Uso de habitat e distribuição do Pica-Pau-do-Parnaíba

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Uso de habitat e distribuição do Pica-Pau-do-Parnaíba
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
Campus Universitário de Porto Nacional
Programa de Pós Graduação em Ecologia de Ecótonos
USO DE HABITAT E DISTRIBUIÇÃO DO PICA-PAU-DOPARNAÍBA Celeus obrieni
ANDRÉ GRASSI CORRÊA
Porto Nacional - TO
Outubro de 2012
ANDRÉ GRASSI CORRÊA
USO DE HABITAT E DISTRIBUIÇÃO DO PICA-PAU-DOPARNAÍBA Celeus obrieni
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação stricto Sensu em Ecologia de Ecótonos da
Fundação Universidade Federal do Tocantins, como
parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre
em Ecologia de Ecótonos.
Orientador: Prof. Dr. Renato Torres Pinheiro (UFT)
Porto Nacional - TO
Outubro de 2012
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus e a todos aqueles que, de uma forma
direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho, o qual foi feito com muito
amor, suor e dedicação.
Agradeço aos meus Pais Robevaldo, Creusa e Edson, meu padrasto, pelo apoio dado
desde o início em meus estudos, pelo incentivo para ingressar neste mundo acadêmico que
aprendi a amar e dar o devido valor que merece. Mesmo estando distante, sempre pude senti-los
bem próximos a cada telefonema.
A meu irmão Marcelo que sempre me apoiou e esteve do meu lado em todos os
momentos em que precisei. Meus avós Valdomiro e Marina que sempre se orgulham em dizer
que todos os seus 9 netos são formados e muito bem instruídos...rs, amo vocês. Dedico também
a minha querida vó que neste momento está juntinha de Deus, dona Mariinha (Maria Lopes
Furtado), que não pôde estar aqui neste momento para ver o resultado de um trabalho o qual ela
viu começar. Queria muito que ela pudesse ter visto este lindo desfeche.
Quero agradecer também a uma pessoa muito especial a qual me ajudou muito nos
campos, auxiliando nas capturas, na plotagem dos dados e em outros momentos muito especiais
de minha vida. Dedico este momento tão especial a você meu AMOR (Rafaella Alves Chagas).
A este orientador que é mais que um amigo, ora amigo, ora paizão, dando conselhos e
sempre de bom humor em todos os momentos, nas pescarias, nas expedições, nos churrascos,
nas cachoeiras etc.
Jamais poderia esquecer as pessoas que nos deram suporte nos trabalhos de campo,
quando ficamos alojados no Canguçu. Sempre com os braços abertos estavam Roberto, Sulene,
Nenê e seu Chico, sempre de prontidão a nos ajudar, o meu muito obrigado.
Aos meus amigos de casa: Pit, Feijão, João Danilo e Edu. Sempre juntos em todos os
passos dados.
Aos amigos do Laboratório EcoAves: Elivânia, Túlio, Suélen, Yanna, Marcelo, Dianes,
Dieyson e Pit.
A Amarelona (Pequi móvel), minha querida caminhonete, que aguentou firme mais essa
empreitada, sofreu um pouco, mas conseguimos.
A Fundação O Boticário pelo apoio financeiro ao trabalho, sem isso dificilmente
terminaria esse projeto.
A CAPES pela bolsa concedida a Universidade Federal do Tocantins e pelo apoio
institucional que esta me forneceu.
E por fim, a todos aqueles que ajudaram cedendo os dados para a realização deste
trabalho: Túlio Dornas, Advaldo Dias Prado, Marcos Pérsio Sousa Santos, Kurazo Mateus
Okada Aguiar e Wagner Nogueira. O meu muito obrigado.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição espacial das rádio-localizações (pontos brancos) dos exemplares de C.
obrieni monitorados com rádio transmissores no município de Pium, Tocantins.
Respectivamente a área de vida de cada indivíduo de acordo com KA = 95%, representada pelos
limites externos de cada polígono e o centro de atividade de acordo com KA = 75%,
representado pelos polígonos centrais mais escuros. A = 149.110 (564,28 ha / 263,61 ha), B =
150.059 (95,71 ha / 44,64 ha), C = 150.238 (29,74 ha / 15,33 ha), D = 150.145/1 (198,54 ha /
77,86
ha),
E
=
150.145/2
(167,50
ha
/
92,18
ha).................................................................................................................................................11
Figura 2: Proporção das principais variáveis de cobertura (cerradão = CE, cerrado típico = CT,
mata ripária = MR) e uso do solo (Agropecuária = AG) nos quadrantes de Novo Planalto (NP),
Porangatu (PO), Minaçu 1 (M1), Minaçu 2 (M2), Minaçu 3 (M3), Nova Crixás (NC), Caiapônia
(CA), Cezarina (CE), Niquelândia (NI) e Mundo Novo (NM)....................................................13
Figura 3: Relação entre a área (em hectares) de cerradão das quadrículas de 20x20 km e nos
pontos de 250 m/raio (A), mata ripária (B), agropecuária (C) e cerrado típico (D)....................14
Figura 4: Relação entre a presença/ausência de C. obrieni e a agropecuária (A), cerradão (B),
cerrado típico (C) e mata ripária (D)............................................................................................16
Figura 5: Representação gráfica das variáveis ambientais que mais contribuíram para o modelo
de distribuição do pica-pau-do-parnaíba Celeus obrieni: Bio11 – temperatura mínima no
período mais frio (A), Bio13 – precipitação no mês de maior pluviosidade (B),– solos (C),
Bio17 – precipitação no período mais seco (D), Bio18 – Precipitação do trimestre mais quente
(E) e topografia (F).......................................................................................................................17
Figura 6: Mapa da distribuição geográfica de Celeus obrieni, gerado pelo programa Maxent,
baseado em 61 dados de presença e 24 variáveis ambientais.......................................................18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Total de dias monitorados, de contatos, área de vida (Kernel 95%) e área de uso
(Kernel 75%) de cada um dos indivíduos de C. obrieni monitorados com rádio transmissores no
município de Pium, Tocantins......................................................................................................10
Tabela 2: Área em hectares ocupada por cada variável de cobertura e uso do solo nos círculos de
250 metros de raio. Entre parêntesis a proporção de área ocupada por cada variável nas
respectivas localidades. A presença de C. obrieni corresponde àqueles pontos onde a espécie foi
encontrada ou classificados como altamente potenciais para sua ocorrência segundo Marcelino
et al. (2012) e Pinheiro et al., (2012)...........................................................................................12
Tabela 3: Resultados da análise de partição hierárquica realizada com cada variável de cobertura
e uso do solo. I e J são respectivamente, a contribuição independente e conjunta das variáveis.
%I é a porcentagem do total contabilizado por cada variável habitat. Valor de z corresponde ao
teste de randomização das contribuições independentes de cada variável preditora, calculado a
partir de 333 randomizações.........................................................................................................15
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação foi redigida em formato de artigo que será submetida ao
periódico “Diversity and Distributions” e traduzido para o inglês após as devidas
sugestões e correções da banca examinadora. No ato da submissão serão acrescentados
outros pesquisadores como co-autores que trabalharam conjuntamente para realização
deste projeto. As normas de publicação do periódico se encontram em anexo (ANEXO
N° I).
SUMÁRIO
Resumo................................................................................................................................... 1
Abstract................................................................................................................................... 2
Introdução............................................................................................................................... 3
Metodologia............................................................................................................................ 5
1
Área de vida e área de uso.......................................................................................... 5
2
Disponibilidade e uso de habitat................................................................................ 6
3
Modelagem da distribuição de C. obrieni...................................................................7
3.1 Base de dados de distribuição........................................................................ 8
3.2 Variáveis ambientais.......................................................................................8
Resultados............................................................................................................................... 9
1
Área de vida e área de uso.................................................................................... 9
2
Disponibilidade e uso de habitat........................................................................11
3
Modelagem da distribuição de C. obrieni..........................................................16
Discussão...............................................................................................................................19
1
Área de vida e área de uso.............................................................................19
2
Disponibilidade e uso de habitat...................................................................20
3
Modelagem da distribuição de C. obrieni.....................................................22
3.1 Áreas com elevado potencial de ocorrência de C. obrieni identificadas pelo
modelo.......................................................................................................................22
3.1.1
Tocantins...........................................................................................22
3.1.2
Goiás.................................................................................................23
3.1.3
Goiás e Tocantins..............................................................................24
3.1.4
Pará...................................................................................................24
3.1.5
Mato Grosso......................................................................................25
3.1.6
Maranhão e Piauí..............................................................................25
3.2 Áreas com médio/baixo potencial identificadas pelo modelo........................26
3.3 Áreas sem potencial identificadas pelo modelo.............................................28
Conclusões.............................................................................................................................29
Referências Bibliográficas.....................................................................................................31
Anexos...................................................................................................................................40
Anexo I: Normas da revista.......................................................................................40
Anexo II: Definições dos polígonos indicando os limites da área de vida de cada
indivíduo de C. obrieni monitorados através de radio-telemetria.....................................49
Anexo III: Mapas dos quadrantes de 20x20 km representando a cobertura e o uso do
solo nas unidades amostrais de 250 m de raio.............................................................................50
Anexo IV: Valores de cobertura e o uso do solo em hectares, potencialidade de
ocorrência e presencia/ausência de C. obrieni em cada uma das unidades amostrais de
250 m de raio nos quadrantes de 20x20 km.....................................................................60
Resumo
O conhecimento dos requerimentos ecológicos de uma espécie são pré-requisitos
fundamentais para o êxito de sua conservação, fundamentalmente nas regiões tropicais onde as
modificações da paisagem ocorrem rapidamente, reduzindo e fragmentando áreas significativas
de vegetação nativa. A espécies especialistas ou com requerimentos ecológicos específicos são
as mais vulneráveis às alterações do habitat estando ameaçadas em diversas regiões do mundo.
O pica-pau-do-parnaíba Celeus obrieni é uma ave especialista cuja informação sobre o tamanho
da sua área de vida, uso do hábitat e os limites da sua área de distribuição são ainda
desconhecidos. No presente estudo utilizamos modelos probabilísticos, visando preencher estas
lacunas de conhecimento e auxiliar no diagnostico do seu status atual de conservação. O
monitoramento por rádio telemetria revelou que a área de vida de C. obrieni é grande e que a
espécie normalmente possui mais de uma área de uso. A análise de partição hierárquica
confirmou a preferência de habitats formados por cerrado florestal com manchas de taboca
(Guadua paniculata) e que as áreas de agropecuária funcionam como barreira para uso e
deslocamento da espécie. A distribuição geográfica de C. obrieni abrange grande área do bioma
Cerrado, porém sua distribuição é fragmentada ocorrendo apenas nas manchas de cerrado
florestal com taboca. O elevado grau de transformação e supressão do cerrado nativo pode
colocar em risco a sobrevivência de diversas populações de C. obrieni sendo necessárias a
adoção de medidas conservacionistas aqui propostas.
Palavas-chave: Distribuição geográfica, Celeus obrieni, conservação, habitat, Cerrado
Abstract
Knowledge of a species ecological requirements is a prerequisite for successful
conservation. Especially in the tropics, where anthropogenic landscape modifications rapidly
reduce many natural habitats. Species with specific habitat requirements or specialists are more
vulnerable to habitat alterations and threatened all around the World. Kaempfer’s Woodpecker
Celeus obrieni is a specialist bird which information regarding its home range, habitat and
geographical distribution are unknown. In the present study we used probabilistic models to fill
C. obrieni information gaps in order to help the diagnosis of its actual conservation status.
Radio tracking monitoring showed a large home range and the use o more than one core area.
The hierarchical partitioning confirmed its preference by the forested cerrado with bamboo
Guadua paniculata patches, avoiding agricultural areas that restrain its movements. C. obrieni
geographical distribution occupies great part of the Cerrado biome, however its distribution is
fragmented, occurring mainly on the G. paniculata patches. The high levels of Cerrado
transformation and suppression can put in risk C. obrieni populations survivorship and
conservations. We also discuss some threats associated with habitat loss.
Key-works: Geographical distribution, Celeus obrieni, conservation, habitat, Cerrado
3
Introdução
Nos últimos 30 anos o Cerrado vem sofrendo uma rápida devastação e fragmentação,
principalmente devido ao avanço da pecuária e agricultura, restando aproximadamente 51,5%
da sua vegetação nativa (MMA/IBAMA/PNUD, 2009). O bioma é considerado uma área
prioritária para conservação a nível mundial em função da sua elevada diversidade biológica e
redução da cobertura vegetal nativa (Myers et al., 2000).
A fragmentação e a perda de habitat são apontadas como as principais causas de
ameaças para a biodiversidade em todo o mundo (Andrén, 1994; Laurance & Bierregaard, 1997;
Myers et al., 2000; Fahrig, 2003; Fischer & Lindenmayer, 2007) e ambas tem como principal
causa as atividades humanas (Fahrig, 1998). A perda de habitat implica na redução de área sem
subdividi-la, consequentemente, diminui o número absoluto de indivíduos que ali podem viver
(Ricketts, 2001), enquanto que a fragmentação transforma áreas contínuas em múltiplas
manchas de menor tamanho que a original, isoladas umas das outras (Beier & Noss, 1998;
Fahrig, 2003).
