Informação de Valor 1
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Informação de Valor 1
Informação de VALOR R e v i s t a 100 anos de inovação d a D C L V a l u e i n R e a l E s t a t e DCL REAL ESTATE COMPLETA UM SÉCULO DE HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO COM PLANOS PARA EXPANSÃO DE ÁREA ANO 01 • Nº 01 Empresários da DCL Real Estate avaliam projeto de empreendimento built to suit sumário 05 Mais Valor Novidades sobre o mercado 09 Business Park Município de Pinhais é atrativo para investidores 14 06 Atacarejo Com a palavra Formato alia preço e quantidade Eduardo Schulman, empresário e consultor 16 Capa 100 anos da DCL Real Estate 12 Built to suit www.facebook.com/LaVioleteraOficial www.lavioletera.com.br/blog loja.lavioletera.com.br www.lavioletera.com.br Modalidade satisfaz todos os interessados 22 Ponto de vista Marcos Hirai, BG&H Retail Real Estate informação de valor 03 editorial Mais Valor Mercado em Edifícios eficientes até 2030 transformação O mercado imobiliário tem se transformado para atender à demanda crescente por edifícios ambientalmente adequados. O Plano Nacional de Eficiência Energética prevê que, a partir de 2030, todos os prédios residenciais tenham uma etiqueta de eficiência energética. Os empreendimentos públicos devem se adequar até 2020 e os comerciais até 2025. No Brasil, existem dois selos principais, o americano LEED (Leadership Energy and Environmental Design) e o AQUA (Alta Qualidade Ambiental), que, somados, certificaram 301 prédios verdes em 2013 – um crescimento de 16% em relação aos 259 do ano anterior. É com orgulho que apresentamos esta edição da nossa revista Informação de Valor. Nestas páginas você vai encontrar uma boa amostra do que é o mercado de Real Estate no Brasil, como ele se desenvolve e se transforma. Fazemos aqui um registro histórico dos nossos 100 anos, com o testemunho dos familiares dos fundadores da DCL Real Estate. Você lerá um registro emocionado sobre uma experiência que nos credencia a destacar e explicar o que é mais importante hoje no setor imobiliário. E neste cenário, passado os altos rendimentos do mercado financeiro, com a realidade das novas taxas de remuneração sobre capital, o investimento imobiliário surge como opção atrativamente mais rentável. Segundo o empresário Eduardo Schulman, entrevistado desta edição, o investimento imobiliário não é apenas comprar terrenos mas empreender nessas áreas e, acima o mercado de Real de tudo, satisfazer o cliente. Estate, hoje, está se Essa vertente se confirma com o built to redimensionando, suit (imóveis construídos sob medida) , que busca aliar o interesse do investidor à necesganhando novos sidade do cliente e simboliza uma nova era no contornos pois há setor. Outra tendência promissora é o atacarejo lugar para isso” (atacado + varejo), formato varejista que, ao englobar a conveniência do varejo com o preço de atacado, alcança do pequeno ao médio comerciante além do consumidor final. Além disso, o mercado de Real Estate, hoje, está se redimensionando, ganhando novos contornos pois, literalmente, há lugar para isso. Devido à localização privilegiada, as regiões metropolitanas brasileiras estão se tornando um ambiente mais que viável. A de Curitiba é um exemplo: em Pinhais, o empresário tem acesso rápido à capital, portos e ampla malha rodoviária. Em resumo: se quiser produzir, tem mão de obra e matéria-prima; se quiser comercializar, tem consumidor e acesso a outras praças. Espero que você goste de cada página da edição número 1. Boa leitura! Paola Noguchi Diretora- geral da DCL Real Estate Venda de materiais de construção Os gastos dos brasileiros em 2014 com materiais de construção chegam a R$ 129,7 bilhões, aumento de 9% em relação aos R$ 119,64 bilhões gastos no ano anterior e que representa um consumo de R$ 762 por pessoa, segundo a Pyxis Material de Construção. Entre 2006 e 2013, a participação da indústria da construção civil no PIB nacional cresceu 13%, passando de 4,06% para 4,6%. Em valores nominais, o PIB da construção civil passou de R$ 96 bilhões em 2006 para R$ 222 bilhões em 2013, incremento de 231%. Estudo global Shopping Centre Development O estudo Global Shopping Centre Development aponta que a tendência na promoção de centros comerciais é positiva em todo o mundo. Apesar de alguns mercados registrarem abrandamento, entre 2014 e 2016 são esperadas aberturas significativas de centros comerciais em países emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China. As aberturas em 2014 totalizam 38,3 milhões m², divididos por 1.134 novos centros comerciais. Expansão recorde • ANO 1 – NÚMERO 1 Informação de Valor é uma publicação da DCL Real Estate distribuída gratuitamente. • A reprodução das reportagens é autorizada desde que citada a fonte. Todos os direitos autorais reservados. 