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Boletim
Informativo
Edição 07
Junho / Julho de 2007
www.fazenda.org.br
A Fazenda da Esperança após a visita do
Papa
U
m dos momentos mais impressionantes da viagem
do Papa ao Brasil foi, sem dúvida nenhuma, a visita
à Fazenda da Esperança.
O país inteiro viu como o Santo Padre tratou com amor os
jovens que se recuperam do vício das drogas. O Brasil inteiro
se emocionou com os depoimentos dos internos contando
a própria trajetória para se livrar das drogas. Todos ouviram
a advertência severa de Bento XVI aos narcotraficantes:
“pensem no mal que estão provocando a uma multidão
de jovens e de adultos de todos os segmentos da
sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações”.
O Papa nos visitou e nos encheu de alegria. Os jovens
pareciam filhos alegres com a visita do pai. Ele nos trouxe uma mensagem reafirmando a esperança e tornou a
nossa Fazenda conhecida no mundo
inteiro.
Tudo isso só foi possível realizar graças aos esforços e colaborações de
todos os nossos amigos e doadores.
A todos vocês expressamos aqui o
nosso muito obrigado, do mais fundo do coração.
Mas, depois que Bento XVI voltou
para Roma, começou uma nova
etapa para a nossa obra. Recebemos um grande dom e agora temos uma grande responsabilidade:
como atender todos os pedidos de
internação que nos chegam depois
da visita do Papa?
A Fazenda ficou conhecida e o telefone não para de tocar com novos pedidos de ajuda: “Salvem meu
filho que está drogado!”, suplica-
no caminho...
Q
uem acordasse cedo naquela manhã de sábado, dia
12 de maio, para ver o Papa não se arrependeria. O
caminho que levava até a Fazenda das Pedrinhas era tortuoso e longo. O sol estava forte, e várias pessoas necessitaram de um pouco de água e descanso para agüentar
o calor.
va uma mãe. Recebemos também
muitas cartas expondo o drama de
famílias que querem resgatar seus
filhos da dependência química.
Contamos com a ajuda de todos os
nossos amigos para atender a todos
os que pedem nossa ajuda. Temos
certeza de que juntos realizaremos
este sonho: ajudar nossos jovens a
se libertarem do mal da droga.
2468
Mas todos os esforços foram recompensados! Mais de
6.500 pessoas esperavam o Papa na Fazenda da Esperança e ficaram emocionados com o que viram.
O encontro de Bento XVI com os dependentes químicos
parecia uma reunião de um pai com os filhos que não via
há muito tempo. Os jovens estavam todos numa alegria
enorme e ficaram contentes de poder cumprimentar e
falar com o Papa. Ele estava ali para reafirmar a mensagem de esperança na reabilitação.
Os depoimentos dos que conseguiram se livrar do horror
das drogas emocionaram o Papa e o Brasil inteiro. Talvez
esse tenha sido o ponto mais comovente de toda a viagem ao Brasil.
E o Papa não teve receio de usar palavras duras para
se dirigir aos narcotraficantes: “Deus vai-lhes exigir satisfações, a dignidade humana não pode ser espezinhada
desta maneira”, afirmou.
Até as freiras Clarissas, que nunca saem da clausura, foram autorizadas a ir ao encontro com o Papa. Ele destacou a importância da oração e do recolhimento na vida
da Igreja e agradeceu o apoio que elas dão à Obra da
Fazenda.
O método de tratamento
e de recuperação também
foi aprovado pelo Santo
Padre: “Mediante uma terapia, que inclui a assistência médica, psicológica e
pedagógica, mas também
muita oração, trabalho manual e disciplina, já são numerosas as pessoas, sobretudo jovens, que conseguiram
livrar-se da dependência química e do álcool”.
Na conclusão de suas palavras ele invocou a “força da
Ressurreição” para livrar os jovens da dependência do
álcool e das drogas e pediu esperança em meio a uma
“sociedade consumista afastada de Deus”.
O contato com os dependentes químicos em tratamento
impressionou o Papa. Em várias ocasiões ele comentou
com bispos e padres que faziam parte de sua comitiva que
ficou comovido com o que viu na Fazenda da Esperança.
...da esperança
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A realização de um sonho
O Papa veio até nós
As dificuldades não
A Fazenda é conhecida no mundo todo
foram pequenas, as chuvas atrapalharam muito o
andamento das obras e os
recursos eram escassos.
Mas, graças ao esforço e o
empenho de todos os internos e também às contribuições de todos os nossos
amigos e colaboradores,
visita de duas horas à Fazenda da Esperança foi a concretização de
um sonho que começou em janeiro de 2006.
