Jornal da APICCAPS

Transcrição

Jornal da APICCAPS
Frederico Martins
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES E ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS # Nº 173 # JANEIRO 2011
exportaçÕeS
de calçado
Este suplemento faz parte integrante deste jornal
dão um Salto
As exportações de calçado evoluíram de forma muito
significativa no segundo semestre de 2010. Na segunda
metade do ano, segundo dados do Gabinete de Estudos da
APICCAPS, há a reportar um crescimento de 7,4%.
The
shoes
must
go on.
Suplemento
Especial
avaliação do projecto
de promoção externa do
sector do calçado
jornal APICCAPS
Em resultado, Portugal terá exportado, em 2010, mais de
90% da sua produção, no valor 1260 milhões de euros.
Também o preço médio terá crescido como nunca (mais
de 11%) situando-se agora muito próximo dos 23 euros (o
valor mais elevado de sempre).
Para o Primeiro-Ministro, José Sócrates, “a indústria
de calçado ascendeu na cadeia de valor e tem hoje uma
afirmação internacional que é motivo de orgulho”.
Nº 173 # JANEIRO 2011
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© U.P.images (fotolia.com)
O que eles pensam de nós
O que pensa a elite política portuguesa, os nossos líderes de opinião, e mesmo a opinião pública em geral, da indústria portuguesa de calçado? Como analisam a sua trajectória de crescimento?
Nesta edição do Jornal da APICCAPS revelamos-lhe a opinião dos nossos notáveis
Foto: Manuel Correia (CTCP)
O Primeiro-Ministro elogiou o sector do calçado, no decorrer da visita à Zarco
Sócrates reitera aposta no sector do calçado
O Primeiro-Ministro não tem dúvidas:
-Ministro recordou que, ao longo
apenas nos sectores modernos.
Já Fernando Medina realçou “a
o sector de calçado é um motivo de
deste último ano (2010), “o sector
Michael Porter defendia, já nessa
grande transformação empresarial
orgulho e um exemplo para o país.
do calçado recuperou em termos de
altura, que esse seria um erro, pois
do sector do calçado em Portugal,
José Sócrates, de visita à Zarco “num
afirmação externa, continuou a cres-
Portugal deveria apostar nos sectores
que apostou na produção de produtos
acto de justiça a um sector de grande
cer nas exportações e é hoje um dos
em que tem tradição, cultura e um
importância para a economia portu-
sectores mais importantes da econo-
conhecimento que mais ninguém tem
de alta qualidade e extremamente
guesa”, defendeu que “a indústria
mia portuguesa”, registo que espera
no mundo”. Para o Primeiro-Ministro
de calçado subiu na cadeia de valor,
possa ser mantido em 2011.
“às vezes é preciso vir alguém de fora
tem hoje uma afirmação internacional
para nos indicar um ângulo ou uma
competitivos a nível mundial”. Para
o Secretário de Estado Adjunto, da
Indústria e da Inovação “o sector
de calçado apostou no tempo certo
que é motivo de orgulho e que é uma
José Sócrates recordou, ainda, o rela-
perspectiva que ninguém em Portugal
honra que, cada vez mais, se vejam
tório de Michael Porter, professor da
nos tinha indicado”, sublinhou.
marcas portuguesas nos sapatos”.
Harvard Business School e a aposta
“Ter uma marca portuguesa num par
nos sectores tradicionais da indústria
Na óptica do Chefe do Governo, as
de sapatos é hoje um factor de distin-
nacional. “Todos os economistas
exportações serão de capital im-
ção”, sublinhou.
portugueses defendiam que o grande
portância em 2011 para a economia
ainda “o papel raro e verdadeira-
problema da nossa economia estava
portuguesa, pelo que “o Governo
mente exemplar da APICCAPS e um
Considerando que as exportações
em estar excessivamente concentrada
estará ao lado das empresas e dos
trabalho muito meritório do Centro
são decisivas no contexto actual da
na indústria e nos sectores tradicio-
empresários na aposta nos mercados
Tecnológico e do Centro de Formação
economia portuguesa, o Primeiro-
nais, pelo que deveríamos apostar
externos”.
Profissional”.
na exportação em alto valor acrescentado”, tratando-se de “um sector
tradicional na melhor definição da
palavra”. Fernando Medina enalteceu
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Cavaco Silva
O Presidente da República, Cavaco Silva, destacou o desempenho “que o sector de calçado vai revelando no plano internacional, onde se tem afirmado como um dos principais exportadores europeus e que tem vindo a conquistar quota de mercado aos
seus concorrentes”.
China e Vietname sob
«vigilância apertada»
© Gorgsenegger (fotolia.com)
A Confederação Europeia da Indústria do
Calçado (CEC) decidiu, após várias reuniões com a Comissão Europeia, não prosseguir com o processo de revisão do prazo de
vigência dos direitos anti-dumping aplicáveis às importações de calçado de couro da
China e do Vietname, que termina em 31 de
Março próximo. O calçado chinês e vietnamita permanece, porém, sob «vigilância
apertada».
Segundo o Administrador-Delegado da
Confederação Europeia, Roeland Smets,
“foram obtidas fortes garantias por parte da
Comissão Europeia de que o comércio justo
será respeitado, através de uma cuidada
monitorização das importações”. No entretanto, se existirem, de novo, sinais claros
de concorrência desleal que penalizem a
indústria europeia, as entidades europeias
agirão de imediato. Em cima da mesa, para
além de situações de distorção da concorrência, estão outras práticas desleais,
como as limitações de acesso ao mercado
ou o respeito dos direitos de propriedade
intelectual.
Para os produtores europeus, as regras do
comércio mundial devem ser respeitadas
– razão pela qual as medidas antidumping
introduzidas “foram justas e necessárias,
de modo a permitir equilibrar o comércio a
nível mundial – devendo agora as autoridades chinesas e vietnamitas garantir um
comércio justo e equilibrado.
Governo brasileiro atento
Particularmente atento às importações
Para o Ministro do Desenvolvimento
as taxas antidumping implementadas
de exportar para o Brasil calçado
de calçado proveniente da China está o
do Brasil, Fernando Pimentel, há
em Setembro de 2009 pelo Governo
através da Malásia, do Vietname,
Governo Brasileiro. Em cima da mesa
sinais de que o calçado chinês é
de Brasília.
da Indonésia e até do Paraguai. O
está, mesmo, uma mega-investigação
exportado para o Brasil oriundo de
para apurar se os exportadores chine-
um terceiro pais, através de docu-
No essencial, as empresas brasi-
calçado, muito em especial o despor-
ses estão a distorcer a concorrência.
mentação falsa, de modo a contornar
leiras acusam a indústria chinesa
tivo.
processo engloba todos os tipos de
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José Sócrates
“Tenho seguido com particular atenção o desempenho do sector do calçado que é um orgulho para o país, que apostou no conhecimento, no saber, na relação com a universidade e a inovação e é por isso uma referência internacional”. A consideração é de José
Sócrates. Para o Primeiro-Ministro, “o sector do calçado é um exemplo a seguir”.