04 informação de valor • Produção e coordenação: Página 1 Comunicação • Edição: Luis Fernando Duarte • Redação: Ester Athanásio, Luis Fernando Duarte e Maristela Orlowski • Fotos: Arquivo pessoal, assessoria Grupo Pão de Açúcar, assessoria Adega Brasil, Bernardo Ruas, Marketing Grupo Foxlux e Página 1 Comunicação • Projeto gráfico e diagramação: Marcio Baras Em ano em que os supermercados brasileiros planejam um crescimento modesto, de 3%, o Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, colocou em curso um ousado projeto de expansão. Sob o comando dos franceses do grupo Casino, a rede vai inaugurar, entre 2014 e 2016, 650 novas lojas, praticamente quatro por semana. O número é 2,6 vezes maior do que as 249 unidades abertas nos últimos três anos. Internet é referência Cada vez mais a internet vem se tornando referência na busca por informações de quem deseja comprar, vender ou alugar imóveis comerciais e residenciais. De acordo com pesquisa do Google Brasil, 60% do processo de compra de imóvel ocorre on-line. Em média, são acessados 5,6 sites imobiliários durante o processo. O levantamento mostrou ainda que apenas 4% dos usuários utilizam o jornal como fonte para levantar mais informações sobre o mercado imobiliário. Na classe A, esse percentual é de 2%. informação de valor 05 Com a palavra Para o especialista Eduardo Schulman, a valorização dos imóveis incentivou os proprietários de terrenos a desenvolver projetos em suas áreas Por Maristela Orlowski U m dos mais respeitados nomes do cenário de Curitiba e importante fonte de consultoria imobiliária, Eduardo Schulman fala para a Informação de Valor sobre o mercado. Nesta entrevista, o idealizador e proprietário da Top Imóveis, empresa do setor imobiliário especialista em espaços empresariais, traça um panorama sobre o mercado imobiliário empresarial, identifica o investidor nesse segmento e aponta as tendências para os próximos anos. Informação de Valor – Houve mudança no perfil dos investidores nos últimos anos? Eduardo Schulman – Historicamente, o Brasil vivenciou por muito tempo um cenário de juros altos. Isso acabou canalizando os investimentos para os títulos atrelados às taxas de juros. Agora, o cenário é outro. Aqueles que buscam rentabilidade maior e, principalmente, segurança, encontram no mercado de Real Estate uma excelente alternativa. E, graças à valorização imobiliária, aqueles que antes eram apenas proprietários de terrenos perceberam a oportunidade e começaram a desenvolver projetos em suas áreas. O brasileiro, durante muito tempo, se acostumou aos altos rendimentos do mercado financeiro. Com a nova realidade das taxas de remuneração sobre capital, o investimento imobiliário emergiu como a principal alternativa à poupança. Costumamos dizer que Curitiba é o bairro mais viável de São Paulo” Novo momento imobiliário 06 informação de valor Informação – E a vantagem dessa mudança? Schulman – Essa diversificação assegura uma rentabilidade muito mais atrativa do que a poupança, com segurança. A vantagem do mercado corporativo é que o seu cliente será uma grande empresa e isso diminui consideravelmente o risco de inadimplência. Informação – O que conta na hora de investir no mercado corporativo? Schulman – A palavra é rentabilidade. Na hora de desenvolver um projeto, deve-se definir uma taxa mínima de atratividade (TMA), que estará atrelada à taxa de juros. Assim, soma-se o valor do terreno com o custo da obra, e imputa-se um aluguel sobre a área privativa. Esse valor tem que, no mínimo, igualar a sua TMA. O mesmo vale para compra de terrenos, pois seu valor é reflexo do que pode ser feito nele. Importante, então, atentar-se ao zoneamento que o terreno está inserido, bem como à sinergia da microrregião e uma eventual valorização futura. Importante buscar assessoria de profissionais habilitados antes de investir. Informação – Qual a tendência para os espaços empresariais nos próximos anos? Schulman – As grandes empresas estão buscando maior sinergia entre seu staf f. Por isso, a tendência de opção por grandes lajes em edifícios que também atendam a demandas de segurança, tecnologia, equipamentos e responsabilidade ambiental. Informação – A sua empresa se destaca no setor imobiliário corporativo. Como foi o surgimento desse trabalho e como se desenvolveu ao longo de sua trajetória? Schulman – Os primórdios da empresa datam de 1988. Lá, juntamente com dois outros sócios que não estão mais presentes, a Top Imóveis atuava como construtora. Foram desenvolvidos dois prédios na época, o edifício Alfredo Andersen e o Morada dos Cedros, ambos residenciais de grande porte. Conforme meu contato com o mercado imobiliário aumentava, percebi que o nicho de imóveis corporativos era pouco explorado em Curitiba. Desse modo, deixamos de construir para atuarmos, em especial, no mercado imobiliário corporativo, empresarial. Informação – Qual o atual cenário do setor corporativo em Curitiba e região metropolitana? Schulman – O setor corporativo vem crescendo de forma importante em Curitiba e região metropolitana e os novos empreendimentos são de ótima qualidade. O desenvolvimento desse setor está diretamente ligado ao crescimento da economia e à capacidade de nossa cidade em atrair novas empresas. Informação – Ainda há espaço para crescimento nessas regiões? Schulman – Com certeza. Curitiba e região possuem uma posição geográfica muito estratégica. A cidade está próxima a portos e no entroncamento rodoviário que é a porta de entrada para o Sul do país, além de ser próxima a São Paulo. Como os custos de implantação e deslocamento são muito maiores em São Paulo, a nossa cidade emerge como uma opção mais barata às empresas que desejam se instalar no Brasil. Costumamos dizer que Curitiba é o bairro mais viável de São Paulo. informação de valor 07 Logística Imóveis corporativos trazem crescimento Municípios que formam regiões metropolitanas concentram galpões logísticos de grandes redes A Por Ester Athanásio necessidade de armazenamento e distribuição próximos a centros de consumo tem impulsionado o desenvolvimento de polos logísticos nas regiões metropolitanas brasileiras. As capitais, inchadas, já não comportam a estrutura necessária para estoque de grandes redes varejistas. Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral, os maiores custos logísticos no país estão relacionados ao transporte de longa distância (38%), curta distância (16%) e armazenagem (18%). A pesquisa avaliou as despesas com logística em relação à receita de 126 empresas brasileiras em 2012. Em alguns setores, como o de bens de consumo, os custos operacionais afetam diretamente o preço final dos produtos. Diante desse cenário, a locação de armazéns aparece como vantagem às grandes redes. A terceirização traz economia e aumenta a eficiência, já que as empresas se mantêm capitalizadas para investir na essência do seu negócio, sem a preocupação com a conservação do galpão. Além disso, dividem despesas com outras empresas que ocupam o condomínio. Já as cidades periféricas que sediam os empreendimentos são beneficiadas com geração de empregos e injeção de recursos. Um exemplo notório desse processo está em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O número de empresas instaladas no município dobrou nos últimos cinco anos. Desde 2009, a administração pública local concentra esforços para atrair negócios dando destaque ao que a cidade tem de melhor: a localização estratégica. De lá para cá, o número de empresas saltou de 4.150 para 8.800. A jovem cidade de 22 anos já contabiliza a 12ª maior arrecadação do estado, sendo a segunda da RMC com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ficando atrás apenas da capital. A Havan está entre as empresas que integram o condomínio logístico informação de valor 09 Os 117 mil habitantes também comemoram o título de PIB per capita que mais cresceu no Paraná entre 2009 e 2010 (R$ 38 mil), com alta de 89%, superando a média do estado (R$ 20,9 mil) e do país (R$ 19,8 mil). A DCL Real Estate aposta no crescimento econômico de Pinhais, investindo, desde 1998, em empreendimentos logísticos. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José Zeitel, a empresa acrescenta atrativos à região. “A DCL sempre foi referência. Não apenas pela qualidade dos investimentos que apresenta, mas, sobretudo, pelo perfil das empresas que esses empreendimentos aproximam. São marcas consolidadas que vêm pela localização fantástica dos imóveis da DCL e pelo padrão de serviços oferecidos”. A presença da corporação em Pinhais traz benefícios evidentes, como arrecadação tributária e empregabilidade. Estima-se que, na construção do Armazém 5 e do prédio ocupado pela ALL/Tezza, a DCL tenha gerado 2.400 empregos diretos e indiretos por mês e, segundo a Secretaria de Finanças, as empresas instaladas nos empreendimentos da DCL “estão entre as mais importantes quanto ao recolhimento de ISS e ICMS”. Para Zeitel, essas instalações trazem novas demandas de investimentos à cidade. “Com a chegada de executivos, Pinhais está em fase de construção de mais dois condomínios de luxo. Ou seja, forma-se um ciclo, com mais investimentos, mais crescimento e mais oportunidades de negócios”. Segundo o secretário, esse fluxo promissor deve durar em média seis anos, com taxa de crescimento de 10% ano, “contrariando as perspectivas nacionais”. Estratégico Localizada a menos de dez quilômetros do centro de Curitiba, Pinhais é considerado um ponto estratégico para os negócios. Além da proximidade em relação à capital paranaense, possui fácil acesso logístico às principais rodovias do Paraná. As operações instaladas em Pinhais também têm facilidade no deslocamento até o Aeroporto Afonso Pena (16 km) e aos portos de Paranaguá (93 km) e Antonina (83 km), no Paraná; e de São Francisco do Sul (186 km) e Itajaí (200 km), no estado vizinho, Santa Catarina. De acordo com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), por razões geográficas, todo o eixo nordeste da RMC (Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e Campina Grande do Sul) tem propensão a desenvolver e abrigar projetos logísticos. Isso porque o terreno dessa região apresenta topografia íngreme, com percentual de inclinação maior, e mananciais que devem ser conservados. Para evitar os prejuízos ambientais, recomenda-se que a região desenvolva-se 10 informação de valor com menor incidência de moradias, já que a densidade demográfica compromete os mananciais. Assim, o setor logístico aparece como alternativa de renda e arrecadação tributária a uma região que possui limitações populacionais. “A ocupação com grandes complexos logísticos vem preencher a lacuna da geração de