Relatório

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Relatório
ESCOLA SECUNDÁRIA
JOSÉ GOMES FERREIRA
LISBOA
Datas da visita: 13 a 14 de Março de 2008
Relatório de Avaliação Externa
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I – Introdução
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação préescolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação
externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa
nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu
trabalho”.
Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º
370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e
dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído
e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada
como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária José Gomes Ferreira
realizada pela equipa de avaliação que visitou este estabelecimento de ensino nos dias 13 e 14 de Março de 2008.
Os capítulos do relatório ― caracterização da escola, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e
considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da escola, da sua apresentação e da
realização de entrevistas em painel.
Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria
para a Escola Secundária José Gomes Ferreira, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate.
De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação
externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento
de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem
interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola, será
oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).
Escala de avaliação utilizada
N í v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s c i n c o d o m í n i o s n a U n i d a d e d e G e st ã o
Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em
procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a
organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto
muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.
Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em
procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na
melhoria dos resultados dos alunos.
Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos
positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao
longo do tempo e envolvem áreas limitadas da Unidade de Gestão. No entanto, essas acções têm um
impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.
Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e
não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida,
podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções
desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.
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II – Caracterização da Escola
A Escola Secundária José Gomes Ferreira (ESJGF), inicialmente designada Escola Secundária de Benfica, situa-se em
Lisboa, na freguesia de Benfica. Foi construída nos finais da década de 70, enquadrada numa vasta área destinada
à edificação de um parque escolar, Campus de Benfica, que deveria incluir diversas escolas e serviços,
nomeadamente a Escola Superior de Educação, cuja área de implantação ainda hoje lhe é contígua.
O Conselho Pedagógico (CP) escolheu, em 1990, como patrono da Escola o poeta e escritor José Gomes Ferreira,
numa homenagem ao pai do arquitecto, Hestenes Ferreira, que desenhou o seu projecto arquitectónico, o qual,
em 1992, lhe valeu o prémio Valmor. No dia 20 de Novembro comemora-se o Dia da Escola.
Inicialmente constituída por 5 blocos, nunca chegou a ver construídas algumas das áreas e edifícios que
constavam da planta, como, por exemplo, o refeitório (pelo que apenas é assegurado um serviço de refeições
leves pelo bar). Em 1984, foi criado um campo de jogos alcatroado e edificado o pavilhão gimnodesportivo
(composto por 5 ginásios), contíguo ao qual foi, recentemente, instalado um campo de futebol sintético.
A estrutura arquitectónica da Escola não previu elevadores, rampas de acesso e instalações sanitárias adaptadas a
pessoas com mobilidade condicionada, pese embora, tenham vindo a ser instaladas pequenas rampas que
eliminam o degrau de acesso a alguns pavilhões, os sucessivos planos desnivelados e os consequentes degraus.
Actualmente, a Escola é constituída por 6 blocos, independentes, identificados por letras. Funcionam no Bloco A:
os laboratórios de Física, Química e Informática; no Bloco B: salas de aula normais, sala dos Directores de Turma
(DT), 1 auditório, 1 sala de teatro e casa de banho; no Bloco C: PBX, serviços administrativos, reprografia,
Conselho Executivo (CE), Centro de Formação de Professores Maria Borges de Medeiros (CFPMBM), associação de
estudantes, Clube Europeu, Biblioteca Escolar (BE), sala de estudo e outros gabinetes; no Bloco D: casas de banho,
sala das auxiliares, bar, sala de professores, 1 auditório, gabinete dos Serviços de Psicologia e Orientação (SPO),
gabinete do Serviço de Acção Social Escolar (ASE), gabinete de Encarregados de Educação (EE), gabinete de
Psicologia e Assistência Social e salas de aulas normais; no Bloco E: salas para os cursos de artes e de educação
tecnológica, salas de aula normais, sala dos cursos profissionais (com computadores), laboratórios de Biologia,
Geologia e Ciências Naturais. Todos os Grupos Disciplinares (GD), dispõem de gabinetes de trabalho, embora
alguns professores tenham de partilhar o mesmo espaço.
O espaço exterior, embelezado por uma cascata, alimentada pela água da chuva, que funciona num sistema de
circuito fechado, é amplo e aprazível. A sua extensão e características específicas dificultam a manutenção destes
espaços de lazer e convívio. No que se refere ao controlo das entradas e saídas, a portaria dispõe de tecnologia de
controlo digital e encontra-se vigiada por um funcionário. A Escola dispõe de Planos de Prevenção e de
Emergência. Contudo, o espaço exterior de interligação entre os blocos não permite a entrada de viaturas de
bombeiros nem de ambulâncias. No interior dos edifícios, embora existam, as bocas-de-incêndio estão
inoperacionais, em resultado da pressão da água ser insuficiente.
A ESJGF funciona em regime diurno e, no presente ano lectivo, é frequentada por 1073 alunos, dos quais 385
frequentam o 3.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) e 688 o Ensino Secundário (ES). No 3.º CEB encontram-se a funcionar
14 turmas do ensino regular, tendo sido criada mais uma turma para dar resposta aos alunos da Escola que, no
ano lectivo de 2006/2007, não conseguiram obter aprovação no 9.º ano de escolaridade e já estavam fora da
escolaridade obrigatória (projecto “Turma dos 15 + ”). A população escolar, embora integre alunos com várias
origens (Brasil, China, entre outros), regista uma baixa diversidade linguística e cultural.
Quanto à oferta curricular, no ES, no 10.º ano, encontram-se em funcionamento 11 turmas, um das quais
constituída por alunos que concluíram esse ano de escolaridade sem aproveitamento a Matemática. Nos 11.º e
12.º anos, os Cursos Científico-Humanísticos são frequentados por 17 turmas de alunos (8 de Ciências e
Tecnologias, 2 Ciências Sociais e Humanas, 3 de Socioeconómicas e 2 de Línguas e Literaturas). Existem, ainda, 1
turma do curso profissional de Técnico de Design no 11.º ano e 1 turma do Curso Tecnológico de Design de
Equipamento no 12.º ano.
O nível de escolaridade dos EE situa-se, maioritariamente, cerca de 74%, no ensino secundário ou em cursos
médios e superiores.
O corpo docente da Escola é estável e experiente. No presente ano lectivo, é constituído por 123 professores, dos
quais 103 (84%) pertencem ao Quadro de Escola.
Quanto ao pessoal não docente, a ESJGF dispõe de 39 colaboradores. Os Serviços de Administração Escolar (SAE)
dispõem de 10 funcionários (1 Chefe de Serviços Administrativos, em regime de substituição e 9 Assistentes de
Administração Escolar), dos quais 8 são efectivos e 2 contratados. Há 29 Auxiliares de Acção Educativa (AAE) a
exercer funções na Escola, sendo 27 efectivos e 2 contratados. Este pessoal é, em número absoluto, suficiente
para as necessidades. A Escola conta também com a colaboração de um funcionário que assegura a vigilância
nocturna das instalações.