Naquela época, durante um encontro em Roma a propósito da Encíclica
“Deus é amor”, Frei Hans convidou o Papa para ir até a Fazenda da Esperança, que ficava “pertinho de Aparecida”. Bento XVI respondeu afirmativamente ao seu conterrâneo em alemão com um sonoro “Jawohl”
(“certamente”).
conseguimos aprontar tudo
para receber o Papa.
Frei Hans
A confirmação oficial só sairia em dezembro de 2006, mas os preparativos
para a visita já tinham começado. Foi preciso preparar todas as instalações
da Fazenda para receber o Pontífice. Lutamos contra muitas dificuldades
para construir a nova Igreja e as novas casas para receber todos os bispos e
os internos de todas as fazendas que estariam conosco; um palco também
foi construído para a visita do Santo Padre.
As dificuldades não foram pequenas, as chuvas atrapalharam muito o andamento das obras e os recursos eram escassos. Mas, graças ao esforço e
o empenho de todos os internos e também às contribuições de todos os
nossos amigos e colaboradores, conseguimos aprontar tudo para receber
o Papa.
Hoje, a Fazenda da Esperança é conhecida no mundo todo. A visita papal
nos deu uma publicidade muito grande em todos os meios de comunicação e abriu uma nova etapa para nossos trabalhos. A nossa responsabilidade também aumentou.
O Papa fez questão de contribuir financeiramente para a expansão de nossa obra: para a surpresa de todos Sua Santidade nos deixou um cheque
de 100.000 dólares para os nossos projetos.
Agora temos que ampliar as nossas instalações e inaugurar novas unidades
de acolhimento. Precisamos estar preparados para poder atender todos os
que nos procuram em busca de tratamento e recuperação. Precisamos
resgatar todos os que querem se livrar das drogas e do álcool.
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“Sejam embaixadores da esperança”
(Palavras de Bento XVI aos internos e colaboradores da Fazenda da Esperança)
Queridos amigos e amigas, eis-me finalmente na Fazenda Esperança!
Com particular afeto, saúdo ao Frei Hans
Stapel, Fundador da Obra Social Nossa
Senhora da Glória, também conhecida como Fazenda da Esperança. Desejo desde já congratular-me com todos
vocês, por terem acreditado num ideal
de bem e de paz que este lugar significa.
A todos que se encontram em fase de recuperação, bem como aos reabilitados, voluntários,
famílias, ex-internos e benfeitores de todas as
fazendas representadas nesta ocasião para encontrar-se com o Papa, digo: Paz e Bem!
Sei que aqui se encontram reunidos os representantes de diversos países, onde a Fazenda da Esperança possui sedes. Viestes ver o Papa. Viestes para ouvir
e assimilar o que ele vos queria dizer.
A um certo momento da vida, Jesus vem e toca, com suaves batidas, no fundo dos corações bem dispostos. A vocês, Ele o fez
através de uma pessoa amiga ou de um sacerdote ou, possivelmente, providenciou uma série de coincidências para dizer que
sois objeto de predileção divina. Mediante a instituição que os
abriga, o Senhor proporcionou esta experiência de recuperação
física e espiritual de vital importância para vocês e seus familiares. Além disso, a sociedade espera que saibam divulgar este bem
precioso da saúde entre os amigos e membros de toda a comunidade. (...)
Vocês devem ser os embaixadores da esperança! O Brasil possui
uma estatística, das mais relevantes, no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes. E a América Latina
não fica atrás. Por isso, digo aos que comercializam a droga que
pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens
e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes
exigir satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira. O mal provocado recebe a mesma reprovação
dada por Jesus aos que escandalizavam os “pequeninos”, os preferidos de Deus (cf. Mt 18, 7-10).
Mediante uma terapia, que inclui a assistência médica, psicológica e pedagógica, mas também muita oração, trabalho manual
e disciplina, já são numerosas as pessoas, sobretudo jovens, que
conseguiram livrar-se da dependência química e do álcool e recuperar o sentido da vida.
Desejo manifestar o meu apreço por esta Obra, que tem como
alicerce espiritual o carisma de São Francisco e a espiritualidade
do Movimento dos Focolares.
A reinserção na sociedade constitui, sem dúvida, uma prova da
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eficácia da iniciativa de vocês. Mas o que mais chama
atenção, e confirma a validade do trabalho, são as conversões, o reencontro com Deus e a participação ativa
na vida da Igreja. Não basta curar o corpo, é preciso
adornar a alma com os mais preciosos dons divinos
conquistados através do Batismo.
