- Câmara de Comércio Americana
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Energia: o impacto das novas medidas Perfil: GE Oil & Gas business Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Desde 1921 nº277 set/out 2012 Ciência sem Fronteiras: rumo à sociedade do conhecimento O programa brasileiro de mobilidade internacional em ciência, tecnologia e inovação Dannemann Siemsen: 112 anos de história. Com a palavra, o sócio-sênior honorário, Peter Dirk Siemsen Grupo Libra O encontro com a sustentabilidade Augusto Mendes Nascimento, técnico de controle de processo, Anderson Nascimento Matos, operador de equipamentos, e Nataly Aragão, operadora de equipamentos – Complexo Vargem Grande, Nova Lima (MG) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Vale, localizada em Santa Bárbara (MG) valor Para a Vale, o desenvolvimento só acontece quando a empresa e a sociedade crescem juntas. Isso significa que ser uma das maiores empresas do país e a que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial do Brasil é tão importante para nós quanto compartilhar valor, investindo na preservação do meio ambiente, na cultura brasileira e na qualidade de vida das comunidades próximas às nossas operações. Não temos todas as respostas e sabemos que ainda há um longo caminho pela frente. Mas, com diálogo e buscando soluções de consenso, podemos imaginar e alcançar um futuro mais sustentável. editorial Conselho editorial Helio Blak Henrique Rzezinski João César Lima Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco Robson Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria Sanches (revisão), Cláudio Rodrigues e Giselle Saporito (textos) Canal do leitor [email protected] Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro gianne carvalho U m dos programas brasileiros que chamam a atenção do empresariado é o projeto do governo federal que conseguiu reunir em uma única iniciativa um benefício à educação e ao desenvolvimento de mão de obra qualificada para as empresas com bases na inovação e na tecnologia. O Ciência sem Fronteiras é, por natureza, um programa de mobilidade científica, mas congrega uma colaboração fundamental rumo à sociedade do conhecimento e ao desenvolvimento do País, ao buscar no setor privado a parceria para a sua implantação. Consciente da importância de um investimento deste porte e com este fim, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que ampara o projeto, desenvolvido também pelo Ministério da Educação, para expor em um artigo, que trazemos nesta edição, o empenho e os primeiros resultados da iniciativa. Esperamos que este programa forme mais doutores brasileiros e preencha a lacuna ainda muito escassa de intercâmbio entre a pesquisa acadêmica com o setor produtivo e com a sociedade civil, significando uma nova injeção ao aprimoramento das ciências exatas que referendam países mais fortes e desenvolvidos. Outro tema bastante relevante ao dia a dia desta Câmara e que deve se beneficiar ainda mais com as oportunidades que começam a ser geradas por conta da aproximação dos grandes jogos esportivos é a questão da propriedade intelectual. A entrevista de Peter Dirk Siemsen, sócio-sênior honorário da Dannemann Siemsen, que nos honra na Diretoria desde há muito, aborda de forma bastante interessante a evolução dessa área, em especial na indústria do esporte, que foi objeto de um evento de âmbito mundial em que especialistas abordaram questões ligadas à Lei da Fifa e da Olimpíada, particularmente em pontos que são sensíveis aos patrocinadores e anunciantes, como o marketing de emboscada. Em outro tema de importância relevante para as empresas consumidoras de energia elétrica, em especial as eletrointensivas, abordamos a questão da redução das tarifas por determinação do governo federal e os seus impactos nos diferentes segmentos produtores afetados, tanto na geração como na transmissão e distribuição. O nosso diretor Omar Carneiro da Cunha, especialista no tema, aborda com muita propriedade a necessidade de se aproveitar de forma racional essa iniciativa, de tal forma que, ao beneficiar os consumidores, não inviabilize as operações dos ofertantes. Destacamos ainda nesta edição a realização de mais um Rio Oil & Gas, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e considerado um dos três maiores eventos da indústria de óleo e gás em âmbito mundial. A Amcham Rio esteve presente, como tradicionalmente o faz, com o estande compartilhado entre 12 dos seus associados, que ali puderam desenvolver contatos para futuros negócios. Boa leitura! Publicidade Liliane Dippolito [email protected] A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected] www.amchamrio.com Henrique Rzezinski, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected] divulgacão/grupo libra Leia a revista também pelo site amchamrio.com 08 12 14 20 22 24 26 28 30 32 38 40 42 Em Foco Notícias sobre as empresas associadas e a agenda de eventos da Amcham Rio Brasil Urgente As mudanças no setor de energia e seus impactos para a indústria e os consumidores Entrevista Peter Dirk Siemsen e a história e tradição em propriedade intelectual da Dannemann Siemsen Perfil Os planos e novos negócios da GE Oil & Gas e as oportunidades para o Rio de Janeiro Ponto de Vista Brasil deve priorizar o incentivo à energia renovável, defende Vânia Andrade de Souza, sócia-líder do setor de Energia da KPMG no Brasil Radar Os resultados e avanços do programa brasileiro Ciência sem Fronteiras, em artigo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Ponto de Vista O escritório Barbosa, Müssnich & Aragão clareia a questão da proteção de dados na internet Artigo O Judiciário especializado em propriedade intelectual, na visão de Fabiano de Bem da Rocha, sócio de Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual Ponto de Vista Patentes verdes: como andam os programas de incentivo a empresas inovadoras Artigo O investimento na plataforma de sustentabilidade e suas aplicações nas três unidades de negócios do Grupo Libra Ponto de Vista Como os escritórios de advocacia usam a ferramenta do marketing e podem dela tirar maior proveito? Artigo A escassez de oficiais de marinha frente à crescente demanda por profissionais embarcados Amcham News A cobertura dos eventos realizados pela Amcham Rio em foco Totvs Consulting cresce 40% no primeiro semestre Estudo aponta oportunidades na gestão de resíduos sólidos Até 2020, o Brasil deverá ter toda a estrutura necessária para dar uma destinação adequada a qualquer resíduo sólido e, até 2014, todos os municípios deverão eliminar completamente seus lixões e implantar aterros sanitários. Neste contexto, as oportunidades de novos negócios às empresas vão desde a produção de adubo e energia até a reciclagem e capacitação técnica. É o que aponta o levantamento “Gestão de Resíduos Sólidos: uma Oportunidade para o Desenvolvimento Municipal para a as Micro e Pequenas Empresas”, desenvolvido pelo Sebrae do Mato Grosso do Sul com o apoio do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), integrante do Grupo BID. O estudo chama a atenção ainda para a aplicação da logística reversa, destinada a coletar e devolver resíduos específicos (aparelhos eletroeletrônicos, pilhas, baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes, óleos lubrificantes, agrotóxicos) ao setor empresarial. Sem a reciclagem, a economia brasileira perde R$ 8 bilhões por ano. 8_Edição 277_set/out 2012 Centro Cultural Light A Totvs Consulting, unidade de consultoria em gestão empresarial e em tecnologia da companhia, cresceu 40% no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo período de 2011. O destaque da unidade foi o crescimento superior a 200% apresentado pela Totvs Consulting Energia, divisão criada há um ano com o objetivo de apoiar os clientes do setor de óleo e gás a atingir altos níveis de performance em toda a sua cadeia de valor. Revista da Light da década de 1930, uma das peças do acervo que será digitalizado MinC aprova projeto de digitalização de acervo da Light O Ministério da Cultura aprovou projeto de higienização, conservação, manutenção e divulgação de todo o acervo cultural bibliográfico da Light, acumulado desde o início do século 19. O próximo passo agora é encontrar patrocinadores. A digitalização de todo o acervo possibilitará que os documentos estejam ao alcance de todos via internet e redes sociais. Ronaldo C. Veirano recebe homenagem Ronaldo C. Veirano, sócio-fundador do Veirano Advogados e ex-presidente da Amcham Rio, foi homenageado pela Chambers and Partners, editora britânica que é referência internacional na veiculação de guias e de publicações voltadas a temas jurídicos. Ronaldo foi premiado com o Lifetime Achievement Award para a América Latina 2012 por suas contribuições durante toda a carreira. em foco BG Brasil e Fapesp fecham parceria Da esq. à dir., Olivier Wambersie, Chief Technology Officer do BG Group; Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp; Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), da Fapesp Encontro de Câmaras Nos dias 1º, 2 e 3 de outubro realizou-se na US Chamber, em Washington, a 45ª Reunião Anual da Associação das Câmaras Latino-Americanas de Comércio (Association of American Chambers of Commerce in Latin America – Aaccla), com a presença de representantes de 23 das 24 câmaras dos países das Américas do Sul e Central e do Caribe. A reunião contou com painéis envolvendo especialistas em economia e política da América Latina, com ênfase na discussão de temas relacionados primordialmente com a infraestrutura na região, que apresenta taxas de crescimento expressivas em seu comércio exterior e dependem de investimentos significativos especialmente em vias de acesso a portos e também na modernização dos terminais portuários propriamente ditos. Destacou-se também o efeito positivo que a assinatura dos Acordos de Livre Comércio (Free Trade Agreements) dos Estados Unidos com a Colômbia e o Panamá tem tido sobre o volume de comércio, habilitando inclusive pequenas e médias empresas que antes não tinham acesso ao mercado nas duas pontas. O Brasil é como sempre considerado, a exemplo do México, um dos líderes da região, cada vez mais tendo influência nas relações com o chamado grupo dos países desenvolvidos, muito embora as taxas de crescimento recentes estejam abaixo do que havia sido projetado pelos economistas. No âmbito político, permanecem as preocupações com a Argentina, o Equador e, principalmente, a Venezuela, que tem criado barreiras e dificultado o movimento comercial, o que tem limitado o ambiente de negócios tanto dentro do próprio bloco do Mercosul quanto externamente. No dia 4 de outubro, foi realizado um painel promovido pelo Panamá, onde foi apresentado o projeto de expansão do canal, que, em 2015, deverá triplicar a capacidade de recebimento de contêineres no terminal portuário de Colón, passando de 4,4 milhões de TEUs/ano para 13,2 milhões de TEUs/ano. (TEU é a medida utilizada para contêiner de 20 pés cúbicos). 10_Edição 277_set/out 2012 A BG Brasil e a Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – firmaram parceria para desenvolver projetos de pesquisas com o objetivo de criar soluções inovadoras para a indústria de petróleo e gás no Brasil e projetos de desenvolvimento no Estado de São Paulo. Um dos focos é aplicar as novas tecnologias na exploração de petróleo na Bacia de Santos, além de promover a capacitação. Outra importante característica da parceria é a definição de uma estratégia para atrair pesquisadores e pós-doutorandos brasileiros e estrangeiros, que desenvolverão pesquisas no setor de energia no Estado de São Paulo. agenda 2012 Amcham Rio novEMBRO 9/11 Tax Friday – Multas e Penalidades Administrativas Tributárias: Alterações no Estado do Rio de Janeiro para 2013 9/11 Evento Economia Criativa – Inovação nos Negócios 13/11 Curso Importação e Exportação de Petróleo e Derivados 23/11 Evento Legalização de Promoções 27/11 Curso Análise Financeira para o Setor de Óleo e Gás ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law 28/11 Evento Fator Acidentário de Prevenção 30/11 Tax Friday – Fim do RTT e início de uma nova era para o IRPJ, CSL, PIS e Cofins Petróleo brasileiro aquece a procura imobiliária nos portos Investimentos na ampliação e modernização dos portos e a expectativa em torno da exploração de petróleo no pré-sal vêm aquecendo a procura imobiliária nas cidades portuárias. Empresas internacionais buscam estabelecer ou ampliar suas operações nas imediações dos portos. A afirmação é da Jones Lang LaSalle, que já atendeu seis grupos internacionais. A empresa também atua nos segmentos de logística, automobilístico, bens de consumo, alimentos e outros para operações de importação e exportação. Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar Leblon – Rio de Janeiro – RJ Centro – Rio de Janeiro – RJ Itaim Bibi – São Paulo – SP 22431-050 – Brasil 20050-005 – Brasil 04543-000 – Brasil T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100 clcmra.com.br Edição 277_Brazilian Business_11 brasil urgente o d n e v e r c s E . . . o t r e c Os novos anúncios do governo federal para o setor elétrico podem gerar muitas incertezas e impactar toda a indústria Omar Carneiro da Cunha_economista, empresário e diretor da Amcham Rio O governo federal publicou recentemente a Medida Provisória nº 579 e o Decreto nº 7.805, referentes à redução nas tarifas de energia elétrica no País e à renovação das concessões vincendas em 2015 a 2017 das empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Em princípio, ótimas notícias para os consumidores brasileiros, principalmente para os industriais – os mais prejudicados pelas mudanças introduzidas em 2004. Visando favorecer os consumidores residenciais, tais mudanças acarretaram um realinhamento tarifário que fez com que os consumidores industriais incorporassem uma parcela desproporcional desses reajustes. Somando-se a isso o sistemático aumento dos impostos e encargos setoriais, transformaram-se as tarifas das indústrias brasileiras em uma das mais caras de todo o mundo. Um resultado que afetou de forma dramática a competitividade do setor industrial, principalmente o consumidor intensivo de energia, levando ao fechamento de algumas dessas indústrias. Quais são então os riscos envolvidos em notícias tão alvissareiras? 