Março - Gazeta Valeparaibana
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Março - Gazeta Valeparaibana
Edição 40 Ano IV Março 2011 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Cidadania Ecossocialismo nas latitudes ao sul do Trópico de Câncer Leia mais Página e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale 6 Distrito Federal Brasília Página 7 RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site 6 de Março Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV Leia mais: Pag. 5 Relatório do MP aponta drogas, "sumiço" de professores e evasão nas escolas em Alagoas Página 15 Não consigo entender a razão que me impede de ser um grande admirador dos Estados Unidos da América do Norte. .. Lei mais >> Ultima página www.fomiguinhasdovale.org A Associação tem como principal objetivo interferir nas mudanças comportamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação. Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” • Interpretação da Letra “O Bêbado e a equilibrista” Elis Regina Página 10 Dia Internacional da Criança no rádio A rádio cultura online, do projeto social “Formiguinhas do Vale”, atendendo á convocação da UNICEF, irá apresentar no próximo domingo uma programação diferenciada totalmente voltada para o tema. Não perca. Acesso pelo site: www.gazetavaleparaibana.com UNICEF lança relatório Situação Mundial da Infância 2011 Investir na proteção e no desenvolvimento da população mundial de 1,2 bilhão de adolescentes pode romper ciclos de pobreza e iniquidade... Página 14 Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade. • Projeto “Arte&Sobra” • Projeto “SaciArte” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades. Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Março 2011 Gazeta Valeparaibana Página 02 De onde vem a miséria humana? senso comum (e o censo governamental...) considera que a miséria é apenas uma questão de falta de dinheiro. Existem inúmeros estudos econômicos pretendendo estabelecer uma linha da miséria que se desprenda do clássico "1/4 do salário mínimo", para que a miséria de renda possa ser medida, calculada, avaliada, esquematizada, racionalizada. Mas existe uma dimensão fundamental da miséria que escapa à maioria dos estudos. De onde vem a miséria humana? Quando pensamos em um ser humano pleno, temos em mente alguém educado, saudável,seguro, livre, com oportunidades iguais, morando adequadamente, bem remunerado,se divertindo e, sobretudo, amado e feliz. Para quase todas essas características acima, nós temos indicadores para medir. Mas como se mede a felicidade de ser amado ou a infelicidade de não ser amado? E aqui não estou falando somente do amor romântico, mas do amor social. O amor social é uma qualidade coletiva. É a capacidade de uma comunidade de pessoas ser capaz de expressar e materializar o seu amor por seus membros, construindo um ambiente de colaboração e solidariedade. Quando digo uma comunidade de pessoas estou me referindo desde uma família à uma cidade. Existe um ditado africano que diz que para educar uma criança é preciso toda uma comunidade. Isso é amor social. Porém, com a globalização neoliberal, os laços de fraternidade que envolvem as pessoas são cada vez mais rasgados. E ao invés da simpatia dos vizinhos, temos que encarar a triste realidade de que as pessoas estão cada vez mais individualistas, mais egoístas, mais frias. Como Marx escreveu há mais de 150 anos (e não envelhece): "O capitalismo transformou todas as relações humanas em relações de troca". A miséria humana vem da indiferença, vem do desprezo, vem da falta de solidariedade, da falta de amor. Se nós, enquanto sociedade, considerássemos um absurdo a indignidade de alguém viver em condições subhumanas, a miséria já teria acabado. Mas como naturalizamos a desigualdade, toleramos a miséria humana. A persistência da miséria no Brasil vai além da questão monetária, tem a ver com a falta de amor social, com a falta de solidariedade coletiva. É isso que devemos estimular cada vez mais. tramitação no Congresso Nacional o novo Plano Nacional de Educação. Em nenhum dos seus artigos está relacionado o impacto da educação na redução da miséria, mesmo considerando que diversos estudos apontam para uma relação direta entre aumento da escolaridade e diminuição da extrema pobreza. Mas a educação é capaz de fazer mais do que elevar a renda. A educação pode aumentar a cidadania, ou seja, a capacidade de ter consciência dos seus direitos, de exercê-los e lutar para que eles sejam garantidos, mantidos e ampliados. A educação é fundamental para o fim da miséria. Mas isso precisa ser feito com mais recursos (de 7% à 10% do PIB), que os Governos FHC e Lula vetaram (o primeiro por ter tido a cara-de-pau de vetar e o segundo por ter tido a cara-de-pau de manter o veto e, no final do governo, vetar os 50% do Pré-Sal para a educação). A educação de qualidade, que é aquela que reduz a miséria, não se faz só com mais dinheiro. Mas se a gente imaginar um banco sem dinheiro, a gente pode imaginar o que acontece com uma escola sem recursos adequados. A solução está ao alcance da mão: pode vir com o Custo Aluno-Qualidade, calculado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Vamos ver o que vingará no PNE. Mas para finalizar a questão da miséria humana: para além das estatísticas, para além dos projetos técnicos, para além dos estudos, das palestras, dos artigos (como esse...), o que realmente importa é o ser humano e seus direitos. O Marcelo Freixo (deputado estadual pelo Rio de Janeiro) insiste muito que a questão é da dignidade humana. E considero que ele está certo: num mundo onde 2/3 são pobres, 1 bilhão passam fome, onde morrem 8 jovens por dia no estado do Rio de Janeiro por arma de fogo, onde o déficit por moradia é brutal, onde ser jovem-preto-pobre-favelado é ter uma sentença de morte estampada no peito, onde milhares de mulheres precisam de prostituir para ter como viver, onde o trabalho infantil ainda vigora, onde ainda existe trabalho escravo, onde o salário de um grande jogador de futebol equivale à renda anual de dezenas de famílias... precisamos de mais amor social. Precisamos nos sentir parte de um todo, de um coletivo, de uma comunidade, de um mundo. Um só mundo. Um mundo que seja nosso. Um mundo que seja de todos. * Maurício França Fabião é mestre em ciências sociais pela Uerj, coordenador estadual da CamNos últimos anos, o país foi mobilizado em panha Nacional pelo Direito à Educação no Rio Conferências Nacionais para debater diver- de Janeiro e diretor do Instituto Mais Cidadania sos temas, entre eles a educação. Está em Rádio web CULTURAonline Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Musica Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania e a temática Escola. Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz. Acessível nos links: www.gazetavaleparibana.com e www.formiguinhasdovale.org www.formiguinhasdovale.org Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões: Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Diretora Administrativa: Rita de Cássia A. S. Lousada Diretora Pedagógica dos Projetos: Elizabete Rúbio Tiragem mensal: Distribuído por: “Formiguinhas do Vale” Filiados à FENAI - Federação Nacional de Imprensa Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social “Formiguinhas do Vale” e está presente mensalmente em mais de 80 cidades do Cone Leste Paulista, com distribuição gratuita em cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de Ensino Fundamental e Médio. “Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos Gazeta Valeparaibana Março 2011 O Homem e a Cidade Utilidade pública Informações úteis AUXÍLIO À LISTA: Telefone 102... não! Agora é: 08002800102 Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes... NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO. SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO. DOCUMENTOS ROUBADOS: BO (boletim de ocorrência) dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA??? Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como: Habilitação (R$ 42,97); Identidade (R$ 32,65); Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11). Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP.. MULTA DE TRANSITO: No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada. Código de Trânsito Brasileiro Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa. Imponderáveis Por: Patrícia Cardinot der na mão de poucos, realimentando assim os conflitos de classe. (ABREU, Ao analisarmos de maneira sucinta 1987, p.15) a evolução do homem, veremos que numa primeira fase este se fixou no Para garantir sua evolução a humacampo para gerar sua subsistência e, nidade alterou o meio ambiente e agologo em seguida, os excedentes da ra a natureza se rebela, dando sinais produção agrícola garantiram outras de que algo está errado. Afinal qual o atividades, que geraram a divisão terri- preço pago para criar as grandes cidatorial do trabalho. Inicia-se com o es- des? Como podem tantos coabitar cambo (origem do comércio), e com o num espaço tão pequeno da metróposurgimento da moeda. Deu-se uma le, poluindo indiscriminadamente e nova visão de riqueza – acumular ca- causando tal desequilíbrio ecológico? pital - o que impulsionou a revolução agrícola e industrial. Assim, a produA necessidade de vencer no munção em larga escala levou o homem do globalizado revoluciona a informaao consumo exagerado de bens: mola ção. Na mídia, se vende o mundo em mestra do capitalismo. A verdade é tempo real. Notícias ao alcance de que o céu passou a ser o limite; o ho- todos através da telecomunicação, mem resolveu ir à lua, e foi... Assim das redes imateriais. Tempos modersendo, uma nova era se iniciou: a das nos com novo uso dos espaços, um conquistas tecnológicas. novo mundo - o virtual - agora o homem se lança para o futuro. O telefoA compreensão da cidade nasce ne celular, a TV digital e a informática na visão de uma perspectiva histórica – destacando-se a internet – demonsque irá determinar sua natureza e vai tram a incrível evolução humana. Desse constituindo ao longo do espaço/ de a roda o homem não parou mais, e tempo e, em cada umas das diferentes agora suas aspirações são universais. etapas do processo histórico, assume Existirá vida em outros planetas? formas, características e funções distintas. Sendo assim, um produto da As grandes cidades passam a addivisão do tipo e dos objetos de traba- quirir problemas decorrentes da sua lho, bem como do poder nela centrali- expansão ao longo dos anos. Umas zado, estando sempre articulada com não conseguem evitar que sua grande a sociedade global, levando-se em população se estabeleça em áreas de conta a organização política, e a estru- risco, onde os problemas de instalatura do poder, a natureza e a reparti- ções básicas e infra-estrutura não conção das atividades econômicas e das seguem atender a grande demanda. O classes sociais. problema do tráfego nestas cidades é outro fator preocupante, assim a neA estrutura espacial de uma cidade cessidade de equipamentos urbanos capitalista não pode ser dissociada de saúde e educação, aliado a falta de das práticas sociais e dos conflitos policiamento, a criminalidade crescenexistentes entre as classes urbanas. te estimulada pela impunidade, a falta Com efeito, a luta de classes também de presídios e reformatórios, a crise se reflete na luta pelo domínio do es- da habitação popular, a falta de crédipaço, marcando a forma de ocupação to na área rural, são fatores que audo solo urbano. Por outro lado, a recí- mentam o êxodo e geram o fluxo miproca é verdadeira: nas cidades capi- gratório que causa a densidade poputalistas, a forma de organização do lacional nos grandes centros urbanos espaço tende a condicionar e assegu- causando inúmeros problemas que rar a concentração de renda e de po- encontramos pelas cidades. EDUCAR - Uma janela para o mundo Decifráveis? A vida é um roteiro traçado pelo mistério; A felicidade, o orgasmo sutil da existência. A amizade é o combustível da humanidade; O amor, a face de Deus ofertada desde cedo. A informação é o tijolo bruto da consciência; O saber, a construção portadora de atitude. A mudança é a dança estonteante da rotina; O sonho, o fruto antecipado como semente. A dor é o atalho que ressuscita a nossa essência; A preocupação, a miragem impotente do medo. A arte é a senha que destranca a alma pequenina; A poesia, a música cujo refrão depende da gente. Pablo Robles Pagina 03 **************************** "De um certo ponto em diante não há mais retorno. Esse é o ponto que deve ser alcançado" (Kafka) “Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza” (Boaventura) busca imagem e IBOPE, pois somente assim conseguirá patrocinadores e valorizará seus espaços publicitários. EDUCAR Uma janela para o mundo Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidariamente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não dá IBOPE e a mídia convencional Rádio CULTURAonline - www.gazetavaleparaibana.com Nosso programa no ar todos os Sábados, das 18;00 ás 20;00 horas e, o ouvinte poderá interagir com suas sugestões, criticas ou questionamentos. RADIOCULTURAonline CONHEÇA NOSSA PROGRAMAÇÃO Acesse e prestigiem-nos www.gazetavaleparaibana.com Março 2011 Gazeta Valeparaibana Pagina 04 Nossas crianças sob risco Fonte:Google Filipe de Sousa Para entendermos bem os efeitos ou a influência da alimentação sobre a saúde dos estudantes e os reflexos desses fatores sobre o aprendizado, devemos dividir a faixa etária infantojuvenil segundo a sua classe social ou econômica. É bem sabido que as classes mais pobres apresentam um tipo de alimentação quantitativamente mais deficiente, com tendência a problemas de ordem carêncial, como anemias, deficiências imunológicas, raquitismo, verminoses, parasitoses em geral e maior tendência também às viroses comuns da infância (caxumba, varicela, sarampo, rubéola) e infecções. As classes mais ricas, incluindo a classe média, possuem uma alimentação quantitativamente mais completa e apresentam menor incidência desses problemas, mas mostram incidência de outros, como alergias respiratórias e obesidade. No entanto, devido à alimentação industrializada - empobrecida nutricionalmente e rica em aditivos e componentes nocivos - há uma diminuição