Ambientes que sofreram redução de seu habitat original, que encontram-se
fragmentados ou escassamente conectados afetam diferentemente as espécies. Em geral as
espécies generalistas são aquelas que melhor se adaptam às mudanças no meio ambiente, por
outro lado, as espécies especialistas ou com requerimentos ecológicos específicos são mais
vulneráveis (Julliard et al., 2006). No geral, estas espécies são mais susceptíveis à extinção, uma
vez que, sua menor flexibilidade adaptativa faz com que o processo de adaptação seja mais lento
ou inexequível, principalmente quando ocorrem mudanças bruscas que diminuam ou eliminem
os recursos necessários à sua sobrevivência. Além do mais, a dependência por determinado
recurso em espécies especialistas tende a restringir sua área de ocorrência.
Segundo Recher (1990) e Julliard et al., (2006) o sucesso de espécies especialistas
depende do grau de disponibilidade no ambiente dos recursos aos quais estão relacionados.
Empiricamente, existem evidências que espécies especialistas estão em declínio em todo o
mundo, inclusive espécies com elevada capacidade de deslocamento e dispersão como as aves
(Julliard et al., 2004).
O pica-pau-do-parnaíba Celeus obrieni é uma ave especialista (Leite, 2010) e
globalmente ameaçada (IUCN, 2012) que foi descrita por Short (1973) a partir de um único
exemplar coletado em 1926 por Emil Kaempfer na região de Uruçuí, Piauí. Após sua descoberta
não foram encontrados novos registros por 80 anos, criando uma expectativa de que a espécie
poderia estar extinta (Tobias et al., 2006). Em outubro de 2006, uma fêmea de C. obrieni, foi
capturada em Goiatíns, nordeste do estado do Tocantins, 400 km a sudoeste da localidade tipo
4
da espécie, sendo possível também a gravação da vocalização (Prado, 2006) o que permitiu
novos registros da espécie em regiões com fitofisionomias semelhantes.
A área de distribuição desta espécie tem aumentado significativamente nos últimos
anos, havendo registros em diferentes localidades do Cerrado nos estados de Goiás, Mato
Grosso, Tocantins e Maranhão (Pinheiro & Dornas, 2008; Bragança et al., 2008; Dornas et al.,
2009; Pacheco & Maciel, 2009; Dornas et al., 2011; Pinheiro et al., 2012) e no seu limite com a
Amazônia maranhense e tocantinense (Santos & Vasconcelos, 2007; Dornas et al., no prelo).
Segundo Leite (2010), C. obrieni possui uma dieta especializada em formigas,
abundantemente encontradas na taboca (Guadua paniculata), o que limitaria a sua distribuição
às formações florestais do Cerrado mescladas com a taboca. Esta suposição parece verdadeira
considerando que a grande maioria dos registros recentes tanto no estado de Goiás (Pinheiro et
al., 2012), como no Cerrado Norte (Maranhão e Tocantins), (Dornas et al., no prelo), se deram
neste tipo de vegetação. Leite (2010) também argumenta que esta elevada especialização,
possivelmente faz com que o tamanho das populações de C. obrieni estejam correlacionadas
com o tamanho e a idade das formações de G. paniculata, e que, o somatório destes dois
fatores: alta dependência da taboca e dieta especializada, provavelmente imponham a C. obrieni
a necessidade de estabelecer grandes territórios, uma condição que tornaria a espécie ainda mais
vulnerável aos câmbios ambientais.
Apesar de que novos registros de ocorrência de C. obrieni venham sucedendo ao longo
do Cerrado, pouco se sabe sobre o tamanho da sua área de vida, uso do hábitat e os limites da
sua área de distribuição. Portanto, os objetivos do presente estudo são: a) determinar a área de
distribuição potencial de C. obrieni e determinar o uso e disponibilidade do seu hábitat
preferencial utilizando modelos probabilísticos, aspectos fundamentais para auxiliar no
diagnostico do seu status atual de conservação.
A distribuição geográfica é considerada uma das principais componentes para obter o
status de conservação de uma espécie. No caso de espécies ameaçadas de extinção, determinar a
sua distribuição geográfica é um precursor necessário para atenuar o seu declínio (Augustine et.
al., 1993). Por outro lado, a perda de hábitat impõe a necessidade de definir o que constitui um
habitat apropriado e como este é utilizado, principalmente para aquelas espécies que vem sendo
negativamente afetadas pelas transformações do solo pelo ser humano (Roberge et al., 2008).
Recentemente o uso de modelos probabilísticos de distribuição tem possibilitado
informações fundamentais para a conservação de espécies residentes, migratórias ou ameaçadas
de extinção (Phillips et al., 2006, Pearson, 2007). Estes modelos auxiliam na seleção de novas
áreas de reservas para preservação da biodiversidade, avaliações de impacto ambiental
5
confiáveis e no efeito das mudanças no uso do solo sobre as espécies, e são amplamente usados
em ecologia, biogeografia e conservação (Guisan & Zimmermann, 2000; Pearce et al., 2001;
Scott et al., 2002). O princípio que rege o modelo é prever a distribuição das espécies através da
combinação de registros de ocorrência conhecidos e um conjunto de variáveis ambientais
(Guisan & Zimmermann, 2000; Peterson, 2006; Pearson, 2007). Este tipo de modelagem já foi
satisfatoriamente testado com a tiriba-de-pfrimeri Pyrrhura pfrimeri, espécie endêmica e
ameaçada de extinção do Brasil Central (Bianchi, 2010) e outras espécies ameaçadas em todo o
mundo.
Metodologia
1) Área de vida e área de uso
O estudo para estimar a área de vida e de uso de C. obrieni ocorreu no município de
Pium/TO, oeste do Estado do Tocantins, na planície do rio Araguaia cujo relevo é plano,
variando entre 100 m e 300 m de altura. O clima da região é tropical com uma estação chuvosa
entre outubro e abril e o período seco de maio a setembro. A temperatura média anual varia
entre 24C e 26C nos meses de chuva e entre 28C e 35C na seca. As precipitações médias anuais
variam entre 1.800mm ao norte e a leste, e 1.000 mm ao sul do Estado (SEPLAN, 1997). A
coleta de dados foi realizada em dois fragmentos de mata, nas Fazendas Javaés com 1.400 ha e
Ouro Verde com 1.600 ha. As aves foram capturadas com rede-de-neblina, cada indivíduo
recebeu um rádio transmissor com freqüência específica e uma anilha metálica do
CEMAVE/ICMBio. Os rádios transmissores foram fixados em uma das retrizes principais com
o auxilio de cola atóxica e sua antena foi cerzida com linha de algodão, desde sua raque até a
metade da retriz, de tal maneira que não interferiu na dinâmica de vôo da ave.
A localização exata de cada indivíduo foi obtida por meio do método da triangulação.
Para realização das triangulações foi utilizado um receptor de ondas de radio (LOTEK SRX400) com na faixa de 148MHz - 152MHz, antena direcional do tipo H-Adcock (H-type), GPS,
bússola manual e digital. O intervalo entre cada rádio-localização, que variou entre duas a três,
foi em média de 2 minutos. Os pontos exatos oriundos da triangulação foram realizados através
da bússola do programa Google Earth. As coordenadas das triangulações foram plotadas e
traçadas as semi-retas conforme os azimutes obtidos em campo com o auxílio de bússolas, os
pontos onde as semi-retas se cruzavam foram extraídos como ponto de localização real da ave.
A estimativa da área de vida foi obtida pelo método Kernel adaptativo a 95% e da área
de uso pelo método Kernel adaptativo a 75%. Este estimador geralmente exclui grandes áreas de
habitat não usadas ou usadas em menores proporções (Ganey et al., 1999; Millspaugh &
6
Marzluff, 2001) e proporciona uma estimativa mais conservadora dos habitats que estão
disponíveis para um determinado animal do que os outros estimadores, o que torna a
demonstração de seleção de habitat um pouco mais difícil (Ganey et. al., 1999). No entanto,
essa abordagem mais conservadora e de maior dificuldade de detecção fornece um resultado
mais confiável da seleção de hábitat, ou seja, é uma garantia que a seleção é real. A estimativa
da área de vida pelos dois métodos foi obtida por meio do pacote adehabitat do programa R (R
Development Core Team, 2008).
2) Disponibilidade e uso de Habitat
Para averiguar qual a importância dos diferentes tipos de habitat para a ocorrência de C.
obrieni, foram selecionadas 10 quadrículas de 20 x 20 km tendo como ponto central registros da
ocorrência da espécie no estado de Goiás, de acordo com Pinheiro et al. (2012). Em cada uma
delas realizou-se a identificação, mapeamento e obtenção da superfície dos diferentes usos do
solo.
Após a caracterização da cobertura e uso do solo dos quadrantes selecionados, foi
realizada a classificação das potencialidades de cada polígono mapeado de acordo com a
disponibilidade de recursos necessários para suprir os requisitos ecológicos de C. obrieni,
seguindo o descrito por Marcelino et al., (2012). Dessa forma, os polígonos mapeados foram
agrupados em três categorias: habitats naturais potenciais (cerradão e mata ripária), habitats
naturais não potenciais (cerrado sentido restrito e corpos d’água naturais) e habitats
antropizados (agropecuária, corpos d’água artificiais e áreas urbanas). Posteriormente, os
polígonos agrupados como habitats naturais potenciais, cujos limites representavam os
fragmentos florestais potenciais para a ocorrência de C. obrieni em cada quadrante, foram
avaliados qualitativamente em campo. Essa avaliação foi conduzida de forma visual, levando
em consideração evidências diretas e indiretas que indicassem a utilização dos fragmentos
florestais pela espécie. A visualização da ave caracterizou-se como evidência direta. Evidências
indiretas foram representadas pelas seguintes características: (i) presença de furos típicos da
espécie nas hastes das tabocas, indicando fonte de alimentação e/ou (ii) presença e abundância
de G. paniculata (taboca), (Marcelino et al., 2012).
Um total de 173 pontos em áreas de cerrado típico, cerradão e mata ripária foram préselecionados nas 10 quadrículas (Anexo III). De modo a definir as características do habitat em
função da sua potencialidade para ocorrência de C. obrieni, em cada um dos 173 pontos, foram
traçados círculos com 250 metros de raio (que corresponde a distância média de busca da ave
em cada ponto), dentro dos quais identificamos e quantificamos a área em hectares dos
diferentes tipos de vegetação (cerradão, cerrado típico e mata ripária) e uso do solo
7
(agropecuária, área urbana, corpos d’água) com o auxílio do programa ArcGis versão 9.3. Para a
classificação da cobertura e uso do solo utilizou-se o método de análise visual das imagens,
onde a identificação e separação dos objetos na cena foram feitas a partir da observação de
certos elementos da imagem, como a cor, tamanho, forma, textura, padrão, altura,
sombreamento, localização e contexto (Marques, 2006).
Para identificar em qual dos habitats (cerradão, cerrado típico, mata ripária,
agropecuária, corpos d’água, área urbana) seria mais provável a ocorrência de C. obrieni, foi
realizada uma análise de partição hierárquica (HP). A análise de partição hierárquica quantifica
a capacidade explicativa de cada variável independente individualmente, por meio da partição
de cada variável do conjunto de variáveis de outras variáveis correlacionadas (Quinn & Keough,
2002). O processo de identificação sofre realimentações sucessivas, testando cada variável
dentro do conjunto de variáveis, deste modo constrói-se uma hierarquia entre as variáveis
analisadas. Nesta análise a presença/ausência de C. obrieni foi utilizada como variável
dependente do modelo de regressão linear com erro de Poisson e R2 utilizados como medidas de
ajuste do modelo. Para avaliar a significância de cada contribuição independente das variáveis
ambientais foi utilizado um teste de randomização baseado em 333 randomizações.
A análise de partição hierárquica foi realizada com cada uma das variáveis de cobertura
e uso do solo testando a contribuição independente (I) e conjunta de cada variável (J) por meio
da função ‘hier.part’ implementada no pacote R (R Development Core Team, 2008). A
porcentagem de I é a porcentagem total contabilizada por cada variável de habitat. O valor de z
corresponde ao teste de randomização para verificar a contribuição independente de cada
variável calculado a partir de 333 randomizações (p<0,05).
3) Modelagem da Distribuição de C. obrieni
Modelos de distribuição de espécies estimam a relação entre registros de espécies em
locais com base em características ambientais e/ou espaciais (Franklin, 2009), sendo
amplamente utilizados para vários propósitos em biogeografia, biologia da conservação e
ecologia (Elith & Leathwick, 2009). Para obter a área de distribuição de C. obrieni foi utilizado
o programa probabilístico de distribuição de espécies Maxent (versão 3.3.3), software de uso
gratuito
gerado
por
Phillips
et
al.