Expo Riva Schuh deixa bons sinais para 2011
Mais de 12.600 visitantes profissionais visitaram a
“Esses números são uma fonte de grande satisfação,
cerca de 69% deles estrangeiros de 38 países, mostra-
75 ª edição da Expo Riva Schuh, que decorreu no
fruto designadamente das alterações que têm sido
ram, em primeira mão, as propostas para o Inverno de
Norte de Itália de 15 a 18 de Janeiro último, anunciou
introduzidas na feira”, sublinhou Roberto Pellegrini,
2011. Portugal esteve representado por 40 empresas,
a organização do evento. Relativamente ao período
Presidente da Riva del Garda Fierecongressi, “e um
uma das maiores delegações de sempre, naquela que
homólogo, há mesmo a assinalar um acréscimo de
bom sinal para todo o sector do calçado”.
foi a primeira etapa do mais alargado programa de pro-
9,2%. A feira de Garda deixa, assim, antever bons
sinais para a totalidade do ano.
moção externa de sempre, numa organização da APICNa 75 ª edição da Expo Riva Schuh, 1187 expositores,
CAPS e AICEP, com o apoio do Programa Compete.
Silvinhas renova imagem
e enceta um novo rumo!
Apresta-se para comemorar o 30º
de actuação”.
aniversário de existência, renovou
Uma das particularidades da Silvinhas
recentemente a sua imagem institucio-
passa pela parceria prolongada com
nal e está pronta para novos desafios.
um conjunto de clientes. “Considera-
Com sede em Oliveira de Azeméis, a
mos que as relações de confiança são
Silvinhas especializou-se, nos últimos
fundamentais para o êxito, a par de
anos, na produção de solas de TR,
um bom planeamento”, destacaram
TPU e PU, para além das convencio-
Marcos e Paulo Silva. “Esforçamo-
nais solas em PVC. O próximo passo
nos por fornecer a melhor solução,
deverá passar pelos mercados exter-
ferramentas úteis adaptadas para o
nos.
acompanhamento do cliente, aju-
“A criação de uma nova imagem é a
dando-o a reduzir os seus gastos”. A
alavanca de uma nova personalidade,
outro nível, destacam como elementos
postura, energia e ideais da segunda
diferenciadores “o índice de fiabilida-
geração da empresa”, sublinharam os
sabedoria e de forma resolvida e
30 anos, a Silvinhas pretende “comuni-
de de entregas a tempo, a qualidade e
irmãos Marcos e Paulo Silva.
ponderada”, de forma a “maximizar a
car novas decisões, crenças, desafios
a performance dos produtos, de modo
De um modo geral, consideram que
criação de valor, numa base contínua
desde a expansão dos negócios para
a atingir a satisfação operacional do
“a organização deve responder com
e permanente”. Prestes a comemorar
novos mercados ou novos segmentos
serviço”.
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Vieira da Silva
É um dos Ministros com maior peso político no actual elenco de José Sócrates. Depois de ter assumido a pasta do trabalho,
é hoje o Ministro da Economia e da Inovação. Para Vieira da Silva “a indústria portuguesa de calçado tem uma história de
sucesso em Portugal, sendo fortemente exportadora”. É também “um exemplo para os outros sectores, apontando o caminho a
seguir por toda a indústria portuguesa”.
Governo renova solução
de seguros de crédito
© Yauhen Suslo (Fotolia.com)
Tal como previsto, o Governo acaba de anunciar a renovação, para 2011, da linha de apoio aos seguros de crédito
para as PME exportadoras. Trata-se, no essencial, de um
instrumento financeiro da maior importância para as empresas, garantindo assim uma diminuição do risco no caso de
incobráveis.
O Governo criou uma nova linha OCDE, no valor de 1.000
milhões, continuando assim a apoiar todas as empresas no
processo de internacionalização e deverá manter também
uma linha para países fora da OCDE, também com um
valor de mil milhões. Para o sector de calçado, que exporta mais de 90% da
produção, esta era uma questão de primeira importância.
Este foi, inclusivamente, um dos temas de conversa com o
Primeiro-Ministro, José Sócrates, logo no início de Janeiro.
A Cosec, a principal operadora do sector de seguro de
créditos, está já “a avançar junto dos seus clientes, com os
procedimentos para a renovação dos contratos a enquadrar
na nova linha, que terão eficácia retroactiva”, adiantou
fonte oficial da seguradora ao DE.
Ficha Técnica
Propriedade:
APICCAPS - Associação Portuguesa
dos Industriais de Calçado,
Componentes, Artigos de Pele e
Seus Sucedâneos
Rua Alves Redol, 372 - Apartado
4643 - 4011-001 PORTO
Jimmy Choo lança linha de homem
Depois do sucesso da colecção de calçado desenvolvida, em 2009, para a H&M, o prestigiado estilista Jimmy
Choo apresta-se para lançar a primeira linha de calçado
Telef. 225 074 150
Fax 225 074 179
para homem.
[email protected]
http://www.apiccaps.pt
Director: Presidente da APICCAPS
Edição: Gabinete de Imprensa da
APICCAPS
[email protected]
Participação especial: Manuel
Correia (Fotos)
Distribuição gratuita aos sócios
Tiragem: 2000 exemplares
COM O APOIO
“O homem Jimmy Choo transborda confiança e estilo,
quer seja um artista ou um bancário, discreto mas com
uma atitude muito particular. Tem conhecimentos sobre
Moda e sobre a qualidade e acabamentos da sua roupa. Os detalhes nos seus acessórios são importantes,
pois é aquilo que o distingue dos seus semelhantes”,
defendeu Tamara Mellon, Directora Criativa da marca.
Quanto à colecção, dá possibilidade de diferentes
estilos, quer formais quer mais casuais, desde ténis de
caxemira a designs mais clássicos, “fundindo um estilo
britânico moderno com o luxo da manufactura italiana.”