12_Edição 277_set/out 2012 r o p ... s a t r o t s a h n i l A redução de tarifas se dará parcialmente pela extinção de dois (CCC/RGR) dos 13 encargos setoriais e pela redução de mais um (CDE) via subsídio do Tesouro Nacional. O restante virá por meio da redução da remuneração dos agentes de geração e transmissão, cujos ativos já se encontram depreciados nos prazos das concessões a vencer, mediante a renovação de suas concessões pelo custo de operação. Redução de impostos estaduais e federais (que são os mais elevados do mundo nas tarifas elétricas) nem pensar. Mas as concessões já não estarão vencidas e, portanto, seus investimentos amortizados? Por que o consumidor teria que pagar mais uma vez? É nos detalhes que mora o perigo. Nos setores de Geração e Transmissão, para os quais as regras foram mais claramente explicitadas, os agentes se tornam apenas mantenedores dos ativos, remunerados por uma tarifa fixada pelo Governo, e não via um preço como no modelo atual. A energia que os geradores produzem será cotizada entre as empresas distribuidoras. Ou seja, os geradores perdem o controle do preço e do destino de seu próprio produto. Quem não aceitar devolve a concessão e não pode participar da nova licitação das operações. Ora, se este ativo não é atrativo para quem o vinha operando nos últimos 20 ou 30 anos, será atraente para quem? Para o governo federal, que passará a operá-los se não houver outros interessados? Será que não estaremos em uma situação de déjà vu? No passado, o Governo estatizou boa parte do setor, para privatizá-lo mais uma vez, por incapacidade de atender as necessidades de investimento do setor e ser capaz de geri-lo adequadamente. Vamos repetir o mesmo erro mais uma vez? “Para atingir o desejável objetivo de reduzir as tarifas do setor, o governo federal está trazendo insegurança aos investimentos futuros” No setor de distribuição, a questão é ainda mais preocupante, pois os operadores com concessões vencendo em 2015/2017 têm que exercer imediatamente seu desejo de prorrogá-las ou não, sem saber o teor do contrato que regulará suas atividades e definirá sua remuneração. Ou seja, um salto no escuro! E nessa atividade a situação de margens é ainda mais dramática. Pela atual legislação, a cada cinco anos há uma revisão tarifária, que transfere os ganhos de produtividade das mesmas para o consumidor final. No último ciclo de revisão, que ainda está em curso, as distribuidoras entregaram 21% de suas margens aos consumidores e, teoricamente, não existe gordura para queimar. Sendo assim, para atingir o desejável objetivo de reduzir as tarifas do setor, visando, entre outras coisas, a melhoria da competitividade da indústria nacional, o governo federal está trazendo insegurança aos investimentos futuros, tão necessários para se manter a estabilidade dos parques gerador, transmissor e distribuidor. Lança-se uma nuvem negra de incerteza que pode afetar a confiabilidade e segurança do suprimento. Não seria mais lógico rever os 11 encargos setoriais que oneram a nossa conta de energia? Ou rever as absurdas tarifas de ICMS e PIS/Cofins, cobradas pelos Estados e pelo governo federal respectivamente, em um produto tão essencial na economia para todo consumidor, residencial, comercial, rural ou industrial? Vamos esperar que o Congresso Nacional cumpra seu papel e corrija a Medida Provisória das distorções que podem gerar grande insegurança ao setor elétrico nacional, afetando a economia como um todo. Edição 277_Brazilian Business_13 entrevista Peter Dirk Siemsen sócio-sênior honorário da Dannemann Siemsen Um dos maiores escritórios de propriedade intelectual do Brasil, hoje com mais de mil funcionários em cinco capitais do País, a Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira completa 112 anos de história com boas perspectivas de novos negócios e uma longa trajetória de crescimento e conhecimento adquirido Por Andréa Blum Fotos Gianne Carvalho A longevidade da Dannemann Siemsen 14_Edição 277_set/out 2012 S egundo estudo da Ernst & Young Terco, só a Copa do Mundo de 2014 deverá injetar R$ 112 bilhões na economia brasileira. Parte dessa cifra depende dos ativos de propriedade intelectual, como patentes para tecnologias esportivas e marcas de eventos, além de tópicos como direitos de imagem. Esse território milionário se aproxima cada vez mais do dia a dia do País, mas também representa uma zona natural e constante de conflitos quando o assunto é defender os direitos de empresas e grandes patrocinadores. Sobre este e outros temas relativos à área de PI, a Brazilian Business conversou com o sócio-sênior honorário da Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, Peter Dirk Siemsen, no seu escritório em Botafogo, Zona Sul da capital fluminense. “Parecia uma boa chance de ganhar um dinheiro extra”, pensou o jovem de 17 anos ao aceitar o convite do seu tio-avô para fazer desenhos de marcas no escritório, à época com apenas cinco funcionários. Foi assim que Peter Dirk Siemsen entrou na área de PI – ou foi a área de PI que entrou em Peter, definindo-os mutuamente. Não se sabe ao certo. O que se nota na conversa é que a profissão, neste caso, fez o homem, e vice-versa. Após quase 70 anos dedicados à construção de uma das maiores empresas de propriedade intelectual do País e à consolidação da própria área de PI, estimulada e desenvolvida também pelo seu esforço pessoal, Peter se preparava, antes da entrevista, para pegar um avião para a Coreia para tratar de negócios do escritório. Sim, para ele, advogar e velejar são dois antigos e sagrados hábitos, inseparáveis. Leia a seguir a íntegra da entrevista exclusiva concedida à revista da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro. “O que se faz no Brasil em propriedade intelectual ganha destaque também em relação aos países vizinhos” Edição 277 Brazilian Business_15 entrevista Peter Dirk Siemsen Brazilian Business: Como ocorreu o seu envolvimento com a questão da propriedade intelectual? Peter Dirk Siemsen: Em 1947, quando eu ainda cursava o Cientí- fico, fui convidado pelo meu tio-avô, Eduardo Dannemann, para fazer desenhos de marcas no escritório dele. Na época, eu estudava e também trabalhava em uma firma de desenhistas. Achei que seria uma forma de ganhar um dinheiro a mais, uma boa chance para um rapaz de 17 anos. Nas férias, me envolvi um pouco mais no dia a dia do escritório e comecei a me interessar pelo assunto. Naquela época, o escritório tinha apenas cinco pessoas. Um dia, ele me convidou para participar do escritório e prestei vestibular para Direito. Em 1952, prestei exame como agente de propriedade industrial, que é o título que se usa para fazer a parte administrativa. Em 1953, me tornei sócio do escritório, que mudou o nome para Dannemann, Siemsen e Companhia. Neste mesmo ano fiz a primeira viagem aos Estados Unidos para prospectar clientes. Em 1959, o meu tio-avô faleceu, e eu com a minha sócia, Catarina Bigler, tomamos a frente dos negócios, mesmo sem ter a experiência do fundador. Mas o escritório cresceu e hoje é um dos maiores do País em marcas e patentes. BB: Como foi essa primeira viagem pelo mundo para difundir os serviços do escritório? PDS: Nós quase não tínhamos contato com os Estados Unidos, nossos clientes eram apenas da Europa, e quando me tornei sócio do escritório, aos 23 anos, viajei durante quatro meses e visitei cerca de 180 escritórios. Dessa viagem, surgiram muitos contratos. BB: O senhor era fluente no inglês? PDS: Tive uma experiência de grande valia e muito interessante que me trouxe a fluência no idioma. Trabalhei como guia turístico durante dois anos. Na época do pós-guerra, os americanos vinham mais para o Brasil, em vez de ir para a Europa, nos navios da Moore-McCormack Lines, chamados de navios da “Boa Vizinhança”, que quinzenalmente aportavam no Rio de Janeiro. Eles procuravam guias locais, e nós acompanhávamos os turistas em passeios de carro pela cidade. Foi nesse momento que aprendi de verdade a falar inglês. BB: Qual a sua percepção do cenário original propício para o desenvolvimento da propriedade intelectual? PDS: Esse território vinha sendo deflagrado desde o século 19 por conta de progressivos investimentos em criação tecnológica e inovação, processos que foram se desenvolvendo cada vez mais. Isso se refletiu no crescimento do escritório, que, atendendo a muitos clientes do exterior, os assessorava, naquele momento, principalmente na área de patentes. Porém, no Brasil havia pouco investimento em atividades de criação. Então, nosso foco maior eram os clientes estrangeiros. BB: Como está hoje o Brasil no mercado de marcas e patentes em relação aos demais países? PDS: O mercado brasileiro é hoje um mercado grande que interes- sa a todos. O desenvolvimento tecnológico cresceu de forma explosiva no mundo, na área eletrônica, química e farmacêutica, e o País é um imenso mercado, mesmo que ainda haja um porcentual grande de pobreza. O problema no Brasil é que ainda se tem pouca atividade inventiva na área privada. Melhorou na esfera estatal, nas universidades, como a Unicamp, e nas estatais, como a Petrobras e Fiocruz, com progressos desde a década de 1990. Mas as nossas empresas ainda estão muito lentas em termos de investimento na área, provavelmente ainda por conta de certos resquícios dos anos de inflação, que tomaram recursos de possíveis investimentos. A minha expectativa é que, com a consolidação da economia, também haja um maior investimento em inovação na área privada. BB: De que forma o Governo pode intensificar o incentivo à inovação? PDS: O Governo já criou a legislação de incentivo à inovação, de 1996, com financiamento da Finep, e temos o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), que ainda precisa acelerar os processos de concessão de patentes e registros de marcas. Esse prazo ainda desanima uma parte da clientela do instituto. BB: Quais são os principais embates e desafios para essa disciplina, considerando que o País sediará, em menos de dois anos, o maior evento esportivo do mundo, que deve movimentar bilhões de dólares, boa parte desse volume por ativos de marcas e patentes? Como aproveitar este momento? PDS: O Brasil ainda precisa investir muito em infraestrutura, na melhoria e ampliação das estruturas de aeroportos, estradas e hotéis, na limpeza da Baía de Guanabara, entre outros fatores. O tempo está passando rapidamente, e as coisas não estão andando no mesmo passo. Vejo até a Copa do Mundo de 2014 como um problema menor, pois estará espalhada em 12 cidades, em comparação com a Olimpíada, que, por estar concentrada no Rio de Janeiro, deve enfrentar mais obstáculos. Em compensação, esses eventos trazem grandes patrocinadores e oportunidades para promoção de marcas. O País está preparado para lidar com esse cenário, inclusive já tem legislação especial para garantir as proteções, como a Lei da Copa e da Olimpíada. BB: Qual a sua avaliação da nossa Lei da Copa em relação às legislações de outros países? PDS: A importância dessa legislação é que ela garante mais efici- ência e proteção às marcas e cria empecilhos ao que se chama de marketing de emboscada, exigências da própria Fifa e do Comitê Olímpico, pelo menos para o período dos grandes eventos, para garantir a proteção dos direitos dos grandes patrocinadores. “É preciso abrir a mente e compreender que são instrumentos positivos ao desenvolvimento da economia brasileira” 16_Edição 277_set/out 2012 entrevista Peter Dirk Siemsen BB: Qual a sua análise do País e projeções futuras sobre desenvolvimento tendo como base a propriedade intelectual? PDS: A propriedade intelectual é um dos instrumentos para o de- senvolvimento do País e integra um conjunto de elementos que, somados, permitem avanços mais rápidos do País. Temos outros elementos que precisam avançar, como a questão da infraestrutura, a redução da burocracia, um dos grandes empecilhos ao crescimento, e o uso da propriedade intelectual principalmente no tocante à inovação. Nós já temos uma legislação positiva que suporta a atividade inovadora, mas nos falta um órgão rápido e eficiente para garantir as proteções sem desanimar aqueles que fazem investimentos em pesquisa e inovação. BB: Como o Brasil tem discutido o tema da propriedade intelectual? PDS: Nós tivemos recentemente um seminário de enorme suces- so, em que se discutiu pela primeira vez de forma ampla o uso da propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento econômico por meio dos esportes [PI & Esportes]. Essa foi uma ideia que eu tive há quatro anos, quando acompanhei, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), em Genebra, a Agenda do Desenvolvimento, bastante complexa e que exige modificações profundas nos países em desenvolvimento. O que me levou a pensar qual seria a área de fácil compreensão a esses países e que não tem conflitos maiores. Percebi que a área esportiva movimentava milhões e não estava em destaque há anos na agenda da Ompi, e levei ao presidente a questão da necessidade de olhar a PI no âmbito esportivo. Finalmente, este ano, conseguimos reunir, no Rio de Janeiro, 522 participantes para discutir esse tema. BB: O Brasil é um dos quatro escritórios da Ompi no mundo. Isso significa a sua relevância no cenário mundial no tocante à propriedade intelectual? PDS: Sim. O Brasil ganhou uma grande importância depois de sua recuperação e, principalmente, na região da América Latina. Logo, o que se faz no Brasil em propriedade intelectual ganha destaque também em relação aos países vizinhos. Uma forte propriedade intelectual no Brasil vai servir de exemplo para uma forte propriedade intelectual também nos países vizinhos. Por esta razão, a Ompi escolheu o País para sediar um de seus quatro escritórios em todo o mundo. 18_Edição 277_set/out 2012 “no Brasil ainda se tem pouca atividade inventiva na área privada” BB: Qual a área do escritório que mais cresceu nos últimos tempos? PDS: Uma das áreas que cresceu de ma- neira exponencial foi a de Relações de Consumo, de proteção às empresas contra a reclamação dos consumidores. Além disso, patentes e marcas, nessa ordem, são as áreas que mais mobilizam os mais de mil funcionários do escritório. BB: Qual seria o salto desejado à propriedade intelectual no Brasil? PDS: A área de propriedade intelectual ainda necessita de uma maior atenção por parte do Governo, pois é um enorme instrumento de desenvolvimento, e deveria ter um suporte muito maior para que isso beneficiasse o Brasil. Existem exemplos de países como o Japão no pós-Segunda Guerra, a Coreia e a China, que cresceram bastante após o desenvolvimento dessa área. É preciso abrir a mente e compreender que são instrumentos positivos ao desenvolvimento da economia brasileira. BB: Como começou a carreira de velejador? PDS: Eu sempre quis velejar, mas na época era um esporte muito caro. Então, o Iate Clube abriu um setor de sócio-atleta, que não exigia a compra do título, mas obrigava o atleta a competir ou a integrar as comissões de regata. Foi assim que comecei a velejar, em março de 1948. E continuo correndo. perfil L Árvore de Natal molhada produzida na fábrica da GE, em Macaé O Estado do Rio de Janeiro ganha importância para a empresa com os recentes investimentos milionários na operação de Macaé e com a construção do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil Por Cláudio Rodrigues fotos divulgação ge GE aprofunda negócios no Rio “A unidade de Macaé se tornou sinôâmpadas, geladeiras, micro-ondas e extração de petróleo em alto-mar. Mesmo quando se fala da GE no setor pe- nimo de tecnologia e inovação – com catrolífero, é difícil não lembrar que a empresa estampa sua pacidade de executar 100% dos serviços marca em produtos presentes no dia a dia das pessoas. A mul- localmente – e será importante para nos tinacional, que instalou sua primeira fábrica no Rio de Janeiro diferenciar no mercado da região. Esse em 1919, impressiona pela diversidade: turbinas de avião, ser- investimento faz parte da nossa estratéviços financeiros, processamento de água, diagnóstico por ima- gia para acelerar o desenvolvimento nos gem e entretenimento, entre outros. A vasta gama de atuação segmentos de perfuração e sistemas de da companhia também pode ser explicada pela aposta na ino- produção submarina, que crescem rapidavação de produtos e serviços como parte da estratégia de cres- mente no Brasil, aumentando a demanda cimento. “Um fato engraçado é que, quando falo que trabalho por uma estrutura local de serviços. Com na GE, algumas pessoas me perguntam se eu fabrico lâmpadas essa ampliação, estamos preparados para ou geladeiras. Sempre que isso acontece dou umas boas risadas, atender nossos clientes”, diz o presidente tento explicar que não é bem assim e que parte considerável e CEO da GE Oil & Gas para a América do petróleo produzido no Brasil passa por equipamentos que a Latina, João Geraldo Ferreira. O crescimento da GE Oil & Gas no GE Oil & Gas projetou, fabricou ou instalou”, conta o consultor técnico para as companhias internacionais de petróleo da GE País, um dos negócios que compõem a GE Energy (além de Power & Water e EnerOil & Gas, Tarcildo Silva. No caso do braço especializado na área petrolífera, em ju- gy Management), ainda pode ser medido nho deste ano, a empresa triplicou suas instalações na sua ope- pelo número de funcionários, que aumenração de Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Com tou 150%. Eles atuam em soluções que vão investimentos que superaram US$ 30 milhões, a unidade é hoje desde a perfuração nos campos até a produção e geração de a mais moderna da empresa – em âmbito energia, transporte, mundial – destinada a serviços de produ“A unidade de Macaé ar ma z e name nto, ção submarina (subsea). se tornou sinônimo de refino e sistemas tecnologia e inovação de processamento e – com capacidade de inspeção de dutos. executar 100% dos serviços Presente em mais de 100 países, a GE localmente” Oil & Gas mantém 300 mil colaboradores globalmente. No Brasil, onde está há 92 anos, emprega cerca de 8 mil funcionários. Também funcionará no Estado do Rio de Janeiro, na capital, o Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, representando um investimento de mais de R$ 500 milhões. Na primeira fase, os estudos acontecerão em quatro frentes: Subsea, Sistemas Inteligentes, Integração de Sistemas e Biocombustíveis. Previsto para ficar pronto no segundo semestre de 2013, o centro será construído em uma área de 24 mil metros quadrados, na Ilha do Fundão, e gerará 400 empregos, a maioria para pesquisadores. Será o quinto centro global da GE, o primeiro na América Latina. João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina 20_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_21 ponto de vista Vânia Andrade de Souza sócia-líder do setor de Energia da KPMG no Brasil Incentivo à energia renovável deve ser prioridade no Brasil C om a inclusão na pauta mundial do tema energia renovável, os países se veem obrigados a discutir alternativas viáveis e a aplicar iniciativas efetivas para estimular o uso de fontes limpas. O exemplo mais recente de que se teve notícia foi o do Japão, que aprovou um plano de incentivo à produção de energia limpa que deve resultar em um investimento de pelo menos US$ 9,6 bilhões em novas instalações, com capacidade de geração de 3,2 gigawatts. Tais políticas são objetos de estudo da KPMG, que levantou e comparou informações de subsídios à energia renovável aplicados por 15 países, como feed-in tariff (mecanismo de estímulo à produção de energia renovável), portfólios renováveis, subsídio de capital e descontos, investimentos e créditos fiscais, redução de impostos, taxas ou IVA sobre a comercialização de energia, certificados comercializáveis de energia renovável (RE), entre outros. O estudo mostrou que pelo menos 83 países têm algum tipo de política para promover a geração de energia renovável na busca por recursos eficientes, de baixa emissão de carbono, e maneiras de fornecimento de energia suficientes para garantir o crescimento sustentável das economias em todo o mundo. O Brasil aparece no estudo como tendo adotado três dos dez itens pesquisados: subsídio de capital e concessão de descontos; investimentos públicos, empréstimos e financiamentos; licitações públicas. Ainda assim, é o país com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, enquanto a China e os Estados Unidos – os maiores investidores em política de renováveis – continuam gerando parte de sua energia da queima de carvão, que é um recurso altamente poluente. Vale lembrar que, além de ter uma matriz energética fortemente baseada em geração hidrelétrica, o Brasil adota diversos programas de utilização de combustíveis renováveis, que vêm sendo desenvolvidos e se intensificando nos últimos três anos. Apesar desse cenário otimista, o País não pode desperdiçar sua capacidade de gerar energia limpa, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, de forma a atingir as metas estabelecidas para redução, até 2030, do consumo advindo de fontes poluidoras. Para isso, é primordial que aumente o uso dessas opções mais limpas na sua matriz, aproveitando o forte potencial de expansão de seu energético. 22_Edição 277_set/out 2012 É certo que estamos caminhando na direção do aumento do uso de energias renováveis e de uma economia com menor emissão de carbono, pois já possuímos uma matriz energética considerada limpa (com 45,3% da produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar, diante da média mundial de 13% e de apenas 6% nos países desenvolvidos). As usinas hidrelétricas são responsáveis pela produção de mais de 75% da eletricidade gerada aqui. Na área da biomassa, a produção do etanol de canade-açúcar tem força para crescer nos próximos anos e há possibilidades de utilização cada vez maior do biogás, sem falar do avanço que vem ocorrendo na geração de energia eólica. Segundo estimativas constantes do Plano Decenal, a participação das hidrelétricas na matriz elétrica brasileira tende a cair de 76% para 67%, enquanto a geração por fontes alternativas (energia eólica, térmica, bioenergia e pequenas centrais hidrelétricas – PCHs) deve dobrar de 8% para 16% até 2020. Também é interessante destacar que o Brasil foi incluído recentemente como o quinto país que mais se desenvolveu de maneira sustentável entre os anos de 1990 e 2008, de acordo com o Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), lançado pela ONU na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), à frente de nações como os Estados Unidos, por exemplo. A adoção pelo Brasil de estratégias que tenham como benefício utilizar e valorizar fontes de energia renováveis é indiscutível, levando em conta inclusive sua participação cada vez mais relevante no âmbito da matriz energética mundial. Mas os desafios são muitos e devem ser enfrentados desde já, principalmente se considerarmos a demanda crescente, o alto preço das energias renováveis, os tributos e a busca por menores tarifas, aliados aos altos investimentos necessários ao desenvolvimento esperado e aos grandes eventos esportivos que ocorrerão no País nos próximos anos. Só assim será possível obter resultados positivos que garantam equilíbrio e sustentabilidade à relação entre a vida e o meio ambiente em médio e longo prazos. “Pelo menos 83 países têm algum tipo de política para promover a geração de energia renovável na busca por recursos eficientes, de baixa emissão de carbono” radar Ciência sem Fronteiras Um programa brasileiro de mobilidade internacional em ciência, tecnologia e inovação sxc Glaucius Oliva, presidente, Manoel Barral Netto, diretor de Cooperação Institucional, e Márcio Ramos de Oliveira, coordenador-geral do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 24_Edição 277_set/out 2012 L ançado em julho de 2011, o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) é uma iniciativa estruturante do governo federal para o desenvolvimento do Brasil por intermédio da expansão acelerada da alta qualificação de pessoal na área de ciência, tecnologia e inovação. O CsF visa oferecer, até 2015, 75 mil bolsas de estudos no exterior financiadas pelo governo federal e complementadas por pelo menos 25 mil bolsas advindas de doações da iniciativa privada. O programa tem o CNPq/MCTI e a Capes/ MEC como agências responsáveis por sua execução. O objetivo principal do programa é garantir que nossos melhores talentos, entre estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores, possam realizar parte de seus estudos nas melhores universidades e centros de pesquisa do mundo, em um ambiente educacional e profissional marcado fortemente por inovação, empreendedorismo e competitividade. Além disso, o CsF busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado em centros de P&D no exterior. Com o CsF, busca-se, também intensificar o processo de internacionalização das instituições de ensino superior e dos centros de pesquisa brasileiros, propiciando mais visibilidade da pesquisa científica e tecnológica que é feita no nosso País, além de estimular pesquisas que gerem inovação e, consequentemente, o aumento da competitividade das empresas brasileiras. O CsF pretende promover a formação de pessoal altamente qualificado nas competências e habilidades necessárias para o avanço da economia do conhecimento, com foco nos grandes desafios nacionais. Assim, prioriza a formação e capacitação em setores estratégicos, como as áreas de engenharias e demais áreas tecnológicas, além de outras que podem representar grande vantagem tecnológica para o Brasil, como de petróleo e gás, fármacos, nanotecnologia e biotecnologia. Entre os principais aspectos que fazem deste um programa de mobilidade inovador está a possibilidade de envolvimento dos estudantes não só em atividades acadêmicas, mas em estágios em laboratórios e empresas no exterior. Também neste aspecto é fundamental a participação do setor empresarial no programa. Várias empresas já assinaram acordos de cooperação com o CsF, oferecendo pelo menos mais 26 mil bolsas e ofertas de estágio no exterior. Espera-se que tais ofertas sejam ampliadas em vários países, assim como já surgem as ofertas de estágios para os bolsistas no momento em que retornam para o Brasil. “O CsF visa oferecer, até 2015, 75 mil bolsas de estudos no exterior financiadas pelo governo federal e complementadas por pelo menos 25 mil bolsas advindas de doações da iniciativa privada” O primeiro ano do CsF Após cerca de um ano do início do programa, o CsF se consolida, tendo hoje a participação de mais de 20 países, e atingirá a meta de 20 mil bolsas concedidas até o fim de 2012 em todas as modalidades oferecidas, desde a graduação ao pós-doutorado e intercâmbio de pesquisadores altamente qualificados. Entre os desafios do programa está a ampliação da oferta de cursos de idiomas para aqueles alunos que, apesar de demonstrarem excelência acadêmica, ainda não têm a fluência exigida pelas universidades a que se destinam. Hoje, cerca de 40% dos alunos de graduação inscritos no CsF não atingem a proficiência mínima necessária para acompanhar as atividades acadêmicas em outra língua, o que inviabiliza a concessão da bolsa. Entre as estratégias adotadas, o programa já celebrou acordos com a maioria dos países participantes, oferecendo curso intensivo de idioma no próprio país de destino de até seis meses de duração. Como elemento estratégico do CsF, buscamos ampliar a oferta de estágios em empresas no exterior e no Brasil. Ao longo da implementação do CsF, uma série de empresas têm demonstrado interesse em participar do programa, não só com o financiamento de bolsas de estudos, mas por meio de estágios em seus centros de pesquisa no exterior e no Brasil. Hoje, o CsF já tem acordos firmados com mais de uma dezena de grandes empresas e associações, o que tem exigido a criação de novos modelos de cooperação entre as agências executoras do programa, os parceiros internacionais envolvidos no acompanhamento dos alunos e as empresas participantes. Quanto à pós-graduação, o desafio atual passa pela ampliação do número de estudantes brasileiros no programa. Para isso, estamos buscando novos mecanismos que possibilitem a ampliação da cooperação científica entre universidades e centros de pesquisa brasileiros e estrangeiros. Vários desses mecanismos incluem a participação do setor empresarial, que, por meio de seus centros de P&D no exterior, tem possibilitado o envolvimento de alunos de doutorado e pesquisadores brasileiros em uma série de projetos nas mais diversas áreas, como de petróleo e gás, aeronáutica e fármacos. Os progressos alcançados até o momento com o CsF nos colocam novos desafios, com o retorno desses alunos e pesquisadores ao País. Ao mesmo tempo, isso deve ser visto como uma grande oportunidade para as empresas instaladas no Brasil, uma vez que é notória a demanda por pessoal técnico qualificado disponível hoje no mercado. Desta forma, com o objetivo de catalisar as transformações que esses brasileiros altamente capacitados podem trazer no retorno, o Governo brasileiro continuará investindo em políticas articuladas, e a participação do setor empresarial terá um papel-chave nesse processo. Edição 277_Brazilian Business_25 ponto de vista José Eduardo Pieri e Rebeca Garcia advogados do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão A proteção de dados no Brasil O Brasil se ressente de regras claras sobre proteção de informações obtidas pela internet. Apesar de inexistir um regime específico de proteção, a legislação brasileira permite o cadastro de informações pessoais mediante a criação e manutenção de base de dados de consumo. Mas algumas regras devem ser observadas. O Código de Defesa do Consumidor assegura ao consumidor o direito de acesso às informações existentes sobre ele em bancos de dados pessoais e de consumo, bem como sobre suas respectivas fontes. Tais bancos de dados devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas por período superior a cinco anos. Ainda, a abertura de bancos de dados pessoais e de consumo deve ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. Seu consentimento é requisito fundamental para armazenamento e uso de dados pessoais. Além disso, o controlador da base de dados não pode usar as informações com finalidade distinta da proposta original do cadastramento sob pena de violação de privacidade e/ou de direitos do consumidor. Vale ressaltar que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos X e XII, protege a privacidade das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. A inviolabilidade não recai sobre a informação em si, mas sobre seu uso irregular. Porém, a regularidade do uso só pode ser objeto de avaliação post facto. 26_Edição 277_set/out 2012 Mesmo sem um regime específico de proteção, já há regras esparsas que podem ser utilizadas, ainda que como parâmetros de interpretação. É o caso das recentes leis nº 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positivo) e nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). Segundo a Lei do Cadastro Positivo, qualquer cadastro deve prezar pela objetividade, clareza e veracidade das informações, vedando o armazenamento de informações sensíveis – definidas como aquelas pertinentes à origem social e étnica, saúde, informação genética, orientação sexual e a convicções políticas, religiosas e filosóficas da pessoa. O prazo para armazenamento é de 15 anos. A Lei de Acesso à Informação, por seu turno, regula o direito fundamental do cidadão de acesso à informação de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Para suprir a lacuna regulatória atual, o Projeto de Lei nº 2.126/2011, atualmente em exame no Congresso Nacional, propõe-se a ser o Marco Civil da Internet no Brasil, estabelecendo princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet. Há também o anteprojeto de lei para proteção de informações pessoais no mundo digital, preparado pelo Ministério da Justiça, que esteve em consulta pública até o fim de março de 2011. As iniciativas demonstram a preocupação do Governo em regular e tutelar as questões envolvendo privacidade e proteção de dados pessoais na rede. A ausência de um regime legal específico cria insegurança no mundo digital. Não há clareza, para o empresariado brasileiro, sobre quais informações podem ser armazenadas, qual destino lhes pode ser dado e quais os riscos do controle de tais informações. Nesse cenário, aplicam-se os princípios e regras do consumidor e normas esparsas para solução de controvérsias decorrentes do cadastro e uso de informações coletadas na internet. “A ausência de um regime legal específico cria insegurança no mundo digital” artigo U O Judiciário especializado em propriedade intelectual: qualificação das decisões e diminuição do tempo de duração do processo Fabiano de Bem da Rocha_ advogado e sócio de Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual 28_Edição 277_set/out 2012 m velho adágio trazido do sistema de common law – adotado pelas nações de origem anglo-saxã – diz que fatos ruins conduzem a decisões ruins. Muitas vezes, a visão deturpada de um fato pode levar o Judiciário à fabricação de decisões pobres ou distantes da vontade