qualitativa da saúde em todas as classes sociais, determinando alguns problemas comuns de saúde como cárie dentária (menor nas classes mais abastadas devido à possibilidade de assistência odontológica particular, mas com tendência praticamente igual pela falta de escovação após as merendas e lanches), desmotivação, dificuldade de aprendizagem, ansiedade e doenças crônicas. Estes dados importantes são motivo de discussão entre autoridades sanitárias e educacionais. A maior possibilidade de acesso por parte das crianças e adolescentes das classes média e alta a alimentos industrializados e proteínas animais condicionadas (ou mesmo as comuns) os expõe a perigos bem maiores, ou seja, doenças degenerativas produzidas pelo excesso alimentar, como o câncer em geral (a leucemia, em particular) as doenças reumáticas, o diabetes e as síndromes de incidência mais recente, como mieloma múltiplo, miastenia gravis, artrite reumatóide e doenças autoimunes em geral. Isso pode ser facilmente comprovado se observarmos estatísticas oficiais que mostram maior incidência de doenças degenerativas e crônicas nos países mais desenvolvidos que adotam a dieta industrializada. Por isso, mesmo que as classes mais pobres possuam uma dieta mais carente, são menos expostas às doenças degenerativas. Em outras palavras, as classes mais favorecidas apresentam qualidade biológica menor. Certamente, por conta da alimentação industrializada, este quadro se inverteu e surpreendeu a muitos nutricionistas e autoridades sanitárias, pois até há pouco tempo acreditava-se que uma alimentação pobre em nutrientes era a causa de numerosas doenças. Hoje, as estatísticas apontam que há mais riscos de doenças com uma alimentação excessiva do que com uma carente. Some-se a isso o fato de que as classes mais pobres geralmente têm acesso a certos alimentos hoje considerados como funcionais ou como fonte de elementos protetores da saúde, como folhas verdes, hortaliças, frutas regionais, rapadura, farinhas, cereais naturais etc. Em contraste, as classes mais ricas acostumaram-se a consumir produtos altamente elaborados: enlatados, empa- ra outra: temos condições de avaliar completa e amplamente todos os efeitos negativos da alimentação industrializada, principalmente aquela consumida nas escolas e nos lares, sobre os organismos das crianças e jovens? Isso nos leva a mais uma pergunta preocupante: até que ponto a má qualidade alimentar, em todas as faixas sociais de alunos, está preInfelizmente há, no entanto, alguns judicando a qualidade de ensino no produtos industrializados de baixo Brasil? custo - repletos de corantes, aromati- Enquanto não pudermos responder a zantes e conservantes, gorduras estas perguntas, devemos procurar trans, calorias vazias e colesterol, meios para melhorar a qualidade e a principalmente em guloseimas, chips, quantidade do que os nossos filhos, doces, sorvetes e refrigerantes - e de alunos e estudantes estão comendo. fácil acesso também às crianças per- Antes, apenas as deficiências de fertencentes a classes mais pobres, o ro, de cálcio, vitaminas A e proteínas que expõe uma classe intermediária eram motivo de atenção e estavam a maiores problemas que as classes diretamente envolvidas com numerosituadas nos extremos de uma escala sas situações anômalas capazes de social e econômica, pois além de u- produzir tais efeitos. Atualmente, a ma dieta carente, absorvem também alimentação industrializada é mais produtos químicos artificiais prejudici- um elemento desse conjunto. ais. De qualquer modo, todas as cri- Todos os problemas relacionados a anças e adolescentes estão sujeitos este tema, dada a sua gravidade e a problemas de saúde que põem em urgência, envolvem atenção e particirisco a saúde e, consequentemente, pação de pais, educadores, autoridades sanitárias, empresários da produa capacidade de aprender. Neste ponto, somos forçados a acei- ção e fornecimento de alimentos, métar que muitos desses problemas de- dicos, nutricionistas e da mídia. cotados, fritos, ricos em colesterol e açúcar como os chips, a salsicharia, o presunto, os laticínios gordurosos, o pão branco, os cereais matinais empobrecidos em nutrientes mas repletos de sacarose e aditivos, a proteína animal além das necessidades do organismo e outros de difícil aquisição pelas classes mais pobres devido ao custo elevado. penderão de aspectos individuais, de fatores familiares, genéticos, raciais, culturais, regionais e de idiossincrasias de cada organismo. A pergunta é: até que ponto as carências nutricionais, bem como os efeitos da má alimentação e da alimentação industrializada são responsáveis ou contribuem para a desmotivação, o baixo rendimento escolar, a reprovação e o abandono dos estudos? E até que ponto são esses fatores resultantes de uma saúde geral deficiente, também motivados pela dieta precária ou rica em aditivos debilitantes? Esta pergunta abre caminho pa- Desafios brasileiros - Campanha TROQUE UM (1) PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES Sou professor de Física, de ensino médio de uma escola pública em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: R$650,00. Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores compe- tentes e dispostos a ensinar? Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro! ça, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha Argentina R$1,3 milhões. Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior ! Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será: “TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES'. Repassar esta informação é uma obrigação, é sinal de patriotismo, pois a vergonha que atualmente impera em nossa política está desmotivando o nosso povo e arruinando o nosso querido Brasil. Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano... São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao É o mínimo que nós, patriotas, pocontribuinte R$11.545. demos fazer. Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na Fran- PASSE ADIANTE - Divulgue São urgentes a firme tomada de posição e estudos mais sérios quanto ao tipo de substâncias e compostos ingeridos pelos nossos alunos. Sabemos dos riscos da diminuição da capacidade de aprendizagem e da capacidade intelectual que muitos alimentos podem produzir e também dos riscos que tudo isso representa quanto ao futuro da nossa nação. Precisamos nos conscientizar e atuar, em conjunto, na defesa da saúde e da qualidade de vida e aprendizagem da faixa etária do povo que formará o nosso futuro. Comunicação Comunicar-se é sempre um desafio! Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados. Por quê? • Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade; • Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência; • Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença; • Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade." DENGUE:Cuidar de nosso lixo, de nosso quintal e, alertar vizinhos, é uma obrigação de cada um. Março 2011 Gazeta Valeparaibana Página 05 Dia Internacional da criança no rádio e na TV. 6 de Março >> Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV O Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV 2011 será realizado no domingo 6 de março. O tema será As meninas são… Os meninos são… O Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV (ICDB), que é celebrado anualmente no primeiro domingo do mês de março, é o dia em que emissoras de todo o mundo sintonizam nas crianças. Nesse dia, as emissoras de rádio e televisão transmitem programas sobre e para as crianças. E, mais importante ainda, permitem que meninas e meninos participem da programação e de sua produção, falem sobre seus sonhos e esperanças e compartilhem informações com outras crianças e adolescentes. Após a 2ª Grande Guerra Mundial, as crianças de todo o Mundo enfrentavam grandes dificuldades, a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos. Os pais não tinham dinheiro, viviam com muitas dificuldades, retiravam os filhos da Escola e punham-nos a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das crianças Européias não sabia ler nem escrever. Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres, propôs às Nações Unidas que se comemorasse um dia dedicado a todas as crianças do Mundo. Os Estados Membros das Nações Unidas, - ONU - reconhecendo que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, propuseram o Dia 1 de Junho, como Dia Mundial da Criança. Nunca é demais lembrar, até porque poucas vezes isso tem sido feito, quais os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em 1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adotada em 20 de Novembro de 1959 pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma proteção e cuidados especiais...”. A ONU reconheceu também que “em todos os países do mundo há crianças que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional para a melhoria das condições de vida das crianças em todos os países, em particular nos países em desenvolvimento.” Os 10 mandamentos da criança aos pais 5. As tarefas domésticas estão sempre a precisar de ser feitas. Só sou pequeno por pouco tempo. Por favor percam tempo a explicar-me as coisas deste fantástico mundo em que vivemos e façam-no de boa vontade. 6. Por favor não vão "fazer por cima" tudo o que eu faço. Isso dá-me a ideia de que os meus esforços nunca alcançam as vossas expectativas. Sei que é difícil, mas não me comparem a outras crianças. 7. A minha existência é uma dádiva. Cuidem de mim como é esperado, responsabilizando-me pelas minhas ações, dando-me linhas de orientação e disciplinem-me de um modo afetuoso. 8. Por favor não tenham medo de ir passar fora um fim-de-semana. Os filhos precisam de férias dos pais como os pais precisam de férias dos filhos. É uma bela maneira de mostrarem como a vossa relação é especial. 9. Por favor dêem-me a liberdade para tomar decisões que me dizem respeito. Deixem-me falhar, para que eu possa aprender com os meus erros. Assim, um dia estarei preparado para tomar as decisões que a vida me exigirá. 10. Por favor dêem-me todas as oportunidades para eu aprender e bons exemplos para eu seguir. Assim poderei tornar-me numa pessoa verdadeira, reta e humana. Mensagem 1. As minhas mãos são pequenas: por favor não esperem a perfeição ao fazer a cama, desenhar, atirar e agarrar uma bola. As minhas pernas são pequenas: por favor abrandem para eu vos poder acompanhar. 2. Preciso de encorajamento para crescer. Por favor sejam brandos nas vossas críticas. Lembrem-se: podem criticar o que faço sem me criticarem a mim. 3. Os meus olhos não vêem o mundo do mesmo modo que os vossos. Por favor deixem-me explorá-lo em segurança. Não me impeçam de o fazer sem necessidade. 4. Os meus sentimentos ainda estão tenros. Não impliquem comigo o tempo todo. Tratem-me como desejariam ser tratados. Com esta matéria, estamos dando início a esta campanha que deverá ser levada a efeito nas escolas, nas comunidades religiosas e na sociedade como um todo. O objetivo de nosso envolvimento, como líderes espirituais, é, por meio de ações, despertar a sociedade para a necessidade de uma tomada de consciência e, consequentemente,para tornarse mais proativa no sentido de uma mudança de paradigma com relação à discriminação em todos os sentidos na vida da criança brasileira. Com este ato, estamos propondo que cada tradição, no contato com suas respectivas comunidades, leve adiante este compromisso com o despertar de uma nova forma de olhar e respeitar as diversidades. As tradições religiosas buscam a construção do bem e se veem diante da importância de somar forças na valorização da diversidade por meio das crianças e dos adolescentes, buscando uma sociedade mais justa. A história mostra que o racismo se faz presente em nossas escolas, nas comunidades e em casa, tolhendo a possibilidade do desabrochar, ferindo a dignidade humana. Mesmo após tantos anos de lutas pela igualdade, nossa humanidade insiste ainda nesta falha de compreensão e não aceitação da realidade das diferenças. Somos todos diferentes uns dos outros e é precisamente nessa diversidade que encontramos um povo bonito e rico em raça, cultura e religiosidade. É importante compreender que as diferenças unidas fazem a força, formam o todo. A natureza não discrimina; o sol oferece seus raios a todos; a água dá de beber a quem quiser; o adubo alimenta com seus nutrientes todas as plantas. Exaltando a aceitação, apreciando as diferenças, não nos calando, nem nos deixando cegar diante do preconceito, do racismo e da segregação, mostramos nossa confiança no respeito à diversidade. O desenvolvimento da vida compreende o cuidado com as crianças e os adolescentes, e, em nossas preces, meditações e oferendas, rogamos por um mundo melhor para elas. O seu crescimento em ambientes social e psicologicamente favoráveis é fundamental para uma sociedade saudável e pacífica. Para promover os direitos das crianças, em nossos ensinamentos, procuramos estimular os valores de respeito a si próprio, ao próximo e à natureza. Fazer o bem, cultivar a paz, ser cordial, amoroso no seu dia a dia com todas as pessoas que porventura atravessem seu caminho ou com as quais se relacionem são atitudes básicas para o nosso crescimento e a construção da convivência baseada no respeito. As tradições religiosas se unem em prol dos direitos e do bem-estar das crianças. Abençoamos a campanha proposta pelo UNICEF “Por uma infância sem racismo” e nos comprometemos perante nossas comunidades a promover ações visando aos direitos das crianças, equidades raciais e educação para a paz. A vida nos traz a oportunidade de aprendermos juntos e convidamos todos a abraçar essa oportunidade, a fazer um mundo melhor. Abençoadas sejam todas as nossas crianças. Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades. A rádio web CULTURAonline, estará dedicando toda a programação do próximo domingo dia 6 de março á criança, abordando os temas sugeridos pela UNICEF e divulgando campanhas e matérias inerentes ao tema. PARTICIPE !!! www.gazetavaleparaibana.com Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos... Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 06 DEBATE ABERTO * Ecossocialismo nas latitudes ao sul do Trópico de Câncer No Fórum Social Mundial 2011, reali- zado em Dakar, no Senegal, a questão do ecossocialismo ocupou novamente espaço dentre os ativistas e participantes desse importante encontro internacional. Mas afinal, o que vem a ser mesmo esse tal de ecossocialismo? Paulo Kliass A virada do milênio tem trazido algumas questões novas à extensa pauta das preocupações com o futuro da Humanidade. Na seqüência de eventos históricos carregados de significado, talvez o mais importante tenha sido o fim da experiência do chamado “socialismo real” na maior parte dos países do leste europeu, bem como das conseqüências provocadas sobre os países que dependiam econômica e diplomaticamente daquele bloco em todos os continentes do globo. O crescimento, em escala global, dos movimentos preocupados com a questão ambiental fortaleceu o surgimento dos próprios partidos chamados “verdes” ou “ecologistas”, que passaram a contar com representantes nos espaços legislativos em grande parte dos países, especialmente aqueles do mundo desenvolvido. Apesar de apresentarem uma visão muitas vezes restritiva em sua pauta política, a entrada em cena desses novos atores representava o início do debate a respeito da questão ambiental de forma institucional e definitiva. Não haveria mais como ignorar esse tema, até então pouco presente de forma explícita nas agendas políticas dos Estados. Por outro lado, cada vez mais as forças políticas que partilhavam uma visão crítica do modelo de sociedade, tal como praticado pelos países defensores de uma economia de mercado - o nosso antigo e velho conhecido modo capitalista de produção, passaram a incorporar em suas reflexões a preocupação com a questão ambiental. Ou seja, a questão da superação do capitalismo passou a estar acompanhada da preocupação com um modelo social e econômico que estivesse também referenciado na própria sustentabilidade do planeta. O crescimento da importância e da influência políticas exercidas pelo mo- vimento altermundista reforçou igualmente tal tendência, à medida que as sucessivas edições do Fórum Social Mundial (FSM) aprofundavam os debates a respeito das estratégias para se aproximar do lema “um outro mundo é possível”. Em 2011, no evento realizado há poucos dias em Dakar, no Senegal, a questão do ecossocialismo ocupou novamente espaço dentre os ativistas e participantes desse importante encontro internacional. Mas afinal, o que é vem a ser mesmo esse tal de ecossocialismo? A conjugação de forças para a consolidação desse movimento foi bastante dispersa, como tende a ocorrer com as tentativas que buscam refletir uma tendência histórica e/ou conjuntural que perpassa fronteiras nacionais e barreiras de natureza até mesmo político-ideológica. Mas, ao que tudo indica, a idéia para uma iniciativa comum concretizou-se em 2001, quando os professores Joe Kovel e Michael Löwy, dentre outros, propuseram o lançamento de um Manifesto Ecossocialista em escala internacional. Pode-se começar a ter uma idéia mais objetiva do que seja o movimento a partir das considerações presentes no próprio texto introdutório do documento, escrito há quase uma década: “O ecossocialismo não é ainda um espectro, tampouco está baseado em partido político ou movimento concreto. É somente uma alínea racional que parte de uma determinada interpretação da crise atual e das condições necessárias para superá-la. Não temos nenhuma pretensão de onisciência. Pelo contrário, nossa meta é convidar ao diálogo, a discussão, as emendas e, sobretudo, pensarmos como podemos efetivar está idéia. Por todos os lugares do universo caótico do capital mundial surgem espontaneamente pontos inumeráveis de resistência. Muitos são intrinsecamente ecossocialistas em seu conteúdo.” de imperialismo conhecida como globalização, com seus efeitos desintegradores sobre as sociedades que se colocam em seu caminho. Ainda, essas forças subjacentes são essencialmente diferentes aspectos do mesmo movimento, devendo ser identificadas como a dinâmica central que move o todo: a expansão do sistema capitalista mundial.” No entanto, uma das grandes dificuldades de natureza teórica e política de tal proposição reside na maneira de como encarar a questão da inclusão de bilhões de indivíduos em condições de vida minimamente civilizatórias e a questão da redução do abismo de desigualdade sócioeconômica em escala planetária. Afinal, uma coisa é ter preocupação com o modelo de sustentabilidade em sociedades que já atingiram, há muitas décadas, padrões de bem estar social para a maioria das respectivas populações, com infra-estrutura econômica e social implantada no conjunto da sociedade e capacitação produtiva para buscar modelos de produção assim chamados de “verdes” e menos agressivos ao meio-ambiente. Já o desafio apresenta-se muito mais complexo quando se trata de sociedades – a grande maioria do mundo, diga-se de passagem – do mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento. A maior parte da população do mundo vive em países onde o nível de carência básica e as exigências de caráter emergencial exigem soluções muitas vezes contraditórias com o modelo um tanto idealizado do movimento ecossocialista. A construção de uma estratégia para sustentar um modelo ecossocialista deve passar, necessariamente, pelo enfrentamento da questão do crescimento e do desenvolvimento econômicos. Afinal, não existe alternativa à inclusão social e econômica que não seja por essa via. E nesse momento, na encruzilhada do debate, surge a questão do “limite ao crescimento”, Com isso, percebe-se claramente um como o próprio manifesto tenta aboravanço em relação às críticas mais dar, como veremos no parágrafo acaracterísticas do movimento ecolo- baixo. gista. Em geral, este último sempre abriu suas baterias genericamente “O ecossocialismo insiste em redefinir contra os chamados modelos preda- a trajetória e objetivo da produção tórios e de destruição do meio- socialista em um contexto ecológico. ambiente. Já os que se consideram Ele o faz especificamente em relação integrantes da corrente ecossocialista aos “limites ao crescimento”, essenciprocuram identificar no modelo capi- al para a sustentabilidade da sociedade. Isso sem, no entanto, impor estalista as causas de tal degradação. cassez, sofrimento ou repressão à O texto do manifesto é claro quan- sociedade. O objetivo é a transformato a essa qualificação: ção das necessidades, uma profunda mudança de dimensão qualitativa, “Na nossa visão, as crises ecológicas não quantitativa. Do ponto de vista da e o colapso social estão profunda- produção de mercadorias, isso se mente relacionados e deveriam ser traduz em uma valorização dos valovistos como manifestações diferentes res de uso em detrimento dos valores das mesmas forças estruturais. As de troca um projeto de relevância de primeiras derivam, de uma maneira longo prazo baseado na atividade geral, da industrialização massiva, econômica imediata.” que ultrapassou a capacidade da Ter- E por mais que se tente argumentar, ra absorver e conter a instabilidade infelizmente a questão é inescapável. ecológica. O segundo deriva da forma Na situação atual, para a maioria da população do globo, impor limites ao crescimento significa estabelecer algum grau de escassez e de inacessibilidade ao padrão de vida já alcançado justamente pelas sociedades onde surgiram tais teorias. O grande desafio é encontrar um caminho que combine os requisitos de sustentabilidade em escala planetária com a necessária satisfação das necessidades de bilhões de pessoas que se encontram excluídas do acesso a bens básicos. E isso significa, sim, de alguma forma, ampliar o padrão atual de consumo em escala mundial. A busca de respostas, caminhos e soluções para esse dilema é exatamente o foco desse momento que parecemos viver no mundo, desse início de milênio. Nesse sentido, parece um tanto idealista a proposição de operar exclusivamente na escala local, no plano do microempreendimento. Essa solução pode funcionar em alguns casos, em alguns países, mas dificilmente dará conta, no curto e no médio prazos, do atendimento em escala ampla. Da forma como o manifesto trata esse ponto, a livre associação de produtores pareceria capaz de oferecer a solução de generalizar a produção em bases ecológicas. Senão vejamos, “A generalização da produção ecológica sob condições socialistas pode fornecer a base para superação das crises atuais. Uma sociedade de produtores livremente associados não cessa sua própria democratização. Ela deve insistir em libertar todos os seres humanos como seu objetivo e fundamento. Ela supera assim o impulso imperialista subjetiva e objetivamente.” Como se pode perceber, a questão é bastante complexa e não poderia ser esgotada aqui nesse espaço. Resolver essa dificuldade implica, entre outros aspectos, em reconhecer que o tratamento da sustentabilidade e dos diversos modelos a serem adotados deve obedecer, entre outros, ao critério da diversidade. E, desse ponto de vista, o ecossocialismo para as latitudes ao sul do Trópico de Câncer deveria merecer critérios diferenciados em relação àqueles da Europa e América do Norte. As maiorias dos países da África, da Ásia, da América e da Oceânia apresentam carências urgentes e imediatas. O contraargumento, igualmente relevante e essencial, é de que qualquer caminho deve levar em consideração os limites físicos do potencial de recursos físicos do planeta. O momento atual e os anos a seguir serão fundamentais para que se encontrem soluções capazes de combinar o caminho da sustentabilidade da Terra, da redução das desigualdades entre as populações e do atendimento de padrões de vida condignos para todos. Filipe de Sousa via 3º.Setor "Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas acontecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem..." Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 07 Distrito Federal O Distrito Federal é uma das 27 unidades federativas do Brasil, onde se localiza a capital federal Brasília, cujos limites coincidem com os do próprio Distrito Federal. A capital foi fundada em 21 de abril de 1960. Foi construída em três anos e dez meses, através de um projeto do presidente Juscelino Kubitschek de mudança da capital nacional do município do Rio de Janeiro para o centro do país. Até a criação de Brasília, a capital federal localizava-se na cidade do Rio de Janeiro, antecedida por Salvador. Durante o Império, o equivalente ao Distrito Federal era o município neutro, onde se situava a corte, no Rio de Janeiro. Depois da Proclamação da República o Rio de Janeiro tornou-se a capital federal, que somente no início da década de 1960 foi transferida para o centro do Brasil, no leste do estado de Goiás. Quando de sua transferência, o território onde se localizava a capital foi provisoriamente o estado da Guanabara (de 1960 a 1975). O Distrito Federal manteve inicialmente sua estrutura políticoadministrativa, permanecendo até hoje com o prestígio de instituições centenárias e uma capital com menos de meio século. Com a reordenação republicana do território brasileiro, as províncias passaram a estados e cada um deles passou a ser uma unidade da Federação. Quase todos os estados surgiram das províncias de mesmos nomes, exceto o Distrito Federal e outros estados criados pela divisão territorial, como por exemplo a divisão de Goiás, em que o território norte passou a ser o estado do Tocantins e o sul permaneceu Goiás. afirmou que iria transferir a capital. Eleito Clima presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como meta-síntese de O clima é tropical de altitude, com um seu Plano de Metas. verão úmido e chuvoso e um inverno seNo dia do centenário da Independência, o co. A temperatura média anual é de cerca presidente Epitácio Pessoa mandou erigir de 19,8°C, podendo chegar aos 30,0°C no Morro do Centenário, em Planaltina, de média das máximas em setembro, e um obelisco com os seguintes dizeres: aos 10,5°C de média das mínimas nas madrugadas de inverno em julho. A míni“Sendo Presidente da República ma absoluta histórica foi de 1,6°C em o Exmo. Sr. Dr. Epitácio da Silva Pessoa, em cumprimento ao disposto no 1975 (fonte: Instituto Nacional de Pesquidecreto 4494 de 18 de janeiro de 1922, sas Espaciais) sendo acompanhada de foi aqui colocada em 07 de setembro uma geada. A máxima absoluta histórica de 1922, ao meio-dia, a Pedra Funda- foi de 34,5°C em 12 de outubro de 1963. mental da Futura Capital Federal dos Estados Unidos do Brasil” A temperatura, porém, varia de forma significativa nas áreas menos urbanizaO traçado de ruas de Brasília obedece ao das, onde a média das mínimas de inverplano piloto implantado pela empresa Nono cai para cerca de 10°C a 5°C. A umivacap a partir de um anteprojeto do arquidade relativa do ar é de aproximadamenteto Lucio Costa, escolhido através de te 80%, podendo chegar aos 15% ou meconcurso público. O arquiteto Oscar Nienos no inverno. meyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Apesar de a cidade ter Vegetação sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infraestrutura go- A vegetação típica do Distrito Federal é o vernamental só ocorreu durante os gover- cerrado. Essa vegetação tem como canos militares, já na década de 1970. racterísticas os troncos retorcidos, folhas e cascas grossas. É o domínio que está sofrendo maior devastação nos últimos GEOGRAFIA anos. O índice de desmatamento dessa Abriga uma população estimada em cerca região é da ordem de 70%, ou seja, hoje, da área original do cerrado, restam apede 2.606.885 habitantes (segundo o IBGE nas 30%. 