solte a imaginação

Transcrição

solte a imaginação
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Ano 13
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Seu Jeito de Ler
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Julho 2016
Ilustração Jonas Ribeiro
Edição 147
SOLTE A IMAGINAÇÃO
Oficina de mágica, Ziraldo, aulas de
ioga, livros novinhos em folha e um mês
repleto de atrações para a garotada na
programação especial do Férias na Vila
ENTREVISTA
Chico César
estreia na literatura
infantojuvenil
RETRATO
O mundo
fabuloso de
La Fontaine
PÓS-FLIP
Benjamim Moser
e Arthur Japin no
Planeta de Leitores
2
ÍNDICE | julho_2016
15promoção
5editorial
Por Samuel Seibel
Superdescontos
em livros importados
FRADIQUE COUTINHO
16visita
...............................................................
O holandês Arthur Japin fala
sobre O homem com asas
Foto Divulgação
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LORENA
Alameda Lorena, 1731
11 3062-1063
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MOEMA
Av. Moema, 493
18CD
SHOPPING
PÁTIO HIGIENÓPOLIS
20debate
Chico César fala sobre O Agente
Laranja e a Maçã do Amor
R. Fradique Coutinho, 915
Benjamin Moser lança
Autoimperialismo
Zeca Baleiro autografa o
novíssimo Era domingo
6entrevista
NOSSAS LOJAS
Encontro discute violência
contra a imprensa
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...............................................................
Av. Higienópolis, 618
11 3660-0230
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Av. Juscelino Kubitscheck, 2041
11 5180-4790
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Av. Magalhães de Castro, 12000
11 3755-5811
...............................................................
Edição 147
●
Ano 13
●
Seu Jeito de Ler
●
Campinas
GALLERIA SHOPPING
Julho 2016
Rod. Dom Pedro I, s/nº
19 3706-1200
...............................................................
Curitiba
Av. do Batel, 1868
Ilustração Jonas Ribeiro
Ilustração Jonas Ribeiro
PÁTIO BATEL
22retrato
SOLTE A IMAGINAÇÃO
Oficina de mágica, Ziraldo, aulas de
ioga, livros novinhos em folha e um mês
repleto de atrações para a garotada na
programação especial do Férias na Vila
ENTREVISTA
Chico César
estreia na literatura
infantojuvenil
RETRATO
PÓS-FLIP
O mundo
fabuloso de
La Fontaine
Benjamim Moser
e Arthur Japin no
Planeta de Leitores
Guarulhos
24curso
Av. Bartholomeu de Carlos, 230
Ricardo Cantaluppi ensina
sobre a indústria da música
As atrações especiais do
projeto Férias na Vila
Cursos, teatro, lançamentos
e outras atrações da
agenda de julho
14homenagem
39nossas dicas
Os 85 anos de Ruth Rocha
...............................................................
O mundo fabuloso de La Fontaine
25programação
10capa
41 3020-3500
Sugestões para ver, ouvir e ler
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A Revista Vila Cultural é uma publicação mensal da Livraria da Vila • Editor-chefe: Samuel Seibel
[email protected] • Editor: Rafael Seibel [email protected] • Jornalista responsável:
Sérgio Araújo MTB - 4422 • Publicidade: Gil Torres [email protected] • Programação: Gil Torres
e Wilson Junior [email protected] • Estagiária de eventos: Beatriz Quina • Revisão: Valéria
Palma • Colaborou: Patrícia Conceição e Beatriz Quina • Estagiária de criação: Izabel Mendes • Capa
& Diagramação: Jonas Ribeiro [email protected]
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4
EDITORIAL | por Samuel Seibel
De volta pra casa
Compartilho a sequência da história que comecei a contar aqui
no mês passado, quando decidimos por uma viagem de minha mãe,
com os três filhos e duas noras, a Moldávia, onde ela nasceu, há 100 anos
Q
uando tudo já estava organizado e não havia
mais o “caminho de volta”, minha mãe, com
sua costumeira lucidez, nos disse: “Vocês
são mais loucos do que eu de fazer esta viagem”. E
sorriu, preocupada, mas feliz com a loucura familiar.
Nosso roteiro privilegiava o ritmo tranquilo, sem
pressa, descansado, para que Rosa (minha mãe)
pudesse encarar e, principalmente, divertir-se.
Alguns dias em Paris e, na quarta, pegamos o voo
para Chisinau, capital da Moldávia. Chegamos já no
fim do dia, com tempo apenas para nos alojarmos,
jantar e dormir.
Minha mãe não conhecia esta cidade. Aliás, sua
permanência de 13 ou 14 anos na Romênia (era
Romênia antes da Segunda Grande Guerra) limitou-se a Balasinesti, da qual se lembrava “da rua por
onde passavam as carroças e charretes entre duas
cidades, da casa de dois andares onde morava e
da igreja em frente à casa”. De outros lugarejos,
nada lembrava. Provavelmente, jamais havia saído
de sua aldeia.
Na quinta, fomos visitar o Centro Cultural Judaico,
que abriga inclusive uma sinagoga. Importante
ressaltar que a Romênia/Moldávia antes de 1945
tinha uma população judaica muito expressiva e
participativa. As forças nazistas, assim como em
outros países do leste europeu, conseguiram eliminar
ou reduzir drasticamente o número de judeus nestes
lugares. Esta diminuição se deu por assassinatos nas
próprias cidades, nos campos de concentração ou,
para os que tiveram mais sorte, por imigração. Como
foi o caso de minha mãe e de seus quatro irmãos.
O pai dela, meu avô, conseguiu enviar os filhos
para terras seguras, mas morreu quando estava na
fila para seguir em direção a algum campo. Não
temos informações 100% confirmadas, mas a que
nos chegou diz que foi baleado por um soldado que
não queria perder tempo com os mais fracos e com
os que tivessem dificuldade de caminhar.
Terceiro dia, Edinet. “Meu pai tinha uma casa em
Edinet”, minha mãe lembrou. Devia ser a casa em
que meu avô morou com os pais dele. Nesta pequena
cidade, antes da guerra, moravam 100 mil pessoas,
das quais 50 mil eram judeus. Ou seja, em pouquíssimos anos, a população foi reduzida à metade! Jantamos com o prefeito, que quis conhecer “a
mulher de 100 anos que nasceu na região”. Em seu
terceiro mandato, Constantin, na verdade, queria
mesmo era entender o que estava acontecendo no
Brasil, com o governo, a corrupção, o processo de
impeachment. Ficou muito consternado também com
a saída precoce do Brasil na Copa América. Não
tinha opinião sobre Dunga e menos ainda sobre Tite.
O Grande Dia chegou. Ida para Balasinesti! Como
será que é, afinal? Qual vai ser a reação da minha
mãe? Vai lembrar, não vai?
Como ela havia descrito, o lugar é muito pequeno.
Uma aldeia mesmo. A rua de que ela falava estava
igualzinha. A igreja em frente continuava ali. A casa
não. A casa foi derrubada pelos soviéticos, sabe-se
lá por qual motivo. Mas havia uma vizinha, cuja avó
comprara a casa de meu avó por volta de 1940,
um ano antes de meu avô ser levado e fuzilado. E
explicou como era tudo.
Minha mãe ficava olhando, tentando buscar
recordações da infância tão distante. Viu a rua, viu
a igreja, não viu a casa, entendeu que havia sido
derrubada. Ela estava emocionada e feliz. Sabia
que aquela peregrinação marcava a despedida do
lugarejo onde passou seus primeiros anos.
A uma pergunta de meu irmão Salo, em tom de
brincadeira, se ela gostaria de morar novamente na
Romênia (para ela o nome Moldávia não fazia muito
sentido), ela resumiu a viagem: “Adorei tudo. Mas sou
brasileira! Aliás, quero muito voltar para minha casa”.
Meus irmãos e eu sabemos que esta viagem com
dona Rosa – a primeira que fizemos todos juntos –
deixará uma profunda marca em cada um de nós.
Mas o que já foi, já foi. Nossa preocupação agora é
como será a comemoração no ano que vem, quando
ela completar 101 anos.
Longa vida a todos.
Boa leitura.
Abraços. Samuel. 5
Foto Divulgação
ENTREVISTA | Chico César
Chico César lança O Agente Laranja e a Maçã do Amor dia 16 às 15h na Livraria da Vila da Fradique
6
Amor que transforma
O cantor e compositor Chico César
estreia na literatura infantojuvenil e lança
O Agente Laranja e a Maçã do Amor, que ele
autografa na Livraria da Vila da Fradique dia 16 de julho
E
m parceria com a artista
plástica e ilustradora Fernanda Lerner, cujo traço segue
impregnado de inventividade e
delicadeza, o cantor e compositor
Chico César estreia como autor
infantojuvenil com o livro O Agente
Laranja e a Maçã do Amor, que
sai pelo selo Escritinha para uma
série com “autores improváveis” da
editora Escrituras. Já familiarizado
com o público infantil, por causa de
músicas como Mama África e Beradêro, que as crianças adoram, ou
pelas trilhas sonoras que fez para
espetáculos como Marias do Brasil,
de sons igualmente contagiantes,
Chico diz que se surpreendeu ao
receber o “convite-encomenda”
para o novo livro. Passada a reação inicial, ele soltou o verbo, com
sua habilidade habitual que, no
livro, trata de algo fundamental no
mundo contemporâneo: o poder
transformador do amor.
De um jeito despretensioso, o
protagonista, o fiscal de uma feira
de frutas, o Agente Laranja, sempre de ações normativas, rígidas e
burocráticas, se joga numa transformação de realismo fantástico
ao cruzar com a maçã do título.
Não é uma maçã qualquer, afinal,
e o mais legal, é a linguagem que
pactua com a inteligência veloz
e a sensibilidade menos digital
das crianças das novas gerações.
Sem abrir mão do seu prazer de
se comunicar com jogos verbais,
trocadilhos e figuras de linguagem,
que domina como poucos, Chico
é pura imaginação ao encontrar a
medida exata e acessível de sua
poesia. “Escrevi estimulado pelas
minhas vivências de infância e
outras tantas mundo afora. Como
num jogo de sedução, as palavras
ganhavam movimento. E fiquei feliz
com o resultado”, avalia. “O meu
encontro com a Fernanda Lerner foi
surgindo e direcionando o sentido
das palavras, mais pela intuição do
que pela intenção, que segue no
fluxo da palavra-puxa-ilustrações,
rima-puxa-desenhos-sentidos”.