Vamos agradecer a Deus por ter querido colocar tantas
almas no caminho de uma esperança renovada, com o
auxílio do Sacramento do perdão e da celebração da
Eucaristia.
Queridos amigos, não poderia deixar passar esta oportunidade para agradecer também a todos os que colaboram material ou espiritualmente para dar continuidade à Obra Social Nossa Senhora da Glória. Que
Deus abençoe Frei Hans Stapel e Nelson Giovanelli Ros
por terem acolhido o convite d’Ele para dedicarem sua
vida a vocês. Abençoe também todos os que trabalham
nesta Obra: os consagrados e as consagradas; os voluntários e as voluntárias. Uma Bênção especial vai
para todas as pessoas amigas que a sustentam: autoridades, grupos de apoio e todos que amam a Cristo
presente nestes seus filhos prediletos.
Meu pensamento vai agora a muitas outras instituições do mundo inteiro que trabalham para restituir
a vida, e vida nova, a estes nossos irmãos presentes
na nossa sociedade, e que Deus ama com um amor
preferencial. Penso também nos muitos grupos de
Alcoólicos Anônimos e de Narcóticos Anônimos, e
na Pastoral da Sobriedade que já trabalha em muitas
comunidades, prestando seus generosos auxílios em
favor da vida. (...)
Que o Santo Frei Galvão e Santa Crescência amparem e
protejam a cada um. A todos vocês abençôo em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
“Anunciem a mensagem do amor que vence a dor, as drogas e a morte”
(Palavras de Bento XVI para as Irmãs Clarissas)
(...) Onde a sociedade não vê mais futuro ou esperança, são os cristãos chamados a anunciar a força da Ressurreição: justamente aqui nesta Fazenda da Esperança,
onde estão tantas pessoas, principalmente jovens, que
procuram superar o problema das drogas, do álcool e
da dependência química, testemunha-se o Evangelho de
Cristo no meio de uma sociedade consumista afastada
de Deus. Quão outra é a perspectiva do Criador em sua
obra! As irmãs Clarissas e outros religiosos de clausura
- que, na vida contemplativa, perscrutam a grandeza de
Deus e descobrem também a beleza das criaturas - podem, com o autor sagrado, contemplar o próprio Deus,
embevecido, maravilhado diante de Sua obra, de Sua
criatura amada: “Deus contemplou tudo o que tinha feito e eis que estava tudo muito bom!” (Gn 1, 31). (...)
Nesta Fazenda da Esperança unem-se as orações das
Clarissas e o trabalho árduo da medicina e da laborterapia para vencer as prisões e quebrar os grilhões das
drogas que fazem sofrer os filhos amados de Deus.
É neste amor que Frei Hans convidou-as para serem a
retaguarda de todo o trabalho desenvolvido na Fazenda da Esperança. Na força da oração silenciosa, nos
jejuns e penitências, as filhas de santa Clara vivem o
mandamento do amor a Deus e ao próximo, no gesto
supremo de amar até o fim.
Isto significa jamais perder a esperança! Donde o nome
desta obra de Frei Hans: “Fazenda da Esperança”. Pois
é preciso edificar, construir a esperança, tecendo a tela
de uma sociedade que, no estender-se dos fios da vida,
perde o próprio sentimento de esperança. Esta perda
- no dizer de Paulo - é como maldição que a pessoa
humana impõe a si mesma: “pessoas sem afeto”
(Rm 1,31).
Caríssimas irmãs, sejam as proclamadoras de que “a
esperança não decepciona” (Rm 5,5). A dor do Crucificado, que atravessou a alma de Maria ao pé da cruz,
console tantos corações maternos e paternos que
choram de dor por seus filhos ainda dependentes de
drogas. Anunciem pelo silêncio oferente da oração,
silêncio grandiloqüente que o Pai escuta; anunciem
a mensagem do amor que vence a dor, as drogas e
a morte. Anunciem Jesus Cristo, humano como nós,
sofredor como nós, que tomou sobre si os nossos
pecados para deles nos libertar!
A todas as irmãs de clausura, de maneira especial às
Clarissas presentes a esta obra, minha bênção e afeto.
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Testemunhos
Meu nome é Ricardo Corrêa Ribeirinha e tenho 31 anos.