2009), tendo como área territorial total 5.822,1 km², o que representa densidade O cerrado divide-se em: populacional de aproximadamente 443 hab./km². * Cerradão: presença arbórea acima de 60% da área, com um pequeno espaçaO Distrito Federal é um semi-enclave de mento entre as árvores, o que torna a Goiás, sendo circundado por praticamen- mata fechada. * Cerrado típico: vegetação localizada te todo o território do estado; apenas na ponta sudeste o Distrito Federal faz divisa nos latossolos profundos e bem drenados no Brasil Central. Ocorre em áreas extencom a cidade mineira de Cabeceira Gransas, formadas por uma camada de gramíde (até 1995, distrito de Unaí). neas e uma cobertura florestal que varia de 10% a 60% da área. Geomorfologia e relevo * Campo limpo: localizado em solos mais rasos. Região campestre com inexpressiva presença de árvores. * Campo sujo: ocorre em solos pouco ou mais profundos que o campo limpo. Existe uma pequena presença arbórea (cerca de 10%). A grande variedade topográfica, edáfica e de umidade proporciona a variedade de espécies da região. (Caetano, 2004). Áreas planas e elevadas, colinas arredondadas e chapadas intercaladas por escarHISTÓRIA pas. Assim é caracterizado o relevo domiDesde a primeira constituição republicana nante do Distrito Federal. Ao norte e ao já constava um dispositivo que previa a sul pequenas diferenças podem ser permudança da Capital Federal do Rio de cebidas na paisagem. Janeiro para o interior do país. * Norte: relevo acidentado, com vales profundos chamados "vãos". Em 1891, foi nomeada a Comissão Explo* Sul: são comuns os vales abertos e radora do Planalto Central do Brasil, lideas encostas pouco íngremes. rada pelo astrônomo Luís Cruls e integra* Altitudes. 1.100 metros é a média, da por médicos, geólogos e botânicos, tendo como ponto mais elevado a Chapaque fizeram um levantamento sobre topoda da Vendinha, localizada a noroeste grafia, clima, geologia, flora, fauna e os recursos materiais da região do Planalto com 1.349 metros. Bacia do São Francisco. * Bacia do São Bartolomeu (sul/ sudeste): deságua na Bacia do Paraná. * Bacia do Maranhão (norte): deságua na Bacia do Tocantins/Araguaia. Atualmente essas bacias passam por um forte processo de degradação devido a dois aspectos diretos: a utilização excessiva da agropecuária e a ocupação irregular do solo para fins urbanos. (Caetano, 2004). ADMINISTRAÇÃO No Brasil, a ideia de cidade está intimamente ligada à de município, porém o Distrito Federal é exceção a esta regra: há diversos núcleos urbanos, sendo o principal deles a região administrativa de Brasília, que por sua vez também se confunde com a ideia de Plano Piloto. Quanto aos outros núcleos, há muita discussão sobre se estes seriam cidades distintas, ou se seriam na verdade bairros distantes da capital do país. De qualquer forma, o Distrito Federal não é município e nem estado, constituindo um tipo independente de entidade federativa. Possui governador, assim como os estados, mas não é subdividido em municípios (conforme exige a constituição federal) e, portanto, não possuindo prefeito. É dividido em regiões administrativas, que historicamente foram chamadas de cidades-satélite (atualmente, alguns consideram este termo pejorativo). Convém lembrar também que alguns destes núcleos são mais antigos do que a própria Brasília, como Planaltina, que era município de Goiás antes de ser incorporado ao Distrito Federal, e Brazlândia, fundada na década de 1930. O Distrito Federal possui autonomia para instituir e arrecadar tributos próprios aos estados, como o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); e aos municípios, como o imposto predial e territorial urbano (IPTU). Além disso, não se subordina administrativamente ao vizinho estado de Goiás, com o qual divide quase toda a sua divisa. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE ATENÇÂO A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmissão de conhecimento. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que Hidrografia nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos Central. A área ficou conhecida como O Distrito Federal é caracterizado como unir, na busca de uma sociedade mais jusQuadrilátero Cruls e foi apresentada em Situada em uma vertente está a cidade um divisor de águas. ta, solidária e conhecedora de suas resde Brasília; quanto mais próxima do rio 1894 ao Governo Republicano. ponsabilidades sociais. Paranoá menor será sua altitude, cheganAs principais bacias hidrográficas da regiEm 1922 uma comissão do Governo Fe- do a 1.152 metros no centro de Brasília. ão: deral estabeleceu a localização no cerra* Bacia do Rio Descoberto (oeste): dedo goiano, mas o projeto ficou engaveta- O presidente Epitácio Pessoa erigiu, ságua na Bacia do Paraná. Fornece cerca do. Apenas em 1955, durante um comício ainda no ano de 1922, a pedra funda- de 60% da água tratada consumida no mental do "futuro Distrito Federal". na cidade goiana de Jataí, o então candiDistrito Federal. dato à presidência Juscelino Kubitschek * Bacia do Preto (leste): deságua na No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected] PRÓXIMO mês estaremos abordando o Estado do Espírito Santo (ES) Março 2011 Gazeta Valeparaibana Página 8 Distrito Federal - continuação Particularidades rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste". José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi a primeira pessoa a O Distrito Federal é uma unidade atípica se referir à futura capital do Brasil, em da Federação, com as seguintes particu- 1823, como "Brasília". laridades: * O Distrito Federal não é nem estado Desde a primeira constituição republicanem município, nem se divide como tal, na, de 1891, havia um dispositivo que mas possui administração autônoma. previa a mudança da Capital Federal do * As aglomerações urbanas fora do Rio de Janeiro para o interior do país, Plano Piloto são denominadas regiões determinando como "pertencente à Uniadministrativas (ou cidades-satélites), e ão, no Planalto Central da República, sua administração é exercida através de uma zona de 14.400 quilômetros quadranomeação do governador distrital. dos, que será oportunamente demarca* É o menor território autônomo do da, para nela estabelecer-se a futura Brasil – com apenas 5.783 km², que e- Capital Federal".Fato interessante dessa quivale a 26% da área de Sergipe, o me- época foi o sonho "premonitório" tido nor estado brasileiro. pelo padre italiano São João Bosco, no * O Distrito Federal não tem capital, qual disse ter visto uma terra de riquezas tendo como local da sede de governo a e prosperidade situada próxima a um região administrativa de Brasília. lago e entre os paralelos 15 e 20 do He* O Palácio do Buriti é a sede do go- misfério Sul. verno. Acredita-se que o sonho do padre seria a * As áreas de educação, saúde e se- futura capital brasileira, pelo qual o pagurança Pública (polícias civil e militar e dre, posteriormente canonizado, se toro corpo de bombeiros militar) e o poder nou o padroeiro de Brasília. judiciário são mantidos pela União, por meio de fundo constitucional. No ano de 1891 foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís BRASILIA Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano. A comissão designava Brasília com o nome de "Vera Cruz". Brasília é a capital da República Federativa do Brasil e sua quarta cidade mais populosa.[nota 1] No censo demográfico realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 2 562 963 de habitantes. Brasília também possui o segundo maior PIB per capita do Brasil (40 696,00 reais) entre as capitais, superada apenas por Vitória (60 592,00 reais). Junto com Anápolis (139 km) e Goiânia (209 km), faz do eixo Goiânia-Anápolis-Brasília a região mais desenvolvida do Centro-Oeste brasileiro. Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília é a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. A transferência dos principais órgãos da administração federal para a nova capital foi progressiva, com a mudança das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais. O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, o adequou ao projeto do lago Paranoá, concebido em 1893 pela Missão Cruls. O lago armazena 600 milhões de metros cúbicos de água. Muitas das construções da Capital Federal foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. Em 1761 o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, propunha mudar a capital do império português para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, redigiu em 1813 artigos em defesa da interiorização da capital do país, para uma área "próxima às vertentes dos caudalosos Vera Cruz, caracterizando o sentimento de um povo que nasceu sob o signo da Cruz de Cristo e estabelecendo ligação com o primeiro nome dado pelos descobridores portugueses. O plano elaborado respeitava uma determinada interpretação da História e não descaracterizava as tradições brasileiras. Grandes avenidas chamar-se-iam "Independência", "Bandeirantes" etc., diferentes, portanto, das atuais siglas alfa-numéricas de Brasília, como W-3, SQS, SCS, SMU e outros. Por discordâncias com o Presidente Juscelino Kubitschek, o Marechal José Pessoa abandonou a presidência da Comissão, tendo sido sucedido pelo Coronel do Exército Ernesto Silva, que era o Secretário da Comissão. Ernesto Silva, que também era médico, foi nomeado na sequência presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal (1956) e Diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital - NOVACAP (1956/1961), tendo assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 1956. Apenas no ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor se respeitaria a Constituição, interiorizando a Capital Federal, ao que JK afirmou que iria transferir a capital... Eleito presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta síntese" de Em 1922, no ano do Centenário da Inde- seu "Plano de Metas". pendência do Brasil, o Deputado Americano do Brasil apresentou um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da Pedra Fundamental da futura Capital, no Planalto Central. O então Presidente da República, Epitácio Pessoa, baixou o decreto nº 4.494 de 18 de janeiro de 1922, determinando o assentamento da Pedra Fundamental e designou para a realização desta missão, o engenheiro Balduino Ernesto de Almeida, Diretor da estrada de ferro de Goiás, com sede em Araguari, Minas Gerais. No dia 7 de se- O traçado de ruas de Brasília obedece tembro de 1922, com uma caravana ao plano piloto implantado pela empresa composta de 40 pessoas, foi assentada Novacap a partir de um anteprojeto do a Pedra Fundamental no Morro do Cen- arquiteto Lucio Costa, escolhido através tenário, na Serra da Independência, situ- de concurso público nacional. O arquiteada a nove quilômetros da cidade de to Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Para fazer a Planaltina. transferência simbólica da capital do Rio Em 1954 o Marechal José Pessoa Caval- para Brasília, Juscelino fechou solenecanti de Albuquerque foi convidado pelo mente os portões do Palácio do Catete, presidente Café Filho para ocupar a pre- então transformado em Museu da Repúsidência da Comissão de Localização da blica, às 9 da manhã do dia 21 de abril Nova Capital Federal, encarregada de de 1960, ao que a multidão reagiu com examinar as condições gerais de instala- aplausos. A cidade de Brasília foi fundação da cidade a ser construída. Em se- da no mesmo dia e mês em que se lemguida, Café Filho homologou a escolha bra a execução de Joaquim José da Sildo sítio da nova capital e delimitou a á- va Xavier, líder da Inconfidência Mineira, rea do futuro Distrito Federal, determi- e a fundação de Roma. nando que a comissão encaminhasse o estudo de todos. A Comissão de Planejamento e Localização da nova Capital, sob a Presidência de José Pessôa, foi a responsável pela exata escolha do local onde hoje se ergue Brasília. base nessa máxima, Kubitschek viabilizou a construção de Brasília, oferecendo várias benesses à oposição, criando fatos consumados e queimando etapas. Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infraestrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970. Todavia, ainda no início do Século XXI, muitos órgãos do governo federal brasileiro continuam sediados na cidade do Rio de Janeiro. Um fato que mostra o impacto provocado pelo modernismo da cidade recémconstruída foi a frase dita pelo cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, que, ao visitar Brasília em 1961, disse: "Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra". Alguns dos fatores que mais influenciaram a transferência da capital foram a segurança nacional, pois acreditava-se que com a capital no litoral ela estava vulnerável a ataques estrangeiros (argumento militar-estratégico que teve como precursor Hipólito José da Costa), e uma interiorização do povoamento e do desenvolvimento e integração nacional, já que devido a fatores econômicos e históricos a população brasileira concentrou-se na faixa litorânea, ficando o interior do país pouco povoado. Assim, a transferência da capital para o interior forçaria o deslocamento de um contingente populacional e a abertura de rodovias, ligando a capital às diversas regiões do país, o que levaria a uma maior integração econômica. Planejada para ter uma população de 600 mil habitantes no ano 2000, a população do Distrito Federal já atingia os 2,6 milhões de habitantes em 2009. Brasília, considerando-se todo o Distrito Federal, atualmente é a quarta capital mais populosa do Brasil. Fontes: Portal do Governo Wikipédia Edição: Filipe de Sousa A idealização do plano-piloto também foi obra da mesma comissão que, em robusto relatório, redigido pelo Marechal José Pessôa, de título "Nova Metrópole do Brasil" e entregue ao Presidente Café Filho, detalhou os pormenores do arroja- O princípio básico das estratégias polítido planejamento que se realizou. cas de Juscelino Kubitschek, segundo o próprio, era apropriado do moralista franO Marechal José Pessôa não imaginou o cês Joubert, para quem "não devemos nome da capital como Brasília, mas sim cortar o nó que podemos desatar". Com Queimadas. Destruição. Flora, Fauna e Ar... E o que falar do intencional? O que falar da falta de EDUCAÇÃO? Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 9 Falando de educação Mais valia relativa 1) Recentemente a sociedade vem denunciando a má qualidade de ensino público e cobrando do estado uma 2) postura em relação ao problema. O interessante é que o Estado, a sociedade e os meios de comunicação colocam como único e principal responsável pelo problema os professores. 