empregos e da arrecadação sem prejuízo ambiental. Essa é a vocação que identificamos para a região”, explica Sandro Setim, diretor-técnico da Comec. Em contrapartida, a face sul da RMC (Campo Largo, Araucária, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais) tem potencial para receber atividades industriais aliadas ao crescimento populacional. “A Comec orienta o crescimento, mas é claro que há uma dinâmica natural, e o mercado se regula de forma independente”, afirma Setim. Incentivos fiscais Outro atrativo aos investidores são os incentivos fiscais. Em Pinhais, a alíquota média é de 2%, vantajosa em comparação à de Curitiba, cujo porcentual mínimo é de 5%. A cidade também é mais atrativa que outras localidades da RMC, como São José dos Pinhais e Araucária. As companhias que oferecem compensações sustentáveis obtêm ainda mais reduções tributárias por meio do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico, o Proindesp, criado em 2009. O projeto concede às iniciativas “verdes”, isto é, não poluentes, redução de IPTU, ISS, ITBI, taxas municipais, contribuição de melhoria e, inclusive, dilação de prazo de recolhimento dos tributos municipais. Para Paola Noguchi, Pinhais não apresenta comportamento periférico como algumas cidades da região metropolitana Pinhais em números Modernidade a serviço da eficiência e da sustentabilidade Os galpões da DCL priorizam o ganho de eficiência por meio de equipamentos modernos e seguros. O Armazém 5, por exemplo, possui sprinklers (mecanismo de prevenção contra incêndios), que reduzem até 20% no custo do seguro e garantem a segurança do produto. O pé direito da construção chega a 12,5 m., acima da média do mercado e com mezanino para área administrativa. Há ainda o benefício de portaria 24h blindada com controle de acesso, niveladora automática de docas, piso com resistência de seis ton/m² e ampla área de manobra. O armazém também é equipado com itens sustentáveis, que trazem economia e produtividade às operações logísticas e respeitam os recursos naturais. Uma instalação importante é a iluminação zenital, um tipo de abertura que aproveita a luz natural por meio de domos de telhas translúcidas. O condomínio logístico possui ainda sistema de reuso de água. A água da chuva é captada pelo telhado e destinada a uma caixa d’água específica. Essa mesma água pode ser usada para limpeza do pátio, reduzindo custos e reaproveitando o recurso natural. 117 mil habitantes; 38 mil reais de PIB per capita; 22 anos de emancipação; 12ª maior arrecadação do Paraná; 2º maior IDH da RMC. Características do Business Park Jardim Pedro Demeterco 150 mil m² de área total; 72 mil m² de área bruta locável; 11,5 mil m² de condomínio logístico (Armazém 5). Business Park Marcas reconhecidas como Havan, Foxlux, Daju, Walmart, ALL e Maxxi integram o Business Park que compõe cerca de 72 mil m² de área bruta locável e 150 mil m² de área total. Reiterlog e Adega Brasil têm previsão para ocupar o condomínio no segundo semestre de 2014, sendo que a Adega Brasil também instalará um atacarejo (com centro de distribuição e loja). Os empreendimentos da DCL em Pinhais estão localizados na principal avenida da cidade, a poucos metros de Curitiba. Segundo Paola Noguchi, diretora-geral da corporação, a localização geográfica é privilegiada. “Pinhais é uma cidade da RMC com comportamento diferenciado. É um município fora de Curitiba, porém, muito próximo, e que não apresenta comportamento periférico como algumas cidades da região metropolitana”. O Business Park Jardim Pedro Demeterco, criado pela DCL, reúne construções nos moldes built to suilt (sob medida) e modulares. O empreendimento de 11.500 m² recebeu investimento de mais de R$ 16 milhões e está 100% locado. Ele é projetado para ser referência em obra de grande porte, envolvendo, além do complexo logístico, um prédio comercial e lojas de varejo, ou seja, o que há de mais completo no setor. informação de valor 11 Sob medida Necessidade atendida Muito presente no exterior e bem aceita no Brasil, modalidade de locação satisfaz investidor e reduz custos de cliente Por Luis Fernando Duarte O ótimo negócio é aquele que atende as necessidades de todas as partes. As questões não ficam limitadas a localização e infraestrutura, mas também a preço e ao retorno financeiro. Com esta análise, pode-se dizer que o built to suit (BTS) — construindo para servir, em tradução livre — é a modalidade ideal para o investidor e o locatário. Empresário da DCL Real Estate, Rodrigo Demeterco explica que a grande vantagem do BTS para o cliente é a flexibilidade proporcionada ao negócio, por ser um produto que garante o que o locatário precisa, sob medida. “O BTS está tendo muita procura no Brasil e, nos últimos dez anos, vem crescendo bastante”. Demeterco lembra que esse é um sistema trazido pelas empresas estrangeiras presentes no Brasil e que está dando certo. “É uma tendência vinda de países desenvolvidos e que conseguiu se estabelecer muito bem aqui”. Construção A vantagem para o locatário se dá com o contrato do aluguel sendo assinado para longo prazo em regiões que, para o cliente, sejam consideradas privilegiadas na cidade. Na