Infraestrutura

Transcrição

Infraestrutura
Sindicato dos Engenheiros
no Estado de São Paulo
Cresce Brasil
Seminário Copa 2014
Leon Claudio Myssior,
Vice-Presidente de Arquitetura, SINAENCO
O Sinaenco
O SINAENCO é o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e
Engenharia Consultiva e tem como base todo o território brasileiro, e conta
com mais de 18 mil empresas filiadas.
Abrange as empresas que prestam serviços de planejamento, estudos, planos,
pesquisas, projetos, controles, gerenciamento, supervisão técnica,
inspeção, diligenciamento e fiscalização de empreendimentos relativos à
arquitetura e à engenharia.
Possui seções regionais já implantadas nos seguintes Estados: Bahia, Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O Sinaenco presta os seguintes serviços aos seus Associados:
•Publicações
•Assessoria jurídica
•Índices setoriais
•Eventos
•Legislação
•Licitações
•Dúvidas sindicais e trabalhistas
A Copa, a Olimpíada e o País
“Vitrine ou Vidraça ?”
Foi a partir desta visão que o Sinaenco inicia uma série de diagnósticos
e ações em todo o País (ainda em 2006), visando compreender as
oportunidades e riscos que uma Copa do Mundo de futebol oferece ao
País-Sede, e neste contexto estão não apenas os estádios, mas todo
um conjunto de obras e intervenções de transporte público e
mobilidade urbana, acessibilidade, infraestrutura de saneamento,
energia, telecomunicações, hospitalidade, turismo e saúde.
O quadro encontrado, preocupante, agrava-se frente ao aquecimento
da economia e ao segundo fato novo, as Olimpíadas de 2016.
Não há mais como pleitear uma posição de destaque na proa mundial
sem que se abrace a importância dos planos-diretores e do
planejamento como ferramentas de assertividade, racionalização e
otimização de investimentos (sem falar na transparência, requisito
fundamental em qualquer democracia moderna).
A Parte BOA é...
Arquitetura na Infraestrutura
Um dos principais legados que o
País pode produzir, tanto ANTES
quanto DEPOIS dos eventos, é o do
turismo
A arquitetura foi, desde sempre, o grande
indutor de turismo regional e global, seja
como “pano-de-fundo” de obras sacras e
artísticas, seja como conjunto arquitetônico,
seja através de uma única edificação.
Arquitetura na Infraestrutura
Exemplos?
Pirâmides do Egito (obra)

Canal do Panamá (obra)

Hoover Dam, Nevada (obra), Ponte Golden Gate, São
Francisco (obra)

Torre Eiffel (obra) e Paris (conjunto arquitetônico)

High Line (obra), Metropolitan Museum (obra) Nova Yorque
(conjunto arquitetônico)

Guggenheim Bilbao (obra)

Buenos Aires (conjunto arquitetônico)

Masp (obra)

Ouro Preto (conjunto arquitetônico)

Jerusalém (conjunto arquitetônico), igrejas, mesquitas,
aquedutos, etc...

Sabemos o que fazer:
Tendências em ALTA
Pressão pela observância de custos e prazos

Exigências quanto à qualidade

Pressão pela legalidade nas licitações

Pressão por um acompanhamento das obras

Manutenção do Legado

Exigências legais e ambientais

Articulação da cadeia de produção

Legado para a cidade

Sustentabilidade Ambiental, Social e
Econômica

Tendências em BAIXA
Abordagem amadora e soluções “caseiras”

Deficiências de planejamento (e, portanto,
comprometendo o legado)

Empreendimentos sem infra estrutura

Empreendimentos sem personalidade e sem
vocação definida (e, portanto, sem legado)

Obras que não considerem o entorno e não
se integram à cidade (e, portanto,
comprometendo o legado)