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III – Conclusões da avaliação por domínio
1. Resultados
Muito Bom
A ESJGF apresenta um trabalho sistemático de recolha, tratamento e análise dos resultados académicos. No EB, as
taxas de transição no 7.º ano têm apresentado uma evolução positiva, enquanto que, nos 8.º e 9.º anos, têm
registado oscilações. Já, nos exames do 9.º ano de escolaridade, quer em Língua Portuguesa quer em Matemática
as classificações têm sido superiores às médias nacionais. Nos cursos do ES regular, os resultados escolares
evidenciam, na generalidade, uma evolução positiva nas taxas de transição nos 10.º e 12.º anos. A comparação
dos seus resultados com os de outras escolas de contextos similares é feita apenas ocasional e informalmente.
Há um evidente sentido de pertença à Escola, por parte dos alunos. Estes, conhecedores dos seus direitos e
deveres, apresentam um comportamento disciplinado e cumprem as regras definidas no Regulamento Interno (RI),
que são dadas a conhecer também aos EE e divulgadas na página Internet da Escola. Os alunos são consultados
nos assuntos que lhes dizem respeito, co-responsabilizados pelos mesmos e as suas reclamações são ouvidas. Foi
visível o bom relacionamento existente entre alunos, professores e pessoal não docente. As expectativas dos EE
são elevadas e as famílias disponibilizam recursos contribuindo para maiores níveis de sucesso dos seus
educandos. A Escola promove, adere e apoia várias iniciativas e projectos que estimulam e valorizam as
aprendizagens realizadas, contribuindo para aumentar as expectativas e a satisfação de toda a comunidade
educativa. Estes eventos realizam-se com abertura à comunidade educativa, conferindo visibilidade ao trabalho
desenvolvido pelos alunos e docentes. A Escola apresenta uma elevada percentagem de alunos que anualmente
ingressam, na sua 1.º opção, no Ensino Superior.
2. Prestação do serviço educativo
Bom
Os Departamentos Curriculares (DC) constituem, formalmente, a ponte de contacto entre os docentes e o
Conselho Pedagógico (CP). Contudo, não se detectou uma alteração efectiva e generalizada nas anteriores práticas
e lógicas de funcionamento assentes nos GD. A articulação inter-departamental não é uma prática consolidada,
sendo nos Conselhos de Turma (CT) que a mesma é assegurada entre os docentes. O correio electrónico e a
plataforma Moodle, generalizados entre os docentes, têm-se revelado veículos eficazes na troca de informações e
na divulgação de materiais. O impacto da formação recebida pelos professores ainda não é objecto de uma prática
formalizada de avaliação. Há um trabalho de equipa entre a psicóloga e os Apoios Educativos. Estes elementos
articulam com os DT dos alunos que apresentam NEE e intervêm na área da orientação profissional. Não existe um
plano de articulação com as escolas de proveniência dos alunos que ingressam no 7.º ano nem existe um esquema
formalizado que assegure a obtenção de informação sobre o percurso dos alunos depois de deixarem a ESJGF. A
técnica de acção social escolar desenvolve o seu trabalho com diversas entidades e promove actividades de
sensibilização e de esclarecimento da comunidade educativa. Os alunos com dificuldades transitórias de
aprendizagem são apoiados por professores do ensino regular, cuja acção é reforçada pelo trabalho desenvolvido
no Espaço S.O.S. Na ESJGF funcionam vários projectos (nacionais e internacionais) e clubes de âmbito pedagógico e
desportivo,
que
configuram
oportunidades
complementares
para
o
desenvolvimento
de
competências
diversificadas dos alunos. As componentes experimentais activas e experimentais das ciências constituem ainda
uma mais-valia formativa para os alunos.
3. Organização e gestão escolar
Bom
O Projecto Educativo de Escola (PEE) e o Projecto Curricular de Escola (PCE) são documentos estruturantes que não
hierarquizam os objectivos, nem estabelecem metas mensuráveis para a consecução dos mesmos. Não é clara a
forma como o PEE, o PCE e o Plano Anual de Actividades (PAA) se articulam entre si.
A ESJGF assegura, na medida do possível, a continuidade pedagógica tendo isso em conta na distribuição de
serviço docente. O CE desempenha um papel determinante e activo na atribuição de actividades e tarefas,
atendendo à natureza das mesmas e assegurando o desenvolvimento de um trabalho continuado e consequente.
Os princípios de equidade estão presentes na distribuição do serviço docente, na elaboração dos horários dos
alunos, na constituição de turmas e na divulgação dos critérios de avaliação. A Escola tem um plano de integração
de novos docentes formalmente estruturado. É feita a identificação e o acompanhamento das dificuldades no
desempenho profissional dos docentes. As acções disponibilizadas, na formação do pessoal não docente, nem
sempre contemplam as respectivas áreas funcionais.
As condições físicas do estabelecimento de ensino são muito boas para a prática da acção educativa. Os espaços
destinados à prática das actividades experimentais encontram-se devidamente equipados e os destinados às
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actividades de formação artística e física são adequados. A BE apresenta-se como um espaço bem apetrechado
permitindo o acesso a consultas em suporte escrito, áudio, vídeo e Internet.
A ESJGF tem uma boa estratégia para gerar receitas próprias. Os pais e EE participam na vida da Escola, através
dos seus representantes nos diferentes órgãos e estruturas pedagógicas. A Associação de Pais e Encarregados de
Educação (APEE) revela-se uma importante parceira, dando também apoio à Associação de Estudantes.
4. Liderança
Muito Bom
A Escola tem uma boa relação com a Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE), empresas e com a
Administração Local e Regional, o que tem propiciado algumas intervenções de melhoramento, recuperação e
manutenção de edifícios e espaços exteriores.
O CE é um órgão interessado na consolidação de uma cultura de excelência, actuando no sentido de motivar para
um trabalho conjunto e para a partilha de responsabilidades. Há uma boa articulação entre os órgãos de gestão e
entre estes e as estruturas de orientação educativa. Existe uma atitude de cooperação entre os diferentes
profissionais, apesar de não se recolherem evidências de uma articulação vertical entre o 3.º CEB e o ES. O
trabalho dos docentes é reconhecido como exigente e cientificamente consolidado, tornando a ESJGF uma
referência credível em termos do ensino ministrado e do nível de resultados obtido pelos alunos em exames
nacionais. A Escola estabelece parcerias e promove a participação dos alunos em projectos a nível nacional e
internacional. Revela abertura e adesão, por parte dos órgãos de gestão, a inovações sempre que estas vão
surgindo no Sistema Educativo.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola
Bom
A ESJGF faz a recolha de dados estatísticos sobre os resultados escolares, em particular dos resultados
académicos, mas também sobre o funcionamento de algumas estruturas e projectos, embora isso ainda não se
traduza numa análise reflexiva sobre o impacto destes nas aprendizagens dos alunos
Não se recolheram evidências de que as práticas de auto-avaliação adoptadas pela Escola tenham já permitido uma
intervenção sistemática consubstanciada em planos de melhoria que orientem uma estratégia de acção para
superar os seus aspectos menos positivos, não tendo ainda sido criadas, deste modo, dinâmicas capazes de
sustentar o progresso.