Quase como um subtexto, conforme ele revela nesta entrevista
à Vila Cultural, também aparece a
longa experiência recente de Chico
ao atuar como gestor público em
seu estado de origem, a Paraíba,
primeiro como secretário municipal
de Cultura, depois na esfera da
administração governamental estadual. Sobre suas lembranças de
livros na infância, Chico diz que
“bem menino, aos 8 ou 9 anos, me
interessava ao mesmo tempo que
me assustava com o tema sexo”.
“Gostava de ler De onde vêm os
bebês”, diz. “Depois vieram os
livrinhos de catecismo e os livros
de José Lins do Rêgo, além das
histórias com os personagens do
folclore como o Saci, a Mula Sem
Cabeça e muitos outros. Essas
referências desenvolveram em
mim o gosto pelas palavras e me
fizeram viajar pelo mundo com suas
descrições arrebatadoras e tantas
aventuras”, diz.
Chico é autor de outros três
livros, todos de poesia. Em Cantáteis – Cantos elegíacos de amozade, que tem também uma versão
em audiolivro, fez uma obra de
fôlego, composta por 141 estrofes,
cada uma com 11 versos de sete
sílabas. Ele organiza os versos como em um cordel cheio de suingue
e fragmentos, e cita referências
diversas falando de Barthes, de
Clarice Lispector, de Frida Khalo,
da Paraíba, entre outros temas.
Em Rio Sou Francisco, apresenta poesia “em que as palavras
dançam no ritmo endiabrado de
seu resfôlego mas conhecem o
momento de estancar e permanecem no seio encantado na cara
literatura”, segundo escrevem os
editores do livro.
No ano passado, Chico lançou,
pela Confraria do Vento, o livro
Versos pornográficos, elogiado
efusivamente pela cantora Maria
Bethânia que, além de leitora voraz
de poesia, é amiga de Chico. “O
erotismo faz parte da vida. Quem
passa pela vida passa necessariamente pelo erotismo. Sem ele
a vida não tem a menor graça.
É como sexo pra procriação ou
viver só para o trabalho. É lindo
quando descobrimos o erotismo
num clássico como Drummond. Sei
que alguns dirão que é erótico nele
o que em outros é pornográfico. Eu
não ligo muito para essas classificações. Cada um tem seu próprio
prazer estético. Quando Marisa
Monte pôs um desenho de Carlos
Zéfiro na capa de um disco dela foi
muito bom para que pessoas mais
recatadas e, por que não dizer,
caretas, ficassem mais à vontade
com aquela 'pegada' mais forte.
Eu gosto”, declarou em entrevista
ao jornal O Globo.
7
ENTREVISTA | Chico César
Também em 2015, depois de
oito anos sem um álbum com composições inéditas, Chico César
lançou Estado de poesia. O disco,
a exemplo da obra do cantor, aposta na riqueza dos ritmos brasileiros
combinados com uma sonoridade
de vocação universal. Há samba,
forró, frevo, toada e reggae na
mistura que dá vida ao trabalho
mais recente do artista.
Leia a entrevista do cantor e
escritor, que autografa o novo livro
na Livraria da Vila da Fradique dia
16 de julho a partir das 15h.
Vila Cultural. No dia a dia, como
se dá a sua conexão com crianças ou com a infância?
Chico César. Eu sou criança. Essa
é a minha ligação com a infância.
Só sou músico porque sou criança.
Só sou adulto porque sou criança.
Só sou gente, cidadão, eleitor, porque sou criança. Sinto-me criança
nas minhas atitudes, nas minhas
manifestações de vida, que são
estimuladas por essa infância
que existe em mim e que me dá a
liberdade de artista e de músico.
VC. Daí a aparente facilidade de
se comunicar com elas, como
acontece no livro?
CC. Há uma percepção da realidade, do que acontece no mundo
e na vida, que as crianças compreendem claramente. As crianças entendem quando os pais se
separam, quando os avós morrem,
quando o colega deixa de ir pra
escola e nunca mais volta, mas
elas lidam com isso de uma forma
que tem a ver com o lúdico, com a
brincadeira, que pode muitas vezes se tornar alegria. Essa coisa,
por exemplo, de imaginar que uma
coisa pode ser outra e que você
mesmo pode ser vários é típico
da infância. Posso ser um pirata
agora, um disco pirata amanhã e
uma rádio pirata depois de amanhã. Uma criança pode ser várias
coisas e é isso que dá energia
para não ser o objeto no qual muitas vezes a sociedade quer nos
transformar. Acho que esse componente lúdico que há na criança é
8
Sinto-me criança nas minhas atitudes, nas
minhas manifestações de vida, que são
estimuladas por essa infância que existe em
mim e que me dá a liberdade de artista.
que nos permite ser várias coisas,
que nos permite enfrentar várias
coisas com alegria, com magia,
com imaginação, enfrentar uma
realidade às vezes tão pouco
imaginativa.
VC. Por falar nisso, como tem
lidado com a intolerância e o
desrespeito às diferenças, agora
tão explícitos no país? CC. O fato de ser descendente de
negros e índios nordestinos me
serve como inspiração. Essa raiz
pela luta social me impulsiona,
porque eu sou parte dessa luta.
Trazer essa presença para a música ajuda as pessoas a lembrarem
disso. É preciso haver um resgate
do sentido real da educação, porque se isso ficar só a cargo da
internet, da televisão, a coisa vira
uma espécie de barbárie cultural.
Um governo que se diga responsável deve imediatamente pensar
a educação e traçar um plano para
a consolidação de uma formação
humanista nos jovens.
pouco cabreiro, meio assustado,
porque nunca tinha escrito nada
especificamente para crianças.
Sei que as crianças gostam muito
de algumas músicas minhas e muitas mães já vieram me dizer isso.
E pelo meio do caminho acabei
também fazendo músicas para os
espetáculos infantojuvenis Marias
do Brasil, Amídalas e As Feiosas,
o que me aproximou mais desse
universo. Mas quando fui convidado eu me perguntei: “Será que eu
consigo?”. E fiquei imbuído daquilo.
E comecei a pensar também sobre
as coisas que me aconteciam e
também sobre as experiências como secretário de Cultura em João
Pessoa. Imaginei alguém fiscalizando as frutas na Festa das Neves,
a padroeira da cidade, e escrevi.
VC. Como criou o personagem
Agente Laranja?
CC. O Agente Laranja é, a
princípio, um agente da seriedade,
um investigador interessado em
saber se as coisas estão ocorrendo
dentro da normalidade. E acho que
o livro fala da força do amor, quer
dizer: uma pessoa que está tão imbuída em manter as coisas dentro
da normalidade acaba saindo da
normalidade, da previsibilidade,
ao conhecer o amor. Acho que
essa história vem disso, porque é
algo que pode acontecer muitas
vezes na vida de todos nós.
VC. Como foi sua experiência
como gestor cultural?
CC. Na verdade, gostei muito de
entender mais o poder público.
Acredito que o homem comum
deve sim chamar para si as responsabilidades da atuação política, de assumir cargos, de tomar
decisões. Passei dois anos na
Prefeitura e mais quatro no Estado
e acho que foi bacana. Agora, o
que observei e me assustei, na verdade, foi como algumas pessoas
que estão na burocracia assumem
uma postura tão autoburocratizada
que elas às vezes param de pensar
para deixar a burocracia pensar
por elas. E acho que o Agente Laranja é um pouco inspirado nesse
tipo pessoa, o funcionário público
que só está cumprindo o seu dever,
mas que de repente passa por algo
pode mudar na vida dele.
VC. Foi tranquilo fazer o livro
então?
Chico César. Quando recebi o
convite, que logo depois se transformou em encomenda, fiquei um
VC. Por que decidiu estudar jornalismo na adolescência?
CC. Queria ter uma profissão que
não me fizesse depender da música para sobreviver. Eu era muito
É preciso haver um resgate do sentido real
da educação, porque se isso ficar só a cargo
da internet, da televisão, a coisa vira uma
espécie de barbárie cultural.
garoto, mas já sabia da importância
da música pra mim. Desde os dez
anos de idade eu já estava em
grupos de música e quando tinha
14 já sabia que trabalharia com
música, mas sabia também que
não seria fácil sobreviver. Conversava com amigos mais adultos que
estudavam jornalismo na Federal
da Paraíba e eles me explicavam
como funcionava o curso, o que
eles aprendiam, o que podiam
fazer, rádio, TV, cinema. Decidi
que queria jornalismo e acabei entrando na faculdade com 17 anos.
Trabalhei durante dez anos como
jornalista, dois na Paraíba e oito
em São Paulo. Acho uma profissão
muito importante para a sociedade.
A pessoa que vai buscar a informação, que pratica a investigação jornalística e tal. Mas, como na maior
parte das atividades, muitas vezes
o capital fala antes e o empregador às vezes começa a ser mais
importante do que o trabalho – ou o
público-alvo, neste caso. Em outras
áreas também é assim. Na área da
saúde, o médico nem sempre está
trabalhando para o paciente, está
trabalhando para o dono do Plano
de Saúde, da rede hospitalar, para
o laboratório que é o fabricante do
remédio. E o paciente é só uma
peça no meio daquilo tudo, não é
mais tão importante. Muitas vezes,
o jornalista não está trabalhando
para quem consome a notícia. Está
trabalhando para a empresa que é
dona do jornal, para o canal de TV,
mas eu acho que é uma profissão
fundamental e acredito que hoje,
com a comunicação digital, isso
volta de um jeito muito forte, ou seja,
as pessoas se sentirem responsáveis pela circulação da informação.
Não apenas a informação política,
mas a informação científica, a informação cultural, a opinião, inclusive
porque se a gente filtrar bem a
opinião, a informação sempre vem.
VC. Como lida com redes sociais
e comunicação repletas de interlocuções meio odiosas?
CC. Eu acho que temos, a humanidade de maneira geral, conquistado espaços de convivência, de
compreensão. E temos historicamente tido avanços, mas hoje
observamos que esses avanços
conquistados pelos que lutaram
pela democracia, para que todos
pudessem ter suas opiniões respeitadas, de certa forma, se volta
contra esses que lutaram por isso.