A
qui tive a oportunidade de renascer após 6 anos no irmãos. Comecei percorrer a verdadeira estrada da vida
terrível mundo das drogas. De família católica, aos que me levou ao encontro de um Deus, não que esta
9 anos descobri após uma briga familiar que era filho no céu, mas dentro de cada irmão que aqui encontrei.
adotivo, mas a dor de saber que era filho de uma pros- O menino que era das ruas começou a percorrer não só
tituta e do abandono me consumiu apesar do amor que o Brasil mas o mundo com o Frei Hans: Itália, Alematinha no novo lar. A escola, os brinquedos, o sorriso e nha, Suíça, México, Holanda e Guatemala através das
a liberdade foram trocados aos poucos por um mundo missões organizadas pela Família da Esperança, homens
quase sem volta. Cola, maconha, cocaína e crack foram e mulheres que colocam suas vidas e seu tempo para
a nova estrada em busca de
juntos levar através da palaser feliz novamente. Enconvra e testemunho, esperança
“Hoje, há 16 anos recuperado, ainda tenho
trei em 6 anos na periferia
aos irmãos como faremos na
uma
dor,
a
de
não
ter
a
companhia
de
nede São Paulo, no bairro do
Sicília na Itália em janeiro de
Jardim Ângela, um submun2008. Hoje, há 16 anos renhum ex-amigo para celebrar a vida, pois
do onde só tem valor quem
cuperado, ainda tenho uma
morreram
vítimas
do
tráfico
de
drogas.”
estiver disposto a doar a vida
dor, a de não ter a compaao nada. Matar ou morrer
nhia de nenhum ex-amigo
não importa, pois aqui é oferecida uma nova família... para celebrar a vida, pois morreram vítimas do tráfico de
Tráfico, drogas, assaltos e muita tristeza foi o que encon- drogas. Mas agradeço a Deus pelo dom da vida do Frei
trei e como resposta da busca da tal liberdade encontrei, Hans que com sua fé e esperança fizeram com que eu
como muitos outros amigos, a prisão e o vazio do mun- hoje me tornasse Coordenador de Políticas de Prevenção
do. É na cadeia ou no cemitério que muitos esperavam de Drogas do Governo do Tocantins.
me ver um dia... Mas um dia, após cansar de desafiar à
Estou terminando a faculdade de Administração e
morte, tomei 2 tiros que fizeram rever a estrada na qual
vou emprestar minha experiência de vida que vai virar
eu estava percorrendo na solidão, nas ruas, no abandoum livro de Prevenção de Drogas para os quatros cantos
no do mundo encontrei a Fazenda da Esperança no dia
do mundo. Obrigado Papa Bento XVI pela Santa Igreja
26 de Outubro de 1991.
e, principalmente, pela sua presença aqui na Fazenda da
Aqui na Fazenda consegui através da simplicidade Esperança. No seu silêncio e no seu olhar temos a certeza
do evangelho a oportunidade de refazer novamente as que é como se nos dissesse: “siga em frente, enquanto
minhas escolhas; acordar 6 horas da manhã, ouvir e co- o mundo moderno vos rejeita, o Papa Bento XVI acredita
locar em prática a palavra de Deus, conviver e amar os na recuperação de vocês”.
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Mensagem do Frei Hans
A fazenda da esperança
após a visita do papa
O
s meses que antecederam a visita do Papa Bento XVI
à Fazenda da Esperança foram meses totalmente diferentes dos anteriores. Foram meses de muito trabalho e
de muitas aflições... De repente apareceram as chuvas que
atrapalharam as obras, mas todo mundo estava unido, lutando para um só objetivo: a visita do PAPA.
Nas Fazendas de todos os países do mundo os jovens se
prepararam para este encontro e aqui em Guaratinguetá
tudo estava sendo preparado para este momento tão desejado e tão importante.
Os jovens vindos de tantos países diferentes chagaram em
um dia que chovia muito e que também faltou a luz, mas
ninguém conseguiu tirar a alegria e a expectativa deles para
um momento tão importante. Quando chegou a manhã do
dia 12 de maio a Fazenda estava cheia, com mais de 6500
pessoas vindas de tantos lugares diferentes. Eram pessoas
de lugares diferentes, mas todos estavam unidos e cheios
de esperança, pois haviam participado com muito empenho e esforço de todos os preparativos que antecederam
a visita do Papa.
Ele chegou com toda a sua comitiva e com a alegria estampada no rosto foi logo me dizendo: “Frei Hans ouvi falar
muito do senhor e de todas as suas Fazendas, que trabalho bonito”. Ele fez questão de cumprimentar a cada um
que estava ali para recebe-lo. Para o Pe Paulo, meu irmão,
disse que não sabia que tinha um irmão gêmeo, depois
falou com o Nelson, a Iraci e a Luci e foi visitar a capela, que achou maravilhosa. Lá dentro estavam as mais de
150 Irmãs Clarissas que me ajudam em todo o trabalho da
Fazenda e também o ministro geral dos Franciscanos com
outros frades.