IV – Avaliação por factor
1. Resultados
1.1 Sucesso Académico
Constatou-se a existência de um trabalho sistemático de recolha, tratamento e análise dos resultados académicos
dos alunos nos diferentes níveis de ensino. Esse trabalho com carácter trimestral é realizado no EB, ao nível da
evolução e da análise dos resultados escolares dos alunos, das taxas de sucesso por disciplina e por ano de
escolaridade. É, igualmente, realizado ao nível do ES, por ano de escolaridade e para todas as disciplinas, tendo
por base a distinção entre Cursos Científico-Humanísticos e Tecnológicos. Em 2007/2008, no 1.º momento da
avaliação trimestral, foi feito o levantamento dos níveis atribuídos por disciplina/turma, em cada ano de
escolaridade e o levantamento das taxas de insucesso/disciplina/turma, para os Ensinos Básico e Secundário.
Segundo os dados fornecidos pela Escola, no triénio 2004/2007, verifica-se que, no 7.º ano, a taxa de transição
apresenta uma evolução positiva (86,7; 93,2 e 95), enquanto que, nos 8.º e 9.º anos, após um acréscimo
significativo entre 2004/2006, de respectivamente (88,7 para 96,2 e 95,5 para 100), registou um decréscimo no
ano lectivo de 2006/2007, traduzido em 91,2 para o 8.º ano e 87,7 para o 9.º. De acordo com os dados
constantes no perfil, as classificações médias nos exames do 9.º ano de escolaridade, quer em Língua Portuguesa
(3,1) quer em Matemática (2,8), no ano lectivo de 2005/2006, foram superiores às classificações médias nacionais
(respectivamente, 2,7 e 2,4). No ano lectivo seguinte, a classificação média no exame de Língua Portuguesa (3,7)
manteve-se acima da classificação média nacional, que se situou nos 3,2 revelando, uma melhoria nos resultados
obtidos. Quanto à Matemática, a classificação média de exame situou-se nos 2,7, valor acima da classificação
média nacional (2,2).
Na globalidade, os resultados escolares nos 10.º, 11.º e 12.º anos dos cursos do ES regular evidenciam que, nos
anos lectivos de 2004/2005 a 2006/2007, as taxas de transição têm evoluído positivamente nos 10.º e 12.º anos.
No 11.º ano verificam-se ainda oscilações ao nível dos resultados, que ao longo deste triénio apresentam
percentagens de 92%, 99% e 92%. No 12.º ano comparando, ao longo do triénio, a classificação interna com a
classificação obtida nos exames nacionais verifica-se que, na disciplina de Língua Portuguesa, a classificação
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interna regista valores superiores à classificação nos exames nacionais, pese embora, nesta disciplina os
resultados obtidos nos exames sejam superiores à média das classificações de exame a nível nacional, excepto em
2007, onde este valor difere em -0,1. Na disciplina de Matemática a comparação entre as classificações interna e
de exame revelam oscilações pouco significativas. Nos exames realizados nesta disciplina, os resultados obtidos
(2005 - 12,7; 2006 – 12,0; 2007 - 13,1) foram substancialmente superiores à média das classificações de exame a
nível nacional (respectivamente, de 7,7, de 8,0 e de 10,6).
Os órgãos de gestão consideraram como determinantes do sucesso registado a coordenação existente entre os
professores, a adesão ao Plano de Acção para a Matemática (PAM), a maior participação dos alunos nas aulas, as
regras de conduta estabelecidas, a definição de estratégias e metodologias de acção, apoios pedagógicos que
visam minimizar as aprendizagens deficitárias e, em particular no ES, as propostas de realização de trabalhos de
investigação/projectos. As estruturas de orientação educativa fazem a análise das taxas de sucesso dos alunos
com NEE que, em 2005/2006 e 2006/2007, se situaram nos 100% ao nível do EB. Ao nível do ES, em 2006/2007,
a taxa de sucesso destes alunos situou-se em 100% para os 10.º e 11.º anos e em 66,6% para o 12.º ano.
De acordo com as estatísticas elaboradas pela Escola, referentes aos últimos anos, o abandono escolar é pouco
expressivo. Em relação às anulações de matrícula, no ES, no ano lectivo transacto, no 1.º Agrupamento, anularam
a matrícula 40 alunos a Química, 34 a Biologia e 21 a Matemática.
A Escola compara os seus resultados com outras escolas de contextos similares, apenas ocasional e
informalmente, aquando das reuniões de Rede Escolar ou quando se tornam públicos os resultados dos exames.
A ESJGF apresenta uma elevada percentagem de alunos que anualmente ingressam no Ensino Superior, na sua 1.º
opção. No entanto, não se recolheram evidências que haja um acompanhamento sobre o percurso escolar e saídas
profissionais e escolares dos seus alunos.
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
No início de cada ano lectivo, o CE e os DT acolhem os novos alunos, dos 7.º e 10.º anos de escolaridade e os
respectivos EE, dando-lhes a conhecer o funcionamento e as regras da Escola. Promovem, também, uma visita
guiada a todo o recinto e respectivos serviços. Os DT e a generalidade dos docentes estimulam e realçam o
sucesso, colectivo e individual dos alunos, com a participação em diversas actividades, tais como o Programa do
Fórum Estudante - Projecto Sub18.gov, o Clube Europeu, entre outros.
Há um evidente sentimento de pertença à Escola, por parte dos alunos, que consideram ter bons professores, que
estes os preparam bem, num bom ambiente de trabalho, contribuindo para isso, também, as boas condições das
instalações e os amplos e agradáveis espaços exteriores.
A participação dos alunos, pais e EE e funcionários não docentes, na elaboração dos documentos estratégicos da
Escola tem sido reduzida, restringindo-se à aprovação dos mesmos, através dos seus representantes no CP e na
Assembleia de Escola. Os alunos são consultados e co-responsabilizados através da eleição de delegados de turma
que têm assento nos CT, no CP e na Assembleia de Escola.
A Associação de Estudantes, com plano de actividades próprio, propõe e organiza actividades diversificadas.