Depois de uma sequência de avanços, há sempre movimentos que
buscam uma restauração, uma retrocesso. Na Revolução Francesa
já era assim. Logo depois, há um
movimento que busca a restauração. Você tem um movimento de
inclusão de democracia, como
aconteceu no Brasil nos anos 2000,
que é sucedido por um movimento
de restauração que tenta devolver
os privilégios aos antigos donos
do poder. Isso é normal. E acho
que outras forças que se sentiram
ameaçadas, por exemplo, pelas
conquistas das mulheres, dos negros, dos homossexuais, de um
acesso mais plural à cultura e às
artes, se manifestam às vezes de
forma equivocada ou odiosa. Isso
no mundo todo. E realmente há
coisas que não deram muito certo.
Ontem eu assistia uma reportagem
sobre os movimentos migratórios
– dos “desterrados” da terra toda,
gente que, por algum motivo, não
pode viver em seu lugar de origem.
E dizia-se que as nações europeias
têm que entender que o que antes
parecia bom para eles e ruim para
quem vivia em lugares como a
África e o Oriente Médio agora não
é mais bom para ninguém, e que
o sistema capitalista que ajudou a
enriquecer nichos no Hemisfério
Norte, principalmente Estados Unidos e Europa, em algum momento
teria uma resposta. É uma resposta
muito cruel a que acontece agora.
Então, acredito que a gente precisa partir para novas experiências,
humanas e sociais.
VC. Por que foi necessário “reinvindicar a liberdade do ato de
fazer” ao lançar seu álbum mais
recente?
CC. O Estado de poesia nasceu
do tempo que passei na Paraíba
e já se somavam quase sete anos
que não lançava um novo CD,
e sempre encontro o meu lugar
no mundo como um compositor, um criador de canções, um
“canta-autor”. Então, para mim,
enquanto eu estava exercendo
as minhas funções de gestor público, era importante ir criando
canções, escrevendo poemas,
que logo depois eu musicava, de
uma forma muito genuína, deixando o conteúdo fluir livremente,
sem um endereço para chegar,
deixando navegar. O disco todo
nasce dessa autoliberdade que
fui praticando sem saber que ia
fazer um disco, onde é que ia dar.
Às vezes você faz um disco já
pensando que daqui a dois anos
tem que fazer outro e no meio do
caminho tem uma turnê que vai
virar DVD e assim vai. Esse disco
não. Fui fazendo livremente, sem
nem saber se seria um disco. O
disco nasceu da precariedade de
certezas. Mas quando terminou
o meu trabalho na secretaria de
Cultura, eu estava impregnado
daquele espírito de autoliberdade
e pude, sim, fazer um novo álbum.
Isso gerou uma capacidade de
tocar no coração das pessoas e
muitas canções vieram do meu
coração.
VC. Em que projetos trabalha
atualmente?
CC. Além dos dois novos livros,
sigo com os shows de Estado de
poesia, que deve gerar também um
DVD que começamos a gravar a
partir de setembro. Para o começo
de 2017, deve sair um novo disco,
já pronto, que fiz com o sanfoneiro
francês Richard Galliano.
9
CAPA
Pura imaginação
Com foco nas atividades da leitura e na diversidade das
experiências mais lúdicas, a programação especial do
Férias na Vila sugere que crianças e adultos se joguem na
aventura e no prazer de imaginar
Ilustração Jonas Ribeiro
10
T
e m p o d e l e r, f a n t a s i a r,
aprender e brincar, com
dias para celebrar o que
for pura imaginação. Este é o fio
condutor e o mote principal da
programação especial do Férias
na Vila, que já virou tradição na
agenda anual da Livraria da Vila
ao criar alternativas e programas
muito legais para crianças e adultos no período do recesso escolar.
Além de lançamentos da melhor
qualidade, como o livro infantojuvenil do cantor e compositor Chico
César, nosso entrevistado desta
edição, há ainda momentos como
o encontro do escritor Ziraldo com
leitores de Londrina, programado
para o dia 16, oficinas de mágicas
em todas as lojas, aulas de ioga
que juntam pais e filhos e uma
série de atrações que, de alguma
forma, reforçam a importância da
leitura como referência e hábito
para ser desfrutado e solidificado
ainda na infância.
“Há hoje uma consciência mais
acentuada de que o ensino fundamental devia dar ênfase absoluta
e total à leitura. As pessoas sabem
disso, mas não há uma política
ou uma medida educacional no
Brasil que enfatize a leitura como
prioridade. Não há nada mais importante do que isso. Porque você
só pode educar uma geração ou
um cidadão se eles sabem ler. O
código principal do aprendizado
é a leitura. Você não vai educar
uma criança só contando casos
para ela guardar na memória. A
mensagem importante é gravada,
documentada. Por isso o livro é a
coisa mais importante na história
da humanidade. O homem só chegou a lua, por exemplo, por causa
do livro. Se não existisse o livro, o
homem jamais teria chegado a lua.
Você não pode entender os dados
e o status da viagem só contando
casos de um ao outro. Tem que
escrever. Mas se você escreve e
o povo não sabe ler, como é que
faz? Por isso a prioridade absoluta
tem que ser a leitura e os governos
brasileiros já deviam saber disso”,
disse o escritor Ziraldo em uma
entrevista à Vila Cultural.
Para a escritora Ruth Rocha,
que fez 85 anos em 2016 e é um
dos nomes mais importantes da
literatura infantojuvenil no país,
“para que a criança goste de ler é
preciso que ela leia bem”. “Quem
não lê bem não tem prazer em
ler. É preciso que a criança tenha
livros. É preciso que os pais gostem de ler, pois o exemplo é muito
importante. É preciso que na casa
haja sossego. Haja um tempo em
que a TV não esteja ligada. Não
haja conversas que perturbem
a leitura. Em resumo: é preciso
que se valorize o conhecimento,
o estudo, a leitura”, diz Ruth (leia
a entrevista da escritora nas próximas paginas).
Não importa se novos autores, como o escritor Fernando
Nuno, que lança dia 23 de julho
na Livraria da Vila da Fradique
O livro que não queria saber de
rimas (Companhia das Letrinhas),
propondo uma conversa sobre poesia, ou clássicos seculares como
a obra de La Fontaine, que também é destacado nesta edição,
o primordial é aproveitar as férias
para ficar ainda mais próximo dos
livros. Confira outras atrações da
agenda de julho nas próximas páginas e a programação completa
no nosso site.
Confira a programação completa
do Férias na Vila no site:
www.livrariadavila.com.br
11
CAPA
Criador do Menino Maluquinho,
o escritor encontra leitores dia 16
na Livraria da Vila do Aurora Shopping
Tudo é possível
Para as crianças, a mágica é uma vivência
crível, diz o mágico William, que comanda
seis oficinas este mês no Férias na Vila
A
edição 2016 do Férias na Vila tem presença
mais que especial confirmada na loja do Aurora
Shopping, em Londrina, no sábado, dia 16, a partir
das 16h, quando o escritor e cartunista Ziraldo recebe crianças de todas as idades para uma sessão
de autógrafos. Autor de muitos livros e também de
algumas frases célebres, como a que defende que
“ler é mais importante que estudar”, Ziraldo viaja o
país há décadas para levar pessoalmente o seu recado a leitores de todas as idades. Só o seu ilustre
personagem Menino Maluquinho já ganhou mais
de 100 edições em livros e, estima-se, ultrapassa a
marca de 3 milhões de exemplares vendidos ao longo dos últimos 40 anos. Entre os projetos estrelados
por sua “criatura” mais célebre está a coleção que a
Editora Melhoramentos lançou a partir dos episódios
que foram roteirizados e dirigidos por Anna Muylaert
para a televisão, em 2006, como Um menino muito
maluquinho. Mineiro de Caratinga, o escritor assinou,
ainda na década de 1960, A turma do Pererê, a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só
autor. Os quadrinhos que fez para adultos, especialmente The Supermãe e Mineirinho – O comequieto,
até hoje são citados por seus admiradores, assim
como Flicts, seu primeiro livro infantil, traduzido para
vários idiomas.
uma paixão que descobri por acaso e que só
tem crescido nos últimos anos. Não dá para
descrever o contentamento que vem, por exemplo,
com o sorriso no rosto de uma criança ou mesmo
com aquela expressão de espanto que acaba sendo
outra magia. Diferentemente do que acontece com os
adultos, que não acreditam porque para eles tudo é
muito racional, os pequenos espectadores vêm com
a inocência e a sinceridade que faz da mágica uma
experiência crível. Eles acreditam inclusive porque
abre-se um mundo de fantasias e imaginação”, afirma
o mágico William Oliveira, que realiza seis oficinas de
mágica para a garotada este mês na programação
especial do Férias na Vila.
Ator com formação pelo Teatro Escola Macunaíma,
onde já atuou em diversos espetáculos, Oliveira, 26
anos, diz que busca conhecimento nas diversas experiências artísticas para aperfeiçoar apresentações
cada vez mais cênicas e interativas com o público.
Contador de histórias, o mágico também é poeta,
contista e cronista e publicou três livros no site Clube
dos Autores. Formado em Sistemas da Informação, o
mágico William, como se autoapresenta, foi trocando
os computadores pela mágica a partir de 2010.
Oliveira é membro da Associação dos Mágicos de
São Paulo.
ENCONTRO
Com o escritor Ziraldo, dia 16 de julho, a partir das 16h, na Livraria
da Vila do Aurora Shopping de Londrina.
OFICINA DE MÁGICA
Com William Oliveira. Dia 8 de julho na loja da Fradique, dia 9 em
Moema, dia 15 na Vila do Shopping Pátio Higienópolis, dia 17 na
loja da Lorena, dia 22 na Vila do Shopping JK Iguatemi e dia 24 de
julho na loja do Shopping Cidade Jardim, sempre às 16h.