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Telef. 228 312 477 / 228 310 731 / 228 300 736
Fax 228 317 846
[email protected]
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Fernando Medina
O Secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação visitou as empresas portuguesas, em Março do ano passado, em Milão. Na MICAM, na maior feira de calçado do mundo, Fernando Medina considerou que “a indústria portuguesa está ao nível do
que melhor se faz no mundo em matéria de qualidade, inovação, conceito de marca e capacidade de se adaptar ao mercado”.
Calçado cria 250 novas marcas
A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para as empresas
portuguesas de calçado que colocam no exterior o essencial da sua produção.
Por esse motivo, desde 2002, foram já criadas e registadas, no âmbito do GAPI
© photoCD (fotolia.com)
(Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial) do Centro Tecnológico do Calçado
de Portugal, 247 novas marcas de calçado, 111 das quais comunitárias.
A outro nível, as empresas portuguesas estão, cada vez mais, a investir na inovação e na diferenciação dos produtos. Em resultados, foram registadas 24 novas
patentes nos últimos oito anos e 1660 novos produtos.
Atlanta regista 25% de todos
os modelos à escala europeia
É a empresa portuguesa que mais modelos
as solicitações que fizemos à ASAE só agora
regista e uma das de maior destaque a nível
é que as autoridades competentes vão iniciar
internacional. Desde 2003, foram registados no
o processo de investigação. Num sector de
principal organismo europeu de harmonização,
moda, em que as colecções mudam de forma
o OHIM, 4 400 produtos (ou modelos) distintos,
constante, é incompreensível esta resposta
envolvendo todos os sectores de actividade (do
tardia”, realçou Joana Meireles.
calçado à iluminação, do têxtil ao mobiliário).
Desses, cerca de 25% do total, o equivalente a
Neste momento, a Atlanta tem em curso pro-
1015 provêm de apenas uma empresa: a Atlan-
cessos em cinco países distintos. Para além
ta Componentes para Calçado. No entanto,
de Espanha e Portugal, as solas da Atlanta
ser-se inovador tem os seus custos.
foram copiadas em países como a Alemanha,
França ou Holanda. “É o preço de sermos ino-
“Sempre procuramos ser uma empresa
vadores”, afirmou a responsável da empresa
altamente inovadora, quer ao nível da utiliza-
lamentando que se tratem de processos “muito
ção das mais modernas tecnologias como no
complicados e morosos”.
desenvolvimento de novas colecções. Por esse
motivo, há já vários anos que registamos todas
Nos últimos cinco anos, a Atlanta aumentou
as nossas solas. E é imperativo que o façamos
o volume de negócios 25% para 5 milhões de
porque muitos dos nossos modelos são copia-
euros e o número de colaboradores 37% para
dos”, sublinhou Joana Meireles. A responsável
55. No entretanto, está a ser desenvolvido um
da Atlanta lamenta que “as autoridades portu-
novo pavilhão, alargando a oferta a novos
guesas não actuem de forma mais célere” e dá
produtos pré-fabricado (a Atlanta já produzia
mesmo um exemplo: “no final de 2009, detec-
solas em TR, em Borracha, em TPU, em PU,
tamos um caso de contrafacção em Espanha e
entre outros). “Uma das grandes mais-valias
outro em Portugal. Em Espanha, em menos de
da Atlanta é a possibilidade de abordar um le-
duas semanas os produtos foram retirados dos
que muito alargado de clientes, desde grandes
seus postos de venda. Em Portugal, a situação
marcas conceituadas a clientes de grandes
arrasta-se há 14 meses e não obstante todas
volumes como o Grupo Inditex”, revelou.
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Nelson de Souza
É uma das personalidades com maior crédito de toda a estrutura do Ministério da Economia. Já foi Secretário de Estado, hoje
é o Gestor do Programa Compete e acompanha a evolução do sector do calçado há mais de 15 anos. Um sector que considera
“um bom exemplo”.
Entrevista a Leonor Trindade, Presidente do INPI
“Defendemos a
criação de tribunais
especializados em propriedade industrial”
O Gabinete de Apoio à Propriedade In-
40%. Relativamente a 2010, os dados
protecção pelas diversas modalidades
cessidade de oferecer uma prestação
dustrial, do CTCP, criado em parceria
provisórios apontam para uma ligeira
de PI até ao apoio à sua valorização e
judicial mais eficiente e direccionada
com o Instituto Nacional da Proprie-
quebra no crescimento, notoriamente
comercialização.
para as necessidades dos agentes eco-
dade Industrial (INPI), organismo tu-
reflexo da crise económica, no entanto,
telado pelo Ministério da Justiça, tem
o número de pedidos deverá manter-se
Qual tem sido o impacto da actividade
importante já que os direitos apenas
desempenhado um papel fundamental
muito próximo do verificado em 2009.
da rede GAPI?
terão um real valor para as empresas
na promoção da propriedade industrial
Permito-me, assim, concluir que as em-
O impacto da actividade da Rede GAPI
se puderem ser defendidos de forma
nas empresas da fileira do calçado,
presas nacionais estão, de facto, mais
é evidenciado pela análise da evolução
eficaz e se se proporcionarem meios
com o objectivo de reforçar a sua
cientes da importância de proteger as
do número de registos de PI desde a
que permitam reagir eficazmente contra
competitividade através da inovação e
suas inovações e criações através dos
implementação desta rede. Por exemplo,
eventuais infracções.
diferenciação. Oportunidade para uma
Direitos de PI.
em 2009, Portugal apresentava um volu-
Relativamente à intervenção do INPI,
conversa com Leonor Trindade, Presi-
Contudo, também estou consciente de
me de pedidos de Marcas Comunitárias
os nossos serviços desempenham um
dente do INPI. Esta é a entrevista.
que ainda existe um longo caminho a
por milhão de habitante superior ao de
papel crucial ao nível da prevenção de
nómicos. Este aspecto é particularmente
percorrer para que as empresas na-
países como os EUA, Japão, República
potenciais situações de conflito ainda
Nos últimos anos, o número de empresas
cionais, de uma forma generalizada,
Checa e Hungria.
numa fase administrativa. Esta função
que recorreu ao GAPI-CTCP aumentou
percebam o impacto que a gestão da
Contudo, existe ainda um trabalho
preventiva, em que somos chamados a
de forma considerável e foram, inclusive,
PI pode ter nas suas estratégias. O que
significativo a realizar, quer ao nível
dirimir os litígios que surgem no âmbito
criadas mais de 250 marcas, registados
é, particularmente relevante quando as
da sensibilização, para que cada vez
dos pedidos que nos são submetidos
mais de 1.500 modelos de calçado e
empresas optam por uma estratégia de
mais empresas integrem a PI nas suas
para registo, assume hoje uma impor-
solicitadas mais de 20 patentes. De um
internacionalização.