Destacou o apoio prestado pelo CE e pela APEE às iniciativas que promove.
A Escola procura incutir nos alunos valores da educação para a cidadania e para a preservação do ambiente,
reforçar o relacionamento pedagógico, entre outros, através das actividades desenvolvidas na área de Formação
Cívica (no 3.º CEB) e dos projectos que dinamiza.
1.3 Comportamento e disciplina
De uma forma geral, os alunos têm um comportamento disciplinado e cumprem as regras definidas no RI, que
são, também, do conhecimento dos EE e divulgadas na página Internet da Escola.
Os alunos conhecem os seus direitos e deveres e as suas reclamações são ouvidas. Apesar do comportamento dos
alunos não constituir uma área problemática, a Escola monitoriza as participações disciplinares e as sanções
aplicadas. Observando o número de participações disciplinares apresentadas no último triénio, verifica-se que tem
havido uma ligeira diminuição e que estas ocorreram em maior número no EB. No presente ano lectivo, só houve
registo de duas ocorrências disciplinares no EB e no ES, respectivamente, de 3 e 2 dias de suspensão.
Foi visível o bom relacionamento existente entre alunos, professores e pessoal não docente, decorrente do
respeito pelos direitos e deveres mútuos. O pessoal não docente considera que os alunos acatam facilmente as
ordens, mesmo em espaços onde estas podem ser mais restritivas, como a BE. A inexistência de toques para a
entrada e saída dos alunos das salas responsabiliza os alunos, segundo os entrevistados, relativamente ao
cumprimento dos horários.
Não há indícios evidentes dos EE serem chamados a colaborar na definição do código de conduta no RI da Escola,
nem existe um plano estruturado de intervenção que os envolva na aplicação de estratégias para ultrapassar
eventuais problemas de comportamento e disciplina relacionados com os seus educandos. A APEE existente foi
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eleita recentemente e tem procurado colaborar com os órgãos de gestão na dinamização de actividades e na
resolução de situações.
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
A ESJGF está inserida num meio social, cultural e económico que valoriza as aprendizagens, de natureza curricular
e não curricular dos alunos, havendo um claro incentivo para o prosseguimento de estudos. As expectativas dos
EE são elevadas e as famílias disponibilizam recursos culturais e materiais que propiciam aos seus educandos
maiores níveis de sucesso. De acordo com os pais e EE, a ESJGF dá uma resposta muito satisfatória às suas
expectativas, promovendo um clima pedagógico rigoroso e aberto. A Escola promove, adere e apoia múltiplas
iniciativas e projectos que estimulam e valorizam as aprendizagens realizadas, contribuindo para aumentar as
expectativas e a satisfação de toda a comunidade educativa.
Os quadros de valor e de excelência não estão instituídos, no entanto, a atribuição de prémios a alunos ocorre,
pontualmente, no âmbito de algumas actividades, nomeadamente nas do Desporto Escolar e são divulgados à
comunidade através do Jornal Escolar, da rádio ou do “site” da Escola. Ao longo do ano lectivo, são realizados
eventos abertos à comunidade educativa, que dão visibilidade ao trabalho desenvolvido pelos alunos e docentes,
em especial as actividades realizadas durante a Semana Cultural.
2. Prestação do serviço educativo
2.1 Articulação e sequencialidade
A ESJGF assegura, na medida do possível, a continuidade pedagógica e a distribuição do serviço docente tem isso
em conta, não só no que respeita à constituição e manutenção dos CT, mas também no que toca à direcção de
turma. Só em casos específicos, com a saída de algum docente da Escola ou a detecção de problemas de carácter
pedagógico e relacional que o aconselhem, é que esta prática é alterada. Facilitam-se, assim, as relações
interpessoais entre alunos e professores, propiciando um melhor acompanhamento da evolução dos alunos ao
longo dos ciclos de aprendizagem e permitindo um melhor controlo dos resultados escolares. Apesar de, na
generalidade, existir uma atitude de cooperação entre os diversos órgãos e estruturas de orientação educativa,
não se recolheram evidências de uma efectiva articulação vertical entre o 3.º CEB e o ES.
Na transição do EB para o ES os docentes tiram partido do facto de os alunos permanecerem na mesma escola
para trocarem entre si informações sobre estes, ainda que, frequentemente, o façam de modo informal. Os
docentes reúnem formal e informalmente com os seus colegas de grupo para elaborarem as planificações,
definirem estratégias e partilharem materiais didácticos relacionados com o mesmo ano ou com a mesma área
disciplinar. Constatou-se, contudo que a articulação inter-departamental não é uma prática consolidada ocorrendo
apenas pontualmente, nomeadamente em caso de concretização de actividades de disciplinas afins. É nos CT que
se assegura a articulação entre os docentes de cada turma, promovendo-se a troca de informações e de
experiências e a aferição de critérios de avaliação. Os Projectos Curriculares de Turma (PCT) são seguidos e
avaliados pelos DT.
Não existe um plano de articulação com as escolas de proveniência dos alunos que ingressam no 7.º ano e,
embora duas delas estejam muito perto, a passagem de informação faz-se, designadamente, através dos relatórios
que acompanham o processo dos alunos, não sendo corrente a organização de reuniões entre docentes de ambas
as escolas, mesmo quando se trata de alunos com NEE. O acompanhamento do percurso escolar dos alunos, após
a conclusão do ES, é feito através da análise dos dados referentes ao acesso ao Ensino Superior, não existindo
evidências que o mesmo seja feito sobre os alunos que não prosseguem estudos. Pontualmente, o
acompanhamento do percurso escolar e/ou profissional dos alunos acontece quando eles próprios voltam para
visitar os seus professores, falando então sobre as suas escolhas e percursos académicos e profissionais.
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula
Os coordenadores dos DC constituem-se a ponte de contacto entre os docentes e o CP, divulgando e discutindo
com eles as orientações emanadas daquele órgão. Embora sejam estes coordenadores que supervisionam a gestão
curricular, são os delegados de disciplina que, na generalidade, trabalham com os professores na planificação das
suas intervenções, na produção de materiais didácticos e na avaliação das actividades pedagógicas. Do mesmo
modo, embora seja naquele órgão que se analisam os resultados escolares, é nos GD que estes são analisados
com vista aos eventuais reajustes nas planificações e nas estratégias estabelecidas.
Muitos dos Coordenadores de Departamento são também Delegados de Disciplina, sendo de notar que não se
detectou uma alteração efectiva e generalizada nas anteriores práticas e lógicas de funcionamento assentes nos
GD. Se em Departamentos, como o de Línguas, a ligação ao Quadro Europeu Comum de Referência ajuda a criar
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critérios conjuntos e a aferir procedimentos, outros há, como o de Artes, em que se realizam apenas três reuniões
por ano, funcionando os GD de forma independente mesmo no que respeita à definição dos critérios de avaliação.