construção do empreendimento, outro benefício está na confecção da “cara” da obra, ou seja, a estrutura é construída em conjunto com quem irá locar. É o caso das lojas da rede de departamentos Havan, que já possui prédio idealizado, pré-estruturado, e repassa o projeto ao investidor, criando um bom grau de confiança entre as partes, pois o processo é acompanhado da prancheta à chave. Além disso, em termos financeiros, o BTS permite que a empresa invista o recurso no seu mercado principal. “O built to suit ajuda a capitalizar o cliente, preservando a liquidez do negócio, já que ele não teve um desembolso pesado no ativo”, explica Rodrigo. Na medida certa Criado em 1997, o grupo brasileiro Foxlux optou por construir uma unidade pelo BTS. “Sempre primamos em prestar o melhor serviço aos nossos clientes e, em 2011, após o grande crescimento da empresa, era necessário ter um espaço amplo e de acordo com as necessidades do grupo na época. Como espaço BTS desponta como formato ideal para a construção de unidades eficientes que previsse o crescimento dos próximos anos, encontramos a modalidade BTS”, conta o diretor-geral da Foxlux, Paulo Ribeiro. Essa decisão se fez, principalmente, por não precisar de investimento em imóveis, portanto, permite deixar esse valor para capital de giro e outros recursos da empresa, além de não se preocupar com detalhes em relação à construção. “Hoje, temos um espaço pronto para o atual momento da empresa, assim como para o crescimento de médio prazo“. temos um espaço pronto para o atual momento da empresa, assim como para o crescimento de médio prazo“ Paulo Ribeiro, diretor-geral da Foxlux informação de valor 13 Atacarejo Varejo: ciclos de transformação Novos consumidores na mira O Por Ester Athanásio s atacarejos, lojas mistas que combinam atacado e varejo, estão se multiplicando e ganhando mais espaço nas vendas. Segmento que teve maior crescimento real em 2013 (15,6%) é também o que mais avançou na construção de novas lojas, com aumento de 12%, contra 1,5% dos hipermercados e 0,4% dos supermercados, de acordo com o 43º Ranking de SM. Formato recente de loja do varejo alimentício, o atacarejo ou Cash & Carry atende duas frentes de negócios: o comerciante e o consumidor final, oferecendo variedade de produtos a preços mais atrativos, já que trabalha com baixo custo operacional e lojas mais simples. É a venda no varejo com preço do atacado. Com essa política (quanto maior a quantidade, menor o preço), o formato também lidera o volume de vendas por m² (R$ 27 mil). A média do Brasil é R$ 21 mil. O setor, ainda em formação, é a grande aposta dos varejistas para os próximos anos. O Assaí Atacadista, braço do Grupo Pão de Açúcar, atua no setor desde a década de 70, mas a maior parte das lojas foi inaugurada após 2007, quando foi adquirido pelo GPA. De lá para cá, o número de lojas saltou de 14 para 80. Em 2013, o faturamento cresceu 34,1%, alcançando a marca de R$ 6,8 bilhões. A expansão também se refletiu no número de lojas espalhadas pelo Brasil. Só no ano passado, 14 novas lojas passaram a integrar a rede que está presente em quatro regiões do país e em 13 estados. Neste ano, outras 14 lojas devem ser abertas até dezembro, com foco nas regiões Norte e Nordeste. 14 informação de valor Formato de vendas baseado em baixos custos operacionais e preços mais acessíveis ganha espaço e conquista cliente final; objetivo é avançar nos super e hipermercados Disputada classe C O segmento vem crescendo de forma acelerada nos últimos dez anos no Brasil, sobretudo no varejo alimentício. O baixo custo operacional repassado ao cliente tem impulsionado esse avanço, principalmente na classe C, que adquiriu poder de compra nos últimos anos. Esse consumidor de classe média baixa encontrou no atacado de autosserviço uma alternativa para driblar a inflação e não perder acesso aos produtos. O percentual de lares que compraram no atacarejo saiu de 19% em 2012 para 21% no ano passado, segundo pesquisa da Nielsen. Fim do século XIX: EUA inauguram o modelo de autosserviço, em que os clientes têm livre acesso aos produtos. Surgem os carrinhos de compra. O sistema facilita as operações de desconto, já que o consumidor não depende das indicações do vendedor; Década de 1950: São inaugurados no Brasil os primeiros supermercados. Em Curitiba, o Grupo Mercadorama figurava entre os principais varejistas da região; 1964: O conceito de Cash & Carry nasce na Alemanha, quando o professor Otto Beisheim abre o primeiro estabelecimento nesse formato; 1972: Atacarejo chega ao Brasil com a rede Makro; Década de 1980: Atacarejo alcança ápice de seu desenvolvimento nos EUA, pela rede Sam’s Club, que deu origem ao formato atual; Tendência perene: Para os estudiosos de economia, os formatos de compra apresentam estágios de crescimento e declínio (ciclo de vida do varejo). Um formato de loja surge, desfruta do período de crescimento acelerado, atinge a maturidade e declina. Os formatos antigos demoraram a maturar. Os atuais maturam cedo. De acordo com o estudo “Atacarejo: tendência que veio para ficar ou mero modismo?”, o formato de vendas veio para ficar. Além de crescer numa velocidade maior