estratégias de gestão, quer ao nível da
tância acrescida depois da alteração
valorização e da comercialização das
que se introduziu em 2008 ao sistema de
modo geral, considera que as empresas
portuguesas estão mais sensibilizadas
Qual tem sido o contributo que os GAPI
Marcas e das Patentes, para que seja
exame dos desenhos ou modelos. O INPI
para a propriedade industrial?
têm dado na sensibilização dos vários
potenciado o retorno do investimento nas
deixou de fazer um exame oficioso sobre
Sem dúvida que estão. O crescente
actores para a importância da utilização
criações e inovações desenvolvidas em
a novidade e o carácter singular dos
aumento do grau de conhecimento
da propriedade industrial no dia-a-dia
Portugal. Para o efeito, contamos com a
desenhos ou modelos mas manteve inte-
sobre a importância que a Propriedade
das empresas?
experiência e a colaboração dos GAPI.
gralmente na sua esfera a competência
Industrial (PI) assume na estratégia
A Rede de Gabinetes de Apoio à
Estou convicta da importância inestimá-
para apreciar os litígios administrativos
das empresas nacionais é, facilmente,
Promoção da Propriedade Industrial
vel que a cooperação entre as entidades
mesmo antes da concessão dos registos.
comprovado pela análise da evolução do
(GAPI) criados, em 2001, pelo INPI em
nacionais que actuam no âmbito da
Esta prevenção de potenciais situações
número de pedidos de registo apresen-
parceria com várias entidades, tem tido
promoção da inovação assume para o
de conflitos ainda numa fase pré-judicial
tados no INPI. De facto, os indicadores
um contributo absolutamente decisivo
desenvolvimento do sistema da proprie-
é conseguida através da publicação
sobre a utilização da PI em Portugal têm
para a disseminação da PI em Portugal,
dade industrial e para a competitividade
imediata e on-line dos pedidos de registo
revelado progressos muito significativos,
designadamente, junto das empresas.
das empresas portuguesas.
no Boletim da Propriedade Industrial,
particularmente no que se refere à pro-
A localização geográfica, a ligação às
tecção de Marcas: entre 2000 e 2010, os
empresas e/ou a área de actividade
As práticas judiciais têm um papel
quem se julgar prejudicado com a sua
pedidos de Marcas Nacionais, por resi-
destas entidades – centros tecnológicos,
fundamental na defesa dos direitos das
eventual concessão possa apresentar
dentes, quase duplicaram e os pedidos
associações empresariais e universida-
empresas em matéria da propriedade
uma reclamação e impedir o registo de
de Marcas Comunitárias quase triplica-
des – confere-lhes uma proximidade
industrial. No entanto, para as empresas
um determinado desenho ou modelo ou
ram, entre 2000 e 2009, apesar da quebra
às empresas que se reveste de grande
este é um processo extremamente com-
de uma marca que considere uma cópia
que se registou com o surgir da crise em
importância, tornando-as num veículo
plexo e mesmo moroso. De que forma
dos seus direitos.
2007. Ao nível dos pedidos de direitos
privilegiado de disseminação da infor-
poderá intervir o INPI em situações de
De igual modo, e com o intuito de
de incidência tecnológica – Patentes e
mação.
conflito quando se verificam casos de
reforçar a defesa dos direitos de PI, o
Modelos de Utilidade – também se veri-
O apoio prestado pelos GAPI às em-
cópia de produtos e de marcas?
INPI tem procurado contribuir activa-
ficou um acréscimo considerável. Desde
presas tem sido fundamental para que
Concordo em absoluto com a ideia de
mente para o reforço da capacidade de
2005 as taxas anuais de crescimento
estas recorram, cada vez mais, aos
que as práticas judiciais têm um papel
vigilância das empresas. Para isso e
dos pedidos de registo de patentes e
direitos de PI para protegerem os seus
fundamental na defesa dos direitos de
seguindo uma lógica de funcionamento
modelos de utilidade por residentes, têm
activos intangíveis. Este apoio vai desde
PI e é justamente por esse motivo que
totalmente desmaterializado, o INPI
sido bastante significativas, superiores
o esclarecimento ao público, à realização
o INPI sempre se mostrou favorável à
disponibiliza gratuitamente e on-line
a 20%. Desde 2008, este acréscimo tem
de acções de sensibilização e difusão
criação de tribunais especializados em
todas as suas bases de dados, o que,
sido ainda mais marcante, registando-
da PI, passando pela identificação de
PI, dado o elevado grau de tecnicidade
inegavelmente, constitui um instrumento
se taxas de crescimento superiores a
processos de inovação passíveis de
associado a este tipo de litígios e a ne-
de enorme utilidade para o aumento
que depois abre um prazo para que
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Carlos Costa
O Governador do Banco de Portugal esteve na génese dos principais planos estratégicos do sector. Ainda recentemente considerou “o calçado como um exemplo de modernidade para o país”.
da vigilância dos direitos por parte dos
resolução dos litígios, a par da elevada
adequadas para assegurar às empresas
respectivos titulares, permitindo-lhes o
especialização dos árbitros e dos custos
uma efectiva defesa dos seu direitos,
acompanhamento diário e sem qualquer
reduzidos do tribunal arbitral.
promovendo um ambiente competitivo,
custo, dos pedidos de registo que vão
A via judicial é uma outra alternativa
saudável, sustentável e sustentado da
sendo apresentados pela concorrência.
que os titulares de direitos têm para
nossa economia. Este é, de resto, um
Já num plano extra-administrativo, o
resolução dos seus conflitos, sejam eles
domínio em que o governo e o INPI se
INPI desempenha um papel extrema-
de natureza criminal ou civil, já que as
encontram fortemente empenhados e
mente relevante, quer no âmbito da
infracções geram também responsabi-
apostados em inverter a tendência de
colaboração com os tribunais, quer no
lidade civil extra-contratual, podendo
crescimento de circulação de produtos
domínio da sua participação activa na
recair sobre o infractor a obrigação de
contrafeitos em Portugal.
luta contra a contrafacção, enquanto
indemnizar pelos danos morais ou pa-
Mas uma ideia que é necessário reter é
membro do Grupo Anti-Contrafacção
trimoniais causados. Para dar início a
que a luta contra a violação dos direitos
(GAC) recentemente criado.
um procedimento judicial por violação
de propriedade industrial depende de
de um direito de PI poderá dirigir-se à
um esforço colectivo e de um trabalho
De que forma poderá o INPI interagir
ASAE, à GNR, à PJ ou aos serviços do
em rede, envolvendo uma multiplicidade
com os meios judiciais?