12
“É
Fotos Marcelo Correa (Ziraldo), Thiago Benatti (William Oliveira) e Divulgação
Ziraldo em Londrina
Ioga para
pais e filhos
Na prática das posturas
milenares, a chance de
compartilhar aprendizado
De prosa
e poesia
Fernando Nuno e Cris Eich
lançam O livro que não
queria saber de rimas
O
“A
brincadeira, a diversão ou
o silêncio, que são tão importantes para a leitura do mundo,
para a saúde e para a aprendizagem, não podem ser eliminados
da agenda que prioriza sempre o
fazer, o agir e o estudar, como se
apenas estas fossem as formas
de ‘aprender’”. Partindo desta
premissa, a professora Danuza
Simonetti investe em aulas que
juntam pais e filhos na prática
milenar da ioga, que também
ganham destaque este mês na
Livraria da Vila. Em duas sessões,
nas lojas da Lorena e do Shopping
Higienópolis, Danuza, que tem
formação no Programa Sathya Sai
de Educação baseada em Valores
Humanos, aposta na ideia de que
ao se ajudarem nas posturas dos
exercícios, pais e filhos trabalham
em parceria e desenvolvem laços
de confiança, estipulando a verdade como base de relacionamento,
aprendendo e ensinando com
amor. As aulas, diz a professora,
são uma oportunidade para ambos aprenderem e observarem-se
uns aos outros e uma forma de
criar pontes nas suas diferenças
de idades.
IOGA PARA PAIS & FILHOS
Com a professora Danuza Simonetti. Dia
8 de julho, às 16h, na Livraria da Vila
do Shopping Pátio Higienópolis, e dia
30 de julho, às 16h, na loja da Lorena.
escritor Fernando Nuno e a
artista plástica e ilustradora
Cris Eich lançam dia 23 de julho,
sábado, na Livraria da Vila da
Fradique, O livro que não queria
saber de rimas (Companhia das
Letrinhas), que propõe, pelo “desejo de liberdade”, uma conversa
sobre linguagem poética e outros
estilos, tudo sob medida para
os pequenos leitores. Fazendo
do próprio livro um personagem
singular, as aventuras acabam
sempre esbarrando nas rimas,
que insistem em aparecer. Na
segunda parte do livro, alguns
elementos de poética são apresentados aos pequenos, como o
verso livre, o ritmo, a métrica, a
divisão em estrofes, entre outros.
Formado em jornalismo e letras
pela Universidade de São Paulo,
Nuno foi organizador da Coleção
Shakespeare da Editora Objetiva,
pela qual recebeu a distinção
de “Altamente Recomendável”
da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil (FNLIJ). Cris
Eich já ilustrou mais de 60 livros e
publicou “dois livros-imagem” de
sua autoria.
Histórias
para costurar
Cia. Laço de Abraço
propõe criação de
personagens com tecidos
T
ecidos, aviamentos e muita
imaginação são as matérias-primas da Cia. Laço de Abraço,
que realiza quatro sessões da
oficina Costurando histórias este
mês nas lojas da Livraria da Vila.
A ideia principal, que sempre faz
o maior sucesso nos encontros da
trupe, é propor a criação de personagens e, em seguida, construir
uma história que seja a melhor tradução da criatividade combinada
com diversão e exercitada na criação coletiva, na qual socializar e
compartilhar tem tudo a tudo a ver
com o prazer de brincar e realizar.
OFICINA
Dia 8 de julho na loja da Lorena, dia 17 na
Livraria da Vila de Moema, dia 29 na loja
do Shopping Pátio Higienópolis e dia 31
na Livraria da Vila da Fradique, sempre
às 16h.
LANÇAMENTO
De O livro que não queria saber de
rimas (Companhia das Letrinhas),
de Fernando Nuno e Cris Eich, dia
23 de julho, na Livraria da Vila
da Fradique, a partir das 16h.
Cia. Laço
de Abraço
13
PINGUE-PONGUE
Parabéns para ela
“Educar é manter a peteca no ar. Puxa-se a criança
para cima, nunca para baixo”, diz a escritora Ruth
Rocha, que comemora 85 anos celebrando quase
meio século de literatura
A
escritora Ruth Rocha, 85
anos – completados em
março –, começou sua carreira com muita imaginação ao
escrever a história de duas borboletas de cores diferentes, Romeu
e Julieta, publicada na revista
Recreio em setembro de 1969.
Nunca mais parou. Já escreveu
mais de 200 livros ao longo de
47 anos de trabalho. Calcula ter
vendido cerca de 12 milhões de
exemplares, transformando-se
numa das mais importantes autoras da literatura infantojuvenil brasileira. Paulistana da Vila Mariana,
a escritora concedeu a seguinte
entrevista à Vila Cultural:
VC. O que a senhora mais tem
aprendido com as crianças nesses anos todos de trabalho?
RR. Gosto de aprender e aprendo muito com as crianças, mas
aprendo muito com todo mundo.
VC. Como a senhora entende (ou
explica) o sucesso intemporal de
Marcelo, Marmelo, Martelo?
RR. É muito difícil explicar o
sucesso de um livro, de qualquer
livro. Na verdade não é possível
especialmente para o autor.
Talvez um crítico possa fazer isso.
14
Ruth Rocha
VC. Qual é, na opinião da senhora, o melhor estímulo para que
uma criança goste de ler?
RR. Desde que a criança é muito pequena é necessário que se
converse com ela. Conversar não
é só falar com a criança; é preciso ouvir. Deixar que a criança
fale. Corrigir com cuidado sua
fala. Com cuidado quer dizer sem
humilhar a criança pelos seus erros. Educar é manter a peteca no
ar. Puxa-se a criança para cima,
nunca para baixo. Para que a
criança goste de ler é preciso que
ela leia bem. Quem não lê bem
não tem prazer em ler. É preciso
que ela tenha livros. É preciso
que os pais gostem de ler, pois
o exemplo é muito importante.
É preciso que na casa haja sossego. Haja um tempo em que a
TV não esteja ligada. Não haja
conversas que perturbem a leitura. Em resumo: é preciso que se
valorize o conhecimento, o estudo,
a leitura.
VC. Como a tecnologia atual
pode ser usada para favorecer
a educação?
RR. É difícil falar a língua das
crianças em qualquer gênero. A
internet é uma ferramenta. Pode
ajudar e pode atrapalhar. Na verdade a diferença está no uso que
fazemos desta ferramenta.
VC. O que a senhora está lendo
atualmente?
RR. Acabei de ler O homem
que amava os cachorros, do
Leonardo Padura. Adorei o livro.
Recomendo.
Foto Divulgação
Vila Cultural. Qual o lugar do
livro na infância?
Ruth Rocha. O livro tem grande importância, não só para as crianças,
mas para todos. Talvez ele seja
mais importante para as crianças,
porque é na infância que se forma,
geralmente, o gosto pela leitura.
ESPECIAL
Livros importados
Entre os dias 15 e 24 de julho, todos os títulos do
segmento de importados têm descontos especiais,
que variam entre 20% e 70%. Confira dicas de livros
internacionais que estão em plena evidência
Fotos Divulgação
E
xcelente oportunidade para
reforçar acervos ou atualizar coleções com títulos
sempre desejáveis e atuais, a
Promoção dos Livros Importados
acontece entre os dias 15 e 24 em
todas as lojas da Livraria da Vila e
já tem alguns “objetos do desejo”
para tribos das mais diversas.
New brazilian house, da Thames
& Hudson, por exemplo, é sempre
disputado pela turma da arquitetura e do design. Com texto de Dominic Bradbury, que escreve, entre outros, para House & Garden,
The Financial Times e Wallpaper,
e fotos de Richard Powers, o livro
traz aquele “olhar estrangeiro”
de encantamento – que fascina
especialmente os brasileiros – na
percepção da melhor arquitetura
contemporânea feita no país. Há
casas fotografadas em São Paulo,
no Rio de Janeiro, em Paraty, na
Ilhabela, e citações ou projetos
assinados por nomes tão prestigiosos como Oscar Niemeyer,
Lina Bo Bardi, Burle Marx, Marcio
Kogan, Paulo Mendes da Rocha,
Isay Weinfeld, Arthur de Mattos
Casas, entre outros profissionais.
Para os apaixonados por Nova
York – ou por fotografia –, New
York from the air é uma opção
irresistível. Fotógrafo best-seller,
Yann Arthus-Bertrand chega, com
sua câmera, a pontos estratégicos
para apresentar toda a beleza dos
arranha-céus mais impressionantes de Manhattan, as citações bucólicas do Central Park ou áreas
como o Upper West Side, sempre
com suas impressionantes visões
aéreas. Superatualizada, a edição
traz comentários do cartógrafo
John Tauranac, o que reforça o tom
especular do passeio pela cidade.
A turma da moda pode ficar
de olho em Inside Rio, da estilista
Lenny Niemeyer. Ainda que trate
prioritariamente de decoração e
arquitetura, o livro revela um olhar
assumidamente fashionista e completamente insider, como sugere
o título, sobre a cidade-sede das
Olimpíadas de 2016. É referência
incontestável do lifestyle carioca
que é admirado mundialmente.
Para os fãs da banda inglesa
que se confunde com a história
do rock, The Rolling Stones, da
Taschen, é “a” dica. Produzido
em colaboração com os músicos,
o livro traz a história dos Stones e
todo o estilo de vida escandalosamente roqueiro em mais de 500
páginas de fotografias e ilustrações, muitas inéditas, e reunidas
a partir de arquivos recolhidos em
todo o mundo, além de acesso
sem precedentes aos próprios
arquivos dos Stones, o que faz
toda diferença neste caso.
15
LANÇAMENTO
O homem com asas
Pós
Flip
2016
Dos mais celebrados escritores holandeses,
Arthur Japin encontra leitores e lança
na loja da Fradique o misto de romance policial e
histórico inspirado na biografia de Santos Dumont
L
16
O escritor Arthur Japin e a capa do livro
É exatamente essa passagem
menos comentada da biografia de
Santos Dumont que serve de ponto de partida deste misto de trama
policial e histórica que, segundo
Japin, intercala os percalços vividos por pessoas próximas do
aviador para fugir das autoridades, que buscavam pelo coração,
e a trajetória do menino solitário
que se tornou, em seu tempo,
nosso cidadão mais admirável. Do
filho de um rico fazendeiro de café
que passava os dias mergulhado
nos romances de Júlio Verne, sem
saber que tudo ali era ficção, ao
inventor que influenciou multidões
na Paris da belle époque, cercado
por personalidades como a atriz
Sarah Bernhardt e o joalheiro Louis Cartier, o personagem que Japin
recria no romance é maior e mais
complexo que o homem retratado
nos livros de história.
Com romances publicados em
21 idiomas e mais de 2 milhões
de exemplares de seus livros vendidos no mundo, Arthur Japin foi
ator de telenovelas e no teatro,
cantor de ópera e apresentador
de televisão. No Brasil, publicou
o romance Os olhos de Lúcia
(2007), sobre o primeiro amor de
Casanova.