da lei, gerando a sensação de quase injustiça. Por isso que, no exercício da atividade estatal, tem o juiz o dever de dar aos fatos a consequência jurídica prevista no ordenamento. Um dos reclames atuais da sociedade – além, evidentemente, da morosidade na tramitação dos processos judiciais, o que também gera sensação de injustiça – tem sido a existência cada vez mais recorrente de decisões judiciais desprovidas de fundamentação técnico-jurídica adequada. Decisões débeis que, de regra, soçobram ao aportar em algum tribunal de instância superior, em que a carência de domínio do juiz sobre a matéria do litígio também gera insegurança jurídica. Por isso, é importante que o Judiciário se preocupe em sanar o problema por um critério qualitativo e de aperfeiçoamento das decisões, e não por outro meramente quantitativo, de simples diminuição dos processos em andamento. Já advertiu a doutrina que se um órgão judicial recebe mais processos do que pode julgar, começam as mazelas que desprestigiam a Justiça e afligem a sociedade, como o andamento indefinido dos processos e a massificação, em detrimento do exame cuidadoso de cada caso pelos juízes. Para que se alcancem maior confiabilidade e segurança nas decisões judiciais, é mister se aprimorar o conhecimento dos juízes. E isso passa pela especialização. Cabe notar, em particular sobre o título deste artigo, que a especialização do Judiciário para processamento e julgamento de causas que digam respeito à propriedade intelectual (inventos, marcas, desenhos industriais, indicações geográficas, direitos de autor, conhecimentos tradicionais etc.) tem se mostrado salutar e extremamente benéfica. Com a proteção eficaz desses direitos, estimula-se o processo contínuo de inovação e criação, revertendo em benefícios econômicos e de competitividade para o País. Daí a importância de se bem tutelar judicialmente a propriedade intelectual, com um resguardo diferenciado de celeridade e efetividade. Pois bem, o primeiro tribunal do País a dar importância aos casos de propriedade intelectual foi o Superior Tribunal de Justiça, que, por meio de Emenda Regimental 2/1992, incluiu na competência da sua Segunda Seção (Terceira e Quarta Turmas) o processamento e julgamento dos feitos relativos à “propriedade industrial, mesmo quando envolverem arguição de nulidade de registro” (sic, art. 9º, § 2º, VI do Regimento Interno daquele Tribunal). A esse, seguiu-se o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (que congrega os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo), que, desde 1º de fevereiro de 2005, passou a contar com turmas especializadas na matéria (Primeira e Segunda Turmas, da Primeira Seção Especializada). Aliás, desde 2001 estão em funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, varas federais de primeiro grau especializadas em propriedade industrial. Ainda no Rio de Janeiro e também em 2001, foram criadas as varas empresariais de primeira instância, cuja competência, entre outras, envolve as ações de propriedade industrial. A par disso, ainda não existem câmaras especializadas em propriedade industrial no Tribunal de Justiça desse Estado. Em São Paulo, por sua vez, desde 1º de dezembro de 2011, estão em funcionamento a Primeira e Segunda Câmaras Reservadas de Direito Empresarial com competência privativa para julgar causas de propriedade industrial, concorrência desleal e franquias, que nasceram da unificação da Câmara Reservada à Falência e Recuperação Judicial e da Câmara Reservada de Direito Empresarial. Finalmente, em 14 de fevereiro de 2012, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul alterou seu regimento interno para incluir no âmbito da Quinta e Sexta Câmaras Cíveis a competência absoluta para processar e julgar feitos relativos ao “Direito da Propriedade Industrial e Direito da Propriedade Intelectual”. Como se observa, o Poder Judiciário do País vem seguindo a tendência mundial mais hodierna, de criação de juízos e tribunais especializados em propriedade intelectual. Essa especialização leva à segurança jurídica, aumentando a estabilidade dos julgados, dos precedentes judiciais e a uniformização da jurisprudência. A familiarização do juiz com a matéria lhe permite proferir decisões de mais qualidade e com mais rapidez. Daí não mais se conceber o antigo modelo de juiz generalista que domine eficazmente todas as matérias do Direito, principalmente as mais complexas, como é a propriedade intelectual. Tribunais especializados em propriedade intelectual podem transmitir, sem dúvida alguma, normas claras e expressas sobre os casos, eliminando rapidamente o entrave no seu processamento. Isso diminui sensivelmente o tempo de duração do processo e contribui, positivamente, à eficiência e efetividade da prestação jurisdicional, especialmente quanto à qualidade de seu conteúdo. Resta saber se com a especialização se estarão aproveitando os melhores talentos do Judiciário para garantir o melhor resultado à sociedade. Se consequências positivas forem aferidas das experiências aqui trazidas, estaremos, sem dúvida alguma, seguindo esse caminho. “Um dos reclames atuais da sociedade tem sido a existência cada vez mais recorrente de decisões judiciais desprovidas de fundamentação técnico-jurídica adequada” Edição 277_Brazilian Business_29 ponto de vista Patrícia Carvalho dos Reis e Douglas Alves Santos pesquisadores em Propriedade Industrial e coordenadores do Grupo de Trabalho de Patentes Verdes do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi) Patentes verdes no Brasil A s patentes verdes surgem como uma medida para combater a mudança climática, pois maximizam o apoio a invenções voltadas para esse fim. O objetivo principal é oferecer às empresas inovadoras em tecnologias “verdes” a chance de obter direitos de patente de alta qualidade em menos tempo. Apesar de todos os esforços despendidos sobre o tema, não há, no momento, definição unânime para tecnologias verdes ou tecnologias ambientalmente amigáveis (EST). A descrição baseada na Agenda 21, que surgiu a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Cnumad), caracteriza ESTs como as tecnologias que: (a) protegem o meio ambiente; (b) são menos poluentes; (c) utilizam todos os recursos de forma mais sustentável; (d) reciclam seus resíduos e produtos; (e) tratam os dejetos residuais de uma maneira mais aceitável do que as tecnologias que substituem. Várias definições foram adotadas por diversos países no intuito de precisar as tecnologias verdes. Em 2010, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), utilizando-se da Classificação Internacional de Patentes (IPC) para indexação de documentos patentários, criou um inventário verde baseado nas classificações internacionais, para facilitar a procura por informações sobre patentes relacionadas às chamadas tecnologias ambientalmente saudáveis. As ESTs estão atualmente espalhadas por todo o IPC em vários domínios técnicos. O inventário permite coletar todas em um só lugar, divididas em: (i) produção de energia alternativa; (ii) transporte; (iii) conservação de energia; (iv) gestão de resíduos; (v) agricultura; (vi) energia nuclear; (vii) administrativo. Avaliando patentes verdes no mundo, é possível identificar dois tipos de aplicação de programas de patentes verdes: como instrumento de identificação das tecnologias verdes e atuando na aceleração de exame para tais tecnologias. Países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Israel já têm regulamentações implementadas. Mais recentemente, após o Brasil, a China deu início às patentes verdes. “O objetivo é oferecer às empresas inovadoras em tecnologias ‘verdes’ a chance de obter direitos de patente de alta qualidade em menos tempo” 30_Edição 277_set/out 2012 Com o objetivo de contribuir para o combate às mudanças climáticas globais, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi) iniciou em 17 de abril de 2012 o Programa Piloto de Patentes Verdes. O projeto visa acelerar o exame dos pedidos de patentes de forma que obtenham uma decisão em até dois anos – o que irá incentivar o surgimento cada vez maior de invenções no País. Inovações que poderão ser rapidamente usufruídas e farão a diferença na sociedade brasileira do século 21. Para solicitar o ingresso no programa, é necessário preencher o formulário de Solicitação para Programa de Patentes Verdes, bem como pedir publicação antecipada, exame técnico do pedido e exame prioritário estratégico. Deve-se estar atento aos seguintes requisitos: A natureza do pedido deverá ser de patente de invenção (PI); O pedido deve ter sido depositado por requerentes nacionais (residentes ou não residentes) a partir de 2 de janeiro de 2011; Para efeito de definição, poderão ser consideradas patentes verdes as tecnologias referentes às seguintes categorias: (i) energias alternativas; (ii) transporte; (iii) conservação de energia; (iv) gerenciamento de resíduos; (v) agricultura; As solicitações deverão incluir, no máximo, 15 reivindicações, das quais arranjadas em até três reivindicações independentes. Para efeito de ingresso no Programa Piloto de Patentes Verdes, os pedidos estão limitados à duração de um ano ou às 500 primeiras solicitações consideradas aptas após análise de uma comissão técnica do próprio Inpi. No caso de pedidos de patentes já depositados no Inpi, os requerentes deverão adequá-los conforme os requisitos expostos e apresentar o formulário devidamente preenchido. Se o pedido ainda não tiver sido depositado, o requerente deverá fazê-lo para receber o número do pedido de patente. Caso ainda não tenha solicitado publicação antecipada do pedido, o requerente deverá solicitá-la. Simultaneamente, deve requisitar o exame técnico e o exame prioritário estratégico do referido pedido, devendo conjuntamente comprovar o pagamento das respectivas taxas. Em seis meses o programa piloto já recebeu 55 solicitações, sendo a maior parte originária da região Sudeste do País, com destaque para o Estado de São Paulo. As áreas técnicas mais procuradas são agricultura, energia solar, energia eólica, biocombustíveis e gerenciamento de resíduos. Do total de solicitações depositadas, 55% são de pessoas físicas; 27% de pessoas jurídicas na forma de empresas nacionais e internacionais; por fim, 18% de universidades e centros de pesquisa. ATTORNEYS-AT-LAW www.veirano.com.br [email protected] Áreas de Prática | Practice Areas Administrativo Antitrust and Competition Aeronáutico Arbitration and Mediation Antitruste e Concorrência Ambiental Arbitragem e Mediação Bancário e Financeiro Comércio Exterior Banking and Finance Capital Markets Compliance Consumer Law Contracts Contencioso Corporate Corporate Immigration Energia Elétrica Credit Recovery & Corporate Reorganization Entretenimento Energy Financiamento de Projetos Entertainment Fusões e Aquisições Environmental Governança Imigração Empresarial Imobiliário Infraestrutura Mercado de Capitais Mineração Naval Petróleo e Gás Private Equity Propriedade Intelectual Recuperação de Créditos e de Empresas Seguro e Resseguro Societário Tecnologia da Informação Telecomunicações Trabalhista e Previdenciário Tributário SÃO PAULO Av. das Nações Unidas, 12.995 / 18º andar Brooklin – 04578-000 – SP Tel.: (55 11) 5505-4001 Fax: (55 11) 5505-3990 Aviation Consumidor Contratos RIO DE JANEIRO Av. Presidente Wilson, 231 / 23º andar Castelo – 20030-021 – RJ Tel.: (55 21) 3824-4747 Fax: (55 21) 2262-4247 Administrative Aduaneiro PORTO ALEGRE Rua Dona Laura, 320 / 13º andar Rio Branco – 90430-090 – RS Tel.: (55 51) 2121-7500 Fax: (55 51) 2121-7600 Export / Import and Customs Information Technology Infrastructure Insurance & Reinsurance Intellectual Property International Trade Labor and Social Security Litigation Mergers & Acquisitions Mining Oil & Gas Private Equity Project Finance Real Estate Shipping Tax Telecommunications VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS BRASÍLIA SCN Qd. 2 – Ed. Corp. Financial Center – Bloco A 10º andar conj 1001 – 70712-900 – DF Tel.: (55 61) 2106-6600 Fax: (55 61) 2106-6699 artigo Breviário do encontro da Libra com a sustentabilidade Crônica do pioneirismo da Libra na adoção das soluções sustentáveis para o bom crescimento Imagem aérea do Terminal do Rio de Janeiro Por Marcelo Araujo presidente-executivo da Libra Holding divulgacão/grupo libra G 32_Edição 277_set/out 2012 rande parte das histórias das nações pode ser contada pelos seus portos. É por ali que primeiro desembarca a grande maioria dos seus ciclos de prosperidade, ou, por que não dizer, também de adversidade econômica. Os portos também têm uma forte dimensão simbólica e poética. Por trás da concretude e da rusticidade histórica de uma atividade que exige força, mecanicidade e precisão, sobrevoam os sonhos de partida, de reinício, de reencontro. Canta em verso a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner: “O porto é o lugar onde para mim começam as maravilhas e todas as angústias”. Quem vê de perto o cais, as vielas, as arcarias e o entorno das regiões portuárias, contudo, deve questionar os motivos pelos quais tantos pensamentos oníricos atravessaram séculos atracados naquela paisagem do ir e vir dos homens e das mercadorias. Um dos mistérios indecifráveis da alma humana, sem dúvida. Mas, objetivamente, os portos propiciaram muito do que há de melhor neste mundo, suprindo a fome, possibilitando o desenvolvimento, saciando o desejo de liberdade. Foram responsáveis também por algo do que há de ruim neste mundo, poluindo a costa, afetando fauna e flora marinhas, servindo de porta de entrada para epidemias, drogas, contrabando, praticando políticas sociais retrógradas e favelizando a comunidade portuária. Edição 277_Brazilian Business_33 Uma parte dessa história é letra morta. Evoluímos. O conceito de sustentabilidade invadiu corações e mentes, tornando flexível uma glacial divisão entre capital e trabalho, uma inquebrantável antítese entre produção e meio ambiente, um preconceito de que o capital humano para tarefas de menor densidade intelectual não precisava ser capacitado e evoluir permanentemente, que a tecnologia era inimiga da mão de obra e vice-versa, ou que as crianças, os velhos e as famílias dos trabalhadores eram problemas deles, e tão somente deles. Mas outra parte dela ainda é letra viva, queimando como fogo nos costados do ecossistema e dos homens. É onde temos que melhorar e fazer dos portos, cidadãos. E compreender que sustentabilidade é uma força viva, em permanente evolução. Estamos ainda engatinhando. Mas o que fizemos já nos garante uma dianteira, tênue dianteira. Alguns portos, contudo, chegarão próximo desse estado da arte. Serão, no futuro, os únicos dignos de ser denominados “portos sustentáveis”. O Grupo Libra pretende estar entre os que ajudam os portos brasileiros a alcançar essa distinção. Foi um longo percurso até que decidíssemos caminhar em direção à sustentabilidade, uma estrada ainda enevoada para todo o setor portuário. A gestão de Governança Corporativa do grupo evoluiu uma vez mais em 2008, quando foram definidos os parâmetros pelos quais o grupo se enxerga hoje. Os acionistas e líderes estabeleceram o conjunto de valores e nascia a Visão Libra – O Bom Crescimento. Foi criada então a Comissão de Sustentabilidade, com representantes de todas as unidades do grupo. Ali estava, em semente, o trabalho que se busca construir na organização deste ponto em diante. Ele teve como base os pilares da visão de sustentabilidade: atuar de forma ética e transparente, melhorar o aproveitamento dos recursos naturais, ser parceiro do desenvolvimento das comunidades de entorno e evoluir de forma consistente na gestão de colaboradores. Chamamos a conjunção dessas premissas de “Valorização da Vida”. 