(2006)
e
disponível
em
http://www.cs.princeton.edu/~schapire/maxent/.
O programa Maxent é um algoritmo de uso generalizado que origina predições a partir
de um grupo de informações. A principal suposição do programa é que a distribuição de
probabilidade empírica (que está baseada na ocorrência da espécie) pode ser ajustada por uma
distribuição de probabilidade de máxima entropia, sujeita a determinadas condições ambientais,
e que esta distribuição se aproxima da distribuição geográfica potencial da espécie (Phillips et
8
al., 2006). O algoritmo Maxent a priori assume uma distribuição uniforme e realiza uma série
de interações onde o peso associado às variáveis ambientais, ou funções, são ajustadas a fim de
maximizar o potencial de informações das localidades amostradas (Phillips et al., 2006), uma
vez que usamos apenas dados de presença. Os valores mais elevados da função indicam
condições mais adequadas para a espécie estudada (Phillips, 2005). Esses valores são então
utilizados para estimar a distribuição dada pelo programa para todo o espaço geográfico.
Conseqüentemente a distribuição expressa a qualidade de cada célula do grid como uma função
das variáveis ambientais para uma célula do grid. Um alto valor da função (em unidades de
probabilidade acumulada) para uma célula em particular do grid indica que a célula do grid
provavelmente terá uma boa condição para a ocorrência da espécie em questão (Phillips et al.,
2006).
3.1) Base de dados de distribuição
Os dados de distribuição foram baseados em três fontes: a) um criterioso levantamento
bibliográfico; b) uso de dados de registros inéditos cedidos por Túlio Dornas, Advaldo Dias
Prado, Marcos Pérsio Sousa Santos, Kurazo Mateus Okada Aguiar e Wagner Nogueira e c)
registros realizados pelo grupo de pesquisa em Ecologia e Conservação de Aves da UFT,
durante expedições realizadas aos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí.
Os dados coletados foram selecionados para garantir a sua independência, sendo
determinada uma distancia mínima de 2 km entre os pontos/registros, tomando como base os
dados da área de vida obtidos através da radio-telemetria. A base de dados final contou com 61
registros de diferentes localidades.
3.2) Variáveis ambientais
Um total de 24 variáveis ambientais foram utilizadas para obter o modelo de distribuição de
C. obrieni. As variáveis climáticas foram obtidas na base de dados do WoldClim
(http://www.worldclim.org) derivadas das temperaturas e precipitações mensais. Desta fonte
foram obtidas 19 variáveis bioclimáticas: Bio 1 – Temperatura média anual, Bio 2 – Faixa
média diurna (média mensal: temp max - temp min), Bio 3 – Isotermal (Bio2/Bio7)(*100), Bio
4 – Temperatura sazonal (desvio padrão *100), Bio 5 – Temperatura máxima do mês mais
quente, Bio 6 – Temperatura mínima do mês mais frio, Bio 7 – Amplitude térmica anual (Bio 5
– Bio 6), Bio 8 – Temperatura média do trimestre mais úmido, Bio 9 – Temperatura média do
trimestre mais seco, Bio 10 – Temperatura média do trimestre mais quente, Bio 11 –
Temperatura média do trimestre mais frio, Bio 12 – Precipitação anual, Bio 13 – Precipitação do
mês mais chuvoso, Bio 14 – Precipitação do mês mais seco, Bio 15 – Precipitação sazonal, Bio
9
16 – Precipitação do trimestre mais úmido, Bio 17 – Precipitação do trimestre mais seco, Bio 18
– Precipitação do trimestre mais quente, Bio 19 – Precipitação do trimestre mais frio. A variável
topografia representa a variação da altitude do terreno, podendo ser referente à altimetria,
declividade e curvatura do solo, foi obtida na base de dados do Serviço Geológico dos Estados
Unidos
(http://eros.usgs.gov/products/elevation/hydro1k.html).
As
variáveis
categóricas:
geologia, relevo, solos e vegetação foram obtidas da base de dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (http://www.ibge.gov.br/home/download/geociencias.shtm).
As variáveis ambientais foram projetadas no sistema de coordenadas geográficas com grid
de resolução de 0,3 km, tendo como limites o bioma Cerrado, a região leste da Amazônia, oeste
da Caatinga e noroeste da Mata Atlântica, tomado como base o mapa de biomas disponibilizado
pelo Ministério do Meio Ambiente (http://mapas.mma.gov.br). O desempenho do modelo ou
seja, se o ajuste foi bom ou ruim, pode ser obtido com base em duas estatísticas independentes
geradas pelo programa Maxent (versão 3.3.3), o valor AUC e o “regularized training gain” para
todos os modelos. Porém neste trabalho foi utilizado apenas o valor de AUC.
Uma vez gerado o modelo, o passo final consiste na avaliação crítica de um ou mais
especialistas, os quais irão atestar com base nos conhecimentos biológicos e ecológicos da
espécie se o modelo probabilístico gerado corresponde à uma distribuição realista da espécie em
questão.
Resultados
1) Área de vida e área de uso
Um total de seis exemplares de C. Obrieni foram capturados e monitorados entre maio
de 2011 e junho de 2012 (Anexo II). O período médio de seguimento de cada ave variou de
acordo com o tempo de emissão do sinal de cada transmissor e de circunstâncias intrínsecas a
cada ave, sendo de 50 a 146 dias com uma média de 90,2 dias. A área de vida das aves variou de
29,74 a 564,28 hectares, tendo uma média de 211,15 ha de acordo com KA 95% e a área de uso
variou de 263,61 a 15,33 hectares, com média igual a 98,72 ha segundo KA 75% (Tabela 1).
10
Tabela 1: Total de dias monitorados, de contatos, área de vida (Kernel 95%) e área de uso (Kernel 75%)
de cada um dos indivíduos de C. obrieni monitorados com rádio transmissores no município de Pium,
Tocantins.
Dias
Total de
Área de vida
Área de uso
monitorados
contatos
(ha)
(ha)
149.110
146
63
564,28
263,61
150.059
77
10
95,71
44,64
150.238
106
39
29,74
15,33
150.145/1
72
25
198,54
77,86
150.145/2
50
15
167,50
92,18
Transmissor
Todos os contatos se deram em uma matriz de cerradão com manchas dispersas de
taboca, em uma paisagem formada por cerrado típico, mata ripária, cursos d’água e
agropecuária. Observou-se que C. obrieni pode atravessar áreas de cerrado típico ou estradas
para alcançar áreas de cerradão com taboca em busca alimento e abrigo. Estes dados
corroboram aqueles apresentados por diversos autores (Leite, 2010; Pinheiro et al., 2012;
Dornas et al., no prelo), confirmando a preferência de habitat de C. obrieni por áreas de cerrado
florestal com presença de taboca.
A área de vida de cada indivíduo de acordo com KA 95% está representada pelos
limites externos de cada polígono e o centro de atividade de acordo com KA 75%, representado
pelos polígonos centrais mais escuros (Figura 1). Em alguns indivíduos, 149.110, 150.238 e
150.145/2 podemos apreciar dois centros de atividade, correspondendo àqueles que possuem
maiores territórios. A ave 149.110 utilizou quase que exclusivamente áreas de cerradão e ainda
que no polígono estejam representadas áreas de cerrado típico e agropecuária, a sua presença
pode ser devido ao processo de união entre dois pontos e não necessariamente representa o uso
desses ambientes pela ave. Conforme foi observado C. obrieni não atravessou áreas abertas
transformadas para uso agropecuário, ambiente que funciona como uma barreira para o
deslocamento da espécie.
11
A
B
C
D
E
Figura 1: Distribuição espacial das rádio-localizações (pontos brancos) dos exemplares de C. obrieni
monitorados com rádio transmissores no município de Pium, Tocantins. Respectivamente a área de vida
de cada indivíduo de acordo com KA = 95%, representada pelos limites externos de cada polígono e o
centro de atividade de acordo com KA = 75%, representado pelos polígonos centrais mais escuros. A =
149.110 (564,28 ha / 263,61 ha), B = 150.059 (95,71 ha / 44,64 ha), C = 150.238 (29,74 ha / 15,33 ha), D
= 150.145/1 (198,54 ha / 77,86 ha), E = 150.145/2 (167,50 ha / 92,18 ha).
2) Disponibilidade e uso do Habitat
A distribuição das variáveis de cobertura e uso do solo nos círculos de 250 metros de
raio, variou em cada uma das dez quadrículas de 20x20 km (Tabela 2). A área total ocupada
pelo cerradão, mata ripária, cerrado típico e agropecuária (Anexo IV) foi muito similar entre os
quadrantes, no entanto, a área de cada uso variou amplamente. Proporcionalmente houve uma
maior cobertura de cerradão e cerrado típico. Os quadrantes de Minaçu 3, Minaçu 1 e
Niquelândia apresentaram a maior proporção de cerradão e corresponderam àqueles quadrantes
com maior probabilidade de presença de C. Obrieni (Tabela 2).
12
Tabela 2: Área em hectares ocupada por cada variável de cobertura e uso do solo nos círculos de 250
metros de raio. Entre parêntesis a proporção de área ocupada por cada variável nas respectivas
localidades. A presença de C. obrieni corresponde àqueles pontos onde a espécie foi encontrada ou
classificados como altamente potenciais para sua ocorrência segundo Marcelino et al. (2012) e Pinheiro et
al., (2012).
Localidades
Cerradão (%)
Área
Presença
Cerrado
Mata
Agropecuária
Corpo d'água
Urbana
C.
Típico (%)
Ripária (%)
(%)
(%)
(%)
obrieni
N
94.53
NovoPlanalto
24.96 (9,8)
61.01 (23,9)
(37,0)
74.74 (29,3)
0.00
0.00
3 (0,23)
13
Porangatu
0.00
4.07 (3,4)
68.21 (57,9)
25.99 (22,1)
19.54 (16,6)
0.00
2 (0,33)
6
Minaçu 1
222,38 (56,6)
65,96 (16,8)
61,41 (15,7)
42,94 (10,9)
0,00
0,00
12 (0,60)
20
Minaçu 2
0,00
75,48 (38,4)
52,07 (26,5)
37,52 (19,1)
30,99 (15,8)
0,28 (0,2)
2 (0,20)
10
Minaçu 3
138,03 (63,9)
7,79 (3,6)
40,65 (18,8)
29,49 (13,7)
0,00
0,00
6 (0,54)
11
Nova Crixás
154,39 (46,2)
1,29 (0,4)
98,73 (29,6)
78,17 (23,4)
1,21 (0,4)
0,00
6 (0,35)
17
Caiapônia
144,62 (40,9)
32,30 (9,2)
73,22 (20,7)
103,29 (29,2)
0,00
0,00
5 (0,28)
18
Cezarina
88,36 (14,3)
81,58 (13,2)
210,78 (34,3)
210,61 (34,2)
24,64 (4,0)
0,00
8 (0,26)
31
Niquelândia
113,85 (64,4)
5,20 (3,0)
6,54 (3,7)
51,12 (28,9)
0,00
0,00
4 (0,44)
9
Mundo Novo
0,17 (0,02)
543,40 (72,8)
39,61 (5,3)
53,01 (7,1)
108,40 (14,5)
1,54 (0,2)
20 (0,52)
38
886,79
878,07
747,77
706,89
184,78
1,82
(26,03%)
(25,78%)
(21,95%)
(20,75%)
(5,42%)
(0,05%)
-
-
Total
Os quadrantes com maior proporção de área de cerrado típico foram Mundo Novo,
Minaçu 2 e Novo Planalto e de mata ripária Porangatu, Novo Planalto e Cezarina. As áreas de
agropecuária foram proporcionalmente maiores em Cezarina, Novo Planalto e Niquelândia,
localidades com os menores registros ou áreas potenciais à presença de C. obrieni (Figura 2).
13
80
CE
70
CT
MR
AG
Área (hectares)
60
50
40
30
20
10
0
NP
PO
M1
M2
M3
NC
CA
CE
NI
MN
Quadrantes
Figura 2: Proporção das principais variáveis de cobertura (cerradão = CE, cerrado típico = CT, mata
ripária = MR) e uso do solo (Agropecuária = AG) nos quadrantes de Novo Planalto (NP), Porangatu
(PO), Minaçu 1 (M1), Minaçu 2 (M2), Minaçu 3 (M3), Nova Crixás (NC), Caiapônia (CA), Cezarina
(CE), Niquelândia (NI) e Mundo Novo (NM).
Houve uma relação positiva entre a proporção de área de cerradão (Figura 3-A), mata
ripária (Figura 3-B) e agropecuária (Figura 3-C) entre as quadrículas de 20x20 km e as áreas dos
173 pontos, no entanto, esta foi negativa para o cerrado típico (Figura 3-D), havendo uma maior
proporção desta fitofisionomia nos círculos de 250 m/raio.