do que o varejo e o atacado, o atacarejo passa por um processo de interiorização gerado pela alta do preço dos terrenos nas grandes cidades. No Grupo Pão de Açúcar, essa tendência é nítida, já que a maior parte das bandeiras Assaí está no interior dos estados. A marca vende para pequeno e médio comerciante, transformadores (donos de lanchonetes, restaurantes, pizzarias e quiosques), revendedores e utilizadores (igrejas, escolas, quarteis, por exemplo) até o cliente final, que busca economia nas compras de grandes volumes. A proposta da rede é ser o estoque da pequena empresa, um local em que o cliente empreendedor possa fazer a reposição diária de suas vendas sem a necessidade de compras para longos períodos e estoques. Segundo o GPA, o segredo da expansão está na reestruturação da rede realizada entre 2011 e 2012, cujo foco foi desenvolver um modelo de negócio ainda mais voltado ao seu público-alvo. Embora o formato seja predominante no varejo alimentício, outros setores já estudam sua adesão. A Adega Brasil, há 20 anos no ramo de bebidas, construiu a primeira loja Cash & Carry há três anos. “Como já era uma tendência no ramo alimentício, fizemos uma experiência numa primeira loja e deu certo. Pelo fato de o consumidor final comprar direto na loja, reduzimos custos com intermediários, como vendedor de rua e entregador”, conta Waldomiro Fávero Netto, proprietário da Adega Brasil. A estratégia no ramo de bebidas é a mesma. “A margem de lucro é menor, porém, ganha-se no volume de vendas em grande escala. O consumidor final também sai em vantagem, pois acaba pagando o mesmo valor que o comerciante”, explica. O primeiro atacarejo da Adega Brasil foi instalado no centro da capital paranaense: 60% dos clientes são pequenos comerciantes e 40%, consumidores finais. Até o fim de 2014, a marca vai inaugurar uma nova loja em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com mais 3,5 mil m² de área bruta locável, construídos pela DCL Real Estate no formato built to suilt (construção sob medida). O objetivo do novo endereço é atender comerciantes e consumidores da região. Sofisticação Uma das características do atacarejo em seu formato original são as lojas mais simples, sem preocupação com acabamentos aprimorados. Porém, o crescimento das vendas de varejo estimulou as marcas a adequar o padrão, buscando um ambiente mais requintado. O Assaí investe em um processo de sofisticação, com pé direito (do pavimento ao teto) mais alto e piso de qualidade. A tendência é evoluir na prestação de serviços, sem a pretensão de se igualar aos supermercados, já que o padrão de acabamento oneraria a operação e os custos seriam repassados aos consumidores finais. A Adega criou ambientes adequados a cada perfil. “Procuramos não perder a característica do atacarejo, porém, dentro da unidade, montamos uma adega climatizada, com rótulos diferenciados para o consumidor final”, afirma Waldomiro. “É um incremento dentro do atacarejo”. Além das bebidas, a loja de Pinhais contará com mais um diferencial para atrair clientes do varejo: um setor de frios e carnes – seção churrasco. “Estamos apostando que nossos clientes querem adquirir o acompanhamento”, completa. Com o atacarejo reduz-se custos com intermediários” Waldomiro Netto, Proprietário da Adega Brasil informação de valor 15 100 anos Capa de forte expansão DCL Real Estate profissionaliza mercado imobiliário com a mescla de tradição e modernidade, avançando os investimentos para os estados de São Paulo e Santa Catarina 16 informação de valor Filipe, Roberto, Rui e Rodrigo (esquerda para direita): duas gerações de trabalho e empreendedorismo R eal Estate não é para amadores. Trata-se de administrar imóveis de grandes proporções para acolher grupos empresariais que dominam seus setores e as regiões onde se instalam. Exige requintes de logística, grandes investimentos, terrenos de localização estratégica e uma prestação de serviços com alto nível de especialização – inclusive, conhecimento sobre o mercado e uma visão afiada da economia no país e no mundo. Hoje, no Brasil, somente a DCL Real Estate pode oferecer a tranquilidade de um século de know-how, característica única da empresa totalmente identificada com alto padrão de qualidade e competência no Paraná, onde dominou, por mais de oito décadas, o setor de varejo, e na qual se baseia para expandir os negócios em Santa Catarina (especialmente em regiões vizinhas aos portos, como Itajaí) e São Paulo. Somente em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a DCL administra o Business Park de 72 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e 150 mil m² de área total. Este complexo imobiliário mescla varejo, prédio comercial e complexo logístico. A empresa foca no produto bem pensado e eficiente. Uma das características é a vacância zero nos imóveis, ocupados por marcas como Havan, Foxlux, Daju, Walmart, ALL e Maxxi. A DCL apoia-se ainda num aparente paradoxo: o da tradição em pioneirismo. Sua origem – num armazém de secos e molhados que se tornaria a Rede Mercadorama, vendida em 1998 (veja linha do tempo) – já trazia em si mesma a vocação para o mercado imobiliário. Pedro