PLANETA DE LEITORES
Com o escritor holandês Arthur
Japin, que lança O homem com
asas (Tusquets Brasil) na Livraria
da Vila da Fradique, dia 5 de julho,
terça-feira, a partir das 19h.
Fotos Divulgação
ançado há menos de um ano
na Holanda, O homem com
asas, de Arthur Japin, um
dos mais celebrados escritores holandeses contemporâneos, já vendeu mais de 50 mil exemplares no
país, ainda que o protagonista, o
brasileiro Alberto Santos Dumont,
sequer seja muito conhecido por
lá. O lançamento do título em português vem com a estreia do selo
Tusquets Brasil (a “marca” é uma
referência de qualidade literária
no mercado editorial espanhol) e
inclui, além da presença de Japin
na Flip, um encontro especial com
o autor na Livraria da Vila da Fradique no dia 5 de julho, terça-feira,
a partir das 19h.
Japin participa do projeto
Planeta de Leitores e terá uma
conversa com o público para falar
especialmente do romance histórico inspirado na vida de Santos
Dumont, o brasileiro que entrou
para a história como o “pai da
aviação” e que teve uma morte
trágica tamanha a tristeza com
a constatação do uso bélico de
sua invenção. Santos Dumont se
matou num hotel no Guarujá, desgostoso com o uso do avião para
bombardeios durante a Revolução
de 1932. Ainda assim, seu coração não descansou. Ao contrário,
iniciou uma longa viagem após ser
retirado pelo médico legista que
preparou o corpo para o velório,
simulando um gesto de rebeldia
contra um governo que fez uso
político da morte daquele que
era o mais célebre brasileiro no
mundo naquela época.
Que país é este?
Pós
Flip
2016
Convidado do projeto Planeta de Leitores,
o norte-americano Benjamin Moser, biógrafo de
Clarice Lispector, fala de Autoimperialismo, livro que reúne
três ensaios sobre o Brasil, dia 6 na loja da Fradique
Fotos Divulgação
O
escritor norte-americano Benjamin Moser, que participou
da Flip, é um dos convidados especiais do projeto
Planeta de Leitores, parceria
da Editora Planeta e da Livraria da Vila cujo principal
objetivo é aproximar autores,
nacionais e estrangeiros,
de seus respectivos leitores. Moser encontra o público paulistano na loja da
Fradique Coutinho dia 6 de
julho, quarta-feira, a partir
das 19h, para lançar Autoimperialismo, seu primeiro
livro de ensaios publicado
no Brasil, depois do sucesso
da biografia Clarice, sobre a
escritora Clarice Lispector.
Moser e a capa de seu novo livro
O novo livro, que sai
pelo selo Crítica, reúne três
ensaios escritos entre 2014 e
projeto arquitetônico da cidade. É
2016. Brasilianista desde que se
uma visão desolada da capital do
apaixonou pela obra e pela figura
país. “Brasília é sempre descrita
enigmática de Lispector, Moser
com tal entusiasmo que talvez
passou muito tempo no país por
só pudesse mesmo decepcionar.
conta de suas pesquisas e agora
A personalidade do lugar mal
faz observações certeiras sobre
me alcançava à medida que eu
características da sociedade bradeslizava pela via que divide a
sileira, tendo como ponto de particidade ao meio, o chamado Eixão.
da questões de arquitetura. Ele é
Em ambos os lados erguiam-se
evidentemente beneficiado pelo
blocos de apartamentos que padistanciamento para observar o
reciam fugidos de um subúrbio de
que, em vários momentos, só um
Belgrado”, escreve, sem economi“olhar estrangeiro” faz enxergar
zar sinceridade.
com mais nitidez.
No ensaio Pornografia dos
Em Cemitério da esperança,
Bandeirantes, o autor norte-ameum dos ensaios, Moser trata da
ricano, que também é colunista do
construção de Brasília, das cajornal The New York Times, toma
racterísticas da cidade e, sobrea atuação dos desbravadores
tudo, dos aspectos simbólicos do
do período colonial para refletir
sobre o urbanismo de São Paulo.
Autoimperialismo, o breve ensaio
que dá título à coletânea e que
aparece no final do livro, amarra
as ideias esboçadas nos textos
anteriores ao propor uma reflexão
do Brasil como um país que, em
vez de exercer um imperialismo
expansionista, volta-se constantemente para a dominação de seu
próprio território.
PLANETA DE LEITORES
Com o escritor norte-americano
Benjamin Moser, que lança o livro
Autoimperialismo (Crítica) dia
6 de julho, quarta-feira, a partir
das 19h, na Livraria da Vila da
Fradique.
17
MÚSICA
Só canções inéditas
Zeca Baleiro faz sessão de autógrafos
na loja da Fradique para o lançamento
de Era domingo, seu 10º álbum, com novas composições
e assinaturas de 13 produtores diferentes
O
cantor e compositor Zeca
Baleiro faz sessão especial
de autógrafos dia 27 de
julho na Livraria da Vila da Fradique para o lançamento de Era
domingo, seu 10º álbum, só com
canções inéditas. Assumidamente
autoral, uma marca registrada na
carreira do artista, o CD traz 11
faixas, com a assinatura de 13
produtores diferentes, repetindo o
esquema que Zeca havia adotado
em O disco do ano, de 2012, seu
álbum de estúdio mais recente.
“É um jeito mais divertido de
fazer. Depois de quase 20 anos de
carreira e mais de dez discos lançados, tenho que criar novos modos de fazer, reciclar os métodos.
Tudo que não quero é um trabalho
burocrático. Nesse formato, cada
música chega de uma maneira
diferente e isso acaba sendo instigante pra mim. Minha voz e o
tratamento final, da mixagem, é
que dão unidade ao trabalho”,
afirma Baleiro, que teve a parceria
de Walter Costa e Sergio Fouad na
direção de produção e na coordenação artística do disco.
Zeca convocou músicos que
o acompanham, alguns há mais
de dez anos, caso de Tuco Marcondes, que agora produziu a
faixa-título Era domingo. Adriano
Magoo, produtor de Ultimamente
nada, Fernando Nunes (O amor é
invenção), Kuki Stolarski (De mentira) e Pedro Cunha (Ela parou no
sinal) completam o time. Parceiros
e colaboradores em outros projetos também foram convocados
por Baleiro. Um dos produtores
18
de PetShopMundoCão, Érico
Theobaldo ficou responsável por
Desesperança, Rogério Delayon
por Balada no oitavo andar, André
Bedurê e Rovilson Pascoal por
Pequena canção e Marcos Vaz por
Desejo de matar. Era domingo traz
ainda nomes com quem Baleiro
nunca havia trabalhado: Homem
Só foi produzida por Marcelo Lobato, do Rappa, e Deserta por
Haroldo Ferretti e Henrique Portugal, do Skank. O disco também
traz colaborações vocais de Ellen
Oléria, Lino Krizz e Luciana Vieira.
“A desadaptação ao mundo
continua, mas a capacidade de
sorrir do absurdo está mais forte
que nunca também. Ele deslancha
em canções elegantes e fortes,
sempre com as blagues rítmicas
que caracterizam fortemente seu
trabalho, desde a origem, e que
transformaram algumas de suas
canções nada óbvias em sucessos
populares (quem imaginaria que o
refrão trava-línguas de Telegrama
seria cantado a plenos pulmões
por plateias de todas as idades?)”,
escreve o estilista e jornalista
Fausto Vonegut no material de
divulgação do novo CD.
LANÇAMENTO
De Era domingo, CD de Zeca
Baleiro, dia 27 de julho, a partir
das 19h, na Livraria da Vila da
Fradique.
19
DEBATE
Imprensa e violência
Com participação dos repórteres fotográficos
Paulo Whitaker e Sérgio Silva e mediação do professor
de fotojornalismo Erivam de Oliveira, encontro propõe
reflexões sobre a “linha de tiro da notícia”
A
violência contra a imprensa é o tema da Série
Encontros que a Associação de Repórteres Fotográficos
e Cinematográficos no Estado de
São Paulo, a Arfoc-SP, realiza dia
11 de julho, a partir das 19h30, na
Livraria da Vila da alameda Lorena, em São Paulo. Os fotógrafos
Paulo Whitaker, repórter fotográfico da agência internacional de
notícias Reuters, Sérgio Silva,
que também atua como repórter
fotográfico, e Erivam de Oliveira, professor de fotojornalismo
na ESPM – Escola Superior de
Propaganda e Marketing, são os
convidados da noite.
A questão da violência no
exercício do jornalismo é tão atual
que o aumento do número de
casos e situações violentas, em
âmbito mundial, tem levado entidades de classe e órgãos oficiais
a tomarem medidas preventivas
para lidar com cenários de riscos.
“Mas até que ponto essa violência
generalizada é reflexo do tempo
em que vivemos? Representa um
retrocesso no caminho à liberdade de expressão e do pensamento? No Brasil ou no mundo,
em protestos ou zonas de risco,
o repórter está na linha de tiro da
notícia. Os profissionais tornam-se alvos, sendo atingidos por
casualidade, mas, muitas vezes,
intencionalmente”, diz o texto que
divulga o projeto.
O debate parte da ideia de
que em tempos atuais a função
da mídia, entendida como o quarto poder, vai além da informação
20
e da produção de conteúdos de
qualidade. À medida que investiga e denuncia fatos, a imprensa
também cumpre o papel constitucional de transparência e acesso à informação. “É importante
lembrar que toda ação individual
ou coletiva que busque dificultar ou impedir sua divulgação
atenta contra o Estado Democrático de Direito, a liberdade
de expressão e o pensamento”,
argumenta a Arfoc. Assim, mais
do que elucidar casos, o propósito do debate é aprofundar
a discussão para saber o que
está efetivamente sendo feito
neste momento, compartilhando
as estratégias possíveis e destacando, por exemplo, a importância de treinamentos específicos
de segurança.
Realizada desde 2005, a Série
Encontros assume como prioridade discutir assuntos relacionados à profissão dos repórteres
fotográficos e à fotografia de
forma abrangente, procurando
acompanhar não só as constantes mudanças de um mercado de
trabalho em plena transformação
mas também os novos meios de
expressão e as discussões que
sejam mais atuais e pertinentes.