14
B
Cerradão
250
200
150
100
50
0
Pontos de 250 m/raio
Pontos de 250 m/raio
A
0
4000
8000
200
150
100
50
0
12000
0
Quadrante de 20 x 20
km
C
5000
10000
Quadrante de 20 x 20 km
15000
D
Agropecuária
Cerrado típico
600
Pontos de 250 m/raio
250
Pontos de 250 m/raio
Mata Ripária
250
200
150
100
50
500
400
300
200
100
0
0
0
20000
40000
Quadrante de 20 x 20 km
60000
0
4000 8000 12000 16000 20000 24000
Quadrante de 20 x 20 km
Figura 3: Relação entre a área (em hectares) de cerradão das quadrículas de 20x20 km e nos pontos de
250 m/raio (A), mata ripária (B), agropecuária (C) e cerrado típico (D).
O modelo de partição hierárquica selecionou quatro variáveis (Tabela 3). Em ordem de
importância, a agropecuária foi aquela de maior valor tanto na contribuição independente como
na conjunta, no entanto, a transformação da paisagem neste tipo de uso do solo afeta
negativamente a presença de C. obrieni (Figura 4-A). As seguintes variáveis selecionadas foram
respectivamente, o cerrado típico e o cerradão, porém foram representativas apenas na
contribuição independente. A relação destas variáveis com a presença de C. obrieni foi positiva
(Figuras 4-B e C). A mata ripária foi a variável de menor contribuição independente e negativa
para a ocorrência de C. obrieni, porém sua contribuição conjunta superou o cerrado típico e o
cerradão (Figura 4-D).
15
Tabela 3: Resultados da análise de partição hierárquica realizada com cada variável de cobertura e uso do
solo. I e J são respectivamente, a contribuição independente e conjunta das variáveis. %I é a porcentagem
do total contabilizado por cada variável habitat. Valor de z corresponde ao teste de randomização das
contribuições independentes de cada variável preditora, calculado a partir de 333 randomizações.
Variáveis
I
J
%I
Valor de z
Cerradão
2,434
0,0767
18,659
2,82*
Cerrado Típico
2,637
0,268
20,222
3,55*
Mata Ripária
1,881
1,244
14,425
2,01*
Agropecuária
5,251
3,355
40,262
7,62*
Água
0,474
-0,445
3,634
-0.40
Área Urbana
0,365
0,034
2,796
-0,84
16
A
B
1
Presença/Ausência
Presença/Ausência
1
0
0
0,000 3,000 6,000 9,000 12,000 15,000 18,000 0,000
C
Agropecuária
D
5,000
10,000
15,000
20,000
Cerradão
1
Presença/Ausência
Presença/Ausência
1
0
0
0,000 3,000 6,000 9,000 12,00015,00018,00021,000 0,000
Cerrado típico
5,000
10,000
15,000
20,000
Mata ripária
Figura 4: Relação entre a presença/ausência de C. obrieni e a agropecuária (A), cerradão (B), cerrado
típico (C) e mata ripária (D).
3) Modelagem da Distribuição de C. obrieni
As variáveis ambientais que mais contribuíram para o modelo foram Bio 11 Temperatura média do trimestre mais frio (21,4%), Solos (17,8%), Topografia (11,2%), Bio 17 Precipitação do trimestre mais seco (9,2%), Bio 13 - Precipitação do mês mais chuvoso (8,3%)
e Bio 18 - Precipitação do trimestre mais quente (6,8%), totalizando 74,7% do total da predição
(Figura 5).
17
A
B
C
D
E
F
Figura 5: Representação gráfica das variáveis ambientais que mais contribuíram para o modelo
de distribuição do pica-pau-do-parnaíba Celeus obrieni: Bio11 – temperatura mínima no
período mais frio (A), Bio13 – precipitação no mês de maior pluviosidade (B),– solos (C),
Bio17 – precipitação no período mais seco (D), Bio18 – Precipitação do trimestre mais quente
(E) e topografia (F).
O modelo gerado identificou diversas regiões de elevado potencial de ocorrência no
bioma Cerrado (Figura 6) com valores entre 0,058 (“minimum training presence”) e 0,156
(“fixed cumulative threshold of 10”) que representam uma boa resposta. O ganho do modelo foi
igual a 2,027, indicando que este foi altamente capaz de diferenciar as condições ambientais
entre os pontos de ocorrência avaliados. Uma classificação aleatória tem um valor de cerca de
0,5, enquanto que um ranking perfeito atinge o máximo possível de AUC 1,0. Classificações
com o valor de AUC acima de 0,75 são considerados potencialmente úteis (Elith et al., 2006). O
18
valor de AUC do presente modelo foi elevado (0,968), indicando a sua boa qualidade e que a
predição não foi ao acaso (>0,5).
Figura 6: Mapa da distribuição geográfica de Celeus obrieni, gerado pelo programa Maxent,
baseado em 61 dados de presença e 24 variáveis ambientais.
19
Discussão
1) Área de vida e área de uso
C. obrieni estabelece sua(s) área(s) de uso, integralmente em área de cerrado florestal,
neste caso o cerradão, no entanto, a sua área de vida pode incluir áreas de cerrado típico. A área
de uso e área de vida possuem tamanhos variáveis que podem estar relacionados com a estrutura
do habitat e disponibilidade de recursos ou com aspectos intrínsecos a cada indivíduo (idade,
vigor físico). No caso de C. obrieni aparentemente a disponibilidade de recursos e a estrutura do
habitat parecem ser os principais responsáveis por sua definição.
A disponibilidade e acesso aos recursos alimentares já foi demonstrada por diversos
autores como sendo um dos principais fatores responsáveis pelo uso de habitat em espécies
insetívoras (Holmes & Robinson, 1981; Keane & Morrisson, 1999; Illera, 2001; Oppel et al.,
2004) e C. obrieni possui uma dieta especializada em formigas que vivem nas hastes da taboca,
sendo uma ave altamente eficiente na busca e captura do seu alimento (Leite, 2010).
Com respeito a estrutura do habitat, a taboca G. paniculata é uma espécie de bambu
agressiva capaz de invadir áreas florestais abertas, formando estandes monodominantes
(Griscom & Ashton, 2003). Naturalmente esta Poacea possui uma distribuição em manchas e
segundo Veldman (2008), as manchas de G. paniculata no cerradão possuem uma relação
inversa com a abertura da copa, DAP arbóreo, altura e numero de hastes da touceira. C. obrieni
usa estas manchas de taboca para forragear, e este poderia ser um dos motivos pelo qual sua
área de uso se distribui de maneira dispersa pelo cerradão. Esta estrutura do habitat explicaria a
seleção de uma ou mais áreas de uso, bem como os diferentes tamanhos destas.
Outro fator que pode influenciar na necessidade de mais de um centro de atividade e
uma área de vida grande, pode estar relacionada à distribuição das formigas nos estandes de
taboca. O consumo esporádico de formigas, segundo relatado por Leite (2010), não acarreta um
efeito negativo nas colônias de formigas, permitindo que os estoques de formigas se
restabeleçam após as seções de alimentação. Portanto, para fazer o uso sustentado de seu
alimento, seria necessário selecionar diferentes manchas de taboca ao longo se sua área de vida,
onde, aquelas de melhor qualidade seriam selecionadas como área de uso ou centros de
atividade.
Isso em parte explicaria a dinâmica de uso do habitat evidenciada durante o rádio
monitoramento. Indivíduos possuidores de dois centros de atividade, faziam uso de uma destas
áreas durante algumas horas do dia e posteriormente se deslocavam para a outra área de uso,
onde permanecia forrageando até o fim do dia, quando então retornavam sempre ao mesmo
dormitório. Este comportamento foi evidenciado pela primeira vez e igualmente ou
20
diferentemente de outras espécies de pica-pau (Del Hoyo et al., 2002), C. obrieni pode pernoitar
empoleirado ou dentro de ocos de árvores.
2) Disponibilidade e uso do Habitat
O conhecimento dos requerimentos ecológicos de uma espécie são pré-requisitos
fundamentais para o êxito de sua conservação (Austin et al., 1996; Araujo et al., 2002; Luck,
2002), fundamentalmente nas regiões tropicais onde as modificações da paisagem ocorrem
rapidamente, reduzindo e fragmentando áreas significativas de vegetação nativa (Oppel et al.,
2004). Após a fragmentação do habitat, as espécies passam a ocorrer em manchas de habitat que
reduzem a sua probabilidade de sobrevivência (Lindenmayer & Fischer, 2006). De acordo com
Franzen & Nilsson (2010) populações em habitats de baixa qualidade que necessitam de
recursos específicos (alimento, locais para nidificar) possuem uma maior probabilidade de
extinção que aquelas populações que habitam manchas de melhor qualidade de habitat.
No estado de Goiás, a região de Minaçu foi aquela com maior proporção de ambientes
favoráveis à ocorrência de C. obrieni, dados que estão de acordo com os encontrados por
Marcelino et al., (2012). Segundo estes autores, os quadrantes de Minaçu, foram aqueles com
maior cobertura vegetal e cujos fragmentos remanescentes são mais extensos, existindo entre
eles, diversas áreas de hábitat potencial para C. obrieni, condição que segundo Marini (2001)
faz aumentar a importância dos fragmentos maiores para a conservação de espécies. A região
norte de Goiás é a mais preservada do estado, com 61% do seu território coberto por vegetação
nativa (Ferreira et al., 2007), corroborando com os dados do presente trabalho. Dos três
quadrantes com maior área de cerradão nos pontos amostrados, dois estão localizados na região
norte do estado de Goiás, sendo eles Minaçu 1 e Minaçu 3 e o outro um pouco mais ao sul no
quadrante de Niquelândia.
Marcelino et al. (2012), comenta ainda que nos quadrantes de Minaçu a vegetação
nativa remanescente ainda não foi amplamente transformada em matrizes antrópicas, a exemplo
de outras regiões do estado de Goiás. Isto se deve à elevada inclinação do relevo local, o qual
limita a atividade agropecuária e pela presença de extensas áreas de reserva legal das Usinas
Hidrelétricas de Canabrava e Serra da Mesa e da Mineradora SAMA. No quadrante de
Niquelândia, parte das áreas de vegetação nativa do Cerrado compõe a reserva legal da UHE
Serra da Mesa.
As regiões mais vulneráveis em termos de disponibilidade de habitat para C. obrieni,
correspondem ao noroeste e centro-sul de Goiás. Na região noroeste uma das menores
proporções de cerradão foram identificadas nas unidades amostrais dos quadrantes de Mundo
Novo e Novo Planalto. Segundo Ferreira et al., (2007), esta região apresenta uma das maiores
21
taxas de conversão dos fragmentos de Cerrado em áreas para a agropecuária, restando
aproximadamente 30% da vegetação nativa. No entanto, é na região centro-sul, quadrantes de
Caiapônia e Cezarina, onde a proporção de cerrado típico está entre as menores observadas.
Nesta região praticamente todos os fragmentos de vegetação nativa encontram-se ameaçados,
restando em torno de 18% da vegetação original do Cerrado segundo Ferreira et al., (2007).
Em paisagens com maior extensão de hábitat, os fragmentos são em geral maiores e
melhor conectados (Andrén, 1994), condição que explicaria o maior número de contatos
efetuados nos quadrantes com estas características (Marcelino et al., 2012), condição
corroborada por Pinheiro et al., (2012), os quais também atestam a importância dessas
localidades para a manutenção das populações de C. obrieni.
A análise de partição hierárquica demonstrou que a variável agropecuária foi aquela de
maior importância para a presença/ausência de C. obrieni nos pontos amostrados. Os efeitos
negativos que a atividade agropecuária exerce sobre esta espécie são vários e incluem a perda de
habitat direta e indiretamente importantes para C. obrieni e ainda cria um ambiente que
funciona como barreira para deslocamento e dispersão da espécie, conforme observado pelo
monitoramento de aves com rádio-transmissores.
O cerrado típico contribui positivamente para a presença de C. obrieni e ainda que nesta
fitofisionomia não ocorra a taboca (G. paniculata), este habitat, ao contrário da agropecuária,
forma uma matriz pela qual C. obrieni se desloca em busca de áreas de cerradão e mata ripária
onde ocorre a taboca, habitat preferencial onde as aves encontram alimento e abrigo.
O cerradão foi a terceira variável selecionada pelo modelo, e assim como o cerrado
típico, sua contribuição foi importante a nível individual, exercendo igualmente um efeito
positivo para a presença de C. obrieni. O resultado da análise de partição hierárquica assim
como outras análises (Leite, 2010, Pinheiro et al., 2012) tem demonstrado uma relação direta
entre o cerradão e a presença de C. obrieni, o que nos permite confirmar a importância deste
habitat para ocorrência da espécie, estando ou não presente a taboca G. paniculata, uma vez que
a espécie também se desloca por áreas de cerradão sem taboca em busca das manchas onde esta
Poacea ocorre.