Implantação a qualquer custo

A Parte RUIM é...
Desadequação
•
A maior parte dos projetos dos estádios desconsidera sua inserção
urbana, qualquer interface com o entorno e objetivos como
requalificação urbana; exceções para:
•
Porto Alegre (se propõe a revitalizar área do Porto)
•
Belo Horizonte (se propõe a revitalizar a Pampulha)
•
•
•
Recife (se propõe a desenvolver um novo vetor na região
metropolitana)
A maior parte dos projetos “herda” especificações e diretrizes dos
projetos europeus (Copa 2006 e 2010), ensejando a observância de
diretrizes descontextualizadas (para o Brasil) e o uso de materiais
importados com restrição de fabricação (cadeia de produção
limitada)
Exigências da FIFA incompatíveis com o modelo de funcionamento do
futebol brasileiro, agredindo a viabilidade econômica dos estádios
(mesmo onde há PPP’s, de viabilidade questionável)
Legado
•
•
•
•
A maior parte dos Estados/Cidades continua com foco em dois
aspectos apenas: projetos dos estádios e mobilidade urbana
Não existem projetos estruturados sobre visões metropolitanas
completas, com planos-diretores maduros e planos específicos por
temas (transporte público e mobilidade urbana, acessibilidade,
infraestrutura de saneamento, energia, telecomunicações,
hospitalidade, turismo e saúde)
Aeroportos continuam a ser vistos como “rodoviárias de avião”,
desconsiderando sua importância para a economia regional, como
um hub de logística que abrange passageiros, mas também de
produtos, documentos , etc
A maior parte das cidades adotará soluções de transporte coletivas
conhecidas como BRT, um modelo ultrapassado, que utiliza material
rodante defasado, de baixa capacidade e que preserva uma matriz
altamente poluente
Futuro ou Presente?
O que dá medo é que...
'Vai faltar dinheiro para tudo', afirma especialista
O Estado de São Paulo, 04 de outubro de 2010
Mantido o atual ritmo de expansão, estima-se
que o FGTS e a poupança vão secar até 2012
para o financiamento de imóveis
"Vai faltar dinheiro." É com essa frase taxativa que o presidente do Instituto
para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito (IDCC), Fernando Blanco,
refere-se às perspectivas para o mercado de crédito imobiliário brasileiro nos
próximos anos.
"O Brasil precisa investir no pré-sal, na infraestrutura, precisa fazer
Copa do Mundo e Olimpíada. Onde vamos encontrar recurso para tudo
isso?", indaga o especialista, que durante anos trabalhou em comitês de
crédito de grandes bancos.
A preocupação de Blanco é compartilhada por outros profissionais da área
financeira. A diferença é que ele tem como foco as limitações macro,
enquanto outros chamam a atenção para questões específicas do segmento
imobiliário.
Só duas fontes. No Brasil, há basicamente duas fontes para os
empréstimos do setor: os depósitos da caderneta de poupança e os recursos
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (...)
Itaquerão da Copa custa R$ 1 bilhão, diz jornal
Portal 2014 - postado em 13/05/2011 12:02 h - atualizado em 13/05/2011 13:02
"Caprichos" da Fifa elevaram orçamento do
estádio, antes estimado em R$ 700 milhões
O custo do estádio que o Corinthians pretende erguer em Itaquera para a
abertura da Copa pode bater a casa de R$ 1 bilhão, caso todas as exigências da
Fifa sejam atendidas. A estimativa foi publicada nesta sexta-feira 13 pelo jornal "O
Estado de S. Paulo", que ouviu fonte do clube ligada à construção da arena.
O Corinthians e sua parceira na obra, a Odebrecht, estavam preparados para
gastar até R$ 700 milhões com a construção do estádio. Haverá reunião hoje, em
São Paulo, para tratar do "estouro" e tentar fazer com que o orçamento volte para
a meta inicial.
Segundo o jornal, boa parte da elevação dos custos do Itaquerão está ligada a
"caprichos" da Fifa. "Se nós atendermos todas as exigências que nos fazem, esse
estádio pode ultrapassar R$ 1 bilhão", disse a fonte.
O preço do estádio de Itaquera já foi o centro de inúmeras polêmicas. Mesmo
com a indicação para a Copa, que aconteceu em setembro do ano passado, o
Corinthinas sempre deixou claro que não investiria mais de R$ 350 milhões no
projeto.
(...)
Governo quer emplacar flexibilização de regras para obras da Copa
O Estado de Minas – Ivan Iunes - 10/05/2011
Brasília – O governo fará nesta terça nova tentativa de aprovar a proposta
que flexibiliza as regras de licitação para obras de infraestrutura nas
cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de
2016. O Palácio do Planalto já havia tentado, sem sucesso, aprovar a matéria em
março, mas a oposição conseguiu frear a votação. Agora, o projeto elaborado em
conjunto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e técnicos do governo será
inserido no corpo da Medida Provisória 521, que trata do aumento da bolsa para
médicos-residentes. A oposição critica o que chama de "contrabando" dentro
do projeto original da MP.
(…)
A oposição também critica a possibilidade de abertura de licitação sem projeto
básico e a possibilidade de o segundo colocado no certame poder tocar a obra
em caso de desistência do vencedor, sem necessidade de se adequar ao preço
mais baixo. Não queremos prejudicar a Copa do Mundo, mas faz três anos e
meio que sabemos que terá a Copa. O governo teve tempo para se mexer,
não mexeu porque é mal gerenciado", critica Nogueira. A relatora da matéria,
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) admite que tratar da matéria no corpo de uma MP
com tema totalmente oposto não é o ideal, mas defende o projeto.
(...)
Ineficiência engole o governo Dilma
Correio Braziliense - 15/05/2011
Passados quase cinco meses, a presidente não consegue tocar obras e
conter o desperdício de dinheiro público. Aos poucos, a imagem de boa
gerente se desfaz e especialistas dizem que só murro na mesa não basta
(...) Pois passados quase cinco meses de governo, a figura de gerentona começa a se
desfazer. A administração Dilma está se transformando em sinônimo de obras paradas,
projetos adiados e promessas na gaveta. (...)
Não à toa, a inação do governo começa a assustar investidores e empresários, mais do
que cientes da pressa do Brasil em superar gargalos na infraestrutura, que têm jogado
pesado para empurrar a inflação para além do centro da meta de 4,5% perseguida pelo
Banco Central. Observa-se uma tremenda dificuldade dos principais atores na condução
dos investimentos — os ministérios do Planejamento, das Cidades, dos Transportes e da
Integração Nacional — por falta de competência. Mesmo em fases de mais recursos para
obras, muito pouco se transforma em realidade.(...)
Diante desse quadro desalentador, especialistas em finanças públicas afirmam que
murro na mesa e puxão de orelha são insuficientes para Dilma entregar o que prometeu
no tempo desejado. Para fazer seu governo sair do lugar, ela precisará aliar vontade política
com reformas institucionais, votadas pelo Congresso. “A União tem sérios problemas
financeiros e de gestão. O gasto é alto, rígido e ruim e a cobrança de impostos, ineficiente e
injusta. Para resolver tais problemas em definitivo, é preciso mudar a cultura de gastar mais e
depois correr atrás de dinheiro para cobrir despesas”, diz o economista Raul Velloso.
(...)
Estádios já têm R$ 1,9 bi do BNDES
O Estado de São Paulo - Esportes - Marta Salomon - 15/05/2011
Repasse para arenas do Mundial é condicionado a solução de
irregularidades nos projetos mostrados pelas cidades ao banco
Mais da metade dos financiamentos programados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para reforma ou construção de estádios da Copa do Mundo de
2014 já foi contratada, apesar de denúncias de irregularidades nos projetos.
(…)
A Arena Amazônia, em Manaus, por exemplo, teve as obras iniciadas em julho do ano
passado, com a demolição da estrutura de concreto do antigo estádio. Na ocasião, o Tribunal
de Contas do Estado (TCE) constatou deficiências no projeto básico. Além disso, o Tribunal
de Contas da União (TCU) identificou problemas na licitação e preços acima dos de mercado.
(...)
O BNDES já fechou contrato para financiar quatro estádios da Copa - Cuiabá, Fortaleza,
Recife e Salvador -, além da Arena Amazônia. A reforma do Maracanã já teve o
financiamento de R$ 400 milhões aprovado, mas o contrato não foi assinado.(...)
(...)
No caso da Arena das Dunas, de Natal, cujo financiamento de R$ 398,7 milhões está em
análise no banco, o TCU recomendou que o empréstimo só seja concedido depois de
resolvidas as irregularidades encontradas na contratação da Construtora OAS pelo governo
do Rio Grande do Norte.
(...)
O mais provável é...
Cenário “A” - Mobilização
Mobilização para os eventos:

