindo que o operador
tenha fornecido a informação correta no
que tange à configuração do guindaste
(quantidade de contrapesos, abertura dos
outriggers, número de pernas e etc.). Já o
limitador de capacidade tabelada desabilita
certas funções quando um percentual
da capacidade tabelada é alcançado
(assumindo que o operador tenha entrado
com as informações corretas relativas à
configuração do equipamento/içamento).
A norma (ASME B30. 5), copiada
em parte abaixo, divide entre o
fabricante do guindaste e o fabricante
do “computador”, a responsabilidade de
continuar a operação ou não quando o
“computador” apresentar uma falha ou
estiver inoperante.
“... Limitador de capacidade
nominal de carga: um dispositivo que
automaticamente monitora o raio,
o peso da carga e a tabela de carga
e impede movimentos do guindaste
que poderão resultar em condição de
sobrecarga...”
“...as instruções do fabricante do
dispositivo ou do guindaste devem
descrever o propósito do dispositivo.
O fabricante deve dar recomendações
para continuar ou parar a operação
do guindaste se condições de ajuda
à operação estiverem inoperantes ou
apresentarem mal funcionamento...”
A primeira recomendação nesta
situação é para que se sigam as
instruções do fabricante do guindaste e/
ou “computador”. Se não existem tais
recomendações, a segunda instrução é que
o responsável pelo içamento estabeleça
procedimentos que garantam que o
guindaste não será sobrecarregado durante
o içamento. Para isso é importante saber,
da maneira mais exata possível, todos os
parâmetros envolvidos (peso da carga, raio,
peso dos acessórios e todas as deduções
pertinentes dos pesos mortos).
CALCULANDO OS PESOS MORTOS
Ano passado, eu dei aproximadamente
8.500 horas de treinamento. Com isso
eu observei que a maioria dos operadores
mais jovens são completamente
dependentes do “computador”, para
verificar se um determinado içamento
pode ou não ser realizado ou continuado.
Quando no içamento as decisões são
feitas dessa maneira é fácil colocar,
por exemplo, os planos de rigging,
deduções e outros procedimentos em
segundo plano. Porque o pensamento
é que: “qualquer coisa (anormalidade),
o computador corta... Alguns alunos
inclusive me questionaram: “Por que
que eu preciso saber fazer as deduções
substitui você!
da carga bruta se o meu guindaste tem
computador?.” É um erro confiar em
qualquer equipamento eletrônico nesta
magnitude. Devemos lembrar que
equipamentos eletrônicos são suscetíveis
de falhar! Podem descalibrar, algum
sensor pode queimar e por aí vai. As
afirmações seguintes são incontestáveis:
# Nenhum guindaste deve ser
sobrecarregado, a não ser por um
propósito específico, tal como teste.
# A carga deve estar adequada de
acordo com a configuração do guindaste.
# Quando não se tem o peso correto da
carga, o responsável pelo içamento deve
certificar-se de que o peso a ser içado não
excederá a tabela de carga em nenhum
momento. Isto automaticamente implica
em se conhecer, durante toda a operação,
o raio, comprimento de lança e etc.
Finalmente, os “computadores”
são um “operational aid” (ajuda
operacional), mas não podemos
cegamente segui-los, nem nos
tornarmos completamente dependentes
deles. O operador e rigger experiente
com seu bom senso e discernimento
sempre terão a última palavra.
NINGUÉM SUBSTITUI VOCÊ!
* Camilo Filho é e
Engenheiro Mecânico, especialista em
içamentos pesados, com mais de 29
anos de experiência em operações com
guindastes e movimentação de carga;
vários cursos na área feitos no exterior,
responsável por vários trabalhos de grande
envergadura no Brasil e no exterior.
Atualmente é diretor técnico da IPS –
Soluções Técnicas em Movimentação de
Cargas www.ips.eng.br e é membro da
ACRP - USA. Sugestões e comentários
enviar para [email protected] .

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