Note-se que a utilização do correio electrónico e de um espaço comum configurado na plataforma Moodle estão já
muito generalizados entre os docentes e têm-se revelado veículos eficazes na troca de informações e na
divulgação de materiais.
Não há um acompanhamento formalizado da prática lectiva em sala de aula, mas alguns coordenadores
consideraram que, no caso da Educação Física, é feito de maneira informal, na medida em que as aulas são
abertas e vistas pelos outros colegas. Da mesma forma, nas disciplinas em que a colaboração de docentes em
projectos comuns leva à realização de aulas em conjunto, a prática lectiva é vista pelos docentes que constituem o
par pedagógico.
Sendo a ESJGF sede do Centro de Formação de Associação de Escolas, aquela comunica as necessidades de
formação identificadas pelos Departamentos na esperança que este responda ao pedido enunciado. Não há, pois,
um Plano de Formação formalizado e claramente articulado com as necessidades formativas resultantes da
aplicação e desenvolvimento do Projecto Educativo de Escola (PEE) e do Plano Anual de Actividades (PAA). Por
outro lado, ao longo do ano escolar vão-se dinamizando encontros informais para reflexão sobre várias matérias
que interessam a diferentes grupos de professores e organizam-se algumas sessões de formação no âmbito das
novas tecnologias, nomeadamente, no caso da preparação para a utilização da plataforma Moodle. O impacto da
formação recebida pelos professores não é objecto de uma prática formalizada de avaliação, quer em termos dos
reflexos na qualidade do desempenho da prática docente quer no que respeita à melhoria dos resultados
escolares dos alunos.
2.3 Diferenciação e apoios
Na área da orientação e apoio educativo a Escola usufrui de uma equipa constituída por uma psicóloga, uma
conselheira de orientação, uma assistente social e duas professoras do Apoio Educativo Especializado, que
acompanham os alunos do 3.º CEB e do ES.
A intervenção desenvolvida no âmbito do apoio educativo especializado resulta de um trabalho desenvolvido por
toda a equipa, que elabora em conjunto o Programa Educativo Individual (PEI) e articula de forma muito estreita
com os DT dos alunos que apresentam NEE. Aos alunos com problemas de linguagem e/ou surdos é prestado
apoio directo pelas docentes do apoio educativo. No caso dos alunos com NEE permanentes a indicação para a
frequência de Apoio Pedagógico Acrescido é feita por estas docentes, mas é o CE que os organiza e distribui.
A psicóloga, para além do trabalho em equipa com os Apoios Educativos, avalia os casos que lhe são indicados,
apoia problemas emocionais e desenvolve, junto dos alunos delegados e subdelegados, um projecto no âmbito da
prevenção que visa sensibilizá-los e usá-los como veículo para melhorar a circulação da informação nesta área,
fazendo, também, a orientação profissional de grande parte dos jovens que se encontram a finalizar o 3.º CEB.
A técnica de Acção Social Escolar para além da intervenção directa com os alunos que beneficiam do apoio do
SASE, trabalha de forma articulada com entidades como a Santa Casa da Misericórdia, a Comissão de Protecção de
Crianças e Jovens ou os Hospitais de Santa Maria e de D. Estefânia, proporcionando, frequentemente, actividades
de sensibilização e esclarecimento da comunidade que enriquecem a intervenção educativa.
Não está criado um plano sistemático de articulação directa com as escolas de origem dos alunos com NEE que
ingressam no 7.º ano, fazendo-se a passagem de informação através de relatórios e documentação vária, que nem
sempre acompanha o processo do aluno ou que não é disponibilizada em tempo útil. A ausência desta articulação
prejudica de forma decisiva a constituição de turmas reduzidas, o que torna mais difícil a integração destes
alunos.
No caso das dificuldades transitórias de aprendizagem são os professores que, nos seus grupos disciplinares ou
em conjunto com outros docentes do CT, procuram adoptar as metodologias e estratégias mais adequadas aos
casos em apreço. O Estudo Acompanhado é utilizado para reforço das disciplinas com menor sucesso. A Escola
presta apoio aos alunos com dificuldades, sendo o Espaço S.O.S. mais um local de ajuda onde todos os alunos que
sentem dificuldades se podem dirigir para procurar apoio. No presente ano lectivo, foram criadas aulas de apoio e
implementados planos de recuperação no âmbito da Educação Física, para alunos com NEE e em duas das turmas
do ES.
No 3.º CEB, o CE procede à avaliação global dos Planos de Desenvolvimento e de Recuperação aplicados por ano
de escolaridade, em função das modalidades neles preconizadas. A análise da eficácia do acompanhamento das
situações diagnosticadas e dos resultados obtidos é realizada ao nível do CT e, por vezes, do GD.
2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
A Escola apresenta uma oferta educativa dirigida, fundamentalmente, para os cursos Científico-Humanísticos.
Embora a população discente apresente elevadas expectativas ao nível do prosseguimento de estudos, a Escola
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oferece, ainda, o curso profissional de Técnico de Design. Uma auscultação levada a cabo pelo SPO junto dos
alunos e das suas famílias revelou como áreas de eleição as que propiciam saídas profissionais no âmbito das
engenharias e das medicinas.
Existem em funcionamento vários projectos e clubes de âmbito pedagógico e desportivo, que visam desenvolver
saberes e competências que ultrapassam o currículo formal e incentivar atitudes e comportamentos que reforçam
a formação pessoal e social dos jovens e melhoram o sucesso escolar.
O órgão de gestão candidatou-se a projectos como o dos computadores portáteis (através do concurso lançado
pela CRIE (Equipa Computadores, Redes e Internet na Escola)) e o da Bibliotecas Escolares (BE), que permitem
oferecer aos alunos condições acrescidas de apoio académico.
Para dar resposta aos alunos que, no ano lectivo de 2006/2007, não obtiveram aprovação no 9.º ano de
escolaridade e que se encontravam fora da escolaridade obrigatória, foi criada a “Turma dos 15 + ”, sediada no
Centro de Recursos num espaço, especificamente, disponibilizado para esse efeito e dotado de computadores
portáteis. Esses alunos (num total de 4, no presente ano lectivo), acompanhados por um docente da ESJGF, têm
acesso a uma plataforma informática, através da qual fazem as suas aprendizagens. Esse mesmo espaço é,
igualmente, utilizado para a realização dos quatro momentos presenciais dos alunos abrangidos pelo Projecto
“Escola Móvel”, que realizam o seu percurso escolar, em regime de frequência itinerante.