3) Mas, ninguém chegou paras meios de comunicação pra mostrar como o ensino público chegou onde está. Vamos pegar apenas dois aspectos 4) (de vários) de como a estrutura de ensino vinha e vem sendo modificado para atender aos nossos alunos. Estou me referindo: 1) carga horária das 5) disciplinas e dos professores 2) a quantidade de alunos por sala de aula... Primeiramente, vamos analisar a carga horária das disciplinas. Para tanto, vamos pegar a disciplina de Geografia (já que sou professor de Geografia). Quando comecei a ensinar, a disciplina possuía três aulas por semana para cada turma. Como eu tinha e tenho que cumprir uma Carga Horária de 25 horas semanais, eu tinha 8 turmas e cada turma aproximadamente com 40 alunos. Isso quer dizer que eu tinha 320 alunos para passar e corrigir avaliações no decorre do ano letivo. O que ocorreu no decorre dos anos: a carga horária da disciplina encolheu em uma aula ficando, portanto com uma Carga Horária de 2 aulas por semanas. Isso quer dizer que o professor agora tem que ter 12 turmas para cumprir sua Carga Horária de 25 horas semanais e agora passou a ter 480 alunos (40 x 12) para avaliar. Sendo que houve uma aumento de 50% nas atividades de correção de avaliações e encerramentos de cadernetas. Imaginem os senhores que em alguns colégios estão planejando se colocar as disciplinas História e Geografia com apenas uma aula por semana. Isso quer dizer que o professor terá que ter 25 turmas para completar sua carga horária e 1.000 alunos (40 x 25) para corrigir testes e exercícios. Para piorar a situação, durante os últimos anos, se pegou as turmas de 40 alunos e se juntou para formarem turmas de 50 alunos Agora, os professores ficarão com doze turmas de 50 alunos (cada turma) que dá um total de 600 alunos e se implantarem a tal idéia de algumas disciplinas ficarem com uma aula por semana, o professor de 25 horas terá um total de 1250 alunos para avaliar e fazer as devidas correções do testes e exercícios... Pra quem sabe o que é Mais Valia tem-se uma idéia de como fazer um operário produzir muito mais e pagando o mesmo salário. O problema é que educação não é produção industrial e as conseqüências são as piores possíveis: os professores têm que lecionarem em vários colégios para cumprir sua Carga Horária (principalmente os professores de 25 horas); são obrigados a trabalharem mais de um turno (isso tira a possibilidade dele possuir dois empregos para complementar a renda familiar); os professores passam a corrigir os teste e exercícios em sala de aula para ganhar tempo (didaticamente isso é considerado errado); para ganhar mais tempo ainda eles passam a fazer trabalho (e haja trabalho extra classe) e avaliações em grupo; atualmente o professor tira do salário para pagar o transporte (ele recebe ajuda transporte para apenas cinco viagens de ida e volta por semana). res em outras, etc. apertão: Com o passar do tempo, as sala de aulas ficaram super lotas e em algumas disciplinas onde a leitura é fator determinante ( História e Geografia são exemplos) e foi-se criando uma demanda de alunos com defasagens em relação a outros da mesma idade. Mesmo na disciplina de Matemática criou-se uma defasagem dos alunos que chegavam até as 5ª e 6ª séries sem saber as quatro operações. Foi que algum iluminado lançou esses pacotes que dizem para corrigir tais distorções. - Ah! não quer estudar? Bem...perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar... O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de muito tempo atrás: Se era esse o objetivo, de uma certa maneira, o Estado afirmou que o ensino estava passando por problemas ao implantar tais pacotes e para piorar se implantaram tais pacotes e não se corrigiram as causas dos problemas que estavam fazendo com que tantos alunos ficassem em idade consideradas defasadas e como resultado esses alunos começaram a inchar os colégios em séries defasadas, ou seja, não se corrigiu as causas dessas conseqüências... Aos 3 dias, Rodriguez liga: - Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, pra começar. - Tu tá louco!!!!! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais Hoje, as secretárias de Educação es- abaixo... Agora, vocês imaginem que os professores não têm poderes de decisão sobre esses problemas e são tidos como os grandes e principais responsáveis pelos grandes problemas da educação. E é bom lembrar que existem muitos outros problemas que estão afetando a educação. tão se utilizando desses pacotes para apressar os alunos (e não para educá -los) com o objetivo de que esses aluOs Pacotes na Educação nos, quando aprovados, irão abrir vaUltimamente, o que se tem visto na gas pra novos alunos. E um caso de educação pública é a implantação dos pura economia para não se gastar chamados pacotes e entre eles pode- com mais professores e apressar os mos citar: Acelera, Se Liga e EJA alunos que eles irão abrir novas va(Ensino de Jovens e Adultos). Esses gas para novas turmas. Para piorar a pacotes surgiram com o objetivo de situação , esses pacotes estão sendo corrigir os chamados atrasos existen- ofertados de maneira igual em númetes entre centenas de alunos que es- ro de turmas com o chamado ensino tavam em uma série considerada fora regular e chega-se a conclusão que o da faixa de idade. A ideia era tentar objetivo de se corrigir os alunos defacorrigir os alunos para que eles acom- sados foi substituído pelo motivo de panhassem os demais que se encon- se fazer os alunos passarem mais rápidos pelos bancos escolares sem travam em séries adiantadas. precisar contratar mais professores. Quando um professor tem uma sala de aula com poucos alunos é comum Além do motivo de se economizar, ele conseguir corrigir certos defasa- citado acima, esses pacotes são ofegens em alguns alunos, É comum en- recidos com uma ajuda de custo e contramos alunos na quintas e sextas isso vale para os pacotes vindo do séries soletrando as palavras. Quan- MEC (Ministério da Educação), como do o professor tem um número maior também para os pacotes vindos de de aulas por turma e uma quantidade ONGs (tipo Fundação Airton Senna). de adequada alunos ele consegue Tem-se falado em uma tal de fazer (ou corrigir) com que, durante o decorre do ano letivo, crie-se meca- Gestão Democrática, você acredita nismos para que o aluno consiga ler que alguma Secretaria irá querer naturalmente (sem soletrar as paladebater democraticamente a vras). E mesmo assim, quando não implantação desses pacotes se conseguia se corrigir o problema juntamente com os professores, em sala de aula, o correto é se ter país e alunos? uma equipe técnica (alguns país colocavam os filhos em bancas) para que se acompanhasse o aluno e o problema fosse solucionado. Com o passar do tempo, as condições de trabalho do professor foram mudando e foram aparecendo várias causas que estão dificultando uma melhor qualidade de ensino (clique aqui), entre elas: a) salas de aulas lotadas, grade curriclar para atender interesses administrativos (clique aqui), excesso de professores em algumas disciplinas e faltas de professo- - Rodriguez!!!! Meu velho amigo!!! Tu te lembra do meu filho? Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando? Dois dias depois: - Zé, secretário de um deputado, salário modesto, R$ 5.000,00, tá bom assim? - Nãooooo, Rodriguez, algo com um salário menor, eu quero que o guri tenha vontade de estudar depois... Consegue outra coisa. - Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00 por mês e nada mais... - Rodriguez, isso não, por favor, alguma coisa de 500,00 ou 600,00, pra começar - Isso é impossível Zé!!! - Mas, por quê??? - PORQUE ESSES SÃO POR CONCURSO PARA PROFESSOR, PRECISA TÍTULO SUPERIOR, MESTRADO ETC.... É DIFÍCIL... ************************** ********* SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO... E VERDADEIRO... O cara termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade. www.gazetavaleparaibana.com O pai, meio mão de ferro, dá um Para anunciar > [email protected] > Ajude-nos nesta tarefa por um Mundo melhor. Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 10 Educando “O Bêbado e a Equilibrista” Interpretação da Letra ter ganhos pessoais. Eles “O Bêbado e a equilibrista” "acreditavam" tanto na propaElis Regina ganda oficial que se dizia que se um general declarasse que a lua era preta eles passariam a defender tal tese como verdade absoluta. Em determinada época foram até chamados de luas-pretas.) O Bêbado (1- O bêbado representa os artistas, poetas, músicos e "loucos" em geral, que embriagados de liberdade ousavam levantar suas vozes contra a ditadura.) e a Equilibrista (2- A equilibrista era a esperança de democracia, um projeto de abertura política gradual, que a cada "eleição", a cada evento que incomodava os militares (passeatas, etc), tinha sua existência ameaçada.) Caía a tarde feito um viaduto (3- Um viaduto, obra do governo, caiu, desabou sobre carros e ônibus cheios de pessoas, matando muita gente. Na época, nada pôde ser noticiado nem as pessoas foram devidamente ressarcidas ou indenizadas. Cidade de Belo Horizonte, viaduto da Gameleira, década de 70. ) tal qual a dona do bordel (6- A Câmara de Deputados e o Senado foram algumas vezes comparados a bordéis devido aos negócios imorais que lá se faziam. É claro que os cidadãos indignados não podiam dizer claramente que pensavam isto, ou seriam no mínimo processados por calúnia, injúria, difamação e etc.) Pedia a cada estrela fria (7-As estrelas são os generais, donos do poder. Alguns deles nunca apareceram como governantes, preferindo manipular nos bastidores. Se contentavam com uns poucos privilégios astronômicos e umas ninharias de cargos de direção em estatais ou o poder de nomear umas poucas dezenas de parentes e correligionários em empregos públicos.) do destinado a eliminar er- (18-Maria é a esposa do operário Manuel Fiel Filho morto ros). sob tortura nos porões do DOI-CODI (SP) em janeiro de do céu (11- As prisões eram inalcan- 1976 e Clarice é a esposa do çáveis ao cidadão comum, jornalista Wladimir Herzog, inacessíveis, por isso a com- também morto sob tortura, no paração com o céu. ) DOI-CODI (SP) em outubro de 1975.) Chupavam manchas no solo do Brasil. (12- Os rebeldes são compa- Mas sei que uma dor assim rados a manchas, ou seja um pungente não há de ser erro na escrita, uma coisa foinutilmente ra da ordem, uma indiscipli- A esperança dança na corda na.) bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha torturadas pode se machucar Azar, a esperança (13- Referência à tortura aplicada aos militantes de esequilibrista querda, que ocorria às es- Sabe que o show de todo artista condidas. O regime jamais admitiu que torturava pessoTem que continuar as, porém nunca houve punições aos casos que conse- Da redação guiam alguma divulgação, apesar da censura à imprensa.), que sufoco louco O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil (14- Os artistas nunca se calaram. Esta música, ele própria é uma das irreverências.) Pra noite do Brasil (15- Um tema recorrente nas músicas da época. A volta das liberdades políticas é um brilho de aluguel comparada ao amanhecer, (8- O brilho de aluguel era, bem como a ditadura é comcomo mencionado acima, os parada à noite.) ganhos pessoais e até eleitorais obtidos pelos civis que meu Brasil aceitavam ser marionetes. Al- Que sonha com a volta do guns destes civis cresceram irmão do Henfil tanto que ultrapassaram em (16- O Henfil (Henrique Filho) poder os seus "criadores" far- era um afiadíssimo cartunista dados.) político muito visado pelo regime, bem como seu irmão o E nuvens Betinho, que no governo Fer(9- Os torturadores são aqui nando Henrique organizou o comparados a nuvens, pois programa de combate à foeram intocáveis e inalcançá- me. Os dois eram hemofílicos veis.) e morreram de Aids.) E um bêbado trajando luto (4- Referência aos militantes de esquerda que foram "sumidos" ou declaradamen- lá no mata-borrão te assassinados sob tortura.) (10- O mata-borrão é um insme lembrou Carlitos trumento antiquado destinado a eliminar erros, borrões na A lua escrita. O DOI-CODI, nossa (5- A lua representa os políti- temível polícia política da écos civis que se colocaram a poca era o mata-borrão do favor do regime, a fim de ob- regime (instrumento antiqua- O Programa Cidade Educadora foi criado com o objetivo de despertar nas pessoas a e nas autoridades a consciência de uma cidadania Ampla e ativa. Conheça mais: www.formiguinhasdovale.org cidadeseducadoras.pdf Com tanta gente que partiu (17- Referência aos exilados políticos.) num rabo-de-foguete Chora a nossa pátria mãe gentil Choram Marias e Clarisses CONHEÇA www.gazetavaleparaibana.com O mundo está precisando de mais ações concretas e de menos discursos !!! - Façamos mais e falemos menos... Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 11 Ser criança O que significa ser criança? Cada gene só se pode exprimir em função do modo como cada fase ambiental da evolução humana modela a força potencial da natureza. A expressão genómica com todas as suas influências é, de fato, condicionada pelas sucessivas interações entre o que é potencial e o que são os sucessivos ambientes que constituem o envelope do biológico, desde o núcleo ao citoplasma, desde a célula ao tecido, desde o órgão ao corpo total, desde o corpo à relação com o outro mais significativo nos primeiros tempos de vida e que é a mãe, até às outras todas relações sociais com os outros mais ou menos preferenciais que a família e a sociedade vão proporcionando, nas sucessivas etapas do ciclo da vida. O mito determinista que tanto nos legou em termos de significado nas primeiras relações, cruza-se com as outras realidades influenciais através das quais sabemos que nunca nada está perdido em função da extraordinária capacidade de adaptação humana em todos as fases potenciais da vida. O modelo etológico ter-nos-á influenciado a pensar em termos de sobrevivência quando caracteriza a evolução em termos de competência de espécies na mira de garantir aquela mesma sobrevivência. Porém, a caracterização da espécie humana vai no sentido de uma evolução complexa destinada a garantir competências susceptíveis de condicionar capacidades decisivas como são as de constituir família e de cooperar em grupos soci- ais com objetivos comuns, cada vez mais postura da maturidade há uma deliciosa complexos. criatura chamada menino. Embora se apresentem em tamanhos, Ser Criança significa o destino de vida pesos e cores sortidos, todos os meninos feita relação e afeto. tem o mesmo credo: aproveitar cada segundo de cada minuto de todas as horas Sciello de todos os dias e protestar ruidosamente - o barulho é sua única arma - quando seu último minuto é decretado e os adulO que significa ser menina? tos o empacotam e metem na cama. Meninos são encontrados em todas as parSer menina... Ser menina é sonhar, mesmo que seja tes: em cima de, embaixo de, subindo com coisas bobas, mas temos o dom em, balançando-se no, correndo em volta de, pulando para. para sonhar. é imaginar como seria o seu grande a- As mães os adoram, as meninas os odeiam, irmãos e irmãs mais velhos os supormor... tam, adultos os ignoram, o céu os proteÉ criar o seu próprio conto de fadas. Pensar em como seria o dia do casamen- ge. Um menino é a Verdade com o rosto suto. Questionar-se qual profissão quer seguir, jo, a Beleza com um corte no dedo, a se quer ser médica, veterinária, policial... Sabedoria com um chiclete no cabelo, a Escolher o nome que daria a filha ou ao Esperança do futuro com uma rã no bolso. filho... É passar a maquilagem da mãe e ficar-se Quando você está ocupado, um menino imaginando ser "gente grande". É ficar se olhando no espelho e imaginar é um conversa-fiada, intrometido e amoo que diria se o menino que ela gosta lante. Quando você deseja que ele cause fosse falar com ela em um momento que boa impressão, seu cérebro vira geléia, ou ele se transforma em uma criatura ela imaginou. É se arrumar toda nem que seja para ir sádica e selvagem empenhada em desmontar o mundo ao seu redor. em uma festinha... Ser menina é ser aquela garota que mesmo que não seja notada ela é quem ela Um menino é um híbrido: o apetite de um cavalo, a disposição de um engoleé... espadas, a energia de uma bomba atômiSeu próprio jeito de ser, ser menina. ca de bolso, a curiosidade de um gato, os pulmões de um ditador, a imaginação de Anne Caroline um Júlio Verne, o retraimento de uma violeta, o entusiasmo de um bombeiro e O que significa ser menino? quando se mete a fazer alguma coisa é como se tivesse cinco polegares em caEntre a inocência da infância e a com- da mão. Gosta de sorvete, canivetes, serrotes, pedaços de pau, água (no seu habitat natural), bichos grandes, Papai, sábados, domingos e feriados, mangueiras de água. Não é partidário de catecismo, escolas, livros sem figuras, lições de música, colarinhos, barbeiros, meninas, agasalhos, adultos e " hora de dormir". Ninguém se levanta tão cedo, nem chega tão tarde para o jantar. Ninguém se diverte tanto com árvores, cachorros e mosquitos. Ninguém é capaz de meter num único bolso um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, um metro e meio de barbante, um saco de matéria plástica, duas pastilhas de chiclete, três notas de um cruzeiro, um estilingue e um fragmento de "substância ignorada". Um menino é uma criatura mágica: você pode mantê-lo fora de seu escritório, mas não pode expulsá-lo de seu coração. Pode pô-lo para fora da sala de visitas mas não pode tirá-lo de sua mente. Queira ou não, ele é o seu captor, seu carcereiro, seu dono, seu patrão, uma cara sarapintado, um nanico, um matagatos, um pacote de encrencas. Mas quando à noite você chega em casa, com suas esperanças e seus sonhos reduzidos a pedaços, ele possui a magia de soldá-los em um segundo, pronunciando duas palavras somente: "Alô, papai"... Alan Beck Abrindo o coração Janela aberta em direção de um lugar calmo, ao ar livre e olhe para o céu, o ser humano Nessa madrugada antes mesmo de só se sente o divino quando olha pavocê acordar passei pelo teu quar- ra o céu, porque somos seres sideto e fiquei ao seu lado, invisível, rais, feitos da poeira das estrelas e é mas te vendo dormir. Queria ter para elas que vamos retornar um dia. entrado nos teus sonhos e nem sei Nessa madrugada enquanto voava se consegui. Você parecia tão calma, cheia de de volta ao meu quarto, para a minha paz de olhos fechados, eu pude janela, senti que o tempo está pasver seu coração batendo dentro do sando cada vez mais rápido e talvez já nem dê mais tempo, talvez já não seu peito, ele tem algumas cicatrizes que de vez em quando dê mais tempo...por isso enquanto as minhas asas estiverem boas pra voar sangram, não? eu irei te visitar, deixa a janela aberta, Eu poderia ter descoberto teus segre- meu espírito nasceu pra voar, endos nessa madrugada, mas os deixei quanto meu corpo dorme, repousa no lugar onde eles pertencem. Quem em minha calma, eu expando minha sabe um dia você me conta com sua alma e isso acontece desde tempos imemoráveis.... própria voz. No vaso da sala coloquei algumas flores, elas são do meu jardim, mas só você conseguirá vê-las, mais ninguém. Nessa madrugada eu ouvi teu chamado, então peguei minhas asas que estavam guardadas no armário e voei em tua direção, e pra minha sorte você deixou a janela aberta pra eu entrar. Acredito em você, eu confio em você, eu não diria isso se não sentisse, nessa manhã quando você acordar vai se sentir estranha, como se tivesse algo diferente... saiba que eu deixei um presente, quando a luz estiver se afastando de ti, não esmoreça, vá Os porta-retratos estão vazios até hoje. Talvez tenha sido minha maneira inconsciente de marcar a sua ausência aqui fora como ela significava aqui dentro. O painel de fotos também está sem fotos – suas, minhas, ou de quem quer que seja. Eu tirei porque estava cansada delas. Porque ficaram buracos quando tirei as nossas fotos. E também porque a minha vida não seria mais a mesma sem você. O estranho é que até hoje eu não sei o que é a minha vida sem você. Ela continuou, e eu não estou triste já faz um bom tempo, mas ainda não en- A minha casa continua de pernas pro ar, como a minha vida. Como se eu tivesse começado alguma coisa e parado no meio de caminho, e eu realmente parei. Sem saber por onde seguir, eu fui andando a esmo e evitando todos os espelhos que enconEu não vi mais o seu painel de fotos trei. E agora eu tenho muito medo de ou os seus porta-retratos. Eles se fo- olhar. E de seguir em frente. ram com você. Mas posso arriscar dizer que não estão vazios como os Mas você me diz que as coisas vão meus. Você os arrumou de novo, as- ficar bem, e eu acredito. Agora só sim como arrumou a sua vida. Você falta acreditar em mim. cresceu. Foi o que eu senti da última vez que ouvi sua voz e você me con- Olhando pela janela do meu quarto tou como estava tudo. Você estava vejo a Lua e nada mais, volto a olhar tranqüilo, como fica quando está para dentro do meu quarto e só enbem. Cansado, mas feliz. O mesmo, xergo o escuro e nada, além disso. mas outra pessoa. Por que esse vazio tão grande? contrei as fotos para os porta-retratos e os painéis. E olha que tenho muitas fotos novas, além das antigas, você sabe que eu adoro fotos. Eu não sou mais a mesma, é verdade, mas ainda não sei o que me tornei. Às vezes eu fico pensando sobre o que de mim ficou em você. Eu imagino que não sejam buracos em painéis de fotos nem porta-retratos. E também sei que não provoquei raiva a ponto de você jogar fora as cartas e as outras lembranças. No meu olhar não se tem mas o Brilho de Viver, minhas atitudes são em vão, pois ninguém as reconhecem. Viver apenas por viver, apenas por que o coração pulsa, mas pulsa vazio, com raiva, com tristeza, bate sozinho, sem ânimo. Então o que eu me tornei pra você? O tempo parece não passar, o arcoUm equívoco? Uma lembrança simpática com a qual íris não tem cor, a vida é preta e cinvocê não se identifica mais? za, a vida é quase por essa tristeza sem ''vida''. Ou será que consegui me inscrever de maneira definitiva na sua história, Por que o amor nos faz experimentar de forma que você não quer nem o saboroso gosto da plenitude no céu conseguiria apagar, como você na e depois nos leva ao poço no inferminha? no? Administrar bem a nossa vida já, por vezes, se torna difícil. Administrar a de outros então... Requer conhecimento. Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 12 Falta mão de obra... Pode? Com a falta de mão de obra qualificada no Brasil e o excesso de profissionais sem emprego nos países ricos em razão da crise, governos e entidades de classe do exterior têm contatado empresários e associações de engenheiros e arquitetos nacionais para oferecer trabalhadores. O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) faz a intermediação de alguns desses encontros, como aconteceu em novembro, com representantes dos Estados Unidos. Outros estão sendo feitos diretamente. Reunidos na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, a convite do MDIC, empresários assistiram a uma exposição por videoconferência sobre o perfil e a qualificação das empresas americanas na área de arquitetura e engenharia. "Eles mostraram que têm ociosidade e capacidade para trazer profissionais e empresas para trabalhar aqui", disse José Carlos Martins, vicepresidente da CBIC (Câmara Brasilei- ra da Indústria da Construção), que CONTRAPARTIDAS participou do encontro. Para o Brasil, encurtar esse processo CRISE MUNDIAL depende de contrapartidas. Representantes dos trabalhadores querem "Em razão da crise lá fora, há interes- aproveitar o interesse e abrir oportuse brutal desses profissionais em vir nidades para brasileiros nesses paípara cá", afirmou Marcos Túlio de ses ricos. Me l o, pr es i de nt e do C onf ea (Conselho Federal de Engenharia, "Eles tiveram seu momento de expanArquitetura e Agronomia), também são e não flexibilizaram [regras] para a gente. Pode ser feito um acordo presente ao encontro. bilateral de longo prazo. Hoje, a gente Dos brasileiros os estrangeiros ouvi- não consegue entrar no mercado euram detalhamento dos investimentos ropeu", disse Melo, que já se reuniu previstos nas áreas de energia, trans- com representantes dos EUA, da Esporte, habitação e saneamento, além panha, do Chile e de Portugal e ado passo a passo de um longo e caro guarda um encontro formal com o processo para validar diplomas e ob- Reino Unido. ter autorização para trabalhar no pa"Queremos contrapartidas e aguardaís. mos manifestação deles", disse. SeO tempo pode chegar a oitos meses, gundo ele, o número de pedidos de e o custo, passar de R$ 15 mil. registro de estrangeiros triplicou em A fila de espera para entrada no país 2010. inclui engenheiros e arquitetos americanos, espanhóis, italianos, portugue- Procurado por representantes da Itáses e ingleses, além de chilenos e lia, da Espanha e da Argentina, o presidente do Crea (Conselho Regional argentinos. de Engenharia, Arquitetura e Agrono- mia) do Paraná, Álvaro Cabrini, disse que todos ficaram de formalizar os pedidos, "mas até agora não chegou nada". "Tenho recebido pedidos para validar diplomas de engenheiros, mas do Mercosul, principalmente, da Argentina." Em novembro do ano passado, ele se reuniu com o cônsul argentino para negociar um acordo bilateral que simplifique o processo de entrada no Brasil. "O Confea exige tradução do diploma, o que tem um custo de R$ 8.000 a R$ 15 mil. Podemos abrir mão disso, já que, no processo, uma universidade já validou o diploma. Isso facilita o trânsito." Mas diz que "há resistências da Argentina em receber profissionais brasileiros". Da redação Falta investir relação a investimentos em educação o Brasil fica na 73ª posição entre as nações. Isso é um absurdo”, afirma o vereador. “O país que quer se desenvolver tem que priorizar a educação. Todos os países desenvolvidos deram importância ao desenvolvimento educacional de seu povo, reservando 10% do seu Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nós só investimos de 3 a 4%”, enfatizou Geraldo Amorim. Em entrevista ao Jornal da Câmara (JC) na manhã de terça-feira (22/02) foi o vereador Geraldo Amorim (PDT), que afirmou que a proliferação da dengue no país passava pela questão da educação da população. O vereador (foto) defende a necessidade de haver a priorização de investimentos na área da educação do país para se obter a conscientização da população em relação ao seu papel como agente ativo de transformação. Ele ainda continuou lembrando que o país possui diversos postos de trabalhos que não estão ocupados por falta de mão-deobra qualificada devido a falta de investimento nessa área. Assim como a falta de incentivos para tornar a educação formal mais atraente para a juventude. JUNTOS Gazeta Valeparaibana EDUCARonline Amorim informou que está elaborando um projeto para a criação de uma campanha de valorização do professor, procurando motivá-lo e capacitá-lo para desempenhar seu trabalho junto à população. A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de A educação das pessoas passa pela lim- “Enquanto não surgir um gestor preocu- aulas, tais como: educação, cultura, tradipeza de seus espaços urbanos, comba- pado com a educação do país, tudo vai ções, história, meio ambiente e sustentabilitendo assim a proliferação dos mosquitos ficar como está. Assim nada mudará”, dade, responsabilidade social e ambiental, que estão adoecendo os cidadãos. além da transmissão de conhecimento. completou. “Nós no Brasil estamos entre os dez paíAssim, publica algumas matérias selecionases mais ricos do mundo, no entanto, em Da redação das de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa Nascemos príncipes por sermos filhos multiplicação, no que tange a Cultura e Susdo Rei dos reis, e rei pelo amor do casal que tentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidános gerou, mas podemos nos transformar ria e conhecedora de suas responsabilidaem sapos, quando nos forem cerceada a des sociais. educação. Uma nação que não investe em educação, dificilmente terá ordem e tardará para chegar ao progresso. No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected] Gazeta Valeparaibana - O JORNAL+ EDUCAÇÃO + CIDADANIA + MEIO AMBIENTE e muito + BRASIL Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 13 Saúde da Família Atividade física para a terceira idade no contexto da Estratégia da Saúde da Família O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos (senescência) o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência - senilidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais ativo. O Brasil está envelhecendo de forma rápida e intensa, o que tem provocado uma mudança em seu perfil demográfico. O país possui cerca de 19 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa mais de 10% do total da população brasileira de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estimativas indicam que esse número pode chegar a aproximadamente 32 milhões até 2025. Em Goiás o número de idosos chega a 525.170, o