34_Edição 277_set/out 2012 Mas é necessário explicar um pouco da arquitetura do Grupo Libra para entender como a visão de sustentabilidade integraria toda a floresta. Somos um dos maiores players brasileiros em operação portuária e logística de comércio exterior. O grupo, na realidade, é um complexo de infraestrutura, dividido em três principais unidades de negócios: Libra Terminais, Libra Logística e Libra Aeroportos. A Libra Terminais reúne as operações portuárias de contêineres na Libra Terminais Santos e na Libra Terminais Rio. É responsável também pela construção de um novo terminal portuário em Imbituba (SC). Em função da abrangência de atuação, o trabalho de sustentabilidade no grupo está sendo feito de maneira transversal, ou seja, as soluções logísticas são ofertadas de maneira integrada, o que permite maior controle ambiental dos processos, inclusive otimizando a emissão de CO2 ao longo de toda a cadeia . A tradução desses pilares permitiu ao grupo criar indicadores mensuráveis, trazendo a visão de sustentabilidade para a realidade. Uma das estratégias para envolver colaboradores foi a criação do Prêmio Libra de Inovação e Sustentabilidade, que nestes três anos de existência, recebeu mais de 400 inscrições de projetos e ideias e premiou cerca de cem pessoas. Dessa iniciativa surgiram várias inovações para a sustentabilidade, que já estão implementadas, como um projeto de economia de consumo da água que obteve, em dois anos e sete meses, redução de consumo de 32 milhões de litros de água. O trabalho da Comissão de Sustentabilidade permitiu ao Grupo Libra ser o primeiro do setor portuário a assumir publicamente as metas de redução de emissões. No ano passado nos tornamos signatários do pacto global e membros do Comitê Brasileiro do Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que estabelece princípios relacionados a direitos humanos, práticas trabalhistas e responsabilidade com o meio ambiente. “Foi um longo percurso até que decidíssemos caminhar em direção à sustentabilidade, uma estrada ainda enevoada para todo o setor portuário” divulgacão/grupo libra artigo Outros indicadores mostram o “grande pequeno” trabalho que já foi feito. Grande porque já podemos comemorar hoje, por exemplo, a redução de 7,6% do total de emissões de gases de efeito estufa do grupo. Para alcançar tal resultado, foram tomadas providências como redução do consumo de diesel e uso de etanol na frota de veículos próprios na área de terminais. Na Libra Logística está sendo trabalhado o conceito de solução integrada, em que é feita a gestão única de diversas etapas de um processo de importação ou exportação. Com isso, é possível otimizar a emissão de CO2 ao longo de toda a cadeia, diminuindo impactos sociais e ambientais. No que diz respeito ao uso responsável dos recursos naturais, a Libra obteve inclusive reconhecimento externo. O Libra Terminais Santos venceu a categoria Sustentabilidade em Processos do Prêmio Eco 2011, promovido pelo jornal Valor Econômico e pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Implantado há cerca de três anos, o projeto conseguiu reduzir em mais de 83,3% o total de resíduos perigosos produzidos pelo terminal, que deixou de gerar 113 toneladas desses resíduos. Isso é feito pela triagem de resíduos por tipo e destinação. O projeto já começou a ser implantado na Libra Terminais Rio. “Já podemos comemorar hoje, por exemplo, a redução de 7,6% do total de emissões de gases de efeito estufa do grupo” Edição 277_Brazilian Business_35 artigo 36_Edição 277_set/out 2012 Oficina de percussão da ONG Arte no Dique, que recebe apoio da Libra A hora de investir. Nós sabemos onde estão as oportunidades. Pesquisa de Atratividade do Brasil 2012. Fale com Mauro Terepins Vice-presidente de Mercados ( 11 3054 0304 ey.com.br/bas • • • • Auditoria Consultoria Impostos Transações TM Rio 2016 O Grupo Libra se orgulha de ter sido a primeira empresa do setor portuário a apresentar a seus stakeholders um relatório de sustentabilidade seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), organização holandesa que desenvolveu parâmetros aceitos internacionalmente para o relato do desempenho das empresas nos âmbitos econômico, social e ambiental. Nós nos comprometemos com a evolução permanente desse sistema de gestão. Vamos inserir cada vez mais a sustentabilidade nas rotinas, dinâmicas de grupo, na comunicação interna e subindo a cadeia hierárquica até o último topo da tomada de decisão. É a nossa visão do bom crescimento. Reconhecemos o “pequeno” em nosso trabalho, visto que grande ainda é o caminho a ser trilhado. Sabemos que estamos praticamente começando. E que temos a obrigação de fazer muito mais. No entanto, mesmo assumindo nossas preocupações, que são imensas em razão do peso da responsabilidade, já vale como grande motivação saber que estamos na frente. © 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados. “A Libra investiu na adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental. Cerca de R$ 110 milhões foram usados para adquirir equipamentos com tecnologia inédita para os terminais do Rio e Santos” Trabalhe conosco: ey.com.br/carreiras Faça um tour e acesse a pesquisa completa ou baixe o aplicativo EY Insights em ey.com/br/apps. divulgacão/grupo libra A Libra investiu fortemente na adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental. Cerca de R$ 110 milhões foram usados para adquirir equipamentos com tecnologia inédita para os terminais do Rio e Santos: são quatro portêineres e sete guindastes EcoRTGs, que consomem até 50% menos óleo diesel que os guindastes convencionais, com a consequente redução de emissões de gases de efeito estufa. A ampliação do grupo também é realizada de maneira sustentável. A expansão de retroárea em 40.000 m2 e 120 m adicionais de cais no Porto do Rio segue o Programa de Controle Ambiental, que monitora emissão de gases e poluição, entre outros. Obras sustentáveis também foram adotadas na Libra Logística Campinas, em que o armazém alfandegado teve projeto com iluminação natural e sistema de reaproveitamento de água para utilização industrial. O Grupo Libra elaborou, em 2011, sua Política de Investimento Social de forma participativa, com dois eixos prioritários de atuação: capacitação de jovens de baixa renda para o primeiro emprego e ações de mobilização da sociedade como ferramenta de desenvolvimento local. As diretrizes dessa política redirecionarão os investimentos sociais ao longo do tempo. O apoio a projetos sociais impulsiona o desenvolvimento das comunidades nas regiões de atuação do Grupo Libra, que investe, anualmente, cerca de R$ 1 milhão, beneficiando, ao todo, 25 instituições. Como fruto da nossa política, a Libra já iniciou um projeto em parceria com a UniSantos, que formará 50 jovens para o primeiro emprego no setor portuário. Essa iniciativa será estendida, no próximo ano, para o Porto do Rio. No Rio de Janeiro, a Libra oferece à comunidade programas de ginástica laboral e inclusão digital, além da parceria com a ONG Pimpolhos da Grande Rio, localizada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que desenvolve atividades de cunho artístico-cultural. Em Santos, a empresa apoia a ONG Arte no Dique, que desenvolve trabalho sociocultural com a população do Dique da Vila Gilda na Zona Noroeste de Santos, numa das regiões com maiores índices de vulnerabilidade social da cidade. A ONG promove ações, oficinas e cursos profissionalizantes. ponto de vista Marco Antonio P. Gonçalves administrador especializado em estratégias de marketing e desenvolvimento de negócios, em especial do setor jurídico Novos negócios na advocacia empresarial: desafios e oportunidades D esenvolver novos negócios é um dos principais interesses dos advogados, mas é preciso ter muito claro que novos negócios nem sempre resultam de novos clientes. Existe uma obsessão generalizada por novos clientes, quando, muitas vezes, grandes oportunidades estão logo ali, com os atuais. O desenvolvimento de novos negócios – nome pomposo para a atividade de vendas – nada mais é do que a sistematização de diferentes ações que permitem aos advogados atuar com um escopo de trabalho bem definido e cujo objetivo final é desenvolver relacionamentos duradouros e mutuamente proveitosos, com vistas à geração das mais variadas oportunidades. Para chegar lá, é preciso lidar com um grande desafio: todos querem vender serviços jurídicos, mas poucos se preparam adequadamente. A maioria privilegia a atividade de venda, deixando de lado um importante “dever de casa”. De modo a não haver dúvidas, vamos pensar em dois cenários comuns. O primeiro é o do escritório que é uma verdadeira “clínica geral”, em que os advogados trabalham muito, em todas as frentes do Direito, e atendem a todos os tipos de clientes, tendo como principal objetivo garantir a sobrevivência. Aparentemente, o escritório se encontra em um beco sem saída, uma vez que não dispõe de tempo e recursos para investir em novas direções, mesmo que exista vontade por parte dos sócios. O segundo cenário é o do escritório rentável que também atende a todos os tipos de clientes e, muitas vezes, tem dificuldade em tomar novos rumos. Uma análise detalhada mostrará que cerca de 80% do faturamento é gerado por cerca de 20% dos clientes. Logo, uma grande quantidade de clientes rende muito pouco e, caso não dê prejuízo, gera muito trabalho e tira tempo dos advogados, que poderia ser investido em clientes mais representativos. Os dois exemplos mostram o quanto é importante refletir e realizar um mínimo de planejamento – fator essencial para um direcionamento mais preciso do negócio. Para tanto, é preciso considerar algumas informações relevantes, tais como: perfis ideais de clientes; localidades em que o escritório atua ou pretende atuar; áreas nas quais os advogados detêm conhecimento ou deveriam se especializar (expertise técnica/jurídica); setores de mercado em que o escritório tem, ou pretende desenvolver, presença (expertise de negócios). 38_Edição 277_set/out 2012 Todo esse trabalho é base para o desenvolvimento de novos negócios, com especial ênfase em duas vertentes específicas: venda cruzada (contratação de serviços de duas ou mais áreas do Direito pelo cliente) e prospecção. Como conseguir clientes é a tarefa mais difícil. Recomenda-se priorizar o relacionamento com os clientes atuais, o que é facilitado quando o escritório atua em mais de uma área. Para aprofundar relacionamentos, será preciso que os advogados desenvolvam uma nova habilidade: trabalhar em equipes multidisciplinares. Não é uma tarefa das mais fáceis, mas pode levar a resultados surpreendentes. Cabe ressaltar que a ideia não é simplesmente vender serviços a qualquer custo, mas conhecer os clientes – e seus negócios – a fundo e oferecer serviços contextualizados às suas necessidades. Esse raciocínio também se aplica ao trabalho de recepção e prospecção de novos clientes. O escritório, na medida do possível, deixará de atender clientes que não se encaixem no perfil ideal, o que não necessariamente se traduz em recusas secas, mas em mostrar que o escritório não é a melhor opção. Aceitar apenas clientes dentro de um ou mais perfis previamente definidos permitirá que o escritório saia da posição passiva de reação às escolhas do mercado e tenha uma atuação mais proativa, “escolhendo” seus futuros clientes. Essa é uma atividade que traz inúmeras vantagens. Do ponto de vista do escritório, leva a relacionamentos mais profundos e diversificados, mais longos e rentáveis, que tornarão difícil a perda de um cliente para um concorrente, além da maior integração que existirá entre os advogados. Já o cliente, além de um relacionamento mais profundo, receberá um atendimento mais completo, contextualizado e orientado ao seu negócio. As possibilidades são muitas, mas não é uma atividade de fácil implementação. O desenvolvimento de novos negócios demanda informações de qualidade (do escritório e de mercado), reflexão, planejamento, trabalho em equipe e comprometimento. É importante também contar com um sistema de remuneração que estimule efetiva interação e trabalho em equipe entre advogados de diferentes áreas. Seguindo esse caminho, o escritório terá uma direção de futuro mais precisa e clientes mais satisfeitos, sem falar que suas atividades de marketing ganharão um foco mais estratégico. Mais informações em marketingjuridico.com.br/MAPG. Compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do país A BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção de hidrocarbonetos em mais de 25 países e que possui participação no gasoduto Bolívia-Brasil. Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de longo prazo com o país e conta com um programa multibilionário para o pré-sal. A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país. A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia, investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia com os interesses nacionais. www.bg-group.com/brasil artigo Brasil pode sofrer escassez de 2 mil oficiais de marinha até 2020 dreamstime Por Wlamir Martins gerente-executivo na PwC Brasil, especialista do setor de petróleo e gás O modal marítimo irá receber investimentos de cerca de R$ 14,5 bilhões até 2025, o que aumentaria a participação hidroviária na matriz para 29%. A previsão de investimentos no transporte marítimo por cabotagem não só é necessária como é justificável, principalmente em razão de seu iminente e constante crescimento. Entre os anos 2008 e 2010 houve um expressivo aumento no transporte de cargas, chegando ao patamar de 190 milhões de toneladas (Antaq, 2011), um crescimento médio de 4,5% ao ano. Mas as perspectivas não são boas, principalmente em relação à mão de obra especializada. Em um horizonte de seis anos o mercado para a classe de oficiais entrará em colapso, não havendo tripulação suficiente para embarque. Se confirmada, essa realidade pode causar sérios transtornos às indústrias e um efeito dominó na cadeia logística. Com essa preocupação, a Transpetro desenvolveu um estudo que demonstrou dados alarmantes. Os números revelaram, em julho de 2011, que 615 embarcações estão em operação no Brasil. Dessas, 199 são nacionais e 416 estrangeiras, das quais 89% estão diretamente envolvidas em operações da indústria de petróleo e gás. Outro ponto levantado foi a quantidade de oficiais necessários para operar as embarcações no País. Considerando a resolução RN 72 do Conselho Nacional de Imigração, estima-se que sejam necessários 3.626 oficiais, dos quais 45% estariam atuando em operações estrangeiras. Mas, em paralelo, 4.662 é o número de oficiais necessários atualmente – desses, 47% estariam atuando em embarcações estrangeiras. 40_Edição 277_set/out 2012 Além disso, tem-se um acréscimo de demanda, do qual 5% é relativo a eventualidades do dia a dia operacional, mais 1% indicativo a marítimos afastados de bordo e 5% referente ao desemprego estrutural, ou seja, pessoal disponível em mercado de pleno emprego que, por razões diversas, não consegue se colocar. A RN 72 disciplina a chamada de profissionais estrangeiros para trabalho a bordo de navios ou plataformas estrangeiras. Mais especificamente na navegação de cabotagem, a regra estabelece que a partir de 90 dias de operação um quinto dos profissionais embarcados deverá ser de marítimos brasileiros, e a partir de 180 dias de operação deverá contar com um terço de brasileiros, definindo, assim, a quantidade obrigatória em embarcações estrangeiras. Constatou-se ainda que o mercado dispõe de 5.427 certificados de competência para oficiais, porém com 20% evadidos, com um número final de 4.287 oficiais embarcados. Em julho de 2011, evidenciou-se uma realidade preocupante: o Brasil tinha um superávit de 213 profissionais. No entanto, com uma demanda de oficiais, empregados em tripulações típicas e cumprimento integral da RN 72 de 5.193 profissionais, o País conta com uma oferta de 4.287, resultando no alarmante déficit de 906 oficiais. Outra realidade verificada na época foi a demanda por oficiais, empregando-se tripulações típicas e o cumprimento da RN 72 com flexibilização. Ao todo, são necessários 4.514 profissionais, enquanto a oferta não passa dos 4.287. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), esse déficit mostra que a RN 72 não está sendo cumprida em sua totalidade. Sobre essa questão o estudo afirma que em 2012 serão formados, após o período de estágio embarcado (Prest), 721 oficiais, e, até 2020, mais 8.619, ou seja, um total de 12.906 profissionais para uma demanda de 10.300, necessária para atender a evolução da produção marítima de petróleo e gás natural prevista pela Petrobras, assim como o crescimento da cabotagem. “O modal marítimo irá receber investimentos de cerca de R$ 14,5 bilhões até 2025, o que aumentaria a participação hidroviária na matriz para 29%” Com uma evasão estimada de 550 oficiais ao ano, até 2020 o País amargaria uma escassez de 2 mil oficiais de marinha, levando em conta que a RN 72 será fielmente cumprida; ou seja, a demanda teria de atender à frota nacional e à inclusão em unidades estrangeiras. Em paralelo à evasão está o tempo de formação de um oficial, que varia de um ano e sete meses a dois anos e dez meses, para o curso completo – o que significa que a formação de um profissional que esteja apto a atuar na embarcação não é rápida. Como alternativa a essa escassez, o Ministério do Trabalho permitiu que, no caso de afretamento de novos navios, sejam usados marítimos estrangeiros. Outra medida adotada foi o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2011/2013 entre o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) e a Petrobras, que, nos próximos dois anos, desobriga a estatal de contratar oficiais brasileiros em 91 embarcações estrangeiras fretadas. Tais medidas são paliativas, não solucionando o cerne do problema, que reside na centralização da formação de oficiais e no grande número de profissionais evadidos. A formação de oficiais, realizada pela Marinha do Brasil, tem se mostrado um entrave ao crescimento da navegação por cabotagem no País, principalmente porque a velocidade é lenta ante ao crescimento do setor. Mesmo com algumas iniciativas, tais como as discussões entre as entidades de classe e a Marinha para se obter um aumento de vagas nos cursos de formação, a Universidade Petrobras, que passou a oferecer cursos de Adaptação para 2° Oficial de Náutica (Ason), e novas instituições certificadas pela Marinha que estão reduzindo o tempo de formação de tais profissionais, essas ações podem equalizar mais rapidamente a oferta x demanda de oficiais no mercado, mas não solucionam o problema a longo prazo. Resta aos interessados diretos, Governo, instituições e iniciativa privada, fazerem um esforço conjunto, coordenado e prioritário, para viabilizar soluções práticas, rápidas e eficazes, de forma a garantir uma atuação eficiente e adequada do transporte marítimo, em especial o de cabotagem no Brasil. Esse é mais um grande desafio para o chamado Brasil Maior. Edição 277_Brazilian Business_41 news O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, faz balanço do setor de energia do Brasil, que deverá ser o primeiro exportador de petróleo a usar matriz energética com baixas emissões de gases de efeito estufa fots pedro kirilos Matriz energética brasileira é tema do President’s Meeting na Amcham Rio O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim Da esq. à dir., o cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, John Creamer; o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski; a vice-chairperson do Comitê de Energia, Cláudia Monte Por Giselle Saporito É impossível dissociar energia e meio ambiente nos dias de hoje. O Brasil, a sexta maior economia do mundo, é responsável por 1,25% das emissões de gases de efeito estufa – 20 vezes menos que a China – e possui 44% de fontes de energia renováveis, quando a média mundial é de 13% e a da OCDE é de 7%. Esses números foram apresentados pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, Mauricio Tolmasquim, durante o President’s Meeting: Matriz Energética Brasileira e o Cenário Internacional, realizado no dia 17 de outubro, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), uma iniciativa do Comitê de Energia. Tolmasquim fez um balanço do cenário atual e futuro da matriz energética do Brasil enfatizando a forte presença de recursos renováveis no País, que apresenta alternativas distintas do padrão internacional. Segundo ele, o Brasil é a terceira maior potência hidrelétrica mundial – atrás somente da China e da Rússia – com grande capacidade para utilização dessa fonte. Ele citou as obras em andamento na Região Amazônica (onde está 60% de todo o potencial hidrelétrico do País), que sofreram alterações para evitar danos ao maior bioma do planeta. É o caso das usinas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, que possuem reservatórios menores do que as já em funcionamento. “Elas atingem menos de 0,5% do bioma e ainda são vetores de desenvolvimento nessas regiões”, disse. Na construção de Jirau, relatou, as famílias da região foram removidas para uma nova vila com infraestrutura e, em Santo Antônio, investiu-se em qualificação de mão de obra local. As duas hidrelétricas, ambas em Rondônia, devem começar a funcionar até 2020, com Belo Monte e Tapajós, no Pará. Juntas, somam investimentos da ordem de R$ 1 trilhão. Sobre as obras em Belo Monte, que vêm gerando protestos por parte de indígenas locais e ambientalistas, Tolmasquim classificou de injusta a afirmação de que o projeto não se preocupa com as três reservas indígenas da região. “O projeto foi totalmente alterado para evitar que 227 índios tivessem que ser remanejados de suas aldeias. É injusto quando se alega que não estamos cuidando 42_Edição 277_set/out 2012 de nossa minoria”, acrescentou, explicando que o projeto contempla um canal maior que o do Panamá, uma obra de R$ 6 bilhões, para evitar que as comunidades fossem inundadas. “Essa usina vai atender 60 milhões de pessoas, o que corresponde a todo o consumo na Argentina”, disse. Com relação às terras não antropizadas da Amazônia, ou seja, as que não sofreram a ação do homem, o presidente da EPE afirmou que os projetos estão sendo colocados em prática de forma a manter as áreas intocadas, com acampamentos provisórios e reflorestamento imediato dos locais em que foram abertas clareiras para a construção das altas torres, que passam sobre as copas das árvores. O executivo fez um parêntese sobre a utilização do carvão, fonte que mais emite CO2 na atmosfera e que é responsável por 40% da geração de energia no mundo. “Países com o mesmo PIB per capita do Brasil – que tem apenas 1% de sua geração de energia pelo uso do carvão – emitem oito vezes mais CO2. A China, por exemplo, emite cerca de 800 kW/hora de CO2”, enfatizou. Ele listou outros países com baixa emissão de CO2, entre eles, Canadá, Noruega e França. O presidente da EPE falou também sobre os avanços no uso da biomassa (bagaço de cana-de-açúcar) para térmicas e automóveis. “Atualmente, 53% dos carros são flex fuel, aceitam gasolina e etanol. Em 2021, esse número chegará a 75%. No caso do etanol, a expectativa é de uma produção de 60 bilhões de litros nos próximos dez anos, sendo 90% dessa produção destinada a fins carburantes”, avaliou. “O Brasil vai se tornar um player importante no cenário econômico com excedente de petróleo. Vamos ser o primeiro país exportador de petróleo a ter a matriz energética limpa” Outros tipos de fontes de energia também foram destacados. De acordo com Tolmasquim, o País, que atualmente ocupa a 20ª posição em geração de energia pela força dos ventos, dividirá o quarto lugar com a Alemanha em 2013. “Hoje, a presença da energia eólica representa 1% da nossa matriz energética, mas a previsão é que se chegue a 9% até 2021, o que será de grande importância porque poderemos estocar água nos reservatórios na época da cheia, utilizar a biomassa nas térmicas e a energia eólica na época da estiagem”, disse. Mas acrescentou, no entanto, que é de extrema necessidade o investimento em tecnologia para que os equipamentos se adaptem aos ventos brasileiros, que, segundo ele, são bastante diferentes dos do resto do mundo. Para isso, a EPE pretende elaborar um novo estudo sobre o potencial eólico brasileiro. Segundo ele, o último levantamento apontava um potencial de 143 mil megawatts – o equivalente a dez usinas de Itaipu – no qual se adequava um modelo de torres de 50 metros, mas que atualmente já é possível utilizar torres de 100 metros, gerando uma quantidade de energia muito superior. Sobre o petróleo, Tolmasquim declarou ser uma “bênção” que as reservas do pré-sal tenham sido descobertas agora e não há 30 ou 40 anos. “Hoje temos tecnologia, instituições jurídicas e sistema democrático para usar de forma saudável a renda do petróleo. Acredito que possamos fazer dele um fator dinamizador da economia”, afirmou. Com a ampliação da capacidade de refino, o Brasil deve se tornar autossuficiente em derivados de petróleo em 2021, podendo assim tratar a totalidade do petróleo produzido e gerando ainda um excedente de 2,5 milhões de barris/dia para exportação. “Hoje somos importadores líquidos de derivados de petróleo, produzindo pouco mais de 2 milhões de barris por dia, mas, em 2016/2017, o Brasil pode deixar de ser importador líquido e passar a ser exportador”, avaliou, chamando a atenção para as empresas que estão se instalando no complexo da Ilha do Fundão e para a entrada em operação das refinarias do Comperj, no Rio de Janeiro, Abreu e Lima, em Pernambuco, a Premium 1, no Maranhão, e a Premium 2, no Ceará, que devem aumentar a capacidade de refino em 63% no período de dez anos. “O Brasil vai se tornar um player importante no cenário econômico com excedente de petróleo. Vamos ser o primeiro país exportador de petróleo a ter a matriz energética limpa”, concluiu. Ao fim do evento, Tolmasquim conversou com os jornalistas e afirmou que o Governo vai manter a estimativa de redução das tarifas de energia em 16,2% para residências e de 28% para o setor produtivo, como a indústria, mesmo com o impasse nas renovações das concessões de algumas usinas. “O cálculo feito pelo Governo já tinha certa gordura. Por isso, continuamos seguindo com o percentual anunciado pela presidente. Não há razão para falar em outros números. É razoável entender o descontentamento com as novas regras de renovação das concessões, mas a hidrelétrica é um bem público e precisa voltar para a União”, afirmou. Sobre a entrada em funcionamento das termelétricas para reduzir a utilização das águas dos reservatórios por causa da estiagem, o presidente da EPE disse que isso também já estava previsto e não afetará os cálculos preestabelecidos. “O Governo está tentando fazer o que é melhor pelo País, principalmente para aumentar a competitividade”, disse. Ao abrir o President’s Meeting, o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, também chamou a atenção para o momento altamente positivo na área de energia com uma agenda estratégica, destacando a atuação do País no cenário global e nas relações com os Estados Unidos, colocando-se à disposição do consulado americano, na figura do cônsul-geral, John Creamer, para dar continuidade à cooperação na questão energética. “A Amcham Rio está aberta ao consulado como sempre tem sido a tradição. Vivemos um momento muito importante em todos os setores de energia. Mas, principalmente no pré-sal, nós temos hoje a oportunidade de transformar esta riqueza não só em desenvolvimento industrial, mas de resgatar o déficit social do Brasil”, disse Rzezinski. Edição 277_Brazilian Business_43 news Amcham Rio marca presença na Rio Oil & Gas Estande da entidade recebeu 12 empresas associadas para expor seus produtos e promover novos negócios com o setor de óleo e gás Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro esteve presente na Rio Oil & Gas Expo and Conference, que aconteceu entre os dias 17 e 20 de setembro, no Centro de Convenções do Riocentro, na Zona Oeste do Rio. Doze companhias estiveram no estande da Amcham Rio, de 124 m2, para expor seus produtos e fechar novos negócios: Algar Telecom; CAS; Domingues e Pinho Contadores; Domínio Assessores; Engenet; Grant Thornton; Interfreight Logistics; Michael Page International; MXM Sistemas; OceanPact/O’Briens do Brasil; Swift Worldwilde Resources; Softway. Todas ligadas ao setor de óleo e gás. 44_Edição 277_set/out 2012 fotos Gianne Carvalho A news Os números da Rio Oil & Gas impressionam. Em um espaço de 37 mil m2, mais de 50 mil pessoas prestigiaram o evento, que reuniu cerca de 1.300 expositores, quatro plenárias, 24 painéis e a apresentação de 586 trabalhos técnicos de 25 países, sendo que a conferência contou com 4.250 congressistas. A Rodada de Negócios da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) gerou expectativa de R$ 152,8 milhões em negócios. Brasil Offshore 2013 Em junho de 2013, a Amcham Rio marcará presença também na Brasil Offshore, em Macaé. Reservas de espaços no estande coletivo já podem ser feitas com Felipe Tavares pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 3213-9294. fotos Gianne Carvalho “Há algumas edições participamos da conferência, que está entre as maiores da América Latina do setor. A Amcham Rio tem grande número de associados envolvidos na cadeia produtiva dessa indústria no País e, por isso, nosso Comitê de Energia promove diversos eventos com o objetivo de fomentar ainda mais a área. Há dez anos promovemos o Brazil Energy and Power (BEP), em Houston, que congrega players importantes do setor tanto do Brasil como dos Estados Unidos. Nosso espaço na feira é uma oportunidade de mostrar o que estamos fazendo por esse trade e dar suporte a nossos associados com possibilidades de novos negócios”, afirmou Henrique Rzezinski, presidente da Amcham Rio. A 16ª edição da Rio Oil & Gas fez história e contagiou os participantes, que foram surpreendidos, no segundo dia do evento, pelo anúncio do Governo de novas rodadas de licitações para petróleo e gás em 2013 – a 11ª rodada, em maio, e a primeira rodada do pré-sal, em novembro –, uma injeção de ânimo e perspectiva após quase quatro anos sem notícias ao setor. “Ainda que a realização dependa do equacionamento da questão dos royalties, o anúncio mostra o reconhecimento e o alinhamento do Governo com as necessidades do setor. O momento é muito importante, e a indústria está, sim, pronta para dar sua resposta”, frisou o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca, ao considerar essa edição “histórica”. Da esq. à dir., Thomas Shannon, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil; Patricia Pradal, diretora da Amcham Rio; John Creamer, o novo cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro; Alan Long, cônsul comercial dos EUA visitam o estande da Amcham Rio na feira 46_Edição 277_set/out 2012 Edição 276_Brazilian Business_47 news fotos luciana areas Marco Civil da Internet é debatido em evento na Amcham Rio Projeto de Lei que rege os direitos e deveres no uso da internet no Brasil ainda está na pauta de votação da Câmara dos Deputados, mas seu texto divide opiniões Por Giselle Saporito O s direitos e deveres do usuário e de provedores de internet e as mudanças que nortearão o uso da rede foram colocados em debate pelo deputado federal Alessandro Molon durante o evento Round Table: Marco Civil da Internet, em 17 de agosto, na sede da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Molon é o relator do Projeto de Lei 2.126/201, que, se aprovado pelo Congresso, deve se tornar uma espécie de Constituição da web. O evento, liderado pelo Subcomitê de Propriedade Intelectual e com patrocínio da Bradesco Seguros e Dannemann