Ministério Público junto do tribunal da
de actores, como as empresas, os ma-
Relativamente à colaboração com os
prática do ilícito.
gistrados, as alfândegas e os órgãos de
meios judiciais, o INPI pode ser chama-
Para além dos crimes contra a PI pode
polícia criminal, que devem actuar de
do a realizar ou a intervir em qualquer
a situação concreta enquadrar-se
forma articulada e cooperante entre si.
processo na qualidade de perito, reali-
ainda na prática de um ilícito contra-
Foi aliás neste contexto que muito
zando um exame pericial aos produtos
ordenacional, designadamente pela
recentemente nasceu o GAC tal como
apreendidos ou elaborando um parecer
prática de actos de concorrência des-
já referi. O GAC é uma iniciativa inter-
técnico-jurídico antes mesmo da sua
leal. A instrução destes processos de
ministerial que envolveu quatro minis-
apreensão. Para além da realização de
contra-ordenação é da competência da
térios (Justiça, Economia, Finanças e
perícias e da emissão dos pareceres
ASAE, cabendo ao INPI a aplicação das
administração Interna) e que demonstra
técnico-jurídicos sobre os direitos que se
respectivas coimas.
claramente o carácter transversal da
encontram registados, o INPI tem ainda
Por último, é muito importante que os
defesa dos direitos de propriedade
uma intervenção activa no julgamento
titulares dos direitos de PI, a quem
industrial. Actualmente este grupo
e na aplicação de coimas ao nível dos
cabe também um papel de vigilância
conta com a participação do INPI, da
ilícitos contra-ordenacionais previstos
do mercado, estejam cientes e sensi-
ASAE, da DGAIEC, da GNR, da PSP
no Código da Propriedade Industrial.
bilizados para os diversos mecanismos
e da PJ e tem como principal objectivo
que existem para fazer face à violação
assegurar a coordenação entre as várias
Que conselhos poderá dar a uma em-
dos seus direitos. Neste particular, as
autoridades responsáveis pelo comba-
presa que tenha registado os seus mo-
associações industriais e os GAPI têm
te à violação dos direitos, promover a
delos e que veja agora os concorrentes
um papel muito relevante a desenvol-
sensibilização da opinião pública para
apropriarem-se indevidamente das suas
ver. Creio também que o recentemente
a defesa dos direitos e contribuir para a
criações? criado Grupo Anti-Contrafacção (GAC)
reflexão em torno do aperfeiçoamento
Os desenhos ou modelos, tal como as
pode vir a dar um contributo essencial
do ordenamento jurídico nacional, de
patentes ou as marcas, conferem direi-
nesta matéria.
modo a dotá-lo de mecanismos mais
tos exclusivos que se traduzem, entre
eficazes para a defesa das marcas e
outros aspectos, na possibilidade de
O INPI passou da alçada do Ministério
das patentes.
impedir que um terceiro os utilize sem
da Economia para a esfera de compe-
Em termos de acções futuras a de-
consentimento do titular.
tências do Ministério da Justiça. Acredi-
senvolver internamente, creio que
Uma empresa que se veja confrontada
ta que essa alteração foi benéfica para
devemos continuar empenhados no
com este tipo de situações deve, em
a defesa dos direitos da propriedade
aprimoramento das soluções oferecidas
primeiro lugar, tentar resolver um po-
industrial?
pelo sistema nacional para a defesa
tencial litígio através da via extrajudicial
Quer sob a tutela do Ministério da Eco-
dos direitos de PI, tendo sempre como
alertando os eventuais contrafactores de
nomia quer sob a tutela do Ministério
principal preocupação três aspectos fun-
que é titular de um direito de PI. Caso
da Justiça, considero que a área da
damentais – a introdução de melhorias
não pretenda recorrer previamente a
defesa dos direitos de propriedade in-
legislativas no Código da Propriedade
esta via pode, em alternativa, optar por
dustrial teve um tratamento privilegiado.
Industrial, a aposta na permanente
submeter o litígio à via arbitral, necessi-
Não tenho dúvidas também de que as
formação dos magistrados e a especia-
tando neste caso do acordo do alegado
autoridades públicas no geral, indepen-
lização dos tribunais para a resolução
infractor. Para o efeito, tem ao seu dispor
dentemente do ministério em que estão
de litígios nesta área. Trata-se de um
um Centro de Arbitragem com compe-
organicamente inseridas, se encontram
conjunto de aspectos que a meu ver não
tência para a resolução de conflitos na
actualmente muito sensibilizadas para a
podem ser descurados e que, segura-
área da PI: o ARBITRARE. O recurso
importância do crescente do fenómeno
mente, contribuirão para a melhoria do
a esta via permite aos interessados um
da contrafacção e de que continuam
sistema de enforcement e para o reforço
conjunto de vantagens que passam por
a desenvolver todos os esforços no
da credibilidade do país na atracção de
uma maior simplicidade e rapidez na
sentido de adoptar as medidas mais
investimento interno e externo.
Nº 173 # JANEIRO 2011
15
António Saraiva
O recém-eleito Presidente da CEP (Confederação Empresarial de Portugal) considera que “a indústria portuguesa de calçado
é um dos baluartes das exportações nacionais”. António Saraiva considera que se trata de “uma indústria moderna, competitiva
e tecnologicamente avançada”.
Governador do Banco de Portugal
“Aposta nas exportações
É uma oportunidade para a região Norte”
“A aposta nas exportações será uma grande oportunidade para
as PME e para a região Norte”. A consideração é de Carlos Costa, no decorrer de uma cerimónia organizada pelo Rotary Club
de Gaia-Sul. O Governador o Banco de Portugal foi distinguido
como profissional do ano, num evento que contou com a participação de mais de duas centenas de convidados, em especial de
muitos «notáveis».
Para o Governador do Banco de Portugal “a prioridade para que
o país entre numa rota de desenvolvimento sustentado é repor o
equilíbrio das finanças públicas – concluir a consolidação orçamental - aumentar a poupança das famílias e reforçar o sector
dos bens transaccionáveis, atacando os mercados externos”.
Na óptica de Carlos Costa, o problema da economia portuguesa
“não é de recursos, mas antes de valores”. Aumentar as exportações será um enorme desafio, mas “com os empresários e os
trabalhadores que temos”. Para isso, há que reforçar a qualidade organizativa, melhorar o empreendedorismo, focalização na
empresa e reforçar a qualificação dos trabalhadores”.