Os Clubes existentes configuram oportunidades complementares para o desenvolvimento de competências em
áreas muito diversificadas, desde as cognitivas e físicas às sociais e afectivas. Salientam-se, ainda, os Projectos
ambientais de nível internacional, que permitem a participação de alunos e professores em seminários e
Conferências Mundiais. Os laboratórios equipados, bem como o desenvolvimento das componentes activas e
experimentais das ciências, são uma mais-valia formativa explorada enquanto estratégia de aprendizagem,
complementada e ampliada pelas vantagens da utilização, pelos alunos, das ferramentas informáticas disponíveis
em contexto de sala de aula e na BE, ou através da requisição de computadores portáteis.
3. Organização e gestão escolar
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade
Os documentos orientadores da Escola, omissos quanto à hierarquização dos objectivos e aos referenciais para a
sua consecução e avaliação, não evidenciam de uma forma prospectiva uma visão estratégica. Assim, o PEE, após
um processo de revisão efectuado pela comunidade escolar em 2006/2007, encontra-se em fase de apreciação
pelos órgãos competentes, estando eminente a sua entrada em vigor. Este instrumento de gestão afigura
estabelecer, em função das potencialidades e das áreas críticas da Escola, metas que não estão definidas de modo
mensurável, dificultando decerto a sua operacionalização e consequente avaliação. Quanto ao PCE, este apresentase, para 2007/2008, como um documento redutor, porquanto foi direccionado apenas para o 3.º CEB e
organizado em duas vertentes: as competências gerais definidas no currículo nacional e as prioridades do PEE
(sem, contudo, explicitar de que forma as mesmas se articulam) e orientações quer para as Áreas Curriculares Não
Disciplinares quer para o desenvolvimento do Projecto Curricular de Turma (PCT). Por sua vez, o PAA, para o ano
lectivo de 2007/2008, subordinado ao tema Promover Excelência, Construir Valores, elenca um vasto leque de
actividades e projectos, sem definição de objectivos, resultantes apenas de propostas das diferentes estruturas de
orientação educativa, em que, só em dois dos DC, são indicadas actividades com carácter interdisciplinar. Ainda
que sistematize as iniciativas a realizar e preveja a respectiva avaliação, não as enquadra no PEE nem explicita de
que forma se articulam.
O CE programa as actividades e os momentos cruciais do ciclo anual da gestão, garantindo as condições
necessárias ao seu desenvolvimento. Não se recolheram evidências de que exista envolvimento dos alunos, dos EE
e do pessoal não docente na construção do PAA.
A Escola dispõe de um Plano de Ocupação Plena dos Tempos Escolares estruturado. Contudo, não se recolheram
evidências quanto à análise da sua eficácia em termos de contributo para o cumprimento do currículo e dos
programas de cada disciplina.
3.2 Gestão dos recursos humanos
O CE tem um papel determinante e activo na atribuição de actividades e tarefas, atendendo à natureza das
mesmas e assegurando o desenvolvimento de um trabalho continuado e consequente, em termos de integração
dos alunos e promoção do sucesso educativo. Assim, na distribuição do serviço docente são tidas em conta as
competências e as características individuais de cada professor, prevalecendo o critério da continuidade
pedagógica, do 7.º ao 12.º ano, o qual é, na generalidade, valorizado positivamente pelos alunos e EE. Idêntica
opção é feita na atribuição do cargo de DT, ao qual, no 3.º CEB, também é atribuída a Área Curricular Não
Disciplinar de Formação Cívica. Quanto à Área de Projecto e ao Estudo Acompanhado, são áreas asseguradas pelos
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professores das várias disciplinas, sendo o acompanhamento/desenvolvimento destas áreas da responsabilidade
do Coordenador dos DT do 3.º CEB.
A Escola tem um plano de integração de novos docentes formalmente estruturado. No início de cada ano lectivo é
feita uma recepção, inicialmente aos professores que se encontram pela primeira vez na Escola, pelos
coordenadores de disciplina e, posteriormente, com todos os docentes da Escola, onde é distribuída uma agenda
escolar que contém todos os elementos essenciais para o funcionamento da Escola.
Quando são identificadas dificuldades no desempenho profissional dos docentes, o coordenador do GD
acompanha a situação, intervindo o delegado da disciplina junto do docente em causa. Constatou-se ainda que, no
caso do desempenho insuficiente ocorrer ao nível do ES, ao professor é distribuído, no ano lectivo seguinte,
serviço lectivo no EB.
Quanto ao pessoal não docente, este considera que o seu esforço é reconhecido e que o serviço é distribuído com
isenção e equidade, pese embora não haja rotatividade de funções. A gestão dos recursos humanos realizada
garante o funcionamento dos vários serviços de apoio escolar. Os SAE encontram-se estruturados em áreas
funcionais, havendo entreajuda entre os funcionários afectos a cada sector. Os serviços estão organizados e no
atendimento é dada resposta às necessidades da Escola e às solicitações por parte da comunidade escolar. No que
respeita à formação do pessoal não docente esta não tem sido viabilizada pelo facto do horário de realização das
acções disponibilizadas ser pós-laboral e de, só pontualmente, aquelas contemplarem as respectivas áreas
funcionais.
3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
A ESJGF apresenta condições físicas muito boas para a prática da acção educativa, tendo sido considerada segura
pelos alunos e EE. As instalações apresentam-se limpas e cuidadas, têm os espaços bem aproveitados, estando
patente a preocupação em garantir a sua aprazibilidade e o bem-estar da comunidade escolar.
Os espaços específicos para a prática das actividades experimentais encontram-se devidamente equipados, tanto
em quantidade como em qualidade, com equipamentos e regras de segurança visíveis, permitindo assim boas
condições para o desenvolvimento do espírito científico. Existem e são também adequados os espaços onde são
desenvolvidas actividades de formação artística e física. O pavilhão gimnodesportivo além de agregar 5 ginásios (o
que suscita problemas acústicos nos momentos de aula, em tempos simultâneos), possui espaços de trabalho para
docentes, balneários e arrumos. Junto daquele foi implantado um campo de futebol sintético que, embora
construído e explorado por uma entidade exterior, possibilita o usufruto diário pela Escola, em horário lectivo,
constituindo-se um equipamento desportivo suplementar para as aulas de Educação Física. Os alunos têm,
igualmente, à sua disposição, para uso nos intervalos, um campo de futebol (cujo pavimento alcatroado requer
alguns melhoramentos).
A BE apresenta-se como um espaço bem apetrechado permitindo o acesso a consultas em suporte escrito – pelo
significativo espólio bibliográfico que possui – áudio, vídeo e Internet. Integra ainda um espaço contíguo que,
embora seja utilizado pelos alunos como sala de estudo, possui boas condições para o desenvolvimento de
diversas actividades de índole cultural.