feriados nacionais

escolas fechadas

esquemas especiais de trânsito

esquemas especiais nos aeroportos

mobilização do exército para apoio à
segurança

mídia intensiva por parte do Governo

mobilização política para aprovação de
medidas provisórias e regimes de exceção
Cenário “B” - Legado
Legado provável:

6 elefantes brancos: Brasília, Cuiabá, Fortaleza,
Manaus, Natal, Recife

mobilidade obsoleta, de segunda-categoria e
ampliação limitada, baseado em BRT's

enorme carência de investimentos em geração
e transmissão de energia, saneamento,
tratamento de resíduos sólidos, educação

medidas provisórias ao invés de revisão na
legislação tributária, fiscal e de licitações

“privatização” dos aeroportos como “atalho”
para obras sem-licitação
Cenário “C” - Corrupção
Corrupção potencial:
 custo médio de cada estádio = R$ 1 bilhão,
com Maracanã chegando a R$ 1,5 bilhão
 obras de mobilidade urbana superfaturadas
 “privatização” dos aeroportos, cujas obras
tem custo final conhecido
 licitações sem projeto executivo, e
provavelmente sem quaisquer projetos
 impactos ambientais desconsiderados e
irreparáveis no futuro
Muito
Obrigado!
Leon Claudio Myssior,
Vice-Presidente de Arquitetura, SINAENCO

Documentos relacionados

Boletim 63

Boletim 63 de transportes e de áreas como saneamento e drenagem - de nossas metrópoles. O Brasil receberá enorme afluxo de turistas e poderá impulsionar a imagem do país no exterior e, principalmente, provoca...

Leia mais