Numa altura em que o FMI (Fundo Monetário Internacional)
está na agenda do dia, Carlos Costa defendeu que, “o sistema
financeiro português está sólido” e que “se pensamos que a
solução vem do exterior, do Estado ou de quem quer que seja,
estamos a cometer um erro e não nos estamos a preparar adequadamente”. “No nosso caminho para a regeneração, a consolidação orçamental é a parte mais fácil; difícil será a regeneração
económica do país”, sublinhou.
Carlos Costa Emocionado
Emocionado no decorrer da distinção que lhe foi atribuída pelo
Rotary Club de Gaia-Sul, o Governador do Banco de Portugal
não esqueceu os “amigos”. “Tudo o que fica desta vida são os
amigos e os afectos; tudo o resto são vaidades”, sublinhou.
Artur Santos Silva, Presidente Executivo do BPI, destacou que
“o país vive momentos difícil e precisa de muitos portugueses
como Carlos Costa”. Já o Director do Centro de Estudos da Universidade Católica do Porto, Alberto de Castro, fez referência “ao
brilhante percurso académico e profissional” do actual Governador do Banco de Portugal. O Director Geral da APICCAPS. Manuel Carlos Costa da Silva, (recorde-se que Carlos Costa esteve
na génese de vários dos planos estratégicos do sector de Calçado), recordou “a inteligência superior e saber enciclopédico”
do Governador do Banco de Portugal, bem como “a sua acção
como professor - dedicado e de importância marcante sobre os
alunos - o economista brilhante e o ser humano amigo, solidário,
animado dos mais altos padrões éticos, numa postura sempre
discreta e injustificadamente modesta”.
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DECSIS e HP Portugal investem dois milhões de
euros num centro de dados em Évora
O investimento da DECSIS e da HP Portugal vem no seguimento das apostas
da cidade e do distrito nas tecnologias de informação e comunicação, dos quais
têm sido promotores principais a autarquia eborense, a Universidade de Évora, a
ADRAL e a CIMAC.
Está a ser instalado nos terrenos do Parque
Industrial e Tecnológico de Évora (PITE), mais
concretamente junto ao futuro Parque de Ciência
e Tecnologia (PCTA) um Data Centre de serviços
pelas empresas DECSIS e HP Portugal, num lote
de terreno com 2.394m2 onde estão em
construção 1.250m2, desde Dezembro de 2010,
e que virá consolidar a capacidade da cidade em
atrair investimentos de empresas tecnológicas.
O projecto em execução inclui tecnologia de
última geração, no que respeita aos consumos
de energia, à climatização, ao aproveitamento de
águas residuais, entre outras.
O investimento previsto é de cerca 2.000.000€, localizado no PITE, em terreno cedido
pela Câmara Municipal de Évora e estará em operação total a partir de Abril de 2011.
A localização deste investimento, contíguo à área onde surgirá a Incubadora de Base
Tecnológica da Câmara Municipal de Évora bem como o PCTA, vem criar sinergias e
potenciar a componente tecnológica e de inovação destes equipamentos.
Recorde-se que o Parque de Ciência e Tecnologia, enquanto infra-estrutura pivô do
Sistema Regional de Transferência de Tecnologia, aposta no desenvolvimento e
qualificação das competências existentes na região, reforçadas e impulsionadas pelas
suas redes nacionais e internacionais e vocacionadas para o mercado, tendo como
principal valência o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e de
qualidade que diferenciem e promovam a região, através da sua dinâmica empresarial
e reforço do empreendedorismo.
O investimento destas duas empresas vem no seguimento das apostas da cidade e do
distrito nas tecnologias de informação e comunicação, dos quais têm sido promotores
principais a autarquia eborense, a Universidade de Évora, a ADRAL e a CIMAC.
Este projecto, que exigirá mão-de-obra altamente qualificada, visa atender a duas
necessidades:
• Data Centre - O projecto de Data Centre, tem por base uma parceria entre a
DECSIS SA e a HP - Hewlett Packard Portugal, para a implementação de infraestruturas tecnológicas inovadoras potenciadoras da fixação local do conhecimento.
• Centro de Competência - Adjacente ao edifício do Data Centre, o projecto prevê a
criação de um centro de investigação em tecnologias de Informação, de acordo com o
protocolo celebrado entre a HP e a Universidade de Évora. Esta infra-estrutura
tecnológica poderá constituir um projecto âncora no desenvolvimento de um
ecossistema gerador de conhecimento e estruturante para o desenvolvimento das TIC
no Alentejo, dada a relevância para o contexto nacional que têm empresas como a HP
e a DECSIS.
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Academia DECSIS e a Unidade de
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Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), nos domínios: Concepção de
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Adopção da cloud
bloqueada por
executivos de topo
Perto de 40% dos
executivos de topo das
empresas estão a impedir
a adopção de plataformas
de cloud computing por
receio de violação de
privacidade, de acordo
com um estudo da IT
Governance Institute.
ComputerWorld
Tech Data anuncia
parceria com Dell
Após a aquisição dos
activos da DLI e a fusão
dos portfolios, faltava
apenas "convencer" a
Dell a entrar na rede da
Tech Data. As duas
empresas chegaram a
acordo esta semana para
a área da distribuição.
Channel Partner
JP Sá Couto é o novo
Distribuidor Oficial
Toshiba
A Toshiba acaba de
reforçar a sua rede de
distribuição, nomeando a
JP Sá Couto “Distribuidor
Oficial Toshiba” para as
áreas de periféricos
digitais e electrónica de
consumo.
Channel Partner
Telefones e
telecomandos mais
inteligentes
Com um financiamento
da União Europeia na
casa dos 2,7 milhões de
euros, investigadores da
República Checa, da
Alemanha, de Portugal,
de Espanha e da Suécia
desenvolveram uma
solução que permite aos
idosos e aos deficientes
comandarem mais
facilmente os vários
aparelhos e serviços
electrónicos.
Semana Informática
17
Nº 173 # JANEIRO 2011
vito artioLi
É um prestigiado industrial de calçado, é italiano e lidera, actualmente, a Confederação Europeia da Indústria de Calçado
(CEC), cargo que acumula com a presidência da ANCI (Associação Italiana dos Produtores de Calçado). Para Vito Artioli “a
indústria portuguesa de calçado é muito interessante e mesmo uma das mais competitivas a nível internacional, tem uma identidade própria, alicerçada numa grande tradição”.
nos PrimEiros novE mEsEs dE 2010
brEvEs
EsPanha E itÁLia imPortaram
mais dE 600 miLhõEs dE ParEs
crocs
A Crocs acordou, recentemente, em
pagar 230 mil dólares à americana EPA
(Environmental Protection Agency) por
alegadas propriedades anti-microbianas.