No ano lectivo transacto, as fachadas exteriores da ESJGF (com excepção das do pavilhão gimnodesportivo)
beneficiaram de obras de recuperação. No entanto, a Escola, que comemorou os 25 anos de existência no ano
lectivo de 2005/2006, requer outras intervenções a vários níveis: instalações eléctricas, quadros de distribuição
eléctrica, iluminação (tanto em salas de aula como nos corredores) e rede de saneamento básico (devido à
obstrução da rede de águas pluviais e da rede de esgotos pelas raízes das árvores).
O financiamento correspondente ao Orçamento Geral do Estado tem vindo a revelar-se insuficiente para cobrir as
despesas correntes do funcionamento básico, as quais são colmatadas pelo Orçamento de Despesas com
Compensação em Receita. A Escola tem uma boa capacidade de gerar receitas, através do aluguer das instalações
do pavilhão gimnodesportivo, do auditório, de espaços exteriores (para a realização de spots publicitários);
receitas decorrentes da prestação de vários serviços (bar, papelaria, reprografia, máquinas de venda directa, taxas,
propinas, emolumentos); participação em projectos e concursos (Ciência Viva, PAM, Jovens Repórteres para o
Ambiente, Eco-Escolas); patrocínios conseguidos junto de entidades públicas e privadas (agências bancárias, Junta
de Freguesia de Benfica, Cambridge School) entre outras. As opções orçamentais são definidas pelo Conselho
Administrativo, tendo subjacentes as linhas orientadoras definidas pela Assembleia de Escola e as necessidades
apresentadas quer pelos GD, ao nível dos equipamentos, quer pelo Coordenador da BE, em termos de espólio
bibliográfico.
3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
Os pais e EE participam na vida da Escola, quer através dos seus representantes nos diferentes órgãos de
administração e gestão e estruturas pedagógicas, quer através dos contactos com os DT, sendo estes feitos
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através do atendimento individual e de contactos telefónicos. A comunicação com os EE é feita através de reuniões
em que se dão a conhecer orientações constantes no RI e se divulgam horários de atendimento ou outros aspectos
ligados ao quotidiano escolar. Complementarmente, os EE, bem como toda a comunidade educativa, podem,
ainda, consultar a página Internet da Escola. No final do ano lectivo é prática a realização de uma reunião de
balanço entre os Presidentes do CE e da APEE e os representantes dos EE dos EB e ES.
A participação da APEE, com novos corpos directivos recentemente eleitos, tem-se revelado bastante dinâmica nas
actividades que tem promovido desde Novembro de 2007, apresentando-se, igualmente, como uma importante
parceira da Escola.
Há várias entidades parceiras algumas das quais com protocolos estabelecidos com a Escola, que apoiam e
partilham projectos da iniciativa desta.
3.5 Equidade e justiça
Os princípios de equidade estão presentes na distribuição do serviço docente, na elaboração dos horários dos
alunos, na constituição de turmas e na divulgação dos critérios de avaliação, que vão ao encontro dos interesses
dos alunos quer ao nível da oferta curricular quer dos projectos. No entanto, a falta de condições de acessibilidade
a pessoas com mobilidade condicionada, associada ao elevado número de famílias de nível sócio-cultural
médio/alto que procura a Escola para aí matricular os seus educandos explicam que os princípios de uma filosofia
inclusiva não se constituam numa das suas principais prioridades, ainda que seja prática efectuar o acolhimento
dos alunos numa perspectiva integradora. Embora não existam evidentes clivagens de ordem socioeconómica e
cultural, apurou-se que o elevado grau de exigência requerido aos alunos leva a que a Escola seja olhada pela
comunidade como “elitista”.
Os próprios docentes consideram que o elevado número de alunos por turma e a grande pressão motivada pelo
desejo de se obter resultados elevados nos exames “faz perder os que têm menos facilidade” em acompanhar o
currículo, apesar de haver a identificação das suas dificuldades e serem propiciadas respostas promotoras de
sucesso.
4. Liderança
4.1 Visão e estratégia
O CE demonstra uma liderança clara, assumida de forma empenhada pelo seu presidente, que inspira confiança à
comunidade educativa. A manutenção de uma boa relação com diversas entidades, seja a APEE, sejam empresas
ou a própria Administração Local e Regional, tem propiciado a realização de algumas intervenções no espaço
escolar, de melhoramento, recuperação e manutenção de edifícios e espaços exteriores. Os documentos
orientadores da Escola, omissos quanto à hierarquização dos objectivos e aos referenciais para a sua consecução e
avaliação, não evidenciam de uma forma prospectiva uma visão estratégica. Porém, implicitamente traduzem uma
clara aposta nos resultados e no sucesso educativo dos alunos. O facto de a Escola se encontrar num processo de
avaliação interna, em fase de desenvolvimento, contribui para que não sejam apresentadas metas facilmente
avaliáveis nas diferentes vertentes de actuação e a identificação dos pontos fortes e fracos não apareça, por vezes,
claramente fundamentada.
O CE, relativamente ao qual os alunos salientaram a disponibilidade para os receber e ouvir, é um órgão
interessado na consolidação de uma cultura de excelência, que actua no sentido de motivar para um trabalho
conjunto e para a partilha de responsabilidades, constatando-se uma atitude de cooperação entre os diversos
órgãos e estruturas de orientação educativa.
4.2 Motivação e empenho
A ESJGF é considerada uma referência credível em termos do ensino ministrado e do nível de resultados obtidos
pelos alunos em exames nacionais. O trabalho dos docentes é reconhecido como exigente e cientificamente
consolidado. Esta imagem positiva tem fomentado a sua valorização e credibilização junto dos diferentes
parceiros da comunidade educativa, sendo muito procurada por famílias que valorizam as aprendizagens
escolares e apresentam elevadas expectativas em relação ao percurso escolar dos seus educandos, pelo clima
relacional e pela segurança que oferece aos que nele aprendem e trabalham. Existem evidências da
disponibilidade do CE para atender a comunidade em assuntos que lhe são colocados e estimula a colaboração
das lideranças intermédias e da generalidade dos elementos da Escola.
Os profissionais da Escola conhecem as suas áreas de acção e, na generalidade, revelam disponibilidade empenho
e motivação para participar nas tarefas e projectos, mesmo em situações que impliquem um esforço suplementar
para cumprir as tarefas que lhes estão cometidas, para rentabilizar recursos e para promover o interesse dos
alunos pela aprendizagem escolar, com vista a uma melhoria do serviço educativo e à preservação da imagem que
a comunidade educativa tem desta Escola.