A variável selecionada pela HP que menos contribuiu na análise individual foi a mata
ripária, no entanto, foi a segunda na contribuição conjunta. A relação negativa apresentada pelo
modelo é intrigante, pois sabemos da importância deste ambiente para a sobrevivência de C.
obrieni. Diversos registros de ocorrência da espécie têm sido realizados em matas ripárias onde
o solo é fértil e a taboca (G. paniculata) também ocorre em manchas (Pinheiro & Dornas, 2008;
Pinheiro et al., 2012). Além disso, o porte florestal e a distribuição linear desta formação
vegetal permite o deslocamento da espécie e o fluxo gênico, fatores extremamente importantes
para a manutenção de suas populações.
22
3) Modelagem da Distribuição de C. obrieni
3.1) Áreas com elevado potencial de ocorrência de C. obrieni identificadas pelo modelo
3.1.1) Tocantins
Dentre as regiões selecionadas pelo modelo, destacam-se duas áreas do estado do
Tocantins, a primeira no centro-oeste, entre os municípios de Dueré e Pium e a segunda um
pouco mais a centro-leste, indo de Miracema do Tocantins a Goiatins. A região entre Dueré e
Pium, caracteriza-se por ter solos férteis com grandes remanescentes de cerradão com taboca
(G. paniculata). A variável solo foi selecionada como sendo uma das mais importantes para a
presença da espécie. Isto provavelmente se deve a que um dos fatores limitantes para a
existência da vegetação exigida por C. obrieni, é a taboca (G. paniculata), espécie de bambú
invasora que tem preferência por solos rasos, ricos em matéria orgânica e úmidos não
inundados, e que, muitas vezes chega a substituir o cerradão após a queda de árvores no interior
ou na borda da mata (Mamani, 2010; Guaduabamboo, 2012). Apesar de ser uma das regiões
com maior número de registros da espécie, a matriz de uso do solo no centro-oeste tocantinense
está dominada pela agropecuária, com predominância da pecuária de corte pertencente aos
grandes latifúndios. Nesta região, os remanescentes de cerradão com taboca, em geral,
correspondem às áreas de reserva legal destas propriedades (Junior & Shimabukuro, 2005;
Martins et al., 2006).
Do centro ao nordeste do estado, entre Miracema do Tocantins e Goiatins, encontramos
outra região onde as áreas de cerradão com taboca também são abundantes. Esta região está sob
influência do rio Tocantins, existindo vários registros da espécie nas matas ripárias e áreas de
cerradão com taboca próximas à sua margem e/ou afluentes, principalmente no município de
Pedro Afonso (Túlio Dornas, comunicação pessoal). Diferentemente do centro-oeste do
Tocantins, o processo de transformação do uso do solo nesta região é muito mais recente,
havendo uma intensa transformação dos grandes remanescentes do Cerrado em monoculturas
agrícolas, com destaque para plantios de soja, cana-de-açúcar e eucalipto. Além dos impactos
provocados pelas monoculturas o habitat de C. obrieni na região vem sendo suprimido pelo
barramento do rio Tocantins e afluentes, promovido pela construção da usina hidrelétrica de
Estreito que inundou grande parcela das matas ciliares entre Filadelfia/TO e Palmeirante/TO. O
mesmo pode ocorrer caso a Usina de Tupiratins/TO seja construída. Nesta mesma região, entre
os municípios de Centenário, Recursolândia e Santa Maria, o Cerrado vem sendo substituído
pelo plantio de soja decorrente da expansão da cana de açúcar em Pedro Afonso/TO e de
eucaliptos, o qual subsidiará matéria-prima para as fábricas de celulose e o setor de siderurgia
do sul do Maranhão.
23
3.1.2) Goiás
Outra região de destaque corresponde ao noroeste do estado de Goiás, nos municípios
de Nova Crixás e Mundo Novo, e uma segunda área no centro-norte, englobando a região entre
Porangatu e Minaçu, que se estende até o município de Peixe no centro-sul do Tocantins. A
região de Nova Crixás e Mundo Novo é predominantemente utilizada para pecuária tanto por
pequenos como grandes propriedades que possuem em suas reservas legais fragmentos de
cerradão mesclados com taboca. Em Nova Crixás os maiores fragmentos com a vegetação
exigida por C. obrieni encontram-se, sobretudo nas matas ciliares ao longo do rio Crixás Mirim,
que corta o município de norte a sul. No município de Mundo Novo existem alguns
assentamentos os quais possuem reservas legais em condomínio, tornando-as maiores que
aquelas individuais. Porém, nestas áreas que deveriam ser para proteção ambiental, foram
identificadas a extração ilegal de madeira e o péssimo isolamento das áreas de proteção
permanente (APP), que deveriam estar cercadas com arame ou outras barreiras eficientes contra
a invasão do gado. Estes fatores comprometem a integridade da reserva, oferecendo sérios
riscos para a estabilidade da espécie nestas áreas, uma vez que as reservas dos assentamentos
rurais correspondem aos maiores fragmentos remanescentes de Cerrado nesta região.
No município de Porangatu existem muitos fragmentos de cerradão mesclados com
taboca, porém, em geral estes são de pequeno tamanho. Nesta região, grande parte da vegetação
exigida por C. obrieni, encontra-se nas margens do rio do Ouro que deságua no rio Santa Tereza
e divide os municípios de Porangatu e Santa Tereza de Goiás, formando uma grande área
contínua muito importante para manter íntegras as populações da espécie, seja por sua extensão
ou por permitir o fluxo gênico devido a sua distribuição linear e conexão com áreas permeáveis
ao deslocamento de C. obrieni. Entretanto, Pacheco e Maciel (2009), alertaram para um possível
desaparecimento de parte do trecho da mata ciliar, devido ao desmatamento resultante da
expansão da pecuária local e mais recentemente pela construção da ferrovia Norte-Sul. Outro
fator de risco para a espécie neste município diz respeito ao tamanho médio dos fragmentos
remanescentes de Cerrado que é menor que em outros municípios do entorno (Marcelino et al.,
2012).
Nesta região, o município de Minaçu foi o que apresentou as melhores condições para a
existência e sobrevivência de C. obrieni conforme identificado neste estudo. Esta região
destaca-se ainda pelo maior tamanho dos fragmentos e reservas particulares ali presentes
(Pinheiro et al., 2012), além de ter sido o único município no estado de Goiás com registros de
C. obrieni onde a área de vegetação nativa é ligeiramente superior à antropizada (Marcelino et
al., 2012).
24
3.1.3) Goiás e Tocantins
As áreas potenciais para a espécie penetram no estado do Tocantins a partir de Goiás e
se estendem até o município de Peixe, região centro sul do estado. As características do relevo
são muito parecidas no limite dos dois estados, no entanto, à medida que vamos penetrando pelo
interior do Tocantins, este se torna mais suave. As manchas de taboca também encontram-se
sobretudo ao longo do rio Tocantins e afluentes. O impacto do uso do solo neste estado é
diferente daquele encontrado em Goiás devido à existência de grandes áreas de vegetação
nativa, as quais são consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade no estado do
Tocantins (Olmos, 2007). Porém, obras de infra-estrutura como das ferrovias Norte-Sul e LesteOeste e a construção das UHE Peixe-Angical e UHE São Salvador no rio Tocantins, tem
suprimido importantes áreas de vegetação nativa e habitats apropriados para a ocorrência de C.
obrieni.
Nesta região é interessante relacionar o impacto causado pelas usinas hidrelétricas do
rio Tocantins no estado de Goiás e Tocantins e o uso do solo na região. No estado de Goiás,
onde mais da metade do Cerrado já foi transformado pela agropecuária, áreas urbanas e obras de
infra-estrutura (SANO et al., 2008), as reservas legais dos complexos hidrelétricos passam a ter
um papel importante na conservação da biodiversidade regional. Por outro lado, no estado do
Tocantins, onde os remanescentes de vegetação nativa ainda são significativos, as obras de
infra-estrutura exercem um papel impactante pois suprimem grandes áreas de Cerrado nativo.
Infelizmente, com o ritmo de destruição e transformação do solo neste estado e a falta de
políticas públicas visando a criação de unidades de conservação de proteção integral, onde
existem as propostas de criação do Parque Estadual do Interfluvio Tocantins/Paranã e de uma
possível estação ecológica ao longo dos cerrados do rio Palmeira (Olmos, 2007), seguramente
em um futuro próximo as condições do Cerrado nesta região serão muito similares àquelas
encontradas em Goiás.
3.1.4) Pará
O modelo também identificou uma pequena mancha com elevado potencial no extremo
sudeste do Pará. Nesta região de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica, foram
realizados inventários ornitológicos no extremo sudeste do estado, não sendo detectada a
presença de C. obrieni (Somenzari et. al., 2011). No entanto, existem registros de grandes
extensões de taboca (G. paniculata) na região segundo depósitos de exsicatas do herbário do
Lousiane Garden (Tropicos, 2012), implicando em uma provável ocorrência da espécie. Nesta
localidade portanto, seria necessária a realização de inventários específicos para localização de
C. obrieni no intuito de dirimir qualquer dúvida sobre sua presença bem como da existência de
seus habitats preferenciais.
25
3.1.5) Mato Grosso
O mesmo ocorre no nordeste do Mato Grosso, na região que inclui os municípios de
Alto da Boa Vista e São Felix do Araguaia. O modelo selecionou uma série de manchas
potenciais ainda não prospectadas. Destaca-se nesta região o rio das Mortes que se estende em
sentido sul até próximo á região de Nova Xavantina, Água Boa e Cocalinho onde Dornas et al.,
(2011) encontraram grandes extensões de taboca na margem deste rio, sem entretanto efetuar o
registro da espécie. Segundo os autores esta ausência pode dever-se ao escasso tempo de
amostragem já que a região apresenta todas as condições propicias à presença de C. obrieni.
Estas duas regiões, situadas no sudeste do Pará e nordeste do Mato Grosso estão entre as mais
desmatadas da Amazônia entre os anos de 2001 e 2003 (Ferreira et al., 2005), acarretando sérios
problemas com a rápida diminuição no hábitat e dificultando a sobrevivência de populações da
espécie nestas regiões.
3.1.6) Maranhão e Piauí
No Maranhão o modelo identificou duas regiões de elevado potencial, uma na porção
central, no município de Grajaú e outra na porção centro-leste, na região entre Caxias e São
João dos Patos próximo à divisa com o Piauí, inclusive penetrando em algumas localidades
deste estado. De acordo com o modelo, a área situada no centro do estado do Maranhão tem
uma extensão bastante limitada e encontra-se isolada de outras regiões potenciais. Segundo
Dornas et al., (no prelo) o Cerrado nessa região do Maranhão apresenta um aspecto mais
florestal, com abundantes manchas de taboca (G. paniculata) principalmente nos municípios de
Tuntum, Barra do Corda e Grajaú. Segundo os mesmos autores, manchas de vegetação nativa
coberta por tabocais são abundantes nas propriedades rurais da região e estendem-se ao sul no
sentido ao município de Porto Franco. Outro fator adicional que favorece a preservação de C.
obrieni nesta região é a presença de Terras Indígenas nos municípios de Barra do Corda, Grajaú,
Amarante e Bom Jardim, abrangendo uma área estimada em 1.292.449 ha (HABTEC, 2009;
FUNAI, 2012).
No centro-leste do Maranhão, registros frequentes da espécie tem ocorrido na região
de Caxias, apesar de não haver grandes concentrações de taboca. Um pouco mais ao sul da
região de Caxias, o modelo identificou uma série de localidades onde foram efetuados registros
da espécie, incluindo os municípios de São João dos Patos (SANTOS & VASCONCELOS,
2007), Parnarama e Matões (SANTOS et al., 2010). Nestas localidades a presença da taboca
está associada a formações onde predomina o cerradão e matas semidiciduais, existindo ainda
mosaicos bem conservados de Cerrado sensu strictu, áreas de pastagem em regeneração,
capoeiras antigas e áreas de transição entre o Cerrado e a Caatinga. Algumas destas localidades
26
estão situadas às margens do rio Parnaíba e sofrem uma grande influencia do rio na composição
da vegetação (Santos et al., 2010).
Algumas manchas potenciais situadas no centro-oeste do Piauí correspondem a áreas
com grandes extensões de taboca mesclada ao cerrado (Marcos Pérsio Santos, comunicação
pessoal) e devem ser consideradas prioritárias para prospecção de novos exemplares de C.
obrieni.
Ao longo de toda a paisagem identificada pelo modelo como potencial para a ocorrência
de C. obrieni, não houve sobreposição com nenhuma unidade de conservação de proteção
integral, da mesma maneira, não existem registros da espécie em nenhuma unidade desta
categoria. Em se tratando de uma espécie considerada globalmente ameaçada (IUCN, 2012), é
imprescindível a adoção de medidas visando a criação de áreas protegidas para garantir a
sobrevivência da espécie.