A cada edição, a série convida
profissionais para tratarem de um
assunto específico, com o propósito de promover o debate, num
formato que inclui ainda realização de uma projeção de imagens,
além do encontro entre repórteres
fotográficos e interessados para compartilhar experiências e
histórias. É um momento em que
se apresentam ensaios, opiniões,
portfólios e coberturas.
Paulo Whitaker, que participa
do encontro, chegou a ser atingido por um tiro ao acompanhar a
ação do exército quando traficantes atiraram contra os soldados,
em novembro de 2010, durante
a cobertura de um confronto no
Morro do Alemão, no Rio. Sérgio
Silva foi vítima de violência policial durante as manifestações populares de junho de 2013, quando
outros 23 jornalistas foram agredidos por policiais militares. Alvejado por uma bala de borracha
no olho esquerdo, teve graves
lesões oculares e perdeu a visão
de um olho. Além do trabalho
como repórter, Silva se dedica
a um projeto autoral de fotografia chamado “Piratas Urbanos”,
em que retrata personalidades
com um tapa-olho numa imagem
atualizada per manentemente
como protesto contra a repressão. Professor de fotojornalismo
do curso de Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e
Marketing, Erivam de Oliveira,
que fará a mediação do debate,
atua como vice-presidente da
ONG Casa Arte Cidadania.
DEBATE
Sobre a violência contra a imprensa, com participação dos fotógrafos Paulo Whitaker e Sérgio Silva
e do professor Erivam de Oliveira.
Na Livraria da Vila da Lorena, dia
11 de julho, a partir das 19h30.
Fotos Paulo Whitaker e Sérgio Silva/Divulgação
Autorretrato do fotógrafo Sérgio Silva, vítima de violência policial em 2013
Manifestante ferido em São Paulo, na foto de Paulo Whitaker
21
RETRATO | Jean de La Fontaine (1621-1695)
O mundo fabuloso
Ao se dedicar à compreensão do comportamento humano
para dar voz e ação fantasiosas aos animais, o francês
La Fontaine viu seu nome virar sinônimo de fábula, com
histórias e poesias que há séculos se mantêm atuais
O
dia 8 de julho de 2016
marca os 395 anos do
nascimento do francês
Jean de La Fontaine, autor cuja
obra e o próprio nome são imediatamente associados às fábulas, narrativas breves, não importa se em verso ou prosa, em que
mais comumente os animais ganham voz e ações “humanizadas”
para evidenciar, de um jeito ou de
outro, algum preceito moral.
Com o mérito de ter vencido as barreiras do tempo – ele
viveu e escreveu no hoje distante século 17 –, La Fontaine foi
mais que um mestre de histórias
fabulosas, injustamente consideradas, no passado, um “gênero
literário menor”. Além da percepção singular para entender e
decifrar as surpresas e mistérios
do humano, o escritor assumiu e
eternizou a linguagem poética e
lírica como uma marca registrada
e inconfundível.
Sua biografia é repleta de
detalhes que fazem pensar em
um destino literário. La Fontaine
nasceu na cidade de Château-Thierry, região de Champagne,
França, e era filho de um inspetor
de águas e florestas. Cumprindo
o protocolo idealizado pela família, cursou teologia e direito,
mas sem deixar de sonhar com a
literatura. Também para realizar
o desejo do pai, chegou a se
casar, quando tinha 26 anos, em
1647, com uma adolescente de
14 anos. Admitiria mais tarde que
nunca foi feliz na experiência. A
influência paterna era tamanha
22
que La Fontaine assumiu, aos 30
e poucos anos, o cargo que fora
de seu pai. Até cair nas graças
do ministro das finanças, Nicolas
Fouquet, um ilustre mecenas da
época. Com a morte do pai, deixou a mulher e a família e foi viver
em Paris, se transformando em
autor assumidamente “protegido”
pelas duquesas de Bouillon e
d´Orleans.
Ao assumir a literatura como
vocação maior, La Fontaine passou a integrar os círculos mais
próximos dos escritores renomados como Molière e Racine,
especialmente depois de escrever um romance. A fama com
as fábulas veio a partir do ano
de 1668, quando suas histórias
foram publicadas em um volume
intitulado Fábulas escolhidas. A
obra, dedicada ao filho do rei Luís
XIV, trazia mais de uma centena
de histórias divididas em seis
partes. A partir de então, várias
reedições ganharam forma em
incontáveis idiomas e tempos diferentes. Criações como A Lebre
e a Tartaruga, O Leão e o Rato e
O Lobo e o Cordeiro, A Cigarra
e a Formiga (esta originalmente atribuída a Esopo, autor da
Grécia antiga) foram eternizadas
por La Fontaine, que morreu em
Paris, aos 73 anos, no dia 13 de
abril de 1695.
“O que faz o supremo encanto
de La Fontaine como fabulista,
o que constitui sua imensa superioridade sobre todos os que
antes e depois dele trataram este
mesmo gênero, não é de certo a
originalidade, porque raríssimas
serão as fábulas cuja ideia ele
não houvesse encontrado em
Esopo e em Phedro, nos fabulários da meia-idade, ou nos
contos italianos; não é também
a beleza excepcional do estilo,
nem a pureza da metrificação
bastante desleixada às vezes.
O que constituiu o seu encanto
supremo é a vida que ele sabe
dar a todos esses animais que
se movem no imenso tablado da
natureza, que falam a linguagem
que ele lhes presta, obedecendo
a paixões que ele lhes atribui.
É que seus personagens têm a
um tempo a verdade humana e a
verdade zoológica. (...) La Fontaine escreveu verdadeiramente
a Comédia humana dos animais”,
escreveu o pesquisador e estudioso Pinheiro Chagas em uma
edição de Fábulas escolhidas,
da editora Martin Claret, de 2005,
para a coleção A obra-prima de
cada autor.
As fábulas de La Fontaine já
ganharam várias edições em português e um dos livros mais desejáveis entre leitores e colecionadores é Fábulas selecionadas,
que a Cosac Naify publicou em
2013. Traz 36 fábulas em verso
traduzidas pelo poeta Leonardo
Fróes (leia na página ao lado) e
ilustradas pelo artista Alexander
Calder. É edição bilíngue, com o
texto original em francês e a versão de Fróes. A edição traz ainda
o prefácio original da primeira
edição, escrito por La Fontaine
em 1668.
O Rato e o Elefante
Se crer celebridade é bem comum na França.
Quem de importante lá se lança
Não passa às vezes de um burguês:
É exatamente o mal francês.
A tola vaidade nos é particular.
Se os espanhóis a têm, diverso é o demonstrar.
Seu orgulho me soa, enfim,
Tão tolo não, mas doido sim.
Veja-se uma imagem do nosso,
Que vale, é certo, outro colosso.
Um ratinho de nada, ao ver um Elefante
Enorme, zombou do lento andar vacilante
Do animal de alta linhagem.
Em tão completa aparelhagem.
Sobre o dorno, em tripla montagem,
Uma Sultana de prestígio,
Com seu Cão, seu Gato, seu Símio,
Todo seu séquito, com ama e um Papagaio,
Ía, peregrina, em viagem.
Estranhou o Rato que os passantes
Se entusiasmassem vendo a imponente
massa:
“Como se ocupar mais ou menos lugar faça
De nós pessoas mais ou menos importantes.
Que tanto admiram nele?”, diz nessa hora.
“Será o peso do corpo, que assusta
infantes?
Nunca achamos que nós, tão pequenos
embora,
Valemos menos que Elefante.”
Mais teria dito o frajola;
Mas o Gato sai da gaiola
E a ele mostra num instante
Que um Rato não é um
Elefante.”
Ilustração Jonas Ribeiro
Do original Le Rat et
L´Éléphant, livro III, fábula
XV, na tradução do poeta
Leonardo Fróes,
para La Fontaine –
Fábulas selecionadas
(Cosac Naify, 2013)
CURSO
Uma nova realidade
Entre os dias 12 de julho e 2 de agosto na loja da
Fradique, ciclo de quatro palestras com o produtor
Ricardo Cantaluppi propõe Um panorama
dos negócios de música na atualidade
M
úsica: Desafios
da transformação – Um panorama dos negócios de
música na atualidade é
o tema do ciclo de quatro palestras que o músico e produtor Ricardo
Cantaluppi comanda no
auditório da Livraria da
Vila da Fradique Coutinho, a partir do dia 12
de julho, terça-feira, e
até o dia 2 de agosto.
Semanais, os quatro
encontros acontecem
sempre entre 19h30 e
21h e, como indica o
título, têm o propósito de
ser uma referência para
Ricardo Cantaluppi
artistas, músicos ou produtores, para atuar num
segmento que segue
em plena transformação no Brasil
palestras algumas reflexões sobre
e no mundo.
as mudanças no eixo de produO histórico da evolução dos
ção musical e na distribuição e
negócios de música, a importância
comercialização da música, que
da construção e adoção de um vose transformou radicalmente nas
cabulário específico em negócios
duas últimas décadas. Este, aliás,
de música e de um pacote de coé um dos motes centrais do ciclo,
nhecimento sobre o mercado estão
que tem a seguinte divisão “temáentre os temas que serão abordatica-didática” para cada uma das
dos por Cantaluppi, que atua há 38
terças-feiras: “Intangível, tangível
anos como produtor musical. Além
e portável: A evolução dos negóde trabalhar como coordenador
cios de música”, no módulo 1;
de artistas e repertórios, Cantalu“Sistemas, redes, viewpoint e as
ppi é diretor e roteirista de shows
melhores práticas em gestão de
musicais, diretor de produção
projeto” para o módulo 2, “Players
de filmes musicais, é projetista e
& stakeholders: Habilitação profisdiretor de artes na criação de emsional e a legislação brasileira”,
balagens de produtos fonográficos
tema reservado para o terceiro
e videofonográficos. Segundo o
encontro; e “Monetização e inprodutor, a ideia é trazer para as
disciplina”, encerrando o ciclo,
24
que foi especialmente organizado para
músicos, intérpretes,
produtores musicais,
produtores culturais
ligados à área musical, técnicos e operadores da área de
entretenimento, profissionais e estudantes de Comunicação,
Rádio, TV e Cinema.
Ao abordar também as opções de
habilitação profissional em entretenimento, fazer a conexão
entre a Lei do Direito
Autoral e os processos de monetização,
além da análise sobre o ambiente que
envolve a música,
Cantaluppi compartilha toda a
experiência que acumulou em atuações nas gravadoras Polygram
(hoje Universal), Abril Music e na
Kuarup Música, editora de livros
e de música.