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4.3 Abertura à inovação
Há evidências, no historial da Escola, que permitem comprovar a abertura e adesão às inovações à medida que
estas vão surgindo no Sistema Educativo, nomeadamente, em 1990/91, foi escola-piloto da experimentação dos
novos programas curriculares da Reforma do Sistema Educativo; em 1993, no âmbito do programa Foco, tornou-se
sede do Centro de Formação da Associação de Escolas; em 1997, foi seleccionada como escola-pólo dos Encontros
do Secundário, programa dinamizado pelo Departamento do Ensino Secundário (DES) e, neste mesmo ano, foi
também convidada a colaborar com o Observatório do Ensino Secundário, no âmbito do programa conjunto
promovido pelo DES e pelo D.A.P. É, igualmente, de referir a generalização da utilização da plataforma Moodle,
com o objectivo de melhorar a comunicação entre docentes e entre estes e os seus alunos, assim como de ajudar
a desenvolver nestes competências pessoais e sociais e vertentes como a criatividade, o espírito de pesquisa, a
autonomia e ou responsabilidade. A Escola disponibiliza para a prática lectiva, no presente ano, 3 quadros
interactivos, encontrando-se os docentes a receber formação neste âmbito.
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
Numa perspectiva de abertura à comunidade educativa e visando a promoção de uma educação integradora e
abrangente, a ESJGF estabelece em termos institucionais e operacionais, parcerias activas que, em 2007/2008,
abarcam desde entidades de Ensino Superior, no âmbito da formação inicial e contínua de professores, ao
envolvimento dos alunos em projectos promotores da aquisição de novas competências e conhecimentos e,
simultaneamente, reflexo de novas perspectivas de aprendizagem. No presente ano lectivo, estão em curso
diversos projectos internos, nomeadamente, os desenvolvidos no âmbito das Áreas Curriculares Não Disciplinares
do EB e no âmbito da disciplina de Área de Projecto, do 12.º ano, bem como a preparação/desenvolvimento de
projectos para apresentação/concurso a nível nacional e internacional (4 turmas dos 10.º/11.º anos). A Escola
encontra-se envolvida num vasto leque de projectos de âmbito nacional - “Aproveitamento da Energia Solar
Fotovoltaica”, ”Raios Cósmicos” e “Ciência e Espaço” - Ciência Viva; “Governo sub-18” - Fórum Estudante; Rede
Nacional de Bibliotecas Escolares; plataforma Moodle; Educação para a Saúde; PAM; Plano Nacional de Leitura (PNL)
e Desporto Escolar. No ES, há turmas envolvidas em projectos internacionais, nomeadamente, no intercâmbio com
uma Escola Brasileira de Mato Grosso “Crescer dando um Passo na Amizade” e em três projectos de Educação
Ambiental.
A Escola proporciona também actividades de enriquecimento curricular, como sejam o Clube Europeu, o Comércio
Justo, o Jornal Voz Activa, a Comunidade de Leitores, o Clube de Rádio e a Oficina da Matemática, que vão ao
encontro dos interesses da população escolar e que, no caso particular daquele último, apresenta, em 2007/2008,
elevados índices de adesão (385 alunos do EB e 320 do ES).
Os protocolos estabelecidos com a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) têm
permitido à ESJGF, por um lado desenvolver o projecto “Escola Móvel” e por outro, implementar o projecto “Turma
dos 15 +”.
A Escola é parceira da Junta de Freguesia, integrando o projecto Comissão Social de Freguesia (incentivo de
criação de redes de apoio social de âmbito local). Além disso, a cooperação com a Junta permite-lhe, igualmente,
obter apoio financeiro para projectos e visitas de estudo realizadas pelos seus alunos e auxílio na manutenção dos
espaços exteriores ajardinados.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola
5.1 Auto-avaliação
A ESJGF faz a recolha de dados sobre os resultados escolares, em particular dos resultados académicos, por nível
de ensino/ano de escolaridade/turma, sobre o abandono escolar e sobre o PAA. Este trabalho tem sido
desenvolvido, essencialmente, pelo órgão de gestão apoiado por um pequeno grupo de docentes. É já feita
também uma recolha de dados estatísticos relativos ao funcionamento de algumas estruturas e projectos, mas ela
não se traduz, ainda, numa análise reflexiva sobre o impacto destes nas aprendizagens dos alunos. A fase de
desenvolvimento em que se encontra a aplicação do modelo de auto-avaliação e a forte tendência de concentração
do processo no CE tem condicionado as possibilidades de um tratamento e análise mais aprofundados dos dados
obtidos, que traduzam um desenho mais preciso e fundamentado das linhas e estratégias de melhoria.
5.2 Sustentabilidade do progresso
Não se recolheram evidências de que as práticas de auto-avaliação adoptadas pela Escola tenham já permitido uma
intervenção sistemática consubstanciada em planos de acção que considerem os pontos fortes e as debilidades da
prestação do serviço educativo e sustentem as opções estratégicas e as decisões tomadas relativamente à vida da
Escola. Os órgãos de gestão estão mobilizados e reconhecem a importância e a utilidade do processo de autoEscola Secundária José Gomes Ferreira, Benfica – Lisboa
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avaliação, concretizada de forma fundamentada, reflectida e fiável. Porém, a sustentabilidade do progresso está
dependente das dinâmicas de implementação de um processo, cujos resultados possam integrar uma estratégia
de acção orientada para superar os seus aspectos menos positivos.
Numa perspectiva de articulação, o progresso do trabalho desenvolvido só terá pilares sustentáveis, se estes
estiverem definidos num PEE com metas avaliáveis e metodologias fundamentadas.
V – Considerações finais
Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Escola (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de
desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de
melhoria.
Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto
fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade: condição externa
à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização
que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.
Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste
relatório.
Pontos fortes
ƒ
Rigor e exigência que conferem uma imagem positiva à Escola e a fazem ser reconhecida pela
comunidade educativa;
ƒ
Evolução positiva dos resultados académicos quer no Ensino Básico quer no Secundário;
ƒ
Clima de segurança e bem-estar no espaço escolar;
ƒ
Motivação e empenho do pessoal docente e não docente nas diferentes actividades da Escola;
ƒ
Oferta de projectos diversificada e enriquecedora, configurando oportunidades complementares para o
desenvolvimento de competências dos alunos;
ƒ
Instalações com grande qualidade, bem conservadas e com amplos espaços exteriores ajardinados;
ƒ
Estabelecimento de parcerias e protocolos com outras instituições.
Pontos fracos
ƒ
Inexistência de um Plano de Formação integrado no Plano Anual de Actividades;
ƒ
Debilidades na área da supervisão da prática lectiva;
ƒ
Fraca articulação com as escolas de origem dos alunos com NEE.
Oportunidades
ƒ
Grande procura da Escola por alunos com perfis muito diversos, mas que na sua maioria apresentam
inserções familiares com níveis socioeconómicos e culturais médio-alto.
Constrangimentos
ƒ
Inexistência de refeitório para satisfazer as necessidades da comunidade escolar.
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