3.2) Áreas com médio/baixo potencial identificadas pelo modelo
O modelo também identificou algumas localidades com médio/baixo potencial no Mato
Grosso, Maranhão, Tocantins e Goiás. No sudeste do Mato Grosso onde foi efetuado o único
registro da espécie para o estado, Dornas et al., (2011) constataram a presença de tabocais nas
margens do rio Índio, um afluente do rio Garças e relatos da presença de tabocais mesclados à
mata ciliar e cerradões no rio Barreiro. No entanto, a busca da espécie no rio das Mortes, entre
os municípios de Nova Xavantina, Água Boa e Cocalinho não resultou em nenhum novo
registro. Esta região sofre intenso desmatamento para a integração da lavoura-pecuária em
pequenas e grandes propriedades, onde predomina o cultivo de soja e a pecuária de corte
(Carvalho et al., 2005), um cenário semelhante ao encontrado no estado de Goiás e que tem
colocado em risco as populações de C. obrieni (Pinheiro et al., 2012, Marcelino et al., 2012).
Na região de transição do Cerrado com a Floresta Amazônica no oeste do Maranhão,
foram efetuados registros de C. obrieni em São Pedro da Água branca (SANTOS &
VASCONCELOS, 2007), Açailândia (Wagner Nogueira E Kurazo Mateus Okada, comunicação
pessoal). Estes registros, ainda que estejam inseridos em localidades do Bioma Floresta
Amazônica, situam-se bem próximos a áreas onde predominam densos tabocais junto às
formações florestais (Dornas et al., no prelo).
No centro-oeste do Maranhão, Sombroek & Higuchi (2004) apontam que na região de
Açailândia há uma grande extensão de taboca dominando a vegetação originalmente formada
pela pretérita atividade agrícola dos índios da região. Em São Pedro da Água Branca mais uma
vez a mata ripária do rio Tocantins se destacou como um ambiente favorável a ocorrência de C.
obrieni (Santos & Vasconcelos, 2007), a vegetação que compõe a transição de Cerrado e
Amazônia vem sendo suprimida rapidamente pela a agropecuária.
27
Nesta região, os registros ocorreram em áreas sem taboca, mas com a presença de
Cecropia obtusa no registro realizado por Santos e Vasconcelos (2007) e Cecropia sp. no
realizado por Nogueira (comunicação pessoal). A presença de C. obrieni em áreas com
predomínio de Cecropia sp. é ocasional. De acordo com Leite (2010), C. obrieni raramente
forrageia em Cecropia sp. e o uso desta espécie em detrimento das tabocas demonstra uma
importante flexibilidade adaptativa da espécie. No entanto, G. paniculata é uma espécie de
bambu agressiva, capaz de invadir clareiras no interior ou borda da mata onde forma estandes
monodominantes (Griscom & Ashton, 2003). Segundo Veldman & Putz (2011) as interações de
G. paniculata com o fogo, fazem desta espécie uma das principais responsáveis pela conversão
de áreas florestais em savana, o que poderia permitir a penetração de C. obrieni em áreas
originalmente consideradas como floresta.
Outra localidade de médio/baixo potencial identificada pelo modelo corresponde à
região do Bico-do-papagaio, extremo norte do Tocantins, onde existe um registro da espécie no
município de São Bento do Tocantins. A vegetação da região é dominada por cerrado sentido
restrito, havendo umas poucas manchas isoladas de taboca no cerradão e em matas de galeria
sobretudo em áreas de reserva legal (Dornas et al., no prelo). Estes pequenos fragmentos
identificados pelo modelo, são importantes áreas do ponto de vista biogeográfico ao possibilitar
a conexão das populações desta região com aquelas do Maranhão.
Nesta região do Bico-do-Papagaio, encontram-se os afluentes formadores do rio
Piranhas, tributário do rio Araguaia, em área de transição entre o Cerrado e Amazônia. A
vegetação ripária destes cursos d’água se estende ao longo de toda a região norte do estado,
alcançando as margens tocantinenses dos rios Araguaia e Tocantins, onde, portanto, é esperada
a presença de outras áreas potenciais à ocorrência de C. obrieni. A mesma conformação
fitofisionômica é encontrada na margem maranhense do rio Tocantins, onde existem áreas
estruturalmente potenciais à presença da espécie nas margens da rodovia estadual MA-280 e no
interior da Terra Indígena Krikati, em Montes Altos/MA.
No centro-sul de Goiás na região de Cezarina e Caiapônia onde também existem
registros da espécie, foi indicada pelo modelo como sendo de médio/baixo potencial. Pinheiro et
al., (2012), encontraram nesta região as piores condições para conservação de C. obrieni em
todo o estado de Goiás. Nestas localidades, segundo Ferreira et al., (2007), restam apenas 18%
da vegetação original do Cerrado e praticamente todos os fragmentos de vegetação nativa se
encontram ameaçados.
28
3.3) Áreas sem potencial identificadas pelo modelo
O modelo previu que algumas áreas sem potencial não fossem incluídas. No sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí, diversas localidades foram visitadas pelo autor para inventário da
espécie, sem haver nenhum registro. Nessas porções mais meridionais destes dois estados a
paisagem é predominantemente formada por chapadas e cerrados de menor porte,
permanecendo as formações florestais condicionadas às escarpas e vertentes (localmente
chamadas de baixão, vão ou grotões) e leitos de corpos d´agua, onde eventualmente haviam
tabocais (G. paniculata) associados.
Analisando a paisagem como um todo e depois de percorridos mais de 2.000 km nesta
porção de ambos os estados, evidenciou-se que as manchas florestais de tabocas eram
minoritárias, muito embora quando comparadas a outras áreas de ocorrência de C. obrieni nos
estados de GO, TO, MT e no próprio MA, poderiam ser consideradas plenamente potenciais à
presença da espécie (Dornas et.al., no prelo). Os autores ainda consideram que a não detecção
de C. obrieni no sul do Maranhão e sudoeste do Piauí, deve-se à menor disponibilidade e
extensão dos habitats potenciais ao longo da paisagem, quando comparada àquela encontrada ao
longo do eixo leste-oeste descrito entre Tuntum e Grajaú no Maranhão. Essa menor
disponibilidade, a princípio, poderia exigir da espécie uma área de vida maior o que refletiria
em uma população menos numerosa nessas regiões do MA e PI e conseqüentemente com menor
probabilidade de detecção. Esta mesma região foi extensamente visitada por Marcos Pérsio
Santos (comunicação pessoal) sem haver registro da espécie, o que corrobora estas afirmações.
A região da Bahia que faz divisa com o sudeste do Tocantins/nordeste de Goiás também
foi prospectada sem êxito. Nesta região observa-se um abrupto aumento da altitude, saindo da
casa dos 400m/500m alcançando mais de 1000m, onde é nítida a mudança na fisionomia da
vegetação de cerrado, perdendo sobremaneira as feições florestais em detrimento de cerrados
campestres de menor porte e baixa densidade arbórea. Como podemos verificar, outra das
variáveis selecionadas pelo modelo foi topografia, neste caso, as regiões mais altas, ou seja, a
região de planaltos em GO e DF não foram inseridas no modelo. O desaparecimento do cerrado
florestal na depressão goiana juntamente com os tabocais necessários para a ocorrência da
espécie, excluiria também a presença de C. obrieni no Planalto Central. O mesmo raciocínio foi
verificado para as chapadas formadoras da Serra Geral, limite físico entre os estados de
Tocantins/Bahia e Goiás/Bahia.
29
Conclusões
As formações florestais do cerrado, cerradão e mata ripária, mescladas com a taboca G.
paniculata foram confirmadas como habitat preferencial da espécie. Entretanto, pela freqüência
de contatos e os resultados da análise de partição hierárquica, C. obrieni está mais associado ao
cerradão, formação vegetal que pode ser considerada o habitat principal da espécie. Segundo
Leite (2010), o habitat preferencial de C. obrieni é caracterizado por estandes de taboca com
hastes altas, copa aberta e baixa densidade arbórea.
Sua área de vida se estende por formações de cerradão, mata ripária e cerrado típico, no
entanto, a espécie possui uma relação negativa com as áreas transformadas pela agropecuária,
que funcionam como obstáculo, impedindo a sua movimentação por este ambiente. Em algumas
regiões dentro da área de distribuição da espécie, principalmente no estado de Goiás, os
elevados índices de conversão da vegetação nativa para uso agropecuário seguramente tem
isolado populações de C. obrieni, tornado o futuro da espécie incerto, caso medidas urgentes
para sua conservação não sejam adotadas.
A redução da capacidade de carga dos estandes de taboca poderia afetar diretamente
uma ave especialista como C. obrieni (Leite, 2010), ainda que a taboca possua uma elevada
capacidade de rebrotamento após a ocorrência de incêndios (Veldman, 2008), o tempo de
reposição das colônias de formiga seria maior (Leite, 2010). A densidade e qualidade dos
estandes de taboca estariam diretamente relacionadas com a disponibilidade de recursos
alimentares (formigas) e conseqüentemente com o número e tamanho da área de vida e áreas de
uso. Ainda que C. obrieni tenha sido encontrado em fragmentos de cerradão de pequeno
tamanho, está claro que a manutenção de suas populações no médio/longo prazo, dependem de
grandes áreas de cerrado florestal onde ocorre a taboca G. paniculata.
Em geral as ferramentas de modelagem de distribuição de espécies produzem melhores
predições para espécies que se distribuem em uma área restrita do que para aquelas amplamente
distribuídas, a inspeção dos resultados do modelo de distribuição e visual das áreas de
distribuição preditas estão de acordo com a distribuição real conhecida de C. obrieni. Em
grandes escalas geográficas, modelos combinando dois ou mais conjuntos de preditores (p. ex.,
topográfica e vegetação) mostram, frequentemente, uma melhor capacidade preditiva do que
aqueles baseados em um único conjunto de variáveis (Beard et al., 1999; Bustamante & Seoane,
2004). Assim pode ser observado que o modelo de distribuição geográfica de C. obrieni é
realmente confiável e a área de distribuição prevista para a espécie corresponde à distribuição
empírica.
30
A degradação do cerrado em larga escala, que já transformou mais de 50% das
formações vegetais nativas no estado de Goiás e que avança em ritmo acelerado nas diferentes
regiões do Cerrado, especialmente na sua porção norte que inclui os estados do Tocantins,
Maranhão e Piauí; a associação desta espécie com a taboca G. paniculata e sua dieta
especializada em formigas que constroem suas colônias nas hastes desta espécie vegetal, tornam
as populações de C. obrieni cada vez mais vulneráveis. Somando a isto o fato de C. obrieni não
haver sido encontrado em nenhuma unidade de conservação de proteção integral, é urgente a
adoção de medidas concretas para a proteção da espécie que incluem:
- Criação de unidades de conservação de proteção integral contendo áreas de cerrado florestal
suficientes para manter íntegras populações de C. obrieni;
- Incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, em áreas de cerrado
florestal, de maneira a prover refúgios que supram as necessidades básicas da espécie;
- Realização de estudos de ecologia da paisagem visando refinar as informações do uso do
habitat por C. obrieni em paisagens fragmentadas e com intenso uso agropecuário;
- Elaboração do Plano de Ação para Conservação de C. obrieni e,
- Considerando a existência de uma correlação positiva entre a presença de pica-paus e a
diversidade e abundância de aves florestais, tanto em uma escala local como regional, tanto na
América do Norte e Europa (Mikusinski et al., 2001; Virkkala, 2006; Drever et al., 2008), a
conservação de C. obrieni, seguramente assegurará a proteção de diversas outras espécies de
passeriformes, sendo necessário portanto, promover a realização de inventários avifaunísticos
nos ambientes de ocorrência de C. obrieni.
31
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Veldman, J.W. (2008) Guadua paniculata (Bambusoideae) en la Chiquitania boliviana: ecología del
fuego y la oportunidad para un forraje nativo. Revista Boliviana de Ecología y Conservación Ambiental.
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WorldClim. (2012) http://www.worldclim.org. Acessado em 01/06/2012.
40
Anexos
Anexo I: Normas da revista
Author Guidelines
Diversity and Distributions publishes papers that deal with conservation biogeography which is
defined as "the application of biogeographical principles, theories, and analyses to problems
regarding biodiversity conservation" (Whittaker et al. 2005; Diversity and Distributions, 16,
313-320).
Authors considering submitting a paper to Diversity and Distributions are encouraged to read
THIS EDITORIAL for details on topics that are appropriate for the journal.
Diversity and Distributions has five main categories of articles:
1. Biodiversions. These are editorial items solicited directly by the Editor. Unsolicited material
will not normally be considered. If you have an idea for such a contribution (up to 2000 words),
please contact the Editor, who will provide you with the necessary guidance for submission.
2. Biodiversity Viewpoints. This section contains short essays (usually up to 3000 words)
considering biodiversity from a particular disciplinary, regional, political, or other standpoint. If
you would like to contribute such an essay, please contact the Editor outlining the distinctive
character of your proposed essay, its length, the number of references, and the character of any
illustrations to be used.