A marca procederá, ainda, à modificação
dE caLçado
das embalagens.
Segundo a EPA, o caso envolve vários moiStock
São os dois maiores produtores de calçado da Europa.
delos de calçado da Crocs, nos quais essas
alegações aparecem em embalagens, em
publicidades e no site on-line da empresa.
Mas os números agora conhecidos parecem indiciar
que o modelo de negócio do sector espanhol e italiano
«A EPA tomará todas as medidas ne-
de calçado, outrora exclusivamente centrado na produ-
cessárias para proteger os consumidores
ção, tem os dias contados. Nos primeiros nove meses
contra produtos que apresentem alegados
de 2010, Espanha e Itália juntos importaram mais de
benefícios em termos de saúde que não
600 milhões de pares de calçado. Desses, 400 milhões,
apresentem qualquer prova nesse senti-
sensivelmente, provêm da China.
do», afirmou Jim Martin, administrador
regional da EPA em Denver.
Surpreendente é mesmo o extraordinário crescimento
das importações espanholas de calçado. De Janeiro a
Setembro, “nuestros hermanos” adquiriram no exterior
320 milhões de pares de calçado, mais 18% do que no
ano anterior, no valor de 1.682 milhões de euros (mais
convErsE
17%) a um preço médio de 5,22 € (menos 0,4%). Desde
2004, as importações espanholas de calçado cresceram mais de 106%. Como curiosidade, segundo dados
A marca de calçado desportivo detida pelo
da Federação Espanhola de Calçado (FICE) – que
grupo Nike, decidiu apostar numa rede de
sugerem que, parte deste calçado, é posteriormente
lojas próprias este ano. Depois das recen-
reexportado, em especial para os mercados europeus –
2010, no valor de 2.948 milhões de euros. O preço médio
tes aberturas em Boston e Nova Iorque,
Portugal superou Itália e perfilou-se em 2010 como 2º
do calçado importado ascendeu a 10,15€ (ligeiro cres-
a Converse tem já planos para abrir mais
fornecedor de calçado de Espanha.
cimento de 0,2%). Cerca de metade das importações,
seis lojas em 2011 no território americano.
o equivalente a 140 milhões de pares, tiveram como
Já as importações italianas aumentaram 12,4% para
origem a China (mais 12,6%). O preço médio do calçado
291 milhões de pares nos primeiros nove meses de
importado da China aumentou 2,3% para 4,74€.
O passo seguinte passará pela abertura de
lojas na Europa.
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Nº 173 # JANEIRO 2011
19
daniEL bEssa
Para o antigo Ministro da Economia e actual Presidente da COTEC “o sector de calçado tem evoluído de forma notável”. Na apresentação
do estudo da APICCAPS “Mercados Internacionais”, Bessa defendeu que “nunca poderemos estar no negócio pelo preço”, “aproveitar o
facto de sermos um «site» industrial altamente especializado”. Daniel Bessa acredita que “o tempo do investimento directo já passou” e
em termos futuros “quanto maior for o grau de especialização, maior será o potencial de crescimento”.
© artSILENSEcom - Fotolia.com
faLtam trabaLhadorEs nas fÁbricas chinEsas?
É uma nova realidade aquela que
Em resultado, os salários dispara-
e a maior preocupação prende-se
zhou recorda que “desapareceram
emerge na China. A «maior fábrica
ram no último ano (há quem aponte
mesmo com a falta de colaborado-
mais de 500 produtores de isqueiros
do mundo» debate-se, actualmente,
mesmo crescimentos na ordens dos
res, não obstante o aumento rápido
nos últimos meses” Recorda mesmo
com uma inesperada escassez de
50% - de 1.200 para 1.800 yuans) e
dos salários”.
que há uma crescente pressão
mão-de-obra. Também os salários e
a tendência é para aumentarem sig-
a tensão social têm aumentado de
nificativamente nos próximos anos.
A escassez de mão-de-obra parece
investir nos mercados imobiliário e
forma significativa.
Um estudo recentemente divulgado
ser um problema que se estende
da bolsa.
que tem motivado os industriais a
pela Credit Suisse estima que os sa-
a vários outros sectores de activi-
Durante décadas, as empresas ex-
lários na China cresçam, em média
dade. Em Wenzou, onde se estima
Também a tensão social tem vindo
portadoras, por norma sedeadas no
nos próximos cinco anos, 19% ao
serem necessários dez milhões de
a aumentar de forma galopante e o
litoral, recrutavam colaboradores
ano. Os aumentos dos custos das
novos trabalhadores para executar
número de conflitos laborais e de
um pouco por todo o interior chinês.
matérias-primas e, principalmente,
todas as encomendas em cartei-
greves disparou 12% em 2010 para
Um modelo que, aparentemente,
dos transportes estarão, igualmen-
ra, são produzidos 80% de todos
406.000. O Partido Comunista Chi-
parece não estar, agora, a surtir o
te, a retirar competitividade às
os isqueiros à escala mundial. No
nês propôs, no entretanto, uma uni-
efeito desejado. Com efeito, há vá-
empresas chinesas. Li Jianjiang,
entanto, a pressão sobre os pre-
formização dos salários, prevendo
rias empresas chinesas, nomeada-
empresário chinês de calçado,
ços tem vindo a aumentar. Huang
que, num espaço de três anos, todos
mente de calçado, com dificuldades
assegurou à Global Times, que “a
Fajing, líder da Associação dos
os sectores possam ser abrangidos
de recrutar novos colaboradores.
empresa não obteve lucro em 2010
Fabricantes de Isqueiros de Ween-
por contratos colectivos.
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Nº 173 # JANEIRO 2011
21
Alberto de Castro
É um profundo conhecedor da indústria portuguesa de calçado, fruto de um trabalho próximo que, há já diversos anos, o Centro
de Estudos de Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto desenvolve com a APICCAPS.
Considera que “há uma grande transformação em curso na indústria portuguesa de calçado”. Na apresentação do estudo
“Marcas Internacionais” recordou que “ o modelo de negócio baseado exclusivamente na produção é fácil de replicar”. Para as
empresas “o importante é perceber as necessidades específicas dos consumidores e responder-lhes de forma adequada”.