CURSO
Música: Desafios da transformação – Um panorama dos negócios de música na atualidade,
com o músico e produtor Ricardo
Cantaluppi da Livraria da Vila
da Fradique Coutinho, a partir
do dia 12 de julho, terça-feira,
e até o dia 2 de agosto, sempre às 19h30. Outras informações e inscrições pelo e-mail:
[email protected]
PROGRAMAÇÃO | julho_2016*
Visões
contemporâneas
Foto Julia Moraes/Divulgação
Teatro, workshops, cursos e lançamentos
como o do livro Antropofagia – Palimpsesto
selvagem, de Beatriz Azevedo, movimentam a
agenda cultural deste mês
Beatriz Azevedo autografa Antropofagia – Palimpsesto selvagem, dia 6 de julho, a partir
das 19h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis. Conforme escreve Eduardo
Viveiros de Castro na contracapa do livro, trata-se da “primeira leitura realmente
microscópica do Manifesto Antropófago, texto fundacional para a sensibilidade cultural
contemporânea, tanto ‘aqui dentro’ como, cada vez mais, ‘lá fora’”
25
PROGRAMAÇÃO | julho_2016*
Fradique
2/7, SÁBADO, das 16h às 19h
Filogênese na metapsicologia
freudiana
De Fernanda Silveira Corrêa
Independente
8/7, SEXTA, das 18h30 às 21h30
Abhinaya − A construção de um
corpo narrativo: Apontamentos
para o artista da cena
contemporâneo
De Irani Cippiciani
Ed. Prismas
23/7, SÁBADO, das 16h às 19h
O problema da crise capitalista
em O Capital de Marx
De Jadir Antunes
Paco Editorial
Shopping
Pátio Higienópolis
6/7, QUARTA, das 19h às 21h30
Antropofagia – Palimpsesto
selvagem
De Beatriz Azevedo
Ed. Cosac Naify
Haverá bate-papo com a autora.
17/7, DOMINGO, das 15h às 18h
E se...
De Giovanna Vaccaro
Ed. Coerência
Cursos e Workshops
Shopping
JK Iguatemi
13/7, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Compromisso de ajustamento
de conduta e eficiência
administrativa
De Mariana Carnaes
Independente
19/7, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Shakespeare 400 anos: O mundo
é um palco
De vários autores
Ed. Edições de Janeiro
Haverá bate-papo com os autores.
20/7, QUARTA, das 18h30 às 21h30
O fantástico significado da
palavra significado
De Eduardo Zugaib
DVS Editora
Galleria Shopping
5/7, TERÇA, das 17h às 21h30
Croniquei... E agora?
De Silvio Luis Carrara
Ed. Novo Séculolo
Lorena
5/7, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Caminhos de pedra, terra e areia
– Caminhos de uma vida
De Flávia Alice Zogbi
Independente
Pátio Batel
30/7, SÁBADO, das 18h30 às 21h30
Temas contemporâneos de
psicologia em reprodução
humana assistida – A
infertilidade em seu espectro
psicoemocional
De Katia Straube e Rose Melamed
Ed. Livrus
26
Sarau
30/7, SÁBADO, das 19h às 21h
Sarau dos Conversadores
Com Os Conversadores
Evento Gratuito
Informações: [email protected],
(11) 9 9338-9088 ou http://facebook.
com/sarau.dos.conversadores
Loja: Lorena
Educacuca
O objetivo primordial do Educacuca é promover o desenvolvimento, a
aprendizagem e a socialização das
crianças em seus primeiros anos de
vida, além de instrumentalizar o adulto
cuidador, orientando-o e enriquecendo seu repertório de brincadeiras.
Para agendamento de aula experimental e informações sobre horários para cada grupo, consulte o site
www.educacuca.com.br
Idade Permitida: 3 a 30 meses.
Terças e quintas – Loja: Lorena
Quartas – Loja: Fradique
7/7 e 14/7, QUINTAS, das 19h30 às 21h
Fundamentos de Cabala
Com Daniel Kwintner
Uma vida melhor e responsável está
ao seu alcance. O propósito da vida
já foi descoberto 3.800 anos atrás. As
leis espirituais são tão precisas como
as leis da física. Venha descobrir uma
vida melhor, estude a Cabala conosco.
Valor: R$ 599
Inscrições: [email protected]
ou (11) 9 9960-6505
Loja: Fradique
12/7 a 2/8, TERÇAS, das 19h30 às 21h
Música: Desafios da
transformação
Com Ricardo Cantaluppi
Valor: R$ 220
Inscrições através do Sympla:
http://www.sympla.com.br/desafios-datransformação
Loja: Fradique
25/7, SEGUNDA, das 18h30 às 21h30
Workshop: No universo do café
gourmet
Com Silvia Magalhães e
Fernando Santana
Os responsáveis pela elaboração do
café Afrodite oferecem um workshop
para mostrar aos amigos e clientes
do Café Afrodite/Livraria da Vila as
principais diferenças entre os cafés
tradicionais e o novo blend que será
lançado no evento. Esperamos vocês!
Evento Gratuito
Loja: Galleria
* Programação sujeita a alteração.
Lançamentos
Palestras
4/7, SEGUNDA, das 19h às 20h
Talk Show CBN 25 anos: A
reinvenção do espaço urbano
Com Américo Sampaio e Gilberto
Dimenstein
Evento Gratuito
Haverá distribuição de senhas com 1
hora de antecedência.
Loja: Pátio Higienópolis
5/7, TERÇA, das 19h30 às 21h30
Pós-Flip
Com Arthur Japin
Apoio: Planeta Editora
Evento Gratuito
Loja: Fradique
6/7, QUARTA, das 19h30 às 21h30
Pós-Flip
Com Benjamin Moser
Apoio: Planeta Editora
Evento Gratuito
Loja: Fradique
11/7, SEGUNDA, das 19h30 às 21h
Série encontros Arfoc-SP: Debate
sobre a violência contra a
imprensa
Com Paulo Whitaker, Sérgio Silva e
Erivam de Oliveira
Evento Gratuito
Loja: Lorena
12/7, TERÇA, das 18h30 às 20h30
Como descomplicar suas finanças
Com Rosania Mazzuchelli
Livro tema: Vivificar
Evento Gratuito
Loja: Lorena
13, 20 e 27/7, QUARTAS, das 16h30 às
17h30
Palestra + aula: Língua solta–
Conversação em inglês
Apoio: Infor mation Planet e Inter
Americano
Evento Gratuito
Loja: Pátio Batel
26/7, TERÇA, das 19h30 às 21h
Noites de Gestão
Com Almir Neves
Evento Gratuito
Loja: JK Iguatemi
27/7, QUARTA, das 19h30 às 21h
Projeto Compliance Brasil
Com Rodrigo Carril
Evento Gratuito
Loja: JK Iguatemi
29/7, SEXTA, das 13h às 19h
Fashion Friday: Feminismo e
moda
Apoio: Tendere
Evento Gratuito
Loja: Galleria Shopping
Clube de leitura
11/7, SEGUNDA, das 20h às 21h
Clube de Leitura: Cabo de guerra
Com Jéssica Carvalho
Apoio: Boitempo
Loja: Fradique
14/7, QUINTA, das 19h às 21h
Clube de Leitura: Planeta de
Leitores
Com Bruno Miranda
Apoio: Ed. Planeta de Livros
Loja: Lorena
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PROGRAMAÇÃO | julho_2016*
Teatro Infantil
De 2/7 a 28/8, SÁBADOS e DOMINGOS, às 16h
Dois palhaços ponto com
Uma deliciosa comédia que reúne teatro e circo conta a história
de dois palhaços atrapalhados e suas confusões. O elenco é
formado por Pinduca, o palhaço bonzinho e honesto; Cabelinho,
o palhaço malvado e malandro; Sr. Antônio, o mal-humorado dono
do circo e a mulher Barbuda, uma jovem que nutre um amor não
correspondido por Pinduca. Com os salários atrasados e sofrendo
com a fome, os dois palhaços arquitetam um plano para pegar
o delicioso frango assado que o patrão prepara para o almoço.
Quando o Sr. Antônio entra na história, tudo fica mais engraçado
e complicado para os palhaços.
Local: Shopping Pátio Higienópolis
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
De 2/7 a 28/8, SÁBADOS e DOMINGOS, às 15h
O Mágico de Oz
Na clássica história, Dorothy vive em uma fazenda com seus tios
quando um tornado atinge a região. Ela se abriga dentro de casa, é
carregada pelo ciclone e vai parar na Terra de Oz, caindo em cima
da Bruxa Má do Leste. Dorothy é vista como uma heroína, mas o
que ela quer é voltar para Kansas. Para isso, precisará da ajuda do
Poderoso Mágico de Oz que mora na Cidade das Esmeraldas. No
caminho, ela encontra três companheiros: um Espantalho que quer
ter um cérebro, um Homem de Lata que anseia por um coração e
um Leão covarde que precisa de coragem. Será que o Mágico de
Oz conseguirá ajudar todos eles?
Local: Shopping JK Iguatemi
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
II Festival de Férias – Teatro Livraria da Vila Galleria Shopping
Dias 2/7 e 3/7, SÁBADO e DOMINGO, às 16h
Rapunzel
A peça mostra um reino distante onde vivia a linda moça de olhar
melancólico e cujas canções tristes encantavam a todos, que
torciam pela chegada de seu príncipe. Do alto do castelo ela
avistava tudo, mas ninguém conseguia se comunicar muito bem
com ela, pois todos temiam pela malvada Bruxa que aprisionava
Rapunzel.
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
28
* Programação sujeita a alteração.
De 4/6 a 31/7, SÁBADOS e DOMINGOS, às 16h
João e o Pé de Feijão
Um menino chamado João vai ao mercado a pedido de sua mãe
para vender uma vaca, devido a necessidades financeiras da família.
Quando chega ao mercado, um estranho lhe propõe cinco feijões
mágicos em troca da “Mumú”. Feita a troca, ele volta para casa
com os grãos no bolso. Sua mãe se enfurece porque João não fez o
que ela lhe pediu e joga os feijões pela janela. A partir disso muitas
coisas acontecem e a aventura começa.