3. Biodiversity Research and Reviews This is the core section of the journal and presents
research or review articles up to 5000 words in length, but preferably shorter (the word limit
refers to text from the start of the introduction to the end of the acknowledgements - i.e.
excluding the title, abstract, references, figure captions, and tables). Tables should not be
overlong and complicated. The Editor reserves the right to publish long tables and appendices
on the journal’s website, rather than in the printed version. Such a decision will only be taken
after consultation with the author. A short running title should be provided. The manuscript
must include an abstract of no more than 300 words structured under the headings: Aim,
Location, Methods, Results, Main conclusions, and ending with a list of 6-10 keywords or
phrases, arranged in alphabetical order. Three different weights of headings are available:
authors should indicate the relative importance of a heading by the use of ringed capital letters.
i.e. (A) for main headings; (B) for secondary headings; and, (C) for tertiary headings. The
correct nomenclatural authorities for all taxa must be given on the first appearance in the text, in
Tables, and in the captions to Figures, unless a general reference to a standard source is
provided at an appropriate place in the manuscript. Genus names should not be abbreviated in
figure captions and table headings. A biosketch entry should be included after the references
section (see below).
4. Biodiversity Letters. This section presents short items (normally less than 1000 words) of
general news interest with respect to biodiversity, conferences or events, computer hardware
41
and software developments, films and videos, the law, and political debates. Brief letters to the
editor are also most welcome. Lively titles are encouraged, and material should be as topical as
possible. Longer letters (up to 2500 words in total) prompted by papers previously published in
this or occasionally other journals are also encouraged. Such longer communications should
include a one-paragraph abstract (150 word maximum), and a list of 6-10 keywords.
Manuscript
preparation
and
submission
Diversity
and
Distributions requires
online
submission
of
manuscripts
at
http://mc.manuscriptcentral.com/ddi. Submission online is an intuitive, step-by-step process. By
submitting online, you will benefit from quicker peer-review, web-based manuscript tracking,
online reviewing and faster response. You will need your manuscript and figures in a digital
format. When submitting, authors should upload a single file that contains all text (including a
short running title, references, tables, figure captions and appendices) and figures which should
be in the same document, at the end of the document and NOT embedded in the main text.
A PDF file will be automatically created for reviewing purposes. Full instructions and support
for authors can be found at the Site. To use the Site you will need a user ID and password. Go to
the Journal's submission homepage (http://mc.manuscriptcentral.com/ddi) and click 'Create a
new account' if you have not registered before, or click 'Check for existing account' if you have
submitted online or reviewed online before for the Journal (or if you have forgotten your
details). If you at any time experience difficulty with your online submission, please contact the
Editorial Assistant at [email protected].
You will need to approve the PDF that is created to complete the submission process. Please
check the PDF carefully, especially tables and figures as these are sometimes distorted in
conversion to PDF.
Please note that if we notice any formatting errors in the submitted PDF, the paper will be
declined immediately.
Contributing authors are requested to submit, at the time of submission of their manuscripts, a
list of at least five (and ideally TEN) persons that they consider well qualified to review the
submitted work (e-mail addresses must be included). The list of suggested referees should NOT
include any current nor recent collaborators in work that is closely related to the topic of the
submitted paper, or any persons within the same organization as any of the authors of the
submitted work.
All enquiries should be directed to:
Prof. David M. Richardson
Centre for Invasion Biology (CIB)
Department of Botany and Zoology
Stellenbosch University
Private Bag X1
Matieland 7602
South Africa
42
Tel: +2782 902-9024
Fax: +2721 808-2995
E-mail: [email protected]
CIB website: www.sun.ac.za/cib
Only papers written in English will be accepted. The journal cannot provide detailed editing of
manuscripts to correct English. Where necessary, authors should have their manuscripts
checked by a native English speaker before submitting their work.
Conflict of Interest
Diversity and Distributions requires that all authors disclose any potential sources of conflict of
interest. Any interest or relationship - financial or otherwise - that might be perceived as
influencing an author’s objectivity is considered a potential source of conflict of interest. These
must be disclosed when directly relevant or indirectly related to the work that the authors
describe in their manuscript. Potential sources of conflict of interest include but are not limited
to patent or stock ownership, membership of a company board of directors, membership of an
advisory board or committee for a company, and consultancy for or receipt of speaker’s fees
from a company. The existence of a conflict of interest does not preclude publication in this
journal.
It is the responsibility of the corresponding author to review this policy with all authors and to
collectively list in the manuscript (under the Acknowledgment section) and in the online
submission system ALL pertinent commercial and other relationships.
Corresponding authors will be asked to confirm whether or not a conflict of interest exists as
part of the submission process.
Diversity and Distributions is a member of and subscribes to the principles of the Committee on
Publication Ethics.
Abbreviations and units
SI units (metre, kilogram, etc.) are essential. Statistics and measurements should be given in
figures, i.e. 10†mm, except where the number begins the paragraph. When the number does not
refer to a unit of measurement, it is spelt out, except where the number is greater than 10. A list
of preferred abbreviations and naming conventions is available.
Tables
Tables must be positioned on separate sheets, numbered consecutively (Table 1, Table 2, etc.)
and grouped together after the References. Column headings should be brief: with units of
measurement in parentheses. Tables should be typed as text, using 'tabs' (not spaces) to align
columns. The use of table editors should be avoided. Do not use graphics software to create
tables.
43
Methods
Please ensure that this section is entitled 'METHODS', and not 'MATERIALS AND
METHODS'.
Figures, Illustrations and Maps
All illustrations (including photographs) are classified as figures and should be numbered
consecutively (Fig. 1, Fig. 2, etc.), and grouped together after the Tables – they should NOT be
embedded in the text.
Upon your manuscript being accepted for publication, please supply separate files
containing electronic versions of your figures (see File Formats, below). Please note that
your paper will go through production more quickly if instructions on content and format are
followed carefully. Each figure must have a legend that makes the material completely
understandable. Legends should be presented separately from the figures, in a list at the end of
the manuscript. Label multi-panel figures (a), (b), (c), etc., preferably in the upper left corner,
and refer to them in the text as, for example, Fig. 1(a). Please ensure that electronic artwork is
prepared such that, after reduction to fit across one or two columns or two-thirds width (80 mm,
169 mm or 110 mm, respectively) as required, all lettering and symbols will be clear and easy to
read, i.e. no labels should be too large or too small. Avoid using tints if possible; if they are
essential to the understanding of the figure, try to make them coarse.
Maps that display area data and organism distribution at a continental, hemispheric, or world
scale must always use an equal-area map projection (e.g. Mollweide or Aitoff's). Note
especially that Mercator's projection is not acceptable for such data. Please indicate the precise
projection employed in the caption. On these maps, the equatorial scale should be indicated,
while scale information should be provided, preferably as a scale bar within the figure, for all
maps of whatever size and area.
File Formats: After acceptance of your manuscript for publication, figure files should be
supplied as follows. Photographic figures should be saved in tif format at 300 d.p.i. (or failing
that in jpg format with low compression). Line figures should be saved as vector graphics (i.e.
composed of lines, curves, points and fonts; not pixels) in eps or pdf format, or embedded as
such in Word, as this enhances their display when published online. Combination
figures (those composed of vector and pixel/raster elements) should also be saved in eps or pdf
format where possible (or embedded as such in Word). If line figures and combination figures
cannot be saved in vector graphics format, they should be saved in tif format at high resolution
(i.e. 600 d.p.i.) (do not save them in jpg format). If you are unsure about the resolution of your
tif files, please zoom in and check that fonts, curves and diagonal lines are smooth-edged and do
not appear blocky when viewed at high magnification. Note that line and combination figures
supplied in tif format are downsampled for online publication and so authors should
preferentially opt for vector graphic formats for these figure types (full resolution tif files
are used for print publication).
If there is colour artwork in your manuscript when it is accepted for publication, WileyBlackwell requires you to complete and return a Colour Work Agreement Form before your
paper
can
be
published.
This
form
can
be
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44
www.blackwellpublishing.com/pdf/SN_Sub2000_F_CoW.pdf. To comply with UK Payment
Card Industry Data Security Standard (PCI DSS) legal requirements, it now has to be returned
to the Production Editor VIA POST to the address below. This form must be received as signed
hardcopy before it can be processed (please note that faxed and scanned versions of the form are
NOT acceptable).
Once completed, please return the form to the Production Editor at the address below:
Farhana Hossain, Production Editor
Diversity and Distributions, Wiley-Blackwell,
1 Fusionopolis Walk
#07-01 Solaris South Tower,
Singapore 138628
(Please note that electronic or faxed copies cannot be accepted)
Any article received by Wiley-Blackwell with colour work will not be published until the
form
has
been
returned
Under exceptional circumstances, authors may request the above charges to be waived. This
must be done, in writing, at the time of submission of the manuscript, and authors must justify
to the Editor that inclusion of the figure(s) in colour is essential for interpretation of the results
presented. If authors wish to apply for funds to cover the costs of colour printing, the Editor will
provide relevant support letters to funding bodies, indicating acceptance of the paper. Note that
we offer a free Colour on the Web option whereby authors can have figures printed in black and
white in the journal but in colour in the online version, free of charge.
Appendices
and
Supporting
Information
Appendices may be provided for important primary data, which needs to be included in the
paper. If, however, these data are very extensive, or if they are of only indirect relevance to the
paper, they will normally be made available in an electronic form through the Journal’s web
pages. Mention of the first supporting appendix, table or figure ,etc., in the text should be in the
form 'see Appendix S1 in Supporting Information' [where 'S' indicates Supporting], subsequent
mention should be in the form 'see Appendix S2'. Authors should then include a Supporting
Information section after the References section, which should be in the following form (text in
curly brackets is for completion by the author, see instructions below):
-------------------------------------------Supporting Information
Additional Supporting Information may be found in the online version of this article:
Appendix S1 {Insert short legend to online Appendix S1}
Figure S1 {Insert short legend to online Figure S1}
Table S1 {Insert short legend to online Table S1}
As a service to our authors and readers, this journal provides supporting information supplied by
the authors. Such materials are peer-reviewed and may be re-organized for online delivery, but
are not copy-edited or typeset. Technical support issues arising from supporting information
45
(other than missing files) should be addressed to the authors.
------------------------------------------For reasons of space, only short titles to Supporting Information should be given in this
section; full titles (if different) can be given with the Supporting Information itself; full titles
can include a fuller description of content, definition of abbreviations, etc. Supporting
Information files are hosted by the Publisher in the format supplied by the author and are not
copy-edited by the Publisher. It is the responsibility of the author to supply Supporting
Information in an appropriate file format and to ensure that it is accurate and correct.
Authors should therefore prepare Supporting Information with the same rigour as their
main paper, including adhesion to journal style (e.g. formatting of references). Supporting
Information can be provided as separate files or as one combined file. Authors are discouraged
from supplying very large files or files in non-standard file formats, both of which may reduce
their use to the readership. Files should be prepared without line numbers or wide line spacing,
and with all track-change edits accepted. Further information on Supporting Information is
available.
At proof correction stage authors will be given access to their Supporting Information (via the
web) and should check it for accuracy and updates. If changes are required corrected versions of
the files received with the proof must be emailed to the Production Editor, with a brief
description of the changes made. Supporting Information must be checked alongside the main
proof and corrections for both returned to the Production Editor at the same time.
Biosketch/Biosketches
A short Biosketch/Biosketches entry (30-100 words for one author/150 words for the first three
authors, respectively) describing the research interests of the author(s) should be provided. For
papers with 4 or more authors, biosketch details should be supplied for the first author only;
alternatively, a general statement of the focus of the research team (a link to a group web page is
encouraged) should be provided, together with a statement of author roles, e.g. Author
contributions: A.S. and K.J. conceived the ideas; K.J. and R.L.M. collected the data; R.L.M. and
P.A.K.
analysed
the
data;
and
A.S.
and
K.J.
led
the
writing.
References
We recommend the use of a tool such as EndNote for reference management and formatting.
Click to download the most up to date EndNote reference style for Diversity and Distributions.
References should be made by giving the author’s name with the year of publication in
parentheses. When reference is made to a work by three authors or more, only the first name
and et al. should be given in the citation. All authors’ names should be listed in the reference
itself. If several papers by the same author and from the same year are cited, a, b, c, etc., should
be inserted after the year of publication. References must be listed in alphabetical order at the
end of the paper in the following standard form:
Cox, C. B. & Moore, P. D. (1999) Biogeography: an ecological and evolutionary approach, 6th
edn. Blackwell Science Ltd, Oxford.
May, R.M. (1994) The effects of spatial scale on ecological questions and answers. Large-scale
ecology and conservation biology (ed. by P.J. Edwards, R.M. May and N.R. Webb), pp. 1-17.
Blackwell Scientific Publications, Oxford.
46
Prentice, I.C., Guiot, J., Huntley, B., Jolly, D. & Cheddadi, R. (1996) Reconstructing biomes
from palaeoecological data: a general method and its application to European pollen data at 0
and 6 ka. Climate Dynamics, 12, 185-194.