Campanha mais sexy de sempre
com grande impacto a nível mundial
Já está no terreno, e com um impacto
encontrar todo o tipo de comentários.
diferenciar positivamente
absolutamente brutal, a mais sexy
A britânica Nicholas Swain sublinha
o calçado português e
campanha de sempre do calçado por-
a “beleza” da campanha. Já o inglês
perspectivar novas janelas
tuguês. Em poucas semanas, a nova
radicado no Japão, Richard Jones,
de oportunidade.
ofensiva promocional foi já referen-
elogia “o excelente trabalho”. “Sen-
ciada em mais de 200.000 blogues de
sual, quente, arrojada” são outros dos
moda «on line» e notícias na imprensa
adjectivos que muitos cibernautas
da especialidade. A ousadia portu-
utilizam para classificar a campanha
guesa não passou despercebida, por
em curso. No blogue de arte “Chico-
exemplo, à MTV. O calçado português
te”, Chantal Tremblay, recorda com
está literalmente na moda, em espe-
orgulho a visita a uma loja de refe-
cial no “ciberespaço”.
rência em Montreal, “na conhecida
Ste-Catherine Street, num dos pontos
O trabalho do fotógrafo Frederico Mar-
de venda mais reputados, a Brown”.
tins e do “stylist” Fernando Bastos
Na circunstância “escolhi um modelo
Pereira tem merecido as mais rasga-
de calçado preto, muito elegante. O
das referências da crítica da especiali-
vendedor rapidamente alertou para o
dade. Os elogios surgem em catadupa,
facto de se tratar de um modelo de pri-
sejam relativamente à elegância dos
meiríssima qualidade produzido...em
sapatos, dos manequins, das fotos ou
Portugal”. O calçado português parece
de toda a produção. Também o slogan
estar a ganhar cada vez mais adeptos
“The Sexiest industry in Europe”
no plano internacional.
parece despertar todo o tipo de sen-
Colocar as empresas portuguesas
timentos, nomeadamente patrióticos.
na agenda mediática internacional é
Num dos mais prestigiados blogues de
uma das metas desta nova campa-
moda do mundo, o Behance, pode-se
nha, de modo a estimular a procura,
Campanha
integrada
Em 2011, a promoção
comercial externa voltará a assumir-se como
a primeira das prioridades para a indústria
portuguesa de calçado. A APICCAPS em
parceria com a AICEP
e o apoio do Programa Compete, desenvolverá um programa
de promoção extenso que se traduzirá
na presença em
mais de 70 fóruns
da especialidade,
em 16 mercados
distintos.
Frederico Martins
“A campanha é muito arrojada”
Frederico Martins, 32 anos. Ele é o
para os principais blogues de moda do
cias. Julgo que estamos a conseguir
homem por detrás da câmara da nova
mundo, que têm amplamente destaca-
passar essa nova imagem.
campanha de promoção do calçado
do esta campanha.
O Frederico Martins tem sido o ho-
português. O ano passado recebeu o
prémio de fotógrafo de moda revela-
O calçado português teve um ano de
mem por detrás da câmara de vários
ção em Portugal. Actualmente, muitos
2010 muito satisfatório, sendo de real-
editoriais de moda que a APICCAPS
dos seus trabalhos podem ser con-
çar o forte crescimento do preço médio
tem promovido nos três últimos anos
sultados em publicações de moda de
do calçado exportado. Na sua opinião,
nos mercados internacionais. Pessoal-
referência de todo o mundo.
em que medida é que a campanha
mente, qual tem sido a reacção a esse
de imagem em curso tem permitido
trabalho?
A campanha “The Sexiest industry in
alavancar a imagem do sector?
A reacção tem sido notável, já que
Europe” está a ter muito impacto a
É com particular agrado que vamos
muitos destes trabalhos têm grande
nível internacional. Estava à espera
todos percebendo que a campanha de
visibilidade internacional. Destaca-
de uma reacção assim tão boa?
promoção do calçado português em
ria a reacção que esta campanha e
Trata-se de uma campanha arrojada,
curso está a ter um efeito muito po-
os editoriais têm tido no Oriente em
pelo que seria natural uma reacção
sitivo. Estrategicamente, o objectivo
países como a China, o Japão ou a
positiva, em especial no circuito da
era apresentar uma imagem apelativa
Coreia. Está mesmo a ser preparado
alta moda. Surpreendente é o facto de
de uma indústria muito competitiva,
por uma editora chinesa um grande
o raio de acção da campanha estar a
nomeadamente ao nível da produção,
livro de moda a nível mundial, em que
ser tão alargado, despertando tanta
e que reunia todas as condições para
serão publicados alguns dos traba-
curiosidade internacional, mesmo nos
ser uma referência internacional ao ní-
lhos que tenho desenvolvido com a
meios digitais, com grande destaque
vel do design e da criação de tendên-
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Nº 173 # JANEIRO 2011
23
nicoLau santos
“O facto nacional do ano é sem dúvida o sucesso crescente do calçado português, que é neste momento o maior contribuinte
líquido para a balança comercial do país, com um saldo positivo de €733 milhões nos primeiros dez meses do ano. É o resultado
de uma aposta nos segmentos de maior valor acrescentado e de uma estratégia de vender caro e comprar barato”. A prosa é de
Nicolau Santos, um dos mais prestigiados jornalistas portugueses e pode-se ler na habitual crónica semanal “Cem por cento”
no Expresso, num articulo intitulado “os principais factos e figuras de 2010”.
iniciativa
“vamos caLçar
PortuGaL”
jÁ é um sucEsso
A iniciativa da APICCAPS e da Caritas do Porto “Vamos Calçar Portugal” é
já um sucesso. Em pouco mais de um mês, o sector de calçado doou mais
de 1.500 pares de calçado à Caritas que, por sua vez, o fez chegar a famílias
carenciadas. Esta é, no entanto, uma iniciativa que se prolongará este ano.
Nesta fase, em particular, a maior urgência prende-se com a necessidade de
angariar mais calçado de criança.
Aliar a competitividade à qualidade de vida e à responsabilidade social é o grande desafio da indústria portuguesa de calçado para o século XXI. Assim, com
o objectivo de promover um país mais solidário e inspirar respostas e políticas
sociais de excelência, a APICCAPS e a Caritas Diocesana do Porto lançaram,
em Dezembro último, a iniciativa “Vamos Calçar Portugal” e que conta também
com o apoio do transitário Spedycargo (fundamental no transporte do calçado
desde as empresas até à Cáritas).
Em termos práticos, o sector do calçado, através da APICCAPS, doará calçado
à Caritas Diocesana do Porto que, por sua vez o distribuirá pelas famílias mais
carenciadas. A APICCAPS pretende, assim, promover uma política de responsabilidade social extensiva a todo o sector, privilegiando o desenvolvimento de
respostas que visem contribuir para uma indústria mais solidária e encorajar o
exercício de uma cidadania mais activa e global.
The sexiest
industry
in Europe

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