Demeterco, fundador da empresa, viu os filhos crescerem naquele armazém da Praça Tiradentes, no centro de Curitiba (PR), semente da rede que logo dominaria o varejo em todo o Estado. “Do ponto de vista pessoal, foi difícil mudar para o Real Estate porque me criei no varejo”, definiu Rui Luis Demeterco, um dos netos de Pedro. No entanto, observando o trabalho das gerações seguintes, se tranquiliza. “Tudo seguiu normalmente, pois os filhos já estavam crescidos e ajudaram a assumir”. Empresário da DCL, Roberto Demeterco viu com tranquilidade a guinada nos negócios. “Sabíamos escolher ponto de venda e sempre gostamos desse setor”. Seu irmão Rui Luis confirma que a transição “não foi traumática” e o negócio seguiu normalmente. “A DCL tem profissionais capazes e foi muito bem estruturada a venda. Isso facilitou a transição”. “O que é mais importante para a criação de um supermercado? Em primeiro lugar, o ponto. Em segundo lugar, o ponto. Em terceiro lugar, o ponto. Conhecer o ponto é essencial para a empresa grande ou pequena. É o que determina o sucesso da loja. O segmento de imóveis é importante e é feito por profissionais que pesquisam muito”, conclui Roberto. informação de valor 17 Áreas de atuação DCL em números Mudanças pós-Mercadorama 100 anos de existência; 46 ativos administrados; 234 mil m² de área bruta locável; 164 contratos comerciais; 3,9 mil vagas de estacionamento. VAREJO Redes | Lojas | Galerias OFFICES E CORPORATE Escritórios | Imóveis Corporativos LOGÍSTICA Galpões | Condomínios Logísticos SHOPPING CENTERS 1998 - Venda da operação de varejo a um grupo português; 1999 - Construção da loja Mercadorama Xaxim (atual BIG), com área total construída de 14,1 mil m²; 1999 - Construção do Centro de Distribuição Paraná para o grupo português, com área construída de 26,2 mil m²; 2001 - Ampliação do Centro de Distribuição Paraná em 12,1 mil m²; 2003 - Ampliação do Shopping Cidade (em Maringá) em 9 mil m², totalizando 220 lojas; 2005 - Construção de empreendimento em Itajaí (SC), com área de mais de 6 mil m²; 2009 - BTS Maxxi 2010 - BTS Foxlux 2011 - BTS Havan 2013 - BTS CSC ALL/ Tezza e construção do Business Park em Pinhais (PR). linha do tempo Armazém Demeterco Praça Tiradentes Mercadorama Juvevê Mercadorama Rua XV Venda da Operação de Varejo a um grupo português 1992 BIG Maringá marco zero 1972 Mercadorama Praça Osório 1994 Mercadorama Seminário 18 informação de valor 1966 Mercadorama Comendador Araújo 1970 Mercadorama Praça Tiradentes 1978 Mercadorama Silva jardim 1988 1983 Mercadorama Bigorrilho 2003 2009 Big Xaxim Mercadorama Jardim das Américas 2010 Built to Suit Fox Lux 1999 1984 1953 Built to Suit Corporate CSC ALL/Tezza Expansão Shopping Cidade BIG Portão Edifício Pedro Demeterco Compra das Operações de Varejo pelo Walmart 1998 1980 1967 Secos e Molhados 2013 2005 1914 1999 1995 BIG Boa Vista Centro de Distribuição Walmart Built to Suit Maxxi 2005 2011 Built to Suit Havan Built to Suit Corporate Seara/JBS informação de valor 2013 Business Park Pinhais 19 Visão e pioneirismo A mesma visão empreendedora que levou os irmãos a viajar para o exterior para conhecer o sistema de leitura de código de barras, a qual a Rede Mercadorama foi a primeira a instalar no sul do Brasil, também se revelava no feeling para adquirir bons imóveis que hoje são algumas das estrelas do portfólio da DCL. “Construímos muitos imóveis nos 84 anos no setor, mantendo na DCL este patrimônio”, explica Rodrigo Demeterco, empresário da quarta geração de empreendedores. “Curitiba se multiplicou. Quando eu era guri, a Praça Espanha era um banhado”, lembra Roberto, sobre uma área nobre e central da capital curitibana. “Quando compramos uma área no Tatuquara, o negócio era feito em alqueire, hoje é em metro quadrado”, completa, tratando, agora, de uma região distante e, atualmente, tomada por indústrias. O marco para esse “boom” demográfico foi o ano de 1975, após uma geada liquidar os cafezais, quando parte da população do norte do Paraná chegou a Curitiba. A cidade cresceu muito, ocupando áreas antes consideradas rurais. “Em Curitiba, grandes terrenos estão se transformando em grandes lojas. Aqui não deixa nada a desejar a São Paulo, por exemplo”, afirma Roberto. O argumento é reforçado por Filipe Demeterco: “o viés imobiliário sempre esteve na veia da família”. O grupo optava por ter os próprios imóveis, fazendo investimento em pontos de grandes áreas. A de Pinhais (PR), onde está sendo construído o Business Park de quase 12 mil metros quadrados, é um exemplo. Além disso, a busca pelos melhores profissionais do mercado permeia a história da DCL. Paola Noguchi, executiva oriunda 20 informação de valor o business do mundo imobiliário tende a crescer de forma mais profissional” Rodrigo Demeterco Filipe Demeterco Rodrigo Demeterco Expectativa enquanto o emprego estiver sendo gerado e a inflação controlada, o varejo ficará aquecido” Filipe Demeterco do setor de shopping center, chegou para modernizar a gestão da empresa. “Trabalhamos com profissionais qualificados, com experiência no mercado e excelente formação”, reforça. Até o fim da próxima década, o objetivo é duplicar sua área bruta locável, de 