Please note that titles of journals should be written in full. Unpublished data, works in
preparation and papers submitted but not yet accepted may be cited in the text, giving the
author’s initials and surname, but should not be included in the reference list.
It is imperative that you follow the above format for your references. ANY deviation from the
required format WILL result in the paper being RETURNED TO THE AUTHOR FOR
CORRECTION.
Copyright
Transfer
Agreement
Authors will be required to sign an Copyright Transfer Agreement (CTA) for all papers
accepted for publication. Signature of the CTA is a condition of publication and papers will not
be passed to the publisher for production unless a signed form has been received. Government
employees need to complete the Author Warranty sections, although copyright in such cases
does not need to be assigned. After submission authors will retain the right to publish their
paper in various medium/circumstances (please see the form for further details). To assist
authors an appropriate form will be supplied by the editorial office. Alternatively, authors may
like to download a copy of the form www.wiley.com/go/ctaaglobal. The form should be
returned by post, fax or e-mail attachment to:
Farhana Hossain, Production Editor; Diversity and Distributions, Wiley-Blackwell, 1
Fusionopolis
Walk;
#07-01
Solaris
South
Tower,
Singapore
138628
Fax: (65) 6643 8008; (65) 6643 8599; E-mail: [email protected]
Online
Open
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available to non-subscribers on publication, or whose funding agency requires grantees to
archive the final version of their article. With OnlineOpen, the author, the author's funding
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For
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full
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of
terms
and
conditions, seehttp://wileyonlinelibrary.com/onlineopen#OnlineOpen_Terms.
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Prior to acceptance there is no requirement to inform an Editorial Office that you intend to
publish your paper OnlineOpen if you do not wish to. All OnlineOpen articles are treated in the
same way as any other article. They go through the journal's standard peer-review process and
will be accepted or rejected based on their own merit.
Referrals
to
the
Open
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Journal
"Ecology
and
Evolution"
Diversity and Distributions works together with Wiley’s Open Access Journal, Ecology and
47
Evolution, to enable rapid publication of good quality research that is unable to be accepted for
publication by our journal. Authors will be offered the option of having the paper, along with
any related reviews, automatically transferred for consideration by the Editor of Ecology and
Evolution. Authors will not need to reformat or rewrite their manuscript at this stage, and
publication decisions will be made a short time after the transfer takes place. The Editor
of Ecology and Evolution will accept submissions that report well-conducted research which
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Policy
on
the
use
of
RAPD
markers
The appropriateness of RAPD markers for population genetic inference is increasingly
questioned by our reviewers and editors because of concerns about reproducibility, dominance,
and homology. Given these worries, and the ready availability of other kinds of markers that do
not suffer from all of these problems, studies based primarily on RAPDs only rarely pass the
scrutiny of peer review in Diversity and Distributions. Of course, there may be situations in
which RAPDs are appropriate, such as in genetic mapping studies or in searches for diagnostic
markers for a given species or trait. These latter kinds of studies will continue to be reviewed
by the journal.
Policy
on
molecular
sequences
It is a condition of publication that papers using new molecular sequences must place the
sequences in an appropriate database (e.g. GenBank). Relevant accession numbers should be
48
provided in the final manuscript. Accession numbers are required for all sequences used in
analyses, including existing sequences in databases.
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49
Anexo II: Definições dos polígonos indicando os limites da área de vida de cada indivíduo de C. obrieni monitorados através de radio-telemetria.
50
Anexo III: Mapas dos quadrantes de 20x20 km representando a cobertura e o uso do solo nas unidades amostrais de 250 m de raio.
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
Anexo IV: Valores de cobertura e o uso do solo em hectares, potencialidade de ocorrência e presencia/ausência de C. obrieni em cada uma das unidades
amostrais de 250 m de raio nos quadrantes de 20x20 km.
Localidade
Identificado
Potencial
Cerradão
Cerrado Típico
Mata Galeria
Agropecuária
Corpo d'água
Área Urbana
r
PresAu
s
Novo Planalto
NP1 (M)
M
12,626
0,000
0,000
7,009
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP2 (A)
A
1,612
17,509
0,000
0,514
0,000
0,000
1
Novo Planalto
NP3 (B)
B
0,000
11,604
4,506
3,524
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP4 (M)
M
0,000
10,663
5,860
3,112
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP5 (B)
B
0,000
3,304
9,302
7,029
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP6 (S)
S
0,000
0,000
6,316
13,319
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP7 (A)
A
0,000
6,349
10,757
2,529
0,000
0,000
1
Novo Planalto
NP8 (S)
S
0,000
0,000
16,909
2,725
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP9 (S)
S
0,000
0,000
11,017
8,617
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP10 (S)
S
0,000
11,584
1,160
6,891
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP11 (A)
A
10,728
0,000
2,874
6,032
0,000
0,000
1
61
Novo Planalto
NP12 (M)
M
0,000
0,000
17,049
2,586
0,000
0,000
0
Novo Planalto
NP13 (S)
S
0,000
0,000
8,783
10,852
0,000
0,000
0
Porangatu
PO1 (M)
M
0,000
0,000
19,186
0,449
0,000
0,000
0
Porangatu
PO2 (B)
B
0,000
1,417
18,110
0,109
0,000
0,000
0
Porangatu
PO3 (S)
S
0,000
0,453
11,566
7,615
0,000
0,000
0
Porangatu
PO4 (S)
S
0,000
2,198
2,834
14,603
0,000
0,000
0
Porangatu
PO5 (A)
A
0,000
0,000
0,000
0,098
19,537
0,000
1
Porangatu
PO6 (A)
A
0,000
0,000
16,518
3,117
0,000
0,000
1
Minaçu1
M1 (A)
A
0,000
2,782
8,414
8,439
0,000
0,000
1
Minaçu1
M2 (A)
A
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu1
M3 (A)
A
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu1
M4 (S)
S
10,652
8,983
0,000
0,000
0,000
0,000
0
Minaçu1
M5 (S)
S
4,990
14,645
0,000
0,000
0,000
0,000
0
Minaçu1
M6 (S)
S
7,771
10,754
0,000
1,109
0,000
0,000
0
62
Minaçu1
M7 (M)
M
19,261
0,000
0,211
0,163
0,000
0,000
0
Minaçu1
M8 (B)
B
15,432
1,026
2,624
0,552
0,000
0,000
0
Minaçu1
M9 (B)
B
19,135
0,000
0,000
0,500
0,000
0,000
0
Minaçu1
M10 (A)
A
15,735
2,006
0,000
1,894
0,000
0,000
1
Minaçu1
M11 (A)
A
17,126
0,000
0,000
2,509
0,000
0,000
1
Minaçu1
M12 (A)
A
6,511
0,000
2,056
11,068
0,000
0,000
1
Minaçu1
M13 (A)
A
6,688
0,004
5,942
7,001
0,000
0,000
1
Minaçu1
M14 (A)
A
14,218
1,991
3,426
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu1
M15 (M)
M
18,041
0,000
0,000
1,594
0,000
0,000
0
Minaçu1
M16 (M)
M
10,275
0,000
2,146
7,214
0,000
0,000
0
Minaçu1
M17 (A)
A
0,000
5,918
12,817
0,900
0,000
0,000
1
Minaçu1
M18 (A)
A
0,000
4,627
15,008
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu1
M19 (A)
A
0,225
10,648
8,762
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu1
M20 (A)
A
17,059
2,576
0,000
0,000
0,000
0,000
1
63
Minaçu2
M1 (S)
S
0,000
0,600
13,448
0,000
5,587
0,000
0
Minaçu2
M2 (S)
S
0,000
12,501
0,000
0,000
7,134
0,000
0
Minaçu2
M3 (B)
B
0,000
10,238
4,230
0,000
5,167
0,000
0
Minaçu2
M4 (A)
A
0,000
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu2
M5 (A)
A
0,000
14,175
5,321
0,000
0,000
0,138
1
Minaçu2
M6 (B)
B
0,000
18,327
0,452
0,702
0,012
0,142
0
Minaçu2
M7 (S)
S
0,000
0,000
4,174
13,785
1,676
0,000
0
Minaçu2
M8 (M)
M
0,000
0,000
8,217
0,000
11,418
0,000
0
Minaçu2
M9 (M)
M
0,000
0,000
10,182
9,453
0,000
0,000
0
Minaçu2
M10 (M)
M
0,000
0,000
6,051
13,583
0,000
0,000
0
Minaçu3
M1 (A)
A
2,421
0,000
15,841
1,373
0,000
0,000
1
Minaçu3
M2 (M)
M
18,570
0,000
0,000
1,065
0,000
0,000
0
Minaçu3
M3 (A)
A
18,927
0,608
0,000
0,100
0,000
0,000
1
Minaçu3
M4 (A)
A
19,475
0,000
0,000
0,160
0,000
0,000
1
64
Minaçu3
M5 (A)
A
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu3
M6 (A)
A
0,526
0,408
18,701
0,000
0,000
0,000
1
Minaçu3
M7 (M)
M
18,972
0,000
0,000
0,663
0,000
0,000
0
Minaçu3
M8 (S)
S
0,000
6,783
5,278
7,573
0,000
0,000
0
Minaçu3
M9 (B)
B
16,201
0,000
0,000
3,434
0,000
0,000
0
Minaçu3
M10 (M)
M
9,951
0,000
0,832
8,851
0,000
0,000
0
Minaçu3
M11 (A)
A
13,355
0,000
0,000
6,280
0,000
0,000
1
Nova Crixás
NC1 (M)
M
3,130
0,000
11,100
5,405
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC2 (A)
A
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Nova Crixás
NC3 (A)
A
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1
Nova Crixás
NC4 (A)
A
16,787
0,000
0,000
2,848
0,000
0,000
1
Nova Crixás
NC5 (S)
S
0,000
0,000
8,545
11,090
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC6 (S)
S
0,000
0,000
13,698
5,936
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC7 (S)
S
0,000
0,000
17,686
1,949
0,000
0,000
0
65
Nova Crixás
NC8 (A)
A
9,998
0,000
0,000
9,637
0,000
0,000
1
Nova Crixás
NC9 (S)
S
0,000
0,000
4,760
14,218
0,657
0,000
0
Nova Crixás
NC10 (A)
A
0,000
0,000
9,249
9,837
0,549
0,000
1
Nova Crixás
NC11 (S)
S
0,000
0,000
18,241
1,394
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC12 (S)
S
18,441
0,000
0,000
1,194
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC13 (S)
S
19,633
0,000
0,000
0,002
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC14 (S)
S
14,401
0,000
0,000
5,234
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC15 (S)
S
0,000
1,286
12,589
5,759
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC16(S)
S
15,286
0,000
2,556
1,792
0,000
0,000
0
Nova Crixás
NC17 (A)
A
17,450
0,000
0,305
1,880
0,000
0,000
1
Caiapônia
CA1 (B)
B
2,502
0,000
11,007
6,126
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA2 (M)
M
7,918
5,589
0,000
6,128
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA3 (B)
B
17,549
0,000
0,000
2,086
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA4 (A)
A
17,995
0,000
0,322
1,317
0,000
0,000
1
66
Caiapônia
CA5 (A)
A
5,073
0,000
0,000
14,562
0,000
0,000
1
Caiapônia
CA6(M)
M
19,635
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA7 (A)
A
17,312
0,000
1,640
0,684
0,000
0,000
1
Caiapônia
CA8 (S)
S
7,751
0,000
11,884
0,000
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA9 (S)
S
2,401
0,106
6,430
10,698
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA10 (S)
S
0,000
8,526
2,165
8,944
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA11 (B)
B
15,565
0,000
0,000
4,070
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA12 (M)
M
7,285
0,000
0,000
12,349
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA13 (M)
M
18,794
0,000
0,000
0,841
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA14 (S)
S
0,000
0,000
5,431
14,204
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA15 (A)
A
4,843
7,180
6,346
1,265
0,000
0,000
1
Caiapônia
CA16 (S)
S
0,000
10,899
8,337
0,399
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA17 (B)
B
0,000
0,000
14,128
5,507
0,000
0,000
0
Caiapônia
CA18 (A)
A
0,000
0,000
5,527
14,108
0,000
0,000
1
67
Cezarina
CZ1 (S)
S
0,000
0,000
16,0662094
0,835333075
2,734598444
0,000
0
Cezarina
CZ2 (S)
S
0,000
0,000
16,44095211
2,990276189
0,205500781
0,000
0
Cezarina
CZ3 (S)
S
0,000
0,000
16,0922754
0,000
3,54456965
0,000
0
Cezarina
CZ4 (S)
S
0,000
0,000
4,748107457
14,88674196
0,000
0,000
0
Cezarina
CZ5 (M)
M
0,000
5,858349371
12,30190456
1,474356815
0,000
0,000
0
Cezarina
CZ6 (S)
S
0,000
0,000
5,24354404
14,38787911
0,000
0,000
0
Cezarina
CZ7 (S)
S
0,000
0,000
5,151893814
14,4829556
0,000
0,000
0
Cezarina
CZ8 (B)
B
0,000
0,000
5,454021508
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