A natureza estava contente com a visita do Santo Padre, o
sol brilhava lá fora e as flores estavam mais coloridas do que
nunca. Os raios de luz entravam pelas janelas e a Igreja nova
brilhava que era uma coisa extraordinária. O Papa admirava
o altar, as relíquias e ficou encantado com a água que sai
do tabernáculo e disse que era a “água viva”. Aquele monumento turístico religioso que o SEBRAE tinha preparado
chamou atenção do Papa, que logo o abençoou. Foram
realmente momentos de grande alegria.
No caminho para o palco eu disse para ele se era possível descer do palco para ir ao encontro dos jovens cumprimentá-los. Disse ainda que seria um gesto profético, que
a imprensa levaria ao mundo inteiro. Ele me respondeu:
“Vamos juntos”. Quando ele apareceu no palco, os jovens
manifestaram toda a sua alegria e cantaram um hino feito
especialmente pra ele. E ele recebeu todas as manifestações
de carinho com muito contentamento. O programa foi simples. Após o discurso de abertura que eu fiz cumprimentando-o em nome de todos, foi encenado um teatro preparado pelos jovens, no qual ele prestou muita atenção.
Uma das partes mais impressionantes foram os depoimentos dos nossos internos, contando como haviam largado
as drogas com a ajuda do tratamento na Fazenda. O Papa
fez questão de abraçar um por um dos que fizeram os discursos. Foram momentos inesquecíveis. Outro momento
muito especial foi também quando ele recebeu as crianças,
filhos de internos de nossas Fazendas, para entregar as
“Bíblias das Crianças”. Só no Brasil já se distribuiu, através
da Ajuda a Igreja que Sofre e a Obra Pontifícia Missionária
para as Crianças (kindermissionswerk “Die Sternsinger”)
10 milhões de bíblias para as crianças, um número impressionante. “23 milhões na América Latina e 46 milhões no
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mundo inteiro em 153 línguas diferentes. O Papa fez questão de
abraçar cada uma das cinco crianças que foram receber a bíblia.
Aquele momento vai ficar marcado no meu coração e deve ter
tocado os corações de todos que viram as fotos pelos jornais: o
Papa rindo, contente, abraçando as crianças e dando uma bíblia,
a Palavra de Deus, para cada criança.
Os menores de todas as Fazendas do Brasil e dos outros países
quiseram entregar um presente ao Papa: um anel de feito por
eles mesmos. Um símbolo bíblico que lembra do gesto paterno
que o filho pródigo recebeu de seu pai: roupa nova, anel e festa.
Ele ficou muito contente com o presente dos menores e mostrava
para todo mundo o anel. E assim representantes de todos os países onde temos Fazendas se apresentaram para ele, fizeram a sua
homenagem e deram o seu presente.
Todos ficaram muito tocados com as palavras do Papa. Com muita sabedoria ele deu a todos uma missão: sermos realmente embaixadores da esperança.
No final ele se encontrou com os jovens. Que festa! Que alegria!
Os rostos cheios de emoção! Ele benzeu os terços, e as pessoas o
abraçavam e beijavam as suas mãos. Foi um momento realmente inesquecível. Ele fez questão de receber a todos, com calma
e com muita paciência. As pessoas se aproximavam e ele tinha
tempo para todos.
Voltando para o carro eu agradeci muito a ele. E as últimas palavras que eu disse a ele: “Santo Padre, o senhor nos deu duas
horas de paraíso aqui na terra! Sua presença entre nós foi extraordinária”. E ele me disse: “Frei Hans foram duas horas de grande,
grande alegria para mim”. E assim ele partiu. Todas as 6500 pessoas ficaram na Fazenda como irmãos: cheios de alegria de paz,
pois o Papa tinha nos visitado.
A imprensa cobriu todo o encontro e conseguiu transmitir a carga
de emoção que estava presente no ambiente. O Brasil descobriu
o Papa. Aquele Papa que Deus preparou para esta missão tão
difícil no mundo de hoje. É um Papa até um pouco tímido, mas
cheio de sabedoria e com uma inteligência extraordinária, que fez
aquela advertência aos narcotraficantes: “pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos
os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações”. Foi
impressionante! Todos na Fazenda ficaram muito contentes!
Assim, caro(a) leitor(a), a pedido do próprio Vigário de Cristo
na Terra, nosso Papa Bento XVI. convido-lhe a ser também um
“Embaixador da Esperança”!
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