235 mil para 470 mil metros quadrados, entre projetos de varejo, logística e outros segmentos estratégicos. Para a implementação dos projetos, a DCL tem as áreas de desenvolvimento, execução e gestão de ativos com uma equipe técnica dividida em 3 áreas: de Propriedade/ Comercial, Financeira/ Administrativa e Engenharia. Rodrigo Demeterco destaca que o mercado de Real Estate é um negócio promissor e que necessita de especialistas. “O business do mundo imobiliário tende a crescer de forma mais profissional”. É fato que o Real Estate está amadurecendo. O setor já está na grade de vários cursos, principalmente os rápidos, para melhor formação, e a tendência é que esse mercado se fragmente, estabelecendo nichos de imóveis para atuação dos profissionais. “Os primeiros shoppings no Brasil, por exemplo, têm 45 anos, mas só nos últimos dez anos que veio a explosão, com a abertura de capitais”, afirma Filipe, que destaca o emprego e a inflação como dois pontos fortes para o crescimento ou a manutenção do mercado. “Enquanto o primeiro estiver acontecendo e o segundo controlado, o varejo ficará aquecido e puxará investimento imobiliário de forma natural”. “Faremos da próxima década uma retrospectiva das primeiras décadas da DCL, de forte expansão, crescimento e domínio do mercado”, conclui a diretora-geral Paola Noguchi. informação de valor 21 Ponto de vista Expansões varejistas e os imóveis comerciais Por Marcos Hirai O mercado de imóveis comerciais está intimamente ligado ao ritmo de expansão das redes varejistas e, consequentemente, do consumo. O consumo e os empregos ainda apresentam crescimento, que segue em ritmo menor em comparação aos últimos anos, mas ainda é forte o suficiente para superar o PIB. É certo que o varejo, atualmente, protagoniza a força da economia brasileira, além de já ser o maior empregador do país. Mas há outros fatos que fortalecem nossa premissa de que a em cheque. Num momento com ambiente político conturbado, expansão varejista tem se mostrado pujante e forte como poucos pós- Copa do Mundo e eleições presidenciais num quadro de mercados da nossa economia. indefinições, o clima de cautela tomou conta da economia, da poO Brasil ganhou 87 shoppings nos últimos três anos e há previsão pulação, dos consumidores e, consequentemente, dos varejistas. de mais 120 novos empreendimentos para o próximo triênio. O ritmo Mas um plano de expansão deve ser afetado diante dos primeié espantoso. O Brasil, atualmente, é o país do mundo com o maior ros resultados de queda das vendas? Expandir uma empresa não número de shoppings em planejamento e construção. Nem a China, deve ser projeto de médio e grande prazo? a Índia, os EUA e a Rússia nos alcançam. Nesse ponto, um fato que notamos diferir Além da profusão de novos shoppings, as empresas estrangeiras das nacionais é o Brasil também deteve, no ano passado, o que as de fora, claramente, têm uma visão título de país com o maior número de estreias muito forte a respeito do nosso mercado de redes varejistas no mundo. Nos últimos interno. Em vários segmentos, o país figura meses, foram anunciadas as entradas de entre os maiores mercados para multina45 redes internacionais de varejo. Gigantes Além da profusão cionais, numa demonstração do crescente como GAP, Apple, PF Chang´s, Cheesecake de novos shoppings, poder de compra dos consumidores. Apesar Factory, H&M, Forever 21, Cotton On, Daide sermos a 7ª maior economia do mundo, so e Desigual, entre outras, já abriram suas o Brasil também deteve, para muitas empresas globais, a subsidiária lojas ou estão em vias de abri-las. Trata-se no ano passado, o título brasileira figura entre as três maiores no de um time respeitado de varejistas, conside país com o maior ranking de vendas (e lucros). derando sua representatividade no cenário número de estreias de Por conta desses indicadores, vendas mundial. Estima-se a abertura de 400 lojas ruins de um ano ruim não afetam diretamente de todos os portes e formatos. redes varejistas no mundo” os planos de expansão de quem se estabeMas os varejistas brasileiros também lece no país e tem planos de longo prazo. Os não estão parados. Nove em cada dez indicadores apontam que, apesar dos percalços, teremos um cresestão com projetos expansionistas em curso. Certamente, com cimento da renda per capita brasileira de cerca de 3% ao ano nos mais cautela e mais exigentes em relação à localização do ponto próximos dez anos, com forte participação das classes de renda mais comercial e aos custos de ocupação. baixa, que vão sustentar em grande parte esse crescimento. Quem lida com o varejo sabe que, ao menor sinal de desacePor tudo isso, com oportunidades e desafios à frente, faz leração das vendas, o plano de expansão sempre é logo colocado sentido considerar que manter o plano de expansão pode significar aumento ou diminuição de participação de mercado de um país em plena ebulição dos seus hábitos de consumo e com muitos novos elementos que afetarão o panorama do mercado varejista nos próximos anos. Marcos Hirai é sócio-diretor da BG&H Retail Real Estate ([email protected]) 22 informação de valor
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