Local: Pátio Batel de Curitiba
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
Dias 9/7 e 10/7, SÁBADO e DOMINGO, às 16h
João e o Pé de Feijão
A peça conta a história de João, um menino pobre que ao invés
de vender a vaquinha da família, a troca por feijões mágicos. Ao
contrário do que sua mãe imaginava, os feijões crescem até as
nuvens e abrem caminho para um castelo onde mora um gigante.
Neste lugar fantástico, João vive aventuras e demonstra muita
coragem ao enfrentar o gigante e salvar a harpa mágica e a galinha
dos ovos de ouro.
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
Dias 16/7 e 17/7, SÁBADO e DOMINGO, às 16h
Cinderela
Este incrível clássico com grande elenco e bastante interação
com a plateia ganha mais uma adaptação que encanta gerações.
A montagem busca atrair os pequenos com aspectos lúdicos e
da fantasia. “Mostramos às crianças que elas podem explorar,
mexer, tocar, fazer parte da magia do teatro. Buscamos estimulálas a conhecer outras mídias, além do digital, que as incentivem
a pensar”, afirma Molfi.
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
Fotos Divulgação
Dias 23/7 e 24/7, SÁBADO e DOMINGO, às 16h
A turma do Foguinho
Toda a alegria do circo retratada num show musical recheado
de esquetes. O espetáculo resgata as quatro figuras cômicas
tradicionais do circo: o Palhaço, o Clown, o Toni de soirée e
o Excêntrico. As músicas, especialmente compostas para o
espetáculo, procuram passar mensagens para o dia a dia da
criança, como a importância de comer, estudar e brincar, trazendo
também temas como ecologia e educação. A montagem resgata
o que de mais tradicional existe no circo de tradição europeia. Um
espetáculo que aposta no bom humor, na tradição e no respeito a
crianças de qualquer idade.
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
Dias 30/7 e 31/7, SÁBADO e DOMINGO, às 16h
O Pequeno Príncipe
Baseado na obra de Antoine de Saint-Exupéry, o espetáculo conta
a história de um Pequeno Príncipe que viaja por vários planetas.
Nessa trajetória fantástica, ele conhece alguns amigos que o
fazem questionar a essência da vida. Venha se divertir com sua
família com esta história emocionante e descobrir que o essencial
é invisível aos olhos!
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
29
Teatro Jovem
De 4/6 a 30/7, SÁBADOS, às 17h30
O alvo
Amanda, Maria Anna, Rebecca e Nina são amigas inseparáveis desde o Ensino
Fundamental. Já viveram um monte de coisas juntas que uniu todas elas até o
primeiro ano do Ensino Médio. Mas agora que elas estão na sala de espera da
diretoria do colégio, a amizade está ameaçada. Em meio a divertidas situações e
discussões a trama fará com que elas revelem fatos e opiniões surpreendentes e
mudem as suas vidas para sempre.
Local: Shopping JK Iguatemi | Valor: R$ 60 inteira | R$ 30 meia-entrada
De 4/6 a 30/7, SÁBADOS, às 19h
O alvo – HateClub
Na segunda parte da história de O alvo, as amigas Amanda, Maria
Anna, Nina, Amélia e Rebecca recebem ajuda de uma nova e misteriosa
personagem para descobrir quem anda difamando a imagem delas pela
internet, fazendo acreditar que as meninas são as autoras de um blog
contra uma aluna do colégio. A trama, dividida entre o mundo real e virtual,
aborda tanto o tema do cyberbulling quanto o do crescente discurso de
ódio destilado pela internet.
Local: Shopping JK Iguatemi | Valor: R$ 60 inteira | R$ 30 meia-entrada
Teatro Adulto
De 5/6 a 24/7, DOMINGOS, às 18h
Você nunca me vê de onde eu vejo você
Ensaio sobre as máscaras que o indivíduo e a sociedade se
utilizam nas interações do cotidiano, nessa montagem de
João Lorenzon, premiado ator e diretor teatral, a Companhia
Espaço Mágico apresenta diferentes abordagens das relações
humanas.
Local: Shopping JK Iguatemi
Valor: R$ 60 inteira | R$ 30 meia-entrada
De 11/6 a 31/7, SÁBADOS às 20h e DOMINGOS às 18h
Eu nunca
Eu nunca conta a história de três jovens com vidas
extremamente opostas, convivendo e dividindo suas
intimidades até o limite do suportável. A peça traz à tona
as questões mais emergentes da juventude moderna.
Local: Shopping Pátio Higienópolis
Valor: R$ 50 inteira | R$ 25 meia-entrada
TEATRO DA LIVRARIA DA VILA
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Mais informações e ingressos: www.ingressorapido.com.br
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34
35
PROGRAMAÇÃO | dezembro_2015*
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Vila do Leitor
por William Oliveira*
A Mágica
Da moeda que some
E para atrás da orelha
À carta que antes era preta
Agora, virou vermelha
Dinheiro que todos gostam
Não faz aparecer
Em vez disto, o mágico some
Logo após a nota desaparecer
Alguns têm um sorriso no rosto
Outros, um semblante de confusão
Tem gente que fica com espanto
Também há quem sinta indignação
Ao final o espectador agradece
Com aplausos, por aquela experiência
E o mágico agradece ao público
Com sincera e profunda reverência.
*Aos 26 anos, formado em teatro, William Oliveira, o Mágico William, também escreve poesias nas
horas nada vagas. Convidado especial do Férias na Vila este mês, ele apresenta seu trabalho em
www.magicowilliamoliveira.com
A página Vila do Leitor é um espaço aberto para todos aqueles que gostam de escrever, ilustrar e
fotografar. Os trabalhos devem ser enviados para o e-mail: [email protected]
38
38
NOSSAS DICAS
LI E GOSTEI
Patrícia Conceição
Parque Shopping Maia
O circo mecânico
Genevieve Valentine
A história se passa em
um mundo pós-apocalíptico onde um circo se
apresenta passando por
várias cidades. Para seus
integrantes, não é possível
saber quanto tempo se passou entre
uma cidade e outra. As pessoas que
ali vivem têm partes de seus corpos
restaurados com placas e ossos de
metal por Boss, a matriarca da trupe,
e o circo é envolvido por vários mistérios, que vão se revelando ao longo
da história. Esta é uma leitura um tanto
quanto peculiar, em alguns momentos
a sensação é de estar perdido no
tempo e, assim como os personagens,
não temos noção do que está de fato
acontecendo. Com a sua narrativa não
linear, a autora passa a sensação de
estranheza e envolvimento que nos
prende à história.
DarkSide Books
MAIS VENDIDOS | junho_2016
Ficção
Não Ficção
1º Clarice Lispector –
Todos os contos
Clarice Lispector
(Rocco)
2º Como eu era antes
de você
Jojo Moyes (Intrínseca)
3º A amiga genial
Elena Ferrante (Biblioteca Azul)
4º Depois de você
Jojo Moyes (Intrínseca)
5º A caderneta vermelha
Antonie Laurain (Alfaguara)
1º Tá todo mundo mal
Jout Jout (Companhia das
Letras)
2º A ditadura acabada
Elio Gaspari (Intrínseca)
3º Ted Talks – O guia
oficial do Ted para falar
em público
Chris Anderson (Intrínseca)
4º Mais rápido e melhor
Charles Duhigg (Objetiva)
5º Diários da presidência 1997-1998
Fernando Henrique Cardoso
(Companhia das Letras)
Infantil
Juvenil
Importados | adulto
Importados | infantojuvenil
CDs
DVDs
1º O grande livro da
Clara e do Gabriel
Ilan Brenman (BrinqueBook)
2º A revolta dos gizes
de cera
Drew Daywalt (Salamandra)
3º O coelhinho que queria dormir
Carl-Johan Forssén Ehrlin (Companhia
das Letrinhas)
4º Diário de um zumbi do Minecraft 1
– Um desafio assustador
Herobrine Books (Sextante/GMT)
5º O que tem dentro da sua fralda
Guido van Genechten (Brinque-Book)
1º A coroa
Kiera Cass (Seguinte)
2º De volta ao jogo
Pedro Rezende (Suma de
letras)
3º O orfanato da srta.
Peregrine para crianças
peculiares
Ransom Riggs (Leya)
4º Casa das estrelas – O universo
contado pelas crianças
Javier Naranjo (Foz)
5º Guiness world records 2016
(Agir)
VI E GOSTEI
Beatriz Quina
Marketing e Eventos
Ela
Spike Jonze
O filme se passa em
um futuro próximo na
cidade de Los Angeles
e conta a história de
Theodor, um escritor
de cartas pessoais e
tocantes. Logo após o
término de um relacionamento frustrado, ele se envolve com um novo
e avançado sistema operacional que
promete ser uma experiência única.
Ao iniciá-lo, Theodor conhece Samantha, que o cativa por ser inteligente,
engraçada e estar sempre disponível
para conversar a respeito de qualquer
assunto. À medida que o tempo passa
a relação dos dois evolui da amizade
para um eventual amor, nos levando a
reflexões mais profundas sobre nossos
sentimentos.
Sony Pictures
1º Perfume de sonho
Sebastião Salgado (Paisagem)
2º Genesis
Sebastião Salgado (Taschen)
3º O livro dos símbolos
(Taschen)
4º Say a little prayer
Giovanni Bianco (Taschen)
5º Steve McCurry: The iconic
photographs
Steve McCurry (Phaidon Press)
1º Coleção
Marisa Monte (Universal Music)
2º Lemonade
Beyoncé (Sony Music)
3º Era domingo
Zeca Baleiro (Som Livre)
4º Dangerous woman
Ariana Grande (Universal Music)
5º Fallen angels
Bob Dylan (Sony Music)
1º Maisy’s placemat doodle book
Lucy Cousins (Walker Books)
2º Animal farm
George Orwell (Penguin Books UK)
3º Charlie and the chocolate factory
Roald Dahl (Puffin Books USA)
4º Hop on Pop
Dr. Seuss Geisel (Random House)
5º Judy Moody goes to college
Megan McDonald (Walker &
Company)
1º Snoopy & Charlie Brown –
Peanuts, o filme
(Fox)
2º Zootopia – Essa cidade é o bicho
(Disney Home)
3º Downton Abbey – 6ª temporada
(Universal Pictures)
4º Contos da Masha – Vol. 1
(Focus)
5º O bom dinossauro
(Disney Home)
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