que corresponde a 8,8% da população. Essa mudança no perfil demográfico está relacionada à expectativa de vida dos brasileiros, que vem aumentando, o que aponta para o envelhecimento populacional e exige novas prioridades na área das políticas públicas, como a formação de recursos humanos para atendimento a população idosa. São necessárias providências urgentes para garantir uma infra-estrutura de atendimento a esses idosos. A saúde do idoso está entre as prioridades estabelecidas entre os gestores do SUS no Pacto pela vida. Diante desse contexto, a atenção primária deve concentrar esforços no desenvolvimento de políticas de saúde de modo a contribuir para que mais pessoas alcancem as idades avançadas com o melhor estado de saúde possível, tendo como eixo o envelhecimento ativo e saudável, que está entre as diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. A prática de cuidados às pessoas idosas exige abordagem global, interdisciplinar e multidimensional, que leve em conta a grande interação entre os fatores físicos, psicológicos e sociais que influenciam a saúde dos idosos e a importância do ambiente no qual está inserido. A abordagem também precisa ser flexível e adaptável às necessidades desta clientela específica. Sabe-se que a prática de atividades físicas devido aos seus inúmeros benefícios é uma das principais estratégias para a prevenção de doenças crônicas e está intimamente ligada ao processo de envelhecimento ativo. Estudos mostram que pelo menos 70% dos idosos têm um problema de saúde e a atividade física pode ser uma grande aliada do tratamento. A prática da atividade física pode controlar a manifestação e os sintomas de várias doenças e reduzir o consumo de remédios. Segundo a Portaria nº 2.528/06, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os gestores do SUS deverão estabelecer parcerias para a implementação de programas de atividades físicas e recreativas destinados às pessoas idosas. Diante disso é essencial que as equipes de saúde da família trabalhem no sentido de desenvolver ações coletivas para este grupo específico com base na promoção de atividades físicas buscando um olhar para um bem estar integral voltado à saúde como um todo. ATIVIDADE FÍSICA A inatividade física é um dos fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de doenças crônicas. É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos, pois o estilo de vida moderno propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias. Os benefícios da atividade física para a saúde têm sido amplamente documentados. Entre os principais benefícios biológicos, psicológicos e sociais proporcionados pelo desempenho da atividade física estão: melhor funcionamento corporal, diminuindo as perdas funcionais, favorecendo a preservação da independência; redução no risco de morte por doenças cardiovasculares; melhora do controle da pressão arterial; manutenção da densidade mineral óssea, com ossos e articulações mais saudáveis; melhora a postura e o equilíbrio; melhor controle do peso corporal; melhora o perfil lipídico; melhor utilização da glicose; melhora a enfermidade venosa periférica; melhora a função intestinal; melhora de quadros álgicos; melhora a resposta imunológica; melhora a qualidade do sono; ampliação do contato social; correlações favoráveis com redução do tabagismo e abuso de álcool e drogas; diminuição da ansiedade, do estresse, melhora do estado de humor e da auto-estima1. Segundo uma pesquisa do SESC que descreve as demandas setoriais com relação às atividades físicas, a metade dos idosos brasileiros costuma fazer caminhada (51%), atividade mais praticada entre os homens (57%, contra 46% entre as mulheres). Entre os 51% de idosos que costumam fazer caminhadas, a maior parte (22%) o faz todos os dias, 6% de 3 a 5 vezes por semana e 13% 1 ou 2 vezes por semana. Os homens praticam caminhada diariamente duas vezes mais que as mulheres (30%, contra 15%). E entre ambos, a prática da caminhada diminui conforme aumenta a idade. O alongamento faz parte das atividades físicas de 12% dos idosos, 9% andam de bicicleta e 8% fazem ginástica. As mulheres praticam o alongamento um pouco mais do que os homens (14%, contra 9%) e entre os homens idosos 18% têm o hábito de andar de bicicleta, enquanto só 2% das mulheres idosas têm essa prática. Uma política de saúde importante lançada pelo Ministério da Saúde é o “envelhecimento ativo: uma política de saúde”, cujo projeto busca dar informações para a discussão e formulação de planos de ação que promovam um envelhecimento saudável e ativo. Esta política faz uma abordagem à adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde tendo como fator relevante a prática de atividades físicas adequadas, as quais podem retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos. A atividade pode ajudar pessoas idosas a ficarem independentes o máximo possível, por um período de tempo maior, podendo também reduzir o risco de quedas. Portanto, há importantes benefícios econômicos quando os idosos são fisicamente ativos. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa coloca como principais desafios na atenção básica quanto à assistência ao idoso: a escassez de estruturas de suporte qualificado para idosos e seus familiares destinadas a promover intermediação segura entre a alta hospitalar e a ida para o domicílio; número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso frágil; a escassez de equipes multiprofissionais e interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e saúde da pessoa idosa; e a implementação insuficiente ou mesmo a falta de implementação das redes de assistência à saúde do idoso. Considerando que a unidade básica de saúde é a porta de entrada do sistema de saúde e possui espaço para um enfoque interdisciplinar seria interessante que as políticas e programas estivessem voltados no sentido de beneficiar a população idosa e promover mudanças significativas em direção a um estilo de vida saudável mesmo sabendo que é um grande desafio promover mudanças de comportamento neste grupo populacional. Dessa forma, o aconselhamento educativo por meio da indicação da atividade física bem como a adoção de programas de atividades físicas para idosos pode ser um adjuvante em diversas terapêuticas, o qual pode reduzir consideravelmente as conseqüências para a saúde resultantes do processo de envelhecimento. Neste contexto a atuação das equipes de saúde da família deve ser pautada na elaboração de programas e atividades que visem a promoção do envelhecimento ativo como sendo também importante que todos os membros da equipe estejam envolvidos neste processo. Dra. Flávia Rodrigues É Cirurgiã Dentista em Cezarina (GO) Paradoxo Brasil CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE LOUCOS -Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata ! -Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage. -Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército. -Um diretor sem diretoria do Senado , cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional. -Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientistapesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas. -O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00 , equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos. O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS,ESTADUAIS E VEREADORES. TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA NOSTRA” JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR. PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSEM QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO. PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS TRÊS PODERES DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO. OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM VALE A PENA TENTAR. Uma das maiores riquezas mundiais, em importância para a sustentabilidade do planeta está na Amazônia Gazeta Valeparaibana Março 2011 Página 14 Juntos e na mesma direção EDUCAR * Uma Janela para o mundo - SaciArte - Arte&Sobra - Reciclagem - Teatro - Viveiro Escola Planta Brasil Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Culturas e Tradições Populares UNICEF lança relatório Situação Mundial da Infância 2011 UNICEF - Investir na proteção e no desenvolvimento da população mundial de 1,2 bilhão de adolescentes pode romper ciclos de pobreza e iniquidade, segundo o relatório global do UNICEF “Situação Mundial da Infância 2011 – Adolescência: Uma fase de oportunidades”. O relatório inova nesta edição ao abordar a adolescência como um período de oportunidades, invertendo a lógica que costuma reduzi-la a uma fase de riscos e vulnerabilidades. Segundo a publicação, investimentos realizados nas duas últimas décadas permitiram grandes avanços para os períodos inicial e intermediário da infância. Entre os avanços alcançados desde 1990, estão a redução de 33% na taxa global de mortalidade de menores de 5 anos e a eliminação quase total das diferenças de gênero nas matrículas na escola primária em diversas regiões em desenvolvimento. mesmo período, 81 mil adolescentes brasileiros, entre 15 e 19 anos de idade, foram assassinados. Segundo o relatório, poderemos tornar sustentáveis as conquistas obtidas na primeira década de vida com políticas nacionais e programas específicos que ofereçam aos adolescentes acesso à educação de qualidade, saúde e proteção. “A adolescência é um momento crucial. Essa fase oferece uma oportunidade para consolidar os ganhos que obtivemos na primeira infância ou pode significar a possibilidade de se perder essas conquistas”, afirmou Anthony Lake, Diretor Executivo do UNICEF. “Precisamos concentrar mais intensamente os nossos esforços nos adolescentes – principalmente nas meninas adolescentes –, investindo na sua educação e saúde e em outras medidas para envolvê-los nos processos de melhoria de sua própria vida”. Segundo o relatório, é na segunda década da vida que as iniquidades aparecem de forma mais evidente. Os dados disponíveis comprovam que a iniquidade é um dos principais fatores que impedem que os adolescentes mais pobres e vulneráveis continuem No entanto, menos avanços fo- sua escolarização e os expõem a ram observados em áreas que situações de abuso, exploração e afetam os adolescentes. Mais de violência. 70 milhões de adolescentes em idade de frequentar os anos finais Situação da adolescência do ensino fundamental estão fora no Brasil da escola. No Brasil, as reduções na taxa de mortalidade infantil en- Além dos dados sobre o Brasil tre 1998 e 2008 significam que foi incluídos no relatório, o UNICEF possível preservar a vida de mais também divulgou hoje o Caderno de 26 mil crianças; no entanto, no Brasil, publicação que contextua- liza para a realidade brasileira as cassas quando são levadas em reflexões e dados do relatório glo- consideração outras dimensões bal. da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local O Brasil é um país jovem: 30% de moradia, gênero, raça ou etnidos seus 191 milhões de habitan- a. tes têm menos de 18 anos e 11% Desafios – Os adolescentes enda população possui entre 12 e frentam hoje um conjunto sem 17 anos, uma população de mais precedentes de desafios globais, de 21 milhões de adolescentes. incluindo o incerto cenário econôPor isso, é essencial atender às mico internacional, as taxas de necessidades específicas da ado- desemprego entre os jovens, o lescência nas suas políticas. Ca- aumento do número e da intensiso contrário, corre-se o risco de dade das crises humanitárias e que um grupo tão significativo e dos conflitos, mudança climática estratégico para o desenvolvi- e degradação ambiental, além da mento do País fique invisível em rápida urbanização. meio às políticas públicas que focam prioritariamente na primeira Levando em consideração que esses desafios provavelmente se agravarão na próxima década, será preciso oferecer aos adolescentes as habilidades e o conhecimento necessários para que eles possam enfrentá-los. Para isso, são necessários investimentos focados nas seguintes áreaschave: coleta e análise de dados; educação e capacitação; participação; criação de um ambiente que ofereça proteção e apoio aos adolescentes; e resolução dos desafios relacionados à pobreza fase da infância e na fase seguin- e às iniquidades. te da juventude. “Milhões de jovens em todo o Em consonância com o relatório mundo estão esperando que tomundial, a situação dos adoles- dos nós atuemos mais intensacentes no Brasil demonstra que mente em seu favor. Proporcionar atualmente as oportunidades pa- a todos os jovens as ferramentas ra sua inserção social e produtiva de que precisam para melhorar ainda são insuficientes, tornando- sua vida promoverá uma geração os o grupo etário mais vulnerável de cidadãos economicamente inem relação a determinados ris- dependentes, atuantes na sociecos, como o desemprego e sub- dade e capazes de contribuir atiemprego, a violência, a degrada- vamente para a promoção de meção ambiental e redução dos ní- lhorias em suas comunidades”, veis de qualidade de vida. As o- afirmou Lake. Fonte: UNICEF portunidades são ainda mais es- “Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, isso é realidade.” O Projeto Social “Formiguinhas do Vale” mantém na rádio web através de seu veículo de comunicação EDUCARonline, dois programas de divulgação de seus projetos, a saber: EDUCAR - Uma janela para o mundo. Neste programa abordados as questões sociais mais importantes, tais como Educação, Sustentabilidade Social, Meio Ambiente e Culturas. No ar todos os Sábados das 18;00 ás 20;00 horas > acesse: www.gazetavaleparaibana.com RAÍZES & MATRIZES. Este programa é dedicado á Comunidade Lusófona Internacional e nele aborda- mos a Cultura, Turismo e História de cada país e cidade, além de servir como um prestador de serviços e de apoio a todo o cidadão das Comunidades Lusófonas em dificuldades, quer seja de Documentação ou outra dificuldade pontual. Vai ao ar todas as Sextas-Feiras das 18;00 ás 20;00 horas. Acesse: www.gazetavaleparaibana.com Março 2011 Gazeta Valeparaibana Página 15 Comunidades - drogas Relatório do MP aponta drogas, "sumiço" de professores e evasão nas escolas em Alagoas Falta de professores nas salas de aula, evasão escolar, queda no número de matrículas e consumo e