Siemsen Advogados, contou também com a participação do diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi, do presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa, e do professor da PUC-Rio João Victor Longhi. O texto do Marco Civil foi redigido por meio de um amplo processo de consultoria pública, recebendo contribuições de mais de 2,3 mil pessoas. Para Molon, é um marco do sistema legislativo. “Nunca houve na história um projeto de lei que tenha sido feito com tal alcance de debate”, disse. Com cinco capítulos e 25 artigos, o projeto tem três pontos que garantem os direitos dos usuários: liberdade de expressão, neutralidade e privacidade de dados. Sobre a liberdade de expressão, o deputado chamou atenção para a maneira como é realizada a exclusão de conteúdos considerados ilícitos pelos provedores de internet. “Essa análise é muito subjetiva. Por isso a importância de um juiz para determinar a indisponibilidade do conteúdo. Hoje, o que deve ser removido é definido por um robô. Quando um conteúdo é retirado do ar não se sabe a razão pela qual isso aconteceu. Ele simplesmente desaparece. Nós queremos que em casos como esse, se houver dúvida, haja uma apreciação do Poder Judiciário.” Molon explicou também o motivo pelo qual a questão dos direitos autorais – um dos pontos mais polêmicos do debate – ficou de fora do projeto. “Se nós fôssemos tratar disso agora, estaríamos antecipando uma discussão que virá a seguir na Câmara e o faríamos de uma forma muito superficial. O tema do Marco Civil já e suficientemente complicado”, concluiu. O diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi, falou da importância do Marco Civil como forma de salvaguarda tanto para os usuários como para os provedores de internet. “Há margem para que se publique qualquer coisa sem ônus, violando direitos autorais”, disse Leonardi, acrescentando que para o caso de uso indevido de propriedades intelectuais já existe um mecanismo de “notificação e retirada de conteúdo que funciona muito bem”. Ele mencionou que o Google divulga relatórios de transparência quanto ao que é divulgado e que cumpre 97% das notificações, cerca de 5 milhões de URLs, fazendo sua retirada. “Isso vai continuar acontecendo, porque não interessa para as empresas enviar esse número de requisições ao Judiciário, mas o Marco 48_Edição 277_set/out 2012 O deputado federal Alessandro Molon, relator do projeto de lei O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa O diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi Civil é de grande importância para o sucesso da internet e já é um modelo adotado em todo o mundo”, enfatizou. Já o presidente da Associação de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa, criticou o fato de o intrincado problema dos direitos autorais ter ficado de fora do texto e afirmou que a entrada do Judiciário nas questões de notificação e retirada de conteúdos ilegais vai dificultar o processo. “Ninguém é contra a liberdade de expressão, mas chegar à esfera judicial para contestar um conteúdo exposto sem autorização só tornará tudo mais lento. O instrumento de notificação e a posterior retirada pelos provedores têm se mostrado medidas eficientes”, ressaltou. Rosa informou que só no ano passado foram enviadas mais de 17 mil notificações aos provedores sobre músicas disponíveis irregularmente na rede. João Victor Longhi, professor da PUC-Rio, encerrou o evento destacando a importância do Marco Civil, sobretudo quanto à proteção da privacidade dos usuários e em relação aos direitos do consumidor. “Hoje, com um clique, você cria uma infinidade de perfis de consumidor que acabam virando mercadoria na internet. O Marco Civil tem como resguardar os direitos civis dos usuários e os deveres do provedor”, concluiu. O comitê entregou uma carta de recomendações ao deputado com sugestões à nova lei. news A Seminário discute aspectos jurídicos no combate à corrupção transnacional Encontro discute a formação de um sistema de compliance no Brasil para prevenir fraudes no setor privado Da esq. à dir., Rafael Gomes, sócio do escritório Chediak Advogados; Marcello Miller, procurador da República; Julian Chediak, chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio e mediador do debate; Charles Meacham, da Gardere Wynne Sewell Law Firm 50_Edição 277_set/out 2012 fotos Gianne Carvalho Por Giselle Saporito construção de um sistema de combate às práticas de corrupção no setor privado no ambiente de negócios foi tema do tema do seminário FCPA e Normativas Locais: Aspectos Jurídicos e de Compliance no Combate à Corrupção, realizado em 12 de setembro, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio do Comitê de Assuntos Jurídicos, com patrocínio máster da Vale e patrocínio da PwC. Em vigor desde 1977, nos Estados Unidos, o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), que combate as práticas de corrupção ocorridas fora do país e que interferem em seu ambiente de negócios, tomou maior vulto na última década com as ações do Departamento de Justiça e da Comissão de Valores Mobiliários daquele país, resultando em uma crescente aplicação de sanções, com foco nos agentes privados. Charles Meacham, da Gardere Wynne Sewell Law Firm, traçou um panorama da criação e aplicação do FCPA nos Estados Unidos, mostrando como as normativas foram se consolidando no país a partir de 1988, tomando o formato em que hoje são aplicadas. Segundo dados apresentados pelo advogado, todos estão sujeitos à aplicação em qualquer parte do mundo. “Empresas do Brasil e de qualquer outra parte do mundo podem ser analisadas pela FCPA, desde que estejam atuando nos Estados Unidos. Atualmente, há 87 companhias sob investigação por suposta violação à norma. Só neste ano uma única empresa já foi multada em mais de US$ 54 milhões”, ressaltou Meacham. De acordo com o executivo, a aplicação das sanções levou empresas americanas a possuir hoje um robusto sistema de compliance, que vem sendo desenvolvido dentro de seu sistema corporativo, evitando assim, fraudes e, logo, respondendo bem a todas as investigações das agências reguladoras. “Esse forte sistema vem sendo copiado por outros países como forma de reduzir a corrupção no comércio e corporativismo internacionais”, acrescentou. Segundo a lista das dez empresas que pagaram as maiores multas por promover corrupção internacional, apresentado por Meacham, oito foram acionadas nos últimos dois anos, sendo apenas uma americana. “Isso mostra a consolidação de nosso sistema”, disse. O sócio do escritório Chediak Advogados Rafael Gomes, que representa o Ministério Público Federal em reuniões internacionais de combate à corrupção, explicou que o País vem investindo pesadamente na adoção de programas anticorrupção no setor privado das empresas e que a lei americana (que estuda desde o comportamento dos funcionários até mesmo possíveis parentescos com negociadores do Governo) está sendo analisada. Ele destacou que as reuniões internacionais das quais participa, realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados Americanos (OEA) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), servem como mecanismos de avaliação entre os países. “A convenção da ONU tem uma grande profundidade para delimitar cenários sensíveis de empresas. Considero a da OCDE a mais rigorosa por ser profunda com relação à jurisdição e estabelecer parâmetros para investigar e promover a ação penal”, disse. Ele destacou que o Brasil deve adotar as decisões de monitoramento desta última convenção, integrada por países desenvolvidos e economicamente mais fortes. Para o procurador da República Marcello Miller, os Estados Unidos, com seu histórico de sanções administrativas e penais aplicadas no combate à corrupção comercial internacional, vêm pressionando o mundo a cumprir o seu papel, e o Brasil não está fora desse cenário. “O Brasil ainda não tem expertise para investigar ações transacionais, mas está interessado em desenvolver”, disse. Segundo Miller, é preciso que as empresas criem rapidamente seus departamentos de compliance como forma de se resguardar e criar mecanismos de aferição de fraudes dentro da própria empresa, fortalecendo o treinamento de pessoal. Ele destacou ainda a cooperação entre as autoridades internacionais como primordial no comércio exterior. “Não se deve confundir silêncio com inércia. Em muitos momentos as coisas se desenham em contatos informais. Mas, a partir do momento que formalizamos os dados, podemos cooperar – e os próprios americanos já disseram que o Brasil é um dos melhores em cooperação”, concluiu. De acordo com o co-chairperson do Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (Ibrademp), Bruno Maeda, independentemente de atuar diretamente no mercado americano, as companhias devem acompanhar o movimento preventivo de combate às práticas de corrupção, ainda pouco integrado à cultura corporativa nacional. Ele destacou o Projeto de Lei 826/2010, que estabelece a responsabilidade civil administrativa da pessoa jurídica. Segundo Maeda, um dos principais pontos do projeto – que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados – é a ratificação pelo Brasil da Convenção da OCDE, realizada em 2000. ”A convenção não exige que se tenha responsabilidade criminal, mas sim administrativa, e inclui, não somente corrupção, mas condutas ilícitas, como fraudes em licitações”, explicou, acrescentando que, neste caso, o funcionário que comete suborno sofre penas que implicam em seu próprio patrimônio. Ele destacou no entanto, que uma desvantagem do sistema não ser criminal é a falta de possibilidade na interceptação de informações. “O objetivo é buscar que todos os países tenham legislações internas fortes no combate à corrupção, como a OCDE tem solicitado. Para se ter um mercado globalizado sadio, é preciso que todos os países dentro de suas jurisdições punam a corrupção”, afirmou. Na opinião do Compliance Manager para a América Latina da Archer Daniels Midland Company (ADM), Fernando Palma, o combate à corrupção continua sendo um desafio. “Necessitamos da elaboração e implementação de um programa de compliance imediato. De cada cem executivos que tomam decisões, 15 estão dispostos a receber propina ou cometer fraude para garantir o seu negócio”, afirmou. Palma mostrou um mapa-múndi que destaca o grau de vulnerabilidade à corrupção de todos os países e chamou a atenção para a América do Sul, onde somente Paraguai, Uruguai e Chile estão acima da média, o que significa uma baixa tendência à fraude. O executivo sugeriu que o Departamento de Justiça Americano (DOJ) criasse um guia sobre os cuidados que as empresas devem ter para fazer negócios. “Eu sugiro cinco elementos de boafé na área de compliance para não sofrer sanções por parte das agências reguladoras: divulgação voluntária da violação, não ter altos executivos envolvidos em fraudes, cooperação plena com as autoridades (DOJ e SEC), avaliação de risco com revisão periódica do programa e due diligence”, ressaltou. “De cada cem executivos que tomam decisões, 15 estão dispostos a receber propina ou cometer fraude para garantir o seu negócio” A sócia da área de Forensic & Investigations Services da PwC, Mona Clayton, falou sobre tendências globais e de mercado na área de prevenção a fraudes internacionais. Segundo ela, as agências reguladoras mundiais estão interagindo em tempo real na avaliação dos negócios, e, por isso, existe uma forte tendência no caminho da regulamentação e do cumprimento da lei. Ela destacou como exemplo de aumento da fiscalização países como China, Rússia e Indonésia. Quanto aos setores, Mona recomendou ênfase no cuidado dos negócios nas áreas energética, farmacêutica, automobilística, de telecomunicações e nos bancos e fundos de investimento. “O sistema anticorrupção para fraudes em fusões e aquisições também está agindo fortemente. É preciso tomar cuidado com as áreas de comissões, consultoria, marketing e pagamento para despachantes, porque tudo é avaliado”, comentou. Ela chamou a atenção ainda para alguns setores de alto risco de fraude no Brasil como terceiros (distribuidores, agentes aduaneiros, despachantes etc.), doações que podem ser em dinheiro, em serviços ou mesmo a partidos políticos, associações com outros setores que, por vezes, trabalham com lobby, com apoio político ou recebendo vantagens ilícitas, e com cartórios. De acordo com Mona, nos EUA, assim como no Brasil, os cartórios não são órgãos públicos, mas aqui, eles funcionam como concessionários do Governo “e isso pode criar risco nas negociações”. Ela afirmou ter muita confiança nas empresas brasileiras. “Estou impressionada com os esforços das companhias do País em melhorar sua área de negócios, e isso é uma experiência muito rica”. Da esq. à dir., Bruno Maeda, co-chairperson do Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial; Fernando Palma, Compliance Manager para a América Latina da Archer Daniels Midland Company; Mona Clayton, sócia da área de Forensic & Investigations Services da PwC; Julian Chediak, chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio e mediador do debate Edição 277_Brazilian Business_51 news Advogados e empresários debatem o marketing jurídico Como as ferramentas de marketing, apesar de ainda incipientes nas estratégias dos escritórios de advocacia, ganham cada vez mais espaço e podem ajudar a alavancar negócios O marketing pode ser um grande aliado dos escritórios de advocacia para estabelecer marcas e ações do cliente, mas também para firmá-los como organizações empresariais. Contudo, são poucos os advogados que dedicam tempo e têm habilidade para lidar com esse universo. Essa é a opinião do consultor especializado em marketing jurídico Marco Antonio Gonçalves, palestrante convidado pelo Comitê de Marketing da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro para debater o tema no evento Ideas Exchange: Ferramentas do Marketing Jurídico – Os Desafios da Criatividade. Ao seu lado estavam o sócio do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Attilio Gorini e o sócio responsável pela área de Marketing do escritório Veirano Advogados, Otavio Carneiro. O debate ocorreu em 4 de setembro, na sede da Amcham Rio, e teve como mediador o chairperson do Comitê de Marketing da Amcham Rio, Noel De Simone. Para eles, em linhas gerais, o marketing ainda tem pouca penetração nos escritórios, mas pode servir como uma oportunidade, inclusive, de superar algumas restrições impostas pela Ordem dos Advogados do Brasil e de alavancar não apenas o crescimento dos negócios, mas integrar equipes e promover o melhor atendimento às demandas dos clientes. “Os projetos de marketing podem ajudar a gerar resultados, mas precisam estar inseridos na estratégia de negócios do escritório e, principalmente, ter o envolvimento e a dedicação dos tomadores de decisões, e não apenas da área de Marketing”, reforçou Gonçalves. “Queremos tornar o marketing mais estratégico nos escritórios” O consultor ressaltou que há ainda certa resistência por parte de juristas no uso das ferramentas de marketing. Isso acontece, segundo ele, por diversos motivos. “Falta a cultura do planejamento estratégico, incluindo canais de divulgação interna e externa, e o envolvimento dos advogados na execução das ações. Hoje, o marketing é fundamental até para se destacar da concorrência. Esse tipo de ferramenta tem que ser vista como uma forma de atrair novos clientes”, afirmou. Para Gonçalves, é preciso haver uma “dose homeopática” de planejamento e um sistema de tecnologia que agilize a obtenção de informações e análises de comportamento do mercado e sobre os negócios do cliente, e o marketing é um importante aliado para ajudar a extrair e interpretar respostas a muitas perguntas. O sócio do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Attilio Gorini também destacou a importância do