venda de drogas nas escolas. Esses são problemas enfrentados pela rede estadual de Educação em Alagoas, segundo relatório do Ministério Público do Estado (MPE). O documento já foi entregue ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Para o MP, um dos maiores problemas está na evasão escolar. Como exemplo, o relatório aponta a escola Margarez Lacet, que registrou em 2007 um índice de evasão de 46%. Em outras unidades, a média chegou a 30%. Para a promotora Cecília Carnaúba, além do prejuízo para os alunos, o Estado também perdeu recursos. "Já vivemos em um Estado pobre e tenho informações de que Alagoas perdeu 17% dos recursos do Fundeb por causa da queda no número de matrículas", afirmou a responsável pela Vara da Fazenda Pública. O Ministério Público de Alagoas flagrou alunos de uma escola estadual assistindo às aulas no chão por falta de carteiras. Após a vistoria, a promotora do caso visitou o depósito da Secretaria de Educação e encontrou uma pilha de carteiras sem uso. No ano de 2008, a promotora lembra que foram tomadas diversas providências pelo MPE, em relação às carências escolares, como o ingresso na Justiça de ações civil pública e de improbidade. "Fazemos relatórios todos os anos, mas no deste ano encontramos situações muito mais graves. O governo está perdendo alunos a cada ano e isso é preocupante", ficando sem diploma, porque nunca pagam essa dívida. Este ano, várias revelou. escolas ainda estão com o ano letivo Segundo relatório do MPE, o número de 2008", explica. de alunos matriculados vem caindo de forma acentuada. Os dados de Em outras escolas, o Ministério Públi2004 revelam que 313 mil estudantes co denunciou o uso e venda de drofaziam parte da rede estadual de en- gas. "Todos os diretores que me ensino. Em 2008, esse número caiu pa- contrei reclamaram que têm problemas de drogas as escolas. É preciso ra 259 mil. Além da queda, muitas disciplinas ações mais enérgicas por parte do deixam de ser ministradas por falta governo nesse sentido", cobrou a de professores. A carência atinge promotora. quase todas as disciplinas, entre elas: português e matemática. A falta A vice-presidente do Sinteal de professores está presente em (Sindicato dos Trabalhadores em E29,8% das escolas do Estado, segun- ducação), Célia Capistrano, discorda da afirmação do MPE de que não a do o MPE. quantidade de professores no quadro "O mais preocupante disso é que a- funcional do Estado é suficiente e valiei e temos um número de profes- que eles não estariam trabalhando sores médio similar ao Paraná, pri- em suas funções. "Existe uma enormeiro colocado no Ideb (Índice de me falta, isso é claro. Fizemos um Desenvolvimento da Educação Bási- levantamento nas escolas de todo o ca, em que Alagoas ficou em último). Estado e não há como negar que é Mas, mesmo assim, faltam professo- preciso chamar mais professores pares em disciplinas do currículo bási- ra o quadro. Podem existir alguns co. Quero saber onde estão esses lotados em outros locais, mas isso professores, porque na sala de aula não é de nosso conhecimento", aleeles não estão", criticou, que suspei- ga. ta que haja profissionais em quantidade suficiente, mas que muitos es- Sobre o uso de drogas, Capistrano tariam alocados a outras funções no afirma que esse é um problema que governo. Ela também não descarta a chega até dentro das salas de aula. possibilidade da existência de funcio- "O uso acontece na sala, nos pátios, nários "fantasmas" na lista de educa- fora das escolas. Não se faz um trabalho de prevenção e temos localidadores do Estado. des onde existem ameaças a profesO governo estadual não nega nem sores e até casos de violência relataconfirma: apenas informa que está dos. Esse é um problema muito graaveriguando a situação. O Estado ve que enfrentamos e que vem cresestá realizando um censo em todo o cendo em Alagoas", afirmou. quadro de servidores para verificar se há irregularidades. Outro lado Segundo a Secretaria da Educação Por conta da falta de professores em do Estado, os dados apresentados algumas disciplinas, boa parte das no relatório são oriundos da própria escolas está com o calendário atra- secretaria, que tem conhecimento sado. No relatório, o MPE explica que dos problemas enfrentados pela rede 21 escolas só finalizaram o ano letivo estadual e trabalha para melhorar os em junho. "Em alguns casos, alunos índices educacionais. passam de ano sem estudar uma matéria, ficam 'devendo' e acabam Ainda de acordo com a secretaria, "vários avanços já foram conquistados nos últimos anos, entre eles, em 2008, a assinatura de um pacto pela educação, onde foram firmados compromissos e metas para reduzir os índices negativos e sanar as deficiências estruturais das escolas". Outro ponto citado como importante para a recuperação da educação no estado está nas parcerias, principalmente com o Ministério da Educação e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). No último dia 11, técnicos do MEC visitaram o governador Teotonio Vilela para informar sobre os primeiros resultados do projeto entre Estado e União na tentativa de reverter os índices. "Essa parceria é determinante para revertermos os indicadores negativos na educação. Ela tem sido fundamental para avançarmos no nosso projeto de transformar a realidade cruel e perversa do setor em Alagoas", afirmou o governador. Já o coordenador dessa cooperação técnica, Laudo Bernardes, disse que as ações entre a secretaria e o MEC/ Pnud já estão dando resultados e ajudando na construção de uma "nova educação" em Alagoas. "A educação do Estado está construindo uma forma diferente de gestão educacional. O mais importante é que todo este trabalho está sendo feito pelos servidores da própria secretaria, que apenas recebe nossos estímulos", informou. A secretária-adjunta de Educação, Cícera Pinheiro, afirma que existe um plano consistente para reverter os índices de Alagoas. Ela ainda acredita que as melhorias da educação em Alagoas já são sentidas pela população. "Quem não acreditar, verá como a educação está mudando. Com o compromisso desse governo com a educação não tem como não dar certo", destacou. Da redação Ações contra as drogas - Juventude Brasília, 17/02/11 (MJ) – Ao abrir o seminário de implantação dos Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas, a presidenta da República, Dilma Rousseff, anunciou que o governo federal fará um combate sistemático contra o crack, numa luta "sem quartel" contra a droga. "Eu tenho um compromisso com o povo do meu país, de levar uma luta sem quartel contra o crack, principalmente porque, devido a características da nossa juventude, nós sabemos que essa é uma droga que tem uma capacidade de propagação muito elevada", disse a presidenta. O evento aconteceu na manhã do dia 17 de Fevereiro, no Palácio do Planalto, e contou também com a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, Saúde, Alexandre Padilha, e Educação, Fernando Haddad, além de reitores e professores das 46 universidades federais e estaduais que serão responsáveis pelos Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas. Organização Mundial de Saúde. Os profissionais serão encaminhados diretamente pelos gestores municipais de saúde e passarão por cursos de aperfeiçoamento com capacitação específica sobre o manejo da situação do usuário e dependente de drogas. O início dos cursos está previsto para março. Para a presidenta, a formação de profissionais é essencial no enfrentamento ao crack, já que não existe hoje um acervo de conhecimentos e um acúmulo de metodologias para seu tratamento. "A iniciativa dos centros é pioneira e a participação das universidades é estratégica Os Centros Regionais de Referência farão a capacitação de 14.700 profissionais até o fim para o país e para a juventude", reforçou Dildo ano. Os cursos serão baseados em protoco- ma Rousseff. lo de manejo e atendimento definido pela O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o enfrentamento ao crack e outras drogas só é possível a partir de um trabalho integrado em todo o país, que envolva órgãos públicos e a sociedade civil. A secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, e o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil, também estiveram presentes. O encontro inaugural dessa parceria, ocorrido nesta quinta-feira, serviu para definir os critérios e indicadores de avaliação institucional para monitorar o desempenho das universidades na execução dos cursos. Esse índice possibilitará a avaliação que levará à renovação, em 2012, dos convênios para a capacitação continuada desses profissionais. Da redação Educar: propiciando oportunidades e orientando novos cidadãos Responsabilidade Social - Educar também pode ser via jornal. Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável Março de 2011 EDIÇÃO Nº. 40 Ano IV Mundo Poder desestabilizado A encruzilhada norte-americana por Izaías Almada Não consigo entender a razão que me impede de ser um grande admirador dos Estados Unidos da América do Norte. E olhe que já tentei: comprei um chapeuzinho do Mickey na Disneylândia, fantasiei-me de Homem Aranha no Carnaval, compadeci-me com os assassinatos de John Kennedy e Martin Luther King, tenho uma nota de um dólar guardada como talismã, mas não tem jeito, não consigo engolir o tal 'american way of life'. Devo confessar, inclusive, que tenho grande admiração pela produção cultural norte americana, sua literatura, seu teatro dramático e musical, o blues e o soul na música, muitos de seus filmes, poetas como Whitman e Auden, dramaturgos como Albee, Miller e Tennessee Williams, escritores do talento de Faulkner e Baldwin. E a lista aqui seria extensa. inclusive expondo as vísceras de um colonialismo perverso e ultrajante de países como a Alemanha, a Holanda, a Inglaterra, a Itália, Espanha, França, esse lugar foi ocupado pelos Estados Unidos da América do Norte, que soube, mais do que ninguém se aproveitar da oportunidade oferecida pelas circunstâncias da luta contra o nazi/ fascismo, entre outros fatores, e assumir o papel de gendarme da humanidade. Ao ajudar combater o eixo Roma/ Berlim/Tóquio e eliminar o fantasma de um mundo governado por um psicopata como Adolpho Hitler, os EUA envolveram-se num manto de simpatia mundial que muito bem souberam canalizar para a defesa de seus interesses econômicos e estratégicos, aos poucos disseminado e sustentado por uma poderosa máquina de manipular ideias e consciências através do rádio, da imprensa, do cinema e da televisão. Pode-se mesmo dizer que os últimos sessenta anos vividos pela humanidade, se caracterizaram por uma monumental propaganda em favor de um sistema econômico que transforma a água em vinho, multiplica os pães, mas deixa na miséria, ou quase, 90% da população mundial. E, o que é mais grave, crucifica a todos aqueles que não rezam pela sua cartilha. E não são poucos os Pilatos que lavam as Mas quanto à sua decantada democracia e o seu papel de polícia do mundo, não. Aí, não. Aí o assunto se reveste de inquestionável transcendência. O mundo já está cansado da intromissão direta de siglas como CIA, DEA, FBI, MARINES ou indireta como FMI, ONU, OEA, OTAN (onde prevalece a 'visão norte americana' e corporativa do mundo capitalista) e outras menos conhecidas pelo grande público, mas não menos importantes ou perniciosas. mãos diante de tal situação. Coréia, Vietnam, Indonésia, ditaduDesde que a Segunda Grande ras pela América Central e do Sul Guerra desmontou o poder hege- nos anos que se seguiram à Semônico da Europa sobre o mundo, gunda Grande Guerra, apoio a ge- nocidas africanos, apoio a golpes de estado em países como Chile, Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai, nos anos 60/70, Kosovo (Bálcãs), Haiti, Honduras em anos mais recentes dão, apesar do volume de ações, uma pálida idéia da intromissão de um país autoritário e arrogante na vida política de outros povos. A livre concorrência e a defesa de interesses econômicos dão aos EUA, no limite dos direitos adquiridos e na prática de uma diplomacia minimamente civilizada, consoante as próprias leis que regem o sistema capitalista, a possibilidade de se fazerem ouvir em qualquer ponto do globo terrestre. Contudo, direito igual têm todos os outros países da comunidade internacional. No entanto, não é esse o filme a que se assiste. Apoiado por uma poderosa máquina de guerra, onde se destacam as armas nucleares (negadas ou permitidas a outros países conforme as alianças que se fazem), a hipocrisia (para dizer o menos) da política norte americana é de transformar o Iago da tragédia shakespeariana numa verdadeira Madre Tereza de Calcutá. Mistificando suas ações de combate ao terrorismo e ao narcotráfico, o Departamento de Estado e sua diplomacia feita de chantagens e espionagem, conforme revelações mais recentes do site Wikileaks, parecem ter chegado a um impasse nessa primeira década do século XXI. Sua economia vai mal, seu poder de barganha diminui, sua influência na América Latina e agora no Oriente Médio declina. Conseguirá o presidente Barack Obama mostrar que foi merecedor de um prêmio Nobel de Paz ou esse galardão se desmoraliza em definitivo? Izaías Almada é escritor e dramaturgo. Sombra do Dia Eu fecho ambas as fechaduras abaixo da janela. Eu fecho ambas as cortinas e as afasto Às vezes soluções não são tão simples Às vezes o Adeus é o único jeito. E o sol irá se ajustar a você O sol irá se ajustar a você E a sombra do dia Irá envolver o mundo em cinza E o sol se ajustará a você. Nos cartões e flores em sua janela Todos os seus amigos irão implorar pra que você fique Às vezes começos não são tão simples Às vezes o Adeus é o único jeito. E o sol irá se ajustar a você O sol irá se ajustar a você E a sombra do dia Irá envolver o mundo em cinza E o sol se ajustará a você. E a sombra do dia Irá envolver o mundo em cinza E o sol se ajustará a você. E a sombra do dia Irá envolver o mundo em cinza E o sol se ajustará a você. Veio Alguém á minha porta bater, vacilei não quis abrir Pensando que era a saudade que me viera perseguir, Bateu com mais força, porem não mais insistiu, Desceu as escadas em silêncio, e para sempre partiu: partiu deixando na porta estas palavras fatais: EU SOU A FELICIDADE E NÂO VOLTAREI JA MAIS!!!!!!! Sandra Matos
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