marketing no meio jurídico. “Por mais que os escritórios transmitam segurança e solidez aos clientes, é preciso divulgar a marca e se tornar referência. No momento da elaboração do plano, é fundamental identificar os objetivos que os sócios pretendem alcançar, como, por exemplo, expandir setores pelos quais o escritório é menos conhecido. Sair da zona de conforto é um bom exercício. Nesse caso, a internet é uma ferramenta aliada, assim como o endomarketing”, afirmou Gorini. “O nosso desafio hoje é fazer com que os nossos profissionais entendam a ferramenta do marketing para projetar o escritório no mercado. O marketing é muito mais do que colocar anúncios na mídia. Ele depende também da interação de todos no escritório”, reforçou. Outro ponto importante de um planejamento estratégico, com ações de comunicação e marketing conjugadas, foi lembrado pelo sócio responsável pela área de Marketing do escritório Veirano Advogados, Otavio Carneiro. “Uma assessoria de imprensa eficaz trabalha bem a parte institucional do escritório. Não há interesse, por exemplo, em volume de matérias, mas na divulgação das nossas ações em reportagens e artigos de veículos específicos, selecionados e lidos pelos clientes. Outro fator que faz a diferença é o contato com associações e câmaras, como a Amcham Rio, que lhe conferem maior representatividade”, analisou. “Queremos tornar o marketing mais estratégico nos escritórios, pois ele auxilia a perceber oportunidades de negócios com mais rentabilidade”, defendeu. Foi consenso entre os palestrantes que o marketing jurídico, até por força da concorrência, veio para ficar e deve ser entendido como um centralizador e distribuidor de informações do escritório. Para eles, o diferencial está na capacidade de interpretar e difundir as informações no sentido de gerar rentabilidade e de atender melhor os clientes. Da esq. à dir., Otavio Carneiro, do Veirano Advogados; o consultor Marco Antonio Gonçalves; o chairperson do Comitê de Marketing da Amcham Rio, Noel De Simone; Attilio Gorini, do Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira 52_Edição 277_set/out 2012 news Tax Friday esclarece a Nova Obrigação Acessória para Transações no Exterior A auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves esclareceu a nova norma instituída recentemente pelo Siscoserv Por Giselle Saporito O José Roberto Adelino da Silva, sócio do Departamento de Impostos da KPMG novo Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv), que entrou em vigor em 1º de agosto, foi debatido, no dia 5 de outubro, durante o Tax Friday: Nova Obrigação Acessória para Transações no Exterior, organizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seu Comitê de Assuntos Jurídicos. A auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves explicou sua criação e utilização, tanto para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio e Serviços, quanto para o Ministério da Fazenda, por meio da Receita Federal. Entre os bens intangíveis estão: recursos humanos, marcas e patentes, exploração de bens públicos, concessão ou permissão do poder público, softwares, tecnologia da informação, direitos autorais e know-how. “O Siscoserv é um sistema informatizado, desenvolvido pelo governo federal como ferramenta para o aprimoramento das ações de estímulo, formulação, acompanhamento e aferição das políticas públicas relacionadas a serviços e intangíveis, bem como para a orientação de estratégias empresariais de comércio exterior de serviços e intangíveis. O foco do sistema é a transação dos brasileiros com o resto do mundo, e ele tem por objetivo não o fluxo financeiro, que já é medido pelo Banco Central, mas o econômico. Basicamente, o que as empresas brasileiras estão transacionando em fluxo no exterior”, disse Andrea, explicando que o sistema foi criado em conjunto pelos dois ministérios e que cada um utilizará os dados coletados conforme seu objetivo. “O Siscoserv é um sistema inovador porque é uma obrigação de governo que precisa ser registrada sistematicamente por códigos regidos pela Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (NBS). No resto do mundo é realizado apenas por meio de estatística. Cada um dos órgãos vai utilizar os dados conforme o seu objeto de competência. O MDIC tem a competência de fomento e pretende direcionar o uso dos Siscoserv para políticas públicas. Já a Receita Federal é uma obrigação acessória e utilizará esses dados no cruzamento com as demais informações que possui para fins de seleção fiscal, que é seu fim maior”, concluiu. fotos pedro kirilos O mediador do debate, Gerson Stocco, do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio, e a auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves 54_Edição 277_set/out 2012 A nova ferramenta gerou diversas dúvidas aos participantes do evento, principalmente sobre as datas limites para o registro do serviço e em qual norma cada um dos itens será inserido, já que há penalidades para a não informação dentro do prazo, assim como para informações incorretas, omitidas ou imprecisas. “São dois tipos de penalidade: para o prazo, há uma multa de R$ 5 mil por mês ou fração de atraso, e uma taxação de 5% sobre o valor do serviço no caso de informações incorretas ou imprecisas”, disse. Andrea explicou ainda que o manual do sistema contém prazos e está em constante ajuste, dependendo das dúvidas que surgem durante a sua aplicação. Segundo ela, há exceções nas obrigações. “Ficam dispensadas da obrigação empresas tributadas pelo regime do Simples Nacional e quando a operação com o exterior e/ou no exterior for única, ou seja, não habitual, e seu valor for inferior a US$ 20 mil”, explicou. Para o sócio do Departamento de Impostos da KPMG José Roberto Adelino da Silva, toda obrigação acessória nova gera uma incerteza, e a principal era saber o uso dessa ferramenta. “No caso do MDIC, será usada como dado estatístico e, pela Receita, é mais um mecanismo de controle de arrecadação, principalmente nos tributos que incidem na exportação, já que pouquíssimas operações são tributadas, o que acontece mais em importações”, afirmou. Ao ser indagado sobre a percepção do mercado, para ele não há críticas a essa nova obrigação, mas a velha dificuldade de se adaptar, de uma forma muito rápida, para atender a um novo sistema, já que existe a necessidade de contratação de pessoal de tecnologia, além da classificação, que requer um estudo detalhado. “Quando se tem uma mercadoria, um carro, por exemplo, você pode aferir mais facilmente os tributos. No caso de honorários de um advogado, estes podem ser cobrados por vários motivos. São muitos itens dentro do sistema que acabam causando confusões. E a penalidade é cara”, destacou. news À esquerda, na mesa de abertura do evento, o diretor da Amcham Rio, Helio Blak Realizado pela Ompi e pelo Inpi, com apoio da Amcham Rio, o seminário PI & Esportes debateu os impactos econômicos de grandes eventos esportivos e seus embates no tocante à propriedade intelectual solidity partnership parceria À s vésperas de sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o Brasil enfrenta muitos desafios, entre eles, garantir os direitos à propriedade intelectual de organizadores e patrocinadores, além de usar marcas e patentes como ferramentas para alavancar a inovação na indústria nacional. Estas foram algumas das máximas levantadas no seminário PI & Esportes, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de setembro, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) e pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). De acordo com a Ompi, o movimento da indústria do esporte pode chegar a US$ 133 bilhões em 2013. Já o volume de negócios global de artigos esportivos (roupas, equipamentos e calçados) é estimado em cerca de US$ 300 bilhões ao ano. Porém, essas oportunidades dependem de ativos protegidos por propriedade intelectual, como patentes para tecnologias esportivas, marcas de eventos, além de tópicos como direitos de imagem e marketing de emboscada. Trata-se de um mercado que se vê margeado pela pirataria global, que consome US$ 200 bilhões por ano, nas transações internacionais, e, no Brasil, US$ 64 bilhões. Três representantes da Amcham Rio estiveram entre os palestrantes do evento: o diretor-superintendente da instituição, Helio Blak; a vice-chairperson do Subcomitê de PI da Amcham Rio, Andréia de Andrade Gomes; o chairman do Comitê de Entretenimento, Cultura e Turismo, Steve Solot. “A missão da Amcham Rio é fomentar e viabilizar a entrada de ativos que ajudem a movimentar a economia e os negócios no País. Dentro dessa perspectiva, é fundamental estar em um seminário que aborda os eventos esportivos internacionais, sobretudo cujo tema central é propriedade intelectual”, ressaltou o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski. 56_Edição 277_set/out 2012 confiança reliability Steve Solot, chairman do Comitê de Entretenimento, Negócios e Turismo transparência Propriedade intelectual é tema de seminário internacional no Rio Accounting and business management based on transparency and mutual trust. solidez fotos Divulgação Inpi Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. transparency Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade. Result: solid partnerships and excellence in productivity. Andréia de Andrade Gomes, vice-chairperson do Subcomitê de Propriedade Intelectual www.dpc.com.br | [email protected] Rio de Janeiro São Paulo Macaé Av. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.040-903 Tel. 5521 3231 3700 Rua do Paraíso, 45, 4º andar Paraíso - São Paulo - SP CEP 04103-000 Tel. 5511 3330-3330 Rua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Centro - Macaé - RJ CEP: 27.910-110 Tel. 5522 2773 3318 por dentro da câmara Alteração no Quadro de associados Novos Sócios Language Education e Travel Ltda. ME - (BRIDGEBRAZIL) Sandra Monica Szwarc Diretora-Geral, Brasil Rua da Quitanda, 191, sbl, s/201 - Centro 20091-005 Rio de Janeiro, RJ Tel./Fax: (21) 2220-8659 [email protected] Park Idiomas RJ (FA Idiomas Ltda.) Felipe Egildo de Albuquerque Gerente-Geral Murilo Oliviere Reis Sobrinho Coordenador Comercial Av. das Américas, 500, bl.9, lj. 104 - Barra da Tijuca 22640-100 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3433-7020 [email protected] www.parkidiomas.com.br Linq Brasil Escritório Virtual e Consultoria Ltda. Antoine Gaspard Duchene Diretor-Presidente Av. Graça Aranha, 19, s/ 802 - Centro 20030-002 Rio de Janeiro, RJ Tel: (21) 3916-2900 Fax: (21) 3916-2929 [email protected] www.linqbrasil.com.br GE Oil & Gas do Brasil Ltda. João Geraldo Ferreira Presidente de Oil & Gas para AL Daniel Holender Meniuk Diretor-Executivo Av. República do Chile, 330/ 28º - Centro 20031-170 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3548-3100 www.geoilandgas.com OceanPact Serviços Marítimos Ltda Flavio Pinheiro Nogueira de Andrade - Presidente Rua da Glória, 306/ 12º - Glória 20241-180 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3032-6700 Fax: (21) 3032-6701 [email protected] www.oceanpact.com Petra Executive Search (ABX Participações e Serviços Ltda.) Adriano Bravo Marques da Silva Diretor-Sócio Rua da Quitanda, 59/ 3º - Centro 20011-030 Rio de Janeiro, RJ Tel./Fax: (21) 3550-0710 [email protected] www.petraexec.com.br Antonio Miranda Limoeiro da Silva Sócio-Advogado Walmir Barroso & Advogados Associados Erika Neves Ramos Analista de Marketing Cameron do Brasil Ltda. Giscard Felix Coordenador Financeiro Right Management Paulo Max Krauss Diretor e Representante Bank of Montreal Assessoria e Serviços Ltda. Paulo Roberto Ribeiro Pinto Presidente Light - Serviços de Eletricidade S.A. Marco Calvinho Diretor Administrativo Financeiro Forever Living Products Brasil Ltda. Rômulo Silva Maranhão Gerente Regional RJ, MG e ES Rapidão Cometa Logística e Transporte S/A Silvana Machado Presidente, América Latina A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda. Seja um Associado Amcham Rio. A Câmara de Comércio Americana vem há 96 anos agregando novos valores às empresas associadas. Através do acesso à nossa extensa e diferenciada rede de networking e de nossos eventos, atividades, missões e publicações, você irá fortalecer ainda mais os seus negócios! Associe-se à Amcham Rio! Entre em contato para informações detalhadas e saiba como associar a sua empresa. (21) 3213-9294 [email protected] www.amchamrio.com Edição 272_Brazilian Business_59 expediente COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. 1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. 2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil 3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO, Brookfield Brasil Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/ RE, Bradesco Seguros S.A. Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda. Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda. Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. Marcos Guerra_Presidente, Findes Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A. Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro DIRETORES EX-OFÍCIO Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel PRESIDENTES DE COMITÊS Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras Assuntos Jurídicos - Julian Chediak Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli Energia – Manuel Fernandes Entretenimento, Negócios e Turismo - Steve Solot Logística e Infraestrutura - Em definição Marketing - Noel De Simone Meio Ambiente - Kárim Ozon Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda. Relações Governamentais - João César Lima Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. Saúde - Gilberto Ururahy Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros 60_Edição 277_set/out 2012 Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda. DIRETORES Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A. António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado David Zylbersztajn_Diretor-geral, Agência Rio 360 Comunicação Ltda. DIRETORES Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda. VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A. Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil PRESIDENTES DE HONRA Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A. Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO ACESSO AO CORREDOR DE TODAS AS CAMAS. ISSO MESMO, CAMAS. ENTRADA E SAÍDA LIVRE EM TODAS AS POLTRONAS-CAMA* DA BUSINESS ELITE. Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected] Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected] Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected] Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected] Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected] LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor-executivo: Clóvis Vieira (27) 3235-2242 | [email protected] Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected] DELTA.COM /DeltaAirLinesBrasil *As poltronas-cama podem não estar disponíveis em todos os voos. A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) provê soluções integradas para a indústria de óleo e gás upstream, tanto na fase de investimentos quanto nas operações, nos segmentos de Perfuração, Subsea, Produção e Manutenção de ativos, além da prestação de Serviços Especializados a Poços e Gerenciamento de E&P. Tem como base a prática da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), na qual o desenvolvimento sustentável é um valor, sempre com foco na excelência e segurança operacional. www.oog.com
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Amcham Rio no dia 5 de abril deste ano, em cerimônia realizada no Museu de Arte Moderna. O executivo desenvolveu parte de sua carreira na Europa e, no Brasil, também atuou em São Paulo. Após 18 ano...
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